LINDA HOWARD
DE MORRER Série Blair Mallory #1
LINDA HOWARD
DE MORRER Série Blair Mallory -I
Blair parece ter tudo na vida. É jovem, bonita e, depois de um divórcio razoável, é dona de seu próprio negócio: uma exclusiva academia de ginástica. De repente, toda a sua vida desmorona depois de testemunhar o assassinato de um de seus clientes. ara complicar ainda mais, o policial encarregado do caso, !"att, é um ex#namorado de Blair, $ue a deixou um dia sem explica%&o. !"att parece determinado a proteger a jovem do assassino $ue ainda está lá 'ora, e também a retomar seu relacionamento. Blair, ainda magoada com a maneira como ele sumiu, n&o está disposta a deixar as coisas 'áceis. (o entanto, en$uanto estiver em perigo, ela n&o tem outra escolha sen&o partilhar até os momentos mais )ntimos com o empedernido policial.
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*+-/0 1 + maioria das pessoas n&o leva a sério o trabalho das l)deres de torcida em eventos esportivos. 2e aos menos elas soubessem... ma t)pica garota americana, essa sou eu. 2e voc3 olhar para as páginas dos anuários escolares da minha época de escola, voc3 vai ver uma garota com o cabelo longo, loiro, bronzeada e com um sorriso generoso $ue revela seus dentes brancos e per'eitos, resultado dos milhares de dólares gastos em aparelhos e aplica%&o de 'l4or. (os dentes, é claro, n&o no cabelo ou na pele. (a$uele tempo, eu tinha essa seguran%a ad$uirida sem muito es'or%o, própria da princesa adolescente da classe média alta dos 5stados nidos. (ada de ruim poderia acontecer comigo. +'inal de contas, eu era l)der de torcida. 5u admito. (a verdade, eu tenho orgulho disso. 6uitas pessoas pensam $ue l)deres de torcida s&o garotas super'iciais e presun%osas, mas essas pessoas nunca 'oram uma l)der de torcida. 5u perd7o sua ignor8ncia. 0 trabalho de uma l)der de torcida é árduo e re$uer uma mistura de 'or%a e habilidade. +lém disso, é um trabalho perigoso. 6uitas vezes acontece de alguém 'icar 'erido, e há até mesmo mortes entre as l)deres de torcida. (ormalmente s&o as meninas $ue acabam machucadas. 0s garotos s&o os $ue nos lan%am no ar, as garotas s&o as lan%adas. -ecnicamente nos chamam de 9voadoras9, o $ue é um grande absurdo por$ue, obviamente, n&o podemos voar. (&o, nós somos lan%adas no ar. +s lan%adas s&o as $ue acabam caindo de cabe%a no ch&o e $uebrando as vértebras do pesco%o. (unca $uebrei meu pesco%o, mas sim o bra%o es$uerdo e a clav)cula. 5 uma vez deslo$uei meu joelho direito. 5u nem poderia contar os entorses e as contuses. 6as eu possuo um agudo senso de e$uil)brio, pernas 'ortes, e ainda posso dar saltos mortais para trás e 'azer espacates. +lém disso, 'ui para a 'aculdade gra%as a uma bolsa de estudos para l)deres de torcida. Depois me digam se este pa)s n&o é incr)vel. 5n'im, de $ual$uer maneira, meu nome é Blair 6allor". ;á sei, é tipo nome de bichinho de pel4cia. *ombina totalmente com a coisa de ser l)der de torcida e ter cabelo loiro. 6as n&o há nada $ue eu possa 'azer, é o nome $ue os meus pais me deram. 0 nome do meu pai é Blair, ent&o acho $ue devo estar 'eliz por n&o terem colocado o nome inteiro, com um ;4nior no 'inal. (&o acho $ue teria sido eleita
enr" Blair 6allor" ;r. Dou#me por satis'eita com Blair 5lizabeth, obrigada. ?uero dizer, as pessoas do mundo art)stico come%aram a colocar em seus 'ilhos nomes como >omer. 6inha nossa. ?uando essas crian%as crescerem e matarem
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seus pais, acredito $ue seus seus casos dever&o ser considerados como homic)dio justi'icável. 0 $ue traz @ tona o assassinato $ue eu testemunhei. (a verdade, n&o traz @ tona, mas pelo menos parece um passo lógico, $uero dizer, a associa%&o. ara as grandes princesas l)deres de torcida dos 5stados nidos também acontecem coisas ruins. +'inal, eu me casei, n&oA sso também se presta a uma associa%&o com o assassinato. 5u me casei com ;ason *arson logo após terminar a 'aculdade, de modo $ue durante $uatro anos meu nome 'oi Blair *arson. 5u deveria saber $ue ninguém deve casar com um homem cujo nome e sobrenome rimam, mas há coisas $ue só se pode aprender com a experi3ncia. ;ason era um homem muito envolvido com a pol)tica. 6embro do conselho estudantil, ativo na campanha de seu pai por uma cadeira no *ongresso, e na de seu tio, o pre'eito, blá blá blá. ;ason era t&o atraente $ue 'azia as garotas gaguejarem, literalmente. É uma pena $ue soubesse disso. 5le tinha o cabelo grosso, beijado pelo sol Clouro, em linguagem poética, umas 'ei%es $ue pareciam cinzeladas, olhos azuis escuros, e se mantinha em grande 'orma. ense em ;ohn Eenned" ;r., $uero dizer, no corpo. cor po. 5 lá estávamos nós: o casal do cartaz publicitário para cabelos louros e dentes brancos. 5u mesmo tinha uma apar3ncia $ue n&o estava nada mal, se me permitem dizer. 0 $ue mais poder)amos 'azer, sen&o nos casarmosA ?uatro anos depois nos separamos, e a$uilo 'oi um grande al)vio para ambos. +'inal, n&o t)nhamos nada em comum, exceto $ue éramos atraentes, e n&o acredito $ue isso 'osse uma base razoável para o casamento, voc3s n&o achamA ;ason $ueria ter um 'ilho para $ue nos convert3ssemos na grande 'am)lia americana e poder lan%ar sua candidatura como o mais jovem congressista do estado. sso, na realidade, se $uerem saber a verdade, me deixou muito, mas muito irritada, por$ue antes ele tinha se recusado a ter um beb3, e agora, de repente, o beb3 tornava#se uma vantagem potencial para a sua campanha. 5u disse a ele 9Beije minha bundaF 1. (&o $ue ele n&o tivesse beijado alguma vez, mas o contexto era muito di'erente, me entendemA *omportei#me como uma salteadora $uando tivemos de acertar o acordo de divórcio. -alvez eu devesse sentir#me culpada. ?uero dizer, n&o é uma maneira de agir muito 'eminista. *res%a por seus próprios meios, lute por suas 1
Gíria da língua inglesa equivalente a “ Gá para o in'ernoHF.
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próprias realiza%es, e esse tipo de coisas. + verdade é $ue eu acredito em todas essas coisas. 2ó $ueria 'azer ;ason so'rer. ?ueria puni#lo. or $u3A or$ue eu peguei ele beijando a minha irm& mais nova, ;enni'er, no dia de +no (ovo, en$uanto o resto da 'am)lia estava comodamente no est4dio assistindo a um jogo da liga de 'utebol. ;enni tinha ent&o dezessete anos. anos. Bem, 'icar 'uriosa n&o me torna mais lenta. ?uando os vi na sala de jantar, 'ui na ponta dos pés procurar uma da$uelas c8meras descartáveis $ue t)nhamos comprado na$uele dia para imortalizar a ocasi&o e adicionar 'otos ao álbum da campanha de ;ason, com a 'am)lia reunida, comemorando um 'eriado, empanturrando#se em torno de uma mesa cheia de coisas gostosas e péssimas para o colesterol, olhando um jogo da liga. 5le gostava de tirar 'otos dessas reunies de 'am)lia, por$ue minha 'am)lia é muito mais bonita $ue a dele. 5m se tratando de sua campanha, ;ason era capaz de lan%ar m&o de $ual$uer coisa só para ganhar uma vantagem. De $ual$uer 'orma, tirei uma 'oto muito boa de ;ason e ;enni, com 'lash e tudo, de modo $ue ele sabia $ue $ue eu tinha a melhor cartada. 0 $ue ele ele iria 'azerA erseguir#me, 'azer#me um blo$ueio I na 'rente do meu pai e arrancar minha c8mera @ 'or%aA (&o era nada provável. ara come%ar, teria $ue se explicar, e sabia $ue n&o iria contar comigo para apoiar sua vers&o dos 'atos. 5 depois, meu pai teria lhe dado uns chutes por ousar tocar num 'io de cabelo da menina dos seus olhos. (&o havia mencionado $ue sou a menina dos olhos do meu paiA +ssim, apresentei um pedido de divórcio e ;ason me deu tudo o $ue eu $uis, com uma condi%&o: $ue lhe devolvesse a 'oto dele e de ;enni, e o negativo. 2im, claro, por $ue n&oA (inguém pensaria $ue era a 4nica cópia $ue eu tinha 'eito. -alvez ;ason pensasse $ue eu era burra demais para 'azer algo assim. (unca vale a pena subestimar o $u&o baixo pode ser seu adversário. or isso acho $ue ele nunca vai se dar bem na pol)tica. -ambém disse a minha m&e $ue ;enni tinha deixado $ue ;ason a beijasse. (inguém pensou $ue eu ia deixar a$uela jovem traidora se sa'ar, certoA (&o $ue eu n&o ame ;enni. +contece $ue ela é o beb3 da casa e acha $ue pode conseguir tudo e $ual$uer coisa $ue $uiser. De vez em $uando temos de mostrar a ela $ue isso n&o é poss)vel. -ambém percebi $ue o nome dela 'az rima: ;enni 6allor". 2eu verdadeiro nome é ;enni'er, mas nunca a chamaram assim, de modo $ue n&o conta. 5u n&o sei o $ue tenho com os nomes $ue 2
No rugby e no futebol americano, corresponde à ação de parar o ataque do adversário que carrega a bola, abraçando-o pela cintura ou pelas pernas para derrubá-lo.
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rimam, mas para mim s&o como pássaros de mau agouro. + di'eren%a é $ue perdoei a ;enni, por$ue é da 'am)lia. ?uanto a ;ason, eu n&o tinha a menor inten%&o de perdoá#lo. 5nt&o minha m&e se encarregou de ;enni, $ue entre lágrimas pediu desculpas e prometeu ser uma boa garota, ou, pelo menos, mostrar $ue tinha mais tato. 6inha irm& 2ianna, $ue estudou Direito, 'oi a responsável pelas negocia%es com ;ason. 0 nome 92ianna9 é supostamente a vers&o galesa de 9;ane9, mas acredite em mim, 2ianna signi'ica 9devoradora de homens, tubar&o com covinhas9. sso é 2ianna. *om as mulheres 6allor" em a%&o, o divórcio saiu em tempo recorde, r ecorde, sem $ue apai jamais soubesse por $ue estávamos todas t&o zangadas com ;ason. -ampouco ele se importava muito. 2e nós estávamos com raiva, ele também estaria. (&o acham isso t&o doce da parte deleA 0 $ue consegui de ;ason com o acordo de divórcio 'oi uma grande 'atia de dinheiro. 0brigada. -ambém 'i$uei com o 6ercedes convers)vel vermelho, é claro, mas o mais importante 'oi o dinheiro e o $ue 'iz com ele. *omprei uma academia, um centro de 'itness. 5n'im, voc3 vai com a 'or%a $ue tem J , e eu sei tudo o $ue há para saber sobre como manter a 'orma. 2ianna sugeriu chamá#lo de KBlairLs Beauti'ul ButtsF M , mas pensei $ue poderia limitar a clientela e dar @s pessoas a impress&o de $ue também 'azia lipoaspira%es. 6am&e veio com KNreat BodsF O , e todas gostaram, de modo $ue esse 'oi o nome com o $ual a antiga academia de >alloran acabou. Nastei uma boa grana na remodela%&o e no e$uipamento, mas $uando terminei o lugar praticamente gritava aos $uatro ventos sua categoria de 9primeira classe9. 0s espelhos eram chan'rados, os e$uipamentos eram os melhores no mercado. 6andei re'azer completamente os banheiros, os vestiários e os chuveiros. +dicionei duas saunas e piscina, além de uma sala privada para massagens. 0s clientes de Nreat Bods podiam escolher entre "oga, aeróbica, -ae Bo ou EicP#Boxing. 2e voc3 n&o relaxava com "oga, podia praticar 6ua" -hai sem abandonar as instala%es. -ambém insisti para $ue todos os 'uncionários soubessem 'azer reanima%&o cardiorrespiratória, por$ue nunca se sabe $uando um executivo em péssima 'orma e com o colesterol nas nuvens vai come%ar a levantar pesos com a inten%&o de resgatar seu corpo de adolescente da noite para o dia e assim impressionar sua nova secretária, e já temos uma encrenca. ma parada card)aca @ la carte. +lém disso, era algo $ue, do ponto de vista da publicidade, impressionava. 3
Referência ao Capítulo 6, Versículo 14, do Antigo Testamento. A Bela Bunda de Blair. 5 Corpos Excelentes. 4
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-odo o dinheiro e treinamento em reanima%&o cardiorrespiratória valeram a pena. +o 'inal de um m3s de inaugura%&o Nreat Bods ia muito bem. 0'erecia pacotes mensais ou anuais, com um desconto se a op%&o 'osse de um ano, é claro, o $ue 'oi inteligente por$ue isso prendia as pessoas e a maioria iria aproveitar as instala%es por$ue n&o $ueria jogar 'ora seu dinheiro. 0s carros no estacionamento do local davam a impress&o de sucesso e, bem, voc3 sabe o $ue se diz sobre a impress&o. 5m $ual$uer caso, o sucesso se reproduz como um coelhinho. 5u estava emocionada até os calcanhares das minhas polainas Calguns $ue n&o s&o do meio as consideram 'ora de moda, mas essas pessoas, 'rancamente, n&o t3m nenhuma ideia de como embelezar um par de pernas. 0 salto alto é o $ue dá o to$ue mais so'isticado, mas polainas s&o as próximas na lista. 5u uso ambos. (&o ao mesmo tempo. ooor 'avooor. Nreat Bods está aberto a partir das seis da manh& até as nove da noite, o $ue 'acilita as coisas para $ual$uer um $ue pretenda dar uma pausa na sua jornada de trabalho. + princ)pio, minhas aulas de "oga de'inharam, e só tinha algumas poucas mulheres inscritas. *ontratei vários jogadores de rugb" do time do colégio, entusiastas e bonitos, para assistir @s aulas por uma semana. + multid&o de machos recalcitrantes $ue erguiam pesos e 'aziam -ae Bo n&o demoraram em imitar o $ue meus bonites 'aziam para se manter com essa 'orma, e em breve as mulheres passaram a acompanhar as mesmas aulas com os mesmos jovens bonites. Dentro de uma semana a lista de clientes dobrou. ?uando os homens descobriram o duro $ue era o "oga, e viram seus resultados, a maioria 'icou. 5 o mesmo aconteceu com as mulheres. (&o mencionei $ue na 'aculdade 're$uentei alguns al guns cursos de psicologiaA 5nt&o a$ui estou eu, alguns anos mais tarde. -enho trinta anos e um negócio $ue vai de vento em popa, um negócio $ue exige muita dedica%&o, mas também acumula suculentos bene')cios. -ro$uei o convers)vel vermelho por um branco, por$ue $ueria evitar atrair aten%&o para mim mesma. (&o é apropriado $ue uma mulher solteira $ue vive sozinha chame muita aten%&o. +lém disso, $ueria um carro novo, eu amo o cheiro. 2im, eu sei $ue poderia ter comprado um =ord, ou algo assim, mas ;ason tinha uma raiva dos in'ernos por eu des'ilar pela cidade em um 6ercedes convers)vel, algo $ue ele n&o podia 'azer por$ue prejudicaria sua imagem na campanha eleitoral. *ertamente ele vai guardar rancor de mim até a morte por causa desse 6ercedes. elo menos, eu espero $ue sim. 5m todo caso, eu n&o estacionava o carro no estacionamento para clientes, na 'rente da academia, por$ue n&o $ueria $ue o riscassem de cima abaixo. 6andei construir um estacionamento privado nos 'undos, para o pessoal, com 7
nossa entrada própria muito mais acess)vel. 6inha vaga, larga o su'iciente para $ue outros carros n&o estacionassem perto demais, 'icava exatamente em 'rente @ porta. 2er a proprietária tem seus privilégios. (o entanto, já $ue sou uma patroa sens)vel, também instalei uma cobertura de metal em toda a parte traseira da academia, para $ue pudéssemos estacionar e estarmos protegidos ao entrar e sair dos carros. ?uando chove, todo mundo 'ica muito agradecido. 5u sou a che'e, mas n&o acredito em assenhorear#me sobre meus 'uncionários por causa disso. *om exce%&o da vaga no estacionamento, n&o tinha outros privilégios especiais. Bem, acho $ue assinar seus contrache$ues dava#me uma grande vantagem. 5ra eu $uem lidava com todo o dinheiro e tomava as decises 'inais, mas eu cuidava deles. -)nhamos um bom pacote de seguros $ue inclu)a cobertura odontológica, pagava#lhes um salário decente Calém disso, eles tinham total liberdade para dar aulas particulares em seus dias de 'olga, para ganhar um dinheiro extra e dava#lhes tempo de sobra de 'érias. or essas razes, eu n&o tinha grandes mudan%as na e$uipe. É sempre inevitável alguma rota%&o, por$ue a vida muda, as pessoas v&o viver em outros lugares, esse tipo de coisa, mas raramente alguém nos deixava para a concorr3ncia. erman3ncia de e$uipe é bom para os negócios. 0s clientes gostam de saber $ue conhecem os seus treinadores e pro'essores. =echamos @s nove, e eu normalmente 'icava para trancar tudo e deixar o meu pessoal ir para casa, para suas 'am)lias ou para des'rutar a vida social ou o $ue 'osse. ?ue voc3 n&o tome isso como um sinal de $ue eu n&o tenho vida social. É verdade $ue agora n&o saio tanto $uanto costumava 'azer logo após o divórcio, mas Nreat Bods exige de mim longas horas, e é muito importante para mim, ent&o eu cuido dos negócios. 5 além disso, sou criativa com meus encontros: sa)mos para almo%ar, o $ue é bom se o cara em $uest&o acaba por n&o ser t&o 'ormidável como eu pensei, por$ue 9almo%ar9 é 'inito. Goc3s se encontram, almo%am e v&o embora. Desse jeito, se n&o me interesso muito por essa pessoa, n&o tenho de rejeitá#la ou inventar desculpas es'arrapadas para n&o convidá#la mais para sair. +lmo%ar 'ora é um bom conceito, encontros# prudentes. 2e eu realmente gosto do cara, ent&o outras op%es se abrem, como um encontro de verdade depois do trabalho ou aos domingos, $uando Nreat Bods está 'echado. De $ual$uer 'orma, na$uela noite em particular Q eu mencionei $ue testemunhei um assassinato, certoA Q eu 'echei tudo, como de costume. 5stava um pouco atrasada, por$ue 'icara praticando meus exerc)cios de ginástica. (unca se sabe $uando vai ser preciso dar um mortal de costas. =iz alguns exerc)cios por um bom tempo até 'icar suada, depois tomei banho e lavei o 8
cabelo. 5nt&o juntei minhas coisas e me dirigi para a sa)da dos 'uncionários. +paguei as luzes, abri a porta e sa) para o estacionamento. 0h, esperem, estou me adiantando. +ntes tenho de contar algo sobre (icole. (icole Q 9me chame de (iPPi9 Q NoodRin era uma pedra no sapato. nscreveu#se na Nreat Bods cerca de um ano atrás, e em seguida come%ou a me deixar louca, embora eu demorasse um par de meses até perceber. (icole tinha uma dessas vozes aveludadas $ue 'azem os homens derreter. sso me 'azia $uerer estrangulá#la. 0 $ue há na voz dessas 'alsas 6aril"ns 6onroes $ue, aparentemente, seduz os homensA +lguns homens, em todo o caso. ?uando 'alava, (icole também acrescentava uma 'alsa do%ura. 5ra um milagre $ue a$ueles $ue a cercavam n&o subissem pelas paredes por causa do a%4car elevado. elo menos ela n&o 'azia a$uela coisa de enrolar o cabelo no dedo. 6as isso é por$ue eu n&o 'a%o, a menos $ue esteja de brincadeira com alguém, é claro. Neralmente sou mais pro'issional. pro' issional. Gejam, (icole era uma imitadora. 5 eu era a pessoa a $uem ela imitava. rimeiro 'oi o cabelo. 2ua cor natural puxava para o louro, mas depois de duas semanas em Nreat Bods, ad$uiriu um louro dourado com re'lexos cor de palha. (a verdade, como o meu. (a$uela época n&o percebi, por$ue ela n&o tinha o cabelo t&o longo $uanto o meu. /evou um tempo antes $ue os pe$uenos detalhes come%assem a se encaixar e eu percebesse $ue o cabelo dela tinha a mesma cor do meu. 5nt&o ela come%ou a prend3#lo em um rabo de cavalo no alto da cabe%a, para $ue n&o a incomodasse en$uanto 'azia seus exerc)cios. +divinhem $uem prendia o cabelo no alto $uando se exercitavaA 5u n&o uso muita ma$uiagem $uando estou trabalhando, por$ue é um desperd)cio de tempo. 2e uma garota tem su'iciente brilho pessoal, a ma$uiagem desaparece. +lém disso, tenho uma boa cor de pele e sobrancelhas e c)lios longos e escuros, ent&o n&o me importo de estar sem nada. (o entanto, tenho um 'raco por hidratante, $ue dá a minha pele um brilho sutil. (icole me perguntou $ue creme eu usava, e eu, muito tonta, disse a ela. (o dia seguinte a pele de (icole tinha um brilho. 2ua roupa de treino passou a se parecer com a minha: collants e polainas, $uando estava na academia, e cal%as de "oga $uando supervisionava as atividades. (icole come%ou a usar collants e polainas, $uando n&o colocava as cal%as de "oga e andava por lá saltitando.
