A R TIG O O R IG IN A L
E fe ito s do d o co conn su summ o p ré vio d e car carbb o id rat atoo s sobrre a re sob re spo spost staa gl g licêm ica e de desem sem pe penh nhoo K at atiiuce B or orge ge s S apat apataa 1, A na P au aulla Tru Tru ssa ssarrdi Fa Fayh yh 1 e A lvaro R ei eisch sch ak d e O live veiira 1
RESUMO antee fer ferrram en Introdução e Objetivo: A nu trição é um a im po rtant ta de d e n tro d a p rática d e sp o rtiva va.. D e n tre o s nu n u trie n te s, o s car c arbb o idrat dr atos os de st stacam acam -se com co m o um u m a fon te en er ergé gé tica im po rtant ante. e. D essa fo rm a, o o b je tivo d e ste trab trab alh o fo i ve rifica carr a in in flu ê n cia d a resp ost ostaa g licêm ica n o de sem pe nh o de ind ivídu os saud áveis, apó s a in ge st stão ão de b e bi bida dass com co m dife ren te s ti tip o s de d e car c arbb o id rat atoo s. Mé Mé-ados os 10 vol volun un tár áriios, do se sexo xo m ascu lino , co comm todos: Fo ram avaliad idad e d e 2 3 ± 2, 2,11 ano a no s. O s vol vo lun tár áriios pr pree ee nch er eram am rec ecordat ordatór óriio alim e n tar de trê s d ias e d e at atiivid ad adee física ca.. F o ram re alizad zadas as av avaaliaçõ es an anttro p o m é tricas e tes estte d e car c argg as pr p ro gress gressiivas e m cicloe rgôm et etrro para para deter determm inação do consum o m áxim o de oxigên io e lim iar aree s ve venn tilatór atóriio s. C ad adaa vo lu n tário re alizo zouu trê s te stes su b m áxim o s n a in te n sid ad e d o 2 º lim iar ven tilatór atóriio . Tr Triin ta m in u to s an an tes de cada test testee sub m áxim o, for oram am inge ridos 2 50 m lde u m a das b e b id as co comm p o st stas as p o r: m alto d e xt xtrrin a (m alto ), g lico cose se (g lico se se)), ou su suco co dietét etétiico (place acebo bo ). Fo ram rea eallizadas pu nç nçõe õe s d e san sangu gu e cap ilar para para d e te rm in açã açãoo d os n íve veiis g licê cêmm ico coss e lact actat atoo san gu íne o. Resultados e Conclusão: H o uv uvee au m en to sign sign ificat catiivo n a glicem ia apó s 30 m inu tos d o co nsum o d a be bida m alto (87, (87,44 ± -1 11 ,2 par paraa 1 16 ,9 ± 19 ,6m l.dl ). A os 15 m inu tos do exe rcício, ho uve d im inu ição n os n íveis glicêm icos ap ós o con sum o d as be bidas m alto (11 (11 6, 6,99 ± 19 ,6 p ar araa 77 ,6 ± 14 ,5m l.dl-1 ) e g lico se (1 1 3 ,2 ± 23 ,5 par p araa 81 ,8 ± 13 ,1m l.dl-1 ) em com par paração ação com com o placebo. A in ge st stão ão d a beb b eb id a gl g lico cose se p rov ovoo co couu au a u m en to si s ig n ificativo na fre qü ên cia car ca rdí díaca aca d urant urantee o e xe xerrcício (16 7, 7,77 ± 14 ,2 e 17 7, 7,11 ± 10 ,4b pm ). O con sum o de d e beb b eb idas com co m difer eren en tes ti tipo s de carbo carbo idratoo s e de alto ín d ice gl drat gliicê cêmm ico an antte s d o ex exee rcício n ão foi cap az de alterar o de se semm pe nh o do s vol v olun tár áriios; entret etan antto, ocasion ou alte raçõ e s n a g lice cemm ia e n a fr fre q ü ê nc nciia car ca rdí díaca aca d urante o e xe xerrcício. E m bo ra se es espe pe cul culee q ue osci oscillaçõ ações es n a gl g licem ia dur d urant antee o exe rcício p ossam pr prej ejud icar o d ese m pe nh o e m exe rcícios d e lon ga d ur uração ação , es esse se fat atoo n ão foi verificad cadoo e m no sso es esttud o.
