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paastor p deve fazer I.
J e r e n R o w e l l
Pa s t o r F a z e r ?
que um
Deve
A Boa e Difícil Obra do M inistério
Traduzido Traduzi do po r Degm ar Ribas
CBO Rio de Janeiro
Todos os direitos reservados. Copyright © 2008 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Con selho de D outrin a. Título do original em inglês: W lw t’s a Pastor to Do? Beacon Hill Press, Kansas City, Missouri, EUA Primeira edição em inglês: 2004 Tradução: Degm ar Ribas CD D : 250 - Teologia Pastoral ISBN: 978-85-263-0970-8 As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário. Para maiores inform ações sobre livros, revistas, periód icos e os ú ltimos lançam entos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br SAC — Serviço de Atendim ento ao Cliente: 0800-21-7373 Casa Pub licadora das Assembléias de Deus Caixa Postal 331 20001 -970, R io de Janeiro, RJ, Brasil
De
dicatória
Com amor, dedico esta obra à memória de meu pai,Jimmie Leon Rowell. C om o um leigo dedicado, ele am ou os pastores do m und o todo, tanto p or m eio de obras com o tam bém de suas atitudes. Qu e a sua tribo cresça!
Ag
r a d e c im e n t o s
Tenho ouvido, muitas vezes, pastores dizendo algo como: “Acho que ainda não tive alguma idéia original na minha vida. Sou mestre em tomar emprestado e adaptar”. Muitos pastores podem se identificar com isso, até certo ponto. O escopo do nosso trabalho é tão amplo que precisamos con fiar em auxiliares, ao longo do caminho. A minha vida pastoral foi abençoada por alguns dos melhores auxiliares. Ed Wallace foi meu pastor, quando recebi o chamado de Deus para ser um pregador. O seu carinho e apoio naqueles primeiros e críticos anos foi ins pirador. Richard Young me ensinou mais sobre o lado prático do ministério pastoral do que qualquer outra pessoa. Sinto-m e em dívida com ele quase to dos os dias. Eugene Peterson,W ílliam Willimon, Thomas Oden, David H ansen, H en ri N ouwen, Frederick Bu echn er e tantos outros moldaram a minha vida por meio de seus textos. Sei que muitas das suas idéias ecoam naquilo que penso, digo e escrevo. Amigos especiais participaram do trabalho pastoral, ju n to a mim, ao lon go dos anos, e grande parte daquilo que penso e que entendo sobre o tra balho se deve à influência deles. David Busic, M ark Hayse, e Jeff Hooven merecem um agradecimento (ou culpa!) especial entre esse grupo. Eu sou m uito grato pelas boas pessoas de quatro congregações nazarenas que me amaram, independentemente dos meus erros, e descobriram uma maneira de m e oferecer incentivo m esmo quand o havia po uc o a incentivar. Minha estima especial vai para as pessoas da congregação nazarena de Shawnee, Kansas, que me am aram bastante dura nte os últimos 13 anos. Com o mu itos pastores não teria sobrevivido até hoje sem o apoio fiel de minha esposa e minha família. Starla e meus filhos me acompanharam nesta jo rnada de todas as maneiras, e eu sou m uito grato. Finalmente, meu humilde ag radecim ento às boas pessoas de Beaco n Fíill Press, que me encorajaram e ajudaram a publicar este trabalho. E a Bo b Brower e Kelly Gallagher, que há sete anos me deram o espaço para falar aos pastores em T he Com m unic ato r; muito obrigado! Grande parte do material apresentado, a seguir, foi publicado pela pri meira vez, mensalm ente para pastores e líderes da igreja, chamada The Communicator. E uma ferramenta de revisão de recursos da Naza rene Publishing
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? em Kansas City. Em 1998, os líderes da NPH me convidaram a ter uma conversa com meus colegas pastores, por todo o país, na primeira pá gina. Tem sido uma jornada maravilhosa, e estou feliz por todas as pessoas que escreveram, ao longo dos anos, para apoiar ou criticar. Graças a isso, sou um pastor melhor!
House
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Su m á r i o Agradecimentos
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Introdução: Saúde Pastoral: U m Paradoxo Cruel?
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Identidade Pastoral Você Foi Ch am ado ou Dirigido? O que um Pastor Deve Fazer? Servir em Silêncio Alimentando o Cham ado Escolhen do um Pastor O C on ce rto entre o Pastor e as Pessoas A Liderança B em -Intencionada C uidado —A sua Liderança Está Sendo Vista A Negligência no M inistério Tornando -se um Pastor “Verdadeiro” N ão O lh e para trás
13 17 19 21 23 25 29 31 33 35 37
Saúde Pastoral O Trabalho mais Perigoso Pastores Cansados O Alto Preço da Ob ediência Q ua ndo Você se Sente Sobrecarregado A Ira no Estudo dos Pastores Duvidosos Fiéis U m Pastor Pode Guardar o Sábado? AVida Privada do Pastor Q ua nd o alguém Joga Poeira na sua Cabeç a Q ua nd o as Congregações Tratam Mal os Pastores O Fracasso Q uand o E o M om ento de Partir
39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? O Pastor como Profeta Você E um Profeta Importuno? Somos Cristãos Alguém realmente Sabe qual E o Momento? O que Fazer com Pessoas Mal-Humoradas A Proporção entre Informação e Ação O Pastor como Sacerdote Adoraremos a Deus Esta É a Palavra do Senhor Adoração à Mesa O Dom da Bênção Pastoral Apresente os Nomes Deixe Vir as Crianças O Pastor como um Rei-Pastor A Habilidade Pastoral de Modelar as Perspectivas em Relação a este Mundo Visitação Pastoral O que Aprendi enquanto Esperava para Comer um Churrasco Dez Características dos Líderes Eficazes A Cura Sexual Notas Sobre o A utor
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Introduç ã o
Sa ú d e Pa s t o r a l : U m Pa r a d o x o C r u e l ? Jesus disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia. T orn ou , p ois, Jesus a dizer -lhes (Jo 10.6,7). A situação não está boa para os pastores. Nós estamos prestes a entrar para a lista das espécies em extinção, da América do N orte. Talvez isso tenha algo a ver com a observação de João no seu Evangelho, citada acima. Jesus tentava e tentava outra vez ajudar seus discípulos a “entender”. Da mesma maneira, ser um pastor tem muito a ver com “tentar outra vez” ajudar as pessoas a com preender o evangelho. E um trabalho difícil. E perigoso. Es tamos convidando as pessoas a se tornarem, pela graça de Deus, algo que não são, e não conseguem ser sozinhas. Na verdade, tentamos convidar um mundo que não existe. Os ideais elevados do evangelho de Jesus Cristo freqüen tem ente não fazem m uito sentido para as pessoas boas, mas pagãs, às quais tentamos influenciar. Tomando emprestada a Parábola do S emeador (Mc 4) e aplicando-a a nós (e não a Deus, que era o que Jesus queria dizer) espalhamos muitas sementes, e algumas caem em boa terra. Pode ser um pouco desestimulante, no entanto, perc eber quantas das nossas sementes caem ju n to ao caminho e são comidas pelas aves irritantes, que não se inte ressam pelo nosso trabalho árduo. Grande parte do que nós, com o pastores, fazemos, cai ju n to ao caminho, em ouvidos surdos, corações teimosos e até mesmo mentes entorpecidas. Mas tentamos outra vez. E mais uma vez. E ainda outra vez. Isso é suficiente para fazer com que almas mais fracas desistam, pela frustração, e abando nem o seu trabalho. Nós, no entanto, continuamos insistindo, crendo que, quando tudo parecer perdido, a graça irromperá e a vida emergirá onde somente se esperava a morte. Essa é a vida pastoral. E um bom trabalho. E um trabalho muito difícil. Aceitar o ministério pastoral como uma vida de sacrifícios não é uma surpresa para a muitos de nós. Nós esperamos sacrifício. Aquilo que podem os não estar totalmente preparados, todavia, é o imenso desafio de permanecer
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? saudáveis enquanto realizamos o trabalho. Na verdade, muitos pastores não conserva m a sua saúde. A incessante pressão da vida pastoral cobra u m preço colossal de nossos espíritos, corpos e mentes. Muitos de nós, sem perceber isso plenamente, chegamos a condições espirituais de esgotamento. Gradualmente, afastamos os relacionamentos verdadeiros (freqüente mente, como resposta à dor dos relacionamentos) e nos encontramos iso lados e sozinhos. Muitos de nós provavelmente não tomamos os cuidados adequados c om nossos corpos. M uitos pagam u m preço caro, depois de anos de negligência. Como eu disse, no início, a situação não está boa para nós. D e acordo com K enn eth Crow, a perma nência m édia de pastores nazarenos em uma congregação atualmente se estende por pouco mais de 3 anos.1 Estudos também mostram que um número cada vez maior de pastores se afasta, depois de apenas 15 anos no ministério. Diante dessa realidade, não passa de u m paradoxo cruel falar sobre saúde pastoral. Em bora pastor e saúde possam parecer incom patíveis, a verdade é que alguns pastores conseguem desfrutar de um a vida inteira de m inistério produtivo e continuar saudáveis — e até mesmo felizes! C om o eles con seguem? Estou convencido de que a base da saúde pastoral é uma teolo gia bíblica pastoral abrangente. Nos vemos em apuros quando seguimos o exemplo do mundo. Embora o sistema secular de negócios e administração tenha muito a nos ensinar, sozinho ele não pode sustentar o peso de uma vocação pastoral. E com base nessa convicção que se materializam as seguintes reflexões sobre a vida pastoral. Desejo incentivá-lo a usar este livro de modo “devocional”. Isto é, você pode ler uma reflexão a cada dia, como uma maneira de abrir um espaço no qual o Espírito possa falar com você, ao longo do tempo, sobre a sua saúde pastoral. Oro para que, de alguma maneira — ainda que pe quen os — esses pensam entos possam se torna r um a ferramenta nas mãos de Deus para lhe encorajar e fortalecer. Cuide-se, Pastor. Precisamos m uito de você, para perdê-lo cedo demais.
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Identidade Pastoral v o c ê foi
Ch a m a d o o u d ir ig id o ?
E, levantand o-se de m anhã m uito cedo , estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava. E seguiram-no Simão e os que co m ele estavam. E, achan do-o, lhe disseram: Tod os te bus cam . E ele lhes disse: V am os às aldeias vizinha s (Mc 1.35-38). Eu estava a caminho da minha primeira experiência como pastor de uma congregação, quando a pergunta me atingiu como uma tonelada de tijolos: N o que fo i que eu me envolvi? Havia muitas coisas que eu não sabia. Havia, no entanto, uma coisa para a qual eu estava especialmente mal pre parado. C om o eu poderia lidar com a grande variedade de expectativas que as pessoas na minha congregação teriam do seu pastor? Uma das coisas que eu realmente queria saber, quando comecei o meu trabalho (pelo menos, eu pensei que queria saber) foi: O que estas pessoas realmente precisam que eu faça? Assim (e aqui mostrei a minha ingenuidade), perg unte i a elas! Eu encontrava alguém da igreja, e eles me diziam: “Oh, nós estamos tão felizes porqu e você veio para ser nosso p astor” . E eu dizia: “Eu também estou feliz. Espero que tenhamos ótimos mo mentos juntos. Por favor, digam-me, o que vocês precisam do seu pastor?” “Bem, é fácil. Nós precisamos que o nosso pastor seja um pregador da Pa lavra, que transmita corretamente a Palavra da verdade. Que nos dê alimento espiritual que nutrirá a nossa vida em Cristo. Queremos que você passe um tem po apropriado em estudo e reflexão, para que, quando subir naquele púlpito no domingo, seja óbvio que você esteve com Deus e com a sua Palavra.” Eu pensei, O K . E u gostei disso. E u consigo fa ze r isso. E eu seguia alegre mente, pensando, Isso será Divertido. Então, en contrava outra pessoa, e esta pessoa me dizia: “ O h, nós estamos tão felizes porque você veio para ser nosso pastor”. E eu dizia: “Eu também estou feliz. Espero que tenhamos ótimos mo m entos juntos. P or favor, diga-me , o que você precisa do seu pastor?” “Bem, é fácil. Nós precisamos que o nosso pastor, acima de tudo, nos ame e cuide de nós. Por favor, venha nos conhecer e passar algum tempo
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? conosco. Nós precisamos que você esteja disponível para nos visitar e saber o que está acontec end o na nossa vida. Você pode ser o m aior pregad or do mundo, mas se não for um pastor amoroso para nós, isso realmente não fará diferença.” Eu pensei, O K . E u preciso ser um bom pregador, mas também preciso passar muito tempo com as pessoas. Isso parece ser muito trabalho, mas, O K , eu acho que consigo fazer.
E continuava alegremente pelo caminho, pensando, Espero
que
isso seja divertido.
Então, encontrava outra pessoa, e esta pessoa me dizia: “ O h, nós estamos tão felizes porque você veio para ser nosso pastor”. E eu dizia: “Eu também estou feliz. Eu espero que vocês gostem de mim”. Então eu engolia em seco, e dizia: “Hã, o que é que vocês precisam do seu pastor?” “Bem, é fácil. Nós precisamos que o nosso pastor, acima de tudo, seja um forte líder. Nós queremos que seja decisivo, dinâmico e criativo. Seja um visionário, pois você sabe que, sem uma visão, as pessoas perecem. Precisamos que você seja organizado, e, antes de tudo, faça com que as coisas corr am bem — você sabe, orçam entos pagos, edifícios de b om nível, membros do conselho felizes e produtivos. Um navio que desliza suavemente.” Eu pensei, Oh. Bem, vejamos. Eu preciso ser um bom pregador, passar tempo com as pessoas, e ser um grande administrador. Uau ! E eu seguia o meu caminho, pensando, N o que eu f u i me envolver? Então, eu encontrava o utra pessoa, e esta pessoa m e dizia: “O h, nós esta mos tão felizes porque você veio para ser nosso pastor”. E eu dizia: “Eu também estou”. Então eu me preparava e dizia, com os dentes apertados, “Diga-me, o que você precisa do seu pastor?” “Bem, é fácil. Nós precisamos que o nosso pastor seja um evangelista. Você sabe, estar ju n to à com unidade, encontra r as pessoas, e conduzi-las ao Senhor. Dar-nos o exemplo, naturalmente, de como nós todos devemos fazer as mesmas coisas.” Eu pensei, agora, vejamos. Eu preciso ser um bom pregador, um pastor amoroso, um grande administrador e um evangelizador eficiente. H um m m m . Isso já está começando a parecer uma semana de 70 ou 80 horas de trabalho.
Então, eu encontrava outra pessoa, e esta pessoa me dizia: “Oh, nós esta mos tão felizes porque você veio para ser nosso pastor”. E eu dizia: “ O que você quer?”
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Você Foi Chamado ou Dirigido?
N ão tardou m uito para que eu percebesse que estava me deparando com uma decisão crítica: Eu conseguiria ser o que os outros esperavam de mim, ou haveria alguma outra orientação? Como você lida com a realidade da expectativa das pessoas, no ministério pastoral? Foi aproximadamente nesta ocasião que os versículos do Evangelho de Marcos, citados acima, se tornara m vívidos para mim , de uma nova maneira. N o seu estilo, aflito e característico, Marcos (no espaço de apenas 34 versí culos) nos apresenta a ascensão meteórica de Jesus, praticamente da obscu ridade à fama nacional. Jesus era u m herói. Esse insignificante filho de um carpinteiro de Nazaré to rno u-s e extrem am ente famoso e procurado. Você ima ginaria que Jesus estivesse em ocionado com o progresso. Ele está a ape nas alguns dias no ministério, e já tem a atenção de todos. Eu sei que, se fosse eu, teria me sentido no topo do mu ndo — bem-sucedido e com petente. D e ma nhã m uito cedo, Jesus enc ontrou um lugar tranqüilo para orar. Q uando os discípulos despertaram, ficaram ansiosos, porq ue não encon tra vam Jesus, e o povo queria mais. Não é neste ponto que devemos correr para ate nder as necessidades do povo? Nós fazemos isso to do o tempo. Mas ouça: Achando-o, [os discípulos] lhe disseram: “Todos te buscam”. E Ele lhes disse:“Vamos às aldeias vizinhas”. Como Ele pôde dizer isso? Isso era em razão da frustração com o com o povo? Não. Ouça o motivo: “Para que eu ali também pregue, porque para isso vim”. Propósito. Missão. Foco. Vocação. Quando examino a diferença entre a maneira como Jesus respondeu e como eu teria respondido, vejo-me confrontado com a diferença entre ser chamado e ser impulsionado. A qualidade de ser impulsionado é o impulso insaciável de fazer mais e de ser mais. E um impulso que é freqüentemente mascarado p or motivações de sacrifícios, mas na realidade, surge de profun dos sentimentos de inadequação. Jesus estava claramente e de modo firme centrado no que o Pai lhe tinha pedido para fazer. Ele conhecia o seu chamado. Compreendia a sua missão. E é por isso que, quando a multidão clamava, pedindo a sua aten ção, Ele pôde dizer: “Vamos para outro lugar”. Não foi por desinteresse pela multidão. Foi p or uma visão clara e cristalina do que o Pai lh e tinha dito que fizesse. Você tem uma compreensão clara e segura de quem você é, em Cristo, e do que Ele lhe pediu que fosse e fizesse? Se não tem, será dissuadido pelas expectativas das pessoas.
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O QUE UM PASTOR D EVE FAZER? A única maneira de tomar tudo o que você é, como pessoa, atirar no meio da congregação e esperar o surgimento de um ministério pastoral é tendo uma teologia pastoral forte. O que é que Deus está me pedindo para ser e para fa ze r neste lugar, neste momento, epa ra o bem destas pessoas? Cada decisão que tomamos a respeito do nosso trabalho deve ser examinada de acordo com este chamado.
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? Sei que era uma atitude radical, mas fui investigar a Bíblia. Eu gene Peterson,Thomas Oden e os outros teriam que esperar. Eu tinha muitos conse lheiros à minha disposição, mas sentia uma necessidade de ouvir as palavras das Escrituras. A pergun ta era: “ O que eu deveria realmen te fazer?” Foi duran te um pe ríodo de licença que estas perguntas, que sempre pareceram estar à espreita, repentinam ente se jogaram à frente do m eu pensamento: • O que é um pastor? • Como um pastor vive e trabalha? • Quando um pastor diz sim? • Q uand o um pastor diz não ? As expectativas de uma congregação são esmagadoras. E apenas uma questão de multiplicação. Nós poderíamos ser capazes de atender plena mente as expectativas de uma pessoa (embora o casamento nos ensine que não é bem assim), mas quando você tem mais de seis pessoas na sua con gregação, esqueça! Assim, o que fazemos deve vir de algum outro lugar, que não seja as expectativas das pessoas. Deve vir de algum lugar que não seja as nossas próprias expectativas. E freqüente que as exigências que fazemos a nós mesmos sejam pouco realistas. Felizmente, a Bíblia tem algo a dizer arespeito. D urante a m inha licen ça, procurei os textos óbvios. Li ostextos pastoraisvárias vezes. Estudei a teologia pastoral de 2 Coríntios. Observei o padrão dos apóstolos no livro de Atos. Considerei os modelos de liderança de Moisés, Ezequiel, Neemias, Jesus e outros. A medida que eu fazia isso, uma imagem clara do que um líder pastoral deve fazer, começou a emergir. Simplesmente fiz listas de declarações indicativas e imperativas, quando estudava cada conjunto de textos. Havia páginas de anotações, mas a refle xão revelou que o trabalho pastoral autêntico realmente se reduz a alguns padrões básicos. Esses temas se re petem tantas vezes que sim plesmente não há como se equivocar quanto à sua importância:
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? • • • •
Os Os Os Os
pastores devem estudar e pregar a Palavra. pastores devem orar e dedicar temp o para ouv ir a Deus. pastores devem dar conselhos sábios e orientação espiritual. pastores devem ser um exemplo para as pessoas.
É isso. Sendo assim, acho que muitos de nós acreditamos que tais coisas são essenciais para o nosso trabalho. Mas quantos de nós nos encontramos sendo afastados desse trabalho essencial, e nos envolvendo na confusão asfi xiante que Marva Da wn chama de administravia?2 A própria lista que consta do manual oficial da Igreja do Nazareno era um pouco deprimente. Havia trinta e duas diretrizes para os pastores.3 As primeiras coincidem bastante com a Bíblia. As demais (a maior parte) basicamente dizem: “administre a igreja”. Não estou sugerindo que essas responsabilidades não são impor tantes, ou devem ser ignoradas. Mas se eu permitir que a minha vocação pastoral seja dominada por questões de programação e administração, terei deixado de ser um pastor. O m odelo popular de liderança que assemelharia um pastor a um diretor executivo de uma grande empresa, simplesmente não agüenta a carga quando a questão é o que a Bíblia diz a respeito do trabalho essencial de um pastor. Parte do problema é o fato de que o nosso povo não compreende o que nós fazemos. O nosso mundo direcionado aos resultados não valoriza as atividades “improdutivas” da oração e da reflexão. Mas os pastores querem ser valorizados. Nós queremos ser estimados como pessoas que trabalham e ganham seus salários, de modo que facilmente sucumbimos à tentação de apregoar com estardalhaço que estamos “administrando as coisas”.4 O nosso desafio, então, é estabelecer as descrições do nosso trabalho, não das expectativas das pessoas, nem mesmo de uma política denominacional, exclusivamente. Nós devemos seguir o exem plo da Bíblia. A m aioria de nós se dedica, acima de tudo, ao trabalho essencial que as Escrituras descrevem para nós. Isso exige disciplina e força. Devemos ser suficientemente disci plinados para resistir à tentação das miríades de coisas urgentes que chegam até nós, todos os dias. Devemos ser suficientemente fortes para cumprir os nossos votos de ordenação, mesmo quando o nosso povo deseja que faça mos outras coisas.
