COMPAGNON, Antoine. O Demônio da teoria A - Considerações Gerais:
1. Algumas anotações da orelha, por Eneida Maria de Souza !"MG#$ %A liç&o 'ue se depreende deste li(ro se (olta para a aus)n*ia de su*essores dos te+ri*os dos anos sessenta e setenta, representados por arthes, -odoro(, Genette, entre outros, atra(s da sensaç&o nost/lgi*a do autor ao eleger o ano de 102 *omo o 3im da teoria na "rança. -odas -odas as homenagens s&o, portanto, po rtanto, rendidas a arthes, 'ue se desta*ou pela resist)n*ia aos lugares 3i4os do sa5er e pelo 'uestionamento so5re a pre*ariedade e a *onstante trans3ormaç&o das teorias.6 7. Antoine Antoine Compagno Compagnon n engenheiro engenheiro 3ormado pela Es*ola Es*ola Polit*n Polit*ni*a i*a de de Paris Paris e doutor doutor em 8iterat 8iteratura ura.. Atual Atualment mente e pro3es pro3essor sor da Sor5onn Sor5onne e e da uni(ers uni(ersida idade de de Colum5ia.
9. 8:gia -elles salienta a import;n*ia de COMPAGNON COMPAGNON para o *urso de Representação Representação literária. A*res*enta, dele$ de Aristóteles a Auerbach não houve descontinuidade no uso conceito ito de Mimesis no pensametno ocidental. Auerbach Auerbach ainda entende MIMEI como Aristóteles o !a"ia. <. (er Aristóteles $ #o$tica, 'ue a primeira sistematizaç&o o primeiro tratado# so5re o 'ue ho=e *hamamos de literatura poesia# 'ue se *onhe*e. No >i*ion/rio de -ermos 8iter/rios, de Massaud Moiss editora Cultri4#, um grande n?mero de pala(ras e4pli pli*ado a partir dessa o5ra 5ra de Aristóteles @ O 'ue ho=e *onhe*e e*emos *omo%&neros era *hamado *hamado de esp$cies por Arist Arist+tel +teles es p. B$ #o$tica#@ Arist+teles n&o propõe simplesmente a arte pela arte a autonomizaç&o da estti*a#$ %...# o poeta de(e ser mais 3a5ulador 'ue (ersi3i*ador, por'ue ele poeta pela imitaç&o e por'ue imita ações.6 p. 0$ #o$tica#. Portanto, o *onte?do muito rele(ante.
Mimesis' p. B %DO 2. %DO rela relato to do sa*r sa*ri3i3:* :*io io de saa saa*F *F *ert *ertam amen ente te de(e de(e ser ser *onsiderado pi*o.6 .
Mimesis' p. 121... *ontraste entre lenda e história .
.
Huanto mais mimese, mais liter/rio, mais literariedade 3ormalistas russos#
B - Termos basilares/vocabulário:
1.
Cr:ti*a liter/ria, hist+ria liter/ria, teoria liter/ria, teoria da literatura, literatura,
7. imitaç aç&o &o@@ rela relaç& ç&o o entr entre e lite litera ratu tura ra e real realid idad ade@ e@ repr repres esen enta taç& ç&o. o. Mimesis I imit Aurlio#$ Mimese: 1. Ret. i!ura 'ue *onsiste no uso do dis*urso direto e prin*ipalmente na imitaç&o do gesto, (oz e pala(ras de outrem. ". (iter. mitaç&o mitaç&o ou representaç&o representaç&o do real na arte liter/ria, ou se=a, a re*riaç&o da realidade. 9.
Representação/Representar: o mesmo 'ue mimesis )imitar J. J. p. B#
<.
Poesia (poiésis): a arte em geral@ a literatura em geralJ p. B#
Epopéia: v. Épica: Grego e#i$ós% os' palavra narrativa, poema, recitação. #. 1(1 (Dicionrio !e "ermos #iterrios, de )assaud )ois&s* : ainda 'ue se (enha a pro(ar a e4ist)n*ia de realizações pi*as anteriores a Komero, *om os seus poemas Odisseia e Il*ada+ s*ulo L a.C.# 'ue prin*ipia a hist+ria dessa esp*ie de poesia.
2.
...# Os (us*adas 127# *onstituem a mais alta realizaç&o pi*a dos tempos modernos. #.1(1 A poesia pi*a de(e girar em torno de assunto ilustre, su5lime, solene, espe*ialmente (in*ulado a *ometimentos 5li*os@ de(e prenderse a a*onte*imentos hist+ri*os, o*orridos h/ muito tempo ...#. #.1(+ / ler em )assaud )ois&s. . $arrativa: ( Dicionrio !e "ermos #iterrios, !e Massa%! Moisés): Em *r:ti*a liter/ria, o termo s (ezes usado *omo sinnimo de hist+ria, aç&o, mas pare*e uma a5usi(a e4tens&o sem;nti*a. Melhor ser/ 3i4ar o (o*/5ulo %narrati(a6para a denominaç&o genri*a, e reser(ar a pala(ra %narraç&o6 *omo designati(o de re*urso e4pressi(o da prosa de 3i*ç&o, lado a lado *om a des*riç&o, o di/logo, e a dissertaç&o. #., . &ER'M#*+$+: !nidade ou *oer)n*ia dentro da o5ra$ personagens e enredo plaus:(eis. Aurlio#$ ou verosimilhança: 1. Hualidade ou *ar/ter deverossmil 0ou verossimilhante: 1. Semelhante (erdade@ 'ue pare*e (erdadeiro. ". Pro(/(el.% ". (iter. Coer)n*ia interna da o5ra liter/ria no to*ante ao mundo imagin/rio das personagens e situações re*riadas. 2erossimilhança L 2erdade.
