55 M3CHEL FOUCAULT: VERDAD, PODER, SUBJETIVIDAD. LA MODERNIDAD CUESTIONADA
T IT U L O S Y A U T O R E S : 1 2.
3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13 14 15.
16. 17. 18. 19. 20. 21 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28
¿Q U É E S F IL O S O F ÍA ? E L H O M B R E Y SU M U N D O M a n u e l M a c e ira s LA S A B ID U R ÍA O R IE N T A L : T A O ÍS M O , B U D IS M O , C O N F U C IA N IS M O V íc to r G a rc ía M IT O L O G ÍA Y F IL O S O F ÍA : L O S P R E S O C R Á T IC O S A ngel J . C a p p e lle tti D E L O S S O F IS T A S A P L A T Ó N : P O L ÍT IC A Y P E N S A M IE N T O T o m á s C alv o A R IS T Ó T E L E S : S A B ID U R ÍA Y F E L IC ID A D J o s é M o n to y a y J e s ú s C o n ill LA F IL O S O F ÍA H E L E N ÍS T IC A : É T IC A S Y S IS T E M A S C a rlo s G a rc ía G u a l LA C U L T U R A C R IS T IA N A Y SA N A G U S T ÍN J . A. G a rc ía -J u n c e d a E L P E N S A M IE N T O H IS P A N O Á R A B E : AVERROES R . R a m ó n G u e rre ro T O M Á S D E A Q U IN O : M A E S T R O D E L ORDEN J e s ú s G a rc ía L ó p e z LA F O R M A C IÓ N D E LA C IE N C IA M ODERNA C a rlo s M ín g u ez E L R E N A C IM IE N T O : H U M A N IS M O Y S O C IE D A D E . G a rc ía E s té b a n e z E L R A C IO N A L IS M O Y LO S PROBLEM AS DEL M ÉTO D O J a v ie r d e L o re n z o E M P IR IS M O E IL U S T R A C IÓ N IN G L E S A : D E H O B B E S A H U M E J . C. G a rc ía -B o rró n M o ral LA IL U S T R A C IÓ N F R A N C E S A : E N T R E V O L T A IR E Y R O U S S E A U A rse n io G in zo K A N T : C O N O C IM IE N T O Y R A C IO N A L ID A D S . R á b a d e , A. L ó p e z y E . P e s q u e ro V ol. I: E l uso te ó ric o d e la R a z ó n V ol. II: E l u so p r á c t ic o d e la R a z ó n H E G E L , F IL Ó S O F O R O M Á N T IC O C a rlo s D íaz D EL S O C IA L IS M O U T Ó P IC O AL A N A R Q U IS M O F élix G a rc ía M o riv ó n M A R X Y E N G E L S : E L M A R X IS M O G E N U IN O R a fa e l J e r e z M ir C O M T E : P O S IT IV IS M O Y R E V O L U C IÓ N D a lm a c io N e g ro P av ó n E L E V O L U C IO N IS M O : D E D A R W IN A LA S O C IO B IO L O G Í A R a fa e l G ra s a H e rn á n d e z S C H O P E N H A U E R Y K IE R K E G A A R D : S E N T IM IE N T O Y P A S IÓ N M a n u e l M a c e ira s F afiá n E L P E N S A M IE N T O D E N I E T Z S C H E L u is J im é n e z M o re n o F R E U D Y JU N G : E X P L O R A D O R E S D E L IN C O N S C IE N T E A n to n io V á z q u e z F e rn á n d e z E L K R A U S IS M O Y LA IN S T IT U C IÓ N L IB R E D E E N S E Ñ A N Z A A. J im é n e z G a rc ía U N A M U N O , F IL Ó S O F O D E E N C R U C IJA D A M a n u e l P a d illa N o v o a O R T E G A Y LA C U L T U R A E S P A Ñ O L A P. J . C h a m iz o D o m ín g u e z H U S S E K L Y LA C R I S I S D E LA R A ZÓ N I s id ro G ó m e z R o m e ro LO S E X IS T E N C IA L IS M O S : C L A V E S PA R A S U C O M P R E N S IÓ N P e d ro F o n tá n J u b e r o
29.
30. 31.
32. 33. - 34. 35. 36.
37. 38. 39. 40.
41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48.
49 50. 51. 52. 53. 54 55. 56.
M A R C U SE , F R O M M , R E IC H : E L F R E U D O M A R X IS M O Jo sé T a b e rn e r G uasp v C a ta lin a R o ja s M o re n o U N H U M A N IS M O D E L S IG L O X X : EL P E R S O N A L IS M O A. D o m in s o M o r a ta lla LA P S IC O L O G ÍA H O Y : ¿ O R G A N IS M O S O M Á Q U IN A S ? P ila r L a c a s a v C o n c e p c ió n P é re z L ó p e z É L E S T R U C T U R A L IS M O D E L E V I-S T R A U S S A D E R R ID A A n to n io B o lív a r B o tia F IL O S O F ÍA Y A N Á L IS IS DEL L E N G U A JE J . J . A cero F e r n á n d e z C R ÍT IC A Y U T O P ÍA : LA E S C U E L A D E FRA N K FU RT A d ela C o rtin a LA C IE N C IA C O N T E M P O R Á N E A Y S U S IM P L IC A C IO N E S F IL O S Ó F IC A S A. P é re z d e L a b o r d a LA Ú L T IM A F IL O S O F ÍA E S P A Ñ O L A : U NA C R IS IS C R ÍT IC A M E N T E EX PU ESTA C a rlo s D íaz G R A C IÁ N J o rg e A vala P A S C A L : C IE N C IA Y C R E E N C IA A licia V illa r E z c u r r a E S P IN O S A : R A Z Ó N Y F E L IC ID A D S e rg io R á b a d e R o m e o LA Q U IE B R A D E LA R A Z Ó N IL U S T R A D A : ID E A L IS M O Y R O M A N T IC IS M O J o s é L u is Vi H aca ñ a s D IL T H E Y : V ID A -E X P R E S IÓ N A ngel G a b ilo n d o P u jo l E L > R A G M A T I S M O A M E R IC A N O : A C C IÓ N R A C IO N A L Y R E C O N S T R U C C IÓ N D E L S E N T ID O BERGSON P e d ro C h a c ó n F u e rte s J . P . S A R T R E Y LA D IA L É C T IC A D E LA C O S IF IC A C IÓ N A dolfo A ria s M u ñ o z E L P E N S A M IE N T O D E JA C Q U E S M A R IT A IN J u a n R a m ó n C alo v D a n ie l B a rc a la W IT T G E N T E IN J a c o b o M u ñ o z V eie a H E ID E G G E R Y LA C R I S I S D E LA ÉPOCA M ODERNA R a m ó n R o d ríg u e z G a rc ía F O U C A U L T : H IS T O R IA D E LA V E R D A D Y O N T O L O G ÍA D E L PRESEN TE J u a n M a n u e l N a v a r r o C o rd ó n Z U B IR J : E L R E A L IS M O R A D IC A L A n to n io F e r r a z F av o s E . L É V IN A S : H U M A N IS M O Y É T IC A G r a c ia n o G o n z á le z H E R M E N É U T IC A Y F IL O S O F ÍA CO NTEM PO RÁ NEA J u a n M a n u e l N a v a r r o C o rd ó n N I H I L I S M O Y E S T É T IC A (F IL O S O F ÍA D E F IN D E M IL E N IO ) C a rlo s D íaz B A Y L E O LA IL U S T R A C IÓ N A N T IC IP A D A J u liá n A rro v o P o m c d a F IC H T E : A C C IÓ N Y L IB E R T A D V irg in ia L ó p e z D o m ín g u e z FO U LÇ A U L J o r g e Á lv a re z Y ag ú ez F R A N C IS C O D E V IC T O R IA
C O O R D IN A D O R E S : C a rlo s D íaz, M a n u e l M a c e ira s F a fiá n , M a n u e l P a d illa N o v o a
SERIE HISTORIA DE LA FILOSOFÍA
55 MICHEL FOUCAULT: VERDAD, PODER, SUBJETIVIDAD. LA MODERNIDAD CUESTIONADA JORGE ÁLVAREZ YÁGÜEZ
No existe documento de cultura que no sea a la vez documento de barbarie. W a lt e r B en ja m ín
Cubierta: Javier del Olmo © 1995. Jo rg e Á lvarez Y ágüez E D IC IO N E S P E D A G Ó G IC A S G alileo, 26 Teléf./Fax: 91 448 06 16 ISBN: 84-411-0086-1 D ep ó sito legal: M . 4.185-2001 Im presión: e f c a , s . a . P a rq u e Ind u strial «Las M onjas», T o rre jó n de A rd oz - 28850 M adrid P rin te d in Spain
ín d ic e
L ista d e a b r e v ia tu r a s ...............................................................