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5 $uero dizer saltitando de verdade, por$ue n&o acho $ue usasse suti&. n'elizmente era uma dessas mulheres $ue sim, deviam usá#lo. 5ra óbvio $ue meus clientes do sexo masculino Cadoro dizer isso gostavam do shoR, mas para mim todo a$uele sacolejo e balan%o dava vertigem, por isso $ue $uando tinha de 'alar com ela, eu me concentrava em seus olhos. Depois de um tempo, (icole comprou um convers)vel branco. (&o era um 6ercedes, mas um 6ustang, mas de $ual$uer maneira era convers)vel e branco. recisava 'azer mais para $ue 'osse t&o evidente, por acasoA -alvez eu devesse ter 'icado lisonjeada, mas n&o. (&o era como se (icole gostasse de mim e me copiasse por uma $uest&o de admira%&o. +cho $ue ela me odiava. *ostumava exagerar a 'alsa do%ura $uando 'alava comigo, por exemplo. (a linguagem da (icole, uma 'rase como 90h, $uerida, seus brincos s&o maravilhososH9 signi'icava 9+doraria arrancá#los de suas orelhas e deixá#las uns tocos sangrentos, cadela.9 5m uma ocasi&o, uma cliente me disse, observando en$uanto ela se a'astava com seu habitual rebolado: Q +$uela garota gostaria de cortar a sua garganta, borri'a#la com uma lata de gasolina, prender 'ogo e deixá#la jogada na sarjeta. Depois, voltaria e dan%aria sobre suas cinzas, $uando o 'ogo se apagasse. *omo est&o vendo, n&o estou inventando. Desde $ue estou aberta ao p4blico, encontro#me praticamente obrigada a aceitar $ual$uer um $ue $ueira ser admitido, o $ue geralmente n&o era um problema, embora, talvez deveria exigir $ue os clientes mais peludos primeiramente se submetessem submetessem a umas sesses de eletrólise. (o entanto, havia uma cláusula no acordo $ue todos assinavam ao inscrever#se na academia, $ue, se tr3s clientes reclamassem da conduta, comportamento nos vestiários ou outras viola%es de um cliente em particular no decorrer de um ano civil, o centro n&o renovaria a inscri%&o dessa pessoa $uando expirasse o per)odo contratado. *omo pro'issional $ue sou, n&o teria dado um chute na bunda de (icole só por$ue ela me irritava até n&o poder mais. sso me preocupava, ser t&o pro'issional, mas eu conseguia. (o entanto, (icole constantemente incomodava, o'endia ou irritava a $uase todas as mulheres com $uem cruzava durante o dia. 5la 'azia uma bagun%a no vestiário e deixava para as outras arrumá#lo. =azia comentários sarcásticos para outras mulheres $ue n&o estavam na melhor das 'ormas e monopolizava o e$uipamento, embora supostamente houvesse um limite de JS minutos para as sesses individuais. 10
+ maioria das $ueixas era por causa de seu mau humor, mas algumas mulheres vieram até mim com os olhos em 'ogo, e insistiram em apresentar uma reclama%&o 'ormal. 0brigada, ;esus. 0 n4mero de $ueixas contra (icole ultrapassava, em muito, o m)nimo de tr3s $uando seu prazo de inscri%&o expirou, e eu estava autorizada a dizer a ela Cgentilmente, é claro $ue seu registro n&o estava apto a renova%&o e $ue ela deveria esvaziar seu armário. 0 guincho $ue a$uela not)cia produziu deve ter atemorizado até as vacas $ue pastavam na cidade vizinha. Disse#me $ue eu era uma vadia, uma piranha, uma vagabunda, e isso 'oi só o come%o. 0s insultos estridentes 'icaram mais alto e mais alto, até chamarem a aten%&o de $uase todo mundo $ue na$uela época estava em Nreat Bods. +cho $ue ela teria tentado me bater se n&o soubesse $ue eu estava em melhor 'orma, e, de'initivamente, eu teria revidado, só $ue mais 'orte. or 'im, ela se limitou a varreu tudo o $ue estava em cima do balc&o Cum par de vasos com plantas, 'ormulários de inscri%&o para os clientes, algumas canetas e jogá#lo no ch&o, e saiu bruscamente, disparando $ue seu advogado entraria em contato comigo. Ttimo. *omo $ueira. 5u n&o tinha problema algum para colocar meu advogado 'rente ao dela. 2ianna era jovem, mas letal, e n&o se importava de entrar em jogo sujo. sso nós herdamos da nossa m&e. +s mulheres $ue se reuniram para testemunhar o acesso de raiva de (icole explodiram em aplausos $uando a porta se 'echou por trás dela. 0s homens simplesmente pareciam con'usos. =i$uei puta da vida por$ue (icole n&o esvaziou o armário, o $ue signi'icava $ue eu teria $ue deixá#la voltar para recuperar suas coisas. ensei em perguntar a 2ianna se eu poderia peticionar para $ue (icole 'osse intimada a esvaziar seu armário, tendo um policial presente para testemunhar a retirada de seus pertences e para evitar outro ata$ue de raiva. 0 resto do dia passou com um brilho dourado. 5u tinha me livrado de (icoleH 5 nem me importava de ter $ue limpar a bagun%a $ue ela deixou, por$ue ela 'oi embora, emboraH *erto. 5sse é o caso com (icole. ( icole. Goltemos para o momento na$uela noite em $ue eu deixava a entrada dos 'undos, etc., etc.
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+ l8mpada acesa no canto iluminava boa parte do estacionamento, mas as sombras se estendiam. *a)a uma garoa incessante, o $ue me 'ez soltar um palavr&o por$ue as porcarias da rua iam deixar meu carro sujo e, para completar, uma neblina estava se 'ormando na noite. *huva e neblina n&o s&o uma boa combina%&o. Nra%as a Deus eu n&o ter o cabelo encaracolado e jamais ter de me preocupar com os arrepiados em circunst8ncias como esta. 2e voc3 tem a oportunidade de ser uma testemunha ocular de um acontecimento do noticiário, pelo menos vai $uerer mostrar a sua melhor apar3ncia. +cabara de passar a chave na porta e, justamente ao me virar, notei o carro estacionado em um canto no 'undo do estacionamento. 5ra um 6ustang branco. 5nt&o, (icole estava esperando esperando por mim. ?ue in'erno. nstantaneamente 'i$uei alerta e me senti um pouco alarmada Q a'inal, ela se tornara violenta, mais cedo Q. Dei um passo atrás, com as costas encostando @ parede, de modo $ue n&o pudesse ser surpreendida por trás. 0lhei para a es$uerda e para a direita, esperando $ue, de repente, sa)sse da escurid&o e se atirasse sobre mim. 6as nada aconteceu, e ent&o voltei a olhar para o 6ustang, perguntando#me se ela esperava $ue eu sa)sse. 0 $ue ela $ueriaA 2eguir#meA -entar me jogar para 'ora da estradaA +rrastar#me e atirar em mimA -ratando# se dela, n&o descartava nenhuma possibilidade. *om a chuva e a neblina era imposs)vel ver se havia alguém ao volante do 6ustang, mas ent&o percebi uma 'igura do outro lado do carro, e vi um cabelo loiro. rocurei pelo tele'one na minha bolsa e liguei#o. 2e ela desse um passo em minha dire%&o, ligaria para o U11. 5nt&o a 'igura ao lado do 6ustang se mexeu e uma sombra, maior e mais escura, separou#se de (icole. m homem. Droga, ela tinha vindo com alguém para me dar uma surra. 6ar$uei o U e o primeiro 1. 0 som de um estalo alto me 'ez dar um pulo de $uase meio metro, e minha primeira suspeita 'oi $ue um raio explodira nas proximidades. 6as n&o houve nenhum clar&o o'uscante nem troves $ue 'izessem o ch&o tremer. 5nt&o soube $ue o barulho vinha de um disparo, e provavelmente eu era o alvo. 2oltei um grito de p8nico en$uanto caia de $uatro atrás do carro. (a verdade, eu tentei gritar, mas tudo o $ue saiu da minha boca 'oi a$uele som de 6innie 6ouse $ue teria me envergonhado se n&o estivesse morta de medo. (icole n&o veio com um valent&o, mas com um 'ranco#atirador. 12
5u deixara cair o celular e n&o conseguia v3#lo na escurid&o. -ambém n&o ajudava muito $ue eu estivesse tentando ver tudo ao meu redor, ent&o eu n&o tinha muito tempo para 'icar buscando pelo tele'one. 2implesmente deslizava a m&o pelo ch&o, tentando encontrá#lo. +i, merda, e se o cara se aproximasse de mim para con'irmar se tinha acertado o primeiro tiroA ?uero dizer, eu estava ca)da no ch&o, ent&o era razoável pensar $ue tinham me acertado. Devia continuar ca)da e 'ingir estar mortaA +rrastar#me para baixo do carroA -entar voltar para dentro do prédio e 'echar a portaA 0uvi um carro dar partida e consegui ver justamente $uando um sedan escuro de $uatro portas se a'astava por uma estreita rua lateral. Desapareceu do meu campo de vis&o, en$uanto seguia ao longo do prédio. 0uvi $ue desacelerou ao chegar na es$uina e parou na arPer, no grande cruzamento da avenida de $uatro pistas, e ent&o arrancou, integrando#se ao escasso 'luxo do trá'ego. (&o poderia dizer o caminho $ue tomou. 5ra o atiradorA 2e havia mais alguém no estacionamento, com certeza tinha ouvido o tiro e, portanto, n&o teria pego o carro e partido com tanta calma. 0 4nico motorista $ue manteria a calma seria o atirador, certoA ?ual$uer outra pessoa teria sa)do dali a toda a velocidade, o $ue eu $ueria 'azer desesperadamente. 5ra t)pico de (icole contratar um atirador de $uinta categoria. 0 cara nem mesmo tinha certeza se eu estava morta. 6as se o atirador tinha 'ugido, onde estava (icoleA 5sperei e escutei, mas n&o havia $ual$uer som de passos, nem do arran$ue de um 6ustang. 5u estava de bru%os e espiava ao redor, meio escondida atrás dos pneus dianteiros. 0 6ustang branco continuava no estacionamento, mas n&o havia nenhum sinal de (icole. (em de $ual$uer transeunte $ue viesse rapidamente para ver se alguém estava 'erido. Nreat Bods estava localizada em um bom bairro, com pe$uenas lojas e restaurantes nas proximidades, mas sem casas Q e as lojas e restaurantes atendiam principalmente a empresas vizinhas, ent&o todos os restaurantes 'echavam @s seis, e as lojas n&o muito tempo depois. 2e alguém sa)sse de Nreat Bods depois desse horário e $uisesse um sandu)che, o lugar mais próximo 'icava cerca de cinco $uarteires. +té agora eu n&o tinha percebido o $u&o isolado 'icava o estacionamento do pessoal na hora de 'echar. (inguém mais tinha ouvido o tiro. 5stava sozinha.
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-inha duas possibilidades. +s chaves do carro estavam na bolsa. 2empre em dois chaveiros, por$ue o n4mero de chaves necessárias para a academia 'azia com $ue o chaveiro 'icasse muito volumoso para carregar por a) en$uanto me ocupava com encargos ou ia @s compras. +ssim $ue podia encontrar as chaves do carro rapidamente, abrir o carro com o controle remoto e entrar antes $ue (icole viesse até onde eu estava. + n&o ser $ue estivesse esperando por mim do outro lado do carro, o $ue achei improvável, embora tudo 'osse poss)vel. (o entanto, um carro, especialmente um convers)vel, n&o parecia sólido o su'iciente para manter a'astada uma psicopata imitadora. 5 se 'osse ela $uem estava com a armaA m convers)vel n&o ia parar uma bala. 6inha segunda op%&o era encontrar o chaveiro da academia na bolsa, tatear até encontrar a chave da porta, abri#la e re'ugiar#me no interior. sso levaria mais tempo, mas estaria muito mu ito mais segura atrás de uma porta 'echada. Bem, suponho $ue havia uma terceira op%&o, $ue consistia em en'rentar (icole e tentar pegá#la de surpresa, coisa $ue talvez tivesse tentado se tivesse certeza de $ue ela n&o tinha a arma. 5 como eu n&o tinha certeza, n&o tinha a inten%&o de bancar a hero)na. 0 'ato de ser loira n&o signi'ica $ue eu seja tonta. +lém disso, este tipo de luta deixa, pelo menos, duas unhas $uebradas. É um 'ato tomado da realidade. 5nt&o procurei em minha bolsa até encontrar as chaves. 0 chaveiro tinha uma dessas coisas no meio, $ue impedem $ue as chaves d3em uma volta inteira no anel, assim elas sempre estavam na mesma ordem. + chave da porta era a primeira @ es$uerda do negócio do meio. eguei#a com 'irmeza e depois me arrastei pelo ch&o, avan%ando até a porta. É um movimento realmente rid)culo, mas um excelente exerc)cio para as coxas e nádegas. (inguém se lan%ou sobre mim. (&o se ouvia ru)do algum, exceto o murm4rio distante do trá'ego escasso da +venida arPer. De alguma maneira, a$uilo dava mais medo do $ue se (icole, de repente, se atirasse sobre mim desde o teto do carro, soltando um uivo. -ampouco achava $ue (icole pudesse saltar muito, a n&o ser $ue suas habilidades de ginástica 'ossem muito, mas muito mais apuradas do $ue ela tinha deixado transparecer, e ninguém melhor $ue eu para saber $ue isso era imposs)vel, por$ue ela era do tipo de se mostrar. (&o sabia nem mesmo 'azer um espacate, e se tivesse precisado 'azer um mortal de costas, o peso dos seios teria 'eito aterrissar de cara. 6eu Deus, como teria gostado $ue tivesse tentado um mortal, pelo menos uma vezH
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6inhas m&os tremiam, só um pouco. *erto, tremiam mais $ue um pouco, mas consegui abrir a porta na primeira tentativa. Deslizei como uma bala pela abertura e, 'rancamente, desejaria ter aberto um par de cent)metros mais por$ue machu$uei o bra%o no batente da porta. 6as já tinha entrado e 'echei a porta com um golpe, passei o trinco e a'astei#me da entrada engatinhando, para o caso de ela atirar através da porta. 2empre deixo um par de l8mpadas acesas durante a noite, mas as duas est&o na parte da 'rente do prédio. 0 interruptor de luz do corredor de trás 'icava ao lado da porta, como é natural, e eu nem pensava em me aproximar da sa)da. *omo n&o podia ver onde estava indo, continuei me arrastando pelo corredor, imaginando $ue passava pelo lavabo 'eminino do pessoal Co dos homens é do outro lado do corredor, depois a sala de descanso e, 'inalmente, cheguei @ terceira porta, a do meu escritório. 2enti#me como o cara $ue bateu e chegou @ 4ltima base em uma 'inal prolongada. 2alvaH +gora $ue tinha paredes e portas $ue me separavam dessa cadela louca, endireitei#me e acendi as luzes do teto, peguei o tele'one e apertei 'uriosamente o U11. 2e ela achava $ue eu n&o ia processá#la por a$uilo, tinha subestimado completamente o $uanto eu estava zangada.
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*+-/0 I m carro de pol)cia preto e branco estava no estacionamento da 'rente, as luzes piscando, exatamente $uatro minutos e vinte e sete segundos depois. 5u sei por$ue cronometrei. ?uando ligo para uma operadora do U11 dizendo $ue alguém está disparando contra mim, espero uma a%&o rápida do departamento de pol)cia, $ue meus impostos ajudam a pagar, e tinha decidido $ue $ual$uer tempo in'erior a cinco minutos era razoável. >á algo da diva $ue existe dentro de mim $ue tento manter dominada e entre $uatro paredes, por$ue é verdade $ue as pessoas se mostram colaborativas se n&o se está disposto a arrancar#lhes a cabe%a Qpodem imaginarA Q, e sempre procuro ser o mais simpática $ue posso com as pessoas Q excluindo meu ex#marido Q, mas n&o posso garantir nada $uando temo pela minha própria vida. -ampouco tinha 'icado histérica ou $ual$uer coisa assim. (&o sa) correndo pela porta, nem me joguei nos bra%os dos rapazes de uni'orme azul. -eria 'eito, mas eles deixaram o carro empunhando suas armas, e suspeitei $ue também atirariam em mim se sa)sse correndo na dire%&o deles. ;á tivera o su'iciente de disparos por esta noite, por isso mesmo liguei as luzes e tirei a chave da porta da 'rente, 'i$uei no interior, onde eles pudessem me ver, mas protegida de $ual$uer piranha sem cérebro. +lém disso, a garoa se trans'ormou em chuva, e n&o $ueria me molhar. 5stava calma. (&o me pus a pular ou gritar.
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policial era ainda mais jovem, um crian%a, mas 'oi o primeiro a reagir e até apertou a minha m&o. Q 2enhorita Q disse, muito educadamente, e tirou um pe$ueno caderno do bolso e escreveu meu nome. Q 2ou o +gente BarstoR, e a$ui, meu colega, o +gente 2pangler. Q 0brigada por terem vindo Q disse com meu melhor sorriso. 2im, é verdade $ue ainda tremia, mas boa educa%&o é boa educa%&o. 5les se mostraram sutilmente menos cautelosos por$ue era evidente $ue eu n&o estava armada. sava uma curta camiseta rosa, sem mangas, e cal%as de "oga preta, ent&o nem se$uer tinha bolsos para esconder algo. 0 agente 2pangler guardou sua arma. Q 0 $ue aconteceuA Q perguntou ele. Q 5sta tarde tive problemas com uma das minhas clientes, (icole NoodRin Q o nome 'oi devidamente registrado no pe$ueno bloco de notas do +gente BarstoR Q por$ue me recusei a renovar sua inscri%&o na academia, devido a in4meras reclama%es de outras clientes. 5la 'icou violenta, jogou no ch&o as coisas de uma mesa, me insultou ... esse tipo de coisa. co isa. Q +tacou#aA Q perguntou 2pangler. Q (&o, mas esta noite, $uando 'echei, estava esperando por mim lá 'ora. 2eu carro estava no estacionamento de trás, onde estacionam os 'uncionários. +inda estava lá $uando liguei para o U11, mas é provável $ue já tenha ido embora. 5u a vi, e uma outra pessoa, um homem acho, ao lado do carro dela. 0uvi um tiro, pulei para o ch&o atrás do meu carro, e ent&o alguém, acho $ue 'oi o homem, arrancou com o carro, mas (icole 'icou, ou pelo menos o 6ustang continuava ali.