ABSTRACT Effect of prior consumption of carbohyd carbohydrate rate on the glycaemia and performance a n im p o rtan ant t to o lfo r th e sp o rt Bases and Objective: N u tritio n is an practice practi ce. . A m on g the n u trie n ts, the car carb b o h yd ydr rat ate e s are are o n e o f th e m os ost t im po rtant.In tha hat t w ay the the aim of this stud stud y w as an alyze the the inf nfl lue nc nce e o f glycae m ic resp resp on se o n p er erf for orm m an ance ce o f he althy sub s ub - je cts, afte r in tak ake e o f diffe re n t carbo h yd rate so lu tio n s.Methods: Ten he althy m ale su bjec ect ts, 23 ± 2. 2.1 1 ye ar ars s old, w ere asked aske d to to an - sw e r a three d ays n u tritio n al an d p h ys ysi ica cal l ac act tivity reco rec o rd ator atory. y. A n - th rop o m e tric dat d ata a w e re co col llec ect te d an and d a pr p ro g res essi sive te st in cyc cycl le
1. Lab or orat atór óriio de P esq uisa do E xercício (LA (LA P E X ) –E scol scolaa de E du cação Física, U ni niver versi sidad e Fe de ral do R io G rand e do S ul (U FR G S ). R eceb ecebiido em 25 /8 /05. Ver Versão são fi finalrecebida em 26 /4 /06. A ceito em 26 /4 /06. atiiuc ucee B orges S ap apat ata, a, R ua F el eliizar zardo do , Endereço para correspondência: K at 75 0 , Jd Jd.. B o tân âniico –9 06 9 0 -20 0 –P o rto A le g re , R S , B rasi asill. Te Tells. s.:: (5 1 ) 33 1 6 58 61 /81 17 -07 61 , fax: (51 ) 33 16 -58 11 . E -m ail: kat katiiuc uceb eb orges orges@@ ho tm ail.co comm Rev B ras M ed E spor sportte _ Vo l. 12 , N º 4 –Jul/ –Jul/A go , 20 06
Palavras-chave: B eb ida dass carboi carboidrat dratad adas. as. G lice cemm ia. Exe E xerrcício. Keywords:
C arboh yd ydr rat ate e dr d rink nks. s. G lycae m ia. E xe rcise se. .
Palabras-clave: B e b ida s carbo hi hid d ratada s. G lice m ia. E je rcicio .
ergom et ergom eter er w as perf perfor orm m ed to to m easur easure e the the m axim al oxygen up - take an and d ven v en tilat ato o ry thresh thresh ol olds ds. . E ach su subj bjec ect t pe rform e d three three su sub- b- m ax axi im alte sts at th e in te n sity of o f se co n d ve v e n tilatory th re sh o ld .T h irty m inu tes be for ore e e ach sub m axim al test est, , 25 0 m l of each d rink: m al- to d e xtrin (M alto ),g lu co se (G lico se )p lu s sp o rt drin k o r die te tic ju ice (P lace acebo bo ) w as ing es est ted . Ve no us b loo d w as col co llected to to d et eterm erm ine th e g lyca ycae e m ic ind e x and a nd lactate .Results and Conclusion: Th er ere e w as a sign ifican t inc ncr re ase af aft ter 3 0 m inu tes w he n the su s u bj bjec ect ts ing es est ted m altod ex ext trin so sol lution (87 .4 ± 11 .2 to 11 6. 6.9 9 ± 19 .6 m l.d l-1). A fter 15 m inu tes of exer exe rcise, the re w as a de cr creas ease e in the glycae - m ia aft after the co cons nsum um pt pti ion of M alto (11 (11 6. 6.9 9 ± 19 .6 to to 7 7. 7.6 6 ± 14 .5 m l.dl-1 ) an and d G licos cose e (11 3. 3.2 2 ± 23 .5 to 81 .8 ± 13 .1 m l.dl-1 ) p lu s sp s p o rt dri dr ink solut uti ion s w he n com par pared ed w ith P laceb o solut uti ion . Th e glu- co se p lu s sp s p o rt d rin k so s o lu tio n in d u ce d a si s ig n ifica can n t in creas crease e in th e he ar art t rat ate e d uring ex exer erci cise (16 7. 7.7 7 ± 14 .2 and a nd 17 7. 7.1 1 ± 10 .4 b pm ). T h e co c o ns nsu u m p tio n o f d ifferen erent t carbo carbohy hyd d rat ate e so s o lu tio ns w ith h igh g ly- caem ic ind ex be for ore e exe rcise w as not n ot capab le to to chan ge the pe r- form an ance ce o f the vo vol lun tee rs. H ow ev ever er it ind uc uced ed cha chang ng es in the the g lyc ycae ae m ia an d h e ar art t rate du d u rin g e xe rcise . T h u s th th e o sc sci illatio n s on o n g lyca ycae e m ia du d u rin g e xe xer rcise m ay af a ffe ct n e g at ati ive vel ly th th e lo ng d ist stan ance ce p e rfo rm an ance ce, , this fact w as no t ve ver rifie d in o ur stu stu d y.
