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1 SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume V olume 1
FILOSOFIA Ciências Humanas
GOVERNO DO EST ESTADO ADO DE SÃ O PAULO SECRETARIA SECRET ARIA DA EDUCAÇÃO
MATERIAL DE APOIO AO MATERIAL CURRÍCULO DO EST ESTADO ADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR FILOSOFIA ENSINO MÉDIO 1a SÉRIE VOLUME 1
Nova edição 2014-2017
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFA EFAPP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova nova edição do Caderno do Professor , realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. currícu lo. Essa ação, efetivada por meio do programa programa Educação Educaç ão — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensicar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, rma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enm, o Caderno do Professor , criado pelo programa São Paulo faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Ocial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da propost proposta a de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apr apropriação opriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversicação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho trabal ho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume
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P qe esa Flsa? Las eas a ppsa Sações e Apezagem
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Situação de Aprendizagem 1 – Criando uma imagem crítica da Filosofia
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Situação de Aprendizagem 2 – Como funciona o intelecto? Introdução ao empirismo e ao criticismo 17 Siuao de Aprendiaem 3 – Insrumenos de pesquisa em Hisria da Fiosofia Situação de Aprendizagem 4 – Áreas da Filosofia
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Situação de Aprendizagem 5 – Introdução à Filosofia da Ciência
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Situação de Aprendizagem 6 – Introdução à Filosofia da Religião – Deus e a Razão Situação de Aprendizagem 7 – Introdução à Filosofia da Cultura – Mito e Cultura Situação de Aprendizagem 8 – Introdução à Filosofia da Arte – Nietzsche
Qa e es Es Mé Gaba
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Filosofia – 1a série – Volume 1
OriEntAÇÃo SoBrE oS contEúdoS do VoLuME Prezado professor, As suesões conidas nese Caderno devem ser avaliadas por você e consideradas, sempre, em função da experiência adquirida na convivência com os alunos nos ambientes em que são desenvolvidas suas atividades docentes. Como problema inicial, propomos uma queso didáico-meodoica prpria à Fiosoa: ensinar Fiosoa ou ensinar a osofar? Como você bem sabe, ambas são perguntas de difícil resposta e implicam escolhas que vão orientar todo o desenvolvimento do trabalho docente. A resposta não deve ser procurada nos debaes erudios sobre Fiosoa, nem no ao de osofar sobre udo, mas considerando, principamene, nosso púbico-avo: os aunos da escoa púbica. O que parece cero, porém – e esa é a nossa escoha –, é que precisamos chear à Hisria da Fiosoa a parir de quesões presenes, e no o inverso, como habitualmente acontece. Assim, nossos adolescentes podem chegar a uma melhor compreensão dos problemas apresentados pea vida. Sem isso, nenhum fisofo ou conceio fiosfico erá senido para ees. O primeiro conceio osco para se rabahar em sala de aula é a vida das pessoas que ali estão – do professor ao aluno. É claro que, para bem trabalhar essa questão, temos de recorrer aos conhecimentos e às esraéias sueridas peos sofos, enconrados na Hisria da Fiosoa e que devem ser utilizados para desenvolver o pensamento crítico, indispensável à promoção da dignidade
humana. Que sentido pode ter Karl Marx para quem não associa as ideias desse autor ao cansaço causado pelo excesso de trabalho? Que sentido pode ter Hannah Arendt se não a associarmos às violências que caracterizam – e comprometem – a condição humana? Que sentido tem John Locke quando dissociado da corrupção que nos agride todos os dias? Para favorecer essa produção de sentidos, propõe-se uma abordaem diaica: ouvir os alunos e ser ouvido por eles; dialogar com base no que se ouve na sala de aula e se lê nos textos oscos; er com os aunos e promover ou provocar a eiura invesiaiva; reeir e faer que eles coloquem suas vidas em meio à discusso osca; namene, escrever, como forma de expresso dessa reexo.
Nese voume propomos oio siuaões de aprendiaem, a saber: 1) Criando uma imaem crica da Fiosoa; 2) Como funciona o intelecto? Introdução ao empirismo e ao criticismo; 3) Insrumenos de pesquisa em Hisria da Fiosofia; 4) Áreas da Fiosofia; 5) Inroduo à Fiosoa da Cincia, com desaque para o pensamento de Karl Popper e Thomas Kuhn, bem como os tipos de raciocínio, como induo e deduo; 6) Inroduo à Fiosoa da Reiio – Deus e a Rao.
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O uso da racionaidade reacionada à existência de Deus é de particular importância, rao pea qua esse pico deve ser abordado com exremo cuidado, a m de eviar oda e qualquer manifestação que possa censurar a liberdade de escolha do aluno. Aqui certamente aparecerão, com maior destaque, as inuncias e os conhecimenos prévios dos alunos. Cabe a você, professor, assegurar o respeio de odos os posicionamenos. O respeio à diversidade é, nese caso, essencia; 7) Introdução à Filosofia da cultura – mito e cuura; e 8) Inroduo à Fiosoa da are – Nietzsche.
Melga e esaégas Os emas dese Caderno devem ser esudados principalmente com base na análise de textos – leitura, interpretação, compreensão, snese, associao, cassicao, comparao, organização, caracterização, estabelecimento de reaões e concuso – e na reaiao de pesquisas extraclasse. É essencial sempre valorizar a participação dos alunos em sala.
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Avaliação Em relação às propostas de avaliação, compreendemos que, aém da correo do coneúdo, ea deva ser um diansico compeo do processo de ensino-aprendizagem e um estímulo aos alunos para que ees prprios possam anaisar seu desempenho. A avaiao s se revese de sinicado se for capaz de proporcionar o aprimoramento das aividades pedaicas, ano por pare do professor quanto do aluno. Trata-se de um momento de reflexão para ambos e deve fazer parte do processo de aprendiaem. Os procedimenos de avaliação visam, sobretudo, ao desenvolvimento da capacidade de eiura, reexo e escria, fundamenada em coneúdos conceiuais da Fiosoa. Aém disso, ais coneúdos devem se consiuir como insrumenos para desenvover coneúdos procedimentais e atitudinais, pois esta proposta está comprometida com uma escola que promove o desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos – o que inclui a formação de cidadãos críticos e participativos, comprometidos com o universo social em que estão inseridos. Bom trabalho!
Filosofia – 1a série – Volume 1
P or QuE EStudAr FiLoSoFiA? LinhAS tEóricAS dA ProPoStA Para trabalhar essa questão com os alunos, você pode dividi-la em duas partes; na primeira, oriene uma discusso sobre: O que é Filosoa? . Na segunda, diretamente relacionada ao cotidiano da escola, proponha um debate sobre a imporância da discipina no currcuo escoar: Para que serve o estudo da Filosoa? . Como você sabe, há várias resposas para essas quesões, pois, para cada rande sofo, a Fiosoa é ao diferene. Por isso, a m de eviar a consruo de um mosaico de deniões, nossa proposa será orienada peas indicaões dos Parâmer Parâmeros os Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCN-EM) para o ensino de Fiosoa.
o qe é Flsa? Uma discusso sobre o que é Fiosoa prepre cisa, de início, considerar que seu estudo no Ensino Médio difere muito daquele que é desenvolvido desenv olvido na universidade universidade,, de caráter essencialmente acadêmico acadêmico.. Nas faculdades de Filosofia, ouve-se com frequncia que exisem várias osoas e que eas nem sempre convivem de forma harmônica; é o caso, por exemplo, do platonismo, do aristotelismo, do racionalismo, da hermenêutica, do marxismo, da dialética, do realismo, do estruturaismo, do ps-modernismo, enre ouras. Em um curso de raduao, jusica-se o aprofundaaprofundameno em uma ou em oura osoa, seundo os autores ou problemas que mais sensibilizam os aunos – o que, muias vees, se deve às inuninun cias exercidas peos prprios professores. As quesões que abrem nossa proposa possuem como objetivo básico levar os alunos a perceber o sentido cultural e político da
Fiosoa e a imporância de seu ensino para a formação deles. Em resumo, fazer que percebam que esudar Fiosoa, mais do que obriobrigação escolar, escolar, é um direito e uma conquista. Como ponto de partida, orientamos as Siuaões de Aprendiaem proposas nese Caderno peas seuines deniões: A Filosofia é “uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação, a partir da análise dos pressupostos do pensar e do agir e, porano, como fundamenao erica e crítica dos conhecimentos e das práticas”. PCN + Ensino Médio: orienaões educacionais compemenares aos Parâmeros Curricuares Nacionais: Ciências Humanas e suas tecnologias. p. 44. Disponível em: . Acesso em: 12 ju. 2013.
Com base na denio dada, é possve penpensar na segunda parte do problema levantado no início desta seção, para avaliarmos – professores e alunos – qual é a importância de se estudar Fiosoa no Ensino Médio.
Paa qe seve es a Flsa? Essa é uma pergunta de difícil resposta, pois pressupõe que udo em de er uma uiidade, um uso prático, como estudar Matemática apenas para não ser enganado no momento do troco. Em geral, essa questão não se embasa em uma discusso osca; ea procede das necesneces sidades imediaas da ordem mercadoica. De qualquer forma, a questão existe e pode ser uma ponte para o diálogo diálogo..
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Em ve de expormos o hisrico do conceio e a crítica a uma concepção de cultura restrita e utilitarista, vamos destacar a importância do ensino da Fiosoa no Ensino Médio para a
formação do cidadão na profunda dimensão ético-política, o que pode ser amparado nos prprios arumenos conidos nos PCN, nos quais se arma:
A nova eisao educaciona e ducaciona brasieira parece reconhecer, afina, o prprio senido hisrico da ai ai-vidade fiosfica e, por esse moivo, enfaia a compencia da Fiosofia para promover, sistematicamente, condiões indispensáveis indispensáveis para a formao de cidadania pena! Parâmeros Curricuares Nacionais: Ensino Médio – pare IV. p. 45. Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013.
P qe esa Flsa? Com base nas consideraões aé aqui apreapresenadas, é possve armar que a reexo crica
Instrumento Objetos Objetivo
Reexo crica C o nh e c i m e n t o
Aç ã o
Produção da cidadania
Em resumo, o objetivo de se estudar Filosofia é o conhecimento de seu instrumento, ou seja, a reexo crica, que consise em faer o pensamento voltar-se sobre si mesmo e sobre o mundo, de modo a apropriar-se de experiências e enajar-se na ransformao da prpria vida. Os objeos de rabaho so o conhecimeno
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susenada pea Fiosoa (o insrumeno insrumeno)) visa auxiiar o adoescene (conhecimeno/ao) no processo de formao da cidadania (objeivo), o que pode ser assim esquemaiado:
e a ao. A reexo crica deve considerar a produo erica da Fiosoa, seus exos, os problemas abordados e seus métodos. Ao mesmo empo, deve raar de quesões da ação humana sobre seus conhecimentos e sobre o mundo mundo.. Pedagogicamente, divididos ou unidos, os objetos devem ser alvo consane de crica reexiva.
Filosofia – 1a série – Volume 1
SITU ITUAÇÕES AÇÕES DE APRENDIZAGEM AP RENDIZAGEM SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 1 CRIANDO UMA IMAgEM CRítICA DA FIlOSOFIA No era, os aunos m rande dicudade de pensar de forma abstrata, até mesmo pelo mundo imagético que os cerca. No entanto, é possível incentivá-los a desenvolver essa capacidade por meio da construção de uma imagem crítica da disciplina. Inicialmente, vamos ouvi-os sobre o que pensam da Fiosoa em rearea ção a outras disciplinas; em seguida, cabe dialogar com eles a respeito do conceito de Fiosoa; depois, pode-se apresenar o concon ceio de reexo uiiando a anáise do espeespe lho; na sequência, temos a leitura de trechos de
Arisees e Pao; por m, é hora de promopromo ver o diálogo diálogo com base nesses textos. todas essas suesões, enreano, devem ser avaliadas por você, professor, professor, que conhece melhor os limites e as possibilidades de suas condiões de rabaho. É possve, por exemexem plo, dilatar ou reduzir o tempo dedicado a cada atividade, bem como acrescentar ou modificar procedimentos. Enfim, faça as adapaões que juar necessárias para ainir seus objetivos docentes.
Conteúdos e temas: desenvovimeno dos conceios básicos de Fiosoa, reexo e reconhecimeno do intelecto. cmpeêas e ablaes: dominar diferentes linguagens e compreender diferentes fenômenos do conhecimento. A proposta procura incentivar as competências que possibilitam reconhecer manifesaões hisrico-sociais do pensameno, aém de incenivar as práicas do rabaho em equipe, da pesquisa, da sisemaiao e apresenao de conceios e informaões e da exposio oral e escrita. Durante sua realização, os alunos podem ser incentivados a selecionar, organizar e idenicar informaões, bem como desenvover a capacidade de produo de exos exos,, associando quesões auais a referncias exradas da Hisria da Fiosoa. Sgesã e esaégas: orientar o trabalho em grupos, a realização da pesquisa, a coleta e a sisemaiao das informaões. Do momeno de ouvir os aunos aé que ees possam escrever, escrever, o acompanhameno quesionador e invesiaivo é fundamena. O exerccio consane de propor quesões e ajudar os aunos a responder a eas é uma das chaves chaves da invesiao invesiao osca. Sgesã e ess: um espelho de tamanho médio e alguns textos selecionados. Sgesã e avalaçã: reisros sobre a paricipao nas discussões. A eiura do exo produido pelos alunos e a sua reescrita devem ser consideradas.
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Sagem e sesblzaçã – ov e alga Inicialmente, e com o objetivo de que os aunos conheam e xem conceiconcei tos que serão trabalhados ao longo deste volume, você pode propor a atividade de Pesquisa Individual que consta no Caderno do Auno sobre as expressões “Ineeco”, “Ree“Reexo crica”, “Fiosoa” e “Cidadania”. Em seguida, você pode pedir aos alunos que preencham o quadro a seuir. Oriene-os a
evitar respostas que possam causar constrangimento, como “Arte lembra o professor chao”, ou resposas muio especcas, como “Maemáica embra o número 3”; nese caso, seria melhor responder “Matemática “Matemática lembra números e cácuos”. Depois de observar as anoaões feias no Caderno dos alunos, você deve preencher o mesmo quadro na lousa, lembrando que o mais imporane nee so as indicaões sobre Fiosoa, pois a ineno é inves invesiar iar o que os alunos pensam da disciplina.
o qe lemba qê? Matemática Inglês Hisria georaa Biologia Língua Portuguesa Educação Física Arte Fiosoa Física Química Sociologia Quadro 1.
De posse das respostas, faça à classe algumas perguntas, de maneira que todos possam responder oramene; voc pode modicar ou acrescenar ouras quesões. Esa aividade também está proposta no Caderno do Aluno, na seção Preparação para discussão, na qual os alunos poderão registrar suas respostas respostas..
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a) O que voc pensa a respeio da Fiosoa? b) Como você imagina que é o trabalho de um fisofo? Voc conhece ou já ouviu faar de um sofo? Qua é o seu nome e o que ele escreveu?
Filosofia – 1a série – Volume 1
A seguir, apresentamos algumas respostas obtidas em nossas experiências de aulas de Fiosoa com aunos do Ensino Médio. “Um conhecimeno inúi, no serve para trabalhar ou arrumar emprego e não dá dinheiro.” A essa ideia, bastante recorrente, é possível opor argumentos contra o reducionismo da vida humana ao trabalho. Ressalte que somos mais do que o dinheiro pode pagar. Além disso, lembrando que a Fiosoa é uma imporane manifesao da cultura, você pode questionar a classe a respeito da subordinação mecânica à utilidade mercadoica. f “Um conhecimento profundo demais e que não somos capazes de entender.” De fato, a Fiosoa é um conhecimeno profundo, mas, desde que se dê o primeiro passo, é possível caminhar longas distâncias. f “Um curso para passar o tempo, pois não reprova.” Aqui, você pode lembrar que exerciar o pensameno é uma ima oportunidade para se desenvolver. Mas, como está em jogo também o modo como se passa o tempo, é possível pedir aos alunos que avaiem o que é mehor: viver a vida como uma pedra, apenas sofrendo a erosão do tempo, como um animal selvagem, à procura somente do que serve de imediato, ou como um ser humano, capaz de crescer e se desenvolver conscientemente. f “Um conhecimento alienado, incapaz de dialogar com a realidade.” Embora essa ideia seja muito comum, não é difícil mosrar que a Fiosoa se preocupa, sim, com a realidade, pois fazem parte de suas preocupaões quesões muio imporanes, como o aborto e a eutanásia, ou como deve ser a justiça para lutar contra as injustiças, como deve ser um bom poico, como idenicar a corrupção moral ou como avaliar, eticamene, as apicaões da Cincia. f “Um conhecimento de gente revoltada, que não gosta de religião, moral ou das coisas como elas deveriam ser.” Sobre isso, f
reconhecido o direito das pessoas de serem ansicas ou aeias, é imporane dier que a Fiosoa no pode ser associada com revoas conra as reiiões ou conra a reiiosidade. A Fiosoa é crica na medida em que procura pensar todos os lados de uma questão. No caso da religião, ela busca superar as visões superciais que, por exempo, cassicam as pessoas como boas e honesas s por irem diariamene à ireja ou ao emplo, sem considerar suas atitudes cotidianas. Mais ainda: a Fiosoa se permie reeir sobre uma explicação divina para as injustiças sociais, como a fome e a violência, o que pode ser esendido ao campo da mora: por exemplo, devemos julgar os outros sem saber o que acontece com eles de verdade? É possível ignorar que uma pessoa considerada honesta e boa na frente dos amigos e da famia, enha, em ouras siuaões, aiudes vergonhosas, desonestas, maldosas e, consequentemente, condenáveis? f “Um conhecimento que ajuda a gente a ser feliz, uma terapia de grupo.” Não é difíci enconrar na Fiosoa consoo e reexão, que podem nos animar, estimular e fortalecer. Mas é preciso informar que, às vees, a Fiosoa raa de quesões difceis, principalmente quando descobrimos que emos responsabiidades maiores. O ado erapuico da Fiosoa exise; no enano, há também a exigência de trabalho e enga jamento por um mundo melhor. Ela deve fazer bem ao indivíduo e ao grupo, mas isso nem sempre é prazeroso. f “Uma lição de moral, já que o padre e o pastor no podem vir à escoa.” A reexo éica no é um exercício normativo; a imagem da Filosoa moraisa normaiva deve ser coocada em questão por imperativos éticos. Por exemplo, é uma norma moral respeitar e obedecer ao pai e à mãe. Entretanto, o que deve ser feito quando o ho é coocado em uma siuao de vioncia peos pais? Ou o irmo por ouro irmo? O cidado de que a sociedade precisa para tornar-se melhor deve ser capaz de fazer
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um discernimeno éico sobre quesões como essas, não se reduzir a um inconsciente cumpridor de preceitos morais. “Um jeio de viver.” Voc deve se embrar de que, na faculdade, muitos colegas se decepcionaram porque não encontraram na Fiosoa uma souo para suas vidas. Apesar de ermos sofos muio reiiosos, a Fiosoa no é uma espécie de reiio; ea é uma reexo. Quando ouvimos uma pessoa faar “a minha osoa de vida”, ela está se referindo ao seu jeito de encarar as coisas, e no à Fiosoa mesmo, que é uma reexo crica e medica.
Ve e v – o espel Pepaaçã Para esta etapa, é necessário que você disponha de um espelho de tamanho médio para usar em sala.
Qesões paa vesgaçã Procure dividir a classe, no máximo, em cinco grupos. Assim que os grupos estiverem formados, escreva, na ousa, as seuines quesões, ambém formuadas no Caderno do Auno:
a) O que se vê no espelho? b) O que o espelho não pode reetir? c) Como e para que o espelho é utilizado? Passe o espelho para cada grupo e peça que anoem as quesões e enreuem as resposas em uma folha separada. Sugerimos que as resposas sejam apresenadas por meio de picos. Por exemplo, para a questão “Como e para que o espeho é uiiado?”: f f
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Ver se o cabeo esá peneado; Ver se emos espinhas no roso.
Comentários sobre as questões Com o espelho na mão e com as respostas dos aunos, voc pode discuir as quesões: O que se vê no espelho?
Comece falando sobre como funciona o espeho: a u branca, que coném odas as cores, parte de sua fonte, por exemplo, o Sol ou a âmpada, e aine os objeos. Os objeos absorvem a luz, que é composta das cores do arco-íris; se o objeto aparece com a cor amarela, por exemplo, é porque absorveu os raios de odas as ouras cores e reeiu a amarea; o mesmo ocorre com as outras cores. Se o objeto aparece preto, é porque absorveu todas as cores, e, se aparece branco, é porque não absorveu nenhuma cor. Seria interessante mosrar o conceio com as cores da saa: a camiseta verde, o boné azul, o batom vermelho etc. Então, quando vemos as cores na realidade, o que vemos é a reexo da u, em diferenes partes que correspondem a elas. É verdade que o físico explicaria isso com mais detalhes, por meio das eis da pica; ana, a Fiosoa sempre aprendeu muito com a Física e com as outras ciências. O espeho no deixa a u aravessá-o, pois possui um revestimento opaco. Como a luz não pode passar, ela vai e volta, integralmente. É bom lembrar que o olho vê apenas a luz que oca os objeos. Se o espeho reee ou “rejeia” toda a luz, mostra todas as cores, e é por isso que, quando olhamos para ele, vemos a imagem completa. A esse fenômeno damos o nome de reexo. O que o espelho não pode reetir?
Um espelho não pode mostrar os objetos que a u no aine. Por isso, no exise reexo no escuro. Ele também não pode mostrar o que
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não está à sua frente ou o que está escondido, nem os seres invisíveis a olho nu, como o ar e os micrbios. Ee no pode reeir a si mesmo. E também não pode mostrar o passado nem o fuuro; ee s mosra o presene. Como e para que o espelho é utilizado?
Trata-se de um excelente momento para pensar o espelho do ponto de vista estético. E por que não usar o espelho para ensinar a reeir?
Le Pepaaçã Prepare bioraas curas de Arisees e Platão. Apresente aos alunos os dados relevanes. Voc pode saienar aumas curiosidades, pois isso cativa a atenção e pode evá-os a se idenicar com auns dos sofos, despertando-lhes a curiosidade e a vontade de aprofundar o estudo. Essa prática pode, também, aproximar os alunos da Hisria da Fiosoa, faendo-os chear aé ea pelos exemplos, e não pela memorização de nomes, datas e sínteses esquemáticas. O mais imporane, porém, é desacar que esses sofos podem ajudar a pensar sobre a capacidade reexiva dos seres humanos. Depois disso, apresente para os alunos os textos selecionados a seguir. Caso julgue necessário, acrescente outros textos que considere importantes, extraindo-os, por exemplo, de seu material didático. É fundamental que os alunos tenham contato com esses excertos. Na Fiosoa, a paavra “ama” apresena várias possibilidades de entendimento e conceitos, elaborados, por exemplo, pelos pré-socráicos, a escoa piarica, Pao, Sano Aosinho, Descares, enre ouros sofos.
Esá presene ambém nas concepões da ciência moderna, da neurociência, da teologia ec. Do pono de visa eoico, muios aunos associam a espírito, parte não material, invisível do ser humano, e a faculdades mentais, morais, afetivas do homem, entre outras compreensões possveis. Da a necessidade de o professor tratar a palavra “alma” com muita atenção, uma vez que ela adquire conceio muio especco, pecuiar e prprio na osoa arisoéica. Professor, os textos a seguir, bem como as atividades referentes a eles, encontram-se no Caderno do Aluno. Peça aos alunos que sublinhem as palavras que desconhecem no texto, procurem seu significado e as transcrevam no final do Caderno do Aluno, na seção Meu vocabuário fiosfico. Ao considerarmos que o conhecimento de qualquer tipo é algo a ser honrado e valorizado, um tipo que talvez seja, em razão de sua maior exatidão ou por dizer respeito a objetos mais belos e elevados, digno de maior valor do que qualquer outro, em ambos os casos deveríamos naturalmente colocar o estudo da alma em primeiro lugar. O conhecimeno da ama ceramene conribui muitíssimo para o avanço da verdade em geral e, acima de tudo, para a nossa compreensão da Natureza, já que a alma é, em certo sentido, o princípio da vida animal. Nosso objetivo é captar e compreender primeiro sua natureza essencial e, segundo, suas propriedades; destas, algumas são compreendidas como afeos prprios da ama em si, enquanto outras são consideradas como sendo ligadas ao animal, já que este a carrega em si mesmo. ARISTÓTELES. Da alma. Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013. traduo Eoisa Pires.
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Pois nada mais faço do que persuadir a todos, jovens e anciãos, a não se preocuparem com si mesmos ou com suas posses, mas acima de tudo e principalmente a se preocuparem com o mais profundo aperfeiçoamento da alma. Digo a vocês que a virtude não é dada pela riqueza, mas que, de fato, a virtude gera riqueza e também odos os bens dos homens, púbicos e am bém privados. PlAtãO. Apologia de Sócrates. Disponve em: . Acesso em: 21 ou. 2013. traduo Eoisa Pires.
Comentário sobre os textos Como estamos iniciando o estudo da Fiosoa por meio do conceio de reexo e vimos que o espelho não mostra tudo o que acontece na vida natural e na cultura humana, você pode chamar a atenção dos aunos para o fao de que Pao e Ariseles trazem em seus textos a preocupação com a alma, com a virtude, com a capacidade de conhecimento, ou seja, com palavras ou conceitos que fazem parte da experiência humana e exiem esforo de reexo que se disinue da reexo consaada com a ajuda do espelho. f f
Como podemos armar que exisem a ama, a virtude, a capacidade de conhecimento? O que faemos para reeir sobre esses conceitos?
Em diferenes cuuras e momenos hisricos, o ser humano formulou entendimentos distintos sobre virtude, alma e conhecimento. f
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O que os aunos do Ensino Médio, presenes na aua de Fiosoa, enendem por ama?
f
Onde formuaram suas represenaões sobre alma e virtude? Nas igrejas, na família, na escola? Com a ajuda do cinema? Da televisão?
Diferentemente do corpo, o intelecto é inteligível. Mas, assim como o corpo, ele pode ser mehorado. Esa reexo deverá conduir o auno a compreender que a sosicao do seu pensamento pode promover o desenvolvimento consciente de cuidados com seu corpo. Como argumentar que existem a alma e virtudes como solidariedade e justiça, e que somos capazes de pensar e de conhecer o mundo em que vivemos? Uma conversa com os alunos sobre essas quesões pode ajudar a probemaiar a diferena enre a reexo do espeho e a reexo intelectual. As respostas dos alunos podem ser registradas para aprofundamento posterior à atividade que se segue.
