Umbanda Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasile religiosa brasileira ira que sincretiza vários elementos, inclusive de outras religiões como o catolicismo catolicismo,, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras. afro-brasileiras. A palavra umbanda deriva de m'banda, que em quimbundo significa "sacerdote" ou "curandeiro". [1] Os conceitos aqui relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista e enciclopédica. Por se tratar de um conjunto religioso com várias ramificações, as informações aqui expostas buscam informar aos leitores da forma mais abrangente possível e sem discriminação ou preconceitos, pois todas as "umbandas" têm suas razões de existir e de serem cultuadas.
História As raízes da umbanda são difusas. Entretanto, podemos afirmar que ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, Moraes , sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas.. Encruzilhadas Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (pretos-velhos, caboclos, crianças), assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual deu-se o nome de umbanda. Nesta Nesta época, época, não havia havia liberdade liberdade religiosa. religiosa. Todas Todas as religiões religiões que apontavam apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos. presos. Em 1945 1945,, José Álvares Pessoa, Pessoa , dirigente de uma das sete casas de umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, Encruzilhadas , obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da umbanda. A partir dai, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizer-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas. Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra umband umbanda, a, como como as indíge indígenas nas (Umbanda (Umbanda de de Caboclo), Caboclo), as africanas africanas
(Umbandomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.
Fundamentos Os fundamentos da umbanda variam conforme a vertente que a pratique. Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, podem, com com certa certa ressalva ressalva e cuidado cuidado,, ser genera generalizados lizados para todas todas as formas formas de umbanda. umbanda. São eles: •
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A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo Zambi para pretos-velho, Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus; fraternidade, A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes; O culto aos orixás como manifestações divinas (alguns umbandistas cultuam a chamada umbanda branca ,esta no entanto não cultua os orixás, sendo unicamente voltada ao culto se caboclos, pretos velhos e crianças), em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade personalidade humana, humana, em suas nece necessidade ssidadess e construç construções ões de vida e sobrevivência; A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos"; O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas; Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro; A crença na imortalidade da alma; A crença na reencarnação e nas leis cármicas;
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Um Deus único e superior
Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.
Orixás
Os orixás são manifestações do Grande Deus Olorum. Orisha é uma palavra yoruba para designar um ser sobre-humano, ou um deus. [2] Todo o universo surge de Olorum através das radiações que são individualizadas e personificadas em orixás. Essas radiações são personificada personificadass de formas formas diferen diferentes tes nos diversos diversos terreiros terreiros - depende depende da da influência influência histórica que cada um sofreu. A radiação (vibração da água) pode ser relacionada apenas a Iemanjá, mas pode ser subdividida em Oxum: água doce, Nanã: pântano e Iemanjá: mares. Ocorre semelhante com Ossain e Oxóssi. Muitos escritores da umbanda relacionam as Sete Linhas aos Orixás, outros preferem relacionar as Sete Linhas com as vibrações e não diretamente a orixás, já que eles são mais de sete. Os orixás não são originários da umbanda, muito antes eles já eram reverenciados nas terras africanas por diversas tribos. Muitos deles não se tornaram conhecidos aqui no Brasil, e até mesmo nas tribos africanas cada uma possuía seu orixás e desconhecia outros que eram cultuados em tribos diferentes. Quando começou o tráfico de escravos, muitos negros de tribos diferentes foram vendidos juntamente, juntamente, desta desta maneira maneira os diversa diversass orixás de tribos tribos distantes distantes se se encontraram encontraram em terras terras brasileiras brasileiras e formaram formaram o grande grande panteão panteão do do Candombl Candomblé. é. Notadame Notadamente nte a nação nação que que mais influenciou foi a Iorubá. Nesta Nesta visão ainda ainda própria própria dos dos ritos tribais, o orixá era um ancestral ancestral que todos tinham em comum. Geralmente era considerado como o próprio fundador da tribo e deixava grande influência por suas características incomuns de liderança, poderes espirituais e grande habilidade de caça. A tribo tinha no orixá um símbolo da união, pois todos eram filhos diretamente desse grande ancestral; com isso surge o termo Orixá histórico - realmente um rei, rainha, feiticeiro, guerreiro que existiu. No nascimen nascimento to do Candomblé Candomblé,, os homens homens passaram passaram a ser ser filhos espirituais espirituais dos dos orixás, orixás, pois a relação relação de ancestr ancestralidade alidade que que existia existia na tribo não não se confirma confirmava va mais na nova realidade da América. A partir da umbanda se configura a uma nova visão: o Orixá Cósmico. O orixá, pela cosmogonia umbandista, nunca viveu na terra, ele é muito mais que o espírito desencarnado de um homem; Toda criação é o resultado do trabalho harmônico dos orixás, espíritos elevadíssimos, verdadeiros arquitetos e mantenedores da criação.
Sincretismo
A umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que
trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo(fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc). A umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto. A máxima dentro da umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé". Mantém-se na umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido. Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada orixá. Alguns exemplos: • • •
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Exu - Santo Antonio no Rio de Janeiro, chamado de Bará no Rio Grande do Sul; Oxumaré - São Bartolomeu no Brasil Ogum - São Jorge, principalmente no centro-sul do Brasil e Santo Antonio na Bahia; Oxossi - São Sebastião; principalmente no centro-sul do Brasil, São Jorge na Bahia; Xangô - São Jerônimo,São João Batista, São Miguel Arcanjo Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes; Oxum - Nossa Senhora da Conceição; Iansã - Santa Bárbara; Omulu - São Roque; Obá - Santa Rita de Cássia, Santa Joana d'Arc Obaluaê - São Lázaro; Nanã - Sant'Anna; Ibeji - Cosme e Damião; Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.
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O culto umbandista A umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda se denominam giras.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote ou Sacerdotisa (pode ser Babá, Zelador, Dirigiente, Diretor(a) de culto, Mestre(a), sempre dependendo da forma escolhida por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordenam as sessões/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos. Vale lembrar que o termo pai-de-santo ou mãe-de-santo não deve ser aplicado na religião de umbanda, pois estes termos são oriundos do Candomblé, que é uma religião diferente da umbanda. Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns. Na umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade. Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para os guias e para os orixás. Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira. Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos. Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica. Segundo a umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser pretosvelhos, caboclos, boiadeiros, mineiros, crianças, marinheiros, ciganos, baianos, orientais, xamãs e exus.
As sessões
O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras. Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Ciganos… As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego. No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.
O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus (um gênero de espírito desencarnado) para auxiliar a desobsessão. Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária. Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.
Médiuns Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pela influência de espíritos). A umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da umbanda, respeitar os guias e orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro. Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade. Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos orixás e guias. Ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de
forma séria e regido através de um profundo estudo da religião, e seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial. As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária. O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus orixás e guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material. Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no item "Literatura Umbandista". Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir da década de 1930.
As Linhas da Umbanda Sagrada Linha
Sentido
Orixá Positivo Orixá Negativo
Sentimento
Cristalina
Fé
Oxalá
Oyá
Religiosidade
Mineral
Amor
Oxum
Oxumaré
Concepção
Vegetal
Raciocínio
Oxossi
Obá
Conhecimento
Ígnea
Razão
Xangô
Iansã
Justiça
Eólica
Equilíbrio
Ogum
Egunitá
Lei
Telúrica
Saber
Obaluaiê
Nanã
Evolução
Aquática
Geração
Iemanjá
Omulu
Maternidade
Atente-se que este panteão é próprio à Umbanda direcionada por Rubens Saraceni, havendo inconsistências em relação a outras escolas. Por exemplo, ao passo que, tradicionalmente, Oyá, Iansã e Egunitá são um mesmo Orixá, o autor o dissocia em três divindades separadas.
Polêmicas dentro das "umbandas" Sacrifício ritual de animais
Existem várias ramificações dentro da Religião de umbanda. Entretanto apenas algumas linhas de umbanda se usa o sacrifício de animais, como em Almas e Angola. Esta prática está ligada a algumas linhas que ainda cultuam junto com a umbanda alguns rituais de religiões afro-brasileiras.
Uso de bebidas alcoólicas
Também encontramos terreiros dos seguintes tipos: •
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Os que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) criando uma espécie de tabu; Os que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto deste elemento, como os que abusam); Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor quanto a sua utilização, buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação).
Toda essa controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoólicas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo consequências graves para sua vida material e espiritual. Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos de luz, afinizarem-se com espíritos de viciados que já morreram - esses espíritos serão obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialistas. Note-se que o álcool é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem; abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de luz. Existem casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de utilizar o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualquer problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afinal, os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o fundamento de cada instituição. É importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais terrenos melhor. Eles podem trabalhar com elementos bastante etéreos e tão eficazes quanto os fluidos do próprio médium.
Paramentos Na umbanda, os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, podendo estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade. Mas há umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemplo, em giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias brancas. Nas giras de esquerda as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo podem se vestir de vermelho e preto. Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou um lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareça mais com a entidade que está incorporando. Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar cocares, alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc. Uma outra visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médiuns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo de concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento apropriado, quando negativa.
Definição da Umbanda A Umbanda é uma religião inserida na religiosidade cultural brasileira. A Umbanda é estruturada, moralmente, em 3 princípios: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Admite um deus gerador chamado (Zambi), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de "umbandistas" ou "filhos de fé") cultuam divindades denominadas Orixás e reverenciam espíritos chamados Guias. Sua orientação espiritual ou doutrinária é feita pelos Guias - espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada linha de trabalho que, por sua vez, está ligada diretamente a um determidado Orixá. Os guias têm sapiência e consciência da natureza humana e os atributos para que essa humanidade possa evoluir e seguir por um caminho melhor. Os guias se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação a matriz do trabalho deles - ato pelo qual uma pessoa médium, inconsciente, consciente ou semi-consciente, permite que espíritos falem através de seu corpo físico e mental.
Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam através da incorporação. Cada arquétipo está ligado a uma determinada Linha Espiritual. Como exemplos desses arquétipos podemos citar: • • • • • •
Pretos-velhos; Caboclos; Baianos; Boiadeiros; Crianças; Exus e Pomba-giras, entre outros.
Os arquétipos são roupagens utilizadas pelos guias para se apresentarem nos terreiros e não espíritos que, necessariamente, tenham sido escravos, índios ou crianças, embora existam aqueles que realmente o foram. Cada terreiro ou conglomerado de terreiros têm a sua forma de interpretar e manifestar a Religião de Umbanda. São diversos ritos que diferem de casa para casa. Alguns utilizam atabaques, já outros, não utilizam tais instrumentos, preferindo somente o ritmo das palmas e o cântico dos pontos cantados. De maneira geral, toda gira de Umbanda inicia-se como o processo de defumação elemento característico de quase todas as giras - que consiste na queima de ervas e essências, com a finalidade de limpeza da matéria e do espírito, e do ambiente do terreiro antes do início da sessão e do trabalho das entidades que ali estarão. Normalmente as giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. As giras variam de casa para casa e podem ser de atendimento e/ou de desenvolvimento, específicas para cada grupamento de entidades, ou seja, gira de pretos-velhos, de caboclos, de crianças etc. Nas giras de atendimento os médiuns incorporados pelos seus guias (pretos-velhos, caboclos, crianças etc), procedem ao atendimento espiritual ao público, em que todos são convidados a se consultarem com um guia e/ou a tomar um "passe". Nas giras desenvolvimento, os médiuns da casa são desenvolvidos pelos guia chefe da casa ou por outros guias mais experientes, para o trabalho espiritual. O desenvolvimento (que também varia de casa para casa) consiste em "chamar" o guia do médium e "firmálo" nesse médium até que ele, o guia, possa incorporar sem a necessidade da ajuda de um guia mais experiente. Durante o processo de desenvolvimento, os médiuns passam por diversos rituais, como: amacis, boris, deitadas etc. Os quais são fundamentados e variantes para cada forma de Umbanda existente.
