Professores como intelectuais transformadores 1 Henry A. Giroux
Diferente de muitos movimentos de reforma educacional do passado, o atual apelo por mudança educacional apresenta aos professores tanto uma ameaça quanto um desafio que parecem sem precedentes na história de nossa nação. A ameaça vem na form formaa de uma uma séri sériee de refo reform rmas as educ educac acio iona nais is que que most mostra ram m pouc poucaa conf confia ianç nçaa na capacidade dos professores da escola pública de oferecerem uma liderança intelectual e moral para a juventude de nosso pas. !or e"emplo, muitas das recomendaç#es que sur$i sur$ira ram m no atua atuall debat debatee i$nor i$noram am o pape papell que que os profe profess ssore oress desem desempe penh nham am na preparação dos aprendi%es para serem cidadãos ativos e crticos, ou então su$erem reform reformas as que i$nora i$noram m a inteli inteli$&n $&ncia cia,, jul$am jul$ament ento o e e"peri& e"peri&nci nciaa que os profes professor sores es poderiam oferecer em tal debate. 'uando os professores de fato entram no debate é para serem objeto de reformas educacionais que os redu%em ao status de técnicos de alto nvel cumprindo ditames e objetivos decididos por especialistas um tanto afastados da realidade cotidiana da vida em sala de aula. (1) A mensa$em parece ser que os professores não contam quando trata*se de e"aminar criticamente a nature%a e processo da reforma intelectual. + clim climaa pol polti tico co e ideol ideoló$i ó$ico co não não parec parecee favo favor rve vell para para os profe profess ssor ores es no momento. -ntretanto, ele de fato lhes oferece o desafio de unirem*se ao debate público com seus crticos, bem como a oportunidade de se en$ajarem em uma autocrtica muito necessria em relação nature%a e finalidade da preparação dos professores, dos pro$ramas de treinamento no trabalho e das formas dominantes da escolari%ação. De forma semelhante, semelhante, o debate debate oferece oferece aos professores professores a oportunidade oportunidade de se or$ani%arem or$ani%arem coletivamente para melhorar as condiç#es em que trabalham, e demonstram ao público o papel fundamental fundamental que eles devem desempenhar desempenhar em qualquer qualquer tentativa tentativa de reformar reformar as escolas públicas.
1 O presente texto corresponde ao capítulo 9 de Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem . Porto Alegre: Artes Médicas, 1997, pp. 157-16. !osso agradeci"ento # editora A$%M&' A$%M&' por autori(ar a pu)lica*+o.
!ara que os professores e outros se en$ajem em tal debate, é necessrio que uma perspectiva teórica seja desenvolvida, redefinindo a nature%a da crise educacional e ao mesmo tempo fornecendo as bases para uma visão alternativa para o treinamento e trabalho dos professores. -m resumo, o reconhecimento de que a atual crise na educação tem muito a ver com a tend&ncia crescente de enfraquecimento dos professores em todos os nveis da educação é uma precondição teórica necessria para que eles efetivamente se or$ani%em e estabeleçam uma vo% coletiva no debate atual. Além disso, tal reconhecimento ter que enfrentar não apenas a crescente perda de poder entre os professores em torno das condiç#es de seu trabalho, mas também as mudanças na percepção do público quanto a seu papel de praticantes refle"ivos. /ostaria de dar uma pequena contribuição teórica para que este debate e o desafio que ele suscita e"aminando dois problemas importantes que precisam ser abordados no interesse de melhorar a qualidade da 0atividade docente, o que inclui todas as tarefas administrativas e atividades e"tras, bem como a instrução em sala de aula. !rimeiramente, eu acho que é imperativo e"aminar as forças ideoló$icas e materiais que t&m contribudo para o que desejo chamar de proletari%ação do trabalho docente, isto é, a tend&ncia de redu%ir os professores ao status de técnicos especiali%ados dentro da burocracia escolar, cuja função, então, torna*se administrar e implementar pro$ramas curriculares, mais do que desenvolver ou apropriar*se criticamente de currculos que satisfaçam objetivos peda$ó$icos especficos. -m se$undo lu$ar, e"iste uma necessidade de defender as escolas como instituiç#es essenciais para a manutenção e desenvolvimento de uma democracia, e também a defesa dos professores como intelectuais transformadores que combinam a refle"ão e prtica acad&mica a serviço dos estudantes para que sejam cidadãos refle"ivos e ativos. 2o restante deste ensaio, irei desenvolver estes pontos e concluir e"aminando suas implicaç#es para o fortalecimento de uma visão alternativa da atividade docente. Desvalorização e Desestabilização do Trabalho Docente
