CLASSE MULTISSERIADA
Estrutura frasal Ativid Ati vidad ade es para o estudo tudo da fras fr ase prom promovem a quali ualida dad de da mensage agem • NORA CECÍLIA BOCACCIO CINEL Especialista em Lingüística e em Super Super visão de Sistemas Educacionais. Educacionais. Porto Alegre/RS.
Nascer no Cairo, ser fêmea de cupim Conhece o vocábulo escardinchar? Qual o feminino de cupim? Qual o antônimo de póstumo? Como se chama o natural de Cairo? O leitor que responder não sei a todas estas perguntas não passará provavelmente em nenhuma prova de Português de nenhum conc concurso urso oficial. oficial. Mas, Mas, se isso pode pode servir de algum consolo a sua ignorância, receberá um abraço de felicitações deste modesto cronista, seu semelhante e seu irmão. Porque a verdade é que eu também não sei. Você dirá, meu caro professor de Português, que eu não deveria confessar isso; que é uma vergonha para mim, que vivo de escrever, não conh conhec ecer er meu meu instr umento umento de tr abalho, balho, que é a língua língua.. (...) (...) Con Con-fesso que escrevo de palpite, como outras pessoas tocam piano de ouvido. De vez vez em quando quando um leitor culto se irrita comigo e me manda um recorte de crônica anotado, apontando os erros de Português. (...) Alguém já me escreveu também – que sou um escoteiro ao contrário. Cada dia você parece que que temde tem de pratica raticar a suamáaç ua máaçãão – contr contr a a líng l íngua ua.. (...) Morrerei sem saber isso. E o pior pior é que não não quero quero sabe saberr ; neg negome terminantemente a saber, e, se o senhor é um desses cavalheiros que sabem qual é o feminino de cupim, tenha a bondade de não me cumprimentar. (...) No fundo o que esse tipo de gramático deseja é tornar a língua portuguesa, não alguma coisa através da qual as pessoas se entendam, mas um instrumento de suplíc uplício io e de opres opresssão que que ele, le, gramático, aplica sobre nós, os ignaros. (...) Rubem Braga
É possível que Rubem Braga, eventualmente, tenha cometido erros de grafia, de acentuação ou de pontuação! Quem de nós não os comete, vez ou outra? Mas, reconheçamos: em matéria de estrutura frasal, o autor, como tantos outros que manejam com maestria a nossa língua, é um verdadeiro artesão. Comunica-se perfeitamente, remete a sua mensagem e nos permite entender com clareza o que pensa pensa a respei respeito to de qualqu qualquer er tema, tema, em suas crônicas. A língua é o instrumento de que mais fazemos uso para nos entenderm dermos os;; é o maio maiorr veíc veícul uloo por meio meio do qual a comunicação comunicação se processa processa e, salvo exceções, está ao alcance de todos, no dia-a-dia: mesmo que não saibam escrever, as pessoas falam lam sua sua líng língua ua.. Quan Quando do fomo fomoss para para a escola, não sabíamos escrever, mas falávamos perfeitamente e nos
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fazíamos entender. Isto não significa que valorizamos a fala em detrimento da escrita. Ambas Ambas são import important antes es manife manifesstações comunicativas do indivíduo, mas é preciso considerar que: – a linguagem verbal verbal oral (a fala) tem sido usada pela humanidade desde a era neolítica; – a linguagem verbal escrita escrita apareceu, aproximadamente, há 4000 anos. A fala, já dissemos, está ao alcance de todos, mas a escrita funciona como registro do que pensamos ou fazemos, em condições muito diferentes da língua oral. Como ser social, o homem necessita da fala e da escrita para expressar-se e comunicarse com seus semelhantes, usando o código lingüístico, seja oral, seja escrito, servindo-se de enunciados com intenção definida: frases.