+gora, policiais n&o se aproximam t&o alegres de um carro onde supostamente lhes aguarda uma cadela louca. +pós a con'irma%&o de $ue o 6ustang branco continuava estacionado lá atrás, os +gentes BarstoR e 2pangler 'alaram em seus re$uintados e$uipamentos de rádio, $ue usavam 'ixados no ombro, n&o sei como Q talvez 'osse com velcro Q e depois de alguns minutos chegou um outro carro da pol)cia, de onde sa)ram os +gentes !ashington e G"sPosigh. 5u tinha ido para a escola com De6arius !ashington, $ue me deu um breve sorriso antes $ue seu rosto sério e de tra%os 'ortes recuperasse o ar pro'issional. G"sPosigh era bem mais baixo e largo, $uase careca, e ele n&o era Da$ui, como os sulistas se re'eriam aos VanPees. ara um sulista essa 'rase diz tudo, desde o $ue diz respeito aos gostos de alimenta%&o e vestuário, até as boas maneiras. Disseram#me para 'icar do lado de dentro, nenhum problema, en$uanto os $uatro sa)ram para a escurid&o da noite e a chuva, para perguntar a (icole o $ue diabos ela estava 'azendo. 5u me comportei muito obediente, demonstrando o $uanto estava nervosa, tanto $ue continuava exatamente no mesmo lugar $uando o +gente G"sPosigh voltou para dentro para dar uma olhada em mim. =i$uei um pouco desconcertada. (&o era hora de lan%ar olhadelas, certoA Q 2enhorita Q disse Q gostaria de sentarA Q 2im, gostaria Q respondi com o mesmo tom de cortesia e sentei#me em uma das cadeiras do sagu&o. 5u me perguntava o $ue estava acontecendo lá 'ora. ?uanto mais poderia demorar tudo issoA Depois de alguns minutos, chegaram mais carros, c arros, e suas luzes se somaram @s $ue já estavam lá. 0 estacionamento da minha empresa come%ava a parecer uma conven%&o da pol)cia. 6eu Deus, por acaso $uatro policiais n&o podiam com (icoleA -iveram $ue chamar re'or%osA + tipa devia estar mais louca do $ue eu pensava. 0uvi dizer $ue $uando alguém vai @ loucura, pode ad$uirir 'or%a sobre#humana. (icole tinha de'initivamente perdido a cabe%a. maginei#a jogando policiais a torto e a direito en$uanto avan%ava em minha dire%&o, e perguntei# me se n&o deveria re'ugiar#me em meu escritório. 0 +gente G"sPosigh n&o tinha jeito de $ue deixaria eu me esconder. De 'ato, come%ava a achar $ue o +gente G"sPosigh n&o estava ali tanto para me
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proteger, como pensei de in)cio, mas para vigiar#me. -ipo, para certi'icar#se de $ue eu n&o 'aria... alguma coisa. 5pa, epa. *ome%aram a passar vários cenários em minha imagina%&o. 2e ele estava ali para impedir $ue eu 'izesse alguma coisa, o $ue poderia ser essa alguma coisaA r ao banheiroA
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Q Goc3 está bemA Q o +gente G"sPosigh perguntou. 6al ouvia sua voz acima do zumbido. =iz um gesto com a m&o para $ue soubesse $ue estava consciente e concentrei#me na respira%&o. ara dentro, para 'ora. Dentro, 'ora, como se estivesse em uma aula de "oga. 0 zumbindo come%ou a se desvanecer. 0uvi $ue a porta da 'rente era aberta, e depois, muitos passos. Q Goc3 está bemA Q alguém me perguntou. Goltei a 'azer um gesto com a m&o. Q 2ó me d3 um minuto Q consegui dizer, embora as palavras 'ossem direcionadas para o ch&o. 0utros trinta segundos de respira%&o controlada e as náuseas acabaram, e, pouco a pouco, voltei vol tei a me endireitar. 0s recém#chegados, dois homens, estavam @ paisana e os dois come%aram a tirar suas luvas de plástico. -inham as roupas molhadas pela chuva e seus sapatos sujos tinham manchado meu precioso piso brilhante. -ive um vislumbre de alguma coisa vermelha e 4mida em uma dessas luvas e a sala deu mil voltas. (&o demorei a voltar a me inclinar. *erto, é verdade $ue n&o sou normalmente t&o delicada, mas n&o tinha comido nada desde o meio#dia e agora seriam, pelo menos, dez horas da noite, talvez até mais tarde, ent&o era provável $ue meu n)vel de a%4car no sangue estivesse baixo. Q Goc3 precisa de cuidados médicosA Q perguntou um dos homens. (eguei com a cabe%a. Q Gou 'icar bem, mas agradeceria se alguém me trouxesse uma bebida da geladeira $ue há na sala de descanso Q eu disse, apontando a dire%&o. Q É ali, depois do meu escritório. Deve haver um re'rigerante, ou uma garra'a de chá com a%4car. 0 +gente G"sPosigh partiu nessa dire%&o, mas um dos homens disse: Q 5spere. ?uero veri'icar essa entrada. 0 homem se a'astou e o +gente G"sPosigh 'icou onde estava. 0 outro recém#chegado sentou#se ao meu lado. (&o gostei dos sapatos dele. 5u os vi claramente por$ue continuava inclinada para a 'rente. 5les sapatos pretos 20
pontudos, o e$uivalente em sapatos a um vestido de poliéster. -enho certeza $ue existem sapatos pretos pontudos muito bons no mercado, mas eles t3m um estilo horr)vel. (&o sei por $ue os homens gostam. De $ual$uer 'orma, os deste cara estavam molhados e tinham gotinhas de água na super')cie. + bainha da cal%a também estava molhada. Q 2ou o Detetive =orester =or ester Q disse, para come%ar. 5rgui a cabe%a com um gesto cauteloso, só um pouco, e estendi#lhe minha m&o direita. Q 2ou Blair 6allor" Q. ?uase disse 9É um prazer conhec3#lo9, o $ue, é claro, n&o era, ao menos n&o nestas circunst8ncias. Da mesma 'orma $ue o +gente BarstoR, ele apertou minha m&o com um movimento breve e seco. -alvez n&o tenha gostado de seus sapatos, mas gostei de sua maneira de apertar as m&os, nem muito 'orte, nem muito 'rouxa. Goc3 pode dizer muito sobre um homem pela maneira como ele aperta as m&os. Q 2enhorita, voc3 pode me dizer o $ue aconteceu a$ui esta noiteA -ambém tinha boas maneiras. 5ndireitei#me completamente. +s luvas manchadas de vermelho n&o estavam @ vista em $ual$uer lugar e suspirei de al)vio. =iz uma recapitula%&o do $ue havia dito aos agentes BarstoR e 2pangler. 0 outro homem voltou com uma garra'a de chá doce, inclusive abriu a tampa antes de entregá#la para mim. nterrompi#me o tempo necessário para agradecer a ele, tomei um longo gole de chá 'rio e voltei ao meu relato. ?uando terminei, o Detetive =orester me apresentou a um outro homem, o Detetive 6acnnes, e repetimos o protocolo social. 0 Detetive 6acnnes girou uma das cadeiras da sala da recep%&o, de modo $ue 'icou sentado na minha 'rente. 5ra apenas um pouco mais velho $ue o Detetive =orester e mais gordo, cabelos grisalhos e barba de vários dias. 6as apesar de parecer um pouco atarracado, senti $ue era mais 'orte $ue 'raco. Q ?uando abriu a porta de trás e saiu, por$ue n&o viu v iu a pessoa $ue estava com a 2ra. NoodRinA Q ele perguntou. Q +o abrir a porta, apaguei a luz do corredor. Q *omo voc3 pode ver o $ue 'az $uando apaga a luzA
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Q É tipo um gesto automático Q expli$uei. Q +cho $ue @s vezes a luz permanece acesa uma 'ra%&o de segundo $uando abro a porta, e @s vezes n&o. >oje @ noite, colo$uei o trinco depois $ue o 4ltimo empregado saiu, por$ue trabalhei até tarde e n&o $ueria $ue ninguém entrasse de repente, sem mais. 5nt&o, eu tinha as chaves na m&o direita, en$uanto com a es$uerda tirei o trinco e abri a porta ao mesmo tempo $ue apaguei a luz com o lado da m&o Q . =iz um movimento para baixo com a m&o direita, para mostrar como 'iz isso. 2e voc3 tem algo em sua m&o, é assim $ue se 'az. ?ual$uer um 'az desse jeito. 2e tiver m&os, é claro, e a maioria das pessoas tem, certoA +lgumas pessoas n&o t3m, e suponho $ue elas usam o $ue podem, mas eu certamente tinha m&os... n&o importa, era a$uela coisa do bailado mental de novo.
possibilidades e, considerando como estavam as coisas, eu era a possibilidade n4mero um, de modo $ue estavam me cobrindo. De repente, lembrei#me do meu celular. Q +h, eu $ueria lhe dizer. 5u estava discando U11 $uando ouvi o tiro e me joguei no ch&o, e deixei cair o tele'one. rocurei#o @s cegas, mas n&o consegui encontrar. Goc3 poderia pedir a alguém para olhar em volta do meu carroA 5le tem $ue estar lá. *om um aceno de cabe%a, 6acnnes enviou o +gente G"sPosigh $ue desapareceu com uma lanterna na m&o. Goltou apenas um momento depois, com meu tele'one, e entregou#o ao Detetive 6acnnes. Q 5stava atirado sob o carro Q in'ormou. 0 Detetive olhou para a pe$uena tela do tele'one. ?uando alguém come%a a 'azer uma chamada, a tela se ilumina, mas n&o acesa. Depois de cerca de trinta segundos ou menos Calgo $ue eu apenas supunha, por$ue en$uanto eu cronometrara o tempo $ue demora a pol)cia, ainda n&o tinha cronometrado o $uanto permanece acessa a luz do meu celular, a tela se apaga, mas se algum n4mero 'oi pressionado, permanece registrado. +li na sala da recep%&o, bem iluminada, os n4meros seriam vis)veis mesmo sem ter $ue ligar a tela. 5stava cansada, tremendo, e me sentia mal só de pensar $ue (icole tinha sido baleada praticamente em baixo do meu nariz. ?ueria $ue esses caras se apressassem, $ue cobrissem a possibilidade n4mero um, $ue era eu, e seguissem em 'rente, para $ue eu pudesse me retirar para um algum lugar privado e chorar. 5nt&o eu disse a eles: Q ;á sei $ue sou a 4nica $ue estava a$ui e tudo $ue voc3s t3m é a minha palavra de $ue as coisas aconteceram como lhes contei, mas, n&o poderiam 'azer algo para acelerar um pouco as coisasA m teste com um detector de mentiras, por exemploA Q +$uela n&o era a melhor idéia, por$ue sentia $ue meu cora%&o estava acelerado, como se 'osse correr o EentucP" Derb", o $ue, certamente, estragaria a prova do pol)gra'o. -entei pensar em outra coisa para distrair os detetives, casos eles decidirem $ue um teste de pol)gra'o no local podia ser a resposta. (&o sei se 'azem esse tipo de coisas, mas n&o $ueria arriscar. +lém disso, assisti séries policiais na -G e sei $ue eles t3m métodos para veri'icar se uma pessoa disparou ou n&o com uma arma. Q 0u $ue tal um teste com a$uele negocinhoA
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0 Detetive 6acnnes mordeu o interior de uma bochecha, 'azendo#lhe parecer $ue tinha um rosto torto. Q -este com a$uele negocinhoA Q perguntou, num tom de voz muito correto. Q Goc3s sabem. (as m&os. +ssim eles podem saber se eu disparei uma arma. Q +hh Q disse ele $uando entendeu, acenando e lan%ando um olhar rápido e contido ao seu companheiro, $ue emitiu um som aba'ado. Q +$uele teste com o negocinho. Goc3 $uer dizer encontrar res)duos de pólvoraA Q sso Q eu disse. 2im, eu sei $ue eles 'aziam o poss)vel para n&o rir de mim, mas @s vezes o estereótipo da loira burra tem suas vantagens. ?uanto menos amea%adora eu parecesse, melhor. Bem, o Detetive 6acnnes me pegou pela palavra. m da$ueles técnicos $ue trabalham no local do crime entrou com uma caixa cheia de coisas e levou a cabo um teste de identi'ica%&o com um laptop. 5s'regou minhas m&os com um algod&o de 'ibra de vidro, e depois colocou o algod&o em uma solu%&o $ue devia mudar de cor se eu tivesse pólvora nas m&os. (&o tinha pólvora. ensei $ue iam borri'ar um spra" e depois examinar minhas m&os sob uma luz negra, mas $uando perguntei o técnico me disse $ue era um teste antigo. +prendem#se coisas novas todos os dias. sso n&o impediu $ue =orester e 6acnnes colocassem 'im aos procedimentos habituais. *ontinuaram a me 'azer perguntas Cse tinha notado as 'ei%es do homem, ou reconhecido a marca do carro, esse tipo de coisas. 5n$uanto isso, o meu carro, todo o prédio e os locais adjacentes 'oram inspecionados exaustivamente, e somente $uando n&o encontraram nenhuma roupa molhada encerraram o interrogatório, sem nem mesmo advertir#me para n&o deixar a cidade. 5u sabia $ue tinham atirado em (icole @ $ueima roupa, por$ue vira o homem ao seu lado. *omo estava estendida ao lado de seu carro em 'rente ao estacionamento, na chuva, e eu era a 4nica pessoa completamente seca Craz&o pela $ual eles tinham buscado b uscado por roupas molhadas, para se certi'icarem $ue eu n&o havia mudado de roupa, podia deduzir#se $ue eu n&o tinha estado lá 'ora na chuva e, portanto, n&o poderia ter sido a autora do sucedido. (a entrada havia mais do $ue pegadas deixadas pelos agentes, e a sa)da de trás estava seca. 6eus sapatos estavam secos. 6inhas m&os estavam sujas, sinal de $ue n&o as tinha lavado, e as roupas manchadas. 6eu celular estava sob o carro com o U e o 24
1 claramente vis)veis na tela, o $ue demonstrou $ue tinha come%ado a marcar o U11. 5m resumo, o $ue eles viram combinava com o $ue lhe tinha dito, o $ue é sempre conveniente. 5scapei para o lavabo, onde lidei com um problema urgente, e ent&o lavei minhas m&os. + 'erida $ue tinha 'eito 'azia arder minha pele, ent&o 'ui para o meu escritório, peguei meu Pit de primeiros socorros, colo$uei uma pomada antibiótica e depois cobri o 'erimento com um enorme curativo. ensei em ligar para 6am&e, para o caso de alguém ter pego alguma transmiss&o do rádio da pol)cia e tivesse ligado para ela, o $ue teria dado a ela e a apai um susto de morte. 6as ent&o pensei $ue seria melhor perguntar aos Detetives se n&o havia nenhum problema em 'azer uma chamada. +proximei# me da porta do meu escritório para dar uma olhada, mas eles estavam ocupados e decidi n&o interromper. ara ser 'ranca, n&o aguentava mais. 5stava completamente esgotada. +inda estava chovendo e o barulho 'ez com $ue me sentisse ainda mais cansada. +lém disso, as luzes dos 'aróis me deram dor de cabe%a. 0s policiais também pareciam cansados e, apesar de seus impermeáveis, estavam molhados até os ossos. Decidi $ue o melhor $ue podia 'azer era 'azer ca'é. 5xiste um policial $ue n&o goste de ca'éA 5u gostava do ca'é com sabores di'erentes, e no meu escritório tinha uma variedade para meu consumo pessoal. 5m todo o caso, tenho notado $ue os homens Cpelo menos os homens do sul n&o s&o muito aventureiros $uando se trata de ca'é. ode ser $ue um homem de 2eattle n&o d3 um pio se lhes servem ca'é com sabor de chocolate e am3ndoas, ou ca'é $ue lembra 'ramboesa, mas os homens do sul, em geral, gostam de ca'é com sabor de ca'é, e nada mais. -enho sempre @ m&o um ca'é agradável e suave para os portadores do cromossomo V, ent&o eu tirei#o do armário e comecei a encher o 'iltro de papel. Depois adicionei uma pitada de sal, $ue serve para neutralizar a amargura natural do sabor do ca'é e, para completar a medida, acrescentei uma colher da mistura de chocolate e am3ndoas. 5les n&o iriam notar, mas daria @ mistura uma suavidade maior. 6inha ca'eteira é uma dessas má$uinas Bunn, com dois pratos $ue preparam uma jarra completa em cerca de dois minutos. (&o, eu n&o cronometrei o tempo, mas consigo 'azer xixi en$uanto ela 'unciona e sempre acabamos juntas, o $ue signi'ica $ue é muito rápida.
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*olo$uei uma jarra sob a sa)da de ca'é e enchi uma outra com água. 5n$uanto o ca'é era preparado, peguei alguns copos de plástico, uma jarra de leite e colheres de plástico vermelhas, v ermelhas, e colo$uei tudo ao lado da ca'eteira. 0 Detetive =orester n&o demorou em en'iar o nariz em meu escritório e, assim $ue entrou, seu olhar penetrante caiu sobre sobr e a ca'eteira. Q +cabei de 'azer ca'é Q disse, bebendo um gole da minha caneca, $ue é de um amarelo alegre e tem uma legenda: 9erdoe seus inimigos: isso mexe com a cabe%a deles9 inscrita em letras roxas na parte in'erior. 0s copos de plástico s&o um atentando contra lábios com batom, por isso uso sempre uma caneca de cer8mica. (a$uele momento n&o usava batom, mas isso n&o vinha ao caso. Q ?uer um poucoA Q or acaso os gatos t3m rabosA Q perguntou#me retoricamente, e se dirigiu para a ca'eteira. Q Depende se é um 6anx ou n&o. Q (&o é. Q 5nt&o, sim, os gatos t3m rabos. 5le sorriu en$uanto se servia. *ertamente os policiais recorrem a telepatia para espalhar a not)cia de $ue há ca'é nas proximidades, por$ue depois de alguns minutos, havia um 'luxo constante de agentes 'ardados e @ paisana $ue chegavam @ minha porta. Deixei a primeira ca'eteria sobre o a$uecedor de cima e comecei a preparar uma segunda. /ogo eu estava trocando as jarras novamente, e o terceiro lote de ca'é estava sendo preparado. reparar o ca'é me manteve ocupada e 'ez a noite mais suportável para os policiais. -ambém tomei uma segunda caneca. rovavelmente n&o ia dormir na$uela noite, ent&o, por $ue n&oA erguntei ao Detetive 6acnnes se podia ligar para minha m&e, e ele n&o disse $ue n&o, apenas disse $ue me agradeceria se eu esperasse um momento por$ue, sabendo como eram m&es, ela viria correndo para me ver e ele pre'eria acabar antes com o procedimento de inspecionar cena do crime. Diante disso Q pelo visto, 6acnnes era um homem $ue entendia as m&es Q n&o me restou outra escolha, sen&o sentar em minha mesa, tomar meu ca'é devagarzinho e tentar parar os tremores $ue me assaltavam nos momentos mais inesperados. 26
Devia ter chamado 6am&e de $ual$uer maneira, para vir correndo cuidar de mim. + noite já tinha sido bastante desastrosa, certoA ois bem, acontece $ue 'icou pior.
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*+-/0 J 5u devia saber $ue iria aparecer. +'inal de contas, ele era um tenente do departamento de pol)cia, e em uma cidade c idade relativamente pe$uena como a nossa Cpouco mais de sessenta mil pessoas, um assassinato n&o era algo $ue acontecia todo dia. rovavelmente a maioria dos policiais de plant&o 'oram pra lá, e uma boa parte dos $ue n&o estavam. 0uvi a voz dele antes $ue o tivesse visto, e mesmo depois de dois anos reconheci seu timbre pro'undo, além do leve sota$ue $ue revelava n&o ter vivido toda sua vida no sul. -inha se passado dois anos desde $ue eu 'icara olhando en$uanto ele se a'astava sem se$uer dizer um 92eja 'eliz9, e ainda sentia um ba$ue no 'undo do est7mago, como se estive numa roda gigante prestes a come%ar a descida. Dois malditos anos... e o meu cora%&o ainda acelerava. =elizmente, ainda estava no meu escritório $uando ouvi sua voz. 5stava em 'rente @ porta, conversando com um grupo de policiais, ent&o tive tempo de me preparar antes $ue ele me visse. v isse. (a verdade, o -enente ;. !. BloodsRorth e eu t)nhamos uma história. Dois anos atrás sa)mos juntos, em tr3s ocasies, para ser mais exata. 5le 'ora promovido a tenente há apenas um ano, de modo $ue na época era o 2argento BloodsRorth. +lguma vez conheceram alguém em $ue cada um de seus instintos e horm7nios pararam, tomaram nota e sussurraram em seu ouvido: 9+i meu Deus, é isto, esta é a coisa de verdade, segure#o, e 'a%a isso +N0<+H9A -inha sido desse jeito desde o primeiro oi. + $u)mica entre nós era incr)vel. Desde o momento em $ue nos conhecemos Q 'omos apresentados pela m&e dele, $ue ent&o era uma cliente de Nreat Bods Q meu cora%&o literalmente come%ava a dar pulos toda vez $ue eu o via. -alvez o dele n&o pulasse, mas ele 'ocava sua aten%&o em mim desse jeito $ue os homens 'azem $uando v3em algo $ue realmente gostam, seja uma mulher ou uma tela gigante de -G de plasma. 5 também havia a$uela chama de intensa consci3ncia em rela%&o ao outro, $ue me 'azia sentir um pouco eletrizada. ensando em retrospectiva, eu sei como se sente uma mariposa $uando entra em uma armadilha de luz. l uz.
