Curso de Necessidades Educativas Especiais: como ensinar, como aprender
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Módulo IV – Inclusão das pessoas com NEE na Escola e na Sociedade
Integração Escolar Integração Em meados do século XX (anos 60), na Europa, inicia-se um movimento de escolarização das crianças em situação de deficiência no sistema regular de ensino (movimento da integração escolar).
Os países que aderiram a este movimento colocaram as suas crianças e jovens em situação de deficiência nas classes regulares, acompanhados por professores de ensino especial, previamente formados para isso.
Documentos da Integração Escolar Documentos orientadores internacionais:
1) “Warnock Report” (1978) introduz o conceito de “special educational needs”, substituindo a categorização médica das crianças e jovens em situação de deficiência por uma categorização que incluísse critérios pedagógicos; 2) “Education Act” (1981) define oficialmente o conceito de necessidades educativas especiais da seguinte forma: «uma criança tem necessidades educativas especiais se tem dificuldades de aprendizagem que obrigam a uma intervenção educativa especial, concebida especificamente para ela»
Documentos da Integração Escolar Documentos orientadores em Portugal:
1) Para os professores de Educação Especial - Despacho Conjunto 36/SEAM/SERE, de 17/08; 2) Regime educativo especial para os alunos com Necessidades educativas especiais – Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de Agosto.
Integração vs. Inclusão Escolar Da experiência adquirida com a integração escolar e de toda a reflexão que a mesma gerou concluiu-se que: - A integração escolar, muitas vezes, excluía os alunos que se encontravam em situação de deficiência e podia ter consequências negativas para os restantes.
Surgiu a necessidade de desencadear um novo movimento que promovesse o sucesso pessoal e académico de todos os alunos, numa escola inclusiva.
Integração vs. Inclusão Escolar A inclusão escolar teve as suas origens na análise das crianças e jovens em situação de deficiência e insere-se nos seguintes movimentos: - Movimento contra a exclusão social (por exemplo: movimento da emancipação feminina); - Defesa da justiça social, - Respeito e celebração da diversidade humana.
A inclusão escolar não é para as crianças e jovens em situação de deficiência, mas deve contemplar todas as crianças e jovens com necessidades educativas.
Princípio fundamental das Escolas Inclusivas Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as diversas necessidades dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem Bom nível de educação para todos
Conjunto de apoios e de serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola Currículos adequados, boa organização escolar, estratégias pedagógicas e recursos adequados e cooperação com as respetivas comunidades
Todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem (Declaração de Salamanca, 1994).
Escola Inclusiva A escola inclusiva foi definida pelo Center for Studies on Inclusive Education (CSIE) como uma escola que: 1) 2) 3) 4)
Reflete a comunidade como um todo; Os seus membros são abertos, positivos e diversificados; Não seleciona, não exclui, não rejeita; Não tem barreiras, é acessível a todos, em termos físicos e educativos (currículo, apoio e meios de comunicação); 5) É cooperativa e não é competitiva; 6) Pratica a democracia, a equidade.
Ideias-chave das Escolas Inclusivas A escola deve ser para todos (independentemente do seu sexo, cor, origem, religião, condição física, social ou intelectual); A escola inclusiva celebra a diversidade, encarando-a como algo de valor e não como algo a evitar; Na escola inclusiva todos os alunos estão na escola para aprender e participar no seu processo de aprendizagem;
Ideias-chave das Escolas Inclusivas Compromete-se a desenvolver uma pedagogia capaz de educar todas as crianças com sucesso, incluindo os mais desfavorecidos e os que apresentam deficiências graves; Assume e valoriza os seus conhecimentos e as suas práticas e considera a diferença como um desafio e uma oportunidade para a criação de novas situações de aprendizagem; Requere a participação de todos e disponibiliza-se a utilizar os recursos disponíveis e também a gerar novos recursos;
Ideias-chave das Escolas Inclusivas Utiliza uma linguagem acessível a todos;
Incentiva que os seus atores tenham a coragem de correr riscos; Promove a cooperação e a partilha de experiências e de saberes como uma forma de encorajar a criação de espaços de formação, de investigação, de ação e de reflexão.
Mudanças metodológicas e organizacionais importantes na escola
Fatores de mudança nas Escolas Inclusivas Seis condições que podem ser fatores importantes e acrescidos de mudança nas escolas inclusivas: Liderança eficaz, não só por parte do diretor, mas difundida através da escola; Envolvimento da equipa de profissionais, alunos e comunidade nas orientações e decisões da escola; Planificação realizada colaborativamente; Estratégias de coordenação; Focalização da atenção nos benefícios potenciais da investigação e da reflexão e Política de valorização profissional de toda a equipa educativa.