APOSTILA DE UMBANDA Material compilado, não é de minha autoria Yaoloorisa Osunseyi Lili ti Osun
Origem: Existem algumas versões para a origem da Umbanda. Tentaremos Tentaremos mostrar mostrar uma face face dessa dessa origem, origem, salientan salientando do que que não importa as formas variáveis da origem, e sim, como ela atua e o que têm em comum: sua essência. O início do movimento Umbandista se coloca entre a primeira e a segunda metade do século XIX, junto ao candomblé. Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os Santos católicos. Em meio a essas comemorações eles começaram a incorporar espíritos ditos Pretos-Velhos (reconhecidos como espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos "Pais e Mães de senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África) que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material, àqueles que estavam no cativeiro. Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção. Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros. Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos "Candomblés de Caboclo". Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje. No início do sec. XX surgiram as Macumbas no sudeste do Brasil, mas precisamente no Rio de Janeiro (sendo que também existiam em São Paulo) que mesclavam ritos Africanos, um sincretismo Afro-católico e outros mistos magísticos e influências espíritas (kardecistas). Isso era feito isoladamente, por indivíduos e seus guias, ou em grupamentos liderados pelo Umbanda ou embanda que era o chefe de ritual.
De certa forma, com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava no catolicismo, protestantismo, judaísmo ou no espiritismo, era considerado macumba. Virou um termo pejorativo e as pessoas que a praticavam, o que podemos rotular como uma "Umbanda rudimentar", não estavam muito interessadas ou preocupadas em dar-lhe um nome. Porém, o termo Umbanda já era utilizado dentro de uma forma de culto ainda meio dispersa e sem uma organização precisa como vemos hoje. A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda. UMBANDA: Banto - Kimbundo = arte de curar. Segundo Heli Chatelain, tem diversas acepções correlatas na África (ref.: Cultura Bantu): 1 - A faculdade, ciência, arte, profissão, negócio: 1a) de curar com medicina natural (remédios) ou sobrenatural (encantos); 1b) de adivinhar o desconhecido pela consulta à sombra dos mortos ou dos gênios, espíritos que não são humanos nem divinos; 1c) de induzir esses espíritos humanos que não são humanos a influenciar os homens e a natureza para o bem ou para o mal; Com o passar do tempo a Umbanda foi se individualizando e se modificando em relação ao candomblé, ao Catolicismo e ao Espiritismo. Através dos Pretos-Velhos e Caboclos, que guiaram seus "cavalos" (médiuns), a Umbanda foi adquirindo forma e conteúdo próprios e característicos (identidade cultural e religiosa) e que a difencia daquela "Umbanda rudimentar" ou Macumba. A incorporação de guias de Umbanda também ocorreu em outras religiões além do Candomblé, como foi no caso do espiritismo. Em 1908, na federação espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina). As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade. Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorisando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às Umbandas mais africanas - Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquelas formas mais vinculadas ao espiritismo - Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d ´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda
com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos. Hoje temos várias ramificações da Umbanda que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé. Alguns exemplos dessas ramificações são: • •
•
•
•
•
•
•
•
•
· "Umbanda tradicional " - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes"; · "Umbanda Popular " - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos"; · "Umbanda Branca e/ou de Mesa" - Com um cunho espírita "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas - "kardecistas - como fonte doutrinária; · "Umbanda Omolokô" - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias; · "Umbanda Traçada ou Umbandomblé" - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes; · "Umbanda Esotérica" - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas"; · "Umbanda Iniciática" - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito; · "Umbanda de Caboclo" - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos"; · "Umbanda de pretos-velhos" - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos; · Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.
Os Fundamentos:
A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos:
Um Deus único e superior: Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus.. Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social.
Os Orixás. Seres do Astral superior que representam a natureza e como esta atua e interage com os seres humanos. Orixás: Oxalá, Omulu/Abaluaye, Xango, Ogum, Oxosse, Exu, Yemanjá ou Yemonjá, Nanã ou Nanã Boruque, Oxum, Oxumaré, Oba, Iansã, ...
Os Guias. Espíritos de Luz e plenitude que vêm à Terra para ensinar e ajudar todas as pessoas, encarnadas e desencarnadas. Guias: Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros, Africanos, Baianos, Marinheiros, Crianças, Orientais, Ciganos, Exus e Pomba-giras, ...
Os Espíritos (generalização). Seres desencarnados que atuam de várias maneiras no mundo em que vivemos: maneiras positivas (são os Guias da Umbanda; os espíritos de Luz do Espiritismo - Kardecismo). Maneira negativa: espíritos maléficos ou perdidos (os Kiumbas - nome dado na Umbanda); obsessores ou espiritos sem Luz (nome dado no Espiritismo).
A Reencarnação. Ato natural do cliclo de vida (vida - morte - renascimento); aperfeiçoamento do espírito e do proprío homem. Consite na crença de que várias existências são necessárias para se chegar ao equilíbrio evolutivo e aos diversos planos da espiritualidade. A origem dessa crença é indiana e penetrou em várias religiões ao longo dos séculos: Religiões Hindus, Budismo, Umbanda, Candomblé, Espiritismo etc
O Kharma. Lei reencarnatória a qual todos estamos subordinados que dita a forma e os meios pelos quais será dado o retorno a um corpo material afim de resgatarmos nosso erros (de existências passadas) e fazer cumprir boas ações (na existência futura). O Kharma, por vêzes, ultrapassa as barreiras temporais da materialidade fazendo com que o espírito cumpra sua passagem pela Terra não
reencarnando, mas sim, como um Guia (Preto-Velho, Caboclo, etc; no caso da Umbanda). O qual tem como comprometimento, missão ou provação guiar e ajudar os seres humanos e outros espíritos. Exemplo em termos genéricos do Kharma: Uma pessoa A que por pura ganância e egoísmo prejudicou a vida de B colocando-a na sarjeta e levando-a a cometer atos espúrios e em conseqüência a morte, sendo que B morreu nutrindo um ódio muito grande por A que a prejudicou. O Kharma que A poderia ter seria vir (reencarnar) como mãe de B. E B, por sua vez, poderia aceitar um Kharma de vir como filho deficiente de A, para que ambas pudessem cumprir seus Kharmas e evoluir e aprenderem juntas o sentido da solidariedade e do amor.
O Dharma. De várias modos os Umbandistas, em geral, vêem o Dharma embutido dentro do Kharma e, por vêzes, fazem referências ao Dharma em formas de Kharma e vice-versa. Por isso, eu preferi fazer a referência ao Dharma em separado, mas resaltando que não há o Dharma sem o Kharma, mas que ambos têm seu próprio significado. Lei de conduta na qual o espírito já encarnado, ou não, tangem sua existência, afim de cumprir seus Kharmas. Quando há a quebra do Dharma ou sua deturpação caímos em novos Kharmas. Exemplo genêrico do Dharma: Utilizando o exemplo acima, teríamos como Dharma de A o cuidado materno que ele teria que dar a B como seu filho, o comprometimento e a atenção. Já o Dharma de B seria o respeito, a atenção e o carinho que ele teria que dar a A como sua mãe.
A Mediunidade. O Dom dado por Deus às pessoas para que elas possam interagir com os espíritos, como instrumentos de difusão de força divina através da incorporação, da psicografia, da audição, da PES (Percepção Extra Sensorial), e de outras forma no sentido de, humildemente, servir a Deus e ajudando a todos que necessitem de caridade e no encontro da fé.
O Caminho (ele tem relação com o Dharma e com o Kharma). Os Umbandistas crêem na caridade, no amor e na fé, como os elementos principais na evolução espiritual e material do Homem em seus vários estágios no Ciclo da vida.
A Umbanda não discrimina nenhuma religião, visto que todas, desde que alicersadas pelas mão divinas (e não por interesses econômicos e/ou mesquinhos e materialistas), são válidas na caminhada ao encontro da fé. Cada pessoa, cada ser humano, deve procurar a Religião que mais o complete; com a qual se identifique nos seus fundamentos, preceitos, doutrina e rituais, ou meramente nos aspectos filosóficos e científicos.
Referências Africanas, Indígenas, Européias e Indianas. A UMBANDA é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram siscretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio). A UMBANDA prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. A máxima dentro da UMBANDA é " Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé ".
O CULTO UMBANDISTA A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões. O chefe do culto no Centro é o Sacerdote [ a Babá (Sacerdote feminino) ou o Babalaô (Sacerdote masculino) ] que é quem coordena a gira e que irá incorporar o guia de luz que comandará a espiritualidade do local dos trabalhos. Normalmente, esse guia de luz, que comanda é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de linha doutrinária para linha doutrinária). Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que tem o Caboclo como comandante seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo. As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, ou cavalos. Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias. As entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre: •
•
•
· Orixás: Xangô, Ogum, Exu, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros. · Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais. · Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.
As sessões. O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras. Os dias da semana que acontecem as sessões variam de Centro para Centro. No nosso, elas se dão as segundas-feiras e as sextas-feiras. Nas segundas, são feitas as sessões de consulta com Pretos-Velhos, onde as pessoas conversam com nossas entidades, afim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, desobsessões e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o "passe" e o "descarrego". No "passe", os Pretos-Velhos, rezam a pessoa energizando-a e retirando toda a parte negativa que nela possa estar. O descarrego, é feito com o auxílio de um médium de descarrego, o qual, irá incorporar o obsessor, ou captar a energia negativa da pessoa. Então, o Preto-Velho faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior; caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode-se pedir a presença de um ou mais Exus para auxiliar o PretoVelho. Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas, e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão.