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I n t r o d u c c ió n ..................................................................................... 1.
La c u e s tió n d e l p o d e r ......................................................... 1. La analítica del p o d e r .................................................. 1.1. H o riz o n te n ie tz sc h e a n o ................................. 1.2. C rítica de la co n cep ció n juríd ica y e c o n o m icista del p o d e r .............................................. 1.3. A n alítica............................................................... 1.4. Form as de p o d e r............................................... 2.
2.
La caracterización del p o d e r en la sociedad m o derna y los cambios en la concepción del poder .. 2.1. D e la sociedad disciplinaria al m u n d o de la g u b e m a m e n ta liz a c ió n ..................................... 2.2. C uestiones p e n d ie n te s ....................................
Las r e la c io n e s en tre sab er y p o d e r ........................ 1. El m odelo de la A rq u eo lo g ía......................................... 1.1. A rq u e o lo g ía s...................................................... 1.2. La A rq u e o lo g ía ............................... 1.3. C iencia e id e o lo g ía ..........................................
11 23 23 23 28 35 49
60 60 70 81 82 82 92 104
7
2.
U n segundo e n fo q u e ................................................... 2.1. El p o d e r en el d ir c u r s o .................................... 2.2. U tilla je ................................................................. 2.3. N u e v a in fle x ió n ...............................................
108 108 114 1 17
3.
La perspectiva genealógica......................................... 3.1. Progresiva e la b o ra c ió n .................................... 3.2. C aracterísticas..................................................... 3.2.1. Las prácticas c o m o operadores de c o n o c im ie n to ..................................... 3.2.2. Form as de sa b e r-p o d e r................... 3.2.3. La relación su je to -o b je to , teoríapraxis .................................................... 3.2.4. P o d e r y verdad ................................. 3.2.5. N ietzsch e versus S p in o z a ..............
119 119 125 125 127
S u b j e ti v id a d ......................................................................... 1. C rítica de la categoría de s u je to ............................. 1.1. El sujeto en la H isto rio g ra fía ........................ 1.2. El sujeto en las ciencias h u m an as................. 1.3. La disipación del sujeto en la lite ra tu ra .....
153 155 158 160 161
2.
C rítica histórica de la s u b je tiv id a d .......................... 2.1. La verdad psicológica del h o m b r e .............. 2.2. El alm a m o d ern a a través del c u e rp o ......... 2.3. El prism a de la s e x u a lid a d ............................. 2.4. Algunas cu e stio n es............................................
165 168 172 176 179
O n to lo g ía d e l p r e s e n te .................................................. 1. El filósofo en el taller de la h isto ria ........................ 2. La m o d ern id ad c u e stio n a d a .......................................
189 189 196
B i b l i o g r a f í a ...................................................................................
211
3.
4.
8
137 143 148
L ista d e ab reviatu ras
AS C -.... DC DE HF
MC MMP NC NGH OD
RGB
L'archéologie du sciuoir, París, G allim ard, 1969. C ursos de! C o llege de France, en Annuaire du Col i¿ge de France. B its et Ecrits. 1954-1988. t. I, II, III, IV, Pa rís, G allim ard, 1994. «D eux essais sur le su jet et le po u v o ir» , en D rey fus, H ., R abinov, P.- Michel Foucault. Un parcours pltilosdphique. París, G allim ard, 1984. Histoire de la folie d l'dge classiqm, París, G allim ard, 1972. Les mots et les chases. Une archéologie des sdences humaines, París, G allim ard, 1966. Adatadle mentaU: et personnalité, París,, Presses U m versitaires de France, 1954. Naissance de la clinique. Une archéologie du regará m édica!, P a rís , P re s se s U n iv e r s ita í r e s d e France, 1963. «Nietzsche, la généulogic, l'lnstoire», en AA.VV. H otnm age d fean H y p p o lite , P a iís , P resses U m vers iCaires de France. 1971. L'ordre du discours, París, G allim ard, 1971. « R e s p u e sta al C ír c u lo d e E p iste m o lo g ía » 9
RQ SP
ss UP VFJ VS
10
(1968), e n A A. V V - Análisis de Michel Fon cault, B. A ire s, T i e m p o c o n te m p o r á n e o , 1970. « R e p o n s e á u n e q u e stio n » , Esprit, n° 3 7 1 , m ayo 1968. Surveiller et punir, París, Gal lim ará, 1975. Fe souci de soi, histoire de la sexualité, París, G allim ard, 1984. L'usage des plaisirs, histoire de la sexualité, París, G allim ard, 1984. La verdad y las fo rm a s jurídicas, B a rc e lo n a , Gedisa, 1980. La volonté de savoir, histoire de la sexualité, París, G allim ard, 1976.
I n tr o d u c c ió n G en era l
N o so n p o c o s los problem as que p resen ta la obra de Foucault, ciertam ente. U n o parece, en cualquier caso, p re vio y es el de su m ism a o rd enación, el de establecer su p o sible unidad, el de las rupturas o fases de desarrollo. Si esta es una cu estió n que suele plantearse en el estu d io de la obra de cualquier autor, en este caso su necesidad es, si cabe, más acuciante, dada su diversidad tem ática (estudios sobre la historia de la locura, el n a cim ien to de la prisión, la estructura epistém ica de las ciencias hum anas, clínica...), los distintos cam pos co n los q u e d irectam en te se relaciona (epistem ología, historiografía, teoría política, ética, filoso fía de la cultura), y, e n fin, sus cam bios m eto d o ló g ico s (ar q u eo lo g ía, genealogía). Es ésta una cu estió n q u e c ie rta m e n te sólo p u e d e resolverse desde una clave in terpretativa d eterm in ad a. El problem a sólo es p rim e ro en el o rd e n de la exposición, en realidad ú ltim o en el de la investigación. P o r lo tanto, la o rd en ació n q u e aquí establezcam os servirá de o rie n ta ció n in tro d u c to ria sobre la perspectiva desde la q u e hem os enfocado sus trabajos. El m ism o F o u cau lt, con scien te de la dificultad, volvía 11
u n a y otra vez sobre el trabajo realizado tratando de ofre cer u n a visión un itaria del m ism o, de fijar su identidad, lo q u e n o deja de resultar iró n ico en alguien que ha co m b a tido tanto ese c o n c e p to .1 La ayuda que p o r este lado p u diera hallar el estudioso de su obra no resulta exenta de problem as, n o sólo p o r m o r del p rin c ip io de que la c o m pren sión que u n a u to r ofrece de su propia obra debe ser contrastada al igual que cualquier otra, sino p o rq u e las relecturas que F oucault iba h acien d o no casan entre sí. Sus intérpretes, ateniéndose a u n c rite rio tem ático, suelen dis tin g u ir tres etapas c o n fo rm e a las cuales se establecerían tres g rupos de obras. A l p rim e ro correspon d erían las d ed i cadas al análisis del saber, de los discursos: Historia de la lo cura, Nacimiento de la clínica, Las palabras y las cosas, La ar queología del saber. U n segundo g ru p o estaría in teg rad o p o r las que de una u otra form a se centran en la cuestión del p o d er: El orden del discurso, Vigilar y castigar, La voluntad de saber. El tercero acogería ya las obras afectadas p o r la cues tión de la subjetividad, esto es El uso de los placeres y El cui dado de sí. P o r otra parte, y siguiendo u n crite rio m e to d o lógico, suele igualm ente h ab er coincidencia en considerar al p rim e r g ru p o co m o obras arqueológicas, y al segundo, y, a veces, tam bién ai tercero, c o m o genealógicas. Esta o rd en ació n es, en sus dos aspectos, insostenible. Toda ella qu ed a p ertu rb ad a, a nuestro m o d o de ver, p o r las características de Historia de la locura, obra, p o r lo demás, respecto de la que sorp ren d e la m enguada aten ció n que se le ha p restad o e n c o m p a ra c ió n c o n las restan tes,2 sobre to d o dada su im p ortancia crucial a la luz de la evolución de los trabajos posteriores de Foucault. E n ella se cruzan las tres líneas tem áticas antes m encionadas, la aten ció n a la ' F ou cau lt n o rehusó d efinir su p ro p io perfil en la entrada q u e lleva su n o m b re en el Dictionnaire des philosophes, e d ic ió n a cargo de D . H u ism an (P .U .F ., París, 1984, T .I, pp. 9 4 1 -9 4 4 ); la firm a «M aurice Florence» del artículo es seu d ó n im o de M . Foucault; recogido en M . F o u cau lt.- Dits et Ecrits, t. IV , pp. 6 3 1 -6 3 6 ; V id. sobre el problem a de la organización de la obra foucaultiana, la in tro d u c ció n de M . M o rey a M . F o u cau lt.- Tecnologías del yo, Paidós /I C E - U A B , B arcelona, 1990, pp. 9 -4 4 . Sirva c o m o ejem p lo el escaso espacio reservado a ella en u n o de los m ejores estudios sobre F oucault, el realizado p o r H . D reyfus y P. R a b in o w .- Michel Foucault, Beyond Structuralism and Hermeneutics, U n iv e rsity o f C h icag o Press, 1982.
