UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA POLITÉCNICA DA USP
LACASEMIN – LABORATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL, HIGIENE E SEGURANÇA NA MINERAÇÃO EAD – ENSINO E APRENDIZADO À DISTÂNCIA eHO-011 HIGIENE OCUPACIONAL E ATIVIDADES INDUSTRIAIS ALUNO SÃO PAULO, 2015
EPUSP/LACASEMIN DIRETOR DA EPUSP JOSÉ ROBERTO CASTILHO PIQUEIRA EQUIPE DE TRABALHO CCD – CCD – COORDENADOR COORDENADOR DO CURSO À DISTÂNCIA SÉRGIO MÉDICI DE ESTON VICE - COORDENADOR DO CURSO À DISTÂNCIA DIST ÂNCIA WILSON SHIGUEMASA IRAMINA PP – PP – PROFESSOR PROFESSOR PRESENCIAL JOÂO JOSÉ BARRICO DE SOUZA PATRÍCIA DIAS RICARDO CABRAL RICARDO METZNER SÉRGIO COLACIOPPO WILSON SIGUEMASSA IRAMIN CPD – CPD – CONVERSORES CONVERSORES PRESENCIAL PARA DISTÂNCIA DANIEL UENO DE CASTRO PRADO GARCIA DANIELLE VALERIE YAMAUTI FELIPE THADEU BONUCCI FLÁVIA DE LIMA FERNANDES SEIJI RENAN MICHISHITA FILMAGEM E EDIÇÃO KARLA JULIANE DE CARVALHO THALITA SANTIAGO DO NASCIMENTO IMAD – IMAD – INSTRUTORES INSTRUTORES MULTIMÍDIA À DISTÂNCIA DIEGO DIEGUES FRANCISCA FELIPE BAFFI DE CARVALHO LUAN LINHARES MATEUS DELAI RODRIGUES LIMA PEDRO MARGUTTI DE ALMEIDA CIMEAD – CIMEAD – CONSULTORIA CONSULTORIA EM INFORMÁTICA, MULTIMÍDIA E EAD CARLOS CÉSAR TANAKA JORGE MÉDICI DE ESTON SHINTARO FURUMOTO GESTÃO TÉCNICA MARIA RENATA MACHADO STELLIN APOIO ADMINISTRATIVO NEUSA GRASSI DE FRANCESCO VICENTE TUCCI FILHO “Todos os direitos direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, sem a prévia autorização de todos aqueles que possuem os direitos autorais sobre este documento”.
Sumário
SUMÁRIO CAPITULO 1. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDÚSTRIA INDÚ STRIA DA CONSTRUÇÃO CONST RUÇÃO CIVIL .... 1 1.1. INTRODUÇÃO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. ........................... .... 2 1.2. UMA ATIVIDADE DE VARIADOS PORTES E NÍVEIS DE COMPLEXIDADE ........ 2 1.3. AMPLA GAMA DE ATIVIDADES ................................. ....................................................... ............................................ ........................ 3 1.4. AGENTES AMBIENTAIS.......................................... ................................................................ ............................................ ........................... ..... 4 1.5. EXEMPLOS DE RISCOS PRESENTES EM ATIVIDADES NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL .......................................... ................................................................. ............................................ ..................................... ................ 6 1.5.1. ESCAVAÇÕES .......................... ................................................ ............................................. ............................................. .............................. ........ 6 1.5.2. MONTAGEM DE ESTACAS ....................................... ............................................................. ......................................... ................... 8 1.5.3. CONCRETAGEM ......................................... .............................................................. ............................................ ................................... ............ 8 1.5.4. TRABALHOS EM ALTURA............................................. ................................................................... ..................................... ............... 9 1.5.5. INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS ......................... ............................................... ............................................. ........................... .... 9 1.5.5.1. As instalações elétricas provisórias compõem um item especial. Nelas podem ocorrer acidentes devido a: ............................................... ..................................................................... ............................ ...... 10 1.5.5.2. Acessos provisórios. Neles os acidentes podem ocorrer devido a: ............ ............ 10 1.5.6. IÇAMENTO DE CARGAS ....................... ............................................... .............................................. ................................... ............. 11 1.5.7. CANTEIROS DE OBRA .......................... ................................................. .............................................. .................................... ............. 12 1.5.8 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS, SANITÁRIAS E SOCIAIS .............................. 12 1.5.9 FERRAMENTAS MANUAIS............................. MANUAIS.................................................... ............................................. ............................ ...... 13 1.5.10 FERRAMENTAS ELÉTRICAS E PNEUMÁTICAS GERADORES E COMPRESSORES......................................... ............................................................... ............................................. ........................................ ................. 13 1.5.11 FERRAMENTAS À PÓLVORA ......................................... ............................................................... ................................ .......... 14 1.6. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ ............................ ...... 15 CAPITULO 2. HIGIENE OCUPACIONA OCUP ACIONAL L E A INDÚSTRIA QUÍMICA Q UÍMICA ............................. ............................. 16 2.1. CONTEXTUALIZANDO A HIGIENE OCUPACIONAL.......................................... ............................................ .. 17 2.2. AGENTES E RISCOS ASSOCIADOS AO AMBIENTE DE TRABALHO ............... ............... 20 2.2.1. CONCEITOS BÁSICOS ....................... ............................................. ............................................. ........................................ ................. 20 2.2.1.1. Risco ............................................ .................................................................. ............................................ ........................................... ..................... 20 2.2.1.2. Agente ............................................. .................................................................... ............................................. ....................................... ................. 21 2.2.1.3. Perigo .............................................. ..................................................................... ............................................. ....................................... ................. 21 2.2.1.4. Exposição............................. Exposição................................................... ............................................. ............................................. ............................ ...... 21 2.2.2. RISCOS OCUPACIONAIS.............................................. .................................................................... ................................... ............. 22 2.2.2.1. Agentes Físicos ......................................... ............................................................... ............................................. ............................. ...... 23 2.2.2.2. Agentes Biológicos Biológicos ............................................ ................................................................... ........................................... .................... 24 2.2.2.3. Agentes Químicos........................... Químicos................................................. ............................................. ........................................ ................. 25 2.2.3. RECONHECIMENTO RECONHECIMENTO DOS RISCOS............................................ ................................................................. ..................... 26 2.2.4. FATORES DETERMINANTES DETERMINANTES DA OCORRÊNCIA DE DANOS ...................... ...................... 29 2.2.4.1. Natureza do agente .............................................. ..................................................................... ........................................ ................. 29 2.2.4.2. Tempo de exposição ................................................... ........................................................................... ................................. ......... 29 2.2.4.3. Concentração Concentração ou intensidade intensidade ........................ .............................................. ............................................. ......................... .. 29 2.2.4.4. A susceptibilidade susceptibilidade individual individual......................................... ............................................................... ................................ .......... 30 2.3. ASPECTOS DE TOXICOLOGIA OCUPACIONAL ............................ ................................................. ..................... 30 2.3.1. FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO ............................................ .................................................................. ............................ ...... 30 2.3.2. MECANISMO DA RESPIRAÇÃO ........................... ................................................. ........................................... ..................... 32 eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
Sumário
2.3.3. TOXICOLOGIA .............................. .................................................... ............................................ ............................................. ......................... .. 33 2.3.3.1. Risco, Toxicidade Toxicidade e Periculosidade. Periculosidade. ........................................... ............................................................ ................. 35 2.3.3.2. Exposição............................. Exposição................................................... ............................................. ............................................. ............................ ...... 36 2.3.3.3. Locais de Ação de uma Substância Química .............................................. .............................................. 36 2.3.3.4. Vias de Penetração / Absorção ........................................... .................................................................. ......................... .. 37 2.3.3.5. Distribuição, Metabolismo Excreção e Eliminação. Eliminação. ..................................... ..................................... 38 2.3.3.6. Efeitos Agudos e Efeitos Crônicos ........................... ................................................. .................................... .............. 39 2.3.3.7. Classificação das Ações de Substâncias Químicas Sobre O Homem ........ 40 2.3.3.8. Riscos de Partículas .......................... ................................................. .............................................. .................................... ............. 44 2.3.3.9. Aspectos Preventivos ............................................ .................................................................. ....................................... ................. 45 2.3.3.10. Avaliação da Toxicidade.......................................... ............................................................... ................................... .............. 46 2.3.3.11. Os Indicadores Indicadores Biológicos Biológicos .............................................. .................................................................... ............................ ...... 48 2.4. INTERFACE MEDICINA E HIGIENE OCUPACIONAL ........................................ .......................................... .. 49 2.4.1. O PAPEL DA MEDICINA OCUPACIONAL E DA HIGIENE INDUSTRIAL ....... 49 2.4.2. A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA COMO RECONHECIMENTO DE RISCOS... 49 2.5. A AVALIAÇÃO AMBIENTAL ............................................ .................................................................. ....................................... ................. 51 2.5.1. AVALIAÇÃO ........................................................ .............................................................................. ............................................. ......................... .. 51 2.5.2. AMOSTRAGEM ........................................... ................................................................. ............................................ ................................ .......... 52 2.5.2.1. Fundamentos da Amostragem .................................. ....................................................... ................................... .............. 52 2.5.3. ANÁLISE ........................................... ................................................................. ............................................ ........................................... ..................... 69 2.5.3.1. Método Analítico ............................................ .................................................................. ............................................ ......................... ... 69 2.5.3.2. Classificação Classificação da NIOSH ............................................ .................................................................. ................................... ............. 70 2.5.3.3. Preparação das Amostras ................................. ....................................................... ........................................... ..................... 70 2.5.4. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS............................................ .................................................................. ................................... ............. 71 2.5.4.1. Pressão atmosférica no local de amostragem e no local de calibração ..... 71 2.5.4.2. Temperatura natural no local de amostragem e no local de calibração...... 71 2.5.4.3. Umidade relativa relativa do ar........................................... ................................................................. ....................................... ................. 71 2.5.4.4. Velocidade do Vento.......................................... ............................................................... ........................................... ...................... 71 2.5.5. TRANSPORTE/ARMAZENAMENTO TRANSPORTE/ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA ....................................... ....................................... 72 2.5.6. PESSOAL PARA COLETA ............................. .................................................... ............................................. ............................ ...... 72 2.5.7. INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS............................................ .......................................................... .............. 72 2.5.7.1. Cálculo da exposição utilizando método de amostragens instantâneas ..... 73 2.5.7.2. Cálculo da exposição utilizando método de amostragens contínuas e pessoais ............................................ .................................................................. ............................................ ............................................. ............................. ...... 73 2.5.7.3. Cálculo da exposição para mistura de várias substâncias (Diversos Contaminantes Contaminantes no Mesmo Ambiente/Atividade) Ambiente/Atividade) ................................... ....................................................... .................... 75 2.5.7.4. Comparação com Limites de Tolerância Tolerância ............................................. ...................................................... ......... 75 2.6. CONTROLE ....................................................... ............................................................................. ............................................. ................................ ......... 76 2.6.1. CONCEITO DO NÍVEL DE AÇÃO: ........................................... .................................................................. ......................... .. 76 2.6.2. MODELO CONCEITUAL PARA CONTROLAR OS RISCOS NO AMBIENTE: 77 2.6.3.MEDIDAS GENÉRICAS DE CONTROLE: ........................ ............................................... ................................. .......... 77 2.6.3.1. Relativas Relativas ao ambiente ....................................... ............................................................. ........................................... ..................... 77 2.6.3.2. Relativas Relativas ao homem .................................. ........................................................ ............................................. ............................. ...... 79 2.7. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ ............................ ...... 80 CAPITULO 3: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA SIDERÚRGICA S IDERÚRGICA ................... 82 eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
Sumário
3.1. INTRODUÇÃO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. ......................... .. 83 3.2. RUÍDO.................................. RUÍDO........................................................ ............................................ ............................................. ........................................ ................. 84 3.3. STRESS TÉRMICO ........................ .............................................. ............................................. ............................................. ............................ ...... 86 3.4. AERODISPERSÓIDES ............................................ .................................................................. ............................................ ......................... ... 87 3.5. EMISSÕES DE FORNOS DE COQUE.......................................... ................................................................. ......................... .. 88 3.5.1. EMISSÕES DE HIDROCARBONETOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS MONOS E POLINUCLEARES ......................................... ............................................................... ............................................. ........................................ ................. 88 3.5.2. OS HIDROCARBONETOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS AROMÁTICOS MONO-NUCLEARES .................. .................. 88 3.5.3. OS HIDROCARBONETOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS AROMÁTICOS POLINUCLEARES (PAH) ............ 90 3.6. RISCOS POTENCIAIS ...................................... ........................................................... ............................................ ................................. .......... 92 3.6.1. MATÉRIAS PRIMAS ............................................... ..................................................................... ........................................... ..................... 92 3.6.2. PREPARAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS MATÉRIAS-PRIMAS ...................... .............................................. ................................. ......... 93 3.6.3. ALTOS –FORNOS –FORNOS ........................................... .................................................................. ............................................. ............................ ...... 95 3.6.4. ACIARIA ............................................ .................................................................. ............................................ ........................................... ..................... 96 3.6.5. LAMINAÇÃO ............................................ ................................................................... ............................................ ................................... .............. 97 3.7. TÉCNICAS DE SEGURANÇA .................................................... .......................................................................... .......................... .... 100 3.7.1. SUBSTITUIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS SUBSTÂNCIAS TÓXICAS......................................... ............................................. .... 100 3.7.2. MODIFICAÇÃO DE D E PROCESSO/EQUIPAMENTO PROCESSO/EQUIPAMENTO ........................................ ........................................ 100 3.7.3. ENCLAUSURAMENTO ENCLAUSURAMENTO................................... ......................................................... ............................................. ........................... .... 101 3.7.4. SEGREGAÇÃO OU ISOLAMENTO ............... ...................................... ............................................. .......................... .... 101 3.7.5. VENTILAÇÃO GERAL GE RAL DILUIDORA .................................. ........................................................ .............................. ........ 102 3.7.6. VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA ........................................... .............................................................. ................... 102 3.7.7. UMECTAÇÃO........................ UMECTAÇÃO............................................... ............................................. ............................................ .............................. ........ 103 3.7.8. LIMPEZA INDUSTRIAL ........................................................ ............................................................................... ........................... .... 103 3.7.9. MANUTENÇÃO .................................... .......................................................... ............................................. ...................................... ............... 104 3.7.10. CONTROLE DE SUBSTÂNCIAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Q UÍMICAS ............................................... ............................................... 104 3.7.11. TRATAMENTO TRATAMENTO DE RESÍDUOS ................................................. .................................................................... ................... 104 3.7.11.1. Controle Controle do calor................................... calor........................................................ ............................................ ............................... ........ 105 3.7.11.2. Regime de trabalho-descanso.............. trabalho-descanso.................................... ............................................ .............................. ........ 105 3.7.11.3. Controle Controle de ruído ......................................... ............................................................... ............................................. ....................... 105 3.7.11.4. Proteção individual individual .......................................... ............................................................... ......................................... .................... 107 3.8. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ .......................... .... 108 CAPITULO 4: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA DA D A MINERAÇÃO .............. 109 4.1. INTRODUÇÃO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. .......................110 4.1.1. CONCEITUAÇÃO ........................................... .................................................................. ............................................. .......................... .... 110 4.1.2. A HIGIENE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO .............................................. .............................................. 110 4.2. ETAPAS DA MINERAÇÃO........................ MINERAÇÃO.............................................. ............................................. ...................................... ............... 111 4.2.1. PESQUISA MINERAL .......................... ................................................ ............................................. ...................................... ............... 111 4.2.2. LAVRA ........................... .................................................. .............................................. ............................................. ..................................... ............... 111 4.2.2.1. Lavra a céu aberto ............................................. .................................................................... ......................................... .................. 112 4.2.2.2. Lavra Subterrânea Subterrânea ....................................................... ............................................................................... ............................... ....... 113 4.2.3. TRATAMENTO TRATAMENTO .................................................... .......................................................................... ............................................. ....................... 113 4.3. PRINCIPAIS AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS ASSOCIADOS À ATIVIDADE DE MINERAÇÃO MINERAÇÃO............................................. .................................................................... ......................................... .................. 115 4.3.1. POEIRA .......................................................... .................................................................................. .............................................. .......................... .... 115 eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
Sumário
4.3.2. GASES TÓXICOS, FUMAÇAS E RADÔNIO ........................... .................................................. ....................... 117 4.3.3. RUÍDO ............................................................. .................................................................................... ............................................. .......................... .... 119 4.3.4. VIBRAÇÕES DE MÃOS E BRAÇOS E DE CORPO INTEIRO ....................... ....................... 120 4.3.5. CALOR .......................................... ............................................................... ............................................ .............................................. ....................... 121 4.3.6. ERGONOMIA .......................................................... ................................................................................ ......................................... ................... 121 4.3.7. RISCOS BIOLÓGICOS ........................ .............................................. ............................................. ...................................... ............... 122 4.3.8. RISCOS PSICOLÓGICOS.............................................. .................................................................... ................................. ........... 123 4.4. PRINCIPAIS ASPECTOS DE SEGURANÇA NA MINERAÇÃO.......................... .......................... 123 4.5. CONSIDERAÇÕES ...................................................... ............................................................................ ......................................... ................... 124 4.6. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ .......................... .... 125 CAPITULO 5: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA INDU STRIA METALÚRGICA AUTOMOBILÍSTICA .......................................... ................................................................ ............................................ ......................................... ................... 126 5.1. INTRODUÇÃO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. .......................127 5.3. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ .......................... .... 131 CAPÍTULO 6. NANOTECNOLOGIA ............................................... ..................................................................... ................................. ........... 132 6.1. INTRODUÇÂO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. .......................133 CAPITULO 7: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA VIDREIRA V IDREIRA ........................ .......................... 135 7.1. INTRODUÇÃO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. .......................136 7.2. MATERIAIS CONSTITUINTES DE VIDROS E SUAS CARACTERÍSTICAS. ..... 137 7.4. OS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE VIDRO E OS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE VIDRO ......................................... ............................................................... ........................ 139 7.4.1. FABRICAÇÃO DE EMBALAGENS........................................... .................................................................. ....................... 141 7.4.2 FABRICAÇÃO DE VIDROS PLANOS .................................... .......................................................... .......................... .... 142 7.4.3 FABRICAÇÃO DE LÃ DE VIDRO........................................... ................................................................. .......................... .... 143 7.5. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ .......................... .... 144 CAPITULO 8: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA INDU STRIA FARMACÊUTICA ............. ............. 145 8.1. INTRODUÇÃO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. .......................146 8.2. LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL NA INDÚSTRIA FARMACEUTICA 148 8.2.1. CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS FARMACÊUTICOS: .................... 148 8.2.2. DADOS QUE DEVEM SER DESCRITOS DESCRITOS NA PESQUISA DE NOVAS DROGAS FARMACÊUTICAS: FARMACÊUTICAS: .................................................... ............................................................................ ............................... ....... 148 8.2.3. LIMITE DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL BASEADO B ASEADO NA PERFORMANCE PERFORMANCE 149 8.3. ETAPAS A INVESTIGAR NOS INCIDENTES DA DOENÇA OCUPACIONAL QUE ENVOLVEM INGREDIENTE ATIVOS FARMACÊUTICOS FARMACÊUTICOS ......................................... ......................................... 151 8.3.1. ETAPAS PRELIMINARES DE INVESTIGAÇÃO DO INCIDENTE: ................ 151 8.3.2. AVALIAÇÃO DOS DADOS & ETAPAS ............................ ................................................... ............................... ........ 152 8.3.3. CHEGANDO A UMA CONCLUSÃO: CONCLUSÃO: ............................................ ............................................................... ................... 152 8.4. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ .......................... .... 154 CAPITULO 9. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDÚSTRIA INDÚ STRIA DO PETRÓLEO ................ ................ 156 9.1. INTRODUÇÃO.................................... .......................................................... ............................................ ............................................. .......................157 9.2. CONCEITOS............................... CONCEITOS...................................................... ............................................. ............................................. .............................. ....... 157 9.3. INDÚSTRIA DO PETRÓLEO ............................... ...................................................... ............................................. .......................... .... 158 9.3.1. A CONSTITUIÇÃO DO PETRÓLEO ................................. ....................................................... .............................. ........ 158 9.3.2. A JAZIDA PETROLÍFERA .............................................. .................................................................... ................................. ........... 159 eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
Sumário
9.3.3. A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ........................................... .................................................................. ....................... 159 9.3.4. A PERFURAÇÃO DE UM POÇO DE PETRÓLEO .......................... ......................................... ............... 160 9.3.5. A COMPLETAÇÃO DO POÇO PARA PRODUÇÃO ....................................... ....................................... 160 9.3.6. A EXTRAÇÃO DO PETRÓLEO DA JAZIDA ............................................ ................................................... ....... 160 9.3.7. OS PROCESSOS DE SEPARAÇÃO ....................................... ............................................................. ........................ 161 9.3.8. TRANSPORTE ......................................... ............................................................... ............................................ .................................. ............ 162 9.3.9. REFINO .......................................................... .................................................................................. .............................................. .......................... .... 163 9.3.10. CENTROS DE PESQUISAS............................................ ................................................................... .............................. ....... 164 9.4. RISCOS OCUPACIONAIS NA INDÚSTRIA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO.............................. .............................. 165 9.4.1. EXTRAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO .......................................... ................................................. ....... 165 9.4.2. REFINARIAS ............................................ ................................................................... ............................................ ................................. ............ 166 9.5. ESTUDOS DE CASOS......................................... ............................................................... ............................................. ........................... .... 167 9.5.1. MATERIAL RADIATIVO DE OCORRÊNCIA NATURAL ASSOCIADO À PRODUÇÃO DE PETRÓLEO ........................... .................................................. .............................................. .................................. ........... 167 9.5.2. EXPOSIÇÃO EM CONVÉS DE NAVIOS QUÍMICOS ..................................... ..................................... 169 9.5.2.1. Reconhecimento Reconhecimento .............................................................. ..................................................................................... ........................... .... 169 9.6. TESTES .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ .......................... .... 171 CAPITULO 10: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDÚSTRIA DE ELETRICIDADE ....... 173 10.1. INTRODUÇÃO.............................. .................................................... ............................................. ............................................. .......................... .... 174 10.2. O CHOQUE ELÉTRICO .......................... ................................................ ............................................. ...................................... ............... 175 10.3. ARCOS ELÉTRICOS, QUEIMADURAS E QUEDAS .......................... ......................................... ............... 176 10.4. CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS ELETROMAGNÉTICOS .............................................. ..................................................................... ....................... 178 10.5. OUTROS RISCOS............................... RISCOS...................................................... ............................................. ......................................... ................... 179 10.6. MEDIDA BÁSICA DE PROTEÇÃO........................................... ................................................................. .......................... .... 180 10.6.1. DESENERGIZAÇÃO DESENERGIZAÇÃO ......................................... ............................................................... ............................................. ....................... 180 10.6.1.1. Seccionamento Seccionamento ............................................ .................................................................. ............................................ ........................ 181 10.6.1.2. Impedimento Impedimento de reenergização reenergização .......................... ................................................. ...................................... ............... 181 10.6.1.3. Constatação da ausência de tensão ............................................ ........................................................ ............ 181 10.6.1.4. Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos ................................................. ....................................................................... ......................................... ................... 182 10.6.1.5. Instalação da sinalização de impedimento de energização .................... 182 10.6.1.6. Comentários Comentários............................................. .................................................................... ............................................. .......................... .... 182 10.7. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI).................................... (EPI)........................................ .... 183 10.7.1. CONSIDERAÇÕES CONSIDERAÇÕES ........................................... ................................................................. ............................................ ........................ 183 10.7.2. PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO ........................................... .............................................................. ................... 183 10.7.2.1. Vestimentas de trabalho .......................................... ............................................................... ................................. ............ 183 10.7.2.2. Características das roupas de proteção contra arcos: ............................ ............................ 184 10.7.2.3. Escolha da vestimenta v estimenta de proteção .......................... ................................................. ............................... ........ 184 10.7.3. PROTEÇÃO DA CABEÇA ............................ ................................................... ............................................. .......................... .... 185 10.7.3.1. Creme protetor solar ............................................ .................................................................. ..................................... ............... 185 10.7.4. PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE ............................... ...................................................... ............................... ........ 185 10.7.4.1. Óculos de proteção.......................................... ............................................................... ......................................... .................... 185 10.7.5. EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS MEMBROS SUPERIORES SU PERIORES ........................... ........................... 185 10.7.5.1. Luva de pelica.......................................... ................................................................. ............................................. .......................... .... 186 10.7.6. PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES ........................................... ............................................... .... 186 eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
Sumário
10.8. TESTES ............................................................. ..................................................................................... .............................................. .......................... .... 187 BIBLIOGRAFIA .......................................... ................................................................. ............................................. ............................................ .......................... .... 189
eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
Capítulo Capítulo 1. Higiene 1. Higiene Ocupacional Ocupacional e ae Indústria a Indústria dada Construção Construção Civil Civil
CAPITULO 1. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
OBJETIVOS DO ESTUDO Este capítulo tem por objetivo familiarizar os profissionais da Indústria da Construção no reconhecimento dos riscos presentes nos ambientes de trabalhos que possam provocar acidentes e doenças do trabalho. Ao término deste capítulo você deverá estar apto a identificar identificar no ambiente de trabalho da Indústria da Construção: Os agentes químicos, inclusive suas consequên c onsequências cias e formas; Os agentes físicos e seus efeitos no organismo dos trabalhadores; trabalhadores; Os agentes biológicos e quais atividades tornam mais prováveis esse contato; Os agentes ergonômicos e de acidentes, bem como as medidas de prevenção cabíveis.
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Capítulo Capítulo 1. Higiene 1. Higiene Ocupacional Ocupacional e ae Indústria a Indústria dada Construção Construção Civil Civil
1.1. INTRODUÇÃO A atividade da construção civil civil é antiquíssima. Começando nos tempos das cavernas, evoluindo para a construção de tendas, passando pela transposição de obstáculos naturais, como riachos, aclives e vãos, a construção civil esteve sempre presente. Não da maneira como a conhecemos hoje, seja pelo seu nível de conhecimento e instrumental, mas de uma maneira empírica que, uma vez que desse resultado, transformava-se em uma solução “definitiva”. “definitiva”. 1.2. UMA ATIVIDADE DE VARIADOS V ARIADOS PORTES E NÍVEIS DE COMPLEXIDADE A construção civil evoluiu à medida do surgimento de necessidades, necess idades, seja do ponto de vista da aplicação, seja do ponto de vista da solução desenvolvida. desenvolvida. As tendas, essenciais essenciais para ampliação ampliação das fronteiras humanas, humanas, eram basicamente basicamente rudimentares estruturas de galhos cobertas por peles de animais. Materiais foram sendo adaptados e paredes adquiriram adquiriram formas. Pequenas construções foram criadas. Inicialmente toscas, estas construções eram totalmente dependentes, dependentes, em termos de durabilidade, das intempéries. Séculos passaram. Novos materiais foram incorporados: madeira, pedras. Outros foram criados: argamassas e cravos. A construção cresceu cresceu horizontal horizontal e verticalmente. verticalmente. Necessidades Necessidades tinham que ser s er satisfeitas. Havia água? Onde fazer as necessidades fisiológicas? As construções continuava continuavam m a crescer. Núcleos Núcleos populacionais populacionais formavam-se. Construções de maior altura foram sendo criadas. As necessidades necessidades aumentavam em termos quantitativos e qualitativos. qualitativos. Não bastava ter água: ela tinha que ser em quantidade suficiente e ter boa qualidade. Outros séculos se passaram. Prédios surgiram. Construções arrojadas e pretensiosas buscavam “arranhar” os céus. Cimento e aço eram utilizados. Novos processos construtivos desenvolvidos: edifícios com estrutura em aço, estrutura em concreto, estrutura em aço e concreto. Pontes, inicialmente não mais do que árvores derrubadas para transpor os obstáculos transformaram-se em complexas estruturas que combinam diferentes materiais e técnicas construtivas. Túneis foram escavados e muitos deles se transformaram no jazigo de seus construtores: desabamentos desabamentos ocorriam com frequência. Diques surgiram para armazenar água. Prédios industriais foram criados. Estradas, inicialmente não mais do que trilhas abertas no meio das matas transformaram-se transformaram-se em enormes rodovias. Gigantescos centros comerciais, que mesclam atividades hoteleiras, comerciais e de serviços são construídos ao redor do mundo. Estruturas submarinas são desenvolvidas. desenvolvidas. Aeroportos são construídos, para volumes extraordinários de tráfego aéreo, cargas e passageiros.
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A construção civil esteve es teve e está presente em cada uma destas atividades, além da construção de estádios, hospital, templos, hotéis, escolas, usinas hidrelétricas, apenas para citar algumas. Por esta curta descrição é possível reconhecer-se a enorme variedade de tipos de atividades envolvidas sob o título “construção civil”. O setor de construção civil é historicamente um grande empregador de mão de obra. Pelas próprias características dos trabalhos e das condições em que são realizadas, a qualificação da mão de obra por vezes é baixa, sendo frequente rotatividade de pessoal. Uma característica presente no processo de desenvolvimento das obras de construção civil são as chamadas montagens provisórias. Elas são provisórias, pois temporariamente temporariamente substituem ou são as bases para as instalações definitivas. 1.3. AMPLA GAMA DE ATIVIDADES As operações operações em construção civil envolvem desde a limpeza e preparação de terrenos, que pode envolver desde ferramentas manuais até enormes equipamentos de terraplanagem, passando por escavações, que podem ter alguns centímetros até centenas de metros de profundidade e montagens estruturais que vão desde a construção de um barracão de madeira até enormes estruturas de edifícios. O universo da construção civil contempla desde serviços de alvenaria, a instalação de acabamentos até a execução de trabalhos submersos e uma série de atividades auxiliares. Estas atividades auxiliares podem englobar entre outras, o carregamento manual de cargas, a execução de escavações, serviços de carpintaria, carpintaria, de soldagem, de pintura e de colagem de revestimentos. revestimentos.
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1.4. AGENTES AMBIENTAIS Segundo a Norma Regulamentadora 9 (NR9- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) Ambientais) da portaria 3214 do Ministério Ministério do trabalho e Emprego, os agentes no ambiente de trabalho são classificados em físicos, químicos e biológicos. biológicos. Como exemplo de agentes físicos, temos. Ruído: Ruído: como os que ocorrem nos equipamentos de grande porte, nas bombas, nas lixadeiras e serras circulares, que pode provocar perda auditiva e efeitos extraauditivos; Vibrações: Vibrações: como as que ocorrem nos marteletes pneumáticos, nos vibradores de concreto, nos equipamentos de terraplanagem e nas ferramentas portáteis, que podem produzir doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho; Temperaturas: Temperaturas: extremas, como as que ocorrem em obras a céu aberto ou em aplicações de asfaltos e outros materiais betuminosos, que podem levar a desidratação, desmaios desmaios e até a morte; Pressões anormais: anormais: como as existentes em escavações de estruturas estruturas de pontes e viadutos, que podem levar a alterações dos sistemas de saturação de gases no organismo e de controle de pressão; Radiações ionizantes: ionizantes: como, por exemplo, a utilizada em gamagrafias para verificação de soldas e estruturas), que podem levar a alterações somáticas ou genéticas e Radiações não ionizantes: ionizantes: como a infravermelha emitida nos equipamentos de solda oxiacetilênica ou a ultravioleta emitida por equipamentos de soldagem elétrica, que podem produzir alterações nos olhos e na pele, inclusive com a possibilidade possibilidade de câncer. c âncer. Com relação aos agentes químicos, as substâncias, seja na forma de líquidos, sólidos, poeiras, fumos, névoas e gases ou vapores, podem penetrar no organismo humano através da via respiratória, da absorção pela pele e da ingestão. A ingestão pode se dar pelo do fato dos trabalhadores comerem, beberem ou fumarem em seus locais de trabalho, possibilitando assim a ingestão das substâncias existentes no ambiente ou ainda da falta de hábito de lavar as mãos antes de se alimentarem ou hidratarem ou fumarem. As substâncias químicas presentes nas atividades de construção civil são numerosas: desde o cimento, substância alcalina e agressiva às vias respiratórias, à pele e aos olhos, passando pelas tintas e seus solventes, que podem ter efeitos narcóticos e crônicos diversos, pelos ácidos empregados nas limpezas de superfícies, que podem atacar os tecidos humanos e pelas colas e adesivos empregados, com efeitos semelhantes aos das tintas e vernizes, cada qual com sua característica e agressividade e demandando medidas de controle e proteção apropriadas. apropriadas. Os agentes biológicos por sua vez referem-se a bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários e vírus, que se encontram presentes no universo da construção civil em atividades de desmatamento, de escavação, de saneamento básico (água e esgoto) e de manuseio de resíduos, além das próprias condições de higiene e saúde existentes nos canteiros de obras e instalações de apoio (restaurantes, alojamentos, banheiros, banheiros, fornecimento de água potável, entre outras) eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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A NR5 (Comissão (Comissão Interna de Prevenção Prevenção de Acidente) Acidente) por sua vez ao tratar tratar do mapa de risco acrescenta também os agentes ergonômicos e os riscos de acidentes. Como agentes ergonômicos podem ser exemplificados e identificados com facilidade em atividades do setor de construção civil: O esforço físico intenso, observado no carregamento e descarregamento de materiais e equipamentos; A postura inadequada, inadequada, presente em uma ampla gama de atividades, desde as de solda, até a colocação de acabamentos, como pisos e revestimentos; revestimentos; O trabalho em turnos, característico em algumas fases das obras, como as que envolvem concretagens, e no caso de usinas elétricas praticamente ao longo de toda a obra; O ritmo de trabalho, resultado das pressões para cumprimento de prazos e atendimento a operações em sequência; O controle rígido de produtividade, em que o trabalhador além do cumprimento de suas tarefas tem suas ausências, inclusive de natureza fisiológica, rigidamente controladas resultando resultando em pouca ou nenhuma autonomia; Monotonia e repetitividade; repetitividade; Jornadas prolongadas, de 12 ou mais horas de duração, por vezes por semanas seguidas; Geradores de estresse físico (decorrente (decorrente das condições e do ambiente de trabalho) ou psíquico (decorrente das relações que se estabelecem no ambiente de trabalho, seja entre o trabalhador e seus pares, seja com os seus superiores hierárquicos). hierárquicos). Como riscos de acidentes podem ser citados e exemplificados: Arranjo físico inadequado, inadequado, o que pode incluir incluir falta de espaço, ou a existência existência de obstáculos ou do piso em más condições na área, que possam resultar em quedas em um mesmo nível ou entre níveis diferentes ou ainda a necessidade de grandes deslocamentos deslocamentos para trazer peças ou ferramentas; ferramentas; Máquinas e equipamentos sem proteção, como por exemplo, as serras circulares utilizadas nos setores de marcenaria; Ferramentas inadequadas ou defeituosas, como por exemplo, uma chave de fenda que é utilizada como talhadeira, ou um alicate que é utilizado como martelo; Iluminação inadequada, especialmente crítica em ambientes internos e durante os trabalhos noturnos; Eletricidade, seja durante a utilização de equipamentos energizados, por exemplo, com cabos, interruptores e tomadas adaptadas ou mal conservadas, seja pela existência de instalações elétricas não protegidas com acesso a qualquer pessoa, ou ainda a execução de trabalhos de manutenção m anutenção por pessoas não habilitadas; habilitadas; A possibilidade possibilidade de incêndio incêndio e explosão, seja pela execução de trabalhos a quente (geradores de calor ou faíscas) nas proximidades de materiais inflamáveis, seja pela precariedade das instalações elétricas ou ainda pelo incorreto manuseio e armazenamento armazenamento de substâncias inflamáveis; Armazenamentos Armazenamentos inadequados, inadequados, que se caracterizam caracterizam desde a utilização de prateleiras prateleiras acima da capacidade até o armazenamento em que partes dos m ateriais ateriais projetam-se para fora das prateleiras, incluindo o armazenamento de materiais inflamáveis inflamáveis em condições inadequadas; inadequadas; eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Animais peçonhentos, presentes nas atividades iniciais iniciais de desmatamento e em áreas localizadas em regiões rurais. 1.5. EXEMPLOS DE RISCOS PRESENTES EM ATIVIDADES NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 1.5.1. ESCAVAÇÕES Desabamentos Desabamentos que podem ocorrer devido a: Corte inadequado do terreno. Características geomorfológicas do terreno não são corretamente consideradas; Falha nas medidas de contenção dos taludes. Suporte inadequado às características geomorfológicas do terreno; Queda de material externo. Materiais externos incorretamente armazenados terminam por projetar-se para o interior da escavação; Falha no isolamento de área. Pressões excessivas nos taludes decorrentes da proximidade de grandes cargas sejam veículos, peças ou equipamentos;
Soterramentos que podem ocorrer devido a: A falha nos meios de escape da escavação; falha da existência existência ou treinamento de observador externo;
As quedas (externas (externas e internas às escavações) que podem ocorrer devido devido a: A falha de sinalização; sinalização; falha nos meios de acesso (escadas improvisadas, improvisadas, por exemplo);
Intoxicações que podem ocorrer devido a: As infiltrações gasosas, como por exemplo, exemplo, metano, que além da intoxicação intoxicação representa risco de incêndio e de explosões; infiltrações líquidas sejam de substâncias químicas, como ácidos, bases, sejam de materiais biológicos, provenientes, por exemplo, de redes de esgoto; resíduos sólidos encontrados durante a execução da escavação, resultantes, por exemplo, de inadequada disposição de materiais, sejam de natureza química, seja de natureza biológica. biológica.
Incêndios e explosões explosões que que podem podem ocorrer ocorrer devido devido a: A ruptura de linhas ou reservatórios reservatórios que contenham substâncias líquidas ou gasosas e que podem também gerar intoxicações; ruptura de linhas ou reservatórios que contenham combustíveis líquidos ou gasosos e que podem também gerar intoxicações; e/ou linhas elétricas energizadas. energizadas.
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A seguir a representação esquemática esquemática de um corte transversal transversal de uma escavação. escavação. Do lado esquerdo um material sólido indevidamente disposto; Do lado direito uma linha de esgoto com vazamento; A primeira primeira linha abaixo abaixo da escavação é uma uma linha elétrica elétrica energizada; energizada; A linha mais mais abaixo da escavação escavação é de um um produto químico químico inflamável e tóxico; A escavação está sinalizada sinalizada e há limitação limitação de distância distância até a borda de veículos, equipamentos equipamentos e materiais; Há uma escada para acesso e saída da escavação.
Figura 1.1. 1.1. Representação esquemática de um corte transversal de uma escavação. Medidas de Prevenção O terreno com suas características características geomorfológicas geomorfológicas e existência, existência, posicionamento e demarcação de tubulações tubulações de linhas deve ser conhecido antes do início das escavações. A área deve ser sinalizada sinalizada e isolada. Os trabalhadores devem ser treinados e supervisionados. supervisionados. Deve-se fazer o monitoramento de gases, líquidos e sólidos durante a escavação. As linhas elétricas deverão ser desenergizadas desenergizadas e as contendo fluidos e gases drenadas. Medidas de contenção apropriadas devem ser adotadas, incluindo a permanência de observador externo às atividades de escavação.
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1.5.2. MONTAGEM DE ESTACAS Tombamento de bate-estacas durante seu deslocamento. Ocorre pelo inadequado calçamento do equipamento ou pelo desconhecimento das características geomorfológicas geomorfológicas do terreno; Quebra da estrutura do bate – bate –estacas. estacas. Ocorre por fadiga ou por impacto da estrutura contra obstáculos; Rompimento do cabo. Ocorre por fadiga ou por m anuseio indevido; indevido; Projeção de materiais, decorrente do impacto entre a estaca e a parte móvel do equipamento; Ruído; Vibrações, que além dos problemas ocupacionais podem provocar sérios problemas estruturais às construções vizinhas que podem colocar em risco outras pessoas que nada têm a ver com a obra; Prensamento ou esmagamento esmagamento de dedos e mãos. Medidas de Prevenção Conhecer as características características geomorfológicas do terreno; Apoiar, nivelar nivelar e deslocar bate-estacas bate-estacas corretamente; corretamente; Inspeção e manutenções preventivas em equipamentos e cabos; Treinar e supervisionar os trabalhadores envolvidos na operação; Isolar e sinalizar a área; Utilização correta de EPIs em bom estado de conservação.
1.5.3. CONCRETAGEM Operação que consiste no bombeamento do concreto até o ponto de utilização. O bombeamento é feito por bombas de deslocamento positivo. Rompimento de linhas de alta pressão; Falha no isolamento e sinalização de área para o público público em geral; Falha no isolamento e sinalização de área para os demais trabalhadores; Contato da pele, olhos e inalação de substâncias substâncias alcalinas; Vibrações dos equipamentos principais e auxiliares (vibradores de concreto, por exemplo); Ruído.
Medidas de Prevenção Sinalização e isolamento de áreas, compreendendo não só as linhas, mas também os veículos e equipamentos equipamentos envolvidos na operação; Inspeção e manutenção preventiva em equipamentos e tubulações; tubulações; Utilização correta de EPIs em bom estado de conservação; Existência Existência de chuveiros, lava-olhos e equipamentos para emergências.
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1.5.4. TRABALHOS EM ALTURA Relaciona-se a qualquer atividade a mais de 2,0 metros do piso. Dois itens merecem especial especial atenção: a queda de trabalhadores e a queda de materiais. Queda de trabalhadores trabalhadores que que pode ocorrer devido a: Falha em equipamentos (andaimes, escadas e bandejas de proteção); Falha de isolamento e sinalização (sacadas, escadas, poços de elevador, por exemplo); Falta, má utilização ou falha de EPIs (cinturões e trava-quedas).
Queda de materiais, materiais, sobre pessoas ou equipamentos, equipamentos, que podem ocorrer devido a: Falha em equipamentos (andaimes, escadas, redes de proteção e bandejas de proteção); Falha no isolamento e sinalização (nas áreas abaixo da execução dos trabalhos.
Medidas de Prevenção Sinalizar Sinalizar e isolar a área (tanto para trabalhadores, trabalhadores, quanto pedestres e veículos); Dimensionamento, Dimensionamento, inspeção e manutenção preventiva de andaimes andaimes e escadas; Trabalho em telhados deverão ser executados somente com os apropriados e em bom estado EPIs e EPCs (cabos e suportes); Os trabalhos em telhados deverão se proibidos: sobre fornos e similares em funcionamento, funcionamento, durante chuvas e vendavais e após chuvas; Treinar e supervisionar os trabalhadores envolvidos na operação; Utilização correta de EPIs em bom estado de conservação.
1.5.5. INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS As instalações instalações provisórias podem se relacionar relacionar à obra em execução ou aos serviços e instalações de apoio, como áreas de v ivência ivência e alojamentos. Estas instalações podem ser elétricas, hidráulicas, sanitárias, sociais, relacionadas a meios de acesso, como rampas, escadas e passagens e aos próprios canteiros de obras. É fundamental ter-se claro que provisório é uma característica ligada ligada a tempo (não é definitivo), não se relacionando, de maneira nenhuma, a algo mal feito, ou que comprometa a segurança e saúde dos trabalhadores e do público em geral.
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1.5.5.1. As instalações elétricas provisórias compõem um item especial. Nelas podem ocorrer acidentes devido a: Mau dimensionamento da instalação, que pode levar a um superaquecimento dos circuitos e incêndio; Má manutenção da instalação e equipamentos, possibilitando a ocorrência de contatos elétricos (indiretos- com partes que não deveriam estar energizadas); Falta de controle de acesso aos quadros de força e cabines, possibilitando a ocorrências de contatos elétricos (diretos- com partes que deveriam estar energizadas).
Medidas de Prevenção
A instalação deverá ser dimensionada dimensionada de acordo com o preconizado preconizado na NR 10; Inspeção e manutenção das linhas, extensões, e de cabos e carcaças de ferramentas elétricas; Equipamentos e instalações devem estar corretamente aterrados; Sinalização e bloqueio do acesso aos quadros de força (somente pessoal habilitado e autorizado); autorizado); Treinamento do pessoal; Restringir Restringir a execução dos serviços de eletricidade somente aos eletricistas eletricistas e Sinalizar Sinalizar e bloquear linhas e equipamentos equipamentos em manutenção. 1.5.5.2. Acessos provisórios. Neles os acidentes podem ocorrer devido a: Má execução dos acessos, o que pode resultar em desequilíbrios desequilíbrios e quedas; Falta de corrimãos; Degraus com altura variada; Degraus com largura variada; Má conservação de escadas móveis e fixas; Rampas com inclinação superior superior a 18° sem travas; Mau dimensionamento, dimensionamento, que pode tornar o acesso instável e até ao seu colapso. Medidas de Prevenção Dimensionar Dimensionar os acessos de maneira correta; Utilizar materiais apropriados apropriados e em bom estado de conservação; Montagem dos acessos de maneira correta; Inspeção periódica e manutenção preventiva.
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1.5.6. IÇAMENTO DE CARGAS O içamento mecanizado de cargas faz parte de grande parte das obras de construção civil. Durante estas operações podem ocorrer acidentes devido a: Equipamento impróprio para o levantamento da carga, seja pelas suas características construtivas, construtivas, seja pela sua capacidade de carga; E equipamento fora de condições seguras de operação. Neste caso o equipamento é do tipo e com a capacidade apropriados, porém não se encontra em condições operacionais; Condições locais que não são levadas em consideração, como por exemplo as características do terreno, a existência de obstáculos, os ângulos de elevação e abaixamento de carga, o comprimento da lança do equipamento no içamento e abaixamento da carga e a disponibilidade disponibilidade e condição c ondição dos meios de acesso; Desconsiderar Desconsiderar as condições condições adversas (ventos e chuvas); Condições e dimensionamento dimensionamento de cabos e acessórios; Pessoas envolvidas na operação, com pouco ou nenhum conhecimento, pouca experiência, experiência, deficiências de comunicação (para execução das tarefas de içamento), presença ou participação na tarefa ou local de execução; Medidas de Prevenção Execução de um plano de levantamento de carga, que inclua: O que será levantado, considerando peso e dimensões e o ângulo e o comprimento da lança do equipamento; Para onde a carga será levada, considerando considerando distâncias e ângulos; A resistência mecânica mecânica do solo solo Como a carga será fixada, considerando considerando cabos e acessórios; Qual o equipamento a ser empregado, considerando tipo e capacidade; Quais as limitações, considerando acessos e obstáculos, inclusive tubulações e redes elétricas; Quem fará a operação, considerando operadores e auxiliares, meios de comunicação e linguagem linguagem de comunicação; Sinalização Sinalização da área; Isolamento de área; Prevenção relacionada relacionada ao equipamento de levantamento de carga; Verificar os registros e observações relacionadas à manutenção preventiva; Inspecionar o equipamento antes de colocá-lo em operação; Verificar a tabela de carga do equipamento, tendo em conta os deslocamentos deslocamentos que serão feitos com a carga; Atenção especial deve ser dada a deformações da lança, vazamentos, funcionamento de freios e embreagens, estado de cabos do equipamento e correta instalação de proteções de partes móveis; Prevenção relacionada relacionada aos cabos e acessórios;
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Os cabos devem ser apropriados ao uso, em termos de carga e tipo, não esquecendo de considerar o ângulo de abertura dos cabos; Manuseio correto de cabos e acessórios; Inspeção prévia a cada utilização; Correta fixação e distribuição dos cabos; Acessórios apropriados apropriados à aplicação; aplicação; Inspeção prévia ao uso; Prevenção relacionada às pessoas; Treinamento e verificação da eficácia do treinamento; Conhecimento e experiência experiência no equipamento e Reunir os envolvidos antes da operação, para conhecimento da operação a realizar, do trajeto, dos obstáculos, da linguagem e dos meios de comunicação comunicação disponíveis.
1.5.7. CANTEIROS DE OBRA Os canteiros de obra interferem com outras atividades realizadas no mesmo local e recebem a interferência destas outras atividades. ativ idades. Podem ocorrer acidentes devido a: Não verificar a interferência do canteiro com outras atividades e de outras atividades com o canteiro; Não dispor de meios de sinalização e de combate c ombate a incêndios; Não observar distâncias para carregamento de cargas manuais. Medidas de Prevenção Conhecer as operações no local (externas e internas); Programar operações operações e meios de prevenção e de proteção; Manter em correto funcionamento as proteções coletivas (compressores, serras, etc); Treinar operadores; Dispor de meios auxiliares para transporte de carga e limitar cargas máximas individuais individuais transportadas.
1.5.8 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS, SANITÁRIAS E SOCIAIS Os problemas se relacionam à falta de higiene, proliferação de vetores e transmissão de doenças, podendo ocorrer nos seguintes locais: Sanitários; Refeitórios; Cozinhas; Alojamentos. Medidas de Prevenção Água potável disponível e em condições apropriadas apropriadas de consumo; consumo; Instalações apropriadas, apropriadas, em termos de projeto e manutenção;
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Manutenção da limpeza e do bom funcionamento dos equipamentos; Orientação dos trabalhadores com relação à higiene e limpeza; Orientação dos cozinheiros, assistentes e pessoal da limpeza, quanto à higiene, limpeza e resíduos; Exames médicos periódicos; periódicos; Inspeção dos locais e instalações. 1.5.9 FERRAMENTAS MANUAIS Acidentes com ferramentas manuais ocorrem muitas vezes pelo mau m au uso ou pela adaptação ou pela “criação” de ferramentas. O serviço de uma maneira é mal executado, criando um risco adicional. O “instrumento criado” pode quebrar produzindo; Ferimentos nos executantes; Ferimentos nos passantes e Danos materiais. Outra condição com potencial para acidentes se refere ao transporte das ferramentas, muitas vezes feito de forma adaptada, em bolsos de calças e camisas. Medidas de Prevenção Treinamento; Uso de EPIs; Inspeção periódica das ferramentas; Substituição das ferramentas ferramentas danificadas; Recolhimento Recolhimento das ferramentas quebradas quebradas ou gastas; Utilização de caixas e cinturões apropriados para o transporte de ferramentas.
