Coleção Fábulas Bíblicas Volume 9
A FARSA DO NASCIMENTO DE JESUS CRISTO Mitologia e Superstição Judaico-cristã
JL
[email protected]
Sumário Introdução.............................................................................................................4 1 - Contradições do nascimento de Jesus ..................................................................7 1 - Problemas com o anjo Gabriel e o nascimento de Jesus ..................................8 2 - Entenda o plágio cristão da lenda mítica da “anunciação”. ............................ 13 3 - Os Reis Magos e a conversa com Herodes. .................................................. 19 4 - A Farsa da Estrela de Belém. ..................................................................... 26 5 - Contradições e erros do Censo da Judeia .................................................... 35 6 – Mateus inventando profecias..................................................................... 44 7 – Contradições de Mateus e Lucas sobre a Natividade. .................................... 52 8 - Feliz Saturnália ou Feliz Natal? .................................................................. 57 9 - Contradições e erros na genealogia de Jesus ............................................... 66 10 - Desculpas cristãs aos erros na Genealogia de Jesus ................................... 74 11 – O assassinato dos meninos de Belém ....................................................... 81 12 - A cidade de Nazaré NÃO existia no século I ............................................... 88 13 - Evidêcias arqueológicas falsas de Nazaré no séc. I ..................................... 97 14 – Entenda a farsa dos evangelhos ............................................................ 105 2 - Problemas nas escrituras ................................................................................ 107 1 - Jesus Cristo é uma invenção da igreja .......................................................... 108 1 - Cegos e saliva. Jesus e sua Vaidade. ........................................................ 110 2 - Jesus cometeu plagio? ............................................................................ 116 3 - O Zumbis de Mateus .............................................................................. 120 4 - Jesus ou Emanuel? Profecia inventada ou erro bíblico? ............................... 123 5 - As Bodas de Canaã e o desrespeito à mãe ................................................ 127 6 - Bodas de Canaã. O casamento de Jesus? .................................................. 132 7 - Contradições Bíblicas.............................................................................. 137 8 - Problemas Bíblicos ................................................................................. 139 9 - Erros Bíblicos ........................................................................................ 144 10 - A insensatez de Jesus e a figueira .......................................................... 148 11 – Jesus era um Cínico? ........................................................................... 155 12 - Problemas de Calendário. Jesus e os Deuses Pagãos. ............................... 163 3 - Argumentos cristãos >>> .............................................................................. 172 4 - A única profecia verdadeira. >>> ................................................................... 175 5 - Mais bobagens do Cristianismo >>> ................................................................ 176 Mais conteúdo recomendado ........................................................................ 177 Livros recomendados .................................................................................. 178 Referências:............................................................................................... 187
3
Introdução
Apesar de profundamente triste, é um fato inegável para qualquer cristão, por mais crente e fanático que seja, que nos últimos 2000 anos, muitos bilhões de crentes morreram na fé e na ilusão de um dia em suas vidas terem a SORTE GRANDE (ou a DESGRAÇA MAIOR, caso não tenham seguido à risca o que foi mandado) de ver seu amiguinho imaginário Jesus aparecendo nas nuvens com todos os efeitos especiais possíveis e imagináveis. Da mesma 4
forma lamentamos informar a todos os cristãos vivos hoje, que também morrerão na mesma ilusão. Gastarão suas vidas nesta crença ilusória e engraçada, perderão seus domingos ou sábados alimentando com dízimos, com trabalhos gratuitos e com compra de bugigangas religiosas, suas igrejas e os parasitas mentirosos que delas se beneficiam, para depois descerem ao túmulo como todos os outros do passado. Mas antes disso, ainda passarão o vírus da fé aos filhos, enchendo a cabeça deles com essas fábulas, mas nem eles verão nada vindo das nuvens, além de chuva. Todos morrerão sem ter recebido as promessas, por que elas são falsas, simples mentiras, simples trollagens aplicadas em pessoas de boa fé, grande credulidade e pouco raciocínio. Jesus Cristo é fábula, Céu é fábula, Inferno é fábula, Pecado é fábula, Dilúvio é fábula, Êxodo é fábula, Criação divina é fábula, Deus é imaginário, mas a burrice dos crentes e a esperteza dos religiosos são reais. Há quase 2000 anos a Igreja teve que começar a inventar as desculpas para a farsa do retorno de Jesus... e ainda hoje trolla mais de 2 bilhões de idiotas com as mesmas desculpas furadas:
E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. 2 Pedro 3:4.
Observe atentamente que o versículo acima também deixa bem claro que a vinda de Jesus não serviu para nada, pois desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5
Jesus, trollando crentes há 2000 anos.
Caro crente cristão, você está sendo trollado descaradamente pelos religiosos com a lenda de Jesus. 6
1 - Contradições do nascimento de Jesus
Apenas dois versículos exterminam com a bobagem do messias, o resto é só para chutar o morto: Lucas 1:32-33 - Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33 E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
7
1 - Problemas com o anjo Gabriel e o nascimento de Jesus A Anunciação é um evento sumamente importante e transcendental na crença do cristão. Representa o momento em que Maria recebe a notícia de que será mãe de nada mais nada menos que do filho de Deus (EMBORA DEUS NUNCA TENHA FALADO NADA SOBRE ISSO). Esta notícia chega a ela através de um ser angélico autodenominado Gabriel (ESSE GABRIEL DEVE SER AGENTE DUPLO, POIS ALGUNS SÉCULOS DEPOIS FOI LEVAR A “PALAVRA DE DEUS” AO PROFETA MAOMÉ PARA FUNDAR O ISLAMISMO).
A primeira coisa que notamos de forma alarmante é que dos quatro evangelhos, só um nos descreve de forma mais ou menos detalhada este incrível acontecimento: o Evangelho de Lucas (QUE NUNCA FOI APÓSTOLO E NEM CONHECEU JESUS). Algo muito curioso, pois como todos nós sabemos, os evangelhos de Marcos e o de João ignoram toda a atividade de Jesus antes de seu batismo, mas é inexplicável que Mateus mencione muito pouco sobre a anunciação. Apenas algumas linhas dedicadas a um anjo (sem nome) que visita José em sonhos para anunciar-lhe que sua mulher vai ter um filho que não é dele (péssima notícia!). 8
Vejamos como acontece esta estranha entrevista mulher/anjo: Lucas 1:26-38 26 - E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 - A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28 - E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. 29 E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. 30 - Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. 31 - E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. 32 - Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33 - E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. 34 - E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? 35 - E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. 36 - E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; 37 - Porque para Deus nada é impossível. 38 - Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
A primeira coisa que notamos é a denominação de “anjo” e não de “arcanjo”, como normalmente é conhecido Mister Gabriel. Em teoria, a Bíblia cita dois desses seres por seus nomes: Miguel e Gabriel, mas descobrimos aqui que o segundo não é um arcanjo, mas um simples anjo. Em outras palavras, está sobrevalorizado. O livro apócrifo católico de Tobit (Tobias) cita outro desses seres alados: “Rafael”. Gabriel significa: o que traz boas notícias, da parte de Deus. Mas para o surpreso José, certamente foram péssimas notícias: ganharia um par de chifres. Este estranho anjo pode ser visto em outras oportunidades no Antigo Testamento: 9
Daniel 8:15-16 15 - E aconteceu que, havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei o significado, e eis que se apresentou diante de mim como que uma semelhança de homem. 16 - E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão. Daniel 9:21 Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
É bastante curioso que o nome “Gabriel” signifique o que traga boas notícias; já que na aparição de Daniel (no primeiro versículo) as notícias que traz são de destruição e aniquilação. Gabriel também é o anjo que anuncia a Zacarias (não o profeta) que apesar de sua avançada idade terá um filho que posteriormente será conhecido como João Batista. Lucas 1:18-19 18 - Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade. 19 - E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas.
Algo que também chama muito a atenção é a saudação do anjo à assustada Maria: Salve, agraciada! (Lucas 1:28). A palavra “Salve” é uma saudação tradicional Romana. É inevitavelmente associada com a famosa frase dos centuriões do grande circo Romano:
"Ave, Caesar, morituri te salutant" “Salve Cesar, os que vão morrer te saudam!”.
10
Isto demonstra sem muita margem para dúvidas, que esta história (e todo o evangelho de Lucas) está dirigida a um público Gentio (Romano) e que é impossível que um anjo, mensageiro direto de Deus, cumprimente ao estilo romano. É simplesmente contraditório e irreal. Recordemos que desta estranha saudação tem origem o nome católico “Ave Maria”. Estas palavras seriam sumamente blasfemas para os judeus da época. É fundamental recordar a condição das mulheres israelitas para essa época. Uma só palavra mal pronunciada ou que sequer insinuasse adultério podia pagar sendo lapidada (apedrejada). O que nos leva a analisar a resposta que Maria dá ao alado mensageiro quando lhe anuncia que terá um filho sem ter feito sexo previamente: Lucas 1:34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?
Como bem sabemos, quando diz “Não conheço”, significa que ainda não teve sexo com ninguém. Recordemos que Maria já estava casada com José: Lucas 1:27 A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
Isto é curioso porque apesar de já ser "desposada" com José, ainda não tinha tido relações sexuais. A Bíblia NVI (Nova Tradução Internacional) tenta camuflar este absurdo (e muitíssimos outros): Lucas 1:27 (NVI) A uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado José, descendente de Davi. O nome da virgem era Maria.
11
Precisamente por este detalhe, a frase de resposta do anjo é rigorosamente falsa. Se Maria tivesse realmente respondido como nos relata Lucas, estaria incorrendo em suspeita de adultério; já que ao dizer: “não conheço varão”, estaria traindo seu esposo. É como se dissesse: "não dormi nem com meu esposo e nem com nenhum outro homem", o que seria motivo para pedradas por causa da lei judaica. (Sim, eram assim tão detalhistas e obsessivos os Israelitas dessa época). Isto nos demonstra a falsidade e possível alteração deste diálogo. A intenção do escritor era indicar ao leitor que a concepção de Maria era totalmente imaculada. Nesta cena da Anunciação, o anjo alado e a imaculada concepção não é outra coisa que o esforço do escritor do Evangelho de Lucas em dar a Jesus uma origem mitológica obviamente inspirada por outras inumeráveis figuras metade homem e metade deuses, do passado. Não é preciso lembrar que isso de uma mulher ter um filho de Deus não é nada novo. Personagens como Hércules (Heracles), Aquiles, e até mesmo figuras históricas como Alexandre, o Grande têm lendas que os catalogam como filhos de deuses com mães humanas. E nem vamos citar os deuses gregos, que com frequência se apaixonavam por terrícolas bonitas com o subsequente ato sexual e a criança híbrida deus-homem. Mesmo a própria Bíblia, muito antes da vinda do “messias” nos diz que os filhos dos deuses copulavam com as fêmeas humanas: Gênesis 6:4 Naqueles dias havia nefilins na terra, e também posteriormente, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos.
Entre plágios, mitologias e seres angélicos se desenvolve a anunciação de quem depois viria a ser o messias ou o enviado de Deus e a base do que hoje chamamos “cristianismo”. 12
Obs.: A confirmação de que estar “desposado” é sinônimo de matrimônio se confirma no capítulo 2 de Lucas. Lucas 2:4-5 4- José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, 5 - para se alistar, acompanhado de Maria, sua esposa, que estava grávida.
Lemos que Maria estava casada, viajando em família com José. Agora vejam o cúmulo do absurdo na Bíblia NVI: 4 - Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galileia para a Judeia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. 5 - Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho.
2 - Entenda o plágio cristão da lenda mítica da “anunciação”. Histórias de Anunciação às mães de grandes personagens aparecem em todas as culturas antigas do mundo. Por exemplo, na China, são prototípicas as lendas sobre a anunciação à mãe do Imperador Chin-Nung ou a de Siuen-Wuti; a de Sotoktais no Japão, a de Stanta (encarnação do deus Lug) na Irlanda; a do deus Quetzalcoatl no México; a do deus Vishnu (encarnado do filho de Nabhi) na Índia; a de Apolônio de Tiana (encarnação do deus Proteus) na Grécia; a de Zoroastro ou Zaratustra, reformador religioso do mazdeísmo, na Pérsia; a das mães dos faraós egípcios (no templo de Luxor ainda pode ser visto o mensageiro dos deuses, Thoth, anunciando à Rainha Maud sua futura maternidade
13
pela graça de deus supremo Amon)... E a lista poderia ser interminável. Essas lendas pagãs também foram incorporadas à Bíblia, em histórias como as já mencionadas do nascimento de Sansão, Samuel ou João Batista e culminando com sua adaptação, bastante tardia, à história do nascimento de Jesus. Por regra geral, desde tempos muito antigos, quando o personagem anunciado era de primeira grandeza, sua mãe sempre era fecundada diretamente por Deus mediante algum procedimento milagroso, formando com toda a clareza o mito da concepção virginal, especialmente associado à concepção de um deus-Sol, uma categoria à qual, como mostraremos mais adiante, pertence a figura de Jesus Cristo. Um exemplo um pouco mais detalhado é o caso dos hieróglífos tebanos, que relatam a concepção do faraó Amenofis III (14021364 AC) da seguinte maneira: o deus Thot, como mensageiro dos deuses (em nível equivalente ao que realizava Mercúrio entre os gregos ou o arcanjo Gabriel nos Evangelhos), anuncia à rainha virgem Mutemuia - esposa do faraó Tutmés IV - que dará a luz um filho que será o futuro faraó Amenofis III; depois, o deus Knef (uma representação do deus Amon atuando como força criadora ou espírito de Deus, equivalente ao Espírito Santo cristão) e a deusa Hator (representação da natureza e figura que presidia os processos de magia) pegam a rainha pelas mãos e depositam dentro de sua boca o sinal da vida, uma cruz, que animará o futuro menino; finalmente, o deus Nouf (outra representação do deuscarneiro Amon, o Senhor dos Céus, em seu papel de anjo que penetra na carne da virgem), adotando o rosto de Tutmés IV fecundará a Mutemuia e, ainda sob o aspecto de Nouf, modelará o futuro faraó e seu ka (corpo astral ou ponte de comunicação entre a alma e o corpo físico) em sua roda de oleiro. Este relato mítico egípcio, como o resto de seus equivalentes pagãos, é mais 14
barroco que o cristão, mas todo o essencial deste já aparece perfeitamente desenhado naquele. Um dos mitos que, com poucas variações, se repete em muitas tradições culturais é o do rei que, para evitar a profecia que aponta para um futuro neto como a pessoa que o destronará / matará, encerra sua filha virgem separando-a do contato com os homens e, assim, evitar a temida gravidez, mas em todos os casos, Deus, que deve garantir que seus planos sejam cumpridos, vai acabar por intervir diretamente fecundando (usando uma via não genital) a mãe de personagens chamados a serem figuras históricas excepcionais. O exemplo mais antigo que se conhece deste mito aparece na lenda caldeia da concepção do grande rei da Babilônia, Gilgamesh (2650 AC), nascido da filha virgem do rei Sakharos que foi encerrada por este em uma torre, para evitar o oráculo ameaçador, foi fecundada pelo deus supremo Shamash que chegou até ela em forma de raios de sol. A mesma narração foi empregada para descrever o nascimento do herói grego Perseu, nascido de Dânae ou Dafne, filha de Acrisio, rei de Argos, que a encerrou em uma câmara subterrânea de bronze, para impossibilitar a profecia vinculada à sua gravidez, mas o deus do céu Zeus, tomando a forma de uma chuva dourada, penetrou por uma fresta da prisão e fecundou seu ventre de virgem.1 Para não nos alongarmos até o esgotamento, basta dizer que quase todos Justino (100-165 d.C.), o influente escritor grecocristão e mártir, que conhecia perfeitamente esta tradição pagã, da mãe virgem engravidada por Deus para engendrar um ser prodigioso, teve o trabalho de recolher esta história em seu I Apologia — qualificando-a de “fábula” e identificando o deus Zeus com um diabo— para, sem negá-la —posto que ao fazê-lo deveria questionar também sua própia crença no nascimento idêntico de Jesus—, qualificá-la de “milagre infernal” em seu Diálogo com o judeu Trifon, obra em que defende que Cristo é o Messias baseando-se em profecias do Antigo Testamento. 1
15
os fundadores de dinastias da Ásia oriental foram apresentados como nascidos de virgem que, no fim das contas, era a forma mais explícita de ser reconhecido como verdadeiro filho do céu, isto é, de Deus. No dicionário chinês Chu-Ven, escrito por Hiu-Tching, um autor que foi contemporâneo de Jesus, para explicar o caráter de SingNiu, composto por Niu (virgem) e Sing (dar à luz), afirma que “os antigos santos e os homens divinos eram chamados filhos do Céu porque suas mães concebiam pelo poder do Tien (céu) e só com ele podiam ter filhos”,2 com isto se evidencia com segurança que na China, assim como em toda sua zona de influência cultural, foi clássica e comum desde a antiguidade a crença nas concepções virginais. De fato, a virgindade da mãe chegou a ser respeitada a tal ponto que, segundo as tradições, o nascimento dos “filhos do céu” ocorria por vias tão pitorescas como o peito, as costas, o lado do corpo, a orelha, etc. Segundo a tradição do povo tártaro, Uhlan, se primeiro rei, nasceu de uma virgem; e o famoso fundador do império mongol, Gengis Kan, descendente de um dos três filhos gerados pela virgem Alankava, engravidada de trigêmeos por um brilho que depois de envolvê-la penetrou pela boca3 e lhe percorreu todo o corpo. O imperador Wang-Ting foi concebido quando uma grande luminária celeste se deteve sobre de ventre de sua mãe e dois homens celestes apareceram a seu lado portando tigelas de incenso. Até hoje persiste ainda a denominação de Niu-Hoang (a soberana das virgens) e Hoang-Mu (a mãe soberana) aplicada à Niu-Va — esposa ou irmã de Fo-hi e considerada uma divindade protetora
2 Cfr. Chu- Ven, raíz 443,1. Este dado aparece citado em P.de Prémare, Vestiges des principaux dogmes chrétiens, 1878, p. 204. 3 Segundo Santo Agostinho, São Efrém, Abogardo e o breviário dos Maronitas, a Virgen Maria teria concebido através de uma de suas orelhas.
16
da vida matrimonial — que, graças a suas orações, obteve a graça de ser madre e virgem ao mesmo tempo. Todos os grandes personagens sejam reis, sábios — como, por exemplo, os gregos Pitágoras (570-490 AEC) ou Platão (427-347 AEC)—, ou aqueles que se tronaram o centro de alguma religião e que acabaram sendo adorados como “filhos de deus”, Buda, Krishna, Confúcio ou Lao-Tsé, foram mitificados para a posteridade como filhos de uma virgem. Jesus, aparecido muito depois deles, embora sujeito a um papel equivalente ao de seus antecessores, não ia ser diferente. Desta forma, budismo, confucionismo, taoísmo e cristianismo ficaram impregnados com o selo indelével de terem sido resultado da obra de um “filho do céu”, encarnado através do acesso direto e sobrenatural de Deus ao ventre de uma virgem especialmente apropriada e escolhida. A semelhança das lendas entre umas e outras é tão profunda como ressalta a anedota citada, no século XVIII, pelo padre agostino Giorgi, um notável especialista em orientalismo: “Quando observei que este povo já possuia um deus baixado do céu, nascido de uma virgem de família real e morto para redimir o gênero humano, minha alma se turvou e permaneci muito confuso. Posso acrescentar que os tibetanos rejeitaram os oferecimentos dos missionários, dizendo: para que vamos nos converter ao cristianismo, se já temos crenças idênticas às vossas e, que, além disso, são muito mais antigas?”.4 Até o dia de hoje, o cristianismo tem fracassado em suas muitas tentativas de evangelizar os povos budistas por causa, sem dúvida, destas semelhanças que tão perplexo deixaram o bom padre agostino. Em qualquer caso, a Igreja há muitos séculos já conhecia muito bem o paralelismo entre Cristo e Buda, enquanto Giorgi só caiu
4
Cfr. Giorgi, A. (1742). Alphabetum Thibetanum. Roma, Prae-fatio,p. 19.
17
do cavalo no século 18. São Jerônimo, por exemplo, que identificava os budistas sob a denominação de samaneus, sabia que Buda havia nascido de uma virgem e em sua polêmica contra Helvidio, sobre a virgindade de Maria, utiliza textualmente o argumento do Lalita Vistara quando fala de Maya-Devi, a mãe virgem de Buda, que “nenhuma outra mulher era digna de levar em seu seio o primeiro entre os homens”. Outros expoentes da Igreja primitiva, como Clemente de Alexandria, Crisóstomo ou São Epifânio - o pai da história eclesiástica -, conheciam também as crenças dos budistas. ALGUNS FILHOS DE VIRGEM
Pitágoras, 570-490 AEC
Platão, 427-347 AEC
Gilgamesh, 2650 AEC
Perseu
Amenofis III, 1390/1 a 1353/2 AEC
Buda, 600 AEC como Sidarta e 3000 AEC como avatar de Vishnu
Confucio, 551 AEC 479 AEC
Lao-tsé, 570-490 AEC
Fonte Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, Pepe Rodríguez, 4ª edição ampliada. Links e imagens JL.
18
3 - Os Reis Magos e a conversa com Herodes. Os Três Reis são alguns personagens que se tornaram comuns entre as lendas que existem em torno da história da Natividade. Através dos séculos sua popularidade tornou-se cada vez mais importante, especialmente entre as crianças. Suas ações são descritas de maneira muito breve na primeira metade do capitulo 2 do Evangelho de Mateus: Mateus 2:1-12 1 - Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam: 2 - Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. 3 - O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém; 4 - e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo. 5 Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta: 6 - E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel. {Miq 5,2}. (Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado. Miqueias 5:2) 7 Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera; 8 - e enviandoos a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. 9 - Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. 10 - Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. 11 - E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrandose, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas:
19
ouro incenso e mirra. 12 - Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
Estes curiosos atores secundários têm sido conhecidos por vários nomes: Reis, Sábios, Astrólogos, Magos e até mesmo Feiticeiros. Vamos ver o que há de verdade do ponto de vista bíblico. Reis: Em nenhum momento são descritos como reis. Esta denominação de “reis” é uma invenção de Orígenes, um dos pais da igreja e pilar essencial da teologia cristã. Certamente também é de Orígenes a ideia de que eram três. Talvez tenha associado com os presentes que levavam: Ouro, mirra e incenso. Sábios: Algumas Bíblias os descrevem como “homens sábios”, mas vejamos como são descritos pela versão bíblica que deveria ser a mais confiável, a grega:
Τοῦ δὲ Ἰησοῦ γεννηθέντος ἐν Βηθλέεμ τῆς Ἰουδαίας ἐν ἡμέραις Ἡρῴδου τοῦ βασιλέως, ἰδοὺ μάγοι ἀπὸ ἀνατολῶν παρεγένοντο εἰς Ἱεροσόλυμα
“μάγοι” é o plural de “μάγος”, que significa “Mago” ou “Feitceiro”. Portanto relacionar o termo “Mago” com “homem sábio” é um terrível erro. (Ponto a menos para essas Bíblias). Astrólogos: Em nenhum momento se indica que fossem astrólogos, mas analisando um pouco podemos concluir que sim. Eles seguiam uma estrela para indicar um destino, sendo isto uma atividade de “interpretação das estrelas” muito típica dos astrólogos. Alguns pretendem dizer em defesa destes senhores que na realidade eram Astrônomos com conhecimentos avançados no movimento estelar. Os astrônomos (ao menos os sérios) não relacionam interpretações com o estudo dos astros. 20
Obviamente estes seres poderiam ser uma combinação de ambos. Em qualquer caso fica bem claro que tinham conhecimentos de astrologia. Magos: Esta é a definição mais adequada. As versões Gregas os qualificam como tal. Alguns opinam que o termo grego “μάγος” não estava relacionado com as artes divinatórias, mas se lermos os versículos Bíblicos, “orientarem-se” por uma estrela para ver o rei dos judeus, sem dúvida há fatos mágicos, de adivinhação e astrologia envolvidos. Feiticeiros: O termo grego “μάγος” está associado com a feitiçaria. A primeira coisa que notamos com espanto após ler as características desses personagens é que segundo a própria Bíblia, eram pecadores e blasfemadores confessos. A santa palavra em várias ocasiões condena fortemente o uso deste tipo de artes obscuras que não estão aprovadas pelo divino criador. Levítico 19:26 "Não comam nada com sangue. Não pratiquem adivinhação nem feitiçaria”. Levítico 19:31 Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus. Levítico 20:6 Quando alguém se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir com eles, eu porei a minha face contra ele, e o extirparei do meio do seu povo. Êxodo 22:18 A feiticeira não deixarás viver. Deuteronômio 18:10
21
Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro;
Também vemos com espanto como os magos se relacionam diretamente com pecadores e blasfemadores como rei Babilônio Nabucodonosor e seus feiticeiros: Daniel 2:26-27 26 - Respondeu o rei, e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação? 27 - Respondeu Daniel na presença do rei, dizendo: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao rei; Daniel 4:6-7 6 - Por isso expedi um decreto, para que fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho. 7 - Então entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas não me fizeram saber a sua interpretação.
O crente cristão entende a que conclusão pretendemos chegar?
Os reis magos eram segundo a Lei, pecadores e blasfemadores que pela lei judaica deveriam ser mortos. “Cristão”: “adj. Que professa a fé em Cristo”.
Portanto para saber quem foram os primeiros cristãos devemos descobrir quem foram os primeiros que professaram e creram que essa criança nascida em Belém era o rei dos judeus e o tão esperado messias. Portanto, os reis magos foram os primeiros cristãos que existiram.
Então: Os primeiros cristãos eram magos, feiticeiros e adivinhos! 22
É um fato dos mais bizarros e contraditórios que estrangeiros magos e astrólogos sejam os primeiros que reconheceram Jesus como o salvador!
A contradição chega ao seu ápice quando os feiticeiros ou magos são prevenidos em Mateus 2:12 dos planos de Herodes em um sonho. Mateus 2:12 E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
Sem a menor dúvida concluímos duas coisas: 1. Que a Bíblia se contradiz de maneira escandalosa mais uma vez; 2. Ou que o cristão deve mudar a sua percepção sobre magos, feiticeiros e astrólogos e começar a apoiar essas ancestrais atividades. Algo que desperta a curiosidade é a maneira como os magos seguiam a estrela. Espero que a Bíblia não esteja nos sugerindo que seguiam a estrela através do movimento aparente que notamos quando caminhamos, quando os astros do céu parecem mover-se conosco. Imagino que existia alguma espécie de cálculo nessa perseguição estelar; se não for apenas adivinhação ou interpretação por parte dos magos. Uma estrela não pode indicar um ponto geográfico específico e menos ainda a manjedoura onde Jesus supostamente teria nascido. A Bíblia não descreve este mecanismo estelar, mas ao leitor imparcial seguramente soará como uma fraude bíblica típica. Por acaso a estrela baixo e se colocou sobre a manjedoura. Não duvido de que os judeus primitivos acreditassem que isto era bem possível. Também é muito estranho que a estrela-GPS em primeiro lugar os guiasse 23
diretamente a Herodes e não a Jesus. Qual a razão disso? Lembremos que por culpa da visita dos Magos a Herodes se desencadeou uma série de acontecimentos que terminaram no assassinato dos inocentes de Belém. Por que a estrela-GPS não os enviou diretamente a Jesus e assim evitado o horrível massacre?
Em qualquer caso, esta “estrela-GPS” não passa de outra farsa.
Herodes o Grande foi um dos mais sanguinários e cruéis governantes da Judeia, Galileia, Samaria e Idumeia. A grande maioria dos historiadores da época o descrevem assim: um governante brutal, acostumado a intrigas da corte, traições e assassinatos. Portanto são muito curiosas (para não dizer incoerentes e absurdas) as decisões tomadas por Herodes logo após saber das “más novas” através dos magos. Os visitantes vão anunciar ao Rei Herodes que nascerá um rei (que, logicamente, iria assumir o seu trono) e disse-lhes que, quando descobrisse onde estaria esse rei, que lhe avisassem. Obviamente os magos ao ver a ternura de uma criança na manjedoura decidiram não dizer-lhe nada; o qual, furioso, manda matar todas as crianças de Belém. Existe alguém que acredita nesse comportamento de Herodes? Por que não se prontificou a acompanhar os magos para saber exatamente onde estava o usurpador? Ou no mínimo tivesse enviado alguns soldados com eles; ou talvez alguns espiões que os seguissem em segredo. Mas assombrosamente não fez nada disso; simplesmente esperou confiando que os magos lhe dissessem onde estava a criança. A atitude descrita pela Bíblia de um pusilânime e tonto rei é o contrário do que nos ensina a história. Nenhum rei que soubesse que seu reino estivesse ameaçado agiria com semelhante estupidez. Mais estranho ainda é o que nos relata Mateus: 24
Mateus 2:3 E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.
