Problema 2: Agitação 2: Agitação,, delírios e alucinações. alucinações. Diagnóstico: Confusão Aguda, relacionado a distúrbio mental e caracterizado por agitação aumentada, delírios e alucinações. alucinações. Meta: Amenizar Meta: Amenizar e controlar a agitação agitação do paciente. Plano de ação: Proporcionar um ambiente calmo ao paciente, orientar o paciente a se manter mais calmo, administrar medicação conforme prescrição médica para controlar esses sintomas. sintomas.
Problema 3: Movimentos estereotipados Diagnóstico: Percepção sensorial cinestésica perturbada relacionada recepção sensorial alterada, caracterizada por agitação. agitação. Meta: Diminuir os movimentos estereotipados Plano de ação: Tentar Tentar controlar os movimentos movimentos estereotipados através da medicação prescrita pelo médico e tentar amenizar a agitação do paciente através de técnicas de concentração, “exercícios respiratórios”, observar se o paciente apresenta feridas ou
escoriações na pele.
Problema 4: Agressividade 4: Agressividade e comportamento Homicida Diagnóstico: Risco de violência direcionada a outros, relacionada comportamento comportamento suicida. Meta: controlar a agressividade do paciente Plano de ação: Realizar contenção física ou química no paciente caso ele apresente comportamento agressivo com os demais internos ou com a equipe hospitalar, conforme prescrição médica.
Problema 5: Sonolência e letargia Diagnóstico: Padrão de sono prejudicado, relacionado à motivos motivos terapêuticos, caracterizado por mudança no padrão normal nor mal do sono. Meta: Melhorar o padrão de sono. sono. Plano de ação: Comunicar ao médico sobre o sintoma que o paciente apresenta.
Problema 1: Delírio Diagnóstico: Ansiedade, relacionado a crises situacionais, caracterizado por estar agitação, consciência dos sintomas fisiológicos, irritabilidade, ansioso. Meta: Melhorar o quadro de ansiedade do paciente. Através de uma abordagem calma e segura; esclarecer as expectativas da situação de acordo com o comportamento do paciente; Plano de ação: Proporcionar um ambiente calmo ao paciente, orientá-lo a se manter mais calmo, administrar medicação conforme prescrição médica para controlar esses sintomas.
Problema 2: Alterações no ciclo sono e vigília. Diagnóstico: Padrão de sono prejudicado, relacionado à motivos terapêuticos, caracterizado por mudança no padrão normal do sono. Meta: Melhorar o padrão de sono. Plano de ação: Comunicar ao médico sobre o sintoma que o paciente apresenta.
Problema 3: Agressividade, comportamento homicida e tentativa de suicídio Diagnóstico: Risco de violência direcionada a outros, relacionada comportamento suicida. Meta: Controlar a agressividade do paciente Plano de ação: Realizar contenção física e medicação SOS no paciente, caso ele apresente comportamento agressivo, conforme prescrição médica. Problema 4: Alucinação. Diagnóstico: Confusão aguda relacionado a delírio caracterizado por alucinações, agitação aumentada e percepções errôneas Meta Terapêutica: Diminuir os episódios de alucinações, proporcionando ao paciente um ambiente menos agitado, com participação das atividades da vida diária. Plano de Ação: Orientar o paciente a importância do uso da terapia medicamentosa, enfatizando a necessidade de não interrupção do uso dos medicamentos.
Problema 5: Isolamento social Diagnóstico: Isolamento social relacionado às alterações no estado mental e fatores que contribuem para a ausência de relacionamentos pessoais satisfatórios. Meta: Socializar o paciente Plano de ação: Ajudá-lo a desenvolver interesses fora de si mesmo terapia recreacional e ocupacional, ajudá-lo a identificar as situações geradoras de ansiedade e a elaborar um plano para esses eventos;
Isolamento Social - relacionado às alterações no estado mental e fatores que contribuem para a ausência de relacionamentos pessoais satisfatórios. Meta terapêutica: Sociabilizar o paciente Percepção sensorial- perturbação caracterizada por alucinações relacionado á desequilíbrio bioquímico, estresse psicológico e transmissão sensorial alterada. Meta terapêutica: Melhorar a percepção sensorial do paciente .
