Impresso no Brasil, agosto de 2013 Copyright© 203 Antonio Fernando Borges Os direitos desta edição pertencem a
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Realizações Editora, Livraria e Distribuidora Ltda. Caix Caixaa Post Posta a 45321 45321 - Cep Cep 0401 04010 097 970 0 - São São Paulo Paulo SP Telefx (5511) 55725363 e@ereaizacoes.combr / wereaizacoescombr Editor
Edson Manoel de Oliveira iho Gerente editorial
Sonnini Ruiz Produção editorial
Liliana Cruz Prepaão
Maria Benjami Revisão
Be Ribeiro Capa e projeto grqfco
n!a m;a.áf: m;a.áf:teca
Mauricio Nisi Gonçalves / Estúdio Dia Jramação André Cavalcante Gimenez
/ Estúdio
Pré-impressão e impressão
Gráca Mundia Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e ququer reprodução desta edição por qualquer meio ou rma, sea ea eletrônica ou mecânica, tocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, se permissão expressa do editor
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EM BUSCA D PRO DID
ANT ONIO FERNANDO BORCES
Á mmória e minha aó materna
aria lsa iqueira que me iniiou na aio e ler e esreer A
osé nrique Barreiro que me oneneu a esree este liro
Prosa aruittura Não ecoraão e interiores
Ernest Hemngwy Mas a linuaem tamm o poer e cantar em coro e encenar uma traia, e promular leis e compor versos e rezar em araecimento
Eugen RosenstockHuessy
SUMÁRIO
Intdução Escrever, sa vntur humn
RRMAO A BAAEM
A tê dmenõe d a lnguagem SINTAXE
7
As plvrs combinds
EMÂIC O id de rdd HROI
U gadál ens�·ã d bez
O pceo e compoção AÇÃ vid m movin ETÇÃ
28 �
Pr lr m id
DERÇÃ A prêni d cis po ÁLOGO
4
Cvrnd pr scrt
Feamenta eenca FAE, PEÍ E PGF
Unidd ínis pssidd mxims
ETRUTU As idi as frs
Intumeno compemenae VOZ E TM
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qu d dndd d itd
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TEMPRAURA ..................6 STILO spalhr bolet u c ·t n m
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M S AR REFEÃ O
O doma" da lnguagem humana FMAL IN-RMA U.1 igm n OA x ECRT A lv e m f
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ESCOHEO O PERCRSO
êneo e Fomato 77 à FIÇÃ: AIO AIG<) E nm d óg à Ht, tmp ngn COMEÇO A VEM
Taduz dea em palaa 09 TÉCIA E MÉDO Vnn m TIA E MÉ ( pr d pgnt ane execíco
Sugetõe de letua
Palaa fna Ev e
114
120
Reeênca bblogáfca 125
INTRODUÇÃO
V A AVNTUA HUMA NA
Ecee é tadu dea em palaa Ecee bm é conegu tadu ea dea na palaa ma eata edadea e bea poíe E aí uma boa defnção da camada Ate Ecta Tale até ea bee dema ma nguém podeá acuála de e mple Afnal ea potua um íncuo ente idi e vr, dua da entdade ma complea do mundo em
la ue atbuto como xtidã, vrdd e b também no conduam dede á po camo de compledade emfm ue ecapam ao mte dete Fuemo então com a defnção ncal da boa ecta a mr trdã d idi m pvr. Anda am a compe dade pete decoente deta e da natuea deente da dua lnguagen euanto o penamento a mat da dea é mútpo ccula mutneo como po eempo a ptua a múca e a matemátca a ecta é neceaamente lnea e ucea ea deença eencal ede tae a mao dfcudade da Ate da Ecta
em too penam am O camao etemnmo ngutco a ea e ue o penamento etá empe mtao categoa e etutua pemta pela lngua encon ta eenoe teco em áa pate o muno como o nguta noteamecano Ewa Sap e Benamn Lee Wo o fo alemão Luwg Wttgenten e o pcanata ancê acue Lacan. Too ele acetam ue a eença ente a ngua e eetem na ea e eu ante. Eueceme e epca ue e e am o uo compeeneam e amaam Dotoék e ue a gane za e Sakepeae etaa paa empe etaa a letoe ue econheceem o oma ngê. Ma até além e negaem a tue a taução uma pátca efcente e conagaa too ee penaoe paecem gnoa o gêno não vrb o homem e ua ganeza epea ataé e outa nguagen como a pntua a múca e a matemátca. A cuão é ét ma ete o tem obeto bem ma pátco. Sem e ecluaete pecto petene tata obetuo e como tauz a mutaneae e mutpcae o penamento na lneaae ucea a ecta. Eta a e au a noa gane aentua. Dente e um manua ete ue e ante e tuo um conte vntur d crit Deente também a maoa o gua pátco e eação não concenta ua ão a nguagem na nção ecua e nma algo a aguém" a camaa comuncação Po entene ue a
- E M A DA A E R D I D A
avenua humana conu muo ma o ue meamene cmnicr ee lv va aoa oeuo o poencal cao a lnuaem eu compoo com a epeão a eaão a veae e a eleza como poulaam ano ane flo e laão a enz ou ana como efnu o flo conemponeo alemão Euen RoenockHuey nlzmene pouco lo ene n linguagem também é o poder de cantar e coro,
de encenar uma tragédia, de pmulgar leis, de compor versos, de rezar em agradecimento, de zer um juramento, de confessar pecados, de zer uma reclamação, de escrever uma biograa, de redigir um relatório, de resolver um problema algébrico, de batizar uma criança de assinar um contrato de casamento, de encomendar a Deus a alma do pai de alguém.
Acma e uo é ea capacade ue no denca po eemplo a ma un chmpanzé e e ano ouo anma ue amém êm eu co e omuncação. a veae o compmo humano com a palava é em ma elevao o ue aumena noa eponalae na hoa e eceve Deu o lve leo e converafada e nouçõe emfm Vale acecena apena ue numa época e ana
uen RosenstokHuessy A
Reod
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I NT Ã
ditoa
nestdas na aconadade no despezo pelas nomas e nos coetsmos este aposta na ntegênca no uso culto da língua e no esço nddua de apende uma tae ue pessupõe dscplna pacênca e uma boa dose de uldade Esta é a aentua umana e nddual a ue este conda Bemndo a bodo!
- 14 E M A A R A E A
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AS A S TRES TRES DIMENSOES DA LINGUAGEM
Um tex texto to sal saloo os pores não não é u aglomer aglomerado ado de de palaras ases e parágras mas uma nidd no sentdo ars totélco ou seja, um corpo ntegrado, com começo meo e fm fm Essa Essa undade unda de rmal e de propstos propst os que que dá a quem quem lê uma prnda mpressão de ntegrdade acabamento e per eção dera de sua obedênca obedênca a três prncípos ntrínsecos ntrínseco s e nseparáes, que representam para o texto o que as três dmensões representam para qualquer corpo a intx ou a manera como as palaras se relaconam
entre s, dentr do texto; a mântic ou o sgnfcado a mensagem ou o conteúcont eú-
do que essas palaras ajudam a rmar; e a rmni, ou o modo equlbrado, elegante e atraente
com que se z tudo sso Como Co mo um texto também é um crp no sentdo arstotélco télco essas essas dmensões são gualmen gualmente te nsepará nseparáe ess cada
- 17
A R M A N D A A G A E M
uma dela coeponde a um do tê apecto ue o fl o condeam ndpenáe a tudo ue exte: exatdão ntaxe edade emntca e beleza hamona A epaação epaação a egu é potanto potanto ddát ddátca ca apena paa paa ue ocê leto poa olta a eunlo de manea concente e com pleno domíno de eu uo
SNTE As palavras combinadas
Sintx é a dmenão do texto ue detemna a elaçõe
etutua ente o elemento de uma ae peíodo ou paága Tocando em múdo: ela conttu o conunto de pncípo e ega ue comandam a dpoção e a combnaçõe da palaa ente dento de um texto Ee pncípo ão egdo pela gamátca de cada doma e podem e de tê tpo não e a págna a defnçõe ão batante mple mple:: colocação egênca concodnca Sintx d coocão como o ppo nome ugee é
auela ue egua a dtbução da paaa em cada peíodo ou ae Ea odem pode e dirt ou indirt. Deta é po exemplo exemplo a euênca euê nca mada po Sue Sueto to+ + ebo+ Pedcado e eu compemento E um exemplo: O mais grave de todos os equívoos do luminismo i o de esonder a nudez da mais antiga violênia ontra o
- 8 E M A A A R O OA E R I A
dvíduo (a trasrmação da socedade) sob o mato trasparete de sua ovdade
Vea agoa o memo peoo eco em oem nea De todos os equívocos do lumsmo o mas grave o de escoder sob o mato trasparete de sua ovdade a ude da as atga voêca cotra o dvíduo: a trasrmação da socedade
á a chamaa intx d rênci é auela ue goena a euua nena e uma ae ou peíoo eabeeceno a heaua ou gau e mponca e eaue) ene eu emo Se ocê leo não eá lembao pemame epaa apamene ue oa ae peíoo ou paága e oganza egundo o proceo unea: a crdnã ou juapoção e emo ou oaçõe) e a sbrdinã ou coeação ene emo ou oaçõe) a cooenação eceee po prism na ubonação po irrqi com uma oação pncpal e oua ubonaa a ela) Vea um eemplo e peíodo oganzao po coodenação: Não ao cema prefer car e casa.
A ua oaçõe ão nepenene e poeam epaaa po pono
- 19 A M A N A A A E M
Compae com ee exemplo emelhante, ma etutua do po ubodnação: ão ao cinema porque estava chovendo muito
Veja como a oação ubodnada caual poque etaa choendo") explca e delmta o entdo da oação pncpal Não ao cnema") Da combnação do do tpo, nacem a claeza e a exatdão de cada peíodo e, po decoênca, de todo o texto Po fm, a sinx d concordânci é aquela que etabelece que algun temo da ae ou peíodo deem e adapta a concoda com) o pncípo gamatca de outo, ma te ou detemnante A concodnca pode e nominl gêneo e núme) ou vrbl númeo e peoa) Tocando em múdo: maculno/emnno, ngula/plual, etc Tudo o que dze apena que o patcante da Ate da Ecta dee abe, a cada peíodo ou paága do texto, como disribuir, irrquizr e concordr a palaa de acodo com a noma gamatcal Ete é o melho camnho paa gaant a claeza e a exatdão do texto antdo o exo e encal do texto nem a complexdade de ua contução ntátca nem a dendade de ua dea eão empeclho paa ua plena compeenão Paa entende melho obee o egunte exemplo negato adaptado, acedte, de texto ea):
- EM A A RA E R IA
o Sg G M o om o o X m gú ql íoo (O perdo omeça lando do romanista omo sujeito mas logo o eixo do sujeito se desloa para os romanes - talvez não que onfuso mas errado e deselegante)
Fio id o bog lo ofoY b m mho ômo mgo á o omâo Bo Gm (A onança no texto tamm .a prejudiada a sintaxe onfusa não deixa laro quem nal o amigo do romântio o professor ou o testemunho anônimo?)
O oáv dmv há qm g q do o o óo Govo (Aum loalizou o sujeito da ase?)
Estas são apenas as lnhas geras. O resto ou melhor o essencal o letor a ecotrar em uma boa gramátca que a esta altura do aprendado deerá se tornar um de seus lrs de cabecera
SEMÂNTICA sentido de realidade
O sgnfcado das palaras e por extesão o de uma a se período ou parágra é o objeto da dimensão semânic de um texto. Tratase em suma das coexões etre as deas as palaras e a realdade em múdos do compromsso com a erdade ndspensáel a quem escree.
- 21 A M A N A A A E M . .
pmea ta pode paece o apecto ma mple da uetão todo mundo ao meno em pncípo ulgandoe no pleno execíco de ua culdade menta" magna ue abe exatamente o entdo daulo ue lê ou ecee. Inelzmente nem empe o acontece a toda hoa ebaamo com tautologa contadçõe e eo elementae de nmação. Obee ma uma ez o exemplo negato adapta do também de texto ea): O eixo do ivro gira em orno da hiória (Nem dá vontade de ler o restante do período um eixo por dnição não gira em torno de nada Muito pelo ontrário0
veze, m aoneimeno imprevio pode no rpreender (O autor do texto de um anúnio de seguros talvez não tenha reparado que só as oisas previsíveis não surpreendem nuna )
Em a adapaão de Hame o direor inrodzi agn exo de ane ighieri onemporâneo de Shakepeare (Contemporâneo por dnição quem vive na mesma poa de outra pessoa enquanto quase anos separam Dante de Shakespeare)
Além de um ndcutíel compomo moal de todo ndíduo a buca pela edade do to é ndpenáel a ualue texto de uma mple notíca jonalítca ao ma complexo enao demontato de alguma tee Memo na
- 22 E M A D A A E R A
fcção, na qua mutos acham (erroneamente) que tudo é permtdo", a coerênca e a erossmhança são decsas um personagem não pode ser ao mesmo tempo gordo e esguo, nem obstnado e preguçoso e, salo nas pores hstóras sobrenaturas, não pode aparecer em cena depos de ter sdo assassnado págnas antes (a não ser, claro em ashback) nem soer as consequêncas de um ato anda não
pratcado por outrem Lros de cabecera recomendáes no caso bons dconáros e um manual elementar de Lógca
HAMNIA Uma agradável sensação de beleza
Escreer bem não se lmta a uma estrutura cara e corre ta (sntaxe) e a um sentdo defndo e erdadero (semântca) Elegânca e beleza também são ndamentas. Quem cuda dessas qualdades extras é a hamonia a trcra dmensão do texto No dconáro, harmona sgnfca a combnação de eementos derentes e nddualzados que se nterlgam para produzr uma agradáel sensação de beeza as o outro sentdo do ocábulo ausênca de contos, paz, concórda também não é alheo ao nosso nteresse Afnal, não é sso também o que se espera de um texto: que seus eementos (palaras, ases, deas) conam sem contos
2
AR M A N A A A M . .