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CLASSE MULTISSERIADA Frase É um enunciado com sentido completo; é uma unidade autônoma de comunicação intencional e particularmente melódica. Como diz Othon Garcia, frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comu- nicação. Tradicionalmente, é costume classificar as frases como: interrogativa (direta ou indireta), declarativa (afirmativa ou negativa), imperativa, optativa e exclamativa. Garcia, fugindo à classificação tradicional, nos apresenta outros padrões válidos na linguagem moderna e viva, porque está presente na fala e na escrita do povo. São eles: ã frase de situação (Que calor! Ótimo! ); ãfrase nominal (Casa de ferrei- ro, espeto de pau. ); ãfrase de arrastão (Cedo me le- vantei e me vesti e fui pra escola e comi o lanche e voltei pra casa .) A ausência da correlação expressa entre as frases é característica da linguagem infantil e das pessoas com pouca ou nenhuma escolarização; ãfrase entrecortada ou picadinha ( A boca tremeu. Os olhos se aper tar am. Estava cansado. ) Breves, curtas e incisivas são comuns no discurso livre, indireto; ãfrase de ladainha (O vento ba- tia e a tarde estava cinzenta e fazia frio e um frio de beir a de praia...) Usada na linguagem coloquial, apresenta orações coordenadas entre si e, eventualmente, subordinadas iniciadas por que que não sejam adjetivas. (Pensei que pneus não furavam e que as ruas não eram armadilhas, que os homens brincavam vestidos de branco. ); ã frase labiríntica ou centopéica (Discursos do Pe. Antônio Viei- ra ). São frases confusas, sem clareza, repetitivas e prolixas; ãfrase fragmentária (Ela sempre embrabecia. Ainda que não ti- vesse razão. Furiosa e cruel. )
Nesse caso, há interligação de orações sem sentido completo, formando um contexto; ã frase caótica ( Flávio olhou para baixo. O vão das escada- rias escuro. Vazio. E o vulto, onde está? Os gemidos que vi- nham dali ? O choro? Seria água ou soluço? São soluços ou go- teiras? ) Usada pelos escritores modernos, é frase livre, fluente, geralmente reproduz um monólogo interior (fala ou pensamento de personagem de um texto); ãfrase parentética (Achei o livro, se não me falha a memória , na prateleira de baixo. ). É formada por orações justapostas e que não pertencem de modo integral ao sentido lógico do texto. Devemos observar que, com exceção das frases de situação e nominal (classificadas sintaticamente), as demais são classificadas estilisticamente. Qualquer frase pode expressar um juízo, indicar uma ação, um estado ou um fenômeno, transmitir um apelo, uma ordem ou exteriorizar emoções, desde que esteja adequadamente estruturada. Sabemos, conforme já explicado anteriomente, que uma frase pode apresentar-se como uma só palavra ou um conjunto organizado de palavras com sentido completo e que comunique uma mensagem. No entanto, esta organização é essencialmente gramatical porque: • obedece só às características específicas das classes gramaticais? • atende somente aos aspectos relacionados à sintaxe? • considera, é lógico, os valores semânticos, dando atenção exclusiva à natureza, às funções e aos usos dos significados das palavras? • preocupa-se unicamente com o caráter utilitário da linguagem verbal (pragmática)? • leva em conta todos os fatos científicos que estão subjacentes, ao usar-se a expressão oral e escrita e ao valer-se dela para passar aos outros cada uma das nos-
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sas mensagens? A resposta é clara: uma frase adequadamente estruturada é o resultado de uma organização mental que leva em consideração o que sabemos, de modo sistemático ou assistemático, a respeito da língua sob os pontos de vista fonético, fonológico, morfológico, sintático, semântico e pragmático. Além disso, a nossa língua, como qualquer outra, só apresenta o errado ou o certo unicamente em relação a sua estrutura, uma vez que em relação ao seu uso não há como considerar certo ou errado: existem, sim, as diferenças. A frase pode apresentar-se como nominal ou verbal. Por exemplo, são frases nominais usadas diariamente: Bom dia! Boa sorte! Meus parabéns, amigo. Sinceros agradecimentos. Céu pedrento, ou chuva ou vento, ou outro qualquer tempo... Estas podem ser consideradas palavrasfrase. A frase verbal, como podemos depreender, é identificada pela presença de um verbo – As crian- ças fizeram toda a tarefa. – e estruturada por: – um sujeito (As crianças , constituído por um artigo e um substantivo): – um predicado (fizeram toda a tarefa , que apresenta um núcleo e um objeto direto, constituídos respectivamente por um verbo, um pronome, um artigo e um substantivo). Normalmente, este é o arcabouço lingüístico (mínimo de dois termos) de uma frase, mas não obrigatoriamente, como expressa Othon Garcia. Não podemos esquecer que na Língua Portuguesa há frases sem sujeito (Chove muito. ). Morfológica e sintaticamente, a frase do exemplo (As crianças fizeram toda a tarefa. ) está corretamente estruturada, obedecendo às caracterísitcas do discurso direto. Sob os pontos de vista semântico e pragmático, a frase nos passa uma mensagem que pode-
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CLASSE MULTISSERIADA mos decodificar com clareza, em linguagem padrão, utilizada no cotidiano. Além disso, o professor deve ficar atento aos critérios de gramaticalidade e aceitabilidade. Por exemplo: A Geografia gosta de jaboticabas. Gramaticalmente, esta frase está correta. Sua estrutura se apresenta de modo adequado (tem sujeito, predicado...).Quanto à mensagem? A aceitabilidade deixou a desejar e a semântica foi totalmente ignorada, a não ser que o autor esteja usando linguagem metafórica! Com as crianças de classes multisseriadas e mesmo nas de 1 a a 8a séries, é interessante o professor realizar algumas atividades nas quais os alunos possam discernir os aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos e avaliar a qualidade e o tipo das mensagens que sua fala ou sua escrita passam a quem os ouve ou lê. Um trabalho com a estrutura frasal, na escola, deveria ser realizado desde que o aluno começa a freqüentar as classes mais iniciais de educação infantil. Oralmente, o trabalho pode ser desenvolvido na contação de histórias, nas perguntas e respostas da rodinha das novidades, no relato de experiências pessoais, nas dramatizações, etc. Nas séries do primeiro ciclo do ensino fundamental, é preciso que o professor retome com a criança, de modo mais sistematizado, a identificação das frases, sejam nominais, sejam verbais, utilizando o critério da letra maiúscula inicial e a pontuação (. ! ? ...) no final. Uma das atividades mais comuns realizadas pelos professores para que os alunos construam as noções de estrutura frasal é aquela conhecida como: Coloque os termos na posição correta ou, então, Varie a posição dos ter- mos . Na realidade, esses exercícios, na maioria das vezes, são executados em sala de aula sem que o professor identifique, exa-
tamente, o porquê de realizá-los e para que fazê-los.
Frase/oração/período O estudo da estrutura frasal também nos leva, quase que automaticamente, ao estudo do que significa oração e o que é período. Nesse aspecto, é preciso cuidar que, muitas vezes, oração é sinônimo de frase ou até de período (simples), no momento em que contém um pensamento, um sentido completo e é acompanhada por pontuação adequada. Porém, em certas situações, nem sempre uma oração é uma frase. Por exemplo, em Seria necessário que estudasses mais temos duas orações, no entanto, uma só frase: é o conjunto das duas que expressa o pensamento completo. Se as separarmos em Seria neces- sário e que estudasses mais, temos dois fragmentos de frases em que uma é parte da outra: a segunda oração é sujeito da primeira. Ao professor compete estar atento às nuances que a nossa língua materna nos apresenta e cuidar para orientar de modo conveniente e adequado os alunos para que eles entendam que não se estuda gramática pela gramática, nem a frase pela frase ou a oração pela oração, mas se trabalha com a estrutura frasal para que possamos nos comunicar a contento com todos os que convivem conosco, com todas as pessoas a quem nos dirigimos, seja falando, seja escrevendo. O ponto de partida para um estudo mais completo sobre parágrafo, tópico frasal, etc. é, exatamente, a exploração do trabalho com a frase, nas suas múltiplas facetas, inclusive considerando o discurso direto e o indireto. Ao identificar o parágrafo, as crianças constatam que ele se constitui de um agrupamento de frases relacionadas entre si pelas idéias, pelo sentido e que podem ou não apresentar pontuação e letra maiúscula semelhante à frase úni-