1.5.10 FERRAMENTAS ELÉTRICAS E PNEUMÁTICAS GERADORES E COMPRESSORES Como exemplos de ferramentas manuais podem ser citadas furadeiras, lixadeiras, serras circulares entre outras. Acidentes e doenças com ferramentas ferramentas portáteis portáteis ocorrem muitas vezes pela projeção de materiais e componentes e pela perfuração de tubulações. tubulações. Outros riscos presentes são: Ruído; Poeiras; Vibrações; Riscos elétricos; Rompimento (estouro) de mangueiras; Troca de ferramentas como equipamento em movimento e/ou energizado; Partes móveis; Asfixia (utilização de equipamentos equipamentos com motor a explosão e que produzam gases e/ou material em suspensão).
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Medidas de Prevenção Treinamento; Manter acessórios para troca de ferramentas; ferramentas; Manter áreas isoladas durante a execução das tarefas; Utilizar diagramas atualizados atualizados de localização localização de tubulações e fiações; Inspecionar e manter emendas e conexões elétricas em bom estado; Inspecionar e manter ligações de mangueiras mangueiras em bom estado; Inspecionar e manter proteção de elementos móveis; Providenciar Providenciar ventilação no local de execução da atividade.
1.5.11 FERRAMENTAS À PÓLVORA Os principais riscos presentes na operação de ferramentas a pólvora são: Furar em local indevido, seja em termos estruturais, de tubulações ou de circuitos elétricos; Projeção de materiais; Atingir pessoas pessoas e equipamentos equipamentos atrás das paredes paredes a perfurar; Ruído; Vibrações. Como medidas de prevenção, cita-se: Treinamento; Controle da utilização das ferramentas; Controle do estado das ferramentas; ferramentas; Isolamento de área, em volta e atrás; Utilização de EPIs; Utilização de diagramas atualizados, estruturais, elétricos e de tubulações; Bloqueio das fontes de energia durante a utilização das ferramentas a pólvora. Cumpre observar que as atividades descritas neste texto, seus riscos e meios de prevenção não abrangem e nem têm a pretensão de abranger todo o universo da construção civil, civil, e devem ser tomadas como meramente ilustrativas. Os profissionais de Segurança, Saúde e Meio Ambiente devem, conjuntamente com os envolvidos nas áreas operacionais, ter presentes que a prevenção é o melhor, o mais barato e o mais amplo instrumento para evitar acidentes, sejam pessoais, ambientais ou materiais e doenças ou reduzir suas consequências, além de promover a saúde o bem estar no trabalho e fora dele, tornado os ambientes e as atividades simultaneamente simultaneamente mais seguros, mais saudáveis, mais produtivos e sustentáveis.
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1.6. TESTES 1. Um exemplo exemplo de agente químico: a) Ruído. b) Substâncias contendo solventes. c) Vibrações. d) Iluminação deficiente. e) n.d.a. 2. Na operação de concretagem estão presentes agentes: a) Físicos. b) Químicos. c) Físicos e Químicos. d) Biológicos. e) n.d.a. 3. Ao utilizar-se uma ferramenta de pólvora deve-se: a) Carregar o dispositivo dispositivo anti-resvalo sistêmico. b) Substituir o dispositivo anti-resvalo sistêmico. c) Bloquear o dispositivo dispositivo anti-resvalo sistêmico. d) Desabilitar o dispositivo anti-resvalo sistêmico. e) n.d.a. 4. Serviços em telhados molhados são permitidos: a) Sempre. b) Nunca. c) Depende de quão molhado o telhado esteja. d) Depende da previsão do tempo. e) n.d.a. 5. Como exemplos de radiação não ionizante, temos: a) Raios X. b) Raios gama. c) Raios ultravioleta. d) Raios iso-mêndricos. iso-mêndricos. e) n.d.a. 6. Raio gama é exemplo de: a) agente físico. b) agente químico. c) agente ergonômico. d) agente biológico. biológico. e) n.d.a. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo Capítulo 1. Higiene 2. Higiene Ocupacional Ocupacional e ae Indústria a Indústria daQuímica Construção Civil
CAPITULO 2. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDÚSTRIA QUÍMICA
OBJETIVOS DO ESTUDO Este documento tem como objetivo orientar e familiarizar o profissional da Indústria Química no reconhecimento de situações potencialmente perigosas, podendo assim aplicar medidas de controle de engenharia antes que agressões sérias à saúde do trabalhador sejam observadas. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto a: a: Estabelecer uma relação causa-efeito diante do meio agressivo, cujo produto é um diagnóstico; Fazer a análise e classificação de riscos na indústria indústria química; Entender e utilizar as diversas técnicas de controle dos riscos à saúde que uma indústria indústria química pode ter; Classificar e reconhecer as ações de substâncias químicas sobre o homem, para que assim se possam tomar eventuais medidas de s egurança.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional na Indústria Química
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2.1. CONTEXTUALIZANDO A HIGIENE OCUPACIONAL É a ciência voltada à prevenção dos riscos à saúde do trabalhador, oriundos do ambiente geral, e principalmente: principalmente: Do ambiente; Da atividade profissional. No entanto, para se estabelecer a relação doença-trabalho, é necessário a participação e integração de várias outras ciências. Observemos o seguinte ciclo vicioso (vide figura 2.1): Um ambiente ou uma atividade “insalubre” e que para a execução de suas atividades, o trabalhador esteja exposto. Diante do meio agressivo, espera-se que o trabalhador ou um grupo destes venham a apresentar sintomas que relacionam o(s) agente(s) presente(s) com a manifestação do dano ou agravo à saúde. O trabalhador busca auxílio especializado. O profissional competente estabelece uma relação causaefeito, cujo produto é um diagnóstico. Estabelece-se o tratamento médico adequado e, digamos, o trabalhador segue a risca até tornar- se novamente “sadio”. Momento este em que retorna a atividade laborativa, em um am biente que continua “insalubre” e novamente se expõe. Acaba de se instalar um “Ciclo Vicioso”, onde os sintomas, diagnóstico e tratamento se repetem até o trabalhador tornar-se, tornar- se, mais uma vez “sadio”. Isto poderá até se repetir. Mas, num dado momento não será mais possível retornar a condição inicial. Quanto maior o desequilíbrio, maiores dificuldades de retorno à condição original, o que muitas vezes não é possível. Atividade ou Ambiente “Insalubre”
Exposição
Sintomas Diagnóstico
Tratamento
Trabalhador Sadio
Figura 2.1. “Ciclo Vicioso” Vicioso ” de um Ambiente Insalubre. Observando este “Ciclo Vicioso”, observamos que somente a integração multidisciplinar da Engenharia de Segurança e da Medicina Ocupacional, no campo da Higiene Industrial Industrial pode interromper este ciclo. Ou seja, s eja, só poderá ser rompido quando: Tratarmos o trabalhador doente; “Tratarmos” seu respectivo trabalho. Em resumo, “quando transformarmos o ambiente ou a atividade SALUBRES”. SALUBRES”. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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O conteúdo de toda a compilação de informações, conceitos, critérios e ponderações ponderações reunidos neste documento terá como enfoque a discussão, as boas práticas e a análise da atuação no campo da Higiene Ocupacional, cuja necessidade foi identificada há muito tempo, mas, somente nas últimas décadas é que teve seu maior desenvolvimento até ser considerada como ciência. Portanto, trata-se de uma ciência nova. E como nova ciência às dificuldades já iniciam pela falta de consenso na denominação: Higiene Industrial; Higiene Ocupaci Oc upacional; onal; Higiene do Trabalho. Seu maior desenvolvimento ocorreu nos Estados Unidos da América, onde ficou conhecida como Higiene Industrial, Industri al, onde o termo “Industrial” possui um significado mais amplo que indústrias. Está relacionado com toda atividade laborativa, portanto a tradução literal não é a mais adequada. Fazemos parte de uma corrente de “Higienistas” que considera a denominação “Higiene Ocupacional” como a mais adequada, por refletir na língua portuguesa o real escopo desta ciência. No Brasil, há uma tendência de se aceitar a denominação “Higiene do Trabalho”. Simplesmente Simplesmente por estar em conformidade com as demais denominações: Medicina do Trabalho; Engenharia de Segurança do Trabalho; Técnico de Segurança do Trabalho; Enfermagem do Trabalho. É muito comum observarmos os profissionais falarem “Saúde Ocupacional” como um sinônimo de Medicina Ocupacional. Todavia, quanto aceita que “o es tado de saúde é o resultado da interação dinâmica de fatores ligados ao agente, ao ambiente e ao hospedeiro (homem)” a sinonímia não se sustenta. Como demonstra o modelo do Triângulo Triângulo Epidemiológico, na figura 2.2. Agente
Triângulo
Epidemiológico Hospedeiro
Ambiente
(Homem)
Figura 2.2. Triângulo Epidemiológico.
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A doença não é uma entidade estática, e sim um processo que se inicia antes mesmo que o próprio homem seja afetado. A saúde, segundo a definição dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “é um estado de completo bem estar físico, mental e social. E não meramente a ausência de doença ou def eito”. def eito”. Desta definição podemos observar duas palavras chaves: completo e estado. Na primeira sugere uma perfeita interação entre os aspectos físico, mental e social; considerado o perfeito funcionamento do organismo humano e membros, a saúde psíquica e as relações do indivíduo. E a segunda, estado, sugerindo que a saúde é dinâmica e pode mudar de grau a cada instante. Ou seja, a saúde é o resultado de forças em constante reação e a ocorrência de doenças em indivíduos, isto significa que a sua distribuição por grupos humanos pode ser melhor compreendida se considerarmos as múltiplas causas; entendendo como causa aquilo aquilo que produz um resultado ou um efeito. O estímulo desencadeador do processo doença é originado do desequilíbrio na interação dinâmica destes três elementos, por modificações qualitativas e/ou quantitativas do “agente”, ou do “hospedeiro”, ou do “ambiente”, de dois deles ou dos três. Agente: É um elemento, uma substância cuja presença ou ausência pode em seguida a um contato efetivo com o hospedeiro humano susceptível, em condições ambientais favoráveis, servir de estímulo ao início ou perturbação de um processo patológico. Hospedeiro: A contribuição contribuição está relacionada relacionada com os hábitos, costumes, condicionamentos condicionamentos da idade, sexo, grupo étnico, estado ci vil e ocupação, bem como outros “Fatores Intrínsecos”, que tem na carga genética (genótipo) e na eficiência de mecanismos de defesa gerais e específicos sua expressão máxima. Ambiente: Abrange quatro grandes elementos. O ambiente físico (clima, tempo, geografia, estrutura geológica, etc.); o ambiente biológico (o universo das coisas vivas que circundam o homem e tudo além do próprio homem) e o ambiente social e econômico. ec onômico. A evolução da Higiene Industrial como ciência teve reflexos, reflexos, particularmente, particularmente, nos cursos cursos de medicina. A “Cátedra de Higiene do trabalho” já fazia parte do curso de medicina da Universidade de são Paulo – – USP antes de 1969. Com a reforma universitária, passou a fazer parte do Núcleo das disciplinas de Saúde Ocupacional, evoluindo para o laboratório de Higiene do Trabalho, hoje Higiene Industrial e finalmente “Aspectos da Higiene Higiene do Trabalho”, hoje Patologia Ocupacional. Assim, numa visão ampla e atendendo as necessidades necessidades de evolução dos tempos modernos, o que melhor reflete o real escopo é Saúde do Trabalhador. É dentro desse escopo de “Saúde do trabalhador” que vamos nos dedicar, de agora em diante, única e exclusivamente de uma das ciências que contribuem para a manutenção do estado de saúde dos trabalhadores. Nos dedicaremos à Higiene Ocupacional, Ocupacional, assim definida por Frank Patty em 1948 como: “A Higiene Industrial visa a antecipar e reconhecer situações potencialmente perigosas e aplicar medidas de controle de engenharia antes que agressões sérias à saúde do trabalhador sejam observadas”.
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Mais tarde, e sob o entendimento da ACGIH – – American Conference of Governmental Industrial Industrial Hygienists, o conceito ganhou a seguinte redação: “A ciência é arte devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos fatores ambientais e tensões originados no local de trabalho, que podem causar doenças, comprometimento à saúde e ao bem estar, ou desconforto significante e influência entre os trabalhadores, ou membros de uma comunidade”. Desse conceito, aspectos importantes importantes devem ser adequadamente analisados: As fases da Higiene Industrial - Antecipação, Reconhecimento, Reconhecimento, Avaliação e Controle; A atuação sobre os fatores ambientais; ambientais; A extensão do objetivo objetivo de mera prevenção prevenção de doenças à proteção da saúde; saúde; A consideração consideração dos cuidados cuidados com a comunidade, comunidade, além dos trabalhadores. Abrange campos corresponde c orrespondentes ntes a outras técnicas. Convém lembrar que está na linha da preocupação atual por uma visão integral da saúde, incluindo a patologia específica e não específica, as manifestações subclínicas, a fadiga, o desconforto e as tensões psicológicas do trabalho. 2.2. AGENTES E RISCOS ASSOCIADOS AO AMBIENTE DE TRABALHO 2.2.1. CONCEITOS BÁSICOS Para uma boa compreensão do texto, ficam adotados os seguintes conceitos para as palavras mais comumente empregados em saúde ocupacional que engloba as atividades de higiene e toxicologia ocupacional, ergonomia e medicina do trabalho. 2.2.1.1. Risco É a probabilidade da ocorrência de alterações ou danos à saúde (agravos à saúde), quando os agentes ou fatores de risco estão presentes e a exposição se faz de uma determinada forma, e em intensidade e tempo suficientes (para causar o agravo aludido). Assim, é lícito se dizer, risco de acidentes, risco de doenças, risco de pneumoconiose, risco de intoxicação, etc. O termo “r isco” isco”, embora no texto da legislação brasileira seja utilizada indiscriminadamente como sinônimo de “agente”, não é material, mas sim um termo estatístico, indicando a probabilidade de um agravo à saúde de ocorrer. Esta explicação fica mais clara quando se responde à pergunta: “qua l o risco do trabalhador adquirir silicose na operação de jateamento de areia?” A resposta natural incluirá termos do tipo “grande” ou “muito grande”, “60%”, “praticamente certo”, indicando a probabilidade e nunca, “a poeira de sílica livre cristalizada”, ou “a falta de proteção respiratória respiratória adequada”.
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2.2.1.2. Agente Ou fator de risco, é o fator de natureza física, química, biológica ou ergonômica, que possa causar danos à saúde do trabalhador, quando a exposição ocorrer de uma determinada forma, durante um tempo e em intensidade suficientes para causar o dano aludido. Este sim é o termo correto para nomear um determinado fator causal do mal ou moléstia, presente no ambiente de trabalho e com ela relacionado. É lícito, pois, se dizer que o agente ou fator de risco da silicose é a poeira respirável de sílica livre cristalizada, ou que o agente da dermatite alérgica do pedreiro é o cimento, ou que o agente do quadro de intoxicação do reparador de baterias automotivas é o chumbo, etc. É importante se fazer uma ressalva, no entanto: a legislação brasileira brasileira ora em vigor (NR-15, portaria MTb 3214/78, modificada pela portaria MTb/SSMT 25/94) que ao definir “riscos ambientais” exclui o agente ergonômico, naturalmente porque o aspecto “ergonomia” merece um capítulo especial dentro do contexto da legislação (NR-17). 2.2.1.3. Perigo É a condição ou situação em que, na dependência da ocorrência de certas condições, o dano à saúde pode ocorrer. Diz-se Diz- se que “existe a situação de perigo” e esta se transforma em agravo à saúde sa úde (lesão por acidente ou doença), “se” a exposição à situação ocorrer de uma determinada forma. O trabalho com jateamento de areia é uma situação de perigo. Havendo exposição (e isto sempre ocorre, mesmo com a utilização de proteções usuais), usuais), ocorre o dano, ou pelo menos, corre-se o risco de uma silicose. 2.2.1.4. Exposição É o contato efetivo e eficaz (sob o ponto de vista da ocorrência do acidente ou da doença) entre o hospedeiro (o trabalhador) e o agente. Para que a doença ocorra, é necessário que o contato se faça através da via e da forma adequadas (pele, inalação, ingestão, etc. para substâncias químicas, a orelha para o ruído, etc.), durante um determinado período (duração) a uma intensidade ou concentração eficazes do agente. Vale dizer que, diagnósticos etiológicos (causa) feitos por médicos que detectam a perda auditiva auditiva do tipo induzida pelo ruído, baseados em informações ou no tipo da atividade da empresa, sem o conhecimento exato e detalhado da atividade exercida pelo paciente, correm o risco de grave erro. O fato de o indivíduo ter trabalhado em uma indústria têxtil, sabidamente ruidosa, não dá a esse médico, o direito de fazer o diagnóstico de doença ocupacional, sem conhecer a atividade exercida e o tempo despendido em cada uma das atividades.
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2.2.2. RISCOS OCUPACIONAIS Para fins didáticos, os riscos ocupacionais podem ser divididos em dois grandes grupos. O primeiro, de riscos de acidentes tipos ou típicos, e nele estão enquadrados os riscos de lesões que, em geral, acontecem imediatamente após o contato entre o agente e o “hospedeiro”. Nestes casos, o estabelecimento de nexo entre a causa e o efeito é relativamente fácil. Em geral são causados por agentes mecânicos, térmicos, elétricos ou ergonômicos e até mesmo por alguns agentes químicos. As consequências destes ACIDENTES DO TRABALHO. As atividades de fenômenos são conhecidas no Brasil como ACIDENTES coordenação coordenação do controle destes agentes numa Empresa ficam sob a responsabilidade responsabilidade da equipe de Segurança do Trabalho. No outro grupo, o de risco de doenças, estão enquadrados os riscos de alterações na saúde ou mesmo de doenças relacionadas com o trabalho. Em geral, são lesões que aparecem após algum tempo, i.e. existe um lapso de tempo (latência) entre o contato (geralmente vários contatos, que se repetem dia-a-dia) e a ocorrência da alteração ou doença. Necessitam de um contato mais demorado do trabalhador com o agente ou agentes causadores. Não é possível precisar o(s) momento(s) do contato com o agente que tenha causado a manifestação da alteração ou doença. Também, com a finalidade didática, costuma-se dividir os agentes em quatro subgrupos, de acordo com a sua natureza: agentes químicos, agentes físicos, agentes biológicos biológicos e agentes ergonômicos. Usualmente, Usualmente, ocupam-se com c om estes agentes, a equipe de Saúde Ocupacional, assim entendida a interação entre a Toxicologia Ocupacional (características e propriedades toxicológicas dos agentes), Medicina Ocupacional (cuidados com o hospedeiro – – homem/trabalhador) e a higiene ocupacional (como e quanto destes agentes estão presentes no ambiente, e como se faz a exposição) e a ergonomia (condições de trabalho). No entanto, vale salientar que embora em Saúde Ocupacional seja costumeiro se dividir os agentes nestas quatro categorias, as normas legais, tanto trabalhistas como previdenciárias previdenciárias se referem a apenas três tipos de agentes: o de natureza química, física e biológica. biológica. Desta forma, ficam excluídos os agentes de natureza ergonômica. Para se designar os agentes de natureza física, química e biológica, de doenças ocupacionais, ocupacionais, costuma-se empregar a denominação de RISCOS AMBIENTAIS dentro da NR 9 (redação dada pela portaria MTb/SSMT 25/94). Mais correto seria denominá-las de agentes ambientais de doenças ocupacionais ou doenças relacionadas com o trabalho. A portaria exclui desta definição, os agentes ergonômicos que, por serem entendidos como agentes que interferem no conforto do trabalhador (embora possam também causar doenças e/ou lesões), foram tratados de forma distinta e fazem parte do escopo da NR17 (redação dada pela Portaria MTb nº 3.751 de 23/11/1990).
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Tabela 2.1. Agentes 2.1. Agentes do tipo tipo ergonômico. ergonômico. AGENTES DO TIPO ERGONÔMICO
Postura ao exercer a atividade;
Esforço físico;
Movimentos repetitivos;
Iluminação e esforço visual;
Contorto térmico (temperatura e umidade);
Nível de atenção exigido; exigido;
Número de tarefas tarefas por função função ou ou posto posto de trabalho;
Complexidade Complexidade das tarefas;
Repetitividade Repetitividade das tarefas;
Monotonia.
São, pois, RISCOS AMBIENTAIS , para os efeitos da NR-9: “os agentes físicos, químicos e biológicos, existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador”. 2.2.2.1. Agentes Físicos São agentes físicos, energias que podem estar presentes no ambiente de trabalho, sob diversas formas. Como se trata de um grupo restrito de entidades, aconselha-se mantê-los escrito em formulário de investigação de campo, onde far-se-ão anotações de outras naturezas, tais como a forma de contato, tempo de exposição, intensidade (se medida ou presumida), etc. São eles: Ruído Vibrações Infra e ultrassons Temperaturas Temperaturas extremas Calor excessivo Frio excessivo Níveis anormais de pressão atmosférica Hiperbarismo Hipobarismo Radiações ionizantes Raios-X, raio alfa, raio beta, raio gama. gam a. Radiações não ionizantes Micro-ondas Ultravioleta Infravermelho Laser eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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2.2.2.2. Agentes Biológicos Biológicos São agentes de natureza biológica, os micro-organismos tais como bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, protozoários, vírus e outros. A caracterização da exposição do trabalhador a este tipo de agente se faz por convicção do “examinador”. O anexo 14 da NR-15 - Atividades e Operações Insalubres da Portaria 3.214/78 exemplifica exemplifica algumas atividades em que a insalubridade insalubridade é caracterizada caracterizada qualitativamente, como como de “grau máximo” ou de “grau médio”. Insalubridade Insalubridade de grau máximo Trabalhos ou operações, em contato permanente com: Pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados; esterilizados; Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções de animais portadores de doenças infectocontagiosas infectocontagiosas (carbunculose, (carbunculose, brucelose, tuberculose); Esgotos (galerias e tanques); e Lixo urbano (coleta e industrialização)
Insalubridade Insalubridade de grau médio Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, infecto-contagiante, em: Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados); esterilizados); Hospitais, ambulatórios, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais); Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos; Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico); Gabinete de autópsias, de anatomia e hitoanatomopatologia hitoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal técnico); Cemitérios (exumação de corpos); Estábulos e cavalariças; e Resíduos de animais deteriorados.
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2.2.2.3. Agentes Químicos São agentes de natureza química, as substâncias químicas que podem estar presentes no ambiente de trabalho. Em geral, apresentam-se sob a forma de gases ou vapores, ou aerodispersóides. aerodispersóides. De acordo com a NR-9, consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que pela natureza da atividade de exposição possam ter contato ou sr absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. (NR9, Portaria MTb 3.214/78, modificada pela Portaria nº 25 de 29/12/1994.). Quanto à forma como se apresentam, os agentes químicos podem ser classificados em: Gases: Substâncias que estão no estado gasoso em condições normais de temperatura e pressão (temperatura de 25 ºC e pressão de 760 mmHg). Não tem forma nem volume, e tendem a se expandirem indefinidamente. indefinidamente. Vapores: Fase Vapores: Fase gasosa de uma substância que a 25 ºC e 760 mmHg é líquida ou sólida. A concentração de vapores no ar, a uma temperatura determinada, não pode aumentar indefinidamente indefinidamente (saturação). (saturação). Aerodispersóides: Assim Aerodispersóides: Assim definidos definidos os agentes químicos que se apresentam sob a forma de partículas dispersas no ar e que tem a propriedade de assim permanecerem por longos períodos, podendo pois serem inaladas pelos trabalhadores. trabalhadores. São subdivididos subdivididos em dois subgrupos: sólidos e líquidos. São sólidos as poeiras e os fumos enquanto são os líquidos, as neblinas e as névoas. Poeiras: são partículas sólidas geradas por ruptura mecânica de partes sólidas maiores. Os diâmetros das partículas geradas são maiores que 0,5 m (micrômetros). Fumos: são partículas sólidas geradas por condensação de vapores de substâncias que são sólidas à temperatura e pressão normais. Os diâmetros das partículas geradas são menores que 0,5 m. Na sua geração, geralmente se oxidam, reagindo com o oxigênio do ar atmosférico. Neblinas: são partículas líquidas geradas por ruptura mecânica de líquidos. Otamanho das partículas geradas são maiores que 0,5 m. São também conhecidas conhecidas como “spray”. Névoas: são partículas líquidas geradas por condensação de vapores de substâncias que são líquidas a temperatura e pressão normais. Os diâmetros das partículas geradas são menores que 0,5 m. Atenção: Atenção: São consideradas partículas na faixa respirável aquelas que se apresentam com diâmetro entre 0,5 m a 10 m. Fibras: Fibras: Consideram-se fibras, as partículas sólidas que apresentam uma relação de comprimento e diâmetro de 3:1 (três para um). Destas, são ditas respiráveis, as que se apresentam com diâmetro menor que 3 m (vide figura 2.3).
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Comp rimento (3 d) D i m et e t r o (d (d )
Figura 2.3. Relação Comprimento Comprimento X Diâmetro D iâmetro de Partículas.
2.2.3. RECONHECIMENTO DOS RISCOS O Reconhecimento dos fatores de risco é uma fase fundamental da prática da Higiene Ocupacional da Medicina do Trabalho, pois trata-se de uma etapa de suma importância para o desenvolvimento das atividades e diagnóstico da situação de exposição. Se um risco não for devidamente reconhecido, é possível que nem venha a ser avaliado. O que comprometeria todo um conjunto de atividades, redundando, finalmente, em probabilidades concretas de danos à saúde do trabalhador exposto. Há uma tendência generalizada na prática inconsequente da Higiene Ocupacional em se dedicar mais tempo “medindo” o agent e ambiental e pouco tempo em reconhecimentos “superficiais” dos fatores de risco. Já afirmamos que trata -se de uma etapa fundamental, que se não for bem realizada, poderá comprometer todo o objetivo da Saúde Ocupacional, Ocupacional, que é transformar os ambientes ou atividades salubres, de modo que esteja em harmonia com o trabalhador sadio, e os objetivos maiores da promoção da saúde dos trabalhadores. Ao contrário do que se imagina, o reconhecimento dos fatores de risco não é uma atividade fácil e o profissional, mesmo que experiente, deve estar preparado para dificuldades. Tais como: Desconhecimento Desconhecimento das propriedades propriedades físicas e toxicológicas toxicológicas do agente; Desconhecimento, Desconhecimento, na totalidade, totalidade, das características características agressivas agressivas do agente; Desconhecimento Desconhecimento da presença presença do agente em em determinado local ou como componente/contaminante componente/contaminante de um produto industrial (composição química); Falta de interesse, ainda predominante em em algumas organizações ou lideranças, em detalhar assuntos relativos à promoção da saúde do trabalhador; Pouco tempo dedicado dedic ado ao “RECONHECIMENTO” – maior valorização à “MEDIDA DO FATOR DE RISCO” – IMEDIATISMO. – IMEDIATISMO. Deve-se ter como premissa que para tornar os ambientes ou atividades salubres é preciso “sabermos onde estamos e para onde vamos, ou queremos ir”. E isto só será possível através de amostras representativas da exposição do trabalhador a todos os fatores de risco, compatibilizando com níveis aceitáveis de exposição. Aliás, o agente será identificado e depois avaliado, desde que haja indicação de que o risco existiu ou existe pelo menos potencialmente. Documentar a visita ao local de trabalho, identificando o objetivo da atividade ou processo no contexto geral da fábrica, assim como, descrever as atividades de cada uma das funções ou posto de trabalho é essencial. Reconhecer um risco ambiental significa identificar os possíveis danos ou alterações à saúde dos trabalhadores, causados pela sua exposição aos fatores ambientais. Isto implica num conhecimento detalhado das matérias-primas, produtos intermediários, subprodutos, produtos finais (características físico-químicas, apresentação, toxicologia, e outras), métodos e processos de produção, instalações eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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industriais, etc. Um estudo teórico abrangendo estes aspectos, bem como o “ lay out ” da fábrica, os processos de fabricação, etc. é de fundamental importância, e deve ser seguido de visitas ao local de trabalho, visando conhecer em detalhes, a prática do processo produtivo. Ao se iniciar a avaliação de um grupo de trabalhadores, deve-se em primeiro lugar fazer uma visita preliminar, Esta visita, denominada visita preliminar deve ser detalhada o bastante para identificar identificar e definir def inir pontos: Área: Área: deve ser definida a menor possível, utilizando-se referências fixas como edifícios, colunas e equipamentos equipamentos de grande porte; Número de expostos: expostos: verificar quantos trabalhadores estão simultaneamente dentro da área em questão, e ainda, se há outros grupos de trabalhadores em turnos ou ainda trabalhadores não fixos na área, mas que nela adentram, como: supervisores, pessoal da manutenção, controle de qualidade, etc; Tempos de exposição: baseado exposição: baseado na definição da área e do número de expostos, estimar o tempo de exposição para cada trabalhador ou grupo de trabalhadores; Movimentação de materiais: observar materiais: observar o fluxograma de trabalho, estabelecendo-se as funções de cada trabalhador ou grupos para s aber-se quem trabalha com o que; Ritmo de trabalho: trabalho: observar o cronograma de trabalho da área, verificando as flutuações na produção durante durante o dia, a semana, o mês e o ano; Condições ambientais: verificar ambientais: verificar se a ventilação da área é natural ou artificial e sua variação ao longo do tempo; Agentes a pesquisar: através através dos materiais utilizados na área; definir o que pode estar sendo lançado na atmosfera, a ser avaliado, orientando assim a análise laboratorial posterior. Deve-se levar em conta a possibilidade da presença de subprodutos, produtos intermediários, resíduos, etc. Pois no reconhecimento dos fatores de risco, não raramente, consideram-se apenas as matérias-primas e produtos finais. Esquecendo-se que muitas vezes a probabilidade de danos à saúde recaem sobre os subprodutos, intermediários intermediários e etc; Outras substâncias: substâncias: verificar a presença de outras substâncias na área que possam alterar os resultados das medições por interferências na coleta ou análise. A fase de reconhecimento bem realizada, realizada, leva à boa execução da fase posterior de avaliação. Ou seja, a tomada de amostras representativas representativas da exposição do trabalhador a todos os fatores de risco e a compatibilização com níveis aceitáveis. É claro que para se obter uma amostra representativa deve-se atentar para os critérios dos Fundamentos da Amostragem, e cuja estratégia deve ser capaz de garantir, garantir, com determinado determinado nível de confiança, a reprodução da situação real.
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Quadro 2.1 Aqui, a diferenciação do conceito entre agente e risco se faz sentir: o agente será avaliado se, conforme o julgamento profissional do higienista, houver risco!
Para um competente reconhecimento dos riscos e posterior tratamento estatístico dos dados na fase de avaliação, é fundamental identificar quem são as pessoas expostas. Informações úteis podem ser obtidas ao se estudar o organograma do local em estudo. São os dados de interesse: a relação das funções, o número de pessoas em cada função, o regime de trabalho das pessoas nas funções (turno ou horário administrativo), e qual a movimentação pessoal nas áreas de risco (trabalho em posto fixo, é volante - movimenta-se por toda a área de risco, ou é eventual - ocasionalmente adentra as áreas de risco). Para cada uma das funções, é necessário preparar uma descrição das atividades e identificar o ciclo de trabalho (fluxograma das atividades). Lembrar-se sempre que o Laudo Técnico deverá ser elaborado para cada trabalhador, mas é perfeitamente aceitável que ele o seja, para cada grupo homogêneo homogêneo de d e exposição. Relacione os produtos químicos presentes no local ou função em estudo. Quanto aos produtos químicos envolvidos nos processos ou manipulados pelos trabalhadores, é importante conseguir informações relacionadas com nome e sinonímia, forma de participação no processo produtivo (matéria-prima, catalisador, subproduto, produto intermediário, produto acabado, resíduo, efluentes, insumos, produtos de limpeza, etc.). No caso de misturas, obter a composição média. O profissional não deve se satisfazer com a informação da natureza do produto (por exemplo, solvente orgânico, desengraxante, óleo mineral, etc) ou com os nomes comerciais. Em casos de absoluta impossibilidade, deve o profissional solicitar informações sobre a presença ou não de compostos específicos. Por exemplo, em se tratando de solvente orgânico, poder-se-ia perguntar se a mistura contém benzeno e qual seria o seu teor. Identificar a forma física sob a qual se apresenta para o contato com o trabalhador, quantidade manipulada/produzida, e como é levada/retirada do processo (tubulações, tambores, carretas, sacos, etc.), procurando investigar a forma de contato com o trabalhador. Identifique, ainda, a presença de outros agentes (físicos, biológicos e ergonômicos). A cada um dos agentes identificados, buscar na literatura literatura informações relativas às propriedades físicas, limites de tolerância ambientais (nacionais e internacionalmente aceitos), limites biológicos de exposição (nacionais e internacionalmente aceitos), efeitos de exposições crônicas e agudas, etc. Contar com a assessoria de um médico do trabalho ou toxicologista é de extrema valia, principalmente quando se tratar de agentes químicos. Todas estas informações devem ser registradas, constituindo um banco de dados (“dossier”) para a utilização utiliza ção pelo profissional.
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2.2.4. FATORES DETERMINANTES DETERMINANTES DA OCORRÊNCIA DE DANOS Conhecer os fatores que determinam a maior ou menor probabilidade de ocorrência de alterações na saúde e/ou de doenças ocupacionais em exposições a riscos ambientais ambientais parece fundamental. Estes fatores são: 2.2.4.1. Natureza do agente Está relacionada com as características agressivas agressivas do agente, i.e. a capacidade do mesmo de causar danos à saúde do trabalhador. É uma característica típica do agente e por isso não pode ser modificada. São exemplos: a toxicidade de uma substância química, a característica de ser cáustica, a radioatividade, radioatividade, etc. 2.2.4.2. Tempo de exposição É o conhecimento sobre quanto tempo o trabalhador fica sob influência do agente durante a jornada de trabalho. No caso das doenças ocupacionais, o tempo de latência, i.e., o tempo que leva entre o contato efetivo e o desencadeamento da doença, ou a necessidade de repetição das exposições podem ser determinantes na instalação ou não da doença. Desta forma, importa tanto quanto o tempo de exposição propriamente dito, como a sua repetitividade, ao longo da vida. É exemplo desta afirmativa, a exposição ao ruído, em que importam as exposições diárias, bem como a sua repetição ao longo de vários anos. 2.2.4.3. Concentração ou intensidade intensidade A concentração do agente químico ou a intensidade do agente físico bem como a forma de apresentação para a exposição do trabalhador são muito importantes. Os limites permissíveis de exposição ocupacional são ditados pela legislação (Portaria 3214/78) ou recomendados por entidades internacionalmente reconhecidas, como por American Conference Conference of Governmental Governmental Industrial Industrial Hygienists Hygienists ). A forma exemplo, a ACGIH ( American como se apresentam os agentes químicos (gases ou vapores, aerodispersóides) bem como o tamanho das partículas destes últimos são determinantes do risco.
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2.2.4.4. A susceptibilidade susceptibilidade individual Das pessoas expostas. Os limites permissíveis de exposição ocupacional visam, a proteção da maioria dos trabalhadores. Assim, mesmo que o ambiente de trabalho seja mantido sob controle, abaixo do nível de ação, é possível que alguns trabalhadores manifestem alterações de saúde ou mesmo doenças relacionadas com exposições ocupacionais. Cabe aos médicos, dentro dos PCMSO’s, estarem atentos a estas ocorrências. Na realidade, a exposição ocupacional é uma situação individual, que depende das características operacionais e da concentração / intensidade dos agentes presentes nos ambientes ou local onde se executa uma atividade. O diagnóstico da situação de exposição frente aos limites de tolerância é que caracteriza se existe ou não um risco potencial de alteração ao estado de saúde das pessoas expostas. Esta Es ta afirmativa mostra a importância da visita do avaliador ao local de trabalho, observando com detalhes, a forma do trabalhador executar a sua atividade. Dois trabalhadores diferentes, executando executando a mesma função e atividades nas mesmas condições, podem se expor de maneira diferente a um mesmo agente, dependo de como executa o seu trabalho. 2.3. ASPECTOS DE TOXICOLOGIA OCUPACIONAL OCUP ACIONAL Dissemos que a fase reconhecimento é de fundamental importância para a caracterização da real situação de exposição dos trabalhadores. Todavia os objetivos maiores da Saúde Ocupacional estarão comprometidos se o higienista não possuir conhecimentos conhecimentos básicos da interação dos fatores de risco com o organismo organismo humano, suas consequências e transformações. Assim, é particularmente importante na pesquisa das exposições aos fatores químicos de risco, detalhes da máquina humana e sua imensa capacidade de transformar substâncias, que num processo químico convencional a probabilidade de ocorrência da reação seria muito baixa. Nos dedicaremos nesta seção, a fornecer informações mínimas, que não dão por encerrado as necessidades de estudo e compreensão. Mas serão úteis como uma primeira formação no assunto. 2.3.1. FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO Afirmamos que a principal via de entrada dos contaminantes contaminantes químicos é o sistema respiratório. Validamos esta constatação quando associamos a área de contato, que chega à aproximadamente 80 m 2 no homem adulto, contra 1,8 m 2 da área que compreende a superfície corpórea. Reforçando a tese, lançamos mão do modelo aqui denominado de “Chama da Vida”. Em resposta à pergunta “Quanto dura à chama da vida?”, teremos como respo sta: O homem consegue ficar em média 30 dias sem alimentar, 3 dias em média sem ingerir líquido (água), e apenas 3 minutos em média sem respirar. Isto torna lógico de que se o sistema respiratório possui a maior área de contato e de 3 em 3 minutos estamos renovando o ciclo, é evidente que se constitui na principal via de penetração.
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O aparelho respiratório é constituído por um conjunto de órgãos, responsáveis responsáveis pela respiração (boca, nariz, garganta, laringe, traqueia e brônquios). A função é enviar oxigênio oxigênio e devolver o dióxido de carbono. Todas as células vivas do nosso organismo têm a missão de efetuar uma série de processos químicos. O somatório deste processo recebe o nome de metabolismo. Durante o transcurso deste, cada célula solicita oxigênio, podendo morrer por deficiência de oxigênio entre 4 a 5 minutos. Existem células do organismo que a deficiência de oxigênio oxigênio não é tão crítica, pois podem reproduzir-se. reproduzir-se. O dióxido de carbono, recolhido pelo sangue, acumula-se na aurícula direita do coração e deste é bombeado ao pulmão através do ventrículo direito. O dióxido de carbono (no sangue) passa por uma fina rede de vasos capilares do pulmão, que estão em íntimo contato com o ar através dos sacos alveolares. Uma vez renovado, o sangue passa através dos vasos maiores do pulmão para a aurícula esquerda do coração, e daí ao ventrículo esquerdo de onde é bombeado para todas as partes do organismo. Mediante um processo reversível, o dióxido de carbono passa dos tecidos do corpo ao sangue, deste aos alvéolos, sendo finalmente eliminado pelo pulmão em forma de ar exalado.
Figura 2.4. Ilustração do intercâmbio do oxigênio oxigênio com o dióxido de carbono entre os vasos sanguíneos, capilares capilares e as células do tecido. A parte superior superior das vias respiratórias respiratórias é constituída pelo nariz e pela boca, que conduzem a faringe (garganta). No fundo da garganta temos dois condutos, o esôfago na parte posterior e a traqueia na parte anterior. Os alimentos e os líquidos passam da faringe ao esôfago e daí ao estômago. O ar e outros gases entram pela traqueia, a qual conduz ao pulmão. Protegendo a abertura da traqueia, há uma válvula delgada denominada epiglote. Esta válvula abre-se para passagem do ar e fecha-se quando da existência existência de alimento ou líquido na faringe. O organismo, por uma reação normal, repele qualquer substância líquida ou sólida que passa pela traqueia. Nós temos dois pulmões, um a cada lado da caixa torácica. Eles encontram-se suspensos por meio da traqueia, artérias e veias que vão ao coração e dele retornam. O final da traqueia divide-se em tubos menores m enores denominados denominados brônquios, que se ramificam, ramificam, formando condutos de ar menores, e terminando em milhões de sacos alveolares. Um pulmão sadio contém cerca de 700 milhões de sacos alveolares, com superfície de contato equivalente à quarta parte de uma quadra de futebol de salão. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Tr aq u é i a
A rté r i a d o C o r a ção
Bronquios A lv é o l o s
O 2
Capilares C O 2 Figura 2.5. Intercâmbio Intercâmbio gasoso. 2.3.2. MECANISMO DA RESPIRAÇÃO Os movimentos da caixa torácica permitem a entrada do ar. Comparemos a um fole. Quando ele se abre, o volume de ar que pode ser contido aumenta, criando um vazio. O ar se movimenta desde uma zona de alta pressão a uma de baixa pressão, até que se equilibram. Desta forma, quando o fole fecha, a pressão é maior e o ar é expulso (exalação). (exalação). A comunicação normal da cavidade torácica com o exterior é a traqueia. Durante a inspiração (inalação), o peito aumenta de tamanho, e o ar precipita-se para o pulmão. O cérebro é o órgão encarregado de regular a função periódica. Quando o cérebro necessita de mais oxigênio, envia estímulos aos músculos do peito, fazendo-os funcionar com maior aceleração. A respiração é involuntária involuntária até certo ponto, podendo ser conduzida por nossa vontade ou ainda podendo vencer os impulsos automáticos do cérebro durante certo tempo. Da mesma forma, se queremos respirar mais rapidamente ou mais profundamente, poderemos fazê-lo sempre que estivermos pensando nisto. O cérebro encontra-se ciente sobre as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono dentro do organismo. Ao regular a respiração, ele estará respondendo em função da necessidade do organismo. Na hipótese destas concentrações atingirem valores anormais, o cérebro se encarrega automaticamente de regular o ritmo respiratório. É por este motivo que não se pode conter a respiração por tempo indeterminado. Existem conexões nervosas diretas do cérebro ao pulmão que se encarregam de controlar a função respiratória. respiratória. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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2.3.3. TOXICOLOGIA A toxicologia toxicologia é o estudo das ações nocivas das substâncias substâncias químicas sobre um tecido biológico. Por isso a sua compreensão envolve o conhecimento das reações químicas e interações com mecanismos biológicos. Desde os primórdios de sua existência, o ser humano teve que se alimentar e para tanto teve que experimentar uma grande variedade de materiais, seja de origem biológica biológica como de origem animal. Durante estas experiências, ele percebeu que algumas, principalmente de origem vegetal, produziam bem estar enquanto outros causavam-lhe doenças que às vezes resultavam em morte. Esta vivência empírica foi algum dia, sistematizada sistematizada pelos cientistas, dividindo d ividindo as substâncias químicas em dois grandes grupos quanto à nocividade à sua saúde: os “ v e n e n o s ”, ”, que são aquelas que são nocivas e os “a l i m e n t o s ”, ”, aquelas que trazem algum tipo de benefício e necessárias para o organismo funcionar. Sabe-se hoje em dia, que esta classificação não persiste a uma análise científica rigorosa, uma vez que é impossível se traçar uma linha demarcatória que possa separar de um lado as substâncias químicas benéficas para a saúde do ser humano e do outro, as que sejam nocivas à sua saúde. Claro está que, na realidade, realidade, existem vários graus de nocividade ou de segurança para qualquer substância química. Mesmo as mais inócuas substâncias químicas, quando introduzidas para dentro do corpo em quantidades suficientes pode provocar efeitos indesejáveis, enquanto, agentes químicos muito nocivos, quando introduzidos em quantidade insuficiente, não produz qualquer problema. Aliás, é nesta propriedade que muitas vezes se baseia o médico, ao receitar um determinado medicamento para o seu paciente. Todos já ouviram falar em efeito colateral (aliás existem os pacientes que só se preocupam com este efeito, deixando de lado a confiança que depositam depositam em seu médico...). Claro está que não é apenas este fator que vai determinar se uma substância será nociva ou não ao indivíduo. A via de entrada, a forma de aplicação, a formulação do produto final, etc. interferem na maior ou menor agressividade (ou benefício) de um produto químico. Já dizia PARACELSUS (1493- 1541) que “todas as substâncias químicas são veneno; não há nenhuma delas que não seja veneno. A dose certa diferencia diferencia um veneno de um remédio”. remédio”. Quadro 2.2 Veneno é qualquer substância química que produza respostas deletérias num sistema biológico, afetando seriamente a função ou produzindo a sua morte.
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A toxicologia, que estuda os efeitos nocivos de substância química sobre entidades entidades vivas é uma das ciências mais afins da prática da medicina do trabalho ou saúde ocupacional. Dentre os três principais ramos de estudo da toxicologia: a forense, a econômica e a ambiental, é esta última que alberga a toxicologia ocupacional. Apenas para citar as demais, a forense ocupa-se nos aspectos médico-legais que envolvem a utilização de drogas e substâncias químicas; a econômica, no desenvolvimento de aplicações das substâncias químicas como tais, como aditivos para alimentos, defensivos agrícolas, medicamentos, etc., enquanto a ambiental se ocupa, além do aspecto da higiene e da medicina ocupacional, daquelas relacionadas com os resíduos e com a poluição do ar, água e solo, além da cadeia alimentar.
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2.3.3.1. Risco, Toxicidade e Periculosidade. Periculosidade. Dentro da toxicologia ocupacional, vale lembrar três conceitos muito utilizados: o de risco, da toxicidade e da periculosidade. Tudo que é tóxico é perigoso à saúde? ou tudo que é perigoso é que é tóxico? Além disso, tudo que é tóxico representa risco para a saúde? Quadro 2.3 TOXICIDADE
é a capacidade inerente de uma substância química, de produzir
uma ou mais ações deletérias sobre um organismo vivo, podendo causar-lhe até a morte. PERIGO / RISCO é
a probabilidade que tem uma substância química de produzir
uma ação deletéria sobre um organismo vivo, de acordo com as condições de exposição.
Conforme estes conceitos que aparecem em Toxicologia de Casarett & Doull, fica bastante claro entender que, a toxicidade não pode ser modificada por interferências externas, portanto, não é passível de modificação por métodos de controle. Quando se pretende modificar a toxicidade de um produto químico, fatalmente deve-se pensar em mudar a própria substância química empregada: deixa-se de lado uma substância extremamente tóxica para empregar outra de menor toxicidade. É exemplo bastante claro para nós, a substituição substituição de certos desengraxantes clorados por outras aromáticas e estas por outras alifáticas de menor toxicidade. O benzeno, antigamente tão utilizado como solvente e como desengraxante, hoje está banido da utilização como tal. Por um lado, por mais que seja tóxica a substância, não entrando ela em contato com o ser humano, no caso, o trabalhador, deixará de produzir efeitos sobre este. Desta forma, aquele produto químico deixará de ser perigoso para o trabalhador. Além disso, a forma deste contato também interfere de modo direto sobre a sua periculosidade. Tomese como exemplo a operação de fundição de chumbo metálico, que é tido como uma substância altamente tóxica. Nesta operação liquefaz-se o metal, emanando para o ambiente os seus vapores, e produzindo-se também fumos do metal no local de trabalho. Claro está que sob o ponto de vista de intoxicação, o perigo está na inalação do vapor e dos fumos metálicos, mas não na forma líquida ou sólida do metal. Assim, para controlar ou eliminar o perigo (ou o risco de intoxicação), bastam medidas que evitem os vapores de atingirem o ambiente de trabalho e por consequência, impeçam os fumos de se formarem. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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2.3.3.2. Exposição Do exposto, deriva a necessidade de conceituar a exposição: exposição: trata-se do contato do trabalhador com o agente de uma determinada forma e durante um determinado tempo, necessários e suficientes para a produção do efeito deletério. Não basta, para que algum efeito surja sobre a saúde do trabalhador, que ambos (agente e trabalhador) estejam presentes. Claro que são fatores fundamentais, sem os quais a intoxicação ocupacional não se produziria. Entretanto, há que haver um contato tal e durante um tempo determinado que permita com que a substância química seja absorvida para o organismo e que atinja o seu órgão alvo, aí então produzindo os efeitos. Não se pode esquecer dos fatores intervenientes, seja do ambiente (temperatura, umidade relativa, velocidade do ar, pressão atmosférica, tipo de ambiente, se fechado ou aberto, etc.) assim como relativos ao indivíduo (saúde geral, doença anterior, deformidades, resistência ou suscetibilidade individual, individual, etc.). Não será muito difícil compreender o exposto se exemplificar com doses de bebida alcoólica. A forma de exposição será ou inalação de vapores ou a ingestão de uma dose de whisky, por exemplo. Na primeira hipótese, a vaporização bastante lenta, causaria uma demora suficientemente grande para que o organismo metabolizasse o etanol à medida que fosse introduzida, anulando assim os seus efeitos agudos, enquanto, certamente a ingestão de uma dose provocaria uma reação mais imediata. E se a ingestão ocorresse ao longo de vários minutos, os efeitos também serão diferentes. 2.3.3.3. Locais de Ação de uma Substância Substância Química Os locais de ação de uma substância química sobre o organismo humano podem ser divididos com a finalidade didática em dois grandes sítios: o local de contato e fora do local de contato. Como local de contato pode-se compreender a pele, a mucosa (nariz, boca, olhos), a via respiratória (desde o nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e suas ramificações, até os alvéolos), e a via digestiva (boca, faringe, esôfago, estômago e os intestinos). Nestes locais podem produzir reações irritativas leves ou graves (queimaduras), lesões do tipo reações alérgicas, ou ainda outras lesões específicas que incluem as pneumoconioses como a silicose.