Origem da Umbanda A origem da Umbanda A Umbanda tem origens variadas (dependendo da vertente que a pratica). Em meio as festas nas senzalas os negros escravos comemoravam os Orixás por meio dos Santos Católicos. Nessas festas eles incorporavam seus Orixás, mas também começaram a incorporar os espíritos ditos ancestrais, como os Pretos-Velhos ou Pais Velhos (espíritos de ancestrais, (que não era de antigos Babalaôs, Babalorixás, pois esses são cultuados no Culto aos Egungun em Itaparica, Bahia, e nem Iyalorixás pois essas são cultuadas no Culto das Iyás) eram antigos "Pais e Mães de Senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África), que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material daqueles que estavam no cativeiro. Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção. Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros. Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos Candomblé de Caboclo. Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje. No início do século XX com o surgimento da Umbanda, esta que muitas vezes era realizada nas praias começou a ser conhecida pelo termo macumba, pois macumba nada mais é que um determinado tipo de madeira usada para produzir o atabaque usado durante as giras; por ser um instrumento musical, as pessoas referiam-se da seguinte forma: "Estão batendo a macumba na praia", ficando então conhecidas as giras como macumbas ou culto Omoloko. Com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo, judaísmo, etc, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo.
Visões sobre o vocábulo "Umbanda"
A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, em Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda, como: curador, magia que cura, sinônimo de Kimbanda.
Visão Esotérica sobre o vocábulo Umbanda Segundo a corrente esotérica que existe na Umbanda, a origem do vocábulo Umbanda estaria na raiz sânscrita AUM que, na definição de Helena Petrovna Blavatsky, em seu Glossário Teosófico, significa a sílaba sagrada; a unidade de três letras; daí a trindade em um. É uma sílaba composta pelas letras A, U e M (das quais as duas primeiras combinamse para formar a vogal composta O). É a sílaba mística, emblema da divindade, ou seja, a Trindade na Unidade (sendo que o A representa o nome de Vishnu; U, o nome de Shiva, e M, o de Brahmâ); é o mistério dos mistérios; o nome místico da divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos. As outras palavras componentes se supõem, como: Bandha, de origem sânscrita, no mesmo glossário significa laço, ligadura, sujeição, escravidão. A vida nesta terra. Autores dessa corrente esotérica, analisando as duas palavras, definiram Umbanda como sendo a junção dos termos Aum + Bandha, que seria o elo de ligação entre os planos divino e terreno. A palavra mântrica Aumbandha foi sendo passada de boca a ouvido e chega até nós como Umbanda.
Formas variadas da Umbanda A incorporação de guias também ocorreu em outras religiões como no Candomblé de Caboclos ( desde de 1865 - as primeiras manifestações de Caboclos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e Pretos-velhos aconteceram dentro do Candomblé de Caboclos ), no Catimbó e em centros Espíritas (onde não eram aceitos e, muitas vezes, expulsos ou pedidos a se retirar, por serem vistos como espíritos não evoluídos, ou mesmo, como obsessores). Uma das versões mais aceitas popularmente, mas não cientificamente, pois não existe documentação da época para corroborá-la, é a sobre o médium Zélio Fernandino de Moraes. Diz essa versão que Zélio, em 15 de novembro de 1908, acometido de doença misteriosa, teria sido levado a Federação Espírita de Niterói e, em determinado momento dos trabalhos da sessão Espírita manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina). Mais tarde, naquela noite, os espíritos se nomearam como Caboclo das Sete Encruzilhadas e Pai Antônio.
Devido a hostilidade e a forma como foram tratados (como espíritos atrasados por se manifestarem como índio e um negro escravo). Essas entidades resolveram iniciar uma nova forma de culto, em que qualquer espírito pudesse trabalhar. No dia seguinte, dia 16 de novembro, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade. Essa nova forma de religião inicialmente foi chamada de Alabanda, mas acabou tomando o nome de Umbanda. Uma religião sem preconceitos que acolheria a todos que a procurassem: encarnados e desencarnados, em todas bandas.
Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorizando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às religiões mais africanas Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos; ou aquelas formas mais vinculadas à Doutrina Espírita - Umbanda Branca; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro - Umbanda de Caboclo; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse, esoterismo teosófico de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos. Hoje temos várias religiões com o nome "Umbanda" ( Linhas Doutrinárias ) que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé. Alguns exemplos dessas ramificações são: •
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Umbanda Popular - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixás Africanos; Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes; Umbanda Branca e/ou de Mesa - Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pombagiras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretosvelhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária; Umbanda Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
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Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes; Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas"; Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito; Umbanda de Caboclo - influência do cultura indígena brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos"; Umbanda de pretos-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos; •
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Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.
Literatura umbandista Dá-se o nome de literatura umbandista a um tipo de literatura que divulga as ideias da Umbanda. Sob a forma de periódicos e livros, compreende além de manuais, romances, poesia e teatro. A autoria de diversos trabalhos, como na literatura espírita, é atribuída a autores espirituais através do fenómeno da psicografia. Caracteriza-se por ser bastante diversa em seus conteúdos e níveis de abordagem, o que ilustra a pluralidade de formas de concepção desta religião em suas diversas facetas. Desse modo, uma parte significativa desta literatura aborda os aspectos exteriores do culto, como os ritos, símbolos e práticas mágicas, a par de obras que se propõem uma racionalização da Umbanda, em busca de explicações " a priori" que fundamentem a sua filosofia e a sua " práxis". Esta é uma tarefa bastante complexa dadas as diferenças regionais e as misturas culturais que caracterizam e individualizam a Umbanda. Ao longo da história da literatura umbandista, registram-se inúmeras tentativas de decodificar, africanizar e até mesmo de depurar a Umbanda de um de seus pilares, que é o
africanismo. Apesar disso, a Umbanda segue como um conjunto de crenças professadas por cada sacerdote de terreiro, não conseguindo se configurar numa doutrina unificada. Um dos autores mais conhecidos, já falecido, foi W. W. da Matta e Silva, que deixou nove obras editadas onde procurou expor os princípios filosóficos e metafísicos da Umbanda e desenvolver uma base ritualística onde os diversos elementos fossem mais ordenados e afins a uma mentalidade "iniciática" ou "esotérica". Nessa linha, recentemente, destacam-se Sandro da Costa Mattos, autor de "O Livro Básico dos Ogãs" (2005), e Manoel Lopes, autor de "Umbanda - Os Sete Reinos Sagrados" (2007). Ainda na atualidade, entre os autores mais conhecidos destacam-se os nomes de: •
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Rubens Saraceni Robson Pinheiro, que psicografou os romances "Aruanda", "Tambores de Angola" e "Legião"; Sílvio da Costa Mattos, sacerdote umbandista autor de "O Arraial dos Penitentes" e "A Trajetória de um Guardião Viking".
Entre os periódicos, destacam-se os Jornal de Umbanda Sagrada, Jornal Umbanda Branca e o Jornal de Umbanda Carismática.
Obras de autores desencarnados •
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"Catecismo de Umbanda". M. A. Camacho. Editoras: Pae Jacob, RC, Carinto e Cleópatra (8ª ed., 107 p.) "Catecismo de Umbanda". Círculo Internacional de Umbanda, 79 p. "Evangelho de Umbanda Eclética". Yokaanam. Rio de Janeiro: Ed. da Academia Eclética Exotérica da Fraternidade Universal, 1953 (1ª ed.) " Lex Umbanda - Catecismo" (coleção Espiritualista, nº 9). Ab'd 'Ruanda. Rio de Janeiro: Gráf. Ed. Aurora, 1954 (1ª ed.) "Umbanda de Todos Nós". W. W. da Matta e Silva. Ed. do autor, 1956 (1ª ed.)[1], "A Cartilha da Umbanda". Cândido Emanuel Félix. Rio de Janeiro: Ed. Eco, 1965 (1ª ed.) "Os Orixás e a Lei da Umbanda". Byron Tôrres de Freitas e Wladimir Cardoso de Freitas. Rio de Janeiro: Ed. Eco, 1969 (1ª ed.) "Manual dos Chefes de Terreiros e Médiuns de Umbanda". José Antônio Barbosa. Rio de Janeiro: Ed. Espiritualista, 1970 (1ª ed.) "O que é a Umbanda". Cavalcanti Bandeira. Ed. Eco, 1973
Autores encarnados e suas obras •
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João Edson Orphanake o Conheça a Umbanda o A Umbanda às Suas Ordens o Preces para Todos os Momentos o Almanaque Umbandista (c/ várias edições na década de 80) F. Rivas Neto o Umbanda - A Proto-Síntese Cósmica, Livraria Freitas Bastos Editora, 1989 (1a. ed.); Ed. Pensamento, 2007 - ISBN 8531512352 o Umbanda - O Elo Perdido, Ed. do Círculo Cruzado, 1990 (1a. ed.); Ícone Editora, 1999 o Lições Básicas de Umbanda, Livraria Freitas Bastos Editora, 1991 (1a. ed.); Ícone Editora, 1997 Rubens Saraceni o O Código de Umbanda o Umbanda Sagrada - Religião, Ciência, Magia e Mistérios o Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista o Tratado Geral de Umbanda o As Sete Linhas da Umbanda o Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada o O Guardião da Meia Noite (Romance Mediúnico) o O Cavaleiro da Estrela Guia (Romance Mediúnico) o A Lenda dos Orixás (Romance Mediúnico) o A Lenda do Sabre Dourado (Romance Mediúnico) E muitos outros, todos atualmente publicados pela Ed. Madras
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Nilton de Almeida Junior o É Preciso Saber Viver (Romance Mediúnico) - Ed. Madras, 2002 o Reflexos de um Passado (Romance Mediúnico) - Ed. Madras, 2004 Silvio da Costa Mattos o O Arraial dos Penitentes (Romance Mediúnico) - Cristális Editora, 2002 o A Trajetória de um Guardião Viking (Romance Mediúnico) - Ed. Madras, 2009 Sandro da Costa Mattos o O Livro Básico dos Ogãs, Ícone Editora, 2005 Robson Pinheiro o "Tambores de Angola" o "Aruanda" o "Sabedoria de Preto-Velho" o "Alforria"
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Todos eles romances mediúnicos umbandistas e publicados pela Casa dos Espíritos Editora
Manoel Lopes o Umbanda - Os Sete Reinos Sagrados, Ícone Editora, 2007 Paulo Lourenço (Ramiro de Kali) o Orixás em Poesia, Ed. Lulu, 2008 Douglas Fersan o Um conto da Bahia Alexandre Cumino o Deus, Deuses e Divindades o Deus, Deuses, Divindades e Anjos o História da Umbanda - Uma Religião Brasileira Rodrigo Queiroz o A Redenção - Ascensão, Queda e Redenção do Espírito Humano
Centro de umbanda
Centro de umbanda, mais corretamente templo, ou casa de Umbanda, é uma casa de caridade onde guias (espíritos) incorporam em médiuns para ajudar as pessoas a seguirem seus caminhos. Dentro de tais templos, são realizados também oferendas e louvações aos orixás. Tudo fazendo parte do ritual natural da religião. Este (templo), então, se concede em várias partes: Congá (onde ficam as imagens dos Orixás e Santos), Curimba (onde são designadas pessoas preparadas e bem estudadas com relação à música e percussão para a louvação em forma de canto e toque de atabaque/tumbadora ou até mesmo, outros instrumentos de percussão), e todos os médiuns e cambones (médiums: pessoas que recebem os guias; cambones: pessoas designadas para o auxílio dos guias espirituais em relação aos apetrechos e instrumentos de trabalho, como o penacho, o cachimbo, charuto e cigarro) isso tudo forma uma gira.
