Ano Ano I, I, N Noo 02 02 Dezembro Dezembro de de 2009 2009
BUGEI ARMAS ARMAS
Sai, Sai, Nunte Nunte ee Jitte Jitte
O O Kiai Kiai
A Arte dos Samurais Samurais
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CINEMA
Os 25 Anos de \u201cKarat\u00ea ESPECIAL
PERFIL PERFIL
Mestre Mestre Yang Yang Luchan Luchan Tributo a Noriyuki \u201cPat\u201d Morita
A Influ\u00eancia do Budismo Mahayana Sobre o Wushu
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l Novos Companheiros do Caminho ira ccto pe g\u00ed iV\u00ed V\u00ed tor rL\u00f3 pzezMe g\u00e Setnn eeieiV\u00ed ctor L\u00f3 pL\u00f3 ez Meg\u00ed aMe tio Estamos de volta, embora um pouco disO taSe n esss ce pela pri mesira vez em nossa revista cedendo a f amo que dde nossa periodicidade desejada. Gostar\u00ed untn eo -Bo que s co nteabre ntar a mat\u00e9ria sobre o Sai. EBUD\u00d4 fosse mensal, mas teremosNque
spectioa.lV\u00e1ri ista em his-t\u00f3ria do Karat\u00ea e K com a bimestralidade, ao menos por ene quan prime ira mat \u00e9 os motivos nos levaram a isso, tanto t\u00e9 cn ico s quan to ria, que ser\u00e1 publicada r t\u00ea financeiros. Afin fi fi al, esta \u00e9 uma revum istapraz comequali dade-lo conosco. Traz mos nesta edi\u00e7\u00e3o outros assun coprofissional. Gostaria tamb\u00e9mSUA de co ntar co m a eSUA Sai Kiai dade ariagno Kiai, te o Curi Saie seuas Kiaiossiidade s e sPeensPe a- nsalabora\u00e7\u00e3o, divulgando nossa reco vimso tao para us v ami sse, Curi ntoms,bre an oan s odo do ffiilme \u201c arat\u00ea filme \u201c KKarat\u00ea KiK e 2o 2de 5o s dofi lme \u201c Karat\u00ea Kid\u201d colocando-a em blogs e sites para downloame d. Le -55 ssean espec al- com este fi filme pois na \u00e9p ratuita ,suco a. gTamb\u00e9 m quero epmionis\u00e3 sabeo r cari a -n ophinoi\u00e3 o,ico que g \u00e9 r atu it a Karat G\u00ea ojous-RtryueiG mentroiraiseau stiu ysue e na ntos do Karat ome ju -R mennt\u00e1ri uggeesst\u00f5 esesde t\u00e1rioossee su t\u00f5 demat\u00e9 mat\u00e9 s, epo sdav esta\u00ea mo syu mpre film fi e retratia coum gran abertos aos nossos leitores. Nesta edi\u00e7 \u00e3o nm aug ramo sdae acuidade v\u00e1ri esrtian lodde a. A filosofi fi fia txrian se\u00e7\u00e3o de cartas e fi ficaremos espe o aOskuin aaw para o pr\u00f3 - smitida tamb\u toda uma gera\u00e7\u00e3o de artistas marci mo n\u00famero. mons ttaamo mb\u00e9 m uma not\u00edcia, a \u00fa Esta edi\u00e7\u00e3o est\u00e1 muito especiaTe l. Co s com uma flimag lmag m a re refi mag m (\u201cremake\u201d para os afi fi re fifil m eede So iessdaade Bras de mat\u00e9ria muito in tecre nte da Soile cieira dade Bras ileeira Karatearte Kids\u201d tramo saalisgumas fotos e o l Bugeeii, organiza\u00e7\u00e3o dedicada \u00e0 marci!aMo is trsadi cion oficial fiTivem doon vo filme do Jap\u00e3o e com sede em Goi\u00e2nia. souma calo.rCo osamo regra geral, ABOMIN Shidoshi Jordan atuialme senvorefi lvfil enmag do oens. Elas, em geral, s\u00e3o uma mist recep\u00e7\u00e3o de, Sh dos hniteJode r dan falta de ndo sseei iSe F Fininsneoo vecapaci l pelo dade criativa com \u00e2nsia de l Bugei na Espanha,Se en itti Ftti ino,ttirespons\u00e1 Neste cas o,lo on pro Bugei no Brasil. Temos certeza de que ser\u00e1 uma gabelema \u00e9 ainda pior pois t frut\u00edfera colabora\u00e7\u00e3o. ples pirataria de t\u00edtulo, acredite. Leia a n que tounais fal.aO ndo. Mais duas estr\u00e9ias, desta vez, in ter neascio s nvite a Para encerrar, gostaria de estendetroodo co Mese trreT oTn nnyy, To icada y que nos concedeu uma entrevista publ os m me e str s le freoado ar stermar ciaanciiisoasisspara que comeabo s pr eopr fsessoseorrsrere sde degte ar a s de mar no \u00faltimo n\u00famero, estr\u00e9ia co o co ul parteidlh em seu\u00e3o conheci,m ensto sa revista. Para os que perderam a \u00faltima i\u00e7 Me recom todos n\u00f3 3 as para an\u00e1lise e, se forem aprovadas, ser\u \u00e3o H-Me uG an tr uYeW e , do Kun Wen uen HW unan g -YMe Tony \u00e9 hGerrde iroe do rsg\u00e3o sg tr SEMnCUST O ALGUM. fiquem nossas normas Fu Nam Pai e desenvolve seu trabalho atualme te na \u00c1us - Verifi na \u00e9 p\u00e1g 27 tria. Nesta edi\u00e7\u00e3o temos uma mat riaiensape ci.al dele sobre ae Leitura. Budismo Mahayana e Artes Marciais. ExcepcioBo nal imperd\u00edvel! Montamos uma formata\u00e7\u00e3o diferente do restante da revista para que as cita\u00e7\u00f5es originais em chiGilberto n\u00eaAnt\u00f4nio s n\u00e3o Silva causassem confus\u00e3o. Tudo em benef\u00edcio de voc\u00ea , leitor. Editor
ARTES MARCIAIS, FILOSOFIA, CULTURA ORIENTAL, COZINHA, TRADI\u00c7\u00d5ES CINEMA E UM POUCO DE TUDO DO ORIENTE
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Nesta Edição: 06 10 15 20
BUGEI - A Arte dos Samurais O Kiai Tributo a Noriyuki “Pat” Morita ESPECIAL: A Influência do Budismo Mahayana Sobre o Wushu
Seções 05 CARTAS / ÚLTIMAS 08 NEWS: Jiu-Jitsu Perde o Grande Mestre Pedro Hemetério 09 CURIOSIDADES 09 PENSAMENTO S 12 CINEMA: Os 25 Anos de “Karatê Kid” 16 ARMAS: Sai, Nunte e Jitte 28 PERFIL: Yang Luchan ESPECIAL
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Revista Marcial
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Esta revista é uma publicação de Editor: Gilberto A. Silva (Mtb 37.814) Produção e Diagramação: Studio 88 Longevidade digital do Caminho www.longevidade.net Comente, opine,ticipe: participe: e da Cultura Oriental
ISSN 1516-3903
[email protected]
Muito boa a revista. Precisávamos de uma publ s Agradecemos Parabenizo pelo trabalho realizado corim isn tao Brasil. Só tragam mais matérias so aa asre sivm tra Budo, espero que haja continuidade. E stou aaidi marci s espo armas . a sição para receber os futuros númeroG stav Comrre s,ube mo co o ia C para divulgá-los. Conheça o blog do ICFSD ortaAleBras za - iCE l: http://icsdabrasil.blogspot.com Rodrigo Müller South America Director Brasil Director ICSDA Cuiabá - MT
Ador ei a entrevista com o Mestre Tony e a matéria n plo budista. Espero que continuem com essa qu Aldine Carrasco Gonçalves São Caetano do Sul - SP
Karatê e Mestres
Tai Chi Chuan
Gostei da revista e queria sugerir queQvu ieesrsia e um sugerir uma matéria sobre Tai Chi Chu texto sobre a história do karatê-do e aCl viáda de -a udi a gLiran sbo de mestres. Obrigado. São Paulo - SP Sérgio Kreytz São Paulo - SP Poderiam falar sobre Tai Chi Chuan na revista. André P. de Souza Olá, Sérgio. Suas sugestões foram anotadasCuri e se-tiba - PR
rão disponibilizadas aos poucos, pois é muito material. As biografias de Mestres começam a O serTai Chi Chuan está na pauta para as próximas ediçõe publicadas nesta edição.
Participe você também! Envie sugestões e comentários para
[email protected]. As cartas poderão ser resumidas para melhor uso deste espaço.
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Última de 2009
Quando uma refilmagem não é uma refilmagem?