Perturbou-se toda Jerusalém? Onde estão as provas históricas dessa confusão geral em toda a cidade? Nenhum historiador judeu ou romano relatou algo sobre esse estado de anormalidade na cidade. Sem dúvida mais uma invenção de Mateus. É muito difícil dar o mínimo de credibilidade para essas histórias da carochinha para crianças bobas. Continua sendo absolutamente insólito que apenas Mateus faça referência a esses fatos e que nenhum outro escrito sequer o lembre. Apenas as crianças inocentes e sua esperança no Natal poderiam (com desconfiança) acreditar em semelhantes coisas. Isto é a Natividade de Jesus... Um conto de fadas para crianças, mas que muitos adultos levam a sério.
25
4 - A Farsa da Estrela de Belém.
26
Já falamos um pouco sobre os quiméricos reis magos e a estrela que seguiam; vamos nos aprofundar um pouco mais sobre este estranho astro que guiou os magos até o nazareno e acabou sendo responsável pela morte dos inocentes de Belém (tudo isto apenas segundo a Bíblia). A estrela de Belém é um dos fenômenos que os Cristãos têm desesperadamente tentado provar a sua existência real e literal de todas as maneiras possíveis, têm recorrido desde muitos séculos a uma infinidade de “estudos” (todos fracassados) para demonstrar a sua historicidade. Voltamos a lembrar de que esta famosa estrela-GPS só aparece no evangelho de Mateus, nenhum outro evangelho ou epístola do Novo Testamento teve coragem de fazer qualquer referência a este fenômeno bizarro. (Curioso não?) Mateus 2:1-2 1 - E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, 2 Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. Mateus 2:9-10 9 - E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. 10 - E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria.
Primeiro precisamos esclarecer que é impossível localizar (nem mesmo com os conhecimentos astronômicos atuais) um lugar tão pequeno como um estábulo apenas observando e “seguindo” uma estrela. Se lermos com cuidado o versículo 9 ele diz que: “se deteve sobre o lugar onde estava o menino”. Sem a menor dúvida o escritor da fábula descreve que a estrela baixou até colocar-se sobre a manjedoura para não deixar dúvidas sobre quem era o salvador. Todos sabem que nem estrelas ou qualquer 27
outro astro dos céus podem fazer isso. Mas é bem provável que os primitivos judeus acreditassem que sim... Com base na Bíblia: Gênesis 1:14-17 14.E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos; 15. e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi. 16.Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas. 17.E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra, Jó 37:18 Acaso podes, como ele, estender o firmamento, que é sólido como um espelho fundido? Apocalipse 6:13 E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes.
“Seguir a estrela” está baseado na concepção bíblica de um céu sólido com pequenas luzes grudadas nele, que seriam as estrelas, e que estas até poderiam cair na terra. Mas alguns cristãos alegam que o “fenômeno” em questão não foi protagonizado por uma estrela como tal, mas que pode ter sido um cometa ou outro fenômeno espacial. A Bíblia é muito clara; o termo grego utilizado é “ἀστέρα” que significa “estrela”; o deus todo-poderoso em sua inspiração ao escritor do Evangelho de Mateus deixou muito claro que os magos seguiram uma estrela e que ela parou indicando uma posição exata bem tipo GPS mesmo: “você chegou”. Não há o que discutir sobre isso. Também é estranho o fato desses magos, que vinham do Oriente, relacionarem a estrela com um messias judeu. Se fossem astrólogos gregos ou romanos seria normal que tivessem associado à estrela-GPS de Belém com Júpiter, o planeta rei, e 28
Régulo, a estrela rei. Ou caso viessem da Babilônia, poderiam ter associado ao planeta Saturno (Kaiwanu). Podemos notar assim que os magos tinham algum conhecimento das escrituras judaicas. Vejamos algumas das explicações estapafúrdias inventadas através dos anos sobre este suposto fenômeno estelar: Conjunção Júpiter e Saturno (Johannes Kepler) A primeira tentativa de explicação natural para este fenômeno de fábula foi do astrônomo alemão Johannes Kepler em 1614. Kepler determinou que uma série de três conjunções dos planetas Júpiter e Saturno (um fato pouco frequente) ocorreram no ano 7 AEC e relacionou este fato com a estrela de Belém, mas cálculos modernos demonstraram que nessa ocasião os dois planetas não se aproximaram o suficiente para impressionar os observadores. De fato, um antigo almanaque inscrito em uma peça de argila encontrada na Babilônia sugere que os astrólogos da época não deram importância a esse evento. Para realizar seus cálculos o sábio alemão teve que recalcular (como é comum) a data do suposto nascimento de Jesus. Júpiter no leste de Aries (Michael R. Molnar) Mais recentemente, o astrônomo Michael R. Molnar identificou uma dupla ocultação de Júpiter atrás da lua em 6 AEC em Áries com a estrela de Belém. Estas investigações se baseiam na forma como se comemorava o nascimento dos reis na antiga Roma. Algumas moedas romanas comemoram este evento com a aparição de Júpiter (uma estrela para os sábios da época) sobre a constelação do novo rei. Estas moedas colocam uma estrela com a imagem de um cordeiro. Na antiguidade o cordeiro era usado como símbolo do judaísmo e somado ao conhecimento dos astrólogos sobre o nascimento dos 29
reis, com a estrela chamada Júpiter em conjunção com a Lua (oculta), que se encontravam no leste de Aries (... vimos sua estrela no leste). Assim com esses elementos, buscando Júpiter (a estrela dos reis) em Aries (judeus), ocorreu em 17 de abril de 6 AEC. Além disso, o Sol, Saturno e a Lua se encontravam em Aries. Com estas observações, os magos viajaram à Judeia e andavam perguntando sobre o nascimento de um rei. Em 23 de agosto, Júpiter começa a retroceder nos céus (a estrela...ia adiante deles) e é novamente seguida pelos magos depois da entrevista com Herodes, até 19 de Dezembro onde Júpiter se detém nos céus (a estrela...se deteve no lugar onde estava a criança) e os magos chegam a Belém, encontrando-se com Jesus de 8 meses, oferecendo-lhe ouro, incenso e mirra. Nesta primeira visita os magos não encontram a José. Júpiter reiniciará seu avanço no céu a partir de 20 de Dezembro. Mas este evento aconteceu muito próximo do Sol e teria sido difícil ver, mesmo com um telescópio pequeno (que não existia na época), salvo se os reis magos soubessem dessa ocultação através de cálculos complexos, o que é muito pouco provável. As ocultações de planetas atrás da lua são comuns, mas Molnar dá razões astrológicas para a importância deste fato. Uma Nova ou Cometa Outras explicações incluem uma Nova (algumas vezes identificadas como um cometa) que observada em 5 AEC e registrada por astrólogos chineses e coreanos. O obstáculo para esta explicação é que não há nenhum traço de uma nova na constelação que foi observada por chineses e coreanos. 30
Todas as anteriores As últimas explicações, expostas na web do Instituto de Astrofísica das Canárias por Mark Kidger, argumentam que o mais provável é que uma soma de acontecimentos astronômicos (a tripla conjunção dos planetas em 7 AEC, na constelação de Peixes, mais o provável cálculo da ocultação de Júpiter atrás da Lua, perto do Sol) tenha alertado os reis magos sobre a gestação de um acontecimento importante na Judeia, passando a ser a Nova, o sinal definitivo do nascimento de um grande rei (que nunca teve reino algum) segundo suas interpretações. Outras hipóteses: 1 - O cometa Halley, que completa seu ciclo a cada 76 anos, foi identificado com um cometa que se observou desde agosto até outubro no ano 12 AEC, durante 56 dias. Mas é cedo demais para ser considerado seriamente. Sua aparição mais próxima ao suposto nascimento do suposto Jesus foi em 12-11 AEC. Visível em 1301 (passa perto da Terra a cada 77 anos), Giotto se inspirou nele para dar forma à estrela de Belém da “Adoração dos magos”, foi pintado três anos depois. A identificação pictórica do famoso cometa como guia dos magos tem perdurado até nossos dias: a estrela que enfeita a natividade e árvores de Natal geralmente tem a sua cauda roubada de um cometa. 2 - No ano 5 AEC os astrônomos chineses observaram na constelação de Capricórnio um novo astro, que permaneceu visível por mais de 70 dias; mas não está claro se era uma Nova ou um cometa. No Ocidente ninguém parece ter observado (e não é o único caso, a espetacular Supernova do ano 1054, descoberta pelos próprios chineses, tampouco foi registrada na Europa).
31
Nebulosa do Caranguejo, restos da Supernova de 1054.
3 – Em 24 de abril de 4 AEC foi observado, também por astrônomos chineses, outro cometa ou Nova, mas desta vez na constelação da Águia. 4 - No ano 6 AEC, Júpiter foi ocultado duas vezes pela Lua na constelação de Aries. 5 - Em setembro do ano 5 AEC Júpiter apresentou seu movimento retrógrado; para um observador terrestre, é como se o planeta se detivesse em seu curso em relação às estrelas fixas, retrocedeu e logo voltou a avançar. Mas isso deve ter sido observado numerosas vezes antes e não há nenhuma razão para pensar que 32
justamente nesta ocasião tenha recebido um significado fora do comum. A hipótese mais elaborada é a que implica em uma série de conjunções de Júpiter com Vênus nos anos 3 e 2 AEC. Em agosto do ano 3 AEC ocorreu uma conjunção de Júpiter e Vênus no céu ocidental, na constelação de Câncer; posteriormente Júpiter entrou em conjunção com Régulus em Leão, e em Junho de 2 AEC novamente com Vênus. Posteriormente Júpiter iniciaria seu movimento retrógrado, dando a impressão para um observador terrestre de que permanecia estacionário até 25 de Dezembro do ano 2 AEC. Mas o ano 2 AEC parece demasiado tardio para fixar o nascimento de Jesus. Javier Armentia, o diretor do Planetário de Pamplona alega que a explicação mais “Coerente” é o triplo encontro celeste de Júpiter e Saturno em 7 AEC (em Maio, Setembro e Dezembro). ISSO SE, apenas se deseja buscar no céu um reflexo da narração evangélica, algo que Armentia não considera imprescindível. "Temos que levar em conta de que estamos diante de UM TEXTO MÍTICO, NÃO HISTÓRICO. Naquela época, o nascimento e a morte de um personagem eram corriqueiramente vinculados a fenômenos astronômicos", argumenta. Júlio César é um bom exemplo: segundo as lendas romanas, uma estrela apareceu quando nasceu e na sua morte, um cometa teria sido visto. "Podemos encontrar um fenômeno celeste chamativo para qualquer ano da história da humanidade que desejarmos", ressalta Armentia. À conjunção de Júpiter e Saturno de 7AEC, somou-se Marte um ano depois, e astrônomos chineses constataram em 5AEC a passagem de dois cometas e a explosão de uma Supernova, que se traduz em uma fonte de luz extremamente brilhante. "Se houve algo real por trás da estrela de Belém, pode ter sido qualquer um desses fenômenos", disse o astrofísico. Inclusive, o apócrifo protoevangelho de Santiago (redigido em algum momento do século II) diz o seguinte: 33
E os magos responderam: “Vimos uma estrela muito brilhante e com um brilho tão grande que ofuscou o resto das estrelas tornando-as invisíveis”. (XXI-2). Se este fenômeno foi tão assombroso, como é que os sacerdotes e escribas de Herodes não viram e tiveram que esperar a chegada dos Magos para descobrirem? Por que nenhum outro historiador judeu ou romano da época cita essa estrela tão visível?
Hoje em dia apenas os fundamentalistas e literalistas cristãos são capazes de apoiar a fábula de Mateus e seus Reis Orientais perseguindo a estrela. Muitos destes “crédulos” argumentam que os magos conseguiram chegar a Belém pelo estudo astronômico de algum fenômeno estelar (coisa plausível, mas muito pouco provável) e que depois, uma vez no povoado, buscaram e perguntaram pela criança, finalmente encontrando-a num curral. Isto é incompatível com o relato de Mateus. O primeiro evangelho descreve que a estrela se “deteve” onde estava a criança; as santas escrituras nem sequer dizem que se deteve no céu, mas “Sobre a criança”. Pensar em outras desculpas é negar o relato de Mateus. Mas claro, há outro argumento que pode nos explicar com muita precisão todos esses fatos e fenômenos relacionados com os magos e a singular estrela:
Nunca houve nem estrelas e nem magos. Tudo é produto da imaginação de Mateus, que certamente queria forçar alguma profecia do passado.
Referências: http://en.wikipedia.org/wiki/Star_of_Bethlehem http://blogs.elcorreo.com/magonia/2004/1/2/-que-fue-estrella-belen-
34
5 - Contradições e erros do Censo da Judeia
O censo da Judeia, citado no evangelho de Lucas, é um fato inquestionavelmente histórico. Mesmo que existam muitas evidências históricas de que esse censo ocorreu de maneira inequívoca, sobram muitas coisas para refletirmos sobre o mesmo; e ao final descobriremos com espanto que em lugar se dar um apoio à veracidade da escritura, o efeito é bem o contrário: afunda cada vez mais a credibilidade da história da Natividade de Jesus. A Bíblia nos relata de maneira muito específica sobre este fato: Lucas 2:1-3 1 - Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. 2 - Este primeiro recenseamento
35
foi feito quando Quirínio era governador da Síria. 3 - E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
Tal como relata Lucas, houve um censo decretado por Quirinio e ocorreu 37 anos depois que Otávio derrotou Antônio na Batalha naval de Áccio, em 2 de Setembro de 31 AEC (segundo Flávio Josefo), o que corresponderia ao ano 6 da era comum. Públio Sulpício Quirino, (em grego Κυρήνιος, c. 51 AEC - 21) foi um aristocrata do Império romano, membro do Senado e cônsul. Após a destituição de Arquelau, filho de Herodes I, o Grande, Quirino chegou à Síria, enviado por César Augusto para fazer o censo dos bens com vistas a estabelecer o imposto. Com ele foi enviado Coponio, para governar os judeus. Como a Judeia havia sido anexada à Síria, Quirinio a incluiu no censo. Ainda que a princípio os judeus se indignassem com a notícia do censo, pouco a pouco foram cedendo, quando o sumo sacerdote Joazar, filho de Boetos, os convenceu a não se oporem. Os que se convenceram pelas palavras de Joazar, declararam seus bens sem mais resistências. Josefo é muito detalhista a respeito deste censo e inclusive descreve detalhes sobre os tumultos que envolveram a recepção da notícia do censo, quando Judas, o Gaulanita, um indivíduo de uma cidade chamada Gamala, juntou-se ao fariseu Zadoque e iniciou uma revolta. Até agora não há problemas. Certamente mais de um leitor cristão tomará estas palavras como evidência da veracidade da Natividade. Mas um leitor perspicaz, ao chegar neste ponto, notará um erro descomunal:
Os acontecimentos do nascimento de Jesus ocorrem durante o mandato de Herodes, o Grande. Todos sabem que Herodes morreu em 4 AEC, (por isto se estabelece mais ou menos esta data como a do nascimento de Jesus) mas Quirino foi governador no ano 6 de nossa era; uma diferença de 10 anos. 36
E outro erro que qualquer leitor notaria imediatamente é que no versículo 1 do capítulo 2 diz: “Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado.” Obviamente há um erro garrafal por parte do escritor. O censo não foi em “todo o mundo”, como expressa o versículo, foi realizado apenas na Síria e na Judeia, que havia sido anexada à Síria. Enorme erro para um livro perfeitamente inspirado. Vamos analisar outros detalhes específicos que nos levam diretamente à conclusão de que este “censo” foi só uma tentativa desesperada de dar ao nascimento de Jesus uma referência histórica. O relato de Lucas nos diz que o chefe da família deve transladar-se junto com o resto dela a seu povo de origem: Lucas 2:4-5 4 - José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, 5 - para se alistar, acompanhado de Maria, sua esposa, que estava grávida.
Isto é sem sombra de dúvida, uma deslavada mentira.
Nenhum governador promulgaria uma lei deste tipo, impraticável e absurda. Como sempre foi feito e ainda fazem hoje, os censos fiscais foram feitos para cobrar impostos, estes são cobrados no local de residência e não na cidade natal da pessoa. Assim como hoje seria uma enorme tolice ter que ir à cidade de nascimento pagar impostos, o mesmo seria para a mentalidade administrativa romana. A cobrança de impostos na cidade de origem da pessoa seria um desastre logístico. Este é outro erro ridículo das escrituras. Alguns defensores disto alegam que poderia ser possível que José tivesse terrenos e propriedades em Belém e se 37
visse forçado a viajar para declará-los. Isto é pouco provável, pois segundo a própria Bíblia, José era bastante pobre. Vejamos uma prova da pobreza de José: Antes recordemos as leis judaicas para a purificação: Levítico 12:6-8 6 - Quando forem cumpridos os dias da sua purificação, ou por filho, ou por filha, trará até a entrada da tenda da revelação ao sacerdote um cordeiro de um ano para holocausto, e um pombinho, ou uma rola, para oferta pelo pecado. 7 - O sacerdote o oferecerá diante de Jeová, e fará expiação por ela; e ela será purificada da fonte do seu sangue. Esta é a lei da que dá à luz um filho ou uma filha. 8 - Se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará duas rolas, ou dois pombinhos: um para holocausto, o outro para oferta pelo pecado. O sacerdote fará expiação por ela, e ela será limpa.
“Se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará duas rolas, ou dois pombinhos”. Vejamos agora o que José sacrificou: Lucas 2:24 E para oferecer um sacrifício segundo o que está dito na Lei do Senhor: Um par de rolas, ou dois pombinhos.
Com isto comprovamos que José era muito pobre e o fato de sugerir que foi a Belém declarar terrenos e propriedades é ilusório e irreal. Mas vamos supor que José tivesse alguma propriedade em Belém e que fosse obrigado a declarar. 1. É ilógico e absurdo que precisasse ir até lá com a esposa grávida. 2. A presença da mulher não é necessária e poderia ter ido só. 38
3. Nos censos Romanos, o chefe da família declarava quantos tinha sob sua responsabilidade. Levemos em conta que tais pesquisas não são coisas "imediatas e urgentes", como sugerido por Lucas. Geralmente essas pesquisas levavam semanas ou meses. É impossível que José submetesse sua mulher em um estado avançado de gravidez numa viagem tão perigosa, especialmente porque não era urgente. É inconsistente que, se durante o censo, houve um grande movimento de pessoas e múltiplos viajantes, como aparentemente sugeriu Lucas, não tivesse em toda Belém, um albergue onde José e sua esposa pudessem passar a noite (Lc 2:7). Isto é simplesmente ridículo. As cidades se preparavam para acomodar os viajantes. E nem mesmo na época das peregrinações obrigatórias as acomodações se esgotavam. Também lembremos que eles tinham um parente muito próximo de Belém, Isabel, que podia muito bem dar-lhes alojamento. E se José tivesse qualquer tipo de imóvel ou terreno em Belém, teriam passado a noite lá e não submeteria sua esposa ao suplício e ao risco de dar a luz num curral. É simplesmente um absurdo. Mais uma vez a sagrada escritura pisou no tomate e caiu de cabeça. Lucas 2:21-24 (Bíblia NVI) 21 - Completando-se os oito dias para a circuncisão do menino, foilhe posto o nome de Jesus, o qual lhe tinha sido dado pelo anjo antes de ele nascer. 22 - Completando-se o tempo da purificação deles, de acordo com a Lei de Moisés, José e Maria o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor 23 - (como está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor") 24 - e para oferecer um sacrifício, de acordo com o que diz a Lei do Senhor: "duas rolinhas ou dois pombinhos".
O versículo 22 diz que ambos deveriam esperar os dias da purificação para fazer o sacrifício no templo de Jerusalém. Isto é 39
outro erro desastroso. O pai não necessita purificar-se, só a mãe. Portanto o texto que diz “Completando-se o tempo da purificação deles” é outra mentira para somar às já existentes. Bíblia Almeida Corrigida Fiel E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. Bíblia Revisada Imprensa Bíblica Terminados os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaramno a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor.
Três Bíblias e três textos diferentes! Tentativas desastrosas de correção de erros como esta abundam por todas as Bíblias.
1 - Uma contradição colossal
Como podem estar em dois lugares ao mesmo tempo? Como podem estar no Egito e purificando-se e fazendo sacrifícios?
Outra contradição descomunal que descobrimos com este ato da purificação e o sacrifício no templo é que:
Por acaso a sagrada família NÃO SE ENCONTRAVA NO EGITO fugindo do edito de Herodes do assassinato dos meninos? Mateus nos diz que quase imediatamente depois do parto eles fugiram para Egito para não serem assassinados pelos soldados de Herodes. Mateus 2:13-23
40
13 - Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e disse-lhe: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo". 14 - Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe durante a noite, e partiu para o Egito, 15 - onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: "Do Egito chamei o meu filho”. {Os 11,1}. 16 - Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos. 17 - Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: 18 - "Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem". 19 - Depois que Herodes morreu, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20 - e disse: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e vá para a terra de Israel, pois estão mortos os que procuravam tirar a vida do menino". 21 - Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. 22 - Mas, ao ouvir que Arquelau estava reinando na Judéia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo sido avisado em sonho, retirou-se para a região da Galileia 23 - e foi viver numa cidade chamada Nazaré. Assim cumpriu-se o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.
Outra contradição colossal Essa citação dos profetas NÃO EXISTE no Antigo Testamento. 1. Nazaré não é mencionada nenhuma vez no Antigo Testamento. O Livro de Josué (que tenta explicar o processo de estabelecimento da tribo de Zebulon nessa área) lista doze cidades e seis aldeias, mas não há nenhuma Nazaré na lista. 2. O Talmud, que lista 63 cidades da Galileia, não sabe nada de Nazaré, nem a antiga literatura rabínica. 41
3. São Paulo não diz nada sobre Nazaré. É verdadeiramente surpreendente que o grande apóstolo Paulo não cita nem mesmo uma vez a cidade natal de Jesus. Nem mesmo a cita como o apelido de Jesus. 4. Nenhum historiador antigo ou geógrafo menciona Nazaré.
2 - A Mais Falsa Das Profecias Mateus, 2:15: “E lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho”.
Agora, vejam o texto completo, que nada tem de predição sobre um filho chamado, mas o relato de um fato em que acreditavam os judeus: Oseias, 11:1-12 “1.Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho. 2.Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura. 3.Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomando-os pelos seus braços, mas não entenderam que eu os curava. 4.Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento. 5.Não voltará para a terra do Egito, mas a Assíria será seu rei; porque recusam converterse. 6.E cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ramos, e os devorará, por causa dos seus próprios conselhos. 7.Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que chamam ao Altíssimo, nenhum deles o exalta. 8.Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Te poria como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem. 9.Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não entrarei na cidade. 10.Andarão
42
após o SENHOR; ele rugirá como leão; rugindo, pois, ele, os filhos do ocidente tremerão. 11.Tremendo virão como um passarinho, os do Egito, e como uma pomba, os da terra da Assíria, e os farei habitar em suas casas, diz o SENHOR. 12.Efraim me cercou com mentira, e a casa de Israel com engano; mas Judá ainda domina com Deus, e com os santos está fiel. “
1. 2. 3. 4. 5. 6.
Quem era o "filho" citado? Israel, não Jesus. Quando Yavé teria chamado o filho? Nos dias em que Moisés os teria tirado do Egito. E, qual foi a promessa contida no texto aí citado? Buscar os israelitas que estava em servidão na Assíria e no Egito e os fazer "habitar em suas casas", reunidos com o povo de Judá, que estava ao lado do deus Yavé.
Observem que nem isso se cumpriu. 1. Judá, que estava ao lado de Yavé, foi dominada pelo Egito. 2. Sendo o seu fiel rei Josias morto pelo faraó Neco. 3. E após a submissão ao Egito, todos caíram sob Babilônia (2 Reis 22, 23 e 24). 4. Constata-se que o texto nada tinha a ver com um messias nos dias dos romanos; 5. Mas os cristãos distorceram o sentido do texto para fazer crer que Jesus fosse esse messias. Parece que não foram os incrédulos e ateus que tiraram as coisas do contexto.
Que mentira mais feia, não é mesmo?
43
6 – Mateus inventando profecias O escritor (desconhecido) do Evangelho de Mateus parece ter uma obsessão doentia em fazer cumprir de forma obrigatória as “profecias” do Antigo Testamento de tal forma que é capaz de inventar, exagerar e distorcer o que quer que seja a fim de cumpri-las. O Evangelho de Mateus é o que apresenta mais fatos extraordinários e mentirosos, muitos dos quais não têm absolutamente nenhuma base histórica. São, sem a menor dúvida, frutos da desvairada imaginação do escritor anônimo para cumprir em suas palavras o que as escrituras do passado “profetizavam” (mesmo que em muitas vezes nem mesmo sejam profecias propriamente ditas). Um claro exemplo disso é o relato da Natividade de Jesus. Talvez a profecia mais famosa e ao mesmo tempo a mais atrozmente falsa seja justamente a que se refere à imaculada concepção de Maria. Onde para escrever sua profecia “cumprida”, Mateus se baseia em Isaías 7:14 da versão Grega dos LXX, a qual traduz mal o termo hebreu “Almah” (mulher jovem) por “Parzenos”, que significa virgem. Isto nos demonstra de forma inequívoca que não há nada de “inspiração divina” nos escritos do evangelho de Mateus.
1 - A estrela de Belém Mateus, como sempre, também inventou isso da tal estrela que guia uns magos-feiticeiros chegados do Oriente, com o objetivo de cumprir outra profecia. Isaías 9:1-6 1 - Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do
44
Jordão, na Galiléia das nações. 2 - O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz. 3 - Tu multiplicaste a nação, a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa, e como exultam quando se repartem os despojos. 4 - Porque tu quebraste o jugo da sua carga, e o bordão do seu ombro, e a vara do seu opressor, como no dia dos midianitas. 5 - Porque todo calçado que levava o guerreiro no tumulto da batalha, e todo o manto revolvido em sangue, serão queimados, servindo de combustível ao fogo. 6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Segundo isso, quando o Messias nascesse tinha que haver uma grande luz na escuridão, e a melhor maneira de resolver isso era inventar uma estrela para indicar exatamente onde o Messias nasceria. Falsidade desta profecia é comprovada quando não encontramos nenhuma evidência convincente para sugerir que a "luz", com características que indicam tanto Isaías e Mateus, teria existido historicamente. Essa história da "estrela" só é citada por Mateus e mais ninguém.
2 - De Belém ao Egito Estranhamente essa história controversa da viagem da sagrada família ao Egito para escapar da fúria assassina de Herodes também só é citada por Mateus. Neste caso patético Mateus inventa uma viagem de Belém para o Egito com uma mulher que acaba de dar à luz. Nem mesmo precisamos falar o quão perigoso e arriscado é fazer essa viagem em um tempo onde as condições sanitárias eram muito precárias (e mais ainda, se o parto foi em um lugar tão insalubre quanto um curral). E como você já deve ter imaginado, nenhum outro evangelho ou documento extrabíblico confirma isso. 45
Mateus 2:15 Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho {Os 11,1}.
Parece que propositalmente voltou a mal interpretar outra profecia: Oseias 11:1-2 1 - Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho. 2 - Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura.
Obviamente, a profecia de Oseias NÃO é dirigida ao Messias, mas ao povo de Israel, chamou-o do cativeiro para a terra prometida. Mas Mateus vê aqui, em sua cabeça alucinada, outra oportunidade para inventar uma suposta viagem para o Egito e fazer cumprir mais uma "profecia". Enorme tiro no pé
3 – O assassinato dos inocentes Recordemos que o responsável por esta matança é a estrela, que fez os Magos alertarem “sem querer” a Herodes e este, posteriormente decidiria eliminar os meninos de Belém. Nenhum outro evangelho ou epístola faz sequer uma mínima citação a este macabro fato; e historicamente não há a mínima referência para indicar que uma matança como esta tivesse ocorrido de forma real.