3ma das maiores ameaças aos professores e"istentes e futuros nas escolas públicas é o desenvolvimento crescente de ideolo$ias instrumentalistas que enfati%am uma aborda$em tecnocrtica para a preparação dos professores e também para a peda$o$ia de sala de aula. 2o cerne da atual &nfase nos fatores instrumentais e pra$mticos da vida escolar colocam*se diversas suposiç#es peda$ó$icas importantes. -las incluem4 o apelo pela separação de concepção e e"ecução5 a padroni%ação do conhecimento escolar com o interesse de administr*lo e control*lo5 e a desvalori%ação do trabalho crtico e intelectual de professores e estudantes pela prima%ia de consideraç#es prticas. (6) -sse tipo de racionalidade instrumental encontra uma de suas e"press#es historicamente mais fortes no treinamento de futuros professores. + fato de que os pro$ramas de treinamento de professores nos -stados 3nidos h muito t&m sido dominados por uma orientação e &nfase behaviorista na mestria de reas disciplinares e métodos de ensino est bem documentado. (7) 8ale a pena repetir as implicaç#es desta aborda$em, salientadas por 9eichner4 :ubjacente a esta orientação na formação dos professores encontra*se uma metfora de 0produção, uma visão do ensino como 0ci&ncia aplicada e uma visão do professor como principalmente um 0e"ecutor das leis e princpios de ensino efica%. +s futuros professores podem ou não avançar no currculo em seu próprio ritmo e podem participar de atividades de aprendi%a$em variadas ou padroni%adas, mas aquilo que eles t&m que dominar tem escopo
limitado ;por e"emplo, um corpo de conhecimentos de conteúdo profissional e habilidades didticas< e est totalmente determinado com antecipação por outros, com base, muitas ve%es, em pesquisas na efetividade do professor. + futuro professor é visto basicamente como um receptor passivo deste conhecimento profissional e participa muito pouco da determinação do conteúdo e direção de seu pro$rama de preparação. (=)
+s problemas desta aborda$em são evidentes com o ar$umento de >ohn De?e@ de que os pro$ramas de treinamento de professores que enfati%am somente o conhecimento técnico prestam um desserviço tanto nature%a do ensino quanto a seus estudantes. () -m ve% de aprenderem a refletir sobre os princpios que estruturam a vida e a prtica em sala de aula, os futuros professores aprendem metodolo$ias que parecem ne$ar a própria necessidade de pensamento crtico. + ponto é que os pro$ramas de treinamento de professores muitas ve%es perdem de vista a necessidade de educar os alunos para que eles e"aminem a nature%a subjacente dos problemas escolares. Além disso, estes pro$ramas precisam substituir a lin$ua$em da administração e efici&ncia por uma anlise crtica das condiç#es menos óbvias que estruturam as prticas ideoló$icas e materiais do ensino. -m ve% de aprenderem a levantar quest#es acerca dos princpios que subja%em os diferentes métodos didticos, técnicas de pesquisa e teorias de educação, os estudantes com freqB&ncia preocupam*se em aprender o 0como fa%er, 0o que funciona ou o domnio da melhor maneira de ensinar um 0dado corpo de conhecimento. !or e"emplo, os seminrios obri$atórios de prtica no campo consistem na partilha de técnicas utili%adas pelos estudantes para administrar e controlar a disciplina em sala de aula, or$ani%ar as atividades do dia e aprender a trabalhar dentro de crono$ramas especficos. -"aminando um pro$rama destes, >esse /oodman levanta al$umas quest#es importantes acerca dos sil&ncios prejudiciais que o mesmo incorpora. -le escreve4 2ão havia questionamento de sentimentos, suposiç#es ou definiç#es nesta discussão. !or e"emplo, a 0necessidade de recompensas e puniç#es para 0fa%er crianças aprenderem era dada como $arantida5 as implicaç#es éticas e educacionais não eram abordadas. 2ão se via preocupação em estimular ou alimentar o desejo intrnseco da criança por aprender. As definiç#es de bons alunos como 0alunos quietos, atividades no caderno de exercícios como 0leitura, tempo envolvido com a tarefa como 0aprendi%a$em, e finalizar o material dentro do horário como 0objetivo de ensino C todas passavam sem questionamento. +s sentimentos de pressão e possvel culpa quanto a não satisfa%er os crono$ramas também não eram e"plorados. A real preocupação nesta discussão era a de que todos 0compartilhassem. ()