Escrever A partir daqui, pode-se propor uma comparao enre os conceios de reexo ineecua e reexo no espeho. Uma boa esraéia é dar coninuidade às quesões proposas na atividade com o espelho. O quadro seuine pode ser um exerccio prático para realização em sala de aula. Convém preenchê-lo por etapas, discutindo o seu coneúdo. A aividade esá presene no Caderno do Auno, com o seuine enunciado: Em que os aspectos da reexão de uma imagem no espelho se assemelham aos aspectos da reexão intelectual ou deles diferem? Preencha o quadro a seguir:
Filosofia – 1a série – Volume 1
reexã espel
reexã eleal
Necessita somente de luz.
A reflexão intelectual precisa de ideias e conhecimento.
Apenas reee o que esá à sua frene.
O intelecto pode refletir sobre coisas escondidas ou ausentes, assim como pessoas que moram longe e de quem gostamos.
Apenas reee as imaens do presene.
Reflete sobre coisas do passado e pensa o futuro. Em relação ao presente, ela trata dos sentidos, dos valores e das interpretações que fazemos do que podemos ver e do que apenas percebemos da realidade.
Apenas reee o que é visve.
Reflete sobre coisas “invisíveis”, ou abstratas, como o amor, a saudade ou as ideias, sem esquecer, obviamente, a Filosofia.
Caso não funcione direito, pode ser descartado.
É possível melhorá-la por meio do conhecimento.
No pode reeir a si mesmo.
Pode refletir sobre si mesma.
Quadro 2.
Preenchido o quadro, peça aos alunos que desaquem uma das armaões conidas nee e, na sequncia, redijam um texto de 15 linhas, tentando explicá-la para um interlocutor imaginário, que deve ser identificado no texto. Assim, pensando no destinatário, eles poderão expressar-se com mais carea. O exo deve conempar a comparao enre a reexo do espelho e a reflexão intelectual. Como são poucas linhas, a tarefa pode ser realizada na prpria aua ou como lio de casa, de acordo com a proposta do Caderno do Aluno, a critério do professor.
Avaliação da Situação e Apezagem Observe as produões do auno e a correo dos exos escrios com o objeivo de vericar a capacidade de organização para o estudo; verique se odas as aividades foram concudas.
Ppsas e qesões paa avalaçã As quesões 1, 2, 3 e 4 proposas a seguir estão no Caderno do Aluno na seo Voc aprendeu? e a questão 5 está disponível apenas para o professor. Essas atividades podem ser utilizadas no formato de avaliação em processo. Por meio delas, espera-se que o auno reia com mais propriedade sobre as rs principais indaaões (o que é?, como é?, por que é?) que caraceriam a aiude osca.
1. Registre uma situação do dia a dia na qua um jovem precise reaiar uma reexão. Pode ser uma situação real, recuperada com a ajuda da memria, ou uma siuao ccia, invenada para ese exercício. Espera-se que o aluno elabore situações cotidianas cujos personagens reflitam sobre as relações que produziram tais situações, assim como hipóteses sobre desfechos e soluções possivelmente encontradas.
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2. Desaque um coneúdo que voc esudou na 8a série/9o ano, de qualquer uma das disciplinas, e elabore uma ou duas perguntas para reexo sobre esse coneúdo. Espera-se que o aluno registre perguntas que permitam o questionamento sobre origens, finalidades ou sentidos relativos aos conteúdos destacados.
3. Releia o seguinte texto e apresente um argumeno a favor da armao de Pao e um arumeno para quesionar esa armao: Pois nada mais faço do que persuadir a todos, jovens e anciãos, a não se preocuparem com si mesmos ou com suas posses, mas acima de tudo e principalmente a se preocuparem com o mais profundo aperfeiçoamento da alma. Digo a vocês que a virtude não é dada pela riqueza, mas que, de fato, a virtude gera riqueza e também odos os bens dos homens, púbicos e am bém privados. PlAtãO. Apologia de Sócrates. Disponve em: . Acesso em: 21 ou. 2013. traduo Eoisa Pires.
Espera-se que o aluno demonstre capacidade de distinguir a ideia central defendida por Platão, a saber, que a riqueza pode derivar da virtude e que a virtude não deriva da riqueza, argumentando em defesa dessa ideia, e que revele, também, capacidade de problematizar essa afirmação com questões que relativizem essa assertiva.
4. Selecione um problema social atual e vivenciado por determinados grupos de jovens brasieiros e apresene quesões para uma reexo crica sobre ee. Espera-se que o aluno elabore questões que permitam a contextualização e as diversas perspectivas que cercam o problema selecionado.
5. Considerando a conversa que mantiveram em classe sobre os argumentos
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que, em geral, utilizamos para defender a ideia de que a alma existe, elabore seu argumento particular em relação a essa ideia, fazendo referência às experiências familiares, escolares ou religiosas que, na sua hisria de vida, favoreceram essa elaboração. Espera-se que o aluno recupere experiências coerentes com a necessidade de apresentar argumentos favoráveis à ideia de que a alma existe.
Ppsa e saçã e epeaçã Oriene os aunos em recuperao a reomar o quadro comparaivo enre reexo do espeho e reexo ineecua. Soicie que seecionem um dos temas apresentados como exempo para a refexo ineecua: amor e saudade. Em seguida, eles deverão apresentar argumentos que demonstrem a existência desse ema. Para muios aunos, reeir sobre a existência de um tema de sua experiência de vida poderá faciiar o coneúdo rabahado nesa Situação de Aprendizagem.
ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema Lvs lORIERI, Marcos. Filosoa: fundamenos e méodos. So Pauo: Core, 2002 (Docncia em formao). livro que permie uma viso ampla do trabalho do professor, com várias indicaões meodoicas. MAtOS, Oária. Filosoa: a poifonia da rao – Fiosofia e educao. So Pauo: Scipione, 1997 (Pensamento e ação no magisério). livro que diaoa com a radio osca e o objeivo da formao cidad.
Filosofia – 1a série – Volume 1
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 2 COMO FUNCIONA O INtElECtO? INtRODUçãO AO EMPIRISMO E AO CRItICISMO A primeira Situação de Aprendizagem tratou do reconhecimento do intelecto. A segunda preende aprofundar esse reconhecimeno. O objetivo geral desta Situação de Aprendizagem é que o aluno compreenda o intelecto como um objeto de estudo, que pode ser entendido. Para
alcançar esse objetivo, na primeira etapa, vamos abordar o empirismo a partir do funcionamento de aparelhos de rádio, da televisão ou do celular, na segunda etapa, leremos o texto de John Locke; na terceira, o foco é o texto de Kant sobre os conhecimentos apriorísticos.
Conteúdos e temas: os conceios básicos so Fiosoa, reexo e reconhecimeno do ineeco, empirismo, tipos de conhecimento e criticismo. cmpeêas e ablaes: o objetivo desta Situação de Aprendizagem é estimular o exercício e o desenvolvimento de habilidades como a compreensão da dinâmica da aprendizagem e a leitura da ordem dos arumenos de um exo osco. Por meio dessa proposa, procura-se incenivar o desenvolvimento de competências relacionadas à sistematização de ideias e sua diferenciação. Na reaiao das aividades, os aunos podem oraniar os arumenos de um exo osco e associar quesões auais a referncias exradas da Hisria da Fiosoa. Sgesã e esaégas: além das aulas expositivas, você deve orientar o trabalho de leitura com base na visualização do equipamento de comunicação. A leitura contínua dos textos como exercício da descoberta de uma ordem argumentativa constitui uma boa estratégia. Sgesã e ess: aparelho de rádio, televisão ou telefone celular, sites e textos selecionados. Sgesã e avalaçã: como oda a arefa é reaiada em saa de aua, a observao e as anoaões a respeito da participação são fundamentais. A ordenação de argumentos deve ser considerada como espaço de visualização das capacidades de leitura e escrita do aluno. Em relação às compencias e habiidades, espera-se que o auno seja capa de er exos oscos, compreender suas estruturas e ordenar suas ideias.
Sagem e sesblzaçã – ov e alga O rádio, a televisão e o celular Para desenvolver esta Situação de Aprendizagem, você precisará de um aparelho de rádio, televisão ou celular, de preferência quebrados, para que se possa observar o seu interior.
Professor, há, no início da Situação de Aprendizagem no Caderno do Aluno, a solicitação para que o aluno represente o funcionamento do rádio, da televisão ou do celular por meio de um desenho e mostre como tais aparehos decodicam e reproduem o sina. Como introdução, apresente uma pequena bioraa ineecua de John locke. Em seuida,
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aps mosrar o rádio, a eeviso ou o ceuar aos aunos, voc pode propor as quesões formuladas a seguir, também reproduzidas no Caderno do Aluno. Procure sempre comparar o funcionamento do aparelho ao da inteligência humana. É imporane, nas discussões, considerar a proposa erica do empirismo, assim como as quesões já rabahadas sobre o conhecimento do intelecto, ou da alma intelectiva, baseando-se nos exos oscos aneriores. Os aunos devero responder às seuines quesões, com ajuda do debae em saa de aua:
a) Como o rádio, a televisão e o celular capam, decodicam e reproduem sinais? Procure enfatizar o seu funcionamento graças à captação (via satélite, por exemplo) de sinais externos, por meio de antenas e cabos. Lembre-se de que o aparelho decodifica os sinais, transformando-os em som e/ou imagens. Finalmente, pergunte-lhes o que acontece quando removemos a antena do rádio ou da televisão.
b) Como o intelecto, ou pensamento humano, capta os sinais do mundo? A inteligência humana capta os sinais do mundo não por antenas, mas sim pelos órgãos dos sentidos: ouvidos, olhos, língua, pele e nariz. Quando sentimos o mundo, nós o captamos. Os cheiros, os sons, os sabores, as cores e as temperaturas, tudo é interpretado pela inteligência. Além disso, podemos partilhar o que captamos com os
O rádio, a televisão ou o celular
c) É possível saber como o nosso pensamento funciona, do mesmo modo que o técnico conhece o funcionamento de um aparelho de rádio, televisão ou celular? Sim, é possível saber como nossa inteligência funciona e como ela aprende. Para isso existe a reflexão, que consiste em fazer a inteligência olhar para si mesma. Ao olharmos para nós mesmos, conseguimos perceber os componentes de nossa maneira de pensar, pois existem várias peças (ou partes) em nós, assim como no rádio, na televisão ou no celular. O técnico deve aprender como funciona cada uma das peças do rádio, da televisão ou do celular para perceber onde serão necessários os ajustes. Do mesmo modo, ao refletir, podemos aprender o funcionamento de cada “peça” da nossa inteligência, ajustá-la, se necessário, e, assim, desenvolver nossa inteligência.
Podemos comparar o rádio, a televisão e o celular com o intelecto. Esta atividade está proposta também no Caderno do Aluno, na queso 2 da seo leiura e anáise de exo:
O entendimento ou o intelecto
Capta o mundo pela antena ou cabo.
Capta o mundo pelos cinco sentidos.
Analisa e interpreta o sinal.
Analisa e interpreta as experiências.
Depois de interpretar o sinal, transforma-o em imagem ou som.
Depois de interpretar as experiências, transforma-as em ideias.
S inerprea o sina desinado a ee.
Interpreta tudo o que aparece aos sentidos e pode experimentar outras coisas.
Não aprende nada com o que capta.
Aprende ou pode aprender com tudo o que capta.
No pode reeir sobre o que capa.
Pode refletir sobre o que consegue captar e, inclusive, transmitir para outras pessoas os conhecimentos.
Quadro 3.
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outros. Assim, a interpretação não se reduz a uma atividade da mente isolada e entra em contato com o mundo real, onde vivem outras pessoas. Por exemplo, se está calor e minha pele está sentindo o Sol, eu posso fazer esse comentário para outra pessoa e ela pode confirmar. São as experiências interpretadas pelos seres humanos que dizem o que é verdadeiro ou não. A isso damos o nome de sen sibilidade, porque nossa inteligência, ou nosso intelecto, necessita da experiência para entender o mundo.
Filosofia – 1a série – Volume 1
O rabaho do sofo é parecido com o do técnico que conserta aparelhos de rádio, televiso ou ceuar. Comparaivamene, o sofo tem de conhecer as partes para poder melhorar o funcionameno da ineincia. Isso sinica que a Fiosoa pode nos auxiiar a desenvover ideias mais claras e a melhor sintonizá-las.
Le – Pae 1 Uiie a pequena bioraa de John Locke, com dados básicos sobre o autor, já apresentada aos alunos,
para trabalhar o texto a seguir, que pode ser acompanhado pelo Caderno do Aluno, em Leitura e análise de texto. Nesta seção, há ambém aividades especcas para a anáise dos trechos. Peça aos alunos que sublinhem as palavras que desconhecem, procurem seu significado e as transcrevam no final do Caderno do Aluno, na seção Meu vocabulário osco. Caso juue necessário, acrescene outros textos e atividades que considerar importantes para o desenvolvimento deste coneúdo, exraindo-os, por exempo, de seu material didático.
Suponhamos, então, que a mente seja, como dissemos, uma folha em branco, vazia de elementos, sem quaquer ideia: – Como ea é preenchida? De onde vem essa vasa coeo que a imainao auda e ilimitada do homem nela inscreveu com uma variedade quase infinita? De onde vem todo o material para a razão e o conhecimento? A isso eu respondo, em uma palavra, da experiência. Nela está fundamenado odo nosso conhecimeno; e dea, em úima anáise, ea prpria se deriva. Nossa observao empreada seja sobre objeos exernos sensveis ou sobre operaões inernas de nossas menes percebidas e refeidas por ns mesmos é o que fornece nossa compreenso com odo maeria de pensameno. Essas são as duas fontes de conhecimento a partir das quais derivam todas as ideias que temos, ou podemos ter, naturalmente. Primeiro, nossos Sentidos, conhecedores de objetos sensíveis particulares, realmente transmitem para a mene inúmeras percepões sobre coisas, de acordo com os vários meios denro dos quais esses objetos os afetam. E, assim, obtêm-se as ideias que temos sobre amarelo, branco, calor, frio, macio, duro, amargo, doce e todas aquelas que denominamos qualidades sensíveis; quando digo que os sentidos transmitem à mente, quero dizer que eles transmitem à mente, a partir de objetos externos, aquilo que produ nea ais percepões. A esa rande fone da maioria das ideias que emos, dependenes unica mente de nossos sentidos, e da qual deriva nosso entendimento, eu denomino sensação. Segundo, a outra fonte da qual a experiência fornece entendimento com ideias é a percepção de operaões de nossas prprias menes denro de ns, empreadas sobre as ideias que m; operaões as quais, quando a alma chega a refletir e considerar, verdadeiramente fornecem o entendimento com outro conjunto de ideias, que não poderiam existir a partir de coisas externas. E tais são percepção, pensamento, questionamento, crença, racionalidade, conhecimento, vontade e todas as diferentes formas de ação de nossas mentes. Essa fonte de ideias, todo homem traz dentro de si; e, apesar de não ser um sentido, já que não tem nada a ver com objetos externos, ela se parece muito com um e pode ser adequadamente denominada como sentido interno. Mas, como denominei o outro sensação, logo denomino este como reflexão, sendo as ideias proporcionadas por ee apenas exisenes por meio da refexo da mene em suas prprias operaões denro de si mesma. lOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013. traduo Eoisa Pires.
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Depois da leitura, organize grupos de cinco aunos. Cooque os picos a seuir na ousa, para que possam ser copiados, e faça um sorteio para distribuí-los entre os grupos. 1. A mente é vazia de ideias. 2. Como se adquire conhecimento? 3. A experiência é o fundamento de todos os conhecimentos. 4. Como a experiência pode ensinar?
Todos os argumentos, ou motivos, ou porquês foram elencados de modo a permitir a defesa da ideia central. Lembre-se de que todo texto é uma defesa de uma ou mais ideias. A ideia central do texto que apresentamos pode ser resumida nesa frase: “Nascemos sem conhecimento algum e vamos aprendendo pelas análises das experiências”.
7. A mene percebe as suas operaões pea reexo.
Na sequência, peça aos grupos para procurar, no texto, trechos que combinem com a frase que lhes coube. Cada uma delas resume argumentos que estão no texto. Quando encontrarem, no texto, algo semelhante à frase que possuem, ero, eno, o arumeno. Voc pode pedir que ordenem as frases segundo o texto. Assim, eles poderão perceber a construção de um raciocínio textual.
8. tipos de percepões: pensar, duvidar, crer, raciocinar.
Le – Pae 2
5. Os senidos faem que as ideias enrem na mente. 6. tipos de experincias dos senidos: branco, amarelo, quente, frio, duro, amargo.
Disribudos os picos, comene que os extos, de modo geral, procuram defender uma ideia. Para isso, cria-se um raciocínio. Os raciocínios são feitos de argumentos, que mostram ideias que defendem uma ideia central. Sobre um filme, por exemplo, podemos pensar: f f f f f f
f
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vários autores importantes ao longo de muitos anos e pode ser discutido com pessoas interessantes pela internet.
ideia cenra: aquee me é imo; arumeno 1: porque em ideias ineressanes; arumeno 2: porque é fáci de compreender; arumeno 3: porque esabeece reaões com ouros mes e ideias imporanes para mim; arumeno 4: porque é aradáve de assisir; arumeno 5: porque aribui a homens e mulheres valores semelhantes quanto às expectativas sociais (não reduz os homens à riqueza nem as muheres à beea); arumeno 6: porque foi comenado por
Professor, esta etapa será baseada nas ideias do texto “Da distinção entre o conhecimento puro e o empírico”. Com o objetivo de que os alunos conheçam e assimilem conceitos que serão trabalhados neste trecho e ao longo da segunda parte desta Situação de Aprendizagem, você pode pedir, previamente, que realizem a pesquisa sobre as expressões “Experincia”, “Conhecimenos a priori ”, “Conhecimentos a posteriori ”, “Sensao” e “Reexo”, proposa na seo Pesquisa individual do Caderno do Aluno. Recomendamos a apresentação inicial de uma pequena biografia de Immanuel Kant, nos moldes das sugeridas anteriormente. O exo a ser rabahado e que esá reproduzido a seguir pode ser acompanhado também no Caderno do Auno, em leiura e anáise de exo. Aps a
Filosofia – 1a série – Volume 1
leitura, peça aos alunos que sublinhem as palavras que desconhecem, procurem seu signicado e os ranscrevam no na do Caderno do Auno, na seo Meu vocabuário os-
co. Aproveie ese momeno para escarecer dúvidas e inroduir novas ideias. Pea ambém que ideniquem qua é a principa ese do texto.
da sçã ee eme p e empí No há dúvida de que odo o nosso conhecimeno comea com a experincia; pois de que ouro modo poderia a nossa faculdade de conhecimento ser despertada para o exercício, não fosse por meio de objetos que esimuam nossos senidos e, em pare, produem represenaões por si mesmos, em pare coocam em movimento a atividade de nosso entendimento, levando-a a compará-las, conectá-las ou separá-las e, assim, ransformar a maéria brua das impressões sensveis em um conhecimeno de objeos chamado experincia? No que diz respeito ao tempo , porano, nenhum conhecimeno anecede em ns à experincia, e com esa começam todos. Ainda, porém, que todo nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso surge ele apenas da experiência. Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso conhecimento por experiência fosse um composo daquio que recebemos por meio de impressões e daquio que nossa prpria facudade de conhecimeno (apenas movida por impressões sensveis) produ por si mesma; uma soma que no podemos diferenciar daquela matéria básica enquanto um longo exercício não nos tenha tornado atentos a isso e aptos a efetuar tal distinção. Aquela expressão não é suficientemente determinada, contudo, para designar de maneira adequada o sentido integral da questão posta. Pois, se costuma dizer, de muitos conhecimentos derivados de fontes da experincia que ns somos capaes ou paricipanes dees a priori , na medida em que não os derivamos imediatamente da experiência, mas sim de uma regra universal que, no entanto, tomamos emprestada da prpria experincia. Assim, di-se de auém que soapou os fundamenos de sua casa que ee poderia saber a priori que ela cairia, i.e., ele não precisava esperar pela experiência em que ela de fato caísse. Inteiramente a priori , contudo, ele não poderia mesmo sabê-lo. Pois teria que aprender antes, por meio da experiência, que os corpos são pesados e, por isso, caem quando lhes é retirado o suporte. No que segue, portanto, entendermos por conhecimento a priori aqueles que se dão não independenemene desa ou daquea, mas de oda e quaquer experincia. A ees se supõem os conhecimenos emp ricos ou aquees que s so possveis a posteriori , i.e., por meio da experiência. KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. traduo Fernando Cosa Maos. 2. ed. Perpois: Voes; Braana Pauisa: Editora Universitária São Francisco, 2013. p. 45-46.
Comentário sobre o texto Nesse trecho, Kant nos mostra como a Filosoa é imporane para enender o funcionamento da nossa inteligência. Afinal, como podemos melhorar algo que não sabemos como funciona? Ninguém aprende a dirigir bem um carro sem ter alguma noção de como ele funciona. Assim é com o rádio, a televisão e o celular e com a nossa inteligência. Kant
explica que o conhecimento que temos pode ser posterior à experiência (conhecimento a posteriori ) ou anerior a ea (conhecimeno a priori ). Quando pensamos sobre o funcionamento da nossa ineincia, faemos uma reexo crica. Agora podemos entender um pouco mais o conceio de Fiosoa como “uma reexo crica a respeito do conhecimento e da ação, por meio
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da análise dos pressupostos do pensar e do agir e, porano, como fundamenao erica e crtica dos conhecimentos e das práticas”. Traduzindo para uma linguagem mais simpes, podemos dier que a Fiosoa consise em anaisar como ns pensamos a respeio do conhecimento e da ação. Nossa inteligência está bem equipada para pensar os conhecimentos? Nossa inteligência está bem equipada para pensar as aões?
Exercício Aps essas discussões, pea aos aunos que desenhem um robô que tenha peças com as seuines funões exernas: capurar sons, imagens, temperatura, tipo de superfície (áspera, isa, moe, dura), cheiros e sabores. Em seguida, oriente-os a desenhar os componentes para o computador desse robô, lembrando que cada peça deve ter uma função inerna correspondene às seuines funões exernas: anaisar a quanidade, anaisar a quaidade, anaisar as reaões e juar os valores.
Avaliação da Situação e Apezagem Voc pode avaiar a Siuao de Aprendiagem com base na participação em aula e na vericao dos Cadernos dos aunos. Com o objetivo de alcançar as habilidades de reexo e oraniao do pensameno, por meio do conhecimeno do prprio ineeco, procure observar, como na Situação de Aprendiaem anerior, se os aunos eram odos os exercícios e se os textos propostos estão regisrados no Caderno. O Caderno deve ser a oraniao do esudo osco do auno. No caso da redação, a avaliação consiste em aferir a capacidade de eiura, reexo e escria.
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Ppsa e qesões paa avalaçã É importante destacar que as quesões 1, 2 e 3 proposas a seuir estão dispostas no Caderno do Auno na seo Voc aprendeu? e a queso 4 está disponível apenas para o professor. Essas atividades podem ser utilizadas no formato de avaliação em processo. Por meio delas espera-se que o auno possa idenicar auns conceitos elaborados por Kant e Locke, ao tratarem da natureza do nosso conhecimento.
1. Desaque o nome de um me ou programa de televisão que você considera bom e argumente a respeito de sua qualidade. Analise os seus argumentos e responda: Quais so os criérios que o evam a armar que um me ou um prorama tem qualidade? Espera-se que o aluno reflita sobre os próprios argumentos, identificando critérios de qualidade de um filme ou de um programa de televisão. O professor deve estar atento para o fato de que essa questão exige dois movimentos do aluno: elaborar argumentos e identificar critérios de qualidade.
2. Para Kant, o que são conhecimento a priori e conhecimento a posteriori ? O aluno deve ser capaz de responder, de forma clara e concisa, que a priori é o conhecimento adquirido sem a necessidade da experiência e que a posteriori é o conhecimento ao qual se chega depois da experiência.
3. Destaque a diferença central entre as ideias apresentadas no texto de Locke e no de Kant. Espera-se que o aluno identifique que, segundo Locke, todo novo conhecimento se origina da experiência, enquanto, para Kant, o conhecimento é uma soma daquilo que recebemos da impressão dos sentidos ( a posteriori ) e daquilo que a nossa faculdade de conhecer lhe adiciona ( a priori ).
4. Apresente uma relação de conhecimentos que você já elaborou sobre uma de suas atividades antes mesmo de tê-la vivenciado. Espera-se que o aluno selecione uma atividade do seu
Filosofia – 1a série – Volume 1
cotidiano, como um esporte, uma atividade artística, um trabalho voluntário ou profissional, uma tarefa doméstica, e identifique conhecimentos apriorísticos, ou seja, conhecimentos que foram acionados e que já haviam sido elaborados antes mesmo de ele a vivenciar.
Ppsa e saçã e epeaçã Como na Situação de Aprendizagem anterior, reeia com os aunos os exos oscos que apresenaram dicudade de compreensão. Essa leitura possibilitará ao professor idenicar as decincias conceiuais e fornecer uma explicação mais detalhada para os conceitos que não foram bem apreendidos.
Além da leitura, pode-se pedir aos alunos que tentem explicar os excertos, escrevendo pequenos textos sobre eles – e reescrevendo, quando necessário.
ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema Site DOMíNIO Púbico . Disponve em: . Acesso em: 12 jul. 2013. Este site oferece para download obras oscas inerais.
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 3 INStRUMENtOS DE PESQUISA EM HIStóRIA DA FIlOSOFIA A Fiosoa é dividida em áreas especcas, segundo os principais interesses do conhecimeno osco. Nese pico, vamos discuir aumas áreas com o propsio de oferecer aos alunos uma visão mais abrangente e elementos que lhes permitam fazer pequenas pesquisas para a consruo de exos oscos. Para esse m, seecionamos os seuines picos: Eemenos de Hisria da Fiosoa, Episemologia, Teoria do Conhecimento, Ética, Política e Estética. A construção de textos depende sempre da pesquisa como forma de estímulo para a curiosidade, a eiura e a reexo crica. No enano, é comum a pesquisa escolar reduzir-se a mera
cpia de exos de quaidade duvidosa, principalmente pelo mau uso dos recursos da internet. Então, o que fazer? Como a pesquisa é fundamental para o desenvolvimento autônomo do educando, sugerimos dar a ele algumas ferramenas de pesquisa em Hisria da Fiosoa, de modo especia pea eaborao de bioraas. A sueso de rabahar com as bioraas baseia-se na consideração de que, ao se estudar Hisria da Fiosoa, deve-se coocar a Fiosoa na hisria, iso é, compreender que a Fiosoa está intimamente ligada a uma tradição, que tem objeos e probemas prprios, mas, ao mesmo tempo, está inserida em épocas e lugares.
Conteúdos e temas: os conceios básicos a ser desenvovidos so: Hisria da Fiosoa, Hisria, bioraa, caracersicas da Fiosoa Ania, caracersicas da Fiosoa Medieva, caracersicas da Fiosoa Moderna e caracersicas da Fiosoa Conemporânea. cmpeêas e ablaes: o objetivo desta Situação de Aprendizagem é o de estimular o exercício e o desenvovimeno de habiidades como a compreenso e a eiura de um exo osco. Por
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meio desta proposta, procura-se incentivar o desenvolvimento de competências relacionadas à sistematização de ideias e sua diferenciação.