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S e r v i r e m Si l ê n c i o Eu a ouvi falar som ente p or uns 10 minutos, mas fiquei profundam ente comovido. Ou, mais exatamente, me senti humilhado. Ela tinha apenas 25 anos quando eu a encontrei. Seu nome é Irena. Ela é russa de nascimento. Irena se converteu e se tornou cristã na Rússia aos 16 anos. Pou co tempo depois, ela sentiu que Deus a chamava para um ministério de evangelização, e sabia que era necessário que se preparasse. De alguma maneira, ela conheceu algumas pessoas da Korean Nazarene University (Universidade Nazarena da Coréia) e acabou indo à Coréia do Sul, onde estudou teologia e a Bíblia no idioma coreano, que aprendeu para que pudesse estudar ali. Ela falou conosco em um inglês impecável. Na verdade, domina sete idiomas. Q ua ndo a conheci, ela tinha acabado d e se inscrever no seminário, para estudar com o objetivo de entrar em um país “ fechado” para ali trans mitir o evangelho. A m edida que eu a ouvia falar, eu disse a m im mesmo, sobre m im mes mo: Su a pobre imitação de discípulos, você não f e z nada ! Ela era tão humilde e modesta. O que eu percebi, assombrado, era que continu aria fazendo o seu trabalho, e grande parte do m un do jamais saberia sobre isso. Ela irá para um país de “ entrada criativa”, com o chamamos agora, e não teremos muitas no tícias sobre ela. Ela estará ali, silenciosamente, servindo ao Senhor, fazendo fielmente o que Deus a cham ou para fazer. Algum temp o depois, eu estava em um a conferência sobre adm inistração para pastores, e o líder falava sobre o desafio de motivar as pessoas em uma organização voluntária. Ele falava sobre proc ura r maneiras a fim de conectar recompensas específicas e tangíveis ao trabalho feito, para encorajar mais pessoas a dedicar seu precioso tem po e seus recursos. Ele nos disse que não mais poderíam os esperar que as pessoas da igreja se envolvessem com o m i nistério sem ser específicos acerca do que eles obteriam disso. Bem , como um verdadeiro tolo, eu levantei a mão. Perguntei: “E que tal motivar as pessoas a servir porque é certo e porque é o que Deus quer que nós façamos?”As pessoas que estavam na sala me olharam como se eu tivesse vindo de outro planeta. E você sabe qual foi a resposta do líder? “Boa sorte ” . Talvez ele estivesse certo.
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? N o Serm ão da M onta nha, Jesus fala sobre “atos de ju stiça” e tu do se centra nos motivos. Por que você faz o que faz? Jesus está falando sobre o tipo de serviço em que eu simplesmente realizo o meu ministério sendo obediente ao que Deus me ch am ou para fazer, e usando os dons que Ele me deu, sem m e preocup ar com quem observa ou não o que eu estou fazendo. Isso não é tão fácil com o parece. Nós som os condicion ados a precisar de va lorização. M uitos de nós apreciamos reco nhe cim ento e elogios. N ão é sobre isso que Jesus nos adverte aqui. A questão é, essa necessidade de valorização e elogios terá assumido o controle e terá se tornado o fator motivador no meu serviço? O desafio é examinar o seu próprio discipulado e fazer a si mesmo a difícil pergunta: Se a verdade realmente deve ser conhecida, po r que eu faço o que faço? E importante para m im se as pessoas observam ou não? Se eu gastar a minha vida, e ninguém sequer souber, estarei bem com isso?
Essa é uma questão particularmente significativa para os pastores. Nós fazemos uma grande parte do nosso trabalho “honestamente”. As pessoas observam o que nós fazemos. Mas, se não form os cuidadosos, podem os nos torn ar dependentes da valorização e o re con hec imento das pessoas. Senti-me desafiado por Irena a reavaliar a minha motivação de servir ao Senhor. Se eu for realmente honesto, o que me motivará a “me dedicar com pletam ente ” ao m inistério? Vivo segundo o valor do serviço silencioso para o R ein o? Jesus disse: “ Guardai-vos de exercer a vossa ju stiça diante dos hom ens, co m o fim de serdes vistos po r eles; doutra sorte não tereis galardão ju n to de vosso Pai celeste” (M t 6.1—ARA).
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Al im e n t a n d o o C h a m a d o Recentemente, alguém me pediu que falasse sobre o meu chamado para o ministério em tem po integral. Já faz algum tem po desde q ue contei essa história. Agora, com a perspectiva de mais de 25 anos, observei um co m po nente crítico ao meu chamado que se tornou um novo desafio para mim. Comecei a sentir o chamado de Deus para pregar aos 15 anos. Reco nheci e verbalizei esse chamado aproximadamente aos 17 anos. Considerei esses dois anos principalm ente com o o processo da minha pró pria resposta e obediência. Ao refletir, no entanto, agora vejo que o que aconteceu durante aqueles dois anos não poderia ter acontecido sem a influência intencional e fiel de outras pessoas. A minha igreja, onde morava, foi uma influência crítica. Aquelas que ridas pessoas tinham um modo muito simples de encarar a vida e a igreja. As pessoas e o seu ministério não eram ostentosos, nutriam uma atmosfera de obediência ao Senhor. Foi nesta atmosfera que ouvi e respondi à voz de Deus. Os meus pais, obviamente, exerceram uma influência essencial. Mamãe e papai jamais me sugeriram que eu me tornasse um pregador. Sugeriram somente q ue a melhor m aneira de se viver é em rendição total à vontade de Deus. Expressaram uma perspectiva para a minha vida, não em termos de uma vocação particular, mas em termos de ser uma pessoa completamente dedicada aos valores e padrões do Reino de Deus. E nisso, foram mui to oportunos. Minha mãe teve uma experiência marcante quando eu era muito pequeno, na qual ficou convencida de que o Senhor lhe revelara o meu chamado para a pregação. Contou-me sobre essa experiência somente depois que eu mesmo tinha abraçado plenamente o chamado. Assim, em vez de ser uma profecia que se auto-realizou, foi uma bela confirmação do plano de Deus para a m in ha vida. Outra influência muito importante foi o meu pastor. Eu estava aterro rizado com a idéia de ser um pastor, e especialmente, um pregador. Não me considerava possuidor dos dons e graças para esse ministério. Aos 17 anos, embora ainda tivesse apreensões, estava disposto a admitir que Deus realmente tivesse me dado os dons e as graças para o ministério pastoral. O que mudou?
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? O pastor Wallace, tend o descoberto o chamado de Deus que aflorava na minha consciência, me trouxe à sua vida vocacional. Ele fez de mim um amigo íntimo. Falou-me sobre as alegrias e as dificuldades do ministério pastoral. Levou-m e com ele para visitar os enferm os. Ele me in cum biu do ministério da música na nossa igreja. Mostrou-me como liderar a adoração em uma congregação. Guiou-me no processo de escrever um sermão. Ed e sua esposa, Margie, me convidaram para ser um visitante constante à sua casa, onde descobri q ue as famílias dos pastores são, na maioria das ocasiões, normais. Eles me amaram, e oraram por mim, e acreditaram em mim, mes mo quando eu agia como um adolescente egocêntrico. Q ua nd o D eus me cham ou, aos meus 15 anos, fiquei aterrorizado. Q u an do Ele ainda estava chamando, aos meus 17 anos, eu disse sim. Agora, vejo que tudo isso teve a ver com um pastor fiel alimentando o chamado inten cionalmente. Este é o desafio, para mim. Admito a minha responsabilidade, como pastor, de alimentar o chamado de Deus na vida dos jovens da mi nha congregação. Quero devolver o favor, e a bênção. Quero estar sempre pro curando oportunidades de trazer os pastores em form ação à m in ha vida vocacional, e mostrar a eles que, embora a resposta ao chamado de D eus seja difícil e fatigante, também é cheia de alegria. Examine cuidadosamente a sua congregação, a sua esfera de influência. Você tem alguns jovens q ue estão co m eçand o a sentir o chamado de Deus nas suas vidas, e que estão am edrontados por causa desse chamado? O que você pode fazer para criar uma atmosfera de obediência e que alimente o chamado?
Es c o l h e n d o u m Pa s t o r Essa foi a pergunta analisada por Adair T. Lummis, no seu relatório “Answers from Lay Search Committee Chairs and R egio nal Jud icatory Leaders”.5 Os critérios seguintes foram identificados no estudo como características e qualidades desejáveis em um pastor que os membros do conselho da igreja procuram: O que os leigos querem de seus pastores?
1.
Competência demonstrada e autenticidade religiosa.
2. Bom pregador e líder de adoração.
3. 4.
Forte líder espiritual. Comprometimento com o ministério da igreja e capacidade de observar limi-
Isso quer dizer que os membros leigos geralmente esperam que o pastor seja principalmente devotado ao ministério e dedique uma quantidade mínima de tempo a outros interesses. tes.
5.
Disponível, acessível, e um pastor caloroso com boas “habilidades de relacionamento com pessoas”.
Basicamente, os comitês procuram pastores que sejam homens casados, que tenham filhos, com idade inferior a 40 anos, em boa saúde, com mais de uma década de experiência no ministério. 7. Idade, experiência e estabilidade na atividade de pastor. Os leigos freqüen temen te desejam um pastor jovem e casado com o uma maneira de atrair famílias jovens, mas também querem um pastor com experi ência. No entanto, o aumento dramático de seminaristas mais velhos, que têm esta como sua segunda carreira, modificou a relação entre idade e experiência. 8. Criador de consenso, conselheiro para o ministério dos leigos, e líder sensível. 6. Sexo, raça, casamento e orientação sex ua l do sacerdócio.
9. Evangelizadores empreendedores, inovadores e líderes reflexivos transformacio
Esta área freqüentemente apresenta uma lacuna entre o que as igrejas dizem q ue querem, e o q ue realmente querem . nais.
Grande parte da tensão nos relacionamentos entre pastor e membros da igreja diz respeito a expectativas não satisfeitas. A congregação espera um pastor que “satisfaça as suas necessidades” . O pastor espera uma congrega
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O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? ção que “siga a sua liderança” . Assim, o que podem os fazer, a respeito dessas expectativas e o desapontamento que tão freqüentemente as acompanha? N ós precisamos de instrução. O s candidatos ao ministério precisam ter forte educação em teologia pastoral para que tenham uma percepção clara do que significa ser pastor e realizar o trabalho de pastor. Sem uma teologia pastoral bíblica e sólida, n os to rnam os nada além do que Stanley Hauerw as chama de “uma massa trêmula de disponibilidade”.6 A congregação precisa de instrução. Os conselhos da igreja precisam de instrução. Os pastores podem ajudar, ensinando, intencional e cuidadosa m en te aos seus líderes leigos, um po uco de teologia pastoral. “ O que é um pastor? O que um pastor deve fazer? O que significa, para um pastor e as pessoas, viverem ju nto s em concerto ?” Os líderes denominacionais ta mbém podem aju dar,ju nta m ente com os Conselhos da igreja apensar teologica m en te sobre o papel e a função do pastor na sua com unidade de fé. O nosso povo foi bem treinado por uma cultura consum ista, a pensar princip alm ente em termos de “suas necessidades sendo satisfeitas”, ou não. Essa não é uma maneira cristã de pensar. Seria ótimo, se alguns de nossos melhores teólogos acadêmicos e práticos pudessem desenvolver um currículo a ser usado por líderes denom inacionais ju n to aos Conselhos de igreja, quando em processo de procura pastoral, ensinando-os a fazer as perguntas corretas e a oferecer os com prom etimentos corretos. Conseguir o pastor certo significa mais do que “encher o púlpito”, e inclusive mais do que confiar na orientação de Deus, por mais importante que ela seja. Nós precisamos instruir a nossa igreja sobre a verdadeira natu reza do concerto que há entre o pastor e as pessoas (descrita no capítulo a seguir). Talvez então o “perfil” do pastor não resulte tanto da cultura, mas sim da Bíblia e da fé cristã histórica.
O Co n c Pa s t o r
e r t o e as
e n t r e o Pe s s o a s
Durante um estudo, em um sábado, refleti sobre os seguintes fatos: Em 1999, a Igreja do Nazareno tinha aproximadamente 4.500 pastores ativos nos EUA/Canadá. Desses pastores, somente 270 serviram em seus cargos por mais de 15 anos. D e acordo com os dados compilados pelo Centro de Pesquisa do Nazareno, a permanência média dos pastores na Igreja do Na zareno é de pouco mais de três anos. Um fato universalmente aceito é o de que os pastores de longo prazo possibilitam o m elh or crescim ento da igreja. N o entanto, destas 270 igrejas que tinh am pastores de longo prazo, 209 estavam — na época do estudo — em um p eríodo de declínio estatístico de pelo menos 10 anos. N aturalm en te, houve grandes exemplos de pastores que permaneceram em um cargo por muitos anos, e cujas congregações tiveram grande saúde e crescimento. Mas por que isso é tão incomum na Igreja do Nazareno? Podem ser identi ficados os fatores que possibilitem uma permanência longa e saudável com uma congregação? Essas foram as perguntas que me levaram a entrevistar uma seleção de pastores por todo o país. Tendo pesquisado, entrevistado e refletido sobre esse assunto, che guei a algumas conclusões temporárias que somente foram confirmadas nos anos seguintes. Não é possível identificar um estilo de liderança, um conjunto de dons ou uma personalidade que possibilite a longa perm anência do pastor no cargo. Indiv íduos com grande diversidade de atributos tiveram esse tipo de ministério. Parece que tudo se reduz a um fator básico, que é expresso de m uitas m aneiras diferentes. Tu do se resume a um concerto que é aceito pelo pastor e pelas pessoas, para viver jun to s e trabalh ar ju n to s, não im po rtan do o que possa acontecer. Fora desse tipo de concerto, não existe algo como um pastor de longo-prazo saudável.
Aprendem os, com base nas Escrituras, que um conc erto é um a promes sa sagrada, feita entre duas partes, para viverem juntas fielmente, em cada situação da vida, seja crítica ou terrena. Esse concerto deve ser lembrado, celebrado e renovado continuamente para formar o relacionamento entre
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? as partes que o celebraram. Parece que há dois motivos básicos pelos quais esse tipo de concerto não é comum. E m primeiro lugar, os pastores têm desejo de prestígio. Existe uma conexão doentia entre o tam anho da congregação e a estima ao pastor. Tenho p ro funda apreciação pelo número crescente de líderes que estão aprendendo a apreciar não apenas a quantidade, mas também a qualidade. E m segundo lugar, os pastores são suficientem en te espertos para sair antes
As congregações desenvolveram uma mentalidade “descartável”, quando o assunto é liderança pastoral. Elas pensam, Se o de serem despedidos.
esquema com este pa stor não nos fo r adequado, não há problema, sim plesm ente
E interessante que uma atitude digna de condenação, no contexto do relacionamento do casamento, seja aceita no relacio namento pastoral. Certamente, há diferenças, mas quantos obstáculos poderiam ter sido supera dos, se houvesse mais deste tipo de co m pro metimento! A única maneira de esses pecados serem derrotados é os pastores e as congregações fazerem, manterem e renovarem um concerto sagrado de vida juntos, como uma comunidade de fé. E nossa responsabilidade, como pastores, dar o passo inicial e ensinar o nosso povo sobre esse tipo de con certo, e convidá-lo a fazer esse concerto. conseguiremos outro.
A
L it u r g ia d o C o n c e r t o P a s t o r a l
O secretário do
Conselho da Igreja Pode Servir como Líde r
Líder: Pastor,
nós, os membros da sua congregação, recomendamos que se lembre dos seus votos de ordenação.
Congregaç ã o: “Prega
a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina [...] sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o tra balho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2 T m 4 . 2 -5 ) . Pastor, você confirma este voto, e aceita novamente o nosso convite para ser o líder espiritual deste rebanho? Líder:
Pastor: Sim.
O
Concerto entre o Pastor e as Pessoas
Líder: Vocês,
membros desta igreja, vão aceitar, apoiar e defender o nosso pastor, enquanto ele [ela] nos lidera?
Congregaç ã o: Sim. Líd er.V ocês
confirmam a sua crença de que este pastor e esta igreja devam trabalhar jun tos na providência de Deus?
Congregaç ã o: Nisso
cremos e o confirmamos. Líd er.Vocès continuarão a apoiar este pastor com respeito, lealdade, amor e oração fervorosa?
Congregaç ã o: Isso
nós faremos, com a ajuda de Deus. Líd er.Vocès continuarão a receber os membros da família do pastor como membros da nossa própria família de fé e amor, e orar por eles, como pela sua própria família?
Congregaç ã o: Isso
nós faremos, com a ajuda de Deus. L íd er.V ocès vão continuar a doar, como sacrifício, os seus recursos, para que este pastor possa ser aliviado das preocupações temporais da sua vida, para que ele [ou ela] possa dar comple ta atenção à oração e ao m in isté rio da Palavra?
Congregaç ã o: Isso
nós faremos, com a ajuda de Deus. Líd er.V ocès vão responder à liderança pastoral, participando vigorosamente da vida congregacional desta igreja, enquanto ela realiza a sua missão de adoração, evangelização, instrução e serviço?
Congregaç ã o: Isso
nós faremos, com a ajuda de Deus. Pastor: Em resposta ao chamado gracioso de Deus, e com gratidão pela confiança que vocês expressaram em mim, faço o concerto com vocês, de continuarmos vivendo juntos como autêntica expressão do reino de Deus neste mundo. Eu prom eto • liderar vocês na adoração, para que no nosso enfoque desprendido em Deus, possamos ser moldados à imagem de Cristo Jesus, e nos tornarmo s, verdadeiramente, seu Co rpo;
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? • • •
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dedicar tempo para ouvir a voz de Deus, crendo que somente ouv indo-o, terei algo de importância a dizer a vocês; pregar a Palavra co m coragem e graça, sem tem er ser o porta-v oz do Senhor neste lugar e entre estas pessoas; estudar as Escrituras e os ensinamentos dos seguidores de Cristo, ao longo dos séculos, para que possamos ser uma comunidade de fé, enraizada na verdade de Deus e na fé histórica cristã; interced er por vocês, dedicando o temp o necessário para levá-los ao trono da graça de Deus, para “edificação do corpo de Cristo”, até que todos cheguemos “à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de D eu s” , a varões perfeitos,“à medida da estatura com pleta de Cris to ” (Ef 4.12,13); dedicar a vocês cuidado pastoral e orientação espiritual; conduzi-los, para que nos tornem os um a verdadeira com unidade “segundo ajusta operação de cada parte” (Ef 4.16); orientá-lo s no serviço aos outros, assumindo a nossa responsabilidade para com nossa vizinhança e com todo o m undo; viver diante de vocês, não somente com o pastor, mas tam bém c om o um cônjuge e pai, que cumpre promessas e que vive uma vida equi librada sob o senhorio de Jesus Cristo.
Pastor econgregaç ã o lê em, emuní ssono: • • • • • • • •
Ob edecerem os à Bíblia, vivendo junto s com o uma com unidade de fé. Am aremos, uns aos outros, com sinceridade de coração, decidindo viver em graça e perdão. Honrarem os, uns aos outros, mais do que a nós mesmos. N ão seremos preguiçosos ne m apáticos, mas conservaremos nosso fervor espiritual, servindo ao Senhor. Seremos alegres na esperança, pacientes na aflição, perseverantes na oração. Co municarem os com o povo de Deus que está em necessidade, e praticaremos hospitalidade. Viveremos em paz e deixaremos a vingança nas mãos de Deus. Venceremos o mal com o bem.
(Com base em Romanos 12.921)
A Li d
e r a n ç a
Be m - I n
t e n c io n a d a
Há muito sobre liderança no livro de Juizes. Uma parte é boa. A maior parte não é.Você se lembra da história de Abim eleque? Gideão conduziu Israel a uma grande vitória sobre os midianitas. Os israelitas ficaram tão felizes com a sua liderança, que quiseram fazer de Gideão seu líder. Sabiamente, ele resistiu, dizendo: “O Senhor sobre vós dom inará” (Jz 8.23). Sob a vigilância de Gideão, o povo teve paz du rante 40 anos, até a sua morte. Tão log o Gideão foi sepultado, o povo se esqueceu do Senhor. Este é o ponto onde toda a “liderança” do capítulo 9 começa. Abimeleque exerce liderança, matando todos os seus 7 meio-irmãos, filhos de Gideão. Assim, ele conseguiu liderar a nação sem restrições. De morou apenas três anos, entretanto, para que Gaal exercesse sua liderança, atraindo o povo de Siquém a uma revolta contra Abimeleque. Então, Zebul exerceu a sua liderança, quando ouviu falar do golpe, e correu para contar a Abimeleque o que estava acontecendo. Posteriormente, quando Abimele que estava castigando o povo de Siquém pela sua rebelião, e depois, quando saqueava a cidade de Tebes, uma mulher, cujo nome não é citado, exerceu liderança, lançou um pedaço de uma mó sobre a cabeça de Abimeleque, esmagando o seu crânio. Sim, havia muita liderança acontecendo. Liderança efetiva. Ab imeleque, Gaal, Zeb ul — cada um deles capaz de envolver outras pessoas em sua missão, p or mais destrutiva que fosse. O h, por falar nisso, um dos filhos de Gideão conseguiu escapar do assas sinato de Abimeleque. Seu no m e era Jotão. N o meio de toda esta liderança desordenada, Jotão sobe ao m on te Gerizim e grita um a profecia a todos os que quisessem ouvir. Esta profecia é sobre a natureza da verdadeira lideran ça. Jotã o diz que os verdadeiros líderes devem agir “em verdade e sincerida de” . Jotão repete esses critérios por três vezes, no seu sermão (Jz 9.7-21). Eu me pergunto se haveria uma diferença importante entre a liderança efetiva, e a liderança de boas intenções. Fala-se muito na igreja, atualmen te, sobre liderança. Muito parece estar baseado nos valores de uma cultura materialista e faminta de poder. Nós dizemos que queremos pastores que sejam “líderes efetivos”. O que isso quer dizer? Com muita freqüência, isso parece não significar m uito mais do que a capacidade de conseguir que as pessoas se enfileirem por trás da sua missão. N ão im porta que a missão fre
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? qüentemente sirva aos interesses da cultura ou do líder mais do que os do Reino de Deus. Você pode ser um líder efetivo e não ser um líder devoto. Pode ser um líder efetivo, sem ser honrado, ou sem liderar com boas intenções. “Efetivo” simplesmente significa a capacidade de pro du zir um resultado. Pode não ser, necessariamente, o resultado correto. É possível que a liderança bem-inten cionada possa parecer um fracasso para o m und o, e até mesm o para a sua de nominação? E possível que a liderança bem-intencionada possa resultar na decadência das pessoas? Jesus foi um líder efetivo? De acordo com muitos dos nossos padrões atuais de liderança, a resposta seria não. De acordo com os padrões da liderança honrosa e bem-intencionada, a resposta é sim. Que tipo de líder você deseja ser? Que tipo de líder Deus está lhe cha mando para ser? Talvez a profecia de Jotão seja uma mensagem para nós. E possível conduzir de maneira com petente as pessoas na direção errada. Não é uma questão de você conseguir ou não fazer as coisas; é uma questão de você conseguir ou não fazer as coisas certas.