C 3 Trechos e4trados do te4to:
N-O>!QRO 5 6ue restou de nossos amores7 #. 1"-1, 8 Por (olta de 10, a teoria liter/ria esta(a no auge e4er*ia um imenso atrati(o so5re os =o(ens da minha geraç&o. So5 (/rias denominações T Uno(a *r:ti*aV, U #o&tica V,
UestruturalismoV, UsemiologiaV, UnarratologiaV T, ela 5rilha(a em todo seu esplendor. D...F Na'uele tempo, a imagem do estudo liter/rio, respaldada pela teoria, era sedutora, persuasi(a, triun3ante. WW Esse n&o mais e4atamente o 'uadro. A teoria institu*ionalizouse, trans3ormouse em mtodo, tornouse uma pe'uena t*ni*a pedag+gi*a, 3re'Xentemente t&o #. /rida 'uanto a e4pli*aç&o de te4to, 'ue 8ea ata*a(a, ent&o, energi*amente. 1+ 8 Muitos (oltaramse para a (elha hist+ria liter/ria pelo (is da redes*o5erta de manus*ritos, *omo re(ela a moda da *r:ti*a dita genti*a. Teoria e senso comum #. 1 8 N&o a tratemos *omo uma religi&o. A teoria liter/ria n&o teria sen&o um Uinteresse
te+ri*oVJ N&o, se estou *erto ao sugerir 'ue ela tam5m, tal(ez essen*ialmente, *r:ti*a, opositi(a ou pol)mi*a. WW Por'ue n&o do lado te+ri*o ou teol+gi*o, nem do lado pr/ti*o ou pedag+gi*o, 'ue a teoria me pare*e prin*ipalmente interessante e aut)nti*a, mas pelo *om5ate 3eroz e (i(i3i*ante 'ue empreende *ontra as idias pre*on*e5idas dos estudos liter/rios, e pela resist)n*ia igualmente determinada 'ue as idias pre*on*e5idas lhe opõem. #. 19 8 Em teoria, passase o temo tentando apagar termos de uso *orrente$ literatura, autor , intenç&o, sentido, interpretaç&o, representaç&o, *onte?do, 3undo,(alor, originalidade, hist+ria, in3lu)n*ia, per:odo, estilo et*. #. 1( 8 Yinte anos depois, o 'ue surpreende, tal(ez mais 'ue o *on3lito (iolento entre a hist+ria e a teoria liter/ria, a semelhança das perguntas le(antadas por uma e por outra nos seus prim+rdios entusiastas, so5retudo esta, sempre a mesma$ Uo 'ue literaturaJV WW Perman)n*ia das perguntas, *ontradiç&o e 3ragilidade das respostas$ da: resulta 'ue sempre pertinente partir das noções populares 'ue a teoria 'uis anular D...F. Teoria e #rática da literatura #. "1 8 D...F a teoria *ontrasta *om a pr/ti*a dos estudos liter/rios, isto , a *r:ti*a e a hist+ria
liter/rias, e analisa essa pr/ti*a, ou melhor, essas pr/ti*as, des*re(eas, torna e4pl:*itos seus pressupostos, en3im *riti*aos *riti*ar separar, dis*riminar#. A teoria seria, pois, numa
primeira a5ordagem a cr*tica da cr*tica, ou a metacr*tica *olo*amse em oposiç&o uma linguagem e a metalinguagem 'ue 3ala dessa linguagem@ uma linguagem e a gram/ti*a 'ue des*re(e seu 3un*ionamento#. -ratase de uma *ons*i)n*ia *r:ti*a uma *r:ti*a da ideologia liter/ria#, uma re3le4&o liter/ria uma dobra cr*tica, uma sel!,consciousness, ou uma auto re3eren*ialidade#, traços esses 'ue se re3erem, na realidade, modernidade, desde audelaire e, so5retudo, desde Mallarm. Teoria' crtica' história #. "1-" 8 Por *r:ti*a liter/ria *ompreendo um dis*urso so5re as o5ras liter/rias 'ue a*entua a
e4peri)n*ia da leitura, 'ue des*re(e, interpreta, a(alia o sentido e o e3eito 'ue as o5ras e4er*em so5re os 5ons# leitores, mas so5re leitores n&o ne*essariamente *ultos nem pro3issionais. #. "" 8 Por hist+ria liter/ria *ompreendo, em *ompensaç&o, um dis*urso 'ue insiste nos 3atores e4teriores e4peri)n*ia da leitura, por e4emplo, na *on*epç&o ou na transmiss&o das o5ras, ou em outros elementos 'ue em geral n&o interessam ao n&o espe*ialista. A hist+ria liter/ria a dis*iplina a*ad)mi*a 'ue surgiu ao longo do s*ulo LL, mais *onhe*ida, ali/s, *om o nome de 3ilologia, cholarship,-issenscha!t , ou pes'uisa. WW Zs (ezes opõemse *r:ti*a e hist+ria liter/rias *omo um pro*edimento intr:nse*o e um pro*edimento e4tr:nse*o$ a *r:ti*a lida *om o te4to, a hist+ria *om o *onte4to. WW O parado4o salta aos olhos$ (o*) e4pli*a pelo *onte4to um o5=eto 'ue lhe interessa pre*isamente por'ue es*apa a esse *onte4to e so5re(i(e a ele. Teoria ou teorias #. ", 8 Perguntarme&o$ 'ual a sua teoriaJ esponderei$ nenhuma. E isto 'ue d/ medo$
gostariam de sa5er 'ual a minha doutrina, a 3 'ue pre*iso a5raçar ao longo deste li(ro. Este=am tran'Xilos, ou ainda mais preo*upados. Eu n&o tenho 3 T o protervus sem 3 e sem lei, o eterno ad(ogado do dia5o, ou o dia5o em pessoa D...F. #. "+ 8 A teoria da literatura uma aprendizagem da n&oingenuidade. Teoria da literatura ou teoria literária #. "+ 8 A teoria liter/ria mais opositi(a e se apresenta mais *omo uma *r:ti*a da ideologia,
*ompreendendo a: a *r:ti*a da teoria da literatura$ ela 'ue a3irma 'ue temos sempre uma teoria e 'ue, se pensamos n&o t)la, por'ue dependemos da teoria dominante num dado lugar e num dado momento. D...F Essas duas des*rições da teoria liter/ria *r:ti*a da ideologia, an/lise lingX:sti*a# se 3ortale*em mutuamente, pois a *r:ti*a da ideologia uma den?n*ia da ilus&o lingu:sti*a da idia de 'ue a l:ngua e a literatura s&o e(identes em si mesmas#$ a teoria liter/ria e4põe o *+digo e a *on(enç&o ali onde a teoria postula(a a natureza. #. " 8 Como =/ se ter/ *ompreendido, utilizome das duas tradições. >a teoria da literatura$ a re3le4&o so5re as noções gerais, os prin*:pios, os *ritrios@ da teoria liter/ria$ a *r:ti*a ao 5om senso liter/rio e a re3er)n*ia ao 3ormalismo. N&o se trata, pois, de 3orne*er re*eitas. A teoria n&o o mtodo, a t*ni*a, o me4eri*o. Ao *ontr/rio, o o5=eti(o tornarse des*on3iado de todas as re*eitas, de des3azerse delas pela re3le4&o. Minha intenç&o n&o , portanto, em a5soluto, 3a*ilitar as *oisas, mas ser (igilante, suspeitoso, *ti*o, em pou*as pala(ras$ *r:ti*o ou irni*o. A teoria uma es*ola de ironia. A literatura reduida a seus elementos #. "( 8 D...F tratase de resistir alternati(a autorit/ria entre a teoria e o senso *omum, entre
tudo ou nada, por'ue a (erdade est/ sempre no entrelugar. n5et[een KOM KAKA S-!A- KA88
CAP\-!8O A 8-EA-!A a literariedade# A e4tens;o da literatura
#. "< 8 O 'ue torna esse estudo literárioJ Ou *omo ele de3ine as 'ualidades literárias do te4to literárioJ Numa pala(ra, o 'ue para Do estudo liter/rioF, e4pl:*ita ou impli*itamente, a literaturaJ #. ,= 8 O nome literatura , *ertamente, no(o data do in:*io do s*ulo LL@ anteriormente, a literatura, *on3orme a etimologia, eram as ins*rições, a es*ritura, a erudiç&o,
