LIVRO UNIDADE 1
Estética e História da Arte
Estética, história e discurso
Ariadne Catanzaro
Estética, história e discurso
Ariadne Catanzaro
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Sumário Unidade 1 | Estética, história e discurso
Seção 1.1 - Introdução: O homem e a arte Seção 1.2 - Pré-história: a arte e suas origens Seção 1.3 - Estética na Antiguidade I Seção 1.4 - Estética na Antiguidade II
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Palavras do autor Caro aluno, seja bem-vindo! Este livro didático foi desenvolvido com o objetivo de expor a História da Arte, abordando seu trajeto desde a sua origem até a Idade Contemporânea. Conhecer a História da Arte é um elemento que certamente fará diferença em sua evolução no mercado de trabalho. A sensibilidade desenvolvida com este estudo, as reflexões propostas e os questionamentos apresentados farão de você um profissional notório, pois servirão como base para futuras criações e elaborações, sem ignorar o que já foi feito e as referências necessárias a cada projeto. Este material tem o intuito de possibilitar conhecimento e aptidão para atender às necessidades do mercado, consciente de questões históricas, que farão diferença em seu contínuo processo de atualização, aperfeiçoamento e evolução profissional. Seu papel é muito importante nesta trajetória de conhecimento das diferentes extensões da arte e para constatar suas competências e identificações. Nosso trabalho em Estética e História da Arte irá se referir aos movimentos e manifestações artísticas que representaram um papel de grande importância para a sociedade de cada período retratado, assim como para as sociedades seguintes. Este conhecimento permitirá um crescimento pessoal e profissional a partir de um perfil mais reflexivo, com habilidade de observação e conhecimento artístico e histórico, além da referência e bagagem cultural, que, certamente, faz muita diferença no mercado de trabalho. Isso também lhe permitirá ser um profissional mais crítico e com mais conteúdo, pronto para enfrentar projetos encantadores e desafiadores num futuro profissional criterioso. Para que você compreenda melhor este livro: na Unidade 1, estudaremos conceito e função da Arte; Arte pré-histórica e arte na antiguidade. Na Unidade 2, vamos conhecer a Arte Medieval: Romântica, Gótica, Barroca e Renascentista. A Unidade 3 nos apresentará os movimentos de vanguarda do século XX. Vamos também abordar obra de arte na era da reprodutibilidade técnica; e a função do artista na comunicação: o diretor de arte no cinema e na TV; figurino e cenografia; arte e videoclipe; arte e publicidade. Na Unidade 4, veremos os novos paradigmas da arte. E é aqui que a nossa trajetória pela História da Arte começa. Nós esperamos que você goste deste material da mesma maneira que nós gostamos de desenvolvê-lo. Bom trabalho!
Unidade 1
ESTÉTICA, HISTÓRIA E DISCURSO
Convite ao estudo Seja bem-vindo! O caminho que vamos trilhar é certamente muito interessante. Nosso objetivo é conhecer os fundamentos teóricos e aspectos históricos sobre estética e arte na perspectiva da filosofia das artes. A Unidade 1 do seu Livro Didático te convida a conhecer o universo da arte e da estética. Na seção 1.1 serão abordados os conceitos de arte e estética, o que se estuda em história da arte, como a história da arte se divide, a função da arte e o papel social do artista. Na seção 1.2 focaremos o nosso estudo na arte da Pré-História: arte rupestre; Lascaux; Altamira; e na arte pré-histórica brasileira. As seções 1.3 e 1.4 são dedicadas à arte na Antiguidade: Arte Mesopotâmica, Arte Egípcia, Arte Grega e Arte Romana. Para combinarmos os conteúdos teóricos com a situação geradora de aprendizagem, vamos conhecer a Mosaico Galeria de Arte. E você foi contrato para trabalhar lá, no departamento de pesquisa, curadoria e história da arte. Suas atribuições exigirão colocar em prática todo nosso conhecimento na produção do evento ArteVisão. Esta galeria possui um grande acervo de pinturas e esculturas que ficam em exposições permanentes, abertas ao público. O estabelecimento ainda promove eventos culturais, cursos de artes e fóruns de discussão. A Mosaico é uma galeria nova, porém com projetos bem pertinentes, que já a colocaram na mídia com boas referências. Isso tem atraído cada vez mais o
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público, para cursos, eventos, exposições e fóruns de discussão sobre arte. Você terá muitos desafios neste novo emprego, como produzir eventos, elaborar apresentações didáticas, organizar encontros, realizar pesquisas, conceber, montar e supervisionar exposições de arte, executar e revisar catálogos da galeria. No evento ArteVisão você receberá na Galeria alunos de uma escola de ensino médio, entre 15 e 18 anos. Este evento tem o objetivo de aproximar estes jovens do universo da arte, com palestras, exposições, discussões, experimentações e cursos práticos. Cada seção deste Livro Didático trará uma atividade profissional a ser realizada, colocando em prática o conteúdo estudado neste material, no qual você encontrará elementos interessantes que lhe auxiliarão no processo criativo para a execução de um evento surpreendente.
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Seção 1.1
O homem e a arte Diálogo aberto Na primeira seção do seu livro didático, você terá acesso a uma reflexão sobre o papel da arte e a relação que ela tem com as principais transformações socioculturais. Através do conhecimento adquirido nesta seção, você irá realizar seu primeiro trabalho na galeria onde foi convidado para trabalhar: a Mosaico Galeria de Arte, atuando primeiramente no departamento de pesquisa, curadoria e história da arte. Seu primeiro desafio nesta galeria será a organização de um evento direcionado a alunos do ensino médio: o ArteVisão. Este evento irá durar 4 dias, e o principal objetivo é que estes alunos tenham contato com a arte em vários sentidos: no primeiro dia de evento você irá realizar uma apresentação sobre “o que é arte e quais são suas principais manifestações”. Será que este público sabe o que é estética? Será que tem interesse na história da arte? Você acha que seria interessante provocar a curiosidade deles para a importância da arte como forma de expressão da realidade e, por isso, como forma de compreender o passado? Será que visto desta forma o artista passa a ter um papel diferente do que lhe atribuímos no dia a dia? Você acaba de receber um e-mail da coordenadora da escola de ensino médio que foi convidada para o evento ArteVisão, na Mosaico Galeria de Arte. Ela diz que os alunos estão bem empolgados com o evento e agradece a oportunidade. E você, também está entusiasmado com o evento? Então, mãos à obra, porque temos muito trabalho pela frente! Pronto para começar?
Não pode faltar Você já parou para pensar o que é arte?
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Vamos refletir juntos: o que você considera arte? Podemos usar como exemplos uma série de manifestações artísticas, como: pintura, escultura, desenho, música, dança, teatro, cinema, instalações, grafite, entre outros.
Exemplificando
Figura 1.1 | Estátua de Tutmés III. Granito Preto. Museu Egípcio
Fonte: Disponível em:
. Acesso em: 26 set. 2015.
Figura 1.2 | O Grito, de Edvard Munch. (Óleo sobre madeira, Oslo, MunchMuseet)
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2015.
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Figura 1.3 | Ballet Stagium. Foto: EmidioLuisi
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2015.
Figura 1.4 | Grafite “O beijo” de Eduardo Kobra, em Manhattan
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2015.
Ao olhar estas imagens, você consegue perceber de que época elas são? São imagens de épocas bem distintas: 1: Egito antigo, cerca de 4000 anos a.C.;2: 1853; 3 e 4: século XX e XXI. Podemos perceber que o que elas têm em comum é o fato de serem manifestações artísticas, cada uma referente à sua época.
Estas manifestações artísticas estão diretamente ligadas às transformações pelas quais cada período histórico passou, ou seja, estudar a história da arte é também estudar a história do mundo, já que a arte é um reflexo, ou uma forma de expressar os acontecimentos sociais e as consequências culturais das mudanças que a sociedade enfrenta.
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Assimile
Você sabe o que é estética? É uma área da filosofia que estuda o belo, ou seja, tudo o que desperta emoção estética através da contemplação, e o sentimento que ele suscita nos homens. É uma palavra que tem sua origem no grego: aesthesis, que significa “conhecimento sensorial; sensibilidade”.
Vamos passear por esta história. A arte registra os testemunhos visuais de povos que viveram há muitos e muitos anos na Terra. Os primeiros registros artísticos são objetos utilitários, desenhos e pinturas em cavernas, construções e pequenas estatuetas.
Figura 1.5 | “Vênus de Willendorf” - 25.000 a.C.- Museu de História Natural de Viena
Fonte: Disponível em:
Através destes registros, é possível compreender como viveram povos antigos, já que a arte traduz sinais, formas e cores que correspondem a pensamentos e acontecimentos de determinadas épocas. Para estudar a História da Arte é importante que investiguemos etapas da história, fatos marcantes e os principais momentos de transformações.
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Reflita
Nesta linha do tempo há os principais períodos da história da arte e as manifestações que marcaram cada época. PRÉ-HISTÓRIA • De 35.000 a.C. ao surgimento da escrita • Arte pré-Histórica: Arte rupestre;
HISTÓRIA MEDIEVAL • De 476 até 1453, queda do Império Romano do Oriente • Arte Românica; Arte Gótica
HISTÓRIA ANTIGA • 4.000 a.C., surgimento da escrita, até ano 476 d.C. queda do Império Romano do Ocidente (Roma) • Arte Mesopotâmica; Egípcia; Grega e Romana
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA • A partir de 1789 • Neoclassicismo • As vanguardas • Arte conceitual • Arte e tecnologia
HISTÓRIA MODERNA • De 1453 até 1789, Revolução Francesa • Renascimento • Arte Barroca • O século XIX: Impressionismo
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“Anos, séculos, milênios: Dentro do período denominado MUNDO ANTIGO, o ano 0 corresponde ao divisor de águas entre o mundo pagão e o mundo cristão; os anos precedentes ao nascimento de Jesus são indicados por um número acompanhado da sigla a.C., ao passo que aqueles sucessivos são indicados simplesmente pelo número. Os anos de 0 a 99 estão compreendidos no século I; os de 100 a 199, no século II; e assim por diante” (PRETTE, 2008, p. 114).