Processos do pensamentos perturbados relacionados à incapacidade de confiar, evidenciada por pensamentos delirantes. Meta terapêutica: Melhorar a auto estima da paciente incentivar a desenvolver atividades em grupo.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Incentivar a participação em jogos ou atividades de grupo;
Facilitar os processos interpessoais através de uma atitude empática;
Oferecer a oportunidade de participar em atividades nas quais possa obter êxito;
Demonstrar atitude terapêutica, de aceitação e isenta de criticas, sobretudo quando o doente descreve os seus sintomas;
Ajudá-lo a desenvolver interesses fora de si mesmo – terapia recreacional e ocupacional
Estabelecer relação de confiança;
Facilitar verbalização de sentimentos e preocupações;
Reforçar a auto-estima;
Ajudar a identificar as situações geradoras de ansiedade e a elaborar um plano para esses eventos;
Ajudar a desenvolver habilidades de afirmação e de comunicação;
Incentivar a participação em jogos ou atividades de grupo;
Facilitar os processos interpessoais através de uma atitude empática;
Oferecer a oportunidade de participar em actividades nas quais possa obter êxito;
Demonstrar atitude terapêutica, de aceitação e isenta de criticas, sobretudo quando o doente descreve os seus sintomas;
Ajudá-lo a desenvolver interesses fora de si mesmo – terapia recreacional e ocupacional.
A FAMÍLIA DO ESQUIZOFRÊNICO
O paciente esquizofrênico sofre intensamente com sua condição e sua família também, não há como isto ser evitado.
Infelizmente os programas político-sociais de reinserção dos doentes mentais na sociedade simplesmente ignoram o sofrimento e as necessidades da família, que são enormes.
Esta é vista como desestruturada, fria, indiferente ou mesmo hostil ao paciente.
Da mesma forma que o paciente esquizofrênico sofre duas vezes, pela doença e pelo preconceito, a família também sofre duas vezes, com a doença do filho e com a discriminação e incompreensão sociais.
Num país pobre como o Brasil, a assistência à família do esquizofrênico tem que ser um programa governamental indispensável, para que se possa preservar o desempenho social (estudo, trabalho, profissão) dos parentes dos pacientes esquizofrênicos.
OS PROBLEMAS QUE GERALMENTE OCORREM NA FAMÍLIA DOS ESQUIZOFRÊNICOS SÃO OS SEGUINTES: Pesar...
"Sentimos como se tivéssemos perdido nosso filho"
Ansiedade... "Temos medo de deixá-lo só ou de ferir seus sentimentos" Medo... "Ele poderá fazer mal a
si mesmo ou a outras pessoas?"
Vergonha e culpa... "Somos culpados disso? O que os outros pensarão?" Sentimento de isolamento... Amargura...
"Ninguém nos compreende"
"Por que isso aconteceu conosco?"
Depressão... "Não consigo falar nisso sem chorar?" Negação da doença...
"Isso não pode acontecer na nossa família"
Negação da gravidade... Culpa recíproca...
"Isso daqui a pouco passa"
"Não fosse por aquele seu parente esquisito..."
Incapacidade de pensar ou falar de outra coisa que não seja a doença...
"Toda nossa vida gira em torno do nosso filho doente"
Preocupação em mudar-se...
"Talvez se nos mudarmos para outro lugar as coisas
melhorem" Esgotamento...
"Sinto-me exausto, incapaz de fazer mais nada"
Preocupação com o futuro...
"O que acontecerá quando não estivermos
presentes, o que será dele?" "As pessoas até nos procuram, mas não temos como fazer os programas que nos propõem"
Isolamento social...
Constante busca de explicações...
"Será que isso aconteceu por algo que fizemos
para ele?" Individualização... "Não temos mais vida familiar" Ambivalência...
"Nós o amamos, mas para ficar assim preferíamos que se fosse..."
CONSELHO AOS PAIS
Aprendam a reconhecer os sintomas iniciais, que possam indicar uma possível recaída antes do quadro completo se instalar.
Procurar atendimento médico logo, sem adiamentos.
Procurar aprender sobre a doença para melhor entender o filho em suas necessidades.
Estabelecer expectativas realistas para a condição individual do filho doente.
Observar e aprender para melhor poder relatar os sintomas.
Saber respeitar seus próprios limites: você não poderá ajudar adequadamente enquanto estiver precisando de ajuda.
Estimular parentes e amigos de seu filho a estabelecerem uma relação saudável.
Comunicar-se de forma clara e objetiva, sem usar meias-palavras ou deixar mensagens subentendidas.
Principalmente: ter um ambiente emocionalmente estável em casa. Expressões hostis mesmo que não direcionadas para a pessoa doente afetam e prejudicam o esquizofrênico.
Não exercer cobranças sobre ele. Expressar as emoções tanto positivas (alegria) quanto as negativas (raiva) sempre com moderação.
AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA
Implementar avaliações biopsicossociais com atenção às características culturais do paciente;
Criar e implementar planos para melhorar as condições de saúde do paciente e de sua família;
Orientar paciente e família sobre as características da doença, do tratamento e sobre os recursos disponíveis;
Promover e manejar, dentro da saúde mental, os efeitos da doença através do ensino, da pesquisa, proporcionando adequado aconselhamento à família e ao paciente;
Manejar e coordenar sistemas de integração de cuidados que integrem as necessidades do paciente e da família,
Promover um entendimento e uma melhor aceitação da doença, o que leva à melhor adesão ao tratamento e uma melhor reabilitação social.
Estimular dos pacientes de primeiro surto esquizofrênico a usar recursos disponíveis na sociedade como trabalhos voluntários, atividades em grupos, exercícios físicos, lazer, entre outros.
IMPORTANTE O CUIDADO DE ENFERMAGEM, COM ENFOQUE NO SISTEMA FAMILIAR, TEM SE MOSTRADO BASTANTE ÚTIL POR PERMITIR OBSERVAR OS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PACIENTE E DE SUA FAMÍLIA.
INTERVENÇÃO FAMILIAR NO TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA
A intervenção familiar vem sendo uma alternativa indispensável no primeiro episódio esquizofrênico.
Deve-se ter um conhecimento, primeiramente, da família, suas características, limitações, medos e inseguranças.
No momento em que a família se depara com a nova situação, ocorre uma desorganização do grupo na tentativa de se adaptar.
Se a família não for ajudada neste momento, sua adaptação pode resultar em modelos de relacionamento que contribuem pouco para a estabilização e melhora do paciente e, leva todo o grupo ao sofrimento mental.
Uma adaptação mais positiva pode ser de grande valor para a recuperação e inclusão do doente mental e para a qualidade de vida de todo o grupo.
Promover à família suporte possível para as demandas manifestadas tais como culpa, conflitos, situações de crise, isolamento social, etc.
Estruturar os serviços de familiar/profissional/serviço.
saúde
para
potencializar
a
relação
Como reconhecer a esquizofrenia ainda no começo?
O reconhecimento precoce da esquizofrenia é uma tarefa difícil porque nenhuma das alterações é exclusiva da esquizofrenia.
No caso da esquizofrenia, a vantagem do diagnóstico precoce é poder começar logo um tratamento, o que por si não implica em recuperação.
Qualquer pessoa está sujeita a vir a ter esquizofrenia; a maioria dos casos não apresenta nenhuma história de parentes com a doença na família.
ABAIXO ESTÃO ENUMERADAS ALGUMAS DICAS: NENHUMA DELAS SÃO CARACTERÍSTICAS, MAS SERVEM DE PARÂMETRO PARA OBSERVAÇÃO.
Dificuldade para dormir, alternância do dia pela noite, ficar andando pela casa a noite, ou mais raramente dormir demais.
Isolamento social, indiferença em relação aos sentimentos dos outros.
Perda das relações sociais que mantinha.
Períodos de hiperatividade e períodos de inatividade.
Dificuldade de concentração chegando a impedir o prosseguimento nos estudos.
Dificuldade de tomar decisões e de resolver problemas comuns.
Preocupações não habituais com ocultismos, esoterismo e religião.
Hostilidade, desconfiança e medos injustificáveis.
Reações exageradas às reprovações dos parentes e amigos.
Deterioração da higiene pessoal.
Viagens ou desejo de viajar para lugares sem nenhuma ligação com a situação pessoal e sem propósitos específicos.
Envolvimento com escrita excessiva ou desenhos infantis sem um objetivo definido.
Reações emocionais não habituais ou características do indivíduo.
Falta de expressões faciais (Rosto inexpressivo)
Diminuição marcante do piscar de olhos ou piscar incessantemente.
Sensibilidade excessiva a barulhos e luzes.
Alteração da sensação do tato e do paladar.
Uso estranho das palavras e da construção das frases. Afirmações irracionais.
Comportamento estranho como recusa em tocar as pessoas, penteados esquisitos, ameaças de auto-mutilação e ferimentos provocados em si mesmo.
Mudanças na personalidade.
Abandono das atividades usuais. Incapacidade de expressar prazer, de chorar ou chorar demais injustificadamente, risos imotivados. Abuso de álcool ou drogas.
Posturas estranhas.
Recusa em tocar outras pessoas.
Nenhum desses sinais por si comprovam doença mental, mas podem indicá-la.