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form ación de u n d o m in io de saber, a los sistemas n o rm a ti vos y técnicas de poder, a la co n stitu ció n de los sujetos, los tres ejes d e fim to rio s, según F o u cau lt, de una experiencia histórica d e term in ad a.3 A dem ás, su cercanía a las obras del segundo g ru p o es m anifiestam ente m ayor que a Las pala bras y las cosas, y que a La arqueología del saber, p o r m u ch o que la definición m etódica con ten id a en esta ú ltim a p re tendiese abarcarla. Por otra parte, la cuestión de la subjeti vidad no se circunscribe, ni m u c h o m enos, a los últim os tom os de Historia de la sexualidad, se aborda, adem ás de en Historia de la locura, en La noluntad de saber, y, desde otro ángulo, en Vigilar y castigar. La división e n tre los dos p rim ero s g ru p o s se apoyaba tam bién en la distinción m eto d o ló g ica entre arqueología y genealogía. El té rm in o «arqueología» solía ser em pleado p o r Foucault, a finales de los sesenta, para d e n o m in a r el c o n ju nto de sus trabajos excluyendo Enfermedad mental y perso nalidad. Esta división da p o r sentado que el m é to d o e m pleado en las obras integradas en el p rim e r g ru p o es el definido en La arqueología del saber. Las diferencias que p u diera haber entre ellas se deberían solam ente a los tanteos consustanciales a la b ú sq u ed a y progresivo p e rfe c c io n a m ie n to de u n n o v e d o so in s tru m e n ta l de in v estig ació n . P ero esta a u to c o m p r e n s ió n o fre c id a p o r F o u c a u lt n o p u ede aceptarse. La inflexión m eto d o ló g ica que va de H is toria de la locura a Las palabras y las cosas es lo suficiente m en te acusada com o para que no quepa englobarlas bajo el m ism o rótulo, el esquem a de relaciones en tre discurso y prácticas no discursivas, p o r ejem plo, en ju e g o en la p ri m era y en la últim a son sencillam ente incom patibles. La arqueología, esa especie de etn o lo g ía de n uestra c u ltu ra que se hace en Historia de la locura, es m u y distinta del aná lisis epistém ico estructural en práctica en la «arqueología de las ciencias hum anas», co m o reza el sub títu lo de Las p a labras y las cosas. ' F oucault, especialm ente en su ú ltim o p erío d o , insistió en ese carác ter de Histoml de la folie. V id. la versión del prefacio al volum en II de su Histoire de la sexualité, distinta de la efectivam ente incorporada a la obra, en: P. R a b in o w (ed .).- The Pouamlt (leader, P ereg rin e B ooks, J986 (I ' ed. en P a n th e o n B ooks, N e w Y o rk , 1984), pp. 3 3 3 -3 3 9 , p. 3.36; en el m ism o libro: «Polem ics, Politics an d P roblem izations. An In terv iew w ith M ichel Foucault», pp. 3 8 1 -3 9 0 , pp. 386 -3 8 7 .
P o r otra parte, de las denom inaciones arqueológico, genea lógico n o p u e d e hacerse un uso aproblem ático, com o, sin em bargo, suele ser el caso. Es preciso fijar qué c o n ten id o se les adscribe, pues F oucault no siem pre las em plea con el m ism o significado. Incluso, p o r m o m e n to s, los térm in o s resultan p e rfectam en te intercam biables, sirv ien d o am bos para referirse a una co n cep ció n de la historia libre de todo e le m e n to a n tro p o ló g ic o (teleología, c o n tin u id a d , sujeto p erm an en te, tiem p o h o m o g én eo , etc). C itarem os algunos ejem plos. Para em pezar una aproxim ación significativa, so bre to d o p o r su fecha, 1967. E n conversación con R ay m o n d B ello u r afirm aba Foucault: «mi arq u eo lo g ía debe m ás a la genealogía n ietzsch ean a que al e stru ctu ralism o p ro p iam en te dicho».4 E n El orden del discurso, después del elaborado in te n to de definición realizado en La arqueología del saber -d o n d e , dicho sea de paso, se apuntaba la posibili dad de una arqueología en una dirección distinta a la de la epistem e, co m o podría ser la de la sexualidad, encam inada hacia una ética, o la del saber p o lític o - se hacía una dife ren ciación entre dos co n ju n to s de trabajos posibles, u n o d en o m in ad o «critique» que se ocuparía de las instancias de co n tro l de los discursos, y otro d en o m in ad o «généalogique», cuyo o b jeto sería la fo rm ac ió n de los discursos y sus reg u laridades.5 B ajo el p rim e r c o n ju n to (crítico) se traza un posible trabajo sobre el sistema de p ro h ib ició n lingüística c o n ce rn ie n te a la sexualidad, o sobre los efectos de discur sos de verdad (m edicina, psiquiatría, sociología) en el sis tem a penal. B ajo el segundo c o n ju n to (genealógico), se si tu a ría n o tro s p ro y e c to s ig u a lm e n te p o sib le s, c o m o el estudio de las series de discursos relativos a la riq u eza y p o b re z a , m e rc a n c ía s , m o n e d a , d u r a n te los sig lo s XVI y XVII, al o b jeto de c o m p re n d er sus form as de regularidad; o los discursos co n cern ien tes a la herencia, hasta c o m ie n zos del siglo X X , y observar c ó m o sus series enunciativas se re c o m p o n e n p o ste rio rm e n te en la figura ep istem o ló g ica de la genética. B ien, es fácil ver cóm o, en realidad, este se g u n d o tipo de trabajos rotulados «genealógicos», po d rían perfectam ente, desde lo p ro p u esto en su libro an terio r, ser *3
4 R . B e llo u r.- Le livre des mitres, U n io n G énerale d'É ditions, 1978 ( I a ed. en L 'H ern e, 1971), p. 125. 3 O D , pp. 62 y ss.
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calificados de «arqueológicos», e, igualm ente, c ó m o la pers pectiva d en om inada «crítica» es lo que más se acerca a lo que p o c o después se calificará de «genealógico». Esta inestabilidad sem ántica de los térm in o s n o acabaría, co m o podría pensarse, con el texto p o sterio r (1971) que F o u c a u lt dedica a establecer el c o n te n id o de la n o c ió n nietzscheana de genealogía.6 A ños más tarde, en La volun tad de saber, obra que se da a sí co m o cam po de estudio el dispositivo de la sexualidad, nos dice Foucault: "L a historia del dispositivo de s e x u a lid a d , tal como se ha desarrollado desde la edad clásica, p u e d e valer como arqueolo g ía del psicoanálisis»
(VS, p. 172).
