A Inteligência Emocional O papel da Inteligência Emocional para um profissional de Relações Públicas
Cadeira de Laboratório de Comunicação Interpessoal Docente: Ângelo Vicente Licenciatura de Relações Públicas e Comunicação Interpessoal 1º Semestre Ano Letivo 2015/2016 Rita Soares | nº 9493
Índice Índice .................................. ................................................... ................................. ................................. .................................. .................................. .............................. ............. 2 Introdução Introdução ............................... ................................................ .................................. ................................. .................................. .................................. ........................ ........ 3 O que é a Inteligência Emocional? ................................................................................... 4 O que é o Quociente Quociente Emocional? Emocional? ............................... ................................................ .................................. .................................. ..................... 6 As Categorias da Inteligência Emocional e os seus Métodos de Quantificação Quantificação ........ 9 A IE para um profissional de Relações Públicas ................... ......... ................... .................. .................. ................... .............. 10 A Inteligência Emocional inserido num papel de liderança em Relações Públicas . 12 Conclusão Conclusão ................................. ................................................. ................................. ................................. .................................. .................................. ...................... ...... 13 Bibliografia Bibliografia ................................. .................................................. .................................. ................................. ................................. .................................. .................... ... 14
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Introdução O presente trabalho é sobre o papel da Inteligência Emocional (IE) para a profissão de Relações Públicas, mais concretamente ele tenta demonstrar como uma pontuação elevada de QE (Quociente Emocional) pode contribuir para que este profissional seja eficaz na sua ocupação em vários níveis. Este tema surge no contexto da abordagem da temática da Inteligência Emocional como processo cognitivo social e de relacionamento interpessoal e relaciona-o com uma das licenciaturas da Escola Superior de Comunicação Social - Relações Públicas e Comunicação Empresarial. Visto que a0020licenciatura se encontra virada para as organizações e para o mundo do trabalho, o tema do trabalho constitui assim um tópico de grande interesse a todos os profissionais e estudantes desta área profissional. O objectivo deste trabalho é abordar o tema da inteligência emocional e explicar a todos os estudantes, profissionais e docentes desta área o modo como podem desenvolver o seu nível de QE e ter um maior nível de sucesso académico/professional e pessoal. Para alcançar estes objetivos é necessário estruturar o trabalho de modo a poder elucidar sobre todos estes elementos. Assim o trabalho está organizado em 5 tópicos de enquadramento teórico. Nos primeiros tópicos de desenvolvimento revelou-se necessário clarificar e definir certos conceitos referentes ao tema dos quais são: o que é a IE, o que é o QE, e as diferentes categorias dos mesmos, sendo assim os primeiros três tópicos de aprofundamento do trabalho. Após este processo torna-se assim possível aprofundar a importância da IE na profissão de Relações Públicas, representado o quarto tópico, e por último, uma concepção interessante de como a Inteligência Emocional pode estar inserida num papel de liderança das Relações Públicas. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de diversos livros sobre a Inteligência Emocional, como o de Trabalhar com a Inteligência Emocional de Daniel Goleman, e foi enriquecido com diversos “
”
estudos recentes realizados sobre o mesmo tema.