Sgesã e esaégas: eaborar uma inha do empo da Hisria da Fiosoa a m de orienar o trabalho de pesquisa passo a passo. Sgesã e ess: caso decida-se fazer a pesquisa em sala de aula, serão necessários livros didáicos de Fiosoa, com uos variados, encicopédias, dicionários de Fiosoa e, se possve, acesso à internet. Sgesã e avalaçã: se a arefa for reaiada em saa de aua, a observao e as anoaões a respeito da participação oral são fundamentais. Para o exercício de pesquisa, o foco é a leitura investigativa e o debate esclarecedor. Em relação às competências e habilidades, espera-se que os aunos sejam capaes de er diversos exos oscos de modo invesiaivo.
Sagem e sesblzaçã – ov e alga
Peís a hsa a Flsa – Ouvir e escrever
Proponha aumas quesões, como, por exempo: Você conhece alguma pessoa com
Para rabahar a época em que viveu um sofo, deve ser considerada a sua posição na diviso cássica da Hisria da Fiosoa: Fiosoa Ania, Fiosoa Medieva, Fiosoa Moderna e Fiosoa Conemporânea. Aém disso, mesmo respeitando essa tradição, convém considerar a especicidade de cada auor, eviando eneraiaões. Impora, aqui, evar em cona o conexo hisrico-socia em que viveu o pensador.
sabedoria? Como ela fala e procura resolver as coisas que acontecem?
O imporane, nese momeno, é que os alunos percebam a íntima ligação entre pessoas sábias e a tentativa de resolver problemas existentes em sua vida cotidiana. Como forma de introduzir os alunos no esudo da Hisria da Fiosoa, oriene-os sobre o que é uma pesqsa bgáa, tema a ser aprofundado em um segundo momento nesa Siuao de Aprendiaem. Voc pode sensibiiá-os por meio de quesões sobre aum sofo seecionado por voc. Perune aos aunos: Quais foram as principais preocu pações deste lósofo? Quais são os principais elementos de seu pensamento? Quando e onde ele viveu? Quais foram suas influências e a quem ele inspirou?
A seguir, aprofundaremos o tratamento a ser desinado a cada uma dessas quesões.
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É necessário, portanto, subsidiar os alunos com uma visão geral sobre cada uma dessas divisões, expicadas nas sneses apresenadas a seguir.
Flsa Aga traa-se do incio da Fiosoa, da formuao de seus primeiros probemas. A Fiosoa Ania abrane um perodo que vai do na do sécuo VI a.C. aé o sécuo VII d.C. tendo como espaços iniciais as cidades-Estado da grécia, ambém desenvoveu-se em várias cidades do Império Romano, inclusive no Norte da África. Os escrios da época sobre os quais
Filosofia – 1a série – Volume 1
temos conhecimento foram produzidos, em geral, em grego e latim, mas os espaços culturais em que se desenvolveram eram bastante heterogêneos. Muitos textos dos pensadores desse período acabaram se perdendo, restando-nos apenas alguns livros e fragmentos.
na Revolução Francesa e na Revolução Industrial, com a crescente desumanização do processo social de produção. Seu espaço central ainda é a Europa, mas cada vez mais atinge outros espaços, como, por exemplo, os Estados Unidos da América.
Flsa Meeval
Aps sua expanao sobre a diviso cássica dos perodos da Hisria da Fiosoa, pea aos alunos que preencham o quadro que consta no Caderno do Auno, desacando: o conexo hisrico era (incuindo as daas e as subdivisões do perodo), os principais probemas oscos, as principais escoas oscas e os randes sofos do perodo.
A Filosofia Medieval desenvolveu-se no perodo que vai do sécuo VIII ao sécuo XIV. Seus espaços foram, principalmente, os mosteiros e ordens religiosas europeias, onde a Ireja Caica inha heemonia. Enreano, houve manifesaões oscas fora do mundo cristão, em especial no mundo árabe e judeu. A Fiosoa desse perodo foi uma das áreas do conhecimento que ajudaram a fomentar a criação das universidades. Sua principal discussão era a relação entre fé e razão, ou seja, a tentativa de separar o que pertenceria a Deus (a eooia) e o que perenceria aos homens.
Flsa Mea Iniciada no sécuo XIV, a Fiosoa Moderna se esende aé o na do sécuo XVIII, no continente europeu. Nessa época, a Europa foi palco do desenvolvimento do capitalismo, da formação dos Estados nacionais, das grandes naveaões e dos processos de cooniao e formao dos impérios. A Ireja Caica perdeu a hegemonia para o protestantismo e para as ideias que incentivavam a liberdade do homem em relação à religião. Sua principal discussão era a preocupação com o homem racional e livre, com as mudanças na política e com a esperança nas ciências empíricas.
Flsa cempâea A Filosofia Contemporânea estende-se do na do sécuo XVIII aé os nossos dias. É possvel dizer que seus objetos de estudo se inspiram
Pesqsa bgáa – ree e alga Agora, você pode retomar a pesquisa de bioraas, orienando os aunos sobre as fontes em que elas devem ser embasadas. Enfatize a importância de consultar boas enciclopédias, dicionários de Fiosoa, ivros didáicos e paradidáticos, além de revistas especializadas. Caso seja possível em sua escola, recomende o uso da internet, mas assegure-se de que suas orienaões sero seuidas, especiamene para eviar a cpia pura e simpes de coneúdos no enendidos. A atividade Lição de casa do Caderno do Auno propõe a reaiao de uma pesquisa bioráca sobre a vida de um sofo indicado peo professor orienada peas perunas a seuir:
a) Quando e onde o sofo viveu? Quais foram os fatos mais marcantes da vida dele? Esta questão é fundamental para conhecer o pensamento de um autor. É importante dizer com o que o filósofo mais se ocupou com base nas áreas da Filosofia, tais como Ética, Política, Metafísica, Epistemologia, Teoria do Conhecimento, Religião, Lógica e outras. Em seguida, é necessário
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apresentar, resumidamente, como se caracterizaram essas preocupações e como ele tentou respondê-las.
b) Ee se inspirou em quem? E inuenciou quem? Espera-se, como resultado da pesquisa, que o autor seja apresentado em relação à tradição filosófica. Por exemplo, a escola filosófica da qual o pensador participou e as influências que foram recebidas ou exercidas por ele. Quando for o caso, registrar seus oponentes, além de filósofos e pessoas importantes que foram inspirados por ele.
c) O que ee pensou sobre: f Ética f Política f Teoria do Conhecimento O resultado da pesquisa deve refletir, em linhas gerais, o pensamento do autor em três áreas capitais da Filosofia. É desejável que o aluno perceba, em certa medida, possíveis relações e conexões entre elas: entre política e ética, entre ética e teoria do conhecimento, ou entre teoria do conhecimento e política.
d) Aém dessas informaões, voc enconrou alguma outra curiosidade a respeito da vida dele? Espera-se que essa “curiosidade” vá além de questões sobre a vida pessoal do filósofo, embora estas possam, eventualmente, ser interessantes. De preferência, a atenção deve ser dirigida para sua vida pública: por exemplo, que Jean-Paul Sartre pronunciou conferências no Brasil em 1960; que Michel Foucault manifestou seu apoio à revolução iraniana em 1979; que Aristóteles foi tutor de Alexandre, o grande etc.
Respondidas essas quesões, o auno conseuirá siuar o sofo em queso em meio à radio osca. Neste momento, solicite a Pesquisa individual proposta no Caderno do Aluno, que poderá auxiliar na apreenso do coneúdo.
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O primeiro exerccio da aividade propõe que os aunos ideniquem o sofo a parir de pistas sobre seus principais pensamentos e, em seguida, completem as palavras cruzadas com o nome de cada sofo idenicado na aividade. No segundo exercício, os alunos são provocados a pensar sobre os assuntos que acreditam valer a pena reeir. Ese pode ser um ineressane pono de partida para um debate. Para naiar a Siuao de Aprendiaem, você pode propor aos alunos que realizem uma nova pesquisa bioráca, dessa ve em rupo. Faça um sorteio entre nomes como Platão, Arisees, Sano Aosinho, René Descares, Baruch Espinosa, David Hume, Voaire, geor W. F. Hee, Friedrich Niesche, Karl Marx, Kant, Martin Heidegger, Sartre, Hannah Arendt e outros que considerar fundamentais. Procure contar aos alunos alguns faos ineressanes sobre a vida desses sofos para estimular a curiosidade deles. Voc pode debaer com ees os resuados da pesquisa e, por m, oriená-os a rediir, em foha avulsa, um texto de aproximadamente duas páginas, conempando as quesões esudadas.
Avaliação da Situação de Apezagem Ao avaliar a Situação de Aprendizagem, procure observar a participação e a dedicação de cada aluno na elaboração das pesquisas e do texto.
Ppsas e qesões paa avalaçã As quesões 1, 2 e 3 proposas a seguir estão dispostas no Caderno do Auno, na seo Voc apren-
Filosofia – 1a série – Volume 1
deu?, e a questão 4 está disponível apenas para o professor. Essas atividades também podem ser utilizadas no formato de avaliação em processo. Por meio de tais atividades, espera-se que o aluno possa compreender a Hisria da Fiosofia considerando a cutura, o período, o pensamento e a tradição fiosfica.
1. Quais são as principais características da Fiosoa Ania? O aluno deve considerar que se trata do princípio da Filosofia, que seus espaços iniciais foram as cidades-Estado da Grécia, mas sua influência se espalhou por várias cidades do Império Romano. Os escritos da época sobre os quais temos conhecimento foram redigidos, em geral, em grego e latim antigos, mas é importante lembrar que os espaços culturais nos quais se desenvolveram eram muito heterogêneos. Além disso, muitos textos do período se perderam no tempo.
2. Por que a técnica, ou a evolução da tecnooia, é um ema raado pea Fiosoa Contemporânea? Uma possível resposta pode considerar a desumanização gerada pela técnica ou ainda a liberação do homem com respeito a tarefas mecânicas. Problematizar essa evolução pode abarcar reflexões sobre seus aspectos positivos e negativos para a humanidade.
3. Escoha um dos sofos que voc pesquisou nesta Situação de Aprendizagem e desaque a principa preocupao osca defendida por ele. Os alunos devem associar adequadamente uma das ideias do filósofo selecionado e justificar sua seleção de forma coerente.
4. Complete as lacunas do texto a seguir, uiiando as seuines paavras: radio, empo, Hisria, cuura e pensameno. A História da Filosofia não pode ser feita sem considerarmos a História de uma maneira geral. O lugar onde vive o filósofo, sua cultura e os problemas do seu tempo, somados
ao conhecimento da tradição filosófica, ajudam a criar um novo pensamento filosófico.
Ppsa e saçã e epeaçã Caso os alunos não tenham apresentado um bom desenvolvimento, sugerimos a realização de uma pesquisa sobre as características de cada perodo da diviso cássica da Fiosoa.
ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema Lv JAPIASSÚ, Hion; MARCONDES, Danio. Dicionário básico de Filosofia . 5. ed. Rio de Janeiro: zahar, 2008. Um dicionário para o leitor não especializado, com linguagem acessível e conceitos claros.
Sites CONSCIêNCIA. Disponve em: . Acesso em: 15 ju. 2013. Site com diversos coneúdos sobre a Hisria da Fiosoa. PORtAl brasieiro da Fiosoa. Disponível em: . Acesso em: 15 ju. 2013. Site com textos e vídeos, com coneúdo caro, avaiado por douores em Fiosoa. Há vários exos indicados para professores. MUNDO dos sofos. Disponve em: . Acesso em: 15 jul. 2013. Site com coneúdo simpes, objetivo e claro. Um bom lugar para se pesquisar a Hisria da Fiosoa.
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SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 4 ÁREAS DA FIlOSOFIA Esta Situação de Aprendizagem tem como objetivo oferecer recursos para que os alunos possam iniciar pesquisas sobre Filosofia e capaciá-os a consruir exos oscos. Tendo isso em vista, serão abordadas as áreas da Filosofia de modo amplo e, em
seuida, a meafsica de Arisees. Nos dois casos, a estratégia consiste na realização de exercícios, elaborados para que o aluno desenvova a escria e o raciocnio fiosfico. As úimas eapas sero dedicadas a uma inroduo à lica, iuamene fundamenada em exercícios.
Conteúdos e temas: os conceios básicos a ser desenvovidos so: áreas da Fiosoa, Meafsica, lica, Éica, Episemooia,teoria do Conhecimeno, Eséica, Fiosoa da Hisria e Poica. cmpeêas e ablaes: esta Situação de Aprendizagem visa estimular o desenvolvimento de diversas habiidades, como seecionar, oraniar, reacionar e inerprear dados e informaões, represenados de diferenes formas. O que se procura com esa proposa é incenivar compencias que possibiiem reconhecer manifesaões ordenadas do pensameno e dos probemas da Fiosoa. Durane a reaiao, pode-se incenivar os aunos no desenvovimeno das esruuras icas do pensameno e promover a descrio sisemáica e reexiva dos objeos e do mundo circundane. Sgesã e esaégas: orientar os trabalhos de leitura e pesquisa e desenvolver exercícios em sala de aula. Sgesã e ess: textos para leitura e sites. Como se trata de aulas expositivas, utilize a lousa para colocar apontamentos e exercícios. Sgesã e avalaçã: como oda a arefa é reaiada em saa de aua, a observao e as anoaões a respeio da paricipao ora so fundamenais. Os exerccios sobre Meafsica e lica so centrais nesta Situação de Aprendizagem e podem ajudar os alunos a desenvolver o raciocínio e a elaboração de textos.
Sagem e sesblzaçã – ov e alga
Le e ee – Áeas a Flsa
Para o início desta Situação de Aprendiaem, voc pode propor aumas quesões, como: Qual é a melhor maneira de jogar fute -
Professor, a m de raer subsdios para o desenvolvimento das atividades seguintes, você pode propor o exercício da seção Pesquisa individual, presente no Caderno do Aluno. É solicitado aos alunos que façam uma pesquisa na internet, em dicionários de Fiosoa, na bibioeca de sua escoa ou cidade sobre o sinicado das paavras e expressões: “Poica”, “Éica”, “Eséica”, e “Fiosoa da Hisria”. É imporane oriená-os quano à
bol? Qual é a melhor maneira de namorar? Qual é a melhor maneira de pensar?
O imporane é que os aunos percebam que o pensamento exige treino e habilidade, e que cabe à Fiosoa ajudar a esimuar o exerccio de pensar.
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Filosofia – 1a série – Volume 1
necessidade de fontes qualitativas e criteriosas para que a tarefa seja bem fundamentada. Aps a pesquisa, propomos uma aua expositiva, com o objetivo de dar aos alunos uma viso mais ampa das áreas da Fiosoa. Para desenvolver esta etapa, apresentamos, para cada área da Fiosoa, aumas perunas inrodurias, suesões de resposa, uma proposa de conceio e um excero osco. As quesões a seguir estão presentes no Caderno do Aluno.
Epsemlga 1. Qesões as a) Ns devemos conar na Cincia? Escreva três motivos que comprovem sua opinião. Os exemplos são maneiras de aproximar a teoria da vida dos alunos. A Ciência não explica tudo. Ela tem limites, mas é o conhecimento mais adequado desenvolvido pela razão humana para tentar resolver os seus problemas. Só é científico o conhecimento que garante a sua validade.
b) Quem faz a Ciência? Como se forma um cientista? A Ciência é produzida por pesquisadores em diferentes campos do conhecimento. No Brasil, a produção científica é predominantemente produzida nas universidades e em centros de pesquisas associados a indústrias. A localização social do sujeito da Ciência convida a refletir sobre ela como uma atividade humana capaz de grandes proezas e de erros.
c) A Ciência é importante? Por quê? A produção científica é importante quando beneficia a humanidade. A Filosofia discute, inclusive, duas questões diretamente associadas à importância da Ciência: uma diz respeito ao acesso desigual aos benefícios científicos e a outra refere-se ao fato de que nem toda a produção científica é favorável à humanidade.
d) A Ciência tem limites? Quais? Os limites da Ciência são os conhecimentos racionais e experimentais (empíricos), pois, fora deles, a Ciência nada pode afirmar. Alguns limites: tecnológicos (aparelhos insuficientes
para observação e comparação de hipóteses); humanos (conflitos sociais e políticos que impedem ou retardam algumas descobertas).
2. Ppsa e e e Epsemlga Epistemologia (também chamada Teoria da Cincia) é uma pare da Fiosofia da Cincia que está relacionada à natureza do conhecimento científico e seus grandes problemas, enre os quais: como, e em que condiões é possível conhecer? Existe a certeza absoluta do conhecimento? Se existe, como, e em que condiões? Quais so as caracersicas do conhecimento dentre as Ciências Naturais, as Ciências Humanas e as Ciências Formais? Cenro de lica, Episemooia e Hisria da Cincia – ClE/Unicamp. Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013.
3. tex e ap Em primeiro lugar, é preciso saber formular problemas. E, digam o que disserem, na vida científica, os problemas não se formulam de modo espontâneo. É justamente esse sentido do problema que caracteriza o verdadeiro espírito científico. Para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a uma pergunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico. BACHElARD, gason. A formação do espírito cientíco: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Conrapono, 1996. p. 18.
tea ceme 1. Qesões as a) O que é conhecer? Criar uma representação, a mais próxima possível, da realidade.
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b) Como podemos conhecer? Podemos conhecer quando realizamos atividades intelectuais sobre nossas sensações e sobre as ideias que nos informam.
2. Ppsa e e e tea ceme A Teoria do Conhecimento é uma investigação sobre as diversas maneiras pelas quais podemos conhecer as coisas e as reaões que os conhecimentos podem estabelecer ou estabeecem. Por exempo, memria, expe rincias dos sentidos, analogias, reflexão, realidade, imainao e ouros. O seu probema principal é como o sujeito se relaciona com o objeto de conhecimento.
3. tex e ap Conhecer uma realidade é, no sentido usual da palavra “conhecer”, tomar conceitos já feitos, dosá-los, e combiná-los em conjunto até que se encontre um equivalente prático do real. BERgSON, Henri. O pensamento e o movente. traduo Beno Prado Neo. So Pauo: Marins Fones, 2006. (tpicos).
o bem é, às vezes, algo difícil, mas melhora nossas relações de convivência.
2. Ppsa e e e Éa Ética é uma investigação sobre os princípios que moivam, jusificam ou orienam as aões humanas, refletindo sobre os fundamentos dos valores sociais e historicamente construídos.
3. tex e ap Agora, algo como felicidade, acima de tudo, é dado como ao em si; por isso ns sempre a escolhemos por si mesmo e nunca por outro motivo, enquanto honra, prazer, razão e todas as virtudes são escolhidas em função de si mesmas (pois se nada resultasse delas ainda assim deveramos escoher odas), mas ambém as escohemos em função da felicidade, julgando que por meio de todas elas seremos felizes. Felicidade, por outro lado, não é escolhida por ninguém em função das demais virtudes e, em geral, por nenhuma oura rao que no ea prpria. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Disponve em: . Acesso em: 15 ju. 2013. Tradução Eloisa Pires.
Éa 1. Qesões as
Política
a) Como saber qual é a melhor atitude a ser tomada?
1. Qesões as
Existem várias maneiras de se tentar fazer o bem, mas para encontrar a maneira mais adequada precisamos, sempre, treinar a nossa reflexão racional, pois há situações em que uma atitude mal pensada pode trazer prejuízo para nós e para muitas outras pessoas.
b) Qual é a importância de se fazer o bem? O bem é algo a ser construído para podermos enfrentar os problemas que encontramos na sociedade ou em nós mesmos. Pensar em boas atitudes é lutar contra os sofrimentos que, eventualmente, enfrentamos. É certo que fazer
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a) Quais são as melhores leis? As melhores leis são aquelas que beneficiam todos, permitem a construção da liberdade no convívio com o outro e são conhecidas por todos. Cada lei deve levar em consideração as necessidades das pessoas.
b) Como podemos conviver com as outras pessoas sem violência? Podemos conviver com outras pessoas sem violência agindo de maneira sensata em todas as dimensões. A maneira sensata de agir consiste, em primeiro lugar, em escolher os
Filosofia – 1a série – Volume 1
governantes que se preocupem, sinceramente, com a educação e que demonstrem sensibilidade em relação às necessidades das pessoas e à qualidade de vida em geral.
2. Ppsa e e e Plía Poica é a invesiao fiosfica sobre qual é o melhor governo, o que é justiça e como deve ser o comportamento das pessoas em suas reaões de convivncia.
2. Ppsa e e e Flsa a hsa Fiosofia da Hisria é uma área de investigação da Filosofia, que se preocupa com a relação dos homens com o tempo, com seus processos culturais e sociais. Além disso, preocupa-se com o significado do desenvolvimento das sociedades e da racionalidade.
3. tex e ap 3. tex e ap De resto, se o primeiro dever do homem de Estado é conhecer a constituição, que, considerada geralmente como a melhor, possa estender-se à maior parte das cidades, é preciso confessar que na maioria das vees os ericos poicos, mesmo dando provas de grande talento, se equivocaram em pontos capitais; porque não basta imaginar um governo perfeito; é necessário, sobretudo, um governo praticável, que possa ser facilmente aplicado em todos os Estados. ARISTÓTELES. Política. Disponve em: . Acesso em: 15 ju. 2013. traduo Maria lucia de Oiveira Marques.
Flsa a hsa 1. Qesões as a) O que é o empo? Responder o que é o tempo é uma das questões mais difíceis do nosso intelecto e da própria Filosofia. Em geral, dizemos que tempo é o meio no qual se desenrolam os acontecimentos e o lugar das possibilidades.
b) O que é hisria humana? A história humana pode ter vários significados. Em geral, ela é pensada como passado, desejo de futuro, tradições, compreensão das relações sociais no tempo e no espaço e como objeto de investigação da História.
Não houve, portanto, um tempo em que nada fiese, porque o prprio empo foi feio por ti. E não há um tempo eterno contigo, porque tu és estável, e se o tempo fosse estável não seria empo. O que é reamene o empo? Quem poderia explicá-lo de modo fácil e breve? Quem poderia captar o seu conceito, para exprimi-lo em palavras? No entanto, que assunto mais familiar e mais conhecido em nossas conversaões? Sem dúvida, ns o compreendemos quando dele falamos, e compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. Por conseguinte, o que é o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei. No entanto, posso dizer com segurança que não existiria um tempo passado, se nada passasse; e não existiria um tempo futuro, se nada devesse vir; e não haveria o tempo presente se nada existisse. De que modo existem esses dois tempos – passado e futuro –, uma vez que o passado não mais existe e o futuro ainda não existe? E quanto ao presente, se permanecesse sempre presente e não se tornasse passado, não seria mais tempo, mas eternidade. Portanto, se o presente, para ser tempo, deve tornar-se passado, como poderemos dizer que existe, uma vez que a sua razão de ser é a mesma pela qual deixará de existir? Daí não podemos falar verdadeiramente da existência do tempo, senão enquanto tende a não existir. SANtO AgOStINHO. Conssões. Tradução Maria Luiza Jardim Amarane. So Pauo: Pauus, 2002. p. 342-343.
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ov e alga – Meafísa e Aseles
Estética 1. Qesões as a) Quais so os criérios para idenicarmos uma obra de arte? Os critérios são historicamente definidos, isto é, cada cultura valida critérios para a sua produção artística.
b) Existe um padrão de beleza universal válido para todas as culturas? Assim como a arte, a beleza depende de valores culturais e históricos para ser definida, por isso, não se pode falar em um único padrão válido para toda a humanidade.
2. Ppsa e e e Eséa A estética tem como temas o estudo dos critérios e problemas sobre processos de criação artística. Problematiza os valores estéticos e as reaões enre forma e coneúdo, bem como a importância da arte para as sociedades humanas.
Pensando sempre nas habilidades que, em Fiosoa, seriam imporanes desenvover nos alunos, vamos trabalhar o desenvolvimento da capacidade de escrita por intermédio da Metafísica. Com base nisso, podemos retomar a primeira bioraa de Arisees, feia para a aula da Situação de Aprendizagem 1. Em seguida, os alunos devem formular frases com o verbo conjugado em todas as pessoas. Por exempo: Eu sou o Vor; u és a Fávia; Ivan é meu amio; ns somos esudanes; vs sois o futuro do Brasil; os alunos são a razão de ser da escola. Quando as frases forem apresentadas, mostre aos alunos que tudo “é” alguma coisa, que, para todas as coisas, podemos aplicar o verbo “ser” (que, aliás, não é apenas um verbo; é a primeira e fundamental característica de udo o que exise).
Pode-se também pensar em uma perfeição estética, que contenha o fundamento de uma satisfação subjetivamente universal, isto é, a beea: o que arada os senidos na inuio e, precisamente por isso, pode ser o objeto de uma satisfação universal.
Depois que os alunos perceberem a pertinência do “ser”, sugerimos que você proponha um exercício, pedindo a eles que imaginem a chegada à escola de um alienígena com quem começam a conversar. Minutos depois, o alienígena olha para a mesa e mostra-se curioso para saber o que é um lápis. Cada um tenta explicar, mas ele não consegue entender. Então, o alienígena volta-se para o computador e pede que respondam sobre a investigação do ser das coisas.
KANT, Immanuel. Manual dos cursos de Lógica Geral . Tradução Fausto Castilho. 2. ed. bilíngue. Campinas: Ediora da Unicamp; Uberândia: Edufu, 2003. p. 75-77.
Para ilustrar o exercício, apresente o quadro a seguir. Uma proposta de exercício baseada nele está presente no Caderno do Aluno.
3. tex e ap
Qa sbe a vesgaçã ser das coisas As qa asas a exsêa as sas s fames
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o qe vê qe sabe qe é?
Láps
Qal é a asa maeal? (de qe é fe?)
O lápis é feito de madeira e grafite.
Filosofia – 1a série – Volume 1
Qa sbe a vesgaçã ser das coisas
As qa asas a exsêa as sas s fames
Qal é a asa fmal? (Qal é a fma?)
O lápis é cilíndrico e é pontiagudo em uma das extremidades.
Qal é a asa eee, qem e a fma m a maéa? (Qem fez?)
O operador da máquina de fazer lápis.
Qal é a asa al? (P qe f fe?)
Para escrever e poder apagar depois, se for necessário.
Quadro 4.
Depois de conhecer as quatro causas das coisas, ou fundamentos, o alienígena superinteligente conseguiu entender o que era um lápis, o que não seria possível apenas vendo um ou ouvindo você falar somente da utilidade, da forma ou da matéria.
Agora que você explicou a proposta, peça aos alunos que repitam o exercício, aplicando-o na explicação de outros “seres”, como aqueles apresentados no quadro a seguir. Note que são apenas exemplos e que o aluno pode se propor a investigar outras coisas, de acordo com a sua experiência individual.
