UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE FEDERAL FEDERAL DE SANTA MA RIA – RS Centro de Ciências da Saúde Departamento de Microbiologia e Parasitologia
Livr o didátic o – 2ª 2ª edição edição - 2007 2007
Dra. Sílvia Gonzalez Monteiro Professora de Parasitologia Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Departamento de Microbiologia e Parasitologia
Este livro didático tem a finalidade de auxiliar os alunos em Medicina Veterinária no estudo dos parasitas dos animais domésticos. domés ticos.
INDICE:
•
Conteúdo Programático
13
•
Conceitos em Parasitologia
17
•
Tipos de Parasitos
17
•
Tipos de Hospedeiros
18
•
Tipos de Ciclo dos Parasitos
18
•
Especificidade dos Parasitos
18
•
Ação do Parasito sobre o Hospedeiro
18
•
Períodos de Parasitismo
19
•
Classificação dos Seres Vivos
19
•
Regras Internacionais Internacionais de Nomenclatura Zoológica
20
•
Filo Arthropoda
22
•
Classe Arachnida
23
•
Ordem Acari (Acarina)
24
•
Subordem Mesostigmata
24
•
Família Dermanyssidae Dermanyssidae
24
Gênero Dermanyssus
o •
Família Macronyssidae Macronyssidae Gênero Ornithonyssus
o
•
Família Laelapidae Gênero Laelaps
o
•
Família Macrochelidae Macrochelidae Gênero Macrocheles
o
•
Família Varroidae Gênero Varroa
o
•
Família Raillietidae Gênero Raillietia
o
•
Subordem Metastigmata (Carrapatos)
24 25 26 26 26 27 27 28 28 29 29 30
•
Família Ixodidae (carrapatos duros)
30
Gênero Rhipicephalus
33
Gênero Boophilus
35
Gênero Amblyomma
37
Gênero Anocentor
38
o
o
o
o
•
Família Argasidae (carrapatos moles)
38
Gênero Argas
39
Gênero Ornithodorus
40
Gênero Otobius
41
o
o
o
•
Pôster Carrapatos
42
•
Subordem Astigmata (sarnas)
43
•
Morfologia das Sarnas
44
•
Família Sarcoptidae
45
Gênero Sarcoptes
45
Gênero Notoedres
45
o
o
•
Família Cnemidocoptidae Gênero Cnemidocoptes
o
•
Família Psoroptidae
46 46 47
Gênero Psoroptes
47
Gênero Otodectes
48
Gênero Chorioptes
48
o
o
o
•
Subordem Actinedida (Prostigmata)
54
•
Família Cheyletidae
54
Gênero Cheyletiella
o
•
Família Myobiidae Gênero Myobia
o
•
Família Demodecidae Gênero Demodex
o
•
Família Trombiculidae Trombiculidae
54 54 54 55 55 57
Gênero Trombicula, Eutrombicula
o
57
•
Subordem Cryptostigmata
58
•
Família Oribatidae
58
•
Classe Insecta
59
•
Classificação dos insetos
64
•
Ordem Phthiraptera (Piolhos)
65
•
Subordem Amblycera (Antenas escondidas)
66
Gênero Menopon
67
Gênero Menacanthus
67
Gênero Heterodoxus
68
o
o
o
•
Subordem Ischnocera (Antenas livres) Gênero Trichodectes
68
Gênero Bovicola
69
Gênero Felicola
69
Gênero Goniodes
69
Gênero Lipeurus
70
o
o
o
o
o
•
68
Subordem Anoplura (Picadores - Sugadores)
70
Gênero Pediculus
70
Gênero Pthirus
72
Gênero Haematopinus
73
Gênero Linognathus
74
o
o
o
o
•
Pôster Piolhos
76
•
Ordem Hemiptera
77
o
Família Reduviidae (Barbeiros)
77
Gênero Panstrongylus
78
Gênero Triatoma
78
Gênero Rhodnius
79
•
•
•
o
Família Cimicidae (Percevejos)
Gênero Cimex
•
79 79
Gênero Ornithocoris
o
•
Ordem Siphonaptera Siphonaptera (Pulgas)
80 82
Gênero Tunga
83
Gênero Ctenocephalides
84
Gênero Pulex
85
Gênero Xenopsylla
85
o
o
o
o
•
Pôster Pulgas
87
•
Ordem Diptera
88
•
Classificação dos Diptera
89
•
Subordem Nematocera - Classificação
91
•
Subordem Nematocera (Mosquitos)
92
Gênero Anopheles
92
Gênero Aedes
93
Gênero Culex
94
Gênero Culicoides
96
Gênero Lutzomyia
98
o
o
o
o
o
Gênero Simulium
•
•
Subordem Brachycera Tabanomorpha Tabanomorpha (Mutucas)
102
Gênero Chrysops
104
Gênero Tabanus
105
o
o
•
100
Subordem Brachycera Cyclorrapha (Moscas)
107
Gênero Musca
108
Gênero Fannia
109
Gênero Stomoxys
109
Gênero Haematobia
110
o
o
o
o
Gênero Cochliomyia
o
Gênero Chrysomyia
o
Gênero Phaenicia
o
Gênero Sarcophaga
o
111 113 114 114
Gênero Oestrus
115
Gênero Dermatobia
116
•
•
Gênero Gasterophilus
o
118
•
Seção Pupipara
119
•
Família Hippoboscidae
119
Gênero Hippobosca
o
Gênero Pseudolinchia
o
Gênero Lipoptena
o
Gênero Melophagus
o
119 119 120 120
•
Filo Protozoa – Chave de Classificação
121
•
Filo Protozoa (Unicelulares)
122
•
Subfilo Sarcomastigophora Sarcomastigophora
123
•
Classe Mastigophora Mastigophor a – Locomoção por Flagelos
124
Gênero Tritrichomonas
o
Gênero Giardia
o
Gênero Histomonas
o
Gênero Trypanosoma
o
Gênero Leishmania
o
125 126 127 128 131
•
Subfilo Apicomplexa
134
•
Classe Sporoazida ou Coccidia
134
Gênero Eimeria
o
Gênero Isospora
o
Gênero Cryptosporidium
o
Gênero Toxoplasma
o
Gênero Cystoisospora
o
Gênero Neospora
o
Gênero Hepatozoon
o
•
Classe Piroplasmasida Piroplasmasida Gênero Babesia
o
136 137 138 139 137 140 142 144 144
•
Ordem Rickettsias
147
Gênero Ehrlichia
147
Anaplasma Gênero Anaplasma
149
•
Helmintologia (Metazoários)
151
•
Filo Plathelmintos (Vermes Achatados)
151
•
Classe Trematoda (Vermes em forma de folha)
152
o
o
Gênero Fasciola
153
Gênero Eurytrema
154
Gênero Paramphistomum
156
Gênero Schistosoma
156
o
o
o
o
•
Classe Cestoda (Vermes segmenta segmentados) dos)
159
Gênero Taenia
161
Gênero Echinococcus
163
Gênero Davainea
165
Gênero Raillietina
165
Gênero Dipylidium
166
Amoebotaenia Gênero Amoebotaenia
167
Anoplocephala Gênero Anoplocephala
168
Gênero Paranoplocephala
168
Gênero Moniezia
170
Gênero Thysanosoma
171
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
Filo Nemathelminto Nemathelminto (Vermes redondos) – Chave de Classificação
173
•
Classe Nematoda
174
•
Ordem Rhabditida
176
•
Gênero Strongyloides
o •
Ordem Oxyurida Gênero Oxyuris
o
•
Ordem Ascaridida Gênero Heterakis
o
176 178 178 179 179
Gênero Ascaridia
180
Gênero Ascaris
180
Gênero Parascaris
181
Gênero Neoascaris
182
Gênero Toxocara
182
Gênero Toxascaris
183
o
o
o
o
o
o
•
Ordem Strongylida Gênero Strongylus
185
Gênero Triodontophorus
188
Gênero Syngamus
189
Gênero Stephanurus
190
Gênero Oesophagostomum
192
Gênero Ancylostoma
194
Gênero Bunostomum
196
Gênero Trichostrongylus
198
Gênero Haemonchus
199
Gênero Cooperia
201
Gênero Ostertagia
202
Gênero Hyostrongylus
203
Gênero Dictyocaulus
205
Gênero Nematodirus
206
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
•
Ordem Spirurida
207
Gênero Habronema
207
Gênero Draschia
208
Gênero Dipetalonema
209
Gênero Dirofilaria
210
o
o
o
o
•
184
Ordem Enoplida
211
Gênero Trichuris
211
Gênero Capillaria
213
o
o
Gênero Dioctophyma
o
TÉCNICAS
•
213 215
•
Coleta e montagem de endoparasitas
215
•
Pesquisa de ectoparasitas
217
•
Pesquisa e coletade ácaros produtores de sarna
220
•
Técnicas helmintológicas helmintológicas
221
•
Técnica de Willis
222
•
Técnica de Hoffman
222
•
Técnica de Baermann
223
•
Técnica de Sedimentação pelo acetato de etila
224
•
Técnica de centrífugo-flutuação centrífugo-flutuação
225
•
Técnica de Mac Master
225
•
Exame direto de fezes
227
Coprocultura
•
227
•
Esfregaço direto de fezes
228
•
Método da gota espessa
228
Fórmulas
•
230
•
Exame de fezes de cão e gato
232
•
Exame de fezes de ruminantes
238
•
Exame de fezes de suínos
246
•
Exame de fezes de equinos
251
•
Exame de fezes de aves
257
•
Diagnóstico dos principias protozoários
261
•
Principais artefatos encontrados em exame de fezes
271
13
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
Os ectoparasitos devem ser entregues em
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
álcool 70 oC, identificados com nome do Discipli na: Parasitol Parasitol ogia Veterinária
espécime, data e local da coleta. A etiqueta
Curso : Medicina Veterinária
deve ser escrita em papel de seda à lápis e
Departamento: Microbiologia e Parasitologia
imersa dentro do vidro onde está o parasito.
Horas/aula : 90 Validade: a partir de 2002
Os endoparasitos devem ser fixados em RaillietHenry
EMENTA :
Estudo
morfológico,
(ácido
acético+formol+água),
ecológico,
identificados com nome do espécime, data e
biológico e sistemático dos principais parasitas
local da coleta. A etiqueta deve ser escrita em
dos animais domésticos. Estudo do controle e
papel de seda a lápis e imersa dentro do vidro
diagnóstico.
onde está o parasito.
OBJETIVOS:
PROGRAMA DA DISCIPLINA:
Oferecer aos estudantes do Curso de Medicina UNIDADE I
Veterinária: Conhecimentos sobre taxonomia, nomenclatura, sinonímias, morfologia, fisiologia, localização e
INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO A PA RASITOLOGIA
hospedeiros
-
Conceito
domésticos.
-
Definição de Parasito
Conhecimentos sobre o ciclo evolutivo, a
-
Tipos de parasito
epidemiologia e a importância econômica dos
-
Tipos de Hospedeiro
parasitos dos animais domésticos.
-
Tipos de ciclos do parasito
diagnóstico
-
Especificidade dos Parasitos
parasitológico para identificação dos parasitas
-
Ação do parasito sobre o hospedeiro
dos animais domésticos.
-
Períodos de Parasitismo
Aplicação
dos
das
parasitos
técnicas
dos
de
animais
MATERIAL MATERIAL PARA AULAS PRÁTICAS: PRÁTICAS:
REGRAS INTERNACIONAIS DE NOMENCLATURA
Jaleco, Agulha histológica, pinça.
-Classificação dos seres vivos AVA LIAÇÕES: LIA ÇÕES:
-Classificação das Espécies, Gêneros, Famílias,
Os alunos serão avaliados através de duas
-Ordem e Classes.
provas
(práticas,
escritas
e/ou
apresentação de coleção de parasitas.
orais)
e UNIDADE II FILO ARTHROPODA
COLEÇÃO:
1.1-CLASSE ARACHNIDA
A coleção é composta por seis alunos.
1.1.1-Ordem Acarina Subordem Mesostigmata
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
-Família Dermanyssidae
- Família Pediculidae
-Família Macronyssidae -Família Laelapidae
1.2.2. – Ordem Hemiptera
-Família Macrochelidae
a- Sub-Ordem Gymnocerata
-Família Varroidae
- Família Reduviidae
-Família Raillietidae
- Família Cimicidae
Sub-Ordem Metastigmata
1.2.3. – Ordem Siphonaptera
- Família Ixodidae
a- Sub-Ordem Fracticipta
- Família Argasidae
- Família Hystrichopsyllidae Hystrichopsy llidae
Sub-Ordem Astigmata
b- Sub-Ordem Integricipta
- Família Sarcoptidae
- Família Hectopsyllidae
- Família knemidocoptidae
- Família Pulicidae
- Família Psoroptidae 1.2.4. –Ordem Diptera Sub-Ordem Prostigmata
a- Sub-Ordem Nematocera
Famílias:
- Família Culicidae
- Demodecidae- Demodex
- Família Ceratopogonidae
- Myobiidae-
- Família Simulidae
-Cheyletidae -
Myobia Cheyletiella
- Família Psychodidae
-Trombiculidae- Trombicula b- Sub-Ordem Brachycera Tabanomorpha Sub-Ordem Cryptostigmata - Família Oribatidae
- Família Tabanidae c- Sub-Ordem Brachycera Cyclorrhapha
1.2.- CLASSE INSECTA 1.2.1. – Ordem Phthiraptera a- Sub-Ordem Amblycera - Família Menoponidae - Família Boopidae
- Família Muscidae Musc idae - Família Calliphoridae Calli phoridae - Família Sarcophagidae Sar cophagidae - Família Oestridae - Família Cuterebridae Cutereb ridae - Família Gasterophilidae
b- Sub-Ordem Ischnocera
- Família Hippoboscidae Hippobos cidae
- Família Trichodectidae - Família Philopteridae c- Sub-Ordem Anoplura - Família Haematopinidae
UNIDADE III
Protozoários -
Conceito. Morfologia Geral
-
Endamoebidae, Trichomonadidae
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
15
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
-
Hexamitidae, Mastigoamoebidae
- Trichuriidae
-
Trypanosomatidae
-
Eimeridae
-
Sarcocystidae
-
Plasmodidae, Haemoproteidae,
- Coleta e conservação de Artrópodes
-
Hepatozoidae
- Mallophaga e Anoplura
-
Babesiidae, Theileridae
- Diptera
-
Anaplasmataceae e Rickettsiaceae
- Culicidae,Ceratopogonidae,
AULAS AUL AS PRÁ TICAS
Psychodidae
e
Simulidae UNIDADE IV
- Brachycera e Muscidae
Trematoda
- Calliphoridae,
-
Conceito. Morfologia Geral
Cuterebridae, Gasterophilidae
-
Fasciolidae, Dicrocoelidae
- Acari, Gamasida e Oribatida
-
Paramphistomatidae
- Ixodida e Acaridida
-
Schistosomatidae
- Coleta e conservação de Helmintos
-
Técnicas de exames de fezes
- Técnicas de exame de fezes
Sarcophagidae,
Oestridae,
- Morfologia de ovos e oocistos UNIDADE V
- Diagnóstico de Hemoparasitos
Cestoda
- Identificação de larvas de Trichostrongylidae
- Conceito. Morfologia Geral
- Morfologia de Nematódeos
- Taeniidae.
- Morfologia de Cestódeos
- Davaineidae, Hymenolepidae Hym enolepidae
- Morfologia de Trematódeos
- Dilepididae, Anoplocephalidae. Ano plocephalidae.
- Morfologia de Protozoários
UNIDADE VI
BIBLIOGRAFIA
Nematoda
BARRIGA, O. O. 2002. Las Enfermedades
- Conceito. Morfologia Geral
Parasitarias de los animales domésticos em la
- Rhabditidae, Strongyloididae
américa latina. Editorial Germinal, Santiago do
- Oxyuridae
Chile. 1a edição. 247 p.
- Ascaridae, Subuluridae, Heterakidae - Ancylostomatidae, Syngamidae,
CARRERA, M. 1991. Insetos de Interesse
- Stephanuridae.
Médico-Veterinário. Editora UFPR. 1 a edição
- Trichostrongylidae.
228 p.
- Protostrongylidae, Dioctophymatidae. - Spiruridae, Ascaropidae.
COSTA LIMA, A 1960. Insetos do Brasil – vols.
- Physalopteridae.
1, 2 e 4. Ed. ENA/UFRRJ.
- Acuriidae, Tetrameridae, Thelazidae. - Dipetalonematidae, Filariidae, _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
FLECHTMANN, C. H. W. 1975. Elementos de
REY. L. 2002. Bases da Parasitologia Médica.
Acarologia. Editora Nobel. 344p.
Editora Guanabara-Koogan. Segunda edição. 380 p.
FORATINI, O. P. 1973. Entomologia Médica. Volume 1-4 1 a edição Universidade de São
SLOSS, M. W. 1999. Parasitologia clínica
Paulo, 535 p.
veterinária. 6 0edição. Editora Manole. 208 p.
FORTES, E. 1987. Parasitologia Veterinária –
SOULSBY, E. J. L. 1977. Helminths, Arthropods
Editora Sulina 453 p.
& Protozoa of Domestic Animals. 6 aed. Lea & Febiger 824 p.
FREITAS, M. G. et al – 1982. Manual de Acarologia Médica e Veterinária 6 a edição
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UFMG, 252 p.
DUNN, A. M.; JENNINGS, F. W. 1998. Parasitologia
GEORGI,
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veterinária.
Veterinária.
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Philadelphia. Portuguesa, Saunders. 1980. E-mail:
[email protected] HARDWOOD, R. F. & JAMES, M. T. 1979. Entomology in Human and Animal Health, 548 p HOFFMANN, R. P. 1987. Diagnóstico de
Homepage: http://w3.ufsm.br/parasitologia
[email protected] E-mail laboratório:
[email protected]
Parasitismo Veterinário. Editora Sulina. 156 p. NEVES, J. 1983. Diagnóstico e Tratamento das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan. 1248p. PESSOA, S. B. 1978. Parasitologia Médica – 10a edição Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 851 p. PINTO, C. 1938. Zooparasitos de Interesse Médico Veterinário. Pimenta de Mello & Cia, Rj. 375 p. REY, L. 2001. Parasitologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 856 p.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
CAPÍTUL CAPÍTUL O I
Conceitos e Classificação
____________ ___________________ ______________ _____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _____________ __________ ___ I - CONCEITOS EM PARASITOLOGIA
utilizado para endoparasitos (pode ocorrer infecção sem haver manifestação de doença).
1) PARASITO:
Origem grega significa ser que se alimenta de
5) INFESTAÇÃO: INFESTAÇÃO:
outro (hospedeiro).
É o estado ou condição de ser infestado,
Indivíduo que necessita outro ser para ter
restrito à presença de parasitas externos.Termo
abrigo, alimento, para reproduzir e perpetuar a
utilizado para ectoparasitos.
espécie. A relação parasita - hospedeiro é muito importante, por exemplo: - Acantocéfalos e cestóides: têm uma
II - TIPOS DE PARASITOS:
dependência de 100 % do hospedeiro, pois
1) OBRIGATÓRIO:
necessitam deles para sua nutrição.
Aquele que precisa de um hospedeiro para
- Nematóides: têm uma dependência menor,
sobreviver. Ex: Toxoplasma.
pois possuem tubo digestivo e obtêm seu O 2 no próprio habitat.
2) FACULTATIVO:
Aquele que pode ou não viver parasitando, ou 2) ENDOPARASITOS:
seja têm fase de vida livre. Ex.: Sarcophagidae
São aqueles que têm contato profundo com
(As moscas são atraídas pelo exsudato das
tecidos e órgãos dos hospedeiros. Ex: helmintos
lesões, botam ovos, eclodem as larvas que se
e protozoários.
alimentam do tecido necrosado. Normalmente essas larvas são encontradas em animais em
3) ECTOPARASITOS:
putrefação.
São aqueles que têm contato com a pele dos hospedeiros. Ex: artrópodes (ácaros e insetos)
3) ACIDENTAL:
como berne, carrapatos, pulgas.
Acidentalmente entra em contato com o hospedeiro porém não evolui nele. Aquele que
4) INFECÇÃO:
vai a outro lugar que não o ideal e fica por
Invasão de um hospedeiro por organismos
acaso. Ex.: Dipylidium.
(vírus, bactérias, protozoários, helmintos).Termo 4) TEMPORÁRIO:
Procura
o
hospedeiro
somente
para
se
alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos.
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5) PERMANENTE:
berne ovipõe na mosca de estábulo e passa de
Permanece no hospedeiro em todas suas fases.
ovo à larva.
Ex.: sarnas. IV - TIPO DE CICLO DO PARASITO 6) PERIÓDICO:
Apenas em uma determinada fase de sua vida
1) MONOXENO:
é parasito. Aquele que parasita por tempo
Infesta ou infecta diretamente seu HD, sem
determinado. Ex: carrapato, berne, miíase.
necessitar de HI. Ex: Haemonchus.
III - TIPOS DE HOSPEDEIROS
2) HETEROXENO:
Quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex: 1) DEFINITIVO (HD):
Ciclo de Dipylidium, Fasciola.
É aquele onde o parasito é encontrado na sua forma adulta. Em protozoários, ele se encontra
V - ESPECIFICIDADE DOS PARASITOS
na fase sexuada. 1) ESTENOXENOS: 2) INTERMEDIÁRIO (HI):
Quando são muito específicos, só aceitam
É aquele onde se encontra a forma imatura do
aquele hospedeiro. Ex: Plasmodium .
parasito. Em protozoários, ele se encontra na fase
assexuada.
Ex: Anopheles (HI
do
Plasmodium).
2) EURIXENOS:
Quando são pouco específicos, tendo uma variedade de hospedeiros. Ex: Toxoplasma .
3) PARATÊNICO:
Hospedeiro de transporte. É aquele que alberga
VI - AÇÃO DO PARASITO SOBRE O
o parasito. É quase indispensável, entra no ciclo
HOSPEDEIRO
por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do Histomonas).
1) AÇÃO MECÂNICA:
A) Obstrução: como a de Ascaris, formam 4) VETOR:
bolos de vermes no intestino e o obstruem.
Usado para Artrópodes. Podem ser:
B) Compressão: como a do cisto hidático,
- Mecânico:
que conforme vai crescendo vai comprimindo os
Mero transportador. Ex: o ácaro Macrocheles
orgãos.
usa o besouro para se transportar. - Biológico: É
como
um
2) AÇÃO ESPOLIADORA:
HI,
pois
vai
haver
um
desenvolvimento do parasito. Ex: a mosca do
Seqüestram nutrientes e fluidos do hospedeiro. Ex: Haemonchus.
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3) AÇÃO INFLAMA TÓRIA/ IRRITANTE: IRRITANTE:
Penetração ativa de larvas na pele. Ex:
CLASSIFICAÇÃO ARTIFICIAL:
Strongyloides papillosus.
Apoia-se em caracteres de certos órgãos estudados pelo especialista e por ele escolhidos arbitrariamente.
4) AÇÃO DE TRANSMISSÃO:
Transmitem agentes patogênicos. Ex: Carrapato transmitindo Babesia.
DIVISÕES:
VII - PERÍODOS DE PARASITISMO
ESPÉCIE - é a reunião de indivíduos que possuem características semelhantes e que ao
1) PERÍODO PRÉ-PATENTE (PPP):
reproduzirem-se transmitem a sua descendência
Do momento da infecção até a maturidade
esses mesmos caracteres, dando origem assim
sexual.
a novos indivíduos igualmente semelhantes. A espécie distingue-se pelos seus caracteres
2) PERÍODO PATENTE (PP):
próprios, porém podem possuir certo número de
Da fase adulta até a fase de fim da vida dos
caracteres comuns com outros organismos que
parasitos ou fim da infecção. Em protozoários, é
lhes são vizinhos. Descendência comum: Graus
a fase de reprodução sexuada.
de variação quase que imperceptíveis; até em indivíduos da mesma geração, há grande semelhança
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS VIVOS
entre
eles.
Cada
grupo
de
indivíduos representante da unidade zoológica -NECESSIDADE:
constitui uma espécie. São tão semelhantes
Distribuição dos seres em grupos formados
entre si como os descendentes de um só
segundo as afinidades mais ou menos íntimas e
indivíduo, tendo traços comuns a todos eles e
que pareçam evidentes para o especialista.
que
são
denominados
de
caracteres
específicos. CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO NATURAL:
Apoia-se em dados filogenéticos (estuda a
VARIEDADE E RAÇA:
evolução de um grupo ou espécie de plantas ou
Na mesma espécie podem ocorrer um ou mais
animais, estudo da evolução das espécies),
grupos com uma ou várias pequenas diferenças
ontogênicos
e
da forma específica típica, e que se perpetuam
desenvolvimento desde o nascimento até
na geração. Este grupo ou grupos recebem o
adulto) e biogeografia procurando evidenciar as
nome de variedade ou raça.
diferenças e as relações de parentesco entre os
Pode desaparecer ao modificar o meio em que
pontos extremos da árvore genealógica dos
vivem.
(estudo
da
origem
seres vivos e que representam as espécies atuais conhecidas. Desta forma procura-se
SUB-ESPÉCIE:
esclarecer a história da evolução destes seres. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
Formas
intermediárias
entre
espécie
e
Ramo ou Filo – Conjunto de Classes.
variedade. Grupo de indivíduos que apresenta
Os diversos ramos ou filos pertencem ao Reino
dentro
animal ou ao Reino vegetal .
da
espécie
alguma
característica
particular que se transmite por herança. Ex: Felis catus
TERMOS INTERMEDIÁRIOS:
domesticus.
Há necessidade, em diversos casos, de GÊNERO:
fazermos grupamentos intermediários entre os
A reunião de espécies chama-se de GÊNERO.
diversos grupos, antepondo-se prefixos sub ou
Muitos gêneros, além dos caracteres que lhes
super
são peculiares, apresentam (em comum com
respectivamente abaixo ou acima de um certo
outros gêneros) certo número de caracteres
grupo. Desta forma, podemos Ter: FILO – sub-
também semelhantes, e a reunião desses
filo, CLASSE – sub-classe.
grupos todos constituem um conjunto mais vasto
ORDEM – sub-ordem – super-família – FAMÍLIA
que se denomina FAMÍLIA.
– sub-família sub-família – Tribu. Tribu.
Grupos de espécies consideradas próximas
GÊNERO – sub-gênero – ESPÉCIE – sub-
entre si pela comunidade de certos caracteres
espécie – variedade.
conforme
o
grupamento
situar-se
denominados genéricos, recebendo cada grupo o nome de gênero (genus). A validade dos
REGRAS INTERNACIONAIS DE
caracteres genéricos apoiados em poucos
NOMENCLA NOMENCLATURA TURA ZOOLÓGICA
caracteres podem carecer de base, pois a descoberta
de
grupos
intermediários
de
Código
que
visa
impedir
científica
confusões dos
na
espécies nas quais estes aspectos apresentam
designação
animais
grande gama de variação, levam o especialista
uniformizando-a. Tem como ponto de partida a
a agrupar vários gêneros sob uma designação
classificação de Linnaeus 1758.
única. Nomenclatura Zoológica é o sistema de nomes GRUPOS SUPERIORES AO GÊNERO:
científicos aplicados aos animais vivos ou
Família – Terminam sempre em idae. Conjunto
fósseis.
de gêneros que mantêm entre si grandes
independente de outros sistemas.
A
nomenclatura
zoológica
é
afinidades, oferecendo certo número de traços comuns. No caso da existência de famílias
Uma só palavra (uninomin al):
também com certo número de características
O nome de um grupo superior à espécie. Ex:
comuns com outras famílias, sua reunião vai se
Necator (gênero),
constituir numa ORDEM.
Strongyloidea
Ordem – Conjunto de Famílias. As diversas
(Classe).
Ancylostomidae (família),
(superfamília),
Nematoda
ORDENS do mesmo modo podem reunir-se formando uma CLASSE.
Duas palavras (binominal):
Classe – Conjunto de Ordens. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
O nome de espécie. Ex: Necator americanus, Ancylostoma caninum. caninum.
Três Três palavras (trinominal):
O nome de subespécie. Ex: Hymenolepis nana fraterna, Trypanosoma vivax vienes.
Parênteses:
O nome de um subgênero é escrito dentro de parênteses, entre o nome genérico e o nome específico. Ex: Heterakis (Heterakis) gallinarum, Oesophagostomum (Bovicola) radiatum.
A nomenclatura deve ser em latim ou latinizada; se for uma combinação arbitrária de letras deve ser formado de modo a ser tratado como palavra latina. O nome genérico (gênero) deve ser empregado como substantivo no nominativo singular e sempre escrito com a primeira letra maiúscula. Ex: Oxyuris equi, Babesia caballi. O nome específico (espécie) deve ser sempre escrito em letra minúscula. Um nome específico dedicado a uma mulher deve terminar em ae e se for para homem em i. Ex: cuvieri – ruthae. -O nome de uma sub-família é formado acrescentando-se inae. Ex: Culicinae -O nome de família é formado acrescentando-se idae. Ex: Eimeriidae -O nome de uma superfamília deve ter a terminação oidea. Ex: Strongyloidea -Tribo deve terminar em ini. Ex: Anophelini _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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__________________ _________ __________________ __________________ ___________________ ___________________ __________________ __________________ ___________________ ___________________ ___________ __
CAP TULO ULO II Artrópodes Artrópodes _________________ ________ _________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ___________ ___
FILO ARTHROPODA ( A R T H R O N= ARTICULAÇÃO, E
=PÉS) =PÉS) PODOS - Tubo digestivo completo.
CARACTERÍSTICAS:
- Sistema circulatório aberto (a hemolinfa não
- Apêndices articulados.
está contida em vasos, é transparente, contém
- Simetria bilateral .
hemócitos e circula entre os órgãos).
- Corpo
geralmente
segmentado
(somitos,
- Respiração por traquéias, brânquias e/ou
metâmeros) e articulado exteriormente.
pulmões.
- Cabeça,
- Fecundação interna.
tórax
e
abdômen
diferenciados
(insetos) (insetos) ou fusionados fusionados (ácaros).
- Presença de órgãos de sentido como antenas,
- Exoesqueleto endurecido (quitina).
pêlos sensitivos.
- Fazem mudas.
- Reprodução sexuada.
CLASSES DE IMPORTÂNCIA IMPORT ÂNCIA MÉDICA VETERINÁRI A: C la ss es
A RAC HNI DA
Exemplos
Aranha,
INSECTA
P ENTAST OMIDA
escorpião, Piolho, pulga, mosca, Linguatulídeos.
carrapato e sarna.
mosquito.
Regiões do corpo
Cefalotórax, Cefalotóra x, abdômen
Cabeça, tórax, abdômen abdôme n Corpo lanceolado lanceol ado
Peças bucais
Quelíceras, palpos
Labro,
mandíbulas, mandíb ulas, Dois pares de ganchos
maxilas e lábio o
N de Antenas Antenas
Áceros
Díceros
Áceros
Pares de patas patas
4 pares patas
3 pares patas
Ápodes
Ciclo evolutivo
Direto, exceto acarinos
indireto indire to
Indireto
______________________________ ____________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ _________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
____________ ______ ____________ ____________ ______ ____________ ______ ____________ ____________ ____________ ___________ ___________ ____________ ____________ ____________ ___________ _____ 23 ____________
CLASSE ARACHNIDA Ordem Acarina (Acari) MESOSTIGMATA
METASTIGMATA
PROSTIGMATA
ASTIGMATA
ORIBATIDA
(sem dentes no hipostômio)
(Estigma entre o 3 e 4 par
(estigma situado
(sem estigma respiratório)
Cryptostigmata
de patas ou atrás do 4o par
anteriormente)
o
o
(respiração
de patas e hipostômio com
cutânea)
dentes recurrentes) Dermanyssidae Dermanyssidae -D e r m a n y s s u s
Argas
Argasidae Macronyssidae- O r n y t h o n i s s u s
Demodecidae- D e m o d e x Sarcoptidae -
Ornithodorus
Knemidocoptidae-
Myobia
Varroa
Rhipicephalus
CheyletidaeCheyletidae- C h e y l e t i e l l a Psoroptidae -
Boophilus
Macrocheles
Anocentor
Psoroptes Otodectes
Amblyo mma
Macrochelidae -
Knemidocoptes
Laelaps
IxodidaeVarroidae-
Sarcoptes
Otobius
MyobiidaeLaelapidae-
Notoedre s
Chorioptes
Trombiculidae- T r o m b i c u l a (só a larva é parasita, com
Railletidae-
Railletia
3 pares de patas)
Myocoptidae - Analgidae Acaridae -
Myocoptes
Megninia
Ácaros da poeira
__________________________________________ ___________________________________________________ __________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
Oribatuloidea
24
Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________
PARTE PA RTE I
Mesostigmata
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ FILO ARTHROPODA
GÊNERO: Dermanyssus
CLASSE ARACHNIDA
ESPÉCIE: Dermanyssus Dermanyssus gallinae
ORDEM ACARI (ACARINA)
CARACTERÍSTICAS:
CARACTERÍSTICAS:
- Escudo dorsal redondo.
- Ácaros de pequeno porte.
- Quelíceras
- Quelíceras modificadas e palpos curtos.
que
terminam
em
quelas
(bifurcação).
- Cefalotórax e abdômen fusionados.
- Todas as patas com garras e carúnculas.
- Corpo coberto por placas dorsais e ventrais.
- Escudos truncados posteriormente.
- Larvas com três pares de patas.
- Chamado vulgarmente de piolhinho, ácaro
- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. - Respiração cutânea ou traqueal.
vermelho das aves). - Passa a maior parte do tempo fora do hospedeiro, em frestas e gaiolas. Quando no
SUBORDEM MESOSTIGM MESOSTIGMATA ATA (Gamasid a)
hospedeiro, preferem a região da cloaca.
(meso - mediano; stigmata - espiráculo)
- Especificidade baixa e ciclo rápido (45 dias).
CARACTERÍSTICAS:
HOSPEDEIROS:
- Um par de estigmas respiratórios ao nível da
Parasita
coxa II e III abrindo-se em peritremas
de
galinhas
e
outras
aves
(principalmente canários).
alongados. - Presença de escudo dorsal.
CICLO:
- Hipostômio desprovido de dentes recurrentes. - Podem ser de vida livre ou parasitas internos (vias respiratórias) ou externos de répteis, aves e mamíferos. - Podem ser vetores de agentes patogênicos, provocar reações cutâneas e alguns podem causar anemia. - Ciclo: ovo - larva - protoninfa - deutoninfa adultos FAMÍLIA DERMANYSSIDAE
Figura 1. Visão dorsal do ácaro das aves, Dermanyssus sp. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________
desenvolvimento das aves jovens. - Pode atacar o homem causando dermatites. - Podem ser vetores de agentes patogênicos (vírus, bactérias). - A anemia pode levar a morte dos animais. - CONTROLE: - Remoção dos ninhos das aves. - Limpeza dos galinheiros, gaiolas. - Aplicação de acaricidas nas paredes e pisos das instalações. - Higiene e isolamento das aves parasitadas. - Aquisição de aves livres de ácaros. Figura 2. Dermanyssus sp. montado em lâmina A fêmea desse ácaro inicia a postura 12 a 24 horas após se alimentar de sangue no hospedeiro. Ovos são depositados em fendas ou detritos acumulados no galinheiro, ninhos das galinhas ou de outras aves. As fêmeas fazem várias posturas sucessivas, sendo cada postura precedida de uma alimentação de sangue. 48 a 72 horas após a postura há a eclosão das larvas (estas não se alimentam) e em 24 a 48 horas passam a protoninfa. 24 a 48 horas passam a deutoninfa (estas se alimentam) e em mais 24 a 48 horas passam a adultos. Adultos podem sobreviver até 4 a 5 meses no ambiente sem alimentação. O hábito alimentar é noturno. De dia são nos
ninhos
e
frestas
dos
galinheiros.
E SAÚDE PÚBLICA:
- Provoca diminuição da postura, perda de irritação,
ESPÉCIES:
Ornithonyssus
bursa,
Ornithonyssus sylviarum
CARACTERÍSTICAS:
- Escudo dorsal pontiagudo. - Quelíceras finas e longas. - Especificidade baixa e ciclo rápido. - Geralmente passa todo o ciclo sobre a ave. - Hematófago. - Fora do hospedeiro pode sobreviver até dois - Localização preferida é na cloaca que fica com aparência de suja (escura), mas em grandes infestações é encontrado em todo o corpo da ave. HOSPEDEIROS:
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
peso,
GÊNERO Ornithonyssus
meses sem alimentação.
O ciclo todo pode ser completado em 7 dias.
encontrados
FAMÍLIA MA CRONYS CRONYSSIDAE SIDAE
anemia,
influencia
no
Galinhas e outras aves domésticas (perus, patos) e silvestres (pombos, pardais). ESPÉCIE: Ornithonyssus bacoti
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________
animais devem ser tratados com acaricidas. CARACTERÍSTICAS:
- Parasita de ratos silvestres, podendo parasitar
FAMÍLIA FAMÍLI A L AELAPIDAE
ratos brancos e camundongos, pois podem
GÊNERO Laelaps
entrar em laboratórios.
ESPÉCIES: Laelaps nuttalli, Echinolaelaps echidninus
CICLO:
As fêmeas fazem a postura sobre o hospedeiro ou nos ninhos, sendo grande o número de ovos nas plumas das aves - As larvas eclodem em cerca de três dias (não se alimentam) - em 17
- O 1 o par de patas é em forma de S e projetase anteriormente. - Placa genito-ventral ou placa epiginial em forma de gota e escavada posteriormente.
horas passam a protoninfas que se alimentam -
- Presença de cerdas no corpo.
mais 1 a 2 dias passam a deutoninfas - mais 1 a
- Placa dorsal não é dividida e cobre quase todo
2 dias à adultos.
o dorso.
Ciclo pode ser completado em 7 dias.
Figura 4. Ácaro Laelaps sp. HOSPEDEIROS:
Ratos Figura 3. Ornithonyssus adulto. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE PÚBLICA:
Mesmo do gênero Dermanyssus. CONTROLE:
Mesmo do gênero Dermanyssus, porém os
CICLO:
São ovovivíparos. A fêmea dá nascimento a larvas que não se alimentam após 10 a 12 horas da fecundação - em 3 a 8 dias passam a protoninfa - em 3 a 8 dias passa a deutoninfa - e em mais 5 a 6 dias a adultos. Habitam os ninhos dos ratos.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ HOSPEDEIROS: IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
Moscas (principalmente Musca domestica ) e
E SAÚDE PÚBLICA:
outros insetos.
Tem importância em animais de laboratório. O Echinolaelaps serve de hospedeiro definitivo de
CICLO:
um protozoário ( Hepatozoon muris) que se aloja
As fêmeas deste ácaro utilizam-se das moscas
no fígado dos ratos.
e outros insetos para dispersão e efetuam a ao
postura nos locais de criação de mosca (fezes).
parasitarem ratos infestados. O rato ao ingerir o
As larvas eclodem em 6 a 10 horas apresentam
ácaro adquire a infecção.
3 pares de patas e não se alimentam. Em 6 a 11
O Echinolaelaps pode provocar dermatite no
horas mudam para protoninfas, em 13 a 24
homem.
horas para deutoninfas e levam quase 24 horas
Os
ácaros
adquirem
o
protozoário
da fase de deutoninfa à adultos. CONTROLE:
Limpeza das gaiolas, esterilizá-las com calor, vapor, acaricidas. Aplicação de acaricida nos ratos. FAMÍLIA MACROCHELIDAE
GÊNERO Macrocheles ESPÉCIE Macrocheles Macrocheles muscaedomesticae CARACTERÍSTICAS:
- Quelíceras queladas fortemente.
Figura 5. Ácaro Macrocheles sp.
- Placa dorsal única. - Primeiro par de patas mais fino, mais longo e sem carúnculas e garras que os demais. - Escudo ventral e genital separados. - Encontra-se em fezes de ruminantes, eqüinos e aves de postura. - Alimentam-se
de
larvas
de
moscas
e
nematóides. - Funciona como controle biológico dos outros, pois os insetos carregam agentes patogênicos (bactérias). - Parasita outros artrópodes.
Figura 6. Ácaro Macrocheles parasitando Musca domestica.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________
O ciclo é completado em 2 a 3 dias.
CARACTERÍSTICAS:
Enquanto a mosca completa 1 geração o ácaro
- Escudos
desenvolvidos
completa 3 gerações.
quitinizados
As fêmeas podem ficar ovipositando por até 24
metapodossomal).
dias e cada uma coloca um total de 90 ovos.
(ex:
escudo
e
bastante
metapodal
ou
- Patas bem desenvolvidas com ventosas. - Corpo mais largo do que longo.
IMPORTÂNCIA:
- A larva da abelha morre ou tem disfunção de
- Os adultos são predadores dos ovos e larvas de 1o ínstar de moscas, enquanto que as
alguma estrutura devido à alimentação do ácaro com hemolinfa.
ninfas alimentam-se mais comumente de nematóides
promovendo
um
controle
biológico. - É problemático em insetos i nsetos criados em laboratório. CONTROLE:
- Por ser um problema em laboratórios, recomenda-se o uso de telas nas janelas e portas para impedir o acesso de moscas, já que estas podem estar dispersando os ácaros. - Pulverizar as fezes para controlar as larvas (não é ideal porque mata também os predadores e passada a ação do inseticida há uma superpopulação de larvas) e pulverizar o ambiente (instalações). CONTROLE CONTROLE BIOLÓGICO:
É complicado por requerer ambiente úmido, porém não fluído e não se alimentam de larvas de 2o e 3o ínstar, consomem em média dez presas por dia, não são muito longevos (a fêmea
Figura 7. Visão ventral (acima) e dorsal de Varroa jacobsoni.
vive em média três semanas). HOSPEDEIROS: FAMÍLIA VARROIDAE
Abelhas.
GÊNERO Varroa ESPÉCIE Varroa Varroa jacobson i
CICLO:
Pouco conhecido. Alguns estudos relatam a _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________
preferência desse ácaro por zangões, pois estes
ouvido externo do animal, as proto e deutoninfas
têm livre acesso a outras colméias, levando a
no meio ambiente. As fêmeas dão nascimento
dispersão do ácaro.
as larvas (ovovivíparas) que não se alimentam. Esse ácaro provoca escarificação da pele do animal ao fixar-se (o pedicelo possui garras) o
IMPORTÂNCIA:
Ocorrem
grandes
prejuízos
em
apiários,
que leva a uma otite bacteriana subclínica
principalmente em regiões frias pelo estresse, o
(facilita a penetração das bactérias). Os
ácaro parasita principalmente larvas e pupas, o
zebuínos são mais sensíveis a esse ácaro do
que causa má formação dos insetos ou morte.
que o gado europeu, e a presença do ácaro no
Quando os insetos adultos são
ouvido é comum nos animais (20-40 ácaros por
parasitados eles tem diminuição na sua
ouvido).
produção e no caso de zangões há o perigo do ácaro alastrar-se para
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
outras colméias
E SAÚDE PÚBLICA:
Os prejuízos maiores são em colméias puras
Tem importância apenas como porta de entrada
onde os insetos são mais sensíveis (Europa,
para bactérias e conseqüentemente otites
EUA), no Brasil com os
bacterianas.
cruzamentos das espécies melíferas, estas adquirem maior resistência a esse ácaro.
CONTROLE:
Limpeza e aplicação de acaricida no conduto FAMÍLIA RAILLIETIDAE
auditivo, pois a presença do ácaro pode levar a
GÊNERO Raillietia
otite.
CARACTERÍSTICAS:
- Parasita o conduto auditivo externo. - Escudo dorsal sem forma. - Presença de placa anal. ESPÉCIES Raillietia flecthmanni, Raillietia auris, Raillietia cap rae.
HOSPEDEIROS: Raillietia Raillietia flecthmanni - búfalos e bovinos Raillietia auris - bovinos Raillietia caprae - caprinos (principal) e ovinos
CICLO:
As fêmeas, machos e larvas localizam-se no _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
PARTE II
Carrapatos
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ FILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA ORDEM ACARI (ACARINA) (A CARINA) CARACTERÍSTICAS:
- Ácaros de pequeno porte. - Quelíceras modificadas e palpos curtos. - Cefalotórax e abdômen fusionados. - Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. - Larvas com três pares pares de patas. - Ninfas e adultos com quatro pares de patas. - Respiração cutânea ou traqueal.
Figura 9. Teleógina de carrapato. - Fêmeas com área porosa na base do capítulo. - Hipostômio com dentes recurrentes.
SUBORDEM METASTIGMATA (carrapatos)
(meta - atrás; stigmata - espiráculo)
- Carrapatos com escudo dorsal cobrindo toda a face dorsal no macho e somente 1/3 face dorsal da fêmea, ninfa e larva.
FAMÍLIA IXODIDAE
- Podem ser vetores de agentes patogênicos, provocarem reações cutâneas e causarem anemia. - Dimorfismo sexual nítido. - Ciclo: ovo - larva - ninfa – adultos. CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS: IXODÍDEOS:
As fêmeas após se destacarem dos hospedeiros procuram um abrigo próximo ao solo, onde Escudo
põem grande quantidade de ovos. O período de ovipostura é de vários dias.
Figura 8. Escudo incompleto na fêmea e completo no macho de Ixodidae.
Terminada a oviposição as fêmeas morrem. Os ovos são castanhos, esféricos e pequenos. O desenvolvimento do ovo até adulto depende
CARACTERÍSTICAS:
muito das condições de temperatura. As baixas
- Possuem um par de estigmas respiratórios ao
temperaturas
nível da coxa IV abrindo-se em peritremas
prolongam
os
estádios
de
desenvolvimento.
curtos. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ alguns dias, a larva sofre muda da cutícula e se transforma em ninfa. Esta que é octópoda espera alguns dias para o enrijecimento da cutícula, ingurgita-se de sangue e muda novamente de cutícula para se transformar em adultos (macho ou fêmea). As fêmeas repletas de sangue se desprendem do hospedeiro e no solo após um período de descanso, iniciam a ovipostura. Os machos permanecem mais tempo no
Figura 10. Postura de Ixodidae. Durante
o
desenvolvimento
os
ixodídeos
passam pelos estádios de larva hexápoda, ninfa octópoda e adulto. Larvas eclodidas sobem pelas gramíneas e arbustos e esperam a passagem do hospedeiro para os quais se transferem. Após sugar o sangue dos hospedeiros durante
hospedeiro. A cópula usualmente ocorre sobre o hospedeiro. CLASSIFICAÇÃO DO CICLO DE ACORDO COM O NÚMERO DE HOSPEDEIROS:
1- Monoxeno - Carrapato de um só hospedeiro – É quando todos todos os três estádios (larva, (larva, ninfa e adulto) se alimentam no mesmo hospedeiro,
Figura 11. Ciclo de Boophilus microplus. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ onde também realizam as mudas. 3- Trioxeno – Carrapato de três hospedeiros – 2- Dioxeno – Carrapato de dois hospedeiros –
Para cada estádio há um hospedeiro, todas as
Os estádios de larva e ninfa são no mesmo
mudas são feitas fora do hospedeiro.
hospedeiro, onde também é realizada a primeira ecdise. A segunda ecdise se realiza no solo e o ixodídeo
adulto
procura
um
segundo
hospedeiro.
Figura 12. Ciclo de um carrapato monoxeno.
1- Larvas se alimentam no animal e ingurgitam. 2- Larva muda para ninfa no solo. 3- Ninfa se alimenta, ingurgita e deixa o animal. 4- Ninfa muda para macho ou fêmea 5- Machos e fêmeas copulam e se alimentam no animal. 6- Fêmea vai ao solo fazer postura.
Figura 13. Ciclo de um carrapato trioxeno. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ Chave para para identificação dos gêneros da família família Ixodidae encontrados no Brasil
1- Escudo sem ornamentação
2
Escudo com ornamentação
4
2- Olhos ausentes
3
Olhos presentes
4
3- Festões ausentes e sulco anal anterior ao ânus
Ixodes
Festões presentes, sulco anal posterior ao ânus, segundo artículo dos palpos angular Haemaphysalis lateralmente 4- Festões presentes
5
Festões ausentes
6
5- Com 11 festões e olhos presentes
Amblyomma
Com 7 festões e olhos presentes
Anocentor
Festões presentes somente nos machos, escudo usualmente sem ornamentação, coxa I Rhipicephalus com 2 espinhos longos, com 4 placas adanais ventrais (2 pouco desenvolvidas) 6- Sulco pós-anal ausente nas fêmeas e pouco evidente nos machos, Coxa I com dois
Boophilus
espinhos curtos em ambos os sexos, com 4 placas adanais bem desenvolvidas
OBS: Larvas – Possuem 3 pares de patas e escudo incompleto. Ninfas – Possuem 4 pares de patas e escudo incompleto. Fêmeas – Possuem Possuem 4 pares de patas e aparelho aparelho genital. genital. Machos - Possuem 4 pares de patas, escudo completo e aparelho genital.
GÊNERO: Rhipicephalus
- Base do gnatossoma geralmente hexagonal.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Palpos e rostro curtos. Base do capítulo hexagonal
Placas adanais Figura 14. Ninfa de Rhipicephalus sanguineus.
Figura 15. Macho de Rhipicephalus sanguineus.
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ - Escudo sem ornamentação; olhos e festões presentes, coxa I bífida. - Machos com co m um par de placas adanais adanai s desenvolvidas e um par rudimentar. - Peritremas em forma de vírgula acentuados no macho e pouco acentuados na fêmea. ESPÉCIE: Rhipicephalus sanguineus HOSPEDEIROS: - Parasita de cães, mas pode
parasitar também gato e carnívoros silvestres. CICLO: É um carrapato que exige três
Figura 16. Cão parasitado por Rhipicephalus
hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno),
sanguineus.
pois todas as mudas são feitas fora dos
As fêmeas põem de 2000 a 3000 ovos em toda
hospedeiros.
sua vida.
PARÂMETROS B IOLÓGICOS IOLÓGICOS PERÍODO
DIAS
Pré- postura
3
Incubação
17-60
Sucção da larva
2-7
Muda da larva
5-23
Sucção da ninfa
4-9
Muda da ninfa
11-73
Sucção da fêmea
6-30
SOBREVIVÊNCIA
Altas
infestações
provocam
desde
leves
As larvas não alimentadas podem sobreviver até
irritações até anemia por ação ação espoliadora.
oito meses e meio.
O carrapato pode atacar qualquer região do
As ninfas seis meses.
corpo, porém é mais freqüente nos membros
Adultos até 19 meses.
anteriores e nas orelhas. É considerado o principal transmissor da babesiose canina; a
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
transmissão
E SAÚDE PÚBLICA:
transestadial, pode também transmitir vírus e
pode
ser
transovariana
ou
Este carrapato é comum em cães. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ bactérias. Pode atacar o homem causando dermatites. CONTROLE:
-Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, repetindo-se o tratamento duas ou três vezes com intervalos de 14 dias. -Limpeza dos canis. -Aplicação de acaricidas nas paredes, teto e piso das instalações. -Higiene e isolamento dos cães.
GÊNERO
Boophilus
Figura 18. Macho de Boophilus microplus.
ou
Rhipicephalus Atualmente, após sequenciamento genético o gênero Boophilus passou a ser subgênero de Rhipicephalus, passando então a se chamar Rhipicephalus (Boophilus) microplus.
- Festões ausentes. - Peritremas arredondados ou ovais. - Machos com dois pares de placas adanais desenvolvidas
e
geralmente
com
prolongamento caudal. ESPÉCIE
Rhipicephalus
(Boophilus)
microplus
HOSPEDEIROS:
Bovídeos, pode ser encontrado em outros hospedeiros domésticos e silvestres. CICLO:
O R.(B.) microplus é um carrapato de um só hospedeiro (monoxeno). As
fêmeas
ingurgitadas
(denominadas
Figura 17. Gnatossoma de
teleóginas) e prestes a darem início a
Rhipicephalus (Boophilus) microplus
ovoposição desprendem-se naturalmente do hospedeiro e no solo procuram um lugar
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
apropriado para a ovipostura.
- Rostro e palpos curtos, achatados, rugosos
A oviposição pode durar vários dias. As
lateral e dorsalmente.
teleóginas realizam a postura de 3000 a 4000
- Base do gnatossoma hexagonal.
ovos que permanecem aglutinados. Terminada
- Escudo sem ornamentação.
a ovoposição a fêmea morre.
- Olhos presentes. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ A duração do ciclo não parasitário varia muito
*NAS PASTAGENS:
dependendo das condições climáticas, sendo 27
a)Limpeza das pastagens
0
Mudança de vegetação através de drenagem,
desenvolvimento do ciclo.
calagem
C e 80% umidade as condições ideais para o
e
gradagem
do
solo
diminui
consideravelmente a quantidade de larvas na pastagem. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÁRIA: VETERINÁRIA:
A limpeza, com corte de pastos, de arbustos
1- Dano direto causado pela picada do
(abrigos naturais das larvas) contribui para
carrapato, com irritação local e perda de sangue
diminuição da infestação dos rebanhos.
-A picada do carrapato provoca irritação e predispõe o animal a ataques de moscas –
b)Rotação das pastagens
miíases.
Consiste na mudança dos rebanhos para novas
-A pele irritada serve de via de acesso para
pastagens em épocas estratégicas, de acordo
infecções secundárias.
com a biologia do carrapato.
-Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5 ml de
A pastagem deve permanecer em descanso por
sangue, o que provoca anemia e perda na
determinado tempo até que as larvas morram
produtividade de carne e leite.
por falta de alimentação.
-Desvio de energia: Há um enorme esforço do animal para compensar os danos causados pelo
c)Queima das pastagens
carrapato o que representa um desvio de
É um método bastante utilizado no Brasil, porém
energia que seria convertida para produção.
pouco eficaz, pois algumas larvas não morrem
-Desvalorização dos couros e diminuição na
porque penetram no solo ou nas partes mais
produção das vacas leiteiras.
profundas da vegetação.
2- Inoculação de toxinas
d)Tratamento
-Durante a sucção eles injetam substâncias
carrapaticida
tóxicas prejudiciais a saúde dos bovinos.
Não compensa, é uma operação difícil e
-As picadas podem produzir uma paralisia que
onerosa.
das
pastagens
com
se inicia nos membros anteriores e em poucos dias atinge todos os órgãos. Não se tem notícia
*CONTROLE NO HOSPEDEIRO
disso no Brasil.
a)Banho de Imersão
É o método preferido há vários anos. 3- Transmissão de doenças
Utilizado para propriedades com grande número
-Transmite a Babesia e o Anaplasma agentes
de animais, pois o custo das instalações e gasto
causadores da tristeza parasitária bovina.
com produtos químicos é alto.
-Pode transmitir também viroses e bactérias. b)Aspersão ou spray CONTROLE: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ É econômico e prático, utilizado em pequenas
não deixar que entrem em açudes após o
propriedades.
banho.
Os resultados dependem muito da habilidade e
- Enviar ao laboratório se preciso, amostras do
do cuidado do operador.
banho
para
O jato de deve molhar o animal no sentido
medicamento.
medir
concentração
do
oposto a implantação do pelos. É mais seguro que o de imersão para animais
GÊNERO Amblyomma
novos e vacas gestantes. Deve-se seguir a risca as instruções dos
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
fabricantes dos carrapaticidas.
- Palpos e hipostômio longos. - Geralmente ornamentado.
RECOMENDAÇÕES NA APLICAÇÃO DOS
- Olhos e festões presentes.
BANHOS:
- Base do gnatossoma de formas variadas.
- Verificar o nível da suspensão ou emulsão no
- Placas adanais ausentes no macho.
tanque carrapaticida, ajustando o volume com
- Peritremas em forma de vírgula ou triangular.
adição de água ou de carrapaticida. - Homogeneizar a emulsão emul são ou suspensão, revolvendo o sedimento antes de banhar o gado. - Fazer a recarga do banheiro de acordo com as instruções do fabricante. - Banhar os animais descansados e sem sede. - Banhar os animais nas horas mais frescas do dia. - Evitar exposição dos animais ao sol quente. - Evitar banhar os animais em dias de chuva, e Figura 20. Carrapato Amblyomma sp. ESPÉCIE Am bl yo mm a caj enn ens e HOSPEDEIROS:
- Parasita a maioria dos animais domésticos e alguns silvestres. - Pode parasitar o homem. Figura 19. Peritrema de Amblyomma.
CICLO:
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ É um carrapato que exige três hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), pois todas as
ESPÉCIE Anocentor nitens
mudas são feitas fora dos hospedeiros. A fêmea põe de 6000 a 8000 ovos em toda sua
HOSPEDEIROS: Eqüídeos.
vida. LOCALIZAÇÃO: Principalmente no pavilhão IMPORTÂNCIA:
auricular.
Pode transmitir vários agentes patogênicos, como Borrelia, agente da doença de Lyme e
CICLO:
Rickettsia
Monoxeno.
rickettsi
causadora
da
febre
maculosa.
As fêmeas põem em média 3000 ovos no solo.
A sua picada pode originar ferimentos na pele
As larvas podem resistir até 71 dias sem se
de cura demorada.
alimentar quando as condições são favoráveis.
CONTROLE:
IMPORTÂNCIA:
Mesmo do Rhipicephalus.
Pode transmitir vários agentes patogênicos como Babesia.
GÊNERO An Anoc ocent entor or
A sua picada pode originar ferimentos na pele
.
com até perda da orelha.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Favorece miíases.
- Rostro e palpos relativamente curtos. - Peritremas circulares (parece um dial de telefone). - Escudo sem ornamentação. - Com sete festões. - Coxas IV muito maiores que as demais. - Sem placas adanais.
Figura 22. Fêmea de A. nitens FAMÍLIA ARGASIDAE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Não possuem escudo. - Gnatossoma ventral nos adultos e nas ninfas e Figura 21. Peritrema de Anocentor
anterior nas larvas.
nitens
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ - Palpos livres. - Orifício genital entre as coxas I e II. - Fêmeas sem áreas porosas porosa s na base do capítulo. - Tegumento coriáceo, rugoso e granuloso. - Peritrema entre o 3 e 4 par de coxas. - Dimorfismo sexual pouco acentuado. GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA: Argas Ar gas , Ornit Orn itho ho do ru s e Otob Ot ob iu s .
GÊNERO Argas CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS:
- Face dorsal separada da ventral por um bordo lateral nítido. - Achatado dorso-ventralmente. - Aparelho bucal na face ventral.
Figura 24. Face dorsal e ventral de Argas sp.. −
Durante o dia os adultos permanecem
escondidos em buracos e frestas, sob cascas de árvores, lugares protegidos da luz. −
À noite saem dos esconderijos e sobem nas
aves para sucção que dura em média 30 minutos. −
Após a alimentação as ninfas e adultos
voltam para os esconderijos e as fêmeas se preparam para postura. −
Figura 23. Carrapato Argas sp.
HOSPEDEIROS:
Galinha, peru, pombo e outras aves. Carrapato comum em galinheiros.
120 a 180 ovos. −
A fêmea põe ao todo uns 600 ovos.