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O que é a Inteligência Emocional? É consensual a todos que o ser humano é composto por uma parte cognitiva, de raciocínio e cálculo, e uma parte emocional, das emoções. Na parte cognitiva é geralmente falado de processos de cognição e do Quociente de Inteligência, enquanto a parte emocional do humano reconhece-se os conceitos QE (Quociente Emocional) referente à Inteligência Emocional. É essa parte que gere as nossas emoções e o modo como nos relacionamos com os outros (FME, 2014). O conceito de Inteligência Emocional, ou IE, foi primeiramente utilizado pelos psicólogos Salovey e Mayer (1990) que o definiu como a habilidade ou a tendência de perceber, compreender, regular e fortalecer emoções adaptado a nós próprios e aos outros (Salovey e Mayer, 1990, em Schutte, 2001) onde acrescentou que é um tipo de inteligência pessoal e social “que involve a capacidade de monitorizar as próprias emoções e sentimentos tais como os dos outros, discrimina-las entre eles e de usar estas informações para guiar o nosso modo de pensar e de agir” (Salovey e Mayer,
1990, citado por Mortan, Ripoll, Carvalho, & Bernal, 2014, p. 98). Posteriormente desenvolvido por Goleman (1995) que definiu inteligência emocional como a capacidade de reconhecer emoções em nós próprios e nos outros e utilizar este conhecimento para melhorar a autogestão emocional (Goleman, 1995, citado por Berman & West, 2008) e que é este fenómeno que permite estabelecer e manter relações com os outros (Goleman, 1995, em Schutte, 2001). 2001) . Mais tarde (1997) Salovey e Mayer refinaram a sua definição através de quatro dimensões das emoções interligadas entre as quais fazem parte facilitação do pensamento emotivo, perceber e analisar a informação emocional, aplicá-la e por último regulá-la (Salovey e Mayer, 1997, em Mortan, Ripoll, Carvalho, & Bernal, 2014). Em 2005 Goleman define Inteligência Emocional como a capacidade de “ Perceber Perceber os próprios sentimentos, ter (Goleman, 2005 empatia pelos sentimentos dos outros e regular as emoções de um modo que permita uma subida no nível de vida” (Goleman, citado por Carvalho & Bernal, et.al., 2014). Mais recentemente em 2008, Cartwright e Papas alertaram para a ideia que a Inteligência Emocional reside na interseção do processamento mental de informação emocional e a sua integração com informação cognitiva (Berman & West, 2008; Mortan, Ripoll, Carvalho, & Bernal, 2014).
Torna-se importante referir que todos estes nomes do estudo da IE, classificaram na tal como uma capacidade, ou seja pode ser trabalhada e refinada ao longo do crescimento humano, e como um característica inata, isto é, tem de partir do nosso interior (Schutte, 2001).
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Em suma, a Inteligência Emocional é assim um conjunto de todas estas ideias em que involve a capacidade de monitorizar as próprias emoções e sentimentos e perceber de modo empático os sentimentos dos outros, de modo a usa-las para guiar o nosso modo de pensar e de agir, gerindo assim as nossas emoções, quando e como as utilizar no dia-a-dia e as relações com o outro e a capacidade de organizar esta informação emocional com a informação cognitiva. IE possui assim um conjunto de capacidades e habilidades específicas, das quais fazem parte: Percepção e Identificação emocional - Empatia;
A utilização da informação racional na avaliação, classificação e na categorização das emoções e a capacidade linguística de comunicar essas emoções ; Gestão emocional das próprias emoções e das emoções nos outros - de modo a que cada um seja capaz de agir conforme o estado emocional, caso seja necessário prolongá-lo ou distanciar-se do mesmo; Monitorizar e reflectir sobre os sentimentos ; Adequar as perspectivas emocionais às situações;
No contexto laboral Cooper e Sawaff Sawaff (2003) dizem que a Inteligência Inteligência Emocional é o espaço que nos permite reconhecer e avaliar as nossas emoções tal como nos permite reflectir ativamente sobre o nosso conhecimento emocional e sobre a energia das emoções presente na nossa vida diária e no nosso trabalho (Turksoy, Kesbin, & Duran, 2015). Cooper e Sawaff (2003) introduzem a ideia da importância da Inteligência Emocional neste contexto e acrescentam ainda a noção que é possível explorar o benefícios da mesma mesm a em diferente áreas profissionais, sendo mais importante para certos campos do que para outros. (Turksoy, Kesbin, & Duran, 2015). A importância deste estudo é perceber de que modo a elevada classificação do QE (Quociente Emocional) contribui para a área das Relações Públicas. Assim torna-se necessário perceber o que é o QE, o que engloba na sua totalidade e como este pode contribuir para uma profissão virada para as organizações e os seus públicos e vai ser este o tema abordado no capítulo seguinte.