Qa sbe a vesgaçã ser das coisas
As quatro causas da exsêa das coisas ou os fames
o qe vê qe sabe qe é?
Eu mesmo
O amor
O estudo
Qal é a asa maeal? (de qe é fe?)
Carne, ossos, sangue...
Gestos, carinho, compreensão, amizade, ajuda...
Leituras, exercícios, dedicação, descobertas, paciência...
Qal é a asa fmal? (Qal é a fma?)
Alma.
Desejo de estar junto e fazer o outro feliz.
Desenvolvimento.
Qal é a asa eee, qem e a fma m a maéa? (Qem fez?)
Meu pai e minha mãe.
O conhecimento do outro.
O aluno.
Qal é a asa al? (P qe f fe?)
Fui feito para me desenvolver e ser feliz.
Para ajudar o outro a ser feliz.
Para aprender e crescer, como ser humano, em busca da felicidade.
Quadro 5.
Certamente, há muito para se falar da metafsica de Arisees, mas emos de faer um core adequado ao per do curso, por isso será utilizado como critério o desenvolvimento das habilidades indicadas no início deste Caderno. Para alcançar essas habilidades, você pode
informar aos alunos que as “quatro causas” constituem o ponto de partida para dizer o que é o ser de alguma coisa. Estabeleça uma ligação com a etapa anterior e dê continuidade à hipotética narrativa da
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visita do alienígena. Ele decidiu escrever uma mensagem para seu planeta, contando o que era um lápis. Entretanto, faltava preencher
auns iens a m de expicar isso da mehor maneira possível aos seus conterrâneos. Vejamos:
Sbsâa
Constituída de matéria e forma.
Lápis (madeira e grafite, em forma de cilindro).
Qualidade
Qualidades e defeitos.
O lápis é vermelho e bonito, mas está difícil de apontar, porque a grafite não está bem centralizada e a ponta quebra a cada tentativa.
Quantidade
Quantos? Muito ou pouco?
Pouco: apenas um.
Como ele é em relação às outras coisas?
Ele é mais comprido do que a borracha e escreve menos forte do que a caneta.
O que ee fa?
Serve para desenhar, escrever ou apagar palavras e números.
Como ele se desgasta?
Ele se desgasta sendo apontado, pelo uso e pela umidade, que pode apodrecê-lo.
Onde
Onde ee esá? Em que uar ca, em era, ou onde esá agora?
Ele está na sala de aula, mas, em geral, podemos encontrá-lo em papelarias e escritórios.
temp
Quando e quanto tempo?
Hoje.
Posse
O que ee possui?
Possui borracha na extremidade.
Como ee esá ou ca?
Deitado.
Relação Ação Passividade
Posição Quadro 6.
Retomando o exercício anterior, você pode pedir aos alunos que completem este segundo quadro uiiando como subsâncias: eu mesmo, o amor e o estudo, ou ainda outra que ele tenha utilizado ao preencher o primeiro quadro. O imporane aqui é esabeecer uma continuidade. Do exercício de raciocínio com o quadro, podemos ensaiar a consruo de um exo com parâmeros oscos. Para isso, pea aos aunos que escrevam uma redação utilizando as categorias de Arisees, apicando uma deas em cada
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parágrafo. Isso os ajudará na construção da redao osca.
os píps a Lga Compreendidas as categorias dos seres, pode-se parir para a lica. Aqui raaremos da lica apenas como ordenao do pensameno. A abordaem é meramene inroduria, mas, com o desenvovimeno do curso, ouras quesões poderão ser trabalhadas. Por ora, você pode apresenar o seuine conceio sobre o ema:
Filosofia – 1a série – Volume 1
lica é o esudo sisemáico do pensamento dedutivo, que permite construir argumentos corretos nas ciências naturais, nas ciências humanas e nas ciências formais, possibilitando também distinguir os argumentos corretos dos incorretos. Cenro de lica, Episemooia e Hisria da Cincia – ClE/Unicamp. Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013.
Um procedimeno muio eciene para a aquisição de competências é o exercício constante de raciocínios. Saber os conceitos não quer dizer adquirir habilidades. Para que isso seja efetivado, você pode insistir no exercício do ápis: apresene um à sua urma e preencha na lousa, com a colaboração dos alunos, o quadro de caeorias de Arisees. Para esabeecer o diáoo reexivo, peue outro lápis, o mais diferente possível do primeiro, e pergunte se os dois são iguais. Com o propsio de denir as diferenas, compare-os, utilizando mais uma vez o quadro das caeorias de Arisees. Com os dois quadros de categorias registrados na lousa, abre-se a oportunidade para explicar o primeiro princípio da razão, que é o princípio da identidade, de acordo com o qua um ser é sempre idnico a ee mesmo. O primeiro ápis s é iua a ee mesmo, no é ico? O ápis em queso s pode ser o ápis em questão. Vaendo-se da puraidade, e para exemplificar e induzir ao conceito, tome vários elementos que têm o mesmo nome (canecas, pedaços de giz, apontadores, prendedores de cabeo, cadeiras ec.) e compare-os. Com base nisso, apresente o segundo princípio da rao, o princpio da no conradio: os
seres não podem “ser” e “não ser” sob as mesmas condiões. No caso do ápis, pode-se dizer que, se afirmarmos uma coisa sobre ele, não podemos dizer o contrário. Não podemos negar uma categoria que foi falada sobre o lápis. Por exemplo, se dissemos que o lápis é amarelo, ele pode ser tudo e até ter outras cores, mas – para não haver conradiões – no podemos dier que ee não é amarelo. Finamene, o úimo princpio é o do erceiro excudo: uma ve que afirmamos auma coisa sobre um ser, s podemos dier se ee “é” aquio que armamos ou se ee “no é” aquio que armamos. No há oura resposa: o que ns faamos sobre o ápis, em cada uma das categorias, é ou não é; não há outra saída.
iea as ações Para permiir a visuaiao do coneúdo, voc pode desenhar, na ousa, uras simpes (evie os desenhos eoméricos). Neste exercício, que está no Caderno do Aluno, os jovens deverão identificar as conradiões.
Figura 1.
Quando armamos ao, ns diemos uma premissa – no caso, “todas as estrelas do quadro m cinco ponas”. O exerccio soicia que o auno marque com X as armaões que desobedecem a auns deses princpios: ao princpio da identidade, ao princípio da não contradição e ao princípio do terceiro excluído.
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oas amações a espe a pemssa Todas as estrelas do quadro não têm cinco pontas. Todas as estrelas do quadro às vezes têm e às vezes não têm cinco pontas. Todas as estrelas do quadro não são iguais a elas mesmas.
Píp a identidade
Píp a não contradição
Píp ee excluído
X
X
X
Quadro 7.
Na sequência aos exercícios para introduzir conceios e fundamenos da lica, reprodua na ousa o quadro a seuir (Fiura 2).
Figura 2.
Enquanto os alunos observam o quadro, você tem a oportunidade de explicar que a lica no raa de reaidades, mas sim de armaões. A preocupao dea é faer que nossas faas no conenham conradiões. Por isso, é preciso dissociar a realidade das palavras. Se auém armar que “odas as uras do quadro têm a forma de estrela”, a preocupação da lica será com a armao e no com a reaidade. Mas, por que isso? A lica em de ajudar a organizar o pensamento. Assim, quando um cientista descobre algo, ele tem de falar sobre sua descoberta de forma racional e clara; do contrário, será impossível compreendê-lo.
Exercício Voc pode propor aos aunos o seuine exercício, com base na Figura 2. Isso os ajudará a
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enender o princpio de que a lica no raa de reaidade, mas sim de armaões: Baseando-se novamente na afirmação “todas as figuras do quadro têm a forma de esrea”, apresene aos aunos as afirmaões a seguir, seja verbalmente, seja copiando-as na lousa. Lembre-os de que deverão avaliar cada item com base somente na afirmação principal, sem levar em conta a realidade do que está exposto na lousa. Leve os alunos a aponar as afirmaões que não têm a ver com a afirmação principal.
a) ( X ) todas as uras do mundo m a forma de estrela. b) ( ) S há uras em forma de esrea no quadro anterior. c) ( X ) trs uras do quadro anerior no têm a forma de estrela. d) ( X ) As uras do mundo ineiro no têm a forma de estrela. e) ( X ) todas as esreas so uras dese quadro. f) ( ) No quadro anerior, no deve haver figuras que não tenham forma de estrela.
Filosofia – 1a série – Volume 1
g) ( X ) No exisem uras em forma de estrela fora do quadro. ) ( ) todas as uras do quadro m a forma de estrela. a) Esta resposta deve ser assinalada porque a premissa não fala sobre figuras do mundo, mas apenas das que estão no quadro. b) Esta não deve ser assinalada porque esta premissa concorda com a anterior. c) A terceira deve ser assinalada porque, apesar de termos várias figuras no quadro que não têm a forma de estrela, a premissa diz que todas as figuras têm essa forma. O que vale para a Lógica é a premissa, e não a realidade. d) A quarta resposta deve ser assinalada porque as figuras que estão no quadro fazem parte do grupo de todas as figuras que têm a forma de estrela. e) Esta resposta deve ser assinalada porque não se trata de estrelas, mas de figuras que têm a forma de estrelas.
capacidade de escria. Porano, propõe-se observar, no Caderno, a resolução de exercícios e a construção de texto.
Ppsas e qesões paa avalaçã As quesões 2 e 3 a seuir eso no Caderno do Aluno, na seção Voc aprendeu? e as quesões 1, 4 e 5 estão disponíveis apenas para o professor. Essas atividades podem também ser utilizadas no formato de avaliação em processo. Por meio delas, espera-se que o aluno compreenda que a lica é uma das áreas da Fiosofia que estuda e elabora argumentos racionais assentados na ideia de validade e ordenação do pensamento.
1. Escreva o nome das áreas da Fiosoa e seus respectivos problemas. Epistemologia: como analisar as ciências? Teoria do conhecimento: o que é conhecer?
f) Esta não deve ser assinalada porque nem todas as figuras do quadro têm a forma de estrelas e, por isso, não existem figuras que tenham outras formas.
Ética: o que é o bem? Política: como conviver em sociedade?
g) Esta resposta deve ser assinalada baseando-se apenas na premissa; não se pode saber nada sobre o que está fora do quadro. h) A oitava e última resposta não deve ser assinalada porque corrobora a afirmação principal com exatidão.
Filosofia da História: como o homem se relaciona com o tempo e o espaço social? Estética: o que é beleza; o que é arte? Metafísica: o que são os princípios da realidade?
Avaliação da Situação e Apezagem Avalie os alunos por meio da participação nas aulas e da observação do Caderno deles. O objeivo da Siuao de Aprendiaem é o de fornecer instrumentos para desenvolver habiidades de pesquisa, raciocnio ico e
Lógica: quais são as regras do pensamento? Espera-se que os alunos tenham assimilado os principais objetos da investigação filosófica, inserindo-os em áreas específicas.
2. Apresente as quatro causas da metafísica de Arisees e expique o que sinicam. Espera-se que os alunos conheçam as quatro causas da metafísica de Aristóteles e possam explicá-las com suas palavras. A
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c) Que, no quadro, pode ser que haja apenas uma seta apontada para a esquerda.
causa material identifica com que é feito o ente; a causa formal identifica a forma do ente; a causa eficiente estabelece quem une a forma com a matéria, quem fez; a causa final estabelece por que razão o ente foi feito.
3. Dada a seuine premissa: “No quadro a seguir, todas as setas estão apontadas para baixo”, o que não é permitido deduzir disso?
Figura 3.
e) Que, no quadro, as setas são verdes. Trata-se de um trabalho lógico.
4. Relacione as colunas, preenchendo os espaços vazios da segunda coluna com as letras que acompanham as palavras da primeira coluna. (a) lica
(c) tempo
(b) Episemooia
(b) Cincia
(c) Fiosoa da Hisria
(d ) O bem
(d) Éica
(a) Reras do pensamento
a) Que, no quadro, não há setas apontadas para o lado direito.
Quadro 8.
b) Que, no quadro, não há setas apontadas para cima.
5. Escolha um objeto qualquer da sala de aua e preencha o quadro a seuir:
Sbsâa
Constituída de matéria e fma
Qualidade
Qualidades e defeitos.
Quantidade
Quantos? Muito ou pouco?
Relação Ação Passividade
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d) Que não há setas fora do quadro.
Como ee/ea é com as ouras coisas? O que ee/ea fa? Como ee/ea se desasa?
Onde
Onde ee/ea esá? Em que uar ca em era ou onde esá aora?
temp
Quando e quanto tempo?
Filosofia – 1a série – Volume 1
Sbsâa Posse Posição
Constituída de matéria e fma O que ee/ea possui? Como ee/ea esá ou ca?
Quadro 9.
A correção desta questão deve seguir os princípios e o modelo das aulas sobre a metafísica, de Aristóteles. Em síntese, o aluno deve tomar um objeto qualquer da sala de aula e responder, com o mínimo de palavras possível, a uma das ideias do filósofo por ele selecionado e justificar coerentemente sua seleção de questões das categorias de Aristóteles. Por exemplo, se o objeto escolhido for a borracha, temos substância: látex; forma: quadrada; quantidade: uma; relação: ela é mais macia do que o lápis e menos comprida do que a caneta etc.
Ppsa e saçã e epeaçã Se a recuperação for necessária, pode centrar-se nas categorias aristotélicas e no uso da lica. Esses dois coneúdos embasam a habilidade de organização do pensamento. Nossa recomendação é que os alunos refaçam todos os exercícios referentes às quatro causas aristotélicas e ao quadro das categorias, no tocante à lica e aos exerccios com os desenhos.
ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema
ARENDT, Hannah. O que é política . 9. ed. traduo Reinado guarany. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. ARISTÓTELES. Metafísica. traduo Viceno Cocco; Noas: Joaquim Carvaho. So Pauo: Abri Cuura, 1973 (Os Pensadores). BACHElARD, gason. A formação do espírito cientíco: conribuio para uma psicanáise do conhecimento. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Conrapono, 2008. BERgSON, Henri. O pensamento e o movente . traduo Beno Prado Neo. So Pauo: Marins Fones, 2006. (tpicos). CHAUI, Marilena. Iniciação à filosofia . São Pauo: Áica, 2010. gAARDER, Josein. O mundo de Soa. Traduo leonardo Pino Siva. So Pauo: Companhia das Letras, 2012.
Lvs
KANT, Immanuel. Manual dos cursos de Lógica Geral . Tradução Fausto Castilho. 2. ed. binue. Campinas: Ediora da Unicamp; Uberândia: Edufu, 2003 (Muinues de Fiosoa da Unicamp).
ARANHA, Maria lúcia de Arruda; MARtINS, Maria Helena Pires. Filosofando: inroduo à Fiosoa. 4. ed. So Pauo: Moderna, 2009.
ONFRAY, Miche. Contra-história da Filosoa. traduo Mônica Sahe. So Pauo: Marins Fontes, 2008.
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SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 5 INtRODUçãO À FIlOSOFIA DA CIêNCIA O objeivo desa Siuao de Aprendiaem é desenvolver uma imagem crítica da Ciência, com base no pensamento de Karl Popper e Thomas Kuhn, desdobrando a questão para tratar de temas como indução e dedução. Nas primeiras aulas, propomos discutir o
problema da indução como base de verdade; oo aps, apresenaremos o chamado fasicacionismo, como alternativa para tratar do problema da indução, e discutiremos o paradigma de Kuhn. Em seguida, a Situação de Aprendizagem procurará inserir os alunos no ambiene do prprio mé eí.
Conteúdos e temas: os conceios e emas básicos a ser desenvovidos so: Cincia, deduo, induo, verdade, fasicacionismo, Kar Popper e thomas Kuhn. cmpeêas e ablaes: estimular o desenvolvimento de diversas habilidades, tais como dominar diferentes linguagens e compreender diferentes fenômenos do conhecimento; incentivar as competências que possibilitam uma visão crítica da Ciência, escapando, por assim dizer, da inenuidade diane do conhecimeno cienco como verdade úima; inserir o auno no âmbio da Ciência como atividade humana, convidando-o ao universo de sua produção; incentivar as práticas de pesquisa, sisemaiao e apresenao de conceios e informaões, com os quais os aunos ambém sero evados a fundamenar conhecimenos ericos. Sgesã e esaégas: auas exposiivas; exerccios de reexo; eiura e pesquisa. Sgesã e ess: lousa, texto para leitura e sites. Sgesã e avalaçã: como oda a arefa é reaiada em saa de aua, a observao e as anoaões a respeito da participação são fundamentais. A correção dos exercícios e a organização do Caderno do Aluno são essenciais para a avaliação do processo de ensino-aprendizagem.
Sagem e sesblzaçã – ov e alga Inicialmente, e com o objetivo de que os aunos conheam e xem conceitos que serão trabalhados ao longo desta Situação de Aprendizagem, você pode propor a atividade de Pesquisa individual que consta no Caderno do Aluno sobre as expressões “Cincia”, “termo cienfico”, “Hipese”, “tese”, “Induo” e “Dedução”. A pesquisa pode ser feita na internet, em dicionários de Filosofia, na
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biblioteca da escola ou da cidade em que vivem. É necessário orientá-los quanto aos critérios de qualidade no momento da escolha das fontes de pesquisa para que a tarefa seja bem fundamentada.
Dedução e indução Para introduzir o problema geral, você pode apresentar na lousa os seguintes blocos de informaões . Os exos e as aividades a seuir estão no Caderno do Aluno.
Filosofia – 1a série – Volume 1
Bl 1: Todos os homens vivos respiram. Meu irmão é um homem vivo. Portanto, meu irmão respira.
Bl 2: Meu irmão respira. Meu irmão é um homem vivo. Portanto, todos os homens vivos respiram.
Com esas informaões na ousa, pode-se iniciar um debae quesionando os aunos: 1. Qual é a diferença entre os dois blocos de informações? 2. Apresente um exemplo de seu cotidiano no
qual você pode utilizar dedução e indução.
Depois do debate, peça aos alunos que escrevam suas resposas no Caderno. Verique se alguns deles gostariam de apresentá-las, lendo sua resposta para a turma.
Comentário Nas três primeiras frases, organizadas no bloco 1, temos um clássico exemplo de dedução válida, enquanto, nas frases do bloco 2, a dedução é inválida. Qual é a diferença? Para a lica, a primeira siuao é váida, no há nenhum problema, pois a conclusão depende das inferências e nada mais. Ela é analítica, depende apenas do que foi dito. Parte do universal para o particular.
No segundo caso, o argumento não está compeo: as duas afirmações (meu irmão respira e meu irmão é ser vivo) não permiem afirmar de forma generalizada que todos os homens respiram. O arumeno é inváido, porque a conclusão toma por verdade apenas uma possibiidade: por mais verdadeiras que sejam as inferências, a conclusão pode não ser verdadeira. Para muios sofos, na Cincia, a deduo oma o seuine senido: emos um conhecimeno erico e por ee aimos, ou por ee conhecemos ouras dimensões do mundo. Por exempo, a lei da graviao Universa de Isaac Newon di que odos os corpos se atraem segundo uma força derivada de suas massas e sua distância. Desse modo, quando um objeto qualquer cai, na verdade, ele foi atraído pelo planeta. A massa do objeto é atraída pela massa do planeta. Portanto, ao soltar uma bolsa, ela será atraída pela força gravitacional da Terra. Por dedução, podemos dizer que os objetos, como a bolsa, são atraídos pelo planeta; por isso, de alguma forma, acreditamos que tudo cai, porque sabemos que há uma Lei da gravidade e, com base nea, é possve prever um acontecimento. Além disso, ela é logicamente válida. A seguir, vamos refletir sobre a possibilidade de chegar a teorias e leis que valem ano para a reaidade como para a lóica; desse modo, será possível compreender melhor o que são indução e dedução. Para complementar as atividades, no exercício a seguir, o aluno deve criar exemplos de indução e de dedução, de acordo com o modelo do quadro e completar as atividades que constam no Caderno do Aluno.
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Indução, ou dados obtidos a pa e expeêas Criação da lei ou teoria Exercício de dedução
O livro de Matemática tem exercícios com frações.
Exercícios com frações são difíceis. Logo, os livros de Matemática são difíceis, porque têm exercícios com frações.
Quadro 10.
Professor, você pode aprofundar o tema com as quesões proposas na seo Desao! do Caderno do Aluno. Lá você vai encontrar atividades retiradas de provas de concursos púbicos e que uiiam o raciocnio ico para a resolução.
dalga e le – P ma vsã ía a cêa Nesta etapa, será fundamental preparar uma pequena bioraa de David Hume ou pedir aos alunos que façam essa pesquisa. Depois, é importante recapitular o conceito não crítico de Ciência, isto é, aquele que se utiliza da indução. f
f f
f
f
Com base na observao de rande número de experiências, por meio dos cinco sentidos, cria-se uma lei ou uma teoria. Ao se repeirem as condiões enunciadas nessa lei, pode-se prever um acontecimento. Isso garantiria a objetividade do conhecimeno cienco, iso é, ee no dependeria da opinião das pessoas, mas poderia ser comprovado por todos os seres humanos. Com a indução, parte-se do particular para o universal; esse conceito utiliza a generaiao para criar eis e eorias ciencas. Com as eis e as eorias ciencas, é possvel, por meio da dedução, prever e explicar acontecimentos. A Ciência é uma atividade racional e, por isso, vale-se das regras da lica para fundamenar seus
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conhecimentos. No entanto, a indução não pare das reras icas para se eiimar. Ea parte da experiência. A experiência pode parecer racional, mas não é, pois está envolvida com os sentidos, e não com o raciocínio. Peça que os alunos leiam o texto a seguir, presente no Caderno do Aluno na seção Leitura e análise de texto, sobre como David Hume propôs o problema, e que depois respondam às atividades relativas ao trecho apresentado. Parte II 28. Mas ns ainda no ainimos ao minimamene saisfario com reao à questão primeiramente proposta. Cada solução ainda levanta uma nova questão tão difícil quanto a que a precede, e nos leva a mais questionamentos. Quando se pergunta, Qual a natureza de todos nossos argumentos com relação a fatos reais?, a resposta ade-
quada parece ser a que eles são baseados na relação de causa e efeito. Quando novamente se pergunta, Qual a fundamentação de todos os nossos argumentos e conclusões referentes a tal relação?, pode-se responder em uma s
paavra: experincia. Mas se ainda quisermos dar continuidade a nosso humor investigativo, e perguntarmos Qual a fundamentação de todas as conclusões baseadas na experiência? , isso implicaria uma nova questão, que pode ser de mais difícil solução e explicação. Fisofos, que se do ares de sabedoria e suficiência superiores, têm uma árdua tarefa quando encontram pessoas com disposição investigativa, que os empurram para fora de todos os cantos em que se recolhem, e que
Filosofia – 1a série – Volume 1
certamente trazem a eles algum dilema perioso. O mehor expediene para prevenir essa confusão é sermos modestos em nossas preensões; e aé mesmo descobrir a dificudade ns mesmos anes de esa nos ser direcionada. Desse modo, podemos fazer de nossa ignorância uma espécie de mérito. HUME, David. An enquiry concernin human understanding. Essays and treatises on several subjects. p. 42. Disponve em: . Acesso em: 29 ou. 2013. traduo Eoisa Pires.
também, será uma oportunidade de aproximar os aunos do discurso osco, essenciamene reexivo. Para encerrar os exercícios da seção Leitura e análise de texto, você pode apresentar aos alunos a seuine queso:
3. Por que Hume vê um problema na fundamenao das concusões por meio da observação da experiência?
Exercício de leitura
Comentário sobre o texto
As rs quesões a seuir eso presenes no Caderno do Auno, oo aps o exo ciado de Hume.
Vamos rever o que é a induo, aora com um exemplo dado por Bertrand Russell.
1. Sublinhe, no texto, as palavras que você desconhece. Depois, investigue uma por uma e reisre os sinicados na seo Meu vocabuário osco, disponve no na dese Caderno. 2. Com base no exo, responda às quesões: a) Qual é a natureza de todos os nossos raciocínios sobre os fatos, segundo Hume? b) De acordo com Hume, qual é o fundamento de todos os nossos raciocínios e concusões sobre a reao de causa e efeito? Para comentar o texto, ressalte não apenas o problema da fundamentação racional das experincias, mas escarea o sinicado das palavras desconhecidas e demonstre a construção do raciocínio e a forma erudita em que ele é apresentado. Por que é preciso escrever dessa forma e não de outra? Como o restante do texto de Hume tratará do problema da indução, vale a pena fazer uma leitura bem atenta. Ela permitirá maior compreensão acerca do conceito de indução e,
O exo a seuir, assim como as quesões subsequentes, se encontram no Caderno do Aluno. Certo peru foi alimentado, durante um ano, às 9 horas (dado). Ee criou, eno, uma ei: sou aimenado odos os dias às 9 horas (eoria). Amanhã, às 9 horas, serei alimentado (previso). No entanto, houve um problema com a previsão do peru, pois, no dia seguinte à sua previsão, ele foi degolado porque era véspera de Natal e ele seria servido na ceia.
Aps a eiura do quadro com os aunos, você pode apresentar a eles a seguinte queso:
1. Por que a previsão do peru falhou? Leis e teorias são questionáveis ou, ao contrário, são verdades absolutas? Nada na natureza tem o dever de seguir nossas leis científicas. Por isso, se um dia o Sol se puser e, no outro, não amanhecer, o que impediria a ocorrência? Ora, as leis da natureza são as interpretações que fazemos dela. Cada princí pio científico pode ser contrariado pela natureza porque não é
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fundamentado pela razão, mas pela experiência. Nós prevemos alguns eventos como se fosse um hábito psicológico. Por exemplo, o que garante que, ao soltar um lápis, ele vai cair? A Lógica não pode garantir isso; afinal, ela trata de palavras e conhecimentos, e nunca da realidade. A experiência é sempre única, e a queda de um lápis não tem relação com a queda de outro. Em resumo, nada garante que o lápis vá cair. Por isso, quando consideramos a Ciência como uma garantia da verdade, temos uma visão acrítica dela.
Há, ainda, dois outros problemas que precisamos discutir a respeito da indução, como fundameno da Cincia. So ees: f f
a observação como fonte objetiva; a relação teoria-experiência.
k c o t s n i t a l / l P S ©
2. Arma-se, consanemene, que da observação das experiências tiramos os conhecimenos. Mas será que cada um de ns observa da mesma maneira? Será que nossa visão, nossa audição, nosso paladar, nosso tato e nosso olfato são iguais aos dos outros seres humanos? As pessoas podem observar uma mesma situação de modos diferentes. Analise as seguintes imagens e responda à queso: Quais so os imies da observao? k c o t s n i t a l / l P S / r e k r a P d i v a D ©
Fiura 4 – O cho ou o eo?
Figura 5 – Plano ou ondulado?