Neste livro didático faremos uma viagem por esta história, compreendendo cada período e suas manifestações artísticas. Nossa viagem começa lá nos mais antigos registros, que os arqueólogos trouxeram para o nosso conhecimento: imagens de desenhos em cavernas ou objetos de necessidade básica do homem pré-histórico. Imagina-se que estes registros expressam crenças comuns ou que possuam uma espécie de significado mágico. Com o surgimento da civilização do Egito, que contava com uma organização
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social mais complexa, onde há uma hierarquia que divide o papel de cada classe social, a arte assume uma atribuição importante, representando o prestígio dos mais poderosos. Os egípcios acreditavam na vida após a morte e, por isso, erguiam imensos túmulos e templos funerários, que representam os monumentos mais expressivos e importantes da arte egípcia (FARTHING, 2011, p. 8). Figura 1.6 | Túmulo de Ti, Saqqaua (2450 a.C., -2325 a.C.)
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2015.
Para os gregos a arte está conectada à inteligência e não à espiritualidade, como para os egípcios. Os gregos contemplam o racionalismo, a beleza, o homem e a democracia. Seus templos são simétricos, com imensas colunas. Na arte de cerâmica, os vasos gregos são famosos pelo equilíbrio e harmonia entre cores e ornamentos. As esculturas possuem padrões insuperáveis, pela perfeição das formas atingida pelos artistas gregos. Depois do nascimento de Cristo, no século VI, a arte passa por um longo período servindo à religião. A Arte Bizantina dava aos artistas um papel de executor, ou seja, um “funcionário” capaz de confeccionar mosaicos que, além de ornamentar paredes, tinham o principal objetivo de instruir os fieis, recontando mitos religiosos. A atenção da arte também
Figura 1.7 | Diadúmeno, do artista Policleto, século V a.C., Museu Arqueológico Nacional de Atenas
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2015.
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estava focada na arquitetura de igrejas, com a construção espaços grandes e muito decorados. A Idade Média tem início no ano de 476, com o fim do Império Romano, e a arte desta época valoriza a religião cristã em todos os aspectos da vida medieval. É o surgimento da Arte Romântica. Poucas pessoas sabiam ler, e a igreja católica utilizou pinturas e esculturas para relatar histórias da Bíblia e disseminar os princípios religiosos. Ainda na idade média, a Arte Gótica apresenta mudanças que conduzem a uma renovação, sobretudo, na arquitetura de grandes edifícios que expressam grandiosidade, voltados sempre a um Deus superior. Na prática percebemos que toda a estética desta época projeta-se na direção do céu. Figura 1.8 | Catedral de Colônia, Alemanha, 1248. Arquitetura Gótica
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2015.
Entre 1300 e 1650 deu-se o período do Renascimento, ou Renascença, com muitos progressos na arte, na literatura e na ciência, com a valorização do homem e da natureza, e não mais do divino e sobrenatural. Você certamente conhece algumas obras renascentistas, como o teto da Capela Sistina, de Michelangelo, ou a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci (GOMBRICH, 2008, p. 307). Figura 1.9 | O teto da Capela Sistina é constituído por um extenso afresco, concebido por Michelangelo entre 1508 e 1512
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2015.
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No século XVII originou-se na Itália a Arte Barroca, quando predominam as emoções, pois se trata de um período de conflitos religiosos, e o barroco representa o objetivo da igreja católica de impressionar o observador através de efeitos decorativos, ornamentos exagerados e incríveis contrastes e efeitos de luz e sombra. Nos séculos XVII e XIX a arte voltou-se mais para a corte, e os artistas debruçavamse em retratos das famílias reais, e suas glórias e notoriedade. Com o crescimento da sociedade burguesa, as obras de arte passaram a representar status, e os ricos comerciantes encomendavam retratos dos artistas em voga como forma de ostentar sua riqueza e seu prestígio. Pesquise mais
FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. Este livro é um guia dos movimentos mais importantes de todos os tempos. Este material abrange todos os gêneros artísticos, da pintura e esculturas tradicionais à arte contemporânea. Com a chegada do século XIX, e as principais mudanças sociais e transformações tecnológicas, os pintores passaram a ter acesso a novos tipos de tintas, que possibilitavam o trabalho ao ar livre e não somente em estúdios. Novas cores e tonalidades também surgiram e os estilos artísticos expandiram e se diversificaram. Com a ascensão do imperialismo, os artistas passaram a viajar mais, o que trouxe elementos e paisagens exóticas às telas. O século XX chega com um turbilhão de transformações e a arte atinge o auge do experimentalismo. As grandes guerras também influenciaram os caminhos da arte, e alguns artistas criaram manifestações que questionavam o sentido e o significado da arte. O Dadaísmo teve seu momento de maior atividade em Paris entre 1919 e 1922, durante e após a Primeira Guerra Mundial, à medida que jovens artistas se agrupavam com o objetivo de expressar seu desprezo pelo conflito. Para eles, os horrores da guerra atestavam a hipocrisia de todos os valores estabelecidos. O objetivo principal do Dadaísmo era a disseminação de valores anarquistas. O “mito” do artista foi refutado por Andy Warhol, que provocou a sociedade ao exaltar o objeto cotidiano, como, por exemplo, uma lata de sopa de tomate (PRETTE, 2008, p. 349). Como você pode perceber, a relação do homem com a arte é antiga, e ela faz parte da evolução histórica. O artista teve desde o princípio um papel social importante, de, por vezes transformador e outras, narrador da história. Não há apenas uma definição para arte, assim como não há um único sentido para ela. A
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arte está ligada ao “fazer”, “expressar-se”, “manifestar-se”. A arte sensibiliza, modifica o olhar, a escuta, as reflexões. A arte questiona, embeleza, também choca e abala. Não há apenas um caminho a ser percorrido para estudar e para fazer arte, porém é um trajeto encantador. Este Livro Didático te convida a desbravar este caminho, com olhos atentos. A estrada é longa e os detalhes, riquíssimos. Acredite, essa é uma caminhada que vale a pena trilhar. Faça você mesmo
Reflita sobre o que você considera arte. Pesquise mais a respeito dos movimentos artísticos que você conhece, e escreva um breve texto defendendo sua opinião.
Sem medo de errar O evento ArteVisão tem o objetivo de criar uma familiaridade dos alunos com o universo da arte. O intuito é sensibilizá-los a compreender e fazer arte. O primeiro dia de evento contará com sua apresentação de introdução à arte: “o que é arte e quais são suas principais manifestações”. Você tem a liberdade de repensar este título, para utilizar uma linguagem mais próxima do público com quem estamos trabalhando: jovens entre 15 e 18 anos de idade. Sua apresentação durará em média 20 minutos, e você deverá abordar os principais pontos da história da arte, como, por exemplo, a relação que ela tem com os principais acontecimentos da história. Apresente também algumas manifestações artísticas que os alunos provavelmente já conheçam, como a Mona Lisa, o teto da Capela Sistina, ou manifestações contemporâneas como dança, música ou grafite. Esta seção te apresentou ao universo da estética e da arte, e os principais conceitos abordados foram: o que é arte, qual é o papel social do artista e o que é estética. Abordamos os principais acontecimentos sociais e significativos movimentos artísticos ao longo da História da Arte. Além do seu livro didático, estenda sua pesquisa aos livros e links indicados em seu web roteiro. Prepare um esboço da sua apresentação, com os principais pontos a serem abordados e imagens que ilustrem de maneira didática e interessante.
Atenção!
A relação do homem com a arte é antiga, e ela faz parte da evolução
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histórica. O artista teve desde o princípio um papel social importante, por vezes, de transformar e outras, de narrador da história. Não há apenas uma definição para arte, assim como não há um único sentido para ela. A arte está ligada ao “fazer”, “expressar-se”, “manifestar-se”.
Lembre-se
Cite sempre a fonte da imagem que você está utilizando em suas apresentações ou trabalhos escritos. Para citar uma imagem alojada em uma instituição, como um museu de arte, inclua o nome do artista, nome da imagem, ano de criação, meio de arte e o nome da instituição.
Avançando na prática Pratique mais Instrução Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de seus colegas.
“ART TV” 1. Competências de Fundamentação de Área
Ser capaz de elaborar um projeto criativo para um programa de TV com o objetivo de ensinar História da Arte.
2. Objetivos de aprendizagem
Reconhecer a importância da relação da arte com o homem, e o papel social que o artista exerceu desde os tempos da pré-história.
3. Conteúdos relacionados
Conceito de arte; Conceito de Estética; Função da Arte; O papel social do artista.
4. Descrição da SP
Você foi convidado para elaborar um roteiro de um programa piloto, com duração de 10 minutos, para uma série de programetes sobre História da Arte.
5. Resolução da SP
Escreva um argumento para o primeiro programa da série: suas principais ideias, o que pode ser abordado e apresentado neste episódio e quais caminhos deverão ser seguidos para a pesquisa de conteúdo para este programa. Pense também na locação da gravação: seria gravado em estúdio? Como seria o cenário? Em um museu? Qual? Em uma galeria? Em uma loja de artigos para pintura? Qual seria o perfil do apresentador? Justifique suas escolhas.
Lembre-se
O que é arte? Podemos usar como exemplos uma série de manifestações artísticas, como: pintura, escultura, desenho, música, dança, teatro, cinema, instalações, grafite, entre outros.
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Faça você mesmo
Vamos trabalhar nossos olhares e nossas percepções: Escolha uma das manifestações acima: pintura, escultura, desenho, música, dança, teatro, cinema, instalações ou grafite. Escolha uma delas e faça uma pesquisa mais detalhada. Escolha um artista que lhe cause interesse, e escreva um pequeno texto sobre o que lhe chama atenção neste trabalho.
Faça valer a pena! 1. Texto
base: “À medida que o século XXI avança, mais e mais pessoas no mundo inteiro se dão conta da existência da arte. Museus e galerias informam, com orgulho, quantidades espetaculares de visitantes, não apenas em exposições dos grandes mestres, mas também em mostras de artistas contemporâneos e suas obras novas e polêmicas. O apetite por todas as modalidades de arte está sempre aumentando, e as multidões com frequência convergem para instalações incríveis com o fervor de peregrinos em grandes festivais religiosos” (FARTHING, 2011, p. 6.). O que é arte? A. Não há apenas uma definição para arte. Está ligado l igado a “fazer”, “expressarse”, “manifestar-se”, sensibilizar, sensibilizar, modificar o olhar, a escuta e as reflexões. B. É somente o que é realizado por um artista sem o intuito de comércio, através de manifestações culturais. C. São eventos culturais que reúnem várias manifestações artísticas como dança, teatro, pintura e música. D. É a possibilidade de executar um projeto artístico e ser reconhecido como artista. E. É uma área de estudo da filosofia que estuda o belo e a emoção que este causa no homem que o contempla.