ou o *onhe*imento das letras D...F. D...F arthes renun*iou a uma de3iniç&o, *ontentandose *om esta 5rin*adeira$ UA literatura a'uilo 'ue se ensina, e ponto 3inal.V "oi uma 5ela tautologia. Mas podese dizer outra *oisa 'ue n&o U8iteratura literaturaJV, ou se=a, U8iteratura o 'ue se *hama a'ui e agora de literaturaJV. #. ,1 8 No sentido mais amplo, literatura tudo o 'ue impresso ou mesmo manus*rito#, s&o todos os li(ros 'ue a 5i5liote*a *ontm in*luindose a: o 'ue se *hama literatura oral, dora(ante *onsignada#. Essa a*epç&o *orresponde noç&o *l/ssi*a de U5elasletrasV as 'uais *ompreendiam tudo o 'ue a retórica e a #o&tica podiam produzir, n&o somente a 3i*ç&o, mas tam5m a hist+ria, a #. ," 8 No sentido restrito, a literatura 3iloso3ia e a *i)n*ia, e, ainda, toda a elo'u)n*ia. 3ronteira entre o liter/rio e o n&o liter/rio# (aria *onsidera(elmente segundo as po*as e as *ulturas. D...F >esde Do s*ulo LLF, por literatura *ompreendeuse o romance+ o teatro e a poesia, retomandose tr:ade p+saristotli*a dos g)neros pi*o, dram/ti*o e l:ri*o, mas, dora(ante, os dois primeiros seriam identi3i*ados *om a prosa, e o ter*eiro apenas *om o (erso, antes 'ue o (erso li(re e o poema em prosa dissol(essem ainda mais o (elho sistema de g)neros. WW O sentido moderno de literatura roman*e, teatro e poesia# insepar/(el do romantismo, isto , da a3irmaç&o da relati(idade hist+ri*a e geogr/3i*a do 5om gosto, em oposiç&o doutrina *l/ssi*a da eternidade e da uni(ersalidade do *;none estti*o. #. ,, 8 Mais restritamente ainda$ literatura s&o os grandes es*ritores. -am5m essa noç&o rom;nti*a D...F. O *;none *l/ssi*o eram o5rasmodelo, destinadas a serem imitadas de maneira 3e*unda@ o pante&o moderno *onstitu:do pelos es*ritores 'ue melhor en*arnam o esp:rito de uma naç&o. D...F No(a tautologia$ a literatura tudo o 'ue os es*ritores es*re(em. WW D...F notemos apenas este parado4o$ o *;none *omposto de um *on=unto de o5ras (alorizadas ao mesmo tempo em raz&o da uni*idade da sua 3orma e da uni(ersalidade pelo menos em es*ala na*ional# do seu *onte?do@ a grande o5ra reputada simultaneamente ?ni*a e uni(ersal. WW -odo =ulgamento de (alor repousa num atestado de e4*lus&o. >izer 'ue um te4to liter/rio su5entende sempre 'ue um outro n&o . D...F A literatura, no sentido restrito, seria somente a literatura *ulta, n&o a literatura popular a iction das li(rarias 5rit;ni*as#. Com#reens;o da literatura: a >unç;o #. ,9 8 Num mundo *ada (ez mais materialista ou anar'uista, a literatura apare*ia *omo a
?ltima 3ortaleza *ontra a 5ar5/rie, o ponto 3i4o do 3inal do s*ulo DLLF$ *hegase assim, a partir da perspe*ti(a da 3unç&o, de3iniç&o *anni*a de literatura. Com#reens;o da literatura: a >orma do conte?do #. ,( 8 >a Antiguidade metade do s*ulo LY, a literatura T sei 'ue a pala(ra ana*rni*a, mas suponhamos 'ue ela designe o o5=eto da arte #o&tica T 3oi geralmente de3inida *omo imitaç&o ou representaç&o mim/sis# de ações humanas pela linguagem. Com#reens;o da literatura: a >orma da e4#ress;o #. ,< 8 A partir da metade do s*ulo LY D...F, a arte e a literatura n&o remetem sen&o a si
mesmas. Em oposiç&o linguagem *otidiana, 'ue utilit/ria e instrumental, a3irmase 'ue a literatura en*ontra seu 3im em si mesma. 0se#araç;o das es>eras: @abermas #. += 8 A literatura e4plora, sem 3im pr/ti*o, o material lingX:sti*o. Assim se enun*ia a de3iniç&o 3ormalista de literatura. WW >o romantismo a Mallarm, a literatura, *omo resumia "ou*ault, Uen*errase numa intransiti(idade radi*alV, ela Use torna pura e simples a3irmaç&o de uma linguagem 'ue s+ tem *omo lei a3irmar D...F sua /rdua e4ist)n*ia@ n&o 3az mais 'ue se *ur(a, num eterno retorno, so5re si mesma, *omo se seu dis*uros n&o pudesse ter *omo *onte?do sen&o sua pr+pria 3ormaV. 0As #alavras e as coisas: #. ,1, #. +=-1 8 Os 3ormalistas russos deram ao uso propriamente liter/rio da l:ngua. 8ogo propriedade distinti(a do te4to liter/rio, o nome de literariedade. ]a^o5son es*re(ia em 1010$ Uo o5=eto da *i)n*ia liter/ria
n&o a literatura, mas a literariedade, ou se=a, o 'ue 3az de uma determinada o5ra uma o5ra liter/riaV D...F. iterariedade ou #reconceito #. +" 8 A3astemos, antes de tudo, esta primeira o5=eç&o$ *omo n&o e4istem elementos
lingX:sti*os e4*lusi(amente liter/rios, a literariedade n&o pode distinguir um uso liter/rio de um uso n&o liter/rio da linguagem. D...F D]a^o5sonF, ent&o, denominou U #o&tica V uma das seis 3unções 'ue distinguia no ato de *omuni*aç&o 3unções e4pressi(a, poti*a, *onati(a, re3eren*ial, metalingX:sti*a e 3/ti*a#, *omo se a literatura o te4to poti*o# a5olisse as *in*o outras 3unções, e dei4ou 3ora do =ogo os *in*o elementos aos 'uais elas eram geralmente ligadas o lo*utor, o destinat/rio, o re3erente, o *+digo e o *ontato#, para insistir uni*amente na mensagem em si mesma. #. +"-, 8 A literariedade a des3amiliarizaç&o# n&o resulta da utilizaç&o de elementos lingX:sti*os pr+prios, mas de uma organizaç&o di3erente por e4emplo, mais densa, mais *oerente, mais *omple4a# dos mesmos materiais lingX:sti*os *otidianos. Em outras pala(ras, n&o a met/3ora em si 'ue 3aria a literariedade de um te4to, mas uma rede meta3+ri*a mais *errada, a 'ual relegaria a segundo plano as outras 3unções lingX:sti*as. D...F A pu5li*idade ent&o o m/4imo da literatura, o 'ue n&o , entretanto, satis3at+rio. #. ++ 8 Ora, DoF pro(is+rio tem tudo para durar, por'ue n&o h/ ess)n*ia da literatura, ela uma realidade *omple4a, heterog)nea, mut/(el. iteratura & literatura 0há um trecho interessante #. +
CAP\-!8O O AT5D a intenç&o# #. +9 8 So5 o nome de intenção em geral, o papel do autor 'ue nos interessa, a relaç&o
entre o te4to e seu autor, a responsa5ilidade do autor pelo sentido e pela signi3i*aç&o do te4to. D...F A antiga idia *orrente identi3i*a(a o sentido da o5ra intenç&o do autor@ *ir*ula(a #. +< 8 D...F ao ha5itualmente no tempo da 3ilologia, do positi(ismo, do histori*ismo. a3irmar 'ue o autor indi3erente no 'ue se re3ere signi3i*aç&o do te4to, a teoria n&o teria le(ado longe demais a l+gi*a, e sa*ri3i*ado a raz&o pelo prazer de uma 5ela ant:teseJ E, so5retudo, n&o teria ela se enganado de al(oJ Na realidade, interpretar um te4to n&o sempre 3azer *on=eturas so5re uma intenç&o humana em atoJ A tese da morte do autor #. " 8 K/ sempre um autor $ se n&o Cer(antes, Pierre Mnard. WW No topos da morte do
autor, *on3undese o autor 5iogr/3i*o ou so*iol+gi*o, signi3i*ando um lugar no *;none hist+ri*o, *om o autor, no sentido hermen)uti*o de sua intenç&o, ou inten*ionalidade, *omo *ritrio da interpretaç&o$ a U3unç&o do autorV de "ou*ault sim5oliza *om per3eiç&o essa reduç&o.