Então por que Mateus a inventou? Qual foi a intenção? Não adivinha? Para cumprir uma profecia, óbvio. 46
Mateus 2:16 Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos.
Mateus escreveu essas palavras baseando-se obviamente em um versículo bem conhecido: Êxodo 4:22-23 22 - Então dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito. 23 - E eu te tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei a teu filho, o teu primogênito.
O escritor de Mateus é tão descarado, que copia quase “ao pé da letra” a história de Moisés salvo milagrosamente e o assassinato dos primogênitos do Egito. Ninguém pode deixar de notar a semelhança. Mateus procura projetar Jesus como um “novo Moisés” libertador e emancipador do povo judeu. Foi tão grande o seu empenho em fazer a fusão Moisés-Jesus, que apenas mudou os nomes dos personagens e o cenário, mas a essência da história é a mesma. Todo o relato do Êxodo se refere a filhos no exílio. Nada tem a ver com crianças mortas. E inclusive se pode ver no final do parágrafo, que promete o regresso dos filhos. E neste caso nem mesmo parece uma profecia; é só Mateus que tenta desesperadamente comparar Jesus com Moisés.
4 - Desde Ramá… Seguindo nesta tentativa de Mateus de fazer cumprir à perfeição outra profecia, vemos como praticamente fotocopia Jeremias: 47
Jeremias 31:15 Assim diz o Senhor: "Ouve-se uma voz em Ramá, pranto e amargo choro; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque os seus filhos já não existem".
Logicamente Mateus procura cumprir a profecia de Jeremias com outro “Copy & Paste”: Mateus 2:17-18 17 - Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: 18 - "Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem".
É incrível o nível de descaramento a que se atreve Mateus, chegando a usar a chamada “profecia” sobre Ramá, que fica a cinco quilômetros ao norte de Jerusalém, e aplicá-la a Belém, que fica apenas há cinco quilômetros ao sul de Jerusalém.
5 - Em Nazaré Muitos estudiosos modernos da Bíblia estão rejeitando a ideia bíblica do nascimento de Jesus em Belém. Jesus era conhecido como "O Nazareno". Sempre se refere a "Jesus de Nazaré". Esta é uma indicação clara de sua terra natal real. O que acontece é que o Messias nasceria na terra do rei David, então a qualquer custo deveria inventar o cumprimento desta profecia. Então o que Mateus fez foi colocar a casa original da "Sagrada Família" em Belém e os fez fugir para Nazaré (após a viagem muito oportuna para o Egito). E neste ponto, para não perder o costume, Mateus força o cumprimento de mais uma profecia do Antigo Testamento: Mateus 2:23
48
E foi viver numa cidade chamada Nazaré. Assim cumpriu-se o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.
Curiosamente esta profecia não existe em lugar algum. É bem provável que Mateus, em seu desespero para cumprir mais e mais profecias, mal interpreta um texto de Isaias: Isaías 11:1 Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um renovo.
Mateus provavelmente interpretou o termo "vara" ("vástago" em outras versões da Bíblia) que vem do hebraico "Neser", relacionando-o erroneamente com "Nazaré", que é o adjetivo de Jesus. Não há outra explicação. Essa é a mente delirante de Mateus.
6 – Até Belém Vejamos de onde vem a ideia maluca de Mateus do nascimento de Jesus em Belém. Mateus 2:4-6 4 - Tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes do povo e os mestres da lei, perguntou-lhes onde deveria nascer o Cristo. 5 - E eles responderam: "Em Belém da Judeia; pois assim escreveu o profeta: 6 - ‘Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor entre as principais cidades de Judá; pois de ti virá o líder que, como pastor, conduzirá Israel, o meu povo’ ".
Segundo Mateus há uma profecia que indica que o Messias deve nascer em Belém. Vejamos qual é essa profecia: Miqueias 5:2
49
Mas tu, Belém Efrata, que és pequena para se achar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de ser reinante em Israel; e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde a eternidade.
Mateus simplesmente “fez” Jesus nascer em Belém para cumprir a profecia de Miqueias. Inclusive fez um “copy & paste” errado, pois notamos uma contradição evidente: Mateus diz que Belém:
“Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor entre as principais cidades de Judá”;
Enquanto que Miqueias diz exatamente o contrário:
“Belém Efrata, que és pequena para se achar entre os milhares de Judá”.
Mateus não consegue nem mesmo “Copiar” um versículo do Antigo Testamento de forma correta, pelo menos para salvar as aparências um pouco... Mas nem isso! A intenção de Mateus é muito óbvia: apresentar Jesus como um ser excepcional desde o começo de sua vida. A melhor maneira de comprovar que esse menino é o tão esperado messias é cumprindo cabalmente as profecias do Antigo Testamento; e Mateus se encarrega de fazer isso. Mateus tinha o problema de que o menino devia ter a alcunha de “Nazareno”, mas também deveria nascer literalmente em Belém. A solução? Fácil! O fez nascer em Belém e logo depois que fugissem e se estabelecessem em Nazaré. A Bandeja da Natividade está servida. Por esta razão é altamente incoerente analisar uma profeica ditada no Antigo Testamento e seu posterior “cumprimento” no Novo Testamento. O escritor, que já conhece o Velho Testamento, SIMPLESMENTE FAZ COM QUE AS PROFECIAS SE CUMPRAM e Mateus é o exemplo mais descarado disso. Simples assim, pois não há nada que se possa contestar. Não existem documentos 50
originais ou qualquer referência histórica dos fatos que alegam ser o cumprimento das profecias – TUDO COMEÇA E TERMINA NO MESMO LIVRO. É como se no inicio de qualquer livro descrever algo que vai acontecer no futuro e no final do mesmo livro se cumpre. Profecias cumpridas da Bíblia não são argumentos válidos. Mesmo a análise de profecias históricas é muito controversa, pois deveriamos ter a profecia original e saber a data exata de sua escritura, sem alteração posterior, porque os copistas podem "alterar ligeiramente" alguns versos para confirmar o cumprimento da profecia, com mal e porcamente faz Mateus com seu “Copy & Paste”. Por isso, quando um crente me diz “a melhor prova da existência de Deus é o perfeito cumprimento das profecias Bíblicas” … Eu penso com meus botões: Mateus, Mateus, que merdas andastes fazendo? Referência: http://www.escepticoscolombia.org/detalleContenido.php?id=articulo_fabulasN avidad
51
7 – Contradições de Mateus e Lucas sobre a Natividade. É bastante interessante a forma como evolui a conceptualização e a visão de Jesus através da cronologia dos Evangelhos. O primeiro evangelho escrito foi o de Marcos, que ignora o nascimento de Jesus (ao que parece para ele essa etapa da vida do messias não é importante) e se concentra na natureza divina do batismo. Mateus descreve a natureza de Jesus em forma de sonhos ao seu padrasto e como já vimos, em una tentativa desesperada de ver em Jesus o cumpridor das profecias do Antigo Testamento. Lucas trata de mistificar Jesus ao máximo, equiparando-o com outros seres lendários que tiveram um pai Deus e uma mãe humana. Aqui já temos o anjo personificado e falando com a mãe mortal. E por último, João, que nos diz que Jesus é o próprio Deus desde o inicio dos tempos, baseando-se em um ser teológico e como Marcos, ignora seu nascimento. Com apenas dois evangelhos que nos relatam as aventuras dos pais de Jesus e sua incipiente infância, seria de se esperar que pelo menos eles coincidissem em alguns pontos e existisse algum tipo de coerência entre ambos. Nem precisa dizer que não é assim, mas exatamente o contrário. Em muitas ocasiões parece que ambos os escritores nos descrevem eventos sobre personagens e acontecimentos completamente diferentes, coincidindo em pouquíssimos pontos.
1 - Onde viviam José e Maria? Mateus: Maria e José viviam em Belém. Maria esperava um filho sem ainda ter relações sexuais com seu esposo e este decide repudiá-la. José recebe em sonhos a visita de um anjo que o adverte que não o faça porque a criatura vem do Espírito Santo. O menino nasce em casa, em Belém. Na leitura do capitulo 1 e 52
início do 2, em nenhum momento há alguma viagem; o nascimento tem lugar onde estão, em Belém. Mateus 2:11 E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
Lucas: José e sua prometida, Maria, viviam em Nazaré. Maria recebe a visita de um anjo que lhe comunica que vai ser mãe de um menino e que conceberá por causa do Espirito Santo. Como consequência do censo de Quirino, o casal se desloca para Belém, onde o menino nasce em um curral porque não havia vagas na pousada.
2 - Quem o anjo avisa primeiro?
Mateus: José. Um anjo (sem nome) visita José em sonhos para anunciar-lhe que sua mulher vai ter um filho que não é dele (péssima noticia!). Lucas: Maria. Um anjo chamado Gabriel disse a Maria que ela ficaria grávida.
3 - Quando Jesus nasce?
Mateus: Ano 4 AEC, com base na morte de Herodes e sua busca por um menino de até 2 anos de idade. Lucas: Ano 6 EC, baseado em um censo na Judeia, quando Quirino se converteu em seu governador. Isso dá uma diferença de 10 anos.
4 – Onde Jesus nasce? 53
Mateus: Em uma casa em Belém. (Note que em nenhum momento há referências a manjedouras ou condições anormais de parto). Lucas: No clássico curral, que já se converteu em símbolo do natal.
5 – Quem visitou o menino?
Mateus: Uns magos/feiticeiros que chegaram do Oriente seguindo uma estrela-GPS. Lucas: Uns pastores. (Não cita nenhum mago)
6 – O que fazem depois do nascimento?
Mateus: Fogem para o Egito, evitando serem vítimas das intrigas de Herodes. Lucas: A sagrada família viaja a Jerusalém para fazer os rituais exigidos pela lei judaica.
7 - Como se estabelecem em Nazaré?
Mateus: Uma vez no Egito, um anjo avisa José em sonhos para que regressem porque Herodes morreu; mas temendo o rei Arquelau (filho de Herodes) vão para a Galileia, ao povoado de Nazaré. Lucas: José e Maria vivem em Nazaré; só viajam a Belém por causa do Censo de Quirino, com a má sorte da viagem coincidir com o parto de Maria. Posteriormente regressam a Nazaré.
8 - Erros históricos.
54
Mateus: A intenção de Herodes de assassinar meninos menores de dois anos NÃO É MENCIONADA por seu escrupuloso biógrafo, Flavio Josefo. Mateus também não cita nenhum censo ou coisa do tipo. Lucas: Não houve censo em todo o mundo (Lucas 2:1), só um censo local na Judeia no ano 6 de nossa era, quando Quirino tornou-se governador. Não afetou galileus que foram governados por Antipas até o ano 39. Os romanos não tinham nenhum interesse na ascendência judaica, estavam interessados em propriedades sujeitas a impostos.
9 - Elementos únicos de Mateus:
A estrela guia. Os magos orientais. A matança dos inocentes de Belém. A fuga para o Egito.
10 - Elementos únicos de Lucas:
A anunciação a Zacarias sobre o nascimento de João Batista. A anunciação a Maria. O censo. O nascimento no curral. A adoração dos pastores.
11 - Únicos elementos comuns:
Concebida pelo Espírito Santo. Nascimento em Belém. Estabelecimento em Nazaré.
55
Recordemos que todas essas conversas entre anjos, pessoas, governantes, magos, etc., ocorreram de forma privada e a maioria sem testemunhas. Imaginamos que essas histórias foram reveladas por Deus ao escritor; se isso é correto:
Por que se contradizem tanto? Por que não estão de acordo nas partes críticas? Por que não estão de acordo em questões históricas com fontes fora da Bíblia? Que tipo de “inspiração divina” é essa?
Sabe qual é a resposta padrão (e idiota) do cristão em geral?
“Tudo o que acontece nos evangelhos se complementa. É como se alguém narrasse um fato de dois ângulos diferentes”.
Ao que parece é muito difícil que o crente entenda que não são apenas ângulos muito diferentes, mas que se contradizem de forma escandalosa e irreconciliável. Tudo isso sem levar em conta erros grosseiros e inconsistências históricas. Sem dúvida, tudo isso é uma simples fábula que alguns adultos resolveram levar a sério (para sua vergonha e humilhação pública voluntária).
56
8 - Feliz Saturnália ou Feliz Natal?
1 - A Farsa do Natal cristão A pergunta se justifica porque “casualmente” as datas desta antiga festividade romana coincidem com uma mais recente, a celebração do Natal. As Saturnálias eram uma importante festividade romana. O Sol Invencível (Sol Invictus) era outro dos deuses favoritos, cujo nascimento se celebrava em 25 de dezembro. Também chegaram a ser conhecidas como a "festa dos escravos", pois os escravos recebiam rações extras, tempo livre e outras prendas; eram como Natal e Carnaval ao mesmo tempo. O Cristianismo da antiguidade teve fortes problemas para acabar com esta festa pagã, tentando substituí-la adivinhem por qual festa cristã?
Deus Sol Invictus. Disco de prata romano do Século III, encontrado em Pessino, atual Turquia (exposto no museu britânico).
57
Moeda do Imperador Probo, de 280, com o Sol Invictus montando uma quadriga, e o legendário SOLI INVICTO, "ao sol invicto". O Imperador (esquerda) usa uma coroa solar.
As Saturnais eram celebradas em honra ao deus Saturno, (A festa do triunfo). Ocorriam de 17 a 23 de dezembro em honra a Saturno, Deus da agricultura, à luz de velas e tochas, se celebrava o fim do período mais escuro do ano e o nascimento do novo período de luz, o nascimento do Sol Invictus, 25 de dezembro, coincidindo com a entrada do Sol no signo de Capricórnio (solstício de Inverno). Provavelmente as Saturnais foram a festa da finalização dos trabalhos do campo, celebrada após a conclusão do plantio de inverno, quando o ritmo das estações deixava toda a família campesina, incluídos os escravos domésticos, com tempo para descansar do esforço cotidiano. Quando as tarefas no campo terminavam e chegava a noite mais longa, os romanos relaxavam, penduravam a toga no armário, se vestiam de maneira informal e se esqueciam por uns dias das regras que lhes oprimiam durante o resto do ano. Tudo começava no templo de Saturno, com um 58
estupendo banquete (lectisternium) e ao grito coletivo de “Io, Saturnalia”. Eram sete dias de animadas diversões, banquetes e troca de presentes. As festas começavam com um sacrifício no templo de Saturno (em princípio o Deus mais importante para os romanos), ao pé da colina do Capitólio, a região mais sagrada de Roma, seguido de um banquete público ao qual todos estavam convidados. Os romanos associavam Saturno com o deus préhelênico Cronos, que esteve ativo durante a idade de ouro da terra. Durante as Saturnais, os escravos eram frequentemente liberados de suas obrigações e seus papeis trocados com o de seus donos. Oficialmente se celebrava o dia da consagração do templo de Saturno no Foro romano, em 17 de dezembro, com sacrifícios e um banquete festivo público. Porém esta festa era tão apreciada pelo povoo, que de forma não oficial se festejava ao longo de sete dias, de 17 a 23 de dezembro. As autoridades estatais se viram obrigadas a atender ao costume popular, devido ao fracasso que foi a tentativa de reduzir a 3 ou 5 dias de celebrações. A finais do século I, as férias judiciais se prolongaram definitivamente para cinco dias. Nas Saturnais, amigos e familiares romanos, trocavam presentes exatamente como se faz hoje no Natal, já que o Natal está baseada nas Saturnais. Estas festas eram dirigidas por um sacerdote, que mudava segundo o deus ao que se rendia o culto, e o sacerdote era eleito por colégio de sacerdotes. Mas, como ocorre agora com o Natal, também havia quem não queria nem ouvir falar do tema: Plínio, o Jovem (63-113), conta que se isolava nos cômodos de sua Villa Laurentina: “Especialmente durante a Saturnália, quando o resto da casa está ruidoso por causa da permissão das festas e pela gritaria das festividades. Desta forma, não obstaculizo os jogos de minha gente e eles não me incomodam em meus estudos”. Cícero (106 AEC-43 AEC) também se refugiava em sua casa de campo. 59
Os romanos saiam à rua para dançar e cantar com grinaldas no cabelo, carregando velas acesas em grandes procissões. A Saturnália era uma oportunidade para visitar aos amigos e parentes e trocar presentes. O tradicional era presentear com frutas, nozes, velas de cera de abelha e pequenas figurinhas feitas de terracota. Talvez o mais interessante fosse a troca de papéis: os escravos atuavam como amos e os amos como escravos. Inclusive era permitido aos escravos usar as roupas de seu senhor. Esse acordo era temporário, obviamente. Petrônio (396-455) falava de um escravo imprudente que perguntou em algum momento do ano se já era dezembro. Os filhos também invertiam os papeis com seus pais e passavam a ser os chefes da casa. Além disso, cada família tinha que escolher um Rei da Saturnália, o Senhor do Desgoverno, que podia ser um menino. Esse “rei de mentira” presidia as festas, e devia ser obedecido, por mais extravagantes e absurdas que fossem suas ordens. Durante as festas se fechavam as escolas, os tribunais e os comércios, interrompiam as guerras, se liberava os escravos, e os romanos cometiam todo tipo de excessos com a bebida e a comida. Era a festa da liberdade e da desinibição, se organizavam jogos, bacanais, bailes de máscaras e espetáculos desenfreados que eram proibidos durante o resto do ano. Os cristãos utilizavam o termo “saturnália” quando queriam dizer orgia.
60
Ao final da Saturnália, em 25 de dezembro, se celebrava o nascimento do Sol Natalis, Solis Invictis (nascimento do sol invencível) personificado no deus Mitra. Embora o culto a Mitra tivesse origens persas, se converteu na religião dominante em Roma, especialmente entre os soldados.
Estatua do deus solar Mitra matando o touro (escultura do século II atualmente em poder do Museu Britânico, em Londres).
Depois do final da Saturnália começava o festival da Sigillaria, dedicado, sobretudo a fazer presentes para as crianças: anéis, bonecas de terracota, selos, táboas escritas, dados, objetos pequenos, moedas e sacos de bolas de gude! Há muitos relevos e documentos que mostram as crianças jogando com bolas de gude durante a Saturnália. Durante esses dias, as casas eram decoradas com plantas verdes, se acendiam velas para celebrar a volta da luz, se penduravam enfeites nas árvores. Mas não colocavam árvores dentro de casa. Os romanos só enfeitavam as que estavam plantadas na terra. A tradição da árvore de Natal tem suas origens no século XVI.
61
Legalização cristã Até a época do Imperador Constantino I (272-337), o cristianismo tinha avançado muito pouco e Roma era predominantemente pagã. O mitraísmo era a religião dominante e o cristianismo era ilegal. Mas Constantino I mudou as coisas depois de ter uma suposta visão, antes de uma batalha, no ano 312. Dedicou-se a favorecer o cristianismo, sem deixar de render culto aos deuses pagãos de Roma. Por exemplo, um dos deuses romanos mais populares era o Deus Sol Invictus, e os romanos dedicavam a ele um dia da semana, o Dies Solis (como em inglês, “sunday" = "dia do sol”). Constantino, que era sumo sacerdote no culto do Sol Invictus, decretou que esse dia fosse também jornada de descanso e adoração para os cristãos. No ano 321, Constantino legalizou o cristianismo e declarou que o dia do “nascimento do sol invencível”, que se celebrava em 25 de dezembro, devia ser considerado como uma nova festa cristã para celebrar o nascimento de Cristo. Com estas táticas, não se alterava o calendário romano e as tradições pagãs foram sendo adaptadas ao cristianismo. 62
Em 350, o papa Júlio I reconheceu oficialmente o 25 de dezembro como a Festa da Natividade. O Natal chegou ao Egito pelo ano 432 e à Inglaterra no final do século VI. Alcançou os países nórdicos a finais do século VIII.
Atualmente os cristãos ocidentais o celebram em 25 de dezembro, mas os ortodoxos o fazem em 6 de janeiro, baseando-se nas referências de um acadêmico grego, Clemente de Alexandria, que por sua vez escreveu sobre outro mestre grego, Basillides, que disse que Jesus Cristo nasceu em 6 de janeiro. Clemente se refere à festa da Epifania, que na Espanha se celebra como o Dia dos Reis Magos. Os primeiros estudiosos cristãos, como o teólogo Orígenes (185-253), condenavam a celebração do nascimento de Cristo “como se fosse um faraó”. Dizia que só se festejava o nascimento dos pecadores e não dos santos. Hoje, alguns grupos fundamentalistas, como Testemunhas de Jeová, não celebram o Natal, por sua origem pagã. Tampouco os aniversários, certamente. Orígenes Eunuco (se automutilou na juventude) desde jovem é considerado um dos três pilares da teologia cristã, mas todas as suas obras foram condenadas pelo Concílio de Constantinopla de 553 e destruídas, deixando a cristandade capenga e apenas com as teologias fraquíssimas de Agostinho e Aquino. Em seus livros, afirmou que conhecia mais de vinte versões dos Evangelhos, queixando-se pelo péssimo estado de conservação destes documentos e pelas más interpretações que faziam os encarregados de escrevê-los. Em seu livro “Princípios”, referindo-se a estes, disse:
63
“Há coisas que nos relatam como se fossem históricas e que jamais aconteceram e que eram impossíveis como fatos materiais e outras, que embora sendo possíveis, tampouco aconteceram”.
Entretanto, hoje muitas culturas celebram o solstício de inverno. Para os povos indígenas, como aimaras, quechuas, rapanui e mapuches, a chegada destas datas coincide com a tradição de agradecer pelo ano anterior e pedir ao pai Sol que retorne com maior força depois de seu retiro invernal. A Saturnália e as festas em torno do solstício de inverno tratavam da família, da fertilidade, da mudança, da renovação, da proteção, do novo ciclo. Dezembro sempre foi uma época para a rebelião, a celebração, a esperança. Seria uma boa ideia adotar algumas dessas tradições pagãs que se perderam pelo caminho. Por exemplo, a troca de papéis: com as crianças, com os empregados, com os alunos, Frances Bernstein, em seu livro “Classical Living: Reconnecting with the Rituals of Ancient Rome”, disse: “Agita as coisas um pouco! Faz o inesperado! Porque estas pequenas ações relembram o espírito da Saturnália e possuem importância religiosa, ao nos conectar diretamente com a Natureza”. _____________________________ Diante disso, há muito boas razões para considerar nossa tradicional celebração do Natal como mais uma farsa descarada dos manipuladores habituais das massas, como são a religião e a política:
64
- É muito provável que Jesus nunca tenha existido de forma histórica, o que torna toda essa celebração falsa e sem fundamento. - A celebração das festas natalinas não é mais que uma simples cópia ou adaptação de uma festa pagã romana em honra ao Deus Saturno; e que a religião converteu convenientemente em uma festa cristã.
Qualquer pretexto é bom para celebrar em família e trocar presentes, abraços e bons desejos. Simplesmente devemos ter bem clara a natureza do que celebramos. Portanto: Io Saturnalia! Ave Sol Invictus!
Fontes: http://kindsein.com/es/15/tradiciones/362/ http://en.wikipedia.org/wiki/Saturnalia
65
9 - Contradições e erros na genealogia de Jesus Entre as contradições mais evidentes de toda a Bíblia, estão precisamente as que existem entre as duas genealogias dos evangelhos sobre a ascendência de Jesus. E curiosamente é a que possui as mais estranhas e esquisitas desculpas dos cristãos. A questão é muito simples. Os evangelhos de Mateus e Lucas nos brindam cada um com sua própria genealogia de Jesus, mas claro, como não poderia deixar de ser, os erros e contradições entre ambas são abundantes. Vejamos: Mateus 1:1-17 1 - Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2 - A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos; 3 - a Judá nasceram, de Tamar, Farés e Zará; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão; 4 - a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Nasom; a Nasom nasceu Salmom; 5 - a Salmom nasceu, de Raabe, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé; 6 - e a Jessé nasceu o rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias; 7 - a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a nasceu Abias nasceu Asafe; 8 - a Asafe nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão Ozias; 9 - a Ozias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias; 10 - a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amom; a Amom nasceu Josias; 11 - a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilônia. 12 - Depois da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel;
66
13 - a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor; 14 - a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde; 15 - a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacó; 16 - e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo. 17 - De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze gerações.
Agora vejamos a genealogia de Lucas: Lucas 3:23-38 23 - Ora, Jesus, ao começar o seu ministério, tinha cerca de trinta anos; sendo {como se cuidava} filho de José, filho de Eli; 24 - Eli de Matate, Matate de Levi, Levi de Melqui, Melqui de Janai, Janai de José, 25 - José de Matatias, Matatias de Amós, Amós de Naum, Naum de Esli, Esli de Nagai, 26 - Nagai de Maate, Maate de Matatias, Matatias de Semei, Semei de Joseque, Joseque de Jodá, 27 - Jodá de Joanã, Joanã de Resa, Resa de Zorobabel, Zorobabel de Salatiel, Salatiel de Neri, 28 - Neri de Melqui, Melqui de Adi, Adi de Cosão, Cosão de Elmodã, Elmodão de Er, 29 - Er de Josué, Josué de Eliézer, Eliézer de Jorim, Jorim de Matate, Matate de Levi, 30 - Levi de Simeão, Simeão de Judá, Judá de José, José de Jonã, Jonã de Eliaquim, 31 - Eliaquim de Meleá, Meleá de Mená, Mená de Matatá, Matatá de Natã, Natã de Davi,
67
32 - Davi de Jessé, Jessé de Obede, Obede de Boaz, Boaz de Salá, Salá de Nasom, 33 - Nasom de Aminadabe, Aminadabe de Admim, Admim de Arni, Arni de Esrom, Esrom de Farés, Farés de Judá, 34 - Judá de Jacó, Jacó de Isaque, Isaque de Abraão, Abraão de Tará, Tará de Naor, 35 - Naor de Seruque, Seruque de Ragaú, Ragaú de Faleque, Faleque de Eber, Eber de Salá, 36 - Salá de Cainã, Cainã de Arfaxade, Arfaxade de Sem, Sem de Noé, Noé de Lameque, 37 - Lameque de Matusalém, Matusalém de Enoque, Enoque de Jarede, Jarede de Maleleel, Maleleel de Cainã, 38 - Cainã de Enos, Enos de Sete, Sete de Adão, e Adão de Deus.
A simples vista e diante de qualquer leitor medianamente imparcial, são visíveis vários erros e contradições: A genealogia de Mateus chega só até Abraão e a de Lucas até ao próprio Deus. Se bem que não seja um erro (cada evangelista pode escrever sua genealogia com a profundidade que desejar), é curioso que Mateus não a tivesse aprofundado mais a sua descrição com o objetivo de torna-la mais “divina” aos olhos de seus leitores. A primeira coisa espantosa nessas genealogias é que ambas começam com Jesus (obviamente) e a seguir continuam a ascendência por José, mas José não é o verdadeiro pai de Jesus. É só um padrasto. NÃO EXISTE NENHUMA LINHA SANGUINEA ENTRE AMBOS. É verdadeiramente assombroso que ambos os evangelhos descrevam com detalhes a concepção de Maria pelo Espírito Santo (Mt 1:20; Lc 1:35) e depois ignoram, baseando toda genealogia de Jesus considerando José como seu pai carnal. Mateus 1:20
68
Quando, porém, pensava nestas coisas, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher; pois o que nela foi gerado, é por virtude do Espírito Santo. Lucas 1:35 Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso o que há de nascer, será chamado santo, Filho de Deus.
Mateus e Lucas claramente acreditam que Jesus nasceu de forma normal, ou seja, NÃO SABIAM NADA DE NENHUM ESPÍRITO SANTO COMO AUTOR DA PATERNIDADE DE JESUS QUANDO ESCREVERAM ESSAS GENEALOGIAS E POR ESTE MOTIVO AS ESCREVERAM DESTA FORMA. Não sabiam nada sobre a tal “anunciação” e menos ainda da suposta divindade de Jesus, por isso fazem com que seu pai sejam um homem comum. Outra coisa alarmante é que desde o inicio de ambas as genealogias há uma contradição com o nome do avô paterno de Jesus.