OS MÉDIUNS Médium é toda pessoa com o Dom da incorporação, audição, fala, escrita, visão voltados ao contato com os espíritos e Orixás. O médium tem como uma de suas missões na vida ser um instrumento nas mãos dos guias e Orixás. Ele deve ter e seguir, em sua vida, os conceitos de caridade, amor e fé, praticados dentro da Umbanda. Para muitos é dado a entender que o médium sofre. Ser médium na concepção maior, não é dor e sim provação. Pode-se dizer que a vida de quem é médium 24 horas por dia, 7 dias na semana, realmente não é fácil, mas não chega a ser castigo, como algumas pessoas entendem, e sim, como se pode dar em benefício do próximo, encarnado ou desencarnado. Mas, existem médiuns que sofrem muito, realmente sofrem muito: por sua própria culpa, porque acham que os guias devem-lhes dar de tudo, ou se envaidecem, ou agem de maneira errada e leviana em suas vidas, ou não levam a sério a vida espiritual, ou por ignorância sentem vergonha da forma como se dá a incorporação e "prendem os Guias". Esses médiuns acabam
sendo recriminados pelos seus Guias e Orixás, como alguns dizem: "tomando uma surra". Existem aqueles médiuns que são como "pára-raios" das forças negativas, basta estar uma pessoa muito carregada no terreiro ou passar por perto de alguém que esteja com alguma demanda ou obsessor para começar a passar mal. Mas esses, com o tempo, vão aprendendo a se controlar com a ajuda dos Guias e acabam resolvendo o problema. O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas vale a pena e pode ser feito. As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia. O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material. "Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materias sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisão entre o material e o espiritual, embora eu saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil, mas não é impossível. O médium deve estar sempre atento as obrigações que ele deve fazer, todos os anos, para seu Orixá de cabeça (Orixá que rege sua vida e sua coroa, mente, do médium). Essa obrigação deve ser passada pelo Guia chefe do terreiro ou pela Babá do Centro. Outra consideração importante com relação a mediunidade, e, ao terreiro, é que o médium deve abster-se de relações sexuais no dia das sessões. Pois isso, além de enfraquecer a energia psíquica, pode levar a falta de concentração e à dispersão no decorrer das sessões.
UMBANDA SEM MISTÉRIO
Na vida cotidiana e no campo profissional é fato, que uma pessoa é considerada formada, quando recebeu um diploma universitário. A condição primordial, para que isso aconteça, é a escalada de estudos realizados, que se inicia desde à época do aprender a ler e escrever, até o domínio das matérias ensinadas na faculdade. Um diploma significa que a pessoa cumpriu todas estas etapas, por
conseqüência, detêm o conhecimento acumulado para se dedicar à profissão, na qual se graduou e que está plenamente, preparado para exercê-la. Como uma pessoa pode se formar em uma universidade, sem ter aprendido a ler e a escrever um dia? Inadmissível, no mundo real. Acontece também de universitários, não seguirem a profissão do diploma, por não sentirem a menor vocação, tendo se formado para cumprir uma obrigação assumida junto aos seus pais, ou mesmo para garantirem um enriquecimento no seu currículo, facilitando a candidatura em empregos promissores financeiramente. Assim, temos a vocação como uma premissa necessária, para que o diplomado consiga exercer sua carreira de forma plena e atuante. É 0 aprendizado contínuo, do básico ao avançado, do simples ao complexo, que cria o domínio da profissão. E o diploma caracteriza e ratifica a formatura conquistada. No mundo espiritual existem correlações similares. A vocação é o merecimento, o aprendizado são as experiências e vivências existenciais, e o diploma é a graduação espiritual alcançada. Não é o mundo espiritual, que imita a vida cotidiana e o campo profissional, são estes últimos, que palidamente copiam o mundo espiritual. Na Umbanda não é diferente. O umbandista que almeja ser um dia, sacerdote na nossa religião, tem que obedecer a mesma escrita. Realizar um estudo contínuo e profundo, aprender das coisas mais básicas até as ciências mais complexas, adquirir os conhecimentos necessários para o exercício pleno da função sacerdotal, são as condições mínimas, que devem existir para tal. Falar de sacerdócio na Umbanda é remeter a necessidade de possuir o merecimento espiritual para sê-lo. É nascer com essa missão e ter assumido esse compromisso com a espiritualidade, é como, comumente se diz, ter ordens e direitos de trabalhos neste sentido. Conhecimento, cultura, teoria se consegue com o aprendizado constante. Merecimento, ou se tem, ou não se tem. Se o trilho que se caminha dentro da Umbanda, se chama evolução espiritual, o merecimento é a condição primeira, de tudo que se conquista, almeja e se alcança dentro da religião.
A concordância da espiritualidade, sempre foi para mim, o fator, mais importante, para a garantia de sucesso, bons augúrios, respostas e energias positivas, bênçãos, aporte do Astral, em qualquer tipo de ação e reação impetrada ou sofrida pelo filho-de-fé. Algo, que todo umbandista deve sempre conquistar, em quaisquer situações de sua práxis religiosa. A partir do SIM do mundo espiritual, tudo tem propriedade e está plenamente validado. O resto é uma questão de tempo. Este aporte do astral pode ser constatado de várias formas e, entre as possíveis, podemos citar: a palavra das entidades espirituais, a confirmação pelos oráculos divinatórios (búzios, ifá, numerologia etc.) e acontecimentos espirituais significativos na vida do umbandista. Independente deste SIM do mundo espiritual, para a concretização no plano material se o adepto será sacerdote na Umbanda, cada escola do movimento umbandista, possui um caminho de iniciação (conjunto de obrigações ritos/litúrgicas), que proporcionam o progresso religioso dos seus filhos-de-fé. Esse aprendizado envolve desde os ensinamentos básicos até os necessários para que eles adquiram a autonomia de poder caminharem sozinhos. Um dos objetivos primordiais da Umbanda é gerar em seus adeptos um conhecimento integral, transformá-los em umbandistas, senhores de seu processo de evolução, capacitando-os a dirigir a si mesmos e assumirem completamente, as responsabilidades inerentes aos seus deveres e obrigações espirituais. Para isso, é fundamental que Pais/Mães-de-Santo, sejam cônscios de que, suas responsabilidades, devem ser de orientadores e facilitadores desta independência consciencial. Evidentemente, que no início, eles sirvam de apoio, de ajuda, de decisores na vida dos seus filhos-de-santo. É natural que eles assumam temporariamente, a característica de suporte consciencial e solucionadores de questões materiais e espirituais, mas é impensável, que isto ocorra por todo o sempre. O Pai/Mãe-de-Santo tem o dever de ir formando os seus filhos-desanto, fornecendo-lhes os instrumentos, as ferramentas e os conhecimentos adequados, para torná-los cada vez mais capacitados e preparados, para o enfrentamento da vida e dos seus processos
evolutivos, que lhe são inalienáveis e pessoais. Vejam que estou falando, daquilo que deveria ser a preocupação real e primeira do dirigente de uma casa espiritual de Umbanda. Em segundo lugar, é que deve ser contemplado o aprendizado das coisas relativas à religião em si. Esse aprendizado das coisas relativas à Umbanda, é importante, porque a fé, as crenças, os valores e o desenvolvimento espiritual do adepto foram por eles depositados, de livre e espontânea vontade, sobre os alicerces da religião e não fora dela. Quando esses ensinamentos, concernentes a Umbanda, se referirem à preparação do filho-de-santo para o exercício sacerdotal, eles devem ser ministrados completamente. Aqui sim, estamos nos referindo a uma passagem de conhecimento integral. Ninguém pode ser sacerdote ou sacerdotisa umbandista, com pouco, algum ou nenhum conhecimento. A responsabilidade da qualificação deste sacerdote ou sacerdotisa é total do Pai/Mãe-de-Santo que o ordenou. Devemos lembrar que a formação sacerdotal, implica em capacitar outrem, para exercer um papel direção espiritual de um terreiro, de formar orientadores e facilitadores para outros umbandistas, que estarão sob a sua guarda e responsabilidade, qualificar novos condutores de almas no caminho da evolução espiritual. Isto é muito sério! E com certeza, o fracasso, a falta de conhecimento, o despreparo espiritual de um sacerdote umbandista, respinga de forma incondicional no responsável pela sua formação. Diferente do mundo material, em que a universidade, não garante e não se responsabiliza, pela qualidade do trabalho profissional de quem nela obteve a graduação, para o plano espiritual, a outorga sacerdotal implica que existe sim, um avalista e este é o Pai/Mãe-deSanto do sacerdote ordenado. Evidentemente, que nem todo umbandista nasceu para ser sacerdote, até por que, se assim fosse, chegaria o momento, que somente existiriam Pais/Mães-de-Santo e nenhum filho-de-santo. A Umbanda é rica de oportunidades e existe espaço para todos poderem colaborar e realizar algo em prol da religião, da coletividade, do terreiro que se freqüenta e da sociedade em geral.