O cuao com a hamona o eo auam a ea algun co eíe: a neeáe ma nena lembee poa não é poea o mo canhe e o abonáe cacoVea ee eemplo negao: Ereer não é ma tare fái. (Aase, exata e verdadeira, perdese pela repetição inesperada de sílaas )
h o ato heromo, om gha ainda na nha e o orpo ainda meio úmido. (Mesmo astraindo o mau gosto da imagem tente ler em voz alta dil )
taão da inaão impede a etabiizaão da moeda (A rima impede que se leia afrase om pze )
A amona detemna como se devem combna os elemen tos sonoos de uma lngua (nemas, alteações mas e tmo po exemplo) paa que o texto soe agadável e despete em quem lê a desejada mpessão de belea Ela consttu, em suma, o camado ajuste fno da ase e talve seja, das tês, a dmensão textual que exge mas atenção e empeno do patcante da Ate da Escta Paa sso é ecomendável que se tena, não um mas dvesos "l vos de cabecea
H uma lista om boas suestões de letura no nal deste livo
- 24 E M A A R O A E R A
EXERCÍCIO: Na reaae "pra e a a õ ae eâia e hara pre pree a eree ra. Qae epre a a rea re a ea. ale reh aai e nre e ar m a eemplar
Êae a riqeza e aç erra ie áa Êae a ea a ae e e e eâa. Êae a aa e a eleza e harôa Ba e eqr er a r ieõe
m ( ) Rubem Braga, F e Sen n Fzen
Oe a a arha ep e q haa aa? Ea aa a aa he rqe e a arqe eh a aa al e ier ar para a arha azer e ih. Ma a aa a azea qe a ariha á ae Mehr q a aa a ri e eh a rõe ela e e a rae aa e D a eha reja ra e úa qe ea pa e a e e nqeaç Nehma ra ae ai alia. ( ) Joaqui Nabuco, n Foção
e a a era a a ha rça repe-a a a ha a a raç ára a riara ; e a hje qe ea eá e pr
G G
a ar taa ... a ae era. .. eraiã peraeerá pr t tep a araterta aial Bra i. Ea epalh pr a ata iõe a rae aae; e tat fi a prieira fra qe reee a atreza re pae fi a qe ee ar; ea p- e fe a reliã atral e ia e t a leea e eataet; lhe a ala ifatl a triteza e pear a lári a e aarr e il e etraçã a aeria e aa a feliae e a ete . ea pir iee qe eala a ar a a ite e. Qat a i ... ela ele-e a aria ma ta a iha ifâia; aprei-a a eiaçã e eh erire qe e reptaa hereir pre t peqe e qe faza pae. ( ) Machad de Assis O Iel Cítc
Eerer a rtia arae a al qe a fál tarefa m a tr paree ialete fáil a tarefa leilar; ma para a repreetaçã lterára para a repreetaçã pltia prei ter ala a ai qe ple eej e faar tã. Ifezete a piiã trára qe ma e a rtia eaparaa pel elare eeria pel i petete. Sã ia a eqia e a tal taçã a priaa e m farl er rrem ri e afraar n a re empre ehei a pliae. O err przirá err; aei re et aatia a etia aiçõe trial erá aata e ee e a er ta m e ei. ( ) Oav de aah tez Iníel
Para a traiçã rtã refrçaa a ae Mia pe eert arittli a piçã qe he pe a ieae
- 2 E M A A A A
aiee qe e aa aea a a ea ieral haa, ial à e r er a epie Ri pre, e lr, e hr era, aia raia e , ie e a repailae ha. alae a perae a le e a rlaç era e jra ea eiia qe a reja a ra pea e ipr a lra ea, praee ia a aa ipre e a iereça aral, eeal, rreel ere e e r e a iae e r, pre qe, e a ela, e razia a ieia e er para ei ar a e r.
G G
OS POCESSOS DE COMPOSIÇÃO
O pmeo pao paa ecee teto ue epeem a eae com claea eatão e eeca é ubmete a palava ou como e ve ma aate a ae peíoo e paa coçõe e etêca cotoe o muo ea oe acotece a epeêca humaa Ee pameto ou elmtaoe ão o tempo o epaço e o úmeo ome eéco paa uaae como eteão e uatae o muo ea ete em ue o home em tuo et ubmeto ccutca e et eto e um e paço etemao uate um peíoo efo e tempo com uma eteão ou uatae epecífca Tau ea em paaa em uma ecee é também e ubmete a ee pameto. E a ameta aeuaa paa o ão o uato poceo e compoção nrrã, dissrtã, dscriã e diá 2 Cf Olavo de Cavaho em Gêeo eáo Rio de aneiro, Stela Caymmi di toa,
99
- 28 M A A A A
Taae o ua pae namena ue uenam uae oo o eo ea ecnologa e pona chamaa ec a E como bon plae, poem e e aua em conjuno ognco e nepaável Do conáo o eo poe acaba cano capenga"
NARRAÇÃO A vda m mvmn
A apeenao vebal e um o ncene ou acone cmeno aene pelo nome e nã. um pceo ue peupõe movmeno e anmao uma vagem uma baalha ou um encon amoo o eempo e o nmco cujo eg em paava é eo pea naao Io euvale a ze ue o poceo naavo epea a meno empoal o muno enve ou eja o empo é eu o euua ma mpoane Da o pape namena e a peena macane) o vebo na naaõe Veja o eempo po na baane movmenao) eao e uma cônca e Rubem Baga A terra tremeu com rça e em vários pontos o mar
arremeteu contra ea avançando duzentos trezentos metros espatindo barcos contra o cais e bramindo com estrondo O povo saiu para as praças e passou a noite ao reento; gumas construções desabaram mas o único omem que morreu i de susto (Temoto)
A R R M A N A A A E M
E nd ee ouo ndo d págn do on oi numa a cn m caa d amigo: dicuia a calada da ponogaa na nn a ugncia d alc "poíica púica d cono Quando po quão d pincípio manii- oamn conáio a uma auda inncia do Eado m auno d âmio paicula impacinaam comigo "A idad' alguém comnou a mu ado "amém ncia d guamnação igilância. E não pio ainda quando oui agumna qu não é uo qu oda a poa d m am igiada po cona d "um punhado d aado não am pouco o qu m pgunaam com ago ddém: "Ma o qu oc qu diz com poa d ? Po o a mai . ciníco! Anonio nando Bog m O Globo)
Cbe lemb m um ez que n eldde mpu" do eo dfclmene um poceo pece oznho oldo do dem A nção pu pode conece em gun pág epecfco que é nconm muo bem p u u defnção M no copo de um eo ue odo o pceo coumm pece mudo em deene gu de combnção Ve po eempo o echo ncl do mnce d Sc a planíci amhada o uazio alagaam dua mancha d. O inliz inham caminhado o dia
E M A A A E A
no, aam canado mino Odinaamn andaam pouco, ma como haam pouado aan na aa do io co a agm pogdia m légua. Fazia hoa qu pocuaam uma oma A lhagm do juazo apacu long aaé do galho plado da caainga ala
Repae como a naação do delocamento do etante em buca de melhoe condçõe de da acontece multaneamente decição da paagem áda do tão E não e tata de um ecuo ecepconal ou uma ouada de um mete da leta como aclano: todo teto eá ma co e dnco na medda em ue ua compoção atcule do ou ma do pceo de compoção A naação é o pncpal pceo utlzado pela cção eja omance noela ou conto) e de eu bom uo dependeá o nteee de uem lê Conttu também o elementochae da epotagen jonalítca e do elatóio de agem Po o que é a eênca do jonalmo e não a econttução ebal de to ocodo)
DISSETA Por falar em ideias
Se ecee é taduz dea em palaa a dietação conttu a ecta po ecelênca talez eu poceo ma nobe Ela é ma do ue tudo a epoção ebal de dea
-
A U M A N A A AE M .
conceto opnõe ou agumento De uma noa decobeta centífca até a opnão obe um epetáculo flme ou mple jogo de tebol tudo é matéa paa um texto detato ou expoto como também é chamado Deentemente da naação na qual pedomna a odem cnolgca o pceo detato ou expoto é de natueza epacal na medda em que peupõe a multanedade de uma heaqua lgca. Moldada egundo a odem lgca a d etação conttu uma epéce de upenão da odem cronolgca no texto Daí e pode dze em pblema numa ae: De Scate ao o modeno " um texto naato a paagem epeentaa um alto de ceca de 2.500 ano! Veja o egunte techo de oaqum abuco: A aolião ia sido uma oa d ouo alcanc moal s iss sido ia do ala pgada do púlpio possguida d gaão m gaão plo clo pos ducados da conscincia Inlizmn o spio olucionáio qu xcua m poucos anos uma a qu haia sido dspzada duan um sécuo. Uma gand ma social paa s agadál a Dus xig qu a alma do pópio opáio sa puicada m pimio lua São ssas as pimcias qu El dispua qu lh pncm Em Minha Formação)
E, não cuta nada epet a detação também cotuma
apaece em muto texto combnada naação e/ou decrção e alguma eze ao dálogo
- 2 M A A R A R A
O logo techo a egu é um tmo eemplo do Um do cotume temívei qe a cutura norte americana tranmiti ao mundo é a crença litera em certa metára cientíca que, entrando na linguagem corrente, acabam por dermar a percepção da reaidade e perverter toda a reaçõe humana Arratada pela credibidade aparente do termo, a peoa adquirem novo padrõe de julgamento que, reputado capaze de lhe dar a correta medida do mundo, na verdade a inaam num reino de ntaia e de puro nonene Comecei a penar nio quando, em Boomington, ndiana, vendo que e tomava minha egunda xícara de café uceiva na intenção de adoçar o paladar para um charuto, um cidadão loca obervou qe meu organimo e afeiçoara a determnada quantidade de cafeínajá não podendo viver em ela Um momento, repondi Quem toma cafeína é americano u tomo é café que diferença z A diferença é que, e a cafeína como tal ervie de antepato ao charuto, eu poderia tomar chá, que à veze a tem em quantidade maiore. No entanto abomno chá Io é ubjetivo, protetou o meu interocutor Bioquimicamente, café e chá ão a mema coia (Olavo de Carvalho, Chá, Ca e Abstrações)
eo comum a fcção como pceo pcpal a ão e po eemplo o omace atualta do éculo XI
- A R U M A N D A AA E M
ou no ealsmo socalsta do século X mas sso é outa hstóa ), a dssetação edomna na ensaístca flosófca nos editoiais e atigos jonalístcos, em monogaas e teses un estáas, nas catas em geal, nas côncas lteáas e esotas e, enfm, nas etções juídcas
DESCI A paência da coia e peoa
Chamamos de descção, num texto, à enumeação ou aesentação eal das caacteístcas essencas ou contn gentes dos sees e cosas seam essoas, ojetos ou lugaes Segundo uma defnção clássca do cítco ancês Géad Genette, a descção essuõe a modade (que dze, a ausênca de momentos) daqulo que é descto em sua ex clusa exstnca esacal, a de qualque acontecmento e até de qualque dmensão temoal De to, na descção edomna a dmensão ontológca do númeo na medda em que ela dá conta da extensão e da quantdade dos sees e cosas As alaas (ou classes gamatcas) mas usadas são os sustan t e adetos aé dos eos soetuo os e lgação Veja, o exemlo, a descção de uma casa camonesa qu Gaclano amos z em uma eotagem de seu lo entes das lagoas 3 Gérard Genette, "Fonteiras da Narratva. ln: ná tutua a aaa Petó pols Edtora Vozes
3 EM
BUSCA
DA
PRO
EDIA
Baia, de taipa, cheia de econdeijo, lúgube O teto, chato, acaçapado, quae em declive, é nego é nego o cho em ladilho, de tea batida, ebuacado e ujo nega a paede em eboco, com o bao que a evete a aha-e, deixando ve aqui e ali o ágil madeiamento que eve de cacaça.
Es como Machado descee a Captu adolescente em Dom Casmuo Catoze ano, alta, te e cheia, apetada em um vetido de chita, meio debotado O cabelo go o, feito em dua tança, com a ponta atada uma à outa, à moda do tepo, deciamlhe pela cota. Moena, olho clao e gande, naiz eto e copido, tinha a boca na e o queio lago
Mas é mpotante não lea a defnção muto ao pé da leta, pos a descção dfclmente seá usada ssm, m estado puo, dento de um texto a não se num techo específco Veja, uma ez mas o níco de as Secas: Na plnície aveelhada, juazeio alaava dua mancha vede O infelize tinham cainhao o dia inteio, etavam canado e into Odinaiaente, andavam pouco, ma como haviam epouado batante na aeia do io eco, a viagem pogedia bem tê légua Fazia hoa que pcuava uma omba A lhagem do juazeio apaeceu longe, atavé do galho pelado da caatinga ala
R U M D A M
Aqu, decição naação conm no msmo parágra , m alguns casos, no msmo príodo. Hoj, o uso mas corrnt da dscrção m rportagns, rlatóros m outrs txtos não fcconas m qu sja mprscndíl rgstrar, para a fnaldad do txto, os aspctos mas marcants d alguma cosa ou d algum. Mas o procsso tamm já muto usado na fcção, para marcar um dtrmnado cnáro, ou a ntrada m cna d algum prsonagm rlant prncpalmnt m pocas antrors à dsão da tografa, do cnma das arts suas.
DIÁLOGO Conversando por escrito
A ala nrnt ao sr humano, a prmra rma d comuncação ntr os homns a comunicação oal qur dzr, a conrsa. Como ocê rá mas adant, na hstóra, ms mo na da d cada pssoa, a rma oral antcd a scrta. Ao rgst dsta rátca tão ssncal dás o nom d diálogo. Transcrção das palaras d uma ou mas pssoas ou pr sonagns (qu podmos chamar aqu d lante) o dálogo stá prsnt tanto na fcção quanto na rportagm, nas ntrstas d jornas rstas nfm, a própra conrsa rprduzda por scrto, smpr qu sso s fzr ncssáro São três os tipo d dálogos possís drto, ndrto monólogo ntror.
E M A D A A E D A
O diálogo dieto rgstra da manra mas ltral pssíl a a (ral u fctíca, cnrm a natura d txt) d um u mas alants, rprdund u crand suas paaras sups tamnt fés Em gra, dálg drt é rprsntad pr snas gráfcs qu s drncm ds uts parágras d txt prdmnantmnt, apa taveõe Vja xmpl, xtraíd d trc nca d rmanc A Mão e a Lva d Macad d Asss Ma que preende zer agora Morrer. Morrer Que ideia! eixa-e dio êvão Não e morre por ão pouco Morree Quem não padece e dore não pode avaar (
O diálogo indieto acntc quand autr aprsnta as palaras d lant (prsnagm u pssa ral) d uma rma rsumda, ncrprandas a crp d txt O xmp também é d Macad d Asss (d cnt Mssa d Ga) epoi referiu uma hiória de onho e armou-me que ó ivera um p eadelo em criança Qui aber e eu o inha
Fnamnt, monólogo inteio aprsnta a a d um prsnagm cm s la stss crrnd dntr da
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cabeça do lae que, de cera rma, esara conersado cosgo mesmo. Veja o exemplo abaxo, para eeder mehor (de Clarce Lspecor, em Peto do Coação Selvagem): Deu eu eu o epe eu inde a i eu botai no eu peito eu não u nada e a degaa cai obe inha cabea e eu ó ei ua paa e a paaa ão entioa e eu cotinuo a oe anal o o obe a paede ecua, eu inde a i e não tenho alegia e inha ida ecua oo a noite e etela (
Presente em utos extos em prosa (fcconas ou ão) combnado aos ouros processos de composção, o dáogo encotra sua ulzação mas plena e completa nas peças de teatro e os roteros para o cema.