Mateus nos diz que o pai de José foi Jacó. Mas Lucas nos diz que o pai de José foi Elí.
Desde o início da descrição da genealogia de Lucas (Vers 23) se nota certa insegurança ou insinuação de “possibilidade de erro”; note que diz “como se pensava” para enumerar sua ascendência. O que coincide com a dúvida de Lucas ao dizer que Jesus tinha “cerca” de 30 anos ao começar seu ministério. Estas palavras de Lucas, cheias de insegurança, nos fazem pensar que ele não tinha muita certeza do que narraria a seguir. Mas vamos detalhar alguns pontos um pouco mais complicados: Mateus divide a genealogia de Jesus em três grupos de 14 gerações cada um (1:17): 69
O primeiro grupo vai de Abraão até o rei Davi, contabilizando-se 14 pessoas, o que coincide quase totalmente com Lucas. O verdadeiramente inexplicável está descrito nos grupos segundo e terceiro: Mateus continua a genealogia de Jesus a partir de Davi, este é segundo grupo de 14 gerações, de Salomão até o rei Jeconias (Joaquim), ou seja, até o cativeiro da Babilônia (586 AEC, segunda conquista de Jerusalém pelos caldeus).
Mateus cita até este momento uma lista de outras 14 pessoas, todas elas reis de Judá. Parece lógico que procedesse assim, pois o messias deveria ser rei, descendente do rei Davi e o trono deste duraria para sempre, segundo a promessa de Deus.
Esses 14 reis foram: Salomão, Roboão, Abias, Asafe, Josafá, Jorão, Ozias, Joatão, Acaz, Ezequias, Manassés, Amom, Josias e Jeconias. Todos eles foram pais do seguinte, segundo Mateus. Mas o Antigo Testamento não concorda: Uzias foi tataravô de Joatão e não seu pai (1 Cro 3:12); o pai de Jeconías não foi Josias, mas Joaquim (Eliaquim; Jer 28:4), e este sim foi filho de Josias e pai de Jeconias (1 Cro 3:15-16). Ou seja, Josias foi o avô de Jeconias, não o pai como disse Mateus. Mateus 1:6-17
Lucas 3:23-32
Salomão Roboão Abias Asafe Josafá Jorão Uzias Joatão Acaz Ezequias Manassés Amom Josias Jeconias Salatiel
Natã Matatá Mená Meleá Eliaquim Jonã José Judá Simeão Levi Matate Jorim Eliézer Josué Er
70
Zorobabel Abiúde Eliaquim Azor Sadoque Aquim Eliúde Eleazar Matã Jacó José
Jesus Cristo
Elmodão Cosão Adi Melqui Neri Salatiel Zorobabel Resa Joanã Jodá Joseque Semei Matatias Maate Nagai Esli Naum Amós Matatias José Janai Melqui Levi Matate Eli José Jesus Cristo
Já Lucas diz que Mateus está equivocado, que a ascendência do Messias é pela linha de Natã, outro filho de Davi (2 Sam 5:15; 1 Cro 3:5; Lc 3:31), que para o cúmulo nunca foi rei, e não pela linha de Salomão. Lucas dá, desde Natã até o cativeiro aludido, um total de 20 pessoas, todas descendentes (filhos de filhos) de Natã, por isso de modo algum pode coincidir com os 14 (reis) dados por Mateus, pois são filhos de filhos de Salomão. Ao chegar à última pessoa antes do cativeiro, Lucas coloca o tal Neri, que ninguém conhece, no lugar do rei Jeconias, citado por Mateus.
As 14 gerações das quais fala Mateus, desde Abraão até Davi abarcam um total de uns 800 anos, ou seja, desde 1.800 (Abraão) AEC a 1.000 (Davi) AEC. Segundo Mateus, no segundo grupo e com o mesmo número de gerações, 71
14, dura agora só pouco mais da metade das anteriores, ou seja, uns 400 anos (de 1.000 AEC a 586 AEC). Por quê? Por acaso estas gerações viveram a metade do tempo que a anterior? No terceiro grupo, que abarca desde o cativeiro da Babilônia até Jesus, onde Mateus faz coincidir as outras 14 gerações, é onde nos encontramos com mais problemas: Mateus começa com Salatiel, filho de Jeconias (1 Cro 3:17-18). Salatiel é o primeiro descendente "real" de Davi, que já não reinará pois está no cativeiro com seu pai, fato muito duvidoso. Por sua parte, Lucas cita Neri como pai de Salatiel que, como já vimos, não pode ser o Jeconias citado por Mateus. Deste modo, Mateus e Lucas coincidem que a primeira pessoa descendente de Davi, que deve seguir uma dinastia que já não existe nem existirá mais, é o tal Salatiel, mas um diz que é filho de Jeconias e o outro que é do tal Neri, o primeiro diz que é descendente de Salomão e o segundo diz que é um de seus meios-irmãos mais velhos, Natã. Os desacordos neste ponto continuam: tanto Mateus como Lucas continuam dizendo que o filho de Salatiel, do qual sairá o Messias é Zorobabel (segundo também Esd 3:2; 3:8, embora em 1 Cro 3:18-19 seu pai seja Pedaías (Peraya, Fadaia) irmão de Salatiel, ou seja, que neste caso Salatiel seria tio de Zorobabel e não seu pai). Entretanto, a partir deste ponto, em que voltavam a coincidir ambos os Evangelhos, mesmo que só com dois nomes (Salatiel y Zorobabel), surgem de novo as desavenças: segundo Mateus, o filho de Zorobabel de cuja descendência há de surgir o Messias, é Abiúde e segundo Lucas é o tal Resá (e segundo “A casa de Davi” de 1 Cro 3:19-20, não há nenhum filho de Zorobabel que se chame nem Abiúde e nem Resá!); Mateus cita um total de 10 pessoas mais até chegar a José, o esposo de Maria, mãe de Jesus. Lucas, porém, dá quase o dobro, 19. Nenhum dos citados por Mateus e Lucas podem ser relacionados com algum personagem 72
do Antigo Testamento, ou seja, ninguém os conhece e nenhum deles parece estar relacionado com nenhuma realeza davídica, posto que não haja nenhum reino judaico antes do cativeiro. Assim então, Mateus citando um total de 40 pessoas desde Abraão até José, os dois inclusive, e Lucas 56, dificilmente poderíamos falar das mesmas pessoas com nomes diferentes como às vezes se inventam alguns crentes. Estas últimas 14 gerações duram agora para Mateus 586 anos. Mateus, que era judeu, dá ascendentes reais a partir de Davi; naturalmente, depois de Jeconias já não pode dar nomes pois já não existe nem descendente real nem reino onde reinar apesar das palavras infalíveis de Yahvéh, que prometeram o contrário. Lucas, de procedência gentia e que devia desconhecer as profecias do AT, nos diz que entre os ascendentes de Jesus só há um rei, Davi, e que depois a linha sucessória segue outro curso dizendo que Mateus mente. Para melhor entender essas discrepâncias é necessário saber que Mateus e Lucas (fossem quem fossem) não se conheceram e que escreveram seus evangelhos desde terras diferentes: Mateus desde o Egito e Lucas desde Roma. Está claro que cada um fez um adorno de seus relatos com lendas e mitos que circulavam desde muito tempo antes em seus respectivos lugares de residência, mesmo os dois se se baseando em Marcos e na chamada “fonte Q”. Fonte: "Jesús, el falso mesías" MiltonAsh. Editorial-librería ArtGerust.
73
10 - Desculpas cristãs aos erros na Genealogia de Jesus
74
As contradições irreconciliáveis e os erros atrozes que possuem as genealogias de Jesus dadas pelos evangelistas Mateus e Lucas são tão abismais e profundas que pode parecer uma piada as desculpas a que se referem seriamente alguns cristãos e que geralmente são consideradas muito sensatas e verdadeiras por aqueles que temem questionar-se um pouco e analisar estes fatos. Talvez a justificação mais utilizada pelos cristãos para tratar desesperadamente de encontrar uma solução a este problema é a de que genealogia de Mateus é por parte do pai de Jesus, José, a partir do rei Salomão; e a de Lucas é por parte de sua mãe, Maria, a partir de Natã.
Primeiro é necessário destacar que JOSÉ NÃO É O PAI verdadeiro de Jesus, mas Deus através do Espírito Santo. Partindo desta premissa toda a genealogia de Mateus está baseada em um erro fundamental.
Mas analisemos a descabelada teoria que diz que a genealogia do Evangelho de Lucas está baseada em Maria, a mãe biológica de Jesus. O que inicialmente salta à vista é que Lucas não disse uma palavra de que esteja oferecendo a genealogia de Jesus por parte de Maria, mas ao contrário: assim como Mateus, a termina com José, não com Maria. Em nenhum momento se insinua o contrário. Alguns se baseiam que Lucas ao dizer em 3:23: Lucas 3:23 Ora o mesmo Jesus, ao começar o seu ministério, tinha cerca de trinta anos, sendo filho (como se julgava) de José, filho de Heli,
Forçando e mudando o sentido da frase, afirmam que ao dizer “segundo se acreditava” (como se julgava; como se cuidava, como se pensava, como era tido, etc.) significa que não é da parte 75
de José, mas de Maria. “Argumentam” principalmente que não teria crédito aos olhos de seus contemporâneos dar uma ascendência por parte de uma mulher, então Lucas "fez ver" que dava a de José, mas que na realidade era a de Maria. Um leitor imparcial, jamais consideraria isto uma prova válida para apoiar essa teoria. O escritor (anônimo) de Lucas é muito claro: a genealogia é a partir de José, o pai postiço de Jesus. Lucas jamais faria uma genealogia por parte de uma mulher por esta mesma razão. Ridiculamente nos dizem que Lucas “disfarça” que esteja nomeando os antepassados de Maria, mas nem nesta e em nenhuma outra parte da Biblia há qualquer referência de que esteja dissimulando dessa forma, isso não passa de uma tentativa desesperada de um grupo crentes para corrigir o disparate, portanto, não podemos levar a sério esta dedução, porque não é palavra bíblica. Recordemos que supostamente, essa genealogia foi ditada pelo espírito santo a Lucas. Crer que Lucas “mudou” umas frases por sua conta para evitar problemas é bastante ingênuo e idiota. Outros pontos nos fazem pensar o mesmo: as discordâncias não surgem com Natã, mas antes e também depois, pois ambos os evangelistas coincidem em nomear Salatiel e Zorobabel em suas genealogias e, naturalmente, dado que Mateus falaria da ascendência de Jesus por via de Salomão e Lucas por via de Natã, segundo dizem os Testemunhos, ambos (Salatiel e Zorobabel) devem ser obrigatoriamente ou descendentes de Salomão (genealogia por parte de pai) ou de Natã (genealogia por parte de mãe), razão pela qual SÓ UM dos dois evangelistas poderia nomeá-los como ascendentes de Jesus: recorde-se que a ascendência está formada por "filhos de filhos". Logo, o fato de que sejam nomeados pelos dois joga por terra as calúnias desses crentes. Mateus não esconde mulheres em sua genealogia (4 no total), coisa que, segundo essas deduções estranhas, Lucas o faz 76
e com a própria mãe de Jesus; pois se Lucas citasse Maria como último ascendente de Jesus, ambos concordariam e não se poderia por nenhum impedimento a esse fato, com isso ficaria perfeitamente enquadrada dita genealogia, ao menos neste ponto; e não em outros, posto que o mais importante nos leva a pensar que Maria não era da tribo de Judá, motivo que de nenhuma maneira permitiria falar de ascendentes davídicos por parte de Maria: efetivamente, segundo Lc 1, 3,5,36, Maria tinha parentes da tribo de Leví e se poderia ao menos suspeitar que ela também fosse dessa tribo. Deve-se atentar que quando se fala de José como descendente de Davi não se diz que Maria o fosse (Mt 1:20; Lc 2:4-5;). E mais: a linha de descendência messiânica tinha que ser obrigatoriamente transmitida por um varão e não por uma mulher. Deduz-se simplesmente porque Yahvéh assegura que essa descendência será real, reis, filhos varões portanto, do rei Davi (recordar que Natã nunca reinou). Inclusive, se consideramos que é certo que Lucas baseie sua genealogia em Maria, tanto ele como Mateus forçosamente caem em um erro e a conclusão final é que Jesus não é o Messias, por não ser um descendente real. Lucas: Genealogia de parte Maria. 1. - Não pode haver descendência real pela via de uma mulher. 2. - Esta genealogia se baseia em Natã, o filho do rei Davi. Recordemos que Natã nunca governou. Deus foi muito claro neste ponto quando disse a Davi "Do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono." (Salm 132:11; 89:36; 2 Sam 7; 1 Re 8:25; Is 9:7). Indica que o Messias tem que ser biologicamente seu filho, filho de filhos, por descendência paterna
77
porque indica que sustentará o trono, e a realeza só podia ser obtida pelo varão (Is 9:6; Jer 23). Mateus: Genealogia por parte de José. 1. - José não é pai Biológico de Jesus. Portanto, tampouco se cumpre o expressado antes por Deus a Davi: "Do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono.". Se José não é o pai de Jesus, este não pode levar a semente de Davi, por mais que Mateus e Lucas insistam que José é “filho ou membro da casa de Davi” (Mt 1:20; Lc 2:4). 2. - Recordemos também que o reinado se viu interrompido pelo rei caldeu Nabucodonosor II, que o fez desaparecer para sempre, junto com as promessas de Deus. Como curiosidade recordemos que na genealogia de Mateus aparecem só quatro mulheres (e na de Lucas não aparece nenhuma), todas como simplesmente a parceira do homem e todas concebendo de maneira irregular: Tamar, que engana seu sogro, Judá, e concebe a Farés (e Zara) (Gn 38:15; Mt 1:3); Raabe, a prostituta (Jos 2:1; Mt 1:5), tataravó do rei Davi; Rute, bisavó do mesmo, era moabita e Betsabé, mãe de Salomão, a qual Davi fez uma de suas esposas uma de suas esposas depois de assassinar Urias (o hitita), o esposo de Betsabé (e Deus matou a criança pessoalmente). Se há que acrescentar outro parto “irregular”, sem dúvida teríamos que incluir Maria e sua estranha concepção. Mateus ao incluir os nomes destas mulheres pecadoras, não faz outra coisa manchar a já combalida reputação de sua “santa” genealogia, deixando muito mal os familiares de Jesus (o filho bastardo). _____________________________________
78
Outra desculpa a que alguns cristãos querem aferrar-se é que o problema com o pai de José (avô postiço de Jesus) é simplesmente um assunto de Levirato. O que é o Levirato? A lei do Levirato (do latim levir, "irmão do marido") é um tipo de matrimônio onde a mulher se casa com um dos irmãos de seu marido na morte deste, se não teve filhos, para continuar a linha sucessória e a descendência familiar. Um exemplo do Levirato é a trágica história de Onã. O Antigo Testamento especifica com clareza: Deuteronômio 25:5-6 5 - Quando irmãos morarem juntos, e um deles morrer, e não tiver filho, então a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu cunhado estará com ela, e a receberá por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela. 6 - E o primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o seu nome não se apague em Israel.
Mas, o que isso tem a ver com o avô de Jesus? Recordemos que Mateus diz que o pai de José foi Jacó e Lucas que foi Eli. A desculpa é: os pais de José foram Miriam e Jacó e Eli era irmão de Jacó. Ao Jacó morrer, pela Lei do Levirato, Eli se casou com Miriam. Eli adotou José, mas como filho de Jacó.
Os que usam essa desculpa nunca citam a fonte, já que na Bíblia não menciona nada a respeito.
Em todo caso, se isso fosse certo, simplesmente se estaria confirmando que ambas as genealogias possuem seu desenlace em José, o pai putativo de Jesus. Portanto dizer que Jesus provém da estirpe real de Davi é uma óbvia e escandalosa mentira. 79
____________________________ “As DUAS Genealogias de Jesus” são o exemplo clássico não só de como se contradizem de forma magistral as “Inspiradas escrituras”, mas também como pode voar a imaginação dos crentes ao inventarem desatinadas desculpas e de como pode existir pessoas tão iludidas para crer nelas. Fonte:
http://es.wikipedia.org/wiki/Ley_del_levirato "Jesús, el falso mesías" Milton Ash. Editorial-librería ArtGerust http://www.gotquestions.org/espanol/genealogiasJesus.html
80
11 – O assassinato dos meninos de Belém
81
O “Dia dos Inocentes” é comemorado em muitos países fazendose piadas e trotes com as pessoas desatentas. Coincidentemente a origem desta tradição é baseada em outro engano que muitos crentes inocentes e ingênuos acreditam de “pés juntos”: “a matança dos santos inocentes” descrita por Mateus. Mateus 2:16 Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos.
Nota: Este versículo foi simplesmente eliminado de várias Bíblias. Ao ler esta triste, cruel e curta história não podemos deixar de recordar um fato similar quando o Faraó do Egito mandou eliminar todos os meninos dos Hebreus por temor a que o despojassem de seu trono. É muito provável que Mateus simplesmente buscasse fazer um clone ou uma analogia entre Jesus e Moisés; a mesma história com um rápido trabalho de edição e pronto: temos o novo Moisés! Quantos meninos morreram assassinados em Belém pela fúria de Herodes? Segundo alguns cálculos foram entre 20 e 30. Mas é provável que fossem muito mais. Mateus 2:16 nos diz que foram mortos os meninos de “Belém e nas proximidades”, o que deve aumentar essa cifra. Além disso, considerando que é bem possível que os pais dos meninos não aceitassem de braços cruzados essa ordem macabra, então certamente muitos adultos também foram assassinados. Recordemos também que José e sua família estiveram um tempo no Egito até a morte de Herodes. Assumese que durante esse período a ordem de Herodes estava vigente e cada menino que nascesse ou transitasse por Belém seria 82
assassinado. Talvez um total de 60 mortos ou mais, o que para a época era uma verdadeira carnificina.
- Não há nenhuma referência histórica sobre este horroroso crime, que seguramente teria sido um acontecimento chocante e muito perceptível (não é todos os dias que assassinam todos os meninos de um povoado). Há um silêncio total de todos os historiadores romanos ou judeus da época. Inclusive o próprio Flávio Josefo que descreveu em suas obras de maneira minuciosa a vida, decisões e assassinatos de Herodes, o Grande, também faz caso omisso deste “evento” . O único evangelho que descreve este crime é Mateus; o resto nem ao menos o menciona, apesar de sua importância. Inclusive Lucas que nos conta com detalhes os acontecimentos ocorridos ao redor do nascimento de Jesus, não cita nada sobre este massacre nem sobre reis magos, estrelas ou viagens ao Egito. E para o cúmulo nem Pablo e nenhuma outra Epístola do Novo Testamento menciona o mínimo detalhe sobre isso. O silêncio é total. - É muito estranho que os crimes supostamente cometidos em Belém não tivessem tido nenhum impacto em Jerusalém e em seus historiadores, já que entre elas só há uns 8 ou 9 quilômetros de distância. - É curioso que José ao ficar sabendo que os meninos de Belém seriam assassinados não avisasse a ninguém do povo. Que tipo de pessoa tão egoísta poderia ser José, que foge sem alertar nem mesmo a uma pessoa? - É um mistério por que a “sagrada família” decide fugir para o Egito. Poderiam escapar a uma cidade um pouco distante de Belém ou mesmo voltar a Nazaré. Não tem nenhuma lógica fazer uma longa viagem como essa e menos ainda com uma mulher que recém teve um parto. 83
Toda essa mentira de Mateus sobre o assassinato de meninos era por sua infinita fixação para cumprir uma profecia: Mateus 2:14-15 14 - E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito. 15 - E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.
Mateus se propunha a cumprir as palavras do profeta Oseias: Oseias 11:1 Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho.
Já sabemos que um dos passatempos favoritos de Mateus é mentir de forma descarada para cumprir as profecias do Antigo Testamento. - Supomos que tenha sido o verdadeiro cumprimento de uma profecia sobre o nascimento do Messias: 1. A matança dos meninos foi para que se cumprisse uma profecia ditada por Deus, segundo disse Mateus. 2. Portanto, Deus já tinha planejado no futuro assassinar um grupo de inocentes menino só e unicamente para demonstrar que suas profecias se cumprem. 3. Isto é digno de um ser amoroso e bom? 4. Deus poderia ter evitado a morte dos inocentes, não tinha poder para isso ou não quis? 5. Lembremos que Herodes ficou sabendo do nascimento do menino que lhe usurparia o trono, graças à estrela que guiou unos magos. Por que Deus simplesmente não dirigiu
84
a estrela diretamente para o menino, em vez de fazer uma lamentável parada na casa de Herodes? 6. Além disso, qual era o motivo da estrela e dos magos? Eram tão importantes seus presentes a ponto de justificar o assassinato de meninos inocentes? DO EGITO CHAMEI MEU FILHO – A FARSA Mateus, 2:15: “e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho”.
Agora, vejam o texto completo, que nada tem de predição sobre um filho chamado, mas o relato de um fato em que acreditavam os judeus:
Oseias, 11:1-12 “1.Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho. 2.Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura. 3.Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomando-os pelos seus braços, mas não entenderam que eu os curava. 4.Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento. 5.Não voltará para a terra do Egito, mas a Assíria será seu rei; porque recusam converterse. 6.E cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ramos, e os devorará, por causa dos seus próprios conselhos. 7.Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que chamam ao Altíssimo, nenhum deles o exalta. 8.Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Te poria como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem. 9.Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não entrarei na cidade. 10.Andarão após o SENHOR; ele rugirá como leão; rugindo, pois, ele, os filhos do ocidente tremerão. 11.Tremendo virão como um passarinho, os do
85
Egito, e como uma pomba, os da terra da Assíria, e os farei habitar em suas casas, diz o SENHOR. 12.Efraim me cercou com mentira, e a casa de Israel com engano; mas Judá ainda domina com Deus, e com os santos está fiel.“ 7. Quem era o "filho" citado? 8. Israel, não Jesus. 9. Quando Yavé teria chamado o filho? 10. Nos dias em que Moisés os teria tirado do Egito. 11. E qual foi a promessa contida no texto aí citado? 12. Buscar os israelitas que estava em servidão na Assíria e no Egito e os fazer "habitar em suas casas", reunidos com o povo de Judá, que estava ao lado do deus Yavé. Observem que nem isso se cumpriu. 6. Judá, que estava ao lado de Yavé, foi dominada pelo Egito. 7. Sendo o seu fiel rei Josias morto pelo faraó Neco. 8. E após a submissão ao Egito, todos caíram sob Babilônia (2 Reis 22, 23 e 24). 9. Constata-se que o texto nada tinha a ver com um messias nos dias dos romanos; 10. Mas os cristãos distorceram o sentido do texto para fazer crer que Jesus fosse esse messias.
Como vemos Deus sempre tem um prazer insano com o sofrimento e assassinatos de crianças inocentes. Esta história da “matança dos meninos de Belém” é um claro exemplo disso.
- Os crentes costumam culpar Herodes por este aberrante crime, mas isso não é possível: Herodes, assim como Pôncio Pilatos, Judas, o Faraó, etc. agiram segundo o plano determinado por Deus, principalmente para que se cumprissem SUAS PROFECIAS. 86
- É tão absurda e incoerente esta história dos inocentes assassinados de Mateus, que a própria “Bíblia de Jerusalém” (ed. 1998), página 1425, esclarece as possibilidades do erro: "O relato de Mateus pode ter sido sugerida por uma tradição que situava o Túmulo de Raquel no território de Belém. Depois entrou em ação a imaginação do autor do texto evangélico".
- A lenda da “matança dos inocentes” na época de Moisés, que foi copiada por Mateus, provavelmente surge da lenda hindu do assassinato de meninos inocentes que aconteceu quando Krishna nasceu. Quando este nasceu, o sábio voador Nárada Muni falou com maléfico rei Kamsa de Mathura e lhe disse que este bebê estava destinado a matá-lo. Como o rei não conhecia o paradeiro de Krishna, mandou matar a todos os kumaras (bebês de menos de dois anos de idade) da zona de Mathura. Krishna teria nascido em julho de 3228 AC. _________________________________
Alguém acredita nesta história? Com base em que argumentos ou evidências? Só por que é contada por um evangelho que contradiz todos os outros escritores bíblicos e não existem evidências históricas?
Nesta história os crentes foram trollados por serem bobos.
87
12 - A cidade de Nazaré NÃO existia no século I Uma das mentiras que mais tem se propagado através dos tempos é a crença de que a cidade de Nazaré existia no tempo em que se supunha ter vivido Jesus. Ele está tão relacionado com a cidade de Nazaré que é identificado com esse nome quase como seu apelido: Jesus de Nazaré. Portanto se descobrirmos que é pouco provável que Nazaré não existiu no primeiro século, seria outro dado mais às muitas evidências que insinuam Jesus como personagem histórico nunca existiu. Segundo a Bíblia Nazaré era a cidade onde viviam os pais de Jesus e onde se supõe que Jesus passou toda a sua infância. A palavra “Nazaré” aparece 17 vezes na Biblia. Devia ser bastante conhecida nos arredores porque Jesus era sempre associado ao título da cidade onde viveu. Lucas 4:16 nos diz que havia uma sinagoga em Nazaré, portanto, a cidade era de importância para a religião local e suficientemente grande para albergar um santuário. 88
Estas referências do Novo testamento sobre Nazaré são escassas e pouco explicativas; mas sua existência, segundo a Bíblia, está claramente estabelecida. Porém ao buscar ratificação histórica sobre a cidade natal de Jesus nos damos conta que as evidências de sua existência são praticamente nulas:
Nenhum "historiador ou geógrafo da Antiguidade menciona [Nazaré] antes do início do século IV." Nazaré não é mencionada no Velho Testamento, no Talmude, nem nos Evangelhos apócrifos ou na literatura rabínica. Nazaré não foi incluída na lista de lugares colonizados pelas tribos de Zebulom ([Josué] 19:10-16), que menciona doze cidades e seis aldeias. Nazaré não consta entre as 45 cidades da Galileia mencionadas por Josefo (37-100 d.C.). Nazaré também não se encontra entre as 63 cidades da Galileia mencionadas no Talmude. Paulo não diz nada sobre Nazaré. É verdadeiramente surpreendente que o grande apóstolo Paulo não cite nem mesmo uma vez a cidade natal de Jesus. Nem mesmo a cita como o apelido de Jesus. E AS CARTAS DE PAULO FORTAM ESCRITAS ANTES DOS EVANGELHOS.
O curioso é que existe uma cidade “pagã” chamada Sepphoris que se encontra 45 minutos a pé da atual Nazaré e que possui ainda hoje em dia ruinas arqueológicas do primeiro século bastante conservadas. Por que em Nazaré não existe este tipo de ruinas? Sepphoris apesar de estar tão perto de Nazaré, nunca é mencionada nos evangelhos. 89
Ruinas do primeiro século em Sepphoris
Outro dado importante sobre a inexistência de Nazaré no primeiro século é fornecido por Flávio Josefo: 1. - Em seus escritos, Josefo é bastante detalhista e descritivo com a Galileia (que tem uma área de apenas 900 milhas quadradas). Durante a primeira guerra judaica, nos anos 60 AD, Josefo dirigiu uma campanha militar através da pequena província. Menciona 45 cidades e aldeias, mas Nazaré não está incluída. 2. - Flavio Josefo também descreve com detalhes sobre Jaffa (Yafa ou Yaphia), onde ele mesmo viveu por um tempo, aldeia situada a só uma milha ao sudoeste da suposta Nazaré. 90
3. - Uma das evidências históricas de que Nazaré veio existir muito tempo depois, nos brinda precisamente o próprio Josefo ao contar-nos as consequências da guerra em Jaffa. Leiamos com cuidado: Antes da primeira guerra judaica, Jaffa tinha um tamanho mediano e possuía uma sinagoga, destruída pelos romanos em 67 AD. Nessa guerra os habitantes foram massacrados (Guerras 3.7.31). Josefo reportou que foram 15.000 os mortos pelas tropas de Trajano. Os sobreviventes – 2.130 mulheres e crianças – foram levados como escravos. Uma cidade que foi ativa, foi completa e definitivamente exterminada.
