Universidade Federal do Vale do São Francisco – Francisco – UNIVASF UNIVASF Colegiado de Ciências Sociais. Disciplina: Teoria Antropológica II Professor: José Hermógenes Aluno: Vinícius Diego Sousa Colares.
Fichamento. OLIVEIRA, Roberto Cardoso. O trababalho do antropólogo: Olhar, ouvir e escrever . In: O trabalho tr abalho do Antropólogo. 2ª Ed. São Paulo: Unesp. Pág 17-35. “A primeira experiência do pesquisador de campo, está na domesticação teórica do seu olhar”, mas não o olhar do senso comum, um olhar embasado na bagagem teórica do antropólogo, “isso porque a partir do momento em que nos sentimos preparados para a investigação empírica, o objeto, sobre o qual dirigimos nosso olhar, já foi previamente alterado pelo próprio modo de visualizá-lo”. visualizá- lo”. (p. 19). “A teoria social pré-estrutura pré-estrutura o nosso olhar e sofistica a nossa capacidade de observação” (p. 21). “A obtenção de explicações fornecidas pelos próprios membros da comunidade investigada permitiria obter aquilo que os antropólogos chamam de „modelo nativo‟, matéria-prima para o entendimento antropológico. Tais explicações nativas só poderiam ser obtidas por meio da entrevista, portanto, de um ouvir todo especial. Contudo é preciso saber ouvir” (p. 22). “O ouvir, como o olhar não podem ser tomados como faculdades tot almente independentes no exercício da investigação” (p. 21), elas complementam -se para amparar o pesquisador. pesquisador. “Se o olhar e o ouvir podem ser considerados como os atos cognitivos mais preliminares no trabalho de campo (...) é, seguramente, no ato de escrever, portanto, na configuração final deste trabalho, que a questão do conhecimento torna-se t anto ou mais crítica” crítica” (p. 25). 25). A textualização da cultura é algo complexo, “exige o despojo de alguns hábitos de escrever, válidos para diversos gêneros de escrita, mas que para a construção de um discurso disciplinado por aquilo que se poderia chamar de „(meta)teoria social‟ nem sempre parecem adequados. (...) uma vez que colocamos vidas alheias em nossos textos, mas, sobretudo, por este trabalho ser moral, políti ca e epistemologicamente delicado” (p. 26). “Para se elaborar um bom texto etnográfico, devem devem-se -se pensar as condições de sua produção a partir das etapas iniciais da obtenção dos dados – o – o olhar e o ouvir –” (p.31). (p.31). “O olhar e o ouvir constituem a nossa per cepção per cepção da realidade focalizada na
pesquisa empírica, o escrever passa a ser parte indissociável do nosso pensamento, uma vez que o ato de escrever é simultâneo ao ato de pensar (...) é no processo de redação de um texto que nosso pensamento caminha, encontrando soluções que dificilmente aparecerão antes da textualização dos dados provenientes da observação sistemática” (p. 32). A interação na realização da etnografia deve ocorrer a partir da “observação participante”, onde o pesquisador assume um papel perf eitamente digerível na sociedade observada (p. 24) e da “relativização” (p. 33), conceito chave para o etnógrafo não cair no etnocentrismo.