−
O período de incubação dos ovos é de três
semanas
dependendo
da
temperatura
e
umidade. −
CICLO:
Cada sucção corresponde a uma postura de
A larva hexápoda ataca as aves, fixando-se
geralmente na pele do peito e sob as asas onde
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ suga durante 5 a 10 dias, depois disso ela
−
retorna ao esconderijo.
esconderijos, e as fêmeas só realizam postura
− Depois
esconderijo
de
ingurgitada
onde
ela
muda
volta
a
ao
após o repasto sangüíneo.
cutícula
transformando-se na N1 (ninfa 1 ou protoninfa). −
Os adultos copulam fora do hospedeiro, nos
Esta procura o hospedeiro e alimenta-se por
30 a 60 min.
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE PÚBLICA:
-Tem importância pela sua ação espoliadora
−
Regressa ao abrigo e muda para N2.
levando à anemia e mortalidade de aves,
−
Esta também procura o hospedeiro se
principalmente as jovens.
alimenta e muda.
- Há lesões hemorrágicas na pele.
−
Após a muda aparecem os adultos.
-Os carrapatos irritam as aves, estas bicam a
−
Ciclo biológico em condições favoráveis de
pele e conseqüentemente há diminuição da
temperatura e umidade se completa em 2
postura.
meses.
-Há desenvolvimento retardado das aves novas. -Serve como transmissor de microorganismos (Borreliose). DIAGNÓSTICO:
Procurar os ácaros à noite, larvas a qualquer hora do dia principalmente embaixo das asas.
GÊNERO Ornithodorus CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Argasidae sem limitação das faces dorsal e ventral. Figura 25. Ciclo do carrapato de aves Argas.
- Formato de corpo retangular. -Hipostômio bem desenvolvido nos adultos.
1- Adultos ingurgitam sobre a ave. 2- Fêmea cai e faz postura dos ovos. 3- Larvas fixam-se na ave. 4- Larvas ingurgitam.
HOSPEDEIROS:
Homem e animais domésticos.
5- Larvas caem e fazem ecdise. 6- Ninfas 1 fixam-se na ave e ingurgitam.
CICLO:
7- Ninfas 1 caem e fazem ecdise para Ninfas 2
Vivem em solo arenoso, em áreas sombreadas,
8- Ninfas 2 sobem na ave e ingurgitam.
ao redor de árvores.
9- No solo as N2 passam a adultos, macho e fêmea.
Muito parecido com o anterior, só mudam os
10- Adultos sobem na ave e alimentam-se.
hospedeiros e passam por duas ou mais fases de ninfa antes de chegarem a adultos.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
HOSPEDEIROS:
- Eqüinos. - Ruminantes. - Suínos. - Caninos. - Homem. ESPÉCIE: Otobius megnini CARACTERÍSTICAS:
- Vive nos estádios larvais e ninfais nas orelhas de eqüídeos, bovinos, ovinos e outras espécies. - Os adultos não são parasitos. - Todas
as
mudas
são
realizadas
no
hospedeiro. Figura 26. Vista dorsal e ventral de Ornithodorus sp.
- Os parasitos sugam sangue e causam irritação que resulta em inflamações. - As larvas e ninfas localizam-se na orelha.
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA
- Os adultos vivem em esconderijos como
E SAÚDE PÚBLICA:
galhos de árvores onde ocorre a cópula e a
-Transmissor da Borrelia causadora da doença
postura (adultos não se alimentam).
de Lyme. -São hematófagos e provocam grande irritação.
- As larvas eclodem, vão até o hospedeiro (orelha) em 5 a 15 dias passam a ninfa1 – ninfa2 – podem ficar até seis meses na orelha
CONTROLE:
– deixam o hospedeiro hospedeiro e vão para lugares
Destruição dos esconderijos, aplicação de
altos e secos onde se transformam em
acaricidas.
adultos.
GÊNERO Otobius
DIAGNÓSTICO:
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Otoscopia para visualizar larvas e ninfas.
- Argasidae com tegumento granuloso no estádio adulto. - Olhos ausentes. - Hipostômio bem desenvolvido des envolvido na ninfa e vestigial nos adultos. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Carrapatos - Metastigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
Amb ly omm a
Amb ly omm a (peritrema)
Ano cent or Ano cen to r (peritrema)
Boophilus
Boophilus (peritrema)
Rhipicephalus
Rhipicephalus (Peritrema)
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
PARTE III
Sarnas
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ SUBORDEM:
SARCOPTIFORMES
OU
um hospedeiro susceptível. Contato direto entre
ASTIGMATA ASTIGMA TA
os animais e fômites.
CARACTERÍSTICAS:
PERÍODO PERÍODO DE INCUBAÇÃO INCUBAÇÃ O:
-Ácaros sem estigmas respiratórios (trocas
Varia com a espécie, susceptibilidade do
gasosas pela pele).
hospedeiro, número de ácaros transferidos e
-Coxas fundidas a face ventral do corpo.
local de transferência. Varia de 2 a 6 semanas.
-Quelíceras com quelas. -Corpo pouco quitinizado.
ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO:
-Tarsos com empódio unciforme ou em forma de
Ovos, larvas, duas gerações de ninfas e adultos.
ventosa. -Olhos ausentes.
CICLO COMPLETO
-Psoroptidae: 8 a 20 dias / -Sarcoptidae: 10 a 20 dias.
TRANSMISSÃO:
Ocorre quando os ácaros são transferidos para Família
Gênero
Hospedeiro Vertebrado
Espécie
Sarcoptidae
Sarcoptes
Homem
Sarcoptes scabiei
Eqüinos
S. scabiei var . equi
Cães
S. scabiei var. canis
Suínos
S. scabiei var. suis
Bovinos
S. scabiei var. bovis
Ovinos
S. scabiei var . ovis
(Ácaros escavadores)
Caprinos Notoedres
Gatos, coelhos,rato
Notoedres cati, N. cuniculi, N. muris
Cnemidocoptidae
Cnemidocoptes
Galiformes
Cnemidocoptes gallinae
(Ácaros escavadores)
(sarna podal das aves)
Galiformes
Cnemidocoptes mutans
Periquito
Cnemidocoptes pilae
Eqüinos
Psoroptes equi
Coelhos
Psoroptes cuniculi
Ovinos
Psoroptes ovis
Bovinos
Psoroptes natalensis
Psoroptes
Psoroptidae (Ácaros superficiais)
Psoroptes bovis Psoroptes caprae
Chorioptes
Ruminantes, eqüinos e coelhos
Chorioptes ovis, Chorioptes bovis, Chorioptes equi, Chorioptes cuniculi
Cão, Gato, e outros carnívoros Otodectes Otodectes cynotis _____________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ MORFOLOGIA DAS SARNAS:
Figura 27. Sarcoptes sp. Figura Figura 30. 30. Psoroptes sp
Figura 28. Notoedres sp. Figura 31. Chorioptes sp.
Figura 29. Cnemidocoptes sp. Figura 32. Otodectes sp. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ 1-FAMÍLIA SARCOPTIDAE: (ESCAVADORES) (ESCAVA DORES)
- Escavam galerias na pele (intradérmicas) na
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
qual penetram profundamente provocando um
- 0,2 a 0,5 mm
espessamento da pele, sem formação de
- Gnatossoma cônico, tão longo quanto largo.
crostas.
- Corpo estriado es triado com co m áreas escamosas e
- Corpo globoso.
espinhos curtos e grossos na face dorsal.
- Rostro curto e largo.
- Machos com ventosas nas patas I, II, e IV.
- Patas curtas e grossas
- Fêmeas com ventosas nas patas I e II.
- Patas
posteriores
encaixadas
total
ou
- Ânus terminal.
parcialmente no idiossoma (parte final do
- Pedicelo longo e simples
corpo).
- Corpo globoso.
- Machos sem ventosas copuladoras adanais.
GÊNERO: Notoedres
- Gêneros: Sarcoptes, Notoedres.
ESPÉCIE: Notoedres cati (gato), muris(rato)
Figura 33. Túneis escavados por Sarcoptes e
Notoedres na epiderme.
GÊNERO: Sarcoptes ESPÉCIE: Sarcoptes scabiei: var. equi, var.
Ânus dorsal
canis, var. suis.
Figura 35. Sarna do gênero Notoedres
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Sarna da cabeça do gato. - Ânus dorsal. Presença de espinhos
- Corpo globoso. - 0,1 a 0,25 mm. - Machos com ventosas nas patas 1, 2 e 4.
Figura 34. Sarna do gênero Sarcoptes sp.
- Fêmeas com ventosas nas patas 1 e 2.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ - Face dorsal com escamas rombas.
- Corpo estriado, face dorsal com saliências mamelonadas.
CICLO BIOLÓGICO:
- Gnatossoma mais largo do que longo.
GÊNERO Sarcoptes e Notoedres
- Fêmeas sem ventosas nas patas.
Em seu ciclo evolutivo passam pelas fases de
- Machos com cerdas longas e ventosas em
ovo, larva, duas fases de ninfa, macho, fêmea
todas as patas.
imatura
- Pedicelos não segmentados.
e
fêmea
adulta
ou
ovígera.
A
transformação da fêmea imatura em adulta
- Ânus terminal
ocorre após a fertilização. A fêmea fertilizada
- Apresentam duas cerdas ao lado do ânus
escava galerias na epiderme, onde se nutre de linfa. À medida que escava seu túnel, vai efetuando a postura dos ovos. Esses vão surgindo com 2 a 3 dias de intervalo e se Gnatossoma mais largo que longo
sucedem durante dois meses, ficando para trás os mais velhos. A fêmea gasta cerca de meia hora para atravessar a camada córnea da pele. O trajeto das galerias pode ser reconhecido pelo aspecto irritativo e pelas excreções enegrecidas que a fêmea vai deixando. Os ovos dão nascimento, em cerca de cinco dias, a larvas hexápodes que passam para a superfície da pele onde procuram alimento, abrigo e passam por uma ecdise, surgindo as ninfas, octópodes. Após nova muda de pele, surgem os machos e as fêmeas imaturas; o primeiro procura essas últimas para a fertilização. Passados alguns dias, a fêmea imatura, já fertilizada, passa por nova ecdise resultando na fêmea adulta, que procura penetrar na pele recomeçando o ciclo. Assim, o ciclo se completa em 10 a 14 dias. 2- FAMÍLIA FA MÍLIA CNEMIDOCOPT CNEMIDOCOPTIDAE IDAE
GÊNERO Cnemidocoptes ESPÉCIE Cnemidocoptes mutans CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Sarna podal dos galináceos. - Não possuem espinhos na face dorsal.
Figura 36. Sarna do gênero Cnemidocoptes Ciclo biológico do gênero Cnemidocoptes
As fêmeas não praticam galerias como fazem as do
gênero
Sarcoptes;
elas
permanecem
sedentárias e sua presença determina uma proliferação aumento
epidérmica da
acompanhada
substância
córnea.
de Essa
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ proliferação é bem marcada nas excrescências
em que se desenvolve o tecido esponjoso, não
das patas, resultado de um tecido alveolar
se nota mais qualquer sinal de inflamação.
tomado de numerosas pequenas câmaras, repletas de ácaros em todos os estágios do
3- FAMÍLIA PSOROPTIDAE – ácaros não
desenvolvimento. O ácaro invade ativamente a
escavadores
epiderme, penetrando no folículo plumoso ou
- São ácaros superficiais, produzem formação
atravessando diretamente a camada córnea
de crostas espessas.
epidérmica, Instala-se nas camadas superficiais
- Corpo ovóide.
da epiderme, danificando-a em direção à derme.
- Face dorsal sem espinhos.
Ao mesmo tempo os bordos da depressão por
- Rostro longo e cônico.
onde
- Machos com ventosas (copuladoras) adanais.
penetrou
reagem
produzindo
uma
abundante quantidade de substância córnea que
- Patas longas e espessas, 4 0 par de patas nos
vai
machos é menor que o terceiro.
recobrir
transformando-a
totalmente em
uma
a
depressão,
pequena
fechada. No estágio seguinte
bolsa
- Gêneros: Psoroptes, Chorioptes, Otodectes.
as células
epidérmicas entram em proliferação, englobando
GÊNERO Psoroptes
o ácaro. No interior da câmara o ácaro
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
permanece separado do estrato por germinativo
- Corpo ovóide.
da pele por uma fina camada de queratina.
- Parasitas de eqüídeos, bovinos, ovinos,e
Pouco a pouco a câmara vai se aprofundando
coelhos.
na derme. Parece que todo o desenvolvimento
- 0,5 a 0,8 mm.
do ácaro se verifica no interior dessas bolsas. Em certo momento a bolsa primitiva dará origem, por meio de um mecanismo semelhante ao brotamento, a uma bolsa secundária que acaba por se separar da bolsa mãe. A repetição do mecanismo conduz finalmente à produção de um tecido esponjoso. Apenas na fase inicial da invasão das camadas superficiais da epiderme pelo ácaro estabelecese uma reação inflamatória; esta consiste em uma necrose focal da parte da derme ou epiderme imediatamente subjacente ao ponto de penetração do ácaro. Observa-se também a presença de um exsudato inflamatório. Logo que o ácaro se instala mais profundamente na
Pedicelo triarticulado
epiderme, essas manifestações inflamatórias
Figura 37. Sarna do gênero Psoroptes
desaparecem e durante os estágios seguintes, _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ - Gnatossoma mais longo que largo.
- Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV.
- Patas grossas e longas terminando em longos
- Machos sem tubérculos abdominais.
pedicelos tri-segmentados - Machos com ventosas nas patas I, II e III.
GÊNERO Chorioptes Chorioptes::
- Fêmeas com ventosas nas patas I, II e IV.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Machos
- Sarna de ovinos, bovinos, caprinos e eqüinos.
apresentam
duas
ventosas
copulatórias ao lado do ânus
- 0,3 a 0,6 mm.
0
- Machos com 4 par de patas bem reduzido.
- Gnatossoma tão longo quanto largo.
- Ânus terminal.
- Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. - Fêmeas com ventosas nas patas I,II e IV.
GÊNERO Otodectes
- Pedicelo curto e simples, sem segmentação.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Peças bucais arredondadas.
- Sarna auricular de cães e gatos.
- Machos com tubérculos abdominais.
- 0,3 a 0,5 mm.
Pedicelo curto
- Ventosas com pedicelos curtos e simples, sem segmentação.
Ápódemas divergentes
- Corpo ovóide. - O 40 par de patas das fêmeas é muito pequeno. - Gnatossoma em forma de cone. - Fêmeas com ventosas nas patas I e II.
Figura 39. Ácaro Chorioptes sp.
Ciclo biológico dos gêneros Psoroptes,
Ápódemas convergentes
Otodectes e Chorioptes
As sarnas psorópticas são produzidas por ácaros dos gêneros Psoroptes, Otodectes e Chorioptes, da família Psoroptidae dos ácaros
Astigmata parasitos. Caracterizam-se por serem sarnas não penetrantes, superficiais, em que o agente causal não pratica galerias dentro da Figura 38. Macho de Otodectes sp. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ pele do hospedeiro, e se desenvolve nas regiões
intermamário, escroto, regiões glúteas, podendo,
lanosas ou bem dotadas de pêlos dos animais.
no entanto, estender-se por todo o corpo, sendo
Elas apresentam as mesmas fases evolutivas
raro no rosto. O papel patogênico não reside
em seu ciclo que Sarcoptes scabiei, no entanto,
somente na lesão produzida pelo ácaro mas
não praticam galerias no interior da pele. Esses
também na contaminação secundária desta ou
ácaros picam a pele causando irritação,
das escoriações provocadas pelo indivíduo ao
descamação e exsudação de soro, vivem e se
se coçar.
multiplicam sob a descamação provocada e a
Ácaros das sarnas sarcópticas dos animais
sua contínua atividade provoca o agravamento
domésticos podem infestar o homem, porém a
da lesão. Alastra-se de preferência nas regiões
de origem animal é muito menos grave do que a
bem dotadas de pêlos do corpo do animal.
humana, porque os ácaros não escavam a pele e não se multiplicam. Ocorre apenas uma
DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DAS SARNAS SARNA S:
erupção papular avermelhada, com prurido que
Detecção dos ácaros nas galerias (extração
desaparece em poucas semanas.
mediante agulhas) ou em raspados de pele. A
Os ácaros que causam a sarna sarcóptica dos
verificação dos túneis, das vesículas que se
animais
formam na parte terminal desses e a distribuição
semelhantes à espécie que causa a escabiose
zonal das lesões são elementos para o
humana, mas representam subespécies de S.
diagnóstico. A sua confirmação é obtida
scabiei, pois não são facilmente transferidas de
fazendo um raspado do material cutâneo para a
um hospedeiro para outro.
domésticos
são
estruturalmente
obtenção de exemplares do ácaro e observação microscópica.
SINTOMAS:
Família Sarcoptidae : EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA DA SARNA SARCÓPTICA:
Pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e
A sarna sarcóptica humana é conhecida desde
engrossamento da pele.
remota antigüidade. A infecção alastra-se
Uma
rapidamente em grupos de pessoas como em
parasitose é o prurido que vem sobretudo à
hospitais, escolas, estabelecimentos comerciais
noite, quando o indivíduo deita para dormir. A
etc.,
O
lesão cutânea é típica: observam-se áreas
contágio se realiza quando as fêmeas do ácaro
eritematosas, pápulas foliculares e vesículas nas
passam do indivíduo atacado para o indivíduo
regiões afetadas.
sadio; é favorecido pelo uso de roupas de cama
A maioria dos sintomas cutâneos é devida a
ocupados anteriormente por pessoas infestadas,
infecções secundárias. Há indicações de que a
peças do vestuário e quase sempre é noturno. O
primeira infestação pelo ácaro não determina
contágio é facilitado pela falta de higiene e
coceira imediata; depois de cerca de um mês
promiscuidade. O ácaro localiza-se na epiderme,
aparece o prurido e então se instala a coceira - o
sob a camada córnea, predominantemente nos
paciente tornou-se agora sensível ao ácaro.
espaços interdigitais, cotovelos, axilas, sulco
Após ter sido infestado uma vez, ao se
causando
sérios
inconvenientes.
das
características
principais
dessa
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
50
Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ reinfestar, a inflamação tem lugar em poucas
escamas semelhantes às da caspa. Não sendo
horas. Uma pessoa já sensibilizada começa a se
tratada, a sarna sarcóptica prejudica muito a
coçar imediatamente e freqüentemente remove
saúde dos animais que passam por um período
o ácaro, terminando a infecção, enquanto que
de desnutrição progressiva terminando com a
na pessoa não sensibilizada o parasita se
morte do animal.
desenvolve por cerca de um mês antes que o - A sarna sarcóptica do carneiro e ovelhas se
hospedeiro tome conhecimento.
desenvolve nas partes não recobertas de lã, - Na cabra a sarna sarcóptica geralmente se
portanto, na cabeça do animal. Provoca coceira
inicia
intensa,
pela
cabeça
e
orelhas,
podendo
determinando
o
ato
de
coçar
generalizar-se e invadir o corpo e membros.
ocasionando lesões cutâneas; freqüentemente
Caracteriza-se
há infecção nos olhos que podem conduzir à
pela
formação
de
crostas
acompanhada de coceira, perda de pêlos e
perda da visão.
espessamento da pele. - Na sarna sarcóptica dos cavalos, as primeiras - No cão a sarna sarcóptica manifesta-se no
lesões visíveis ocorrem na cernelha e em torno
início por um prurido ou coceira que coincide
da cabeça, podendo também se iniciar pelo
com o aparecimento de pequenos pontos
peito e pelos flancos. A intensa coceira obriga o
vermelhos na pele, semelhantes a picadas de
animal a se esfregar fortemente contra objetos
pulgas, que se localizam inicialmente na cabeça,
que o rodeiam. A presença e a atividade dos
focinho, ao redor dos olhos e principalmente na
ácaros causa intensa irritação; a pele inflama-se,
margem da orelha, mais tarde as máculas são
aparecendo vesículas em torno do ponto de
substituídas por vesículas (pequenas bolsas
penetração dos ácaros. As vesículas, sendo
cheias
caem
rompidas, libertam o seu conteúdo que,
progressivamente e com o ato de coçar há
secando, dá origem às crostas. Nas áreas
exsudação de soro que, secando, origina
afetadas os pêlos mantêm-se eretos e muitos
crostas salientes que se iniciam, sobretudo no
caem. Do ato de coçar resulta injúria mecânica
bordo posterior da orelha. Quando se desconfia
com a formação de grandes crostas firmemente
que um cão está atacado por sarna sempre se
aderentes aos tecidos subjacentes. Com a
deve examinar a parte inferior da margem
movimentação do animal podem romper-se e o
posterior das orelhas. Nessa região a sarna
soro e sangue conferem uma coloração amarelo
provoca um grande número de pequenas
- avermelhada às lesões. A parasitose pode ter
saliências no tamanho de grãos de areia de
curso rápido e ser até mortal. A sarna sarcóptica
modo que, quando se aperta e se passa essa
eqüina é geralmente transmitida por contato
região entre os dedos, se tem uma sensação de
direto entre os animais; no entanto, arreios,
aspereza
selas e outros também podem ser responsáveis
de
líquido).
semelhante
Os
à
pêlos
uma
superfície
granulosa”. Nos cães novos as lesões se
pelo contágio.
manifestam pelo desprendimento de pequenas _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ - No coelho a sarna sarcóptica manifesta-se no focinho, lábios, queixo, base das unhas, orelhas e planta dos pés. É acompanhada de intensa coceira e de formações crostosas. Dissemina-se facilmente nas criações e quando não tratada é mortal. - No gado bovino a sarna sarcóptica é pouco freqüente; geralmente se inicia na parte interna das coxas, na face inferior do pescoço e na base da cauda, de onde pode alastrar-se para todo o corpo. - Também o porco é um animal sujeito ao ataque por S. scabiei, onde a sarna se instala de início na cabeça, principalmente nas orelhas e ao redor dos olhos, de onde pode alastrar-se por todo o corpo. Manifesta-se por intensa coceira e pela formação de crostas, sendo mais severa em leitões.
orelhas e na cabeça do animal, podendo estender-se para outras partes do corpo, sobretudo em torno dos órgãos genitais. Os sintomas incluem coceira, formação de crostas que se espessam, endurecem e se desenvolvem de
exsudações
de
soro
e
extravasamento de sangue. Eventualmente pode se transferir para o homem.
seguida
aparecem
crostas
cinzentas-
amareladas, provocando a queda dos pelos. Sarna Cnemidocóptica: Aves andam com dificuldade, prurido moderado,
nasal. Essa sarna é cefálica, iniciando-se nas orelhas e depois descendo pela parte ventral do pescoço, podendo estender-se às patas e região órgãos
genitais.
As
lesões
Sarna Psoróptica: - Psoroptes bovis (Gerlach, 1857) é a causadora
da
sarna
psoróptica
em
bovinos ,
cujos
primeiros sintomas são coceira intensa da pele na cernelha, na base da cauda ou nas partes látero - dorsais do pescoço. Dessas regiões pode alastrar-se pelo dorso e flancos do animal, atingindo eventualmente todo o corpo. À medida que os ácaros se multiplicam, infligem uma série
- Em coelhos ocorre prurido nos lábios e região
dos
orelhas, deformando o contorno destas; em
da pele, má formação das patas.
- Em gatos localiza-se principalmente nas
custa
formando cadeias, principalmente na borda das
patas com aspecto engrossado e descamação
Sarna Notoédrica: Notoédrica :
à
Figura 40. Lesão de sarna notoédrica em gato.
iniciais
constituem-se de pequenas pápulas que vão
de pequenos ferimentos a pele, seguidos de coceira, formação de pápulas, inflamação e exsudação de soro. O soro que vem a superfície mistura-se com sujeira e solidifica-se formando escamas
amarelo
-
acinzentadas,
freqüentemente mostrando também manchas de
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ sangue. Inicialmente as escamas têm cerca de
infestação são indicadas por hiperemia (excesso
0,5 cm de diâmetro; à medida que os ácaros vão
de fluxo sangüíneo na superfície do corpo) e
passando para a pele sadia circunjacente, a
pela formação de crostas vermelho castanhas
lesão gradativamente aumenta. Com o avançar
próximo da base do pavilhão auricular; com o
da parasitose, extensas áreas ficam desnudas e
avançar da parasitose, pode afetar toda a
cobertas de crostas. A pele espessa-se, a
superfície interna da orelha. A complicação mais
coceira é intensa e o animal é constantemente
séria é a infecção piogênica do ouvido médio
irritado.
que pode se estender ao ouvido interno. A invasão das lesões por bactérias pode levar à
- Psoroptes caprae causa a sarna psoróptica em
formação de ulcerações. A presença de ácaros
cabras , tendo a parasitose desenvolvimento
no ouvido médio resulta também em distúrbios
idêntico à observada na espécie bovina,
nervosos;
podendo aparecer em qualquer parte do corpo;
freqüentemente sacodem a cabeça e raspam
parece haver tendência a se limitar às orelhas
com as unhas
da cabra, determinando sarna auricular que
produzindo
embora rara, pode causar surdez, perda de
intensificam as dores.
os
animais
assim
atacados
a base do pavilhão auditivo
ferimentos
que
ainda
mais
apetite e, em casos extremos, a morte do animal.
Sarna Otodécica: Essa espécie determina irritação no conduto
- Psoroptes ovis é a responsável pela sarna
auditivo de cães e gatos ; não pratica galerias
psoróptica de carneiros e ovelhas , em que
no tegumento, mas alimenta-se de fluidos
provoca desmerecimento do couro e da lã, e
tissulares na profundidade do canal auditivo,
assume tal aspecto de gravidade que chega a
próximo do tímpano. Da porção média do
determinar a morte dos animais parasitados. A
conduto auditivo para o tímpano aparecem
irritação é severa e freqüentemente se observa
crostas;
os animais infestados coçarem-se e mesmo se
hemorrágico. Em virtude
morderem.
provocada pelo ácaro, o canal vai acumulando
o
tímpano
pode
mostrar-se
da intensa irritação
produtos inflamatórios, cera alterada e ácaros. - Psoroptes equi, a sarna psoróptica em cavalos
Freqüentemente
é semelhante àquela descrita para bovinos,
afetados.
sendo as primeiras lesões observadas na
Em casos de parasitoses intensas os animais
cabeça.
mostram
sinais
ambos
de
os
ouvidos
distúrbios
são
nervosos,
freqüentemente se movendo em círculos ou - Psoroptes cuniculi ataca coelhos, restringindo-
sacudindo a cabeça. O ato de coçar muitas
se geralmente ao pavilhão da orelha (sarna
vezes conduz ao aparecimento de hematomas
auricular não penetrante); pode expandir-se
na orelha. Infecções bacterianas secundárias as
infestando outras partes da cabeça, pescoço e
vezes resultam em inflamações
mesmo as patas. As primeiras manifestações da
médio e mesmo das meninges.
do ouvido
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Sarnas - Astigmata
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ O. cynotis também ataca o furão.
Separação dos animais infestados, alimentação adequada, condições de higiene do recinto
Sarna Chorióptica:
satisfatórias, esterilizar o material de uso nos
- Chorioptes ovis, parece ser a única espécie do
animais (arreios, coleiras) com acaricida sendo
gênero assinalada no Brasil (Freire, 1955),
melhor não utilizá-los antes de 14 à 17 dias.
causa a sarna chorióptica em carneiros e ovelhas, localizando-se principalmente nas
rugas da bolsa escrotal dos carneiros, e que não invade as partes do corpo revestidas de lã comprida.
Por
esse
motivo
foi
também
designada de sarna das partes baixas. Ataca também os pés e os membros, subindo até a face interna das coxas, região escrotal dos carneiros e da mama das ovelhas. As regiões parasitadas se recobrem de crostas e produzem prurido bastante intenso. Parece não atacar a cabeça e demais partes do corpo. - Chorioptes cuniculi determina em coelhos uma
parasitose auricular
quase não
indistinguível
penetrante,
da
sarna
causada
por
Psoroptes, no entanto, é bem menos séria.
- Chorioptes equi
determina uma parasitose
semelhante àquela causada por Psoroptes, mas, as lesões estão geralmente confinadas às partes inferiores das patas, notadamente do boleto, sendo por isso também denominada sarna das patas dos cavalos. - Chorioptes bovis é responsável pela sarna
chorióptica
do
gado
bovino ,
semelhante
a
sarna
psoróptica,
bastante porém
localizada e menos séria. Geralmente restringese à cauda e aos boletos das patas anteriores e posteriores e via de regra não se alastra. PROFILAXIA: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Prosti Pro stigmat gmata a ____________________ __________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ______________ ____
PARTE IV Prostigmata _________________ ________ _________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ___________ ___ FILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA
ESPÉCIES: -Cheyletiella yasg uri –
ORDEM ACARI (ACARINA)
em cães. -Cheyletiella blakei –
SUBORDEM ACTINEDIDA (PROSTIGMATA)
- Estigmas respiratórios quando presentes, situados anteriormente. - Ovo –Larva – Protoninfa – Deutoninfa – Adultos. Cheyletidae,
Demodecidae e Trombiculidae. FAMÍLIA CHEYLETIDAE
Myobiidae,
Comumente encontrada
em gatos. -Cheyletiella
CARACTERÍSTICAS:
- Famílias:
Comumente encontrada
parasitovorax
– Comumente
encontrada em coelhos. Todas as espécies podem ser transmitidas para outros animais e ao homem. CARACTERÍSTICAS: - Os ácaros são grandes (385 µm), vivem sobre a superfície da pele e seus ovos ficam presos em fios do pêlo.
GÊNERO Cheyletiella
CICLO:
HOSPEDEIROS: HOSPEDEIROS:
- O ciclo desses ácaros é em média de 21 a 35
Coelhos, cães e gatos.
dias sobre o hospedeiro, mas adultos podem sobreviver sobreviver fora do hospedeiro por 2-14 dias, por isso a infestação pode ser adquirida do ambiente (Ex: cama) ou por contato direto. PATOGENIA: - Provoca caspa, dermatite descamante. - No homem causa irritação na pele e coceira. - O grande número de ácaros brancos movendose sobre a superfície da pele é chamado de “caspa ambulante”. FAMÍLIA MYOBIIDAE
Figura 41. Adulto de Cheyletiella
GÊNERO M y o b i a
________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________ _____ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Prosti Pro stigmat gmata a ____________________ __________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ______________ ____
CARACTERÍSTICAS: - Causa sarna em camundongos, com coceira e perda de pêlo. - 1o par de patas modificado. - Alargamento na lateral do corpo. - Cerdas na extremidade posterior.
Figura 43. caro Demodex humano (acima) e de cão (abaixo). - Dois estádios ninfais. - Corpo dividido numa parte anterior curta e uma posterior alongada e com estriações. ESPÉCIES: -D e m o d e x c a n i s (cão) -D. phy ll lloid oid es
(suino)
- D. D. p h o l i c u l o r u m
Figura 42. caro de roedores Myobia sp.
(homem)
CARACTERÍSTICAS: - Sarna profunda, que vive no folículo piloso,
CONTROLE Higiene, manutenção adequada alimentar, tratar o animal doente e evitar contato com outros animais e fômites.
outros órgãos internos como o rim, fígado. à imunidade. Normalmente atinge filhotes de 3 a 6 meses.
GÊNERO D e m o d e x Demodex
o corpo alongado. Podem viver em linfonodos e - O estabelecimento da doença está relacionado
FAMÍLIA DEMODECIDAE ESPÉCIES:
glândulas sebáceas e sudoríparas por isso tem
- Aparecem áreas circunscritas circunscrit as de alopecia na canis
p h y l l o i d e s (suino) ( suino), D . p h o l i c u l o r u m
(cão),
D.
(homem)
cabeça, ao redor dos olhos e na parte inferior da pata (projeções ósseas nas extremidades).
CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Patas curtas. ________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________ _____ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Prosti Pro stigmat gmata a ____________________ __________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ______________ ____
ninfal
chamada
protoninfa
e
após
para
deutoninfa, ocorre a diferenciação para machos e fêmeas, que vão para a superfície da pele a fim de copularem (fase de contaminação). Após a cópula as fêmeas ovígeras (já fecundadas) e os machos voltam para o folículo piloso. Pode ocorrer o rompimento do folículo e o ácaro mover-se para outros órgãos (ex. fígado) mas não há danos. CONTROLE: Como é uma sarna de ocorrência natural na Figura 44. Lesões de sarna demodécica. - Há formação de crostas, pontos vermelhos, queda acentuada de pêlos. Não há evidência de
pele que produz doença em imunodeprimidos, deve-se pesquisar a causa da imunodepressão (mudança de casa, na alimentação, stress) e evitar contato da mãe doente com a ninhada.
prurido.
* D. foliculorum e D. brevi atingem humanos,
Úmido, quando tem pus (infecção - Tipos: Úmido,
sendo que a primeira nos folículos pilosos do
secundária-imunodepressão).
rosto e a segunda nas glândulas sebáceas do
Seco, Seco, com prurido intenso e crosta
mesmo.
superficial. Geralmente inicial e passa para o estado úmido.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Através da coleta de
- Atacam mais os animais jovens e de pêlo
material:
curto. Animais sadios podem ter mesmo sem
1)Para ácaros que penetram profundamente,
apresentar a doença.
como Sarcoptes, Notoedres e Demodex .
- A maioria dos casos é branda e a recuperação espontânea, mas em alguns casos pode levar até a morte (nes ses casos os pêlos pêl os se se tornam esparsos sobre regiões cada vez maiores e a pele se torna áspera e seca - é a sarna vermelha).
?
Mergulhe a lâmina de bisturi em óleo mineral,
pegue uma prega de pele e raspe mantendo um ângulo reto com a pele até produzir um leve sangramento. 2)Cnemidocoptes. ?
Amoleça as crostas com com água morna e óleo
mineral. Remova as crostas mais soltas, macere CICLO: Ácaros dentro do folículo piloso, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas (no cão principalmente no folículo piloso e glândulas sudoríparas). Ocorre a eclosão das larvas dentro do folículo, estas passam para a fase
e olhe no microscópio. 3)Sarnas superficiais (Psoroptes, Chorioptes e Otodectes ). ?
Raspe as crostas soltas e guarde em pote
bem fechado. Macere algumas crostas com óleo
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Ácaros - Prosti Pro stigmat gmata a ____________________ __________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ____________________ ______________ ____
mineral, coloque em uma lâmina e olhe no
requerer de dois meses a um ano, sendo que 1
microscópio com objetiva objetiva de 10X.
a 5 gerações podem ser produzidas por ano, fato esse que vai depender da temperatura,
FAMÍLIA TROMBICULIDAE
umidade, e localização. As larvas ficam 15 dias
GÊNERO E u t r o m b i c u l a , t r o m b i c u l a
no hospedeiro hospedeiro e caus am dermatite intensa, pois inoculam saliva tóxica que lesa as células . As larvas se alimentam-se de linfa.
CARACTERÍSTICAS: - Hematófaga. Hematófaga. - Conhecida como micuim. - Escudo com cerdas ramificadas. - Febre fluvial é transmitida pelos trombiculídeos. -Transmitem Rickettsia a roedores silvestres que não desenvolvem a doença, mas podem mais tarde transmitir ao homem. - Saliva tóxica – Causa prurido - Cheio de cerdas nas patas. - Quelíceras pontiagudas CICLO BIOLÓGICO: São ácaros de vida livre, ninfas e adultos vivem e alimentam-se em matéria orgânica. No solo as fêmeas põem os ovos em áreas abrigadas, em uma semana eclodem as larvas que possuem três pares de patas e é a fase parasitária. Quando um animal ou homem se aproxima as larvas
laranja-amarelada
ou
laranja-
avermelhada rastejam na superfície de terra ativadas pelo CO2 da respiração, fixam-se, alimentam-se no animal e após vão ao solo onde mudam para ninfas e posteriormente para adultos. Adultos normalmente vivem em lugares protegidos e ficam mais ativos na primavera. A ninfa, como o ácaro adulto, tem oito patas. Os corpos são normalmente cabeludos. As ninfas e adultos alimentam de de insetos inseto s pequeno pequenoss ou outros organismos. O ciclo de vida inteiro pode ________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ___________________________ _____ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
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Ácaros - Cryptostig Cryp tostigmata mata ___________________ __________ __________________ ___________________ ___________________ __________________ _________ ________________ ____________
PARTE V Cryptostigmata _________________ ________ _________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ________________ ___________ ___ FILO ARTHROPODA
Vivendo no solo, sobem pelas hastes do capim
CLASSE ARACHNIDA
onde são ingeridos pelos animais; no trato digestivo dos animais ocorre a libertação do
ORDEM ACARI (ACARINA) SUBORDEM
cestóide que vai parasitar o bovino (eqüino).
CRYPTOSTIGMATA
OU
ORIBATIDA
IMPORTÂNCI IMPORTÂNCIA A EM MEDICINA VETERINÁRIA VETERINÁRI A E SAÚDE PÚBLICA: É importante por agir como transporte de
SUPER FAMÍLIA GALUMNOIDEA
cestóides para os animais. animais.
FAMÍLIA GALUMNIDAE
CONTROLE:
SUPER FAMÍLIA ORIBATULOIDEA ORIBATULOIDEA
Não se tem medidas adequadas para o controle
FAMÍLIA ORIBATIDAE
no pasto.
CARACTERÍSTICAS: ?
Os ácaros ácaros incluídos na subordem subordem Oribatei ou Cryptostigmata constituem um dos mais numerosos grupos de artrópodes do solo, tanto em número de espécies quanto em número de indivíduos. Eles têm um papel importante na decomposição de substâncias orgânicas no solo.
?
Respiração por tubos traqueais que se abrem em estigmas respiratórios na base das patas. Figura 45. Ácaro Cryptostigmata.
HOSPEDEIROS: HOSPEDEIROS: Não possuem, são ácaros de vida livre. CICLO: Ovo - larva - 3 fases ninfais (protoninfa, deutoninfa
e
tritoninfa)
e
adultos.
Habitam as camadas superficiais do solo, onde alimentam-se de fezes (coprófagos) podendo desse modo adquirir os ovos de cestóides. ______________________________________________________________________________________ ________________________________________________________ _____________________________________ _______ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
CLASSE INSECTA
•
Cada par de patas é inserido in serido em um segmento
torácico. MORFOLOGIA EXTERNA:
•
Os insetos são artrópodes com o corpo dividido
•
em três regiões bem distintas: cabeça, tórax e
A pata se divide div ide em coxa, trocanter, fêmur,
tíbia e tarsos. •
Os tarsos são divididos em três a cinco c inco
segmentos e nesses estão as garras e
abdômen. •
Com um par de antenas.
estruturas membranosas chamadas empódio
•
Com três pares de pernas; É também
que podem ou não ter dois apêndices posteriores chamados de pulvilo.
conhecida por classe hexápoda. •
Adultos geralmente, gera lmente, com um ou dois pares de ASAS
asas. •
Respiração traqueal.
•
Orifício
genital
situado
Os insetos podem ser ápteros (sem asas na
extremidade
de asas).As asas são estruturas membranosas
posterior do abdome.
com escamas, cerdas ou espinhos. São
•
Simetria bilateral.
•
As antenas são divididas em escapo (parte
articulada na cabeça), pedicelo e flagelo (1 a 10 segmentos). Pode ou não existir arista nos flagelos. •
Os olhos ol hos compostos compo stos (omátides) ( omátides) são formados
por centenas de omatídeos. Visão bastante ampla para o inseto. Dois a três ocelos, auxiliares na parte dorsal da
•
cabeça, entre os olhos compostos. •
Aparelho bucal buc al com um par de mandíbulas, 1
par de maxilas (pode ter palpos maxilares), 1 labro dorsal, 1 lábio ventral e 1 hipofaringe. •
Na extremidade extr emidade da probóscida existe um par
de labelas, que varia de tamanho com o tipo de aparelho
bucal
(mastigador:
mandíbulas
desenvolvidas ou picador: estiletes perfurantes) •
O tórax é dividido em 3 segmentos: s egmentos: Protórax, Pr otórax,
Mesotórax e Metatórax e cada um desses é dividido em 4: um segmento dorsal (noto), dois segmentos laterais (pleura) e um segmento ventral (esterno).
pulgas e piolhos) ou dípteros (com 1 ou 2 pares
compostas por nervuras ou veias e suas características identificam famílias ou gêneros. 1. Nervura Costa (C) - completa ou incompleta 2. Nervura Subcosta (SC) 3. Nervura Radial (R) 4. Nervura Mediana (M) - bifurcação da nervura Radial 5. Nervura Cubital (Cu) 6. Nervura Anal (A) OBS: Cada área delimitada por nervuras chamase célula. Essa pode ser apical e fechada ou discal. As nervuras costa e subcosta não se ramificam. ABDÔMEN Segmentos em anéis, sem apêndices e com cerdas. É onde aparece a abertura genital. Apresenta na região pleural (lateral) os estigmas respiratórios ou espiráculos. Essa região é menos quitinizada para permitir a distensão abdominal.
Os
três
últimos
anéis
não
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ apresentam
espiráculos.
Há
insetos
com
espiráculos no tórax.
Funções: Digestão e absorção dos alimentos.
Em alguns insetos há divertículos, geralmente situados na parte anterior do estômago,
MORFOLOGIA INTERNA DOS INSETOS
denominados cecos gástricos.
1.Sistema 1.Sistema Digestivo –
Proctodeu,
Nos insetos o canal alimentar consiste de um
Freqüentemente, está dividido em três partes:
tubo quase reto, que se estende da boca,
- Intestino delgado ou íleo.
situada na extremidade anterior, até o ânus,
- Intestino grosso ou cólon.
situado posteriormente.
- Reto.
Este tubo é diferenciado em três regiões
O íleo é tubular, o colo é dilatado e o reto
distintas:
globular ou piriforme. Este possui número
- Intestino anterior ou estomodeu.
variável de papilas - chamadas papilas retais - e
- Intestino médio ou mesêntero.
termina pelo ânus.
- Intestino posterior ou proctodeu. Glândulas salivares: Estomodeu:
Ao nível da cavidade bucal abre-se o duto das
Inicia na boca ou cavidade bucal e está dividido
glândulas salivares situadas no tórax ou se
nas seguintes porções: faringe, esôfago, papo e
prolongam até o abdome.
proventrículo.
As glândulas salivares variam nos diferentes
- A faringe, nos insetos sugadores, possui
insetos, podendo ser simples ou lobadas,
musculatura poderosa, e funciona como uma
colocadas simetricamente uma de cada lado do
bomba de sucção.
corpo do inseto.
- O esôfago é um tubo simples que se prolonga
De cada lado sai um duto salivar que se reúnem
até o tórax; sua porção posterior se dilata, em
para formar um canal coletor único, por onde se
alguns insetos, para formar o papo. Ao papo
escoa a secreção salivar.
segue-se o proventrículo que se caracteriza pela forte musculatura das suas paredes e pela
Natureza Natureza da secreção s alivar
presença de dentes e espinhos.
Varia muito nos vários grupos de insetos; as espécies que se alimentam de sangue de
Função do estomodeu:
vertebrados,
freqüentemente
produzem
É armazenar os alimentos e triturá-los; aí
secreção salivar que contém uma substância
começa também a digestão, graças às enzimas
anticoagulante.
de várias naturezas que variam de acordo com o
A inoculação da secreção salivar por insetos
tipo de alimentação do inseto.
hematófagos, durante o ato de alimentação, provoca nos hospedeiros uma reação cutânea
Mesêntero:
variável de intensidade, de quase imperceptível
Varia de forma segundo o grupo dos insetos.
até severa.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
61
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Alguns insetos aquáticos possuem brânquias. 2. Sistema Sistema Excr etor –
Ao nível da junção do mesêntero com o
4. Sistema Sistema Circu latório –
proctodeu abrem-se os tubos de malpighi, de
Os insetos têm circulação aberta.
função excretora.
Há
A
excreção
nos
insetos
se
apenas
um
vaso
que
se
estende
realiza,
dorsalmente do tórax ao abdome, acima do
principalmente, pelos tubos de Malpighi, que
aparelho digestivo, e que se chama vaso dorsal.
funcionam corno se fossem rins. Os tubos de Malpighi, cujo número e tamanho
Coração:
variam de inseto para inseto, consistem de
É a porção dilatada do vaso dorsal, constituída
vários
de várias câmaras, situada posteriormente.
túbulos
alongados
fechados
na
extremidade livre e que se abrem na luz
A porção mais delgada, situada anteriormente, é
intestinal pela outra extremidade.
a aorta dorsal.
A urina, que é filtrada através das células que
O sangue penetra pelos ostíolos, e daí pela
forram internamente os túbulos, cai na luz
contração do coração é impulsionado para a
destes túbulos e escoa para o intestino, onde é
aorta dorsal.
misturada com as fezes. Antes de ser eliminada
O sangue ou hemolinfa sai da aorta para banhar
pelo ânus, uma grande quantidade de água é
os
reabsorvida pelas glândulas retais e retida no
hemocele, deslocando-se no sentido antero-
organismo do inseto. Este poder de retenção da
posterior.
vários
órgãos
internos,
situados
na
água varia com o inseto e com seu estádio de desenvolvimento.
Hemolinfa:
É um líquido claro, esverdeado ou amarelado, 3. Sistema Sistema Respiratóri o –
raramente vermelho, que serve de meio de
- Os insetos possuem um sistema de tubos
trocas químicas necessárias ao funcionamento
denominados sistema traqueal .
dos tecidos e órgãos.
- As traquéias se abrem para o exterior através
- A hemolinfa contém numerosas células
de
denominadas hemócitos.
orifícios,
localizados
lateralmente
nos
segmentos torácicos e abdominais, chamados estigmas ou espiráculos respiratórios. - Os estigmas possuem estruturas destinadas a regularizar a entrada e saída do ar no corpo do inseto. Regra geral existem 10 pares de estigmas; nas formas típicas há um par no mesotórax, um na margem anterior do metatórax e um par em cada um dos primeiros sete ou oito segmentos do abdome. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ gânglios. Desse conjunto partem fibras que inervam as várias partes do corpo. Este conjunto constitui o sistema nervoso periférico. Na frente do cérebro há um gânglio que constitui
Hemolinfa
o sistema nervoso simpático e que inerva as vísceras do inseto. Nos insetos os órgãos dos sentidos são muito desenvolvidos. Há várias células situadas em várias partes do corpo, que estão associadas a pelos e cerdas.
Figura 46 . Pata de carrapato seccionada mostrando a hemolinfa.
Os insetos possuem órgãos especiais dos sentidos da visão, da audição, da gustação, do olfato, etc. O complexo das células sensoriais é
Função da hemoli hemoli nfa :
conhecido por "sensilia".
Consiste no transporte do material nutritivo para os tecidos e recolher os produtos de excreção
Pêlos Pêlos do cor po dos insetos
para os órgãos excretores.
Funcionam como órgãos sensoriais que captam vários estímulos mecânicos e químicos.
Hemócitos: Funções: a
Percevejos e as pulgas - possuem órgãos que mesma
dos
leucócitos
dos
células
estranhas
ao
mamíferos. Alguns
detém pequenas alterações na temperatura, orientando-os para os seus hospedeiros.
fagocitam
organismo e são, especialmente ativos nos
Piolhos - possuem órgãos receptores da umidade.
processos de mudas e metamorfoses. Às vezes, os hemócitos se congregam ao redor
6. Sist Sist ema Reprodu Reprodu tor –
de corpos estranhos ou de larvas de filarídeos.
Os insetos, regra geral, são artrópodes de sexos separados.
5. Sistema Nervoso –
Há raros casos de hermafroditismo. Em algumas
Cérebro:
espécies a ocorrência de partenogênese é
Situado na região do esôfago encontra-se o
normal.
gânglio supra-esofageano, também chamado
Nos insetos de vida social, como as abelhas, as
cérebro.
formigas e os cupins, algumas formas - as
Do cérebro parte uma dupla cadeia de gânglios
operárias - são incapazes de se reproduzirem.
ventrais que se dirige para a extremidade posterior
do
corpo.
Os
gânglios
se
a. Aparelho Genital Feminino –
intercomunicam com o cérebro por meio de
É constituído de dois ovários que por sua vez
conexões longitudinais. Usualmente para cada
são formados de vários ovaríolos, onde se
segmento abdominal corresponde um par de
originam as células germinais.
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____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Os ovaríolos se reúnem e formam os ovidutos,
Alguns ovos possuem espinhos ou outras
um de cada ovário; estes vão constituir o oviduto
estruturas características na casca.
comum, cuja parte posterior é a vagina. Associada à vagina, na sua extremidade
Postura:
posterior, há uma câmara genital, em forma de
É realizada, geralmente, em lugares que
saco, que é a espermateca ou receptáculo
oferecem
seminal
os
desenvolvimento das formas jovens. Algumas
espermatozóides. Ainda anexas à vagina estão
espécies põem ovos isolados uns dos outros,
as glândulas anexas, que fornecem o material
enquanto outras põem os ovos aglomerados.
onde
se
armazenam
condições
adequadas
ao
para o revestimento do ovo. Mudas: b. Aparelho Genital Masculino –
Durante o desenvolvimento do ovo até o estádio
O aparelho genital masculino é formado de dois
adulto
testículos, um de cada lado do canal alimentar,
transformações
dos quais originam-se os dutos eferentes. Estes
eliminação e renovação da cutícula, cujo
se reúnem para constituírem o duto ejaculatório
fenômeno é conhecido por metamorfose dos
que se abre para o exterior. Cada duto eferente
insetos.
o
inseto nas
sofre
uma
suas
série
estruturas,
de com
se dilata para formar uma vesícula seminal, onde se alojam os espermatozóides, antes de
Exsúvia:
serem injetados na fêmea. Associadas ao
A cutícula eliminada é denominada exsúvia.
aparelho genital masculino existem as glândulas
Antes de atingir a fase adulta, o inseto muda
acessórias que lançam no duto ejaculatório o
várias vezes de cutícula.
fluido seminal destinado a acompanhar os espermatozóides. O duto ejaculatório termina
Estádio:
pelo edeago que é o órgão copulador.
É a forma dos insetos entre duas mudas. O
Externamente
está
crescimento do inseto somente se realiza na
relacionada com a copulação e transferência do
ocasião da muda, pela ruptura da cutícula do
esperma para os órgãos genitais femininos.
estádio anterior.
a
genitália
masculina
A cutícula nova, pela ação do ar, vai aos poucos DESENVOLVIMENTO E METAMORFOSE
adquirindo
consistência
e
assumindo
a
coloração natural dos insetos. Os insetos são, na maioria, ovíparos. Excepcionalmente existem algumas espécies
Ametabo Am etabo lia: li a:
vivíparas.
Quando os insetos se desenvolvem sem
Geralmente os ovos são ovais, esféricos ou
apresentarem transformações substanciais. As
alongados, mas há fêmeas que põem ovos em
formas jovens são semelhantes às formas
forma de tonel ou de disco. A casca que envolve
adultas, diferindo apenas pela dimensão. Este
o ovo varia muito, em espessura, forma e cor.
tipo
de
desenvolvimento
é
chamado
de
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
64
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ ametabolia e os insetos são chamados de
A pupa não se alimenta.
ametábolos.
Os insetos deste tipo são conhecidos por holometábolos ou holometabólicos. Neste grupo
Tipos fundamentais de formas imaturas :
incluem-se os insetos das ordens Diptera e
As ninfas e as larvas. As ninfas diferem dos
Siphonaptera (Pulgas).
adultos pela ausência de órgãos genitais e pelos rudimentos de asas. As larvas, entretanto, são
CLASSIFICAÇÃO
muito diferentes dos adultos, tanto sob o aspecto
morfológico
como
biológico.
A
A classe Insecta compreende 26 ordens, das
passagem do estádio de larva para adulto se dá
quais as seguintes incluem espécies de
através de um estádio intermediário que é a
interesse na patologia médica e veterinária:
pupa. Dois tipos fundamentais de metamorfose podem
•
Ordem Diptera (moscas e mosquitos)
ocorrer no desenvolvimento dos insetos:
•
Ordem Hemiptera (barbeiros e percevejos)
(1) - metamorfose incompleta ou hemimetabolia
•
Ordem Siphonaptera (pulgas)
(2) - metamorfose completa ou holometabolia
•
Ordem Phtiraptera (piolhos)
(1) Metamorfose incompleta - hemimetabolia.
Neste tipo de metamorfose os estádios jovens, que são ninfas, são semelhantes aos adultos. As principais diferenças observadas entre as formas imaturas e os adultos são o tamanho e proporções do corpo, o tamanho das asas, desenvolvimento dos ocelos, quando presentes, formas das antenas e peças bucais. Inclui-se neste tipo de metamorfose os insetos das ordens Hemiptera e Phtiraptera. Os insetos deste grupo são conhecidos por hemimetábolos ou hemimetabólicos. (2). Metamorfose Completa - holometabolia.
Neste tipo os estádios jovens são muito diferentes dos adultos, tanto sob o ponto de vista morfológico como sob o ponto de vista de hábitos. O indivíduo recém eclodido é a larva e o estádio imediatamente anterior ao adulto é a pupa. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________
PARTE PA RTE VI
Piolhos
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ CLASSE INSECTA
CARACTERÍSTICAS
DOS
PIOLHOS
MASTIGADORES (MALÓFAGOS):
Cerdas pelo corpo. Ausência de asas. Passam toda a vida no hospedeiro, agarrados aos pêlos ou penas. Metamorfose
incompleta
(hemimetábolos). Certa especificidade para cada espécie, mas
o
mesmo
animal
pode
ser
parasitado por várias espécies. Maior quantidade de piolhos no inverno (por
causa
da
temperatura)
pela
aglomeração de indivíduos. A
fêmea
cimentante
produz
uma
substância
nas
suas
glândulas
coletéricas que permite que os ovos
Figura 47. Características de um piolho anoplura (sugador).
fiquem colados ao pelo ou penas.
ORDEM PHTHIRAPTERA
Parasita de aves e mamíferos. Os piolhos mastigadores possuem a cabeça mais larga do que o tórax. Os piolhos sugadores possuem a cabeça mais estreita que o tórax. Três Subordens: Am blyc bl ycera era - Am
(antena
escondida)-
Piolhos
mastigadores. -Ischnocera
(antena
livre).-
mastigadores.
Piolhos
Figura 48. Ovo (lêndea) de piolho de aves fixado à pena.
-Anoplura – Piolhos Piolhos sugadores. sugadores. IMP. MED.VET DOS PIOLHOS:
O animal se coça, não se alimenta bem, fica irritado, com má aparência e podem aparecer _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ infecções secundárias, o que gera perda de
Os piolhos mastigadores se alimentam de
peso e queda na produtividade.
bárbulas de penas e de células de descamação
As espécies que infestam aves são mais
da pele. Algumas espécies ingerem sangue que
daninhas
aflora à superfície da pele.
que
aquelas
ectoparasitas
de
mamíferos. Quando a infestação é muito grande, o animal
DISSEMINAÇÃO:
torna-se irritadiço, espoja-se na terra, coça-se
Através de contato direto, fora do hospedeiro
muito,
morrem em três a sete dias.
não
descansa,
adquire
péssima
aparência e pouco se reproduz. De tanto se coçarem acabam arrancando as penas ou os
LONGEVIDADE SOBRE O ANIMAL:
pêlos, escarificando a pele, o que resulta em
20 a 40 dias
ferimentos agravados por invasão bacteriana. A espécie Trichodectes canis pode servir como
ESPECIFICIDADE:
hospedeiro intermediário do Dipylidium caninum
Possuem alta especificidade. (Um mesmo
um cestódeo parasito do cão e ocasionalmente
hospedeiro pode ser parasitado por várias
do homem (através da ingestão do piolho
espécies de malófagos, mas dificilmente 1 sp.
contendo a larva do cestódeo).
de malófago adapta-se a outro hospedeiro que
As espécies que vivem rentes à pele das aves
não o seu). São mais ou menos adaptados a
podem causar sérios prejuízos. Menacanthus
determinadas regiões do corpo.
stramineus (piolho
de aves) irrita a pele
provocando descamação epitelial e afloramento de sangue do qual se alimentam.
CONTROLE:
Tratar e manter os animais isolados e em boas condições de higiene.
PERÍODO EMBRIONÁRIO - Dura cerca de uma
A ocorrência de malófagos é bastante
semana.
comum, principalmente, nos meses mais frios.
CICLO
BIOLÓGICO
GERAL
DOS
Deve-se tratar com inseticidas duas vezes
MALÓFAGOS MALÓFA GOS (PIOLHOS MASTIGADORES): MASTIGADORES):
por semana durante três a quatro semanas.
Ovo – ninfa 1 – ninfa 2 – ninfa 3 – adulto.
Os malófagos passam toda a sua vida entre
Ninfas são parecidas com os adultos, exceto
as penas e os pêlos de seus hospedeiros,
pela ausência de edeago no macho e
onde põem os seus ovos, em grandes
gonopódios nas fêmeas.
massas, sempre colados ao substrato. Tratar com inseticidas repetindo após 10 a
DURAÇÃO DO CICLO:
14 dias.
Mais ou menos 20 dias. SUBORDEM AMBLYCERA AL IMENTAÇÃ O:
CARACTERÍSTICAS:
Palpos maxilares presentes. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ Antenas com quatro segmentos.
Abdômen com uma fileira de cerdas dorsal
Fossetas antenais (depressão para guardar
em cada segmento.
as antenas).
Espinhos gástricos visíveis.
Piolhos mastigadores.
Tarso com duas garras.
Antena Palpo
Figura 49. Cabeça de um Amblycera.
FAMÍLIA MENOPO MENOPONIDAE NIDAE
GÊNERO: Menopon ESPÉCIE Menopon Menopon gallinae HOSPEDEIROS: Aves. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Possui a cabeça mais larga que o tórax. Apresenta dois tufos de cerdas no quinto segmento abdominal. Menores que um centímetro.
Figura 51. Menopon sp. piolho mastigador das aves.
GÊNERO: Me Menaca nacanthus nthus ESPÉCIE Menacanthus Menacanthus stramineus HOSPEDEIROS: Aves. Parasita de galinhas,
perus, faisões e excepcionalmente pombos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Duas fileiras de cerdas longas e curtas nos segmentos abdominais. Fronte provida de processo espinhoso
Ápteros.
Tufos de cerdas
Figura 50. Segmento abdominal de Menopon mostrando os tufos de cerdas
Figura 52. Menacanthus sp. piolho mastigador de aves.
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ recurvo para trás e para baixo.
Antenas filiformes (três a cinco segmentos).
Antenas com quatro segmentos.
Sem fossetas antenais (antenas livres).
Possuem palpos.
Piolhos mastigadores.
FAMÍLIA BOOPIDAE
FAMÍLIA TRICHODECTIDAE TRICHODECTIDAE
GÊNERO Heterodoxus
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
ESPÉCIE Heterodoxus Heterodoxus spi niger
Três segmentos antenais.
HOSPEDEIROS: Cão
Uma garra ligada ao hospedeiro.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Dois espinhos na região dorsal da cabeça Cabeça subtriangular
GENERO Trichodectes ESPÉCIE Trichodectes canis HOSPEDEIROS: Cão
Têmporas estreitas, não salientes. Parte inferior da cabeça com 2 ganchos voltados para trás e implantados junto à base dos palpos maxilares
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Cabeça hexagonal. Uma só garra.