RESUMEN Efectos del consumo previo de carbohidratos sobre la respues- ta de glicemia y desempeño u n a im po rtan ant te h e rra- Introducción y objetivo: La n u trición e s un m ie n ta d e n tro d e la p rác áct tica d e p o rtiva va. . E n tre lo s n u trie n te s, lo s carbo car bo hidr drat atos os se de st stacan acan com o un a fue fue nt nte e en er ergé gé tica im po rtan- te . D e e sta fo fo rm a e l o b je tivo d e e ste trab abaj ajo h a si s id o ve rifica car r la inf nfl lue nc nci ia d e la res respu pu es est ta d e glice cem m ia e n el de se sem m pe ño de ind ivi- du os salud ab abl les de spu és de la ing estión de be bidas con diferen- te s tip o s de d e ca car rb o h id ratos. Métodos: Fu er eron on evaluad os 1 0 vo lun - tar ari ios, de l se sexo xo m ascu lino , co con n e dad es d e 2 3 ± 2, 2,1 1 añ os. Lo s vo lu n tar ari io s re re lle n ar aro o n u n im p re so d e d at ato o s alim e n tar ari io s d e tre s d ías y d e ac act tivid ad física ca. . F u e ro n re alizad zadas as e va val lu ac aci io n e s an a n tro p o - m ét étr ricas y tes test t de car carga gas s p rog resi esivas vas e cicloe rgó m etro pa par ra d e- term ina nar r el co cons nsum um o m áxim o d e o xíge no y lím ites d e ve nt nti ilación . C ad ada a vo lu ntar ntari io realizó tr tres te st sts s su b m áxim os en la in ten sid ad d e l 2 º lím ite d e ve ven n tilació n. Trei einta nta m in utos an ant te s d e cad a test sub - m áxim o, fue ron inge ridos 250 m l de un a de las beb idas com pue s- tas p o r: m alto d e xtrin a (M (M alto ), g lico sis (G (G lico sis) s), , o zu zum m o d ie té tico (P lace b o) o). . Fu e ron re alizad zadas as p u n cion e s d e san gre cap ca p ilar p ar ara a d e - te rm in ar lo s ni n ive le s de d e g lice m ia y lac act tat ato o san s an g u ín e o .Resultados aum m en to sign ificat cati ivo en la g lice cem m ia d es es- - y conclusiones: H ub o au pu és de 30 m inu tos d el consu m o d e la beb ida M alto (87 (87 ,4 ± 11 ,2 para par a 11 6, 6,9 9 ± 19 ,6 m l.dl-1 ). A lo s 15 1 5 m in u to s de d e l e je rcicio , h u b o dism inu ción en los n iveles d e d e g licem ia de spu és d el con sum o de las be bida das s M alto (11 (11 6, 6,9 9 ± 19 ,6 p ar ara a 77 ,6 ± 14 ,5 m l.dl-1 ) y G li-
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cosis (11 3,2 ± 23 ,5 p ara 81,8 ± 13 ,1 m l.dl-1 ) en com paración al P lacebo . La ing estión de la be bida d e G licosis provocó u n au m en - to significativo en la frecu encia cardiaca duran te elejercicio (167,7 ± 14 ,2 e 17 7,1 ± 10 ,4 b pm ). E l consu m o d e b eb idas con diferen - tes tipos de carbohidratos y de alto índice glicé m ico antes delejer- cicio no fue cap az de alterar el desem pe ño de los vo luntarios, sin em bargo ocasionó alteracion es en la glicem ia y en la frecuencia cardiaca durante el ejercicio. Aunq ue se especule que oscilacio- nes en la glice m ia duran te e l ejercicio puedan perjudicar el des- em peño en e jercicios de larga duración, este h echo n o fue verifi- cado en nu estro prese nte estud io.
INTRODUÇÃO A nu trição é u m a im po rtante ferram en ta de ntro d a prática desportiva, po is, quando bem orientada, pode reduzir a fadiga, perm itind o q ue o atleta treine du rante m ais tem po ou qu e se recup ere m elhor entre o s treinos (1). C om o vários n utrientes alim entares forne cem en ergia e reg ulam os processos fisiológ icos relacion ados ao exe rcício, se ria tentad or asso ciar as m odificações d ietéticas ao aprim oram en to d o d esem pen ho atlético (2). S eg un do as R eco m en daçõ es de Ing estão D ietéticas (R ID ), do N ation al R ese arch C ou ncil S ub com m itee , de 198 9 (3), em um a dieta equ ilibrada o s carboidratos de vem representar a m aior parte d a ing estão e ne rgé tica. M esm o se nd o p eq ue nas as rese rvas de glicogê nio d o o rganism o (4), elas são im portantes durante o pe ríodo de jejum e tam bé m du rante a situação de exe rcício prolon gad o, na qu al a glicose e o s ácido s graxos são oxidado s para fornece r en ergia para a con tração m uscular(5). O s carboidratos são divididos e m três categorias principa is: m on ossacaríde os, dissacaríde os e po lissacaríde os. C om o e xem plos de m on ossacaríde os há a glicose e a frutose ; com o dissacarídeo s, a sacarose, m altose e lactose; e, no grupo dos p olissacaríde os, de stacam -se os carbo idratos co m plexo s, qu e inclue m os po lím eros de g licose (com o a m altod extrina)(6). D evido ao fato d e o organ ism o n ão d ige rir e n em abso rver todos os carboidratos com a m esm a velocidade, um m ecanism o deno m inado índice glicêm ico foi desenvolvido para avaliar o efeito d os carboidratos sobre a g licose san guínea (7). O índice glicê m ico é um indicad or qualitativo da habilidade de um carboidrato inge rido em elevar os n íveis g licêm icos no sang ue (8), fornecendo inform