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2.3.3.4. Vias de Penetração / Absorção Por outro lado, para que uma substância química produza ações em outros sítios, ela precisa entrar em contato com o ser humano, e então ser absorvida. Esta entrada no organismo se dá através da via cutânea (pele e mucosas), oral e respiratória. Naturalmente, as demais vias de entrada de substâncias químicas químicas são aquelas aquelas utilizadas em experimentos toxicológicos ou mesmo terapêuticos (injeções, ocular, retal) não importantes na toxicologia ocupacional. Aliás, em saúde ocupacional, ocupacional, a via de penetração mais comum e mais importante para as substâncias químicas presentes nos locais de trabalho é a respiratória. A via oral tem a sua importância, principalmente principalmente quando não se tomam medidas de higiene pessoal ou quando se permitem fumar ou se alimentar nos locais ou ambientes de trabalho. A pele, entre outras, tem a função protetora do organismo, dificultando, quando íntegra, também a penetração de substâncias químicas. Produtos lipossolúveis, i.e., que podem ser solúveis em gorduras podem ter facilitada a sua entrada através da pele. Produtos dissolvidos em solventes de gorduras, podem também ter facilitadas as suas entradas, desde que haja uma destruição da camada protetora natural da pele, pela ação deste solvente. A absorção é à entrada de uma substância substância química para o meio interno do organismo, i.e., a absorção se dá quando ela atinge a circulação sanguínea. Pela pele, a absorção tem lugar através das células da pele; no aparelho respiratório a absorção ocorre principalmente através do que se denomina membrana alvéolo-capilar, i.e., uma complexa membrana que separa o meio externo (alvéolo - ar) com o meio interno (sangue). O contato entre o ar e o sangue que ocorre através desta membrana e por diferença de concentração entre os dois meios, ocorre à passagem para um e outro lado. É desta forma que o excesso de gás carbônico (CO 2) é eliminado do organismo e o sangue pobre em oxigênio se enriquece com o gás do ar atmosférico. No aparelho digestivo, a absorção ocorre principalmente nos intestinos delgado e grosso, mas este fenômeno já pode ser notado ao nível do estômago.
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2.3.3.5. Distribuição, Metabolismo Excreção e Eliminação. Eliminação. A substância química, uma vez na circulação, circulação, pode ser distribuída pelo organismo de forma inalterada ou depois de sofrer modificações bioquímicas. O fígado é o grande órgão de transformação das substâncias químicas estranhas. Através de alguns passos ou caminhos conhecidos de oxidação, redução, hidroxilação, sulfuração, etc. o organismo procura o meio m eio da “detoxificação”. Em geral, ocorre o acerto, i.e., a substância produzida bioquimicamente a partir do substrato estranho, é menos tóxica que a primitiva, cumprindo assim o organismo a sua função. Entretanto, em alguns casos, a substância produzida pode ser mais tóxica que a primeira. É exemplo clássico, o caso do benzeno, de todos conhecido como a substância perigosa, produtora de leucemia, etc. Na realidade, o benzeno não passa de uma substância que produz narcose (anestesia) sendo a grande vilã, os produtos de seu metabolismo. Algumas substâncias químicas ou os seus metabólitos, agem em diversos pontos, órgãos ou tecidos, enquanto outros têm alguns sítios preferenciais de ação. Mais adiante, os diversos tipos de ação serão considerados para substâncias químicas ou grupo delas, de importância prática para a toxicologia toxicologia ocupacional. Algumas substâncias químicas podem também se acumular acumular em determinados determinados sítios, dependendo especialmente de sua afinidade química. Os grandes órgãos ou tecidos de depósito de produtos químicos são os tecidos gordurosos, o pâncreas, o fígado, os ossos e outros. São exemplos de acúmulo em tecido gorduroso, as já referidas referidas substâncias lipossolúveis. Entre estas estão os defensivos agrícolas do grupo dos organofosforados organofosforados e carbamatos. É clássico se citar o chumbo como tendo preferência preferência em se depositar nos ossos. Este fato tem importância para o médico ou o toxicologista que acompanha a saúde de trabalhadores cronicamente expostos a estas substâncias, principalmente se estas podem apresentar efeitos crônicos de relevância. Desta forma, pequenas exposições que passam desapercebidas (sem sintomatologia) no dia-a-dia, podem se acumular no organismo e apresentar, em longo prazo, um efeito importante. A eliminação de de uma substância substância química se faz depois depois de modificada quimicamente quimicamente ou não, através de órgãos específicos: rins, intestino, pulmões, pele (inclui também as glândulas sebáceas e as glândulas mamárias, cabelo e unhas) e placenta. Daí a importância do médico prestar atenção a mulheres grávidas ou mulheres que amamentam seus filhos, e que estejam expostos a substâncias passíveis de passar para os seus conceptos ou filhos.
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2.3.3.6. Efeitos Agudos e Efeitos Crônicos Vale à pena abordar, mesmo que rapidamente, as características do aparecimento dos efeitos quanto ao tempo. Estas podem ser classificadas em efeitos agudos e efeitos crônicos, embora existam autores que prefiram prefiram introduzir duas classes intermediárias que denominam de efeitos subagudos e os efeitos sub-crônicos. Os efeitos agudos são aqueles em que não decorre muito tempo (menos de um dia) entre a exposição e o aparecimento dos efeitos. Em geral, a exposição se caracteriza por ter sido acidental, i.e. em consequência de um acidente, intensa e por curto período de tempo. Quando este tipo de exposição ocorre em situações normais, o fato já deve ter sido observado e mensurado (avaliado) pela higiene ocupacional, sendo considerado inaceitável, com medidas de correção exigíveis em curto prazo. Na prática, este tipo de situação pode ocorrer por ocasião de drenagens para a retirada de amostras, limpezas de equipamentos (filtros, por exemplo), em que, muitas vezes, além do próprio operador, outras pessoas da área também podem se expor. Os efeitos agudos podem variar desde um simples mal estar até a ocorrência de morte, dependendo da toxicidade aguda da substância química. Algumas substâncias como o monóxido de carbono, cianetos, gás cianídrico, cianídrico, sulfeto de carbono, etc. são altamente letais. As exposições exposições deste tipo, nem sempre s empre se limitam a efeitos agudos. Outros efeitos em longo prazo podem ir ocorrendo ou se acumulando, tendo o desencadeamento do quadro clínico mais evidente em algum momento no futuro. São as hepatites tóxicas ou cirroses hepáticas cujas causas são difíceis de ser estabelecidas. Na maioria das vezes, as intoxicações ocupacionais tendem para o segundo tipo, i.e., os efeitos são de surgimento bastante demorado. O período entre a exposição e o aparecimento de sinais ou sintomas é chamado de período de latência. Traçando um paralelo, seria o período que separa a contaminação de uma pessoa por uma bactéria ou vírus (hepatite, por ex.) até a manifestação da doença. Claro que este período varia de substância a substância, assim como varia de acordo com o tipo de infecção (intoxicação alimentar, doença venérea, gripe, etc.).
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2.3.3.7. Classificação das Ações de Substâncias Químicas Sobre O Homem Como todas as classificações, a classificação de Henderson & Haggard, modificada por S. Kitamura, apresenta as suas peculiaridades e defeitos. Trata-se de se aproveitar da classificação para, de forma didática e simplificada, e em poucas palavras, apresentar os diversos tipos de efeitos que uma substância química pode apresentar, sempre se levando em conta a exposição ocupacional usual, i.e., exposição em que o contato do trabalhador se faz de forma lenta, dia-após-dia, as relativamente pequenas concentrações concentrações de cada vez. Vale lembrar também que ao serem exemplificadas nos itens que se seguem, as substâncias químicas são citadas principalmente pela sua ação mais predominante. Assim, o benzeno, por exemplo, é solvente e como tal demonstra uma capacidade capacidade de narcose importante, é irritante secundário, seus vapores podem produzir asfixia simples, podem causar pneumonite química, tem ação sistêmica e produz câncer. Este aspecto deve ser relegado a segundo plano ao se analisar os parágrafos seguintes. 2.3.3.7.1. Irritação Primária ou Queimadura Queimadura São substâncias químicas que produzem irritação ou queimadura nos locais ou órgãos de contato. Sua ação produz em geral, uma destruição muito grande do tecido e uma reação inflamatória inflamatória intensíssima, imediatamente imediatamente após o contato. São representados por ácidos e bases, como por exemplo, ácido nítrico, ácido clorídrico, soda cáustica, amônia, etc. Em geral, todas as pessoas expostas respondem da mesma forma. Na prática, é muito comum se deparar com casos gravíssimos de dermatite irritativa primária entre os pedreiros e serventes de pedreiro, lesões estas causadas pelo contato direto da sua pele com o concreto ou argamassa, que além do pH alcalino, é composto de pequenas partículas de areia que acaba exercendo uma função mecânica sobre a pele. Claro está que, para as substâncias menos cáusticas, o tipo de pele pode interferir na suscetibilidade. 2.3.3.7.2. Irritação Secundária Secundária As substâncias químicas que produzem irritação do tipo secundário são, em geral, aquelas que têm a propriedade de dissolver a gordura. Devido a esta característica, ao entrar em contato com a pele, acabam mobilizando e retirando a camada natural gordurosa de proteção da pele, propiciando-a a se tornar ressecada e quebradiça. Rachaduras ou lesões da pele propiciam a entrada de bactérias e facilitam a instalação de infecções. São exemplos clássicos deste grupo de substâncias substâncias químicas, os solventes orgânicos, muito utilizados como desengraxantes ou solventes de colas e tintas. Não se pode duvidar, no entanto, substâncias compostas como certos tipos de sabões ou “pastas de mão”, muito utilizados por mecânicos e operadores na higiene de suas mãos.
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2.3.3.7.3. Asfixia Asfixia significa falta de oxigênio, oxigênio, sem o que as células não conseguem conseguem realizar o seu metabolismo e, portanto, não conseguem sobreviver. O organismo humano utiliza-se de um complexo mecanismo que envolve todo o aparelho respiratório e o aparelho circulatório para captar o oxigênio do ar e fazê-lo chegar ao nível das células. A falta de oxigênio pode se manifestar em vários níveis, devido à presença de substâncias químicas no ambiente de trabalho. trabalho. O excesso de gases assim chamados inertes, i.e. que não possuem per se, uma ação tóxica específica sobre o ser humano, como por exemplo, o nitrogênio (o gás que normalmente se chama de “ar líquido”), o hélio, o butano, etc., provocam a redução da concentração do oxigênio no ar atmosférico. Assim, a concentração do oxigênio que até 18 % (no ar é de 21%) é suportável, começa a ficar perigoso na medida em que diminui a partir deste nível. No Brasil, é proibido o exercício de qualquer trabalho em locais com 16% ou menos de oxigênio, sem a utilização de máscaras com suprimento de ar respirável. respirável. São denominados denominados de “asfixiantes “asfixiantes simples”. s imples”. Outros gases como o cianeto e o monóxido de carbono são gases denominados “asfixiantes químicos”, uma vez que manifestam suas ações agindo quimicamente no organismo. O monóxido de carbono interfere com o transporte das moléculas do oxigênio oxigênio pelo sangue (age ao nível da hemoglobina), reduzindo enormemente a sua capacidade de transporte. Por outro lado, o cianeto (gás cianídrico, cianeto de sódio) interfere junto ao mecanismo de respiração celular, impedindo a cada célula de respirar, i.e., de utilizar o oxigênio disponível no seu metabolismo metabolismo interno. 2.3.3.7.4. Ação Sobre o Sistema Nervoso Algumas substâncias substâncias químicas têm predileção predileção sobre o sistema nervoso. Umas agem sobre o sistema nervoso central, composto pelo cérebro e pela espinha dorsal, e outros sobre o complexo de nervos periféricos que inervam os órgãos, tecidos e músculos. De uma forma geral, os compostos classificados como solventes orgânicos, costumam agir sobre o sistema nervoso central, produzindo narcose, perda de consciência, consciência, como que, em se aprofundando, pode levar à morte. m orte. A presença de quadros psiquiátricos psiquiátricos entre os expostos não é muito incomum. Outras substâncias químicas podem produzir efeitos sobre alguns nervos periféricos: é exemplo, embora não ocupacional, o efeito crônico do álcool etílico, que depois de muitos anos de consumo, acabam produzindo efeitos sobre o estado geral do indivíduo, a pele e a musculatura dos membros perdem a vitalidade, e a queixa de claudicação ou dores generalizadas é muito frequente. Dentre as intoxicações ocupacionais, são sérios os quadros produzidos por absorção de chumbo, manganês e mercúrio.
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2.3.3.7.5. Ações Sobre os Pulmões A ocorrência de pneumoconioses pneumoconioses entre entre os trabalhadores brasileiros brasileiros já foi notícia em em várias ocasiões. Trabalhadores expostos à poeira respirável, contendo frações de sílica livre cristalizada (dióxido de silício, na forma cristalizada) correm o risco de adoecerem com uma doença pulmonar gravíssima denominada silicose. Como esta, outras pneumoconioses são conhecidas: a bagaçose, a bissinose, a suberose, a asbestose, todas adquiridas em consequência de exposição a poeiras contendo, respectivamente bagaço de cana, algodão, cortiça e o amianto. am ianto. A silicose talvez seja de toda a mais comum entre nós, e cuja causa pode estar presente no dia-a-dia da empresa, em algumas operações, seja rotineiro ou não. O fato de se contratar terceiros para executar o trabalho de jateamento de areia não isenta, nem a empresa, nem o responsável pela contratação do risco de serem acionados na justiça. Neste particular, vale salientar que o risco é muitíssimo grande, pois, em geral, as condições de trabalho do jateador são bastante sofríveis. Trata-se de uma atividade de maior gravidade na gênese da silicose no nosso meio. Enquanto que em indústrias cerâmicas cujo ambiente não está controlado, a silicose demora de 7 a 10 anos, e talvez um pouco mais para se manifestar m anifestar (aparecer no raio-X), neste tipo de atividade, o período de latência tem se mostrado extremamente curto. 2.3.3.7.6. Ação Sistêmica Nesta classe, enquadram-se todas as substâncias químicas que podem ter uma ação não muito específica sobre um órgão ou tecido ou sistema. Como já foi citado, o benzeno, excetuando-se o seu efeito cancerígeno, poderia ser um bom exemplo. O chumbo também pode ser enquadrado nesta categoria, pois age sobre o sistema de produção do sangue, sobre os diversos nervos, os rins, aparelho digestivo, ossos e musculatura. 2.3.3.7.7. Reações Alérgicas As reações do tipo alérgicas podem se manifestar em contato com praticamente praticamente todas as substâncias químicas. Claro está que a suscetibilidade individual tem um papel muito importante, e que algumas substâncias são mais alergênicas que outras. As reações alérgicas podem se manifestar basicamente em dois sítios: a pele e mucosas e o sistema respiratório. Não se pode esquecer outras manifestações alérgicas como a diarreia incontrolável. incontrolável. As reações cutâneas podem se de contato direto ou manifestações manifestações de alergias mais generalizadas. Por outro lado, os do sistema respiratório se manifestam, em geral como um quadro asmático, com falta de ar intenso, todas as vezes que se expuser à substância química específica. Interessante notar que indivíduos com alergia respiratória a um produto, frequentemente manifesta alergia a outros produtos. São exemplos, o TDI - tolueno di-isocianato, HMD - hexametileno diamina, cimento, resina epóxi, etc.
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2.3.3.7.8. Alteração da Pigmentação da Pele Outra reação ao nível da pele. Determinadas substâncias químicas, em determinadas situações podem alterar a pigmentação da pele, responsável por dar cor à mesma. Estas alterações podem ocorrer em ambos os sentidos: aumentando a pigmentação - hiperpigmentação ou diminuindo ou eliminando a pigmentação hipopigmentação da pele. São raras as substâncias que podem causar este tipo de reação. Os mais conhecidos são alguns derivados de feno, as resinas fenólicas que causam o que se costuma designar de hipocromia. hipocromia. 2.3.3.7.9. Carcinogênese, Mutagênese e Teratogênese. Algumas substâncias químicas como é o caso do benzeno, o formaldeído, etc. são considerados como causadores de câncer no ser humano, ou pelo menos ligados à produção do câncer humano. Neste particular vale lembrar que nem todas as substâncias químicas assim ditas carcinogênicas (principalmente quando aparece na imprensa) são tão perigosas e devem ser temidas. O que muitas vezes acontece é que resultados de pesquisas incipientes são divulgados nas revistas científicas, que acabam sendo “traduzidas” “traduzidas” de forma equivocada e sensacionalista, atingindo a mídia e à população. população. Nem todas as substâncias químicas tidas como carcinogênicas para animais de laboratório são ou devem ser catalogados como tal para o Homem. Na verdade, a primeira primeira suspeita surge s urge quando uma substância química é considerada “mutagênica”, “mutagênica”, i.e., é capaz de, em condições de laboratório, produzir alterações genéticas em determinados tipos de células. A pesquisa sobre a carcinogenicidade então é iniciada e só é tida como definitiva quando evidências epidemiológicas forem constatadas, i.e., quando comprovar através de estudos de populações expostas (ocupacionalmente, acidentalmente, ou não). E isto pode levar dezenas de anos. A teratogênese é o efeito deformador de determinadas determinadas substâncias químicas que se manifesta sobre o feto em formação, no útero da mãe. O exemplo mais clássico, embora não ocupacional é o da Talidomida, que concebido para tratar a gestante de seu estado de mal estar e dor no início da gravidez, grav idez, acabou produzindo produzindo fetos m alformados. Segundo A ACGIH – American – American Conference of Industrial Hygienists classificam os carcinogênicos carcinogênicos nas seguintes categorias: A1 – – Carcinogênico humano confirmado: O agente é carcinogênico para o ser humano, baseado em evidências de estudos epidemiológicos. A2 – A2 – Carcinogênico humano suspeito: dados obtidos com seres humanos indicam que o agente é carcinogênico, porém estes dados são conflitantes ou são insuficientes para confirmar o agente como carcinogênico ao homem; ou o agente é carcinogênico em experimentos experimentos animais, a níveis de dose, por via(s) v ia(s) de administração e tipo histológico, ou por mecanismos que possam ser considerados relevantes quanto à exposição de trabalhadores. Os estudos epidemiológicos disponíveis são conflitantes ou insuficientes para confirmar o aumento de risco de câncer em seres humanos expostos. A3 – – Carcinogênico animal: Confirmado com desconhecida relevância para seres humanos o agente é carcinogênico em experimentos em animais, a doses relativamente altas, por vias que não são consideradas relevantes para a exposição de trabalhadores. Os estudos epidemiológicos disponíveis não confirmam um aumento do risco de câncer eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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em seres humanos expostos. As evidências disponíveis não sugerem que este agente seja um causador provável de câncer em seres humanos, exceto sob condições excepcionais excepcionais de via v ia de ingresso no organismo ou de nível de exposição. A4 – – Não-classificável como carcinogênico humano: Agentes sob suspeitas de serem carcinogênicos do ser humano, porém os dados existentes são insuficientes para se chegar a esta conclusão. Experiências em laboratório ou estudos com animais não dão indicações de carcinogenicidade suficientes para classificar o agente em uma das outras categorias. A5 – Não-suspeito – Não-suspeito como carcinogênico humano: O agente não é suspeito de ser carcinogênico para os seres humanos, com base em pesquisa epidemiológica bem conduzida. Este estudo dispõe de quantidade suficiente de histórias confiáveis de seguimento da exposição por longo período, doses suficientes, e de um controle estatístico adequado para concluir que a exposição ao agente não conduz a um risco significativo de câncer para o ser humano; ou a evidência que sugira a ausência de carcinogenicidade carcinogenicidade em experimentos animais é suportado por dados mecanísticos. As substâncias para as quais não se dispõe de dados sobre carcinogenicidade carcinogenicidade em seres humanos ou experimentos experimentos animais animais são s ão designadas como não-carcinogê não -carcinogênicas. nicas. 2.3.3.8. Riscos de Partículas Contaminantes de partículas podem ser classificados de acordo com a sua característica característica física, fís ica, química ou efeitos biológicos. O diâmetro da partícula em micra (1micron=1/254000 polegadas) polegadas) é de fundamental importância na potencialização do risco. Partículas menores que ao micra em diâmetro tem grande oportunidade de entrar no sistema respiratório e partículas menores que 5 micras em diâmetro, são mais aptas a entrar nos brônquios e espaços alveolares. Para efeito de doenças pulmonares, partículas de 5 a 10 micra de diâmetro são geralmente removidas removidas do sistema respiratório respiratório pela ação constante de limpeza do “Epitélio “Epitélio Ciliato” (pelos da traqueia), traqueia), no sistema respiratório respiratório superior. Entretanto, com a excessiva exposição ao pó ou com a doença do sistema respiratório, a eficiência da limpeza pode reduzir. As partículas geradas por condensação são s ão menores que as geradas por ruptura mecânica. Quanto menor o tamanho das partículas, maior a penetração no sistema respiratório, respiratório, e consequentemente consequentemente mais m ais agressivo. Do ponto de vista Higiene Ocupacional, considera-se poeiras na faixa respirável aquelas que apresentam tamanho de diâmetro entre 0,5 e 10 micras.
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Figura 2.6. Penetração Máxima das Partículas. 2.3.3.9. Aspectos Preventivos A utilização utilização dos conhecimentos conhecimentos da toxicologia toxicologia ocupacional ocupacional para a prevenção de futuras intoxicações ocupacionais ocupacionais é o objetivo de o assunto estar sendo abordado em um curso de prevenção de riscos. Certamente, por complexo, especialistas devem estar envolvidos neste mister. Entretanto, espera-se que conhecimentos básicos abordados no presente manuscrito tenham conseguido chamar a atenção do leitor para a importância da matéria.
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2.3.3.10. Avaliação da Toxicidade A toxicidade aguda de uma substância química é avaliada através da toxicologia toxicologia experimental principalmente, em que animais de laboratório são submetidos a diversas situações de exposição, variando-se a via de introdução, a forma de apresentação e a dosagem das substâncias químicas, além da variação das espécies animais de experimento. A dose efetiva, i.e., a que produz algum efeito é estabelecida através de observação e/ou exame dos animais: exames anatomopatológicos que se faz através de análise macro e microscópica dos órgãos, tecidos (necropsia) ou parte deles (biópsia), através de testes fisiológicos em que detêm na análise do funcionamento dos órgãos, testes bioquímicos em que se observam as alterações nesta esfera através do exame de sangue, urina ou outros elementos biológicos, ou ainda alterações comportamentais observáveis observáveis (nível de atenção, treinamento, etc.). A toxicidade assim obtida ou medida, é “traduzida” nos textos disponíveis disponíveis (SAX, CASARETT, TOMES-PLUS, etc.) de uma forma mais compreensível. A forma mais comumente empregada para exprimi-la é a dose letal 50 (DL 50) que nada mais é do que a expressão mais clara de uma dose efetiva. Trata-se, pois, da dose da substância química capaz de matar 50% dos animais a ela submetidos, nas primeiras 24 horas. Pelo menos desta forma, é possível uma comparação, mesmo que grosseira, entre a toxicidade de duas ou mais substâncias químicas. Vale notar que todas as vezes que se obtiver os dados de DL 50, é obrigatória a citação da via de administração e a espécie animal do experimento. Assim, é comum o número “50” estar acompanhado de abreviaturas como ip, iv, im, oral, etc, indicando respectivamente intraperitoneal, intravenoso, intramuscular e via digestiva. Claro está que para a referida comparação, é necessário que esses dados sejam coincidentes. É muito interessante observar que números absolutamente diferentes podem ser obtidos para a mesma substância, quando estas variáveis são mg/kg (miligramas da diferentes. O valor da toxicidade é expresso em geral, em mg/kg substância por quilograma de peso corporal do animal). Tabela 2.4. DL50 de algumas substâncias. substâncias. AGENTE Álcool etílico etílico Cloreto de sódio Sulfato ferroso Sulfato de morfina Fenobarbitato Fenobarbitato de sódio Sulfato de estricnina Nicotina D-tubocurarina Tetrodoxina Dioxina Toxina botulínica
DL50 (mg/kg) 10.000 4.000 1.500 900 150 2 1 0,5 0,10 0,001 0,00001
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De forma semelhante, devido ao interesse muito particular da toxicologia ambiental (ambiente geral e ocupacional), foi desenvolvido o conceito da concentração letal 50 (CL50) que à semelhança s emelhança do DL 50 representa a concentração da substância química no ar ambiente que é capaz de matar 50% dos animais a ela submetidos, nas primeiras 24 horas. Para este parâmetro, basta a indicação da espécie animal experimentada. Outros conceitos tais como o NOEL ( no observable effec level ) e o LoEL (lowest observable effect level ) são conceitos importantes em toxicologia ocupacional baseado nos quais, os cientistas acabam sugerindo os valores de Limites de tolerância para exposições ocupacionais. As extrapolações extrapolações de dados animais para o ser humano e em particular particular para os trabalhadores e/ou ambientes de trabalho exigem um estudo bastante elaborado e não deve ser praticado aleatoriamente por pessoas não treinadas ou habilitadas para tal. Em geral, mesmo um médico bastante treinado em medicina ocupacional, ocupacional, não está habilitado para este mister. O que pode acontecer com mistura de solventes, mesmo que cada um isoladamente seja pouco tóxico para o ser humano? Perguntas como esta traz muita dificuldade para ser respondida. Com o intuito de apresentar uma idéia sobre os diversos graus de toxicidade aguda, aguda, tabela 2.5 e 2.6 mostram a sua su a relação com os DL 50 e DL50. Tabela 2.5. Grau de toxidade oral. TOXICIDADE ORAL extremamente tóxico bastante tóxico moderadamente moderadamente tóxico ligeiramente tóxico praticamente não tóxico relativamente atóxico
DL50 <= 1 mg/kg 1 a 50 mg/kg 50 a 500 mg/kg 0,5 a 5 g/kg 5 a 15 g/kg > 15 g/kg
Tabela 2.6. Grau de toxidade por inalação. TOXICIDADE POR INALAÇÃO
CL50 (mg/kg)
extremamente tóxico bastante tóxico moderadamente moderadamente tóxico ligeiramente tóxico praticamente não tóxico relativamente atóxico
<= 50 ppm 50 a 100 100 a 1.000 10 3 a 104 10 4 a 105 > 10 5 ppm
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2.3.3.11. Os Indicadores Indicadores Biológicos É de todos conhecida a lista dos limites de tolerância editada pela portaria do Ministério do Trabalho, nº 3.214/78, Norma Regulamentadora NR-15 que estabelece os limites permissíveis de exposição ocupacional. Entende-se como limite de tolerância, a concentração da substância química à qual a maioria dos trabalhadores pode estar exposta, dia-após-dia, ao longo de sua vida de trabalho, sem que disto resultem danos à sua saúde. Quadro 2.4 Entende-se por Limite de Tolerância, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. (NR-15, portaria nº 3.214/78)
Vale lembrar que os valores de limite de tolerância, embora sejam empregados para promover a prevenção de intoxicações ocupacionais, não devem ser confundidos com os valores indicadores de toxicidade. Muito menos devem ser utilizados por pessoas não treinadas em higiene ocupacional, conhecedoras do seu significado e de suas limitações, uma vez que não se tratam de valores estanques. À semelhança destes valores que tem significado legal, existem outras tabelas internacionalmente conhecidas, das quais o MAK alemão e o TLV (threshold limit values) da Associação Americana de Higienistas Ocupacionais do Governo (ACGIH) que servem de um guia técnico para os especialistas. Os limites de tolerância ambiente serão objeto de toda uma seção neste trabalho.
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Mais próxima da toxicologia, os indicadores biológicos biológicos referidos na NR-7 da mesma m esma portaria ministerial, indicam para os médicos, seja o nível de exposição, seja o grau de intoxicação de um trabalhador. São substâncias químicas presentes no sangue ou na urina que podem dar esta indicação. Como já foi referida no início deste documento, a dosagem se faz da própria substância química “ in natura” ou de seus metabólitos. Os médicos ainda lançam mão de exames laboratoriais normalmente utilizados em clínica, para detectar alterações bioquímicas ou mesmo fisiológicas causadas por intoxicações ou superexposições.
2.4. INTERFACE MEDICINA E HIGIENE OCUPACIONAL 2.4.1. O PAPEL DA MEDICINA OCUPACIONAL E DA HIGIENE INDUSTRIAL O médico do trabalho, juntamente como o profissional de higiene ocupacional deve assessorar as diversas áreas que deparam no dia-a-dia com as situações de exposições ocupacionais. Exercitar a higiene ocupacional em seu todo, reconhecendo, avaliando e controlando ou eliminando os riscos de doenças ou intoxicações (bem como os demais), bem utilizar os conhecimentos de medicina e de toxicologia, exercendo um monitoramento biológico dos trabalhadores expostos, mister este confiado aos Departamentos Médicos Especializados, e finalmente bem gerenciar para que, baseado em informações boas (seguras, corretas e confiáveis) possa promover a saúde ocupacional ocupacional dos trabalhadores, é afinal, a missão em que todos nos dedicamos. 2.4.2. A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA BI BLIOGRÁFICA COMO RECONHECIMENTO RECONHECIMENTO DE RISCOS Já dissemos que para realizar corretamente o reconhecimento de um risco químico em um determinado ambiente de trabalho ou função, o Higienista deve estar bem preparado para enfrentar vários tipos de problemas nesta fase, a qual é fundamental para o bom desempenho de seu trabalho. Um reconhecimento mal realizado poderá comprometer todo o conjunto de atividades e redundar, finalmente, em um risco à saúde do trabalhador exposto. Há sérias dificuldades nesta fase de reconhecimento de um risco químico, em especial na realidade brasileira, decorrentes do: Desconhecimento das propriedades químicas e toxicológicas do agente. Daí a necessidade de se recorrer a literaturas literaturas internacionais. internacionais. Desconhecimento da presença do agente em determinado local ou como componente de um produto industrial. industrial. Esta situação se deve, em parte, ao grande número de substâncias químicas conhecidas na atualidade, as quais ultrapassam a marca de 7 milhões. Destas, cerca de 65.000 são de uso industrial, para as quais dispomos de algum estudo ou propostas de limites de exposição a um grupo de pouco mais de 1.000 substâncias. Atualmente, mais de 2500 produtos químicos novos (formulações) são lançados no mercado. Na legislação brasileira brasileira encontraremos limites definidos para apenas 136 substâncias. Além do grande número de substâncias substâncias possíveis de serem usadas, há ainda grande dificuldade por parte dos usuários de produtos químicos, no que se refere à eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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obtenção de informações relativas a composição química das formulações. formulações. Há, ainda nos dias atuais, uma resistência das empresas produtoras ou de distribuidores em fornecer informações quanto aos componentes das misturas. Alegam segredo industrial, prestam informações incompletas, ou simplesmente desconhecem realmente a composição. Em muitos países, inclusive o Brasil, o direito de acesso a este tipo de informações está inserido inserido em legislação legislação (Código de Defesa do Consumidor). Diante deste quadro, concluímos que muitas vezes os trabalhadores estão potencialmente expostos a riscos totalmente desconhecidos, cuja amplitude pode ir desde efeitos praticamente nulos, até sérios comprometimentos ao estado de saúde ou mesmo à vida. Soma-se á este cenário a falta de interesse, ou de conhecimento, que ainda persiste em algumas empresas, nos assuntos relativos à proteção da saúde dos trabalhadores. Por outro lado, os produtos industriais industriais não são quimicamente quimicamente puros, em sua grande maioria, e podem possuir impurezas que embora não afetem o processo industrial, podem oferecer prejuízos à saúde das pessoas expostas. Um bom exemplo é a presença de Nitroaminas nos óleos de corte, ou a presença de Benzeno em produtos comercializados como “Thinners”. As dificuldades dificuldades se complementam complementam na fase de reconhecimento reconhecimento se a caracterização caracterização da substância não for correta. Isto é, a semelhança dos nomes dos produtos químicos ou a tradução incorreta do nome do produto de literaturas internacionais, ou ainda a não familiarização com os conceitos de nomenclatura aplicados no campo da química, podem levar a erros na identificação identificação dos riscos. P.ex.: O Benzeno é uma substância química química que contém um anel aromático, e possuem nome semelhante à Benzina (substância química de cadeia aberta, composta por uma mistura de Hexano e Heptano). Da mesma forma existem outros produtos com nome semelhante, como mostra a tabela a seguir: Tabela 2.7. Nomes em Inglês e Português de substâncias. Nome (idioma)
Nome em Português
Benzine (inglês) Bezene (inglês) Benzin (alemão) Benzina (italiano) Petrol (inglês britânico) Essence (francês) Nafta (espanhol) Gas (inglês americano) Oil (inglês americano)
Benzina Bezeno Gasolina Gasolina Gasolina Gasolina Gasolina Gasolina Gasolina
Isto torna clara a necessidade de uma correta caracterização da substância objeto do estudo. Além citações anteriores, uma pequena alteração na posição de um átomo na molécula (como é o caso dos solventes clorados) ou mesmo no estado de oxidação de um átomo (P.ex.: Cromo, como cromo Hexavalente) são fundamentais para a definição da toxicidade e periculosidade. periculosidade. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Uma vez superada a fase de identificação da substância a ser estudada, enfrentase nova dificuldade na obtenção de informações quanto às propriedades físicas, de segurança e toxicológicas do produto. Sabemos que para algumas substâncias temos quase todas as informações desejáveis, como é o caso do Chumbo ou Benzeno. Para outras se dispõe de informações restritas restritas ou mesmo m esmo nenhuma, principalmente principalmente no caso de produtos novos ou de pouca utilização industrial. 2.5. A AVALIAÇÃO AMBIENTAL 2.5.1. AVALIAÇÃO Na atualidade é praticamente impossível eliminar a presença de agentes tóxicos na totalidade dos pontos de trabalho. Este fato conduz a necessidade de fixar critérios que garantam a manutenção do estado de saúde e o bem estarem do trabalhador. Estes critérios higiênicos englobam todas as formas de contaminação que podem afetar os trabalhadores. Os limites para compostos químicos são, sem dúvida, os mais complexos de se definir. Não pelo grande número de produtos existentes, mas principalmente por falta de conhecimento sobre seus efeitos e a variabilidade de respostas sobre o organismo humano. Esta realidade obriga que sejam revisados e que se publiquem listas com certa periodicidade. periodicidade. Realizada a fase de reconhecimento e obtenção das informações possíveis, o desafio agora é avaliar a exposição ocupacional dos trabalhadores a um dado risco químico. É importante considerar o valor da informação recíproca, isto é, os “achados” (alterações no estado de saúde ou indicadores biológicos) da Medicina Ocupacional podem sugerir um bom local para os estudos de Higiene Ocupacional. Deve-se ter em mente que avaliar a exposição a um agente ambiental é completamente distinto distinto de medir a presença deste agente. A avaliação da exposição ocupacional a uma substância química envolve duas fases distintas, mas que se complementam. Inicialmente, realiza-se uma medição instrumental ou laboratorial da concentração do agente, e a seguir interpreta-se o resultado com padrões recomendados (limites de Tolerância). Antes de dar início às avaliações, realiza-se uma visita preliminar preliminar com os seguintes seguintes objetivos: Conhecer as instalações e o processo de produção. Obter informações quanto ao ritmo de produção e/ou trabalho. Identificar as condições que caracterizam a melhor e a pior s ituação. Comparar a descrição das atividades nas funções em estudo, com aquelas praticadas. Identificar ciclo de trabalho/posto de trabalho. trabalho. Recursos de logística (Local para calibração/preparação dos equipamentos, tomadas elétricas elétricas e tensões para recarga, etc.). Quanto à busca da melhor e da pior situação, estas podem nos ajudar a resolver muitos problemas ou facilitar na tomada de decisões para aquelas funções cujas exposições caracterizam-se caracterizam-se como uma situação melhor. Como ciclo de trabalho, entende-se o conjunto de atividades desenvolvidas pelo trabalhador, numa dada seqüência definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Posto de trabalho é todo e qualquer local onde o trabalhador permanece durante o ciclo de trabalho. A fase da Higiene Higiene Ocupacional denominada A v a l i a ção pode ser definida como sendo um processo que tem início com o reconhecimento dos riscos, ou seja, com o levantamento de dados sobre o ambiente de trabalho, condições de saúde dos trabalhadores trabalhadores e o cruzamento entre estes dados, interpretando as informações informações obtidas, e que deverá culminar com a tomada de decisões. Esquematicamente temos: An álise das A mo stras (e x c l u e m - s e q u a n d o s e u s a p r o c e s s o d e a m o s t r ag ag e m c o m equ ipamento s de leitura leitura direta)
Amostragem
In te rp re ta ção d o s Resultados
Figura 2.7. Esquema da interpretação das informações 2.5.2. AMOSTRAGEM 2.5.2.1. Fundamentos da Amostragem A amostra tomada do ambiente de trabalho tem que ser representativa representativa das condições ambientais e da exposição ocupacional dos trabalhadores aos agentes presentes. Os fatores a serem considerados na definição da estratégia de amostragem e que vão corroborar para a representatividade da amostragem são: 2.5.2.1.1. Local (Onde amostrar?) A definição do local local a ser amostrado está intimamente intimamente relacionada relacionada com os objetivos da pesquisa. Por exemplo, se estamos interessados em identificar as possíveis fontes de emissão e/ou as máximas concentrações esperadas (picos), deve-se rastear cada um dos equipamentos/postos equipamentos/postos de trabalho integrantes integrantes do ciclo de trabalho. 2.5.2.1.2. Período (Quando amostrar?) Considerar a marcha do processo produtivo, ou seja, qual a relação da produção com a capacidade real de produção das instalações ou aquela em que o volume produzido é tido normal em função da demanda do mercado. Ou ainda se as condições climáticas são favoráveis para a amostragem. Ou, ainda, considerar as situações que podem apresentar-se como críticas (P.ex.: Abertura de tonéis, cargas e descargas de produtos, inspeções para manutenções, ajustes, etc.). 2.5.2.1.3. Exatidão Deve haver conformidade de precisão dos equipamentos de coleta (volume amostrado) com a sensibil s ensibilidade idade do método analítico escolhido ou disponível.
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2.5.2.1.4. Tipos de Amostras As amostras podem ser classificadas segundo a duração do processo de amostragem ou de acordo com o ponto de tomada da amostra. Quanto ao tempo de duração do processo de amostragem amostragem Quando tratamos da medição da concentração de fatores químicos de risco, o ideal seria, em relação ao tempo de amostragem, determinações instantâneas e contínuas durante todos os dias de trabalho, de forma que tenhamos de instante a instante, o perfil da concentração ao nível de cada trabalhador. Esta estratégia é inexequível e desnecessária, pois se pode, com boa margem de segurança, realizar uma amostragem em relação ao tempo. Para alguns agentes, cujos efeitos são predominantemente observados em longo prazo, por exemplo, os fumos metálicos, metálicos, são desejáveis desejáveis estimar-se a concentração média diária de exposição do trabalhador. A coleta deve ser realizada durante períodos longos, ou mesmo durante toda a jornada de trabalho. Uma amostra de período completo poderá ser dividida em períodos menores quando se busca uma determinada flutuação da concentração em virtude de alterações na rotina de trabalho ou por limitações do volume total amostrado imposto pelo método analítico escolhido. É importante considerar que o tempo de coleta só poderá ser reduzido até um mínimo que garanta a coleta de uma quantidade de contaminante ambiental que seja superior ao nível de detecção do método analítico empregado. É importante lembrar que podemos reduzir o tempo de amostragem, mas não a vazão da bomba de amostragem indicada pelo método analítico, quando esta é empregada. Consideraremos ainda que a amostragem de apenas um dia não é satisfatória, a menos que se tenha certeza de que o dia amostrado seja exatamente igual aos demais dias do ano. De acordo com LIEDEL A . L., a frequência das avaliações deve se ajustada dependendo da grandeza e da variabilidade dos resultados obtidos e conforme o “julgamento profissional”. Assim, concluímos que para um determinado determinado grupo de fatores químicos de risco devemos realizar uma amostragem com duração mínima de algumas horas, de acordo com o limite de detecção do método analítica e por um determinado número número de dias para identificar as flutuações interdias, ou mesmo de uma semana para outra, dependendo das particularidades de cada ambiente. a) Amostras Instantâneas ou Pontuais Baseiam-se na tomada de amostras de ar em um período curto de tempo, envolvem pequenos pequenos volumes de ar, que não superam 1 litro de ar amostrado. Este procedimento é ideal para acompanhar as diversas fases de um processo, identificando as fontes de emissão, os picos das concentrações que se produzem no ambiente de trabalho, e a determinação da máxima concentração esperada para a especificação especificação do equipamento equipamento de proteção respiratória respiratória adequado. Duração: < 5 minutos m inutos Expressam a concentração concentração instantânea. Utilização: Substâncias Substâncias com Limite de Tolerância Valor Teto ou Média Ponderada. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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b) Amostras Contínuas Baseiam-se na tomada de amostras por um longo período de tempo, podendo incluir a jornada completa de trabalho, parte dela, ou em casos especiais períodos mais extensos; todas com a finalidade finalidade de se obter concentrações representativas no tempo da situação ambiental. Duração: >30 minutos Não registra pico Utilização
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A mostr mostr as consecuti consecuti vas de perí per íodo par cial ci al Amos Am ostr tr as pontuais pontu ais tomadas aleatori amente amente
Duração da jornada de trabalho Figura 2.7. Representação Representação Esquemática dos Processos de Amostragem. Tanto para os processos de amostragens instantâneo-pontuais como para amostragens contínuas, deve-se cobrir no mínimo um ciclo de trabalho, e deverão ser tomadas em condições normais de trabalho . Para substâncias com limite de Tolerância-Média Ponderada, as conclusões sobre o ambiente de trabalho ou situação ambiental devem ser extraídas interpretando-se os resultados obtidos através de métodos de amostragens contínuas ou cálculo da concentração média de amostras instantâneas. Sendo que para métodos de amostragens instantâneas considerar o momento mais crítico da situação ambiental e havendo Limite de Tolerância-Valor Máximo, comparar cada um dos resultados obtidos com este limite. Para substâncias com Limite de Tolerância-Valor Teto, as conclusões devem ser obtidas, obrigatoriamente, com base nos resultados das amostras instantâneas no momento mais crítico.
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Quanto à forma de tomada de amostra a) Amostra Ambiental É aquela que se realiza para determinar o nível de concentração existente em um ambiente geral ou em uma zona localizada. Este tipo de amostra pode proporcionar dados suficientes sobre o grau de contaminação e suas flutuações nas áreas de trabalho, assim como seus focos principais (P.ex.: Ponto Fixo - Equipamento). b) Amostra Pessoal É aquela que se realiza normalmente normalmente em um posto/função concreto de trabalho, de modo que é o próprio trabalhador quem leva o dispositivo de amostra durante o desenvolvimento de todas as tarefas sob sua responsabilidade. Tanto para as que implicam em exposição como aquela que, acredita-se, não haja exposição. A amostra pessoal é a mais utilizada na atualidade atualidade para a avaliação da exposição ocupacional, pelo fato de que as concentrações de um contaminante no ambiente de trabalho são muito variáveis no tempo e no espaço. Um sistema de amostragem ambiental para um determinado posto/função, onde o trabalhador se desloque com frequência, não é o mais adequado para se avaliar avaliar a exposição ocupacional. ocupacional. Se a finalidade que se pretende com a amostragem é obter uma informação o mais completa possível sobre o nível de contaminação em um posto de trabalho, é aconselhável aconselhável realizar uma combinação do método pessoal e do ambiental. 2.5.2.1.5. Número de amostras Avaliação com com método de amostragens amostragens instantâneas instantâneas
A legislação brasileir brasileira a através da Portaria 3214 de junho de 1978, NR - 15 (Agentes (Agentes Químicos cuja insalubridade é caracterizada por limites de tolerância e inspeção no local de trabalho) determinam apenas o número mínimo de amostras para métodos de avaliação com amostras instantâneas, segundo o texto abaixo: “A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métod os de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens, para cada ponto ao nível respiratório respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos.” Avaliação com com método de amostragens amostragens contínua contínua e pessoal
Vimos no item anterior que a legislação brasileira não determina critérios para o número mínimo de amostras em avaliações das concentrações de agentes químicos, através de métodos de amostragem contínua e pessoal. pessoal. A estratégia de amostragem amostragem deve ser estabelecida estabelecida de forma forma que se tenha amostras representativas representativas da exposição do trabalhador, trabalhador, e um número de amostras tal, cuja duração, frequência e condições de coleta sejam estatisticamente aceitáveis. aceitáveis. Para tanto é necessário um bom conhecimento de Higiene Ocupacional, e sobretudo bom senso para ponderar e utilizar uma estratégia estratégia adequada, compatível com o que é tecnicamente tecnicamente necessário e o praticamente exequível. Tecnicamente não é recomendado amostragens aleatórias em grupos de trabalhadores inferiores a 8 (oito), ou seja, para grupos menores que este número deveeHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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se fazer coletas ao nível respiratório de cada um deles. Grupos maiores podem ser amostrados, porém, escolhendo-se aleatoriamente os elementos e obedecendo-se critérios estatísticos. Ao reduzir o número de amostras é importante conhecer bem as limitações da estratégia que se está empregando, para que na interpretação dos resultados, sejam levados em conta e se mantenha a real perspectiva do que os dados representam; e não se caia numa verdadeira “dança dos números” que poderão ou não, estarem representando representando a exposição dos trabalhadores. Procedimento recomendado para definição do número de amostras e escolha dos trabalhadores trabalhadores a serem amostrados
Definição dos Grupos Homogêneos À todos os trabalhadores trabalhadores expostos a um determinado risco ambiental, ambiental, o qual desejamos avaliar, denominamos “População Estudada” . Dentro deste conjunto de pessoas a dose de exposição é diferente, de acordo com determinados fatores, tais como a proximidade da fonte de emissão, as atividades desenvolvidas, o tempo de permanência permanência no local, horário, etc. Os trabalhadores que desempenham a mesma função, ou que tenham o mesmo tipo de atividade, ou que estejam próximos a fonte de emissão, que permanecem o mesmo tempo no local onde o agente foi identificado podem formar um “Grupo Homogêneo de Exposição”. Assim definido: “Um grupo é homogêneo em relação a um risco quando o avaliador, sem e q u i p a m e n t o s , n ão p o d e i d e n t i f ic ic a r o s t r a b a lh lh a d o r e s c o m m a i o r o u m e n o r exposição a este determinado risco.”
A população estudada estudada pode ser subdividida subdividida em grupos grupos homogêneos homogêneos de acordo com com os seguintes critérios: Espacial: Espacial:
Departamento, seção, unidade operacional, operacional, etc.
Temporal:
Turno, turma, etc.
Funcional: Funcional:
Operadores, Supervisores, Mecânicos, etc.
Determinação Determinação do número de empregados a amostrar: Uma vez definido os Grupos Homogêneos, quantificar o número total de trabalhadores em cada grupo. Para cada Grupo Homogêneo determinar o número de amostras a serem tomadas aleatoriamente. Às pessoas amostradas aleatoriamente denominamos de “Grupo Amostral”
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População Estudada
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Grupos Homogêneos
Grupo Amostral
Figura 2.8. Tipos de Grupos Amostrados. O quadro abaixo indica o número de amostras exigido em função do tamanho (número de pessoas) do grupo homogêneo. Este critério, recomendado pela NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health), representa os 10% “altos” e confiança de 0,9. Isto é, garante com 90% de confiabilidade que no grupo escolhido haverá pelo um trabalhador exposto a mais alta faixa de concentração máxima existente. Tabela 2.8. Tamanho do grupo X Nº de amostras exigido. Tamanho do Grupo
Número de Amostras Exigido
8 9 10 11 - 12 13 - 14 15 - 17 18 - 20 21 - 24 25 - 29 30 - 37 38 - 49 50
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
2.5.2.1.6. Frequência das amostragens Abaixo está representado o fluxograma de atividades de Higiene Ocupacional Ocupacional Para Avaliação da Exposição Exposição a Agentes Agentes Químicos. Sendo; NA = Nível de Ação LE = Limite de Exposição EXP = Exposição Medida
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Presença ou liberação
Inicio
Manter em observação
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Não
Alterações (ProcessoEquipamentos ou rotina?
Não
Documenta
Elevada toxicidade ou risco?
Sim
Sim
FIM
Sim
Não
Documentar Pode haver EXP > NA?
Informar os Ex ostos
Sim
Avaliação Preliminar
Medir Pior Situação
EXP < NA
Medir Melhor Situação
LE > EXP > NA
EXP > LE
Cada 6 meses no mínimo
Avaliação Completa LE > EXP > NA
EXP < NA
Si
Em 2 Avaliações EXP < NA?