Veamos ahora las diversas o rdenacio n es que el m ism o F o u c a u lt p re sen ta , e n d istin to s m o m e n to s , de su o bra. C o m o ha qued ad o ya señalado, en La arqueología del saber toda ella se agrupa en relación co n el análisis de prácticas discursivas, resp o n d ien d o en definitiva a u n m ism o m é todo, el m é to d o arqueológico. E n los años setenta, cuando Foucault se plantea la cues tió n del poder, esta u nidad n o parece tan clara. Se percibe la diferencia que supone Las palabras y las cosas respecto de sus dos obras a n terio re s de investigación h istó ric a , y se tiende a una reagrupación que sitúa a Historia de la locura y Nacimiento de la clínica en una línea pró x im a a Vigilar y cas tigar, es decir co m o obras concernidas p o r el cruce de sa b er y poder. El enlace entre estas tres obras se m an ten d rá e n o rd e n a c io n e s p o s te r io r e s .7 D u ra n te los d e b a te s e n to rn o a las tesis de La voluntad de saber, surgirá la fuerte re lación en tre esta obra y su trabajo «arqueológico» sobre la locura, am bos dispuestos en la perspectiva de una historia política de la verdad.8 El problem a de la unidad de su obra vuelve a p resen tár
6 «N ietzsche. la G énéalogie, PH istoire», e a Hommagc á Jean Hyppolite, P .U .F ., París, 1971, pp. 145-172. M . F o u c a u lt.- «V érité et p o u v o ir» , en trev ista, en L'A rr, n" 70, 1977, pp. 16-26, pp. 16-22; D E , pp. 2 9 7 -2 9 8 ; U P , pp. 10 y ss. 8 M . F o u c a u lt.- <>No al sexo rey», entrevista 1977, en M . M o rey (ed.).- Sexo, Poder, Verdad, M ateriales, B arcelona, 1978, pp. 239 -2 6 0 , p. 241.
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sele a Foucault con m otivo de sus ú ltim o s trabajos en rela ción co n el tem a de la subjetividad, de la ética y de las «técnicas de sí». Y, co m o había sucedido con el análisis ar q u e o ló g ic o del saber, y parcialm ente co n la cuestión del p o d er, ahora, tiende a globalizar lo h e ch o desde la perspec tiva del sujeto. C o n pequeñas diferencias, con distintos té r m inos, en ese p u n to vienen a c o in cid ir las num erosas cla sificaciones ofrecidas a lo largo de los años ochenta. En el escrito «Por qué estudiar el p o d e r: la cuestión del sujeto», co n sid e ra su ob ra c o m o «una h isto ria de los diferen tes m o d o s de subjetivación del ser h u m a n o en nuestra cu l tura». Ello se desarrollaría c o n fo rm e a tres ejes: a) El de los discursos de pretendida validez científica, que objetivan al h o m b re en tanto sujeto viviente, p ro ductiv o o hablante, b) El de las prácticas discursivas, q u e trazan las polaridades c u e rd o /lo c o , sa n o /e n fe rm o , n o r m a l/delincuente, c) El de la co n stitu ció n del h o m b re en tanto que sujeto de deseo, de sexualidad. En definitiva, nos decía F oucault, «no es el poder, sino el sujeto, qu ien constituye el tem a general de mis investi gaciones».9 E n el tex to «¿Q ué es la Ilustración?», dedicado al análisis dél o p ú scu lo kantiano sobre la Ilustración, co m p ren d e su proyecto en los térm in o s de una «antología histórica de noso tros mismos», desplegada en una investigación h istó ric o -c rítica de los «modos de prohlematización» p o r los que el h o m bre, en relación con distintos tipos de prácticas (relativas a las cosas, a la conducta de los otros, y a sí m ism o), se cons tituye en sujeto de co n o cim ien to , de pod er, o de m o ra l.19 Por últim o, en la In tro d u cc ió n a E l uso de los placeres se m an tien e p rácticam ente el m ism o esquem a, au n q u e no se destaca tan to la n o ció n de sujeto c o m o las de verdad y problematización. Sus trabajos se presentan en calidad de ele m en tos co n trib u y en tes a una «historia de la verdad» cifrada en el estudio de «las problematizaciones a través de las cuales el ser se da com o susceptible de ser pensado y las prácticas a ap artir de las cuales se form an». Ese ser q ue se problem atiza n o es otro que el hom bre, en tan to que ser loco, e n ferm o, vivo, hablante, productivo, susceptible de ser casti 9 D E , pp. 29 7 -2 9 8 . 1(1 En F*. R a b in o w (ed.).- The Foucault Rcader, op. cit., pp. 45-49.
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gado, o en tanto que sujeto de deseo. Los «juegos de v er dad» en los que el ser h u m a n o se da co m o o b jeto de p e n sam iento se habrían estudiado hasta ahora bien en relación unos co n otros (Las palabras y las cosas), b ien en relación con el p o d e r (Vigilar y castigar), o, c o m o se p reten d e a p ar tir de aquí, «en la relación de sí consigo y la co n stitu ció n de sí m ism o c o m o sujeto».11 Estas últim as clasificaciones c o m p o rta n algunos p ro b le mas que sería con v en ien te puntualizar, p o r ejem plo la n o ción de subjetivación tiene un c o n te n id o m uy distinto refe rid a b ie n a Las palabras y las cosas, b ie n a sus o b ra s restantes, y ello no sólo en función del distinto nivel, de los tres explicitados, desde el que se aborda. En Las pala bras y las cosas no se da la perspectiva, que consideram os fu n d a m e n tal, de c o n stitu c ió n ó n tic a de los sujetos. P o r otra parte, c o m p re n d er las problem atizaciones del ser loco, de un lado, y del ser hablante, vivo y productivo, del otro, co m o tan sólo distintas m etó d icam en te, pasa p o r alto las perspectivas no c o m p le m en ta ria s, im plícitas en esos dos niveles, relativas a la co n ex ió n discursos- prácticas. Pese a ello, nos parecen éstos últim os los enfoques glo bales más atinados. T ie n e n la ventaja de clarificar cual es el verdadero hilo que enhebra los distintos trabajos de F o u cault: la objetivación del hombre a través de prácticas discursivas y/o no discursivas, y en cualquier caso siempre mediada por ins tancias de Verdad. U n o de los efectos capitales de esa o b je ti vación es una c o n fo rm a c ió n de la subjetividad lim itadora de la libertad de los individuos, m oldeada c o n fo rm e a las exigencias de una d eterm in ad a red de poder. C u a n d o F o u cault se hace la p reg u n ta crucial p o r el precio de esa Verdad que los individuos dicen de sí, es en esa dirección relativa al tip o de sujetos que se c o n stitu y e p o r su p re d ic ac ió n d o nde ha de hallarse la respuesta. A hora bien, este efecto de subjetivación tal y co m o aca bam os de form ularlo, que sólo se da en v irtud de un d e te rm in a d o cru ce, característico de nuestra cu ltu ra, en tre verdad y poder, es abordado en realidad en Historia de la locura, Vigilar y castigar, La voluntad de saber, 1:1 uso de los pla ceres, El cuidado de sí y m uy parcialm ente en Nacimiento de* " U P pp. 12-13. 17-18. V er tam bién: “ Interview ríe M ieliel Foneatilt», en /X .' t. IV. 636 y ss.
