Fichamento do livro O mundo codificado de Vilém Flusser
Referências: FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do desin e da comunica!"o. S"o #aulo: $osac %aif, &''(. )%*RO+U-O RFEL $R+OSO Flusser foi fil/sofo, no 0rasil entre 123' e 12(&. Refle4"o 5s imaens e aos artefatos, ela6oando as 6ases de uma le7tima filosofia do desin e da comunica!"o visual. )maem e artefato est"o no centro nervoso da e4istência contempor8n contempor8nea. ea. 6ase 6ase de toda a cultura cultura é a tentativa de enanar a nature9a nature9a por meio da tecnoloia, tecnoloia, isto é, da mauina!"o. o inressarmos inressarmos plenamente na era da imaem imaem técnica, retornamos, retornamos, de certo modo, modo, ao tempo anterior ao discurso linear, hist/rico. V)L;< FLUSSER FOR< E <*ER)L =p> &&? ntes o o6@etivo era formali9ar o mundo mundo e4istenteA e4istenteA ho@e o o6@etivo é reali9ar as formas formas pro@etadas para criar mundos alternativos. )sso é o ue se entende por cultura imaterial, mas deveria na verdade se chamar cultura materiali9a materiali9adora. dora. Fa9ia sentido, antiamente, diferenciar a ciência da arte, o ue ho@e parece um desprop/sito. aparência do material é a forma. f orma. E essa é certamente uma afirma!"o p/sBmaterial. p/sBmaterial. FC0R)$ FC0R)$ =p> DD? ist/ria da humanidade é hist/ria da fa6rica!"o ... per7odos: das m"os, das ferramentas, das m>uinas e dos aparelhos eletrnicos. Fa6ricar sinifica apoderarBse de alo dado na nature9a, convertêBlo em alo manufaturado, darBlhe uma aplica6ilidade e utili9>Blo. F>6ricas s"o luares onde auilo ue é dado é convertido em alo feito e com isso as informa!Ge informa!Gess herdadas tornamBse cada ve9 menos sinificativas,, ao contr>rio das informa!Ges aduiridas, aprendidas ue s"o cada ve9 sinificativas mais relevantes. s f>6ricas s"o luares luares em ue os os homens se tornam tornam cada ve9 menos menos naturais e cada ve9 mais artificiais, precisamente pelo fato de ue as coisas convertidas, transformadas, ou se@a, o produto fa6ricado, reaem 5 investida do homem: um sapateiro n"o fa9 unicamente sapatos de couro, mas tam6ém. #or meio de sua atividade, fa9 de si mesmo um sapateiro. dito de outra maneira: as f>6ricas s"o luares onde sempre s"o produ9idas novas formas de homens: o primeiro, o homemB m"o, depois, o homemBferramenta, em seuida o homemBm>uina e, finalmente, o homemBaparelhosBeletrnicos. Repetindo: essa é a hist/ria da humanidade. #rimeira Rev. )ndustrial... Um homem rodeado de ferramentas, ... @> n"o encontra no mundo com em sua pr/pria casa, como ocorria por e4emplo com o homem préB hist/rico ue utili9ava as m"os. Ele est> alienado do mundo, proteido e aprisionado pela cultura. uando se trata de ferramenta, o homem é a constante e a f erramenta, a vari>vel...%o caso da m>uina, é ela a constante e o homem, a vari>vel: ... se um homem envelhece ou fica doente o propriet>rio da m>uina o su6stitui por outro.