Mon. Biológica e Vi . saúde
EXP > LE
Não Monitorização Ambiental EXP < NA
LE > EXP > NA
EXP < NA
Notificar expostos. Eliminar/reduzir EXP>LE
Aval. completa completa cada 6 meses
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2.5.2.3. Equipamentos de coleta / medição Os diferentes instrumentos utilizados para a avaliação de contaminantes químicos em um dado posto de trabalho ou atividade, independentemente de serem amostras pontuais ou contínuas, podem ser de dois tipos: Determinação e Leitura Direta, ou Coleta de Amostra para Análise. 2.5.2.3.1. Determinação e Leitura Direta São equipamentos em que a amostragem e a análise se realizam no próprio instrumento, obtendo-se a concentração de um determinado contaminante a partir da leitura em um dial ou indicador. Estes equipamentos devem ser portáteis e o contaminante conhecido. São empregados na avaliação preliminar, detecção de fontes de emissão e estimativas de risco à saúde. Incluem-se principalmente os seguintes equipamentos/dispositivos: equipamentos/dispositivos: Monitores Monitores Contínuos e Descontínuos. Estão constituídos fundamentalmente fundamentalmente por um sensor de entrada, que gera um sinal elétrico constante ou a intervalos regulares, regulares, proporcional a concentração do contaminante presente na atmosfera. Os princípios básicos no desenho destes equipamentos se baseiam nos seguintes fenômenos físicos: a) Ionização de Chama Mede o aumento de íons produzidos ao introduzirmos um composto de carbono volátil em uma chama de Hidrogênio. A corrente transportada pelo eletrodo coletor é diretamente proporcional ao “Número de íons produzidos”. produzidos” . O método responde a todos os compostos orgânicos, exceto, entre outros, ao Ácido Fórmico. b) Cromatografia Gasosa Processo físico de separação dos compostos presentes em uma mistura. Combinada com outras técnicas e equipamentos, por exemplo, à detecção por espectrometria espectrometria de massa, é a mais empregada técnica de análise. c) Fotometria de Aerossóis Baseia-se na geração de impulso elétrico produzido por uma fotocélula fotocélula que detecta a dispersão da luza provocada por uma substância particulada. O número de impulsos elétricos está correlacionado com o número de partículas presentes no meio gasoso amostrado. d) Potenciometria Fundamenta-se na variação do potencial produzido por uma reação eletroquímica. Método não específico, porém na prática pode-se ter algum resultado se escolhermos os reagentes adequadamente. adequadamente.
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e) Combustão Tem como base à reação produzida por uma mistura de gases e vapores combustíveis, quando passam por um filamento incandescente “acima da temperatura de ignição” dos contaminantes a analisar. Trata -se de um método não específico. Dispositivos Dispositivos Colorimétricos Colorimétricos O fundamento destes dispositivos é a reação colorimétrica que se produz ao entrar em contato o contaminante em estudo com o componente químico específico, que contém um suporte por onde se faz passar o ar ambiental. Incluem-se neste grupo os seguintes dispositivos: dispositivos: a) Indicadores pessoais Fundamentam-se Fundamentam-se na mudança de coloração, revelada por um componente químico (impregnado normalmente normalmente em papel), que reage na presença de vapor ou gás a analisar. O uso dos indicadores pessoais pode ser comparado, relativamente, aos dosímetros de radioatividade. radioatividade. Destinam-se a avaliações semi-quantitativas. semi-quantitativas. b) Tubos Colorimétricos São dispositivos analíticos de maior emprego. Os contaminantes e os interferentes devem ser previamente conhecidos. Apresentam leitura direta e pontual, porém sem um elevado grau de precisão e exatidão. Como especificação mínima devem apresentar + 35% de exatidão na metade do Limite de Tolerância, Tolerância, e + 25% para uma exposição de 1 a 5% maior.
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2.5.2.3.2. Coleta de Amostra para Análise Devido às limitações dos equipamentos de leitura direta, ou as possíveis interferências que podem produzir-se com outros contaminantes, e outros problemas relacionados com a precisão e exatidão necessárias para algumas avaliações do risco, se recorre comumente à tomada de amostras dos contaminantes e posterior transporte ao laboratório para análise. Emprega-se equipamentos equipamentos portáteis, com um certo grau de precisão na tomada do volume real. Neste grupo encontramos os seguintes sistemas: Sistemas para Aerossóis Aerossóis a) Cassetes e Filtros São os elementos mais empregados devido à facilidade de manejo e pequeno tamanho. A eficiência de retenção deverá ser no m ínimo de 90 a 100% para as partículas com o menor diâmetro avaliado. Deve-se recorrer às metodologias validadas para a escolha do tipo de filtro mais m ais indicado.
Figura 2.9. Cassete.
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Figura 2.10. Filtro de aerossóis. b) Precipitadores Eletrostáticos As partículas carregadas eletricamente eletricamente são recolhidas recolhidas para o interior de um tubo (ânodo), devido a um gradiente de potencial elétrico criado. As forças elétricas são exercidas sobre as partículas e não sobre a massa gasosa. Não devem ser usados em atmosferas inflamáveis. c) Precipitadores Térmicos Passa-se o ar amostrado por um canal com um gradiente de temperatura “perpendicular” a direção do direção do fluxo. O material particulado deposita-se em função deste gradiente, para posterior análise microscópica. As vazões são relativamente baixas e as temperaturas do ânodo se aproximam de 100 ºC.
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d) Captores para Fração Respirável As recomendações internacionais internacionais e nacionais (no caso da Sílica Livre Cristalizada) diferem os limites de exposição em se tratando de analisarmos o que é respirável e não respirável. Estima-se Estima- se o potencial “real” de penetração do produto avaliado no sistema respiratório respiratório humano. Encontramos dois dispositivos captores para fração respirável: ciclone e elutriador horizontal. Ciclone: O ar respirado sobe as bordas de um tubo, recebendo assim um movimento circular que permite as partículas grandes sedimentarem-se no fundo, e as pequenas a serem levadas pela corrente de ar até a parte superior, superior, onde são s ão retidas por um filtro. As características características destes dispositivos dispositivos variam, basicamente, basicamente, em função da vazão, do condutor de entrada do ar, assim como c omo da forma e densidade das partículas.
Diâmetro Diâmetro Aerod inâmic inâmic o (M íc ro n )
Passagem p elo Seletor Seletor (% )
<2 2,5 3,5 5,0 10
90 75 50 25 0 Figura 2.11. Partes do Ciclone.
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Figura 2.12. Ciclone. Elutriador Horizontal: A seleção quantitativa quantitativa realiza-se realiza-se pela sedimentação das partículas no trajeto horizontal, aspirados com velocidade apropriada e em um tubo retangular que contém várias placas horizontais sobrepostas. O fluxo regular e a forma dos orifícios de entrada impõem uma vazão laminar e sem turbulências, turbulências, o que permite conseguir a sedimentação das partículas em função dos seus respectivos tamanhos. Aquelas que não são separadas se depositam sobre um filtro e podem s er pesadas ou analisadas. Esta técnica apresenta como inconvenientes o fato de que as partículas podem ser incorporadas ao ar circulante, e que as correntes exteriores influem sobre a vazão interior.
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Figura 2.13. Partes do Elutriador Horizontal. Horizontal. Sistemas para Gases e Vapores O princípio básico de tomada de amostras é idêntico ao utilizado para os aerossóis. Constituído Constituído de um elemento de captação ou coleta de amostra, um medidor de vazão de ar e uma bomba de aspiração. Os principais métodos de captação utilizados para estes tipos de contaminantes são: a) Captação por Retenção ou Fixação Incluem-se nestes dispositivos os absorventes líquidos e adsorventes sólidos. sólidos. Absorventes Líquidos: Líquidos: Consiste em fazer passar o ar, mediante uma bomba de aspiração, através de frascos de vidros ou plásticos com um tubo de entrada submerso em um líquido adequado. São denominados borbulhadores ou “impingers”.
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Figura 2.14. Absorvente 2.14. Absorvente Líquido. Líquido. Adsorventes Sólidos: Sólidos:
Figura 2.15. Adsorvente 2.15. Adsorvente Sólido. Sólido.
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Para que um material adsorvente atue como um meio eficaz de tomada de amostra deve satisfazer vários requisitos. requisitos. P. ex.: Capacidade de captar pequenas concentrações de contaminante e retê-los até sua posterior análise. Dispor de um método eficaz de dessorção. Que a capacidade do sorbente (quantidade armazenada no tubo de amostragem) seja suficiente para reter grande quantidade de contaminante, facilitando sua análise. Que nenhum contaminante varie quimicamente após retido. Que o sorbente possa adsorver um contaminante específico em presença de outros. Os principais sólidos sorbentes que tem sido utilizado para adsorver vapores são o carvão ativo e grafite, polímeros porosos, sílica gel e alumina. Amostradores Amostradores Passivos: Consistem, basicamente, de um leito adsorvente, normalmente carvão ativo, separado do ambiente exterior por uma barreira, na qual se apresentam orifícios de superfície e comprimento conhecidos. A quantidade. De contaminante recolhido recolhido no leito é controlada pelo comprimento e diâmetro dos orifícios, bem como pelo tamanho ou peso molecular molecular do contaminante. Devido ao gradiente de concentração entre o exterior da barreira e a superfície do adsorvente, os vapores se difundem através dos orifícios por difusão molecular, adsorvendo-se em função da velocidade de amostragem, a concentração ambiental e o tempo de amostragem.
Figura 2.16. Amostrador 2.16. Amostrador Passivo. Passivo.
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b) Tomada de Amostra de Ar É o processo pelo qual se recolhe o ar contaminado em um recipiente e enviar para análise. É adequado quando se desconhece desconhece a composição composição dos contaminantes. contaminantes. Os instrumentos mais comuns para a tomada de amostras de ar são: Seringas e Tubos: As seringas podem ser de grande capacidade e uma vez v ez acionado o embolo, o ar amostrado fica selado hermeticamente no recipiente cilíndrico. Os tubos de tomada de amostras são recipientes cilíndricos de vidro, com válvulas em cada extremidade, com uma picagem lateral vedada por um septo, onde se faz uma alíquota do material amostrado para a análise. Bombas GFG ou Tubos de Pressão: São recipientes cilíndricos de aproximadamente 100 ml de capacidade, que mediante um mecanismo manual comprime comprime o ar até 25 atm. Bolsas Inertes: É o método mais adequado para amostragem de ar contaminado por qualquer tipo de gás. Podem ter uma válvula para permitir a entrada e saída do ar e um septo para obter alíquotas mediante uma seringa. No principal sistema desenhado de bolsas inertes, a amostragem se realiza por meio de uma bomba impulsora, que permite conhecer o volume captado e amostrar durante longos períodos de tempo.
Figura 2.17. Bolsa Inerte. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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2.5.3. ANÁLISE 2.5.3.1. Método Analítico Analítico A fase fundamental na avaliação avaliação é aquela que permite permite decidir sobre a existência de uma situação inadmissível ou tolerável para a saúde do trabalhador. Esta decisão deve basear-se na quantificação do possível risco ambiental, segundo os critérios de Higiene Ocupacional existentes normalmente aceitos. O ponto de partida para a determinação de um risco ambiental, se processa por meio de medições ou tomada de amostras, as quais devem ser representativas das condições reais de trabalho e da exposição em cada posto, para o qual precisa-se conhecer as diferentes técnicas de amostragens, afim de facilitar a escolha de uma metodologia metodologia adequada para a avaliação. Os métodos de amostragens, análise estratégias de amostragens no campo da Higiene Ocupacional, Ocupacional, encontram-se normalizados normalizados em diferentes países. Destacam-se os propostos pela National Institute for Occupational Safety and Health - NIOSH e Occupational Safety and Health Association - OSHA, ambas dos Estados Unidos, em seus diferentes manuais de amostragens e análises. Os métodos analíticos devem apresentar como características a possibilidade de um estudo confiável, preciso, estatisticamente representativo das condições/situações ambientais, e adequado à sensibilidade e exatidão dos equipamentos utilizados na coleta e na análise. O desenvolvimento de um método analítico, bem como a escolha do método a ser utilizado deve considerar os seguintes fatores técnicos: Características físico-químicas da substância Estado Físico Estado de Desagregação Desagregação Polaridade Solubilidade Volatilidade Estabilidade Sensibilidade Sensibilidade e exatidão do instrumento a ser utilizado; Método de ataque ou solubilização da amostra; Faixa de precisão do método; Possíveis interferentes; Equipamento analítico existente; Disponibilidade econômica.
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2.5.3.2. Classificação da NIOSH Uma vez que os métodos analíticos não apresentam o mesmo grau de confiabilidade confiabilidade e precisão, a National Institute for Occupational Safety and Health - NIOSH tem estabelecido uma classificação de categorias de seus próprios métodos. Classificando-os Classificando-os em dois grupos: 2.5.3.2.1. Grupo Standard - (S) Técnicas especificamente especificamente válidas para as práticas de Higiene Higiene Ocupacional. 2.5.3.2.2. Grupo “P & CAM “ Neste grupo, de acordo com o range de confiabilidade e precisão, encontramos a seguinte classificação: Método plenamente avaliado e comprovado como satisfatório Método Recom endado - (A): (A): por um grupo de laboratórios laboratórios em colaboração. ): Método submetido a um criterioso processo de avaliação nos A c ei táve l - (B laboratórios laboratórios da NIOSH e qualificado qualificado como aceitável Tentativ o - (C): Método que está sendo usado amplamente, sendo adotado ou recomendado recomendado por agencia governamental ou por alguma entidade profissional. profissional. Método avaliado, com possibilidade de ser aceito. Método Oper acio nal - (D): (D): Propo sto - (E): (E): Método Método novo, não comprovado. 2.5.3.3. Preparação das Amostras A preparação das amostras para determinação determinação da concentração do contaminante contaminante química presente no ambiente de trabalho depende do suporte utilizado para a retenção e da técnica analítica a ser utilizada. Dada a sensibilidade com que se trabalha na Higiene Ocupacional, é de fundamental fu ndamental importância à inclusão dos “brancos das amostras”. Assim definidos: 2.5.3.3.1. Branco de Amostragem O “Branco de Amostragem” indicará uma possível contaminação sofrida pelo suporte utilizado durante a amostragem ou manipulação (P.ex.: Durante a calibração dos equipamentos). O “Branco de Amostragem” nada mais é do que selecionar um suporte do lote utilizado para as amostragens e dar-lhe o mesmo tratamento dado (p.ex.: Passar pelo processo de calibração pelo método da bolha de sabão, pois o produto utilizado pode conter substâncias que interferem na determinação analítica da real concentração do contaminante em estudo) aqueles utilizados na amostragem, sem contudo levá-lo a campo.
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2.5.3.3.2. Branco de Laboratório Laboratório O “Branco de Laboratório” tem por objetivo eliminar possíveis erros a matriz e detectar possíveis anomalias analíticas. O “Branco de Laboratório” Laboratório” é preparado dando -se o mesmo tratamento químico a um suporte retirado do lote utilizado para as amostragens, sem contudo ter sido manipulado. No caso de amostras que não se utiliza suporte, prepara-se o branco com as mesmas quantidades de reagentes e tratamento dado à preparação das amostras. O objetivo é identificar interferente ou anomalias nos reagentes ou na preparação das amostras. Obs.: Os Obs.: Os valores encontrados nos brancos de amostragem e de laboratório devem ser subtraídos das amostras de campo. 2.5.4. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS Obter informações referentes às condições climáticas durante os trabalhos de amostragens com as seguintes finalidades: finalidades: 2.5.4.1. Pressão atmosférica no local de amostragem e no local de calibração Caso sejam consideravelmente diferentes, torna-se necessário efetuar a correção do volume amostrado. 2.5.4.2. Temperatura natural no local de amostragem e no local de calibração Caso sejam consideravelmente diferentes, torna-se necessário efetuar a correção do volume amostrado. 2.5.4.3. Umidade relativa do ar Os métodos analíticos especificam condições para a amostragem em função do material utilizado para retenção do contaminante. P.ex.. A Sílica Gel tem grande afinidade com água, devendo-se levar em consideração a saturação do sorbente em função do elevado teor de água; o Carvão Ativo tem sua eficiência comprometida pela presença de vapores de água, pois esta concorre com o contaminante no processo de adsorção. Além do mais, se a atmosfera está saturada ou próxima da saturação pela presença de umidade, a interação do contaminante com o ar fica diminuída. Desta forma é necessário definir níveis e umidade relativa presente no ambiente para que o processo de amostra não seja comprometido e para que a situação ambiental seja representativa. representativa. 2.5.4.4. Velocidade do Vento A preocupação com a velocidade v elocidade do vento está relacionada relacionada com o favorecimento, favorecimento, quando se amostra em áreas abertas, da dispersão dos contaminantes. Normalmente adota-se como máxima velocidade do vento o valor de 5 m/s.
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2.5.5. TRANSPORTE/ARMAZENAMENTO TRANSPORTE/ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA É importante observar as recomendações recomendações do método, para evitar-se a deterioração ou contaminação da amostra durante o armazenamento/transporte armazenamento/transporte até o laboratório para análise. 2.5.6. PESSOAL PARA COLETA Prever pessoal técnico para preparação, instrução dos trabalhadores amostrados, acionamento e retirada do equipamento, acompanhamento, leitura e revisão dos equipamentos envolvidos. Incluir a tomada de informações complementares e registro na folha de acompanhamento acompanhamento de coleta 2.5.7. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS As variabilidades variabilidades das amostras, as flutuações do ambiente de trabalho das fábricas e a existência de erros conduzem a que, quando um trabalhador é amostrado e calculado sua exposição média, raramente coincide com a exposição verdadeira. verdadeira. Para que se cumpra uma determinada distribuição estatística dependemos da estratégia de amostragens. Se tomarmos uma ou várias amostras consecutivas de período completo ou parcial, para estimar a concentração média a que está exposto o trabalhador, assume-se que os resultados adotam uma distribuição distribuição normal. A distribuição distribuição estatística normal se caracteriza pelo valor médio (X) e o desvio padrão (). O valor médio coincide com a média aritmética e o desvio padrão estima o erro acidental do valor médio. Os dados normalmente distribuídos adotam uma curva de distribuição simétrica, útil para avaliar os erros aleatórios aparecidos na amostra e análise.
MA
Figura 2.18. Distribuição Distribuição Estatística Normal.
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Razões observadas pela prática reforçam a ideia de optar por uma representação log-normal (determinada pela média geométrica) para os resultados de amostras destinadas à estimar a exposição de um trabalhador a contaminantes químicos presentes no ambiente de trabalho, devido a possibilidade possibilidade de se encontrar concentrações de várias ordens de grandeza, incluindo a concentração “zero”. Variações de amostras de mesmo tamanho que os valores médios e probabilidade finita de se encontrar valores muito altos. Desta forma verifica-se a necessidade de cálculo da média geométrica para estimar a média da exposição do grupo, pois a média geométrica é a que mais se aproxima da distribuição log-normal. Esta distribuição também é recomendada por Okumura (Okumura T. e Tanigushi. C. Engenharia de Soldagem e Aplicações: Livros Técnicos e Científicos Ed. Rio de Janeiro, 1982) e Rock (Rock, J.C.A Comparison Between OSHA – Compliance Criteria and Action-Level Decision Criterie. Am. Ind. Hyg. Ass. J. 43 (5):207, 1982). 2.5.7.1. Cálculo da exposição utilizando método de amostragens amostragens instantâneas Cmédia = C1 + C2 + ....... + Cn , onde: Cmédia - Concentração média aritmética aritmética C - Concentração de cada determinação n - Número total de determinações determinações 2.5.7.2. Cálculo da exposição utilizando método de amostragens contínuas e pessoais 2.5.7.2.1. Calcular a média ponderada no tempo para cada trabalhador amostrado MPT = (C1 x T1) + (C2 x T2) + …… + (Cn x Tn), onde MPT T C Ttotal
= Média Ponderada no Tempo = Tempo de duração de cada amostragem amostragem = Concentração determinada determinada de cada amostragem amostragem = Somatório dos tempos de duração das amostragens
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2.5.7.2.2. Calcular a média geométrica geométrica das médias ponderadas
µ
MG = µ + 2
ln ( 1+ /2)
DPG = EXP
Onde, MG
= Média geométrica, e representa a exposição exposição de todo o grupo homogêneo. homogêneo. = Média aritmética das médias ponderadas ponderadas = Desvio padrão DPG = Desvio padrão geométrico geométrico Nota: As amostras usualmente recebem a notação X. Em Higiene Industrial porém se reserva a notação X para a média de amostras instantâneas, e para médias ponderadas verdadeiras. verdadeiras. A intenção em se medir o desvio é buscar um valor que meça a amplitude de variação em torno da média de um conjunto de medidas. Tendo sido a média escolhida ja d a de localização de um conjunto de medidas, a medida da como a m e d i d a d e s e ja variação deveria mediar a extensão dos desvios das medidas com relação a média. A esse valor denomina-se Desvio Padrão, determinado segundo a fórmula:
=
n (i – ) 2 i=1 n – 1 – 1
Onde: i
= = =
Desvio padrão Cada um dos valores encontrados nas amostras Média aritmética dos valores encontrados encontrados nas amostras.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional na Indústria Química
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2.5.7.3. Cálculo da exposição para mistura de várias substâncias (Diversos Contaminantes Contaminantes no Mesmo Ambiente/Atividade) Ambiente/Atividade) 2.5.7.3.1. Para Substâncias com Efeitos Cumulativos D
C1 T1
C2 T2
..........
Cn
1
Tn
onde, C - Concentração no ar de cada um dos agentes químicos presentes. T - Limite de Tolerância definido para cada um dos agentes químicos presentes no ambiente/atividade. 2.5.7.3.2. Para Substâncias com Efeitos Independentes D1
C1 T1
1
e
D2
C2 T2
1
Obs.: É importante conhecer a toxicologia toxicologia dos agentes 2.5.7.4. Comparação com Limites de Tolerância Tolerância 2.5.7.4.1. Amostragens instantâneas ou pontuais Comparar a concentração média determinada com o Limite de Tolerância-Média Ponderada e Nível de Ação. Comparar a concentração de cada amostra com o Limite de Tolerância-Valor Tolerância-Valor Máximo. Se a substância apresentar Limite de Tolerância-Valor Teto, comparar a concentração concentração média com o Limite de Tolerância-Valor Teto e o Nível de Ação. 2.5.7.4.2. Amostragens contínuas e pessoais Compara a concentração Média Geométrica com o Limite de Tolerância-Média Ponderada e o Nível de Ação. Analisar individualmente cada Média Ponderada determinada. 2.5.7.4.3. Várias substâncias Comparar a concentração encontrada de cada uma das substâncias, de acordo com “d.1” ou “d.2”, segundo o método utilizado para as amostragens. Lembrar que a soma das concentrações divididas pelos Limites de Tolerância não devem ultrapassar o valor 1 (dose).
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2.6. CONTROLE 2.6.1. CONCEITO DO NÍVEL DE AÇÃO: Utilizável para avaliações ambientais ou biológicas corresponde a um valor a partir do qual devem ser tomadas determinadas medidas dentro de um programa de prevenção de riscos ambientais. Estatisticamente é baseado na exposição interdias de longo prazo, versus uma única avaliação, realizada em determinado dia. Um nível de ação que corresponde a 0,5 do limite de Tolerância tem o seguinte significado: significado: Se uma exposição diária estiver abaixo do nível de ação, existe uma probabilidade “ Se de que não mais que 5% dos dias de trabalho estejam acima do LT, com 95% de confiança.”
Nesta afirmação estatística, considera-se que o coeficiente de variação total dos métodos de amostragem e análise é de 0,1 (CV) e que o desvio padrão geométrico da variação interdias interdias é de 1,22. Entende-se o Nível de Ação como sendo o ponto em que atividades do programa de saúde ocupacional proposto devem ser iniciadas, como medidas periódicas da exposição (avaliação (avaliação ambiental9 e supervisão médica (avaliação biológica)). biológica)). LT
E x posi ção
NA = LT / 2
“ Não Exposição “ Se houve hou verr ex posi posi ções en en tr e o NA N A e o L T , e conside consi derr an ando do a vari var i abil abi l i dade en contr ada em em di str i bui ções n ormai or mai s, ter ter emos uma um a grande gr ande chance chan ce de ul tr apas apassar o L T. Figura 2.19. Nível de Ação.
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2.6.2. MODELO CONCEITUAL PARA CONTROLAR OS RISCOS NO AMBIENTE: Uma vez concluída a avaliação e havendo necessidade de adequação á níveis compatíveis com a manutenção do estado de saúde das pessoas, torna-se necessário adotar medidas de controle. Estas medidas podem ser na fonte, na trajetória e/ou no receptor, como mostra a ilustração. Fon te
Trajetória Trajetória
Recepto r
Figura 2.20. Trajetória do risco. 2.6.3.MEDIDAS GENÉRICAS DE CONTROLE: O momento mais oportuno para introduzirmos controles de engenharia é quando se está na fase de projeto, já que nesse momento as medidas de controle podem ser integradas mais facilmente. A influência de uma área sobre outra e de uma atividade laboral sobre outras, deverão ser levadas em conta, sendo avaliados estes fatores como perigos combinados. Todos os sistemas e seus componentes deverão ser projetados de tal maneira que os contaminantes possam ser mantidos a níveis abaixo de seus limites de tolerância fixados. As medidas genéricas de controle são divididas em dois grupos: 2.6.3.1. Relativas ao ambiente 2.6.3.1.1. Substituição do Produto Tóxico: A substituição substituição de um material tóxico por outro não tóxico ou menos tóxico é um método sensível e prático na redução de um risco. Por exemplo: A substituição de tintas com pigmentos de Chumbo por outras tintas que contenham pigmentos de metais menos tóxicos ou pigmentos sintéticos; em operações de limpeza pode-se estudar a utilização de soluções aquosas com detergentes adequados no lugar de solventes orgânicos; assim como é possível substituir o Benzeno por Tolueno na maioria das aplicações; etc.
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2.6.3.1.2. Mudança ou Alteração do Processo/Operação Processo/Operação Existem trabalhos nos quais se pode modificar o processo sem alterar o resultado da operação, fazendo variar amplamente as condições de trabalho. P.ex.: Pintura a pincel ou imersão no lugar da realizada por pistola, diminuindo a concentração de contaminantes no ar; etc. 2.6.3.1.3. Enclausuramento ou Isolamento: Algumas operações podem ser isoladas dos trabalhadores. trabalhadores. O isolamento pode ser conseguido mediante uma barreira física, de forma que o trabalhador não tenha que estar nas proximidades do foco de contaminante, salvo em curtos períodos. 2.6.3.1.4. Métodos Úmidos: As concentrações concentrações de poeiras perigosas podem ser reduzidas reduzidas pela aplicação de água ou líquidos sobre a fonte de poeira. O método úmido é um dos procedimentos mais sensíveis para o controle de poeiras, se bem que sua eficácia é função da correta utilização do método, que requer a ação de um agente umectante e torna-se necessário proceder a eliminação da poeira antes de secar. 2.6.3.1.5. Segregação da Operação A definição para a realização realização de determinados determinados trabalhos fora do horário horário normal, pode ser aplicado: P.ex.: desmontagem, assim como certas operações de manutenção, lavagem de reservatórios, etc. A segregação pode ser feita no espaço (instalar fontes de emissão em locais retirados ou em locais isolados das demais atividades) ou no tempo (P.ex.. Intervenções em locais com grande emissão vapores nos horários em que a temperatura é mais amena e não favorece a v aporização). aporização). 2.6.3.1.6. Ventilação Geral Diluidora e Local Exaustora: Os sistemas de ventilação introduzem ou extraem ar dos locais de trabalho, com o objetivo de manter a concentração de um contaminante químico a níveis adequados. adequados. 2.6.3.1.7. Manutenção Preventiva: A manutenção é uma grande aliada das práticas de Higiene Ocupacional. Através de um bom programa de manutenção preventiva preventiva se é possível reduzir reduzir as possíveis p ossíveis fontes de emissão. P.ex.: vazamentos em flanges e juntas, balanceamento de equipamentos rotativos, etc. 2.6.3.1.8. Projetos Adequados: Voltamos a enfatizar que o momento mais oportuno para introduzirmos introduzirmos os controles de engenharia é a fase de projeto. Momento em que devem ser avaliadas as possíveis fontes de emissão, e propostas ações de controle. As metodologias aplicadas ao Gerenciamento Gerenciamento de Riscos são ferramentas valiosas.
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2.6.3.2. Relativas ao homem 2.6.3.2.1. Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Quando não se é possível melhorar satisfatoriamente um ambiente de trabalho, pode ser necessário proteger o trabalhador com um equipamento de proteção individual (EPI). Este recurso é considerado menos adequado que os controles técnicos, e só deve ser aplicado onde não seja factível realizar ações de controle relativas ao ambiente ou onde se produzem exposições curtas. 2.6.3.2.2. Controle Médico: O monitoramento biológico através de indicadores biológicos de exposição de um dado contaminante químico é fator importante para a avaliação da eficiência das ações de controle empregadas, bem como o acompanhamento das condições ambientais no local de trabalho. 2.6.3.2.3. Aspectos Comportamentais: Comportamentais: O trabalhador deve dispor de instalações adequadas às necessidades de asseio pessoal, uma vez terminado o trabalho. Deve-se proibir o hábito de comer e beber em locais onde se manipulam substâncias tóxicas que podem contaminar os alimentos. Incluem-se neste item a tomada de postura rigorosa quanto ao cumprimento dos procedimentos operacionais e normas visando resguardar a integridade física dos trabalhadores. Para insto são indispensáveis à informação dos riscos e programas de treinamentos adequados. 2.6.3.2.4. Ordem e Limpeza: A limpeza do posto de trabalho trabalho é fundamental para o controle dos contaminantes. contaminantes. A poeira acumulada no posto de trabalho pode retornar à atmosfera devido a choques ou correntes de ar, portanto deve ser eliminada antes que isto ocorra. O mesmo pode ocorrer com os solventes, devido a vazamentos de máquinas, panos ou papéis impregnados dando origem a zonas de contato com a superfície livre, onde o solvente se evapora misturando-se com o ar.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional na Indústria Química
2.7. TESTES 1. Leia com atenção as sentenças que seguem: I. “É um elemento, uma substância cuja presenç a ou ausência pode em seguida a um contato efetivo com o hospedeiro humano susceptível, em condições ambientais favoráveis, servir de estímulo ao início ou perturbação de um processo patológico.” II.” A contribuição está relacionada com os hábitos, costume s, condicionamentos condicionamentos da idade, sexo, grupo étnico, estado civil e ocupação, bem como outros “Fatores Intrínsecos”, que tem na carga genética (genótipo) e na eficiência de mecanismos de defesa gerais e específicos sua expressão máxima.” III. “Abrange quatro grandes elementos. O ambiente físico (clima, tempo, geografia, estrutura geológica, etc.); o ambiente biológico (o universo das coisas vivas que circundam o homem e tudo além do próprio homem; o ambiente social e econômico).” As frases acima se referem, referem, respectivamente, respectivamente, a: a) agente, hospedeiro e ambiente; b) hospedeiro, agente e ambiente; c) agente, ambiente e hospedeiro; hospedeiro; d) hospedeiro, ambiente e agente; e) ambiente, agente e hospedeiro. hospedeiro. 2. “É a condição ou situação em que, na dependência da ocorrência d e certas condições, o dano à saúde pode ocorrer.” Esta definição refere -se a: a) exposição; b) risco; c) agente; d) perigo; e) intoxicação. 3. Numa visita preliminar deve-se definir, entre outros, os seguintes pontos: a) agentes a pesquisar e condições ambientais; b) ritmo de trabalho e movimentação de materiais; materiais; c) tempo de exposição; d) número de expostos e área; e) todas as alternativas alternativas anteriores anteriores estão corretas.
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Capítulo 2. Higiene Ocupacional na Indústria Química
4. O ser humano é capaz de ficar sem se alimentar por cerca de: a) 7 dias; b) 3 dias; c) 30 dias; d) 15 dias; e) 45 dias. 5. As vias de entrada no organismo que têm mais importância para a Toxicologia Ocupacional são: a) via cutânea e oral e retal; b) via cutânea, oral e respiratória; c) via oral e retal; d) via respiratória e cutânea; e) via oral e respiratória. respiratória.
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Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
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CAPITULO 3: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA SIDERÚRGICA OBJETIVOS DO ESTUDO Apresentar os equipamentos equipamentos e operações operações existentes numa siderurgia, siderurgia, a fim de compreender os riscos à saúde que a produção de aço plano envolve. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto apto a: identificar
agentes agressivos à saúde como ruído, stress térmico e aerodispersóides aerodispersóides na siderurgia; compreender a nocividade ao homem e ao meio ambiente que os hidrocarbonetos hidrocarbonetos aromáticos geram; compreender os riscos envolvidos envolvidos no recebimento recebimento e preparação preparação da matéria-prima matéria-prima para transformá-la em aço; entender e utilizar utilizar as diversas técnicas de controle controle dos dos agentes agentes agressivos agressivos à saúde que uma siderurgia pode ter.
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Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
3.1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho são descritos, de maneira sumária, os principais equipamentos e operações existentes ao longo do processo siderúrgico de uma usina integrada de grande porte para a produção de aços planos. Em cada fase do processo industrial foram relacionados relacionados os riscos potenciais potenciais à saúde mais significativos, significativos, associados à preparação e transformação das matérias-primas matérias-primas para obtenção do aço como produto final. O efetivo controle da exposição dos empregados aos diferentes agentes químicos e físicos na indústria siderúrgica é normalmente envolvido de significativa complexidade e muitas vezes de custo considerável. Tais características exigem a realização de um minucioso estudo prévio do problema para possibilitar a correta definição da medida a ser tomada. Entretanto, muitas vezes também, as soluções dos problemas são de baixo custo e compreendem compreendem modificações simples nas práticas operacionais e de manutenção. Para exemplificar a aplicação de diversas técnicas para controle de riscos à saúde, recorreram àquelas que foram implantadas com resultados satisfatórios em usinas siderúrgicas siderúrgicas de grande porte, produtoras de aços planos.
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Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
Quadro 3.1. Dentre outros, os seguintes agentes agressivos à saúde são os que mais estão presentes no processo siderúrgi s iderúrgico: co: Ruído Stress Térmico Aerodispersóides Emissão de Fornos de Coque
3.2. RUÍDO O ruído produzido nos equipamentos e processos de uma planta siderúrgica varia consideravelmente consideravelmente quanto à sua origem e intensidade: Ruído produzido na movimentação de matérias-primas e produtos. Ruído produzido pela movimentação e expansão de fluídos sob alta pressão (ex: abertura de válvulas de alívio de pressão em plantas de oxigênio, altos-fornos e casa de força). Ruído gerado no próprio processo de redução (conversores a oxigênio, fornos elétricos, etc.). Ruídos gerados na operação de determinados tipos de equipamentos (perfuratrizes, (perfuratrizes, marteletes, m arteletes, etc.). Interessante estudo realizado pelo IISI – Internacional – Internacional Institute of Steel and Iron em indústrias siderúrgicas instaladas na Alemanha, Estados Unidos e Japão revelaram o percentual de empregados sistematicamente sistematicamente expostos a níveis de ruídos superiores a 90 dB (A) por períodos de 8 horas diárias.
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Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
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Tabela 3.1. Percentual de Empregados Expostos a Ruídos PERCENTUAL DE EMPREGADOS EXPOSTOS A NIVEIS DE RUIDO RU IDO SUPERIORES A 90 dB (A) EM USINAS SIDERÚRGICAS NÚMERO DE OPERAÇÃO % EMPREGADOS Sinterização Sinterização 201 28,5 Altos fornos / Casa de de Força
1035
50,2
Aciaria / Convertedores Convertedores
1531
13,7
Forno elétrico elétrico
121
91,5
Corrida contínua
156
46,0
Laminação de tarugos
1992
42,5
Laminação de barras
582
16,3
Laminação de placas
962
31,5
Laminação à quente
818
41,8
Laminação a frio
940
24,6
Linha de galvanização
390
22,0
Laminação de tubos
762
67,5
Total
9460
35,7
Fonte: IISI
Pela análise de dados levantados pelo IISI, conclui-se que as seguintes operações apresentam maior risco potencial potencial de exposição a ruído para os empregados: Forno elétrico Laminação de tubos Altos Fornos e Casa Casa de Corrida Corrida Corrida Contínua Laminação de Tarugos O percentual geral encontrado foi que 35,7% dos 9.460 empregados estão geralmente expostos a níveis de ruído de 90dB(A) ou superiores por períodos de 8 horas diárias. Se esses resultados encontrados são representativos da indústria siderúrgica como um todo, podemos concluir que o ruído é um problema bastante significativo. Quanto à análise dos efeitos da exposição ao ruído, os empregados foram divididos em 4 classes: CLASSE l - Boa e excelente audição CLASSE ll - Intermediária (perda de 25 dB na frequência de 6000 hz) CLASSE lll – lll – Intermediária Intermediária (perda de 38 dB na frequência de 6000 hz) CLASSE lV – lV – Péssima Péssima (perda de 60 dB na frequência de 6000 hz) Os resultados desta pesquisa podem ser observados a seguir:
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Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
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Tabela 3.2. Efeitos 3.2. Efeitos da exposição ao Ruído TEMPO DE EXPOSIÇÃO / ANOS
PERCENTUAL DE EMPREGADOS CLASSE I
CLASSE II CLASSE III CLASSE IV
TOTAL
1
60
22
18
0
100
5
50
26
14
10
100
10
34
25
21
20
100
20
31
28
22
19
100
30
9
14
27
50
100
40
0
10
30
60
100
3.3. STRESS TÉRMICO
Ambientes de trabalho com alta carga térmica são frequentes na siderurgia, visto a existência de inúmeras fontes de calor radiante, tais como fornos, metal em fusão (estado líquido) ou superfícies metálicas aquecidas ao rubro, constituindo um sério risco à saúde dos empregados nas diferentes etapas do processo siderúrgico. Muitas das operações ocorrem em temperatura de até 1.600 ºC ou mais, durante a obtenção do aço. As fontes de calor radiante são as mais diversas, existindo desde aquelas que são sólidas como matérias-primas, produtos acabados ou semi-acabados, ou líquidos como o gusa e o aço líquido nos Altos Fornos e Aciarias respectivamente, ou até em forma de chamas como os maçaricos para aquecimento. É importante observar também que a energia térmica liberada é proporcional não somente à temperatura de fontes, mas também a superfície radiante. O coque que deixa os fornos a temperaturas de até 1.300ºC, os grandes lingotes de aço ou placas laminadas a 1.100/1.200ºC são fontes de calor que têm as características de grandes superfícies, por outro lado, o vazamento de aço líquido no lingotamento convencional ou corrida contínua são, relativamente, fontes com menores superfícies de radiação. Uma operação que é associada também à alta exposição à radiação térmica é o reparo dos refratários em fornos. Esta operação quase sempre necessita ser realizada com rapidez e com medidas preventivas especiais, uma vez que os fornos não podem ser resfriados sem prejuízos para seu isolamento térmico. Desta forma, ambientes para trabalho com temperaturas de até 150/200ºC não são incomuns de ocorrerem.
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Quadro 3.2. As radiações ionizantes ou não-ionizantes, são outros tipos de agentes físicos com potenciais potenciais de causar danos à saúde que encontramos na siderurgia. As seguintes são são as mais comuns comuns de serem encontradas encontradas no processo processo siderúrgico: siderúrgico: Infravermelha, originada dos fornos de aquecimento ou de metal líquido. Ultravioleta, com origens nas operações de solda e corte. Radiações Ionizantes, com origem nas fontes de radiação empregadas nos instrumentos utilizados em medições de espessuras, densidade, níveis de líquidos ou sólidos, umidade, alinhamento de equipamentos, bem como aplicações em processos analíticos ou na detecção de falhas internas em peças críticas, submetidas a grandes esforços.
Uma interessante aplicação na siderurgia de fontes radioativas de pequena intensidade é a medição de espessuras dos refratários que revestem as paredes dos Altos Fornos, indicando o momento de aqueles serem substituídos substituídos devido ao desgaste operacional. 3.4. AERODISPERSÓIDES
Os aerodispersóides sólidos ou líquidos, potencialmente perigosos à saúde, podem existir em grande número nas diferentes etapas do processo siderúrgico. O fato de constituir ou não em uma condição perigosa real aos trabalhadores, que possa lhes causar dano, depende da tecnologia de controle adotada e do grau de sua implementação implementação e manutenção. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
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Monóxido Monóxido de carbono, névoas ácidas ou oleosas, fumos metá licos, hidrocarbonetos hidrocarbonetos mono ou policíclicos, poeiras ou fibras minerais, dentre muitos outros contaminantes dispersos no ar, são os mais comuns que podem afetar a saúde dos empregados se não adequadamente adequadamente controlados. Atenção especial também deve ser tomada na identificação identificação e avaliação avaliação dos agentes químicos, tendo sempre em mente não somente as fontes de geração ou liberação de contaminantes, mas também a sua dispersão para os demais ambientes de trabalho. Na siderurgia, ao lado das poeiras minerais e fumos metálicos, ainda continua sendo – – para a saúde dos empregados os contaminantes químicos associados às coquerias e plantas de subprodutos – a – a maior preocupação em todo o mundo. 3.5. EMISSÕES DE FORNOS DE COQUE
As emissões provenientes dos fornos de coqueificação coqueificação são constituídas por uma complexa mistura de partículas, vapores e gases, sendo que a exposição a tais substâncias é considerada potencialmente carcinogênica, afetando também partes do sistema respiratório, respiratório, gastrintestinal, rins e medula óssea. Dados recentes, contidos em estudos epidemiológicos de trabalhadores em fornos de coque, demonstram também a probabilidade probabilidade de ocorrerem distúrbios respiratórios respiratórios não malignos, como bronquites e enfisemas. São os seguintes alguns dos contaminantes típicos emitidos nas coquerias: benzeno, tolueno, xileno, naftaleno, antraceno, creosoto, alcatrão, fenol, amônia, PAH (Hidrocarbonetos (Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos). 3.5.1. EMISSÕES POLINUCLEARES
DE
HIDROCARBONETOS
AROMÁTICOS
MONOS
E
As emissões desses hidrocarbonetos, hidrocarbonetos, pela sua nocividade nocividade à saúde do homem, constituem-se em problemas de higiene de trabalho e de meio ambiente, uma vez que não se conhece, de modo preciso, os riscos a que se expõem as pessoas que trabalham na área de coqueria, no seu entorno, e mesmo as populações situadas nas redondezas. 3.5.2. OS HIDROCARBONETOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS MONO-NUCLEARES São basicamente o benzeno, tolueno e xileno (BTX). Como são subprodutos da coqueificação do carvão, pode haver emissão de BTX nas várias etapas do processo de coqueificação e nas várias etapas do tratamento do gás de coqueria e, principalmente, quando houver planta de remoção de óleos leves e fracionamento do BTX. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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É fundamental lembrar que esses hidrocarbonetos são, entre outros, depressores do sistema nervoso central, e que podem estar presentes em toda área de coqueria e subprodutos e, dependendo de sua concentração residual no gás, podem ser identificadas nas áreas da usina onde há distribuição do gás de coqueria. coqueria. As tabelas a seguir mostram m ostram resultados de amostragens realizadas em postos de trabalho de uma coqueria e em suas vizinhanças, realizadas pelo LECES – – Laboratoire D’etude at de Controle Controle de L’environnement L’environnement Siderurgique. Tabela 3.3. Amostragens 3.3. Amostragens de BTX em Postos de Trabalho Trabalho AMOSTRAGENS DE BTX EM POSTOS DE TRABALHO DE COQUERIAS COQUERIAS EM µg/m³ Postos de benzeno tolueno p – xileno m – xileno o - xileno trabalho Enfornamento Enfornamen to ND 49 0,7 2,1 0,01 Carro guia
68
72
4,4
10,8
14,2
Desenfornamento Desenfornamento
0.005
0.05
0.07
0.05
-
Desenf. (Auxiliar) (Auxiliar)
1,2
8,5
1,2
1,3
3,0
Fonte: LECES
Tabela 3.4. Amostragens 3.4. Amostragens de BTX a 35m de Coquerias Coquerias AMOSTRAGENS DE BTX A 35 m DE COQUERIAS COQUERIAS EM µg/m³ Pontos
benzeno
tolueno
p – xileno
m – xileno
o - xileno
A
18,3
23,2
4,7
9,8
7,3
B
91,5
23,2
0,2
1,6
8,2
Fonte: LECES
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90
Tabela 3.5. Amostragens 3.5. Amostragens de BTX a 900m de Coquerias Coquerias AMOSTRAGENS DE BTX A 900 m DE COQUERIAS COQUERIAS EM µg/m³ Períodos de benzeno tolueno m +p – +p –xileno xileno o – o – xileno avaliação 14h – 14h – 16h 8,7 8,4 5,1
-
16h – 16h – 18h
8,4
9,8
3,0
-
18h – 18h – 20h
14,8
13,1
5,1
-
20h – 20h – 22h
12,6
6,4
7,9
-
22h – 22h – 24h
22,6
9,2
26,7
-
-
Fonte: LECES
3.5.3. OS HIDROCARBONETOS HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS POLINUCLEARES (PAH) Resultam da pirólise do carvão nos fornos de coqueificação, que dá origem a emanação gasosa e de partículas. Afirma-se que os PAH se encontram na forma gasosa e absorvida em partículas. É importante afirmar, em função disso, que pode haver emissão de PAH nas várias fases do processo da coqueificação, ou seja: enfornamento, coqueificação, desenfornamento desenfornamento e extinção. O grande interesse pelos PAH se deve ao fato de alguns seres reconhecidamente cancerígenos cancerígenos aos animais e suspeita-se de alguns o são em relação ao homem. Além disso, alguns alguns estudos têm correlacionado correlacionado aos PAH, particularmente particularmente um deles, deles, o Benzopireno (BaP), como fator causador do câncer de pulmão em área urbana. Os PAH potencialmente mais cancerígenos, já identificados com certeza em contaminantes ambientais, são os hidrocarbonetos aromáticos com 4, 5 e 6 anéis benzênicos. O quadro a seguir mostra os PAH cancerígenos, bem como na classificação conforme graus de carcinogenicidade segundo segundo alguns ensaios do LECES.
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Tabela 3.6. Atividade 3.6. Atividade Carcinogêni Carcinogênica ca dos PAH ATIVIDADE CARCINOGÊNICA DOS HIDROCARBONETOS HIDROC ARBONETOS AROMÁTICOS POLICÍCLICOS Extremamente Forte - Categoria A1 Dimetil - 7,11- benzo (a) antraceno ou DMBA Fluoro -11- DMBA Muito forte – forte – Categoria Categoria A1 Benzo (a) pireno ou BaP Metil – Metil – 5 5 - fluoro – fluoro – 6 6 - criseno Dihidro -1,2 - meti - 3 benzo(j) aceantrileno Forte – Forte – Categoria Categoria A1 Dibenzo (a,h)antraceno Metil – Metil – 5 5 – – fluoro fluoro – – 9 9 - criseno Metil – Metil – 5 5 - criseno Metil – Metil – 5 5 – – fluoro fluoro -11- criseno Metil – Metil – 5 5 – – fluoro fluoro -7- criseno Média – Média – Categoria Categoria A1 Benzo(e)pireno Metil – Metil – 7 7 - benzo(a)antraceno benzo(a)antraceno Dibenzo (a,l)pireno Metil – Metil – 2 2 - criseno Benzo(b) fluoranteno Metil- 5 - fluoro12 - criseno Benzo(j) fluoranteno f luoranteno Metil – Metil – 5 5 – – fluoro fluoro – – 1 1 - criseno Dibenzo (a,h)pireno Dibenzo (a,e)pireno Benzo (k) fluoranteno Benzo (a) antraceno Criseno
Fraca – Fraca – Categoria Categoria A1 Metil – Metil – 3 3 - criseno Metil – Metil – 4 4 - criseno Metil – Metil – 6 6 - criseno Fluoro – Fluoro – 5 5 - DMBA Fluoro – Fluoro – 2 2 - DMBA
Carcinogênese não confirmada, mas iniciação positiva – positiva – Categoria Categoria A2 Metil – Metil – 10 10 - BaP Metil – Metil – 2 2 - fluoranteno Dimetil – Dimetil –2 2 – 3 – 3 - fluoranteno f luoranteno Metil – Metil – 3 3 - fluoranteno Dimetil – Dimetil – 7 7 – – 8 8 - fluoranteno Metil – Metil – 7 7 - fluoranteno Dimetil – Dimetil – 8 8 – – 9 9 - fluoranteno Não carcinogênico, mas iniciação positiva – positiva – Categoria Categoria A3 Dimetil – Dimetil – 7 7 – – 10 10 - BaP Meti l- 1 - criseno Nafto (2,3 - e) pireno Metil – Metil – 5 5 – – fluoro fluoro – – 3 3 - criseno Indeno (1,2,3-c) pireno Não carcinogênico – carcinogênico – Categoria Categoria A4 Pireno Antraceno Dibenzo (e,l)pireno Fenantreno Dibenzo (c,d,g,j,k)pireno Fluoranteno Perileno Metil – 1 Metil – 1 - fluoranteno Benzo (g,h,i) perileno Metil – Metil – 8 8 - fluoranteno Fluoreno
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3.6. RISCOS POTENCIAIS 3.6.1. MATÉRIAS PRIMAS A primeira primeira etapa do processo de fabricação do aço tem início com o recebimento recebimento das matérias-primas básicas, quais seja, o minério de ferro e o carvão mineral, o primeiro procedente do estado de Minas Gerais e o segundo do Estado de Santa Catarina. Para o recebimento destas matérias-primas, algumas siderúrgicas dispõem de porto marítimo próprio, equipados com descarregadores automáticos com caçamba tipo GRAB, que transferem esses minerais para correias transportadoras que, por sua vez, os conduzem aos pátios de minérios e carvão. Outro meio de transporte empregado é o ferroviário e, em menor escala, o rodoviário. Para o caso do transporte ferroviário, são utilizados viradores de vagões tipo rotativo horizontal, que facilita a operação de descarga, dado ao grande volume de minérios a ser manuseado. Cumprem destacar também os Stacker-Reclaimer, equipamentos estes para empilhamento e recuperação do carvão nos pátios de estocagem para posterior condução às unidades de beneficiamento. beneficiamento. Agentes químicos e físicos: Como agente químico pode relacionar, relacionar, nesta fase do processo, as poeiras de manganês, carvão e outras podendo conter sílica livre cristalizada, resultante das operações de descarga de navios e dos vagões ferroviários. Registram-se também como fonte de contaminação do ambiente as pilhas nos pátios de matérias-primas (carvão e minério de ferro) que, sob ação de condições atmosféricas adversas, podem dispersar poeiras minerais. O ruído destaca-se como principal agente físico. Via de regra, os níveis de ruído estão associados ao estado de conservação de equipamentos utilizados para descarregamento descarregamento e transporte das matérias-primas, quais sejam, os descarregadores descarregadores tipo GRAB, o sistema de correias transportadoras e os Stackers-Reclaimers utilizados para a formação e recuperação das pilhas nos pátios de carvão. Como outra fonte significativa de ruído, destacamos os britadores utilizados na moagem e peneiramento da matériaprima até a granulometria granulometria requerida pelo processo.