As racionalidades tecnocrticas e instrumentais também operam dentro do próprio campo de ensino, e desempenham um papel cada ve% maior na redução da autonomia do professor com respeito ao desenvolvimento e planejamento curricular e o jul$amento e implementação de instrução em sala de aula. Esto é bastante evidente na proliferação do que se tem chamado de pacotes curriculares 0 prova de professor. (F)A fundamentação subjacente de muitos destes pacotes reserva aos professores o simples papel de e"ecutar procedimentos de conteúdo e instrução predeterminados. + método e objetivo de tais pacotes é le$itimar o que chamo de peda$o$ias de $erenciamento. Esto é, o conhecimento é subdividido em partes diferentes, padroni%ado para serem mais facilmente $erenciados e consumidos, e medidos através de formas de avaliação predeterminadas. As aborda$ens curriculares deste tipo são peda$o$ias de $erenciamento porque as principais quest#es referentes aprendi%a$em ficam redu%idas ao problema da administração, isto é, 0como alocar recursos ;professores, estudantes e materiais< para produ%ir o número m"imo possvel de estudantes... diplomados dentro do tempo desi$nado. (G) A suposição teórica subjacente que orienta este tipo de
peda$o$ia é a de que o comportamento dos professores precisa ser controlado, tornando*o comparvel e previsvel entre as diferentes escolas e populaç#es de alunos. + que fica claro nesta aborda$em é que a mesma or$ani%a a vida escolar em torno de especialistas em currculo, instrução e avaliação, aos quais se reserva a tarefa de concepção, ao passo que os professores são redu%idos tarefa de implementação. + efeito não se redu% somente incapacitação dos professores para afast*los do processo de deliberação e refle"ão, mas também para tornar rotina a nature%a da peda$o$ia de aprendi%a$em e de sala de aula. 2ão é preciso di%er que os princpios subjacentes s peda$o$ias de $erenciamento estão em desacordo com a premissa de que os professores deveriam estar ativamente envolvidos na produção de materiais curriculares adequados aos conte"tos culturais e sociais em quais ensinam. Has especificamente, o estreitamento das opç#es curriculares ao formato de retorno aos fundamentos e a introdução de peda$o$ias infle"veis de tempo na tarefa operam a partir da suposição errInea de que todos os estudantes podem aprender a partir dos mesmos materiais, técnicas em sala de aula e modos de avaliação. A noção de que os estudantes t&m histórias diferentes e incorporam e"peri&ncias, prticas lin$Bsticas, culturas e talentos diferentes é estrate$icamente i$norada dentro da ló$ica de e contabilidade da teoria peda$ó$ica administrativa. Professores como Intelectuais Transformadores
2o que se se$ue, desejo ar$umentar que uma forma de repensar e reestruturar a nature%a da atividade docente é encarar os professores como intelectuais transformadores. A cate$oria de intelectual é útil de diversas maneiras. !rimeiramente, ela oferece uma base teórica para e"aminar*se a atividade docente como forma trabalho intelectual, em contraste com sua definição em termos puramente instrumentais ou técnicos. -m se$undo lu$ar, ela esclarece os tipos de condiç#es ideoló$icas e prticas necessrias para que os professores funcionem como intelectuais. -m terceiro lu$ar, ela ajuda a esclarecer o papel que os professores desempenham na produção e le$itimação de interesses polticos, econImicos e sociais variados através das peda$o$ias por eles endossadas e utili%adas. Ao encarar os professores como intelectuais, podemos elucidar a importante idéia de que toda a atividade humana envolve al$uma forma de pensamento. 