&ol%ntas e actio #. 8 Somos n+s 'ue, utilizando a e4press&o sentido literal de maneira am5:gua, ao
mesmo tempo para designar o sentido *orporal oposto ao sentido espiritual, e o sentido pr+prio oposto ao sentido 3igurado, *on3undimos uma distinç&o =ur:di*a hermen)uti*a# e uma distinç&o estil:sti*a sem;nti*a#. Ale!oria e >ilolo!ia #. -9 8 A alegoria uma interpretaç&o ana*rni*a do passado, uma leitura do antigo,
segundo o modelo do no(o, um ato hermen)uti*o de apropriaç&o$ intenç&o antiga ela
su5stitui a dos leitores. D...F A alegoria um instrumento todo poderoso p ara in3erir um sentido E. < 8 Como sempre, as duas posições T alegorista e originalista no(o num te4to antigo. T s&o insustent/(eis, tanto uma 'uanto outra. Se *ada geraç&o pode rede3inir os primeiros pin*:pios, segundo lhe agrada, signi3i*a 'ue n&o h/ Constituiç&o. D...F Aos olhos de muitos literatos, ho=e, e mesmo de historiadores, a ideia de 'ue um te4to possui um ?ni*o sentido o5=eti(o 'uimri*a. ilolo!ia e hermenFutica #. < 8 A hermen)uti*a, isto , a arte de interpretar os te4tos, antiga dis*iplina au4iliar da
teologia, apli*ada at ent&o aos te4tos sagrados, tornouse, ao longo do s*ulo LL, seguindo a trilha dos te+logos protestantes alem&es do s*ulo LY, e graças ao desen(ol(imento da *ons*i)n*ia hist+ri*a europia, a *i)n*ia da interpretaç&o de todos os E. , 8 Para uma te4tos e o pr+prio 3undamento da 3ilologia e dos estudos liter/rios. hermen)uti*a p+shegeliana, pois, n&o h/ mais primado da primeira re*epç&o, ou do U'uerer dizerV do autor , por mais amplo 'ue se=a o termo. >e 'ual'uer 3orma, este U'uererdizerV e essa primeira re*epç&o n&o restituiriam nada do real para n+s. ntenç;o e consciFncia #. 9 8 Nada mais resta do *:r*ulo hermen)uti*o nem do di/logo entre a pergunta e a
resposta@ o te4to prisioneiro de sua re*epç&o a'ui e agora. Passouse do estruturalismo ao p+sestruturalismo, ou des*onstruç&o. 5 m&todo das #assa!ens #aralelas Htrai!ht >rom the horseIs mouth #. 9" 8 !ma passagem paralela do mesmo autor pare*e ter sempre maior peso para
es*lare*er o sentido de uma pala(ra o5s*ura 'ue uma passagem de um autor di3erente$ impli*itamente, o mtodo das passagens paralelas apela, pois, para a intenç&o do autor, se n&o *omo pro=eto, premeditaç&o ou intenç&o pr(ia, pelo menos *omo estrutura, sistema e intenç&o em ato. ntenç;o ou coerFncia #. 99 8 A hip+tese da intenç&o, ou da *oer)n*ia, n&o e4*lui as e4*eções, as singularidades, os h/pa4. #. 9(-< 8 Nenhum *r:ti*o, pare*e, renun*ia ao mtodo das passagens paralelas,
'ue in*lui pre3eren*ialmente, a 3im de es*lare*er uma passagem o5s*ura, uma passagem do mesmo autor a uma passagem de um outro autor, *omo *oer)n*ia te4tual, ou *omo *ontradiç&o resol(endose num outro n:(el mais ele(ado, mais pro3undo# de *oer)n*ia. Essa *oer)n*ia a de uma assinatura, *omo entendemos em hist+ria da arte, isto , *omo uma rede de pe'uenos traços distinti(os, um sistema de detalhes sintom/ti*os T repetições, di3erenças, paralelismos T tornando poss:(el uma identi3i*aç&o ou uma atri5uiç&o. 5s dois ar!umentos contra a intenç;o #. (= 8 Os argumentos ha5ituais *ontra a intenç&o do autor , *omo *ritrio de (alidade da
interpretaç&o, s&o de duas ordens$ 1. A intenç&o do autor n&o pertinente. 7. A o5ra so5re(i(e intenç&o do autor. #. (+ 8 Como o te4to n&o tem *ons*i)n*ia, 3alar da Uintenç&o do te4toV ou de intentio operis reintroduzir, su5repti*iamente, a intenç&o do autor *omo guardi& da interpretaç&o, *om um termo menos suspeito ou pro(o*ador. Detorno intenç;o #. ( 8 D...F os dois grandes tipos de argumento *ontra a intenç&o D...F s&o 3r/geis e 3a*ilmente re3ut/(eis. 07
Hentido n;o & si!ni>icaç;o #. ( 8 DSegundo o te+ri*o ameri*ano de literatura, E. >. Kirs*hF Huando lemos um te4to,
se=a ele *ontempor;neo ou antigo, ligamos seu sentido nossa e4peri)n*ia, damoslhe um (alor 3ora de seu *onte4to de origem. O sentido o o5=eto da interpretaç&o do te4to@ a si%ni!icação o o5=eto da aplicação do te4to ao *onte4to de sua re*epç&o primeira e ulterior# e, portanto, de sua a(aliaç&o. E. (< 8 A distinç&o entre sentido e si%ni!icação, ou entre interpretação e avaliação, n&o de(e D...F ser le(ada longe demais. ntenç;o n;o & #remeditaç;o #. <" 8 D...F para muitos 3il+so3os *ontempor;neos, n&o *a5e distinguir intenç&o do autor e
sentido das pala(ras. O 'ue interpretamos 'uando lemos um te4to , indi3erentemente, tanto o sentido das pala(ras 'uanto a intenç&o do autor. A #resunç;o de intencionalidade #. < 8 D...F tratase de sair desta 3alsa alternati(a$ o te4to ou o autor. Por *onseguinte,
nenhum mtodo e4*lusi(o su3i*iente.