Resposta: quando é um golpe de marketing! Estamos falando do lançamento, em julho de 2010, do “novo” The Karate Kid. Como a história é diferente, a fi filmagem foi feita na China, com um garoto com outro nome e um mestre chinês que luta Kung Fu, fi fica-se a pergunta sobre o “karate” do título. A intenção era fazer o “The Kung Fu Kid”, mas na última hora o nome do clássico com Pat Morita foi mantido, mesmo sem ter NENHUMA relação com o filme. Cer to, tem Jackie Chan como o mestre, então a coisa não está perdida. Mas o título, se for realmente mantido, é um golpe baixo de Hollywood como não se via há muito tempo. O protagonista é um iniciante de sangue nobre: Jaden PAI cinado Smith, fi filho de Will Smith (quePPAI tatro mbé m ér, o P digo, Produtor do filme). Vamos ver. Assista o trailer aqui: http://www.youtube.com/watch?v=jy3TwgpOfr0&feature=player_embedded
a p a C
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BUGEI A Arte dos Samurais Sensei Thiago Finotti de Moraes
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é a Arte da Guer ra. Presente em t zações e considerada por muitos como part tureza humana, a guerra sempre movimento ria e a mente dos grandes estrategistas. A Arte da Guerra... O entendimento sobre um pressão tão abrangente pode se iniciar pela termi Bu é um kanji re l acio n ado co m o militarismo e a marcialidade. Gei signifi fica arte, performance ção de ambos – BuGe i – pode ser interpretada co da guerra ou desempenho militar e engloba e relacionam com o combate armado, desarmado gia, suas sub-especializações e também as art desenvolvimento mental e espiritual do gue Compondo parte do Bugei, o Bujutsu deno onalidade dessas artes e suas estratégias, lig ca à efetividade em se cumprir os objetivos re O Bugei tem suas raízes no Japão antigo e s gem existia com fi fins puramente bélicos. Hoje da perpetuação da arte estão voltados ao estu tenção de uma tradição. Estudado em format nas ou matérias, o fator comum que une todas é ugei
pela realidade e eficácia – a distinção das ilpo usõreO s gde troSensei . Por isso, é possível encontrar di awna do guerreiro e ao seu redor. ças no que tange ao Kakuto no Bujutsu, ou seja, as Historicamente tratando, o apogeu mire lita ar isdo deJapão guerra praticadas pelos alunos de Ogaw se deu na Era Tokugawa – também conhecide am core mloação Períàs o- do Kaze no Ryu. Assim se diz que de do Edo (1603–1868), enquanto socialmentedé a cnada ação - ossa linhagem também se denom dees7t0an Ryu . Shidoshi Jo r dan va divida em quatro classes: comerciantes, artesãos, cam- Augusto foi um dos poucos que recemão poneses e samurai - a estes últimos cabia a be funuçdas ão de gas- de Ogawa Hiroshi a graduação de Sh ea e pe ãuí o para rantir a ordem nas terras de seu senhor. Era lersmi atsrsib do ensinar a tradição da linhage íctiroas a an o direito de decisão sobre a vida e mor te dein ou peo ssode - ensino até mudar-se para a Espan univdaar BS –siEmuropean Bugei Society. Thiago M as, usualmente sem necessidade de justifi ficfat s.aEE ram tuda orliaentação de Shidoshi Jordan Augusto e bolizados pela honra de seu nome e de seu Se nhsoor,beape seman u dircehcaio namento é responsável pela contin espada. Preferiam a mor te honrada a uma vao ida da ho por algo que os tornasse indignos ou que lhtersabal caus asda seSBB – Sociedade Brasileira de Bugei, hoje entseo e m Escolas de Bugei e Universidades vergonha e embaraço diante de seu senhor,pre ao spas que s de regia em suas relações o Bushido , um código de hOosnersatutdo ran s- Bugei na linhagem Ogawa estão compreendidos no Kobujutsu e no Taijutsu. mitido de geração a geração. O Japão sempre foi um país recheado de guKobujutsu erras e , traduzido literalmente como “Arte Velh instabilidades, tentativas sucessivas de se da alcG an uç ear rra” o po fredqeüe r ntemente faz referência ao us e destruir os clãs inimigos. Relatos mostram deque armas a at.iCo vidade nsiderando o aspecto mais geral de da guerra e disputas civis eram algo tão pressãeonntele naeque ncolnetradas várias artes: Kenjutsu – Art povo que impressionavam mesmo aqueles que chegavam da Europa, que por sua vez nunca foi reconhecidamente uma terra pacífi fica. Ainda assim essa natureza bélica era algo normal e natural para eles e enquanto observações históricas descreviam os antigos japoneses como “um povo viciado em guerras”, o Japão também era referido por eles mesmos como “a terra da Grande Paz”. Ironicamente, era comum se encontrar nomes de ruas e passarelas do tipo 7 ‘Armadura’, ‘Elmo’, ‘Flecha’, etc. Essa paixão pelo poder e pelo letal era acompanhada pela admiração pela graça das fi finas expressões da natureza, pela vida delicada das cerejeiras, pela relação com os templos energéticos naturais, pela busca da perfeição na caligrafia fi e na pintura. Toda essa combinação forjou uma forma muito peculiar de se encarar a existência e suas transições. Sob essa ótica, a arte marcial – faço aqui referência ao termo marcial no sentido original da palavra, remontando o Deus romano da Guerra, Marte, e não apenas auto-defesa – abrem por tas para experimentações e um conjunto de vias que despertam para a formação e retidão do caráter. Enquanto Bugei pode ser entendido como qualquer atividade militar, diversas escolas/linhagen da, s (Bujutsu Iaijutsu Ryu e Battojutsu ) – Arte do Saque e Cor te, Tan ensinavam suas artes por todo o Japão, não–sArt end eoda poFsasca, ívelYarijutsu (Sojutsu) – Arte da Lança, precisar um número e cada uma dessas linh – aArt geensdo seBas caractão Longo, Naginatajutsu – Arte da N terizava por suas particularidades, sendo as anstiim gaaarma cada n eso-formato de alabarda ou lança co tilo atribuído um senso de unicidade ou id ne onfo tirmat dadeo. de espada, Tanbojutsu – Arte do Bastão O Kaze no Ryu Bugei chegou ao Brasil coN maw a a no Gikkou – Artes com Cordas e outras. família Ogawa, que segundo histórico interno daNeoscurrí cola culo da escola, o estudo desarmado s no Ta tsu,pre termo desembarcou no Por to de Santos em uma dat aijium cisausado para designar as artes corpo gnifParan ica corpo em torno de 1935, estabelecendo-se no estTai adosido á., Jutsu significa arte. Trata-se de uma fo de olut aibas Sendo considerado um grande gênio em sema u raci cín o e tante antiga, cujo cerne consiste e rar foaszprat ican marcialidade, existem indícios históricos que em re fe- tes para que o corpo se tornasse u trem ame rência ao desenvolvimento das técnicas doexKaze no Ryunte perigosa e aperfeiçoar a tal pon
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mitiria enfrentar qualquer situação sem mente esse desenvolvime proteção além do próprio corpo. Nato surgiu quando o bush turalmente, tudo isso dentro das reali(guerreiro) perdia a Katan dades da época e no limiar da reali(espada) em campo de ba dade prática. talha e difi ficilmente enco Analisando a imensa quantidatraria outro recurso para de de possibilidades de confl flitos que defender além do Sukima Os movimentos cir temos a partir desses conceitos, o Taijutsu se expandiu e evoluiu em uma lares são facilmen te miríade de formas, com o intuito de observáveis durante a e abranger consistentemente as mais cução de Aikijujutsu repre diversas vantagens em combates, consen tand o o red iretando inclusive com sub-especializacionamento, o não conf ções contra adversários armados. A e a junção com a energi eficácia das artes corporais no Japão Ki do inimigo. Porém no antigo se tornou tão marcante que o tudos voltados para a re estudo chegou ao ponto de interagir dade da guerra as prática com ângulos, projeções, imobilizase tor na m rígi das e ções, chaves, impactos, traumas, tradestrutivas, com atuaçõ retco ilíln as que, compostas com o movimen ções e alavancagens que lhes davam condições de oe carem-se supostamente contra qualquer adversárioam . por meio de espirais e adquire uma vio rísijtuica. Em termos das classifi ficações das artes ntoeTa tsu e co mpl suas naturezas, este é dividido sumariamente em tSua rês g ran - exidade a consagrou como u de nobres costumes. A difi ficuldade se enco des artes: o Jujutsu, o Aikijujutsu e o Kenpo. O Jujutsu, arte que teve origens no Kumi Uchi (oumente na harmonia interior do praticante Yoroi Kumi Uchi , no caso de usarem armadura) que pox ra sunado levar por qualquer sentimento ou e vez procurava levar os adversários ao solo e eaf xpl etoarar sseas a sua técnica. oo ustro lado, o Kenpo é uma arte que t vantagens rápidas dessa situação. Já no Jujutsu, poPo derm coem aoag sividade e o fortalecimento cor encontrar uma grande quantidade de técnicas im birle izsaaração ções, com maior enfoque no agarramento e o pre usopdo chão do corpo visava tornar suas part mas, por conseguinte capazes de absorver i como arma. O Aikijujutsu se baseia na utilização da enerSua gia fi intes-ofi filo fia consiste em encontrar harmo rior Ki e na harmonia ou interação entre os oponnaetnutral es iedade o do corpo e sua agressividade -s-e interessante entender que e guerreiro. Ainda que belo, o Aikijujutsu possui faces To dergnraan dos específi ficos dentro de Taijutsu que surge de periculosidade. Trabalha com o princípio do vazio, ou Sukima peci,aque lizações dentro de uma arte. É o caso em essência consiste em não per mitir que a in ten çãoKoppojutsu do plo , do , arte que estuda o ataque a inimigo atinja seus objetivos e conta-se que fudo ndco ame tael-stabelece uma ligação entre o rpone Aikijujutsu, uma vez que algumas de suas s qüências clássicas – Seiteigata – são usada tanto em uma arte quanto em outra.