Jaffa atual 4. Os sobreviventes enterraram seus mortos nas tumbas vale acima, onde então havia espaço. Este espaço seria no futuro a atual cidade de Nazaré! Depois da completa 91
destruição de Jaffa, o uso para tumbas teria sido impossível se em tal lugar já existisse Nazaré. A anônima necrópole jaz hoje sob a moderna cidade de Nazaré. Espero que se entenda isto: No ano 67 os mortos da guerra de Jaffa foram enterrados em um local vazio onde tempos depois existiria Nazaré. Ou seja, antes do ano 67 Nazaré ainda não existia. JESUS JAMAIS ESTEVE EM NAZARÉ. Posteriormente (segundo indicam descobertas de cerâmica) o local onde foram enterrados estes cadáveres, foi ocupado de novo pelo êxodo generalizado dos judeus da Judeia e da Galileia. A nova aldeia vivia da agricultura de subsistência e totalmente alheia ao uso como cemitério da gente de Jaffa. Isto ocorreu depois da revolta de Bar Kochba do ano 135 AD. Existe um Itinerário de uma peregrinação anônima de Burdeos, que é a mais antiga descrição deixada por um turista religioso. Está datada em 333 AD. É uma lista de cidades ao estilo romano, com distâncias e algum comentário ocasional. Vemos que o peregrino menciona muitos lugares da história da vida de Jesus: Em Jezreel (Stradela) menciona o rei Ahab e Golias. Em Aser (Teyasir) menciona a Jó. Em Neopolis sua referência é o Monte Gerizim, Abraão, José e o poço de Jacó, em Sichar (onde JC pediu água à samaritana). Passa a vila de Bethel (Beitin) e menciona o encontro de Jacó com Deus, e Jeroboão. Logo segue a Jerusalém. Nosso peregrino não faz referência alguma a Nazaré ainda no ano 333.
92
Se há tão pouca evidência da existência da cidade de Nazaré, por que Jesus é identificado com esse nome? A expressão “Jesus de Nazaré” é realmente uma má tradução do original grego “Jesous, o Nazoraios”. Mais exatamente, deveríamos falar de “Jesus, o Nazareno”, onde Nazareno tem um significado totalmente alheio a um lugar de nascimento. 93
Mas como precisamente, qual é o significado e como acabou aplicado a uma pequena população? A ambígua raiz hebraica do nome é NZR.
O evangelho de Felipe (Apócrifo) do segundo século, oferece esta explicação:
“Os apóstolos que vieram antes de nós lhe chamaram Jesus Nazareno, o Cristo…. “Nazara é A VERDADE. Portanto, Nazareno é “Aquele com a Verdade…” (Evangelizo de Felipe, 47)
O que sabemos é que “Nazareno” foi originalmente o nome de uma seita judaico-cristã, um ramo ou facção dos essênios. Não tinham nenhuma relação em particular com a cidade de Nazaré. A raiz do nome pode ter sido “Verdade”, ou pode ter sido o nome hebraico “netser” (netzor), significando ramo ou flor. O plural de Netzor é Netzoreem. Não existe menção dos nazarenos nos escritos de Paulo. Os Natzorim surgiram pelo final do primeiro século, em seguida se incluiu uma maldição contra os hereges nas orações diárias dos judeus.
“Três vezes ao dia dizem: que Deus amaldiçoe os Nazarenos”. Epifânio (Panarion 29.9.2)
Os Nazarenos podem ter se considerado como um ramo da estirpe de Josué (pai do legendário do rei Davi). Certamente, eles tinham sua própria versão precoce de “Mateus”. Este texto perdido – o evangelho dos Nazarenos – dificilmente pode ser visto como “o evangelho dos habitantes de Nazaré”. Mateus 2:23 E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.
94
Foi o posterior evangelho de Mateus que iniciou o engano de que o título “Jesus de Nazaré” de alguma maneia deveria se relacionar com Nazaré, citando a “profecia” (falsa): Juízes 13:5 Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.
Mateus astutamente mudou uma palavra por outra. Substituindo Narizeu (aquele que faz votos de manter o cabelo longo e servir a Deus), com o termo que implica “residente em”, fabricando assim um vínculo de cidade de origem para seu herói fictício. Mas como o povoado adquiriu seu nome? Parece que, juntamente com os Nozerim, emergiu pela mesma época, uma facção judaico-cristã, os Evyionim – “os pobres” (posteriormente chamados Ebionitas). Segundo Epifânio (bispo de Salamis, Chipre, cerca de 370 AD) surgiram dos Nazarenos. Diferia doutrinariamente do grupo original ao rejeitar Paulo e eram “judeus que honram a Cristo como um homem justo…” Parece também que eles tinham sua própria versão de Mateus: “O Evangelho dos Hebreus”. Um nome que eles adotaram foi o de “Mantedores do Pacto”, em hebreu, Nozrei haBrit, Nosrim, ou Nazarenos. Em outras palavras, quando chegou o momento decisivo, os Nazarenos originais se dividiram em dois: os que trataram de reposicionar-se dentro do marco geral do judaísmo (Evyionim-Nosrim) e os que rejeitaram o judaísmo (cristãosNosrim). Já sabemos que um grupo de famílias sacerdotais se estabeleceu na área do vale de Nazaré logo após a derrota de 135AD (que já comentamos antes). Parece muito provável que eram Evyionim-Nosrim e que batizaram a seu povoado de Nazaré, ou “Cidade dos pobres”, seja por autocomiseração ou porque 95
doutrinariamente consideravam a pobreza como uma virtude. Os escritores de Mateus ouviram falar sobre “famílias sacerdotais” trasladando-se a um lugar da Galileia, ao qual haviam batizado de Nazaré – e decidiram usar o nome como o da pátria mãe de seu herói mítico. Como podemos comprovar, historicamente é pouco provável que a cidade de Nazaré tivesse existido no século 1 e menos ainda, que estivesse relacionada com a existência de Jesus. A expressão “Jesus de Nazaré” é outra fraude e manipulação da qual todos os crentes são vítimas. The Myth Of Nazareth apresenta evidências arqueológicas convincentes de que a cidade de Nazaré não existia até depois da Primeira Guerra Judaica, em torno de 70 CE. O reexame exaustivo de todos os artefatos da atual Nazaré mostra que o local não era habitado na época em que Jesus de Nazaré e sua família deviam ter vivido lá. Neste livro, o pesquisador René Salm prova que um elemento central da história de Jesus foi uma invenção dos evangelistas que escreveram seus evangelhos. The Myth Of Nazareth examina o registro arqueológico da bacia de Nazaré da Idade da Pedra até os tempos modernos.
Fontes consultadas:
http://www.jesusneverexisted.com/nazareth-spanish.html http://es.wikipedia.org/wiki/Nazaret The myth of nazareth – The invented town of Jesus, by René Salm.
96
13 - Evidêcias arqueológicas falsas de Nazaré no séc. I Como já verificamos ser muito pouco provável que a famosa cidade onde o Jesus fictício teria vivido sua imaginária infância tivesse existido no tempo de sua suposta existência, muitos cristãos se desesperam em obter algum tipo de “evidência arqueológica” de Nazaré de onde não existem; e propõem algumas teorias verdadeiramente forçadas. As “Evidências arqueológicas” da existência de Nazaré no século 1 têm sido fornecidas (casualmente) por arqueólogos católicos. Claro, para eles é indispensável estabelecer a existência de Nazaré, porque caso contrário cai por terra todo o negócio lucrativo de Jesus e a Igreja. Em épocas anteriores, eles poderiam ter “encontrado” sandálias muito bem marcadas com letreiro “Propriedade de Jesus Cristo”. Assim, eles extraem até a última gota de santidade dos magros achados, ainda que pese toda a sua criatividade, ainda que os franciscanos não possam disfarçar o fato de que a falta de evidência sobre a existência de uma aldeia anterior a Jesus em Nazaré é quase total. Durante as guerras das cruzadas, Nazaré mudou de mãos diversas vezes. Em uma ocasião, em 1099, o aventureiro normandosiciliano Tancredo estabeleceu um “Principado da Galileia” com Nazaré como capital. Porém os cristãos foram várias vezes expulsos, até que finalmente, em 1263, Nazaré foi totalmente destruída pelo Sultão Baibars, e toda a região ficou desolada pelos seguintes 400 anos. Os franciscanos regressaram à zona mediante um acordo com Fakhr ad-Din II, emir do Líbano, em 1620. Ocuparam de novo os restos do forte cruzado, mas se encontraram com monges gregos com a posse do “Poço de Maria”. Com dinheiro disponível, se encarregaram da administração da cidade, e em 1730 construíram 97
uma igreja sobre a gruta. A demolição desta estrutura em 1955 abriu o caminho à “arqueologia profissional” e ao “descobrimento” da Nazaré bíblica nos terrenos próprios da igreja (que incrível coincidência!!!). Herói arqueólogo cristão N° 1 1955 - 1960. Escavações dirigidas pelo padre Bellarmino Bagatti, (Professor de Estudo Bíblico, “Franciscanum et Flagelation, Jerusalém) debaixo de sua própria igreja e terrenos vizinhos, Bagatti descobriu numerosas caverna e buracos. Algumas com sinais de terem sido bastante usadas durante séculos. A maioria são tumbas, muitas da Idade do Bronze. Outras foram adaptadas como cisternas para água, como depósitos de azeite ou silos para grãos. Aparentemente, havia indícios de que a cidade havia sido fundada de novo, após permanecer deserta por séculos, em tempos de Hasmoneu. No entanto, a evidência arqueológica é esmagadora de que antes do segundo século, foi apenas funerária. Obrigado a admitir uma absoluta falta de evidência adequada de habitação, Bugatti disse que que durante o primeiro século, "Nazaré era uma pequena aldeia agrícola, composta por algumas dezenas de famílias." Num grande surto de fé cega, os escavadores declararam ter encontrado “a aldeia de Jesus, Maria e José”. – embora não tivessem achado aldeia nenhuma, e certamente nenhum indício sobre indivíduos quaisquer em particular. As descobertas correspondiam a uma atividade de horticultura, próximo de uma necrópole antiga. Bastante conveniente para a igreja católica, questionáveis (para não dizer desonestos) “grafites” de propaganda indicaram que o santuário era dedicado a nada menos que à Virgem Maria. 98
Por azar, há uma aspecto inescapável e devastador para as pretensões católicas: A ATITUDE JUDAICA SOBRE A PRESENÇA DOS MORTOS. Os judeus, segundo seus costumes, não fundariam um povoado na imediata vizinhança (ou sobre) de um cemitério e vice-versa. As tumbas devem estar fora do povoado.
“As tumbas, tanto as descobertas por Bagatti e outros conhecidos de anteriores explorações, teriam sido localizadas fora do perímetro urbano e servido, de fato, para delimitar sua circunferência. Olhando sua localização nos planos traçados por Bagatti ou Finegan, é possível perceber o quão minúscula era a aldeia …”
Mas precisamente, o quão pequena pode chegar a ser, antes de ter que abandonar a ideia de um povoado? A presença de numerosas tumbas lavradas na rocha tão perto da gruta constitui evidência de que durante o primeiro século, nessa zona, não existia nenhum povoado. A área não estava urbanizada, embora fosse utilizada. Herói arqueólogo cristão N° 2 1996 - 1997. O Dr. Pfann, (Escola Franciscana de Teologia) escava em Nazaré. Em novembro de 1996 Stephen Pfann do Centro para o estudo da Antiguidade Cristã, iniciou uma investigação dos terraços agrícolas nos terrenos do Hospital de Nazaré. O que acharam foi uma antiga prensa para vinhos, de datação vaga. Também encontraram potes de barro na superfície dos terraços, de diversas épocas, começando “com o período romano antigo”. Uma pesquisa arqueológica da superfície terrestre adjacente ao hospital de Nazaré foi efetuada entre fevereiro e maio de 1997 por conta de Pfann e sua equipe, todos do Centro para o estudo da Antiguidade Cristã. Duas áreas distintas foram definidas, segundo o tipo de terreno encontrado. 99
Com o típico zelo cristãos, Pfann concluiu que “Nazaré era diminuta, com dois ou três clãs vivendo em 35 casas sobre uma área de 2,5 hectares”. É lamentável que todas as provas das casas tivessem sido apagadas pelos invasores posteriores. Na verdade, a pouca evidência é consistente com a utilização do local por uma mesma família durante séculos - e uma fazenda de uma só família não é uma aldeia. Escavações de Michael Avi-Yonah em Cesareia em 1962 História e Arqueologia realmente começar a coincidir com a descoberta de um pedaço de mármore cinza escuro na sinagoga de Cesareia Marítima em Agosto de 1962. Datado do século III ou início do quarto, a pedra tem a primeira menção de Nazaré em um texto não-cristão. Cita Nazaré como um dos lugares da Galileia, onde as famílias sacerdotais migraram após a desastrosa guerra de Adriano em 135 dC. Tais grupos só se transferiam para locais sem população gentia, que eram dominantes na Sepphoris próxima dali. Aparentemente, os sacerdotes estavam divididos desde os tempos antigos em 24 "cursos" que se revezavam no serviço do templo. Na inscrição lê-se: “O décimo oitavo curso sacerdotal (chamado) Hapizzes, transferiu-se para Nazaret” Uns poucos sacerdotes judeus e suas famílias formaram uma pequena colônia na extremidade sudoeste do vale até o século IV. Provavelmente ampliaram e reutilizaram algumas das tumbas antigas da necrópole. A aldeia judaica foi então substituída pela presença cristã, um pouco mais ao norte, do “Poço de Maria". Pode-se especular que o controle cristão do único poço tenha eventualmente afugentado os "pérfidos judeus", permitindo aos monges gregos apropriar-se da sinagoga do século 2 - agora conhecida como a igreja-sinagoga - por volta do século 4, quando o cristianismo deu o seu selo de aprovação. A cidade cresceu 100
nesse local, causando o abandono e a destruição de casas judaicas, que, como em Cafarnaum, a maioria não tinha fundações. Alguns judeus eventualmente acabaram por se instalar de novo no vale, porque sabemos que foram novamente expulsos da área por colaborar com os persas. Os escritores originais dos evangelhos se abstiveram de inventar uma história da infância e juventude de Jesus Cristo porque não era indispensável para o drama central do homem-deus solar que morre/ressuscita. Mas como sabemos, a história se agigantou ao pregá-la, especialmente à medida que as décadas passaram e o redentor e juiz prometido não chegou. O redator final do evangelho de Marcos, ao revisar seu texto pelos anos 140-150 AD, introduziu o nome da cidade, só em um capítulo, com estas palavras: Marcos 1:9 E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi batizado por João, no Jordão.
Desde então, o nome foi quase esquecido. Podemos razoavelmente suspeitar que todas as quatro referências em Marcos fosse uma interpolação tardia. Podemos seguir a subsequente elevação de Nazaré no Evangelho de Lucas. Lucas é o escritor enfatiza a relação com Jesus Cristo com Nazaré. É ele que faz um esforço special para mostrar uma posição contrária a Cafarnaum. Os estudiosos concluíram que o próprio Lucas não era judeu "por causa de seus erros notórios em assuntos judaicos". Ele também comete erros em assuntos geográficos. Sabe pouco sobre o lugar e seu mini drama descreve um acidente impossível:
101
Lucas 4:29 e levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até o cume do monte sobre o qual estava edificada a cidade, para o precipitarem.
Nazaré, ao contrário, está em uma depressão, sobre colinas suaves. Toda a região se caracteriza por partes planas e pendentes ligeiras, sem picos agudos nem barrancos empinados. O terreno é adequadamente descrito como uma bacia alta, porque em uma direção está a planície mais baixa de Esdraelon. Porém não há maneira de esconder que Nazaré está construída em um vale e não em uma montanha. E ainda, a aldeia medieval se assentava abaixo do nível da cúpula, protegida do vento. Desde 1957, o bairro judeu chamado “Nazaré Illit” (Nazaré Superior” foi construído no topo das colinas ao leste da cidade. Durante o século III, o pai da Igreja Orígenes (posteriormente excomungado e todos os seus escritos queimados) conheceu a história evangélica da cidade de Nazaré, entretanto não tinha uma ideia clara de sua localização, apesar de viver em Cesareia, apenas a 30 milhas da localização atual. Ainda na época de Orígenes, à medida que a igreja se tornou mais institucionalizada, surgiu intensa rivalidade entre os patriarcas de Cesareia e Jerusalém. Esta rivalidade se resolveu somente (a favor de Jerusalém) em Calcedônia em 451. Parte da rivalidade se centrava o controle dos (lucrativos) Lugares Sagrados. Portanto, “encontrar” a cidade perdida de Nazaré era de importância primordial. Perambulando para o resgate, a começos do século IV, veio a matrona de 80 anos Helena. Preparando o encontro iminente com seu criador com um programa de “Trabalhos”, efetuou uma peregrinação salvadora de alma à Palestina. Na região de Nazaré não conseguiu achar nada além de um poço antigo, a única fonte de água da região (o que desmonta a ideia de que ali pudesse ter 102
existido uma cidade). Encorajada por astutos moradores, ela chamou o poço de “o poço de Maria” e mandou construir uma pequena basílica encima. Convenientemente, os evangelhos não dizem onde se encontrava Maria quando o anjo (com sotaque romano) a visitou. Assim, o poço adquiriu apoio local pela divina visita e Nazaré adquiriu sua primeira igreja. Helena deixou estabelecido o lucrativo negócio das peregrinações, que nunca mais parou. Uma geração depois que a imperatriz matrona fez a sua viagem, outra grande geriátrica, Lady Egeria, permaneceu durante anos naquela terra, “Terra Santa cada dia mais Santa”. Egeria alcançou a zona de Nazaré em 383. Nesta ocasião, astutos monges lhe mostraram “uma grande e esplêndida gruta” e lhe asseguraram (para variar) que esta foi onde Maria viveu. O cuidadores da gruta, para não ficarem em desvantagem contra os do poço, insistiram que a caverna e não o poço, teria sido o lugar da divina visita. Esta, chamada de “Grotto”, se converteu em outra atração turística e lugar de peregrinação, sobre a qual – no ano 570 - se construiu a basílica de outra igreja. Hoje, por cima e próximo da venerável Grotto, se estende o maior parque temático do Oriente Médio. Pelo quarto século, quando a igreja já tinha o controle da heterodoxia teológica, Nazaré estava sendo corretamente descrita por Jerônimo como uma pequena aldeia na Galileia. Deveria saber, pois havia fugido do escândalo na Itália para estabelecer ali uma zona de repouso eclesiástico para romanos rico. A cidade devia sua existência ao itinerário turístico imperial de um século antes. Para o quinto século, o suposto sítio de Nazaré, demarcado por suas duas igrejas inventadas, do poço e da caverna de Maria, se tornou um local chave para peregrinos pios e turísticos. Sabemos de um piacenzo que a visitou em 570, de Arculf em 638. 103
Arculf escreve para Adamanno que em Nazaré ele viu duas igrejas, uma da Anunciação e outro da Nutrição. Em 724-26, quando Wilhebald visitou a cidade só a igreja da anunciação era visível, a mesma igreja que foi vista pelo visitante árabe Al Mas'udi em 943. Seewulf em 1102, como os antigos visitantes reportaram, relatou que só a igreja da Anunciação estava visível. Em 636 os exércitos árabes assaltaram as possessões bizantinas na Palestina, incluindo Nazaré. Embora tenha permanecido uma presença cristã na área, estava sujeita a restrições e pesados impostos. Quase cinco séculos mais tarde, os cruzados ocuparam o vale e construíram um forte. Sobre os fundamentos do Grutto bizantino, uma igreja um pouco maior foi construída, mais em sintonia com o bispo residente.
“O poço de Maria”: Um buraco no chão como evidência da Sagrada Família (tão convincente como uma tumba vazia). Note a coleção de moedas jogadas no buraco, lado direito abaixo.
Hoje, mais de um milhão de visitantes (50% dos turistas que visitam Israel) chegam a Nazaré. Então quem se atreveria a fechar o buraco e perder a festa? Melhor manter silêncio... Não existe evidência de que tenha existido uma Nazaré no primeiro século - nem literária, nem arqueológica, nem histórica. Foi uma população imaginária para um homem-deus imaginário. Fontes: http://www.jesusneverexisted.com/nazareth-spanish.html 104
14 – Entenda a farsa dos evangelhos O Evangelho de Marcos é o mais antigo documento sobre a vida de Jesus, dos que estão disponíveis, mas Marcos NEM FOI UM DISCÍPULO DE JESUS e NÃO O CONHECEU DIRETAMENTE, mas através do que, após a crucificação, ouviu Pedro (que nunca existiu) relatar publicamente. O Evangelho de Lucas e Atos, do mesmo autor, são os documentos fundamentais para compreender a origem e o desenvolvimento da Igreja primitiva, mas acontece que LUCAS (que também nunca existiu) TAMBÉM NÃO ERA UM APÓSTOLO, também escreve por ouvir dizer, compondo seus textos a partir de passagens plagiadas de documentos anteriores de várias fontes e do que escuta de PAULO, QUE NÃO SÓ NÃO ERA UM DISCÍPULO DE JESUS, MAS FOI UM FANÁTICO PERSEGUIDOR DO CRISTIANISMO (segundo a Bíblia, mas historicamente não existiu, assim como qualquer apóstolo) até o ano 37, um ano após a crucificação de Jesus.
Leia mais >>>>>
Não há uma linha de evidência histórica de Jesus ou dos apóstolos. Apenas mitos bíblicos plagiados e adaptados. 105
Mateus sim foi apóstolo (segundo a Bíblia, pois historicamente é também inexistente), mas uma parte de seu evangelho pegou de documentos anteriores que haviam sido desenvolvidos por Marcos (não apóstolo). Resta João Zebedeu, é claro, este era realmente um apóstolo, mas acontece que o Evangelho de João e o Apocalipse não são obras deste, mas de outro João, foram escritos por certo João, o Ancião, um cristão grego, que se baseou em textos hebraicos e essênios e nas memórias de João, o sacerdote, identificado como "o discípulo amado" de Jesus (que não é João Zebedeu), um sacerdote judeu muito amigo de Jesus, que se aposentou para viver em Éfeso, onde morreu de velhice. A contribuição doutrinária substancial das epístolas de Paulo, que vêm de outro não-testemunho, acabou por impor doutrinas que eram totalmente estranhas à mensagem original de Jesus. Pedro, o chefe dos discípulos e a "pedra" sobre a qual ele construiu a Igreja, escreveu apenas duas epístolas de meras formalidades, a segunda das quais é pseudoepigráfica, isto é, foi escrita por outro, representam não mais que 2% de todos os textos do Novo Testamento. Tiago, irmão de Jesus e principal responsável pela Igreja primitiva e, portanto, um excelente testemunho, contribuiu com apenas 1% para o Novo Testamento com a sua carta (também de autenticidade duvidosa). Paradoxalmente, é óbvio que entre os escritores do Novo Testamento prevaleceu uma regra estranha: quanto mais próximo de Jesus se encontravam, menos escritos seus contribuiram para o cânone e vice-versa. Francamente absurdo e suspeito. Historicamente ninguém sabe nada sobre quem e nem quando se escreveu qualquer dos livros bíblicos, uma simples coleção de textos totalmente anônimos.
106
2 - Problemas nas escrituras
107
1 - Jesus Cristo é uma invenção da igreja Analisaremos mais alguns problemas das escrituras com a finalidade de demonstrar que nunca existiu um Jesus histórico por trás do mito cultuado pela cristandade ou por parte dela já que algumas correntes aceitam o Jesus histórico e não o divino e mítico, enquanto outras aceitam apenas o divino e mítico, mas não o histórico, outras ainda uma mistura dos dois – controvérsia que existe desde o nascimento do cristianismo e de suas infinitas versões. O cristão comum tende a confundir o Jesus “Histórico” com o Jesus “Mitológico”, confusão ardilosamente pregada pelas igrejas passando a falsa ideia que uma coisa está ligada a outra. Há um Jesus do livro que o povo adora, mas que nunca existiu de forma real e que foi criado ou planejado para ser o estandarte do cristianismo. Esta representação “espiritual-material” de Deus é simplesmente um motivo e objeto de adoração virtual, apresentando características similares ao resto dos “deuseshomens” que os humanos têm adorado desde tempos imemoriais. Este Jesus existe (na imaginação e no livro) e é o motivo de adoração e oração do povo crente. Só está na mente de seus fiéis seguidores. Mas o Jesus real, físico, que nasceu de uma virgem, fez milagres, ressuscitou dentre os mortos e subiu em corpo aos céus (tudo isso de forma literal), é o que carece de evidências razoáveis da pouca probabilidade de sua existência. As pessoas têm o direito de crer no que quiser, mesmo que seja uma óbvia mentira como, de fato, faz a maioria dos cristãos. Creem tanto no Jesus mitológico como no histórico. Mesmo que fosse demonstrado – e já o foi - que o “histórico” nunca existiu; certamente restariam milhões de crentes que apoiariam os benefícios de crer e adorar o “mitológico” mesmo sendo algo 108
absolutamente sem sentido. Adorar e confiar até a própria vida a uma figura mítica, fictícia e irreal parece incorreto e até prejudicial à própria humanidade, como a história tem demonstrado pelo rastro de sangue deixado pelas disputas religiosas. Adorar um Jesus mitológico equivale a adorar qualquer outra das figuras míticas que os cristãos sempre consideraram pagãs e falsas. Inclusive seria até mais correto e honesto o Islamismo, que apesar de todos os seus evidentes defeitos, baseia sua fé em um personagem historicamente comprovável e real como o foi Maomé. Todos sabem que a principal – senão única - fonte e evidência que possuem os crentes da existência real de Jesus são os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento. Se descobrirmos que entre estes há falhas, contradições, erros, anacronismos e falácias; por uma simples relação de dependência direta, o Jesus histórico desapareceria como fumaça no ar. Vejamos alguns dos problemas que nos mostram como esse Jesus bíblico está cheio de erros.
109
1 - Cegos e saliva. Jesus e sua Vaidade. Já estamos cansados de saber que Deus foi o criador do mal e também que ele mesmo cometeu com suas próprias mãos inumeráveis matanças, carnificinas e assassinatos; mas aqui vamos aprofundar uma história contada no evangelho de João e que nos mostra que Deus criou as enfermidades apenas para demonstrar seu poder ao curá-las (o que quase nunca consegue). Praticamente todos os crentes conhecem a famosa história do “cego curado por Jesus”; também veremos outras incoerências desta historia. Se tem dúvidas sobre a maldade de Deus, engula suas dúvidas.
Vejamos os versículos que a descrevem: João 9:1-12 1 - E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. 2 - E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? 3 - Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. 4 - Convém que eu faça as obras daquele que me enviou,
110
enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. 5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. 6 - Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. 7 - E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo. 8 - Então os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava? 9 - Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu. 10 - Diziam-lhe, pois: Como se te abriram os olhos? 11 - Ele respondeu, e disse: O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Então fui, e lavei-me, e vi. 12 - Disseramlhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei.
Esta história coloca em sérias dúvidas a bondade de Deus e de Jesus na mente de qualquer um que pare um pouco para pensar. A história é simples. Jesus encontra um cego de nascença e claro, como qualquer outro enfermo que lhe cruzava o caminho, o cura. O diferente nesta anedota são as palavras com que Jesus nos brinda para explicar a origem da enfermidade (neste caso em particular, a cegueira). Um de seus discípulos pergunta a Jesus sobre a origem da enfermidade do pobre homem e ele responde: “Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus! ” Em outras palavras, Deus enviou a enfermidade a este homem desde que nasceu para que anos mais tarde, depois de imensos sofrimentos, aparecesse o maravilhoso Jesus e demonstrasse a todos o grande poder de seu pai e dele mesmo. Quem, em seu juízo perfeito, NÃO consegue ver apenas VAIDADE e EGOÍSMO nesta ação? Deus em um ato de presunção e de falta de sensibilidade, condenou esta pessoa a sofrer desde seu nascimento só para depois poder demostrar seu poder e impressionar as pessoas!
