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Coleção fábulas Bíblicas Volume 30
EVIDÊNCIAS
FALSAS DE JESUS CRISTO
JL
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Sumário 1 2 3 4
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O que escreveram sobre Jesus em seu tempo?....................................... 5 Uma verdade fatal para Jesus Cristo ..................................................... 8 As mentiras dos escribas >>> ............................................................. 9 Josefo (37-100) ................................................................................11 1 2 3 4 5 6 7
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Mas espere um momento … .........................................................15 Josefo não sabe nada dos cristãos ................................................16 Algumas anomalias: ....................................................................17 A questão do contexto .................................................................18 A realidade ................................................................................21 O “Josefo árabe” .........................................................................22 O texto ......................................................................................23
5 - Justo de Tiberíades ............................................................................25 1 - Suspeitos de costume .................................................................25 6 - Plinio, o jovem (61-115) ....................................................................27 7 - Caio Suetônio (69-140) ......................................................................31 8 - Cornélio Tácito (55-117) ....................................................................35 1 - Uma lacuna conveniente ..............................................................37 2 - Gibbon em Tácito .......................................................................38 3 - Um monge do século XI corrige Tácito: os “extras” “cristãos” ...........39 9 - Os rabinos conheciam Jesus? ..............................................................41 10 - Existe alguma fonte do tempo de Jesus? .............................................44 1 2 3 4
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Dos autores cristãos não testamentários: ......................................45 Dos textos apócrifos: ..................................................................46 Das fontes seculares: ..................................................................47 A escuridão sobre toda a terra? ....................................................49
11 - Talo e Phlegon teriam se horrorizado pelo mau uso de seu trabalho. ......53 1 - A escuridão de Talo .....................................................................54 12 - Mais bobagens do Cristianismo >>> ..................................................56 Mais conteúdo recomendado .............................................................57 Livros recomendados .......................................................................58
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Como um fantasma o filho de Deus andou sobre a terra. Como um fantasma é idolatrado pelos cristãos. JL
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1 - O que escreveram sobre Jesus em seu tempo?
Cristãos adoram dizer: “Jesus era muito famoso em seu tempo”. No entanto, apesar dele pregar diariamente no templo, Judas teve que mostrar aos seus supostos ouvintes quem era ele, com o famoso beijo. Mas o que os historiadores famosos de seu tempo falaram sobre ele? NADA ... NADA ... NADA! 5
Flávio Josefo (37-100 DC) Nada +2 parágrafos falsos Filon de Alexandria (10 AC - 50 DC) Nada Plínio, o Velho (23-79 DC) Nada Arriano (92 - 175 DC) Nada Petrônio (27- 66 DC) Nada Díon Pruseus Paterculus (19 AC – 31 DC) Nada Paterculus (19 a.C – 31 DC) Nada Suetônio (69-141 DC) Nada Decimus Iunius Iuvenalis (final 1º Século) Nada Marco Valério Marcial (38 – 103 DC) Nada Aulo Pérsio Flaco (34 – 62 DC) Nada Plutarco de Queroneia (46 a 126 DC.) Nada Caio Plínio Cecílio, o Moço (62 - 114 DC) Nada Tácito o Pensador (55 - 120 DC) Nada +2 parágrafos falsos Justus de Tiberíades (66–70/73) Nada Apolônio de Thyana (01-80 DC) Nada M. Fábio Quintiliano (35-96 DC) Nada Marcus Annaeus Lucanus (39-65 DC) Nada Eptectus Hermógenes (55 - 135 DC) Nada Hermógenes de Frígia (25 – 101 DC) Nada Sílio Itálico (25 – 101 DC) Nada Publius Papinius Statius (45-96 DC) Nada Cláudio Ptolemeu (90-168 d.C) Nada Apiano de Alexandria (95-165 DC) Nada Flégon de Trales (Século I/II) Nada Fedro (Macedônia) (30/15 DC. – 44/50 DC) Nada Valério Máximo (Século I/II) Nada Luciano (romano) (início Século II) Nada Pausânias – (geólogo) (115 - 180 DC.) Nada Floro Lúcio de Alexandria (Século I/II) Nada Quinto Cúrcio (10 DC - 54 DC) Nada Aulo Gélio (125 - 180 DC.) Nada Díon Crisóstomo (40 – 120 DC) Nada Columella (Lucius Moderatus) (04 – 70 DC) Nada Valério Flaco (Poeta) (Final Século I) Nada Dâmis (discípulo de Thyana) (66 DC) Nada Favorino di Arles (80 – 160 DC) Nada Claudio Lísias (Século I) Nada Pompônio Mela (Século I) Nada Teão de Smyrna (Século I) Nada Estes poderiam ter esbarrado com Jesus no meio da rua: Filon de Alexandria (10 AC - 50 DC) Nada
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Plínio, o Velho (23-79 DC) Petrônio (27- 66 DC) Paterculus (19 AC – 31 DC) Apolônio de Thyana (01-80 DC) Sílio Itálico (25 – 101 DC) Quinto Cúrcio (10 AC - 54 DC) Columella (Lucius Moderatus) (04 – 70 DC) Paulo, o falso apóstolo.
Nada Nada Nada Nada Nada Nada Nada *Nada
*Nada pode ser mais suspeito que Paulo – outro desconhecido histórico - ter vivido no mesmo tempo e lugar de Jesus, perseguindo cristãos sem jamais tê-lo conhecido pessoalmente. Pela sua condição, ele deveria ter participado da captura e crucificação de Jesus, mas nada, jamais falou tê-lo visto em carne e osso. Jesus Cristo não passa de uma grande trollagem de idiotas.
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2 - Uma verdade fatal para Jesus Cristo
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3 - As mentiras dos escribas >>>
De todas a mentiras criadas pelo cristianismo e das meias verdades que tem difundido, uma das maiores é a de que existem “testemunhos” seculares que provam que seu personagem de ficção favorito, Jesus “de Nazaré” existiu tal como narra a Bíblia. Esta mentira, assim como todo o resto das mentiras propagadas por esta seita, cresceu graças à propaganda contínua e ao apoio de certos líderes e soberanos ao longo dos séculos. Uma mentira contada ad infinitum por fim acaba se convertendo em verdade. Ou pelo menos isso aconteceu para a maioria que nem sequer prefere investigar e a quem agradam as mentiras agradáveis e simplórias que lhes façam levar uma vida mais simples, cheia de contos e fantasias. Mas para os inquietos e investigadores, esta 9
propaganda lhes é menos importante que a verdade, uma vez conhecidos os fatos e as evidências, ninguém volta ser o mesmo. Estes fatos não deveriam ser corrompidos pelo bando vencedor, e menos ainda quando esse bando proclama verdades para tentar manter seu status. E a verdade é que, longe do que pretende esta seita monoteísta, os fatos reais nunca lhes caíram bem. Vejamos um resumo dessas fontes uma por uma e se essas fontes podem ou não confirmar suas afirmações.
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4 - Josefo (37-100) Flavio Josefo, um historiador judeu-romano muito respeitado e citado pelos primeiros cristãos, que eram leitores apaixonados de seu trabalho, foi um nativo da Judeia que viveu no século I de nossa era. Além disso, Josefo foi o governador da Galileia durante algum tempo (antes da guerra do ano 70) – a mesma província onde supostamente Jesus fez suas “maravilhas”. Embora só tenha nascido no ano 37, portanto, não era um testemunho da época do personagem fictício Jesus, Josefo vivia em Canaã, a mesma cidade em que se diz que Cristo teria realizado seu primeiro “milagre”, aquele do vinho, plagiado de Dionísio. Jesus e Dionísio - o plágio descarado A igreja Católica celebrava o dia do primeiro milagre de Jesus em 6 de Janeiro ou a Epifania. Esta festa celebrava a revelação do poder do Senhor. O curioso disto é que antes do surgimento da história de Jesus e seus borrachos, já se comemorava esta data, à qual correspondia a manifestação do poder de outro deus pagão, com seu milagre associado ao vinho: Eram as festas de Dionísio, com seu milagre tradicional de manifestação que consistia em: CONVERTER ÁGUA EM VINHO. Notou alguma semelhança? Dionísio fazia com que em seu templo em Elis, no dia de sua festa, frascos vazios se enchessem de vinho e na ilha de Andros fluia de uma fonte ou no seu templo, vinho em vez de água. O milagre das bodas de Canaã não foi a transformação da água em vinho, mas a transformação do
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deus cristão em uma espécie de deus do vinho. Como disse o grande teólogo e exegeta evangélico Rudolf Bultmann em seu livro “Evangelho de João”: “Sem dúvida, a história (bodas de Canaã) foi tomada de uma lenda pagã e transferida para Jesus.”. Este paralelismo não é outra coisa que uma consequência das transformações e decisões de Constantino I e dos primeiros Concílios Ecumênicos que buscavam agradar tanto a pagãos e cristãos. Muitos teólogos modernos descartam a veracidade e literalidade desta história e a consideram só uma fábula (plagiada). Se o primeiro milagre de Jesus é um plágio descarado do paganismo romano, o que tem de verdade no resto? Provavelmente nada!