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ca, anteriormente explorada. O trabalho com o parágrafo permite, ainda, o estudo de dois aspectos bem significativos: as partes constitutivas de um texto, isto é, melhor organização de fatos e idéias na elaboração textual e a identificação de tópico frasal. O tópico frasal é a idéia-núcleo que se pode extrair, sintética e claramente, de umparágrafo, uma vez que o parágrafo é uma unidade redacional que divide ou serve para dividir um texto (um todo redacional) em partes menores. Oportunizar aos alunos atividades que possibilitem detectar a idéia principal de cada parágrafo é dar-lhes condições para a melhor compreensão de um texto e para interpretá-lo, auxiliando-os na elaboração de síntese, conhecida como redução verbal. Cada parágrafo pode significar um enfoque diferente para o tema ou o assunto de um texto de uma redação ou de uma exposição oral. A diferença reside em que no texto escrito é mais fácil discernirmos o parágrafo pelo aspecto gráfico. Oralmente, ouvidos atentos e treinados poderão defini-los com clareza. Sugestões de ativ i dades
As atividades que apresentaremos, a seguir, buscam atender aos princípios organizadores dos conteúdos de Língua Portuguesa (uso " reflexão " uso ), contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa, caracterizando a linha metodológica da ação " reflexão " ação a ser considerada e observada pelo professor, no seu trabalho diário. As práticas educativas devem ser organizadas pelo professor, especialmente nas classes multisseriadas, com níveis de 1a a 4a ou 5a séries do Ensino Fundamental, tendo em vista que os alunos possam, com as atividades, atingir os seguintes objetivos: • compreender o sentido de men-
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CLASSE MULTISSERIADA sagens orais e escritas, desenvolFigur a 1 vendo a capacidade de analisá-las criticamente; • utilizar a linguagem oral e escrita de modo eficaz e adequado a diferentes situações, com precisão e coerência, expressando suas idéias, apresentando razões e argumentos, enviando suas mensagens, defendendo suas posições. Os conteúdos conceituais e os conteúdos atitudinais são válidos para as duas sugestões. Para os conceituais, apontaverbais (Figuras 3 e 4). mos: Para iniciar a atividade, o pro• estrutura frasal – frase verbal e fessor reúne os alunos de 1a e 2a frase nominal; séries e entrega-lhes as fichas para • tipos de frases e pontuação; • características das frases, oraFigura 3 ções, parágrafos e tópico frasal. As atividades oportunizam o desenvolvimento da atenção, do raciocínio lógico, da capacidade de análise crítica da produção textual e de participação responsável em diferentes situações. Para os atitudinais, foram definidos: • participar atenta e responsavelmente de todas as atividades; • realizar corretamente as tarefas propostas pelo professor.
Figur a 2
que as examinem. Depois, solicita a eles que digam o que pensam do material e o que podem fazer com ele. O professor deverá ficar atento ao que as crianças falam e pedirá a elas que mostrem que tipo de pontuação usariam para cada frase. Pergunta-lhes o que significa cada cena e que palavras usamos para dizer o que vemos nas figuras. O professor pode orientar os alunos de 2a série para que auxiliem os menores. A partir das gravuras, o professor escreve, no quadro-de-giz, palavras para que as crianças formem frases com elas. Para as crianças que ainda não dominam a escrita, o professor pode solicitar que façam oralmente as frases. Para as últimas tarefas da atividade, o professor prepara, em primeiro lugar, fichas de cartolina com palavras ou expressões, como o exemplo do Quadro 1. Depois, orienta os alunos para que ordenem as palavras para formar idéias completas (frases) e as coloquem sobre as mesas do grupo, abaixo das gravuras que repre-
Figura 4
ATIVIDADE 1 10 ciclo (1a e 2a séries) Título Formando frases
Conteúdos procedimentais O professor deverá organizar os alunos em grupo e preparar o seguinte material: • fichas de cartolina (3 cm x 3 cm) com sinais de pontuação. Exemplos:
•
!
?
...
• fichas de cartolina (15cm x 15 cm) com cenas onde apareçam frases nominais (Figuras 1 e 2). • fichas de cartolina (15 cm x 15 cm) com gravuras (cenas coladas ou desenhadas) que representem frases
l ll
QUADRO 1l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l
Socorro
Bom
di a
A
corda
!