111
Há duas maneiras de interpretar esta anedota: talvez Jesus só estivesse explicando a origem da enfermidade deste homem em particular, mas se lermos a história com atenção, nos daremos conta que nada leva a insinuar isso; pelo contrário, parece mais que Deus criou as enfermidades e doenças para (em alguns poucos casos) demonstrar seu grande poder curando-as. É provável que o crente cristão desatento e cego pela sua “fé”, sempre tenha visto esta anedota como um exemplo do grande amor e poder de cura de Jesus, quando na realidade é só um ato extraordinário de egoísmo e vaidade. E com certeza também pensará que o pobre cego devia estar agradecido a Jesus por devolver-lhe a visão, quando na realidade deveria estar ofendido por lhe ter tirado a visão em primeiro lugar, só para poder se exibir no futuro com seus companheiros. Esta história apenas complementa e confirma o que já sabíamos: que Deus é o criador do mal; só que agora sabemos e confirmamos que muitas vezes este mal é criado só para demonstrar que ele pode curá-las. Seria como o bombeiro que queima uma cidade para só apagar com sua mangueira o fogo de um par de casas e dizer que é magnânimo e boa pessoa. Em todo caso, os enfermos que se curam pelo poder de Deus são prova de seu poder e de seu infinito amor…
MAS E OS QUE NÃO SE CURAM? É prova de que? De que Deus não é todo-poderoso e não é Amor?
Esta historieta não apenas nos demonstra a vaidade, pedantice, crueldade e egoísmo de Deus; mas também nos faz analisar outras coisas não menos interessantes. Algo que é sumamente curioso é o fato de que Jesus, para curar o pobre cego utilizou saliva e terra para untar os olhos do cego com esta mescla. Por que se Jesus é todo-poderoso, necessitou fazer essa manobra? 112
Recordemos que em outra ocasião curou uma mulher apenas com o toque no manto. Por que Jesus teve que atuar como um curandeiro primitivo quando só com sua vontade poderia tê-lo curado? Recordemos também o caso da escrava do Centurião. Como Jesus mede quando deve usar estes elementos mundanos e quando utilizar seu grande poder? Recordemos também que Jesus em seus três anos de milagres e curas devolveu a visão em quatro oportunidades. São as seguintes: 1. Os dois cegos de Cafarnaum (Mateus 9:27-31). 2. Bartimeu, um ou dois cegos, de Jericó. (Mateus 20:29-34 E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ... Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; Marcos 10:46-52 - E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando. ... E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. Lucas. 18:35-43 - E aconteceu que chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando... E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou.). 3. O de Betsaida (Marcos 8:22-26 - E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse. ... e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntoulhe se via alguma coisa. Depois disto, tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos, e fez olhar para cima: e ele ficou restaurado, e viu cada homem claramente.). 4. O de nascimento (João 9:1-41): Jesus o curou esfregando barro feito com sua própria saliva, nos olhos do cego. Lendo as referências Bíblicas destes quatro milagres, em todos Jesus necessita pelo menos tocar nos olhos para poder curá-los e 113
em dois dos casos utiliza a saliva para completar sua cura. Inclusive em Marcos 8:22-26 necessita cuspir diretamente nos olhos para curá-lo: Marcos 8:22-26 22 - E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse. 23 - E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntoulhe se via alguma coisa. 24 - E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam. 25 - Depois disto, tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos, e fez olhar para cima: e ele ficou restaurado, e viu cada homem claramente. 26 - E mandou-o para sua casa, dizendo: Nem entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia.
Se Jesus é todo-poderoso, por que necessita tocar ou cuspir nos olhos dos enfermos para curá-los? O curioso de tudo isto é que já no século VI antes de Cristo existia uma pessoa que segundo a mitologia já curava cegos com a saliva e inclusive levantava os mortos. A mitologia grega conta como Asclépio (Esculápio para os Romanos) não só recuperou o enfermo moribundo usando "sua boa mão", mas também fez um morto reviver. Costumava colocar saliva nos olhos dos cegos para curálos, já que acreditava que a saliva tinha propriedades curativas para este tipo de enfermidade. A quem isso lhe recorda?
Esculápio e suas curas 114
Entre as curas que teria operado, estão as de vários heróis feridos em Tebas, de Filocteto em Tróia, do tirano de Epidauro, Ascles, de uma doença nos olhos, as filhas de Proetus que haviam sido enlouquecidas por Hera, restaurou a visão aos filhos de Fineu, curou com ervas as feridas de Hércules em sua luta contra a Hidra de Lerna, devolveu à vida Orion, Hipólito, Himeneu, Tindareu, Glauco, Capaneu, Panassis e Licurgo. Após sua morte outras curas lhe foram atribuídas. Rufus de Éfeso, um dos grandes médicos em torno de 100 a.C., disse que por intervenção de Esculápio um epilético foi salvo; um médico de Smirna dedicou uma estátua a ele em c. 200 d.C. por ter evitado muitas doenças seguindo o seu conselho; Élio Aristides, depois de buscar a cura para um volumoso tumor na perna junto de muitos doutores, sem sucesso, apelou para ele, teve uma visão do deus e foi curado milagrosamente, e assim como estas mais continuaram acontecendo em seus santuários ao longo de séculos, como provam os muitos ex-votos preservados nas ruínas de vários deles. Mas é interessante assinalar algumas mudanças verificadas nesse período de tempo. Enquanto que no santuário de Epidauro, de onde se irradiou seu culto, os médicos não atuavam, mas apenas os sacerdotes, ele aparecia nos sonhos dos pacientes e intervinha diretamente nas doenças, mais tarde ele passou a aparecer de forma mais indireta, dando conselhos e orientando a atuação de médicos convencionais, como as crônicas antigas referem sobre suas curas em Pérgamo, outro grande santuário, já do período helenista. Algumas de suas intervenções em sonhos eram dramáticas. Uma mulher relatou que o deus lhe apareceu em sonho e cortou fora seu olho doente, imergiu-o em uma poção e colocou-o de volta na órbita, e ao acordar ela estava curada. Outro paciente disse que foi buscar a cura para um abcesso no abdômen, sonhou que o deus o amarrou sobre uma prancha e cortou a área, removendo o abcesso, costurando a pele em
115
seguida. Acordando, estava curado, mas o chão em seu redor estava banhado de sangue. Outra pessoa chegou ao templo com a ponta de uma lança cravada dentro de sua mandíbula, onde estava há seis anos. Dormiu e sonhou que Esculápio a removia, e acordou com o ferro entre as mãos, curada. Um que era calvo acordou com cabelos na cabeça, e um que não possuía um dos olhos acordou com ambos. Além dessas curas extraordinárias e de outras mais prosaicas, Esculápio também era invocado para encontrar pessoas desaparecidas ou para resolver problemas de relacionamento ou dificuldades do cotidiano. Um porteiro que havia quebrado um vaso reuniu os fragmentos e se dirigiu ao santuário, e lá chegando abriu o saco onde os trazia e viu o vaso reintegrado. Curiosamente, apesar dos muitos testemunhos sobre suas aparições em sonho, não sobrevive nenhum relato sobre sua aparência física.
2 - Jesus cometeu plagio? A grande maioria dos personagens históricos de reconhecido destaque possui uma frase própria que os identifica entre os demais e os faz muito particulares. Alguns exemplos clássicos:
- Nietzsche: “Deus está morto”. - Martin Luther King: “Tenho um sonho”. - Karl Marx: “A religião é o ópio do povo”. - Winston Churchill: “Só posso lhes oferecer sangue, suor e lágrimas”.
E assim muitos outros. Se perguntarmos ao crente cristão qual a frase mais famosa e com a qual identificaria Jesus diante dos demais personagens históricos, o que responderia? Nem precisa pensar muito, pois provavelmente responderia com o versículo de Mateus 19:19, frase que é reafirmada em várias partes do Novo Testamento. 116
Mateus 19:19 Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Mateus 22:39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Marcos 12:33 E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. Romanos 13:9 Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Gálatas 5:14 Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Santiago 2:8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
Quando levantamos a hipótese do plágio de Jesus é porque esta frase NÃO É DE SUA AUTORIA, foi tomada de outras fontes mais antigas. A ideia de amar todas as pessoas como a si mesmo NÃO É ORIGINAL DOS EVANGELHOS. Outros movimentos filosóficos e religiosos anteriores à “doutrina de Jesus” já nos mostravam esta ideologia particular: o Budismo e o Hinduísmo. Budismo:
Não faças dano aos demais com o que te faz sofrer. Cheio de amor por todas as coisas do mundo, praticar a virtude em benefício de outros, assim o homem é feliz. 117
Hinduísmo:
Esta é a soma de toda a retidão: trata aos demais como gostaria que te tratassem. Não faças a teu próximo algo que não gostaria que ele te fizesse. Homem consegue um verdadeiro padrão de conduta, se ver o seu próximo como a si mesmo.
Jesus bem que pode ter tomado essas ideias e acrescentado na sua incipiente doutrina, mas que fique claro: NÃO FOI IDEIA SUA. Mas e o plágio? Mas o mais assombroso é que muitos crentes cristãos ignoram que Jesus plagiou essa frase do Antigo Testamento! Exatamente assim! A frase está claramente plasmada no Antigo Testamento exatamente igual como Jesus a “pronunciou” séculos mais tarde. Levítico 19:18 Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Como é fácil ver, está copiada ao pé da letra. Moisés deveria lutar pelos direitos autorais.
Claro, muitos crentes cristãos dirão: “Jesus não cometeu plágio. Ele nunca disse que essa frase era sua”. Bem, todos conhecemos Jesus, em cada ocasião que utilizava uma frase que não era sua ele citava sua origem ou dizia que era uma parábola.
Por exemplo, Lucas 11:49 (Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros;) ou João 7:38 (Quem 118
crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.). Jesus e nenhum de seus seguidores jamais declarou que essa famosa frase era uma citação da antiga escritura.
Obviamente é tão pouco provável que Jesus tenha plagiado como que tenha existido historicamente. Isto são apenas acréscimos e recopilações feitas pelas pessoas que tentavam fundar uma nova religião ao redor do primeiro século e que depois Constantino I terminou de implementar. A Bíblia é um grande copy & paste. Se Jesus tivesse existido teria sérios problemas para explicar este plágio.
119
3 - O Zumbis de Mateus
Sabemos que Mateus é dado a inventar absurdos, mas existem dois versículos verdadeiramente estranhos e incompreensíveis que, por mais que seja lidos e relidos é difícil encontrar algum sentido. É o estranho caso dos “zumbis de Mateus”. É uma das histórias mais bizarras e insensatas que podem ser lidas nos evangelhos; tão absurda que nenhum dos demais evangelistas teve coragem de repeti-la. Mateus nos relata que momentos depois da morte de Jesus (ou depois de sua ressurreição?) saíram das tumbas todos os cadáveres de pessoas santas, passearam pela cidade e foram vistos por muita gente. Mateus 27:52-53
120
52 - E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; 53 - E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.
Poucos crentes cristãos se atrevem a negar este fato literal, os que fazem costumam alegar que é uma espécie de parábola ou interpretação paralela sobre o dia da ressurreição ou o já clássico “arrebatamento”, do qual serão vítimas os cristãos verdadeiros para subir aos céus. Mas, por incrível que pareça, a grande maioria dos crentes acredita que os “mortos vivos” saíram caminhando pelas ruas de Jerusalém. Estas ressurreições estranhas de Mateus não são as únicas descritas nos evangelhos. A ressurreição de Lázaro (João 11:38-44); o filho da viúva de Nain (Lucas 7:12-16); Y e no Antigo Testamento a clássica ressurreição de um menino em Sereptá por parte do profeta Elias (1 Reis 17:17-24). Nestes três casos de ressurreição vemos que são claramente explicados por seus escritores, mas no assombroso caso de Mateus, são apenas mencionados de passagem, quase sem dar importância ao fenômeno. O que realmente impressiona desta estranha história de Mateus é, como dissemos antes, que só é contada por este evangelista, sendo esquecidos pelo resto, inclusive pelo próprio João, “autor” de um evangelho e que foi testemunha em primeira mão destes fatos. Um evento tão impressionante como ver cadáveres saindo das tumbas e passeando pela cidade, não teria passado despercebido pelos numerosos historiadores e escritores que abundavam tanto em Jerusalém como nas regiões próximas; mas o que vemos é um silêncio absoluto destes escritores sobre este caso verdadeiramente apocalíptico. Não há nenhum registro histórico do fenômeno. Neste ponto precisamos perguntar ao crente:
Você acredita mesmo que isso ocorreu de verdade? 121
Como explica que não seja mencionado por nenhum outro evangelho nem nos documentos posteriores, quer sejam canônicos ou apócrifos? Como justifica que nenhum documento nem historiador da época faça a mínima referência a “Cadáveres ambulantes”?
Verdade seja dita: é uma história totalmente falsa. É uma invenção de Mateus. É um fato que nunca ocorreu e nem pode ocorrer, já que é impossível que cadáveres ressuscitem. Em qualquer análise imparcial, a evidência tende a se inclinar para a falsidade literal de Mateus nestes versículos. Mas claro, quem acredita que um judeu de 2000 anos atrás se levantou da tumba três dias depois de morto e saiu voando pelos céus, acredita em qualquer absurdo.
122
4 - Jesus ou Emanuel? Profecia inventada ou erro bíblico? Se existem algumas páginas da Bíblia que os crentes e religiosos gostariam que não existissem, são estas. Elas expõem uma contradição tão óbvia e irrefutável que todos eles preferem simplesmente ignorar. Não há explicação apologética, hermenêutica ou o raio que o parta, capaz de superá-la sem envergonhar o crente. Tentaram forçar uma profecia ou é um erro descomunal? Isaías 7:14 Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.
Mais adiante parece que a profecia se encaminha para um cumprimento tranquilo: Mateus 1:23 Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.
Até aqui tudo bem. Mas apenas dois versículos depois surge o problema: Mateus 1:25 E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôslhe por nome Jesus.
O que aconteceu aqui? A que se deve a repentina mudança no evangelho de Mateus? Por que José desobedeceu a ordem de Deus? Algum piadista afirmará que José desobedeceu a Deus por rancor ao descobrir que sua mulher estava grávida e o filho não era dele. Mas, falando sério, não é estranho isso? 123
Bem, nem é tão difícil de explicar o que aconteceu: Se qualquer um se der ao trabalho de ler todo o capítulo 7 de Isaías, pode se dar conta de que ESTA PROFECIA NÃO SE REFERIA A JESUS, MAS ERA UM SINAL PARA ACAZ, O REI DE JUDÁ, SOBRE SUA FUTURA VITÓRIA CONTRA A ASSÍRIA E ISRAEL. Então, de onde surge a confusão? Mateus, como sempre, em seu desespero para cumprir as profecias do Velho Testamento criou todo este cenário profético porque ele leu Isaías 7 na versão grega, (a Septuaginta) que traduziu a palavra hebraica "almah", que significa "mulher jovem" pelo termo grego "parthenos" que significa “virgem”. ALMAH em hebraico significa uma mulher jovem em idade de contrair matrimônio, mas o termo hebraico específico para significar VIRGEM é BETHULAH, que não é mencionado em Isaías 7:14. E foi assim que o autor do evangelho usou uma tradução errada para fazer ver no nascimento de Jesus uma profecia cumprida, relatando que Jesus nasceu de uma virgem. Vejamos o versículo original em Hebraico extraído da Biblia Hebraica Stuttgartensia:
ו ְָק ָראת, הָ ָרה וְיֹ לֶ ֶדת בֵ ן, ִהנֵה ָהעַ ְל ָמה: אֹות--לָ כֶם, ִתן אֲ ֹדנָי הּוא ֵ יד לָ כֵן י ִע ָמנּו אֵ ל, ְשמֹו. "Esta joven CONCEBEU (''harah''), e terá (em alguns meses) um filho"
Vejamos agora o versículo original em grego extraído da Septuaginta:
7:14 δια τουτο δωσει κυριος αυτος υμιν σημειον ιδου η παρθενος εν γαστρι εξει και τεξεται υιον και καλεσεις το ονομα αυτου εμμανουηλ 124
Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu
nome Emanuel. Como podem observar o problema é simples, os tradutores ao grego do original hebraico colocaram a palavra “Virgem” em lugar do termo “Mulher jovem”, que é o que significa em hebraico. Esta má tradução foi mal interpretada pelo amigo Mateus que, em seu infinito interesse em cumprir profecias messiânicas, forçou seu evangelho para cumpri-la quando nem mesmo era uma profecia. MAS DEU MERDA! Bem, agora falta elucidar por que se muda o nome de Emmanuel para Jesus? Os argumentos apresentados pelos crentes cristãos são fracos, pouco convincentes e as desculpas abundam. Geralmente costumam responder:
- “Jesus era seu nome mundano”. Ninguém sabe em que baseiam essa desculpa. E se isto fosse certo, o caso é que José desobedeceu uma ordem direta de Deus, e por que Jesus (ou Emmanuel) não mudou seu nome para o qual seu verdadeiro Pai determinou? - “Jesus é um título que se deu ao Messias”. Não é, estritamente, um título. É um nome com significado, uma forma do grego para “Josué”, que quer dizer: “Yahvéh é salvação”. - “A ordem de mudar o nome para Jesus foi dada pelo próprio Deus em Mateus 1:25”. Se isto é correto, significa que Deus mudou de opinião em apenas dois versículos! O que contradiz profundamente a sua já capenga imutabilidade. 125
- “Não há oposição entre ambos os nomes, “porque o nome que se anuncia em Isaías (Emmanuel) é o nome profético de Cristo, e o nome de Jesús é seu nome próprio e pessoal”. Uma desculpa ridícula para justificar o descomunal erro, já que não há nada que apoie esta afirmação. - Como disse São Jerônimo, “Jesus e Emmanuel significam o mesmo, não ao ouvido, mas ao sentido”. Comentar este argumento não vale a pena. Já que se baseia em um assunto de fé. E com esta resposta se justifica tudo.
A profecia não era sobre Jesus e a troca dos nomes não tem nenhuma explicação, é um erro cavalar.
Profecia forçada ou erro bíblico? Ambas.
126
5 - As Bodas de Canaã e o desrespeito à mãe
1 - Jesus e o vinho Jesus é para os cristãos o homem mais puro e perfeito que já existiu sobre a face da terra; e seus milagres são exemplo de virtude e ajuda ao próximo e aos necessitados. Porém, se analisarmos de forma imparcial e sem paixões pessoais nos damos conta de que não é bem assim. Existem ações e milagres de Jesus que se são um pouco incompreensíveis e ilógicos, outros estão realmente fora de todo contexto; especificamente o primeiro milagre de Jesus: o incrível e maravilhoso milagre realizado durante as Bodas de Canaã. 127
Todos nós pensaríamos que Jesus em sua infinita misericórdia e amor aos homens, seu primeiro milagre seria curar algum cego ou enfermo, alimentar os pobres, levantar um morto, algo verdadeiramente útil e benéfico; mas não, o primeiro milagre de Jesus foi: DAR MAIS VINHO PARA UNS HOMENS QUE JÁ ESTAVAM BÊBADOS! Não acredita? João 2:1-11 1 - E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus. 2 - E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas. 3 - E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. 4 - Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 - Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. 6 - E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. 7 - Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. 8 - E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. 9 - E, logo que o mestresala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. 10 - E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. 11 - Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
128
Nota: Conforme a edição da Bíblia você encontrará: cântaro, almude, metreta, entre 80 e 120 litros, medidas, etc.
Uma pessoa normal e com o mínimo de sentido comum entende que o excesso de álcool é prejudicial para a saúde e para o comportamento geral; e Jesus em sua infinita sabedoria deveria saber. Apesar disto seu primeiro milagre consiste em converter água em vinho para embebedar ainda mais umas pessoas que, segundo ele mesmo relatou “já tinham bebido muito”. Um cântaro equivalia a 40 litros. Isto quer dizer que Jesus fez entre 480 e 720 litros de vinho (6 x 2 x 40 = 480 ou 6 x 3 x 40 = 720) ou entre 127 e 190 galões de vinho (480 ÷ 3,785 = 126,8 ou 720 ÷ 3,785 = 190,2. Um galão tem 3,785 litros.). Ou seja, muito vinho! E no caso da Bíblia NVI que diz: “em cada pote cabia entre oitenta a cento e vinte litros” seriam de 960 a 1440 litros. Os cristãos têm tentado desesperadamente dar centenas de explicações a esta verdadeira atrocidade (que só aparece neste evangelho), desde simbolismos sobre o vinho e a bebedeira até explicações verdadeiramente idiotas.
129
2 - Jesus e Dionisio A igreja Católica celebrava o dia do primeiro milagre de Jesus em 6 de Janeiro ou a Epifania. Esta festa celebrava a revelação do poder do Senhor. O curioso disto é que antes do surgimento da história de Jesus e seus borrachos, já se comemorava esta data, que correspondia a manifestação do poder de outro deus pagão, com seu milagre associado ao vinho: Eram as festas de Dionísio, com seu milagre tradicional de manifestação que consistia em: CONVERTER ÁGUA EM VINHO. Notou alguma semelhança? Dionísio fazia com que em seu templo em Elis, no dia de sua festa, frascos vazios se enchessem de vinho e na ilha de Andros fluia de uma fonte ou no seu templo, vinho em vez de água. O milagre das bodas de Canaã não foi a transformação da água em vinho, mas a transformação do deus cristão em uma espécie de deus do vinho. Como disse o grande teólogo e exegeta evangélico Rudolf Bultmann em seu livro “Evangelho de João”: “Sem dúvida, a história (bodas de Canaã) foi tomada de uma lenda pagã e transferida para Jesus.”.
130
Este paralelismo não é outra coisa que uma consequência das transformações e decisões de Constantino I e dos primeiros Concílios Ecumênicos que buscavam agradar tanto a pagãos e a cristãos. Muitos teólogos modernos descartam a veracidade e literalidade desta história e a consideram só uma fábula (plagiada).
3 - Jesus e o desrespeito à mãe Não podemos deixar de comentar a forma tão depreciativa como Jesus trata sua mãe, com uma conduta que deixa muito a desejar de alguém que chama a si mesmo de “filho de Deus”. Preste atenção sobre como ele responde à sua mãe: “Mulher, que tenho eu contigo?”. Esta é uma resposta bastante grosseira e mais ainda para sua própria mãe. É muito insólito e suspeito que Jesus chame a sua mãe de “Mulher” e que a tratasse de forma semelhante à maneira como o endemoniado Geraseno tratou Jesus quando se aproximou dele. (Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes.). Como sempre, as explicações toscas sobre isto são abundantes e divertidas; especialmente no ministério Católico onde a figura de Maria ocupa a primeira linha da idolatria. Não deixa de ser surpreendente este tratamento de Jesus a seus familiares.
131
6 - Bodas de Canaã. O casamento de Jesus?
Jesus é a máxima figura do cristianismo e os crentes esperam dele a perfeição total e nada menos. Estranhamente se costuma associar como a maior de suas virtudes o celibato e não ter desejos ou instintos sexuais (um eunuco); portanto Jesus devia ser solteiro (contrariando todos os costumes de sua época) e jamais ter tocado sexualmente em nenhuma mulher e muito menos estar casado. Jesus nunca disse nada que favorecesse o celibato, (apesar de ter dito que é melhor ser eunuco por causa do reino dos céus – parece que no céu todos serão eunucos >> Mateus 19:12, e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.) em várias ocasiões aplaudiu e apoiou a vida de casado. (Mateus 19:4-5, Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, 5 - E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?). Estes últimos versículos deixam clara a sua aprovação da vida de casado. E se Jesus não pregou o celibato, tampouco há motivo para supor que o praticasse.
Nota: o verdadeiramente incrível é a própria misoginia das mulheres cristãs, que aceitam que Jesus não deve 132
“tocar” em mulher para não se contaminar por elas. Estupidamente se aceitam como a fonte de impureza do mundo. Na Bíblia nunca se menciona se Jesus esteve casado, mas tampouco nega. Há vários fatores que podem nos levar a pensar que Jesus pode ter estado casado: 1. - Estar casado na comunidade judaica não só é comum, mas quase obrigatório. Exceto entre os Essênios de certas comunidades, o celibato era condenado vigorosamente. A finais do século I, um autor judeu comparou o celibato deliberado com o assassinato e, ao que parece, sua atitude não era única. E para um pai judeu encontrar esposa para seu filho era tão obrigatório como garantir que este fosse circuncidado. 2. - Se Jesus não estivesse casado, esse fato teria sido sumamente notável e estranho. Teria chamado muito a atenção e mais ainda se houvesse utilizado isso como uma característica que o identificasse. Estaria totalmente fora de sintonia com seus contemporâneos e até com seus apóstolos. Se fosse assim, seria de se esperar que pelo um dos evangelhos fizesse alguma referência a um desvio de comportamento tão grande e até inaceitável em muitas comunidades. Se Jesus era na verdade tão celibatário como afirma a tradição posterior, é extraordinário que não haja nenhuma alusão a tal celibato. A falta de tal referência decididamente sugere que Jesus, no que se referia ao assunto do celibato, se ajustava aos convencionalismos de sua época e de sua cultura, sugere, portanto, que estava casado. 3. - É sumamente improvável que Jesus não se casasse muito antes do inicio de seu ministério público. Se houvesse 133
insistido em seu celibato, teria armado uma grande revolta, uma reação que teria deixado algum rastro, mas nada restou. Então, o fato de que nos evangelhos não se fale do matrimônio de Jesus é um bom argumento, mas não contra a hipótese do matrimônio e sim a favor dela, uma vez que no contexto judaico da época, a prática ou a defesa do celibato voluntário seria tão insólita que teria chamado à atenção e atraído muitos comentários, principalmente de historiadores da época. 4. - Jesus era conhecido com o nome de “rabí”. O que induz a pensar que se submeteu a algum tipo de preparação rabínica oficial e que era reconhecido oficialmente como rabí. Porém, se Jesus era um rabí em tal sentido estrito, seu matrimônio não seria apenas provável, mas virtualmente certo. A lei rabínica (misnaica) dos judeus é bem explícita a respeito: "Um homem solteiro não pode ser mestre". Sendo desta forma, Jesus casado, as famosas “Bodas de Canaã” poderiam ter sido as mesmíssimas bodas de Jesus; porque se lermos com um pouco de perspicácia e mente aberta o que nos relata a Bíblia, a probabilidade não é tão descabelada. João 2:1-11 1 - E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. 2 - E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas. 3 - E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. 4 - Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 - Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. 6 - E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. 7 - Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. 8 - E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. 9 - E, logo que o mestre-
134
sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. 10 - E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. 11 - Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
Lendo esta história podemos concluir certas coisas: 1. - O noivo e a noiva, permanecem no anonimato. 2. - Jesus é "chamado" especificamente para a boda, o que é bastante curioso, porque em realidade ainda não tinha iniciado seu ministério. 3. - É mais curioso o fato que sua mãe esteja presente ali “por casualidade”, por assim dizer. Se pode dizer que sua presença é considerada como coisa natural. 4. - É Maria quem ordena a Jesus que encha de novo os odres de vinho, em vez de limitar-se a sugerir. Maria se comporta como se fosse a anfitriã: João 2:3-4 (3 - E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. 4 - Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.) Maria, sem preocupar-se o mínimo, ignora o protesto de seu filho respondão: (5 - Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.). 5. - Os serventes se apressam em cumprir as ordens, como se estivessem acostumados a recebê-las tanto de Maria como de Jesus. 6. - Por que Maria faria tal pedido a seu filho? E o que é mais importante: Por que dois “convidados” a uma boda assumiriam a responsabilidade de providenciar o vinho, responsabilidade que, de acordo com o costume, pertence 135
ao anfitrião? A não ser, claro, que as bodas de Canaã fossem as do próprio Jesus. Neste caso, Jesus seria o responsável por providenciar mais vinho... Ou ele era um fornecedor de vinho mágico e que prestava esse serviço nas festas. 7. - Imediatamente depois de fazer o “milagre”, o “mestresala” (uma espécie de mordomo ou mestre de cerimônias) cata o vinho recém-produzido: João 2:9-10 (9 - E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. 10 - E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.). Estas palavras são claramente dirigidas a Jesus. Segundo o evangelho, são dirigidas ao “esposo”. Uma conclusão óbvia é que Jesus e o “esposo” são a mesma pessoa. Como é fácil ver, há boas razões para considerar a possibilidade de que as Bodas de Canaã foram a celebração do matrimônio de Jesus. A pergunta natural que surge é: Quem é a noiva? Suposições há muitas, mas nada além disso. Obviamente tudo isso foi uma maneira de “montar” um cenário onde Jesus fosse um homem solteiro, casto e puro em contraposição a possível história original do evangelho de João. É mais provável que nas tentativas de “Divinizar Jesus”, feitas pelos primeiros editores bíblicos, (Constantino e seus concílios) tenham eliminado ou modificado fragmentos dos evangelhos originais para adaptá-los às suas necessidades particulares. Grande parte de este texto foi tomado do livro “The Holy blood and the holy Grail” Michael Baigent, Richard Leigh, y Henry Lincoln. 136
7 - Contradições Bíblicas
1 - Indicações contraditórias de Jesus Segundo o dicionário: “Contradição” é: Afirmação e negação que se opõem uma contra a outra e reciprocamente se destroem. Ou seja, em termos Bíblicos uma contradição ocorre quando um versículo afirma uma coisa e outro versículo indica algo diferente da primeira afirmação; e então se anulam mutuamente. São tantas as contradições bíblicas que é difícil escolher só uma. Mas analisemos um par de exemplos dos Evangelhos. Vejamos as instruções que Jesus deu a seus discípulos com respeito a indumentária e aos viveres que deviam levar: Marcos 6:8-9 8 - E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão somente um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no cinto; 9 - Mas que calçassem alparcas, e que não vestissem duas túnicas. Mateus 10:9-10 9 - Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, 10 Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento. Lucas 9:3 E disse-lhes: Nada leveis convosco para o caminho, nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas túnicas.