ações efetivas para u m plano nu tricion al aprop riado em relação à suplem entação estratégica d e carbo idratos para o e xercício (9). Isso vem sugerir que , além do tipo d e carboidrato (sim ples ou com plexo), o índ ice g licêm ico p od e se r usado com o u m guia de referências p ara a seleção do su porte nutricional ideal de carboidratos para os e sp ortistas. Q uan to m ais intenso o e xercício for, m aior será sua de pe nd ên cia em relação ao carbo idrato co m o co m bu stível(4). S en do assim , as m en surações de algu ns índ ices de lim itação fun cion al du rante a atividad e física tornam -se im portan tes para que seja possível fazer um acom pan ham en to adeq uad o do e stado físico do ind ivídu o. D en tre essas variáveis e ncon tram -se a freq üê ncia cardíaca (FC ), o con sum o m áxim o de o xigê nio (VO 2 m áx) e o lactato san guíne o (10), qu e auxiliam no con trole do treinam en to e d ese m pe nh o físico de atletas e praticantes de atividad es físicas. A s bebidas co ntendo d iferentes quantidades e tipo s de e letrólitos e /ou nutrien tes com o carboidratos são utilizadas po r atletas e praticantes de atividad e física com a finalidad e d e m elhorar o de sem pe nh o físico. A s be bidas e spo rtivas po de m ser consu m idas an tes, du rante e apó s o exercício. Q uand o ing eridas an tes, têm com o p rop ósito p reven ir ou retardar os d istúrbios h om eo státicos q ue po de m acom panh ar a atividade física, asse gu rando um volum e plasm ático ade qu ado de sde o início do exe rcício, prom ovend o um pe qu en o reservatório d e fluído s no lúm en gastrintestinal, qu e será absorvido d urante a atividade. A lém disso , o con sum o n o p ré-exercício p od e o tim izar as co ncen trações d e g licose n o
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san gu e circu lan te, atravé s do fornecim en to d e carboidratos (11). Q uan do u tilizados duran te o exe rcício, os carboidratos p odem m elhorar o desem pen ho, com o dem onstrado no estudo d e C arter et al.(12). O consu m o d e so luçõe s con ten do carbo idratos apó s o exercício é recom en dado pe la S ocied ade B rasileira de M ed icina do E spo rte (13), visando favorecer um a m áxim a ressíntese d e g licogê nio m uscular e hep ático. O efeito do con sum o de beb idas com carbo idratos no pré-exe rcício em relação ao m etabolism o e d esem pen ho ainda é que stionado. A lguns estudos apresentaram m elhoras no desem pen ho (1416 ), en qu anto ou tros nã o o bti ve ram efeitos (17-20) o u até m e sm o dem onstraram dim inu ição na perform ance (21 ,22 ). P ortan to, este trabalho visa elucidar os efeitos do con sum o prévio d e be bidas com diferentes tipos de carboidratos an tes de u m exercício e m cicloergôm etro com intensidade fixa n o seg undo lim iar ventilatório.
MÉTODOS Amostra –Fo ram avaliados 10 volun tários, do sexo m ascu lino , saud áveis, não fum antes e n ão atletas, qu e n ão faziam uso de sup lem en tos, qu e foram con vidad os a p articipar do estud o m ediante expo sição do projeto e assinatura do term o de consen tim en to inform ado . E ste e stud o foi aprovad o pe lo C om itê de É tica em Pe squisa da R ede M etodista de Ed ucação IPA (nº 1.100 de 6 / 8 /20 04 ).
Intervenção dietética –A partir do preen chim ento do inquérito alim entar de três d ias, reco rdatório de atividad e física e realização da avaliação antrop om étrica (23), foram calcu lad as dietas individualizadas con ten do 60 % de carbo idratos, 12 % de proteínas e 28 % de lipídios, co m o au xílio do softw are de nutrição D ietw in versão P rofessional 2.0 , as q uais d everiam ser segu idas d urante os três dias preced entes a cada teste subm áxim o.
Teste preliminar –Inicialm ente, realizou-se um teste de cargas p rog ressivas e m cicloe rgô m etro com o ob jetivo de verificar o VO 2 m áx e os lim iares ve ntilatórios (LV ) de cada voluntário, co nform e o p rotoco lo p rop osto po r Lu cía et al.(24). O VO 2 m áx foi determ inado com a utilização d e e rgo esp irôm etro (C PX -D , M ed ical G raph ics C orpo ration , E U A ) e d e cicloe rgô m etro (The B yke , C ybex, E U A ). A FC foi ob tida através de freq üe ncím etro (P olar S 61 0 , Finlândia). A partir dos resultados obtidos foram determ inados os LV. O consum o de oxigênio (VO 2) do prim eiro lim iar ventilatório (LV 1) foi de term inado a p artir do prim eiro aum en to de sprop orcion al da ventilação (V E ) em relação ao VO 2, prop orcion al ao au m en to n a prod ução de dióxido de carbo no (C O 2 ). O se gundo lim iar ventilatório (LV2), foi de term inad o através d o aum en to sim ultâneo no eq uivalente ve ntilatório de oxigênio (V E .VO 2 -1 ) e d o equivalente ventilatório de C O 2 (V E .VC O 2-1 ), en qu anto a pressão e xpirada de C O 2 (P ET C O 2 ) com eçava a aum entar. O VO 2 m áx foi determ inado com o o m aior valor ob tido em pe ríod os d e 3 0s d urante o teste.
