2008 A Dança do Ventre
Simone Martinelli Al Jawhara 4/6/2008
Atenção: A apostila foi feita com base em pesquisas específicas para cada assunto, várias fontes e textos foram adicionados na integra e os nomes de seus autores divulgados na apostila.
1* Código de Ética O Código de Ética da Dança do Ventre foi elaborado a partir da iniciativa do Jornal Oriente Encanto e Magia, objetivando a organização e valorização de todos os segmentos envolvidos com a Dança do Ventre no Brasil. Este é o fruto de um esforço conjunto e democrático que, durante 10 meses de trabalho, contou com a participação de 439 praticantes amadoras e profissionais. A dança do ventre é uma expressão artística e, como tal, deve ser difundida. Cabe às profissionais da área zelar pelo seu conceito, mantendo assim os padrões de elegância que a envolvem e não permitindo sua vulgarização. v ulgarização. Para exercer suas funções com dignidade, as profissionais da área devem receber remuneração justa pelos serviços artísticos ou didáticos prestados. É considerada prática antiética a concorrência desleal com outras profissionais da área (bailarinas ou professoras).
Professoras A professora tem a função de ensinar e orientar pacientemente, sempre zelando, em primeiro lugar, pela saúde e bem-estar de suas alunas e respeitando as limitações de cada uma. A todas as professoras é dada orientação que seus currículos estejam a disposição das alunas. É importante que a professora realize anualmente avaliações opcionais com suas alunas, as quais terão à disposição informações preciosas para a evolução de seu aprendizado. A dedicação ao ensino deve ser direcionada para o conhecimento de suas alunas, e não como instrumento de vaidade pessoal para a promoção da professora. profess ora. A professora deve exercer seu trabalho livre de toda e qualquer discriminação, motivando e respeitando suas alunas, independentemente de características físicas ou faixa etária, lembrando que esta é uma atividade que deve ser direcionada visando bem-estar e equilíbrio físico, mental e emocional. Portanto, não podem ser exigidos padrões estéticos que diferenciem ou discriminem qualquer uma delas. Para aptidão ao magistério da dança do ventre considera-se satisfatório um período mínimo de 4 anos de estudos na área, com aperfeiçoamento em didática e conhecimentos de anatomia, cinesiologia e biomecânica que possibilitem segurança na realização de um trabalho corporal consciente. O tempo de estudo pode ser reconsiderado a partir de cursos realizados anteriormente, como Balé Clássico, Educação Física ou Faculdade de Dança. A professora de dança do ventre deve buscar aprimoramento e atualização constantemente. A professora deve cumprir a programação e o cronograma de cursos oferecidos ou divulgados a suas alunas. Todas as alunas merecem igual atenção de sua professora, a qual não deve jamais fazer qualquer distinção entre elas. el as. A professora deve ser especialmente honesta quanto aos seus conhecimentos, buscando respostas corretas para esclarecimento de suas alunas. Todas as informações pertinentes ao curso que se dispõe a ministrar devem ser transmitidas com clareza e honestidade, visando ao efetivo aprendizado de suas alunas.
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Como a dança do ventre tem origens muito remotas e informações de difícil acesso, esta questão deve ser sempre esclarecida a priori, para se evitar a divulgação de histórias fictícias que resultem em prejuízo à sua imagem e evolução. A professora não deve estimular competitividade negativa entre suas alunas ou com outros grupos. A professora deve ter respeito e consideração com as demais profissionais da área, preservando um ambiente de relacionamento sadio que possa acrescentar ao desenvolvimento de todo o segmento. A sala de aula não deve ser utilizada como espaço para demonstrar rivalidade pessoal ou denegrir a imagem dos demais profissionais da área em favor de sua s ua promoção.
É considerada conduta antiética entre professoras Apresentar coreografias de outras profissionais sem prévia autorização, bem como omitir o nome da responsável por sua criação. Coibir a participação de alunas em workshops e cursos que possam acrescentar elementos ao desenvolvimento e aprendizado. Apresentar currículos com informações fictícias referentes ao aprendizado e experiência. Recomenda-se que, em se tratando de cursos e workshops, sempre se solicite certificado de participação. Bailarinas No Brasil, até a presente data, são consideradas bailarinas de dança do ventre todas aquelas que, possuindo o conhecimento e experiência necessária, prestem serviços artísticos profissionais (shows) mediante oneração. Cabe à bailarina profissional cumprir todas as cláusulas acertadas em contrato para prestação de serviços artísticos junto ao seu contratante. A bailarina profissional de dança do ventre deve zelar pela imagem moral da categoria que representa: a) mantendo relacionamento de respeito e elegância junto ao seu público e contratante; b) trajando-se de forma adequada aos padrões da categoria durante suas apresentações.
É considerada conduta ética entre bailarinas e profissionais quando assistir à apresentação de outras bailarinas ou alunas, dedicar o devido respeito re speito e atenção. Quando estiver realizando apresentação em conjunto, ser solidária e direcionar o trabalho com espírito de equipe e união. Ter consciência de que cada profissional possui um estilo próprio que a diferencia e, assim, saber apreciar e admirar, com a devida humildade, todas as variadas formas de se expressar a mesma arte. Respeitar o local de trabalho de outras profissionais.
É considerada conduta antiética entre bailarinas Estando ciente do fato, atravessar ou interferir em contrato de trabalho de outra profissional. Distribuir material de propaganda pessoal durante serviços contratados por outra bailarina. Criticar o desempenho ou denegrir a imagem de outra profissional junto ao público, contratantes ou colegas da área. 3
Transformar uma apresentação coletiva em disputa pessoal de vaidade, interferindo na qualidade do trabalho apresentado.
Recomendações A forma como uma professora e bailarina se referem à sua(s) mestra(s) é um exemplo que será depois seguido por suas alunas. Quem não respeita seu mestre, não valoriza a arte. Como em qualquer atividade física, recomenda-se realizar avaliação médica antes do início das atividades artísticas. As responsáveis pela elaboração do Código de Ética esperam que a união, a humildade, a seriedade, o respeito e o amor sincero à arte estejam sempre acima de qualquer diferença pessoal. Que estes laços que nos aproximaram até aqui em favor do objetivo único de valorizar e organizar nossa arte se fortifique a cada dia, alcançando todas as praticantes da dança do ventre no Brasil.
Fonte: Jornal Oriente Encanto e Magia, março/abril de 2002. 2*História da cultura e dança árabe
A Cultura OS ÁRABES USOS E COSTUMES
Texto de Ale Ahmed Ahmed Ghazzaoui Ghazzaoui
A estabilidade das instituições dos árabes, a resignação deles perante os fatos consumados ou quanto aos sucessos que não podem impedir, e a fraternidade existente entre todas as classes formam um contraste surpreendente, comparado com as revoluções contínuas, a existência agitada e febril e as rivalidades sociais dos povos de outras raças. Uma grande urbanidade e doçura, uma grande tolerância com os homens e as coisas, a calma e a dignidade em todas as situações e circunstâncias e uma notável moderação de necessidades, tais são os traços característicos dos árabes. Sua conformação moral com a vida tal como ela se apresenta, dotou-os de uma serenidade muito semelhante a virtude. Toda a conformação mental que produz a felicidade do homem deve ser estimada mesmo no caso de nem sempre ser favorável ao progresso da civilização. O estudo da civilização árabe, combinado com as antigas crônicas, facilmente nos permite representar esta sociedade na época em que florescia a civilização no início do Islamismo. I slamismo. A descrição dos árabes nas diferentes terras que conquistaram, demonstrou que as Qualidades de urbanidade e tolerância que acabamos de mencionar eram igualmente gerais na época de sua civilização. Descrevemos seus costumes cavalheirescos que outras civilizações ainda bárbaras os imitou.
HABITAÇÕES – As mais belas residências de estilo árabe encontram-se em todas as capitais do Mundo Árabe, entra-se sempre nessas casas por um saguão abobadado e estreito onde estão os criados, e em cujo extremo se desemboca num grande pátio, ou melhor, num verdadeiro jardim calçado de mármore, em meio ao qual rompe um esguicho, rodeado de salgueiro, chorões, laranjeiras, limoeiros, romãzeiras e plantas odoríferas que enchem a casa com o perfume de suas flores e frutos. Em torno do pátio correm os diversos pavilhões que servem de habitações, e cujo interior é de uma opulência maravilhosa. Nenhuma descrição nos daria uma ideia fiel daqueles tetos de virotes salientes e forros trabalhados, onde verdadeiros artistas esculpiram em cedro e sicômoros os mais surpreendentes arabescos, dos vidros com desenhos caprichados, das paredes cobertas de esculturas e dos adornos em forma de estalactites que enlaçam paredes e teto. A peça principal, que tem a altura de uma casa de dois andares, é geralmente dividida em três partes, dispostas ao redor de uma superfície lajeada, em cujo centro se ergue 4
uma fonte octogonal de mármore esculpido cujo repuxo lança para o ar um fio contínuo de água fresca e cristalina. O mobiliário compõe-se principalmente de um grande divã forrado de seda, bordado de prata e ouro, que dá volta a toda a sala e os restantes móveis reduzem-se a lâmpadas veladas e tamboretes com incrustações de nácar. Nichos abertos nas paredes, forrados de mármore, com marchetarias, ladrilhos e azulejos persas, contém porcelanas da China, vasilhas de prata e taças de café em pequenos braseiros de filigrana, narguilés, per fumadores, etc. As casas árabes da Argélia e de Marrocos são edificadas sob um plano típico algo diferente do da Península Arábica, pois sendo o terreno mais limitado tornou-se necessário frequentemente substituir o jardim pelo pátio, e os diversos corpos do edifício tiveram de circunscrever-se a um só, construído em torno do pátio.
BAZARES – Uma das partes mais interessantes das cidades árabes é aquela onde se encontram instalados os bazares. Cada cidade importante inclui uma série de construções que formam um bairro exclusivamente destinado aos comerciantes, e cujo conjunto é o que se chama bazar, constando de maior ou menor número de galerias, onde estão as barracas agrupadas segundo os artigos que nelas se vendem. O bazar do Oriente é o local de encontro favorito dos transeuntes, e não raro o único ponto da cidade onde se pode gozar de algum lazer. Sentado gravemente diante da sua tenda o mercador aguarda com paciência o comprador, sem perseguir jamais o transeunte. CAFÉS - Os cafés são também muito concorridos. O uso do café entre os árabes data, relativamente, de tempos remotos. Em troca, a bebida que nele se serve e tão perfeita, que um dos maiores desgostos do europeu ao voltar do Oriente e Ter de habituar-se de novo à detestável maceração que com o mesmo nome se toma em seu país. Enquanto se toma café costuma-se também fumar o delicioso tabaco louro e perfumado que em árabe chama-se tambac. Introduzido em narguilés de longos tubos, do qual existem diferentes modelos, embora todos construídos de tal modo que o fumo passa por um recipiente de água antes de chegar à boca do fumante, com o resultado de tirar-lhe todos os principais tóxicos. Para carregar o narguilé molha-se o tabaco, que é em seguida exprimido num pano e depois colocado no fornilho ou recipiente superior; em cima coloca um pouco de brasas, que se conserva em combustão chupando levemente pelo outro extremo do tubo. Além do narguilé também se fuma o cigarro, não sendo o charuto muito popular por ali.
JOGOS – Os jogos do árabe pouco diferem dos outros povos, pois o árabe está familiarizado com o xadrez, as damas, o baralho, também se usam muito o tiro ao alvo, a pelota, a esgrima de sabre. Os nômades exercitam-se no jogo do dardo, que é uma espécie de torneio a cavalo, e, além disso, em diversas modalidades esportivas. Os espetáculos constituem um dos passatempos favoritos no Oriente Médio, os árabes são muito afeiçoados à música ao canto e a declamação de poesias, sendo raro entrar num café onde logo se não ouçam as notas agudas da flauta e do violino, acompanhadas do tamborim.
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A Dança do Ventre (a origem popular ) – A origem basead baseada a em estudos ler: Dissertação.
O nome correto dessa dança é Raks Sharki, que quer dizer dança oriental ou dança do oriente. Para a América, o nome danças oriental pode significar dança japonesa, chinesa, tailandesa, etc. Por isso, nos EUA foi chamada de Belly Dance, e no Brasil, Dança do Ventre. Essa denominação deve-se aos movimentos, m ovimentos, que são predominantes no ventre e quadril quadril feminino. A dança do ventre é a mais feminina e sensual de todas as danças. A mulher, através da música árabe, une seus movimentos, sua expressão e sua sedução, transformando-os, no palco, em sentimentos, que compartilha com seu público. A origem da Dança do Ventre remonta tempos muito antigos, sobre os quais existe muito pouca ou nenhuma documentação. Muitas histórias foram criadas na tentativa de ilustrar o seu se u surgimento, e por isto é necessário um cuidadoso cuid adoso trabalho de pesquisa e muito bom senso no momento de identificar se uma informação é falsa ou verdadeira. Uma das explicações mostra que a Dança do Ventre teria suas origens nos rituais religiosos do Antigo Egito, onde a dança era praticada como forma de homenagear as divindades femininas associadas à fertilidade. Mas hoje não existe qualquer ligação da dança com a religião e a bailarina é considerada uma artista. A Dança do Ventre teria sido mais tarde incorporada às festas palacianas, e por fim conquistado também as classes mais inferiores. Outra versão atribui o seu surgimento s urgimento aos rituais Sumérios, a mais antiga civilização reconhecida historicamente. Estes habitavam, junto com os semitas, a Mesopotâmia (região asiática delimitada del imitada pelos vales férteis dos d os rios Tigre e Eufrates, atual sul da Turquia, Síria e Iraque). Também há indícios históricos da existência de uma dança com características semelhantes à Dança do Ventre em países como Grécia, Turquia, Marrocos e norte da África. Atualmente, no Egito, é comum haver apresentações de Dança do Ventre em cerimônias de casamento. Por vezes, os noivos desenham as suas mãos no ventre da dançarina. Isto seria uma referência ao relacionamento da dança aos cultos de fertilidade. As mulheres do Mundo Árabe dançam umas para as outras, e para elas mesmas. Elas formam um grupo, uma por vez, levantam-se e desenvolvem a sua performance, para suas irmãs e amigas, sem a presença de homens. Celebram assim a espiritualidade e a força femininas, e transmitem beleza e liberdade por meio da sua expressão particular. A dança expandiu-se pelo mundo inteiro com a ajuda dos viajantes, mercadores e povos nômades (como os ciganos e beduínos), juntamente com outras características da cultura Árabe, tais como a culinária, a literatura e a tapeçaria. Em sua expansão pelo mundo, ela sofreu ao longo dos tempos diversas influências, acumulando em cada região diferentes interpretações e significados. Atualmente, ela ainda se encontra em um contínuo processo de desenvolvimento, recebendo influências diversas, como por exemplo, da Dança Contemporânea e do Flamenco. Independente das diversas influências, não é difícil identificar o seu estilo por meio de determinadas características. Em cada região, a Dança do Ventre recebeu um nome: no Egito é chamada de Raqs El Sharq ou Raqs Sharqy, que significa "Dança do Oriente" ou "Dança do Leste"; na Grécia é chamada de Chiftitelli; na Turquia de Rakkase; na França de Dance du Ventre e no mundo ocidental é mais conhecida como Belly Dance ou Dança do Ventre. A Dança do Ventre chegou definitivamente ao ocidente no século XIX, e é considerada uma das 6
danças mais antigas da história da civilização. Atualmente existem inúmeras dançarinas de ótimo nível em praticamente todos os países do d o mundo, inclusive no Brasil. Seu poder hipnótico é devido à mágica combinação de elementos religiosos e profunda sensualidade. Seus movimentos não são numerosos, mas permitem uma grande diversidade de variações. Apesar da variedade de estilos, uma característica permanece: os movimentos de quadril, alternadamente ondulatórios e vigorosos. Sua mensagem alegre e positiva vêm conquistando gerações, que buscam preservar e difundir as suas características: sensualidade, leveza, beleza, alegria, vitalidade e expressão. Num show, além da Dança do Ventre tradicional, acompanhada ou não de véus e Snujs (pequenos címbalos metálicos que são tocados com os dedos), é comum serem apresentados números com elementos, como a Espada, o Punhal, o Candelabro (Raqs El Shammadan), a Bengala (Raqs El Assaya), o Jarro, o Lenço, as Flores e o Pandeiro. As danças com a espada, o punhal e com o candelabro são inovações introduzidas recentemente. Tradicionalmente existem apenas as danças folclóricas da bengala, do jarro e do lenço. Algumas destas danças com elementos, tal como a dança da bengala, podem ser acompanhadas pelos homens, com movimentos masculinos. Algumas dançarinas chegam a apresentar-se com serpentes, como forma de resgatar os misteriosos cultos ancestrais. A serpente é um complexo símbolo que representa os princípios masculino e feminino, e também a imortalidade (tal como na imagem arquetípica em que a serpente engole a própria cauda). Os espectadores costumam demonstrar a sua admiração jogando notas e moedas sobre a dançarina e, por vezes, colocando o dinheiro em suas vestes. É interessante notar que não existe notícia de nenhuma outra dança com esta característica. Tradicionalmente, a dançarina apresenta-se descalça. Porém, desde o surgimento dos grandes espetáculos de Dança do Ventre, sobretudo no Egito e no Líbano, as dançarinas apresentam-se usando sapatos de saltos altos, talvez como uma forma de demonstrar a ascensão social desta prática oriunda do povo. Muitas dançarinas ainda preferem dançar sem os sapatos, como forma de estabelecer um contato direto com a energia da Mãe Terra. Apesar de ser uma dança folclórica, do povo, a Dança do Ventre tem envolvido desde o início do século XX grandes profissionais - dançarinos, coreógrafos, figurinistas, etc., passando a fazer parte de eventos cada vez mais sofisticados e luxuosos. Com isto, sua característica original (de prática não codificada e de improvisação) transformou-se num elaborado trabalho de produção, fruto de exaustivo treinamento e numerosos ensaios. Nos grandes festivais realizados no Egito, no Líbano e na Turquia, as mais famosas dançarinas apresentam-se acompanhadas de grandes orquestras. A Dança do Ventre designa-se unicamente ao corpo feminino, enfatizando os músculos abdominais e os movimentos de quadris e tórax. Ela é praticada com os pés descalços firmados no solo, e caracteriza-se pelos movimentos suaves, fluidos, complexos e sensuais do tronco, alternados com movimentos de batida e tremido. As dançarinas orientais são consideradas diferentes, pois realizam uma "dança dos músculos" ao contrário das "danças de passos", praticadas no ocidente. Tradicionalmente, o joelho da dançarina de Dança do Ventre nunca se eleva acima do quadril. Talvez pelo fato desta dança possuir movimentos de pulsação e ondulação do ventre, tenha sido batizada de "Dança do Ventre", embora ela possua diversos outros movimentos. Há autores que associam os movimentos rápidos da dança à demonstração da alegria de viver, enquanto que os movimentos lentos estariam associados às danças religiosas nas quais se buscava imitar os movimentos do trabalho 7
de parto e do parto em si, como expressão de agradecimento às mulheres, enquanto agentes da perpetuação da espécie humana.
A origem primitiva Houve uma época que as mulheres eram consideradas representantes terrenas das deusas e mensageiras que carregavam o mistério da vida dentro de ventre. Vivendo em comunhão com a natureza, elas possuíam compreensão atenta em particular das mudanças em seus corpos. Sabiam exatamente quando ovulavam e reconheciam os sinais que antecediam suas fases reprodutivas, além de possuírem umas especiais sensibilidades, próxima da clarividência, que acompanhava este ciclo. Em todos os aspectos suas vidas eram norteadas pela sensação de conexão como universo, pela composição natural que as cercavam; céu, terra, água e ar, estações do ano e o respeito ao ritmo divino. Tudo isso porque era uma cultura em que a conexão entre sexualidade, menstruação e nascimento era parte do conhecimento diário. Nesse tempo, as mulheres se reuniam uma vez ao mês em rituais de fertilidade que aconteciam, principalmente, durante a noite e com exclusão dos homens. Os locais escolhidos usualmente eram colinas ou terrenos elevados, pois simbolizam o feminino, visto que, emergem da terra, assim ass im como o ventre se mostra no relevo do corpo. As antigas religiões femininas declinaram por volta de 3000 a.c e em muitas culturas o matriarcado foi substituído pelo patriarcado. As deusas lunares foram relegadas completamente para a zona da escuridão e da magia e a era da mitologia solar começou e, com ela, a dominação da consciência masculina. Com o passar dos séculos quase tudo foi esquecido, a parceria entre homem e mulher se tornou distorcida, assim como, a ligação feminina com a natureza. As habilidades femininas foram consideradas profanas e perigosas para o homem. Com o passar do tempo, tudo mudou e assim também a dança das mulheres. A sensualidade, a sexualidade, conectadas a terra, expressada pelas mulheres em sua dança não mais servia a elas e ao mistério do ser, mas em lugar disto, servia para entreter e estimular os espectadores. Dessa forma, a dança do ventre das mulheres morreu em muitas partes do mundo. E, em alguns lugares, o ritual da dança sagrada sobreviveu, transformandose no que hoje conhecemos como entretenimento.
Divulgação da dança As frequentes invasões ao Egito terminaram por difundir a dança do ventre entre romanos, gregos, hititas, turcos, marroquinos e povos árabes que a praticava como entretenimento para Sultões e em rituais de casamento. Foram os árabes, como viajantes, os maiores divulgadores da Dança do Ventre no Ocidente. E dos países ocidentais, os franceses foram os primeiros a descobriram a dança oriental, e chamaram-na de "danse du ventre" ou dança do estômago. Porém Porém a dança oriental só ficou conhecida, e de maneira desastrosa, em 1893 na famosa Feira Mundial de Chicago, nos Estados Unidos, quando foram trazidas dançarinas do Extremo Oriente para se apresentarem. Naquele tempo em que a mulher se cobria c obria dos pés à cabeça, culturas étnicas de outros povos, eram consideradas "primitivas" e "não civilizadas". Imaginem o que foi, ver dançarinas orientais no palco com roupas coloridas e esvoaçastes, ondulando o corpo de forma lânguida e vibrando o quadril ao som de tambores, movimentos naturais para elas. Os americanos puritanos, chocados, acharam a dança espalhafatosa e lasciva. Um verdadeiro escândalo! O nome Dança do Ventre viria a surgir mais tarde quando o nome foi traduzido do francês para o inglês Belly Dance. Passou a ser divulgada, de maneira distorcida, na década de 20 através do cinema americano em filmes fantasiosos sobre sheiks e haréns. Atualmente, está presente nas festas, casamento, casas noturnas sendo executada profissionalmente ou informalmente por mulheres. 8
Declínio Com o declínio do prestígio espiritual feminino as mulheres pararam de executar os ritos religiosos. A mãe não era mais o eixo da família; o pai se tornou o centro de tudo. Em Romano, família significa as terras de um homem, propriedade, dinheiro e escravos, tudo que passava em herança para seus filhos. As mulheres se tornaram parte da família masculina, e, portanto, sua propriedade. A poligamia foi estabelecida como parte importante do sistema econômico no qual um homem precisava de muitas mãos para manter sua subsistência. A história de Adão e Eva aparece no Judaísmo como demonstração de que a mulher é pecadora e seu pecado é o sexo. A história afirma a separação do corpo e da alma, a qual o Cristianismo abraçou e exagerou por representar Cristo como um homem sagrado, nascido de uma mulher que havia concebido assexuadamente. Cristo era tão casto que foi desprovido das mulheres e da expressão sexual. Esta pedra fundamental da crença Judaico-Cristã separou os seres humanos deles mesmos, opondo-se a convicção humanitária da bondade essencial do corpo, herdada das antigas religiões egípcia e greco-romana, uma crença em que a realidade física do aqui e agora era para ser desprezada em prol dos sonhos de outro mundo de infinita e sutil espiritualidade. No século XIII Tomás de Aquino e Alberto Magno haviam promulgado sua crença de que mulheres eram capazes de travar relações com satã. Nessas bases, a Inquisição identificou a condenou certas mulheres a serem queimadas vivas. A submissão espiritual feminina foi então consumada e era agora completa. Homens, por outro lado, permitiram a si mesmos completa liberdade sexual sob o sistema patriarcal. A prostituição cresceu rapidamente, e grande parte da renda da Igreja Católica vinda dos bordéis; a reforma de Martinho Lutero foi de certa forma uma tentativa de acabar com esta hipocrisia.
O retorno Toda a essência da mulher foi literalmente deletada e as “fantasias” e necessidades do homem cada vez mais exaltadas. A dança do ventre é uma das formas de recuperar o rito feminino de consagração com o corpo, alma e espírito; encontrando a sua Deusa interior as mulheres encontram a si mesmas e esse autoconhecimento nos leva de encontro com a nossas raízes, com nossa sensualidade e sexualidade trazendo de volta o “direito” da mulher em ser sensual e sexual. O tantra da sensualidade, da dança está no mistério que a envolve, os movimentos sinuosos, as roupas, os véus, a maquiagem, a música, as velas, o queimar do incenso, o movimentos dos quadris, o olhar, gestos delicados e sensuais trazem uma explosão de sensações. Tudo isso mexe com a libido l ibido das mulheres e dos homens.
História dos Haréns - Origens, Significado e Poligamia. SIGNIFICADO: A palavra Harém deriva do árabe "haram", significando ilegal, protegido ou proibido. A área sagrada em volta de Meca e Medina é proibida, fechada para todos, menos para os fiéis. Em seu uso secular harém refere-se ao que é separado, parte protegida de uma residência onde mulheres, crianças e empregados vivem no máximo isolamento e privacidade. Harém também refere-se à mulheres e pode aludir à esposa. Finalmente, harém é "Casa da Felicidade" a quase religiosa aceitação dos direitos exclusivos do senhor da casa na procura sexual, um lugar onde mulheres são separadas e 9
enclausuradas, sacrossantas de todos, menos do homem que regra suas vidas. É um lugar numa rica e nobre casa, guardado por escravos eunucos, onde o senhor da mansão mantém suas esposas e concubinas.
ORIGENS: Harém, um mundo de mulheres isoladas, é o resultado combinado de muitas tradições. Ele sugere a clara ideia de separação entre as coisas, a sublime dualidade do sagrado e do profano, onde a realidade é dividida dentro de exclusivas categorias controlada por rígidas regras conhecidas pelo nome de tabus. Abaixo de tal sistema, homens e mulheres estão entre os primeiros a serem divididos. Mulheres simbolizam a paixão, homens a razão. Eva era a mulher sedutora, e todos os sistemas patriarcais através das eras tem se inclinado a tomar todas as mulheres como tal. Na Sagrada Escritura, não obstante, havia um mundo antes do tempo de Adão e Eva em alguns lugares, um mundo pré patriarcal. Na civilização sumeriana, egípcia e grega, por exemplo, mulheres ocupavam altas posições de poder espiritual e ascendiam ao trono dos deuses. Sob esses sistemas, que eram essencialmente matriarcais, ambas as deidades, masculinas e femininas controlavam os destinos dos seres humanos e dos animais. Eles eram igualmente poderosos. A Deusa branca do nascimento, amor e morte é a mais antiga deidade conhecida. Ela era personificada como a lua, cheia, nova e minguante e era cultuada com infinitos nomes, como Isis, Ishtar, Artemis e outros. Ela era a grande Deusa em suas variadas formas. Na aurora da civilização, clãs migraram continuamente a procura de comida e jogos, cada um contribuindo com um ato tribal. Nesta fundação, as formas de subsistência não permitiam excessos e os conceitos de posse privada, distinção de classes, senhores e escravos não existiam. Assim que a agricultura começou a prover um estoque mais confiável de comida do que caçar e acumular, a infinita migração tornou-se menos essencial para a sobrevivência. Tribos enraizaram-se, reclamando terras e território. No início, encarnações da conexão entre sementes e o crescer das coisas, as mulheres subiram para uma posição privilegiada nas sociedades antigas. Assim também as deidades femininas. Deméter a deusa grega da fertilidade, protegia as colheitas; não tivesse ela sido obrigada a dividir sua filha Perséfone com o masculino mundo subterrâneo, teria sido perpétua - melhor do que meramente sazonal - a abundância. Eventualmente, o conhecimento agrícola criou um excesso de comida para alguns, e isto tornou possível, explorar outros que não tinham os meios para assegurar sua própria subsistência. A posse da propriedade privada, especialmente, modificou a contribuição e divisão comum, abrindo ama divisão na sociedade, e trazendo a existência recémnascida dos proprietários de terras e vários graus de escravos. Este desenvolvimento foi coexistente com o declínio do prestígio espiritual feminino; elas pararam de executar os ritos religiosos. A mãe não era mais o eixo da família; o pai se tornou o centro de tudo. Em Romano, família significa as terras de um homem, propriedade, dinheiro e escravos, tudo que passava em herança para seus filhos. As mulheres se tornaram parte da família masculina, e, portanto, sua propriedade. A poligamia foi estabelecida como parte importante do sistema econômico no qual um homem precisava de muitas mãos para manter sua subsistência. A história de Adão e Eva aparece no Judaísmo como demonstração de que a mulher é pecadora e seu pecado é o sexo. A história afirma a separação do corpo e da alma, a 10
qual o Cristianismo abraçou e exagerou por representar Cristo como um homem sagrado, nascido de uma mulher que havia concebido assexuadamente. Cristo era tão casto que foi desprovido das mulheres e da expressão sexual. Esta pedra fundamental da crença Judaico-Cristã separou os seres humanos deles mesmos, opondo-se a convicção humanitária da bondade essencial do corpo, herdada das antigas religiões egípcia e greco-romana, uma crença em que a realidade física do aqui e agora era para ser desprezada em prol dos sonhos de outro mundo de infinita e sutil espiritualidade. Deus havia criado o homem de acordo com sua própria imagem e semelhança. Deus era espírito. Mas mulheres eram carne ou corpo, e o corpo era um animal dominado por paixão, sexualidade e desejo. Homens personificavam os céus, e uma mulher nunca seria inteira antes de se casar com um homem. No século XIII Tomás de Aquino e Alberto Magno haviam promulgado sua crença de que mulheres eram capazes de travar relações com satã. Nessas bases, a Inquisição identificou a condenou certas mulheres a serem queimadas vivas. A submissão espiritual feminina foi então consumada e era agora completa. Homens, por outro lado, permitiram a si mesmos completa liberdade sexual sob o sistema patriarcal. A prostituição cresceu rapidamente, e grande parte da renda da Igreja Católica vinda dos bordéis; a reforma de Martinho Lutero foi de certa forma uma tentativa de acabar com esta hipocrisia. Para o mundo muçulmano, isto impôs segregação e o véu sob as mulheres, a alegação de que não eram dignas de confiança e deveriam ser mantidas a certa distância dos homens, aos quais não poderiam ajudar, mas apenas seduzir. A necessidade de um lugar especial, separado para residência das mulheres se tornou prioridade, não para proteger seus corpos e honra, mas sim para preservar a moral dos homens.
POLIGAMIA Poligamia é a prática de ter mais de uma esposa. Em uso comum, isto significa ter mais do que uma mulher. Edificada na necessidade agrária, poligamia é parte de muitas religiões. O mundo muçulmano manteve as mulheres com baixa autoestima, considerando-as intelectualmente obtusas, espiritualmente fracas, valiam apenas para satisfazer os desejos de seus senhores e prover a eles herdeiros homens. “Mulher é um campo, um tipo de propriedade que o marido utilizar da forma que considerar adequado" diz o Alcorão, permitindo quatro kadins (esposas), se o homem é apto a mantê-las todas com uma mesma qualidade de vida e souber distribuir d istribuir igualmente seu afeto entre todas. Mohamed teve intenções altruístas quando sancionou a poligamia. Tendo-a como solução para a prática pré-islâmica do infanticídio feminino, tal como, forma prática de distribuir melhor o excesso de população feminina. Era principalmente uma medida econômica, tendo muito pouco a ver com os estereótipos estere ótipos românticos ocidentais. Em árabe a primeira esposa é chamada "hatun" - a grande dama - e a segunda durrah (parror). Se um marido quiser livrar-se de uma de suas esposas ele pode se divorciar dela de forma relativamente simples, basta estar em frente à um juiz (kadi) e dizer "Eu me divorcio dela" três vezes.
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A mulher não pode solicitar o divórcio, pois não possui esse direito. O Alcorão também permite aos homens possuir quantas odaliscas (escravas) ele desejar. Ter múltiplas esposas é caro, não apenas para manter, mas também porque havia o costume de construir um "dote" para cada esposa. Homens pobres raramente podiam se permitir uma esposa, - apesar de, as vezes, terem duas de qualquer forma separando-as em sua pobre casa, apenas por uma cortina. Homens ricos por vezes excediam as quatro permitidas pelo Alcorão e faziam de mostruário suas esposas como um símbolo de "status". De qualquer forma, mostrar demais atraiu os coletores de taxas e outros indesejáveis.
BENEFÍCIOS DA DANÇA DO VENTRE Seus benefícios, tanto físicos como psicológicos, são comprovados. Ativa a circulação sanguínea, melhora o funcionamento do aparelho digestivo, dos rins e dos órgãos sexuais. Proporciona a redescoberta do feminino, com todo o sensualismo que lhe é peculiar. A movimentação específica valoriza o corpo feminino e desenvolve muito a coordenação motora. Com isso a mulher adquire maior consciência corporal e desenvolve a sensibilidade para observar que seu corpo pode lhe proporcionar mais prazer.
Físicos A dança do ventre torna o corpo mais solto e maleável, torneia os músculos das pernas e braços, afina a linha da cintura, trabalha a musculatura abdominal, solta a região do quadril e todas as articulações. Além disso, previne a chegada de artrites e artroses, com já dito, melhora a coordenação motora, a respiração, a prisão de ventre e o desempenho dos partos naturais. As mulheres adquirem ritmo e maior consciência dos movimentos de cada parte do corpo. Terapêuticos A dança do ventre é uma excelente terapia. A mulher passa por um processo de descobrimento ou de resgate da sua feminilidade e sensualidade melhorando a sua autoestima. Todo e qualquer movimento, antes não percebido, passa a ser revelado. É um processo de autoconhecimento.
Bailarinas do mundo Árabe bailarinas árabes. Quando dança, contrata contrata orquestras Fifi Abdo é uma das maiores bailarinas com até 60 músicos. Sua carreira se estende (para nossa sorte) por mais de 30 anos, com shows memoráveis.
Mona Said - mestra da dança egípcia desenvolveu técnicas de quadril inigualáveis. É uma das mais importantes bailarinas e mais estudadas por todas as admiradoras da dança Oriental. Hanan é uma bailarina especial, têm um jeito extremamente feminino de dançar, com interpretações exatas dos ritmos árabes, a graça e beleza típica das egípcias. Lucy, grande dama da dança egípcia, tem sua própria casa de shows -"Parisiana, "na Rua das Pirâmides, no Cairo- Egito. Seu estilo de dançar demonstra sua classe e elegância.
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Souhair Zaki é sem dúvida uma criadora de passos da dança do Ventre que se estabeleceram para sempre. Souhair é egípcia, e apesar de já não dançar, porque se casou com um príncipe muito tradicionalista, deixou-nos um legado de coreografias memoráveis,técnica de quadril e postura absolutamente perfeitas, que merecem ser estudadas. Najua Fuad, egípcia, estudou ballet desde a infância que se nota imediatamente ao observarmos sua dança aonde a postura, braços e deslocamentos são perfeitos. Najua diz não entrar no palco sem a ajuda de um coreógrafo, e tem entre seus objetivos, montar a primeira escola de Dança do Ventre oficial no Cairo. Haiatim é uma grande bailarina egípcia, vale a pena estudar seus movimentos, porque apesar de ter um corpo fora do padrão ocidental, ser mais "cheinha", dança com uma interpretação muito especial, aonde se nota grande sensualidade e força. Dinah egípcia, uma das bailarinas mais famosa do Egito, sua dança é uma expressão de movimentos pequenos, bem definidos e cheios de vida. Raqia Hassan , há muito tempo membro muito valioso da famosa troupe (grupo) de Mahmoud Redá. Raqia Hassan devotou sua vida ao ensino da arte da dança egípcia. Tendo estabelecido uma extraordinária reputação no Cairo treinando profissionais (Aza Sharif, Mona Said) e estudantes promissoras, ela agora é solicitada em uma escala mundial como uma treinadora e instrutora de bailarinas querida e respeitada. Uma artista completa, ela comunica sua técnica pessoal e valores estéticos com entusiasmo e visão. Tahia Carioca se tornou uma das lendas da dança oriental. Muhammad Karim- seu pai deu a ela dois prazeres. Seu amor pela arte e em segundo lugar muitos casamentos. Badia Masabni Considerada a avó da dança oriental, esta dançarina nasceu no Líbano quando este era ainda parte da Síria. Se mudou para o Egito onde construiu sua carreira como atriz e dançarina. Alguns anos mais tarde no Cairo- que era o centro de entretenimento do Oriente Médio como ainda é hoje em dia- abrindo a primeira casa de espetáculos do Egito em 1926. Saída bailarina argentina com um talento diferenciado. Sua dança é uma mistura interessante de jazz, contemporâneo e dança do ventre.