Por meio deste exercício, espera-se que os aunos compreendam que as percepões que vêm dos sentidos não são as mesmas para todos, já que as pessoas podem observar uma mesma situação de formas diferentes.
vação, o cientista usa o vocabulário de uma teoria para expressar sua percepção. Por exemplo, para explicar a experiência de um livro que foi solto no solo, um físico poderia dizer, em sua observação, que a força gravitacional da massa do planeta Terra é que atraiu para ele, segundo sua distância, a massa do ivro. Onde esá a paavra “fora” no ato de soltar um livro? E “atração”? Todas essas palavras estão na mente do cientista antes da experiência.
Enfim, a observação tem problemas em relação à objetividade da Ciência, e também com a crença de que dela derivam todas as teorias. Seria muito difícil acreditar que, quando um cientista realiza uma experiência, ele o faça partindo do nada. Ele tem muitas teorias anteriores à experiência, e, algumas vezes, é com base nelas que ele irá produzir a prpria experincia a ser observada. Isso aparece principalmente quando, durante a obser-
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Para trabalhar esses problemas com os alunos, você pode pedir a eles que observem as imagens a seguir, assim como as demais reproduzidas em seus Cadernos, e respondam à seuine queso:
Na vida cotidiana, podemos encontrar vários exempos de percepões com vocabulário derivado de outras teorias. Por exempo, se dissermos: “o veno empurrou o ixo
Filosofia – 1a série – Volume 1
para dentro da sala”, já apresentamos teorias. Inicialmente, que o lixo pode ser emprado, e que o ato de ele entrar na sala foi em função de algo externo, uma vez que não seria capa de enrar na saa soinho: emos, aqui, uma teoria da inércia do lixo. Segundo, mesmo sem podermos ver, sabemos que o veno é capa de movimenar ouras coisas: temos, aqui, uma teoria da capacidade de o vento empurrar. Se, no cotidiano, temos teorias, seria absurdo imaginar que os cientistas gastariam montanhas de dinheiro para fazer pesquisas sem uma teoria prévia do que eles pretendem experimentar.
Exercício Proponha aos alunos, de acordo com a atividade de Pesquisa em grupo do Caderno do Aluno, que observem pequenos fenômenos na sala de aula. Depois, peça que anotem esses fenômenos, como “o Sol atravessa o vidro e aquece a carteira”. Em seguida, procure levá-los a perceber as pequenas teorias que acompanham essa armao. Por exempo, o So é quene e emite raios de calor; o vidro é transparente e permite a passagem de calor e de luz; a careira recebe caor e ca aquecida. Assim, por meio da percepção, do vocabulário de outras teorias e de inferências, é possível elaborar pequenas teorias. Nesse contexto, podemos armar que a Cincia é uma aividade humana que contempla, entre outros procedimentos, observaões, inerpreaões e anáises de fenômenos (no exemplo mencionado, os raios solares que incidem verticalmente sobre um maeria sido e ransparene, aravessando-o e incidindo sobre objeos).
dalga – o falsasm Nesta etapa, será muito importante ter em mos pequenas bioraas de Kar Popper e Thomas Kuhn.
Depois de termos visto alguns problemas sobre a indução, vamos estudar agora alguns sofos que reconheceram a imporância da aividade cienca. Embora admia-se que ela não é capaz de dar todas as respostas e se entenda que é baseada na indução, acreditamos que, ainda assim, a Ciência oferece as melhores respostas disponíveis. Para os fasicacionisas – enre os quais Karl Popper é um dos mais importantes –, o vaor de um conhecimeno cienco no vem da observação de experiências, mas da possibilidade de a teoria ser contrariada, ou melhor, falseada. Em um primeiro momento, acreditava-se que a Ciência comportaria todas as verdades, com base na criação de teorias e leis que surgiriam pela observação de experiências – essa é a crença de indutivistas. Com a ideia de que a teoria precede a experiência, os falsificacionistas admitem que oda expicao cienca é hipoéica; no entanto, é o melhor que temos. Quanto mais uma teoria pode ser falseada, melhor seria ela. Por exemplo, ignorando a pressão atmosférica e outros fatores, se dissermos que “a água ferve a 100 graus Celsius”, qual é a contradição possível, ou melhor, o que ornaria fasa essa armao? A resposa seria: ao chegar a 100 graus Celsius, a água não ferveria, ou ferveria antes. No momento em que uma teoria é falseada, o cientista tentará melhorá-la ou a abandonará. Mas, enquanto ela não é falseada, permanece seu vaor expicaivo. O fundamena é que tenhamos em mente o seu limite. As teorias têm de dizer algo bem objetivo sobre o mundo, para sermos capazes de conceber sua fasicabiidade.
cés paa ma ba ea f
Tem de ser clara e precisa, não pode ser obscura nem deixar margem para várias
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f f
inerpreaões. Quano mais especca, melhor; Deve permiir a fasicabiidade; quano mais, melhor; Deve ser ousada, para conseguir progredir em busca de um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade.
Teorias que não podem ser falseadas não são boas teorias. Por exemplo, se alguém disser que “o ladrão rouba”, não estará dizendo muita coisa sobre o mundo. Apesar de parecer clara, essa afirmação não pode ser falseada; afinal, está contida na palavra “adro” a ideia de que ea quaica os seres que roubam. Ninguém precisa dizer “o ladrão rouba” para sabermos que ele rouba. É impossve conradier essa armao, pois é completamente irracional pensarmos em um ladrão que não rouba. Ouro exempo: se dissermos “é possve ter sorte no esporte”, também não diremos muita coisa. Não estamos sendo precisos, uma vez que muitas outras coisas são possíveis no espore. A prpria ideia de que ao é possível permite quase tudo, mas como medir a sorte ou saber que não foi o acaso? Essa frase serve tanto para perder quanto para ganhar, não é capaz de ser falseada. Pode ser a sorte de um time ou de outro; pode ser até mesmo a sorte dos dois, mas nunca deixará de ser sorte de alguém.
Exercício Professor, o Caderno do Aluno oferece uma possibilidade de questão sobre Karl Popper a ser apresenada aos aunos. Oura proposta do Caderno do Aluno é dividir a sala em grupos – conforme seus critérios usuais – e pedir-hes que criem cinco hipeses fasicáveis. Quano mais conradiões apresentarem, melhor, já que o importante, nese exerccio, é o raciocnio reexivo e o uso da imaginação.
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Por exempo:
hpese d r o W s p a M / i z o u a P a i c í r t a P ©
Figura 6.
Se eu soltar esta borracha, ela cairá no chão e rolará para a esquerda.
Falseames pssíves f f f f f f f f f
Se soltar esta borracha, ela não cairá no chão, nem rolará para lado nenhum. Se soltar esta borracha, ela cairá para cima. Se soltar esta borracha, ela cairá para a parede. Se soar esa borracha, ea cará suspensa no ar. Se soltar esta borracha, ela cairá no chão e rolará para a direita. Se soltar esta borracha, ela cairá no chão e rolará para cima. Se soltar esta borracha, ela cairá no chão e rolará para baixo. Se soltar esta borracha, ela cairá no chão e não rolará. Se soltar esta borracha, ela cairá no chão e desaparecerá.
Filosofia – 1a série – Volume 1
Se considerar oportuno, apresente esta oura hipese para os aunos criarem faseamentos possíveis. A seguir, apresenta-se uma sugestão.
hpese A diretora está irritada com o computador.
Falseames pssíves f f f f
A diretora não está irritada com nada. A diretora não está irritada com o computador. A direora ne esar irriada. A diretora está irritada, não com o computador, mas com o aparelho de fax.
dalga – o pgess a cêa Para os fasicacionisas, a Cincia proride pela tentativa de superação das teorias. Com base nas consideraões de Aan Chamers, no ivro O que é Ciência anal? , podemos pensar o progresso da Fsica seundo os fasicacionisas. O primeiro rande físico seria o fiósofo Arisóees. Sua eoria expicava por que os objetos caíam ( para encontrar seu lugar natural ) ou, também, como funcionava o sifão (a impossibilidade do vácuo ). A física de Arisóees foi faseada várias vees. A física de Newon era capaz de explicar melhor do que a física de Arisóees diversos fenômenos; por exempo, a lei da gravidade era mehor que a teoria da Posição Natural, esta refutada há bastante empo. No enano, a física de Newon não expicava auns fenômenos, como a órbia do panea Mercúrio. A física de Aber Einsein, por sua ve, era capa de expicar não só os ponos em que a física de Newon era bem-sucedida, como o que foi refutado dessa teoria. Agora, os cientistas procuram ir além. A teoria de Einsein é mehor que a de Arisóees e que a de Newon; no enano, apesar de ser a
melhor disponível, poderá ser superada um dia, pois o mehor que emos não é o deniivo.
o ã eí a cêa Muios sofos se ineressaram em pensar de forma crítica a Ciência, seus fundamentos, seus limites e seu progresso. Neste Caderno, rabahamos primeiramene com os fasicacionistas, em especial Karl Popper; agora, vamos discuir a reexo de thomas Kuhn a respeito da Ciência, vista por ele como uma consruo hisrica. Em primeiro lugar, é importante salientar que a Ciência é uma atividade racional e humana. Como muias ouras, é inuenciada por probemas humanos de natureza variada, como emocionais, políticos, linguísticos, sociais e religiosos. Kuhn percebeu que essas influências são inerentes à racionalidade humana e se propôs a pensar a Ciência com base nelas e de acordo com a seuine inha de desenvovimeno: pré-Ciência, Ciência normal, crise, revolução cienca e nova Cincia norma. O conceito mais importante para Kuhn é o de paradigma, que é o modelo da Ciência normal. Durante um tempo, todos os cientistas procuram orientar suas pesquisas com base em um modelo, de maneira a preservar a verdade cientíca. O que não se encaixar nesse modelo será excluído; será considerado anomalia, mas isso também pode indicar que o cientista não aplicou corretamente o modelo e sua metodologia.
Para Kuhn, o determinante das normas da Ciência é o paradigma aceito pelos cientistas. Mas, por motivos nem sempre racionais, os cienisas mudam de paradima, aps uma crise da Ciência normal, o que, em geral, é fundamentado na anomalia, isto é, quando a Ciência normal não consegue responder a alguns problemas, como a rbia de Mercúrio para a fsica newoniana.
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Essa crise estende-se até uma revolução cieníca, quando a maneira de faer Ciência muda completamente. Quando ocorre essa mudança, segundo Kuhn, chega-se a uma nova Ciência normal, praticada, a partir desse momento, de acordo com um novo paradigma.
É preciso considerar que a racionalidade cienca enconra probemas denro e fora de seu espaço de ação. Dentro desse espaço são as anomalias e, fora dele, são as necessidades humanas da pesquisa cienca. Insiuiões, empresas e governos procuram fazer que a Ciência seja orientada por seus interesses, não apenas por mera curiosidade.
Avaliação da Situação e Apezagem A base para avaliação é a participação em sala de aula, acompanhada da correção dos Cadernos, em que os alunos trabalharam no exercício sobre dedução e indução com base no texto de David Hume, no exercício de ordenação das frases e no exercício sobre fasicacionismo.
Ppsas e qesões paa avalaçã É importante destacar que as quesões 1, 2 e 3 proposas a seuir estão no Caderno do Aluno, na seo Voc aprendeu? e as quesões 4 e 5 eso disponíveis apenas para o professor. Essas atividades podem ser utilizadas no formato de avaiao. Os exerccios m o objeivo de sedimentar a aprendizagem do aluno no que diz respeito à concepção empirista de Ciência, a revouo cienca raada por Kuhn e a eoria cienca da refuabiidade de Popper.
1. Assinale a frase que não falsearia a seguinte lei de Newon: “todo corpo coninua em seu estado de repouso, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças
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aplicadas sobre ele”.
a) Uma boa (corpo) esava parada no meio de campo e, ao ser chutada pelo aueiro (foras apicadas), foi parar na área adversária. b) Uma foha de pape (corpo) cou imvel sobre a mesa, mesmo recebendo uma fore venania (foras apicadas). c) O carrinho de supermercado (corpo) começou a se mover, sem nenhum tipo de fora que o esse sair do uar. d) O carro na araem de casa (corpo) no se moveu, mesmo quando foi puxado por um potente guincho (forças aplicadas), por meio de uma corda, compavel com sua massa. e) O apareho ceuar (corpo) cou suspenso no ar ao ser atirado (forças aplicadas) no cho. As competências e as habilidades esperadas dizem respeito à capacidade de leitura e reflexão lógica. O que o aluno vai exercitar é o ato da leitura crítica e, com isso, o raciocínio lógico-dedutivo.
2. Segundo a ordem do desenvolvimento da Ciência, proposta por Thomas Kuhn, enumere sequenciamene: ( 3 ) Crise. ( 2 ) Cincia norma. ( 4 ) Revouo cienca. ( 5 ) Nova Cincia norma. ( 1 ) Pré-Cincia. Nesta questão, o aluno terá um bom desempenho se apresentar as competências e as habilidades que envolvem o conhecimento crítico a respeito do desenvolvimento histórico da Ciência.
Filosofia – 1a série – Volume 1
3. Assinale a frase que não diz respeito ao conceito de paradigma de Thomas Kuhn. a) Paradigma é o modelo da Ciência normal. b) A Ciência normal é determinada forma hisrica de faer Cincia. Esa forma de fazer ou pensar a Ciência é o paradigma. c) A anomalia ocorre quando um paradigma não consegue explicar alguns fenômenos. d) Com base nas anomalias, inicia-se uma crica do paradima cienco e, com isso, é possível a ocorrência de uma revouo cienca. e) Cada cientista tem um paradigma particular e pessoal, que nunca partilha com outro cientista. Para esta questão, é fundamental que o aluno apresente uma compreensão histórica da Ciência, e mostre-se capaz de pensar de forma crítica o valor e a autoridade do conhecimento científico.
4. O que é fasicacionismo? Espera-se que os alunos entendam a incapacidade de a Ciência ser fundamentada na indução. Eles devem apresentar a ideia de que as teorias científicas são apenas provisórias, até que sejam falseadas. Ao ser falseadas, outras teorias deverão assumir seu lugar. Exemplos enriqueceriam a resposta. As competências e habilidades que se pretende avaliar com essa questão se circunscrevem à compreensão crítica da Ciência e seus limites. O aluno precisa entender que ela não é uma verdade absoluta.
5. O que é um paradima, seundo thomas Kuhn? Espera-se que os alunos definam o paradigma como modelo da Ciência normal durante um período. Mais ainda, que a crise do paradigma, decorrente da tentativa de responder a uma anomalia, é responsável pela revolução científica, quando se estabelecem outro paradigma e outra
Ciência normal. Devem apresentar, também, o caráter sub jetivo da mudança de paradigma dos cientistas. As competências e habilidades que se pretende avaliar com essa questão envolvem a compreensão sócio-histórica da Ciência.
Ppsa e saçã e epeaçã Após a realização das atividades regulares – aulas, exercícios, a Situação de Aprendizagem neste Caderno e a avaliação –, talvez alguns alunos não tenham alcançado os objetivos, tanto no que concerne à apreensão dos conteúdos como ao desenvolvimento das habilidades e competências contempladas. Nesses casos, retome com eles as noções de Ciência, tanto em Popper quanto em Kuhn. Em seguida, proponha que reescrevam, com as próprias palavras e com base em exemplos, as seguintes armações:
1. Para os fasicacionisas – enre os quais Karl Popper é um dos mais importantes –, o vaor de um conhecimeno cienco no vem da observação de experiências, mas da possibilidade de a teoria ser contrariada, ou melhor, falseada. 2. É importante salientar que a Ciência é uma atividade racional e humana. Essa aividade, como muias ouras, é inuenciada por problemas humanos de natureza variada, como emocionais, políticos, linguísticos, sociais e religiosos. As respostas a essas questões podem ser seu instrumento de avaliação, pois, além de favorecerem a verificação da apreensão do conteúdo conceitual, possibilitam o desenvolvimento do domínio da norma-padrão da Língua Portuguesa, bem como a construção e a aplicação dos conceitos relativos ao tema do conhecimento cientíco.
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ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema Lvs ARANHA, Maria lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: inroduo à Fiosoa. 4. ed. So Pauo: Moderna, 2009. CHALMERS, Alan F. O que é Ciência anal? traduo Rau Fiker. So Pauo: Brasiiense, 2011. CHAUI, MARILENA. Iniciação à filosofia . São Paulo: Ática, 2010. KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções cientícas . traduo Beari Vianna Boeira e Neson Boeira. So Pauo: Perspeciva, 2006. (Debaes). POPPER, Kar Raimund. A lógica da pes quisa cientíca . Tradução Leonidas Hegenber e Ocanny Siveira da Moa. So Pauo: Cultrix, 2009.
Sites Estes são alguns sites de insiuiões de incenivo à pesquisa que podem ser acessados: CONSElHO Naciona de Desenvovimeno Cienco e tecnoico (CNPq). Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013. COORDENAçãO de Aperfeioameno de Pessoa de Nve Superior (Capes). Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013. FUNDAçãO de Amparo à Pesquisa do Esado de So Pauo (Fapesp). Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013. SCIENtIFIC Eeronic library Onine (SciElO). Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013. SOCIEDADE Brasieira para o Proresso da Cincia (SBPC). Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013.
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 6 INtRODUçãO À FIlOSOFIA DA RElIgIãO – DEUS E A RAzãO O objeivo desa Siuação de Aprendiaem é apresentar ao aluno o uso da racionalidade relacionada à existência de Deus. Seria possível conhecer Deus com base na razão? Como ela pode saber sobre Sua existência? Há limites?
Inicialmente, propomos a diferenciação entre
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argumentos racionais e emocionais, com base nas etapas relativas à existência de Deus. Em seguida, a proposta considera as provas da existência de Deus e como as pensou o fisofo Immanue Kan. Enfim, as auas propõem uma refexo sobre a alteridade, aps a eiura de um exo de Montesquieu.
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Conteúdos e temas: Deus; provas da exisncia de Deus; Kan; Voaire; oerância. cmpeêas e ablaes: desenvover noões sobre os imies da racionaidade e, ao mesmo empo, abrir espao para o diáoo com base nas quesões de aeridade. Sgesã e esaégas: auas exposiivas e exerccios de eiura e reexo. Sgesã e ess: sites, lousa e texto para leitura. Sgesã e avalaçã: como oda a arefa é reaiada em saa de aua, a observao e as anoaões a respeito da participação são fundamentais. A correção dos exercícios e a organização do Caderno do Aluno são essenciais para a avaliação do processo de ensino-aprendizagem.
Sagem e sesblzaçã – ov e alga des exse? Professor, para esta etapa de Sondagem e sensibilização, é importante a elaboração de bioraas curas de Pao, Arisees, Sano Agostinho, São Tomás de Aquino, Santo Anselmo e Immanuel Kant. Além disso, você pode reomar com os aunos as discussões sobre Ciência, desenvolvidas na primeira Situação de Aprendizagem. Além disso, com o objetivo de que os aunos conheam e xem conceios que serão trabalhados ao longo desta Situação de Aprendizagem, você pode propor a atividade de Pesquisa individual que consta no Caderno do Auno sobre as expressões “Fé e
Razão”, “Tolerância”, “Religião” e “Alteridade”. A pesquisa pode ser feita na internet, em dicionários de Fiosoa, na bibioeca da escoa ou da cidade em que vivem. É necessário orientá-los quanto aos critérios de qualidade no momento da escolha das fontes de pesquisa, para que a tarefa seja bem fundamentada. Depois das atividades de pesquisa, você pode propor o seuine “desao”: Prove, racionalmente, que existe um deus. Para que os alunos respondam à questão, ajude-os a discernir argumentos objetivos e racionais, com base em caeorias icas, dos subjeivos e emocionais (com base em a priori , oriundos de dogmas reiiosos, cuurais e meafricos, cuja adeso de verdade no é esabeecida pea lica). Se necessário, reome conceios icos. Com as respostas dos alunos, preencha, na lousa, o quadro de acordo com as informaões a seuir.
oeações paa mp qa Arumenos racionais (pensar). Arumenos emocionais (senir). Sob a primeira frase, coloque os argumentos objetivos dos alunos, ou seja, argumentos que não se fundamenam apenas na experincia pessoa e que podem ser parihados por odos os aunos. Veja auns exempos:
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Deus exise porque ee é o princpio de udo. Os seres no podem er vindo do nada (nese caso, observe o raciocnio ico dos ermos, na ideia de princpio, seres e nada);
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Deus existe porque todos os povos têm uma religião. Mesmo sendo diferentes, elas intuem a presena de um Ser maior (observe que é um arumeno com base em um dado emprico: odos os povos m reiio e eas compreendem a exisncia de Deus de maneiras diferenes). Sob a segunda frase, coloque os argumentos subjetivos dos alunos, isto é, aqueles que dependem excusivamene do reao subjeivo, como fundameno. Eis auns exempos:
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Deus existe porque eu posso sentir no fundo do meu coração (observe a dificuldade de partilhar essa experiência, pois sentir é um ato individual, e o relato ainda não é uma prova. Por exemplo, nas novelas podemos “sentir” que há amor entre duas personagens, mas, apesar disso, o que vemos no passa de uma represenao);
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Porque Ele ensinou o amor, e o amor é a coisa mais importante do mundo (observe que a primeira premissa – Ee ensinou o amor – no é um dado emprico; pressupõe que se enha fé em Deus e que ela seja suficiente para provar objetivamente. Ter fé é um ato subjetivo; afinal ninguém acredita do mesmo modo).
O fundamena, nese exerccio, no é debater a existência real de Deus, mas orientar o auno para a reexo ica. No se raa de uma aula de convencimento ou discussão religiosa. Trata-se, sobretudo, de promover a distinção de argumentos. Um cidadão precisa saber a diferença de uma fala que apela para sentimentos de uma fala estabelecida pela razão. Dessa maneira, o aluno é convidado a pensar objetivamente os dados da cultura. A oposição clássica entre pensar e sentir deve orienar a inroduo à Fiosoa da reiio. Neste primeiro momento, nosso enfoque será uma compreensão racional da existência ou não de Deus. Essa compreensão inclui o enendimeno de que diferenes reiiões conam com diferenes concepões sobre Deus e sua existência. Apesar de predominantemente caico – e criso –, o povo brasieiro praica diversas reiiões. Aps a apresenao dessas informaões, você pode propor aos alunos um debate sobre o ema com as quesões disposas no Caderno do Auno. Pea que ees reisrem as informaões no espaço destinado à atividade em seus Cadernos.
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Deus como causa do mundo Para Platão, não existe apenas um deus criador de tudo, mas um responsável pela organização do mundo. Ele seria o Demiurgo – um ser que produziria a imagem do mundo perfeito na matéria imperfeita. Antes de o mundo existir, havia ideias perfeitas e eternas que foram copiadas na matéria pelo Demiurgo. Embora as imagens não sejam perfeitas, a ação do Demiurgo permitiu tornar o mundo inteligível, ao ordenar o mundo sensível e assim favorecer nossa compreensão sobre ele. Para Arisees, Deus seria o pme motor, isto é, todas as coisas que se movimentam são movimentadas por outras coisas. As pessoas, os ventos, os mares, as nuvens, as árvores, cada ser no mundo passa da potência ao ato, que é o movimento. Mas quem “daria o primeiro empurrão”, quem seria o pme motor? No livro Metafísica, a resposta apresentada por ele é Theós – que, em grego, signica Deus. Eno, Deus exise porque auém tinha de começar o movimento sem ser movimenado: um ao puro.
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Para Poino, sofo reo neopaônico que viveu entre 204 e 270 d.C., o mundo é parte do Uno. Imaginemos que a luz é a existência, e a falta de luz é não existir. Tudo o que está fora da luz não existe, metáfora ilusrada no desenho a seuir: s n i t r a M n o t l i d A ©
Figura 7. f f f
A lâmpada é a fonte da luz. Tudo o que se pode ver precisa da luz; a luz está nas coisas para que elas apareçam. A fonte da luz é superior ao que ela ilumina. Ana, sem u, as coisas não aparecem.
O Uno é, assim, a fe de tudo o que existe. Mas as coisas que emanam dessa fonte não se separam dela. Não existe a ideia de que os seres criados possam ser separados do criador, como no cristianismo. Assim como os objetos precisam da luz para aparecer, os seres precisam do Uno para permanecer existindo; eles estão ligados, unidos, e tudo é parte do Uno. Por isso, quanto mais longe da fonte da luz estiver uma coisa, mais ela será sombria. Da mesma forma, quanto mais longe da fonte da existência, ou seja, o Uno, menor é a força de sua existência. Por isso, do Uno emana, primeiro, a inteligência; depois, a alma que governa o mundo e, enm, o próprio mundo material. Cada ser no mundo é um pedaço do Uno, mas este é superior a todas as suas pequenas partes. O que está mais longe do Uno é o mundo material, e o que está mais perto são a inteligência e a alma. Para a losoa cristã, a ideia de que o mundo e suas partes emanam de Deus não pode ser
fundamentada, porque Deus é puro, homogêneo e não pode ser dividido. Então, quando Ele criou o mundo, o fez separado Dele. Uma ideia bastante difundida nas Igrejas cristãs de diversas denominações – criada pela losoa cristã – é a de que o mundo não pode ter sido gerado do nada: o mundo veio da criação de Deus; anal, se algo viesse do nada, ele deixaria de ser nada para se tornar criador.
É por dois motivos que muito se pode falar sobre o conceio de Deus na Hisria da Fiosoa. Primeiro, porque esse conceio foi um dos primeiros probemas oscos cássicos e, seundo, porque muios sisemas os cos dependem desse conceito. Sabemos seu desenvolvimento. De qualquer forma, as ideias anteriormente esboçadas podem ser consideradas maries do probema osco de Deus.
A exsêa e des pe se pvaa pela azã? Existem algumas pvas racionais da exisncia de Deus. Vejamos, sucinamene, as principais: f
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Todos os povos têm religião; a existência de uma divindade é um consenso universal (consensus gentis). O mundo em uma ordem e deve haver uma elgêa eaa de todas as coisas (So tomás). Tudo tem uma causa. Tudo o que foi causado pode causar outras coisas. Deve haver algo que causa as coisas, mas não foi causado por ninguém. Deus é a causa não causada (Arisees). Todas as coisas estão em movimento e movimenam ouras coisas. O movimeno é a passaem do que é (ao) para aquio que pode vir a ser (poncia). Deve haver um ser que movimenta as outras coisas, mas não é movimentado por nada, o primeiro motor – ou o m mvel (Arisees). Tudo o que é alguma coisa participa de
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outra melhor. Por exemplo, algo quente participa do fogo. Cada ser tem um grau de perfeio, como o foo e o objeo quene. O limite máximo da perfeição é Deus; acima Dee no há nada mehor (So tomás). Prova de São Tomás de Aquino – Cada ser precisa de algum outro para existir; esse ser é chamado de se pssível. Por exemplo, para existir, uma criança precisa de um pai e de uma me. O pai e a me precisam de outros seres; estes, de outros, e assim por diante. Todas as coisas do mundo precisam de outro ser para existir. Mas há um ser que não precisa de ninguém para exisir; a ee ns chamamos de ser necessário. Se todos os seres do mundo precisam de outro para existir, deve haver, portanto, um ser que dê a existência ao mundo e ao mesmo tempo não precise de nada para existir; esse ser necessário é Deus. Prova de Santo Anselmo – Aquilo a respeito do que não conseguimos pensar nada de maior não pode estar apenas no ineeco. Ana, o ineeco no urapassa essa ideia nem a contém. Então, se o intelecto não ultrapassa essa ideia, quer dizer que ela também está fora dele, na realidade. Como um copo que transborda com a água, há água dentro e fora do copo. Deus é o ser que ns no conseuimos pensar nada maior. Por isso, ele não pode ser apenas uma ideia; ele é uma realidade.