Os dois livros principais de Josefo são “Guerra dos Judeus” e “Antiguidades Judaicas”. Nestas obras complementares, a primeira escrita nos anos 70 e a última nos 90 de nossa era, Josefo menciona cada personagem notável da Palestina e descreve cada evento importante que se produziu ali durante os primeiros setenta anos da era cristã. À primeira vista, Josefo parece ser a resposta a todos os sonhos do apologista cristão. Em um só parágrafo (o chamado Testemunho Flaviano) Josefo confirma todos os aspectos salientes do Cristo-mitológico: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
A existência de Jesus. Seu estado “mais humano”. Seu trabalho fazendo milagres. Seu ensinamento. Seu ministério entre os judeus e gentios. Seu messianismo. Sua condenação dos sacerdotes judaicos. Sua condenação pelas mãos de Pilatos. Sua morte na cruz. 12
10.A devoção de seus seguidores. 11.Sua ressurreição ao terceiro dia. 12.Sua aparição depois da morte. 13.O cumprimento da profecia divina. 14.A exitosa continuidade dos cristãos. E tudo isto em apenas 127 palavras! É um milagre! Pelo menos isto é o que devem pensar certos apologistas, já que citando um deles, segundo ele: “Há 2 coisas que aprendemos desses autores não cristãos a respeito de Jesus”: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
“Viveu durante o reinado de Tibério Cesar. Viveu uma vida virtuosa As pessoas acreditavam que fazia maravilhas. Tinha um irmão chamado Tiago. Foi aclamado por alguns como o messias. Foi crucificado sob Poncio Pilatos. Foi crucificado durante o tempo da Páscoa judaica. Escuridão e um terremoto ocorreram quando ele morreu. Seus discípulos creram que se levantou de entre os mortos. 10.Seus discípulos estavam dispostos a morrer por sua crença. 11.O cristianismo se espalhou rápido e chegou até Roma. 12.Seus discípulos negavam os deuses romanos e adoravam Jesus como um deus.” Qualquer um esperaria que este apologista mostrasse, além desses pontos, que autores contemporâneos os citam, mas este não é o caso. Se alguém quer saber de quais “autores contemporâneos” este crente extrai essas citações (os mesmos 13
pontos do suposto testemunho de Josefo), podem ver uma por uma a seguir, onde mostraremos as fontes mais próximas à suposta época de Jesus:
A primeira a extraiu do texto de Tácito (Anais, 15:44:2-3). A única fonte secular que menciona isto. A segunda a extraiu do texto de Josefo (Antiguidades judaicas, 18:3:3) A terceira, de novo, pertence ao texto de Josefo. A quarta, para rematar, pertence também a Josefo. (Antiguidades judaicas, 20) A quinta é também mencionada unicamente no texto de Josefo. A sexta pertence de novo ao texto interpolado de Josefo e a Tácito quando este menciona em que acreditavam os cristãos. A sétima pertence aos evangelhos. A oitava pertence também aos evangelhos. A nona volve a pertencer aos evangelhos. Da décima, este apologista omite que Plínio, o autor que faz menção sobre isto, também acrescenta que, embora muitos cristãos estivessem dispostos a morrer por sua crença, outros negaram essa crença para salvar suas vidas (Epist. X, XCVI, C. Plinius Traiano Imperatori) A décima primeira é simplesmente outra das diatribes do cristianismo expostas no Novo testamento. A décima segunda extraiu, de novo, de Plínio, o jovem.
Basicamente, o apologista se serviu do que foi afirmado em suas já velhas e conhecidas fontes seculares (neste caso 3) e nos evangelhos, para afirmar que “existem muitos autores e também contemporâneos que afirmam tais pontos”. Porém sendo coerentes, nenhuma dessas fontes, incluindo Josefo, é 14
contemporânea a Jesus, o que já de cara faz dito argumento cair sob seu próprio peso. 1 - Mas espere um momento … Nenhum escritor antes do século IV – nem Justino, nem Irineu, nem Clemente de Alexandria, nem Tertuliano, nem Cipriano, nem Arnóbio, etc – em todas as suas defesas contra a hostilidade pagã, fazem sequer uma única referência às maravilhosas palavras de Josefo. Orígenes ‘Pai’ da Igreja do século III, por exemplo, passou a metade de sua vida mantendo um debate de um quarto de milhão de palavras discutindo contra escritores pagãos como Celso. Orígenes recorreu a todo tipo de provas e testemunhos para seus argumentos em sua férrea defesa da cristandade. Orígenes cita Josefo amplamente, mas mesmo ele não faz uma só referência a este “ponto de ouro” de Josefo, o que teria sido uma refutação final. Na realidade, Orígenes chegou a dizer que Josefo “não crê em Jesus como o Cristo.” Anulando com isto, não só o primeiro parágrafo interpolado, mas também o segundo (a citação de Tiago).
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Orígenes não citou a “seção dourada” porque este ponto ainda não tinha sido escrito. Estava ausente das primeiras cópias das obras de Josefo, e não apareceu na terceira versão do século de Orígenes, referenciado em seu Contra Celso. 2 - Josefo não sabe nada dos cristãos Foi ao redor do ano 53 quando Josefo decidiu investigar as seitas entre os Judeus. Segundo a fábula do evangelho, este foi um período de crescimento explosivo da fé cristã: “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galileia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.” – Atos 9:31. Este é também o momento do chamado “Concílio de Jerusalém”, quando supostamente Paulo brindou os irmãos com contos de “milagres e prodígios” entre os gentios (Atos 15:12). Entretanto, Josefo não sabia nada de tudo isto:
“Quando eu tinha 16 anos, me decidi a conseguir experiência com as diversas seitas que estão entre nós. Estas são três: como dissemos muita vezes, a primeira, a dos fariseus, a segunda, a dos saduceus, a terceira, a dos essênios. Porque eu pensava que desta maneira, eu escolheria melhor. Sim, examinei cuidadosamente a todas. Portanto, sometendo-me a um estrito treinamento, passei através dos três grupos.” – Guerra dos judeus, Vida, 2. (Vida de Josefo).
E mesmo décadas depois, em Antiguidades judaicas, Josefo volta a mencionar todas as seitas conhecidas sem incluir de novo aos cristãos, (Livro XVIII, Cap I, 2) mas incluindo outra. Josefo em outro lugar descreve uma “quarta seita de filosofia judaica” e informa que se tratava de uma “epidemia de loucura” que agitava 16
todo o país. Mas não tem nada a ver com o cristianismo e sua super estrela:
“Além destas três seitas, Judas, o Galileu introduziu uma quarta. Seus seguidores imitam os fariseus, mas amam de tal maneira a liberdade que a defendem violentamente, considerando que só Deus é seu governante e senhor. Não lhes importa que ocorram muitas mortes ou suplícios de parentes ou amigos quaisquer, com o objetivo de não admitir nenhum homem como amo … …Esta loucura começou a manifestar-se em nosso povo sob o governo de Gesio Floro, durante o qual, pelos excessos de sua violência, resolveram rebelar-se contra os romanos. Estas são as seitas filosóficas existentes entre os judeus. “Antiguidades judaicas, Livro XVIII, Cap I, 6”.
Nada poderia ilustrar melhor a natureza falsa do “Testemunho” que o conteúdo restante da obra de Josefo.
3 - Algumas anomalias: 1 - Como Josefo poderia afirmar que Jesus havia sido a resposta à espera messiânica judaica e continuar sendo um Judeu ortodoxo? O absurdo disso obriga alguns apologistas cristãos a fazer a ridícula afirmação de que Josefo era um cristão que não tinha saído do armário!
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2 - Se Josefo realmente pensava que Jesus tinha sido ‘o Cristo’ seguramente teria acrescentado muito mais sobre ele que só um parágrafo, uma seção ocasional ao lado da história de outra pessoa (Pilatos). De fato, Josefo relata muito mais sobre João Batista, que sobre o suposto Jesus do cristianismo! Inclusive informa em detalhes as travessuras de outros autoproclamados messias, entre eles Judas da Galileia; Teudas, o Mago e o anônimo messias “Judeu egípcio”. E mais, dedica todo um parágrafo para relatar o julgamento de Albino contra um Jesus, filho de um campesino, que pregava, criou uma confusão no templo e foi açoitado (A guerra dos judeus”, Livro VI, 300-309), só que este Jesus não é filho de um José, mas de um Ananias e o procurador não é Pilatos, mas Albino, sucessor de Festo. Chama atenção que apesar de Josefo confirmar tudo o que os cristãos poderiam desejar, não acrescenta nada que já não estivesse nas narrações dos evangelhos, nada que não fosse já conhecido pelos cristãos de finais do primeiro século e começo do segundo. 4 - A questão do contexto Antiguidades 18 se refere principalmente a “todo tipo de desgraças” que aconteceram aos judeus durante um período de trinta e dois anos (4-36 DC). Josefo começa com o impopular imposto introduzido pelo governador romano Cireno (Quirino) em 6 DC. Apresenta uma sinopse dos três partidos judaicos estabelecidos (fariseus, saduceus e essênios), mas sua verdadeira pedreira é a “quarta 18
seita filosófica … que sentou as bases de nossas futuras misérias.” Essa foi a seita de Judas, o Galileu “que antes, no entanto, nós não conhecíamos.” No mesmo ponto em que poderíamos esperar uma menção dos “cristãos” (se tivesse existido tal seita), o que temos em seu lugar é o castigo aos rebeldes de impostos! Veja outra tradução do mesmo texto: “Foi na época de Gesio Floro [64-66] que o país começou a aumentar sua raiva contra este império, que era nosso procurador, e que levou os judeus a enlouquecerem contra ele pelo abuso de sua autoridade, o que lhes fez rebelar-se contra os romanos. Estas são as seitas que existem da filosofia judaica.” “Não lhes importa que se produzam muitas mortes ou suplícios de parentes ou amigos, com o objetivo de não admitirem a nenhum homem como amo”. Não soa um pouco familiar? Capítulo 2 Fala das cidades construídas em honra aos romanos, das mudanças frequentes de sumo sacerdote (até Caifás) e dos procuradores romanos (até Poncio Pilatos); e também da agitação em Partia. Capítulo 3 O que contém o “Testemunho” como terceiro parágrafo. Se refere essencialmente as tentativas de Pilatos para implantar o sistema romano em Jerusalém. Com sua primeira política – a colocação de bandeiras de César em Jerusalém – Pilatos se viu obrigado a dar marcha a ré por causa dos protesto judaicos inesperados em 19
Cesareia. Com sua segunda política – brindando Jerusalém com um novo aqueduto construído com fundos sequestrados do Templo, Pilatos se preparou para o protestos judaicos. As armas ocultas de seus soldados causaram muito derramamento de sangue. Aqui se introduz o parágrafo sobre Jesus! Imediatamente depois, Josefo continua: “E ao mesmo tempo outra terrível desgraça confundia os judeus … “ Não há maneira de como Josefo, que seguia sendo um judeu ortodoxo por toda a sua vida e defendeu o judaísmo a gritos contra os críticos gregos, tivesse pensado que a execução de um pretendente messiânico qualquer fosse “outra desgraça terrível” para os judeus. Isto sem dúvida provém da mão de um escritor cristão onde ele mesmo transforma a morte de Jesus em uma tragédia judaica (Encaixando com sua própria noção de uma raça teimosa, rejeitada por Deus, porque eles haviam rejeitado o filho de Deus).