A dança e os chacras Chacras são os pontos de manifestação da energia divina no indivíduo. São os condutores de energia entre os corpos físico e etéreo. Assim como o corpo se alimenta de comida, os chacras se alimentam de vibrações energéticas. Essas vibrações podem ser tanto de ordem emocional (amor, paixão, compaixão, etc.) quanto de ordem mental (pensamentos, criações, etc.). São afetados também pela ordem espiritual já que são etéreos e, portanto, suscetíveis às influências astrais. Existem sete chacras principais que correspondem aos sete raios. Dentre estes, os três superiores (coroa, visão e garganta) são de polaridade masculina e os três inferiores (do coração, do plexo e umbilical) são de polaridade feminina, existindo ainda o Kundhalini (na base da coluna). O Kundhalini é interligado com o chacra Coronário, do alto da cabeça, por onde o fluxo da d a energia divina invade o indivíduo, descendo pela pel a coluna e indo diretamente para o chacra da base. O mau funcionamento ou o mau aproveitamento do Kundhalini, da energia nele concentrada, compromete o trabalho de todos os chacras e, consequentemente, todos os órgãos do corpo; a dança do ventre ajuda a “ativar” esse chacra, fazendo com que essa. 13
Energia flua. E como esse chacra também é responsável responsável pelo estímulo sexual, de polaridade feminina e de cor vermelho alaranjada, a dança irá ajudar a você soltar essa energia. Existem mais cinco chacras secundários que correspondem aos cinco raios secretos. Existem também os localizados nas palmas das mãos, dos pés, nas articulações, nas pontas dos dedos, entre outros, num total de 144 centros de luz no corpo do ser humano. undalini é o poder do desejo puro dentro de nós, é a energia de nossa Kundalini k undalini alma, de nossa consciência. Kundalini é a nossa emanação do infinito, a energia do cosmos dentro de cada um de nós. Como nossa energia criativa, ela pode ser imaginada como uma serpente enroscada adormecida na base de nossa coluna. Uma energia adormecida dentro de nós que se desperta, expande nossa consciência. Kundalini é a potencialidade de que todos nós somos capazes. E quando nós despertamos a nossa Kundalini, nós nos tornamos cônscios de nossas capacidades criativas, de nossa finitude diante do infinito. A kundalini torna possível a nós, seres humanos com identidades finitas, relacionarmos com nossas identidades infinitas. E nós tornamos isto possível quando o nosso sistema glandular é ativado e nosso sistema nervoso forte e estes são combinados para se criar um movimento ou fluxo no fluído espinhal e uma sensitividade nas terminações nervosas. Nestas condições, o cérebro recebe os sinais e os integra. Como resultado, toda nossa percepção se expande numa tremenda claridade. Percebemos os efeitos e os impactos de uma ação antes dela acontecer. Adquirimos o poder da escolha de agir ou não. A consciência nos dá esta escolha esc olha e a escolha nos dá liberdade. Quando conseguimos um fluxo constante da Kundalini, é como se estivéssemos nos despertando de um longo cochilo, deixamos de viver numa realidade realidade imaginária e nos tornamos compromissados com os nossos propósitos e metas aproveitando muito mais os prazeres da vida. O nosso sistema foi construído para sustentar o despertar da energia Kundalini, restamos saber se estamos usando-a em toda extensão desta potencialidade. O fluxo da Kundalini é liberado a partir do Chakra do umbigo e sobe até o chakra corôa acima do topo da cabeça; aí a energia começa a descer passando pelos chakras até a base de nossa coluna. Depois de alcançar o chakra raíz, ela volta para o centro c entro do umbigo. A ascensão da energia é o caminho para a liberação. É chegar à percepção de que a realidade de Deus está dentro de cada um de nós. A ascensão da Kundalini é o desenroscar da consciência Deus, o testemunho da realidade do poder ilimitado que é a essência de nossas almas. A descida da kundalini é o caminho da manifestação. Os chakras se abrem nesta descida. E assim que os chakras se abrem, a nossa essência é consolidada em nosso caráter, nossos dons são integrados em nossos comportamentos e ações. Nossos talentos se tornam uma parte prática em nossas vidas. O que nos referimos como manifestação aqui são as "vibrações" que é uma tradução aproximada aproximada do termo sânscrito Chaitanya. Chaitanya. Chaitanya (vibrações) é a força integrada de nosso ser fisiológico, mental, emocional e religioso." Portanto a descida da energia Kundalini simboliza esse despertar de nosso potencial e nos traz a consciência de Deus para todas as nossas atividades cotidianas. A iluminação, ou auto realização é conquistada quando o ciclo de ascensão e descida, se completa. Auto realização é o nosso primeiro encontro com a Realidade. O despertar da Grande Mãe dentro de nós, que a partir de então, irá cuidar de nós, nos dando toda proteção que precisamos. A kundalini nos cura, nos melhora e nos confere 14
todas as bençãos. Ela varre para fora de nossa realidade todas as nossas preocupações dos níveis mais grotescos. A dança do ventre vai ativar a energia da nossa kundalini.
OS CHAKRAS ESTÃO LIGADOS COM A DANÇA DO VENTRE Chakra = Palavra Sânscrita (antiga língua clássica da Índia)que significa roda (movimento circular de energia).Pontos de fluxo de energia do corpo humano relacionados aosistema endócrino e energético. São sete os chakras principais, e cada um deles se associa a uma cor, glândulas e cristais diferentes: diferentes :
1º CHAKRA: BASE OU BÁSICO Localizado no centro do cóccix Elemento: TERRA Cor: Vermelha Parte do corpo: glândulas suprarrenais, ossos, aparelho genital e urinário, bacia, coxas, pernas e pés Cristal: granada Essências: Laranja e sândalo (acalmam) Mantra: RAM O que faz: responsável pela ligação com o mundo físico e promove estabilidade e força interior Movimentos da dança: todos os pélvicos, especialmente os shimies e batidas 2º CHAKRA: SACRO OU SEXUAL Localizado no púbis Elemento: ÁGUA Cor: laranja Parte do Corpo: ovários, aparelho urinário e fluidos corporais Cristal: cornalina, ágata laranja, quartzo laranja Essências: erva-doce e alecrim Mantra: VAM O que faz: potencializa a sexualidade e o prazer Movimentos da dança: Oitos, ondulações e redondos r edondos 3º CHAKRA: SOLAR OU UMBILICAL Localizado de 4 a 6 cm acima do umbigo Elemento: FOGO Cor: amarelo e dourado Parte do Corpo: pâncreas e aparelho digestivo Cristal: citrino amarelo Essências: laranja ou tangerina Mantra: RAM O que faz: relaciona-se a vontade e à ação Movimentos da dança: Camelo, cambres, shimie de ventre, ondulações de ventre, batidas de ventre 4º CHAKRA: CARDÍACO Elemento: AR Cor: verde, rosa ou dourado Parte do Corpo: Timo (glândula próxima ao coração), aparelho circulatório Cristal: quartzo rosa e verde Essências: rosas e gerânios Mantra: YAM O que faz: relaciona-se aos sentimentos, ao emocional e ao aumento da capacidade de compreender Movimentos da dança: movimentos de busto, braços, mãos, movimentos de tronco e véus 5º CHAKRA: LARÍNGEO OU CENTRO DA COMUNICAÇÃO Elemento: ÉTER Cor: azul Parte do Corpo: tireoide, aparelho respiratório e estruturas responsáveis pela voz Cristal: topázio azul, safira Essências: eucalipto e bergamota Mantra: OM e HAM O que faz: expressa a comunicação e a criatividade Movimentos da dança: pescoço, cabeça, cabelos, ombros, sorriso. 6º CHAKRA: FRONTAL OU CARIÓTIDO Elemento: ÉTER Cor: violeta, v ioleta, índigo ou branco. Parte do Corpo: hipófise e sistema endócrino, olhos, nariz Cristal: lápis-lazúli Essências: limão e camomila Mantra: AUM (é o mantra do 3º olho) O que faz: governa o espírito, a intuição e a memória Movimentos da dança: a expressão principalmente dos olhos 7º CHAKRA: CORONÁRIO REUNIÃO DE TODOS ELEMENTOS Cor: branco transparente, violeta e dourado Parte do Corpo: glândula pineal (fica no cérebro), funcionamento geral do sistema nervoso Cristal: quartzo transparente e ametista Essências: lavanda, rosa âmbar Mantra: OM O que faz: controla o pensamento, a consciência e o funcionamento global do organismo Movimentos da dança: a própria expressão completa da dança. A junção de várias partes do corpo em movimentos cadenciados. O amor e a expressão artística da Dança do Ventre. 15
Deusas e Dv Não podemos começar a discutir a Deusa e a dança do ventre sem antes rever o passado. Nas antigas religiões o culto da deusa era praticado pela maioria dos povos. A Dança fazia parte desses cultos. Alguns movimentos eram muitos parecidos com os da dança do ventre, Segundo lucy pena a criação desses movimentos e dançando os seres se identificavam com a eterna roda da vida, aprendiam a compreender como foi feito o universo e podiam constatar no seu centro o a chama c hama criadora que move em cada um. A dança era um instrumento para “alcançar” os deuses, deusas, a luz, a consciência. Com o passar dos tempos e com o fim da religião antiga a dança foi adaptada para ser executada como simples forma de divertimento, todo o conceito da prática religiosa foi sendo esquecida e sofreu um enorme preconceito, um exemplo disso é o relato na bíblia de Salomé. A sua relação com a deusa e a deusa em si foi sendo substituída por conceitos impostos por aqueles que comandavam os novos tempos. Sua banalização foi sendo enraizada. Porém a tentativa dessa marginalização não se teve por completa, alguns povos ou até mesmo algumas pessoas continuaram a acreditar nos ensinamentos do passado e de uns tempos para cá a relação com a deusa vem sendo revivida e através da dança do ventre ela vendo sendo explorada e divulgada, mas será que essa exploração está sendo positiva? O que diriam as sacerdotisas do templo? Essa é realmente a antiga dança das deusas? Essas perguntas cabem a cada uma de nós respondermos. A ultima pergunta eu diria que não, essa não é a antiga dança dos cultos a deusas, é sim, influenciada por ela. A dança do ventre faz com que nos tornemos deusas e com isso chegar mais perto da matriz, da mãe, é um mergulho em nós mesmas, é um encontro com nossa feminilidade. Segundo estudo de patrícia bencardini, os estados de consciência que podemos atingir da deusa através da dança do ventre são: Dança porque sou a deusa Dança porque represento a deusa Dança porque sou uma parte da deusa Dança porque estou mergulhada na deusa Cada mulher, bailarina precisa saber manifestar a deusa de sua própria maneira e consciência; “A jornada do herói trata de viver viv er o próprio destino e não aquele que a sociedade define.”. Vivenciar a Deusa é o reencontrar a verdadeira essência da mulher, a serpente tem uma simbologia muito interessante, ela vive trocando de pele, quando está e stá se movendo está continuamente mudando sua forma e a cada ondulação ela troca sua imagem; uma cobra é um animal com mil formas e ainda assim é uma cobra, isso é vivenciar a deusa. Temos que estar sempre criando, mantendo e destruindo nossos pensamentos, nossos movimentos, nossa energia feminina, a energia da grande mãe e com isso transformando nossa dança do ventre em dança da deusa-mulher, do amor, da terra, da vida. Texto: Simone Martinelli
O treino das Odaliscas Antes de admitir as escravas dentro do harém, eunucos especialmente preparados examinavam-nas cuidadosamente procurando quaisquer defeitos físicos ou imperfeições. Se uma menina era considerada satisfatória o chefe eunuco a apresentava para a mãe do sultão que seria a responsável pela aprovação final. Uma vez confinada ao harém seu nome cristão era trocado por um nome persa que enaltecesse suas qualidades individuais. Se por exemplo, uma jovem possuísse 16
bochechas rosadas dariam a ela o nome de "Rosa Primaveril". Sendo agora uma odalisca era imediatamente convertida ao islamismo e iniciava um árduo treino, versando sobre as etiquetas palacianas e a cultura islâmica. A palavra "Odalisca" vem de oda(sala) e significa literalmente "mulher de sala" insinuando o status de criada. Odaliscas de extraordinária beleza e talento eram preparadas para se tornar concubinas aprendendo a dançar, recitar poesias, tocar instrumentos musicais e controlar as artes eróticas. Onze das mais atraentes odaliscas eram selecionadas como "gedikli"- empregadas em espera - exclusivamente para o sultão eram responsáveis para vesti-lo e banhá-lo, cuidavam de suas roupas e serviamlhe a comida e o café. Consta que essas meninas também aprendiam a ler, escrever e a desenvolver outras habilidades tais como: costurar, bordar, tocar harpa e cantar. Sendo do agrado do sultão permaneciam a serviço do mesmo ou em última instância poderiam ser oferecidas como presente a alguém se ele assim o desejasse. Uma das maiores honras que o sultão poderia conceder a um de seus pashás era presenteá-lo com uma odalisca que tivesse adornado seu palácio mas que não tivesse ainda se tornado sua concubina. De acordo com os preceitos vigentes o pashá tinha que libertar a menina e fazer dela sua esposa. Seus nobres encantos, tanto quanto suas importantes conexões dentro do harém faziam destas mulheres uma joia a ser almejada. Outras odaliscas eram colocadas para servir a mãe do sultão, ou as "kadins” "kadins ” (esposas) (esposas) e ainda os eunucos. Meninas abençoadas por físico forte se tornavam criadas ou administradoras. Cada noviça era designada para um departamento do harém. Estes "gabinetes ministeriais" incluíam a senhora dos mantos, a guardiã dos banhos, guardiã das joias, leitora do alcorão, senhora dos alimentos etc. Era possível para uma odalisca crescer hierarquicamente dentro do harém imperial, mas se de qualquer forma, faltasse a ela talento ou manifestasse em algum momento qualidades indesejáveis, ela também corria o risco de ser banida do palácio e revendida no mercado de escravas. escravas. Texto Lulu sabongi
Estrutura na dança do ventre Trabalha principalmente o primeiro triângulo, o chacka básico. Os braços são fixos e se alternam quando a bailarina muda o passo. A valorização do ritmo é bem maior que a melodia. Os movimentos são secos, marcados e mais amplos, você consegue observar a divisão do corpo. Os braços podem ser mais relaxados e até abaixados. Não temos aqui a preocupação com o eixo. Os movimentos podem ser em blocos. Não existe uma preocupação com a expressão facial, geralmente ger almente o sorriso é suficiente.
Os véus e a Dança do Ventre Precisamos fazer a distinção entre a história antiga da dança com os véus e a história contemporânea. Pensemos sobre os últimos 100 anos. Ambas são importantes mas não parecem correlacionadas. Não há menção sobre qualquer dança com véus depois dos períodos Grego e Romano no Norte da África. A utilização dos véus parece ter vindo novamente a tona apenas no final do d o Século XIX. É difícil pesquisar esse assunto, pois mulheres dançando com véus são um tema muito popular. Esse tema já foi explorado, usufruído e pesquisado por oportunistas e artistas desde a antiguidade até o presente. Dançar com véus tem invocado alternadamente a imagem de modéstia genuína assim como o erotismo acentuado pela nudez. As antigas divindades ascendiam aos céus, desciam até o mundo subterrâneo e por vezes voavam. Esse movimento é descrito na arte por véus flutuantes e algumas divindades também dançavam. O maior obstáculo para nosso entendimento da história da dança com os véus vem das 17
versões distorcidas da dança, apresentação inapropriada das dançarinas e informações imperfeitas fornecidas por historiadores. Um exemplo excelente disso foi a dançarina Zourna; seu pai era um árabe tunisiano e a mãe francesa. Ela passou sua infância na Tunísia, onde aprendeu a dançar. Quando seu marido morreu e sua família perdeu todo o dinheiro, ela se transformou em bailarina profissional para sobreviver. Ela estudou ballet e coreografou peças de "fusão", misturando dança tunisiana com ballet. Ela recebeu imerecidamente o título de "autêntica", pois o que ela apresentava dificilmente poderia ser classificado como oriental. Ela ficou famosa, e muitas de suas "interpretações" criaram mitos acerca da Dança Oriental. No final do Século XIX e começo do Século XX, apareceram diversas fotografias tiradas de mulheres dançando com o que pareceram ser lenços ou xales, muitas dessas imagens eram fotos posadas o que nos deixa em dúvida acerca de sua autenticidade; mais um exemplo do gosto do fotografo do que propriamente um documento fidedigno da arte daquela época. Ingleses e europeus eram ávidos compradores dessas provocativas fotografias. Havia dinheiro para ser ganho. Os fotógrafos descreviam o racismo dos Orientalistas, a fantasia machista de como deveriam ser as mulheres dos Haréns. Estas mulheres eram claramente exploradas. Parece que pertenciam a famílias simples, mulheres muito pobres, prostitutas, dançarinas e escravas. As famílias de mulheres respeitáveis nunca permitiriam que estas fossem fotografadas. Então podemos supor que essas pessoas, presentes nas fotografias não eram de fato representativas da maioria da população. Houve realmente numa determinada época danças com "véus" no Norte da África e elas podiam ser divididas em duas categorias: 1) dança dos lenços; 2) dança do xale. Ambas similares em sua natureza mas com movimentos diferentes de acordo com sua proposta. A dança dos lenços utilizava um ou ocasionalmente dois lenços. Um lenço era mantido por cada uma das mãos ou ambas compartilhavam apenas um lenço. O lenço ou echarpe era agitado no ar, rodado, enrolado ou trançado. A movimentação era rápida. Há algumas destas danças que são apresentadas até hoje na Algéria, Marrocos e Tunísia. Havia outras danças apresentadas no Oriente Médio, que usavam véus também. No Azerbaijão, mulheres usam em sua dança, lenços, echarpes e véus para acentuar sua beleza . Durante a dança revelam delicadamente os olhos, o nariz, a face e o tronco ricamente adornado. Ë além de tudo é uma forma diferente de usar o véu, pois essas mulheres geralmente o trazem atado a um chapéu ou a sua cabeça. As dançarinas da Turquia eram em sua maioria ciganas e conhecidas como "cengis". Elas, às vezes, dançavam com a ponta de seu véu - que estava presa a cabeça - dentro da boca e seguro pelos dentes. Outra dança "cengi" utilizava echarpes propondo uma mímica sobre as relações amorosas. Segurando as duas pontas de um sedoso véu por entre os dedos, fingiam ser uma tímida virgem ou uma cortesã no exercício da sedução, ou usavam esse lenço como uma delicada barreira a cobrir o rosto, por vezes podiam enrolar um xale de seda colorido em volta da cabeça ou do pescoço. Diversas manifestações utilizando o que para nós hoje é o véu. Na Rússia, danças ciganas também utilizavam xales assim como na Espanha, as dançarinas de flamenco usam seus "mantons". A dança com véus como hoje a conhecemos, não entrou para as apresentações teatrais de dança oriental até 1940. A historiadora Morocco diz que, ao perguntar para as famosas dançarinas egípcias Samia Gamal e Tahia Carioca o porque de não ter danças com véus, durante suas viagens ao Norte da África e Egito, receberam a seguinte resposta: "Não sabíamos da existência de uma dança que utilizasse véus até bem pouco tempo atrás, nem havíamos ouvido falar em algo desse gênero. O que tivemos de concreto, foi na época do Rei Farouk, uma coreógrafa russa chamada Ivanova por volta de 1940 foi convidada para a corte egípcia para ministrar aulas para 18
as filhas do rei, ela ensinou Samia Gamal algo sobre o trabalho com véus, entradas em cena e enriquecimento da elaboração do movimento dos braços. Ivanova, por sua vez, parece ter aprendido através de uma dança caucasiana do Marrocos. Ela ensinou outras dançarinas famosas como as Gêmeas Jamal. Samia Gamal tornou o véu popular nos teatros egípcios e o apresentou nos EUA num filme intitulado "Ali Babá e os 40 Ladrões" que foi então exportado para outros países. O véu então se popularizou e foi incorporado por outras dançarinas orientais em seu repertório". O Ballet Russo adicionou o véu para suas coreografias, talvez emprestando essa ideia do Caucasos ou então da Salomé de "Oscar Wilde". A dança com véus foi popularizada nos EUA e tem suas raízes antigas na "Dança dos Sete Véus" de Oscar Wilde. Através das famosas dançarinas Kate Vaughan e Lole Fulller e nas visões holliwodianas do Antigo Oriente. É bem possível que Hollywood tenha sido influenciada pelos cartões postais da virada do século, que mostravam as mulheres seminuas, posando como bailarinas de harém. É fácil compreender porque a dança com véus se popularizou tão facilmente. Era colorida e sensual. se nsual. Em 1950 havia pouquíssimas dançarinas orientais nos EUA. Podiam ser encontradas apenas em casas noturnas étnicas. Se elas executavam sua dança com véus, era mais o resultado das influências de Hollywood ou a influência que Samia Gamal teve na dança Oriental, do que propriamente um costume trazido de seu país de origem "Marrocos". Pessoas do Norte da África e do Oriente Médio não compreendem a dança com véus de hoje em dia. Elas não conseguem transcender sua primeira impressão disto: que é um strip-tease. Por essa razão, dançarinas orientais usam por pouquíssimo tempo os véus ao entrar em cena e logo os abandonam. "Elas não gastam tempo em sua dança utilizando-os já que seu público não aprecia. (Morocco).De qualquer forma, essa dança é muito difícil, de ser rastreada, nem por isso é menos interessante e encantadora. Há uma perda de continuidade histórica na historia da dança dos véus. Ela aparece, desaparece e aparece novamente. Se tornou fora de moda no Egito. Pode ser encontrada na Turquia. Mas para ter os mais interessantes e elaborados usos do véus na dança, precisamos observar as dançarinas dos EUA, Inglaterra ou Europa. Magia, viagem e a sensibilidade de uma bela dança utilizando os véus pode nos proporcionar uma experiência deliciosa e um banquete para os sentidos.... Texto traduzido do Manuscrito "The Illusive Veil" by Elizabeth Artemis Mourat
As fases da Dança do Ventre (na carreira de uma bailarina) por Jorge Sabongi Sabemos que a dança do ventre é uma jornada para o resto da vida de todas as mulheres que se predisponham a levá-la a sério e tê-la consigo como balizamento emocional, e elemento estruturador da autoestima. autoestima. Em se tratando tratando de aprendizado com intuito profissional, existem algumas fases que devem ser conhecidas: 1) Sede de aprendizado - Tudo começa quando uma mulher tem o primeiro contato com a dança e vislumbra a possibilidade possibilidade de vir a aprendê-la. aprendê-la. Nesse instante, quer quer saber tudo o que a professora sabe, e acredita que em um mês estará totalmente desenvolta a fim de se apresentar para quem mais gosta. 2) Desânimo ao achar que nunca vai aprender (primeiros 6 meses) meses) - Aparece nas primeiras dificuldades com movimentos mais elaborados e que necessitam coordenação específica.
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3) Confiança em acreditar que pode fazer (1 ano) ano) - Após superar o desânimo e continuar com perseverança seus estudos de dança, percebe que, com treino, consegue fazer alguns dos movimentos já suficientes para cumprir os objetivos para os quais se determinou. 4) A primeira dança para o público - É o momento mais importante. Aqui fica definida qual a estrada que vai trilhar. Se as palmas palmas e os elogios elogios acontecem, provavelmente inicia-se um processo de euforia e a crença cr ença de que poderá ir além. 5) Início de danças para o público com mais freqüência (2 anos) - Início de uma fase difícil de lidar. A bailarina bailarina acredita que domina seu público e que "já sabe tudo"e "pode ensinar muito". Ouve pouco e fala fala demais. Inicia uma uma fase de autoconfiança semelhante a uma bolha, que que pode esvaziar a qualquer momento. momento. Ela mesma desenha para si uma promessa de sucesso; sua preocupação principal: o cachê. O ego começa a contrastar. 6) Desequilíbrio com o ego e dificuldades em lidar com a humildade - Lida com elogios de forma desequilibrada, podendo perder os traços de humildade. É a tendência para para criticar e o desconforto extremo quando vira para si o alvo da crítica. Nesse momento, geralmente, começa a dar aulas, despreparada e sem a generosidade necessária. Assim, não oferece a suas alunas o que de fato deveria. 7) Estrelismo (3 anos) anos) - A pior pior de todas as fases. O momento negro na carreira da bailarina de dança do ventre profissional. Acredita que ninguém ninguém sabe mais do que que ela: "todos precisam aprender". É a senhora das das palavras, das opiniões e das verdades. Modéstia passa a ser uma palavra desconhecida e o convívio social é permeado pelo interesse profissional. Por vezes, ao ser questionada sobre seu tempo tempo de estudos em dança do ventre adiciona todos os cursos de balé que já fez na vida e diz "já estou trabalhando nessa área há dez anos", quando na verdade só começou a estudar a dança oriental há dois. A inflação no tempo de experiência pode ser estendida para a lista de apresentações profissionais e até mesmo a dança no clube do bairro está lá presente no currículo. 8) O sucesso não chegou como previsto - É o momento da dúvida: afinal, o que saiu errado? A cartilha dizia que era esse o caminho; em que ponto do mapa fica o sucesso tão almejado? O mapa, na verdade, não existe, e a bailarina bailarina percebe que precisará escrever seu próprio mapa, se desejar continuar. 9) Desânimo com o que já sabe - Acontece ao perceber que faz sempre as mesmas coisas, os mesmos movimentos, movimentos, e dança sempre com as mesmas músicas. Surge a sensação de que parou no tempo. Já não se contenta contenta mais com o pouco que que desenvolveu e entra em depressão com a dança. Em muitos casos, acaba acaba realizando suas apresentações meramente para angariar recursos financeiros; é uma fase perigosa, pois a tendência aqui é "criar" formas de chamar a atenção para a dança, coisas que ninguém nunca fez e que, eventualmente, podem ser um grande chamariz para atrair as pessoas ou a mídia. Um desrespeito à cultura e à arte. É uma fase de procurar atalhos. 10) Estacionar com o aprendizado (4 anos) anos) - Além do tédio de ter que se apresentar sempre com as mesmas músicas, as mesmas roupas (pois o ânimo e a criatividade parecem que foram embora para sempre), agora parece que já não existem fontes confiáveis e conhecimentos para adquirir, e o jeito será manter a dança como fonte de renda financeira, por mais pesado que pareça este fardo; e aparece a preocupação "tenho que aumentar meu cachê... afinal já estou há quatro anos trabalhando como profissional!". 20
11) Indecisão sobre a dança e seus propósitos pessoais - A dúvida começa a pairar. Foi realmente um acerto ter ter escolhido esta estrada? Acredita que já já aprendeu tudo o que podia. E mesmo assim o questionamento questionamento "ser uma estrela" ou "ser uma farsa" tem um grande impacto emocional. 12) Decisão de procurar novas fontes (5 anos) anos) - Se conseguir superar a fase anterior, inicia-se um novo horizonte, com ideias, fluxos de criatividade e vibrações de possibilidades que antes pareciam obscuras. 13) Necessidade de reconhecimento - Começa a acreditar que ninguém, neste período todo de carreira, reconheceu seu valor e tudo o que que aprendeu durante anos. O mundo não a compreendeu e não reconhece o talento visível visív el que é. 14) Amadurecimento e respeito pela arte (10 anos) anos) - É o momento em que se atinge o primeiro platô de sabedoria. sabedoria. Percebe que ainda não aprendeu absolutamente nada do que existe neste manancial de cultura e começa a respeitar mais seu corpo e seu aprendizado. Percebe que a estrada é mais longa do que imaginava e agora a incorpora para sempre. Já faz parte do seu seu sangue conviver com com o aprendizado da dança. A humildade começa a aparecer e fica difícil a convivência convivência com as iniciantes iniciantes que se encontram na fase do d o desequilíbrio com com o ego. 15) Procura incessante por novas fontes e maneiras de dançar - O prazer agora, mais do que nunca, está na descoberta do que durante tantos anos esteve oculto: o conhecimento. Encontra as respostas para muitas atitudes de antes e com tudo que toma contato percebe um sentido melhor, pois já teve oportunidade de sentir e compartilhar pessoalmente no passado. 16) Equilíbrio artístico e definição de métodos de ensino - Já não faz tanta diferença como os outros pensam pensam ou como o mercado reage às suas investidas. investidas. Desenvolve seu trabalho procurando sempre ferramentas para aprimorar seus métodos para ensinar, passar a frente tudo o que aprendeu. O aprendizado e o aperfeiçoamento agora importam demais para si. 17) Especialização de danças e investimento na imagem (15 anos) anos) - Começam a fazer parte do currículo danças folclóricas dos países árabes, mediterrâneo, sempre embasadas em um amplo amplo conhecimento em em cada assunto. Seu nome começa começa a ganhar destaque no mercado da dança. Cresce a credibilidade e desenvolve um trabalho sério. Surgem os workshops. workshops. 18) Ensino do que aprendeu na carreira - Agora o mais importante é a alavancagem de maior conhecimento conhecimento possível. Esta passa a ser a fonte de seu prazer. Sua dança só enriquece se descobre novas fontes de conhecimento; e delas sempre se utiliza para o aperfeiçoamento de movimentos e o ensino. 19) Plenitude na dança e fonte de pesquisas (20 anos) anos) - O prazer artístico está alicerçado em conhecimento e saber; realiza com o corpo o que desejar e, graças aos anos de pesquisas empreendidas durante a existência, tudo tem coerência e os pontos de estudo parecem alinhavados. 20) Dúvidas sobre quando parar de dançar - É um momento delicado na carreira de toda bailarina e de qualquer qualquer artista. Relutância em acreditar que que suas apresentações iniciam uma fase descendente em se tratando de tempo; supervalorização do momento presente. O tempo passa para todos. 21) Nostalgia e respeito público (mais de 25 anos) anos) - Seu nome acaba sendo respeitado res peitado e admirado por todas aquelas aquelas que fazem parte do meio. As lembranças pessoais 21
parecem recentes... Se conseguiu construir uma carreira íntegra, acaba tornando-se uma "lenda viva" na arte. Torna-se fonte fonte de consultas permanente e admira-se com os os novos talentos que despontam. despontam. No fundo, lamenta lamenta que todas tenham que passar por cada uma dessas fases, fases, se quiserem chegar chegar onde chegou. Umas se perderão no caminho, outras florescerão. Afinal, a vida sempre foi um turbilhão turbilhão de desafios. Evidentemente, o tempo de dança varia de mulher para mulher e da mesma forma as fases podem ter períodos períodos de continuidade diferentes. diferentes. Um fator interessante interessante e também também muito importante é que tendo conhecimento de que essas fases existem pode-se diminuir sua longevidade e atenuar muitos dos aspectos negativos, principalmente das fases iniciais. Faz parte da carreira de toda bailarina conviver com essas fases: elas determinam seu desenvolvimento e crescimento. crescimento. Nada fácil fácil por sinal. Esta é minha visão do mundo da dança do ventre no Brasil, depois de conviver desde 1983, diariamente com essa arte. Jorge Sabongi - Agosto 2000(esta matéria foi escrita e publicada na Revista Khan el Khalili No. 2)
3*Anatomia humana e do movimento Humana "Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas, cresceu embalado pela pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou. Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros que partiram. partiram. Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus sabe. Mas o destino inexorável inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. A humanidade humanidade que por ele passou indiferente" indiferente" (Rokitansky, 1876)
O sistema nervoso e o hormonal O sistema nervoso e o hormonal são responsáveis por comandar o corpo. De modo geral podemos dizer que o sistema nervoso está ligado a situações que exigem mais rapidez e um estímulo pequeno, como fazer a perna andar ou o diafragma do pulmão se contrair e relaxar. Já o sistema hormonal, possui uma eficiência menor quanto à velocidade, mas compensa isso pelo seu tempo de ação. Hormônios podem ser secretados no sangue e permanecer um bom tempo agindo e realizando sua função, como por exemplo, falar pros rins não liberarem tanta água na urina, porque o corpo está com falta de água. Abdome Situado na parte inferior do tronco, abaixo do tórax e acima da pélvis, o abdome é a maior cavidade do corpo humano. Nele estão contidos a maior parte do aparelho digestivo, o fígado, o baço, o pâncreas, pâncreas , os rins e as glândulas suprarrenais. O limite superior do abdome é o diafragma, músculo que o separa da cavidade torácica; o inferior são os ossos ilíacos. No plano vertical, localiza-se entre a coluna vertebral e os músculos abdominais. A cavidade abdominal é revestida pelo peritônio, membrana que cobre sua parede interna (peritônio parietal) e também cada órgão ou estrutura contida em seu interior (peritônio visceral). O espaço entre o peritônio parietal e o visceral, a cavidade peritoneal, contém uma pequena quantidade de líquido seroso, o que permite a livre contração das vísceras. O peritônio faz a ligação entre as partes viscerais e parietais do abdome e contribui para a fixação dos órgãos em seu interior. Suas diversas porções dividem o abdome em 22
compartimentos. Algumas vísceras, como o pâncreas, se prendem às paredes abdominais por meio de grandes porções do peritônio. Outras, como o fígado, fixam-se por dobras do peritônio e por ligamentos, estes geralmente pouco vascularizados. Os ligamentos peritoneais são dobras muito resistentes cuja função é unir as vísceras entre si ou à parede abdominal. Sua nomenclatura deriva das estruturas por eles unidas (ligamento gastrocólico, que une o estômago ao cólon; ligamento esplenocólico, que conecta o baço ao cólon), ou de sua forma form a (ligamento circular e ligamento triangular). triangular). Os mesentérios são outro tipo de dobras do peritônio, ligadas à parede do abdome e às vísceras anexas. São ricos em vasos sanguíneos que irrigam os órgãos envolvidos. Os mesentérios mais importantes são: o do intestino delgado; o mesocólon transverso, que liga a parte transversal do cólon à parede posterior do abdome; e o mesosigmóide, que envolve a porção sigmoidal do cólon. Os epíploos são outro tipo de dobras do peritônio, cuja função é recobrir os nervos, vasos sangüíneos, canais linfáticos e tecidos conjuntivo e adiposo. O maior dos dois epíploos pende como um avental do intestino delgado e o outro, de menor tamanho, se estende do estômago ao fígado.
Pelve Medial : 1/5 posterior da crista ilíaca, asa ilíaca (atrás 1 - Glúteo Máximo (Maior): Inserção Medial: da linha glútea posterior), crista sacral mediana, cóccix e tubérculos sacrais posteriores Inserção Lateral: Tuberosidade glútea e trato iliotibial Inervação: Nervo Glúteo Inferior (L5, S1 e S2) S2 ) Ação: Extensão do quadril, rotação lateral da coxa e auxilia na adução da coxa. Pode realizar retroversão da pelve (contração bilateral)
2 - Glúteo Médio (Mediano) : Inserção Superior: 4/5 anterior da crista ilíaca, asa ilíaca entre a linhas glúteas anterior e posterior e espinha ilíaca anterô-superior Inserção Inferior: Superfície lateral do trocânter maior m aior Inervação: Nervo Glúteo Superior (L4, L5 e S1) Ação: Abdução. As fibras anteriores realizam rotação medial e flexão da coxa. c oxa. A fibras posteriores realizam rotação lateral e extensão da coxa. O Glúteo médio é o principal estabilizador do quadril. ilí aca (entre as linhas 3 - Glúteo Mínimo (Menor) : Inserção Superior: Crista ilíaca, asa ilíaca glúteas anterior e inferior) e espinha iliaca ântero-superior Inserção Inferior: Superfície anterior do trocânter maior Inervação: Nervo Glúteo Superior (L4, L5 e S1) Ação: Abdução, rotação medial e flexão da coxa
4 - Piramidal (Piriforme): Inserção Superior (Medial): Face anterior do sacro Inserção Inferior (Lateral): Bordo superior do trocânter maior Inervação: Nervo do Piramidal (S1 e S2) Ação: Abdução e rotação lateral da coxa
5 - Gêmeo Superior : Inserção Medial: Superfície externa da espinha isquiática Inserção Lateral: Trocânter maior Inervação: Nervo Obturatório Interno (L5, S1 e S2) Ação: Abdução e rotação lateral da coxa 23
6 - Obturatório Interno : Inserção Medial: Face interna da membrana obturatória (forame obturatório) Inserção Lateral: Trocânter maior Inervação: Nervo Obturatório Interno (L5, S1 e S2) S2 ) Ação: Abdução e rotação lateral da coxa
7 - Gêmeo Inferior : Inserção Medial: Parte superior da tuberosidade isquiática Inserção Lateral: Trocânter maior Inervação: Nervo Quadrado Femoral (L4, L5 e S1) Ação: Abdução e rotação lateral da coxa ís quio e superfície 8 - Obturatório Externo : Inserção Medial: Face posterior do púbis e ísquio externa da mambrana obturatória Inserção Lateral: Trocânter maior (posteriormente) Inervação: Nervo Obturatório (L3 e L4) Ação: Rotação lateral da coxa
9 - Quadrado Femural : Inserção Medial: Porção proximal do bordo externo da tuberosidade isquiática Inserção Lateral: Trocânter maior e crista intertrocantérica Inervação: Nervo Quadrado Femoral (L4, L5 e S1) Ação: Rotação lateral da coxa
FIGURAS Músculos da Pelve - Dissecação Superficial
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Músculos da Pelve -
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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Movimento Durante muito tempo, os anatomistas tiveram como única preocupação a descrição, a mais precisa possível, da estruturas, e era lógico aplicar ao aparelho locomotor a mesma regra utilizada para as vísceras: vísce ras: ou se ignorava o seu s eu funcionamento, ou este era descrito independentemente da anatomia. Todavia, no início do século XX, pouco a pouco as descrições anatômicas que se referiam ao aparelho locomotor foram se completando com a ação dos músculos e o funcionamento das articulações; permanecia-se ainda, no campo da fisiologia analítica elementar. Mais recentemente, os biomecânicos voltaram-se para o funcionamento interno das estruturas, (elasticidade, tensão etc.) preocupando-se pouco com a função. Texto Dr. Jacques Samuel A “posição anatômica”
O estudo da anatomia para a compreensão do movimento envolve principalmente três sistemas: -os ossos, elementos do esqueleto, - unidos pelas articulações, - e mobilizados pelos músculos. Definir os movimentos é geralmente muito complexo, uma vez que podem ser realizados em numerosas direções e somam frequentemente os movimentos de várias articulações. Por isso, algumas convenções foram adotadas: - o estudo se reduz (pelos menos no começo) aos componentes de cada articulação; -para cada uma delas, os movimentos são observados somente nos três planos; -os movimentos são descritos tomando como base uma posição de referência chamada “posição anatômicas” = corpo ereto, pés juntos e paralelos, braços pendentes ao longo do corpo e palmas das mãos voltadas para frente.