2. Texto
Base: “A partir do simbolismo, passando pelo dadaísmo e pelo surrealismo, até chegar à arte conceitual, os artistas declaram que a verdadeira função da arte não era retratar a realidade, mas representar os mundos internos da emoção, dos estados de espírito e da sensibilidade.” (DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos. São Paulo: Cosac Naify, 2003). Quais das seguintes manifestações são consideradas manifestações artísticas? A. Ciência, entretenimento e estudo de idiomas.
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B. Dança, literatura e ciência. C. Teatro, matemática, esportes e pintura. D. Dança, teatro, pintura, desenho e grafite. E. Ciência, esporte e matemática.
3. Texto
Base: Veja este trecho do seu livro didático: “Com a chegada do século XIX, e as principais mudanças sociais e transformações tecnológicas, os pintores passaram a ter acesso a novos tipos de tintas, que possibilitavam o trabalho ao ar livre, e não somente em estúdios. Novas cores e tonalidades também surgiram e os estilos artísticos expandiram e se diversificaram. Com a ascensão do imperialismo, os artistas passaram a viajar mais, o que trouxe elementos e paisagens exóticas às telas”. Qual é a relação entre a arte e as transformações socioculturais e políticas? A. Nenhuma. A arte não possui nenhuma responsabilidade relacionada à política, sociedade ou religião. B. A arte teve apenas relação com estas transformações na Idade Média, onde estava ligada diretamente à igreja. C. A arte copia a vida e as transformações sociais. D. A arte é um reflexo, ou uma forma de expressar os acontecimentos sociais e as consequências culturais das mudanças que a sociedade enfrenta. E. Apenas na pré-história esta relação era possível, porém parou de existir depois que o homem inventou a escrita.
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Seção 1.2
Pré-história: a arte e suas origens Diálogo aberto O seu dia a dia na Mosaico Galeria de Arte é muito agitado e muito interessante! Você continua na produção e na curadoria do evento ArteVisão, que receberá durante quatro dias, alunos de ensino médio, e o principal objetivo é que estes alunos entrem em contato com a arte, a partir de uma sensibilização do olhar e da experiência do fazer arte. No segundo dia de evento, os alunos irão visitar uma exposição que estará em cartaz na Mosaico Galeria de Arte. Trata-se de uma exposição fotográfica, com foco em antropologia visual. O fotógrafo é Mario Friedlander, especializado em documentações de natureza, arte rupestre, arqueologia e povos tradicionais. Você está organizando esta exposição e treinando os monitores da galeria, que receberão os alunos e darão explicações sobre as fotos e a respeito do trabalho deste fotógrafo, sobretudo em relação à arte rupestre. Será que os monitores e alunos sabem o que é isso? Será que já ouviram falar nas cavernas de Lascaux e Altamira? E de Niède Gidon, uma das maiores autoridades brasileiras sobre o assunto? O que será que eles precisam saber a respeito destas coisas, para aproveitar a visita à Galeria? Vamos trabalhar nisso?
Não pode faltar Um começo extraordinário Você sabe quais foram os primeiros registros de arte da humanidade? Nós geralmente desconhecemos o início da arte, e pouco sabemos sobre o sentido que ela tinha para o homem pré-histórico. A arte rupestre, como são chamados os desenhos produzidos em pedras ou no interior das cavernas, criados provavelmente por caçadores da Idade da Pedra, é o
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primeiro registro ao qual temos conhecimento. Trata-se de uma prática que os povos antigos nutriam pintando e entalhando rochas ou mesmo empilhando pedras com o objetivo de formar grandes desenhos no chão (FARTHING, 2011, p. 16) Outro registro de arte pré-histórica são as pequenas estatuetas femininas, feitas a partir de pedra lascada. Objetos de uso cotidiano também são considerados peças de arte pré-histórica, e nós o convidamos a aprofundar-se neste universo sedutor, misterioso e fascinante. Preparado?
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Para compreendermos a arte na pré-história é importante assimilarmos os diferentes períodos e suas características:
O Paleolítico: época em que o homem morava em cavernas e disputava sua moradia com animais selvagens. O homem dependia completamente das condições climáticas e, por isso, tinha uma forma de vida nômade, ou seja, não podia ter uma habitação fixa, já que em determinadas épocas do ano, em virtude do clima, ele tinha que se mudar a procura de animais que lhe serviam como alimento. A caça era sua principal forma de alimentação e sobrevivência, além da pesca e a coleta de frutas ou raízes. O Neolítico: período em que as mudanças climáticas na Europa possibilitaram que o homem não precisasse mais do nomadismo. Com a extinção de espécies de grandes animais, que representavam uma grande ameaça, o homem passou a viver das primeiras formas de agricultura, o que favorecia a vida sedentária, ou seja, em moradia fixa, que eram primeiramente cabanas, e em seguida, aldeias. Figura 1.10 | “Linha do tempo: Pré-História”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
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Começaremos então pelo Paleolítico. A vida do homem pré-histórico era extremamente difícil, em um ambiente hostil e ameaçador. Não é fácil interpretar o pensamento de alguém que viveu há tantos anos, mas há muitos estudos que podem nos sinalizar o significado que estas pinturas podem ter (PRETTE, 2008, p. 118). Um exemplo muito rico são as paredes de cavernas do norte da Espanha e sudoeste da França, onde foram encontradas pinturas de uma imponência particular. São elas Altamira (Espanha) e Lascaux (França). Figura 1.11 | “Altamira, Espanha, 12.000 a.C.”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
Na caverna de Altamira há representações de bisões, mamutes e renas, animais de caça. Essas imagens foram pintadas com terras coloridas, carvão e gordura animal, e estão localizadas em locais quase inacessíveis da caverna, que provavelmente não serviam como locais de permanência. Os arqueólogos também identificaram marcas de flechas sobre as imagens, o que nos sinaliza que estas pinturas podiam ter dois significados: serviam como treinos e ensinamentos sobre técnicas de caça, assim como uma espécie de culto mágico que evoca forças sobrenaturais que ajudam o homem a dominar seu espaço e vencer estas feras inimigas, que hostilizavam a sobrevivência humana.
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Reflita
“A explicação mais provável para essas pinturas rupestres ainda é a de que se trata das mais antigas relíquias de crença universal no poder produzido pelas imagens, dito em outras palavras, parece que esses caçadores primitivos imaginavam que, se fizessem uma imagem da sua presa – e até a espicaçassem com suas lanças e machados de pedra –, os animais verdadeiros também sucumbiriam ao seu poder” (GOMBRICH, 2008, p. 42) Agora, vamos refletir juntos: será que todos os homens pré-históricos possuíam esta habilidade com a pintura? Não precisamos voltar 40 mil anos para respondermos a esta pergunta. Olhe ao seu redor. Quantos dos seus amigos possuem esta habilidade? Certamente, como nos dias de hoje, lá na pré-história, também apenas alguns dos homens tinham este talento, e são estes os artistas pré-históricos. Existem alguns estudos que afirmam que estes pintores eram até mesmo solicitados em outras cavernas para desempenhar sua função artística. Figura 1.12 | “Lascaux, França. 14.000”
Fonte: Disponível em:
Na gruta de Lascaux, na França, há pinturas datadas de 14.000 a.C. que representam cavalos e bovídeos. Para estas pinturas o homem pré-histórico utilizava terras coloridas:
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ocras marrons, amarelas e vermelhas. Eles usavam os dedos ou pincéis feitos com pelos de animais. Nos desenhos destas cavernas não há representações humanas, apenas cenas relacionadas às caças, porém há também registro de esculturas na pré-história, e estas, sim, possuem interpretações do corpo humano (BAUMGART, 2007, p. 6). Várias estatuetas femininas foram encontradas, e todas elas datam do período Paleolítico. Os arqueólogos as denominaram de Vênus, acreditando que elas correspondiam a um ideal de beleza da época. Vamos conhecer algumas delas! Figura1.13 | “Vênus de Willendorf. C. 20.000 a.C. Museu de História Natural de Viena”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
A escultura em rocha com cerca de 10,5 cm de altura, de uma figura feminina nua, foi encontrada na Áustria e ficou conhecida como A Vênus de Willendorf. A pequena escultura data de cerca de 20.000 a.C. e sua interpretação está relacionada à magia da fertilidade, principalmente pelo fato dos seios, o ventre e o sexo estarem realçados na escultura.
A Vênus não pretende ser um retrato realista, mas uma idealização da figura feminina. A vulva, seios e barriga são extremamente volumosos, de onde se infere que tenha uma relação forte com o conceito da fertilidade. Os braços, muito frágeis e quase imperceptíveis, dobram-se sobre os seios e
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não têm uma face visível, sendo a cabeça coberta do que podem ser rolos de tranças, um tipo de penteado ou mesmo vários olhos (SANTOS, 2013, p. 409). Figura 1.14 | “Vênus de Brassempouy. Pequena cabeça de mulher, marfim trabalhado com instrumento de pedra lascada, altura de 3 cm, datada entre 16.000 e 10.000 a.C., proveniente de Brassempouy-Landes, Saint Germain-em-Laye. Paris, Museu das Antiguidades Nacionais da França”
Fonte: Disponível em:
Figura 1.15 | “Vênus de Laussel. Figura feminina obesa, talhada numa rocha, 46 cm de altura. Representa uma mulher de perfil, segurando um chifre de bisão. Datada entre 27.000 e 18.000 a.C. Laussel, Dordogne.”
Fonte: Disponível em:
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Já no período Neolítico, o homem, vivendo de maneira sedentária e cultivando as primeiras formas de agricultura, a vida das comunidades e as suas técnicas de manufatura mudaram. Os instrumentos passaram a ser polidos e ter uma aparência bonita. As manifestações artísticas do Neolítico estão relacionadas ao uso da argila, que era útil para a fabricação de utensílios domésticos (PRETTE, 2008, p. 120).
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Figura 1.16 | “Utensílios de cerâmica pintada do período neolítico, com linhas geométricas como ornamentação”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
As gravuras rupestres da população neolítica também representam homens estilizados, e não mais somente animais e natureza. A Austrália é rica em arte rupestre. Na ilha de Murujuga, perto do arquipélago Dampier, na Austrália Ocidental, está localizado o maior complexo de entalhes na pedra do mundo, datados de 28.000 a.C. Essas imagens representam formas geométricas, além de desenhos realistas de cerimônias aborígines e animais como baleias, cangurus e tigres-da-tasmânia.