Cu
id a d o - A s u a Es t A S e n d o
Li d e r V is t a
a n ç a
Eu imagino que Neemias não despertou um dia e disse: “Eu acho que vou ser um líder”. As coisas quase nunca acontecem assim, espe cialmente para nós que somos pastores. Repentinamente, nos vemos ar rancados de uma vida normal, pelo chamado de Deus, e nos deparamos com a assustadora perspectiva de ser um líder do seu povo quase sempre obstinado, e percebemos que não temos idéia de como fazer isso. Assim, começamos a ler livros e freqüentar seminários, tentando desesperada mente entender. N o entanto, você percebeu que algumas pessoas que lêem todos os livros e que comparecem a todos os seminários ainda são líderes terríveis? E há ou tros que jamais lêem os livros ne m vão aos seminários, que se torna m grandes líderes. Como isso acontece? Sei que nesta nossa cultura orientada aos resul tados, baseada em produtos, motivada pelo consumo, freqüentemente caio na armadilha de pensar que a minha liderança tem tudo a ver com o que eu faço. Na verdade, eu acho que tem m uito mais a ver com quem eu sou. Pensar so bre isso outra vez levou minha atenção de volta a Neemias. As vezes, eu gosto de voltar a ler na Bíblia histórias dos grandes líderes. Isso me ajuda a lembrar de que o seu “sucesso” não se baseava tanto em saber o que era a coisa certa, mas em estar em um lugar onde ouvissem Deus falar, e estivessem dispostos a obedecer. Aqui estão alguns dos princípios de liderança de que me lembro, quando leio Neemias: U m líder deve ter genuína com paixão e am or pelo povo que ele lidera — um desejo de vê-los sentir o melhor de Deus. Foi isso o que levou Neem ias à liderança. Ele viu a profunda necessidade do seu povo, e foi motivado, pelo amor, a fazer alguma coisa a respeito (Ne 1.1-4). Um líder não age, antes de ter passado algum tempo sozinho com Deus em oração. A primeira reação de Neem ias foi um períod o de tempo de lamentação,jejum e oração diante de Deus (Ne 1.4). Um líder é disposto e capaz de superar o medo e correr riscos por causa da visão. Neemias teve medo de falar ao rei pelo seu povo — mas o fez (Ne 2.2,3).
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? Um líder conhece e aceita o fato de que quando alguém tenta algo importante, haverá oposição e pessoas negativas a enfrentar. Tão logo Neemias concluiu a sua apresentação para o rei, dois dos oficiais do rei o cr idearam (Ne 2.10). U m líder faz seu dever de casa, estuda a situação, avalia po ssí veis soluções, e é cuidadoso e oportuno com respeito à comuni cação. Neemias estudou o pro jeto antes de começar a falar sobre ele pu blicamente. Ele escolheu cuidadosamente a ocasião para a sua comunicação (Ne 2.11-18). Ao longo da história de Neemias, princípios como estes podem ser identificados. Aqui estão mais alguns que pude observar: • U m líder constantemente cita a atividade de Deus em meio ao povo. • U m líder confronta o pecado e a desobediência vigorosamente. • U m líder tem grande precaução e integridade com respeito a rem u neração e privilégios. • U m líder se im po rta com as identidades e as histórias pessoais dos membros da sua congregação. • U m líder conserva a adoração de Deus central na vida da comunidade. Estou certo de que há outros princípios de liderança que poderiam ser obtidos da vida de Neemias. O que me impressiona, no entanto, é que, aparentemente, em nenhum momento Neemias se tornou orgulhoso da sua liderança. Aparentemente, ele não estava tentando ser o líder, mas estava simplesmente tentando ser fiel a uma visão apaixonada que Deus lhe dera, de ser um agente de restauração em meio ao seu povo. Quero ser um líder assim. Não importa se o meu trabalho jamais seja reconhecido pelo mundo, nem mesmo pela igreja, como sendo “boa lide rança”. Mas quero que seja tão importante que a minha vida seja marcada por um padrão de fidelidade e obediência à visão que Deus me deu, de cura e reconciliação do seu povo. Sim, é isso o que eu faço. Mas, o mais impor tante, é quem eu sou.
A N
e g l ig ê n c ia
n o
M in
is t é r io
Meu coração se partiu quando os ouvi contando a sua história dolorosa. Ela soluçava, quase incontrolavelmente. Ele se sentava rígido, praticamente atordoado. Eles tinham sido profundamente magoados. Na verdade, pensei, enquanto ouvia, Essas pessoas foram maltratadas. A parte mais difícil foi o fato de sua dor ser em razão de um relacionamento rompido com o seu pastor. Todos nós, que somos pastores, sabemos que inevitavelmente, alguém na nossa congregação ficará desapontado conosco. Precisamos inclusive admi tir que, na nossa humanidade, às vezes magoaremos as pessoas que devemos conduzir e orientar. Mas não é disso que estou falando aqui. Estou me referindo a um padrão de crueldade calculada, que o pastor infligiu sobre estas pessoas. Enquanto refletia sobre tudo o que eles tinham passado, uma expressão me veio à mente: “negligência no ministério”. Médicos e outros profissionais realizam seu trabalho hoje em dia sob a ameaça da negligência. O fato de não proporcionar um “padrão de cuida dos” pode resultar em sérias conseqüências. Os médicos gastam enormes quantias em dinheiro no seguro contra negligência. Os pacientes come çaram a esperar um determinado padrão de seus médicos, e quando este padrão é excessivam ente ignorado ou deixa de ser observado, há o potencial para uma represália legal. Eu não sou advogado e não entendo a arena altamente técnica do pro cesso legal por negligência. Mas ap arentem ente algumas lições po de riam ser obtidas do que se espera de médicos que não tiveram elevada responsabili dade ética com seus pacientes, não mais do que os pastores têm pelos mem bros da sua congregação. Suponho que a questão básica do processo legal por negligência é o fato de que um padrão de cuidado geralm ente aceito lói quebrado, a tal ponto, que houve dano. Estou sugerindo que um pastor descuidado e negligente pode causar danos sérios ao bem estar espiritual dos membros da sua congregação. Então, o que constitui negligência no seu ministério? Acho que poderiam se qualificar os seguintes pontos: • Falha em exercer autoridade espiritual de uma man eira coerente com a lei do amor perfeito. “O amor não faz mal ao próximo” (Rm 13.10).
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? • Falha em ensinar às pessoas a fé cristã histórica, e em administrar fielmente os sacramentos da igreja. • Falha em defend er o povo das mentiras dos falsos ensinadores. • Usar as pessoas simplesmente para prom over os objetivos de uma organização ou ambição pessoal. H á muitas outras maneiras, provavelmente melhores, de descrevê-la, mas a negligência no ministério consiste em abdicar das ferramentas básicas do ministério pastoral: oração fervorosa, ensinamento fiel, e direção espiritual sábia e prud en te — cada uma dessas ferramentas é fiel somente quan do usada com amor. O apóstolo Paulo, em 2 Coríntios, menciona diversas ca racterísticas essenciais do ministério fiel: • Temos vivido “c om simplicidade e sinceridade” (1.12). • N ão somos “falsificadores da palavra de Deus” (2.17). • “N ão andamos com astúcia nem falsificamos a palavra de D eu s” , manifestamos a verdade;“não pregamos a nós mesmos” (4.2, 5). • “ O am or de Cristo nos constrange” (5.14). • N ão damos “escândalo em coisa alguma” (6.3). • “N ão temos fechado o nosso coração” (6.12, N TL H ). • “A ningué m agravamos, a ninguém corrompem os, de ningu ém bus camos o nosso proveito” (7.2). • “Zelamos o que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (8.21). • “Em tudo me guardei de vos ser pesado e ainda m e guardarei” (11.9). • “Eu, de m uito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas” (12.15). Os pastores têm um a responsabilidade sagrada neste trabalho para o qual foram chamados. N ós fomos incum bidos do cuidado das almas — um tra balho realmente delicado. Isso pode ser feito de maneira descuidada e cruel, mas também pode ser feito de maneira sincera e habilidosa, pela graça de Deus. No seu trabalho pastoral, você está proporcionando um nível razoável de cuidado com integridade aos mem bros da sua congregação? Q ue o Espí rito Santo possa capacitá-lo a servir as pessoas, como Jesus as serviria.
To
r n a n d o -s e u m Pa s t o r "V e r d a d e i r o
”
Passei 12 anos da minha carreira ministerial como pastor associado, ou co pastor. O Senhor me abençoou com colegas e pastores chefes que valorizaram o meu desempenho como associado e me estimaram na congregação. Apesar disso, sempre havia algumas pessoas bem -intencionadas que ocasionalmente me perguntavam quando me tornaria um pastor verdadeiro, ou quando eu teria a ininha própria igreja. Eu realmente não tenho certeza de que eles pretendessem comunicar a mensagem que recebi. Creio que estavam somente tentando con firmar a presença de dons e graças pastorais na minha vida. Mas o que eu ouvia era: “Enquanto você estiver nesta função, não será realmente um pastor”. Instintivamente, eu sabia que não era assim. Eu sabia que o caráter e a qualidade do meu trabalho nestas congregações era verdadeiramente pasto ral. Estava ouvindo a Deus, ouvin do o povo, orando po r eles, e dando-lhes a melhor orientação espiritual que eu podia, pela graça de Deus. Ainda que a ininha responsabilidade fosse mais limitada e mais específica do que é agora, eu já sentia grande parte da carga pastoral e do cuidado pelas pessoas que sinto agora, como pastor principal de um grupo de muitos. Meus pastores chefes também me ajudaram a saber que eu não estava em uma posição de segunda classe. Eles valorizavam meu trabalho na congre gação, e confiavam em m im para transm itir cuidados pastorais ao povo, e se recusavam a me relegar a uma condição de segunda classe. Como denominação, nós ainda estamos aprendendo a nos ajustar ao papel daqueles que não são o pastor principal nem o pastor presidente, mas são pastores da mesm a maneira. Os pastores associados estão encontrando um lugar cada vez mais significativo no ministério profissional. Parece que nós precisamos, cada vez mais, de uma filosofia e de uma te ologia de ministério pastoral, que possa reconhecer e envolver os cargos de Iodos os pastores, sejam eles ou não os principais pregadores ou líderes ad ministrativos da congregação. Às vezes, são as percepções mal interpretadas ilos leigos que perpetuam a mentalidade de “segunda classe”, e às vezes é a natureza do nosso próprio sistema que define isso. Penso que são necessárias muitas coisas, então vejamos a seguir três idéias:
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? •
Os pastores líderes precisam de um a filosofia de equipe, que com preende “pasto r” c om o um cargo, e não com o uma pessoa com um título particular. Nós devemos ajudar nossas congregações a enten der que, quando algum membro da equipe pastoral cuida deles, o pastor cuida deles. Os pastores líderes ta m bém devem trabalhar para edificar a estima pastoral de membros da equipe da sua congrega ção. Isso pode ser algo tão pequeno, como referir-se a eles como “pastor”, e tão amplo como trabalhar rumo à equidade relativa dos salários da equipe. • Os pastores associados devem abraçar um nível mais pro fundo de posse ou controle do cuidado pastoral e da liderança. M uitos “pas tores” líderes suportam um peso profundo e perpétuo pelas pessoas que estão sob seus cuidados. Eles estão dispostos a fazer o que for necessário para cuidar delas, e liderá-las. Os associados devem ter a mesma paixão e o mesmo comprometimento. Se você deseja traba lhar das 9 da manhã às 5 da tarde, cinco dias por semana, e espera ter a mesma estima que o seu pastor líder, que aceita que a sua função é de 24 horas por dia, 7 dias por semana, você não entendeu a questão. Isso não quer dizer que deva se tornar um viciado em trabalho para obter estima, mas que você deva demonstrar um comprometimento irrestrito com a difícil tarefa de ser pastor. • Estruturas denom inacionais, incluindo seções de M anual relacionadas com o ministério, publicações, composição de conselhos distritais e atitudes de liderança devem se proteger contra a discriminação ao pastor associado. O ministério pastoral autêntico não é uma questão de posição em um gráfico organizacional. Tornar-se um pastor “verdadeiro” envolve viver fiel m ente em m eio ao povo, com o profeta, sacerdote e pastor. N ão im po rta se a placa à p orta do seu escritório diga associado ou presidente, ou qualquer outra coisa. Aceite o convite de Jesus com todo o seu coração, a sua alma e as suas forças, o convite que diz: “Apascenta as minhas ovelhas” (}o 21.16), e você será realmente um pastor “verdadeiro”.
N ã
o
Ol
h e p a r a t r á s
A vida para a qual Cristo nos chamou é difícil; não é nada simples nem cheia de prazeres. O desafio de seguir a Jesus é o mais exigente e custoso da vida. N o seu Evangelho, Lucas relata algumas das palavras de Jesus sobre a ava liação cuidadosa do custo que está associado com o fato de ser um discípulo com pletamente devoto (Lc 9.57—62). Jesus deixa extrem am ente claro aos seus discípulos exatamente o que isso envolve. U m a coisa é clara — não é um custo parcial. Não é um a porcentagem. É tudo. N a verdade, co m Jesus, é tudo ou nada. Essa é a exigência radical do discipulado. É instrutivo ouvir Lucas falar sobre o tipo de resposta que Jesus obteve este chamado irrestrito. Três possíveis seguidores revelam a sua pronti dão para seguir Jesus. O prim eiro ho m em pensa que está pronto: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores”. Eu não creio que ele tivesse perce bido que Jesus estava a camin ho de Jerusalém para se entregar a um a cruz. Assim, Jesus fala sobre as raposas e as aves do céu e o Filho do H om em que não têm um lugar onde reclinar a cabeça. Os animais à mercê da natureza têm mais segurança do que alguém que está prestes a ser crucificado. O se cundo homem diz que quer ir e sepultar seu pai. Parece um pedido válido. A verdade é que, naquela cultura, a morte e o sepultamento eram separados .ipenas por horas, e não por dias, de modo que seu pai provavelmente não estaria morto ainda. Era apenas uma desculpa. O terceiro ho m em apresentou um pedido q ue pareceu razoável:“D eixame despedir primeiro dos que estão em minha casa”. O que poderia haver de errado com isso? Na verdade, pensaríamos mal dele, se não desejasse íhzer isso. Mas Jesus lhe pede uma prioridade diferente. Há muitas boas escolhas na vida. Muitas coisas nobres às quais você pode se devotar, mas o chamado de Jesus é de abandono impulsivo para o caminho da cruz. Esse é o padrão de discipulado que Jesus estabeleceu claramente. Mas com freqüência tentamos minimizar as exigências do evangelho. Servimos ,i um povo que constantemente nos tenta a fazer com que o evangelho não invada suas vidas materialistas. Eugene Peterson escreve: “A religião, nos nossos dias, foi capturada pelo modo de pensar do turista. Os cristãos adotaram o mod o de vida de u m tu .1
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? rista e só querem o que há de m elhor” .7 N ão é de admirar que Jesus falasse tão enfaticamente. Essas são palavras duras, mas aí estão para nos confrontar e nos cham ar para algo mais. Jesus disse: “N inguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o R eino de D eu s” (Lc 9.62). Jesus nos chama para uma vida em que devemos olhar à frente, e não olhar para trás. O que isso significa, exatamente? Permita-me sugerir algumas possibilidades. Em primeiro lugar, isto exige uma vida que não mais é definida pelo passado. Eu não preciso lhe dizer, Pastor, o quanto algumas pessoas po dem ficar “estagnadas espiritualmente”. Pode acontecer também conosco. O problema não está no poder que Deus tem para modificar a nossa vida. O problema está na nossa falta de disposição para abandonar a vida como ela é, e olhar à frente, e não para trás. Jesus deixa claro que o discipulado que olha à frente exige o abandono da nossa necessidade de auto-segurança, e também inclui prioridades fami liares que são estabelecidas apropriadamente. Na cultura cristã americana, nós fizemos do núcleo familiar um ídolo. En tenda — a maneira com o eu trato a minha família é uma parte importante do meu discipulado, mas Deus jamais me chamará para colocar os relacionamentos familiares acima da entrega total à sua vontade. Essa é uma idéia chocante, e muitos cristãos se recusam a crer nela. Mas, segundo Jesus, essas são questões que terão que ser definidas antes que possamos conhecer os níveis mais profundos de discipulado genuíno. Estou sendo chamado para abandonar o que for. Estou sendo chamado para manter meus olhos fixos em Jesus. Eu não posso olhar para trás. E a atitude e o comprometimento expressos na oração de John Wesley: E u já não mais sou meu, mas Teu. Colocame para fa ze r o que quiseres, com quem quiseres. Colocame para trabalhar, colocame para sofrer. D eix am e ser empregado p or Ti, ou deixado de lado po r Ti, exaltado por Ti, ou humilhado por Ti. D eix am e ser pleno, deixame ser vazio. D eix am e ter todas as coisas, deixame não ter nada.s
Como pastores, o chamado que Jesus nos faz é exigente e custoso. Ele tam bém é extremam ente valioso. Ele vale m uito mais do que qualquer coisa que este mundo tenha a nos oferecer. Não olhe para trás.
SaúdePastoral
O Tr
a b a l h o m a is
Pe
r ig o s o
Responda esta pergunta: Quais são as cinco profissões mais perigo sas? Estatísticas do Ministério do Trabalho dos Estados Unidos revelam que estes empregos se encontram entre os mais perigosos: Pescador comercial, lenhador, motorista de caminhão, mineiro e bombeiro. Estou feliz por não ter nenhuma dessas profissões. Penso como Hawkeye Pierce do seriado de TV, M * A * S * H *, quando ele disse: “O emblema no brasão da minha família é uma galinha acocorada”. No entanto, gostaria de saber como eles puderam deixar o pasto r fora da lista de empregos mais perigosos. Você não acha que ser um pastor é um em prego perigoso? E u acho, com certeza. E perigoso ser um representante de Cristo diante da congregação, e ou sar proclamar, “Assim diz o Senhor”. E perigoso preencher o espaço entre um Deus santo e uma cultura que parece se divertir com a decadência. É perigoso receber a confissão das pessoas cujas vidas foram arruinadas pelo pecado. E perigoso ser colocado sobre um pedestal p or membros da igreja, cheios de boas intenções, que se esquecem de que você é apenas um vaso de barro. As vezes, sinto-me como Uzá, que estendeu sua mão para firmar a Arca do Concerto que oscilava, e foi morto (veja 2 Sm 6). Este é um tra balho m uito perigoso! Eu sei disso há muito tempo. Não foram necessários muitos anos em ministério pastoral de período integral, para descobrir as cargas peculiares do pastor. Ultimamente, no entanto, eu vim a compreender o perigo de maneira diferente. Há algum tempo, um amigo me convenceu a ler a obra do romancista e pregador escocês, George MacDonald. Alguns de vocês, sem dúvida, estão familiarizados com a sua obra, mas que deliciosa surpresa foi para mim! Th e Cu rate’s Aw ak eni ng (O Despertar da Cura) é uma mara vilhosa história sobre a renovação espiritual de uma pessoa que esteve no ministério, porém sem u m envolvimento sincero. Já quase no final do livro, MacDonald faz uma observação profunda so bre o perigo de ficar enredado na vida da igreja. As palavras me golpearam: “Nada é tão prejudicial para o aproveitamento daquilo que é divino quanto um tratamento habitual e rotineiro para com as coisas santas”. Por favor,
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? você poderia ler isso outra vez, lentamente, algumas vezes? Fiquei chocado na minha leitura quando essas palavras caíram como golpes de martelo so profiss fission ional al q u e bre b re a m in h a co cons nsci ciên ênci cia. a. “ O h , S e n h o r, te tere reii m e to r n a d o tã tãoo pro o meu espírito está entorpecido para ti? Terei despendido tanta energia com a ‘aparência das coisas santas’ que estou deixando de perceber os surpreen dentes movimen mov imentos tos da tua graça graça?? De D e alguma man maneira, eira, terei começado com eçado a crer crer que estou apenas me ajustando aos ritmos do Espírito?” O problema de Uzá, na narrativa de Samuel, não foi o fato de que ele estava tentando fazer alguma coisa útil para Deus. Foi o fato de que ele (e todo Israel, na verdade) se esqueceu de que era apenas um instrumento. Eles pensaram que podiam tomar os assuntos em suas próprias mãos, e asse as segu gura rarr a pr presenç esençaa de D eus. O problema de U zá é tam bém m eu proble ma. Em uma recente manhã de domingo, me vi aborrecido, e até mesmo irritado, pelo fato de o culto não estar progredindo da maneira como eu desejava. Eu deveria ter ouvido o Senhor dizendo: “Você realmente acha que não consigo lidar com isso?” Eu estava preso na “aparência das coisas santas”, e meu espírito corria o risco de ficar “entorpecido para o que é divino” naquele momento. Pastor, nunca se esqueça do quanto este mundo é perigoso. Devemos ser cuidadosos para não nos dedicarmos tanto à aparência a ponto de despertar um dia e descobrir um entorpecimento de espírito, um cinismo sobre a igreja que não podemos derrotar, ou uma ira contra Deus porque Ele não deseja cooperar com nossos planos. Esse é um emprego muito perigoso. Então, po r favor favor,, tom tom e cuid cuidado. ado.