Para Kant, cada uma dessas provas é uma prova óica, apenas raciona. Mas nem sempre o que dá cero nas eorias óicas aconece ou se repee no mundo rea: a reaidade não é devedora das nossas óicas. Somos seres que pensamos apenas por meio de categorias limitadas, como tempo e espaço. Qualquer ser real, fora das nossas categorias, não pode ser conhecido, nem podemos provar a sua exisência. Só podemos confirmar a existência de alguma coisa fazendo a experiência dela; do contrário, ela
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é uma suposição óica, uma hipóese. Para Kan, a prova de Sano Ansemo (úimo iem) incorre nesse erro.
Do mesmo modo, a experiência objetiva nos diz que a prova da causalidade (terceiro iem) no é uma prova da exisncia de Deus. Sabemos que alguns efeitos têm determinadas causas. De outros efeitos, não sabemos as causas. Por hipese, é possve que haja uma causa inicial, mas, por não podermos repetir a experiência inicial, a prova perde seu valor. Novamene, o que é cero na lica nem sempre é certo na realidade. Kant disse o mesmo da prova da ordem do mundo (seundo iem). Se pensarmos que o mundo tem uma ordem, podemos certamente supor que alguém ordenou todas as coisas. Por exemplo, se olhamos uma casa benfeita, suporíamos que ali trabalhou alguém. Mas não sabemos quem foi esse alguém. Foi um arquiteto? Um engenheiro? Um pedreiro? Uma muher? Um homem? Um jovem? Várias pessoas? Ou seja, sabemos que exise o mundo e que existe até mesmo certa ordem, mas quem é o responsável por isso não podemos provar. Para Kant, o entendimento humano é limitado em diversos aspectos, o que reduz as possibilidades do nosso conhecimento. Mais ainda, ao procurar suas respostas, Kant não se contentava com jogos de palavras – não basta parecer que se prova, é preciso provar de verdade. Em sua obra A crítica da razão pura , Kant fez a crítica da razão sem as experiências e as provas da existência de Deus. Em outro livro, A crítica da razão prática , o sofo procurou entender o funcionamento da racionalidade objetiva, isto é, envolvida com as experiências e, assim, com a vontade. Então, seria justamente na vontade livre do homem que Kant encontraria a certeza da existência de Deus. A razão prática se dá na ação do homem
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no mundo. Essa ação acontece pela condição única de er uma conscincia mora. Ea esá necessariamente ligada aos objetivos do homem – o que se deseja fazer, a vontade. Se tivermos objetivos, o caminho para alcançá-los é a razão deles, o seu dever. Sobre isso, Kan embra que o dever s é bom porque é garantido pela liberdade; do contrário, não teria valor. Se a razão prática compreende os objetivos ideais, então não há diferença entre o idea e o rea; ana, o dever é rea e bom. Ser e dever ser enconram sua snese: Deus. Deus é o sumo bem. Deus existe porque é nosso dever procurar o bem. Professor, solicite aos alunos que façam uma pesquisa e redijam um texto sobre uma religião diferente daquela que professam, ou conra-arumenem com informaões ou conhecimentos fundamentados nas ideias e concepões daquees que no creem na existência de Deus. Aps as eiuras dos exos desa Siuao de Aprendiaem e a reexo sobre aumas teorias que buscaram compreender racionalmente a existência de Deus, é interessante que você promova entre os alunos um momento de reexo para que possam pensar em suas reiiões, em suas crenas. Para isso, voc pode estimular um debate entre eles com base nas perunas: f f f
Como a existência de Deus é explicada em minha religião? O que me evou a acrediar em minha religião? E os alunos que não se confessam religiosos, o que pensam dessas quesões?
Voc ambém pode pedir aos aunos que respondam às quesões proposas no Caderno do Aluno, acerca da prova da existência de Deus para Kant.
Le e alga – Mesqe Depois de apresentar à classe uma pequena bioraa de Monesquieu, leia com os alunos o texto e a pergunta a seguir, de acordo com a proposta do Caderno do Aluno.
ufmae e feeça Existem certas ideias de uniformidade que algumas vezes ocorrem aos gênios, [...] mas que infalivelmente causam grande impressão às pequenas almas. Estas descobrem no interior de tais ideias uma espécie de perfeição; porque é quase impossve no v-a: os mesmos pesos, as mesmas medidas no comércio, as mesmas leis do Estado, a mesma religião em toda parte. Mas será isso sempre verdadeiro, sem exceões? Será o mal da mudança constante menor que o do sofrimento? E a grandeza de um gênio não consiste, precisamente, em distinguir entre os casos em que a uniformidade é um requisito, e aqueles em que há necessidade de diferenças? MONtESQUIEU. O espírito das leis. Disponve em: . Acesso em: 12 ju. 2013. traduo Eoisa Pires.
Destaque com os alunos que, a partir do sécuo XVIII, a ideia do Esado aico suriu no horizonte político e se impôs com toda força. Isso se deveu, em parte, à ascensão do pensamento iuminisa. Na época, fisofos como Monesquieu propuseram a divisão do poder (em execuivo, eisaivo e judiciário), excuindo, assim, a função eclesiástica ou sacerdotal. Isso quer dizer que a noção de uniformidade da religião foi subsiuda pea de neuraidade do Esado. O ensino púbico universa, ambém inroduido pea Revolução, deve ignorar a religião e deixar a cada um que cultive as suas crenças, sem ter o direito de impô-as aos ouros. O Esado é o ador da seurana de cada um diane da inoerância. Aps a reexo sobre o exo, pea-hes que discuam em grupo a seguinte questão, presente no Caderno
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do Auno: Observando nossa sociedade, o que é preciso uniformizar e o que é preciso manter e res peitar quando se trata de diferenças culturais?
Voc pode propor que um membro de cada grupo apresente a resposta registrada no Caderno. Aps a exposio, procure saienar a qualidade do envolvimento dos alunos com o texto, sempre valorizando a produção deles. Demonstre os elos entre as ideias e as palavras interpretadas pelos alunos. Em seguida, peça que debatam sobre como devemos tratar pessoas que têm uma religião diferente da nossa. É fundamental mostrar a violência dos preconceitos e diferenciar a tolerância da alteridade. Tolerar é aceitar a pessoa que é diferente, o que é sempre melhor do que a violência. Alteridade é encontrar no outro, naquilo que muitas vezes não entendemos, uma forma de crescimeno prprio; é respeiar e admirar quem no é como ns. Finalmente, proponha conversas com um colega, amigo ou familiar de outra religião e a leitura de textos informativos. É essencial que o aluno perceba a importância de respeitar as diferenes opões reiiosas.
Pesquisando Peça aos alunos que pesquisem, em casa, informações sobre uma religião diferente daquela que professam ou escolham alguma delas caso não possuam religião. Oriente-os a procurar dados, entrevistando pessoas e pesquisando em livros ou sites. Em seguida, você pode pedir que respondam às seguintes questões, que constam no Caderno do Aluno, na seção Pesquisa individual:
1. Sobre qual religião você pesquisou? 2. O que voc aprendeu com essa pesquisa sobre a religião?
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3. O que mais chamou a sua aeno na reigião pesquisada? 4. Cole ou desenhe imagens ou símbolos que você considera representativos da religião pesquisada. 5. Depois da pesquisa, houve alguma mudança na sua concepção sobre a maneira como devemos nos relacionar com pessoas de reiiões diferenes da nossa? Argumente. Sobre o respeio às diferenes reiiões, trata-se de valiosa experiência de cidadania e humanidade. Por isso, é essencial evitar quaisquer manifesaões preconceiuosas. Os aunos no m, de forma nenhuma, a obrigatoriedade de concordar com o pensamento alheio, entretanto é fundamental o reconhecimento da pluralidade de ideias. Certamente, religião é um assunto de foro nimo; porém, como suas aões cheam ao espao púbico, orna-se necessário, com muia cauea, faer a pone fiosfica, com o intuito de promover uma reflexão cada vez mais cidadã. Se os alunos aprenderem o respeito ao outro, com certeza a docência da Filosofia chegou ao seu objetivo mais nobre e profundo. Para a avaliação, você poderá receber os resultados da pesquisa em folhas separadas, entregues pelos alunos, mas não deixe de discui-os em saa de aua, a m de vaoriar a participação coletiva.
Avaliação da Situação de Apezagem A questão central desta Situação de Aprendizagem é a valorização do respeito a formas diversas de religiosidade, visto que é impossível uma determinação racional sobre a obrigatoriedade de uma crença, como a da existência
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de Deus. Por isso, procure avaliar os alunos conforme seu crescimento em relação à alteridade, por meio da leitura ou da audiência das respostas apresentadas em suas pesquisas.
Ppsas e qesões paa avalaçã É importante destacar que as quesões 1 e 2 proposas a seuir esão no Caderno do Aluno, na seção Você aprendeu? e as quesões 3 e 4 esão disponíveis apenas para o professor. Essas atividades podem ser utilizadas no formato de avaliação. Espera-se que, com tais exercícios, os alunos eaborem arumenos óicos para as indaações fiosóficas, proposas, por exempo, por Kan: O que podemos saber? , O que podemos fazer? e O que podemos esperar?
1. Por que Kant afirmou que não podemos chegar à certeza da existência ou da não existência de Deus por meio da razão? Assinale a alternativa que responde a essa questão, segundo o pensamento do fisofo. a) O homem é um ser que no conseue explicar teoricamente a existência de Deus. Deus estaria fora e além das cateorias humanas para a reexo erica, por isso não poderíamos provar sua existência. b) Quando vemos uma grande obra, pensamos que algo ou alguém a construiu. No entanto, apenas podemos supor isso. A prova da existência de Deus, que se refere à causa inicial, não pode ser uma prova; ela é a suposição de que algo ou alguém fez o mundo. Uma suposição não é uma prova. c) O homem no pode conhecer Deus porque no dispõe de recursos ecnoicos para fazê-lo.
d) Não se pode provar a existência de Deus, porque não há provas escritas sobre a sua vida. e) Apesar de a racionalidade humana ser muito ampla, para Kant, Deus esconde-se dela nos mistérios mais profundos e, por isso, o homem não pode provar a sua existência. 2. Como Kan jusica a exisncia de Deus? a) Para demonstrar a existência de Deus, Kant recorreu às provas da existência de Deus, como o moor imve e a causa inicial. b) Para Kan, a rao erica no prova a existência de Deus. No entanto, em termos práticos, no campo da razão prática, é possível prová-la. c) Kant prova a existência de Deus por meio dos graus de perfeição do mundo. É possível reconhecer que Deus existe porque ele é o grau máximo desse bem que vemos na Terra. d) Kant não aceita as provas da existência de Deus, porque era ateu e não procurou demonstrá-la. 3. Quando discuimos emas como: as diversas religiosidades, a existência de Deus, fé, entre outros, ora utilizamos argumentos objetivos, ora subjetivos. Assim, qual é a diferença entre argumentos objetivos e argumentos subjetivos? Espera-se que o aluno possa, ao menos teoricamente, identificar as características do argumento objetivo – que seria partilhável, porque fundamentado na demonstração racional – e do argumento subjetivo – entendendo-o como algo emocional, nem sempre demonstrável racionalmente e fundamentado na experiência pessoal do indivíduo. Para que o aluno construa cada vez mais a sua cidadania, é fundamental que ele seja capaz de discernir criticamente
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aquilo que ouve. A habilidade de manifestar posições e diferenciar argumentos é o que se almeja nesta questão.
4. Por que para Kant não podemos provar racionalmente a existência de Deus? A resposta do aluno deve considerar, fundamentalmente, a relação entre lógica e mundo da experiência, isto é, pretende-se que ele saiba diferenciar o valor da elaboração de um argumento lógico, ou teórico, e a ausência da obrigatoriedade de sua efetivação na realidade. A habilidade de discernir e entender os limites da racionalidade e dos argumentos entra novamente em cena. O aluno hábil em entender a necessidade da experiência e sua relação com a Lógica será capaz de desenvolver cada vez mais a crítica.
Depois, proponha os seguintes exercícios, que devem ser realizados em casa e corrigidos por voc:
1. Como diferenes reiiões expicam a existência de Deus? Se preferir, você pode responder com base na sua experiência pessoal ou familiar. 2. Voc considera imporane respeiar as escolhas religiosas de todas as pessoas? Por quê?
ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema
Ppsa e saçã e epeaçã
Site
A religião é um aspecto importante em nossa cultura e no desenvolvimento da cidadania. Portanto, é importante retomar com os alunos a contribuição dos autores estudados para a reexo sobre oerância, aeridade, uniformidade e diferenças.
DOMíNIO Púbico. Disponve em: . Acesso em: 12 jul. 2013. Neste site, você encontrará a Crítica da razão pura, de Kant, e o Espírito das leis , de Montesquieu – ambos trabalhados nesta Situação de Aprendizagem.
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 7 INtRODUçãO À FIlOSOFIA DA CUltURA – MItO E CUltURA Considerando a importância da compreenso do homem em sua dimenso simbica, objetiva-se, com esta Situação de Aprendizaem, a probemaiao dos aspecos simbicos e oscos da cuura. Iniciaremos a abordagem com a leitura do
mito de Eros, constante no diálogo platônico O banquete; em seguida, trataremos do pensamento de Ernest Cassirer. Com isso, o aluno erá a oporunidade de reeir sobre auns problemas relativos ao conceito de cultura. Enm, debaeremos os conceios de etnocentrismo, relativismo cultural e alteridade.
Conteúdos e temas: mito; cultura; alteridade; etnocentrismo e relativismo cultural. cmpeêas e ablaes: as compencias aqui consideradas diem respeio à reexo e à práxis da aeridade. Ao compreender o aspeco simbico do homem, o auno erá a oporunidade de reforçar seus compromissos de cidadania e respeito à diferença. Sgesã e esaégas: auas exposiivas e exerccios de reexo e eiura.
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Sgesã e ess: sites, lousa e texto para leitura. Sgesã e avalaçã: como a maior parte das tarefas é realizada em sala de aula, a observação e as anoaões a respeio da paricipao so fundamenais. A correo dos exerccios e a oranização do Caderno do Aluno são essenciais para a avaliação do processo de ensino-aprendizagem, o que inclui principalmente a elaboração de textos.
Sagem e sesblzaçã – ov e alga Com o objetivo de que os alunos conheam e xem conceios que sero trabalhados ao longo desta Situação de Aprendizagem, você pode propor a atividade de Pesquisa individual que consta no Caderno do Auno sobre as expressões “Mio”, “Cuura”, “Linguagem”, “Natureza”, “Determinismo” e “Relativismo”. A pesquisa pode ser feita na interne, em dicionários de Fiosoa, na bibioeca da escola ou da cidade em que vivem. É necessário orientá-los quanto aos critérios de qualidade no momento da escolha das fontes de pesquisa, para que a tarefa seja bem fundamentada.
O amor Nesa eapa, vamos rabahar dois emas: a Miooia e a Fiosoa da reiio. Como sondaem inicia, perune aos aunos: O que é o amor? Oua as resposas, comene e aprofunde as quesões, conforme o direcionameno do diálogo com os alunos.
capaz de organizar o mundo, fazendo que os seres saiam do caos e construam o cosmo. Em grego antigo, “caos” significa o início sem ordem, e “cosmo” é o mundo organizado. Eros é o deus capaz de unir os seres e de organizar o mundo. Porém, na prpria Aniuidade rea, há outra interpretação para a origem e o papel desse deus. Posterior à obra de Hesíodo, outro modo de interpretar o amor está registrado no diálogo O banquete, de Platão. A obra nos conta que, no mesmo dia em que nasceu Afrodite, deusa da beleza, Poros e Penia se encontraram e conceberam Eros, deus do amor sensual. A vida desse deus é marcada pela necessidade da presença e da posse de um outro. Para suprir essa carência constante, Eros conta com sua extraordinária inteligência, e, por ter nascido no mesmo dia em que Afrodite, com uma beleza incomum, qualidades que, combinadas, o habilitam a seduzir, conquistar e dominar os que despertam a sua paixão.
Em seuida, comene que poeas e sofos da grécia Ania, no perodo que abarca os sécuos VIII, VII e VI a.C., reisraram diferenes inerpreaões para compreender o amor e sua importância para os seres humanos.
A associação de Eros à deusa Afrodite foi interpretada por poetas posteriores a Hesíodo como uma relação de mãe e filho. Há uma tradição bastante divulgada sobre a Mitologia rea que apresena Eros como ho de Hermes e Afrodite.
Hesodo, poea reo do sécuo VIII a.C., escreveu a obra Teogonia , na qual descreve em poemas a origem dos deuses gregos. Para ele, o deus do amor, Eros, era ho do primeiro deus manifeso no mundo: Caos. No poema de Hesíodo, Eros é um deus de extrema beleza e
A seguir, há um fragmento do diálogo O banquete, de Platão, com sua inerpreao para a oriem e o sinicado do amor. O exo e aumas aividades sobre mios estão no Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de texto.
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o baqee ( am, bel) Por ocasião do nascimento de Afrodite, os deuses celebraram com uma grande festa e, entre eles, estava Porus (a Abundância), fiho de Méis. Aps a ceia, Penia (a Penúria), percebendo ana farura, veio mendigar as sobras e encostou-se junto à porta. Porus, embriagado pelo néctar dos deuses, já que o vinho ainda no havia sido invenado, enra no jardim de zeus e cai em sono profundo. Penia, desejosa de erar um fiho de Porus para superar sua siuao de penúria, deia-se juno a ee e, nesse enconro, Eros é concebido. Eros é, portanto, seguidor e servo de Afrodite, pois foi concebido no dia do nascimento dessa deusa, e também por ser naturalmente um amante de tudo o que é belo, e Afrodite era bela. E por ser filho da Penúria e da Abundância, Eros pariha da naurea e do desino de seus pais. Ee é eernamene pobre, e longe de ser delicado e belo como imaginado pelos homens, é esquálido e enrugado; seu voo é raso junto ao chão e ele não tem morada ou sapatos; dorme ao relento junto aos umbrais das portas, em ruas desprotegidas; possuindo, assim, a mesma condição de sua mãe, ele é eternamente insaciável. Mas, visto que traz algo de seu pai, ele está sempre a fazer planos para obter coisas que sejam boas e belas; ele é destemido, veemente e forte; um caçador cruel, sempre está a tramar novas armadilhas; exremamene caueoso e prudene, possui inúmeros recursos; é ambém, ao ono de oda sua exis ncia, um fisofo, um poderoso seduor, um mao e um sofisa sui. E, por no ser nem mora nem imortal, no mesmo dia em que pode ser bem-aventurado e bem-sucedido, ele irá simultaneamente florescer e morrer para, em seguida, e de acordo com a natureza de seu pai, renascer novamente. Tudo o que conquista, escapa-lhe continuamente, de tal modo que Eros não é jamais rico ou pobre, e encontra-se permanentemente em um estado intermediário entre a ignorância e a sabedoria. PlAtãO. O banquete (o amor, o belo). Disponve em: . Acesso em: 30 ao. 2013. traduo Eoisa Pires.
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O mio é uma forma de expicar o mundo, uma forma de pensamento tão válida quanto a Fiosoa ou a reiio. O que o mio em de peculiar, e o que o torna interessante, é que ele expica as coisas com narraivas, simbicas, acerca das origens – do mundo, dos deuses, dos homens, da sociedade. Ele dá um sentido, portanto, a realidades difíceis de entender ou mesmo incompreensveis: a vida, a more, o amor, a guerra, e assim por diante. Em um sentido mais amplo, a palavra “mito” é utilizada para se referir, positivamente, a pessoas ou feitos marcantes ou memoráveis; e negativamene, a noões fasas que passam por verdadeiras. Para encerrar este momento, você pode perguntar aos alunos se eles conhecem mitos que correspondam a cada um desses senidos – o propriamene mioico, o sentido heroico e o sentido de negativo.
funda reexo sobre os mios. Para ee, o mio seria a primeira forma de interpretação do mundo, o que deu lugar, depois, à religião, sem que esta lhe seja superior. Todo o contato do homem com a natureza e com os outros homens é realizado por meio de símbolos, que, por sua ve, coaboram na consruo dos mios. O homem toca o mundo pelos signos, ele os inventa e deles tira o sentido das coisas.
No livro A filosofia das formas, de Ernest Cassirer (2004), o sofo desenvove uma pro-
f
Desde os primrdios da hisria, o homem acredia e represena suas crenas e suas visões do mundo. Os smboos so a forma que o homem usa para representar sua vida. Por exempo: f
Quando falamos à pessoa amada “Você é tudo de que meu coração precisa”, é fácil entender que estamos dizendo que a amamos e que sofreremos se não formos correspondidos; Quando uma criança pega algum objeto que estava no chão e coloca na boca,
Filosofia – 1a série – Volume 1
dizemos “caca!” – usamos um símbolo (uma paavra) que represena a sujeira. Os smboos so ampamene parihados, mas também podem ser muito pessoais, e o mesmo aconece com os sinicados. lembre-se de que os signos são a representação dos senidos de ao: pode ser uma imaem, um som, um cheiro, um sabor, um gesto, uma emperaura, uma dana. O sinicado é o “coneúdo” desse sino, a ideia que esá por trás daquilo que se apresenta para as pessoas ou para si mesmo.
Ainda que Cassirer faça uma crítica ao tipo de uso que Platão fez do mito, podemos perceber que se raa de uma narraiva simbica, e que cada símbolo ou signo corresponde a um ou mais sinicados no mundo.
Exercício Depois de apresentar os desenhos a seguir, pea aos aunos que expiquem seu sinicado. No Caderno do Aluno, é proposto que eles preencham o quadro a seguir, que também apresena ouros desenhos:
Sg
Sgas O clima está parcialmente nublado, isto é, o Sol aparecerá durante o dia, mas será encoberto pelas nuvens.
É proibido fumar no ambiente.
O amor.
Reciclagem.
A fé cristã.
Dinheiro e riqueza.
Quadro 11.
Depois desse exercício, peça aos alunos que encontrem, na sala, outros signos ou mencio-
nem alguns observados em seu caminho para a escoa, sempre indicando o sinicado dees.
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Eseve e ee – ds ms à cultura Na etapa anterior, introduzimos a ideia, segundo Cassirer, de que o homem é um ser simbico, que se vae dos smboos para entender o mundo. Além disso, insistimos no mio como uma forma simbica para o mundo. Nesta etapa, será discutido o conceito de cultura, principalmente com base no livro A ideia de cultura , de terry Eaeon (2005). Para começar, escreva na ousa a seuine quesão: Quem governa a sua vida, seus impulsos ou suas ideias? Depois de ouvir as respostas dos alunos,
você pode introduzir a problemática sobre a cultura.
Cultura versus aeza A palavra “cultura” nos remete a duas possibilidades. Uma em que é entendida como o acúmuo de conhecimenos e oura em que é entendida como ação dos homens sobre a natureza por meio do trabalho. O conceio de cuura é derivado da naureza, em especial do ato de cultivar uma lavoura. Por isso, a cultura tem seu início absolutamente material, passando, mais tarde, a ser entendida como atividade do espí, principalmente como atividade dos homens urbanos, não mais do meio rural. O indivduo cuo no é mais o avrador, e sim o estudioso da cidade. Nessa concepção mais tradicional de cultura, ela aparece como relação do homem com a natureza – a cultura pertence ao mundo dos homens e é a sua forma de vencer os descaminhos e os sofrimentos causados pela natureza; a cultura está no mundo do espírito humano e deve, por seu turno, colonizar quem está prximo à naurea e disane do mundo intelectual.
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Lbeae e eemsm Se retomarmos a questão registrada à ousa, emos aqui uma imporane reexo. Quem nos overna: a naurea ou nossas ideias? Nosso corpo ou nosso pensamento? Dessa maneira, a cuura pode sinicar o uso da liberdade, enquanto a natureza pode signicar o deerminismo bioico. Ao imaginar, sonhar, planejar, escrever, trabalhar, conduzir, governar, rezar ou se divertir, o homem exerce sua liberdade, enfrenta os imprevisos e as dicudades causadas pea naurea, prev condiões de avio e consoa-se diane do ineviáve ou das suas derroas. O homem percebe seu lugar de origem, sua identidade e, ao mesmo tempo, compreende que pode mudar e ter suas raízes autotransportadas. A natureza estaria apenas posta diante dos homens, exigindo deles não mais que uma vida animal, submetendo-os aos destinos dos que não pensam antes de agir, dos que não imaginam nem panejam uma vida mais sinicaiva. A naurea impõe o corpo, a fome, o impuso sexua, a necessidade de saciar a sede, a doença, o cansaço, o calor e o frio. Com ela, o destino do homem está raado. Um desino nada sinicaivo, assim como a vida e a morte de qualquer animal.
A la em asçã m a aeza Um dos atos culturais por excelência é a arte. Seria possível imaginá-la sem a natureza? Como pensar um quadro paisagístico sem a paisagem e sem o material como a tela e a tinta, que se oriinam na naurea? Uma música sem paixão? Um marceneiro sem madeira? Um escultor sem pedra ou metal? Segundo essa concepção, natureza e cultura estão em acordo recíproco.
Por isso, o homem não é fruto determinado de seu ambiente; ele é livre, mas é intimamente inuenciado pea naurea. Voando ao exemplo da arte, por mais livre que seja um pintor,
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ele estará, ao mesmo tempo, limitado e inspirado por seus instrumentos – o tipo de pelo animal de seu pincel, o tipo de pigmento de sua tinta, a paisagem, o objeto ou o corpo que quer representar. Limitado, porque talvez não consiga transmitir para a tela seus sentimentos mais profundos; inspirado, porque sabe que pode fazer algo cada vez mais belo, com base naquilo que a natureza lhe oferece, porque domina sua técnica, avança em seus limites, diz o que ainda não foi dito, ou reproduz o já expresso de um modo prprio. Assim, convém relativizar a ideia naturalista, que afirma ser a cultura uma expressão da natureza e sua determinação, o que devemos fazer também com o idealismo, pois as ideias estão associadas diretamente ao ambiene em que as pessoas vivem. O fazer e o natural estão, portanto, indissociavelmente ligados.