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4*Conhecendo o corpo feminino. Desvendando sua geografia íntima Tereza Cândida Ao longo dos séculos o corpo feminino foi visto como algo odioso. Na Idade Média, a Igreja Católica exercia pavor sobre as mulheres associando suas formas ao pecado e culpando-as, no papel de Eva, pelas mazelas mundiais. Elas eram o segundo sexo e até os hábitos de higiene eram recriminados, quase pecaminosos. Afinal, o segundo sexo era impuro demais para ser tocado, que dirá limpo. Desse contexto repressor aos dias atuais, onde dicas de masturbação estampam estam pam capas de revista, muitas águas rolaram. Na transição dos anos 60 para os 70, feministas radicais, mulheres emancipadas proclamavam sua independência sexual e acusavam os homens de desconhecerem o corpo e a sexualidade femininos e de estarem preocupados apenas com a própria satisfação. Três décadas depois, trazemos de volta essa questão, mas partindo de uma outra perspectiva: antes de cobrar que os homens conheçam o magnífico clitóris e periféricos e se preocupem com o prazer das parceiras, será que as mulheres, elas próprias, conhecem seu corpo? Mas a realização sexual é só um dos aspectos positivos do autoconhecimento. Ainda no campo físico, conhecer o próprio corpo ajuda a cuidar melhor da higiene pessoal, prevenir-se de doenças e reconhecer anormalidades. Tudo isso contando pontos para a saúde da mulher. E, por último, mas não menos importante, a mulher que se conhece, se admira, se gosta mais, aprimora a autoestima. Longe do culto às formas perfeitas e próximo às formas femininas, ao apego ao traço curvilíneo que desenha um corpo c orpo de mulher.
Entenda como funciona o ciclo menstrual Hugo Joaquim A menstruação é o final de uma série de eventos produzidos por hormônios dependentes uns dos outros e estimulados pelo hipotálamo, hipófise e ovário . Esses eventos determinam uma série de modificações fisiológicas no organismo que visam prepará-lo para o coito e a gravidez. O conjunto dessas modificações que se repetem periódica e temporariamente, inclusive a menstruação, é chamado de ciclo menstrual. O hipotálamo, região do sistema nervoso central, que sofre ação de estímulos externos, realiza uma secreção intermitente de um hormônio chamado GnRH, o qual estimula a hipófise, glândula mestra do organismo, a produzir os hormônios LH e FSH, que por sua vez estimulam os ovários a fazerem o crescimento folicular e produzir os hormônios femininos, estrogênios e progesterona. Esses agem sobre todo o sistema genital, causando, por exemplo, o crescimento do endométrio, camada de glândulas que reveste o útero. É isso o que a mulher menstrua aproximadamente a cada 30 dias. Dentro deste ciclo menstrual, o período fértil - ou período de ovulação - com maior possibilidade de gestação, ocorre 14 dias antes da data da próxima menstruação, com uma variação de três dias para mais e para menos. Exemplificando: se a próxima menstruação de uma mulher é prevista para o dia 31 de dezembro, e ela tem ciclos normalmente com intervalo de 30 dias, o período fértil está compreendido entre os dias 14 de dezembro e 20 de dezembro (três dias antes e três após 17 de dezembro). As cólicas menstruais, quando ocorrem, geralmente se iniciam na segunda fase do ciclo menstrual, ou seja, após a ovulação. As alterações físicas e de humor, presentes na famosa TPM - Tensão Pré-Menstrual ¿ também ocorrem nesse período. Normalmente 26
decorrentes de alterações hormonais - como com a produção de progesterona pelo ovário e maior retenção de líquido pelo organismo - são tratadas com o uso de diuréticos, calmantes e medicamentos contra a cólica. Pacientes que fazem uso de anticoncepcionais tem uma tendência a não terem cólicas menstruais numa intensidade tão forte, pela falta da ovulação (efeito do anticoncepcional).
OS OVÁRIOS Nelson Soucasaux Os ovários são os centros endócrinos e germinativos da mulher. Tanto o trofismo quanto a função de todos os órgãos e tecidos que, no corpo da mulher, a caracterizam como tal, dependem dos ovários. A ciclicidade da função ovariana é que determina o típico caráter cíclico da natureza e da fisiologia feminina. Todas as ações cíclicas estrogênicas e/ou estrogênico-progesterônicas geram inúmeras transformações também cíclicas nos órgãos sexuais da mulher ( genitália e mamas ), em sua fisiologia e em outros setores do seu corpo. O funcionamento das gônadas femininas está sob o controle do sistema hipotálamohipofisário ( com o qual elas interagem em regime de "feedback" ) e também de fatores intra-ovarianos específicos. Estes últimos, entre outras ações, modulam a responsividade dos ovários às gonadotrofinas hipofisárias, que são o FSH ( hormônio folículo estimulante ) e o LH ( hormônio luteinizante ). Resumidamente, podemos dizer que a fisiologia das gônadas femininas depende das ações das gonadotrofinas hipofisárias, dos próprios hormônios sexuais por elas produzidos e de fatores reguladores intra-ovarianos ainda mal conhecidos. A trajetória biológica de tudo o que no corpo da mulher é caracteristicamente feminino é determinada pela trajetória biológica dos ovários ao longo da vida, uma vez que eles são a fonte básica dos estrogênios - os principais hormônios da feminilidade ao nível somático. Assim, é inegável que, durante a maior parte da vida da mulher, as suas gônadas são muito mais importantes como produtoras de estrogênios ( e também de progesterona ) do que de óvulos. Anteriormente já sugeri que, em um nível metafísico, os ovários podem ser considerados como a manifestação ao nível gonádico do princípio feminino, e os estrogênios por eles produzidos como a principal manifestação ao nível endócrino deste mesmo princípio. A outra manifestação endócrina do princípio feminino é a progesterona. A maior parte do volume dos ovários se deve à camada cortical, que é a camada funcional propriamente dita. É nela que, em meio a um estroma conjuntivo também dotado de certa capacidade endócrina, se encontram os folículos ovarianos, que são as unidades funcionais básicas das gônadas femininas. Nestes folículos as funções endócrina e germinativa ovarianas estão vinculadas histológica e funcionalmente, pois são as células granulosas e tecais que envolvem os ovócitos as principais responsáveis pela síntese estrogênica. Como na esteroidogênese os hormônios femininos ( estrogênios ) são produzidos tendo os hormônios masculinos ( androgênios ) como precursores, estabelece-se uma divisão funcional entre os elementos celulares que constituem a granulosa e a teca. As células tecais, estimuladas pelo LH, produzem os androgênios, que são então transferidos para as células granulosas. Estas, sob o estímulo do FSH, transformam os androgênios em estrogênios. Quando o amadurecimento de um folículo prossegue normalmente ( o que apenas se dá com uma minoria deles ), a multiplicação sobretudo das células da granulosa faz com que a sua produção estrogênica se torne cada vez maior. Após a ovulação, também em decorrência do pico ovulatório de LH, as células granulosas e tecais passam por acentuadas modificações morfológicas e funcionais, dando origem ao corpo lúteo. As primeiras transformam-se nas células grânulo-luteínicas, e as segundas nas teco-luteínicas. No corpo lúteo, as células grânulo-luteínicas produzem 27
principalmente progesterona e um pouco de estrogênios, enquanto as teco-luteínicas produzem sobretudo estrogênios. Pouquíssimos são os folículos que atingem o pleno desenvolvimento, conseguindo produzir altos níveis de estrogênios, ovular e luteinizar-se. A imensa maioria deles está condenada à regressão e ao desaparecimento através do processo da atresia ou morte folicular antes mesmo de completarem os primeiros estágios do d o seu crescimento *. As principais causas da atresia ou morte folicular são: 1) a insuficiente conversão de androgênios em estrogênios pelas células granulosas, levando a um acúmulo androgênico em torno do folículo; 2) a diminuição da sensibilidade das células granulosas ao FSH. Como a formação de novos folículos é impossível ao longo da vida da mulher, o fenômeno da atresia folicular vai gradualmente levando ao esgotamento das gônadas femininas - esgotamento este que se completa em torno dos 50 anos, culminando com a menopausa. Assim, os órgãos que são os centros endócrinos e germinativos da mulher estão paradoxalmente condenados ao esgotamento e envelhecimento precoce. Em decorrência da privação estrogênica pós-menopáusica, todos os órgãos e tecidos estrogênio-dependentes do corpo da mulher entram em atrofia. Sob o ponto de vista arquetípico, podemos dizer que os ovários, através dos seus hormônios, espelham tanto os dois lados da natureza feminina ( o afrodisíaco e o maternal ), quanto o componente masculino desta natureza. Os estrogênios podem ser vistos como a principal manifestação endócrina endócr ina do lado afrodisíaco da mulher, uma vez que são eles os responsáveis pela maturação sexual da mesma e pelo trofismo e boa forma de tudo o que no seu corpo é tipicamente feminino. A progesterona, à parte a sua fundamental importância na fisiologia ginecológica e no equilíbrio endócrino feminino, de certa forma pode ser vista como mais relacionada ao lado maternal da mulher. Já os androgênios ( que, como vimos, paradoxalmente são os precursores bioquímicos dos estrogênios ) podem ser relacionados ao obscuro componente masculino da mulher. *Atresia folicular - processo fisiológico através do qual a maioria dos folículos ovarianos entram em regressão, morrem e desaparecem ao longo dos vários estágios do seu crescimento.
Como funcionam os hormônios femininos Hormônios são compostos químicos produzidos em pequenos órgãos chamados de glândulas. Os hormônios circulam pelo corpo, normalmente usando a corrente sangüínea, e alteram ou regulam o funcionamento de outros órgãos e estruturas. Na verdade, a liberação de hormônios é uma das maneiras usadas pelas diferentes partes do corpo para se comunicar. Os hormônios importantes para nós hoje são o estrógeno, a progesterona e a testosterona. Eles são fabricados nos ovários da mulher, as glândulas sexuais em forma de amêndoa localizadas na pélvis e que também produzem os óvulos. Essas glândulas sexuais ficam ativas durante o desenvolvimento do feto, mas permanecem relativamente inativas durante a infância. Então, na puberdade, as glândulas sexuais entram realmente em ação para produzir o desenvolvimento e o desejo sexual, além das variações de humor que todos associamos a essa fase. Depois disso, a maioria das mulheres entra em um padrão mais ou menos regular regul ar de ovulação.
Hormônios como o estrógeno regulam e controlam várias funções do corpo humano, incluindo o ciclo menstrual 28
Os ovários produzem estrógeno e progesterona, assim como vários outros hormônios, de maneira cíclica, e os níveis desses hormônios sobem e descem com a ovulação. Para a maioria das mulheres, esse ciclo é mensal, interrompido de vez em quando pela gravidez ou por situações de estresse. Sendo considerado o principal hormônio feminino, o estrógeno forma o revestimento do útero, estimula o tecido do seio e deixa a parede vaginal mais espessa. Além disso, também afeta todos os outros órgãos do corpo. O estrógeno tem um papel essencial na composição óssea e acredita-se que tenha efeitos protetores importantes no sistema cardiovascular. A progesterona, que é produzida somente durante a segunda metade do ciclo menstrual, prepara o revestimento do útero para que um óvulo possa ser implantado, mas esse hormônio também produz outros efeitos importantes em vários dos tecidos sensíveis ao estrógeno. Já a testosterona, também produzida nos ovários, desempenha um papel no estímulo do desejo sexual, na geração de energia e no desenvolvimento da massa muscular. O equilíbrio dos hormônios em seu corpo é afetado por vários fatores. A glândula pituitária, na base do crânio, e seus ovários se comunicam constantemente através de seus respectivos hormônios, controlando alterações nos níveis hormonais do ciclo mensal e a produção de óvulos. A pituitária produz o hormônio folículo estimulante (FSH) e outros hormônios. Estresse, peso corporal, horário do dia, período do mês e quaisquer medicamentos que você esteja tomando podem causar alterações temporárias em seus níveis hormonais. A menopausa traz mudanças permanentes e importantes para os níveis de hormônio e para o equilíbrio hormonal de seu corpo. Os ovários interrompem a produção de óvulos e a produção de seus hormônios. Mas isso tudo não acontece de uma vez só. Quando se aproximam dos 40, muitas mulheres produzem menos progesterona, o que pode levar a menstruações mais fortes e frequentes no início do processo de "perimenopausa". Então, a produção de estrógeno dos ovários diminui gradativamente. A flutuação na produção de estrógeno e, posteriormente, a falta de estrógeno são as principais responsáveis pelos desconfortos e preocupações com a saúde associadas à menopausa. Níveis de estrógeno que flutuam e caem confundem seu termostato interno, causando instabilidade vaso motora, o nome científico do processo que causa as ondas de calor. O que também é afetado pela redução drástica dos níveis de estrógeno são o ciclo de sono e uma parte do tônus muscular, principalmente na área pélvica. Na próxima seção, vamos explorar esse processo tão controverso. Estas informações são apenas para fins ilustrativos. ELAS NÃO DEVEM SER CONSIDERADAS CONSELHOS MÉDICOS. Nem os editores do Consumer Guide (R), Publications International, Ltd., o autor ou a editora assumem responsabilidade por quaisquer conseqüências de qualquer tratamento, procedimento, exercícios, alteração de dieta, ação ou aplicação de medicamentos utilizados decorrentes da leitura ou instruções contidas neste artigo. A publicação dessas informações não constitui prática da medicina e elas não substituem o conselho de seu médico ou outro profissional da área da saúde. Antes de se submeter a qualquer tratamento, o leitor deve procurar o aconselhamento de seu médico ou outro profissional da área de saúde.
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OS CUIDADOS DA MULHER DOS 20 AOS 70 ANOS Desde que a mulher nasce ela passa por profundas transformações, físicas e emocionais. Cada fase passa por necessidades específicas. Por isso, aprender a ouvir o próprio corpo e adotar hábitos comportamentais saudáveis é que farão a grande diferença para um viver mais e melhor.
Cuidados aos 20 anos – Este é um excelente período para adquirir hábitos saudáveis para a vida inteira. Aprenda há dividir o tempo para conciliar estudo, diversão e atividade profissional. Assim você evita o stress e fica mais satisfeita com os resultados. Nessa etapa, procure um ginecologista de confiança, marque uma consulta para escolher o anticoncepcional que mais se adapte a você para prevenir uma gravidez indesejada. Esta é a época em que a produção hormonal é intensa, o que aumenta os riscos. Não deixe sintomas genitais sem tratamento. As estatísticas mostram que, aos 24 anos, uma em cada três pessoas com vida sexual ativa tem alguma doença sexualmente transmissível. Vacine-se contra a hepatite B, sexualmente transmissível. É nessa época também que o organismo responde rápido a dietas e exercícios. Boa hora para perder peso e entrar em forma, definir a musculatura e praticar uma atividade física com regularidade. Aprenda a fazer uma refeição balanceada para prevenir a obesidade e suas consequências. Nunca durma sem limpar, hidratar e tonificar a pele. Isso conserva a elasticidade por mais tempo, além de proporcionar uma boa lubrificação e maciez. Comece a fazer o autoexame das mamas dois a três dias depois do final da menstruação. Nessa idade, a tendência é sentar de qualquer jeito ou se esparramar no sofá para estudar, trabalhar ou ver TV. Isso cria hábitos errados e de postura que acabam comprometendo a coluna. Poupe-a desde cedo, mantendo as costas retas e bem apoiadas. Nessa faixa de idade, a mulher precisa de muita energia e de Cuidados aos 30 anos – Nessa alternativas para descarregar as pressões do dia-a-dia. É a época de batalhar pela ascensão profissional, de se dividir mais intensamente entre os cuidados com a família e o trabalho. A prática de exercícios pode dar chance à mulher nessa faixa etária de não desenvolver doenças relacionadas com os fatores hereditários, como diabetes, pressão e colesterol altos. É também a época de já começar a prevenir a osteoporose, tomando, pelo menos, 10 minutos de sol por dia, para fixar e ativar a vitamina D, responsável pela absorção do cálcio. A partir dos 30 anos a mulher deve começar a medir com mais assiduidade, os seus níveis de colesterol, triglicérides, hormônios e glicose, principalmente, se há diabéticos entre os familiares mais próximos. A visita anual ao ginecologista é indispensável. Mais atenção às mamas. Exija de seu médico um exame completo.
Cuidados aos 40 anos – Costuma ser a fase em que a mulher está mais estabilizada profissional e emocionalmente. Mas pode ocorrer o contrário, se o cl imatério começar a se manifestar através das irregularidades menstruais. É a época em que o processo de envelhecimento se anuncia com mais nitidez. Mantenha-se com o peso saudável para reduzir chances de diabetes e doenças cardiovasculares. É hora de saber tudo sobre a Terapia de Reposição Hormonal. A tendência é engordar, quase sempre de maneira desigual. É a época dos “pneus” da cintura e quadris, típicos da mulher que entrou na menopausa. Não se descuide. Caminhe, pedale, faça exercícios exer cícios para diminuir depósitos de gordura nas regiões mais críticas como: tronco, quadris e coxas. Beba muito líquido para facilitar a drenagem das toxinas que fatalmente, irão se transformar na indesejável e difícil celulite. Como em qualquer idade, evite ao máximo comidas gordurosas. Prefira as formas light ou diet. Redobre os cuidados com os ossos, ingerindo iogurte e alimentos ricos em ferro, para prevenir, respectivamente, a osteoporose e a anemia. Reduza também o consumo de refrigerantes e bebidas alcoólicas. Acostume-se a sair de casa com filtro solar. Dê preferência aos cremes que tenham ácidos glicólicos, hialurônico, colágeno, elastina e vitamina C em sua fórmula. O teste ergométrico deve fazer parte 30
de sua rotina anual. Ele é que revelará se o seu coração está bem ou se há necessidade de outros exames complementares, como o eletrocardiograma de esforço, para diagnosticar arritmias cardíacas e obstruções nas artérias. É tempo de densitometria óssea para detectar a osteoporose. Um bom médico não deixará de pedir a mamografia, principalmente às que já fazem reposição hormonal.
Cuidados aos 50 anos – Tempo de ficar preocupada com os efeitos do tempo sobre corpo e mente. Mas não faça dessas preocupações um cavalo de batalha nem se entregue à depressão. A medicina avançou muito. O importante é não descuidar da aparência e aproveitar todas as oportunidades que surgem para desfazer velhos paradigmas e rejuvenescer por dentro e por fora. Os óculos já fazem parte de sua vida, portanto, que sejam de boa qualidade e bonitos. De qualquer forma, não deixe de ir ao oftalmologista anualmente, até para prevenir o glaucoma, principalmente se tiver casos na família. Mais do que nunca é hora de investir numa dieta saudável, com pouca gordura saturada e o mínimo de carne vermelha. Dê preferência à carne branca e ao peixe. Mantenha o consumo regular de alimentos ricos em fibras, ferro e cálcio. Combata e perda de elasticidade da pele e as consequentes marcas de expressão, redobrando os cuidados com o sol. Vá ao dermatologista anualmente para avaliação das manchas que começam a surgir e de eventuais lesões permanentes. Mantenha a rotina anual dos seus exames de sangue, que devem incluir testes de glicemia, tireoide e hormonal. A cada cinco anos, a retosigmoidoscopia avalia o cólon ascendente e o reto. A cada dez anos, anos , colonoscopia para ver o intestino todo. Filhos criados é tempo tem po de investir mais em você. Recicle seus conhecimentos, faça cursos de atualização naquilo que mais gosta, aprenda novos idiomas, se já domina algum, junte-se a grupos que possam acrescentar algo de bom à sua vida. Cuidados aos 60 anos – Muitas mulheres já se aposentaram. Mas nem por isso devem passar a maior parte do tempo em casa, vendo TV. Fique atenta aos sinais da depressão, que costumam ser comum nessa idade, principalmente se a mulher está sozinha. Mantenha o controle de sua vida, aumentando seu círculo de amizades, divertindo-se. Converse com os jovens. Renove-se com eles e fique antenada com o mundo, através da leitura de jornais e de bons livros. Hora de reavaliar os medicamentos até então em uso. Aumentam as possibilidades de catarata e glaucoma, portanto, reforce os cuidados com a visão através de consultas periódicas ao oftalmologista. Sob sol forte, não sai na rua sem óculos escuros. Os exercícios, indispensáveis para a manutenção da capacidade motora, cardiovascular e respiratória em qualquer idade, agora são mais importantes para manter a musculatura ativa e a flexibilidade. Se optar pelas caminhadas, prefira lugares planos e sem muito trânsito. Evite calçadas acidentadas, a fim de evitar quedas ou torções que possam comprometer sua ossatura e ligamentos. Prefira os alimentos ricos em cálcio, desnatados, menos gordurosos. A pele merece os mesmos cuidados para as mulheres de qualquer idade: limpeza, tonificação, hidratação e nutrição, filtro solar com fator FSP alto, insistindo no pescoço e braços, minimizando as manchas solares que costumam aparecer nas costas das mãos e no pescoço, áreas mais vulneráveis por estarem permanentemente descobertas. Mais do que nunca, autoexame mensal das mamas, mamografia anual (ou semestral, conforme orientação médica) e preventivo de seis em seis meses. Se já passou dos 65, vacine-se anualmente contra a gripe e, se houver necessidade e assim o médico prescrever, contra a pneumonia. Previna quedas, fraturas e manchas roxas mantendo, á noite, uma luz fraca acesa. Tire tapetes e móveis do seu caminho. Após os 65 anos, a tendência é dormimos menos à noite. Se já estiver aposentada, procure compensar dormindo um pouco à tarde. Mantenha-se alerta a qualquer sintoma de disposição fora do normal. Cuidados aos 70 anos – Se você chegou até aqui, as chances de ir mais além são muitas, principalmente com todos os avanços da medicina no campo da estética e da saúde. Continue mantendo os cuidados pessoais, evite situações que possam levá-las ao estresse e á depressão. Curta-se. Engaje-se em programas culturais e sociais, 31
mantendo sua mente ocupada com coisas agradáveis e novas. Converse com seu médico sobre a continuação da TRH, beba muita água para manter o corpo c orpo hidratado, use e abuse dos cremes hidratantes. Continue com a ginástica moderada, as caminhadas e os alongamentos. As frutas cítricas devem ser consumidas com mais moderação. Insista nas fibras. Protetor solar mais do que nunca, não saia de casa sem ele. Fique de olho nas pintas que mudam de cor ou que aparecem, inesperadamente, de forma saliente. Não durma sem limpar, tonificar a pele do rosto, o mesmo cuidado com mãos, que tende a ressecar-se com mais facilidade. Use e abuse dos hidratantes corporais. Medida da pressão arterial mensal ou sempre que necessário, fique atenta aos possíveis sinais de demência, depressão, incontinência urinária, déficits de percepção (audição, visão). Vacine-se contra gripe todo ano e, a cada cinco anos, contra a pneumonia. Dr. José Alexandre Portinho
5*Metodologia para o ensino da Dança do Ventre Ser professora é ter autoconhecimento, disciplina, responsabilidade, respeito, paciência, amar aquilo que ensina... ser humilde para aceitar, ser seguro para entender, Ser professora é... Renunciar um pouco de si a cada dia. Não só ensinar, mas também aprender...
Oração do professor Dai-me, Senhor, o dom de ensinar, Dai-me esta graça que vem do amor. Mas, antes do ensinar, Senhor, Dai-me o dom de aprender. Aprender a ensinar Aprender o amor de ensinar. Que o meu ensinar seja simples, humano e alegre, como o amor. De aprender sempre. Que eu persevere mais no aprender do d o que no ensinar. Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade. verda de. Que meus conhecimentos não produzam orgulho, Mas cresçam e se abasteçam da humildade. Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas, Mas animem as faces de quem procura a luz. Que a minha voz nunca assuste, Mas seja a pregação da esperança. Que eu aprenda que quem não me entende Precisa ainda mais de mim, E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor. Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender, Para que eu possa trazer o novo, a esperança, E não ser um perpetuador das desilusões. Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor. Antonio Pedro Schlindwein
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A arte de ensinar a dança do ventre Primeiramente comece a análise estrutura do corpo, perceba as dificuldades e facilidades da aluna; introduza movimentos que facilitem o aprendizado especifico de cada aluna; sempre fale da história da dança, d ança, de onde ela surgiu, para onde ela te leva...
Lembre-se cada mulher é única e terá uma um a dança única e especifica. Todo professora de dança é responsável pelas atitudes de suas alunas, pela maneira que irá desenvolver a dança, por isso temos sempre que estar atentas e temos sempre que estudar sobre os seguintes assuntos: A história da dança, a cultura árabe, o feminino, o mito das deusas, sobre a estrutura corporal, bailarinas, outros estilos de dança, meditação e principalmente sobre nós mesmas.
Esquema da aula: Planeje sua aula, porém não fique presa, pois pode acontecer da aluna não estar com a mesma energia que você. Sempre antes de começar a aula faça uma breve meditação, ou fique em silêncio, pois assim você irá ficar mais aberta para captar as energias e a intenção de cada aluna. Nunca elogia uma aluna sem também elogiar o resto da turma, tente sempre distribuir sua atenção igualmente a todas as alunas, não fiquei insegura, afinal foi também está ali para aprender! Comece a aula com alongamento, separe sempre a aula em três grupos: movimentos ondulatórios, deslocamentos deslocamentos e movimentos movimentos de batidas batidas e shimies. shimies. Dentro desse grupo grupo separe os movimentos de cada aula no final faça uma pequena coreografia com os movimentos dados em aula. Ao final pergunte se todas entenderem os movimentos, e repita se for necessário. Separe pelo menos 15 minutos finais das aulas: 10 minutos para os exercícios “místicos” e 5 minutos ou mais para o relaxamento. relaxamento. Lembre-se de que você como como professora deve ouvir mais do que falar. Curta a sua aula, descubra o melhor jeito de você dar aula, nunca pense em como conquistar mais alunas sendo aquilo que você acredita que elas procuram, seja verdadeira, deixe a sua essência trabalhar e nunca te faltará alunas!!!! Divirta-se! "Você não é um ser humano que está passando por uma experiência espiritual. Você é um ser espiritual que está vivenciando uma experiência experiência humana". (Wayne W. Dyer)
Aulas especiais para crianças, gestantes e 3º idade Crianças: A dança sempre traz benefícios para o corpo e para a mente. Quando praticada desde a infância são maiores as vantagens. A criança que dança desenvolve melhor sua coordenação motora é mais ágil e flexível nas suas atividades físicas. Em se tratando então de meninas que fazem a Dança do Ventre podemos acrescentar graça e beleza aos benéficos já citados.
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A Dança do Ventre, para as crianças ajuda a criar disciplina, melhorar o relacionamento interpessoal e canaliza as energias em prol do autoconhecimento e despertar a sensibilidade. Elas ficam mais comunicativas, confiantes e com as apresentações resolvem o problema da timidez se o tiverem. Em geral a partir dos 6 ou 7 anos já e possível iniciar os estudos dessa arte. Na criança o objetivo da dança é desenvolver ritmo, suavidade, inocência, criatividade e delicadeza, incentivando sempre a espontaneidade. A dança do ventre pode ser praticada por crianças, mas as aulas para as meninas são bem diferentes das aulas para as adolescentes e adultas, em respeito às questões anatômicas e funcionais próprias de cada fase do desenvolvimento. Para as mais jovens, saindo da adolescência, a dança do ventre tem se mostrado uma verdadeira descoberta para o desenvolvimento da autoestima e da desenvoltura.
Metodologia Os exercícios de vem ser separados, (braços, quadril, cabeça. e etc.) Trabalhar o lado lúdico com contos árabes, pintar desenhos orientais, trabalhar com bolar para desenvolver os braços arredondados, bambolês para soltar sol tar o quadril. Nunca forçar a criança, se ela cansar, a aula tem que acabar ou a professora pode passar um desenho para a aluna pintar, ou começar o alongamento como em forma de brincadeira. É considerada aula para crianças até os 10 anos depois disso a aluna já começa na mesma didática das alunas mais velhas.
Aula 3º Idade A prática regular de exercícios beneficia a saúde, melhora os sistemas cardiovasculares e respiratórios, fortalece os músculos, aumenta a flexibilidade, ajuda na coordenação motora e traz ao sono mais qualidade, tornando-o mais tranquilo. A dança do ventre pode ser praticada desde a adolescência até a "melhor" idade. Nós mulheres passamos por muitas fases, mas as principais delas são: a fase jovem, mulher e anciã, a Deusa tríplice. Hoje em dia, apesar de já ter mudado bastante, a fase anciã ainda é "escondida" deixamos de viver o sentir do corpo, esquecemos do ventre, da importância de nosso contato com nós mesmas. A dança nessa fase da vida é essencial para entramos em contato com nossa bagagem interior e colocar para fora todo o nosso aprendizado, todo o nosso conhecimento. É a consagração espiritual, mental e corporal da vida, o reencontro com a sua autoconfiança, o melhoramento do funcionamento e o desempenho de seu sistema respiratório, cardiovascular, endócrino e neuromotor, a quebra de padrões e de barreiras de pensamentos e de ações, a ativação da criatividade e da vontade de ser feliz; são os principais motivos por que devemos praticar a dança do ventre na melhor idade!
Metodologia A partir dos 60 anos começa a menopausa, a velhice e a queda hormonal. A dança ajuda a trabalhar o feminino. 34
Priorizar movimentos pélvicos, trabalhar o músculo abdominal abdominal e a força muscular. Priorizar também os movimentos lentos, ondulações de mão e corporal, equilíbrio e braços. Não forçar shimies e muito menos cambrees. Trabalhar aspecto lúdico da dança com exercício e estudos que elevem a autoestima.
Gestante Muitos estudos têm mostrado que uma mulher que se exercita com regularidade pode ter um parto mais fácil, saudável, saudável , rápido e feliz. A Dança do Ventre exercita o corpo, principalmente os músculos abdominais, as ondulações ajudam à mulher entrar em contato com os movimentos ancestrais e proporcionam ao bebê um balanço gostoso, fazendo com que se sinta confortável e protegido. Nas civilizações antigas, muitas mulheres utilizavam movimentos da dança do ventre no início do trabalho de parto, permanecendo a princípio de pé e posteriormente acocorando-se durante o parto, com o intuito de diminuir as dores das contrações e facilitar a passagem do bebê pelo canal de parto.
Seus benefícios são tantos físicos como terapêuticos:
Físicos: .- Menor ganho de peso e adiposidade ad iposidade materna; .- Diminuição do risco de diabetes e efeitos benéficos no controle da glicose na gestante com diabetes; .- Melhora no condicionamento cardiovascular; .- Diminuição de complicações obstétricas; ..- Menor risco de parto prematuro; .- Menor duração da fase ativa do d o parto; .- Menor tempo hospitalização; hos pitalização; .- Diminuição na incidência de cesárea; .- Melhora na capacidade física; - Redução do risco de pré-eclampsia.
Terapêuticos: - Melhora autoimagem; .- Melhora da autoestima; .- Melhora da sensação de bem estar; .- Diminuição da sensação de isolamento social; .- Diminuição da ansiedade; ..- Diminuição do stress; .- Diminuição do risco de depressão.
Metodologia Grávida não faz alongamentos Trabalhar força da barriga com o todo. 35
A perna da gestante é um pouco mais aberta que a normal e joelhos também mais fletidos. Usar mais os joelhos do que a contração no períneo Trabalhar movimentos lentos. È proibido shimies de tensão é proibido tremer!!!!! tremer!!!!! Trabalhar a força nos glúteos e pernas.
6*Técnicas de Alongamento *Alongamento 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
Alongar os braços; Alongar pulso com movimentos giratórios; Passar para o quadril, pernas abertas quadril para um lado e para o outro; Parar o mov. e ir descendo devagar dev agar colocando as mãos no chão; Ficar nessa posição por 30 segundos; Segurar na perna direita 30 segundos e perna esquerda 30 segundos; Voltar ao meio e fechar as penar; Flexionar a perna direita e esticar es ticar a esquerda, trocar o lado; Feito isso, flexionar as duas pernas e subir desenrolando; 10. Girar o pé direito para um lado e depois d epois para o outro e fazer o mesmo com o esquerdo.
*Relaxamento 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Pegar colchonetes; Deitar e abraças as pernas por 30 segundos; Abrir os braços e deixar as pernas cair para a direita e depois esquerda; Virar na posição de “criança” (como na Ioga) 30 segundos; Apoiar os pés e ir subindo s ubindo devagarzinho; Relaxar os ombros, a cabeça, os braços.
7*Roteiro de aulas Programa de aula de dança do ventre para o ano
Fevereiro: ½ semanas – semanas – Relembrar Relembrar passos: Básicos, shimis, tremidos, andadas, camelo, ondulação, Twist, oito maia, oito egípcio, braços, redondos, arabesque, giros, batida frente e trás, encaixe e desencaixe, véus, meio bolinha, cambrets, soldadinho, improvisos, entradas e saídas e coreografia. – coreografia. – Cartas Cartas e trabalho com chakas. ¾ semanas - Aprender passos: tremido com redondo, shimi xixi, cambret lateral, oito para frente soltando a perna com o braço. – Leitura corporal do ritmo, meditação. Dança de enceramento do mês.
Março:
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½ semanas - Aprender: fazer entradas com música clássica, shimi surrer, meio xixi, tremido com pêndulo. – pêndulo. – Cartas Cartas e trabalho com chakas. ¾ semanas - Treinar sequências. – sequências. – Coreografia Coreografia e dança de final de mês.
Abril: ½ semanas – Aprender: Aprender: Cambret para trás, tremido com oito para frente, arabesque com camelo. – Cartas Cartas ou mandalas e trabalho com chakas. ¾ semanas – treinar treinar sequências. – Dança do enceramento de mês ou dança de oferenda às deusas.
Maio: ½ semanas – Aprender: Cambret com camelo, tremido com maia e redondo com cabelo. – Cartas Cartas e meditação. ¾ semanas - Treinar sequências. – Coreografia Coreografia e dança de enceramento de mês.
Junho: ½ semanas – semanas – Aprender: Aprender: Cambret lateral descendo até o chão, twist frente e trás, Pandeiro. – Pandeiro. – Cartas Cartas ou mandalas. ¾ semanas – treinar treinar Sequências. Sequências. Coreografia Coreografia e apresentação de meio de ano; apresentando a coreografia que vocês já conhecem. c onhecem.
Julho – Férias Férias Agosto: ½ semanas – Relembrar o que foi aprendido no primeiro semestre. – Cartas e meditação. ¾ semanas – Aprender: Aprender: Oito Oito torcido torcido com tranquinho no meio, derbak. – Dança de enceramento de mês.
Setembro: ½ semanas Treinar sequências. – cartas cartas ou mandalas. ¾ semanas – Aprender: meio shimi surrer, cont. cont. derbak. - Dança de enceramento de de mês ou dança de oferenda às deusas.
Outubro: ½ semanas – semanas – Treinar Treinar sequências. – sequências. – Cartas Cartas e Meditação. ¾ semanas – Aprender: Estudar música cantada e criar uma coreografia. – coreografia. – Dança de enceramento.
Novembro: ½ semanas - Treinar música cantada. – cantada. – cartas cartas ou mandalas. 37
¾ semanas – semanas – Apresentar Apresentar coreografia criada por vocês.