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3.6.2. PREPARAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS MATÉRIAS-PRIMAS A segunda etapa consiste na preparação preparação das matérias primas em unidades especiais especiais denominadas Coqueria Coqueria e Sinterização. A primeira fabrica o coque metalúrgi m etalúrgico, co, pelo processo da coqueificação coqueificação do carvão mineral que nada mais é do que a sua pirólise em um conjunto de fornos verticais denominados denominados fornos de coque, em temperaturas em torno de 1.000 a 1.200ºC. No término do processo de coqueificação, temos o coque metalúrgico metalúrgico como produto final, que é o principal combustível dos altos-fornos, resultando ainda, como sub produto, substâncias voláteis como alcatrão, óleos leves, licor amoniacal e gás de coqueria, que são processados na unidade unidade de sub-produtos. A Sinterização, Sinterização, por sua vez, produz o sínter, que é um produto resultante resultante da aglomeração da mistura de finos de minério de ferro, moinha de coque, finos de calcário, areia e finos do próprio Sínter. Este agregado, após ser resfriado, britado e classificado granulometricamente através de peneiras, está pronto para ser adicionado à carga dos altos fornos. Coquerias COQUERIA
Durante a produção do coque nas Coquerias, um grande número de contaminantes químicos altamente tóxicos é gerado, requerendo complexas complexas medidas de controle. Dentre os principais contaminantes encontrados estão as poeiras minerais geradas durante o processo de britagem, peneiramento e enfornamento do carvão mineral e as emissões de fornos de coque, que são passíveis de ocorrer durante a fase do enfornamento do carvão, na sua coqueificação, no desenfornamento do coque e mesmo durante a sua extinção (resfriamento com água nas torres de extinção). As emissões dos fornos de coque são complexas misturas de material particulado, gases e vapores formados durante o processo que incluem alguns dos mais tóxicos contaminantes, encontrados na indústria indústria do aço, dentre os quais: particulados particulados de carvão e coque; CO, CO2 ,H2S, SO2, NH3; hidrocarbonetos hidrocarbonetos aromáticos: Benzeno; tolueno, xileno; aromáticos policíclicos policíclicos (Benzo (a) pireno, Benzo (a) antraceno, etc). Como agentes físicos, podemos encontrar ruídos calor e radiações ionizantes. ionizantes. Com relação ao ruído, destacamos a fase de beneficiamento do carvão, qual seja, a britagem e peneiramento como a mais significativa com respeito a esse agente. Por outro lado, a eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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exposição ao calor pode ser um problema considerável na produção do coque, em especial nos meses de verão, nas atividades desenvolvidas pelos trabalhadores no topo e plataformas das baterias de fornos. As radiações devem-se à utilização de 60Co (cobalto 60, material emissor de raios gama) para indicação do nível de coque nos silos de estocagem. Sub-Produtos: Os gases e vapores produzidos durante a coqueificação de carvão são arrastados através de um sistema de exaustão até as unidades de tratamento e aproveitamento de subprodutos (carboquímicos). (carboquímicos). Embora as unidades de tratamento de gás e carboquímicos sejam sistemas fechados de processamento, está sempre presente o risco de contaminação do ambiente quando da ocorrência de vazamento no sistema, derrame, operações de carregamento de subprodutos e mesmo durante as intervenções de manutenção. Dentre os principais contaminantes químicos que podemos encontrar nestas unidades, destacamos o BTX (benzeno, tolueno, xileno), amônia, alcatrão e derivados, naftaleno, cianetos, compostos de enxofre (CS 2, H2S) e Fenóis. Como agente físico destaca-se, nesta área, o ruído gerado pelos exaustores de gases das baterias de fornos de coque, bombas de processo e escapes episódios de vapor e/ou ar comprimido no sistema de unidades. Sinterização SINTERIZAÇÃO
A sinterização produz o Sínter, que é um produto resultante da aglomeração aglomeração da mistura de finos de minério de ferro, moinha de coque, finos de calcário, areia e finos do próprio Sínter. Poeiras minerais, monóxidos de carbono e hidrocarbonetos são os principais agentes químicos que podem ser encontrados na produção dos Sínter. As fontes mais significativas de geração de poeiras minerais, geralmente compreendem os pontos de transferência de material existente ao longo das correias transportadoras e também as peneiras e calhas vibratórias e os britadores existentes no sistema. A presença de monóxido de carbono e hidrocarbonetos está associada a fugas episódicas que podem ocorrer no sistema de gás de coqueria que alimenta os maçaricos de aquecimento do forno de Sínter ou como resultante da ocorrência de combustão incompleta incompleta nestes mesmos equipamentos. equipamentos. Menciona-se para esta unidade como riscos físicos o ruído e as radiações ionizantes. O ruído tem origem, em especial, nos equipamentos para movimentação e eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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transferência de matérias-primas e do produto – – sínter, bem como, no beneficiamento deste último. Compreende-se a quebra do Sínter bruto, britagem e peneiramento para adequá-lo às faixas granulométricas requisitadas para os altos-fornos. As radiações ionizantes presentes estão associadas ao uso de fontes de Am-Be (amerício e berílio fontes emissoras de nêutrons) para determinação da umidade das matérias primas. 3.6.3. ALTOS –FORNOS –FORNOS
A terceira etapa, sem dúvida a mais importante, importante, é a produção do ferro-gusa que vai alimentar as aciarias para a produção do aço, nos altos-fornos. Os altos-fornos representam as unidades centrais do complexo siderúrgico. É considerado o “coração” de uma usina siderúrgica. Sua paralisação implica na parada total de todo o processo siderúrgico. A carga dos altos-fornos é principalmente principalmente composta de minério de ferro, sínter, finos de minérios, fundentes e coque. Após passar por uma classificação granulométrica e pesada em balanças dosadoras, são carregadas nos altos-fornos em camadas alternadas. O coque é queimado, obtendo-se a fusão da carga e as reações químicas necessárias necessárias à formação do ferro-gusa e da escória, ambos em estado líquido. O gusa e a escória são retiradas através de furos existentes no cadinho. O gusa é enviado à aciaria em carros torpedos e a escória é granulada e estocada para posterior utilização na fabricação de cimento Portland de altos-fornos. Os gases de altos-fornos são recuperados, tratados e enviados para o gasômetro para o aproveitamento como combustível. Encontram - se os seguintes agentes químicos: Poeiras diversas podendo conter sílica livre e manganês, originárias da movimentação das matérias-primas para carga dos altos-fornos. Monóxido de Carbono, Sulfeto de Hidrogênio, Dióxido de Enxofre, Fumos de Óxido de Ferro e Grafite gerados durante o processamento das matérias-primas e corrida de gusa. Sulfeto de Hidrogênio, Dióxido de Enxofre e Poeira de Sílica amorfa na granulação de escória. Cianetos e Monóxido de carbono no sistema de lavagem de gases. Poeiras de refratários podendo conter sílica livre e vapores de alcatrão das massas de revestimento utilizadas nas salas de corridas dos altos-fornos. Em altos-fornos podem existir diversas fontes de ruído fazendo com que este seja ouvido à distância. Entre os principais estão: escapes no sistema de ar comprimido e eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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vapor, válvula Snort, ventaneiras, sopradores de ar combustão, válvulas de alívio, fluxo de ar através das válvulas, máquinas perfuratrizes para abertura do furo de gusa, etc. O calor é outro agente físico presente durante as operações realizadas nas salas de corridas dos altos-fornos que compreend c ompreendem em a preparação de canais para a corrida do gusa, abertura e tapamento do furo de gusa e a corrida do gusa propriamente dita. dita. Relacionamos também como riscos físicos a radiação infravermelha associada à presença de metal líquido e as radiações ionizantes produzidas pelas fontes de 137Cs (Césio 137, fonte de raios gama) Am-Be (nêutrons) e 60Co (gama) utilizadas no controle do desgaste das paredes refratárias internas dos altos-fornos e no controle da densidade de umidade do coque metalúrgico. metalúrgico. 3.6.4. ACIARIA DESSULFURAÇÃO
A etapa seguinte seguinte ocorre nas aciarias aciarias e compreende compreende a transformação d o ferro gusa em aço. Proveniente dos altos-fornos e após passar pela dessulfuração, o ferro-gusa é processado na aciaria numa operação de refino de modo a se obter o aço. Esta operação é efetuada nos conversores através do sopro com oxigênio. O gusa, complementado por uma carga metálica sólida (sucata) e com fundentes (cal, fluorita e dolomita), passa por um processo que visa à redução dos níveis de carbono e eliminação de impurezas. Esta carga, ao receber um sopro de oxigênio, atinge temperatura na ordem de 1.700ºC e elimina o carbono e outras impurezas do banho metálico. Dos conversores, o aço líquido é vazado em panelas, onde, pela adição de ferroligas ou injeção de cálcio-sílicio, é dada a composição c omposição química química final do aço. Segue-se então o lingotamento propriamente dito, que poderá ser pelo processo convencional em lingoteiras lingoteiras ou pelo processo de lingotamento lingotamento contínuo. Nesta fase, os principais agentes químicos são: Poeiras minerais podendo conter sílica livre produzida durante a montagem/desmontagem montagem/desmontagem dos refratários empregados para revestimento interno dos conversores e das panelas. Geração de poeiras diversas durante o processamento processament o de matéria-prima empregada, podendo, entre outras, conter sílica livre, cal, dolomita, fluorita, grafite, carbureto de cálcio (dessulfuração), carboneto de sódio (barrilha) e manganês. Geração de fumos fumos de manganês, ferro, ferro, sílica, alumínio, alumínio, etc., em função função dos elementos adicionados durante o processo (desoxidantes). Geração de de monóxido monóxido de carbono, dióxido de enxofre enxofre durante durante o processamento. Nas aciarias, encontramos como principais riscos físicos o ruído e o calor. Destacam-se como as principais fontes de ruído o sopro de oxigênio nos eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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conversores, os ventiladores utilizados no resfriamento de panelas, o ruído de impacto produzido na ala de sucatas durante a sua movimentação e também aquele gerado pelos maçaricos utilizados no aquecimento de panelas. Com referência às áreas sob risco risco de exposição a calor gerado pelo metal líquido em processamento, citamos a ala de cargas, de escória e plataforma de lingotamento. Quanto ao lingotamento, além dos fumos metálicos, outros riscos químicos destacam-se, como o manuseio de produtos exotérmicos, empregados para o controle da solidificação de lingotes, podendo conter, entre outros, substâncias como o óxido de ferro e alumínio, sílica, asbestos, compostos de potássio e sódio (K 2 +Na2O), etc. Apreciável exposição ao ao calor pode ocorrer ocorrer durante o lingotamento lingotamento associado associado à presença de radiações infravermelhas tendo, como fonte, a presença de metal líquido. 3.6.5. LAMINAÇÃO
Começa agora o processo de laminação. Os lingotes vindos da aciaria são reaquecidos nos Fornos Poços e em seguida transportados até o laminador desbastador que o transforma em placas. Continuando o processo, as placas são transportadas para a escarfagem a quente (máquina de escarfar automática), ou são enviadas para o leito de resfriamento e escarfagem a frio, após serem cortadas por uma tesoura tipo guilhotina, dentro das especificações especificações previamente determinadas. A partir daí, o aço é processado de acordo com as encomendas, encomendas, podendo ser transformado em chapas grossas ou em laminados laminados de menor espessura, comercializados em formas de chapas ou bobinas. Os fornos-poço são utilizados para reaquecimento dos lingotes até a temperatura de laminação. Nesta unidade, está sempre presente a possibilidade de contaminação do ambiente com gás de coqueria utilizado como combustível, devido a eventuais vazamentos no seu sistema de distribuição e/ou má combustão nos maçaricos de aquecimento. Poeiras metálicas diversas podem também ser dispersas durante a limpeza dos fornos-poços e tem origem nos resíduos formados nas soleiras dos fornos. Pode ocorrer também dispersão de poeira por ocasião da troca de refratário das paredes dos fornos, cuja composição pode conter sílica livre. O calor transmitido por radiação e convecção e o ruído gerado pelos sopradores de ar de combustão são os principais principais riscos físicos presentes nas áreas dos fornos-poço. fornos -poço. O laminador desbastador é o equipamento utilizado para a transformação mecânica dos lingotes reaquecidos nos fornos-poços em placas de espessura variadas. Ruído e calor são os agentes físicos que se destacam nesta fase da laminação de placas. O ruído é gerado pelos choques mecânicos que ocorrem durante a movimentação dos lingotes na mesa de rolos e na sua passagem pelos cilindros do laminador desbastador durante sua transformação em placas. Já o calor radiante está associado à temperatura do lingote em processo. A escarfagem é a operação de retirada dos defeitos superficiais das placas realizadas em equipamentos automáticos ou manuais com o emprego de maçaricos de escarfar. Dependendo da composição do aço em placas processado na escarfagem manual ou automática, ocorre geração de fumos metálicos de diversas naturezas, tais eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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como óxido de ferro, manganês, níquel, cromo, magnésio, etc. O calor produzido pelas placas quentes e pela ação dos maçaricos na sua superfície juntamente com o ruído gerado pela ação deste último são os principais agentes físicos que encontramos na escarfagem, quer manual ou automática. Laminação de chapas grossas Na laminação de chapas grossas, as placas são reaquecidas nos fornos de placas e em seguida são laminadas no laminador de chapas grossas, que as transforma em chapas. Depois de passar pelos leitos de resfriamento, estas chapas são encaminhadas à linha de acabamento constituída de linhas de tesouras, corte à gás, ultra-som em linha e fornos de tratamento térmico. Aprovado pelo controle de qualidade, as chapas grossas são enviadas para os pátios de embarque. Fornos de placas Os fornos de placas são utilizados para reaquecimento das placas até a temperatura de laminação. Destaca-se o risco de contaminação do ambiente com o gás de coqueria, quando utilizado como combustível para aquecimento do forno de placas. Sempre associado a eventuais vazamentos no sistema de distribuição ou na ocasião de manutenção no sistema de drenagem e limpeza na linha, ou mesmo devido à combustão incompleta do gás ao nível dos maçaricos de combustão. Outra situação de destaque é a dispersão, dispersão, no ambiente, de poeiras quando da troca de refratárias das paredes internas dos fornos, cuja composição pode conter sílica livre e/ou particulados metálicas. Ruído, calor e radiações são os agentes físicos que podemos encontrar no processo de laminação de chapas grossas. O primeiro gerado pela movimentação e processamento de placa/chapa nos diversos equipamentos que compõem uma linha de laminação de chapas grossas. Quanto ao calor, este está presente especialmente na área dos fornos de placas e podem gerar severas exposições durante as rotinas de inspeção/manutenção nele realizadas. Com relação às radiações, é necessário citar as radiações infravermelhas geradas durante o processamento de placa/chapa e a radiações ionizantes das fontes de 137Cs e 60Co empregadas para controle da movimentação de placas no interior dos fornos, bem como na indicação da espessura das chapas processadas. Laminação a quente Nesta linha, as placas acabadas são reaquecidas em fornos de placas até a temperatura adequada para a laminação a quente. Inicialmente, um laminador esboçador transforma as placas fornecidas pelo desbastador em chapas. Submetidas a um novo processo de laminação no laminador de tiras a quente, sua espessura é reduzida. Estes são comercializados em forma de bobinas ou de chapas, sendo que, neste último caso, as tiras passaram pela linha de tesouras a quente, onde são cortadas nas dimensões desejadas, antes de serem embaladas e transferidas para os pátios de embarque. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Com relação aos agentes químicos e físicos, estes nada diferem dos já relacionados na fase anterior, somente que, quanto às fontes de radiações, estas são de raios-X. Laminação a frio Antes de laminadas laminadas a frio, as tiras produzidas na laminação a quente passam pela decapagem, onde um banho em solução de ácido sulfúrico ou de ácido clorídrico remove as impurezas da superfície do aço. No laminador de tiras a frio, o aço pode ser reduzido até 0,60mm de espessura. Para alívio das tensões geradas no material processado na laminação a frio, as bobinas de laminados passam algumas horas nos fornos de recozimento. Em seguida, passa pelo laminador de encruamento, para, uniformizar a estrutura cristalina na superfície das tiras de aço. A decapagem é a unidade onde se processa a remoção das impurezas contidas na superfície do aço. A contaminação do ambiente por névoas ácidas sulfúricas e clorídricas durante o processo de decapagem das bobinas laminadas a quente, antes de serem processadas a frio, destaca-se como risco químico mais significativo encontrado nesta unidade. A geração de ruído é permanente permanente numa linha de decapagem decapagem contínua durante o processamento processamento do material e tem como origem choques mecânicos que ocorrem durante o seu transporte. No laminador de tiras a frio, o material em processo pode ser reduzido até 0.60mm de espessura. A contaminação contaminação do ambiente por névoas de óleos utilizados para a proteção da superfície do material laminado a frio e a possibilidade delas conterem nitrosaminas é o principal principal agente químico encontrado nesta etapa et apa do processo. Há também altos níveis de ruído nesta etapa, associados os choques mecânicos gerados durante o transporte e processamento do material no laminador, mais radiações ionizantes geradas por equipamentos equipamentos de raios-X. O recozimento é o conjunto de fornos no qual o material é conduzido após serem laminados a frio, para que sejam removidas as tensões internas oriundas da fase anterior de laminação. A contaminação contaminação do ambiente com gás de coqueria, coqueria, quando utilizado como combustível para os fornos de recozimento – – cujos componentes mais tóxicos são o Benzeno e o Monóxido de Carbono – – é o principal agente químico neste setor. Como agente físico, vamos encontrar o ruído gerado pelos ventiladores de ar de combustão dos fornos. Unidades de apoio – assim – assim denominadas porque participam indiretamente do fluxo de produção, mas contribuem também na elaboração do aço. São eles: calcinações, fundição, fábrica de oxigênio, casa de força, oficinas, laboratórios, etc.
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3.7. TÉCNICAS DE SEGURANÇA Há diversas e importantes técnicas utilizadas para o controle dos agentes agressivos à saúde na siderurgia, siderurgia, através de diversos exemplos de aplicações práticas. Para os agentes químicos existem as seguintes formas de controle: 3.7.1. SUBSTITUIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS SUBSTÂNCIAS TÓXICAS A substituição s ubstituição de uma substância tóxica nem sempre é possível. Normalmente, as dificuldades de sua aplicação residem em questões técnicas e/ou interesses econômicos e/ou costumes e preconceitos. preconceitos. Seguem alguns exemplos de aplicações: Análise química do minério de ferro com o emprego de alumínio metálico em substituição ao cloreto estanoso e ao cloreto de mercúrio, tradicionalmente utilizados na siderurgia siderurgia para determinação determinação do teor de ferro naquele minério. Utilização da argila e água em substituição ao alcatrão utilizado na preparação de massa refratária para os canais de corrida da gusa. Substituição do benzeno por tolueno na determinação química de substâncias insolúveis insolúveis em óleo. Método posteriormente normalizado normalizado pela ASTM e ABNT. 3.7.2. MODIFICAÇÃO DE D E PROCESSO/EQUIPAMENTO A aplicação desta medida resulta quase sempre na eliminação ou, pelo menos, na redução da presença do homem na execução do trabalho, bem como, menor liberação de contaminantes no meio ambiente. Entretanto, sua viabilização viabilização está muito associada a relação custo/benefício. A modificação de processo é um exemplo desta aplicação e consiste na limpeza das linhas de gás de coqueria por hidrojateamento a vácuo em substituição a limpeza com vapor e limpeza na superfície de grandes peças metálicas por jateamento com com granalhas de aço, em substituição substituição ao jateamento jateamento com areia. areia. Já a modificação de equipamentos gera a automação parcial do carregamento de subprodutos (BTX) e modifica o sistema de drenagem com selos d’água da linha de gás de coqueria por drenos secos.
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Quadro 3.3 3.7.3. ENCLAUSURAMENTO ENCLAUSURAMENTO
Compreende o envolvimento da fonte geradora de substâncias nocivas no interior de coberturas fechadas tão hermeticamente quanto possível a fim de evitar a contaminação do ar ambiente. Aplica-se tão somente as operações passíveis de mecanização. Alguns exemplos de aplicação são: enclausuramento do misturador de carvão para ensaios em “Forno“Forno-Teste” e enclausuramento do processo de limpeza de corpos de prova para ensaios de laboratório.
3.7.4. SEGREGAÇÃO OU ISOLAMENTO A segregação ou isolamento é particularmente particularmente útil para operações limitadas limitadas que requerem um número reduzido de trabalhadores, ou onde o controle por qualquer outro método é muito dificultoso. A segregação pode ser feita no espaço ou no tempo. Segregação no espaço significa isolar o processo a distância. Segregação no tempo significa executar uma tarefa em horário tal que o número de expostos seja o menor possível. As dedetizações periódicas das instalações e os serviços de gamagrafia conduzidas em horários nos quais não há outros trabalhos sendo executados, são os exemplos mais significativos da aplicação da segregação no tempo como medida de controle para atividades potencialmente potencialmente perigosas à saúde. Um exemplo da aplicação da segregação no espaço como medida de controle é o setor de jateamento de areia para limpeza de peças destinadas à montagem m ontagem de novos equipamentos.
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3.7.5. VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA Tem por finalidade acelerar a renovação do ar ambiente, geralmente por meio de ventilação artificial, de modo a manter a concentração do agente nocivo abaixo do limite de tolerância. Esse tipo de ventilação é aplicado quase sempre só a gases e vapores, gerados inicialmente em concentrações relativamente baixas e procedentes de fontes de contaminação não localizadas mais dispersas pelo ambiente e situadas a distância apreciável dos trabalhadores. O volume do ar correspondido deve relacionar-se com o volume de contaminantes gerado na unidade de tempo e não como no caso de ventilação v entilação do conforto, apenas no volume do recinto e no número de trocas de ar por hora. O sistema de renovação do ar do laboratório de carvão e carboquímicos por insuflamento, criando uma pressão positiva no seu interior de modo a não entrar contaminantes gerados externamente (área de subprodutos de coqueria) é o exemplo mais significativo da aplicação da ventilação geral diluidora. 3.7.6. VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA Tem por objetivo impedir a dispersão na atmosfera do agente nocivo, removendo-o prontamente de seu local de origem para o interior de um sistema fechado, mediante sucção de ar. É um método excelente para manter ambientes de trabalho livres de substâncias tóxicas dispersas no ar quer sejam gases, vapores ou particulados sólidos e/ou líquidos. Um sistema de ventilação local exaustora consta essencialmente de quatro componentes: captor, dutos, coletor (ciclone, filtros, precipitador eletrotástico, etc.) e ventilador (geralmente do tipo centrífugo), o dimensionamento do sistema, a escolha e localização do captor, e as escolhas dos materiais são, entre outros, fatores de fundamental importância para sua eficiência. Ademais, é necessário um bom serviço de manutenção para o mesmo. Face esta técnica ser a mais eficaz para se prevenir a contaminação do ar no ambiente do trabalho, é extremamente utilizada na siderurgia. Regra geral, os sistemas instalados contam com coletores de diversos tipos para retenção dos contaminantes, antes que o ar seja lançado na atmosfera. Dentre as mais diversas aplicações, as mais importantes são: Metalurgia Metalurgia e Redução Sistema de carregamento do Alto – Alto –Forno Forno Sinterizações Manuseio de Coque Despoeiramento Despoeiramento das Casas de Corrida e Topo do Alto-Forno Despoeiramento Despoeiramento do Britador de carvão Aciaria (convencional) (convencional) Calcinação Dessulfuração Balança de gusa Sistema de manuseio de Dolomita Calcinada Silos de Conversores Estação de moagem Aciaria (Lavagem (Lavagem de Gases) Aciaria eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Dessulfuração Máquina de escarfagem Calcinação Sistema alternativo alternativo de abastecimento de cal Resfriador de cal da calcinação calcinação Aciaria (sistema (sistema OG) Fundição Despoeiramento Despoeiramento do esmerilhamento esmerilhamento de lingoteiras lingoteiras Forno Elétrico Furação de Assentos Laminação Jateamento de Cilindros Chapas Grossas Desempenadeira à Frio Escarfagem Automática 3.7.7. UMECTAÇÃO Compreende o emprego de líquidos (geralmente água) no ponto onde são gerados particulados sólidos de natureza tóxica, ou no piso e paredes do local, a fim de molhá-los, aglomerá-los e transportá-los para o local adequado. Precauções devem ser tomadas para evitar umidade excessiva no local e nas vestes dos trabalhadores, bem como evitar a possibilidade de dispersão das partículas, decorrente da posição e secamento do líquido. A aplicação desta técnica de controle é encontrada nas seguintes situações: Corte de tijolos refratários e preparação de corpos de prova para ensaio de laboratório. Transporte de minérios nas correias transportadoras (Spray). Britagem do Carvão Mineral (Spray). Na Laminação de Tiras à Quente para reter a dispersão para o ambiente de particulados de óxido de ferro que se soltam da chapa imediatamente após a saída do cilindro laminador. Umectação das principais principais vias v ias internas de circulação de veículos. Umectação de pilhas de carvão. 3.7.8. LIMPEZA INDUSTRIAL Os particulados sólidos sedimentados ao longo do tempo em bancadas, piso, estruturas, etc. podem prontamente ser redispersados no ambiente de trabalho pelo trânsito de pessoas, movimentação de equipamentos e/ou correntes de ar. A limpeza periódica, utilizando-se de aspiração a vácuo, seja por aspiradores industriais, seja por linhas de vácuo, é o único meio realmente efetivo para remover particulados do meio ambiente de trabalho. A remoção e limpeza imediata de qualquer derramamento de produto são também importantes medidas de controle. Basicamente boas condições de limpeza são mais um dos princípios adicionados aqueles já citados anteriormente. A limpeza do piso das Aciarias e depósitos de ferro ligas com aspiração a vácuo são alguns dos exemplos mais significativos. significativos.
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3.7.9. MANUTENÇÃO Constitui parte e complemento especialmente importante de qualquer dos itens mencionados anteriormente, não só quando se trata dos equipamentos de controle de riscos ambientais, mas também de equipamentos e instalações em geral na empresa. O planejamento e execução de bons programas de manutenção preventiva eliminam ou reduz de emissões de contaminantes tóxicos para o meio ambiente. Exemplo: manutenção contínua das portas das baterias de coque e manutenção do sistema de distribuição de gás de coqueria. coqueria. 3.7.10. CONTROLE DE SUBSTÂNCIAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS O desenvolvimento de novos produtos químicos e sua utilização cada vez maior no meio industrial acentuou sobremaneira a necessidade de se fornecer informação apropriada para os casos onde os riscos exigem precauções especiais. Verifica-se que uma maneira prática de disseminar essa informação é através de fichas de orientação para produtos químicos contendo indicações preventivas apropriadas, expressas de maneira tão simples e concisa quanto possível. Entretanto, tal informação através de fichas não substitui a educação do pessoal em relação aos produtos perigosos e ao uso de equipamentos e roupas de proteção necessárias. necessárias. Exemplo: fichas de “Orientação para Produtos Químicos”; controle de fontes radioativas, e armazenamento de inflamáveis, combustíveis combustíveis e explosivos. explosivos. 3.7.11. TRATAMENTO DE RESÍDUOS Os resíduos sólidos, líquidos e gasosos produzidos ao longo do processo devem ser tratados convenientemente para não se tornarem riscos à saúde e a segurança dos empregados. Exemplos: tratamento biológico das águas provenientes do sistema de concentração e destruição de amônia. O processo elimina fenol, cianetos e sulfetos, descontaminando o efluente; reciclagem dos resíduos da usina de alcatrão; estocagem de PCB’s (óleo Ascarel); estocagem dos resíduos carboquímicos. carboquímicos. O controle dos agentes físicos pode ser feito através de uma série de etapas, dentre elas:
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Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
3.7.11.1. Controle do calor A par das medidas de proteção individual, individual, adotadas como medida complementar complementar destacam-se as seguintes: Anteparos contra calor radiante radiante – – tratando-se de medida de elevada eficiência contra o calor radiante, este tipo de proteção é largamente empregado. Entre outros locais de aplicação, destacam-se os anteparos com tela metálica instalados frente às tampas dos fornos-poço e anteparo em formas de calhas móveis para cobertura dos canais de gusa e escória. escória. Ventilação dirigida – Em – Em todas as áreas críticas com fontes de calor radiante, como medida complementar aos anteparos, são empregados ventiladores para aumentar a velocidade do ar e facilitar as perdas de calor por condução convecção e evaporação do suor. Automação do processo – É, sem dúvida, a solução de maior eficiência. A aplicação desta medida resulta na eliminação ou, pelo menos, na redução significativa da exposição do homem a fontes de calor., Esta medida, por outro lado, resulta também no aumento da produtividade e no controle da exposição ao calor em exemplos como a escarfagem de placas (aproximadamente 40% da escarfagem manual já automatizada); operação de Fornos de Placas da Laminação Laminação de Tiras à Quente; estampagem de placas na Laminação de Desbaste; cintamento de bobinas. 3.7.11.2. Regime de trabalho-descanso trabalho-descanso Quando os tempos de exposição ao calor não são compatíveis com as condições de trabalho, tem-se promovido um reestudo dos procedimentos de trabalho no sentido de determinar um regime de trabalho-descanso trabalho- descanso baseado no “índice de Bulbo úmido Termômetro de Globo”. Quanto aos locais de descanso, estes são denominados “salas de descanso”, cujo ambiente é termicamente mais ameno. Destacam -se os seguintes exemplos de aplicação: salas de descanso das baterias de coque; sala de descanso das salas de corrida dos altos-fornos; salas de descanso da escarfagem escarfagem (Manual). 3.7.11.3. Controle de ruído Inúmeras medidas de proteção coletiva têm sido aplicadas, dando-se ênfase àquelas que procuram eliminar ou atenuar o ruído na própria fonte ou no meio de propagação. Paralelamente Paralelamente às medidas de proteção coletiva, desenvolvem-se programas programas de conservação auditiva.
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Quadro 3.4 Controle do ruído na fonte - Cabe aqui serem destacadas as seguintes medidas de
controle na fonte:
Silencioso
para
escape
de
ar
comprimido
nas
ferramentas
pneumáticas.
Silencioso para a válvula Snort dos altos-fornos.
Emborrachamento da mesa de rolos da linha de acabamento de chapas grossas.
Silenciosos das locomotivas. ilenciadores nos motores dos ventiladores de resfriamento do sínter.
Controle do ruído no meio – Aqui se destacam as medidas adotadas para o
controle do ruído do meio de propagação, compreendendo o enclausuramento de fontes e construção de cabines dotadas de isolamento acústico. Exemplo: cabines com tratamento acústico da linha de decapagem e tratamento acústico em cabines de tratores.
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3.7.11.4. Proteção individual A conservação auditiva deriva de um programa voltado ao uso de proteção individual pelos empregados, compreendendo as seguintes fases: seleção dos protetores, preparação da supervisão para implantação e manutenção do programa e preparação dos empregados sobre a importância do uso adequado do equipamento através de palestras e de campanha c ampanhass de reforço. O programa de proteção radiológica é voltado ao controle das fontes de radiações ionizantes instalados ao longo do processo industrial, compreendendo cadastro das fontes, levantamento radiométrico semestral das fontes e o controle dosimétrico do pessoal potencialmente potencialmente exposto às radiações ionizantes. Os equipamentos de proteção individual devem ser sempre considerados como uma segunda linha de defesa, após criteriosas considerações sobre todas as possíveis medidas de controle relativas ao ambiente, que possam ser tomadas e aplicadas prioritariamente. O sucesso de um programa de proteção individual está ligado não só aos aspectos técnicos do equipamento, mas também a aspectos de conforto, influência na produtividade, contexto cultural e profissional do usuário e a obstáculos e bloqueios de natureza psicológica existentes, que exigem uma ação multidisciplinar para seu planejamento planejamento e execução. O item educação e treinamento compreendem ações programadas dirigidas a conscientizar o empregado quanto aos riscos inerentes às operações, aos riscos ambientais e as formas operacionais adequadas, que garantam a efetividade das medidas de controle adotadas. Além de treinamento em procedimentos de emergência, noções de primeiros socorros e medidas de urgência adequadas a cada ambiente de trabalho específico. As técnicas empregadas empregadas na siderurgia siderurgia para o controle das situações de risco à saúde de seus empregados, ainda que de maneira resumida, foram aqui relatadas. Pelos exemplos apresentados ao lado de dezenas de outras que poderiam ser mencionadas, podemos concluir concluir que os riscos à saúde, decorrentes das operações realizadas ao longo do processo siderúrgico, podem ser eliminados ou efetivamente controlados com as soluções de engenharia e/ou administrativas, bastando, para tanto, que a valorização do homem seja um objetivo permanente de todos.
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Capítulo 3. Higiene Ocupacional e a Indústria Siderúrgica
3.8. TESTES 1. São consideradas operações de maior risco de exposição a ruído para os empregados de uma empresa de siderurgia: siderurgia: a) forno elétrico; b) laminação de tubos e laminação de Tarugos; c) altos fornos e casa de corrida; d) todas as alternativas alternativas anteriores estão corretas. 2. Monóxido de carbono, névoas ácidas ou oleosas, são considerados aerodispersóides oriundos do processo siderúrgico. Além desses podemos destacar ainda: a) fumos metálicos, poeiras ou fibras minerais; b) benzeno e metano; c) tolueno e butano; d) xileno e freon; e) todas as alternativas alternativas estão corretas. 3. Quando o carvão mineral e minério de ferro são transportados para as siderurgias, quais os agentes físicos e químicos envolvidos (operações de descarga de navios e de vagões v agões ferroviários)? ferroviários)? a) Poeiras de manganês, carvão e outros que podem conter sílica livre cristalizada; b) Ruído dos equipamentos equipamentos envolvidos no transporte e carregamento/descarregamento; c) Ruído dos britadores (moagem e peneiramento); d) “a”, “b” e “c” estão corretas; e) n.d.a. 4. Um produto da sinterização resultante da aglomeração da mistura de finos de minério de ferro, moinha de coque, finos de calcário e areia, é chamado: a) Gusa; b) Sínter; c) Escória; d) Fumos; e) Alumina. 5. Com relação ao agente físico calor, além da utilização de equipamentos de proteção individual, que são adotados como ações complementares, destacam-se as seguintes medidas: a) Anteparos contra calor radiante; b) Ventilação dirigida c) Automação do processo d) todas as alternativas alternativas anteriores estão corretas. e) Utilização de dosímetro para radiações radiações ionizantes ionizantes eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Industria da Mineração
CAPITULO 4: HIGIENE OCUPACIONA OCUP ACIONAL L E A INDUSTRIA INDU STRIA DA MINERAÇÃO
OBJETIVOS DO ESTUDO Entender as etapas da Mineração e as condições perigosas associadas à higiene ocupacional ocupacional aos quais os trabalhadores estão expostos. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto a: a: Identificar os riscos riscos físicos e químicos químicos encontrados na Indústria Indústria da Mineração; Entender a importância da ventilação do ambiente de trabalho na Indústria da Mineração;
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Industria da Mineração
4.1. INTRODUÇÃO 4.1.1. CONCEITUAÇÃO A Higiene Ocupacional é a ciência que objetiva o reconhecimento, reconhecimento, a avaliação avaliação e o controle dos agentes ambientais existentes nos locais de trabalho e que podem provocar doenças, prejuízos à saúde e ao bem estar, o desconforto significativo e a perda de eficiência nos trabalhadores. Trata-se de uma ciência estruturalmente prevencionista e preocupada com a saúde do trabalhador durante toda a sua v ida útil. Uma das importantes áreas dentro da Higiene Ocupacional é o levantamento das condições do ambiente de trabalho, cujo objetivo é o de se estabelecer relações entre este ambiente de trabalho e os possíveis danos à saúde dos trabalhadores. Tal levantamento determinará os procedimentos que permitirão o controle das condições inadequadas, sendo parte fundamental de um Programa Integrado de Saúde, Higiene e Segurança Ocupacional. Ocupacional. 4.1.2. A HIGIENE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO A história do homem mostra que ele tem se envolvido desde o início de sua existência com atividades associadas às condições perigosas e que podem ter como consequências lesões que afetam a sua integridade física ou mesmo danos a sua saúde. Ela mostra também que o ser humano sempre buscou recursos materiais na natureza para garantir a sua sobrevivência, entre os quais se destacam os bens minerais. Entende-se que a atividade de mineração é aquela com o objetivo de explorar, testar ou extrair algum mineral de um depósito natural. O local onde se desenvolve esta atividade é conhecido como mina, o que inclui todas as instalações que pertencem a ela ou relacionadas à mineração No caso da mineração, as condições perigosas são bastante evidentes, pois minas a céu aberto e subterrâneas apresentam condições de trabalho muito mais severas do que, por exemplo, um escritório ou mesmo uma fábrica. Isto pode resultar em perdas de horas trabalhadas devido a acidentes ou doenças ocupacionais. Para a garantia da integridade física e da saúde do trabalhador, existem normas que procuram garantir condições adequadas de trabalho. A NR-22 (Norma Regulamentadora Regulamentadora 22 do Ministério Ministério do Trabalho e Emprego Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração, publicada em 1999) determina a elaboração de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). De acordo com o PGR, as empresas do setor de mineração têm a obrigação de agir de modo preventivo, identificando e controlando os riscos e fazer monitoramentos constantes de forma a garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores. trabalhadores. Deste modo, as operações em minas devem estar fundamentalmente associadas a aspectos de segurança, principalmente no que se refere à higiene ocupacional e ambiental, ou seja, a criação e manutenção de um ambiente de trabalho confortável e adequado à execução das tarefas pertinentes ao empreendimento, tanto para os trabalhadores trabalhadores dentro da mineração quanto para a população população no seu entorno. O ambiente físico de uma mina é função de vários fatores associados à natureza geológica, hidrológica, geográfica e ecológica do espaço físico no qual se encontra a ocorrência mineral. Dentro dele, existe o ambiente de processo, que abrange produtos, sensações e riscos que resultam das operações unitárias da mina. Nele se incluem eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Industria da Mineração
agentes ambientais como, os gases, a radiação, a poeira, o calor, detonações, os incêndios, a água, o ruído, a iluminação iluminação e outros elementos nocivos à saúde e segurança que podem variar em função do tipo de mineral, do estado da ocorrência e da disponibilidade técnica. Finalmente há também o ambiente social que envolve os fatores fisiológicos, psicológicos e físicos que afetam o desempenho e a qualidade de vida dos indivíduos da mina, sendo uma função de alto grau de complexidade por levar em consideração consideração o impacto dos outros elementos sobre o trabalhador. O controle da qualidade ambiental do local de trabalho pertence atualmente ao campo denominado de ENGENHARIA AMBIENTAL EM MINAS. Dentro da Engenharia Ambiental em Minas estão englobados englobados a análise, o controle e a mitigação dos agentes químicos, físicos e ergonômicos. 4.2. ETAPAS DA MINERAÇÃO De modo geral podemos dividir a mineração em três fases ou atividades, a saber: Pesquisa Mineral, Mineral, Lavra (céu aberto ou subterrânea) e Tratamento de Minérios. 4.2.1. PESQUISA MINERAL Uma das primeiras etapas para a implantação de uma mineração consiste na pesquisa mineral. Nesta etapa são efetuados vários trabalhos de campo em locais que (por meio de estudos geológicos geológicos de maior m aior escala, imagens aéreas, fotos de satélite, etc.) possuem maior probabilidade de apresentarem jazidas minerais. Podem ser necessários trabalhos de pesquisa mineral em florestas tropicais, áreas muito frias, muito secas, etc. De qualquer forma, são frequentemente locais sem muita infraestrutura para oferecer conforto aos trabalhadores. trabalhadores. Dentre os riscos aos quais estão expostos os trabalhadores numa pesquisa mineral, podemos citar: calor, insolação e a radiação não-ionizante (ultravioleta), frio, doenças endêmicas (malária, (malária, febre amarela, doença de chagas, etc.), picadas de animais peçonhentos, peçonhentos, ferimentos por cortes na abertura de trilhas ou estradas, quedas, etc. Para pesquisas em áreas de florestas tropicais, os trabalhadores estão sujeitos a doenças típicas desta região, sendo necessários cuidados como vacinas, usam de repelentes e mosquiteiros. Mesmo áreas desérticas ou descampadas oferecem riscos de cobras ou escorpiões, sendo importante o uso de perneiras e botas. Dispor de uma infraestrutura para atendimento de primeiros socorros, como curativos, soros e medicamentos básicos é também de vital importância. Radiação solar, o calor e a insolação, além de indisposição podem gerar queimaduras ou, em longo prazo, câncer c âncer de pele. 4.2.2. LAVRA As atividades de lavra são iniciadas iniciadas após os trabalhos de pesquisa mineral, de avaliação econômica, dimensionamento da usina e outras etapas intermediárias. São compreendidas compreendidas pelas atividades atividades de desmonte de rocha por explosivos, explosivos, movimentação de material inerte por maquinário de grande porte, perfurações de rocha para colocação de explosivos (no caso de minérios mais resistentes, como granito), abertura de acessos para passagem de maquinário maquinário e transporte t ransporte do minério para a usina de tratamento. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Características como volume e distribuição do minério a ser explorado, a topografia e a produção desejada e a relação de mineração (que determina entre outros a proporção entre o minério e os demais materiais materiais a serem descartados) definem definem a escolha entre uma mina a céu aberto ou subterrânea. A figura 4.1 mostra as etapas presentes em uma atividade típica de mineração de pedra britada.
Figura 4.1. Fluxograma do processo produtivo em uma mineração de pedra britada (TACHIBANA, 2009). 4.2.2.1. Lavra a céu aberto Dentre as condições perigosas presentes numa mineração com lavra a céu aberto, podemos citar: Todas aquelas mencionadas na fase de pesquisa mineral, queda de alturas (frequentemente os taludes tem mais de 5 metros de altura), desabamento de taludes, ruído (das operações de perfuração de rocha por perfuratrizes ou marteletes pneumáticos, de compressores, caminhões, pás-carregadeiras, tratores, etc.), poeira (gerada pelas perfuratrizes, marteletes pneumáticos, áreas descampadas e pilhas de minério desmontado e de estéril), vibração do terreno, ultralançamentos (devido a desmontes por explosivos mal dimensionados), sobrepressão atmosférica (oriundos das detonações para desmonte de rocha), gases e vapores, o próprio manuseio de explosivos (muitos tipos de explosivos, mesmo ainda em suas embalagens originais, liberam gases tóxicos; após a detonação, forma-se uma nuvem de gases tóxicos; mesmo sendo explosivos de alta segurança, faíscas ou choques mecânicos podem ocasionar uma detonação indesejada) e acidentes com equipamentos móveis e veículos (normalmente são utilizados equipamentos de grande porte, nos quais o campo visual do operador é reduzido em locais muito próximos). eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Industria da Mineração
4.2.2.2. Lavra Subterrânea Subterrânea Dentre as condições perigosas presentes numa mineração com lavra subterrânea, podemos citar: situações que necessitam de ventilação (para man ter níveis saudáveis de oxigênio, dissipar os gases dos motores a combustão dos equipamentos de lavra, dos gases oriundos da detonação de explosivos e para manter a níveis adequados a temperatura das galerias galerias subterrâneas), calor e frio (mesmo em locais mu ito frios, a partir de uma certa profundidade a temperatura atinge níveis que necessitam de sistemas de refrigeração), iluminação (devido à ausência completa de luz solar e paredes dos túneis e galerias de cores escuras), choques elétricos (além dos cabos de energia para suprir as lâmpadas fixadas nas paredes ou teto dos túneis e galerias, há ainda cabos no chão próximo a alguns equipamentos elétricos móveis), manuseio de explosivos (em minerações subterrâneas são necessários planos de fogo especiais, mais densos, para a abertura de túneis, níveis de iluminação mais baixos dificultam as operações com explosivos e a dissipação dos gases emanados pelos explosivos ainda encaixotados é mais lenta), controle do teto (como numa mineração subterrânea é necessário, continuamente, estender túneis já existentes e criar novas galerias e túneis, o que é feito por meio de explosivos, é necessário sempre verificar se não há blocos instáveis no teto e paredes dos túneis e galerias), acidentes com equipamentos móveis e veículos (os baixos índices de luminosidade e túneis estreitos dificultam a visualização de trabalhadores, além de acidentes como colisão com paredes ou outras máquinas), drenagem (frequentemente é necessária a drenagem da água oriunda dos lençóis freáticos que deságuam nos túneis e galerias por meio de bombas que, quando falham, ocasionam alagamentos), ergonomia (a ausência de luz solar, os baixos índices de iluminação, temperaturas muito baixas ou muito altas, necessidade de sistemas de ventilação, riscos de quedas de blocos e túneis estreitos requerem um estudo ergonômico ergonômico para maximizar o conforto dos trabalhadores em minas subterrâne s ubterrâneas), as), gases (a dissipação dos gases dos motores a diesel de escavadeiras, caminhões e perfuratrizes, além daqueles oriundos de detonações por explosivos, é mais lenta), e espaços confinados. confinados. 4.2.3. TRATAMENTO O minério extraído na lavra (a céu aberta ou subterrânea) é então levado à usina de beneficiamento. No caso de pedreiras (como apresentado na Figura 1), por exemplo, o minério (granito) retirado da lavra é britado, passando então por um processo de rebritagem e peneiramento para resultar no produto de granulometria adequada para uso na construção civil (fabricação de blocos, concretos, asfalto, etc.). Já no caso de minerações de ferro, por exemplo, são realizados processos como o de moagem, flotação, pelotização, etc. O produto é transportado então para as siderúrgicas para produção de aço. Dentre os riscos aos quais estão expostos os trabalhadores numa usina de tratamento de minério podemos citar: Ruído (equipamentos como britadores, moinhos, peneiras, bombas de grande porte, ventiladores, tanques de mistura, filtros, etc.), vibração de equipamentos (manutenção nas máquinas de grande porte existentes numa usina, como britadores, moinhos, peneiras e bombas), choques elétricos (devido à grande quantidade de equipamentos de grande porte existentes numa usina de eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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tratamento, que frequentemente operam com altas voltagens e intensas correntes), poeira (oriunda de processos como britagem, rebritagem e peneiramento), peneiramento), acidentes com partes móveis e fixas e veículos (além de riscos com equipamentos como britadores, moinhos, peneiras, correias de bombas, etc., equipamentos móveis como guindastes e empilhadeiras também precisam ser considerados), quedas (uma usina de concentração possui equipamentos de grande porte que podem ser acessados de vários andares, havendo também muitos dutos que levam a polpa de minério de um andar para o outro, havendo desta forma muitos vãos entre os andares) acidentes com produtos químicos (frequentemente são utilizados bases ou ácidos nos processos de tratamento, havendo eventualmente também a liberação de gases tóxicos), iluminação (a existência de grande número de equipamentos, vão entre os andares e andaime requer uma boa iluminação para evitar acidentes), e calor (frequentemente há processos em que são empregados fornos ou dutos de ar quente para secagem, além de processos como o de m oagem, que aquece a polpa de minério devido ao intenso atrito, aquecendo também o ambiente por suas grandes dimensões com placas aquecidas).
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Indústria da Mineração
4.3. PRINCIPAIS AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS ASSOCIADOS À ATIVIDADE DE MINERAÇÃO No ambiente de trabalho de uma mina seja ela a céu aberto ou subterrânea, existem as operações unitárias (primarias) e as auxiliares que envolvem as tarefas necessárias para a execução da lavra e beneficiamento de minérios. Uma serie de condições perigosas pode ser associada a estas atividades, conforme apresentado anteriormente. Para a Higiene Ocupacional os agentes físicos e químicos são mais relevantes devido à sua frequência nas diversas atividades da mineração, sendo os principais resumidos na Tabela 1. Tabela 1. Principais condições perigosas associadas aos agentes físicos e químicos na mineração (adaptado de IRAMINA et al., 2009) ATIVIDADE RISCOS OU PROBLEMAS PROBLEMAS ENVOLVIDOS ENVOLVIDOS Decapeamento e/ou Material particulado, ruído, calor e/ou frio, vibração e remoção da vegetação problemas ergonômicos ergonômicos Material particulado, ruído, calor e/ou frio, vibração, Perfuração de rocha iluminação e problemas ergonômicos Material particulado, calor e/ou frio, iluminação e Desmonte de rocha intoxicação por produtos químicos presentes nos explosivos Carregamento e Ruído, vibração, material particulado, calor e/ou frio, transporte problemas ergonômicos e iluminação Ruído, vibração, material particulado, calor e/ou frio, Beneficiamento iluminação e exposição a produtos químicos Iluminação, problemas ergonômicos e conforto Escritório térmico Alguns detalhes detalhes e características características destes agentes serão abordados na na sequência.
4.3.1. POEIRA As poeiras ou material particulado encontrado no ambienta da mineração podem ser classificados da seguinte forma:
Fibrogênicas Fibrogênicas (perigosas para o sistema sistema respiratório): respiratório): sílica, silicatos silicatos (amianto, talco, mica), fumos metálicos (quase todos), minério de berilo, minério de estanho, minério de ferro (alguns), carboundum (carbeto de silício), carvão (antracito, betume) Carcinogênicas: Carcinogênicas: subprodutos subprodutos do radônio, amiantos, arsênio Tóxicas: minérios de berilo, arsênio, arsênio, chumbo, urânio, rádio, tório, cromo, vanádio, mercúrio, cádmio, antimônio, selênio, manganês, tungstênio, níquel, prata (principalmente óxidos carbonatos).