Pela faixa etária esses sinais podem sugerir envolvimento com drogas, personalidade patológica ou revolta típica da idade.
Diferenciar a esquizofrenia do envolvimento com drogas pode ser feito pela observação da preocupação constante com dinheiro, no caso de envolvimento com drogas, coisa rara na esquizofrenia.
A personalidade patológica não apresenta mudanças no comportamento, é sempre desviante, desde as tenras idades.
Referencia Bibliográfica:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v40n2/18.pdf Acesso dia 30/04/12 às 10:35.
http://www.psicosite.com.br/tra/psi/esquizofrenia.positivos Acesso dia 01/05/12 às 21:46.
Diagnósticos de Enfermagem em Pacientes no PósOperatório Mediato de Transplante Cardíaco e Validação do Diagnóstico Considerado Mais Característico: Angústia Espiritual Com a autora Wanda de Aguiar Horta, em 1979, a espiritualidade adquire maior ênfase e cientificidade para a área da enfermagem, a partir de seu Modelo Conceitual fundamentado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas (CRUZ, 2001), em que a dimensão espiritual é especialmente considerada como uma destas e de nível hierárquico superior sendo, portanto, fator imprescindível na assistência ao paciente, considerando-o como um ser integral e indivisível e que, como tal, deve ser assistido. Partindo-se dessa concepção, tem-se então que, para a assistência integral ao paciente, o enfermeiro deve atentar para as questões da espiritualidade e para as necessidades de práticas religiosas de seu paciente a fim de possibilitar que, dentro dos limites individuais de cada profissional e daqueles institucionais, esse aspecto importante da experiência do paciente seja devidamente contemplado no planejamento e no desenvolvimento da assistência de enfermagem. É fundamental que os profissionais da equipe de enfermagem valorizem e estejam atentos e aptos para captar as manifestações de necessidades espirituais dos pacientes, sejam estas de cunho religioso ou não. Assim, devem saber ouvir os seus questionamentos, dúvidas, angústias, permitindo que verbalizem expressões de sofrimento e tensão a que estão sujeitos. Essas manifestações muitas vezes ocorrem mesmo antes de serem elaboradas pelos pacientes e, nestas situações, é comum que os profissionais e familiares façam uma interpretação errônea dessas manifestações, taxando o paciente de confuso ou torporoso, entre outros adjetivos, ou mudam de assunto impedindo-os de elaborarem ou re-elaborarem suas angústias e ansiedades espirituais. Portanto, reconhecer a dimensão espiritual, sua relevância e inter-relação às demais necessidades humanas básicas é fundamental para uma assistência integral ao paciente. A valorização e o atendimento a essa dimensão significam reconhecer a sua humanidade (AMORIM, 1979). A enfermagem tem enfatizado a busca de
uma prática assistencial que possa transcender o enfoque assistencial da dimensão psicobiológica. Entretanto, reconhecer o ser humano como indivisível e desenvolver o seu cuidado dessa forma tem sido um constante desafio aos profissionais dessa área. Concordamos com Leão (2007), quando considera que esta tarefa é complexa e árdua, pois parcela significativa das instituições de saúde ainda atua segundo o modelo biomédico. Fator agravante dessa situação é a inexistência de equipes multiprofissionais preparadas para o atendimento das necessidades biopsicossociais e espirituais dos pacientes, com ênfase ainda maior nas necessidades relacionadas à esfera da espiritualidade. A mesma autora afirma que a espiritualidade é uma dimensão humana que se apresenta frequentemente negligenciada na assistência, apesar de ser essencial para a saúde. Ressalta que sua abordagem é complexa e que necessitamos compreendê-la melhor, assim como desenvolver habilidade para reconhecer as necessidades espirituais dos pacientes e implementar formas de cuidados efetivos. Segundo a referida autora não temos sido preparados para lidar profissionalmente com a espiritualidade e, via de regra, também no âmbito pessoal, não temos sido educados para lidar com situações de crise e com aspectos da morte e o morrer, situações estas em que vemos emergir as necessidades relativas à espiritualidade. No desenvolvimento de nossas atividades docentes, assistencial e de assessoria de enfermagem em um hospital de grande porte de Belo Horizonte, Minas Gerais, observamos que os pacientes em pós-operatório mediato de transplante cardíaco apresentam, em sua experiência subjetiva, necessidades específicas e expressam particularidades que os diferenciam dos pacientes em pós-operatório de outras modalidades de cirurgia cardíaca. Com frequência esses pacientes mostram-se mais sensíveis, manifestam sentimentos de vazio, conflitos existenciais, confusão, alternância de sentimentos e estados de alegria, choro ou euforia, muitas vezes simultâneos. Algumas expressões que ouvi de pacientes marcaram profundamente minha percepção sobre as singularidades da experiência vivida por eles tais como: “Não tenho estrutura psicológica para receber um órgão de pessoa de caráter duvidoso, isto faz mal para a alma”; “Eu me sinto n as nuvens... quando tem pessoas em volta de mim”; “(...) foi necessário que alguém morresse para que eu continuasse vivo...”. Outros questionam: “E agora, o que eu vou fazer com a pessoa que cuidou de mim por tanto tempo?”; “Como vou recompensar o meu cuidador e a família do meu
doador?”; “Agora eu quero escrever sobre o que eu vivi nesse transplante cardíaco” .