Dezembro: ½ semanas – semanas – treinar treinar coreografia. – coreografia. – cartas cartas e meditação. 3 semanas – semanas – Festa Festa de final de ano, apresentação das coreografias oficialmente! 8*Psicologia feminina. “Durante a vida, algumas vezes é preciso entrar simbolicamente simbolicamente no ventre e sair como um novo ser.” Lucy Penna
Os males da nossa alma Jornada tripla de trabalho, padrões de beleza inatingíveis e outras cobranças tornam as mulheres mais vulneráveis a doenças como depressão, ansiedade e stress. Os poetas costumam afirmar que não há nada mais misterioso do que a alma feminina. Um pouco de exagero talvez. Mas é verdade que a alma da mulher tem meandros às vezes incompreensíveis aos olhos do mundo e aos seus próprios. É a tristeza que surge aparentemente sem motivo, é a impaciência que beira o insuportável às vésperas da menstruação, é o choro que vem fácil diante de mais uma tarefa que parece impossível no trabalho. Ainda há quem chame isso de fragilidade. Pura bobagem. Motivos não faltam para que a mulher viva nessa montanha-russa emocional. A começar pelo sobee-desce dos hormônios, que a acompanha todo mês, interferindo nos seus humores. Somadas a essa característica inexorável, há a pressão pelo desempenho impecável na empresa, a cobrança pelo corpo perfeito, pela mãe presente, pela mulher imbatível na cama. Esse redemoinho de alterações e cobranças torna a mulher mais vulnerável às chamadas doenças da alma - depressão, ansiedade, stress, anorexia e bulimia. Estimase que a incidência da depressão seja duas vezes maior em mulheres do que em homens. Um estudo feito pelo instituto de pesquisa americano Roper Starch Worldwide mostrou que há 20% mais mulheres estressadas do que homens. E anorexia e bulimia, distúrbios de alimentação causados pela obsessiva meta de perder peso, predominam entre as mulheres. Apesar de sombrio, é importante saber que esse quadro pode mudar. Conhecer melhor esses males é o primeiro passo.
Stress Lembrar-se de que até Deus precisou descansar no sétimo dia é uma dica para quem quer evitar ou sair do stress, problema caracterizado pelo excesso de adrenalina, hormônio cuja função é preparar o organismo para se defender. Quando a quantidade é moderada, os especialistas chamam de fase de alerta. "Ela acontece quando, por exemplo, acaba o combustível do carro e você está sozinha procurando um posto de gasolina. De repente, você encontra uma pessoa estranha. Automaticamente seus músculos se preparam para correr", explica a psicóloga Marilda Lipp, diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress. "O que é prejudicial à saúde é se esse estado de alerta se prolonga. A pessoa entra na segunda fase, a de resistência", diz. Acordar cansado e ter lapsos de memória imediata são pontos de identificação desse estágio. Nas mulheres, ocorrem também hipersensibilidade emotiva, corrimentos e interrupção do fluxo menstrual. Como tratamento, há a terapia, que ensina a lidar e se adaptar às situações. Remédios para as doenças causadas pelo stress também são receitados - antidepressivos, no caso de depressão, por exemplo. Mas nada disso fará 38
efeito se não houver mudanças de hábito: deitar cedo, dançar, praticar esportes, ir ao cinema. Aprender técnicas de relaxamento e fazer massagens, ioga e tai chi chuan também são aconselhados.
O QUE É: Estado caracterizado por excesso de adrenalina (hormônio que prepara o corpo para se defender). Quando prolongado, pode levar a outras patologias, como úlceras ou depressão. CAUSAS: Problemas financeiros, profissionais, doenças, uso de álcool, agitação, insegurança. SINTOMAS: Músculos enrijecidos (normalmente os ombros se elevam), aceleração dos batimentos cardíacos, insônia, falta de apetite, irritabilidade. irritabilidad e. GRUPOS DE RISCO: Pessoas muito competitivas, perfeccionistas, viciadas em trabalho, com tendência ao isolamento, quem não sabe dizer não, quem tem contato direto com o público ou grande responsabilidade e pouca autonomia para decidir. TRATAMENTOS: Psicoterapia, massagens, técnicas de relaxamento e remédios quando necessário. Anorexia e bulimia Controlar a alimentação para não ganhar peso é saudável, mas ficar abaixo do peso recomendado para altura e idade e ainda por cima preocupada em não ganhar um grama é doença. Esse é o problema de muitas jovens e adolescentes que sofrem dos transtornos alimentares (bulimia e anorexia). As vítimas da bulimia normalmente têm de 20 a 30 anos. Primeiro, elas comem muito de uma vez só e depois provocam vômitos ou se exercitam até a exaustão para emagrecer. O problema atinge nove mulheres para cada homem e cerca de 4% da população feminina. Já a anorexia pode começar como uma inocente dieta e terminar em completa ausência de apetite. A doença afeta de 0,5% a 1% da população e 95% dos pacientes são adolescentes. "Um dos fatores que levam a mulher a ser a principal vítima desses transtornos está relacionado à criminosa cultura das dietas e o conceito de que apenas as magras são belas e bemsucedidas", afirma Táki Cordás, coordenador geral do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (Ambulim). Não existe prevenção para esses transtornos e o ideal é que as famílias prestem atenção ao comportamento das jovens. Segundo Cordás, cerca de 60% das pacientes de bulimia se curam. No caso da anorexia, os índices de recuperação são menos otimistas: cerca de um terço se cura, um terço melhora e um terço torna-se doente crônico.
BULIMIA: O QUE É: Depois de ingerir muita comida, a mulher provoca vômitos SINTOMAS: Dor de estômago, cansaço, desmaios, náuseas, diarreia, irregularidade menstrual, depressão (é importante lembrar que os episódios devem acontecer duas vezes por semana durante três meses seguidos). ANOREXIA: O QUE É: A jovem se nega a manter o peso ideal para sua idade e altura e usa recursos para emagrecer cada vez mais.
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SINTOMAS: Pele seca, queda de cabelo, olhos fundos, pressão baixa, depressão, irritabilidade, obsessão por exercícios físicos, perda excessiva de peso em períodos curtos. de ntro do padrão de beleza, CAUSAS DOS DOIS DISTÚRBIOS: Obsessão em se enquadrar dentro predisposição genética e psicológica e influência familiar.
GRUPOS DE RISCO: Adolescentes de 12 a 20 anos (anorexia), jovens de 20 a 30 anos (bulimia), jóqueis, estudantes de Nutrição e de Educação Física, atletas, bailarinas, modelos, quem já sofreu transtornos alimentares. TRATAMENTO PARA OS DOIS DISTÚRBIOS: Deve ser feito por equipe multidisciplinar (psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, clínico geral). Não há medicação específica para anorexia. No caso da bulimia, antidepressivos ajudam. Paciente e família devem fazer terapia. Depressão É natural ficar triste com a morte de um parente querido. Mas isso não deve impedir que a vida continue, certo? Nem sempre. Em alguns casos, a pessoa não consegue sair do estado de tristeza. "A vida perde a graça e o deprimido se isola", resume o neuropsiquiatra Rubens Pitliuk, de São Paulo. O tratamento muitas vezes requer medicação, que dependerá do tipo de depressão, da personalidade e do histórico familiar. Segundo Pitliuk, o importante é levar o tratamento até o fim para evitar recaída. Quando ela acontece, a chance de apresentar nova crise é de 70%. O QUE É: Estado melancólico que dura, no mínimo, duas semanas e pode se estender por muitos anos. CAUSAS: Desequilíbrio na quantidade de substâncias que fazem a comunicação entre os neurônios, em especial a serotonina e a noradrenalina, predisposição genética ou de personalidade, incapacidade de lidar com situações difíceis, traumáticas ou frustrantes e parto. SINTOMAS: Incapacidade de sentir alegria, desânimo, apatia, dificuldade de concentração, perda do apetite sexual, movimentos lentos ao falar e andar, dificuldade de tomar decisões, pensamento recorrente sobre morte e tentativas de suicídio, distúrbios do sono, interpretação negativa da realidade. r ealidade. GRUPOS DE RISCO: Mulheres de 30 a 50 anos, filhos de mães (10% de chance) e pais depressivos (30% de risco), perfeccionistas, usuários de drogas para emagrecer, anoréxicas, portadores de transtorno obsessivo compulsivo, síndrome do pânico ou timidez TRATAMENTO: Antidepressivos e terapia DEPRESSÃO PÓS-PARTO: Depois do nascimento do bebê, muitas mulheres sofrem do blues puerperal, uma tristeza profunda que afeta entre 50% e 80% das mulheres entre o terceiro e o décimo dia pós-parto. Os principais sintomas são: tristeza, explosões de choro sem motivo, sensação de incapacidade de cuidar do bebê, sentimento de culpa. Em geral, desaparece naturalmente. Cerca de 15% das mulheres, no entanto, sofrem de depressão pós-parto. Elas perdem o interesse e o prazer de viver, têm alteração do sono e de apetite e muitas vezes rejeitam o bebê. Se os sintomas durarem mais de duas semanas, é importante procurar ajuda, segundo a psiquiatra Márcia Britto, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. O tratamento é feito com terapia e medicamentos. 40
Ansiedade A ansiedade pode ser doença quando a preocupação é desproporcional aos fatos, incontrolável e vem acompanhada de sintomas físicos como taquicardia, insônia, sudorese, boca seca e náusea. Entre os distúrbios graves de ansiedade, estão: transtorno de pânico e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). De acordo com Márcio Bernik, coordenador do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, as pessoas cujo perfil se enquadra nos grupos de risco devem ficar bastante atentas aos principais sinais do problema. As formas de tratamento variam. Geralmente são usados antidepressivos, tranquilizantes e psicoterapia. "A medicação é indicada até o desaparecimento dos sintomas, com manutenção por mais de um ano", explica. Após a suspensão dos remédios, 80% dos pacientes que sofrem de transtorno de pânico podem voltar v oltar a apresentar os sintomas. TRANSTORNO DE PÂNICO: O QUE É: Caracterizado por crises de pânico que se repetem de maneira inesperada, com sensação de mal-estar e perigo ou de morte iminente. SINTOMAS: Falta de ar, tontura, mãos geladas, taquicardia, formigamento. Os sintomas duram alguns minutos e a crise passa em até 40 minutos. A maior parte das vítimas são mulheres dos 22 aos 44 anos. CAUSAS: As crises podem ser desencadeadas pelo uso de estimulantes (cocaína, remédios para emagrecer), variações hormonais hormonais da fase pré-menstrual e stress. GRUPOS DE RISCO: Estressadas, mulheres a partir da adolescência até os 35 anos (principalmente no pré-menstrual e pós-parto), hereditariedade e dependentes de álcool. TRATAMENTO: Antidepressivos e terapia comportamental. A Depressão tem cara de Mulher Muitas são as queixas em consultórios médicos sobre desânimo, falta de apetite sexual, irritabilidade, etc...Muitas mulheres têm a percepção desse quadro acreditando ser algum tipo de doença física. Mas afinal, que doença é essa? O que é isso, "de ficar triste"? A depressão é uma doença com uma incidência maior nas mulheres. É caracterizada por vários tipos de sintomas que resumidamente r esumidamente descrevemos como: - Sentimentos persistentes de tristeza - Falta de interesse em geral (profissional, atividades preferidas) - Perda de energia e sentimentos de pessimismo - Ansiedade e desespero sem causa aparente, com sentimentos de culpa - Crises de choro - Irritabilidade e distúrbios do sono (excesso ou insônia) 41
- Dificuldade de concentração e de relacionamentos, com tendência ao isolamento A causa da depressão ainda não foi estabelecida, mas acredita-se que fatores hereditários e genéticos estão envolvidos. Circunstâncias relativas à vida também tem o seu peso como fatores coadjuvantes, como por exemplo: menopausa, pós parto, período pré menstrual, situações de perda ou estresse. O primeiro passo para o tratamento é reconhecer e admitir que se está doente, ou pelo menos que não se está bem. Feito isso deve-se procurar um profissional especializado: o psiquiatra ou neurologista, que são os mais indicados para se fazer o diagnóstico preciso do quadro depressivo e caracterizá-lo, pois existem vários tipos de depressão. Estabelecido o diagnóstico deve-se iniciar o tratamento, que varia de acordo com o caso e pode incluir psicoterapia, medicações e tratamentos alternativos (como acupuntura, florais, etc.) É muito importante seguir o tratamento correto e não se deve ter a ideia de que com o tratamento medicamentoso existe dependência. Essa é uma ideia errada e antiga, que pode atrapalhar sua cura e que deve ser discutida com seu médico. A depressão, se não tratada, entre outros sintomas ruins, pode levar lev ar à morte.
Depressão na mulher Prof. Dr. Mario R. Louzã Tristeza por longos períodos de tempo, falta de ânimo, energia e vontade, irritabilidade, angústia, apatia, perda da capacidade de sentir prazer e alegria na vida, baixa autoestima, sensação de medo ou insegurança, dificuldade de concentração, alterações de sono e apetite são alguns dos sintomas mais comuns da depressão. de pressão. Em casos mais graves, ocorrem pensamentos negativos, de fracasso, de incapacidade, de culpa, chegando até a ideias de suicídio.
Depressão, tristeza e mau-humor A depressão é diferente da tristeza comum, pois costuma ter duração maior e inunda a vida da pessoa como um todo. A tristeza passageira está quase sempre associada a algum evento adverso da vida e costuma desaparecer em pouco tempo, na medida em que ele é superado. O "mau humor", caracterizado pela irritabilidade, nervosismo, negativismo, pessimismo, pode ocorrer de modo passageiro ou estar associado à depressão leve, caracterizando a distimia. Particularmente na mulher esse quadro é confundido com "xilique, frescura" e ela, em vez de procurar auxílio adequado, se fecha ainda mais, "envergonhada" por essa "fraqueza". É fundamental vencer preconceitos nessa hora e ir em busca do médico, para que ele possa avaliar o caso e encaminhar o tratamento.
Adolescência, pré-mênstruo, ciclo gestacional e menopausa A depressão é mais frequente na mulher do que no homem, atingindo cerca de 20% delas em algum momento ao longo da vida. Quadros depressivos aparecem mais frequentemente pela primeira vez no fim da adolescência e início da idade adulta, no entanto, podem ocorrer em todas as idades, da infância à terceira idade. A mulher é particularmente vulnerável à depressão nos períodos de oscilações hormonais intensas: período pré-menstrual, gravidez e puerpério, e menopausa.
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No período pré-menstrual, a famosa TPM (tensão pré-menstrual), além das queixas físicas bem conhecidas de aumento e dor nas mamas, inchaço no corpo, etc., ocorrem, em cerca de 8% das mulheres, labilidade emocional, tristeza, irritabilidade, falta de energia, mudanças de apetite e do sono. Esses sintomas tipicamente diminuem ou desaparecem após a menstruação, voltando no período pré-menstrual seguinte. Durante a gestação e especialmente no pós-parto, ocorre frequentemente o chamado blue (referência ao gênero musical americano, que se identifica por conter canções tristes), caracterizado por uma depressão leve, em geral de curta duração. Em cerca de 10 a 20% das mulheres, instala-se um quadro depressivo mais grave e duradouro. Socialmente, gestação, parto e a chegada do "príncipe" ou da "princesa" são vistos como períodos de alegria e regozijo e há uma "cobrança" para que a mulher esteja exuberante. Coloca-se aqui um peso ainda maior para a puérpera (a mulher que deu a luz), que se sente culpada por estar deprimida e não corresponder às expectativas de todos. Já no período da menopausa, além das mudanças hormonais, o impacto psicológico do "fim da menstruação", das alterações físicas e da perda de papéis sociais (p. ex., filhos que se casam, a chamada "síndrome do ninho vazio") podem contribuir para o desencadeamento da depressão.
Tratamento Um episódio de depressão pode durar alguns meses, se não for tratado; em cerca de metade das pessoas, ocorre apenas um episódio ao longo da vida, na outra metade os episódios se repetem, caracterizando a depressão recorrente. Em muitas circunstâncias, principalmente se não for tratada, a depressão pode se tornar crônica, perdurando por anos, sem períodos de melhora total. As causas da depressão vêm sendo muito pesquisadas. Sabe-se que a predisposição hereditária é importante em alguns casos e a ela se associam fatores precipitantes, em geral ligados a situações de estresse (perdas significativas, conflitos familiares e conjugais). Alterações hormonais, especialmente da glândula tireoide, também se relacionam à depressão na mulher. De modo geral a depressão é resultado da somatória de todos esses fatores – fatores – biológicos, biológicos, psicológicos e sociais – sociais – daí daí a importância de que o tratamento leve em consideração consid eração todos eles. Estudos mostram que na depressão ocorrem alterações químicas no cérebro, envolvendo substâncias que fazem a comunicação entre as células nervosas (neurônios). Essas substâncias são chamadas de neurotransmissores; os principais deles que se encontram alterados na depressão, são a noradrenalina e a serotonina. Os medicamentos usados no tratamento da depressão corrigem as alterações desses neurotransmissores, promovendo o reequilíbrio r eequilíbrio químico no cérebro. O diagnóstico da depressão requer avaliação especializada e é feito a partir do relato minucioso das queixas da paciente. Se necessário, o(a) médico(a) pedirá exames laboratoriais para complementar a avaliação. Tais exames ajudam a identificar se a depressão está sendo send o provocada por alguma doença física (p. ex., hipotireoidismo). O tratamento da depressão é feito com medicamentos chamados antidepressivos. Há, no mercado brasileiro, vários antidepressivos disponíveis, com diferentes modos de ação (alguns agem mais sobre a serotonina, outros na noradrenalina, outros em ambos os neurotransmissores). Tais medicamentos devem ser utilizados por tempo prolongado, pois demora algumas semanas para começarem a fazer efeito. A melhora da depressão vai ocorrendo gradualmente: em geral a pessoa volta a se sentir "normal" somente após cerca de 3 a 4 meses de tratamento. Mesmo após esse período, é 43
importante manter o tratamento por mais alguns meses, para evitar que haja uma recaída da depressão. Nos casos mais graves de depressão, quando a pessoa manifesta ideias de suicídio, é fundamental um acompanhamento intensivo no período inicial do tratamento com os antidepressivos, pois os vários sintomas da depressão não melhoram com a mesma rapidez: ânimo e vontade melhoram mais depressa, tristeza e ideias de suicídio são as últimas a melhorar, daí o risco de que a pessoa no início do tratamento venha a reunir forças para tentar o suicídio. Além do tratamento medicamentoso, o apoio psicoterápico é importante para ajudar a pessoa a lidar melhor com as dificuldades pessoais, que podem ser precipitantes de depressão. Nos casos em que os fatores psicológicos e sociais têm um peso importante na origem da depressão, a psicoterapia é fundamental, pois ajudará a mulher a elaborar as dificuldades trazidas pelo período da vida em que ela se encontra.
Depressão é uma doença frequente para a qual dispomos de recursos terapêuticos muito eficazes. Por ser uma doença relativamente fácil de tratar é importante vencer preconceitos e buscar tratamento tão logo os sintomas sejam percebidos. O resultado certamente será uma melhora significativa da qualidade de vida . O caminho do meio Aristóteles e a moderação das paixões como caminho da felicidade Enquanto Platão sonha com uma sociedade ideal na qual não praticar o bem torna-se uma impossibilidade tal a extensão das instituições que eliminam a vida privada, Aristóteles propõe o que, de certa forma, pode ser compreendido como um caminho contrário. Para ele a Lei deve ser capaz de compreender as limitações do ser humano, aproveitar-se das suas paixões e instintos, e produzir instituições que promovam o bem e reprimam o mal. Assim se para Platão a Lei deve moldar o real, para Aristóteles o real deve moldar a Lei, única forma de seu cumprimento ser possível a todos. A exposição destes conceitos na Ética de Aristóteles parece estar diretamente dirigida contra a Utopia platônica que, na visão de Aristóteles, está condenada ao fracasso porque não respeita os impulsos do homem, seus apetites e paixões. Mas esta visão não pode ser entendida como uma ausência de princípios éticos fortes ou a abstenção de promover o Bem – que Aristóteles entende também como uma aspiração do ser humano capaz de conciliar o interesse individual e o comunitário. Pelo contrário, ele propõe um controle estrito sobre as paixões, com a diferença que ele deriva delas tanto as virtudes quanto os vícios, ao contrário de seus mestres predecessores. A essência da virtude seria, então, a moderação entre os extremos de cada paixão, a Regra Dourada do caminho do meio entre a indulgência absoluta e a privação absoluta. Assim a verdadeira definição de coragem estaria entre a covardia e a bravata itimorata, a amizade entre a subserviência e a insolência. É evidente o vínculo com os múltiplos questionamentos de Sócrates sobre as essências dos valores morais, bem como com a noção das Ideias Gerais de Platão. Mas se há uma continuidade há igualmente uma ruptura nesta nova noção. A mais significativa dela é a existência de uma resposta objetiva àquilo que Sócrates recusouse a responder e Platão respondeu de forma abstrata e filosófica. Aristóteles está preocupado em termos de Ética – como no restante da sua filosofia – em encontrar regras claras que possam ser conhecidas, rotuladas, catalogadas. Ele também não está preocupado em uma utopia mirabolante, mas em construir uma sociedade com os homens que estão disponíveis, não com super-homens idealizados, 44
assim tenta construir uma visão de ética que seja capaz de atender à maioria. A despeito disto traça uma visão aristocrática da sociedade na qual os méritos de forma alguma equivalem e no qual os homens estão classificados segundo níveis bastante objetivos – do ponto de vista dele – que faz com que alguns sejam senhores e outros escravos. A justificativa deste sistema que racionaliza a escravidão e imagina um continuum do mineral ao homem – homem – cujo cujo tipo mais elevado seria o filósofo – filósofo – seria seria o pressuposto de que todos os seres foram criados com uma finalidade em um projeto bem definido de universo ao qual os teólogos cristãos medievais designarão de Summus Boni – O Bem Supremo. A atribuição do homem, para ele, seria o pensamento racional, característica que o distinguiria do animal. Assim se tem um homem ideal que é puro pensamento especulativo e racional e portanto se concretiza no filósofo. Os gregos, dentre todos os povos, teriam mais consciência desta importância da racionalidade e portanto se justifica a escravidão dos bárbaros cujo nível está mais próximo dos animais irracionais. Só através da concretização desta "finalidade racional", crê Aristóteles, o homem poderia atingir a Eudaimonia, a felicidade da harmonia interior. Há nesta consideração uma ruptura radical com os predecessores já que para o macedônio a finalidade da Ética já não será mais o Bem por si mesmo, mas o Bem enquanto elemento que leva à Felicidade, objetivo principal do homem. Aristóteles distingue entre dois tipos de Bem, entre o que é Instrumental e o que é Intrínseco. Os primeiros são bons porque levam à Bondade, enquanto os segundos são bons por si mesmos. Assim o conhecimento também é dividido entre o conhecimento prático e teórico, o primeiro sendo o conhecimento de como agir corretamente e o segundo o conhecimento do que é bom por si mesmo.
Regras para ser humano Chérie Carter-Scott Quando você nasceu, não veio com manual do proprietário. Essas dicas fazem a vida funcionar melhor:
1. Você vai receber um corpo. Pode amá-lo ou detestá-lo, mas é a única coisa que você com certeza possuirá até o fim da sua vida. 2. Você vai aprender lições. Ao nascermos, somos imediatamente inscritos numa escola informal chamada "Vida no Planeta Terra". Todas as pessoas pes soas e acontecimentos são "professores universais". 3. Não existem erros, apenas lições. Crescimento é um processo de experimentação, no qual as "falhas" são tão parte do d o processo quanto os "sucessos". 4. Uma lição é repetida até que seja aprendida. Será apresentada a você em várias formas, até que você enfim entenda. Poderá, então, passar para a próxima lição. 5. Se não aprender as lições fáceis, elas se tornam difíceis. Problemas externos são o preciso reflexo do seu estado es tado interior. Quando você limpa obstruções, seu mundo exterior muda. A dor é o jeito do d o universo chamar a sua atenção. 6. Você saberá quando aprendeu uma lição quando suas ações ações mudarem. Sabedoria é prática. Um pouco de alguma coisa é melhor do que muito de nada. 7. "Lá" não é melhor do que "aqui". Quando "lá" se torna "aqui", você vai simplesmente arranjar outro "lá", que de novo parecerá melhor que "aqui". 8. Os outros são meros espelhos de você. Você não pode amar ou odiar alguma coisa sobre o outro a menos que reflita algo alg o que você ama ou odeia em você mesmo. tel a, você faz a pintura. Escolha as cores e pegue 9. Sua vida, só você decide. A vida dá a tela, os pincéis. Tome para você o comando de sua vida v ida ou alguém o fará. 45
10. Você sempre consegue o que quer. Seu subconsciente determina quais energias, experiências e pessoas você atrai. Assim, o único jeito certeiro de saber o que você quer é ver o que você tem. Não existem vítimas, apenas estudantes. 11. Não existe certo ou errado, mas existem consequências. Dar lição de moral não ajuda. Julgar também não. Apenas faça o melhor que puder. 12. Suas respostas estão dentro de você. Crianças precisam de direção dos outros. Quando amadurecemos, confiamos em nossos corações, onde as leis universais estão escritas. esc ritas. Você sabe mais do que ouviu ou aprendeu. aprend eu. Tudo que você precisa é olhar, prestar atenção, e confiar. 13. Você vai esquecer tudo isso. 14. Mas pode lembrar sempre que quiser. do livro "If Life is a Game, These are the t he Rules" de Rules" de Cherie Carter-Scott
INIMIGOS OCULTOS Sofre de reumatismo, Quem percorre os caminhos tortuosos; Quem se destina d estina aos escombros da tristeza; Quem vive tropeçando no egoísmo. Sofre de artrite, Quem jamais abre mão; Quem sempre aponta os defeitos dos outros; Quem nunca oferece uma rosa. Sofre de bursite, Quem não oferta seu ombro amigo; Quem retesa, permanentemente, os músculos. Quem cuida, excessivamente, das questões alheias. Sofre da coluna, Quem nunca se curva diante da vida; Quem carrega o mundo nas costas; Quem não anda com retidão. Sofre dos rins, Quem tem medo de enfrentar problemas; Quem não filtra seus ideais; Quem não separa o joio do trigo. Sofre de gastrite, Quem vive de paixões avassaladoras; Quem costuma agir na emoção; Quem reage somente com impulsos; Quem sempre chora o leite derramado. d erramado. Sofre de prisão de ventre, Quem aprisiona seus sentidos; Quem detém suas mágoas; Quem endurece em demasia. Sofre dos pulmões, Quem se intoxica de raiva e de ódio; Quem sufoca, permanentemente, os outros; Quem não respira aliviado pelo dever cumprido; Quem não muda de ares; Quem não expele os maus fluidos. Sofre do coração, Quem guarda ressentimentos; Quem vive do passado; Quem não segue as batidas do tempo; Quem não se ama e, portanto, não tem coração para amar alguém. Sofre da garganta; Quem fala mal dos outros; Quem vocifera; Quem não solta o verbo Quem repudia; Quem omite; Quem usa sua espada afiada para ferir outrem; Quem subjuga; Quem reclama o tempo todo; Quem não fala com Deus. 46
Sofre do ouvido, Quem prejulga os atos dos outros; Quem não se escuta; Quem costuma escutar a conversa dos outros; Quem ensurdece ao chamado divino. Sofre dos olhos, Quem não se enxerga; Quem distorce os fatos; Quem não amplia sua visão; Quem vê tudo em duplo sentido; Quem não quer ver. Sofre de distúrbios da mente, Quem mente para si mesmo; Quem não tem o mínimo de lucidez; Quem preza a inconsciência; Quem menospreza a intuição; Quem não vigia seus pensamentos; Quem embota seu canal com a Criação; Quem não se volta para o Universo; Quem vive no mundo da lua; Quem não pensa na vida; v ida; Quem vive sonhando; Quem se ilude; Quem alimenta al imenta a ilusão dos outros; Quem mascara a realidade; Quem não areja a cabeça; Quem tem cabeça de vento. Causa e efeito. Ação e reação. re ação. Tudo está intrinsecamente ligado. Tudo se conecta o tempo todo. E assim ,sucessivamente, passam os anos sem que o ser humano conheça a si mesmo. Somos, certamente, o maior amor das nossas vidas! vid as! Assim como o nosso maior inimigo é aquele que está oculto e que habita, inexoravelmente, no interior de nós mesmos. - MAURICIO SANTINI INTRODUÇÃO À MEDITAÇÃO POR QUE MEDITAR? MEDITAR? INTRODUÇÃO Uma visão da meditação budista através dos d os textos Este é um trabalho de seleção e ordenação de textos de vários autores e mestres budistas por Karma Tenpa Darghye. Os homens são afligidos por sofrimentos, angústias e medos inumeráveis que são incapazes de evitar. A meditação tem por função eliminar esses sofrimentos e essas angústias. Pensamos, geralmente, que felicidades e sofrimentos surgem de circunstancias exteriores. Sempre atarefados, de uma ou de outra maneira, a reorganizar o mundo, tentamos afastar um pouco de sofrimento aqui, acrescentar um pouco de felicidade ali, sem jamais alcançar o resultado desejado. O ponto de vista budista, que também é o ponto de vista da meditação, considera, ao contrario, que felicidades e sofrimentos não dependem fundamentalmente das circunstâncias exteriores, mas da própria mente. Uma atitude de mente positiva engendra a felicidade, uma atitude negativa produz o sofrimento. Como compreender esse engano que nos faz procurar fora aquilo que podemos encontrar dentro? Uma pessoa de rosto limpo e nítido ao se olhar em um espelho vê um rosto limpo e nítido. Aquele cujo rosto e sujo e maculado de lama vê no espelho um rosto sujo e maculado. Em verdade, o reflexo não tem existência; só o rosto existe. Esquecendo o rosto, tomamos seu reflexo por real. A natureza positiva ou negativa de nossa mente se reflete nas aparências exteriores que nossa própria imagem nos envia. A manifestação exterior é uma resposta a qualidade de nosso mundo interior. A felicidade que desejamos não virá da reestruturação do mundo que nos cerca, mas da reforma de nosso mundo interior. 0 indesejável sofrimento só cessará na medida em que não embotarmos nossa mente com todos os tipos de negatividades. Enquanto não reconhecermos que felicidades e sofrimentos tem sua origem em nossa própria mente, enquanto não soubermos distinguir o que, por nossa mente, é proveitoso ou nocivo, e que a deixamos a sua insalubridade ordinária, permanecemos impotentes para estabelecer um estado de felicidade autêntica, impotentes para evitar as contínuas ressurgências do sofrimento. Qualquer que seja nossa esperança, ela é sempre decepcionada. Se, ao descobrirmos no espelho a sujidade de nosso rosto, decidíssemos 47
lavar o espelho, mesmo que esfregássemos fortemente durante anos com sabão e água em abundância, nada aconteceria, nem a mínima sujeira, nem a mínima mancha desapareceria do reflexo. Por falta de orientarmos nossos esforços para o objeto justo, eles permanecem perfeitamente vãos. Eis por que o budismo e a meditação tem por primordial compreender que felicidades e sofrimentos não dependem fundamentalmente do mundo exterior, mas de nossa própria mente. Na falta dessa compreensão, nunca nos voltaríamos para o interior e continuaríamos a investir nossa energia e nossas esperanças numa vã busca exterior. Uma vez adquirida essa compreensão, podemos lavar nosso rosto: o reflexo surgiria limpo no espelho. [...]
OS FRUTOS DA MEDITAÇÃO Num primeiro momento, nossa mente não poderá permanecer estável e em repouso por muito tempo. A perseverança e a regularidade levam, no entanto, a desenvolver progressivamente a calma e a estabilidade. Sentimo-nos também mais a vontade física e interiormente. Por outro lado, o império das circunstâncias exteriores, felizes ou difíceis, atualmente muito forte sobre nós, diminui e ficamos menos submetidos a elas. O aprofundamento de nossa experiência da verdadeira natureza da mente tem por efeito o fato de que o mundo exterior perde sua influência sobre nós e torna-se incapaz de prejudicar-nos. O fruto ultimo da meditação é a obtenção do Perfeito Despertar, o Estado de Buddha. Estamos, então, totalmente libertos do ciclo das existências condicionadas assim como dos sofrimentos que formam seu tecido, ao mesmo tempo que possuímos o poder de ajudar efetivamente o próximo. O caminho da meditação comporta duas fases: a primeira, dita dita shine (sct: samatha) samatha) (pacificação mental), acalmando gradualmente nossa agitação interior; a segunda, dita dita lhaktong (sct: vipassana) (a vipassana) (a visão superior), levando a desenraizar o apego egocêntrico, fundamento do ciclo das existências. A via interior, e só ela, conduz ao Despertar; nenhuma substância, nenhuma invenção exterior possui esse poder.
CONCLUSÃO Engajar-se na via da meditação implica o conhecimento de sua finalidade, os meios utilizados, e os resultados obtidos: Reconhecer que a fonte de todo sofrimento e de toda felicidade é a própria mente e, por consequência, só um trabalho sobre a mente permite eliminar o primeiro e estabelecer a segunda de maneira autêntica e definitiva; Conhecer as condições auxiliares necessárias: o desejo des ejo de meditar, um instrutor qualificado, um local retirado; saber colocar sua mente em meditação: sem seguir os pensamentos do passado ou do futuro, estabelecer estabel ecer no presente sua mente, aberta, calma, lúcida, e fixá-la sobre o objeto de concentração escolhido; Saber quais são os frutos temporários e últimos da meditação: a serenidade, a liberdade l iberdade em face das circunstâncias, e, enfim, o Estado de Buddha. [...]
TRÊS MÉTODOS DE MEDITAÇÃO O Buddha ensinou 84.000 diferentes maneiras para domar d omar e pacificar as emoções negativas, e no budismo há incontáveis métodos de meditação. Encontrei três técnicas de meditação que são particularmente eficazes no mundo moderno, e que todos podem usar e se beneficiar. São elas: el as: "observar" a respiração, usar um objeto e recitar um mantra.
1. Observar a respiração respiração O primeiro método é muito antigo e o encontramos em todas as escolas es colas do budismo. Trata-se de pousar sua atenção, leve e atentamente, na respiração. (...) 48
Assim, quando você for meditar, respire naturalmente, como sempre faz. Ponha sua atenção de leve na respiração. Quando põe o ar para fora, flua com sua expiração. Cada vez que expira, está soltando e se libertando da sua avidez. Imagine sua respiração se dissolvendo na vastidão da verdade, vastidão que tudo abrange. A cada vez que expira o ar e antes de inspirá-lo de novo, perceberá um intervalo natural, à medida que a avidez se dissolve. Descanse nesse intervalo, nesse espaço aberto. E quando naturalmente inspirar, não se fixe no ar que entra, mas m as siga repousando sua mente no intervalo que se abriu ali. Quando você está praticando, é importante não se deixar envolver em comentários mentais, em análises ou no falatório interno. Não tome os rápidos r ápidos comentários de sua própria mente ("estou inspirando, e agora estou expirando") como sendo sua verdadeira atenção. O importante é a pura presença. (...) Algumas pessoas, no entanto, não relaxam e não se sentem à vontade com a observação da respiração; acham isso quase claustrofóbico. cl austrofóbico. Para elas a próxima técnica pode ser mais proveitosa.
2. Usando um objeto Um segundo método que muita gente pode achar útil consiste em delicadamente descansar a mente num objeto. Você pode usar um objeto de beleza natural que lhe traga alguma inspiração especial, como uma flor ou alguma coisa de cristal. Mas algo que personifique a verdade, como uma imagem do Buddha, de Cristo ou particularmente do seu mestre, é mais m ais poderoso. Seu mestre é seu elo vivo com a verdade; e devido à sua conexão pessoal com ele, só olhar seu rosto já liga l iga você à inspiração e à verdade de sua própria natureza. (...)
3.Recitação de um mantra Uma terceira técnica, muito usada no budismo tibetano (e também no sufismo, no cristianismo ortodoxo e no hinduísmo) é unir a mente com o som de um mantra. A definição de mantra é "aquilo que protege a mente". Aquilo que protege a mente da negatividade, ou que protege você de sua s ua própria mente, chama-se mantra. Quando você está nervoso, desorientado ou emocionalmente frágil, cantar ou recitar um mantra de forma inspirada pode mudar por completo o estado de sua mente, transformando sua energia e atmosfera. Como isso é possível? O mantra é a essência es sência do som, a materialização da verdade na forma de som. Cada sílaba está imbuída de força espiritual, condensa uma verdade espiritual e vibra com a bênção da fala dos Buddhas. Diz-se também que a mente cavalga na energia sutil da respiração, o prana, que se move pelos canais sutis do corpo e os purifica. Assim, quando você canta um mantra, recarrega a sua respiração e energia com a energia desse mantra, trabalhando assim diretamente sobre sua mente e seu corpo sutil. O mantra que recomendo aos meus estudantes é OM AH HUM VAJRA GURU PADMA SIDDHI HUM (ou como dizem os tibetanos: OM AH HUM BENZA GURU PEMA SIDDHI HUNG), que é o mantra de Padmasambhava, o mantra de todos os buddhas, mestres e seres realizados e por isso único em seu poder para a paz, a cura, a transformação e a proteção nesta época violenta e caótica. Recite-o com tranqüilidade, com profunda atenção, e deixe sua respiração, o mantra e sua consciência lentamente tornarem-se um. Ou cante-o de modo inspirado, e descanse no silêncio profundo que às vezes se segue à ele.