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O que é o Quociente Emocional? Quociente Emocional é a pontuação que um individuo tem através dos testes emocionais quantificadores da Inteligência Emocional, sendo alguns exemplos desses testes o MSCEIT e o Bar-On. Em 1995, Goleman definiu que o quociente emocional é o conjunto de 5 habilidades e comportamentos que se inserem em 4 quadrantes que se subdividem nos domínios da competência pessoal e competência social. Por sua vez, o primeiro domínio compreende a autoconsciência e subdivide-se em self- awareness, self-manegement. self-manegement. O domínio da competência social compreende a consciência social e estratifica-se em e relationship manegment . A este conjunto de habilidades deu-se o nome de people skills ou ou habilidades social awareness e de pessoas (Berman & West, 2008). O Self-Awareness é a habilidade de reconhecer as próprias emoções e a capacidade de antecipar as próprias tendências emocionais emocionais (por sua vez influenciadas por outros estados emocionais) (Berman & West, 2008). Por outras palavras é a aptidão de perceber como nos sentimos e como podemos definir com rigor o nosso estado emocional (FME, 2014). Permite perceber melhor como nos sentimos e estamos mais conscientes aos nossos pontos fortes e fracos e o nosso valor para a empresa onde estamos (Berman & West, 2008). O Self-Management é é a capacidade de preservar valores e padrões no processo do trabalho emocional do próprio e nas percepções das emoções quando estas surgem . Este trabalho emocional envolve a capacidade de manter sobre o controlo emoções negativas que surgem, de pensar sobre pressão, ser flexível e adaptável a certas situações e tomar decisões difíceis (Berman & West, 2008). é a capacidade de estar consciente das necessidades e sentimentos dos outros e de antecipar e agir conforme essas necessidades . Consiste assim no processo de verbalização dos sentimentos que eles estejam a sentir, mostrar empatia e simpatia por esses sentimentos e considerar as perspectivas dos Social Awareness
outros nas tomadas de decisões. Este processo é fundamental em criar ambientes profissionais em que todos os indivíduos possam prosperar ao nível do desempenho profissional (Berman & West, 2008). Por último, Relationship Manegement é a habilidade de criar laços de alinhamento, de apreciação e suporte emocional . A última subdivisão das competências sociais envolve a comunicação efectiva, persuadir, trabalhar em equipa, gerir crises e ainda a capacidade de ajudar as pessoas a trabalhar conforme um objectivo comum (Berman & West, 2008) e são estas as competências que permitem criar laços emocionais fortes dentro do contexto do trabalho (FME, 2014).
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Competências Pessoais
Competências Sociais
Reconhecer e perceber as próprias emoções
Reconhecer e perceber as emoções dos outros
•
•
Self Awareness
Social Awareness
Self Manegement
Relationship Manegement
Gerir as próprias emoções Motivar-se a si próprio
Gerir relações através de diversas competências
•
•
•
(Inspirado na esquematização de FME, 2014).
Assim estabelece-se a sintetização realizada por Salovey e Mayer que à IE corresponde a um pequeno conjunto de capacidades interligadas entre elas, às quais correspondem a precisão na perceção do próprio
Usar Emoções
Reconhecer Emoções
Regular Emoções
Compreender Emoções
e do estado emocional dos outros e à capacidade de regular, controlar e usar esses estados emocionais para alcançar um objectivo (de modo eficaz).
São
assim
definidos
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aspetos
fundamentais para a IE: Reconhecer emoções; Compreender emoções; Regular emoções; Usar emoções (FME, 2014);
(Inspirado na esquematização de FME, 2014).
