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Titulo:
Psicollog Psico ogiia da
Edu duca~iio ca~iio
Marcus Vini Vinicius cius da Cunha Cunha Cole~ao
[0 qu quee voce prec isa saber sobre ... ] COORDENA< COORDENA <;Ao
Paul ulo o Ghiral Ghiraldel dellli Esta co colle~ e~ao ao e um umaa inicia iniciativ tivaa
Jr. e Nadj Nadjaa Her Herm man
do GT-Fi GT-Filloso osofia fia da Educ Educa~a ~ao o d a An ped
na gest gestao de Paulo Ghiral Ghiraldel dellli
Jr . e Nadja Nadja Herman
P s ic ic o l o g ia ia d a Educa~ao Rev isa o de pro vas : Paullo Te Pau Tellles Ferre Ferreira ira Andreaa Carvalho Andre
Pr oo j jee to grdfic Pr grdficoo e diagramafaO diagramafaO:: Maria Gabr Gabriel ielaa Delgado
Capa:
II (
Rodr igo
Murtinho Murt inho
CIP IP--BR ASI ASIL. Cata Catalloga~ao oga~ao--na-fonte Sin ind d ica icato
Nac aciona ionall
d os Editores Editores de Livr os os,, RJ
C979p Cunh unhaa, Mar cus V in iniciu iciuss d a Psico collog ogiia da Ed uca uca~a ~ao o / Marcu rcuss Vinicius Vinicius d a Cunha Cunha
- Ri Rio o de
Janeir o: o : DP& DP&A, A, 2000 2000 . voce precisa precisa sa ber sa br e) ._(0 que vo
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14 x2 1c m
12 0 p .
Incclui bibli In ibliogra ografi fiaa ISB N: 85-7 85-74 490-00 90-009-5 9-5
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~ D P & A e d it:o r a .
Capitulo III
Introdu~ao
Piaget - Psicologia Genetica e
Educa~ao
Urn problema epistemol6gico Uma psicologia da inteligencia Uma concep<;:ao de educa<;:ao
A PSICOLOGIA DAEDUCAc;:AO SERAVIS TANESTELIVROde modo um
Assimila<;:ao, acomoda<;:ao e equilibra<;:ao
tanto diferente do usual. Ao inves de abordar os temas classicos
Biologia e ambiente
dessa area de estudos
- personalidade,
desenvolvimento,
o universo nao representado
motivac;ao, aprendizagem etc. - e 0 que as varias correntes da Psicologia tem a dizer sobre cada um deles, faremos um trajeto
Representa<;:ao, linguagem e socializa<;:ao
alternativo.
A teoria do desenvolvimento
cognitivo
o universo concreto
A psicologia genetica na escola o universo formal
A teoria da sociabilidade Egocemrismo,
coa<;:aoe justi<;:a
Vejamos
inicialmente
os problemas
do procedimento
comumente adotado. Ao analisar 0tema m otivac;:ao, por exemplo, os manuais em geral tem duas alternativas: ou apresentam uma {mica concep<;:ao te6rica do assunto ou explicitam
0
que esse
A coopera<;:ao na escola
conceito significa para cada vertente da Psicologia. Enquanto a
Dilemas construtivistas
primeira alternativa e obviamente empobrecedora e unilateral,
Educa<;:ao e sociedade
a segunda e insuficiente para dar conta dos fundamentos pelos quais
0
tema esta sendo tratado.
Vamos alem em nosso exemplo, enfocando especificamente a segunda
alternativa,
que e a mais utilizada.
psicol6gica
comportamentalista
determinada
maneira,
0
define
A corrente
m otivac;:ao
de uma
que implica certas consequencias
para
o trabalho do professor. 0 leitor pode perfeitamente compreender a concep<;:ao comportamentalista
de m otivac;:ao
e saber muito
pouco a respeito do campo te6rico que a sustenta. Nossa exemplificac;ao poderia ser ampliada, bastando trocar m otivac;:ao
por qualquer um dos grandes temas da Psicologia da
Educac;ao e, em lugar de Comportamentalismo, Psicanalise conhecimento
ou qualquer
outra
teoria.
do leitor fica sempre ancorado
fragmentos, carente de um aprofundamento -
indicar
De todo modo, em recortes
a 0
e
te6rico mais ri~o.
Vale mencionar que a Psicologia nao e um campo unificado
de conhecimentos.
Ela e formada por corpos de conhecimento
muito distintos
entre si, com origens muito diver s as e que
expr essam concepc;oes sobre umas d as outr as. motivaqao par a
0
Como
ser humano geralmente discord antes
0
sa ber
e
o que
0
teorias
tambem,
0
contexto em q ue
surgiu e as finalid ades
a que se
0
o que estamos afirmand o
e que os par adigmas estud ados
neste livro - como muitos outr os d a Psicologia, senao todos _ nao foram criados
par a solucionar
Entretanto,
tr ansposic;oes para a pratica pedag6gica. A intenc;ao aqui n ao e
q ue seus seguidores fizessem
esgotar
campo educacional.
rol de correntes tres delas, com
da Psicologia. 0
objetivo
Tomar emos
de delinear
urn
pr ocedimento que poder a ser aplicado pelo leitor a outr as teorias. Esse procedimento
ap6ia-se nos seguintes prindpios. 0 que
estar a sendo visto aqui sac paradigmas cientfficos da P sicologia.
pr o blemas
pedag6gicos.
Seus autores sequer tinham em vista esse tipo d e aplicac;ao.
d as teorias psico16gicas, para s6 entao tratar suas possfveis
exclusivamente
a plicar
E assim que urn par adigma d a Psicologia aca ba send o a plicado a ed u cac;ao escolar.
leitor ira encontrar neste livro e uma ab ord agem da
0
casos,
que e m otivaqao para
0
Psicologia d a Educac;ao que comec;a pela analise d os fundamentos
tod o
em alguns
que nao f aziam parte d as f ormulac;oes par adigmaticas originais.
e nt re
0
a Psicanalise sem conhecer, antes de tudo, cad a uma d essas destinam?
Procuram
que e
adiferenc;a
Comportamentalismo
meto~
par adigma a outr os cam pos d a vid a humana, a bord and ~ aspectos
e~s
m~os
0
0
tr a balho de tr ans porta-los para
0
Em alguns casos, os pr o prios criadares dos
par adigmas realizaram Esse e
ar adigmas servir am de alicerce para
0
tr a balho de tr ansposic;ao.
ar gumento decisivo par a que a bordemos a Psicologia
d a Educac;ao do mod o como esta send o pr o pos to neste livro.
r es ponder a indagac;oes.
as contribuic;oes de urn par adigma a educac;ao. E precise entend er 0 paradigma enquanto tal, os problemas originais que tern em vista, os metodos que adota para soluciona-los e 0 tipo de soluc;ao a que geralmente chegam os seus seguidores. Sem isso, 0 leitor nao compreende corretamente as contribuic;oes da Psicologia para a educac;ao escolar.
Cad a area cientffica tern seus paradigmas, cada qual aceito por uma parcela da comunidade de pesquisadores. Em nosso
os psicanalistas ou os comportamentalistas
dizem a respeito d o
tema motivaqao
a sala de aula. Se
A palavr a par adigma, cunhada par Thomas Kuhn, diz res peito a formulac;oes originais que passam a fornecer fundamentos
par a
pr aticas de pesquisa em uma area cientffica. Tais formulac;oes fund am metodos de investigac;ao, mod os de abordar os problemas --cr a-ar ea, delimitando, inclusive, maneiras especfficas d e
caso, consideramos
que
0
campo da Psicologia e formad o p or
varios par adigmas, dentre os quais destacam-se criad a por Freud,
0
a _ Psicanalise,
ComportamentalismQL elaborado por Pavlov,
Nao basta entender psico16gico
Retornando ao nosso exemplo inicial, nao basta sa ber e de s ua a plica bilid ad e
d esejamos urn conhecimento ponto de partida
0
significad o
de motivaqao
no interior
o sentido de sua tr ansposic;ao e d e sua utilid ade par a
parcelas d a comunidade Os cientistas
-
de cientistas.
que seguem urn paradigma
normal , is to e , ocupam-se
dos
E d ali que vem
paradigmas psicanalftico e comportamentalista.
sac par adigmas por qu e introduziram concepc;oes inovad o ra s a
respeito d o ser humano e conseguiram a adesao de significativas
que
mais s6lid o, d evemos ter como
Watson e Skinner, e a Psicologia Genetica de Piaget. E sas teorias ~-
0
professor.