137
Um “bordão” é um bastão ou vara, mais alto que a estatura de um homem, com uma ponta de ferro e alguns adornos ou não.
Mais evidente impossível: no primeiro versículo Jesus diz claramente que não levem nada, só um bordão e que calçassem sandálias; porém depois, incrivelmente em dois versículos de autores diferentes Jesus ordena que NÃO levem nem calçado nem bordão.
É verdadeiramente impressionante como nem em questões tão simples como umas indicações de vestimenta, os evangelistas conseguem entrar em acordo. Qual é a desculpa dos crentes desta vez? A de sempre, “que precisa interpretar isso”? São apenas algumas ordens diretas e bem específicas de Jesus a seus discípulos; isto não exige nenhum tipo de interpretação mística.
Ou dirá que é um erro de tradução? Se a cada versículo que se contradiz temos um erro de tradução, a Bíblia está cheia de erros de tradução. Onde está a confiabilidade deste livro?
138
8 - Problemas Bíblicos
A “tentação” do “Diabo”.
A “oração” do Getsêmani.
1 - Jesus e seus "Testemunhos Oculares" 1 - A tentação pelo Diabo. Este é um dos relatos mais conhecidos sobre Jesus: A famosa “Tentação no deserto”, onde é tentado por Satanás. Mateus 4:1-11 1 - Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 - E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3 - E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 5 - Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 - E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 - Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 - Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. 9 - E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 -
139
Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 - Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.
Nem entraremos na incoerência dos 40 dias sem comer ou no divertido diálogo com Satanás e muito menos sobre os anjinhos servindo-lhe. A grande dúvida sobre esta história é: Como foi escrita esta história se não houve testemunhos oculares? Na trama não se menciona espectador algum que pudesse ser arrolado como testemunha deste fato. Esta estranha história é contada em outros dois evangelhos: Marcos 1:12-13 e Lucas 4:113. E também chama a atenção que João, que era praticamente a mão direita de Jesus, não faça nenhuma menção deste fato notável. 2 - A oração em Getsêmani Existe outro acontecimento tão conhecido como o anterior e com as mesmas circunstâncias: o famoso discurso de Getsêmani. Mateus 26:36-46 36 - Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. 37 - E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. 38 - Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. 39 - E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. 40 - E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? 41 - Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. 42 - E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. 43 - E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque
140
os seus olhos estavam pesados. 44 - E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. 45 - Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores. 46 - Levantai-vos, partamos; eis que é chegado o que me trai.
A história do Getsêmani também pode ser lida em Marcos 14:3242 e Lucas 22:39-46. Aqui vemos que Jesus diz as já populares palavras que conhecemos e que o mostram como um ser humano que sofre angústia e dor diante do que lhe espera; mas não é isso que nos importa agora, mas a mesma dúvida do caso anterior, o do Diabo: Como escreveram este versículo se não houve ninguém que o escutasse? Bem, diz o relato que Jesus se separou um pouco deles para orar só, mas ao regressar eles estavam dormindo! Ou seja, além de estarem longe, estavam dormindo; é impossível que o tenham escutado orar. Alguns defensores afirmam que é possível que antes de dormir tivessem escutado as palavras de Jesus. Isso cai por terra ao lermos outro versículo de outro escritor: Lucas 22:41 E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,
Só por curiosidade: Se Jesus é Deus, ele orava para quem?
Vemos que Jesus se afastou deles para orar a uma distância de “um tiro de pedra”; não se conhece com exatidão qual é a medida de um tiro de pedra. Imagine você mesmo a que distância um 141
homem normal pode lançar uma pedra e tire suas próprias conclusões. É muito improvável que os discípulos tivessem escutado a oração pessoal e privada de Jesus pela distância que os separava e porque estavam dormindo! E o mais espantoso ainda: João não cita o evento de Getsêmani em seu evangelho! Isto é sumamente estranho já que como todos sabemos João é a pessoa mais próxima de Jesus em seus últimos momentos de vida terrena. Em João 18:1 (Tendo Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos.) João diz que Jesus sai "ao outro lado do ribeiro de Cedrom" e o denomina "horto", o que alguns estudiosos bíblicos assumem que é o horto de Getsêmani; mas estranhamente o detalhista João se “esquece” de nos contar sobre os fatos ocorridos nesse horto e que são de suma importância para entender o carácter humano de Jesus. Verdadeiramente curioso isto.
142
Onde estão as testemunhas oculares destes dois fatos tão importantes da vida de Jesus? Como os evangelistas conseguiram relatar estes fatos se ninguém os viu?
Como sempre, as desculpas idiotas dos crentes abundam A principal é: “Não se necessita testemunhas, os evangelistas escreveram isso iluminados pelo espírito santo”! Excelente resposta, com esta desculpa o evangelista poderia ter escrito toda a vida de Jesus encerrado em um quarto e “iluminado” pelo espírito santo. E qualquer pessoa hoje em dia, que esteja também iluminada, poderia nos contar coisas novas sobre a vida de Jesus. Outra desculpa comum é: “Jesus podo ter contado a história a eles e depois a escreveram nos evangelhos”. Isto é puramente especulativo, em nenhum momento se indica que Jesus tenha contado isto ou algo parecido. Em várias partes dos evangelhos Jesus lhes contou muitas coisas, algumas inclusive bastante triviais; mas não há sinal de que tenha contado suas aventuras no deserto ou no horto. E claro, a mais usada quando não entendem ou não conseguem responder algum absurdo bíblico: “Isso não importa, o que interessa é a mensagem que o evangelista deseja transmitir”, comentar esta resposta é desnecessário. Estes são apenas dois exemplos. Nos evangelhos e no resto da Bíblia aparecem relatos onde ocorrem fatos sem nenhum tipo de testemunhas oculares. Um observador imparcial diria: “ao não existirem testemunhas de um fato, é possível que o acontecimento narrado seja falso ou incorreto”. Pelas características mágicas e irracionais dos mesmos... SÃO FALSOS.
143
9 - Erros Bíblicos
1 - A péssima memória de João Batista. João Batista é bem conhecido por várias coisas. Por ser, precisamente a pessoa que batizou (mesmo sem ter pecados) e reconheceu a Jesus como o tão esperado messias. Também por ser o último dos antigos profetas de Israel. E claro, como esquecer o final da vida de João com sua cabeça repousando sobre uma bandeja de prata. Todas estas coisas nos lembram imediatamente a João Batista. Porém, uma das facetas do Senhor João que menos se conhece, mas que é muito evidente se lermos e analisarmos a Bíblia com um pouco mais de atenção é “sua péssima memória”. Isso mesmo, João Batista tinha uma extraordinariamente deplorável capacidade para recordar fatos de capital importância; a tal ponto que se poderia pensar que sofria de algum tipo de amnésia ou inicios de Alzheimer (o que é raro porque era apenas um ano mais velho que Jesus). Os quatro evangelhos exibem de forma ordenada e coerente o momento do batismo de Jesus. O “bom” cristão certamente dirá que esta é uma prova da perfeita complementação dos evangelistas em um fato bíblico. Leiamos os versículos que nos contam o batismo de Jesus e de como João identifica Jesus como o messias eleito: Marcos 1:7-11 7 - E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. 8 - Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo. 9 - E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi batizado por João, no Jordão. 10 - E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o
144
Espírito, que como pomba descia sobre ele. 11 - E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo. Mateus 3:13-17 13 - Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. 14 - Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? 15 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. 16 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. 17 - E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Lucas 3:21-22 21 - E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu; 22 - E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo. João 1:25-34 25 - E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26 - João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. 27 - Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca. 28 - Estas coisas aconteceram em betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando. 29 - No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30 - Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. 31 - E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. 32 - E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. 33 - E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. 34 - E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.
145
Efetivamente, todos estes fragmentos dos evangelhos concordam que João batizou e reconheceu Jesus como o messias; e em todos os casos o próprio João (que não é o apóstolo) viu o espírito santo representado em forma de pomba e a mesmíssima voz de Deus lhe ratificava a divindade de Jesus. Porém, analisemos o que nos diz especificamente Mateus em seu evangelho. Como já lemos em Mateus 3:13-17, João Batista tem a experiência pessoal de batizar Jesus e de ver e ouvir o próprio espírito santo dizer que Jesus é o enviado. O verdadeiramente surpreendente de tudo e que nos faz pensar que João sofre no mínimo de uma severa amnésia é que 8 capítulos depois parece ter esquecido de tudo o que viu e até de batizar Jesus! Isso é absolutamente assombroso. Comprovemos: Mateus 11:2-6 2 - E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos, 3 - A dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? 4 - E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: 5 - Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. 6 - E bemaventurado é aquele que não se escandalizar em mim.
Não é incrível isto? João Batista, que experimentou em carne e osso o batismo de Jesus e todos os efeitos especiais que ocorreram depois (a pomba e a voz do céu), sai agora com esta pequena dúvida: “não sabe se Jesus é o que havia de vir”! Por favor! Que tipo de profeta é esse? Bem, os profetas “sabem” sobre o futuro, mas neste caso de João Batista, seu problema é com o passado recente. Mateus, sempre Mateus arruinando a “perfeição” dos evangelhos. Já lemos sobre os “zumbis de Mateus” que saíram das tumbas ou do enredo com o nome de Jesus-Emanuel. Este não é mais que 146
outro horrível e estrondoso erro de mister Mateus e seu fantástico evangelho. De tudo isso da amnésia de João Batista podemos chegar a uma de várias conclusões: 1. - Que João Batista realmente tem algum tipo de problema mental que não só lhe faz esquecer eventos extraordinários recentes como o fato mais importante do mundo para os cristãos, mas que também lhe faz ver pombas que baixam dos céus e escutar vozes em sua cabeça (alguém pensou em esquizofrenia?). 2. - Que Mateus, como sempre tentando provar ou demonstrar não se sabe o que, se pôs de novo a inventar fatos absurdos que deixam muito mal na foto a “perfeição” dos evangelhos. Além disso, como pode ser tão descuidado e esquecido, que não se informa que ele mesmo comete uma absurda e gigantesca contradição em seu próprio livro? Como confiar no evangelho de Mateus com todas estas barbaridades e disparates? 3. - E finalmente: que tudo isso do batismo de Jesus é uma invenção e nada ocorreu literalmente. São só contos plagiados de um messias mágico que foi criado em uma época onde pelas revoltas e pelo desespero de livrar-se do jugo romano, era necessário o apoio de um libertador deste tipo. Tudo isso sem deixar de considerar as agregações posteriores, erros de tradução, mudanças de sentidos das frases e toda a manipulação bíblica que já conhecemos. Qual das três você escolhe? Não me diga que optará por uma das clássicas desculpas cristãs do tipo erro de tradução, assincronia cronológica ou o famoso “esse versículo precisa ser interpretado”! Neste caso há pouco a fazer, a evidência é clara. Merda pura! 147
10 - A insensatez de Jesus e a figueira
Mateus 21:19 Vendo uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas; e disse-lhe: Nunca jamais nasça fruto de ti. No mesmo instante secou a figueira. Marcos 11:13-14 13 - Vendo ao longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa. Aproximando-se, nada achou senão folhas; porque ainda não era tempo de figos. 14 - Disse-lhe: Nunca jamais coma alguém fruto de ti; e seus discípulos ouviram isto.
148
Jesus caminha por Betânia e se sente com um pouco de fome. Encontra uma figueira, mas desgraçadamente é estéril, já que é a baixa temporada para os figos. Irritado, Jesus exige à figueira que lhe dê frutas; mas obviamente, a figueira não responde (é uma árvore), então Jesus, num ato de inusitada temeridade, amaldiçoa a figueira e esta morre. Esta história é bizarra por muitas razões, mas principalmente pelo insignificante que é, e como Jesus parece reagir com tanta raiva. OK! Estava com fome! E todos nós ficamos um pouco irritáveis quando estamos com fome; mas convenhamos, a pobre figueira não tinha feito nada de mal! Isto simplesmente parece ser um abuso de poder da parte de Jesus.
1 - A idiotice do messias com a figueira.
Para os cristãos Jesus Cristo é a figura máxima. Ele é um ser perfeito, sem pecado, infinitamente bom e incomensuravelmente sábio e inteligente. É a perfeição em forma de carne. Lamento decepcionar aos crentes cristãos, mas Jesus está muito longe de qualquer dessas qualidades. Já vimos que o primeiro “grande” milagre de Jesus foi converter centenas de litros de água em vinho para dar a pessoas que já estavam bêbadas; também vimos como Jesus cura cegos como qualquer vulgar bruxo: com saliva, mas aqui vamos falar de uma das histórias mais bizarras de Jesus; que faz coisas tão absurdas que provam sem margem para dúvidas, que não é nem de longe e nem com muita boa vontade, um ser infinitamente sábio e muito menos perfeito, é a famosa história da “figueira”. 149
Marcos 11:12-21 12 - No dia seguinte, saindo eles de Betânia, teve fome. 13 - Vendo ao longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa. Aproximando-se, nada achou senão folhas; porque ainda não era tempo de figos. 14 - Disse-lhe: Nunca jamais coma alguém fruto de ti; e seus discípulos ouviram isto. 15 - Chegaram a Jerusalém. Entrando ele no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam, e derrubou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam as pombas. 16 - Não permitia que ninguém atravessasse o templo, 17 - levando qualquer objeto, e ensinava, dizendo: Não está escrito que a minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? mas vós a tendes feito um covil de salteadores. 18 - Ouvindo isto os principais sacerdotes e os escribas, procuravam um modo de lhe tirar a vida; pois o temiam, porque toda a multidão estava muito admirada do seu ensino. 19 - Quando chegava a tarde, saíam da cidade. 20 - Ao passarem de manhã, viram que a figueira estava seca até a raiz. 21 - Pedro, lembrando-se, disselhe: Olha, Mestre, secou-se a figueira, que amaldiçoaste!
Se lermos o texto com cuidado, no versículo 13 diz muito claramente “Pois não era tempo de figos”. Efetivamente; estes fatos ocorreram uma semana antes que Jesus fosse crucificado (a baderna que provocou no templo), portanto falamos de datas próximas ao fim março e início de Abril, ou seja, tem razão o versículo em dizer que não era época de figos, já que os figos aparecem no final do verão e não no início, que é a época da história.
Notaram o estranho comportamento de Jesus? Ele amaldiçoa uma figueira porque não tinha frutos, quando a própria Bíblia diz que “NÃO ERA TEMPO DE FIGOS” (vers. 13).
150
O que pretendia Jesus? O que esperava? Por que amaldiçoar um ser vivo por não fazer algo que era fisiologicamente impossível?
Recordemos que Jesus é infinitamente sábio; certamente sabia que essa não era a época de Figos e a pobre figueira não era responsável por não ter fruto. Não era tempo porque as leis da Natureza não permitiam.
2 - Qual é a moral desta historia?
Creio que a resposta é muito clara. Jesus somente pretendia demostrar a seus discípulos e seguidores o enorme poder que tinha, ao secar de maneira caprichosa uma árvore. Recorda-me muito a história do cego de nascimento, o qual era curado por Jesus apenas para se mostrar diante de seus espectadores. Já imagino Jesus no juízo final nos acusando de pecados que nem sequer conhecíamos; ou condenando os primitivos indígenas por não conhecerem o evangelho. Seria a mesma situação da pobre figueira. Jesus se comporta neste caso particular, com uma insensatez e intolerância impressionantes. A justificação dos crentes para o estranho comportamento de Jesus é vergonhosa. Sem falar das desculpas idiotas que abundam na grande rede, as quais abarcam todo tipo de absurdos e autojustificações bíblicas (argumentos circulares). Dos milhares que existem, a seguinte é uma das mais ou menos coerentes, mas claramente falaciosa e ilusória:
Quando Jesus se aproximou da figueira frondosa, ele teve toda a razão de suspeitar que tivesse algo comestível. Sem 151
dúvida, depois de inspecionar a árvore, Marcos registra que “nada achou senão folhas”. Não havia taksh brotando, como deveria haver, se a árvore fosse produzir frutos naquele ano. (taksh é o termo árabe para designar o primeiro fruto anual da figueira no inicio do verão) A árvore parecia ter fruto, mas só tinha sinais externos (folhas) e realmente não era valioso para os que viajavam. Adicionalmente, qualquer um que esteja pelo menos um pouco familiarizado com o caráter de Jesus sabe que ele não passou seu tempo nesta Terra erradicando figueiras estéreis como um serviço ecológico para os agricultores da Palestina. Então, qual foi o ponto de tal ação abrupta contra arvore? Quando se observa o contexto do evento, torna-se aparente a intenção de Jesus, a qual tem duas partes. Primero, no contexto imediato, a figueira estéril se aplica á religião pretenciosa dos líderes judeus em Jerusalém. Depois de amaldiçoar à figueira, o texto diz que Jesus foi a Jerusalém e começou a tirar os cambistas do templo (Marcos 11:15-19). As atividades no templo que uma vez tinham sido frutíferas e saudáveis, tornaram-se vazias e inúteis. Allen Black comentou: “A maldição da fogueira simboliza o juízo de Deus sobre Israel por não produzir o fruto que ele queria do templo. Esta anuncia a purificação do templo e finalmente a profecia de sua destruição no capítulo 13”.
Segundo, em um sentido geral, Jesus simplesmente disse que as árvores que não derem frutos serão cortadas (Mateus 7:19; Lucas 13:6-9). A figueira não tinha fruto, era inútil e merecia ser destruída — sendo a aplicação espiritual, que qualquer ser humano que não produza fruto 152
para Deus será destruído por causa de sua improdutividade. Jesus não teve um ataque e amaldiçoou a figueira, mesmo que fosse impossível para ela produzir frutos. Ele amaldiçoou a árvore, porque ela devia estar produzindo frutas, uma vez que tinha os sinais exteriores de produtividade. O "relógio" de Jesus enfatizou a verdade espiritual que às figueiras estéreis espirituais finalmanete acabará seu tempo. Como aplicação pessoal, devemos trabalhar com afinco para não sermos figheiras estéreis. http://apologeticspress.org/articles/3061
A explicação é quase tão absurda quanto a história original. Obviamente a história bíblica relata que Jesus buscava figos e não brevas, mas a árvore não tinha nem um e nem outro. Agora, isso é razão suficiente para amaldiçoar e secar a figueira? Supomos que Jesus esperava encontrar algum tipo de fruto, mas ao perceber que na árvore frondosa não encontrou mais do que folhas, por isso matou a pobre figueira? O resto da desculpa é francamente desatinado. Uma série de comparações com outros versículos bíblicos, principalmente com a parábola da figueira de Lucas 13:6-9 que não tem relação direta com a presente história. É bastante curioso, já que dizem que Jesus é todo-poderoso e se o tivesse desejado a figueira teria frutos em qualquer época. Parece simplesmente um desejo infantil de Jesus contra uma árvore por ela não fazer algo impossível, dar frutos fora de sua época. Recordemos que a figueira é uma árvore e mesmo sendo um ser vivo, não é responsável por seus atos, não tem escolha, não tem consciência. Como pôde Jesus castiga-la por não fazer algo que ele esperava? As plantas não têm livre arbítrio nem capacidade de decisão. Mesmo como metáfora ou analogia, a história é das mais ridículas, pois ela se torna extremamente intolerante quando se refere a seres humanos. 153
Isto me recorda o versículo bíblico que diz que os cães não irão ao céu (Apocalipse 22:15 - Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.) Que culpa têm os pobres cães de suas ações? Por que são vítimas do ódio divino apenas por não serem humanos? Segundo a filosofia divina, todo aquele ser vivo que não seja homem lhe aguarda algo negativo, chame-se inferno, purgatório, limbo, etc., mas provar as delícias do paraíso nem pensar. Esse deus é justo? Esta historieta, além de nos mostrar o quão irracional e desprovido de sentido comum é Jesus, é simplesmente mais uma fábula anedótica, já que Jesus nem mesmo deve ter existido (se em 2000 anos não conseguiram apresentar nenhuma evidência, é pouco provável que consigam). Os que creem que Jesus e Deus existem são os que devem apresentar evidências de sua existência.
154
11 – Jesus era um Cínico? É muito provável que Jesus fosse um Cínico (melhor dizer que a filosofia cínica - como outras - foi usada na montagem do mito de Jesus). O que nos leva a crer nisso é a relação existente entre a filosofia que podemos constatar no documento “Q” (especialmente no Q1) com o pensamento Cínico. Recentemente os acadêmicos notaram uma estreita similaridade entre estas máximas e a escola filosófica grega conhecida como Cinismo, um movimento de contracultura da época disseminado por pregadores Cínicos errantes. A “Escola Cínica” foi fundada na Grécia durante a segunda metade do século IV AEC. O grego Antístenes foi seu fundador e Diógenes de Sinope um de seus filósofos mais reconhecidos e representativos de sua época. Reinterpretaram a doutrina socrática considerando que a civilização e sua forma de vida eram um mal e que a felicidade vinha de uma vida simples e de acordo com a natureza. O homem já levava em si mesmo os elementos para ser feliz e conquistar sua autonomia era de fato o verdadeiro bem. Dai o desprezo às riquezas e a qualquer forma de preocupação material. O homem com menos necessidades era o mais livre e o mais feliz. Figuram nesta escola, além dos já citados, Crates de Tebas, discípulo de Diógenes, sua esposa Hiparquía e Menipo de Gadara.
155
A palavra “Cínico” provém do grego (κυων, kyon) que significa “cão”, denominação depreciativa por seu frugal modo de viver. O Cinismo é um movimento que se desenvolveu na Grécia, durante os século III e IV AEC, e continuou nas grandes cidades do Império Romano: Roma, Alexandria e Constantinopla até o século V. Uma das origens do nome está associada a um de seus fundadores, o primeiro foi Antístenes, que lhe deus este nome pelo lugar onde costumava ensinar, que era um ginásio chamado Cinosarges, que traduzido, viria a ser cachorro branco ou cachorro veloz. Depois, pelo comportamento de Antístenes e Diógenes, que foram apelidados de “kínicos”, já que seus comportamentos se assemelhavam aos dos cães. Embora a princípio esta escola tenha sido chamada de “escolas socráticas menores”. A atitude cínica foi iniciada no Ocidente por Diógenes de Sinope no século IV AEC. O cinismo não foi uma escola apesar deste título. Antístenes foi um de seus fundadores e as reuniões eram realizadas em um ginásio que frequentavam. Eles eram contra a escola, repudiavam as ciências, as normas e as convenções, em especial Antístenes. Por não terem os integrantes deste movimento os mesmos comportamentos, pensamentos ou atitudes, se pode pertencer a ele devido à loucura, por ser um filósofo cínico ou por ter uma atitude cínica diante da vida. É uma filosofia que pretende alcançar a felicidade mediante a sabedoria, a liberação do espírito e a conquista da virtude. São estas características importantes as que diferenciam o cinismo de outros movimentos filosóficos. La pobreza está indissoluvelmente ligada a esta filosofia. Os cínicos se desprendem de seus bem para não sentir apego por eles. São alheios aos prazeres para não serem seus escravos, o que é muito similar à doutrina pregada tempo depois por Jesus. 156
Mateus 19:21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. (Repetido em Marcos 10:21 e Lucas 18:22). Lucas 9:3 E disse-lhes: Nada leveis convosco para o caminho, nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas túnicas. (Repetido em Marcos 6:8-9 e Mateus).
O cinismo é uma forma diferente de viver, pensar e se expressar; uma crítica à estupidez humana. Lamentavelmente o uso moderno sugere a definição de Cinismo como a de uma disposição a não crer na sinceridade ou bondade humana, nem em suas motivações e ações, assim como uma tendência a expressar esta atitude mediante a piada e o sarcasmo. 157
Vejamos algumas anedotas do Cínico por excelência, Diógenes de Sinope:
Nasceu em Sinope, 412 AEC e morreu em Corinto em 323 AEC) Diógenes de Sínope foi exilado de sua cidade natal e trasladado a Atenas, onde se converteu em um discípulo de Antístenes, o mais antigo pupilo de Sócrates. Diógenes viveu como um vagabundo nas ruas de Atenas.
As anedotas que contam sobre Diógenes ilustram a consistência lógica de seu carácter. Platão o chamava de “Sócrates delirante”; caminhava descaço durante todas as estações do ano, dormia nos pórticos dos templos protegido unicamente por sua capa e tinha por casa um pote. Um dia viu como um menino bebia água com as mãos em uma fonte: “Este menino, disse ele, me ensinou que ainda tenho coisas supérfluas”, e jogou fora sua tigela. Quando Diógenes chegou a Atenas, quis ser discípulo de Antístenes, mas este o recusou. Diante de sua insistência, Antístenes lhe ameaçou com seu cajado, mas Diógenes lhe disse: “não há bastão duro o
158
bastante para que me separe de ti, enquanto pense que tenha algo a dizer”. Certo dia estava se masturbando no Ágora Ateniense, quando lhe repreenderam por isso, receberam por única resposta do filósofo uma queixa tão amarga quanto sucinta: "Oxalá, esfregando minha barriga, a fome fosse extinta de maneira tão dócil!". Professava um desprezo tão grande pela humanidade, que em uma ocasião apareceu em pleno dia pelas ruas de Atenas, com uma lanterna na mão e dizendo: “Procuro um homem”. Diógenes ia afastando os homens que cruzavam em seu caminho dizendo que só tropeçava com escombros, pretendia encontrar ao menos um homem honesto sobre a face da terra (A lenda diz que deixou de procurar ao encontrar-se com Alexandre Magno). Em certa ocasião, um homem endinheirado lhe convidou para um banquete em sua luxuosa mansão, dando especial ênfase ao fato de que ali era proibido cuspir. Diógenes fez uns gargarejos para limpar a garganta e lhe cuspiu diretamente na cara, alegando que não havia encontrado outro lugar mais sujo onde desafogar-se. Quando Platão deu a definição de Sócrates do homem como “bípede sem penas”, pelo que foi bastante elogiado, Diógenes depenou um frango e o soltou na Academia de Platão dizendo “Te trouxe um homem!”. Uma vez lhe preguntaram por que as pessoas davam esmolas aos pobres e não aos filósofos, ao que respondeu: “Porque pensam que podem chegar a ser pobres, mas nunca a ser filósofos”. Em um banquete, alguns, para rirem dele lhe deram uns ossos, como a um cão. Ele, ato seguido, urinou em cima, como um cão. Também lhe chamaram de “cão” enquanto comia no Ágora e ele proferiu: “Cães são vocês, que me rondam enquanto como!”
159
Com idêntica dignidade respondeu ao mesmíssimo Platão, que lhe tinha lançado o mesmo impropério: “Sim, certamente sou um cão, pois regresso uma e outra vez para junto dos que me venderam”. Sim, é verdade que os atenienses faziam chacota com ele, também é verdade que o temiam e respeitavam.