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A diferença entre o QE e o QI (Quociente Emocional) 1 é que o QE, referente à Inteligência Emocional, é desenvolvido através do crescimento pessoal ao contrário do QI, que já está determinado à nascença. As pessoas podem aprender a reconhecer as emoções que sentem, a dialogar de modo racional sobre os próprios sentimentos e os dos outros e a desenvolver planos de acção conforme o nosso estado emocional. É assim o exemplo de estudos com o teste de IE Bar-On (2005) que comprovaram que a IE aumenta com a idade (Berman & West, 2008). É este o factor que permite adaptar a Inteligência Emocional ao contexto laboral. Os colaboradores podem aumentar as suas capacidades de IE através de diversos métodos e exercícios que lhes permite a aprendizagem de comportamentos emocionalmente inteligentes e são estes que lhes permitem reconhecer diversos campos emocionais e distinguir emoções genuínas de emoções dissimuladas (Berman & West, 2008). Daniel Goleman (1998) criou tópicos que os profissionais podem utilizar para se formarem neste tipo de competências emocionais (Goleman, 1998):
Avaliar a função e o Indivíduo; Indivíduo; Divulgar as avaliações com tacto; Motivar; Tomar a mudança autodirigida; autodirigida; Incidir em objetivos claros e alcançáveis; Evitar recidivas;
Dar opiniões sobre o desempenho; dese mpenho; Estimular a Prática; Procurar apoios e fornecer modelos; Ser estimulante; Reforçar a mudança; Avaliar;
Torna-se assim necessário referir que apesar do nível de QI ser necessário em certas profissões como requisito, é mais provável que o sucesso no contexto laboral depende das capacidades da IE, como a habilidade de persistir em situações mais complicadas e de relacionar com colegas e subordinados. Actualmente, no mundo profissional, é tão importante demonstrar a capacidade de relacionamento com os outros tal como é importante mostrar os conhecimentos que possuímos (FME, 2014).
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Quociente Emocional define-se assim como a medida que mede o nível de competência intelectual. Mede a capacidade de pensar logicamente, absorver informação, transferir conhecimento e resolver problemas. É um indicador muito bom para o sucesso na escola, mas não é bom em prever o sucesso no trabalho ou na vida privada. Conteúdo disponível em www.iqelite.com/pt/eq-emotional-intellige em www.iqelite.com/pt/eq-emotional-intelligence-test nce-test [Consultado a 1/12/2015]
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As Categorias da Inteligência Emocional e os seus Métodos de Quantificação Através da multiplicidade de definições sobre a Inteligência Emocional é possível chegar à conclusão que o conceito de IE é abordado de diversos modos, o que por sua vez, influencia os diversos métodos de quantificar o nível de QE. Ashkanasy e Daus (2005) organizaram assim toda a informação referente à IE em três categorias, e posteriormente, associaram a cada uma das categorias um método de quantificação e um exemplo do mesmo (Walter, Cole, & Humphrey, 2011). A primeira categoria foi baseada na definição de Mayer e Salovey (1997) onde determinaram EI como o conjunto de capacidades emocionais interrelacionadas (e.g. perceção de emoções e o uso das mesmas de modo adequado). A segunda categoria também se baseia no mesmo autor mas difere da primeira no sentido que utiliza a autoavaliação e a avaliação de outros sobre comportamentos referentes à Inteligência Emocional.
A terceira categoria inclui as perspectivas que definem a IE como uma um conceito mais geral que engloba diferentes inclinações e competências emocionais e baseou-se na definição de Goleman (2000) (Walter, Cole, & Humphrey, 2011).
Categorias da IE
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Definição da IE
1ª Categoria Salovey e Mayer (1997)
Conjunto de capacidades interrelacionadas que permitem lidar com as próprias e as emoções dos outros;
2ª Categoria Salovey e Mayer (1997)
Conjunto de capacidades interrelacionadas que permitem lidar com as próprias e as emoções dos outros;
3ª Categoria Goleman (2000)
Matriz de perspectivas, inclinações e competências relacionadas com a gestão eficaz das emoções;
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Método de Quantificação
Métodos que medem as capacidades da performance individual individual na resolução de problemas emocionais emocionais; Auto e Heteroavaliação das competências emocionais e comportamentos emocionalmente inteligentes; Auto e Heteroavaliação de inclinações, perspectivas e competências relacionadas com a IE.