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(osso primeiro encontro transcorreu em meio a uma nebulosa de expectativas. (osso primeiro beijo 'oi explosivo. + 4nica coisa $ue me impediu de passar a noite com ele no nosso primeiro encontro 'oi a era de mau gosto, e b eu n&o estava tomando p)lula. 0deio admitir isso, mas 9a9 era $uase mais importante do $ue 9b9 por$ue meus horm7nios estavam genuinamente enlou$uecidos, gritando bem alto: 2im, $uero ter um 'ilho deleH 5st4pidos horm7nios. 5les deviam pelo menos esperar e ver como as coisas andavam, antes de come%ar sua dan%a de acasalamento. (osso segundo encontro 'oi ainda mais intenso. 0s beijos se converteram em ardentes amassos, com a maioria das nossas roupas no ch&o. *onsulte 9b9 acima, para entender por $ue eu parei, mesmo $uando ele providenciou um preservativo. 5u n&o con'io em preservativos por$ue $uando ;ason e eu estávamos noivos, um deles se rompeu e eu suei espinhos por duas semanas até $ue o meu per)odo veio. *om o vestido de casamento pronto para a 4ltima prova, minha m&e teria tido um ata$ue se minha cintura come%asse a aumentar. (ormalmente n&o me preocupo com os ata$ues de 6am&e, mas planejar um grande casamento pe $ual$uer mulher @ beira de um colapso nervoso, mesmo $ue tenha os nervos de a%o. 5nt&o, sem preservativos para mim, a menos $ue tenham o propósito de divers&o. Goc3s sabem o $ue $uero dizer. (o entanto, eu pretendia come%ar a tomar p)lula assim $ue tivesse meu próximo per)odo, por$ue eu podia ver o meu 'uturo e nele aparecia claramente um ;e''erson !"att BloodsRorth pelado... e em tamanho realH 5u só esperava poder me segurar o tempo su'iciente para $ue as p)lulas agissem. 5m nosso terceiro encontro, 'oi como se ele tivesse sido pego pelos nvasores de *orpos. 5stava desatento, in$uieto e n&o parava de olhar para o relógio, como se contando os minutos até se livrar de mim. 5le encerrou o encontro com um obviamente relutante selinho, e 'oi embora sem se$uer dizer $ue ia ligar Q o $ue teria sido uma mentira, por$ue n&o ligou Q ou $ue tinha sido um tempo legal ou $ual$uer coisa. 5 a$uela 'oi a 4ltima vez $ue vi o desgra%ado. 5u 'i$uei 'uriosa com ele, e dois anos n&o tinham 'eito nada para diluir minha '4ria. *omo ele pode abandonar uma coisa $ue prometia ser t&o especialA 5 se ele n&o sentia o mesmo $ue eu, ent&o n&o devia ter se es'or%ado para me livrar das minhas roupas. 2im, eu sei $ue é isso o $ue os caras 'azem, e $ue Deus os aben%oe por isso, mas $uando deixamos a adolesc3ncia para trás, esperamos $ue exista algo mais além de pura lux4ria, $ue a super'icialidade da lagoa tenha sido trans'ormada em outra coisa mais pro'unda, talvez uma lagoa 29
mais pro'unda, eu acho. 2e ele tinha decidido 'icar longe de mim por$ue por duas vezes eu interrompi suas tentativas de irmos até o 'im, ent&o eu estaria melhor sem ele. É claro $ue depois disso eu n&o liguei para perguntar o $ue tinha acontecido, por$ue ainda estava com tanta raiva $ue n&o tinha muita certeza de poder me controlar. 5u pretendia ligar para ele $uando estivesse mais calma. Goltando ao presente, dois anos depois. 5u continuo sem ter ligado para ele. 5sse era o meu estado de esp)rito $uando o vi entrar em meu escritório de Nreat Bods, com seus um metro e oitenta e cinco de altura. sava o cabelo escuro um pouco mais comprido, mas seus olhos verdes continuavam sendo os mesmos: observadores, a'iados, inteligentes, duros, com essa dureza $ue os policiais t3m de ad$uirir ou, do contrário, é melhor $ue encontrem outro trabalho. 0 duro olhar de policial passou por mim, e pareceu se agu%ar ainda mais. 5u n&o estava contente em v3#lo. 5u $ueria chutar suas canelas, e teria 'eito se n&o tivesse certeza $ue seria presa por agredir um policial. 5nt&o 'iz a 4nica coisa $ue $ual$uer mulher com auto#respeito poderia 'azer: 'ingi $ue n&o o reconhecia. Q Blair Q ele disse, se aproximando até 'icar muito perto. Q Goc3 está bemA 0 $ue importava para eleA Dei#lhe uma olhada de surpresa, um pouco alarmada, como as mulheres 'azem $uando um estranho se aproxima muito delas ou tem uma atitude demasiada 'amiliar, e discretamente a'astei minha cadeira um par de cent)metros. Q >ammm... sim, estou bem Q eu disse, com express&o cautelosa, $ue depois mudou sutilmente para encará#lo como se estivesse perplexa, como se meio $ue reconhecesse seu rosto mas n&o conseguisse associá#lo com um nome do meu banco de memória. =i$uei surpresa com o poderoso lampejo de raiva em seus olhos verdes. Q !"att Q disse secamente. 5u me inclinei um pouco mais. Q !"att de $u3A Qperguntei, inclinando# me para um lado e olhando ao redor dele, como para me certi'icar de $ue estava perto o su'iciente para chamar os policiais para me proteger, caso ele 30
'icasse violento Q coisa $ue, para ser honesta, ele tinha todo o aspecto de $ue poderia 'icar. Q !"att BloodsRorth Q. +s palavras sa)ram da sua boca como gotas de chumbo. (&o parecia achar nada engra%ada minha 'arsa, mas eu estava tendo um grande momento.
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Q 5ntendi Q. 5 realmente entendia. +ssassinato é assunto sério. 5u só $ueria $ue n&o 'osse t&o sério a ponto de exigir a presen%a do -enente BloodsRorth. 5ndireitei#me e passei ao seu lado, mantendo o mesmo espa%o $ue manteria com um desconhecido, e me servi de uma x)cara de ca'é. Q ?uanto mais tempo a esperarA Q É di')cil dizer. 5ra uma boa maneira de n&o responder. Gi $ue olhava para o ca'é. Q 2irva#se, por 'avor Q. eguei a jarra de plástico $ue usara para encher a ca'eteira, agora $ue as duas estavam cheias. Q Gou pegar um pouco de água para 'azer ca'é Q. 2a) rapidamente do escritório e 'ui até o lavabo, onde enchi a jarra e senti grande satis'a%&o. satis'a%&o. É claro $ue ele n&o gostou da idéia de deixar uma marca t&o pouco duradoura em minha memória $ue nem mesmo o reconhecera. 2e ele pensava $ue eu tinha passado os 4ltimos dois anos lembrando dele extasiada e chorando pelo $ue podia ter acontecido, minha atitude tinha aclarado suas ideias. 5 o $ue ele esperava, de $ual$uer jeitoA ma reprise dos velhos temposA (&o nessas circunst8ncias, e n&o en$uanto ele estivesse trabalhando. 5le era muito pro'issional para isso. 6as de'initivamente esperara $ue minha rea%&o @ sua presen%a tivesse a intimidade inconsciente $ue se mostra $uando se conhece alguém pessoalmente, mesmo se o relacionamento tenha acabado. ?uando sa) do banheiro, os Detetives =orester e 6acnnes 'alavam em voz baixa com !"att no corredor. 5le estava de costas para mim e en$uanto estava distra)do com a conversa, tive a oportunidade de lhe dar uma boa olhada e... diabos ... mais uma vez senti $ue meu cora%&o dava um salto. arei onde estava seca 'i$uei olhando para ele. !"att n&o era um homem bonito, n&o do jeito $ue era o meu ex#marido. ;ason era um modelo de beleza, um corpo completamente esculpido @ m&o. !"att parecia meio desgastado, o $ue era de se esperar, considerando $ue tinha jogado um par de anos na de'esa da liga de 'utebol pro'issional. 6as, mesmo se n&o tivesse jogado, suas 'ei%es eram basicamente rudes. 5le tinha uma mand)bula 'orte, seu nariz $uebrado mostrava m ostrava uma protuber8ncia no meio e era ligeiramente 'ora do centro, e as sobrancelhas eram linhas pretas acima dos olhos. *onservava o ')sico a'inado de um atleta para $uem velocidade e 'or%a eram igualmente importantes, mas en$uanto ;ason tinha um corpo per'eitamente delineado, a 'orte eleg8ncia de um nadador, o corpo de !"att 'ora 'eito para ser usado como uma arma. 32
+cima de tudo, ele praticamente exalava testosterona. + boa apar3ncia é $uase uma $uest&o menor $uando um homem tem sex appeal, e !"att BloodsRorth tinha isso de sobra, pelo menos para o meu gosto. 5ra pura $u)mica. mposs)vel explicar de outra 'orma. 0deio $u)mica. (&o 'ui capaz de ter relacionamentos sérios com ninguém nos 4ltimos dois anos por causa da est4pida $u)mica. *omo os outros Detetives, ele vestia jeans e uma ja$ueta esporte com gravata a'rouxada. 5u me perguntava por $ue tinha levado tanto tempo para vir. -inha sido pego em um encontro, com o seu pager ou celular desligadosA (&o, ele era muito responsável para isso, ent&o podia deduzir#se $ue estava longe o su'iciente para ter levado cerca de duas horas para aparecer. 5le também tinha estado na chuva, por$ue seus sapatos e a parte de baixo de suas cal%as estavam encharcados. *laro $ue teria dado uma olhada na cena do crime antes de entrar. 0s dois detetives eram mais baixos $ue ele, e a express&o de 6acnnes era escrupulosamente neutra. 0s mais velhos, pensei, n&o gostam muito da idéia de um homem jovem ascendendo a posi%es t&o rápido. !"att tinha subido como um cometa, só em parte por ser um bom policial. 5le também era um homem, um garoto da cidade $ue tinha ido muito longe, uma celebridade $ue jogou no time dos +ll#ro (=/ no mesmo ano de sua estréia, e ent&o 'oi embora trabalhar na pol)cia de sua cidade natal, depois de apenas dois anos na liga pro'issional. 2er agente da lei era seu primeiro amor, disse aos repórteres, na época. -odo mundo sabia por $ue ele tinha jogado nos pro'issionais: dinheiro. 0s BloodsRorth eram uma antiga 'am)lia rica, o $ue signi'ica $ue uma vez tiveram dinheiro, mas agora o tinham perdido. 2ua m&e morava em uma casa vitoriana centenária com trezentos e cin$Wenta metros $uadrados, $ue adorava, mas a manuten%&o era uma sangria constante. 2ua irm& mais velha, /isa, tinha dois 'ilhos, e, embora estava 'eliz no casamento, ela e seu marido podiam com despesas regulares, mas seria imposs)vel pagar a mensalidade da 'aculdade para seus 'ilhos. *om esp)rito pragmático, !"att decidiu $ue a responsabilidade de restaurar o e$uil)brio na conta corrente da 'am)lia reca)a sobre ele, ent&o ele largou a carreira $ue tinha sonhado como policial, para jogar na liga pro'issional. m par de milhes de dólares por ano seria uma excelente base para restabelecer a situa%&o econ7mica da 'am)lia, permitir cuidar de sua m&e, pagar a universidade dos sobrinhos, etc.
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0s mais antigos da corpora%&o sentiram#se pelo menos um pouco incomodados. or outro lado, era um prazer t3#lo em suas 'ileiras, por$ue era um bom policial, e n&o estava obcecado com a glória. 5le usava seu nome $uando convinha ao departamento, n&o para bene')cio pessoal. 5 conhecia as pessoas certas, um motivo a mais $ue o 'izera subir t&o rápido. !"att podia pegar o tele'one e ligar para o governador. 0 che'e de pol)cia e o pre'eito teriam de ser cegos para n&o ver os bene')cios disso. 5stava a um bom tempo parada ali. *omecei a caminhar na dire%&o deles e 6acnnes me viu com o canto do olho es$uerdo, parando no meio da 'rase, o $ue me 'ez indagar sobre o $ue 'alavam $ue eu n&o podia ouvir. -odos os tr3s se viraram para mim com os olhares duros. Q *om licen%a Q murmurei, e deslizei entre eles para entrar no meu escritório. 6antive#me ocupada preparando outra ca'eteira e me perguntava se, por alguma raz&o, tinha recuperado minha posi%&o de suspeita n4mero um. -alvez n&o 'osse necessário chamar a m&e. -alvez devesse chamar 2ianna. 2ua especialidade n&o direito penal, mas isso n&o importava. 2ianna era inteligente, implacável e era minha irm&. sso era o su'iciente. =ui até a porta do meu escritório, cruzei os bra%os e dirigi um olhar de raiva para o Detetive 6acnnes. Q 2e pretendem me deter, $uero chamar meu advogado. 5 minha m&e. 5le co%ou o $ueixo e olhou para !"att como dizendo: 9Goc3, cuide disso.9 Q0 tenente BloodsRorth vai responder @s suas perguntas, senhorita. !"att estendeu o bra%o, agarrou#me pelo cotovelo e gentilmente me 'ez virar, obrigando#me a entrar em meu escritório. Q or $ue n&o se sentaA Q ele sugeriu en$uanto se servia de outra x)cara de ca'é. *ertamente tinha tomado a primeira de 4nico gole. Q 5u $uero chamar ... Q (&o precisa de um advogado Q ele interrompeu. Q =a%a#me o 'avor de se sentar.
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>avia algo em seu tom de voz, algo di'erente @ mera voz de autoridade $ue me 'ez sentar. 5le pegou a cadeira do outro lado da mesa, virou#a para seguir me olhando e sentou#se t&o perto $ue nossas pernas estavam $uase se tocando. +'astei#me um pouco, desse jeito mec8nico $ue nos a'astamos $uando alguém chega perto demais. 5le n&o tinha o direito de invadir o meu espa%o pessoal, a$uilo tinha acabado. 5le percebeu meu movimento, é claro, e 'ranziu os lábios. (&o sei o $ue deve ter pensado, mas $uando 'alou, 'oi num tom muito 'ormal. Q Blair, voc3 está em algum tipo de con'us&o da $ual n&o saibamos nadaA *erto, talvez a$uilo n&o 'osse nada t)pico de um policialX era totalmente inesperado. is$uei. Q ?uer dizer, 'ora o 'ato de pensar $ue dispararam em mim e descobrir $ue, em vez disso, 'ui testemunha de um assassinatoA Goc3 n&o acha su'icienteA Q Goc3 declarou $ue teve um incidente com a v)tima no per)odo da tarde, $uando a comunicou $ue n&o renovaria sua matricula como cliente da academia, e ela se tornou violenta. v iolenta. Q sso mesmo. 5 tenho testemunhas. 5u já dei os seus nomes ao Detetive 6acnnes. Q 2im, eu sei Q ele disse pacientemente. Q 5la amea%ou voc3A Q (&o, $uero dizer, disse $ue seu advogado iria entrar em contato comigo, mas isso n&o me preocupou. Q (&o 'ez $ual$uer amea%a $ue iria prejudicá#la 'isicamente. Q (&o, eu já disse tudo isso para os detetives. Q 5u sei. 6as seja paciente. 2e n&o a amea%ou 'isicamente, por $ue achou $ue corria algum tipo de perigo $uando viu o carro dela estacionado lá atrásA Q or$ue é... era... uma psicopata. 5la copiava tudo o $ue eu 'azia. intou o cabelo da mesma cor $ue o meu. *ome%ou a se vestir como eu, 'azia o mesmo penteado, usava os mesmos brincos. +té comprou um convers)vel branco por$ue eu tenho um igualzinho. 5la me dava arrepios. 35
Q 5nt&o admirava voc3A Q +cho $ue n&o. +credito $ue ela me odiava. Gários clientes pensam o mesmo. Q 5nt&o, por $ue imitava voc3A Q Gai saberA -alvez n&o 'osse capaz de ter um estilo próprio, ent&o copiava os outros. (&o era muito brilhante. bril hante. nteligente, mas n&o brilhante. Q 5ntendo. +lguém mais a amea%ouA Q Desde $ue me divorciei, n&o Q. 0lhei para o relógio com um gesto de impaci3ncia. Q -enente, estou exausta. ?uanto tempo mais vou ter $ue 'icar a$uiA Q ara come%ar, $uando todos os policiais houvessem deixado o prédio. 2ó ent&o poderia 'echar. *ertamente $ue teriam delimitado o per)metro do estacionamento detrás com a 'ita amarela da pol)cia, mas achei $ue antes deixariam $ue retirasse meu carro. 5nt&o pensei $ue era provável $ue isolassem todo o prédio e os dois estacionamentos. (&o poderia abrir no dia seguinte e tampouco no outro. 0u talvez voc3 n&o pudesse abrir antes $ue transcorresse muito mais tempo. Q (&o 'alta muito Q disse !"att, obrigando#me a voltar minha aten%&o para ele. Q ?uando voc3 se divorciouA div orciouA Q >á cinco anos atrás. or $ue voc3 perguntaA Q 0 seu ex#marido, criou#lhe problemasA Q ;asonA 6eu Deus, n&o. (em mesmo voltei a v3#lo desde o divórcio. Q 6as amea%ou voc3 ent&oA Q =oi um divórcio. 5le amea%ou acabar com meu carro. (unca 'ez, é claro#. (a verdade, amea%ou acabar comigo se eu alguma vez tornasse p4blica certa in'orma%&o.