Guias da umbanda Guias são os espíritos que trabalham nas diversas ramificações da Umbanda e Omolokô. Esses espíritos incorporam nos médiuns para poder realizar seu trabalho caritativo, assim como, dar orientações, executarem trabalhos de contra-magia e outros. Sempre em benefício dos viventes e desencarnados, trabalhando para o bem. São também os colares usados pelos médiuns durante as giras, variando a cor conforme a falange: • • • • • • • • • • •
Oxalá = branco Nanã = roxo Omolu e Obaluaê = preto e branco Iemanjá = cristal azul e branco Oxum = azul claro Iansã = amarelo Xangô = marrom Oxóssi = verde Ogum = vermelho Preto Velho = xadrez preto e branco Exú = preto e vermelho
Estas cores podem mudar conforme a região do Brasil que se encontra. No Rio Grande do Sul por exemplo temos abaixo: • • • • • • • • • • •
Oxalá = branco Nanã = roxo e branco Omolu e Obaluaê = preto e branco Iemanjá = azul claro e branco Oxum = amarelo e branco Iansã = vermelho e branco Xangô = marrom e branco Oxóssi = verde e branco Ogum = vermelho ou vermelho com verde e branco Preto Velho = azul escuro e branco Exú = preto e vermelho
Na Umbanda, ao contrário do Candomblé, não se incorporam os Orixás, mas sim os falangeiros, que são emanações dos Orixás, possíveis de serem captadas pelos médiuns e neles exercem influência em seus corpos e mentes. O Orixá Exu é diferente do Povo de
Rua, conhecidos também com Compadre de Umbanda, pois o Orixá Exu ao contrário dos Compadre não incorporam. Os Guias têm diferentes grupamentos, formando falanges de entidades afins, de mesma característica e roupagens. Assim temos os seguintes grupamentos na Umbanda:
Principais guias • • • • • • • • • •
Pretos-Velhos Caboclo Crianças Boiadeiros Marinheiros Iemanjá/ Oxum/ Marinheiros/ Sereinhas Zé-Baiano/ Zé-Firmino/ Zé-Pilintra Exús/ Pombas-Giras Zé Pelintra/ Malandrinha/ Malandro baiano/baiano
Falanges trabalhadas em outras ramificações da Umbanda • • • • •
Baianos Ciganos Orientais Mineiros Cangaceiros
Lista de linhas de trabalho da umbanda Linhas de trabalho na Umbanda Este assunto é controverso na Umbanda. Todavia, em na sua manifestação mais popular têm-se a seguinte definição: Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixas manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder
sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. OS falangeiros se agrupam em linhas que podem variar de número. Geralmente entre 7 e 9 linhas. Algumas concepções delas apontam: • • • • • • •
Linha de Oxalá; Linha de Yemanjá; Linha de Oxossi; Linha de Xangô; Linha de Ogum; Linha de Obaluayê; Linha das Almas.
Outras linhas, são: •
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Linha de Yorimá (que guarda correspondência com Obaluaiê,sendo a linha dos pretos-velhos); Linha de Yori(também chamado de Ibeji); Linha do Oriente; Linha do Povo d'água.
Existem outras linhas, dependendo da vertente da Umbanda a ser trabalhada.Um exemplo disso é a concepção sobre as linhas de Umbanda de W.W. da Matta e Silva e seguida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino. Na Umbanda branca ,dita Umbanda popular, cada linha de orixá tem sete legiões, que correspondem a determinado guia espiritual. aqui temos exemplos de alguns: •
Oxalá o o o o o o o
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Santa Catarina Santo Antônio São Cosme e Damião Santa Rita Santo Expedito São Fransisco de Assis São Benedito
Iemanjá o Ondinas - Nanã o Caboclas do Mar - Indaiá o Caboclas do Rio - Iara o Marinheiros - Tarimã o Calungas - Calunguinha o Sereias - Oxum o Estrela Guia - Maria Madalena Povo do Oriente o Hindus - Zartu o Médicos e Cientistas - José de Arimatéia
o o o o o
Árabes e Marroquinos - Gimbaraí (ou Jimbaruê) Japoneses, Chineses, Mongóis e Esquimós - Ori do Oriente Egípcios, Astecas e Incas - Inhoari Índios Caraíbas - Itaraici Gauleses, Romanos e Povos Europeus - Marcos I
(qualquer povo que não esteja fundamentado na Umbanda pode se apresentar aqui, exemplo espíritos que viveram em Cuba, EUA, etc.. , e alguns que geralmente se apresentam como ciganos). Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:
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Linha de Oxóssi o Caboclo Urubatão o Caboclo Araribóia o Caboclo das Sete Encruzilhadas o Falange dos Peles Vermelhas o Caboclo - Águia Branca o Falange dosTamoios o caboclo - Grajaúna o Cabocla Jurema o Falange dos Guaranis o Caboclo - Araúna Xangô o o o o o o o
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Ogum o o o o o o o
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Iansã Caboclo do Sol e da Lua Caboclo da Pedra Branca Caboclo do Vento Caboclo das Cachoeiras Caboclo Treme-Terra Pretos Guinguelê (ou Quenguelê) Praias - Ogum Beira-Mar Matas - Ogum Rompe-Mata Rios - Ogum Iara Das almas - Ogum Megê Encruzilhadas - Ogum Naruê Malei - Ogum Malei Povo de Ganga - Ogum Nagô
Povo Africano (Pretos-Velhos) o Povo da Costa - Pai Cabinda o Povo de Congo - Rei Congo o Povo de Angola - Pai José o Povo de Benguela - Pai Benguela o Povo de Moçambique - Pai Jerônimo o Povo de Luanda - Pai Francisco
o
Povo de Guiné - Zum-Guiné
Caboclo das Sete Encruzilhadas Caboclo das Sete Encruzilhadas é a denominação da entidade espiritual que fundou a Umbanda. Este fato ocorreu na sessão da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro (então sediada em Niterói), a 15 de novembro de 1908, por intermédio da mediunidade de Zélio Fernandino de Moraes, no distrito de Neves, em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro.
História Naquela ocasião, tendo o dirigente determinado que Zélio ocupasse um dos lugares à mesa, em determinado momento dos trabalhos, tomado por uma força desconhecida e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer um dos integrantes da mesa, Zélio levantou-se e disse: " Aqui está faltando uma flor !", retirando-se ato contínuo da sala. Retornou em poucos momentos, trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa. Esse gesto causou um princípio de polêmica entre os presentes. Restabelecida a " corrente", manifestaram-se, em vários dos médiuns presentes, espíritos que se identificaram como de indígenas ou caboclos e de escravos africanos. O dirigente dos trabalhos convidou esses espíritos a se retirar advertindo-os acerca do seu (deles) atraso espiritual. De acordo com entrevista do próprio Zélio [1], nesse momento ele sentiu-se novamente dominado pela estranha força, que fez com que ele falasse, sem saber o que dizia. Ouvia apenas a sua própria voz, perguntando o motivo que levava o dirigente dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos, e porque eram considerados " atrasados" apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na última encarnação. Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio, desenvolvendo uma sólida argumentação. Um dos médiuns videntes perguntou então: "-Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão? "
A resposta de Zélio, ainda tomado pela misteriosa força, foi:
"-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas , porque não haverá caminhos fechados para mim."
O médium vidente insistiu, com ironia: "-Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?" Ao que a entidade respondeu: " - Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei! " Ainda de acordo com o relato de Zélio, no dia seguinte, a 16 de novembro, na residência de sua família, na rua Floriano Peixoto n° 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada, 20 horas, já ali se reuniam os membros da Federação Espírita, visando comprovar a veracidade do que havia sido declarado na véspera, alguns parentes mais chegados, amigos, vizinhos, e, do lado de fora da residência, grande número de desconhecidos. Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas, declarando que, naquele momento, se iniciava um novo culto em que os espíritos dos velhos africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos do Brasil poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social. A prática da caridade (amor fraterno), seria a tônica desse culto, que teria como base o Evangelho de Cristo e como mestre supremo, Jesus. Após estabelecer as normas em que se processaria o culto, deu-lhe também o nome, anotado por um dos presentes como Allabanda, substituido por Aumbanda, que em sânscrito pode ser interpretada como " Deus ao nosso lado " ou "o lado de Deus". O nome pelo qual se popularizaria, entretando, seria o de Umbanda. Ver artigo principal: Umbanda
Fundava-se, naquele momento, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, assim denominada " porque assim como Maria acolhe o filho nos braços, também seriam acolhidos, como filhos, todos os que necessitassem de ajuda ou conforto ". Após responder, em latim e em alemão, às perguntas de sacerdotes ali presentes, o Caboclo passou à parte prática da sessão, promovendo a cura de enfermos e fazendo andar aleijados. Antes do término dos trabalhos, manifestou-se um preto-velho, Pai Antônio, tendo este guia ditado o ponto hoje cantado em todo o Brasil: "Chegou, chegou, chegou com Deus, Chegou, chegou o Caboclo das Sete Encruzilhadas. "[2]
Estava fundada a Umbanda no Brasil. Anos mais tarde o dia 15 de novembro seria considerado como Dia Nacional da Umbanda.
Dez anos mais tarde, o Caboclo das Sete Encruzilhadas declarou que a iniciava a segunda parte de sua missão: a criação de sete templos que seriam o núcleo a partir do qual se propagaria a religião de Umbanda. A tarefa ficou completa com a fundação da Tenda São Jerônimo (a Casa de Xangô), em 1935. Em 1939, o caboclo determinou que se fundasse a Federação Espírita de Umbanda, posteriormente denominada como União Espiritista de Umbanda do Brasil [3], visando atuar como núcleo central doutrinário e congregar os templos umbandistas. A entidade trabalhou até meados da década de 1970, quando Zélio faleceu, aos oitenta e quatro anos de idade. Segundo Zilmeia de Moraes (filha de Zélio) após o seu falecimento, a entidade não mais se manifesta em terreiros, estando atualmente incumbido apenas de zelar pela religião. Na visão umbandista, o caboclo seria uma das encarnações do padre jesuíta Gabriel Malagrida
Exu de umbanda Exus de umbanda , de acordo com a crença religiosa, são espíritos de diversos níveis de luz que incorporam nos médiuns de umbanda, omolokô, catimbó, batuque, Santo Daime, xambá e candomblé de caboclo. Nos candomblés de Ketu e Jeje não há incorporação de espíritos oficialmente, já nos candomblés de Angola podem-se encontrar casas que adotem a incorporação de exus, pomba-giras, boiadeiros e marinheiros. Porém, o exu, cultuado somente no candomblé, não incorpora para dar consultas, diferentemente do exu de umbanda, considerado uma entidade.