Seunda Rev. )ndustrial e4pulsou o homem de sua cultura, assim como a primeira o e4pulsou da nature9a, e por isso podemos considerar as f>6ricas mecani9adas uma espécie de manicmio. *erceira Rev. )ndustrial, auela ue implica a su6stitui!"o de m>uinas por aparelhos eletrnicos. ...as ferramentas imitam a m"o e o corpo empiricamenteA as m>uinas, mecanicamenteA e os aparelhos eletronicos, neurofisioloicamentes. ...f>6rica do futuro ser> certamente muito mais compat7vel ue as atuais, e sem dHvida reformular> completamente a rela!"o homemBferramenta. ... o aparelho s/ fa9 auilo ue o homem uiser, mas o homem s/ pode uerer auilo de ue o aparelho é capa9. ... os futuros funcion>rios, euipados com aparelhos peuenos, minHsculos ou até mesmo invis7veis, estar"o sempre prontos a fa6ricar alo, em ualuer momento e luar. ... f>6rica do futuro dever> assemelharBse mais a la6orat/rios cient7ficos, academias de arte, 6i6liotecas e discotecas do ue 5s f>6ricas atuais. E o homemBaparelho =pparatmenschen? do futuro dever> ser pensado mais como um acadêmico do ue como um oper>rio, um tra6alhador ou um enenheiro. ... a f>6rica do futuro dever> ser o luar em ue o omo fa6er se converter> em omo sapiens sapiens, porue reconhecer> ue fa6ricar sinifica o mesmo ue aprender, isto é, aduirir informa!Ges, produ9iBlas e divul>Blas. LV%$ $O%*RB*$ =p>. 3I? té a Revolu!"o )ndustrial aplicavamBse tanto m>uinas inor8nicas como or8nicas, tanto p>s como escravos. s m>uinas pré industriais foram produ9idas empiricamente enuanto as industriais tecnicamente. <>uina técnica mais cara e mais efica9. rela!"o homem m>uina se inverteu: homem serve a m>uina. Em 6reve poderemo profetar tecnoloicamente 6ois, cavalos, escravos e superescravos ... ser> poss7vel com6inar a dura6ilidade da m>uina inor8nica com a inteliência do or8nico. Essa n"o é necessariamente uma situa!"o paradis7aca... )mitamos os nossos imitadores... os @ovens dan!am com ro6s, os pol7ticos tomam decisGes conforme cen>rios computadori9ados, os cientistas pensam diitalmente e os artistas desenham com m>uinas de plotaem. ; preciso pensar como as m>uinas nos devolver"o seus olpes... Esse é um pro6lema de desin: como devem ser as m>uinas...para ue os contraolpes nos fa!am 6em %-O $O)S 1 =p>. I1? O novo homem n"o é mais uma pessoa de a!Ges concretas, mas sim um performer =Spieler?: omo ludens, e n"o omo fa6er. #ara ele, a vida dei4ou de ser um drama e passou a ser um espet>culo. %"o se trata mais de a!Ges, e sim de sensa!Ges. O novo homem n"o uer ter ou fa9er, ele uer vivenciar. Ele dese@a e4perimentar, conhecer e so6retudo, desfrutar. %-O $O)S & =p>. I2? s pontas dos dedos s"o indispens>veis para pressionarmos teclas. O homem, nesse
futuro de coisas imateriais, arantir> sua e4istência ra!as as pontas dos dedos. ... as pontas dos dedos s"o /raos de uma escolha, de uma decis"o... proramada, como uma escolha de possi6ilidades prescritas. #or isso é como se a sociedade do futuro, imaterial, se dividisse em duas classes: a dos proramadores e a dos proramados. ... %"o: a sociedade do futuro, imaterial, ser> uma sociedade sem classes, uma sociedade de proramados proramadores. Essa é portanto a li6erdade de decis"o ue nos é a6erta pela emancipa!"o do tra6alho. *otalitarismo proramado. RO+S =p>. J2? %"o e4istem diferen!as essenciais entre homens e coisas: am6os s"o animados pelo dese@o de produ9ir desordem e am6os s"o levados, pelo tempo e com o tempo rumo ao perecimento. *udo no mundo é animado pois tudo se move e deve ter um motivo para se mover. E o tempo ... passa como uma roda por cima de tudo, atropelando e destruindo o ue encontra em seu caminho. roda do proresso necessita de um motor e esse motor somos n/s mesmos, nossa pr/pria vontade. O