Palpos maxilares com 4 artículos
Antenas com três segmentos.
Protórax livre Uma fileira de cerdas longas no abdômen com tergitos e pleuritos bem quitinizados Duas garras nos tarsos
Têmporas sem lobos posteriores. Fronte arredondada. Todos segmentos abdominais com placas pleurais (pleuritos).
Parasito de cães
Estigmas respiratórios do segundo ao sétimo segmento (seis pares).
Pleuritos
Cerdas abdominais longas. Edeago grande. Não tem palpos. Vetor de Dipylidium caninum para cães. Placas pleurais
Tergitos Figura 53. Heterodoxus mastigador de cães.
sp.
piolho
SUBORDEM ISCHNOCERA CARACTERÍSTICAS
Palpos maxilares ausentes.
Figura 54. Trichodectes sp., piolho mastigador de cães.
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________
GÊNERO Bovicola CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
ESPÉCIE Bovicol a sp. HOSPEDEIROS: Ruminantes
Cabeça com aspecto pentagonal, olhos
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
atrás das antenas.
Cabeça arredondada com a “bochecha”
Três
pares
de
estigmas
respiratórios
repartida.
abdominais.
Cerdas abdominais curtas, iguais e em filas
Cerdas abdominais muito curtas.
transversais.
Abdômen do macho com pequena saliência
Manchas nos tergitos.
posterior formada pelo último segmento.
Cabeça tão larga quanto longa
Antenas sem dimorfismo sexual. FAMÍLIA PHILOPTERIDAE
Tergitos
Cinco segmentos antenais com 2 garras ligadas ao hospedeiros.
GÊNERO Goniodes ESPÉCIE Goniodes sp HOSPEDEIROS: Aves
Figura 55. Bovicola sp., piolho mastigador de ruminantes.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Cabeça em forma de chapéu e com 2 cerdas longas nas extremidades laterais. Tarsos com duas garras.
GÊNERO Felicola ESPÉCIE Felicola Felicola sub rostrata HOSPEDEIROS: Felinos
Figura 56. Felicola, mastigador de felinos.
piolho
Antenas com cinco segmentos imbricados nos dois sexos, o último segmento não
Figura 57. Goniodes sp., piolho mastigador de aves.
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ clavado.
fica no piolho e através das fezes deste,
Tem apêndices recurvos em gancho na
penetra nas feridas.
frente FAMÍLIA PEDICULIDAE
GÊNERO Lipeurus
GÊNERO Pediculus
ESPÉCIE Lipeurus sp
ESPÉCIE Pediculus humanus
HOSPEDEIROS: Aves.
HOSPEDEIROS: Humanos LOCAL : Cabeça
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MORFOLÓGICAS
-Corpo e cabeça alongados.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Fronte larga, arredondada no ápice.
Olhos grandes.
-Mancha mediana no tórax.
Corpo alongado, cabeça ovóide. Tórax sem segmentos aparentes. Cinco segmentos nas antenas. Olhos simples. Abdômen com sete segmentos. Presença de um rostelo ou dentes préestomais para cortar a pele. Placas pleurais bem quitinizadas. Presença de gonopódios nas fêmeas (duas saliências côncavas internamente e situadas uma de cada lado do orifício genital) com
Figura 58. Lipeurus sp. piolho mastigador de aves.
SUBORDEM ANOPLURA
que se prende aos pêlos durante a ovipostura para o alinhamento dos ovos. Olhos
CARACTERÍSTICAS
Piolhos picadores-sugadores (hematófagos). Ausência de asas. Garras grandes. Passam toda a vida agarrados aos pêlos do hospedeiro. Metamorfose incompleta (Hemimetábolos). Transmissores de Rickettsia prowasekii causador da febre das trincheiras em situações de guerra, microorganismo que
Figura 59. Olhos de Pediculus sp.
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ BIOLOGIA:
muita higiene.
A fêmea põe ovos operculados nas bases dos
As picadas provocam prurido e erupções na
pêlos ou nos fios das vestimentas (conforme
pele, agravadas pela invasão de agentes
subespécie). A fixação no pêlo ou fio se dá por
secundários. Há correlação entre o grau de
uma
infestação e o comprimento dos cabelos
substância
secretada
por
glândulas
especiais (glândulas coletéricas).
(Mulheres são mais parasitadas que homens).
Cada fêmea põe cerca de 7 a 10 ovos diariamente (Lêndeas).
DOENÇAS DOENÇAS QUE TRANSMITEM:
Período de incubação dos ovos - 8 a 9 dias em
1-Tifo exantemático - Causado pela Rickettsia
condições ideais de temperatura e umidade (33
prowaseki - os piolhos se infectam ao sugarem
a 40o C e 90% U. R.).
sangue de um indivíduo doente. A transmissão
Hemimetabólicos- ovo- ninfa (três mudas) –
não se dá pela picada do inseto, nem pela via
adulto.
transovariana. A transmissão da infecção se dá
Desenvolvimento pós-embrionário: 8 a 9 dias.
pela contaminação de feridas da pele com as
Longevidade dos adultos – adultos – 9 a 10 dias.
fezes dos piolhos ou pelo esmagamento do conteúdo intestinal em áreas em abrasão. Os
CICLO TOTAL – Em média 18 dias (em
piolhos morrem da infecção em poucos dias.
condições
(invade os tecidos dos piolhos destruindo as
favoráveis
de
temperatura
e
umidade).
células.) O ato de esmagar o piolho com os
Picam o homem intermitentemente (picada dura
polegares possivelmente ocasiona a infecção. A
3 a 10 minutos ou mais). São mais ativos à noite
rickettsia pode permanecer viva e virulenta nas
ou durante o descanso do paciente.
fezes do piolho durante 66 dias.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA MÉDICA:
2-Febre
São encontrados em indivíduos de baixo
Rickettsia quintana- O nome surgiu porque a
escalão social, principalmente que não tem
doença apareceu entre os soldados que
Placas pleurais
das
trincheiras-
Transmitida
pela
combatiam nas trincheiras durante a primeira guerra mundial (mais de 1 milhão de casos). O doente
apresenta
febre
com
dores
generalizadas somente durante cinco dias, por isso é denominada quintana. O sangue, porém é infectante por quase dois meses. Não é injuriosa aos piolhos (se multiplica no lúmem intestinal) Fonte de infecção é a picada ou fezes. Fezes secas conservam poder infectante durante muito tempo, de modo que a infecção pode ser Figura 60. Pediculus humanus piolho sugador de humanos.
transmitida também por inalações.
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72
Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ 3-Febre recorrente-Transmitida pela Borrelia
BIOLOGIA:
recurrentis (É
se
Não é de muita atividade, permanecendo preso
desenvolve na hemocele do inseto). O homem
a dois pêlos durante vários dias, quase sempre
só se infecta pelo esmagamento do inseto e
com as peças bucais presas na pele do
libertação do conteúdo da hemocele em
hospedeiro.
qualquer ferimento da pele.
Além da região pubiana pode ser encontrado em
uma
espiroqueta
que
regiões
densamente
pilosas
(cabeça,
GÊNERO Pthirus
sobrancelhas, axilas, etc.).
ESPÉCIE Pthirus Pthirus pubis
Após a cópula que se realiza no hospedeiro, a
HOSPEDEIROS: Humanos.
fêmea põe ovos nos pêlos da região pubiana ou
LOCALIZAÇÃO: Púbis, axilas, sobrancelhas,
de outras.
cílios (regiões de bastante cabelo). PERÍODO PERÍODO DE INCUBAÇÃO INCUBAÇÃ O: 7 a 8 dias. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Garras enormes.
Tubérculos
Tórax mais largo que o abdômen. Pernas robustas. Primeiro
par
de
patas
é
menos
desenvolvido. Unhas do segundo e terceiro par de patas fortemente recurvadas. Abdômen
com
os
cinco
primeiros
segmentos fusionados. Abdômen apresenta lateralmente quatro tubérculos
salientes
com
cerdas
nas
extremidades. Os espiráculos 3, 4 e 5 estão na mesma linha transversal. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS:
É chamado de “chato” porque é achatado. Precisam da temperatura corporal para sobreviver. Só suportam dois dias fora do hospedeiro. Ciclo de ± 16 dias (de ovo a ovo ± 30 dias),
Figura 61. Pthirus sp., conhecido por chato, piolho sugador de humanos. DESENVOLVIMENTO: 13 a 16 dias. CICLO TOTAL : 30 dias. SOBREVIVÊNCIA FORA DO HOSPEDEIRO:
Adultos e ninfas vivem dois a três dias. LONGEVIDADE NO HOSPEDEIRO: 30 dias.
com 30 dias de vida adulta.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
73
Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ DISSEMINAÇÃO:
Principalmente
por
via
sexual. Também através de toalhas, roupas, assentos de privadas, etc.. OBS: Não se conhece transmissão de doenças,
mas sua presença causa prurido mais ou menos intenso, que incomoda o indivíduo. As picadas produzem manchas azuladas na pele devido a saliva das glândulas reniformes. FAMÍLIA HAEMATOPINIDAE
Figura 62. Haematopinus sp. piolho sugador de ruminantes, suínos e eqüinos.
GÊNERO Ha Haema ematopinu topinu s HOSPEDEIROS: Ruminantes, suínos, bubalinos
e eqüinos. -Hae -Haematopinus matopinus suis -(suínos) -Hae -Haematopinus matopinus eurysternus (bovino )-
-Piolho dos animais domésticos.
-Ocorre mais freqüentemente em animais
-Muito comum no Brasil.
adultos.
-Regiões mais freqüentes - Dobras do pescoço,
-Clima temperado - No inverno os animais ficam
base das orelhas e entre as pernas.
confinados no interior de estábulos ocorrendo aumento considerável da população de piolhos.
-H. asini - (equídeos)
-Regiões corporais - Pescoço, base da cauda e
-Base da crina e base da cauda.
chifres, nas infestações altas a parasitose se generaliza por todo o corpo.
-H. tuberculatus - (búfalos)
-Verão - os piolhos são raros, limitando-se à
-Podem parasitar bovinos.
orelha e locais onde os pêlos são mais longos. -Brasil - Não constitui problema de grande significação, provavelmente
devido ao fato
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Cabeça estreita e alongada.
de não resistirem aos raios solares diretos e a
Sem olhos.
temperatura elevada do corpo do animal.
Antenas com 5 segmentos. Tórax largo.
-Hae -Haematopinus matopinus quadripertusus- (bovino)
Coxim tibial entre a base da tíbia e tarso.
-Ocorre no Brasil (espécie mais prevalecente
Abdômen alargado.
nos trópicos).
Todas as patas iguais.
-Fêmeas põem ovos quase que exclusivamente
Placas pleurais e parapleurais.
nos pêlos da cauda do animal.
Tubérculos pós-antenais.
-Ninfas sobem para regiões da cabeça, do
Machos possuem um pênis ou edeago.
pescoço e outras onde se tornam adultas. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
74
Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ com evidente prejuízo para saúde dos animais. A pele pode se tornar seca com aspecto de
BIOLOGIA:
Ectoparasitos de animais domésticos com
sarna.
ciclo biológico parecido ao descrito dos
permanentemente
piolhos humanos.
alimentam direito nem descansam, o que origina
Fêmeas
põem
ovos
nos
pêlos
dos
hospedeiros fixando-os com uma substância
Os
animais
parasitados,
pelos
piolhos,
injuriados não
se
queda de produção e prejuízo para os fazendeiros.
cimentante. Fêmea põe em média 3 a 6 ovos/dia.
FAMÍLIA LINOGNATHIDAE
Ciclo de 9 a 19 dias. Adultos vivem 30 dias.
GÊNERO Linognathus
Concentra-se em pêlos longos.
Linognathus setosus (cães)
Três estádios ninfais, cada estádio: três a
L. vituli (bovinos)
quatro dias.
L. pedalis (ovinos)
Hemimetabólicos. HOSPEDEIROS: Cães, ruminantes. PERÍODO PERÍODO DE INCUBAÇÃO INCUBA ÇÃO
É de 9 a 19 dias dependendo da espécie, das
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
condições de temperatura e umidade e do meio
Sem placas quitinizadas.
em que são mantidos os animais (ovos não se
Abdômen membranoso.
o
desenvolvem em temperatura inferior a 25 ).
Primeiro par de patas é menor que o segundo e o terceiro.
PERÍODO DE PRÉ-OVIPOSIÇÃO:
Cinco segmentos nas antenas.
É em média de três dias, a fêmea inicia postura que dura vários dias. Número de ovos varia com a espécie (um a quatro por dia). H. suis (mais ou menos 90 ovos, cerca de 3 a 6 por dia). CICLO TOTAL -20 a 40 dias dependendo da
espécie e fatores ambientais. IMP.MED.VET:
-Leva a perda de produtividade dos animais. -A picada do piolho, com inoculação de saliva
Figura 63. Linognathus sp., piolho sugador de cães e ruminantes.
irritante, provoca prurido, obrigando o animal a se coçar e morder o local da picada para se livrar do inseto. O ato de coçar pode provocar
HOSPEDEIROS:
ferida que se agrava pela invasão de germes, _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
75
Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________ L. vituli - bovinos leiteiros e animais novos.
pelo corpo do animal (Mastigadores) ou
Encontrados no pescoço, barbelas, espáduas,
permanecem presos ao pelo (Anoplura).
períneo, etc.. L. setosus - Cães (novos e velhos)- mais
LOCAL IZAÇÃO NO HOSPEDEIRO: HOSPEDEIRO:
comum em cães de pêlos longos do que de
Preferencialmente na parte superior do corpo,
pelagem curta.
desde a cabeça até a cauda. Há exceções: H. quadripertusus (vassoura da cauda).
BIOLOGIA:
Parecida com Haematopinus.
H. suis (nas dobras da pele atrás da orelha
Fêmeas depositam ovos nos pêlos do
e região púbica= início da infestação).
hospedeiro.
Menopon/Menacanthus
Três estádios ninfais.
cobrem o corpo).
-
(penas
que
Duração do ciclo 30 a 40 dias (depende da espécie).
SAZONALIDADE:
Mais freqüente no inverno. TRATAMENTO DOS PIOLHOS EM GERAL:
O pêlo cresce e forma um micro-habitat.
-Medidas de higiene.
No RS há problemas nesta época do ano por
-Aplicação de inseticida.
causa do frio (animais ficam mais próximos uns
-Alguns Inseticidas não agem sobre lêndeas,
dos outros ou são estabulados). Deve-se tratar
então, recomenda-se uma segunda aplicação
antes os animais.
após 10 a 14 dias. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA DOS PIOLHOS:
Os anopluras são mais patogênicos do que os
ESPECIFICIDADE ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA:
Identificação
das
espécies,
direcionar
o
mastigadores, pois provocam perda de sangue,
tratamento para a espécie afetada (hospedeiro).
tem
capacidade
de
transmitir
agentes
Importante para o diagnóstico e medidas de
patogênicos, abrem uma porta de entrada para
controle.
infecções secundárias, há o enfraquecimento dos animais e irritações na pele.
CICLO
BIOLÓGICO
DOS
PIOLHOS
EM
GERAL:
CONTROLE CONTROLE DOS PIOLHOS:
No hospedeiro (Anoplura e Mallophaga):
-Produtos químicos em banhos de imersão ou
ovo- ninfa- adulto (macho e fêmea).
aspersão com pressão. Repetir em 10 a 14 dias.
Hemimetábolos.
-Pente fino.
Completa-se em 25 a 35 dias.
-Inseticida em pó nos ninhos.
Ovos (lêndeas) são colocados presos ao
-Limpeza e esterilização dos fômites.
pêlo e em contato com a pele eclodem as
-Produtos pour-on.
ninfas, passam a adultos que se locomovem
-Ivermectinas para sugadores.
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Phthiraptera-Piolhos
_________________________________________________________________________ _______________________________ _______________________________________________________________ _____________________
Trichodectes
Heterodoxus
Felicola
Bovicola
Linognathus
Haematopinus
Goniodes
Lipeurus Struthiolipeurus
Columbicola Pthirus
Pediculus Chelopistes
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77
Hemípteras – Barbeiros e ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________percevejos
PARTE VII
Hemípteras
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ ORDEM HEMÍPTERA
FAMÍLIA FAMÍLIA REDUVII REDUVIIDAE DAE - b arbeiro s
CONCEITOS CONCEITOS BÁ SICOS:
SUBFAMÍLIA TRIATOMINAE
•
Dois pares de asas.
•
Corpo grande e achatado dorso ventralmente.
NUTRIÇÃO:
Alimentação: podem ser hematófagos (rostro
São hematófagos em todos os estágios de
curto e reto com três segmentos), predadores ou
evolução (ninfas, fêmeas e adultas). Após a
entomófagos (rostro curvo em forma de arco) e
alimentação defecam.
•
fitófagos (rostro (hipostômio + quelíceras) longo CICLO BIOLÓGICO:
e com quatro segmentos). •
Depois da última muda para adultos, a fêmea e
Olhos bem grandes.
Geralmente apresentam dois pares de asas
o macho copulam. Não precisa alimentação
um par anterior do tipo hemiélitro, ou seja, asa
prévia. A fêmea copula apenas uma vez e faz
com parte apical membranosa e parte basal
postura parcelada (1 a 40 ovos em cada
coriácea (dura), que serve para proteção das
postura) num total de quase duzentos ovos em
asas posteriores (membranosas, destinadas ao
toda a sua vida. O macho copula várias vezes.
vôo) quando em repouso.
Após a postura os ovos são brancos e
•
Hemimetabólicos (metamorfose incompleta):
•
operculados. Depois escurecem e quando o embrião está formado ficam rosados. Período de
ovo - ninfa (cinco fases) – adulto.
incubação: 15 a 30 dias. Os ovos do gênero Triatoma e Panstrongylus são isolados, os do gênero Rhodnius são aderidos. A duração do ciclo depende da temperatura, Conexivo Parte Parte
Figura 64. Asa em hemiélitro.
SUBORDEM CRYPTOCERATA – aquáticos. SUBORDEM GIMNOCERATA GIMNOCERATA
Figura 65. Adulto, ovos e ninfas de barbeiro.
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Hemípteras – Barbeiros e ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________percevejos
O Panstrongylus possui o tubérculo inserido bem próximo aos olhos compostos (omatídeos) . O Rhodnius possui o tubérculo inserido próximo ao rostro (aparelho bucal).
GÊNERO Panstrongylus CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS: •
Tamanho grande.
•
Cabeça curta e grossa.
•
Tubérculo antenal bem próximo ao olho.
Figura 66 Inserção do tubérculo antenal dos triatomíneos de importância veterinária. alimentação, umidade relativa e espécie de barbeiro. Em média de 180 a 300 dias. Figura 67. Cabeça de Panstrongylus
IMPORTÂNCIA:
sp.
Os gêneros dessa família servem de hospedeiro intermediário para o agente causador da doença de chagas ( Trypanosoma cruzi que é transmitido
GÊNERO Triatoma
pelas fezes do barbeiro).
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: •
HABITAT:
Habitam locais escondidos (toca de tatu, copa de árvores, frestas na casa) e possuem hábito
Conexivo (parte dorsal onde a asa não cobre)
amarelado. •
Tubérculo da antena entre o olho e a
extremidade da cabeça.
noturno. GÊNEROS:
Temos três gêneros de importância nessa Triatoma e Panstrongylus . família: Rhodnius, Triatoma
Eles são diferenciados principalmente pela inserção do tubérculo antenífero. O Triatoma possui o tubérculo na porção medial da cabeça.
Figura 68. Cabeça de Triatoma sp.
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79
Hemípteras – Barbeiros e ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________percevejos
GÊNERO Rhodnius CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: •
Tubérculo antenal bem perto do ápice.
Cabeça muito longa e delgada, mais longa
•
que o tórax. Conexivo de cor amarelada com manchas
•
oblongas negras. •
Antenas com quatro segmentos.
OBS : Barbeiro peridomiciliar - chega perto, mas
Figura 70. Lesão em homem provocada pelo percevejo Cimex.
não consegue ovopositar. Barbeiro domiciliar - capacidade de colonizar a habitação humana (principalmente casas mal construídas).
FAMÍLIA FAMÍLIA CIMICIDAE CIMICIDAE - p ercevejos da c ama CARACTERÍSTICAS:
**Um bom transmissor é aquele que tem
•
Corpo bem menor que o dos barbeiros.
capacidade de domicialização, susceptibilidade
•
Asas atrofiadas.
ao T. cruzi, tamanho da colônia, grau de
•
Não transmitem doenças.
antropofilia e outros.
•
Fazem seus s eus ninhos próximo de onde a
pessoa dorme e saem a noite para se alimentar.
GÊNERO Cimex HOSPEDEIROS: Morcego e homem. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: •
Pronoto
bem
pronunciado
e
largo
no
Pronoto Figura 69. Cabeça de Rhodnius sp.
CONTROLE:
Uso de inseticidas, condições decentes de moradia humana e animal, telas nas janelas, destruir ninhos dos barbeiros próximos as casas. Figura 71. Cimex sp. conhecido como percevejo. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
80
Hemípteras – Barbeiros e ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________percevejos
comprimento (quatro vezes mais largo que alto).
condições, pode viver um ano ou mais sem
•
comida.
protórax.
Um adulto ingurgita-se com sangue em
Um par de cerdas no ângulo posterior do
Ápteros.
•
•
Muito peludos.
aproximadamente 10 a 15 minutos, e um jovem (ninfa) em três a cinco minutos. Ele então retorna para o seu esconderijo para fazer a digestão
do
sangue.
Faz
alimentações
repetidas.
GÊNERO Ornithocoris HOSPEDEIROS: Aves. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS: •
Figura 72. Cimex sp. visão ventral e dorsal.
a posterior parecendo uma figura trapezoidal. •
CICLO BIOLÓGICO:
•
pôr um total de 200 ovos quando bem
•
C. Os ovos são pegajosos quando recém postos
Dois pares de cerdas nos ângulos posteriores
do protórax.
A fêmea põe um a cinco ovos por dia. Ela pode alimentada e em temperaturas superiores a 28°
Pronoto com a parte anterior mais estreita que
Rostro atingindo a coxa um.
Antenas com terceiro e quarto artículo mais
delgados que os dois primeiros. •
Parasita de aves.
e aderem ao objeto no qual eles são colocados. Ovos chocam de seis a 17 dias. Ninfas recentemente eclodidas alimentam-se imediatamente quando há comida disponível. Elas mudam cinco vezes (trocam a pele externa ou exosqueleto para crescerem) antes de alcançarem a maturidade, alimentando-se entre cada muda. Pode haver três ou mais gerações por ano. Todas as fases são encontradas em uma população que está reproduzindo. Podem viver durante várias semanas sem
Figura 73. Ornithocoris sp. vista dorsal e ventral.
alimentar-se se a temperatura está amena e durante vários meses se a temperatura está baixa. O hemíptera vive em média 10 meses
Espécie Ornithocoris toledoi
com alimentação disponível. Em algumas
HOSPEDEIROS: Galinhas.
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Hemípteras – Barbeiros e ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________percevejos
CICLO BIOLÓGICO:
Após a alimentação (hematófagos) que dura 5 minutos, ocorre a cópula. Para cada postura a fêmea copula uma vez. O período de prépostura é em média de 7 dias. Entre duas posturas há um intervalo de 7 a 10 dias, após o qual, a fêmea copula outra vez. Em cada postura são postos em média até 50 ovos. Há também 5 estádios ninfais. Cada estádio ninfal realiza cerca de 3 repastos sangüíneos antes de nova ecdise. O ciclo completo varia entre 40 a 90 dias, podendo os adultos viverem até 200 dias. IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA DOS HEMÍPTERAS:
Através
da
picada
causam
irritação
e
incomodam o homem e os animais perturbando a sua tranqüilidade. Podem provocar anemia e os gêneros pertencentes à família Reduviidae são
responsáveis
pela
transmissão
do
Trypanosoma cruzi.
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Siphonaptera - Pulgas
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
PARTE VIII
Pulgas
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ ORDEM SIPHONAPTERA
- Holometábolos (metamorfose completa): ovo –
Siphon- sifão, a- ausência, pteros – asas
larva – pupa – imago ou adulto. - Ectoparasitos obrigatórios periódicos, somente
CARACTERÍSTICAS:
os adultos permanecem transitoriamente no
- Nome vulgar: Pulgas.
corpo do hospedeiro para a sucção do sangue,
- Não apresentam asas.
deixando-o após o repasto.
- Achatadas lateralmente, o que facilita o andar BIOLOGIA:
pelos animais. -Corpo
revestido
de
quitina
As pulgas desenvolvem-se por metamorfose
escorregadia e cerdas voltadas para trás que
completa. As fêmeas fecundadas, depois de um
auxiliam a pulga a deslizar entre as penas e
ou
pêlos dos hospedeiros não permitindo que
numero variável de ovos (entre três e 18) em
voltem (dêem ré).
cada postura. O número total de ovos pode
- Pernas longas, principalmente as posteriores,
chegar a muitas centenas, dependendo da
adaptadas para o salto.
espécie. Os ovos das pulgas são brancos,
- Antena com três segmentos (escapo, pedicelo
grandes (0,5 mm) e visíveis a olho nu sobre
e clava) e sulco antenal que divide a cabeça em
fundo escuro. A postura ocorre quase sempre
fronte (parte anterior) e occipício (atrás do sulco
nos lugares onde habitam os hospedeiros,
antenal).
quando os ovos são postos nos pêlos ou penas
- Aparelho bucal picador-sugador: hematófago.
do hospedeiro estes não se fixam e caem ao
-Abdômen
solo.
formado
espessa
por
10
segmentos
vários
O
repastos
sangüíneos,
desenvolvimento
desovam
depende
das
(urômeros) imbricados. Os segmentos dois a
condições de temperatura e umidade, mas no
sete possuem de cada lado um estigma. O nono
verão o ciclo se completa em 21 dias.
metâmero apresenta em ambos os sexos uma
A larva sai do ovo por uma abertura na cápsula
placa sensorial chamada de sensila.
cefálica.
- Três segmentos torácicos e 10 abdominais.
esbranquiçadas, ápodas e possuem aparelho
-Podem
(dentes
mastigador. O alimento das larvas é sangue
espiniformes,
digerido, seco, eliminado com as dejeções das
dispostas como dentes de um pente, cuja
pulgas adultas. Em condições favoráveis a larva
localização,
passa para pupa em 9 a 15 dias, mas no inverno
quitinosos)
apresentar que
ctenídeos
são
número,
cerdas tamanho,
forma
e
As
larvas
são
vermiformes,
disposição são importantes na sistemática.
ou na falta de alimento pode prolongar-se por
-Algumas
até 200 dias. A primeira muda ocorre entre o
rachado.
pulgas
apresentam
mesonoto
terceiro ao sétimo dia e, após três a quatro dias realiza-se a segunda muda. Depois das mudas
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Siphonaptera - Pulgas
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
SUBORDEM INTEGRICIPTA
- Não apresenta fratura no occipício. FAMÍLIA HECTOPSYLLIDAE
GÊNERO Tunga - bicho de pé HOSPEDEIROS: Suínos, cães e homem (rural) CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Quase não tem tórax (achatadas): Os três
Figura 74. Ovo de pulga. a larva tece um casulo pegajoso que se fixa em algum substrato e fica camuflado pela poeira. Realiza-se então a terceira e última muda, dando origem a pupa. A fase de pupa dura de 7 a 10 dias mas pode chegar a mais de um ano se a temperatura não for favorável. As pulgas adultas permanecem no casulo até sentirem a presença do hospedeiro através da liberação de gás carbônico e vibrações.
segmento abdominal. -
Duas
mandíbulas
(lacínias)
retilíneas,
serrilhadas e longas. - Palpos labiais com dois segmentos pouco quitinizados. - Menores pulgas que existem (1 mm). - Não possuem ctenídeos. BIOLOGIA:
PERÍODOS DE SOBREVIVÊNCIA
Sem alimento
segmentos torácicos juntos, são menores que 1
Com alimento:
Pulga do homem – 125 dias
513 dias
Pulga do cão – 58
234 dias
Pulga do rato – 38 dias
100 dias
As fêmeas depois de fecundadas introduzem-se na pele (pode ser em qualquer lugar, mas a preferência são os dedos do pé, junto ao canto das unhas) do hospedeiro, deixando livre, em comunicação com o meio exterior apenas o Segmentos torácicos
Figura 76. Macho adulto de Tunga Figura 75. Larva de pulga presente no
penetrans.
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Siphonaptera - Pulgas
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ ápice do abdômen, no qual se encontra a
saia inteiro, a destruição no interior da pele pode
abertura do ovipositor. Instalada no hospedeiro
causar infecção.
começa
a
sugar
sangue
e
inicia-se
o
desenvolvimento dos ovos (até 100), que não
SINTOMAS:
são eliminados de imediato permanecendo no
No início da penetração ocorre um leve prurido,
abdômen até a pulga ficar do tamanho de uma
mas com o intumescimento do abdômen do
ervilha. Após o período de incubação os ovos
inseto surge a sensação dolorosa.
são expelidos e o resto do ciclo é como o da
Cabeça da pulga
maioria das pulgas. Depois de todos os ovos serem postos a pulga murcha e cai ao solo ou é expelida pela ulceração que se forma no local da penetração. Machos e fêmeas não fertilizadas sugam intermitentemente seu hospedeiro. Somente quando a fêmea é copulada ela penetra na pele. O macho morre. Os ovos levam 3-4 dias para eclodirem as larvas e 2 a 3 semanas após tornam-se adultos. Ciclo completo: Em torno de 30 dias. Figura 78. Tunga penetrans íntegra, retirada do interior da pele do hospedeiro.
FAMÍLIA PULICIDAE
GÊNERO Ctenocephalides HOSPEDEIROS: cão e gato. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Apresentam olhos.
Figura 77. Fêmea de pulga penetrante pronta para postura.
- Apresentam ctenídeos pronotal e genal.
TRATAMENTO:
CICLO BIOLÓGICO:
A retirada do inseto deve ser realizada por
-A oviposição é feita tanto no hospedeiro como
meios
agulha
no ambiente e nesse eclodem as larvas que
esterilizada procurando alargar a abertura da
permanecem no ambiente se alimentando de
cavidade onde está o inseto a fim de que ele
detritos e fezes das pulgas adultas (as larvas
mecânicos.
Usa-se
uma
não são hematófagas). As larvas produzem uma _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Siphonaptera - Pulgas
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ substância gosmenta que formará o pupário e
CICLO BIOLÓGICO:
essa pupa é o processo de transição de larva
A fêmea fertilizada vai procurar o hospedeiro e
para adulto. A pupa não se alimenta. Dela
suga o seu sangue, distendendo o seu abdômen
emergem os adultos machos e fêmeas que são
(fica parecendo uma ervilha) e depois libera os
hematófagos.
mais
ovos no ambiente. Estes passam a larvas,
acelerado é o ciclo (pode ser de 21 a 150 dias).
pupas e adultos (fêmeas e machos). Só fica no
As pulgas têm uma grande resistência à
hospedeiro para se alimentar. Utiliza estábulos
inanição, durando cerca de 30 a 50 dias sem se
para colonização, principalmente em condições
alimentar
deficientes de higiene.
e
Quanto
têm
mais
quente,
preferências,
mas
não
especificidade. É hospedeiro intermediário de Dipylidium caninum.
Pronotal
Genal Figura 80. Cerda anterior ao olho e occipital de Pulex.
GÊNERO Xenopsylla Figura 79. Ctenídios de Ctenocephalides.
ESPÉCIE Xenopsy Xenopsy lla cheops HOSPEDEIROS: Ratos.
CONTROLE:
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Deve-se tratar não só o animal, mas também o
-Não possuem ctenídeos.
ambiente.
-Possuem fileira de cerdas no occipício, em forma de V.
GÊNERO Pulex
-Possuem mesonoto rachado.
HOSPEDEIROS: Homem. IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA DAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
PULGAS EM GERAL:
- Não apresentam ctenídeos genal e pronotal.
- A presença de pulgas sobre o corpo do animal,
- Mesopleura sem espessamento interno.
pode causar uma reação cutânea pela ação da
- Possuem uma cerda anterior ao olho e uma
saliva desse inseto.
cerda occipital.
- A Tunga pode propagar o tétano ( Clostridium tetani).
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86
Siphonaptera - Pulgas
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ -Algumas pulgas são hospedeiras intermediárias de cestódeos ( Dipylidium – Ctenocephalides). -A morte de ratos dissemina pulgas ( Xenopsylla) contaminadas com o bacilo Yersinia pestis, que transmite a peste bubônica. Quando os roedores adoecem da peste e morrem, as pulgas abandonam o cadáver e vão alimentar-se em outro animal ou no homem. A bactéria fica no proventrículo do estômago da pulga, onde se reproduzem ocasionando obstrução parcial ou total do tubo digestivo. As pulgas nessa condição não conseguem se alimentar direito e ficam num estado de fome permanente, impelindo-as a atacar os animais vorazmente. O proventrículo parcialmente bloqueado faz com que haja refluxo de sangue contido no estômago, então quando a pulga se alimenta regurgita para o interior do corpo do animal sangue infectado com bacilos. *Pulga semibloqueada - é a mais importante porque a pulga consegue ingerir algum nutriente e por isso ela sobrevive mais tempo, porém está sempre com fome, picando vários hospedeiros e transmitindo a bactéria. Com o passar do tempo passa
a
bloqueada,
que
morre
logo.
Mesonoto rachado
Figura 81. Cerdas em “V” de Xenopsylla sp.
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87
Siphonaptera - Pulgas
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
Ctenocephalides
Ctenocephalides
Cabeça de Tunga
Tunga
Pulex -
Cerdas na cabeça Xenopsylla-
Pulex
Cerdas em forma d e V
Xenopsylla
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88
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
ORDEM DIPTERA
- Mesotórax mais desenvolvido que o pró e
(Moscas, Mutucas e Mosquitos)
metatórax.
CABEÇA:
ASA S:
- Cabeça articulada bem distinta do tórax, com 1
-
Asas
Mesotorácicas
par de antenas, 1 par de olhos compostos, 1 a 3
transparentes,
ocelos e aparelho bucal.
nervuras longitudinais e poucas transversais.
com
membranosas
número
moderado
e de
- O par de asas é inserido no mesotórax. - No metatórax aparece o balancim ou halter
APA RELHO BUCAL B UCAL : moscas
(asas metatorácicas atrofiadas e transformadas
mosca
em pequenas hastes, órgãos de equilíbrio) e
doméstica). Apresenta um par de mandíbulas
também uma estrutura membranosa chamada
cortantes, um par de maxilas para triturar, um
calíptera ou alúla (situada no lado posterior da
lábio, um labro e hipofaringe. As maxilas podem
base da asa), as duas estruturas são auxiliares
apresentar palpos maxilares (não confundir com
das asas, dando equilíbrio ao vôo.
-
Aparelho
hematófagas)
bucal
picador
ou
lambedor
(Ex. (Ex.
antenas que estão entre os olhos). -
As
labelas
nos
lambedores
são
muito
PATAS:
desenvolvidas e apresentam canalículos (tipo
- Pernas com cinco artículos tarsais.
esponjinha)
- Tarsos terminam em duas garras, embaixo das
e
desenvolvidos
nos e
sugadores
apresentam
são
pouco
dentículos.
A
unhas há os púlvilos e o empódio.
exceção é que na mutuca (sugador) as labelas
- Larvas sem apêndices locomotores.
são grandes e têm dentículos.
- Pupas livres, móveis ou imóveis envolvidas pelo pupário resultante do endurecimento da
Antenas
Olhos
última pele larval.
ANTENA S: - As antenas possuem três segmentos: escapo, pedicelo e flagelo (esse pode ter de 1 a 16 segmentos),
pluriarticulado
ou
não.
Essas
características definem a subordem.
Aparelho bucal Figura 82. Cabeça de mosca.
- Subordem Nematocera – Mosquitos – Antenas filiformes
com
semelhantes
no
mais
de
flagelo.
seis Na
artículos subordem
Nematocera as antenas têm cerdas. Fêmeas
TÓRAX:
apresentam
poucas
cerdas
e
machos
apresentam muitas cerdas.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
89
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Essa pode ser simples ou nua, bipectinada, pectinada
dorsalmente
e
pectinada
ventralmente.
antenas
Antenas
Figura 83. Fêmea de mosquito mostrando as antenas com poucas cerdas. -
Subordem
Brachycera
Tabanomorpha
–
Tabanídeos ou mutucas – Antenas com três Figura 85. Antena de brachycera
artículos sendo que o último é anelado. Sem arista.
OLHOS: -Os olhos compostos são grandes, ocupam quase toda a cabeça e são constituídos por células denominadas omatídeos. Na subordem Brachycera Cyclorrhapha, os olhos das fêmeas Antenas
são dicópticos (olhos separados) e dos machos são holópticos (olhos juntos). -Ocelos entre os olhos compostos.
CLASSIFICAÇÃO: A
ordem
díptera
esta
dividida
em
três
subordens: Figura 84. Antena de tabanídeo.
- Nematocera – Mosquitos.
Tabanomorp ha – Tabanídeos ou - Brachycera Tabanomorp - Subordem Brachycera Cyclorrhapha – Moscas
mutucas.
em geral – Antenas com três artículos, com
- Brachycera Cyclorrhapha – Moscas em
arista.
geral.
-No caso das moscas não se vê escapo nem
HABITAT:
pedicelo, mas sim o flagelo, que é pendurado e
Forma adulta é terrestre, vivem em ambiente
há uma cerda, um apêndice chamado arista.
diferente daquele onde se desenvolveram as larvas.
Encontram-se
com
freqüência
em
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
90
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ descampados, folhagens,
florestas, alguns se
Na subordem Brachycera Cyclorrhapha
as
adaptaram a regiões inóspitas como mangues,
larvas são do tipo acéfalo e os adultos emergem
desertos, cerrados, cavernas.
da pupa através de uma fenda que circunda a
As larvas de dípteros desenvolvem-se em água
parte anterior do pupário.
corrente ou estagnada, matéria orgânica em decomposição , no interior de vegetais, ou como
IMPORTÂNCIA:
parasitas de animais.
Os dípteros são os mais importantes grupos de insetos de importância Médica veterinária e
NUTRIÇÃO:
humana,
Varia de acordo com a espécie.
transmissão de inúmeros agentes patogênicos
Pode
ser:
Flores,
matéria
orgânica
pois
são
responsáveis
pela
em
por meio da picada ou contaminando alimentos
decomposição, seiva que escorre dos vegetais,
com germes patogênicos que carregam em suas
suor, exsudatos de úlceras cutâneas, sangue
pernas ou aparelho bucal. Há ainda dípteros
de diversos animais, existem também muitas
cujas larvas se desenvolvem à custa de tecidos
espécies predadoras que nutrem-se sugando os
de vertebrados, causando as bicheiras ou
humores dos insetos que capturam.
miíases.
REPRODUÇÃO: Metamorfose completa – Holometábolos. Ovo Larva - Pupa – Adultos. Durante o estágio larvário os insetos sofrem 3, 4 ou mais ecdises.
As larvas são ápodes e podem ser de dois tipos: Eucéfalas – Com cabeça distinta e móvel, armada de mandíbulas e maxilas com dentes quitinosos. Acéfalas- Com cabeça reduzida e peças bucais rudimentares,
transformadas
em
ganchos
internos. Nas Subordens Brachycera Tabanomorpha e
Nematocera as larvas são do tipo eucéfalo e o adulto que se forma no interior da pupa emerge através de uma fenda em forma de T situada no dorso da pupa.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
Nematocera - Mosquitos
______________________________________________________________________________ _____________________________________ ________________________________________________________ _______________ 91
CLASSIFICAÇÃO DE NEMATOCERA
FILO
CLASSE
Arth Ar th ropo ro po da
Insecta
-Tubo
-Díceros
digestivo
de
-Um
par
de
Culicidae
An op hel inae in ae
(Mosquitos)
Palpo fêmea=probóscida
-Holometábolos
articuladas
plumosa.
-Corpo dividido
-Aparelho bucal
-Fêmeas parasitas
-Probóscida
em
cabeça,
picador-
-Olhos compostos
desenvolvida
e
sugador
patas.
de hemolinfa.
par
SUBFAMILIA
-Antenas nos machos é
-Patas repleto
-Um
Nematocera
FAMÍLIA
antenas longas e
-3
articuladas
Díptera
SUBORDEM
asas
completo.
-Celoma
ORDEM
pares
tórax abdômen
de
lambedor
ou
TRIBO
An op hel ini in i Culicini
Culicinae
GÊNERO
An op hel es
Culex Aed es
bem Palpo fêmea
-Adulto emerge da pupa através de
Ceratopogonidae
fenda dorsal em T
Culicoides
(pólvora)
Simulidae
Simulium
(borrachudo)
Psychodidae
Phlebotomus Lutzomyia
(Palha)
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________
PARTE PA RTE VI
Mosquitos
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ ORDEM DIPTERA
- Larvas horizontais na superfície d’água
SUBORDEM NEMATOCERA
- Pupas com trompa respiratória de forma
FAMÍLIA CULICIDAE
cônica curta e de abertura larga.
CARACTERÍSTICAS:
- Fêmeas com palpos delgados e do mesmo
- Sem ocelos.
comprimento da probóscida.
- Antenas com 15-16 segmentos.
- Machos com últimos segmentos do palpo
- Pernas longas.
dilatados e pilosos, dando aspecto de clava.
- Conhecido como mosquito. - Fêmeas hematófagas sugam sangue à noite. - Machos alimentam-se de sucos vegetais. - Fêmeas colocam seus ovos em locais úmidos (plantas flutuantes) ou água. SUBFAMÍLIA ANOPHELINAE CARACTERÍSTICAS:
- Adultos com escamas abundantes. - Probóscida bem desenvolvida.
Palpos
- Palpos retos. - Olhos grandes. - Antenas nos machos plumosas. TRIBO ANOPHELINI A NOPHELINI
Figura 86. Fêmea de Anopheles
GÊNERO Anopheles CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Primeiro tergito abdominal sem escamas. - Coxa posterior mais curta que a largura do mesoepímero.
BIOLOGIA DE ANOPHELES
- Criadouros são lagoas, rios e represas. - Veiculador da malária m alária (esporozoítas
do
Plasmodium vivax na glândula salivar)
- Palpos da Fêmea de comprimento igual ao da
- Hábito crepuscular e noturno
probóscida.
- Quando em repouso esses mosquitos formam
- Escuama com franja completa.
um ângulo quase reto ao substrato.
.
- Ovos providos de flutuadores e postos isoladamente.
SUBFAMÍLIA CULICINAE
- Larvas sem sifão respiratório.
TRIBO CULICINI
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ existentes em barris, potes de barro, vasos, cacos de garrafa. - Depositam os ovos separadamente em vários lotes, postos em intervalos de um ou mais dias. - Ovos resistem a dessecação por vários meses. Palpos
- Hábito diurno gostam de temperatura elevada e picam raramente quando a temperatura fica
Figura 87. Macho e fêmea de Culicinae .
abaixo de 23 graus.
GÊNEROS: Aedes, Culex.
- O ciclo dura 11 a 18 dias em temperatura de 26 graus centígrados.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Longevidade: Em laboratório uma fêmea viveu
- Lobo pronotal menor que o meron.
até 154 dias.
- Escuamas com franjas, via de regra, completa
- A fêmea após ter feito a postura de seus ovos
com ou sem espiraculares .
morre rapidamente. Em condições normais uma
- Ovos desprovidos de flutuadores e postos em
fêmea pode fazer 12 ou mais repastos
jangada. jangad a.
sangüíneos em um mês o que é de grande
- Larvas com sifão respiratório.
importância na transmissão da febre amarela.
- Dispõem-se obliquamente
perpendicularmente na
superfície
ou
- A cópula se processa 12 a 24 horas após o
líquida
nascimento do imago e estimula o desejo de
permanecendo com o corpo mergulhado.
sugar sangue. As fêmeas virgens dificilmente
- Pupa com trompa respiratória de forma
sugam sangue. As fêmeas após sugarem
tubulosa, mais ou menos cilíndrica alongada e
sangue fazem a postura dos ovos em poucos
de abertura estreita.
dias; se forem alimentadas com líquidos
- Fêmeas com palpos curtos de comprimento
açucarados, não há postura.
menor que a tromba - Machos com palpos longos, mas os últimos segmentos não são dilatados, e são maiores que a tromba. - Quando em repouso esses mosquitos ficam com o corpo paralelo a superfície.
GÊNERO Aedes : Espécie Aedes Aed es aeg ip ty CARACTERÍSTICAS:
- Postura preferencialmente (vizinhança da água ou na sua superfície) em águas limpas Figura 88. Fêmea de Aedes _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ - Cada fêmea pode pôr de 70 a 150 ovos.
GÊNERO Culex
- Esse mosquito é doméstico e nas horas de
CARACTERÍSTICAS:
repouso (noite) se esconde atrás ou debaixo de
- Doméstico de hábito noturno.
móveis.
- Fêmeas depositam seus ovos em água
- As larvas se alimentam de bactérias contidas
estagnada pura ou impura nas imediações dos
na água e possuem sifão respiratório com um
domicílios.
tufo de cerdas.
- Os ovos, postos verticalmente são aglutinados
- Transmite a febre amarela e a dengue.
Palpos
Figura 89. Tórax de Aedes aegipty
Figura 91. Fêmea de Culex.
Figura 90. Sifão respiratório de larva de Fi ura ura 92. 92. Larv Larva a de Culex s . _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ formando uma jangada. - As fêmeas são antropófilas.
POSTURA POSTURA E OVOS:
- É encontrado principalmente nos dormitórios,
Uma vez alimentada, a fêmea quando está com
sobre o teto, móveis e roupas.
seus ovos amadurecidos precisa fazer a
- Após a desova a fêmea morre ou sobrevive
postura, e o lugar da postura varia de espécie
poucos dias.
para espécie.
- -Larvas possuem sifão respiratório com vários tufo de cerdas.
Anop An op hel es:
- Ciclo dura em média 10 a 11 dias.
Gostam de fazer a postura em grandes coleções
-
Transmite
Wuchereria
bancrofti
(filária,
Elefantíase).
de água parada, água com leve correnteza ou em água coletada de bromélias. Os ovos de Anopheles não resistem a dessecação, não
BIOLOGIA DA FAMÍLIA CULICIDAE
agüentam três dias em lugar seco.
AL IMENTAÇÃ O:
Os ovos de anofelinos são postos isoladamente
Quando adultos as fêmeas alimentam-se em
na superfície da água, sendo que possuem
geral de sangue pois tem necessidade para que
flutuadores laterais.
se processe a maturação dos ovos mas não para sua subsistência pois em laboratório
Aed es:
sobrevivem apenas com água e açúcar., os
Colocam seus ovos à beira das águas de
machos alimentam-se de sucos de frutas e
pequenas coleções de vasos, latas, etc.
néctar de flores.
Evaporando-se a água os ovos aderem as paredes do vaso e resistem ali por vários meses, quando cai a chuva há a eclosão das
CÓPULA:
Nos
mosquitos
de
hábitos
crepusculares
larvas. Isso explica a disseminação desses
(anofelinos) a cópula se dá momentos antes de
mosquitos para todos os lugares. Os ovos de
se dirigirem para as casa. Há mesmo a
Aedes são postos isoladamente, mas não
chamada “dança nupcial” em que os mosquitos
possuem flutuadores..
ficam voando em largos círculos, aí se efetuando a cópula. Os machos e fêmeas saem
Culex:
dos criadouros e em geral copulam no ar e essa
Os ovos de Culex são colocados sempre em
cópula ocorre de duas maneiras: No Aedes
posição vertical formando jangadas capazes de
aegypti, o macho fica sob a fêmea fixando-a por
flutuar.
meio de duas pinças laterais, o ato dura 4 a 5 segundos; no Anopheles, macho e fêmea se
LARVAS:
prendem pela extremidade posterior, ficando em
As larvas são encontradas na água, ainda que
linha.
possam sobreviver algum tempo em ambiente
Um macho pode copular várias fêmeas e uma
úmido.
fêmea pode ser copulada por vários machos. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ O período larvário representa a fase de
mosquitos é constituído de duas partes:
crescimento do inseto, durante a qual a larva
cefalotórax e abdômen.
expulsa quatro vezes a pele; são as mudas ou
As pupas da família culicidae também se
ecdises.
localizam na água. Após a saída do mosquito
As
larvas
se
alimentam
de
microorganismos.
adulto ele fica em cima da pele da pupa que
As larvas são vermiformes e desprovidas de
acabou de deixar para que ocorra a quitinização
patas e asas.
(quitina em contato com o ar endurece).
O corpo da larva é constituído de cabeça, tórax e abdômen. A respiração é feita por um sifão respiratório na extremidade final do abdômen. Anopheles não possui sifão respiratório.
Figura 95. Pupa de Nematocera.
FAMÍLIA CERATOPOGONIDAE CERATOPOGONIDAE
Figura 93. Larva de Anophelinae Sifão respiratório
Sinonímia: Mosquito pólvora, maruins.
GÊNERO Culicoides. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Bem pequeno, até 4 mm. - Peças bucais curtas, pungitivas e sugadoras nas fêmeas. - Asas hialinas com manchas claras e escuras r ecobertas ecobertas de curta pilosidade.
Figura 94. Larva de Culicinae. PUPAS:
Após a quarta muda larvária emerge a pupa, com a forma de uma vírgula. É móvel, porém
-Antenas longas com 14 segmentos com formato de contas de rosário, plumosas nos machos. Os primeiros segmentos antenais parecem bolas.
não se alimenta O corpo das pupas de _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ BIOLOGIA
Ovos: Os ovos são alongados e levemente
CARACTERÍSTICAS DO CULICOIDES:
encurvados; o período de incubação é de 2 a 7
- Vive nos mangues e terrenos pantanosos, pois
dias dependendo das condições do ambiente.
se desenvolvem em certo grau de salinidade. - Ovos postos em água doce ou salgada.
Larvas: As larvas apresentam 12 segmentos
- As fêmeas fazem a postura em pedras,
abdominais; desenvolvem-se em meio aquático
pedaços de pau.
ou semi-aquático, isto é em terrenos lodosos ou
- Seis estágios larvais, só fêmeas são
de muita umidade, tanto pode ser de água doce
hematófagas.
como salgada; habitat ideal é o mangue. As larvas nadam com agilidade em busca de
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: VETERINÁRIA:
microorganismos para se nutrirem.
A picada é semelhante a um fósforo aceso no braço, a picada faz formações bolhosas na pele
Adultos: São encontrados em mangues, zonas
que não raro se complicam com infecção
de marés, voam pouco, não se afastam muito do
secundária pelo ato de coçar. Causa dermatite
lugar onde habitam. Machos e fêmeas reúnem-
em eqüinos, com perda de pele.
se em grandes enxames onde ficam voando em
A
turbilhão para a cópula. As fêmeas fixam-se ao
urticarianas.
corpo de outros insetos e sugam-lhes a
Transmite filarias e vírus da língua azul para
hemolinfa. Se o macho após a cópula não fugir,
bovinos e ovinos.
picada
produz
lesões
eczematosas
a fêmea nutre-se dele. As fêmeas são hematófagas e atacam vorazmente o homem.
FAMÍLIA PSYCHODIDAE PSYCHODIDAE
Podem matar se atacarem em bandos. Tem hábito crepuscular, mas podem sugar à noite ou
SUBFAMÍLIA
PSYCODINAE:
até de dia.
mosca dos banheiros. Sem importância em
Psychoda
-
medicina veterinária. Antenas
SUBFAMÍLIA PHLEBOTOMINAE: PRINCIPAIS GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA MÉDICA VETERINÁRIA: -
Gênero
Phlebotomus (Encontrado
na
Europa)
- Gênero Lutzomyia (Encontrado nas Am éri cas ) – mosquito palha.
Figura 96. Cabeça de Culicoides.
GÊNERO Lutzomyia
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
e com duas manchas escuras no lugar dos
- Olhos compostos ocupando grande parte da
olhos. O desenvolvimento larval ocorre na água,
cabeça.
em matéria vegetal em decomposição, nos
- Ocelos ausentes.
buracos
- Antenas tão longas quanto o comprimento da
apodrecidas
cabeça e tórax com densa pilosidade.
desenvolvimento larval se dá em 30 dias e
- Dípteros muito pequenos, 4mm no máximo.
depois de quatro mudas de pele passam a pupa.
- Palpos maiores que a probóscida com 3 a 5
As larvas nunca se criam em ambiente
artículos.
inteiramente aquático, mas em lugares de muita
- Asa com formato lanceolar e com nervuras
umidade, onde a luz raramente incide, com
longitudinais e paralelas.
abundante matéria orgânica que lhes sirva de
- Cerdas longas pelo corpo.
nutrição; nas florestas as larvas se criam
- Abdômen com 10 segmentos; do oitavo em
embaixo da camada de folhas mortas que
diante os segmentos se modificam e formam as
reveste o solo, nas frestas das rochas, nas tocas
peças do aparelho genital.
que servem de abrigo a animais silvestres.
BIOLOGIA
Pupas: As pupas mostram cabeça distinta,
Ovos: Os ovos dos psicodídeos são alongados,
pernas e asas unidas ao corpo.
pardo-escuros,
A fase de pupa transcorre entre 10 e 15 dias.
depositados
em
ambientes
de
árvores e
cheios
em
de
folhas
excrementos.
O
aquáticos ou semi-aquáticos, isoladamente ou Ad ul to s : Os adultos na conformação geral do
em grupos.
corpo parecem um pequeno mosquito. O Larvas: Quatro estádios larvais. As larvas são
aparelho bucal das fêmeas é adaptado para
vermiformes, ápodas, com a cabeça não retrátil
sugar
sangue,
elemento
essencial
para
maturação dos ovos. Os machos nutrem-se de sucos vegetais. Asa em forma de lança
A grande maioria dos psicodídeos habitam as florestas, em lugares sombrios próximos à pequenas porções de água. Algumas espécies aparecem, eventualmente no interior de habitações humanas ou dos abrigos dos animais domésticos, escondendo-se em cantos escuros durante o dia e saindo à noite em busca de alimento. Algumas espécies podem sugar sangue de dia. Habitações
Figura 97. Adulto de Lutzomyia sp.
próximas a matas estão sujeitas a receber a visita desses mosquitos. São atraídos pela luz das lâmpadas.
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Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ Os
mosquitos
flebotomíneos
têm
pouca
capacidade de vôo. Não procuram alimento a mais de 200 metros de distância. Antenas Longevidade dos adultos : 27 dias. ASTENOB IOSE OU DIAPAUSA: DIAPA USA:
Normalmente a duração do período larval depende da temperatura e umidade; em baixa temperatura esse período pode prolongar-se em virtude de uma fase de hibernação que a larva sofre depois da terceira muda.
Aparelho bucal Figura 98. Aparelho bucal de Simulium
Em certas espécies, porém, independente destas condições, sem que se verifique diminuição da temperatura e alteração do teor
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
de umidade, a larva hiberna e sua evolução se
- O adulto apresenta asa com nervuras em
interrompe. Assim em uma postura podemos ter
apenas uma parte dela, a antena parece um
ovos que evoluem até fase adulta e outros que
chifre e possui os segmentos do flagelo
ficam em hipobiose por meses.
achatados. - Dípteros pequenos (1,5 a 4 mm. de
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA:
comprimento), robustos, lembram uma pequena
Os flebotomíneos são hospedeiros de agentes
mosca.
causadores de doenças que afetam o homem e
- Seu corpo é revestido de fina e curta
animais domésticos.
pilosidade aveludada, escura nas fêmeas e
São transmissores da Leishmania, causadora da
colorida nos macho.
Leishmaniose Visceral e/ou cutânea.
- Olhos compostos, separados nas fêmeas e
Transmitem também muitos vírus entre os quais
juntos nos machos. machos.
o responsável pela febre dos três dias (febre
- Tórax giboso.
papatasi) muito conhecida na Europa. Podem
- Pernas curtas e fortes.
veicular ainda o vírus da estomatite vesicular,
- Antenas com 11 segmentos, sem cerdas e
doença séria em bovinos, cavalos e suínos.
curtas (parece um chifre).
FAMÍLIA SIMULIDAE
BIOLOGIA
Mosquitos conhecidos como borrachudo ou
Os machos vivem sugando flores, ao contrário
pium
das fêmeas que são sugadoras de sangue de vertebrados, tendo para isso uma probóscida
GÊNERO Simulium
pungitiva.
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100
Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ A desova dos simulídeos se dá na água de rios
de ar, formando uma bolha, à medida que a
e riachos com bastante correnteza, depositada
bolha aumenta, o borrachudo adulto vai
sobre a vegetação marginal ou sobre rochas
insinuando-se para o seu interior, a bolha se
pouco submersas; geralmente a postura efetua-
desprende do pupário e sobe a tona d’água, se
se quando a fêmea voa rente a superfície da
desfaz, e põem em liberdade o borrachudo.
água ou pousa sobre ela. Cada fêmea pode depositar até 500 ovos, junto aos quais é
Adul Ad ul to s: Os machos costumam reunir-se em
eliminada uma substância gelatinosa que
grandes enxames, geralmente ao entardecer
mantém os ovos aglomerados. Depois de 5 a 7
para aguardar que alguma fêmea entre na
dias de incubação surgem as larvas.
dança; quando isso acontece, logo um casal se
Larvas e pupas ficam abaixo do nível das águas
afasta para a cópula.
e as larvas apresentam ventosa posterior (para
Habitam áreas de cachoeiras e rios, pois só se
fixação), escova oral (para captar nutrientes
desenvolvem em águas correntes.
rapidamente),
Hábitos diurnos (crepuscular), atacam em
pseudópodes
(por
isso
é
chamada de semifixa) e glândulas salivares que
bandos.
produzem um fio pegajoso do qual são tecidas as pupas. As pupas são em forma de cone com filamentos traqueais (para absorção de O 2). Ciclo se completa em quatro a oito semanas em condições ideais de temperatura e umidade. Longevidade dos adultos : 2 a 3 semanas. Larvas: Possuem o corpo liso, cabeça bem
diferenciada, parte posterior do corpo é dilatada e tem uma estrutura que serve para sua fixação. A larva fica vertical ao solo fixada ao substrato. Ela nutre-se de microorganismos encontrados
Figura 99. Adulto de Simulium sp. (borrachudo).
na água. A apreensão dos microorganismos é
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: VETERINÁRIA:
feita por penachos situados um em cada lado da
A picada, no início é imperceptível, quando
cabeça. Após seis mudas elas tecem um casulo
sentimos, a fêmea já está no final do repasto
cônico (com a secreção das glândulas salivares)
sangüíneo. No local da picada surge um
fixo na base e aberto em cima e passam a pupa.
pequeno ponto hemorrágico e uma leve sensação de dor que se transforma em prurido.