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la clínica. Su obra arqueológica sobre las ciencias hum anas {Las palabras y las cosas), si b ien n o cae fuera del m arco se ñalado, pues adem ás de analizarse en ella la co n stitu ció n epistém ica del o b jeto h o m b re n o deja de apuntarse cierta crítica a una d eterm inada configuración de la subjetividad, se ve incapacitada, p o r su au to n o m iz ac ió n respecto a las prácticas n o discursivas, para abordar esa consecuencia his tó rica de la subjetivación real. E n esta m edida se desvía de lo q u e es central en los dem ás trabajos, de una historia polí tica de la verdad. Sin duda q u e en el bloque señalado p u ed en trazarse d i ferencias de planteam iento, en tre el análisis corporalista de Vigilar y castigar y el de su Historia de la sexualidad, especial m e n te en sus dos últim os tom os centrados en las «técnicas de sí»; entre la estilización historiográfica de esos trabajos y la com plejidad de planos de la co n cep ció n histórica p re sente en su obra sobre la locura... Tales diferencias no su p o n e n , sin em bargo, u n ab an d o n o de la perspectiva c o m ú n de fo n d o que las une. ★ ★ ★ Esa línea, la de u n a historia política de la verdad, cuyo efecto m ayor es una configuración coactiva de los sujetos, es la q u e en el presente trabajo querem os analizar. A b o rd are m os el específico enlace que la investigación foucaultiana re vela entre verdad, poder y sujeto, enlace que recorrerem os en su doble dirección, c o n tem p lan d o los efectos del p o d er en la definición de ju eg o s de verdad, en el desarrollo de saberes, y el de éstos sobre la constitu ció n de los sujetos. Se observará entonces que la verdad, la mediación, cada vez más extensiva a los diversos ámbitos vitales, de los discursos de verdad constituye un eje definitorio en la experiencia del hombre mo derno, el elemento nuclear de la ontología histórica de nosotros mismos que Foucault nos ofrece. La evolución de la cultura occi dental va unida indisolublemente al lugar ocupado por la verdad en su régimen de saber. La pregunta por la verdad, consustancial a la labor filosó fica, adquiere desde este ángulo una nueva dim en sió n , su p lan team ien to constituye una interrogació n dirigida al co . razón de nuestro presente, a la configu ració n de nuestra historicidad. Su contestación p u ed e co m p ren d erse co m o 18
una etnología histórica de nuestra cultura, o sen c illa m e n te co m o diagnóstico sobre nuestra racionalidad. Esa actividad de diagnóstico de lo que som os es lo q ue caracteriza a la filosofía desde finales del siglo x v n i, y es así co m o F o u cault entendía la tarea filosófica. P o r otra parte ese m o d o de c o m p re n d er la actividad filosófica explica la especial fu sión que en F oucault se da en tre histo ria y filosofía, su ejercicio filosófico en el cam po de la historia, y deshace la confusión acerca del registro (historia o filosofía) en el que se inscribe su quehacer. Tarea filosófica que n o es sino actividad crítica co m o c o rresponde a su com prensión en térm ino s de diagnóstico; actividad que es entendida, pues, co m o actitud, m o d o de vida, ethos que se p ro p o n e c o m p re n d er los lím ites que se nos im p o n e n y transform arlos.12 La crítica de ¡a verdad que recorre toda la obra foucaultiana es necesariam ente una crítica de nuestro horizonte civilizatorio. La conversión en objeto cognitivo, el hacer entrar algo en u n ju e g o de verdad-falsedad, es al mismo tiempo, y n o sólo en un m o m e n to posterior, m odificarlo; va u n id o a su gestión, a su g o b ie rn o . La c o n fo rm a c ió n del ser h u m ano y la aparición del o b jeto h o m b re en el cam po del c o n o cim ien to o b ed ecen a una m ism a red de operaciones. D ecir la verdad de algo es en cierto m o d o hacerlo verda dero, c o n fig u ra rlo en su realid ad . P ero ta m b ié n la d i rección inversa es válida, la in terv en ció n de lo real es u n m o d o de su p ro b le m a tiz ac ió n , de h acerlo e n tra r en u n proceso de co n ocim iento. Se da aquí una c o n ex ió n entre saber y realidad, o si se quiere verdad y ontología, que ca lificamos de ontopraxeológica, que de fo rm a nueva valida el p rin cip io de la indisociabilidad entre crítica social y crítica del co n ocim iento. ★ ★ ★ La e x p lo ra ció n a que h em os p ro c e d id o del en trelaza m ien to entre verdad, p o d e r y sujeto tiene en cu en ta tanto los distintos elem entos q u e afloran en una lectura de los trabajos foucaultianos de investigación histórica c o m o las
12 M . F o u cau lt.- «W hat is E nlightenm ent?», op. cit., p. 50.
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elab o racio n es teó ricas q u e su a u to r ha h e c h o sobre los m ism os. D am os, en p rim e r lugar, cuenta de su analítica Acl poder, perfilada a la vez frente al m arxism o econom icista y al ju rid icism o ; las distintas form as de p o d e r q ue Foucault p o n e de relieve: p o d e r disciplinario, g ubern am en talid ad y la específica configuración de las técnicas del yo en nuestra sociedad. O bservam os la inflexión, los cam bios que se van p ro d u c ie n d o en la c o n ce p c ió n del fu n c io n a m ie n to del p o d er en la M o d ern id ad , có m o se pasa de un p o d e r m aq u ínico, de u n a co n cep ció n m uy influida p o r el m o d elo de la g u erra a otra en la que se insiste en la irreductible libertad de los individuos, en la fu n ció n estructuradora de posibili dades de acción propia del poder. Y abordam os, en fin, los problem as que su propuesta deja abiertos. U n seg u n d o capítulo se dedica al análisis de las relacio nes entre saber y poder. Se destacan los tres en fo q u es que de esa relación p u e d en hallarse e n la obra de Foucault: el q u e nos p ro p o n e La arqueología del saber, c a rac te riz ad o p o r la p rim acía de las prácticas discursivas; el trazado p o r E l orden del discurso, en el q u e sobresale la a te n c ió n al ju e g o de p o d e r in te rn o al p ro p io discurso o en relación co n su a p ro p iació n o c o n tro l, y q u e abre u n a perspectiva de e n o rm e fecu n d id ad al in tro d u c ir la n o c ió n de voluntad de verdad. M en o s siste m á tic am en te elab o rad o u n te rc er p la n te a m ie n to p u e d e rastrearse e n sus escritos p o ste rio res, que nos p o n e e n presencia de mecanismos de poder-sa ber, esto es, p ro c e d im ie n to s en los que se fu n d e la fu n c ió n cognoscitiva y la de c o n tro l social. O b se rv a re m o s c ó m o este te rc e r p la n te a m ie n to , q u e cab ría p r u d e n te m e n te d e n o m in a r «genealógico», no p u ed e in terp retarse sim p lem en te co m o c o m p le m e n ta rio del p rim ero , p o r su clara divergencia en la c o n e x ió n que establecen en tre las instancias dicursivas y las prácticas no discursivas. E n re la ció n c o n este te rc e r e n fo q u e nos d e te n d re m o s en lo que más atrás calificam os de línea o n to p ra x e o ló g ic a, en la nueva fo rm a de e n ten d e r, para decirlo en té rm in o s c o n o cidos, las relaciones teo ría-p rax is, y en la h isto rizació n radical de las relaciones s u je to -o b je to q u e tal línea im plica. El capítulo, después de ex am in ar la co n tra p o sic ió n de la c o n c e p c ió n fo u cau ltian a de las relaciones en tre c o n o c im ie n to y p o d e r tan to c o n la línea trad icio n al de raíz platónica, co m o c o n los plan team ien to s basados en la te o 20
ría de las ideologías, se cierra con el repaso al in te n to de apoyar ese m o d e lo en N ietzsche. La cuestión de la subjetividad es abordada en u n tercer ca pítulo. D os vertientes -q u e n o dejan de en trecru zarse- son diferenciadas: la crítica teó rica y m eto d o ló g ica de la cate goría de sujeto en relación con la historiografía, con los discursos de las ciencias hum anas y el fe n ó m e n o m o d e rn o de la literatura; y la crítica de la co n stitu ció n histórica de los sujetos, que reconstruim os en sus tres m o m e n to s m a yores, ligados respectivam ente a Historia de la locura, Vigilar y Castigar y la Historia de la sexualidad, tres m o m en to s de lo que pu ed e denom inarse u n en foque político de la c o n stru c ción de la subjetividad. Podrem os plantearnos así en qué m edida sus ú ltim os enfoques su p o n e n una c o rre c c ió n a una crítica excesivam ente totalizadora del sujeto, una pers pectiva m enos dionisíaca de la crítica a una subjetividad e x p e rim e n ta d a co m o coercitiva. D espués de este p u n to abordam os el problem a de fu n d am en tació n de las alterna tivas, del com prom iso ético de una lucha p o r otra subjeti vidad, y los m otivos de F o u cau lt para asum ir n ecesaria m ente cierto decisionism o. El capítulo ú ltim o com pendia el trabajo foucaultiano en su faceta de diagnóstico de nuestro tiempo. M uestra su p ro x i m idad tanto a la crítica que aparece en la obra de A d o rn o y H o rk h e im e r, Dialéctica de la Ilustración, co m o al plantea m ien to que sirvió de referencia a los franfurktianos, a sa ber, el análisis y posición de M . Weber relativos al fen ó m en o de la racionalización occidental. N o p reten d em o s co n ello plegar el polim orfism o de la obra foucaultiana a la de estos autores sino precisar una línea de lectura hasta ahora no su fic ien tem e n te explorada y q u e consid eram o s, sin e m bargo, de una e n o rm e fecundidad. ★ ★ ★ C o n la reciente publicación de los cuatro tom os de Dits et cents, en los que se recoge la in g en te cantidad de a rtíc u los, entrevistas, conferencias, prólogos, etc de Foucault de 1954 a 1988 la investigación sobre su obra se ha facilitado e n o rm e n m e n te . Este trab ajo fué realizad o en su m ayor parte cuando tan valiosos volúm enes aún no estaban dis-
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M.B
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tintas bibliotecas en París y España era obligada para cual q u ie r investigador. E n tal tarea recibí la inestim able ayuda de Isabel S o b rin o , de Luis F ern an d o Alvarez y de C arm ela G arcía, q u ien tam b ién se encargó de lograr que el o rd en a d o r vom itara lo exigido y sin cuyo apoyo el trabajo difícil m e n te hubiera llegado a su fin. M e he servido para la elaboración de este tex to de una p arte de m i tesis doctoral, realizada bajo la dirección de Jaco b o M u ñ o z , cuya ayuda y conversación eran la m ejo r y más fértil com pensación de las horas de estudio. T am bién d e b o expresar m i re c o n o cim ien to a la g en ero sidad del profesor M .M aceiras que hizo posible la publica ción de este trabajo. A todos, gracias.