0
o que iremos bus car em cad a uma d as teorias psicologicas
aqui estudadas nao e a totalid ad e d e suas f ormulac;oes, todo f azem ciencia
em desenvolver seus conceitos
ar senal de pesquisas ja f eitas e tod as a s concluso es e
chegar am
os seus seguid ores.
Na pers pectiva
0
a que ja
d e estud o que
pro pomos,
0
que interessa sac as formulac;oes paradigmaticas,
Nossa enf ase ser a na discussao d e possibilid ad es e limites,
conceitos e metodos responsaveis pela qualificac;ao de uma t eoria como paradigma.
Nao se trata de resumir ou simplificar as
concepc;oes teoricas, constituem
mas sim de apreender
os aspectos que
sua essencia, seu nucleo gerador, os topic os que
possibilitam sua a propriac;ao no campo educacional. razoes, ainda. Ao enfocar
Educac;ao partindo o portunid ade
dos paradigmas
a Psicologia
psicologicos,
da
ter emos
a
de encontrar em cada um deles reflexoes so br e a
socied ade e a cultura. Este e um tema usualmente negligenciado quand o
se fala em Psicologia da Educac;ao, atitude
ocasionad o
Alias, nenhuma ciencia possui tais soluc;oes,pois educar e algo que se define em campos que vaGalem d a ciencia. Um par adigma mas e aos educador es que ca be a taref a d e julgar em que medid a e em que sentido essa contribuic;ao ser a por eles empregad a. Nesse julgamento
estao envolvid as d efinic;oes r elativas ao que
desejamos para as futur as ger ac;oes, par a f u turo da sociedade e do ser humano.
pr esente
0
e para
0
que tem
certa psicologizac;ao do campo educacional.
E importante
verificar
que os paradigmas
da Psicologia
incluem,
sempre, uma concepc;ao da problematica
inserid a
no terre no das r elac;oes sociais. E nao poderia
difer ente, uma vez que Assim, quando
0
0
individual
ser humano nao existe isoladamente.
professor almeja utilizar conhecimentos
Psicologia em sua pratica
ser da
pedagogic a, deve estar ciente das
implicac;oes polfticas e culturais que tal atitude pode c onter . Afinal, a formac;ao de crianc;as e jovens na escola e um tr a balho de socializac;ao. Outra especificidade do presente livro e que ele n ao alme ja tr ansmitir
que
cientifico - nao so d a Psicologia - a pr esenta sua contribuic;ao,
A a bord agem adotada neste livro diferencia-se das demais por duas outras
0
se deve ao fato d e a Psicologia nao possuir soluc;oes finais e aca badas para a escola e 0 tr a balho d o pr of essor .
formulas, receitas ou catalogos de procedimentos.
Nosso objetivo esta voltado para a problematizac;ao d a Psicologia e d as possibilid ades de sua apropriac;ao pelos educad ores. A r elevancia dessa meta e hoje evidente, uma vez que pr of essor es e estudantes
ja sabem que ha muito
esquematismos,
superamos
a er a d os
das soluc;oes prontas e da reproduc;ao pur a e
simples do s a ber. Mais importante
do que saber fazer e saber discutir
possibilidades e limites. Em cada um dos capitulos de ste livr o leitor tera a oportunidade de refletir sobre esses doi s componentes.
0
Este livro resultou
de minhas
ativid ades
como d ocente
responsavel pela disciplina Psicologia d a Educac;ao em cursos de Licenciatura
da Unesp, nos campi de Assis e Ar araquara,
entre os anos de 1987 e 1999. A gr adec;o sincer amente a todos os alunos que compartilharam comigo essa tr a jetoria. Agradec;o sinceramente ao professor Antonio Carlos Domene e as professoras Maria Lucia d e Oliveir a e Cilene Ribeiro de Sa Leite Chakur, a presentaram
da Unesp
de Ar ar aquar a,
que gentilmente
sugestoes par a melhor ar este livr o. Se nem tod as
as suas ideias foram bem a proveitad as, a re sponsa bilid ade ca be exclusivamente as minhas limitac;oes pessoais. Agradec;o tambem ao pr of essor Paulo Ghir ald el li J r., que convidou-me para integr ar esta colec;ao.
Urn exemplo real e inter essante vem de Summerhill, a escola
II
CAPITULO
inglesa criada nos anos de 1920 - e que existe aind a hoje, alias por A. S. Neill, cujos livros tiveram grande sucesso em nosso
~v,
tern tod a liberdade para estudar q ue bem desejarem, diretivista.
0 que
quiserem, na hor a em
sob uma orienta~ao
ped ag6gica
No corpo te6rico dos argumentos
Watson e Skinner-
y ~::;ortamentalismo
e Educaf;ao
pais nas decadas de 1960 e 1970. Naquela institui~a o os alunos
\
I J
f'
)
nao-
que sustentam
Summerhill, ha conceitos nitidamente inspirados na Psicanalise, favor aveis
a libera~ao
dos desejos de cada urn - dentro
normas definidas coletivamente
de
- em benefI cio d o bem-estar
de todos.
o COMPORTAMENTALISMO - O U BEHAVIORISMO, termo oriundo da lfngua inglesa - originou-se nos meios academic os do s Estados Unid os da America, criado pelo pesquisador John B. Watson,
Como e possivel a existencia de uma escola como Summ erhill?
nascido em 1878 e falecido em 1958. As ideias de Watson ficaram
Ou ainda, como podem os educadores psicanalistas end ossar
conhecidas
urn sistema de ensino baseado em menor repressao? S e Fr eud
d if erencia
estiver certo em suas analises, a libera~ao de desejos conduz
mais tarde.
inevitavelmente
a barbarie, e nao a coopera~ao.
comportamentalistas
0
que as
surgidas
Antes de Watson, porem, as bases desse paradigma ja haviam da Psicanalise
sido tra~adas, de certo modo, pelo cientista Ivan P. Pavlov, que
para 0 campo da educa~ao escolar - da mesma forma que par a outros setores de nossa vida - e urn processo complexo em que
nasceu na Russia em 1849 e morreu nesse mesmo pais, entao
estao envolvidas
ganhador do Premio Nobel de 1904.
I
Ocorre que a transposi~ao dos ensinamentos
como Behaviorismo Metodol6gico, de outras vertentes
equacionamento
varias decisoes. Uma delas diz respeito
ao
Uniao Sovietica, em 1936. Pavlov f oi urn renomado fisiologista,
entre liberdade e autoridade, terreno em q ue
Outro expoente
desse paradigma foi Burrhus F. Skinner,
o professor e colocado quando opta pelo paradigma psicanalftico
pesquisador norte-americano que viveu entre 1904 e 1990. Ao passe
como guia de suas a~oes. Outra decisao crucial, estreitamente
que
vinculad a a primeira, e quanto as finalidades sociais e polfticas
Ma nifesto Behaviorista, foi publicad o em 1913, as pesquisas de
em que situa
Sk inner tiveram maior divulga~ao a partir do inf cio d os anos de
Somente encontrarmos
0
seu trabalho.
uma ampla reflexao sobre esses t emas permitir a 0
primeiro trabalho relevant e de Watson, conhecid o como
0
1940. Sua abordagem e denominad a Behaviorismo R adical.
caminho que melhor possibilite a Psicanalise
oferecer contribui~oes par a a Psicologia da Educa~ao.
o afastamento de conceitos nao-observaveis
A
mais
importante
Comportamentalismo
par adigmatica
d o
diz res peito ao tipo de f enomeno
afirma~ao
a ser
estud ad o pela Psicologia para que esta se ja consid er ad a ciencia. Segundo Watson, dedicar-se
uma psicologia cientifica
a com pr eender
0
ser humano
nao d eve ousar
por inter m edio
da
introspecc;ao e nem conceituar aquilo q u e nao e passivel de ser objetivamente apreendid o. Para tomar mais clar a essa pr o posic;ao, tomemos urn conceito da Psicanalise, psicanalitico
0
inconsciente,
como exem plo. 0 inconsciente
e os estad os mentais a ele atribuidos
so podem
antecedentes a preender
e conseqilentes aquilo
comportamento,
que
ao comportamento.