Pa
s t o r e s
Ca
n s a d o s
São 9h30m São 9h 30m in da ma manhã, nhã, e estou pro pronto nto para um cochil cochilo. o. Lev antei-me às 4h30min hoje, simplesmente porque fui despertado por uma cacofonia de pee ns p nsaa m en ento toss q u e c o li lidd ia iam m pe pela la m in h a m e n te te,, so sobr bree as tar tarefa efass q u e pr prec ecis isoo concluir hoje. Sei que não sou nada especial nesse aspecto. Cada pastor que encontro me fala sobre a esmagadora lista de tarefas que acompanha este assombroso chamado. Recentemente, estive com alguns colegas da minha região do país. Cada um deles tinha histórias para contar, sobre o quanto nós, pastores, paa re p rece cem m o s es esta tar r cansados todo o tempo. O médico Daniel Spaite fala sobre isso no seu maravilhoso livro, Time Bomb in the Church: Defusing Pastoral Bu B u rn rno o ut (Bomba-Relógio na Igreja: Desativando a Destruição Pastoral, Beacon Hill Press, Kansas City). O Dr. Spaite cita a dissertação de Rick Ryding, Ph.D., em que ele documentou, como os pastores avaliavam as suas atividades específicas. A semana normal de trabalho deles tinha mais de 62 horas, mas o que é ainda mais significativo, eles foram capazes de identificar, na média, cerca de 255 atividades de trabalho diferentes, cada uma delas com duração média de 15 minutos. Como diz o Dr. Spaite: “Não é de admirar que um pastor se sinta fragmentado e sobrecarregado”. Eu não acho que isso seja o lamento de uma geração mais jovem de pas tores. Os meus colegas, com mais de 30 anos de experiência no ministério pasto pa stora rall p a re c e m r e c o n h e c e r q u e a si situ tuaç açãã o p io r o u m u it itoo , q u a n d o nó nóss entramos ent ramos na era era pós-m odern a. O que aconteceu? E o que pode ser feito a esse respeito? Fica claro que esse assunto precisa de muita meditação, investigação e diálogo. Na minha próp pr ópri riaa e x p e ri riêê n c ia ia,, n o e n ta tann to to,, a c o m p a n h o as ob obse serv rvaç açõõ es de W ill W il illi li- Pa a st sto o r: r:T T h eT eTheo heolog logyy an d Pr Prac actic ticee o f inon, que trata deste deste problem a no seu livr livroo P Ordain Ord ained ed M inistry (ATeologia e Prát Prática ica do M inistério O rden rdenado ado). ). W illi illim m on relaciona o problema conosco, pastores. Nós permitimos que o mundo nos esprema no seu molde. Permitimos que as congregações nos espremam em seus se us mo moldes ldes parti pa rticulares. culares. Ten Tentamos tamos real realizar izar este este trabalho traba lho pastoral em uma cultura em que o valor supremo é desgastante. Nesta atmosfera, o papel do pastor foi freqüentemente corrompido, de pastor a diretor de cruzeiro. Willimon expressa isso melhor do que eu:
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? Uma das razões por que muitos pastores ficam tão exaustos pelas exigências do ministério é o fato de que entram no ministério com poo u c a ba p base se pa para ra q u a lq lquu e r o u tr traa coi coisa sa a lé lém m de “ satis satisfaz fazer er as nece ne cess ssid ida a des das pessoas”. Isso é perigoso em uma sociedade de desejo onívoro, em que as pessoas, sem saber quais desejos merecem ser satisfeitos, simplesmente se agarram a tudo.9 Pessoalmente, Pessoal mente, desc descobri obri que enc on ontrar trar um a m ane aneira ira para sai sairr da exaustão exaustão do ministério pastoral tem pouco a ver com a administração de cronogramas ou delegação de trabalho, e muito a ver com ser empurrado a uma teologia pastoral que não me permitirá entregar a minha vida aos propósitos da cultura contemporânea, mas aos propósitos do reino de Deus. Quando realizo o meu trabalho essencial, fico encorajado e fortalecido. Quando me esqueço do meu trabalho essencial, fico cansado. Que o Senhor possa nos ajudar a recordar quem somos, e para que Ele nos chamou.
O A l t o Pr e d a O b e d i ê n
ç o c ia
Você se lembra de Cathy Freeman? Ela é a velocista australiana que, no verão de 2000, não apenas conquistou a medalha de ouro olímpica que toda a Austrália desejava, como também se tornou a primeira aborígine a ganhar uma medalha nas Olimpíadas. Pouco depois da sua vitória, aconteceu algo assombroso. Quando as câ meras mostravam de perto a velocista vitoriosa, esperei que ela abrisse aque le sorriso imenso, característico dela. Para minha surpresa, uma expressão quase de tristeza passou pelo seu rosto. Ela jogou para trás o capuz do seu uniforme de corrida, sentou-se na pista logo depois da linha de chegada, e chorou. Não parecia ser inteiramente um choro de alegria. Parecia ser um choro de exaustão e alívio. Às vezes, isso acontece logo depois de vencida um a grand e batalha.Você está exausto, esgotado. Só quer se sentar no chão e chorar. Às vezes, você quase chega a desistir. Uma das histórias surpreendentes da Bíblia para mim tem a ver com a rapidez com que a vitória de Elias no monte Carmelo se converte em depressão. Q ua nd o os m om entos de vitória passam, não se consegue nada muito melhor do que isso. Essa foi uma grande vitória, mas agora Jezabel o está perseguindo. Elias teme pela sua vida, e foge. Ele se assenta sob a sombra de um zimbro, e diz a D eu s:“Já basta...Toma agora a m inha vida” .1" Como ele pôde passar da coragem ao desespero, em tão pouco tempo? Creio que Tiago nos dá a resposta. A respeito de Elias, ele diz: “Elias era hom em sujeito às mesmas paixões que nó s” (Tg 5.17). C om o nós. Você já esteve nesta posição? Já disse “basta” para a vida? Já se sentiu deprim ido depois de uma grande vitória espiritual? A obediência tem um custo muito elevado, você sabe. O tipo de coisa na qual Jesus nos pede que nos envolvamos tem um alto custo, po de tirar tudo de nós. E é onde nós encontramos Elias. De herói a ansioso, em um dia. Há pelo menos duas lições a extrair desta narrativa. Uma delas é a ma neira como Deus encontra Elias, na sua exaustão. Deus se recusa a aceitar a desistência de Elias. Na verdade, Ele faz com que Elias retorne ao trabalho.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? dando-lhe mais coisas a fazer. A terapia de Deus para o esgotamento não é apenas um retiro nas montanhas. Ela também inclui a designação de uma nova tarefa, e a promessa de um futuro. Aprendi isso com o livro de Gene Getz, Elijah: Remain in g Steadfast Through Uncertainty (Elias: Permanecendo Firme na Incerteza). Mas Deus não começa aqui. Em prim eiro lugar, Ele encontra esse profe ta esgotado exatamente onde ele está. Estas não são boas notícias? Sono, ali m en to revigorante, água fresca para beber. Respire. Renov e-se. Sábado.Você precisa disso. E neste lugar de descanso, o Senhor ampliou a perspectiva de Elias, dizendo-lhe que Ele jamais esperava que ele carregasse os problemas de Israel sozinho. Ele terá ajuda, mas Deus não permitirá que ele desista. Descanso? Sim. Desistência? Não. Hoje em dia, parece haver uma crença de que Deus nunca esperou re almente que nós despejássemos toda a energia da nossa vida no ministério. Costumávamos entoar um cântico, há muitos anos: “Deixe que me consu ma p or ti, O h Senhor!” Agora estamos meio embaraçados com essa idéia. A verdade é que o custo da obediência é altíssimo. Portanto, não é inco m um chegar a um p on to com o Elias chegou. E nestes m om entos, preci samos que a renovação seja segura. Mas este não é o fim da história, e não é o objetivo da história. Mais cedo ou mais tarde, Deus diz: “Muito bem — agora, levante-se. E hora de contin uar” . Ás vezes, algumas pessoas que me amam me censuram por ter tantas responsabilidades. Aprecio isso. Realmente, aprecio. E quero ter uma vida saudável e equilibrada. Não penso, nem por um momento, que a salvação do mundo depende de mim. Mas, ao mesmo tempo, não quero me apresentar diante do Senhor, no último dia, sabendo que retrocedi. O custo da obediência total é elevado. Vai tomar a sua vida. Decidi que, pela graça de Deus, este é um preço que estou disposto a pagar. E você?
Qu
a n d o v o c ê s e Se n t e So b r e c a r r e g a d o
Com que freqüência você se sente totalmente sobrecarregado com a realidade de ser um pastor? Com toda esta freqüência, hein? Eu, também. Não há com o evitar — este é um grande trabalho que Deus pediu que fi zéssemos. A vida de um pastor está cheia de tarefas e responsabilidades que estendem os limites da nossa capacidade. Você pensa que é um princípio espiritual que Deus se deleite em nos chamar para tarefas que são grandes demais para nós? N a parede do m eu es critório está fixado um quadro que regularmente me lembra desta verdade. Ele diz: “Nada é mais patético do que ter uma grande tarefa e um caráter pequeno” . Sempre que penso nisso, me consolo, lembrando-me da vida de Moisés. Você sabe de tudo sobre o plano maravilhoso que Deus desenvolveu para libertar o seu povo do Egito. Moisés também pensou que era um grande plano — até que aconteceu o inevitável. Deus explica o seu grande plano, e diz a Moisés: “Vem agora, pois, e Eu te enviarei” . Subitamente, Moisés já não está mais tão impressionado com o plano. Ele levanta cinco objeções ao Senhor. Eu me pergunto se elas são familiares a você? Em primeiro lugar, Moisés diz: “Quem sou eu?” Ele protesta contra o plano de Deus, porque não tem autoridade, nenhum a posição de poder para exercer a influência necessária a fim de conseguir realizar esta tarefa. Basicamente, a resposta de Deus a esta objeção é:“Você não precisa ser alguém importante ou poderoso, porque ‘Eu serei contigo”’. Assim, Moisés levanta a sua segunda objeção:“ Qual é o seu nom e?” O que você acha desta tola coragem? Na realidade, Moisés está dizendo: “Deus eu não lhe conheço suficientemente bem para falar po r ti” . A resposta de Deus é muito simples: “Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”. Terceira objeção: Moisés diz: “Está bem, mas se eles não acreditarem em mim, o que farei?” Então Deus deu a Moisés alguns sinais e prodígios as sombrosos para realizar como prova de que ele vinha em nome do Senhor. Q uarta objeção: “Ah! Senhor! Eu não sou h om em eloq üen te” . Agora, isto me assombra. Ele protesta, dizendo que não pode ir e ser o porta-voz
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? de Deus diante de Faraó, porque não é eloqüente. Mas nos últimos 20 ver sículos certamente ele foi porta-voz de Deus! Então, diz o Senhor: “Ouça, não se preocupe com a sua habilidade oral. Eu criei a sua boca — Eu posso fazê-la funcionar direito”. Quinta objeção. Agora nós chegamos ao principal. “Senhor. Por favor, m and e outra pessoa” (Ex 4.13 —N TLH ). Esse é o resumo da história. Ele vê os riscos, e quer desistir.Tão logo Moisés expressa a sua quinta objeção, ou vimos as palavras mais assustadoras de toda a passagem: “Então, se acendeu a ira do Senhor contra Moisés” (Ex 4.14). Isso não pode ser bom. Mas Deus, na sua graça, diz a Moisés: “Tudo bem. Ouça, se você está com medo desta grande tarefa, eu vou enviar o seu irmão para lhe ajudar”. Eu creio que Moisés aprendeu uma lição crítica naquele dia. A sarça deve ter sido a primeira indicação. O fogo tinha a finalidade de captar a atenção de Moisés — um sinal visível da presença de Deus. N ão foi neces sário que a sarça queimasse, mas Deus preferiu usar uma sarça para obter a atenção de Moisés. Acho ter sido Dennis Kinlaw que eu ouvi dizer, certa vez: “Deus precisa de uma sarça, e qualquer sarça servirá”. Porque o poder não está na sarça — está na presença do Senhor. Deus tem uma tarefa maior do que a vida para cada um de nós. A boa notícia é que, quando Deus escolhe você, a questão nunca tem a ver com ser capaz para a tarefa. Sempre tem a ver com estar disponível. Pergunte a si mesmo se você está em uma posição, na sua vida espiritual, na qual está disposto a dizer ao Senhor, sempre que Ele chamar, e qualquer que seja a tarefa:“Aqui estou, Senhor. Estou totalm ente disponível para ti”.Talvez “so brecarregado” não seja uma condição tão má para um pastor. Ela pode nos ajudar a lembrar-nos de confiar no poder daquEle que nos enviou.
A IRA NO ESTUDO DOS PASTORES Isso já se tornou tão comum que praticamente não nos choca mais. Os nossos noticiários estão cheios, todos os dias. A explosão inesperada e im prevista de uma pessoa irada fre qüentem ente deixa alguém m orto , outros sofrendo, muitos feridos, e todos nós atônitos. Esta é uma era de ira. Nós, que estamos na linha de frente de serviço às pessoas, conhecemos a destruição que sobrevem aos indivíduos e às famílias, por causa da ira desenfreada. Mas com que freqüência lidamos com sentimentos intensos de ira que estão diretamente relacionados com a nossa profissão? Deixe-me explicar. Alguém já lhe disse que estava deixando a igreja porque não se sentia adequadamente alimentado? Você já descobriu boatos sobre você ou sobre a sua família? Já desceu do púlpito depois de um maravilhoso culto de adoração em que a presença do Senhor estava tão próxima, somente até que alguém viesse até você e em cerca de três segundos tirasse toda a sua alegria? N a obra que você e eu fazemos, temos grandes oportunidades de seguir o famoso conselho: “Seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19). Nós sabemos que a ira não é boa para nós, mas às vezes parecemos quase im potentes para in te rro mpê-la. Sentimos a sabedoria das palavras de Tiago, mas com que regularidade nós realm ente as colocam os em prática? Elas me ajudam a ampliar a minha expectativa, além dos relacionamen tos em particular, e lem brar o tipo de cultura em que eu vivo e trabalho. Fa lando de maneira geral, “nada mais está claro. Nem segurança de emprego, nem objetivo para nossas ambições, nem perm anê ncia conjugal, ne m papéis sexuais, estilos de paternidade, etiqueta social, conselhos médicos, nem mesino notícias básicas, que nos vêm de tantas fontes que nos contradizem e nos opr im em ” .11 Nós estamos no limite. Somos ansiosos. E isso se converte em ira. Por quê? Porque a ira é uma emoção humana mais tolerável do que o medo. E o medo é o verdadeiro culpado. Estamos lidando com pessoas que são
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER? temerosas; e nós, com o pastores, enfrentamos a mesm a situação. M uitos de nós temos medo de que, se não formos bem-sucedidos no nosso chamado, não teremos valor como pessoas. Com excessiva freqüência, igualamos avaliações positivas co m com petên cia pessoal. Talvez os nossos tem ores estejam baseados na segurança do emprego, ou em uma necessidade de estar “certo”. Qual é a resposta? Espero que isso pareça uma resposta simplista, mas eu realmente acredito que a nossa teologia nos dá uma resposta, conforme expressa (1 Jo 4.18 —A RA): “O perfeito amor lança fora o medo”. O amor perfeito não é obra nossa. É de Deus. E surge de uma vida de total entrega. A única maneira que encontrei para me ajudar a lidar com as coisas que levam à ira, é viver diariamente, em total rendição à soberania de Jesus Cristo. Quando eu fizer isso, e quando eu ouvir críticas, a minha resposta não será a justificação própria, mas a percepção de que freqü entem ente um espírito crítico se origina da dor desta pessoa, e não tem nada a ver comigo. Quando eu viver totalmente para Cristo, liberarei a minha necessidade de estar certo, confiando em Deus, que conhece o meu coração, para validar o meu ministério. Quando eu viver totalmente para Cristo, o meu valor e a minha estima se encontrarão nEle, e não no fato de que o meu conselho pense que estou fazendo um bom trabalho. Assim, da próxima vez que você lidar com o que H. B. London chama de “estraga-prazeres”, talvez o seu foco não deva estar no motivo por que está irado, mas na razão por que sente medo. Qu al é o m edo que está impe dindo que amemos àqueles que nos ferem e frustram, com o perfeito amor de Deus?
W
Du
vidosos
Fi é i s
Que quantidade defé é necessá ria para queJesus modifique a sua vida? U m ho m em simplesmente gritou, em tem or desesperado: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”Jesus perguntou-lhe o que ele queria. Ele disse: “ Senhor, que eu veja” . E isto. N en hu m a declaração de fé em Jesus como o Cristo, nenhuma confissão da sua crença. Mas aquele dia, ele saiu da cegueira para a visão (Mc 10). Outro homem disse: “Eu não consigo chegar ao tanque da cura, quando as águas são agitadas. Alguém sempre chega antes de mim. Eles obtêm o milagre, e eu continuo inválido.Trinta e oito anos!” Foi tudo o que ele disse a Jesus. Não pediu para ser curado. N ão disse: “Jesus, eu tenho fé de que podes me curar. Eu tenho fé em ti”. Ele apenas disse: “Minha vida está destruída”. E Jesus o curou, e o mandou seguir seu caminho como um homem mudado (Jo 5).
Que quantidade defé é necessá ria para queJesus mude a sua vida? Repetidas vezes esse tipo de história é contada nos Evangelhos. A vida das pessoas é mudada quando parece que elas têm pouca fé. Uma das mi nhas histórias favoritas é aquela sobre o pai, em M arcos 9 .0 seu filho estava morrendo, e ele pediu que Jesus o curasse. Ele disse a Jesus: “Se tu podes fazer alguma coisa”. Jesus disse a esse pai: “Tudo é possível ao que crê”. Assim sendo, não parece que a intervenção de Deus na sua vida depende da sua fé? Se eu realmente crer, boas coisas acontecem. Se eu não crer verdadeiramente — posso esquecer! “Eu creio”, disse o homem. “Ajuda a minha incredulidade”. Aparente mente, somente esta quantidade de fé já é suficiente.Você luta com dúvidas na sua caminhada cristã? Preocupa-se com o fato de que a sua fé é fraca e falha? Sei que estou falando com pastores e líderes da igreja, mas alguns dos maiores líderes da nossa pró pria tradição lutara m contra as dúvidas. Jo hn Wesley lutou durante muito tempo, convencido da sua incredulidade. A principal luta espiritual de Phineas Bresee foi com a dúvida. Não se trata de uma incredulidade que rejeita a autoridade de Jesus, mas das lutas honestas que resultam da tentativa de se tentar conectar alguma coisa co m aquilo que o evangelho promete.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
N ão há nada de errado com a dúvida fiel e a luta honesta. É possível ser um incrédulo fiel. Eu adoro a história que Annie Dillard conta, sobre uma pequena igreja que ela freqüenta às vezes. Certo domingo, o pastor estava conduzindo a reunião de oração em orações de intercessão, pra ticamente a mesma lista de sempre. D e repente, no meio da rotina de oração, o pastor explodiu, em voz agitada: “ Senhor, nós trazemos estes mes mos pedidos todas as semanas!” Annie Dillar escreve: “Por causa disso, eu gosto m uito dele” .12 A fé não é um sentimento, nem a ausência da dúvida. A fé é um a questão de graça divina. A fé é a rendição à autoridade de Jesus. Pastor, você luta com a fé? Sei que seria difícil para você, admitir isto a qualquer pessoa. No entanto, eu desafio você a trazer esta luta a Jesus, com o apelo fiel do pai em Marcos 9: “Eu creio, Senhor! Ajuda a minh a incredulidade” .
U m Pa
s t o r Po d e G u a r d a r o Sá b a d o
?