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La c u e s tió n d el p o d e r
1.
La análitica del poder
1 .1 .
H o r iz o n t e n ie tz s c h e a n o
El problem a del p o d e r es aislado p o r Foucault al hilo de sus trabajos de la prim era m itad de los setenta, p rin cip al m en te a través de sus cursos en el C ollége, y en general de los estudios prep aratorios de Vigilar y castigar. La cuestión surge en u n h o riz o n te nietzscheano, en la in te rro g a c ió n p o r la voluntad de verdad que alienta los dis cursos y que im pregna cada vez más in ten sam en te las ins tituciones sociales. E n u n p rin c ip io el plan team ien to tiene un acento epistem ológico, de crítica a la co n cep ció n ca n ónica del saber c o m o alejado del deseo, del interés, del poder. La voluntad de verdad aparece c o m o u n p ro ced i m ie n to de exclusión respecto a otros discursos. Así se p re senta esencialm ente en la «lardón inaugural» de 1 9 7 0 ,’ pero p ro n to el acento se p o n d rá en los efectos de los discursos de verdad en el cam po institucional, en el co n tro l social y ' O D , pp. 16-23, 6 3 -6 5 .
en la constitu ció n de los individuos. Los análisis de carác te r te ó ric o sobre una posible morfología de la voluntad de sa ber, iniciados en el curso 7 0 -7 1 , son aplicados in m ed iata m e n te a la investigación histórica de la adm inistración de ju sticia.2 Los estudios sobre los controles sociales y sistemas punitivos son orientados inicialm ente sobre la base de los análisis acerca de «las form as de “ p o d e r-sab e r” » (c —1971 72 p.283). El que la cuestión del p o d e r se plantee en el m arco de la p regunta p o r la voluntad de verdad guarda total c o h e re n cia con las investigaciones históricas en las que Foucault to m a en consideración las prácticas no discursivas, en p ar ticular Historia de ¡a locura, d o n d e la cuestión de la verdad ocu pa un lugar relevante. F oucault siem pre ha vinculado el tem a del p o d e r al del saber. Así lo atestiguan las dos obras de esta etapa: Vigilar y castigar y La voluntad de saber. F o ucault m anifestaría en varias ocasiones en sus últim os años3 que en realidad el p o d e r en sí m ism o n o le in te re saba, que n o era el p o d e r sino el sujeto el tem a de sus in vestigaciones y q u e para c o m p re n d e r la o b jetiv ació n de éste era preciso una nueva co n cep ció n del poder, de ahí su dedicación a ello. A nosotros nos gustaría m atizar esa au to co m p ren sió n con la consideración de que el cen tro de la p reo cu p ació n de F oucault ha sido la d eterm in a ció n de los sujetos p o r discursos de verdad, discursos intrínsecam ente unidos a resortes de poder. Así se e n tie n d e la ubicación que Foucault hace de Vigilar y castigar: «La historia de esta «microrfisica» del poder punitivo sería entonces una genealogía o una pieza para una genealogía del «alma» moderna (...) Esta alma real, e incorporal, no es subs tancia; es el elemento en que se articulan los efectos de un cierto tipo de poder y la referencia de un saber, el engranaje por el cual las relaciones de poder dan lugar a un saber posible, y el saber reconduce y refuerza los efectos del poder.» (s p , p.34).
Y en La voluntad de saber, después de p lan tear la p re
2 C - 1970-71, pp.245, 248-249. 3 «Structuralism and P ost-structuralism », entrevista en Telos, vol.16, n"55, Prim avera 1983. p p .195-211, p.207. «D eux essais sur le sujet et le pouvoir», en H . Dreyfus y P. R abinow -M idie/ Foucault..., op. cit. p.298.
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gunta acerca de la com pulsión a buscar la verdad del sexo, y en ella la respuesta a lo que som os, después de señalar la necesidad de «hacer la historia de esta voluntad de verdad» (VS, p. 104) procede a indicar qué parám etros, fu n d am en talm ente de carácter m eto d o ló g ico , sería preciso ad o p tar para ab o rd ar tal investigación; entre ellos: con qué c o n cepción del p o d e r se debería operar. La guía de N ietzsche en estos análisis foucaultianos es, p o r tanto, b ien notable. El a u to r de La genealogía de la mo ral sería al c o m ien zo de los setenta objeto d irecto de algu nos trabajos de Foucault, p articu larm en te su p rim e r curso del C ollege, su colaboración en el hom enaje a Jean H y p p o lite en el año 1971, y su prim era conlerencia en M ayo de 1973 en la U niversidad pontificia de R ío de Jan eiro .4 Si bien es cierto que la influencia nietzscheana pu ed e rastrear se a lo largo de toda la obra de Foucault, en nig ú n caso, sin em bargo, es un ifo rm e; no tiene siem pre el m ism o esta tuto. E n los años setenta, adopta un carácter más m e tó dico, va más allá de una in tu ic ió n que desde el fondo rige un trabajo, o de la inspiración en c u an to a las alternativas que se form ulan. La vuelta al estudio de N ietzsche debe enfocarse en esta línea de preparación de su obra in m ed ia tam ente posterior. Por lo que hace a la c o n ce p c ió n del poder, indicarem os esquem áticam ente algunas perspectivas en las que se apre cia claram ente la im p ro n ta nietzscheana: — La relación del p o d e r co n la cuestión de la verdad; la incardinación de las instancias de saber en las estrategias de poder; la localización de dispositivos de sab er-p o d er (co n fesión, encuesta, exam en), elem entos esenciales en cada si tuación de dom inio. — El lugar destacado q u e se otorga al cu erp o . Los p ro cesos de sujeción son enfocados p rin cip alm en te a partir de 4 Las conferencias en R ío fu ero n más tarde publicadas, en 1974, con el títu lo «A verdade e as Formas Jurídicas» (C ad em o s da P .U .C ., R ío de Janeiro. El curso del 70 -7 1 , c o m o ya h em o s indicado, versó sobre m o delos analíticos para la investigación de la v o lu n tad de saber. La cola boración en el h o m en aje a H y p p o lite (“ N ietzsche, la généalogie, l’hist o i r e ” ), t r a t ó s o b r e el m é t o d o g e n e a l ó g i c o n i e t z s c h e a n o . La conferencia de R ío trata algunos textos de N ietzsche co m o m o d elo de análisis del saber, de su co n stitu ció n o nacim ien to.