- M l C A A O A A
ERCÍCO: Erea peqe ex e a a a páia) a pair a eie eõe
rrã Narre d aeie iiee iferee qe p a er lí a eie frae O p ai para a praça e pau a ie a rele
rtã
Elha u ea qe ê iere plêi e erea u ex ierai eele ua piiã fraa re ele faráel u rária) E uia la ea a areçã rária à exeíi aia e riiu efea e iee)
crã
Derea u je iia, e izer e e e aiar para qe ere Derea jari púli u paiular) e eie e en i pr u hmem ue aaba e ar iú E me al ee expliiaee a iez apea raia ee eie
á
Erea e liuae iple dálg dt rri rae er e i ai qe ã e ee há mi a U ele ai reelar ere iepera a r aie a uiiaia prieir e a rprea ur E euia rafre ex przi aia u iál iire
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A R M A N A A A M
FEMENTAS ESSENCIAIS
Sumeter as alaras as arâmetrs de tem e esaç (e númer) medante as tcncas da narraç, da dssertaç, da descrç e d dálg requer surte cncret de algumas erramentas essencas a fase e peído que s as undades mínmas da Arte da Escrta. A cmnaç de ases e eríds cnsttu paágo
um elementcae d text , e um cnjunt em art-
culad de arágras cnsttu a estutua quer dzer, a rdenaç dnâmca de seus cmnentes
FRASE, PERÍODO PARÁGRAFO nidades mínimas, possibilidades máximas
Pdese dzer que a ase elemento mínimo de um text, n sentd que nteressa as lmtes deste lr. Há utrs elements anda menres (a palava s adicais e s fonemas) mas que s matra de estuds de utras dsclnas, cm a nguístca e a gramátca
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Dáse o nome de ae a todo enuncado que dsponha de conteúdo sufcente para rmar um sentdo competo, por ínfmo e smpes que seja. Nesse sentdo, podese chamar de ase desde conjuntos compexos de paaras, como a c ere ase do dr Samue ohnson, moso dconarsta ngês do scuo XV O patiotimo é o útimo egio do velhaco.
At nrmações mas anas e cotdanas: O cateio chegou ou: Chove ou, ainda: Fogo
Mutas ezes, a ase se connde com o pedo que o segundo eemento mínmo do texto. sso acontece no caso do pedo imple que contm uma únca oração, mtada peo ponto Mas o período tamm pode ser rmado por duas ou mas oações (ntegradas po coodenação ou suor dnação, como já se u), sendo então chamado de compoto A comnação de ases e períodos consttu o paágafo o eemento ou suundade mas mportante da Ate da
Escrta De extensão aráe, o paágra se caracteza po desenoer uma mesma dea ou núceo (ou ideianúcleo
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A M A A A A M .
cm tamém a chamam), em trn da qual se agutnam utras deas secundáras, lgadas a ela ela estrutura d text. Cm tda defnçã, esta eca r ser ree u smlfcada demas. Prtant, ara mas detalhes, etr, acnselh mas uma ez recurs a uma a gramátca, aetrech ndsensáel nesta aentura da Arte da Escrta Em geral, arágra m sualmente delmtad n cr de um text r um equen astament da margem esquerda, lg na rmera lnha Mas sua rnca caracte rístca é de natureza lógica que eetamente dstngue um arágra ds utrs, dentr de uma mesma ra, é t de desenler uma ideia unitáia. Nesse sentd, a dsã em arágras nã exste aenas ara trnar um text sual mente mas lee (u arejad, cm tamém se dz) Acma de tud, sere ara searar e a mesm tem artcular as deas rncas e secundáras da manera mas cnenente u seja cm máxm de exatdã, clareza e elegânca. Pr ss seu tamanh nã é fx, na medda em que está necessaramente lgad à cmlexdade e rnddade das deas al desendas. Veja s exems : Penumbra Escritório Homem com as mãos à cabeça, ma e pensa na vida Altolante. (Carl rummond d Andrad, em A Bola & d) Mais do que qualquer texto-monumento, Monteiro obato (1882-948) nos legou um tipo ineectual o
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homem de ação audaz e imaginoso, as invariavelmene acassado, no homem de eras anibelerísico o que hoje mais admiramos não se esgoa no conisa eciene, porém menor de Urupês a Negrnha que narrava à Maupassan escrevendo num esilo enre Camilo e ça; nem mesmo no edior pioneiro, ou no direor da Rvsta d Bras na se em que ela i, na judiciosa apreciação de Aleandre ulálio a mais imporane das nossas revisas de cuura Na rma, Lobao cou sobreudo como ariculisa e narrador para crianças; no ndo, como um dos nossos maiores pubicisas Segundo o uré publicisa é o escrior políico ma ambém a pessoa que escreve para o público sobre assunos vários exaamene nesse úlio senido que Lobao se avanaja nas nossas leras; e a conceiuação compreende, e úlima análise a sua noabilíssima lieraura innil cuja maior originalidade esá em ser quase oda permeada do ânimo de debae sobre emas públicos conemporâneos ou hisóricos osé Guilherme Merquior, em O Exr d pcape)
Tamanho como se ê, adequação não uma smles questão de quantdade O mas mortante, no caso de elementoschae como a ase, o eríodo e o arágra, comreender que neles começam o sentdo, a ordem e a eleza de um texto. Uma ase, um eríodo ou um arágra consos, ou ra de lugar, acaam comrometendo todo o coro do texto. Mas sso não sgnfca que eles sejam entraes ou ostáculos a serem suerados or quem se aentura na rte da Escrta
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Ao contrário: é apeas para ocê saber por onde começar caprichar. Do bom uso desses elemetos mínmos nasce as possibiidades máximas do texto.
ESTUTA As ideias e as fomas
A uidade de um texto esse conjuto articulado de parágras é demarcada por sua extensão mas sobretudo por sua esuua, quer dizer a ordenação dinâmica de seus compoetes. Segundo Arstóteles (um mestre a quem se dee as de fições mais essenciais da arte da escrita) essa estrutura é a mesma de todos os corpos que ocupam o uerso um counto rmado por comeo meio e m. Para garantir a plena clareza e o etendmento total deste ponto nada melhor do que recorrer às defnções do próprio flóso grego em sua Poética: omeço é aquio que necessaramete não é antecedido por ada mas que pede ou produz por natureza um desdobramento m ao cotrário é aquilo que por atureza antecedido por alguma coisa (da qual decorre) mas que necessariamente não é seguido por mais nada meio por sua ez é aqulo que necessaramente segue e é seguido de outras coisas 4 ristóteles S Pau ditra Cultrix 0
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Um texto bem escrito quer dizer bem estruturado não deve então começar ou terminar num ponto qualquer do assunto que aborda Necessariamente ele tem que dispor de começo meio e fm ou numa terminologia mais contemporânea precisa estar organizado em termos de inodução desenvolvimeno e conclusão. Para transmitirem a indispensável impressão de verdade clareza e elegância a introdução o desenvolvimento e a conclusão de um bom texto devem se expressar através de parágras bem defnidos e sobretudo logicamente bem encadeados. Mais até: como unidade eementar (ou subunidade) dentro da unidade maior do texto também é necessário que o próprio parágra se organize nesses termos Um bom texto deve começar por uma introdução bem delineada desdobrarse num desenvolvimento rico em inrmações e argumentos e desembocar numa conclusão satistória ou seja que não ustre as expectativas deixando uma sensação de vaguidão ou incompletude No caso do parágra sua intrdução é a própria ideianúcleo e se ele r o parágra intrdutório esta deve corresponder neces sariamente à ideia principal do texto Ela pode ter as mais variadas rmas e tamanhos mas alguns estudiosos do assunto (entre eles o proessor Othon Moacyr Garcia) destacam uma série de modelos constantes a que a maioria dos autores 5
Othon Moayr aria oaão e oa oea Rio de Janero ditoa
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costuma recorrer para dar rma a suas ideias agindo assim por hábito adquirido ou pelas necessidades lógicas da escrita Eis os padrões mais recorrentes de parágras que podem servir de modelo sobretudo para iniciar um texto: Declaação o mais comum de todos é aquele em que
o autor afrma (ou nega) alguma coisa, para depois apresentar seus ndamentoseja o exemplo: A literatra ameriana teve o púlpito por berço. rante mai de m élo a ivilização a naer no tado Unido eternoe pela voz do pregadore à ombra do modeto ampanário ontrído no primeiro tempo O pirim fathe e e regiaram na ova Ingaterra gindo da peregição religioa, ram na maioria homen de valor Na terra qe eria da liberdade motraram porém intolernia iga à do e inimigo no Velho Mndo. A regra de onda e dotrina por ele impota a e rebanho-olônia ram de ineível rigidez (Carolina Nabo, em Retrat d tad Uni Luz da ua Literatura
Dnição: semelhante ao anterior, é apenas mas ex-
plicitamente didático muito comum nos textos em que a dissertação seja o processo de composição dominante Exemplo: e toda a rma vária a mai ltivada ataente no Brail ão o romane e a poeia líria a mai apreiad
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é o omance, como, aliá, acontece em toda a pate, ceio eu São fácei de pecebe a caua deta pefeência da opinião, e po io não me demoo em apontá-la Não e m aui (lo empe geneicamente) livo de looa de linguítica, de cítica hitóica, de alta polític, e outo aim, que em paíe alheio acham fácil acolhimento e boa extação; aa ão aqui ea oba e ecao o mecado dela O omane pode-e die que domina quae excluivamente (Machado de A, em Cítca ta Alusão hisóica: é o início que traz a narração de um
to histórico lenda ou simples episódio (fctício ou real) de que o autor lança mão para desencadear a exposição de determinada ideia eja: Ea uma ve doi caçadoe peddo numa oetajá em munção, quando ugiu um leão nquanto um dele começava a coe, o out u mochla um pa de têni epec e começou a calçá-lo, camente O que coia pau, epantado, e letou Não adanta, o leão coe ma que você. Ao que o outo epondeu Não pecio coe mai que o leão Só pco coe mai que você (Meval Peeia, e atigo pa O l Ineogação: aquele em que o autor começa aberta
mente por uma pergunta cujas respostas em gera constituem o desenvolvimento e a conclusão do pa rágra ou de todo o texto Como abaixo:
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Qua é o romance mais representativo do Brasi? Para responder adequadamente a essa pernta é preciso, antes de tudo descobrir qua é a região ou grupo humano mais representativo d meu paí, nã ri que se possa chegar a uma escoha denida sem injustça. Tem-se dito que o verdadeiro roance brasieiro seria o que sse capaz de abranger toda a paisagem geográca e humana naciona, da costa atântica aos sertões de Mato Grosso e das coxihas do Rio Grande do Su à seva aazônica. Ainda não temos um romance tão ambicioso; s o tivéssemos não penso que pudesse ser muito bo, pois a enorme extensão prejudicaria sua prondidade, e um ivro assim seria decerto mais geográco e pitoresco do que humao e socioogicamente signicativo (rico Verissimo, em Breve Hstóra da Lterat Braslra) Poelação ou Suspense é uma técnica bastante ef-
ciente que procura aguçar a curiosidade do leitor mediante a omissão (na erdade um adiamento ou prtelaço) de inrmações mportantes que só serão apresentadas no desenolimento do parágra ou do texto eja este exemplo: No agor dos anos 930, enquanto a bel/e poqe brasieira entrava em agonia houve um escritor que fez da crônica uma rma amena, porém nada supercia de ensaio crtico. Naqee curto espaço de prsa eve ndado por Machado de Assis, reanimado por oão do Rio e trazido ao modernismo por Menotti de Picchia Genoino Amado praticava uma crtica da cutra tanto
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mai penetante quanto meno petenioa O título de agun do voume que enfeixaam ea página Vzes do Mundo um Olhar sobre a da dizem tudo: tata-e de enaio quae conveado, inulamente decontaíos, em nenhum cacoete coloquial oé Guiheme Mequioem O lixir do Apoaipse
Esses modelos (e outros que existam) não devem ser encarados como uma camisa de rça pra a Arte da Escrita o contrário tratase de possibilidades a que a maioria das pessoas recorre, por razões ontológicas, na hora de escrever. Mas a experiência e a criatividade também contam, e sempre abrem novas opções. Nesse sentido, não são poucas as exceções" que você vai encontrar pela ente, na leitura (e na criação) de textos concretos. Tudo isso vale também para o dnvolvimeno e a concluão, que não podem gir a uma série de parâmetros de
ordem sintática, semântica e harmônica mas que também deixam muitas margens para o talento e a personalidade de cada um. Eis, no essencial, alguns modelos mais comuns de estruturação do desenvolvimento de um parágra ou texto Enumeação (com ou sem descrição de dealhe) trata-
se sem dúvida, do tipo ais comum de desenvolvimento, muito usado no jornalismo e nas modaliddes mais simples de texto dissertativo, consistindo na
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apesentação encadeada de inmações ctuais sem maioes aciocínios Exemplcação também enumeativo como o anteio
dieenciase daquee po não ecoe a inmações genéicas mas a casos concetos e explícitos que ilustem a poposição inicial
Conoo cosiste em estabelece contastes oposições
paaelos ou analogias ente ideias ou pontos de vista Aumenação lógca: o mais complexo de todos os mo-
delos consiste no ecuso àquilo que Aistóteles chamou em sua mosa Reórca, de pcesso atístico" (que não se eee ao que hoje se entende como ate ou fcção) : tatase das chamadas povas po pesuasão ou convencimento isto é uma demonstação baseada não em o, mas em aumeno que obedeçam ao usual método dedutivo de aciocínio patindo do genealizante paa o específco. E a concluão? Também chamada às vezes de epílogo, ela epesenta o enceamento (com uma espécie de chave de ouo") do paága ou do texto Deve se sufcientemente claa e completa paa não supeende negativamente com uma intupção busca ou inespeada se 6 C ristóteles eca Lsboa mp rensa Naconal Casa da Moeda 1998
0 E M U A A A E I A
bem que deixar um assunto em suspenso também pode ser uma rma de concluir Existem também alguns modelos recorrentes para se estruturar a conclusão desde que sejam vistos apenas como rerência, e não como uma camisa de rça ou receita de bolo Remada da ese zse um resumo (uma visão geral)
do assunto tratado ao longo do texto, acrescentandose em seguida elementos novos e, aí sim, estrutural mente conclusivos Pespecia apresentamse cautelosamente possíveis so-
luções para as questões expostas no desenvolvimento, buscando prováveis resultados ( preciso . "; im , ' " ; E necessao ' ") pres dve Oaçã cdenada cnclusia odese, enfm, iniciar a con
clusão com uma counção coordenativa conclusiva (lg, pan, p iss, p cnseguine, enã . . . ), apresen-
tando, em seguida, soluções para as questões expostas no desenvolvimento
primeira vista, tudo isso pode parecer um tanto mecânico ou simplista Mas nunca é demais ressaltar que só a prática regular (com a capacitação criativa daí decor rente) irá tornando invisíveis e, no fm das contas, inconscientes ou quase automáticos todos esses procedimentos Aos poucos, o aspirante à arte da boa escrita começará a
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A R U M A A A A G E M
assumilos c omo naturais já sem prestar uma atenção tão explícita a cada passo Desde já é bom lembrar que para a arte da boa escrita as melores estruturas adotadas são sempre aquea que meno apareçam, tornandose praticamente nvsíveis à leitura or isso tavez sse preerível defnir estrutura não como equeeo (que está apenas oculto por baixo da carne e da
aparência) mas como ama uma coisa que existe e se z presente sem ser vsta
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EXERCÍCIO: Elha e e e preernia al qe ie e e ep e eliia a ea-núle erea n çõe para peqe a a pa el e paáa aa Delaaç Deniç. • l hiia. Ieaç Prelaç pee. Eea eelen e pp aa a pa el aai Eneraç. Eeplaç. Cn. • eaç la. Eea pr a nl e
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INSTUMENTOS COMPEMENTAES
A coesão e a harmonia dos parágras, dent da estrutura do texto dependem do bom uso dos seguintes instrumentos a vz que defne quem está escrevendo; o om que estabelece uma postura ou atitude; e empeau que determina o grau de discrição ou veemência da voz e do tom Juntos, estes três elementos constem o que se costuma chamar de ponto de vista que não é apenas uma opção estratgica para o melhor rendimento de um texto, mas, sobretudo, a assinatura individual de seu autor Tudo isso vai constituir o chamado esio que é a soma ou combinação desses elementoschave mas que sifca principalmente a adequação dos recursos do escritor suas necessidades intelectuais e expressivas
VOZ E OM Uma questão de identidade e de atitude
Numa época que tende para a massifcação e o anonimato, como a nossa, a Arte da Escrita continua sendo uma
M A A A A
espécie de santuário ou reserva intelectual onde o indvíduo ainda pode exercer seus traços distintivos pessoas e ntranserívis E uma das maneiras de que dispõe para isso é determinar a voz de seu texto, ou seja, a pessoa verba em que ele pretende se expressar s vozes (ou pessoas verbais) mais utilizadas na escrta são a pimeia e a eceia, exionadas no sngular ou no plura segundo as preerências ou necessdades de quem escreve Em geral, essa escola é determinada pelo gênero do texto: na fcção narrativa, por exemplo, é comum o uso da prmera pessoa do singular, que dá à obra uma dicção mais pessoal e intimista já nos artigos ensaístcos ou acadêmicos, o camado plural majestátco" (nós) costuma ser empregado em nome de uma atitude mais discreta do método dissertativo; e ssm por dnte Como sempre, nada disso representa uma regra fxa, mas apenas um leque de possbildades pimeia pessoa do sinula é a mais adequada para a narração d um testemuno ou experiênca pessoal, mas também para a exposção de deas claras e consolidadas Às vezes, denota certa vaidade ou senso de autorreerênca, mas quase sempre é ua donstração d onestidade e coragem de quem escreve Em seu mas amplo espectro, pode ser usada tanto num romance ntmista quanto num artgo polêmico Vea, por exemplo, no gênero narrativo, este treco de Dom Casmuo, o clássico de Macado de Asss:
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Qundo mis de vim se que n de Aquies mm cuou um feid que fez ive is ou quis veeiddes de esceve um disseo ese popósio heguei peg em ivos vehos, ivos moos ivos enedos i-os compá-os cndo o exo e o senido p ch oigem comu do oácuo pgo e do pensmeno isei ei os pópios vemes dos ivos, p que me dissessem o que hvi nos exos odos po ees.
