Departamento de Arquitetura e Urbanismo Arquitetura de Interiores I: Conceito e Função Professoras: Karina Sousa e Regina Fregona
ARQUITETURA DE INTERIORES: Conceito e Função Arquitetura de Interiores : é a soma de conhecimentos da Arte e da Ciência, orientados através de princípios psicológicos, com o sentido de contribuir para o bem estar pessoal ou coletivo. O homem tem necessidades básicas e não vive isoladamente. A função do arquiteto de interiores é criar ambientes que levam o homem a essa integração, em espaços agradáveis e estimulantes.
Essas atividades podem ser divididas em três grupos: 1- Alimentação 2- Vestuário 3- Abrigo
Um projeto de arquitetura de interiores é proposto não apenas para criar um ambiente bonito, mas promover o equilíbrio entre os aspectos físicos, intelectuais e emocionais do homem, por isso há necessidade da consciência do dever de ambientar e promover o conforto do homem, utilizando para isso técnicas diversas e materiais a serem definidos.
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Para se chegar a consciência desejada, 4 itens são importantes: 1- Responsabilidade: assumir compromissos, ter interesse pelos objetivos e necessidades do cliente; 2- Espírito de Equipe: pessoas em diferentes funções, mas com o mesmo objetivo; 3- Discrição: ver, ouvir e olhar com controle; 4- Profissionalismo sem Agressão: não tomar como obrigatórias suas próprias idéias ou menosprezar as idéias do cliente, e não transportar seus próprios problemas emocionais. O desempenho profissional depende de que o CLIENTE esteja satisfeito e feliz.
No processo das relações humanas temos como princípios básicos três fatores: 1- Humanos: conhecer o cliente (nível socioeconômico); 2- Psicológicos: conhecer o estilo de vida do cliente; 3- Funcionais: estudar o espaço e a função a que se destina um ambiente.
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Técnica de Composição de Interiores 1- Componentes O ponto principal é produzir um ambiente satisfatório, dentro do razoável e nos limites do custo fixado. Assim, a questão se coloca para que se arranjem os elementos importantes da arquitetura de interiores, classificados como componentes, podendo ser divididos em: a) Exibição do gosto: observar as tendências e procurar mostrar o equilíbrio cultural no momento da criação. b) O mobiliário e suas propriedades funcionais: estudo prévio do ambiente, disposição do layout dando idéia de unidade tanto dos objetos quanto dos móveis. c) A expressão do ambiente, caráter e personalidade do ocupante: o ambiente terá que responder por si, mostrando a finalidade a que se destina, de quem vive ali. d) O conforto no grau necessário: distribuição equitativa dos móveis, da iluminação, entre outros. e) Efeito estético, elementos abstratos do desenho: distribuição equilibrada dos volumes e linhas. f) Elementos reais: escolha adequada de móveis, materiais, cor, textura, etc.
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2- Composição O termo composição é aplicado no arranjo dos móveis com a arquitetura existente. A composição ideal é a que produz efeito unificado, no qual cada pormenor, não vive por si só, mas integra no ambiente, formando um só conjunto. Existem duas composições a serem observadas em um projeto de arquitetura de interiores: a) a construção em si, desenho de paredes e arranjos dos objetos e materiais nela aplicados; b) o arranjo de objetos, colocados no chão r que não fazem parte da composição das paredes, sendo por conseguinte, afastados delas. Em geral, os ambientes têm quatro paredes, e estas devem ser estudadas separadamente, mas relacionadas quanto a sua arrumação no conjunto. A composição da parede é formada por três elementos: 1- Característica fixa na parede: portas, janelas, lareiras, trabalhos em madeira ou gesso, painéis, etc. 2- Objetos pendurados: quadros, luminárias, espelhos, etc. 3- Móveis contra as paredes: aparador, estantes, sofás, cortinas, camas, etc. Quando se trabalha com os elementos acima mencionados, o problema consiste em arranjá-los de modo que pareçam com a criação de um quadro, formado pela posição das linhas e massas, dando impressão agradável.