ocorre
inconsciente
existe,
por mais que a analise
Nenhum
clfnica
antes
da emissao
os estfmulos ambientais que
portanto - da pessoa. Nao ha meios d e pr ovar cientificamente 0
e voltado para
a compreensao dos fatores, tambem extemos, relacionados como
mesma ou de diferente natureza. conceito
0
0
Podemos de ur n
antecedem, bem
sucedem, novos comportamentos
da
que diga respeito ao universo interior ,
estabelec;a vfnculos entr e urn sonho ou uma neuro se e certos
supostamente
eventos da vida inf antil mentalistas.
o compor tamento, por tanto, e uma respo~ta do organismo a algo
do individuo,
de que e xi sta
dizem os comporta-
urn es pac;o inacessfvel
a
vid a
mente: que
existente, do indivfduo - emoc;6es, vida afetiva,
e levado
ser aceita por nao haver meios d e verifica-Ia com objetividade.
Comportamentalismo
So podemos
tomou-o
com a existencia
d o inconsciente
a analis e d e nossos pr o prio s s entimentos
e daquilo
que, em nossa vida cotidiana, ju lgamos poder estar relacionado a ele. Podemos ver if icar o bjetivamente
a existencia de certas
por esse par ad igma.
impressiona a par tir do exter i or, os estfmulos. A delimitac;ao
consciente, habit ado por ener gias psf quicas r e pr imid a s, nao pode concor dar
em considerac;ao
0
desses
mediante
componentes
como
objeto
de
e studo
deu
ao
a denominac;ao E-R, estfmulo-resposta,
conhecido por conceber
0 ser
e
humano como se fosse
uma "caixa preta", urn r e cipiente lacrado e indevassavel sobr e cujo interior nada podemos afirmar . o Behavior ismo
R a dical de Skinner
introduziu
ampliac;6es nesse parad igma,
mas nao e legftimo atribuf-Ias a algo que nao se ja diretamente
fatores internos no am bito das possibilidades de estud o de uma
0
ciencia d o comportamento.
conflito entre id e superego.
Conceitos d esse tipo colocam a Psicologia na d ificil situac;ao
especialmente
algumas
atitud es d a p essoa - e pod emos chama-Ias de a titud es neuroticas visfvel, como
ao incluir os tais
Para tanto, passou a consid e rar os
fen6menos nao d iretamente observaveis, que ele chamou eventos
de precisar r ecor rer a subjetivid ade humana, algo extremamente
privad os, como com portamentos
variavel, par a confirmar seu corpo teor ico. Ao ingr essar nesse
dessa vertente,
terre no a Psicologia d eixa d e ser cientffica, dizia Watson. Par a
elementos ate entao desprezados pelo compor tamentalismo.
ser ace ita no r ol d as ciencias, a Psicologia deve adotar como objeto de estudo tao-somente "
teorico do Comportamentalismo
como os eventos que
A i deia
\
0empenho
ser visualizados com base numa avaliac;ao intema - introspectiva, que
~
Todo
aquilo que pod e ser o bservado e
tambem - daf a radicalidade
q ue colocou sob a otica fundada por Wa tson
A inovac;ao teorica de Sk inner
nao foi uma abertura
introspecc;ao, pois consistiu em ad mitir
0estudo
descr ito em ter m os tao elementar es q ue dis pense a su b jetividade.
e sentimentos
A esse ob jeto de investigac;ao d eu-se
de suas manifestac;6es exteriores. Trata-se circunstancias objetivamente apreensiveis
nome d e comportamento.
0
individ uo
Comportamento
Comportamento, organismo,
portanto,
e a expr e ssao
aq uilo q ue pod e ser registr ad o
visf vel de um e quantificado.
d e sde q ue estes sejam abordados por inter med io
q uando
compor tamento por exemplo.
a
de pensamentos
ele manifesta
"tristeza",
de entender as que cercam 0 ou estudar
0
ver bal que ele emite q uando se diz "depr imido",
Nessa perspectiva, evita-se cair no subjetivismo, pois esta em causa sao as relac;6es funcionais entre
0
0
que
relata de urn
estado interior, como a tristeza, e os fatores ambientais a que
0
organismo esta submetido - a morte de uma pessoa proxima ou urn fracasso profissional,
dependendo
dessa abordagem esta em nao povoar categorias
inacessiveis
instrumentos
nao
psicanalitica.
do caso. A vantagem 0 universo
a razao, so verificaveis
cientificos,
como
psiquico de
o combate
do B e~viorismo
psiquico intemo relativo ao conhecimento
o mais sera mera especulac;ao. Uma concepc;ao de educac;ao :- ' \
1
Seja qual for a vertente a que estejamos nos referindo - se a formulac;ao paradigmatica de Watson ou as perspectivas abertas
e a interpretac;ao 0
e psicanalistas.
Radical
0 estado
com sede" nada acrescenta
objetivo que adquirimos. Excluindo-se os dados objetivos, tudo
pOl' meio de
POI'ai se ve como foi - e ainda vem sendo -
historico debate entre comportamentalistas
teorizac;ao que fac;amos sobre a "sentir-se
e contra
a
pOl'Skinner -,
Comportamentalismo
traz consigo
uma conceQ£ao de educac;ao bastante utilitarista.
Retiremos a
0
fato e que
0
conotac;ao pejorativa que tal expressao possui - e que os criticos
possibilidade de os estados intemos serem tornados como causas
desse paradigma nao se cansam de repetir - para compreendermos
de comportamentos
o seu sentido mais amplo.
tomando mas
visiveis.
Quando
vemos
uma pessoa
A visao elaborada pelos comportamentalistas
urn copo d'agua, dizemos que ela estava com sede,
0 que
realmente podemos afirmar e que estamos diante de
urn organismo que ficou privado de ag ua pOl'urn certo tempo -
que determinam
even to que antecede
grupos. Podemos olhar os fatores que constituem
mesmo organismo quantidade
0
comport amen to de beber - e que esse
emite uma resposta:
inacessivel. tempo que podem
de registro
0 comportamento
de indivfduos e mesmo de 0
ambiente
0
com portamento
de beber a
do professor, a disposic;ao dos objetos na sala de aula, como
e q uantificac;ao,
mas nada
estimulos que moldam
0
"estar com sede" - urn estado intemo
E nem temos necessidade disso. A quantidade
de
organismo ficou sem agua e 0volume que ele ingere
0
ser correlacionados
experimento
ser
quer a existencia de brinquedos, e, no caso da escola, as atitudes
Ambos os fatas, a privac;ao e podemos afirmar sobre
0
domestico, queI' 0modo como procedem os membros da familia,
ingere determinada
de liquido.
agua, sao passiveis
sobre
humano implica a possibilidade de serem conhecidos os fatores
e, se estivermos
fazendo
urn
cientifico, temos como prever quanto de agua
0
0
comport amen to da crianc;a.
Se tivermos como estabelecer relac;6es objetivas entre certos fatos do ambiente
e certas atitudes
da crianc;a, poderemos
interferir nessas relac;6es de maneira a obter comportamentos desejaveis. Em outras palavras,
0
uma perspectiva de entendimento
Comportamentalismo
fomece
do ser humano que viabiliza
mesmo arganismo - ou outro semelhante - ira beber, quando
modificar 0comportamento
estiver novamente privado desse liquido par tantas horas.
o controle das ac;6esda pessoa e a obtenc;ao segura de resultados.
Numerosas compreender agua.
e sofisticadas
analises podem ser feitas para
melhor as relac;6es entre privac;ao e ingestao de
Registrar
variac;6es
na temperatura
composic;ao quimica do liquido melhoraria de previsao
do comportamento
ambiente
e na
nossa capacidade
em causa,
mas qualquer
numa direc;ao previsivel, viabilizando
Na escola, isso pode significar promoc;ao de aprendizagem, com ganhos evidentes para para
0
aluno, para
professor e tambem
0
sistema de ensino. Mais eficiencia no trabalho de sala de
0
aula, menos desperdicio de tempo e de recursos financeiros. Em ultima analise, 0 Comportamentalismo inspira praticas _
ped ag6gicas d ir ecionadas para fins antecipadamente e plane jad o s, com pa@ o bte-Ios. Quanto humano,
por <;:ao de came ou d e qualquer outr o alimento que the seja a pres en ta do .