Com o parágrafo terceiro eliminado do texto do capítulo, se lê melhor. O “massacre do aqueduto” justifica agora “outra terrível desgraça.”
4. A afirmação final de que os cristãos “não se extinguiram neste dia” confirmam que o que denominam como “Testemunho” é uma interpolação posterior. O quanto mais tarde não é possível determinar, mas não resta dúvida que não existiu nenhuma “tribo dos cristãos” durante a vida de Josefo. O cristianismo, sob esse 20
apelido, não se estabeleceu até o segundo século. Fora este único parágrafo falso - em todas as grandes histórias de Josefo - não há nem uma só referência ao cristianismo em nenhum lugar.
5. A linguagem hiperbólica é característica do historiador:
“… Como os divinos profetas haviam predito estas e outras dez mil coisas maravilhosas sobre ele.” Isto é material de propaganda cristã.
6 . O Testemunho é bastante curto para ser considerado uma verdadeira digressão na narrativa de Josefo. (O material certamente merece mais atenção do que recebe.) Mas um copista, trabalhando com rolos de uma longitude fixa, teria tido pouco espaço para espalhar-se.
5 - A realidade
O parágrafo de Josefo sobre de Jesus não aparece até princípios do século IV, na época de Constantino. O bispo Eusébio, o grande propagandista e mentiroso da igreja confessa-de-deus, foi a primeira pessoa que se sabe que citou este parágrafo de Josefo, por volta do ano 340. Isso foi depois que os cristão tivessem se convertido nos guardiões da correção religiosa. Bibliotecas inteiras da antiguidade foram incendiadas pelos cristãos. Entretanto, a diferença das obras de seus contemporâneos judeus, a história dos judeus de Josefo sobreviveu. Sobreviveu porque os censores cristãos tinham um 21
uso para ela. Plantaram a evidência em Josefo, e o historiador judeu deu um giro de 180 graus na sua fé convertendo-se em um testemunho de Jesus Cristo! Ao NÃO encontrar referências a Jesus em nenhum lugar da obra genuína de Josefo, interpolaram uma breve, mas abrangente referência baseada puramente na fé cristã. Nem precisa pensar muito para identificar o próprio Eusébio como o falsificador. Sancionados pela propaganda imperial todos os comentaristas cristãos durante os próximos treze séculos aceitaram incondicionalmente todo o Testemunho Flaviano, junto com sua declaração de que Jesus “era o Messias.” E mesmo os eruditos cristãos do século 21, que deveriam saber melhor como revelar uma versão truncada do ‘parágrafo de ouro’, apesar de todos os especialistas atualmente descartarem essa interpolação, em uma tentativa grosseira conservam intata a mensagem interpolada de Josefo. 6 - O “Josefo árabe” Em uma novela que adorna a noção de um judeu ortodoxo dando testemunho de Jesus, os defensores da fé nos últimos tempos lançaram uma versão árabe do texto de Josefo em sua pilha de provas duvidosas. A revisão árabe saiu à luz em 1971 pelo professor Schlomo Pines da Universidade Hebraica de Jerusalém. O próprio Pines se manteve cauteloso sobre suas afirmações sem mencionar sua autenticidade, mas os irmãos cristãos não têm as mesmas reservas. Tal é seu desespero por manter Josefo na lista dos testemunhos de Jesus que lhes importa o mínimo. 22
A obra em questão é na realidade uma história do mundo escrita no ano de 941/942 por um bispo cristão e árabe, Agápio de Hierápolis. Sua História mundial conserva, na tradução ao árabe, uma versão do Testemunho Flaviano sem as interpolações cristãs mais evidentes. Mas o que pode realmente provar uma cópia do século dez? Nada! 7 - O texto
“Por este tempo existiu um homem de nome Jesus. Sua conduta era boa e era considerado virtuoso. Muitos judeus e gente de outras nações se converteram em seus discípulos. Os convertidos em seus discípulos não o abandonaram. Relataram que tinha lhes aparecido três dias depois de sua crucificação e que estava vivo. Segundo isto foi talvez o messias de quem os profetas haviam contado maravilhas.”
As afirmações de que a passagem árabe data do século quarto são insustentáveis, pois a escrita árabe surgiu em torno do século VI. Além disso Agápio era um cristão melquita (pró-Bizâncio) em um momento de intensificação da islamização de sua Síria natal. O que ele escreveu foi politicamente correto para sua época. Uma nova dinastia chiíta Hamdani havia se estabelecido apenas 50 milhas de distância, em Aleppo. Seu primeiro príncipe, Sayf ad Dawlah (“a espada do Estado”), começou um século de ataques persistentes contra Bizâncio. A paráfrase de uma versão siríaca de Josefo de um original grego de Agápio ‘menciona de forma mais significativa a “condenação à morte” de Jesus Cristo, mas não de que Jesus Cristo estivesse “vivo” 3 dias depois de sua morte – em outras palavras, uma compatibilidade cuidadosamente equilibrada com a opinião de Muhammad sobre Jesus como um profeta que não morreu na cruz. 23
Em resumo: o Josefo árabe não é uma evidência válida do deushomem cristão e só serve para confundir os incautos. O texto árabe é simplesmente uma versão politicamente correta do texto já interpolado que andava circulando desde o século IV.
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5 - Justo de Tiberíades Justo também foi um historiador, um rival de Josefo e da mesma região. Talvez seu trabalho não fosse tão facilmente manipulável – suas histórias não eram conhecidas durante a “Idade negra cristã” e estão – como se diz – “perdidas para nós”. Entretanto podemos saber sobre ele graças a citações feitas por outros escritores, assim como ocorre com Celso:
“Eu li a cronologia de Justo de Tiberíades … e está sob os preconceitos judaicos, como ele próprio era também um judeu de nascimento, que não faz uma só menção de Jesus, do que lhe aconteceu ou dos milagres que fez.” Focio, patriarca de Constantinopla, século IX
Os apologistas cristãos, por sua própria conveniência, desfocam a distinção entre a evidência de Jesus e a evidência dos cristãos. Isso é mais ou menos como se um menino que acredita no Papai Noel apresente isso como evidência de que a Fada dos Dentes realmente existiu. (Eu acredito no Papai Noel, então isso prova que a Fada dos Dentes existiu). Ou como se tomássemos o testemunho de um menino que apresenta como evidência da existência do Papai Noel, o fato de que outro menino acredita nele. 1 - Suspeitos de costume Não há dúvida de que existiam cristãos, desde os primeiros anos do século II e – como judeus heréticos e sob diversos nomes – até uma geração antes (entre meados e finais do século I). Afinal de contas a crença em um messias (um “Christó” em grego, “ungido”) era endêmica entre os judeus. Inclusive em uma das 25
quatro seitas existentes, a dos essênios, circulava a lenda de um “Mestre de justiça” ao qual adoravam. É fato sabido que a região ao norte de Israel, a Galileia, era uma região considerada pelos judeus como paganizada e que se chamava “Galileia dos pagãos” devido a este fato. Porém a crença em um Cristo celestial não equivale a crer em Jesus de Nazaré como ‘uma pessoa de carne e osso’ – e quando se examinam os pontos de vista ‘heréticos’ e ‘gnósticos’ dos primeiros cristãos sobre Jesus de Nazaré, este está notavelmente ausente. Ressaltando também que a crença em um “Jesus de Nazaré” não faz dele uma realidade – é só a crença de que é uma realidade. E como sempre na história do cristianismo, nas mãos dos escribas, aumenta a falsificação do que os antigos escritores escreveram.