CAP\-!8O O M!N>O a representaç&o# #. <9 8 >e 'ue 3ala a literaturaJ A mim/sis, desde a #o$tica de Aristóteles , o termo mais
geral e *orrente so5 o 'ual se *on*e5eram as relações entre a literatura e a realidade. Na monumental o5ra de Eri*h Auer5a*h, D Mim/sis...F, a noç&o n&o era 'uestionada. D...F Mas a mim/sis 3oi 'uestionada pela teoria liter/ria 'ue insistiu na autonomia da literatura em relaç&o realidade D...F. O auge dessa doutrina 3oi atingido *om o dogma da auto re3eren*ialidade do te4to liter/rio, isto , *om a idia de 'ue Uo poema 3ala do poemaV e ponto 3inal. E. <(-< 8 !m parado4o mostra a e4tens&o do pro5lema. Em Plat&o, na Rep0blica, a mim/sis subversiva, ela põe em perigo a uni&o so*ial, e os poetas de(em ser e4pulsos da Cidade em raz&o de usa in3lu)n*ia ne3asta so5re a edu*aç&o dos UguardiõesV. NO outro e4tremo, para arthes, a mim/sis repressiva, ela *onsolida o laço so*ial, por estar ligada ideologia a do1a# da 'ual ela instrumento. Su5(ersi(a ou repressi(a, a mim/sisJ Contra a mim-sis #. << 8 Em Saussure, a idia do ar5itr/rio do signo impli*a a autonomia relati(a da l:ngua em
relaç&o realidade e supõe 'ue a signi3i*aç&o se=a di3eren*ial resultando da relaç&o entre os signos# e n&o re3eren*ial resultando da ralaç&o entre as pala(ras e as *oisas#. Em Peir*e, a ligaç&o original entre o signo e seu o5=eto 3oi 'ue5rada, perdida, e a srie dos interpretantes *aminha inde3inidamente de signo em signo, sem nun*a en*ontrar a origem, numa s/miosis 'uali3i*ada de ilimitada. Segundo esses dois pre*ursores D...F, o re3erente n&o e4iste 3ora da linguagem, mas produzido pela signi3i*aç&o, depende da interpretaç&o. O mundo sempre =/ interpretado, pois a relaç&o lingX:sti*a prim/ria o*orreu entre representações, n&o entre a pala(ra e a *oisa, nem entre o te4to e o mundo. Na *adeia sem 3im nem origem das representações, o mito da re3er)n*ia se e(apora. #. 1=1 8 D...F sal(o se reduzirmos toda a linguagem a onomatopias, em 'ue sentido ela pode *opiarJ -udo o 'ue a linguagem pode imitar a linguagem$ isso pare*e e(idente. #. 1=" 8 A re*usa da dimens&o e4pressi(a e re3eren*ial n&o pr+pria literatura, mas *ara*teriza o *on=unto da estti*a moderna, 'ue se *on*entra no UmdiumV *omo no *aso da a5straç&o em pintura#. A mim-sis desnaturaliada #. 1=+ 8 D...F a mim/sis seria a representaç&o de ações humanas pela linguagem, ou a isso 'ue Aristóteles a reduz, e o 'ue lhe interessa o arran=o narrati(o dos 3atos em hist+ria$ a #o&tica seria, na (erdade, uma narratologia. #. 1= 8 D...F *om o nome de po$tica,
Arist+teles 'ueria 3alar da s/miosis e n&o da mim/sis liter/ria, da narraç&o e n&o da des*riç&o$ a #o$tica a arte da *onstruç&o da ilus&o re3eren*ial. 5 realismo: re>le4o ou convenç;o #. 1=9 8 A *rise da mim/sis, *omo a do autor , uma *rise do humanismo liter/rio, e, ao 3inal do s*ulo LL, a ino*)n*ia n&o nos mais permitida. Essa ino*)n*ia relati(a mim/sis era
ainda a de Georg 8u^/*s, 'ue se 5asea(a na teoria mar4ista do re3le4o para analisar o realismo *omo as*ens&o do indi(idualismo *ontra o idealismo. WW Em *on3lito *om a ideologia da mim/sis, a teoria liter/ria *on*e5e, pois, o realismo n&o *omo um Ure3le4oV da realidade, mas *omo um dis*urso 'ue tem suas regras e *on(enções *omo um *+digo nem mais natural nem mais (erdadeiro 'ue os outros. #. 1=( 8 A teoria estruturalista e p+s estruturalista 3oi radi*almente *on(en*ionalista, isto , opsse a toda *on*epç&o re3eren*ial #. 1=< 8 Por ser o realismo a o(elha negra da teoria liter/ria, ela da 3i*ç&o liter/ria. 'uase s+ 3alou dele. lus;o re>erencial e interte4tualidade #. 1=< 8 Dpara arthes, em 23 F O re3erente um produto da s/miosis, e n&o um dado
pree4istente. D...F A ilus&o re3eren*ial resulta de uma manipulaç&o de signos 'ue a *on(enç&o realista *amu3la, o*ulta o ar5itr/rio do *+digo, e 3az *rer na naturalizaç&o do signo. Ela de(e, pois, ser reinterpretada em termos de *+digo. #. 11=-11 8 D...F para a teoria liter/ria os outros te4tos tomam e4pli*itamente o lugar da realidade, e a interte4tualidade 'ue se su5stitui re3er)n*ia. #. 111 8 O termo interte1to ouinterte1tualidade 3oi *omposto por ]ulia _riste(a, pou*o depois de sua *hagada a Paris, em 10, no semin/rio de arthes, para relatar os tra5alhos do *r:ti*o russo Mi^hail a^htine e deslo*ar a tni*a da teoria liter/ria para a produti(idade do te4to, at ent&o apreendido de maneira est/ti*a pelo 3ormalismo 3ran*)s D...F. A interte4tualidade est/ pois *al*ada na'uilo 'ue a^htine *hama de dialo%ismo, isto , as relações 'ue todo enun*iado mantm *om outros enun*iados. #. 11" 8 A o5ra de a^htine, *ontrapondose aos 3ormalistas russos, depois 3ran*eses, 'ue 3e*ha(am a o5ra em suas estruturas imanentes, reintroduz a realidade, a hist+ria e a so*iedade no te4to, (isto *omo uma estrutura *omple4a de (ozes, um *on3lito din;mi*o de l:nguas e de estilos heterog)neos. A interte4tualidade *al*ada no dialogismo 5a^htiniano 3e*house, entretanto, so5re o te4to, aprisionouo no(amente na sua literariedade essen*ial. 5s termos da discuss;o #. 11+-1 8 E4aminei at a'ui as duas teses e4tremas so5re as relações entre literatura e