0 c ur ioso
comportamento
a possibilidade
Watson
tr ansf ormar
pr evistos
que toma possfvel desenvolver instrumentos
0
de controle
do comportamento
era categ6rico. Considerava
0indivfduo,
ser possfve!
por meio de educa<;:aoou d e r eeduca<;:ao,
salivar
e que ele pode emitir
simplesmente
na pr esen<;:a d a pessoa que costuma
Pavlov exper imentou
diver s as varia<;:6es d essa situa<;:ao e
de res pos ta natural ao comportamento
quanto urn mar ginal corrupto. Qr le.s.tino da.-- pessoa depend er ia
ele surge ~iante de urn estfmulo que natur almente
d os f atores condiciQ!.lantes or anizados em tomo
mesmo
alimenta-Io ou mesmo a o ouvir os seus passos.
naquilo que d ese jamos. E celebre sua afirma<;:aode que poderia tomar urn r ecem-nascido e toma-Io tanto urn home m honesto tao-somente
0
antes d e ver ou d e cheir ar a c ame. 0 d o po de
nomeou tecnicamente
os f ator es nela envolvid os. Deu
0
nome
d e salivar, uma vez que produz -
0
o aliment b. Mais tarde Pavlov mudou essa denomina<;:ao para
d ela. Essa pretensao foi amenizada por Skinner, mais tard e, como
resposta incondicionada
veremos.
tipo de ~~tf ;-~l~
e chamou de estfmulo incondicionado
0
a pr oduz.
De tod o mod o, 0Comportamentalismo oferece urn aparato te6rico e tecnico bastante eficiente no tocante a pr evisa o e
o som de uma
contr ole, conf onne a bordaremos, com a vantagem da simplicid ad e
repetidamente
- se compar ad o, por exemplo, com a Psicanalise. Colocamos em
o bviamente salivava. 0 som, nesse casa, e urn estfmulo neutro,
vigor , assim, ur n prindpio conhecido nos meios cientfficos como
pois nao e ele que produz a saliva<;:ao, mas sim
Canone d e Mor gan: se temos duas explica<;:6esrazoaveis par a
Com
urn fenomeno, por que utilizar a mais complexa?
o paradigma comportamentalista,
no casa, e
0 comportamento
recurso mais
0
de professores e alunos.
Seus crfticos, porem, dizem que ele e simplista e deixa de l ad o a infinita riqueza da alma humana. Seus defensores, de outr o lad o, res pondem
0
campainha,
por exemplo,
fosse emitido
junto com a apresenta<;:ao d a came,
tempo, entre tanto,
0
0
0
animal
alimento.
animal passava a s alivar diante do
som, mesmo na ausencia d o alimento. Pavlov intitulou resposta
simples para explicar e controlar a a<;:aohuman a e, na situa<;:ao particular da escola,
Verificou em suas pesquisas que se urn estfmulo qualquer,
que teorias sofisticadas como a Psicanalise ger am
boas ideias literarias e pouco resultado pratico.
condicionada a esse tipo de saliva<;:ao,contr olada gor urn estf~
~e an te s e ra n eu tr o - 0 som d a campainha. d enominou, entao, estfmulo condiciona d o .
A este s om
o que Pavlov quis mostr ar e que t udo
a prendemos
~
deve ser explicado pelo mod o como os estfmulos ambientais e intemos
- do sistema nervoso, mesmo - s ao d is postos para
produzir
repostas.
Esse mod elo de aprendizagem
Condicionamento A apren dizag em segu ndo Pavlo v
dia-a-dia.
Em seu laborat6rio de fisiologia, onde estudava a saliva<;:ao
0 que
chama-se
e pode ser observado com f acilidade em nosso
De modo semelhante
ao cao de Pavlov, tambem
salivamos ao ver os pratos sobre a mesa, mesmo antes de servida
em caes, Pavlov acabou elaborando uma teoria da a prendizagem
a refei<;:ao,0 que significa termos passa d o por urn processo de
ao o bservar urn fenomeno que pode ser constatado por qu alquer
condicionamento.
pessoa com seu animalzinho alimenta<;:ao durante
domestico. Se
0
do estiver sem
certo tempo, ira salivar diante de uma
Pavlov via
psiquismo
0
humano
como urn conjunto
de
conex6es - ou associa<;:6es,como ele dizia - entr e estfmulos e
respostas. 0 mecanismo que explica
0 fato
de aprendermos
salivar quando submetidos a urn estfmulo anteriormente e
0
mesmo que explica
0
condicionamento
campainha. Sao processos neuromusculares
a
neutr o
do d io ao som d a que se esta belecem
que seu educando passe a r e petir, cada vez mais, a resposta de tr atar amigavelmente
dignif icantes, apeland o ao universo psfquico interior da crianc;:a?
no or ganismo a merce de certos arranjos do ambiente exterior . Em seu estilo provocativo, Pavlov criticava a pretensao d os
seus colegas, digamos. Como fazer isso?
Por meio de bons conselhos, belos discursos morais, exemplos Nao necessariamente, mais simples, consiste
responderia Skinner. 0 processo, bem em fornecer
urn estfmulo do qual
0
psicologos que, segundo ele, gostavam de renunciar as solu<;:oes
organismo - seja a crianc;:a, seja
0 r ata
clar as de urn problema, preferindo "torna-lo misterioso ou algo
privado. No experimento com
rato, se ele estiver ha algumas
de estranho
horas sem comer, basta li gar urn mecanismo que, a cada toque na
e singular".
Para explicar por que urn m acaco
0
de la boratorio - esteja
aprendia a resolver urn jogo de encaixes, os psicologos usavam
alavanca, introduza alimento no comedouro. 0 comportamento
expressoes confusas - sera que
desejavel de acionar a alavane a ter a sua freqilencia aumentada
0 macaco
"pensava" ou pr oced ia
por "ensaio e erro" para achar a soluc;:ao? - ao pa sso que obvio seria conceituar comportamentos
que
0
animal simplesmente
0
de modo rapido e significativo.
r e pete
que saDbem-sucedidos, aqueles que tern como
conseqilencia a aquisic;:ao de uma banana, por exemplo.
Tecnicamente, damos produziu esse efeito chama-se
alimento, no caso. 0 procedimento
Condicionamento Operant e , pois
0
resultado obtido
depende de uma atuac;:ao - uma o per ac;:ao- do organismo que
A apren dizag em segu ndo Skin ner
Skinner formalizou alguns conceitos que descrevem fenomenos
0 ambiente -altera -- -
somos
0
resultado
vivenciados por todas as pessoas que lidam com a aprendizagem,
ambiente.
na escola ou em qualquer outro ambiente. Seu trabalho c onsistiu
afirmar que
em desenvolver algumas ideias ja presentes, de certo m od o, na teorizac;:ao de Pavlov.
que
o criador do Behaviorismo Radical realizou seus exp erimentos classicos com ratos de laboratorio
nome de reforc;:ador ao estfmulo que
0
0
em uma gaiola, que ficou
f amosa como Gaiola de Skinner, ou Camara Operante, preferia seu idealizador. Era um compartimento
como
no qu al havia
0
ffsico. Note-se
-~
'- -
que Skinner enten
de interac;:oes que mantemos
A visao de Watson era diferente, 0
-
ia que
com nosso
nesse ponto, ao
indivfduo e totalmente moldavel pelas influencias
cercam.