A classe de juniores da Escola Dominical da m inha filha estava estudando os Dez Mandamentos. Certa tarde de domingo, quando estávamos à mesa de jantar, eu lhe perguntei o que ela estava aprendendo. Muito orgulhosa, ela respondeu que naquele dia eles tinham estudado o quarto mandamen to: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. Como qualquer bom pai, perguntei: “Você sabe o que isso significa?” Ela me respondeu, confiante: “Sim, significa que você não trabalha aos domingos, mas descansa, porque no sétimo dia, Deus descansou” . Eu elogiei a sua compreensão. Mas então, ela me perguntou: “Então, papai, p or que você não guarda o sábado?” Ai! A sua pergunta estava bem fundamentada. A esta altura, durante os onze primeiros anos da sua vida, ela já tinha me observado, domin go após do mingo, derramar tudo o que eu podia, até desmoronar em um monte sem vida no sofá da sala, na noite de domingo. As realidades da vida pastoral tornam a atitude de guardar um dia de repouso um verdadeiro desafio, mas devemos guardá-lo! Se desejarmos evi tar a tão temida “síndrome do esgotamento pastoral”, seria bom que pres tássemos muita atenção ao padrão bíblico de trabalho e descanso. Sempre afirmei essa verdade, mas com mu ita freqüência m e enc ontrei en tre os prin cipais transgressores do repouso. Os pastores são conhecidos por falar sobre o quanto são ocupados. Eu tive colegas que disseram que há semanas não tinham um dia de folga, e há bastante tem po não tiravam férias de verdade. Acho que eles queria m me impressionar com o seu co m prom etimento. Em vez disso, me entristecia. Henri Nouwen escreve que nós parecemos entender que “ser ocupado e ser im portante... significam a mesma coisa” .13 Nó s corremos, tentando provar o nosso valor por meio da nossa atividade frenética. A verdade é que muitos entre nós não têm idéia do que realmente fazemos com o nosso tempo. Eles não compreendem por que nós dedicamos semanas de 70 a 80 horas de trabalho, tentando equilibrar tudo. Mas isso não é desculpa para que tentemos provar a nossa competência a elas, trabalhando a ponto de nos sentirmos exaustos.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
N o seu maravilhoso livro The Contemplative Pastor (O Pastor Contem plativo) de Eugene H . Pete rson escreve: “ O adjetivo preguiçoso associado à palavra pastor deve soar, aos nossos ouvidos, como adúltera para caracterizar uma esposa, ou defraudador para descrever um banqueiro. É um escândalo revoltante, uma afronta blasfema” .14 Deus construiu os ritmos de trabalho e descanso na nossa própria exis tência, e no mundo natural. Nós ignoramos estes ritmos, em nosso próprio de trim en to físico, em ocion al e espiritual. Entend o que Deus estava falando muito sério quando ordenou que o seu povo descansasse um dia por sema na. Quem sou eu para pensar que posso ignorar este mandamento básico, e ainda propiciar liderança espiritual adequada à minha família, assim como à minha congregação? Peterson prossegue, sugerindo alguns passos práticos para criar espaços de descanso em nossa vida. “O truque... é chegar ao calendário antes que outra pessoa o faça. Destaco os momentos para oração, para leitura, para diversão, para o silêncio e para a solidão, de onde o trabalho criativo... pode resultar. Descobri que, quando essas necessidades centrais são satisfeitas, há tem po suficiente para todo o resto” .15 Assim, como você está se saindo, na observância do sábado? Quais passos precisa dar para estabelecer o verdadeiro descanso de sábado na sua progra mação semanal? Dê um passo esta semana.Você precisa do descanso.
A Vid
a p r i v a d a d o
Pa
s t o r
As nossas famílias vêem isso, melhor que qualquer outra pessoa. O repen tino acesso de mau humor quando um membro da igreja nos telefona. O professor de disciplinas espirituais começa a ficar cansado demais para pregar. O conselheiro paciente esbraveja com um filho ou uma filha desobediente. E claro, uma pequena disparidade entre nossa vida pública e privada é normal. Afinal, todas as pessoas têm a tendência de reagir em casa de ma neira diferente de com o reagem em público. O problema acontece quando perm itim os que se desenvolva um abism o entre o que as pessoas vêem e acreditam, a respeito da nossa saúde espiritual, e a verdade sobre o quanto nós somos verdadeiramente saudáveis. As estatísticas e as histórias pessoais demonstram que, na qualidade de pastores, nós lidamos com um a carga de cansaço espiritual, que temos a tendên cia de conservar de um a forma absolutamente privada. Os problemas podem variar, de ira a vícios, mas com muita freqüência vem os uma grande diferença entre a pessoa que sobe ao púlpito no domingo e a pessoa que vemos no espelho, na manhã de segunda-feira. O que é preciso para vivermos como pessoas íntegras e verdadeiras? A nossa vida pública nos exige isso, mas nós somos seguidores de Cristo, ver dadeiros, em crescimento, e às vezes, lutadores. As vezes, somos os últimos a admitir a incoerência. O autor Fred Smith, em seu artigo “Conduzindo uma Auditoria Espiritual”, que apareceu em Leadership Jou rn al no inverno de 1998, nos oferece algumas boas perguntas que podemos fazer a nós mes mos, e que nos ajudarão a avaliar a nossa saúde espiritual. Aqui estão algumas das perguntas sugeridas po r ele, que po de m nos ajudar a fazer um a avaliação espiritual pessoal: E m prim eiro lugar, estou satisfeito c o m a pessoa que estou m e tornando? A cada dia, me aproximo mais da pessoa que acabarei me tor nando. Estou satisfeito com a direção na qual as coisas estão se movendo na minha vida pessoal? Estou me tornando menos religioso e mais espiritual? A minha espiritualidade está centrada nos atos públicos de pregação, ensinamento e liderança e m adoração, ou esses atos sacerdotais fluem de uma espiritualida de genuína que é alimentada no aspecto particular da minha vida?
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
A minha família reconhece a autenticidade da minha espiritu alidade? U m pastor mu ito con hecido assim se expressou: “Estou cansado da religião de celebridade. Já tive a minha cota de honras, mas qua ndo eu m orrer, a meno s q ue a minha família possa dizer ‘Havia algo de D eus neste homem’, eu terei fracassado”. Se você realmente deseja conhecer o grau de integridade entre a sua vida pública e a privada, basta perguntar ao seu cônjuge ou aos seus filhos. Tenho um ponto de equilíbrio tranqüilo para a minha vida? Nós somos chamados a fazer tantas coisas, e a nos envolvermos na vida de tantas pessoas, que não nos sobra espaço para estar a sós. Os negócios ou o trabalho se tornaram uma doença que debilita os cristãos contemporâneos, e freqüen tem ente os pastores são os mais doentes. Se não hou ve um lugar óbvio na m i nha programação semanal para o retiro, a diversão e a reflexão, provavelmente eu não estarei me movendo em uma direção espiritual saudável. A pergunta crítica é: Estou avaliando honestamente a coerência entre quem eu sei que sou, e quem eu pareço ser, aos olhos dos outros? Uma das mais perigosas tentações para os pastores é permitir que exista uma bifurcação entre a nos sa vida pública e a privada. Não permita que ela aconteça na sua vida. Se estiver acontecendo, encontre alguém a quem você possa contar a verdade sobre si mesmo, e que possa lhe dar bons conselhos sobre como se tornar uma pessoa de integridade espiritual.
Qu a n d Po e i r a
o a l g u é m j o g a n a sua
Ca b e ç a
De todas as maravilhosas histórias que vêm a nós na Bíblia, a respeito da vida de Davi, uma das minhas favoritas está em 2 Samuel 16. A imagem é cômica, mas o ensinam ento é sério. Quando Davi finalmente chega ao poder, e Saul já está morto, as coisas vão muito bem no reinado de Davi. No entanto, chega um momento em que aparentemente Davi se esquece do que tinha aprendido sobre os peri gos do abuso de poder. Na verdade, o problema de abuso de poder é muito conhecido. No sórdido episódio entre Amnom.Tamar e Absalão, o reinado de Davi começa a desmoronar, até que ele perde o trono e foge de Jeru salém, em desgraça. E quando somos apresentados a Simei, que corre pela estrada ao lado do rei deposto e seu séqüito, amaldiçoando Davi, atirando pedras contra ele, e levantando poeira sobre ele (2 Sm 16.5—13). Essa é uma atividade perigosa. Não se pode jogar poeira no rei e ficar impune. O serviço secreto quis cortar a cabeça de Simei, e Davi poderia ter facilmente ordenado isso, ou, pelo menos, permitido. Em vez disso, algo acontece que, em minha opinião, é notável. Davi recebe essas maldições de Simei como uma mensagem do Senhor. Ele disse: “Deixai-o; que amaldi çoe, porque o Senhor lho disse” (2 Sm 16.11). Ao longo de mais de 20 anos de ministério pastoral, eu me vi lendo este texto p or várias vezes, na privacidade do m eu estudo. Ele me apresenta uma perg unta conte mporânea e urgente :“ Qual é a m in ha reação, quando recebo uma palavra de correção?” Eu realmente creio que o Senhor, algumas vezes, usa as pessoas, para trazer correção à minha vida. E às vezes parece que es tão atirando poeira à minha cabeça. Como eu reajo quando a correção do Senh or vem po r m eio de um louco que levanta poeira? Existe m aturidade espiritual suficiente em mim, para que eu possa receber as palavras corre tivas, duras, até mesmo críticas de outra pessoa como sendo uma possível mensagem do Senhor? Vou lhe dizer o que me sinto tentado a fazer, quando recebo palavras duras: Sinto-me tentado a mandar o mensageiro embora. Bem , é apenas o fula no — ele é um a pessoa malhumorada. N ão ficaria f e liz nem mesmo se Jesus
O QUE U M PASTOR DEVE FAZER?
Sinto-me tentado a procurar um contra-ataque: Como eles ousam dizer isso sobre mim, quando eu sei que eles... Sinto-m e tentado a fugir e negar. Sinto-me tentado a guardar rancor. E claro, há ocasiões quando as pessoas nos confrontam e nos acusam e o problema, na verdade, é deles, e não nosso. Mas devemos ser cuidado sos, porque às vezes o Senhor pode querer falar conosco por intermédio de algum louco que levanta poeira, lançando-a sobre a nossa cabeça. Davi compreendeu isso. Acredito que isso é parte do que fez dele um grande ho m em , apesar da sua frágil humanidade. É parte do mo tivo p or que, apesar do seu pecado, ele pode ser descrito como um homem segundo o coração de Deus. Ele não estava tão endurecido e insensível a ponto de não estar disposto a ser desafiado e a aprender. E ele aprendeu o suficiente, para saber que às vezes Deus pode usar até mesmo uma pessoa irada, que atira poeira, para falar conosco. Assim, da próxima vez que alguém atirar poeira na sua cabeça, “esteja pro nto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (T g 1.19). Perm ita que o Senh or fale co m você, mesm o que seja po r interm édio daqueles que atiram poeira.
fo ss e o seu pastor!
Qu a n d Tr a t a
o as m
Ma
Co
n g r e g a ç õ e s
l os
Pa
s t o r e s
O autor David Hansen sugere que há algumas igrejas que simplesmente não merecem um pastor. Ele descreve o que muitos pastores já vivenciaram: As igrejas como estas removem as entranhas dos pastores. Com pala vras tão agudas como facas, elas abrem a alma de um pastor, até que esguiche o splaxna. Elas rasgam o racham do seu pastor. Elas tomam o philos, mas não podem devolvê-lo. Elas só sabem como tomar. Elas são baldes sem fundo. Não importa quanto hesed você derrame nelas, jamais toca o fundo. Elas jamais se enchem, jamais transbordam de amor, missão, adoração ou alegria. Elas odeiam os ungidos de Deus. Elas desprezam a adoração a Cristo, e desprezam os seus embaixado res. Elas são anarquistas espirituais.16 Uau! Que palavras duras. Mas são verdadeiras? Existem algumas con gregações que adulteraram tanto o que significa ser “igreja”, que caíram no padrão de maus tratos ao pastor? Relatos confirmariam que isso re almente existe. Há muitas histórias tristes sobre pastores sendo feridos e cuspidos por pessoas cruéis que assumiram o controle de algumas congre gações, a tal ponto que as suas atitudes e os seus comportamentos anticristãos passam a dominar o ambiente. Algumas igrejas conquistaram uma reputação de “assassinas de pastores”. Quais são as características desse tipo de grupo? Eu definiria quatro, baseadas nas observações que David Hansen fez deste fenômeno: A primeira é o fato de não se submeter à autoridade. As pessoas nas nossas igrejas foram bem instruídas em resistir à autoridade. O indivíduo reina na nossa cultura. O problema é que, embora as pessoas anseiem pela co munidade genuína, não existe comunidade sem uma autoridade saudável. A segunda característica é o hábito de palavras descuidadas. Em Efésios 4, fica m uito claro que o fato de um a con gregação não conse guir disciplinar suas palavras é m ortal (Ef 4.29—32). Os pecados da língua serão evidentes em qualquer grupo de pessoas, inclusive em grupos cris
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
tãos. No entanto, quando os mexericos e a sua família ficam flagrantes, a igreja está em sérios problemas. A terceira é uma condição de falta de oração. Cada um de nós sabe que, quando a oração desaparece da nossa disciplina pessoal, a nossa saúde espiritual també m decai. Se você qu er conh ece r a saúde de uma con gregação, descubra os seus hábitos de oração. A quarta é um histórico de erguer a sua mão contra os ungi dos de D eus. Este histórico não deve ser ignorado. Quando as igrejas têm o costume de fazer com que seus pastores fujam, algo deve ser feito, para trazer esta congregação à responsabilidade. Os líderes denominacionais têm uma grande responsabilidade nisso. Assim, o que você deve fazer, quando descobre que está tentando ser o pastor de um a congregação que o trata mal? E verdade que algumas igrejas não merecem o amor de um pastor, mas isso não se traduz em uma passa gem só de ida, para você. Pode ser que o seu trabalho neste lugar seja inter romper um padrão de maus tratos, apontar o comportamento pecaminoso, e pregar e ensinar fielmente a visão bíblica de comunidade. Não há dúvida de que o preço para esse ministério é alto. Haverá ocasiões em que você terá que seguir o conselho de Deu s:“ Sain do dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pé s” (Mc 6.11). Mas você não escolheu esta profissão para que a sua vida pudesse ser cheia de valori zação e consolo. Foi escolhido para ser um sinal da presença de Cristo em meio a um povo rebelde. Lembre-se das instruções do Senhor a Ezequiel: “E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir... hão de saber que esteve no meio deles um profeta” (Ez 2.5). Que o Senhor possa lhe dar a graça para ser um pastor, mesmo quando isso signifique que você deve trazer “as mar cas do Se nh or Jesus” (G1 6.17). A paz de Cristo esteja com você.
O Fr
a c a s s o
Coisas que andam juntas: pão e manteiga, primavera e chuvas, A bb ott e Costello, os Cubs e... bem, você já entendeu. E o fracasso e o sucesso? M ichael Jord an é recon hecido com o u m dos maiores atletas de todos os tempos. Ou ça o que ele disse, no entanto, sobre o seu sucesso:“Eu errei mais de 9.000 arremessos na minha carreira. Eu perdi quase 300 jogos. Em 26 oportunidades, recebi a responsabilidade de fazer o arremesso que venceria o jog o, e errei. Fracassei repetidas vezes na minha vida. E este é exatam ente a razão po r que obtive sucesso” .17 A maneira como nós reagimos ao fracasso diz muito a nosso respeito. Algumas pessoas têm a capacidade de usar o fracasso como um catalisador, ao passo q ue outras se deixam esmagar por ele. O psicólogo Perry B uffmgton escreve sobre algo chamado “o efeito Zeigarnik”. E quando os nossos fracassos começam a assumir uma vida própria, porque o cérebro recorda as tarefas incompletas por mais tempo do que uma tarefa concluída. Os fracas sos não têm conclusão. O cérebro continua a revolver a m em ória, tentando imaginar maneiras de consertar a bagunça, e passá-la de um estado ativo a um estado inativo. Se você já ficou acordado à noite, rem oend o repetidamente na sua m en te um passo errado, então você entende o efeito. Há uma pergunta im porta nte a enfrentar, neste ponto : Eu vou viver com medo de fracassar de novo, e vou ficar paralisado, ou vou permitir que este fracasso se torne uma ferramenta na mão de Deus, para moldar a minha vida? Parece-me que esta é uma decisão que nós, pastores, temos que tomar diversas vezes, na nossa vida vocacional. A obra de um pastor é u m trabalho arriscado, e cheio de oportunidades de fracasso. Mas quem decide o que constitui um fracasso? A sociedade julga o meu trabalho como um fracasso ou um sucesso? A congregação é quem decide? A minha família? Cabe a mim decidir? Talvez a pergunta mais importante, não interessando quão bem ou quão mal eu possa pensar que as coisas estão, é esta: C om o Deus está, neste momento, moldando o meu caráter à imagem de Cristo Jesus? Brennan Manning, em seu maravilhoso livro The Wisdom ofTendemess (A Sabedoria da Ternura) explica da seguinte maneira: “E mais importante ser um cristão maduro do que ser um grande açougueiro, ou padeiro, ou
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
fabrican te de castiçais; e se a única o po rtun idade de conseguir essa prim eira bênção é fracassar na segunda, o fracasso terá valido a pena”.18 Eu me pergunto se isso é o que o autor do livro aos Hebreus tinha em m ente, q uan do escrevia as palavras: “ Toda correção, ao presente, não pare ce ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de ju stiç a nos exercitados p o r ela. Portanto , tornai a levantar as mãos cansadas e os joe lhos desc onjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado” (Hb 12.11-13). Meu amigo, se você está lutando com um sentimento de fracasso agora, se está se sentindo derrotado por circunstâncias que acabaram mal, por fa vor, lembre-se de que D eus está trabalhando para o bem . Talvez um a parte im po rtan te do processo seja uma decisão que você p ode tom ar. Você vai reagir a esse fracasso somente c om o um a derrota e uma vergonha? O u p er mitirá que Deus redima o fracasso, convertendo-o no tipo mais duradouro de sucesso?
Qu
a n d o de
Éo Pa
m o m e n t o r t ir
Essa pergunta me fez voltar. Eu estava me preparando para passar várias semanas estudando como os pastores podem prolongar a sua permanência no cargo. Eu tinha preparado entrevistas e questionários. E então, ele me atingiu com esta pergunta: “Então, o que você me diz, quando é o momen to de partir, ou deixar o cargo? Como um pastor pode saber? As vezes, os pastores ficam por um período de tem po lo ngo demais, você sabe. Isso pode realmente prejudicar uma igreja”. Isso me fez pensar. Quando eu passava as semanas seguintes tentando descobrir como permanecer, a sua pergunta estava presente. Além de ser forçado a deixar o cargo por causa das disfunções na congregação, como um pastor sabe quando é o m om ento de seguir adiante? Eu refleti acerca dessa pergunta, e orei a respeito, e várias coisas me vieram à mente. Lembrei de que, em algumas ocasiões, na Bíblia, Deus escolheu líderes diferentes, em ocasiões diferentes. Claramente, as comu nidades de fé têm “ épocas” na sua vida corporativa.Talvez D eus p retenda, aqui, que haja líderes diferentes para as várias épocas. Além disso, se eu crer verdadeiramente que sou chamado por Deus, será ingênuo demais pensar que Ele me dará orientações claras quando for o momento de partir? Se for esse o caso, como Ele me dará a conhecer essa instrução? Eu identifi quei quatro estratégias que quero empregar quando tiver que tomar essa decisão crítica. 1. Se for o momento de seguir adiante, provavelmente haverá outra oportunidade de serviço à minha espera. Se eu crer re almente que Deus está guiando este processo, então estarei disposto a interpretar a falta de ofertas como um sinal para não partir e perma necer na função atual? Nós precisamos ser enormemente cuidadosos com relação à distribuição de currículos para acionar uma mudança. 2. O movimento potencial precisa parecer “bom ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). Natu ralm ente, o contexto dessa decla ração era a comunidade de fé. D e alguma maneira, a vontade de Deus se fez conhecer a eles, quando processaram as perguntas ju nta s. Seria
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
possível que nós, pastores, precisássemos ser su ficientemente corajo sos para convidar um ou dois membros de confiança para participar deste processo desde o início? 3. É preciso haver tempo e diálogo entre pastor e povo, antes que uma mudança como essa possa ocorrer. Eu percebo que estou me aventurando, aqui, porque este é um paradigma diferente daquele ao qual estamos acostumados. Normalmente, os pastores se esforçam muito, para passar por este processo em segredo. Mas se nós realmente cremos naquilo em que dizemos crer, sobre sermos uma família com as nossas congregações, por que, então, nós não permitía mos que esta fosse uma discussão familiar? Os pastores freqüentemente falam sobre serem liberados de uma tarefa quando os membros da sua congregação certam ente não se sentem liberados. Talvez este tipo de diálogo pudesse evitar algumas das mudanças de que, mais tarde, nos arrependeremos. 4. Eu concluí que a minha resposta padrão às congregações que tentam m e convocar a outra missão deve ser “N ão, m ui to obrigado. Eu já tenho um a m issão” . Eu creio que a questão fundamental é, se eu faço parte de uma congre gação que está procurando ser uma expressão autêntica do Reino de Deus, eu devo ajudá-los a me ajudar a responder a esta pergunta. A nossa resposta pode ser: “Sim, é o m om ento de uma m udança” . O u poderia ser: “Não, vamos co ntinua r crescendo ju n to s” . D e qualquer forma, isso não seria mais saudável para todos?
O Pastor como Profeta
Vo
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o f e t a im po r t u n o
?