A cultura é uma construção de si mesmo Quando pensamos que a cuura consri cada um de ns, o nosso eu, podemos supor uma diviso: o eu inferior e o eu superior . Nessa relação, a natureza estaria no eu inferior, como desejo e paixão, e a cultura estaria no eu superior, como vontade e razão. Desse modo, a natureza não estaria apenas em nosso corpo ou em nosso entorno. Ela está no mais íntimo de cada um de nós. Mesmo assim, ela não seria capaz de nos saciar, porque não poderíamos viver apenas de desejos e porque, se isso fosse possível, não precisaríamos de cultura. A cultura é uma necessidade física e subjetiva de cada indivíduo.
Por essa ideia de cultura, podemos entender que somos capazes de nos inventar, já que estamos sempre nos fazendo. Assim, por exemplo, uma pessoa culta é aquela que inventou um ser para si.
Por exemplo, se alguém quiser ser roqueiro, o que deve fazer? No mínimo, deve aprender a escutar rock , conversar com quem entende do assunto, ler sobre ele, aprender a tocar algum insrumeno. O indivduo no nasceu roqueiro; ele se inventou, criou uma forma pessoal de ser. Do mesmo modo, quaquer um de ns pode se inventar. Caso não nos inventemos, estaremos determinados pelo mundo que nos rodeia. Podemos ser pessoas pacientes, agradáveis, chaas; enm, udo é queso de escoha e aividade cultural. Mas nem sempre se inventar é fácil. Somos uma espécie de planta que precisa ser cuivada por ns mesmos.
Cultura e Estado Para discutir a relação entre cultura e Estado, apresente aos alunos, inicialmente, um conceito sucinto de Estado. Em seguida, perune-hes: Além de nós e das inuências que recebemos de outras pessoas, quem pode nos ajudar a nos inventar? Com certeza, não é par-
tindo do nada que imaginamos o que queremos ser ou nos tornar. Por isso, precisamos da ajuda ou do exemplo dos outros. Assim, se alguém quiser ser ator, necessitará de apoio para isso, desde o nanceiro aé o incenivo para o exercício da arte de representar.
Ora, o Esado brasieiro em o dever de ajudar as pessoas a se formar como cidadãos, como repetimos exaustivamente. No entanto, a mera repetição dessa ideia produz resultados inniamene pequenos. É preciso considerar outros campos de atuação estatal que incluem, por exemplo, a regulamentação dos meios de comunicação, as políticas educacionais e os incentivos artísticos e culturais. Nessa concepção, a cultura é o que está entre a maquinaria do Esado e a sociedade civi, criando ensões e, ao mesmo tempo, produzindo unidades entre um e outro. Do ponto de vista do Estado, a cultura deve ser civilizadora, isto é, deve fazer que as pessoas se tornem mais sociáveis.
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Conceito de cultura Em geral, podemos dizer que a cultura é a ação dos homens com ou sobre a natureza, por meio da objetivação da consciência (Hee), peo trabalho em sociedade (Marx), pela instituição de símbolos (Cassirer), por uma lei simbólica (lévi-Srauss), por meio do contrato social (Rousseau), por meio da educação (Ccero). Em snese, essa ao produz técnicas, valores, conhecimentos, ideias, reiiões, ares e udo o que circunscreve o mundo humano.
Professor, no Caderno do Aluno, na seção Lição de casa, foram proposas quesões para que os aunos pensem a relação entre natureza e cultura, assim como o papel do Estado na cultura.
opçã e lea O prximo exo ajudará a desenvover ainda mais o conceio de cuura. Oriene uma discussão com os alunos; para tanto, sugerimos retomar as ideias iniciais sobre cultura.
Efetivamente, é fácil ver que, entre as diferenças que distinguem os homens, muitas passam por naturais, quando são unicamente a obra do hábito e dos diversos gêneros de vida que os homens adotam na sociedade. Assim, um temperamento robusto ou delicado, a força ou a fraqueza que disso dependem, vêm muitas vezes mais da maneira dura ou efeminada como foi educado do que da constituição primitiva dos corpos. O mesmo ocorre com as forças do espírio, e não somene a educação esabeece diferença entre os espíritos cultivados e os que não o são, mas ela aumenta a que se acha entre os primeiros à proporção da cultura; pois, quando um gigante e um anão andam na mesma estrada, cada passo que darão abrirá uma nova vanaem para o iane. Ora, se compararmos a diversidade prodiiosa de educação e de gêneros de vida que reina nas diferentes ordens do estado civil com a simplicidade e a uniformidade da vida animal e selvagem, em que todos se nutrem dos mesmos alimentos, vivem da mesma maneira e fazem exatamente as mesmas coisas, compreenderemos quanto a diferença de um homem para outro homem deve ser menor no estado de natureza do que no de sociedade; e quanto a desigualdade natural deve aumentar na espécie humana pela desigualdade de instituição. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Disponve em: . Acesso em: 30 se. 2013. traduo Céia gambini.
Professor, no Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de texto, é solicitado aos alunos que sublinhem as palavras desconhecidas, que investiguem uma por uma e que escrevam os sinicados na seção Meu vocabuário osóco, disponíve no na do Caderno do Auno. Esimue-os ambém a responder às quesões:
2. Para Rousseau, qual é a importância da educação? 3. Qual é a sua atitude pessoal em relação à educação?
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Isto posto, cabe a você orientá-los nas pesquisas e na contextualização dos argumentos.
Etnocentrismo, relativismo e alteridade Existem diversas culturas, já que existem diversas maneiras de agir e de interpretar o mundo, dando sentido às coisas. Essas culturas mantêm contato entre si, mas nem sempre esse contato é algo com que todos saem ganhando. Isso ocorre porque muitas culturas se sentem
Filosofia – 1a série – Volume 1
superiores a outras, o que implica diversas maneiras de ver o mundo.
entanto, pode-se perguntar: O que é mais importante, ter tecnologia ou ter igualdade de fato?
Quando um grupo se acha superior a outro, no sentido cultural, chamamos isso de etnocentrismo. Todas as vezes em que há uma ação etnocnrica, dearam-se várias formas de vioncia. Por causa do etnocentrismo, por exemplo, os europeus se sentiram superiores aos povos americanos e africanos, submeteram-nos à escravidão e à pilhagem e impuseram sua cultura, em especial a religião. Além disso, internamente, cada país em muias cuuras e ambém várias reiiões.
Ouro probema imporane sure quando nos coocamos uma queso simpes: Como air em relação aos outros? A maneira mais recomendada é pela alteridade, isto é, pela valorização de udo aquio que é do ouro e diferene de ns.
A principal área de conhecimento que estuda outras culturas é a Aplga . Por ela, aprendemos não apenas o que é o etnocentrismo, mas a importância de pensar o outro como diferene de nós, como auém que em muito a nos ensinar e muito a aprender conosco. Para que isso ocorra e se reduzam as ensões enre diferenes cuuras, emos de dar o passo mais importante, na direção do relativismo. O que chamamos de relativismo é a ideia de que todos os valores são criados em meio ao processo cultural das sociedades. Por isso, todo julgamento que fazemos decorre de nossa cultura, e assim como cada um vê o outro de uma forma, nós ambém somos visos e considerados com base em nossa própria cuura. E qual seria a diferença entre opinião e cultura? opã é uma fala pessoal, enquanto a cultura precede as opiniões e é parihada por um grupo de pessoas. Cabe eno perunar: Qua é a mehor cutura? É possível haver uma cultura melhor do que as outras? Para que fosse possível responder e apontar uma cultura superior, teríamos de assumir uma postura etnocêntrica. Atualmente, é comum ouvir que algumas culturas são tecnologicamente mais desenvolvidas do que aquelas industrializadas e rurais, apontando-se as primeiras como melhores. No
Avaliação da Situação e Apezagem Para avaliar a Situação de Aprendizagem, você pode considerar o exercício relativo ao quadro sobre sino e sinicado, as anoaões feias peos aunos no Caderno, aps as discussões em saa e – sempre – a paricipao de cada um nos debates.
Ppsas e qesões paa avalaçã É importante destacar que as quesões 1, 2 e 3 proposas a seuir ambém estão no Caderno do Aluno, na seo Voc aprendeu? e as quesões 4 e 5 eso disponíveis apenas para o professor. Essas atividades podem ser utilizadas no formato de avaliao. Os exerccios m o objeivo de sedimenar a aprendizagem do aluno, no que concerne aos conceitos de cultura, natureza (esta, por meio da ao do rabaho do homem), reaivismo, enre outros juízos de valores, os quais estão imbuídos de uma radio hisrica, socioica, osca etc.
1. O que é reaivismo cuura? Seecione a resposta correta. a) Ensinar aos outros que a melhor cultura é a nossa. Dessa maneira, eles aprenderão e aceitarão nossos valores, porque estes são superiores a todos os outros. b) Perceber o que há de bom na cultura dos outros e destruir o que é ruim.
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c) Ohar os ouros sabendo que nosso juízo está submetido aos nossos valores.
b) tem uma compreensão intuitiva do mundo.
d) Inorar as pessoas que ns no entendemos.
c) compreende o mundo e os outros, por meio de símbolos, ritos, gestos, mitos e religião.
e) Saber separar, de acordo com nossos valores, o que é ruim ou bom nas outras culturas e aceitar apenas aquilo que valorizamos. Nesta questão, o aluno pode demonstrar que domina a norma-padrão da língua portuguesa e que consegue identificar e aplicar conceitos filosóficos para desenvolver seu sentido de alteridade, com base nos conteúdos desenvolvidos nas discussões em sala e nas informações que já possuía sobre a questão.
2. Qual das frases a seguir apresenta um exemplo de alteridade? a) Não há nada naquele país que me interesse. b) Eu aprendi, com nossas diferenças, quanto tenho de crescer. c) Não gosto de pessoas roqueiras. d) Pessoas tatuadas são assustadoras. e) Homem não chora. Nesta questão, o aluno pode demonstrar que domina a norma-padrão da língua portuguesa e que consegue identificar e aplicar conceitos filosóficos para desenvolver seu sentido de alteridade, com base nos conteúdos desenvolvidos nas discussões em sala e nas informações que já possuía sobre a questão.
3. Segundo o sofo aemo Ernes Cassirer, todo o contato com a natureza e com os outros homens é realizado por meio de símboos. O homem oca o mundo peos sinos, ele os criou e deles tira o sentido das coisas. Em outras palavras, o homem é um ser simbico porque: a) gosta de desenhar.
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d) quer ver tudo mais bonito, razão que o levou a desenvolver a arte. e) consegue descrever a realidade apenas ao observá-la. Nesta questão, o aluno pode demonstrar que domina a norma-padrão da língua portuguesa e que consegue identificar e aplicar conceitos filosóficos para perceber a dimensão simbólica do homem, com base nos conteúdos desenvolvidos nas discussões em sala e nas informações que já possuía sobre a questão.
4. Com base nas discussões em saa, escreva o seu conceito de cultura. Para esta resposta, é importante que os alunos apresentem o conceito de cultura, desenvolvido com base nos tópicos “Cultura versus natureza”, “Liberdade e determinismo”, “A cultura em transição com a natureza”, “A cultura é uma construção de si mesmo” e “Cultura e Estado”. Caso você prefira, deixe-os escolher um dos tópicos ou peça que estabeleçam a relação entre mais de um deles. É fundamental que este exercício escrito seja avaliado e que seus resultados sejam levados aos alunos. Nesta questão, o aluno pode demonstrar que domina a norma-padrão da língua portuguesa e que consegue identificar e aplicar conceitos filosóficos para desenvolver o conceito de cultura, com base nos conteúdos desenvolvidos nas discussões em sala. Será necessário, também, que o aluno organize uma argumentação consistente, ao relacionar as informações que já possuía aos tópicos apresentados na proposição da questão.
5. O que é enocenrismo? Discua-o com base em um ou mais exemplos da vida cotidiana. Aqui, espera-se que o aluno demonstre compreensão do conceito de etnocentrismo, com base em uma reflexão sobre acontecimentos cotidianos, por exemplo, relacionados à “superioridade” das sociedades tecnológicas ou à “superioridade” de uma religião em relação às outras. É possível, igualmente, usar exemplos históricos para trabalhar a questão,
Filosofia – 1a série – Volume 1
como a conquista da América, o imperialismo, o nazismo etc. Nesta questão, o aluno pode demonstrar que domina a norma-padrão da língua portuguesa e que consegue identificar e aplicar conceitos filosóficos para desenvolver o conceito de etnocentrismo, com base nos conteúdos desenvolvidos nas discussões em sala e em sua percepção dos ambientes histórico-sociais. Será necessário também que o aluno organize uma argumentação consistente, ao relacionar as informações que já possuía aos tópicos apresentados na proposição da questão.
Ppsa e saçã e epeaçã Aps a reaiao das aividades reuares – aulas, exercícios, a Situação de Aprendizagem proposta neste Caderno e a avaliação –, talvez alguns alunos não tenham alcançado os objetivos, no que concerne tanto à apreensão dos coneúdos, como ao desenvovimeno das habilidades e competências contempladas. Retome com esses alunos a explicação sobre a questão da alteridade. Peça, por exemplo, que façam em casa uma pesquisa sobre siuaões hisricas ou auais em que o enocenrismo provocou aões de vioncia conra
o outro e escrevam um texto emitindo suas opiniões sobre os faos reaados.
ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema Lvs ARANHA, Maria lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando : inroduo à Fiosofia. 4. ed. So Pauo: Moderna, 2009. HESíODO. Teogonia : a oriem dos deuses. traduo Jaa torrano. 7. ed. So Pauo: Iuminuras, 2007 (Bibioeca Pen). PlAtãO. O banquete. Tradução Jorge Paleika. Rio de Janeiro: Nova Froneira, 2011. Texto clássico, imprescindível para preparar o coneúdo das auas. ROCHA, Everardo P. guimares. O que é etnocentrismo . So Pauo: Brasiiense, 2004 (Primeiros Passos). Imporane exo para introduzir o tema do etnocentrismo.
SItUAçãO DE APRENDIzAgEM 8 INtRODUçãO À FIlOSOFIA DA ARtE – NIEtzSCHE A Fiosoa da Are é fundamena para o desenvolvimento integral e existencial do educando. Por isso, você poderá discutir, com base
em Nietzsche, a formação do pensamento estético e relacioná-lo com a Mitologia e a cultura.
Conteúdos e temas: Nietzsche; arte; dionisíaco; apolíneo. cmpeêas e ablaes: ao na desa Siuao de Aprendiaem, o auno deverá ser capa de perceber a condição estética e existencial do homem. Desse modo, desenvolverá a escrita, relacionando-a ao sentido do belo e à compreensão da vida e da cultura, em sentido amplo. Sgesã e esaégas: auas exposiivas e exerccios de reexo, eiura e escria. Sgesã e ess: sites, lousa e texto para leitura.
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Sgesã e avalaçã: como oda a arefa é reaiada em saa de aua, a observao e as anoaões a respeito da participação são fundamentais. A correção dos exercícios e a organização do Caderno do Aluno são essenciais para a avaliação do processo de ensino-aprendizagem.
Sagem e sesblzaçã – ov e alga Com o objetivo de que os alunos conheam e xem conceios que sero trabalhados ao longo desta Situação de Aprendizagem, você pode propor a atividade de Pesquisa individual que consta no Caderno do Auno sobre as expressões “Dionsio”,“Apoo”, “Estética” e “Arte”. A pesquisa pode ser feita na inerne, em dicionários de Fiosoa, na bibioeca da escola ou da cidade em que vivem. É necessário orientá-los quanto aos critérios de qualidade no momento da escolha das fontes de pesquisa, para que a tarefa seja bem fundamentada.
dsía e aplíe Para iniciar a abordagem do tema, elabore uma pequena bioraa de Niesche e uma breve apresentação sobre os deuses gregos Apolo e Dionsio. Ou, eno, pea aos aunos que faam uma pesquisa sobre o assunto e a apresentem oralmente. Em seguida, discuta a respeito da duplicidade do apolíneo e do dionisíaco. Para Nietzsche, os gregos perceberam duas
Dionisíaco
No entanto, da observação dessa luta e dos momentos de reconciliação, podem-se retirar profundos ensinamentos sobre a vida. A luta do dionisaco e do aponeo nos revea a prpria vida humana, que apresenta sonho, paixão, transformaões, fesa, praeres do corpo e do esprio, siuaões sombrias, necessidade de ordem, uas. Apolo é o deus das imagens e das artes plásticas, o impulso do visual. Dionísio é o deus da música, do que é visua e corpreo, como a dana. Os reos conseuiram reunir essas duas forças na tragédia grega. Observe aumas caracersicas do aponeo e do dionisíaco, que podem ser registradas na lousa para os alunos. Há, no Caderno do Aluno, um quadro para ser completado por eles com as características apolíneas e dionisacas, aps sua orienao:
Aplíe
Embriaguez (do vinho e dos prazeres – a loucura).
Sonho (homem adormece).
Da dança (sentir a natureza do corpo).
Aparência (o homem copia as formas).
Selvagem (viver com a força das paixões).
Filosofia (na razão que faz pensar).
Da mutação (não precisar sempre ser o mesmo, o devir).
Luz (nada pode ser oculto).
Violência (como na natureza).
Ordem (tudo deve ser harmônico).
Do coletivo (esquecer de si em meio a algo maior, como na alegria da festa, ou da natureza).
Do individual (se entende como único).
Quadro 12.
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foras diferenes na are e na vida: a aponea e a dionisíaca. Da mesma maneira que uma criança, para chegar ao mundo, necessita dos dois sexos, a arte necessita dessas duas forças. Elas nem sempre estão unidas e podem lutar uma com a outra, porque são muito diferentes.
Filosofia – 1a série – Volume 1
Diferentemente da maioria dos intelectuais de seu tempo, Nietzsche procurou não olhar a arte somente como serenidade, como era vista pela cultura romântica da sua época, mas como impulso, pulsão e instinto. Para ele, a arte que procura a serenidade é algo absolutamente supercia, assim como “a are pea are” era apenas “um verme que se morde o rabo”.
Para pensar a are, o fisofo aemo recorreu à Mitologia da religião grega antiga, em especial aos deuses Dionísio (o deus do vinho e do praer) e Apoo (o deus da perfeio, da cura e do So). Para Niesche, Apoo representava o desejo de descansar dos problemas da vida, como no sonho, mas, ao fazer arte, o homem encontraria uma reparao dos inforúnios da vida. Dessa maneira, por meio da criação de imagens, o indivíduo enfrenaria a sua niude, a sua soido e a força destruidora da natureza presente em cada um. A arte seria, assim, um consolo para o sofrimento da existência. Desse modo, cada um dos deuses gregos representava algo de profundamente humano. Dionísio, por sua vez, representava o outro lado da arte, a embriaguez como o esvaziamento do eu. Por ee, esqueceramos de ns e nos uniríamos à natureza, produzindo prazer e terror. A subjetividade acabaria anulada no profundo contato com a exterioridade da arte. Portanto, há, na cuura rea, duas dimensões: a dimensão apolínea da continuidade, da construção e do otimismo; e a dimensão dionisíaca, do retorno à natureza, da ruptura e do pessimismo. Unidos, esses dois elementos produziram a tragédia grega, com as imagens provenientes de Apoo, e a música, proveniene de Dionsio.
tabal e pesqsa Professor, a atividade a seguir está proposta na seção Pesquisa individual, no Caderno do Aluno.
Os aunos devero ser divididos em see rupos, correspondenes aos seuines emas: cinema, fooraa, dana, escuura, pinura, ieraura e música. Depois, peça que pesquisem em casa uma ou duas obras do tema que coube a seu grupo, fazendo uma interpretação apoiada nas discussões reaiadas em saa sobre a are em Niesche. Para a aula de apresentação, os alunos terão de preparar um texto com as seguintes proposições resovidas: f
Nome das obras e características dionisíacas e apolíneas nelas observadas.
Não esqueça que o fundamental é a tentativa de os alunos ensaiarem uma aproximação aos conceitos, mesmo que não consigam desenvolver reexões mais profundas sobre o ema.
Avaliação da Situação de Apezagem Na avaliação desta Situação de Aprendizagem, devem ser considerados os dados da pesquisa que os aunos eram em casa, com ênfase nos textos produzidos, além da participação nos debates realizados em sala.
Ppsas e qesões paa avalaçã 1. Uma queso imporane para a Fiosoa da Arte diz respeito ao gosto. Destaque nomes de músicas, mes e ivros de que voc osa e apresente critérios para esse gostar. É importante que os alunos apresentem pelo menos uma música, um livro e um filme, associando a cada um hipóteses sobre critérios para gostar deles, em esforço reflexivo.
2. Escreva sobre a relação da solidão, da morte e da dor com a arte. O importante, nesta questão, é uma discussão do aluno a respeito das motivações da arte. Espera-se que ele possa pensar
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em sua própria experiência estética e histórica para discorrer sobre essa relação. Muito mais do que uma resposta erudita, almeja-se uma reflexão.
3. Escreva agora sobre a relação da alegria com a arte. Assim como na questão 2, aqui o importante é uma discussão do aluno a respeito das motivações da arte. Espera-se que ele possa pensar em sua própria experiência estética e histórica para discorrer sobre essa relação. Muito mais do que uma resposta erudita, almeja-se uma reflexão.
4. Dê exemplo de uma obra de arte, que pode ser um me, um espeácuo de earo ou mesmo uma música, que conrme a ideia de Nietzsche de que a arte não é apenas serenidade. Jusique sua escoha. O aluno deve apresentar um exemplo de obra que traga elementos questionadores e reveladores de conflitos, destacando-os para justificar sua associação com a negação da serenidade.
Ppsa e saçã e epeaçã Aps a reaiao das aividades reuares – aulas, exercícios, a Situação de Aprendizagem proposta neste Caderno e a avaliação –, talvez alguns alunos não tenham alcançado os objetivos propostos, no que concerne tanto à apreenso dos coneúdos como ao desenvovimento das habilidades e competências contempladas. Reome com esses aunos as discussões sobre a compreensão da condição existencial da arte. Em seguida, peça que apliquem os conceios apreendidos a uma reexo sobre um eveno arsico (de quaquer naurea) do qua
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enham paricipado. Essa reexo deverá ser apresentada em um texto de 15 a 20 linhas, que deverá ser corrigido por você e devolvido aos alunos com sua avaliação.
ress paa ampla a pespeva pfess e al paa a mpeesã ema Lvs CHAUI, Marilena. Convite à losoa . 13. ed. São Pauo: Áica, 2010. O ivro possibiia ao eior er acesso ao raciocínio fiosófico de forma clara e contextualizada. Aborda desde o nascimento da Filosofia até seus principais temas, como a razão, a verdade, o conhecimeno, a óica, a éica e a mora. Apresena boas informações sobre a obra e o pensameno de Nietzsche. NIEtzSCHE, F. W. O nascimento da tragédia : ou helenismo e pessimismo . Tradução J. guinsbur. São Pauo: Companhia de Boso, 2008.
Site SISTEMA de Bibliotecas da Unicamp . Disponíve em: . Acesso em: 15 ju. 2013. Nese site, você encontrará a dissertação de mestrado de José Fernandes Weber, Arte, ciência e cultura nos primeiros escritos de Nietzsche, que, apesar de ser um texto escrito em linguagem acadêmica, fa uma abordaem simpes das quesões tratadas nesta Situação de Aprendizagem.
Filosofia – 1a série – Volume 1
QuAdro dE contEúdoS do EnSino MÉdio 1ª sée
1 e m u l o V
2ª sée
3ª sée
desb a Flsa – Por que esudar Fiosoa?
Éa e lasm é – Introdução à ética.
Paa qe Flsa? – O que é Fiosoa?
– As áreas da Fiosoa.
– O eu raciona.
– A Fiosoa e ouras formas de conhecimeno: Mio, Reiio, Arte, Ciência.
– Autonomia e liberdade.
– Superação de preconceitos em reao à Fiosoa e denio e importância para a cidadania.
– Introdução à Teoria do Indivduo: John locke, Jeremy Bentham e Stuart Mill. – tornar-se indivduo: Pau Ricoeur e Michel Foucault. – Conduas massicadas. – Alienação moral.
– O homem como ser de naurea e de linguagem. – Caracersicas do discurso osco. – Comparação com o discurso religioso. – O homem como ser poico. – A desigualdade entre os homens como desao da poica.
Flsa Plía – Inroduo à Fiosoa Poica. – teoria do Esado: Sociaismo, Anarquismo e Liberalismo. 2 e m u l o V
– Democracia e cidadania: oriens, conceitos e dilemas.
Flsa Plía e Éa – Fiosoa Poica e Éica: humilhação, velhice e racismo. – Homens e mulheres. – Fiosoa e educao.
– Desigualdade social e ideologia.
– Desaos éicos conemporâneos: a Ciência e a condição humana.
– Democracia e justiça social.
– Introdução à Bioética.
– Os Direios Humanos. – Participação política.
o ss ls – Caracersicas do discurso osco. – Comparação com o discurso cienco. – trs concepões de iberdade: Liberalismo, Determinismo e Dialética. – Comparação com o discurso da literatura. – Vaores conemporâneos que cercam o ema da feicidade e das dimensões pessoais da felicidade.