Exemplificando
Figura 1.17 | Arte rupestre, ilha de Murujuga. Petróglifos (entalhes na pedra) Austrália Ocidental”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
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O Brasil também tem muitos sítios arqueológicos onde podemos encontrar arte rupestre. As regiões com grande quantidade destes registros são: Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. Os temas da arte rupestre brasileira são praticamente os mesmos: caça, fertilidade, cotidiano. Niède Gidon é uma personalidade importante da arqueologia nacional. A arqueóloga brasileira, com descendência francesa, descobriu o esqueleto mais antigo do Brasil, de uma mulher que viveu há 9.800 anos. Niède também encontrou mais de 800 sítios pré-históricos, 426 são cavernas com pinturas rupestres, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, que é o único parque latino-americano incluído na lista da UNESCO como patrimônio histórico mundial. Figura 1.18 | “Arte rupestre: Toca do Salitre – Serra da Capivara – PI”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
Figura 1.19 | “Arte rupestre: Toca da entrada do Baixão da Vaca – Serra da Capivara – PI
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015
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Figura 1.20 | “Xique-xique IV – Seridó – RN”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
O que podemos concluir é que desde a pré-história, a atividade artística servia à comunicação e à interpretação do mundo. O primeiro legado da humanidade foram as pinturas e as esculturas. A partir da arte, e de ferramentas simples e utensílios domésticos, iniciamos a história da humanidade. Veremos na sequência desta seção, que as expressões de arte sempre existiram, talvez como necessidade de sobrevivência, talvez como ornamentação de objetos diários, talvez como puro deleite, porém, não há história da humanidade sem história da arte.
Pesquise mais
HILDEGARD, Feist. Arte rupestre. Editora Moderna. 2010. O livro trata das imagens desenhadas, pintadas ou gravadas que, na préhistória, os homens elaboraram em pedras, muitas delas em cavernas. Estes desenhos sobreviveram ao tempo.
Faça você mesmo
Pesquise mais sobre a arte rupestre no Brasil. Descubra onde estão localizadas e suas características principais.
Sem medo de errar Para preparar esta exposição você precisa levar em consideração os principais tópicos apresentados acima.
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Lembre-se de que a arte rupestre, como são chamados os desenhos produzidos em pedras ou no interior das cavernas, criados provavelmente por caçadores da Idade da Pedra, é o primeiro registro ao qual temos conhecimento. Trata-se de uma prática que os povos antigos nutriam pintando e entalhando rochas ou mesmo empilhando pedras com o objetivo de formar grandes desenhos no chão. Outro registro de arte pré-histórica são as pequenas estatuetas femininas, feitas a partir de pedra lascada e que nos mostram como os homens pré-históricos ‘viam’ as mulheres e quais de seus traços eram destacados. É importante destacar as regiões da Europa onde foram encontradas manifestações deste tipo de arte, como as cavernas da Espanha. Não se esqueça também de destacar a arte rupestre em nosso país. O Brasil também tem muitos sítios arqueológicos onde podemos encontrar arte rupestre. As regiões com grande quantidade destes registros são: Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. Os temas da arte rupestre brasileira são praticamente os mesmos: caça, fertilidade, cotidiano. Lembre-se também de destacar o papel de Niède Gidon na arqueologia brasileira. Com base nestas informações e nestes conceitos, seus visitantes e os monitores da Galeria terminarão o dia muito mais bem informados sobre a história da arte pré-histórica. Bom trabalho!
Atenção!
Arte pré-histórica é aquela produzida antes do aparecimento da escrita. Portanto, são alguns dos registros materiais mais importantes, senão os mais importantes, para conhecermos o pensamento e o modo de vida deste distante período.
Lembre-se
Niède Gidon é uma personalidade importante da arqueologia nacional. A arqueóloga brasileira, com descendência francesa, descobriu o esqueleto mais antigo do Brasil, de uma mulher que viveu há 9.800 anos. Niède também encontrou mais de 800 sítios pré-históricos, 426 são cavernas com pinturas rupestres, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, que é o único parque latino-americano incluído na lista da UNESCO como patrimônio histórico mundial.
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Avançando na prática Pratique mais Instrução Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de seus colegas.
“Rupestre Fashion” 1. Competência Geral
Ser capaz de elaborar um projeto de moda, a partir do conhecimento de arte rupestre
2. Objetivos de aprendizagem
Reconhecer a estética da arte pré-histórica e aplicá-la em um produto contemporâneo
3. Conteúdos relacionados
Arte rupestre; Lascaux; Altamira; Pequenas estatuetas.
4. Descrição da SP
Você é considerado um profissional especialista em Arte préhistórica. Uma marca de roupas te convidou para elaborar com eles o design de uma linha de roupas com elementos estéticos de arte rupestre.
5. Resolução da SP
Desenhe duas peças de roupas que contenham estas características estéticas, na estampa ou nas ilustrações, bordados ou até mesmo pinturas. Leve em conta os conhecimentos adquiridos nesta seção. Sugerimos que as peças sejam: uma camiseta masculina e um vestido longo.
Lembre-se
O Brasil também tem muitos sítios arqueológicos onde podemos encontrar arte rupestre. As regiões com grande quantidade destes registros são: Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. Os temas da arte rupestre brasileira são praticamente os mesmos: caça, fertilidade, cotidiano. Faça você mesmo
O ateliê Canudos design fez um trabalho parecido. Pesquise mais: Figura 1.21 | Trabalho ateliê Canudos design
Fonte: Disponível em:
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Faça valer a pena! 1. Desenhos
produzidos em pedras ou no interior das cavernas, criados provavelmente por caçadores da Idade da Pedra. Trata-se de uma prática que os povos antigos nutriam pintando e entalhando rochas ou mesmo empilhando pedras com o objetivo de formar grandes desenhos no chão. A que estamos nos referindo? a. Arte gótica. b. Arte rupestre. c. Arte na Idade Média. d. Arte primitiva. e. Arte na Antiguidade.
2. O que é paleolítico?
a. Desenhos produzidos em pedras ou no interior das cavernas. b. Pequenas estatuetas femininas. c. Período em que as mudanças climáticas na Europa possibilitaram a vida sedentária. d. Um sítio arqueológico localizado na Espanha. e. Época em que o homem morava em cavernas e disputava sua moradia com animais selvagens.
3. O que é Altamira?
a. Uma técnica utilizada em arte rupestre. b. Uma caverna no norte da Espanha, onde foram encontrados registros de arte rupestre. c. Uma galeria de arte em Portugal, especializada em arte pré-histórica. d. Uma caverna na França, com desenhos e pinturas na superfície das pedras. e. Uma estatueta de mulher nua que foi encontrada na Áustria.
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Seção 1.3
Estética na antiguidade I Diálogo aberto Chegamos à seção 1.3 do seu livro didático. Na seção 1.1 você teve acesso a uma reflexão sobre o papel da arte e a relação que ela tem com as principais transformações socioculturais. Na seção 1.2 você estudou a arte pré-histórica. Você aprendeu que a arte rupestre, como são chamados os desenhos produzidos em pedras ou no interior das cavernas, criados por caçadores da Idade da Pedra, é o primeiro registro ao qual temos conhecimento. E você sabe o que lhe aguarda nesta seção? Neste terceiro dia de visita à ArteVisão os alunos conhecerão um pouco sobre a história e a arte na Mesopotâmia e no Egito antigo. Para tornar o estudo mais interessante, você propôs para os visitantes um jogo: o quiz da História. Os monitores da galeria irão dividir o grupo de estudantes em duas equipes que deverão responder 5 perguntas sobre o Egito antigo. A equipe que acertar mais perguntas ganhará uma camiseta estilizada, e você será o responsável pela elaboração destas 5 perguntas (com base em seu livro didático, perguntas de múltipla escolha, 5 alternativas – a, b, c, d, e, e pela arte da camiseta. Lembre-se de que o tema deverá ser Egito Antigo. O que será que estes alunos precisam saber sobre o Egito e sobre a Mesopotâmia? Quais serão as manifestações artísticas, seus principais símbolos e o significado da arte destes locais tão fascinantes? Ao final da palestra, os estudantes assistirão a um vídeo e serão convidados a participar do jogo para colocar em prática o que eles aprenderam. Você deverá elaborar as questões, com múltipla escolha, para que os alunos respondam durante o jogo. O grupo vencedor ganhará uma camiseta, também elaborada por você. Leia o conteúdo a seguir e garanta a sua inspiração para mais este trabalho na Mosaico Galeria de Arte.
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Não pode faltar MESOPOTÂMIA Aqui começamos esta jornada da seção 1.3. Você já ouviu falar nos sumérios? Os sumérios ocupavam a Mesopotâmia, região de vale entre os rios Tigre e Eufrates, em 4000 a.C., e representavam um povo habilidoso e agrário, que foi capaz de constituir uma sociedade urbana próspera, comandada por reis, baseada num sistema teocrático. Esta civilização foi extremamente importante como base para a civilização ocidental, pois foi a pioneira de vários fatores importantes, como a primeira cidadeestado, Uruk, governada pelo rei Gilgamesh; a primeira religião estruturada numa hierarquia de deuses, homens e rituais; foi percussora também na primeira língua escrita conhecida: a cuneiforme; foi responsável pelos primeiros sistemas de irrigação para o cultivo de grãos e criaram os primeiros veículos sobre rodas que eram carroças de madeira e couro, que tinham um tronco como roda e eram puxados por onagros: uma espécie de cavalo, e estes veículos eram utilizados para o transporte de bens e de exércitos. As redes comerciais dos sumérios alcançavam a África, a Ásia e a Europa. A religião era muito importante nesta civilização, portanto, a arte e arquitetura sumérias expressavam crenças e rituais religiosos. Toda cidade suméria possuía um grande templo com formato de torre, construído com tijolo e argila. Seus templos não possuíam colunas e suas paredes eram grandes, com o objetivo de proporcionar uma forte sustentação. Suas construções tinham formas ovaladas, quadradas ou redondas. Os templos também tinham um aspecto de fortaleza, que mostrava que os sumérios eram uma civilização preparada para guerras e batalhas (PRETTE, 2008, p. 137). Figura 1.22 | Ziguarte de Ur
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
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Os palácios eram decorados com relevos, e pintados com cores vivas. Os poderosos reis dedicavam-se à caça de leões. Figura 1.23 | Baixo relevo com cena de caça sobre as paredes internas do palácio de Assurbanipal (645 a.C., Londres, British Museum)
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
Embora a arte da Mesopotâmia não tivesse como propósito a decoração de túmulos, também tinha que garantir que a imagem de homens poderosos se mantivesse viva, porém de maneira diferente dos egípcios (GOMBRICH, 2008, p. 70). Os reis mesopotâmios encomendavam monumentos para celebrar suas vitórias na guerra, como na imagem a seguir: Figura 1.24 | Monumento do rei Naramsin, c. 2270 a.C. Encontrado em Sura, pedra. Altura: 200 cm. Museu do Louvre, Paris
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
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EGITO ANTIGO Figura 1.25 | Gizé, as pirâmides, Miquerinos (c. 2575 a.C.), Quéfren (c. 2600 a.C.), Quéops (c. 2650 a.C.)