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Radioativas Radioativas (danos em em função das das radiações radiações alfa e beta): minérios minérios de urânio, rádio e tório. Explosivas Explosivas (combustíveis quando em suspensão): suspensão): poeiras metálicas metálicas (magnésio, alumínio, zinco, estanho, ferro), carvão (betume, linhito), minérios sulfetados, poeiras orgânicas, incômodas (pouco efeito adverso sobre os humanos), gipso, caulim, calcário. Inertes (nenhum (nenhum efeito efeito ou resposta resposta das das células células dos pulmões pulmões até então então conhecido) – conhecido) – nenhum nenhum
Há três tipos de fontes de poeira no ar das minas subterrâneas. A primeira se refere à poeira presente no próprio ar de entrada da mina. Portanto para as minas que apresentam problemas com poeiras a quantidade de poeira presente no ar de entrada deve ser controlada. A segunda fonte de poeira é a sua geração (poeira primária) através da fragmentação fragmentação da rocha. A terceira fonte, por sua vez, vez, se caracteriza caracteriza pela deposição das poeiras na mina (poeira secundária) originárias das operações mineiras ou da circulação de ar (HARTMAN, 1961). A principal fonte de poeira primária na maioria das minas é a resultante da detonação de explosivos para a fragmentação da rocha. As concentrações perigosas presentes na corrente de ar principal provocada pela detonação são dissipadas rápida e juntamente com os fumos e as fumaças, e por isso deve-se adotar um desmonte correto e apresentar os procedimentos de retomada da jornada de modo a reduzir ao máximo a exposição dos trabalhadores a esta poeira. Outra fonte importante, e talvez a mais perigosa, de poeira é a perfuração, onde na maioria das vezes o operador da máquina está presente à medida que a poeira está sendo produzida. Em minas a céu aberto, a poeira é proveniente da quebra do material rochoso na perfuração, no desmonte e no beneficiamento, a exposição excessiva e a não utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), pode provocar pneumoconioses como a silicose, doença que está entre as principais preocupações ocupacionais. Os sintomas surgem após anos de exposição e em casos mais graves, leva a morte do trabalhador. Na medida do possível, deve-se controlar a emissão de poeira para a atmosfera, especialmente especialmente em regiões de pouca ventila v entilação. ção. Quadro 4.1 A poeira deve deve ser controlada controlada ou eliminada: eliminada: Com o uso de técnicas de perfuração a úmido. Com o uso de aspersão de água em operações de extração, carregamento, transporte e britagem de mineral.
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Indústria da Mineração
Em geral, toda superfície rochosa trabalhada deve ser molhada para reduzir a movimentação de pó para a atmosfera. O mesmo se aplica as operações e equipamentos equipamentos envolvidos no manuseio e transporte. Quando possível, as operações devem ser feitas inclusive a via úmido. Quando essas medidas de controle não são efetivas ou implementadas, os mineiros expostos às excessivas concentrações de poeira em seu ambiente de trabalho devem estar sempre munidos de equipamento equipamento de proteção pessoal, pessoal, como máscaras para se evitar a inalação de poeira.
Figura 4.2. Medida de proteção contra as poeiras (WALLE; JENNINGS, 2003).
4.3.2. GASES TÓXICOS, FUMAÇAS E RADÔNIO Em minas subterrâneas e também em tuneis em construção o aspecto mais crítico do ambiente a ser controlado é a atmosfera do local de trabalho. De fato, o controle da atmosfera é o carro-chefe do sistema de suporte à vida do mineiro. A detonação de explosivos para o desmonte de rochas pode resultar em gases tóxicos (como o dióxido de enxofre, óxido nitroso, óxido nítrico, etc.) que, se inalados, podem podem trazer graves efeitos adversos a saúde. A descarga de motores diesel emite também fumaças tóxicas, inclusive partículas partículas muito finas e respiráveis. O óleo diesel é composto de 85 a 86% de carbono, 13 a 14% de hidrogênio e 0,05 a 0,7% de enxofre, todos em massa. Para 1 kg de diesel, são necessários 15 kg de ar para a sua combustão completa, resultando em aproximadamente 6,4 m 3 de produtos emitidos para a atmosfera (HARTMAN, 1961). Em condições de mistura e oxidação ideais, estes produtos serão compostos por aproximadamente 73% de nitrogênio, 13 % de dióxido de carbono e 13 % de água em volume. O correspondente a 1% das emissões restante é produzido sob condições imperfeitas ou condições reais de trabalho do motor, sendo composto por hidrocarbonetos incombustos e hidrocarbonetos parcialmente oxidados (aldeídos responsáveis pelo odor), monóxido de carbono, fumaça (particulados), óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre. A exposição frequente e prolongada a emissões de motores a diesel constitui, portanto, risco para a saúde e deve ser evitada.
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Quadro 4.2 As medidas de controle controle para gases tóxicos tóxicos e fumaças em minas subterrâneas subterrâneas são: Após a detonação, não permitir a entrada em áreas com potencial para acumular gases e poeiras enquanto não houver a sua dissipação completa. Instalar motores a combustão (diesel) estacionários em locais com boa ventilação e se possível distantes das áreas de trabalho.
Uma máscara simples contra poeira não oferece proteção contra gases tóxicos presentes na fumaça de detonações ou emitidas por motores diesel (WALLE; JENNINGS, 2003). As pessoas não devem trabalhar ou transitar em locais com pouca visibilidade visibilidade devido à poeira ou à fumaça presentes que oferecem riscos a sua integridade física. O ar seco normal contém 20,93% de oxigênio, 79,04% de nitrogênio (incluindo argônio e gases raros) e 0,03% de dióxido de carbono em volume. A quantidade total dos outros gases é menor do que 0,01%. Além do oxigênio, oxigênio, nitrogêni n itrogênio o e dióxido de carbono, a atmosfera no subsolo contém pequenas concentrações concentrações de outros gases como metano, monóxido m onóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos não queimados, aldeídos, amônia sulfeto hidrogenado e dióxido de enxofre, mesmo em condições normais. normais. O gás sulfídrico é um gás incolor que possui odor de ovo apodrecido. Ele possui densidade levemente superior ao do ar e por isso tende a se acumular nas cavidades da rocha e onde o enxofre e seus compostos foram depositados pode-se encontrar gás sulfídrico como ocorre em minérios de chumbo e gipso. Em minas de carvão e outros minérios pode haver a presença deste gás em função da decomposição da pirita pela água ácida da mina ou então ser produzido pela detonação de minérios de sulfeto. Ele é mais tóxico que o CO e é um dos gases mais venenosos que existe, com a morte ocorrendo em pouco tempo. O dióxido de enxofre (SO 2) é um gás altamente tóxico que surge da queima de compostos sulfetados e também de desmontes de minério contendo pirita. Pode-se detectá-lo a partir de 0,0005% (5 ppm) e torna-se praticamente intolerável em concentrações concentrações críticas, o que pode ser considerado como um fator de segurança. Existem gases que produzem inflamações em tecidos como a pele, membranas conjuntivas dos olhos e membranas do trato respiratório, quando em contato com eles, chamados de gases irritantes. Se os gases não são suficientemente solúveis para serem absorvidos pelos tecidos umedecidos do trato respiratório superior, então eles penetram nos pulmões, causando inflamações inflamações que levam ao edema pulmonar, ou seja, a exudação de fluido nos pulmões que pode levar ao sufocamento. Óxido nítrico, dióxido de nitrogênio, sulfeto de hidrogênio, aldeídos e dióxido de enxofre são os gases irritantes mais comuns encontrados nas minas. No caso de dióxido de nitrogênio pode ocorrer a eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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inflamação dos pulmões, sendo a sua presença uma grande preocupação em termos de saúde (HARTMAN, 1961). A presença de gás radônio em minas subterrâneas pode resultar na sua inalação e consequentemente no processo de decaimento (de sua meia vida) e na deposição de seus descendentes nos pulmões, causando danos ao tecido pulmonar, podendo-se inclusive desenvolver desenvolver câncer. Concentrações de radônio são relativamente frequentes em minas subterrâneas. Caso elas sejam inferiores a 500 Bq/m 3 são consideradas aceitáveis internacionalmente, no entanto, se forem superiores a 1500 Bq/m 3 devem ser tomadas medidas de proteção para os trabalhadores trabalhadores mineiros (SANTOS, 2008).
4.3.3. RUÍDO A exposição repetida e/ou prolongada a níveis excessivos de ruído pode resultar em perdas a audição. Quadro 4.3 Entre as fontes potenciais de emissões de ruído em minas subterrâneas e a céu aberto estão: Compressores, perfuratrizes, marteletes, peneiras vibratórias, equipamentos móveis e de transporte, britadores e moinhos (ou outros equipamentos de cominuição), ventiladores juntamente com outros equipamentos como aqueles presentes em uma usina de tratamento e áreas de manutenção.
Quando praticável, essas fontes de ruído devem ser atenuadas com material de proteção acústica que reduz o ruído a níveis toleráveis. Aumentar a distância entre a fonte de ruído e o trabalhador costuma ser um método prático de atenuação. Quando as medidas de controle de ruído se mostram impraticáveis, as pessoas expostas a níveis de ruído acima dos 85 decibéis devem usar aparelhos práticos e confortáveis de proteção auditiva, como tampões ou protetores de inserção (Figura 4.3.). Marteletes pneumáticos e perfuratrizes exigem a presença do operador no local e muitas vezes o nível de pressão sonora excede os níveis aceitáveis, havendo a necessidade, portanto, de se usar sempre protetores de ouvido (WALLE; JENNINGS, 2003).
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Figura 4.3. Uso de protetor de ouvido perto de níveis excessivos de ruído (WALLE; ( WALLE; JENNINGS, 2003).
4.3.4. VIBRAÇÕES DE MÃOS E BRAÇOS E DE CORPO INTEIRO A vibração, seja ela de corpo inteiro (VCI) ou de mãos e braços (VMB), também chamada de localizada, está presente em diversas atividades da mineração. Podem-se destacar algumas como: perfuratrizes manuais, marteletes pneumáticos, veículos motorizados, peneiras, britadores e outros equipamentos da usina de beneficiamento. Alguns equipamentos utilizados no transporte e beneficiamento beneficiamento possuem características construtivas que proporcionam níveis de vibração acima dos toleráveis, o que pode causar diversos danos ao trabalhador. Em situações mais extremas, trabalhadores que operam máquinas manuais, principalmente perfuratrizes pneumáticas e marteletes, mesmo que seja por curtos períodos de tempo (por exemplo, uma hora ao dia) podem sofrer efeitos da vibração nas mãos e nos braços. A síndrome do dedo branco (VWF) ou dedo morto começa com dormência nos dedos e pode acabar em gangrena. Não há cura c ura para a síndrome do dedo branco. Quadro 4.4 Prevenção e controle da síndrome do dedo branco. Evite o uso do equipamento durante longos períodos e opere com breves acionamentos. Use equipamento moderno com amortecedor de vibrações. Conserte ou substitua o equipamento velho ou adapte cabos antivibratórios. Segure o cabo da maneira mais leve possível. Apoie as ferramentas pesadas de modo que o aperto da mão seja menos forte. Mantenham em bom estado as ferramentas vibradoras para minimizar os níveis de vibração. Não há equipamento de proteção pessoal de comprovada eficácia contra a síndrome de vibração de mãos e braços. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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4.3.5. CALOR Minas a céu aberto são ambientes típicos em que operadores de perfuratrizes, motoristas de caminhões fora de estrada e de carregadeiras, e outros trabalhadores estão expostos aos raios solares. Além do efeito das radiações ultravioletas, o estresse térmico a que estão sujeitos deve ser controlado e para isso deve ser medido e monitorado. Os trabalhadores devem ser informados sobre a natureza do estresse do calor e seus efeitos adversos, assim como sobre as medidas de proteção. Devem saber que a tolerância ao calor depende muito da quantidade de água ingerida (e não simplesmente simplesmente da satisfação da sede) e de uma dieta balanceada. Devem também aprender a reconhecer reconhecer sintomas e sinais de transtornos tr anstornos produzidos pelo calor (por exemplo, sensação de vertigem, fraqueza, falta de ar, palpitações e sede excessiva). Os trabalhadores devem ter fácil acesso a água ou a outras bebidas adequadas que favoreçam a reidratação. Não se recomenda o consumo de bebidas carbonadas nem de bebidas que contenham cafeína e elevadas elevadas concentrações de açúcar ou de sal. Todo trabalhador deve ter a seu alcance imediato, ou lhe ser servida de hora em hora, água potável e saudável (WALLE; JENNINGS, 2003). Copos limpos devem estar disponíveis e os recipientes de água devem ser mantidos à sombra ou resfriados a uma temperatura de 15 a 20°C. A modificação de algumas práticas de trabalho pode reduzir reduzir a probabilidade probabilidade do estresse do calor, por exemplo, reduzindo a carga individual de trabalho por meio do compartilhamento de ferramentas ou de tarefas ou de planejamento de adequados intervalos. Calor e umidade são encontrados em áreas tropicais e minas subterrâneas profundas, onde a temperatura da rocha virgem e do ar aumentam com a autocompressão da coluna de ar e a profundidade (DONOGHUE, 2004). Deve-se ressaltar a importância do gradiente geotérmico, parâmetro que indica o aquecimento da crosta terrestre á medida que escavamos em direção ao manto terrestre. De modo geral, a cada c ada 100 metros que penetramos na crosta há um acréscimo de 3º C na temperatura local. local. Isto significa que para minas situadas a 3.000 metros da superfície, como algumas encontradas na África do Sul podem ser encontradas temperaturas em torno de 100 oC, o que torna impossível o trabalho nestes locais sem a existência de um sistema de ventilação eficiente associado a uma central de resfriamento potente.
4.3.6. ERGONOMIA Muitos aspectos do trabalho em minas envolvem o risco de lesões nos membros superiores e inferiores ou na coluna vertebral, quer devido a tarefas de operação manual quer a posturas incorretas (WALLE; JENNINGS, 2003). Embora a mineração esteja se tornando cada vez mais mecanizada, ainda existe uma quantidade substancial de trabalho manual. Traumas cumulativos continuam a constituir a maior categoria de doença profissional em mineração e muitas vezes resultam em incapacidade prolongada. O trabalho acima da cabeça é comum no subsolo, durante o suporte de paredes e tetos assim como a suspensão de tubos e cabos elétricos eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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o que pode causar ou agravar doenças do ombro. Terreno acidentado é encontrado com frequência e pode causar traumas no tornozelo e lesões no joelho. A maioria das minas operam 24 horas por dia, 7 dias por semana, por isso trabalho por turnos são comuns e pode haver sobrecarga de tarefas (DONOGHUE, 2004). Convém levar em consideração exigências fundamentais da ergonomia, inclusive disposição do local de trabalho, desenho de equipamentos e ferramentas, técnicas de trabalho, tempo de trabalho e formas de descanso. Tipos de movimento Evite posições encurvadas ou torcidas. Procure fazer movimentos rítmicos, mas evite os monótonos. Movimentos horizontais horizontais são mais fáceis de controlar que os verticai v erticais. s. Evite esticar-se mais do que o necessário. necessário. Procure manter movimentos simétricos, simétricos, ao trabalhar com ambas as mãos. Uso da força Ações dinâmicas dinâmicas são preferíveis preferíveis a estáticas. Encontre um movimento em que haja força suficiente para executar uma tarefa ou redesenhe a tarefa. Para cada sistema de articulações, ossos, músculos e tendões há uma série de movimentos que podem ser executados de maneira a mais eficiente. As tarefas devem usar essa série de movimentos. Quanto maior o peso que se transporte na frente do corpo, tanto mais rente deve estar ao corpo.
Quadro 4.5 As principais principais causas de lesões em trabalhos executados nas minas e outros problemas de ergonomia são: Cargas pesadas, posições incorretas de trabalho, repetição e trabalho sob pressão. Condições perigosas associadas à ergonomia também podem ser observadas como em locais de difícil acesso, em galerias e também em manutenções de equipamentos.
4.3.7. RISCOS BIOLÓGICOS Existem minas localizadas em regiões tropicais e remotas, por isso o risco associado a doenças tropicais como febre amarela, malária e dengue é substancial nestes locais. Outras como a leptospirose leptospirose e outras doenças estão associadas a presença de ratos e outros animais provavelmente erradicados em vários países mas que devem ser consideradas em locais com condições sanitárias precárias. A presença de animais eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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peçonhentos (cobras, escorpiões, aranhas, etc.) também não é incomum em diversas minas. Torres de resfriamento estão presentes em diversas minas subterrâneas e uma análise mais detalhada da agua destes locais pode indicar a presença de bactérias e de outros micro-organismos potencialmente potencialmente perigosos a saúde humana.
4.3.8. RISCOS PSICOLÓGICOS O abuso de álcool e outras drogas é um assunto bastante delicado delicado no ambiente das minas, mas deve fazer parte da política de todas as empresas. Incidentes associados ao abuso destas substâncias são investigados para se estabelecer estabelecer o nexo causal. Minas localizadas em áreas remotas não são incomuns e não justificam, muitas vezes, a instalação de uma infraestrutura similar a de uma pequena cidade o que resulta em operações do tipo “fly-in-fly“fly -in-fly-out”, out”, onde os trabalhadores ficam separados de suas famílias e grupos sociais por longos períodos. A combinação destes fatores pode levar a uma serie de distúrbios cujos resultados podem variar desde quedas de produtividade e brigas com colegas, até mesmo acidentes com lesões séries ou fatais (DONOGHUE, 2004).
4.4. PRINCIPAIS ASPECTOS DE SEGURANÇA NA MINERAÇÃO MINER AÇÃO Embora não seja escopo deste texto discutir aspectos de segurança na mineração cabe uma justificativa sob o ponto de vista da política prevencionista dentro de um sistema de gerenciamento de risco. Desta forma considera-se válido destacar alguns dos aspectos de segurança a seguir (WALLE; JENNINGS, 2003). Sinalização Sinalização e barreiras barreiras físicas: uma mina de superfície superfície tem, em geral, geral, valas valas profundas ou grandes buracos. Há alto risco do trabalhador mineiro mineiro ou outra pessoa cair neles. Circulação e meios meios de acesso: em geral, geral, os trabalhadores trabalhadores em uma uma mina mina têm de andar em terrenos difíceis para ir, e voltar, para seus locais de trabalho na mina (por exemplo, escalar ou andar ao longo de paredes íngremes de valas e escavações onde pode haver perigo de resvalar ou cair, de deslizamento de materiais, materiais, queda de pedras, etc). Queda de de taludes e remoção de de capeamento: a remoção do capeamento (cobertura, que costuma ser formada por vegetação e solo e/ou rocha alterada) pode resultar no deslizamento de materiais instável presentes nas bancadas e nos taludes da mina. Trabalhos em alturas, zonas instáveis e zonas confinadas: desmoronamento ou deslizamento do material da parede para dentro da escavação ao abrir buracos, valas ou fazer outros trabalhos semelhantes, quedas de alturas e adequada circulação de ar fresco, com ventilação natural ou artificial em trabalhos em locais confinados. Drenagem de água água em minas: problemas problemas com águas de superfície superfície durante e depois de chuvas torrenciais que podem afetar a estabilidade das camadas da vala, erodir encostas e terraços e até mesmo inundar a mina. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Indústria da Mineração
Medidas de segurança segurança para para ferramentas ferramentas elétrica de uso manual, operações com martelete pneumático e perfuratrizes pneumáticas, uso de compressores compressores e equipamentos correlatos. Explosivos: Explosivos: somente somente explosivos explosivos e acessórios aprovados pela autoridade em mineração e fornecidos pelo operador da mina podem ser usados numa mina. Somente pessoas capacitadas, habilitadas e experientes no manejo e uso de material explosivo devem dirigir operações de explosão e atividades correlatas. Normas vigentes para armazenamento correto do material explosivo, explosivo, transporte e operação devem ser atendidas integralmente.
4.5. CONSIDERAÇÕES A mineração sempre foi considerada uma atividade perigosa e o conhecimento conhecimento sobre doenças e acidentes neste ramo de atividade foram e são conhecimento de todos. A saúde e segurança do trabalhador em um empreendimento empreendimento mineiro necessitam de atenções redobradas. O constante monitoramento dos agentes físicos e químicos, possivelmente danosos, deve ser feito para que seja demonstrada eficiência nas medidas preventivas e até mesmo para que novas situações de risco sejam detectadas. Contudo, muitas empresas do setor mineral, principalmente as de pequeno porte, ainda tendem a criar soluções simples, fáceis, e de baixo custo, sem análises e projetos prévios. Basicamente, fornecem Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) diante da simples visualização do agente. Muitas vezes os Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA’ (PPRA’s) são feitos apenas para constar como documento legal, enquanto a real análise, com o uso de instrumentação correta e adequada e estratégias de amostragem, é deixada de lado.
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Capítulo 4. Higiene Ocupacional e a Indústria da Mineração
4.6. TESTES 1. As fases da mineração são: a) pesquisa mineral; b) tratamento de minérios; c) lavra; d) “a” e “b” estão “b” estão corretas; e) “a”, “b” e “c” estão corretas. 2. “Caso toda a energia elétrica entro de uma mina subterrânea acabe, sem a menor chance de se poder visualizar nem se quer uma penumbra, o trabalhador que estiver no interior da mina deve manter a calma, sentar-se e esperar por socorro; jamais sair correndo” correndo ”. Esta afirmação é: a) verdadeira; b) falsa; 3. As condições perigosas as quais um trabalhador de pesquisa mineral tipicamente está exposto são: a) ruído; b) radiação ionizante; c) vibração de equipamentos; equipamentos; d) picadas de animais peçonhentos; peçonhentos; e) todas as alternativas alternativas anteriores estão corretas. 4. As condições perigosas, as quais um trabalhador de tratamento de minério tipicamente está exposto são: a) ruído; b) quedas; c) vibração de equipamentos; equipamentos; d) choques elétricos; e) todas as alternativas alternativas anteriores estão corretas. 5. “Uma simples máscara contra poeira oferece proteção suficiente contra gases tóxicos presentes na fumaça de explosões ou emitidas por motores á diesel ”. Esta afirmação é: a) verdadeira; b) falsa;
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Capítulo 5. Higiene Ocupacional e a Indústria Metalúrgica Automobilística Automobilística
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CAPITULO 5: HIGIENE OCUPACIONAL OCUP ACIONAL E A INDUSTRIA METALÚRGICA AUTOMOBILÍSTICA
OBJETIVOS DO ESTUDO Ilustrar como é o funcionamento da linha de produção de uma montadora de automóvel e os riscos nela envolvidos. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto a: a: Identificar os riscos riscos físicos e químicos existentes existentes na linha linha de produção produção de um um
veículo.
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Capítulo 5. Higiene Ocupacional e a Indústria Metalúrgica Automobilística Automobilística
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5.1. INTRODUÇÃO As indústrias indústrias automobilísticas automobilísticas são basicamente basicamente metalúrgicas, porém além de metais lidam com diversos outros tipos de materiais e alguns setores ou departamentos se considerados isoladamente poderiam ser classificados de outra forma como a Galvanoplastia, Galvanoplastia, a Tapeçaria ou Plásticos. Assim podemos já de início verificar que do ponto de v ista de Higiene Ocupacional, Ocupacional, teremos uma grande variedade de riscos à saúde do trabalhador. O eixo principal da linha de produção é a linha de montagem final, daí inclusive a denominação de “Montadoras”, para esta linha final convergem diversas outras linhas de produção, tanto de empresas parceiras ou coligadas ou ainda de setores ou departamentos da própria empresa. Quadro 5.1
Figura 5.1. Esquema 5.1. Esquema de funcionamento funcionamento de uma montadora. Os componentes fornecidos por empresas externas variam conforme a Montadora e o tipo de veículo produzido, com a globalização da economia é possível ter em uma indústria a produção de algumas partes ou componentes que não são utilizados nos produtos vendidos em nosso mercado. Por exemplo, motores brasileiros exportados. Do ponto de vista da Higiene Ocupacional os produtos oriundos de fornecedores externos podem ou não representar riscos, por exemplo, uma parte mecânica como um câmbio ou amortecedor, por si só, não oferece risco significativo, além de eventuais eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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acidentes. Por outro lado produtos químicos utilizados na decapagem, na pintura ou na galvanoplastia oferecem risco significativo desde sua entrada na fábrica. Devendo merecer atenção especial. Dentro de um programa de controle de materiais perigosos, ou PPRA.
Figura 5.2. Fluxograma de atividades I. Dependendo da política empresarial e das condições de mercado entre outras, uma montadora pode ou não ter um determinado setor, como por exemplo, uma fundição de ferro ou alumínio que oferecem diversos riscos à saúde. Dependendo da situação na época é possível a empresa optar por ter sua própria fundição ou comprar o serviço de outra.
Figura 5.3. Fluxograma de atividades II.
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Capítulo 5. Higiene Ocupacional e a Indústria Metalúrgica Automobilística Automobilística
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Do ponto de vista da Higiene Ocupacional e na atividade de reconhecimentos, poderemos encontrar diversos agentes que, dependendo da forma de utilização, podem oferecer um risco significativo à saúde e são resumidos da tabela seguinte.
Exemplos de agentes físicos e químicos usualmente encontrados em uma indústria automobilística. Setor ou Departamento Departamento
Fundição
Usinagem
Funilaria Tapeçaria
Pintura
Galvanoplastia
Eixos
Montagem Final
Agentes Químicos Particulado, Sílica, Fenol, Formaldeído, Dióxido de Enxofre, Fumos Metálicos Solventes Tintas Óleos de corte Solventes Resinas Particulado Fumos metálicos Particulado Óleos Solventes Solventes Particulado Solventes Tintas Resinas Particulado Produtos para tratamento de chapas. Ácidos Álcalis Metais: Níquel, Cromo, Zinco Cianeto Diversos outros... Fumos Metálicos Particulado Solventes Tintas Solventes Tintas Vapores de Combustível Monóxido de Carbono
Agentes Físicos Calor Ruído Radiações
Ruído
Ruído Ruído
Ruído Calor
Ruído Calor
Ruído Calor
Ruído
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Capítulo 5. Higiene Ocupacional e a Indústria Metalúrgica Automobilística Automobilística
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A tabela acima é apenas um exemplo de alguns agentes usualmente encontrados em uma indústria automobilística, diversos outros poderão estar presentes dependendo da estrutura da indústria e do enfoque dado ao reconhecimento reconhecimento de risco. Podem ser encontrados ainda fatores “ergonômicos”, como esforço repetitivo, esforço físico (levantamento de pesos) contato cutâneo com resinas, respingo de soldas, acidentes típicos, espaços confinados, situações de emergência, emergência, riscos elétricos elétricos trabalho em turnos e noturno, trabalho de mulheres, m ulheres, etc.
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Capítulo 5. Higiene Ocupacional e a Indústria Metalúrgica Automobilística Automobilística
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5.3. TESTES 1. As montadoras m ontadoras de veículos automotores possuem uma característica comum que é: a) Todas produzem seus próprios pneus. b) Todas possuem uma linha de montagem final. c) Todas possuem uma fábrica de baterias. d) Todas independem de fornecedores fornecedores externos. 2 - Entre os riscos à Saúde dos trabalhadores em uma indústria metalúrgica podemos mais frequentemente encontrar: a) b) c) d)
Hiperbarismo Hiperbarismo e temperaturas extremas. Ruído e vapores de gasolina. gasolina. Ruído, vapores de solventes solventes e fumos metálicos. metálicos. Sílica e Asbestos. Asbestos.
3. Na atividade de pintura em uma metalúrgica podemos ter: a) Exposição a solventes, névoas de tinta e movimentos repetitivos. b) Trabalho com robôs e em espaços confinados. c) Ruído e Radiações ionizantes. d) Proibição legal do trabalho de mulheres. 4. Num projeto de indústria indústria metalúrgica, a ergonomia: a) Pode ser considerada não prioritária, prioritária, pois os equipamentos são seguros. b) Deve ser considerada desde desde a concepção do projeto. c) É a única causa dos esforços repetitivos repetitivos d) Deve ser considerada considerada apenas na manutenção m anutenção dos equipamentos. equipamentos. 5. Numa indústria metalúrgica, diferentemente das indústrias químicas ou petroquímicas petroquímicas temos: a) Processos fechados. b) Pouca possibilidade de exposição a solventes industriais; industriais; c) Processos abertos com grande possibilidade exposição a agentes químicos e físicos; d) Somente possibilidade de exposição a ruído.
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Capítulo 6. Nanotecnologia Nanotecnologia
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CAPÍTULO 6. NANOTECNOLOGIA
OBJETIVOS DO ESTUDO Compreender Compreender os benefícios benefícios e malefícios da utilização de nanopartículas. nanopartículas.
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Capítulo 6. Nanotecnologia Nanotecnologia
6.1. INTRODUÇÂO As nanopartículas nanopartículas sempre existiram e estão na atmosfera, no meio ambiente, mas não despertaram a atenção da sociedade até pouco tempo atrás. São geradas de forma “natural” na ocorrência de erupção de vulcões, incêndios florestais, condensação de vapores de óleo, etc. O diâmetro desses aerodispersóides não passa de 100 nm (100x10 9 m), ou seja, na ordem bilionésima do metro. Para ilustrar, o diâmetro do DNA é de aproximadamente 2,5 nm, enquanto alguns vírus têm tamanhos entre 10 a 60 nm e as bactérias ficam entre 30 nm e 10 µm. A busca por novos materiais com propriedades propriedades avançadas de condução elétrica, especialmente na indústria eletrônica, assim como na construção de máquinas e equipamentos mais resistentes levou ao desenvolvimento artificial de nanopartículas. Esse processo é conhecido por nanotecnologia e visa reduzir o tamanho das coisas fabricadas através do reposicionamento de átomos e moléculas. A ideia, desde os anos 80, é produzir motores, robôs, computadores, etc. menores do que uma célula. Também espera-se acomodar todo o conteúdo da Biblioteca Nacional dos EUA dentro de um dispositivo dispositivo cúbico de meio centímetro. 6.1.1. Aplicação Atualmente as nanopartículas nanopartículas são comercialmente comercialmente empregadas nos abrasivos (polimento mecânico), gravações magnéticas (fitas, discos e hard drives), fibras óticas, bloqueadores solares, revestimentos eletrocondutores, etc. Intencionalmente as moléculas são modificadas e apresentam a maioria dos átomos na superfície, deixando os demais dentro da estrutura. Adiante são listados listados os tipos mais comuns de nanopartícula nanopartículas: s: Nanopartículas
de Cobalto Nanotubos Nanotubos de carbono ocas) – 28 28 a 100 átomos de Carbono. Fulereno (esferas ocas) – Quantum Quantum Dots – Dots – semicondutores. semicondutores. Nanoespumas de Carbono
6.1.2. Efeitos Adversos As nanopartículas podem ingressar no corpo humano através da pele, incluindo os fluídos dos olhos e narinas. A preocupação maior se dá com a inalação por que podem atingir facilmente os alvéolos pulmonares e penetrar na corrente sanguínea. O fluxograma a seguir ilustra a interação das nanopartículas com o corpo humano, destacando-se os efeitos a partir da deposição no sistema respiratório e atingindo outros órgãos com fígado, vasos sanguíneos sanguíneos e sistema nervoso central.
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Capítulo 6. Nanotecnologia Nanotecnologia
Intoxicações cutâneas se manifestam através da irritação de pele por ações químicas ou mecânicas. Também ocorrem reações imunológicas na medida em que são absorvidas pelos poros. A deposição de nanopartículas nanopartículas nos alvéolos pulmonares pulmonares causa redução das funções pulmonares, pois podem desencadear fibrose. Nanotubos (fibras de várias camadas) induzem patologias patologias similares aos de tumores como do mesotelioma. mesotelioma. De um modo geral, as nanopartículas podem atingir qualquer parte do organismo humano, desde a pele até o cérebro. A toxicologia aponta que os efeitos adversos à saúde estão associados com a configuração das superfícies, solubilidade, composição química, estrutura cristalina, cristalina, forma e estado de aglomeração. Não existem ainda parâmetros para estabelecer limites de exposição ocupacional. Muito pouco se sabe sobre a toxicologia desse tipo de aerodispersóide; Trata-se, portanto, de um desafio para os pesquisadores e profissionais de higiene ocupacional. Nesse ínterim deve se proteger o trabalhador da melhora maneira possível.
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Capítulo 7. Higiene Ocupacional Ocupacional e a Indústria Vidreira Vidreira
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CAPITULO 7: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA VIDREIRA OBJETIVOS DO ESTUDO Compreender Compreender o processo de fabricação do vidro e seus derivados. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto a: Definir o que é vidro; Explicar seu processo de fabricação; Enumerar os agentes físicos e químicos envolvidos no no processo de de fabricação
de vidro;
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7.1. INTRODUÇÃO Os primeiros relatos sobre o vidro datam do século 33 a.C. e referem-se ao material que escorria sob as fogueiras montadas pelos fenícios sobre a areia de praias. O líquido incandescente incandescente fluía, resfriava e tornava-se sólido transparente. Ao longo dos séculos séculos o vidro vidro foi associado associado à riqueza, sofisticação e até magia. A arte e a tecnologia tecnologia vidreiras evoluíram, estando o vidro atualmente presente em diversos setores e artigos que nos rodeiam. Quadro 7.1 O que é vidro? Vidro é um material amorfo (não possui estrutura cristalina) resultante do superresfriamento de materiais fundidos. Vidro é um material um material inorgânico resultante de fusão que foi resfriado até a condição rígida, sem cristalizar. Vidro é uma substância que tem arranjo atômico aleatório de um líquido, mas que é mantido “congelado” no lugar, tornando-o tornando-o sólido e permanente.
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7.2. MATERIAIS CONSTITUINTES DE VIDROS E SUAS CARACTERÍSTICAS. Os materiais formadores de vidro são a sílica, o boro, o fósforo e o germânio. O vidro exclusivamente formado por sílica funde a cerca de 1700ºC. Esta temperatura requer um alto consumo de energia para ser obtida, além de materiais refratários de custo elevado. Para que a temperatura de fusão seja reduzida, são adicionados elementos elementos fundentes, como por exemplo, o sódio. Com a adição de sódio a temperatura de fusão é reduzida para cerca de 1200 ºC. A composição do vidro sodo-cálcico, sodo-cálcico, utilizado na fabricação da maior parte dos utensílios e materiais, como por exemplo garrafas, potes, copos, pratos, vidros para construção civil, civil, vidros para a indústria automobilística automobilística é de aproximadamente de 75% de óxido de silício, 12% de óxido de cálcio e 12 % de óxido de sódio. A fórmula básica de um vidro deste tipo é 6SiO 2.CaO.Na2O. Outros óxidos, em menores proporções são adicionados para alterar alterar a resistência química e mecânica m ecânica do vidro. Para que o vidro adquira cor são adicionados óxidos metálicos, como por exemplo, o de ferro, que torna o vidro esverdeado, o de cobalto, que torna o vidro azulado e o de selênio, que torna o vidro rosado. O vidro de cor âmbar, muito utilizado em embalagens de medicamentos e de cervejas, é produzido pela adição de carbono, na forma, por exemplo de carvão, à composição do vidro. Vidros à base de boro fundem a cerca de 1300 ºC e, devido ao seu baixo coeficiente de dilatação, são utilizados na fabricação de travessas, jarras e pratos de fornos de micro-ondas. Os utensílios podem ser expostos a temperaturas mais elevadas, como por exemplo no interior de um forno doméstico e em seguida diretamente colocado sobre a mesa de refeições, ou ainda diretamente em contato com chama, sem que a travessa, jarra ou vasilha quebre. Este tipo de vidro também é utilizado na fabricação de vidrarias utilizadas em laboratório. O alto brilho obtido nos vidros tipo cristal é obtido pela adição de uma pequena quantidade de chumbo em sua composição. Os vidros plumbíferos, por sua vez, devido ao seu alto teor de chumbo, e consequente capacidade de reduzir a transmissão de radiações ionizantes, são empregados em visores de instalações e equipamentos nas quais haja materiais ou equipamentos que as emitam, como salas de radioterapia ou ambientes nos quais se manuseiam manuseiam ou fabricam radioisótopos. A maior parte das matérias-primas matérias-primas que compões os vidros são pulvurulentas pulvurulentas (encontram-se na forma de pó). Estes pós podem ser inalados e dependendo, do tamanho das partículas, da sua concentração, concentração, do tempo de exposição e de sua natureza química e consequentes consequentes efeitos no corpo humano, tornam necessários a utilização de sistemas de ventilação local exaustora e, ainda, eventualmente, a utilização de equipamentos de proteção respiratória nas áreas de armazenagem, preparação, mistura e introdução da composição no forno, para a manutenção da saúde dos trabalhadores. Um dos mais conhecidos problemas respiratórios que podem ser desenvolvidos por trabalhadores expostos a ambientes nos quais haja poeiras que contenham sílica, sem as devidas medidas de controle, é a silicose. A inalação deste tipo de material, caso atinja regiões profundas dos pulmões, possibilita possibilita o desenvolvimento desenvolvimento de uma reação no tecido pulmonar pu lmonar que, progressivamente, progressivamente, eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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vai limitando a condição dos pulmões se expandirem e contraírem, o que por sua vez reduz a quantidade de ar que é inalada. A silicose é irreversível e pode ser fatal. Os constituintes do vidro são previamente dosados e misturados e posteriormente introduzidos no forno de fusão, no qual, na presença de calor, que pode ser proveniente de maçaricos nos quais se queime gás ou óleo combustível, ou de energia elétrica, ocorrem às reações químicas que resultarão na produção de vidro fundido. 7.3. Características dos vidros e suas aplicações Os vidros têm como principais características, a transparência, a resistência química, a resistência mecânica, e a moldabilidade (capacidade de ser moldado e adquirir adquirir diferentes formatos). Estas características explicam a grande aplicação de vidros nos setores de embalagens, sejam frascos (para medicações, perfumes ou produtos químicos), potes (para acondicionamento de conservas), ou garrafas (para refrigerantes, ou bebidas alcoólicas). A resistência resistência química é um fator muito importante, não apenas pela resistência da embalagem ao produto nela contido, mas também para não contaminar ou alterar as propriedades propriedades de cor odor e sabor dos materiais contidos no interior dos recipientes. Em todos estes casos, aliados à durabilidade e ao seu efeito decorativo, acrescenta-se o fato do vidro ser, na maior parte das aplicações, reciclável, ou seja, o vidro utilizado para fabricar um pote ou garrafa, por exemplo, pode novamente ser fundido, colocando-se colocando-se os cacos destes materiais em um forno de fusão de vidro, e a partir daí, produzir-se um novo utensílio. A utilização de cacos de vidros reduz o consumo de energia necessário para produzir vidro, pois para o vidro já existente, toda uma série de reações químicas entre os óxidos constituintes não ocorre. Cacos de vidro são portanto uma importante matéria – matéria –prima prima para a fabricação de vidros. O vidro apresenta também interessantes características de resistência mecânica, especialmente alta resistência compressão, tendo, no entanto, baixa resistência à flexão. Utilizando-se ferramentas ferramentas apropriadas, permite-se furar e cortar com facilidade. facilidade. A operação de corte consiste de duas fases: o risco do corte a ser feito, utilizandose, por exemplo, uma ferramenta à base de vídia (adaptado do alemão wieDia, abreviatura de wie Diamant, “tal qual um diamante”, referindo -se à dureza) e a fase do destaque, que consiste da flexão do vidro sobre a área riscada, provocando a sua quebra na linha previamente riscada. A aresta assim criada, após o corte, é extremamente cortante. O destaque, se incorretamente feito, resultará na quebra do vidro em pedaços geralmente grandes e com pontas, podendo, portanto, perfurar ou cortar o operador (mãos, braços, pernas, peito, cintura, olhos e rosto). Ferramentas de vídia são também utilizadas para a execução de furos no vidro. Rebolos diamantados são empregados para se dar acabamento nas arestas cortantes e cantos vivos das superfícies, lapidando-as. Estes serviços são geralmente realizados na presença de água, para resfriar a ferramenta, arrastar o material que está sendo removido e evitar que a poeira proveniente das operações fique em suspensão no ambiente e possa ser inalada. A possibilidade de ser cortado em diferentes formatos, aliado à transparência transparência e ao fato de proteger contra as intempéries explica a utilização de vidros em janelas de diversos formatos, seja na construção civil (em janelas e vitrais), na indústria eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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automobilística (janelas e para-brisas) e na decoração de residências e imóveis não residenciais residenciais (portas, móveis, tampos de mesas). Os vidros são, de uma maneira geral, maus condutores de eletricidade. Graças a esta propriedade, por exemplo, isoladores existentes em postes de transmissão de energia elétrica são de vidro. A resistência elétrica do vidro varia de acordo com a temperatura, de tal forma que, fundido, o vidro torna-se condutor de eletricidade. Isto explica o funcionamento de fornos elétricos para fabricação de vidro. Com relação à transmissão térmica, vidros são maus condutores de calor. Isto fica claro quando copos são colocados previamente na geladeira ou no congelador para, no momento da utilização, manterem o líquido em seu interior frio por mais tempo. Graças a esta característica isolante emprega-se o vidro na fabricação de materiais termicamente isolantes, como, por exemplo, a lã de vidro. A viscosidade do vidro varia varia com a temperatura, sendo tanto menos viscoso quanto quanto maior a temperatura, e é esta propriedade que permite os diferentes processos de fabricação de materiais materiais cuja matéria prima seja vidro. A densidade do do vidro é de 2500 2500 Kgf/m3. 7.4. OS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE VIDRO E OS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE VIDRO Após a pesagem e mistura m istura mecânica das matérias-primas estas são s ão enviadas ou em bateladas, ou em forma continua, por meio de transportadores de correias para a enfornadeira, que introduz o conjunto de matérias – matérias –primas primas misturadas no forno. No caso dos transportadores, os dispositivos de parada e emergência devem ser do tipo “cabo”, ou seja, ao longo do transportador há um cabo, que se puxado, desligará o transportador e todos os demais que estejam a montante, para evitar que materiais materiais sejam lançados, por exemplo, quando se executa serviços de manutenção em um trecho que tenha sido acionada a parada de emergência. Nos casos em que se executam serviços de manutenção é recomendável o bloqueio elétrico e, se necessário, o bloqueio mecânico do conjunto. A enfornadeira enfornadeira pode ser do tipo rosca ou do tipo oscilante. No primeiro tipo o material é despejado em um compartimento compartimento de fundo cônico no qual há um transportador tipo rosca, que ao girar leva o material para dentro do forno. No segundo tipo a enfornadeira é mais larga e pode executar movimentos laterais (paralelos à estrutura do forno) e frontais (perpendiculares à estrutura do forno). Ao serem executadas manutenções na enfornadeira, a mesma deverá estar desligada, pois há o risco de esmagamento dos envolvidos. O forno é um conjunto de grandes pedras refratárias cortadas e ajustadas de maneira a formar uma parte inferior, a cuba, as laterais laterais ou paredes e o teto ou abóbada. Os refratários são mantidos em posição por estruturas metálicas, as ferragens, que são interligadas por tirantes e molas. Do lado externo as pedras refratárias são recobertas com materiais isolantes e recebem refrigeração proveniente de ventiladores. O ar vem por tubulações e é direcionado por bocais (“bico -de-pato”). -de-pato”). Tanto o ar de resfriamento, quanto o ruído dos ventiladores tornam o ambiente bastante ruidoso, sendo geralmente necessário necessário utilizar-se equipamentos de proteção individual auditiva. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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A manutenção desta desta ventilação ventilação é fundamental para a conservação conservação do forno, pois pois na ausência dela, a massa vítrea fundida iria superaquecer os refratários, degradando-os e colocando em risco a própria integridade física do forno. Esta é a razão pela qual as instalações dos fornos devem ser providas de sistemas de alimentação de energia elétrica de emergência (geradores). Por outro lado, os sistemas de alimentação de chama também devem estar ligados à alimentação de emergência pois, caso o vidro fundido esfrie em demasia, tornar-se-á sólido, inutilizando o forno. O controle de temperatura e de desgaste dos refratários são críticos na condução, operação e segurança de um forno de vidro. O desgaste é tanto de natureza química, decorrente decorrente dos componentes do vidro, quanto física, pelo atrito do vidro com os refratários. Este atrito se dá tanto pelo deslocamento longitudinal do vidro, no sentido da enfornadeira para o local de fabricação do produto, quanto transversal, devido à existência de correntes de convecção ascendentes ascendentes e descendentes descendentes dentro da massa vítrea fundida. Durante a fase de aquecimento do forno, antes de iniciar-se a produção do vidro, os refratários são expostos a temperaturas crescentes e por tempos controlados, para que possam ocorrer as modifi m odificações cações estruturais nos refratários e posteriores dilatações, tendo então os tirantes de ser soltos. Na fase de resfriamento, devido à contração dos refratários, refratários, os tirantes devem ser apertados. Não controlar as dilatações e contrações ou não executar de forma correta a operação de soltar ou apertar os tirantes pode comprometer a integridade do forno como um todo, podendo, em casos extremos, até ruir. Pelo mesmo motivo não são permitidos soldas e outros elementos que possam restringir a movimentação da estrutura metálica do forno. Uma vez atingida a temperatura de operação do forno, após a introdução de cacos de vidro, é feita a operação de fechamento do forno, ou seja a aplicação da camada final de materiais isolantes sobre a estrutura da abóbada e em outras regiões do forno. Tratase de um serviço em ambiente quente e extremamente cansativo, sendo fundamental o controle de tempo de exposição e de repouso dos trabalhadores, além de sua hidratação e reposição salina (sódio e potássio), bem como a utilização de equipamentos de proteção para trabalhos em ambientes quentes e em altura. Ao longo de toda parte superior do forno devem existir passarelas com corrimãos, guarda corpos e rodapés. A preparação e a colocação de isolantes também requerem atenção e medidas de proteção com relação à possibilidade possibilidade de inalação de materiais (refratários e lãs minerais). Os queimadores podem se localizar na parte traseira do forno ou nas laterais. No primeiro caso denomina-se forno tipo “ferradura”. Esta denominação deve -se ao trajeto que os fumos resultantes da combustão deverão fazer: como os regeneradores de calor encontram-se atrás dos queimadores, os gases quentes, originados na combustão, descrevem uma trajetória curva, s emelhante a uma letra “U” de ponta cabeça para “sair” do queimador e deixar o interior do forno. A troca de queimadores por motivo de entupimento deve necessariamente necessariamente ser precedida do fechamento da linha de alimentação de combustível e da despressurização da linha entre o ponto de fechamento da linha de alimentação e o queimador. Caso esta operação não seja executada, há a possibilidade do combustível, geralmente aquecido, no caso dos óleos mais viscosos, espirrar sobre o corpo e o rosto do operador no momento da substituição de maçaricos. Dependendo da configuração do forno, são necessários roupas e capuz especiais para trabalho em eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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ambientes quentes e ventilação e iluminação adicionais para que o operador possa executar seu trabalho de forma segura. Dentro do forno há emissão de radiação infravermelha, razão pela qual nunca se deve olhar diretamente para interior do forno ou em direção à chama de um maçarico sem que os olhos estejam protegidos por óculos ou visores de lentes de coloração apropriada. Os regeneradores são canais de condução de gases para os ventiladores de exaustão e de condução de ar dos ventiladores de aspiração para os queimadores, em cujo interior há tijolos refratários empilhados como se fossem uma fogueira, as empilhagens, que se aquecem no momento da saída dos gases quentes e que, no ciclo seguinte de queima, quando ocorre a inversão dos queimadores, transmitem parte deste calor ao ar que será utilizado na combustão, economizando economizando assim energia. Nos fornos com queimadores laterais o processo de inversão de lado de queima e de inversão dos regeneradores a cada ciclo de queima é semelhante ao já descrito. Tanto a inversão dos queimadores quanto o controle do sistema de alimentação e demais parâmetros de processo são controlados em uma sala de controle, geralmente tratada acústica e termicamente. À medida que as reações entre os óxidos ocorrem, o vidro fundido é formado. A uma temperatura aproximada de 1000ºC o vidro encontra-se pronto para ser trabalhado e transformado. 7.4.1. FABRICAÇÃO DE EMBALAGENS Caso seja um forno para fabricação de embalagens ou utensílios, uma ”gota” de vidro (na verdade um pequeno cilindro de vidro fundido, cujo tamanho dependerá do porte do material a ser produzido) fluirá por um orifício existente no interior de uma peça refratária, a panela, e será cortado por uma ferramenta, a tesoura, caindo sobre uma canaleta giratória (giro de cerca de 360 o, em torno do eixo vertical), o distribuidor, que enviará a gota para um das posições de trabalho da máquina, seja de sopro, no caso de garrafas, seja de prensagem no caso de utensílios domésticos. No caso de intervenções na parte de conformação, é necessário desviar-se ou interromper-se interromper-se o fluxo de v idro, sob o risco de provocar gravíssimos acidentes. Se a opção for pelo desvio do vidro o distribuidor deverá ser mantido mecanicamente bloqueado, evitando assim que acidentalmente a gota de vidro seja direcionada direcionada para o local no qual o serviço esteja sendo executado. No caso das máquinas para produção de garrafas, a gota entra em um molde onde se conforma o gargalo, no qual é soprado ar comprimido, formando uma estrutura intermediária que irá, no molde seguinte, mediante o sopro de mais ar comprimido, completar a conformação da garrafa. Os equipamentos são geralmente ruidosos, seja pelos seus movimentos, geralmente a ar comprimido, seja pelo ar utilizado na ventilação dos moldes, sendo geralmente necessária a utilização de equipamentos de proteção auditiva. A garrafa é então automaticamente levada para um forno de recozimento, para alívio de tensões. Os queimadores destes fornos são geralmente a gás, sendo fundamental a existência existência de detectores de chama, para evitar explosões. Se a produção for em prensas, como é o caso dos artigos domésticos, o mecanismo de distribuição é semelhante, caindo a gota em uma forma, na qual ocorrerá prensagem. Os cuidados de bloqueio já citados são semelhantes. Se o produto for de eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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vidro boro-silicato, após a conformação entrará em um forno de recozimento, a exemplo do já citado anteriormente. Se o produto final (um copo ou prato, por exemplo) for temperado, no entanto, entrará em um forno de têmpera. O processo de têmpera consiste no aquecimento da peça e posterior súbito e intenso resfriamento da peça com ar. Este resfriamento torna a superfície mais fria que o interior da peça, gerando tensões mecânicas de compressão na superfície e de tração na parte interior. Estas tensões tornam o vidro cerca de 5 vezes mais resistente do que o vidro que não foi temperado. Em caso de quebra da peça, o equilíbrio de tensões deixa de existir e a peça quebra-se de forma quase explosiva, gerando pequenos cacos de vidro. 7.4.2 FABRICAÇÃO DE VIDROS PLANOS No caso de têmpera de vidro plano (utilizado na construção civil e indústria automobilística) automobilística) após o corte, execução execução de furos e lapidação, o vidro é introduzido introduzido em um forno elétrico, horizontal ou vertical, aquecido até cerca de 700 ºC e, por gravidade ou por prensagem, conformado de acordo com o objeto que se deseja fabricar. Em seguida a peça passa pelo processo de resfriamento, de maneira semelhante ao já descrito. Se houver necessidade de se fazer intervenções no interior do forno de têmpera, a abertura das portas de inspeção deverá interromper o fornecimento de energia elétrica e, além disto, os sistemas de alimentação elétrica e de peças deverão ser mecanicamente bloqueados, evitando a possibilidade de choques elétricos, potencialmente fatais, e de queda de materiais ou m movimentaçã ovimentação o de equipamentos durante durante a intervenção. No processo de fabricação de vidros planos, matéria-prima para a indústria da construção civil (janelas, portas) e automobilística o vidro vasa, em processo contínuo, sobre estanho líquido. Devido à diferença de densidades, o estanho fica, na forma líquida, sob o vidro fazendo com que as 2 faces do vidro sejam perfeitamente paralelas, tornado as suas propriedades ópticas bastante superiores aos processos convencionais de fabricação. Este processo é conhecido como “float” (flutuar, em inglês). À medida que o vidro se distancia distancia do forno vai sendo resfriado, aumentando sua viscosidade. O vidro de viscosidade maior “puxa” o vidro de viscosidade menor tornado assim o processo contínuo. A espessura do vidro é função da velocidade (maior velocidade, menor espessura, para um dado volume de produção). Atingido o comprimento desejado um sistema de corte com vídia risca o vidro e um posterior destaque separa a placa. Passarelas, com corrimãos, guarda-corpos e rodapés devem ser instaladas ao longo de toda a linha de produção, possibilitando a passagem dos trabalhadores para os dois lados da linha, sem que haja necessidade de passar sob equipamentos em funcionamento funcionamento ou arrastar-se sobre equipamentos em movimento. Os eventuais materiais descartados, sejam na fabricação de embalagens, embalagens, utensílios utensílios ou vidros planos, costumam ser enviados a uma caçamba de recolhimento localizada no piso abaixo da produção. Operações de manutenção nestas caçambas só podem ser feitas mediante o bloqueio dos desvios de materiais localizados no piso superior, sob o risco de ocorrer acidentes com os envolvidos na intervenção. A proteção dos olhos deve ser permanente permanente ao longo de quaisquer quaisquer processos de fabricação, quentes ou frios, de artigos de vidro, dada a possibilidade de pós, fragmentos ou cacos atingirem os globos oculares. Na fabricação e manuseio de vidros planos eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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proteções para as mãos, pés pernas, braços e peito são necessárias. Luvas são imprescindíveis imprescindíveis em todos os processos que envolvam envolvam materiais ou quentes. Na fabricação de vidros laminados, é feita uma superposição de dois vidros recozidos, planos ou não, entre os quais se interpõe uma película plástica. Após a extração do ar do conjunto, ele é colocado em uma autoclave. Após um determinado tempo e na presença de calor e pressão, a película plástica, originariamente leitosa, torna-se transparente e adere aos dois vidros, de forma definitiva, tornando-se um conjunto único, inseparável. A operação da autoclave requer os mesmos cuidados de outros vasos de pressão. Os vidros laminados possibilitam a utilização de plásticos de cores diferenciadas formando, por exemplo, o efeito “degradé” (a faixa verde existente nos para-brisas de alguns veículos). 7.4.3 FABRICAÇÃO DE LÃ DE VIDRO No processo de fabricação de lã de vidro, o vidro, do tipo boro-silicato, cai continuamente, continuamente, na forma de um fio de material fundido, no interior de um copo de platina. Este copo tem furos em toda sua lateral e gira em torno de seu eixo longitudinal. longitudinal. Devido a ação da força centrífuga, o vidro v idro é expulso através dos furos, transformando-se em f ibras. As fibras atravessam um sistema de nebulização nebulização de resina formo-fenólica formo-fenólica e são impulsionadas para baixo por um sistema de gases quentes e sugadas para baixo por um sistema de vácuo, formando sobre uma esteira um “tapete” de fibras impregnadas de resina. O material passa por uma estufa, na qual a resina passa por um processo de termofixação, proporcionando proporcionando resistência resistência mecânica ao conjunto. A preparação, em reator (a reação de formação da resina é exotérmica), exotérmica), e o manuseio da resina formo-fenólica, devido à própria natureza de seus constituintes devem ser cercados de diversos cuidados para proteção da saúde dos trabalhadores. trabalhadores. Da mesma maneira, nos locais de possível geração de poeira, sistemas de ventilação local exaustora e a utilização de equipamentos de proteção individual respiratória devem ser previstos. Em todas as operações de fabricação de vidros, atenção especial deve ser dada aos equipamentos rotativos, seus acoplamentos e eixos (motores, ventiladores, bombas) quanto à ocorrência de efeito estroboscópico (o equipamento ou parte dele dá a impressão de estar parado, mas na verdade está girando), podendo gerar gravíssimos acidentes, sendo necessário proteger-se as superfícies e elementos girantes.