Sensei Thiago Finotti de Moraes é formado Engenharia Eletrônica pela Universidade Fede de Uberlândia. Iniciou seus estudos em artes marciais ainda criança e estuda sob a orientaçã Shidoshi Jordan Augusto. Foi diretor do Centr Integrado de Artes Marciais (CIAM), escola de marciais, em 2002. Participou de vários cursos formação com Shidoshi Jordan Augusto, estand seu lado em cursos internos, acompanhando-o eventos e viagens e estado nas principais revist mídias do mundo sobre artes marciais. É o responsável técnico da SBB no Brasil.
Pensamentos
“É mais útil acender uma vela do que amaldiçoar a “A filosofia de nosso estilo pode ser resumiddão a no” n–oCh ssouan lema: g Tzu, Filósofo Chinês amar a pátria, não recuar um só passo na luta, ajudar os fracos e obter a confraternização mútua”“É difícil ter uma vida longa com um nome famoso – Mestre Ranulfo Amorim, Hapkidô – Pensamento Ch’an
“ Ao estudar o Caminho, é difícil percebê-lo“;Oaohope rce ê-loalcan , me mb que çou o domínio de uma arte re é difícil preservá-lo. Quando se pode presee rv á -lo , é di f í c i l m cada um de seus atos” – Provérbio Samurai colocá-lo em prática” - Pensamento Ch’an “Para alimentar o coração não há nada melhor do q poucos desejos” – Mencius, Filósofo Chinês “Quando o professor é rigoroso, o caminho estudado é honrado” - Pensamento Ch’an “Se você perseguir o conhecimento por milhare não vai lhe valer mais do que um único dia de es “Nenhum homem confi fia em alguém que sepri mo tre escsioi-namento da mente. Se você não a asdo doag furn vo. E aquele em quem ninguém confi fia perman litcapaz ávocêece nãroásseorá de entender um simples pin rio e sem amparo” – Lieh Tzu, Sábio Taoí–stH a uang Po, Sábio Chinês
“A filosofia aparece no caráter do praticante“àTzme dida gepe m r guntou em que consistia o Home u-Kun que este evolui na técnica” – Shihan Makoto NishiO da, Aisktidrô Me e disse:’Ele age antes de falar, e em seg de acordo com suas ações” – Confúcio “…tudo o que tive foram aulas de técnicas e fi filosofi fia de vida: nunca agredir ninguém, não freqüent“aOrH lug areSupe s onde ome rior tem uma calma dignidade sem o haja encrencas e viver sempre na serenidOade ” homem comum tem orgulho sem calma dignidade – Mestre Tomeji Ito, Karatê - Confúcio 9
Curiosidades
Shiro Saigo, famoso lu- Os seis pontos brancos tador do Kodokan que vali enn ch eu ados que se vêem na cavários Mestres de Jujitsbe u nçaa raspada dos monges de aurora do Judô, era MesSh treae om lin representam os seis Daito-Ryu Aikijujutsu e v oopri mque ei- eles tem que manter. tos ro na linha sucessória do - ntos são feitos com a EsGsrean s po de Mestre Tanomo Saigbras o, seaude um incenso e reforpai. Ele desistiu de cheçado fiar os pelo menos duas vezes Daito-Ryu para se dedicao ar an ao o. Judô, sendo substituído por Ao lado vemos o persoSokaku Takeda na direçnão a gdo e m “Kulilin” , da sér ie Aiki jujutsu. Pos ter ior me teon Ball. Note os seis ponDrnag Mestre Saigo abandonotu m- ele perdeu quando se ost,aque bém o Judô para se dedicar apenas ao Kyudô , aoArt cas u ee mZe “Dnragon Ball Z” (tamdo Arco e Flecha. Seu golpe principal, Yama-Aras ntsocer o cabelo) bém dehiix(“ ouVe cre da Montanha”), era tido como invencível quando usado por Saigo. Entre as centenas de artes marciais diferen tentes na China, uma chama a atenção: trata-se O sexto patriarca do Zen Budismo, H Nen g., E ersata é uma arte marcial que utiliza co QuUi AN BI um cozinheiro analfabeto do mosteiro quan do fdoiitre co–nohsepi - ncéis usados para escrever! R acre em cido como Patriarca pela sua profunda comnpre enin são a Ch a ado pena é mais forte do que a espada… Zen.
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O KIAI
Gilberto Antônio Silva
Kiai é a técnica mais conhecida das artes marci ais por ser a mais aparente, na forma de um grito característico. Qualquer pessoa que tenha assistido a um fi filme qualquer sobre artes marciais sabe do que estamos falando. Mas pro trás do grito existe toda uma arte muito complexa, mas que ir emos abordar de forma bem simplifi ficada. KIAI é uma palavra japonesa composta por dois ideogramas (veja a figura). O primeiro, KI, pode ser traduzido por espírito, sopro ou mais comumente, energia. Seria a energia universal que permeia e toma parte em todas as coisas. O segundo, AI, significa harmonia ou mais precisamente, ficar junto. É uma con tração do ver bo “awasu”, que signifi fica “unir”. Seu ideograma é formado por um telhado ou tampa sobre um receptáculo, mostrando ficar “fechado” com alguma coisa ou fi fi10 a condição de se fi car junto. Como podemos perceber, Kiai signifi fica “unir a energia”. Trocando em miúdos, Kiai pode ser entendido como a moe sm um sforço muito grande nós soltamo liberação da energia (Ki) que estava armazfeanzaeda, haerte umnKi i, seendo que na maioria das vezes iss monia com o praticante (Ai). O Ki deve ser aume taa do runhoi,do, como quando levantamos um conservado no Hara, o centro de energia dode seum r hugman ou quan oo como se estivesse dentro de um pote tampado . Issodde msole nn s-hadores cortam uma árvore ralenioão é produzido completamente na g tra que seu signifi ficado é muito mais profungduoteuch de parece vir de dentro, da barriga. Essa é a essê nuances do que se imagina. O som que emitimos deve vir da região abdom Aspectos Energéticos HARA, e não da garganta e deve ser simultân A base do Kiai está no Hara e na concen ação otal assistimos em muitos campeona gtorlpe ! Otque do praticante nessa área, chamado de Harag . Discaut - cenação para a platéia ou para nãeoipas deire en mos o Hara e o Haragei em outra ocasiãoe. ntender ao juiz que o golpe teve força. Vemo cantes soltarem o grito depois de darem as co O Grito oponente, retornando à sua marca. Bobagem! Mas então onde fica o grito? gritar, mas deve haver certas qualidades pres O grito que se escuta constantementevneare s art moessamarseguir. ciais japonesas e cor eanas é uma forma de se liberar o KI O Kiai para formar o “receptáculo” com o oponente e ao mescomo mo Arma tempo funcionar como arma. Vamos por parteAlg s. uns autores consideram que todas as a A respiração é de suma importância naai s sart es n marci japo esas -que se utilizam do Kiai (e TODA ais, como é de conhecimento comum. É atrav és o de uma u loauque tra maneira) deveriam ser enquadra tiramos o KI do ar e controlamos o fl fluxo de e nA erIgJUT ia eSm KI U (A Arte do Kiai), dada a sua impo nossos movimentos, como por exemplo, quan o Kidaoienxãpi o réamo apesnas algo “esotérico” como a in ao mesmo tempo em que desferimos um goKI lpede . Se mpre um opoque nente a outro, mas possui també
O sn om ve nascer do HARA produzir síncopes, estas comprovadas cientifi fic-ame te.de Sua - Aapo stura da voz deve ser observada. Um to força é tão grande que a arte do Kiai também é ch mada ári firme fi de TOATE-NO -JUTSU (A Arte de Golpear ri àtD isot,ân cia)., é mais importante do que um g Uma síncope é um estado clínico em que há- pe da ciso que o grito seja carregado de e É rpre mais ou menos completa da consciência e do mo- vDim eveentsoe,r súbito e intenso A idi stância deve ser entre 0,80 e 1,50 metro com uma parada ou pelo menos diminuição das-bat das posnpi enrtat e (para cardíacas, da circulação e dos movimentosore órios. maior eficácia) Tal estado pode ser induzido pelo Kiai, desde que executado da maneira devida. Os nervos vegetativos doPsicologia ouvido e Medicina Chinesa médio condensam-se em um plexo que se relaciClaro ona dique reta-também existe um efeito psicoló granid e. So mente com os nervos pneumogástrico e simpát co O sm isotes-programados para evitar e teme toiasdo e re ntinotso. Várias criaturas fazem uso de s ma simpático estimula os órgãos a ele assoc s epnequan zar seus o parassimpático atenua. O Pneumogástricat oeémo umrido s mai s inimigos, parecendo maiores e m ve Essao tco écn importantes nervos parassimpáticos, agind oisso. bre ra-ica é utilizada pelas tropas de ch líu ctia ,e ção, pulmões, estômago, intestinos, fígadopo ,e o ro ssópe rgcãioasl.izadas em dissolver tumultos. E ritco anndeo- ou batendo o cassetete no escudo O nervo auditivo que parte do ouvido internxoimam está egm um o que , mesclado à marcha ritmada, pare xão direta com o sistema simpático. Qualque r eruí stidmul ação ame . do sistema parassimpático (como o pneumo gásatçado rico)rcaus a A síncope física mencionada anteriorment uma queda da atividade dos órgãos, enquanto uma ua efi fic nciaaampl estimulação