Seja ocupando um cargo hierárquico, seja com a responsabilidade de uma determinada função, o filho-de-fé interessado, de boa-vontade e proativo tem muito a contribuir. Trabalho não falta! No movimento umbandista, no entanto, há escolas, que no seu processo de iniciação, se encontra implícito a formação sacerdotal e para ficarmos no exemplo, podemos citar a Escola Omolocô. Isso ocorre segundo alguns estudiosos, por conta da herança dos cultos afro-brasileiros e é gerado através das assimilações, verossimilhanças e/ou sincretismo sofridos com o passar do tempo (talvez por isso, o Omolocô seja considerado por muitos como um Culto de Nação e não Umbanda, ou tachados de umbandomblé). O importante, para nossa linha de raciocínio, é que na Escola Omolocô, o umbandista ao tornar-se adepto, pode ter a certeza, que no final de seu processo de iniciação ele conquista o direito ao sacerdócio. Aproveitamos para ilustrarmos esse processo de formação sacerdotal, e em seguida demonstrar o que seria errado ou o que transformaria esse caminho totalmente válido para o sacerdócio, em fracasso do outorgado ou frustração completa. Já desenvolvemos esse tema (Iniciação na Umbanda Omolocô) em alguns artigos publicados nesse blog, façamos aqui então, um breve resumo: 1) a opção ou escolha de se iniciar na Umbanda Omolocô é de livre e espontânea vontade do filho-de-fé. 2) tendo decidido pela iniciação se é cumprido um total de 8 (oito) obrigações anuais. 3) ao final das obrigações anuais o filho-de-fé está completamente preparado para guiar a sua vida umbandista por conta própria. As oito obrigações anuais representa um ciclo completo de aprendizado, estudo sistematizado e rituais e liturgias, que qualificam o iniciado para sua autonomia dentro da Umbanda Omolocô. Em linhas gerais, com foco na preparação do filho-de-santo: 1ª. Obrigação Anual: Batismo, feitura do santo, e ensinamentos básicos, como por exemplo, a história da Umbanda e do Omolocô, bem como explicações sobre direitos, deveres e obrigações do
iniciado. 2ª. Obrigação Anual: Ritos/Liturgias inerentes a esta obrigação e estudo sobre os Orixás, entidades espirituais, suas falanges e tipos de trabalhos realizados. 3ª. Obrigação Anual: Ritos/Liturgias inerentes a esta obrigação e estudo sobre mediunidade, características e desenvolvimento. 4ª. Obrigação Anual: Ritos/Liturgias inerentes a esta obrigação e através do oráculo divinatório ou outro método, próprio do terreiro que se freqüenta, é definido a vocação do iniciado dentro da religião. Se ele será preparado para ocupar um cargo na hierarquia do terreiro, uma função específica ou se sua vocação é o sacerdócio. Geralmente os estudos realizados nessa obrigação estão voltados para os fundamentos do oráculo ou o método específico de divinação que o terreiro adota. Daí em diante as demais obrigações representam a preparação do iniciado de acordo com a sua vocação. 5ª, 6ª e 7ª. Obrigação Anual: Ritos/Liturgias inerentes a cada uma destas obrigações e com os estudos pertinentes a vocação do iniciado, que foi definida na 4ª. Obrigação Anual. 8ª. Obrigação Anual: Consagração e confirmação do iniciado. Festa de apresentação pública do novo integrante da hierarquia do terreiro, ou no caso específico, do Sacerdote ou Sacerdotisa. Evidentemente que o aprendizado sobre as coisas da religião, ocorre diariamente, no processo de convivência e participação do filho-desanto. A função destes estudos nas obrigações anuais representa a legalização da formação do iniciado, que recebe os ensinamentos de uma forma oficial e detém essas lições através do aprendizado direto e do farto material de estudo que é entregue sob sua guarda (apostilas, livros etc.). Desta forma na Umbanda Omolocô, toda a condição é oferecida para que seu iniciado aprenda tudo aquilo que seja necessário para a sua formação completa dentro da religião. Como é óbvio, não se saber quais as circunstâncias e motivos para o qual o iniciado precisará utilizar os conhecimentos, ciências e fundamentos da religião, na Umbanda Omolocô se ensina tudo. Importante é que o adepto esteja
preparado para enfrentar quaisquer situações, que ele venha se deparar. Correto é o Pai/Mãe-de-Santo que cumpre essa escrita. Fazendo isto sem restrições, se demonstra o respeito à tradição da Umbanda Omolocô e a certeza de que sua linhagem será uma geração respeitada e honrada desde sua ancestralidade. A Umbanda Omolocô está espalhada por todo o Brasil, sendo que os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, são uma referência como pólos irradiadores e disseminadores desta escola. Nesses locais existem em plena atividade ainda, a geração de filhos-desanto diretos dos grandes expoentes da Umbanda Omolocô, como Tata Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto, N’Ginja Delfina de Oxalá, Tatá Opongô Nilton Santos e tantos outros. Essa linhagem trabalha pela manutenção da tradição da escola, pelo seu levantamento histórico e pela difusão dos ensinamentos do Omolocô. Todo o terreiro é um verdadeiro centro de estudo, uma instituição cultural e uma escola de aprendizado. Os seus filhos-desanto são incentivados ao estudo, a pesquisa e a gerar conhecimento. Nesses locais não se retém ciências e fundamentos. Não existem erôs (segredos e mistérios) que os iniciados não tenham acesso. Tudo pode se aprender, dependendo exclusivamente, da boa-vontade, do interesse e da dedicação do filho-de-santo. Na sua oitava obrigação anual, o filho-de-santo conquista o seu Deká (insígnia de consagração do Sacerdote/Sacerdotisa da Umbanda Omolocô). Ao receber a sua formatura o iniciado está pronto e com autonomia para seguir em frente. E quais seriam então os processos que podem gerar o fracasso e a frustração dos iniciados? São exatamente, as excrescências, as interpolações, os acréscimos e as particularizações criadas com objetivos indisfarçáveis, totalmente alheios ao puro interesse de formar, ensinar e educar o filho-de-fé. É só analisarmos o que é certo e facilmente descobriremos o que é errado e totalmente inadmissível; i) na Umbanda Omolocô, a iniciação remete a feitura de santo, o Orixá da frente ou principal, podendo ser feito também o segundo Orixá (Pai ou Mãe dependendo do gênero do primeiro Orixá) e o terceiro denominado de ascendente ou cabalístico. É o triângulo de
forças inerentes ao ori (cabeça) de todo o filho-de-santo. ii) a feitura tem como base, além de uma ritualística e liturgia própria a catulagem e o tarimbamento do santo no ori do iniciado. Isto, somente é realizado uma única vez. iii) é de responsabilidade do iniciado, arcar com os custos do material utilizado em suas obrigações anuais, inclusive com a festa pública e a confecção do seu deká, caso o deseje, na sua oitava obrigação. iv) a salva na Umbanda Omolocô, representa a doação de materiais para serem utilizados no terreiro, por exemplo velas, incensos, dendê, mel etc. v) não existe o pagamento de mão do Pai/Mãe-de-Santo, para realização de quaisquer coisas dentro da religião. vi) é um direito inalienável, do filho-de-santo iniciado, receber por completo todos os ensinamentos, conhecimentos, ciências e fundamentos necessários a sua formação com adepto da religião. vii) o deká é um direito, não se compra deká! Ao se completar as oito obrigações anuais, o deká é automático, sem necessitar nada mais além, do que ter cumprido oito anos de obrigação. ix) ao se receber o deká, o iniciado recebe também sua autonomia. Não existindo a necessidade de depender mais, de tudo que fizer na religião, precisar da intervenção, presença ou ser realizado pelo seu Pai/Mãe-de-Santo. Para isso ele, ao longo dos oitos anos de obrigação, recebeu uma formação integral, que o credencia para fazer qualquer coisa dentro da Umbanda Omolocô. Portanto, amigo leitor, deká não é um colar de palha, ele representa algo muito sério na Umbanda Omolocô. Ele não é para ficar guardado, correndo o risco das traças comerem, se for mal acondicionado. O deká é para ser usado! Ele representa a insígnia maior, de quem lutou, trabalhou e estudou muito a religião. O deká é a comenda da completude do iniciado, como conhecedor dos fundamentos e ciências da Umbanda Omolocô. Sacerdotes e Sacerdotisas que receberam seus dekás, não ficam como enfeites nos terreiros de Umbanda Omolocô, apenas distribuindo bênçãos aos seus irmãos-de-santo.
Se vão ou não abrir seus terreiros, ter filhos-de-santo é uma questão pessoal, no entanto, a partir de suas cerimônias de recebimento do seu deká, os sacerdotes e sacerdotisas têm o direito conquistado para tocarem as suas vidas espirituais independentes, serem copartícipes ativos das decisões, em quaisquer instâncias, nos terreiros que freqüentam, instruírem os que estão no caminho e dividirem as responsabilidades de autoridade da casa. Inclusive, de fazer a iniciação de seus filhos-de-santo, dentro do terreiro em que freqüentam. Geralmente, na Umbanda Omolocô, os novatos no terreiro, trazidos ou não pelos sacerdotes e sacerdotisas da casa, mas que ficam sob sua tutela, não são mais iniciados pelo o Pai/Mãe-de-Santo principal da casa e sim, pelos seus tutores imediatos. É impensável, que um Sacerdote e Sacerdotisa, dentro da Umbanda Omolocô, não saiba preparar uma cafua de exu, preparar banhos, sejam os mais simples (limpeza e descarrego), ter condições para fazer uma feitura de santo, realizar trabalhos espirituais para outros e para si mesmos, não conheça os fundamentos do roncó, não tenha recebido a mão-de-faca, etc. E pior, continuar pagando, geralmente é o que acontece, para que o Pai/Mãe-de-Santo, realize o que ele deveria fazer por si mesmo. Se isso acontecer com alguém, façam um favor a si mesmo, queimem os seus dekás e rasguem os seus diplomas, pois vocês ainda não se tocaram, mas continuam a ser nada mais, nada menos do que um simples filho-de-santo! Ou então, procurem seus Pais/Mães-de-Santo, questionem, perguntem e exijam, pois estão nos seus direitos e, com certeza, algo está seriamente errado no terreiro que vocês freqüentam.
