FICHAMENTO LEAL,Victor Nunes,Coronelismo Nunes,Coronelismo Enxada e Voto, Caps. 1 e 7 CAPITULO 1 - INDICAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA E O PROCESSO DO “CORONELISMO”
O coronelismo é sobreposição de formas desenvolvidas do regime representativo em uma estrutura econômica e social inadequada, é a manifestação do poder privado através de uma troca de aproveitamento entre o poder público e o privado. Sendo que a estrutura agrária favorece a manutenção do poder privado ( chefes locais: os senhores de terras).
A PROPRIEDADE DA TERRA ENTRE OS FATORES DA LIDERANÇA POLÍTICA LOCAL O coronel é a grande liderança da cidade, é a figura mais influente que obtém o controlo de tudo o que acontece na cidade. Por ser rico o coronel possui grande influencia os mais pobres que o veneram e lhe dão apoio político, visto que o coronel lhes faz favores, além de coagi-los.
CONCENTRAÇÃO DA PROPRIEDADE FUNDIÁRIA RURAL Influência política dos fazendeiros nos mecanismos mecanismos da liderança li derança local. Concentração de propriedade grande nas mãos de poucos proprietários, fazendo com que os pequenos e médios proprietários não tenham expressividade.
ALGUNS ASPECTOS DA COMPOSIÇÃO DAS CLASSES NA SOCIEDADE RURAL Pela disparidade no numero de empregadores e empregados mesmo com as pequenas e médias propriedades ainda existe a dependência dependência por parte dos empregados (ou trabalhadores do campo) em relação à miséria dos trabalhadores e dos pequenos proprietários que dependem do grande proprietário (empregador), daí o voto de cabresto.
DESPESAS ELEITORAIS. MELHORAMENTOS LOCAIS Devido à comunidade rural ser muito pobre e ter pouco ensino não dão atenção à política ou as eleições por isso são facilmente manipuláveis, assim são os fazendeiros e chefes locais que cuidam das eleições, ou seja, das despesas eleitorais, com isso pagam tudo para o eleitor que é orientado a votar em quem o fazendeiro quer.
Para manter sua posição de liderança o chefe municipal promove diversos melhoramentos na cidade.
FAVORES E PERSEGUIÇÕES. DESORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO LOCAL O serviço público era marcado pelos favores, pelo paternalismo, o filhotismo. A desorganização do serviço público se dava primeiro pela falta de funcionários qualificados para o cargo, e segundo pelo filhotismo que dava muitos cargos municipais para parentes e amigos, além dos bens, do dinheiro e dos serviços do governo municipal serem utilizados na disputa eleitoral. Outro fator existe é o mandonismo que não passava de uma perseguição aos adversários políticos (“ para os amigos pão, para os inimigos pau”.), e a relação do chefe local com seus adversários é de hostilidade e é claro entre eles não ocorriam trocas de favores.
SISTEMA
DE
COMPROMISSO
COM
O
GOVERNO
ESTADUAL.
GOVERNISMO DO ELEITORADO DO INTERIOR Havia um compromisso entre o governo estadual e o municipal (coronéis), pois pelo fato dos partidos políticos, portanto os políticos não terem acesso ao eleitorado rural, era necessário o intermédio do fazendeiro. O coronelismo é um sistema de reciprocidade entre os chefes municipais e os coronéis e a situação política dominante no Estado. “
A essência, portanto, do compromisso “coronelista” — salvo situações especiais que
não constituem regra
consiste no seguinte: da parte dos chefes locais, incondicional apoio
—
aos candidatos do oficialismo nas eleições estaduais e federais; da parte da situação estadual, carta branca ao chefe local governista (de preferência o líder da facção local majoritária) em todos os assuntos relativos ao município, inclusive na nomeação de funcionários estaduais do lugar ”. (LEAL, p.36)
A AUTONOMIA MUNICIPAL E O “CORONELISMO ” Existe a falta de autonomia municipal legal, porém os chefes municipais governistas possuem autonomia extralegal, que davam dinheiro ao município em troca de favorecimento político.
FRAGMENTAÇÃO DA HEGEMONIA SOCIAL DOS DONOS DE TERRAS
CAPITULO 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS CONCEITUAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS DO “CORONELISMO ”. SINAIS DE CRISE DO SISTEMA. PERSPECTIVAS “
coronelismo ”: esse sistema político é dominado por uma relação de compromisso entre
o poder privado decadente e o poder público fortalecido. (LEAL, p. 122)