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Q -em algum motivo para pensar $ue ele guarda rancor de voc3 por alguma coisaA +h, pelo menos era o $ue eu esperava. 5ra o motivo pelo $ual ainda dirigia o 6ercedes convers)vel. 6as neguei com a cabe%a. Q (&o vejo por $ue. 5le se casou novamente há alguns anos e, pelo $ue sei, está muito 'eliz. Q 5 ninguém mais amea%ou voc3 de $ual$uer outra 'ormaA Q (&o. or $ue está me 'azendo todas essas perguntasA 5ra imposs)vel ler sua express&o. Q + v)tima estava vestida de modo $uase id3ntico a voc3. 5la dirigia um convers)vel branco. ?uando a vi e percebi as semelhan%as, ocorreu#me $ue, a'inal, era poss)vel $ue o verdadeiro alvo 'osse voc3. =i$uei olhando bo$uiaberta para ele. Q mposs)vel. ?uer dizer, eu achei $ue estavam disparando em mim, mas só por$ue pensei $ue (icole tinha surtado. 5la é a 4nica pessoa com $uem tive problemas. Q Goc3 n&o teve nenhum con'ronto $ue possa ter encarado como sem import8ncia, mas $ue outra pessoa possa ter levado mais a sérioA Q (&o, nem mesmo uma pe$uena discuss&o Q. *omo eu vivo sozinha, minha vida tende a ser bastante pac)'ica. Q É poss)vel $ue um de seus 'uncionários esteja com raiva de voc3 por algum motivoA Q (&o $ue eu saiba e, em $ual$uer caso, todo mundo me conhece pessoalmente. 5 todo mundo conhece (icole. É imposs)vel $ue um deles tenha me con'undido com ela. +lém disso, todo mundo sabe onde eu estaciono, e n&o é na parte de trás do estacionamento. 5u n&o acho $ue isso tenha alguma coisa co isa a ver comigo, 'ora o 'ato de estar lá na hora errada. 5u n&o posso ajudá#lo e apontar o dedo para alguém $ue poderia ter algo contra mim. +lém disso, (icole era o tipo de pessoa $ue sempre se metia com os outros. Q Goc3 conhece alguma dessas pessoasA 37
Q 5la irritou cada uma das clientes mulheres de Nreat Bods, embora costumasse agradar aos homens por$ue tinha esse jeito de ser, como uma gatinha inocente. 5m todo caso, asseguro $ue o atirador era um homem, o $ue parece n&o ser bom, mas $ue nos leva @ $uest&o do ci4me. (icole é ... era ... o tipo de mulher $ue se entregaria ao jogo dos ci4mes. Q Goc3 conhecia algum de seus amigos ou alguém especialA Q (&o, eu n&o sei nada sobre sua vida privada. (&o éramos boas amigas. (unca conversamos sobre assuntos pessoais. !"att n&o havia tirado os meus olhos de cima de mim em nenhum momento, o $ue come%ava a me deixar nervosa. Geja voc3, ele tem os olhos de uma cor muito pálida, a$uele tom de verde $ue se destaca se a pessoa tem cabelos e sobrancelhas escuras, como era o caso. m homem loiro com olhos assim n&o seria t&o marcante, a menos $ue usasse r)mel nos c)lios e nas sobrancelhas e... es$ue%a. !"att n&o era do tipo $ue usasse r)mel. De $ual$uer 'orma, seu olhar era penetrante. ?uando o encarava, sentia#me como se estivesse presa. (&o gostava de t3#lo t&o perto. 5u 'uncionava muito melhor $uando ele mantinha uma certa dist8ncia. 2e tivéssemos um relacionamento, seria di'erente, mas nós n&o t)nhamos. 5 depois da minha 4ltima experi3ncia com ele, n&o estava disposta a me jogar no terreno emocional com alguém $ue se comportava de uma 'orma t&o radical. *ontudo, ele estava t&o perto $ue eu podia sentir o calor de suas pernas, assim $ue me a'astei mais alguns cent)metros. 6elhor. (&o era o ideal, mas estava melhor. Droga, por $ue ele n&o tinha 'icado lá 'ora na chuvaA 0 Detetive 6acnnes sabia como lidar com as coisas a$ui dentro. 2e !"att tivesse 'icado do lado de 'ora, eu n&o estaria tendo essas lembran%as muito n)tidas de como sua pele cheirava, o gosto $ue tinha, os sons $ue 'azia $uando 'icava... (&o. (&o vá por esse caminho. or$ue $uando ele 'icava... eu 'icava do mesmo jeito. Q BlairH Q ele disse, em um tom um pouco 'orte. 5u dei um pulo e voltei a me concentrar, na esperan%a de $ue ele n&o houvesse percebido por onde meus pensamentos vagavam. Q 0 $u3A Q erguntei se viu claramente o rosto do homemA 38
Q (&o, já disse tudo isso para o Detetive 6acnnes Q insisti. ?uanto tempo dedicaria a 'azer perguntas $ue eu já tinha respondidoA Q 5stava escuro e chovendo. ercebi $ue era um homem, mas nada mais. 0 carro era de cor escura e com $uatro portas, mas n&o poderia dizer a marca ou o modelo. Desculpe, mas mesmo $ue ele entrasse no escritório agora mesmo, n&o seria capaz de identi'icá#lo. 5le 'icou me olhando por um longo minuto, em seguida, levantou#se. Q Gou estar em contato com voc3 Q disse. Q or $u3A Q perguntei, sem esconder minha con'us&o. 5le era um tenente. 0s detetives se encarregariam do caso. 5le só tinha $ue supervisionar as opera%es gerais, a distribui%&o dos recursos humanos, dar o visto e esse tipo de coisas. 5le voltou a pressionar os lábios en$uanto olhava para mim, sentada ali. (&o havia d4vida: era evidente $ue eu o estava irritando como o diabo esta noite, o $ue me deu muita m uita satis'a%&o. Q +penas n&o saia da cidade Q ele disse, por 'im, mas na verdade resmungou a 'rase em vez de pronunciá#la. Q 5nt&o sou uma suspeita Q eu disse encarando#o, en$uanto procurava pelo tele'one. Q Gou chamar meu advogado. + m&o dele caiu com 'or%a sobre a minha antes $ue eu pudesse pegar o celular. Q Goc3 n&o é suspeita Q. 5le ainda estava rosnando, mas agora estava muito, mas muito perto mesmo, inclinando#se sobre mim da$uele jeito, com seus olhos verdes lan%ando um claro aviso de irrita%&o en$uanto me 'itava. erguntem#me se por acaso eu sou das $ue deixam as coisas como est&o. Q 5nt&o, se eu $uiser, eu vou sair do diabo desta cidade Q eu disse, puxando a m&o $ue estava debaixo da dele e cruzando meus bra%os.
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*+-/0 M =oi assim $ue acabei na delegacia @ meia#noite, custodiada por um en'urecido tenente da pol)cia. 5le me levou até seu gabinete, empurrou#me para uma cadeira e voci'erou: Q +gora, 'i$ue a$uiH Q e saiu. 5u mesmo estava $ueimando de raiva. -inha dito a ele o $ue pensava no caminho para a delegacia de pol)cia, sem usar palavras amea%adoras ou irreverentes, é claro, já $ue provavelmente teria usado isso como uma desculpa para me deter de verdade. 5 tenho certeza $ue teria 'eito, por$ue estava com muita raiva. +gora já n&o tinha mais nada a dizer, exceto se entrasse no terreno pessoal, o $ue n&o pensava em 'azer. +ssim, além de estar com raiva, também me sentia 'rustrada. 5ndireitei#me de um salto assim $ue ele saiu e 'echou a porta e, só para deixar clara minha posi%&o, sentei#me na cadeira dele. 5ngula essaH ;á sei. =oi uma atitude in'antil. 6as sabia $ue, in'antil ou n&o, deixaria ele muito irritado. 5 tirá#lo do sério estava se tornando algo t&o divertido $uanto dar uns amassos com ele. 5ra uma cadeira grande. -inha de ser, por$ue ele era um homem grande. +lém disso, era de couro, o $ue me agradou. Dei um giro completo. 0lhei as pastas de ar$uivos sobre a mesa, mas 'ui rápida, pensando $ue isso provavelmente era um delito, uma 'alta, ou algo assim. (&o vi nada interessante sobre alguém conhecido. +bri a gaveta do meio da escrivaninha e tirei uma caneta, depois procurei um bloco de notas nas outras gavetas. ?uando encontrei um, colo$uei#o sobre as pastas em cima da mesa e comecei a escrever uma lista de $ueixas contra dele. (em todas, é claro, somente a$uelas $ue tinha cometido na$uela noite. 5le voltou com uma *oca#*ola Diet, e 'icou surpreso ao ver#me sentada em sua mesa. =echou a porta devagar e deliberadamente, e com uma voz pro'unda, como se vinda das trevas, perguntou: Q ode#se saber o $ue está 'azendoA Q +notando todas as coisas $ue voc3 'ez, para eu n&o es$uecer de nada $uando 'alar com o meu advogado.
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Depositou a *oca#*ola em cima da mesa com um ba$ue e arrancou o bloco de notas das minhas m&os. Girou#o, leu a primeira anota%&o e olhou para mim, 'ranzindo a testa. Q 6altratar a testemunha e causar#lhe hematomas em um bra%o Q ele leu. Q sso é um monte de mer... /evantei meu bra%o es$uerdo e mostrei#lhe as marcas $ue tinha deixado na parte de trás, $uando me 'or%ou a entrar em seu carro. 5le parou no meio da 'rase. Q n'erno Q ele disse baixinho, a raiva desvanecendo. Q Desculpe, n&o tive inten%&o de machucá#la. 2im, claro. 5 por isso tinha me largado como uma batata $uente, dois anos antes. 5le tinha me 'erido, de'initivamente, e isso n&o podia ser negado. 5 n&o tinha tido a dec3ncia de me dizer por $ue, o $ue me deixava 'uriosa. 5le sentou na beirada da mesa com um gesto brusco e continuou a leitura. Q Deten%&o ilegal. 2e$uestro... se$uestroA Q Goc3 me tirou @ 'or%a do meu escritório e me trouxe para um lugar onde eu n&o $ueria estar. ara mim, isso soa como se$uestro. 5le bu'ou e continuou lendo minha lista de $ueixas, entre as $uais estavam inclu)dos o uso de linguagem chula, uma atitude presun%osa e má educa%&o. (em se$uer tinha agradecido pelo ca'é. +h, também continha outros termos legais, tipo coa%&o, assédio e abuso de autoridade, além de me impedir de chamar meu advogado, embora eu n&o tenha deixado escapar nenhum detalhe. 6alditoH ?uando chegou ao 'inal da lista come%ou a sorrir. (&o $ueria $ue ele sorrisse. ?ueria $ue percebesse o $uanto tinha sido grosso. Q -rouxe uma *oca#*ola Diet para voc3 Q disse, e deslizou a lata para mim. Q *ertamente voc3 já teve muito ca'é. Q 6uito obrigada Q eu disse, para destacar a di'eren%a entre os seus modos e os meus. 6as n&o abri a lata. ;á tinha o est7mago muito agitado depois de tanta ca'e)na. +lém disso, como uma o'erta de paz, a *oca#*ola Diet n&o valia nada, especialmente por$ue eu sabia $ue !"att tinha sa)do do gabinete para dar uma pe$uena pausa antes $ue perdesse o controle e tentasse me estrangular. + *oca#*ola Diet 'oi uma desculpa de 4ltima hora, para dar a 41
entender $ue 'ora atencioso comigo $uando, na verdade, só $ueria salvar a própria pele, por$ue certamente estrangular uma testemunha seria uma mancha na sua carreira. (&o $ue eu 'osse uma testemunha de grande import8ncia, mas em todo caso era tudo o $ue tinham. Q +gora, saia da minha cadeira. Dei um sopro para a'astar meu cabelo da 'rente dos olhos. Q (&o terminei minha lista. Devolva meu bloco de notas. Q Blair, saia da minha cadeira. Nostaria de dizer $ue me comportei como uma pessoa adulta, mas já tinha ultrapassado o ponto em $ue poderia 'azer isso. 2egurei com 'or%a os bra%os da cadeira, encarei#o e disse: Q 0brigue#me. Droga, eu $ueria n&o ter dito isso. Depois de uma rápida e humilhante luta, eu estava de volta na cadeira em $ue tinha sido originalmente deixada, ele havia recuperado a dele, parecendo 'urioso de novo. Q n'erno Q disse ele, es'regando a mand)bula onde a sombra de uma barba a tornava mais escura. Q 2e voc3 n&o se comporta... sabe o $u&o perto esteve de ser colocada nos meus joelhos, em vez de ser deixada nessa cadeiraA 0pa. De onde veio issoA nclinei#me para trás alarmada. Q 0 $u3A Q (&o aja como se n&o soubesse o $ue $uero dizer. 5 também n&o engoli a$uela sua encena%&o de antes, sabeA 5u sei $ue voc3 se lembra de mim. Goc3 esteve nua em meus bra%os. Q sso n&o é verdadeH Q exclamei, escandalizada. or acaso ele estava me con'undido com outraA 5stou completamente certa de $ue me lembraria disso. É verdade $ue tinha tirado algumas roupas, mas de maneira alguma tinha 'icado nua. !"att olhou para mim com um sorriso torto.
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Q ?uerida, acredite em mim. ?uando tudo $ue voc3 está usando é uma reduzida saia puxada para cima em torno da sua cintura, voc3 está nua. -remi um pouco por$ue isso, na verdade, me parecia 'amiliar. /embrei# me da ocasi&o. =oi no segundo encontro. 5le estava no so'á, eu montada nele, seus dedos dentro de mim, e tinha sido por um triz $ue n&o mandara o controle de natalidade para o in'erno e aproveitado o momento. =i$uei vermelha, n&o de vergonha, mas por$ue estava come%ando a 'azer um calor descon'ortável no gabinete. 0 termostato do ar condicionado do prédio precisava ser ajustado para alguns graus a menos. (o entanto, n&o ia desistir da luta pelo simples 'ato de me sentir totalmente revirada por dentro. Q (ua $uer dizer completamente sem roupas, assim $ue, por sua própria descri%&o, eu de'initivamente n&o estava nua. Q 5nt&o agora voc3 se lembraA Q ele disse com satis'a%&o. Q 5 n&o seja t&o detalhista. Goc3 estava t&o bem $uanto nua. Q 5xiste uma di'eren%a Q eu disse, sem abrir m&o de minha teimosia. Q 5 sim, eu lembro $ue demos uns amassos. 5 da)A Q ?uer dizer $ue já 'icou nua na 'rente de um homem tantas vezes $ue isso já n&o tem mais import8nciaA Q ele perguntou, apertando os olhos. 5stava cansada de 'ingir. 5le n&o estava engolindo a$uilo, de $ual$uer jeito. =itei#o nos olhos e disse Q 5videntemente 5v identemente $ue a$uela vez n&o teve maior import8ncia, também. 5le 'ez uma careta. Q +iH 5u sei $ue te devo uma explica%&o. 2into muito... Q oupe o '7lego. 0 momento para explica%es 'oi há muito tempo. Q =oiA Q 5u segui em 'rente. Goc3 n&oA Q ensava $ue sim Q disse ele, com a cara amarrada. Q 6as $uando recebi a chamada dizendo $ue havia um caso de assassinato em Nreat Bods, e $ue a v)tima era uma mulher com cabelos loiros eu... Q ele se interrompeu, e ent&o disse: Q6erda.
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0lhei#o pestanejando, 'rancamente surpresa. +gora $ue pensava nisto, suas primeiras palavras para mim 'oram 9Goc3 está bemA9 5 tinha ido para a cena do crime, sob a chuva, para ver o corpo de (icole antes de entrar. (a$uelas alturas certamente o rádio já tinha transmitido o nome da v)tima, mas talvez n&o, até $ue pudessem noti'icar a 'am)lia. 5u 5 u n&o tinha idéia de $uem era a 'am)lia de (icole nem onde vivia, mas com certeza havia um parente próximo indicado no 'ormulário de inscri%&o de Nreat Bods, a 'icha $ue o Detetive 6acnnes tinha levado. obre (icole. -inha se convertido em uma imitadora psicótica, mas me incomodava $ue seu corpo 'icasse estirado na chuva por tanto tempo, en$uanto os policiais inspecionavam a cena do crime. 5u sabia $ue as investiga%es nesses casos eram longas, e a chuva estava di'icultando o trabalho da pol)cia. 6as isso n&o importa, por$ue a tinham deixado ali por umas boas tr3s horas antes de permitir sua trans'er3ncia. !"att estalou os dedos na 'rente do meu rosto. Q Goc3 continua divagando. *ara, como eu $ueria morder a$ueles dedos. 5u odeio $uando as pessoas 'azem esse tipo de coisa, $uando um simples aceno bastaria para captar minha aten%&o. Q Bem, desculpe#me. 5stou exausta e testemunhei um assassinato hoje, mas sei $ue é terrivelmente rude da minha parte n&o permanecer 'ocada nos assuntos de seu interesse. 0 $ue voc3 diziaA 5le me estudou por um momento, depois sacudiu a cabe%a. Q (&o importa. Goc3 está exausta e eu tenho $ue cuidar de uma investiga%&o de assassinato. Nostaria $ue n&o estivesse envolvida nisso, mas voc3 está, ent&o vai me ver de novo, $uer $ueira ou n&o. +penas pare de 'azer press&o, está bemA Deixe#me 'azer o meu trabalho. +dmito $ue n&o consigo me concentrar $uando tenho voc3 na minha 'rente me deixando louco. Q 5u n&o o deixo louco Q respondi irritada. Q 5stá claro $ue voc3 já era louco antes $ue eu o conhecesse. osso ir para casa agoraA 5le es'regou os olhos, obviamente tentando controlar seu mau humor. hum or. Q +guarde alguns minutos. Gou levá#la para casa.
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Q +lguém poderia me levar de volta para Nreat Bods. reciso pegar meu carro. Q 5u disse $ue vou levá#la para casa. Q 5 eu disse $ue preciso do meu carro. Q Gou levá#lo para voc3 amanh&. (&o $uero voc3 bagun%ando a cena do crime. Q Ttimo. Gou chamar um táxi para me levar para casa. (&o é necessário $ue se envolva Q. /evantei#me e peguei minha bolsa pronta para sair pela porta. 5speraria na cal%ada, mesmo $ue ainda estivesse chovendo, até $ue um táxi viesse. Q Blair. 2ente#se. 5ssa era a coisa ruim a respeito dele ser um policial. 5u n&o sabia exatamente onde terminava sua autoridade o'icial e onde come%ava a $uest&o pessoal. -ambém n&o sabia com exatid&o em $ue terreno legal me movia. 5stava muito certa $ue podia sair e $ue n&o haveria nada $ue ele pudesse 'azer a respeito Q legalmente 'alando Q, mas sempre havia uma pe$uena possibilidade de $ue estivesse errada, e uma grande possibilidade de $ue ele me obrigasse a 'icar, $uer isso 'osse legal ou n&o, e eu n&o $ueria ter outra briga com ele. Brigar era péssimo para o meu autocontrole. 2entei#me, contentando#me em encará#lo com uma raiva teimosa. -inha uma inc7moda suspeita de $ue ele pretendia voltar ao n)vel pessoal comigo, e eu n&o $ueria ir por esse caminho novamente. *om isso em mente, $uanto menos contato tivéssemos, melhor. 5u tenho uma regra: vá embora, rasteje para voltar. 2e um homem 'az o primeiro, ent&o terá de 'azer o segundo para voltar a 'icar em bons termos comigo. osso lidar com uma discuss&o, por$ue nesse caso pelo menos voc3 está se comunicando, mas deixar#me sem me dar a oportunidade para esclarecer as coisas, isso é muito, muito errado. 2ei $ue parece $ue tenho de superar algo comigo mesma, mas a verdade é $ue me senti muito magoada $uando peguei ;ason beijando minha irm& ;enni Ce superei isso, por$ue sabia $ue o divórcio seria melhor para ambos. (&o só por$ue ;enni tinha me tra)do, mas também por$ue tinha realmente amado ;ason. (ossos primeiros dois anos 'oram muito 'elizes. elo menos eu estava 'eliz e acho $ue ele também estava. É verdade $ue 'omos nos distanciando e 45
$ue deixei de amá#lo, mas isso n&o signi'ica $ue tivesse renunciado ao nosso casamento. 5stava disposta a 'azer um es'or%o para tentar me aproximar dele novamente. 6as $uando o vi beijando ;enni, senti como um soco no est7mago, e ent&o soube $ue seguramente há muito tempo ele me enganava. (&o com ;enni. ensei $ue provavelmente era a primeira vez $ue a tocava. 6as ele n&o estava apaixonado por ela, o $ue signi'icava $ue tinha 'eito apenas por$ue ;enni era linda e estava dispon)vel. -ambém signi'icava signi' icava $ue era muito provável prov ável $ue tivesse 'eito isso com outras mulheres. ;ason nem se$uer tinha tentado 'azer nosso casamento 'uncionar. 5mocionalmente ele havia me deixado há muito tempo, sem $ue eu percebesse. 5 $uando percebi, 'ui direto ao ponto. (&o 'i$uei chorando no ombro de ninguémX imediatamente constru) uma vida nova e grati'icante para mim. 6as isso n&o $uer dizer $ue tenha sa)do ilesa de mágoas emocionais muito pro'undas. +s 'eridas curam. 5, em todo o caso, n&o sou do tipo $ue 'ica apenas se lamentando. +prendi com a experi3ncia e de'ini novas diretrizes e critérios para mim. m desses critérios é $ue se um homem sai de um relacionamento sem tentar esclarecer as coisas, n&o merece $ual$uer es'or%o da minha parte, a menos $ue prove $ue pretende seriamente uma segunda chance. !"att n&o tinha provado nada ainda. 5 n&o era o tipo de homem $ue rastejasse de volta. +ssim, a ideia de $ue voltássemos a 'icar juntos outra vez era praticamente imposs)vel. 5le empurrou a lata de *oca#*ola na minha dire%&o. Q Beba isto. -alvez a ajude a se re'rescar. ?ue diabos. De $ual$uer 'orma, muito provavelmente n&o conseguiria dormir na$uela noite. +bri a lata e tomei um gole, em seguida, 'ixei meu pensamento nas $uestes mais práticas. Q +ssumo $ue n&o vai ter jeito de por a academia para 'uncionar amanh&. Q Bom palpite. Q ?uanto tempo levará para $ue possa abrirA m diaA DoisA Q 0 tempo varia. Gou tentar desenvolver as coisas o mais rápido poss)vel, mas n&o posso deixar passar nada. rovavelmente levará um par de dias. 2into muito por suas perdas 'inanceiras, mas ... 46
Q +h, n&o vou perder dinheiro algum, n&o é isso. + grande maioria dos clientes paga uma taxa anual por$ue é mais barato $ue pagar uma mensal. (&o o'ere%o inscri%es por menos de um m3s. É a inconveni3ncia para os clientes $ue n&o me agradaX sei $ue é uma ninharia comparada ao assassinato, mas como proprietária de uma empresa, a dura realidade é $ue tenho de cuidar dos meus clientes ou o meu negócio vai so'rer. 5le me olhou pensativo, como se n&o esperasse $ue eu 'osse t&o prática. sso me irritou, por$ue ele tinha sa)do comigo tr3s vezes, e se tivesse prestado aten%&o em alguma coisa $ue n&o 'osse apenas o meu corpo, teria percebido $ue eu n&o era uma cabe%a oca. -alvez eu até devesse estar surpresa por ele me reconhecer, por$ue, evidentemente, há dois anos atrás ele n&o tinha olhado mais acima dos meus seios. éssimo pensamento, por$ue ele de'initivamente tinha olhado para os meus seios. 5 tocado. 5 chupado. 0lhem, essa coisa de seios n&o é comigo Q para mim s&o mais uma irrita%&o do $ue uma 'onte de prazer Q, mas n&o havia como evitar a intimidade da lembran%a, e isso $ue me 'ez corar novamente. Q 6eu Deus Q disse ele Q o $ue voc3 está pensando agoraA Q or $u3A 0 $ue voc3 $uer dizerA Q como se eu 'osse dizer a ele o $ue eu estava pensando. Q Goc3 esta corando de novo. Q +h, éA 2into muito. É $ue tenho menopausa precoce e me v3m essas ondas de calor Q $ual$uer coisa, contanto $ue recuperasse o terreno perdido. 5le sorriu, um rápido 'lash 'l ash de dentes brancos. Q 0ndas de calor, heinA Q 6enopausa prematura n&o é para maricas. 5le soltou uma gargalhada e recostou#se na grande cadeira de couro para me observar por um momento. ?uanto mais ele olhava, ol hava, mais in$uieta eu 'icava. /embram#se do $ue eu disse sobre o jeito como olhavaA 5u me senti como um rato observado por um gato... $uero dizer, um gato gato 'aminto. Durante todo o tempo eu n&o tinha pensado um 4nico momento no $ue estava usando, mas, de repente, 'i$uei consciente de estar vestindo um top rosa $ue deixava a barriga descoberta, além de cal%as justas de "oga. 0 jeito como olhou para mim 'ez eu me sentir como se estivesse com muita pele exposta, e $ue ele estava lembrando
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de já ter visto muito mais do $ue estava vendo agora. ior ainda, $ue planejava ver mais de mim novamente. +$uele era o e'eito $ue ele sempre teve sobre mim: $uando olhava para mim, eu 'icava muito consciente da minha 'eminilidade Q e $ue ele era homem, com todos os seus atributos e pe%as. Goc3s sabem: a ponta + se encaixa na abertura B. ?uando eu chegava perto dele, tudo o $ue conseguia pensar era em pontas e aberturas. 5le pegou a caneta com a $ual escrevi minha lista e tamborilou#a rapidamente na mesa. Q Goc3 n&o vai gostar do $ue vou dizer. Q (&o gostei de nada do $ue disse até agora, ent&o n&o vai ser nenhuma surpresa. Q D3 uma 'olga Q ele advertiu em um tom seco. Q sso n&o é sobre nós. Q (&o presumi $ue 'osse. 5 n&o existe nenhum 9nós9 Q. (&o podia conceder a ele nem mesmo uma polegada de bene')cio da d4vida ou de uma trégua. (&o $ueria lidar com ele. ?ueria o Detetive 6acnnes de volta. v olta. 5videntemente !"att decidiu $ue tentar argumentar comigo era uma causa perdida. (&o era o caso. (ormalmente sou muito razoável... exceto $uando se trata dele. or alguma raz&o, r az&o, ele n&o captou esse desa'io verbal. Q -entamos controlar toda a in'orma%&o $ue é dada @ imprensa sobre um assassinato, mas @s vezes é imposs)vel. ara levar a cabo uma investiga%&o, precisamos 'alar com as pessoas e perguntar se alguém viu um homem dirigindo um sedan escuro de $uatro portas próximo @ cena do crime. sso já está em andamento. +gora, temos mantido repórteres longe da cena do crime, mas eles est&o do outro lado da 'ita amarela com suas c8meras e lentes teleobjetivas. Q 5 da)...A Q n&o entendia onde $ueria chegar. Q(&o é preciso ser um g3nio para colocar dois e dois juntos e saber $ue voc3 poderia ter testemunhado. 5stávamos na sua academia, voc3 estava conosco e deixou o lugar no meu carro... Q *onsiderando essa cena, o mais provável é $ue pensem $ue sou suspeita.