OBRIGAÇÕES NA UMBANDA O que é uma OBRIGAÇÃO? É a confecção de um ponto de atração e ligação entre um ser encarnado e uma Força Superior (um Orixá). Na Umbanda essas ditas Obrigações, são preparadas com elementos naturais, fazendo desta forma uma alquimia, tal que, determina a Freqüência do Orixá desejado. Qual é a melhor forma de determinar esta dita freqüência? Pelo conhecimento detalhado de cada Orixá, a sua força, seu atributo, seu Oti (bebida), suas ervas, seu Amalá (comida), chegaremos à um determinado
modo de fazer este Orixá vibrar. As Obrigações se dividem em: • • •
Feitura do Santo Reforço do Santo Emergênciais
As obrigações da feitura e do reforço são idênticas, já nas emergenciais, mudam de aspecto. As obrigações da Feitura de Santo, como o próprio termo está dizendo, é preparado e entregue quando o filho é feito no Santo, só e exclusivamente nesta ocasião. Pelo menos uma vez ao ano, na data dos Orixás, o filho deverá fazer um reforço das obrigações de feitura. As emergenciais só deverão ser usadas em casos realmente de emergência (caso de uso de anestésicos em operações, assédios espirituais e possessões) e com a aquiescência e anuência de uma Coroa Maior. As Obrigações na Umbanda devem ser feitas na seguinte ordem após o Amací, o Batismo e a Confirmação: 1a OBRIGAÇÃO DE EXÚ com o fito de resguardo do filho de ataque de inimigos esporádicos. Após a de Exú, deverão ser feitas as obrigações dos demais Orixás (quer masculinos, quer femininos) exceto os do Eledá (Pai e Mãe de cabeça) que ficarão por último e que serão efetuados quando da feitura da pré-camarinha, nos filhos que não terão comando de terreiro e na Camarinha aos que se destinam ser Chefes de Terreiros (Babalorixá). Por terem os filhos de terreiro feito as obrigações de feitura (exceto a do Eledá), é que se torna imprescindível o reforço anual das obrigações já efetuadas. Quanto ao Eledá fica inteiramente à critério de cada filho fazer-lhes um AGRADO a contento. A condição de ter o filho feito obrigações para os diversos Orixás do Panteon durante a sua feitura não determina necessariamente que tenha guias (colares) deste ditos Orixás. Esse colares devem ser pedidos pelas Entidades trabalhadoras e responsáveis durante o tempo da espera da Pré-camarinha ou Camarinha, porém, a cada guia nova corresponde a um novo reforço.
sábado, 18 de dezembro de 2010 Mediunidade
A Mediunidade é comum ao homem, desde os seus primeiros séculos e gerações e antes mesmo do nascimento da primeira religião no mundo!
"o momento é trabalho, sacrifício, renúncia, altruísmo, ação... OBRAS e não palavras... discursos... conversa de especulação filosófica, sem o esmero do primeiro exemplo!" Emmanuel
Evocar os Mortos Todos sabem que o Espiritismo já existia entre as castas religiosas antigas, com a diferença de que naqueles tempos o espiritismo ou a prática da mediunidade, pela sua responsabilidade, só era permitida aos grupos privilegiados de sacerdotes, hierofantes, instrutores, etc. devido ao preparo que reclamava a responsabilidade de se entender o homem com os Guias e Mestres, sem profanar os conhecimentos adquiridos. E aí está a razão oculta e verdadeira, pela qual era proibido ao vulgo "evocar os mortos", porque era considerado um perigo, naquele tempo, ao alcance da mão criminosa dos homens de então. O mesmo pensam ainda hoje, em particular, muitos incipientes sacerdotes católicos, protestantes e "esoteristas", quando nenhum argumento mais podem apresentar, quando falam com pessoas que nada dispõem de recursos para discutir e argumentar, à luz da verdade científica e histórica.
O médium de UMBANDA VERDADEIRA e ECLÉTICA, que nenhuma diferença fundamental apresenta do médium previsto e preconizado de modo geral pelo magnífico codificador e Mestre ALLAN KARDEC, a quem se deve a irrecusável gratidão de suas luzes mediúnicas maravilhosas e raras virtudes morais. A única diferença que notamos entre os médiuns Kardequistas e o médium de UMBANDA visto pelos nossos olhos espirituais, é somente que o primeiro recebe incorporações e trabalha sentado em volta das mesas ou em outros ambientes fechados,
onde não se perceba o fenômeno; e o segundo - o de UMBANDA ECLÉTICA SUPERIOR - recebe e trabalha a portas abertas, geralmente de pé, mas funciona em qualquer posição que seja necessária, ao objetivo da Caridade, deitado, de pé, sentado, acocorado, etc.; e tanto trabalha na mesa como no chamado "terreiro" (nome aceito e Simbólico, também adotado apenas, pela impressão de humildade e pobreza honrada, que o vocábulo inspira), de pé ou sentado num tamborete, sem nenhum vexame ou incompatibilidade, contanto que seja para fins elevados de servir à Obra da grande Oficina do Divino Mestre A sua mediunidade também se exerce e se equilibra dentro do mesmo código rígido de moral e de permanente atividade construtiva de trabalho intenso, como nenhum outro médium, transformando-se no tempo em verdadeiro Sacerdote da Mediunidade, vivendo mais dedicado à vida espiritual, do que à vida material. Nunca dispõe, o verdadeiro médium de sábado, 18 de dezembro de 2010 Mediunidade A Mediunidade é comum ao homem, desde os seus primeiros séculos e gerações e antes mesmo do nascimento da primeira religião no mundo!
"o momento é trabalho, sacrifício, renúncia, altruísmo, ação... OBRAS e não palavras... discursos... conversa de especulação filosófica, sem o esmero do primeiro exemplo!" Emmanuel
Evocar os Mortos Todos sabem que o Espiritismo já existia entre as castas religiosas antigas, com a diferença de que naqueles tempos o espiritismo ou a prática da mediunidade, pela sua responsabilidade, só era permitida aos grupos privilegiados de sacerdotes, hierofantes, instrutores, etc. devido ao preparo que reclamava a responsabilidade de se entender o homem com os Guias e Mestres, sem profanar os conhecimentos adquiridos. E aí está a razão oculta e verdadeira, pela qual era proibido ao vulgo "evocar os mortos", porque era considerado um perigo, naquele tempo, ao alcance da mão criminosa dos homens de então. O mesmo pensam ainda hoje, em particular, muitos
incipientes sacerdotes católicos, protestantes e "esoteristas", quando nenhum argumento mais podem apresentar, quando falam com pessoas que nada dispõem de recursos para discutir e argumentar, à luz da verdade científica e histórica.
O médium de UMBANDA VERDADEIRA e ECLÉTICA, que nenhuma diferença fundamental apresenta do médium previsto e preconizado de modo geral pelo magnífico codificador e Mestre ALLAN KARDEC, a quem se deve a irrecusável gratidão de suas luzes mediúnicas maravilhosas e raras virtudes morais. A única diferença que notamos entre os médiuns Kardequistas e o médium de UMBANDA visto pelos nossos olhos espirituais, é somente que o primeiro recebe incorporações e trabalha sentado em volta das mesas ou em outros ambientes fechados, onde não se perceba o fenômeno; e o segundo - o de UMBANDA ECLÉTICA SUPERIOR - recebe e trabalha a portas abertas, geralmente de pé, mas funciona em qualquer posição que seja necessária, ao objetivo da Caridade, deitado, de pé, sentado, acocorado, etc.; e tanto trabalha na mesa como no chamado "terreiro" (nome aceito e Simbólico, também adotado apenas, pela impressão de humildade e pobreza honrada, que o vocábulo inspira), de pé ou sentado num tamborete, sem nenhum vexame ou incompatibilidade, contanto que seja para fins elevados de servir à Obra da grande Oficina do Divino Mestre A sua mediunidade também se exerce e se equilibra dentro do mesmo código rígido de moral e de permanente atividade construtiva de trabalho intenso, como nenhum outro médium, transformando-se no tempo em verdadeiro Sacerdote da Mediunidade, vivendo mais dedicado à vida espiritual, do que à vida material. Nunca dispõe, o verdadeiro médium de Umbanda Superior e Eclética, de tempo para viver em passeios e prazeres banais; cumpre apenas os seus deveres restritos de excelente cidadão e reto homem de negócio, e Chefe de Família, si o é, mas somente o quantum satis per necessário, para viver decentemente a vida simples e singela do homem que se honra de ser Cristão e Espiritualista convicto, que entendeu e sentiu o Evangelho. O médium de Umbanda Superior, pura e Simbólica, deve estar preparado pelo entendimento, de forma que não tenha ilusões mundanas com a sua mediunidade; e, mais do que nunca, perfeitamente convencido que a mediunidade é Sacerdócio e, como tal, o médium não deve alimentar nenhuma ilusão de gratidão e recompensas terrenas, muito menos deve pensar em homenagens, presentes, honrarias, galardões, solidariedades, recompensas, etc.! Igualmente, o médium, em hipótese alguma, deverá pensar em enriquecer à custa da mediunidade ou dela se valer para recorrer aos espíritos, a fim de
que eles venham resolver problemas mesquinhos humanos e "arrumar" os negócios da vida que cabe a cada um encarnado viver e resolver, convicto de que nunca está ele sozinho e desamparado de assistência protetora. O médium de Umbanda ECLÉTICA não faz nenhum preceito adotado nas oferendas e sacrifícios praticados pelos pseudo-africanistas que hoje usa como gazua, o seu nome! Assim, é e deverá ser sempre o médium de Umbanda, onde quer que se encontre! De Pé e à Ordem das Estrelas! Tal é a Lei.