do sistema simpático acarretasuma esitêimul ção iada pelos fatores psicológic e mo física. Como podemos perceber, esses dois ssiidade stemas agdeul mação do grito do Kiai, que nos de reações primitivas de fuga. Na medicina chines antagonicamente. Um estímulo muito intenso do ouvido mé iouípo e pro - é “medo” e a aber tura do Rim s atrdib dadao Rim vocar uma queda da pressão arterial, efeitooque posd e sg eo r , um som deter minado pode alter uvido . Lo agravado com o mesmo fenômeno ocorrendo ido brin ooeo nu ervg ético do Rim, causando um princípio interno. Assim, um som intenso e repentino incidindo sobre O Kiai esses dois aparelhos delicados pode provocar uma sínMceodicinal pe també por diminuição da pressão arterial e dos batimeO ntKiai os cardí - m pode ser utilizado como ag timul do que s acos. Contam-se várias histórias de Mestreessque poad iarmna recuperação de praticantes11 sísnape copn eas s. O ritoo emitido nestes casos é mais ag paralisar seus oponentes ou mesmo matá-lo cogm istema nervoso simpático que estimu poder de seu Kiai! Mas para que o Kiai seja do efi ficsioebre nte osãso ma cardíaco, acelerando os batimentos, e sobre necessários alguns fatores: - Grito grave e gutural tório, dilatando os vasos sangüineos. O Kiai pod - Utilização da sílaba correta tido sozinho ou acompanhado de percussões no paciente. Tais técnicas são cuidadosamente es aplicadas numa arte denominada KUATSU. Conclusão
Como pudemos ver, o Kiai está muito longe de apenas um grito. Muitas vezes, aliás, ele é silenci do então é chamado de KENSEI). Grande parte da marciais chinesas são silenciosas mas possuem o K as coreanas o conhecem por KIHAP e as vietnami HET, utilizando-o muito. Espero que você não se engane mais com a a te superfi ficialidade do Kiai e estude e treine, tre muito nesta que é uma das artes maravilhosas do que está em processo de esquecimento.
Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo e Terapeuta Oriental, estudioso de filosofia e cultura oriental desde 1977. Como nalista e pesquisador, estudou e teve contato nos anos 80 e com os principais introdutores das artes marciais no Brasi ticou Karatê Okinawa Goju-Ryu, Aikidô e Tai Chi Chuan
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Karatê Kid 25 Anos
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filme “Karatê Kid – A Hora da Verdade” foi um estrondoso sucesso de bilheteria no cinema e um fenômeno de aluguel no recém criado mercado de videocassete. Produzido em 1983 e lançado em 1984, trazia a história de um garoto, Daniel Larusso (protagonizado por Ralph Macchio), que se muda com a mãe para a Califórnia e se torna alvo de uma turma de bader neiros que treinam artes marciais. Casualmente, o zelador do condo12 mínio onde mora é um Mestre em Karatê, o Sr. Kesuke Miyagi (protagonizado por Pat Morita). Sr. Miyagi resolve treinar o garoto na antiga arte marcial de sua família para que Daniel possa se defender de seus oponenn teasl .de Star Wars), Batman, Caçadores da Arca Sucesso de público e de crítica (foi indiIcnado dianao a Jo On s-es no Templo da Perdição, Indian car e ao Globo de Ouro), o fi filme é memorávÚl el at tim éa osCruz diasada ou fi filmes mais familiares e co atuais, tendo tido três coninuações: duas co mo m roal s me com smo o Es.T. O Extraterrestre, Os Caça-F protagonistas e uma quarta fi fita, desta vez co Vom ltaopara Sr. Mi oyFag utiuro I e II e Um Tira da Pesada I e treinando uma garota, interpretada pela exece ntleenndterHum ilary filme dessa época devemos ver as fi Swank – ganhadora de dois Oscars de Melhor Atriz por “Meninos não Choram” e “Menina de Ouro”. “Karatê Kid” mostra basicamente que arte Muitas pessoas, especialmente pratican nãtoeéspan de art cadari es a e nem deve ser utilizado para c marciais, criticam duramente o fi filme por nmai ão ssefrr“aco reasl.isQtu a” e.existe um código de honra de Mas muitas vezes isso é injusto. Em 1984 nart ão as essmarci istíamo aisse que ter grande eficiência marci ao festival de sangue e ossos quebrados que niifnica vasde aim r po osr aí batendo em todo mundo. Que a filmes de hoje. Era uma época em que as pepo fi sso ssas uitum entsav iganm ificado espiritual, profundo, que se fi firmar depois das mudanças de 60 e 70, ai pux nda ado code mo dentro de nós (como na cena em que D perigo do holocausto nuclear sobre nossasque cabe po ças dar .O um fil-bonsai). Também chama a atenç fi me “O Dia Seguinte” (The Day After), lançado fatoede m 1que 983as , técnicas marciais estão integrada causava grande impacto mostrando o que sdi eri a-a-di a a de ae vas que ta-o artista marcial deve VIVENCI ção de uma guer ra nuclear. Isso era mais asart sus eteado m tu r do ainoda que faz. Este é o significado das h por ser uma realidade pronta a se fazer pre“steare ntefas a qual” que Daniel tem que se submeter, com quer momento, e se necessitava de esperanpiçn a.taNrece ssracas épe o-polir carros. No final, ele apren ca, os fi filmes de aventura eram a grande senmarci saçãoa,isco se mm perceber. Ed Parker, o grande di mocinhos combatendo inimigos cruéis comart o eem s marci O Impé aisrinoa década de 60 e descobridor ar Contra-ataca e O Retorno de Jedi (fechandoBruce a triloLe giea,oerxipõ gi-e isso claramente em sua cole
Insights Into Kenpo”. Ele mostra que muitos geCURIOSIDADES stos do dia-aDA PRODUÇÃO dia podem se transformar em técnicas marciais, como o > O árbi tro na luta final é Pat E. Johnson levantar de um joelho para subir um lance de de> graus . Se arte s marci aisum e parceiro de Chuck Norris no Tang So levantar mais alto o joelho e com mais veloc idade , terá narparticipação em “Operação Dragão”, co golpe marcial. Pense nisso na próxima vez uma que fpe orqsue ubi Lee, mas preferiu fi ficar por trás das câmeras. Foi ins uma escada… tro O filme “Karatê Kid” também foi pioneiorsoas em lesvde arcinema e creditado como “instrutor de lut gmi rafloi” filme as artes marciais para dentro do ambiente fa arpara . Até oenfi tão . > > “Miyagi” é o nome real do fundado do e · > os filmes marciais eram muito violentos para a época. MuiKaratê, Chojun Miyagi. Este é um dos estilos mais tos deles se pareciam com os filmes pornogrde áf ico mui de O kis n:aw a eto que serviu como inspiração para as téc ação e pouca história. “Karatê Kid” mostroucique e x i s t i a ais do fi filme. CONTEÙDO nas artes marciais, um porquê de s·e> f a > O sreas xercícios que Mr. Miyagi passa p > ze coisas daquele jeito, uma forma de disciplinre ae de s e n v o lv i-icas reais do estilo Goju-Ryu. tirados de técn mento ideal para os mais jovens. Seu ritmo um ta·> ntO o le ntotor de “Karatê > dire , eeenJo John GKid” . vA iilds lds n on i oG. A vilds n,,, fh > dá tempo ao espectador, não acostumado na ca,rpara gaénphoado do Oscar de Melhor Diretor por “Rocky – Um com aSy esterdStallo ne. entender a filosofia por trás das técnicas marci isl.vAcre i> > O dublê de Pat Morita nas cenas de aç · > to que é nisso que reside a grande vitória desse filme – Kisde ”m e da sériart e de mostrar que existe mais do que chutes e soco uma e TV “Ohara” foi o lendário Fumio De Instrutor-Chefe da Japan Karate Federation Itosu-Kai i marcial. pre muma muitos fi filmes de ação. Sensei Fumio De É oportuno ressaltar que esta obra com eçsoeunte coem maisviem po r tan simples observação do Produtor Jerry Weindo trsaub, te ran o tes instrutores de karate dos EUA de 60. com mais de 30 anos de Hollywood e produtor de “Rocky, > Ouve rumores de que o papel de “me ·> > Um Lutador”, com Sylvester Stallone. Ele as tiu a uma Cosbisra-Kai , brilhre an-temente interpretado por Martin por tagem de TV que mostrava um garoto que afveiraeapre - uck Norris mas ele havia recusado sidoho cido ànCh dido Karatê para lidar com as perseguiçõestrari queasooKaratê fria nasendo mal utilizado e ensinado. Tempo escola (o hoje conhecido “bullying”). Ele pro isco o nvite em uma entrevista, mas afirmo decsuro menutide u epso se fi garoto e perguntou se ele era tão bom em lut s quan tivaessre se a sido convtio dado, recusaria pelos mesmos mot ajuo do uã aopro em torneios. O garoto respondeu: “Eu não lut .N hádução a encontrar artistas marciais para o > > “ T he · > com 13 razão para isso”. O produtor fi ficou impressionado a Karate Kid” era o nome de um quadri n h o s da D C Co m i c ’s que apare c i a n a “ L e g i ã o do filosofi fi fia do menino. E nascia o embrião de um clássico do Heróis”. A DC, dona dos direitos autorais do personage cinema.