Micaías não conseguia uma trégua. Ele vivia a serviço de um rei ao qual não conseguia agradar, não importando o que ele fizesse. Micaías poderia ter facilitado as coisas para si mesmo, exceto por uma verdade: ele sabia que, em última análise, ele vivia a serviço daquEle que é muito maior do que o rei de Israel. Essa história é contada e m 1 Reis 22. Arã e Israel viviam em um perío do de paz há três anos. O rei Acabe de Israel sabia que a paz é um bem po lítico altamente supervalorizado, de modo que, durante uma visita a Josafá de Judá, sugeriu algum trabalho potencial para os militares. Aparentemente, os habitantes de Arã estavam ocupando uma cidade reivindicada, e Acabe queria saber se Josafá o acompanharia, para reconquistar o território. Josafá pensou que isso parecia u m a boa idéia, mas antes, quis “consu ltar a palavra do Senhor” (v. 5). Isso foi uma boa idéia. Assim, Acabe chamou seus profetas e perguntou se eles deveriam ou não participar da guerra. Podemos imaginá-los, precipitando-se para dizer ao rei o que ele deseja ouvir: “ Sobe, po rqu e o S en ho r a entregará na m ão do rei” (v. 6). Josafá sabia que a palavra desses profetas não era uma palavra confiável. Então, pergunto u: “N ão há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possa mos co nsultar?” (v. 7). Aqu i é o nd e se revela a inte grida de voc acional de Micaías. Acabe disse: “A inda há um ho m em po r q uem podem os consultar ao Senhor; porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim bem, mas só mal” (v. 8). As vezes, quando as pessoas não gostam da nossa pregação, é porque não a estamos transmitindo bem. Há outras ocasiões, no entanto, em que as pes soas não gostam da nossa pregação porque a verdade das palavras de Deus afeta as suas vidas transgressoras. Os reis chamaram Micaías, para consultarem a Deus por interm édio dele. Eles estavam vestidos com suas vestes oficiais, e os profetas de Acabe estavam presentes com seus estratagemas que impressionavam os reis. O mensageiro que foi buscar Micaías lhe disse, a caminho da corte: “Vês aqui que as palavras dos profetas, a uma voz, predizem coisas boas para o rei; seja, pois, a tua palavra como a palavra de um deles, e fala bem” (v. 13). Micaías compareceu diante
O QUE U M PASTOR DEVE FAZER?
de Acabe, e o rei fez a pergunta: “Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja ou deixaremos de ir?” Micaías respondeu: “Sobe e serás próspero, porque o Senhor a entregará na mão do rei” (v. 15). O profeta conseguiu convencer? Bem, o rei Acabe viu exatam ente o que havia po r trás da declaração sarcástica de Micaías. Ele gritou impaciente com Micaías: “Até quantas vezes te conju rarei, que me não fales senão a verdade em nome do Senhor?” (v. 16) Então, Micaías falou sério. Ele pintou para o rei um retrato sombrio do que aconte ceria, se ele continuasse com seus planos de guerra. Não eram boas notícias. Aparentem ente, Acabe já sabia, no seu íntimo, que não seriam boas novas, pois ele sabia que estava vivendo em desobediência ao Senhor. Então, ele disparou: “Não te disse eu que ele nunca profetizará de m im bem, senão só mal?” (v. 18) E mandou prender Micaías, sem nada além de pão e água para seu sustento. N a verdade, Micaías tinha um sustento que Acabe não conseguia entender. Ele revelou seu verdadeiro sentimento ao mensageiro, quando disse: “Vive o Senhor, que o que o Senhor me disser isso falarei” (v. 14). Pastor, o que você dirá à sua congregação neste domingo? Conseguirá resistir à assustadora descrição de 2 Timóteo 4.3? Ali está escrito: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”. Ou você terá a coragem de cumprir a sua vocação e proclamar a verdade de Deus? Você está disposto, se o Senhor ordenar, a se tornar um profeta in côm odo para um povo complacente e transgressor? Q ue o Senhor possa abençoar e fortalecer você, pastor, quando estiver no púlp ito para dizer a verdade.
So
m o s
Cristãos
Estou agradecido porque, quando o nosso Conselho de Superintenden tes Gerais expressou os nossos valores centrais, começou com a simples de claração: “Somos u m povo cristão” . Isso pode parecer dolorosam ente óbvio, mas na vida de nossas congregações locais, nem sempre é tão óbvio. Existe um a tendência, nas congregações nazarenas locais, de definir a vida da igreja p or algo m uito mais superficial do que a histórica fé cristã. Temos uma herança profunda e rica, que molda a nossa vida e o nosso ministério hoje em dia. A nossa herança imediata é a renovação da Santida de que varreu a Am érica do N o rte no final do século X IX. M uito de que m somos e como “fazemos a igreja”, certamente se origina deste movimento moderno. A vitalidade da nossa adoração, a presença do “banco do pranteador” (altar), o “convite” comum para fazer a oração do pecador, e muitas outras características dos nazarenos são presentes, para nós, a partir da nossa herança da renovação da Santidade. Mas a nossa história é muito mais pro funda do que isso. A nossa fé e a nossa prática têm raízes que passam por toda a história do povo de Deus, chamado de Igreja. Confessamos que fazemos parte da Igreja que é “única, santa, universal e apostólica”. Nos identificamos com a história do povo de Deus ao longo de 20 séculos de história cristã. Vemos as nossas raízes, até m esm o na his tória do Antigo Testamento, de Deus trabalhando para redimir o seu povo escolhido. Entendemos que a nossa teologia foi moldada pelas expressões doutrinárias da Igreja Primitiva, à medida que eles procuravam articular a sua fé. Fomos profundamente afetados pela Reforma Protestante e pela renovação de Wesley, no século X VIII. A nossa história é longa, e profunda, e significativa. N o entanto, que diferença faz tu do isso agora? D eix e-m e sugerir algumas maneiras como ela faz, em minha opinião, uma diferença no meu trabalho pastoral. Lembrar as nossas raízes profundas m e ajuda a guiar o m eu povo quando eles são tentados a definir o reino de Deus com uma visão nacio nalista de uma América cristã. As vozes dos santos, ao longo dos séculos, me ensinam que a salvação não vem por meio de um governo que dá liberdade à igreja. A única esperança de salvação é por meio de um Redentor que opere por meio do seu Corpo, para reconciliar o mundo consigo mesmo.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
Co nseqüentem ente, a nossa energia principal não nos é dada para fazer com que os sistemas de governo, educação e trabalho funcionem bem. O nosso trabalho principal é anunciar às pessoas as Boas Novas de como Jesus pode melhorá-las, o que, por sua vez, causará um impacto no mundo. Quando tento ensinar o meu povo a compreender o significado do ba tismo, sei que estou ajudando eles a se conectar com os cristãos através dos séculos. Estes antepassados compreenderam as ordenanças mais do que um testemun ho pessoal — com o um meio vital da graça de Deus. Quando guio a minha congregação, marcando o tempo pelo ano cristão e não pelo calendário civil, somos lembrados de que a história da obra de Deus em Cristo não é algo que apenas recentemente descobrimos como pregar. N a verdade, a fé cristã histórica nos dá a linguagem da fé, à medida que repetimos a história de Cristo, no Advento, no Natal, na Epifania, na Quaresma, na Páscoa e em Pentecostes. Esses são apenas três simples exemplos do quanto é importante, para mim, que nos identifiquemos, não somente por 100 anos de história denominacionais, mas também por dois mil anos de história cristã. Embora nós, nazarenos, compreendamos a nossa missão distinta no mundo, com respeito à mensagem da Santidade, somos, acima de tudo, cristãos. E uma grande parte da nossa tarefa pastoral é ensinar ao nosso povo essa verdade.
a l g u é m r e a l m e n t e q u a l
É o Mo
m e n t
Sa b e o ?
Horace W hittel, que trabalhava no cais de Gillingham, na Inglaterra, detes tava o seu despertador.Todos os dias de trabalho, durante 47 anos, o seu toque despertou Horace. Todos os dias, ele desejou poder ignorá-lo. Finalmente, Whittel conseguiu a sua vingança. No dia em que se aposentou, o seu des perta dor o despertou, como sempre, mas desta vez, ele levou o despertador consigo ao cais, onde trabalhava. Com uma expressão perversa no seu rosto, ele colocou o seu despertador sob uma prensa hidráulica de 80 toneladas, e apertou o botão. Horace riu com prazer, ao ver seu antigo inimigo achatado. Você não adoraria fazer isso amanhã de manhã? O nosso mundo nos pressiona a preencherm os todos os espaços disponíveis da vida. Surpreen do-me constantemente com a quantidade de atividades diferentes que os meus adolescentes conseguem espremer em um a tarde. O claro chamado do m un do é, fazer mais, ser mais, experim en tar mais, dar mais, ir mais, comprar mais, am ar mais — mais, mais, mais! Em Mateus 16, Jesus fala a algumas pessoas muito parecidas conosco, sobre a questão do tempo. Ele diz: “Sabeis diferençar a face do céu e não conheceis os sinais dos tempos”. N a língua que Jesus falava, havia algumas palavras diferentes para “ tem p o ” . U m a delas era chronos, que é o tipo de tempo de que mais temos consciência. O tempo chronos é linear. E a duração do tempo temporal, ou o passar das horas, dos dias e semanas. E o que marca nossos despertadores e calendários. No entanto, a palavra que Jesus usa, como “tempo”, nessa pas sagem, é uma palavra diferente: kairos. Kairos significa um evento im po rtante em um momento de tempo. O que Jesus estava dizen do aos seus ouvintes é que eles conseguiam ver o tempo chronos muito bem, mas estavam cegos ao tempo kairos. Em outras palavras, as suas vidas eram definidas pela sua própria maneira tem poral e míope de ver as coisas, a ponto de não conseguirem nem mesmo ver o que Deus estava fazendo, bem diante dos seus olhos. N ós podemos ser tão consumidos pelo tem po chronos que deixamos de perc eber to talm ente o kairos do que Deus gostaria de fazer por nós. Creio
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
que Jesus nos diria: “Não fiquem tão consumidos pelo chronos a ponto de deixar de perceber o kairos. Não seja tão especialista em cumprir as obri gações e expectativas a ponto de deixar de perceber as maneiras novas e simples por meio das quais Deus gostaria de se mostrar a você”. De que maneiras Ele está falando? A minha experiência me diz que isso acontece no que é simples, e não espetacular. Pode ser em um momento de tranqüilidade. Pode ser em um momento de adoração coletiva. Pode ser no rosto de uma criança. Pode ser em uma simples conversa pastoral com alguém que sofre. Amigo pastor existe uma maneira de viver sem ser asfixiado pelo tempo, por despertadores, por cronogramas, por pressões. O h, nós sempre vamos lidar com estas coisas, mas elas verdadeiramente não deverão definir a nossa vida. A bo a notícia é que devemos perm itir que Jesus volte os nossos cora ções e mentes, ao kairos da nossa vida. Podem os ficar atentos às atividades do Espírito, de modo que as atividades do mundo não nos asfixiem. A qual tempo você está prestando atenção? A sua vida está tão consu mida pelo chronos que não consegue ver o kairos ? Que o Espírito de Cristo capture o seu coração e o ajude a ver qual é o momento, na realidade.
O QUE FAZER COM PESSOAS Ma l -H u m o r a d a s Chegando ao ponto em que abrimos nosso e-mail com medo de ver mos o que o lixo eletrônico vai nos trazer hoje. São os perigos da profissão, eu acho. Q ua nd o você abre a sua boca para falar por mais de cinco m inutos por vez, mais cedo ou mais tarde alguém vai se sentir ofendido. Dois episódios me vêm à mente. Há alguns anos, eu estava liderando a congregação, quando recitávamos o Credo dos apóstolos. Falávamos em uníssono: “Creio... na santa igreja católica...” Logo no início da manhã de segunda-feira, recebi um telefonema de u m ho m em que era novo na nossa congregação. D ura nte dez minutos, ele liberou sobre m im um a irada censu ra pelo fato de termos nos identificado como católicos. Ele se fez de surdo às minhas explicações, e finalmente colocou o fone no gancho, com raiva. Episódio núm ero 2. Q ua nd o eu pregava sobre o po der de cura de Deus, fiz uma declaração que pareceu como se eu estivesse condenando todo e qualquer uso de drogas controladas para a saúde mental. No dia seguinte, recebi um e-mail forte, mas educado, de u m ho m em da minha congregação, questionando a minha declaração. Nas duas situações, os m eus sentimento s fo ram similares, em bora a abordagem fosse diferente. No primeiro, a crítica do indivíduo estava baseada em uma in te rpreta ção equivocada. E, além disso, ele não estava disposto a ouvir as minhas explicações. Não é possível argumentar com pessoas irracionais. N a segunda situação, o hom em que desafiou a min ha declaração estava absolutamente certo ao fazer isso. Ap rend i algumas lições importantes sobre o quanto preciso ser cuidadoso com a generalização. Percebi que, embora eu não pretendesse provocar nenhum dano, houve danos, e eu tinha que assumir a responsabilidade por isso. Muitos dos sentimentos eram os mes mos. No início, me senti na defensiva, e envergonhado. Eu tive vontade de contra-atacar: “Não foi isso o que eu quis dizer!” Mas, em vez disso, pedi perdão pelo m eu descuido e aprendi um a lição crucial. O que eu quero dizer é que, quando somos criticados, é vital que de diquemos algum tempo para compreender o que realmente está por trás
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
dessas críticas. Os nossos sentimentos freq üentem ente são os mesmos, ind e pendente m ente dos motivos de quem faz a crítica. E preciso pouco tem po para examinar os sentimentos, de modo que possamos chegar à verdade ou ao engano na crítica. Aprendi algumas coisas que têm me ajudado com esse processo. Em prim eiro lugar, eu pergunto a m im mesmo: “Q uem está me fazendo esta crítica?” E uma pessoa que sempre encontra alguma coisa de que reclamar? Ou é uma pessoa que faz críticas criteriosamente? Isso não quer dizer que eu consigo sempre descartar as críticas do crítico habitual, mas tem me aju dado a ouvir as críticas de maneira mais objetiva. Em segundo lugar, me pergunto: “O que há de verdade nesta crítica?” Até mesmo na mais infame das alegações pode haver um elemento de ver dade que preciso ouvir. Em terceiro lugar, eu sempre peço a opinião de outra pessoa. Obvia mente, a questão da confidencialidade requer consideração, mas em geral eu peço a opinião de min ha esposa, um m embro da equipe, um pastor amigo, ou até mesmo um leigo de confiança. Com muita freqüência, apenas repe tir a crítica em voz alta traz a definição dos meus sentimentos, e uma nova perspectiva sobre o assunto. Algumas vezes, a crítica vem de pessoas mal-humoradas. Algumas ve zes, vem de pessoas que nos amam e querem o melhor para nós. O que não podemos, no ministério pastoral, é ter o luxo de descartar a crítica das pessoas mal-humoradas. Deus usa essas pessoas para conseguir a minha atenção. Ele usa as suas críticas para lembrar-me de que preciso fazer este trabalho com humildade e com total dependência dEle. Ele também nos lembra de que não temos opção, quando o assunto é amar aqueles que são difíceis de amar. E nada ensina o amor mais rápido do que o desafio de amar um santo rabugento.
A PROPORÇÃO ENTRE INFORMAÇÃO E AÇÃO O diretor da nossa escola média local está fazendo alguma coisa. Além do currículo central, ele consegue que seus alunos deixem as instalações da escola durante o dia, e passem algum tempo com pessoas adultas da comu nidade, quando eles fazem coisas práticas, como assar biscoitos e cuidar de jardins. A razão pode ser aparente, mas eu gosto da maneira com o o Sr. Neal a explica. “Quando éramos crianças, tínhamos muito conhecimento, e pouca in formação. Hoje, as crianças têm mais informação do que são capazes de sa ber com o utilizar, contu do, tê m pouquíssim o conhecim ento . A inform ação é adquirida por meio da tecnologia. O conh ecim ento é adquirido p or m eio dos relacionamentos.” Nesta era da in te rnet, somos bombardeados com mais inform ações do que podemos processar. Há quinze anos, eu considerava incrédula, a idéia de que um dia poderia transferir a informação do mundo ao meu lar ou ao meu escritório, pela internet. No entanto, aqui estamos. Praticamente qualquer informação que eu desejar está disponível para mim, através do meu computador. Ter toda esta informação à nossa disposição é, de alguma forma, uma coisa boa. Mas também conduz a um perigoso fenômeno moderno. Sim plesm ente, não há como reagirmos a tudo o que sabemos, assim, na verdade, estamos sendo treinados a não fazer nada a respeito do que aprendemos. Os principais mecanismos de transmissão desta informação, especi ficamente a televisão e os computadores, também nos treinam a receber passivamente cargas de informação, sem te r que fazer nada com elas. Esta informação está, na maioria das vezes, fora de qualquer contexto relacio nal, e raramente nos pede qualquer reação. Isso produz em nós uma baixa proporção de inform ação e ação. O que sabemos está im ensamente fora de proporção com o que fazemos a respeito do que sabemos. Essa noção me foi apresentada por Marva Dawn, em um retiro que ela e Eugene Peterson realizaram para pastores. Marva explica esse problema no seu maravilhoso livro, Rea ch in g O u t W ithout D um bin g D ow n. Aqui, ela
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
menciona a obra excepcional de Neil Postman, e reflete sobre as implica ções desta enferm idade para a igreja. Ela escreve: “As pessoas estão acostu madas a ‘aprender’ boas idéias (até mesmo de sermões), e a não fazer nada sob re elas” .19 Talvez isso nos dê alguma noção quanto ao motivo por que as pessoas não parece m m uda r m uito, em resposta à verdade de Deus. As pessoas foram treinadas, pela cultura, a não se sentir mal, se souberem muito mais do que demonstram. E por isso que elas podem lhe dizer, com expressão séria, o quanto é maravilhosa a sua pregação, e o quanto estão aprendendo, mas não pare cem in corporar significativam ente a verdade que estão apre ndendo em suas vidas. Assim, o que pode ser feito a esse respeito? Deixe-me sugerir uma es tratégia pastoral simples. Devemos ser muito específicos com o nosso povo, sobre a resposta que a Bíblia está exigindo. Não é suficiente apresentar uma explicação impecável da resposta de Deus para o dilema humano, sem dar o passo seguinte, e in te ncionalm ente convidar o nosso povo para algum tipo de resposta específica. Às vezes, a resposta é uma oração de arrependimento no altar. As vezes, a resposta está em receber o sacramento da Santa Ceia (ou Eucaristia). Em outras ocasiões, podemos convocar as pessoas a fazer algo específico na se mana seguinte, como falar com um parente afastado, ou realizar um ato de bondade por um vizinho. O nosso povo deveria deixar cada serm ão com um a clara compreensão sobre co m o p od em reagir à verdade proclamada. Se nós somente pregarmos a verdade, e não encontrarmos maneiras de fazer com que o nosso povo preste contas pela resposta, estaremos fazendo m enos do que a obra pastoral que fomos chamados a fazer. Somente o Espírito Santo pode realizar completamente essa tarefa, mas devemos ser instru mentos dEle, para ajudar o nosso povo a superar a sua baixa proporção de informação e ação. C om o o nosso diretor da escola média, ensine o básico — mas então, ajude a sua congregação a sair do banco da igreja e ir para o mundo, colo cando em prática o supremo chamado da vida no Reino de Deus.
O Pastor como Sacerdote
Ad
o r a r e m o s a
Deus
Uma das minhas visões favoritas do Apocalipse é a cena do capítulo 4, de adoração ao redor do trono de Deus. Ela me faz pensar sobre aquele dia em que todo o povo de Deus estará finalmente reunido ao redor do trono do Cordeiro. Você consegue se imaginar ali? Eu tento ver e ouvir o que estará acon tecendo ali. Enquanto estivermos adorando juntos, posso imaginar que logo ouviremos as notas majestosas de um grande órgão que começa a tocar:“Saú dem todos o po der do nom e de Jesus”. Repe ntinam ente, um a voz da multi dão grita: “Música de órgão! Eu detesto música de órgão! E antiquada e mo nótona. Vamos agitar isto um pouco. Tragam as guitarras e a bateria! Liguem o sintetizador!” Então nós ouvimos, competind o com o grande órgão, os sons vívidos de uma banda de louvor. E, repentinamente, ouvem-se outras vozes, que dizem: “O que é esta baboseira sentimental? Isto não é música de verda de!’^ a grande multidão diante do trono se divide, entre os que preferem o estilo tradicional, e os que preferem o estilo contemporâneo. Então, alguém sugere: “Vamos recitar juntos o Salmo 23”. E começa um coro: “O Senhor é meu Pastor”. Mas logo ouvimos outra vez: “Isto é ritualismo frio. Não m e diga o que dizer, e quando dizê-lo. Vamos ser es pontâneos na nossa adoração” . E a grande multidão se divide entre aqueles que preferem a liturgia e os que preferem a adoração espontânea. Imagem ridícula, não é mesmo? Como é absurdo pensar que uma gran de quantidade de adoradores que estão diante do trono de Cristo possa se tornar tão egocêntrica. Mas nós não teríamos que admitir que esta é, pelo menos em algum aspecto, uma descrição precisa da igreja hoje em dia? E instrutivo para mim que João não tenha gastado nem uma sílaba des crevendo a jorn ad a daqueles que estão adorando, e com o eles chegaram ali. N a verdade, o tema é aquEle que é o único que é digno de adoração. A lição simples, mas importante, que precisamos aprender sobre a ado ração, é que ela tem a ver com Deus, e não conosco. Quando a minha preocupação com um culto de dom ingo é se estou sendo beneficiado por ele ou não, ou se estava entediado, ou se gostei do culto, eu realmente não entendi a questão. Se a minha preocupação é se gostei ou não da música, ou
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
se a tem peratura estava alta, ou se o sistema de som estava funcionando — se essas são as coisas que chamam a minha atenção, eu não adorei. N ós devem os ser diligentes para conservar o foco de que, na adoração Deus é, ao mesmo tempo, o objeto e o sujeito.20 N orm alm en te nós conse guimos uma das coisas, mas não a outra. Penso que nós, intuitivamente, sa bemos que Deus é o objeto da adoração, mas é surp re endente a freqüência co m que nos fazemos o sujeito. Apenas ouça c om o nós cantamos e oramos. Ouça a freqüência como o nosso foco está no que fazemos, no que traze mos, no que necessitamos, no que queremos de Deus. Pastor, um a das coisas mais importantes que você p ode fazer na sua co n gregação é lembrar o povo, semana após semana, que a adoração tem a ver com Deus, e não conosco. Diga isso, modele isso, planeje o culto de forma que ele seja fiel a isso — tud o para Deus. Eu tive o privilégio, há alguns anos, de dar uma palestra com Eugene Peterson sobre o ministério pastoral. Uma das coisas que ele disse, naquele dia, está guardada na minha lembrança: “Se a única coisa que eu já fiz foi me colocar diante dos membros da minha congregação todas as semanas e dizer:‘Vamos adorar a Deus’, penso que eu mereci o meu salário”. Penso que ele está certo.Trabalhe para merecer o seu salário!