RECOMENDAÇÕES ÚTEIS AOS MÉDIUNS - Chegar no templo antes do trabalho, desenvolver as atividades necessárias e ficar em meditação no Templo. - Asseio corporal absoluto. - Uso de uniforme de trabalho próprio. - Médium feminina não deve trabalhar em estado negativo (menstruada). - Submeter-se a um aprendizado disciplinar de aperfeiçoamento, trabalhar, renunciar, sacrificar interesses, prazeres, etc. - Expurgar o coração, colocando-se em penitência e jejum espiritual, para tanto, expulsando dele ódios, ciúmes, vinganças, rancores, mágoas, maledicências, etc.
sábado, 18 de dezembro de 2010 Nomemclatura e Esclarecimentos INTERPRETAÇÃO SIMBÓLICA E COMPARATIVA I - Obatalá, simbolicamente, o primeiro e o maior dos seres entre os maiores. Rei-Oxalá de todos os Orixalás (ou Patronos) - O Eterno (andrógino sagrado!); II - Oxalá-Rei de todos os Poderes, simbolicamente, o Supremo Ser criado entre todas as criaturas. Filho unigênito de Zambi-Deus. Também um Obatalá, uma das formas do Eterno sem formas. Coincide, senão exatamente igual, porém com perfeita similitude; III - Orixá, simbolicamente, adotado como Divindade secundária. Um semideus submisso ao Orixalá (São os Guias-Chefes de falanges); IV - Ogum, simbolicamente adotado como Deus guerreiro e protetor dos Exércitos;
V - Xangô, igualmente, adotado como Deus protetor dos escravos; que faz descer do céu, pedras e castigos, em defesa dos oprimidos e dos humildes e mora no ventre das cavernas, das montanhas e pedreiras; VI - Oxóce - (ou Oxossi), igualmente, adotado como Divindade Rei das matas, dos campos e da Caça. VII - Yemanjá, igualmente, adotada como Rainha das Águas, protetora de todos os espíritos que viveram ou trabalharam nas águas do mar e dos rios; VIII - Yanci, igualmente, a sucessora atual em missão. A Deusa das mulheres e Obreira solidária dos encargos e servidora do Filho de Deus. Substituta titular de N. S. da de N. S. da Conceição, - Yemanjá. São estes os nomes usados por Umbanda Eclética, Maior e Cristã legítima, cuja aplicação é perfeitamente adequada à posição que ocupa cada um dos Patronos Espirituais, em relação à missão de cada um na Obra de Deus e do Evangelho. Convêm chamar a atenção dos leitores, para o uso permanente simbólico dos títulos e terminologias usadas no glossário dos costumes e da mitologia africana e aplicadas aos Patronos Espirituais e todos os demais que trabalham em Umbanda, fiéis à Obra de Jesus, apenas como permanente advertência de HUMILDADE! Mas todas as religiões, como os médius-Sacerdotes Católicos, em toda parte, poderão usá-los como melhor o desejarem, com o uso destas Escrituras de Codificação como BASE. Fique também entendido, o significado de alguns nomes de língua africana usados acima simbolicamente, como homenagens aos humildes, definidos e usados como símbolos apenas. Desejamos oferecer aqui um reparo oportuno sobre o nascimento de Umbanda Pura Superior, a respeito do que reina confusão no entender da maioria inciente. Geralmente, pelo fato de se usar o nome designativo de UMBANDA, todos pensam que Lea, em si, vem das religiões antigas, muito antes, há milênios, de Allan Kardec. Disto se valem os aventureiros que também nunca foram Umbandistas, nem Africanistas de Lei e sim improvisados africanistas mercenários em seu favor e os espiritistas inimigos de Umbanda; aliás, com muitas razões, porque estão acostumados a ver somente pseudo-africanismo em toda parte, mesmo mesmo entre os que mais autorizados se dizem "umbandistas" e se utilizam do rótulo do nome, para invocar em seu favor o nome e o respeito às religiões pagãs antigas e provar também aos nossos Irmãos Kardequistas e outros, que a mediunidade é peculiar a qualquer ser humano de qualquer religião!
Não há dúvida nenhuma, que estão certos ambos quando pensam e sustentam o que conhecem e vêem, valendo-se dos elementos apresentados, é claro. Mas as Entidades em Umbanda Superior verdadeira, conhecedoras que são de quase todas as religiões antigas e modernas, usam nomes e também recorrem ao acervo que trazem para vencer os obstáculos e prestar serviço eficiente na Caridade. O fato, porém, do uso indevidamente adotado do nome de Umbanda, conquanto seja conhecido numa determinada religião africanista antiga ou multisecular e tradicionalmente séria e de Lei ou de SINAL MENOS, não significa que nasceu desde seu tempo da nossa UMBANDA ATUAL E ECLÉTICA, da mesma forma que o nome de "Oxalá" dado a Jesus, não significa ser o mesmo Oxalá da Mitologia negra, africana, milenária. Pois, já está perfeitamente explicado que os nomes e símbolos nela adotados, quer de procedência africana, quer egípcia, hindu, árabe, indiana, selvagem ou chinesa, só têm duas finalidades: aproveitar e reunir ECLÉTICAMENTE, todos os conhecimentos vividos no passado para mobiliza-los agora em favor dos sofredores e da Caridade, e para servir de esmeril ao orgulho enfatuado dos homens, como mera coincidência, da mesma forma que os povos homenageavam no passado Jehovah, segundo os preceitos da época. Contudo, agora, os Africanistas da Esquerda já podem identificar-se como UMBANDA MENOR - Sinal Menos, a serviço incorruptível da Lei! Podemos dizer que a Umbanda Maior, nascida no Brasil utilizou-se apenas dos nomes de todos os povos e religiões e os Macumbeiros inferiores e pseudoafricanistas, das práticas e costumes das religiões e povos bárbaros antigos, dos continentes primitivos. Daí a confusão nascida e o erro de se pensar que a Umbanda pura e verdadeira nasceu das religiões antigas ou veio da África com os negros que se instalaram no Brasil com a colonização. Negativo! A Liturgia, em UMBANDA PURA e ECLÉTICA, - mesmo que em seus aspectos simbólicos, apenas na aparência lhe dê semelhança com a liturgia dos povos negros, - nada mais pode ser ou significar, senão uma homenagem aos povos pequeninos e aos seus chefes também que lutaram e sofreram massacres dos poderosos, na conquista altruística de um mundo melhor e livre de escravagistas! E os pseudo-africanistas, MACUMBEIROS CLANDESTINOS e oportunistas de Congressos, onde se apresentam como "umbandistas", poderão ser de pronto reconhecidos em seus centros de atividade, onde as práticas bárbaras, berrantes e grotescas e o trato íntimo com a imensa família de espíritos monstruosos, identifica de modo perfeito o que realmente são e praticam no mercado negro, onde tudo se vende em nome da mediunidade e da Caridade! E logo se vê que: AFRICANISTAS DE CANDOMBLÉ DE LEI OU DE QUIMBANDA PURA, TAMBÉM NÃO SÃO! NUNCA FORAM!
Os que de longe observam e vêem esse material imenso que se apresenta como travesti de "umbanda", no que os Africansitas legítimos de Candomblé puro, de Omolocô, ou ainda de Quimbanda, também podem identificar como herdeira legítima de religiões e tradições nobres antiqüíssimas, - concluem por admitir essa herança antiga e nada mais aceitam com fundadas razões, porque não só as práticas intra-muros e semelhantes também, não diferem dessas mesmas religiões bárbaras antigas, como inúmeras foram as que praticaram barbarismos e preceitos berrantes que, por mais respeitáveis em seu tempo, hoje, de modo nenhum, seriam aceitas pelo bom senso e pela evolução mental do homem. Portanto, nem mesmo esta alegação de que muitos se têm servido para rebater e atacar os argumentos dos sectários de outras religiões, inclusive os espiritualistas em geral, podem servir de elementos capazes de diminuir a justa ojeriza e repulsa que lhes causa essa travestida "umbanda" que nada tem de comum, em espírito e verdade, com a UMBANDA verdadeira, pura, ECLÉTICA, que fundamos e conhecemos no Brasil entre raríssimas instituições de Esquerda, pura e séria dispersas e que se identificam perfeitamente pela maneira fidalga como trabalham na Lei, como Obreiras de Jesus. Estas são combatidas pelas tendas pseudo-africanistas que, em maioria, adotam a "umbanda" deturpada e pseudo-africanista de Lei!, exatamente porque oferecem todas as mundanas vantagens que Umbanda pura condena e proíbe entre elas: a desenfreada mercância aberta das coisas sagradas com que se desmascaram a si mesmas, com justo castigo aos impiedosos ataques, em toda parte, aos erros e à simonia dos sacramentos e da caridade da Igreja romana! Legítimo retorno... pagando em dobro. Eis aí demonstrado o problema em que se vê situada e colocada a Umbanda verdadeira, pura, simbólica, superior e ECLÉTICA!
domingo, 19 de dezembro de 2010 As sete linhas Desde o princípio do mundo, o número sete tem fascinado e direccionado a vida do homem. Pode-se encontrar o sete espalhado por todas as regiões da Terra, sob as mais diferentes formas. Só para citar exemplos mais próximos, temos sete notas musicais, sete dias na semana, sete planetas na antiga astrologia.