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•
...
pula
menina
não
horta
homem
trabalha
na
bonita
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CLASSE MULTISSERIADA sentam as idéias formadas. Após a ordenação das palavras formando frases(nominais ou verbais), o professor prepara, junto com os alunos, um dominóadaptado de frases, em fichas de cartolina. Por exemplo: O barco
em alto mar.
navega
Podem ser preparadas de 10 a 12 frases, divididas em 3 ou 4 peças cada uma. O número de peças (ou fichas) pode oscilar de 30 a 48. Para realizar o jogo do dominó adaptado, o professor embaralha bem as peças e as distribui entre os alunos. O objetivo do jogo é que, com os pedaços de frases, se formem as frases inteiras, gramatical e semanticamente corretas. Cadaaluno deve procurar, junto aos colegas, os pedaços que correspondem às peças que possui, provocando dessa forma um verdadeiro troca-troca de peças para que as frases possam ser completadas. O professor pode tornar mais complexas as frases, exigindo com isso um raciocínio mais apurado, na medida do desenvolvimento dos seus alunos, como o exemplo do Quadro 2.
ATIVIDADE 2 20 ciclo (3a e 4a séries) 30 ciclo (5a série) Título M anchetes
Conteúdos procedimentais Para a realização desta atividall l
QUADRO 2l l l l l l l l
As cores
vermelhas,
das flores
amarelas e
azuis.
das pétalas
são
de, o professor deverá: • recortar manchetes de jornais e revistas, separando as palavras uma a uma. Estas manchetes deverão ser de diferentes páginas de jornais e de revistas, sobre temas diferentes: cultura, educação, economia, política, direitos humanos, ecologia, etc.; • misturar bem as palavras e distribuí-las em tantos envelopes quantos forem necessários. Então, cada envelope deverá conter palavras de várias manchetes, de diferentes páginas de revistas e de jornais, num máximo de 20 palavras; • providenciar, com cordão, um varal, num canto da sala de aula; • solicitar aos alunos de 3a, 4 a e 5 a séries que se organizem em duplas, entregando um envelope fechado a cada dupla e propondo uma competição; • explicar às duplas como será o jogo: - abrir o envelope, quando for dado o sinal, separar as palavras, examiná-las atentamente e procurar, se necessário, o significado de alguma delas no dicionário; - iniciar o trabalho, elaborando o maior número de novas manchetes, utilizando todas as palavras do envelope; - aproveitar as manchetes criadas e elaborar pequenas frases ou notícias; - realizar a tarefa no menor tempo possível; - colar suas manchetes, frases ou notícias em folhas de papel ofício e pendurá-las no varal, concluindo a tarefa. O professor deverá orientar as duplas a escolherem um representante para fazer a avaliação dos trabalhos, juntamente com o professor, de acordo com os critérios expressos no Quadro 3. A equipe de avaliação lê, analisa, julga e confere os pontos aos trabalhos. Será vencedora a dupla que somar o maior número de pontos. Uma observação se faz neces-
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QUADRO 3llllllll
ÂOrganização
lógica da manchete, das frases ou das pequenas notícias 10 pontos ÂOriginalidade
da manchete, das frases ou das 10 pontos pequenas notícias ÂMenor
tempo de elaboração da tarefa Total
10 pontos 30 pontos
sária: o professor deve estar atento às possibilidades de seus alunos, na escolha das palavras das manchetes que lhes oferece nos envelopes. Muitas outras atividades poderão ser realizadas aproveitando-se esse material. BIBLIOGRAFIA BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1964. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa, 1a a 4a série. Brasília, 1 997. ______. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa, 5a a 8 a séries. Brasília, 1998. BUYSSENS, Eric. Semiologia e comunicação lin- güística. São Paulo: Cultrix, 1972. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüís- tica. São Paulo: Scipione, 1989. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa mo- derna. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1967. GREIMAS, Algirdas J. Semântica estrutural. São Paulo: Cultrix, 1973. LANGACKER, Ronald W. A linguagem e sua es- trutura. Petrópolis: Vozes, 1972. LENTIN, Laurence. A criança e a linguagem oral: ensinar a falar, onde? quando? como? Lisboa: Livros Horizonte, 1981. MOURA, Myrtes S. de; RAMOS, Dione. Objeti- vo: comunicação , uma proposta de estudo. Porto Alegre: Redacta/Prodil, 1980 . TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a escrever: perspectivas psicológicas e implicações educacionais. São Paulo: Ática, 1994. TEBEROSKY, Ana; TOLCHINSKY, Liliana. M ás allá de la alfabetización. Buenos Aires: Santillana, 1995. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991. VYGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendiza- gem. São Paulo: Ícone, 1988.
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