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Os signos e a dança: ÁRIES-CANDELABRO Energia e dinamismo são as principais características deste signo, s igno, perfeitamente compatíveis com seu elemento regente: o fogo. Arianas têm predileção especial es pecial pelo desafio. Dançar com chamas sobre a cabeça, e preferencialmente preferenc ialmente com sapatos altíssimos, é um atrativo perfeito. Neste caso prefira velas vermelhas. TOURO-PÉTALAS Signo extremamente feminino. Obstinado e regido por Vênus, deusa do amor. A taurina encanta a todos exteriorizando a emoção necessária para essa e ssa doce apresentação. Prefira pétalas cor de rosa, representando amor e romance, que devem ser ajeitadas numa bela cesta enfeitada com fitas em tons pastéis. GÊMEOS-DERBAK Signo da comunicação. Além de muito carismática, a geminiana não se adapta à rotina. Em um solo de derbak pode abusar do que mais aprecia: a improvisação. Gêmeos possuem grande dose de energia e muito “gás pra gastar”. Impressiona pela disposição. O ideal é roupa leve evidenciando os movimentos. m ovimentos. CÂNCER-SNUJS Sensibilidade talvez seja a melhor palavra para definir a canceriana. Muito intuitiva e sentimental, tem facilidade em desenvolver belíssimos toques durante a dança. Músicas cadenciadas que permitem variação de toques são as mais adequadas. Prefira snujs prateados em homenagem à Lua, seu planeta regente. LEÃO-ESPADA Nenhuma outra dança pode expressar tão bem as características predominantes neste signo: valentia e determinação. A técnica necessária nessa dança ainda evidencia a perícia da bailarina enaltecendo a vaidade leonina. A espada representa força e poder. Roupas extravagantes são ideais para diferenciá-la. VIRGEM-ICENSÁRIO Difícil encontra outro signo tão organizado. Traçam Traçam objetivos com cuidado e os cumpre. A virginiana sabe calcular prioridades. O incensário era sabidamente empregado por sacerdotisas iniciando rituais em templos sagrados. Símbolo de limpeza astral é perfeito quando unido à intuição virginiana. LIBRA-7 VÉUS Suavidade: palavra que define bem, não apenas essa dança, mas a essência es sência libriana. A delicadeza e sensualidade das nascidas sobre a influência de Vênus equilibram-se perfeitamente com a leveza dos véus, contribuindo para uma performance harmoniosa em que a bailarina e os véus fundem-se em apenas um elemento: ar. ESCORPIÃO-SERPENTE Independente, a nativa deste signo é conhecida pelo olhar penetrante e magnetismo pessoal. Símbolo da sensualidade adequasse perfeitamente à dança, realizada por movimentos lentos, sinuosos e hipnóticos, os quais ativam a energia khundalini. Macacões colados ou saias justas, compatíveis com o signo e a dança. d ança. SAGITARIO-PANDEIRO Vitalidade e energia são as melhores definições para as sagitarianas, que parecem celebrar diariamente a vida. Essa é a dança do agradecimento pelas dádivas 50
recebidas da natureza e dos deuses. Roupas simples, pois o mais importante é o sentimento exteriorizado na dança. Amarre fitas coloridas no pandeiro.
CAPRICÓRNIO-BASTÃO Responsabilidade e confiança são qualidades da capricorniana, sinônimo de dedicação ao trabalho, como as antigas pastoras que só dançavam a noite usando seus cajados. Os movimentos destacam batidas firmes no solo, ressaltando a terra, seu elemento regente, representando “os pés no chão”. Vestidos elegantes são perfeitos para ela. AQUÁRIO-PUNHAL Quem mais pode representar os ideais de liberdade? Aquário luta por igualdade e um mundo melhor. Nessa dança, especialmente sensual, o punhal se faz presente para lembrar a força e a astúcia feminina. Avançada, aquariana fica bem usando bombachas, provando que nem sempre a saia é necessária nece ssária para mostrar sensualidade. PEIXES-JARRO Dança que exprime a importância da mulher e da água: símbolos da vida. A história contada durante essa apresentação é como a pisciana: romântica e doce. Movimentos de aguadeira do deserto são carinhosos e alegres porque ela sabe da importância do seu trabalho. Use purpurina prata ou azul dentro do jarro.
9*Aperfeiçoamento da bailarina Ritmos É fundamental a bailarina conhecer os ritmos árabes e os diferentes tipos danças, que poderão estar sendo utilizados com os ritmos. Se for usado um ritmo de dança Saaidi, por exemplo, a bailarina deve demonstrar sua desenvoltura com passos específicos deste folclore. Instrumentos:
Já foi dito que os ritmos árabes são em número acima de 600, mas os mais usados, usad os, os mais comuns de serem encontrados em uma música árabe são os apresentados abaixo.Vamos ver alguns ritmos:
1) Baladi Baladi – Baladi – Significa Significa “minha terra" ou “meu país”. É um ritmo 4/4 bastante comum. Possui muitas variações, e algumas, nomenclaturas diferentes, é sem s em dúvida o mais conhecido e mais utilizado ritmo para a dança do ventre. Este é um ritmo inserido no grupo dos derivados deriv ados do Maksoum. Maksoum simples é à base de muitos ritmos e especialmente importante na música egípcia. Se você v ocê escuta música oriental com acompanhamento de percussão, certamente reconhece o tradicional DTTD-D do Maksoum. O Baladi é uma versão folclórica do significado da terra, do campo c ampo e envolve no Egito um pouco de regionalismo Maksoum, caracterizado pelos familiares dois dums que lideram a frase. A palavra Baladi significa meu povo, povo , pode representar a terra natal e tudo o que tenha origem popular. Este ritmo é muito típico e o mais executado pelos músicos e cantores pop, principalmente no Egito, já que possui forte apelo comercial. 51
Sempre seus acentos devem ser muito bem representados durante a dança. O Dum duplo tende a submergir quando há acompanhamento melódico por isso, às vezes, pode não ser ouvido de imediato, então utiliza-se como base, uma versão simples de Maksoum. Existem inúmeras variações do Baladi; e algumas possuem seu próprio nome, como por exemplo o Masmoudi Saghir (Masmoudi "pela metade"). Alguns músicos afirmam que o Baladi é, na verdade, uma versão folclórica do Maksoum. M aksoum. DUM DUM ESS TAC DUM ESS TAC ESS
2) Wahd Wo Noss Significa em português 1 e ½ (um e meio). O ritmo ritm o recebe este nome por possuir um acento e meio no começo da frase. Entre suas s uas marcações, entre as batidas, há espaço para preenchimento. No meio e ao final, que é utilizado pelo músico de forma criativa e inusitada. Compasso 8/4, a metade dele é muito usada nas músicas clássicas também, sendo denominado de "Wahd". Wahd serve para quebrar uma um a evolução, dando uma sensação de queda de andamento. and amento. O Wahd, como é a metade do Wahd Wo Noss, contém 4 tempos por compasso. Wahda significa "um" e corresponde ao primeiro Dum do compasso. Tem sua origem na Líbia. Ele lembra o caminhar de um camelo no deserto. Popularizado como o ritmo para a dança da serpente, onde a bailarina deve mover seu corpo como se fosse uma cobra. Os braços são a prioridade de d e movimento neste ritmo lento e cadenciado, de origem antiga. Wahd Wo Noss é usado não só em músicas clássicas, como também em taqsims (improvisações melódicas). Aparece com frequência no início de um solo de derbake proporcionando um começo lento e envolvente para o que vem a seguir. Os acentos fortes estão es tão nos tempos um, cinco, seis e sete do compasso, sendo send o que o tempo três é uma pausa. Deve-se Deve -se evitar seguir somente os acentos do d o ritmo para não apagar o solo do instrumento melódico. Ele sim que deve ser s er seguido e evidenciado. O ritmo turco e grego Tschifftitilli, corresponde ao Wahd Wo Noss egípcio, egí pcio, mas possui certa variação. DTKKTDKKTKK
3) Tschifftitilli Ritmo 8/4, que é executado lentamente (comparando-o ao Baladi, por exemplo). Em essência, também como outros é similar ao Maksoum. Originou-se provavelmente na Grécia ou na Turquia. Além de ser utilizado na Raks Sharky, também é comum na Turquia e nos países árabes como dança de casais.Alguns casais.Al guns consideram como o Wahd Wo Noss, usualmente é tocado de forma form a lenta e moderada preferencialmente mantendo espaços entre as batidas.Os derbakistas de rbakistas apreciam completá-lo com improvisações inesperadas e criativas. É usado para acompanhar o Taqsim, improvisação melódica de um instrumento solo. DUM ESS ESS ESS TAC ESS TAC ESS DUM ESS ESS ESS TAC ESS ESS ESS
4) Zaffe Ritmo 4/4 egípcio é específico para casamento. Em especial, é a despedida des pedida da noiva da casa dos pais e a entrada dela numa vida nova. É tocado não só pelo derbake, mas também pelo daff e principalmente pelo mazhar. Quando a noiva se despede da d a casa dos pais, na noite do casamento (apenas nesta noite, não no noivado, não no pedido, não em outra ocasião), ela vai passar pela casa da mãe e os amigos vão juntos. Existe uma música que se chama "Do'u El Mazhar", a tradução seria s eria "Que toquem os Mazhars", porque diversas pessoas vão a pé, caminhando junto com a noiva e passam 52
pela casa dela porque ela vai entrar numa vida nova.Este ritual significa que ela possa deixar para trás na noite do d o casamento qualquer sentimento que possa incomodar, os maus-olhados; é como se fosse um ritual de boa-sorte. É costume também apenas no Egito, que a noiva e o noivo na noite anterior ao casamento, tenham as mãos e os pés tatuados com henna, como se eles fossem entrar nessa vida nova com as mãos e os pés novos. Como se fossem dividir divid ir alma numa nova vida.Essa procissão, essa passagem tem que ser feita a pé.Vale a pena dar uma olhada no vídeo da Fifi Abdo, onde há uma representação repres entação do Zaffe. DSSSS D SS TK
5) Fallahi Típico para folclore. Se traduzirmos para o português, significa "caipira". A palavra Fallahi representa algo criado por um Fallahin - camponeses egípcios, que utilizavam este ritmo 2/4 nas suas canções de celebração que estão particularmente conectadas às épocas da colheita. Geralmente é tocado duas vezes mais rápido que o Maksoum. No Egito os homens dançavam o "Saaid", um ritmo especial para eles e as mulheres tinham o "Fallahi". Esse ritmo vem do interior do Egito e antigamente, e até hoje, em algumas regiões as mulheres vinham buscar água com um jarro sobre as cabeças e em grupo. Trabalhar, buscar água longe, trazer ou lavar roupas na beira do rio. E para passar o tempo, para se cansar menos, elas tinham canções e dançavam ao ritmo fallahi. É comum encontrarmos este ritmo na dança do jarro, na dança "Ghawazzi", que é a dança Cigana Egípcia e em todas as danças típicas do interior, danças caipiras do Egito. Ele é um ritmo onde podemos encaixar passos que tenham duas partes só, porque ele é constante e muito acelerado. É necessário que a bailarina desenvolva precisão e agilidade sem colocar força nos movimentos. DKTKDKSK
6) Karachi Ritmo 2/4, significa "rolar". É um ritmo rápido, amplamente utilizado no Egito e no norte da África, apesar de não ser um ritmo egípcio. É fácil perceber que ele não pertence à música egípcia, porque o início de seu compasso não é marcado por Dum (uma batida grave), mas por Tack (uma batida aguda). Este não é um ritmo comum. Bom para deslocamentos. Mais comum em entradas e saídas de palco. É curto e constante. TAC ESS TAC DUM 7) Malfouf Ritmo 2/4 egípcio bastante utilizado na Dança do Ventre, sobretudo nas entradas e ntradas e saídas do palco, porque fornece uma conexão com os fluxos dos movimentos. O ritmo Malfouf também é chamado de "Laff" no Egito e significa signi fica "algo embrulhado, enrolado". Seus acentos nos Tácks dão um sabor especial. É muito similar ao nosso baião. Usado também em alguns folclores árabes e danças específicas, como por exemplo, o "MeleaLaff", a dança do lenço enrolado, típica egípcia e também tamb ém "Raks El Shamadã", a dança do candelabro. Na primeira dança citada ele é mais acelerado e na segunda ele é mais calmo. Malfouf é comum também no acompanhamento acompanhamento nas danças de grupo e coreografias modernas ou tradicionais. Durante espetáculos de dança do ventre é utilizado como "ponte" de movimento, ou seja, faz a passagem de d e uma situação cênica para outra. Para o estudo você pode desenvolver desenv olver uma versatilidade de deslocamentos com a 53
utilização do Malfouf. DUM ESS TAC ESS TAC
8) Maksoum Compasso 4/4, é um ritmo muito forte, no que se refere ao sentimento de animação. É considerado uma forma mais acelerada do ritmo baladi. Maksoum significa "cortado ao meio", alguma coisa que foi partida pela metade, isto deve-se d eve-se provavelmente ao seu acento forte no contratempo entre o tempo um e dois. Sua diferença em relação ao ritmo Baladi é que o Maksoum principia-se com um Dum enquanto o Baladi, com dois Duns. É amplamente utilizado na música moderna egípcia. Possui duas variações, uma rápida (normal) e uma lenta. Se tocado t ocado da forma mais lenta, torna-se uma variação de Masmoudi. O Baladi e o Maksoum são os ritmos básicos da música mús ica árabe. DUM TAC ESS TAC DUM ESS E SS TAC ESS
9) Masmoudi Ritmo 8/4, teve sua origem na Andaluzia. Significa "algo que está suportado por um pila r, como uma estátua ou algo semelhante". É muito usado em músicas clássicas, para trazer à tona diferentes nuances. O Masmoudi é muito similar ao Baladi, só que realizado diminuindo o andamento do compasso, transformando o tempo de quatro, para oito. Possui duas partes, cada uma com 4 tempos. Às vezes a primeira frase tem duas batidas condutoras. Esta versão com dois Duns iniciais chama-se Masmoudi Masm oudi Kebir (Kebir = o grande) é também chamado "Masmoudi Guerreando", devido à sua cadência agressiva, supõe-se que ela el a soa como um homem e uma mulher discutindo. Ele se distingue do Masmoudi Saghir, que é outra versão com três duns. d uns. É usualmente chamada "Masmoudi Caminhando". Esta é muito comum na música para dança e é usada para intensificar a percussão criando um momento mom ento especial na apresentação, enriquecendo a mesma. DUM DUM ESS TAC ESS TAC DUM ESS E SS TAC ESS TAC ESS
10) Saaid Traduzido diretamente para o português significa feliz, é um ritmo árabe bastante popular executado em ocasiões festivas. Na essência, Saaid é um Maksoum com sabor diferente. d iferente. Muito popular no alto Egito, é o reverso do Baladi. Os dois Duns que iniciam o Baladi, aqui são encontrados no centro do compasso. Usualmente tocado de forma acelerada, possui acentos fortes, com sobreposições de graves por todo o compasso. Algumas vezes, o Saaid é tocado com uma antecipação do primeiro tempo, o que lhe dá uma característica mais quebrada e rica. Ritmo 4/4, originário de El Saaid, no Alto Egito, era chamada originalmente Raks Al Assaya ou Dança da Bengala, dançada d ançada por mulheres e é uma versão suave e muito mais delicada que a dos homens. Tradicionalmente usado para "Tahtib", uma dança marcial m arcial masculina, na qual os homens simulam lutar com longos bastões que fazem às vezes de uma arma. Seus movimentos são fortes, ágeis, marcados por saltos, giros e batidas de bastões. DUM TAC ESS DUM DUM ESS TAC ESS 11) Samaai É um ritmo muito complexo. Vem da estrutura antiga de música m úsica árabe. A palavra "Samaai" significa "escutar". É uma música montada em cima de uma métrica poética específica, com um ritmo específico 54
e feita para o deleite. Uma música para ser apreciada e não necessariamente dançada. Ritmo amplamente utilizado na música clássica egípcia e na música sufi turca. Possui uma sequência de três partes: uma com 3 tempos, uma com 4 tempos e uma com 3 tempos. Juntas, compõem um ritmo 10/8 utilizado nas composições c omposições chamadas Samaaiat. Pode aparecer dentro de uma música para dança, mas ela não é tão comum assim. Se essa música for feita para ser apreciada, ela exige de certa c erta forma, todo um respeito e uma contemplação. Se esse ritmo aparecer numa música para dança, é esperado es perado da bailarina que ela possa reproduzir no próprio corpo a suavidade e a delicadeza que este es te ritmo imprime. E de certa forma, só mesmo acostumando nossos ouvidos ouv idos escutando as peças mais antigas, poderíamos estar sintonizando melhor este significado. É o ritmo típico do "Moash'ras" ou andalucia, que é a música que nasceu no sul s ul da Espanha, na época em que os árabes migraram para lá e ficaram por um tempo. Uma música rica, delicada e encantadora. DTKTKTK STKTKDKDKSTKTKTK
12) Soudi Aadany ou Soudi, significa "aquilo que é da Arábia Saudita" ou "que vem do Golfo" e é um ritmo 2/4. Especial para dança conhecida como "Raks El Nash'at" ou dança Khalige. Essa é uma dança tradicional originária do Golfo Pérsico, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes. Os movimentos desta dança são marcados nos contratempos, feitos pelo "Merwas" (pandeiro do Yemen). A Tabla ou Derbake, quando tocada sem esse acompanhamento resulta em algo empobrecido e até mesmo descaracterizando a intenção "para cima", que se sente ao ouvir os acentos fora do pulso do compasso.Em festas femininas e casamentos é comum que as mulheres coloquem o tradicional vestido khalige por cima de sua roupa de festa e dancem d ancem sempre. São festas fechadas e familiares. Os países onde este ritmo é mais m ais conhecido são: Kuwait, Katar, Arábia Saudita e Emirados Árabes. No oriente, é chamada dança dos desertos, d esertos, já que os nômades são os dançarinos tradicionais. As mulheres vestidas com suas s uas longas túnicas de corte geométrico e ricamente bordadas, dançam de forma bastante sensual movendo a cabeça, mexendo os cabelos e marcando o ritmo com os pés. Nos shows tradicionais fora de seu país de origem, às vezes a bailarina para homenagear alguém da plateia que provém de um destes países, insere uma pequena demonstração de khalige em sua apresentação, o que faz a alegria dos turistas. DUM ESS DUM ESS TAC TAC ESS
13) Taqsim É uma improvisação que não possui ritmo ou estrutura definidos. Pode representar re presentar o solo de um determinado instrumentista dentro de uma composição, ou mesmo constituir a própria composição. É tocado sem instrumentos de percussão e frequentemente por um só instrumento que pode ser a flauta, o alaúde ou o acordeão. Tradicionalmente, é utilizado para fazer a parte lenta de uma música. O músico está livre l ivre para fazer o que quiser, favorecendo um momento especial de expressão pessoal. 14) Ayubi É um ritmo 2/4 simples e rápido, usado para acelerar (ou "aquecer") uma performance. perfor mance. Ele se encaixa bem com outros ritmos e geralmente é utilizado para "acentuar" outro ritmo. Não é executado durante tempos muito longos, pois torna-se monótono. m onótono. É bem parecido com o ritmo Soudi. 55
Comum e claro, é tocado no oriente desde a Turquia até o Egito. Lento para a dança tribal do norte da África, chamada "Zaar", que é realizada para afastar maus espíritos. São feitas oferendas de caças, c aças, carneiros, cabras, novilhos ou camelos jovens, num tipo de ritual. No Marrocos, numa versão mais acelerada, é presente no folclore e é tocado num compasso de 6 tempos. O som dele, dizem alguns, ilustra em forma de música o andar dos cavalos no deserto. Existe uma dança típica beduína que pode ser apreciada no Egito, onde um homem monta sem cela um cavalo árabe e comanda os movimentos do animal com seus pés. A música tem como base rítmica o Ayubi e a melodia desenhada por mizmar (flauta). Tudo permeado de improviso. Quando tocado com dois Duns, chama-se "Bayou". Na dança, Ayubi aparece em momentos de transição na música m úsica e você necessita usar de criatividade, pois ele por si só é linear e não provoca inspiração gratuita. Atualmente este ritmo é executado dentro de espetáculos e spetáculos de dança, mas sem o objetivo ritualístico. DUM ESS DUM TAC
15) Vals Ritmo 3/4 utilizado na música oriental e também na música ocidental, conectado à própria valsa. Transmite uma influência, mas de certa forma interrompida por sua contagem de tempo em número ímpar. Encontrado especialmente nas músicas clássicas egípcias. O acento principal encontra-se no primeiro tempo do compasso. c ompasso. É uma das maiores provas do povo árabe, mas não veio v eio do árabe. É um ritmo ocidental. D TKTK D 16) Hatcha É um ritmo mais lento e que não veio do Egito. É originário da Síria e Líbano. É muito envolvente. TK T T TK T D TK T T TK T D
17) Fox É essencialmente uma marcha, provavelmente criada por influências de músicas ocidentais. Usada em composições modernas no Egito. Não é um ritmo tradicional. É constante e acelerado. O deslocamento se mantém. DSDSDSDS 18) Jabalee Basicamente folclórico, os jabalees são pessoas muito simples, que moram nas montanhas do Líbano. Dança de roda usado muito nos países árabes, para comemorar um casamento ou algum acontecimento de muita alegria. DDDTD
19) Aksak Compasso 16/4, este ritmo foi documentado no Touma's - a música dos d os árabes. É assimétrico e dá um sentimento de parada ou vacilação. v acilação. O termo Aksak, foi usado pelos músicos turcos, para descrever a grande gr ande variedade de ritmos registrados nos grupos dois e três. Usado na música grega com pausas longas e curtas. DDDTKTD SSDTKT D TK DDDTKTDSSDTKT DTK
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20) Bamby Ritmo 4/4, tem um sentido de "chamada" ou preparação para algo que está por vir, devido aos seus três Duns pausados iniciais. DDDTKTKT
21) Konga Compasso 4/4, é um ritmo bastante envolvente, por ter um breque deslocado após o terceiro tempo. Por esta razão é muito empregado nas músicas árabes quando busca-se busc a-se dar na composição um teor forte e marcante. DTKSTKD STKT 22) Hagallah ou Hajallah Compasso 4/4, este ritmo é a metade do Masmoudi Kebir. A letra "g" é empregada no Egito e o "j" no Líbano e Síria, é como um sotaque. O Hagallah também designa uma sequência composta por Setrak (um percussionista muito famoso no Oriente). Este seu solo foi copiado por diferentes tablistas e é usado até hoje. Consiste numa introdução com Malfouf ou Laff, em três compassos, como uma pergunta e no quarto compasso há uma resposta de Dum Dum Tack. Em seguida, entra o próprio Hagallah, três compassos novamente e a resposta Dum Dum Tack no quarto compasso. com passo. Posteriormente é feito um ritmo mais lento, similar ao Wahd de 4 tempos, tem pos, ainda com as respostas no quarto compasso já mencionadas. Esta sequência, é uma excelente introdução para solo de tabla, pois o diálogo dos ritmos com perguntas e respostas é rapidamente capitado pela dançarina. 23) Samba Compasso 4/4, é um ritmo usado especialmente nos solos de derbake. der bake. O Samba tem justamente uma pitada do nosso ritmo, fornecendo alegria alegria e brasilidade, através das marcações no contratempo entre o tempo um e o dois. T T T T T TT
24) Rumba Seu estilo nos remete à Espanha. É um ritmo 4/4 e pode fornecer uma impressão de que seja um compasso de 3/4.Há um outro ritmo denominado Bolero, que é uma versão mais lenta da Rumba, utilizado em músicas como "Mirselu" e "Erev Sehl Schoshanim". A Rumba, inicia-se pelo quarto tempo do compasso e isto é responsável por sua graciosidade. DTKTKTK D
25) Karsilama Compasso 9/8, significa "frente a frente" em turco. Sua formação é de três compassos de dois d ois tempos e um de três. D K T K T K KDKT KT K T 26) Rush Floreado utilizado pelo percussionista, que cria um grande impacto na audiência. Não possui acento pré-determinado nem contagem. Os dedos passeiam com rapidez assombrosa no derbake, criando a sensação de vibração v ibração sonora. As flutuações de aceleração são totalmente improvisadas; a bailarina bail arina e o músico devem estar perfeitamente entrosados. Para o expectador, o instrumento leva a música para dentro d entro de seus ouvidos e o corpo 57
da bailarina deverá ser a tradução exata das impressões sonoras recebidas. Fontes * Libanoshow - O seu portal da Cultura Árabe * Dança do Ventre - Ciência e Arte - Patrícia Bencardini * Dança do Ventre - Dança do Coração - Merit Aton * A Arte da Dança do Ventre - Ritmos 1 e 2 - Lulu Sabongi * Percussionista árabe Marco Hajjar
Dança Folclórica/ Dança Popular Cada povo desenvolve sua dança baseada nas suas rotinas diárias ou em suas raízes ancestrais. Essas danças são contempladas em festas populares, para que assim seu povo possa reverenciar e agradecer aos "deuses" ou simplesmente comemorar acontecimentos gerais, como casamentos, aniversário, etc. Conhecer e estudar essas danças típicas é essencial para o desenvolvimento e aprimoramento da bailarina de dança oriental, até bailarinas de dança tribal tem que ter em seu currículo o estudos das dança folclóricas árabes.
Dança Folclórica É uma forma de dança social que se desenvolveu como parte dos costumes e tradições de um povo e são transmitidas de geração em geração. Muitas danças exigem pares, outras são executadas em roda, às vezes se colocam em fileiras. Embora as danças folclóricas sejam preservadas pela repetição, vão mudando com o tempo, mas os passos básicos e a música assemelhem-se ao estilo original. Todos os países têm algum tipo de dança folclórica e a maioria pertence apenas a sua nação, como por exemplo: a tarantela, italiana, o drmes, croata ou o krakowiak, polonês e o frevo brasileiro. Algumas são executadas em ocasiões especiais, como a polca de Natal sueca, a hayivka, dança da Páscoa ucraniana, a hochzeitstanz, dança austríaca de casamento e o reisado brasileiro, que festeja a véspera do dia de Reis. É fundamental entender e reconhecer as características dos diversos estilos e ritmos da música árabe, para acompanhar as suas constantes alternâncias, e poder aplicá-los aos movimentos e números específicos. Algumas dançarinas apresentam-se ao som de músicas de ritmos contemporâneos, com alguma influência rítmica da dança oriental, criando performances inovadoras.
Andaluz Conhecida também como dança dos palácios. Surgiu na província de Kadiz, Andaluzia (Espanha), dando origem ao flamenco. Nessa dança são utilizados alguns elementos do ballet clássico. Sendo que o ritmo e a vestimenta são específicos para dança. Khaleege Dança típica típica da região do Golfo Pérsico. Tem um ritmo específico chamado “soudi”. A roupa típica para esta dança é o vestido khaleege (vestido todo bordado). Rica em símbolos, os quais poucas pessoas têm acesso. Dança Núbia Antigamente os núbios (habitantes da Núbia) dançavam danças guerreiras usando lanças e punhais. Normalmente dançam em filas ou em pares; quando em fila, os homens se separam das mulheres e ao final os dois grupos se juntam formando um só grupo. Os instrumentos utilizados na música Nubia tradicional são a tambura, o bendir e as palmas, que possuem um papel importantíssimo. 58
Guedra É uma dança típica do Nilo Azul, originária no Marrocos que se estende pelo Egito. Nesta dança sinos são tocados por mulheres cobertas por um véu negro. O ritmo é mantido por uma guedra ou pote como um pequeno tambor. Os espectadores entoam cânticos como lamentos e dançarina despe-se dos véus e desfalece como se estivesse em transe. É uma dança de agradecimentos agr adecimentos as colheitas. 1 Dabke É executada por homens mulheres e crianças. É muito popular entre os árabes. Dabke quer dizer: bater no chão com o pé. Era o que acontecia na época dos fenícios, que para confeccionar telhados, os trabalhadores batiam com os pés na argila para amassá-la, acompanhados de tambores. Dessa forma, construíam os telhados de sua aldeia ao som forte dos tambores. Por ser o dabke uma dança muito alegre e contagiante, é possível dançá-la seguidamente por horas sem sentir qualquer cansaço.
Dança da Bengala De origem egípcia, dançada nas dinastias de poder por sacerdotisas. Representavam o poder dos deuses, executando posições sagradas. As músicas desta dança seguem uma linha egípcia, alegre e com batidas específicas (ritmo saaidi). Dança do Bastão Tem sua origem em aldeias, quando os pastores dançavam com alegria depois do trabalho. Aos poucos, o bastão que simbolizava virilidade, foi se tornando parte do repertório feminino, simbolizando o papel da mulher dentro da sociedade. Esta dança transmite força, beleza, domínio e sensualidade. As músicas são específicas folclóricas. Dança das Flores Era realizada pelos fazendeiros egípcios, na época da primavera. Quando os camponeses iam para o trabalho árduo, para amenizá-lo cantavam e dançavam ao mesmo tempo em que colhiam as flores. Dança do Jarro É também conhecida como dança do Rio Nilo. As bailarinas, quando a executam, representam e interpretam a rotina das beduínas, que caminhavam de sua tenda até o oásis, onde descansavam, conversavam com as outras mulheres da tribo, refrescavam-se com a água do rio, pegavam um pouco da água em seus jarros e retornavam a sua tenda. A vestimenta nesta dança mostra apenas os olhos, o corpo todo é coberto e é colocado um véu preso ao rosto (assim como as beduínas). É necessário habilidade, equilíbrio e boa expressão facial. O Zaar É uma dança de êxtase, praticada no norte da África e no Oriente Médio, não aceita pelo Islamismo. Ele é melhor descrito como sendo uma "cerimônia de cura", na qual utiliza-se percussão e dança. Funciona também como uma forma de compartilhar conhecimento e solidariedade entre as mulheres destas culturas patriarcais. No Zaar, a maior parte dos líderes e dos participantes são mulheres. Muitos estudiosos têm notado que, embora a maioria dos espíritos transmissores sejam masculinos, as "receptoras" geralmente são mulheres. Isto não significa que os homens não participem das cerimônias Zaar; ele podem ajudar na percussão, no sacrifício de animais, ou fazer as oferendas. De fato, em algumas culturas praticantes do Zaar, são observadas tendências em se inserir uma participação masculina maior, nas quais ele, mais do que 59
cooperador, busca tornar-se o líder. Atualmente ocorre uma proliferação de grupos de culto no Sudão, além de uma diversificação nos tipos de Zaar.
Dança da serpente Por ser um animal considerado sagrado e símbolo da sabedoria, antigamente as sacerdotisas dançavam com uma serpente de metal (muitas vezes de ouro). Atualmente vê-se algumas bailarinas dançando com cobra de verdade, mas isto deve ser visto apenas como um show de variedades, já que nem nos primórdios da dança o animal era utilizado. Justamente por ser considerada sagrada, a serpente era apenas representada por adornos utilizados pelas bailarinas e pelo movimento de seu corpo.
Dança com snujs Pequenos címbalos de metal, os snujs eram usados pelas sacerdotisas para energizar, trazer vibrações positivas e retirar os maus fluidos do ambiente, além de servir para acompanhar o ritmo da música.
Dança do punhal A dança do punhal tem sua origem a Turquia, mas precisamente os ciganos. Em 1700 e 1800, as mulheres russas e italianas eram raptadas pelos ciganos por serem mulheres muito vistosas e bonitas, e por isso eram disputadas pelos homens para que posteriormente fossem desposadas pelos mesmos. E depois de cada disputa o punhal era enterrado na terra para descarregar as energias negativas de quem o empunhasse. As ciganas usavam esse ritual para disputar os seus pretendentes, o punhal indicava a disponibilidade da dançarina perante o homem desejado. Cada gesto usado com o punhal tem uma simbologia própria. Esta dança trabalha o espírito da luta pessoal e a aceitação dos desafios que a vida nos oferece. Quase nada se sabe sobre sua origem, mas alguns acreditam que, para os egípcios, era uma homenagem à Deusa Selkis, que simbolizava a morte e a transformação. Numa outra versão, essa dança era realizada pela odalisca predileta dos Sultão. Para mostrar seu poder às outras mulheres do Harém, ela tomava do Sultão seu punhal e dançava diante de todos. Com isso, ficava provado que ele tinha total confiança nela, entretanto, não há comprovação histórica da veracidade dos fatos acima citados. Coreografia Em se tratando da versão mais antiga, das mulheres da Turquia, a coreografia deve ser fiel ao contexto que se seguia...mulheres aprisionadas, vendidas, sequestradas. Você terá que se sentir naquela época, lutando por sua liberdade, sua integridade física, pede assim uma coreografia forte, mas sem deixar de ser feminina. Já na versão mais contemporânea, a coreografia somente obedece ao sentimento da bailarina, a sua interpretação, o Punhal como acessório, contundente, ao que ela quer demonstrar. Se colocar o Punhal na cintura demonstra sedução, na Boca demonstra desafio... e por assim vai se desenrolando a coreografia. Se você optar por sua música cantada, traduza-a, sinta sua mensagem e coreografe-a, dance-a com seu punhal tentando mostrar ao público a tradução daquela música...sem palavras...só pela emoção de sua dança. 60
O ritmo pode ser lento como uma despedida que corta e apunhala o coração(Punhal Moderno), ou ser uma música Yallabina pra se executar em dupla um desafio, ou uma música com Derbake com a intenção de sedução nesse caso, seu Punhal entra no Quadril. A vestimenta da versão Turca consiste em um vestido de pano cru, ou de pano simples, branco, cores neutras em geral, na cintura um pano vermelho acentuando a cintura, pode ser uma faixa tingida de vermelho, trabalhada de rendas vermelhas, ou só um cetim vermelho. Cabelos soltos com um lenço amarrando estrategicamente suas cabeças, ou cabelos em tranças longas, muito longas. Já a segunda versão mais contemporânea, a roupa pode ser a convencional de dança do ventre, ou vestidos de Said, ou Vestidos estilizados(eu prefiro), com cabelos soltos, também, um véu, e seu punhal Essa dança era uma reverência à deusa Selkis, a rainha dos escorpiões e representa a morte, a transformação e o sexo.
Dança do candelabro, do fogo e da vela. Este tipo de dança existe há muitos anos e fazia parte das celebrações de casamento e nascimento de crianças. É tradicionalmente apresentada na maioria dos casamentos egípcios, aonde a dançarina conduz o cortejo do casamento levando um candelabro na cabeça. Desta maneira, ela procura iluminar o caminho do casal de noivos, como uma forma de trazer felicidade para eles.
Dança das taças A dançarina exterioriza sua deusa interior, fazendo do seu corpo um veículo sagrado e ofertado. Utilizando o fogo das velas, que representam a vida.
Meleah laff: A Dança do Véu Enrolado (Meleah Laff) tem sua origem no Egito- Cairo. Até o ano de 1950 ainda era possível ver muitas das mulheres passeando no mercado central do Cairo. Hoje em dia, já não as encontramos mais. É uma dança muito simples, na qual a bailarina possui um tecido preto grande, o Melaya ou Meleah (véu) Laff ou Leaf (enrolado), por isso o nome da dança. É dançada por várias mulheres ao mesmo tempo e elas vão enrolando e desenrolando o véu como uma brincadeira. Utilizam vestidos curtos e tamancos, e tem um ar irreverente, podem rir, mascar chicletes e cantar. Faz Faz parte da tradição folclórica folclórica egípcia, sendo considerada uma dança folclórica. Brevíssima história do Meleah Laff por Samya-Ju Lá vem ela . . . Fifi Fifi Abdo, Abdo, a ma'alema (1) (1) aparece (que (que escândalo) fumando a tradicional shisha. Entra no palco sem pedir licença enrolada num lenço preto que de vez em quando é aberto e deixadeixanos vislumbrar o fascinante movimento que seus quadris provocam no vestido brilhante e tremeluzente. No vídeo antigo de um de seus mais famosos shows televisionados (aquele em que ela faz uma aparição a deus ex-machina), ex-machina), vi pela primeira vez o que soube mais tarde ser o chamado Meleah Laff (2). Soraia Zaied trouxe ao Brasil em meados de 98 a primeira definição, ainda grosseira aos olhos nacionais, do que é tão comum para o povo egípcio. Desde então eu, curiosa demais, procuro o que for possível encontrar para entender um pouco a personalidade 61
dessa gente amável e alegre. Edward Said ajudou-me. Intelectual de origem palestina, criado no Egito e hoje professor em Harvard ofereceu-me um presente. No ensaio intitulado Cairo e Alexandria (3) ele se desculpa pela definição reconhecidamente radical e confessa que divide as pessoas em do Cairo ou de Alexandria. São as duas principais cidades do Egito em termos de difusão cultural; Cairo - dominada pelo rio e pelo deserto, porta de entrada dos viajantes europeus - abrigaria o árabe, islâmico, sério, internacional e intelectual e Alexandria – dominada dominada pelo vento e pelo mar, capital de verão – o o apreciador levantino, cosmopolita, sinuoso e volúvel. Essa observação à primeira vista inútil, porém de alto valor didático aos interessados, ajuda-nos a entender a influência de fatores geográficos e culturais, tornando possível a identificação de dois estilos distintos de manifestação m anifestação popular na dança. Na década de 40 a cidade de Alexandria era a capital de veraneio do Egito. Turistas eram atraídos pelas praias e balneários elegantes. Nessa época o meleah (lenço preto) estava na moda e compunha o vestuário das mulheres. O clima quente obrigava-as a usarem vestidos leves e o lenço preto deveria protegê-las de olhares maliciosos. Ao dançar elas o utilizavam como um instrumento de sedução, alternando o “esconde e mostra”. Isso é bastante universal, fácil de entender: em todo o mundo os homens são fascinados pela maneira como a mulher se veste para sair às ruas. Quando a moça passa por um grupo de rapazes, mesmo discretamente, recebe olhares curiosos por muitos motivos. A dança com o meleah, transportada para o palco obedece à realidade do cotidiano e afirma-se: Meleah Laff do Cairo, Meleah Laff da Alexandria. Ahmed Fekry (4), coreógrafo egípcio e professor extraordinário explicou em aula a importância da personalidade das mulheres destas cidades no momento de montar um número de Meleah Laff. Em sua exposição afirmou que as moças de Alexandria são conhecidas e admiradas em todo o país pela beleza, charme e força. Independentes, costumam “andar” sozinhas devido à ausência prolongada dos homens locais (por motivos de trabalho, é claro), portanto devem se defender dos turistas que invadem suas praias em busca de diversão. Segundo esse relato é comum o homem atrevido receber golpes de tamanco da bela, caso a moça se ofenda com um gracejo masculino inconveniente. Por isso o Meleah da Alexandria é mais discreto e o lenço trabalhado cuidadosamente. As músicas apresentam um momento especial para a dança masculina de Port Said (espécie de disputa com punhais afim afim de demonstrar virilidade e habilidade habilidade marcial) e as letras falam do mar, construindo assim um retrato da vida dessas pessoas. Colocada no palco pela primeira vez pelo coreógrafo Mahmmoud Reda na década de 60 , apresentava essa fórmula: a interação das pessoas com o mar (representado fisicamente por um longo véu) e o flerte sutil dos grupos masculinos e femininos. As bailarinas deixavam o palco para soltar o meleah retornando rapidamente enquanto os moços exibiam suas armas. Agora, vamos ao Cairo de Said e Fekry: moderna, agitada, das mulheres mais liberais que frequentam o mercado de Khan el Khalili. Salvo qualquer anacronismo, entenda-se: estamos lidando com adaptações para o showbiz. o showbiz. Fekry define essa dança como engraçada e fanfarrona; a mulher é debochada. A música é um hit parade, parade, os sucessos que fervem nos nightclubs e nightclubs e nas ruas. O pop baladi, baladi, se podemos chamá-lo assim, nas vozes de Hakim, Hakim, Ihab Tawfick, Amro Diab. É comum as bailarinas girarem o meleah no ar, rodar as pontas alternadamente, amarrá-lo no quadril como as mulheres locais e até mesmo jogá-lo de lado, afinal não 62
há preocupação em exibir o corpo nesse contexto. Por isso ao assistirmos a um tablot de Meleah no Cairo identificamos esses elementos. Costuma fazer parte da routine de bailarinas de dança oriental e faz a alegria da plateia. Somando os dados oferecidos até agora (do que chegou ao Brasil) talvez seja mais fácil “entrar no espírito” do Meleah, uma dança que obedece à linguagem delicada do flerte e códigos mais que especiais.