Pupas: Apresentam em cada lado do tórax
Transmitem doenças de filarídeos (elefantíase,
brânquias
onchocercose).
respiratórias
constituídas
de
expansões filamentosas. Depois de completo o
Transmite
também
o
Leucocytozoon para aves.
desenvolvimento da pupa, o pupário enche-se _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
101
Nematocera - Mosquitos
___________________________________________________________________________ __________________________________ ___________________________________________________________ __________________ A mais importante parasitose transmitida por esse mosquito é a Onchocerca volvulus que pode ocasionar cegueira. Os adultos dessa filária formam nódulos subcutâneos em várias partes do corpo humano; nesses nódulos a filária se reproduz originando as microfilárias que migram para a periferia do corpo onde o mosquito as ingere ao sugar sangue. Quando o mosquito vai sugar outra pessoa inocula as microfilárias que migram pelo corpo e muitas vezes se instalam no globo ocular causando cegueira. CONTROLE:
Povoar lagos com peixes que se alimentam deles
e
controle
biológico
por
Bacillus
thuringiensis. Evitar a poluição dos rios que
termina como os peixes.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
102
Brachycera Tabanomorpha Mutucas ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
PARTE VII
Mutucas
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ SUBORDEM BRACHYCERA TABANOMORPHA
- Asa com terceira nervura longitudinal bifurcada
FAMÍLIA TABANIDAE
(R4 +5). Com espinhos na nervura costal da asa.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
- Occipício com uma cavidade.
- Tamanho de 0,6 a 3 cm.
- Machos desprovidos de mandíbulas e não
- Chamados vulgarmente de mutucas ou
hematófagos.
moscas do cavalo.
- Mandíbulas nas fêmeas para cortar a pele.
- Dípteros robustos. - Aparelho bucal lambedor e sugador (curto e
CICLO BIOLÓGICO:
grosso).
É completo, holometabólico. Ovo- larva- pupa e
- O mecanismo principal para achar os
imago (adultos). Em climas quentes o ciclo dura
hospedeiros é a visão e assim os olhos grandes
em torno de quatro meses.
servem bem esta função.
Após o repasto, as fêmeas põem lotes de
- O CO2 também atua como uma fonte de odor
centenas de ovos.
para atrair algumas espécies. - Os olhos são coloridos e usados para atrair o
Ovos:
sexo oposto. A coloração de olho varia entre
Os ovos dos tabanídeos são alongados com um
espécie sendo unicoloridos ou horizontalmente
a dois milímetros de comprimento. A oviposição
coloridos
ocorre tanto em ambiente aquático como úmido
em
Tabanus,
manchados
em
Chrysops, e com faixas em zigue-zague em Haematopota.
(pântanos, troncos podres) . Os ovos não são postos diretamente na água,
- Antenas com três segmentos e o flagelo
mas
apresenta anelações que são projetadas para
escombros (sobre plantas aquáticas, sobre o
frente.
musgo que recobre as pedras marginais dos
- No momento há mais de 3,000 espécies
rios, córregos e lagoas, em troncos de árvores
conhecidas de Tabanídeos.
cheios de detritos vegetais). Os ovos são de cor
- Os três gêneros principais de importância são:
branca cremosa a cinzentos, são postos em
em
vegetação
pendente,
pedras
e
o Chrysops, Tabanus, e Haematopota. - Cabeça semi-esférica ou semilunar. - Mesonoto desenvolvido (meio do tórax).
Bifurcação na ponta da asa
- Olhos holópticos nos machos e dicópticos nas fêmeas (separados). Presença ou não de ocelos afuncionais. Figura 100. Asa de Tabanidae.
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103
Brachycera Tabanomorpha Mutucas ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
grandes massas que variam de 200-1000 ovos e
São achadas larvas de Chrysops em substrato
a oviposição varia com gênero do díptero.
com maior conteúdo de água e são assim
O número de ovos e período de incubação é
hidrobiontes.
variável (Período de incubação = 10 dias a oito
As larvas de Tabanus são encontradas em
meses).
substratos um pouco mais secos e têm uma
A eclosão das larvas acontece quatro dias
distribuição mais ampla. Estas larvas são
depois dos ovos serem postos, embora este
chamadas semi-hidrobiontes,
tempo dependa da temperatura ambiente.
A fase larval leva freqüentemente vários meses. A duração de desenvolvimento varia de dez a
Larvas:
onze semanas às temperaturas mais altas, para
As larvas ao eclodirem dos ovos, caem na água
42 semanas às mais baixas temperaturas.
e completam o seu desenvolvimento no lodo do
O primeiro instar larval eclode, passa para o
fundo d’água (se enterram); são carnívoras
segundo instar larval que é positivamente
(Tabanus) alimentando-se de pequenos animais
fototático fazendo com que se mova pela
ou de larvas de outros insetos, não encontrando
superfície do substrato. Este segundo instar não
alimentação suficiente tornam-se canibais. As
se alimenta e em três a seis dias a terceira fase
larvas carnívoras (aparelho bucal mastigador)
de instar é alcançada. O terceiro instar é
na falta de alimento podem atacar animais e
negativamente fototático e escava abaixo do
humanos. Passam por 8 estágios larvares,
substrato. O alimento da larva de Chrysops é
sendo que o desenvolvimento é bem variável,
material orgânico encontrado no substrato, a
em função da espécie, clima e quantidade de
larva de Tabanus é carnívora equipada com
alimento.
mandíbulas. As larvas alimentam-se de outras
O local de desenvolvimento para a larva
larvas
depende do gênero e pode ser dividido em
nematódeos,
habitats distintos.
conseqüência disto é que estas larvas são
A divisão é principalmente baseada no conteúdo
achadas com baixa densidade populacional no
de água do substrato no qual a larva
substrato. Isto contrasta com as densidades
desenvolve.
larvais de Chrysops no substrato que pode ser
de
inseto, sendo
crustáceos,
caracóis
e
também,
canibais.
A
muito densa. Pupa
O período pupal é curto, de alguns dias ou semanas. As pupas são parecidas com a crisálida (pupário) das borboletas. A pupação se Antenas
Aparelho bucal
dá no mesmo lugar das larvas, porém procuram locais menos encharcados. Quando passam a pupas, elas migram até
Figura 101. Aparelho bucal de Tabanidae.
próximo a superfície do lodo.
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104
Brachycera Tabanomorpha Mutucas ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
A fase de pupa desenvolve-se em uma a três
CARACTERÍSTICAS
semanas
- Presença de ocelos funcionais. - Com esporão tibial na pata III.
Nutrição:
- Terceiro artículo das antenas formado de anéis
Os machos nutrem-se de néctar de flores. As
justapostos justapostos sempre em número número superior superior a cinco. cinco.
fêmeas também sobrevivem com néctar, porém
- Probóscida alongada.
precisam de sangue para a maturação dos ovos.
- Asa manchada e tamanho pequeno (tribo
As fêmeas localizam sua presa pela visão e
Chrysopsini);
suas picadas são profundas e dolorosas. As
- Olhos pilosos e probóscida longa (tribo
fêmeas muitas vezes não conseguem terminar o
Scionini).
repasto sangüíneo já que o animal ou pessoa se sente bastante incomodado e a retira do local
1-TRIBO CHRYSOPSINI
onde estava sugando. As maxilas e mandíbulas
GÊNERO Chrysops
são usadas para cortar o couro ou esfolar com
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
uma ação do tipo tesoura. O corte resultante é
- Raramente maiores que 10 mm
fundo e doloroso e flui sangue. O labro ingere o
- Suas asas apresentam faixa transversal preta
sangue exposto. Devido à natureza cortante da
mediana
picada o díptero está freqüentemente sendo
- Terceiro artículo antenal com o primeiro anel
espantado e ainda querendo alimentar-se.
tão longo quanto os quatro seguintes reunidos.
Quando espantado o tabanídeo voa a uma distância pequena e então retorna. A
próxima
recentemente
prioridade emergido
para é
o
tabanidae
acasalar.
Isto
acontece durante as primeiras horas da manhã. Machos e fêmeas entram junto em enxames e a copula é iniciada no ar, o ato é terminado no solo e leva aproximadamente cinco minutos. O reconhecimento de fêmeas por machos é feito através da visão embora não é no momento
Figura 102. Mutuca do gênero Chrysops sp.
conhecido se um ferormônio de agregação causa os enxames matutinos de machos Habitat:
São silvestres e raramente encontrados nos domicílios. São de hábito diurno e sua picada é bastante dolorida. Surgem nos meses quentes.
2-TRIBO SCIONINI GÊNERO Fidena - Nunca maiores que 15 mm,
corpo coberto por curta pilosidade, superfície dos olhos recoberta de fina pubescência, probóscida estiletiforme, longas, sempre maior que a altura da cabeça.
SUBFAMÍLIA PANGONINAE _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
105
Brachycera Tabanomorpha Mutucas ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
SUBFAMÍLIA SUBFAMÍLIA TABANINAE 2-TRIBO 2-TRIBO DIACHLORINI 1-TRIBO TABANINI
-Basicostas de um modo geral sem setas.
Basicostas densamente revestidas de setas e
-Labelas esclerosadas.
labelas densamente pilosas.
-Presença de vestígios de ocelos.
GÊNERO Tabanus
Diachlorus , Chlototabanus , etc . GÊNEROS: Diachlorus
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Basicosta (projeção próxima à base da nervura
CARACTERÍSTICAS DAS FÊMEAS QUE SÃO
costal) com cerdas (tribo TABANINI) ou sem
BOAS TRANSMISSO TRA NSMISSORAS RAS DE PATÓGEN PA TÓGENOS: OS:
cerdas (tribo DIACHLORINI). - Sem esporão tibial na pata III.
1. Anatogenia - sem repasto sangüíneo não há
- Ausência de ocelos funcionais.
maturação
- Probóscida raramente mais longa que altura da
fundamental).
nos
ovários
(hematofagia
cabeça. Geralmente curta e robusta. 2. Telmofagia - rasga a pele até atingir o vaso sangüíneo com extravasamento de sangue . Infecta-se tanto por um agente presente no sangue como na pele. 3. Agressividade - ataca qualquer um, sem especificidade nem hospedeiro. 4. Alimentação interrompida - leva eventuais patógenos
para
outros
hospedeiros,
transmitindo a doença do primeiro. Figura 103. Cabeça de Tabanus sp. 5. Grande repasto – aumenta o nível de transmissão. 6. Grande capacidade de vôo - procura vários hospedeiros para satisfazer a sua alimentação Pode voar até 20 km. 7. Picada dolorosa Figura 104. Mutuca do gênero Tabanus sp.
PRINCIPAL FORMA DE TRANSMISSÃO DOS AGENTES PA TÓGENOS:
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106
Brachycera Tabanomorpha Mutucas ____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
1.
Mecânica
(vetor
mecânico)
-
aquele
hospedeiro que leva ativamente o patógeno e inocula num outro, porém nesse tempo não há desenvolvimento do patógeno no inseto. PATOGENIA DOS TABANÍDEOS
- Transmissão de anemia infecciosa eqüina e peste suína. - Transmissão de bacterioses. -
Transmissão
de
protozoários
como
o
Trypanosoma evansi para eqüinos, suínos e
cães. - Efeito da picada (dor). CONTROLE:
1)Deve-se eliminar o habitat de criação de larvas (como terrenos mal drenados), pois os adultos permanecem em regiões próximas ao desenvolvimento das larvas. 2) O controle químico deve ser feito utilizando inseticida de contato com efeito residual nos estábulos e nos animais. 3) Fitas escuras adesivas colocadas nos estábulos funcionam como armadilhas para capturar esses insetos.
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107
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
PARTE VIII
Moscas
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ SUBORDEM BRACHYCERA MUSCOMORPHA MUSCOMORPHA
- Presença de calíptera
I. DIVISÃO DIVISÃO A SCHYSA
- Com ou sem cerdas na hipopleura (região
FAMÍLIA SYRPHIDAE
entre a pata II e a pata III).
CARACTERÍSTICAS:
- Não têm sutura ptilineal (mancha entre os
2.1 SEM CERDAS NA HIPOPLEURA
olhos, cicatriz de uma membrana que se rompe na hora de sair do pupário). - Sem importância na Medicina Veterinária.
Escutelo
II. DIVISÃO SCHYZOPHORA
- Com fissura ptilineal ou frontal Calíptera
Figura 106. Calíptera da asa de muscídeo. 2.1.1 COM COM APARELHO BUCA L FUNCIONAL Fissura
FAMÍLIA MUSCIDAE
- Quatro faixas negras no mesonoto. - Apresentam uma célula distal na asa. - Três estágios larvares, sendo que a larva é Figura 105. Fissura ptilineal.
vermiforme
e
esbranquiçada.
Na
sua
extremidade anterior possui ganchos (para capturar alimentos) e na posterior possui 1. SEÇÃO ACALIPTRATAE
estigmas respiratórios com 1, 2 ou 3 aberturas,
CARACTERÍSTICAS
de acordo com a fase larval (L1, L2, L3).
- Ausência de calíptera (estrutura que auxilia no vôo).
A) SUBFAMÍL SUB FAMÍLIA IA MUSCINAE MUSCINA E
- Sem importância em Medicina veterinária.
- Aparelho bucal lambedor.
- Ex: Drosophila. 2. SEÇÃO CALIPTRATAE CARACTERÍSTICAS _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
108
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
GÊNERO Musca ESPÉCIE Musca doméstica CARACTERÍSTICAS MORFOLÒGICAS:
- Tamanho: ± 9 mm. - Tórax é cinza com quatro listras longitudinais
Figura 108. Peritrema de Musca sp.
escuras e largas no dorso.
- Sob condições favoráveis as fêmeas tornam-se
- O abdômen possui os lados de cor amarelada
receptivas para cópula aproximadamente 36
na metade basal. A porção posterior é marrom
horas após a emergência da pupa.
escura e possui uma faixa longitudinal escura no
- Durante o processo de cópula as asas dos
meio do dorso.
machos promíscuos rapidamente se desgastam
- Aparelho bucal com palpos maxilares médios,
pela ação vigorosa das fêmeas resistindo ao
labela com pseudotraquéias (liquefaz o alimento
galanteio.
sólido).
- A postura é feita quatro dias após a cópula e
- Antena com arista plumosa (cerdas dos dois
são depositados 75 a 150 ovos por vez. A
lados).
incubação é em média de 24 h, sendo que em
- Estigmas da larva têm abertura fora do centro.
temperatura de 25 a 35 oC o período de incubação é de 8 a 12 h e em 23 a 26 oc - 3 a 4 dias. A postura é feita em fezes e material orgânico em decomposição, levando em torno de uma a três semanas para passar de L1 a L3 dependendo
do
substrato
e
temperatura
ambiente. - O período pupal é de 14 a 28 dias, mas no verão leva quatro a cinco dias. - A temperatura é fator limitante para a mosca, pois o tempo de vida dos adultos varia de 30 dias no verão e mais do que isso no inverno. A Figura 107. Adulto de Musca domestica.
30oC o tempo de ovo a adulto é de 10 dias e a 16oC é de 46 dias. Além disso, só 10% dos ovos
BIOLOGIA:
chegam a adulto, também devido à temperatura.
- A Musca é atraída por comida humana, mas
- A umidade também é limitante, pois as larvas
também é encontrada em excrementos e
devem penetrar logo nas fezes se não morrem
qualquer espécie de sujeira. Patógenos podem
pela ação dos raios solares.
ser regurgitados na comida via gota de vômito.
- Número de ovos por fêmea: 350 - 900.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
109
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ - Ciclo médio de vida (ovo à adulto em dias): 10
- Tamanho bem pequeno (4 à 5 mm).
dias em temperatura excelente.
- Pernas pretas, halteres amarelos . - Larva apresenta projeções com espinhos que
SUBSTRATOS: Alimentos açucarados, carne,
funcionam como flutuadores que permitem
excrementos,
sobreviver em meio semi-líquido. Antena com
matéria
orgânica
em
decomposição ou meios em fermentação.
arista nua. - Parece uma pequena mosca doméstica.
HABITAT: Lixo, estações de tratamento de
- Aparelho bucal lambedor.
efluentes,
jardins
- Abdômen translúcido.
orgânica,
resíduos
que
recebem
de
adubação
matérias
primas
- M1 paralela e acentuada.
açucaradas, meios fermentados. BIOLOGIA: IMPORTÂNCIA:
- Desenvolve-se em fezes de aves.
1) Transporte forético: de microorganismos que
- Ocorre mais no meio rural.
levam à febre tifóide, disenteria, cólera e mastite
- O período de ovo a ovo leva 30 dias.
bovina, de protozoários como
Entamoeba,
Giardia e helmintos como Taenia sp., Dipylidium
IMPORTÂNCIA:
e
Pode ser hospedeiro intermediário de Raillietina
nematóides
espirurídeos .
É
também
veiculadora de D. hominis.
sp.,transmissor de vermes espirurídeos e produz irritação nas aves, provocando perda de peso e
2) Hospedeiro intermediário: de endoparasitos
postura.
como Habronema em cavalos e Raillietina em aves.
B) SUBFAMÍLIA SUBFA MÍLIA STOMOXYDINAE STOMOXYDINAE
- Aparelho bucal picador - sugador (machos e fêmeas hematófagas).
GÊNERO Fannia ESPÉCIE Fannia sp. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
GÊNERO Stomoxys
- Antena com arista nua.
ESPÉCIE Stomoxys calcitrans – Mosca dos estábulos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Aparelho bucal com palpos curtos e dentes pré-estomais na labela. - Lembra a mosca doméstica, porém possui uma probóscida preta que é usada para picar a pele e sugar o sangue. Possui um abdômen mais largo Aristas _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________ _________________________________________________ Figura 109. Antena com arista nua de Fannia. Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
110
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ que o da Musca e possui marcas xadrezes no dorso do abdômen. - Possui quatro listras longitudinais no tórax similares a da Musca. - Antena com arista pectinada (cerdas apenas
Palpos
de um lado). - Larvas com dois estigmas contendo três Probóscida
aberturas em forma de s na L3.
Figura 111. Aparelho bucal de Stomoxys sp. partes baixas do animal como pernas e abdômen. - O desenvolvimento do ciclo, de ovo a ovo é de 30 dias e a postura de 25 a 30 ovos por vez. A incubação é de um a quatro dias, e o tempo de L1 a L3 é de aproximadamente 20 dias. - O período pupal é de 13 dias no verão e de
Figura 110. Adulto de Stomoxys sp.
três a quatro meses no inverno.
BIOLOGIA :
IMPORTÂNCIA:
Têm preferência por eqüídeos, mas alimenta-se
Causa anemia nos animais e é a principal
numa grande variedade de animais como
veiculadora de ovos de Dermatobia hominis, faz
bovinos, porcos, cães e humanos. Durante o seu
transmissão mecânica do T. evansi, serve de
estágio adulto são feitos vários repastos
hospedeiro intermediário do Habronema sp., é
sangüíneos e uma mosca alimenta-se da vários
transmissor de anemia infecciosa eqüina e
hospedeiros em um dia.
causa irritação no animal que não se alimenta
- Depois de ingurgitados, tanto macho quanto
direito e tem perda de peso.
fêmea ficam lentos enquanto digerem o repasto sangüíneo.
GÊNERO Haematobia
- Os lugares onde são mais comumente
ESPÉCIE Haematobia irritans (mosca do
encontrados são: cercas, parede de casas, de
chifre).
estábulos.
Quando
são
perturbadas
elas
geralmente voam e retornam ao mesmo local.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Essas moscas têm hábito diurno e localizam o
- Tamanho de ± 6 mm.
hospedeiro através do gás carbônico expelido
- Aparelho bucal com palpos longos e labela
pela respiração, elas preferem se alimentar nas
sem dentes.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
111
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ as fezes em camadas finas, pois as larvas não sobrevivem aos raios solares. As moscas não depositam ovos em fezes fermentadas porque os gazes e ácido lático matam as larvas. Os inseticidas não são muito eficientes porque além de algumas moscas serem resistentes, matam outros microorganismos úteis. No caso dos
Palpos Probóscida
eqüídeos, as camas devem ser sempre trocadas (de 10 a 15 dias) para evitar proliferação de moscas.
Figura 112. Palpos longos de Haematobia sp.
2.2. COM CERDAS NA HIPOPLEURA (em seqüência linear acima da coxa 3)
BIOLOGIA:
- Fica o tempo todo em cima do animal (no
2.2.1 2.2.1 COM APARELHO BUCAL BUCA L FUNCIONAL
dorso) de cabeça para baixo e só desce para fazer postura nas fezes frescas. Todo o
FAMILIA CALLIPHORIDAE
desenvolvimento é nas fezes (L1 até adulto).
CARACTERÍSTICAS
- Ciclo curto de 16 dias (no verão completa o
- Aparelho bucal lambedor (labelas com
ciclo em oito a nove dias).
canalículos).
- Alimenta-se o tempo todo, causando anemia.
- A maior importância dessas moscas é a fase
- Prefere animais mais escuros.
larvar,
pois
são
produtoras
de
miíases
(bicheira). CICLO BIOLÓGICO:
- Chamadas vulgarmente de moscas varejeiras.
As larvas eclodem em 24 horas e desenvolvemse durante três dias, mudam para pupas e após seis dias emergem os adultos (moscas) que ficam no corpo dos animais de cabeça para baixo e põem até 180 ovos cada. IMPORTÂNCIA:
Perda de 40 kg se o animal tiver 500 moscas nele (em torno de 30 dias). Também é veiculadora de D. hominis. CONTROLE CONTROLE GERAL DA S MOSCAS:
Deve-se ter um controle higiênico, fazendo esterqueiras, compactação de fezes, espalhar
GÊNERO Cochliomyia CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Distingui-se o sexo pelos olhos (as fêmeas são dicópticas e machos são holópticos). - Apresentam ocelos. - Palpos muito curtos. - Flagelos claros (tendem a amarelo). - Arista bipectinada. - Tórax verde a azul metálico. - Três linhas negras longitudinais no tórax. - A fêmea adulta apresenta basicosta clara.
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112
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Podem ser: 1. Clínica (localização anatômica) a)Cutânea - podem ser furunculosas (ex: berne), rasteiras e ulcerosas ou traumáticas. b)Cavitária - ouvido, nariz.
Faixas negras no tórax
c) Orgânica – internas. 2. Etológica Figura 113. Adulto de Cochliomyia sp.
a)Pseudomiíase – acidental.
- No 5o tergito abdominal, nas laterais, há uma
b)Miíase
pilosidade prateada (cerdas aveludadas) como
secundárias -
manchas claras.
necrobiontófagas, que se alimentam de tecido
- As larvas são vermiformes segmentadas e
em decomposição. Ex: Cochliomyia macellaria.
semi-específica,
é
facultativas
causada
por
ou
moscas
com parte posterior do corpo truncada. Na parte anterior, aparelho bucal com esqueleto cefálico,
c)Miíase específica, obrigatória ou primária -
espinhos quitinizados em cada segmento do
é causada por moscas biontófagas, que se
corpo. Posteriormente estão as aberturas
alimentam de tecido vivos. Ex: Cochliomyia
respiratórias
hominivorax.
(peritrema
com
estigmas
alongados). ESPÉCIE Cochliomyia hominivorax CICLO BIOLÓGICO:
Ovo (16 a 24 h.), L1, L2, L3, pupa e adulto. Aparecem
CARACTERÍSTICAS:
muito na primavera devido à temperatura e umidade
- Estigma da larva em forma de dedos separados.
IMPORTÂNCIA:
- Espinhos no final do corpo da larva com forma
Além de serem causadoras de miíases, são
predominantemente em v.
veiculadoras de patógenos.
- Larva com troncos traqueais pigmentados e alongados.
MIÍASES –
É a infestação de vertebrados vivos com larvas
BIOLOGIA:
de dípteros que, em certos períodos, se
- Ciclo de 20 dias, sendo que 10 no hospedeiro,
alimentam dos tecidos vivos ou mortos do
onde faz postura em feridas.
hospedeiro, de suas substâncias corporais
- A longevidade dos machos é de 25 dias e das
líquidas ou do alimento por ele ingerido.
fêmeas de 35, mas pode variar com a temperatura.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
113
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ curtos que de C. hominivorax. BIOLOGIA:
Ciclo de 10 a 12 dias e a longevidade é de 45 dias, mas pode variar com a temperatura.
GÊNERO Chrysomyia Figura 114. Peritremas de Cochliomyia hominivorax.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: •
CONTROLE:
-Esterilização de machos de C. hominivorax. Assim a fêmea não bota ovos, mas continua veiculando patógenos, logo não é muito eficaz. -Fazer tratamento de lesões na pele, com repelente e cicatrizante. ESPÉCIE Cochliomyia macellaria macellaria CARACTERÍSTICAS MORFOLÒGICAS: MORFOLÒGICAS:
- Estigma da larva em forma de dedos bem juntos. - Espinhos no final do corpo da larva são mais robustos e predominantemente em W. - Troncos traqueais da larva mais claros e mais
Tórax com brilho metálico verde à azul.
- Brilho acobreado em algumas espécies. - Dimorfismo sexual pelos olhos (fêmeas dicópticas e machos holópticos). - Olhos acinzentados. - Arista bipectinada. - Palpos achatados lateralmente e parte distal mais larga, cinzenta e com cerdas bem longas. - Aparelho bucal lambedor. -
Não
apresenta
listas
longitudinais
no
mesotórax. - Remigium (tronco da asa que origina a nervura radial. Localiza-se logo abaixo da nervura costa, já que a subcosta está colada ao tronco) com cerdas. BIOLOGIA
- Provoca miíase secundária e preferem fezes de aves, lixo e carcaça de animais. - Aparecem muito na primavera devido a temperatura e umidade. ESPÉCIE Chrysomyia megacephala –
Ciclo biológico de 10 dias e longevidade de 60 dias (até 120 em laboratório), mas pode variar com a temperatura. Figura 115. Peritrema da larva de Cochliomyia macellaria.
ESPÉCIE Chrysomyia albiceps –
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114
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
GÊNERO Phaenicia CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Corpo com brilho metálico verde, azul ou cor de cobre. - Com ocelos. - Não tem listas negras no mesonoto. - Arista bipectinada. - Aparelho bucal lambedor. - Frontália e parafrontália com cerdas prateadas. - Remigium nu (sem cerdas).
Figura 116. Adulto de Chrysomyia sp. Ciclo biológico de 11 dias e longevidade de 30 a 40 dias, mas pode variar com a temperatura. ESPÉCIE Chrysomyia putoria –
Ciclo biológico de 10 dias e longevidade de 30 a 40 dias, mas pode variar com a temperatura.
Figura 117. Adulto de Phaenicia sp.
CONTROLE:
-As larvas fazem controle natural entre elas, pois
BIOLOGIA:
são predadoras umas das outras, mas de
Provocam miíase secundária, preferem fazer a
qualquer
postura em fezes de aves, lixo e carcaça de
maneira
são
veiculadoras
de
patógenos, por isso não adiantaria proliferá-las. -
animais.
Não deixar esterqueiras abertas, evitar acúmulo de lixo.
ESPÉCIE Phaenicia eximia, P. cuprina e P.
-Microhimenópteros como as vespas furam as
sericata
pupas vivas das moscas e enfiam o ovipositor
Ciclo biológico de 12 dias e longevidade de 40
para
dias para os machos e 50 para as fêmeas,
depositar
ovos,
o
que
impede
a
continuação do ciclo da mosca.
podendo variar com a temperatura.
-O ideal é um controle integrado, biológico e químico.
FAMÍLIA SARCOPHAGIDAE
GÊNERO Sarcophaga _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
115
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Provocam miíases secundárias, pseudomiíases, CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
as larvas são predadoras e ainda são
- Moscas de médio à grande porte
veiculadoras de patógenos.
- Coloração escura acinzentada (sem brilho metálico)
2.2.2 MOSCAS COM APARELHO BUCAL
- Possuem três listas negras no tórax e cerdas
AFUNCIONA L
na hipopleura, não confundir com muscídeo.
- Adultos não se alimentam.
- Aparelho bucal funcional lambedor
- Larvas causam miíases.
- Probóscida não quitinizada e maleável - Abdômen com manchas negras (parece
FAMÍLIA OESTRIDAE
xadrez)
GÊNERO Oestrus HOSPEDEIROS: Ovinos e caprinos. LOCAL: Fossas nasais. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Adulto com olhos pequenos e bem separados e fronte com crateras. Flagelo com arista nua. - Larvas grandes com uma placa peritremática em forma de “D”. Os estigmas são porosos. A larva I mede 1-3 mm., é segmentada e apresenta filas transversais de espinhos e 2 ganchos bucais quitinosos fortes e curvos que formam o cefaloesqueleto. A larva II mede 1,5-
Figura 118. Adulto de Sarcophagidae.
12 mm., apresenta poucos espinhos no segundo BIOLOGIA
segmento. A larva III mede uns 20 mm., é de cor
- Larvas vivem em cadáveres e têm a parte
branca quando lovem e amarela-parda quando
posterior
cefálico
madura. Possui dorsalmente bandas quitinosas
quitinizado, cerdas no segmento do corpo (não
largas em todos os segmentos, os quais estão
são espinhos) e aberturas respiratórias internas
desprovidos de espinhos com exceção do
na parte posterior que parecem dedinhos de
segundo que possui poucos. Posteriormente
luva.
todas larvas apresentam peritremas, cuja forma
- Fêmeas são larvíparas (até 50 larvas por vez)
e tamanho é importante para identificação.
truncada,
esqueleto
o que é vantagem na competição por carcaças. BIOLOGIA IMPORTÂNCIA:
As moscas adultas são muito ativas durante os meses quentes, primavera-verão e início do outono. As horas de vôo coincidem com as de
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116
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ máxima luminosidade, momento em que os
As larvas III maduras, saem para o exterior,
animais ficam na sombra, agrupados e se
favorecendo sua saída pelos mecanismos
protegem entre si mantendo sua cabeça baixa e
defensivos do animal. A metamorfose até adulto
narinas
fêmeas
leva entre 25-30 dias em período quente,
fecundadas depositam larvas I imersas em uma
prolongando-se até 2-3 meses na estação fria,
mucosidade nas imediações das fossas nasais.
momento que aproveitam para entrar em
Estas migram e invadem cavidades, seios
diapausa pupal. O adulto emergente da pupa
nasais,
Seu
não se alimenta, pois suas peças bucais são
desenvolvimento parece depender da geração a
rudimentares. A cópula ocorre no solo e os
que pertence. Será mais rápido (15 dias) para
adultos
larvas depositadas na primavera-verão, e mais
hospedeiro está presente. A fêmea põe 30-50
tardio no final de verão, início de outono,
larvas em cada postura, podendo chegar a 500
podendo entrar em um período de letargia
em todo o período de larviposição. O CO2 e o
larvária de 7-9 meses. As mudas larvais L-II e L-
odor do hospedeiro atraem as moscas. O
III ocorrem em 25-35 dias, prolongando-se até
número médio de larvas por animal pode oscilar
10-11 meses no caso de gerações de outono e
entre 5 a 30 exemplares.
próximas
paranasais
do
solo.
e
As
frontais.
freqüentam
os
lugares
onde
o
condições climáticas adversas. As larvas, por meio de seus espinhos e céfalo-
IMPORTÂNCIA:
esqueleto, exercem irritação das mucosas
Inflamação dos seios frontais e infecção, devido
sinusais, iniciando-se nos cornetos, cavidade e
a presença de larvas (L2 e L3) que irritam e
tabique nasal, podendo chegar aos seios
saem pelo espirro ou por livre vontade e que
frontais. Alimentam-se de sangue, tecidos da
podem ficar de 2 semanas até 10 meses no
mucosa e muco que ela segrega.
animal. É chamada praga de verão porque as moscas irritam os animais que ficam indóceis e tentam esconder o focinho. Raramente é mortal. CONTROLE: é muito difícil, pois o que deve ser
feito é a prevenção na época em que mais ocorre, começando no meio da primavera e não deixando a larva se desenvolver. FAMÍLIA CUTEREBRIDAE
GÊNERO
Cuterebra
(BERNE
DE
ROEDORES).
Figura 119. Larva de Oestrus sp.
GÊNERO Dermatobia
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117
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ ESPÉCIE Dermatobia hominis (sua larva é
chamada de berne). HOSPEDEIROS: Mamíferos (mais importante
bovino e cão). CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
Adulto com cabeça e tórax castanhos e
•
abdômen azul metálico. Larva com espinhos e ganchos só na parte
•
mais larga. Estigmas respiratórios na parte mais estreita. BIOLOGIA:
A atividade da larva é noturna e a L3 não é
•
piriforme. Adultos não se alimentam e vivem em matas
•
(florestas, ilhas de matas, fazendas ou beira de rio). CICLO BIOLÓGICO:
As moscas, que são duas a três vezes maiores que a mosca doméstica tem uma reprodução constante porque só possuem três dias de vida. Elas não vão aos animais, mas depositam uma massa de ovos (um ovo por segundo) no abdômen de vetores foréticos (insetos zoofílicos,
Figura 121. Abdômen metálico de Dermatobia s . como a musca doméstica), e esses levam os ovos até os animais. Em torno de sete dias (varia com temperatura e umidade) eclodem as larvas (por estímulo térmico a larva abre o opérculo), que penetram na pele (mesmo estando íntegra). Estas possuem espinhos somente em metade do seu corpo para se fixarem na pele. As larvas não chegam a atingir os tecidos, ficam logo abaixo da pele. Depois de ± 40 dias, as larvas caem no chão e viram pupas que ficam sem se alimentar por 32 dias e só aí viram adultos (moscas). Obs: Os animais de pêlo escuro são mais
afetados que os de pêlo claro. Mas a preferência é do vetor e não da Dermatobia por causa da reflexão da onda luminosa (o preto atrai mais os insetos) CONTROLE DOS VETORES:
*QUÍMICO: Figura 120. Cabeça de Dermatobia sp.
Inseticidas tópicos, injetáveis.
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118
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
Figura 122. Larva L3 de Dermatobia sp. Figura 123. Adulto de Gasterophilus sp.
*BIOLÓGICO: *BIOLÓGICO : Parasitóides (microhimenópteros), predadores
no caso de outras spp), estigmas com aberturas
(formigas,
cheias de trabéculas.
ácaros,
pássaros),
fungos
(Metarhizium, Beauveria), bactérias ( Bacillus
•
Adultos com um par de asas.
thurigiensis).
CICLO BIOLÓGICO: MANEJO
INTEGRADO:
inseticida;
raças
resistentes (zebu)
A oviposição é feita em vôos rápidos e os ovos aderem ao pêlo. De 7 a 10 dias tem-se a eclosão da L1 que penetra na mucosa bucal
FAMÍLIA GASTEROPHILIDAE
onde fica migrando de 2 a 6 semanas (varia com
GÊNERO Gasterophilus
a espécie). As larvas são deglutidas por
ESPÉCIES G. nasalis; G. intestinalis; G.
eqüídeos e quando chegam ao estômago e
haemorroidalis
duodeno, vão à L2 e L3 e pelas fezes chegam
HOSPEDEIROS: Eqüinos. LOCAL : Duodeno e estômago (larvas). CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS: MORFOLOGICAS:
Adulto possui o corpo recoberto por pêlos
•
sedosos e amarelos (lembra abelha, mas essa têm dois pares de asas). •
Larvas grandes com ganchos orais em forma
de foice, corpo segmentado coberto por espinhos (Uma fileira no caso de G. nasalis e 2
Figura 124. Ovo de Gasterophilus preso ao pêlo.
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119
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
5) Eliminação: G. nasalis e G. intestinalis saem direto nas fezes com o peristaltismo. G. haemorroidalis antes de ser eliminado se fixa no
plexo hemorroidário podendo levar a um prolapso retal e depois tétano, já que as fezes dos eqüinos são ricas em Clostridium tetani pelo fato do cavalo cortar a gramínea bem rente ao solo, vindo terra junto com esporos. CONTROLE:
Figura 125. Larva de Gasterophilus sp.
Depende da criação e do manejo, mas se deve cortar o pêlo da ganacha no verão e escovar ou
ao solo virando pupa e mais tarde, adultos.
passar esponja com água morna, para soltar os ovos presos ao pelo e matar as larvas.
PARTICULARIDADES DAS ESPÉCIES:
1) Oviposição: G. nasalis e G. haemorroidalis realizam oviposição nos pêlos da região da
SEÇÃO PUPÍPARA PUPÍPARA •
enterra para fugir de predadores. Ela se
ganacha (barba) enquanto que G. intestinalis
forma pelo endurecimento da larva três.
prefere pêlos dos membros anteriores. 2) Eclosão da larva:
G.
nasalis
e
G.
•
A fêmea origina diretamente a pupa.
•
As larvas se desenvolvem no pseudo-útero da fêmea.
haemorroidalis a larva penetra na mucosa assim
que eclode, já em G. intestinalis para abandonar
A pupa se encontra sempre no chão onde se
•
As
moscas
são
achatadas
dorso-
ventralmente
o ovo a larva necessita um estímulo térmico de umidade e fricção. Os estímulos são dados pela
•
Apresentam um envoltório coriáceo (duro)
lambida do cavalo.
•
Dípteros anômalos (por não apresentarem asas ou terem asas rudimentares)
3) Migração boca-estômago: Em G. nasalis
•
Todos hematófagos
antes de ser deglutido a larva para na faringe
•
Os palpos guardam as peças bucais (nos
(uma a duas semanas) podendo ocorrer asfixia.
outros dípteros é o lábio)
Em G. haemorroidalis e G. intestinalis, as larvas vão direto ao estômago.
FAMÍLIA HIPPOBOSCIDAE
GÊNERO Hippobosca 4) No estômago e intestino: Todos preferem o piloro e o duodeno e o período parasitário é de
GÊNERO Pse Pseudoli udoli nchia
9 a 11 meses. Podem causar cólicas.
Espécie Pseudolinc Pseudolinc hia canariensis
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
120
Moscas
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
HOSPEDEIROS: pombos.
•
Asa desenvolvida e caduciforme.
•
Ficam presos no pêlo por uma substância pegajosa na pupa.
CARACTERÍSTICAS:
Asa somente com veia r-m presente.
GÊNERO Melophagus
IMPORTÂNCIA: transmissor do protozoário
HOSPEDEIROS:
Haemoproteus columbae.
Ovinos CARACTERÍSTICAS: •
Asa reduzida à pequena calosidade
Ficam presos à lã por uma substância
•
pegajosa na pupa IMPORTÂNCIA:
Transmissor
do
protozoário
Trypanosoma
mellophagium
Figura 126. Hipoboscidae de pombos.
GÊNERO Lipoptena HOSPEDEIROS:
Cervídeos CARACTERÍSTICAS:
Figura 128. Parte anterior de Melophagus
Figura 127. Melophagus, parasito de ovinos. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
Protozoários
_________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ _____________________ 121 FILO PROTOZOA
SUBFILO SARCOMASTIGOPHORA CLASSE SARCODINA
SUBFILO CILIOPHORA
CLASSE MASTIGOPHORA
ORDEM TRICHOSTOMORIDA ORDEM AMOEBINA
ORDEM RHIZOMASTIGINA
ORDEM TRICHOMONADIDA
FAMÍLIA MASTIGAMOEBIDAE
ORDEM DIPLOMONADIDA
FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE
FAMÍLIA HEXAMITIDAE
ORDEM KINETOPLASTIDA FAMILIA BALANTIDIIDAE
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
GÊNERO GÊNERO
GÊNERO
GÊNERO
GÊNERO
GÊNERO
HISTOMONAS
TRICHOMONAS
GIARDIA
TRYPANOSOMA
LEISHMANIA
BALANTIDIUM
FAMÍLIA ENDAMOEBIDAE
CLASSE PIROPLASMASIDA
SUBFILO APICOMPLEXA OU SPOROZOA
GÊNERO
ORDEM PIROPLASMORIDA
ENTAMOEBA
CLASSE SPOROASIDA OU COCCIDIIA
FAMILIA BABESIDAE
ORDEM EUCOCCIDIORINA
GÊNERO BABESIA
FAMILIA EIMERIIDAE
FAMILIA CRYPTOSPORIDAE
FAMILIA PLASMODIIDAE
GÊNERO
GÊNERO
GÊNERO
GÊNERO
EIMERIA
ISOSPORA
CRYPTOSPORIDIUM
PLASMODIUM
FAMILIA SARCOCYSTIDAE
FAMILIA HEPATOZOIDAE
GÊNERO
GÊNERO
HAEMOPROTEUS
HEPATOZOON
GÊNERO
GÊNERO
GÊNERO
SARCOCYSTIS
TOXOPLASMA
HAMMONDIA
GÊNERO BESNOITIA
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
122
Protozoários
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________
CAPÍTULO III
Protozoários
____________ ___________________ ______________ _____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _____________ __________ ___ atuam
FILO PROTOZOA
beneficamente
compondo
a
flora
intestinal de ruminantes.
MORFOLOGIA DOS PROTOZOÁRIOS CARACTERÍSTICAS:
Pseudópodes:
São
- Unicelulares, eucariontes (com membrana
citoplasmáticos
encontrados
nuclear).
Geralmente emitem apenas um e o corpo
- Com organelas adaptadas ao parasitismo
acompanha.
prolongamentos em
amebas.
como flagelo, cílios e pseudópodes. - Membrana lipoprotéica para limitar as trocas
REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS
(permeabilidade), que pode ser fina ou grossa.
I - Sexuada (Gametogonia ou Esporogonia):
- Uninucleados, sendo que o período que
Ocorre troca de material genético
precede a divisão pode ter vários núcleos.
1.Cópula- União do macho com a fêmea.
- Presença de organelas estáticas, como por
2.Conjugação- fusão entre célula fêmea e
exemplo, a membrana cística.
macho dando origem à célula filha. O macho (microgameta) geralmente é menor que a fêmea
Flagelo :
Organela
que
se
origina
do
cinetoplasto (extremidade anterior) e ao se
(macrogameta), mas as células filhas são todas iguais (isogametas).
dirigir para a cauda carrega uma membrana, formando a membrana ondulante. Ele precisa de
II - ASSEXUADA: CÉLULA MÃE ORIGINA
muita energia e aparece na classe dos
CÉLULA FILHA
Trypanosoma.
1. Divisão binária - Núcleo se divide igualmente dando origem a duas células idênticas à mãe.
Cílios: Dão pouco impulso ao parasito, mas
Ex: Trypanosoma e Amebas 2. Divisão
binária
sucessiva
ou
divisão
múltip la - É o caso das amebas.
3. Brotação - Brotamento de novas células dentro da célula mãe, a qual é bem maior no Figura 129. Locomoção por flagelos.
início.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
123
Protozoários
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ 4. Endodiogenia - Dentro da célula mãe ocorre a formação das células filhas (núcleo e
IIII- Anaerób ica-
citoplasma) e só depois se rompe a membrana
Vivem em meio onde não há muito oxigênio.
citoplasmática da mãe. TIPOS DE PARASITAS
5. Esquizogonia - Esquizonte (célula que
I - Monoxeno:
sofrerá esquizogonia) se divide sucessivamente
Só um hospedeiro. Ex: Entamoeba, Giardia,
e ocorre formação de milhões de merozoítas
Tritrichomonas.
(núcleo que vai originar um indivíduo) IIII- Heteroxeno: OBS: Os protozoários podem apresentar dois
Precisa de mais de um hospedeiro para
tipos de reprodução juntos.
completar o ciclo. Ex: Plasmodium, Babesia, Trypanosoma.
NUTRIÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS I-HOLOZÓICA-
DIVISÃO DO FILO PROTOZOA
Nutrem-se de matéria orgânica já elaborada.
TRÊS SUBFILOS:
Envolve a captura, ingestão, assimilação e eliminação
das
porções
não
digeridas.
I-Subfilo
Sarcomastigophora:
Protozoário tira a substância do hospedeiro,
classes:
digere e joga fora. Ocorre na maior parte dos
a) Classe Mastigophora (locomoção por
protozoários. Ex.: Amebas, Plasmodium (utiliza-
flagelos)- Trypanosoma, Tritrichomonas,
se de parte da hemoglobina para se nutrir).
Leishmania, Giardia, Histomonas.
II- HOLOFÍTICA-
b)
Protozoários sintetizam seu material nutricional
pseudópodes) – Amebas.
Classe
Sarcodina
Possui
(locomoção
duas
por
usando raios solares como fonte de energia. Não tem importância veterinária.
II- SubFilo Apicomplexa ou Sporozoa: 2
Ex.: fitoflagelados.
classes: a)Classe Sporoasida ou Coccidia-Coccídeos:
III- SAPROZÓICA-
Toxoplasma,
Utilizam a matéria orgânica e inorgânica
Sarcocystis.
dissolvida
em
líquidos.
São
Cryptosporidium,
Eimeria,
osmotróficos
(absorvem substâncias digeridas da célula ou do
b)Classe Piroplasmasida - Babesia
tecido do hospedeiro) Ex.: Trypanosoma. III- SubFilo Ciliophora: RESPIRAÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS
a)Ciliados (sem muita i mportância).
I- Aerób ica-
Vivem em meio rico em oxigênio .
FILO PROTOZOA
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
124
Protozoários
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ I -SUBFILO SARCOMASTIGOPHORA
Nesse
Subfilo
estão
compreendidos
os
protozoários que possuem organelas para sua locomoção como: flagelos, pseudópodes ou ambos. CARACTERÍSTICAS:
- Normalmente não intracelulares. - Possuem organelas de locomoção como flagelos e pseudópodes.
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125
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
PARTE PA RTE I
Flagelados
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ CLASSE MASTIGOPHORA – Locomoção por
O macho uma vez infectado passa a ser o
flagelos.
agente transmissor. Pode ocorrer contaminação por fômites e inseminação artificial. As vacas por
I-ORDEM TRICHOMONADIDA
sua vez adquirem resistência com o tempo,
Possuem quatro a seis flagelos (sendo um
podendo dar origem a terneiros sãos por
recorrente) unidos a uma membrana ondulante.
inseminação artificial (para não contaminar os touros).
FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE TRICHOMONADIDAE
GÊNERO Tritrichomonas
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
ESPÉCIE Tritrichomonas foetus.
Leva ao aborto precoce nas vacas (pouco
HOSPEDEIROS: Bovinos.
detectado devido ao pequeno tamanho do feto) ou absorção fetal. Esse protozoário pode ainda
LOCAL: Prepúcio dos machos e vagina das
invadir o útero atacando as membranas fetais e
fêmeas.
causando a Trichomonose genital das vacas. Permite
o
aparecimento
de
infecções
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
oportunistas, principalmente se ocorrer retenção
- Trofozoíta com formato piriforme.
de
- Sem simetria bilateral.
sintomatologia, mas passa o parasito para
- Presença de quatro flagelos, sendo três curtos
outras
e
inviabilizado para reprodução (o tratamento no
um
que
vai
à
extremidade
posterior
carregando parte da membrana plasmática e
placenta. vacas
O
macho
através
não
do
apresenta
coito,
sendo
macho não é seguro).
formando assim a membrana ondulante. - Possui um axóstilo no centro do corpo.
DIAGNÓSTICO:
- Possui um núcleo deslocado.
Lavagem do trato reprodutivo com soro
- Possui um citóstoma, que é uma vesícula
fisiológico e observação do conteúdo em
alongada por onde o parasito se alimenta.
microscópio. Cultura do material.
CICLO BIOLÓGICO:
PROFILAXIA:
A transmissão é puramente mecânica e se dá
Retirar o touro do plantel, dar descanso sexual
através do coito, por isso esse protozoário não
para as fêmeas (três a quatro meses, pois a
apresenta forma cística, pois não necessita de
mudança de pH durante o cio mata o parasito) e
resistência no meio ambiente.
utilizar touro negativo e sêmen de boa procedência.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
126
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ OBS: T. vaginalis - Aparece nas mulheres. Ë
Ingestão de cistos contidos nos alimentos e
favorecido pela baixa de pH (quando a mulher
água.
passa
Os cistos são viáveis por até duas semanas no
da
puberdade).
Fazer
exames
ginecológicos periodicamente.
ambiente.
T. gengivalis - Aparece em pessoas que
têm muita cárie e tártaro, pois o protozoário
FORMAS EVOLUTIVAS: Cisto e trofozoíto.
digere restos alimentares e bactérias. Fazer revisão periódica dos dentes. T. intestinalis - Há baixa patogenicidade no
homem. Aparece no esôfago de pombos. II - ORDEM DIPLOMONADIDA FAMÍLIA HEXAMITIDAE
A forma trofozoíta apresenta simetria bilateral e seis a oito flagelos.
GÊNERO Giardia ESPÉCIE Giardia lamblia = intestinalis HOSPEDEIROS:
Homem, cão, caprinos, bovinos.
Figura 130. Cistos de Giardia sp. corados pelo lugol. Aumento de 400X.
LOCAL: Intestino. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Trofozoíta com formato piriforme. - Possui dois núcleos. - Possui vários flagelos (seis a oito). - Possui dois axóstilos. - Possui discos suctórios (ventosas) que mantém o parasito na mucosa para que ele se alimente. - Apresenta forma cística alongada com quatro
Figura 131. Forma trofozoíta de Giardia sp.
núcleos. - Com simetria bilateral.
CICLO BIOLÓGICO:
A contaminação se dá através da ingestão de TRANSMISSÃO:
alimentos ou água contaminados com a forma
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
127
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ cística. No intestino ocorre a liberação dos
-Organismos amebóides e uninucleados. Seu
trofozoítos que se multiplicam por fissão binária,
único flagelo nasce de um grânulo basal
algumas formas se encistam na mucosa do
próximo ao núcleo.
intestino e evoluem até cisto que é eliminado com as fezes e que resistem às condições
ESPÉCIE Histomonas meleagridis. meleagridis.
adversas do ambiente. O cisto no duodeno após fissão binária dá origem a dois trofozoítos. Os
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galinhas e perus.
trofozoítos fixam-se nas células do intestino, se
Pode aparecer em codornas, pintos e faisão.
encistam, amadurecem e, após, os cistos são eliminados para a luz do intestino por onde vão
HOSPEDEIRO
ao meio exterior com as fezes.
gallinarum.
INTERMEDIÁRIO:
Heterakis
LOCAL: Mucosa de ceco e no fígado de perus. TRANSMISSÃO:
A ave contamina-se por Ingestão de ovos de Heterakis gallinarum (parasita dos cecos das
aves) contendo o Histomonas no seu interior. ESTÁGIOS: Trofozoíto.
Figura 132. Desenvolvimento da Giardia no hospedeiro.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM CORTE
HISTOLÓGICO
DE
CECO
OU
FÍGADO): IMP. EM HIGIENE HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA :
Leva a casos de cólica e diarréia. PROFILAXIA:
Limpeza do ambiente, lavar bem os alimentos e só beber água filtrada. III- ORDEM RHIZOMASTIGINA FAMÍLIA MASTIGAMOEBIDAE
GÊNERO Histomonas. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Trofozoíta arredondado com núcleo basófilo (roxo) e citoplasma negativo (branco). - Flagelo não visível. - Presença de eosinófilos (rosa). CICLO BIOLÓGICO:
O verme Heterakis gallinarum ao se alimentar da mucosa do ceco das aves se infecta com o protozoário. Quando é feita a postura de ovos de Heterakis para o meio ambiente, esses já possuem no seu interior os trofozoítos de Histomonas. As aves ao se alimentarem podem
ingerir
ovos
embrionados
desse
verme
(Heterakis) e quando a sua larva eclode e se _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
128
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ fixa no intestino, os parasitas ( Histomonas)
próximo ao núcleo e flagelo livre sem membrana
liberam-se e penetram na mucosa do intestino
ondulante.
onde se reproduzem por fissão binária. Alguns trofozoítas migram para o fígado produzindo
- Forma epimastigota: Estrutura em forma de
lesões características.
foice onde o cinetoplasto é anterior e aparece próximo ao núcleo.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
Pode levar a inflamação do ceco seguida de
- Forma promastigota: estrutura em forma de
alterações
foice que aparece em cultura de células e em
patológicas
no
fígado
(enterohepatite), acarretando na queda de
hospedeiro
invertebrado .
produtividade do plantel e até morte das aves.
alongada, onde o flagelo não forma membrana
É uma doença principalmente de aves jovens.
ondulante, o cinetoplasto fica na extremidade
Ë
uma
forma
anterior, longe do núcleo e este é central. PROFILAXIA:
Os perus devem ser criados em terrenos que
- Forma esferomastigota: Estrutura arredon-
não tenham sido utilizados por galinhas, pois as
dada que aparece dentro de células que possui
galinhas são os principais reservatórios da
um núcleo central e um cinetoplasto e ainda um
doença já que disseminam o parasito sem
pequeno flagelo.
adoecer. IV - ORDEM KINETOPLASTIDA FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
GÊNERO Trypanosoma ESTÁGIOS DE VIDA DO TRYPANOSOMA
- Forma tripomastigota: Estrutura em forma de foice que aparece sempre em esfregaço de
Figura 133. Forma tripomastigota do Trypanosoma cruzi.
sangue e em hospedeiro vertebrado. Apresenta
- Forma amastigota: Estrutura arredondada que
flagelo livre na extremidade anterior, membrana
aparece dentro das células e por isso não
ondulante, um núcleo central, cinetoplasto e
necessita de movimento, logo não apresenta
blefaroplasto (local exato onde o flagelo se
flagelo. Possui um núcleo central e um
forma).
cinetoplasto em forma de bastão. Sempre em hospedeiro vertebrado.
- Forma opistomastigota: Estrutura em forma de foice que apresenta cinetoplasto posterior
REPRODUÇÃO:
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129
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Assexuada por divisão binária.
depois passa a epimastigota e no final do trato digestivo
forma-se
a
forma
infectante
TRANSMISSÃO:
(tripomastigota metacíclica). Para infectar, ao se
Inoculativa ou contaminativa.
alimentar à noite no hospedeiro ele defeca próximo a picada ( Trypanosoma da secção
ESPÉCIES DE TRYPANOSOMA
stercoraria - transmissão contaminativa). Há
SEÇÂO STERCORARIA – transmitido através
calor e inchaço no local da picada e o
das fezes
hospedeiro ao se coçar faz com que as fezes contaminadas com tripomastigotas penetrem na
I - Trypanosoma cruzi
ferida. No tecido retículo endotelial passa a forma amastigota onde sofre divisão binária e
HOSPEDEIROS: Humanos, primatas, cães e
vai
gatos.
tripomastigota (permanece uns cinco dias na
à
circulação,
circulação). VETORES: Hemípteras (barbeiros).
Um
transformando-se grande
em
número
de
tripomastigotas é destruído na circulação, entretanto os que escapam vão se localizar em
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
diferentes órgãos e tecidos (musculaturas do
1. Forma tripomastigota (circulante):
cólon, esôfago, baço, fígado, coração) onde se
- Forma de C.
transformam em amastigotas constituindo os
- Extremidades pontiagudas.
focos secundários e generalizados. Nestes
- É a fase contaminativa para o hospedeiro.
focos
- Núcleo central grande (se cora em roxo).
multiplicação, com novas invasões, evoluem
- Presença de membrana ondulante e flagelo.
para a forma flagelada e voltam ao sangue
- Cinetoplasto grande e próximo a extremidade
periférico para recomeçar o ciclo. O inseto é
posterior (se cora em roxo).
infectado ao picar o homem para se alimentar.
secundários,
os
amastigotas,
após
2. Forma amastigota (tecidual): - Possui forma arredondada. - Encontrada nos tecidos (principalmente na musculatura
cardíaca),
é
a
fase
de
multiplicação. - Núcleo não tão grande. CICLO BIOLÓGICO do T. CRUZI:
O barbeiro ingere as formas circulantes (tripomastigotas)
ao
picar
o
hospedeiro
contaminado e no tubo digestivo o protozoário
Figura 134. Ciclo de Trypanosoma da seção Salivaria.
se multiplica, se transforma em promastigota, _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
130
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA:
inocula as formas promastigotas ( Trypanosoma
Promove a hiperfunção de órgãos como
da secção salivaria - transmissão inoculativa)
esôfago, coração e cólon ocorrendo aumento no
que penetram nas células retículo endoteliais
tamanho dessas estruturas e os sintomas à
virando amastigotas e passam à circulação
longo prazo são febre, lesões no sistema
sangüínea na forma tripomastigota.
cardíaco e digestivo. No local onde ocorreu a picada forma-se um edema que é chamado de
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
chagoma ou sinal de Romanã.
Leva a doença de caráter crônico onde, ao longo dos anos, o animal pode ou não estar
PROFILAXIA:
contaminado. Na África ele utiliza como vetor a
Deve-se evitar habitações precárias (pois é
mosca Tsé tsé que causa a doença do sono.
comum a presença de ninhos do barbeiro) e
Pode causar morte por hemorragia ou isquemia.
deve-se combater o hemíptera destruindo seus ninhos.
PROFILAXIA:
Combate aos vetores. SEÇÂO SALIVARIA- Transmitido via picada II - Trypanosoma vivax
III - Trypanosoma equinum= evansi
HOSPEDEIROS: Ruminantes, principalmente
bovinos e bubalinos.
HOSPEDEIROS: Eqüinos.
VETORES:
VETORES:
Stomoxys e tabanídeos.
Stomoxys e tabanídeos.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
1. Forma tripomastigota:
1. Forma tripomastigota:
- Forma de foice, mas sem forma de C e bem menor que o T. cruzi. - Núcleo grande e central (se cora em roxo). - Cinetoplasto pequeno e fraco(se cora em roxo). - Extremidade posterior mais arredondada. CICLO BIOLÓGICO:
O vetor pica o hospedeiro contaminado ingerindo a forma tripomastigota e na sua probóscida se transforma em promastigota, que se multiplica por divisões binárias sucessivas e quando o inseto pica novamente outro animal
Figura 135. Forma tripomastigota de T. evansi.
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Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ - Núcleo bem visível.
- Cinetoplasto bem pequeno.
- Cinetoplasto praticamente invisível.
- Membrana ondulante bem visível.
- Membrana ondulante bem visível.
- Número maior de grânulos no citoplasma.
- Grânulos no citoplasma. CICLO BIOLÓGICO: CICLO BIOLÓGICO:
É um Trypanosoma da secção Stercoraria e a
Os vetores picam o hospedeiro contaminado e
transmissão é venérea, ou seja, via sexual.
se alimentam da forma tripomastigota e essa forma é diretamente inoculada em outros
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
animais (Trypanosoma da secção salivaria -
Leva a uma doença venérea chamada durina,
transmissão
ocorre
na qual os sintomas mais comuns são: secreção
desenvolvimento do Trypanosoma no inseto, a
excessiva na mucosa genital e edema dessas
transmissão é mecânica. Como a picada do
partes. Em casos severos pode ocorrer aborto.
inoculativa).
Não
tabanídeo é dolorosa facilita a transmissão, pois o animal sente logo e se coça.
IV - ORDEM KINETOPLASTIDA FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
Essa espécie causa o Mal das cadeiras,
GÊNERO Leishmania
doença no qual os sintomas são: Paralisia progressiva dos membros posteriores, febre, anemia e emaciação. PROFILAXIA:
Combate aos vetores. IV - Trypanosoma equiperdum HOSPEDEIROS: Eqüinos e asininos.
Figura 136. Amastigotas de Leishmania sp.