Bebidas –Trinta m inutos antes d e iniciar o exe rcício, os voluntários ingeriram 250m l de u m a das três diferentes bebidas definidas através d e u m sorteio p révio. A s be bidas foram de no m inad as e constituídas d a se guinte form a: bebida p lace bo –constituída d e ® suco com sabor e sem adição de açúcar da m arca C light (com posição: 0g de C H O ); be bida m alto –constituída d e 1 g d e m altod extrina/kg de m assa corpo ral, reco nstituída em águ a, no m esm o sabo r da be bida placebo ; be bida glicose –constituída de 25 0m l de G atorade ® (com po sição: 18 g de C H O ) adicion ada da quantidad e de glicose n ecessária para com pletar 1g de glicose/kg d e m assa corpo ral no m esm o sabor das dem ais beb idas. O G atorade ® foi utilizado apen as na bebida à base de g licose para dar sab or à preparação , já que tanto a solução placebo (com po sta por suco dietético) qu anto a so lução à b ase de m altod extrina p ossuíam sabores igu ais. Todas as be bidas foram prep aradas p elo m esm o p esq uisado r; os vo lun tários n ão tinh am con he cim en to d o co nteú do da b ebida qu e estavam ing erind o. R ev Bras M ed Esporte _ Vo l. 12 , N º 4 –Jul/A go , 20 06
Testes experimentais –C ad a voluntário realizou três testes su bm áxim os n o 2º lim iar ven tilatório, co m o objetivo de ve rificar a variação na g licem ia e d ese m pe nh o ap ós a ing estão p révia das três d iferentes b ebidas. P ara a ve rificação da g lice m ia, utilizou-se glico sím etro (A ccu C he ck A ctive , R oche, A lem anha), e p ara avaliação d o d esem pe nh o, analisaram -se as variáveis FC e taxa de troca respiratória (R E R ) du rante o exercício, be m com o a co ncen tração de lactato sanguíneo (lactím etro A ccuSpo rt , R och e, A lem anh a) e pe rda de pe so ao final do exercício. A ntes d a ing estão das b eb idas, foi coletada um a am ostra de sangu e capilar para determ inação da glicem ia em repo uso. Trinta m inu tos ap ós o consu m o d a be bida, era verificado o pe so do volun tário e m ed ida no vam en te a glice m ia cap ilar. Im ediatam ente após esse procedim ento, iniciava-se o exercício, cujo protocolo consistiu de um pe ríodo de increm ento de carga até a e stabilização da carga-alvo, que po deria durar até 1 0 m inu tos. A pó s esse pe ríod o d e ad aptação , a glicem ia era m ed ida a cada 15 m inu tos do exe rcício, qu e era execu tado até a e xaustão ou até com pletar 60 m inu tos. A o final do teste, além da aferição da glicem ia, tam bé m foi m en surado o lactato sangu íne o e o ind ivídu o e ra pesado para verificação da pe rda de pe so po r sud orese . O m esm o p rotoco lo foi rep etido no s do is testes seg uintes, com a ing estão prévia das d em ais b eb idas. Análise estatística –O s dado s foram estruturados e analisados utilizando o pacote estatístico S P S S (S tatistical P ackage for S ocial S ciences ), versão 12.0 para W in do w s. U tilizaram -se os testes de S hapiro-W ilk e Le vene para ve rificar os pressupo stos de no rm alidad e e ho m og en eidad e das variâncias, resp ectivam en te. P ara os resu ltados de glicem ia no s diferentes m om entos, utilizou se A N O VA tw o w ay para m ed idas rep etidas e po st ho c de Tukey, quan do ve rificadas alterações significativas. P ara os resultad os de lactato ao final do exercício, pe rda de pe so, FC , R E R e tem po de exercício utilizaram -se A N O VA one w ay e teste post hoc de Tuke y. O s resu ltado s foram exp ressos e m m éd ia ± de svio-pad rão e o nível de significância aceito foi de p < 0,05.
TABELA 2 Perda de peso, lactato final, tempo em exercício e FCmáx no exercício após o consumo de diferentes bebidas
B ebida placebo B ebida m alto B ebida glicose
Perda de peso
Lactato final
Tempo exercício
FCmáx
0,59 ± 0,36 0,54 ± 0,25 0,55 ± 0,24
9,26 ± 3,9 6,45 ± 2,5 9,15 ± 3,7
37,9 ± 17,8 34,9 ± 15,1 39,0 ± 14,7
175,1 ± 11,6 177,4 ±08,7 178,1 ± 11,7
Valores ex presso s em m éd ia ± dp da p erda de pe so (kg), lactato ao final do exe rcício (m g/dl), tem po d e teste (m in),e FC m áxim a no e xercício d os 1 0 vo lun tários d urante a realização d e cad a teste subm áxim o apó s consu m o d as beb idas: placebo , m alto (beb ida à b ase de m altode xtrina) e glicose (bebida à b ase de glico se).
A pó s o con sum o das be bidas placeb o e glicose , os volun tários não aprese ntaram alteraçõe s na g licem ia nos pe ríod os antes e apó s 30 m inu tos d e ing estão (88 ,5 ± 14 ,9 p ara 74 ,7 ± 25 ,6m l.dl-1, p = 0,24 0 e 9 7,3 ± 14 ,5 p ara 113,2 ± 23 ,5m l.dl-1 , p = 0,091, respe ctivam en te), diferen tem en te d a respo sta glicêm ica após o consum o da be bida m alto, qu e aum en tou a glicem ia sign ificativam en te (87 ,4 ± 11 ,2 p ara 11 6,9 ± 19 ,6m l.dl-1 , p = 0,001) no m esm o pe ríodo (gráfico 1).
Glicemia antes e após 30min do consumo das bebidas *
RESULTADOS A po pulação estudada, com o descrito na tabela 1, foi caracterizada com o eutrófica (25), apresen tando valores de F C m áx de ntro d os valores espe rado s. O s valores en contrado s para o VO 2 m áx e o LV ind icaram ,seg un do o A m erican C olleg e of Sports M ed icine (26),um a po pu lação se de ntária saud ável, não ten do ne nh um do s volun tários apresentado alterações na glicem ia de jejum .
–G licem ia d os 10 volun tários antes (1) e após (2) 30 m inutos Gráfico 1 – do con sum o das be bidas m alto (be bida à b ase de m altod extrina), glicose (be bida à b ase de glicose) e place bo , sem intervenção do exercício. *D ife- ren ça sign ificativa ap ós o con sum o da be bida m alto (p = 0,00 1). D ado s expressos em m édia ± dp.