Fonte: Disponível em: Acesso em: 11 out. 2015.
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Quando pensamos em Egito, qual é a primeira coisa que vem na cabeça? Pirâmides! E você sabe qual é o significado destas antiquíssimas relíquias da arquitetura humana? Sabe quando foram construídas? A história do Egito antigo contém informações preciosas para entendermos como vivia esta civilização: em que acreditava, o que julgava belo e como utilizava a arte para unir e ordenar fenômenos cósmicos e terrenos. Aos artistas egípcios era concedida a responsabilidade de comunicar doutrinas espirituais e suas obras exerciam uma função religiosa. As riquezas da arte do Egito antigo sobreviveram por cerca de cinco mil anos, e são elas que declaram os valores de uma civilização que tinha a arte como principal ferramenta para a prosperidade de seu povo. Reflita
Você já pensou na importância que os rios Nilo, Tigre e Eufrates têm na história da civilização? “As primeiras grandes civilizações floresceram quase contemporaneamente nas áreas por onde correm os grandes rios, o Nilo, no Egito, o Tigre e o Eufrates, na Mesopotâmia. As cheias sazonais desses grandes cursos d’água depositam argila rica em substâncias minerais e orgânicas (limo), tornando fértil a terra. Nessas regiões se desenvolveram sociedades agrárias, ligadas aos ciclos de semeadura e colheita, governadas por um poder central absoluto. Somente um estado monárquico podia custear
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o grande esforço tecnológico e econômico do controle das águas e da planificação dos trabalhados agrícolas. No Egito, esse poder estava nas mãos do faraó” (PRETTE, 2008, p. 124). A cultura egípcia se desenvolveu no decorrer do 4º milênio a.C. O surgimento da escrita foi o fato principal que separou o período da pré-história da antiguidade. Nesta seção estudaremos a Antiguidade Oriental, da qual fazem parte as civilizações do Egito e da Mesopotâmia.
Assimile
No período entre os anos de 2649 a.C. e 1070 a.C., no antigo Egito, 18 dinastias chegaram ao poder. Como resultado, uma grande produção de esculturas, pinturas, arquitetura, joalheria e cerâmica nos guia neste estudo. O conhecimento que temos da civilização egípcia está baseado nos templos, no conteúdo dos túmulos, nas oferendas colocadas junto aos mortos e nas representações em relevos e pinturas de túmulos dos nobres. Na linha do tempo a seguir você compreenderá as divisões do Império Egípcio: Antigo Império, Médio Império e Novo Império.
Figura 1.26 | Linha do tempo – Egito Antigo
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
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Exemplificando
Vamos pensar juntos. Anote tudo que lhe vem à mente quando você pensa em Egito Antigo. Agora dê uma olhada no texto abaixo. Você sabia dessas informações? O Egito é a terra das pirâmides, e são elas que nos revelam toda esta história. As pirâmides, na verdade, são gigantescos morros tumulares, construídos por milhares de escravos ou trabalhadores, durante anos. Estes homens cortavam pedras e as arrastavam até o local da construção. Todo este esforço é justificado pelo significado destes túmulos: os faraós eram considerados seres divinos, e quando morriam, juntavam-se aos deuses. As pirâmides, voltadas ao céu, serviam para ajudá-los no caminho pós-morte. Os egípcios acreditavam que o corpo deveria ser preservado, para que a alma pudesse continuar vivendo, e por este motivo impediam a decomposição do cadáver através de um aperfeiçoado método de embalsamar e enfaixar o corpo em tiras de pano. A pirâmide era erguida para acomodar o corpo do rei, fechado em um sarcófago e disposto na câmara sepulcral, junto de suas riquezas, objetos que o falecido utilizava em vida e até mesmo seus escravos. Em volta da câmara funerária, encantamentos e fórmulas mágicas eram escritos para auxiliá-lo em sua jornada para o outro mundo (GOMBRICH, 2008, p. 55). As pirâmides do complexo funerário de Gizé foram construídas pelos reis do Antigo Império. A pirâmide maior, de Quéops, é prestigiada como uma das sete maravilhas do mundo antigo. Figura 1.27 | Esfinge e Pirâmide de Gizé, c. 2613 -2363 a.C., Cairo, Egito
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
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Uma fiel imagem do rei também deveria ser preservada para ele viver eternamente, e por isso os egípcios esculpiam em granito a cabeça do rei e esta era depositada também nos túmulos reais. Desta forma, a imagem do rei continuaria sempre viva. Entre as artes visuais, a estátua tinha um caráter sagrado, com o objetivo de materializar a divindade. Os egípcios do Império Antigo eram aficionados por esculturas (PRETTE, 2008, p. 124). Figura 1.28 | Rei Djoser (reinou de c. 2630 – 2611 a.C.). Escultura em tamanho natural, pedra calcária com acabamento em policromia.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
Figura 1.29 | Detalhe da escultura do Faraó Quéfren (diorito, altura total: 1,68m, Cairo, Museu Egípcio)
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
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Como citado acima, houve um momento da história em que os escravos eram sacrificados para acompanharem seu rei na sepultura, para que este chegasse ao outro mundo com seus serviçais. Mais tarde, esse costume foi considerado cruel, e os escravos foram substituídos por imagens: eram pintadas figuras de servos nos túmulos egípcios, para que o rei não partisse sozinho. A passagem do faraó para a vida após a morte é retratada nessas tumbas, em pinturas e relevos nas paredes. Figura 1.30 | Detalhe da tumba de Horemheb, Vale dos Reis, onde as cores ainda estão preservadas
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
Figura 1.31 | Tumba de Horemheb, Vale dos Reis, Egito
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
Repare bem nas imagens das pinturas acima. Vamos observar a estética utilizada nos desenhos dos artistas egípcios: a cabeça era desenhada sempre de perfil, porém, veja bem como eles representam os olhos: é como se estivéssemos vendo os olhos de frente. O tronco e os braços, também estão de frente. Os braços e as pernas estão sempre em movimento, porém os pés estão de lado. Parece estranho se compararmos aos desenhos contemporâneos, mas esta estética era vigente na época, e os artistas
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egípcios deviam seguir regras que permitiam que eles incluíssem tudo que fosse importante na imagem humana, ou seja, todas as partes do corpo deveriam estar bem representadas na imagem, para que cumprissem a função principal de levar ou receber oferendas e concluir a jornada do faraó da vida após a morte. Figura 1.32 | Amenófis IV, Akhenaton, em adoração ao sol Aton. Novo Reino, XVII dinastia (relevo entalhado) Cairo, Museu Egípcio.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
Figura 1.33 | Akhnaton e Nefertiti com seus filhos, c. 1345 a.C. Relevo em altar de pedra calcária, 32,5 x 39cm; Museu Egípcio, StaatlicheMuseum, Berlim
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
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Figura 1.34 | Templo de Ramsés II, em Abu Simbel
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2015.
Os templos dos deuses egípcios também são uma maravilha à parte. Antigamente as estruturas eram pintadas em cores vivas. Os complexos tinham estrutura para festas e procissões. O mais interessante a ser destacado na arte egípcia é que esta era uma arte praticamente toda voltada aos deuses e espíritos, ou seja, que devia ser apreciada apenas pela alma do morto. O objetivo não era causar apreciação ou deleite, e sua única função era de manter viva a alma do faraó (PRETTE, 2008, p. 128).
Pesquise mais
EZQUERRA, Sabatino. Como reconhecer a arte mesopotâmica. São Paulo: Martins Fontes, 1985. Através deste livro, conheça esta interessante civilização, seus principais hábitos e costumes representados pela arte, e entre em contato com aspectos de seus templos, esculturas e relevos, e seus principais significados.
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Faça você mesmo
Escolha um dos três Impérios Egípcios e pesquise a fundo sua história, seus faraós, suas crenças e sua arte.
Sem medo de errar Agora que você sabe mais sobre a arte do Egito antigo e da Mesopotâmia, está pronto para abraçar este novo desafio que a diretoria da Mosaico Galeria de Arte está lhe propondo. Seguindo a produção do evento ArteVisão, após os alunos terem aprendido um pouco mais sobre Mesopotâmia e Egito, você irá preparar uma atividade lúdica e um prêmio para os estudantes visitantes do evento. Vamos pensar juntos em quais são os principais conteúdos que serão abordados nas questões: - as crenças do povo egípcio; - o significado das pirâmides; - como eram contemplados os corpos dos faraós depois de sua morte; - como eram e quais as funções de um templo egípcio; - quem eram os sumérios; - por que a Mesopotâmia foi extremamente importante como base para a civilização ocidental; - como eram os templos da Mesopotâmia e quais suas funções; - quais eram as características estéticas dos desenhos egípcios; - qual era o papel do artista na civilização egípcia;
Quanto à elaboração das perguntas, vamos a algumas dicas, retiradas do site : Dicas para escrever as questões: 1 – As perguntas devem ser completas. Caso a questão peça para preencher o espaço em branco, o vazio deve estar em uma afirmação.
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2 – Negativas só devem ser usadas quando forem necessárias. Por exemplo: quais grupos a seguir NÃO participaram da Revolução de 30?
Dicas para escrever as opções: 1 – Não repita as palavras e trechos da questão nas respostas. 2 – Utilize frases simples de serem lidas e conteúdo explícito.
Dê uma olhada em um exemplo de questão: Texto base: Os egípcios acreditavam que o corpo deveria ser preservado para que a alma pudesse continuar vivendo e, por este motivo, impediam a decomposição do cadáver através de um aperfeiçoado método de embalsamar e enfaixar o corpo em tiras de pano. Enunciado: Onde os egípcios mantinham estes corpos? a. No templo, em uma área chamada de sarcófago ou câmara funerária. b. Os corpos eram jogados no Rio Nilo. c. Os corpos eram queimados em cerimônia especial. d. Na câmara sepulcral das pirâmides. e. Em locais secretos dentro de museus, com fórmulas mágicas escritas no sarcófago, para auxiliá-lo em sua jornada para o outro mundo. f. Depois de embalsamados, eram enterrados ao redor dos templos, em áreas consideradas sagradas.