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te a Guerra e se tornaram a unidade militar mais co história dos EUA. Esta citação e o fato da família de M em um campo de concentração americano durant Guerra foram homenagens do elenco e dos produto americanos. > > O troféu original da competição “A parte da decoração do restaurante “Hollywood” na E em Paris. > > A cena de aber tura em “Karate Kid II término do primeiro filme. Apesar de não ter sido apr montagem final, ela foi guardada para uma eventual > > As filmagens de “Karatê Kid” come outubro de 1983 e duraram apenas 42 dias. Foi um baixo orçamento que levantou mais de 100 milhõe apenas nos EUA. > A banda de rock “Broken Edge” que f ·> > de algumas das músicas da trilha sonora aparece n uma per missão especial para utilização do nome título dobaile de Halloween. do noa ce na do filme. Existe um agradecimento a eles nos créditos finai·s> .> > Ralph Macchio deu o nome de “Dan > Elisabeth Shue, que fez a namorada de ·> > ro filho. Daniel, interrompeu seus estudos em Harvard para estrelar o filme.> > > Karate Kid foi o vídeo mais alugado e > > Pat Mo r i t a i n i c i a lme n te f o i de s co n s i de r ado onpa·> > Pratipara came te todas as locações uti ·> > pel principal por ser um comediante. Acabou gate nhmanre doalme “Mr. nte. Miyagi” por ser o melhor de todos que fizeram o teste·.> > Um dos alunos da Cobra-Kai no filme > > A cena na praia foi a primeira filmada. ·> > por Chad McQueen, filho do grande astro Steve McQ > William Zabka (Johnny) não tinha expe riêKarate ncia em ·> > > Kiarte d foiso 500º filme produzido ·> > marciais antes de ser escolhido para o filme. o primeiro a ser produzido em massa em Hi-Fi ster > A famosa cena na qual o senhor lan Miç yado agi ete taSpe gtar ·> > mnVH . Es á listado entre os 100 fi filmes ma uma mosca com pauzinhos (hashi) é uma referêdo ncia ao filme cinema. “Miyamoto Musashi kanketsuhen: kettô Ganr yûjima”, de 1956, na qual uma cena similar aparece. Este fi filme é o fi final de uma PRÊMIOS (1985) trilogia sobre o grande samurai Miyamoto Musashi, estrelado pelo astro japonês Toshiro Mifune Indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante – Pat Morita > O mesmo Toshiro Mifune foi cogitado para o papel de ·> > Miyagi, mas se mostrou muito sério nos testes para o perao soG noalde - n Globe por Melhor Ator Coadjuvante – Pat Indicado gem, apesar de seu brilhantismo. Os produtoreMo s e orita diretor queriam alguém mais descontraído e menos “samurai” por ser um fi filme familiar e não um épico de Kurosawa. Indicado ao Young Artist Awards por Melhor Ator Coadjuvante > O estúdio quis cortar a cena de em gue z de MiCo yag ·> > embri Fia lme Mus ical, méi,dia, Aventura ou Drama – Wi por ser indifer ente ao desenrolar da história. O diretor Avildsen discordou e lutou para manter a cena na edição·Ve fin fi adl.orEdo la fYooiung Artist Awards por Melhor Atriz Co nce responsável pela indicação de Pat Morita ao O s car. em Filme Musical, Comédia, Aventura ou Drama – E > Durante as filmagens, em 1983, Ralph Macchio tinha ·> > 22 anos. Todos no elenco se surpreendiam com ·sVe unaceiddoade l. g Artist Awards por Melhor Filme - D r do re Yoaun Quando fez sua última participação, em Karate Kid III, estava com quase 30 anos. > A canção que Miyagi entoa na celebração de seu ani·> > versário é uma canção folclórica japonesa real que Pat Morita ouvia quando criança. > O Chevrolet Conversível 1950 amarelo que Daniel po·> > liu durante o treinamento e que recebeu de presente de aniversário de Miyagi foi dado realmente a Ralph Macchio pelo produtor após as gravações, e ele ainda o mantêm. > > Os outros carros da coleção de Miyagi eram um DeSoto 1948, um Stuebaker 1952 e um Nash Rambler 1956. > > Durante a cena em que Miyagi fica bêbado, ele revela que atuou na Segunda Guerra Mundial no 442º Regimento de Combate do exército americano. Esta unidade existiu mesmo e era constituída de nipo-americanos que lutaram na Europa duran-
to u b ir T
Noriyuki “Pat” Morita
P
at Morita foi um dos mais carismáticos astros de Hollyw diante capaz e ator versátil, teve mais de 160 trabalho filmografia, fi fi entre fi filmes, dublagens e séries de TV. Part os clássicos da TV como “Columbo”, “Havaí 5-0”, “M*A*S* Woman”, “Cannon”, “Kung Fu”, “Starsky & Hutch”, “O H do Mar”, “O Incrível Hulk”, “Magnum” e outros. No ori riyyuk uki i Mo Morritiata nasceu em Sacramento, Califór nia, e Junho de 1932. Filho de imigrantes japoneses que tinham u loja de presentes em Chinatown, Morita desenvolveu tube nhal aos 2 anos e passou a infância em hospitais até que um efetuou uma cir urgia de ligamento de vértebras, nove an aprendeu a andar com 11 anos de idade. Durante a Segun Mundial Noriyuki Morita esteve com os pais em um campo ção americano (sim, eles também tinham campos de conce com outros imigrantes orientais e suas famílias, por sere um “risco à segurança americana”. Como outras famílias possuíam foi confi fiscado pelo governo e muitos ainda luta reaver suas posses. Pat Morita era grande defensor da cau ricanos injustiçados pelo próprio governo. Durante a esta concentração conheceu um padre católico de nome “Pat” pois como nome artístico “Pat Morita”. Depois da guerra a família gerenciou um restaurante chinês e ele entretinha os convi sendo mestre de cerimônias para jantares. Depois de formado na Armijo High School arrum dor de computadores em uma empresa aero-espacial que projetava motores de foguetes. Ao mação de computadores e assumiu uma carreira solo de comediante “stand-up”. No início dos anos 60 fez uma série de turnês pelo país e começou a aparecer em programas 15 ganhar fama e se consagrou no papel de “Arnold” na prestigiada série de TV “Happy Days”. Depois de dezenas de participações em séries e filmes durante os anos 70 e 80, estrelou e Karate Kid”, que o elevou à categoria de astro de Hollywood e lhe valeu uma indicação ao Oscar e outra ao Golden Globe. Apesar de usar o nome de “Pat Morita” há muitos anos, o produtor de “Karate Kid”, Jerry Weintraub, sugeriu que ele fosse creditado com seu nome real para soar mais nipônico. Adorado e lembrado por todos como divertido e espirituoso, dizia sempre que havia tido uma vida muito alegre e feliz. Alegria era seu modo de fazer as coisas. Em 1994 ele recebeu uma merecida estrela na Calçada da Fama, no número 6633 da Hollywood Boulevard. Noriyuki “Pat” Morita faleceu em Las Vegas em 24 de novembro de 2005, de causas naturais. Deixou a esposa Evelyn e três filhas de um casamento anterior.
“The Match Game”, game show da TV “O Barco do Amor”, série de TV 1976 1977
“M*A*S*H*”, série de TV 1974
s a m r A
Sai,
Nunte e Jitte 16
Foto: cortesia do Sensei Víctor López Megía
Uma das armas mais interessantes do arsenal de Okinawa, o Sai e suas variações deve s que estudam artes marciais seriamente. Incluímos também o Jitte, que apesar de não ser e é muito similar em aparência e utilização.