Percebe-se assim, que apesar do sucesso do procedimento, os pacientes demonstram-se apreensivos com o futuro e com fatores subjetivos oriundos da representação que têm do transplante e do coração, como sendo diretamente relacionados à concomitante transferência de características psicológicas do doador e da família deste. Em seu imaginário parece constar uma formulação sublimada e romântica do órgão “coração” como se jun tamente com este pudesse também receber as características pessoais e individuais do doador e de sua família, tais como origem, crenças e valores, atitudes, religião, amorosidade, caráter, personalidade, vícios e comportamentos do doador do órgão que agora passou a integrar definitivamente a sua vida nas dimensões psicobiológica, psicossocial e psicoespiritual. Essa representação pode impor a vivência de “angústia espiritual” ao paciente em pós-operatório mediato de transplante cardíaco. A “angústia espiritual” abrange em seu contexto questões predominantemente subjetivas e singulares inerentes à existência humana em uma imprevisível diversidade de nuances e momentos da vida. Entretanto, torna-se mais evidente em momentos de risco de morte ou de intenso sofrimento, pelas doenças crônicas e graves, com incertezas quanto ao seu prognóstico e, nesse espaço existencial e temporal, curiosamente, o ser humano reúne em si o uno e o múltiplo formando um mosaico de sentimentos, conflitos, sons e silêncios, racionalidades e emoções complexamente vivenciadas e percebidas pelo “outro”. Ao planejar e ao desenvolver a assistência ao paciente, considerando-o como um ser único, indivisível e ao mesmo tempo múltiplo, o enfermeiro precisa considerar as necessidades relacionadas à dimensão espiritual. Uma forma de fazêlo é mostrar se aberto para que o paciente possa expressar seus sentimentos e comentários sobre sua experiência de adoecimento e seu enfrentamento. Segundo Brown et al. (2006), a doença, o sofrimento e a iminência da morte podem desencadear uma necessidade de busca de esperança o que procura fazer através de uma ligação com o transcendente, numa evidente busca de significados para sua vida e experiência. Essa necessidade é um aspecto definidor da “angústia espiritual” , presente na vida de todas as pessoas, mas em especial nos momentos em que vivenciam situações críticas. Finalmente é oportuno destacar que o tema espiritualidade / religiosidade / angústia espiritual e sua inter-relação com a saúde
e o bem-estar, já apontadas neste estudo, não pode mais ser tratado como uma questão qualquer, que envolva boa vontade ou atitudes caridosas, mas sim com uma questão que tem como cerne a constatação científica de seus delineamentos e repercussões na experiência humana individual e social e por isso tem que ser obrigatoriamente incluída na assistência de enfermagem. Torna-se necessário aos profissionais de saúde reconhecer que os momentos de crise podem ser oportunidades de aprendizagem e que mesmo em meio a intensos conflitos, sensação de vazio existencial e aos sinais de “angústia espiritual” é possível ao ser humano experimentar desejos, cultivar sonhos e a esperança. Portanto, a atuação da enfermagem nesse âmbito é vital para a experiência das pessoas sob seu cuidado uma vez que viver é um ato de fé, coragem e ousadia. Assim, ousadamente nos permitimos sonhar com uma enfermagem que se destaque dentre os demais profissionais de saúde, por priorizar a assistência psicoespiritual dos pacientes sob seus cuidados. Parafraseando Rubens Alves, podemos dizer que é a ousadia dos que sonham que pode ser determinante para a construção de novos saberes, pois todo conhecimento começa com um sonho. Portanto, não é pela prudência dos que esperam, mas sim, pela ousadia dos que sonham que se faz da enfermagem uma ciência do cuidado.