Variação da glicemia durante os exercícios
TABELA 1 Caracterização da amostra Média ± dp Idad e (ano s) P eso (kg) E statura (cm ) IM C (kg/m 2 ) G ordura (% ) VO 2 m á x (m l.kg -1 .m in -1 ) FC m á x (bpm ) LV (m l.kg-1 .m in -1 ) G licem ia jejum (m g/dl)
0,23 ± 2,10 72,71 ± 6,690 177,1 ± 5,150 23,16 ± 1,320 16,63 ± 5,630 44,97 ± 7,680 180,1 ± 15,84 33,71 ± 5,150 91,06 ± 7,470
Valores expressos e m m édia ± dp d os 10 participantes do e studo .
A ingestão calórica d os voluntários encontrou-se de ntro d os padrões recom en dáveis para ind ivídu os saud áve is qu ando analisado s carboidratos (56,69% ± 6,45) e lipídios (25,95 % ± 4,20); no entanto, apresen taram consu m o p rotéico acim a do recom end ado (17 ,34% ± 3,13) para indivíduos não atletas (3). N ão houve diferenças significativas, entre os g rupo s, na p erda de peso ocorrida devido ao e xercício (p = 0,190), no s valores de lactato final (p = 0,077), na F C m áx (p = 0,21 1) no s testes sub m áxim os e no tem po totalde exe rcício (p = 0,68 3) (tabe la 2 ). Rev B ras M ed E sporte _ Vo l. 12 , N º 4 –Jul/A go , 20 06
–Vari Gráfico 2 – – ação da g lice m ia e ntre o início e o final dos testes ap ós con sum o das be bidas m alto (be bida à b ase de m altod extrina), glicose (be - bida à base de g lico se ) e p lace bo. *D iferenças significativas após co nsu - m o d as be bidas m alto (p = 0,00 2) e g licose (p = 0,00 1). D ado s exp resso s e m m é d ia ± d p.
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A pó s 15 m inu tos de exe rcício, a glicem ia m anteve -se estável de po is d o consum o da be bida place bo , dim inu ind o sign ificativam en te no s grup os qu e ing eriram as beb idas m alto e glicose (11 6,9 ± 19 ,6 p ara 77 ,6 ± 14 ,5m l.dl-1 , p = 0,00 0 e 11 3,2 ± 23 ,5 p ara 81 ,8 ± 13 ,1m l.dl-1 , p = 0,00 2, resp ectivam en te). E ntre os 15 e 30 m inu tos de e xe rcício, não houve diferenças estatisticam ente significativas nos três g rup os; no en tanto, qu em consum iu a b eb ida g licose apresentou tendência a d im inuir os níveis glicêm icos. E ntre 3 0 e 4 5 m inu tos d e e xercício, não foram en contradas diferen ças estatisticam ente significativa. A pós o co nsum o d as bebidas m alto e glico se , oco rreu dim inuição significativa na g lice m ia (116,9 ± 19,6 para 78 ,8 ± 17 ,8m l.dl-1 , p = 0,00 2 e 11 3,2 ± 23 ,5 p ara 77 ,6 ± 10 ,4m l.dl-1 , p = 0,00 1, resp ectivam en te) qu and o com parado s os grup os an tes e apó s o exercício, en qu anto q ue a be bida p lacebo não m odificou significativam ente a glicem ia (74,7 ± 25,7 para 83,4 ± 21,05, p = 0,309) (gráfico 2). N ão foram encontradas diferenças significativas ao longo d os testes subm áxim os nos dados do R ER . Q uan do analisada a freq üê ncia cardíaca ao lon go do exercício, não foram en contradas alterações sign ificativas ap ós o consum o da beb ida placeb o (16 6,1 ± 15 ,7 e 1 69 ,6 ± 19 ,6b pm , p = 0,98 4) e da b eb ida m alto (17 3,1 ± 13 ,4 e 17 5,2 ± 7,64 , p = 0,19 3); no en tanto, apó s o con sum o da beb ida glicose h ou ve aum en to altam en te sign ificativo (16 7,7 ± 14 ,2 e 17 7,1 ± 10 ,4b pm , p = 0,00 4).