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7.5. TESTES 1. Vidro é: a) um material amorfo (não possui estrutura cristalina) resultante do superresfriamento de materiais fundidos; b) um material um material inorgânico resultante de fusão que foi resfriado até a condição rígida, sem cristalizar; cristalizar; c) uma substância que tem arranjo atômico aleatório de um líquido, mas que é mantido mantid o “congelado” no lugar, tornando -o sólido e permanente; d) todas as alternativas alternativas anteriores estão corretas. e) n.d.a. 2. “Devido ao seu baixo coeficiente de dilatação, são utilizados na fabricação de travessas, jarras e pratos de fornos de micro-ondas. Os utensílios podem ser expostos a temperaturas mais elevadas, como por exemplo no interior de um forno doméstico e em seguida diretamente colocado sobre a mesa de refeições.. .” Para que o vidro adquira essa propriedade é preciso que exista em sua composição: a) óxidos metálicos; b) boro; c) chumbo; d) fluorita; e) n.d.a. 3. O alto brilho obtido obt ido nos vidros tipo cristal é obtido obt ido pela adição de: a) óxidos metálicos; b) boro; c) chumbo; d) fluorita; e) n.d.a. 4. A transparência é uma das características do vidro. Além dessa, podemos citar também: a) a resistência química; b) resistência mecânica; c) moldabilidade; moldabilidade; d) todas as alternativas alternativas anteriores estão corretas. e) n.d.a. 5. Ao longo de qualquer processo processo de fabricação de vidro deve-se proteger: a) olhos; b) mãos e pés; c) olhos, mãos, pés, braços e tórax; d) braços e pés. e) n.d.a. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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CAPITULO 8: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA FARMACÊUTICA
OBJETIVOS DO ESTUDO Entender a necessidade de se criar um Processo de Higiene Industrial na Indústria Farmacêutica. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto a: a: Respeitar os limites limites de exposição na indústria indústria farmacêutica; Como proceder proceder em caso caso de incidente incidente envolvendo envolvendo ingredientes ingredientes farmacêuticos; farmacêuticos;
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8.1. INTRODUÇÃO É muito importante implantar um Processo de Higiene Industrial em indústrias farmacêuticas, com o objetivo de assegurar ambientes de trabalho saudáveis, minimizando minimizando os potenciais potenciais riscos à saúde. O elemento preliminar nos ambientes de trabalho, para controlar exposições são os controles de engenharia: ventilação local exaustora e/ou enclausuramento que devem ser implantados em todos os pontos do processo em que existe o potencial de gerar poeiras. A ênfase deve ser colocada na pesagem e transferência transferência de materiais materiais as quais devem ser em sistemas fechados, nenhuma manipulação de ingredientes ativos potentes deve ser feita em sistemas abertos. Deve existir um programa para avaliação de potencia e toxicidade para a introdução introdução de novos ingredientes ativos. Um programa eficaz de comunicação de risco e de treinamentos deve ser elaborado, com o objetivo de esclarecer todos os empregados a respeito da natureza natureza dos riscos a que estão expostos e a forma adequada de controlar c ontrolar a exposição. Este programa deve ir além das exigências legais, no caso de ingredientes ingredientes ativos a tivos farmacêuticos. Os processos devem ser avaliados, caracterizados, monitorados e documentados pela área de Higiene Industrial. Implantar um programa de Vigilância Médica incluindo a realização de exames periódicos. Os resultados das amostragens de Higiene Industrial, Industrial, bem como os resultados dos exames periódicos devem ser apresentados aos empregados incluídos nos grupos similares de risco monitorados. O relatório de Higiene Industrial com todos os dados e recomendações deve ser apresentado à gerencia da área para que um plano de ação seja estabelecido, para corrigir/ eliminar os desvios encontrados. Em termos de layout estabelecer claramente as áreas limpas, sujas e de descontaminação. Manter um plano de controle / manutenção das áreas com pressão positiva / negativa, estes controles podem ser manuais ou automatizados. Estabelecer os locais onde devem existir as antessalas/degowning antessalas/degowning room/airlock). O acesso às áreas deve ser restrito conforme o risco potencial que apresente. Um bom programa de sinalização deve ser implantado. Estabelecer um programa consistente de Manutenção Preventiva incluindo medições periódicas de todos os sistemas de ventilação. Os registros devem ser mantidos e reparos devem ser feitos sempre que necessários. Implantar um sistema de gerenciamento da mudança para impedir a remoção indesejada ou inadvertida de controles da exposição tais como enclausuramentos, sistemas locais da exaustão, modificação de ajustes da porta da explosão, modificação dos dispositivos que fazem parte das contenções. Todo novo processo, introdução de matéria prima, transferência de tecnologia, mudanças de layout devem ser avaliados por um grupo multidisciplinar, incluindo as áreas de Segurança, Higiene Industrial, Ergonomia e Meio Ambiente. As etapas de pesagem pesagem devem ser executadas somente em cabines aprovadas – inclusive em escala de laboratório – – para os ingredientes ativos mais potentes. As operações do laboratório requerem um programa químico específico de higiene. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Figura 8.1. Etapa de pesagem executada em cabine. Um programa de controle de equipamento protetor individual (EPI) deve ser estabelecido, definindo os equipamentos de proteção individual apropriados para as atividades executadas: luvas, respiradores, óculos de segurança, vestimentas, protetor auditivo etc. Os treinamentos a respeito do uso do EPI devem ser anuais e no ingresso de novos funcionários ou de funcionários funcionários transferidos. Os respiradores purificadores de ar (PAPRs) com cartuchos de HEPA ou respiradores com fornecimento de ar devem ser usados como meios secundários do controle da exposição. Adotar procedimentos procedimentos eficazes eficazes para limpeza limpeza e descontaminação descontaminação dos EPI’s. Um programa de conservação auditiva deve ser estabelecido para monitorar e documentar áreas de ruído elevado. Este programa deve conter os seguintes elementos: treinamento, audiometrias periódicas, uso de equipamentos de proteção auditiva e projetos de engenharia para atenuação atenuação do ruído a níveis aceitáveis. Um programa consistente de GMP favorece as medidas de proteção à exposição ocupacional ocupacional a agentes nocivos. Adotar um programa de limpeza dos uniformes (caso não sejam descartáveis) em lavanderias lavanderias adequadas. Implantar um programa detalhado de Vigilância Médica para todos os trabalhadores que tenham um potencial de exposição a agentes nocivos. Os controles ambientais eficazes e os procedimentos devem contemplar a proteção ao meio ambiente, de tal forma a impedir a contaminação do ar, solo e água, bem como evitar a geração de resíduos perigosos, ou quando o processo não puder ser modificado, fazer a destinação adequada.
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8.2. LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL NA INDÚSTRIA FARMACEUTICA A descrição dos limites de exposição ocupacional da edição foi empregada como meios definir limites "aceitáveis" para a exposição ocupacional aos trabalhadores por muitos anos. 8.2.1. CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS FARMACÊUTICOS: Moléculas desenhadas para terem atividade farmacológica. farmacológica. Atividade considerada benéfica para terapia pode ser considerada perigosa no processo de fabricação. Potencia das moléculas está aumentando. aumentando. 8.2.2. DADOS QUE DEVEM SER DESCRITOS DESCRITOS NA PESQUISA DE NOVAS DROGAS FARMACÊUTICAS: Propriedades Propriedades Físico-Químicas. Toxicidade: Dados pré-clínicos; Dados de segurança para ao trabalhador (inalação, irritação, toxicidade dermal aguda, sensibilização); sensibilização); Uso Humano e experiências; experiências; Toxicocinética/ Toxicocinética/ farmacocinética; farmacocinética;
Para proteger de efeitos adversos, os empregados que manipulam estas drogas, deve ser estabelecido um programa de avaliação e controle de exposição. Um elemento importante deste programa deve determinar um nível "aceitável" para o composto no ambiente de trabalho, isto é, um limite de exposição ocupacional ou um OEL interno, usando metodologias científicas de avaliação de risco. Comparar as concentrações no ambiente de trabalho com os OEL’s fornece à gerência uma ferramenta valiosa na segurança do trabalhador. Os OELs desenvolvidos por laboratórios especializados terão fatores de segurança ou de incerteza aplicados aos níveis do efeito observados nos seres humanos ou nos animais de laboratório. Os OELs serão como PELs e TLVs e o valor recomendado estará em uma concentração em que se espera que quase todos os trabalhadores poderiam poderiam ser expostos, expostos, sem sofrer efeitos danosos à saúde, em uma base “time -weighted “ ( 8h) ou a curto prazo – prazo – STEL STEL (15 min.). A descrição das tarefas e horas estimadas estimadas para desenvolvimento desenvolvimento de um OEL requer a revisão de dados disponíveis, determinando suas relevância e aplicabilidades e então a aplicar metodologias da avaliação de risco aos dados para chegar a um valor comprovado cientificamente. O momento de executar cada uma destas tarefas depende muito da quantidade e da qualidade das informações disponíveis do composto em seu estágio do desenvolvimento farmacêutico. As tarefas e as horas estimadas, baseadas em experiências experiências passadas, são como segue:
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Tarefa 1: Obtenha 1: Obtenha os dados disponíveis: esta tarefa envolve a revisão de todos os dados disponíveis do composto: dados fornecidos pela companhia que vende o material, bem como a busca independente independente de bases de dados (se necessário). necessário). Os dados disponíveis podem incluir a atividade farmacológica em animais e em seres humanos de laboratório, farmacocinética, dados toxicológicos, testes clínicos em animais de laboratório, experiência clínica humana e relatórios adversos de reação nos seres humanos. Horas estimadas para terminar a tarefa: 10-20 horas Tarefa 2: Avaliação dos dados: determinar a relevância relevância a um limite de exposição ocupacional (OEL), esta tarefa incluiria uma avaliação crítica dos dados e sua aplicação ao desenvolvimento de OEL. O estudo ou os estudos mais relevantes para originar um OEL serão identificados. Horas estimadas para terminar a tarefa: 4-6 horas Tarefa 3: 3: Preparar o OEL: incluindo a revisão interna/externa, esta tarefa incluiria a preparação de documentação do esboço do OEL, das propriedades farmacológicas e toxicológicas toxicológicas relevantes do composto, bem como a experiência clínica humana relevante, e preparar um racional científico para o OEL. Horas estimadas para terminar a tarefa: 20-28 horas Se os dados são insuficientes para estabelecer um OEL, utilizar o dado “Limite de Exposição Ocupacional Baseado na Performance” - PB-OEL 8.2.3. LIMITE DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL BASEADO NA PERFORMANCE O limite de exposição ocupacional ocupacional baseado na performance permite: permite: Relacionar os compostos em poucas categorias baseado em suas propriedades inerentes. Gerar listagem das operações unitárias e os procedimentos para manuseio seguro baseados na exposição potencial. Criar categorias categorias de compostos por grau de risco. Ajuda a por o perigo perigo em perspectiva. perspectiva. Os PB-OELs foram divididos em 04 categorias, categorias, conforme mostra a tabela 8.1: Tabela 8.1. Divisão dos PB-OELs em categorias Toxicidade Baixa Toxicidade Baixa- Moderada Toxicidade Moderada – Moderada – Alta Toxicidade Extremamente Alta
Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4
1-10 mg/ m3 0,1-1 mg/m3 10 -100 µg/m3 1 – 10 – 10 µg/m3
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Exemplos de PB-OEL: Categoria Categoria 1: Acetaminophen, Aspartame, Aspirina. Categoria Categoria 2: Codeína, Hidroclorotiazida. Hidroclorotiazida. Categoria Categoria 3: Anfetamina, Diazepan. Categoria Categoria 4: Drogas contra câncer, Fentanyl.
Quadro 8.1 O PB-OEL pode determinar: O nível de Contenção; Ventilação Geral; Ventilação Local Exaustora; Equipamento de Proteção Pessoal; Programa de Monitoramento de Higiene Industrial; Vigilância Médica; Manutenção, Limpeza, Disposição de Resíduos, Descontaminação.
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8.3. ETAPAS A INVESTIGAR NOS INCIDENTES DA DOENÇA OCUPACIONAL QUE ENVOLVEM INGREDIENTE ATIVOS FARMACÊUTICOS A exposição ocupacional a princípios princípios ativos farmacêuticos e os efeitos à saúde são de complexa determinação e contém diversos componentes, os quais podem incluir efeitos físicos, psicológicos psicológicos e emocionais emocionais nos trabalhadores. trabalhadores. Uma investigação completa é requerida com o objetivo de resolver o problema tecnicamente e de comunicar o risco de maneira eficaz. As técnicas de comunicação de risco exigem habilidade, habilidade, pensamento cuidadoso e planejamento. 8.3.1. ETAPAS PRELIMINARES DE INVESTIGAÇÃO DO INCIDENTE: Entreviste todas as pessoas participantes relevantes e gravar nomes, datas, épocas, posições e operações envolvidas no incidente. Documente todos os sintomas alegados. Documente todos os agentes químicos em uso: Estão lá somente os ingredientes ativos farmacêuticos? Ou estão lá intermediários também isolados? Que produtos químicos e reagentes são utilizados? Que agentes ou métodos de limpeza estão sendo utilizados? Documente para cada trabalhador o equipamento protetor pessoal (EPI) utilizado. Forneça detalhes da proteção química específica de roupa protetora, de luvas, óculos de segurança e protetor respiratório. Detalhe os controles de engenharia existentes no local. Forneça descrições da ventilação, do sistema de ventilação local exaustora, Cabines de biossegurança, ou trompas de elefante. Forneça detalhes dos sistemas de contenção do local, incluindo isoladores, etc... Reveja todas as rotas possíveis da exposição incluindo a inalação, a absorção pela pela pele, a ingestão e o contato inadvertido com as membranas mucosas após contato com produtos químicos.
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8.3.2. AVALIAÇÃO DOS DADOS & ETAPAS Interpretação dos Dados. Prepare um timeline que faça a conexão das datas e as épocas que trabalharam com as substâncias que poderiam potencialmente causar os sintomas relatados. Pesquise os efeitos à saúde através de literatura disponível com a revisão de MSDSs, RTECS, IARC etc.. Discuta características das substâncias em questão com os trabalhadores e os pesquisadores de laboratório que podem ter manipulado as substâncias previamente. Determine se algum efeito de saúde foi reportado por estes grupos. Discuta o status de saúde de pessoas afetadas com a equipe médica. Esclareça a frequência da exposição, potencial, potencial, da duração da exposição potencial, potencial, da concentração relativa das substâncias em questão: Determine se estes fatores estão correlacionados com os tipos e severidade dos sintomas relatados. Determine se existem indivíduos que não foram afetados e que podem estar na mesma área ou em áreas próximas da área do incidente como sua exposição pode ser diferente. 8.3.3. CHEGANDO A UMA CONCLUSÃO: Determine, se possível, causa e efeito estabelecendo (se existir) o nexo causal entre os efeitos à saúde relatados e os, efeitos documentados documentados na literatura, considerando o início dos sintomas e algum período potencial de latência. Esclareça as variações/ suscetibilidade suscetibilidade individuais. individuais. Elaborar uma argumentação cientificamente plausível. Para apresentar às partes afetadas e à alta gerencia e supervisão. Avalie se há responsáveis responsáveis pela situação. Isto pode requerer discussões confidenciais com a alta gerência antes da divulgação das não conformidades encontradas. Antecipe as perguntas que podem vir de todos os envolvidos. A confiança e a credibilidade da gerência podem ser afetadas após um incidente de doença ocupacional. A reconstrução dessa confiança deve ser elaborada utilizando-se a transparência transparência na informação dos fatos e do plano de ação que está sendo adotado. Toda a situação da exposição deve ser vista como um potencial para o demanda trabalhista. Mantenha a confidencialidade de todas as discussões, notas e relatórios escritos. Uma Comunicação de Risco: Conduza uma reunião de comunicação de risco com todos os grupos afetados (stakeholders). (stakeholders). Quando comunicar-se a um grupo de trabalhadores afetados usar as seguintes técnicas estabelecidas de uma comunicação de risco e preparar-se completamente com respostas às perguntas antecipadas: Mostre empatia aos indivíduos afetados e aos indivíduos que têm interesses significativos. A gerência deve demonstrar o pesar que está sentindo por aquela situação. Deixe o grupo fazer as perguntas que desejar após ter sido introduzido o assunto. Explique à audiência que você tentará responder a todas as perguntas.
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Redija um documento incluindo pontos principais ou mensagens de forma positiva e relativamente simples. Evite palavras como (tóxico, câncer, contaminado, perigoso). Tente reduzir as mensagens a doze palavras ou menos. Memorize mensagens e repita-as diversas vezes às audiências (no começo, meio e no fim da apresentação). apresentação). Desenvolva um sumário da comunicação de risco para documentar o resultado de todas as reuniões de uma comunicação de risco.
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8.4. TESTES 1. Assinale a alternativa incorreta a respeito da Higiene Industrial em indústrias farmacêuticas: a) A ênfase deve ser colocada na pesagem e transferência de materiais as quais devem ser em sistemas fechados. b) O elemento preliminar nos ambientes de trabalho, para controlar exposições exposições são os controles de recursos humanos: para verificar quais são as características psicológicas psicológicas dos funcionários funcionários envolvidos. c) Manter um plano de controle / manutenção das áreas com pressão positiva / negativa, estes controles podem ser manuais ou automatizados. d) Estabelecer um programa consistente de Manutenção Preventiva incluindo medições periódicas periódicas de todos os sistemas de ventilação. e) Implantar um sistema de gerenciamento da mudança para impedir a remoção indesejada ou inadvertida de controles da exposição tais como enclausuramentos. enclausuramentos. 2. Um programa de controle de equipamento protetor individual (EPI) deve ser estabelecido, definindo os equipamentos de proteção individual apropriados para as atividades executadas, qual alternativa apresenta um equipamento protetor que não se enquadra na indústria indústria farmacêutica: a) respiradores. b) proteção de face. c) luvas. d) botas de borracha. e) óculos de segurança. 3. Assinale a alternativa incorreta sobre o limite de exposição na indústria farmacêutica: a) Ele foi empregado como meios definir limites "aceitáveis" para a exposição ocupacional ocupacional aos trabalhadores trabalhadores por muitos anos. b) Uma característica do processo farmacêutico são moléculas desenhadas para terem atividade farmacológica. farmacológica. c) Outra característica é o fato da potencia das moléculas estarem aumentando. aumentando. d) Uma atividade considerada considerada benéfica para terapia pode ser considerada perigosa no processo de fabricação. e) n.d.a.
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4. Qual das alternativas abaixo não representa uma permissão do limite de exposição ocupacional baseado na performance: a) Ajuda a por o perigo em perspectiva. b) Gera listagem de operações unitárias unitárias e os procedimentos para manuseio seguro baseados na exposição potencial. c) Desenvolve técnicas remediadoras contra o manuseio de substâncias tóxicas. d) Cria categorias de compostos por grau de risco. e) Relaciona os compostos em poucas categorias baseado em suas propriedades inerentes. 5. O PB-OEL não pode determinar: a) Ventilação Geral. b) Ventilação Local Exaustora. c) Equipamento de Proteção Pessoal. d) Concentração máxima da substância que cada indivíduo pode manusear. e) Programa de Monitoramento Monitoramento de Higiene Industrial. Industrial.
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Capítulo 9. Higiene Ocupacional e a Indústria do Petróleo
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CAPITULO 9. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
OBJETIVOS DO ESTUDO Compreender como funciona a Indústria Petrolífera (desde a pesquisa e extração do petróleo até o seu transporte) e identificar os riscos físicos e químicos nela envolvidos. envolvidos. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto a: a: identificar os riscos envolvidos envolvidos na indústria indústria de Petróleo (gases, radiação e
outros).
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Capítulo 9. Higiene Ocupacional e a Indústria do Petróleo
9.1. INTRODUÇÃO Falar de Higiene Ocupacional – Ocupacional – ou ou Industrial – Industrial – na na indústria indústria do petróleo é um grande desafio, pela complexidade e abrangência, tanto da Higiene Industrial, quanto da “indústria do petróleo”, com a sua diversidade de tarefas, realidades, formas específicas de organização de trabalho e variedade dos agentes envolvidos. Para enfrentar este desafio, devemos inicialmente compartilhar o conceito da Higiene Industrial, Industrial, buscando entendê-la como algo além da técnica cartesiana tradicional, tradicional, mas como uma missão na preservação da Saúde Ocupacional, ou seja, no controle dos riscos presentes no ambiente de trabalho que possam causar doenças, danos à saúde e ao bem-estar, ou significativo significativo desconforto e ineficiência ineficiência nos trabalhadores trabalhadores e membros de uma comunidade. comunidade. Para controlar os riscos à saúde dos trabalhadores na indústria do petróleo, precisamos, inicialmente, delimitar o nosso universo de estudo. O termo “indústria do petróleo” é bastante amplo e, de uma forma geral, é entendido como sendo o conjunto de atividades desenvolvidas desenvolvidas do “poço ao posto”, ou seja, as atividades necessárias em toda a cadeia produtiva do petróleo, iniciando-se com as atividades de exploração, perfuração, produção, transporte, refino e distribuição de derivados. Hoje já se começa a adotar também o termo “do poço ao poste”, considerando também a geração de energia elétrica por meio de gás natural ou de derivados de petróleo. É importante lembrar que esta cadeia começa ainda antes de o primeiro poço ser perfurado, pois há um grande trabalho de pesquisa anterior, para que se definam os locais mais favoráveis à sua perfuração. A partir de uma visão visão compartilhada compartilhada da “Higiene “Higiene Industrial” e de sua metodologia de de aplicação, iremos, ao longo deste texto, discorrer sobre o processo produtivo da indústria do petróleo, tanto tan to no segmento “upstream” (exploração e produção) quanto no “downstream” (refino e distribuição). Para cada etapa da cadeia produtiva, apresentaremos os principais riscos presentes, medidas de controle possíveis e desafios profissionais profissionais existentes. 9.2. CONCEITOS Existem diversas propostas para definir Higiene Ocupacional, sendo a definição mais utilizada, aquela adotada pela AIHA – – American Industrial Hygiene Association (AIHA, 1959), a saber: Quadro 9.1 “Ciência e a arte devotada ao reconhecimento, avaliação avaliação e controle dos fatores ambientais e estresses originados no ou do ambiente de trabalho, que podem causar doenças, danos à saúde e ao bem-estar, ou significante desconforto
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Capítulo 9. Higiene Ocupacional e a Indústria do Petróleo
e ineficiência dos trabalhadores e membros de uma comunidade.” (OLISHIFSKI & McELROY, 1971)
Se a Higiene Ocupacional busca preservar a saúde dos trabalhadores, devemos nos atentar para o que se entende por Saúde Ocupacional: Quadro 9.2
“É a promoção e a manutenção do maior grau de bem-estar bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores trabalhadores em todas as suas ocupações” (PARMEGGIANI, 1985)
Por este conceito de Saúde, observa-se que o campo de atuação tradicional da Higiene Ocupacional é ampliado sobremaneira, pois não basta mais considerar apenas os fatores físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho, mas devemos considerar também os fatores sociais, as relações e a própria organização de trabalho como pontos fundamentais na manutenção do bem estar físico, emocional e social dos trabalhadores. trabalhadores.
9.3. INDÚSTRIA DO PETRÓLEO 9.3.1. A CONSTITUIÇÃO DO PETRÓLEO O petróleo em estado natural é uma mistura complexa de hidrocarbonetos, de compostos oxigenados, nitrogenados, sulfurados e de metais pesados, considerados como contaminantes. Determinar-se sua composição em termos dos seus componentes puros é inexequível. Por isso o petróleo costuma ser dividido em tipos ou bases: base parafínica – parafínica – quando quando predominam alcanos (até 90%); base asfáltica – – quando predominam hidrocarbonetos de massa molecular elevada que produzem asfalto; base naftênica – naftênica – quando, quando, além dos alcanos, há até 15 – – 20% de cicloalcanos, que são hidrocarbonetos hidrocarbonetos naftênicos; base aromática – – quando, além dos alcanos, há de 25 – – 30% de hidrocarbonetos hidrocarbonetos aromáticos. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo 9. Higiene Ocupacional e a Indústria do Petróleo
O petróleo pode ser encontrado no estado sólido, líquido ou gasoso, em função de sua composição química e das condições de pressão e de temperatura de onde está armazenado. Quando encontrado no estado gasoso, normalmente é chamado de gás natural. O gás natural é formado por hidrocarbonetos mais leves, principalmente o metano, e muitas vezes contém gás carbônico e, principalmente, o gás sulfídrico, conhecido pelo seu odor desagradável e elevadíssima toxidez. 9.3.2. A JAZIDA PETROLÍFERA O petróleo é de origem marinha e originário de camadas de vasa sedimentadas com elevado teor de matéria orgânica proveniente da vida marinha morta, particularmente particularmente de fitoplânctons fitoplânctons como as algas diatomáceas e organismos similares. A decomposição decomposição desses organismos organismos em condições anaeróbias, anaeróbias, seguida da compressão do pacote de rochas e aumento de temperatura até uma faixa adequada, devido ao aumento da profundidade no seio das rochas sedimentares, deu origem ao que os geoquímicos chamam de protopetróleo que, ao longo dos milênios maturou e deu origem ao petróleo. Ainda devido à compressão do pacote dos sedimentos sedimentos incessantemente incessantemente depositados, a antiga lama (vasa) de fundo de mar transformou-se na rocha chamada folhelho folhelho (principal gerador) expulsando o petróleo que, como menos denso que as rochas e fluidos circunjacentes, tendeu a subir. Durante a migração do petróleo em seu caminho ascendente através de rochas porosas ou fraturadas que lhe permitiram a passagem, esse fluido alcançou uma rocha porosa que tinha sobre si rochas impermeáveis tolhendo-lhe o caminho, formando o que se denomina armadilha petrolífera. Neste caso, como a rocha porosa também foi sedimentada em ambiente marinho e portanto estava saturada de água salgada, o petróleo a deslocou ficando na parte superior do que seria uma futura jazida. Esta, quando descoberta pelos geólogos e alcançada pela perfuração de poços, se comercial, torna-se um campo petrolífero. Nota-se aí a grande cadeia de eventos necessários para se formar uma jazida. Cabe observar que a grande maioria do petróleo formado não chegou a se tornar um campo petrolífero, por ter faltado algum elo dessa cadeia. Ele pode, por exemplo, ter migrado e se dispersado sem nunca encontrar uma armadilha. armadilha. A jazida de petróleo pode conter apenas líquido, quando todo o gás natural está nele dissolvido, ou então estar com gás em sua parte superior, óleo na parte intermediária intermediária e água salgada na parte inferior. 9.3.3. A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO Antes de se perfurar um poço de petróleo, petróleo, muitos estudos estudos devem ser realizados realizados em uma determinada área, para se avaliar seu potencial petrolífero. Normalmente parte-se da literatura disponível para se selecionar áreas favoráveis. Depois, estuda-se estas áreas com métodos mais superficiais superficiais de pesquisa, como gravimetria – gravimetria – estudo estudo da variação do campo gravitacional em uma determinada área – e – e magnetometria – magnetometria – idem idem com relação ao campo magnético. Anomalias encontradas nestes campos podem indicar a possibilidade de acumulações de petróleo. Com isto, áreas menores são selecionadas para estudos mais detalhados, como a sísmica. Por este método, são provocadas eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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vibrações na sub-superfície que, ao serem refletidas em contatos entre diferentes camadas rochosas, retornam e são detectadas por geofones instalados na superfície. As características dessas ondas podem ser correlacionadas com determinados tipos de rochas e situações favoráveis à existência de petróleo. As situações consideradas mais favoráveis são selecionadas então para a locação de poços exploratórios. Este é apenas um exemplo de sequência de atividades exploratórias. Muitas outras técnicas podem ser utilizadas. Observa-se, portanto, que, por meio destas atividades – que – que constituem a chamada exploração de petróleo – vai-se – vai-se progressivamente detalhando os estudos em áreas cada vez mais reduzidas, até que se consiga encontrar petróleo. É importante destacar que estas atividades envolvem grande incerteza. Em média, menos da metade dos poços exploratórios exploratórios perfurados encontram reservas comerciai c omerciaiss de petróleo. 9.3.4. A PERFURAÇÃO DE UM POÇO DE PETRÓLEO Tendo-se locado o poço, tem início a tarefa de perfurá-lo. Esta é realizada em etapas, à medida que diferentes camadas de solo e rocha são atravessadas por diferentes tipos de brocas, adequadas a cada situação. À medida que prossegue a perfuração, é necessário revestir revestir as paredes do poço para evitar que estas desmoronem, o que é efetuado descendo-se uma tubulação de aço e a unindo às paredes através de uma pasta de cimento bombeada até o fundo para retornar pelo espaço anular entre a tubulação – tubulação – chamada chamada de coluna de revestimento – e – e as paredes do poço. Terminado e internamente revestido o poço, e depois de submetido a diversas análises técnico-econômicas, este, caso seja demonstrada sua viabilidade, é preparado para entrar em produção. 9.3.5. A COMPLETAÇÃO DO POÇO PARA PRODUÇÃO O preparo do poço para a produção, denominado “completação”, consiste em descer, no interior do revestimento, uma tubulação denominada tubulação de produção, com equipamentos que permitam um fluxo direto do petróleo da jazida até a superfície. Na superfície é colocado um conjunto de válvulas denominado “árvore de natal”, que permite interromper, controlar e efetuar outras manobras com o fluxo de petróleo durante sua produção. 9.3.6. A EXTRAÇÃO DO PETRÓLEO DA JAZIDA A extração do petróleo, conhecida como produção, em geral tem início à custa da própria energia da jazida, denominada “energia primária”. Esta fase inicial de produção é muitas vezes chamada de produção primária primária ou recuperação primária. primária. É interessante lembrar que a rocha produtora – – mais conhecida como rochareservatório – – é fraturada, ou principalmente porosa, e o petróleo está preenchendo aqueles poros de diâmetros os mais variados. Todavia, a maioria destes poros é da ordem de algumas dezenas de micrômetros, raramente ultrapassando o milímetro. A saída do petróleo de sua jazida é beneficiada pela temperatura lá existente e, principalmente, pela grande diferença de pressão existente entre a rocha produtora – a eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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profundidades de até alguns quilômetros – e – e a superfície. Por outro lado, esta saída é dificultada pelas tensões interfaciais e pelos estrangulamentos estrangulamentos dos poros lá existentes. Durante este processo, normalmente se estuda os chamados mecanismos naturais naturais de produção – – que são o conjunto de fenômenos que ocorrem naturalmente nestas rochas para constituir a recuperação primária. Quando estes mecanismos não são suficientes, poderá ser necessário recorrer-se a métodos de recuperação secundária, que são métodos aplicados em toda a rocha-reservatório, por meio de poços de injeção de água, de gás ou de outras substâncias químicas e processos mais sofisticados. Esses processos acabam introduzindo novos riscos na produção, como por exemplo, o aparecimento de material radioativo de ocorrência natural que irá se depositar nas colunas de produção, nos equipamentos de superfície ou nos resíduos oriundos de limpeza dos equipamentos. equipamentos. A extração do petróleo petróleo da jazida, jazida, portanto, pode se se dar de três formas formas principais: principais: por sua própria energia (recuperação primária); primária); injetando-se água ou gás natural para pressurizá-la pressurizá-la e para empurrar empurrar este petróleo até os poços produtores; por métodos mais sofisticados, sofisticados, como aditivar aditivar esta água com diversas diversas substâncias químicas, ou injetar vapor, gás carbônico, nitrogênio ou mesmo queimar parte do óleo da jazida j azida para aquecê-la, tornar o óleo remanescente remanescente menos viscoso e, com o gás da combustão e a pressão gerada, gerada, empurrar o petróleo até os poços produtores. Durante a vida útil de um poço também podem ser necessárias intervenções diretamente no mesmo, para manter a sua produtividade, sendo utilizados equipamentos específicos, como bombas e válvulas, assim como diversas substâncias químicas mais ou menos tóxicas e/ou corrosivas que são misturadas e injetadas no poço, e lá circuladas sob alta pressão, tanto para condicionar o poço para a produção, como para evitar que o petróleo de lá saia desordenadamente e sem controle (acidente conhecido como blowout ). ). 9.3.7. OS PROCESSOS DE SEPARAÇÃO Da cabeça do poço na superfície, o petróleo, isto é, a mistura do óleo com o gás natural, em tubulação conhecida como linha de surgência, segue até um sistema de coleta de vários poços e daí para vasos separadores onde o gás é separado. A propósito, no início da vida do campo petrolífero o petróleo é produzido anidro. Com o tempo os poços passam a produzir percentuais crescentes de água salgada altamente corrosiva. Além dos separadores separadores que dividem o petróleo petróleo em óleo e gás natural, estes e outros podem separar a água chamada livre, já que parte da água produzida pode estar emulsionada. Neste caso, o óleo dito salgado recebe aditivos químicos (desemulsionantes) e passa por vasos aquecidos a gás natural, onde é tratado, e a água emulsionada é separada, indo o óleo para os tanques de armazenagem, de portes relativamente pequenos, e daí para parques maiores. Em seguida, em oleodutos, o óleo segue para terminais de embarque de petroleiros petroleiros ou diretamente para refinarias. Em campos marítimos não há armazenagem nas plataformas, exceto nas plataformas conhecidas como FPSO, que se tratam em geral de navios petroleiros que eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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foram convertidos para serem plataformas de produção e armazenamento. Na maioria das plataformas marítimas, o óleo é enviado diretamente para um terminal e parque de armazenamento em terra, por meio de oleodutos, ou para um navio petroleiro, por meio de dutos apoiados por boias especiais. O gás natural coletado nos diversos separadores e no tratador pode ser enviado em gasoduto para as denominadas plantas de gasolina natural, onde são removidos os hidrocarbonetos mais pesados e separados em produtos industriais ou comerciais como GLP, solventes e gasolina natural. Os hidrocarbonetos mais leves (metano e etano) são usados como combustíveis ou como matéria prima pr ima petroquímica. Quando o gás natural tem gás sulfídrico, ele deve passar, antes da planta de gasolina natural, por uma planta especial onde solventes (MEA, DEA, etc.) extraem este contaminante, assim como outros derivados sulfurados como os m ercaptans. Quando o gás natural usado como combustível ou o GLP não têm cheiro, eles são odorificados com mercaptans para acrescentar um odor que sirva de alerta em caso de vazamentos. 9.3.8. TRANSPORTE O transporte de fluidos através de dutos foi conhecido pelas antigas civilizações. Um exemplo está, entre muitos outros, nos aquedutos. Foi no ano de 1864, algum tempo após a primeira perfuração de Drake (1859), e c omo consequência consequência do crescente c rescente aumento da produção de petróleo, que se iniciaram os primeiros trabalhos para construção de um oleoduto, na Pensilvânia, Estados Unidos. Até então, para fazer chegar o petróleo aos pontos de embarque para as refinarias, servia-se a indústria do trabalho de carroceiros. Posteriormente, evoluiu-se evoluiu-se para a construção dos primeiros oleodutos que possibilitaram possibilitaram economia e segurança no transporte do petróleo até os navios petroleiros, terminais marítimos ou refinarias. refinarias. As estações de recalque, localizadas em determinados determinados pontos e ao longo dos oleodutos, a intervalos mais ou menos regulares, têm a finalidade de impulsionar o petróleo para a transposição de vales e colinas, superando qualquer qualquer variação topográfica do percurso. Em terreno plano, o intervalo entre as casas de bombeamento é grande, e, às vezes, os espaçamentos espaçamentos podem atingir a 200 km ou mais. Nas citadas estações, o percurso do líquido é permanentemente permanentemente controlado na casa das bombas; aí se medem a temperatura, as pressões de sucção e recalque, a densidade e a vazão, havendo, ainda, intercomunicação para todo e qualquer informe sobre as operações. Todo o percurso do óleo é verificado, possibilitando, assim, o integral conhecimento do seu deslocamento com a localização exata de cada lote. Atualmente o escoamento da produção é feito através de oleodutos terrestres ou submarinos, sendo que no caso de produção offshore, especialmente em águas profundas, o escoamento ocorre através de navios petroleiros. petroleiros. 9.3.8.1. Petroleiros O petroleiro é um navio especialmente construído para o transporte, a granel, de petróleo e de seus derivados líquidos. Para garantir estabilidade ao navio, o espaço destinado a receber a carga líquida é subdividido subdividido em compartimentos compartimentos estanques entre si, que são conhecidos como tanques de carga. A subdivisão em tanques permite que o eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo 9. Higiene Ocupacional e a Indústria do Petróleo
navio possa transportar, se necessário, cargas diferentes. Um sistema de tubulações e bombas, conhecido como sistema de carga, permite que os tanques sejam carregados ou descarregados. descarregados. No carregamento, as bombas de carga não são utilizadas. Existem três tipos de navios-tanques: os petroleiros, que transportam petróleo; os propaneiros, que transportam gás; e os químicos. Os químicos se caracterizam por possuírem um número maior de tanques, bombas e linhas, e uma operação mais trabalhosa, devido à variedade e a propriedades químicas e físicas da carga. Inicialmente, petroleiros convencionais foram adaptados para realizar o transporte dos produtos químicos. Apesar das adaptações, no entanto, persistia o risco de perda e contaminação contaminação da carga, incêndio, explosão e intoxicação da tripulação, dependendo das características físicas e químicas dos produtos transportados. Posteriormente, com o aumento na diversidade dos produtos, o transporte passou a exigir condições especiais, tais como temperaturas elevadas, adição de antipolimerizantes e requisitos especiais para prevenir a contaminação. 9.3.8.2. Terminais Para servir de conexão entre os petroleiros e os oleodutos, foram construídos terminais marítimos, que são instalações portuárias adequadas às operações de transferência de carga, dos navios para a terra e vice-versa, ou entre navios. Sua construção exige estudos hidrográficos, oceanográficos e meteorológicos do local, pois as profundidades existentes e a influência dos ventos, das ondas e das correntes marítimas sobre os petroleiros são fatores que indicam o tipo de instalação a ser adotado. Para possibilitar a operação de grandes petroleiros, os terminais têm, inclusive, que ser localizados em pontos onde a lâmina d’água seja adequada, o que se dá, às vezes, a quilômetros da costa. 9.3.9. REFINO Para ter o seu potencial energético aproveitado ao máximo, o petróleo tem que ser desdobrado em frações que preencham as características necessárias de um dado combustível ou produto, através dos processos de refino. Os processos de refino podem ser divididos em três classes, em função do seu objetivo principal: processos de separação – nos – nos quais ocorre apenas uma separação física dos componentes do petróleo, não havendo reações químicas – – o principal é o da destilação; processos de conversão ou de transformaçã transformação o – – onde ocorre a conversão química de determinados tipos de componentes em outros de maior interesse – os – os mais conhecidos são os de craqueamento catalítico, reforma catalítica e hidrocraqueamento hidrocraqueamento catalítico; processos de acabamento – – onde há a remoção, por processos físicos ou químicos, de impurezas de um certo produto, de modo a conferir-lhe as características necessárias de produto acabado – – citam-se os processos de hidrodessulfurização catalítica, lavagem cáustica, extração com aminas, bender, merox e outros. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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O processo industrial de refino do petróleo passa por uma série de operações de beneficiamento para a obtenção dos mais variados produtos de ampla utilização na indústria. A destilação primária, como já visto, é um processo de separação que se apresenta como a primeira etapa deste conjunto de procedimentos de produção, chamado refino do petróleo, na qual são extraídas as principais frações que dão origem à gasolina, ao óleo diesel, à nafta, aos solventes e querosenes de iluminação iluminação e de aviação, além de a parte do gás liquefeito (GLP ou gás de cozinha). Numa segunda etapa, o resíduo da destilação primária é processado na destilação a vácuo, na qual é extraída do petróleo mais uma parcela de diesel, além de frações de um produto pesado chamado gasóleo, destinado à produção de lubrificantes. O gasóleo também pode seguir para processos mais aprimorados (processos (processos de d e conversão). Ele pode ser usado como asfalto ou na produção de óleo combustível. Uma série de outras unidades de processo transformam frações pesadas do petróleo em produtos mais leves e colocam as frações destiladas destiladas para consumo. A indústria de refino de petróleo produz mais de 2500 produtos, incluindo incluindo gás liquefeito (GLP), gasolina, querosene, óleo diesel, combustível de aviação, e uma série de óleos combustíveis e lubrificantes, além de diversas matérias primas para a indústria petroquímica. Um exemplo típico de percentual de cada grupo de produtos encontra-se no gráfico da Figura 9.1 a seguir (Petrobras).