2enhuma atividade, independente do quão rotini%ada possa se tornar, pode ser abstrada do funcionamento da mente em al$um nvel. -ste ponto é crucial, pois ao ar$umentarmos que o uso da mente é uma parte $eral de toda atividade humana, nós di$nificamos a capacidade humana de inte$rar o pensamento e a prtica, e assim destacamos a ess&ncia do que si$nifica encarar os professores como profissionais refle"ivos. Dentro deste discurso, os professores podem ser vistos não simplesmente como 0operadores profissionalmente preparados para efetivamente atin$irem quaisquer metas a eles apresentadas. -m ve% disso, eles deveriam ser vistos como homens e mulheres livres, com uma dedicação especial aos valores do intelecto e ao fomento da capacidade crtica dos jovens. (J) -ncarar os professores como intelectuais também fornece uma vi$orosa crtica teórica das ideolo$ias tecnocrticas e instrumentos subjacentes teoria educacional que separa a conceituali%ação, planejamento e or$ani%ação curricular dos processos de implementação e e"ecução. K importante enfati%ar que os professores devem assumir responsabilidade ativa pelo levantamento de quest#es sérias acerca do que ensinam,
como devem ensinar, e quais são as metas mais amplas pelas quais estão lutando. Esto si$nifica que eles devem assumir um papel responsvel na formação dos propósitos e condiç#es de escolari%ação. Lal tarefa é impossvel com uma divisão do trabalho na qual os professores t&m pouca influ&ncia sobre as condiç#es ideoló$icas e econImicas de seu trabalho. -ste ponto tem uma dimensão normativa e poltica que parece especialmente relevante para os professores. :e acreditarmos que o papel do ensino não pode ser redu%ido ao simples treinamento de habilidades prticas, mas que, em ve% disso, envolve a educação de uma classe de intelectuais vital pra o desenvolvimento de uma sociedade livre, então a cate$oria de intelectual torna*se uma maneira de unir a finalidade da educação de professores, escolari%ação pública e treinamento profissional aos próprios princpios necessrios para o desenvolvimento de uma ordem e sociedade democrticas. -u ar$umentei que, encarando os professores como intelectuais, nós podemos começar a repensar e reformar as tradiç#es e condiç#es que t&m impedido que os professores assumam todo o seu potencial como estudiosos e profissionais ativos e refle"ivos. Acredito que é importante não apenas encarar os professores como intelectuais, mas também conte"tuali%ar em termos polticos e normativos as funç#es sociais concretas desempenhadas pelos mesmos. Desta forma, podemos ser mais especficos acerca das diferentes relaç#es que os professores t&m tanto com seu trabalho como com a sociedade dominante. 3m ponto de partida para interro$ar*se a função social dos professores enquanto intelectuais é ver as escolas como locais econImicos, culturais e sociais que estão ine"trincavelmente atrelados s quest#es de poder e controle. Esto si$nifica que as escolas fa%em mais do que repassar de maneira objetiva um conjunto comum de valores e conhecimentos. !elo contrrio, as escolas são lu$ares que representam formas de conhecimento, prticas de lin$ua$em, relaç#es e valores sociais que são seleç#es e e"clus#es particulares da cultura mais ampla. Momo tal, as escolas servem para introdu%ir e le$itimar formas particulares de vida social. Hais do que instituiç#es objetivas separadas da dinNmica da poltica e poder, as escolas são, de fato, esferas controversas que incorporam e e"pressam uma disputa acerca de que formas de autoridade, tipos de conhecimento, formas de re$ulação moral e vers#es do passado e futuro que devem ser le$itimadas e transmitidas aos estudantes. -sta disputa é mais visvel, por e"emplo, nas demandas de $rupos reli$iosos de direita que atualmente tentam instituir a re%a nas escolas, eliminar certos livros das bibliotecas escolares e incluir certas formas de ensinamentos reli$iosos no currculo de ci&ncias. K claro que demandas de outro tipo são feitas por feministas, ecolo$istas, minorias, e outros $rupos de interesse que acreditam que as escolas deveriam ensinar estudos femininos, cursos sobre meio ambiente, ou história dos ne$ros. -m resumo, as escolas não são locais neutros e os professores não podem tampouco assumir a postura de serem neutros. 2um sentido mais amplo, os professores como intelectuais devem ser vistos em termos dos interesses polticos e ideoló$icos que estruturam a nature%a do discurso, relaç#es sociais em sala de aula e valores que eles le$itimam em sua atividade de ensino. Mom esta perspectiva em mente, $ostaria de concluir que os professores deveriam se tornar intelectuais transformadores se quiserem educar os estudantes para serem cidadãos ativos e crticos. -ssencial para a cate$oria de intelectual é a necessidade de tornar o peda$ó$ico mais poltico e o poltico mais peda$ó$ico. Lornar o peda$ó$ico mais poltico si$nifica inserir a escolari%ação diretamente na esfera poltica, ar$umentando*se que as escolas