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6 - Plinio, o jovem (61-115) Ao redor de 112 DC, na correspondência entre o imperador Trajano e o governador da província do Ponto / Bitinia, Plinio o jovem, faz referência aos cristãos pela primeira vez. O famoso Plinio reporta ao seu imperador:
... “Eles declararam que todo seu erro ou sua falta consistia em reunir-se em alguns dias fixos antes da saída do sol para cantar em comunidade os hinos em honra a Cristo, que eles reverenciam como a um deus. Eles se unem por um sacramento e não por ação criminal alguma, mas que ao contrário, para não cometer fraudes, adultérios e para não faltar jamais com a sua palavra. …” A única coisa que pude constatar é que possuem uma superstição excessiva e miserável. ... Plinio a Trajano, Cartas 10:9697.
Tudo o que Plinio faz é relatar o que os detidos cristãos disseram que acreditavam (e não há nesta carta referência a um Jesus). Plinio havia convocado os interrogatórios dos cristãos, não por causa de suas crenças, mas porque havia “proibido associações políticas” das quais, obviamente, lhes acusa de formar parte. E continua:
“Considerei necessário arrancar a verdade, inclusive com torturas, a duas escravas que eles chamavam servas. Mas não consegui descobrir mais que uma superstição irracional e desmesurada.”
Alguns dos detidos se retratam, adorando a imagem imperial e os deuses do Estado e amaldiçoando a Cristo. Mas Plinio não sabe como proceder com muitos outros no que ele descreve como 27
uma “contaminação” generalizada e pede orientação a Trajano. A célebre resposta de Trajano é:
“... Eles não devem ser perseguidos, mas devem ser castigados no caso de serem denunciados. Em qualquer caso, se o acusado declara que deixa de ser cristão e o prova pela via dos fatos, isto é, consente em adorar nossos deuses, neste caso deve ser perdoado. No que diz respeito às denúncias anônimas, estas não devem ser aceitas por nenhum motivo já que elas constituem um detestável exemplo: são coisas que não correspondem a nosso século. ...”
1 - A troca de cartas é verdadeira? Vale a pena ressaltar que a diferença das 247 cartas de Plinio que preparou para sua publicação (chamados livros 1 a 9), o livro 10, que contém as cartas célebres “96″ e “97″, foi publicado póstuma e anonimamente. “É surpreendente”, diz Betty Radice (tradução da edição de Penguin), “que não se encontraram mais cartas nos arquivos imperiais ou entre os papeis pessoais de Plinio para acrescentar a este registro das relações entre um dos melhores imperadores de Roma e seu fiel servente.” Por outro lado, Tertuliano (160-220) cita a carta e se refere à resposta de Trajano em sua Apologia, capítulo 2, o que sugere sua autenticidade:
“Para Plinio o jovem, quando era governador de uma província, depois de ter condenado alguns cristãos à morte e tirado de alguns suas dignidades, estando entretanto preocupado por seu grande número, em última instância buscou o conselho de Trajano, o imperador reinante …” Tertuliano, Apologia, cap2.
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2 - A ignorância de Plinio sobre os cristãos Plínio era um advogado em Roma antes de ir para o leste. Era apenas uma criança quando aconteceu a suposta e suspeita “perseguição dos cristãos por Nero”, mas seu tutor Verginio Rufo, um influente general do exército romano, fiel a Nero. Após o suicídio de Nero, Rufo recusou uma oferta para se tornar imperador (suas legiões o proclamaram três vezes como Imperador, mas nunca aceitou o título). Qualquer “massacre terrível” dos cristãos, se tivesse acontecido, só poderia ter sido quando Plínio era uma criança, mas em sua vida, depois, ele não fala de nada disso. Aos 17 anos, Plinio herdou extensas fazendas de seu tio, depois que Plinio o Velho morreu na erupção do Vesúvio. Rico, com talento e com conexões impecáveis nas mais altas esferas do Estado romano, Plinio começou uma brilhante carreira. Serviu como funcionário imperial na Síria, um centro – onde querem fazer crer – de enérgica atividade cristã, mas de novo, isto não deixou a mínima lembrança em Plinio. Sua rápida ascensão na carreira pública nos cargos administrativos civis e militares da República onde foi questor, tribuno, pretor, consul, etc, lhe daria conhecimento total de qualquer “perseguição” contra os cristãos, se alguma vez houve uma coisa dessas. Mas Plínio, mais uma vez, não informa nada. Pode-se dizer que sua carreira é um resumo de todos os cargos públicos mais importantes em Roma, e Plínio de fato contribuiu para a organização do Império, em muitos de seus campos e não sabia nada sobre os cristãos! Plinio sobreviveu à perseguição da oposição estoica durante o reinado de Domiciano (81-96). O imperador o fez um senador, 29
apesar de vários dos amigos estoicos de Plinio terem sido executados. Posteriormente Plinio chegou a ser cônsul, sacerdote do Estado e, por último, governador de Bitinia-Ponto. O curioso é que Plínio, um tão bem situado e bem educado prócer romano, que participa direta e intimamente do sistema judicial romano nos níveis mais altos; e um amigo dos historiadores Tácito e Suetônio, continuasse – na segunda década do século II - sendo tão ignorante sobre os cristãos e a perseguição deles – a menos que os “cristãos” não fossem outra coisa além de um “monte de obscuros e insignificantes fanáticos” e que a “perseguição” fosse uma fábula. 3 - Tolerância Pagã O valor real desta correspondência (o único exemplo deste tipo que sobreviveu à idade negra cristã) não é que seja pouca “prova” da existência de Jesus (o que evidentemente é), mas sim prova da tolerância da jurisprudência romana na “idade de ouro” do Império. Diz Trajano:
No que diz respeito às denúncias anônimas, estas não devem ser aceitas por nenhum motivo já que elas constituem um detestável exemplo: são coisas que não correspondem a nosso século. ...” - Trajano a Plinio, Cartas 10,96-97.
Compare esta decisão do pagão Trajano no ano 113 com a dos inquisidores cristãos treze séculos mais tarde – para os quais as “denúncias anônimas” e a “busca” dos hereges era o modus operandi.
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7 - Caio Suetônio (69-140) Em nenhum dos escritos de Suetônio é mencionado um “Jesus de Nazaré”. Suetônio escreveu uma biografia chamada “Doze césares” ao redor do ano 112 e sobre o imperador Claudio disse:
“Os judeus, instigados por Chrestus, foram expulsos de Roma por causa de suas contínuas revoltas.”
Jesus em Roma entre 49 e 50? (Claudio governou de 24 de Janeiro de 41 DC até a sua morte em 54) Obviamente que não. Mas os incautos podem ser enganados por esta referência. “Cresto” não equivale a “Cristo”, mas a “o bom” em grego (e para um estúdio definitivo da evidência dos manuscritos ver aqui). Era um nome usado por escravos e homens livres e se confirma mais de oitenta vezes em inscrições latinas. Está claro que Suetônio estava explicando a razão pela qual os judeus (não os cristãos) foram expulsos de Roma e se faz referência a um agitador judeu nos anos 50, não a um Galileu pacifista dos anos 30. Entretanto, até esta informação é questionável e provavelmente falsa. O historiador Dion Casio dá uma explicação mais convincente sobre a mesma “expulsão” de Claudio:
“Quanto aos judeus, que de novo haviam aumentado em tal quantidade que, devido a isso, teria sido difícil excluí-los da cidade sem causar um tumulto, não os expulsou, mas ordenou que seguissem seu modo tradicional de vida e não se reunissem em grande número.” – História Romana, 60:6.
Também dizem os cristãos que Suetônio em sua “Vida de Nero”, descreve a perseguição dos cristãos pelo próprio Nero: 31
"As punições também eram infligidas aos cristãos, uma seita que professa uma nova e irritante crença religiosa ..." (16:2) Aqui passamos de “judeus rebeldes” a “cristãos irritantes”.
Mas espere um minuto:
Os cristãos em Roma durante o reinado de Nero, de 54 a 68DC?
Como Nero poderia ter feito uma sutil distinção como seita entre judeus e “cristãos”, principalmente porque não havia nenhum documento de identificação da fé, pois nenhum só Evangelho tinha sido escrito para que os “cristãos” pudessem crer e se identificar?
Inclusive o próprio Paulo não faz nem mesmo uma só referência aos “cristãos” em nenhum de seus escritos.
A ideia de uma incipiente perseguição do “Cristianismo” por uma cruel e sanguinária Roma pagã durante o reinado de Nero é uma absoluta idiotice. Pois só no último terço do primeiro século, surgiram os seguidores de Cristo como uma facção separada da corrente principal do judaísmo. Até então tinham permanecido protegidos pelo direito romano como judeus. A irritação que eles causaram a seus irmãos mais ortodoxos não significou nada para os magistrados pagãos. Gibbon disse:
“A inocência dos primeiros cristãos foi protegida pela ignorância e pelo desprezo, e o tribunal do magistrado pagão geralmente se mostrou ser o refúgio mais seguro contra a fúria da sinagoga”. 32
Os primeiros seguidores de Cristo se chamaram “santos”, “irmãos”, “irmãos do senhor” e seus críticos, para diferenciar as diferentes crenças e ideias que estes professavam sobre um messias (o culto a Cristo era um culto particular, não institucionalizado), utilizaram diversos nomes: nazarenos, ebionitas, “temerosos de Deus” e inclusive ateus. A associação judaica se manteve forte durante o primeiro século e quando as seitas cristãs conseguiram ir a Roma no segundo século, foram identificadas por seus líderes rivais – valentinianos, basilidianos, marcionitas, etc. Os adoradores de Cristo eram tão pouco conhecidos no mundo romano que nos anos 90, Dio Cassio se refere a todas essas seitas como “ateus” e “os que adotam os costumes judaicos”. Os cristãos, como um grupo diferente dos judeus, só aparecem a finais do primeiro século, pouco antes da maldição judaica dos hereges no Concílio de Jamnia (ao redor do ano 85). A etiqueta de “cristão” só aparece com o segundo século – Atos - com o conto de que o termo “começou em Antióquia” (11:26).