Resposta correta: D
Fique à vontade para colocar sua criatividade em prática. Bom trabalho!
Atenção!
A história do Egito antigo apresenta informações preciosas para entendermos como vivia esta civilização: em que acreditava, o que julgava belo e como utilizava a arte para unir e ordenar fenômenos cósmicos e terrenos. Aos artistas egípcios era concedida a responsabilidade de comunicar doutrinas espirituais, e suas obras exerciam uma função religiosa. As riquezas da arte do Egito antigo sobreviveram mais de três milênios, e são elas que declaram os valores de uma civilização que tinha a arte como principal ferramenta para a prosperidade de seu povo.
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Lembre-se
Como visto neste livro didático, no período entre os anos de 2649 a.C. e 1070 a.C., no antigo Egito, 18 dinastias chegaram ao poder. Como resultado, uma grande produção de esculturas, pinturas, arquitetura, joalheria e cerâmica nos guia neste estudo. O conhecimento que temos da civilização egípcia está baseado nos templos, no conteúdo dos túmulos, nas oferendas colocadas junto aos mortos e nas representações em relevos e pinturas de túmulos dos nobres.
Avançando na prática Pratique mais Instrução Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de seus colegas.
“Egito em casa” 1. Competência Geral
Ser capaz de elaborar um projeto criativo junto a uma equipe de designers de produtos, utilizando conhecimento em História da Arte
2. Objetivos de aprendizagem
Reconhecer as características estéticas da arte egípcia.
3. Conteúdos relacionados
Arte no Egito Antigo: esculturas, pinturas, arquitetura, joalheria e cerâmica.
4. Descrição da SP
Por causa do seu conhecimento em arte na antiguidade, você foi convidado para elaborar um projeto junto a uma equipe de designers de produto de uma grande loja de decoração. Esboce um projeto que traga referências egípcias para objetos decorativos, como luminárias, vasos, cortinas, porta-retratos etc.
5. Resolução da SP
Luminárias em formato de pirâmide? Cortinas com estampas de faraós? Crie seu objeto de decoração a partir do seu conhecimento em história da arte.
Lembre-se
Figura 1.35 | Desenhos dos artistas egípcios
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 4 out. 2015.
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Como vimos nesta seção, a estética dos desenhos dos artistas egípcios mantinha a cabeça desenhada sempre de perfil, e os olhos representados como se os víssemos de frente. Quanto ao tronco e os braços, eram também representados de frente. Repare bem: os braços e as pernas estão em movimento, mas os pés estão de lado. Não é a mesma estética dos desenhos de hoje, e por isso nos parecem tão estranhos. Acreditase que os artistas egípcios seguissem regras para incluir tudo que fosse importante na imagem humana, ou seja, todas as partes do corpo deveriam estar bem representadas na imagem, para que cumprissem a função principal de levar ou receber oferendas e concluir a jornada do faraó da vida após a morte.
Faça você mesmo
Faça uma pesquisa e descubra quais produtos já utilizaram a estética da arte egípcia: roupas, objetos decorativos, utensílios domésticos, material de escritório e papelaria, sapatos etc. Descubra quais indústrias já utilizaram esta estética e analise o resultado. Ficou bom? A ideia foi bem aproveitada? A arte utilizada possui um conceito claro?
Faça valer a pena! 1. Qual a relação que a civilização egípcia tinha com o rio
Nilo? a. As enchentes do rio causavam grandes estragos, e os egípcios faziam oferendas aos deuses, pedindo que o período de enchentes acabasse. b. Os egípcios realizavam grandes rituais de funerais na beira do rio e jogavam no Nilo os corpos dos reis e de outros nobres. c. Não há registros de nenhuma relação entre o povo egípcio e o rio Nilo, pois pouco se sabe sobre esta civilização, a não ser de seus rituais religiosos. d. As mulheres utilizavam o rio para fazer oferendas à representantes da igreja católica. e. As cheias sazonais depositam argila rica em substâncias minerais e orgânicas (limo), tornando fértil a terra, e por isso o Egito desenvolveu uma sociedade agrária nesta região.
2. Em
que está baseado o conhecimento que temos sobre a civilização egípcia?
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a. Em relatos escritos em livros históricos, pois na antiguidade a linguagem escrita já havia sido inventada. b. O conhecimento está baseado principalmente no desenvolvimento agrário que a região possui. c. Na produção de esculturas, pinturas, arquitetura, joalheria e cerâmica datada deste período da antiguidade. d. Em relatos que foram passados oralmente de geração para geração. e. Em filmes de Hollywood que retratam com perfeição esta época da antiguidade. 3. Quando a cultura egípcia se desenvolveu?
a. 25.000 anos a.C. b. 4.000 anos a.C. c. 400 anos d.C. d. No século II. e. Durante a Idade Média.
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Seção 1.4 Estética na antiguidade II Diálogo aberto Bem-vindo à seção 1.4. Nas seções anteriores você teve acesso aos seguintes tópicos: O que é arte, o que se estuda em história da arte, como a história da arte se divide, o conceito de estética, a função da arte, o papel social do artista, a arte rupestre em Lascaux, Altamira, Serra da Capivara e Ilha de Murujuga; as pequenas estatuetas femininas do período paleolítico; as cerâmicas do período neolítico, a arte no Egito Antigo, as pirâmides e seu significado e a arte da Mesopotâmia. Estamos na Idade Antiga, porém, desta vez, nossa viagem será à Grécia e à Roma, entre deuses, templos, esculturas incríveis, blocos de mármore ou peças de bronze que só faltam falar. Essa viagem lhe servirá como base para sua próxima missão profissional na Mosaico Galeria de Arte. As competências de fundamentação de área que serão desenvolvidas nesta seção estão relacionadas ao conhecimento sobre as civilizações grega e romana e suas principais manifestações artísticas, seus significados e seu desenvolvimento ao longo dos anos. Estamos finalizando a produção do evento ArteVisão, e desta vez iremos organizar o último dia de visita dos estudantes à galeria. E vamos finalizar este evento com a arte grega e romana. Nesta seção, você encontrará um conteúdo rico, que vai lhe inspirar a preparar uma rica palestra para os visitantes. É importante que você mostre a estes jovens estudantes como a arte da Antiguidade é surpreendente e esplêndida. Durante sua leitura, escolha pontos que julgar importantes, faça anotações, observações e escolha pontos que mereçam uma pesquisa mais rica em detalhes, para ilustrar sua palestra. Afinal, com certeza seus ouvintes vão querer saber para que os gregos utilizavam a arte e qual a importância da arquitetura romana. Você sabe explicar isso? Leia com atenção a seção 1.4 e organize os pontos principais a serem apresentados na palestra. Vamos em frente?
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Não pode faltar Arte grega, equilíbrio e harmonia e a contínua busca da perfeição Os gregos se destacam na história da arte, pois sua manifestação artística testemunha a grandeza dessa civilização. Estudando a arte grega temos acesso à origem da democracia e da cultura ocidental. O desenvolvimento da arte grega, de 750 a.C. até o surgimento dos romanos, nos conta a história de uma sociedade que valorizava o homem, a inteligência humana, os jogos olímpicos, a beleza e a razão. Os gregos utilizavam a arte para ornamentar os templos e edifícios públicos, solenizar vitórias em batalhas, homenagear heróis e atletas e glorificar deuses.
Assimile
Vamos entender primeiro as diferentes etapas desta história, para podermos compreender melhor as características e o processo de desenvolvimento da arte grega: Figura 1.36 | “Linha do tempo – Grécia Antiga”
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
Os primórdios da civilização grega, após o declínio de Micenas, não foram muito gloriosos. Por volta do ano 1000 a.C., povos que falavam diversos dialetos gregos viviam ao redor do mar Egeu. Entre eles, os principais eram os dórios, que habitavam sobretudo a Grécia continental, e os jônios, que povoavam muitas das ilhas e parte da costa oeste da Ásia Menor. Reuniam-se em pequenas comunidades, distantes umas das outras, muitas das quais se converteram finalmente em póleis (“cidades-estados”, como são frequentemente – ainda que de forma imprecisa – chamadas; singular: polis) (WOODFORD: 1982, p. 4). Aos poucos estas comunidades começaram a prosperar, e em meados do século VIII a.C. a população já havia aumentado significativamente e as póleis ampliaram seu
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comércio, entrando assim em contato com outras culturas. Neste período, a arte grega estava voltada a obras poéticas e teatrais, porém artesãos já tinham a habilidade de produzir grandes e belos monumentos funerários de cerâmica. As trocas comerciais entre a Grécia e o Egito atraíram a atenção dos gregos para a arte egípcia, de onde tiraram suas primeiras referências para esculturas. O período arcaico (meados do século VII – cerca de 650 a.C. até primeira metade do século V – 490 a 479 a.C.) é a fase onde os gregos começam então a desenvolver técnicas estimulados pela arte egípcia. Assimile
Observe as primeiras estátuas produzidas pelos gregos, “o Koûros masculino: jovem nu de pé. Este tipo de escultura evidencia a influência egípcia sobretudo na postura, no estilo linear e nas proporções” (FARTHING, 2011, p. 48). Figura 1.37 | Koûros, de Anavysos, Ática (c. 530 a.C.) Artista desconhecido. Mármore 1,94 m de altura. Museu Arqueológico Nacional, Atenas, Grécia
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015.
Estas esculturas eram feitas em grandes blocos de mármore, técnica também egípcia. Você deve imaginar que esculpir uma figura humana em um bloco de pedra não seja lá uma tarefa muito simples. Os gregos adotaram o método egípcio de desenhar a figura que desejavam esculpir em três faces no bloco de pedra (frontal e perfil) e então iniciavam o trabalho de esculpir até atingirem o resultado desejado. Repare na posição do Koûros: figura ereta, posição rigorosamente frontal, com o peso igualmente distribuído sobre as duas pernas. “Um koûros podia ser a representação de um deus, servir como um belo objeto destinado como oferenda a um deus ou ser a representação in memoriam de um homem, sendo por vezes colocado sobre seu túmulo” (WOODFORD, 1982, p. 9).