Es t
a é a Pa l a v r a d o S e n h o r Os nazarenos sempre tiveram uma alta consideração pelas Escrituras. O nosso culto de adoração se concentra na leitura da Bíblia e na proclamação da sua verdade, pela pregação. Nós sabemos que as Escrituras, fielmente proclamadas na comunidade de adoração, tê m um a influência formadora na vida da congregação. R ece ntem ente, fiquei profund am ente preocup ado com relatos de que, em um núm ero crescente de congregações nazarenas, as Escrituras não são lidas, ne m mesm o para o sermão. Esse proc edim en to não reflete com exatidão quem somos. A escolha de passagens das Escrituras para o culto de adoração semanal da igreja é um a tarefa pastoral vital. N ão queremos escolher as passagens que serão lidas com base na preferência pessoal, ou em um capricho de m om en to, mas com um plano intencional que vise ajudar o nosso povo a ouvir “o conselho saudável de Deus”. Uma ferramenta que está ganhando aceitação cada vez maior nos cír culos nazarenos é o “livro de leituras”. Um livro de leituras simplesmente é uma coletânea de leituras ou seleções das Escrituras, organizadas com a intenção de proclamação durante o culto de adoração da igreja. Os livros de leituras já existem há algum tempo.Tabelas de leituras eram conhecidas e usadas no século IV, segundo as épocas e os dias do ano cristão, desde o Advento até o Pentecostes. O livro de leituras proporciona um plano ou padrão de três anos para as leituras dos domingos. Cada ano se concentra em um dos Evangelhos sinóticos. O Ano A é o ano de Mateus, o Ano B é o ano de Marcos, e o A no C é o ano de Lucas. O Evangelho de João é lido todos os anos, especialmente nas épocas próximas ao Natal, à Quaresma e à Páscoa. As escolhas de cada semana geralmente incluem um ensinamento do Antigo Testamento, uma seleção dos Salmos, uma leitura do Evangelho, e um ensinamento adicional do Novo Testamento. No decorrer do ciclo de três anos, a congregação terá informações de uma ampla e equilibrada seleção de textos da Bíblia. Alguns pastores usam o livro de leituras para orientar a sua pregação. Muitos outros usam o livro de leituras para escolher leituras para outras
O QUE UM PASTO R DEVE FAZER?
partes do culto de adoração. Ele ta m bém pode ser usado para desenvolver as aulas da Escola Dominical, estudos da Bíblia, ou até mesmo para orientar a escolha da música para o dia. Eu uso o livro de leituras com freqüência para orie ntar a minha leitura devocional para a semana. O uso de um livro de leituras não precisa ser considerado como uma ren dição ao ritual frio ou formalismo. Ao contrário, tenho me surpreendido com a freqüência com que a leitura de uma passagem se encaixa precisamente na necessidade da congregação, naquele dia em particular. Não há nada de sa grado a respeito do livro de leituras. Ele é simplesmente u m instrum ento que podemos usar para ajudar a orientar a nossa congregação acerca da Palavra de Deus, de uma maneira que será intencional e abrangente. Há vários livros de leituras diferentes disponíveis. Um livro de leitura que é muito usado e tem um formato de fácil utilização é The Revised Common Lectionary
publicado por T he Consultation on C om m on Texts.21 H á ainda cente nas de páginas na inte rnet que in clu em as leituras para cada dom ingo.22 Posso lhe incentivar a exam inar um livro de leitura? Você descobrirá que é uma ferramenta muito útil para o seu trabalho pastoral cuidadoso, através do qual facilita a interação da vida das pessoas com a Palavra de Deus.
Ad
o r a ç ã o à
M esa
C om a nossa gratidão a W illiam W illim on Uma de minhas histórias favoritas de Páscoa é sobre os dois discípulos na estrada, a caminho de Emaús, relatada em Lucas 24. Depois dos trágicos acontecimentos da semana de Páscoa, vemos Cleopas e seu amigo arrastan do seus corpos cansados para casa, relembrando repetidamente os aconteci m entos inacreditáveis. Repentinamente, outro homem se une a eles naquela estrada. Lucas nos diz que é o Cristo ressuscitado, mas por algum motivo os dois discípulos não o reconhecem. Assim, Jesus entra na desagradável conversa. Os dois abrem seus corações para Ele, sobre o que tinha acontecido. E então Jesus realiza um estudo da Bíblia, ali mesmo, na estrada para Emaús. Ele abre as Escrituras para eles com suas palavras, e explica tudo, de Moisés aos Profetas, que se relacionava com o Messias que viria. Mas ainda assim, eles não o reconheceram . Finalmente, chegam ao seu destino, e Jesus tem intenção de continuar pela estrada. Os dois, no entanto, o convencem a entrar e comer com eles. È à mesa que as coisas realm ente m udam. Pois enquanto está à mesa com eles, Ele tom a o pão, dá graças, parte o pão, e o reparte com eles. D e repente, os olhos deles se abrem, e eles reconhecem que é Jesus. Toda essa história, em minha opinião, é um retrato de como as nossas congregações vêm para os cultos. Nós os vemos com tanta freqüência vindo aos domingos, da maneira como estes dois discípulos estavam caminhando naquela estrada — desanimados, deprimidos e derrotados. O m undo é um lugar difícil de viver. Assim, eles entram com seus olhos fechados, lentos para ver, lentos para ouvir a Palavra de Deus. Mas então, Cristo nos chama à sua mesa. Ele toma o pão, o abençoa, o parte, o dá, e nossos olhos se abrem! Esta história desafia o nosso padrão comum de adoração? Sempre con sideramos a Palavra essencial à nossa adoração. Para nós, o auge do culto é a proclamação do evangelho pela pregação. A Palavra lida, a Palavra pregada, a Palavra estudada e analisada e ouvida reina de uma forma suprema na nossa tradição. Para muitos a Comunhão ou a Santa Ceia tem sido vista como algo extra, e até mesmo opcional. Estudos recentes feitos pelo N aza re ne
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
(o Centro de Pesquisas dos Nazarenos) revelam que praticamente a metade das congregações nazarenas ainda observa a Comunhão ou a Santa Ceia quatro vezes ao ano, ou m enos.23 Obviamente, nós estamos menos do que convencidos da importância formadora da Ceia do Senhor em nossas igrejas. Mas observe cuidadosamente o que acontece na narrativa do Evan gelho. Não foi na proclamação da Palavra, mas no pa rtir do pão, à mesa, que os olhos dos discípulos se abriram. E assim que acontece.Vamos e ouvimos a ministração da Palavra, lemos nossas Bíblias, ensinamos uns aos outros, mas ne m sempre entendem os. Nós nem sempre vemos a presença do Senhor como resultado do fato de ouvir mos. E Deus, sabendo disso, nos convida a passarmos da palavra às obras. A palavra se to rna ação, à mesa. Q uando participamos com fé do partir do pão e com partilham os o cálice, de algum a forma os nossos olhos se abrem, e nós vemos o Cristo ressuscitado em nosso meio. Amigo pastor, devemos entender o quanto a mesa do Senhor é impor tante para o que estamos tentando realizar. Quando participamos juntos desse momento sacramental, ele nos proclama em voz alta que todas as promessas e provisões da Palavra estão completas. Elas são sim e amém em Cristo. Por que ofereceríamos essa graça à nossa congregação somente uma vez a cada trimestre? Por que somente uma vez por mês? Alguns diriam: “Nós temos que ser cuidadosos e não tomar a Santa Ceia em excesso, para que ela não se torne um ritual morto”. Os cânticos de louvor podem se tornar um ritual morto, mas não paramos de cantar. Por que a Santa Ceia se tornaria uma rotina fria, se nós a observássemos mais freqüentemente? Quinhentos anos de história da igreja protestante nos di riam outra coisa. De modo geral, estas igrejas que freqüentemente celebram a Ceia do Senhor tendem a valorizá-la mais do que aquelas em que vir à mesa é algo esporádico.24 O ato de participar da mesa do Senhor é uma graça maravilhosa. Um dos atos pastorais mais importantes que podemos oferecer ao nosso povo é levá-lo à mesa regularmente. Nas palavras de Charles Wesley: “Venham, vamos usar a graça divina”. Research
O Do m d a BÊNÇÃO PASTORAL U m dos meus momentos favoritos no culto de adoração de cada dom ingo é a bênção. Cresci pensando que bênção era simplesmente uma palavra ele gante para “a última oração antes que possamos nos retirar”. Obviamente, é muito mais do que isso. A bênção é uma oportunidade sagrada que eu tenho, todas as semanas, de levantar as minhas mãos diante da congregação e, como representante de Cristo, oferecer uma palavra de bênção ao meu povo. Freqüentemente as palavras da bênção vêm diretamente das Escrituras, com o na famosa bênção sacerdotal de N úm eros 6.24—26: “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha * misericórdia de ti; o Sen hor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz ”. As vezes, a bênção vem do meu próprio coração e tem relação com a mensa gem do dia. Este último dom ingo, por exemplo, proferi estas palavras depois de uma mensagem de Romanos 12, sobre a natureza do nosso relaciona m ento juntos, com o Igreja:“Q ue o Senh or os abençoe com a capacidade de se amarem, uns aos outros. Q ue D eus lhes dê graça para viver com o recon ciliado res. E que nós possamos nos torn ar para o m un do um testem unh o do amor reconciliador de Deus em Cristo”. D e uma maneira ou de outra, estou convencido de que isso é muito mais do que “uma maneira agradável de concluir o culto”. E uma obra pastoral. De alguma maneira, no contexto da congregação que está adorando ao Se nhor, essas palavras são capacitadas, pelo Espírito, para vivificar e estimular as pessoas. C om o tempo, a identidade e a saúde de um a congregação podem ser moldadas pelo ato da bênção pastoral. Por toda a Bíblia, vemos o poder e a importância da bênção. Os rela cionamentos de conc erto que D eus tem com o seu povo, e que o seu povo tem, uns com os outros, são relacionamentos que recebem forma e signi ficado pelo ato da bênção. Um dos exemplos mais pungentes do poder da bênção é Esaú clamando a seu pai, desesperado, p or uma palavra de bênção, apesar da sua herança perdida (Gn 27). O nosso povo vive em um mundo que está cheio de palavras que ferem. Todos os dias eles recebem mensagens sobre o quanto são inadequados. Em
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
um mundo baseado na competição e marcado pela violência, o nosso povo freqüentemente vem ao culto com sua identidade cristã fora de foco, e sua estima espiritual danificada. Como pastores, temos um grande privilégio e uma grande responsabilidade de lembrá-los de quem eles realmente são, em Cristo. Podemos lhes dizer palavras que os convidem a avaliar suas vidas de acordo com os valores do reino de Deus, e não os reinos deste mundo. É claro que o ato de profe rir palavras boas não é a única maneira de se dar a bênção pastoral ao povo. Nós também fazemos isso quando conversamos com uma pessoa que está sofrendo. Nós fazemos quando nos ajoelhamos para ouvir a perg unta de uma criança. Isso acontece quando pressionam os o óleo da unção na testa daqueles que vieram para recebe r uma oração para a cura. Há muitas maneiras de oferecer a bênção, mas nenhuma é melhor do que dizer palavras de graça e paz ao nosso povo, que se reuniu para a ado ração. À p rimeira vista, isso pod e não parecer um ato m uito importante. Eu sugeriria, no entanto, que a sua congregação anseia por esse tipo de bênção do seu pastor, mesmo que não saibam como chamá-la. Posso lhe encorajar a pensar deliberadamente sobre as maneiras como você pode oferecer bênçãos espirituais aos membros da sua congregação? N ão apenas eles serão abençoados — você também será!
A p r
esent e os
Nomes
Encontrei-me em uma situação difícil durante a leitura do livro do Êxodo. Certo verão, estava lendo a narrativa do Êxodo durante as férias com a minha família. Estávamos no Deserto do Sudoeste dos Estados Unidos, e ao ler e olhar o terreno deserto, conseguia imaginar os filhos de Israel peregrinando pelo Sinai. N o entanto, devo confessar que por volta do capítulo 25, meus olhos estavam lendo as palavras, mas minha mente deslizou para as águas convida tivas do lago Havasu. Os detalhes do Tabernáculo e seus utensílios ficaram um pouco repetitivos e tediosos. Mas então, como freqüentemente aconte ce, Deus m e alcançou no m eio da m inha o bediente leitura. Em Êxodo 28, as vestes sacerdotais de Arão eram descritas com detalhes. Elas eram bonitas e caras. U m dos detalhes especificados por Moisés tinha a ver com duas pedras de ônix, nas quais ele deveria gravar os nomes dos filhos de Israel. Essas pedras deveriam, então, ser colocadas em uma armação de ouro, e presas nas ombreiras do éfode do sacerdote. Então foi descrito o “peitoral do juízo”, também com doze pedras, que traziam os nomes dos fi lhos de Israel. Por que esse detalhe? Aqui está o versículo que comoveu meu coração: “Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no santuário, para memória diante do Senhor con tinuam ente” (Êx 28.29). Levar os nomes sobre o seu coração. Eu oro desta maneira? A intercessão pelo povo é um importante dever pastoral. Afirmo isso com o você, mas esta imagem da veste sacerdotal de Arão me levou a per guntar: “Até q ue pon to eu realmente levo os nomes dos mem bros da minha congregação diante do Senhor?” Quando eu oro pela congregação, oro de maneira genérica e coletiva? Oro para que alcancemos a vizinhança? Oro pelos nossos programas? O ro para que Deus envie renovação à nossa igreja? Todas essas podem ser boas orações, mas com que freqüência levo os nomes particulares dos membros da minha congregação diante do Senhor? Esta é uma boa obra pastoral. Posso sugerir algumas estratégias para o envolvimento sistemático nesta obra: •
O re pela lista de necessidades especiais. Cada um a das nossas igrejas, sem dúvida, faz uma lista dos pedidos e necessidades particulares das pessoas. Este é um lugar óbvio onde com eçar.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
• O re pela sua programação. O re com a sua agenda diante de você, e mencione os nomes das pessoas que encontrou na semana anterior, ou que prevê encontrar na semana seguinte. • O re pelos mem bros da igreja. Para alguns, isso po de representar um a enorm e quantidade de tempo, e poderia ser feito possivelmente ape nas algumas semanas por ano. Para outros, isso pode ser feito sema nalmente. Tenho observado um impacto real sobre a minha c ong re gação, quando eu conto a eles que passei a melhor parte de um dia em particular, mencionando cada um deles em oração. • O re p or qu em que r que o Espírito traga à sua mente. As vezes, me sento silenciosam ente diante do Senhor, sem uma lista na mão, e sim plesm ente oro pelas pessoas que me vêm à m ente. É surpreendente o que eu recordo nestes momentos sobre as necessidades das pessoas, que não estão na minha lista. Grande parte disso é um mistério, mas há algo poderoso e bom sobre um pastor mencionar os membros da sua congregação diante do Senhor, regu larmente. E não é apenas uma tarefa. Deus disse sobre Arão: “Arão levará os nomes... sobre o seu coração” . Pastor, qualquer que seja a sua estratégia,“leve os nomes” com um coração cheio de amor pelos membros da sua igreja.
D eixe Vir
a s
Cr
ia n ç a s
Todos nós cremos que as crianças são uma parte vital da igreja. Pelo menos, nós dizemos crer nisso. R ealm ente parecemos dedicar grande quan tidade de energia e recursos para desenvolver o ministério e programas para as crianças e suas famílias. Muitas de nossas igrejas contrataram profissionais voltados ao ministério infantil, para orientar estes esforços vitais. É desconcertante, então, que em muitos casos, as crianças continuem a ser marginalizadas na vida e adoração da igreja. Eu me pergunto se alguns pastores e líderes da igreja vêem as crianças como “um problema no ministério, a ser ad ministrado”, e não como uma parte integral da comunidade de fé. Na verdade, ouvi falar sobre um pastor de um a igreja maior que acredita que as crianças, pela sua própria natureza, são um a distração. Eu receio que essa atitude não seja incomum.Vejamos — o que Jesus disse sobre isso? Creio que Ele falou com algumas pessoas (seus discípulos) que assim pensavam, também. Estou certo de que você se lembra da história de Marcos 10, de modo que não vou explorá-la aqui. Se a minha m emória não me falha, Ele disse algo sobre “não impedir” . Penso que o evangelho também diz algo sobre como Jesus se sentia com relação àqueles que tinham essas atitudes em relação às crianças. A palavra é “indignado”. O que devemos fazer é afirmar estes compromissos, com respeito ao lugar das crianças na igreja de Jesus Cristo: • Acreditamos que a igreja é um a comunidade intergeracional de crentes, reunidos para adoração, testemunho, cuidado, serviço e comunhão. • Co m prom etem o-nos em organizar a vida da igreja de maneiras que facilitem a participação intergeracional e especialmente o estímulo para que as crianças se tornem discípulos comprometidos de Jesus Cristo. • Tam bém nos com prom etem os em propo rcionar experiências especí ficas e apropriadas segundo a idade, que ajudem o ensino, a compre ensão e a aceitação dos propósitos mais amplos do Reino de Deus. Recentemente, quando a nossa congregação estava trabalhando em al guns novos padrões para as crianças, com respeito à adoração, fui desafiado pelos pensamentos de W ill W illim on, no seu trabalho de seminário, Pastor: The Theology and Practice of Ordained Ministry (Pastor: A Teologia e a Prática
O QUE UM PASTOR D EVE FAZER?
do Ministério Ordenado). No seu capítulo sobre “O Pastor como profes sor” ,W illimon faz a seguinte observação: A formação cristã é o trabalho de toda a igreja, não apenas na sala de aula, mas em todas as atividades da igreja... Embora o propósito do culto dos domingos seja a glorificação de Deus, é também o lugar principal para a santificação dos fiéis. Aqui está o meio principal para encontrar os símbolos, histórias, rituais e práticas de fé. Devemos cui dar para que o nosso culto de domingo tenha substância suficiente para sustentar o nosso povo nos rigores do discipulado. Nós também devemos assegurar que toda a congregação esteja presente quando se reunir — incluindo as crianças.25 Esses pensamentos levantam algumas questões sérias em relação à or ganização da programação de cultos nas nossas congregações. Quando as crianças estão presentes no santuário, para adorar, observando seus pais ou outros adultos cantando, orando, recitando, dando e respondendo? Experi ências de adoração que se destinam especialmente a crianças têm um lugar importante e necessário. Se não tivermos cuidado, no entanto, elas podem roubar de nossos filhos um componente necessário na sua criação cristã global — a necessidade de aprender po r meio de exemplos. As crianças estão presentes quando os adultos se levantam para dar teste munhos da obra de Deus nas suas vidas? As crianças estão presentes quando a oferta é recebida e seus pais colocam um chequ e na salva? Elas vêm quan do a Santa Ceia é servida? Elas vêem quando o missionário está falando? Elas ouvem o pastor pregar? Algumas pessoas protestaram que esses atos adultos de adoração estão muito além da compreensão de uma criança, e que uma congregação atenta torna tudo “compreensível para as crianças” e específico para as idades. Willimon diz: “As crianças não precisam conhecer o significado total destes atos de adoração corporativa (quem conhece?), mas devem conhecer a alegria da participação plena, quando a congregação se reúne para colocar a sua fé em prática” .26 Todas as congregações devem planejar meios adequados para incluir as crianças nos cultos. Eu gostaria de encorajar você, Pastor, a se certificar de que as crianças da sua congregação estão incluídas nos momentos mais importantes de adoração e de resposta, que acontecem na sua congregação. Deixe as crianças virem.
O Pastor como umRei-Pastor -mmym
A H a b i l i d a d e Pa s t o r a l d e M o d e l a r a s Pe r s p e c t i v a s e m RJELAÇÃO A ESTE M U N D O A última década trouxe uma onda de eventos nacionais que somente podem ser descritos com o trágicos. Estes episódios, que m odificam a vida, agora entraram no nosso vocabulário diário, como simples expressões que lembram imagens horrorosas: Oklahoma City, Columbine, 11 de setembro. Por mais terríveis que tenham sido estes incidentes, nós realmente não deveríamos ficar tão surpresos. Soubemos, por muito tempo, que há algo terrivelmente errado na raiz do espírito humano. Os pastores têm lugares na primeira fila na arena do pecado humano e suas conseqüências. N ós testemu nhamos o resultado trágico todos os dias, e nossos corações se entristecem. Parece que as pessoas estão ansiosas por atribuir a culpa pelos problemas da nossa sociedade a algum fenômeno ou tendência cultural particular. “Va mos colocar a culpa de tudo em Hollywood.Vamos culpar os pais por não fazerem direito seu tra balho”. Podemos sugerir que as nossas escolas não são tão eficazes, ou que a exaltação da violência na cultura popular é o culpado. Há muita culpa a distribuir. O problema real é mu ito mais básico. E uma perspectiva. Q ua nd o uma so ciedade decide que cada indivíduo pode definir, po r si mesmo, o q ue é certo, o resultado é o caos. Acho assombroso que essas pessoas não compreendam a conexão. Mas aí está a natureza do nosso trabalho. Temos a tarefa de convidar as pessoas a aceitar uma perspectiva que é distintamente cristã. Estamos ten tando ajudá-las a mover todo o seu modo de pensar, do reino deste mundo, para o R ein o de Deus. Fazer isso exige m uito mais do que oferecer ao nosso povo uma dieta insípida de “ C om o fazer isto” e “D ez passos para aquilo” e “Cinco maneiras de fazer aquela outra coisa”. Exige trazê-las, de forma cui dadosa, intencional e devota, a colidir com o evangelho de Jesus Cristo. Essa é a arte pastoral de modelar perspectivas em uma congregação de pessoas. E um trabalho lo ngo e árduo, mas pela graça, pode ser feito. Ele exige de nós algumas coisas que são básicas ao nosso trabalho.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
Por exemplo, exige cuidadosa e fiel proclamação das Escrituras. Os tex tos da Bíblia procuram chamar uma comunidade de fé que vive neste mun do como uma autêntica expressão do Reino de Deus. Nós prestamos um horrível desserviço às Escrituras quando nos aproximamos deles somente para encontrar um a fó rm ula eficiente para tratar das necessidades das pes soas na atualidade. Precisamos permitir que as histórias e ensinamentos da Bíblia, que m oldam vidas, funcion em com o u m padrão distinto de vida que se baseia no relacionamento de concerto com um Deus santo. Devemos organizar também a vida da igreja de acordo com esta pers pectiva cristã. C om o podem os estru turar o programa e o ministério da nos sa igreja? Como tomamos decisões sobre o conteúdo de cada culto? Como ajudamos às pessoas nos seus relacionamentos com outras, a vivenciarem o m elh or de D eus?T om am os essas decisões sobre modelos atuais de eficiência organizacional ou com base do que significa viver juntos de maneira reden tora com o “ estrangeiros” nesse m undo? Devemos estar dispostos também a ser proféticos no nosso ministério pastoral. N ão somos chamados som ente para acalmar as mentes p ertu r badas das pessoas com mensagens de paz. Somos mensageiros de graça, certamente, mas também somos mensageiros de verdade. Estamos dispos tos a nos levantar diante das nossas congregações, que normalmente se encontram enredadas nos valores deste mundo, e corajosamente chamá-las para algo diferente? Temos uma tarefa impressionante. Temos uma tarefa crítica. Temos a oportunidade de realizar uma verdadeira mudança em um mundo caótico, ajudando a modelar a perspectiva do seu povo.