Igualmente estranho é que a frase isolada de Suetônio apareça do nada em uma seção de Nero. Também há que ressaltar que Suetônio não associa o castigo de cristãos com o fogo que varreu Roma, uma parte crucial do mito elaborada muito mais tarde. Em poucas palavras, a referência é uma falsificação cristã acrescentada em Suetônio. Uma cópia da obra feita por um falsificador do século V, Sulpício Severo, quem manipulou em grande parte o trabalho de outro historiador romano – Tácito – com um relato sinistro da perseguição brutal (“queimando mártires cristãos”) e que imortalizou Nero como o primeiro Anticristo aos olhos da igreja cristã (o segundo Anticristo é Lutero, o reformista). 33
Curiosamente, a única menção que existe dos cristãos se encontra na obra de Tácito. A este mito também se soma o criado por Suetônio e Dion Cássio, no qual se menciona que Nero cantava o Iliupersis enquanto Roma ardia. Algo que o próprio Tácito desmente quando coloca Nero em Antium, a mais de 40 km de Roma, que fica sabendo por carta sobre o incêndio e imediatamente acude auxiliando com sua própria fortuna.
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8 - Cornélio Tácito (55-117) O cristianismo não faz parte da história dos Césares, de Tácito. A exceção de uma referência tão conveniente quanto questionável em Anais, onde aparece como nada mais que um culto marginal mesmo em seu próprio tempo. Em algum momento antes do ano 117, o historiador romano aparentemente escreveu:
XLIV. Feitas estas diligências humanas, se recorreu às divinas com o desejo de aplacar a ira dos deuses e purgarse do pecado que havia sido a causa de tão grande desgraça. Consultaram sobre isso os livros Sibilinos, por cujo conselho fizeram procissões a Vulcano, Ceres e a Proserpina; e as matronas aplacaram com sacrifícios a Juno, primeiro no Capitólio e depois no mar próximo à cidade, e com a água dele espargiram o templo e a imagem da deusa; as mulheres casadas, estendidas no chão do templo por devoção, velaram toda a noite. Mas nem com socorros humanos, donativos e liberalidades do príncipe, nem com as tentativas que se faziam para aplacar a ira dos deuses era possível apagar a infâmia da opinião que se tinha de que o incêndio tinha sido provocado. Então Nero, para aliviar-se das acusações, deu por culpados do incêndio e começou a castigar com tormentos bizarros, uma classe odiada por suas abominações, chamados vulgarmente cristãos. A origem desse nome foi Cristo, o qual, no império de Tibério, tinha sido condenado por ordem de Pôncio Pilatos, procurador, da Jude¡a e que embora tenha reprimido um pouco aquela perniciosa superstição, tornouse outra vez a recrudescer, não somente na Judeia, origem deste mal, mas também em Roma, onde chegam e praticam todas as coisas atrozes e vergonhosas que existem em outros lugares. Inicialmente foram castigados 35
os que professavam publicamente esta religião, e depois, por informação daqueles, uma multidão infinita, não tanto pelo delito do incêndio que se lhes acusava, quanto de ódio ao gênero humano. Sua execução foi acompanhada de escárnios diversos onde alguns eram vestidos com peles de animais, para que desta maneira fossem despedaçados pelos cães; outros eram crucificados; outros eram lançados em grandes pilhas de lenha que depois eram queimadas para iluminar a noite. - Tácito (Livro 15, capítulo 44):
Como vimos, o termo “cristão” não estava em uso durante o reinado de Nero e estes não teriam sido “uma grande multidão” a menos que estejamos falando dos judeus, não de hipotéticos cristãos. “Judeu-cristãos” – eram percebidos pelas autoridades romanas (e pela população em geral) simplesmente como judeus, o que significa que os primeiros seguidores de Cristo também teriam se envolvido nos ataques contra os judeus. -
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“Suas tentativas para dissimular suas origens judaicas foram detectadas pela prova decisiva da circuncisão; os magistrados romanos não estavam interessados em investigar as diferenças de seus princípios religiosos.” Edward Gibbon (Decline and Fall).
Uma das consequências do incêndio que destruiu grande parte de Roma no ano 64 foi um imposto que penalizava os judeus (NÃO OS CRISTÃOS); e foram os judeus (NÃO OS CRISTÃOS) – em todo o império – que estavam obrigados a pagar pela reconstrução da cidade – um fator que contribuiu para a radicalização de muitos judeus (NÃO DOS CRISTÃOS) a finais dos anos 60. 36
Não é a primeira vez que os escribas cristãos expropriaram o verdadeiro sofrimento de todo um povo (O JUDAICO) para criar uma fábula de “origens” heroicas.
Nem um só apologista cristão durante os séculos seguintes ao II, jamais citou a passagem de Tácito – Até que apareceu quase palavra por palavra nos escritos de Sulpicio Severo, em princípios do século V, onde se mistura com outros mitos. Os contemporâneos de Sulpicio lhe atribuem grande habilidade em sua “antiga” mão. Este fez bom uso dela e a fantasia era seu forte: sua “Vida de São Martinho” está cheia de numeroso “milagres”, incluindo o aumento das aparições de mortos e principalmente de Jesus e Satanás. (Veja de onde procede realmente este personagem). Sua história vil de Nero foi embelezada durante o Renascimento em uma fábula fantasiosa com Nero tocando a lira enquanto Roma ardia em chamas. Nero se aproveitou da destruição para construir sua “Casa Dourada”, embora nenhum estudioso sério creia que ele tenha iniciado o fogo (pois Nero estava em sua cidade natal de Anzio – Antium - quando o incêndio começou). Na verdade Nero abriu seu palácio como refúgio temporário para os que perderam suas casas. (Tácito, Anales XV.39)
1 - Uma lacuna conveniente Os anos 30 e 31 da narração do reinado de Tibério em Anais de Tácito desapareceram misteriosamente. O que poderiam ter dito – ou não – esses capítulos perdidos sobre Jesus? Talvez os escribas cristãos tivessem alguma razão para destruí-los? 37
2 - Gibbon em Tácito Gibbon não afirma a ideia de que a célebre passagem de Tácito seja uma interpolação posterior. Mas certamente rejeita a ideia de que os cristãos pudessem ter sidos identificados como um grupo diferente de judeus em uma data tão cedo. Gibbon sugere que Tácito, que escrevia sob o reinado de Adriano, confunde os primeiros seguidores (e bandidos) de Judas o Gaulonita durante o século I DC, conhecidos como “nazarenos”, com os cristãos de seu tempo (130 DC), que também eram conhecidos como “nazarenos”.
A rebelião contra o imposto/censo por Judas o Gaulonita (também conhecido como Judas de Gamala, Judas da Galileia) é descrita por Josefo (Antiguidades dos Judeus – Livro XVIII). Ocorreu durante O governo de Sulpicio Quirino (em grego “Cirenio” – Lucas 2:2) em 6/7 DC.
Por outra lado, Gibbon sugere que os judeus mais moderados poderiam ter entregado os extremistas com a finalidade de dirigir a ira popular contra eles. Em resumo, a passagem em Tácito é uma fraude e não acrescenta evidência de um Jesus histórico.