realidade. D...F segundo a tradiç&o aristotli*a, humanista, *l/ssi*a, realista, naturalista e mesmo mar4ista, a literatura tem por 3inalidade representar a realidade, e ela o 3az *om *erta *on(eni)n*ia@ segundo a tradiç&o moderna e a teoria liter/ria, a re3er)n*ia uma ilus&o, e a literatura n&o 3ala de outra *oisa sen&o de literatura. D...F Men*ionarei, em seguida, algumas tentati(as mais re*entes para repensar as relações entre literatura e mundo de maneira mais 3le4:(el, nem mimti*a nem antimimti*a. Crtica da tese antimim&tica #. 119 8 D...F a posiç&o de arthes sempre a mesma$ o realismo n&o nun*a sen&o um
*+digo de signi3i*aç&o 'ue pro*ura 3azerse passar por natural, pontuando a narrati(a de elementos 'ue aparentemente lhe es*apam$ insigni3i*antes, eles o*ultam a onipresença do *+digo, enganam o leitor so5re a autoridade do te4to mimti*o, ou pedem sua *umpli*idade para a 3iguraç&o do mundo. A ilus&o re3eren*ial, dissimulando a *on(enç&o e o ar5itr/rio, ainda um *aso de naturalizaç&o do signo. E. 11(-1< 8 D...F arthes, para a3irmar 'ue a linguagem n&o re3eren*ial e o roman*e n&o realista, de3ende uma teoria da re3er)n*ia h/ muito desa*reditada, supondo 'ue pela cumplicidade do signo *om o re3erente, a e1pulsão da signi3i*aç&o, ha(eria uma passagem direta, imediata, do signi3i*ante ao
re3erente, sem a mediaç&o da signi3i*aç&o, isto , 'ue se alu*ina o o5=eto. O e3eito de real, a ilus&o re3eren*ial, seria uma alu*inaç&o. 5 arbitrário da ln!ua #. 1" 8 D...F reintroduzir a realidade em literatura , uma (ez mais, sair da l+gi*a 5in/ria,
(iolenta, dis=unti(a, onde se 3e*ham os literatos T ou a literatura 3ala do mundo, ou ent&o a literatura 3ala da literatura T, e (oltar ao regime do mais ou menos, da ponderaç&o, do apro4imadamente$ o 3ato de a literatura 3alar da literatura n&o impede 'ue ela 3ale tam5m do mundo. A3inal de *ontas, se o ser humano desen(ol(eu suas 3a*uldades de linguagem, para tratar de *oisas 'ue n&o s&o da ordem da linguagem. 0J A mim-sis como reconhecimento #. 1,1 8 -anto em i*oeur *omo em "r`e, a mim/sis produz totalidades signi3i*antes a partir
de a*onte*imentos dispersos. pois pelo seu (alor *ogniti(o, p?5li*o e *omunit/rio 'ue ela rea5ilitada, *ontra o *eti*ismo e o solipsismo aos 'uais *onduzia a teoria liter/ria 3ran*esa estruturalista e p+sestruturalista. 5s mundos >iccionais #. 1,+ 8 Se a proposiç&o e4isten*ial n&o realizada, poderia, *ontudo, a linguagem da
3i*ç&o ser re3eren*ialJ Huais seriam os re3erentes num mundo de 3i*ç&oJ Os l+gi*os analisaram esse pro5lema. Num roman*e, responderam eles, a pala(ra pare*e ter uma re3er)n*ia@ ela *ria uma ilus&o de re3er)n*ia@ ela imita as propriedades re3eren*iais da linguagem *omum. 5 mundo dos livros #. 1,9 8 D...F a negaç&o da realidade, pro*lamada pela teoria liter/ria, n&o mais 'ue uma negaç&o, ou o 'ue "reud *hama de uma dene%ação, isto , uma negaç&o 'ue *oe4iste,
numa esp*ie de *ons*i)n*ia dupla, *om a *rença in*oer*:(el de 'ue o li(ro 3ala Uapesar de tudoV do mundo, ou 'ue ele *onstitui um mundo, ou um U'uasemundoV, *om 3alam os #. 1,( 8 D...F ainda essa (iolenta l+gi*a 5in/ria, 3il+so3os anal:ti*os a respeito da 3i*ç&o. terrorista, mani'ue:sta, t&o a gosto dos literatos T 3undo ou 3orma, des*riç&o ou narraç&o, representaç&o ou signi3i*aç&o T 'ue nos le(a a alternati(as dram/ti*as e nos =oga *ontra a parede e os moinhos de (ento. Ao passo 'ue a literatura o pr+prio entrelugar, a inter3a*e.
CAP\-!8O Y O 8E-O a re*epç&o# #. 1,< 8 A a5ordagem o5=eti(a, ou 3ormal, da literatura se interessa pela o5ra@ a a5ordagem
e4pressi(a, pelo artista@ a a5ordagem mimti*a, pelo mundo@ e a a5ordagem pragm/ti*a, en3im, pelo p?5li*o, pela audi)n*ia, pelos leitores. A leitura >ora do Ko!o #. 1+" 8 A leitura D3e*hada, o5=eti(a, des*ompromissada, *omo pregada pelo 4e5 6riticismF,
em geral, 3ra*assa diante do te4to$ i*hards um dos raros *r:ti*os 'ue ousaram 3azer esse diagn+sti*o *atastr+3i*o. A *onstataç&o desse estado de 3ato n&o o le(ou, no entanto, ren?n*ia. WW Para a teoria liter/ria, nas*ida do estruturalismo e mar*ada pela (ontade de des*re(er o 3un*ionamento neutro do te4to, o leitor emp:ri*o 3oi igualmente um intruso. WW O leitor , ent&o, uma 3unç&o do te4to, *omo o 'ue i33atterre denomina(a o ar7uileitor , leitor omnis*iente ao 'ual nenhum leitor real poderia identi3i*arse, em (irtude de suas 3a*uldades interpretati(as limitadas.