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la u b ic a c ió n de los c u e rp o s , su o rg a n iz a c ió n , a d iestra m iento, castigo, disposición, etc. — S iguiendo la directriz m arcada en «Nietzsche, la genea logía, la historia» de so m eter al devenir to d o aquello que se p re te n d e atem poral, de historizar to d o lo que se cree «natural»,5 Foucault analiza los m ecanism os de p o d e r que co n fig u ran los cu erp o s, en raizan d o en ellos la o rg an iza ción del dom inio. D e aquí su insistencia: «Sería necesario escribir u n a «Física» del poder» ( c - 1972-73, p.266). La perspectiva de una genealogía del alma m o d e rn a se asentará sobre la de los dispositivos de sab er-p o d er que to m an p o r o b je to el cuerpo. E n este sentido, los p la n te a m ie n to s de F o u c a u lt so b re la h is to ria de la p e n a lid a d co m o historia de los cuerpos, una historia que n o se d e riva de propuestas m orales, sino a la inversa, evoca de in m ediato los análisis de N ietzsche de La genealogía de la mo ral, en particular el T ratado segundo. — El in te n to de pensar el p o d e r en su c o n d ició n de tal, esto es, n o c o m o u n ep ifen ó m en o , ni co m o algo in stru m ental o m eram en te subordinado, sino c o m o algo in h e ren te a cada aco n tecim ien to , co m o fuerza que opera sobre otras fuerzas.6 D e aquí algunas notas distintivas: in m a n e n tism o, el p o d e r no co m o cosa sino c o m o algo investido en cada fen ó m en o , la cosa c o m o p o d er; carácter relacional, cada fuerza se anuda a o tra, las fuerzas n o son aislables, siem pre se dan sobredeterm inaciones, correlaciones m ú lti ples; carácter positivo del p o d er, que genera utilidades, sa ber, sujetividad... — E n relación co n lo an terio r, la negativa a enfocar el 5 V id.: N G H , pp. 159-164. 6 D eleu ze habla al respecto de «un p ro fu n d o nietzscheanism o» (Fou cault, M in u it, París, 1986, p p .7 7 -7 8 ; V id. tam bién: D eleu ze.— Pourparlers, M in u it, París, 1990, p p .1 2 3 , 159. D eleuze hace un desarrollo particular del c o n c e p to de p o d er, cu y o peligro es el de su posible ahistoricism o; el p o d e r e n te n d id o c o m o m ateria y fu n ció n pura (Foucault p .78 -7 9 ). En general D eleu ze lee «m ore kantiano» el nietzscheanism o de Foucault. Es significativa la c o n e x ió n de alg u n o s aspectos de la co n cep ció n foucaultiana del p o d e r co n la in terp retació n q u e de la v o lu n tad de p o d er hace D eleu ze en su Nietzsche del 1962, p o r ejem plo: los caracteres de in m a n e n tism o y pluralidad (pp.14, 19, 6 1 ,7 3 - 7 5 , 114-115, según la ed. española: A nagram a, B arcelona, 1971).
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p o d e r desde el ángulo del derecho. Ello se transparente en diversos puntos: cuestionarniento de la universalidad de los valores que supuestam ente sirven de fu n d am en to a la ley; consideración de ésta, en su p articularid ad c o m o u n ele m en to más de u n c o n ju n to am plio de fuerzas, la ley, pues, co m o fuerza entre fuerzas, una pieza más d e una com pleja m aquinaria, de p o d er; n o red u cció n de los pro ced im ien to s de p o d e r a las form as de la ley.7 —- U n a c o n ce p c ió n del p o d e r en la q u e el in d iv id u o n o es c o n ce b id o co m o algo ya previo, dado, sino co m o algo atravesado y c o n stitu id o p o r el p o d e r m ism o. C ada sujeto, c o m o sostenía N ietzsche, es una m ultiplicidad, so p o rte o cruce de plurales líneas de fuerza. N o hay sujeto del poder, individuo o clase, n o hay cen tro del que el p o d er em ane. — P o r ú ltim o , se p o d ría d e te c ta r en F o u c a u lt c ierta ten d encia a una on to lo g izació n del p o d e r — sobre to d o en sus form ulaciones, no así en sus investigaciones históricas.8 Ello p u ed e desconcertar, a te n o r de sus críticas a la h ip o stasiación, a la sustancialización del poder, y de su apueste alternativa p o r u n p la te am ie n to fu ncio n al, positivista. Y sin em bargo, ese es el caso en los m o m e n to s en que la red de p o d er se au to n o m iza y tiende a convertirse en instancia om nipresente que sólo rem ite a sí m ism a. Es éste, p o r lo demás, u n o de los aspectos que más se le ha reprochado, no siem pre ten ien d o en cuenta la salvedad indicada, y la evolución de su co n cep ció n del p o d e r c o m o luego verem os.9 7 L. Ferry y A. R e n a u t n uclean en to m o a este p u n to de la c o n c e p ció n del d e re c h o la influencia de N ietzsch e. F oucault co m partiría la perspectiva de la «voluntad de poder» co m o instancia últim a de lo real, y, con D eleu ze,' o p o n d ría al d e re c h o — a co n trap elo de la co rrien te hoy d o m in an te— u n in fu n d a m e n ta d o vitalism o. (6 8 -8 6 Itinéraircs de l'individu, G allim ard, París, 1987, p p .77-108). 8 T am b ién en F ou cau lt — c o m o el m ism o quería q u e se hiciera res pecto a M arx— habría que hacer esta distinción entre algunas elabora ciones teóricas y sus investigaciones en el cam p o de la historia, pues la riqueza, diversidad de aspectos y com plejidad de las segundas n o siem pre son b ien retom adas en sus p ropios in ten to s de form ulación teórica. Estos últim os a m e n u d o han sido expuestos en artículos o entrevistas, dond e F oucault siem pre se m ostraba m en o s cauto. 9 P o r ej.: D o m in iq u e L eco u rt en Dissidence ou révolution?, M aspero, París, 1978, p p .7 1 -8 9 ; Poulantzas.— Estado, poder y socialismo, S .X X I,
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Son éstos algunos de los p u n to s en los que se constata la deuda nietzscheana. T odo ello le llevaría alguna vez a decir que fue N ietzsche qu ien realm ente nos propuso pensar el p o d e r." 1 N o obstante, en F oucault to d o tom a o tro sesgo, debido, fun d am en talm en te, a su historicism o. Por esto no creem os q u e esa deuda p ueda rebasar el nivel del enfoque, de la perspectiva; si, p o r el contario, se in ten ta u n grado de c o n creció n mayor, entonces las diferencias en esos m is m os p u n to s se h acen notar. P u e d e servir de ejem p lo el p u n to antes señalado referente al cuerpo: si se tom a en un nivel m enos general, observam os que en La genealogía de la moral cu an d o N ietzsche se refiere a la violencia, a las penas y castigos físicos, es para a ten d e r al proceso en el que se forja una «conciencia», una «m em oria», la capacidad de « p ro m e sa » ;" F o u c a u lt, sin e m b a rg o , m ás e x te rn a lis ta , atiende a la funcionalidad de la sujeción que se genera a través de las técnicas de m odulación de la conducta. Por o tro lado, N ietzsch e n o pocas veces establece una relación de in m ediatez entre un estado corporal y u n d e term in ad o talante espiritual, fisiologism o to talm en te ausente en el genealogista francés. 1 .2 .
C r ític a d e las c o n c e p c io n e s ju r íd ic a y e c o n o m ic is t a d e l p o d e r
Es u n rasgo constante de los planteam ientos de Foucault su c o n s tru c c ió n e n n eg ativ o , su d e lim ita c ió n c o n tin u a frente a otros, frente a la historiografía positivista y h u m a nista, fren te al tra ta m ie n to h e rm e n é u tic ó de los d iscu r sos... E n lo atin en te a la c o n cep ció n del poder, sus análisis*
M adrid, 1979, p p .179-180; P. D ew s «T he N o u v elle Philosophie and Foucault», en Economy and Society, vol.8, n"2, M ayo 1979, p p .127-171; P. A n d erso n .— Tras las huellas del materialismo histórico, trad. E. T errén , S .X IX , M ad rid , 1986 [ed. original 1983], p. 59. V er la respuesta d eF oucau lt a críticas de esta índole en «Precisazioni sul potere. Risposta ad alcuni critici», en A u t-A u t, n. 167-8, Sept-L>ic. 1978, recogido en D C , t.III, pp 6 2 5 -6 3 5 . «Entrevista sobre la prisión: el libro y su m étodo», 1975, en M. F o u c a u lt.- Microfisica del poder, La Piqueta, M adrid, 1978, p.100. 11 P o r ej.: La genealogía de la moral, A lianza E ., M ad rid , 1972, 3 p p .70 -7 1 .