. 1&(? O sinificado do mundo e da vida mudou so6 o impacto da revolu!"o na comunica!"o. Somos envolvidos por cores dotadas de sinificados, somos proramados por cores, ue s"o um aspecto do mundo codificado em ue vivemos. $/dios unidimensionais como o alfa6eto tendem a perder import8ncia. Volta a um estado normal. ntes da inven!"o da escrita, as imaens eram meios decisivos de comunica!"o. diferen!a ... as imaens préBmodernas s"o produtos de art7fices =Ko6ras de arte?, o6ras p/sBmodernas s"o produtos da tecnoloia. omem pré moderno vivia num outro universo imaético ue tentava interpretar o Kmundo. %/s vivemos em um mundo imaético ue interpreta as teorias referentes ao Kmundo. =p.1D'? Os homens tem de se entender mutuamente por meio dos c/dios pois perderam o contato direto com o sinificado dos s7m6olos. O homem é um animal alienado e veBse o6riado a criar s7m6olos e a orden>Blos em c/dios, caso ueira transpor o a6ismo ue h> entre ele e o Kmundo. Ele precisa mediar, precisa dar um sentido ao Kmundo. =p.1D&? inven!"o da escrita deveBse em primeiro luar n"o a inven!"o de novos s7m6olos mas ao desenrolar das imaens em linhas. +i9emos ue com esse acontecimento encerrouBse a préBhist/ria e come!ou a hist/ria no sentido verdadeiro. $om a inven!"o da escrita come!a a hist/ria, n"o porue a escrita rava os processos, mas porue ela transforma as cenas em processos: ela produ9 a consciência hist/rica. =p. 1DI? Levou séculos, depois da inven!"o da escrita para ue os escritores aprendessem ue escrever sinificava narrar. )nicialmente eles apenas contavam e descreviam cenas. *am6ém vai demorar 6astante até ue aprendamos o ue sinifica
fotorafar, filmar, fa9er v7deos ou prorama!"o anal/ica. =p. 1D(? %"o h> paralelos no passado ue nos permitam aprender o uso dos c/dios tecnol/icos, como eles se manifestam, por e4emplo, numa e4plos"o de cores. homens letrados ue e4perimentam, entendem e avaliam o mundo como um Kacontecimento =6ecomin?, enuanto na préBhist/ria esse tipo de atitude e4istencial n"o era poss7vel. Se a arte de escrever ca7sse no esuecimento, ou sse tornasse su6ordinada 5 cria!"o de imaens =como o chamado Kscript Mritin de um filme?, a hist/ria, no sentido estrito do termo, n"o e4istiria mais. ... tradu!"o de superf7cie em linha implica uma mudan!a radical de sinificado. O olho decifra uma imaem esuadrinha a superf7cie e esta6elece rela!Ges revers7veis entre os elementos da imaem. =p. 131? o mundo Kimainado é o mundo do mito, do m>ico, o mundo da préBhist/ria. =p. 13D? o prop/sito das imaens é dar sinificados ao mundo, mas elas podem se tornar opacas para ele, enco6riBlo e até mesmo su6stitu7Blo. #odem constituir um universo imain>rio ue n"o mais fa9 media!"o entre o homem e o mundo, mas, ao contr>rio, aprisiona o homem. imaina!"o n"o mais supera a aliena!"o, mas tornaB se alucina!"o, aliena!"o dupla. Essas imaens n"o s"o mais ferramentas, mas o pr/prio hmem se torna ferramenta de suas pr/prias ferramenteas, Kadora as imaens ue ele mesmo havia produ9ido. Foi contra essa idolatria de imaens, como uma terapia contra essa dupla aliena!"o, ue a escrita foi inventada. =p. 133? a inven!"o da imprensa rompeu essa classe clerical, a6riu e tornou a consciência hist/rica acess7vel 5 6uruesia ascendenteA mas foi somente durante a Revolu!"o )ndustrial e por meio do sistema de escolas pH6licas prim>rias ue se pode di9er ue o alfa6etismo e a consciência hist/rica se tornaram comuns nos pa7ses industriali9ados. com os dias contados, como se estivéssemos nos apro4imando de um novo tipo de era m>icoBm7tica, de uma cultura da imaem p/sBhist/rica. =p. 13I e 13J? as novas imaens s"o diferentes das imaens préBhist/ricas na medida em ue s"o, elas mesmsas, produtos de te4tos e alimentadas por te4tos. ... s"o mais 6em denominados de KtecnoBimaens, e a conven!"o em ue est"o 6aseados é mais 6em desinada de KtecnoBimaina!"o, ... os mitos préBhist/ricos sinificam situa!Ges Kreais e os mitos p/sBhist/ricos sinificar"o prescri!Ges te4tuaisA a m>ica préB hist/rica visa propiciar o mundo, enuanto a p/sBhist/rica visa manipular as pessoas. =p. 13J? o futuro da escrita ... ser> uma espécie de cai4aBpreta ue tem te4tos como dados inseridos =input? e imaens como resultado =output?. =p. 13N? na9ismo é ... um dos avan!os mais crus em dire!"o a uma futura cultura de