E este outro no gêner dissertativo de Gustavo Corção
em A Desobea do Ouo: o queo ze qui mis um vez o pocesso já voumoso d écnic nem mos o conio ene o homem e máquin. eendo mos u speco d menidde écnc e en um invenáio de seus iscos
Repare como nos dois textos para além de todas as suas dierenças predomina uma mesma dição subjeia marcadamente autoral Ao ser exionada no pua a voz na primeira pessoa se pretende um pouc mais objetiva embora isso possa ser uma impressão enganosa na medida em que a objetividade não é uma simples questão numérica O próprio pnome (nós) não pressupõe necessariamente a presença de mais de um autor: muitas vezes expressa no máximo uma postura acanhada ou então um convite à inclusão do leitor no assunto em questão
M A A R O A R A
No trecho a seguir fca evidente o esrço de sustentação de uma dicção objetiva (o autor apesar de único ocultase sob uma voz plural) Primeirmene rmrmos qe esem s mis derencid percepões do plrsmo denro do horizone presendo pel práic e pel oso polics (Agso Zimmermnn O Princíio do Plulimo Fedetivo)
Nos editoriais jornalísticos ou em maniestos estéticos e políticos a opção pela primeira pessoa do plural parece atender a outro objetivo explícito: lar eetivament m nome de uma coletividade daí a natureza geralmente anônima desses escritos eja o exemplo extraído do maniesto modernista Nhengaçu de Amaelo de 1929 Aceimos ods s insiiões conversdors pois é denro dels mesms qe remos ineviável renovo do Brsi como o fez rvés de qro séclos lm de noss gene rvés de ods s expressões hisórics
Já a eceia pessoa (singular u plural) está presente nos textos que se empenham em transmitir uma dicção priorita riamente objetiva seja em textos narrativos ou dissertativos em fcção ou não fcção Na fcção podese destacar como exemplo a literatura realista (e naturalista) contemporânea bastante inuenciada
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pela objetvdade" das cêncas e das lnguagens vsuas coo o cnea e a tografa eja este trecho extraído mas uma vez de as ecas de Gracao Raos: A mli sv runid m orno do go Fino sndo no pilo cdo sinhá Vióri d prns cruzds s coxs srvindo d rvssiros os lhos A cchorr Bli com o rsiro no cho o rso do corpo lvndo, olv s rss u s corm d cinzs sv m io mdonho, s goirs pingvm lá r o no scudi os rmos ds cinguirs o rulho do rio r como um rovo disn
o capo da não fcção servem de exempo as repota gens jornalístcas (utas vezes não assnadas) e as notícas do jornaso dáro ou seanal Como este trecho trado do jorna Fla e aul Apsr mnr o discurso sgundo ul rrm d rvdnci é inocávl, o govrno ru ngociõs sor spcos ssnciis n propos u nviou o Congrsso já ci incluir por xmplo pri mnuno d posnor ingrl pr os uis srvdors plicos no xo do proo Com dciso, o Govrno spr nurlzr rsisni dos srvidors plicos spcilmn do Jdiciáro mor mis orgnizd do qu sprv o lnlo Além disso dá discurso os lidos, no Congrsso no mio sinicl pr fs d propos
5 BUSCA DA ROA RIA
Cabe acescenta apenas que toda essa decantada objeividade vai depende para se plenamente atingida de uma séie
de outros elementos sintáticos semânticos e harmônicos ca pazes de produzir (quando bem combinados) a impessão de verdade claeza e elegância própria dos bons textos objetivos Um elemento que pode contribuir para este esrço é o om do texto to determinante paa a atitude que o autor
deseja transmiti Tributário do variado naipe de emoções e intenções humanas o tom dependeá sempre dos propósitos e mesmo do humor de quem escreve (sm nenhuma obri gação é claro de ser elegante ou gentil) Veja abaixo uma pequena amosta aleatória e ligeira dessas possibilidades de atitude de um texto ou auto agessivo ioso indignado autoitáio meigo gentil suave séio iônico sacástico didático impacial mplicações morais à pate podese izer que o tom de um texto resultará sempre de uma desão assumida ou não mas que seá tanto ais acrtda na medida em que estive em plena adequação com os objetivos do textoVeja a segui lguns exemplos imei um tom indignado (e eventumente exagerado) Amigos, eis 80 milhões de brsileirs num humlh feroz Eu iri que veronh d 50 i mis me
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mais cordial aquela ocasião, não tnhamos o bicampeonato. Ainda não se instalara em nosso tebol o mto Pelé. Ah, o brasileiro de 50 era um humilde de babar na gravata (elson Rodrigues, em Smba das Chues Imas)
eja como diere deste trecho suave (apesar do tema r te) de Carolina N abuco : O Brasil cou alheo ao cataclismo eupeu, esperando, porém, avidaente as notcias qe de lá chegavam ão vinam, coo viriam na Segunda Guerra, a toda hora, graas ao rádio Só a imprensa com seus telegramas, dava nos a linhas gerais dos combates (Em O Dcadas)
outr também (mais leve, mais irônico) o tom desta passagem de Carlos Heitor Cony: Resumindo a ópera pode-se concluir que não hájornsmo literário. Há jornalismo e há lteratura Funcionam por meio de sinais ou smbolos que são a palas compost por letra, m nem tos a le rmam necessariente aquilo que se compreende como literatura Há jornis que dominam a técnica e a composião do texto Mas são ele, exatamente, que se tornam cada vez melhores à medida que deixam de ser terios (De uma palestra para estudantes)
Longe de representar apenas um detalhe, ou um ingre diente secundário, o tom é um elemento ndamenta para os
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bons resultados da Arte da Escrta esse sentdo correspon dera por exemplo a certos tempes em culnára que tanto podem reçar quanto estragar as quadades de um bom prato Das varadas combnações de voz e tom dependerão também as derentes temperaturas dos textos como você va ver a segr
TEMEATUA Da sutileza à ênfase
As teoras da comuncação que estveram muto em moda nas décadas de 1960 e 1970 deram um sentdo curoso à pa lavra empeaua Para o autor canadense arshal cLuhan por exemplo uma mensagem (ou meo) sera quee ou fia de acordo com o teor de nrmação nela contdo Dentro desse racocíno um romance clássco um poema dc" ou um texto de flosofa seram quentes" ao passo que o not cáro de jornal ou T (e a própra televsão) seram exem plos de textos os" Tratavase enfm de mera questão de conteúdo ou de repertóro" como então se chamava Para a Arte da Escrta no entanto empeaua pode sgn fcar também (ou prncpalmente) o maor ou menor grau de ênase ou de sutleza mpícta num texto a partr opções etas pelo autor nos questos voz e om esse novo sendo um texto do quase sempre enátco elon Rodrgues costuma ser mas quee (mesmo abordando matéra trval) do que um
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ensaio lterário do denso mas em geral elegante e sereno Otto Maria Carpeaux um autor mais io (ou às vezes moo sem as conotações negativas que a plavra teria em ou contexto) eja as dierenças entre este trecho hiperbólico de Nelson: mo voê e emam da veoha d 50! Fo ua humhaão po que a de Caudo uuao duo ahou do oo eete o to e o dedo a aa Não e veha dze que o eete é apea u tme Não Se uma equpe eta em ampo om o oe do e tedo po do ua o ho páto oo e e a páta e aõe e hutea a da otada e a eee otada (Em Smbra das Chutiras rtais)
e a suavidade do comentário de Carpeaux sobre Shakespeare Mabth é a ma oomete otuída da taéda
de Shakepeae a que e apoma do equea da taéda áa. udade de tepo e a é ttuída pea udade d atmofea a Eóa euoa otua e é mpeáve a udade da aão do pmeo mpuo de amão oa de Maeth até a ua ote heoa em deepeo. udo de oeêa aouta de eto etíve o pao (E As Bruxas Prtir)
Repare como o primeiro texto covida a uma partici pação mais emocionada enquanto o outro se imita a sugeir um reexão úcida e onderada Dierenças à parte cada um
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a seu modo trata de atingir objetivos específcos em textos bastante dierenciados Tudo (ou pelo menos o essencial) reside certamente nessa adequação às intenções do autor e aos prpósitos de cada texto Um artigo de cuno político ou ideológico vai reque rer sempre um mínimo de calor (no tom e no vocabulário) para surtir seu eeto persuasivo Da mesma rma um ensaio flosófco ou uma oração pressupõem uma serenidade de espírito sem a qual poderão ser supéruos ou inefcazes Outro aspecto importante a ressaltar: em nenum texto a temperatura será sufciente p para compensar alas defciências evidentes sejam elas decorrentes de prblemas de sintaxe semântica ou (alta de) armonia Nada menos adequado por exemplo do que um ensaio ou artigo em que a veemência vocabular se esrça (em vão) para substitur a ausênca de uma argumentação convincente e nada mais medíocre do que um conto ou mance que recora a emoções baratas e souções áceis pcurando a empata edata" em vez de convidar à elevação e ao sublme típicos da verddeira arte Mais uma vez o bom senso e o equilíbrio é que vão constituir o meor termôto"
ESTIL Espalhar borboletas ou acertar a mosca
O expresidente Jusceno Kubitschek moso pela sua oratória costumava pedir aos redatores de seus discursos
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A ; A G M .
pelos idos da década de 1 950 Espalhe aí umas borboletas entre os parágras". Este gosto antigo (e tão brasileiro) pelo aseado colorido e esvoaçante está na base da ideia de que escrever bem é lançar mão de construções sintáticas empoladas e de um vocabulário esdrúxulo e que essa capacidade de acrescentar adornos a um texto constituiria o que se costuma chamar de es. Em geral, os dicionários costuam dar o nome de estilo à rma característica e pessoal de expressão de cada autor, capaz de dierenciálo de todos os outros. Parecem, no entanto, esquecer o detalhe" de que difcilmente existiriam estilos sufcientes para atender numercamente a todos os que praticam a Arte da Escrita. Muito já se escreveu sobre esse assunto no passado quase sempre, para ncluílo entre as principais erra mentas da arte da escrita. O roancista ancês Anatole France, por exepo, costumava repetir que o estilo tem três virtds: crz, cz , clareza" . E o inglês Jonathan Swi defa esto coo a capacidade de colocar as palavras certas no ugar exato" o que vem rerçado pelo coroário de oltaire: Uma palavra ra de lugar estraga o pensamento mais bonito " Já Machado de Assis (notável pela siplicidade do seu), preeria dizer que estilo é apenas o casamento etre palavras que se afnam. Em meio a esse mar de defnições, que se estende a perder de vista, o comentário do escritor e proessor de criação literária
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Jon Gardner é um exemplo de bom senso e equilíbrio Sobre o estilo, quanto menos se disser, melor" Nas últimas décadas, a importância exagerada atribuída à paavra estio levou a maioria das empresas jornalísticas e edi toras de livrs e revistas do país a estabelecer para seu pessoal uma série de regras intransponíveis, quase sempre reunidas sob o título gera de anual de esto" Por irnia, representam um condicionamento do texto a padrões de escrita anônmos e prémoldados justamente o oposto do que a palavra estilo tradicionamente sugere Enfm quanto menos se disser, melor Tudo isso somado, caberia acrescentar que, para a Arte da Escrita, o estilo deve signifcar tão somente a capacidade de adequar a lin guagem às necessidades de expressão do autor ou às características do assunto abordado O tom, a voz e a temperatura, combinados a uma estrutura bem construída, é que vão constituir o que se cama de eslo de um texto (ou de um autor) Isso equivale a dizer que ele é apenas o resutado bem ou mal articulado das paavras que você escoler para produzir um texto que expresse a verdade com exatidão, careza e elegância e acertar na mosca"
C A Ae d cção. Rio d e Janeiro, Editora Civil izao Brasiera 199
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EXERÍ: Escolha um episódio marcante de sua vida e o narre vezes: De forma subjetva, na primeira pessoa do sngular. De forma objetiva na tercera pessoa do singular. Ainda a partr do mesmo episódio (para facilitar o aprendizado por comparação) narre-o agora em dois tons diametralmente opos tos. (Por exemplo suave e agressivo; ou sério e engraçado etc.) Agora dê asas à maginação e conte de novo a mesma istória como se estivesse sendo escrita por dois autores com estilos bem diferentes (à sua lvre escolha).
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OS "IDIOMAS DA LINGUAGEM HUMANA
A variedade praticamente infnita que rea entre os homens com suas rmas direnciadas de agir pensar e (portanto) escrever conduz muitas vezes à conclusão apressada e errônea de que a inrmaidade e a ausência de regras constituem a única regra válida para a linguagem Historicamente o registr or da linguagem precedeu seu equivalente escrito e continua a preceder dent da trajetória pessoal de cada um que aprende a alar ante de saber escrever M é preciso zer a ressalva importante de que em termos lógicos o modelo rmal precede suas variantes inrmais A irmalidade da linguagem representa em certo sentido uma reação posterior à sua rmalidade Ser inrmal no fm das contas é contrariar (e dermar") rmas previamente existentes Ana por razões de natureza lógica aquo que não existe não pode ser dermado ou transgredido Para as fnaidades práticas da Arte da Escrita tudo isso representa um convite ao rigor e à busca da excelência Pois ao contrário dos padrões inrmais exaustivamente
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deenddos por certos gramátcos e estudosos afns escre ver é tare que nclu uma elevada responsabldade na medda em que nos conduz na dreção oposta à do espontaneísmo e da coloqualdade cotdana.