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO N a literatura en con tram os d ivergê ncias sob re o con sum o d e be bidas co m po stas p or diferentes tipo s d e carbo idratos e sua relação com o de sem pe nh o em exe rcícios realizados em cicloe rgô m etro. A lgu ns e stud os relatam qu e o co nsum o d e carbo idratos com alto conteúdo g licêm ico antes do exercício afetaria negativam ente o desem penho de endurance por ocasionar elevação rápida d a g licem ia d o san gu e, o que acarretaria h ipoglicem ia reativa ou hipo glicem ia d e reb ote, po r ind uzir aum en to da libe ração de insu lina pelo p âncreas (15). A hipoglice m ia de reb ote resultan te, o catabo lism o d as gordu ras dep rim ido e a p ossível de pleção p recoce das rese rvas d e g licog ên io po de m exe rcer im pacto n eg ativo sobre o desem penho de endurance (27). Foster et al.(21) dem onstraram que o consum o de 75g de g licose 45 m inutos antes de u m exercício relativam ente inten so (84% VO 2 p ico ) estava associad o com dim inuição no tem po até a exaustão, com parada com um a refeição m ista o u controle. O s dados do presente estudo sugerem que o consum o de bebidas carbo idratadas 30 m inu tos antes do exercício, com po stas por carboidratos sim ples ou com plexos (glicose e m altodextrina, resp ectivam en te) e am bas as soluçõe s de alto índ ice glicêm ico (1), não alteraram o d esem pen ho no exercício q uand o com paradas com a ing estão d e b eb idas se m carbo idratos (placeb o). N osso s resu ltado s corrob oram os ach ado s de Fe bb raio e S tew art(17 ) e Febbraio et al.(18). N o e stud o d e H argreaves et al.(15), o consum o de carboidratos de alto índ ice glicêm ico, 45 m inutos an tes do exercício, não g erou efeitos no de sem pe nh o, ind ep en de ntem en te d a resp osta g licêm ica. O utros estud os, no s q uais foram com paradas soluçõ es co m baixo e alto índ ice g licêm ico co m placeb o, de m on straram qu e, quan do foram ing erido s carbo idratos com alto índ ice glicêm ico, ho uve aum en to na utilização de C H O du rante o exe rcício, m as tam bém sem efeitos no desem penho (19 ,28 ). A o analisarm os os resultados do s n íveis g licêm icos d este estudo , verificam os q ue , apó s o co nsu m o d a be bida à b ase d e g licose , não houve m odificaçõe s na glicem ia até o início d o e xercício (período este de 30 m inu tos). E ssa inalteração no s níveis glicêm icos, segundo M cArdle et al.(27), pode ter sido o casionad a pela hipoglicem ia de reb ote, ou seja, o con sum o d a solução co m po sta por um carbo idrato sim ples e de alto índ ice glicêm ico ge raria au m en to n as con cen traçõe s de glicose sang uíne a en tre o s 5 e 10 m inu tos apó s a ing estão. E ssa e levação na glicem ia levaria ao aum en -
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to d a liberação d e insu lina pelo pâncreas q ue, devido ao rápido transporte da g licose plasm ática para as células atravé s dos transpo rtado res de glicose do tipo 4 (G LU T-4)(29), ocasion aria queda na glico se plasm ática, retornan do a valores glicê m icos basais próxim os ao início do exe rcício. N o estud o de M arm y-C on us et al.(30), a qu ed a no s níveis glicêm icos o correu apó s 20 m inu tos d o co nsu m o da be bida à base de glicose , retornan do po steriorm en te a valores próxim os ao s iniciais. C om o início d o e xe rcício, a glice m ia decresce u significativam en te apó s o consu m o da be bida à base de g licose (p = 0,002 ) até os 1 5 m inu tos d e teste, com parado com a ing estão d a be bida placeb o. N osso s resu ltado s corrob oram os ach ado s de Fe bb raio e Stew art(17) em um estud o n o q ual a elevação no s níveis glicêm icos ocorreu após aproxim adam ente 15 m inutos do consum o da solução com alto índ ice glicêm ico, segu ida pe la q ue da constante até o início do exercício (45 m inu tos ap ós a ingestão). N o entanto, no s estud os realizado s po r K irw an et al.(31), o consum o de um a refeição com alto índ ice glicêm ico ocasion ou e levação no s níveis glicêm icos após 3 0 m inu tos do consu m o, segu ida po r qu eda co nstante até o final do exercício. N o estudo de Fe bbraio et al.(19), essa qu ed a apó s o início d o e xercício p rossegu iu até ap roxim adam en te 40 m inu tos, seg uida po r elevação na glicem ia até os 90 m inu tos de exercício, com no va dim inu ição apó s esse p eríod o. Isso po de ter ocorrido de vido ao aum en to da oxidação de carbo idratos e redu ção da o xidação de ácido s graxos du rante o exercício. N os resu ltado s do s níveis glicêm icos ap ós o con sum o d a be bida à base d e m altodextrina ve rificam os diferenças significativas quan do co m parados com os ob tidos apó s a ing estão da be bida à base de g licose e d a beb ida place bo.A m altodextrina, po r ser classificada com o u m carbo idrato d e alto índ ice glicêm ico e ao m esm o tem po com plexo , faz com qu e a glicose passe para a circulação san gu íne a de form a m ais len ta. S en do assim , a elevação da curva glicêm ica se m antém por m ais tem po. N o estudo de K irw an et al.