Segundo
a concepc;:ao skinneriana,
nosso repertorio
comportamentos e estabelecido com base naquilo que
de
ambiente
0
fornece e, tambem, dad as as disposic;:oesambientais, esse mesmo repertorio e por nos modificado tendo em vista os reforc;:adores que almejamos. Uma crianc;:a a pr ende
a f azer birra - aquele
uma alavanca junto a um comedouro. Colocado em seu interior ,
tipo de choro insistente, teimoso e provocativo - quando a mae,
o rata movimentava-se
cansada de repreend e-Ia, cede a seus apelos e the da a bala que
com agilidade,
tocando
a alavanca
algumas vezes. Aumentar a freqilencia desse comport amen to er a 0 o bjetivo d e Skinner. Observe-se que esta e a mesma situac;:aode um pr of essor ou de uma mae - que deseja ver aumentad a um comportamento
a freqilencia de
desejavel qualquer . 0 educad or pr etende
ela insistentemente
pede. No futuro, em condic;:oessemelhantes,
e provavel que a crianc;:a r e pita Em ocasioes parecid as efetiva para pr oduzir
0 mesmo
comportamento.
com essa, quand o
a birra nao for
conseguir a bala, a c rianc;:a 0 ef eit o de
podera lanc;:armao de outr os comportamentos,
como chor ar mais
A crftica dirigida a esse topico do paradigma assinala que os
alto, espemear ou bater a cabec;:a na parede. Se a mae ced er, esses novos comportamentos comportamentos, consequencia.
todos eles capazes de produzir Isto revela
humano, competente por intermedio comportamental.
passam a integrar uma classe de a maleabilidade
do organismo
para ajustar-se as mudanc;:as ambientais
do desenvolvimento
de vasto
repertorio
desconsiderando cultural
igualam horn ens e animais inferiores, a peculiaridade
dos primeiros.
Segundo
seu livro a Cerebra Consciente, chimpomorfista,
pois reduz
psicologica, 0
0 behaviorismo
0 ser
historica
e
crftico Steven Rose, em seria uma ciencia
humano as caracterfsticas
de
urn chimpanze.
E importante ressaltar que sempre a probabilidades, I"
a mesma
comportamentalistas
0 Comportamentalismo
e nunca a certezas. Cientificamente
falando,
0
aumenta
a chance de repetic;:ao de urn comportamento
Esse e urn problema
refer e-se
fundamenta
que tern rafzes· na filosofia
0 Comportamentalismo,
0 que
que
nao sera possfvel
abordar aqui. Tenhamos em vista, apenas, a coerencia do corpo
maximo que se. pnge dizer e que urn ~c;:ad or ou d e
teorico
desse paradigma,
que sustenta
--u que, na versao
a impossibilidade
de
uma classe de respostas. Nosso grau de certeza sobre a emissao
adentrar no universo psfquico d o ser human ,
de uma resposta
skinneriana, so aceita lidar com fatores intemos desde que estes
altamente
e grande
quando
control adas, como e
lidamos
0 caso
com situac;:6es
de urn experimento
de
sejam convertidos
~~xpress6es
objetivamente
verificaveis.
laboratorio, mas diminui na medida em que nos aproximamos
Talvez a diferenc;:aentre nos e nossos antepassados filogeneticos
de situac;:6es reais de vida.
esteja justamente nesse espac;:oinacessfvel recusado por Watson e objetivado por Skinner, tese que nao e verificavel no ambito de uma ciencia natural.
Caracterfsticas tecnicas do Comportamentalismo
Como
0leitor
ja deve ter percebido, fala-se muito em animais
infra-humanos, ou inferiores, nesse paradigma. Suas exemplificac;:6es sao sempre bastante simples, abordando situac;:6esde aprendizagem .pouco complexas, raramente fazendo referencia a seres humanos. Essa e uma caracterfstica Comportamentalismo
dificultadora
da transposic;:ao d o
para situac;:6esreais de vida e para a escola,
concebido
que
0
Comportamentalismo
por intermedio
descrevem comportamentos e, trac;:os elementares
experimentais
que
em seus aspectos moleculares, isto
que formam uma conduta.
feitos com infra-humanos comportamentos
de recursos
e urn paradigma
Os estud os
sao uteis porque muitos de noss os
podem ser melhor analisados nesses animais,
sem que haja necessidade de submeter pessoas a determin adas situac;:6es de laboratorio.
feitas com animais inferiores, as adotam certos procedimentos de
controle experimental que visam delinear, com a maior clareza possfvel, os fatores implicados naquilo que esta sendo estudado .
E
0
que se conhece como controle de variaveis.
Vejamos urn exemplo acorda exatamente
em particular . Ocorre
Alem de preferencialmente pesquisas comportamentalistas
desse procedimento.
Uma pessoa
as seis horas da manha, no exato instante
em que dois outros eventos ocorrem: toca
0
despertador e a luz
solar entra pela janela do quarto. Urn observador descuidad o nao tera duvida em afirmar que a pessoa acorda por causa do som do despertador, mas so urn experimento que controle todas as variaveis presentes pode chegar a uma conclusao definitiva sobre isso. Tal experimento
deveria comec;:ar pela identificac;:ao d as
variaveis. De urn lado, temos as variaveis dependentes, aquelas
que supostamente ocasionam
0 despertar:
0 som
Alem do mais,
do despertador
0 rigor
cientffico impede-nos
de falar em
e a luz do sol, ambas mensuraveis par meio de algum instrumento.
"causa" do despertar. 0 maximo que podemos afirmar e que
De outro, temos uma variavel independente,
som do despertador e
acreditamos
ser resultante
0 despertar,
que
da a~ao de uma das demais. Para
sermos rigorosamente cientfficos, essa ultima variavel deve ser operacionalmente comportamento
descrita,
isto e, precisamos
que, uma vez objetivamente
eleger
urn
registrado, possa
digamos que
0
precede imediatamente
0 desper tar
do indivfduo,
nao fosse conduzida na casa da pessoa, pois s6 em laborat6rio, onde
0
ambiente
e minuciosamente
preparado,
indivfduo
estara
experimental
obtidos, em ambiente tao artificial e controlado,
da medida de seus batimentos
cardfacos ou de seu funcionamento janela, procedimento dependentes.
Se
cerebral. Fechamos entao a
que visa manter inativa uma das variaveis
0 sujeito
despertar, conclui-se que ele
0 faz
por
causa do despertador? S6 responderemos realmente
identificadas
Os crfticos do Comportamentalismo
transposi~ao
de conclusoes
e controladas.
pessoa ao acordar vai ao banheiro,
talvez uma variavel nao
0exemplo
precisamente,
0 tipo
como refor~ador Pesquisas
despertador
seja a variavel
causadora
seguida, com a janela fechada e acordar
e nao for ao banheiro
de seu despertar.
do comportamento
anteriormente
mas seus dados foram obtidos
0
espedfica que dificultam a generaliza~ao. De qualquer
maneira,
permanece
indivfduos. 0
elogio urn
em situa~ao
tao
fato de que aquele
professor devera empenhar-se em descobrir quais sac os estfmulos
imediatamente,
capazes de refor~ar
conclui-se
0
0 comportamento
experimento com a identifica~ao do som do despertador como a
o correta
experimento com a sua sala de aula,
imprescindfvel,
0
ser
despertador ligado, se a pessoa
0
variavel que provavelmente
causa
Dizemos "provavelmente"
elogio - ou, mais
daqueles
feitas informam
0
Em
0
de elogio que ele oferece - atua de fato
refor~ador,
Se
indivfduo nao acordar dessa vez, ha grande chance de que
e
em que, com base em dados de pesquisas,
refor~ador. Ele nao tern certeza de que
habitual, por exemplo. despertador.
real de vida.
fora do laborat6rio e por demais complexo comporta variaveis nem sempre claramente identificaveis.
prevista esteja atuando na situa~ao - uma necessidade fisiol6gica
0
para a situa~ao
dificultam a
urn professor imagine que elogiar seus alunos e urn estfmulo
estiverem
Caso se observe que a
Fecha-se entao a janela e desliga-se
dizem que dados assim
o ambiente
Vejamos sim se todas as variaveis
podemos ter
sob controle. /
0 emprego
mesmo na
presen~a de outras variaveis. 0 ideal, alias, seria que a pesquisa
desperto assim que abrir os olhos. Poderfamos sofisticar 0desenho com
0
estfmulo que, em grande parte das vezes,
certeza - quase total - de que todas as variaveis estao mesmo
traduzir aquilo que entendemos par estar desperto. Em nosso experimento,
0
0 evento
acordar.
devido a urn cuidado cientffico
pois resultados assim obtidos geralmente
sac
e mostra
desejavel de seus alunos.
seria que ele tivesse condi~oes a dificuldade
comportamentalista
0 que
para realizar urn
raramente e possfvel
de aplica~ao rigorosa do paradigma
na pratica educacional.