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Porém, diferente dos egípcios, os gregos desenvolveram o estilo de suas esculturas, em busca de mais realismo, atingindo finalmente a perfeição de suas estátuas, padrão artístico insuperável até os dias de hoje. Já no período clássico (500 a 330 a.C.), através de muitas tentativas, o imenso desafio técnico consistia em dar vida às estátuas. Nos primeiros decênios do século V, os gregos desenvolveram técnicas refinadas de fusão de bronze, que era um material mais resistente à ruptura, e desta maneira, uma grande variedade de poses foram possíveis. Observe a imagem de Zeus de Artemísio, e compare à imagem do koûros: é impressionante constatar o desenvolvimento da técnica e a busca pela representação de emoção, movimento, ritmo e ação no corpo das estátuas. As estátuas de bronze eram mais leves do que as de mármore, o que permitia que elas fossem mais facilmente transportadas. Figura 1.38 | Zeus de Artemísio, atribuído ao escultor Cálamis, segundo quartel do século V a.C., bronze, altura: 2,09 m. Museu Arqueológico Nacional, Atenas.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
Reflita
A figura masculina e o corpo do atleta “Na sua maior parte, as obras eram esculturas masculinas, porque na Grécia predominava o ideal esportivo. Os campeões conquistavam o direito de erguer na cidade uma estátua com seu nome para deixar às gerações futuras a memória das suas vitórias. Os escultores concentravam seus estudos no corpo atlético” (PRETTE, 2008, p. 150).
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O escultor Míron é o autor de uma das mais famosas obras da antiguidade: a escultura do atleta que faz o giro sobre si mesmo para lançar o disco. A obra original era feita de bronze e foi produzida no auge do período clássico grego. Infelizmente, a obra original se perdeu, mas sobreviveram as cópias que os romanos fizeram em mármore. “Aqui, Míron captura o estado de momentânea imobilidade do atleta. A definição grega para esse momento é “rhytmos” e se refere a uma ação de graciosa harmonia e equilíbrio” (FARTHING, 2011, p. 55). Essa estátua foi considerada tão ilustre anos depois, que no fim do século IV a.C., os romanos ordenaram a execução de cópias dessa obra, destinadas a grupos de abastados colecionadores, porém as réplicas eram confeccionadas em mármore, porque era um material mais barato. Graças a estas cópias temos hoje ideia da grandiosidade das obras originais. Muitas esculturas de bronze se perderam. O bronze foi um material que se tornou escasso durante a Idade Média, então acredita-se que estátuas gregas podem ter sido derretidas para reutilização da matéria-prima. Figura 1.39 | O Discóbolo, de Míron, cópia antiga do original do século V a.C. mármore, altura: 1,24 m, Museu Nacional, Roma.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
Certamente as estátuas originais eram muito mais impressionantes. As estátuas feitas de mármore, por exemplo, eram pintadas, inclusive as pupilas dos olhos, o que, no lugar que vemos hoje um olhar inexpressivo, havia cores e expressão, fazendo com que as estátuas parecessem vivas, porém as tintas desapareceram com o passar do tempo. Resta-nos observar e adorar o que delas restou, pois nos dá pistas importantes acerca de sua aparência original. Policleto foi também um importante artista grego. Fez várias estátuas em bronze e escreveu um livro, infelizmente perdido, sobre as técnicas e os princípios que utilizava
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em suas obras. Foi um artista muito admirado. A perfeita harmonia alcançada em suas esculturas foi apreciada por todas as eras seguintes.
Exemplificando
Policleto foi também um importante artista grego. Fez várias estátuas em bronze e escreveu um livro, infelizmente perdido, sobre as técnicas e os princípios que utilizava em suas obras. Foi um artista muito admirado. A perfeita harmonia alcançada em suas esculturas foi apreciada por todas as eras seguintes. Como você descreveria essa escultura? A flexão da perna esquerda, a cabeça reclinada, os braços dobrados são aspectos que criam a impressão de movimento, ao mesmo tempo em que indica tranquilidade e leveza. Figura 1.40 | Diadúmeno, Policleto, século V a.C., Museu Arqueológico Nacional de Atenas
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2015.
As imagens de deuses também eram um tema de extrema importância para a arte. Os gregos atribuíam a eles formas e sentimentos humanos. “Os poetas eram responsáveis por definirem suas personalidades, enquanto aos escultores ficava a responsabilidade de modelar sua imagem material, destinadas aos seus extraordinários templos, como objetos de adoração” (PRETTE, 2011, p. 152). Observe alguns dos deuses retratados nas esculturas:
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Figura 1.41 | Afrodite de Cápua, cópia romana, meados do século IV a.C.; altura: 2,10 m. Museu Nazionale, Nápoles.
Figura 1.42 | Afrodite de Cnido, originalmente de Praxíteles, cópia romana, 370 a.C.; altura: 2,04. Vaticano, Roma.
Fonte: Disponível em:
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
Figura 1.43 | Apolo de Belvedere, cópia romana a partir de um original grego em bronze do tardio século IV a.C., altura: 2,24 m. Museo Pio Clementino.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
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O período Helenístico (338 a 30 a.C.) contou com as conquistas de Alexandre O Grande, e a consequente expansão da cultura grega. “Do terceiro ao primeiro século antes de nossa era a cultura helenística foi admirada e imitada desde as fronteiras ocidentais da Índia até as vertentes meridionais dos Alpes” (WOODFORD, 1982, p. 2). Nesta época a arte valorizava a experiência do homem e o conhecimento da realidade. Desta forma, as esculturas passam a expor novos temas a partir desta fase, com imagens mais reais ou naturalistas, com aspectos da vida humana como, por exemplo, a feiura, a fraqueza e a velhice, criando estátuas enquanto tipos humanos mais convincentes. Uma das obras mais impressionantes deste período é o grupo escultural de Laocoonte, atribuído à escola de Rodes, século I a.C. O tema representado na escultura é Laocoonte, filho de Príamo e sacerdote de Apolo, que foi condenado por Atena a ser esganado por duas grandes serpentes. “É incrível observar a tensão física das figuras esculpidas, e no desespero de suas feições, os corpos contorcidos e a ideia de esforço transmitida pelos braços em luta” (GOMBRICH, 2001, p. 111). Parece que conseguimos ouvir a respiração deste bloco de mármore, tamanho realismo impresso. Figura 1.44 | Laocoonte e seus filhos, Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes. 175-50 a.C. Mármore. Altura: 2,42 m. Museo Pio Clementino, Vaticano.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
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Exemplificando
Há também uma instituição cultural de grande importância na Grécia Antiga, que simbolizava principalmente a expressão da sociedade. Você sabe qual é? O teatro. Arquitetonicamente eram divididos em três partes distintas: a orquestra – espaço circular onde eram representadas as danças, pelo coro e pelos artistas; o semicírculo da arquibancada, onde ficava o público e o palco. Havia espaço para milhares de espectadores. Toda cidade grega importante tinha seu teatro. Figura 1.45 | Teatro de Epidauro, ainda bem conservado, possuía uma acústica perfeita
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
A arquitetura grega também consiste em um espetáculo à parte. Os templos eram espaços reservados para o culto de seus deuses e deusas, simbolizados por gigantescas esculturas, acomodando uma congregação de fiéis, porém, poucas pessoas realmente entravam nos templos. Os rituais religiosos eram realizados na parte de fora, em um altar colocado diante de uma de suas fachadas. Os templos gregos eram pintados com cores vivas. Figura 1.46 | Templo de Hefestos, em Atenas. Terceiro quartel do século V a.C.
Fonte: Disponível em: . Acesso em 25 out. 2015 e . Acesso em 25 out. 2015.
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Figura 1.47 | Partenon, Grécia
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2015.
“Escultor de extrema importância na Grécia, Fídias foi responsável pela decoração escultural do Partenon. Seu projeto exaltava o prestígio da Grécia e a superioridade física e cultural da Grécia perante os bárbaros” (PRETTE, 2008, p. 166).
Assimile
Grécia tornou-se província do Império Romano na Batalha de Corinto, em 146 a.C. e a partir de então a península grega ficou sob o domínio de Roma, porém a cultura grega exercia forte influência sobre a romana. Os romanos admiravam a literatura e arte da Grécia, que passaram a servir de exemplo e de modelo à arte romana. Figura 1.48 | O Coliseu, Roma. 80 d.C.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2015.
Além dos gregos, a arte romana também tinha influência nos etruscos, porém, os romanos tiveram um papel muito importante com uma originalidade genial na arquitetura, além da pintura, do mosaico e da escultura. A gigantesca arena, conhecida como Coliseu, é uma típica construção romana, que ainda suscita muita admiração. O arquiteto responsável pelo Coliseu utilizou alguns dos estilos de construção usados nos templos gregos. O Coliseu possui uma estrutura utilitária, com três ordens de arcos sobrepostos, que sustentam os acentos do anfiteatro interior. A característica mais marcante da arquitetura romana é a utilização de arcos.
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Figura 1.49 | Aqueduto romano, século 1, localizado na Espanha
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 out. 2015.
Essa estrutura, multiplicada por muitas dezenas de quilômetros, formou os aquedutos que levam a água das nascentes apenínicas através de tubulações de terracota e de chumbo às cidades romanas. O arco e o pilar de reforço, sobre o qual se apoia, estão na base dos edifícios colossais, como os mercados, os anfiteatros, as pontes, e de todas as grandiosas construções que constituem o mais original testemunho da arquitetura romana (PRETTE, 2008, p. 174).
Os romanos tornaram-se grandes especialistas na arte da construção. Um ótimo exemplo de sua arquitetura é o Panteão, que é um templo dedicado a todos os deuses. O templo foi utilizado como local de culto até que na era cristã foi convertido em igreja. Não há janelas, porém o recinto recebe luz através de uma abertura circular no teto. Embora os romanos baseavam-se na arte grega para a elaboração de estátuas, davam mais destaque aos detalhes realísticos, como contornos e dobras da pele. Na estátua do imperador Marco Aurélio, temos um excelente exemplo do retrato imperial feito pelos romanos. Esta magnífica escultura sobreviveu à Idade Média, onde muitas estátuas como esta eram derretidas, e muitas vezes, transformadas em moedas. Nesta imagem, o imperador está retratado no auge do seu poder. O gesto da estátua, a mão direita erguida, simbolizava uma saudação, um gesto de pacificação e de benevolência. “A escultura de Marco Aurélio é considerada a mais célebre estátua da Antiguidade, e foi feita para celebrar a vitória triunfo do imperador sobre os sáratas e sobre os germanos”. (PRETTE, 2008, p. 185).