TRANSMISSÃO:
Passam de hospedeiro vertebrado para outro hospedeiro vertebrado sem auxílio de insetos vetores. Transmissão de tripomastigotas através do coito. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MORFOLÓGICAS:
1. Forma tripomastigota: - Núcleo bem visível.
Figura 137. Promastigotas de Leishmania sp. _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________ _________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
132
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Protozoário da classe Mastigophora (flagelado)
promastigotas, que ao se multiplicarem podem
que é transmitido para o vertebrado pela picada
até obstruir o canal alimentar do inseto. Este, ao
de um inseto vetor. Há duas espécies de
inocular saliva no hospedeiro definitivo manda
importância: Leishmania donovani (agente da
aquele “bolo” de formas promastigotas que
leishmaniose visceral) e Leishmania braziliensis.
penetram nos macrófagos e se transformam em
(agente da leishmaniose cutânea).
amastigotas, onde se multiplicam e ganham a corrente sangüínea indo ao baço ou fígado.
I - Leishmania donovani HOSPEDEIROS: Homem e cães.
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Provoca uma doença chamada leishmaniose VETORES: Phlebotomum e Lutzomyia.
visceral
ou
calazar,
onde
as
formas
promastigotas se proliferam nos macrófagos e LOCALIZAÇÃO:
os destroem. Em casos avançados pode atingir
Os protozoários se multiplicam no interior de
o tubo digestivo causando diarréia, abdômen
macrófagos, que acabam sendo destruídos,
distendido e mortalidade que alcança 70 a 90%
causando a liberação dos parasitos, que
nos casos não tratados. É uma zoonose onde os
invadem macrófagos vizinhos.
cães
são
excelentes
reservatórios
de
Leishmania para o homem.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM CORTE HISTOLÓGICO DE FÍGADO OU BAÇO):
1. Forma amastigota: -
Estruturas
arredondadas
pequenas
e
aglomeradas. - Núcleo central. - Ausência de flagelo. - Encontrada nos vertebrados. 2. Forma Promastigota:
Figura 138. Ciclo biológico de Leishmania sp.
- Encontrada no inseto vetor. - Corpo alongado. - Flagelo livre na extremidade anterior do corpo.
PATOGENIA:
A L. donovani é um parasito exclusivo do CICLO BIOLÓGICO:
Sistema Fagocitário Mononuclear (antigo Sist.
Na picada o vetor ( Lutzomyia) se infecta com a
Ret. Endotelial), principalmente das células
forma
de
localizadas no baço, fígado e medula óssea. No
macrófagos) e essas se transformam em
citoplasma das células os parasitas multiplicam-
amastigota
(que
está
dentro
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
133
Flagelados
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ se, distendendo as células até sua ruptura. Os parasitas liberados são fagocitados por novas
CICLO BIOLÓGICO:
células
Na picada o vetor se infecta com a forma
reticulares
e
este
ciclo
continua
indefinidamente.
amastigota e essas se transformam em promastigotas no canal alimentar do inseto. Ao
Conseqüências: Aumento dos órgãos ricos em
picar o hospedeiro definitivo inocula um “bolo”
macrófagos (hepato e esplenomegalia). A
de formas promastigotas que penetram nas
medula óssea sofre atrofia uma vez que as
células retículo endoteliais e se transformam em
células reticulares aí situadas, são desviadas
amastigotas, que se multiplicam e ficam na pele
pelo parasitismo, para a função macrofágica.
do hospedeiro.
Quadro hematológico com pancitopenia, mais especialmente
leucopenia
e
anemia
por
hemorragia devido a baixa de plaquetas.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
Leva a séria lesão cutânea, principalmente no focinho dos cães e na região nasal dos homens,
PROFILAXIA:
podendo invadir as mucosas produzindo erosão
Eliminação de cães infectados e combate aos
nos tecidos cartilaginosos. É a chamada
vetores.
leishmaniose cutânea ou úlcera de Bauru. Também é uma zoonose e os cães são ótimos reservatórios da doença para o homem.
II - Leishmania braziliensis HOSPEDEIROS: Homem e cães. VETORES: Phlebotomum e Lutzomyia.
PROFILAXIA:
Eliminar cães infectados e combater os vetores. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM
Se prevenir contra insetos principalmente nos
CORTE HISTOLÓGICO DE PELE):
bosques úmidos.
1. Forma amastigota: -
Estruturas
arredondadas
pequenas
e
b) CLASSE Sarcodina – Locomoção por
aglomeradas.
pseudópodes.
- Núcleo central.
São as amebas, e não possui muita importância
- Ausência de flagelo.
em Medicina veterinária.
PATOGENIA:
A infecção estabelece-se pela inoculação de promastigotas
através
da
picada
de
flebotomíneos. Os parasitas ficam incubados (em média de duas semanas a dois meses) nas células histiocitárias da pele onde se multiplicam sob a forma de amastigotas, aparecendo então a lesão inicial. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
134
Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
PARTE PA RTE II
Coccídeos
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ SUBFILO APICOMPLEXA ou SPOROZOA SPOROZOA
1. Macrogametócito - Estrutura arredondada repleta de grânulos grandes e periféricos e um
CARACTERÍSTICAS:
núcleo central que é o macrogameta.
- Complexo apical (só é visto em microscopia eletrônica) na extremidade anterior que permite
2. Microgametócito - Estrutura com formato
que o protozoário penetre dentro da célula a ser
irregular (meio oval) com milhares de grânulos
parasitada.
pequenos espalhados no citoplasma que são os
- Parasitas intracelulares
microgametas.
- Só os microgametas apresentam flagelos 3. Oocisto imaturo ou zigoto - Estrutura disforme a) CLASSE SPOROAZIDA OU COCCIDIA
que apresenta uma membrana forte.
ORDEM EUCOCCIDIORINA I - SUBORDEM EIMERINA
4.
Esquizonte
FAMÍLIA EIMERIIDAE EIMERIIDAE
arredondadas
ou
meronte
grandes,
que
-
Estruturas apresentam
merozoítas (estruturas em forma de foice) no CARACTERÍSTICAS:
seu interior.
- Coccídeo com ciclo evolutivo direto. - Oocistos contendo esporocistos que possuem
5. Oocisto esporulado - Estrutura ovóide,
no seu interior esporozoítas.
translúcida, esverdeada, com parede dupla e
- Merogonia e gametogonia nas células do
contendo esporocistos e esporozoítas. No caso
hospedeiro.
de Eimeria são quatro esporocistos com dois
- Esporogonia (meiose) geralmente fora do
esporozoítas no seu interior e no caso de
corpo do hospedeiro.
Isospora são dois esporocistos com quatro
- Microgametas com dois ou três flagelos.
esporozoítas no seu interior.
- Os gêneros são diferenciados pelo número de esporocistos nos oocistos e o número de
6. Merozoítas de 1ª geração - são pequenos
esporozoítas nos esporocistos.
tanto em Eimeria quanto em Isospora.
GÊNEROS Eimeria e Isospora.
7. Merozoítas de 2ª geração - são pequenos (microzoítas)
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MORFOLÓGICAS:
em
Eimeria
e
grandes
(macrozoítas) em Isospora. FASES DE REPRODUÇÃO:
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Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ 1. Assexuada - esquizogonia ou merogonia:
doenças típicas de filhotes com diarréia,
ocorre no interior do hospedeiro.
diminuição no desenvolvimento. Em suínos, Isospora suis é limitante no caso de leitões, pois
2. Sexuada ou gametogonia: ocorre no interior
interfere na absorção intestinal, causa diarréia, e
do hospedeiro.
os animais não atingem os 90 kg ideais para abate. Em aves, a mortalidade pode chegar a
3. Esporogonia (esporos = oocisto): ocorre no
100%.
meio ambiente. OBS 1: Em coelhos, E. stieda se encontra no TIPOS DE CICLO EVOLUTIVOS
fígado. O esporozoíta vai ao fígado pela via porta e no endotélio do ducto biliar forma
I - CICLO EVOLUTIVO PROPAGATIVO:
merontes I e II, macro e microgametócitos,
É o que ocorre em aves, com espécies como E.
gametas e oocisto, e depois vai à bile e sai nas
tenella (que ocorre em aves de corte), E.
fezes.
acervulina e E. necatrix (ambas ocorrem em
poedeiras). Nesse ciclo, são formados três tipos
OBS 2: Cada geração é mais patogênica que a
de
os
outra porque produz mais oocistos. São
os
formados
merozoítas:
um
que
macrogametócitos,
outro
microgametócitos
e
um
formará
que
formará
terceiro,
sem
diferenciação que formará os merontes e
mais
macrogametócitos
que
microgametócitos porque esse último produz milhões de microgametas
depois, macro e microgametócitos levando a 2ª geração.
PROFILAXIA PROFILAXIA DAS COCCIDIOSES COCCIDIOSES::
1. Coccidiose aviária: Deve ser feito bom II- CICLO EVOLUTIVO PROLIFERATIVO:
manejo e o emprego de coccidiostáticos na
É o que ocorre em ruminantes, com as espécies
ração e na água. O galpão deve ser bem
E. bovis e E. zuerni em bovinos e E. arloingi e
ventilado para diminuir a umidade local e manter
E. christenseni em caprinos, nos suínos, temos
a cama sempre seca.
Isospora suis. No caso de ruminantes, depois da
fase trofozoíta é formado o primeiro meronte no
2. Coccidiose bovina: Deve ser feito um bom
intestino delgado e quando os merozoítas vão
manejo, comedouros e bebedouros trocados
ao intestino grosso, dão origem a um segundo
diariamente e mantidos no alto (evita que os
meronte bem pequeno, é esse quem forma os
animais defequem neles) e camas secas.
macro e microgametócitos para chegar a oocisto. Nos suínos ocorre o mesmo, sendo que
3. Coccidiose em coelhos: Deve ser feita a
tudo no intestino delgado.
limpeza diária das gaiolas, coelheiras ou cercados e a manutenção dos comedouros e
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
bebedouros limpos. As criações devem ter pisos
Nos ruminantes esses protozoários causam
de tela de arame.
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Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ A patogenia depende da espécie de Eimeria, do
GÊNERO Eimeria
número de oocistos ingeridos, da idade da ave (quanto mais jovem mais susceptível), presença
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
e severidade de outras doenças, eficácia do
Eimeriidae cujos oocistos esporulados possuem
coccidiostático, estado nutricional das aves e
quatro esporocistos e cada oocisto recém saído
nível de medicação na ração.
nas fezes e que não está esporulado, possui um núcleo.
CICLO:
Os oocistos eliminados com as fezes do hospedeiro são imaturos (não esporulados). No meio ambiente ocorre a esporulação dos oocistos, para isso precisa de O 2, temperatura de 25 a 30 graus e umidade de 70 a 80%. O tempo de esporulação nessas condições é de dois a três dias. Os oocistos esporulados são infectantes e podem permanecer viáveis por dois a três meses. O hospedeiro se contamina ao ingerir esse oocisto. Na moela ou estômago Figura 139. Oocisto não esporulado de Eimeria sp.
o oocisto é destruído, liberando os esporocistos. Depois pela ação da tripsina e da bile ocorre a liberação dos esporozoítos no intestino delgado. Esses esporozoítos penetram nas células da mucosa intestinal, arredondam-se e originam os trofozoítos que passam a esquizontes iniciando assim a reprodução assexuada denominada de
Figura 140. Oocisto esporulado de Eimeria sp.
HOSPEDEIROS:
Mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes. PATOGENIA
Figura 141. Ciclo biológico de Eimeria
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Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ esquizogonia ou merogonia. Cada esquizonte
O gênero Isospora pertence à família Eimeriidae
(ou meronte) tem em seu interior um número
e o gênero Cystoisopor a pertence à família
variável de merozoítas (depende da espécie).
Sarcocystidae.
Esses merozoítas rompem a célula hospedeira atingem a luz do intestino e invadem novas
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MORFOLÓGICAS
células epiteliais, arredondando-se e formando
•
uma nova geração de esquizontes. Alguns
quatro esporozoítos cada quando esporulados.
Oocistos possuem dois esporocistos contendo
merozoítos da segunda geração penetram em novas células e dão início a terceira geração de esquizontes, outros penetram em novas células e dão início a fase sexuada do ciclo, conhecida como
gametogonia.
A
maioria
desses
merozoítos se transforma em gametócitos femininos ou macrogametócitos que vão formar os macrogametas. Outros se transformam em microgametas ou gametócitos masculinos que vão dar origem aos microgametócitos. Os microgametas rompem a célula e vão até o macrogameta
para
a
fertilização.
Dessa
fertilização resulta o zigoto que desenvolve uma parede dupla em torno de si, dando origem ao oocisto. Os oocistos rompem a célula e passam à luz intestinal saindo para o exterior com as fezes na forma
não
infectante,
pois
não
estão
esporulados. No ambiente em um a cinco dias esporulam e tornam-se infectantes. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: VETERINÁRIA:
Essa parasitose destrói as células do intestino causando diarréia sanguinolenta, acarreta uma baixa conversão alimentar, diminuição da resistência orgânica, redução do peristaltismo intestinal, perda de peso e predispõem a infecção bacteriana secundária.
Figura 142. Acima oocisto não esporulado, abaixo oocisto esporulado de Isospora sp. HOSPEDEIROS: Aves e carnívoros. Quando
encontrado em aves o gênero é Isospora e quando encontrado em carnívoros é chamado de Cystoisospora. HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: No ciclo
de Cystoisospora pode ocorrer o ciclo com ingestão de roedores parasitados.
Cystoi sospor a GÊNERO Isospora e Cystoi _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ Na esporogonia, sob condições ideais de temperatura alta, oxigenação e umidade, o oocisto
sofre
divisão,
formando
dois
esporocistos, contendo quatro esporozoítos em cada um. ESPÉCIES: Cystoisospora canis – Cão. Cystoisospora felis – Felinos. Cystoisospora rivolta – Felinos. Cystoisospora ohioensis – Cão.
Figura 143. Ciclo biológico de Cystoisospora sp.
PATOGENIA:
CICLO BIOLÓGICO:
Pouco patogênica. Produz diarréia em filhotes e
A contaminação se dá através de alimentos
diminuição
como ração, capim e água contaminados com o
autolimitante.
no
desenvolvimento,
porém
é
oocisto esporulado. No tubo digestivo do animal os esporozoítos saem do oocisto e penetram na
FAMÍLIA CRYPTOSPORID CRYPTOSPORIDIIDAE IIDAE
célula epitelial do intestino onde se arredondam,
GÊNERO Cryptosporidium
passando a serem chamados de trofozoítas. Começa a reprodução assexuada. Sucessivas
HOSPEDEIROS: Homem, rato, macaco, bovino,
mitoses
ovino, caprino, eqüino, suíno, canino, felino.
vão
formando
vários
núcleos
e
citoplasmas para formar os esquizontes (ou merontes) que contém os merozoítas. A célula
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
não suporta a pressão e se rompe, liberando os
- Oocisto medem em torno de 5 µm e contém
merozoítas que seguem dois caminhos:
quatro
- Penetram novamente nas células intestinais
esporocistos.
esporozoítas
e
sem
apresentar
fazendo outra fase de reprodução assexuada que formará uma 2ª geração. - Continuam para a fase sexuada, onde os merozoítas
dão
origem
a
macro
e
microgametócitos. Os microgametas que estão nos microgametócitos saem da célula parasitada e fecundam os macrogametas (e com isso perdem seus flagelos – ex-flagelação) formando o gameta ou oocisto imaturo. Esse sai nas fezes para fazer a esporogonia.
Figura 144. Oocisto de Cryptosporidium sp. 400X
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Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ - Educação sanitária.
CICLO:
Característico de Coccídeo. É monoxeno. Ocorre esquizogonia na superfície
FAMÍLIA SA RCOCYSTIDAE RCOCYSTIDAE
das células intestinais com duas gerações de
- Ciclos evolutivos semelhantes à família
esquizontes e outra de multiplicação sexuada
Eimeriidae.
(gametogonia) com formação de macro e
- A esporogonia pode ocorrer dentro ou fora do
microgametócitos. Os microgametas fecundam
hospedeiro.
os macrogametas originando oocistos com
- A reprodução assexuada ocorre no hospedeiro
quatro esporozoítos de parede espessa que são
intermediário e a sexuada no definitivo.
eliminados já infectantes. Esporulação dentro do
- Ocorre predação, onde o hospedeiro definitivo
hospedeiro. A esquizogonia e a gametogonia
se infecta ao ingerir restos do hospedeiro
ocorrem em microvilosidades intestinais.
Intermediário.
Alguns
oocistos
rompem-se
dentro
do
hospedeiro promovendo auto-infecção.
GÊNERO Toxoplasma ESPÉCIE Toxoplasma gondii HOSPEDEIRO
DEFINITIVO:
Felídeos,
principalmente o gato. HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO: Diversos
mamíferos e répteis. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM CORTE HISTOLÓGICO DE FÍGADO OU CÉREBRO):
- Pseudocisto - estrutura alongada, sem parede definida onde se encontram os taquizoítas. Figura 145. Ciclo biológico de Cryptosporidium sp.
- Cisto - estrutura arredondada com parede bem definida onde se encontram os bradizoítas.
PROFILAXIA:
- Água limpa em bebedouro adequado, com altura que impeça os animais nele defecarem. - Comedouros no alto para que não sejam infectados pela cama. - Higiene dos estábulos, remoção e incineração das camas. - Tratamento dos animais parasitados.
- Zoíta - estrutura em forma de foice com um núcleo. Não aparece em corte histológico. CICLO BIOLÓGICO:
O hospedeiro intermediário ingere o oocisto ao pastorear ou ao ingerir alimentos mal lavados. No trato digestivo há liberação de esporozoítos que pela via sangüínea vai ao fígado, cérebro e
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140
Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ No hospedeiro intermediário pode ocorrer má formação fetal, hidrocefalia fetal, morte cerebral, aborto em ovinos, bovinos e eqüinos, podem ocorrer distúrbios pulmonares, fortes dores musculares, cegueira e queda na produção. PROFILAXIA:
Deve ser feita a limpeza diária de gatis, remoção adequada de fezes, precauções higiênicas como Figura 146. Ciclo de Toxoplasma gondii outros órgãos passando a se chamar trofozoítos.
Nestes
ocorre
a
reprodução
assexuada (esquizogonia). Esta fase é tão rápida que os trofozoítas são chamados de taquizoítas e é a fase aguda da doença. O organismo do animal reage e cria anticorpos e
lavar as mãos antes das refeições e uso de luvas na jardinagem, não dar carne crua aos gatos, cobrir as rações. OBS: Hammondia e Frenkelia também são
parasitas de cães e gatos e têm importância no diagnóstico diferencial de oocistos.
os taquizoítas então diminuem sua velocidade de
reprodução
passando
a
se
chamar
bradizoítas, que formam uma parede cística
GÊNERO Neospora ESPÉCIES: Neospora Neospora caninum
como proteção aos anticorpos. O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir restos de animais
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Cão.
contaminados com os esquizontes (cistos), na mucosa intestinal ocorre a gametogonia e o
HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
oocisto formado vai ao meio ambiente com as
caninos, caprinos, ovinos, eqüinos e cervídeos.
Bovinos,
fezes. Ocorre a esporulação formando um conjunto de dois esporocistos contendo quatro
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MORFOLÓGICAS
esporozoítas e esses esporozoítas são as
- Oocistos medem entre 10 à 12 µm.
formas
- Os taquizoítos e cistos são as formas
infectantes
para
o
hospedeiro
intermediário.
encontradas intracelularmente no hospedeiro intermediário
OBS: Pode haver transmissão pré-natal. O
- Os taquizoítos possuem forma de lua e medem
hospedeiro intermediário pode contaminar-se
em torno de 6 X 2 µm de comprimento, e podem
através da ingestão de carne mal cozida
ser encontrados em diferentes células do corpo.
contendo cistos do parasito.
- Os cistos possuem forma oval, podem medir até 107 µm de diâmetro e são encontrados nas
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
células do sistema nervoso.
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141
Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ - Dentro dos cistos estão presentes os
-
bradizoítos medindo em torno de 7 x 1,5 µm de
natimortos, bezerros deformados
comprimento.
- Nascimento vivo seguido de morte. -
Mumificação
Nascimento
fetal,
de
fetos
bezerros
autolisados,
com
sinais
CICLO BIOLÓGICO:
neurológicos: encefalomielite, paralisias, ataxia
O parasito, sob reprodução sexuada, reproduz-
motora (incoordenação motora) exoftalmia ou
se no intestino do cão e, posteriormente, seus
olhos de aparência simétrica.
oocistos (medindo 10-12 µm de diâmetro) são
- A maioria dos bezerros com neosporose
levados ao ambiente pelas fezes.
morrem nas quatro primeiras semanas de vida.
A esporulação ocorre nas fezes, dentro de três dias, não sendo, portanto, infecciosos em fezes
DIAGNÓSTICO:
frescas. Os oocistos esporulados contêm dois
Os
esporocistos, com quatro esporozoitos cada um.
imunohistológicos, imunofluorescência indireta
Os oocistos são resistentes no ambiente e
(IFI), imunoenzimático (ELISA), PCR.
permanecem viáveis por longo período até
Atualmente,
serem
hospedeiro
sorológicos, como imunofluorescência indireta
alimentos
(IFA) e o teste imunoenzimático (Elisa) que
consumidos
intermediário,
por
pelo meio
de
meios
utilizados
é
são
possível
histológicos
realizar
ou
testes
contaminados.
indicam exposição dos animais a Neospora, não
Após a ingestão dos oocistos esporulados, pelo
significando que os mesmos estejam doentes.
hospedeiro
esporozoítos
Se uma vaca é positiva não significa que um
os
tecidos
aborto foi induzido por Neospora com base nos
sistêmica
dados do exame sorológico. Para confirmar se o
intermediário,
desencistam-se
e
desenvolvendo
uma
(reprodução
os
invadem
assexuada,
infecção
esquizogonia).
O
aborto foi causado por N. caninum, o parasito
parasito forma principalmente no cérebro, cistos
deve ser encontrado nos tecidos fetais.
chamados de bradizoítos. Estes, apesar de
O teste de imunohistoquímica dos tecidos fetais,
estarem em estado latente, quando ingeridos
que utiliza o feto inteiro, ou pelo menos o
pelo cão são infecciosos. No cão esses
cérebro e a medula, é o mais eficiente e
bradizoítos penetram nas células intestinais
preferencial
onde fazem a reprodução sexuada eliminando
diagnóstico. O isolamento e cultura do agente
oocistos não esporulados para o meio ambiente.
também confirmam a presença de Neospora no
método
para
confirmar
o
processo patológico. SINAIS CLÍNICOS:
- Abortamento no hospedeiro intermediário em
MATERIAL UTILIZADO PARA EXAME: Soro
qualquer época da gestação, fetos podem
bovino - as amostras devem ser colhidas até 90
morrer no útero.
dias após o abortamento (depois deste prazo, o
- Reabsorção fetal.
nível de anticorpos cai drasticamente). Feto abortado - deve ser encaminhado resfriado.
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142
Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ TRATAMENTO: O tratamento para neosporose
OBS: O cão se infecta ao ingerir o carrapato.
é feito com sulfas e vacinas. CICLO: ZOONOSE: Não há evidência do leite ou carne
O cão infecta-se ao ingerir o carrapato que
de animais infectados, transmitirem Neospora
contém esporocistos na sua cavidade corporal.
ao homem.
Ocorre destruição dos esporocistos e liberação dos esporozoítas que penetram na parede
CONTROLE:
1) Evitar que os cães contaminados defequem nos depósitos de alimentos e bebedouros. -Use as vantagens de depósitos fechados cubra os silos com lonas plásticas após sua abertura. 2) Educar a população a castrar os cães nas fazendas e vizinhanças. -Castrar cães que não são necessários à procriação. -Orientar seus vizinhos que mantenham seus cães nas suas propriedades -Comunicar as autoridades locais (vigilância sanitária) sobre a presença de cães sem dono. 3) Todo feto abortado e restos placentários
intestinal e através da corrente sanguínea passam
ao
baço,
linfonodos,
pulmões,
músculos, fígado e medula onde fazem a esquizogonia. Nesses locais ocorrem várias gerações de esquizontes, após os merozoítos penetram nos leucócitos circulantes e passam a gametócitos. O ciclo se completa quando o carrapato ingere sangue contaminado com os gametócitos. Os gametócitos livres se unem em pares e formam os zigotos que ficam no interior do carrapato (hemocele) e passam a oocisto contendo 30 a 50 esporocistos com 16 esporozoítos em cada.
deverão obrigatoriamente ser enterrados, para prevenir o consumo pelos cães. SUBCLASSE GREGARINASINA FAMÍLIA HEPA TOZOIIDAE TOZOIIDAE
GÊNERO Hepatozoon ESPÉCIE Hepatozoon Hepatozoon canis HOSPEDEIRO
DEFINITIVO:
Carrapato
Rhipicephalus sanguineus.
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Cães. LOCAL: Interior de leucócitos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Figura 147. Ciclo biológico do Hepatozoon sp.
- Isogametas que são estruturas alongadas no interior dos neutrófilos.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: VETERINÁRIA:
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Coccídeos
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ É uma parasitose assintomática, encontrada geralmente
com
outras
parasitoses
como
Babesia e Ehrlichia.
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144
Babesias
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
PARTE III Babesias ____________________________________________________________________________________
CLASSE PIROPLASMASIDA ORDEM PIROPLASMORIDA FAMÍLIA BABESIDAE
GÊNERO Babesia CARACTERÍSTICAS
MORFOLÓGICAS
E
HOSPEDEIROS: 1. Babesia canis - Cães
Figura149. Babesia bovis no interior da hemácia
-Grande Babesia. -Aparece um a dois trofozoítas dentro da
-Pode aparecer nos capilares do cérebro, provocando trombos nos vasos.
4. B. bigemina (transmissão por ninfas e adultos do carrapato)- Bovinos. -Grande Babesia. -Aparece um a dois trofozoítas dentro de cada hemácia
Figura 148 . Babesia canis no interior da hemácia. hemácia.
2. Babesia gibson i- Cães -Pequena Babesia.
Figura 150. Babesia bigemina no interior da hemácia.
3. Babesia bovis (transmissão por larvas do carrapato) – Bovinos.
5. B.
-Pequena Babesia.
recentemente Theileria equi - Equinos
-Parasitemia muito baixa.
-Pequena Babesia.
-Aparece de um a dois trofozoítas dentro de
-Parasitemia muito alta.
equi
ou
Nutallia
equi
ou
mais
cada hemácia.
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145
Babesias
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ -Aparecem um, dois, três ou quatro trofozoítas,
tubo digestivo do carrapato e nelas se multiplica
sendo que quando aparecem quatro, são em
por divisão binária ou múltipla até as células se
forma de cruz de malta.
romperem
-Animal permanece portador por toda a sua
(organismos claviformes, móveis e alongados).
vida.
Esses vermículos migram para os tecidos da
e
liberarem
os
vermículos
fêmea do carrapato, através da hemolinfa, Equino s 6. B. caballi - Equino
podendo
-Grande Babesia.
transovariana)
-Aparece um a dois trofozoítas dentro da
(transmissão
hemácia.
trofozoítas. O carrapato ao sugar o hospedeiro
chegar
aos
ou
ovários
as
(transmissão
glândulas
transestadial)
na
salivares forma
de
inocula as formas trofozoítas que penetram nas hemácias
do
animal
e
se
dividem
assexuadamente por divisão binária formando merozoítas. A célula se rompe e os merozoítas são liberados penetrando em novas hemácias.
TIPOS DE TRANSMISSÃO: Figura 151. Babesia caballi no interior da hemácia.
CICLO BIOLÓGICO: O carrapato ao se alimentar do sangue do hospedeiro definitivo ingere os merozoítos que se diferenciam e fazem a reprodução sexuada
Transovariana
-
Ocorre
nas
babesioses
transmitidas por carrapatos monoxenos, como Boophilus microplus e Anocentor nitens. Por só
terem um hospedeiro na vida, a transmissão é da fêmea para seus ovos. As larvas ou ninfas originadas
desses
irão
contaminar
outros
animais.
ou gametogonia que vai dar origem a um zigoto chamado oocineto. Este penetra nas células do
Transestadial
-
ocorre
nas
babesioses
transmitidas por carrapatos heteroxenos, como Rhipicephalus sanguineus. Por a muda ocorrer
no solo, a larva infectada passa para ninfa com as formas infectantes e essa então transmite o parasita a outro animal.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: Além da destruição das hemácias gerando anemia, observam-se lesões em outros órgãos irrigados pelo sangue contaminado. O baço filtra hemácias Figura 152 . Ciclo de Babesia sp.
parasitadas
(e
incha
causando
esplenomegalia) e acaba por não identificá-las
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
146
Babesias
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ mais fagocitando também as hemácias sadias e com isso intensifica a anemia (anemia auto imune). No rim as hemácias se rompem e no fígado ocorre hemoglobinúria por não ocorrer metabolização
da
hemoglobina.
Ainda,
a
Babesia ativa a calicreína e leva ao aumento de
permeabilidade dos vasos e vasodilatação, provocando uma estase circulatória. No quadro de babesiose cerebral bovina ocorre destruição dos capilares cerebrais e se observa aumento da coagulação intravascular, hiper excitabilidade e incoordenação.
PROFILAXIA: Deve ser feito o controle dos vetores. Em regiões endêmicas os animais já têm imunidade adquirida através do colostro que deve ser reforçada
gradativamente
com
o
desenvolvimento do animal.
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147
Rickettsias
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________
CAPÍTULO IV
Rickettsias
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ ORDEM RICKETTSIALES
A multiplicação ocorre por divisão binária somente dentro da célula hospedeira. Apesar de
DEFINIÇÃO:
serem capazes de metabolismo próprio para seu
As rickettsias são consideradas pertencentes a
desenvolvimento,
um
transportador de ATP que utiliza ATP do
grupo
separado
de
bactérias
por
possuem
um
sistema
apresentarem aspectos comuns entre elas e
hospedeiro. A energia do parasito, portanto, é
por serem disseminadas por artrópodos que
proveniente em grande parte de ATP do
servem de vetores.
hospedeiro.
As rickettsias são bactérias com parasitismo intracelular obrigatório. São estruturalmente
CLASSIFICAÇÃO:
semelhantes
A mais recente se encontra na 10ª Edição do
a
bactérias
extremamente aproximadamente
gram-negativas,
pequenas, 0,25
mm
de
com
Bergey´s Manual of Sistematic Bacteriology,
diâmetro,
escrito por Garrity, Winters, Kuo e Searles, e foi
formando cocobacilos normalmente corados
publicado em 2002.
com Giemsa e fracamente corados por Gram.
Nesta classificação a Ordem das Rickettsiales
Podem estar agrupados em pares, em cadeias
está inclusa no Filo das Proteobacterias, classe
ou isolados. Com exceção da Rickettsia
das Alphaproteobacterias. A divisão em tribos,
prowazekii, causadora de tifo, não apresentam
que era comumente utilizada, foi abandonada.
flagelos.
A família Anaplasmataceae foi novamente
A maioria das espécies é encontrada somente
retirada e os gêneros pertencentes a ela
no citoplasma das células hospedeiras, mas
Aegyptianella, ( Aegyptianella,
aquelas
Neorickettsia)
causadoras
da
febre
maculosa
Anaplasma,
foram
inclusas
Ehrlichia
na
e
Família
multiplicam-se no núcleo e saem para o
Ehrlichiaceae. O gênero Cowdria foi abolido e
citoplasma.
sua única espécie a Cowdria ruminantum foi
O envelope típico consiste de 3 camadas. Uma
reclassificada como pertencente ao gênero
membrana citoplasmática mais interna, uma
Ehrlichia.
parede celular rígida e uma externa com
Os gêneros Eperythrozoon e Haemobartonella
composição química típica de membrana e com
passam a família Mycoplasmataceae.
aspecto
trilaminar.
A
parede
celular
é
quimicamente similar a dos Gram negativos e
FAMÍLIA FAMÍLIA Ehrli chi aceae
possuem invaginações intracitoplasmáticas. O
GÊNERO Ehrlichia
citoplasma possui ribossomos. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
148
Rickettsias
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ a 5 dias, com a formação do corpo inicial; e (3) HOSPEDEIROS : Cães e gatos (muito raro)
formação das mórulas, sendo estas constituídas por um conjunto de corpos elementares envoltos
HOSPEDEIRO INVERTEBRADO: Carrapato
por uma membrana.
Rhipicephalus sanguineus.
O cão é infectante apenas na fase aguda da doença,
quando
existe
uma
quantidade
LOCALIZAÇÃO:
importante de hemoparasitas no sangue. O
Organismos encontrados nos leucócitos.
carrapato poderá permanecer infectante por um período de aproximadamente um ano, visto que
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
a infecção poderá ocorrer em qualquer estado
São bactérias intracelulares obrigatórias dos
do ciclo.
leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
trombócitos.
A Ehrlichiose apresenta sinais inespecíficos CICLO BIOLÓGICO:
sendo que há 3 fases da doença que pode ser
O vetor de maior importância na transmissão da
fatal se não tratada.
enfermidade
Na fase aguda que ocorre após um período de
é
o
carrapato,
mais
especificamente, o Rhipicephalus sanguineus .
incubação que varia entre 8 e 20 dias e perdura
No carrapato, a E. canis se multiplica nos
por 2 a 4 semanas o animal apresenta
hemócitos e nas células da glândula salivar,
hipertermia (39,5 - 41,5 oC), anorexia, perda de
propiciando,
peso
portanto,
a
transmissão
e
astenia.
Menos
freqüentemente
transestadial. Em contra partida, a transmissão
observam-se outros sinais inespecíficos como
transovariana provavelmente não ocorre. A
febre, secreção nasal, anorexia, depressão,
transmissão
pela
petéquias hemorrágicas, epistaxis, hematúria,
inoculação de sangue proveniente de um cão
ou ainda edema de membros, vômitos, sinais
contaminado para um cão sadio, pelo intermédio
pulmonares e insuficiência hepato-renal. Essa
do carrapato.
fase
A infecção do cão sadio se dá no momento do
proprietário.
repasto do carrapato infectado. Após um
Na fase sub-clínica é geralmente assintomática,
período de incubação de 8 a 20 dias, o agente
podendo
se
complicações como depressão, hemorragias,
entre
multiplica
mononuclear
nos
animais
órgãos
fagocítico
se
do
(fígado,
faz
sistema baço
e
pode
passar
ser
desapercebida
encontradas
de
O ciclo da Ehrlichia é constituído de três fases
hifema,
principais:
descolamento de retina e cegueira .
penetração
dos
corpos
algumas
edema de membros, perda de apetite e palidez
linfonodos). (1)
pelo
mucosas
Ocasionalmente,
hemorragia
observa-se
sub-retinal,
uveíte,
elementares nos monócitos, onde permanecem
A fase crônica da erliquiose assume as
em crescimento por aproximadamente 2 dias;
características de uma doença auto imune.
(2) multiplicação do agente, por um período de 3
Geralmente nesta fase o animal tem os mesmos
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149
Rickettsias
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ sinais da fase aguda porém atenuados,
que o torna uma peça útil para a elaboração do
encontrando-se
diagnóstico.
apático,
susceptibilidade secundárias,
caquético
aumentada em
a
e
com
infecções
conseqüência
do
comprometimento imunológico.
Um outro teste bastante simples e disponível, é o teste de Immunocomb, que se baseia na detecção de anticorpos IgG contra Erlichia canis no
DIAGNÓSTICO:
O
soro.
Este
monitoramento
diagnóstico
laboratorial
consiste
teste dos
é
níveis
muito de
útil
no
anticorpos,
na
principalmente nas fases sub-clínica e crônica,
observação de E. canis em esfregaços de
onde é muito difícil o encontro da E. canis em
sangue do cão infectado, ou em decalques dos
esfregaço
órgãos alvo.
monitoramento dos níveis de anticorpos pós
Pode-se ainda realizar o diagnóstico por
tratamento.
sanguíneo.
É
também
útil
no
imunofluorescência indireta, que constitui um método sensível e muito específico, permitindo o
PROFILAXIA:
diagnóstico preciso da erliquiose.
A prevenção da doença tem um caráter de suma
A trombocitopenia presente no quadro clínico
importância nos canis e no locais de grande
não permite que se confirme o diagnóstico da
concentração de animais. Devido a inexistência
doença, mas em áreas sabidamente endêmicas,
de vacina contra esta enfermidade, a prevenção
a erliquiose dever ser considerada como a
é realizada através do controle do vetor da
primeira suspeita. A confirmação do diagnóstico
doença: o carrapato. Para tanto, produtos
pode
encontrado
acaricidas ambientais e de uso tópico são
hipoalbuminemia e hiperglobulinemia associado
eficazes desde que seja realizado o manejo
a trombocitopenia.
correto.
A técnica de PCR (polymerase chain reaction),
Todo animal que entre em uma propriedade ou
permite
com
canil, deve ser mantido em quarentena e tratado
sensibilidade semelhante a outras técnicas, o
para carrapatos. Caso seja positivo para
ser
um
reforçada
se
diagnóstico
for
rápido
e
Ehrlichia, deverá ser tratado antes de ingressar
na criação. Nas áreas endêmicas, o fluxo de cães deve ser mínimo e quando ocorrer, recomenda-se tratar o animal com doxiciclina por um período de 1 mês.
GÊNERO An apl asm a
Figura 153. Corpúsculo de Ehrlichia em neutrófilo segmentado.
ESPÉCIES: -A. centrale
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Rickettsias
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ até 70% dos eritrócitos sanguíneos em uma
-A. marginale
semana após o período de incubação. A doença HOSPEDEIROS: Bovinos
aparece clinicamente após o dia 40 após o contato com o carrapato contaminado.
HOSPEDEIRO INVERTEBRADO: Carrapato
Não há hemoglobinúria, pois as hemácias são
Boophilus sanguineus.
destruídas no baço e fígado e não na corrente sanguínea.
LOCALIZAÇÃO:
Organismos encontrados nos eritrócitos.
PROFILAXIA:
-Tratamento dos animais para que não fiquem CICLO BIOLÓGICO:
portadores.
A transmissão é feita por carrapatos ou
-Premunição dos animais suscetíveis com
mecânica, por meio de seringas hipodérmicas
sangue de animais portadores.
ou instrumentos cirúrgicos contaminados.
-Evitar que os animais adquiram carrapatos
No sangue, o organismo penetra no eritrócito,
antes da premunição.
forma um vacúolo e divide-se por divisão
-Combater o superparasitismo pelo emprego de
binária, formando um corpúsculo de inclusão.
banhos carrapaticidas.
Saem das hemácias e penetram em outras
-Esterilizar os fômites.
promovendo uma intensa anemia.Os eritrócitos parasitados são ingeridos pelo carrapato e transmitidos para outros bovinos, ou através de utilização
entre
os
animais
de
material
contaminado como seringas e/ou material cirúrgico. PERÍODO DE INCUBAÇÃO : Quatro semanas DIAGNÓSTICO:
Presença de organismos pequenos e redondos de cor vermelha - escura no interior dos eritrócitos em esfregaço sanguíneo corado com
Figura
154.
Corpúsculos
de
Anaplasma nas hemácias.
Giemsa. Testes de fixação de complemento, aglutinação e imunofluorescência indireta. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Produz uma reação febril aguda, acompanhada por grave anemia hemolítica que pode destruir _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
151
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
CAPÍT CA PÍTUL ULO OV
Helmintos ____________________________________________________________________________________
HELMINTOLOG HELMINTOLOGIA IA - Metazoários
- NEMATHELMINTOS: vermes redondos, com parede do corpo chamada de cutícula. - PLATHELMINTOS: vermes achatados, com parede do corpo chamada de tegumento. - ACANTOCEPHALA: Cabeça em forma de espinho. FILO PLATHELMINTOS (Platy = achatados)
- Vermes achatados dorso-ventralmente. - Hermafroditas. - Simetria bilateral. - Não possuem esqueleto. - Tubo digestivo incompleto. - Não possui cavidade corpórea, mas sim parênquima. - São divididos em: -Classe Trematoda, com subclasses Digenea e Monogenea**. -Classe Cestoda.
**Monogenea:
Helmintos
ectoparasitas
de
peixes, mais especificamente de brânquias, que dificultam a respiração. Fazem ciclo direto, ou seja, são monoxenos.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
152
Trematóides ______________________________________________________________________________________________
PARTE PA RTE I
Trematóides
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ CLASSE TREMATODA (trematoda = furos)
sempre um molusco e o segundo, um peixe ou crustáceo.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Formato semelhante a uma folha.
CICLO
- Não são segmentados.
TREMATÓDEOS:
-
Tubo
digestivo
sem
ânus
(metabólitos
EVOLUTIVO
GERAL
DOS
Os ovos que saem nas fezes (em alguns casos
excretados pela boca).
podem
sair
- Ceco termina em fundo de saco.
(embriões)
- Presença de glândulas vitelínicas (produzem
Estes, possuem glândulas que produzem
vitelo, matéria necessária para formação do
substâncias que, associadas à condições
ovo).
ambientais, abrem o opérculo do ovo por onde
- Possui ventosas oral, ventral (ou acetábulo) e
sai o miracídio e passa para o meio aquático,
genital (ou gonotil) para fixação no hospedeiro e
necessário para sua sobrevivência. Ele nada até
movimentação sobre o mesmo.
atingir
- Revestimento externo (tegumento) resistente.
geralmente é um molusco - aquático ou terrestre
Possui músculos sobre a lâmina basal que
onde penetra nas partes moles, perde os cílios e
mantém a forma do parasito.
passa a ser chamado de esporocisto (o
o
via
oral)
ciliados
geram
chamados
hospedeiro
indivíduos miracídios.
intermediário,
que
miracídio já apresenta cone cefálico e vive no BIOLOGIA :
máximo 24 horas). O esporocisto divide –se
- Sistema excretor com tubos pronefridiais,
inúmeras vezes no hepatopâncreas do molusco
vesícula excretora e células excretoras (células
originando milhares de formas infectantes, que
flama), com cílios para filtração.
saem pelas partes moles e infectam o ambiente.
- Sistema reprodutor masculino com testículos,
* O esporocisto pode ter uma ou duas gerações.
canais eferentes, canal deferente e bolsa do
Quando de 1ª geração forma-se a rédia
cirro
glândulas
(também no hospedeiro intermediário) a qual vai
prostáticas, o órgão peniano que é chamado de
originar várias cercárias, que possuem cauda
cirro e um poro genital.
saem do molusco e se fixam na vegetação
- Sistema reprodutor feminino com ovário,
passando a serem chamadas de metacercárias
reservatório
laurer,
, (possuem uma proteção cística e são as
reservatório vitelínico, oótipo, glândulas de
formas infectantes) cercária sem a cauda, que
mehlis, poro genital e alças uterinas.
podem
- Heteroxenos podendo apresentar até três
intermediário ou não). Quando de 2ª geração
hospedeiros intermediários. O primeiro HI é
não há fase de rédia.
com
vesícula
seminal,
seminal,
canal
de
estar
no
segundo
hospedeiro
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
153
Trematóides ______________________________________________________________________________________________
CONTROLE:
-Combater os moluscos. -Tratar os animais CLASSE TREMATODA SUBCLASSE DIGENEA
- Aparelho genital masculino e feminino no mesmo indivíduo. - Necessitam de dois hospedeiros.
Figura 156. Ovo de Fasciola hepatica.
ORDEM GASTEROSTOMATA
CARACTERÍSTICAS:
- Boca que se abre dentro de uma ventosa oral
-
(anterior).
ventralmente.
Adultos
grandes
e
achatados
dorso-
- Acetábulo bem desenvolvido (ventosa ventral). SUBORDEM DISTOMATA
- Bolsa do cirro bem desenvolvida.
SUPERFAMÍLIA FASCILOIDEA
GÊNERO Fasciola CARACTERÍSTICAS:
- Presença ou ausência de bolsa do cirro e
ESPÉCIE Fasciola hepatica
acetábulo terminal. - Genitália ramificada.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos e ovinos
(pode I - FAMÍLIA FASCIOLIDAE
parasitar
eqüídeos,
bubalinos
e
humanos). HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
Molusco
aquático - Lymnaea viatrix (região Sul) e Lymnaea columela (região Sudeste).
LOCAL: Ductos biliares. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
- Cone cefálico, que é uma projeção anterior do corpo onde fica a abertura da ventosa oral. - Corpo muito grande em relação aos outros trematódeos, com espinhos no tegumento. - Só se distingue ovário e testículos pela Figura 155. Adultos de Fasciola hepatica.
localização.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
154
Trematóides ______________________________________________________________________________________________
- Ovos com 150 µm amarelados pela bile.
intestinal e caem na cavidade peritonial perfurando o peritônio visceral do fígado e neste
CICLO BIOLÓGICO:
local migram até quatro meses, depois vão aos
Os ovos saem nas fezes do hospedeiro
ductos biliares onde ficam adultos, se alimentam
definitivo e as chuvas os arrastam até os riachos
de sangue e após oito semanas da infecção já
onde são liberados os miracídios que migram e
eliminam ovos.
penetram ativamente na partes moles dos
PPP - 3 a 4 meses
moluscos, formando então os esporocistos, que migram para a região pré-cordial e se
IMPORTÂNCIA
transformam em rédia I. Se o meio for favorável
PÚBLICA:
ele vira logo cercária, mas se não, como no
- Observar a proveniência das verduras e outros
caso de uma estiagem prolongada, o molusco
alimentos porque é passível de parasitar
se afunda na lama e só quando o meio se torna
humanos (zoonose).
EM
HIGIENE
E
SAÚDE
favorável é que seu metabolismo volta ao normal e a rédia se torna cercária. Essas são
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
semelhantes aos adultos e já apresentam
- As formas jovens migram no parênquima
cauda, saindo pelas partes moles do molusco e
hepático destruindo-o. É a fase aguda da
caindo na água. Dirigem-se então para o talo
doença.
submerso do capim da várzea onde se fixam,
- Os adultos provocam espoliação nos ductos
perdem a cauda e passam a metacercária que
biliares e na forma crônica da doença pode
possui uma substância cimentante que evita a
haver calcificação dos ductos biliares.
desidratação e aí sobrevive por anos. Quando
- Provoca perdas na produção animal e mortes
há estiagem, a lâmina dos rios desce e elas
muitas vezes pela migração das formas jovens,
ficam expostas, e assim são ingeridas pelos
sendo que por isso, o exame de fezes é
hospedeiros definitivos ao pastorear. No tubo
negativo, pois ainda não há eliminação de ovos.
digestivo desses animais as metacercárias perdem as carapaças de proteção e passam a
II - FAMÍLIA DICROCOELIIDAE DICROCOELIIDAE
ser formas jovens que penetram na mucosa
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MORFOLÓGICAS
- Posição anterior do ovário e testículo em relação ao útero. - Ceco mediano retilíneo. - Glândulas vitelínicas medianas ao corpo do parasito.
GÊNERO Eurytrema ESPÉCIE Eurytrema pancreaticum
Figura 157. Cercaria de Fasciola. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
155
Trematóides ______________________________________________________________________________________________
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos.
digestiva, esporocisto II. Formam-se então as cercárias (que saem do molusco com um muco) e essas se aderem ao talo do capim, que é ingerido
pelo
gafanhoto.
As
cercárias
atravessam o tubo digestivo e passam a metacercárias na cavidade celomática do gafanhoto, que é ingerido acidentalmente pelo hospedeiro
definitivo
ao
pastorear
e
as
metacercárias passam do intestino e vão se localizar nos ductos pancreáticos, onde se tornam adultos.
Figura 158. Eurytrema pancreaticum adultos.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Cecos
Testículos Ovários
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: 1-Moluscos
terrestres: Bradybaena similaris
tero
(caracol). 2-Gafanhoto: Conocephalus sp. LOCAL : Ductos pancreáticos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
Figura 159. Adulto de Eurytrema sp.
- Corpo grande. - Ventosa oral grande.
Apesar da destruição dos ductos pancreáticos é
- Esôfago curto.
questionada a sua ação tendo em vista que o
- Testículos bem separados e na mesma
animal não exterioriza a doença.
zona (mesmo plano horizontal). - Ovário posterior aos testículos.
SUBORDEM AMPHISTOMATA
- Cecos que não vão ao terço mediano do
SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA PARAMPHISTOMATOIDEA
corpo. - Acetábulo mediano.
CARACTERÍSTICAS
- Acetábulo terminal ou subterminal. CICLO BIOLÓGICO:
- Não são achatados e têm formato de pêra.
Os ovos saem nas fezes do hospedeiro definitivo e os moluscos ingerem esses ovos
FAMÍLIA PARAMPHISTOMATIDAE
que liberam o miracídio no seu intestino. Na
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
cavidade celomática forma-se esporocisto I e na _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
156
Trematóides ______________________________________________________________________________________________
- Testículos na mesma zona.
vegetação para se encistarem (quando em
- Porte médio à grande.
forma de cisto são chamadas metacercárias). O hospedeiro definitivo ingere as metacercárias ao
1 - GÊNERO Paramphistomum
pastorear e a membrana cística da metacercária
Paramphistomum c ervi ESPÉCIE Paramphistomum
se rompe liberando formas jovens do trematoda que se fixam na porção inicial do intestino delgado e rúmem. São mais patogênicos no
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos. HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
Molusco
aquático: Lymnaidae e Planorbidae.
\A
O Figura 161. Paramphistomum mostrando A – acetábulo ou ventosa ventral e O - Ventosa oral. intestino delgado que no rúmem. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Figura 160. Adultos de Paramphistomum
Os parasitos produzem diarréias fétidas e escuras e o animal fica muito debilitado.
LOCAL : Rúmem.
SUBORDEM STREGEATA
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA SCHISTOSOMATOIDE SCHISTOSOMATOIDEA A
-Não apresenta ventosa genital.
FAMÍLIA SCHISTOSOMATIDAE SCHISTOSOMATIDAE
CICLO BIOLÓGICO:
Os ovos saem nas fezes e liberam no meio
GÊNERO Schistosoma
ambiente o miracídio que vai à água penetrar no
ESPÉCIE Schistosoma mansoni
hospedeiro
Schisto- fenda / soma- corpo
intermediário
(molusco),
no
hepatopâncreas deste, passa a esporocisto I. Após, surgem as rédias que originam cercárias
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem.
e essas saem pelas partes moles do hospedeiro intermediário
e
na
água
procuram
uma
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
157
Trematóides ______________________________________________________________________________________________
HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
Molusco
aquático Biomphalaria e Planorbis.
ambiente aquático migram ativamente até penetrarem na pele íntegra do hospedeiro definitivo. Esse também pode se infectar
LOCAL: Veias mesentéricas e hepáticas.
bebendo água contaminada. A furcocercária no tubo digestivo perde a cauda, passa a adulto-
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: MORFOLÓGICAS:
jovem que se diferencia diferencia em macho e fêmea e
- Possui dimorfismo sexual.
pela circulação vai às veias mesentéricas e
- Fêmea filariforme fica dentro do canal c anal
intra-hepáticas.
ginecóforo do macho. - Macho mais grosso, com ventosas oral e ventral (em torno de 1 cm de comprimento).
Figura 163. Molusco Biomphalaria sp. PERÍODO PRÉ-PATENTE: 2,5 a 3 meses. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Figura 162. Macho (maior) e fêmea de
Algumas espécies ocorrem em roedores e
Schistosoma sp.
bovinos e suspeita-se que eles atuem como hospedeiros alternativos mantendo parasitos.
CICLO BIOL ÓGICO
Após a cópula a fêmea migra para ramos
IMPORTÂNCIA
menores das mesentéricas e lá fazem a postura.
PÚBLICA:
Os ovos possuem um espinho e uma substância
É importante o tratamento de fontes de água
EM
HIGIENE
e
SAÚDE
irritante da mucosa e por isso ele consegue chegar ao tubo digestivo e assim sair nas fezes. Quando isso ocorre no ambiente aquático, o miracídio penetra ativamente no hospedeiro intermediário (molusco) indo ao hepatopâncreas para formar esporocisto de 1ª geração e depois de
2ª
geração
e
ainda
cercárias
(furcocercárias ). Estas apresentam uma cauda bífida, saem do hospedeiro intermediário e no Figura 164. Ovo de Schistosoma sp. 100X _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
158
Trematóides ______________________________________________________________________________________________
natural, pois a água é o meio de infecção tanto para hospedeiro definitivo como para hospedeiro intermediário. No homem, os sintomas são: diarréia sanguinolenta e com muco, anorexia, sede anemia. PROFILAXIA:
Identificar os meses de população máxima de caramujos pela temperatura, não deixando que os bovinos fiquem expostos a extensões de água contaminada nessas ocasiões
.
Figura 165. Furcocercária de Schistosoma sp.
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159
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
PARTE PA RTE II
Cestóides
____________ ___________________ ______________ _____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ _____________ __________ ___ CLASSE CESTODA
perfusão).
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
FORMAS FORMAS DE ESCÓLEX:
- Apresentam formato de fita.
- Triangular.
- Têm corpo segmentado dividido em escólex
- Afilado.
(para fixação), colo e estróbilo (corpo que é
- Globoso.
dividido em proglotes).
- Com rostelo e ventosas sem ganchos.
- Hermafroditas.
- Com rostelo e ventosas com ganchos.
- Tamanho de corpo varia com o gênero de cestóide (de mm a metros).
FORMAS DE PROGLOTES:
- Obrigatoriamente parasitos de animais.
1-Jovem: Não se vê estruturas de reprodução.
- As formas adultas localizam-se no trato digestivo.
2-Maduro: Podem ser mais largos do que longos
- Necessitam pelo menos m enos um hospedeiro
ou o contrário, o aparelho genital pode ser
intermediário para completar o ciclo biológico.
simples ou duplo e ainda pode haver três
- Sistema digestivo ausente (alimenta-se por
testículos ou mais no mesmo proglote. O aparelho genital é constituído de ovários lobulados com um útero em forma de saco entre
Escólex
eles e glândulas vitelínicas abaixo, testículos espalhados na proglote, bolsa do cirro, canal deferente e o átrio genital.
Colo
Estróbilo
Figura 166. Divisão do corpo de um cestóide.
Figura 167. Cápsula ovígera contendo ovos com embrião no seu interior.
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160
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ 3-Grávido: podem ser mais largos do que longos ou o contrário, podem ter útero transversal com saculações horizontais ou útero horizontal com saculações
transversais
e
ainda
podem
apresentar cápsulas ovígeras com ovos no seu interior contendo um embrião hexacantor. Cysticercus
1,5 cm
TIPOS LARVARES:
1-CYSTICERCUS: vesícula semitranslúcida que
Figura 168. Forma larval cysticercus no
apresenta no seu interior um escólex, que está invaginado e que pode apresentar rostelo com ganchos ou não. Nesse tipo larvar o hospedeiro
Cysticercus que apresenta no seu interior
intermediário é vertebrado.Tamanho: 1 a 2 cm. 2-ESTROBILOCERCUS: 2-ESTROBILOCERCUS :
vesículas filhas com escólex ou escólex soltos e
Vesícula
semitranslúcida que apresenta um escólex evaginado, ou seja, um pescoço longo e pseudo-segmentado.
Nesse
tipo
larvar
o
hospedeiro intermediário é vertebrado.
interior vários escólex invaginantes. Nesse tipo larvar o hospedeiro intermediário é vertebrado. Vesícula
escólex
Nesse
invaginado.
rígida tipo
T. solium T. saginata T. hydatigena
No seu envoltório há uma membrana composta de proteínas, um epitélio germinativo e uma camada de reação do hospedeiro à presença da forma
larvar.
Nesse
caso
o
hospedeiro
SUBCLASSE EUCESTODA ORDEM CYCLOPHILIDEA CARACTERÍSTICAS
com
larvar
hospedeiro intermediário é invertebrado.
ESPÉCIE
a esse conjunto se dá o nome de areia hidática.
intermediário é vertebrado.
3-COENURUS: Vesícula que apresenta no seu
4-CYSTICERCÓIDE:
5-CISTO HIDÁTICO: Vesícula maior que o
o
-Quatro ventosas no escólex. -Fazem apólice (proglotes se desprendem e saem nas fezes).
HOSPEDEIRO DEFINITIVO Homem
HI
TIPO LARVAR LA RVAR
NOME NOME DA LARVA
Suíno
Cysticercus
Cysticercus celullosae
Musc. cardíaca e esquelética
Homem
Bovino
Cysticercus
Cysticercus bovis
Musc. cardíaca e esquelética
Cão
Ruminante,
Cysticercus Cysticercus tenuicollis
LOCALIZAÇÃO
Serosas
Suíno. Felinos
Roedores
T. serialis
Cão
Coelho
Coenurus
T. pisiformis
Cão
Coelho
Cysticercus
T. multiceps
Carnívoros
Herbívoros
Coenurus
T. taeniformis
Estrobilocercus Estrobilocercu s Cysticercus fasciolaris
Fígado e cavid. abdominal
Coenurus serialis
Tec.conjuntivo e serosas
Cysticercus pisiformis
Serosas, cavidade peritonial
Coenurus cerebralis
cérebro
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
161
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA TAINOIDEA
saem nas fezes para o meio ambiente. No meio
FAMÍLIA TAENIIDAE
ambiente ocorre a degradação das proglotes e
GÊNERO Taenia
liberação dos ovos que são dispersos pelo vento, aves, chuvas. O hospedeiro intermediário
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
se contamina ingerindo os ovos em alimentos
-Número de proglotes variável, muitos deles
contaminados e pela ação da bile libera o
grávidos.
embrião hexacantor de dentro do ovo que vai
-Aparelho genital simples.
pela corrente sanguínea até a musculatura
-Proglotes maduras mais largas do que altas.
esquelética
-Proglotes grávidas mais altas do que largas.
desenvolvimento da forma larvar (cysticercus).
-Todas as espécies apresentam rostelo com
O hospedeiro definitivo se contamina ingerindo
ganchos exceto T. saginata.
carne crua ou mal cozida (ou vísceras) do
-Testículos ocupando todo o parênquima interno
hospedeiro intermediário. No tubo digestivo do
* As formas adultas estão sempre no hospedeiro
hospedeiro definitivo ocorre a evaginação do
definitivo e as formas larvares sempre no
escólex e se fixa a mucosa do intestino delgado.
ou
cardíaca,
onde
ocorre
o
hospedeiro intermediário. 1 - ESPÉCIE T. solium CICLO BIOLÓGICO GERAL:
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem.
No intestino delgado do hospedeiro definitivo
HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Suínos.
ocorre a fecundação das proglotes maduras
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
gerando proglotes grávidas que se destacam e
- Útero com até 14 ramificações.
Figura 169 . Ciclo biológico da T. solium e T. saginata parasita do intestino delgado de humanos. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
162
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
Ventosa Coroa de ganchos
Figura 170. Cysticercus removido do tecido e corado. Observar a coroa de ganchos e ventosas.
Figura 171. T. saginata um parasita do intestino delgado de humanos. - Útero com 15 a 35 ramificações.
- Cabeça com rostelo de ganchos.
- Cabeça sem rostelo de ganchos.
- Adulto mede em torno de 3 metros de
- Mede em torno de 8 metros e possui mais de
comprimento com 800 a 1000 proglotes.