Figura 9.1. 9.1. Distribuição dos Produtos Extraídos do Petróleo (% por barril de petróleo). 9.3.10. CENTROS DE PESQUISAS O centro de pesquisa é um órgão comum nas grandes empresas de petróleo, que tem como missão pesquisar, desenvolver, aperfeiçoar e adaptar tecnologias de interesse da indústria. Na maior empresa de petróleo brasileira – – a PETROBRAS – – o seu centro de pesquisa funciona de modo integrado com suas demais unidades. No setor de armazenamento de produtos acabados, ele conta com um Parque de Tanques, objetivando a utilização dos produtos nos testes de motores e ensaios veiculares. Possui
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Capítulo 9. Higiene Ocupacional e a Indústria do Petróleo
ainda outra área de Tanques com menor volume de armazenamento para atendimento atendimento às análises laboratoriais. Na sua estrutura de armazenamento de produtos químicos, gases e materiais, conta com um Almoxarifado e um Parque de Tambores, cujo atendimento se faz à área de processamento e aos laboratórios. Sua estrutura operacional possui uma área de processamento constituída por Unidades Piloto onde são realizadas análises com derivados de petróleo. Sua área de manutenção possui recursos para manutenção corretiva mecânica, elétrica e instrumentação. A área de laboratórios constitui-se de grande número de unidades, com atividades de pesquisa nas áreas de exploração e de produção, além de refino. Sua área de apoio operacional e administrativo constitui-se de um Setor de Utilidade (geração de vapor, ar comprimido, comprimido, distribuição e armazenamento armazenamento de água, GLP e energia elétrica). elétrica). 9.4. RISCOS OCUPACIONAIS NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO A complexidade complexidade da indústria indústria do petróleo faz com que estejam presentes nos diversos ambientes de trabalho, em maior ou menor grau, praticamente todos os agentes existentes nas tabelas de riscos, sejam os agentes físicos, químicos ou biológicos, biológicos, sendo que aparecem muitas situações inusitadas e inesperadas, como, por exemplo, a ocorrência de mercúrio no petróleo processado em uma refinaria, ou o aparecimento de material radioativo radioativo natural na produção de petróleo. O agente agressivo mais significativo na maioria das atividades da cadeia produtiva do petróleo é o ruído, presente nas sondas de perfuração, nas plataformas de produção, nas refinarias e, em menor escala, nos terminais. terminais. Os agentes químicos também se encontram presentes. A utilização da metodologia tradicional da Higiene Ocupacional – – reconhecimento, avaliação quantitativa e comparação com os limites de tolerância – aponta – aponta para situações pontuais de exposição significativa. 9.4.1. EXTRAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO Nas atividades de perfuração e produção de poços de petróleo, os trabalhadores são submetidos a condições de trabalho bastante especiais como: jornada de trabalho mais prolongada – 12 – 12 horas diárias em regime de 14 dias de trabalho por 14, 21 ou 28 dias de folga; e ao regime de confinamento. Além disso, em seus dias de trabalho, por causa do isolamento do local, o trabalhador tem que permanecer próximo ao seu ambiente de trabalho, mesmo nos períodos de folga, aumentando sua exposição. Deve ainda estar sempre de sobreaviso, caso haja alguma situação de emergência. Esta jornada de trabalho diferenciada diferenciada já nos remete a um questionamento: questionamento: como aplicar os limites de exposição uma vez que os mesmos foram estabelecidos considerando uma exposição de 8 horas por dia e 40 horas por semana, pressupondo um tempo de descanso entre as exposições? exposições? Existem algumas fórmulas recomendadas pela literatura, mas seriam adequadas? Os riscos associados à produção podem ser divididos em dois grupos principais: aqueles relacionados com o tipo de trabalho que está sendo realizado e os riscos específicos relacionados relacionados com o fluido produzido. eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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As sondas de perfuração normalmente normalmente têm que trabalhar rapidamente rapidamente e em condições bastante adversas, com a presença de ruído e com manuseio de uma ampla variedade de produtos químicos. Desde a completação do poço até a recuperação do petróleo e no tratamento da água salgada produzida para ser descartada sem poluir o meio ambiente, inúmeras substâncias químicas são manuseadas, diversas de elevada toxidez, dentre elas: solventes, sais inorgânicos, tensoativos, gelificantes, inibidores de corrosão, poli-espumantes, polieletrólitos, antiincrustantes e sequestrantes, ácidos e bases. Nos fluidos de perfuração pode ser adicionado formaldeído, ácido hidroclorídrico, óleo diesel e outros aditivos. Solventes – Os Solventes – Os solventes usados são de diversos tipos, sendo que em geral a maior parte é constituída de hidrocarbonetos alifáticos, sendo de relativa toxidez. Todavia, existem outros que merecem cuidados especiais, como por exemplo, o metanol. Sais inorgânicos – – Utiliza-se diversos sais, como os cloretos e brometos de cálcio, o hipoclorito de sódio, o sulfato de alumínio, os sulfitos de sódio e de amônio, polifosfatos e outros de baixa toxidez, e também o sulfato de cobre e o dicromato de sódio, de toxidez mais elevada. Tensoativos – – São usados diversos, tais como os polietoxilados, como desemulsificantes, desemulsificantes, em geral, de toxidez bastante b astante baixa. Gelificantes – – São usadas diversas substâncias químicas, em geral semissintéticas, algumas delas usadas em alimentos, sendo inertes ou assimiláveis. Inibidores de corrosão – corrosão – Além Além do dicromato de sódio, é usual o uso de aminas fílmicas, que são principalmente irritantes da pele. Outras, a base de amidas, são menos tóxicas que as aminas. Anti-espumantes – Anti-espumantes – São São em geral à base de silicones, completamente inócuos. Polieletrólitos – Produtos – Produtos de muito baixa toxidez, sendo alguns deles usados em tratamento de água potável. Anti-incrustantes e sequestrantes – – Alguns deles, como os fosfonatos, são irritantes da pele. Outros, como os polifosfatos e os sequestrantes, têm baixa toxidez. Ácidos e Bases – Bases – Ácido Ácido clorídrico e mistura deste ácido com ácido fluorídrico, assim como a soda cáustica e a barrilha, são muito usados, particularmente na completação de poços. Além de serem corrosivos à pele, particularmente os ácidos, por serem gasosos, apesar de usados em solução, são extremamente irritantes às mucosas, necessitando cuidados especiais especiais no manuseio. Biocidas – Entre – Entre essas substâncias químicas há os mais diversos compostos tais como: aldeídos, tiocianatos orgânicos, etc. Diversos desses biocidas são líquidos ou comercializados em solução aquosa. Outros são sólidos. Todos eles são altamente tóxicos e alguns carcinogênicos, necessitando de procedimentos adequados adequados para o seu manuseio de forma segura. 9.4.2. REFINARIAS As unidades unidades de processamento processamento dentro de refinarias refinarias são sistemas fechados e isolados, nas quais as concentrações normais de contaminantes no ar podem variar de eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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algumas partes por bilhão (ppb) até centenas de partes por milhão (ppm). As instalações modernas tendem a ser altamente automatizadas e informatizadas, com os controles dos processos monitorados à distância pelos trabalhadores em salas de controle climatizadas. Em consequência, o maior potencial de exposição durante a operação normal ocorre quando os operadores transitam pelas unidades, para realizar coletas de amostras dos fluxos do processo (Burgess,1997). Exposições significativas sempre ocorrerão ao se tomarem amostras de nafta, óleos lubrificantes ou parafinas diluídas em solventes orgânicos, que dependem da presença do trabalhador, sejam eles de equipe própria ou contratada. Entretanto, os trabalhadores de manutenção em refinarias têm um potencial maior de exposição a contaminantes atmosféricos, ruído e calor (sobrecarga térmica) do que os operadores. Incluem-se, entre as operações de manutenção, os reparos de isolamento térmico, linhas de drenagem, componentes do sistema de selagem, bombas de arraste e outros componentes de sistemas para reparos. 9.5. ESTUDOS DE CASOS 9.5.1. MATERIAL RADIATIVO DE OCORRÊNCIA NATURAL ASSOCIADO À PRODUÇÃO DE PETRÓLEO O processo de produção do petróleo mobiliza os radionuclídeos que ocorrem naturalmente em rochas-reservatórios nas profundidades subterrâneas, os quais se depositam como Material Radioativo de Ocorrência Natural ( Naturally Occuring NORM, ou Technically Enhanced Naturally Occuring Radioactive Radioactive Material – NORM, Material – TENORM) TENORM) em instalação de produção, tratamento e transporte, ou aparecem na água produzida. Esses depósitos de NORM podem ocorrer nas formas de lamas, passando por macias incrustações removidas facilmente, até incrustações muito duras, insolúveis insolúveis em ácido e de difícil remoção. Uma das práticas mais comuns no mundo é a injeção de água do mar tratada (filtrada, com bactericida e isenta de oxigênio) no reservatório, a fim de manter a pressão necessária à produção do óleo e do gás. A água do mar injetada, embora normalmente menos salina do que a água da formação, é rica em íons sulfato que, em contato com os íons bário, estrôncio e rádio, presentes na formação, formam precipitados de baixíssima solubilidade. As mudanças de temperatura, pressão, condições geoquímicas geoquímicas e de regime de fluxo sofridas por esses fluidos, no processo produtivo, favorecem a deposição desses precipitados no interior das colunas de produção e na planta de processo, ocasionando perdas de produção e o aparecimento de níveis de radiação ionizante acima dos níveis naturais. Os radionuclídeos que são normalmente mobilizados e que aparecem em borras, material arenoso e incrustações são o Rádio-226 (226Ra), Rádio-228 (228Ra) e Chumbo-210 (210Pb), todos provenientes das séries naturais do Urânio-238 (238U) e Thório-232 (232Th). A composição e atividade específica dos radionuclídeos de borras, material arenoso e incrustações encontrados na produção de petróleo varia amplamente e depende de muitos fatores.
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Na Bacia de Campos, esse fenômeno foi inicialmente identificado em 1988, na plataforma de Namorado 1, com o entupimento das tubulações de produção pelas incrustações de Sulfato de Bário. Um consultor internacional, que conhecia esse tipo de ocorrência em outras partes do mundo, alertou sobre a possibilidade de haver radiação associada às incrustações. A partir desta informação, foram realizadas diversas avaliações e constatados níveis de radiação superiores à radiação de fundo em alguns equipamentos da PNA-1, e foram coletadas amostras para análise no Instituto de Engenharia Nuclear. O resultado da análise dessas amostras apontou a presença de traços de elementos radioativos das séries naturais do Urânio-238 e do Thório-232. Deste então, em conjunto com a CNEN, foram desenvolvidos vários estudos para analisar o problema e estabelecer procedimentos adequados para a proteção da saúde dos trabalhadores e a preservação do meio ambiente. Foi aplicada a metodologia da Higiene Industrial, Industrial, conforme descrito na Tabela 9.1 a seguir. Tabela 9.1. Metodologia Metodologia para a análise e solução de problemas na Indústria Indústria do Petróleo. ETAPA
AÇÕES NECESSÁRIAS Mapeamento dos campos de produção com maior probabilidade de ocorrência de TENORM, através de estudos da salinidade da água e injeção
ANTECIPAÇÃO
de anti-incrustantes. Por esta medida, previne-se a ocorrência de incrustações nos equipamentos e, consequentemente, a exposição potencial dos trabalhadores. Caracterização do material por técnicas analíticas para determinação da
RECONHECIMENTO
atividade específica, sendo este o critério para identificação do material como radioativo ou não. Identificação das situações com probabilidade de exposição considerando-se inclusive a possibilidade de ingestão e contato com o material. Levantamento radiométrico das áreas.
AVALIAÇÃO
Avaliação quantitativa da exposição, podendo ser utilizada a técnica de identificação e monitorização do maior exposto. Limitação do tempo de exposição.
CONTROLE
Equipamentos de proteção para controlar o risco de contaminação. Medidas educativas para reduzir o risco de ingestão acidental. Treinamento dos trabalhadores para informação sobre o risco envolvido.
Do ponto de vista ocupacional as exposições estão sob controle e são acompanhadas através de um Programa de Gerenciamento de TENORM, sendo que atualmente o maior desafio está na definição de um destino final para os resíduos que estão sendo gerados.
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Capítulo 9. Higiene Ocupacional e a Indústria do Petróleo
9.5.2. EXPOSIÇÃO EM CONVÉS DE NAVIOS QUÍMICOS Solino (1997) elaborou um interessante estudo sobre os riscos à saúde envolvidos no trabalho em convés de navios químicos, que variam de acordo com a natureza da carga, o grau de automatização automatização do navio e os procedimentos procedimentos utilizados na realização das tarefas. No trabalho, foram discutidos os diversos fatores que tornam complexa uma abordagem tradicional de Higiene Ocupacional neste tipo de atividade, pois existe uma diversidade grande de tarefas e de produtos transportados e manuseados, diferentes cenários de exposição, sazonalidade da exposição e variação de comportamento de risco durante os períodos de embarque e em terra. O trabalho foi desenvolvido contemplando as etapas de: RECONHECIMENTO – – visita aos navios, especialmente ao convés, com o objetivo de identificar e localizar possíveis agentes e operações a serem avaliados. Nesta etapa foram realizadas entrevistas com os componentes da tripulação, educação do trabalhador sobre toxicologia e riscos químicos e acompanhamento das tarefas executadas. AVALIAÇÃO – – incluiu a avaliação qualitativa e quantitativa. A qualitativa foi de natureza descritiva, correspondendo às descrições das tarefas, à documentação através de fotografias e filme. A avaliação quantitativa restringiu-se às medições das concentrações ambientais ambientais de tolueno e monitoramento biológico. 9.5.2.1. Reconhecimento Reconhecimento Riscos à saúde na atracação e desatracação: desatracação: Essas tarefas consistem no posicionamento, enrolamento e desenrolamento dos cabos, e representam um risco de acidentes traumáticos, que têm um potencial letal, tanto para os que estão operando quanto para os que estão próximos, em virtude do rompimento ou perda do controle dos cabos. O risco ergonômico está representado pelas posturas adotadas que exigem flexão e torção do tronco frequentes. Como esta operação é realizada com exposição a intempéries, o risco é aumentado na presença de neve, gelo e chuvas fortes.
Riscos à Saúde no Carregamento Carregamento e Descarregamento: Descarregamento: O potencial de risco à saúde nestas atividades é múltiplo, especialmente durante o carregamento, que atinge até 98% do volume total do tanque. Há, no convés, vários pontos pelos quais pode haver emissão do vapor proveniente da carga líquida, formando fontes fixas e fugitivas, tais como as válvulas de suspiros dos tanques, os pontos de conexão de tubos, os pontos de vazamento de bombas, as linhas, os aparadores de óleo e os flanges. Nessas operações, os riscos físicos incluem: ruído das bombas e equipamentos, exposição à radiação solar, às temperaturas extremas, balanço do navio e vibração transmitida aos membros inferiores.
Riscos à Saúde na Limpeza de Tanque:
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Durante a ventilação, uma das etapas da limpeza, o ar fresco é insuflado no tanque através da colocação de ventiladores, provocando a diluição e o deslocamento do vapor da carga retirada, que é ventilado diretamente para o convés e dispersado pelo vento, podendo ser inalado por pessoas presentes no convés. A descida ao tanque é realizada após a lavagem e/ou ventilação que, quando realizadas de forma criteriosa, resultam numa quantidade residual de produto no tanque, em níveis considerados não agressivos. No entanto, persiste um odor que se deve tanto ao produto quanto ao próprio revestimento do tanque. Quando o produto é considerado inócuo, a decisão de descida é baseada no odor. O trapeamento é feito em ambiente confinado, utilizando solventes com alto poder de dissolução de gorduras (tolueno, metil-etil-cetona, metanol, metil-terc-butil éter e outros), portanto capazes de atravessar as membranas biológicas. A forma como a traponagem é realizada implica em grandes diferenças na concentração do solvente no ar: o trapo é muitas vezes torcido a uma distância maior do balde ou é simplesmente encharcado e levado até o local onde vai ser realizada a fricção. Durante a limpeza mecânica dos tanques, o ruído deve-se principalmente às bombas em funcionamento. funcionamento. Do trabalho realizado, Solino concluiu: existem, durante as atividades nos convés dos navios químicos estudados, múltiplos agentes, tanto físicos (ruído, vibração, radiação solar), quanto químicos (vapores da carga e manipulação de produtos de limpeza) e mecânicos (deslocamento de peso, trabalho em condições anti-ergonômicas, trabalho em alturas, trabalho em ambientes confinados) potencialmente causadores causadores de danos à saúde da tripulação de cconvés; onvés; o risco inerente à própria própria atividade atividade é magnificado magnificado pela pela falta de consciência do risco e pela falta de padronização de procedimentos de segurança, incluindo a escolha e utilização inadequada dos equipamentos de proteção, seja individual ou coletiva.
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9.6. TESTES 1. Qual a alternativa incorreta sobre a constituição do petróleo: a) É considerado de base naftênica quando predominam hidrocarbonetos de massa molecular molecular elevada e levada que produzem asfalto. b) O petróleo em estado natural é uma mistura complexa de hidrocarbonetos. c) O gás natural muitas vezes contém gás carbônico e, principalmente, o gás sulfídrico, conhecido pelo seu odor desagradável e elevadíssima toxidez. d) Base aromática é um constituinte do petróleo quando, além dos alcanos, há de 25 – 25 – 30% 30% de hidrocarbonetos aromáticos. aromáticos. e) A jazida de petróleo pode conter apenas líquido quando todo o gás natural está nele dissolvido. 2. Sobre a extração do petróleo da Jazida não é correto afirmar: a) A rocha produtora é fraturada ou principalmente porosa. b) A saída do petróleo da jazida, se por um lado é beneficiada pela temperatura lá existente e, principalmente, pela diferença grande de pressão entre a rocha produtora - a profundidades de até alguns quilômetros – e – e a superfície, do outro é dificultada pelas tensões interfaciais e pelos estrangulamentos dos poros lá existentes. c) A extração do petróleo da jazida pode se dar pela injeção de gás natural para pressurizá-lo pressurizá-lo e empurrar o petróleo até os poços produtores. d) A extração do petróleo pode se dar pela injeção de vapor, gás carbônico, nitrogênio e mesmo queimando parte do óleo da jazida, para aquecê-la e empurrar o petróleo até os poços produtores. produtores. e) n.d.a. 3. Assinale a alternativa errada sobre o refino de petróleo: a) A destilação primária é um processo de separação que se apresenta como a primeira primeira etapa de um conjunto de procedimentos de produção. b) Numa segunda etapa, o resíduo da destilação primária é processado na destilação a vácuo, na qual é extraída do petróleo mais uma parcela de diesel, além de frações de um produto pesado chamado gasóleo. gasóleo. c) Os processos de acabamento são os processos nos quais ocorre apenas uma separação física dos componentes do petróleo, não havendo reações químicas – o – o principal principal é o da destilação. d) O gasóleo pode seguir para processos mais aprimorados (processos de conversão), ou pode ser usado como asfalto ou na produção de óleo combustível. e) Os processos de conversão ou de transformação são onde ocorre a conversão química de determinados tipos de componentes em outros de maior interesse – os – os mais conhecidos são os de craqueamento catalítico, reforma catalítica e hidrocraqueamento hidrocraqueamento catalítico. 4. Sobre os riscos da produção e extração de petróleo é incorreto afirmar: eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Capítulo 9. Higiene Industrial e a Indústria do Petróleo
a) Nas atividades de extração e produção de petróleo, os trabalhadores são submetidos a condições de trabalho bastante especiais como: jornada de trabalho mais prolongada – prolongada – 12 12 horas diárias em regime de 14 dias de trabalho por 14, 21 ou 28 dias de folga; e ao regime de confinamento. b) Desde a completação do poço até a recuperação do petróleo e no tratamento da água salgada produzida para ser descartada sem poluir o meio ambiente, inúmeras substâncias químicas são manuseadas. c) Nos fluidos de perfuração pode ser adicionado formaldeído, ácido hidroclorídrico, óleo diesel e outros aditivos. d) Os riscos associados à produção podem ser divididos em três grupos principais: aqueles relacionados com o tipo de trabalho que está sendo realizado, os riscos específicos relacionados relacionados com o fluido produzido produzido e os riscos relacionados com o tipo de produto que vai se obter. e) n.d.a. 5. Sobre os riscos associados às refinarias refinarias é incorreto afirmar que: a) Exposições significativas sempre ocorrerão ao se tomarem amostras de nafta, óleos lubrificantes ou parafinas diluídas em solventes orgânicos, que dependem da presença do trabalhador, sejam eles de equipe própria ou contratada. b) As unidades de processamento dentro de refinarias são sistemas abertos, nos quais as concentrações normais normais de contaminantes contaminantes no ar não variam muito. c) Além dos agentes químicos, existe exposição a ruído e sobrecarga térmica. d) O maior potencial de exposição durante a operação normal ocorre quando os operadores transitam pelas unidades, para realizar coletas de amostras dos fluxos do processo. e) Os trabalhadores de manutenção em refinarias têm um potencial maior de exposição a contaminantes atmosféricos.
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Capítulo 10. Higiene Industrial e a Indústria de Eletricidade
CAPITULO 10: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDÚSTRIA DE ELETRICIDADE
OBJETIVOS DO ESTUDO Compreender como uma corrente elétrica circula pelo organismo e quais os riscos envolvidos, tanto na indústria elétrica como na área de consumo e utilização de eletricidade. Ao término deste capítulo capítulo você deverá deverá estar apto a: a: Definir o que é choque elétrico, campos eletromagnéticos eletromagnéticos e arcos elétricos; Estabelecer medidas básicas de proteção (DICAS); Definir os EPI’s necessários para pa ra a adequada proteção do trabalhador.
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Capítulo 10. Higiene Industrial e a Indústria de Eletricidade
10.1. INTRODUÇÃO Os sistemas, as instalações, os equipamentos e os serviços que envolvem a “energia elétrica”, em função da sua natureza, intensidade, complexidade e utilização podem apresentar condições de riscos severos e potenciais aos trabalhadores, usuários e terceiros que com eles interajam. É conhecido que este agente, de uso universal, apresenta elevado potencial de risco à integridade física e à saúde do homem, podendo causar graves acidentes e até mesmo doenças; cabendo, portanto, a adoção de medidas de controle. Inicialmente cabe a ação que se caracteriza como o princípio fundamental em segurança no trabalho, ou seja, a eliminação do agente de risco, que significa eliminar o uso e aplicação ou substituir a energia elétrica por outra forma de energia. Contudo, essa ação simplista de eliminação deste agente de risco é, salvo raríssimas exceções, totalmente inviável, pois a energia elétrica, em função da sua facilidade de aplicação, da sua multiplicidade de fontes de produção, da eficácia, da empregabilidade, da disseminação, do baixo custo, da limpeza, da renovabilidade, etc, é um instrumento fundamental ao progresso e crescimento da nação, com uma gama de aplicações em iluminação, comunicação, informação, aquecimento, transportes, refrigeração, entretenimento, e tantos outros serviços fartamente presentes no dia a dia das pessoas, produzindo o conforto e o bem estar do homem. A energia elétrica é, portanto, um insumo indispensável à quase totalidade dos processos de trabalho e à vida v ida moderna. No nosso atual estágio de desenvolvimento, esta forma de energia não pode ser eliminada ou substituída, e conhecendo- se os perigos ”à integridade física e saúde do homem”, originários do uso e principalmente nas atividad es laborais que direta ou indiretamente interagem com a energia elétrica, resta-nos a aplicação do segundo princípio em engenharia de segurança no trabalho, ou seja, os RISCOS potenciais apresentados nos serviços e uso da eletricidade, choques elétricos, queimaduras, arcos voltaicos, etc., devem ser e estar permanentemente controlados através do planejamento e implementação de medidas de controle dos riscos, com a constante atuação das instituições envolvidas, envolvidas, a saber: A Organização, no estabeleci estabelecimento mento de políticas políticas de segurança e saúde, saúde, na busca de soluções ágeis e objetivas e na promoção de ações destinadas à preservação da vida e da saúde s aúde dos trabalhadores; trabalhadores; O Estado, no estabelecimento de políticas nacionais, regulamentações e diretrizes e na fiscalização na área de segurança, saúde e meio ambiente no setor de energia elétrica, e A Sociedade, nas demandas e denúncias denúncias junto à Organização Organização e Estado, na condução de debates equilibrados e na concretização de negociações flexíveis e democráticas, mas, sobretudo, com a principal atuação de todos que potencialmente possam se expor à nocividade da energia elétrica. Deve promover, juntamente com a Organização, Organização, a melhoria melhoria contínua das condições de trabalho através da organização segura do trabalho, da implementação de procedimentos e instruções de segurança, da promoção de capacitação e treinamentos dos trabalhadores, do reconhecimento, da antecipação e do controle dos riscos e consequentemente na promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis e eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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redução nos índices acidentários, com a contrapartida de aumento da eficiência, eficiência, da qualidade, qualidade, enfim da competitividade da organização. organização. O substancial aumento das aplicações, do consumo e serviços com energia elétrica elétrica ocorrido nas últimas décadas, quer no Brasil como no mundo, e consequentemente o aumento de acidentes envolvendo esse agente, tem levado os especialistas em segurança e saúde das Organizações, do Estado e da Sociedade a realizar minuciosos estudos sobre os riscos e perigos potenciais e também sobre a implementação das medidas de segurança recomendáveis para controle dos riscos e perigos associados à eletricidade. Embora os profissionais de eletricidade estejam sujeitos diretamente às mais variadas condições de exposição, por conta dos riscos ambientais das indústrias onde prestam sua colaboração, sempre haverá a preocupação com o risco elétrico, que se resume principalmente principalmente no choque, arcos e queimaduras. 10.2. O CHOQUE ELÉTRICO Muitas são as definições que poderíamos dar ao choque elétrico, tentando explicar o que é aquela sensação que praticamente praticamente todos nós já sentimos. Podemos simplificar, para o objetivo a que nos propomos, dizendo que o choque elétrico é um estímulo rápido e acidental sobre o sistema nervoso, devido à circulação de uma corrente elétrica acima de determinados determinados valores. A gravidade de um choque elétrico vai depender de vários fatores e dentre eles destacamos apenas os mais importantes para as medidas preventivas. preventivas. São fatores determinantes da gravidade do choque, entre outros: O percurso da corrente elétrica através do organismo, ou seja, por onde a corrente elétrica passa predominantemente predominantemente e que órgãos ela atravessa; A intensidade da corrente elétrica, quanto maior a intensidade, mais graves serão os efeitos da sua passagem passagem através do corpo; O tempo que dura essa descarga é de fundamental importância para determinar a gravidade do choque, ainda que sejam tempos medidos em milésimos de segundo e segundos; O tamanho da área de contato entre o corpo e a parte condutora que fornece a corrente que atravessa o corpo; A pressão estabelecida entre o corpo e a parte condutora, que determina um pior ou um melhor contato, dificultando ou facilitando a passagem das cargas elétricas; A natureza da corrente elétrica, pois temos sensibilidade sensibilidade diferenciada diferenciada para correntes alternada e corrente contínua; O valor da tensão, que afinal é quem provoca a passagem da corrente elétrica através do corpo; A maneira como como a corrente se distribui distribui pelo pelo corpo ao percorrê-lo; percorrê-lo; As condições de umidade da pele, favorecendo ou não um melhor contato e circulação da corrente elétrica; Fatores individuais, como o estado de saúde, a constituição física, o porte físico, etc.
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10.3. ARCOS ELÉTRICOS, QUEIMADURAS E QUEDAS O arco elétrico é em resumo, a passagem de corrente elétrica, de um para outro ponto condutor, num meio gasoso e cuja intensidade vai depender, entre outros fatores, da diferença de potencial, da capacidade da fonte, da resistividade do meio. A temperatura de um um arco elétrico é extremamente extremamente elevada e o calor por ele gerado gerado se propaga tanto por condução, por convecção e por irradiação. O arco elétrico possui energia suficiente para queimar roupas e provocar incêndios, emite materiais vaporizados, radiação infravermelha, luminosa e ultravioleta, além de causar sobrepressões quando ocorrem dentro de invólucros como os compartimentos dos painéis elétricos e nas imediações. A exposição ao calor produzido pelo arco elétrico provoca danos à pele e causa queimaduras de segundo e terceiro graus. É de grande valia conhecermos a classificação das queimaduras: as de primeiro grau deixam a pele avermelhada sem bolhas; as de segundo grau causam bolhas, porém pode haver regeneração da pele; as de terceiro grau causam a destruição total da pele, não havendo possibilidade de regeneração. Além do grau da queimadura, existe outro fator muito importante a ser considerado para a avaliação da vítima, que é sua extensão. Quanto maior a área queimada, mais grave é a situação. s ituação. Existem também estudos que relacionam a extensão e o grau da queimadura com a expectativa de sobrevivência da vítima. Vamos abordar alguns conceitos físicos: excetuando-se a água, os materiais ocupam menos espaço na forma sólida do que na forma líquida. Também na passagem da forma líquida para a forma de vapor, observa-se que as substâncias aumentam de volume. Durante um defeito em que ocorre um arco, a alta temperatura causa primeiramente a fusão do metal condutor, geralmente cobre sólido, e depois a vaporização do metal. No primeiro estágio, o volume do cobre aumenta ligeiramente, porém ao vaporizar-se, aumenta cerca de 67.000 (sessenta e sete mil) vezes. Apesar de apenas uma pequena quantidade de cobre estar envolvida, o fato de ocorrer tão rápida expansão resulta em grande energia liberada. Adicionalmente Adicionalmente às fortes pressões desenvolvidas na mudança de estado do material, temperaturas extremamente elevadas na ocasião, os arcos aquecem o ar da mesma forma que uma descarga atmosférica, e como esta, acompanhados do som provocado pela rápida rápida expansão do ar quando aquecido aquecido pela corrente d o raio.
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Quadro 10.1 Dentre as atividades sujeitas à ocorrência de arcos elétricos, registram-se como mais frequentes as seguintes: Ocorrência de curto-circuito; Operação de desligar chaves, seccionadores, interruptores e disjuntores; Inserção e remoção componentes extraíveis com barramentos energizados; Operação em teste; Erros na tarefa de medição de tensão e em outros procedimentos.
Registram-se acidentes com ocorrência de queimaduras por arco tanto nas atividades das concessionárias de energia elétrica como em instalações de consumo, principalmente principalmente industriais, industriais, resultantes de procedimentos incorretos, nas intervenções intervenções em circuitos energizados ou nas suas proximidades. Muitos estudos e testes sobre arcos elétricos foram conduzidos em diversos laboratórios com o objetivo de comprovar o comportamento da energia liberada pelo arco elétrico em várias situações, tendo como premissa os estudos de curto-circuito e o comportamento comportamento das correntes e tensões em regime transitório. transitório. Resumidamente, esses testes criam arcos em duas situações distintas: a primeira dentro de uma caixa metálica com um dos lados aberto, simulando um compartimento de um quadro elétrico com porta aberta, onde todo o calor é liberado pela porta, e a segunda situação com arco em ambiente aberto onde o calor é liberado em todas as direções. Nas duas situações é criado um arco em curto trifásico e medido o calor liberado, variando-se as distâncias do ponto ao arco, a distância entre os eletrodos, e as correntes de curto entre 16 kA e 50 kA. Uma vez estimada a energia do arco e conhecendo-se a máxima energia suportável para ocorrer uma queimadura do segundo grau, é possível especificarmos os materiais que poderão atuar como barreira de proteção. Outras medidas serão abordadas como forma de proteção contra os efeitos dos arcos voltaicos no corpo humano.
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10.4. CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS Outro risco presente nos trabalhos com eletricidade é a exposição à radiação eletromagnética (EMR). O agente de risco “radiação eletromagnética não -ionizante” está presente em inúmeras atividades humanas, como a operação com soldas elétricas ou a “laser”, telefonia celular, comunicações radiofônicas, por satélites, fornos RF (radiofrequência) de indução, assim como em diversas outras operações e atividades incluindo-se incluindo-se os trabalhos trabalhos nas proximidades proximidades de linhas ou equipamentos energizados. energizados. Neste caso, a radiação eletromagnética é originada a partir da passagem da corrente elétrica nos meios condutores. c ondutores. O campo eletromagnético existente nas proximidades de condutores e equipamentos energizados em corrente alternada, tais como linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, transformadores, motores, fornos de indução, e outros dispositivos, dispositivos, é quase sempre classificado classificado na faixa de extra baixa frequência (ELF - Extra Low Frequency), quando a oscilação se dá na frequência de 60 Hertz, ou seja, 60 ciclos por segundo, que é a frequência utilizada no Brasil para a distribuição e o consumo de energia elétrica. Observe-se que já temos no Brasil em operação pelo menos duas linhas de transmissão em corrente contínua. Quadro 10.2 A radiação eletromagnéti eletromagnética ca associa dois campos campos distintos: O Campo Elétrico, simbolizado pela letra “E”; O Campo Magnético, simbolizado pela letra “H”.
A unidade de medida medida do campo “E” é o volt volt por p or metro (V/m), e a unidade de medida do campo “H” é o Ampére por metro (A/m). Também são utilizadas as unidades “Gauss G” ou “Tesla - T”. A associação desses campos cria a densidade de potência eletromagnética “DP” dada pelo produto “E” x “H” cuja unida de de medida é o watt por metro quadrado (W/m2). O corpo humano quando submetido à radiação eletromagnética funciona como uma antena captando e absorvendo esta energia, transformando-a em calor ou descarregando-a em outras partes de menor potencial elétrico. A nocividade deste efeito no organismo humano é função da frequência de oscilação, das intensidades da corrente e tensões elétricas aplicadas às linhas ou equipamentos e consequentemente da densidade de potência existente no ambiente de trabalho, da proximidade do trabalhador à fonte e do tempo de exposição do trabalhador à radiação eletromagnética. eletromagnética.
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Os efeitos mais prováveis no organismo são respectivamente: respectivamente: Do Campo Elétrico “E” “E” - Pode promover descargas elétricas entre o corpo isolado e objetos ligados à terra, provocadas pela indução contínua da corrente elétrica no corpo, tendo como consequências o choque e a queimadura; e Do Campo magnético “H” “H” - Produz a circulação de cargas elétricas pelo entorno do corpo, promovendo efeitos térmicos, endócrinos e suas patologias correlatas. O organismo humano pode compensar as interações fracas dos campos eletromagnéticos, porém campos intensos causam estresses que podem conduzir a danos irreversíveis à saúde, sob certas circunstâncias. Estudos científicos buscando relacionar a exposição aos campos com a ocorrência de casos de câncer, leucemia e tumores cerebrais, dentre outras patologias, permitem estabelecer limites máximos de exposição, que são atualizados à medida que as pesquisadas se aprofundam. As medidas de proteção do trabalhador trabalhador frente aos campos eletromagnéticos eletromagnéticos baseiam-se no trabalho à distância da fonte (termovisão, telecomando, etc.), redução do tempo de exposição e no uso de equipamento de proteção individual específico para esse agente de risco (roupas condutivas e óculos). Cuidados especiais devem ser adotados com relação aos trabalhadores que possuem em seu corpo próteses metálicas (pinos, articulações) e aparelhos eletrônicos (marca-passo, auditivos, auditivos, dosadores de insulina, etc.), pois quando submetidos a intensos campos eletromagnéticos poderá haver necroses no caso de próteses e disfunções nos equipamentos equipamentos eletrônicos. eletrônicos.
10.5. OUTROS RISCOS Posturas não fisiológicas de trabalho provocadas pela exigência de ângulos e posições inadequadas dos membros superiores e inferiores para realização das tarefas, principalmente em altura, sobre postes e apoios inadequados, levando a intensas solicitações solicitações musculares, levantamento e transporte de carga, etc. Pressão no tempo de atendimento a emergências ou a situações com períodos de tempo rigidamente estabelecidos, realização rotineira de horas extras, trabalho por produção, pressões da organização e usuários quando da falta do fornecimento de energia elétrica. Elevada exigência cognitiva necessária ao exercício das atividades associada à constante convivência com o risco de vida devido à presença do risco elétrico e também do risco de queda (neste caso, sobretudo para atividades em linhas aéreas de transmissão, executadas em grandes alturas). As variadas condições ambientais, ambientais, representadas pela exposição ao calor, radiação, intempéries, intempéries, agentes biológicos, biológicos, etc. Os levantamentos de saúde do setor elétrico mostram que são frequentes na atividade as lombalgias, entorses, as distensões musculares, e manifestações gerais relacionadas ao estresse. As quedas constituem-se numa das principais principais causas de acidentes, sendo características de diversos ramos de atividade, mas muito representativo nas atividades dos eletricistas, as quedas ocorrem em consequência de: Choques elétricos em posições elevadas; eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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Inadequação de equipamentos equipamentos para trabalhar em altura (escadas, andaimes, cestos e plataformas); Inadequação ou falta de EPI; Falta de treinamento dos trabalhadores; trabalhadores; Falta de delimitação e sinalização da área de serviço; Ocorrem também acidentes com veículos a caminho dos locais de trabalho, veículos para elevação de cargas, cestas aéreas e cadeiras; cadeiras; presença de animais e insetos em redes aéreas e/ou caixas subterrâneas 10.6. MEDIDA BÁSICA DE PROTEÇÃO 10.6.1. DESENERGIZAÇÃO DESENERGIZAÇÃO A desenergização desenergização é um conjunto de ações coordenadas, coordenadas, sequenciadas sequenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores trabalhadores envolvidos. Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para serviço mediante os procedimentos apropriados que obedecem à sequência apresentada abaixo abaixo pela Figura F igura 10.1. Quadro 10.3
Figura 10.1. Sequênci Sequência a correta para a ação de desenergização de instalações elétricas
As ações acima citadas podem ser entendidas através do seu detalhamento, detalhamento, mostradas na sequênci s equência. a.
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10.6.1.1. Seccionamento Seccionamento É o ato de promover a descontinuidade elétrica total, com afastamento adequado à tensão, entre um circuito ou dispositivo e outro, obtida mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave seccionadora; interruptor; disjuntor), acionado por meios manuais ou automáticos, ou ainda através de ferramental apropriado e segundo procedimentos procedimentos específicos. 10.6.1.2. Impedimento de reenergização reenergização É o estabelecimento de condições que impedem, de modo reconhecidamente garantido, a reversão indesejada do seccionamento efetuado, visando assegurar ao trabalhador o controle do seccionamento. Na prática trata-se da aplicação de travamentos mecânicos, por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento ou com sistemas informatizados informatizados equivalentes. equivalentes. O profissional autorizado deve utilizar um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento, para o quadro, painel ou caixa de energia elétrica e garantir o efetivo impedimento de reenergização involuntário ou acidental do circuito durante a interrupção de energia. Além de trancar a caixa, deve-se também fixar placas de sinalização alertando sobre a proibição da ligação da chave e indicando que o circuito está em manutenção. Em construções de grande porte, nas quais eventualmente mais de um eletricista estiver fazendo reparos em locais diferentes, o risco de energizar inadvertidamente os circuitos é muito grande. Nesse caso a eliminação do risco é obtida pelo emprego de tantos cadeados quantos forem os eletricistas em serviço. Dessa forma, o circuito só será novamente ligado quando o último trabalhador concluir seu serviço e destravar a(s) chave(s), disjuntor, quadro, painel, etc.. Após a conclusão dos serviços deverão ser adotados os procedimentos de liberação e os circuitos religados depois de se certificar de que todos os equipamentos estejam desligados pelos seus dispositivos dispositivos de comandos. Cuidado especial para a desenergização de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalação deve ser sempre programado e amplamente divulgado para que a interrupção, ocasionando o corte repentino da energia elétrica, não cause transtornos e possibilidade de acidentes. A reenergização deverá ser autorizada mediante a divulgação aos envolvidos. envolvidos. 10.6.1.3. Constatação da ausência de tensão É a verificação da efetiva ausência de qualquer tensão nos condutores do circuito. A verificação deve ser feita com medidores testados antes e depois da verificação, podendo ser realizada por contato ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.
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10.6.1.4. Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado à terra e ao neutro do sistema, quando houver, e às demais partes condutoras estruturais acessíveis. Na sequência, deverão ser conectadas as garras de aterramento aos condutores fase, previamente desligados, obtendo-se assim uma equalização de potencial entre todas as partes condutoras no ponto de trabalho.
10.6.1.5. Instalação da sinalização de impedimento de energização energização Deverá ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação da razão de desenergização e informações do responsável. Os cartões, avisos ou etiquetas de sinalização do travamento ou bloqueio devem ser claros e adequadamente fixados. No caso de método alternativo, procedimentos específicos deverão assegurar a comunicação da condição impeditiva de energização a todos os possíveis usuários do sistema. Somente após a conclusão dos serviços e verificação de ausência de anormalidades, o trabalhador providenciará a retirada de ferramentas, equipamentos e utensílios e por fim do dispositivo individual de travamento e etiqueta correspondente. O responsável pelos serviços, após inspeção geral e certificação da retirada de todos os travamentos, cartões e bloqueios, providenciará a remoção dos conjuntos de aterramento, e adotará os procedimentos de liberação do sistema elétrico para operação. A retirada dos conjuntos de aterramento temporário deverá ocorrer em ordem inversa à de sua instalação. 10.6.1.6. Comentários Comentários O seccionamento deverá ser realizado mediante procedimento estabelecido com comunicações comunicações e outras providências protocolares. Sempre que possível, as garras de aterramento ligadas aos condutores fase do circuito desligado deverão deverão ser do tipo que evitam a aproximação do trabalhador. trabalhador. Deverão ser protegidos contra contatos acidentais todos os elementos energizados existentes na zona controlada, para que não possam ser acidentalmente tocados, deverão receber isolamento conveniente (por meio de mantas, calhas, capuz, de material isolante, etc.) Outras sinalizações e delimitações de áreas deverão ser adotadas para a realização realização de serviços elétricos. Irregularidades observadas ou impossibilidade de proceder da forma prevista devem ser objeto de imediata comunicação ao chefe imediato. O estado de instalação desenergizado deve ser mantido até a autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a sequência dos procedimentos procedimentos abaixo: retirada de todas as ferramentas, equipamentos e utensílios; retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de energização; eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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remoção da sinalização de impedimento de energização; energização; remoção do aterramento temporário da equipotencialização e das proteções adicionais; destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento
10.7. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 10.7.1. CONSIDERAÇÕES CONSIDERAÇÕES A segurança e a saúde nos ambientes de trabalho devem ser garantidas garantidas por medidas de ordem geral ou específicas que assegurem a proteção coletiva dos trabalhadores. Todavia, na inviabilidade técnica da adoção de medidas de segurança de caráter coletivo, ou quando estas não garantirem a proteção total do trabalhador, ou ainda como uma forma adicional de proteção, devem ser utilizados equipamentos de proteção individual. individual. Outras situações onde a adoção de EPI’s é requerida; Durante a fase de implementação de medidas coletivas de proteção. Para atender a situações de emergência. Dessa forma, todos os trabalhadores (auxiliares, (auxiliares, eletricistas, técnicos, engenheiros, gerentes) envolvidos em atividades sujeitas aos riscos advindos da interação com a eletricidade devem utilizar equipamentos de proteção individual – – EPI, adequados aos riscos elétricos e outros EPI’s necessários necessários em decorrência decorrência do ambiente de traba lho ou da atividade executada. 10.7.2. PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO 10.7.2.1. Vestimentas de trabalho É a vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra arcos voltaicos e agentes mecânicos, podendo ser um conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta, ou m acacão de segurança. Lembrando que: Para trabalhos externos as vestimentas deverão possuir elementos refletivos e cores adequadas. Na ocorrência de abelhas, marimbondos, etc., em postes ou em estruturas, deverá ser utilizada uma vestimenta adequada à remoção de insetos para a liberação da área para a realização do serviço elétrico.
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10.7.2.2. Características das roupas de proteção contra arcos: Existem vestimentas adequadas adequadas para proteção ao arco. As normas preveem que as características devem se manter ao longo da vida v ida útil, e incluem entre outros requisitos, a resistência, resistência, e a não propagação do fogo, bem como o isolamento térmico ao usuário. Ao contrário contrário do que muitos acreditam, as roupas normais de trabalho não proporcionam a segurança adequada para ocorrências de arco. Outra confusão cometida pelo usuário é a solicitação de vestimentas com tratamento químico anti-chama para uso como proteção ao arco. Ressalte-se que como estes tratamentos podem perder as características características durante o uso. 10.7.2.3. Escolha da vestimenta de proteção Para fins ilustrativos, a vestimenta recomendada para serviços com exposição a arcos elétricos pode ser visualizada na foto da Figura 10.2.
Figura 10.2. Roupa de alta resistência ao arco elétrico. Deve-se lembrar ainda da obrigatoriedade do uso de óculos ou viseiras com lentes de proteção para os riscos provocados pelos arcos elétricos. Vestimenta condutiva para serviços ao potencial (linha viva) Destina-se a proteger o trabalhador contra efeitos do campo elétrico elétrico criado quando em serviços ao potencial. Compõe-se de macacão feito com tecido aluminizado, luvas, gorro e galochas feitas com o mesmo material, além de possuir uma malha flexível acoplada a um bastão de grampo de pressão, o qual será conectado à instalação e manterá o eletricista equipotencializado em relação à tensão da instalação em todos os pontos. Deverá ser usado em serviços com tensões iguais ou superiores superiores a 66 kV.
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10.7.3. PROTEÇÃO DA CABEÇA Capacete segurança para proteção contra impactos e contra choques elétricos Destina-se a proteger o trabalhador contra lesões decorrentes de queda de objetos sobre a cabeça, bem como, isolá-lo contra choques elétricos de até 600 Volts. Deve ser usado sempre com a carneira bem ajustada ao topo da cabeça e com a jugular passada sob o queixo, para evitar a queda do capacete. Devem ser substituídos quando apresentarem trincas, furos, deformações ou esfolamento excessivo. A carneira deverá ser substituída quando apresentar deformações ou estiver em mau estado. 10.7.3.1. Creme protetor solar Para trabalhos externos com exposição solar poderá se utilizar creme protetor da face e outras partes expostas, com filtro solar contra a radiação. 10.7.4. PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE 10.7.4.1. Óculos de proteção Destinam-se a proteger o trabalhador contra lesões nos olhos decorrentes da projeção de corpos estranhos ou exposição a radiações nocivas. Cada eletricista deve ter óculos de proteção com lentes adequadas ao risco específico da atividade, podendo ser de lentes incolores para proteção contra impactos de partículas volantes, ou lentes coloridas para proteção do excesso de luminosidade ou outra radiação quer solar quer por possíveis arcos voltaicos decorrentes de manobras de dispositivos dispositivos ou em linha viva. 10.7.5. EPI PARA PROTEÇÃO PRO TEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES Luva de segurança isolante para proteção contra choques elétricos Destina-se a proteger o trabalhador contra a ocorrência de contato pelas mãos, com instalações ou partes energizadas. Há luvas para vários níveis de isolamento e em vários tamanhos, que devem ser especificados visando permitir o uso correto da luva. Devem ser usadas em conjunto com luvas de pelica, para proteção externa contra perfurações e outros danos. Deve-se usar talco neutro no interior das luvas, facilitando a colocação e retirada da mão. Antes do uso, as luvas isolantes devem sofrer vistoria e periodicamente periodicamente ensaiadas quanto ao seu isolamento. Caso estejam furadas ou rasgadas, com deformidades ou desgastes intensos ou ainda não passem no ensaio elétrico, devem ser rejeitadas e substituídas. São fabricadas em seis classes: 00, 0, 1, 2, 3, 4 e nove tamanhos (8, 8,5 a 12), conforme apresentado no Quadro
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Tabela 10.1. Classes e tamanhos de luvas. Classe 00 0 1 2 3 4
Tensão Máxima de Trabalho - V 500 1000 7500 17000 26500 36000
10.7.5.1. Luva de pelica Confeccionadas em pelica e com costuras finas para manter a máxima mobilidade dos dedos, é usada sobreposta à luva isolante, para protegê-la contra perfurações e cortes originados de pontos perfurantes, abrasivos e escoriantes. Possui um dispositivo de aperto com presilhas para ajuste acima do punho. Luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes. Confeccionada em raspa de couro ou vaqueta e com costuras reforçadas, destinase a proteger as mãos do trabalhador contra cortes, perfurações e abrasões. O trabalhador deve usá-las sempre que estiver manuseando materiais genéricos abrasivos ou cortantes que não exijam grande mobilidade e precisão de movimentos dos dedos. Manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos. Confeccionada Confeccionada em materiai m ateriaiss isolantes, destina-se a proteger o trabalhador contra a ocorrência ocorrência de contato pelos braços e antebraços, com instalações ou partes energizadas. energizadas. As mangas são normalmente empregadas com nível de isolamento de até 20 kV e em vários tamanhos. Possuem alças e botões que as unem nas costas. Devem ser usadas em conjunto com luvas isolantes. Antes do uso, as mangas isolantes devem sofrer vistoria e periodicamente ensaiadas quanto ao seu isolamento. 10.7.6. PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES Calçado de segurança para proteção contra agentes mecânicos e choques elétricos; Destina-se a proteger o trabalhador trabalhador contra acidentes originados por irregularidades e instabilidades de terrenos, evitar queda causada por escorregão e fornecer isolamento elétrico até 1000 Volts (tensão de toque e tensão de passo). Os calçados de segurança para trabalhos elétricos não devem possuir componentes m etálicos. etálicos. Perneira de segurança para proteção da perna contra choques elétricos. Confeccionada Confeccionada em materiai m ateriaiss isolantes, destina-se a proteger o trabalhador contra a ocorrência de contato pelas coxas e pernas com instalações ou partes energizadas. As perneiras são normalmente empregadas com nível de isolamento de até 20 kV e em vários tamanhos. Devem ser usadas em conjunto com calçado apropriado para trabalhos elétricos. Antes do uso, as perneiras isolantes devem sofrer vistoria e ser periodicamente periodicamente ensaiadas quanto ao seu isolamento. isolamento.
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10.8. TESTES 1. O percurso da corrente, a intensidade da corrente elétrica e o tempo de duração da descarga elétrica, são fatores determinantes determinantes da gravidade de um choque. Além desses podemos destacar: a) área de contato entre o corpo e a parte condutora; b) a natureza da corrente c orrente elétrica; elétrica; c) a frequência, no caso de corrente alternada; d) as partes do corpo atravessadas pela corrente de choque; e) todas as alternativas alternativas anteriores. 2. Leia com atenção as afirmações abaixo: I. “Estímulo rápido “Estímulo rápido e acidental sobre o sistema nervoso, devido à circulação de uma corrente elétrica acima de determinados determinados valores.” II. “Passagem de corrente elétrica, de um para outro ponto condutor, num meio gasoso e cuja intensidade vai depender, entre outros fatores, da diferença de potencial, potencial, da capacidade da fonte, da resistividade resistividade do meio.” III. “Con junto de ações coordenadas, sequenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos.” As sentenças acima acima referem-se as definições definições de, respectivamente: respectivamente: a) choque elétrico, arco elétrico e desenergização; b) choque elétrico, desenergização e arco elétrico; c) arco elétrico, choque elétrico e desenergização; d) arco elétrico, desenergização e arco elétrico; 3. A sequência recomendada para a ação de desenergização de instalações elétricas é: a) desligamento; aterramento do circuito; impedimento de reenergização; sinalização; separação das partes vivas; comprovação da ausência de energia e sinalização; b) desligamento; aterramento do circuito; impedimento de reenergização; sinalização; comprovação comprovação da ausência de energia e separação de partes vivas; c) separação de partes vivas; desligamento; aterramento; sinalização; verificação de ausência de tensão e isolamento, impedir a religação. d) desligamento; impedimento de reenergização; comprovação de ausência de tensão; aterramento do circuito; separação das partes vivas; sinalização;
4. “Em construções de grande porte, nas quais mais de um eletricista estiver fazendo reparos em locais diferentes, o risco de energizar inadvertidamente os circuitos é muito grande. Nesse caso o controle do risco é obtido pelo emprego de tantos cadeados quantos forem os eletricistas em serviço. Dessa forma, o circuito só será novamente ligado quando o último trabalhador concluir seu serviço e destravar a(s) chave(s), disjuntor, quadro, painel, painel, etc.” Esta Es ta sentença é: eHO - 011 Higiene Ocupacional Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
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a) verdadeira; b) falso. 5. “EPI é todo dispositivo ou produto, de uso coletivo utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Esta trabalho”. Esta sentença é: a) verdadeira; b) falso.
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Bibliografia
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