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Figura 1.50 | Interior do Panteão, Roma, 130 d.C.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2015.
Figura 1.51 | Marco Aurélio 164-166 d.C. Artista desconhecido. Bronze dourado. 3,50 m de altura. Museu Capitolini, Roma, Itália
Fonte: Disponível em: . Acesso em 27 out. 2015.
Escultura, pintura em cerâmica, teatro, arquitetura, poesia, mitologia. Os gregos e romanos são responsáveis por pilares significantes da História da Arte. Os fortes registros sobreviventes destas culturas nos mostram o berço da civilização ocidental, nossos antepassados, responsáveis pela vida democrática que gozamos nos dias de hoje.
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WOODFORD, Susan. História da arte da Universidade de Cambridge: Grécia e Roma. Licença editorial para o Círculo do livro por cortesia de Zahar Editores S.A., 1982. Um livro completo que aborda, especificamente sobre a Grécia: estátuas livres, templos gregos e sua decoração, pintura e cerâmica pintada, período helenístico: inovação e renovação.
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arquitetura, teatro, escultura ou pintura. Faça uma pesquisa detalhada, e monte um documento explicativo, com imagens e informações importantes, para futuras pesquisas.
Sem medo de errar A arte grega e a arte romana são realmente um universo à parte na História da Arte, por onde poderíamos transitar durante muito tempo. É um tema muito interessante, sobretudo, se apresentado de maneira clara, ressaltando o que há de mais fascinante. As civilizações grega e romana mudaram a história do mundo, e somos todos filhos herdeiros destas civilizações. Para a elaboração da palestra da qual você será responsável no evento ArteVisão, é importante que você tenha conhecimento sobre os seguintes tópicos: Para que os gregos utilizavam a arte? Ornamentar os templos e edifícios públicos, solenizar vitórias em batalhas, homenagear heróis e atletas e glorificar deuses. A arte grega se desenvolveu significativamente ao longo dos anos. Observe essa evolução a partir das estaturas de koûros até as fascinantes esculturas do período helenístico. Você pode utilizar como exemplo, uma análise de características das duas estátuas a seguir:
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A
B
A respeito da arte romana, é importante que você saiba argumentar acerca do importante papel que ela tem para o desenvolvimento da arquitetura. Exemplo claro e magnífico é a gigantesca arena, conhecida como Coliseu: típica construção romana, que ainda suscita muita admiração. Nesta construção foram utilizados alguns elementos em comum aos templos gregos. O Coliseu possui uma estrutura utilitária, com três ordens de arcos sobrepostos, que sustentam os acentos do anfiteatro interior. A característica mais marcante da arquitetura romana é a utilização de arcos. Também são famosos pelo esmero de suas esculturas. Use sua imaginação para, ao final desta unidade, criar uma maneira de envolver os visitantes do evento ArteVisão com a arte grega e a arte romana, este universo singular e impressionante. Temos certeza de que o evento ArteVisão será um sucesso e já o parabenizamos por isso. Bom trabalho! Atenção!
Estudando a arte grega temos acesso à origem da democracia e da cultura ocidental. O desenvolvimento da arte grega, de 750 a.C. até o surgimento dos romanos, nos conta a história de uma sociedade que valorizava o homem, a inteligência humana, os jogos olímpicos, a beleza e a razão. Lembre-se
Escultura, pintura em cerâmica, teatro, arquitetura, poesia, mitologia. Os gregos são responsáveis por pilares significantes da História da Arte. Os fortes registros sobreviventes desta cultura nos mostram como foi o início da civilização ocidental, nossos antepassados, responsáveis pela vida democrática que gozamos nos dias de hoje.
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Avançando na prática Pratique mais Instrução Desafiamos você a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situações que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de seus colegas.
“Os jogos olímpicos” 1. Competência Geral
Ser capaz de elaborar uma pesquisa detalhada para melhor compreender a cultura grega e, consequentemente, a arte desenvolvida por esta civilização.
2. Objetivos de aprendizagem
Reconhecer a importância dos jogos olímpicos para a cultura grega, e a sua influência na arte.
3. Conteúdos relacionados
História da Arte; História da Grécia Antiga; História dos Jogos Olímpicos.
4. Descrição da SP
Nesta seção do seu livro didático você conheceu e analisou a deslumbrante escultura “O Discóbolo”, do artista Míron. Tratase de um atleta lançador de discos. A escultura mostra uma figura anatomicamente perfeita e transmite uma sensação de movimento. O jovem atleta é um dos muitos heróis olímpicos representados na arte grega. Você sabe qual a importância do esporte para esta civilização?
5. Resolução da SP
Faça uma pesquisa detalhada sobre a origem dos jogos olímpicos e de seu significado. Anote as informações mais importantes. Compreenda o papel dos atletas para esta sociedade e amplie sua pesquisa para as obras de arte que retratem atletas em movimento. Qual é o papel destas obras? Qual sua função?
Lembre-se
A figura masculina e o corpo do atleta “Na sua maior parte, as obras eram esculturas masculinas, porque na Grécia predominava o ideal esportivo. Os campeões conquistavam o direito de erguer na cidade uma estátua com seu nome para deixar às gerações futuras a memória das suas vitórias. Os escultores concentravam seus estudos no corpo atlético” (PRETTE, 2008, p. 150).
Faça você mesmo
A partir desta pesquisa, escolha a sua obra de arte favorita e descubra quem a elaborou e em que época. Observe também quando foi encontrada e em que museu está exposta nos dias de hoje.
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Faça valer a pena! 1. Quais são as
manifestações artísticas gregas às quais temos acesso nos
dias de hoje? a. Nenhuma manifestação original ou intacta. Há apenas fragmentos de poemas, algumas ruínas de templos e cópias de esculturas. b. Infelizmente não há nenhuma escultura original. Temos acesso a cópias que os romanos fizeram. c. Há muitas esculturas e cerâmicas originais espalhadas por museus do mundo todo, além de teatros conservados e ruínas de templos. d. Esculturas em mármore e pirâmides que ainda se encontram intactas. e. Infelizmente a arte grega foi totalmente saqueada pelos persas e pelos romanos e, desta forma, só restam registros escritos e desenhos de como eram suas manifestações artísticas.
2. Qual
é a principal diferença entre a estátua do Koûros e de Zeus de Artemísio? a. A imagem do Koûros remete a um soldado grego, na ação de uma batalha, e a estátua de Zeus representa um deus grego descansando em seu trono. b. A estátua do Koûros representa um campeão esportista em movimento, atirando um disco em uma competição olímpica, enquanto Zeus de Artemísio é representado por uma figura ereta, posição rigorosamente frontal, com o peso igualmente distribuído sobre as duas pernas. c. A imagem de Koûros é representada por uma figura ereta, posição rigorosamente frontal, com o peso igualmente distribuído sobre as duas pernas. Já na escultura de Zeus de Artemísio, constata-se a representação de emoção, movimento, ritmo e ação em seu corpo. d. A escultura de Koûros foi feita com bronze, e Zeus de Artemísio foi esculpida em mármore. e. A estátua de Zeus de Artemísio foi feita com mármore, pintada e tinha pedras preciosas nos lugares dos olhos. A estátua de Koûros parece que tem vida, tamanho movimento representado em sua postura.
3. Quem foi Míron?
a. Deus grego representado por uma famosa escultura onde está lançando um tridente.
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b. Importante atleta grego. Muitos escultores fizeram estátuas em homenagem a ele. c. Importante soldado, lutou contra Troia, morreu em batalha. d. Importante escultor. e. Personagem da mitologia grega, filho de Hermes.
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Referências
BAUMGART, Fritz. Breve história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2007 DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos. São Paulo: Cosac Naify, 2003. EZQUERRA, Sabatino. Como reconhecer a arte mesopotâmica. São Paulo: Martins Fontes, 1985. FARTHING, STEPHEN. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextane, 2011. GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2008 HILDEGARD, Feist. Arte Rupestre. Editora Moderna. 2010. PRETTE, Maria Carla. Para entender a arte: história, linguagem, época, estilo. São Paulo: Globo, 2008 WOODFORD, Susan. História da Arte da Universidade de Cambridge: Grécia e Roma. Licença editorial para o Círculo do livro por cortesia de Zahar Editores S.A., 1982.
Artigos acadêmicos BAKOS, Margaret Marchiori. EGIPTOMANIA: fragmentos do mundo antigo no Brasil. ANPUH – XXII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – João Pessoa, 2003. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 COELHO, Liliane Cristina. O antigo Egito em espaços privados: um estudo da egiptomania. Projeto de Pesquisa Interinstitucional “Egiptomania no Brasil: séculos XIX e XX – Paraná”. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 LEÃO, Heloisa Helena da Fonseca Carneiro. A arte, o homem e o habitar como um construir o mundo. Cognitio-Estudos: Revista Eletrônica de Filosofia. ISSN 1809-8428. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2015 OKUYAMA, Adolfo Yuji. ASSIS, Nívia Paula Dias de. KESTERING, Celito. OLIVEIRA, Ana Stela de Negreiros. A fotografia nos procedimentos de documentação visual da arte rupestre. Disponível em: . Acesso em: 28 set. 2015
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SZPALER, Eliane de Jesus Honório. As artes visuais e a educação. Instituto de Estudos Avançados e Pós-Graduação, Ivaiporã, 2009. Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2015
Multimídia: ANTIGO EGITO: arte e arquitetura. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 A ARTE MESOPOTÂMICA. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 A ARTE RUPESTRE. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 ARTE GREGA. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 ARTE PRÉ-HISTÓRICA: pintura rupestre em vídeo. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 ARTE RUPESTRE. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 ARTE RUPESTRE. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 ARTE RUPESTRE BRASILEIRA. Disponível em: watch?v=gnDWZ9PaZX4>. Acesso em: 08 out. 2015
COMO A ARTE FEZ O MUNDO 1: mais humano que o humano. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 CONSTRUINDO UM IMPÉRIO GRÉCIA A ERA DE ALEXANDRE. History Channel. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 CONSTRUINDO UM IMPÉRIO: Roma Antiga. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 GRANDES CIVILIZAÇÕES: A Grécia Antiga. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 GRANDES CIVILIZAÇÕES - Antigo Egito Completo / Idade Antiga. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015 GRANDES CIVILIZAÇÕES: O Império Romano. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2015