imaens, ou ue no futuro a cultura da tecnoBimaem ser> o na9ismo aperfei!oado =p. 132? no passado a escrita e4plicava as imaens do mundo. %o futuro ela ter> ue e4plicar ilustra!Ges de te4tos no futuro. Escrever, no passado, sinificava transformar imaens opacas em imaens transparentes para o mundo. Sinificar>, no futuro, tornar transparentes as tecnoBimaens opacas para os te4tos ue est"o escondendo. Em outras palavras: a ra9"o, no passado, sinificava a an>lise dos mitos, e no futuro sinificar> desBideoloi9a!"o. ra9"o ainda continuar> iconocl>stica, mas em um novo n7vel. =p. 1I'? dois poss7veis futuros para a escrita: ou ela se tornar> uma cr7tica da tecnoB imaina!"o =o ue sinifica: um desmascaramento das ideloloias escondidas atr>s de um proresso técnico ue se torna autnomo em rela!"o 5s decisGes humanas? ou se tornar> a produ!"o de prete4tos para a tecnoBimaina!"o =um plane@amento para auele proresso técnico. )<E%S %OS %OVOS veis, e os receptores cada ve9 mais im/veis, isto é, o espa!o pol7tico se torna cada ve9 mais supérfluo. =p. 1I(? =para ca!ador paleol7tico imaem? sinifica uma revela!"o aduirida ra!as a um afastamento do mundo. =para um pintor? representa uma contri6ui!"o particular para a hist/ria pH6lica, ue e4ie ser processada por outros. =para funcion>rio p/sB industrial? sinifica método para se proramar o comportamento dos funcion>rios da sociedade p/sBindustrial. =p. 1IN? da forma como as imaens s"o transportadas atualmente, elas devem preencher a fun!"o descrita com proramas de comportamento: têm ue transformar os seus receptores em o6@etos. =p. 1I2? +ito de modo sucinto: os novos meios, da maneira como funcionam ho@e, transformam as imaens em verdadeiros modelos de comportamento e fa9em dos homens meros o6@etos. culos. conseuencia é uma inversao nociva do homem em face das imaens. ora, em ve9 de utili9ar da circunstancia e4pressa nas imaens como modelo para uma orienta!"o no mundo dos o6@tetos, o homem come!a a emprear sua e4periencia concreta nesse mundo para se orientar nas imaens. Em ve9 de 6asearBse nelas para lidar com o mundo dos o6@etos, ele come!a a tomar como 6ase sua e4periência com o mundo concreto para poder lidar com as imaens. Essa invers"o se chama Kidolatria, e o comportamento
resultante dessa idolatria é chamado de m>ico. EntendeBse ent"o ue as imaens devem ser proi6idas porue necessariamente alienam o homem, o levam 5 loucura da idolatria e do comportamento m>ico. =p.1J(? é imposs7vel se orientar no mundo sem ue se fa!a antes uma imaem dele =a imaina!"o é imprescind7vel para nossas a!Ges e a compreens"o do mundo?. =p. 1(&? ... esto de cria!"o de imaens... concreti9a: reHne elementos adimensionais para recolhêBlos em uma superf7cie, inorando o intervalo entre esses pontos. E nisso esse esto se diferencia do esto fiurativo ue veio sendo tratado até aui: n"o é esto de a6stra!"o nem de recuo, mas, ao contr>rio, ele concreti9a, pro@eta. %a verdade, esses dois estos levam 5 cria!"o de imaens =e por isso podem ser chamados de Kimaina!"o?, mas se trata, em am6os os casos, de outro tipo de imaem. s imaens da imaina!"o até ho@e s"o 6idimensionais porue foram astra7das do mundo, diamos uadridimensionalA e as imaens da nova imaina!"o s"o 6idimensionais porue foram pro@etadas por c>lculos adimensionais =nulldimensional?. O primeiro tipo de imaens fa9 a media!"o entre o homem e seu mundoA o seundo tipo entre c>lculos e sua poss7vel aplica!"o no entorno. O primeiro sinifica o mundoA o seundo, c>lculos. =p. 1(I? somente uando as imaens s"o feitas a partir de c>lculos, e n"o mais de circunst8ncias =mesmo ue essas circunst8ncias se@am 6em Ka6stratas?, é ue a Kestética pura =o pra9er no @oo com Kformas puras? pode se