A resistFncia do leitor #. 1+ 8 Antes de analisar o retorno do leitor ao *entro dos estudos liter/rios, 3alta, entretanto, elu*idar o termo recepção, *om o 'ual muitas (ezes a pes'uisa so5re a leitura se
dis3arça atualmente. Dece#ç;o e in>luFncia 5 leitor im#lcito #. 1+( 8 A an/lise da re*epç&o (isa ao e3eito produzido no leitor, indi(idual ou *oleti(o, e sua resposta D...F ao te4to *onsiderado *omo est:mulo. 0n!arden e ser: >enomenolo!ia do ato individual de leitura% Gadamer e Lauss: hermenFutica da res#osta #?blica ao te4to. )5MCAD #. 1+< 8 Como ngarden, o te4to liter/rio Dpara serF *ara*terizado por
sua in*ompletude e a literatura se realiza na leitura. D...F O o5=eto liter/rio aut)nti*o a pr+pria interaç&o do te4to *om o leitor. #. 1= 8 DEm ser, a noç&o de leitor impl*cito 3oi# *al*ada na de a%tor impl*cito, 'ue 3ora introduzida pelo *r:ti*o ameri*ano ba`ne ooth em 8he Rhetoric o! iction D...F. Posi*ionandose na po*a *ontra o 4e5 6riticism, na 'uerela so5re a intenç&o do autor e(identemente ligada re3le4&o so5re o leitor#, ooth de3endia a tese segundo a 'ual um autor nun*a se retira(a totalmente de sua o5ra, mas dei4a(a nela #. 11 8 O sempre um su5stituto 'ue a *ontrola(a em sua aus)n*ia$ o autor impl:*ito. leitor impl:*ito propõe um modelo ao leitor real@ de3ine um ponto de (ista 'ue permite ao leitor real *ompor o sentido do te4to. #. 1" 8 Para des*re(er o leitor, ser re*orre n&o met/3ora do *açador ou do deteti(e, mas do (ia=ante. D..F O leitor, diz ser, tem um ponto de (ista m+(el, errante, so5re o te4to. WW En3im, ser insiste na'uilo 'ue ele *hama de repertório, isto , o *on=unto de normas so*iais, hist+ri*as, *ulturais trazidas pelo leitor *omo 5agagem ne*ess/ria sua leitura. A obra aberta #. 1+ 8 O leitor de ser um esp:rito a5erto, li5eral, generoso, disposto a 3azer o =ogo do
te4to. No 3undo, ainda um leitor ideal$ e4tremamente pare*ido *om um *r:ti*o *ulto, 3amiliarizado *om os *l/ssi*os, mas *urioso em relaç&o aos modernos. #. 1 8 A li5erdade *on*edida ao leitor est/ na (erdade restrita aos pontos de indeterminaç&o do te4to, entre os lugares plenos 'ue o autor determinou. Assim, o autor *ontinua, apesar da apar)n*ia, dono e3eti(o do =ogo$ ele *ontinua a determinar o 'ue determinado e o 'ue n&o o . 5 horionte de e4#ectativa N>antasma* #. 1 8 D...F ]auss *hama de hori"onte de e1pectativa o 'ue ser *hama(a de repertório$ o
*on=unto de *on(enções 'ue *onstituem a *ompet)n*ia de um leitor ou de uma *lasse de leitores# num dado momento@ o sistema de normas 'ue de3ine uma geraç&o hist+ri*a. 0mais trabalhado no ca#. 2 5 !Fnero como modelo de leitura #. 19 8 O g)nero, *omo ta4inomia, permite ao pro3issional *lassi3i*ar as o5ras, mas sua
pertin)n*ia te+ri*a n&o essa$ a de 3un*ionar *omo um es'uema de re*epç&o, uma *ompet)n*ia do leitor, *on3irmada eWou *ontestada por todo te4to no(o num pro*esso din;mi*o. 0ver 'meros #. 1( 8 D...F a estti*a da re*epç&o T mas ainda o 'ue a torna demasiado *on(en*ional aos olhos de seus detratores mais radi*ais T n&o seria outra *oisa sen&o o ?ltimo a(atar de uma re3le4&o 5em antiga so5re os g)neros liter/rios. A leitura sem amarras #. 1= 8 Para eliminar DoF resto de inten*ionalismo dissimulado numa apologia do leitor, e(itando *air na'uilo 'ue os 4e5 6ritics denomina(am Uilus&o a3eti(aV, t&o (ergonhosa
'uanto a Uilus&o inten*ionalV e a Uilus&o re3eren*ialV, DStanle`F "ish, depois de ter su5stitu:do a
autoridade do autor e a autoridade do te4to pela autoridade do leitor, =ulgou ne*ess/rio reduzir as tr)s autoridade das U*omunidades interpretati(asV. Seu li(ro de 10B, 9á um te1to nesta sala: D...F *aminha para essa posiç&o dr/sti*a e ilustra, por seu mo(imento niilista, a grandeza e a de*ad)n*ia da teoria da re*epç&o D...F. A'ui, te4to e leitor s&o prisioneiros da *omunidade interpretati(a 'ual perten*em, a menos 'ue o 3ato de *ham/ los de UprisioneirosV lhes *on3ira ainda mais identidade. #. 1" 8 Essas *omunidades interpretati(as, *omo o repert+rio de ser ou o horizonte de e4pe*tati(as de ]auss, s&o *on=untos de normas de interpretaç&o, liter/rias e e4traliter/rias, 'ue um grupo *ompartilha$ *on(enções, um *+digo, uma ideologia, *omo 'uiserem. #. 1, 8 Para resol(er as antinomias le(antadas pela introduç&o do leitor nos estudos liter/rios, seria su3i*iente anular a literatura. Posto 'ue nenhuma de3iniç&o desta se=a plenamente satis3at+ria, por 'ue n&o adotar essa soluç&o de3initi(aJ Oe#ois do leitor #. 1+ 8 A e4peri)n*ia da leitura, *omo toda e4peri)n*ia humana, 3atalmente uma
e4peri)n*ia dual, am5:gua, di(idida$ entre *ompreender e amar, entre a 3ilologia e a alegoria, entre a li5erdade e a imposiç&o, entre a atenç&o ao outro e a preo*upaç&o *onsigo mesmo. A situaç&o mediana repugna aos (erdadeiros te+ri*os da literatura.0ironia... )as devo utiliar #ara me #osicionarJ
CAP\-!8O Y O ES-8O a relaç&o do te4to *om a l:ngua# #. 1 8 "oi *om o nome de estilo 'ue es*olhi a5ordar Da 'uest&o da relaç&o do te4to *om a
l:nguaF, por'ue essa pala(ra perten*e ao (o*a5ul/rio *orrente da literatura, ao l4i*o popular do 'ual a teoria liter/ria tenta em (&o li5ertarse. WW Como a*onte*eu *om as noções pre*edentes, apresentarei primeiramente as duas teses e4tremas$ por um lado, o estilo uma *erteza 'ue perten*e ligitimamente s idias pre*on*e5idas so5re a literatura, perten*e ao senso *omum@ por outro, o estilo uma ilus&o da 'ual, *omo a intenç&o, *omo a re3er)n*ia, imperioso li5ertarse. >urante um *erto tempo, a teoria, so5 in3lu)n*ia da lingX:sti*a, pensou ter a*a5ado *om o estilo. Esta noç&o Uprte+ri*aV, 'ue o*upara um lugar de desta'ue desde o 3im da retórica , no de*orrer do s*ulo LL, pare*ia ter *edido de3initi(amente o terreno des*riç&o lingX:sti*a do te4to liter/rio. 5 estilo e todos os seus humores
D3az um apanhado do signi3i*ado de estilo em di3erentes po*as e para di3erentes *ampos liter/riosF n!ua' estilo' escritura #. 19+- 8 D...F 'uando um lado do estilo des*onhe*ido, ele (olta logo *om um outro
nome. WW melhor pensar 'ue arthes n&o esta(a sa5endo 'ue *a:ra na (elha noç&oretórica de estilo, *om o nome de es*ritura. WW A in(enç&o 5arthesiana da es*ritura pro(aria, pois, o *ar/ter im5at:(el da noç&o ret+ri*a do estilo$ dela n&o se es*apa. 0em ' gra% ero !a escrit%ra Clamor contra o estilo Morma' desvio' conte4to 5 estilo como #ensamento #. 1(+ 8 A utopia da des*riç&o lingX:sti*a o5=eti(a e e4austi(a do te4to liter/rio a5sor(eu
muitas intelig)n*ias nos anos sessenta e setenta D...F
5 retorno do estilo Pstilo e e4em#li>icaç;o Morma ou a!re!ado #. 1<+ 8 -r)s aspe*tos do estilo (oltaram a o*upar o primeiro plano, ou na realidade nun*a
esti(eram ausentes. Pare*e 'ue s&o ine(it/(eis e insuper/(eis. Em todo *aso, resistiram (itoriosamente aos ata'ues 'ue a teoria perpetrou *ontra eles$ o estilo uma (ariaç&o 3ormal a partir de um *onte?do mais ou menos# est/(el@ o estilo um *on=unto de traços *ara*ter:sti*os de uma o5ra 'ue permite 'ue se identi3i'ue e se re*onheça mais intuiti(amente do 'ue analiti*amente# o autor @ o estilo uma es*olha entre (/rias Ues*riturasV. WW S+ o estilo *omo norma, pres*riç&o ou *;none (ai mal e n&o 3oi rea5ilitado. Mas 3eita essa ressal(a, o estilo *ontinua e4istindo.