Exu na umbanda Na umbanda não se manifesta o próprio orixá, por meio da incorporação,no Rio grande do Sul o culto de "Nações Africanas" o Exú (orixá) é chamado de Bará,para não ser confundido com o Exú entidade de Umbanda, que são seus mensageiros ou falangeiros, espíritos que vêm em terra para orientar e ajudar. Quando incorporam, se caracterizam alguns com capas, cartolas, bengalas (masculinos), e saias rodadas, brincos, pulseiras, perfumes, rosas (femininos, também chamados de Pombo-giras). Mas não necessariamente os médiuns se utilizam destas vestimentas para a incorporação . Cada terreiro trabalha de uma forma diferente, alguns centros uniformizam a roupa dos
médiuns, onde todos vestem branco. Os exus quando incorporados, se materializam num corpo magro e seco.
Natureza e incorporação de exus
Encontramos aqueles que creem que os exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que creem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Observa-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de umbanda - e mesmo de candomblé - não têm uma idéia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. Na verdade, essa entidade não deve ser confundida com o (obsessores), apesar de transitar na mesma Linha das Almas, sendo o seu dia a segunda-feira, ficando sob o seu controle e comandando os espíritos atrasadíssimos na evolução e que são orientados pelos exus para que consigam evoluir através de trabalhos espirituais feitos para o bem.
Exu Tata Caveira Sua função mítica é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é coligado ao seu exu por meio dos chacras. É ele quem traduz as linguagens humanas para os seres superiores. Por isso, é imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados. Possuem a função também de proteger o terreiro e seus médiuns. O poder de comunicar e ligar confere a ele também o oposto, a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas.
Exu Meia-Noite Há algumas diferenças na maneira de ver exu no candomblé e na umbanda. No primeiro, exu é como os demais orixás, uma personalização de fenômenos e energias naturais. O candomblé considera que as divindades, ou seja os orixás, incorporam nos médiuns (cavalos ou aparelhos). Na umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos caboclos, pretos-velhos e crianças, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios. A umbanda considera os exus não como deuses, mas como entidades em evolução que buscam, através da caridade, a evolução. Em síntese, o grande agente mágico do equilíbrio universal. Também é o guardião dos trabalhos de magia, onde opera com forças do astral. E também são considerados como "policiais", "sentinelas", "seguranças" que agem pela Lei, no submundo do "crime" organizado e principalmente policiando o Médium no seu dia-a-dia. As "equipes" de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela. Obedecem a severa hierarquia nos comandos do astral, se classificando também como Exus cruzados, espadados e coroados . Esses espíritos utilizam-se de energias mais "densas" (materiais). Nota-se que essas entidades podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral. A condição de exu para um espírito é transitória, podendo este, uma vez redimidas suas dívidas perante a Lei Divina, seguir no mundo dos espíritos em escalas mais elevadas de evolução. Essas falanges, e outras, são a divisão ou escala à qual pertencem os espíritos, mais ou menos equivalentes à escala espírita definida por Kardec. Os trabalhos malignos (os tão famosos "pactos com o diabo"), como matar por exemplo, não são acordos feitos com os exus, mas com os Kiumbas que agem na surdina e não estão sob a orientação de nenhum exu, fazendo-se passar por um deles, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são: existência de um Deus único, crença de entidades espirituais em evolução, crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual, crença em guias mensageiros, na existência da alma, na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual
do médium, e o uso de ervas e frutos. O objetivo é sempre proporcionar vibrações positivas que beneficiem e auxilie em dificuldades, através da fé e respeito ao próximo.
Exu do Lodo Os exus são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante a Lei, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. Exu é neutro, não é bom nem mau, pode fazer o bem ou o mal, desde que a ele isso seja pedido e lhe seja dada em troca uma oferenda estabelecida (oferenda pode ser desde uma vela até a mais elaboradas quando as entidades considerem que haverá muito esforço por parte deles). Quando faz o mal, a responsabilidade recai sobre ele, exu, e sobre quem lhe solicitou o mal. Como a prática do mal sempre lhe atrasa a evolução, acaba se voltando contra a pessoa que lhe solicitou a empreitada maléfica. Os Kiumbas, assim como o Diabo dos Católicos, são espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vingança, calcada no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente). Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas. Esse baixo astral é uma enorme egrégora formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam essa faixa vibracional e os Kiumbas se comprazem nisso, já que se sentem mais fortalecidos. O verdadeiro exu não faz mal a ninguém, seu objetivo é auxiliar as pessoas com fé e respeito. Alguns exus foram pessoas como políticos, médicos, advogados, trabalhadores, pessoas comuns, padres etc., que cometeram alguma falha e escolheram - ou foram escolhidos para - vir nessa forma a fim de redimir seus erros passados. Outros são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas, e combatendo o mal. Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz trabalhos malignos, feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros, sem luz (Kiumbas). Ajudam a limpar, retirando os espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Exu Tranca-Ruas A Doutrina Espírita os trata como espíritos imperfeitos, almas dos homens que, por terem cometido crimes perante a Lei Divina, são submetidos a difíceis provas, cujo único objetivo é o de que possam compreender a extensão do mal que praticaram em outras vidas. Uma verdadeira casa de caridade é sempre reconhecida pela gratuidade dos serviços prestados a quem procura ajuda em um centro espírita ou centro de umbanda. Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que trabalham visando à própria evolução. O chamado "exu pagão" é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição. Já o exu batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade. Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exu com espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de "Guias". Para evitar essa confusão, não damos aos chamados "exus pagãos" a denominação de "exu", classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos "exus batizados" a denominação de "exu".
Existem 7 hierarquias de 7 exus, denominados como exu coroados; São eles: Exu Sete Encruzilhada, Exu Veludo, Exu Tranca Rua, Exu Caveira, Exu Tiriri, Exu Marabô e Pomba Gira ou Pombo Gira (exu feminino). São exus evoluídos e chamados de exus coroados, porque eles podem trabalhar nas linhas de espíritos evoluídos, como na linha de Caboclos. PONTOS RISCADOS Muitas características dos nossos tão amados irmãos Exus, podem ser visualizados através de seus pontos riscados, que são sua "impressão digital", ou sua "identidade", e assim mostram qual linha servem e qual será a sua atuação como por expemplo: quebrar demanda, feitiçaria, trancar e destrancar, cura, financeiro, conjugal, e por ai adiante.
Oxumaré na umbanda Oxumaré na Umbanda é a manifestaçao do orixá para a renovação dos homens, representado no culto africano pela serpente Dan, cujo arco-íris sagrado, traz a alegria das cores e suas irradiaçoes para os seres humanos.
Ogum na Umbanda
Ogum Megê
Ogum é um orixá cultuado nas religiões de Umbanda e Candomblé, correspondendo a São Jorge, na Igreja Católica no sincretismo religioso. Seu dia é o 23 de abril.
Características Logum ou Ologum (olo = senhor, Gum = guerra, ou seja, o senhor da guerra ou guerreiro) é uma divindade da cultura Iorubá, região onde localiza-se hoje a Nigéria. Nos domínios de Obéocutá, seu culto era essencialmente agrário, como ainda o é, é a divindade do ferro, quem produz as ferramentas necessárias ao cultivo. Nesta Região, poucos são os que dominam a arte de funndir e moldar o ferro de forma manual. Por isso, todos que dominam esta técnica são protegidos de Ogum. Na Africa, a organização teológica funciona difrente à forma como se desenvolve a religiosidade afro no Brasil. Lá, as pessoas acreditam que a divindade Iorubá é um ancestral comum aos moradores da tribo, cidade, ou etnia. No caso, grande parte das pessoas que praticam as religiões "tradicionais" da região de Obéocutá, acreditam que Ogum seria seu ancestral divinizado. Quanto ao mito, ogum é lembrado como conquistador e caçador, a quem sempre defendeu
os seus e sempre proveu de alimentos sua tribo. Contudo, no Brasil seu mito muda de aspecto, devido a lógica da escravidão, os africanos acabam por exaltar outros aspectos desta divindade, de forma a contamplar seus anseios, buscando se livrar dos castigos dos seus Senhores, passavam então a privilegiar o aspecto guerreiro e violênto da divindade. Ogum é o guerreiro, general destemido e estratégico, é aquele que veio para ser o vencedor das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução. Defensor dos desamparados, segundo a lenda, Ogum andava pelo mundo comprando a causa dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. Ele era o ferreiro dos orixás, senhor das armas e dono das estradas. Irreverente, pois é um orixá valente, traz na espada tudo o que busca. É o protetor dos policiais, ferreiros, escultores, caminhoneiros e todos os guerreiros. •
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Santo correspondente na Igreja Católica : São Jorge no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Santo António de Pádua na Bahia. Cores predominantes de ogum nas guias : Azul marinho no Candomblé. Vermelho na Umbanda, sendo que na Umbanda do Rio Grande do Sul muitos terreiros utilizam o verde, vermelho e branco. Entretanto as cores são determinadas pelo guia e conforme o reino em que trabalham e para qual Orixá.
Na Umbanda há diversos falangeiros seus como Ogum Beira-Mar , Ogum Marinho, Ogum 7 Ondas, Ogum 7 Cachoeiras, Ogum Megê, Ogum Timbiri, Ogum Yara, Ogum Dilê, Ogum Matinata, Ogum Rompe Mato, Ogum 7 Espadas, Ogum de Malê das Matas, Ogum 7 Escudos, Ogum 7 Lanças, Ogum de Ronda, Ogum de Lei, Ogum das Matas entre outros. referências BASTIDE, Roger. As Religiões Africanas no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. BENISTE, José. Orun Aiye: o encontro de dois mundos. Rio de Janeiro: madras. 2006.
Oxossi na Umbanda Oxóssi, na Umbanda é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião. No Candomblé brasileiro é um antepassado africano divinizado, filho de Yemanjá, protetor das matas, sincretizado com São Sebastião no Rio de Janeiro e em são paulo. Diz o mito que Oxóssi era irmão de Omulu-Obaluayê e rei da cidade de Oyó, cidade da África sudanesa, de onde provém os povos nagô ( keto, ijexá e oyó) e mina-jeje. Oxóssi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento. Simbolicamente representamos Oxóssi com sete setas, que são as sete buscas contínuas do ser.Oxóssi expande, irradia e impele os seres.
Oferenda ao Pai Oxóssi Velas verdes; cerveja, vinho doce e licor de caju; flores do campo e frutas variadas, tudo depositado em bosques e matas.
Xangô na Umbanda Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como a estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do universo.
História Quando Deus criou os Estados exteriores da criação, o primeiro foi o vazio ( Exu), o segundo estado foi o espaço em si mesmo (Oxalá) e o terceiro Estado da criação exterior foi o equilíbrio de tudo e de todos (Xangô). Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, os umbandistas preferem amá-los e ponto final. Tudo trata-se de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum que equilibra todo o universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê), é chamado de Xangô na religião umbandista, ou seja, na Umbanda não se adora como um deus com características humanas, mas sim como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior. • •
Cor: marrom e vermelho Saudação: Kao-kabecile
Segue abaixo indicações de livros que abordam os Orixás na Umbanda como os poderes exteriorizados de Olorum e não como deuses cruéis e sanguinários e as vezes bondosos com quem lhes servem corretamente. Tais livros ensinam como cultuá-los amando-os e sabendo que os poderes de Olorum estão a disposição de toda a humanidade necessitada de luz, pois manifestam-se verticalmente e horizontalmente nos três lados da criação (Lado Divino, Lado Natural e Lado espiritual).