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m canto da sua boca se curvou $uando lembrou da luta para me colocar em seu carro. Q (&o, eles provavelmente só v&o pensar $ue voc3 estava muito chateada com o $ue aconteceu Q. 5le bateu a caneta sobre a mesa novamente. Q 5u n&o posso impedi#los de 'alar sobre voc3. 2e um suspeito 'oi visto, obviamente há uma testemunha. 2ua identidade é igualmente óbvia. +manh& estará nos jornais. Q 5 por $ue isso é um prob...A 0h... Q eu seria mencionada nos jornais como testemunha de um assassinato. + pessoa $ue mais se preocuparia seria ninguém mais do $ue o próprio assassino. 0 $ue 'azem os assassinos para se protegerA 5les matam $uem $uer $ue os ameace. sso é o $ue eles 'azem. 0lhei para ele com horror. Q +i, merda. Q 2im, disse ele Q é exatamente a mesma conclus&o a $ue cheguei.
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*+-/0 O 6il coisas passaram pela minha cabe%a. Bem, pelo menos seis ou sete, em todo o caso, por$ue mil é muito. -ente contar seus próprios pensamentos e ver $uanto tempo leva para chegar a mil. +lém disso, nenhum dos meus pensamentos era bom. Q 6as se nem mesmo sou uma boa testemunhaH Q gemi Q. 5u n&o poderia identi'icá#lo, mesmo se minha vida dependesse disso Q. 6ais uma vez, n&o era um pensamento muito apropriado, por$ue ele poderia se cumprir. c umprir. Q sso ele n&o sabe. Q -alvez tenha sido o namorado dela. (ormalmente é o namorado ou o marido, certoA ode ter sido um crime passional e ele n&o é um assassino real, ent&o vai con'essar $uando voc3 o pegar Q. +$uilo n&o era imposs)vel, certoA 0u seria pedir demaisA Q ode ser $ue sim Q disse ele, mas sua express&o n&o era t&o esperan%osa. Q 5 o $ue aconteceria se n&o 'osse o noivoA 5 se 'osse uma transa%&o de drogas ou algo assimA Q /evantei#me e comecei a andar em torno do gabinete, $ue n&o era grande o su'iciente para se andar de verdadeX havia muitos obstáculos, tais como armários e pilhas de livros. 6ais $ue andar, eu me movimentava es$uivando#se das coisas. Q (&o posso deixar o pa)s. (em se$uer me deixa sair da cidade, o $ue, nestas circunst8ncias, é uma situa%&o bastante desagradável, desagradável, n&o achaA (em poderia me impedir, pensei, n&o sem antes me deter ou manter em pris&o preventiva, e desde $ue eu n&o conseguia identi'icar o assassino, n&o acho $ue poderia se justi'icar perante o juiz. 5nt&o, por $ue ele me disse para n&o sair da cidadeA 5 por $ue me disse isso $uando a resposta mais óbvia e mais inteligente teria sido cair 'ora o mais rápido poss)velA 5le ignorou o meu comentário a respeito. Q 0 mais provável é $ue voc3 esteja certa e $ue a 2ta. NoodRin tenha sido assassinada por um motivo pessoal. *om sorte, vamos ter isso resolvido em um par de dias. Q 5m um par de dias Q eu repeti. 5m um par de dias, muitas coisas podiam acontecer. ara come%ar, eu poderia morrer. (&o tinha nenhuma 50
inten%&o de 'icar para ver como isso ia acontecer. +pesar do $ue tinha dito o tenente BloodsRorth, pensava em sair da cidade. ara o in'erno com a sua permiss&o, $ue, além disso, provavelmente eu n&o precisava. ?uando descobrisse $ue eu tinha ido embora, já seria tarde demais. ediria a 2ianna $ue entrasse em contato com ele e lhe dissesse $ue, se precisasse de mim, $ue contatasse com ela, por$ue, obviamente, eu diria a minha 'am)lia onde estava. 5m $ual$uer caso, era poss)vel $ue Nreat Bods tivesse $ue 'echar um par de dias, ent&o eu tiraria umas pe$uenas 'érias. =azia tempo $ue n&o me rendia aos caprichos da rata de praia $ue havia em mim, ent&o estava na hora. ?uando chegasse em casa dormiria algumas horas, se conseguisse. 2e n&o, 'aria as malas. 5staria pronta para ir, logo $ue me devolvessem o carro. Q (&o posso prescindir de nenhum dos homens de plant&o, nem poderia justi'icar isso, já $ue n&o há nenhuma amea%a $ue se possa dar crédito, sem mencionar o 'ato de $ue voc3 n&o é exatamente uma testemunha, já $ue n&o pode identi'icar ninguém Q. !"att se recostou na cadeira e me deu uma olhada amea%adora. Q Gou dar uma declara%&o @ imprensa a'irmando $ue há testemunhas an7nimas $ue viram um homem deixando o local. sso deve desviar a aten%&o de voc3 . Q 5i, isso seria ótimo Q eu disse, recuperando a anima%&o. 2e houvesse mais de uma testemunha, matar#me n&o serviria de nada, certoA (&o $ue eu tivesse a inten%&o de 'icar para descobrir. 5 agora $ue pensava nisto, alguns dias na praia sem 'azer nada parecia per'eito. -inha um bi$u)ni tur$uesa maravilhoso, comprado no ano passado e $ue n&o tivera chance de usar. -i''an", a rata de praia $ue havia em mim, praticamente ronronava de excita%&o. /evantei#me, peguei o bloco de notas antes $ue ele pudesse me impedir e arran$uei a primeira página. or acaso pensaram $ue iria es$uecer a lista de $ueixasA 5n$uanto dobrava cuidadosamente a 'olha, disse: Q 5stou pronta para ir para casa agora. (a verdade, -enente BloodsRorth, voc3 poderia ter me contado tudo isso na academia, n&o achaA (&o tinha por$ue me maltratar e me arrastar para cá na 'rente de todo mundo, só para provar $ue é um policial mach&o Q. 5miti uns ru)dos guturais, ao estilo de -im +llen, algo $ue agora me arrependo. 5le apenas olhou para mim como se a$uilo o divertisse e 'ez um gesto com o dedo.
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Q D3#me isso. Dei uma bu'ada: Q *aia na real. 6esmo $ue voc3 a rasgue, acha $ue n&o lembraria do $ue está na listaA Q 5sta n&o é a $uest&o. D3#me. 5m vez de lhe entregar a lista, guardei#a na minha bolsa e 'echei o z)per. Q 5nt&o do $ue se trataA or$ue parece $ue perdi alguma coisa a$ui. 5le se levantou com uma eleg8ncia suave e poderosa $ue me 'ez recordar $ue era um atleta. Q + $uest&o Q ele disse, dando a volta na mesa e calmamente retirando bolsa de mimQ é $ue os homens da sua vida provavelmente a deixariam escapar do assassinato Q 'alando de modo 'igurativo Q por$ue voc3 é um in'erno de t&o bonita, mas eu n&o vou por esse caminho. Goc3 está no meu território e eu disse para voc3 me entregar a lista, ent&o se voc3 n&o 'izer isso, vou ter $ue tomá#la de voc3. 5ssa é a $uest&o. 0bservei en$uanto ele abria minha bolsa e retirava a lista, guardando#a no bolso. 5u poderia ter me lan%ado em outra luta indigna, mas mesmo $ue tivesse sa)do vitoriosa, o $ue n&o era muito provável, tomar a lista dele signi'icava en'iar a m&o no seu bolso, e eu n&o nasci ontem. 5ssa era uma batalha em $ue seria mais inteligente se eu n&o lutasse. 5m vez disso, dei de ombros. Q 5nt&o 'arei uma lista assim $ue chegar em casa, onde, aliás, eu já gostaria de estar desde há uma hora atrás. 5 outra coisa, voc3 realmente devia trabalhar este seu problema de tornar tudo pessoal, -enente BloodsRorth Q. *ontinuava chamando#o assim, em vez de !"att, por$ue sabia $ue o irritava ao extremo. Q (o seu trabalho, isso poderia ser um verdadeiro problema. Q 0 $ue há entre nós é decididamente pessoal Q respondeu e me entregou a bolsa. Q (&o. (&o estou interessada. 2into muito. osso ir para casa, por 'avorA Q -alvez se n&o parasse de 'alar isso, ele se cansasse de ouvir. -erminei minha 'rase com um grande bocejo, e juro $ue n&o era 'also. *obri a boca com a m&o, mas era um da$ueles bocejos $uebra#mand)bulas $ue se apoderou de mim e n&o parava mais. -inha lágrimas nos olhos $uando acabou. Q Desculpe#me Q repeti, e es'reguei os olhos.
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5le sorriu. +$ueles olhos malditos. Q 2e voc3 continuar dizendo $ue n&o está interessada, talvez $uando tenha noventa anos eu acredite em voc3. Genha, vou levá#la para casa antes $ue voc3 caia Q acrescentou, e antes $ue eu pudesse responder a sua primeira 'rase, colocou a m&o na minha cintura e 'oi comigo com igo até a porta. Q =inalmenteH Q =i$uei t&o 'eliz por ter 'eito progresso no meu retorno para casa, $ue nem prestei a devida aten%&o onde sua m&o estava ou como isso parecia. 5le se inclinou para a 'rente e abriu a porta. ?uando passei, senti $ue uma centena de pares de olhos se voltaram para nós. atrulheiros uni'ormizados, detetives @ paisana, algumas pessoas $ue claramente estavam lá contra a vontade... 0 departamento de pol)cia era um ninho cheio de atividade, apesar de ser t&o tarde. 2e eu tivesse prestado aten%&o, teria notado o murm4rio de vozes e to$ues de tele'ones do lado de 'ora do gabinete 'echado, mas tinha estado concentrada em minha luta contra !"att. Gi uma multid&o de expresses: curiosidade, divers&o, interesse mórbido. + 4nica express&o $ue n&o vi, pensei nesse momento, 'oi de surpresa. *onsegui notar $ue o Detetive 6acnnes escondeu um sorriso e depois se virou para se concentrar nos papéis em sua mesa. Bem, o $ue eu esperavaA (&o só tinham testemunhado nossa muito p4blica discord8ncia, $ue terminou com ele me empurrando para o seu carro Q apenas a parte p4blica tinha terminado, n&o nossa discord8ncia Q mas agora percebia $ue !"att devia ter dito algo, insinuando $ue t)nhamos um relacionamento pessoal. +$uele rato trai%oeiro esteve tentando por um 'im nas minhas obje%es, e mais importante, $uis ter certeza $ue nenhuma da$uelas pessoas iria intervir na nossa discuss&o. Q Goc3 acha $ue é t&o esperto Q murmurei $uando entramos no elevador. Q +cho $ue n&o sou, do contrário, 'icaria longe de voc3 Q replicou calmamente, en$uanto apertava o bot&o para o andar térreo. Q 5nt&o, por $ue voc3 e seu alto ? n&o v&o atrás de alguém $ue $ueira voc3A
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Q +h, voc3 me $uer. Goc3 n&o gosta disso, mas voc3 me $uer. Q ?ueria. retérito imper'eito. *omo se costuma dizer, n&o agora. Goc3 teve sua chance. Q *ontinuo tendo. -udo o $ue nós 'izemos 'oi dar um tempo. 0lhei#o aturdida com o $ueixo ca)do. Q Goc3 chama dois anos de Kdar um tempoFA -enho más not)cias para voc3, garot&o: suas chances acabaram no 'inal do nosso 4ltimo encontro. 0 elevador parou e as portas se abriram Q n&o era uma longa viagem entre os tr3s andares Q e !"att 'ez a coisa da m&o#na#minha#cintura de novo, me guiando até o exterior de um pe$ueno hall de entrada e na dire%&o do estacionamento. + chuva tinha parado, 'elizmente, embora ainda escorresse dos 'ios elétricos e árvores. 0 carro dele, um *roRn Gic branco, estava estacionado no $uarto espa%o com uma placa $ue dizia: 9-enente BloodsRorth9. 0 estacionamento era 'echado e rodeado por uma cerca de metal, de modo $ue n&o havia repórteres @ espera na entrada. De $ual$uer 'orma, n&o seriam muitos. 5m nossa cidade havia um jornal diário e um semanal, $uatro esta%es de rádio e um canal de televis&o a'iliado a +B*. (o caso de todos os jornais e meios de comunica%&o enviarem um repórter, estariam me esperando um total de sete pessoas. 2ó para dar uma de espertinha, 'iz men%&o de abrir a porta de trás. !"att soltou um grunhido e puxou#me para 'rente, en$uanto abria a porta do passageiro. Q Goc3 é um pé no saco, sabeA Q 5m $ue sentidoA Q sentei#me e colo$uei o cinto de seguran%a. Q (&o sabe $uando parar de pressionar Q. =echou a porta com um golpe e deu a volta até a porta do motorista. 5mbarcou, colocou o carro em marcha e se virou para olhar para mim en$uanto apoiava o bra%o na parte de trás do assento. Q +gora $ue n&o estamos no elevador, onde uma c8mera observa cada um dos nossos movimentos, diga#me novamente como minhas chances com voc3 acabaram e $ue n&o me $uer mais. 5stava me desa'iando. (a verdade, estava me provocando para $ue dissesse algo precipitadamente e lhe desse um motivo para 'azer alguma coisa igualmente precipitada, como me beijar. +s luzes do estacionamento eram 54
'ortes o su'iciente para $ue percebesse o brilho em seus olhos en$uanto ele esperava por minha resposta. 5u $ueria disparar um ata$ue verbal contra ele, mas com isso estaria 'azendo seu jogo e estava muito cansada, e sabia $ue minhas energias n&o eram das melhores na$uele momento. 5nt&o decidi soltar um enorme bocejo e murmurei: Q sso n&o pode esperarA 5stou t&o cansada $ue nem estou enxergando direito. 5le aba'ou uma risada ao vvirar#se irar#se e prendeu o cinto de seguran%a. Q *ovarde Q disse. *erto, ent&o ele n&o engoliu a$uilo. 6as o $ue importa é $ue tinha decidido n&o insistir. 5, bom, eu mostrei a ele do $ue era capaz. ill Q a urbaniza%&o tem o nome de Beacon >ills, o $ue é t&o original, $uero dizer, com todas as ruas $ue sobem e descem as colinas. 0s condom)nios de Beacon >ill compreendem onze edi')cios separados, cada um contendo $uatro unidades de tr3s andares. 5u vivo no terceiro edi')cio, primeira unidade, o $ue signi'ica $ue tenho janelas voltadas para tr3s lados, e n&o apenas dois. +s unidades das pontas s&o mais caras $ue as do meio, mas para mim valeu a pena pelas janelas. 0utra grande vantagem é o abrigo na lateral onde posso estacionar o carro. 0s moradores do meio tem $ue estacionar na rua. 2im, o abrigo também encareceu o valor das unidades das pontas. 6as e da)A 5u n&o tinha $ue estacionar o 6ercedes a céu aberto, de
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modo $ue valia seu pre%o. !"att já tinha estado ali, e estacionou o carro sob a cobertura. >avia uma entrada principal, é claro, mas também tinha uma porta de liga%&o para o abrigo com um pe$ueno corredor e uma área na entrada, onde estava a má$uina de lavar e secar roupa, $ue levava para a cozinha. ?uase nunca usava a entrada principal, exceto $uando alguém me trazia para casa depois de um encontro, e as luzes na entrada lateral estavam acesas gra%as a um temporizador. +cendiam @s nove da noite, de modo $ue nunca precisava encontrar o caminho no escuro. eguei minha bolsa e retirei as chaves. Q 0brigada por me trazer para casa Q disse muito 'ormal. (em mesmo insinuei $ue teria pre'erido tomar um táxi. 5le se inclinou sobre mim, muito próximo, e instintivamente pressionei as chaves $ue tinha na m&o, apenas no caso de $uerer tomá#las. Q ?uero dar uma olhada nas 'echaduras das janelas j anelas e portas. Q apai vai 'azer isso amanh&. Gou 'icar bem esta noite, por$ue ninguém vai saber $ue sou uma testemunha até $ue saia nos jornais amanh&. Q 2eu pai entende de $uestes de seguran%aA (&o mais do $ue eu, mas, veja, eu tinha um alarme e era capaz de veri'icar o estado de minhas próprias janelas e portas. Q -enente BloodsRorth Q eu disse, com toda a 'irmeza $ue pude reunir em meio a um bocejo. Q Gá para casa. Deixe#me em paz Q. 5n$uanto 'alava, abri a porta e me deslo$uei para blo$uear a entrada dele. 5le inclinou um ombro contra o batente da porta e sorriu. Q (&o pretendia 'or%ar minha entrada, voc3 sabe. Q sso é bom. or $ue n&o 'ingimos $ue voc3 é um vampiro e jamais poderá entrar a n&o ser $ue eu o convideA Q ;á me convidou uma vez, lembraA