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GABARITO SituAÇÃo dE APrEndiZAGEM 1 ca ma magem ía a Flsa Pesquisa individual (CA, p. 5-6)
Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada com base em fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. 1. • Intelecto: o importante é ressaltar a capacidade ou técnica para pensar; ele é a própria inteligência que processa e cria conhecimentos e é a faculdade humana que permite a reflexão, o planejamento, a avaliação e a conceituação. • Reexão crítica: consiste em uma atividade crítica para ana lisar e considerar as ações em relação à própria maneira de ser; método de pensamento que permite analisar relações nem sempre aparentes em um processo; questionamento a respeito de relações que produzem determinada ação, processo, objeto ou que dela derivam. • Filosoa: há vários conceitos para a Filosoa, mas, em geral, eles podem ser resumidos em: investigação de todos os saberes em proveito dos seres humanos; reflexão radical a respeito de temas fundamentais para a existência humana (liberdade, morte, política, religião e arte). • Cidadania: o conceito de cidadania recebe diferentes conotações ao longo da história da humanidade. Na Grécia Antiga, na sociedade europeia do século XVIII ou na sociedade contemporânea. O importante é que os alunos identifiquem as características principais da abordagem contemporânea, na qual direitos humanos é tema importante. É igualmente relevante a ideia de que se trata da condição de quem vive em sociedade política permeada de justiça e liberdade. Observação: para cada resposta, será necessário pesquisar em fontes especializadas em Filosofia. Respostas de dicionário ou vocabulário comum da língua ou de outras ciências devem ser evitadas. Uma palavra pode ter vários sentidos, mas o que queremos saber é como ela é classicamente problematizada pela Filosofia. Outro ponto importante consiste em evitar debates que levem o aluno a um ceticismo prévio, fazendo que ele rejeite o próprio debate filosófico. 2. O importante é orientar o preenchimento do quadro na perspectiva de os alunos registrarem até seis palavras associadas a cada disciplina. O ideal é que essas palavras reflitam
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imagens, representações e pensamentos dos alunos sobre as disciplinas. Preparação para discussão (CA, p. 6-7)
1. a) Esta primeira questão tem por objetivo sistematizar e revelar a compreensão da Filosofia pelos alunos. Assim, é possível ouvir que também é o princípio do diálogo eficaz. Com base na realidade dos conhecimentos dos alunos, podemos apresentar conceitos bem mais elaborados. b) O uso da imaginação também orienta para uma compreensão que os alunos têm do ofício e da própria disciplina. Essas discussões procuram levá-los a apresentar sua realidade a respeito do assunto. Sempre que os alunos apresentarem conhecimentos a respeito de um tema, será propício o debate sobre ele. Por isso, esta questão segue o encaminhamento das anteriores: O que os alunos sabem a respeito do tema que vou apresentar? Esse conhecimento inicial apontará os melhores caminhos pedagógicos. Leitura e análise de texto (CA, p. 7)
Aristóteles associa a alma com nossa capacidade de conhecimento. Trata-se de um estudo importante por ser, ao mesmo tempo, investigação sobre a capacidade humana de conhecimento. Leitura e análise de texto (CA, p. 8-9)
1. É importante que o professor incentive o hábito de procurar os significados para favorecer a autonomia intelectual dos alunos. 2. Alternativa d. O mais importante é preocupar-se com o estudo da alma. Alternativa e. A virtude é boa, afinal dela nascem a riqueza e tudo mais. 3. O objetivo deste quadro insere-se no contexto de compreensão da possibilidade de melhoria das faculdades intelectuais. Ao entenderem o intelecto em sua plasticidade, ou possibilidade de ação humana, e não como dado natural, pronto, os alunos poderão criar mecanismos para seu desenvolvimento. Exercícios (CA, p. 9-10)
1. a, b e c. O importante é que os alunos apresentem suas hipóteses por meio das observações do que está refletido no espelho. d. O objetivo dessa atividade é verificar qual aspecto foi considerado mais significativo por cada aluno. 2. Resposta pessoal. A escolha fica a critério dos alunos.
Filosofia – 1a série – Volume 1
Lição de casa (CA, p. 10)
Pesquisa individual (CA, p. 18-19)
O trabalho pedagógico em Filosofia exige que os alunos pratiquem a escrita. Esse é um exercício importante. É muito difícil perceber a presença da reflexão crítica sem a apresentação formal. Além disso, é fundamental para a avaliação, que consiste em três elementos: vocabulário filosófico, coerência argumentativa e clareza nas ideias. Na medida do possível, oriente-os sobre questões gramaticais e ortográficas.
Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada com base em fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. • Experiência: consiste na participação pessoal em uma situação que nos torna capazes de adquirir algum conhecimento. • Conhecimentos a priori : são conhecimentos adquiridos anteriormente à experiência. Por exemplo: Matemática. • Conhecimentos a posteriori : são conhecimentos adquiridos somente após a experiência. Por exemplo: cura de doenças, pois, após várias etapas de experimentação, chega-se a um remédio ou a uma técnica cirúrgica para a cura. • Sensação: processo pelo qual recebemos informações por meio dos sentidos. Por exemplo: branco, calor, quente, salgado. • Reexão: é a consideração que o intelecto faz sobre ele mesmo e sobre o mundo, como consciência de si e dos outros seres. Observação: para cada resposta, será necessário pesquisar em fontes especializadas em Filosofia. Respostas de dicionário ou vocabulário comum da língua ou de outras ciências devem ser evitadas. Uma palavra pode ter vários sentidos, mas o que queremos saber é como ela é classicamente problematizada pela Filosofia. Outro ponto importante consiste em evitar debates que levem o aluno a um ceti cismo prévio, fazendo que ele rejeite o próprio debate filosófico.
SituAÇÃo dE APrEndiZAGEM 2 cm fa ele? içã a empsm e a sm Exercícios (CA, p. 12-13)
1. O desenho deve seguir o sentido da utilização do espelho, que é a percepção da possibilidade de pensar filosoficamente com base no cotidiano. Além disso, servirá para aproximar os alunos da Filosofia por elementos que eles conhecem. Leitura e análise de texto (CA, p. 13-17)
1. É importante que os alunos identifiquem e destaquem palavras ou expressões que consideram difíceis e as pesquisem em dicionários. 2. A atividade visa auxiliar no desenvolvimento de metodologia para clareza e distinção de ideias. Assim, a analogia do rádio, da televisão e do celular poderá ser apresentada de maneira mais metódica. 3. Alternativa a. A atividade visa aprimorar a leitura pela investigação da tese do texto. 4. Com base no texto, esta questão pretende buscar nos conceitos filosóficos exemplos no cotidiano dos alunos. As fontes de conhecimento são as sensações e nossas próprias ideias. Exemplos de sensações: quente, frio, pesado, leve. Exemplos de ideias: quatro, forte, legal. 5. Esta atividade procura levar os alunos a distinguir tipos de conhecimento. A distinção é uma metodologia fundamental para a reflexão e a comunicação. • sensação – sensação – sensação • sensação – reexão – sensação • sensação – sensação – reexão • reexão – reexão – reexão • sensação – reexão – sensação • sensação – reexão – reexão 6. Na configuração gráfica dos alunos, eles devem apresentar as ideias mostradas no texto e no diálogo com o professor. O incentivo para que desenhem é importante para ampliar possibilidades de expressão e de criação de linguagem.
Leitura e análise de texto (CA, p. 19-20)
1. É importante a orientação para que os alunos identifiquem e destaquem as palavras ou expressões que considerem difíceis e realizem a pesquisa em dicionários, cultivando esse hábito relevante para sua autonomia intelectual. 2. A ideia central do texto é refletir sobre a origem dos nossos conhecimentos. Derivam todos da experiência ou existem conhecimentos que se dão anteriormente à experiência?
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 ismes e pesqsa em hsa a Flsa Exercício (CA, p. 21-24) Filosofia Antiga
• Contexto histórico geral, datas e subdivisões do período: cidades-Estado na Grécia (séculos V-IV a.C.); República e Império em Roma (séculos II a.C.-II d.C.). • Principais problemas losócos: conhecimento da Verdade; conhecimento do Bem e da Justiça; as regras de conduta da Vida.
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• Principais escolas losócas: Pitagórica; Sofística; Socrática; Platônica; Aristotélica; Epicurista; Estoica; Cética. • Grandes lósofos do período: Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, Epicuro.
Pesquisa individual (CA, p. 27-29)
1. A pesquisa culmina com a elaboração das palavras cruzadas. 1 A
Filosofia Medieval
• Contexto histórico geral, datas e subdivisões do período: Europa após a queda do Império Romano (século V d.C.); Império Carolíngio (século IX); Alta Idade Média (séculos X-XII). • Principais problemas losócos: o conhecimento da existência de Deus, da hierarquia dos seres e da ordem do mundo; as regras e leis do pensamento e da linguagem. • Principais escolas losócas: Patrística; Tomismo; Nominalismo. • Grandes lósofos do período: Agostinho, Tomás de Aquino, Abelardo, Duns Escoto.
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Filosofia Contemporânea
• Contexto histórico geral, datas e subdivisões do período: Revolução Francesa (1789–1799); Revolução Industrial (Inglaterra, séculos XVIII–XIX). • Principais problemas losócos: crítica da Metafísica; o pri mado da razão humana diante do mundo da natureza; o mundo da cultura; o sentido da história; absorção da religião pela Filosofia. • Principais escolas losócas: Ideologia; Idealismo; Roman tismo; Positivismo. • Grandes lósofos do período: Kant, Fichte, Schelling, Hegel, Schopenhauer, Nietzsche.
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Filosofia Moderna
• Contexto histórico geral, datas e subdivisões do período: Renascimento das artes e ciências da Antiguidade (Península Itálica, século XIV); advento dos Estados nacionais (Portugal, século XV); chegada dos europeus à América (século XVI); Reforma Protestante (Norte da Europa, século XVI); Revolução científica (século XVII). • Principais problemas losócos: o conhecimento da natu reza e de suas leis; o conhecimento de Deus segundo a razão; determinação dos limites e capacidades da faculdade racional do homem; afirmação e defesa da liberdade de pensamento. • Principais escolas losócas: Racionalismo; Empirismo; Iluminismo. • Grandes lósofos do período: Bacon, Hobbes, Descartes, Espinosa, Leibniz, Locke, Berkeley, Condillac, Hume, Voltaire, Diderot, Rousseau, d’Alembert.
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2. Retomando o conceito inicial de Filosofia, os alunos deverão pensar seu cotidiano por meio das ações e conhecimentos de seu tempo. Assim, eles poderão selecionar sobre o que consideram importante refletir criticamente. O objetivo, portanto, é aproximar as preocupações pessoais da Filosofia.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 Áeas a Flsa Pesquisa individual (CA, p. 31-33)
Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada com base em fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. • Política: reexão losóca sobre a melhor forma de governar e de conviver na cidade. • Ética: estuda os princípios que motivam, justicam e orien tam as ações humanas. • Estética: estuda os critérios e problemas da criação e da frui ção artística. Problematiza os valores estéticos e as relações entre forma e conteúdo, bem como a importância da arte para as sociedades humanas. • Filosoa da História: preocupa-se com a relação dos homens com o tempo e com os processos culturais e sociais historicamente enraizados. Como o nome diz, a Filosofia da His-
Filosofia – 1a série – Volume 1
tória procura analisar filosoficamente a história, isto é, considerar seus mecanismos e desdobramentos do ponto de vista filosófico. Exercícios (CA, p. 35-40)
1. Esta atividade sugere o desenvolvimento do raciocínio lógico com base nas quatro causas aristotélicas. Por meio dela, os alunos terão a oportunidade de compreender raciocínios científicos e seus métodos. 2. Com os mesmos objetivos da atividade anterior, esta se baseia nas categorias metafísicas de Aristóteles. Você aprendeu? (CA, p. 40-41)
1. Os alunos devem encontrar as palavras Epistemologia (segunda linha), Política (quarta linha), Lógica (quinta linha) e Ética (sétima linha).
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 içã à Flsa a cêa
2. Resposta aberta, que exige, no entanto, o acompanhamento do professor para verificar se os alunos compreenderam o significado de dedução e indução. Exemplo de indução: Meu bairro é muito povoado. Meu bairro apresenta intenso problema de congestionamento. Todo bairro povoado apresenta intenso problema de congestionamento. Exemplo de dedução: Os bairros de periferia não contam com serviços de reciclagem de lixo. Meu bairro é de periferia. Portanto, meu bairro não conta com serviços de reciclagem de lixo. 3. Este exercício visa aprofundar e exercitar o conhecimento dos alunos sobre dedução e indução. Quanto mais eles pratica rem, melhor será. Desafio! (CA, p. 45-46)
1. Alternativa a. 2. Alternativa a. 3. Alternativa e.
Pesquisa individual (CA, p. 42-43)
Leitura e análise de texto (CA, p. 46-47)
Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada a partir de fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. • Ciência: conhecimento sistemático da natureza por meio de experimentações e de princípios delas obtidos. • Termo cientíco: conceito utilizado em uma ciência para descrever ou abarcar um conjunto delimitado de fenômenos. • Hipótese: formulação teórica a título de investigação que serve para orientar o conhecimento, mas que, para ser válida, deve ser confirmada por experimentos. • Tese: formulação teórica que se encontra como pressuposto de uma ciência ou então que já foi devidamente confirmada pela experimentação e faz parte do conhecimento científico. • Indução: formulação de leis pela análise e comparação de conhecimentos empíricos. • Dedução: obtenção de conhecimentos pautando-se por uma tese devidamente demonstrada.
1. Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada com base em fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. 2. a) A relação de causa e efeito. Desde David Hume (1711-1776), a relação entre causa e efeito tem sido amplamente debatida entre os filósofos. Do ponto de vista do senso comum, podemos afirmar que denomina-se “causa” o que provoca algo e “efeito” o que é provocado. Por exemplo, quando afirmamos que a água ferve a 100 oC, estamos enunciando uma relação de causa, dado que o aumento da temperatura, ao atingir 100 oC é a causa da fervura da água. b) A experiência. E esta se obtém de observação de fatos, acontecimentos e fenômenos que ocorrem à nossa volta, possibilitando interferências, conjecturas, hipóteses etc. Atenta-se que da perspectiva filosófica, o conhecimento derivado das sensações, a experiência é denominada empírica. Não podemos esquecer que há a experiência estética, abordada por Kant, e a experiência científica, abordada por Descartes, entre outros filósofos. 3. Porque ainda podemos nos perguntar quais são os fundamentos da observação e da experiência. Sempre contamos com perguntas que nos levam mais adiante em relação aos fundamentos, cada vez mais difíceis de responder.
Exercícios (CA, p. 43-45)
1. A diferença é que, no bloco 1, temos como ponto de partida uma afirmação geral que conduz a afirmações sobre experiência particular e, no bloco 2, ocorre o contrário: o ponto de partida se dá por afirmações de âmbito particular para, depois, chegar a uma afirmação geral.
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Exercícios (CA, p. 48-49)
1. Leis e teorias podem ser contraditadas pela experiência. Nada nos garante que o Sol nascerá amanhã. 2. A observação de cada indivíduo depende do lugar de onde se observa, dos critérios com os quais se observa, das interpretações pessoais sobre o que se observa. A observação é limitada ou delineada pelo olhar de quem observa. Pesquisa em grupo (CA, p. 49-50)
Deve-se orientar e incentivar a observação dos alunos, recomendando que seja feito um registro que seja o resultado de reflexão sobre as relações percebidas no processo observado. Os quadros presentes no Caderno do Aluno auxiliam na organização da reflexão. Exercícios (CA, p. 50-52)
1. Alternativa f. 2. Baseados na observação do modelo, temos aqui um quadro com uma possibilidade de resposta como exemplo. Hipótese: Todos os alunos egressos do Ensino Médio encontram trabalho.
Falsificações possíveis: 1. Nem sempre os alunos encontram trabalho. 2. Os alunos com melhor desempenho encontram trabalho. 3. Nem todos os alunos encontram trabalho. 4. Todos os alunos egressos do Ensino Médio que querem trabalhar encontram trabalho. 5. Os alunos do Ensino Médio com pior desempenho encontram trabalho.
aceitação das verdades científicas; a fé não exclui a razão, apenas postula uma dimensão da realidade inacessível a esta. • Tolerância: conceito central do pensamento político a par tir do Iluminismo, a tolerância consiste na concessão, pelo poder público, do direito a crenças e rituais religiosos diferentes do culto oficial, desde que não interfiram na ordem estabelecida. No plano individual, tolerância é principalmente a capacidade de aceitar o que há nos outros de diferente em relação ao que encontramos em nós mesmos ou naqueles com os quais convivemos. • Religião: conjunto de crenças, práticas, rituais e tradições ado tado por uma comunidade, um povo, uma nação, geralmente caracterizado pela ideia de uma dimensão espiritual da realidade natural e humana. A religião não se restringe, porém, a isso, oferecendo uma visão de mundo, da coerência à vida humana, fornecendo um sentido à existência das pessoas, e permitindo inseri-las na vida social. A variedade de crenças religiosas ao redor do mundo é certamente um dos fenômenos mais intrigantes para as ciências humanas e para a Filosofia. • Alteridade: diferentemente da tolerância, que aceita os outros sem necessariamente compreendê-los, alteridade é a compreensão profunda do valor das diferenças entre os homens, sejam elas religiosas, políticas, ou sexuais. Nessa perspectiva, a diferença tem preeminência em relação ao pensamento de domínio comum, e pode mesmo questioná-lo em sua hegemonia. O reconhecimento da alteridade, a partir da segunda metade do século XX, introduziu uma compreensão sofisticada e complexa da natureza humana. Debate (CA, p. 55-56)
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 içã à Flsa a relgã – des e a razã Pesquisa individual (CA, p. 54)
Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada com base em fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. • Fé e razão: são dois princípios diferentes de compreensão do mundo. O primeiro é baseado na crença de que o mundo não se resume à existência de coisas materiais, tem uma dimensão espiritual que, embora inacessível à ciência, pode ser alcançada pelo sentimento da existência de um criador. O segundo está baseado na crença de que a realidade objetiva das coisas se resume ao que pode ser conhecido e demonstrado pela ciência. A razão não exclui a fé, apenas condiciona a sua validade à
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Resposta aberta, a depender das hipóteses dos alunos. Peça a eles que reflitam sobre suas experiências religiosas: se são religiosos; como chegaram à religião que praticam ou que apenas conhecem ou simpatizam; quais são os valores dessa religião. Exercícios (CA, p. 56)
1. As provas da existência de Deus poderiam ser demonstradas dos pontos de vista ontológico (sobre o ser real de Deus), cosmológico (sobre existência necessária e real de Deus) e físico-teológico (sobre o universo como resultante de um plano de um ser criador). 2. Para Kant, estas três provas para a existência de Deus não podem ser demonstradas pela razão humana. A existência de Deus não pode ser provada nem demonstrada pela razão humana, porque temos a ideia de Deus, e não evidências sensíveis sobre seu ser, sua realidade e seu planejamento do
Filosofia – 1a série – Volume 1
mundo. A razão humana não dispõe de categorias capazes de demonstrar a ideia que corresponde a um ser absolutamente diferente de todos os seres e criador de todos eles. Leitura e análise de texto (CA, p. 57)
Neste exercício, incite os alunos a responder com base na reflexão sobre seu cotidiano. Diferenças culturais que não ferem a ética de solidariedade entre as pessoas e que não representam atos de violência contra a natureza e os outros homens devem ser respeitadas e mantidas. Pesquisa individual (CA, p. 57-59)
As respostas são pessoais. As colagens ou desenhos solicitados aos alunos devem revelar as representações deles sobre a religião em questão. Neste momento, trata-se de orientá-los para a reflexão crítica, com destaques e questionamentos que abordem estranhamentos e valorizações de práticas observadas durante a pesquisa.
SituAÇÃo dE APrEndiZAGEM 7 içã à Flsa a cla – M e cla Pesquisa individual (CA, p. 60-61)
Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada com base em fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. • Mito: o mito expõe uma realidade humana ou natural, em linguagem própria, por referência a fábulas e seres fantásticos. Em toda a sua riqueza, ele tematiza o vínculo entre natureza e cultura e permite aos homens pensar as diferenças, as interpretações e as passagens de um estado a outro. É parte da cultura em geral, mesmo nas sociedades em que vigora o pensamento científico, e vincula-se com frequência à religião, sem, no entanto, reduzir-se a esta. • Cultura: conjunto das representações e práticas simbólicas, que permeiam as relações entre o homem e a natureza e entre os homens em sociedade. • Linguagem: além de ser por excelência o meio de comunicação entre os homens, a linguagem exprime sentimentos e organiza o pensamento. Refere-se às coisas, mas indiretamente. Suas relações mais diretas são com o pensamento. Os homens podem sentir sem ter uma linguagem concomitante às paixões e emoções que os acometem. Mas só podem pensar e raciocinar se tiverem signos, isto é, se dispuserem de uma linguagem. As línguas que
encontramos pelo mundo são exemplos de linguagem; a matemática pode ser considerada uma linguagem, a arte e o mito também. • Natureza: por contraposição à cultura, conjunto das relações entre seres exteriores ao homem, a ser conhecido pela ciência e dominado pela tecnologia. Em um sentido mais amplo, o mundo natural corresponde a todos os objetos existentes, incluindo-se aí o homem. • Determinismo: doutrina losóca de acordo com a qual as ações dos homens dependem inteiramente de leis preexistentes que não podem ser modificadas por sua vontade. Há determinismos de variadas espécies: religioso, biológico, econômico, social, histórico etc. • Relativismo: método de questionamento inventado no século XX, o relativismo põe em questão os valores universais, sejam eles científicos (a objetividade do conhecimento), sejam políticos (a existência de máximas eternamente válidas, como liberdade, igualdade e fraternidade, por exemplo). Leitura e análise de texto (CA, p. 61-63)
1. Novamente, insistimos na importância de estimular o uso do dicionário, em casa, na escola ou em bibliotecas do bairro. Se houver a possibilidade, a internet também poderá ser consultada. 2. Relato simbólico, passado de geração em geração dentro de um grupo e que narra e explica a origem de determinado fenômeno, ser vivo, acidente geográfico, instituição, costume social; exposição alegórica de uma ideia qualquer, de uma doutrina ou teoria filosófica; fábula, alegoria. 3. Caso o aluno não conte em seu repertório com um mito para ser registrado no Caderno, ele poderá pesquisar na internet ou na biblioteca da escola ou do bairro. Lição de casa (CA, p. 64)
1. Em geral, quando falamos de cultura, a primeira ideia que vem à nossa cabeça é que ela é o oposto da natureza. No entanto, o conceito de cultura está relacionado com o ato de lidar com a natureza, em especial com o cultivo de uma lavoura. Por isso, a cultura tem seu início absolutamente material, passando, posteriormente, a ser entendida como atividade do espírito, sobretudo como a praticada pelos homens urbanos, logo, não mais do meio rural. Se considerarmos cultura em sentido mais amplo, tanto a vida humana no campo como na cidade constituem cultura. 2. O Estado deve garantir a produção e a preservação da cultura. A não ser em casos que merecem crítica, por ferirem a ética
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de preservação de si mesmo, do outro ser humano e da natureza. Exemplo que merece crítica: farra do boi. Exemplo que merece ser preservado: festas do Divino. Leitura e análise de texto (CA, p. 65)
1. É essencial despertar o interesse do uso do dicionário entre os alunos, em casa, na escola ou em bibliotecas do bairro. E também apoiar consultas à internet, que é uma ótima fonte e oferece muitos dados, mas que devem ser analisados e cote jados criticamente pelos alunos. 2. A educação cumpre o importante papel de conduzir as pessoas à aquisição de hábitos e gêneros de vida mais adequados à vida social, de acordo com a perspectiva social vigente. 3. Resposta aberta, orientada na perspectiva de recuperar a memória sobre processos educacionais da história de cada aluno, mas também no sentido de refletir sobre a escolarização e os ambientes nos quais se educa no presente.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8 içã à Flsa a Ae – nezse Pesquisa individual (CA, p. 67)
Deve-se estimular a pesquisa entre os alunos. Essa pesquisa poderá ser realizada com base em fontes variadas, tais como dicionários de Língua Portuguesa e, principalmente, de Filosofia. Vale ainda a pesquisa em sites da internet, que oferecem muitos dados, mas que devem ser analisados criticamente. • Dionísio: o deus do vinho e do prazer. Segundo Nietzsche, esse deus representava a embriaguez como o esvaziamento do eu. Por ele, esqueceríamos de nós e nos uniríamos à natureza para produzir prazer e terror. A subjetividade acabaria anulada no profundo contato com a exterioridade da arte. • Apolo: o deus da perfeição, da cura e do Sol. Para Nietzsche, Apolo representava o desejo de descansar dos problemas da vida, como no sonho. • Estética: a área da Filosoa que estuda racionalmente o belo aquilo que desperta a emoção estética por meio da contemplação - e o sentimento que ele suscita nos homens. A palavra “estética” vem do grego aisthesis , que significa conhecimento sensorial ou sensibilidade. Ela foi adotada pelo filósofo alemão Alexander Baumgarten (1714-1762) para nomear o estudo das
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obras de arte como criação da sensibilidade, tendo por finalidade o belo, percebido por essa mesma sensibilidade e compreendido pela razão. Embora o termo “estética” tenha uso recente para designar essa área filosófica, ela já era abordado sob outros nomes desde a Antiguidade. Entre os gregos, usava-se frequentemente o termo “poética” (poiesis ) - criação, fabricação -, que era aplicado à poesia e a outras artes. Aos poucos, a estética passou a abranger toda reflexão filosófica que tem por objeto as artes em geral ou uma arte específica. Engloba tanto o estudo dos objetos artísticos como os efeitos que estes provocam no observador, abrangendo os valores artísticos e a questão do gosto. Contemporaneamente, contamos com a crítica à ideia de um único valor estético (o belo) com base no qual julgamos todas as obras de arte. Cada objeto artístico estabelece seu próprio tipo de beleza, ou seja, o tipo de valor pelo qual será julgado e dependerá, ainda, do olhar de quem o aprecia. • Arte: criação humana que envolve linguagem e técnica para expressar emoções, história e cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras que sintetizam aspectos racionais, emocionais, inconscientes e intuitivos. Apresenta-se sob variadas formas, como a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a literatura. A arquitetura também é considerada arte. Pesquisa individual (CA, p. 68-75)
Cada obra destacada deve ser associada às características apolíneas e dionisíacas estudadas segundo a abordagem de Nietzsche. Se alguns grupos de alunos apresentarem dificuldades para localizar obras possuidoras de tais características, eles poderão realizar esta atividade em sala de aula com obras selecionadas por outros grupos ou pelo professor. Biografias dos filósofos (CA, p. 77-85)
As respostas dos alunos devem estar organizadas pelos itens vida, principais ideias e principais escritos. A página de Filosofia do site Info Escola (disponível em: , acesso em: 19 ago. 2013) e a página de biografias do site UOL Educação (disponível em: , acesso em: 19 ago. 2013) são exemplos de fontes de pesquisa que o aluno pode utilizar.
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL NOVA EDIÇÃO 2014-2017 COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escola Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato Suely Cristina de Albuquerque Bomfm
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Ventrela. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira.
Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sar tori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio L uiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy Fernandez. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO
Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghelf Rufno,
Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Fer reira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus . Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cr istina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir. Apoio: Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE CTP, Impressão e acabamento Log & Print Gráfca e Logística S. A.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-2017
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat Vice-presidente da Diretoria Executiva Alberto Wunderler Ramos GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO
CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS
Filosofia : Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira.
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
Ghisleine Trigo Silveira
História : Paulo Miceli, Diego López Silva,
Geografia : Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Sérgio Adas.
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini (coordenadora) e Ruy Berger (em memória).
Raquel dos Santos Funari.
Sociologia : Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
AUTORES
Schrijnemaekers.
Direção da Área Guilherme Ary Plonski
Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira.
Gestão Editorial Denise Blanes
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Carla de Meira Leite, J ocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Equipe de Produção
Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas de Almeida. Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e Vanessa Leite Rios. Edição e Produção editorial: Adesign, Jairo Souza Design Gráfco e Occy Design (projeto gráfco).
Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
LEM – Inglês : Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo.
LEM – Espanhol : Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos.
Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Física : Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
Roger da Purifcação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli.
Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli.
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie.
Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Caderno do Gestor
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. S239m
Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; losoa, ensino
médio, 1a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luís Martins, Luiza Chirstov, Paulo Miceli. - São Paulo : SE, 2014. v. 1, 80 p. Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais,
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). * Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Caderno do Professor para apoiar na identificação das atividades.
Ensino Médio e Educação Prossional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica -
CGEB. ISBN 978-85-7849-588-6 1. Ensino médio 2. Filosoa 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Martins, Adilton Luís.
III. Chirstov, Luiza. IV. Miceli, Paulo. V. Título. CDU: 371.3:806.90