Hagallah: Originária de Marsa Matruh, na fronteira com o deserto líbio. Hagalla, forma de dança pesquisada por Mahmud Reda por volta de 1966, na região conhecida como Marsa Matruh. Sempre acompanhado por alguns dançarinos de seu grupo, essas viagens de d e pesquisa tinham por objetivo conhecer a dança em sua origem, para poder posteriormente, recriá-la no palco, com a peculiaridade que permitiria a um expectador, proveniente da mesma região, reconhecer sua terra e os elementos genuínos trazidos ao palco. Ele considerava que o contato direto com as pessoas, no processo de documentação e pesquisa, compartilhando sua arte e as reações advindas da interação, sempre traziam novas perspectivas ao processo de criação e portanto era muito valioso. Enquanto permaneciam numa certa região, experimentavam os movimentos, e tomavam parte nos eventos que aconteciam, sempre que possível. As danças nativas do Egito não são ensinadas formalmente. As pessoas aprendem a dançar através da observação e imitação. O processo de aprendizagem teve que nascer da participação dos membros do grupo, dentro dos eventos, e enquanto participantes, através da imitação, mais tarde traduzindo em anotações os detalhes mais importantes, que não poderiam ser esquecidos. Este foi o método usado em Marsa Matruh. Depois de documentar um evento Al Haggalah, era necessário investigar mais a fundo, as oscilações de quadril da Haggala (dançarina que representava a dança). Mais tarde para usar os movimentos vistos nestes eventos Farida Fahmy teve que aprender através da imitação e participação, para posteriormente, decodificar os principais movimentos, com o objetivo de ensinar as outras bailarinas do grupo o básico do Haggalah. Quando não era possível para todos os integrantes do grupo assistir as celebrações limitadas por costumes locais, por exemplo, em áreas rurais...as mulheres do grupo iam sozinhas para as casas, e assistiam as comemorações. Em outras ocasiões o grupo visitava a escola local, e conversava com as crianças. Pediam as meninas que trouxessem os trajes de suas mães, assistiam as pequenas dançando, e naturalmente, elas dançavam como suas genitoras. Em Haggalah há um aspecto competitivo onde diferentes grupos batem palmas chamando a solista, e aquele grupo mais forte ou carismático ganha a presença da solista perto dele. Essas palmas sofrem flutuações de dinâmica e velocidade, o que pode alterar a construção da dança. Além de Marsa Matruh, essa forma de dança também é encontrada no oásis de Siwa e ao leste da Líbia. Uma mulher ou uma dupla de mulheres, dançam movidas pelas palmas de grupos de homens, que competem entre si, para ganhar a atenção das mesmas. Geralmente acontecem para celebrar casamentos ou as vésperas de um enlace. Também são apresentadas em festas para honrar visitantes v isitantes ou selar um compromisso. O passo típico desta dança é o "shimmy" conhecido pelo mesmo nome Haggalah, uma versão maior e mais relaxada do movimento em L dos quadris.
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A música praticamente é toda improvisada, baseada na voz dos participantes e nas palmas que acompanham todo o tempo a performance. Mais tarde criaram-se versões especiais para que esta dança pudesse ser apresentada no palco. Farida Fahmy usando um traje Haggalah As informações contidas neste texto provêm do livro escrito por Madame Farida Fahmy em seu trabalho de conclusão do curso para Mestrado em Artes e Dança da Universidade da Califórnia. A tese teve por objeto de estudo a formação do Grupo Reda, seus caminhos estéticos e formas de pesquisa, dentro de um aspecto inovador e perene, que transformaria seu criador, Mahmoud Reda no pai do folclore Egípcio. Egí pcio.
DANÇA DOS 7 VÉUS Simbolismo: A Dança dos 7 Véus é muito antiga e sagrada. O véu, na verdade, “desvenda” a sabedoria. sabedoria. Espiritualmente, os 7 véus estão ligados aos 7 chakras em equilíbrio. A retirada e o cair dos véus, significam o “cair da venda”, a consciência espiritual. A dança dos sete véus v éus é um dos mais famosos, belos e misteriosos ritos primitivos. Embora muita gente acredite que se trata da mais antiga versão do strip-tease, a dança não tinha um caráter exclusivamente erótico. Não era praticada em ritos de fecundação, mas pelas sacerdotisas dentro dos templos da deusa egípcia Ísis. A sacerdotisa oferecia a dança para a deusa Isis, que existe dentro dela, e lhe dá beleza e força. Realizada em homenagem aos mortos pelas sacerdotisas, em seus templos, que retiravam não só os véus, mas todos os adereços sobre o seu corpo, para simbolizar a sua entrada ao mundo dos mortos sem apego a bens materiais. A dança dos sete véus pode ser realizada, também, em homenagem à deusa babilônica Ishtar, deusa da vida e da morte, do amor e da fertilidade. Segundo os babilônios, Ishtar descia ao mundo subterrâneo passando sete vezes por sete portais, deixando em cada um deles um de seus sete atributos: beleza, amor, saúde, fertilidade, poder, magia e o domínio sobre as estações do ano, representados pelos véus. Os véus nesta dança significam a decida da mulher ao seu mundo interior. São os sete mistérios da deusa Ísis (a mulher busca os mistérios para se espiritualizar). Através da dança do ventre a mulher entra em contato com a sua Deusa Interior, localizada no útero. O desvendar dos véus, significa a descoberta dos seus chakras. Cada cor de véu corresponde a uma energia de um chakra. Os sete véus representam os sete graus de iniciação, os sete chakras corporais, as sete cores do arco-íris e os sete planetas. A retirada e o cair dos véus significa o cair da venda, despertando a consciência. É a evolução espiritual. Realizada em homenagem aos mortos pelas sacerdotisas, em seus templos, que retiravam não só os véus, mas todos os adereços sobre o seu corpo, para simbolizar a sua entrada ao mundo dos mortos sem apego a bens materiais. Na dança, a bailarina inicia com os sete véus amarrados no corpo, cada um de uma cor, correspondendo aos sete chakras. À medida que a bailarina dança, os véus vão sendo desamarrados um a um representando a abertura de cada chakra, a começar pelo chakra básico ou sexual e terminando no chakra coronário. Os véus podem ser das seguintes cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, lilás, branco. A vestimenta da dança do ventre , embaixo dos sete véus, è preferencialmente de cor clara, suave. Originalmente a dança dos Sete Véus, por ser ritual, era dançada vestindo-se apenas os véus. Porém atualmente se usa por baixo uma roupa comum de dança do ventre, de preferência branca ou lilás, simbolizando a transmutação. 64
1º Véu: VERMELHO - O véu vermelho está associado a Marte e ao chakra base, sua retirada significa a vitória do amor cósmico e da confiança sobre a agressividade e a paixão. Entra-se com o véu vermelho, com movimentos fortes de véu e quadris, como batidas e shimies. Normalmente o véu vermelho mede 3 metros. 2º Véu: LARANJA- O véu laranja representa Júpiter e o chakra sexual, que dissolve o impulso dominador e dá vazão ao sentimento de proteção e ajuda ao próximo. O véu fica preso no quadril. Executa-se movimentos de shimies, oitos, redondos, o véu acompanha com movimentos na altura do chakra. 3º Véu: AMARELO - O véu amarelo representa o Sol e o chakra plexo solar , que elimina o orgulho e a vaidade excessiva, trazendo confiança, esperança e alegria. O véu amarelo fica cobrindo a barriga. O véu coordena com os movimentos de ondulações, oitos laterais, oitos com ondulações, redondo interno e redondo grande. g rande. 4º Véu : VERDE - O véu verde corresponde a Mercúrio e ao chakra cardíaco, que mostra a divisão e a indecisão sendo se ndo vencidas pelo equilíbrio entre os opostos. O véu v éu pode ficar no bustie ou em um dos braços. Executa-se movimentos de busto e braços. 5º Véu: AZUL - Vênus e o chakra laríngeo é o véu azul, a qual revela que a dificuldade de expressão foi superada, em prol do bom relacionamento com os entes queridos. O véu pode ficar no pescoço ou no outro braço preso ao bracelete. Usa-se os véus verde e azul juntos com movimentos de cabeça. 6º Véu: LILÁS- O véu lilás, que representa Saturno e o chakra frontal, mostra a dissolução do excesso de rigor e seriedade, a conquista da consciência plena e o desenvolvimento d esenvolvimento da percepção sutil. O véu cobre o rosto como chador. Usa-se expressão de olhos, cabeça, tira o chador . 7º Véu : BRANCO - Finalmente a Lua e o chakra coronário estão associados à cor branca ou ao prateado ( a união de todas as cores). A queda do último véu mostra a imaginação transformada em pensamento criativo e pureza interior. O véu branco fica na cabeça como véu beduíno. A bailarina retira o véu e o utiliza com movimentos de giros, casulo. Os véus são retirados lentamente durante a execução dos movimentos, alguns deles a bailarina somente retira, enquanto outros realiza movimentos mais elaborados. A música deverá ter duração média de 7 minutos. E deverá proporcionar as diferentes variações de movimentos. A bailarina deve assumir uma personagem: a sacerdotisa em busca da sua verdade. O despertar de sua consciência, consc iência, de sua força e poder, dentro do mais perfeito equilíbrio. equilí brio. Dicas: 1 - Procure não repetir os movimentos. Cada véu deve ter o seu movimento específico. 2 - Coreografar sua dança de forma que termine a música coincidindo com a queda do último véu.
DANÇA DOS 9 VÉUS: Os egípcios acreditavam que o homem possuía nove corpos ou nove partes. Assim, cada véu utilizado representava uma delas: 1- Corpo físico 2- Corpo astral 65
3- Corpo espiritual (ou alma) 4- A própria sombra 5- O coração 6- O espírito imortal 7- A energia vital l 8- A consciência espiritual 9- A individualidade conferida pelo nome. Apêndice A bailarina também pode utilizar a dança do véus como cromoterapia. Os diferentes modelos de véus, limpeza e energização
DANÇA COM VÉUS ARMÊNIOS Os véus armênios são utilizados para se dançar em festas folclóricas judaicas árabes, como pôr exemplo em casamentos, festas particulares e públicas, e como o nome já diz sua origem é da Armênia. Se usa os dois véus entre os dois dedos, indicador e dedo médio ( em tesoura), geralmente dançado em músicas bem festivas, com ritmos acelerados e com bastante trabalho de pulsos, mãos e braços, quando mais se trabalha esses membros, mais bonita fica a coreografia, não se deve esquecer que, pôr ser dançado com músicas alegres , os quadris devem ater - se também ao ritmo, sem jamais esquecer a graciosidade e leveza das mãos que sustentam os véuzinhos. DANÇA RITUALÍSTICA Do antigo Egito, a arte da Dança do Ventre fazia-se sentir dentro dos templos pelas sacerdotisas sagradas, que dançavam em louvor e graça à Deusa- mãe. Uma dessas danças nos é trazida até hoje como uma reverência e gratidão gr atidão por todos os elementos que nos cercam :ar, água, terra, fogo e éter. A dança dos cinco elementos evoca os elementais do ar com os movimentos do pássaro, A água, pelo ondular da sereia, A terra , pelo crescimento e enraizamento das plantas e árvores, O fogo, pela sinuosidade da serpente, O Éter, pelo andar cadenciado do camelo, que também sobrevive longo tempo com sua própria energia.
Gawazee - raízes e significados Leyla bint ish-Shamaal é a pessoa que escreveu o artigo a seguir. Eu apenas traduzi para que todas que ainda não podem ler em Inglês também possam aproveitar as informações abaixo. As ghawazee são as dançarinas públicas existentes no Egito. Hoje em dia se usa o termo ghawazee pra qualquer dançarina que se apresente em eventos ao ar livre, como casamentos de pessoas simples ou festivais religiosos. Durante algum tempo, mesmo no ápice do período islâmico clássico, de 800 ac até 1300 ac, o termo ghawazee, que pode ser traduzido como " invasores do coração", provavelmente se referia as dançarinas livres que se apresentavam publicamente e aos cantores, pertencentes ao Nawar, descendentes dos ciganos Romanis, que migraram para o sul do Egito, na área rural durante a Idade Média. Instrumentos musicais antigos como Mijwiz e o Rebab, representados nas paredes de tumbas egípcias, são ainda hoje utililizados pelos músicos nawar. Os movimentos das ghawazee assim como sua música tradicional não parecem 66
ter se modificado com o tempo. É como se pouco ou nada tivesse sido tocado pela modernidade. Nos últimos 20 anos, uma família de músicos e dançarinas do sul do Egito se tornou famosa. As Banaat Maazin, literalmente , filhas de Maazin, tem sido dançarinas por gerações, e são muito conhecidas por seu estilo peculiar nas apresentações. Elas aprenderam a dança de suas mães e avós. O patriarca , Yusef Maazin, morreu há muitos anos atrás, e agora apenas Khairecya, a mais nova das filhas de Maazin, ainda se apresenta. Suas irmãs e primas se casaram, o que geralmente encerra a carreira de uma dançarina, ou se aposentou por outra série de razões, incluindo a falta de trabalho em função da pressão exercida pelo ressurgimento dos grupos fundamentalistas muçulmanos. Yusef não tinha filhos para se tornarem músicos ou gerenciarem as dançarinas perpetuando os negócios da família. Como a história da família se perdeu, a tradição oral deste estilo de dança também pode desaparecer porque as filhas se recusam a aceitar que suas crianças cresçam cr esçam na mesma profissão familiar. Em sua forma típica de dança folclórica Egípcia, a sequência ghawazee não é coreografada, em lugar disso, as dançarinas, usualmente tocando sagat, e músicos seguem um programa musical familiar que não tem uma estrutura fixa, com configurações típicas de dança, intercaladas com esquemas de entretenimento, como por exemplo ter um Rabeb colocado sobre o peito da bailarina enquanto está sendo tocado. As dançarinas frequentemente imitam as danças tradicionais masculinas, como o tahteeb ou danças de luta, ou mesmo a dança dos cavalos, brincando durante sua dança com um bastão ou bengala. Em casamentos e festivais, as ghawazee muitas vezes dançam em grupo, formado por pessoas da sua própria família. Quando existe a possibilidade, dançam sobre pequenos palcos e até mesmo nas mesas. As vezes se revezam dançando sozinhas ou em pares, ou em pequenos grupos que se modificam em sua formação durante o decorrer da dança. Apesar da dança ser ao vivo, os movimentos são muito relaxados e ambos, músicos e dançarinas se mesclam muito bem. As apresentações em casamentos podem durar de seis a oito horas, e os artistas descansam muito pouco durante todo o tempo. Tenho sido uma estudante de dança oriental desde 1988, estudei dança tradicional do oriente Médio e também danças folclóricas do norte da África com inúmeros professores conhecidos nacionalmente por terem viajado para o Egito e visto as danças em sua forma autêntica em casamentos ou festivais religiosos - mawalid - Estes Es tes instrutores incluem, Barbara Siegel ( Habiba). Sandra Shore( Cassandra) e Zahara Zuhair. Sou também muito sortuda por ter tido a oportunidade de ter visto a dança ao vivo. Numa viagem a Turquia e Egito em 1996, enquanto estava em Luxor, eu assisti a uma aula de dança seguida de uma apresentação com Khairecya Maazin. Khairecya contratou um grupo de 4 músicos para aquele dia, tivemos dois percussionistas tocando tabla e tabla baladi, e dois rebabs. Provavelmente o melhor exemplo de musica do interior do alto Egito é disponível em fita cassete e cd, pelo famoso músico saidi Metqal Kanawe e sua banda. Instrumentos típicos da região incluem o que conhecemos pelo nome de derbak, Tabl baladi, mizmar, snujs e Rebab. Ela acompanhava os músicos enquanto dançava com seus snujs, tocando acentos simples, ou triplos, e combinações múltiplas em qualquer sequência que ela quisesse. Entre as ghawazee os snujs são tocados improvisadamente, para dar base as frases de ritmo, muito raramente são utilizados para iluminar ou tornar mais claros a melodia. Snujs são instrumentos de percussão, geralmente utilizados para auto acompanhar a própria bailarina e nunca deveriam ser usados por propósitos visuais. Ghawazze que não é fluente com o instrumento simplesmente não o utiliza. Khaireeya não ensinava os passos quebrando em pedaços didaticamente como as professoras ocidentais, mas simplesmente ia através deles com a música. Pela maior parte do tempo ela costumava manter o shimmie vibrando, parada ou em movimento 67
enquanto sobrepunha os mesmos a um outro movimento de quadril. Ocasionalmente adicionava outros passos como shimmies com os ombros, ou deslizamentos de cabeça ou até mesmo pisava o chão para enfatizar os acentos da música. Pisotear também poderia ser a forma utilizada em casamentos populares para quebras a mesa onde as dançarinas se apresentavam. A quebra da mesa e outros truques simples circenses ,tais como balançar uma cadeira pelos dentes, são vistos como ultrajantes e raramente presenciados por plateia ocidental, mesmo hoje em dia. d ia. Khaireeya frequentemente trocava seus passos meio largos para seguir mudanças no ritmo, e parecia confusa quanto solicitada a repetir os mesmos. Assim como suas colegas, não existia para ela o conceito de coreografia- ela apenas dança. Isto é muito típico de outras ghawazee também e esta característica oferece um vívido contraste com as dançarinas profissionais e professores no Cairo, muitos dos quais com conhecimento em dança clássica. A maioria destes profissionais, como Mahmoud Reda - fundador e diretor do Grupo Reda no Cairo- e Madame Daulet Ibrahim - no passado membro do grupo folclórico nacional do Egito e coreógrafa da bailarina Nagua Fouad. Esses nomes acabaram se tornando famosos no Ocidente como instrutores em workshops, dentro dos Estados Unidos e Europa, assim como responsáveis pela preparação e direção das estrelas em ascensão, que se apresentam nos hotéis cinco estrelas e night clubs do Cairo, Alexandria, Casablanca e Tanger. Apesar destes professores serem fluentes e muito bem formados no estilo regional e folclórico da dança, eles criaram shows com uma abertura inusitada para a modernidade, talvez em função de ter um público mais sofisticado, acabaram por oferecer uma abordagem mais elaborada, e porque não dizer ocidentalizada em suas criações. Historicamente, apesar de muitas ghawazee serem famosas e muito solicitadas como artistas, sua raiz cigana era e continuou a ser um motivo para deixá-las a margem da sociedade. Isto se deve aparentemente a duas razões. Em muitas áreas do Oriente Médio, incluindo o Egito, o caráter moral das dançarinas e músicos que se apresentam publicamente para plateias mistas de homens e mulheres, é altamente suspeita. Muitas das dançarinas eram e ainda podemos encontrar hoje outras que são, prostitutas, e, em diversas épocas a palavra ghazeeya foi usada como sinônimo com a palavra "prostituta" no Egito. No século dezesseis durante o reinado Otomano, dançarinas eram categorizadas junto aos grêmios e grupos comerciais de cortesãs para propósitos de taxação de impostos. Também por serem ciganos eram vistos como estrangeiros ou forasteiros na comunidade em que viviam, viviam , e portanto insatisfatórios como fazendo parte do dia a dia da comunidade. Isto é ilustrado claramente por um sério insulto , que pode ser escutado até hoje na parte sulista do Egito, " yabn al-ghazeeya" literalmente traduzindo, "filho da ghazeeya". Isto acaba contribuindo para o isolamento cultural e a resultante natureza estática da sociedade Nawar, a qual isola suas tradições- incluindo as apresentações, e o estilo ghawazee, das modernas e ocidentais influências, e ajuda a preservá-las. O artigo de vestuário conhecido como casaco ghawazee, é talvez o mais famoso traje usado por artistas de rua no Egito, graças a artistas europeus como Gerome. Derivado de um traje que é no final das contas, persa em sua origem, este casaco ou colete, teria sido introduzido na parte norte ou baixo Egito com a expansão do Império Otomano no século XVI. Outrossim, a maioria das descrições do casaco ghawazee, mostrando o mesmo enrolado ou cortado logo abaixo do busto, são do século XVIII ou depois desta época, o que permitiu pintores ocidentais ter sua própria versão deste traje, eternizado em telas que contavam as impressões sobre esta parte do mundo. Enquanto ensinava, Khaireeya usava um vestido de corte similar ao que é chamado de "l'ancient tunic" por antropologistas, muitas vezes referido como vestido baladi por dançarinas. O colete e a saia usada para apresentações, favorecida pelas ghawazee durante a maior parte do século vinte - o qual evoluiu do colete turco do séc. dezoito e foi supostamente criado por ancestrais de Banaat Maazin- foi substituído por vestidos com bordados e franjas e 68
cintos similares aos usados como trajes folclóricos no placo, e hoje em dia utilizados por bailarinas profissionais no Cairo. Por outro lado, os mesmos trajes hoje usados no Cairo derivam dos vestidos folclóricos cobertos por fileiras e fileiras de franjas de canutilho e contas, que as ghawazee criaram para os shows turísticos nos anos cinquenta. Por último, seria bom enfatizar o quanto este estilo de dança tem se perdido. A contínua ameaça de violência em festas de casamento por fundamentalistas religiosos tem destruído a tradição de contratar dançarinas para as cerimônias de bodas em algumas áreas do Egito. Em algumas ocasiões, as casas das famílias que contrataram uma bailarina, foram literalmente postas abaixo por grupos enfurecidos. Consequentemente, autoridades locais permitem a dança de forma legalizada mediante uma concessão, o que ocorre é que para ter a autorização oficial, os requerimentos e impostos pagos são altamente proibitivos. Nesta atmosfera, a genuína dança das ghawazee pode desaparecer completamente, e apenas aquelas que tenham se esforçado para aprender delas e reproduzir de forma verdadeira aquilo que viram, poderão manter este estilo vivo em algum outro lugar. Para aquelas que desejam recriar uma forma tradicional de dança como a dança de Banaat Maazin, tome muito cuidado para manter a precisão tanto quanto for possível. Em troca, seu cuidado servirá para prolongar a existência dessa forma histórica de dança, e mantê-las etnicamente e tecnicamente distintas do gênero conhecido como forma geral pelo nome de Dança Oriental. Glossário: almah, awalem (pl.) Artistas egípcias preparadas ou eruditas bint, banaat (pl.) filha menina. ghazeeya, ghawazee (pl.) dançarina, "invasora do coração" jawhari Cortesãs turcas e escravas, literalmente joias. rebab instrumento de cordas folclórico tocado com um arco, poderíamos dizer que seria o avô do violino. mijwiz flauta com palheta dupla, com possibilidades para som grave. mulid, mawalid (pl.) Festival religioso muçulmano, que data do século doze antes de Cristo. tabla Tambor em forma de taça, tocado com as mãos, muitas vezes chamado de derbak tabl beledi Tambor dupla face tocado com varas. sagat jogo de quatro címbalos de dedo feito de bronze, usados no polegar e no dedo do meio de cada mão.
A Guedra Teríamos que falar por longo tempo para poder explicar o significado desta dança do Sul do Marrocos, na qual as atitudes e movimentos têm sua origem num simbolismo muito antigo. Na realidade, esta dança representa uma cerimônia ritual cuja origem se perdeu nas névoas do tempo. As mulheres tocavam sinos e eram completamente cobertas por um véu negro. O ritmo constante como a batida do coração trás para fora as mãos que descrevem vividas, e expressivos movimentos. A cabeça é desvelada, com olhos fechados, balançando suavemente como um pêndulo. O ritmo é sustentado por uma guedra ou pote perto da terra, como um pequeno tambor de cerâmica coberto por pele. A pulsação se mantém através do ritmo e da misteriosa linguagem das que 69
dançam. O canto dos espectadores se modifica passando por respirações e um choro gutural. A bailarina gradualmente se despe de seus véus e finalmente desfalece, cai sobre si mesma. Uma Dança do Marrocos O Marrocos é um país com folclore diversificado, costumes e tradições que sobrevivem até os dias de hoje. Dentro das muitas manifestações expressivas das tribos, uma que chama a atenção por sua peculiaridade é a Guedra. Este é um ritual dançado, com raízes ancestrais, a música leva ao transe durante sua execução. Suas origens são tema de especulação. A Guedra é associada com a Aldeia de Goulimine, no sudeste do deserto marroquino. O nômades desta região são conhecidos como o Povo Azul ou Tuaregues. São chamados desta forma pois usam como vestimenta um manto de cor azul profundo, a tintura usada para dar cor ao tecido solta resíduos na pele o que faz com que a cor azul esteja presente não apenas em suas roupas mas também em seu corpo. Eles parecem azuis! O nome Guedra pode ter vindo do tambor que é tocado para manter o ritmo específico para este ritual. A palavra Guedra significa pote, vaso ou panela em árabe. O tambor é confeccionado com um recipiente parecido com um pote de cozinha, que tem o topo ou abertura coberto por pele de cabra , esticada e presa em toda a borda. Este instrumento é o responsável único pela parte sonora desta dança. Nenhum outro instrumento é tocado. A dança acontece de acordo com as batidas deste tambor acompanhadas pelas palmas do público. O ritmo não tem enfeites ou ornamentos, é hipnótico e estável. O propósito da dança é servir como benção para amigos ou um casal no dia de seu enlace. A própria comunidade pode ser a razão do encontro. Outras vezes, o ritual pode ser simbolicamente a manifestação da submissão submiss ão do ser na presença de Deus. Isto é muito diferente do ritual usado para apaziguar os maus espíritos ou do exorcismo encontrado na dança chamada Zar. Alguns dizem que Guedra tem o poder de atrair uma alma distante, atraída pelo místico ritmo da percussão. O papel desta dança é tido como esotérico na medida em que carrega diversos significados e simbolismos. Ele começa com uma mulher que parece uma massa negra e sem forma, representando a noite, o caos, o lago do entendimento ou energia cósmica. A massa se move de acordo com o ritmo, se tornando turbulenta, representando a exaltação de um universo que se organiza aos poucos. Os movimentos das mãos falam da paixão, drama, beleza , prazer e sofrimento, uma escala completa de emoções. Então um silêncio repentino restaura a energia para o seu estado essencial, antes da criação. Geralmente uma mulher dança circundada por pessoas. A dançarina de joelhos com um véu negro que a cobre completamente chamado, Haik. Suas mãos emergem desta noite escura, na luz do fogo seus dedos e mãos se movem, sapecando, vibrando, mandando pequenas gotas de energia pelo ar. Os movimentos são feitos com este propósito, para as quatro direções cardinais, e para os elementos , terra, ar, fogo e água. Representando o tempo, passado, presente e futuro. O dedo indicador é separado dos outros dedos pois acredita-se que a essência da alma pode ser emanada por este dedo. . O clímax da dança é construído pouco a pouco, a dançarina move seu corpo de um lado para o outro de forma acentuada e penetrante. Ao mesmo tempo é delicada e leve. Suas tranças oscilam, ela pode caminhar ou se arrastar de joelhos, mas mantém o 70
movimento acontecendo na parte superior de seu se u corpo. Ela ondula, faz rotações, deita d eita para trás, movement in the upper body. She undulates, rotates, leans forward, se equilibra e inclina-se para trás até que sua cabeça toca o chão O véu negro cai e a dançarina é descoberta e tem seus olhos fechados. O ritmo acelera. Todos os expectadores estão em delírio e gritam encorajando-a . A dançarina então joga toda a sua energia num movimento alegre. Apenas quando o ritmo avança num crescendo, há um silêncio abrupto e a dançarina desmorona no chão como num desmaio. Ela é então substituída por outra que toma o seu lugar. Apresentar esta dança pode induzir a um estado hipnótico ainda que esta não seja a meta real re al da mesma. A roupa tradicional é essencial para a dança. Esta dança nunca deve ser executada usando a versão mais comum de traje que temos sutiã e cinturão acompanhados de saia e véu. Isto é absolutamente impraticável. O véu negro que cobre a cabeça e todo o corpo da bailarina no início da dança é uma peça única de tecido bem largo. Ele fica preso na frente da roupa por dois alfinetes, que tem uma longa corrente guarnecida entre eles. A touca na cabeça é decorada com conchas, e tranças artificiais pendem dele. A dançarina entrelaça seu cabelo com as tranças falsas para manter este adereço de cabeça no lugar, ele é decorado e tem sua estrutura feita de um arame fino. O adereço deixa um espaço de ventilação acima da cabeça o que é bastante prático para alguém que mora no deserto, ao mesmo tempo o espaço permite que as tranças se movimentem e libera os meneios de cabeça. As mãos são decoradas com desenhos feitos de henna, e ficam enfatizadas dentro do contexto geral, enquanto a maior parte do corpo está totalmente coberta. A riqueza do folclore Marroquino pode facilmente ser apreciada em sua forma mais superficial, mas dificilmente compreendida em seus mistérios mais profundos. Uma sequência filmada preciosa está presente no vídeo, " Rare Glimpses" produzido por Ibrahim Farah. Neste vídeo, pode-se ver um momento real de Guedra gravado por volta de 1952. Se você tem interesse e gostaria de aprender mais sobre esta dança, Morroco , que vive em Nova Iorque poderia lhe ajudar. Ela é uma excelente instrutora, escritora e pesquisadora das danças do Norte da África e todo o Oriente Médio. Você descobrirá que dançar Guedra é divertido, estimulante e profundamente emocionante. artigo escrito por Jasmim Jahal
Dança da espada Existem várias lendas para a origem da dança da espada. Uma delas diz que é uma dança em homenagem à deusa Neit, uma deusa guerreira. Ela El a simbolizava a destruição dos inimigos e a abertura dos caminhos. Outra, diz que na Antiguidade as mulheres roubavam as espadas dos guardiões do rei para dançar, com o intuito de mostrar que a espada era muito mais útil na dança do que parada em suas cinturas ou fazendo mortos e feridos. Dançar com a espada permite equilíbrio e domínio interior das forças densas e agressivas. Uma terceira lenda conta que na época, quando um rei achava que tinha muitos escravos, dava a cada um uma espada para equilibrar na cabeça e dançar com ela. Assim, deveriam provar que tinham muitas habilidades. Do contrário, o rei mandaria matá-lo. O certo é que, nesta dança, a bailarina deve saber equilibrar com graça a espada na cabeça, no peito, na cintura, na mão e na perna. per na. É importante também escolher a música certa, que deve transmitir um certo mistério. Jamais se dançaria um solo de Derbak com a espada. Há outra versão interessante que filhas de mercadores faziam também suas acrobacias nas feiras livres, no intuito de vender belíssimas espadas, através de sua beleza e toda habilidade e equilíbrio que possuíam com ela, e também uma forma de atraírem bons compradores e futuros pretendentes. 71
Sua outra versão se deu nos Estados Unidos, onde uma bailarina foi presenteada com uma belíssima espada de ouro por um árabe. Sua apresentação levantou suspiros e aplausos; deste então ela se tornou um sucesso entre o mundo árabe e bailarina americanas. Visão da pesquisadora Desde a Antiguidade os beduínos da Arábia Saudita trabalhavam com metais e eram peritos em fazer "espadas". Como território de passagem da Rota comercial das caravanas entre o Oriente e o Oriente Médio eram nas paradas de descanso d escanso que se vendiam os artefatos. Para demonstrar aos compradores interessados a excepcional qualidade de suas espadas e torná-las bem desejáveis, escolhiam suas filhas para mostrá-las. Elas se enfeitavam e desfilavam, bem como aproveitavam a oportunidade para exibir sua beleza demonstrando o quanto eram saudáveis e atraentes, vislumbrando um possível casamento. Este costume desenvolveu a dança com c om a espada que é formada por dois momentos: 1 - Demonstração da espada 2 - Apresentação da filha que está pronta para iniciar sua vida "como mulher." mulher." Também sabemos que as dançarinas egípcias, as Almées, altamente respeitadas e estimadas por todos, tinham como "privilégio", a permissão para dançar com a espada, objeto exclusivo dos homens, símbolo de sua força, coragem e virilidade. As Almées dançavam com uma ou duas espadas, equilibrando-as em diferentes d iferentes partes do corpo, mostrando uma dança poderosa e impressionante com significado simbólico. Este aspecto da "espada" na dança revela um privilégio único que a dançarina Almée possuía: Usar um objeto do mundo masculino em sua dança. dança. Uma terceira raiz encontramos na antiga tradição de algumas tribos do Oriente Or iente Médio, onde, no ato do casamento, o noivo entregava sua espada à noiva. Ela então exibia virtuosamente a espada em defesa defes a da honra e proteção de sua futura família: com feminilidade e doçura, porém firme firme e altiva altiv a. O noivo a carregava para dentro da futura casa, colocando a espada nos ombros dela, mostrando simbolicamente que lhe confiava o poder de liderar o lar l ar e honrar a família. Devido a esta poderosa simbologia , a dança d ança com a espada não se desenvolveu como c omo dança de palco no Oriente Médio. Foram às dançarinas da Europa e especialmente as americanas que lhe deram d eram atenção e a desenvolveram com dramaticidade e acrobacia, transmitindo um ar de perigo e poder. Por Christina Shafer(Pesquisadora da Dança Oriental Árabe)
Minha Visão A dança da Espada exige da bailarina um domínio muito grande de suas emoções e pensamentos. Para podemos manter o equilíbrio necessário para dança com a espada na cabeça, ou em qualquer outra para de corpo, precisamos primeiro “aquietar a mente”, deixá-la vazia. Depois, precisamos precisamos ter a consciência consciência de a espada espada simboliza simboliza u uma ma “força” atuante, dentre outros símbolos, todos aqueles que assistem uma apresentação, ficam” enfeitiçados”, ela tem uma poder muito grande. Não se deixe enganar pelas aparências, pode ter certeza que a espada brilha mais que você, por isso respeite-a e a use com sabedoria! Lembre- se se : “ Você dança dança para para a espada.” espada.”
DANÇA DÂBKE Entre os povos árabes, dançar é um hábito. Sempre encontram motivos para suas músicas alegres e festivas: casamento, batizados, festas familiares e acontecimentos sociais em geral. O dâbke é uma dança folclórica de celebração, tradicional entre os povos árabes. Executada em grupo por uma longa cadeia de dançarinos homens e mulheres que se dão às mãos e se movem em círculo aberto, ou 72
ao longo de extensa linha. Os passos cadenciados rígidos e a forte marcação com os pés indicam o papel primordial do homem nesta dança, cuja história está na cadência de seu passo decisivo ao amassar o barro para a construção da sua casa. Com o descobrimento das Américas, os colonizadores trouxeram para as novas terras suas músicas e danças. Estes, com o passar do tempo, exerceram, considerável influência no Novo Mundo.