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3 - Um monge do século XI corrige Tácito: os “extras” “cristãos”
Foto ultravioleta de uma palavra criticada do primeiro manuscrito existente conhecido de Tácito (Biblioteca Medicea Laurenziana, Italia). A fotografia revela que a palavra supostamente utilizada por Tácito em Anais 15:44, chrestianos (“o bom”), foi sobrescrita como Cristãos (os “christianos”) por uma mão posterior, um engano que explica o excessivo espaço entre as letras e o exagerado “ponto” (acento) por cima da nova letra “i”. Toda a passagem de “cristãos incendiados” de Tácito não só é falsa, mas foi repetidamente “trabalhada” pelos golpistas para melhorar seu valor como evidência para o mito de Jesus. Na verdade pode ser que tenha existido um culto gnóstico com seu “Jesus Chrestos” (Jesus o Bom) e, portanto, chamados chrestãos, uma denominação que parece ter existido em uma data próxima aos sectários do “herege” Marcião. O apoio a esta possibilidade vem da inscrição mais antiga conhecida da palavra “cresto”, que foi encontrada no século XIX em uma igreja marcionita em Deir Ali, a três milhas ao sul de Damasco. Fechada 39
ao redor do ano 318, a inscrição diz: “A casa de reunião dos Marcionistas, no povo de Lebaba, do Senhor e Salvador Jesus, o Bom”, usando a palavra Chrestos, não Christos. Justino, em sua Primeira Apologia (4), uns trinta anos depois da morte de Tácito, joga com a semelhança do som das duas palavras Χριστὸς (Cristo) e χρηστὸς (bom, excelente) para argumentar o carácter saudável, digno de elogio dos seguidores de Jesus. A questão dos Chrestianos em Tácito reinvestigada por Erik Zara © 2009
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9 - Os rabinos conheciam Jesus? Em algo irônico, os apologistas cristãos às vezes apresentam um antigo insulto anti-Jesus, usado pelos rabinos, como “evidência” da existência do deus-homem. Entretanto, os primeiros escritos rabínicos – por exemplo, a Mishná (“Estudo”) (dos quais os Talmudes são comentários posteriores) – não fazem em absoluto referência a um personagem chamado “Jesus”. No vasto corpo de material judaico, o mais perto que chegamos a esse testemunho é o Mishná Ievamot 4.13 que tem uma referência muito oblíqua um “Peloni” (hebraico rabínico de “fulano de tal”), mas nada mais: “Simeon ben Azzai disse: Encontrei em Jerusalém um livro de genealogias, ali estava escrito: Esse fulano de tal é um filho bastardo de uma mulher casada”. A referência poderia ter sido para qualquer um. Embora seja difícil de datar o verso, bem que poderia ser uma referência rabínica à fabricação por Mateus de uma genealogia de um Jesus Cristo no segundo século. Mais tarde, durante o século II ou III, a referência rabínica é de um mago que havia levado alguns Judeus à apostasia. Isto é uma adição à Mishná – “Baraitha Sanedrín 43ª” – que registra o enforcamento de um “Yeshu” na véspera da Páscoa, por bruxaria. Também acrescenta que tinha 5 discípulos – Mattai, Naqai, Netzer, Buni e Todah – não exatamente os nomes conhecidos! No século terceiro, Tosefta (outro comentário adicional sobre a Lei Oral, posterior à Mishná) fala de uma tentativa de invocar o 41
nome de “Yeshu ben Pandira” para curar um rabino de uma picada de serpente (Chullin 02:23). Mais tarde, as referências a Yeshu ganham mais colorido. Ambos os Talmudes são construções “tardias”: o Talmude de Jerusalém foi compilado no século V DC e o Talmude da Babilônia (Talmud Bable) foi compilado no século VI DC. Para esta data a única fonte de informação sobre Jesus a disposição dos rabinos eram os próprios cristãos, mas longe de confirmar qualquer coisa do que se encontra nos evangelhos, os autores rabínicos parecem ter confundido pelo menos dois Jesuses:
Yeshu ben Pandira no século 1 AC e Yeshu ben Stada no século II DC.
Segundo o Talmude Shabbat 104b, Sanhedrin 67a, Jesus Cristo parece ser o filho de uma cabeleireira adúltera (“Miriam Megaddela”) e é executado em Lud. E no Talmude Sanedrín 107b, Sota 47a, tem um mago chamado Jesus no século I AC, durante o reinado de João Hircano. Se o Pai da Igreja do século III DC, Orígenes, merece crédito (Contra Celso 1.28), Celso, o opositor pagão do cristianismo, que escreve no tardio século II DC, teria tido notícias de fontes judaicas do escandaloso rumor de que o herói cristão era o resultado de um caso ilícito entre Miriam, uma jovem judaica, e um soldado de cavalaria romano chamado “Pantheras”. A mulher teria sido expulsa por seu marido quando este teria descoberto que ela havia conseguido engravidar de um soldado da potência ocupante.
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Dificilmente se pode conceber uma linhagem mais vergonhosa para um possível Messias judaico. ¿¡!? Os rabinos responderam a uma fábula com uma mentira de sua própria invenção. O rumor se originou provavelmente entre os rabinos pouco depois que os cristãos inventaram a história da natividade, em finais de 130 DC.
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10 - Existe alguma fonte do tempo de Jesus?
Só para fazer um ideia do quanto é fantasmagórica a existência de Jesus, a fonte mais próxima a Jesus é Saulo, que sonhou com um Jesus que jamais conheceu (testemunho por sonho?). Os autores dos evangelhos os escreveram entre 40 e 60 anos depois de sua suposta morte (o mais antigo é o atribuído tradicionalmente a Marcos (que não foi apóstolo), escrito por volta de 70 DC). Mas vejamos mais detalhadamente quais são as fontes mencionadas pelo cristianismo e se alguma delas é contemporânea a Jesus:
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1 - Dos autores cristãos não testamentários:
Clemente de Roma, a quem a tradição cristã atribui algumas epístolas: a Primeira epístola de Clemente aos Coríntios, mas esta foi escrita depois dos evangelhos, entre finais do século I e começo do II, mais precisamente no ano 96 DC e a Segunda epístola durante o século II DC. Ou seja, o primeiro autor não contemporâneo. Inácio de Antioquia, deste poderíamos falar que, além de Clemente, é dos primeiros autores cristãos cujas epístolas não figuram no cânon oficial. Algo que importa bem pouco pois nasceu entre 35 e 50. O seja, que suas epístolas, assim como as de Clemente, tampouco são contemporâneas a Jesus. Policarpo de Esmirna, o seguinte na lista, nasceu em 70 DC, portanto, sua obra, assim com o resto, tampouco é contemporânea. O Martírio de Policarpo, escrito aproximadamente em 156 DC. Didaquê, escrita a partir de obras judaicas e cristãs pré existentes e datada na segunda metade do século I DC. O evangelho de Bernabé, uma obra que a maioria dos especialistas data em torno do século XVI e princípios do XVII. (Literatura de Mudéjares e Moriscos, O Evangelho de Bernabé) Pastor de Hermas, escrito em grego e traduzido ao latim provavelmente por seu autor, Hermas de Roma, e datado no século II DC. Hermas, obviamente, nasceu aproximadamente a meados do século II DC. Os Fragmentos de Papias, do autor cristão Papias de Hierápolis, um autor que nasceu aproximadamente em 69 DC. 45
A obra de Justino Mártir, que tampouco é contemporânea, pois este nasceu entre 100 e 114 DC. Aristides de Atenas, quem escreveu uma apologia, mas no século II DC. Atenágoras de Atenas, outro apologista cristão nascido no século II, cujas obras, Súplica em favor dos cristãos, está datada entre 177 e 178 DC. Teófilo de Antioquia, que, obviamente, também nasceu e morreu no século II DC. O fragmento de Quadrato (Quadratus), escrito em 125 DC. Aristo de Pella, outro dos primeiros apologistas cristãos, nasceu em 100 DC. Melito de Sardes, um bispo cristão também do século II DC, de quem só o que resta é a homilia que o cristianismo lhe atribuiu (Papiro Chester Beatly) Epístola a Diogneto, uma epístola cristã escrita nos finais do século II. O Evangelho de Pedro, um evangelho que contradiz os canônicos em vários aspectos e cuja datação pertence ao século II DC, de 150 DC. O Apocalipse de Pedro, datado também no século II DC. A Epístola Apostolorum conhecida também como a Epístola dos Apóstolos, que também está datada em meados do século II DC.
2 - Dos textos apócrifos:
O Evangelho de Tomás, cuja datação mais antiga o coloca no ano 50 DC e a mais recente em finais do século I DC,
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(entre a data de composição dos evangelhos), situando pela maioria no ano 140 DC. O Evangelho da Verdade ou de Valentim, este está datado no século III DC. O Apócrifo de João, como acontece com a maioria dos evangelhos apócrifos, está datado no século II DC. O Tratado sobre a Ressurreição. Cuja composição se data nos finais do século II DC.
3 - Das fontes seculares:
Flavio Josefo (historiador judeu), apesar de escrever várias obras mais próximas da suposta data de Jesus e não fazer menção alguma dele, os cristãos tomam os parágrafos em que supostamente se menciona esse personagem fictício, que pertencem à sua obra Antiguidades judaicas. O texto em questão teria sido escrito no ano 93 DC, portanto, tampouco é contemporâneo. Tácito (historiador romano), faz menção aos cristãos, mas este dificilmente poderia ser contemporâneo a Jesus, pois nasce em 55 DC. Plinio, O Jovem (político romano) nasce em 61 DC. Este, assim como o resto, NÃO fala de Jesus, mas do que acreditavam os cristãos. Phlegon, um escravo liberto que escreveu um compêndio de livros de história desde as Olimpíadas (776 AC) até sua época (começos do século II, 137 DC), este não menciona Jesus, mas menciona “um eclipse ocorrido durante o reinado de Tibério, houve um eclipse solar total desde a sexta até a nona hora”. Citação mencionada por Eusébio. Já que a única coisa que se conserva deste historiador do 47
século II são os fragmentos e citações de Eusébio de Cesareia. Para quem não sabe, Eusébio foi um bispo cristão de fins do século III e início do IV DC. Luciano de Samosata, um escritor satírico de origem grega e nascido em 125 DC. Este fala, da mesma forma que o resto dos autores, do cristo adorado pelos cristãos de sua época. Celso, um filósofo grego conhecido graças à réplica e menção feita por Orígenes sobre ele, tampouco é contemporâneo de Jesus, pois viveu no século II DC. Mara Bar Serapion, um prisioneiro que esperava para ser executado, tampouco pode ser considerado contemporâneo de Jesus e sua carta, segundo a maioria dos historiadores, é datada no final do século I, aproximadamente em 73 DC. Suetônio nasceu em 70 DC, portanto, também não é contemporâneo ao Jesus dos cristãos. Talo, o samaritano (ou Thallos), um historiador que começou a escrever sua obra, Historia Siríaca, no ano 52 e da qual não se conserva nada mais que as menções do apologista cristão Africano. Na obra de Talo não se fala de Jesus, mas Africano o menciona afirmando que este mencionava um eclipse do Sol.