Uma boa tatica e
farmulados como hip6teses, a serem confirm adas ou refutadas
observar os educandos em outros ambientes, que nao a escola,
por outros pesquisadores,
em suas casas, no desenrolar de jogos e brincadeiras,
metodol6gicos.
mediante
0 uso
de outros recursos
esquemas de refor~amento atuam de modo efetivo .
quando
Alg uns esqu emas de refo n;: ament o
Embora
Uma varia<;ao pode ser feita, permitindo que
problema da transposi<;ao de resultados
esteja
0
sempre presente, muitas conclus6es obtidas por intermedio das estrategias experimentais do Comportamentalismo podem servir
for emitido. Assim,
de inspira<;ao
alimento; na proxima tentativa,
indicadores
ao trabalho
do professor .
Ha resultados
de que os organismos em geral, e
0 ser
humano
0
mecanismo
funcione de modo aleatorio, isto e, que 0 alimento seja introduzido na gaiola sempre que um numero variavel de repostas 0
rata aperta a alavanca 5 vezes e obtem 0 refor<;ador so
e fomecido apos
10 toques na alavanca; na outra, so apos 7, e assim por diante,
em particular, respondem de modo semelhante a certos estfmulos e circunstancias ambientais.
totalmente
Alguns experimentos delineiam esquemas que podem ser razoavelmente generalizados para qualquer situa<;ao, inclusive
mantidos
a escola. Tomemos
N as primeiras vezes em que uma crian<;a vai a escola ou a missa, os pais a premiam com um elogio ou um afago carinhoso,
comportamento comportamento determinados
0
caso da crian<;a que desenvolveu
0
de fazer birra. Se a mae desejar que esse nao mais se manifeste, ela pode proceder a arranjos de contingencias
que levem
a
extinc;ao
ao acaso.
Os comportamentos
assim instalados tornam-se persistentes,
por longo tempo
refor<;ador.
Varias
sem necessidade
de nossas atitudes
de estfmulo
exemplificam
isso.
refor<;ador que vai sendo oferecido a intervalos irregulares ao longo da vida da pessoa. E
comportamento
0
e mantido mesmo
inadequado, a freqiiencia da resposta birra tende a ser nula.
assim. A assiduidade, instalada por refor<;amento parcial, toma-se um comportamento dura vel, altamente resistente a extinc;ao.
Outro esquema, nesse mesmo casa, poderia ser a apresenta<;ao de um estfmulo aversivo - ou reforc;ador negativo. A mae pode
filho precisar ceder, em algumas ocasi6es, "mas so desta vez",
do mesmo. Nao fomecendo a bala que instalou
castigar fisicamente a crianc;a, por exemplo,
0
0comportamento
que ita reduzir mais
Desse modo, se aquela mae disposta a extinguir a birra do como costumam dizer as maes, ela estara aplicando, a bem da verdade, um esquema de refor<;amento parcial. A crian<;a
rapidamente a freqiiencia da resposta. Os comportamentalistas, especialmente os skinnerianos, nao consideram valido 0emprego
persistira com a resposta inadequada
de procedimentos punitivos como esse, inclusive porque eles podem
mesmo que a bala nao the seja dad a na maioria das vezes.
instalar, por imita<;ao,novos comportamentos indesejaveis. Outro modelo bastante aplicavel e reforc;o parcial,
em que
conjunto de respostas. No experimento ao rata
0 comportamento
Outro esquema muito comum em nossa vida e 0que emprega
0 condicionamento
reforc;ador e apresentado
0
por muito tempo ainda,
por
a cada
que pretende ensinar
de acionar uma alavanca, bastaria que
refor<;adores secundarios. privado de alimento quando
bem-sucedido,
0exemplo classico e 0 do macaco
que manipula
um jogo de encaixes
e,
recebe uma ficha de jogo. Seria de
esperar que ele ganhasse uma banana, um refor<;ador primario
o mecanismo automatico de liberac;aodo alimento so funcionasse,
que viesse satisfazer sua privac;ao alimentar. Ocorre que
a criterio do pesquisador, respondesse corretamente.
a cada 5 vezes em que 0 animal Rapidamente ele aprenderia a
foi condicionado por meio de uma estrategia que envolve a troca da ficha por banana ao final da sessao experimental.
contar,
tocaria
digamos
imediatamente
assim:
correria para
0
5 vezes
comedouro.
na alavanca
e
0macaco
o estudante tambem emite comportamentos cuja conseqilencia saGreforc;adores secundarios. Basta percebermos que uma nota -
afinal, urn conceito escrito numa folha de papel - nao aplaca
que ele esta presente no dia-a-dia da sala de aula. Ciente dos
nenhuma
fundamentos
necessidade
primaria do organismo. Mas uma boa
nota atua como reforcsador de comportamentos
adequados, por
exemplo, se a criancsa foi condicionada a receber urn brinquedo ao passar de ano.
teoricos e tecnicos
Observe-se que os professores, bem como os pais e as maes, utilizam os esquemas do Comportamentalismo, conhecimento
mesmo sem ter
formalizado desse paradigma. Atribuir uma boa
nota nada mais e do que a tentativa freqiiencia de urn comportamento
de fazer aumentar
a
adequado, ao passe que urn
conceito negativo age como estfmulo aversivo, podendo minorar a freqiiencia de uma resposta comportamental As vezes
reflex6es
comportamentalistas
resultaram
procedimentos
a
em algo que vai alem de inspirar
como os que acabamos de ver. Skinner propos
e transmitir conhecimentos
que resulta em melhores resultados,
em menor tempo e com economia de esforcso - e de mao-deobra, inclusive. A ideia de Skinner
professor percebe que certas atitudes por ele
mais dedicados
a educacsao escolar foi Skinner. Suas
certos recursos para dar eficiencia ao ensino, urn modo de organizar
inadequada.
0
no
tocante a aprendizagem de seus alunos. analisar especificamente
na escola
desse paradigma,
suas proprias atitudes e ten tar obter melhores resultados Urn dos autores
o comportamentalismo
oriundos
o professor pode incrementar seus metodos de trabalho, modificar
escolares
em unidades
consiste
em organizar
simples, pequenos
as materias
topicos
a serem
assumidas a titulo de punicsaoacabam par refarcsarcomportamentos indesejaveis - uma reacsao de "nervosismo" do mestre costuma
ensinados passe a passo. Cada uma dessas unidades comporta
produzir
a outras alternativas.
ainda
Intuitivamente
mais 0
"baguncsa"
entre
educador conclui que
0
usando nao funciona com aqueles alunos, a historia conta
de cad a indivfduo
quando
se pretende
certos
alunos.
esquema que vinha 0 que
significa que
ou grupo deve ser levada em controlar
0
comportamento
de
uma {mica resposta certa, que pode ser apresentada se a materia for Historia e
professor desejar ensinar qual foi
0
a classe social que comandou
a Revolucsao Francesa,
0
aluno
devera assinalar a opcsao "burguesia", e nao "campesinato"
ou
"proletariado" .
E claro que esse exemplo pode ser tornado mais complexo,
alguem. Nesse caso, ainda intuitivamente,
professor passa a nao
0
emitir mais 0estfmulo reforcsador,ou seja, encontra outra maneira de reagir a balbUrdia daquela classe. E tambem com base na experiencia
em meio
Tomemos urn exemplo bastante simples:
que
0
educador
muitas
vezes erra.
Apos ter
conforme sejam os objetivos do programa escolar. Se e esperado que
aluno aprenda algo mais sobre as relacs6esentre a burguesia
0
e as demais classes sociais naquele momento historico, pode-se oferecer, como alternativa carreta, urn pequeno texto em que
prometido jamais ceder aos apelos das crianCSaspara que termine
processo revolucionario
a aula mais cedo, num certo dia, por urn motivo qualquer, ele
outros que contenham
cede, dizendo - como aquela mae que da a bala ao filho cuja
0
Comportamentalismo,
respostas equivocadas.