Sai
te à cruz suástica (chamada em japonês de “man suástica é um desenho muito antigo, provenien Uma das poucas armas e adotado como um dos símbolos do budismo. O M de met al do arsen al doem geral não possui empunhadura cober ta, ten Kobudô de Okinawa, o ag Saiué çadas nas duas extremidades o que lhe per mi uma arma vistosa e muivtoolvbo er- uma série de técnicas rápidas. Também s nita, bem como extremmar amede n- “Matayoshi Sai”, por ter sido divulgado pe te eficiente em várias sMat itua-ayoshi, lendários cultuadores do Kobudô em ções. Foi inspirado pela forma do Nunte-Bo, arpão de O do qual Sensei Taira extraiu a ponta para utilizar Suas origens estão co.-. Sai bertas de lendas, afirmandose inclusive que teria sido uma espécie de grampo de cabelo para os elevados penteados em moda em Okinawa. Pesquisas mais recentes indicam que o Sai nasceu como arma, propriamente dita, provavelmente com base em armas chinesas ou indonésias. Seus prolongamentos laterias prendiam a lâmina da espada, chegando a quebrá-la num giro de pulso. Formado em síntese como um tridente com seu dente central alongado, o Sai também é uma arma extremamente pessoal, com dimensões similares à Tonfa (do cotovelo à palma da mão). Confeccionado todo em metal, possui uma alargamento ou bolinha na empunhadura, utilizada para golpear o oponente como um “tsuki” (golpe de percussão). O Sai pode ser utilizado em bloqueios, estocadas (“tsuki”), apresamentos e chaves ou como arma de arremesso utilizando sua ponta afilada. Normalmente essa arma era levada aos pares, utilizando-se uma em cada mão. Consta que os praticantes que gostavam de arremessá-lo costumavam andar com três armas destas, uma no cinto, de reser va, para o caso de arremessar uma ou duas. O arremesso preferido era no pé do oponente, pregando-o ao chão.
Manji Sai
Uma forma particular de Sai, desenvolvido pel o Sen sei Shinken Taira com base em um ideograma visto em um templo budista, onde um dos ganchos laterais se projeta em direção contrária, criando uma forma semelhan-
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Nunte-Bo
Quando o Manji Sai é preso na ponta de um bastão (Bo) temos o Nunte-Bo ou “arpão”. Utilizado originariamen te em pesca, acredita-se que sua origem seja chi nesa. Sua movimentação é similar à de uma lança, mas o fato de que um dos ganchos laterai está em uma direção
oposta amplia sua versatilidade, podendo aparar, estocar ou enganchar o oponente.
Jitte (Jutte)
Arma similar ao Sai, mas com apenas um gancho lateral achatado, e utilizado em uma só peça. Seu nome significa “Dez Mãos” e simboliza a força que pode ser criada através da alavanca. De origem japonesa, era muito utilizado por forças policiais para desarmar um oponente sem machucá-lo e pelos Samurais para enfrentar a Katana. Possui cerca de 45 cm de comprim ento em méde - Jitte (Ikkaku Ryu) na comemoração Demonstração dia e seu cabo metálico é encordoado. do Samurai, em São Paulo, pelo Sensei Jorge Kishika
s w e N 18
Jiu-Jitsu perde o Grande Mestre Pedro Hemetério
Faleceu em 11 de outubro deste ano, aos 86 anos, o Grande Mestre Pedro Hemetério, uma das lendas do Jiu-Jitsu brasileiro. Formado por Carlos e Hélio Gracie, Pedro Hemetério representava a primeira geração da modalidade em São Paulo e era Faixa Vermelha 9o Grau. Ele sofria de problemas cardíacos e chegou a ficar dois meses internado. Conhecido como “homem-quiabo” pela facilidade com que escorregava pela guarda do oponente para chegar em suas costas, Mestre Hemetério se estabeleceu em São Paulo na década de 60 e fi ficou famos o pel os des afios no es tilo va le- tudo que celebrizaram o Jiu-Jitsu. Nossas condolências à sua família e a toda a “família” do Jiu-Jitsu brasileiro. Pedro Hemetério em pé (primeiro à esquerda) junto de Hélio Gracie, Carlos Gracie, alguns de seus filhos e outros lendários pioneros do Jiu-Jitsu Brasileiro
Quem usa Droga não é vítima.
É um idiota.
Artes Marciais não combinam com drogas.
NENHUMA.
NÃO USE DROGAS Campanha BUDÔ
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Especial
A INFLUÊNCIA DO BUDISMO MAHÂYANA SOBRE O WUSHU
A
Tony Garcia
arte marcial tradicional chinesa teve momentos de esplendor e decadência. O taoís imemoriais a prática do Wushu, principalmente nos estilos de tendência interna, com emanadas da doutrina elaborada por Laozi ( ) y Zhuangzi ( ),1 nas quais são paten expostas no Yi Jing ( ),2 com alguns ingredientes da religião tradicional. O período no qual nasce o fundador do budismo, Sidhârtha Gautama,3 foi marcado pelos f sociedade de classes, onde a diferença de castas4 e a opressão de um estado encravado s minoria se abatiam sobre a ultrajada massa de seres em um mundo físico depauperado, d sangue e a posição social. Em sua origem o budismo não foi cimentado sobre as bases religiosas de interpretação d sua visão negava a autoridade dos Vedas e expulsava o barroco ritualismo dos deuses tra portas abertas onde não era necessário nascer sob o teto de uma família brahmânica par do despertar. Sua estrutura ideológica estava sustentada pela compreensão das Quatro Nobres Verdades e o Nobre Łctuplo:
As Quatro Nobres Verd(a Cdaettsâ--a r(aC i-i riiaytaat--ssâ- arcciccâânni)i()( ( - -- SSi SShhenenDD i) i) A VERDADE DO SOFRIMENTO (Dukkha-sacca) ( - Ku Di) O nascimento, a enfermidade, a morte, a conexão que se estabelece com o que se ama, a separaçã a não obtenção do que se deseja e tudo o que constitui uma causa de ligação, está circunscrito ao s A CAUSA DO SOFRIMENTO (Samudaya-sacca) ( - Ji Di) A busca do prazer, da novidade, as ânsias de satisfazer o deleite dos sentidos e o apetite, amarram eterna da existência. 1
Zhuangzi (aproximadamente de 369-286 a.C.). Filósofo taoísta, seu foco é uma elaboração posterior das teorias expostas por Laozi. A essência do seu pensamento se fundamenta sobre a doutrina do Wu-wei ( ) ou “não ação”. 2 Yijing, (Livro das Mutações), origi nalmente titulado Zhouyi ( – As Mudanças de Zhou). Texto que condensa as bases fundamentais da filosofia chinesa, assim como os conceitos das ciências naturais e médicas. Sua origem situ entre a Dinastia Yin (1765-1122 a.C.) e a Dinastia Zhou (1122-256 a.C.). 3 Nascido no século VI a.C., Sidhârtha Gaut ama foi o filho maior do rei Suddhódana de Kapilavatthu, cidade situada atualmente no Nepal. Sidhârtha é o nome de nascimento e Gautama o sobrenome familiar. Como pertenceu ao c dos Sâkya, o povo o chamava de Sâkyamuni (o sábio de Sâkya). 4 O sistema de castas foi criado pelos ários na Índia. Em sânscrito a palavra varna, utilizada para designar a casta, significa “cor”. Os ários acreditavam-se superiores aos escuros dravidianos e às outras raças aborígenes. O siste castas foi estabelecido para delimitar o acesso dos não ários através de uma estrita divisão de ocupações e obrigações.
Especial
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EXTINGUIR O SOFRIMENTO (Nirodhasacca) ( - Mie Di) Mediante a extinção do desejo o homem se liberta da dor e do sofrimento. O CAMINHO PARA CESSAR O SOFRIMENTO (Magga-sacca) ( - Dao Di) A via para alcançar a emancipação da dor passa pela prática impecável do „Caminho Łctuplo‰
Caminhoct Łucp tulo p (Mlo (aMgaggag()(a() - --B Baa ZZhehnegng DaD o) ao) VIS‹O CORRETA (Sammâ-ditthi) (
- Zheng Jian)
PENSAMENTO CORRET O (Sammâ sankapa) ( PALAVRA CORRETA (Sammâ vâcâ) (
- Zheng Yu)
AÇ‹O C ORRETA (Sammâ kammanta) ( MEIO DE VIDA CORRET O (Sammâ âjiva) ( ESFORÇO C ORRETO (Sammâ vâyâna) ( ATENÇ‹O CORRETA (Sammâ sati) (
- Zheng Si Wei)
- Zheng Ye) - Zheng Ming) - Zheng Jing Jin)
- Zheng Nian)
CONCENTRAÇ‹O C ORRETA (Sammâ samâdhi) (
- Zheng Ding)
É evidente que o budismo original proposto por Sidharta foi uma corrente inédita p aceitou a ideia do ciclo das reencarnações e a retribuição das boas e más ações cármica mas com uma interpretação diferente. A ideia predominante de que os membros de um nível foi abolida. Ele acreditava que nada podia salvar o homem da penúria que lhe imp mesmo os sacrifícios consequentes nem os rituais habituais que a caterva de deuses co não cuidava para que suas atitudes e ações fossem boas. O budismo proclamou uma mo plena do sofrimento de todos os seres vivos e na compaixão universal. Buddha não alim pessoal que castiga as individualidades e exonera os pecados mediante obediência ceg aceitar a efi ficiência da doutrina Védica, entretanto ensinou que o homem pode constru de completa responsabilidade sobre si mesmo. Esta revolucionária concepção foi aceit massa de desesperados que, perseguidos pela dureza das crenças tradicionais, viram n liberdade incomensurável. 5
Carma (sânsc. Karma – ação). O termo é utilizado para denotar causa e efeito de uma atividade mental ou física, seja a consequência desencadeada nesta vida ou em um a vida anterior.