1000 proglotes.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
O homem pode se tornar o próprio hospedeiro
A presença da forma larvar na musculatura do
intermediário se ingerir acidentalmente os ovos.
animal leva a liberação parcial da carcaça ou até
A
se
seu descarte total, ou seja, têm importância
encaminhar para os olhos, cérebro e tecido
econômica grande já que é significativo em
subcutâneo
certas regiões do Brasil.
forma
larvar,
pela
circulação
podendo
levar
a
vai
alterações
patológicas como cegueira, nódulos no olho, transtornos neurológicos. Nos suínos infectados
CONTROLE:
com
-Congelamento da carne a – 5 C o por 4 dias.
cisticercos
os
sinais
clínicos
são
inaparentes.
-Cozimento da carne. -Sistema eficiente de esgotos.
IMP.HIGI IMP.HIGIENE ENE E SAÚDE PÚBLICA: PÚB LICA:
A defecação de seres humanos fora do vaso
3 - ESPÉCIE T. hydatigena
sanitário leva a disseminação dos ovos.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão. HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Ruminantes e
2 - ESPÉCIE T. saginata
suínos.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem. HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Bovinos. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS MORFOLÓGICAS: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
Figura 173. Ovos de Taeniidae. Figura 172. Cysticercus tenuicollis, forma larval da T. hydatigena.
OBS: A forma larval é o Cysticercus tenuicollis,
O verme adulto de quase 100 cm é encontrado
vulgarmente conhecido como “bolha d'água”.
no cão onde coloca seus ovos que vão ao meio ambiente com as fezes. O ovino ingere com a
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
pastagem os ovos contendo a oncosfera que é
Nos hospedeiros intermediários leva ao descarte
liberada e transportada pelo sangue ao cérebro
de vísceras com as formas infectantes.
ou medula espinhal onde desenvolve o estágio larval chamado de Coenurus cerebralis. Este, é
4 - ESPÉCIE T. taeniformis
um grande cisto (5 cm) cheio de líquido que
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felinos.
apresenta vários escólex na sua parede. E
HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Roedores.
conforme vai desenvolvendo-se vão aparecendo os sintomas clínicos no ovino como andar em
IMP.MED.VET:
círculos, alterações na postura, defeitos visuais,
A forma larvar determina achados clínicos e
paraplegias.
patológicos no fígado de roedores. PPP: 8 meses 5- ESPÉCIE Taenia multiceps
GÊNERO Echinococcus HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão e canídeos
ESPÉCIE Echinococcus granulosus
selvagens. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Ruminantes,
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão.
principalmente ovinos. IMP. MED. VET: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
164
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ FORMA FORMA A DULTA:
-Escólex e rostelo com ganchos. -Apresenta no máximo cinco proglotes. -É quase invisível a olho nu pelo seu pequeno tamanho (5 mm). CICLO BIOLÓGICO:
O hospedeiro definitivo infecta-se ao ingerir vísceras do hospedeiro intermediário contendo o cisto hidático (forma larval). As larvas originam adultos no tubo digestivo do cão. As proglotes grávidas cheias de ovos se destacam e vão ao
Figura 174. Areia hidática retirada do interior do cisto hidático. HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
meio ambiente com as fezes. Neste, os ovos se Animais
disseminam
e
o
hospedeiro
intermediário
infecta-se ingerindo os ovos nas pastagens ou
ungulados e homem.
em alimentos contaminados que dão origem às LOCAL:
larvas hexacantor que pelo sistema porta vão ao
Forma larvar no cérebro, fígado e pulmão.
fígado ou pela circulação vão ao pulmão e
Forma adulta no intestino de cães (permanece
cérebro.
por 5 a 6 meses). IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
A forma larvar no hospedeiro intermediário pode
VIABILIDADE VIABILIDA DE DOS OVOS OVOS: 21 dias
levar a obstrução de canais respiratórios, distúrbios no fígado (cirrose), cérebro e pulmão.
FORMA FORMA L ARVAR: Cisto hidático.
E se o cisto hidático se romper no hospedeiro CARACTERÍSTICAS
MORFOLÓGICAS
Figura 175. Adulto de Echinococcus granulosus 100X.
DA
intermediário esse pode morrer de choque, pois
Figura 176. Cisto hidático em fígado de ruminante. Observar a parede do cisto com várias vesículas filhas.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
165
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ foram liberados vesículas filhas e escólex.
da forma larvar e o hospedeiro definitivo se infecta ingerindo o hospedeiro intermediário. No
FAMÍLIA DAVAINEIDAE
tubo digestivo do hospedeiro definitivo as formas
GÊNERO Davainea
larvares se fixam no intestino delgado e
ESPÉCIE Davainea Davainea proglo tina
desenvolvem-se até adultos, onde acabam o desenvolvimento do seu ciclo biológico.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galináceos. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA: HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO: Moluscos
É um parasito bastante patogênico e as infecções podem levar a quadros de inflamação
terrestres.
intestinal nas aves levando a queda de produção (ganho de peso) gerando sérios
LOCAL : Forma adulta no duodeno.
prejuízos econômicos. FORMA FORMA L ARVAR: Cisticercóide.
GÊNERO Raillietina CARACTERÍSTICAS
MORFOLÓGICAS
DA
ESPÉCIE Railletina tetragona
FORMA FORMA A DULTA:
Railletina Railletina cisticillu s
-Corpo com poucas proglotes.
Railletina Railletina echinobo thrida
-Aparelho genital simples. -Ventosas com ganchos no escólex.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galináceos.
-Poro genital alterna o lado nas proglotes.
HOSPEDEIRO
-Cápsulas ovígeras com um ovo no seu interior.
terrestres, formigas e moscas.
INTERMEDIÁRIO: Moluscos
LOCAL : Forma adulta no duodeno. FORMA FORMA LA RVAR: Cisticercóide.
Figura 177. Adulto de Davainea proglotina.
CICLO BIOLÓGICO:
As proglotes grávidas vão ao meio ambiente
Figura 178. Ovo de Raillietina
com as fezes e o molusco ingere os ovos. No corpo desse molusco ocorre o desenvolvimento _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
166
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ CARACTERÍSTICAS
MORFOLÓGICAS
DA
-Corpo com muitas proglotes.
FORMA FORMA A DULTA:
-Presença de ventosas sem ganchos.
- Proglotes em formato de trapézio.
-Proglotes grávidas com cápsulas ovígeras
-Cápsulas ovígeras contendo de 6 a 18 ovos.
contendo ovos.
-Pode ou não apresentar rostelo. -Não se vê genitália.
SUBFAMÍLIA DILEPIDINAE
GÊNERO Dipylidium CICLO BIOLÓGICO:
ESPÉCIE Dipylidium caninum
As proglotes grávidas vão ao meio ambiente com as fezes e o molusco ingere os ovos. No
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão.
corpo desse molusco ocorre o desenvolvimento da forma larvar e o hospedeiro definitivo se
HOSPEDEIRO
infecta ingerindo o hospedeiro intermediário. No
(Ctenocephalides felis e C. canis) e piolho
tubo digestivo do hospedeiro definitivo as formas
(Trichodectes canis).
INTERMEDIÁRIO:
Pulgas
larvares se fixam no intestino delgado e desenvolvem-se até adultos.
LOCAL: Forma adulta no duodeno.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
FORMA FORMA L ARVAR: Cisticercóide.
As infecções podem levar a menor produtividade do
plantel,
menor
ganho
de
peso
conseqüentemente perdas econômicas.
e
CARACTERÍSTICAS
MORFOLÓGICAS
DA
FORMA FORMA A DULTA:
-Aparelho genital duplo. FAMÍLIA DILEPIDIDAE
-Proglotes com laterais dilatadas.
-Presença de rostelo retrátil com ganchos. CICLO BIOLÓGICO:
O cão infecta-se ao se coçar e lamber, quando acidentalmente
Figura 179. Adulto de Dipylidium caninum
ingere
a
pulga
contendo
Figura 180. Cápsula ovigera de Dipilydium contendo ovos
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
167
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ cisticercóide no seu interior. No intestino delgado
esse
hospedeiro
intermediário
é
FORMA LARVAR: Cisticercóide.
digerido e há liberação da forma larvar cisticercóide,
o
escólex
se
evagina,
se
CARACTERÍSTICAS
MORFOLÓGICAS
desenvolvem as proglotes e mais tarde as
FORMA FORMA A DULTA:
proglotes
-Corpo com poucas proglotes (máximo 13).
grávidas
saem
nas
fezes.
O
DA
hospedeiro intermediário se infecta ingerindo as
-Proglotes mais largas do que altas.
cápsulas ovígeras com os ovos ou com os ovos
-Aparelho genital simples.
e na cavidade celomática a larva se desenvolve.
-Rostelo com ganchos e ventosas sem ganchos. -Cápsulas ovígeras contendo ovos. CICLO BIOLÓGICO:
O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir o hospedeiro intermediário que contém a forma larvar. No tubo digestivo do hospedeiro definitivo ela se fixa no intestino delgado e desenvolve-se eliminando mais tarde, as proglotes grávidas que saem nas fezes. No ambiente o hospedeiro intermediário ingere os ovos que originam a
Figura 181. Ciclo de Dipylidium caninum
forma larvar.
IMP.MED.VET:
Há uma incidência grande em criações de cães. As proglotes ativas saem pelo ânus causando um prurido muito grande o que leva muitas vezes o cão a arrastar o traseiro no chão. Em casos
de
altas
infecções
pode
ocorrer
inflamação intestinal, diarréia e cólica.
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
A importância é nas criações extensivas onde as aves ficam em contato direto com o chão e conseqüentemente
com
minhocas.
infecções elevadíssimas leva a alterações como gastrenterite, queda no desenvolvimento das aves e da produção.
GÊNERO Am oeb oebot otaeni aenia a
FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE
ESPÉCIE Am oeb ot aeni a sp hen oi des
(Anoplo- desarmado/ cephalidae- cabeça)
HOSPEDEIRO
CARACTERÍSTICAS
DEFINITIVO:
Em
Galináceos
domésticos.
-Escólex globoso com ventosas bem visíveis e sem ganchos.
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Minhoca.
-Sem rostelo. -Útero no plano horizontal com saculações
LOCAL : Forma adulta no duodeno.
verticais.
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168
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ ESPËCIE An op lo cep hal a mag na SUBFAMÍLIA ANOPLOCEPHALINAE HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.
GÊNERO An Anop oplo lo cep cephal hala a ESPËCIE An op lo cep hal a per fo li ata
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos
(ácaros cryptostigmata).
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
Ácaros
LOCAL: forma adulta no intestino delgado e
oribatídeos = ácaros cryptostigmata).
grosso.
LOCAL: Forma adulta no intestino delgado e
FORMA LARVAR: cisticercóide.
grosso. CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:
-Estróbilo se destaca. -Corpo maior. -Não apresenta projeções digitiformes. -Ventosas que “olham” para cima. -Não se vê estruturas internas. -Proglotes empilhadas.
Projeções digitiformes
Figura 182. Porção anterior de A. perfoliata
FORMA LARVAR: Cisticercóide. CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:
-Estróbilo não se destaca. -Ventosas olham para as laterais. -Proglotes empilhadas. -Não se vêem estruturas internas. -2 pares de projeções digitiformes.
Figura 183. Anoplocephala magna.
GÊNERO Paranoplocephala ESPËCIE Paranoplocephala mamillana HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.
GÊNERO An Anop oplo lo cep cephal hala a _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
169
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
A
C
B
Figura 184. Ciclo biológico de Anoplocephalidae de eqüinos.
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:
(ácaros cryptostigmata).
-Fendas nas ventosas. -Ovário de um lado e testículos do outro.
LOCAL : forma adulta no intestino delgado ou
-Tamanho do corpo menor que Anoplocephala.
região pilórica do estômago. CICLO BIOLÓGICO GERAL: FORMA FORMA L ARVAR: cisticercóide.
As proglotes grávidas se destacam e vão ao solo com as fezes (A) os ovos liberados são ingeridos por ácaros (B) , no interior do ácaro se forma o cisticercóide. O ácaro é ingerido pelo eqüino há liberação do cisticercóide que fixa-se no intestino delgado tornando-se adulto (C). Um a dois meses após a ingestão de ácaros infectados com a forma larvar, os vermes adultos são encontrados no intestino dos eqüinos.
Figura 185. Ovo de
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Em infecções altas pode causar inflamação no
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170
Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ ponto de fixação do parasito (intestino delgado e grosso)
causando
obstrução
intestinal
FORMA LARVAR: cisticercóide.
e
raramente perfuração intestinal. Isso ocorre com
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:
mais intensidade em Anoplocephala perfoliata e
-Glândulas interproglotidianas espalhadas nas
quase
bordas das proglotes.
não
ocorre
em
Paranoplocephala
mamillana.
ESPÉCIE Moniezia benedeni FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.
GÊNERO Moniezia HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:
(ácaros cryptostigmata).
-Escólex com ventosas bem visíveis. LOCAL: Forma adulta no intestino delgado.
-Pescoço fino e longo. -Aparelho genital duplo. -Atinge 4,5 a 6 metros.
FORMA FORMA L ARVAR: Cisticercóide.
ESPÉCIE Moniezia expansa
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.
-Glândulas interproglotidianas comprimidas no terço mediano das bordas das proglotes.
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos CICLO EVOLUTIVO GERAL: GERAL:
(ácaros cryptostigmata).
As proglotes grávidas ou ovos são eliminados LOCAL : Forma adulta no intestino delgado.
nas fezes e no pasto são ingeridos por ácaros e nesses se desenvolvem as formas larvares. O hospedeiro definitivo se contamina ingerindo
Escólex
Figura 186 . Moniezia, anoplocephalidae de ruminantes.
Figura 187. Ovos de Moniezia.
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Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________
Figura 188. Ciclo biológico de Anoplocephalidae de ruminantes.
acidentalmente os ácaros nas pastagens. As
LOCAL: Forma adulta no ducto biliar e
formas adultas se fixam no intestino delgado
pancreático.
onde ocorre maturação e fecundação das proglotes.
FORMA FORMA L ARVAR: Cisticercóide.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA:
Embora sejam pouco patogênicos, em grandes
-Franjas na borda posterior de cada proglote.
infecções de cordeiros jovens pode levar a
-Aparelho genital duplo.
redução do peso corporal reduzindo assim a qualidade da lã. SUBFAMÍLIA THYSANOSOMINAE THYSANOSOMINAE
GÊNERO Thysanosoma ESPÉCIE Thysanosoma actinioides HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Ácaros.
Figura 189. Proglotes franjados de Th sano sanoso soma ma
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Cestóides
____________________________________________________________________________ ________________________________ ______________________________________________________________ __________________ CICLO BIOLÓGICO:
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÁRIA: VETERINÁRIA:
As proglotes grávidas são eliminadas nas fezes
A infecção leva a obstrução do ducto biliar
onde ocorre a liberação dos ovos. No pasto são
levando a icterícia e até colangite.
ingeridos por ácaros e nesses se desenvolvem as
formas
larvares
(cisticercóides).
O
hospedeiro definitivo contamina-se ingerindo acidentalmente os ácaros nas pastagens. As formas larvares vão via corrente sanguínea ao ducto biliar e pancreático, onde ocorre o desenvolvimento, maturação e fecundação das proglotes.
Figura 190. Thysanosoma actinioides adulto.
Figura 191. Ovos de Thysanosoma sp. Fora da cápsula ovígera.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
Nematóides
___________________________________________________________________________ _____________________________________ _________________________________________________________ ___________________ 173 CLASSE NEMATODA
FILO NEMATHELMINTHES ORDEM STRONGYLIDA FAMILIA STRONGYLIDAE Strongylus
FAMILIA SYNGAMIDAE Stephanurus Syngamus
ORDEM OXYURIDA
ORDEM ASCARIDIDA
ORDEM SPIRURIDA
FAMÍLIA OXYURIDAE
FAMÍLIA ASCARIDIIDAE
FAMÍLIA PHYSALOPTERIDAE
FAMÍLIA DIOCTOPHYMATIDAE
Oxyuris Passalurus Syphacia
Asc ari dia
Physaloptera
Dioctophyma
FAMÍLIA HETERAKIDAE
FAMÍLIA THELAZIIDAE
FAMÍLIA TRICHURIDAE
Heterakis
FAMÍLIA ANCYLOSTOMATIDAE Anc ylo st om a Bunostomum
FAMÍLIA CHABERTIDAE Chabertia Oesophagostomum
FAMILIA TRICHOSTRONGYLIDAE Cooperia Ostertagia Teladorsagia Trichostrongylus Haemonchus
FAMÍLIA ASCARIDIDAE Asc aris Parascaris Toxascaris Toxocara
FAMÍLIA ACUARIIDAE
Thelazia Oxyspirura
ORDEM ENOPLIDA
Capillaria Trichuris
FAMÍLIA SPIROCERCIDAE Asc aro ps Physocephalus Spirocerca
FAMÍLIA HABRONEMATIDAE Habronema
Cheilospirura Dispharynx
FAMÍLIA ONCHOCERCIDAE FAMÍLIA SUBULURIDAE Subulura
Dirofilaria Dipetalonema Onchocerca Setaria
FAMILIA DICTYOCAULIDAE Dictyocaulus Nematodirus
FAMILIA ANGIOSTRONGYLIDAE ANGIOSTRONGYLIDAE Aelu ros tr ong ylu s Ang ios tr ong ylu s
FAMILIA METASTRONGYLIDAE Metastrongylus
FAMILIA PROTOSTRONGYLIDAE Muellerius
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
ORDEM RHABDITIDA FAMILIA STRONGYLOIDIDAE Strongyloides
174
Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________
PARTE III
Nematóides
____________ __________________ ____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _____________ ____________ _____________ ______________ ______________ _______ FILO NEMATHELMINTOS CLASSE NEMATODA CARACTERÍSTICAS
- Vermes de corpo cilíndrico. - Simetria bilateral. - Dupla camada de membranas. - Músculos
lisos
segmentados
entre
as
membranas. - Pode apresentar cristas, espinhos ou asas (essas podem ser cefálicas, cervicais ou caudais). - Sistema digestivo completo (boca, vestíbulo oral, lábios, esôfago, faringe, intestino e ânus ou abertura anal). - Dimorfismo sexual (embora existam fêmeas partenogenéticas). TIPOS DE BOCAS, VESTÍBULOS ORAIS E LÁBIOS
- Boca simples, com coroa franjada ou ainda
Figura 192. Alguns exemplos de esôfago de nematóides.
com espinhos ou dentes (para hematófagos).
-Com abertura anal no final do corpo.
- Vestíbulo oral simples, com lamelas ou com
-Com abertura anal no meio do corpo.
dentes. - Trilabiada, bilabiada ou com interlábios.
SISTEMA SISTEMA GENITAL FEMININO: FEMININO:
É composto por dois ovários, dois ovidutos, um TIPOS DE ESÔFAGO
útero, uma vagina e uma vulva. Quanto ao tipo
-Simples ou filariforme.
de útero podem ser:
-Oxiuriforme (com bulbo posterior).
1.Opistodelfas: útero voltado para a parte
-Rabditiforme (com istmo e bulbo).
posterior do corpo.
-Com bulbo anterior.
2.Prodelfas: útero voltado para a parte anterior
-Com dois bulbos.
do corpo.
-Com divertículo.
3.Anfidelfas: útero dividido, sendo que os ovários ficam um para cada lado do corpo.
TIPOS DE INTESTINO _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
175
Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ 4.Mesodelfas: útero faz uma volta, onde os
(que são estruturas quitinizadas para condução
ovários quase se tocam.
do sêmen à abertura genital e que podem ser simples, com ganchos ou ornamentados), um
SISTEMA SISTEMA GENITAL MASCULINO:
gubernáculo (que orienta os espículos durante a
É composto por dois testículos, dois canais
cópula) e 1 bolsa copuladora com raios bursais.
deferentes, um canal ejaculador, dois espículos
Essa é dividida em troncos (para abraçar a fêmea): 1. Tronco ventral: dois troncos para cima. 2. Tronco lateral: três troncos para trás. 3. Tronco dorsal: três troncos para trás. FORMA INFECTANTE PARA O HOSPEDEIRO
A maioria dos nematóides infecta por L3. TIPOS DE OVOS
1. Simples. 2. Operculado. 3. Bioperculado. 4. Larvado. Figura 193. Estrutura de um macho de nematóide.
1
2
3
4
Figura 195. Tipos de ovos de nematóide. A casca apresenta três camadas: 1. Membrana de fertilização: responsável pela secreção da casca. É a parte mais interna. Figura 194. Estrutura de uma fêmea de nematóide.
2. Membrana lipoídica
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176
Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ 3. Membrana protéica: só aparece em alguns
GÊNERO Strongyloides
helmintos e esses ficam mais resistentes à
ESPÉCIE – Strongyloides sp.
condições ambientais ( ex: Ascarídeos).
Strongy- redondo/ oides- forma
OBS : os ovos podem ser encontrados em fezes,
urina e expectoração brônquica.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: S. westeri: westeri : Eqüinos.
TIPOS DE FÊMEAS
S. ransomi: Suínos.
1.Ovovivíparas: Postura de ovos com embrião
S. papillosus: Bovinos.
ou larva formada (na hora da postura).
S. stercoralis: stercoralis : Homem, cão e gato.
2.Ovíparas: Postura de ovos no 1° estágio (sem segmentação).
LOCAL: Intestino delgado
3.Vivíparas: fêmeas fazem postura de larvas. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: OBS: A resistência da larva é devido a sua
cutícula. Em cada muda ela perde a cutícula e
-Tamanho muito pequeno ( ♀ parasitas menores
ganha outra, a não ser na passagem de L2 para
que 1 cm).
L3, pois aí a L3 retém a cutícula da L2 ficando
-Fêmeas partenogenéticas, com boca trilabiada,
com duas e se tornando assim mais resistente
sem cápsula bucal e com esôfago claviforme.
às condições do meio ambiente.
-Ovário e útero anfidelfos (alças p/ lados diferentes) e no 2° quarto do corpo.
FORMAS DE INFECÇÃO
-Larvas com esôfago filariforme, ocupando um
-Picada de mosquito.
terço do tamanho do corpo.
-Ingestão de ovos.
-Aparecem ovos por todo o corpo da fêmea.
-Ingestão de larvas.
-Ovo larvado com 50 a 60 micras.
-Ingestão do HI. -Infecção cutânea (penetração). O desenvolvimento de L3 a adulto pode ser de várias formas: Alguns ficam no tubo digestivo e ali se desenvolvem; alguns se desenvolvem fixados à mucosa; e outros vão a circulação indo se desenvolver nos órgãos. ORDEM RHABDITIDA SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA RHABDITOIDEA FAMÍLIA STRONGYLOIDIDAE STRONGYLOIDIDAE
Figura 196. Ovo larvado de Strongyloides. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ através da ingestão de alimentos contaminados aonde a L3 chega ao tubo digestivo e no intestino rompe a parede, passa para a circulação e repete o ciclo. Também pode haver contaminação placentária. 2 - Heterogômico ou indireto : Em condições
ambientais ideais a L1 segue o caminho que dará origem a L3 (forma infectante) ou origina formas não infectantes, ou seja, L1, L2, L3, L4 e L5 que amadurecem, vão a adultos de vida livre e copulam gerando formas parasitárias (fêmeas partenogenéticas). PPP- 15 à 25 dias IMP.MED.VET:
Atingem
exclusivamente
animais
jovens
Figura 197. Ciclo biológico de Strongyloides sp. OBS: Só as fêmeas partenogenéticas são
(primeiros meses de idade), podendo afetar
parasitas. Essas são triplóides e possuem
localizada (que pode ser purulenta), tudo
esôfago filariforme. Machos são haplóides e
depende do número de larvas e do local de
fêmeas de vida livre são diplóides e produzem
penetração. A passagem pelo pulmão pode
indivíduos triplóides. Esses possuem esôfago
causar processos inflamatórios (pneumonia) e
rabditiforme (ocupa ¼ do corpo).
as formas adultas que estão nas vilosidades
fêmeas em lactação. A penetração das larvas na pele causa irritação, inflamação local e dermatite
intestinais
promovem
a
erosão
destas
CICLO BIOLÓGICO:
provocando infecção e levando a enterite
1 - Homogômico ou direto: Em condições
catarral, que apresenta muito catarro e muco.
ambientais favoráveis a L1 vai a L2 e L3 dentro
Pode gerar também aumento do peristaltismo
ou fora do ovo. O hospedeiro definitivo se
intestinal provocando diarréia, má absorção
contamina através da penetração das larvas L3
alimentar,
na pele e essas ganham as arteríolas, coração,
diminuição do desenvolvimento dos animais
pulmão e nos bronquíolos a L3 passa a L4 e vai
jovens. Em casos graves leva a morte do
aos brônquios, traquéia, laringe, onde são
animal.
deglutidas caem no tubo digestivo e passam a
Período pré-patente- 15- 25 dias.
desidratação
o
que
acarreta
L5 (larvas jovens) desenvolvendo-se as fêmeas partenogenéticas. Outra forma de infecção é _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
178
Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ OBS : Utiliza-se para diagnóstico a técnica
-Macho com um espículo e asa caudal.
MACMASTER
-Ovos operculados, ovais e amarelados.
no caso de S. westeri, S.
ransomi e S. papillosus. Já para diagnosticar S. stercoralis utiliza-se a técnica de BAERMAN que
procura larvas, pois os ovos são postos num estágio mais avançado. ORDEM OXYURIDA SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA OXYUROIDEA OXYUROIDEA FAMÍLIA OXYURIDAE
-Boca trilabiada. -Esôfago oxyuriforme ou rabditiforme. Figura 199. Adulto de Oxyuris.
GÊNERO Oxyuris ESPÉCIE - Oxyuris equi HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Intestino grosso CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho médio ( ♀ - 4 a 15 cm, ♂ - 0,9 a 1,2 cm).
.
CICLO BIOLÓGICO: A - Ovo com L3 é ingerido. B,C – Larva liberada no intestino. D – passa a L4 e L5 (adultos). E - Fêmea migra até o ânus onde deposita ovos
na
região
perianal
com
uma
substância
cimentante.
PPP = Quatro a cinco meses.
-Esôfago oxyuriforme, com istmo longo. -Cauda terminando em forma de chicote. -Fêmeas com muitos ovos por toda a extensão do corpo.
B,C
E
A D
Figura 200. Ciclo biológico de Oxyuris equi. Figura 198. Ovo de Oxyuris equi
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ Obs: Larvas podem eclodir e voltar ao intestino
LOCAL: Cecos.
grosso – retroinfecção.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
-Tamanho pequeno – 4 a 15 mm.
As formas jovens são mais patogênicas,
-Boca trilabiada.
principalmente as L3 que penetram na mucosa
-Esôfago bulbiforme.
levando à inflamações intestinais (enterite)
-Machos
seguidas de diarréia. A substância colocada
tamanhos diferentes, uma ventosa pré-cloacal e
com o ovo na região perianal provoca um
asa caudal na extremidade posterior. Também
prurido intenso e o animal se coça, se
apresenta papilas pré-cloacais, cloacais e pós-
machucando e podendo perder pelo.
cloacais.
ORDEM ASCARIDIDA
CICLO BIOLÓGICO:
-Apresentam papilas pré-cloacais, cloacais e
Ciclo direto, sem migração. No ceco, as fêmeas
pós-cloacais.
fazem a postura de ovos (com uma célula e
apresentam
dois
espículos
de
casca espessa) e esses saem com as fezes SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA A SCARIDOIDEA SCARIDOIDEA
para
o
meio
ambiente.
Ocorre
o
FAMÍLIA HETERAKIDAE
desenvolvimento de L1 dentro do ovo (passa a
GÊNERO Heterakis
L2 e L3) e o HD se infecta ingerindo os ovos
ESPÉCIE - Heterakis Heterakis gallinarum
com a forma infectante (L3). No tubo digestivo da ave, que também pode ingerir minhocas que
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves.
mantém larvas L3 em seus tecidos, a L3 é liberada e vai ao ceco. Uma parte das larvas
H. PARATÊNICO (de transporte): Minhoca.
penetra profundamente na mucosa cecal e outra fica nas criptas do epitélio cecal fazendo as mudas para L4 e L5 e depois passando a adultos.
Figura 201. Adultos de Heterakis gallinarum
Figura 202. Ovo de Heterakis sp.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ fêmea faz a postura dos ovos que são levados PPP = 4 semanas.
ao meio ambiente com as fezes. No interior do ovo em condições de temperatura e umidade
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
adequadas há a formação da L1, L2 e L3.
As larvas podem causar espessamento de mucosa cecal causando pequenas inflamações.
IMP.MED.VET:
As larvas ao se alimentarem da mucosa podem
É um dos helmintos mais comuns de aves. Um
ingerir e depois transmitir um protozoário
grande número de parasitas pode obstruir o
chamado Histomonas meleagridis (ou ele entra
intestino e causar a morte da ave. Geralmente é
na formação do ovo). É patogênico para perus
grave em animais jovens (até três meses de
jovens por isso não se recomenda recomenda criar perus
idade).
em terrenos já utilizados por galinhas. FAMÍLIA ASCARIDIIDAE
SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA ASCARIDOIDEA
GÊNERO - As Ascar carid id ia
FAMÍLIA ASCARIDIDAE
ESPÉCIE: Ascaridia galli
SUBFAMÍLIA ASCARIDINAE
GÊNERO As Ascar caris is HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves. CARACTERÍSTICAS: LOCAL: Intestino delgado.
- São parasitos de animais jovens porque interferem no crescimento e no ganho de peso.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- Os ovos têm casca muito espessa e isso os
-Tamanho médio ( ♀ - 6 a 12 cm, ♂ -1 a 2 cm).
torna extremamente resistentes no solo. - O ovo não é atingido por desinfetantes.
-Esôfago claviforme.
- A fêmea coloca até 20.000 ovos por dia.
-Ovos semelhantes so de Heterakis. -Boca trilabiada. -Machos apresentam dois espículos de mesmo tamanho
e
extremidade
uma
ventosa
posterior.
pré-cloacal
Também
na
apresenta
papilas pré-cloacais, cloacais e pós-cloacais. -A cauda nos machos termina abruptamente. CICLO BIOLÓGICO:
O ciclo evolutivo é direto (sem migração). A ave
ESPÉCIE Ascaris lumbricoides HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem. LOCAL: Intestino delgado.
GÊNERO As Ascar caris is ESPÉCIE Ascaris suum
ingere o ovo com a L3 (estádio infectante). A L3 eclode no intestino delgado onde passam a L4 e
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos.
adultos (Machos e fêmeas). Há a cópula e a _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ LOCAL: intestino delgado. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho grande ( ♀ - 20 a 40 cm,♂ -15 a 25 cm). -Vagina no terço anterior.
-Fêmeas terminam em cauda romba e machos possuem 2 espículos. -Boca trilabiada. Figura 204. Ciclo biológico de Ascaris suum. quando sai nas fezes não está larvado (B) , mas para ser infectante precisa ocorrer a formação da L3 (Larva 3) no seu interior (C). PPP = 2 meses. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
As larvas podem causar pneumonia transitória (pulmão),
anemia
do
leitão
e
manchas
esbranquiçadas que condenam o fígado e que representam inflamação. Os vermes adultos Figura 203. Ovo de Ascaris suum.
podem levar a obstrução intestinal e icterícia, o que também pode levar a condenação da
CICLO BIOLÓGICO:
Os suínos se infectam ao ingerirem (E) o ovo com membrana dupla contendo L3, ou ao ingerir hospedeiros
paratênicos
(minhocas
ou
besouros) contendo a L3 que é liberada no tubo digestivo (intestino principalmente ceco). A L3 penetra na mucosa (F), por via linfática vai aos
carcaça. Há importância em suínos jovens pois leva a diminuição no ganho de peso levando a um prolongamento no período de engorda.
GÊNERO Parascaris ESPÉCIE Parascaris Parascaris equoru m
linfonodos e pela veia porta vai ao fígado (G), coração e pulmão (H) via circulação. A muda
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.
para L4 ocorre nos alvéolos, a larva (L4) vai à glote (I) é redeglutida e no intestino delgado elas
LOCAL: Intestino delgado.
se alojam fazendo o resto das suas mudas (L5) e se tornando adultos. As fêmeas fazem a
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
postura e os ovos saem nas fezes (A). O ovo _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Tamanho grande – ( ♀ - 20 a 50 cm,♂ -15 a 28
GÊNERO Ne Neoascari oascaris s (Toxocara) cm).
ESPÉCIE - Neoascaris Neoascaris vitulo rum
-Machos possuem asa caudal. -Boca trilabiada com interlábios.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO – Bovídeos. Bovídeos.
PPP: Um a três meses.
LOCAL – Intestino Intestino delgado. delgado. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho grande – ( ♀ - 22 a 30 cm,♂ -15 a 26 cm).
-Cor esbranquiçada. -Cabeça mais estreita que o corpo. -Boca trilabiada. -Ovos com 60 a 100 µm. CICLO – Semelhante ao do Ascaris.
Figura 205. Adultos de Parascaris
SUBFAMÍLIA TOXOCARINAE
GÊNERO Toxocara CICLO: Semelhante ao do Ascaris suum.
ESPÉCIE - Toxocara canis
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães.
Pode ocasionar cólica e obstrução no intestino delgado de potros.
LOCAL : intestino delgado. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho médio ( ♀ - 9 a 18 cm,♂ - 4 a 10 cm). -Esôfago claviforme. -Boca trilabiada. -Asa cervical longa e estreita. -Apresentam ventrículo esofagiano. -Macho tem uma projeção digitiforme na cauda. ESPÉCIE - Toxocara cati
Figura 206. Boca trilabiada de _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Gatos. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felinos e caninos. LOCAL : Intestino delgado. LOCAL: Intestino delgado. CARACTERÍSTICAS:
-Tamanho médio – ( ♀ - 2 a 10 cm,♂ - 2 a 7 cm). -Esôfago claviforme. -Boca trilabiada. -Asa cervical. -Não apresentam ventrículo esofagiano. Figura 207. Ovo de Toxocara CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho médio ( ♀ - 4 a 12 cm,♂ - 3 a 7 cm). -Esôfago claviforme. -Boca trilabiada. -Asa cervical larga e curta. -Apresentam ventrículo esofagiano.
Figura 209. Ovo de Toxascaris sp.
CICLO
BIOLÓGICO
GERAL
DE
TOXOCARINAE:
As fêmeas fazem a postura dos ovos que saem nas fezes e forma-se a L1, L2 e L3 dentro do ovo. O HD se infecta de 4 maneiras: 1) Via oral - o hospedeiro definitivo ingere o ovo
com a forma infectante, que é liberada no tubo digestivo e penetra na mucosa do intestino Figura 208. Adultos de Toxocara canis.
delgado e pela circulação porta vai ao fígado, depois coração e alvéolos pulmonares, onde faz a muda para L4, chega a glote sendo deglutida
GÊNERO Toxascaris
e indo novamente ao intestino, onde muda para
ESPÉCIE - Toxascaris Toxascaris leonina
L5 e torna-se adulta. Esse é o ciclo de Loss (ou
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ hepatotraqueal) que ocorre em cães jovens (até
migração pulmonar no filhote por essa via.
três meses), pois em cães adultos as larvas chegam ao pulmão como L3 e pegam a
4) Via hospedeiros paratênicos - Pode haver
circulação de retorno para o coração e são
contaminação através da ingestão de roedores e
bombeadas pela aorta para diferentes partes do
aves (no caso de cães) e outros animais (no
corpo onde mantêm-se ativas por anos.
caso de gatos).
PPP = Quatro a cinco semanas.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
A ingestão do ovo com a L3, no caso de 2) Via transplacentária - Em fêmeas gestantes
Toxocara, pelo homem faz com que essa larva
as larvas passam pelo sangue arterial podendo
passe pelo fígado e desencadeie reações de
contaminar o feto. Se a cadela contaminar-se
corpo
antes da gestação e possuir as larvas na
hepáticas conhecidas como larvas migrans
musculatura,
alterações
visceral. Em cães a infecção pode levar à
hormonais elas podem ser reativadas e
pneumonia, enterite mucóide e até oclusão
contaminar o feto. É a forma de contaminação
parcial ou completa do intestino, e nos casos
mais importante nos cães, mas em gatos não
mais raros, perfuração com peritonite.
em
função
das
estranho,
podendo
causar
lesões
ocorre. 3) Via transmamária - As fêmeas passam as
larvas aos filhotes através do leite. Não há
Figura 211. Cão com aparência típica de infecção por ascarídeo.
ORDEM STRONGYLIDA SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA STRONGYLOIDEA STRONGYLOIDEA
-Macho
com
bolsa
copuladora
que
se
movimenta para auxiliar o movimento da cópula. -Ovos de casca dupla e fina com várias células no seu interior (ovo morulado). FAMÍLIA STRONGYLIDAE
Figura 210. Ciclo biológico de Toxocara canis.
CARACTERÍSTICAS:
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Presença de cápsula bucal. -Presença de esôfago claviforme. S. e ui uinus nus
SUBFAMÍLIA STRONGYLINAE
-Cápsula bucal com formato subglobular. -Adultos hematófagos. Figura 214. Da Esquerda para direita: Cápsula bucal de Strongylus edentatus, S. equinus e S. vulgaris.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Tamanho de pequeno a médio ( ♀ - 2 a 2,5
•
cm, ♂ - 1 a 1,6 cm).
Figura 212. Adultos de Strongylus.
•
Adultos hematófagos.
Cápsula bucal grande, com coroa franjada,
•
apresentando dois dentes arredondados e um GRANDES STRONGYLÍDEOS:
ducto da glândula esofagiana.
GÊNERO Strongylus
•
ESPÉCIE: Strongylus vulgaris
•
Esôfago claviforme.
Machos com bolsa copuladora e 2 espículos
de tamanho médio. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.
•
Fêmeas terminando afiladamente.
LOCAL: Intestino grosso.
Figura 213. Cápsula bucal de Strongylus vulgaris.
Figura 215. Ciclo biológico de Strongylus.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ CICLO BIOLÓGICO:
O hospedeiro definitivo ingere a L3 nas pastagens ou na água contaminada. No intestino delgado a larva perde a bainha de proteção e vai ao intestino grosso penetrar na mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). Vai então à íntima da artéria mesentérica e atravessa a art. mesentérica anterior (cranial) fazendo aí as mudas para L4 e L5 e formando nódulos e lesões chamadas de arterite. Quando
Figura 217. Ovo de Strongylus sp. Pode-se contar os blastômeros
a L5 se desprende, atravessa a parede do
mesentérica anterior são responsáveis por
ceco/cólon caindo na luz intestinal. Nesse local
tromboembolias que levam a cólicas, o que
ocorre a diferenciação sexual (machos e
pode até matar o animal por hemorragia interna
fêmeas). Após a cópula as fêmeas colocam os
pelo rompimento da artéria.
ovos que saem nas fezes e se desenvolvem no ESPÉCIE: Strongylus equinus
meio ambiente.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Intestino grosso. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho de pequeno à médio ( ♀ - 3,5 a 5,5
Figura 216. L3 de Strongylus vulgaris obtida de coprocultura.
PPP = Seis a sete meses. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
É a espécie mais patogênica para eqüinos, porque
os
nódulos
formados
na
artéria
Figura 218. Cápsula bucal de Strongylus equinus.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________
cm, ♂ - 2,5 a 3,6 cm).
-Adultos hematófagos. -Cápsula bucal grande, com coroa franjada e apresentando três dentes pontiagudos (sendo um deles com ponta bífida) e um ducto da glândula esofagiana. -Esôfago claviforme. -Ovos medindo 98 µm de comprimento. CICLO BIOLÓGICO:
O hospedeiro definitivo ingere a L3 nas pastagens ou na água contaminada. No intestino delgado a larva perde a bainha de proteção e vai ao intestino grosso penetrar na
Figura 219. Cápsula bucal de S. edentatus. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
mucosa (pode penetrar no delgado mesmo).
-Tamanho de pequeno a médio ( ♀ - 3,3 a 4,4
Atinge então a subserosa formando nódulos e
cm, ♂ - 2,3 a 2,8 cm).
após 11 dias atinge a cavidade peritonial (já como L4) e migra para o fígado onde provoca lesões. Após ± 3 meses, vai ao intestino grosso como L5 e aí amadurece virando adulto com 260 dias. Após a postura os ovos saem nas fezes e se desenvolvem em meio ambiente. PPP = 9 meses. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Dependendo da quantidade de L3 ingerida o animal pode apresentar emagrecimento, dor, cólica devido a função hepática ou pancreática estar anormal. ESPÉCIE - Strongylus edentatus HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Intestino grosso.
-Adultos hematófagos. -Cápsula bucal grande, com coroa franjada, um ducto da glândula esofagiana e sem apresentar dentes. -Esôfago claviforme. CICLO BIOLÓGICO:
O Hospedeiro definitivo ingere a L3 nas pastagens ou na água contaminada. No intestino delgado a larva perde a bainha de proteção e vai ao intestino grosso penetrar na mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). Vai assim pela circulação porta ao fígado (após 11 a 18 dias) e depois de 9 semanas migram pelo ligamento hepático formando nódulos, nesse local fazem mudas para L4 e L5. Vão então à cavidade peritonial, penetram na mucosa do ceco
e
cólon
onde
aparecem
nódulos
hemorrágicos e após 3 a 5 meses já estão no lúmem para que haja cópula, postura e liberação
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ dos
ovos
nas
fezes
com
posterior
desenvolvimento desses no meio ambiente.
-Cápsula bucal de tamanho médio, com coroa franjada, ducto da glândula esofagiana e com lâminas serrilhadas no fundo da cápsula.
PPP = Três a cinco meses. CICLO BIOLÓGICO: IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
Não migratório, os adultos também são
Dependendo da quantidade de L3 ingerida o
hematófagos.
animal pode apresentar emagrecimento, dor,
Não há muitas informações sobre o ciclo de
cólica
desenvolvimento deste parasito.
ocasionados
pela
função
hepática
anormal e pelos nódulos no ceco/cólon. PEQUENOS STRONGYLÍDEOS:
GÊNERO Triodontophorus
SUBFAMÍLIA - CYATHOSTOMINAE
ESPÉCIE - Triodontophorus sp. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Intestino grosso. LOCAL: Intestino grosso. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho pequeno (Menores que 1,5 cm).
-Tamanho de pequeno a médio ( ♀ - 2,5 cm, ♂ -
-Não são hematófagos.
1,8 cm).
-Cápsula bucal de formato retangular e com parede espessa, com coroa franjada dupla,
-Adultos hematófagos.
Figura 220. Cápsula bucal de
Triodontophorus sp.
Figura 221. Cápsula bucal de um pequeno estrôngilo.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ ducto da glândula esofagiana e com lâminas no fundo da cápsula.
FAMÍLIA SYNGAMIDAE
-Esôfago claviforme. CARACTERÍSTICAS: CICLO BIOLÓGICO:
-Parasitas que vivem em permanente cópula.
Após serem ingeridas, as L3 infectantes
-Formato de taça.
penetram nas glândulas do intestino grosso (ceco e cólon) e migram dentro da mucosa. O
SUBFAMÍLIA SYNGAMINAE
hospedeiro
GÊNERO Syngamus
forma
um
foco
de
células
inflamatórias ao redor das larvas. As larvas mudam
para
L4
dentro
desses
ESPÉCIE - Syngamus trachea
nódulos
inflamatórios na segunda semana da infecção e
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves
emergem para o lúmem um a dois meses depois para
amadurecerem
(L5).
Em
animais
reinfectados as L4 permanecem nos nódulos por
HOSPEDEIRO
PARATÊNICO:
Minhocas,
moluscos.
vários meses, o que é conhecido como hipobiose larval estimulada pela imunidade do
LOCAL: Traquéia.
animal. Os ovos começam a aparecer nas fezes 6 a 14 semanas na primo infecção e 12 a 18 semanas na reinfecção. No ambiente as larvas passam a L1- L2- L3 em quatro a cinco dias (250C e 70% umidade).
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho pequeno ( ♀ - 0,6 a 4 cm, ♂ - 0,2 a 0,6 cm).
-Cápsula bucal em forma de taça com coroa IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
franjada e dentículos em sua base.
Esta infecção pode produzir diarréia, cólica e
-Esôfago claviforme e bem musculoso.
ocasionalmente morte. Na necrópsia pode ser
-Aparecem sempre em cópula, sendo que o
observada inflamação no ceco e cólon, com numerosas larvas dentro da mucosa. A patogenicidade é baixa.
Fêmea
Macho
Figura 222. Nódulos na mucosa do intestino grosso com pequenos estr estrôn ôn ilos ilos..
Figura 223. Macho e fêmea de Syngamus trachea.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ macho apresenta bolsa copuladora forte e quitinizada com dois espículos de tamanho curto e a fêmea termina afiladamente. -A abertura vulvar é no meio do corpo. CICLO BIOLÓGICO:
Adultos na traquéia copulam e a fêmea faz a postura
dos
expectorados
ovos. para
o
Estes
podem
ser
meio
ambiente
ou
deglutidos e então eliminados com as fezes do hospedeiro. Há o desenvolvimento da L1, L2 e
Figura 225. Adultos de Syngamus trachea na traquéia de uma ave.
L3 no interior do ovo. Há a eclosão da L3 para o meio ambiente. O hospedeiro definitivo pode se
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
infectar de três maneiras: (A) ingerindo o ovo
Em aves jovens a infecção é mais grave. Há
com a L3. (B) ingerindo a L3 livre no ambiente.
formação de mucosidade que pode obstruir a
(C)
paratênico
traquéia e brônquios e matar por asfixia. No
infectado com a L3. As L3 ingeridas pelo
ponto onde os vermes se fixam há formação de
hospedeiro definitivo libertam-se de sua cutícula,
um nódulo cheio de pús que pode se
atravessam a parede intestinal (D), e pela
transformar em abscesso causando obstrução
circulação atingem o fígado, coração e pulmões
da traquéia. As aves apresentam-se com
(E). Nos pulmões perfuram os capilares dos
dispnéia, intranqüilidade, bico aberto e pescoço
alvéolos e vão aos bronquíolos, brônquios e
espichado como se tentassem deglutir algo.
traquéia (F) onde mudam para L4 e L5 (adultos).
Pode ocorrer pneumonia.
ingerindo
um
hospedeiro
SUB FAMÍLIA STEPHANURINAE
GÊNERO Stephanurus ESPÉCIE - Stephanurus Stephanurus dentatus HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos. LOCAL: Gordura peri-renal. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho pequeno à médio ( ♀ - 2,8 a 4,5 cm, ♂ Figura 224. Ciclo biológico do Syngamus
- 2 a 3 cm).
trachea.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Cápsula bucal em forma retangular, com duas
gorduroso ou em comunicação dos cistos com
projeções cuticulares anteriores, com coroa
ureteres por canalículos.Os ovos vão ao meio
franjada e dentículos em sua base.
ambiente com a urina (J).
-Esôfago claviforme e bem musculoso. -Os machos apresentam bolsa copuladora com
2) PERCUTÂNEA - As larvas L3 penetram na
raios curtos e atrofiados e dois espículos curtos,
pele escarificada (C) e fazem migração para os
a fêmea termina afiladamente.
pulmões onde se tornam L4, vão à aorta, fígado
-A abertura vulvar é no meio do corpo.
(E) (leva 40 dias) onde migram por três a nove
meses, após passam a L5. Da cápsula de Glisson elas vão ao tecido gorduroso perirenal (F) onde se tornam adultos, que ficam
acasalados
em
cistos
no
próprio
tecido
gorduroso ou em comunicação dos cistos com ureteres por canalículos. Os ovos vão ao meio ambiente com a urina (J). 3) PRÉ-NATAL - Quando as larvas L5 caem na cavidade peritonial ocorre esse tipo de infecção. Figura 226. Adultos de Stephanurus dentatus em um ureter.
PPP = 9 meses. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA:
CICLO BIOLÓGICO:
Os ovos saem na urina e no solo eclodem em 24 a 48 horas. A L3 se desenvolve em três a
É uma doença de animais adultos, pois os leitões são abatidos com seis meses de idade.
cinco dias e o hospedeiro definitivo se contamina de 4 maneiras: 1) ORAL – O suíno ingere a L3 (A) no ambiente ou a minhoca (B) serve como hospedeiro de transporte para L3 e o suíno ao ingerir a minhoca se contamina. Na parede do estômago (D) a larva faz sua muda para L4 e vai então ao
fígado(E) (em três dias) onde fica migrando por 3 a 9 meses, após passa a L4 e L5. Da cápsula de Glisson elas vão ao tecido gorduroso perirenal (F) onde se tornam adultos, que ficam acasalados
em
cistos
no
próprio
tecido Figura 227. Ciclo biológico de Stephanurus
dentatus. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ Além disso, ocorre mais em animais criados em
-Presença
de
vesícula
cervical
bem
piquetes. A presença de cistos comprime os
desenvolvida e asa cervical pouco desenvolvida.
ureteres o que compromete o rim. Pode ainda
Apresentam papilas cervicais
atingir outros órgãos como medula.
-Machos com bolsa copuladora contendo dois espículos de tamanho médio -Fêmeas terminando afiladamente
PROFILAXIA:
Deve-se
manter
os
animais
em
locais
cimentados, limpos com comedouros mantidos no alto evitando dessa maneira que os animais urinem nesses locais. Recomenda-se abate dos animais infectados. FAMÍLIA CHABERTIDAE SUBFAMÍLIA OESOPHAGOSTOMI OESOPHAGOSTOMINAE NAE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Cápsula bucal retangular e pequena. -Dilatações cuticulares. -Presença de vesícula cefálica.
GÊNERO Oesophagostomum
Figura 228. A- Vesícula cefálica BVesícula cervical e C - Asa cervical de O.
ESPÉCIE - Oesophagostomu Oesophagostomu m radiatum
radiatum.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos.
ESPÉCIE - Oesophagostomum columbianum
LOCAL: Intestino grosso.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Caprinos e ovinos.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
LOCAL: Intestino grosso.
-Tamanho pequeno ( ♀ - 1,6 a 2,2 cm, ♂ - 1,4 a 1,7 cm).
-Cápsula bucal muito pequena, com coroa franjada dupla e vesícula cefálica (ou colar
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho pequeno ( ♀ - 1,4 a 1,8 cm, ♂ - 1,2 a 1,7 cm).
cefálico).
-Cápsula bucal muito pequena, com coroa
-Esôfago claviforme
franjada dupla e vesícula cefálica. -Esôfago claviforme.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Presença
de
vesícula
cervical
pouco
-Cápsula bucal muito pequena, com coroa
desenvolvida e asa cervical bem desenvolvida.
franjada dupla, vesícula cefálica e papilas
Apresentam papilas cervicais.
cefálicas.
-Machos com bolsa copuladora contendo 2
-Esôfago claviforme.
espículos de tamanho médio.
-Presença de vesícula e asa cervical pouco
-Fêmeas terminando afiladamente.
desenvolvida. -Apresentam papilas cervicais. -Machos com bolsa copuladora e dois espículos de tamanho médio e fêmeas terminando afiladamente. CICLO
BIOLÓGICO
GERAL
DOS
OESOPHAGOSTOMUM:
O hospedeiro definitivo ingere as L3 e essas penetram na mucosa de qualquer parte do intestino delgado ou grosso e ficam envoltas em nódulos evidentes, onde se dá a muda para L4. As L4 emergem para a superfície da mucosa e migram para o cólon onde se desenvolvem até adultos. Figura 229. A- Cápsula bucal B- Coroa franjada e C – Vesícula cervical de O.
PPP = 45 dias.
columbianum
Ovo
ESPÉCIE - Oesophagostomu Oesophagostomu m dentatum HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos. LOCAL: Intestino grosso.
Figura 230. Ciclo biológico de
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho pequeno ( ♀ - 1,1 a 1,4 cm, ♂ - 0,8 a 1 cm).
Oesophagostomum sp.
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
Patologia mais ou menos acentuada. Os
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ nódulos
na
parede
do
intestino
são
contaminados por bactérias.
-Parasitos hematófagos e vorazes. -Curvatura na extremidade anterior, no sentido dorsal. SUBFAMÍLIA ANCYLOSTOMINAE CARACTERÍSTICAS
-Cápsula bucal subglobular e com dentes. -Esôfago claviforme e musculoso.
GÊNERO An Ancy cylo lo st om a ESPÉCIE An cy lo st om a can in um
Figura 231. Nódulos contendo larvas de
Oesophagostomum sp.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães.
OBS : CICLO DE VIDA LIVRE (para grandes
estrongilideos,
pequenos
estrongilideos
LOCAL : Intestino delgado.
e
oesophagostominae). Os ovos são eliminados
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
nas fezes e no meio ambiente (de acordo com
-Tamanho pequeno (1 a 2 cm) e se apresenta
condições
curvado dorsalmente.
de
umidade
e
temperatura)
desenvolvem-se. No solo o ovo se rompe e a L1
-Cápsula bucal subglobular grande e que
em locais de alta umidade (solo úmido e
apresenta três pares de dentes no seu topo.
vegetação densa) cresce e troca de cutícula
-Esôfago claviforme e bem musculoso.
passando à L2, que cresce e ao fazer a muda para L3 retém a cutícula da L2 e forma outra, possuindo assim uma cutícula dupla e mais rugosa. Essa L3 contamina as pastagens e águas próximas. L1: apresenta um bulbo posterior. L3: o bulbo desaparece. SUPER FAMÍLIA A NCYLOSTOMATOIDEA NCYLOSTOMATOIDEA FAMÍLIA ANCYLOSTOMIDAE
Figura 232. Cápsula bucal de Ancylostoma CARACTERÍSTICAS
caninum.
-Presença de cápsula bucal na extremidade anterior.
ESPÉCIE - An cy lo st om a br azil ien se
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ definitivo por quatro vias: HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães.
1) ORAL – o hospedeiro definitivo ingere a L3 ao LOCAL : Intestino delgado.
lamber-se e essa penetra nas glândulas gástricas e intestinais onde faz muda para L4 e
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
quando chega ao lúmem passa a adulto, que se
-Tamanho pequeno e se apresenta curvado
fixa na mucosa do intestino delgado. É o ciclo
dorsalmente
direto.
-Cápsula bucal subglobular grande e que apresenta 2 pares de dentes, sendo um grande
PPP = ± 2 semanas.
e um pequeno . -Esôfago claviforme e bem musculoso.
2) PERCUTÂNEA - As larvas penetram na pele
-Machos com bolsa copuladora e 2 espículos de
do hospedeiro definitivo e migram pelos vasos
tamanho
terminando
sanguíneos ou linfáticos indo ao coração e
afiladamente. As fêmeas apresentam abertura
depois ao pulmão, atingem os alvéolos (passam
vulvar no meio do corpo.
a L4) os perfuram voltando então à glote e
médio
e
fêmeas
sendo redeglutidas. No tubo digestivo ocorre a CICLO BIOLÓGICO GERAL:
penetração
nas
glândulas
gástricas
ou
Vermes Hematófagos. Fêmeas fazem postura,
intestinais (passam a L5) e quando chegam ao
os ovos saem nas fezes e em condições ideais
lúmem passam à adultos ficando fixados na
de desenvolvimento há liberação de L1, L2 e L3.
mucosa do intestino delgado.
Isso ocorre em 5 dias e a L3 vai ao hospedeiro PPP = Duas a três semanas.
3) TRANSPLACENTÁRIA – As larvas em fêmeas gestantes migram através da circulação e pela placenta contaminam os filhotes, nesses, elas vão ao coração, pulmão, alvéolos e são redeglutidas. No tubo digestivo penetram em glândulas gástricas e intestinais onde fazem a muda para L4. Quando chegam ao lúmem mudam para L5 e adultos, que ficam fixados na mucosa do intestino delgado. Os ancilóstomos só chegam a maturidade quando o filhote nasce e após 10 a 12 dias já há ovos nas suas fezes. PPP = Duas a três semanas.
Figura 233. Ciclo biológico de Ancylostoma caninum. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________
SUBFAMÍLIA B UNOSTOMINAE UNOSTOMINAE CARACTERÍSTICAS
-Cápsula bucal não tão subglobular (mais retangular). -Presença de estruturas cortantes chamadas de lancetas.
Figura 234. Vermes adultos de Ancylostoma no intestino de cão. Fonte: Daniel Roulim 4) TRANSMAMÁRIA - As larvas nas fêmeas migram para os vasos sanguíneos e linfáticos e ao
chegarem
à
irrigação
das
glândulas
mamárias contaminam os filhotes pelo leite. As larvas
no
tubo
digestivo
desses
filhotes
penetram nas glândulas gástricas ou intestinais
Figura 235 Larva migrans cutânea transmitida pelo Ancylostoma.
e mudam para L4. Quando vão ao lúmem passam a L5 e adultos que ficam fixados na mucosa do intestino delgado.
GÊNERO: Bunostomum ESPÉCIE: Bunostomum phlebotomum phlebotomum
PPP = Duas a três semanas. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos. IMP.HIGIEN IMP.HIGIENE E E SAÚDE SA ÚDE PÚBLICA:
A
ancilostomose
é
uma
zoonose
pois
LOCAL : Intestino delgado.
normalmente em as larvas podem penetrar pela pele íntegra e ficar migrando nesse local causando reação inflamatória. É a chamada larva migrans c utânea. utânea.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho pequeno ( ♀ - 1,6 a 1,9 cm, ♂ - 1 a 1,2 cm).
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
-Se apresentam curvados dorsalmente.
Os parasitos são hematófagos e podem causar
-Hematófagos.
a morte dos animais por anemia microcítica
-Cápsula bucal semi-retangular grande com dois
hipocrômica (hemácias menores e menos
pares de placas quitinizadas no seu topo e 2
coradas).O sangue ingerido não é metabolizado
pares de lancetas na sua base.
e sim reabsorvido no duodeno, fazendo com que
-Esôfago claviforme e bem musculoso.
as fezes fiquem diarréicas e mais escuras. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Machos com bolsa copuladora e 2 espículos de
1) ORAL - o - o hospedeiro definitivo ingere a L3 e
tamanho levemente alados.
essa
-As fêmeas apresentam abertura vulvar anterior
intestinais, faz muda para L4 e quando chega ao
a metade do corpo.
lúmem vai a adulto, que se fixam na mucosa do
penetra
nas
glândulas
gástricas
e
intestino delgado. É o ciclo direto. PPP = pouco menos de dois meses.
2) PERCUTÂNEA - As larvas penetram na pele do hospedeiro definitivo e migram pelos vasos sanguíneos ou linfáticos indo ao coração e depois ao pulmão. Após, atingem os alvéolos Figura 236. Extremidade anterior de
Bunostomum sp.
ESPÉCIE - Bunostomum trigonocephalum HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Caprinos e ovinos. LOCAL : Intestino delgado. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Tamanho pequeno ( ♀ - 1,9 a 2,6 cm, ♂ - 1,2 a 1,7 cm).