Notas e referências • •
Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada - Rubens Saraceni; O Código de Umbanda Sagrada - Rubens Saraceni.
Iemanjá na Umbanda
Iemanjá
Mãe Iemanjá, Senhora da calunga grande (mar). Sincretizada no Rio de Janeiro com Nossa Senhora da Glória comemorado em 15 de agosto. Na Umbanda, ela também recebe o título de Senhora da Coroa Estrelada . Em São Paulo, a maior comemoração é no dia 8 de dezembro, na Praia Grande. No Rio Grande do Sul em em Santa Catarina a comemoração é no dia 2 de fevereiro, onde, Yemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes. As cerimônias são comumente feitas à beira-mar, no litoral gaúcho. Também ocorrem em rios, como em Porto Alegre (Rio Guaíba). Em Santa Catarina é relizada anualmente no dia 2 de Fevereiro ma Praia Central de Balneário Camboriú a Festa em Homenagem a Yemanjá. No Rio de Janeiro a festa de Iemanjá e comemorada no dia 29 de dezembro, dois dias antes do ano novo para evitar um maior congestionamento nas praias e ruas. As oferendas lançadas ao mar para a orixa contam de palmas, rosas e flores principalmente na cor branca, seu metal e prata é seu dia e sábado. Sua saudação é Odocya.
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Cores: azul claro ou branco transparente. cantados para Iemanjá Os encantos de Iemanjá Procissão de Iemanjá em Copacabana Vídeo
Oxum na Umbanda Oxum na Umbanda, é sincretizada com várias Nossa Senhora, em São Paulo com Nossa Senhora Aparecida
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Cantados para Oxum Cor de sua guia (fio-de-contas): é azul claro ou dourado Saudação: Ora Yêye o
Está relacionada a fertilidade,a riqueza e a sensibilidade. Amor é um orixá de rara beleza, cosiderada a mais bela.
Iansã Iansã, ou Oyá, é um orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com Santa Bárbara, católica. Oyá, a deusa do Rio Niger ,[1] é representada com um
alfange e uma cauda de animal nas
mãos, e com um chifre de búfalo na cintura. Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rio Obá.[1] Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum. O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer a mãe dos nove. Xangô a
chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência. Na liturgia da umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé. Na umbanda a guia de Iansã é de cor amarela e no candomblé é vermelha. No candomblé também é chamada de Oyá. Seu dia da semana é quarta-feira e sua saudação é Eparrei.
Mitologia ioruba Obatalá, deus dos céus, e Odudua, deusa da terra [Nota 1] se casaram, e tiveram dois filhos: Aganju e Iemanjá. Aganju e Iemanjá se casaram, e tiveram um filho, Orungan. Orungan se apaixonou pela própria mãe e, aproveitando a ausência do pai, a violentou. Desta união nasceram quinze deuses, dentre os quais Xangô e Oyá.[1]
Omolu na umbanda Omolu é um orixá nagô do panteão africano cultuado na umbanda e no candomblé.
História Não raro, discriminado em muitos terreiros de umbanda, Omolu é cultuado na umbanda como o orixá residente no cemitério que é o responsável pela triagem dos mortos. Normalmente quando um médium ou filho-de-santo o incorpora no terreiro, tem sua cabeça coberta por um pano da costa em sinal de tradição e respeito, pois o orixá geralmente nunca mostra o rosto em razão de suas feridas, algo que é explicado pela sua mitologia. Os exus que atuam no cemitério lhes devem obediência. A falange mais conhecida é a dos Caveiras, empregados diretos do orixá. Anteriormente muito temido, atualmente Omolu é reverenciado em muitos terreiros de umbanda como um orixá extremamente importante, possuindo vários filhos-de-santo, que normalmente são de caráter fechado, aparentando emocionalmente mais idade.
Obá
Orixá Obá no candomblé.
Obá, Orixá africano do Rio Obá ou rio Níger , primeira esposa de Xangô, identificada no jogo do merindilogun pelos odu odi, obeogunda e ossá. Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo, Arco e flecha Ofá. Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa. Obá representa as águas revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela também controla o barro, aguá parada, lama, lodo e as enchentes. Trabalha junto com Nanã. Representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos.É também a dona da roda. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá, Oyá, Oxumarê, Exú e Orumilá.
Lenda Obá foi a primeira mulher de Xangô. Ao contrário do que muitos pensam, a lenda de que Obá cortou a orelha por causa da mentira de Oxum está incorreto, na verdade, Obá apenas cortou sua orelha para provar seu amor a Xangô. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão. Seus símbolos são espada, escudo, ofá e erukere.
Segundo suas lendas, Obá lutou contra inúmeros Orixás, derrotando vários deles. Obá teria derrotado Exú, Oxumarê, Omolú e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses, tendo sido derrotada apenas por Ogun e tornano assim sua esposa e ao lado de Ogun quando este foi enfrentar Xangô em batalha ela se encantou por Xangô e abandonou a luta ao lado de Ogun e se entregou a Xangô como mulher vivendo uma grande paixão. Obá nunca havia visto alguém como Xangô, ela via nele tudo o que sonhava para si. Existem algumas versões do grande encontro de Xangô e de Obá, em uma dessas versões ela é a líder de todas as mulheres e a rainha de Elekô, mas em todas, as evidências dizem que o amor entre os dois era desmedido e que nada ofuscava a relação dos dois, da união dos dois nasceu Opará, Orixá confundida com Oxum.
Xangô e Obá A união de Xangô e Obá Transcorre um culto nos arredores da cidade, é eleko. Uma sociedade restrita, onde apenas mulheres realizam o culto. Possui como matriarca a temida Obá, a fundadora desta sociedade que cultua a ancestralidade feminina individual. Nem um homem poderia sequer assistir o ritual do segredo, sendo punido por Obá com sua própria vida. Certo dia, em uma das noites de culto, Xangô caminhava alegremente e dançava ao som do batá. Quando percebe, ao longe um aglomerado de mulheres, realizando uma cerimônia sob as ordens da enérgica Obá. Xangô era muito curioso e não se conteve aproximando-se da cena, ficando a espreita. Xangô encantou-se com a rara beleza de Obá, que apesar de não ser tão jovem era a mais bela mulher que ele já vira. No momento de distração, Xangô foi percebido e cercado pelas mulheres, foi levado a presença da grande deusa, que lhe falou o preço que haveria de pagar por sua audácia em violar o culto sagrado de Elekó. Mas a própria Obá que encantou-se com a inigualável beleza de Xangõ apaixonando-se de imediato, relutou em aplicar a sentença de morte e usou de sua supremacia no culto para ditar nova regras, dando nova chance a Xangô: "Todo homem, que violar o culto, se for do agrado, da senhora do culto, deverá unir-se a ela como marido ou aceitar a pena de morte" Xangô não pensou duas vezes, seria poupado da sentença e ainda sim possuiria a grande deusa por quem havia se apaixonado. A cerimônia de união de Xangô e Obá foi realizada dentro dos limites de Elekó. Foi o inicio de uma grande paixão, nunca se viu tanto amor. A deusa guerreira e justiceira que pune os homens que maltratam as mulheres, descobriu um sentimento novo por um homem além do ódio. Descobriu todo o amor que um homem pode dar. A grande rainha de Elekó, a rainha de Xangô aprendeu a amar e ser amada. Nasce, dessa grande paixão, uma criança, uma menina, nasce Opará, nasce a mais bela, justiceira e feroz guerreira. Herdou o melhor do pai e da mãe e prosseguiu com o culto Embora, em suas lendas, Obá tenha se transformado em um rio ela também é relacionada ao fogo e é considerada por muitos como o Xangô fêmea. Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o coronário inevitável do amor, portanto, Obá é a deusa do Amor e da Paixão incontrolável, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama. Obá é a deusa da guerra e do poder, seu culto está relacionado ao rio Obá, as águas em seu culto faz referência ao poder, a força incontrolável das águas. Seu culto no Brasil é confundido ao de Oyá, alguns chegam a insinuar que elas sejam irmãs, o que é uma inverdade, outros dizem que Obá seria uma Oyá mais velha, o que é mais absurdo ainda. Por existir esta confusão, alguns acreditam que Oyá além de ser uma divindade da água e relacionada ao vento, teria ligação com o fogo, mas Oyá não possui ligação com o fogo Obá sim.
Obá quando em fúria transborda, agita-se; Oba é a senhora da sociedade Elekô. Tudo relacionado a Obá é envolto em um clima de mistérios.Obá nasceu do ventre rasgado de Iemanjá após o incesto de Orugan. Obá era cultuada como a grande Deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudada como Ìya Agbà e mantém estreitas relações com as Iyá-Mi. Obá é a Iyámi Egbé, ela é a Iyá Abiku, desta forma é ela a encarregada de enviar ao mundo as crianças que nascem como castigo para seus pais. O que Xangô representa para os mortos masculinos, Obá representa para as mulheres mortas. Ela assim como Xangô é a representante suprema da ancestralidade feminina.
Obaluae na Umbanda O Obaluae na Umbanda é uma dança surgida em Belém do Pará. A dança é um Orixá da renovaçao dos espíritos decaídos, resgatador da suas dívidas cármicas, na manifestação de Omulu trabalha como ceifador dos erros, ou seja, é o senhor dos mortos e o regente dos cemitérios considerado o campo santo entre o mundo terrestre material e o mundo astral espiritual, trabalhando com muito amor na guia destes espíritos, tendo como servo exu caveira o guardião dos cemitérios. Obaluaie é o mistério da irradiação que plasma o espirito desencarnado em vias de reencarne, amoldando-o para o útero materno, propiciando assim uma nova via evolutiva. Obaluae é o senhor das doenças podendo curar uma pessoa de uma doença.Na gíra de caboclos pode ser chamado de "caboclo do fogo" e quando entra nos terreiros da umbanda sua cabeça sempre tem que ser coberta,pois,obaluae tinha muitas feridas e cobria seu rosto com palha para que ninguem podesse ver as feridas. Diz uma lenda africana que ele estava em uma festa e ninguém queria dançar com ele sabendo de suas feridas até que Iansã veio até ele levantou a palha de seu rosto e com sua ventarola provocou um vento tão forte que as feridas de obaluae sairam do corpo dele se transformando em pipoca.
Nanã na Umbanda Nanã é a mãe primeira de toda humanidade, conforme a lenda o homem após várias tentativas de usar diversos materiais, foi feito do barro (lodo primordial das matérias na crosta terrestre), e soprado a vida em suas narinas por oxalá, sendo que a única restrição de Nanã foi para quando este homem morresse a sua matéria seria devolvida aos seus domínios, sincretizada como Nossa Senhora De Santana a avó de Jesus , dona das águas paradas, das chuvas e dos pantanos,ela decanta em seus domínios toda as matérias impuras dos homens, preparando assim a limpeza do espírito para próxima reencarnação.
Ibeji
Igbeji candomblé.