Sobre a morte de Diógenes circularam muitas versões. Segundo uma delas, morreu de cólica causada pela ingestão de um polvo vivo; segundo outra, foi como consequência de uma queda, após ter sido mordido no tendão por dos cães entre os quais tentava repartir um polvo; e segundo outra mais, morreu por sua própria vontade, retendo a respiração, embora isso seja metafórico, pois é impossível morrer por deixar de respirar voluntariamente. Também circula uma lenda segundo a qual suas últimas palavras foram: “Quando eu morrer me joguem aos cães. Já estou acostumado.” Bastante tempo depois Epiteto o recordava como modelo de sabedoria. Os coríntios ergueram uma estátua de mármore de Paros, com a figura de um cachorro deitado em sua honra. Podemos notar a imagem de um Jesus promotor de uma filosofia já existente, a quem se descreve como um camponês judeu cínico e intinerante de aldeia em aldeia pela Baixa Galileia, sem parar em nenhum lugar por muito tempo, para não se tornar um agente ou mediador entre Deus e seus ouvintes. Este Jesus é um defensor radical do igualitarismo, decididamente oposto a qualquer tipo de hierarquia, inclusive a dos pais sobre os filhos, praticava a "comensalidade aberta" (comerem juntos sem diferenças sociais de qualquer natureza) e milagres aparentes, porque Jesus era apresentado como um mago, um conceito entendido 160
positivamente como “o que tem um poder que atua fora dos canais religiosos oficiais e regulares”. Jesus era conhecido por seus aforismos e parábolas. Este é o Jesus que nos mostram as obras não canônicas como o “Evangelho secreto de Marcos, Evangelho de Pedro e o de Tomás e principalmente o Documento “Q””. Em todo caso, em muitas ocasiões Jesus se mostra mais "cínico" que judeu, a julgar pela extraordinária semelhança com textos cínicos e sua filosofia básica. O que diz em Lucas 14:27 sobre discípulos "tomando sua cruz" e seguindo Jesus, é claramente reconhecido como uma expressão Cínico-Estoica, também possivelmente dos Zelotes judeus, não uma referência à própria cruz de Jesus. Este é um exemplo clássico da influência Cínica na construção do mito do Jesus Bíblico. Lucas 14:27 E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.
Evidentemente não há forma de saber o que Jesus sabia do cinismo, nem mesmo se tinha a mais remota ideia de sua existência. Também pouco importa. É possível que em toda a sua vida jamais tivesse ouvido falar dos cínicos e que inventou por sua conta a teoria cínica. (Tudo isto supondo que Jesus tivesse sido um personagem real, algo altamente questionável) Em todo caso, tanto as diferenças como as semelhanças existentes entre a figura de Jesus e as dos pensadores cínicos são extremadamente similares. Ambos, tanto Jesus como os cínicos tinham um carácter populista e seu destinatário era o povo comum; todos eles pregavam um determinado estilo de vida e defendiam sua postura não só com a palavra, mas com fatos, não só na teoria, mas 161
também na prática; e utilizavam uma indumentária e acessórios que simbolizavam dramaticamente o conteúdo de sua mensagem. Sem a menor dúvida a analogia entre o Jesus bíblico e o movimento Cínico coloca o suposto Jesus histórico longe de um meio sectário especificamente judaico para situá-lo no contexto do “ethos helenístico” que prevaleceu na Galileia, especialmente nas pequenas populações frequentadas por Jesús, como Cafarnaum e Nazaré. Jesus praticamente se identifica com muitos seguidores do movimento cínico presente na Palestina e reduz o núcleo de seu anuncio, a vinda do Reino, à doutrina estoica da liberdade de condicionamentos externos. Está muito bem demonstrado que a figura de Jesus era de um sábio de estilo Cínico, cuja conexão com pensamentos judaicos era bem mais sutil. Somando tudo isto, teremos que Jesus foi simplesmente a manifestação humana criada pelos seguidores da filosofia Cínica com alguns acréscimos, cujo objetivo era o de projetá-la e preservá-la no futuro, convertendo-se no Jesus que conhecemos hoje em dia e no cristianismo que tão embaraçosamente roubou e plagiou ideologias, pensamentos e inclusive personagens anteriores fazendo-os passarem por seus.
162
12 - Problemas de Calendário. Jesus e os Deuses Pagãos.
Um dos “argumentos” mais curiosos que se pode escutar a favor da existência Jesus é uma frase que se repete constantemente e geralmente dita mais ou menos assim:
“A melhor prova da existência de Jesus é que graças a ele história se dividiu em “antes de Cristo” e “depois de Cristo”; isso não teria acontecido se Jesus não existiu de forma histórica e real”.
A primeira objeção contra esta conclusão falaciosa é que os termos “antes e depois de Cristo” foram estabelecidos a meados do século VI.
Desta forma, esse popular “AC e DC” foram cálculos realizados por um monge católico que se baseou na data da morte de Herodes e não em alguma data relacionada com Jesus. Assim que este argumento não é válido.
O papa João I (que reinou entre 523 e 526) encarregou a Dionísio “o exíguo” o estabelecimento do ano de nascimento de Jesus Cristo como o ano Um da era cristã. Desgraçadamente, Dionísio se equivocou no cálculo, entre quatro sete anos ao datar o reinado de Herodes I, o Grande, deduzindo que Jesus nasceu no ano 753 depois da data da fundação de Roma, quando na realidade devia ser 748. Dionísio utilizou termo “Anno Domini” para identificar as 163
Pascoas em sua tabela de Pascoas, mas não o usou para datar nenhum fato histórico. Quando inventou sua tabela, os anos do calendário Juliano eram identificados com os nomes dos cônsules que tinha oficiado nesse ano. Por exemplo, declara que o “ano atual” é “o consulado de Flavius Probus”, o que aconteceu 525 anos “depois da encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo». Não se sabe como chegou a esse número. Ele inventou um novo sistema de numeração dos anos para substituir os anos Dioclecianos que se usavam nas velhas tabelas de Pascoa, porque não queria continuar a memória de um ditador que tinha perseguido os cristãos. Este sistema Anno Domini se tornou dominante na Europa Ocidental só depois que foi utilizado pelo Venerável Beda para datar os fatos em sua “História eclesiástica dos ingleses”, que completou em 731. Dionísio, o Exíguo, não proporcionou à nossa era “um ano zero”. É assombroso porque na Europa alto-medieval ninguém conhecia a cifra ou o número zero. Na Europa se teve que esperar até o segundo milênio antes que se pudesse dispor do número zero. Se esta medida de tempo que tem permanecido em uso durante um período considerável seja uma prova da existência de Jesus; isto deveria ser válido em outras situações e datas. Por exemplo, se você diz que o “Antes e depois de Cristo” é uma prova da existência de Jesus; baseado no mesmo raciocínio se pode dizer que o Deus “Ares” (Marte para os Romanos) existe porque o mês de Março tomou seu nome deste Deus; certamente muito antes de Jesus e pior: Jesus teria apenas plagiado a ideia. A grande maioria das denominações dos sistemas de contagem da passagem do tempo possuem o nome de deuses muito diferentes do deus judaico-cristão. Vejamos estes interessantes exemplos. Os dias da semana utilizados pelos cristãos possuem quase todos a sua base em deuses que são falsos para o cristão: 164
Lunes: Segunda Provém do latim: “Dies Lunae” ou “dia da Lua”. Está baseado na deusa Grega Selene (em grego antigo Σελήνη), que era uma antiga deusa lunar ou deusa da lua, filha dos titãs Hiperion e Tea. Seu equivalente na mitologia romana era a deusa Lua. Nos seguintes idiomas a "segunda-feira" é uma referência à "Deusa da Lua": Espanhol, Inglês, Alemão, Catalão sueco, dinamarquês, finlandês, francês, gaélico, escocês galego, italiano, latim, romeno, Astúriano, Cantábrio, tagalo, quechua, japonesa, Veneto, esperanto, coreano, leonês.
Martes: Terça Provém do latim “Martis dies” ou “dia de Marte”. Está baseado no Deus Romano Marte, em latim Marte, era o deus da guerra, filho de Júpiter. O deus Marte provém do deus grego Ares (em grego antigo Ἄρης o Ἄρεως, “conflito bélico”), considerado o deus olímpico da guerra. Nos seguintes idiomas a “terça” é referência ao deus romano “Marte”: espanhol, catalão, francês, italiano, romeno, tagalo, Latim, gaélico escocês. Nos seguintes idiomas o dia “Martes” é referência ao deus nórdico “Tyr” (o deus da guerra e da batalha na mitologia nórdica): inglês (Tuesday), alemão, sueco, finlandês.
Miércoles: Quarta
165
Provém do latim “Mercurii dies” ou «dia de Mercúrio». Mercúrio era o deus do comércio e dos viajantes; filho de Júpiter e de Maia. A maioria de suas características e mitologia foi tomada emprestada do deus grego análogo Hermes. Nos seguintes idiomas a “quarta” é referência ao deus romano “Mercúrio”: Espanhol, catalão, francês, galego, italiano, latim, romeno, tagalo. Em Inglês (Wednesday) e Sueco é referência ao deus Odin (em nórdico antigo: Óðinn), que é considerado o deus principal da mitologia nórdica.
Jueves: Quinta Provém do latim “Jovis dies” ou “dia de Júpiter”. Está baseado no deus da mitologia romana, Júpiter (em latim: Iuppiter), que ostentava o mesmo papel que Zeus na mitologia grega como principal divindade do panteão. Foi chamado “Iuppiter Optimus Maximus Soter” (Júpiter o melhor, maior e mais sábio) como deus patrão do estado romano, encarregado das leis e da ordem social. Nos seguintes idiomas a “quinta” é referência ao deus romano “Júpiter”: Castelhano, latim, catalão, francês, galego, italiano, romeno, asturiano, Tagalo. Em Inglês (Thursday), sueco e finlandês alude ao deus “Thor”, que é o deus do trovão na mitologia nórdica e germânica.
166
Viernes: Sexta Provém do latim “Veneris dies” ou “dia de Vênus”, que era a deusa romana relacionada principalmente com o amor, a beleza e a fertilidade. E que desempenhava um papel crucial em muitas festas e mitos religiosos romanos. Desde o século III AEC, a crescente helenização das classes altas romanas a identificou como equivalente da deusa grega Afrodite. Nos seguintes idiomas a “sexta” é referência à deusa romana “Vênus”: espanhol, latim, catalão, francês, italiano, galego, romeno, asturiano, leonês, Tagalo. Nos seguintes idiomas o dia de “Viernes” é referência à deusa “Freyja” (também chamada Jacrist), que é uma das deusas maiores na mitologia nórdica e germânica; descrita como a deusa do amor, da beleza e da fertilidade. Era invocada para obter felicidade no amor, ajudar nos partos e para ter boas estações: alemão, sueco, norueguês, holandês, inglês (Friday), finlandês.
Sábado O termo “sábado” provém do grego “sábbaton”, e este por sua vez do hebraico “shabbâth”: “repouso”, “dia de repouso”. Em outros idiomas seu nome faz referência ao planeta Saturno, como no Império Romano onde em latim se chamava “dies Saturni” ou “dia de Saturno”; ou como na língua inglesa onde é conhecido como “Saturday” ou “dia de Saturno”. Nos seguintes idiomas o “Sábado” é referência ao deus romano “Saturno”: Saxon, gaélico, galês, Holandês, Inglês (Saturday), latim. 167
Domingo Provém do latim “dies Dominicus” (dia do Senhor), devido à celebração cristã da “ressurreição de Jesus”. Na antiga Roma se chama a este dia de “dies solis” (dia do Sol). É o único dia da semana que não tem uma referência direta com algum deus pagão; como para a maioria das culturas “o Sol” é o principal e maior de todos os deuses, poderia ser esta a referência. Este raciocínio também se aplica perfeitamente a alguns meses do ano, que foram nomeados em honra a alguma divindade diferente dos deuses que os cristãos adoram hoje (Deus, Jesus ou Espírito Santo).
Janeiro Toma seu nome do deus romano Jano, do latim Janus, representado com duas caras, o espírito das portas, do princípio e do final. Como deus dos começos, era invocado publicamente no primeiro dia de janeiro (Ianuarius). Era também invocado ao começar uma guerra, e enquanto esta durasse, as portas de seu templo permaneciam sempre abertas; quando Roma estava em paz, as portas eram fechadas. Jano não tem equivalente na mitologia grega.
168
Fevereiro Foi chamado assim em honra às Februas nas festas Lupercais, o festival pagão da purificação na Antiga Roma: os sabinos celebravam uma festa anual de purificação que chamavam februa (de februum, uma espécie de cinto de couro), em uma data que hoje é identificada em 15 de fevereiro. Após a fundação de Roma e o posterior surgimento do Império Romano, a urbe dominante tomou emprestado o nome das festas “februas” para designar o mês em que estas aconteciam, que por essa época era o último do ano.
Março
Seu nome deriva do latim Martivs, que era o primeiro mês do calendário romano. Martivs por sua vez deriva de Mars, o nome em latim de Marte, deus romano da guerra. É curioso, mas o deus Marte tem dedicados um dia da semana e um mês.
169
Abril Se tem proposto como origem o grego aphrós, “espuma”, através da forma aphrilis. Este nome guarda uma semelhança com “Aphrodíte”, palavra grega que leva em si a palavra “espuma” e significa Afrodite, que é o nome grego de uma deusa mitológica, que os romanos chamavam Vênus. Recordemos que a deusa Afrodite nasceu da espuma, depois que Cronos castrou a Urano e lançou seus genitais no mar de Pafos (Chipre). De fato, o local do nascimento de Afrodite está bem identificado e é um conhecido local turístico em Chipre.
Maio Seu nome parece derivado da deusa romana Maia (antes denominada Bona Dea), cujo festival se celebrava neste mês. Maia é a deusa da fertilidade, da castidade e da saúde. Também era conhecida como Maia e como Fauna, por ser filha de Fauno, a divindade romana cujo equivalente grego é Pan. É representada normalmente sentada em um trono e segurando uma cornucópia. Seu atributo é a serpente, símbolo de cura, motivo porque conservavam serpentes consagradas em seu templo em Roma. Sua imagem se encontrava frequentemente nas moedas romanas antigas. O resto dos meses não possui nome de deuses romanos. 170
Junho: em honra de Junio Bruto, fundador da República romana, mas não falta quem opina que tomou seu nome da deusa Juno. Julho: em honra a Júlio Cesar (Iulius Caesar, em latim) que havia nascido no dia 12 do mês, foi renomeado para “Julius” de onde deriva “Julho”. Agosto: em honra do imperador romano Augusto Octavio (Augustus Octavius). Setembro: vem da mesma raiz latina de “séptimo”, porque era o sétimo mês no calendário romano. Outubro: provém do oitavo mês do calendário romano. Novembro: deriva de novem (“nueve” em latim), por ter sido o nono mês do calendário romano. Dezembro: provém de ter sido o décimo mês do calendário romano.
Cada vez que durante o seu dia o crente cristão utilize algum destes termos, estará apoiando implicitamente a existência destes deuses, coisa que o converteria automaticamente em “Politeísta” e quebraria o primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”. E como consequência: DIRETO PARA O INFERNO! Como são palavras de uso cotidiano, o crente permanece no contínuo pecado de adorar ou citar outros deuses. Talvez lutar por uma nova denominação para os dias da semana e meses seja a solução para esse pecado repetido do cristão. A outra opção (a mais sensata) é que deixe de utilizar o argumento do “antes e depois de Cristo” como evidência da existência de Jesus.
171
3 - Argumentos cristãos >>>
172
OK, OK... Aproveite e “explique” o que está na imagem abaixo, sobre outra fraude cristã, a da ressurreição de Jesus... E há muitas outras.
173
Imagine um tribunal onde aparecem para testemunhar sobre um crime, quatro testemunhas contando quatro versões diferentes sobre ele. O que acontecerá? Provavelmente serão acusadas de falso testemunho. ESTE É O CASO PRECISO DOS QUERIDOS EVANGELHOS DOS CRISTÃOS, SÃO TESTEMUNHOS FALSOS DE UMA HISTÓRIA MUITO MAL INVENTADA PELA IGREJA e repetida pelo *“CRENTE-PAPAGAIO” como se fosse verdade... *: Todo crente age como um papagaio, apenas repete o que lhe mandam, sem a menor preocupação em saber se não está sendo vítima de uma fraude.
174
4 - A única profecia verdadeira. >>> Todos os cristãos dos últimos 2000 anos morreram na ilusão da volta de Jesus. E você, crente, também morrerá nessa ilusão. Esta é uma profecia repetida pelos ímpios e que nunca falhou até hoje. Todos os dias morrem milhares de cristãos sem realizar a mesma ilusão: VER JESUS VINDO NO SEU CARRO-NÚVEM. O Cristianismo é 100% ilusão e uma fraude confirmada pela Bíblia.
E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. 2 Pedro 3:4
175
5 - Mais bobagens do Cristianismo >>>
COLEÇÃO FÁBULAS BÍBLICAS MAIS DE 70 VOLUMES. É GRÁTIS E SEMPRE SERÁ. Desmascarando de maneira simples, com a Bíblia e com o raciocínio lógico mais básico possível, todas as mentiras do cristianismo, usadas para enganar e explorar pessoas bobas e ingênuas com histórias falsas, plágios descarados, fábulas infantis, contos engraçados e costumes primitivos de povos primitivos e ignorantes da idade do bronze.
LER ONLINE OU BAIXAR http://es.scribd.com/jairo_luis_1 DOWNLOAD 4SHARED VOLUMES INDIVIDUAIS OU TODOS http://www.4shared.com/folder/3zU2dz2o/COLEO_FBULAS_BBL ICAS.html DOWNLOAD DIRETO TODOS OS VOLUMES DISPONÍVEIS EM ARQUIVO ÚNICO DE MAIS DE 300 MB https://www.sugarsync.com/pf/D0297736_98010216_94119
COLEÇÃO FÁBULAS MÓRMONS - MAIS DE 2500 PÁGINAS
LER ONLINE OU BAIXAR http://es.scribd.com/jairo_luis_1 DOWNLOAD 4SHARED VOLUMES INDIVIDUAIS OU A PASTA TODA http://www.4shared.com/folder/NeRGFeff/COLEO_FBULAS_MR MONS.html DOWNLOAD DIRETO TODOS OS VOLUMES DISPONÍVEIS > 112MB https://www.sugarsync.com/pf/D0297736_83480671_12202
176
Mais conteúdo recomendado
177
Livros recomendados
570 páginas Mentiras Fundamentais da Igreja Católica é uma análise profunda da Bíblia, que permite conhecer o que se deixou escrito, em que circunstâncias, quem o escreveu, quando e, acima de tudo, como tem sido pervertido ao longo dos séculos. Este livro de Pepe Rodriguez serve para que crentes e não crentes encontrem as respostas que sempre buscaram e posaam ter a última palavra. É uma das melhores coleções de dados sobre a formação mitológica do cristianismo no Ocidente. Um a um, magistralmente, o autor revela aspectos mais questionáveis da fé judaico-cristã.
317 páginas Com grande rigor histórico e acadêmico Fernando Vallejo desmascara uma fé dogmática que durante 1700 anos tem derramado o sangue de homens e animais invocando a enteléquia de Deus ou a estranha mistura de mitos orientais que chamamos de Cristo, cuja existência real ninguém conseguiu demonstrar. Uma obra que desmistifica e quebra os pilares de uma instituição tão arraigada em nosso mundo atual. Entrevista AQUI.
com
o
autor
198 páginas Originally published as a pamphlet in 1853, and expanded to book length in 1858, The Two Babylons seeks to demonstrate a connection between the ancient Babylonian mystery religions and practices of the Roman Catholic Church. Often controversial, yet always engaging, The Two Babylons comes from an era when disciplines such as archeology and anthropology were in their infancy, and represents an early attempt to synthesize many of the findings of these areas and Biblical truth.
178
600 páginas
600 páginas
“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner sobre a política dos Papas no século XX, uma obra surpreendentemente silenciada peols mesmos meios de comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro de João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a força de fé e obediência. Eu sei que não está na moda julgar a religião por seus efeitos históricos recentes, exceto no caso do fundamentalismo islâmico, mas alguns exercícios de memória a este respeito são essenciais para a compreensão do surgimento de algumas monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras tão atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no País Basco”. Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. “Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma ampla e sólida informação sobre esse período da história da Igreja na sua transição de uma marcada atitude de condescendência com regimes totalitários conservadores até uma postura de necessária acomodação aos sistemas democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda Guerra Mundial”.
312 páginas "Su visión de la historia de la Iglesia no sólo no es reverencial, sino que, por usar una expresión familiar, ‘no deja títere con cabeza’. Su sarcasmo y su mordaz ironía serían gratuitos si no fuese porque van de la mano del dato elocuente y del argumento racional. La chispa de su estilo se nutre, por lo demás, de la mejor tradición volteriana." Fernando Savater. El País, 20 de mayo de 1990
Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de 1995. Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para comprar (Amazon) clique nas imagens.
179
136 páginas
480 páginas
304 páginas
De una manera didáctica, el profesor Karl Deschner nos ofrece una visión crítica de la doctrina de la Iglesia católica y de sus trasfondos históricos. Desde la misma existencia de Jesús, hasta la polémica transmisión de los Evangelios, la instauración y significación de los sacramentos o la supuesta infalibilidad del Papa.
“Se bem que o cristianismo esteja hoje à beira da bancarrota espiritual, segue impregnando ainda decisivamente nossa moral sexual, e as limitações formais de nossa vida erótica continuam sendo basicamente as mesmas que nos séculos XV ou V, na época de Lutero ou de Santo Agostinho. E isso nos afeta a todos no mundo ocidental, inclusive aos não cristãos ou aos anticristãos. Pois o que alguns pastores nômadas de cabras pensaram há dois mil e quinhentos anos, continua determinando os códigos oficiais desde a Europa até a América; subsiste uma conexão tangível entre as ideas sobre a sexualidade dos profetas veterotestamentarios ou de Paulo e os processos penais por conduta desonesta em Roma, Paris ou Nova York.”
"En temas candentes como los del control demográfico, el uso de anticonceptivos, la ordenación sacerdotal de las mujeres y el celibato de los sacerdotes, la iglesia sigue anclada en el pasado y bloqueada en su rigidez dogmática. ¿Por qué esa obstinación que atenta contra la dignidad y la libertad de millones de personas? El Anticatecismo ayuda eficazmente a hallar respuesta a esa pregunta. Confluyen en esta obra dos personalidades de vocación ilustradora y del máximo relieve en lo que, desde Voltaire, casi constituye un Género literario propio: la crítica de la iglesia y de todo dogmatismo obsesivamente
.
Todos estos asuntos son estudiados, puestos en duda y expuestas las conclusiones en una obra de rigor que, traducida a numerosos idiomas, ha venido a cuestionar los orígenes, métodos y razones de una de las instituciones más poderosas del mundo: la Iglesia católica.
Karlheinz Deschner.
180
1 – (365 pg) Los orígenes, desde el paleocristianismo hasta el final de la era constantiniana
2 - (294 pg) La época patrística y la consolidación del primado de Roma
3 - (297 pg) De la querella de Oriente hasta el final del periodo justiniano
4 - (263 pg) La Iglesia antigua: Falsificaciones y engaños
5 - (250 pg) La Iglesia antigua: Lucha contra los paganos y ocupaciones del poder
6 - (263 pg) Alta Edad Media: El siglo de los merovingios
181
7 - (201 pg) Alta Edad Media: El auge de la dinastía carolingia
8 - (282 pg) Siglo IX: Desde Luis el Piadoso hasta las primeras luchas contra los sarracenos
9 - (282 pg) Siglo X: Desde las invasiones normandas hasta la muerte de Otón III
Sua obra mais ambiciosa, a “Historia Criminal do Cristianismo”, projetada em princípio a dez volumes, dos quais se publicaram nove até o presente e não se descarta que se amplie o projeto. Tratase da mais rigorosa e implacável exposição jamais escrita contra as formas empregadas pelos cristãos, ao largo dos séculos, para a conquista e conservação do poder. Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado de difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).
182
414 páginas LA BIBLIA DESENTERRADA Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director del instituto de arqueología de la Universidad de Tel Aviv y coresponsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe igualmente importantes contribuciones a los recientes datos arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina (excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de Cisjordania. Es un libro que es necesario conocer.
639 páginas EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura. El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.
183
513 páginas En esta obra se describe a algunos de los hombres que ocuparon el cargo de papa. Entre los papas hubo un gran número de hombres casados, algunos de los cuales renunciaron a sus esposas e hijos a cambio del cargo papal. Muchos eran hijos de sacerdotes, obispos y papas. Algunos eran bastardos, uno era viudo, otro un ex esclavo, varios eran asesinos, otros incrédulos, algunos eran ermitaños, algunos herejes, sadistas y sodomitas; muchos se convirtieron en papas comprando el papado (simonía), y continuaron durante sus días vendiendo objetos sagrados para forrarse con el dinero, al menos uno era adorador de Satanás, algunos fueron padres de hijos ilegítimos, algunos eran fornicarios y adúlteros en gran escala...
326 páginas Santos e pecadores: história dos papas é um livro que em nenhum momento soa pretensioso. O subtítulo é explicado pelo autor no prefácio, que afirma não ter tido a intenção de soar absoluto. Não é a história dos papas, mas sim, uma de suas histórias. Vale dizer que o livro originou-se de uma série para a televisão, mas em nenhum momento soa incompleto ou deixa lacunas.
480 páginas Jesús de Nazaret, su posible descendencia y el papel de sus discípulos están de plena actualidad. Llega así la publicación de El puzzle de Jesús, que aporta un punto de vista diferente y polémico sobre su figura. Earl Doherty, el autor, es un estudioso que se ha dedicado durante décadas a investigar los testimonios acerca de la vida de Jesús, profundizando hasta las últimas consecuencias... que a mucha gente le gustaría no tener que leer. Kevin Quinter es un escritor de ficción histórica al que proponen escribir un bestseller sobre la vida de Jesús de Nazaret.
184
576 páginas
380 páginas
38 páginas
First published in 1976, Paul Johnson's exceptional study of Christianity has been loved and widely hailed for its intensive research, writing, and magnitude. In a highly readable companion to books on faith and history, the scholar and author Johnson has illuminated the Christian world and its fascinating history in a way that no other has.
La Biblia con fuentes reveladas (2003) es un libro del erudito bíblico Richard Elliott Friedman que se ocupa del proceso por el cual los cinco libros de la Torá (Pentateuco) llegaron a ser escritos. Friedman sigue las cuatro fuentes del modelo de la hipótesis documentaria pero se diferencia significativamente del modelo S de Julius Wellhausen en varios aspectos.
An Atheist Classic! This masterpiece, by the brilliant atheist Marshall Gauvin is full of direct 'counter-dictions', historical evidence and testimony that, not only casts doubt, but shatters the myth that there was, indeed, a 'Jesus Christ', as Christians assert.
185
391 páginas PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos por el clero o por cualquier otro, son tratados como "delitos", no como "pecados", ya que en todos los ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se tipifican como un delito penal las conductas sexuales con menores a las que nos vamos a referir. Y comete también un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, encubre u ordena encubrir esos comportamientos deplorables. Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone, ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede verse como un "pecado" -según el término católico-, jamás puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que se ignora conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento jurídico interno que le es propio, como desde la praxis cotidiana de sus prelados.
Robert Ambelain, aunque defensor de la historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia en estas líneas la descripción que hace en anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la descripción oficial de la iglesia sino a uno rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca que fue mitificado e inventado, tal y como se conoce actualmente, por Paulo, quién, según Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha religión, y quien además usó todos los arquetipos de las religiones que sí conocía y en las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y persas) arropándose en los conocimientos sobre judaísmo de personas como Filón para crear a ese personaje. Este extrajo de cada religión aquello que atraería a las masas para así poder centralizar su nueva religión en sí mismo como cabeza visible de una jerarquía eclesiástica totalmente nueva que no hacía frente directo al imperio pero si a quienes oprimían al pueblo valiéndose de la posición que les había concedido dicho imperio (el consejo judío).
186
Referências: O Quebra-cabeças de Jesus - Earl Doherty Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, Pepe Rodríguez, 4ª edição ampliada. http://ateismoparacristianos.blogspot.com/ http://www.ateoyagnostico.com/ www.bibliaonline.com.br Bíblia Sagrada (várias edições)
187