V is it
a çã o
Pa
s t o r a l
Há alguns dias, recebi uma carta de um amigo, que é um pastor veterano. Ele se aposentou de uma longa carreira de serviço fiel e eficaz à igreja de Cristo. Uma das características do seu ministério era o cuidado pessoal pelos membros da sua congregação. Deixe-me mostrar-lhe um trecho da sua carta: Caro Jeren: Estou profundamente preocupado, porque alguns dos nossos pastores jovens se consideram mais como administradores do que pastores. Estou ciente da necessidade de administração, e de ca pacitação do corp o para realizar a obra do ministério. Cada vez mais, vejo leigos ministrando às necessidades dos pobres, dos doentes e dos necessitados. Mas, ao mesmo tempo, os deveres de um pastor naza reno são claramente apresentados no Manu al. Devemos “cuidar das pessoas, com visitação pastoral, particula rm ente os doentes e os ne cessitados” (parágrafo 413.5). Podemos ter membros comuns visitan do-os, e isso é bom. Mas o cuidado pessoal do pastor é importante. Sinceramente, o meu modo de oferecer cuidado pastoral é diferente do modo do meu bom amigo. Mas as suas palavras não se perderam em mim. Encontro-me constantemente oprimido pelas exigências de liderar uma igreja em crescimento, mas também estou ciente de que parte do meu trabalho essencial como pastor é apascentar (guiar, proteger, amar, cuidar) o povo. Isso exige que eu esteja com eles. Assim, refleti sobre a carta do meu amigo. Recordei o que os mentores me ensinaram, sobre ser um pastor. E então respondi à carta: Caro amigo: Eu creio que a essência do ministério pastoral é a direção espiritual, que exige que se esteja com o povo. Concordo que muitos pastores acabaram se considerando mais como diretores executivos do que como pastores. Isso, em parte, é um resultado da pressão de ser “bem -sucedido” com alg um crité rio mensurável. N a Igreja do Nazareno, a maioria das nossas igrejas é suficientemente pequena (com m enos de 100 membro s) para que ainda seja possível o cuidado pastoral “à moda antiga”.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
N o entanto, um m odo de pensar que devemos evitar é o de que o pastor está ali basicamente para servir aos de dentro. C oncordo que é importante que as congregações aprendam a verdade bíblica a res peito do sacerdócio de todos os crentes. C om o você diz, os pastores certamente não são as únicas pessoas que podem e devem propiciar cuidados pastorais. Nas nossas igrejas maiores, os m étodos de cuidado pastoral mudam de acordo com a necessidade. Chega um ponto em que uma igreja cresce em tamanho, quando é fisicamente impossível que um pastor ofereça pessoalmente cuidados a todas as pessoas da congregação. As igrejas maiores desenvolveram maneiras de lidar com este dilema. Mas me pergunto se muitos pastores, na congregação nazarena típica, seguiram o exemplo de pastores de igrejas maiores e tentaram emular o modelo, sem ter uma razão importante para fazer isso. Eugene Peterson escreve: “Ouvir é algo difícil de acontecer no mundo de hoje; as pessoas não estão acostumadas a ser ouvidas. Eu sei o quanto é fácil evitar o trabalho difícil e intenso de ouvir, por ser ocupado. Há muita visitação pastoral cujo objetivo é marcar presença, assegurar às pessoas que nós estamos trabalhando, ocupados, merecen do nosso pagam ento” .27 Certamente, o trabalho de cuidado pastoral hoje em dia requer novas estratégias e novos métodos. Os métodos devem se adequar ao contexto. A visitação pastoral nos subúrbios é diferente da visitação na cidade e no campo. Tecnologias como e-mail, voice-mail, mensagens instantâneas e te lefones celulares proporcionam novas formas de conectar-se regularmente com as pessoas. Ser um pastor tem a ver com presença. Sou representante de Cristo, um sinal da presença de Jesus na vida das pessoas das quais fui cham ado para cui dar. Não quero chegar tarde para o meu compromisso! Quero comparecer, e estar presente para ouvir, amar e guiar essas pessoas preciosas que Deus me confiou. Isso, em minha opinião, é a autêntica visitação pastoral!
O
q u e A p r e n d i e n q u a n t o Es p e r a v a p a r a C o m e r u m
Ch
u r r a s c o
Uma das vantagens de viver em Kansas City é a comida, especialmente o famoso churrasco. Comer churrasco nesta cidade é, para alguns, quase uma experiência espiritual. Pouco tempo depois de me mudar para lá, eu saí de casa e viajei apro ximadamente 30 minutos para o sul, a fim de desfrutar de uma das minhas churrascarias favoritas, em Martin City. E necessário algum esforço para aproveitar esta saborosa iguaria. E m prim eiro lugar, você precisa saber com o chegar lá, porque a localização deste restaurante é um canto fora-do-caminho, em um a vila fora-d o-cam inho, ao sul de Kansas City. Visto de fora, o lugar parece terrível. E um a construção velha e escura, com poucas janelas que permitem que a pessoa saiba onde ela está entrando. Então, há o desafio do estacionamento. O pequeno espaço diante do restaurante está sempre lotado. Estacionei aproximadamente a meio qui lômetro do restaurante, na estrada, com metade do carro pendurado pre cariamente na valeta de drenagem. Quando entrei, abri caminho entre a multidão até o balcão da recepcionista, somente para descobrir que não haveria mesas disponíveis, pelo menos durante uma hora. “Não importa”, disse eu. “Eu vou esperar”. A área de espera acom odaria confortavelm ente cerca de 10 pessoas. Pelo menos 40 estavam esperando. Assim, 10 pessoas se sentaram nos bancos, enquanto as demais ficaram em pé, como os ocupantes de um elevador lotado, tentando com dificuldade não invadir excessivamente o espaço dos outros. Finalmente, depois de 75 minutos de espera, nossos nomes foram chamados. N os sentamos, fizemos nosso pedido, e quan do a comida chegou rapidam ente nos lembram os po r que tínhamos suportado as dificuldades de chegar a esta churrascaria, mal equipada, mas maravilhosa. Durante aquele longo período de espera, algo me veio à mente, que modifico u a maneira com o eu considero o crescimento da igreja. Vejam, sirvo uma igreja que está em um lugar relativamente ruim, com mínima visibilidade. O nosso estacionamento é lamentavelmente inadequado, e a
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
parte mais atraente das nossas instalações está escondida atrás de outras es truturas, bloqueada da visão da rua. M uitos foram rápidos em me dizer que, se a nossa igreja quiser realmente exp erim entar crescimento, estas deficiên cias deveriam ser tratadas. Mas, apesar de nossas “deficiências”, tivemos um crescimento bastante significativo, ao longo dos anos. Ali, em pé, na área de espera do restaurante, adquirindo uma grande familiaridade com pessoas que eu jamais tinha conhecido, perguntei a mim mesmo: Por que estas pessoas vêm até aqui? Por que eu vim? Por que tantas pessoas suportam a dificuldade de encontrar um lugarforadocaminho, com praticamente nen hum estacionamento, para ficar compactadas durante uma hora,
H á um a ún ica razão. É po rqu e todo s sabem que, um a vez dentro, eles vão conseguir alguma coisa que é realmente boa. Em contraste, já estive em outros restaurantes q ue pareciam ter tudo na mais perfeita ordem, mas não tenho o desejo de voltar. Não porque as instalações não sejam agradáveis, mas porque, quando entrei, não encontrei nada satisfatório. Você consegue me entender, não é mesmo? Eu não estou dizendo que as coisas externas não tenham um impacto nas nossas igrejas. Localização, estacionam ento, aparência das instalações — são questões im portantes em que devemos pensar. Mas a nossa preocupação principal deve ser sempre com o que as pessoas recebem, quando entram. Se nós estamos tomando cuidado para preparar cultos de adoração sólidos, saudáveis e satisfatórios, se as pessoas são alimentadas adequadamente, se elas voltarão. Por quê? Porque as pessoas têm fome. Elas têm fome do que é verdadeiro e puro. Têm fome de sentir a presença de Deus. Se as pessoas sentirem regularmente o poder do Espírito de Deus na sua igreja, suportarão a má sinalização e os estacio nam entos lotados, para estarem ali. esperando ser servidas?
D e z Ca r a c t e r ís t ic a s L í d e r e s Ef i c a z e s
d o s
Warren Bennis é um especialista em liderança, muito famoso. Ele e um amigo entrevistaram executivos de alto cargo, e empreendedores talentosos, que são considerados os poderosos dos negócios da América. Dessas entre vistas, Bennis extraiu algumas características que pareciam comuns a todos os líderes eficazes. C onh ecime nto próprio: Os líderes eficazes têm uma compreensão de quem são, quais são seus talentos, e como utilizá-los da melhor maneira. Abertos a críticas e comentários: Os bons líderes desenvolvem e valorizam várias fontes de críticas e comentários sobre seu desempenho. “U m a das melhores fontes” , diz Benn is,“é um côn jug e” . Dos 40 executivos das 200 empresas da revista Fortune, que foram estudados, todos, menos dois deles, ainda estavam casados com suas primeiras esposas, e muito entu siásticos sobre o relacionamento do casamento. Ansiosos por aprender e melhorar: Os líderes são grandes perguntadores e ouvintes; eles fazem muitas perguntas esclarecedoras e investiga doras, e ouvem as respostas. Quase todos os líderes têm uma propensão à mudança, e todos são muito abertos a novas informações. Curiosos, se arriscam. Muitos líderes são aventureiros. Eles parecem caminhar pela vida com as suas sobrancelhas levantadas, procurando manei ras de desafiar o “status quo”. Eles são capazes de correr grandes riscos. Concentrados no trabalho: Existe uma irresistível persistência nos bons líderes. Eles tê m um nível de concentração e enfoque que os diferencia da maioria das pessoas. Aprendem com a adversidade: Quase todos os líderes eficazes so freram significativos contratempos. Eles usaram a crise ou o fracasso de suas vidas para aprender grandes lições sobre as pessoas, as organizações e os relacionamentos. Equilibram tradição e mudança: Os líderes competentes evitam medidas muito drásticas. Eles conseguem adotar mudanças radicais sem comprometer tudo o que há de bom na tradição. Eles estão cientes das tra dições, mas não aprisionados por elas.
O QUE UM PASTOR DEVE FAZER?
Estilo aberto: Os melhores líderes operam com um a política de portas abertas. N ão têm medo do acesso e das críticas e com entários. Eles recebem as críticas como uma oportunidade de crescimento. Trabalham bem com sistemas: Cada líder logo percebe que não consegue cuidar de todos os problemas e precisa confiar muito nos outros, para realizar as tarefas necessárias. S er v e m co m o m od e lo s e m en t o re s : Muitos líderes se orgulham muito daqueles que foram treinados sob a sua supervisão. Eles levam muito a sério a sua responsabilidade de investir na vida de novos líderes, de modo que sempre haja um a fonte de liderança para o futuro.28 Ser um pastor é, talvez, o desafio supremo de liderança. Nós temos que colocar em prática uma quantidade de habilidades de liderança maior do que em qualquer outra profissão. Essas qualidades de liderança são aplicáveis, indepe nd entem ente de personalidade ou estilo. De dique um m om ento para avaliar a sua liderança, em comparação com essas dez simples observações. Você está se desenvolvendo como uma pessoa que pode ser um bom líder?
A Cu
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Se x u a l
Os sacerdotes católicos romanos ganharam um tipo de notoriedade, na virada deste século, que nin guém quer ter. Q ua nd o os pastores da igreja de Cristo usam indevidamente a sua sexualidade, isto é particularmente ofen sivo, até mesmo para os pagãos. É razoável que as pessoas encarregadas do cuidado das almas mantenham os mais elevados níveis de pensamento puro e atos apropriados com relação aos membros de sua congregação, particu larmente as crianças. Certamente, pedimos dos pastores nazarenos os mais elevados níveis de pureza sexual. Isto é crítico, não apenas em term os de com o as pessoas são tratadas, mas também em termos da saúde espiritual, emocional e física do pastor. E assombroso, no entanto, que enquanto nós exigim os pureza sexual, nós detestamos falar muito a respeito de sexo. Enquanto a nossa cultura “sexualiza” praticamente tudo, nós, que conhecemos o Autor do sexo, per manecemos estranhamente silenciosos sobre como conduzir o nosso povo rum o ao arrependim ento sexual, a cura e novos padrões de com portamento. Talvez a nossa relutância em falar sobre sexo tenha alguma conexão com as nossas próprias dificuldades em lidar com isso. O sexo é um dos assuntos mais sensíveis para se tratar a partir do púlpi to. Ele desperta muitas emoções no nosso povo. E também pode despertar grandes emoções no pregador. Infelizmente, a resposta da igreja à disfunção sexual da nossa cultura tem sido uma polaridade. O u nós mantem os silêncio — a abordagem da cabeça-na-areia — ou gritamos, condenamos e julg a mos. U m a das razões po r q ue a igreja tem sido considerada, com freqüência, ineficaz no tratamento das questões sexuais, é o fato de que nós criamos uma cultura de vergonha, e não de verdade e cura. Isso é crítico. As pessoas não podem lidar sozinhas eficazmente com suas lutas sexuais. Mas elas não vão lidar honestamente e abertamente com suas lutas sexuais, a menos, e até que seja criada na igreja um a atmosfera de graça, entendim ento , perdão, imparcialidade e cura. Isso começa com liderança. Na congregação, começa-se com o pastor. N a denominação, começa com os líderes gerais e distritais. Aqui, vou me dirig ir ao pastor, e deixarei qu e outras aplicações sejam feitas con form e seja necessário e apropriado. Se você jamais lu tou co m a tentação sexual, louve a
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Deus! Mas, por favor, não critique ipessoas preciosas da sua congregação que acreditam que, se você soubesse que Deus sábe sobre elas, você as despre zaria. Fale como um pai amoroso, ou com uma mãe amorosa cujo coração esteja partido pela doença de seus filhos. E se você conhece a luta pessoal da tentação sexual, então fale com o alguém que está na mesma jorna da q ue eles.Você deve, é claro, falar de modo apropriado e cuidadoso, mas mostre a essas pessoas o que é viver em uma era pornográfica. E, o mais imp ortante, proclame © evangelho. O pecado sexual não é um pecado imperdoável. É sério, e deve ser tratado, a brindo nossa vida à o bra de um Deus santo que deseja nos tornar santos. Assim, anuncie as boas novas de que Deus é capaz de nos libertar. Dê esperanças de que os padrões de uma vida inteira realmente podem ser mudados. Ofereça a graça de Jesus, que recebe as pessoas que sofrem em seus braços, e prom ete jamais deixá-los nem abandoná-los. A nossa mensagem Wesleyana sobre a santidade de coração, é um a m en sagem boa e esperançosa às pessoas que vivem em uma sociedade promís cua. Nós acreditamos e afirmamos que o Espírito é capaz e está disponível, para transform ar os corações e as m entes do povo. D evemos aplicar o nosso ministério cotidiano onde acreditarmos que ele possa fazer a diferença. De vemos abrir nossas bocas para falar honestamente e diretamente com o nos so povo sobre o fato de que o sexo tem importância, e que Deus deseja ser o Governante dos nossos pensamentos, sentimentos e atos sexuais. Ele pode fazer isso. Em 1 Tessalonicenses 5.23, está escrito: “Todo o vosso espírito, e alma, e co rpo sejam plenam ente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
N O T A S 1 Kenneth D. Cro Crow, w, Ph.D Ph.D.,., “Th “Thee Corps o f Pa Past stor orss o f the Church of the Nazarene”, < http://www.nazarene.org/ansr/artides/crow_96b.html http://www.nazarene.org/ansr/artides/crow_96b.html>. >. 2 Em um seminário intitulado: “The Unnecessary pastor”, realizado por Marva Dawn e Eugene Peterson. A transcrição está agora em livro sob o mesmo título. 3 Parágrafo 413, 2001-2005 Manual, Igreja do Nazareno. 4 Eugene Peterson explica isto eloqüentemente, na introdução ao seu maravilhoso livro, Working Workin g the Angles: The Shape o f Pa Pasto stora rall Integrity (Grand Rapids: William B. Eerdmans Eerdmans Publishing Co., 1987). 5 Pulpit and Pew Resea Researc rch h Re Repo ports, rts, N 1' 3, inv inver erno no de 200 2 003. 3. 6 Citad Citadoo por Will Willimo Willimonn em P Pa ast sto or: The Theo Theolo logy gy and and Pr Practi ticce of Orda Ordained ined Min Ministr istry, y, p.60. 7Eugene H. Peterson, A Long Obe bedi dienc encee in the Same Dir Direct ection ion (Downers Grove, 111.: Inter varsity Press, 1980), pp. 12,13. 8Oração de compromisso, de Covenant Service, de Wesley. ‘‘ William H. Willimon, Pa Pasto stor’ r’ .Theology .Theol ogy and Pra racctic ticee o f Ordained Ministry, p. 60. 10 1 Reis 19. 19. 11 Patric Patricia ia Pearson,“ Pea rson,“Rag Rage!” e!” USA Today, 4 de agosto, 1999. 12Annie Dillard, Holy the Firm, Firm, No Nova va York York:: Harpe Ha rperr Collins, 198 1988. 8. 13 He Henri nri J. M. Nouwe Nou wen, n, Mak Making ing A ll Thing Thingss N ew (Nova York: Harper Collins Publishers, 1981), p. 24. 14 Euge Eugene ne H. Peterson, The Contemplative Pastor (Grand Rapids: William B. Eerdmans Pu blishing Co., C o., 199 1993), 3), p.17. (O capítulo 2, The Unbusy Pastor, vale o preço pago pelo livro.) 15 Ibid., p. 23. 16 David Hansen, H ansen, Th Thee Power of Loving Lov ing Your Your Church: Chur ch: Leading Through Acceptanc Acceptancee and an d Gra race ce,, Minneapolis, Bethany House Publishers, 1998, p. 115. 17 Citado em < www.cybernation.com > ,s Brennan Manning, The Wisdom o f Te Tend ndern erness ess (Nova York: Harper Collins Publishers, 2002), p. 132. 19M 9Marva arva Daw D awn, n, Reach Reaching ing O ut Withou W ithoutt Dumbing Dow Down n (Grand RapidsW Rapid sW illiam B. Eerdma Eerdmans ns Publishing Co., 1995), p. 21. 20 A Professora Marva Dawn explica isto no seu livro, A Royal Waste Waste o f Time Time (Grand Rapids Rapids:: William B. Eerdmans Publishing Co., 1999). 21 Está disponível disponível como com o um u m livro de referência encadern enc adernado ado de d e 12 1288 páginas, páginas, da Abin Abingdon gdon Press. 22 O melhor que eu encontrei é < http://divinity.Hbrary.vanderbilt.edu/lectionary/ http://divinity.Hbrary.vanderbilt.edu/lectionary/> > 23 > 24 Algumas destas idéias vêm do livro de William H. Willimon, Sunda Sundayy Dinner: Th Thee Lord’s (Nashville: ille: Abi Abingdo ngdonn Pre Press, ss, 2002). Supper and the Christian Life (Nashv 25 William H. Willimon, P Pas asto tor: r: The Theology Theology and Pra Practi ticce o f Ordain Ordained ed Ministry, Ministry, pp. 221,222. 26 Ibid., p. 222. 27 Eugene Peterson, The Contemplative Pastor, p. 21. 28 Adaptado do Capítulo 12 do livro de Warren Bennis, Managing Peo Peopl plee Is like Herding Herding Cats (Provo, Utah: Executive Excellence Publishing, 1997).
sobre
o Au t o r
Jeren Rowell tem sido o pastor presidente da Igreja do Nazareno em Shawnee, Kansas, pelos últimos 13 anos. Antes desta atribuição atual, ele serviu em funções de pastor adjunto por 12 anos em Nampa, Idaho; Sha wnee Kansas; e Chicago. Ele é formado na Northwest Nazarene Uni versity e Olivet Nazarene University. Ele também foi aluno do Nazarene T heo logica l Sem inary e da Trin ity Evangel Evangelic ical al D ivinity School. Jeren Je ren é um palestrante freqü en ente te e m igrej igrejas, as, wo workshops, rkshops, aul aulas de seminá sem iná rios, retiros, e eventos de enriquecimento matrimonial por todo o mundo. Ele é o escritor e o editor de dois periódicos na Igreja do Nazareno: T h e Communicator e Preacher’s M a g a zi zin n e. Ele é colaborador do livro H Hol olin iness ess 1 0 1 . Hol olin ines esss Today, Today, F am iJeren tam também bém já co contribu ntribuiu iu co com m art artigos igos para as as rev revis isttas H Jere renn e sua esposa, esposa, Star Starla la,, são são líderes certificados certificad os na n a área ly Style, e Tabl Tablee Talk. Talk . Je do Enriquecimento Matrimonial, e instrutores na Igreja do Nazareno. Eles têm quatro filhos com idades entre 11 e 23 anos.
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