A Dança do Vilarejo Libanês Imagine-se andando numa Vila cheia de pessegueiros, macieiras e plantações de Uva, e sentindo o aroma da colheita de meio de Setembro. Isso, meus amigos, é um vilarejo encontrado no Líbano seguindo as tradições que seus ancestrais deixaram. Vilarejos Libaneses são famosos por muitas de suas tradições ancestrais e com honra as carregam de geração para geração. Muito disso consiste da cooperação da família e neste caso toda a Vila Vil a se torna uma FAMILIA. No meio de Setembro, famílias se encontram nos seus campos, para celebrar a temporada de colheita do Vinho. As uvas colhidas das Parreiras foram separadas, algumas para fazer Arak, algumas para Vinho, outras para Vinagre e o resto para fazer doces de Uvas. O ar está tomado pelo delicioso aroma do suco de Uva que está sendo aquecido ao fogo. Algumas mulheres recheiam suas belas travessas com tabouleh, hummus, babaghanouj, folhas de uva e uma coleção de petiscos, frutas, e pães. Outras andando balançam seus jarros de água sobre as cabeças com elegância. Os jovens rapazes e moças, vestindo roupas festivas, vão com suas mães conhecer os membros mais velhos de sua família nos campos. As jovens mulheres estão vestidas em esvoaçantes calças e camisas e longas l ongas vestimentas; véus e lenços com bela decoração e adornos nas cabeças. Os homens estão vestindo seus sherwals e labbadeh (calças largas e chapéus típicos) com vestimentas coloridas sobre suas camisas e botas. Um homem idoso entra em cena carregando um derbake (um pequeno tambor feito de um cilindro de madeira e pele de carneiro esticada), seguido de uma turma de outros com seus nay e mijwiz (o nay é uma flauta de bambu simples longo e o mijwiz é uma flauta dupla mais curta). A musica começa a tocar, e a brisa fresca da tarde de Setembro está em todo lugar. Alguns homens e mulheres seguram as mãos e começam a dançar para a entonação Dalunah, a base de todos os Dabkes (para bater no chão com um dos pés), enquanto outros batem palmas criando o ritmo apropriado. Então se abre caminho para o canto improvisado; uma mulher entra em cena com um jarro balançando sobre sua cabeça e é seguida por outras, como que competindo. Então os homens tomam parte com suas espadas, fazendo a dança da espada para o ritmo do mijwiz. Conforme o tempo vai passando, os mais velhos vêm participar também, segurando as mãos com os mais jovens formando uma linha unitiva e fazendo o mesmo passo. O homem e mulher nas extremidades opostas da linha fazem passos diferentes para mostrarem quão competentes, ágeis e graciosos eles são. O resto da turma bate palma e canta para revelar sua felicidade. Um homem idoso chama e anuncia que o suco de Uva já esquentou e já esfriou, eles podem bebê-lo. Aqui a atmosfera está recheada com ululação para os homens responsáveis pelo suco e para as mulheres que preparam a comida. E conforme a ululação continua o tempo do Dabke aumenta. Felizmente, de todas as tradições libanesas essa cena não morreu, especialmente nos Vilarejos. O Dabke é uma dança nacional Libanesa que é levada em todo Clube, restaurante, ou festa.
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Sua História Em tempos antigos, antes de forros estáveis serem instalados nos lares Libaneses. Seus forros planos eram feitos de galhos de árvores que eram tapados com barro. Quando vinha a mudança de estação, especialmente o inverno, o barro iria rachar e iriam começar as goteiras e era necessário um conserto. O dono da casa iria chamar seus vizinhos para ajuda- Al-Awneh- e os vizinhos iriam subir no forro. Eles seguravam as mãos, formavam uma linha e começavam a bater os pés enquanto caminhavam sobre o forro com a finalidade de ajustar o barro. Depois de um tempo, Al-Awneh, ficou conhecido como Dalunah, uma forma improvisada de Dabke cantado e dançado. Um derbake, nay e um mijwiz foram adicionados para manter os homens trabalhando no tempo frio (isso estimulava maior energia pela pressão sanguínea). Conforme o tempo emergiu, a dança Dabke se tornou uma das tradições Libanesas mais famosas. Hoje o Dabke é performance em toda casa Libanesa. O Dabke anima a vida, quando amigos e parentes se juntam em volta do mezze Libanês com arak ou vinho e começam a praticar a dança.
Raks el Shemadan - Dança do Candelabro Zouba el Kloubatiyya primeira mulher a utilizar um " klob"( candelabro) equilibrado em sua cabeça durante a Zeffa, tradicional procissão que acontece nos casamentos egípcios Shafia el Koptia, a cóptica cristã, para não se sentir passada para trás usou também o candelabro. Shafia ensinou a avó de Nadia Hamdi e sua tia. Nesla el Adel, uma contemporânea dos tempos de Shafia, ainda era viva quando este artigo foi escrito e ocasionalmente se apresentava até mesmo ensinando. Perto de seus noventa anos ainda trazia a energia e satisfação de dançar. Nadia Hamdi é no Egito a diva do "Shemadan" e a única dançarina que foi ensinada dentro da linha tradicional das bailarinas egípcias de candelabro. Nadia foi ensinada desde criança por Zouba e mais tarde formalmente treinada por sua avó. A dança do candelabro como parte da Zeffa egícia pertence ao início do séc. XX. Antes desta época, a zeffa era liderada por dançarinas e músicos mas a iluminação era fornecida apenas por velas especialmente produzidas para tanto, mediam 3 pés e eram especialmente decoradas para a festa. Outras pessoas participantes da ZEFFA carregavam pequenas lanternas com velas dentro que complementavam a iluminação da procissão. As velas especiais para casamento permanecem como parte da cerimônia até os dias de hoje. Tradicionalmente a Zeffa acontece de noite, mudando de direção através das ruas da vizinhança da casa dos pais da noiva até a casa de seu noivo que passará a ser sua nova casa. Esta é a mudança oficial da noiva e é liderada por uma dançarina, músicos e cantores, seguidos logo após pela festa de casamento, pelos amigos e a família. Existem músicas especiais para estas ocasiões com um ritmo específico conhecido informalmente como batida Zeffa. Esta seria sempre a música apropriada para usar durante a procissão de casamento. Desde os anos setenta, em função das festas de casamento no Egito terem se tornado mais urbanas e modernizadas, a Zeffa se mudou junto com a festa para os ambientes hoteleiros. No hotel , a Zeffa vai acontecer na escadaria central do hotel indo para o hall da sala de recepção onde as festividades terão lugar. Dentro deste salão a procissão circunda todo o ambiente e deposita os noivos em tronos especiais ornamentados com flores num dos cantos da grande sala. Depois da Zeffa terminada, a dançarina ainda fará uso de mais música que pode ser típica para a ocasião ou não, para fazer a noiva se levantar e dançar, depois o noivo, e finalmente o casal é convidado a dançar juntos. A dançarina pode ainda apresentar um solo de candelabro 74
que pode incluir até mesmo uma descida ao chão. Esta é a parte teatral da apresentação usada apenas para entreter os convidados, separada da parte tradicional da Zeffa.Como alternativa, os noivos podem escolher celebrar sua festa de casamento no nightclub do hotel. O casal seria então reconhecido dentro do público e trazidos pela dançarina para o palco, onde aconteceria a Zeffa. Ela faria com que dançassem juntos, então prosseguiria para sua própria apresentação incluindo o solo de candelabro e o trabalho de chão. A cerimônia conhecida como Zeffa é tradicionalmente egípcia mas outros casais do Oriente Médio adotaram ad otaram a mesma como parte de sua celebração de casamento, incorporando-a juntamente com seus rituais. O candelabro é também parte da apresentação teatral e folclórica, representando as antigas tradições representadas em palco. Pode-se ver esta dança representada por Mahmoud Reda e sua troupe que percorreu o mundo mostrando sua arte e a dança egípcia por anos. Texto escrito por Lucy Smith
Dança tribal Não é dança do ventre, nem tampouco pode ser considerado folclore. Também não é etnicamente tradicional. O Estilo Tribal divide gostos e opiniões, e deixa uma dúvida: o que é afinal esta dança? Para quem ainda não conhece, Estilo Tribal é uma modalidade de dança que, tendo como base a dança do ventre, funde arquétipos, conceitos e movimentos de danças étnicas das mais variadas regiões, como o Flamenco, a Dança Indiana e danças folclóricas de diversas partes do Oriente, desde as tradicionais manifestações folclóricas já bem conhecidas pelas bailarinas de dança do ventre às danças tribais da África Central, chegando até mesmo às longínquas tradições das populações islâmicas do Tajiquistão. Para usar uma terminologia apropriada que não cause dúvida, espanto ou revolta nas defensoras da tradição, chamamos esta modalidade de Estilo Tribal Folclórico Interpretativo. Este estilo surgiu nos EUA, nos idos dos anos 70, quando a bailarina Jamila Salimpour, ao fazer uma viagem ao Oriente, se encantou com os costumes dos povos tribais daquela região. De volta à América, Jamila resolveu inovar e mesclar à dança do ventre as demais manifestações culturais que havia conhecido em sua viagem. Com sua trupe Bal Anat, Jamila passou a desenvolver coreografias que aliavam acessórios das danças folclóricas aos passos característicos da dança do ventre, baseando-se em lendas tradicionais do Oriente para criar uma espécie de dançateatro, acrescentando à isso um figurino mais condizente com o vestuário tradicional das verdadeiras mulheres orientais, abandonando então as lantejoulas e miçangas características dos trajes bedleh. Um exemplo que temos desta nova forma de dança é a tão popular Dança da Cimitarra. Segundo Jamila, a primeira bailarina que comprovadamente apresentou esta dança, várias lendas sobre o uso da espada pelas mulheres do Oriente, em forma de dança, existem, mas nenhuma delas pode ser tida como real, já que o próprio povo daquela região não aceita esta dança como parte de suas lembranças culturais. Uma forte característica trazida para o Estilo Tribal das danças tribais é a coletividade. Não há performances solos no Estilo Tribal. As bailarinas, como numa tribo, celebram a vida e a dança em grupo. Dentre as várias disposições cênicas do Estilo Tribal estão a roda e a meia lua. No grande círculo, as bailarinas têm a oportunidade de se comunicarem visualmente, de dançarem umas para as outras, de manterem o vínculo que as une como trupe. Da meia lua, surgem duetos, trios, quartetos, pequenos grupos que se destacam para levar até o público esta interatividade. 75
Nos anos 80, novas trupes já haviam se espalhado pelos EUA. Masha Archer, discípula de Jamila, ensina a sua aluna Carolena Nericcio as técnicas do Estilo Tribal, criadas por Jamila pra obter um melhor desempenho de suas bailarinas. Esta técnica baseia-se nos trabalhos de repetição e condicionamento muscular (e mental) do Ballet Clássico, adaptados aos movimentos das danças étnicas. Incentivada pelas diferenciações do novo estilo, Carolena forma sua própria trupe, que dará novos contornos à história do Estilo Tribal. O figurino utilizado por Jamila e sua trupe cobria o torso da bailarina, sendo composto (ainda hoje mantido por esta trupe) basicamente por batas do tipo djellaba ou galabias. Isso tirava, segundo Carolena, um pouco da intenção e visualização do movimento. Surge então um novo visual ao Estilo, que até os dias de hoje continua predominando no cenário Tribal: saia longa e larga, sem abertura nas laterais ou calça pantalona ou salwar (bombacha indiana), choli (blusa curta de manga longa ou semi, que é tradicionalmente utilizada pelas mulheres indianas embaixo do sari), sutiã por cima da choli, xales, cintos, adereços, moedas, borlas, para incrementar o traje, dar maior visualização aos giros e tremidos etc. Além deste novo figurino, Carolena e sua trupe Fat Chance Belly Dance trouxeram ao Estilo Tribal a complementação com movimentos oriundos da Dança Indiana e Flamenca, e a característica mais forte atualmente no Estilo Tribal: a improvisação coordenada. Esta improvisação parece uma brincadeira de "siga o líder", e baseia-se numa série de códigos e sinais corporais que as bailarinas aprendem, trupe a trupe, que indicam qual será o próximo movimento a realizar, quando haverá transições, trocas de liderança etc. Para a audiência, ficará a impressão de que aquela trupe está desenvolvendo uma coreografia diversas vezes ensaiada, mas ao contrário, elas estão improvisando todas as sequências na hora, sem que com isso percam o sincronismo e a simetria em cena. Véu wings – Sua adaptação para a dança do ventre, pode ter surgido a partir das imagens e rituas para a Deusa Ísis. É uma técnica originalmente americana, que utiliza um véu em formato de asa; seus movimentos são bem marcados e a postura da bailarina tem de estar perfeita. Esse estilo, não é considerado folclórico, em alguns países ele nem é ensinado.
O Estilo Árabe Moderno (Libanês) Na Dança do ventre, há uma um a clara distinção entre o Estilo Egípcio e o Estilo Libanês. Geralmente as primeiras têm uma dança mais contida, movimentos menores de quadris, enquanto as outras executam uma dança mais forte e agressiva. No Brasil, o estilo mais difundido é, sem dúvida, o egípcio. Por isso as bailarinas libanesas foram quase descartadas do estudo feito pelas bailarinas nacionais. Porém, há muito o que aprender com as libanesas. Podemos – e devemos – atentar para aquelas que não abrem mão da qualidade de sua dança e, ainda assim, colocam nela elementos que enriquecem-na e caracterizam-na como libanesa. Nos países árabes é muito clara a preferência por esse estilo. Por terem sido as libanesas as primeiras a serem contratadas para trabalharem fora de seu país, ficou marcada a dança como tal. Além disso, os árabes gostam desse tipo de dança forte, que chama atenção não só pela riqueza de passos, mas também pelas “surpresas” que que esse estilo permite fazer. Interpretação musical, comunicação corporal, soltura de quadril, giros e deslocamentos, chão e cambrées, são itens característicos e indispensáveis ao Estilo Libanês, que serão estudados e aprofundados nestas aulas.
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*Ser uma grande estrela é questão de sorte? O que determina se você está vivendo um um sonho ou uma realidade? É o fato de achar, que um, é o outro. A capacidade de uma bailarina bailarina fazer isso em minutos com seu público vai de seu preparo, ao longo de anos, principalmente sabendo que, por mais que tenha caminhado, nunca aprendeu o suficiente; se você assistir a seu show dentro de cinco anos, vai se achar medíocre, verá seus movimentos necessitando polimento, sentirá a falta de uma cena mais delicada que deveria ser colocada aqui e ali, aquela tradicional sutileza que sempre falta. É porque a evolução na dança, depois de um certo tempo, acontece tão lentamente, de forma quase que imperceptível, fazendo com que esqueçamos como éramos a cinco anos atrás, ou mesmo, tirando sua noção se está aprendendo ou estacionada. Fazendo uma analogia, é como construir uma uma casa. Levantar as paredes e cobrir com com o telhado é fácil fácil e você vê o resultado resultado quase que imediatamente. imediatamente. Já quando entra na fase do assentamento de azulejos e colocação de metais, é lenta e não enche a vista como a visão de uma casa crescendo todos os dias. O acabamento final final é quase que imperceptível. Você tem que procurar dentro da casa para para ver, onde é que ele está acontecendo. Aqui o resultado final só se percebe depois de concluída a obra. Depois disso, vem à sintonia fina: móveis, o que combina com o quê, decoração e as pequenas sutilezas que vão dar a cor e a característica característica de sua personalidade. Assim funciona com seu aprendizado. Acostume-se desde cedo a estudar e querer sempre saber mais. Não deixe que seu aprendizado seja permeado pela pela superficialidade. Se assistir sua dança de cinco anos anos atrás e achar que ela ainda está ótima, com certeza, significa que você não evoluiu muito de lá para cá. Parou no tempo. tempo. É preciso ter um senso crítico apurado e quebrar quebrar o espelho narcisista para para perceber isso. É simples... ao terminar terminar a faculdade, você olha olha para trás e vê a mesma pessoa de quando passou no vestibular? Em dança oriental, oriental, a cada 5 anos, você faz uma faculdade. f aculdade. Por cinco minutos, vi Souhair Zaki dançando em uma aula para quase uma centena de alunas no Cairo. Cairo. A e emoção moção daquele momento, percebi em meus olhos. Ao escrever estas linhas senti arrepios só de teclar, me lembrando da emoção daqueles instantes. Voltou como se eu estivesse lá, assistindo àquela cena... Era impressionante a questão da expressão, tanto do corpo como de seu rosto, e, do que ela podia transmitir naqueles instantes. Após 20 anos assistindo dezenas de apresentações todos os dias, eu estava totalmente enlevado, tomado de emoção ou hipnotizado, hipnotizado, como queira você você pensar. Conseguir transmitir este sonho é uma arte arte que poucas poucas dominam. Trata-se de um trabalho trabalho que requer anos e anos de estudo; Mas só isso não não é o bastante. A dança envolve emoção e a teatralização artística; não se aprende isso de um momento momento para o outro. Querer aprender não é o suficiente. É necessário fazer germinar o movimento e a expressão. A introspecção introspecção musical. Uma incorporação que envolve sentimento; um doar-se ao público. Se não sentir a música, as pessoas, o ambiente, dificilmente desenvolverá seu talento ao longo dos anos. Será sempre aquela aquela mesmice decorada, inexpressiva, sem encantamento. O que quero dizer, é que não não adianta você dizer que estuda a "x" anos, dá aulas para para "y" alunas, e nas horas vagas, faz shows em lugares de destaque: o que está dentro de você e o que angaria para sua expressão como bailarina é que pontua sua qualificação. Seu processo evolutivo não pode parar. E isso vai acontecer, sem sem sombra de dúvidas, se deixar sua fonte secar. 77
Como querer ensinar, sem aprender primeiro? É necessário definir onde você quer chegar com seu aprendizado de dança oriental: (1) um simples hobby ou terapia; 2) somente básica e superficial, para se apresentar em qualquer lugar que aparecer (sem compromisso com qualidade); NÃO RECOMENDADO! 3) um complemento na sua forma de ser mulher; 4) tornar-se uma grande profissional (digo "grande", porque aqui não existe meio-termo; ou opta-se por ser "grande" ou não será uma profissional, ao longo dos anos - vide item 2); 5) um ser sublime, digna de tornar-se uma lenda ao longo das décadas; (neste caso, trata-se de uma "escolha de vida"). Definido isso, você começa a pensar quais os próximos passos a seguir. No caso de ser uma escolha para o profissionalismo, muitos fatores devem ser observados. Lembre-se que isso envolve você "viver da dança". Então como como querer colher algo que você não planta? É insano querer viver do resultado resultado financeiro de shows e aulas, sem investir investir grande parte dele. Você estará se autoconsumindo (o (o que ganha gasta tudo, ou paga contas). Se você vive essa situação, necessita mudar o sentido e a atitude com relação à dança. Se sua fonte é a dança, você precisa cuidar para que sua água esteja sempre potável e haja fartura e abundância. abundância. Entra-se em cena pensando quanto quanto vai ganhar ao final, escolheu o caminho errado. Quando você dispõe sua arte, num lugar que não lhe oferece o mínimo de respeito, sem iluminação apropriada para dança, com garçons circulando e servindo bebidas durante o show, sem lugar para aguardar sua entrada ou se trocar, literalmente jogada as traças...como enxergar seu posicionamento em relação a esta dança? Quando o cachê é seu único motivo, e nada mais importa, o que você oferece deixa de ser arte. Que nome nome poderíamos dar a esta atividade? Não sei como colocar de forma delicada essa comercialização além dos limites. Por vezes sinto que penso através das mulheres que conheço dentro da dança, e aí, tomo por exemplo, aquela que tenho comigo há muitos anos. Sei que a Lulu até pode se apresentar sem remuneração se a causa for algo maior, mas tenho absoluta certeza de que ela respeita o que faz suficientemente para exigir o mínimo, quando alguém lhe contrata para mostrar seu trabalho. A dança devolve a cada cada bailarina exatamente exatamente o que esta oferece à dança. Respeito se paga com respeito, amor com amor, mediocridade, só casa com mediocridade. Pense cuidadosamente a respeito de suas expectativas e peça aquilo que realmente deseja, pois seja lá o que for, isto virá às suas mãos. Quando digo para uma bailarina, que ela deve investir em si TODOS OS DIAS, muitos nem sequer sabem ou imaginam a abrangência disso. Existe um longo trabalho, se você fez a opção de tornar-se uma grande bailarina. Desde seu preparo visual (roupas finas, adereços elegantes, seu manto (abay (abay)) para 78
quando não estiver em cena, maquiagem de boa qualidade, ...), imagem (construção de seu personagem - postura, gestos, elegância-, fotos - sempre melhorando e atenuando as falhas da sessão anterior -, propaganda pessoal - delicada e sem exageros...), ferramentas de trabalho (desde sua mala, objetos cênicos, CDs - de todos os gêneros e o mais variado possível -, vídeos para estudos, DVDs, livros e apostilas, impressões por Internet de pesquisas realizadas, tudo catalogado para facilitar a busca quando necessário...), conduta profissional (manter-se sempre cristalina; ser uma grande observadora das demais condutas, filtrando o que não é compatível ou não demonstra nível a altura de seu profissionalismo). profissionalismo). Tudo isso, nunca é o suficiente pois você estará sempre em mutação. Conheço bailarinas que possuem uma década de dança ou mais, e que só fizeram uma única seção de fotos fotos profissionais até até hoje. No máximo duas. Como é possível isso, isso, se seu rosto muda a cada 6 meses na dança? Teoricamente, a cada ano, você precisa fazer novas fotos profissionais. profissionais. Se é caro? Não é este o caso. A questão questão é que "fotos "fotos funcionam". Elas divulgam divulgam você. São um termômetro termômetro de sua evolução visual. visual. Como pode uma boa bailarina, bailarina, ter uma pasta com com apenas 50 unidades de CDs? Esta é sua ferramenta ferramenta mais preciosa. Ao longo de anos, precisam haver centenas. A possibilidade de opções e o domínio de uma miscelânea musical a tornam consistente, confiante. Se mesmo assim, assim, você diz, é caro... me desculpe! Você pode ter algumas predileções musicais, mas deve conhecer um pouco de cada estilo. Negligenciar o estudo de alguns estilos por "não gostar", gostar", é inaceitável do ponto ponto de vista artístico. Fará falta em algum algum momento de sua carreira, pode ter certeza. Dance de tudo e varie sempre seu repertório; novidades sempre aparecem: esteja pronta para adquirir quando elas surgirem a sua frente. Ninguém aprende sozinho. Achar que isso vai acontecer com você é infantil e uma viagem astral sem precedentes. Como alguém alguém pode ensinar-se a si mesma, sem ter parâmetros para delimitar seu crescimento crescimento ou evolução? A resposta é que ninguém ninguém evolui só. Já viu alguém alguém crescer sozinho em em uma ilha lha deserta? É imaturo imaturo dizer que aprende só, da mesma forma que sua dança provavelmente será imatura, pois ninguém poderá corrigir seus erros. erros. Será sempre a mesma coisa, anos e anos. Não é suficiente dizer: "É, mas eu fiz os Workshops da Fulana, Beltrana Beltrana e Cicrana...". Cicrana...". Isso por si só e isoladamente, isoladamente, não trás os resultados que você procura. É preciso muito mais... "Em quanto tempo vou me tornar uma uma boa bailarina?" Só você poderá dizer isso. Seu senso crítico vai dar a resposta a cada apresentação. apresentação. E isso, pode ter ter certeza, se conseguir manter sua humildade, vai acirrar muito em você. Copiar, todas copiam. copiam. O problema é quando quando copiam copiam mal. De forma forma grosseira. Sem talento. Aquela atitude atitude de colar colar um trabalho trabalho completo, como se via na escola. Nem uma única palavra pessoal. pessoal. Igual como como encontrou encontrou num livro escrito por alguém. Onde está seu toque pessoal? Já parou para pensar quão extenso é seu repertório de movimentos? Se ele for suficiente para preencher, no máximo, cinco minutos de uma música moderna, um solo de percussão, e aquelas danças mais comuns, significa que a estrada está só começando. começando. Dançar de forma coreografada coreografada idem. Experimente dançar em casa, uma música clássica elaborada e completa de 10/12 minutos, e veja como como pode criar o melhor de seus movimentos. Agora tente outra outra 79
música clássica, com mais ou menos o mesmo tempo, e procure não repetir as mesmas seqüências de movimentos. Como ficou? Se você acordou do sonho e tomou um susto, susto, é um bom sinal. sinal. Existe muito o que caminhar e agora não é momento de pensar no que foi, mas no que vem. O maior erro incorrido por todas as bailarinas é serem superficiais no aprendizado e acharem que mesmo assim, vão chegar a grandes estrelas (dignas até de empinar o nariz!). O que adianta dizer que tem 10 anos de dança, se em suas apresentações, o que se vê em seu personagem, personagem, é aquela mesmice de sempre. Sem evoluções ou ou criatividade. Aquele show sem aura. Uma coisa comercial, que não tem alma alma ou nunca teve. Uma dança homogênea é aquela previsível, que nos primeiros 60 segundos, sabe-se o que vem até até o final final da apresentação. Fica apenas apenas naquilo. Não tem picos, momentos momentos especiais, efeitos surpresa, expressão, emoção, carisma. Finalização fraca, enfim... enfim... carente de correções. Duro seria perceber que talvez tudo isso que você sempre pensou que tivesse atingido, sequer não passou da superfície e sua dança é a mesma das salas de aula 1,2,3,4 para cá, 1,2,3,4 para lá, básico egípcio e básica como como sempre. Se você foi além além e sua dança atingiu uma característica própria, o quanto ela evoluiu e passou por fases ao longo dos anos? Ou permaneceu a mesma dos cinco primeiros? primeiros? Não que isso não ocorra dentro da Khan el Khalili. É que lá, cada vez que acontece, acontece, procuramos na medida do possível, falar diretamente a cada uma, mesmo que este tipo de crítica construtiva construtiva não seja bem vinda por muitas. O tempo e a distância, mostram a cada uma, que isso tem sentido ao longo l ongo dos anos. Ninguém é autodidata em dança oriental... todas aprendem e precisam, umas das outras, só que a humildade de cada uma, faz com que reconheça, com orgulho, a maternidade de seus movimentos e também também de conhecimentos. conhecimentos. É uma questão de maturidade profissional. Quando se é menino, tem aquele negócio de "o meu é maior que o seu". Quando se é bailarina isso é revivido em todas as fases: "eu danço melhor que ela (minha dança é maior que a dela)". Mas todas podem podem brilhar, brilhar, cada uma à sua maneira. As características da dança, para cada uma, são infinitas. infinitas. É uma questão de assimilar assimilar o máximo de facetas facetas possível. De estar sempre sempre evoluindo. evoluindo. Quando me perguntam: perguntam: "Quem, para você, é a melhor bailarina?" Sempre respondo: "Existem muitas boas, cada uma com seu brilho especial, sua forma e características ímpares; só que poucas são melhor preparadas, em função do estudo que empreendem diariamente! O resultado retorna na medida do seu investimento em si mesma, e também... na medida de seu merecimento! (é aqui que entra a questão da conduta profissional, do doar-se, do personagem cristalino, sem duas faces)" Temos muitas grandes profissionais. Lendas na dança no Brasil, posso dizer que, por enquanto, ainda preenchem somente alguns alguns dedos de uma única única mão. E espaço para isso, tem! tem! Seu sucesso como bailarina, está em fazer as escolhas certas! Ao contrário do que se pensa, o aprendizado não para. para. Nunca se está preparada. Quem não estuda e não não procura novas fontes, fica estagnada no tempo: fossilizada. fossilizada. É um erro achar que o que você aprendeu nos últimos 10 anos de dança, valem para sempre. sempre. O que funcionava há 10 anos atrás, hoje é apenas o superficial, a primeira camada, só a ponta de um 80
grande iceberg.Não iceberg.Não é a sorte que determina se você vai ser ou não uma grande bailarina. É sua "atitude" de todos os dias! O que você pretende para seu futuro profissional? Ser uma uma estrela ou um engodo? Sua decisão de agora, será o resultado resultado de seu amanhã. Dependendo de sua escolha... ESTUDE ESTUDE MUITO, E SEMPRE! Jorge Sabongi Julho 2002
* Desenvolvimento do improviso Dança Clássica Oriental
Quadril: segue a percussão, o derback, ritmo cíclico; precisa ser encaixado; Tronco, braços e mão: Melodia, o contar história; Cabeça: pode alternar entre a melodia e o derback. SIMBOLOGIA X MOVIMENTOS Podemos pensar em movimentos como forma de símbolos, A Cabeça Cabeça: desloca-se como uma serpente; Os braços: asas de um pássaro voando, serpente se movimentando; segue a melodia; As mãos: representam as flores, os peixes, o ar, a água, o fogo. É onde se expressa a graciosidade da bailarina; O Busto: é onde está a sensualidade, mas também o amor maternal. Os ombros: dão ritmo mágico à dança O ventre: pulsa, vibra, ondula, mostrando a magia de gerar uma vida; segue a percussão. A sinuosidade (quadris e tronco ): desperta o inconsciente, revela emoções reprimidas e libera a energia vital da mulher. Os pés desenham no solo os símbolos sagrados Os olhos: mostram a força magnética da conquista Camelo: correr das águas Shimies: fogo, o despertar da kundaline (nossa serpente de fogo adormecida na base da coluna).
Redondo Grande : força da Mãe Terra. E assim por diante...
Exercício (auto- observação) Treinar poses ( paradas na música) Treinar o lado esquerdo e depois o direito Treinar em cima e baixo. Treinar meia ponta alta e pé no chão. Treinar contagem a música. Você é o observador e o observado.
81
Teoria da dança clássica Escola Persa os movimentos acontecem em torno da coluna vertebral. 3 Blocos: Cabeça, Cabeça, tronco, quadril. (Figura do triangulo.). triangulo.).
Estrutura clássica. (tema melodia) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Introdução abertura do tema desenvolver o tema improviso sobre o tema volta ao tema encerramento
Na dança clássica trabalhos todos os triângulos juntos.
Exercício 1 . Durante 15 dias escolher e scolher uma música por dia em alto observação e anotar dia-a-dia o que acho de novo, de dificuldade, movimentos novos e sentimentos que apareceram. 2. Criar Criar uma coreografia com movimentos diferentes do que está acostumada. 3. Acrescentar padrões diferentes de movimentos e notar as observações. Quebrar padrões. Na dança clássica trabalhos todos os triângulos juntos.
1. 2. 3. 4. 5.
Estrutura Ritmo é marcado pelos quadris, tema+contratempo( quadril) Melodia é seguida com mov. de braços/mãos/tronco e rosto, Voz humana é mais usada hj em dia, mas não é da estrutura clássica Escolha do momento, escolher momentos especial e fazer mov. diferenciados. A dança do ventre clássica cl ássica exige que o corpo todo acompanhe os ritmos da música. Exercicio 2 Fazer um pequeno resumo sobre: Característica de bailarina. Escolher 4 bailarinas de diferentes ritmos e fazer a seguinte análise” Estilo musical, figures relacionadas cores imagens que aparecem na mente ao assistir a bailarina bail arina Observa o corpo e movimentos da bailarina e descrever: Olhar, boca, braços, pernas e tipo de mov.
Exercicio 3 1. Olhar para dentro de seu próprio olho e com os 2 pés fixos no chão, fazer mov. seguindo a música. 2. Fechar os olhos e continuar a olhar ( mentalmente) para dentro do d o seus olhos. 3. Olhos abertos, imaginar vc olhando para seus olhos como uma imagem refletida e dançar livremente. 4.Exercício para percepção dos movimentos da bailarina em cena. 1.Observa pra onde ela executa exec uta os movimentos: * Direita – Direita – esquerda esquerda * Céu – Céu – terra terra 82
* Frente – Frente – trás trás * Diagonais 2.Observar os mesmo pontos nos movimentos circulares. 3. Para cada item verificar: *Equilíbrio * Olhar a qualidade do mov. em sua lateralidade. * Proporção * Repetições * Quantidade ( Numero de vezes que ela el a desenha o mesmo mov.) * Forma como executa os mov. * Variedade (criatividade) Primeiramente observar uma bailarina e depois fazer a auto-observação.
*Aperfeiçoamento *Aperfeiçoam ento da técnica Teoria das Mandalas Mandala é a palavra sânscrita que significa círculo, uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. De fato, toda mandala é a exposição plástica e visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço sagrado e atualização de um tempo divino Nosso dia- a- dia é pleno de mandalas que enfeitam cerâmicas e aprecem nas flores, nas rodas e em outros objetos circulares. A natureza é sem dúvida a fonte de inspiração, uma vez que conchas, seres marítimos, fungos e outras formas de vida apresentam belíssimas configurações circulares. Elas sugerem contração e expansão e agem no sentindo unificado do ego, motivo pelo qual foram utilizadas por Carl Gustav Yung no tratamento de esquizofrênicos. Na dança, iremos usar as mandalas, assim como as formas geométricas triângulo, estrela, cruz e X, para desenvolver e executar o deslocamento. Dentro de uma dança é importante a ocupação do espaço, sem ele, os movimento não ganham dimensionalidade e sua apresentação fica “ pobre” sem alma. Na pintura de Di Vinci, podemos perceber que esse conceito é muito antigo e verdadeiro, todo ser humano possui um tridimensalidade. Temos que explorar toda nossa dimensão, ocupando o espaço, movimentando o corpo e braços, mas principalmente explorando nossas extremidades.
*Orientação para Estudos em Dança Oriental Entrada 1. Entrada, qualidade de entrada, calma e eixo 2. trabalho com véus, desenvolvimento desenvolvimento e habilidades previamente estruturados 3. momento da entrada apropriado ou não. Toda Toda música clássica tem o momento adequado de entrada, portanto a escolha escol ha da bailarina exemplifica sua preparação e conhecimento. 83
Música clássica 1.
deslocamentos, respeitando a dinâmica e solicitação sonora.
2.
expressão facial e capacidade dramática
3.
Aproveitamento espacial
4.
Base dos pés e linha das pernas. pernas. Elegância e qualidade qualidade durante o movimento.
5.
Diferença entre contagem de tempo e interpretação musical
6. noção das mudanças de humor na música e respeito às frases melódicas. Como aproveitar da melhor maneira o arranjo orquestral, e os solos presentes na peça musical. mus ical. 7.
qualidade da meia ponta – ponta – Linha Linha postural
8.
Definição e limpeza na execução dos passos
9. Os braços como moldura de seu corpo – corpo – Harmonia Harmonia e delicadeza. Concepção da movimentação dos mesmos e dinâmicos dentro da dança. 10. Qualidade da emenda entre os passos – passos – quebra quebra ou fluidez 11. Giros 12. Diversidade no repertório de passos 13. Leitura poética da melodia – melodia – redondos redondos oitos e ondulações 14. Decomposição de passos e criatividade Construção da finalização. Variações na qualidade de execução: e xecução: Efeitos que podem ser acoplados aos passos dependendo d ependendo da forma como a técnica é utilizada: •
Diferença entre o forte e o fraco
•
Intenso e delicado
•
Grande e pequeno
•
Acentos secos ou com reverberação
•
Movimentos longos ou curtos
•
O tamanho do som deve ser o tamanho do movimento
Em outras palavras, o movimento deve ser igual em intensidade, intenção, e duração ao som que o provoca. A procura da harmonia perfeita entre som e movimento. Seu corpo é a música em cena!
Música moderna 84
1. informalidade 2. expressão com o público 3. capacidade criativa mesmo quando a música é linear
Solo de percussão 1.
grau de dificuldade dos passos escolhidos
2.
elemento surpresa
3. 4.
variações na qualidade da execução relaxamento ao estar dançando
5.
presença de palco
Folclore 1. Compreensão do estilo escolhido 2. traje 3. variação de passos 4. capacidade criativa Lulu Sabongi
* Leitura dos ritmos como forma de expressão O melhor meio de adquirir e desenvolver a capacidade de usar o movimento e o ritmo como meio de expressão é executar movimentos simples e a partir daí acrescentar o sentimento e o olhar.
Ritmos É fundamental a bailarina conhecer os ritmos árabes e os diferentes tipos danças, que poderão estar sendo utilizados com os ritmos. Se for usado um ritmo de dança Saaidi, por exemplo, a bailarina deve demonstrar sua desenvoltura com passos específicos deste folclore. Possuindo uma noção rítmica, haverá maior possibilidade de se entender a melodia e assim variar os movimentos, interpretando os instrumentos e a voz em diferentes momentos.
Expressão na Dança Quantas vezes vemos bailarinas dançando inexpressivamente, independente de como se desenvolvem os ritmos, as paradas e retomadas, aberturas e grand finales. Sua 85
técnica pode ser desenvolvida, mas não cativa seu público e seu espetáculo mais parece pura demonstração de agilidade corporal. A música é, antes de tudo, uma manifestação de sentimento. O artista é o expert em expressar sentimentos, crenças e sensações. Quem dança tem que saber interpretar, à seu modo essa manifestação. Só que o movimento, sem a expressão facial condizente, denota amadorismo, tensão e insegurança para incorporar a música. A bailarina pode ser ótima tecnicamente, mas se seu rosto não traduz emoção, sua dança fica comprometida. O público divaga e o espetáculo perde a força. Esqueça os aplausos por enquanto. Seja realista e deixe de lado as fantasias acerca de seu conhecimento e experiência. O público vai apreciar isso ou não com o tempo. Tenha em mente a ideia de que somos eternas aprendizes. Sua expressão deverá alterar-se ao longo do tempo, sempre buscando o equilíbrio. Imagine uma dança onde você vai observar somente a expressão facial .A harmonia visual da bailarina profissional é fator tão importante quanto a dança em sí.