Como é fácil comprovar, todas as “fontes” mais próximas de Jesus são de carácter religioso (concretamente cristãs) e de todas as fontes seculares mencionadas, nenhuma menciona Jesus senão para referir-se ao que pensam e creem os cristãos sobre seu ídolo imaginário. Onde estão os “autores contemporâneos” mencionados pelo cristianismo? Citamos todas e cada uma delas e não encontramos nenhum.
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Será que o cristianismo sofre, como Saulo de Tarso, de visões e sonha com fontes que só ele vê e escuta? Se bem que vendo as afirmações de um religioso, tudo é possível. 4 - A escuridão sobre toda a terra? Marcos 15:33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.
Durante a antiguidade, tanto a morte quanto o nascimento de uma grande figura, estavam destinados a ser acompanhados por “sinais e maravilhas”, razão pela qual não surpreende que o autor anônimo de Marcos acrescentasse esse pequeno enfeite. E quando o outro autor anônimo de Mateus copia a história de Marcos, como acontece com toda lenda, acrescentou uma “maravilha” ainda maior: Mateus 27:52-53 52 - E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; 53 - E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.
Por razões óbvias, muitos apologistas preferem ignorar a louca fantasia de Mateus, mas são aficionados a pretender mostrar antigos testemunhos pagãos da “escuridão”. Dois nomes são usados: Talo e Flegonte. Mas a verdade é que não sabemos quase nada sobre eles e todas as nossas fontes são de escribas cristãos, portando, nada confiáveis e para lá de suspeitas. Os apologistas gostam de empurrar Talo para o primeiro século e assim fabricar um “melhor testemunho”, mas a única coisa que 49
podemos estar seguros é de que este escreveu antes de Teófilo, bispo de Antioquia, que menciona seu nome no final do século II DC. O mais provável é que Talo fosse na verdade um escritor do século II DC. Em qualquer caso, não temos o texto escrito pelo próprio Talo. Tudo o que temos é uma referência a Talo em uma obra do século IX DC, realizada por Georgius Syncellus (Jorge Sincelo), um homem da igreja bizantina. Entretanto Syncellus não cita as palavras de Talo diretamente – se baseia em um cristão do século II ou III DC, chamado Julio Africano (se acredita que um líbio). Mas o próprio Africano foi citado parafraseando a Talo, portanto, o testemunho de Syncellus não é melhor que o de uma terceira mão e é pouco confiável. Mesmo levando em conta a procedência duvidosa do “testemunho de Talo”, o que diz o nosso “testemunho pagão”? No mundo inteiro “Houve trevas em todo o mundo, produzindo-se a mais espantosa escuridão. Muitas rochas foram partidas pelo meio devido ao terremoto e muitos lugares na Judeia e em outros distritos foram derrubados”. Parece pouco razoável que Talo, no terceiro livro de suas Histórias, tentasse justificar estas trevas como se tivessem sido devidas a um eclipse solar, posto que os judeus celebravam a Páscoa no dia 14, segundo a lua e a morte de seu “Salvador” cai no dia anterior à Páscoa. Então era impossível que fosse um Eclipse solar. Flegonte registra que no tempo de Tibério César, com lua cheia, houve um eclipse total do sol da sexta à nona hora. Mas o que tem um eclipse em comum com terremoto, a menção rochas e a ressurreição de mortos; e tão grande perturbação através do mundo? Seguramente que nenhum acontecimento como este 50
tinha se registrado por muito tempo. Mas foi uma treva produzida por Deus, já que o Senhor estava sofrendo.
Africano nos diz que Talo registrou um eclipse solar – e não há nada em absoluto de incomum no registro de um antigo observador de tais fenômenos naturais. O engraçado é que Africano diz que Talo se enganou e que estava na verdade registrando a escuridão da que se fala nos Evangelhos¿¡!? É Africano quem faz a ligação com Jesus – não Talo!
Não há dúvida de que Phlegon (Flegonte) foi um escritor do século II DC, na época de Adriano. Phlegon só registra um grande terremoto em Bitinia, que está na costa do Mar Negro. Uma vez mais, não é Phlegon, mas os cristãos que o citam para vinculá-lo com a Judeia e a crucificação. Outra afirmação é dada por apologistas como W. Lane Craig, quando estes dizem que a “Páscoa sempre ocorre no tempo da lua cheia”, portanto não pode correr um eclipse e este, portanto, não pode ser o evento a que se refere Talo. Entretanto, isto é assim porque desde 325 DC quando se realizou o Concílio de Niceia I, se decidiu que a Páscoa da Ressurreição se comemorasse no domingo depois da primeira lua cheia seguinte ao equinócio da primavera (21 de março). O calendário da Semana Santa, se rege pelo dia que cai o Domingo da Ressurreição, que é o domingo seguinte à lua cheia do mês de Nissan (o mês dos judeus) que corresponde entre 22 de março e 25 de abril. Dito de uma forma mais fácil, o domingo depois da primeira lua cheia da primavera, é o Domingo de Páscoa.
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Os golpistas cristãos relacionam o Eclipse de Talo com o terremoto de Phlegon (plantando os “sinais” dos evangelhos neles) para testemunhar suas bobagens fabularias, sem levar em conta o que se escreveu, quando foi escrito e a que parte do mundo se referiu.
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11 - Talo e Phlegon teriam se horrorizado pelo mau uso de seu trabalho.
A princípio, os apologistas que defendem este fato (a lenda narrada nos evangelhos) como algo “milagroso”, afastando-se da explicação do eclipse (que como já vimos não pode ter ocorrido nesse tempo), defendem que este poderia ocorrer de qualquer forma devido à onipotência de seu Deus. Poderia produzir-se!? Se retirar mos o errôneo eclipse como explicação, ainda restariam várias explicações naturais para essa fábula. Isto, obviamente sob a suposição improvável de que tais autores não inventaram tal evento. Uma seria a de um fator climático e outra seria ainda mais fantástica e catastrófica, o desaparecimento do Sol. De nenhuma das duas temos outros testemunhos além dos próprios evangelhos. O crente deveria repensar o fato de que tanto este 53
evento como o da estrela GPS anunciando o nascimento de seu herói mítico, são meros adornos linguísticos para exaltar seu personagem imaginário, (veja de onde procede um deles aqui e sobre como este tipo de eventos são parte do arquétipo do herói clássico aqui) pois o crente está doutrinado para aceitar qualquer afirmação por mais “mágica” e absurda que esta pareça. 1 - A escuridão de Talo Um eclipse solar total não dura mais que alguns minutos (nunca três horas). Durante o século I DC ocorreram 58 eclipses totais em todo o mundo. Entre os anos 16 e 43 DC foram 11:
28 de março de 24 (sudeste da África) * 1 de agosto de 26 (África centro-sul) 22 de julho de 27 (centro-oeste do Pacífico) 10 de julho de 28 (Oceano Ártico) 24 de novembro de 29 (Golfo Pérsico) 14 de novembro de 30 (ao sudoeste do Pacífico) 3 de novembro de 31 (Chile) 19 de março de 33 (ao sul do oceano Índico) 9 de março de 34 (Indonésia) 1 de julho de 37 (Canadá) 8 de abril de 42 (Pacífico sudeste) *
Se Talo tivesse vivido a princípios do século II DC, poderia ter notado que o eclipse foi visível no Golfo Pérsico em novembro de 29 DC – o que não se ajusta à cronologia de Jesus e que além disso produziria um impacto absolutamente insignificante em Jerusalém, situada a centenas de quilômetros de distância. (*) Mês de Nissan
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Fontes: Este texto foi criado a partir do texto publicado em www.jesusneverexisted.com, ao qual acrescentamos mais dados e fontes ao longo dele.
Fontes originais: Tácito [C.55-117AD], Los Anales , Las Historias (Penguin, 1964) Dan Cohn-Sherbok, El Judio Crucificado (Harper Collins, 1992) Henry Hart Milman, La Historia de los Judios (Everyman, 1939) Josefo [c.37-100 DC], Las antigüedades, La Guerra de los Judíos (Hendrickson, 1987) Leslie Houlden (Ed.), el judaísmo y el cristianismo (Routledge, 1988) Frank Zindler, El Jesús que los Judíos nunca conocieron (Ateos Americanos, 2003) Suetonio [c.69AD-140AD] , Los doce césares (Penguin, 1980) Norman Cantor, La Sucesión Sagrada – Una historia de los Judíos (Harper Collins, 1994) Edward Gibbon, La decadencia y caída del imperio romano (1799)
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570 páginas Mentiras Fundamentais da Igreja Católica é uma análise profunda da Bíblia, que permite conhecer o que se deixou escrito, em que circunstâncias, quem o escreveu, quando e, acima de tudo, como tem sido pervertido ao longo dos séculos. Este livro de Pepe Rodriguez serve para que crentes e não crentes encontrem as respostas que sempre buscaram e posaam ter a última palavra. É uma das melhores coleções de dados sobre a formação mitológica do cristianismo no Ocidente. Um a um, magistralmente, o autor revela aspectos mais questionáveis da fé judaico-cristã.