Especial
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A evolução histórica do budismo pode ser estabelecida em quatro períodos: •
Proclamação da doutrina de Sidharta Gautama (séculos VI-V a.C.).
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O budismo sofre interpretações, surgem Concílios e nasce o Budismo Hinayana (século IV a.C
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O budismo Mahayana6 já está elaborado, acoplado a duas derivações fundamentais: o Ma Yogakara (século I d.C.). Surgimento do budismo Tântrico, do Lamaísmo e do Vajrayana (depois do século VII).
No século XIII as chamas do budismo começam a extinguir-se na ¸ndia, mas o calor do seu co alcançado os cantos mais longínquos da ˘sia.
Na China os vestígios do contato com missionários budistas estabeleceram-se ao longo d trecho onde o intercâmbio comercial se fundia com as ideias, os costumes, as tradições e o religiosos das antigas culturas. Muitos monges hindus penetraram por esta via e difundi budismo Mahâyana, nutrindo-se por sua vez com os primeiros rudimentos conceituais d
A afi filiação do budismo com o lugar onde se cultivariam os aspectos mais destacados da a a 386-534 d.C., quando o imperador Xiao Wen Di ( ) da dinastia Wei do Norte ordenou a c templo budista no condado de Deng Feng Xian ( ), provincia de Henan, ao norte do monte Shao Shi ( ), para um monge indiano chamado Bhadra. Ao construir o monastério com a ajuda dos camponeses, plantaram nos arredores jovens pinheiros que protegiam o monastério dos ventos. Por isso o lugar foi batizado com o nome Shaolin ( - bosque jovem). No ano 426 d.C., o imperador visitou Shaolin decretando que fosse ampliado ainda mais com novas construções e proporcionou-lhe uma guarnição permanente para a proteção contra assaltos de bandidos. Os monges já não tinham que exaurir-se montando guarda dia e noite, e se concentraram exclusivamente no autocultivo espiritual do dogma religioso, em um sistema monárquico onde a meditação e a austeridade de cerimônias e rituais eram privilegiadas. Nesta situação pouco favorável para o cultivo físico, as artes de combate foram caindo no esquecimento e não foi até a chegada de Damo que os conceitos do Wushu se revolucionaram. Antiga sala de treinamento no monastério de Sh 6
Mahâyana (
- Grande Veículo). Corrente do budismo indiano do século I a.C., elaborada a partir dos conceitos
expostos pelo seu criador Sidhârtha Gáutama. Junto ao Hinayâna ( fundamentai s do budismo.
- Pequeno Veículo), formam as duas escolas
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Pútidamo ou Damo ( ), conhecido no Ocidente como Bodhidarma, e no Japão como Bo nasceu aproximadamente no ano 470 d.C. na ¸ndia. Reconhecido como o vigésimo oita o Buda, na linha de transmissão do budismo indiano e o primeiro patriarca do budismo C e sucessor de Prajñadhara 8 e mestre de Hui Ke ( ), quem o sucedeu como segundo pa China. Convidado pelo imperador Liang Wu ( ) para predicar sua doutrina, Damo chegou à C reinado do imperador Wei Xiao Ming ( ). Após uma infrutífera prédica com o monarc ( ) em direção ao norte, dirigindo seus passos ao monastério de Shaolin. Sua chegada principal que, intuindo os pontos de vista não convencionais do visitante, temia que fos religiosas em um sistema doutrinal que durante mais de cem anos havia permanecido fi estes motivos recusou a entrada de um monge indiano com ideias novas neste ambient lenda, Damo retirou-se a meditar sob a cúpula de uma caverna próxima e, contemplan submergiu-se no processo de autoconhecimento, vivendo neste recinto natural dura Espantado pela silenciosa demonstração de perseverança e austeridade, o monge prin templo. Damo comoveu-se pelo aspecto doente e o estado de fragilidade física dos devo de desenvolver vários sistemas de treinamento para corpo, mente e espírito, escrevendo dois clássicos: o Yi Jin Jing, transformação dos músculos e tendões e o Xi Siu Jing, limpeza de medula e cérebro. Pela ordem da história poder-se-ia pensar que Damo elaborou seu trabalho somente pela longa hibernação à que se submeteu durante nove anos frente ao muro de pedra, mas a verdade é que o budismo, depois da morte do seu fundador Sidharta Gautama, havia sofrido uma forte mudança em conteúdo e forma. A assimilação abrangeu todas as teorias e práticas que os devotos importavam de outras escolas, desde o brahmanismo até as sofisticadas práticas do Yoga, inclusive os sistemas religiosos construídos posteriormente e a herança das artes guerreiras dos Ksatriyas. Era de se esperar que a mensagem que Sidharta proclamara, após alcançar a iluminação em sua essência das „quatro nobres verdades‰, tivesse se fragmentado em um complicado sistema de rituais, visualizações, mantras, posturas físicas, oferendas e obrigações religiosas em um extenso panteão de deuses e divindades. Pórtico de entrada à caverna de D 7
Corrente budista surgida na China desde os séculos VI -VII d.C. mediante a fusão do budismo Mahâyana com o taoísmo autóctone. Conhecida no Ocidente como budi smo Zen. 8 Patriarca número vinte e set e do budismo hindu. 9 Esta passagem mostra a relevância que obteria nesta corrente do budismo a prática do Da Zuo ( - combate sentado), término que representa o esforço que demanda focar a mente para aquietar o discurso interno e compreender a verdadeira natureza das coisas (Dhammas), obtendo a entrada à sabedoria (Paññâ) e a ilumina espontânea (Citta). Este método condensar-se-ia no monastério de Shaolin com alguns treinos tradicionais de para despertar gradualmente o Dantian e fazer circular o Qi pela órbita celestial menor ( ).
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Já na célebre conversa que Damo manteve com o imperador delimitaram-se claramente o imperador era um crente fervoroso e acreditava ser merecedor de certos méritos celesti construção de alguns templos e sua política de amparo ao budismo. Influ fl enciado por essa dominante a persuadir o clero para obter a aprovação divina, disse ao monge: ·Quais méritos obtive para minha próxima vida com a minha atitude de aprovação do b ·Nenhum·respondeu Damo com voz cortante.. Contrariado, o imperador insistiu:: ·Qual é o sentido da verdade suprema? ·Um vazio interminável, um esquecimento de si mesmo. O imperador, obviamente não contando com semelhante resposta, engendrou outra es natureza do seu hóspede. ·Quem está à minha frente? ·Não sei·disse Damo com indiferença. Neste diálogo Damo mostra com clareza as bases de uma visão que rompe com os cânon não queria uma prática ritualista repleta de obrigações e rotinas onde o homem se esque responsabilidade e de seu verdadeiro crescimento interior. Sabia que o ser humano busc ajoelhando-se frente a uma imagem divina. O caminho do autêntico conhecimento baseia um esforço adequado sobre si mesmo. Nem carma, nem vida futura, rezas, pedidos, sacri elevar o ser humano sobre a atração permanente que o barro das paixões exerce. O autod constante são as vias para descobrir que o pedaço de carvão de uma montanha pode-se tr diamante quando polido com humildade e perseverança. Com este substrato de conhecimento, Damo dispôs de uma ampla gama de informação pa novo enfoque à prática do budismo. Só necessitava combinar corretamente a experiência que o taoísmo lhe oferecia para ter em suas mãos um excelente material com o qual purifi roupagem desnecessária e criar um método de crescimento físico, mental e espiritual de Bodhidarma, além disso, não era partidário de um ascetismo passivo onde somente se cu qual propôs um novo enfoque do budismo através de uma filo fi sofi fia de vida desligada de to um concentrado esforço para transformar a passividade ascética-religiosa em um exercí espírito. O budismo Chan havia nascido com a tendência à busca da iluminação espontân por cerimônias e rituais. Se analisarmos cuidadosamente o conteúdo do diálogo entre Damo e o imperador descobrire fundamentais da filosofia do Wushu: ·Quais méritos obtive para minha próxima vida com a minha atitude de aprovação do budismo? ·Nenhum·respondeu Damo com voz cortante..