representam tanto um esforço para definir*se o si$nificado quanto uma luta em torno das relaç#es de poder. Dentro desta perspectiva, a refle"ão e ação crticas tornam*se parte de um projeto social fundamental de ajudar os estudantes a desenvolverem uma fé profunda e duradoura na luta para superar as injustiças econImicas, polticas e sociais, e humani%arem*se ainda mais como parte desta luta. 2este caso o conhecimento e o poder estão ine"trincavelmente li$ados preposição de que optar pela vida, reconhecer a necessidade de aperfeiçoar o seu carter democrtico e qualitativo para todas as pessoas, si$nifica compreender as precondiç#es necessrias para lutar*se por ela. Lornar o poltico mais peda$ó$ico si$nifica utili%ar formas de peda$o$ia que incorporem interesses polticos que tenham nature%a emancipadora5 isto é, utili%ar formas de peda$o$ia que tratem os estudantes como a$entes crticos5 tornar o conhecimento problemtico5 utili%ar o dilo$o crtico e afirmativo5 e ar$umentar em prol de um mundo qualitativamente melhor para todas as pessoas. -m parte, isto su$ere que os intelectuais transformadores assumam seriamente a necessidade de dar aos estudantes vo% ativa em suas e"peri&ncias de aprendi%a$em. Lambém si$nifica que desenvolver uma lin$ua$em crtica que esteja atenta aos problemas e"perimentados em nvel de e"peri&ncia cotidiana, particularmente enquanto relacionados com as e"peri&ncias peda$ó$icas li$adas prtica em sala de aula. Momo tal, o ponto de partida destes intelectuais não é o estudante isolado, e sim indivduos e $rupos em seus diversos ambientes culturais, raciais, históricos e de classe e $&nero, juntamente com a particularidade de seus diversos problemas, esperanças e sonhos. +s intelectuais transformadores precisam desenvolver um discurso que uma a lin$ua$em da crtica e a lin$ua$em da possibilidade, de forma que os educadores sociais reconheçam que podem promover mudanças. Desta maneira, eles devem se manifestar contra as injustiças econImicas, polticas e sociais dentro e fora das escolas. Ao mesmo tempo, eles devem trabalhar para criar as condiç#es que d&em aos estudantes a oportunidade de tornarem*se cidadãos, que tenham o conhecimento e cora$em para lutar a fim de que o desespero não seja convincente e a esperança seja vivel. Apesar parecer uma tarefa difcil para os educadores, esta é uma luta que vale a pena travar. !roceder de outra maneira é ne$ar aos educadores a chance de assumirem o papel de intelectuais transformadores.
Notas:
(1) !ara uma anlise crtica mais detalhada das reformas, ver Arono?it% e /irou", Education Under Siege5 ver também os comentrios incisivos sobre a nature%a impositiva dos vrios relatos em Mharles A. Lesconi >r., 0Additive Oeforms and the Oetreat from !orpose , Educational Studies 1 ;!rimavera 1JG=<4 1*115 Lerence -. Deal, 0:earchin$ for the Pi%ard4 Lhe 'uest for -"cellence in -ducation , Issues in Education 6 ;8erão 1JG=<4 *F5 :vi :hapiro, 0Mhoosin$ +ur -ducational Qe$ac@4 Disempo?erment or -mancipation, Issues in Education 6 ;8erão 1JG=<4 11* 66. (6) !ara um comentrio e"cepcional sobre a necessidade de educar os professores para serem intelectuais, ver >ohn De?e@, 0Lhe Oelation of Lheor@ to !ratice, em >ohn De?e@, Lhe Middle Wors, 1GJJ*1J6=, >oAnn Ro@dston, ed. ;Marbondale, EEE.4 :outhern Ellinois 3niversit@ !ress, 1JFF<, primeiramente publicado em 1JS=5 8er também Esrael :cheffler, 03niversit@ :cholarship and the -ducation of teachers, !eachers "ollege #ecord FS ;1JG<4 1*165 /irou", Ideolog$, "ulture, and the %rocess of Schooling . (7) 8er, por e"emplo, Terbert Uliebard, 0Lhe 'uestion of Leacher -ducation, em D. HcMart@, ed., &e' %erspectives on !eacher Education ;:an Vrancisco4 >osse@*Rass, 1JF7<.
(=) Uenneth H. 9eichner, 0Alternative !aradi$m on Leacher -ducation, (ournal of !eacher Education 7= ;Haio*junho 1JG74 =. () De?e@, 0Oelation of Lheor@ to !ratice () >esse /oodman, 0Oeflection on Leacher -ducation4 A Mase :tud@ and Lheoretical Anal@sis, Interchange 1 ;1JG=<4 1. (F) Apple, Education and %o'er . (G) !atricW :hannon, 0Haster@ Qearnin$ in Oeadin$ and Montrol of Leachers, )anguage *rts 1 ;:et. 1JG=<4 GG. (J) :cheffler, 03niversit@ :cholarship, p. 11.
/EO+3X, Tenr@ A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. !orto Ale$re4 Artes Hédicas, 1JJF, 6FS p.