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Testes de IE
MSCEIT (Mayer et.al. 2004) DANVA (Nowicki & Duke, 2001)
WLEIS(Wong & Low, 2002) WEIP (Jardon et. al., 2002)
Bar-On (Reuven, 2000) ECI (Wolff, 2005)
Baseado em Ashkanasy and Daus(2005) e na esquematização de Walter, Cole, & Humphrey, 2011 DANVA = Diagnotic Analysis of Nonverbal Accuracy; ECI= Emotional Competence Iventory; MSCEIT = Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test; WEIP= Workgroup Emotional Inteligence Profile; WEILS= Wonh-Law Emotional Intelligence Scale 3
A IE para um profissional de Relações Públicas Públicas Após todo o esclarecimento de conceitos sobre a Inteligência Emocional, torna-se assim necessário explicar a importância deste conceito para a própria profissão de Relações Públicas. Apesar de já terem ser introduzida a ideia que a Inteligência Emocional pode ser o factor essencial no sucesso em contexto laboral, é necessário relembra-lo, aprofundá-lo e interliga-lo com a profissão em questão. Como já foi referido a IE, e consequentemente o nível de QE é influenciado pelo conjunto da experiência humana ao nível emocional . Todas as memórias, relações, sentimentos e emoções que sentimos ajudam no processo de desenvolvimento da IE. Mas este tipo de situação também se verifica no contexto laboral, visto que os ambientes profissionais são em grande escala feitos da componente humana, e as pessoas sentem emoções emoções e às vezes reagem de modo inconsciente às mesmas. Para a Inteligência Emocional é necessário ter a consciência que sentimos, quais são as emoções que sentimentos e como devo lidar com elas, no contexto profissional e pessoal (E.g. no caso de um profissional que não se encontra satisfeito com os seus resultados, este sente-se frustrado e irritado. No entanto com treino emocional, vai-lhe ser possível saber as emoções que sente e geri-las do melhor modo). Assim refere-se novamente que a IE é um processo de aprendizagem, visto que é possível desenvolvê-lo através de métodos e exercícios sobre comportamentos emocionalmente inteligentes já abordados anteriormente.
Em diversos estudos realizados por diversos investigadores, surgiram conclusões importantes no contexto profissional em geral e no contexto das Relações Públicas. O primeiro estudo realizado por um conjunto de investigadores (Schutte et. al, 2001) realizaram inúmeras experiências sobre como as diferentes dimensões da IE refletem o nível de Quociente Emocional. Dessas dimensões faziam parte a Empatia, o Self-Monitoring e Skills Sociais (Relacionamento e Cooperação) das quais retiraram conclusões bastante interessantes (Schutte et. al., 2001). Na 1ª e 2ª experiência as conclusões foram que a capacidade de compreendermos a perspectiva emocional do outro através da empatia está relacionada com maiores valores de QE. Além desta conclusão, surgiu ainda a conclusão que os maiores valores de self-monitoring reflectem maiores valores de QE . Na 3ª experiência concluiuse que os maiores níveis de QE estão relacionados com valores mais elevados de skills sociais. sociais. A 4ª experiência é a última experiencia com conclusões significativas para o tema em questão na medida em que indivíduos com níveis de QE mais elevados eram mais cooperativos com os seus parceiros, o que também pode ser introduzido no contexto profissional com os relacionamentos entre colegas (Schutte et. al., 2001). Assim a inteligência emocional está associada de vários modos com as relações interpessoais na medida em que permite a cada individuo um conjunto de ferramentas sociais que lhe permite percepcionar e gerir as suas e as emoções dos outros (Schutte et. al., 2001).