FORMAL NFORMAL Uma origem mais nobre
Para emergr do caos orgnáro numa época em que ação e pensamento não am muto além da satsção de suas necessdades mas medatas os omens ram aos poucos fomalizando sua lnguagem. A certa altura de sua trajetóra a smples comuncação já não les era sufcente para se derencarem dos cacorros e abelas por exemplo desenvolveram uma lnguagem nominal, ou fomal capaz de nomear os objetos as pessoas os lugares e as stuações e sobretudo oerecendole recursos para rmalzar o relaconamento entre os própros omens nos termos de um compromsso moral as do que smples evolução tratouse de um verdadero salto cvlzatóro: o pensamento se tornou rmal e explctamente amatical. uma pena que os estudosos do assunto não ressaltem ou valorzem essa orgem mas nobre da lnguagem umana preerndo a versão vulgar de que a palavra a prncípo coloqual para só depos (e aos poucos) rse consttundo em rma convenconal. Uma exceção especal nesse
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universo teórico bem pouco animador é justamente o flóso alemão Eugen RosenstockHuessy citado no início deste livro Para ele o problema principal desses estudos reside na indistinção teórica entre a linguagem meramente inrmativa e ática (que é de certa rma comum a muitas outras espécies animais) e aquela que tem a rça das tra gédias e dos grandes juramentos" Observando as crianças para tentar explicar a origem da linguagem dos adultos diz Huesy eles parecem ignorar a verdade óbvia de que a criança não explica o homem mas pelo contrário o adulto tem chances de explicar a criança Esse equívoco ou ilusão está na raiz da cença moder na de que no campo da linguagem o uso precede a nor ma esta última sendo apenas uma cristalização (para alguns uma castração") do potencial criativo e comunicativo da linguagem oral Mas a linguagem humana (tal como este livro a entende e deende) é muito mais do que um meio de comunicação: constitui desd a origem uma feamenta fo mal que nada tem de natural ou espontânea" Nesse sen
tido podese afrmar sem exagero que a escrita depende de normas assim com a língua é constituída no essencial por sua norma culta Po isso a rte da Escrita depende da aceitação (e do bom uso) dessa realidade: de que a lingua gem humana (articulada e rmalizada numa gramática e
Eugen Rosesock-Hessy
Recod
gm a Lnguagm
Rio de Jaeio Editoa
2002
U M A PA U S A PA R A E F L E X Ã O . . .
amparada num conjunto de regras moras) é a cosa menos natural do mundo Certamente, do ponto de vsta pragmátco da Arte da Escrta, não exste pecado algum em combnar aspectos r mas e nrmas da lnguagem, trando deles os eetos mas cratvos, ou, pelo menos, mas adequados a cada stuação Mas nunca será demas repetr que acredtar e apostar numa orgem mas nobre para a lnguagem (do rmal para o nrmal, e não ao contráro) pode zer tod a derença sg nfca, para a escrta, um nvestmento em conteúdos mas consstentes, em estruturas mas rcas e mas consoldadas, num aseado mas bonto e sublme Retornando a essas orgens, a Arte da Escrta não regrde, avança
ORA ESCRO A palvra com e sem defesa
Em termos stórcos, a lnguagem oral antecedeu a es crta, que surgu por volta de 5000 a.C., entre os povos da antga regão do Egto e da Mesopotâma Desde então, a lnguagem umana tem sdo ao mesmo tempo palavra oral e palavra mpra ou seja, Verbo e exto, Espírto e Letra ,
com lmtes e potencaldades em cada uma dessas vertentes. Mutos estudosos concordam num ponto a ncorpo ração do regstr escrto representou uma sofstcação ntelectual e moral, sobretudo após a passagem da pctografa
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(egípcos) e da deografa (cneses) para a escrta albétca e nétca raças à escrta as cêncas e as artes tveram grande desenvolvmento o que leva muta gente a consderar apressadamente a stóra da escrta como a própra stóra do pensamento umano Nem todos porém vram neste salto de qualdade" um tor eetvamente postvo no Antgo Testamento aguém lamenta que a Letra mata" enquanto só o Espírto vvfca" E em seu dogo Fedro, dedcado não por acaso à justea dos dscursos atão põe na boca de Sócrates uma severa advertênca quanto às mtações que a palavra escrta mpôs à exposção e dvulgação da Verdade ara Sócrates/latão a escrta é um dscurso restrto lmtado porque sencoso: necesstara da ajuda do autor sendo ncapa de se deender sono A escrta" d Sórates é o mesmo que ler na area e escrever no mar" elo menos na língua portuguesa pratcada correntemente no Brasl a reação ora x escro parece se conndr com (e se sobrepor a) o par de opostos nforma x forma. Derenças geogrfcas à part temse por aqu o (mau) cos tume de atrbur uma nrmaldade obrgatóra à ala numa smpfcação de usos que mutas vees se aprxma do vulgar Nesse sentdo é mas comum que se ale por exemplo e d um dnero!" enquanto se reserva a rma Dême 2 Pato "Fedro, i: Dáogo So Pauo Hemus Livaria Edtora
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um dinheiro!" para o registro escrito da ase Construções simplifcadas e concordâncias extravagantes (de pessoa ou de núme) costumam equentar sem susto e sem problemas nossa linguagem lada. O prblema no entanto começa quando essas estruturas coloquiais passam a ser vistas como reerências exemplares para a própria escrita Esta vem sendo a tendência atual não só de autores com sua crescente vocação para a repetição naturalista da dicção ral dentro da escrita mas inelizmente também de alguns estudiosos e prossores que hoje parecem em guerra aberta com a gramática ao ponto de acusarem a boa escrita de ser uma prática preconceituosa e excludente. Mas esse malentendido não deve nos impedir de constatar que o coloquialismo é um elemento circunstancial em nada de corrente de alguma natureza intrínseca da linguagem. Basta para isso observar a ausência de tais excessos em outras línguas mesmo outras de origem latina como o ancês e o espanhol. Longe de constituir uma limitação ou obstácuo o si lêncio indeeso" da palavra escrita soanos hoje acima de tudo como um desafo: somada à linearidade sucessiva do texto a ausência do autor no ato da leitura só z aumentar a responsabiidade mora de quem esreve quando se pro põe proclamar a verdade com o máximo de clareza e elegância Questão mais uma vez de equilíbrio e adequação m suma: de sabedoria.
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GENEOS E FOMATOS
A Arte da Escrita oerece uma grande variedade de r matos, voltados para necessidades expressivas bem distintas Fiel a sua lina voltada sobretudo, para o potencial criador da linguagem linguagem umana, uma na, este livr livroo se limt li mtaa a apresentar os rr matos re reerenciais ditos mais nobres" da escri e scrita ta o ensaio (ou artigo) e a prsa de fcção, que representam respectivamente os gêneros maiores da dissertação e da narração De um modo geral, os outros tipos de texto são varia ções menores (sem nenum demérito) desses padrões superiores da reportagem à carta comercial, do memorando ao relato istórico Se não são abordados aqui, é porque existe uma série de cursos e guias práticos nas livrarias
NÃO FCÇÃO: F CÇÃO: ENSAI E NSAIO, O, ARTIGO m nome da verdade (e da lógca)
O gêne gênero ro dissert dissertat atiivo aquele aquele em que predo predomina mina a dimensão espacial espacial pode ser consider considerado ado o modelo clássico" clássico " da escrita, na medida em que realiza, como nenum outro,
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a tradução de ideias em palavras que é a essência da Arte da Escrita. E o rmato nao ou ao (as diferenças são aqui irrelevantes) ilustra exemplarmente esse modo de pensar e escrever Aprender e praticar este rmato vai cilitar o exer cício dos demais Um ensaio bem escrito é aquele que apresenta ideias claras expressas de rma exata e elegante Para isso é preciso que sua estrutura obedeça aos critérios da unidade aristoté lica: um começo um meio e um m bem diferenciados mas organicamente inseparáveis Tal estrutura no caso do ensaio traduz-se nos seguintes verbos popo (começo) dona ou ana (meio) e concl (m) A pop popo o oo ou começo de um texo dissertavo deve se atvés de um (ou mais de um) parágrafopadrão Pa estabele cer a tese de seu enso ou argo escoa um dos modelos de parágs já apresentados: declação denição alusão stórica intergação ou ptelação (se esver em dúvida dê uma olhada de novo n páginas 464. Ou se preferir e já se senr segu invente sua ppria rma de abertra. O mais importate é que ela ela sej sej a adequa ao sunto que você pretende abordar e sucientemente araente pa convidar à leitura de todo o texto Um exemplo de começo bem consruído é o trecho de abertu ra do argo "O Ideal do Crítico, de Machado de Assis Ec a cíica agua a agun qu é uma áci a como a ouo pac iguamn ácil a a
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do legislado mas paa a epesetaão liteáia omo paa a epesetaão polítia é peiso te alguma oisa mais qe m simples deseo de a à mltidão Ifelizmete é a opiião otáia qe domia e a ítia desampaada pelos eslaeidos é eeida pelos iompetetes São óbvias as osequêias de uma tal sitaão As msas pivadas de m ol sego oem o iso de auaga os maes sempe desoheidos da publiidade eo podziá o eo amoteidos os obes estímos abatidas as egítimas ambiões só um tibua seá aatado e esse se é o mais umeoso é também o meos deisivo poeta osilaá ete as seteas ma oebidas d ítio e os aestos apihosos da opiião ehuma luz ehum oseho da lhe mostaá o amiho que deve sega e a mote póima seá o pêmio deitivo das suas digas e das suas lutas
O deenvolvmeno (ou eio) do texto dissertativo é rmado pela aumenação
ou seja, o conjunto de ideias
co que você deve deonstrar (confrmando ou retan do) a prposta inicial E os argumentos pode ser de dois tipos dierentes aíco (ou intrínsecos) e não aíco (ou extrínsecos) Os argumentos não artísticos são aqueles que você irá buscar ra do raciocínio inerente ao texto Nesse sentdo stóteles ec sboa Imprensa Naiona - Casa a Moea 1998
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E H E ERR .
são rmados por tos, exemplos, dados estatístcos e testemunhos de outros autores e a prncpal exgênca é de que sejam verdaderos e evdentesJá os artístcos são aqueles produzdos pelo própro texto, obedecendo ao usual método de racocíno dedutvo e, nesse caso, é precso que eles sejam consstentes e persuasvos eja, neste trecho de O deal do Crítco", a rma como achado de Asss desenvolve seu racocíno O ctco deve e ndependente ndependente e tudo e de tudo ndependente da vadade do autoe e da vadade pópa ão deve cua de nvolabldade lteáa ne de cega adoaõe; a tab deve ante ua luta contante conta toda ea dependênca peoa, que deautoza o eu juzo e dexa de pevete a opnão Paa que a ctca eja eta peco que eja pacal aada conta a nucênca do eu ago olcta pelo to do eu adveáo e nete ponto a elho lão que eu podea apeenta ao olho do ctco ea aquela expeão de Cceo quando Ca andava levanta a etátua de Popeu: levantando a etátua do teu ngo que tu conolda a tua pópa etátua A toleânca anda ua vtude do ctco A ntoleânca cega, e a ceguea u eleento do eo; o coneo e a odeaão pode cog e encanha a ntelgênca; a a ntoleânca nada poduz que tenha a condõe de ecundo e duadou
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precio qe o críico eja olerane memo no erreno da dierença de ecola e a preerência do críico ão pea ecoa românica cmpre não condenar ó por io a obra-prima qe a radição cáica no ego nem a obra mediada qe a ma moderna inpira. Do memo modo devem o cláico zer jiça à boa obra do românico e do reaia ão ineira jiça como ee devem zer à boa obra daqele Pode aver m omem de bem no corpo de m maomeano pode aver ma verdade na obra de m reaia A mina admiração peo Cd ã me ez obcrecer a beleza de R Bla A críica qe para não er o rabalo de mediar e aprondar e imiae a ma procrição em maa eria a críica da derição e do aniqilameno Será neceário dizer qe ma da condiçõe da críica deve er a rbanidade? Uma críica qe para a expreão da a ideia ó enconra órma ápera pode perder a eperança de inir e dirigir Para mia gene erá ee o meio de provar independência; ma o oo experimenado rão mio pococao de ma independência qe precia air da aa para morar q exie oderação e rbanidade na expreão ei o melor meio de convencer não á oro qe eja ão ecaz. Se a deicadeza da maneira é m dever de odo omem qe vive enre omen com mai razão é m dever do críico e o críico deve er deicado por exceência Como a a obrigação é dze a verdade e dizêla ao qe á de mai cepível nee mndo qe é a vaidade do poea cmpre-le a ee obredo não eqecer nnca ee dever De oro modo o críico paará o
O HN O O P O
imie da dicuão ierária para cair no erreno da ueõe peoai; mudará o campo da ideia em campo de paavra de doeo de recriminaõe e acao uma o doe de angue-io da pare do adverário não ornar impoíve ee epeácuo indecene
Repare como ele se utza sobretudo de argumentos artístcos embora a certa atura recorra també a um testemunho ctual (o comentáro de Cícero) E confra prncpalmente a anera coo parágra a parágra o autor va conduzndo a atéra prposta a um ponto cada vez mas claro ou elevado no parágra segunte procedmento que se mantém até a conclusão do texto A oncão, como você já vu (nas págnas 505 1 ) representa o encerramento do racocíno proposto na ntrdução e desenvolvdo ao longo do artgo Ea deve ser sufcentemente cara e completa para não surpreender negatvamente com uma nterrupção brusca ou nesperada Veja o trecho fna de conão, do artgo de Machado: Se ea rerma que eu onho em eperana de uma reaizaão próxima viee mudar a iuão aua da coia que aeno novo! ue novo ecrio! e eímuo! ue amiõe! A are omaria novo peco ao oho do ereane a ei poéica ão conndida hoe e ão caprichoa eriam a única pea uai e aferie o merecimeno da pduõe e a ieraura aimenada ainda hoe por agum aeno
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cojoo e bem ecmido vei ce el um di de oecimeto e oeidde Tudo io deede d ctic Que el eç covecid e eolut e u ob eá melo ob do oo di
Nunca será demas repetr para recaptular um bom texto dssertatvo deve começar por uma ntrodução bem delneada desdobrarse num desenvolvmento rco em nrmações comprováves e argumentos consstentes e desembocar por fm numa conclusão satstóra que não dexe no ar nenuma mpressão de ncompletude A boa escrta dsserva deve apostar e na pra orund dos tos compvados pv não scas de stóteles) e de uma argumentação consstente ps arsc) as sso não quer dzer que ao escrever você não deva arrsca suas pnõ pessoas Pelo contro uma opnão bem nd é sn de personaldade e pode agregar qualdades exts ao texto n é um dreto seu que nnguém pode pbr ou crtcar as é mportante não perder de vsta que ao expressar uma opão é precso que também ela seja apoa tanto nos tos quanto na lógca constundose assm num argumento consstente E mas você deverá esr sempre conscente e ao mesmo tempo ter o cudado de esclaecer ao letor) dos tes dea exposta que não pode se cond com os argumentos segundo a dupla defnção de Arstóteles A sso se cama rponaldad e ela z parte das qualdades étcas essencas à Arte da Escrta
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H R. .