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3- Unidade Serve para designar o efeito obtido pela coordenação e arranjo das partes separadas da composição, a fim de produzir uma aparência uniforme. Imaginar o ambiente completo para se obter a unidade: ( piso + parede + teto + mobiliário) 4- Quantidade e Balanço É necessário estudar com atenção uma quantidade certa de móveis, acabamentos e acessórios a serem dispostos em um ambiente, para que não sejam colocados em demasia, tanto móveis, como objetos. Quando encontramos objetos de valor estimativo, do qual a pessoa não quer se desfazer, procuramos fazer um esquema, introduzindo-o no ambiente, tirando partido da cor e função do mesmo. Para se introduzir o caráter e personalidade do ocupante, é preciso mostrar, por meio de detalhes, suas expressões. Para facilitar a sua definição, vamos dividi-la da seguinte maneira: 1- Formalidade: exige um cerimonial bem diferente de intimidade. Devemos nos esforçar para demonstrar a expressão que o ambiente exige, isto é, a proporção, tamanho e quantidade de todos os traços e desenhos. Quando se trata de um ambiente formal, devemos reproduzi-lo em grande simetria.
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2- Informalidade: descontraído, assimétrico, é a falta de luxo e extravagância, enfocando o conforto acima da arrumação e conveniências sociais.
3- Sofisticação: Luxo e elegância, exprimem extravagância, emprego de mobília de luxo, tratamento especial para as paredes, acabamentos e objetos.
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4- Simplicidade: não quer dizer comum, mas pode refletir a graça, o refinamento de quem não gosta de ostentar. Simplicidade não é informalidade, ambas podem servir de base para arranjos simples. A simetria, neste caso, é aconselhável.
5- Juvenilidade: arranjos que se aplicam nos ambientes das crianças e jovens, sendo mostrado pelas cores alegres, materiais de fácil limpeza, tecidos com desenhos, etc.
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6- Masculinidade: predominância de linhas e ângulos retos, cores sóbrias, padrões lisos, listrados, xadrez. Móveis podem ser de estilo ou contemporâneos.
7- Feminilidade: expresso pelo tipo de mobília contrária da masculinidade, as cores dos tecidos devem ser leves, linhas curvas, caprichosas e acessórios delicados.
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8- Graça e Originalidade: fazendo uso da imaginação, introduzir sempre um material novo, arranjo médio da mobília, objetos, etc. Dar apenas ao ambiente uma decoração diferente, ornamentos variados, com características diversas.
Observação: a definição destes pontos depende muito da experiência do arquiteto. No mesmo ambiente, às vezes, encontramos as mesmas expressões, formando sérios de desagradáveis conflitos.
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PERGUNTAS BÁSICAS DO PLANEJAMENTO DE INTERIORES 1- A quem se destina? Estudo sociológico e psicológico do cliente, a partir do seu modo de vida, temperamento, necessidades, ritmo de vida, etc. Elaboração de um questionário meticuloso, onde perguntas serão respondidas pelo cliente e outras através da observação. Em se tratando de uma residência, é importante ouvir todos os moradores. 2- O que é? Diz respeito ao espaço físico disponível, características do ambiente, clima, temperatura, ventos dominantes, orientação solar, o entorno, assim como os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos. 3- Para quê? Também relacionada ao aspecto físico, mas diz respeito ao aspecto funcional do projeto, fazendo-se um estudo detalhado de cada ambiente quanto a quatro aspectos: • • • •
Atividades; Funções; Equipamentos; Acessórios.
Estas questões devem ser respondidas a partir da necessidade do cliente, determinadas pelo programa. Observar que, dependendo da função da edificação, estes aspectos terão conotações diferentes para pessoas diferentes.
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4- Perguntas Base da Entrevista • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Nome; Endereço; Estado civil; Número de habitantes ou funcionários do espaço; Idades; Sexo; Profissões; Local de trabalho; Necessidade de local de trabalho em casa; Vida social: reuniões em casa, reuniões fora, viagens turísticas/ trabalho; Temperamentos, particularidades, hobbies de cada um; Cores, materiais preferidos de cada um; Cores, materiais desagradáveis de cada um; Tipo de ambiente desejado; Equipamentos, acessórios a serem aproveitados; Nível sociocultural, econômico; Empregados, regime de trabalho; Orçamento teto.
CONCLUINDO:
A quem se destina? O que é? Para quê?
Resume-se na entrevista, que é a base, a diretriz de todo planejamento; portanto, uma boa coleta de informações na entrevista constitui quase sempre um bom projeto.