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Outro estudo com conclusões importantes para o tema em questão foi o estudo realizado por Mortan et. al. (2014) que abordou a questão da relação entre a Inteligência Emocional e as diferenças individuais em empreendorismo a nível organizacional. As conclusões do estudo indicaram as dimensões da IE de regulação e utilização das emoções emoções têm uma influencia positiva em atitudes empreendoras de modo eficaz devido a acreditarem que são capazes de terem sucesso em atividades empreendedoras. A capacidades da IE afetam o modo como nos percecionamos devido a possuirmos a capacidade de perceber, regular e agir conforme as emoções que sentimos (Mortan, Ripoll, Carvalho, & Bernal, 2014). Estas capacidades permitem nos acreditar que seremos mais eficazes nas nossas tarefas profissionais e tomadas de decisão. Por último o estudo com outras conclusões importantes no âmbito do tema da inteligência emocional em contexto laboral foi um estudo sobre skills sociais sociais em gestores de públicos um nível interno das organizações. Este estudo explorou o modo como o feedback e o aconselhamento podem ser utilizados para melhorar o nível de Inteligência Emocional de cada um e contribuir para o aumento do desempenho a nível organizacional. As conclusões foram que as dimensões da IE (técnicas e ferramentas que contribuem para a IE) contribuem para a consciencialização da importância do feedback e aconselhamento (Berman & West, 2008). Para dar feedback e aconselhar de modo eficaz é necessário as capacidades subjacentes à IE (monitorizar e reflectir sobre comportamentos induzidos pelas emoções e adequar essa informação à situação e ao indivíduo que esta a receber o feedback ). Em síntese todos estes estudos produziram ideias que podem ser adaptados à profissão de Relações Públicas na medida em que esta profissão é baseada na ideia de comunicação entre as organizações e os seus diversos públicos/stakeholders . Assim os profissionais de relações públicas devem possuir capacidades subjacentes à IE como a perceção dos estados emocionais dos stakeholders , dos seus públicos e por último de si próprio, gestão desses estados emocionais e monotorização dos mesmos. Devem ainda compreender e (incluindo o profissional) de modo a que este acredite nas suas capacidades e motivar os próprios stakeholders (incluindo aumente o seu desempenho profissional. Por último, devido ao lugar dos departamentos de RP nos organigramas das empresas e aos seus conhecimentos de como chegar aos públicos, os RP devem ter a responsabilidade de aplicar técnicas de fomento das competências da IE (adequadas a cada um) de
modo a melhorar o ambiente profissional, profissional, evitar conflitos e estimular o desenvolvimento da própria empresa empresa.
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A Inteligência Emocional inserido num papel de liderança em Relações Públicas Os profissionais de Relações Públicas podem por vezes ter que ocupar um lugar de liderança num departamento de comunicação de uma organização. A inteligência emocional surge assim como um elemento relevante neste papel de liderança. Existem assim estudos recentes que tentaram provar a relação entre a IE e como este contribui para um papel de liderança em certas profissões. É importante referir que diferentes autores definiram liderança de vários modos mas dentro da esfera de relações públicas a definição com maior relevância foi a de Hellriegel et. al. (2001) que definiu este conceito como a capacidade de influenciar, motivar e orientar os membros de uma organização para alcançar objetivos estipulados
(Turksoy, Kesbin, & Duran, 2015). O primeiro estudo realizado por Walter et. al. (2011) provou que a IE está fortemente associada com a eficácia do papel de liderança e ainda comprovou que são as competências da IE que permitem a educadores/mentores, treinadores e professionais de gestão (e.g. Profissionais de RP) um estado de equilibrio que influencia as suas metodologias de liderança (Walter, Cole, & Humphrey, 2011). São muitas vezes os
lideres que dão feedback e que exercem influência (poder motivador) sobre todos os colaboradores da empresa, pois são líderes que os conheçem e que sabem como comunicar os mesmos. Sem estas competências da IE seria praticamente impossível a estes líderes de cumprir as suas funções. Outro estudo realizado em 2015 por Turksoy, Kesbin, & Duran examinou a inteligência emocional nas habilidades de treinadores experientes através do teste de QE Bar-On. A conclusão mais supreendente a reter deste estudo foi que os treinadores que responderam que tinham formação superior foram aqueles que assinalaram que eram otimitas, sentiam empatia, tinham resistência ao stress e eram flexíveis nas situações, chegando assim à conclusão que a IE pode ser desenvolvida através da educação. Assim existe uma relação entre IE e liderança, e que professionais com um papel de liderança possuem níveis de QE mais elevados (Turksoy, Kesbin, & Duran, 2015). Resumidamente os profissionais de RP num papel de liderança podem, à semelhança dos treinadores, ter níveis de IE mais elevados e é este high score de QE que lhes permite realizar as funções de um líder (influenciar, high score de motivar e orientar os membros de uma organização) de modo a resultar no melhor desempenho organizacional possível.