FICÇÃ História, tempo e personagens
A fcção é por sua vez o mais típico dos gêneros narrativos aqueles em que a dimensão predominante é o tem po ais do que o jornalismo e os relatórios e crônicas de viagens a fcção romanesca está entre os que desutam de maior prestígio continuando a atrair o interesse renovado de estudiosos e leitores em usca de inrmação elevação moral ou entretenimento Seria impossível e soretudo presunçoso tentar resumir em poucas páginas tudo o que de importante já se disse a respeito do assunto a começar pelo sempre presente Aris tóteles que em sua Poéica, dizia que a áula (quer dizer a história) é o princípio e a alma da tragédia o rmato mais comum da fcção em sua época Para não complicar a questão melhor dar um salto de muitos séculos e tomar como ponto de partida para este capítulo as lições de um exper no assunto: o romancista inglês E Forster Em seu inteigentíssimo livro Aspecos do o mance, de 1952, ele destaca aguns eementos quejunto com
o tor tempo constituem o essencial desse gênero narrativo: a hisória, o enredo, os personagens e o rimo Cabe ainda acrescentar um quinto elemento suestimado por Forster (mas E M Forer, specos o Roce Poo lere, Eor lobo,
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nem por isso menos imprescindível): o foco narrativo Saber combinar estes ingredientes é o segredo da arte da boa fcção História, enredo: o começo de tudo
A história é o elemento essencial da arte da fcção Na verdade, ela é o próprio ndamento, razão de ser de um conto, novela ou rmance Claro que existem também a arte, a maestria do escritor, os valores literários" mas tudo começa (e no fm das contas se resume, queirase ou não) numa boa história Necessidade atávica, motivação ontológica? Certamente, é uma discussão que extrapola os limites deste livro mas o to é que todos gostamos de ler (e ouvir) histórias E a tare de contálas cabe aos escritores Segundo Forster, a narração de uma história constitui o máximo divisor comum" da incontável massa de romances, novelas, contos e ábulas que enchem os volumes das biblio tecas E é o próprio Forster quem oerece uma das melhores defnições de história (e é com ela que trabalharemos aqui): tratase da narrativa e acontecimentos ispostos em uma sequência e tempo Não custa repetir no mundo real, tudo está submetido à circunstância de existir dentr de um espaço etermi nao durante um períoo �nio e tempo com uma extensão ou quantiae especca Traduzir ideias em palavras e criar um
mundo fccional é também se submeter a esses parâmetros Nos textos narrativos (fccionais ou mesmo jornalísticos) redomina a dimensão do tempo
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Uma história no entanto precisa ser mais do que isso A rigor sua nção é narrar uma sequência temporal de acontecimentos sob um ângulo epecco o da transrmação (ou permanência) dos alores morais e emocionais que constituem um aspecto importantíssimo da aentura huma na Afnal nossa i�a diária também é marcada pelo sentido do tempo e se orienta por emoções e critérios morais e é dentro dessa ida real que nascem e iem as histórias que os escritores transrmam em contos noelas e romances s ezes alguns autores até conseguem abrir mão do elemento alores" apresentando narratias supostamente isentas ou amoras as a fdelidade ao tempo é imperatia e incontornáel Por isso em toda história existe sempre um relógo
este relógio que ai garantir a estrutura narratia de uma boa história Não importa que ele às ezes atrase ou adiante os ponteis e conte uma história ra da ordem crnológica como zem por exemplo o americano William Fauler ( 1 8971 962) , em O Som e a Fúra e o baiano João Ubaldo Ri bei em Vva o Povo Braslero dois casos de rs com idas e indas na sequência tempora esmo narrados assim está implícito que os acontecimentos se deram na ordem cnológica inexoráel: um to depois do outro Por isso se uma história é boa ela dee estar sempre despertando no leitor esta pergunta simples uto da curiosidade humana: e depos as não basta uma história para garantir interesse e qua lidade Um bom texto fccional precisa ter também um enredo
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que se dereca da hstóra um poto dametal E é, mas uma ez, E. M Forster quem dá a defção: segudo ele, o eredo é tambm uma arrata de tpo temporal, mas acrescda de causaliae O exemplo que o escrtor ês oerece já se torou cássco O re morreu e depos a raha também" sto é uma hstóra O re morreu e depos a raha tam bém morreu, de saudade" já é um eredo. A cadea tempora é matda, mas a êse reca agora sobre a moivação acrescetado stéro e emoção à smples sequêca de tos. Ou seja, se uma hstóra precsa apeas de tempo para ser cotada, o eredo já é uma estrutura costruída que pressupõe também ineligência e memóia: são esses dos elemetos que rão sustetar o aaço da arrata, e garatr o teresse permaete do letor. Para sstrmos o exemplo dado por Forster: é precso que o letor (e ates dele o escrtor, é claro) teha sempre em mete a fgura do re e sua morte, para poder compreeder a trsteza que leou a raha a morrer O eredo é, esse setdo, o aspecto lógco telectual de um texto de cção determa, em suma, o moo como a hstóra se artcula Por sso, em lugar do E
depos?", a perguta que um bom eredo matém sempre acesa a mete do etor é: Po uê? Personagens s ã o seres humanos
A semelhaça com as pessoas e o tempero de humaniae são tores dspesáes à erossmlhaça de qualquer
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personagem as é preciso ter muita careza num ponto onan não ão humano
Eles devem ser obaoiamn dn de nós sobretudo na abordagem de alguns aspectos nem sempre presentes nas pessoas de carne e osso Num texto de fcção de natureza épica ou edifcante por exemplo o personagem centra pode ser um verdadei hói, no sentido pleno da paavra quer dizer alguém que se destaque por seus eitos guerreiros sua coragem tenacidade abnegação ou magnanimidade um indivíduo capaz de suportar exemplarmente inrtúnios e soimentos ou de arriscar a vida pelo dever ou em benecio do bem comum O to de que raramente encontramos pessoas assim na vida rea não tira o sentido nem a rça do personagemAfna a literatura não mostra apenas a vidacomoelaé mas também (ou sobretudo) a vida como la odia . . . Antes de mais nada um personagem é uma criatura de palavras uma "nidad vbal que procura sintetizar e resumir características humanas mas sempre de uma rma bem mais específca e concentrada do que costuma acontecer na vida rea Por isso mesmo os personagens mais complexos e dissimulados se apresentam com clareza aos olos do eitor ainda qu não ao olo d ouo onan
Esta é por sinal uma necessidade estrutura da fcção a icação bem clara das criaturas de pape o que não signi
fca (e já veremos isso mais adiante) que personagens devam ser estereótipos Pelo contrário; na medida do possível os
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grndes persongens d ltertr nvers devem ser sfcentemente densos e orgns pr trr tenção do letor permtndole ção de m msto de przer e prendzdo lrez no cso sgnfc qe m persongem no m m d émxo. O sej m escrtor não deve legr ses
letores tre de nterpetr crtrs mbgs e dedzr (o dvnr) o cráter de crtrs ncompets N vd rel contrdção e ncompletde são crcterstcs de mt gente o psso qe n fcção sso quse sempre é snl de f d conro do persongem Vejmos por exemplo o cso oso de pt estrel" do mnce Dom Cmº' de Mcdo de ss Trtse de m peongem rte defnd comple; s cpcdde sedtor é presen permnentemente por Mcdo o longo de todo o o este treco m dos preros em qe o tor presen descrvmente nd doescente Catoz ano alta t chia aptada vtido d chita io dotado cao goo ito da tana com a ponta atada a à ota à oda do tmpo dcia pla cota ona oho cao gand naiz to compido tina a oca na o qixo ago
Vej como os djetvos enmerdos de mner dret e sem o poo de verbos (lt rte e ce) já nuncm entrd em cen de m prongm mrcn. sobre est
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base nconndível (de uma mulher alta, rte e chea) que a descrção sca que se segue (Morena, olhos caros e gran des, narz reto e comprdo tnha a boca fna e o quexo largo.") prepara o terreno para sua característca defntva: a sedução, a cargo dos olhos de ressaca" (ressaca do mar, cabe esclarecer, e não a da bebda), e do sembante de cgana oblíqua e dssmuada". com esta uher de vontade frme e determnada que rá se conontar o vaclante Bento Santago, o Bentinho aado do romance cuja personadade aca z dee um psonero das vontades da mãe, pedosa senhora que sonh e vêlo ordenarse padre Mesmo dssmuada uma (Captu) e vaclante e aco de caráter o outro (Bentnho), os personagens centras de Dom Casmuo são apresentados com careza ao letor Ou seja, a
dssmulação e a dúvda são os traços mas marcantes destes personagens, e não lhas de construção aás, mpensáves num mestre da envergadura de Machado de sss. Essa impesso de caeza ndspensável a um bom perso nagem, é uto da combnação de quatr característcas essencas: necessidade damtica; ponto de vista; atitude; e potencia de mudança. Dante deas a própra descrção sca (às vezes
decsva como no caso de Captu) costuma se tornar reatvamente secundára ecessidade damtica de um personagem é marcada
por aquo que ee deseja (ou precsa) vencer, conqustar
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ou superar, durante o curso do texto seja ele breve coo um conto ou mas longo coo ua novela ou mance ela que drecona o personagem, no desdobramento do enredo Qua a necessdade dramátca de Captu? Exercer seu dono sedutor sobre as pessoas à sua vota em partcuar, sobre Bentno E a necessdade dramátca de Bentno? Contornar o pjeto de sua mãe de tornálo padre Desse embate de vontades tão desencontradas, nasce o relaconamento de Bentno e Captu e a agdade essencal desta relação va marcar até o fnal o casamento e a separação trágca do casal, sendo que o cúme e a desconfança de Bentno (em reação a um mance entre Captu e Escobar) consttuem elementos apenas secundáros neste cononto entre persondades tão derentes O ponto de vista sntetza a rma coo cada persona-
gem vê o mundo o conjunto de suas crenças e con vcções Em suma, aqulo que o personagem acredta ser a verdade Acredtar ou não em Deus, ter ou não valores moras ntransponíves mesmo nas stuações mas adversas tores assm acabam se mostrando determnantes para o estabelecmento e o desenace do conito central de um texto de fcção Para cotnuar no exemplo acadano o ponto de vsta de Captu é o de ua pessoa voluntarosa, que acredta
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s berdde de ção eqto o de Beto ( obedêc mr) cosege mtêo preso à vo tde d mãe e ms trde os cprcos de pt A attud, de m modo ger é m coseqêc do
poto de vst e às vezes costm codrse com ee Isso cotece com os persoges ms reexvos do qe tvos qe mts vezes se mtm ser obser vdores d ção qe se desero dte de ses oos Ms ão se preocpe tto ssm com ests ces o mportte é qe tto o ponto d vsta qto attud são decsvos pr o crso d ção drmtc A creç iberdde de ção (poto de vist) tor pt m mer determd e segr (ttde) tto o começo do mce (drte o processo de sedção de Betiho) qto o f em s decsão de ão cetr s csções e oess de Beto bseds ms o cúme (to de se poto de vst de omem co) do qe os tos Fete o potnal d mudana é cpcdde qe
m persogem tem de se trsrmr o ogo d ção medte m trjetór emoco cpz de ge rr srpress e mometos de reexão pr o etorodo grde persoge costm se trsrmr o ogo de s trjetór ms mportâc do potec de mdç gms vezes zse mrcte por bsot
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ausncia No nosso eemplo machadiano o to de Bentinho muda tão pouco ao longo do livo é um to que ajuda a constui positivamente sua necessi dade damática seu ponto de vista e sua atitude de um pesonagem obsessivamente vacilante e incapaz de aciocina ou agi com seenidade e claeza Fato decisivo paa uma oba de cção os pesonagens não pecisam se apenas bem constuídos eles devem se ne cessaiamente drt tr Ou seja cada um deve te uma necessidade damática um ponto de vista e uma atitude bem difeenciados pois é sobe esta difeença que vai se de senvolve o conito do texto Pesonagens muito paecidos só despetam monotonia e falta de inteesse Outs toes deteminam a difeença ente os pesona gens sua mprtc rd e sua ddd ou prddd Todo texto de cção estabelece uma rrq drmátc que estabelece a mprtc e a paticipação de cada peso nagem na ação De acodo com esta hieaquia um pesona gem pode se Prtt: designa o pesonagem pincipal em tono
do qual se constói toda a tama m Mmr Ptm
d rá C também de achado de sis o pta gonista é o sacástico autodento que naa sua des pediçada passagem pelo mundo. as isso não signica que o ptagonsta é necessaiamente o pesonagem-
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CH C
títuo ou o narrador o caso, por exempo, de out rmance de Machado de Assis, Quinca Borba: narrado na terceira pessoa, tem como personagem principa o ineiz Rubião, que subitamente enriquece, ao herdar o dinheir de Quincas Borba, e em seguida enouquece, apaixonado pea casada (e interesseira) Sofa Anagonia também chamado de advrário ou opoior
é aquee com quem o protagonista irá se conontar mais demoradamente ou mais intensamente , no desenroar da trama O antagonismo costuma ser exp cito nos rmances de aventura, mas pode também ser suti No rmance O Primo Baio, de Eça de Queirós, a antagonsta é a perversa governanta Juiana, enquan to no enredo de Dom Camurro o impusivo Escobar, amigo de adoescência de Bentinho, assume (um tanto invountariamente) o pape de antagonista, ao ser en vovido na trama de desconfanças de Bentinho Scundário eis a designação genérica de odo os de-
mais personagens de um texto de fcção, de cujo enredo cada um dees participa com um grau dierenciado de inuência e importância Nesse sentido, são per sonagens secundários de Dom Camurro tanto a mãe de Bentinho, Góra, quanto o agregado José Dias ou Sancha (muher de Escobar) O núme de personagens secundários nunca é fxo, nem obedece a
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critérios incontornáveis Sua quantidade e sua importância irão sempre depender da complexidade do enedo e esta esta vai vai depende de penderr necessa nece ssariam riamente ente do ôlego ôlego e das expectativas do autor Finalmente de acordo com sua densidade ou p pundidade os personagens podem ser "planos ou "edondos A classifcação é do tantas vezes vezes citado E M Forster uma re ree e rência indispensável a quem deseja se aprndar no estudo e na prática das estruturas ndamentais da arte da fcção Segundo Forster são pesonagens planos as chamadas carica turas tipos unidimensionais" (como a própria classifcação sugere) que podem ser defnidos com uma ou duas ases: são os mais comuns por exemp exemplo lo nos lhetins e nas teleno velas Já os pesonagens edondos constituem verdadeiras cria ções tidimensionais" verossímeis e convincentes Só estes diz Forster podem viver os grandes enredos e surpreender o leitor inspirandolhe emoções rtes de qualquer natureza enquanto os personagens planos gerlmente inspiram senti mentos estereotipados Foco narratvo a voz e a vez do narrador
Os escritores naturalistas tinham uma concepção muito peculiar da arte Para eles, a literatura por exemplo deveria er uma espécie de complemento ilustrativo" das conquis tas científcas científcas de seu tempo tempo o século XX, pródigo pródigo e
L O PERCURSO. . .