(31), qu and o o ferecida um a refeição co m carbo idrato com plexo e de alto índ ice glicêm ico 45 m inu tos antes do exercício, ho uve aum ento da glicem ia após 30 m inutos do con sum o. D epo is desse período, houve dim inu ição na glicem ia até o final do teste. E m no sso estud o, qu and o forne cida a solução d e sem elhan te classificação , essa que da se su cede u até o s 15 m inu tos d e e xercício, e d epois houve e stabilização . Q uand o os volun tários ing eriram a b eb ida placebo , não foram en contradas o scilações na glicem ia, tanto com a intervenção da be bida q uan to co m a influê ncia do e xercício. E sse co m po rtam en to da curva g licêm ica e ra e spe rado e corrob ora os resu ltados en contrados em dem ais estudos (31-33). D urante u m exe rcício co m du ração de 30 m inu tos o u m ais, as conce ntraçõe s de insu lina ten de m a baixar, em bo ra a de glicose po ssa pe rm ane cer relativam en te constante (34). E sse fato d eve -se p rovave lm en te a au m en to g radu alnas concen trações plasm áticas d e g lucago n, qu e vaiestim ular a g licoge nólise he pática. C om isso , aum en ta-se a d isponibilidade de glicose para células, m anten do ade qu adas as con cen traçõe s plasm áticas d e glicose para satisfazer as d em andas m etabólicas aum en tadas pe lo exercício. A freqüência cardíaca não aprese ntou d iferenças significativas ao lon go do exe rcício ap ós a ing estão d a be bida p laceb o e da co m posta por m altodextrina. E ntretanto, quando os ind ivídu os ingeriram a beb ida adicion ada de glicose, foi ob servado aum en to sign ificativo (16 7,7 ± 14 ,28 para 177 ,1 ± 10 ,43 ; p = 0,00 4) da FC ao longo do e xercício (após período d e adaptação até o final do teste). N o en tanto, essa alteração não foi verificad a n os e studos realizad os por Fielding et al.(35), K irw an et al.(31) e S parks et al.(33). A elevação da F C po de ria estar relacion ada co m o au m en to d a insu lina(36 ,37 ). A insulina gera um efeito adrené rgico que, por sua vez, induz u m efeito crono tróp ico po sitivo sobre o coração (38 ). O efeito da insulina é evide nte, m esm o q uand o a hipo glicem ia é evitada po r infusão d e g licose o u q uan do os rece ptores β-adrené gicos são bloqu eado s (39). D essa form a, suge re-se que , qu ando ho uvesse R ev Bras M ed Esporte _ Vo l. 12 , N º 4 –Jul/A go , 20 06
m aior disponibilidade de glicose, haveria m aior prod ução de insulina(39), prop orcion and o aum en to da atividad e do sistem a n ervoso sim pático e, assim , elevand o a FC (36). N o e ntanto, com o n ão foi m en surada a insu lina sé rica durante o no sso estud o, seriam ne cessários no vos estudo s a fim de testar essa hipó tese. O lactato sang uíneo , qu e p ode ser usado com o u m índ ice de diagnóstico , prescrição e co ntrole de intensidad e do exe rcício (40), não apresen tou diferenças após os testes com as três d iferen tes be bidas. N osso s dad os co rrob oram os resu ltado s ob tido s no estud o de G leeso n et al.(16). N o e studo de Fe bbraio e S tew art(17), os níveis de lactato san gu íne o m ostraram -se au m en tado s apó s um período de 1 20 m inu tos de e xercício em com paração com o estado d e repo uso. N o en tanto, quan do com parados os grup os qu e ingeriram as refeiçõ es de alto índice glicê m ico , baixo índice glicê m ico e p lacebo, não se ve rificaram alterações significativas. O s valores e ncon trados e m no sso estud o su ge rem qu e o s três testes sub m áxim os foram realizados n a m esm a intensidade . A m edida de lactato san guíneo é bastante utilizada para predição do desem pen ho no exercício (41 ,42 ), assim com o o tem po d e exaustão. O tem po de exe rcício não foi alterado pe lo con sum o das be bidas, sendo, portanto, razoáve l que a co ncentração de lactato ao final do exercício tam bé m não se ja diferen te. N ão en con tram os diferenças sign ificativas n os valores do R E R du rante os testes prece dido s do co nsu m o das bebidas placeb o, m alto e glicose . N o e ntanto, D eM arco et al.(43), ao com parar o con sum o de soluçõe s co m alto índ ice glicêm ico, baixo índ ice glicêm ico (1,5g d e C H O /kg de peso ) e placebo , en contraram aum ento no
R E R no grup o q ue con sum iu a so lução de alto índ ice g licêm ico, com parado co m os ou tros do is grupo s nos p rim eiros 10 0 m inutos de exercício, segu ido po r dim inu ição até o s 12 0 m inu tos. O aum ento nos valores do R E R tam bém foi dem onstrado no estudo de S parks et al.(33);em qu e a ing estão d e um a solução de alto índ ice glicêm ico elevou o R E R ,conco m itantem ente com aum en to na oxidação de carbo idratos. P rovave lm en te, se não lim itássem os o tem po de teste,po deríam os encontrar diferenças sign ificativas no R E R do s vo lun tários apó s o con sum o das diferen tes be bidas. E ste estudo dem onstrou qu e o con sum o de bebidas com diferentes tipos de carboidratos (sim ples e com plexos) e de alto índ ice g licêm ico, 30 m inutos antes d e u m exercício su bm áxim o n o 2 o lim iar ventilatório, não foi cap az de alterar o de sem penho do s vo luntários.N o e ntan to,foram verificad as alteraçõ es na glice m ia ap ós con sum o das soluçõ es à base de glicose e m altod extrina no períod o d e adaptação ao exercício. Tam bé m foi verificado aum en to na FC após o consum o d a solução à base d e g licose. Em bora se espe cule qu e oscilações na glicem ia d urante o exercício po ssam prejud icar o d ese m pe nh o e m exe rcícios d e lon ga d uração, esse fato não foi verificado e m no sso estudo . E stud os adicion ais m en surand o con cen traçõe s sé ricas d e ho rm ôn ios pan creáticos e adrené rgicos são ne cessários para m elho r elucidarm os esse s ach ado s.
Todos o s autores declararam não haver qualqu er po tencial confli- to d e interesses referente a este artigo.
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R ev Bras M ed Esporte _ Vo l. 12 , N º 4 –Jul/A go , 20 06