África Ìbejì ou Ìgbejì - é divindade gêmea da vida, protetor dos gêmeos (twins) na Mitologia Yoruba, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e iká. Dá-se o nome de Taiwo ao Primeiro gêmeo gerado e o de Kehinde ao último. Os Yorùbá acreditam que era Kehinde quem mandava Taiwo supervisionar o mundo, donde a hipótese de ser aquele o irmão mais velho. Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em sua honra. O animal tradicionalmente associado a Ìbejì é o macaco colobo, um cercopiteco endêmico nas florestas da África subsariana. A espécie em questão é o colobus polykomos, ou "colobo real", que é acompanhado de uma grande mística entre os povos africanos. Eles possuem coloração preta, com detalhes brancos, e pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí eles serem considerados por vários povos como mensageiros dos deuses, ou tendo a habilidade de escutar os deuses. A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. O colobo é chamado em Yorùbá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatado pelas mães colobos pelo seu comportamento peculiar. Na África , as crianças representam a certeza da continuidade, por isso os pais consideram seus filhos sua maior riqueza.
A palavra Igbeji que dizer gêmeos. Forma-se a partir de duas entidades distintas que cooexistem, respeitando o princípio básico da dualidade. Contam os Itãs (conjunto de lendas e histórias passados de geração a geração pelos povos africanos), que os Igbejis são filhos paridos por Iansã, mas abandonados por ela, que os jogou nas águas. Foram abraçados e criados por Oxum como se fossem seus próprios filhos. Doravante, os Igbejis passam a ser saudados em rituais específicos de Oxum e, nos grandes sacrifícios dedicados à deusa , também recebem oferendas. Entre as divindades africanas, Igbeji é o que indica a contradição, os opostos que caminham juntos, a dualidade. Igbeji mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos. Na África, O Igbeji é indispensável em todos os cultos. Merece o mesmo respeito dispensado a qualquer Orixá, sendo cultuado no dia-a-dia. Igbeji não exige grandes coisas, seus pedidos são sempre modestos; o que espera como, todos os Orixás, é ser lembrado e cultuado. O poder de Igbeji jamais podem ser negligenciado, pois o que um orixá faz Igbeji pode desfazer, mas o que um Igbeji faz nenhum outro orixá desfaz. E mais: eles se consideram os donos da verdade. Os gêmeos (Ibeji entre os Yorubas e Hoho entre os Fon) são objeto de culto. Não são nem Orixá e nem Vodun, mas o lado extraordinário desses duplos nascimentos é uma prova viva do princípio da dualidade e confirma que existe neles uma parcela do sobrenatural, a qual recai em parte na criança que vem ao mundo depois deles. Recomenda-se tratar os gêmeos de maneira sempre igual, compartilhando com muita equidade entre os dois tudo o que lhes for oferecido. Quando um deles morre com pouca idade o costume exige que uma estatueta representando o defunto seja esculpida e que a mãe a carregue sempre. Mais tarde o gêmeo sobrevivente ao chegar à idade adulta cuidará sempre de oferecer à efígie do irmão uma parte daquilo que ele come e bebe. Os gêmeos são, para os pais uma garantia de sorte e de fortuna.
Brasil
Ibeji Existe uma confusão latente entre Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade, confundindo até mesmo como Orixá. Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc. Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, jovialmente inconseqüente; nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram. Costumam ser brincalhonas, sorridentes, irrequietas, tudo enfim que se possa associar ao comportamento típico infantil. Muito dependentes nos relacionamentos amorosos e emocionais em geral, podem então revelar-se teimosamente obstinados e possessivos. Ao mesmo tempo, sua leveza perante a vida se revela no seu eterno rosto de criança e no seu modo ágil de se movimentar, sua dificuldade em permanecer muito tempo sentado, extravasando energia. No Brasil,existe uma filha iniciada neste orixá,chamada Maria José de Moraes, que mora na cidade de Campinas-SP,conhecida entre os religiosos como Dofona de Ibeije,sendo iniciada pelas mãos do Babalorisá Augusto César do Ilê axé Omorodé Orixá N ´la,primeiro homem iniciado por Mãe Menininha do Gantois,que fica no Bairro portão em Lauro de Freitas-BA. Podem apresentar bruscas variações de temperamento, e certa tendência a simplificar as coisas, especialmente em termos emocionais, reduzindo, à vezes, o comportamento
complexo das pessoas que estão em torno de si a princípios simplistas como "gosta de mim" ou "não gosta de mim". Isso pode fazer com que se magoem e se decepcionem com certa facilidade. Ao mesmo tempo, suas tristezas e sofrimentos tendem a desaparecer com facilidade, sem deixar grandes marcas. Como as crianças em geral, gostam de estar no meio de muita gente, das atividades esportivas, sociais e das festas. No Brasil,existe uma filha iniciada neste orixá,chamada Maria José de Moraes, que mora na cidade de Campinas-SP,conhecida entre os religiosos como Dofona de Ibeije,sendo iniciada pelas mãos do Babalorisá Augusto César do Ilê axé Omorodé Orixá N ´la,primeiro homem iniciado por Mãe Menininha do Gantois,que fica no Bairro portão em Lauro de Freitas-BA. • • •
Crianças na Umbanda Ibeji no Batuque Bêji no Xambá
A grande cerimônia dedicada a Ibeji acontece a 27 de setembro, dia de Cosme e Damião, quando comidas como caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto a eles como aos freqüentadores dos terreiros.
Ibeji na nação Keto, ou Nvunji nas nações Angola e Congo. É a divindade da brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância. Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos membros de uma Casa de Santo. É a divindade que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança. Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independente do orixá que a criança carrega. Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria, sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de uma travessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda dessa divindade. Pois tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todas as felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos. A palavra Eré vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”. O Ere(não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Ere é o intermediário entre o iniciado e o orixá. Durante o ritual de iniciação, o Ere é de suma importância pois, é o Ere que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado. O Ere na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Ere é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão. O Ere conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de “Ere” é mais influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído a seu orixá. Após o
ritual do orúko, ou seja, nome de iyawo segue-se um novo ritual, ou o reaprendizado das coisas chamado Apanan.
Símbolos: 2 bonecos gêmeos, 2 cabacinhas, brinquedos; Plantas: jasmim, maçã, alecrim, rosa Dia: domingo e segunda-feira para nações Ketu e Jeju Jexá; Cor:azul , rosa, verde, mas na verdade gosta do colorido em si. Metal: estanho. Seus elementos: fogo, ar. Saudação: Omi Beijada! Bejiróó! farami sóibeji!. Domínios: parto e infância. Amor união. Comidas: caruru, cocada, cuscuz, frutas doces. Animais: passarinhos. Quizilas: morte, assobio. Características: alegre, otimista, brincalhão, esperto, trabalhador, imaturo, birrento, voraz. O que faz: ajuda a resolver problemas de crianças, dá harmonia na família, facilita uniões. Riscos de saúde: alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes.
Crianças na Umbanda Crianças, Ibejis, ou Ibejada são entidades cultuadas na Umbanda. Seu culto é sincretizado com os santos gêmeos Cosme e Damião, Crispim e Crispiniano.
História Por ocasião da festa, a 27 de setembro, os terreiros distribuem doces e fazem uma mesa farta para as crianças que incorporam nos médiuns. As cores são azul claro e rosa. As entidades possuem diversos pontos de atuação. Cachoeiras, praias, matas, lajedos e há até algumas traçadas com exus, o que resulta num exu-mirim ou Criança da Esquerda. As oferendas normalmente são feitas em jardins e são sempre doces, refrigerantes, além de frutas. Quando incorporam nos terreiros, são brincalhões, travessos, meigos e chorões. São entidades de grande atuação e força espiritual. Sempre se comenta nos terreiros que quando uma criança faz um trabalho, só ela tem o poder de tirar. Também têm grande poder de cura. todas as crianças te muito mais força que qualquer entidade.
Exemplos de crianças • • • • • • • •
Rosinha da Praia Mariazinha da beira da Praia Pedrinho da Praia Jorginho Pedrinho da Mata Caboclinho da Mata Mariazinha da Mata Joãozinho da Pedra Branca
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Zezinho do Lajedo Bentinha mariazinha julinha joãozinho camponesa raio de sol rosinha malandrinho Joãozinho da Mata aninha crispim do cantua zezé zezinho joaninha juquinha Ritinha
"Esta faculdade de apresentar-se e agir como criança, não quer dizer que seja um espíritocriança. Pode ser, talvez, mais velho que os pais. Ele vem com aspecto ou forma infantil, porque é conveniente vir assim, pois do contrário, dificilmente seria reconhecido." (ORPHANAKE, Édson. Manual para chefes de terreiros. P. 116).
Oxalá na Umbanda Oxalá, na Umbanda representa o Orixá da paz e principalmente da fé. O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô. A cor de Oxalá é o branco. O dia consagrado para ele é a sextafeira. Sua saudação é Èpa Bàbá!. O Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do Panteão Africano. Simboliza a paz é o pai maior nas nossas nações na Religião Africana. É calmo, sereno, pacificador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertence os olhos que vêem tudo. Oxalá seja na Umbanda ou no Candomblé é o mesmo Orixá. O que muda da Umbanda para o Candomblé em relação aos Orixás é a forma de manifestação (incorporação), trato, simbolos e assentamentos, vestimentas, imagens etc. Porém, a essência do Orixá é a mesma. Em muitos lugares Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo, mas essa associação é sem fundamentos. Esse sincretismo é uma herança do aculturamento sofridos pelos negros ao longo do período colonial. Uma associação ora forçada pelos Jesuítas na imposição da fé Cristã, ora um símbolo de resistência onde da imagem do Santo Católico, se cultuava os Orixás africanos (por isso as datas dos festejos dos Orixás, coincidem com as dos Santos Católicos). A imposição e a própria resistência acabaram virando práticas populares. As imagens dos Santos Católicos se confundiram com as dos Orixás, não se
sabendo onde começa um, e onde termina o outro. Porém, dentro do terreiro, ao som dos atabaques, pode até ter a imagem dos Santos, mas quem incorpora são os Orixás. Podem cantar pontos onde se escuta o nome de São Jorge, por exemplo, mas quem monta no "cavalo" é Ogum. Hoje em dia muitos terreiros estão deixando as imagens Católicas e cultuando os Orixás baseados em seus elementos, tais como: águas de Oxum, Ferro de Ogum, Otá (pedra) de Xangô. Ou utilizando-se de assentamentos, onde ali é colocada uma parte da essência do médium e parte da essência do Orixá.
Preto-velho
Pretos-Velhos, entidades de Umbanda.
Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos". São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.
São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
Os Pretos Velhos : Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência. Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
As Crianças – chamadas eres, ou ibejis, representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil. Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado. Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino. Ficheiro:Pretos velhos.png Casal de Pretos-Velhos A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxala(no sincretismo com o catolicismo, Jesus ). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz. A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma. Os Pretos Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões Afro-Brasileiras. O Preto Velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo. Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó[1], Pai Benedito[2], Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros. Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.
Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas principalmente aos médius de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra. Pontos de preto velho:
Saudação dos Pretos Velhos quando iniciada uma gira Bate tambor lá na Angola, bate tambor Bate tambor lá na Angola, bate tambor... Bate tambor, Pai Joaquim*... Bate tambor, Maria Conga*... Bate tambor, Pai Mané*... (* coloca-se o nome dos pretos velhos da casa) Eu andava perambulando, sem ter nada p'ra comer Fui pedir as Santas Almas Para vir me socorrer Foi as Almas que me ajudou Foi as almas que me ajudou Meu Divino Espírito Santo Glória Deus, Nosso Senhor Nessa casa tem quatro cantos Cada canto tem um santo Pai e filho, Espírito Santo Nessa casa tem 4 cantos... Quem vem, que vem lá de tão longe? São os pretos velhos que vem trabalhar Quem vem, que vem lá de tão longe? São os pretos velhos que vem trabalhar Ô da-me forças pelo amor de Deus, meu pai Ô da-me forças pros trabalhos teus Zum zum zum Olha só Jesus quem é Eu rezo para santas almas Inimigo cai Eu fico de pé O preto por ser preto Não merece ingratidão O preto fica branco Na outra encarnação
No tempo tempo da escravidão escravidão Como o senhor me batia Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus! Como as pancadas doíam Tira o cipó do caminho, oi criança Deixa a vovó atravessar Tira o cipó do caminho, oi criança Deixa a vovó atravessar A bença Vovô Quando precisar lhe chamo A bença Vovô Quando precisar lhe chamo Zambi lhe trouxe, Zambi vai lhe levar Agradeço a toalha de renda de chita de pai Oxalá Vovô já vai, já vai pra Aruanda... Abença meu pai, proteção pra nossa banda Pontos de Pretos Velhos: Negro Negro está molhad molhadoo de suor, suor, mas mas tá feliz feliz porque porque Deus Deus o libertou libertou (bis); (bis); Ô sinhá sinha, segura a chibata não deixa bater, faz uma prece prá negro morrer, negro não quer mais sofrer (bis); Ponto p/firmar a gira: Viva Deus, viva a Gloria, viva o rosário de nossa Senhora (bis); Ponto para benzimentos: Pai João d"angola com sua ternura, sentado no tronco ele benze as criaturas(bis), a estrela de Oxalá seu ponto iluminou, ele é Pai João d"angola ele é nosso protetor; Ponto de subida de pretos velhos: Já vai pretos velhos subindo pro céu e nossa senhora cobrindo com véu (bis). A linha de Preto Velho, na Umbanda Umbanda,, são entidades que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina e manipulação de ervas, o qual aplicam frequentemente em sua atuação na Umbanda Umbanda,, porém no Candomblé são considerados Eguns Eguns.. Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro (período de trevas no velho reflete a humildade, a paciência e a território brasileiro), a linha de preto velho perseveranç perseverançaa característic característicaa da atuação atuação da linha linha nominada nominada de de Yorima Yorima,, cujo apresenta-se de pés no no chão, chão, cachimbo cachimbo de barro barro bem rústico, rústico, quando quando não cigarro de palha, palha, café, café, e um fio de contas de rosários (Lágrima ( Lágrima de Nossa Senhora) Senhora ) e cruzes, figas e breves os quais utilizam magisticamente em sua atuação astral.
Os pretos velhos apresentam-se com nomes de individualizam sua atuação, conforme nação ou orixá regente, evidenciando sua atuação propriamente dita.
Os nomes comumente usados são: • • • • • • • • • • • • • • • • •
Pai Joaquim; Pai Francisco; Pai Maneco de Aruanda; Pai João; Pai José; Pai Mané; Pai Antônio; Pai Roberto; Pai Cipriano; Pai Tomaz; Pai Jobim; Pai Roberto; Pai Guiné; Pai Jacó; Pai Benedito; Velho Liberato Rei Congo
ou femininos: • • • • • • • • • •
Vó Cambinda; Vó Cecília; Vó Maria Conga; Vó Catarina; Vó Ana; Vó Quitéria; Vó Benedita; Vó Cambinda; Vó Minerva; Tia Luiza;
Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram: •
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Congo _ Ex: (Pai Francisco Francisco do Congo), Congo), refere-se refere-se a pretos pretos velhos velhos ativos ativos na linha linha de Iansã; Aruanda _ Ex: Ex: (Pai Francisco Francisco de Aruanda), Aruanda), refere-se refere-se a pretos pretos velhos velhos ativos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu); D´Angola _ Ex: (Pai Francisco Francisco D´Angola), D´Angola), refere-se refere-se a pretos pretos velhos velhos ativos ativos na linha de Ogum; Matas _ Ex: (Pai (Pai Francisco Francisco das das Matas), Matas), refere-se refere-se a pretos pretos velhos ativos na linha de Oxóssi ;
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Calunga, Cemitério ou das Almas _ Ex: (Pai Francisc Franciscoo da Calunga Calunga,, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;
Entre diversas outras nominações tais como: _Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc... Muitos Pretos Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos Velhos. Velhos. Na gira eles só comem o que for feito de milho como por exemplo: •
Bolo de milho, pamonha, cural e etc. "AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO".
Num cantinho cantinho de um terreiro, terreiro, sentado sentado num num banquinho, banquinho, fumando fumando o seu seu cachimbo cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e... Foram sete. A Primeira... A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber; A Segunda... A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam; A Terceira... Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante; A Quarta... Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se beneficiar-se dela de qualquer qualquer forma, forma, e não conhecem conhecem a palavra gratidão; gratidão; A Quinta... Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo; A Sexta... Aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente; A Sétima... Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual. •
As Sete Lágrimas De Um Preto Velho
Caboclo (umbanda)
Caboclo Pena-Marrom. Os caboclos , na umbanda, são entidades que se apresentam como indígenas e incorporam também no candomblé de caboclo. As entidades assim denominadas que se apresentam nos terreiros de umbanda são espíritos com um certo grau espiritual de evolução. Geralmente se utilizam de charutos para provocar a descarga espiritual de seu médium e também do seu consulente. Alguns assoviam, outros bradam no ato da incorporação. Costumam ser bastante sérios nos seus conselhos. São considerados, portanto, grandes trabalhadores dos terreiros.
Ver também •
Caboclo d'água
Existem diversos caboclos, que seguem seus respectivos orixás, de acordo com cada linha, ex: linha de oxossi, caboclo pena branca dentre outros. E assim se segue com todos os outros orixás e caboclos.
Caboclo d'água
O Caboclo d'Água é um ser mítico, defensor do Rio São Francisco, que assombra os pescadores e navegantes, chegando mesmo a virar e afundar embarcações. Para esconjurá-lo, os marujos do São Francisco fazem esculpir, à proa de seus barcos, figuras assustadoras chamadas carrancas. Outros lançam fumo nas águas para acalmá-lo. Também são cravadas facas no fundo de canoas, por haver a crença de que o aço afugenta manifestações de seres sobrenaturais. Os nativos o descrevem como sendo um ser troncudo e musculoso, de pele cor de bronze e um unico, grande olho na testa. Apesar de seu tipo físico, o Caboclo d'Água consegue se locomover rapidamente. Apesar de poder viver fora da água, o Caboclo d'Água nunca se afasta das margens do rio São Francisco. Quando não gosta de um pescador, ele afugenta os peixes para longe da rede, mas, se o pescador lhe faz um agrado, ele o ajuda para que a pesca seja farta. Há relatos de que ele também pode aparecer sob a forma de outros animais. Um pescador conta ter visto um animal morto boiando no rio; ao se aproximar com a canoa, notou que se tratava de um cavalo, mas, ao tentar se aproximar, para ver a marca e comunicar o fato ao dono, o animal rapidamente afundou. Em seguida, o barco começou a se mexer. Ao virar-se para o lado, notou o Caboclo d'Água agarrado à beirada, tentando virar o barco. Então o pescador, lembrando-se de que trazia fumo em sua sacola, atirou-o às águas, e o Caboclo d'Água saiu dando cambalhotas, mergulhando rio-abaixo. Em junho de 2011, as supostas aparições deste ser mitológico em Barra Longa, estado de Minas Gerais, chegaram a ganhar destaque na mídia nacional. Diversos animais das propriedades rurais estariam sendo mortos misteriosamente, e foi relatado ainda a morte de um homem, que teria sido vítima deste ser. Foi oferecida uma recompensa de R$ 10 mil por uma foto do mostro, e foram organizados grupos para a busca de evidências do Caboclo. inclusive, no dia 29 de junho teve uma reportagem especial no programa da Ana Maria Braga, no Mais Você.
Caboclo Mirim
História do Advento do Caboclo Mirim Em 1920 no Rio de Janeiro, o médium Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 03/12/1986), teve a primeira manifestação de uma Entidade que identificou-se como Caboclo Mirim. Durante os primeiros anos de sua ligação com a Umbanda, Benjamin foi auxiliado no seu desenvolvimento pelo médium Zélio Fernandino de Morais. O Caboclo Mirim vinha com a finalidade de criar um novo núcleo de crescimento para a Umbanda e assim, toda a família do médium foi chamada a participar. Eram ao todo 12 pessoas que deram início em 1924 ao que foi chamada a Seara de Mirim. Após 18 anos, em 1942, foi fundada a Tenda Espírita Mirim, à rua Sotero dos Reis, 101, Praça da Bandeira; mudou se, posteriormente, para a rua São Pedro e depois para a Rua Ceará, hoje Avenida Marechal Rondon, 597. Ainda sob a orientação dessa entidade, deu-se a fundação do Primado de Umbanda [1], uma das primeiras federações umbandistas do Brasil, criada para difundir e estimular o estudo da religião de Umbanda e dos seus reais ensinamentos.
Instruções do Caboclo Mirim Através de seu médium, o Caboclo Mirim apresentou várias orientações sobre o comportamento do filho de Umbanda, tanto na sua postura no terreiro como em sua vida , apresentamos os conselhos : •
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Abra o seu corpo, esqueça a vida material e fale somente o necessário. Não interceda no comportamento de ninguém, por mais estranho que seja, respeitando a todos indiscriminadamente, pois assim estará respeitando a si próprio. Não ria nem caçoe de ninguém, mantendo o silêncio absoluto e total. Não ache graça nas Entidades incorporadas, pois as mesmas comportam-se de diversas maneiras, dependendo do cavalo, isto faz parte dos trabalhos. Respeite o Iniciante incorporado, mesmo achando que o mesmo não esteja firme com o Guia, pois os mesmos estão em Evolução como todos nós e fazem parte importante nos nossos trabalhos. Evite o contato físico com os outros, não ponha a mão na cabeça de ninguém, pois você desconhece o que as pessoas trazem consigo mesmo de bom ou de ruim. Somente os Médiuns Juramentados podem fazer isto, assim assumindo esta Responsabilidade. É perigoso dar consulta, pois no momento da consulta você assume uma Responsabilidade Espiritual séria consigo mesmo. A alimentação, bem como o zelo pelo seu corpo físico, é fator preponderante para a boa captação dos Fluídos que emanam do Aspiral Ascendente formado pela Ectoplasmia de todos e que de lá vem à verdadeira quota para cada um, de acordo com seus merecimentos. O valor da Entidade depende do Corpo Físico e Mental do cavalo e se o mesmo não tiver uma boa saúde Psico-Físico e Mental a Entidade não terá nada para dar a quem necessite. Acompanhe mentalmente e cante as Curimbas, pois as mesmas são Orações cantadas e trazem nas suas palavras verdadeiras Filosofias de Vida e Ensinamentos. Não interceda nos Curimbeiros solicitando cantar esta ou aquela Curimba simplesmente porque você acha bonita ou que rima bem. A Curimba é
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fator de importância nos trabalhos, cabe a quem estiver comandando a Gira ordená-las de acordo com a necessidade. Abra o seu coração, Oxalá veio ao mundo e não o virou, trouxe a sua Doutrina e foi um observador, não será você que poderá julgar os outros. Seja, portanto, um observador oculto da vida, pois viemos ao Mundo para sermos comandados e não comandantes. Seja um pequeno homem num Mundo grande e não um grande homem num Mundo pequeno. Mediunidade é uma coisa e Doutrina Espírita é outra. A Mediunidade processa-se de diversas maneiras, quer na audição, tato, visão, olfato, incorporação e etc... Doutrinação é o que fazemos nas Giras com as Entidades, pois: Trabalhamos para as Almas e não com as Almas. A nossa Doutrina não conserta a vida de ninguém, mas cria condições para que cada um conserte a sua própria vida de acordo com o seu paladar. Numa sessão todos são vistos e observados e cabe a cada um a Responsabilidade Espiritual de seus atos. Abra a sua mente para que você possa verdadeiramente levar consigo e para os seus verdadeiros fluídos de Paz e Felicidade de acordo com seu merecimento. Não interceda na vida dos outros os aconselhando, pois você não sabe dos merecimentos dos mesmos e assim procedendo você não assume Responsabilidades Espirituais. Lembre-se do Livre Arbítrio de cada um. Viva a Indiferença Construtiva da sua própria existência. Não se esqueça do compromisso que você assume com o Caboclo Mirim desde que você resolveu freqüentar a sua casa. Escolha para você próprio os ambientes que freqüentar, não participando de trabalhos baixos, pois a responsabilidade será somente sua e você, um dia, prestará conta da mesma. O Mundo dos Mortos é incomensurável e nele habitam os mais diversos tipos de Espíritos, portanto não os invoque sem conhecimento de causa. A Umbanda não faz matança, pois os animaizinhos são nossos irmãos e a Lei da Fraternidade Universal as proíbe. Seja dono do Mundo Material que você possui não deixando que o mesmo seja o seu próprio dono. Goste do que lhe pertence, mesmo sendo pouco. Viva a Vida como ela se apresenta para você na sua verdadeira beleza, prezando conscientemente pelo seu Corpo Físico e Espiritual. Não se esqueça que as cicatrizes do Corpo Físico logo saram, mas as cicatrizes da Alma cada um carregará pela Eternidade. Zele também por sua Alma enquanto lhe sobra tempo nesta Fase Corpórea. Leia o Livro da sua própria Existência todo dia. A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bom para quem sabe ler...