teo e decobet ocolóc pcoptoóc méd c ooóc etc e buc de objetvde centífc o omnce e novel em ecto pedomnntemente n terera peoa, pndo obe ele um ndo do tpo be betudo tudo em nc opoç opo çoo o o teto do do utoe oomntco do peíodo nteo ue eevm no uo do Eu Eu con co neon eon etmente ldo à voz ecod p o teto e o coepondente ponto pon to de vta v ta do peonem ecodo p n o teto (e o que é o auto enão um peronaem meno ou ma partpante omo veremo aqu), o oo narratvo começ peoa verbal Como vmo n pn 55 com ecol d peoa 55 5 9 voe voe o o u peo veb veb )) m m ut ut n ect o pr mera e terera eond no nu ou no pu de prme
co c odo do com peeênc peeênc ou nec n ecedde edde de quem que m eceve eceve A pme peo do nu po eempo o teto um dcço m peol e ntmt o po ue o cmdo plul plul mj mj ett ett c o (n) cotum e empedo no to enítco ou cdêmco em nome de um ttude m dcet ou té pnet de cuno coetvt) m co m o ou ecepcon ecoee tmbém à eun peo peo ud po eemp eempo o em omnce omnce ncee ncee con co n temponeo como o de eoe éec 93619 cuj ob Um Homem que Dorme tt o peonem pncpl pen como você Co ue nd do epeent um e f é pen um leue de poble
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Vejmo ento que pobdde e oeecem nete ponto o pend d Ate d ct m ln e ete o o foo rrtivo m comun n fcço O do protgoit que que n n u u póp póp tó tó n p
me peo emente do nu) tte de um enque muto comum em ltetu tendo eemp eemplo lo embemtco em dveo omnce do nlê Cle ck cken en 1 1 1 1 0 0 como Dvid Copprd e Grd Eprç. vnten e devnten net opço de um do e pemte nle nten do contecmento do enedo ntndo o eto um proximidd de outo o cmpo de buço etíve pro fc etto o ndo que pec et peente m tod à eceço do epódo que le em contdo po out peonen peonen e que ele pen pen et po necedde ntv. Dom Cmurro é um ve m bom eempo dete modeo de co. O de um progm progm ud udri rio o que n tó do
ptont tmbém n pme peo tte de um ponto de vt tetemunl po qu o ndo deempen um ppel meno n tm e cont Nee co dtnc ente o leto e ntv é bem mo j que o itr rrtivo otr dodo em ve de um peonem pncp lndo
de memo u ventu e deventu quldde
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e deeto) , temo um bulço m objet embo no necemente equlbd e dcet, po o ndotetemun pode opt pelo enltecmento do ptont. Eemplo clco e bemuceddo det modldde de co nto é ée de mn ce polc de Atu Conn oyle 18591930), em que o médco . Wton cont, n pme peo, pez de Selock Holme O de um naado analítio e onisiente, que be tudo,
e n tudo, em el n tece peo: é o enque m ptcdo e o m petdo pelo clco d fcço lte do uo Le Toltó 1 8281910) e Fódo otoék 1 821 188 1) o noo Joé de enc 18291877). Aqu, o ndo é o memo tempo mpeol e onpeente, poque compn todo o peonen em todo o lue e tuçe, ndndo u pcdde, peentndo eu penmento e eu conto nteoe , ob o pecto, um ponto de t muto co, n medd em que be múltpl po bldde p etutu nt do teto; qulque peonem pode et em cen, n o nece, ob o comndo d mo fme do ndo Fnlmente, o de um naado diseto, meno pode-
o, mple obedo, que cont tó n tece peo: tte de um enoque que pcu combn
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eementos dos dois anteriores (de um ado, a objetivi dade do narrador anaítico; de outro a discrição do testemunho). Aqui, reduzse (ou eminase) a penetração psicoógica, em vor da ação, numa narrava mais inear e com menor compedade Aguns contos de achado de Assis, como Ca de Esposais e Noie de Almiae são ótimos exempos desta modaidade de eoque. Certamente, cada co narrativo tem suas vantagens e desvantagens, vorecendo ou imitando a construção (peo eitor) de uma visão panorâmica" da obra. as o mais im portante ter consciência de que, como todas as grandes regras" ou receitas", esta aqui tambm pode ser dribada ou desmentida" o que tem sido eito com muita equência e taeto pea iteratura contemporânea. É o caso, por exempo, dos chamados romances poiô nicos, em que mtipos personagens (protagonistas ou não) contam a história na primeir pessoa, muitas vezes apresentando tos e comentrios ue s coadze ou se aulam e e si o Brasi, temos bos amostras deste recurso, como a Côica da Casa Assassaa de Lcio Cardoso (19 9) romance que cont história trágica e snsua da bea ina a partir da reunião de cartas, agmentos de diários e depoimentos, tanto dos protagonistas (ina e seu suposto fho Andr) quanto dos demais personagens. ato nve da prosa de om Casmuo deve muito eiz escoha do foco aio A ambiguidae" de tu o
9 ESCO L H E N
ER URSO
cúme doento de Bentno o mpe p o qul o lvo pece pont tudo o eult do to de o omnce e ndo do ponto de ita de Bentinho. e nço pcl delbedmente tendenco e cutó cbe lemb o peonem é um dvodo!) que ton o teto etível. O memo enedo contdo de m pold e neut tlve no tvee metde do mpcto. Subetmdo po E M Fote o co ntvo é em dúvd um elemento ndenvel à te d fcço Sbe t dele o melo poveto poível e um do eedo d ltetu. Ritmo, as diferentes intensidades
e o nome de itmo em múc à uceo de tempo te e co que e ltenm com ntevo eule em um veo ou edo melódco M o temo tem outo entdo complemente eve p den tmbém empe eundo o Dicionio Houai) undde btt de medd do tempo pt d qul o detemnd elçe ítmc; e nfc nd ocoênc de um duço ono em um ée de ntevlo eule o teeno d Ate d Ect quele que no ntee m de peto o dcono o Auéio det ve) defne tmo como dpoço ou o deenvolvmento monoo no epço e/ ou no tempo de elemento epevo e etétco com ltennc de vloe de dente ntendde Um
OO C I
pouco m mple é cl m nd m btto dem p uem e ente ponto p eç mn e começ eceve no é memo vedde co no é to compcd m tmo fnl nfc no fm d cont uele imulso vital peente em tod ee d eldde pt d dmene de epço e tempo ue tudo et ubmetdo como vmo em um de no pme lçe) Um co mpecndível e evdente nd ue de defnço comple o ue lemb defnço de librdad com ue Cecíl Meele 1911964) no peenteou em eu omaniro da Inondênia o nnuém ue eplue / e nnuém
ue no entend!". tv como j vmo é ço e tod ço peupe jutmente um ritmo ou eja uma rlação dinâmia ntr os movimntos qu a intgram. E M. Fote empe ele é cl!)
defneo de mne mple como um combnço de epetçe e vçe à mne múc. o deenvolvmento de um enedo é o tmo ue jud deenvolve o contec mento com upe eco e pemnente nteee. Um eemplo btnte tul e bnl pode jud e clece mpotnc do tmo p fcço pe de todo o eu deeto ue vo do conteúdo nveoím o peonen co e upefc) o bdldo mnce O Código Da Vni cpcou no ueto tmo: u ço vetno
m de pn tncod num únc note) é o
O C H N C
pncpl tuque p pende tenço do leto Um ceto no meo de um enxud de eo No outo extemo (em temo de quldde e de tmo) enconte A Maçã no Escuo de Clce Lpecto: lentdo de u nt é ndpenel o poceo de expço de culp em que o potont Mtm e ê meuldo O pmeo p do o po nlj ueem o tmo que o lo dot: ta htóra comea numa note de maro tão ecura quato é a note enquanto e dorme O modo como tranqulo o tempo decorra era a lua alta paando pelo cu té que ma prondamente tarde també a lua deapareceu Nda aora dferencaa artm do ento jardm em lua: quando um homem dora tão no ndo paaa a não er ma do que aquela árvore de pé ou o pulo do apo no ecuro (Clrce Lpector em A açã u)
Ete do exempo exeo oeee de ppáe de to e oetdo do on de u po â p pen elzço de u teto (conto noe ou omne) E êm lem ém que no exe to elhoe o que outo tte pen de qeo de deqço E de eqío o de peeên o to de u eo não dee e eii ne ó
EM
USA
A
PRO A
E A
combnr momento crecente e decrecente Em pouc plr um rtmo mlcondudo pode pôr perder m betencond d fcçe E no cut crecentr fcço bem ecrt um dcuro eenclmente d ordem do tempo depende empre de do tpo de rtmo o de u erra aa[ nte e rmon d e, período e prr); e o de u er ra narraiva ldo, obretudo, à dmeno emntc) r
mplfcr co, dmo que o prmero ej o micrrrim do teto, e o eundo eu macrrrim
endo o do
ulmente mportnte pr quldde e o nteree) de um conto, noel ou romnce Se o rtmo é o reultdo d combnço de rçe e repetçe, o micrrrim é uto d cpcdde do ecrtor n contruço de cd e o que nclu dede ecol d plr té o tmno de cd período or eemplo, pr e obter um teto l, que combne com um enredo m dmo) enétco", um do recuro m mple e efcente é ur e curt e dret, etndo írul e poto M é preco muto cuddo o contrro do que mut ente oje upe nuencd pel ertem d teleo e do cnem) o no é necermente nônmo de ecrever bem eo con trro, o eceo de e curt pode crretr u teto pobre e monótono ou ej, o opoto d ntenço ornl do utor Tmbém de rçe e repetçe e compe o macrrrim de um teto Um eemplo clco de u
- H R R .
mpotnc publcdo n Fnç ente 1913 e 1927, o ete volume de Em Bsc d mp Perdid, de Mcel out 1 87 1 1 922) , nm m e petío po peentem um mpl eeo obe memó e o pode dolvente do tempo, multnemente um pnel d ocedde nce no fm do éculo XIX e níco do XX Conttuído po um euênc de epódo nteelcondo, m utônomo, com um enedo meo cótco e mentdo, o cudloo omnce tn tudo p e cntvo e mçnte o entnto, ele coneue pende tenço do letoe, meno po u nt do ue po eu tmo ou, como p eeem lun, po eu ritms no plul), etbelecdo, obetudo pelo uo ecoente o epetndo, o ltenndo) de lun tem, lum e e lun eonaen Em um, o tmo empe jud etbelece onte ente a boa e m fcço o o, todo ecto e o ncnte, em ptcul pec et empe pundo eu ouvdo nteo Sem e ement, eu teto pode de em uem lê uel enço ncômod de ue et ltndo lum co Tudo somado...
A peentço de cd um dee elemento em ep do no no deve e pede de vt ue ele o pte ntente d estrtr do teto e, potnto, devem e ubmete
0 E M A A R A E A
à ua ca baeada na undade nepave mada po omeço ou etabeecmento do enedo) meio ou conto) e m ou deeco) Lembee que o címa que antecede o
deeco é o objetvo da naatva de fcço emboa e poa afma que o deeco como peea Attee) conttua o vedadeo címa da naatva po e o momento mmo de tanmaço e apendado do peonaen Ma uma coa é ceta toda boa ta tem que etabeece um onio ou vo) cave da ande fcço E no eenca a eamenta ma mpotante paa a contuço de um teto naatvo fccona E j que ete capítuo cedeu a paava a mete como Attee e E M Fote no cuta nada convoca ma um epecata; em A Are da ião, Jon adne um comento obe técnca que ev bem paa encea ete capítuo Para alcançar seu objetivo de se tornar m grande artista, o jovem escritor tem de desenvolve não um conjunto de normas estéticas mas a mestria atística. Só não deve imaginar que possa dominá-la de uma só vez pois isso implica muitas coisas No entanto se persegui se objetivo de aneia coeta poder alcançá-a muito mais depessa do qe se r aleatoriamente com muita sede ao pote
acênca Equbo etênca A vea paava de empe contnuam vaendo
S E E E
RCÍCIOS: Echa m eai cr m aig e jra e epi e ê- aeamee • ieiqe e rema a ieia-úce; • ieiqe aiale e rema a prpiçã (cmeç), a emraçã mei) e a cclã m); ieiqe ip e parágraf e aera; • rema pricipai argme iiza a emra çã, epara- (e hver) eg i ip bái c aríic e ã aíic; • ieiqe e rema a piiõe peai emia e; • e pe ee a reecreva aig cm a pró pria palavra Ecla m c e a preferêcia e, epi e lê-l ae amee • rema a iória, raça em lia gerai a er ra (cmeç, mei e m); • ieize e ere; • ecreva, em liha gerai e perage, ieica pragia aagia e perage ecári; • aalie rim e; • ieiqe fc arraiv e e pe ee a, reecreva c cm a pró • pria palavra
C
TDUZI IDEIAS EM ALAVAS
Ecee é um tbho duo Rele com olho cítco e eecee no é meno dcl Quem ecee com m equênc poeo n mem popoço; no etem mul mc efntmente, ecee no é te p comoddo ou peuçoo Em todo ete pceo de pendzdo e cecmento, h do pecto ptculmente defdoe: pme, be tom nece dtnc cítc p econhece o poeo eue, ponto de dtnulo d póp h e lmtçe que nd petem; eundo, no denm e e cpz de cone e enent e dfculdde té upel A Ate d Ect pode e pendd; hbldde técnc, plenmente peeçod M, p quem e nc ne enu de tdu de em pl, pme peunt netel é: Po onde começa? So muto o cmnho e tlho) que podem u o ncnte, m todo enolem petênc, detenço e ontde de tblh
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A dc e uete eu extíd d expeênca dquele que tlh ete cnho e contnu thndo Cetaente coo todo o bon conelho ete ó eo úte e você oube dpto à u necedde e nteee
TÉCNICAS E MÉTODOS
1
Vencendo o medo do orl o ecrito
tocente o eto ol d lnue ntecedeu o ecto e o ve tbé p tjetó peol de cd u que pende a l ans de be eceve No é à to que o d peo e expe oente e dfculdde que enent o êlo po ecto U do cnho p coeç ptc Ate d Ect é jutente be t vnte de elço E outa plv contu olente o texto que você pe c ou que eceve; e nu eundo oento plo p o ppe O eultdo de expeênc cotu e upeendente Sendo po que no tent O peo po é te epe à mo u vdo de peeênc u odelo ple de tnpot e de ope; você no pec fc dependente de u deten d tuço (ou de u ó locl) p coeç eceve O po eunte é defn o êneo o to e o unto do tuo texto Lebee: eceve é smp c u texto epecífco no e eceve texto e el
110 E M B U A DA P R A E R I A
Etbelecdo ee pmeto pocue on de e etutu de peeênc ç o mentlmente p no nb nem bloque o poceo Ento lue o do e comece ecee" olmente ocue e o m ntu poíel p no pede uênc; m no hete e ch meho em nteompe p lum pte (ou todo o teto") e começ de noo e qulque modo é empe m poduto de u o mmo o mpulo" cto e ó depo num eundo momento le co e pmo Qundo ee cunho" ete pnto pepaee p eun etp tnmço do teto ol em teto Tnce o m felmente poíel etndo co" ete ou quele techo nte de che o fnl Só am ocê pode comp e l o nço u uênc o n tent eunte Le enfm o que ocê eceeu" e le com olho cítco Se ete muto ol dpte de codo com técnc d Ate d Ect Fç o qunt ee ch neceo m tendo empe em t que e tt pen de um etp dedcd o penddo e à ped de nbçe; um tlho" p um d etd pncp d te de ecee N ho em que co meç e ent m euo dendo de do o do pocundo podu po ecto mo de eu teto Se o lono do penddo ocê conu ulndo o do como nento de poo pcue enclo como
IIJ MÇAN A VIAGM
erenta a ms, como espéce de bloco de cu-
nho" pra ano" suas deas antes de escreer seu pmo texto
TÉCNICAS E MÉTDS
2
prceo da pergna
Um método gualmente smples, que também costuma render bons resultados entre os ncantes da Arte da Escrta, é o chamado poceo da peuna Depos de escolher o gêne ou rmato por onde come çar, rmule para ocê mesmo uma sére de perguntas relatas ao assunto que pretende abordar ntergações que deem r das mas smples às mas complexas, mas sem perder de sta seu objeto: escreer sobre determnado tema. Por exemplo: Por que escolheu este assunto, e não outro? (caso te
nha hado uma oportundade de escolha) que ocê pretende dzer? Como pretende encar o assunto escolhdo? De que nrmações e recursos (materas e ntelectuas) ocê dspõe? Em meo às nrmações e opes, como ocê se poscona a respeto do assunto em questão? nde pode obter as nrmações complementares? Que grau de apndamento pretende dar ao assunto? Qual o tamanho do texto? Que oz e que tom escolherá para construr o texto?