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+h, bom, 'oi mesmo. Q 6as desde ent&o eu redecorei tudo. sso signi'ica come%ar de novo do zero. Gá para casa. Q =arei isso. -ambém estou muito cansado. 5nt&o voc3 redecorou tudoA 0 $ue havia de errado com a decora%&o $ue tinha antesA
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>avia um ar de irrealidade em tudo, como se eu estivesse desligada do universo. 5ra a mesma atmos'era, mas, por alguma raz&o desconhecida para mim, era como se pertencesse a outra pessoa. 5stava esgotada e nervosa, o $ue n&o era uma boa combina%&o. ara come%ar, desliguei todas as luzes do andar de baixo e veri'i$uei v eri'i$uei todas as janelas, $ue estavam per'eitamente 'echadas. =iz o mesmo com as portas. + sala de jantar tem portas duplas 'rancesas $ue se abrem para o pátio coberto, onde 'ixei 'ios de luzinhas brancas delineando as colunas e as bordas do telhado e enroladas em torno de pe$uenas árvores de p3ra Brad'ord. +cendo as luzes $uase todas as noites $uando estou em casa, por$ue adoro a apar3ncia $ue t3m, mas hoje me sentia vulnerável com todo a$uele vidro, ent&o 'echei as pesadas cortinas. Depois de ativar o sistema de seguran%a, 'iz o $ue $ueria há horas. /iguei para minha m&e. apai atendeu, claro. 0 tele'one 'icava em seu lado da cama, por$ue 6am&e n&o gostava de atender. Q +l7 Q ele respondeu com a voz aba'ada pelo sono. Q ai, sou eu, Blair. >ouve um assassinato na academia hoje, e $ueria $ue voc3s soubessem $ue estou bem. Q >ammm... 0 $u3A Goc3 $uis dizer assassinatoA Q +gora parecia muito mais acordado. Q 6ataram uma de minhas clientes no estacionamento dos 'undos... Q ouvi minha m&e dizer com voz 'irme: Q D3#me o tele'oneH Q e sabia $ue meu pai tinha os segundos contados para 'alar. Q m pouco depois das nove e eu... 0i, m&e. Q Blair, voc3 está bemA Q 5stou bem. 5u n&o $ueria ligar, mas estava com medo de $ue outra pessoa ligasse e $ueria $ue voc3s soubessem $ue estou bem. Q Nra%as a Deus $ue voc3 ligou Q ela disse, e nós duas estremecemos pensando no $ue ela poderia ter 'eito se achasse $ue $ual$uer de seus 'ilhos tinha sido 'erido. Q ?uem 'oi mortaA
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Q (icole NoodRin. Q + imitadoraA Q 5la mesma Q. 5m algumas ocasies eu já havia comentado com a 'am)lia sobre (icole. Q 5la estava no estacionamento dos 'undos, esperando por mim... (ós tivemos uma pe$uena discuss&o esta tarde ... Q + pol)cia acha $ue 'oi voc3A Q (&o, n&o Q eu disse, tran$Wilizado#a, embora por algumas horas eu tenha sido de'initivamente a 2uspeita (4mero m. 6as 6am&e n&o precisava saber a$uilo. Q >oje @ noite, assim $ue sa) e tran$uei a porta, um homem atirou nela, e ele n&o me viu. =ugiu num sedan escuro. Q 0h, meu Deus, voc3 é uma testemunhaA Q (a verdade n&o Q eu disse com tristeza. Q 5stava escuro e chovendo e seria totalmente imposs)vel identi'icá#lo. /iguei para o U11, os policiais vieram e isso é tudo o $ue eu sei. 5les acabaram de me deixar em casa. Q or $ue demorou tanto tempoA Q + cena do crime. Demorou muito para inspecionar tudo Q. (&o mencionei $ue provavelmente teria voltado para casa um par de horas antes, se n&o 'osse um certo tenente. Q 5les a levaram para casaA or $ue n&o 'oi com seu próprio carroA Q or$ue está dentro da área isolada, ent&o eles n&o me deixaram voltar lá. 2uponho $ue um agente vai traz3#lo amanh& Q. Bem, amanh& $ueria dizer algum tempo depois do amanhecer, por$ue, tecnicamente, já era madrugada. 5u esperava ter meu carro entre as oito e dez horas, e seria muita sorte se um agente, e n&o !"att, o entregasse. Q Gou ter $ue 'echar Nreat Bods por alguns dias ou mais. +cho $ue vou para a praia. Q 5ssa é uma ótima ideia Q disse ela com 'irmeza. Q *aia 'ora. 5ra assustador como minha m&e e eu, @s vezes, pensávamos da mesma 'orma +ssegurei a ela, mais uma vez, $ue estava tudo bem, $ue estava indo para a cama por$ue estava exausta, e desliguei o tele'one me sentindo muito melhor. 59
5la n&o 'ez $ual$uer cena de choro ou de lamenta%es por$ue ela n&o era disso, mas eu tinha intencionalmente deixado de 'ora tudo $ue pudesse preocupá#la. ensei em ligar para 2ianna, mas estava cansada demais para lembrar de memória a lista de $ueixas $ue tinha escrito. Depois de dormir um pouco, eu escreveria tudo de novo. 2ianna ia gostar do meu relato sobre o encontro com o -enente BloodsRorth por$ue ela sabia do nosso relacionamento no passado. (ada havia nada $ue eu $uisesse mais do $ue dormir, ent&o desliguei todas as luzes, exceto as das 'racas arandelas da escada. 5nt&o 'ui para o meu $uarto, onde tirei a roupa e desabei nua na nuvem da minha cama. Nemi alto, com al)vio, en$uanto me espregui%ava... e ent&o arruinei o momento de 3xtase imaginando !"att nu e estendido sobre mim. 0 maldito do homem era uma amea%a. +ntes $ue minha imagina%&o rebelde 'osse mais longe, 'orcei#me a lembrar e repassar todos os detalhes do nosso 4ltimo encontro, $uando ele tinha agido exatamente como um cretino. É isso a). =uncionou. *om uma sensa%&o de paz, virei#me e dormi. +pag&o Blair.
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*+-/0 Y 5le lembrava $ue eu bebia *oca#*ola Diet. =oi a primeira coisa $ue pensei $uando acordei @s Z:JS. Deitada ali na cama, piscando sonolentamente para o ventilador de teto $ue girava lentamente, tentei decidir se a *oca#*ola Diet era signi'icativa. + rom8ntica em mim $ueria acreditar $ue ele se lembrava de cada detalhe a meu respeito, mas a mulher sensata $ue também há em mim disse $ue provavelmente só tinha uma memória muito boa, ponto. m policial tinha $ue ter uma boa memória, certoA 5ra parte do per'il de policial: recitar os seus direitos e tudo mais. 5nt&o, a coisa da *oca#*ola Diet n&o era importante. elo $ue eu sabia, ele apenas sup7s $ue uma mulher beberia um re'rigerante diet, o $ue era uma coisa muito machista de se supor, n&o importa $ue estivesse certo na maioria das vezes. =i$uei deitada na cama em vez de 'azer a bagagem, assim $ue lá se 'oram meus planos de sair cedinho para a praia. (&o $ue isso importasse, já $ue n&o tinha um carro. 6as alguém Q ou seja, !"att Q poderia aparecer a $ual$uer momento com meu carro, ent&o deixei a cama e entrei no chuveiro. =oi um banho rápido, por$ue estava com tanta 'ome $ue achei $ue acabaria desmaiando. 2eja como 'or, n&o tinha comido com ido nada na noite anterior. 2im, sim, eu sei $ue n&o deveria reclamar por estar com 'ome $uando a pobre (icole jamais comeria nada de novo. 6as 'azer o $u3A (icole estava morta e eu n&o. 5 eu n&o gostava um pouco mais dela agora $ue estava morta, $ue en$uanto estava viva. ior ainda, ela era o motivo de Nreat Bods 'icar 'echada por tempo indeterminado. 2e ela n&o tivesse sido t&o cachorra de 'icar esperando por mim no estacionamento para me agredir, n&o teria sido assassinada na minha propriedade. /evando essa conclus&o até as 4ltimas conse$uencias, também 'oi por causa de (icole $ue eu tive $ue voltar a ver !"att BloodsRorth. (a noite passada eu tinha lamentado por (icole. (i cole. >oje eu estava pensando de 'orma mais clara e percebi $ue a$uilo era t)pico dela, e $ue mesmo estando morta ia continuar causando problemas. /iguei a ca'eteira, peguei um iogurte da geladeira Q por$ue era mais rápido Q $ue comi en$uanto colocava duas 'atias de p&o na torradeira e descascava uma banana. Depois de um sandu)che de manteiga de amendoim, mel e banana Q e duas x)caras de ca'é Q estava muito mais 'eliz. [s vezes, $uando estou muito ocupada na Nreat Bods, ao meio#dia eu me contento com 61
uma ma%& ou algo assim, mas $uando tenho tempo de sentar, eu gosto de comer. ma vez $ue já sentia $ue n&o desmaiaria de 'ome, recolhi o jornal dos degraus da entrada e, en$uanto bebia outra x)cara de ca'é, inteirei#me da import8ncia $ue a imprensa estava dando ao assassinato de (icole. + not)cia estava na parte in'erior da primeira página, acompanhada de uma 'oto de !"att comigo, no momento em $ue me arrastava de Nreat Bods para me socar em seu carro. 5le tinha uma apar3ncia grande e desagradável, e eu parecia estar em muito boa 'orma, com o top rosa revelando meu abd7men toni'icado. 5u n&o tinha um tan$uinho, mas como n&o $ueria 'icar excessivamente musculosa, estava per'eito. 5stava pensando $ue meu abd7men era uma boa propaganda para Nreat Bods $uando li a legenda da 'oto: 9-enente ;. !. BloodsRorth acompanhando a testemunha Blair 6allor" na cena do crime9. 9+companhandoH9 ma ovaH +rrastando seria mais apropriado. 5 por $ue eles tinham $ue me identi'icar na enorme 'oto colorida em desta$ue na primeira página, heimA 0 repórter n&o poderia ter deixado o meu nome perdido em algum lugar no 'inal da matériaA /i toda a matéria e n&o encontrei em lugar algum uma declara%&o o'icial de !"att sobre testemunhas, no plural. + 4nica men%&o de uma testemunha estava no singular Q a pobrezinha de mim. rovavelmente $uando !"att 'ez a declara%&o o jornal já estava pronto para impress&o. rovavelmente haveria outra matéria no jornal de amanh&, mas eu temia $ue o estrago já estivesse 'eito. (esse mesmo instante o tele'one tocou. 0lhei para o identi'icador de chamadas e vi o nome do jornal. De jeito nenhum $ue eu 'alaria com um repórter, ent&o deixei a secretária eletr7nica atender a chamada. 2im, de 'ato, este parecia um ótimo dia para sair da cidade. 2ubi @s pressas, se$uei meu cabelo, colo$uei minhas cal%as capri cor de rosa, uma camisa branca e os mais 'o'os chinelos de dedo, com rosinhas e conchas amarelas nas al%as. (&o é o melhor e$uipamento para ir para a praiaA 5scovei os dentes, colo$uei hidratante e r)mel, e acrescentei um pe$ueno to$ue de cor nas bochechas e batom, apenas para o caso. ara o caso de $u3A ara o caso de !"att chegar com o carro, é claro. 2ó por$ue eu n&o $ueria $ue ele voltasse, n&o signi'icava $ue n&o 'icaria 'eliz em mostrar#lhe exatamente o $ue tinha recusado antes.
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0 tele'one continuava tocando. =alei com minha m&e, $ue só $ueria saber como eu estava. =alei com 2ianna, $ue estava louca de curiosidade tanto sobre o assassinato como sobre a 'oto de !"att comigo, uma vez $ue ela tinha ouvido meu desaba'o sobre ele dois anos atrás. =ora isso, n&o atendi nenhuma chamada. (&o $uis 'alar com repórteres, conhecidos ou potenciais assassinos. 0 trá'ego nas ruas próximas ao condom)nio parecia especialmente pesado esta manh&. -alvez 'osse uma coisa boa $ue meu carro n&o estivesse estacionado sob o abrigo. Da rua, poderiam pensar $ue n&o havia ninguém em casa. +inda assim, eu tinha coisas para 'azer e lugares para ir. 5u precisava de rodas. /á pelas dez horas meu carro ainda n&o tinha sido entregue. ;á estava 'icando impaciente $uando decidi procurar o n4mero do departamento de pol)cia. 5u estava 'azendo uma $ueima lenta como eu olhei para cima o n4mero para o departamento de pol)cia. ?uem $uer $ue tenha atendido o tele'one, algum sargento, 'oi educado, embora in4til, em 4ltima análise. erguntei pelo -enente BloodsRorth. 5le n&o estava dispon)vel. 0 Detetive 6acnnes também n&o estava. 0 sargento me trans'eriu para outra pessoa, $ue me trans'eriu para outra pessoa. -ive $ue explicar toda a situa%&o, cada vez. =inalmente Q 'inalmente Q eu encontrei o Detetive =orester e soltei minha lengalenga novamente. nov amente. Q Deixe#me veri'icar. +cho $ue o tenente n&o está no gabinete, mas vou ver se consigo descobrir alguma coisa sobre o seu carro Q disse ele, e colocou o tele'one de lado. 5u podia ouvir o barulho, o tipo de barulho 'eito por um monte de vozes di'erentes. odia ouvir os tele'ones tocando, papéis 'ar'alhando. 0s dias no departamento de pol)cia eram, evidentemente, t&o movimentados como as noites. 5sperei. 5xaminei minha manicure, $ue estava agWentando bem. *omecei a pensar no almo%o, o $ue poderia ser um problema, a menos $ue alguém Q $ual$uer umH Q entregasse meu carro.
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=inalmente o Detetive =orester voltou ao tele'one. Q 6inha senhora, o -enente BloodsRorth vai se encarregar do seu carro. Q ?uandoA Q perguntei entre os dentes. Q 5u n&o posso sair da$ui sem meu carro. 5le deveria traz3#lo para mim na primeira hora da manh&. Q 2into muito por isso, senhora. 5le tem estado muito ocupado esta manh&. Q 5nt&o por $ue outro agente n&o pode trazer o carroA 0u... já sei... vou tomar um taxi até Nreat Bods e alguém pode me encontrar lá e tirar o carro do estacionamento. sso pouparia tempo e trabalho para todos. Q 5spere um momento Q ele disse, e eu esperei. 5 esperei. 5 esperei. +pós cerca de dez minutos, ele voltou ao tele'one e disse Q 2into muito, senhora, mas n&o posso arranjar nada por en$uanto. -udo bem. +$uilo n&o era culpa dele. *onsegui manter um tom calmo $uando 'alei: Q 5u entendo. 0brigada por veri'icar. +h, voc3 tem o n4mero do celular do -enente BloodsRorthA 5u perdi, por$ue sen&o teria tele'onado para ele diretamente, em vez de incomodar voc3. Q (&o é nenhum inc7modo Q disse o Detetive =orester e educadamente declarou o n4mero. >e, he, he. Nra%as ao comportamento arrogante de !"att na noite anterior, todos os policiais pensavam $ue estávamos envolvidos. or $ue o Detetive se recusaria a dar o n4mero do celular de !"att para mimA 5ste 'oi um erro tático da parte dele. !"att podia estar no meio de algo importante, e chamá#lo seria uma grande distra%&o. Diabos, era exatamente o $ue eu esperava. *omecei a marcar os n4meros, depois parei. 5le provavelmente tinha identi'icador de chamadas no celular, e poderia n&o atender uma chamada se soubesse $ue era eu. =iz uma careta, desliguei o tele'one sem 'io e peguei meu celular da bolsa. 2im, o Detetive 6acnnes tinha sido gentil o su'iciente para devolv3#lo na noite anterior, $uando decidiu $ue eu n&o tinha atirado em (icole. /iguei#o e chamei !"att. 5le atendeu no terceiro to$ue. Q BloodsRorth.