CAP\-!8O Y A KS-cA #. 1< 8 As duas noções 'ue se seguem Dhistória T o presente *ap:tulo T e valor T *ap:tulo
YF di3erem ligeiramente das anteriores. Elas des*re(em as relações dos te4tos entre si, *omparamnos, se=a le(ando em *onsideraç&o o tempo a história#, se=a sem le(alo em *onta o valor # , na dia*ronia ou na sin*ronia. -ais noções s&o, portanto, de alguma 3orma, metaliterárias. #. 1<9 8 A ilusão genti*a, *ompar/(el s outras ilusões denun*iadas pela teoria as ilusões inten*ional, re3eren*ial, a3eti(a, estil:sti*a#, *onsiste em a*reditar 'ue a literatura pode e de(e ser e4pli*ada por *ausas hist+ri*as. E. 1<( 8 O ponto de (ista dia*rni*o so5re a literatura literatura *omo do*umento# e o ponto de (ista sin*rni*o literatura *omo monumento# pare*em in*on*ili/(eis D...F. @istória literária e história da literatura #. 1<< 8 A *r:ti*a hist+ri*a, 3ilha do romantismo, , em sua origem, relati(ista e des*riti(a. Ela
se opõe tradiç&o a5solutista e pres*riti(a, *l/ssi*a ou neo*l/ssi*a, =ulgando toda o5ra em relaç&o a normas intemporais. Ela 3unda ao mesmo tempo a 3ilologia e a hist+ria liter/ria, 'ue *ompartilham a idia de 'ue o es*ritor e sua o5ra de(em ser entendidos em sua situaç&o hist+ri*a. E. "=1 8 A hist+ria liter/ria , pois, um ramo da 3ilologia entendida *omo *i)n*ia total de uma *i(ilizaç&o passada, a partir do momento em 'ue se re*onhe*e e se a*eita a dist;n*ia 'ue nos separa dos te4tos dessa *i(ilizaç&o. @istória literária e crtica literária #. "=" 8 D...F a distinç&o entre monumento e do*umento. Ora, a o5ra de arte eterna e histórica. Parado4al por natureza, irredut:(el a um de seus aspe*tos, um do*umento
hist+ri*o 'ue *ontinua a propor*ionar uma emoç&o estti*a. @istória das id&ias' história social A evoluç;o literária 5 horionte de e4#ectativa #. "11-1" 8 Segundo ]auss, 3iel a'ui estti*a 3enomenol+gi*a, mas *on3erindolhe uma in3le4&o hist+ri*a, a signi3i*aç&o da o5ra repousa na relaç&o dialó%ica para n&o dizer
Udialti*aV, termo e4*essi(amente *arregado# 'ue se esta5ele*e em *ada po*a entre ela e o p?5li*o D...F. Nem do*umento, nem monumento, a o5ra *on*e5ida *omo partitura, maneira de ngarden e ser, mas essa partitura atualmente tomada *omo ponto de partida para uma re*on*iliaç&o da hist+ria e da 3orma, graças ao estudo da dia*ronia de suas leituras. #.
"1" 8 A 3im de des*re(er a re*epç&o e a produç&o das o5ras no(a, ]auss introduz, unidas, as duas noções, hori"onte de e1pectativa (ida tam5m ela de Gadamer# e desvio est$tico inspirada nos 3ormalistas russos#. O horizonte de e4pe*tati(a, *omo o repert+rio de
ser, mas no(amente *om uma tonalidade mais hist+ri*a, o *on=unto de hip+teses *ompartilhadas 'ue se pode atri5uir a uma geraç&o de leitores D...F. #. "1+ 8 Para ]auss, D...F nenhuma o5ra *l/ssi*a em si, e s+ se *ompreende uma o5ra 'uando se identi3i*aram as perguntas s 'uais ela respondeu ao longo da hist+ria. A >ilolo!ia dis>arçada #. "1 8 A estti*a da re*epç&o 5us*a esta5ele*er a histori*idade da literatura em tr)s
planos solid/rios$ 1# A o5ra perten*e a uma srie liter/ria na 'ual ela de(e ser situada. Essa dia*ronia *on*e5ida *omo uma progress&o dialti*a de perguntas e respostas$ *ada o5ra dei4a em suspenso um pro5lema 'ue retomado pela o5ra seguinte. 7# A o5ra perten*e igualmente a um *orte sin*rni*o 'ue de(e ser re*uperado, le(andose em *onta a *oe4ist)n*ia de elementos simult;neos e elementos n&o simult;neos, em 'ual'uer momento da hist+ria, em 'ual'uer presente. 9# "inalmente, a hist+ria liter/ria se liga ao mesmo tempo passi(a e ati(amente hist+ria geral$ ela determinada e determinante, segundo uma dialti*a a ser re3eita. #. "19 8 Graças Dao leitorF, a hist+ria liter/ria pare*e no(amente leg:tima, mas ele *ontinua, surpreendentemente, ignorado. ]auss nun*a esta5ele*e distinç&o entre re*epç&o passi(a e produç&o liter/ria a re*epç&o do leitor 'ue se torna, por sua (ez, autor #, nem entre leitores e *r:ti*os. D...F O leitor *ontinua sendo uma entidade a5strata e desen*arnada em ]auss, 'ue tampou*o nada diz so5re os me*anismos 'ue ligam, na #. "1( 8 A estti*a da re*epç&o 3oi a 3ilologia da pr/ti*a, o autor e seu p?5li*o. modernidade. @istória ou literatura7 #. ""1-" 8 A des*riç&o da literatura *omo 5em sim5+li*o, maneira de ourdieu, ou o estudo
da *ultura *omo produto do =ogo do poder, no rastro de "ou*ault, sem romper *om o programa pres*rito por 8anson, "e5(re e arthes para a hist+ria da instituiç&o liter/ria, reorientaram essa hist+ria num sentido 3ran*amente mais enga=ado, a partir do momento em 'ue a o5=eti(idade *onsiderada um engodo. A história como literatura D(er K!-CKEONJF #. """ 8 Mas para 'ue pro*urar ainda *on*iliar literatura e hist+ria, se os pr+prios
historiadores n&o *r)em mais nessa distinç&oJ D...F Hue pode (ir a ser a hist+ria liter/ria, se o *onte4to nun*a sen&o outros te4tosJ #. "", 8 N&o mais nos permitida a *ons*i)n*ia tran'Xila em termos de hist+ria e de hermen)uti*a, o 'ue n&o moti(o para desistir. !ma (ez mais, a tra(essia da teoria uma liç&o de relati(ismo e uma desilus&o.