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Com grande rigor histórico e acadêmico Fernando Vallejo desmascara uma fé dogmática que durante 1700 anos tem derramado o sangue de homens e animais invocando a enteléquia de Deus ou a estranha mistura de mitos orientais que chamamos de Cristo, cuja existência real ninguém conseguiu demonstrar. Uma obra que desmistifica e quebra os pilares de uma instituição tão arraigada em nosso mundo atual. Entrevista AQUI.
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Originally published as a pamphlet in 1853, and expanded to book length in 1858, The Two Babylons seeks to demonstrate a connection between the ancient Babylonian mystery religions and practices of the Roman Catholic Church. Often controversial, yet always engaging, The Two Babylons comes from an era when disciplines such as archeology and anthropology were in their infancy, and represents an early attempt to synthesize many of the findings of these areas and Biblical truth.
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“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner sobre a política dos Papas no século XX, uma obra surpreendentemente silenciada peols mesmos meios de comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro de João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a força de fé e obediência. Eu sei que não está na moda julgar a religião por seus efeitos históricos recentes, exceto no caso do fundamentalismo islâmico, mas alguns exercícios de memória a este respeito são essenciais para a compreensão do surgimento de algumas monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras tão atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no País Basco”. Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. “Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma ampla e sólida informação sobre esse período da história da Igreja na sua transição de uma marcada atitude de condescendência com regimes totalitários conservadores até uma postura de necessária acomodação aos sistemas democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda Guerra Mundial”.
312 páginas "Su visión de la historia de la Iglesia no sólo no es reverencial, sino que, por usar una expresión familiar, ‘no deja títere con cabeza’. Su sarcasmo y su mordaz ironía serían gratuitos si no fuese porque van de la mano del dato elocuente y del argumento racional. La chispa de su estilo se nutre, por lo demás, de la mejor tradición volteriana." Fernando Savater. El País, 20 de mayo de 1990
Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de 1995. Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para comprar (Amazon) clique nas imagens.
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136 páginas
480 páginas
304 páginas
De una manera didáctica, el profesor Karl Deschner nos ofrece una visión crítica de la doctrina de la Iglesia católica y de sus trasfondos históricos. Desde la misma existencia de Jesús, hasta la polémica transmisión de los Evangelios, la instauración y significación de los sacramentos o la supuesta infalibilidad del Papa. Todos estos asuntos son estudiados, puestos en duda y expuestas las conclusiones en una obra de rigor que, traducida a numerosos idiomas, ha venido a cuestionar los orígenes, métodos y razones de una de las instituciones más poderosas del mundo: la Iglesia católica.
“Se bem que o cristianismo esteja hoje à beira da bancarrota espiritual, segue impregnando ainda decisivamente nossa moral sexual, e as limitações formais de nossa vida erótica continuam sendo basicamente as mesmas que nos séculos XV ou V, na época de Lutero ou de Santo Agostinho. E isso nos afeta a todos no mundo ocidental, inclusive aos não cristãos ou aos anticristãos. Pois o que alguns pastores nômadas de cabras pensaram há dois mil e quinhentos anos, continua determinando os códigos oficiais desde a Europa até a América; subsiste uma conexão tangível entre as ideas sobre a sexualidade dos profetas veterotestamentarios ou de Paulo e os processos penais por conduta desonesta em Roma, Paris ou Nova York.” Karlheinz Deschner.
"En temas candentes como los del control demográfico, el uso de anticonceptivos, la ordenación sacerdotal de las mujeres y el celibato de los sacerdotes, la iglesia sigue anclada en el pasado y bloqueada en su rigidez dogmática. ¿Por qué esa obstinación que atenta contra la dignidad y la libertad de millones de personas? El Anticatecismo ayuda eficazmente a hallar respuesta a esa pregunta. Confluyen en esta obra dos personalidades de vocación ilustradora y del máximo relieve en lo que, desde Voltaire, casi constituye un Género literario propio: la crítica de la iglesia y de todo dogmatismo obsesivamente
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1 – (365 pg) Los orígenes, desde el paleocristianismo hasta el final de la era constantiniana
2 - (294 pg) La época patrística y la consolidación del primado de Roma
3 - (297 pg) De la querella de Oriente hasta el final del periodo justiniano
4 - (263 pg) La Iglesia antigua: Falsificaciones y engaños
5 - (250 pg) La Iglesia antigua: Lucha contra los paganos y ocupaciones del poder
6 - (263 pg) Alta Edad Media: El siglo de los merovingios
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7 - (201 pg) Alta Edad Media: El auge de la dinastía carolingia
8 - (282 pg) Siglo IX: Desde Luis el Piadoso hasta las primeras luchas contra los sarracenos
9 - (282 pg) Siglo X: Desde las invasiones normandas hasta la muerte de Otón III
Sua obra mais ambiciosa, a “Historia Criminal do Cristianismo”, projetada em princípio a dez volumes, dos quais se publicaram nove até o presente e não se descarta que se amplie o projeto. Tratase da mais rigorosa e implacável exposição jamais escrita contra as formas empregadas pelos cristãos, ao largo dos séculos, para a conquista e conservação do poder. Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado de difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).
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414 páginas LA BIBLIA DESENTERRADA Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director del instituto de arqueología de la Universidad de Tel Aviv y coresponsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe igualmente importantes contribuciones a los recientes datos arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina (excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de Cisjordania. Es un libro que es necesario conocer.
639 páginas EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura. El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.
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513 páginas
326 páginas
480 páginas
En esta obra se describe a algunos de los hombres que ocuparon el cargo de papa. Entre los papas hubo un gran número de hombres casados, algunos de los cuales renunciaron a sus esposas e hijos a cambio del cargo papal. Muchos eran hijos de sacerdotes, obispos y papas. Algunos eran bastardos, uno era viudo, otro un ex esclavo, varios eran asesinos, otros incrédulos, algunos eran ermitaños, algunos herejes, sadistas y sodomitas; muchos se convirtieron en papas comprando el papado (simonía), y continuaron durante sus días vendiendo objetos sagrados para forrarse con el dinero, al menos uno era adorador de Satanás, algunos fueron padres de hijos ilegítimos, algunos eran fornicarios y adúlteros en gran escala...
Santos e pecadores: história dos papas é um livro que em nenhum momento soa pretensioso. O subtítulo é explicado pelo autor no prefácio, que afirma não ter tido a intenção de soar absoluto. Não é a história dos papas, mas sim, uma de suas histórias. Vale dizer que o livro originou-se de uma série para a televisão, mas em nenhum momento soa incompleto ou deixa lacunas.
Jesús de Nazaret, su posible descendencia y el papel de sus discípulos están de plena actualidad. Llega así la publicación de El puzzle de Jesús, que aporta un punto de vista diferente y polémico sobre su figura. Earl Doherty, el autor, es un estudioso que se ha dedicado durante décadas a investigar los testimonios acerca de la vida de Jesús, profundizando hasta las últimas consecuencias... que a mucha gente le gustaría no tener que leer. Kevin Quinter es un escritor de ficción histórica al que proponen escribir un bestseller sobre la vida de Jesús de Nazaret.
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576 páginas
380 páginas
38 páginas
First published in 1976, Paul Johnson's exceptional study of Christianity has been loved and widely hailed for its intensive research, writing, and magnitude. In a highly readable companion to books on faith and history, the scholar and author Johnson has illuminated the Christian world and its fascinating history in a way that no other has.
La Biblia con fuentes reveladas (2003) es un libro del erudito bíblico Richard Elliott Friedman que se ocupa del proceso por el cual los cinco libros de la Torá (Pentateuco) llegaron a ser escritos. Friedman sigue las cuatro fuentes del modelo de la hipótesis documentaria pero se diferencia significativamente del modelo S de Julius Wellhausen en varios aspectos.
An Atheist Classic! This masterpiece, by the brilliant atheist Marshall Gauvin is full of direct 'counter-dictions', historical evidence and testimony that, not only casts doubt, but shatters the myth that there was, indeed, a 'Jesus Christ', as Christians assert.
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391 páginas PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos por el clero o por cualquier otro, son tratados como "delitos", no como "pecados", ya que en todos los ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se tipifican como un delito penal las conductas sexuales con menores a las que nos vamos a referir. Y comete también un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, encubre u ordena encubrir esos comportamientos deplorables. Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone, ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede verse como un "pecado" -según el término católico-, jamás puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que se ignora conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento jurídico interno que le es propio, como desde la praxis cotidiana de sus prelados.
Robert Ambelain, aunque defensor de la historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia en estas líneas la descripción que hace en anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la descripción oficial de la iglesia sino a uno rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca que fue mitificado e inventado, tal y como se conoce actualmente, por Paulo, quién, según Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha religión, y quien además usó todos los arquetipos de las religiones que sí conocía y en las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y persas) arropándose en los conocimientos sobre judaísmo de personas como Filón para crear a ese personaje. Este extrajo de cada religión aquello que atraería a las masas para así poder centralizar su nueva religión en sí mismo como cabeza visible de una jerarquía eclesiástica totalmente nueva que no hacía frente directo al imperio pero si a quienes oprimían al pueblo valiéndose de la posición que les había concedido dicho imperio (el consejo judío).
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