desdo6rarA somente assim é ue o omo fa6er pode se desprender do omo ludens. =p. 1(J? primeiramente recuamos do mundo para poder imain>Blo. E ent"o nos afastamos da imaina!"o para poder descrevêBlo. +epois nos afastamos da cr7tica escreita e linear para poder analis>Blo. E finalmente, pro@etamos imaens sinteti9adas a partir da an>lise, ra!as a uma nova imaina!"o. =p. 1((? somos desafiados a tra6alhar um novo conceito de li6erdade uando n"o se trata mais de superar as condi!Ges, mas sim de tra9er ordem ao caos. +evemos aprender a peruntar n"o mais por Kli6erdade de uêP, mas por Kli6erdade para uêP ... somos desafiados a su6stituir nossa moral do tra6alho por outra, uando n"o se trata mais de modificar as realidades dadas mas de reali9ar as possi6ilidades dadas. $O%S*RUQES SO0RE #LVR +ES)% =p.1N3? o desin ue est> por tr>s de toda cultura consiste em, com astHcia, nos transformar de simples mam7feros condicionados pela nature9a em artistas livres. =p. 1NJ? O ue a alavanca fa9, de fato, é tirar de /r6ita tudo o ue é verdadeiro e autêntico e su6stitu7Blo mecanicamente por artefatos desenhados com perfei!"o. +esse modo, todos os artefatos aduirem o mesmo valor ue as canetas de pl>stico: convertemBse em adets descart>veis. E isso se evidencia, no mais tardar, uando morremos ... estamos come!ando =e provavelmente com ra9"o? a perder a fé na arte e na técnica como fontes de valores. #orue estamos come!ando a escrever o desin ue h> por tr>s delas... tudo depende do desin. =p. 12&? Esse é o olhar do desiner: ele possui uma espécie de olhoBsentinela como um computador ra!as ao ual dedu9 e mane@a eternidades. E com isso ele pode dar ordens a um ro6 para ue transporte essa eternidade intu7da e manipulada para a
termporalidade =por e4emplo, para cavar canais ou construir fouetes?. %a ticos, mas dial/icos. =p. 12(? $ome!amos de fato a separar o conceito de o6@eto do conceito matéria, e a pro@etar o6@etos de uso imateriais, como proramas de computador e redes de comunica!"o. )sso n"o sinifica ue o surimento de uma Kcultura imaterial venha a ser menos o6strutiva: pelo contr>rio, pode ser ue ela restrin@a ainda mais a li6erdade do ue a cultura material. vel, o ue resultaria numa cultura em ue os o6@etos de uso sinificariam cada ve9 menos o6st>culos e cada ve9 mais ve7culos de comunica!"o entre os homens. Uma cultura, em suma, com um pouco mais de li6erdade. U< ;*)$ +O +ES)% )%+US*R)LP =p. &''? O ideal do construtor era pram>tico, uer di9er, funcional. $onsidera!Ges morais ou pol7ticas raramente estavam em @oo. =p. &'&? Se uma pessoa cravasse uma faca em aluém, a responsa6ilidade era s/ sua e n"o, por e4emplo, do desiner da faca. ... o eventual desinteresse dos desiners por essas uestGes poder> levar 5 total ausência de responsa6ilidade =p. &'D? Os processos de %urem6er e, pouco mais tarde, o @ulamento de Eichmann mostram claramente ue: a? n"o e4iste mais norma aluma ue se possa aplicar so6re a produ!"o industrialA 6? n"o h> um causador Hnico de um delitoA c? a responsa6ilidade est> dilu7da a tal ponto ue nos encontramos efetivamente numa situa!"o de a6soluta irresponsa6ilidade com rela!"o 5uelas a!Ges ue procedem da produ!"o industrial. +ES)% $Orio mudar o mundo para mudar a si mesmo. %o fundo, a ciência é um método de desco6rir o +eus @udaicoBcrist"o Kpor tr>s dos fenmenos, e a técnica é um método para produ9ir o reino desse +eus so6re a *erra. =p. &11? o c/dio alfanumérico est> come!ando aora a ser a6andonado em 6enef7cio dos c/dios diitais dos computadores. Esses novos c/dios têm mais em comum
com os c/dios orientais =com os ideor>ficos, por e4emplo? do ue com os lineares, de modo ue aora ciência e tecnoloia no E4tremo Oriente se tornam t"o compreens7veis como no Ocidente. =p. &1&? ue est> ocoorrendo uma triviali9a!"o, uma destrui!"o mHtua dos valoresP Sites recomendados: http:MMM.flusserstudies.net http:MMM.flusserBarchive.or http:MMM.fotoplus.comflusser