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O imperador representa o homem cotidiano que é incapaz de realizar uma ação sem e estado universal de apego não é somente uma pintura histórica com mistura literária, é homem amarrado ao poder: „é mais fácil passar um camelo pelo furo de uma agulha do Deus‰. Cristo não disse isso em vão. O rico queria atingir os confins celestiais com tudo o que não estava disposto a renunciar. O homem sem vontade sempre tenta um pacto com deus e com o demônio, n compreender que a verdade se mostra quando não temos nada a opor. No Wushu não h domínio de si mesmo se antes não se está disposto a renunciar a tudo. Não há mérito a prêmios nem troféus. O destino não é uma competição, é uma passagem pela vida e ne para satisfações pessoais. Praticar Wushu da perspectiva de Damo é entrar pelo olho d nu. ·Qual é o sentido da verdade suprema? ·Um vazio interminável, um esquecimento de si mesmo. Aqui se expõe claramente a visão do budismo Zen: „sentar-se sem espírito de aprovei controle, a consciência atinge o sentido das coisas. O movimento do Wushu deve ser ex pode gerar uma reação verdadeira tentando elaborar a resposta desde o monólogo int o guerreiro se esquece de si mesmo pode realizar a ação justa sem satisfação nem arrependimento. Wushu é a porta que acessa o inefável. O mesmo estado de iluminação atingido no budismo é transferido à execução de um gesto marcial. No Nanhua zhenjing 10 incentiva-se a „acostumar-se ao vazio para conservar a vida‰. Toda a filosofia oriental nasce da concepção do vazio. ·Quem está à minha frente? ·Não sei. Assumir a vida sem ego é uma proeza difi ficilmente realizável. O homem busca identifi ficar-se com todas as coisas e não admite uma vida impessoal. A verdadeira dimensão do ser humano não pode ser escrita e guardada em um arquivo. Somos muito mais que essa ridícula sombra que projetamos. O segredo da sabedoria consiste em reconhecer a própria ignorância. Esta humildade é uma qualidade fóssil em estado de extinção. O homem não se pode entender com a lógica formal. Esta divide o antes e o depois e não pode entender que seja ao mesmo tempo as duas coisas. O autor com o monge Shi De Chao, no Bosque das Pagoda junto à lápide de pedra do reverendo monge Shi Suxi, falecido n
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Nanhua zhengjing (Livro canônico do país das flores do sul ). Texto cl ássico da filosofia taoísta conhecido como Zhuang Zi ( ), que remonta ao século IV a.C.
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„Não sei‰, é uma excelente alternativa para começar no caminho. O Wushu tradicional é a arte de enraizar-se, o que significa: „viver integrado ao universo sem divisão nem fronteiras‰. Damo não somente expôs este pragmático sistema de vida, mas também ensinou aos mon de transformação de músculos e tendões), a construir um corpo físico e mental saudável e aumentar a força, pela aplicação de uma teoria energética onde se combina a quietude co com o relaxamento e a concentração com a respiração. Enquanto que, com o Xi Sui Jing ( cérebro), transmitiu os métodos para elevar a capacidade de defesa do sistema imunológ patógenos exógenos em um treinamento destinado ao fortalecimento da medula e dos os complexidade o Xi Sui Jing permaneceu como um segredo dentro de seletos círculos d Damo também desenvolveu um sistema para o cultivo da força vital denominado Shi Ba L mãos do iluminado), o qual assentaria as bases para a criação de muitos estilos de Wushu Quan (boxe dos cinco animais), o San Shi Qi Shi ( – boxe das trinta e sete formas), o H técnicas do céu posterior) e o Xiao Jiu Tian ( - técnicas dos nove pequenos céus). Os trê tendência suave de Shaolin, onde os movimentos rápidos e vigorosos estavam combinados com intervalos de fluidez e lentidão, em uma cadência concentrada de espírito, mente, corpo e respiração. Com o passar do tempo os monges descobriram que não somente fortaleciam sua saúde senão que também o poder e a força aumentavam consideravelmente a níveis nunca antes suspeitados. Os artistas marciais assimilaram esse novo enfoque, criando novos sistemas na medida em que se aperfeiçoava a teoria de Damo. Podemos ver como a união do budismo Mahâyana com o taoísmo filo fi sófi fico e religioso deu lugar ao budismo Chan. Este sistema de atingir a claridade da mente e a iluminação penetrou para sempre no caminho das artes marciais, disseminando-se como uma onda expansiva pelo resto da ˘sia. Como era possível integrar uma filo fi sofi fia nascida da não-violência com um sistema corporal de ataque e defesa? Por acaso o budismo podia conciliar o desenvolvimento da paz interna com o ardor de um treinamento bélico? Este é o enigma que Damo relegou à posteridade.
O autor junto ao monge Shi De Chao da trigésima primeira geração do monastério de Shaolin.
Mestre José Antonio Reys Garcia (Tony) é praticante de artes marciais desde os 11 anos de idade e desde 1981 pratica os estilos de Kung Fu Shaolin do Sul. Neste momento tem a mais alta graduação e é o Vice-Presidente da Academia Huang Yu Wen Nam Pai Kung Fu, com sede em Tai Shang, província de Guang Tong (China). Em 2007 foi nomeado pelo Grão-Mestre Huang Yu Wen como seu sucessor direto.
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ifl r e P
Yang Luchan
andava com uma trouxa onde iam seus per ten lança curta, desafian fi do os Mestres que encon frente. O mais extraordinário é que afirmam fi qu Tai Chi Chuan muito deve a esch sa uleco ndá u alguém durante seus combates. Cont ria figura: Yang Luchan, fundado verzdo lutou com um Grande Mestre de Kung Fu Estilo Yang. um muro e, depois de acertá-lo, segurou-o rapi Nascido em 1789 na província de H i, que não caísse 4 ou 5 metros até o chã péebe para Yang começou a prática das artes marciais aindahcri - ria conta que foi desafiado pelo seguran istó ança, como é costume na China, aprendendo o um mandarim. Ele disse que podia atacá-lo estilo de sua aldeia com o Mestre Liu. Após a quer momento e soltou uma gargalhada d mor te de seu pai serviu como soldado na milícia da. O segurança atacou e foi projetado da aldeia até que seu Mestre lhe recomendou antes que a gargalhada de Mestre Yan que estudasse artes marciais com o Mestre Chen basse… Changxin, expoente do Estilo Chen de Tai Chi O u tra h i stó r ia in t e r e s san t e é Chuan (NOTA: nessa época, o Tai Chi era uma Chang, um riquíssimo negociante do o técnica de combate, voltada para lutas reais. Pequim. Ouvindo histórias sobre as pr Apenas no início do século XX houve a nova de Mestre Yang Luchan, mandou que o conotação terapêutica). O problema era que o dassem à sua casa. Mas quando Mes velho Mestre Chen só ensinava a arte aos memse apresen tou o que se vi u foi um h bros de sua família. Yang, então, se empregou franzino, baixo e vestido com roupas si como criado da família e assistia o treinamento es- De ssa for ma, foi tratado com ind ifer en ça condido, como ocorreu com diversos Grandes Me es rde destsrco tezia por Chang, que lhe serviu um pou Kung Fu. Após muitos anos de práticas esco ndiCo das da. nsecm iensteeudo que acontecia, Mestre Yan quarto, ele foi descoberto e afin fi al convidado vinahapre o e fonide berboer em um canto isolado, o que e estilo Chen ofi ficialmente, o que fez por váriCh os o osr.guntou se Yang era tão bom as au ntgr.oEslan e pe Voltou finalmente à sua aldeia para ensre intaruco r o Tai Chihaviam apenas 3 tipos de homen u que Chuan, mas após um período indefinido, part poiu dipara am sPe en-tir seus goles: homens de ferro, ho quim (Beijing) para abrir uma escola, desenzveoelvheonme do n sesude madeira. Chang então trouxe 28 próprio estilo. O estilo Yang fez grande sucegsisgoae nacabo tesco,uforte como um touro, professor de por ser ensinado aos oficiais manchus e mem no-“experimentar” o poder de Yang cobro stass,da para breza. Com seus três filhos o assessorando (Yan u, má-vontade e foi atacado com a f se leg vaBan ntohuode Yang Jianhou e Yang Fenghou), Mestre Yang pa-stre Yang apenas girou seu tr deLuch um tain grpro e. Me gou o Tai Chi Chuan na capital do império, abri cami vannddo o do gol-pe, e deu um “tapa” que jogou o g nho para que outros Mestres de Tai Chi Chume an m deaixvaásri seam s dezenas de metros, caindo inco as aldeias e fossem para as cidades divulgarce subaeart e . E s e , Chang tratou-o com toda gen ndo o ertro ainda é o estilo mais ensinado em todo o do mun . -lhdeoum verdadeiro Banquete Manchu co Sua fama em combate lhe rendeu vários de afio fi Esm 18s7.2 Mestre Yang Luchan chamou se Conta-se que podia arremessar seus opondi enste a até císpul os e9deu-lhes as últimas instruções e re metros de distância. Durante sua peregrinfação Peqeui aleceàndo mmseguida, aos 83 anos.
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