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Q 0nde está meu meu carroA Q perguntei no tom mais amea%ador $ue consegui imprimir. 5le soltou um suspiro: Q Blair, vou cuidar disso. 5stou um pouco ocupado hoje. Q 5stou encalhada a$ui. 2e na noite passada voc3 tivesse ouvido a voz da raz&o, eu poderia ter pego o meu carro, e nós n&o estar)amos tendo essa conversa. 6as n&o, voc3 tinha $ue dar as cartas... 5le desligou na minha cara. Nritei 'uriosa, mas n&o voltei a ligar para ele, o $ue provavelmente era o $ue esperava. -udo bem, ele estava $uerendo bancar o babaca. ?ue se 'oda, ent&o. Bem, n&o literalmente. 5mbora, uma vez eu... es$ue%am, n&o importa. (&o pretendia chegar até esse extremo. *omecei a tamborilar os dedos pensando em minhas op%es. oderia chamar 6am&e e apai, e eles me levariam 'elizes @s compras, ou até me emprestariam um de seus carros, o $ue seria um inconveniente para eles. 2ianna também me levaria de um lado para o outro. ;enni talvez pudesse, se n&o estivesse 'azendo mais nada, mas eu 'icava cansada só de pensar em sua agenda social. or outro lado, eu podia simplesmente alugar um carro. >avia várias empresas de marcas mais conhecidas $ue poderiam me pegar e me levar até seus escritórios para assinar os papéis e pegar o carro. (&o sou de 'icar nesse chove n&o molha $uando me decido por um plano de a%&o. rocurei o n4mero de uma locadora de carros, liguei e combinamos de nos encontrar em uma hora. 5nt&o corri para regar as plantas e colocar em uma mochila as roupas $ue ia precisar para alguns dias na praia, o $ue n&o era muito. 6a$uiagem e produtos produtos de higiene pessoal pessoal ocupavam muito mais espa%o na mochila do $ue minhas roupas. +dicionei um par de livros para o caso de me sentir disposta para a leitura, e ent&o 'i$uei na porta da 'rente, esperando impacientemente $ue o cara do carro de aluguel aparecesse. 0 trá'ego tinha diminu)do. -alvez todos os curiosos e\ou repórteres tenham decidido $ue ou eu estava escondida em algum lugar, ou tinha ido 'azer compras. 6esmo assim, $uando o carro chegou, eu n&o $uis perder tempo na entrada, um alvo 'ácil para um repórter ávido por not)cias ou para um assassino desesperado. eguei minhas chaves para estar preparada para trancar tr ancar a porta, e nesse momento percebi $ue ainda tinha as chaves do carro. =i$uei t&o 65
surpresa $ue comecei a rir. 2eria imposs)vel $ue !"att me entregasse o carro, por$ue n&o tinha lhe dado as chaves e ele n&o tinha pensado em pedi#las. 0 carro estaria bem seguro em Nreat Bods até o meu retorno. 5stava 'echado e sob um abrigo. (o pior dos casos, !"att mandaria rebocá#lo para o depósito municipal, o $ue eu n&o aconselharia, por$ue se meu carro so'resse $ual$uer dano, n&o hesitaria em processá#lo. m ontiac vermelho, com uma placa magnética no lado $ue anunciava pertencer @ empresa de aluguel, parou no meio#'io. eguei minha mochila e sa) antes $ue o cara sa)sse do ve)culo. 2ó parei para 'echar a porta, e ent&o desci as escadas apressadamente para encontrá#lo. Q Gamos antes $ue apare%a alguém Q disse. +bri a porta de trás, joguei minha mochila dentro e me sentei no banco do passageiro. 0 homem atrás do volante pestanejou con'uso: Q ?uemA -em alguém te seguindoA Q -alvez Q. 2e o cara n&o sabia $uem eu era, melhor. -alvez as pessoas $uase nem lessem os jornais. Q -enho um ex#namorado $ue está se tornando um pesadelo, sabeA Q É violentoA Q o homem me olhou com cara assustada. Q (&o, apenas chora muito. É embara%oso. +liviado, o cara colocou o carro em marcha e conduziu até o nosso pe$ueno aeroporto regional, onde estavam os escritórios das locadoras. Depois de alguma discuss&o sobre o tipo de carro $ue eles $ueriam me empurrar Q nem $uis ouvir sobre os modelos econ7micos por$ue eram t&o despojados, $ue um deles ainda tinha manivela para abrir os vidros, algo $ue eu nem sabia $ue Detroit continuava 'azendo Q decidi#me por uma possante *hev" preta, uma $uatro por $uatro de cabine e meia. 0 preto n&o é a cor mais ade$uada para o 2ul, devido ao calor, mas n&o se pode negar $ue é elegante. 2e eu n&o podia ter meu 6ercedes, pensei $ue seria legal rodar em uma caminhonete. -enho boas recorda%es associadas com caminhonetes. 0 vov7 tinha uma, e durante meu pen4ltimo ano na escola sa) por dois meses inteiros com um cara do ultimo ano, -ad BicPersta'', $ue dirigia uma dessas caminhonetes grandes. -ad deixava eu dirigir sua caminhonete, o $ue eu achava ser a melhor coisa do mundo. 6as nosso romance acabou t&o rapidamente $uanto surgiu, e -ad e sua caminhonete se mudaram para outra garota. 66
*om os papéis assinados e o tan$ue cheio de gasolina, colo$uei minha mochila no banco de trás da caminhonete e apertei o cinto. raia, a$ui vou euH
imediatamente $ue eu n&o 'alava dos meus clientes por$ue, como eram muitos, se 'osse ligar para cada um teria levado tanto tempo, tipo, até Nreat Bods já estar reaberta, ent&o era óbvio $ue eu 'alava dos meus 'uncionários. Q Goc3 tem uma lista com os n4meros em sua casaA Q ela perguntou. Q >á uma lista impressa na minha agenda de endere%os, na gaveta superior da es$uerda da minha mesa. 2e a encontrar, ligo para voc3 assim $ue estiver instalada para anotar todos os n4meros. Q (&o se preocupe. 5u tele'one para eles. ;á $ue estou a$ui e s&o chamadas locais, 'az mais sentido 'azer isto da$ui em vez de usar seu celular. +lém disso, vou pedir a /"nn para atualizar sua mensagem de voz. Q -e devo uma. ense em alguma coisa $ue gostaria de ter Q. 5u amo essa garota. É maravilhoso ter uma irm& como ela. /iguei para ela no trabalhoX ela poderia ter me dito baixinho $ue estava ocupada e $ue veria o $ue podia 'azer a respeito, o $ue poderia ser no dia seguinte. 6as 2ianna n&o. 5la lidava com todas as coisas $ue eu descarregava nela, como se tivesse todo o tempo do mundo. Goc3s devem ter notado $ue n&o digo o mesmo sobre ;enni, $ue ainda acredita ser privilegiada. +lém disso, eu n&o es$ueci $ue a peguei beijando meu marido com muito boa vontade. (&o costumo trazer isso a tona, e na maioria das vezes nos damos muito bem, mas a$uilo está sempre lá, no 'undo da minha mente. Q (&o 'a%a esse tipo de promessas abertas. ode ser $ue eu pe%a mais do $ue o empréstimo do seu melhor vestido. Q + propósito, tem alguém procurando por voc3, e parece 'urioso. ?uer adivinhar o nome deleA Dica: ele é um tenente da pol)cia. =i$uei espantada, n&o por$ue estava procurando por mim ou por estar 'urioso, mas por ter ligado para 2ianna. 5m um dos nossos encontros contei#lhe $ue tinha duas irm&s, mas tenho certeza $ue n&o disse seus nomes nem $ual$uer coisa sobre elas. or outro lado, era rid)culo $ue isso me surpreendesse. !"att era um policial. 5le sabia como descobrir coisas sobre as pessoas. Q au. 5le n&o incomodou voc3, n&o éA Q (&o, estava muito controlado. Disse algo sobre apostar $ue eu era sua advogada. 0 $ue 'oi a$uiloA 68
Q -enho uma lista de $ueixas contra ele. Disse#lhe $ue a entregaria para meu advogado. 2ianna reprimiu uma risada. Q ?ue tipo de $ueixas voc3 temA Q ela perguntou. Q +h, coisas como me empurrar e se$uestrar, e atitudes presun%osas. 5le tomou a minha lista de mim, ent&o tenho $ue escrever uma outra. -enho certeza $ue com o passar do tempo vou acrescentar muitas outras coisas. +gora 2ianna dava gargalhadas. Q +posto $ue ele adorou o item Katitudes presun%osasF. Goc3 realmente vai precisar de mimA 5stá metida em algum problemaA Q +cho $ue n&o. 5le me disse para n&o sair da cidade, mas n&o me consideram suspeita, ent&o acho $ue posso 'azer isso, certoA Q 2e voc3 n&o é suspeita por $ue ele disse issoA Q +cho $ue decidiu $ue está interessado em mim de novo. 6as também pode apenas estar $uerendo vingan%a, por$ue 'ingi $ue n&o o reconhecia. or um tempo ele caiu nessa. Q 5nt&o, provavelmente é uma mistura de ambas as coisas. 5stá interessado e $uer revanche. +lém disso, ele $uer ter certeza de $ue voc3 está em algum lugar onde ele possa te encontrar. Q +cho $ue tenha conseguido Q eu disse en$uanto descia pela >ighRa" ]M para !ilmington.
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*+-/0 ] 5u poderia ter ido para 0uter BanPs, mas achei $ue seria mais provável conseguir um $uarto no litoral sul. -anto 'az, poderia seguir para o sul até 6"rtle Beach, se necessário. De $ual$uer 'orma, n&o era divers&o o $ue eu $ueria, apenas um lugar onde pudesse relaxar um par de dias até $ue as coisas se acalmassem em casa. *heguei em !ilmington perto das seis da tarde e atravessei a cidade na dire%&o de !rightsville Beach. ?uando -i''an" Q a rata de praia $ue há em mim, lembramA Q viu o +tl8ntico suspirou contente. É muito 'ácil deixá#la 'eliz. -ive sorte e encontrei uma bela casa na praia, no primeiro lugar $ue parei. + 'am)lia $ue tinha alugado acabara de cancelar. ?ue maravilhaH re'iro mil vezes uma cabana do $ue um $uarto de hotel, por causa da privacidade. 5ra um lugar encantador, um bangal7 de madeira com uma varanda protegida por grades, com uma churras$ueira no lado es$uerdo. -inha apenas tr3s ambientes. (a parte da 'rente havia uma pe$uena cozinha com um espa%o para 'azer as re'ei%es $ue se abria para a sala de estar. (a parte de trás, um $uarto legal com um banheiro. 5 $uem tinha decorado o $uarto devia ter pensado de mim, por$ue a cama estava coberta por um mos$uiteiro. 5u amo esses pe$uenos detalhes, coisas delicadas e 'emininas. 5n$uanto retirava as coisas da mochila, o celular tocou. 5ra a terceira vez $ue via o n4mero de !"att na tela e desta vez deixei cair de novo na caixa postal. 0 tele'one n&o parava de apitar para me lembrar $ue tinha mensagens de voz, mas ainda n&o tinha ouvido ouv ido nenhuma. ensei $ue se n&o ouvisse o $ue ele dizia, tecnicamente n&o o estava desa'iando, certoA 5le podia estar tentando me deter ou algo assim, e nesse caso n&o ia conseguir nada $ue n&o me incomodar, ent&o decidi $ue era melhor n&o dar aten%&o @s mensagens. Depois de retirar tudo da mochila, 'ui a um excelente restaurante de 'rutos do mar e comi caldo de camar&o Q um prato $ue adoro Q até estourar. 5ra um da$ueles lugares em um ambiente in'ormal, com servi%o rápido, e cheguei c heguei antes $ue estivesse cheio. 5ntrei, jantei e sai em MO minutos. ?uando voltei para a minha cabaninha, come%ava a anoitecer e estava mais 'resco. ?ue melhor momento para dar um passeioA
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5stava muito 'eliz. +pós o passeio, liguei para minha m&e para lhe dizer onde poderia me encontrar. 5la n&o disse se o -enente BloodsRorth tele'onara, ent&o pensei $ue ele n&o os tinha incomodado. (a$uela noite dormi como uma pedra e levantei ao amanhecer para ir correr na praia. (o dia anterior, n&o tinha me exercitado, e 'ico muito nervosa se deixo de exercitar os m4sculos por mais de IM horas. *heia de energia, corri uns cinco $uil7metros ao longo da orla, o $ue é muito bom para as pernas. Depois tomei banho e procurei um mercado para comprar leite, l eite, cereais e 'rutas. Depois do almo%o, colo$uei meu bi$u)ni tur$uesa e me besuntei com protetor solar @ prova d^água, peguei um livro e uma toalha de praia, colo$uei meus óculos de sol e me dirigi para a praia. =i$uei lendo por algum tempo. ?uando o sol come%ou a $ueimar, dei um mergulho no mar, e depois voltei a ler por mais um tempo. or volta das onze horas o calor se tornou insuportável, ent&o colo$uei meus chinelos de dedo, minha bermuda, peguei minha bolsa e 'ui @s compras. 5u adoro o esp)rito das cidades costeiras: ninguém dá a m)nima se voc3 vai @s compras vestindo apenas um bi$u)ni. 5ncontrei uns shorts muito 'o'os, um top azul e branco $ue combinava, e uma bolsa de palha com um peixe bordado com 'io metálico, $ue brilhava @ luz do sol. + bolsa era per'eita para colocar todas as minhas coisas na praia. +lmocei em um terra%o com vista para o mar e um cara muito atraente tentou me azarar. 6as eu estava lá para descansar, n&o para procurar por amores passageiros, ent&o ele estava sem sorte. =inalmente, voltei para a cabana. -inha deixado o celular carregando, e $uando che$uei n&o havia chamadas n&o atendidas, ent&o, evidentemente, !"att tinha se dado por vencido. Goltei a colocar protetor solar e 'ui para a praia de novo. + mesma rotina: leitura, re'rescar#se no mar e mais um pouco de leitura. or volta das 1O:JS estava com tanto sono $ue n&o conseguia manter meus olhos abertos. *olo$uei o livro de lado, esti$uei#me e adormeci. +cordei com alguém tentando me erguer. ?uero dizer, literalmente. 0 engra%ado é $ue 'i$uei assustada, ao menos n&o pensei $ue estava sendo se$Westrada por algum man)aco da praia. +bri os olhos e vi um rosto duro e 'urioso $ue conhecia muito bem. 6as mesmo antes de abrir os olhos eu já sabia, seja por alguma estranha $u)mica de pele, ou subconscientemente, reconheci o cheiro dele e meu cora%&o 'ez a$uela dan%a louca. 5le me levou para a cabana. 71
Q-enente BloodsRorth Q eu disse, a modo de sauda%&o, como se ele precisasse de alguma. 5le 'ranziu o cenho para mim . Q *risto. 2implesmente cale a boca, oPA 5u n&o gosto $ue me digam para calar a boca. Q *omo voc3 me encontrouA Q. 5u sabia $ue minha m&e n&o teria dito, simplesmente por$ue era minha m&e, e ela teria pensado $ue se ele n&o era capaz de me rastrear, a$uilo n&o era problema dela, e se eu $ueria $ue ele soubesse onde estava, teria lhe contado. Q Goc3 pagou com seu cart&o de crédito. 5le se aproximou da cabana, $ue n&o estava trancada já $ue eu tinha me instalado na praia em 'rente, e virou de lado para me deixar passar. 0 ar condicionado 'ez arrepiar minha pele a$uecida pelo sol. Q Goc3 $uer dizer $ue rastreou o meu cart&o de crédito, como se 'osse um criminoso comum ... 5le soltou minhas pernas, mas me manteve presa pela cintura, e eu agarrei a camisa dele para manter o e$uil)brio. + próxima coisa $ue me dei conta, 'oi dos meus pés erguendo#se do ch&o e da boca dele sobre a minha. +credito já ter mencionado $ue eu me derretia sempre $ue ele me tocava. Dois anos tinham passado e a$uilo n&o havia mudado. + boca dele era a mesma e o gosto tambémX seu corpo era duro e $uente contra o meu, seus bra%os musculosos como a%o vivo em volta de mim. *ada uma das minhas termina%es nervosas exigia aten%&o imediata. 5ra como se uma corrente elétrica me atravessasse, me hipnotizasse e me atra)sse para ele. +té deixei escapar um gemido en$uanto me pendurava em seu pesco%o e rodeava as pernas em sua cintura, beijando#o com tanta voracidade $uanto ele me beijava. >avia milhares de motivos para det3#lo na$uele momento, e eu n&o dei ouvidos a nenhum deles. 0 4nico pensamento coerente $ue eu tinha era: Nra%as a Deus $ue estou tomando anticoncepcional, coisa $ue n&o tinha deixado de 'azer desde a minha experi3ncia anterior com ele. + parte superior do bi$uini 'icou no caminho para o $uarto. *om uma vontade irreprim)vel de sentir sua pele junto a minha, puxei sua camisa para arrancá#la, e ele satis'ez minha vontade levantando primeiro um bra%o e depois o outro para $ue eu pudesse retirá#la por sobre sua cabe%a. 2eu peito era largo e 72
peludo, e com m4sculos duros. 5s'reguei#me contra ele como um gato, en$uanto ele lutava para desatar o cinto e desabotoar sua cal%a jeans. 5u n&o 'ui de grande ajuda, mas é $ue n&o $ueria parar. 5nt&o ele me jogou na cama e tirou a parte de baixo do meu bi$u)ni. 2eus olhos brilhavam $uando olhou para mim, estirada nua sobre a cama. 5le analisou cada cent)metro da minha pele, a$uele olhar $uente demorando#se em meus seios e $uadris. 5le a'astou minhas pernas e me 'itou, 'azendo#me corar, mas em seguida, $uando colocou suavemente dois grandes dedos dentro de mim e eu es$ueci de corar. 6eus joelhos se ergueram e meus $uadris levantaram $uando um puro deleite borbulhou através de mim. 5le disse: 9orra9, com a voz tensa, e empurrou suas cal%as jeans para baixo, deixando#as cair no ch&o. (&o sei como ele se livrou dos sapatosX pelo $ue sei, tirou#os antes de caminhar até a praia para me buscar, o $ue teria sido a melhor coisa a 'azer. 6as ele se des'ez das cal%as jeans e ent&o estava em cima de mim. 5 o dem7nio diabólico mordeu o lado do meu pesco%o $uando entrou em mim com um 'orte empurr&o $ue o levou até o 'undo. 5u explodi como um 'oguete. 2e algum autocontrole me restava, 'oi destru)do por a$uela mordida. ?uando me acalmei, abri minhas pálpebras pesadas para encontrá#lo olhando para mim com uma express&o 'erozmente triun'ante nos olhos. 5le a'astou meu cabelo do rosto e acariciou minha t3mpora com os lábios. Q reciso de um preservativoA *onsiderando $ue ele já estava dentro de mim, a pergunta chegava tarde. Q (&o, estou tomando anticoncepcional Q consegui dizer. Q Ttimo Q ele disse, e come%ou tudo de novo. +$uela era a parte boa de deixar a paix&o se sobrepor ao bom senso. + parte ruim era $uando o bom senso voltava. (&o importa $uantos orgasmos voc3 tem, se voc3 tem algum bom comum, ele sempre acaba voltando. + luz do dia já $uase tinha ido embora $uando acordei, saciada de um longo cochilo, e olhei con'usa para o homem nu ao meu lado. (&o é $ue n&o 'osse um prazer olhar para ele, todo a$uele corpo musculoso, mas eu n&o apenas tinha $uebrado minhas próprias regras, como também taticamente tinha perdido um bom peda%o de terreno. 2im, a batalha dos sexos é como uma 73
guerra. 2e tudo der certo, ambos ganham. 2e n&o, voc3 $uer ser a pessoa $ue perde menos. 5 agoraA 5u tinha acabado de 'azer amor com um homem $ue nem mesmo estava namorandoH *om $uem tinha sa)do, sim... mas por muito pouco tempo. +bsolutamente nada entre nós tinha sido resolvido, e eu tinha me rendido com um per'eito soldadinho. 5le nem teve $ue me pedir. *omo era humilhante ter $ue reconhecer $ue ele estava certo. -udo o $ue ele tinha de 'azer era me tocar, e eu come%ava a tirar a roupa. (&o mudava nada o 'ato de $ue 'azer amor com ele tinha sido simplesmente t&o bom Q ou melhor Q $uanto a$uela droga de $u)mica entre nós prometia. +$uilo n&o devia ter acontecido. Devia ser ilegal ou algo assim por$ue, como eu poderia ignorá#lo como pretendia, se na verdade saber o $uanto éramos bons juntos, era muito pior do $ue apenas imaginar como podia serA 2e antes eu me sentia tentada, agora eu me sentiria dez vezes pior. Dei#me conta $ue levava uns bons dez minutos olhando para o seu p3nis $ue, nesse meio tempo, mudou de mole e relaxado para n&o t&o mole. 0lhei para cima para encontrá#lo me observando, seus olhos verdes sonolentos e ao mesmo tempo 'amintos. Q (&o podemos 'azer isso de novo Q eu disse, com 'irmeza, antes $ue ele me tocasse e minasse minhas de'esas. Q ma vez 'oi o su'iciente. Q (&o deve ter sido Q disse ele pregui%osamente, arrastando o dedo sobre o meu mamilo. 5le me pegou. ?ue in'erno. ;amais volte v olte a repetir o primeiro prato. +'astei seu dedo para longe. Q =alo sério. sso 'oi um erro. Q (&o concordo. +cho $ue 'oi uma ótima idéia Q. 5le se ergueu sobre o cotovelo e inclinou#se para mim. m pouco em p8nico, virei a cabe%a antes $ue ele pudesse me beijar, mas n&o era minha boca $ue ele $ueria. 5m vez disso, ele pressionou os lábios um pouco abaixo da minha orelha e deixou um rastro de pe$uenos beijos no pesco%o, seguido os ligamentos $ue terminavam exatamente no oco onde o pesco%o encontra o ombro. ma onda de calor me inundou e apesar de ter aberto a boca para dizer 9n&o9 ou algo parecido com isso, apenas soltei um gemido. gem ido.
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5le lambia, mordiscava, chupava e me beijava, e eu estremecia e me contorcia eu, como sempre, 'ui @ loucura. ?uando ele deslizou para cima de mim de novo, eu já tinha ido longe demais para 'azer $ual$uer coisa exceto agarrar#me a ele e me preparar para a cavalgada. Q sso n&o é justoH Q trovejei para ele, en$uanto corria para o banheiro meia hora depois. Q *omo voc3 sabia dissoA (&o 'a%a isso de novoH
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Q 6antenha suas m&os e sua boca longe do meu pesco%o Q eu disse, virando#me para encará#lo. Q É hora de pararmos com isso. Q Goc3 tem um talento notável para ignorar o óbvio Q ele disse, sorrindo para mim. Q (&o tenho a pretens&o de ignorar nada. 5stou tomando uma decis&o prática. 5u n&o $uero 'azer sexo com voc3 de novo. (&o é bom para mim... Q 6entirosa. Q ... em outro sentido, $ue está mais além do sexual.Q conclu), encarando#o ainda mais 'uriosa. Q Goc3 vai voltar para a sua vida e eu para a minha, e vamos es$uecer $ue isso aconteceu. Q sso n&o vai acontecer. or $ue voc3 é t&o contrária a $ue 'i$uemos juntos de novoA Q (unca estivemos juntos. 5ssa palavra implica uma rela%&o, e nunca chegamos a esse ponto. Q Deixe de complicar as coisas. 5u n&o consegui es$uecer voc3 e voc3 n&o pode me es$uecer. -udo bem, eu me entrego: deixar de ver voc3 n&o 'uncionou. 5u me virei e comecei a lavar meu cabelo, t&o 'uriosa $ue n&o conseguia pensar em $ual$uer coisa para dizer. 5le $ueria me es$uecerA 5u 'icaria 'eliz em dar uma m&o. -alvez se eu lhe desse na cabe%a com algo pesado... Q Goc3 n&o $uer saber por $u3A Q ele perguntou, deslizando os dedos pelo meu cabelo e massageando o couro cabeludo. Q (&o Q eu disse com 'rieza. 5le se aproximou, t&o perto $ue seu corpo nu 'icou pressionado contra o meu, en$uanto ele espalhava a espuma em meu cabelo. Q 5nt&o eu n&o vou te dizer. m dia voc3 vai $uerer saber, e ent&o nós vamos 'alar sobre isso. 5le era o homem mais irritante $ue eu já tinha visto. +pertei meus dentes para n&o pedir#lhe para me dizer. + 'rustra%&o e o ressentimento 'oram se acumulando até $ue, 'inalmente, eu desa'oguei, dizendo: Q Goc3 é t&o idiota $uanto 'ilho da puta. 76
5le riu e empurrou minha cabe%a para baixo do chuveiro.
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