De qualquer modo, ao emitir
0
comportamento
desejado -
que nesse caso e assinalar a alternativa que con tern a resposta
birra queria extinguir - "mas e so hoje". Assim, embora
0
frances esteja sumariado - ao lado de
com todo seu rigor
cientffico, seja de diffcil transposicsao para a escola, notamos
certa -
0 aluno
recebe urn reforcsador: ele e promovido para a
unidade seguinte. Se nao, retorna ao topico em que
0 conteudo
e de novo
de qualquer
colocado diante das alternativas de resposta a questao formulada.
entre tanto,
Rev olu fiio
Fra nce sa
e ensinado e, posteriormente,
Esse modelo e vantajoso porque possibilita ao aluno estudar praticamente sozinho, lendo as unidades de conteudo e submetendo-
ultrapassou
metodologia
ou filosofia educacional. Skinner,
ao elaborar
suas proposi<;:6es para
0
do Comportamentalismo
dos conhecimentos
aplica<;:ao, a escola.
fica garantida
por meio do fornecimento
sempre que emitido.
0
comportamento
de indicar a resposta certa for
e os transportou
para uma area de
Ao fazer isso, Skinner posicionou-se, e posicionou tambem os adeptos do paradigma,
numa certa linha do pensamento
pedag6gico, conhecida como tecnicismo, em que a estrutura<;:ao
Alem disso, para tornar sua proposta de ensino ainda mais eficiente, Skinner criou urn aparelho que ficou conhecido como maquina de ensinar. Na epoca, meados dos anos 1950, era urn mecanismo
bastante
funcionando
como os recursos da informatica: as unidades de
conteudo
pois
tomou certos conceitos e resultados experimentais constituintes
se a avalia<;:ao,em seu pr6prio ritmo de aprendizagem. A fixa<;:ao do estimulo refor<;:ador,que e a promo<;:ao a unidade seguinte
0 ensino,
ambito das formula<;:6es paradigmaticas,
tosco, mas hoje podemos
imagina-lo
sendo fornecidas por meio de paginas - ou telas _
compostas par refinados artificios multimidia, as respostas corretas e incorretas sendo acompanhadas
por efeitos sonoros e visuais
adaptados as preferencias do aluno, e assim por diante. Skinner considerava que as escolas vinham perdendo muito tempo para ensinar - e mal, diga-se de passagem - conteudos
dos meios supera a discussao das finalidades
o tecnicismo
educacionais.
nao nega que a educa<;:ao seja norteada
campo da filosofia, mas sua enfase e posta no aprimoramento dos meios - a<;:6es,metodos, tecnicas e instrumentos - que possam ser uteis a quaisquer fins. Ao contemplar
a ideia de que bons meios sao capazes de
conduzir a bons fins, 0 tecnicismo tende a descartar a necessidade de discuss6es
mais amplas sobre as finalidades
educa<;:ao. Dai a tecnologia educacional,
maiores
de varios tipos, como os computadores, serem temas atraentes
que poderiam ser ensinados muito mais rapid a e eficientemente. Para realizar essa meta, bastaria que os conhecimentos escolares
geralmente
dec1aram-se
politicamente
fossem elaborados de forma simples, sem grandes divaga<;:6es,e
interessados
em perguntas
sobre aonde chegaremos
que se exigisse do aluno respostas objetivas sobre os assuntos
preocupados em responder sobre
abordados.
duas indaga<;:6es pudessem existir isoladamente.
que vimos, a maquina de ensinar instala e suprime comportamentos com total objetividade, e e isso fazer.
que a educa<;:aoescolar espera
0
A grande tecnicismo
foi
r
Cabe observar que
contribui<;:ao 0
0
Os tecnicistas
neutros,
menos e mais
que faremos, como se estas
dos comportamentalistas
fomecimento
de conceitos
e metodos
ao para
por exemplo,
que a educa<;:ao deva formar
pessoas ordeiras, honestas e cumpridoras de seus deveres. Esta
e Tecnicismo 0 Comportamentalismo,
dessa linha de pensamento.
converter as finalidades da educa<;:aoem objetivos operacionais. Consideremos,
Comportamentalismo
da
os recursos didaticos
para os defensores
Ao empregar esquemas de refor<;:amento como os
por
finalidades sociais e politicas, cujas defini<;:6eslocalizam-se no
na condi<;:aode
formula<;:aoconstitui uma finalidade, inscrita no campo politico
paradigma cientifico, nao faz mais do que inspirar certas atitudes
e filos6fico. 0 pensamento
e procedimentos pedag6gicos, pois nao e responsavel pela cria<;:ao
atingir
essa meta,
tecnicista
preocupa-se
em como formula-la
em como
objetivamente
e
desenvolver a~6es para sua efetiva~ao e, mais aind a, par a a verifica~ao de seu cumprimento. A orienta~ao comportamentalista os comportamentos
diz que e preciso d efinir
relativos a essa finalidade,
as o per a~6es
Vale lembrar que nesse mesmo p ais f or am criados
produzindo significativo aumento d a riqueza nacional. 0 meio
observaveis que ela implica. Sera considerado honesto, ord eir o
empresarial norte-americano
e cumprid or
gerencia
de seus deveres
sempr e no horario
aquele que chega ao tr a balho
certo, executa
suas fun~6es conf orme
0
estipulad o pelas norm as etc.? Se for assim, de p osse disso temos condi~6es de programar esquemas de refor~amento capazes d e levar uma pessoa a comportar-se
de acordo com
0 d ese javel.
0taylorismo
e 0 f ordismo, inova~6es no ambito d a pr odu~ao que elevaram a pr odutividade das fabricas e 0 r endimento do tr a balho humano,
cientifica,
f oi
0 primeir o
uma f orma r acionalizad a
a experimentar d e controle
a do
tra balho cu jo pr incipal fund amento e a redu~ao d a subjetividade nas atividades pr odutivas. A no~ao que presid e tais inova~6es e que, uma vez corretamente
Ela emitir a respostas que serao objetivamente identificadas como
planejada, toda a cadeia pr odutiva ir a funcionar com 0 minimo de erro e maxima eficiencia, independ entemente das car acterfsticas
as de uma pessoa ordeira, honesta e cumpridora de seus dever es.
pessoais do trabalhador . 0 s ucesso d esse modelo levou alguns
Observe-se
que podemos pensar em qualquer
ate mesmo o postas
a
finalidad e,
que foi exemplificada. Queremos
q ue a
escola forme individuos criticos ou competitivos ou que levem vantagem pessoal em tudo
0
que fazem? E indiferente, pois os
pensadores da educa~ao a consider ar que as escolas poderiam ser organizadas tal qual
0
empr eendimento
pr odutivo,
0
que
gerou as bases do tecnicismo educacional. Franklin Bobbitt f oi urn d os primeir os a visualizar a tr ansposi~ao
tecnicistas nao consider am que a defini~ao dos fins este ja so b
dos esquemas empresariais par a a escola,
sua r esponsa bilid ade.
acordo com a seguinte per s pectiva: assim com o a fa brica define
tecnica,
N ao sendo tais defini~6es
ao planejad or
de estrategias
condicionad or as
a penas colocar em pratica os recursos cientificos E
0
Comportamentalismo,
d a al~ada
a sua
cabe
dis posi~ao.
como Psicologia da Educa~ao, e urn
if,, {Q)J'
Comportamentalismo
0
r evela
as pectos importantes desse par adigma e do modo como suas ideias centr ais f or am a pr o priadas no campo da educa~ao. 0 par adigma comportamentalista r acionaliza~ao r esultad os,
ex press a uma mentalid ade
de pr ocedimentos,
eficiencia
que visa
e enf as e e m
que coincid e com certos atributos tipicos d o espirito
0
empr eend ed or d o homem norte-americano, d o seculo XX, quand o
0
previamente suas metas de pr odu~ao com base no detalhamento do produto a ser ela bor ado, a escola esta belece seus o bjetivos educacionais
definindo com pr ecisao
0
que espera dos alunos
amplo, conforme ja vimos, mas os o bjetivos sao f or mulad os em
L
o contexto em que f oi criado
que seria feito de
que ira formar. E clar o que os o bjetivos educacionais dependem de finalidades, oriund as d o ambito filos6fico e politico mais
d os principais fornecedores desses recursos. A esco la e a fabr ica
0
em es pecial no infcio
sucesso economico levou os Estados
Unid os d a America a posi~ao que ate ho je ocupam.