12 M U A A R A R A
Paralelamente, desenola o segunte esquemapadro que pode ser um om truque para oc começar (contanto que no se torne um cacoete de escrta . .) : Selecone os elementos (normações, soretudo) que -
tegraro cada etapa do seu teto (começo, meo e . Estaeleça a deanúcleo e , em torno dela, construa o parágra nca e a introduão (começo) Ordene os elementos que ntegraro o deenvlvimento
(meo). Determine qual a ser a concluso do seu teto Ordene os elementos que ntegraro a concluão (fm)
De posse das respostas (que precsam ser as mas ojetas e snceras possíes) e das nrmações em ordenadas, aale metodcamente todo esse materal. Anote ases, agmentos e palaras Organe tamém essa noa etapa do traalho Faça sempre sso, a cada se. Organaço é ndamental. Pcure er tudo sso (perguntas, respostas, ordenamento do materal) segundo uma ordem lógica Agndo assm, oc ai fcar surpreso ao erfcar que as respostas enfm orgniads já constuem, de certa manera, o teto que oc pretende escreer E que, de alguma rma,já conseguu Agora é r em ente. Aos poucos, certamente todo esse processo será assmlado conscentemente por oc, como uma segunda naturea raças à persstnca e à dedcaço, oc terá enfm adqurdo esse háto chamado oa escrta.
MAN A VI AGM
GANDES EXECÍCIOS
Um dos segredos da Arte da Escrta que não chega a e ppramente um segredo" é a realzação sstemátca de eercícos que conduzam à capactação e à vontade de pratcar mas e mas, nu círculo vrtuoso de aprendzado e amadurecmento Sea qua r o gêne ou rmato de sua escolha, zer eercícos é por certo o melhor camnho para atngr a ecelênca Caso você não saba, a palavra eercíco derva do verbo ano x que sgnfca ustamente persegur, obrar, não dar lga" Nem é por outra razão que se a um teto bem escrto o nome de "obra de arte" Escrever é uto do esrço humano Escrever trabo Se aguém e dsser o contráro, desconfe
N FICÇ s eercícos a segur prcuram combnar letura e es ct ão colocáo em contato com o melhor do ensaísmo braslo bblografa dos autores ctados está no capítuo Sugts de tura"
EM
B U A A R A I A
1 . Ecoha um gae atculta ou eaíta ae (ugete Otto Maa aeau,oé uheme Mequo ou Neo Rogue), a um úmeo azoáel e eu teto e, em egua Ecea um eao à maea ee auto, mtao-
lhe o etlo, a temátca e o tom Reecea agu e eu atgo, eeeo ope
aetalmete oota. 2 Ecea eao cuto (ua a cco ága) oe tema atua, " à maea e Machao e A. Joaqum Nauco acao Ramo Nelo Rogue.
3 Ecoha dois autoe e ua eeêca, ea áo e eu teto e, em egua Reecea algu e eu teto, mofcao a t-
uço, o eeolmeto ou a cocluo e ee, mofque ao memo temo a tê pate. Reecea agu e eu teto, mofcao a oz e
o tom (o eemlo ouza um teto ageo e Machao e A, um teto egaçao e Otto Maa aeau ou um teto uae e Neo Rogue)
- 5
-
MEAN A VIAEM
Escrea textos orgnas, msturando o estlo de um e
as opnões de outro. 4 Escrea ensaos orgnas mas longos (10 a 15 págnas) sobre os assuntos a segur (não se esquea de deltar a deanúcleo): A presena do Estado na economa braslera. Poluão: erdades e exageros do dscurso ecológco. Determnsmo x lrearbítro: o homem z seu
destno? A hstóra smbólca do dnhero Ler, um hábto que está sando de moda? mercado edtoral braslero. tebol na cultura naconal: benecos e malecos conto cdente x rente. Por que os homens não são guas? declíno do pensameno lberal no mundo con
temporâneo.
FIC s exercícos abaxo seguem a mesma lnha dos ante rores, oerecendolhe a oportundade de entrar em contato com o melhor da fcão braslera. A bblografa também está no capítuo Sugestões de Letura"
IÓ M U A A R A A
1 . Escolha um cotsta braslero sugestes Machado de Asss, Clarce Lspector ou Rubem Foseca), lea o máxmo possível de sua obra e, em seguda Escrea um ou mas cotos à maera desse autor Reescreva algus de seus cotos, crado araçes,
serdo oos persoages ou elado algus) e modfcado o fal 2. Escrea crôcas de fcço, sobre assutos atuas, à maera de Rubem Braga Ferado Sabo. Carlos Drummod de Adrade. Atoo Mara. Cecíla Mereles
. Lea ou relea) três ou quatro romaces de um mesmo esio e, em seguda Esquematze uma hstóra e um eredo à maera
desse autor para um romace que ele assara" Cre e deseola os persoages: protagostas),
atagostas) e secudáros Estabeleça o co arrato, eumerado suas vata-
ges e desatages. Falmete, escreva esse romace.
- 1 17 M E A N A V A E M
Escrea textos orgnas a partr da mstura de perso-
nagens e enredos cásscos. A segur, o agumas sugestões (baseadas nas obras de achado de Asss e José de Alencar) eescrea na tercera pessoa o moso conto O n
meo de achado de Asss. arre a hstóra de amor e as batahas de O Gaan
de José de encar, na prmera pessoa e do ponto de sta do índo Per (sote a magnaço, mas no ds pense uma boa pesqusa antrpoógca, para garantr a erossmhança). Escrea um conto ou um omance (se preerr, escrea
os dos) em que o Conseheo Ares (personagem de saú e Jacó e Memoal de Aes de achado de Asss)
narra em rma de dáro a nrtunada hstóra de ubo, protagonsta do romance Qncas Boba de achado. eescrea o romance Senhoa de José de Aencar,
na prmera pessoa, do ponto de sta da persona gem Auréa. Nessa mesma nha, sote a magnaço e msture per
sonagens e enredos de seus escrtores ortos. 5 Escrea um conto de amor orgna Com fna ez (ncundo um casamento ou agem
a dos).
II8 E M A A A E A
Com fnal nlz (por exempo: com um desencontro
do casal ou a morte trágca de um dos personagens) Com fnal em aberto (dexando o enredo de amor
em suspenso) 6. Escrea um conto de aenturas orgnal a partr das seguntes sugestões: Ambentado na época do Descobrmento do rasl. • Stuado numa grande cdade braslera, na época atual
ou então no nteror do país, no fnal do século XX 7 Escrea um conto de fcço centífca enoendo um dos assuntos abaxo: O fm da nternet • A descoberta da cura de uma grande doença (ads ou
grpe asátca, por exemplo) Uma agem no tempo (se r ao passado, nclur al
gum epsódo moso da Hstóra do ras) 8. Escrea um romance orgna de pequeno porte (100 a 0 págnas) utzando tudo aqulo que ocê aprendeu neste lro.
1 19 MEAD A VIAGEM
SUGESÕES DE LEIU
A lsa a segur não preende ser exausa, e esá longe de represenar um panel, mesmo modeso, do melhor da pro sa braslera. Ela apenas sugee uma bblografa de reerênca dos auores menconados na seção xecíci guns desses íulos dspõem de derenes edções no mercado, enquano ouros (mas raros ou já esgoados) ão exgr do leor uma bsca pelos sebos e lraras de sua cdade. A ala de reerên cas caalográcas é proposal, e há de ornar a procura um pouco mas emoconane Para o aprendz da Are da Escra, a caçada ao esouro dos bons lros é o prmero passo dessa grande aenra.
N FIÇ Machado de Assis A Semana 1 892 1 893 crôncas polícas. Balas de Esal crôncas socas. Joaquim abuco Minha maçã memóras. O Ablicinism ensao.
120 E M A A A E A
Otto Maria Carpeaux Ensaios Reunidos 1 942 1 9 78 ensaos. Sobre eras e Ares ensaos ne e Cinco Anos de Lieraura ensaos. Nelson Rodrigues O Óbio Ululane crôncas À Sombra das Chueiras Imorais crôncas A Pria em Chueis crôncas A Cabra dia crôncas. José Guiherme Merquior O Fanasma Românico ensaos O Elixir do Apocalipse ensaos As Ideias e as Formas ensaos. Razão do Poema ensaos Graciano Ramos Linhas Tras crôncas e resenhas. enes das Alagoas crôncas
ICÇ Machado de Assis rias Hisórias contos Relíquias de Casa lha contos e ensaos Dom Casmurro rmance Memórias Pósumas de Brs Cubas romance Quincas Borba romance Esaú e Jacó romance. Memorial de Aires romance.
- 12 MAN A VAEM
José e Aencar Senhoa romance O Guaani mance As Minas de Pata romance hstórco
Clarice Lispector Laços de amíia contos A Legião Estangeia contos eicidade Candestina contos Fernano Sabino O Homem Nu crôncas A Muhe do Vinho crôncas Carlos Drummon e Anrae A Bosa e a Vda crôncas Rubem Braga O Homem Rouco crôncas Ai de i Copacabana crôncas O Conde e o Passainho crôncas Cecíia Meireles scoha seu Sonho crôncas Cônicas de Vagem crôncas Antônio Maria As Cônicas de Antônio Maia crôncas O Diio de Antônio Maia crôncas Rubem Fonseca A Coeia do Cão contos Os Pisioneios contos O Cobado contos
- 122 E M U R R I
PA AV R A S F I A I S
ESCEVE, UM VEBO TANSITIVO
A pat das deas e sugestões apesentadas neste l o, ue agoa hega ao fm, podese asa a oluso de ue tto aa Capeaux estaa eto uando dza ue esee é um eo tansto" Paa além das mas e ténas apenddas e exetadas oê dee te sempe em mente é peciso e sempe lgo die. Quem gnoa as egas da Gamáta ou as onhee, mas no as põe em páta po pesunço ou peguça) é, sem dúda, um mau passageo da aentua da esta as uem no tem o ue esee, ou no apendeu a oganza as deas e a ntepeta o mundo, onsttu aso mas gae as do ue m péssmo ompanheo de agem, é um estanho a odo " m landestno Com exeço dos poetas omntos e dos autoes ngê uos, nenhu esto ostuma la de se taaho a pat de palaas omo nspaço" o outas semehantes, e ossam suge agum tpo de poedmento medúno na oa da aço Peo otáo, a maoa peee meoa
3 MÇA ND A VAGM
as difculdades e esrç cnscientes de ue a ba escrita n cai d céu. Escreer é ut d esrç uman. Pr iss nunca será demais repetir dá traba Seja ual r ner u rma t de sua escla (u de sua necessidade pis nem sempre se esce o qu se precisa escreer é imprtante ue c tena sempre na cabeça a etens e rau de difculdades d camin a percrrer. Nenum escritr nasceu prnt nem eistem rmu as instantneas ue transrmem aprendi em mestre da escrita pr maires ue sejam seu o e sua spço. Descnecems a naturea e ncinament dessas duas palarinas máicas mas já sabems pe mens ue aprender cm umidade e trabalar cm afnc s as me lres maneiras de las afnal em aç.
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RFRÊ C A OGRÁ FCA
U Anonio Sre Cuo Raão São lo: Edior Áic 2002 ÓL Potca Cláca São lo: Edior Clrix 0 Rtca Lisbo: Imprens cion Cs d Moed
A Mchdo de a Comlta Rio de Jneiro: Edior ov Agilr BG Rbem T, Coacaana Rio de Jneiro: Edior do Aor 60 CUX Oo Mri nt Cnco no Ltatua Rio de Jnei: Edior Civilição Brsileir 6
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o E M cto o Romanc oro Alegre: Edior lobo 0 Ohon Mocyr Comuncaão m Poa ona Rio de Jne Edior 2002 D John t a cão Rio deJneiro: Edior Civilição Brsileir
ÊNCI IIGÁIC
éa oto Análise trutural da Narrativa. Ptópoi Eitoa Vo 7 4
P laic Perto do Coção Selvagem Rio Janio Eitoa Rocco 7
MrnsÉs, Maa A Criação Liteária São Palo: Eitoa ti 7 M QU , oé im. O Elixir do Apocalise Rio anio Eitoa ova Fontia 83 uco, aolina Oito Décadas Rio Janio: Eitoa ova
Fontia 2000. uc oaqim Minha Formação Rio Janio itoa
Topbook PLATÃO. Diálogos São Pao Hm ivaia Eitoa
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1992 . Vvees das Alagoas Rio anio Eitoa Rco
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ADOS INTERNAONAS DE CATALOGAÇO NA PUBLÇO (CIP) (CÂ SLEA DO VRO, S BI) Borges Antonio Fernando Em busca da prosa perdida: ndamentos e possibiidades da arte da escrita Antonio Fernando Borges São Paulo Realizações 201 3 Bibliograa. SBN 978-8580331332 1 . Arte de escrever 2. Criação (Literária artística etc) 3 Escrita 4. Estio iterário 5 Gêneros literários 6 Linguagem Títuo 130549
CDD808
ÍNDES P ATÁLOGO SSTEMÁTO: 1 . Arte de escrever Literatura
E s t e i v r o fo i i m p r e s s o pela Gráca Mundia para Realizações em agosto de 2013 Os tipos usados são da míia Bembo Std e Frankin Gothic. O papel do miolo póen bod 90g e o da capa, cartão supremo 250g.
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