Na Bíblia, que é um livro que direcciona milhões, encontramos uma imensidão de números sete: sete dias de criação, Noé teve sete dias para encher sua arca com sete pares de todos os animais “limpos”, Abraão deu a Abimelech sete cordeiros em garantia de um juramento, Jacob serviu Labão por sete anos, foram sete as pragas do Egipto, a lei de Moisés estabeleceu a semana de sete dias, tendo como base a criação, Besaleu fez um candelabro de sete
velas a Tabernáculo, os israelitas conquistaram a terra prometida derrotando sete nações, Salomão celebrou a inauguração de seu templo com uma festa que durou sete dias, os exércitos de Josué marcharam sete dias sucessivos ao redor das muralhas de Jericó com sete sacerdotes tocando cornetas e no sétimo dia circundaram a cidade por sete vezes e gritaram que as muralhas caíssem, Israel dispersou seus inimigos em sete direcções depois de derrotalos. Tudo isso citando apenas o Velho Testamento e não pára por aí.
O Islamismo sofreu influencias do Velho Testamento e podemos encontrar no Corão menções relativas ao sete céus, sete infernos, sete purgatórios, sete muros.
Esta tradição diz ainda que foram usadas para moldar Adão sete tipos diferentes de terra, o qual, por sua vez, teve sete filhos. O Cristianismo absorveu esta importância do sete também no seu velho testamento. No Novo Testamento encontramos no apocalipse a menção do número sete cerca de cinquenta e quatro vezes: sete selos, sete igrejas, sete candelabros, sete tempestades, sete espíritos diante do trono de Deus, sete estrelas, o carneiro de sete chifres e sete olhos, etc., etc... os católicos possuem sete sacramentos, sete virtudes, sete bênçãos do Espírito Santo, sete Arcanjos, sete pecados capitais, etc...etc. Para os rabinos, a Terra divide-se em sete continentes, e as regiões celestiais em sete paraísos. São sete os principais nomes de Deus, e a pronuncia do mais sagrado destes nomes foi ensinado por sete sábios aos seus discípulos por sete anos.
Depois de tantos números sete, fica fácil deduzir que não é por acaso que existem tantas semelhanças entre povos e religiões diferentes. Presume-se que tal fascinação pelo sete seja fruto de uma verdade inicial, provavelmente de uma ciência oculta que se foi diversificando em ramificações multifacetadas pelo planeta.
Da verdade oculta, somente alguns iniciados têm a chave. Para o leigo e para os fiéis, permaneceu somente a ideia de que o sete faz parte de algo importante, e por isso, inconscientemente deveria ser bom cita-lo em tantos e tantos textos, no intuito de torna-los mais afeiçoados a algo divino.
Dizem por aí...sete linhas de UMBANDA. E ouvimos falar de linha de Iansã, de
Oxalá, de Xangô, de Oxum...etc. O que acontece no final é que temos mais de dez linhas, devido ao facto das pessoas ligarem cada linha a um Orixá, independentemente se este é masculino ou feminino, ou melhor ainda, se está numa vibração passiva ou activa.
É preciso que se entenda por sete linhas como as faixas energéticas onde se manifestam uma infinidade de espíritos e coisas. Para simplificar, diremos que, abaixo de Deus, sete espíritos foram responsáveis pela arquitectura do Cosmo, sete espíritos que para nós, umbandistas, são chamados de Orixás. ( Voltando ao termo Araxá, diremos significar, no Abanheenga, a antiga língua dos índios de raça vermelha, “Senhor da Luz”).
Estes espíritos, de altíssima vibração, na região em que estão, não possuem definição de sexo – daí não podermos dizer de Orixás masculinos e femininos como se diz do sexo do ser humano, já que nós, como microcosmo, somos apenas o reflexo pálido de uma realidade perfeita e límpida, da qual não temos acesso – nessa região, o chamado Cosmo Espiritual, os espíritos não possuem nenhum veiculo ou corpo para se movimentarem “pelas dimensões”. Nós, que possuímos corpos, fazemos parte de um segmento do Todo chamado Universo Astral e somos divididos em polaridades, negativa, ou positiva, macho e fêmea.
Os Orixás, ao emitirem suas vibrações até nós, têm necessidade de se manifestarem nos paralelos positivo e negativo, ou seja, masculino e feminino. É o chamado par vibratório.
Para entender um pouco mais a Umbanda devemos conhecer as linhas ou vibrações. Uma linha ou vibração, eqüivale a um grande exército de espíritos que rendem obediência a um "Chefe". Este "Chefe" representa para nós um Orixá e cabe a ele uma grande missão no espaço.
Vejamos quais são as Sete Linhas da Umbanda:
Estes nomes são sagrados e ancestrais e nomeiam os sete Orixás Maiores da Umbanda. Estes Orixás Planetários são os sete espíritos mais elevados do
planeta, e nunca encarnaram aqui. Os Orixás Maiores não incorporam, eles têm funções de governo planetário. Cada um deles estende suas vibrações e ordenações a mais sete entidades denominadas Orixás Menores e estas, cada uma para mais sete inferiores e assim por diante.
Linha De Oxalá ( Ou Orixalá ) Essa linha representa o princípio, o incriado, o reflexo de Deus, o verbo solar. É a luz refletida que coordena as demais vibrações. As entidades dessa linha falam calmo, compassado e se expressam sempre com elevação. Seus pontos cantados são verdadeiras invocações de grande misticismo, dificilmente escutados hoje em dia, pois é raro assumirem uma "Chefia de Cabeça".
Linha De Yemanjá Essa linha é também conhecida como Povo d'Água. Iemanjá significa a energia geradora, a divina mãe do universo, o eterno feminino, a divina mãe na Umbanda. As entidades dessa linha gostam de trabalhar com água de rio ou do mar, fixando vibrações, de maneira serena. Seus pontos cantados têm um ritmo muito bonito, falando sempre no mar e em Orixás da dita linha.
Linha De Xangô Xangô é o Orixá que coordena toda lei Kármica, é o dirigente das almas, o Senhor da balança universal, que afere nosso estado espiritual. Resumindo, Xangô é o Orixá da Justiça. Seus pontos cantados são sérias invocações de imagens fortes e nos levam sempre aos seus sítios vibracionais como as montanhas, pedreiras e cachoeiras.
Linha De Ogum A vibração de Ogum é o fogo da salvação ou da glória, o mediador de choques conseqüentes do karma. É a linha das demandas da fé, das aflições, das lutas e batalhas da vida. É a divindade que, no sentido místico, protege os guerreiros. Os Caboclos de Ogum gostam de andar de um lado para outro e falam de maneira forte, vibrante e em suas atitudes demonstram vivacidade. Suas preces cantadas traduzem invocações para a luta da fé, demandas, batalhas, etc.
Linha De Oxossi A vibração de Oxossi significa ação envolvente ou circular dos viventes da Terra, ou seja, o caçador de almas, aquele que busca o alimento, que atende na doutrina e na catequese. Suas entidades falam algumas vezes de forma rude, mas sem, no entanto serem desrespeitosos e seus passes muitas vezes são vigorosos, assim como seus conselhos e trabalhos. Seus pontos cantados traduzem beleza nas imagens e na música e geralmente são invocações às forças da espiritualidade e da natureza, principalmente as matas.
Linha De Cosme e Damião (Ibeiji) Essas entidades, altamente evoluídas, externam pelos seus cavalos, maneiras e vozes infantis de modo sereno, às vezes um pouco vivas. Quando no plano de protetores, gostam de sentar no chão e comer coisas doces, mas sem desmandos. Seus pontos cantados são melodias alegres e algumas vezes tristes, falando muito em Papai e Mamãe de céu e em mantos sagrados.
Linha De Pretos Velhos (Almas) Também chamada de Linha das Almas, essa linha é composta dos primeiros espíritos que foram ordenados a combater o mal em todas as suas manifestações. São os Orixás Velhos, verdadeiros magos que velando suas formas kármicas, revestem-se das roupagens de Pretos-Velhos ensinando e praticando as verdadeiras "mirongas". Eles são a doutrina, a filosofia, o mestrado da magia, em fundamentos e ensinamentos. Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, fumando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação através de suaatravés de suade sua fumaça. Seus fluídos são fortes, porque fazem questão de "pegar bem" o aparelho e o cansam muito, principalmente pela parte dos membros inferiores, conservando-o sempre curvo. Falam compassado e pensam bem no que dizem. Os pontos cantados nos revelam uma melodia tristonha e um rítmo mais compassado, dolente, melancólico, traduzindo verdadeiras preces de humildade.
- Mediunidade
Definição: Médium é o intermediário entre os mundos (ponte entre os planos dos encarnados e desencarnados). Origem: O uso da mediunidade surgiu, digamos assim, na antiga Atlântida, após o surgimento da magia negra, quando os chamados Senhores da Face Tenebrosa aparecem, durante a ascensão da sub raça Tolteca (ver capítulo anterior sobre as origens do homem no planeta). Eram os magos negros que surgiam, obrigando os magos brancos, que participavam do movimento oculto da AUMPRAM, que era um ritual fechado nos Templos da Luz das Academias Iniciáticas, a usarem as mediunidades dos homens da época, para combate-los. Nem sempre os homens enxergam o destino no supremo serviço da evolução. Estes estarão prontos para evoluir quando suas mentes e esforços atingirem o mínimo dos seus interesses.