termos operacionais:
sao os comportamentos
que se es per a do
aluno ao final do pr ocesso ped ag6gico. o empresario,
em seguid a, pr eocupa-se
materiais que iraQ compor as maquinas,
0 pr ocesso
a materia-prima,
com os elementos
pr odutivo. As f err amentas,
as car acterf sticas
d a mao-de-
o br a, a sistematica d e tr a balho, enfim, componentes que serao articulados
par a atingir as metas previstas. Na escola, tod o
0
a par ato instrucional e plane jad o par a cumprir os o bjetivos ed ucacionais. Metod os d e ensino, materiais did aticos, perfil ideal
d o pr of essor e seqiienciamento de conteudos sac alguns d os itens
administrativo,
que d evem estar adequadamente os comportamentos desejaveis.
inclusive
dis postos para o bter d o alunad o
maxima,
otimiza~ao
des pendidos. Feito isso, mercado
antes
pr ocedimento mercad oria
do tempo
0 produto
de passar
que se busca e
0
e d os recur sos
fabricad o nao e posto no
pelo
controle
de q ualid ad e,
que consiste em confrontar correspondente
tod o s os itens d a
a essa etapa e a avalia~ao.
previamente
dos alunos
estabelecida.
planejamento
coincidem
do processo
pedagogico
q ue
0
foi corr etamente
Como na fabrica,
materia-prima
e no ferramental
que busca suas falhas na
de trabalho,
f a brica,
educad or es
os mes tr es
mercadorias a
pod em
na escola talvez
o pr o blema esteja no material didatico escolhido.
como mao-d e-o br a
o o bjetivo da avalia~ao, que nesse caso e sinonimo d e
desconfortaveis educacional,
ocorrem
uma
mercadoria
produ~ao
Assim como nao se pode res ponsa bilizar por ter safdo
da fa brica,
a perspectiva
no pr ocedimento pedagogico, que
pois
defeituosa
d a linha
aqui e encontr ar 0
d e
falhas
aluno nad a mais e d o
resultad o de condi~6es ambientais - estfmulos, o per a~6es
0
d e condicionamento
etc. - que a escola organiza para atingir
suas metas. em sala de aula quanto prof essor
0
a escola
planeja
como institui~ao. No primeir o
os conteudos
esta belece os o bjetivos comportamentais, e pr ocede
Tais sensa~6es no campo
que enfatiza
0
tr a balho
comportamentos. Os comportamentalistas, desag ra do
entr e tanto,
e fr uto d e nuances
dizem que esse
d a linguagem.
Se tentarmos
converter a expressao "f ormar pessoas" - ou qualquer outr a do voca bulario
pedagogico
usual - em pr ocessos
chega re mo s
exemplo,
inevitavelmente
tao valorizad a
a termos
pela escola
atual,
controle,
0
jamais podera
d e uma tecnica par a r ef or~ar
e extinguir outr os.
Uma indaga~ao mais pr ofund a, entr etanto, Se de fato
como
A meta d e f ormar cidadaos, par
prescindir, em ultima instancia, certos comportamentos
operacionais
Comportamentalismo
subsiste a essas.
suger e uma tecnologia
d e
a que tipo de socied ad e ele ser ve? Ao r efletir so br e
quest6es desse tipo, Skinner concluiu que d evemos nos pr eocupar
Vale o bservar que esse modelo aplica-se tanto ao tr abalho plano,
tr a balho d o pr of essor e reduzido
como offcio de f ormar pessoas, e nao de modelar
controle e condicionamento.
por seu fracasso.
como
0
uma visao humanizad or a
o bjetivos,
intuito de cul pa-Io
e os alunos
porque pred omina,
localizar deficiencias no educando
0
de
que saem d a linha d e pr odu~ao. Tambem nao e
verifica~ao de respostas objetivas emitidas pelo aluno, nao busca com
ficar d esgostosos diante
aplica~ao de processos d e cond icionamento.
docente
ela borado. Se nao, e preciso rever cada um dos itens e localizar a deficiencia.
'l
agradavel a perspectiva em que
com a meta
Se assim for, significa
Muitos
y
t
e sociedade
analogias como as que a ca bam d e ser feitas: a escola como
No modelo tecnicista aqui sumariado, avaliar e verif icar se os comportamentos
f
Educaf;ao
pronta com as especifica~6es iniciais. Na escola,
o pr ocedimento
mod elo conduz a revisao de itens que abran gem
0
trabalho d o pr of essor, que e avaliado com base no
d e sempenho de seus educand os.
Em ambos os casos, na fabrica e na escola, eficiencia
0
a avalia~ao
dos alunos,
que ir a ministr ar, os recur sos did aticos
como vimos. No plano
com a constru~ao de uma cultur a que se ja dur avel, possf ve l por me io d e plane jamento.
Segund o
0 que
sociedades ja existir am, umas eficientes, outr as nao, e d e algumas deveu-se
ao acaso, n unca
r acional de suas metas.
a
so e
ele, muitas
ela bor a~ao
sucesso
0
pr evia e
Skinner imaginava a possibilidadede a ciencia do comportamento f ornecer as bases para
de uma sociedade perfeita - e chegou a escrever um r omance,
W a ld e n II, sobre uma pequena comunidade
dir igida por tais
pr incfpios. Ja que estamos no terreno das artes, id entificar a fic~ao de Skinner com
0
0 leitor
pod er a
mund o imaginad o
individual em beneficio de suplantar
0
subdesenvolvimento
do
pais e a subversao.
planejamento objetivo dos fund amentos
0
por
as educadores de hoje certamente almejam outras metas para a escola e a coletividade brasileiras. E
0
Comportamentalismo
nao poderia contribuir para a efetiva~ao dessas metas? Ao ten tar tr a nsportar
esse paradigma
para
0
campo
pedag6gico,
os
Geor ge Or well em 1984 e horrorizar-se com a sus peita d e q ue as
pr ofessores deverao julgar ate que ponto e em que sentido ele
tecnicas desse paradigma possam ocasionar efeitos d anosos, como
pode ser util, sem perder de vista
os sofridos p elo personagem de A L amnja M e canica, d e Anthony
na manuten~ao
Bur guess. No campo
da etica,
Comportamentalismo
a principal
acusa~ao
sofrid a
pelo
e que suas tecnicas ensejam a manuten~ao
do controle n a m ao d os grupos detentores d o pod er. Mas Skinner considerou que essas mesmas tecnicas pod e m s er vir ao contr acontr ole, se colocad as a servi~o dos o primidos. Ao tomarem ciencia de como sac controladas pelos polfticos, pela pr o pagand a tornar -se influenciar
e por outr as a gencias do poder, as pessoas podem
m enos manipulaveis
e passar a pr oced er de modo a
esses agentes tambem.
Quanto as suas teses sobre 0 planejamento da cultur a, Skinner nao se furtou a leva-Ias as ultimas conseqiiencias, discutind oas diante da tradi~ao do pensamento ocidental que valoriza a liberd ad e d a pessoa como bem supremo. E foi fr anco ao admitir que uma cH~ncia dis posta a planejar racionalmente a vid a humana ir a d e encontr o a princfpios como democr acia, livrearbitrio, iniciativa e r esponsa bilid ade
pessoais.
Em n ossa hist6ria d a educa~ao, as ideias comportamentalistas tem estad o d e certo mod o vinculadas a movimentos educacionais tecnicistas ungid os por r egimes polfticos r e pressivos. No Brasil Compor tamentalismo
esteve em voga justamente
0
no perfodo
aur e o da d itadur a militar instalad a em 1964. Juntamente
com a
mentalid ad e tecnicista, esse par adigma f oi d ifundid o no contexte de uma ideologia politic a que pr imava pe!a restri~ao a vida
pape! da educa~ao escolar
0
e na transforma~ao da ordem social.