Ritualística A "Escola da Vida", fundada pelo Caboclo Mirim, possui uma ritualística diferente das conhecidas. De acordo com os seus ensinamentos, há iniciados do Primeiro ao Sétimo grau de iniciação. Estes graus são atribuídos aos médiuns e não às Entidades. Estes graus estão classificados em tupi-guarani, desta forma:
Bojá-mirim - 1ª grau: Médiuns iniciantes. Estes médiuns estão em desenvolvimento e devem procurar ensinamentos com os médiuns dos demais graus superiores e se
aperfeiçoarem moralmente, evitando vícios de todas as espécies e desequilíbrios de qualquer ordem. Devem, ainda, estar firmes em seus propósitos de desenvolvimento, evitando que sugestões de espíritos inferiores cheguem às suas mentes em forma de sensação, pois os espíritos inferiores não gostam de iniciantes que se propoem a um desenvolvimento mediúnico sério para futuramente desfazerem os trabalhos de magia negra que estes espíritos inferiores teriam feito.
Bojá - 2ª grau: Médiuns de Banco. São os responsáveis pelo descarrego de energias negativas e pela doação de fluido vital para os espíritos necessitados que passarem pelo seu corpo durante uma sessão de caridade espiritual. Estes médiuns, assim como os iniciantes, devem estar atentos aos pensamentos de desestímulo em relação à continuidade de seu caminho na Umbanda, evitando assim que espíritos inferiores atrapalhem sua caminhada. Devem ser assíduos, estando na sua tenda sempre que possível para prestarem sua caridade. Bojáguaçu - 3ª grau: Médiuns de Terreiro. São médiuns passistas. Este grau é uma grande mudança em relação às responsabilidades do médium no Terreiro, pois o médium deve saber aplicar um passe, a forma ideal de aplicá-lo, e os devidos resguardos antes da sessão. Abaré-mirim - 4ª grau: Sub-chefes de Terreiro São médiuns que, além de já estarem firmes no passe e com conhecimento suficiente sobre a dinâmica das sessões e passarão a tomar conta do terreiro, orientando os médiuns de graus anteriores. Abaré - 5ª grau: Chefes de Terreiro São médiuns que devem orientar os médiuns de graus anteriores sobre como proceder nos passes. Além disso, é neste grau que se inicia a trajetória do médiun para consultas espirituais. Já dizia o Caboclo Mirim que dar consulta é perigoso! Não se pode atuar no livre-arbítrio dos outros. Só dê consulta se for solicitado! Adicionalmente, médiuns deste grau já devem ter responsabilidades com os demais médiuns de graus anteriores durante as sessões e giras, orientendo-os sempre que necessário. Abareguaçu - 6ª grau: Sub-comandante chefe de terreiro São médiuns que estão se preparando para Escola de Comando. Devem focar em obter experiência da ritualística dos trabalhos espirituais e se preparar para aprender a comandar sessões. Morubixaba - 7ª grau: Comandante chefe de terreiro São os médiuns comandantes de terreiro. São os dirigentes de sessão e devem orientar todos os demais graus.
Boiadeiro na umbanda Boiadeiro é uma classe de entidades que trabalham em terreiros de umbanda.
História Normalmente são entidades vinculadas à homens que trabalharam, sobretudo na condução de gado. Operam nos terreiros com seu laço, chapel e cigarro de palha. O seu grito característico captura espíritos decaídos que atormentam os consulentes, encaminhando para guias espirituais de socorros destes seres desencarnados. Geralmente incorporam nas giras de Caboclos. São associados aos Mineiros, dependendo da região em que se situa o terreiro. Exemplos de Boiadeiro: • • • • • • • • • • •
Chico da Porteira; Zé do Laço; Zé da Campina; Tião; Zé do Facão; Zé Mineiro; João da Serra; Boiadeiro Navizala; Laço Nervoso; Carne de Boi; Zé do trilho;
Mineiros na umbanda Mineiros é uma classe de entidades que incorporam em terreiros de umbanda.
História São entidades muito próximas aos Boiadeiros com origem terrena no Povo de Minas.
Alguns poucos terreiros fazem sessões destinadas a essas entidades, mas a maioria incorpora mesmo na parte destinada aos Boiadeiros. Diversos cânticos (pontos) fazem referência aos Mineiros.
Marinheiro (umbanda) Marinheiro na Umbanda são entidades geralmente associadas aos marujos, que em vida empreendiam viagens pelos mares, enfrentando toda sorte de infortúnios. Trabalham na linha das águas, na linha de Yemanjá, a mãe universal na Umbanda, a rainha dos mares. Ótimos guias para desmanche de feitiçaria, os marinheiros trazem com seu jeito alegre a dispersão de fluidos oriundos do baixo astral, bebericando sua cerveja, rum ou cachaça. Apesar de seu modo cambaleante, estão mantendo o equilibrio encimando ondas vibratórias densas que emanam de entidades maléficas, tratando todos os guias e consulentes de mano, sao entidades irmanadas no auxilio mútuo ao próximo. • • • • • •
Nuvem Azul Aguá Maré Maré Mansa Sete Ondas Sete Mares Sete Maresias
Ciganos na umbanda Ciganos são uma classe de espíritos que incorporam nos terreiros de umbanda.
Entidades ciganas.
História Pertencem à uma linha de trabalhadores espirituais que busca seu espaço próprio pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas". São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos. Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; se apresentam também em rituais do tipo mesa branca, Kardecistas e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza. Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade. Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam. São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.
Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas. Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem. Santa Sara Kali é sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.
Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano. Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais. A santa protetora do povo cigano é "Santa Sara Cali". Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espitiruais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espitiruais. Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua " portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que eles possam a vir trabalhar na linha de Exú.
Orientais (umbanda) Os Orientais na Umbanda são entidades do Povo do Oriente, ligados às curas e às ciências, que se manifestam em seus médiuns auxiliando no tratamento médico e
espiritual, com seu profundo conhecimento destas artes. Se manifestam tanto na Umbanda, como em centros espíritas. Suas falanges tem por líder São João Batista e são, na Umbanda popular, assim descritas, a partir de cada chefe: • • • • • • •
Zartu - hindus; José de Arimatéia- médicos e cientistas; Jimbaruê - árabes e marroquinos; Ori do Oriente - orientais (japoneses, chineses, mongóis e esquimós); Inhoari - egípicios, astecas e incas; Itaraiaci - caraíbas, Marcus I - gauleses, romanos e outros povos europeus
Esquimós na Umbanda Pouco presentes nos terreiros, o diferencial dos esquimós na Umbanda , se dá devida a cultura diversa com outras Comunidades Indígenas [necessário esclarecer ], vivem no Polo Ártico quando encarnados. Por seu estereótipo são quase sempre aceitos na Linha do Oriente, que terreiros em regiões brasileiras de imigração adotam como diferencial.
Xamã
Doutor xamãnico do Kyzyl Que na língua siberiana quer dizer na tradução literal "Aquele que enxerga no escuro"
Xamã (pronuncia-se saman), ou shaman, é um termo de origem tunguska (povo nativo da Sibéria). Os tungues meridionais identificam no xamã os portadores de função religiosa, que podem "voar" para outros mundos, entrar em um estado estático e ter acesso e contato com seus aliados (animais, vegetais, minerais), seres de outras dimensões e os espíritos ancestrais. Xamã é o sacerdote ou sacerdotisa do xamanismo que entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes sobrenaturais e invocando espíritos da natureza, chamando-os a si e incorporando-os em si. Este contato em êxtase permite a recepção de orientações e ajudas dos espíritos para resolver ou superar situações que desafiem as pessoas e seus grupos sociais.
Conceituação A conceituação antropológica de xamã ainda não é consensual. Diz-se ser uma espécie de sacerdote, médico, curandeiro, conselheiro e adivinho. É um líder espiritual com funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa que tem a capacidade de, por meio de êxtase, manter contato com o universo sobrenatural e com as forças da natureza. Segundo Eliade, desde o início do século XX os etnólogogos se habituaram a utilizar os termos xamã, medicine-man feiticeiro e mago para designar certos indivíduos dotados de
prestígio mágico-religioso encontrados em todas as sociedades primitivas e que por extensão aplicou-se a mesma terminologia ao estudo da história religiosa dos povos civilizados Ainda segundo esse autor, essa extensão do termo só pode prejudicar a compreensão do fenômeno xamânico que envolve aspectos particulares situados entre a medicina e religião especialmente, nessa última as técnicas do êxtase. Cabe aqui a observação de Laplantine quanto a pertinência científica da divisão espontânea da etnologia realista. Tal pesquisa segundo esse autor não é a adição de duas disciplinas que se apropriam dos campos temáticos, ou seja, dos territórios (no caso antropologia médica e da religião) pré construídos empírica e ideologicamente isolados, mas o esclarecimento sucessivo de um duplo procedimento diferenciados com relação a um mesmo fenômeno. É surpreendente constatar, segundo ele que o que um pesquisador considera um ritual religioso será estudado por outro como uma prática médica.m
Urarina Xamã, 1988. • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Babalorixá Babalawo Babalosaim Caruanas Curandeiro Exorcista Feiticeiro Iogue Pajé Machi / Calcu Mago Nganga Ogan Quesalid Sangoma Tadibya Vodunsi Xamanismo