Mediunidade não é um dom e sim uma provação cármica! Tela búdica: Tela búdica é uma capa de átomos sub atômicos** entre o duplo etérico e o corpo astral* que serve como uma proteção, impedindo a livre comunicação consciente entre o plano físico e o astral. Isto é, impede a comunicação direta com o plano espiritual. Essa tela pode se romper em situações extremas (ira, intoxicação alcoólica, uso de drogas, chás alucinógenos, etc). Na época da 4a. raça raiz, na Atlântida, todos os homens eram médiuns porque tinham suas telas búdicas muito abertas e permeáveis, o que significa, em palavras simples, que se comunicavam com o plano espiritual de forma permanente. E faziam mal uso disso. Portanto, o médium é todo aquele que possui rombos na tela búdica, por efeito de carma acumulado em vidas passadas. Todo médium de umbanda mexeu com magia no passado. * falaremos desses corpos em outro momento. ** mais sutis que os atômicos, pois não estão no corpo físico. Tipos de Mediunidade 1 - Incorporação :
Semiconsciente: o médium cede o corpo astral. (a entidade atua na vontade, na sabedoria e na atividade). * Inconsciente: a entidade atua também na parte motora.
A incorporação está em vias de desaparecimento, na medida que a tela búdica das pessoas está cada vez menos permeável. Está se fechando. São mais raras, hoje em dia, as pessoas que tem realmente esse tipo de mediunidade. O que acontece, às vezes, é o médium dizer que é totalmente inconsciente, como uma forma de não assumir responsabilidade pelo que diz. Essa mediunidade é mais comum naqueles médiuns mais idosos, em fim de processo mediúnico.
2- Irradiação: sempre consciente (há uma afinidade entre as mentes do médium e da entidade). Não anula a parte motora (só envia vibrações ou ondas de pensamento). O médium capta o pensamento da entidade e o coloca em palavras. O médium tem plena noção do contexto geral do que disse. 3 - Intuição : todos tem (recepção de idéias das entidades - boas ou não). 4 - Missionária : médium sem carma ativo (vibra pelo corpo mental *** entrando no mesmo plano de vibração da entidade, captando e transmitindo informações). Tela búdica integra. Vale lembrar o que foi dito sobre mediunidade não ser um dom e sim uma provação cármica. 5 - Outras : - efeitos físicos (é inconsciente) (uso do ectoplasma)** - materialização (de objetos ou entidades) (uso do ectoplasma) - cura (é consciente) (uso do ectoplasma) - transporte (desdobramento consciente) - psicografia mecânica (rara) (é motora) ** falaremos de ectoplasma no capítulo de trabalhos de cura. * e *** falaremos sobre os corpos sutis do homem em capítulo próprio. Mediunidade Hoje É interessante notar que neste momento da humanidade em que se está mudando a forma de comunicação das entidades, é natural que o ritual da Umbanda venha igualmente se modificando, na medida que o médium não necessita mais do necessário estímulo para entrar em transe mediúnico, como, por exemplo, o som dos atabaques, girar, etc. Isto porque já há o entendimento de que o médium não está em nenhum tipo de transe (incorporação). Desta forma também não se pode esperar que o desenvolvimento mediúnico continue se dando como antigamente, quando o médium ficava passivo, esperando que alguma coisa mágica acontecesse com a suposta incorporação. Esperando que algo "tomasse conta" de seu corpo e de sua mente. Isto provocava situações constrangedoras pois muitos médiuns se sentiam obrigados a incorporar, incentivados por dirigentes menos informados e não atualizados da evolução da mediunidade. Por conseqüência muitos médiuns em início de carreira se manifestavam através de um processo anímico*, inconscientemente, pois se sentiam obrigados a se manifestar como os demais. Isto é, o pensamento do médium se fixava na obrigação de "imitar" o comportamento dos demais médiuns. Por exemplo, naquela casa onde as entidades ao subir, se jogam para trás, ou batem no peito de uma determinada forma, os novos médiuns, desinformados, ficam achando que tem que fazer a mesma coisa, até mesmo para dar credibilidade à manifestação. Os médiuns precisam compreender que hoje em dia a manifestação das entidades se dá, em sua maioria, por um processo de irradiação (do qual falaremos a seguir). O médium não precisa nem mesmo sentir uma forte irradiação; com o tempo começa a compreender como captar o pensamento da entidade e como se concentrar no chakra relacionado àquela linha de orixá, para perceber melhor então a irradiação e facilitar a comunicação.
Processo anímico: animismo, popularmente falando, é quando o médium não está de fato manifestando a entidade desejada ou até mesmo não está manifestando nenhuma entidade. É comum, no desespero do médium para "incorporar" a entidade como lhe foi ordenado pelo dirigente, que ele comece a dar passagem para artificiais **, que se aproveitam do desequilíbrio gerado pela situação. ** Artificiais: são formas pensamento criadas, geralmente, por magos negros, que terminam, com o tempo, ganhando vida própria. Falaremos deles em capítulo próprio.
Incorporação
Obrigações de cabeça
Irradiação Intuição Missionária Outras
Observações importantes Existem graus de iniciação de médiuns (entre eles estão as obrigações de cabeça), assim como planos de desenvolvimento. Neste momento de nosso curso não entraremos em detalhes de cada um dos sete graus de iniciação, mas é importante saber pequenas coisas, tais como: -a iniciação é pessoal, íntima e não necessariamente hierárquica. Isto significa que nem sempre o médium mais adiantado nas iniciações ocupa um cargo mais importante dentro da corrente. -o médium só poderia de fato aspirar a ser babalaô, pai ou mãe pequenos ou dirigente depois de ter as quatro iniciações inferiores (teria sua tela búdica fechada e não necessitaria passar mais pela mecânica da incorporação a partir daí). E somente até a 3a. iniciação elas poderiam ser determinadas pela vontade do médium. -somente após a sétima iniciação poderia se auto determinar babalorixá ou mago branco da lei divina, pois teria comunicação direta com as entidades superiores, num contato mente a mente, além de outros atributos. -são três os planos de desenvolvimento e o médium só poderia aspirar a ser babalorixá quando estiver no terceiro plano, quando seus compromissos cármicos estão se esgotando. É o plano do carma missionário onde não passa mais pela mecânica da incorporação.
-como se vê, o médium pode ter todas as obrigações feitas e, por exemplo, se auto-intitular "babalaô" ou isto ou aquilo, mas não ter passado ainda do 3° grau das iniciações inferiores e não ter chegado ainda no 3o. plano de desenvolvimento. -é preciso sempre distinguir babalaô de babalorixá, sendo estágios completamente diferentes de desenvolvimento do médium. É preciso que se saiba que só existem atualmente dois babalorixás vivos no Brasil, os quais não temos permissão para divulgar os nomes.
Vibração original Vibração original é que é aquela que predominava no momento de seu nascimento desenvolvimento. Para a identificação da vibração original do médium é verificado o dia de seu nascimento e a qual orixá esta data está relacionada. Temos então a vibração original de médium. Está fórmula também é usada quando as entidades manifestadas na casa pedem que um consulente tome um banho com as ervas de sua vibração original (falaremos de banhos em outro capítulo). A Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande fundamento, baseada no culto aos Orixás e seus servidores: Crianças, Caboclos, Preto-velhos e Exus. A Umbanda nasceu da fusão da religião africana trazida pelos negros nos tempos da colonização, a Nação, com a religião praticada pelos nossos colonizadores Europeus, o Catolicismo, e a Pajelança, que era praticada pelos Índios aqui no Brasil. A necessidade de preservar a cultura e a religiosidade, fez com que os negros associassem as imagens dos santos católicos aos seus Orixás, como forma de burlar a opressão religiosa sofrida naquela época, e assim continuar a praticar e difundir o culto as forças da natureza. A esta associação, deu-se o nome de "Sincretismo religioso", e nasceu no Brasil a religião Umbanda, com muitos preceitos e fundamentos da Nação, mas também com as imagens e menções aos santos católicos. Além do culto as forças da natureza a religião africana, a Nação, também cultua os antepassados, e desta forma a Umbanda também o fez. Os antepassados dos que praticavam e difundiam a religião naquela época eram reis, rainhas, príncipes, princesas e até gente comum trazidas ou não da África como escravos. Estes espíritos desencarnados, são conhecidos por nós como Preto-velhos, muitos dos quais optaram por traçar a sua evolução espiritual através da prática da caridade, mantendo as características de sua última encarnação e incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. O mesmo se pode dizer sobre os espíritos de colonos, caboclos, índios, boiadeiros, crianças e até de pessoas comuns que tiveram uma passagem difícil pela terra, e que se juntaram a esta religião por afinidade, para evoluir e ajudar outros a evoluírem através da prática da caridade: Incorporando, dando passes, passando mensagens, medicando, orientando, protegendo, etc, etc... Estes grupos de espíritos estão na Umbanda "organizados" em linhas: Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Exus. Cada uma delas com funções, características e formas de trabalhar bem específicas, mas todas subordinadas as forças da natureza que os regem, os ORIXÁS. Na verdade a Umbanda é bela exatamente pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso é uma religião totalmente brasileira.