-Se apresentam curvados dorsalmente. -Cápsula bucal semi-retangular grande com 2 pares de placas quitinizadas no seu topo e 1 par de lancetas na sua base. -Esôfago claviforme e bem musculoso. CICLO BIOLÓGICO GERAL:
Os ovos saem nas fezes e com condições ideais de desenvolvimento há liberação de L1, L2 e L3. Isso ocorre em 5 dias e a L3 vai ao HD por 2 vias:
(passam a L4) e os perfuram voltando então à glote e sendo redeglutidas. No tubo digestivo ocorre a penetração nas glândulas gástricas ou intestinais (passam a L5) e quando chegam ao lúmem se transformam em adultos onde permanecem fixados na mucosa do intestino delgado. PPP = 2 meses. IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
Como são parasitos hematófagos causam anemia principalmente em animais jovens. O sangue ingerido não é metabolizado e sim reabsorvido no duodeno, fazendo com que as fezes fiquem diarréicas e mais escuras. PROFILAXIA
Manter os animais em locais limpos e separados por idade. SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA TRICHOSTRONG TRICHOSTRONGYLOIDEA YLOIDEA FAMÍLIA TRICHOSTRONG TRICHOSTRONGYLIDAE YLIDAE CARACTERÍSTICAS:
- Nematódeos delgados delgados e pequenos. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Tamanho muito pequeno – ( ♀ - 0,3 a 0,8 cm, ♂ - 0,2 a 0,6 cm).
-Extremidade anterior afilada sem cápsula bucal. -Sem papilas cervicais. -Poro excretor situado normalmente em uma fenda visível na extremidade anterior. -Machos
com
bolsa
copuladora
bem
desenvolvida e 2 espículos desiguais, com forma e tamanhos diferentes. Um dos espículos
Figura 237. Adultos de Bunostomum sp.
é grosso e o outro fino.
- Cápsula bucal pequena ou ausente. - Macho
com
bolsa
copuladora
bem
desenvolvida. - Espículos curtos e grossos.
-Presença de gubernáculo. -Raio dorsal no meio da bolsa. ESPÉCIE - Trichostrongylus colubriformis
- Ciclo monoxeno. - Infecção passiva por L3.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ovinos, caprinos e
bovinos.
GÊNERO Trichostrongylus
LOCAL: Intestino delgado CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Pequenos e delgados (0,2 a 0,8 cm).
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Sem cápsula bucal. -Poro excretor situado normalmente em uma
-Tamanho muito pequeno ( ♀ - 0,5 a 0,8 cm, ♂ -
fenda visível na extremidade anterior.
0,4 a 0,7 cm).
-Sem papilas cervicais.
-Extremidade anterior afilada sem cápsula bucal.
-Machos
apresentam
espículos
fortes
e
-Poro excretor situado normalmente em uma
gubernáculo. PPP - 15 a 23 dias. ESPÉCIE - Trichostrongylus axei HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Estômago (eqüinos). CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Figura 238. Trichostrongylus sp. adultos.
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ fenda visível na extremidade anterior.
Papilas cervicais
-Sem papilas cervicais. -Machos
com
bolsa
copuladora
bem
desenvolvida e 2 espículos de forma e tamanhos iguais. -Presença de gubernáculo. -Raio dorsal no meio da bolsa.
Figura 240. Extremidade anterior de Haemonchus sp. ESPÉCIE - Haemonchus Haemonchus con tortus – Ovina. H. placei – Bovinos.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes LOCAL: Abomaso CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Extremidade anterior afilada e com pequena cápsula bucal.
Figura 239. Bolsa copuladora de Trichostrongylus sp.
-Presença
de
duas
papilas
cervicais
proeminentes e espiniformes. -Machos com bolsa copuladora com raio dorsal
GÊNERO Haemonchus
em posição assimétrica e em forma de forquilha
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Maior que os outros da família – ♂ - 0,1 a 1,2 cm e ♀- 1,8 a 3,0 cm. -Cápsula bucal pequena com um fino dente ou lanceta. -Com duas papilas cervicais. -Machos
com
lobo
dorsal
pequeno
e
assimétrico. PPP - 26 a 28 dias.
Figura 241. Adulto de Haemonchus sp.
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ (y).
LOCAL: Abomaso. CARACTERÍSTICAS:
-Presença de duas papilas cervicais. -Machos com bolsa copuladora com raio dorsal em posição assimétrica e em forma de taça (arqueado). -Espículos de ponta fina e presença de gubernáculo. -As fêmeas apresentam um apêndice na região Figura 242 . Vulva de Haemonchus -Espículos de ponta fina e presença de gubernáculo. -As fêmeas apresentam um apêndice na região vulvar, que pode ser linguiforme (grande e proeminente ou pequeno em forma de botão). ESPÉCIE - Haemonchus Haemonchus simili s HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.
vulvar, que pode ser linguiforme ou em forma de botão. SINAIS CLÍNICOS:
1) Haemoncose hiperaguda: É pouco comum, mas pode ocorrer em animais susceptíveis expostos a infecção maciça repentina. A enorme quantidade de parasitos provoca anemia, fezes de cor escura e morte súbita, devida a uma aguda perda de sangue. Há uma gastrite hemorrágica intensa. 2) Haemoncose aguda: Ocorre principalmente em animais jovens susceptíveis com infecções intensas. A anemia pode ocorrer rapidamente, mas há resposta eritropoiética da medula óssea. A
anemia
vem
acompanhada
da
hipoproteinemia e edema (papada) e produz a morte. 3) Haemoncose crônica: Muito comum e de importância econômica. A enfermidade se produz por uma infecção crônica com um número baixo de parasitos (100 - 1000). A morbidade é de 100% mas a mortalidade é baixa. A anemia e hipoproteinemia podem ser Figura 243. Bolsa copuladora de Haemonchus sp.
graves dependendo da capacidade eritropoiética
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ do animal e de suas reservas metabólicas
LOCAL : Intestino delgado.
nutricionais. * OBS: Na necropsia o animal tem mucosas e
CARACTERÍSTICAS:
pele pálidas, hidrotórax, ascite e caquexia.
-Tamanho muito pequeno – ( ♀ - 0,5 a 1,2 cm, ♂
OBS: A hipobiose é um fenômeno caracterizado
- 0,4 a 0,7 cm).
pela inibição ou retenção do desenvolvimento e
-Extremidade anterior afilada.
serve para sincronizar o desenvolvimento do
-Dilatações cuticulares cefálicas.
parasito com as condições do hospedeiro e do
-Machos
ambiente.
desenvolvida,
Alguns
trichostrongilídeos
são
com
bolsa
com
copuladora
espículos
capazes de fazer hipobiose, assim como D.
dentes na asa.
viviparus e D. filaria. Os principais fatores que
-Ausência de gubernáculo.
estimulam esta hipobiose são temperatura,
-Aspecto de vírgula.
nutrição e também resistência .
-Hematófagos.
GÊNERO Cooperia
PPP- 17 a 22 dias.
CARACTERÍSTICAS:
ESPÉCIE -Cooperia punctata
bem
apresentando
-Dilatações cuticulares cefálicas. -Não apresentam gubernáculo.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.
ESPÉCIE - Cooperia pectinata
LOCAL: Intestino delgado.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes.
CARACTERÍSTICAS:
-Tamanho muito pequeno – ( ♀ - 0,8 a 1,2 cm, ♂ Espículos Dilatações cuticulares cefálicas
Figura 244 . Bolsa copuladora e espículos de macho de Cooperia sp.
Figura
245
Cooperia.
Extremidade
anterior
de
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Presença de gubernáculo.
- 0,6 a 0,9 cm).
-Machos
-Extremidade anterior afilada. com
bolsa
bolsa
copuladora
bem
desenvolvida contendo espículos iguais, curtos,
-Dilatações cuticulares cefálicas. -Machos
com
copuladora
bem
desenvolvida, com espículos sem dentes na asa, mas com uma escavação.
bifurcados ou trifurcados. -Papilas cervicais presentes. -Vulva recoberta por uma expansão cuticular chamada de processo vulvar.
-Ausência de gubernáculo.
-A L4 invade a mucosa do abomaso fazendo hipobiose. OBS:
Figura 246. Adultos de Cooperia.
GÊNERO Ostertagia Figura 247. Adultos de Ostertagia sp.
GÊNERO Teladorsagia Ostertagia
semelhantes,
e
Teladorsagia
as
espécies
são de
parasitam bovinos e as de
muito
Ostertagia Teladorsagia
Espículos Gubernáculo
parasitam ovinos e caprinos. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Teladorsagia – Ovinos Ostertagia - Bovinos
LOCAL: Abomaso CARACTERÍSTICAS:
-Tamanho muito pequeno ( ♀ - 0,8 a 1,2 cm, ♂ -
Figura 248. Bolsa copuladora de Ostertagia sp.
0,6 a 0,9 cm).
-Extremidade anterior afilada. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ LOCAL: Estômago. CARACTERÍSTICAS:
-Tamanho muito pequeno– ( ♀ - 0,5 a 0,9 cm, ♂ - 0,4 a 0,6 cm).
-Extremidade anterior afilada. -Esôfago alongado. -Papilas cervicais. -Machos
com
bolsa
copuladora
bem
desenvolvida com espículos iguais, curtos e gubernáculo em forma de agulha. Figura 249. Ciclo biológico de Ostertagia sp.
-Papilas pré-bursais.
1.O. ostertagi tem os espículos terminando em
três processos em forma de gancho. 2. O. lyrata é muito semelhante à O. ostertagi. 3. O. trifurcata os espículos terminam com uma
ponta forte.
Figura 251. Adultos de Hyostrongylus.
CICLO
BIOLÓGICO
GERAL
DOS
TRICHOSTRONGILIDEOS:
Os ovos saem nas fezes (B) e vão ao meio ambiente. Figura 250. Lesão por Ostertagia sp. no abomaso
Em
condições
favoráveis
de
temperatura e umidade as larvas L1 se desenvolvem. A L1 liberada no conteúdo fecal se alimenta de organismos em decomposição e
GÊNERO Hyostrongylus
passa a L2 e L3 (formadas em 7 dias após a postura). As chuvas dispersam a L3, que é a forma infectante. Os hospedeiros definitivos se
ESPÉCIE - Hyostrongylus rubidus
contaminam ao ingeri-las. No rúmen (A) do animal as larvas perdem a bainha e se dirige ao
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos.
local de ação (abomaso ou intestino delgado) (C) onde passam a L4 e L5 e se tornam adultos.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________
1) Trichostrongylus - quando a infecção é elevada eles podem alterar o pH do abomaso e como conseqüência aumentar o crescimento bacteriano, promovendo diarréia e em casos mais graves a diarréia pode vir a ser negra e fétida.
Se
não
tratados
pode
ocorrer
desidratação e até morte, levando a impactos negativos na produção. 2) Haemonchus - o hábito hematófago causa Figura 252. Ciclo biológico da maioria dos trichostrongilídeos.
anemia principalmente em animais jovens,
Fixam-se no local, copulam e então a fêmea faz
barbela pela perda de albumina devido a lesões
a postura.
no abomaso. A morte é freqüente em ovinos
podendo em casos graves causar edema de
porque quando o número de parasitos é elevado elas ingerem 250 ml de sangue por dia. Ocorre
PPP = 21 dias.
no mínimo queda da qualidade da lã (fica OBS: As larvas migram verticalmente para a
quebradiça).
ponta do capim quando há umidade suficiente, mas os raios ultravioletas e a falta de umidade
3) Ostertagia, Teladorsagia - os parasitos
podem matar as larvas e por isso nas horas
causam
mais quentes elas descem para se proteger.
condições são desfavoráveis como épocas de
lesões
no
abomaso
quando
as
muito calor. A L3 paralisa seu desenvolvimento OBS: Haemonchus e Ostertagia possuem uma
no inverno e no verão seu metabolismo fica
fase histiotrófica, que é quando a larva penetra
defeituoso, não absorvendo o alimento. O
no abomaso (A) (glândulas gástricas) após ela
animal perde peso e pode chegar à morte
muda e retorna para a luz intestinal (C) fazendo
mesmo com exames de fezes negativos, já que
a última muda (L4 - L5) e se torna adulta.
as larvas são formas imaturas e são elas que causam as lesões.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
Quanto maior o número de animais por hectare
4) Cooperia - o contato com as vilosidades
de
de
intestinais causam irritação, aumentando o
ocorrerem às infecções. Os animais jovens são
peristaltismo e prejudicando assim a absorção.
mais susceptíveis pois os adultos adquirem uma
Isso leva a diarréia e efeitos negativos na
certa imunidade. Bovinos e ovinos podem ter
produção do animal.
pastagem,
maior
a
probabilidade
vários gêneros de parasitos ao mesmo tempo. CONTROLE CONTROLE DA VERMINOSE: VERMINOSE: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ As vermifugações devem ser feitas nos meses
- Raio bursal da bolsa copuladora se bifurca no
de seca porque as larvas têm decréscimo de
ápice (forma de y)
crescimento já que o capim está mais baixo e os raios atingem as larvas matando-as e também
ESPÉCIE - Dictyocaulus viviparus
porque não há chuva suficiente para disseminar os ovos. Esse período ainda coincide com o
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos.
maior número de parasitos dentro do hospedeiro e
sem
pasto
para
ele
se
equilibrar
LOCAL: Brônquios e bronquíolos.
nutricionalmente. Com esse tratamento os animais entram nos meses de chuva com um
CARACTERÍSTICAS:
baixíssimo índice de parasitismo.
-Tamanho pequeno ( ♀ - 6 a 8 cm, ♂ - 4 cm). -Boca trilabiada.
FAMÍLIA DICTYOCAULIDAE
-Esôfago filariforme.
SUB FAMÍLIA DICTYOCAULINAE
-Raio bursal da bolsa copuladora em forma de v.
CARACTERÍSTICAS:
-Raios bursais bem desenvolvidos com alguns raios fusionados. -Espículos curtos e reticulados (grossos e iguais). -Ciclo
direto
(ausência
de
hospedeiro
intermediário). -Extremidade anterior com papilas cefálicas.
GÊNERO Dictyocaulus ESPÉCIE - Dictyocaulus arnfield HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. LOCAL: Brônquios e bronquíolos. CARACTERÍSTICAS:
Figura 253. Postura de um animal parasitado por Dictyocaulus viviparus.
ESPÉCIE: Dictyocaulus filaria HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ovinos e caprinos.
-Tamanho pequeno ( ♀ - 4,3 a 6,8 cm, ♂ - 2,5 a 4,3 cm).
-Boca trilabiada. -Esôfago filariforme.
LOCAL: Brônquios e bronquíolos. CARACTERÍSTICAS:
-Tamanho pequeno. -Boca trilabiada.
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Esôfago filariforme. -Raio bursal da bolsa copuladoraem forma de v.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
Mais patogênico para ovinos do que bovinos, a dictiocaulose é uma infecção respiratória devida
CICLO BIOLÓGICO GERAL:
A
postura
dos
ovovivíparas)
é
ovos
nos
(fêmeas
respiratório, gerando produção de muco e
bronquíolos que podem ser expelidos para o
proliferação de bactérias. Causa brônquio
ambiente
nasal.
pneumonia (a respiração se altera, aumenta-se
Normalmente os ovos são deglutidos e no tubo
os movimentos abdominais). O animal fica em
digestivo ocorre a eclosão da L1, que sai nas
posição
fezes (A) e se alimenta de bactérias. Passa a L2
afastados, pescoço esticado para frente e boca
e depois L3, que não perde a cutícula de L2. O
aberta. Pode levar a morte.
cavidade
oral
brônquios
a ação irritativa do parasita no epitélio
e
pela
feita
larvados
ou
ortopnéica:
membros
anteriores
hospedeiro definitivo infecta-se ao ingerir a L3 nas pastagens, e a mesma é liberada no estômago e penetra na mucosa (M) do intestino delgado
ganhando
preferencialmente
a
circulação linfática. Nos gânglios linfáticos ocorre a muda para L4 e essa vai para o coração e pulmão onde penetra no parênquima pulmonar passando a L5. A L5 vai aos brônquios e bronquíolos sofrer a maturação sexual e postura.
Figura 255. Dictyocaulus sp. adultos em brônquio. Fonte: Carlos Luiz de Oliveira
SUBFAMÏLIA NEMATODIRINAE NEMATODIRINAE
GÊNERO Nematodirus
Figura 254. Ciclo biológico de Dictyocaulus viviparus.
PPP = 2 meses.
Figura 256. Adultos de Nematodirus.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ desidratação. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes. ORDEM SPIRURIDA LOCAL: Intestino delgado.
SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA HA BRONEMATOIDEA FAMÍLIA HABRONEMATIDAE
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Vermes finos de aproximadamente 2cm.
GÊNERO: Habronema
-Ovos grandes e ovais.
ESPÉCIE - Habronema muscae
CICLO: Típico da família Trichostrongylidae.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: eqüinos. HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
moscas
(principalmente Musca domestica). LOCAL: Estômago. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
-Boca bilabiada -Tamanho pequeno ( ♀ - 1,3 a 2,2 cm, ♂ - 0,8 a 1,4 cm).
Figura 257. Ciclo biológico de Nematodirus.
-Cápsula bucal bem desenvolvida e com 2 paredes curtas e retas.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
-Machos têm cauda espiralada, asa caudal,
Provoca uma atrofia das vilosidades intestinais
papilas pedunculadas e um espículo cinco vezes
(não penetra na mucosa) ocasionando diarréia e
maior que o outro. ESPÉCIE - Habronema Habronema micros toma HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
Moscas
(principalmente Stomoxys calcitrans). LOCAL: Estômago. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Figura 258. Ovo de Nematodirus sp. _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________ _________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ -Tamanho pequeno.
-Ovos embrionados de casca fina.
-Boca bilabiada. -Cápsula bucal bem desenvolvida e com dois
CICLO BIOLÓGICO GERAL: GERAL:
dentes atrás dela promovendo um afunilamento.
Os ovos saem nas fezes já com as L1 e são
-Machos têm cauda espiralada, asa caudal,
ingeridos pelos hospedeiros intermediários que
papilas pedunculadas e um espículo duas vezes
são as larvas das moscas. À medida que a
maior que o outro.
mosca se desenvolve, o helminto também o faz e assim a pupa tem a L2 e o adulto a L3 em suas glândulas salivares. As moscas vão ao lábio do eqüino se alimentar de resíduos alimentares, a larva pela probóscida da mosca ou o eqüino pode ingeri-la acidentalmente. Pode ocorrer das moscas caírem nos bebedouros. No tubo digestivo do eqüino há a digestão da mosca e a L3 é liberada no estômago e penetra nas glândulas estomacais sofrendo a muda para
Figura 259. Ovo de Habronema sp.
L4 e depois voltam à luz, onde fazem a muda para L5 e atingem a maturidade.
GÊNERO Draschia
PPP = 2 meses.
ESPÉCIE - Draschia megastoma IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA: HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.
D. megastoma é a mais patogênica por ter
preferência pela região glandular do estômago e HOSPEDEIRO
INTERMEDIÁRIO:
Moscas
(principalmente Musca domestica).
isso induz à formação de tumores fibrosos na região fúndica (há eliminação de ovos dentro deles). Quando muito grave pode ocorrer
LOCAL: Estômago (geralmente em nódulos na
septicemia e até morte. Enquanto esta espécie
parede do estômago, raramente livres).
está em nódulos, as outras estão livres no estômago, só provocando irritação ou no
CARACTERÍSTICAS:
máximo gastrite catarral crônica com formação
-Tamanho pequeno.
de muco, o que prejudica a digestibilidade.
-Boca bilabiada. -Cápsula bucal bem desenvolvida e afunilada,
** HABRONEMOSE CUTÂNEA: CUTÂNEA:
com duas reentrâncias (constrição cefálica).
Evolução errática que ocorre muito nos trópicos
-Machos têm cauda espiralada, asa caudal,
(principalmente no verão - por isso ferida de
papilas pedunculadas e um espículo duas vezes
verão) onde a mosca pousa em feridas na pele
maior que o outro.
dos eqüinos e as L3 ficam migrando pela pele
_____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ É importante o uso de esterqueiras para diminuição da população de moscas. Tratar sempre as feridas dos animais, pois o tratamento é cirúrgico. FAMÍLIA ONCHOCERCIDAE ONCHOCERCIDAE SUBFAMÍLIA ONCHOCERCINAE ONCHOCERCINAE
GÊNERO Dipetalonema Figura 260. Ciclo biológico de Habronema sp.
ESPÉCIE Dipetalonema Dipetalonema recondit um
causando hipersensibilização e com a resposta do hospedeiro, a ocorrência de formação de tecido
conjuntivo
causando
prurido.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães.
Tem
aspecto tumoral podendo depreciar e até
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Pulgas e
inutilizar o animal.
carrapatos.
OBS: Pode
ocorrer
ainda
habronemose
LOCAL: Adultos no tecido subcutâneo e
pulmonar e até ocular, mas são bem mais raras.
perirenal do cão, microfilárias na circulação.
DIAGNÓSTICO:
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
Não é fácil, porque os ovos e larvas eliminados
-Esôfago fácil de distinguir regiões.
não são facilmente encontrados nas fezes. Pode
-Bem pequenos (2,5 cm).
se encontrar larvas em lavado gástrico com
-Fêmeas parecidas com as de Dirofilaria immitis.
sonda. CICLO: PROFILAXIA:
A pulga ao se alimentar de um animal parasitado
com
microfilárias
Essas microfilárias atingem
contamina-se.
a hemocele das
pulgas e passam a L1, L2 e L3. As L3 alojam-se nas peças bucais do artrópode . Quando a pulga pica o cão para sugar sangue há a inoculação das L3 que migram para o tecido subcutâneo onde passam a L4 e L5 (adultos, macho e fêmea). Após a cópula há a liberação de microfilárias na circulação. Figura 261. Habronemose cutânea em eqüino. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa S anta Maria a Prof Silvia Gonzalez Monteiro
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA:
-Macho com extremidade posterior espiralada,
É importante no diagnóstico diferencial de
um espículo grande e outro pequeno e papilas
Dirofilaria immitis , mas é menos patogênico e na
pré e pós-cloacais.
clínica os sintomas são diferentes. CICLO BIOLÓGICO: SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA FILARIOIDEA
As fêmeas fazem a postura das microfilárias (L1) na circulação. A L1 vai à circulação
CARACTERÍSTICAS:
periférica, onde o mosquito a ingere ao fazer o
-Importante para pequenos animais.
repasto sanguíneo. No estômago do mosquito a
-Esôfago com duas regiões: uma muscular e
larva penetra na mucosa estomacal e depois de
outra glandular.
24hs vai aos túbulos de Malpighi. Depois de 5
-Corpo alongado.
dias ocorre a muda para L2 e depois de mais 10
-Machos menores que as fêmeas.
dias, para L3. Essa vai à cabeça do mosquito e
-Espículos desiguais e de tamanhos diferentes.
se instala no aparelho bucal, aproveitando o
-Fêmeas larvíparas (microfilárias no sangue).
repasto sanguíneo do mosquito para infectar o
-Ciclo indireto (necessitam de hospedeiro
cão. A larva vai então ao tecido subcutâneo,
intermediário).
sofre muda para L4 e L5 e depois migra pela circulação periférica até o coração, onde fica
FAMÍLIA FILARIIDAE
adulta (no ventrículo direito ou na artéria
SUBFAMÍLIA DIROFILARINAE
pulmonar).
GÊNERO Dirofilaria OBS: É possível infecção transplacentária. ESPÉCIE - Dirofilaria immitis IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA: HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Mosquitos
Culicidae. LOCAL: Coração direito e artéria pulmonar CARACTERÍSTICAS:
-Tamanho médio (macho – 12 a 16 cm e fêmea25 a 30 cm). -Extremidade anterior simples. -Machos menores que as fêmeas. -Extremidade posterior da fêmea simples.
Figura 262. Dirofilaria immitis - adultos no coração de cão.
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________
Figura 263. Ciclo biológico de Dirofilaria
Figura 265. Cão com ascite.
immitis.
A patogenia é grande, em altas infecções pode ocorrer obstrução do ventrículo direito e da artéria pulmonar levando a trombos sanguíneos nos vasos o que gera falta de oxigenação nos órgãos vitais. Pode atingir ainda o pulmão causando
deficiência
respiratória
e
até
pneumonia. Ocorre perda gradativa de condição e intolerância a exercícios e o animal apresenta uma tosse crônica branda no final da doença. Pode ocasionar ascite. OBS: Poucos casos em gatos. DIAGNOSTICO:
Pesquisa de microfilárias na circulação através de esfregaço sanguíneo, técnica da gota espessa, técnica de Knott e exames de imunodiagnóstico. ORDEM ENOPLIDA SUPERFAMÍLIA SUPERFAMÍLIA DIOCTOPHYMATOI DIOCTOPHYMATOIDEA DEA
-Extremidade anterior simples e mais afilada que a posterior. -Esôfago com duas porções (a primeira simples e a segunda formada por várias células). -Ciclo direto. ORDEM ENOPLIDA FAMÍLIA TRICHURIDAE TRICHURIDAE SUBFAMÍLIA TRICHURIÍNAE TRICHURIÍNAE
GÊNERO Trichuris ESPÉCIE -Trichuris sp. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: -T. sui s - suíno -T. vulpisvulpis - cão
Figura 264. Microfilária em esfregaço sanguíneo.
-T. discolo r - bovino e bubalino
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ T. ovis - ovino
prepúcio.
-T. trichur ia- homem
LOCAL: Ceco.
Figura 268. Adultos de Trichuris (verme chicote).
CICLO BIOLÓGICO GERAL :
Figura 266. Espículo de Trichuris sp.
Os ovos saem nas fezes e no meio ambiente passam a ovos larvados (L1). O ovo é ingerido
CARACTERÍSTICAS:
-Tamanho pequeno à médio ( ♀ - 3 a 7 cm, ♂ - 2 a 4 cm).
diretamente pelo hospedeiro definitivo e a L1 é liberada no intestino delgado onde penetra na mucosa cecal.(ou pode penetrar nas vilosidades do intestino delgado) Quando adultos saem da
-Extremidade anterior simples e mais afilada que a posterior. -Esôfago com 2 porções: a primeira simples e outra formando várias células. -Fêmeas têm extremidade posterior simples e são ovíparas (ovos bioperculados e espalhados no ovário). -Machos têm apenas 1 espículo e este é envolvido por uma bainha dando aspecto de
Figura 269. Ciclo biológico de Trichuris sp. Figura 267. Ovo de Trichuris sp.
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_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ mucosa e permanecem na luz intestinal indo se
ingeridos pelo HD em alimentos contaminados e
instalar no ceco.
a L1 é liberada no tubo digestivo e penetra na mucosa fazendo as mudas para L2, L3, L4 e
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
adulto e vai ao órgão alvo ou fica no intestino
Em grandes infestações leva à lesão da
delgado.
mucosa cecal gerando gastroenterite nos cães. A lesão abre portas para infecção secundária
OBS: C. hepática - os ovos não saem nas fezes,
(gastrenterite
ficar
pois eles ficam retidos no fígado e a
conjugado problema infeccioso e parasitário. A
contaminação se dá através do carnivorismo ou
maioria das infecções é leve e assintomática.
da morte do animal (que libera os ovos no
infecciosa)
podendo
ambiente). SUBFAMÍLIA SUBFAMÍLIA CAPILLARINAE
GÊNERO Capillaria
OBS 2: C. annulata - pode ocorrer hospedeiros
ESPÉCIE - Capillaria sp.
paratênicos (anelídeos).
HOSPEDEIRO DEFINITIVO e LOCAL:
OBS 3: Para diagnóstico usa-se as técnicas de
-C. -C. plic a- Rim e bexiga de cão e gato.
Willis e Hoffman.
-C. -C. bovi s - Intestino delgado de bovinos -C. -C. hepatic a- Fígado de cão, gato, humanos e
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
roedores.
Só em alto grau de infestação é que ocorrem
-C. -C. annul ataata- Inglúvio de galinhas e perus.
reações
inflamatórias
por
penetração
da
mucosa. Em C. hepatica pode ocorrer cirrose CARACTERÍSTICAS:
hepática.
-Tamanho pequeno (1 a 1,5 cm). -Extremidade anterior simples e mais afilada que
SUPERFAMÍLIA DIOCTOPHYMOIDEA
a posterior nesse caso é bem visível.
FAMÍLIA DIOCTOPHYMATIDAE DIOCTOPHYMATIDAE
-Esôfago com duas porções: a primeira simples
SUBFAMÍLIA DIOCTOPHYMATINAE DIOCTOPHYMATINAE
e outra formando várias células. -Fêmeas têm extremidade posterior simples e são ovíparas (ovos bioperculados, com parede reta e arrumados certinhos no ovário) -Machos têm apenas 1 espículo e é envolvido por uma bainha dando aspecto de prepúcio. CICLO BIOLÓGICO:
Os ovos saem nas fezes morulados e no ambiente se tornam larvados (L1). Os ovos são
GÊNERO Dioctophyma ESPÉCIE: Dioctophyma renale HOSPEDEIRO
DEFINITIVO:
Carnívoros
(preferencialmente cães). HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: Anelídeos
e peixes dulcícolas.
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Nematóides
_________________________________________________________________________________ _______________________________________ _______________________________________________________ _____________ LOCALIZAÇÂO DO VERME ADULTO: Rim e
anelídeo aquático ingere o ovo e a L1 cai em sua cavidade celomática indo a L2. O peixe ingere o anelídeo com a L2 e em sua cavidade digestiva faz mudas até L4. O cão ingere o peixe com a L4 e no tubo digestivo ela penetra e migra para o rim. O homem ou hospedeiro definitivo também pode contaminar-se por ingestão do anelídeo. OBS: Material para diagnóstico: urina.
Figura 270. Ovos de Dioctophyma renale.
IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA MEDICINA VETERINÀRIA: VETERINÀRIA:
O parasito destrói o parênquima renal. Causa cavidade abdominal são os mais comuns.
insuficiência renal quando localizado no rim podendo levar a óbito. Em casos de localização
CARACTERÍSTICAS:
-Pode ser encontrado solto na cavidade abdominal ou na cápsula renal (já foi encontrado na pleura, peritônio, tecido subcutâneo, próstata,
na cavidade abdominal provoca peritonite. Geralmente somente um rim é parasitado, o outro sofre hipertrofia para compensar a falta do destruído.
bexiga, ureter, uretra, fígado e estômago). -Fêmeas podem atingir até um metro. -Machos apresentam uma pequena bolsa copuladora. -Maior incidência: rim direito. CICLO BIOLÓGICO:
Os ovos saem na urina morulados e no ambiente a L1 se desenvolve dentro do ovo. O
Figura 272. Dioctophyma renale em rim de cão.
Figura 271. Ciclo biológico de Dioctophyma renale.
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Técnicas
____________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________ 215
PARTE PA RTE IV
Técnicas ______________ _____________________ ______________ _______________ _______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________ _____________ ______ COLETA E MONTAGEM DE ENDOPARASITOS
1-ONDE COLETAR:
-Os endoparasitos podem estar em vários órgãos de peixes, moluscos, crustáceos, insetos, animais domésticos, dentre outros. Em vegetais ocorrem principalmente na raiz.
-Também podem estar na cavidade do corpo e nas serosas de vários órgãos, assim como no peritônio, na musculatura e encistados nas nadadeiras.
2-COMO COLETAR:
-Os endoparasitos são, preferencialmente coletados vivos. -Com um pincel ou estilete são transferidos para solução salina fisiológica na concentração correta. -Ainda na solução fisiológica, agitar fortemente para a limpeza dos lábios e abertura bucal, assim como da superfície da cutícula. -Os nematóides pequenos, como as larvas, devem ser coletados e mantidos em recipientes pequenos. -Os nematóides mortos devem ser coletados diretamente para o fixador frio.
3-COMO FIXAR:
-Os nematóides vivos são transferidos da solução salina fisiológica para uma placa de Petri funda com pouco líquido. o
-Aquecer o fixador A.F.A. a 65 C e derramar rapidamente sobre os nematóides. -Deixar o fixador esfriar na própria placa de Petri. -Deixar o nematóide no fixador por 48 horas. -Os cestóides e trematóides devem ser prensados entre lâminas e colocados em fixador (A.F. A) frio por 48 horas.
Fórmula do A.F.A: - 93 ml solução fisiológica - 5 ml de formol - 3 ml de ácido acético Misturar tudo e colocar em frasco fechado.
4-COMO CONSERVAR: o
-Os endoparasitos devem ser conservados em etanol 70 GL, com ou sem 5-10% de glicerina.
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5-COMO CLARIFICAR:
-Existem dois processos para a clarificação de nematóides: Processo 1- Para montagem em bálsamo do Canadá. Processo 2- Para montagem em gelatina de glicerina.
Processo 1- Para montagem em bálsamo do Canadá. o
1-Etanol 70 GL (para remoção da glicerina) o
2-Etanol 80 GL o
3-Etanol 90 GL
Tempo: 15 minutos em cada etapa. Essas etapas são para fazer a desidratação do material.
4-Etanol absoluto 1 5-Etanol absoluto 2 6-Lactofenol – Clarificador 7-Creosoto – Diafanizador (clarifica, diferencia e dá brilho).
O tempo requerido para as etapas 6 e 7 dependem da espessura do material, em média no creosoto devem ficar 24 horas. Obs: Os nematóides muito grandes devem passar por fenol a 10% após o lactofenol.
Processo 2- Para montagem em gelatina de glicerina . 1-Adicionar glicerina pura; poucas gotas a cada vez, na placa de Petri onde os nematóides estão em etanol glicerinado a 5% ou 10%. 2-Quando o etanol evaporar e, praticamente, só restar a glicerina, transferir um nematóide de cada vez para a glicerina pura. 3-Montar em gelatina de glicerina.
6-COMO MONTAR:
* Em bálsamo do Canadá -Pingar aos poucos o bálsamo do Canadá, 1 a 3 gotas por dia, até o creosoto evaporar e ficar só o bálsamo. -Colocar uma gota de bálsamo sobre a Lâmina (no centro). -Procurar ter certeza que a face ventral está voltada para cima e a extremidade anterior está voltada para o observado. -Colocar lamínula com muito cuidado e devagar para evitar formação de bolhas.
* Em gelatina de glicerina -Aquecer, em banho-maria, o recipiente que contém a gelatina de glicerina. -Colocar, com bastão de vidro, uma gota de gelatina líquida sobre a Lâmina, de tamanho proporcional ao tamanho do espécime e da lamínula que será usada para cobri-lo. -Cuidado para que a gota não se espalhe além da lamínula.
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Técnicas
__________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________ ____________________________________ 217 PESQUISA DE ECTOPARASITOS OBJETIVO Identificação dos artrópodes ectoparasitos. COLETA •
Ácaros produtores de sarna. Raspagem profunda da pele ou serosidade do ouvido.
•
Pulgas, piolhos, piolhos, ma malófagos, lófagos, lin linguatulídeo guatulídeos. s. Coleta direta do animal, animal, com auxílio auxílio de pincel umedecido ou pinças de pontas finas protegidas por algodão.
•
Carrapatos - Removidos individualmente individualmente por cuidadosa tração.
•
Hemípteros, moscas moscas e mosquitos. mosquitos. Rede, Rede, armadilhas, armadilhas, iscas ou em frascos com ou sem aspiradores, cianeto, éter, acetato de etila ou clorofórmio.
•
Larvas de Gasterophilus sp. Através dos pêlos retirados da região mandibular e labial.
•
Larvas de Dermatobia hominis . Após a morte da larva, fazer incisão no nódulo subcutâneo, retirando com pinça ou compressão digital.
•
Larvas de Oestrus ovis em secreções nasais.
•
Outras miíases. As larvas larvas são retiradas diretamente diretamente das das lesões, lesões, após após a sua morte.
MODO DE MATAR OS ARTRÓPODES ♦
Água quente.
Álcool.
♦
Clorofórmio.
♦
Éter.
♦ ♦
Fumo de tabaco (meio rural).
CONSERVAÇÃO Conservação dos exemplares secos ♦
Alfinete entomológico entomológico (de aço inoxidável), inoxidável), sendo após colocados colocados em caixas entomológicas entomológicas tratadas periodicamente com naftalina em pó.
♦
Tubos de vidro, colocando a ponta do alfinete na tampa de borracha, parafinando a tampa.
Conservação de exemplares em meios líquidos •
Álcool 70o.
•
Formol 10%.
•
Líquido de Faure (pequenos insetos, larvas de dípteros e ovos de helmintos). helmintos) .
Conservação de exemplares em preparações montadas (pequenos artrópodes ) ♦
Montagem em lâminas de microscopia. microscop ia.
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Técnicas
__________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________ ____________________________________ 218
ETIQUETAGEM Colocar todas as informações na etiqueta como: nome do hospedeiro, data, procedência, região do corpo em que foi encontrados, indicação do líquido conservador, nome do colecionador ou requisitante e nome vulgar e científico do artrópode. Deve ser escrito a lápis, quando colocadas dentro do vidro com o material e o líquido conservador. IDENTIFICAÇAO A identificação dos artrópodes é feita através do uso de chaves para classificação. MONTAGEM A montagem deve ser realizada antes que o artrópode comece a secar. No caso de exemplares secos é necessário passarem em câmara úmida durante dois dias, para torná-los moles. Existem várias técnicas de montagem montagem,, sendo as mais usadas as três modalida modalidades des seguintes: 1.Montagem 1.Montagem a s eco Os alfinetes entomológicos empregados devem ser de níquel ou aço inoxidável e com comprimento e espessuras variáveis. Após a montagem o material deve ser guardado em gavetas, caixas ou tubos com naftalina. - Direta. Colocar o alfinete no tórax ou escutelo. Utilizada para dípteros, triatomídeos, himenópteros. - Indireta. O artrópode é fixado por meio de bálsamo, cola ou esmalte na extremidade de pedaços triangulares de cartolina. Utilizada para mosquitos ou outros insetos. - Caixas de vidro. Fixar o tórax do artrópode, utilizando cola. Empregado somente para demonstrações. 2. Montagem em liquido conservador preparo prévio. Utilizado para aranhas, Formol 10% ou álcool 70 0. Colocar o artrópode sem nenhum preparo
•
escorpiões e carrapatos. •
Liquido de Faure. Possui a propriedade de conservar, matar, fixar, desidratar, clarear e servir de
veículo de montagem de pequenos artrópodes, larvas e ninfas. A coloração é feita pela fucsina de Ziehl e a montagem entre lâmina e lamínula. 3. Montagem Montagem em bálsamo entre lamina e lamínula A montagem em lâmina e lamínula é indicada para adultos de pequenas espécies, larvas e ninfas. Técnica 1 •
Colocar o artrópode artrópode em em vidro de relógio relógio e clarificar em potassa potassa a 10%, a quente.
•
Transportar com tira de papel papel para outro vidro de relógio, relógio, com água destilada destilada - alguns minutos.
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Técnicas
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•
Colocar com tira de papel papel no no ácido ácido acético acético a 10% - 5 a 10 minutos. minutos.
•
Desidratar em álcool a 60,70, 80, 90, 95 - 5 minutos em cada álcool.
•
Creosoto de Faia. Tempo variável, de minutos até tempo indeterminado, de acordo com a peça.
•
Gotejar o creosoto de Faia em uma lâmina, colocando o artrópode sobre a mesma.
•
Retirar o excesso de creosoto com papel filtro.
•
Pingar sobre o artrópode uma gota de bálsamo e cobrir com uma lamínula.
Técnica 2. Método Método de Cost a Lima (colo ração pela Fucsina) Transferir o artrópode para a solução de potassa a 10%, contida em cápsula de porcelana. Aquecer
•
em banho-maria, variando o tempo conforme a espessura do animal (10 a 15 ou mais minutos). •
Transferir o artrópode por meio de uma tira de papel, para uma lâmina, adicionando algumas gotas
de fenol liquefeito. •
Observar ao estéreomicroscópio e com duas agulhas de ponta curva comprimi com cuidado, o
artrópode, repetidas repetidas vezes, para expelir a potassa e fazer penetrar o fenol. •
Corar pela fucsina de Ziehl aquecida ligeiramente, até desprender vapores. Este aquecimento é
dispensável. Desprezar a fucsina e colocar algumas gotas de fenol-xilol.
•
Escorrer o fenol-xilol e tratar com algumas gotas de xilol-fenol.
• •
Desprezar o liquido e passar, duas a três vezes, pelo xilol puro.
•
Montar em bálsamo de Canadá, entre lâmina e lamínula.
Técnica 3. Método Método de Costa Li ma (com ou sem c oloração olor ação peia Fucs Fucsina) ina) •
Potassa 10% quente (aquecida em banho-maria): 5 a 10 minutos.
•
Água oxigenada pura até a clarificação (este tempo depende depende do material).
•
Fenol puro: 10 a 15 minutos.
Fenol-xilol: 10 minutos.
• •
Óleo de cravo: 10 minutos.
•
Bálsamo, entre lamina e lamínula.
Observações •
Do fenol puro, o artrópode pode ser colocado diretamente no creosoto até clarificar e, após,
diretamente no óleo de cravo. •
Se ao passar o exemplar pelo óleo de cravo o líquido ficar amarelado, isso indica que o mesmo
ainda se acha embebido da solução de potassa cáustica a 10%, sendo conveniente voltar novamente ao fenol e depois continuar a operação. No caso de corar o material, passa-se do fenol para a fucsina fenicada de Ziehl e depois desidrata-
•
se e diferencia-se pelo fenol sem prolongar a diferenciação, que será continuada pelo óleo de cravo. Em seguida montar em bálsamo de Canadá. •
Para uma melhor clarificação de pulgas é aconselhável mergulhar os indivíduos em água
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Técnicas
__________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________ ____________________________________ 220 oxigenada 10 vols., durante aproximadamente 30 minutos, antes de executar a técnica. Técnica 4. Método simplificado para ácaros produtores de sarnas •
Colocar o ácaro da sarna em álcool 95 0
Transferir para o creosoto.
• •
Montagem entre lamina e lamínula, utilizando o bálsamo.
PESQUISA E COLETA DE ÁCAROS PRODUTORES DE SARNAS •
Placa de Petri, bisturi, estilete, cotonete.
•
Raspado cutâneo ou serosidade do ouvido.
•
Goma de Berlese ou óleo mineral.
•
Lamina e lamínula.
Técnica •
Raspar profundamente a pele na região da lesão com um bisturi, ou coletar a serosidade do ouvido externo
•
com auxilio de um cotonete.
•
Colocar o material numa placa de Petri.
•
Examinar o material ao estereomicroscópio. estereomicroscópio.
•
Resultado: Positivo ou Negativo.
Exame positivo. Coletar o parasito por meio de um estilete embebido em goma de Berlese ou óleo mineral e montar entre lâmina e lamínula. Identificar ao microscópio. Exame negativo. Neste caso há duas alternativas a seguir: 1.
Acrescentar Acr escentar solução sol ução de potass a 10% ao material coletado col etado.. Deixar atuar por tempo
indeterminado. indeterminado. Examinar o sedimento entre a lâmina e lamínula. Identificar ao microscópio. 2.
Técnic a da Potass a-éter
•
Raspado das lesões com bisturi e glicerina.
•
Adicionar 15 ml de potassa 10% ao material coletado.
•
Juntar 15 ml de éter sulfúrico.
•
Agitar a mistura com auxilio de bastão de vidro.
•
Retirar o sobrenadante, quando ainda em movimento, colocando-o em placa de Petri.
•
Examinar ao estereomicroscópio estereomicroscópio com aumento 40x.
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Técnicas 221 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
TECNICAS HELMINTOLÓGICAS Técnica
Vantagens Vantagens
Esfregaço Esfregaço direto
Desvantagens
-Rápida de preparar
-Pode não ver o parasita se a
-Nenhuma distorção de parasitas se
concentração de parasitos for
uma solução salina isotônica for
muito baixa ou se há muito
usada
diluente.
sedimento ou gordura presente.
-Única maneira para ver trofozoítos
-Areia, sementes, ou outro
ao vivo (salina isotônica deve ser
material fecal podem fazer
usado
diluente).
justaposição e é difícil de fazer
pássaros
o
-Útil
como
como para
fezes
de
esfregaço.
pequenos e répteis (onde ovos de
-Pode levar muito tempo para
trematódeos são comuns).
examinar tudo
-Procedimento de flutuação dos
-Neste
ovos de helmintos mais comuns e
flutuam ovos de trematódeo e
oocistos
alguns ovos de vermes chatos
de
-Soluções
coccídios.
não
baratas.
-Distorce cisto de Giardia.
Sacarose saturada
-Há pouca sujeira para obscurecer a
-Inadequado para amostras de
ou sal
visão do parasita.
fezes gordurosas.
-Neste
Flutuação
por
Sulfato de Zinco
são
procedimento
procedimento
flutuam
a
-Procedimento
não
flutuará
maioria dos ovos de helmintos.
alguns ovos de trematódeo, e
-Melhor método para cisto de
alguns ovos de vermes chatos.
protozoário, especialmente Giardia .
-Inadequado para amostras de
-Há
fezes
pequenas
sujeiras
para
obscurecer visão de parasitas.
gordurosas.
-ZnSO4 é caro e um densímetro deverá ser usado para fazer a solução.
-Procedimento recupera TODOS os
-É mais difícil executar que
tipos de ovos de helmintos, larvas, e
outras
a
-Acetato de Etila é inflamável e
maioria
dos
cistos
de
técnicas.
protozoários.
caro.
-É a melhor técnica para materiais
-Há mais sujeira na lâmina de
Acetat Ac etato o
enviados na formalina
preparação que em lâminas de
de etila
- Amostras fixadas e para fezes
flutuação então levará muito
com conteúdo de gordura alto
mais tempo para fazer a leitura.
Sedimentação
por
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Técnicas 222 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
SACAROSE SATURADA OU SAL TÉCNICA TÉCNICA DE WILL IS Principio Em uma solução saturada de sal ou açúcar os ovos dos helmintos tendem a subir, aderindo-se a parte inferior de uma lamínula colocada na superfície do líquido. É uma técnica qualitativa ou seja, serve para ver se há ou não ovos ou oocistos de protozoários. Usada principalmente em fezes de pequenos animais. Vantagens: -Procedimento de flutuação dos ovos de helmintos mais comuns e oocistos de coccídeos. -Soluções são baratas. -Há pouca sujeira para obscurecer a visão do parasita. Desvantagens: Desvantagens : -Neste procedimento não flutuam ovos de trematódeos e alguns ovos de vermes chatos. -Distorce cisto de Giardia. -Inadequado -Inadequado para amostras de fezes gordurosas. Técnica: •
Encher um tubo de ensaio com solução saturada (20ml).
•
Pesar dois gramas de fezes e colocar em um copo.
•
Acrescentar um pouco de solução hipersaturada hipersaturada nas fezes.
•
Homogeneizar com um bastão.
•
Acrescentar o restante da solução, coar coar e encher encher um tubo tubo de ensaio ensaio até formar um menisco.
•
Colocar uma lâmina de vidro e deixar por 15 minutos.
•
Retirar a lâmina e inverte-la inverte-la bruscamente bruscamente sem deixar deixar cair cair a gota de solução. solução.
Pôr uma lamínula e levar ao microscópio usando objetiva de 10x. TÉCNICA DE HOFFMANN, PONS E JANER 1934 SEDIMENTAÇÃO SIMPLES Princípio: Sedimentação Sedimentação de ovos. Exame microscópico qualitativo direto, após concentração de fezes. Objetivo: Pesquisa Objetivo: Pesquisa de ovos de trematódeos e cestódeos Material: •
2 a 5 gramas de Fezes
____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
Técnicas 223 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
•
Solução fisiológica ou água de torneira : 400 ml
•
Lâmina e lamínula
•
Bastão de vidro
Coador
•
•
Beaker com capacidade de 250 – 500 ml
•
Cálice de sedimentaçãp (300-500 ml)
Pipeta
•
Técnica: Técnica: •
Diluir as fezes em 200 ml de solução fisiológica ou água no beaker. Se necessário, para haver o amolecimento deixar em repouso por 10 a 20 minutos.
•
Tamisar a suspensão diretamente no cálice de sedimentação
•
Deixar em repouso por 15 minutos
•
Decantar o sobrenadante e adicionar ao sedimento 200 ml de solução fisiológica ou água.
•
Deixar em repouso por mais 15 minutos
•
Decantar o líquido sobrenadante
•
Coletar com pipeta algumas gotas do sedimento
•
Examinar ao microscópio entre lâmina e lamínula
•
Se o primeiro resultado for negativo negativo repetir o exame exame até três vezes vezes
TÉCNICA TÉCNICA DE B AERMANN O método de Baermann é usado para a extração de fases larvais vivas de nematóides nas fezes. Técnica •
Coloque uma peneira em um Becker outro recipiente similar. Esparrame aproximadamente um grama de fezes em filtro de papel e coloque isto na peneira.
•
Colocar água morna* no Becker até cobrir as fezes. Tenha cuidado para não romper as fezes.
•
Deixe descansar durante uma hora * *
•
Retire a peneira
•
Coloque o líquido em um tubo de centrífuga centrífu ga de 15 ml.
•
Deixe na centrífuga durante 20 minutos
•
Usando uma pipeta de Pasteur, remova uma gota de sedimento do fundo do tubo e coloque
em
uma
lâmina
de
microscópio
para
exame.
* Este procedimento faz uso de duas características de comportamento da larva do nematóide. Primeiro, Primeir o, a água morna ativa a larva (porém, não aqueça acima de 37 a 40 oClimite superior). Segundo, as larvas de nematóides mais parasitas são as piores nadadoras. ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
Técnicas 224 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
Então, os eventos seguintes acontecem quando a peneira é colocada na água: As larvas migrarão pelo papel filtro e cairão na água. As larvas que não conseguem nadar vão até o fundo
do
prato
e
acumulam-se
lá.
* * Quanto mais tempo você esperar, mais larvas se acumularão no fundo do prato, mas com o tempo a amostra fecal começa a desmanchar e atravessa o filtro de papel o que conduz a um acúmulo de sedimento junto com as larvas. TÉCNICA DE SEDIMENTAÇÃO PELO ACETATO DE ETILA Método: •
Misture uma porção de fezes (aproximadamente 5x5 mm) em 9 ml de água, coe e despeje essa solução em um tubo de centrífuga de 15ml.
•
Adicione três ml de acetato de etila, e tampa o tubo com uma rolha de borracha. Sacuda vigorosamente o tubo, e então centrifugue.
•
Usando uma vareta, “retire” o anel de gordura que se formou entre a água e o acetato de etila (a tampa adere ao lado do tubo e deve ser separado antes do conteúdo líquido do tubo poder ser decantado).
•
Decante o sobrenadante cuidando para manter o sedimento do fundo do tubo intacto.
•
Transfira Transfir a algum sedimento do fundo do tubo para uma lâmina e examine. O sedimento pode ser transferido de vários modos:
1)Se algum líquido permanecer, o sedimento pode ser homogeneizado e uma gota transferida com uma pipeta para uma lâmina de microscopia. 2)Adicione uma gota de iodo ao tubo, mexa com uma vareta e então transfira com uma pipeta para a lâmina. 3) Use uma vareta para remover algum sedimento. Faça um esfregaço e cubra isto com uma lamínula como você faria em um esfregaço direto. NOTA: NOTA: Quando remover da centrífuga, seu tubo terá claramente camadas definidas: A. Uma camada de acetato de etila em cima. B. Um anel de gordura dissolvida no meio. C. Uma camada de água. D. Uma porção de sedimento ao fundo. A formalina utilizada para fixar ovos e cistos pode fazer estes não flutuarem (eles podem ter uma gravidade específica agora maior que 1.2 ) então esta técnica é preferida quando temos amostras de fezes fixadas em formalina.
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Técnicas 225 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
NOTA: Se você quiser usar esta técnica somente para remover gordura, você pode homogeneizar o sedimento com uma solução de flutuação (hipersaturada), centrifugar, e remover o material do topo do flutuador para examinar ovos. TÉCNICA DE CENTRÍFUGO FLUTUAÇÃO EM SULFATO DE ZINCO Método: Método : 1-Encha um tubo de centrífuga de 15 ml com solução de ZnSO4 (1.18 gravidade específica) específi ca) * 2- Pese as fezes (2 a 3 gramas - aproximadamente 1 cm em diâmetro), misture a solução e coe. 3-Usando um funil, verta a mistura de fezes + ZnSO4 para o tubo de centrífuga. 4-
Centrifugue
durante
2
minutos
a
velocidade
alta
(1500
-
2000
rpm).
5- Usando uma vareta ou alça de platina remova uma amostra da superfície da solução e coloque em uma lâmina de microscopia. Você pode ter que fazer várias amostras com a vareta para adquirir bastante material para examinar - tem que ter o equivalente a uma gota grande na lâmina. 6-Adicione uma gota de iodo (cora os cistos) e uma lamínula. Examine na objetiva de 10X . Nota 1: Se 1: Se a amostra contém uma quantia grande de gordura ou outro material que flutuam em água, você, pode lavar a amostra antes de fazer a flutuação.Quando você centrifugar a mistura água (sem ZnSO4) -fezes, os ovos afundarão, mas a gordura permanecerá flutuante. Depois da centrifugação decante o sobrenadante e some solução de ZnSO4 - misture bem. Centrifugue como no passo 4. Nota 2: Pode-se colocar diretamente uma lamínula no tubo de centrífuga cheio da solução e após centrifugação remover a lamínula para uma lâmina. Ir ao microscópio fazer a leitura. * ZnSO4 solução (1.18 gravidade específica) é feito somando 386 gramas de ZnSO4 a 1 litro de água. A mistura deve ser conferida com um hidrômetro e deve ser ajustada a uma gravidade específica de 1.18. A ZnSO4 solução deve ser armazenada em vidros bem fechados para prevenir evaporação (e conseqüente mudança na gravidade específica da solução). TÉCNICA DE MC MASTER A técnica de contagem de ovos de Mc Master é um método que determina o número de ovos de nematóides por grama de fezes para calcular a carga parasitária de lombrigas em um animal. Vantagem: Ela Vantagem: Ela é rápida e como os ovos ovos flutuam livre de sujeiras fica fácil de contar contar os ovos.
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Técnicas 226 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
Desvantagem: Desvantagem:
Você
tem
que
usar
uma
câmara
contadora
especial.
Técnica •
Pese 2 gramas de fezes para ovinos e 4g para bovinos
•
Misture 60 ml de ZnSO4 ou solução saturada de sal ou açúcar. Homogeneíze bem.
•
Passe as fezes por um coador, retire o coador e com uma pipeta transfira uma amostra da mistura para um das câmaras de Mc Master.
•
Repita o procedimento procediment o e encha a outra câmara.
•
Espere 1 minuto e então conte o número total de ovos na lâmina.
•
Multiplique o número total de ovos nas 2 câmaras por 100, e este é os número de ovos por grama (OPG).
Se você utilizou 4 gramas multiplique por 50. A matem m atemáti ática ca:: O volume debaixo da área marcada de cada câmara é 0.15 ml (a área marcada tem 1 cm X 1 cm e a câmara é 0.15 ml fundo), assim o volume examinado é 0.3 ml. Estes é 1/200 de 60 ml. Se você utilizou 2 gramas de fezes, então multiplique por 100 (se utilizou 4 gramas multiplique por 50), o resultado final é o número de “ovos por grama de fezes”. Significado: Ovino – 2 gramas de fezes 2 gramas
1 ovo X 100 = 100 OPG
Bovino – 4 gramas de fezes 4 gramas
1 ovo X 50 = 50 OPG
Ovos mais mais comuns : - Família Trichostrongylidae: Difícil de classificar o gênero, pois os ovos são muito parecidos. - Ascarídeo: Ovos que contém 3 camadas, fáceis de reconhecer. - Strongyloides : Ovo larvado, fácil de reconhecer. - Trichuris: Ovo bioperculado, bioperculado, fácil de reconhecer - Moniezia : Ovo de cestóide, formato quadrangular, triangular.
- Eimeria : Oocisto de protozoário Contagem: Ovinos Ovinos - > 500 = dosificar < 500 = não dosificar Bovinos e eqüinos - > 300 = dosificar < 300 = não dosificar
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Técnicas 227 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
Coleta: Coletar uma amostra de 3 a 5 % do rebanho separado por idade. Ex: Campo 1 – 800 ovelhas de cria fazer exame de 20 a 24 amostras. Campo 2 – 500 borregas ( 2 a 4 dentes) – coletar 15 amostras Campo 3 – 300 ovelhas de cria - coletar 9 amostras Ex: Ciclo do Haemonchus 21 = 7 dias = 28 dias Fazer a coleta a cada 28 dias. OBS: Para o controle do rebanho: fazer a coleta a cada 28,30 dias. Para verificar a eficiência do medicamento: medicamento: fazer a coleta 7 dias após a dosificação dosificação para verificar se foram eliminados ovos. EXAME DIRETO DE FEZES Técnica •
Coloque uma porção muito pequena de fezes em uma lâmina, coloque uma gota de iodo, água ou solução fisiológica e mexa com uma vareta.Coloque uma lamínula e leve para o microscópio.
•
A proposta proposta do do iodo, iodo, água, água, ou solução fisiológica é separar separar a sujeira das fezes. fezes.
•
O material contido na na lâmina deve estar estar fino o bastante para para que você possa ler do princípio ao fim.
COPROCULTURA Objetivo: Identificação de larvas (L3) de nematódeos gastrintestinais gastrintestinais de ruminantes. ruminantes. Material: -Recipiente de vidro -Serragem lavada e esterilizada de pinho (só fezes, fezes secas e esterilizadas) -Tubo de ensaio -Placas de Petri -Pipeta -Cordão -Estufa Preparo •
Coletar 20 a 30 gramas gramas de fezes frescas frescas coletadas coletadas diretamente do reto
•
Misturar as as fezes com a serragem (2 partes de serragem serragem para para uma de fezes) fezes)
•
Molhar até ficar na consistência de barro
•
Encher o vidro com ¾ de sua capacidade.
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Técnicas 228 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
•
Limpar os bordos bordos do vidro e tampá-lo com a placa de petri colocando colocando um um cordão (ou papel papel enrolado) entre a placa e o vidro para que entre ar.
•
Levar a estufa estufa e umedecer diariamente diariamente (se necessário) a mistura mistura por por 7 dias.
Coleta de larvas Encher o frasco com água até a borda. Tampar o vidro com a placa de petri invertendo-o bruscamente para evitar que a água derrame. Colocar com a pipeta 5 a 10 ml de água na placa de petri Após 3 a 4 horas coletar o conteúdo existente na Placa de petri com uma pipeta e pôr em tubo de ensaio Fazer a identificação ou guardar na geladeira (dura 4 meses). ESFREGAÇO DIRETO DE FEZES Principio Confecção de um esfregaço de fezes com uma quantidade pequena de fezes.Técnica utilizada em casos de suspeita de grande infecção por parasitas. Vantagens - Rapidez, pouco equipamento requerido e facilidade de fazer. Desvantagens: -Pequena quantidade de fezes examinada que pode não detectar o parasitismo -Debris na lâmina que podem confundir a identificação Material •
Lâminas e lamínulas
Pazinha
•
•
Lugol (opcional)
•
Solução fisiológica
Técnica •
Coloque uma gota de água na lâmina e uma quantidade igual de fezes
•
Misture com a pazinha
•
Faça um esfregaço com as fezes
•
Remova o excesso de fezes, adicione mais água ou salina e cubra com a lamínula.