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Conclusão Após todo o enquadramento teórico do trabalho é possível concluir concluir que são as capacidades da Inteligência Emocional que permitem muitas senão todas as capacidades de nos relacionarmos com o outro. A importância da IE para um profissional de RP parte de um nível pessoal, onde o profissional deve conhecer e gerir as emoções conforme a situação, a um nível social, de perceção dos estados emocionais dos seus colegas de trabalho e com diferentes stakeholders , motivação dos mesmos para o aumento do desempenho laboral, e por último a nível externo da organização de conhecer, perceber e gerir as diversas emoções que estes sentem. A conclusão do trabalho é que o nível de QE do profissional de RP tem grande impacto no modo como este vai gerir as relações que tem com o outro, como se vê a si próprio, nas suas atitudes profissionais, isto é, um profissional que possua as capacidades subjacente à IE vai ser capaz de ter um melhor aproveitamento a nível organizacional e pode até ser garantido sucesso no mesmo, concluído assim o objectivo inicial do trabalho. Assim todos os estudantes/docentes/profissionais desta área possam saber como intervir para alcançar este nível de QE desejado. Forças
Capacidade de procura de bibliografia relevante; Domíno da língua inglesa; Domínio de tecnologias; Criatividade no modo de apresentação dos temas; Relevância do Tema;
Fraquezas
Capacidade de síntese reduzida; Má Gestão de Tempo; Alguma dificuldade na clareza da escrita; Planificação do Tema;
Oportunidades
Grande diversidade de bibliografia recente e relevante ao tema; Aprofundamento de conhecimentos conhecimentos abordados nas aulas; Contribuição para o sucesso pessoal e profissional;
Ameaças
Limitação de páginas;
A realização deste trabalho foi de especial importância visto que conciliou dois temas que me interessam bastante, a temática da Inteligência Emocional abordada em anos anteriores e a área em que desenvolvo a minha formação e espero vir a realizar no futuro. A própria temática permitiu-me compreender a relevância destas competências da IE para a minha futura profissão de modo que irei poder combinar os conhecimentos daqui retirados com a prática um dia .A um nível pessoal o trabalho permitiu o desenvolvimento de outras competências de investigação, selecção, organização, importantes para toda a minha carreira e vida pessoal.
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Bibliografia Berman, E. M., & West, J. P. (2008). Managing Emotional Intelligence in U.S Cities: A Study of Social Skills among Public Managers. Public Administration View , 742-754. FME. (2014). Understanding Emotional Inteligence. Goleman, D. (1998). Working with Emotiona Intelligence. Intelligence. Tilpográfica- Sociedade Gráfica, S.A. Mortan, R. A., Ripoll, P., Carvalho, C., & Bernal, M. C. (2014). Effects of emocional intelligence on Work and Organizational Organizational Psychology Psychology , 97-103. entrepreneurial intencion and self-efficacy. Journal of Work Schutte, N. S. (2001). Emotional Intelligence and Interpersonal Relations. The Journal of Social Psychology , 523-535. Turksoy, A., Kesbin, B., & Duran, C. (2015). Examining Emotional Intelligence and Leadership Skills of Trainers. Procedia- Social and Behavioral Sciences , 117-122. Walter, F., Cole, M. S., & Humphrey, R. H. (2011). Emotional Intelligence: Sine Qua Non of Manegement Perspectives Perspectives , 45-56. Leadership or Folderol? Academy of Manegement IQ Elite (2015) Teste de Inteligência Inteligência Emocional [Internet] Disponível Disponível em www.iqelite.com/p www.iqelite.com/pt/eqt/eqemotional-intelligence-test
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