O nome Umbanda é a denominação dada a uma religião afro-brasileira que mescla ensinamentos do espiritismo kardecista, catolicismo e seitas trazidas pelos escravos africanos. A prática da Umbanda geralmente se vincula ao chamado pai ou mãe de santo, ou chefe de terreiro, uma pessoa que teria dons mediúnicos de incorporar os espíritos de pessoas falecidas (as chamadas entidades), sendo estes espíritos de índios(caboclos), negros escravos ou não (pretos velhos, Pai Joaquim, Pai Arruda, Tia Joana, etc), e outros. Estas incorporações costumam ocorrer em reuniões (as sessões) num aposento grande com um altar, que é chamado de Terreiro, onde os membros (filhos de santo ou cambonos) cantam, auxiliam o chefe de terreiro nos trabalhos e no atendimento de pessoas que vão lá para se consultar com a entidade. Se estas reuniões ocorrem na rua, em matas, praias, ou exteriores em geral, são chamadas Obrigações, e nestas geralmente se deixam oferendas às entidades, como comida, flores, velas, etc. Aquilo que as pessoas no Brasil designam por "macumba", na verdade é o outro ramo do sincretismo afro-brasileiro, denominado Quimbanda ou Magia Negra, considerada pelos estudiosos no assunto como um desvirtuamento, pois é fundada na prática do mal, de feitiçaria com o objetivo de prejudicar a vida de supostos "inimigos", recorrendo a espíritos como Exús, Pombagiras, Lúcifer, etc. É importante, por isso, distinguir muito bem a diferença entre Umbanda e Quimbanda. Os seguidores da Umbanda verdadeira só praticam rituais de Magia Branca, ou seja, aqueles feitos para melhorar a vida de determinada pessoa, para praticar um bem, e nunca de prejudicar quem quer que seja. Os espíritos da Quimbanda podem, no entanto, ser invocados para a prática do bem, contanto que isso seja feito sem que se tenha que dar presentes ou dinheiro ao médium que os recebe, pois o objetivo do verdadeiro médium é tão somente a prática da caridade. Linha de Iemanjá - chefiada por Santa Maria e formada por Caboclas do Mar e dos Rios, Sereias, Marinheiros, etc. Linha de Oxóssi - chefiada por São Sebastião, formada por caboclos (índios). Linha de Ogum - chefiada por São Jorge e formada por personificações deste santo em vários setores: Ogum Beira-Mar (praias) ; Ogum Rompe-Mato (matas) ; Ogum Iára (rios), entre outros Linha de Xangô - chefiada por São Jerônimo, formada por caboclos, Inhaçã e pretos(Quenguelê). Linha Africana - chefiada por São Cipriano, formada por pretos de várias regiões da África. Linha de Oxalá - chefiada por Jesus e formada por santos católicos: Santo Antônio, São Benedito, São Cosme e São Damião, Santa Rita, São Francisco de Assis, Santa Catarina e São Expedito. Linha do Oriente - chefiada por São João Batista, formada por médicos, cientistas, Indús, Japonêses, Chineses, Árabes, entre outros . É um conjunto de leis divinas, que tem sua base nos Orixás africanos, embora tenha em sua doutrina conceitos de outras religiões, como a católica, a indígena, a muçulmana, a egípcia, a védica e outras. A Umbanda é uma religião que nasceu no Brasil, trazendo em primeiro lugar os Orixás, Deuses Africanos trazidos pêlos nossos escravos. Mais, para um melhor entendimento é preciso colocar desde o início da colonização do Brasil como ocorreu essa mistura de conceitos e religiosidade da Umbanda. A Igreja Católica, religião dominante na Europa, continente de nossos colonizadores, é representada na Umbanda através dos seus Santos, que na sua maioria são mártires que dedicaram suas vidas a propagação dos ensinamentos do Cristo. Quando os Jesuítas chegaram ao Brasil eles
encontraram os nossos índios, verdadeiros Brasileiros com seus Deuses e crenças próprias, e tentaram lhes impor sua religião, foi a partir desta tentativa que começou a miscigenação destas raças, só que, ao contrário do previsto pêlos Jesuítas, os índios não esqueceram as suas práticas e sim adaptaram os ensinamentos dos Jesuítas aos seus rituais, criando-se assim a primeira mistura de religiosidade. Os colonizadores com o tempo, começaram a respeitar a religião indígena, principalmente pela atuação dos seus pajés, chefes espirituais de cada tribo, em casos de saúde, pois, como não haviam médicos, pediam a intervenção destes pajés em casos de doença. Estes pajés utilizavam ervas medicinais e rezas para afastar o mal espírito que estava se manifestando naquela pessoa através da doença, esta prática tornou-se cada vez mais usual, porém com o aumento da população, os Portugueses começaram a enviar mais missionários e médicos para interromper estas práticas, e a população começou a procurar os pajés em menor freqüência e as escondidas. Muitas mulheres desta época, se interessaram pelas ervas medicinais que os pajés utilizavam, e por não conhecer as rezas que eles faziam misturavam rezas de santos Católicos com estas ervas criando-se assim as famosas rezadeiras e curandeiras do Brasil. Por isso que a influência indígena é tão forte na Umbanda, com seus Caboclos, entidades representantes destes índios que aqui estavam quando os colonizadores chegaram. Várias raças já habitaram o planeta Terra e uma delas, a mais antiga, foi a raça vermelha que surgiu na Lemúria (África e América do Sul unidas num só continente) chamada de civilização Lemuriana. Os nossos índios são os ancentrais desta raça tão antiga e importante para a nossa Umbanda e para o mundo. A Umbanda começou a se formar na época da escravatura com a mistura dos cultos africanos e da religião Católica. Os negros não podiam praticar o seu culto livremente pois a repressão católica era muito forte e, por isso começaram a sincretizar os seus Deuses com os Santos da Igreja Católica. Com a formação de quilombos, povoados contruídos para refugiar os negros que trabalhavam como escravos nas senzalas, começou a tomar forma uma mistura de conceitos e religiosidade, pois, entre os próprios negros havia uma mistura de povos diferentes e de cultos também, entre estes negros estavam os bantos, congos, nagôs e outros que, por não terem representantes sacerdotais específicos de cada culto, acabaram por misturar seus conceitos e práticas ritualísticas. Junto àqueles quilombos estavam, também, algumas aldeias indígenas e essas interagiam com os negros, criando-se, assim, mais uma mistura de religiosidade entre povos. Sendo assim já temos três cultos distintos e interligados pêlo destino, o Católico, o Africano e o Indígena. Para representar melhor essa mistura dentro da Umbanda, veremos: os Orixás, como representantes dos Africanos e os pretos velhos dos escravos no Brasil, os santos da Igreja Católica sincretizados com esses Orixás e as rezadeiras, mulheres brancas, que misturavam as rezas católicas com as ervas e defumações indígenas para a cura de diversos males; os caboclos
representantes dos índios, adaptados a esse meio, porém, conservando o seu trabalho de magia espiritual com as ervas e os elementais. Sendo a Umbanda uma religião com base espírita, pois acredita na reencarnação do espírito e na lei do carma, ela desenvolve um trabalho de ajuda espiritual, através dos médiuns, aparelhos de trabalho das entidades, guias que trabalham na caridade, nas giras de Umbanda, ensinando-nos a amar ao próximo, a ter fé e não nos desesperar diante dos problemas que a vida nos trás. Possui na sua liturgia os rituais : casamento, batismo, confirmação, amaci, coroação e fúnebre. Todos esses rituais são realizados por entidades chefes, que são os responsáveis pela liturgia e magia na Umbanda. A Umbanda cultua alguns Orixás do Candomblé, religião Africana que foi trazida para o Brasil pelos escravos, porém sua forma de cultuar é completamente diferente. Os Orixás que foram incorporados a Umbanda são: Oxalá, Ogum, Xangô, Oxosse, Obaluaê, Oxúmarê, Yemanjá, Oxum, Iansã, Ossanyn e Nanã. Na Umbanda, os Orixás são dados as pessoas como guardiões, isto é, todos são filhos de Oxalá, e alguns tem como guardiões outros Orixás que são ligados a entidade chefe do filho de fé. Como seria isso, nós temos os nossos guias de trabalho e entre eles existe aquele que é o responsável pela nossa vida espiritual e por isso é chamado de guia chefe, pode ser um caboclo, preto velho, criança, boiadeiro e até um exu, sendo que, no caso de ser um Exu, esse médium deve ser bem espiritualizado e o Exu bem doutrinado. Um médium descobre o seu guia chefe através de uma obrigação muito importante para a Umbanda, que é o Amací. Essa obrigação é para médiuns já desenvolvidos, isto é, que incorporam todos os guias de trabalho na Umbanda. Consiste em uma lavagem da cabeça deste médium com um preparado de ervas e outros elementos que tornarão o Orí, cabeça, forte o suficiente para que esta entidade se apresente e confirme seus fundamentos, seu nome, o trabalho que veio desenvolver, seus fundamentos e o Orixá a que pertence, por exemplo: um médium que tem como guia chefe o Caboclo Ventania que vem pela linha de Xangô, terá este Orixá como guardião. Existe, também, na Umbanda o Orixá ligado a data de nascimento do médium que também é considerado um Orixá guardião, sendo esse responsável pela vida pessoal do filho de fé. O termo Orixá de Coroa não pertence a Umbanda, e sim ao Candomblé, porém as vezes existe a conscidência do Orixá de coroa ser o mesmo do Orixá guardião, mas, como já disse, isso é uma conscidência a Umbanda não trata Orixá e sim o cultua de forma diferente do Candomblé e, por não cultuar todos os Orixás não pode definir Orixá de coroa. Para se saber o Orixá de coroa deve-se consultar os búzios.