*Exercício para diferentes expressões Escolha uma música clássica, escute-a uma vez de olhos abertos e outra de olhos fechados ficando atenta somente para as mudanças de ritmos. Depois disso, dance a mesma música e a cada ritmo mude completamente sua dança, imaginando que em cada ritmo vc vc é diferentes “personalidades”; “personalidades”; por por exemplo, quando a música está na parte lenta, vc pode imaginar a figura de uma mulher romântica, ou a figura de uma mãe, o importante é vc criar suas próprias “ personalidades”.Com esse exercícios vc irá trabalhar além da mudança de movimentos, a mudança de expressão. Depois de dançar, faça uma colagem com os diversos tipos de personalidades que vc imaginou.
*Criatividade na dança "Todos nós nascemos originais e morremos cópias." - Carl J. Jung carl J. Jung era mesmo um sabio s abio em analisar seres humano, quer frase mais verdadeira que esta? Estamos vivendo a era e ra das cópias, copiamos, músicas da internet, roupas de bailarinas, movimentos de outras dançarinas... queremos mesmo é ser igual a aquela fulana de tal que está na moda, m oda, dançar copiando até os tregeitos e manias! Que beleza de arte , sem expressão menhuma.... cade a calma que faz alma? Cade a alma que faz a dança? Cade a dança que faz a diferença? Amigas, sou a favor de observar e admirar diferentes danças e de até imitar certo movimentos, mas nunca deixar de lado a minha alma, a minha originalidade!
Criatividade Existem várias definições diferentes para criatividade. Para Ghiselin (1952), "é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". subjetiva". Segundo Flieger (1978), "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". meio". Outras definições: 86
"o termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma" (Suchman, 1981) "criatividade é o processo que resulta res ulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto p onto no tempo" (Stein, 1974) "criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson, 1965) "criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965) "um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor v alor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística" (Amabile, 1983) Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas estejam de certa forma ligadas a seus talentos.
Tipos Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte: s eguinte:
Criatividade individual : é a forma criativa expressa por um indivíduo Criatividade coletiva ou de grupo: é a forma criativa expressa por uma organização, equipe ou grupo. Ela surge geralmente da interação de um grupo com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo.
Potencial criativo potencial criativo humano tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser adultos ousados, propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser s er verdadeiro. Quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, parecem tender a criar mais. O medo do novo, o apego aos paradigmas aos paradigmas são formas de consolidar o status o status quo. quo. Quando sentem que não estão sob ameaça (de perder o emprego ou de cair no ridículo, por exemplo), as pessoas perdem o medo de inovar e revelam suas habilidades criativas. Algumas pessoas acreditam que ver a criatividade como habilidade passível de desenvolvimento é um grande passo para o desenvolvimento humano, enquanto outras têm a visão de que a criatividade é uma habilidade inata, ligada a fatores genético/hereditários e, portanto, determinista. Certas pessoas também admitem que a criatividade não tem necessariamente ligação com o quociente de inteligência (QI), que (QI), que ela tem mais afinidade com motivação com motivação do que com inteligência. com inteligência. Outras Outras pessoas, por outro lado, confirmam uma forte correlação entre QI e potencial criativo, especialmente para QIs abaixo de 120 e com uma correlação positiva leve acima de QI 120.
Processo criativo Durante o processo criativo, frequentemente distinguem-se os seguintes estágios:
Percepção do problema. É o primeiro passo no processo criativo e envolve o "sentir" do problema ou desafio. 87
Teorização do problema . Depois da observação do problema, o próximo passo é convertê-lo em um modelo um modelo teórico ou mental. Considerar/ver a solução . Este passo caracteriza-se geralmente pelo súbito insight da solução; é o impacto do tipo "eureka!". Muitos destes momentos surgem após o estudo exaustivo do problema. Produzir a solução . A última fase é converter a idéia mental em idéia prática. É considerada a parte mais difícil, no estilo "1% de d e inspiração e 99% de transpiração".
Forma de expressão
Arte e cultura. O mundo da arte e da cultura é preeminentemente um mundo da criatividade, porque o artista não está diretamente ligado às convenções, dogmas e instituições da sociedade. O artista tem uma expressão criativa que é resultado direto de sua liberdade. Pesquisa e desenvolvimento . Para produtos resultantes de atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o critério criativo é a patente deste produto. São geralmente três os pré-requisitos de uma patente: a) novidade; b) inventividade e c) aplicação prática. Humor (comédia)
Medição Foram propostas várias tentativas de desenvolver um quociente de criatividade de uma forma análoga ao quociente de inteligência. inteligência. Porém, a maior parte dos critérios de medição da criatividade depende do julgamento pessoal do examinador e por isso é difícil estabelecer um padrão de medição.
Na Dança do ventre: Temos 3 maneiras de sermos criativas: a 1° treinar o mesmo passo várias vezes e a partir daí "bolar" algo novo; 2° misturar outros estilos de dança ( indiana, jazz, cigana, celta...) e a 3° e ultima é dançar sem " preconceito, simplesmente colocar uma música e deixar o corpo fluir sem se preocupar com os movimentos , passo e etc.. e tc..
*Há duas causas fundamentais que obstruem a criatividade, a timidez e autocrítica em excesso. existe uma deusa diferente, diferente, é isso que as torna tão indecifrável. “Dentro cada mulher existe A dança do ventre proporciona a mulher o reencontro com sua deusa interior resgatando o seu poder feminino.” Simone Martinelli
*Técnicas para coreografar Antes de qualquer coisa para para coreografar é preciso preciso estar inspirada, não tente montar uma coreografia se você estiver sem paciência e cansada.
Leitura Corporal Do Ritmo 1 Fazer a leitura do ritmo 2 Prestar a atenção nos detalhes d etalhes do ritmo 3 Escolher o que acentuar e variar durante a musica.
Técnicas: Escolha a música, 88
Feche os olhos e escute a música e sinta o que ela “ simboliza”, qual é o seu tema, Imagine um cenário e o tipo de figurino, Decida que tipo de apresentação você irá fazer ( véu, espada, bastão, taça, etc) Crie a entrada e a partir dela desenvolva a música, Crie momentos especiais, Equilibre a coreografia entre movimentos parados, lentos e deslocamentos, Desenvolva um final marcante e expressivo. expressiv o.
Exercício 1. 2. 3. 4.
Parte 1 Ouvir 3x uma música clássica, contra o tempo musical, se atentar para o ritmo, Prestar atenção na melodia, fechar o olhos e deixar a mente livre. Anotar as imagens que surgirem. s urgirem. Parte 2 Montar uma coreografia utilizando as informações anteriores e trabalhando todos os triângulos na seguinte proporção: movimentos Primeiro triangulo – triangulo – 8 Segundo ,e Terceiro triangulo – triangulo – 4 4 quarto triangulo – triangulo – 1 1 Ou seja ,para 4 mov. com o quadril, quadril , pensar em 2 com o braço; Para cada 4 com braço fazer 1 com a cabeça; A cada 8 mov. com o quadril utilizar uma vez a cabeça, pescoço ou olhos.
Construindo sua coreo Um dos exercícios mais importantes no aprendizado da dança do ventre é a construção de uma coreografia. Ao procurar encaixar os passos e movimentos aprendidos em uma música, não apenas se exercita a técnica; aprende-se a ouvir a música coreograficamente. Ou seja, ouvir pensando no corpo e na linguagem de dança aprendida. Para apoiar minhas alunas na tarefa de construção coreográfica, reuni aqui algumas dicas que, espero, também podem ajudar outras colegas. Essa, no entanto, é a minha maneira de criar coreografia; há vários outros modos.
I - Defina qual música você vai coreografar 1. Se é sua primeira experiência em coreografia, opte por uma música simples. Deixe as mais elaboradas para um segundo momento. É sempre mais interessante começar pelo mais fácil, para evitar frustrações. Defino como simples as músicas com o padrão estrofe 1, refrão, estrofe 2, estrofe 3, refrão. Música pop, "moderna" costuma ser assim; 2. Do mesmo modo, escolha uma música curta. As muito longas dão mais trabalho, exigem mais imaginação para evitar repetições. Chamo de curta a música com duração inferior a sete minutos. 3. Coreografe uma música de que você goste muito. A vontade de dançar ajuda bastante no trabalho criativo. 4. Ouça muitas vezes a música. Procure ouvir com fone de ouvido, para captar sutilezas. Ouça concentrada, prestando atenção. É muito diferente de quando ouvimos uma música enquanto dirigimos, por exemplo. 89
II - Comece a definir a coreografia 5. Procure ouvir a música novamente, imaginando uma bailarina dançando. Gosto de visualizar uma bailarina imaginária. Geralmente, se me coloco no lugar dessa bailarina, minha imaginação dá uma travadinha nos meus pontos fracos. Deixe-se imaginar algo realmente maravilhoso, ainda que você duvide que consiga executar os movimentos. Se fizer bastante esse exercício verá que a prática melhora bastante. Para mim, pelo menos, funciona. 6. Dê uma dançadinha, cheque se o imaginado se adapta de fato à música, ou seja, se é viável fazer o que se imaginou. Provavelmente vai precisar fazer alguns acertos pequenos, principalmente no tocante à finalização e emenda dos passos. Se você quer muito, muito, muito colocar um passinho que ainda não está saindo legal, aproveite para estudá-lo. Se ele está bem guardado na memória, certamente não custará a passar para o corpo.
III - Defina os movimentos a serem utilizados 7. Observe os pontos altos, explosões e momentos menos excitantes da música. Toda música tem as partes bem marcadas, fáceis, e uma parte que convida à "embromation". Fique tranquila e identifique os momentos fáceis e os momentos que vão exigir mais de você. 8. Identifique os momentos da música. Na música clássica funciona mais ou menos assim: introdução (não dançada), entrada, tema principal, taksim, desenvolvimento, retorno ao tema principal, finalização. Na música moderna, é tudo mais simples: entrada, primeira estrofe, segunda estrofe, refrão, segunda estrofe, variação simples da primeira, refrão, fim. 9. Lembre-se que as entradas e as saídas são muito importantes. São a primeira e a última impressão de sua dança. Escolha uma entrada com menos agitação de quadris, desfile, mostre sua roupa, seus lindos cabelos e, principalmente, seus dentes. Não corra demais, seja calma, não fique suando loucamente. Você terá tempo para mostrar técnica ao longo da música. Na saída, energia nunca é demais. Pode botar pra quebrar. 10. Evite repetições em um mesmo trecho da música. Dezesseis tempos de básico egípcio fica entediante. Lembre das variações sobre o mesmo passo, se o desespero apertar. Não há problema algum, no entanto, em repetir passos dentro da coreografia. Devem, no entanto, ter ênfases diferentes, porque a música está variando o tempo todo, pedindo para que você dê ao movimento a energia dada às frases musicais. 11. Enriqueça a coreografia explorando bem o espaço. Pontue frente, fundo, direita, esquerda, diagonais. Alternar movimentos altos e baixos também é importante para quebrar a monotonia. Se você já esteve há um tempo "no alto", opte por fechar com um movimento "baixo" - em uma sequência de básico egípcio e deslocamento com camelo, por exemplo, conclua com um redondo grande. 12. Alterne sequências estanques com sequências dinâmicas. Ou seja, não fique apenas parada nem só deslocando. É também importante discernir os momentos em que é melhor ficar parada e os momentos em que a música pede um deslocamento. Geralmente, taksim pede para ficarmos mais quietas, mais introspectivas; quando a 90
orquestra inteira está envolvida, geralmente chama a bailarina para um deslocamento. Assista a vídeos de boas bailarinas observando suas escolhas de movimento ou quietude.··.
IV - Anote a coreo 13. Crie um código para os movimentos usados na dança. Isso vai ajudar na anotação da coreografia. Como sabemos, na dança do ventre não há normatização dos passos, como ocorre com o ballet. O resultado disso é que muita gente dá nomes aleatórios para os passos e ninguém entende ninguém. Há o "patinho", o "ovinho", o "soldadinho", o "sapinho"... E há também nomes que muita gente compartilha, como oitos, redondos, básico egípcio, camelo... Ou seja, não se preocupe com nomes. Se preferir, reúna amigas e procure combinar um padrão entre vocês. Por exemplo, o movimento de rotação de quadril com encaixe ao centro (conhecido por muitas como "gotinha") pode receber um nome próprio, dado por você. Associe o movimento a uma imagem. Deixe a imaginação fluir. Prontinho! À medida que for pegando prática, vai sentir que é divertidíssimo criar coreografia. É gostoso ir ouvindo a música e imaginando que movimento você colocaria aqui e ali. Sem falar que ao dançar uma coreografia própria é bem mais fácil colocar a expressão apropriada.
* Montagem de shows e figurino
A montagem de show vai depender do seu repertório, um show um show básico tem básico tem duração de no máximo 40 minutos e no mínimo 20 . Abertura : Taçinhas; Desenvolvimento: música moderna ; Deixando sua marca: música clássica curta, ou aquela que vc mais m ais se identifica; Interagindo com o público: música cantada bem alegre na qual você irá chamar as pessoas para dançar. Fim do show , se caso for festa de d e aniversário é recomendado que a bailarina faça mais uma apresentação com a versão árabe do d o parabéns. Para um show mais completo ou casamento, recomendo o seguinte: Duração de 30 á 50 minutos m inutos de shows Abertura: candelabro; Desenvolvimento: clássica curta; Agitando: Moderna; Complementando: folclore ( bastão, pandeiro, snjus, derback); Interagindo: cantada; Finalizando: Dabcke.
Dicas de figurino: Sempre pense na roupa certa de cada tipo de música, em um show sozinha você dificilmente terá tempo para se trocar então as roupas terão de combinar entre si. O vestido usado para dançar com as taçinhas tem que combinar com a roupa que está por baixo, assim ao acabar a música vc só o retira e está pronta para a próxima. Apesar de hoje em dia as roupas serem bem diferentes e modernas, a maioria do público “leigo” ainda não aprecia muito esse estilo, é aconselhável usar um traje um traje tradicional em públicos mais velhos. Se for casamento evite o branco, festa de 15 anos abuse dos trajes modernos, aniversário depende da análise do d o público, festa árabe roupas tradicionais mas com um toque diferenciado. 91
Dicas de maquiagem Para você poder fazer o olhar de Jade em casa, nós conversamos com o maquiador Pedro Corvello, da agência Molinos & Trein. A primeira coisa é fazer uma maquiagem básica com pó translúcido e corretivo. "O aspecto da pele deve ser seco", diz Pedro. Em segundo lugar, você tem que aplicar uma sombra escura para marcar a sobrancelha alongando um pouquinho o fim dela. O próximo passo é aplicar uma sombra clara, como branco ou creme, na pálpebra superior com cintilância para a noite. "Então, a menina deve riscar com delineador um traço não muito grosso rente ao cílio superior que quase toque o risco da sobrancelha", explica Pedro. Na parte inferior do olho, rente aos cílios, você deve fazer um traço fino de delineador. "O risco vai do começo da parte interna do olho até quase encontrar o risco de cima." Então, com um cotonete para maquiagem – que é mais fininho do que os comuns – aplicar uma sombra clara preenchendo o espaço entre os riscos do delineador. "Isso vai iluminar o olhar", diz Pedro. Para a maquiagem não diminuir o tamanho dos olhos, Pedro indica uma sombra leve, em tons de terra, para acentuar o côncavo (a parte redonda do olho). "Ela deve fazer um esfumaçado alongando o risco até o fim para dar profundidade no olhar", explica Pedro. O toque final é um pouquinho de blush bege, marrom ou damasco, muito rímel e um gloss ou batom claro ou incolor. Pronto! Você está perfeita para curtir sua noite no melhor estilo oriental e – quem sabe – tentar até uma dança do ventre para seu gatinho! Profissional consultado: Pedro Corvello
Dicas de aparência e etiqueta por: Lulu Sabongi Pequenos detalhes e cuidados que podem enriquecer e dar o devido respeito ao seu personagem. As dicas abaixo são referências de anos de convivência com o público, todos os dias. Portanto, vale pensar e fazê-las parte de seu cotidiano, como bailarina. Atente que modismos, muitas vezes, não encaixam-se, e surtem efeito contrário.
Cabelos: É um dos pontos que mais importantes em se tratando de visual. Os cabelos bem tratados suscitam comentários positivos e despertam a atenção de todos os presentes. Para dança árabe, existe uma preferência de cabelos longos. Tinturas passadas da hora, ou aparecendo a raiz do cabelo (duas cores), denotam descuido e prejudicam a sua imagem. Roupas: Se quer causar um grande impacto, use uma roupa bem acabada e de qualidade. Artigos carnavalescos e simplórios, denotam aquelas roupas que aluga-se em lojas, sempre com lantejoulas faltando, e pano de segunda categoria. Felizmente, já existem ateliers que ateliers que podem lhe proporcionar a comodidade de comprar algo bem adequado ao seu estilo ou seu corpo. Lembre-se sempre de combinar as cores da roupa com os acessórios. A abertura da saia deve ter sutileza, nada que agrida ao olhar. Desfilar pernas antes do show criará um clima pesado no público durante sua dança. Não utilize meia-calça. Capa (abay): 92
Deve ter cor discreta, um palmo abaixo dos joelhos e sempre passada. A primeira impressão é a que fica. Ao chegar, sua capa dará sua ficha para o público presente.
Sapatos: Apresentações com sapatos não são bem aceitas pelo público brasileiro. De a preferência para utilizá-los na chegada e também quando deixar o evento. Lembre-se também que sapatos usados, o público percebe que são usados... E fala! Plataformas são abomináveis! Mala: Tenha sempre uma mala de rodinhas elegante. Lojas de produtos de couro têm diversos modelos. Não compre a mais econômica. Sacolas, bolsas ou mochilas não combinam com uma bailarina. Em grandes eventos, convém ter sempre uma frasqueira à mão também. Maquiagem: Procure estar com a maquiagem correta para cada evento (veja nas dicas das outras páginas). Cuidado sempre com os exageros. Deve ter classe, independente do local que você vá. A maquiagem bem feita, é uma propaganda sua. Nunca chegue à um local sem ela. O ideal é chegar pronta. Eventos grandes, onde existem bastidores e a entrada em cena vai demorar, não há problema em maquiar-se m aquiar-se no local. Sorriso: O sorriso deve ser discreto. Bailarina não dá “gargalhada” ou “gargalhada” ou ri alto. Evite participar de rodinhas de piadas e comentários antes e depois do show. Entonação de voz: Falar com moderação e equilíbrio também é uma arte. Também deve ser estudada. Vozes estridentes ou que alternam o volume podem alterar o conceito que fazem de você numa festa. Fale sempre com calma, moderação, e de preferência, pouco. Atente para a modulação de sua voz. v oz. Não faça comentários venenosos ou picantes.
Mãos e pés: Manter sempre as unhas das mãos e pés feitos. Se não for possível, deverão estar impecavelmente limpas.
Olhar: É pelo seu olhar que muitos dos presentes formam uma impressão do seu personagem. Portanto, assuma uma condição de "anjo" (não tenha sexo). Aqui o bom senso deve imperar. Evite fixar o olhar em determinada pessoa, e não tenha altivez. O seu personagem deve ser "inofensivo" em qualquer evento. As crianças devem simpatizar e não ter medo dele; o mesmo vale para as mulheres com seus respectivos parceiros. Não se trata de fingir, mas sim de equilibrar soberania, simplicidade e simpatia (muito difícil, por sinal...). Adornos de cabelos: Cuidado para não cair para o exagero. Excessos de objetos pendurados nos cabelos também poluem o seu visual. Um adorno simples, mas que combine com seu formato de rosto, irá causar um grande impacto e dar um efeito favorável. Existem muitos modelos. Experimente diversos, na medida do possível, antes de comprar. Algo que aparenta estar belíssimo num momento de euforia, poderá ser considerado fora dos padrões por você mesma algumas horas depois. Contenha o impulso de comprar. c omprar.
Acessórios: Uma aparência exótica não deixa de ser interessante. É importante ter uma harmonia 93
na combinação dos acessórios. Brincos pesados, podem enganchar num giro com véu ou ferir a orelha. Alguns dos objetos, após o uso, oxidam (ficam escuros em função do suor ou contato com o ar) e precisam ser imediatamente polidos ou, na pior das hipóteses, aposentados. Não queira dar uma chance de uma apresentação "a mais" para eles, pois o público não dará uma segunda chance antes da falar do seu descuido.
Acessórios de dança: É estranho uma bailarina chegar à um evento com um pandeiro (dâff) nas mãos, ou uma espada, um bastão ou uma bengala. Traga-os sempre embalados (capas de tecido).
Cinto: O ajuste deve ser s er perfeito, sem aquela "lapela" de abertura que costuma c ostuma ficar por causa dos alfinetes mal colocados ou alargamento após uso prolongado. Seu cinto sempre deve estar passando por reformas. Aparentou que é usado, aposente-o. Aprenda a não economizar no seu visual. É a sua imagem. Véu: Alguns tecidos sintéticos amassam e perdem o glamour que poderiam dar. Passe sempre antes de cada show. Deixe-o arejar quando chegar em casa. Deve sempre estar levemente borrifado com seu perfume... Mas lembre-se.... leeevemente ! Perfume: Aqui chegamos num ponto muito importante. É um trabalho de pesquisa e paciência, encontrar o perfume que mais se aproxima, ou seja, adequado ao seu cheiro de corpo. Lembre-se que um perfume que fica bem em alguém, em você pode não surtir o mesmo efeito. Portanto, busque sempre, para encontrar diversas vezes. Evite perfumes da moda. Se conhecer um perfumista que possa desenvolver um específico para você, ótimo. Perfumes doces não agradam a preferência nacional. Opte por algum que atenda à maioria: cítrico, amadeirado, ou floral e extremamente suave. O que deve ficar de você no ar é uma bruma... Postura: O caminhar deve ser elegante e tranqüilo. Se houver um sofá para aguardar, por exemplo, jamais fique "esparramada". Tudo com moderação. Em uma festa, não fique procurando o que comer. Dance e retire-se. Coma e beba só o necessário. Sem exageros. Você está numa condição de "vidraça muito fina" quando chega à um evento. Ao menor deslize, ela estilhaça. Tatuagens & Piercings: É bom deixar claro que tatuagens não fazem parte do contexto, quando se trata de dança árabe. É atualmente um modismo, da mesma forma que os piercings. Nos países árabes, principalmente onde predomina a religião muçulmana, mulheres com tatuagens não são bem vistas . Portanto, cuidado. O fato de ter visto alguma bailarina com tatuagem, não quer dizer a "totalidade". Principalmente, se você já tem uma, deve ter a precaução e o bom senso de saber se ela não agride à todos os tipos de público. Pessoas de idade, principalmente senhoras, também não vêm com bons olhos. Modismos que agradam à jovens, podem não agradar à um público executivo e/ou extremamente fino. Lembre-se sempre que você não vê pessoas em altos cargos de grandes empresas (bancos, multinacionais, ...) com tatuagens. Existe um estigma, que nem todas atentam para isso. Policiais e seguranças não respeitam e tem opinião formada sobre isso também. Defina que quantidade de público você quer ter antes de optar por uma definitiva. Tatuagens de henna, pequenas e delicadas , podem ser feitas nas mãos e pés, mas não são uma condição visual. 94
Pele do rosto e corpo: Sempre deve estar bem cuidada. Nada de cravos, espinhas ou manchas (evite frituras, chocolates e produtos altamente calóricos). Dica: limpe-a, tonifique-a e hidrate-a. Manchas na perna, principalmente no lado da abertura da saia, devem ser atenuadas com maquiagem e ocultadas, de preferência. Se desejar, utilize um pouco de gliter para dar um pequeno brilho (mas um pouco só....quase nada). Marcas do último verão por sobre a roupa de dança (cintos ou sutiãs), não tem nada a ver e ficam horríveis. Não são tão elegantes ou sensuais assim.
Dentes e hálito: O hábito de escovar os dentes sempre após as refeições, tira muito as possibilidades de você ter um hálito forte ou desagradável. Procure antes de sair para um show, comer umas duas bolachas salgadas, para independente do tempo que tiver que aguardar, seu estômago não fique vazio. A cada duas horas, uma bolacha. Balinha de hortelão ao sair de casa não faz mal à ninguém. Chicletes em público, nem pensar. Procure beber água da forma correta, à cada duas horas, e você elimina e muito, algo que poderia ser um pesadelo para você.
Odor de roupa: Sempre após um show, ao chegar em casa, coloque sua roupa para arejar. Tire da mala, por mais cansada que chegue, e tome as providências, já pensando "na próxima vez". Não existe nada mais desagradável que dançar com uma roupa que tem odor de suor do show anterior. Cuide para não acontecer com você.
Autógrafos: O autógrafo deve ser algo pessoal. Sempre pergunte o nome da pessoa e escreva algo para ela. É uma questão de respeito por quem te admira. Seja lúcida e entregue-se ao momento. Lembre-se: um dia você pensou que seria muito interessante dar seu autógrafo à alguém. Isso te enchia de orgulho. Mantenha pelo decorrer dos anos... e nunca perca isso ! Evidente que estas regras de etiqueta para dança do ventre são importantes. Não quer dizer que você deva ficar reparando os deslizes de companheiras. Preocupe-se sempre com o seu personagem e sua parte estará feita.
*O que Deve Conter um Bom Show Eu realmente sou muito exigente como público e garanto que sou muito mais exigente comigo mesma. Estou aberta a novas experiências quando me proponho a assistir a um show de dança do ventre, pois o que busco é algo bom, independente das referências. A arte não pode ter limites. Por isso e por algumas dúvidas que surgem nas minhas aulas e na minha caixa de e-mails, resolvi escrever sobre o que acho que um bom show deva conter.
1. Personalidade. Tudo está enlatado. As mesmas roupas, as mesmas músicas e a mesma dança. Isso não é uma apologia ao modernismo, é apenas um pedido de autenticidade! Precisamos parar de imitar umas as outras. Quero encontrar bailarinas que dancem com seus movimentos, sua personalidade, e roupas e músicas que tenham a sua cara e não a cara da moda. Em danças étnicas como a Dança do Ventre, é mais difícil ser autêntico, pois temos limitações culturais. A música ‘tem’ que ser árabe, o traje ‘tem’ que ser de duas peças e 95
a dança ‘tem’ uma movimentação própria, qualquer coisa que fuja disso é queimada na fogueira. Mas isso não pode podar nosso processo de maturação artística. Busco apresentações que sejam únicas. Bailarinas que me proporcionem uma experiência que apenas ela pode me dar e não qualquer outra bailarina do país.
2. Técnica Como já sabemos é muito fácil se dizer profissional, então muitas bailarinas passam a se preocupar mais com uma super produção visual, do que com a qualidade da sua dança. Vou colocar algumas das coisas básicas que me fazem torcer o nariz e que selecionei como mais importantes: • Coluna Coluna lombar desencaixada, ombros caídos, e abdome relaxado; • O tórax excessivamente impostado ou excessivamente recolhido; • Joelhos dobrados, principalmente quando se usa salto alto; • Movimentos de quadril bruscos e sem limpeza, sem domínio; • Braços estáticos, estáticos, duros e sempre esticados. Usados apenas como c omo adorno; • Falta de repertório. As mesmas construções durante toda a dança; • Procuram movimentos ousados e esquecem a beleza dos básicos; • Mau uso espacial, a bailarina parece estar perdida perd ida no palco; • Falta Falta de sentimento e riqueza nas expressões faciais;
3. Musicalidade. A leitura musical é o que mais observo no desempenho d esempenho de uma bailarina, pois pra mim, se ela não lê a música m úsica corretamente, não dança, apenas se move. Musicalidade envolve muitas coisas, mas o básico é o conhecimento sobre ritmos e instrumentos. Estudando a fundo esses dois d ois pontos paramos de ‘matar’ a música. Sem esses dois itens, é impossível dançar direito. 4. Estética Ou a bailarina está desleixada, ou está arrumada demais. Como já disse diss e no polêmico ‘A velha história da bailarina em forma...’ acho que o cuidado c uidado com o corpo é essencial, mas tudo tem que estar em harmonia. O cabelo deve estar produzido e não com cara de quem acabou de acordar. A roupa e os acessórios dizem muito sobre a bailarina. Montes de maquiagem e brilhos me mostram uma bailarina desesperada para aparecer, ao mesmo tempo em que um visual simples demais demonstra despreocupação em relação ao público. Já disse acima o que penso a respeito das roupas, precisam de mais originalidade. or iginalidade. Quanto à maquiagem, precisa ser mais sofisticada e menos caricata. Não precisamos subir ao palco parecendo pinturas egípcias. Isso é over demais. A maquiagem pra palco é forte mesmo, porém sem excesso de tematização tem atização (delineadores tipo Jade que puxam o ‘rabinho’ até a orelha), e a maquiagem para quem está dançando próxima ao público é mais simples, na mesma intensidade de quando você v ocê vai à um casamento.
5. Profissionalismo Profissionalismo A bailarina deve ser profissional e cobrar profissionalismo de quem a contrata. Não trabalhe com quem desrespeita sua arte, isso um dia vai te custar muito caro. Esse assunto é extenso e delicado, aqui vão apenas algumas dicas: • Não aceite camarins onde você se produz em meio a entulhos, sujeira, má ventilação e iluminação. Se o contratante quer um show, deve ter infra - estrutura para receber rec eber seus artistas. • Não dance de graça, isso iss o NÃO existe! Se a pessoa quer conhecer c onhecer seu trabalho, envie seus vídeos, currículos e fotos. E negocie seu cachê, não aceita ninharias. O correto corret o é 96
que o contratante pergunte ao artista quanto custa o seu trabalho. • Receba seu cachê antes do show, com discrição e não na frente dos outros. Elegância é tudo. • Não chegue atrasada e não aceite atrasos. Um de seus tópicos na hora de acordar o show, é que você tolera um atraso de no máximo ‘X’ minutos. Esse é um dos motivos pelos quais você deve receber antes do show. Não somos funcionárias obrigadas a esperar. Atraso é falta de respeito. • Não fofoque, por mais que sua língua coce. Sempre que bailarinas bailarinas dividem o camarim, surgem comentários a respeito de terceiros. Lembre-se Lembre -se sempre que isso pode virar contra você. Quem fala mal de outros na sua frente, falará de você. Seja neutra ne utra sempre e resista ás tentações. • Respeite o público e mantenha a distância dist ância que as pessoas mostram querer. Não insista quando alguém não aceitar seu convite para levantar e dançar. Seja simpática e busque empatia. • Chegue e saia com classe e de preferência sem ser vista. Não quebre o encanto do show aparecendo como uma pessoa normal jantando junto com seu público. É muito importante que o artista mantenha a magia. A não ser que você participe de um espetáculo onde os artistas ao final, recebem r ecebem o público, tudo é uma questão de contexto.
* Análise de público para diferentes shows. Para cada show é aconselhável a bailarina fazer as seguintes pergunta para o contratante:
Que tipo de evento estarei dançando? d ançando? Se for aniversário quem é o aniversariante, quantos qu antos anos está fazendo. À que horas? Para quantas pessoas? Faixa etária do público. São árabes? A partir dessas informações é que você irá montar seu show e seu figurino. Público árabe: É espero o dabcke então ele não pode faltar. As músicas clássicas, porém editadas são essenciais e musicas cantada, porém não tão modernas. Público jovem Abuse das músicas mixadas com outros ritmos, principalmente com ritmos da moda. Evite músicas longas ou clássicas antigas. Público só de mulheres Evite músicas longas, prefira cantadas e chame elas para dançar com vc. Público da terceira idade Prefira música mais “Calminhas” e movimentos mais lentos. Evite derback e músicas modernas. Público só de homens Nem se apresente!
*Valores sugeridos Valor de show básico com 4 músicas de 30 minutos R$ 120,00 por bailarina. * Valor de show intermediário com 5 músicas de 40 minutos m inutos com acessórios valor R$ 145,00 por bailarina 97
* Valor de show avançado com músicas especiais, em horário especial, 6 músicas com 60 minutos R$ 150,00 por bailarina * Atraso na apresentação em eventos: é permitido 30 minutos de atraso, após será cobrado R$ 20,00 por cada meia hora. * valor de shows fora da capital c apital e em bairros afastados R$130,00
*Contrato de show artístico de dança do ventre Pelo presente instrumento particular (doravante designado “contrato”): I-Contratante: Nome: CPF/MF: Endereço: Representada na forma de seus atos constitutivos, doravante designada “CONTRATANTE”; e. II – II – Contratada: Contratada: Denominação: xxxxx CNPJ/MF:xxxxxxx Endereço: xxxxxx Representada na forma de seus atos constitutivos, doravante designada “Contratada”. Têm entre si justo e contratado firmar o presente contrato, de acordo com as seguintes condições: 1. O objetivo do presente contrato é a prestação de um show artístico de dança do ventre com duração de quarenta minutos, com duas bailarinas tipicamente vestidas. 2. Preço e forma de pagamento: O contratante pagará ás contratadas o valor de R $ xxx no total sendo R$ R$ xxxx para cada bailarina. O pagamento dos serviços ora contratados estará condicionado á sua aceitação pelo contratante, com base no que foi estipulado e stipulado neste contrato, e deverá ocorrer da seguinte forma: no prazo de sete dias antes do dia do evento, o depositante d epositante deverá depositar em conta a metade do valor val or do contrato. No dia estipulado após o show o contratante deverá dever á pagar a outra metade do d o valor do cachê. E por estarem assim, justas e contratadas, c ontratadas, firmam as partes o presente contrato c ontrato de 2 (duas) vias de igual teor e forma. Contratante: Contratada:
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* Trabalho de conclusão de curso de bailarin bailarina: a: Você está contratada para fazer um show à noite em um aniversário de casamento. Os aniversariantes não são árabes e não não conhecem a cultura. A única coisa que pediram foi uma dança especial para fechar a pequena cerimônia que será realizada antes de seu show. 1. 2. 3. 4.
Fazer uma analise do seu público. Montagem de show e figurino ( colocar “ desenho” do figurino e o nome das músicas). Tempo de apresentação e qual será a dança especial realizada e por que. O contrato quais serão suas clausulas.
* Trabalho de conclusão de curso de professora: Questionamentos
Que é dança do ventre? Na natureza existem 2 tipos de relação: rel ação: um é simbiótica e a outra é parasitária. Baseada nesta afirmação discuta a relação professora /aluna.
O que é preciso para dançar?
O que é emoção na dança?
Por que a dança do ventre sobreviveu e continua até hj?
Quem diz o que é certo e o que é errado na dança?
Qual a relação da dança com a sexualidade feminina?
Com a dança do ventre ventre vc acha que sua intuição intuição melhorou? E por quê?
Por que a arte é um atributo do espírito?
Indicação de Filmes e livros
Filmes: As brumas de Avalon A feira das vaidades Sob o sol da toscana Pão e tulipas Mata Hari Colcha de retalhos O último samurai Memórias de uma Geicha A princesinha Adeus Lênin Chocolate Violino Vermelho Corra lola, corra Lúcia e o sexo 99
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain Noites com Sol Sem notícia de Deus Tudo Sobre Minha Mãe Filho da noiva As Mil e uma Noites Kismet E as chuvas chegaram Intervenção Divina Osama Kung fu panda O voto é secreto Um casamento a indiana Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera A Menina Afegã ( documentário) O poder do mito ( documentário)
Livros: Patricia Bencardini, Dança do ventre Ciência e arte . TextoNovo Jennifer Barker Woolger, Roger J. Woolger. A Deusa interior . Cultrik. grande Deusa. Gaia Claudio Crow Quintino. A religião da grande Bri. Maya Tiwari. O caminho da prática, a cura feminina pela alimentação, pela respiração respiração e pelo pelo som . Rocco. Catherine Clément, Julia Kristeve. O feminino e o sagrado . Rocco. Lucy Penna. Dance e recrie o mundo, mundo, A força criativa do ventre . Summus André Van Lysebeth. Tantra, o culto da feminilidade . Summus. peter Demant. O mundo muçulmanos , editora contexto Blandine Calais-Germain, Anatomia para o movimento, Manole W.Khale/h.Leonhardt/W.Platzer, Atals da anatomia humana/ Aparelho de movimento 1 , Atheneu Rudolf Laban, Domínio do movimento, Summus Dionísia Nanni, Dança educação , Sprint Victor N.Davich, O melhor guia de meditação , pensamento Sylvia B. Perera, caminho para a iniciação , paulus Stanley Keleman, Mito e corpo uma conversa com Joseph Campbell , summus Martha Robles, Mulheres, mitos e mistérios o feminino através dos tempos , Aleph Hajo Banzhaf, A tarô e a viagem do herói , pensamento
Sites e blogs a serem visitados : http://ventreemebulicao.blogspot.com/ http://www.femininoplural.com.br/ http://www.shira.net/index.html http://www.centraldancadoventre.com.br http://www.shimmyblog.org/ Professora Simone Martinelli Contato:
[email protected] Skype: ssmartinelli
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