•
Examine com objetiva de 10x para pesquisa de ovos e larvas e de 40x para pesquisa de protozoários
MÉTODO DA GOTA ESPESSA
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Técnicas 229 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
Objetivo: Este método consiste em concentrar, concentrar, sobre superfície reduzida, os hematozoários hematozoários contidos em determinado volume de sangue. Técnica: Coloca-se em lâmina uma a duas gotas de sangue. Espalha-se em forma circular com alça de platina, até até conseguir uma camada uniforme. Deixar secar por por exposição ao ar ou levar à estufa a 37oC. Em seguida, hemolisar com água destilada, a qual destrói os eritrócitos, deixando intactos os leucócitos e os hematozoários. Secar novamente e corar pelos métodos usuais. Examinar em objetiva de imersão. CÁLCULO DA CA RGA PATOGÊNICA PATOGÊNICA Cálculo do número de fêmeas: No fêmeas: OPG X quant. fezes dia Postura/fêmea/dia Cálculo Cálculo do número de machos 70% do número de fêmeas Ex: Peso vivo do rebanho – 20 kg (20.000g) OPG (Str.)= 2000 Coprocultura Haemonchus – 60%
Haemonchus 1200 ovos
Trichostrongylus- 20%
Trichostrongylus - 400 ovos
Cooperia - 20%
Cooperia – 400 ovos
Defecação Defecação diári a do rebanho – 5% do peso vivo Rebanho- 1000 g. = 1200 = 240 fêmeas a) Número de fêmeas Haemonchus – 1200 X1000g X1000g = 5000 ovos/dia
5
Número de machos de Haemonchus = 70% fêmeas= 70% de 240 fêmeas = 188 machos Total- 428 Haemonchus b) Número de fêmeas de Trichostrongylus – 400X 1000g = 2000 fêmeas 200 ovos/dia Número de machos de Trichostrongylus – 70% de 2000 = 1400 machos. Total- 3400 Trichostrongylus adultos. ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
Técnicas 230 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
c) Número de fêmeas de Cooperia – 400 X 1000g. 1000g. = 2000 2000 fêmeas 200 ovos/dia Número de machos de Cooperia - 70% de 2000 = 1400 machos Total- 3400 Cooperia adultos Equivalência patogênica 500 Haemonchus -
1 carga patogênica
428 Haemonchus –
0,8 carga patogênica
4000 Trichostrongylus -
1 carga patogênica
3400 Trichostrongylus –
0,8 carga patogênica patogênica
4000 Cooperia –
1 carga patogênica patogênica
3400 Cooperia –
0,8 carga patogênica
Carga patogênica total – 2,4 Dois (2) inicia doença.
Ovopostura diária estimada Haemonchus-
5000
Trichostrongylus
200
Cooperia
200
Strongyloides
3000
Bunostomum
1200
Oesophagostomum
3000
Nematodirus
50
Ostertagia
200
Chabertia
3000
Equivalência patogênica 500 Haemonchus = 100 Oesophagostomum = 3000 Ostertagia = 4000 Trichostrongylus , Cooperia, Nematodirus, Strongyloides = 200 Bunostomum
FÓRMULAS LUGOL Iodo................................06 gramas Iodeto de Potássio ........04 gramas H2O ..............................100 ml SOLUÇÕES SOLUÇÕES SATURADAS: ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
Técnicas 231 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
SAL Densidade em 20 0 C – 1.19 Cloreto de sódio...................350 g Água destilada......................1000 destilada......................1000ml ml Dissolver o sal na água destilada morna. Filtrar. AÇÚCAR AÇÚCA R Densidade em 15 0 C – 1.12 Açúcar..............................500 g Água destilada..................320 ml Formol comercial.............. 10 ml ou fenol 7 g.(preservativo) Dissolver o açúcar na água destilada morna, após a dissolução acrescentar o fenol ou formol. SULFATO DE ZINCO Densidade em 15 0 C – 1.182 Sulfato de magnésio .......33 g Água destilada.................100 ml Adicionar água destilada quente quente no sulfato de zinco, filtrar.
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CÃES E GATOS INTRODUÇÃO O homem vive em contato direto com cães e gatos. Animais de estimação são infectados por vários gêneros de vermes – vários dos quais ocorrem em animais selvagens também. O alimento natural desses animais que consiste em carne, peixe e especialmente vísceras, é a maior fonte de infecção. Vermes de cães e gatos podem não ser somente patogênico para seus hospedeiros como podem também causar zoonoses. Algumas espécies de vermes são transferidas para o homem (como Toxocara canis, Echinococcus granulosus). granulosus ). Crianças em particular, são altamente susceptíveis, pelo íntimo contato com animais domésticos. Os ovos de vermes de Trichuris, Trichuris, Ascarídeos e Taenia são extremamente resistentes, assim representando um constante risco de reinfecção. Espécies de vermes podem habitar vários órgãos e tecidos de seus hospedeiros. A maioria ocorre no trato gastrintestinal. Alguns parasitam a bexiga e rins (Capillaria (Capillaria sp. sp. e Dioctophyma renale), renale ), pulmões (Capillaria aerophila, aerophila , Aelurostrongylus Aelurostrongylus abstrusus) abstrusus) ou coração e vasos sangüíneos Angiostrongylus ( Angiostrongylus vasorum, vasorum, Dirofilaria immitis). immitis). Infecções de cães e gatos por vermes são diagnosticadas através de exame de fezes, urina e ocasionalmente sangue ou esputo. Muitos ovos de vermes encontrados nas fezes são de nematódeos gastrintestinais e poucas espécies de cestódeos. A presença de larvas de vermes em fezes de gato, indica a presença do verme pulmonar (Aelurostrongylus abstrusus); quando ocorre em fezes de cães indica a presença de Angiostrongylus vasorum. Na urina podemos encontrar o ovo de Capillaria plica, Capillaria felis cati e Dioctophyma renale. Deve-se ter o cuidado com o material utilizado na prática, pois algumas vezes pode ocorrer a contaminação de urina nas fezes e então podemos encontrar esses ovos em exame de fezes. Em exame direto ou técnicas de concentração raramente se observa a presença de ovos de Taenia, a não ser que os segmentos maduros já tenham se desintegrado. Segmentos maduros ocorrem separadamente ou em cadeias, são fáceis de ser observados a olho nu nas fezes e envolta da região anal. Espécies de Tenídeos podem ser diagnosticados por meio dos segmentos expelidos com as fezes.
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE CÃES E GATOS 1.Com dois plugues polares 1.1.Protuberantes Casca lisa (nas fezes) Casca granulada (na urina, fezes ou esputo) 1.2.Não Protuberantes Casca espessa com superfície granular (na urina) 2. Sem Plugues polares 2.1. Esférico 2.1.1. Conteúdo não segmentado Casca lisa, transparente Casca áspera, marrom amarelado Aprox. 75 µ (cão) Aprox. 65 µm (gato) 2.1.2. Embrião hexacanto a. Sem embrióforo, 1 a 30 ovos em cápsu las ovígeras b. Com embrióforo, ovos separados.
2.2.Não esférico, ovóide. 2.2.1.Com larva 2.2.2.Sem larva a. Com opérculo > 120 µm, > 40 µm, b. Sem opérculo, ovos do tipo strongylidae ± 70 µm (cão) ± 65 µm (gato) (cão)
Trichuris Capillaria Dioctophyma
Toxascaris Toxocara canis Toxocara cati Dipylidium Taenia spp. Multiceps Echinococcus Strongyloides
Mesostephanus Apophallus Uncinaria Ancylostoma tuba Ancylostoma caninum caninum
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Trichuris vulpis - Nematoda
Capillaria spp. - Nematoda
Cães
C. felis cati (gato) – (gato) – C. plica (cão)
• • • • • •
Ovos de tamanho médio: 70-90 µm de comprimento por 32 – 41 µm de largura Lados das paredes levemente em forma de barril Dois plugues polares transparentes nos pólos Parede espessa com superfície lisa Conteúdo granular, não segmentado. Deve ser distinguido de ovos de Capillaria Capillaria que são menores e tem casca granulosa.
• • • • • • • •
Ovos de tamanho médio: 60 - 65 µm de comprimento por 29 - 30 µm de largura Ovóide Alongado, com dois plugues polares. Plugues polares são transparentes, largos e aplainados. Casca de cor amarelada Conteúdo não segmentado, granular. Ovos são somente encontrados na urina Deve ser diferenciado de ovos de Trichuris vulpis, vulpis , que são maiores e tem casca lisa, e de ovos de Capillaria aerophila aerophila que ocorre somente em fezes ou esputo.
Capillaria aerophil a - Nematoda
Dioctophyma renale renale - Nematoda
Cães e gatos
Cães e gatos
• • • • •
Ovos de tamanho médio: 60 - 74 µm de comprimento por 35 - 40 µ de largura Ovóide Alongado, com dois plugues polares. Casca de cor marrom amarelada Conteúdo granular fino
Deve ser diferenciado de ovos de Trichuris vulpis, vulpis, que são maiores e tem casca lisa, e de ovos de Capillaria felis cati que cati que ocorre somente em urina.
• • • • •
Ovos de tamanho médio: 64 - 68 µm de comprimento por 40 - 44 µ de largura Ovóide com plugues polares levemente protuberantes Cor castanha amarelado Casca espessa com superfície granulosa, ovos não segmentados. Ovos ocorrem na urina
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234 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ ____________________ ________
Toxascaris Toxascaris leonina - Nematoda
Toxocara canis - Nematoda
Cães e Gatos
Cães
• • • •
Ovos de tamanho médio: 75 - 85 µm. Quase esféricos ou levemente ovais Casca espessa, lisa e pálida. Conteúdo granular marrom amarelado, não segmentado e ocupando somente parte do ovo.
• • • •
Ovos de tamanho médio: 75 - 90 µm. Quase esféricos ou levemente ovais Casca espessa, áspera, granular. Conteúdo granular marrom à preto, não segmentado e normalmente ocupando todo o ovo.
Deve ser distinguido de ovos de Toxocara, Toxocara , que tem casca áspera e conteúdo marrom ou preto.
Deve ser distinguido de ovos de Toxascaris leonina, que tem casca lisa, pálida e conteúdo marrom amarelado.
Toxocara cati - Nematoda
Dipylidium caninum - Cestoda
Gato
Cães e gatos
• • • •
Ovos de tamanho médio: 65 - 75 µm Quase esféricos ou levemente ovais Casca espessa, áspera, granular. Conteúdo granular marrom a preto, não segmentado e normalmente ocupando todo o ovo.
• • • • •
Ovos dentro de uma cápsula ovígera (120 – 200 µm) em número de 1 a 30 Ovos pequenos 26-50 µm. Quase esférico com membrana vitelina Ovo castanho a amarelado Contém embrião hexacanto no seu interior
Deve ser distinguido de ovos de Toxascaris leonina, leonina , que tem casca lisa, pálida e conteúdo marrom amarelado.
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Ovos de Taenia - Cestoda
Uncinaria stenoc ephala - Nematoda
Cães e gatos
Cães
•
• • • •
Ovo de tamanho pequeno: Taenia pisiformis (cão) pisiformis (cão) 32 - 37 µm de largura. Taenia hydatigena (cão) hydatigena (cão) 35 - 38 µm de largura. Multiceps multiceps (cão) multiceps (cão) 31 - 36 µm de largura. Multiceps serialis (cão) serialis (cão) 27 - 34 µm de largura. Hydatigera taeniformis taeniformis (gato) 31 - 37 µm de largura. Echinococcus granulosus (cão granulosus (cão e gato) 30 - 36 µm de largura. Echinococcus Echinococcus multiocularis (cão multiocularis (cão e raposa) 30 - 36 µm de largura. Esférico a elipsóide Contém embrião hexacanto Casca espessa, lisa, com embrióforo ( estriado radialmente) Estes ovos são observados somente somente após desintegração da proglótide
•
• • • • •
Ovos de tamanho médio: 63 – 80 µm de diâmetro por 32 - 50µ de largura. Ovóide. Pólos diferentes Paredes tendem a ser paralelas Casca fina, com superfície lisa. Blastômeros largos
Deve ser distinguido de Ancylostoma caninum caninum que é menor e tem a parede mais fina.
Physaloptera - Nematoda
Diphyllobotriu m - Cestoda
Cães e gatos
Cães e Gatos
• •
Ovos alongados, espessados em um ou outro pólo encontrados em fezes ou vômito. Semelhante ao ovo de Spirocerca, Spirocerca , porém, é mais oval.
•
•
Ovos semelhantes aos da Fasciola hepatica sendo amarelados e operculados, porém menores. 60- 70 µ
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236 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ ____________________ ________
An cy lost lo st oma om a sp p. - Nematoda
Aelurostrongyl us abstrusus - Nematoda
Cães e Gatos
Gato
Ovo de tamanho médio A. caninum 56 caninum 56 – 65µm de diâmetro por 37 – 43 de largura (Cães) • A. tubaeforme tubaeforme 55–76µm de diâmetro por 34– 45 de largura (Gatos) • Ovóide Pólos similares e arredondados • • Lados das paredes com forma de barril • Casca fina, lisa. • 2 a 8 blastômeros grandes ser distinguido de Uncinaria • Deve stenocephala que stenocephala que é levemente maior
• •
• •
A larva L1 é encontrada nas fezes. Tamanho médio: 360-400µ de diâmetro diâmetro por 15 - 20µ de largura. O ovo tem uma casca fina e embriona-se no pulmão, mede 70 a 80µm por 50 75µm Larva curta, espessa com um espinho dorsal na cauda. Cabeça cônica com esôfago característico de Strongyloides Strongyloide s Com conteúdo granular
•
• • •
Esporulado
Spirometra - Cestoda
Toxoplasma Toxoplasma - Protozoário
Cães e gatos
Gatos
•
Ovos semelhantes ao do Diphyllobotrium
• • • •
Não Es orulado
Oocistos: 12 µ São encontrados nas fezes de gatos e não são esporulados em fezes frescas A esporulação ocorre em no mínimo 3 dias O oocisto esporulado contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.
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237 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ ____________________ ________
Trofozoíta
Cistos
Giardia- Protozoário
Isospora - Protozoário ( I. canis, I. felis , I. ohioensis, I. rivolta )
Cães e Gatos
Cães e Gatos
•
• •
Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.
• •
Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 40 µ
Cryptosporidium - Protozoário
Sarcocystis - Protozoário
Cães e Gatos
Cães e Gatos
• • •
Oocistos minúsculos: 4 – 4,5 µ. Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.
•
•
Ao contrário de Isospora, Isospora, estes são esporulados quando eliminados nas fezes e contêm dois esporocistos cada um com quatro esporozoítos. 14-15 µ
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238 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
OVINOS, CAPRINOS E BOVINOS INTRODUÇÃO
Os ovos de vermes e larvas encontrados em fezes de bovinos são quase os mesmos encontrados em ovinos e caprinos. Há um desenvolvimento embrionário em ovos de Trichostrongylideos gastrointestinais: De acordo com a espécie de verme, verme, os ovos contém de 4 a 32 blastômeros. blastômeros. Estes são os ovos ovos de vermes mais freqüentemente encontrados e eles tem dimensões muito parecidas. A maioria dos laboratórios não consegue distinguir os ovos de Cooperia, Haemonchus, Trichostrongylus, Ostertagia e Oesophagostomum , então dão o diagnóstico de: presença de Estrongilideos ou Trichostrongilideos nas fezes. Um diagnóstico correto pode ser feito com uma boa experiência e comparando as características com precisão. Se for preciso podem ser identificadas as larvas dos vários gêneros após coprocultura, e então confirmado o diagnóstico. Os ovos de vermes redondos como Trichuris (com plugues polares), Strongyloides (com larva no interior) ou os muito grandes como Nematodirus são facilmente reconhecidos. Os ovos de Toxocara vitulorum são bastante similares aos ovos de T. canis, parasito de cães, porém a camada externa da casca dos ovos de T. canis é mais larga que a de T. vitulorum. Os grandes e pequenos vermes pulmonares de ovinos são diferenciados pelo exame microscópico das larvas; em bovinos o único verme pulmonar encontrado é o Dictyocaulus viviparus. Uma infecção com trematódeos como a Fasciola hepatica é facilmente identificada pelos ovos típicos (amarelos e grandes com um opérculo). Se forem achados segmentos ou cadeias inteiras de segmentos maduros nas fezes um exame ao microscópio poderá confirmar uma infecção por Moniezia com típicos ovos irregulares. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE RUMINANTES 1.Com plugues polares 1.1Plugues polares protuberantes 1.2Sem plugues polares protuberantes 2.Sem plugues polares 2.1.Com larva - Casca fina, com larva de nematóide no interior - Ovos triangulares ou piramidais com larva contendo seis ganchos
Trichuris Capillaria
Strongyloides Moniezia
2.2.Sem larva 2.2.1.Com opérculo # Pequenos ovos de cor escura elipsóides e assimétricos # Ovos grandes e elipsóides a- amarelo ouro a marrom (140 µ) b- esverdeados a hialinos (160 µ)
Dicrocoelium
Fasciola Paramphistomum
2.2.2.Sem opérculo a- Com parede espessa e membrana albuminosa b- Com dupla parede transparente > 130 µ ♦Ovos ovóides com grandes blastômeros escuros ♦Ovos elípticos com pólos não similares < 130 µ 4- 8 blastômeros > 8 blastômeros (16- 32) Pólos marcadamente distintos Pólos similares ou quase similares Com paredes paralelas Com paredes esféricas c- Ovos ovais com grandes blastômeros Com pólos mais ou menos assimétricos Com pólos similares d- Ovos ovais ou elipsóides com pequenos blastômeros Largo com pólos ligeiramente aplainados Pólos não muito largos, e mórulas com grande quantidade de pequenos blastômeros
Toxocara
Nematodirus Marshallagia Bunostomum Trichostrongylus Cooperia
Haemonchus Oesophagostomum Chabertia Ostertagia
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239 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
Trichuris ovis - Nematoda
Capillaria sp. (C. sp. (C. longipes – C. brevipes) -
Ruminantes
Ruminantes
• • • •
Nematoda
Ovos de tamanho médio: 75 µ (70-80) de comprimento por 35 µ (30-42) de largura Com dois plugues polares protuberantes protuberante s e transparentes Parede espessa Conteúdo granular, sem blastômeros.
Deve ser distinguido de Capillaria (< 60 comprimento; plugues polares aplainados).
µ
Ovos de tamanho pequeno: 45 - 50 µ de comprimento por 22 - 25 µ de largura • Com dois plugues polares pouco protuberantes protuberantes e transparentes • Lados das paredes são paralelos Conteúdo granular, não segmentado. • • Parede espessa com superfície superfí cie enrugada •
de
M.
M.
Strongyloides papillosus - Nematoda
Moniezia - Cestoda
Ruminantes
Ruminantes
• • • • •
Ovos de tamanho médio: 47-65 µ de comprimento por 25 - 26 µ de largura Ovo largo, forma de elipse Pólos largos, largos, semelhantes semelhantes e ligeiramente ligeiramente aplainados Paredes laterais semelhantes Casca fina, pálido, com superfície lisa.
•
ovinos formato mais ou menos triangular a piramidal : 50 - 60 µ Moniezia benedeni – bovinos – o Formato mais ou menos quadrangular: 80 - 90 µ Contém um embrião cercado por um aparato piriforme Parede espessa com superfície lisa, cor escura, cinzenta. o
•
É embrionado: contém a larva L1, que mais tarde emerge do ovo, às vezes até mesmo no mesmo dia.
Ovos de tamanho médio:
•
Moniezia
expansa –
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240 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
Fasciol
Paramphistom
Paramphistomum Paramphistomum cervi - Trematoda
Toxocara vitulo rum - Nematoda
Ruminantes
Ruminantes
•
• • •
Ovos de tamanho grande: maior que 160 µ (125 – 180) de comprimento por 75 – 103 (90) µ de largura Cor pálida, de cinzento a esverdeado. Pólo com tampa (opérculo) Nos estágios de início de segmentação ele contém 4 a 8 blastômeros cercados por aproximadamente 50 células.
• • • •
Ovos de tamanho médio: 69 – 95 µ de comprimento por 60 - 77 µ de largura. Quase esféricos Paredes espessas, nitidamente nitidamente alveoladas. Contém conteúdo granular, não segmentado e usualmente preenchendo só uma parte do ovo.
Deve ser distinguido de Fasciola (menor, marrom amarelado)
Dicrocoelium lanceatum lanceatum - Trematoda
Fasciola hepatica - Trematoda
Ruminantes
Ruminantes
• • • •
Ovos de tamanho pequeno: 38 - 45 comprimento por 22 - 30 µ de largura Marrom escuro Formato de elipse irregular Parede espessa
Contém o miracídio que preenche completamente o ovo; é difícil de distinguir, pois se observa vagamente o opérculo.
µ
de
•
• • • • • •
Ovos de tamanho grande: (> 130 µ) 130 – 145 µ de comprimento por 70- 90 µ de largura. Elipse quase regular Pólos quase similares Paredes simétricas com forma de barril Paredes finas Ovos marrons amarelados, amarelados, granulares; sem blastômeros. Pólo com tampa (um opérculo)
Deve ser distinguido de Paramphistomum cervi (é maior, de cor esverdeada) esverdeada) __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria Prof a Silvia Gonzalez Monteiro
241 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
Nematodirus - Nematoda
Bunostomum - Nematoda
Ruminantes
Ruminantes
• Ovos de tamanho grande (>130 µ): Ovos de tamanho médio: Nematodirus filicollis Bunostomum phlebotomum (bovino) 88- Nematodirus o 150 µ (130 – 200) de comprimento por 75 µ 104 µ de comprimento por 47 - 56 µ de (70-90)de largura largura. Bunostomum trigonocephalum (ovino) - Nematodirus helvetianus o 212 µ (160 – 233)de comprimento por 97 µ 88-104 µ de comprimento por 47 - 56µ (87-121)de largura de largura. - Nematodirus spathiger De formato formato elíptico elíptico regular regular largo, com 4 a 8 • blastômeros. 200 µ (175 – 260)de comprimento por 108 µ (106-110)de largura • Paredes com lados não similares, similares , com um dos - Nematodirus battus lados levemente aplainado. 164 µ (152 – 182) de comprimento por 72 µ Deve ser diferenciado de Chabertia (lados paredes (67-77) de largura similares e mais blastômeros) Formato de elipse mais ou menos regular • • Paredes similares Pólos similares • • Casca fina, pálido (N. filicollis, N. spathiger ), ), claro(N. helvetianus) ou marrom (N. battus) 2 a 8 grandes blastômeros blastômer os • •
Deve
ser
diferenciado de Marshallagia (pólos arredondados, 16032 blastômeros) marshalli
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242 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
Trichostrongylus - Nematoda
Cooperia - Nematoda
Ruminantes
Ruminantes
Ovos de tamanho médio: Trichostrongylus axei 70 - 108 µ de comprimento - Trichostrongylus por 30 - 48 µ de largura - Trichostrongylus colubriformis 79 - 101 µ de comprimento por 38-50 µ de largura - Trichostrongylus vitrinus >90 µ . 85 - 125 µ de comprimento por 37-55 µ de largura • Elipse irregular Pólos não semelhantes, não muito largos, um • dos quais mais arredondado que o outro. • Lados das paredes diferentes, diferentes , sendo um mais aplainado. Casca fina, com superfície lisa. • • 16 a 32 blastômeros
Ovos de tamanho médio: - Cooperia oncophora – bovinos - 74 - 95 µ por 36-44 µ - Cooperia punctata – bovinos – 69 - 83 µ por 29-34 µ - Cooperia curticei – ovinos - 60 - 88 µ por 3042 µ Elipse pequena regular • • Pólos pequenos, quase similares. similares . • Lados das paredes paralelos e aplainados Casca fina com superfície lisa, o lado interno • é coberto por uma fina membrana do ovo. • Muitos blastômeros, difícil de distinguir.
•
•
Diferenciar de Ostertagia (paredes esféricas e pólos mais largos)
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243 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
Haemonchus - Nematoda
Oesophagostomum - Nematoda
Ruminantes
Ruminantes
Ovos de tamanho médio: • Média de 74 µ (62-95) de comprimento por 44 µ (36-50) de largura • Elipse larga regular • Pólos largos, aplainados aplainados e muito similares. • Lados das paredes similares, similar es, parecendo um barril. • Casca fina, amarelados com superfície superfíci e lisa, a parte de dentro é coberta por uma fina membrana. e quase não distinguíveis • Numerosos blastômeros.
•
•
Ovos de tamanho médio:
-Oesophagostomum radiatum – bovinos - 75 - 98 µ por 46-54 µ -Oesophagostomum columbianum – ovinos– 65 88 µ por 40-54 µ -Oesophagostomum venulosum – ovinos - 85 120 µ por 45-60 µ Formato elíptico, largo e regular. • • Pólos arredondados arredondados e similares • Lados das paredes quase similares, parecidos com um barril. Casca fina com superfície lisa, o lado interno • é coberto por uma fina membrana. Diferenciar de Oesophagostomum (blastômeros • 16 a 32 blastômeros são facilmente distinguidos) distinguidos) Diferenciar de Haemonchus (blastômeros são mais difíceis de distinguir)
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244 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
Chabertia ovina - Nematoda
Ostertagia - Nematoda
Ovinos
Ruminantes
Ovos de tamanho médio: -Ostertagia ostertagi – bovinos - 75 - 98 µ por 46• 54 µ • -Ostertagia circumcincta – ovinos - 75 - 98 µ por • 46-54 µ • Formato elíptico, regular • Pólos não muito largos e simétricos • • Lados das paredes simétricos, parecidos com • um barril • Casca fina com superfície lisa, o lado interno • é coberto por uma fina membrana. • Grande número de blastômeros difíceis de Diferenciar de Bunostomum (um lado da parede é distinguir e que preenchem quase todo ovo aplainado ) Diferenciar de Haemonchus (redondo) e Cooperia (Paredes paralelas) •
Ovos de tamanho médio: Média de 90 µ (77-105) de comprimento por 50 µ (45-59) de largura Formato elíptico, largo e regular Pólos ligeiramente ligeirament e largos, aplainados e muito similares Lados das paredes similares, similares , parecendo um barril Casca fina, com superfície lisa, a parte de dentro é coberta por uma fina membrana . 16 a 32 blastômeros. blastômeros .
•
Dictyocaulus vivi parus – L1 - Nematoda
Dictyocaulus filaria – L1 - Nematoda
Ruminantes
Ruminantes
•
•
•
• • •
390-450 µ de comprimento por 25 µ de largura Cabeça arredondada (não tem uma protuberância protuberânci a protoplasmática (botão cefálico) como Dictyocaulus filaria) Esôfago simples do tipo estrongiloide. estrongiloide. Encontrado nas fezes Cauda termina em ponto cego
•
• •
550 – 580 µ Cabeça contém uma protuberância protoplasmática (botão cefálico) Muitos grânulos intestinais acinzentados Cauda termina em ponto cego
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245 _______________________ __________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ __________________ ______
Não
Esporul
Muellerius Muellerius capillaris - L1 – Larva Larv a - Nematod Nematod a
Eimeria - Protozoário ( E. zuernii, E. cylindrica, E. ellipsoidallis, E. auburnensis, E. bovi s, E. ahsata, E. E. granulos a, E. E. ovi na, E. faurei, E. ovinoidalis, E. crandallis, E. intricata )
Ovinos
Ruminantes
• • • •
300 – 320 µ Cabeça sem uma protuberância pr otuberância protoplasmática protoplasmática (botão cefálico) Grânulos intestinais finos Cauda termina com um espinho dorsal e ondulada
•
•
Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 30 µ
Giardia – Protozoário
Thysanos oma - Cestoda
Ruminantes
Ruminantes
•
• •
Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.
• •
Ovos muito pequenos, 19 – 26 µ, sem aparato piriforme. Presença de corpos para-uterinos para-uterinos nos ovos
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SUINOS INTRODUÇÃO Os ovos de Ascaris suum, Trichuris suis, suis, Strongyloides sp. sp. e Metastrongylus sp. sp. São fáceis de identificar. As diferenças entre os ovos de Oesophagostomum sp. sp . e Hyostrongylus rubidus, rubidus , ao contrário, são bastante difíceis de diferenciar; o diagnóstico diferencial é possível somente após cultura das fezes (coprocultura) e exame microscópico da larva. As características destas larvas são específicas das espécies. Os ovos de Strongyloides Strongyloides sp. sp. são fáceis de reconhecer pela parede fina e lisa, e também por conter no seu interior uma larva (L1), essa larva emerge muito cedo do ovo, então para identificação identifi cação desse ovo devemos examinar fezes frescas, recém expelidas. Em fezes velhas é difícil de identificar a larva de Strongyloides de outras larvas de vida livre que habitam o bolo fecal. O ovo de Metastrongylus também contém uma larva L1, porém a superfície do ovo é enrugada. Fezes de suíno também podem conter ovos de outros parasitas principalmente de ruminantes como: Trichostrongylus vitrinus e Trichostrongylus colubriformis e ovos de trematódeos de Fasciola hepatica e Dicrocoelium Dicrocoeliu m lanceatum.
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE SUÍNOS 1.Com plugues polares
Trichuris
2.Sem Plugues polares 2.1. Com larva - Parede lisa e fina - Superfície enrugada - Elíptico e alongado, parede espessa 2.2. Sem larva Parede marrom, espessa Ovo pálido com casca lisa > 8 blastômeros < 8 blastômeros Ovo na urina
- Após trichinoscopia trichinoscopia
Strongyloides Metastrongylus Physocephalus Ascaris *Hyostrongilus e Oesophagostomum Globocephalus Stephanurus
Trichinella
Protozoários: Giardia Eimeria Balantidium Isospora Outros: Schistosoma Gongylonema Macracantorhynchus
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247 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ ____________ _
Trichuris suis -Nematoda
ransomi ) Strongyloides (S. papillosus (=suis) – S. ransomi) Nematoda
Suínos •
• • • •
Ovos de tamanho médio: 50-68 µm de comprimento por 21 – 31 µ de largura Lados das paredes levemente em forma de barril Dois plugues polares transparentes nos pólos Parede espessa com superfície superfíci e lisa Conteúdo granular, não segmentado.
Suínos •
• • • •
Ovos de tamanho pequeno: 40 - 55 µm de comprimento por 20 - 35 µm de largura Forma elíptica Casca de cor verde acinzentada Parede muito fina Contém uma larva L1
Deve ser diferenciado de ovos de Metastrongylus que são mais largos e mais redondos.
Metastrongylus Metastrongylus elongates elongates - Nematoda
Physocephalus Physocephalus sexalatus sexalatus -Nematoda
Suínos
Suínos
•
• • • •
Ovos de tamanho médio: 51 - 63 µ de comprimento por 33 - 42 µ de largura Forma elíptica ou arredondada Casca espessa com superfície enrugada Contém uma larva L1 A casca do ovo de Metastrongylus possui debris fecais aderidos.
•
• • •
Ovos de tamanho pequeno: 31 - 45 comprimento por 12 - 26 µ de largura Ovo elíptico e alongado Casca espessa Contém uma larva
Deve ser diferenciado de ovos de Strongyloides sp. sp . que são menores, mais lisos e mais elipsóides.
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µ
de
248 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ ____________ _
As caris car is suum su um - Nematoda
Globocephalus Globocephalus uro subulatus - Nematoda
Suínos
Suínos
•
• • •
Ovos de tamanho médio: 50 – 70 µm de comprimento por 40 - 60 µm de largura Elípticos Elíptico s ou redondos Casca espessa, aberto pelo lado de dentro por uma membrana. Cor marrom dourado.
Conteúdo: células granulares.
não
segmentadas,
• • • •
Ovos de tamanho médio: 50 - 56 µm de comprimento por 26 - 35 µm de largura Ovóide Casca fina, pálida com superfície lisa. Poucos blastômeros: 6 - 8
Deve ser distinguido de ovos de Oesophagostomum e Hyostrongylus Hyostrongylus que tem mais blastômeros. blastômeros.
Adultos
Hyostrongylus Hyostrongylus rubidus - Nematoda
Hyostrongylus Hyostrongylus rubidus L3 – Larva - Nematoda
Suínos
Suínos
•
• • •
Ovos de tamanho médio: 69 - 85 µ por 39 – 45 µ de largura Ovóides com pólos redondos similares Ovo de superfície superfíci e lisa e parede fina. Em fezes fezes frescas: frescas: mínimo mínimo de 32 blastômeros.
Deve ser distinguido de ovos de Oesophagostomum , para isso deve ser feita cultura das fezes e diferenciação pelas larvas.
•
• •
Tamanho: Sem envoltura: 715 - 735 µ Com envoltura: 800 - 22 µ Cauda longa: 60 - 68 µ . A larva tem movimentos rápidos.
Deve ser distinguido de larvas de Oesophagostomum, que são mais curtas e mais espessas, e se movem mais lentamente. Usar técnica de Baermann, após cultura das larvas.
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249 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ ____________ _
Oesophagostomum Oesophagostomum dentatum dentatum - Nematoda
Oesophagostomum Oesophagostomum dentatum L3 – Larva Nematoda
Suínos
Suínos
•
• • • •
•
Ovos de tamanho médio: 66 - 80 µ por 38 - 47 µ Formato oval largo e regular Pólos arredondados e similares Lados das paredes quase similares, parecidos com um barril Casca fina com superfície lisa, o lado interno é coberto por uma fina membrana. Em fezes frescas: 8 a 16 blastômeros blastômeros
•
• •
Tamanho: Sem envoltura: 515 - 532 Com envoltura: 660 - 720 µ X 30 µ Cauda curta: 45 - 53 µ . A larva tem movimentos lentos.
µ
Deve ser distinguido de larvas de Hyostrongylus, Hyostrongylus, que é mais longa e mais fina, e se move rapidamente. Usar técnica de Baermann, após cultura das larvas.
Diferenciar de Hyostrongylus A diferenciação é feita por meio de cultura de fezes e exame microscópico das larvas
Stephanurus Stephanurus dentatus dentatus - Nematoda
Trichinella spiralis - Nematoda
Suínos
Suínos, ratos, outros mamíferos e homem
•
• • • •
Ovos de tamanho médio: 90 - 114 µ por 53 - 70 µ Formato elíptico elíptic o largo e irregular Casca fina e transparente Muitos blastômeros: blastômeros : 32 - 64 O ovo é encontrado somente na urina
• •
•
Tamanho: 30 µ - 800 - 1000 µ A larva infectante vive encapsulada no tecido muscular de vários mamíferos e são adquiridos através da alimentação. A larva encapsulada no tecido tem formato espiral
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Trofozoíta
Cisto
Giardia - Protozoário
Isospora - Protozoário
Suínos
Suínos
•
• •
Forma trofozoíta trofozoít a piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística cístic a de forma oval possuindo dois a quatro núcleos e fibrilas. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.
Não esporulado
•
•
Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 18 µ
Esporulado
Ac antoc ocephal ephal a Eimeria – Protozoário ( E. spinos a, E. E. porc i, E. Macracantorhynchus Macracantorhynchus - Acant neodebliecki, E. debliecki, E. scabra ) Suínos
Suínos
•
•
•
Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 23 µ
•
Ovo oval com 110 µ Casca marrom escura e contém a larva acantor no seu interior.
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EQUINOS INTRODUÇÃO Em nossas regiões quase todos os eqüinos são infectados por nematóides. A maioria da população de vermes possui grande variedade de espécies, sendo as mais patogênicas as pertencentes às famílias Ascaridae e Strongylidae. O diagnóstico das helmintíases é determinado principalmente pelo exame microscópico dos ovos dos vermes. Os ovos de Oxyuris equi e Parascaris equorum são bastante característicos e fáceis de identificar. O ovo de Dictyocaulus arnfield, arnfield, Strongyloides westeri e Habronema Habronema spp. sempre contém uma larva. A larva deixa o ovo cedo – algumas vezes dentro do hospedeiro de forma que ovos e larvas podem ser encontrados nas fezes. Os ovos de Trichostrongylus axei, Triodontophorus spp., Trichonema spp . e Strongylus Strongylus spp. são muito similares, a diferenciação é possível mediante apurada medida e comparação de suas propriedades morfológicas. As larvas desses nematóides obtidas após cultura das fezes, são facilmente distinguíveis com a ajuda de um microscópio. Um número de gêneros que ocorrem com menor freqüência não foi incluído aqui, como: Oesophagodonthus, Craterostomum, Gyalocephalus, Posteriostomum. Os ovos dos cestódeos Anoplocephala Anoplocephala perfoliata, A. magna e Paranoplocephala Paranoplocephala mamillana mamillana são expelidos com as fezes. Os ovos de Trematódeos de eqüinos são principalmente parasitas de ruminantes (Dicrocoelium lanceatum, lanceatum, Fasciola hepatica). hepatica). Por causa de sua localização em certos órgãos e tecidos, ovos de várias espécies de Spiruroidea e Filarioidea são impossíveis de achar nas fezes. Thelazia lacrymalis lacrymalis ocorre nos olhos. Setaria equina equina vive na cavidade abdominal, enquanto as microfilárias estão no sangue. A oncocerchose habita os tendões e tecido conectivo. As larvas de espécies de Filarioidea são detectadas no sangue ou fluido tissular.
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE EQUINOS 1.Com larva 1.1.Com um plugue polar, assimétrico 1.2.Sem plugue polar 1.2.1. Uma única casca Cilíndrica - Elipsóide, < 50µ 1.2.2. Dupla casca do ovo, elipsóide > 80 µ 1.2.3. Tripla casca do ovo, quase esférica ♦Embrião hexacanto = 16 µ ♦Embrião hexacanto = 8 µ ♦ Aparato piriforme bem desenvolvido
2.Sem larva 2.1. Com opérculo a) Pequeno, escuro e assimétrico. b) Grande, marrom amarelado à marrom. 2.2.Sem opérculo a) Esféricos > 90µ, amarelo ouro, casca espessa b) Não esféricos, ovóides ou elipsóides b.1) Pólos não similares b.2) Pólos similares Eixo menor, < ½ do eixo maior > 130 µ, lados das paredes parecem barris < 110 µ , Lados das paredes paralelos Eixo menor > ½ do eixo maior
Oxyuris
Habronema Strongyloides Dictyocaulus Anoplocephala Anoplocephala perfoliata Anoploc. magna magna Paranoplocephala
Dicrocoelium Fasciola
Parascaris Trichostrongylus
Triodontophorus Trichonema Strongylus
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252 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
• • • • • •
• • • • • •
Oxyuris equi - Nematoda
Habronema sp - Nematoda
Equinos
Eqüinos
Ovos de tamanho médio: 80-95 µ de comprimento por 40–45 µ de largura Ovóide, levemente assimétrico. Lados das paredes não são similares, um é mais aplainado. Plugue polar transparente em um pólo Parede espessa com superfície lisa Sempre contém um estágio tardio de mórula ou uma larva – L1
• • • • • •
Ovos de tamanho pequeno: 40 - 55 µ de comprimento por 8 - 16 µ de largura Cilíndrico ou baciliforme, fortemente comprimido. Paredes laterais em forma de barril Casca espessa Contém uma larva Nas fezes, ambos estágios de ovos ou larvas podem ser detectados.
Strongyloides westeri - Nematod Nematod a
Dictyocaulus arnfield - Nematoda
Equinos
Eqüinos
Ovos de tamanho pequeno: 40 - 50 µ de comprimento por 30–40 µ de largura Ovóides Lados das paredes são simétricos Pólos largos e similares Parede fina com superfície lisa Contém uma larva pequena e espessa
• • • • •
Ovos de tamanho médio: 80 - 100 µ de comprimento por 50 - 60 µ de largura Elipsóide Lados das paredes simétricos Casca fina Contém uma larva que emerge do ovo muito cedo
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253 _______________________ ___________________________________ _______________________ _______________________ _______________________ _____________
Dictyocaulus arnfield – L2 – Larva -
An oplo op lo cephal cep hala a sp . - Cestoda
Nematoda Equinos • • • •
Tamanho 290 - 480 µ Espessura: 14 – 18 µ Larva bem desenvolvida, esôfago claramente visível. Cauda termina puntiforme (forma de ponto) com projeção transparente
Eqüinos • • • • • • •
•
• • • • • •
•
Ovos de tamanho médio: Anoplocephala Anoplocephala perfoliata: perfoliata: 65 - 80 µ diâmetro do embrião 16 µ Anoplocephala Anoplocephala magna: 50 –60 µ diâmetro do embrião 8 µ Paranoplocephala magna: 50 –60 µ diâmetro Quase esféricos, algumas vezes mais ou menos aplainados em um ou em vários lados. Superfície lisa, várias cascas finas Contém embrião hexacanto cercado por um aparato quitinoso piriforme (semelhante a uma pêra)
Dicrocoelium lanceatum lanceatum - Trematoda
Fasciola hepatica - Trematoda
Equinos
Eqüinos
Ovos de tamanho pequeno: 38 - 45 µ de comprimento por 22 – 30 µ de largura. Marrom escuro Elípticos irregulares Lados das paredes não são similares Assimétricos Casca espessa Contém um miracídio que preenche o ovo completamente sendo difícil de distinguir. Opérculo não visível
• • • • • • •
Ovos de tamanho grande (> 130 µ ): 130 – 145 µ de diâmetro por 70 - 90µ de largura. Elípticos quase regulares Pólos quase similares Lados das paredes com formato de barril e simétricas Casca fina Ovo marrom amarelado, com grânulos, sem blastômeros. Com opérculo
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Parascaris equorum - Nematoda Equinos • • • • •
Ovo de tamanho médio: ± 100 µ de comprimento por ± 90 µ de largura. Quase esférico Marrom, amarelado. Casca espessa, coberta com pontos finos Contém uma ou duas células
Trichostrongyl us axei axei - Nematod Nematod a Eqüinos • • •
• •
• •
Triodontophorus sp - Nematod Nematod a
Cyathost oma (= Trichon ema) - Nematoda
Equinos • • • • • • •
Ovo de tamanho grande: 130 – 140µ de diâmetro por 55 - 65µ de largura. Ovóide O eixo menor é < que a ½ do eixo maior Pólos quase similares ou similares Lados das paredes com forma de barril Paredes lisas Contém uma mórula com blastômeros grandes e pretos
Deve ser distinguido de Trichonema sp. (tamanho menor e lados das paredes paralelos) e Strongylus sp. sp . (menor, e o eixo menor é maior que a metade do eixo maior)
Ovos de tamanho médio: 70 – 108µ de diâmetro por 30 - 48µ de largura. Elipse irregular Pólos não muito largos, não são similares um é mais redondo que o outro. Lados das paredes não similares, um é mais aplainado. Casca fina, com superfície lisa, recoberta no seu interior por uma membrana. 16 a 32 blastômeros Deve ser distinguido de e Triodontophorus, Strongylus Trichonema, Trichonema , pois este tem os pólos claramente diferentes e o número de blastômeros é sempre 16 ou mais.
Eqüinos O gênero Trichonema compreende Trichonema compreende uma grande variedade e espécies. E é impossível diferenciar os ovos dos vermes. • Ovos de tamanho médio: 100-110µ de diâmetro por 40 - 45µ de largura. • Ovóide alongado O eixo menor é mais curto que metade • do eixo maior. Pólos quase similares • • Lados das paredes paralelos mais ou menos aplainados. Casca fina, com superfície lisa. • • Contém uma mórula com um pequeno número de blastômeros Deve ser distinguido de Triodontophorus (maior) e Strongylus (eixo Strongylus (eixo menor é maior que o eixo maior) •
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Cyathost oma (= Tricho nema) L3
Strongylus spp. - Nematoda
Larva.- Nematoda Equinos • • •
• •
Tamanho grande: 850µ A larva tem uma envoltura Sua cauda é longa e termina em forma de chicote (proporção entre corpo e cauda é de 1,5/1) 8 células intestinais triangulares Deve ser distinguida de larvas de Strongylus Strongylus ( 16 a 32 células intestinais)
Eqüinos • • • • • • • • • • •
Ovos de tamanho médio: Strongylus vulgaris: vulgaris : 83-93µ de diâmetro por 48 52µ de largura. Strongylus equinus: equinus : 75-92µ de diâmetro por 41 54µ de largura. Strongylus edentatus edentatus:: 78-88µ de diâmetro por 48 52µ de largura. Ovóide Pólos similares ou quase similares Lados das paredes em forma de barril Eixo menor é maior que a metade do eixo maior. Casca fina, com superfície lisa. Contém uma mórula com um pequeno número de grandes blastômeros Deve ser distinguido de Trichonema e Triodontophorus (eixo menor é mais curto que metade do eixo maior).
Strongylus vulg aris - L3 – Larva - Nematoda
Strongylus edentatus. edentatus. L3 – Larva -
Nematoda Equinos • • •
Tamanho: 800 – 1000µ de diâmetro por 40µ de largura. Proporção entre corpo e cauda é de 2,5/1 Tem 28 a 32 células intestinais retangulares
Eqüinos • • •
Tamanho: 800 µ de diâmetro por 40µ de largura. Proporção entre corpo e cauda é de 2/1 Tem 20 células intestinais
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Não esporulado
• • •
Esporulado
Strongylus equinus - L3 –Larva - Nematoda
Eimeria - Protozoário
Equinos
Equinos
Tamanho: 1000µ de diâmetro por 40µ de • largura. Proporção entre corpo e cauda é de 2,8/1 • Tem 16 células intestinais retangulares
Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. A Eimeria de Eimeria de eqüinos é muito grande – 70-90 µ, oocisto ovóide, fácil de diagnosticar.
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AVES INTRODUÇÃO Discutir todas as espécies de vermes que acometem um número igualmente grande de espécies de aves é um trabalho de enciclopédia, por esse motivo somente os ovos dos principais vermes de pombo, galinha, peru, perdiz, faisão, ganso, cisne e periquito foram considerados. Para facilitar a diferenciação e assim achar o diagnóstico certo, uma lista de vários parasitas por espécie de pássaro foi somada à clássica “chave de ovos de vermes". Esta lista é restrita às espécies de vermes mais importantes e é dividida em três grupos: Nematóides, cestóides e trematóides. Para identificar todos os ovos de vermes de pássaros, foi feita uma tabela de diferenciação. Quando a lista de vermes, as espécies de pássaros e esta tabela de diferenciação é consultada, o diagnóstico fica simples. Um exato diagnóstico dos helmintos envolvidos vai, como regra, ser possível somente após o isolamento e determinação da espécie de verme.
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE OVOS ENCONTRADOS EM FEZES DE AVES
1.Com dois filamentos 2.Sem filamentos 2.1.Com plugues polares 2.2.Sem plugues polares a.Com embrião < 40 µ, com larva > 50 µ, com espinho Embrião hexacanto b.Sem embrião b.1. Com opérculo Opérculos aparentemente visíveis, elipsóides Opérculos Opérculos difíceis de distinguir, ovóides b.2. Sem opérculo b.2.1. Conteúdo granular, não segmentado < 75 µ , ± paredes lisas > 75 µ , ± paredes em forma de barril b.2.2.Conteúdo segmentado < 75 µ , lados paredes paralelos > 85 µ , paredes em forma de barril
Notocotylus Catatropis Capillaria
Echinuria Ornithobilharzia Hymenolepis Hymenolepis sp.* Raillietina sp.* Davainea sp.* Syngamus Cyathostoma
Heterakis Ascaridia Trichostrongylus Amidostomum Amidostomum
* Cestóides são determinados mais precisamente por achado nas fezes do proglote do verme adulto.
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Echinuria unci nata - Nematoda
Capillaria sp - Nematoda
Ganso, pato, cisne
Pombo, ganso, pato, cisne, galinha, peru, faisão, perdiz, periquito
• • • •
Ovos de tamanho pequeno: 37 µ de • comprimento por 20 µ de largura. • Elípticos Casca lisa e espessa • Contém uma larva • • •
• • •
Ovos de tamanho médio C. anatis: anatis: 47 - 65 µ de comprimento por 24 35 µ de largura C. caudinflata: caudinflata: 43 - 60 µ de comprimento por 20 - 27 µ de largura C. contorta: contorta: 50 - 65 µ de comprimento por 22 28 µ de largura C. obsignata: obsignata: 50 - 62 µ de comprimento por 20 - 25 µ de largura Forma de limão plugues polares transparentes e protuberantes Paredes laterais em forma de barril e assimétricas Casca lisa, marrom e espessa. Conteúdo granular não segmentado
Hymenolepis - Cestoda
Raillietina Raillietina spp.- Cestoda
Cisne
Pombo, galinha, peru, faisão, perdiz.
• • • •
Ovos de tamanho médio: 50-80 µ Esféricos à elipsóides Paredes lisas e finas Contém um embrião hexacanto.
• • • •
Ovos de tamanho pequeno: 25-50 µ Esféricos à elipsóides Paredes lisas e finas Contém um embrião hexacanto
Os ovos são observados somente após desintegração do segmento maduro do cestóide ou da cápsula ovígera.
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Syngamus trachea- Nematoda
As carid car idia ia s p.(A. p.(A . gal li , A. c olum ol umbae) bae) - Nematoda
Pombo, galinha, peru, faisão, perdiz, pato, ganso, cisne
Pombo, pato, ganso, cisne, galinha, peru, faisão, periquito, perdiz.
• • • • • •
Ovos de tamanho médio: 78-100 µ de comprimento por 43-60 µ de largura. Elípticos Opérculos em ambos pólos Paredes laterais levemente em forma de barril Paredes lisas Mórulas contendo 8 a 16 blastômeros.
• Ovos de tamanho médio: • A.galli A.galli- 75-80 µ de comprimento por 45- 50 µ
de largura. • A. columbaecolumbae- 68-90 µ de comprimento por 4050µ de largura • Ovos elípticos, paredes laterais levemente em forma de barril • Paredes espessas, lisas com três camadas. A camada do meio é a mais desenvolvida. • Conteúdo não segmentado • Deve ser distinguido do ovo de Heterakis Heterakis que é menor e tem os lados da parede retos.
Heterakis Heterakis sp. ( H. gallin arum, H. Isol Isol onch e, H. disp ar) - Nematoda
Trichostrongylus - Nematoda
Pombo, galinha, peru, ganso, cisne, pato, faisão, perdiz.
Pombo, galinha, faisão, perdiz, ganso, pato, cisne.
• Ovos de tamanho médio: • H. gallinarum gallinarum - 63-75 µ de comprimento por 36 -48 µ de largura. • H.isolonche - 70-75 µ de comprimento por 40- 46 µ de largura • H. díspar - 59-62 µ de comprimento por 31- 41µ de largura • Elípticos, com lados das das paredes lisas. • Casca lisa e grossa • Conteúdo não segmentado
• • •
Ovos de tamanho médio: 65-75 µ de comprimento por 35-42 µ de largura. Ovóides, longos. Paredes com lados paralelos Pólos não são similares
•
Casca fina de paredes lisas
•
Deve ser distinguido do ovo de Ascaridia que é maior e tem os lados em forma de barril.
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Am idos id osto to mum mu m - Nematoda
Strongyloides - Nematoda
Ganso, pato, cisne
Aves
•
• • •
Ovos de tamanho médio: 85-110 µ de comprimento por 50-82 µ de largura. Elípticos, largos Grande numero de blastômeros Casca fina de paredes lisas
Não esporulado
• • • • • •
Ovos de tamanho pequeno: 40 - 50 µ comprimento por 30–40 µ de largura Ovóides Lados das paredes são simétricos Pólos largos e similares Parede fina com superfície lisa Contém uma larva pequena e espessa
de
Esporulado
Eimeria – Eimeria – Protozoário (E. acervulina, E. brunetti, E. tenella, E. necatrix, E. acervulina, E. máxima, E. mitis, E. praecox) praecox) Aves • • •
Oocistos esporulados com quatro esporocistos esporocist os contendo 2 esporozoítos em cada. 14-41 µ, Oocisto ovóide, fácil de diagnosticar. diagnosticar.
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Protozoários 261
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PRINCIPAIS PROTOZOÁRIOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS CÃES E GATOS GA TOS
Esporulado
Neospora caninum- Coccideo Coccideo
Toxoplasma Toxoplasma - Coccideo
Cães
Gatos
Oocistos não esporulados nas fezes. São esféricos, com 10 a 11 µm de diâmetro, muito similares aos de Hammondia heydorni heydorni do cão e Hammondia hammondi e Toxoplasma gondii do gondii do gato .
Trofozoíta
Não Es orul orulad ado o
Oocistos: 12 µm São encontrados nas fezes de gatos e não são esporulados em fezes frescas A esporulação esporulação ocorre em no mínimo 3 dias O oocisto esporulado contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.
Cistos
Giardia - Flagelado
Isospora - Coccideo (I. canis, I. felis , I. ohioensis, I. rivolta) = Cystois ospora- Coccideo
Cães e Gatos
Cães e Gatos
Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Possui em torno de 10 a 20 µm. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.
Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 40 µm.
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Protozoários 262
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Cryptosporidium - Coccideo
Sarcocystis - Coccideo
Cães e Gatos
Cães e Gatos
Oocistos minúsculos: minúsculos: 4 – 4,5 µm. Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.
Esporulado
Ao contrário de Isospora, Isospora, estes são esporulados quando eliminados nas fezes e contêm dois esporocistos cada um com quatro esporozoítos. 14-15 µm.
Não Es orul orulad ado o
Hammondia Hammondia hammondi - Coccideo
Babesia canis - Hematozoário
Gatos
Cães
Oocisto com 10 a 12 µm. Não é considerado um coccídeo patogênico, porém tem importância devido à semelhança do oocisto com o de Toxoplasma.
Corpos piriformes dentro da hemácia com 2,5 a 5 µm de comprimento.
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Protozoários 263
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Babesia Babesia gibson i - Hematozoário
Ehrlichia - Rickettsia
Cães
Cães e Gatos
Corpos piriformes dentro da hemácia com 1 a 2 µm de comprimento.
São encontrados nos leucócitos como inclusões intracitoplasmáticas. intracitoplasmáticas.
Haemobartonella - Rickettsia
Hepatozoon - Hematozoário
Gatos
Cães e gatos (raro)
Apresentam-se Apresentam-se como cocos ou bastonetes curtos na superfície do eritrócito.
Gametócitos no interior de neutrófilos. Pode-se diagnosticar através esfregaço sanguíneo corado.
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Protozoários 264
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Trypanosoma evansi - Flagelado
Trypanosoma cruzi - Flagelado
Cães e Gatos
Cães e gatos
Formas tripomastigotas encontradas em sangue periférico corado com giemsa. Há um pequeno ou quase invisível cinetoplasto.
Formas tripomastigotas encontradas em sangue periférico corado com giemsa. Possuem um grande cinetoplasto.
Leishmania - Flagelado
Trypanosom a cruzi - Flagelado
Cães e Gatos
Cães e gatos
Formas amastigotas encontradas em raspado ou biopsia de pele lesionada. Em aspirados de gânglios linfáticos, medula ou baço também podemos encontrar essas formas no interior de macrófagos.
Formas amastigotas encontradas em cortes histológicos.
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Protozoários 265
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RUMINANTES
Não es esporulado
Esporulado
Tritrichomonas foetus- Flagelado Flagelado
Eimeria - Protozoário ( E. zuernii, E. cylindrica, E. ellipsoidallis, E. auburnensis, E. bovis, E. ahsata, E. granulosa, E. ovi na, E. faurei, E. ovinoidalis, E. crandallis, E. intricata) -Coccideo
Bovinos
Ruminantes
Formas trofozoítas encontradas em exame da secreção vaginal ou prepucial. Medem cerca de 20 µm Reconhece-se pelo movimento ou cora-se com giemsa para visualizar seus flagelos e núcleo.
Trofozoíta
Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 30 µm
Cistos
Giardia – Giardia – Protozoário
Cryptosporidium - Coccideo
Ruminantes
Ruminantes
Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Possui em torno de 10 a 20 µm. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.
Oocistos minúsculos: 4 – 4,5 µm. Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.
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Protozoários 266
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Babesia bigemin a - Hematozoário
Babesia Babesia bovi s - Hematozoário
Bovinos
Bovinos
Corpos piriformes dentro da hemácia com 4,5 a 5 µm de comprimento.
Corpos piriformes dentro da hemácia com 2,5 µm de comprimento.
An aplasm apl asm a – Rickettsia -Hematozoário
Trypanoso ma viv ax e T. evansi- Flagelado
Bovinos
Bovinos
Em esfregaços sanguíneos após coloração são encontrados pequenos pontos no interior das hemácias. 0,1 a 1µm de diâmetro. Não confundir com corpúsculos de Howell Jolly ou corante.
Formas tripomastigotas encontradas em sangue periférico corado com giemsa. Há um pequeno ou quase invisível cinetoplasto.
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Protozoários 267
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EQUINOS Cisto
Trofozoito
Não esporulado
Esporulado
GiardiaGiardia - Flagelado Flagelado
Eimeria - Coccideo
Equinos
Equinos
Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo 2 a 4 núcleos e fibrilas. Possui em torno de 1 0 a 20 µm.
Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. A Eimeria de Eimeria de eqüinos é muito grande – 70-90 µm, oocisto ovóide, fácil de diagnosticar.
FlageladoTrypanos FlageladoTrypanos oma viv ax, T. evansievansiHematozoários
Trypanosoma equiperdum - flagelado
Equinos
Equinos
Tripomastigotas encontrados em sanguíneo corado com giemsa.
esfregaço
Tripomastigotas encontrados em secreções vaginais ou prepuciais .
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Protozoários 268
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Babesia equi -Hematozoário - Hematozoário
Babesia caballi- Hematozoário
Equinos
Equinos
Possui 1,7 µm encontrada sozinha, em pares ou tétrades. Também chamada de pequena babesia
Possui 3 µm, encontrada em pares. Chamada de grande babesia dos eqüinos.
Cryptosporidium - Coccideo Equinos Oocistos minúsculos: 4 – 4,5 µm Cada oocisto com 4 esporozoitos (não há esporocisto) Pode-se diagnosticar através de técnicas de flutuação ou esfregaço de fezes corados por Ziehl-Nielsen onde os esporozoítos aparecem como grânulos vermelho-brilhantes.
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Protozoários 269
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SUINOS
Trofozoíta
Cistos
Giardia - Flagelado
Isospora - Coccideo
Suínos
Suínos
Forma trofozoíta piriforme e elipsóide, extremidade arredondada, simétricos com face dorsal convexa e ventral côncava. Dois axóstilos e 8 flagelos distribuídos em 4 pares. Forma cística de forma oval possuindo dois a quatro núcleos e fibrilas. Possui em torno de 10 a 20 µm. Métodos mais indicados: Flutuação com sulfato de zinco ou exame direto das fezes, pois soluções hipersaturadas de sal ou açúcar distorcem o parasito. A forma trofozoíta é muito sensível.
Não esporulado
Oocistos esporulados com dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos. 15 a 18 µm
Esporulado
Eimeria – Protozoário E. porci , E. Protozoário (E. spinos a, E. neodebliecki, E. debliecki, E. scabra ) -Coccideo Suínos Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 18 – 23 µm
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Protozoários 270
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AVES
Não esporulado
Esporulado
Eimeria – Proto Pro tozoár zoário io (E. acervulin a, E. brun etti, E. tenella, E. necatrix , E. acervu acervu lina, E. máxima, E. mit is, E. praecox )- Coccideo Aves Oocistos esporulados com quatro esporocistos contendo 2 esporozoítos em cada. 14-41 µm, Oocisto ovóide, fácil de diagnosticar. diagnosticar.
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