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aparecen contrapuestos fu n d am en talm en te a dos teorías: la ju ríd ico -lib eral y la m arxista. I) La p rim e ra c o n c e p c ió n se e n c u e n tra fo rm u la d a ejem p larm en te en los filósofos del siglo XVII y XVl i l , en los teóricos del «contrato social». D e larga tradición en O c c i dente, e n tien d e la relación de p o d e r según el m o d elo del in tercam bio m ercantil, el p o d e r co m o b ien que se posee y que m ediante acuerdo se cede, se aliena. El p o d e r estatal se constituye en una cesión o rig in aria p o r parte de los in dividuos. Parte de la idea de u n sujeto p rim itiv o de d ere chos naturales y poderes en vez de pensar que es la rela c ió n m ism a de p o d e r la q u e c o n fig u ra los su jeto s. La form a de expresión del p o d e r es invariablem ente la p ro h i bición; sus efectos son siem pre negativos, de lim itación, de rechazo, de represión; se co m p o rta del m ism o m o d o p o r diferentes que sean los espacios en los que opera (familia, escuela, Estado), lo que exige del sujeto es obediencia. Le parece a Foucault ésta una co n cep ció n reductiva in capaz de captar la versatilidad polim orfa del p o d er en las sociedades m odernas, incapaz de c o m p re n d er el fu n cio n a m ie n to de la relación de poder. El que, sin em bargo, tal teoría se m antenga resultaría explicable p o r u na doble ra zón, funcional e histórica: a) C u m p le una fu n ció n política, que se p u ed e d e n o m i nar, aunque Foucault no em plee el térm in o , sencillam ente «ideológica», de o cultam iento, de enm ascaram iento de la realidad efectiva del poder. N o nos referim os sim plem ente a la falsedad de los valores universales que el d erech o re c o noce, desm entidos en la práctica p o r las técnicas de n o r m alización, sino a que la idea de un p o d e r que actúa se g ún una lógica binaria lícito -p ro h ib id o , al m o d o de una sim ple barrera que im pide la expansión de nuestras fu er zas, lo convierte en algo más tolerable. b) La p erv iv en cia del m o d e lo ju ríd ic o tie n e ta m b ién una explicación histórica. El Estado m o n árq u ico se co n sti tuyó en la E dad M edia sobre la base de una m ultiplicidad h eterogénea de núcleos de poder, apoyándose en ellos o tam bién fren te a ellos, p ero en to d o caso organizándose co m o instancia su p erio r de resolución de conflictos, reg u ladora, equilibradora. D e ahí su in te rv e n ció n c o m o instan
cia ju ríd ica , lim itadora o sancionadora. D esde la Edad M e dia el aparato estatal n acien te ha q u e rid o presentarse co m o la fuerza de la ley, adoptar la fo rm a del derecho. Por otra parte, era c o n g ru e n te co n esta form a juríd ica u n poder, el del soberano, que ante to d o consistía en un d erech o de im p o sición, de apropiación de bienes, servicios, y en úl tim o lugar de la vida de sus súbditos. A p artir del siglo XVÍI esta situación iría cam biando instaurándose u n p o d er m enos grueso, más com plejo: «La «sustracción» tiende a no ser ya la forma suprema, sino tan sólo una pieza entre otras que tienen fundones de incita ción, de refuerzo, de control, de vigilancia, maximizacián y or ganización de las fuerzas que somete: un poder destinado a producir fuerzas, a hacerlas crecer y a ordenarlas más bien que destinado a limitarlas, a doblegarlas o destruirlas.» (vs, p.179) A pesar de los cam bios, la co n cep ció n ju ríd ica se m an tiene, y las críticas al p o d e r del soberano se hacen en el plano del derecho, d e n u n cian d o los abusos, los privilegios, lo arbitrario, en aras de u n sistema ju ríd ic o más co h eren te y ju sto. En el siglo XIX las críticas cobran una form a más radical p o r cu an to ligan d irectam en te la ley a u n p o d e r de clase, pero e n tie n d en siem pre el p o d er desde la idea de su basam ento en u n d erech o fundam ental. E n el plano de la te o ría las distintas p o sicio n es políticas tra d ic io n a lm e n te han hablado u n m ism o lenguaje. «En el pensamiento y el análisis político, aún no se ha cor tado la cabeza del rey» (VS, p .l 17). Es cierto que en la historia del p en sam ien to ha h abido otra línea que ha planteado la cuestión en térm in o s m uy distintos. En el curso del año 1975-76, Foucault c o n tra p o n e al discurso filosófico-jurídico, o tro tip o de discurso, el histérico-político, e n el que la guerra, el conflicto de fuerzas se constituye en la clave para in te rp re ta r el o rd en social, institucional, el fu n c io n a m ie n to p o lític o 12. Las característi cas de este otro plan team ien to significan una contestación 12 V id. M . F oucault. La genealogía del racismo. La P iq u eta, inadrid,
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p u n to p o r p u n to a la c o n ce p c ió n filosófico-jurídica. F oucault destaca tres rasgos: 1) Se descarta toda universalidad, tan to en lo que atañe al d erech o co m o a la verdad. Se defiende un d erech o que se sabe sie m p re p a rtic u la r, basado en u n a p o s ic ió n de fuerza o en una su p erio rid ad supuestam ente natural, el d e recho de conquista o de raza..., en cualq u ier caso u n d ere cho que se erige sobre el p o d e r v icto rio so de unos sobre otros. La verdad opera co m o un elem en to más de lucha; v e n ce r y c o n v e n c e r n o son e le m e n to s p e rte n e c ie n te s a planos distintos, particip an del m ism o ju e g o estratégico. C o m o dice, en térm inos nietzscheanos, Foucault, se trata de una «verdad perspectiva y estratégica»; "Se trata de establecer un derecho afectado de disimetría y que funciona como privilegio a mantener o a restaurar, se trata de hacer valer una verdad que funciona como un arma. Para un sujeto que detenta un discurso tal, la verdad universal y el derecho general son ilusiones o trampas» ( c - 1975-76, p.363) 2) Invierte el m o d o tradicional de co m p ren sió n de los fen ó m en o s, el cual considera superficial e in trascen d en te lo azaroso, lo violento, el desorden, para en co n trar siem pre el fondo racional. P o r el contrario, en tien d e que la c o herencia de un orden, la racionalidad, n o es más que una capa e p id é rm ic a que re m ite a algo bajo, obscuro, a «la co nfusión de la violencia, de las pasiones, de los rencores, de las revanchas», a los azares y avatares de las luchas. «El fu ro r d e b e re n d ir c u e n ta de las arm onías» ( C - l 9 7 5 -7 6 , p. 364). 3) N u n ca pretende situarse p o r encim a de los aconteci m ientos históricos, ju zg an d o a estos desde algún principio de razón, desde un plano ideal. N o rebasa el ám bito de la historia, nunca olvida el ru m o r de los conflictivos sucesos que subyacen a to d o orden, «la sangre secada en los códi gos». Sin em bargo no está exento de idealizaciones míticas respecto a algún originario pasado o a u n futuro de ventura. Este discurso h istó ric o -p o lítico contaría entre sus d efen sores a los historiadores ingleses C o k e y Selden (s. x v i i ), y en Francia a B oulainvilliers (s. x v ii-x v in ) y B u at-N an cay (s. xVIII). Foucault desecha la posibilidad de incluir a I lobbes, toda vez q u e convierte la guerra co m o o rig e n constituvo 31
del Estado en u n p rin c ip io filosófico, elim inando su n a tu raleza de a co n tecim ien to histórico; es tan sólo una guerra ideal, im aginada la que lleva a los individuos al pacto. «Es la n o -g u e rra para H o b b es q u ie n funda el Estado y le da su form a» (c -1 9 7 5 -7 6 , p. 365). D os años más ta rd e 13 F o u cau lt explorará otra línea de p e n sa m ie n to p o lític o ta m b ié n altern ativ a a los p la n te a m ien to s que giran en to rn o a la soberanía pero que, sin em b arg o , n o utiliza la g u e rra c o m o clave in te rp re ta tiv a fundam ental. Se trata de u n a reflexión m u ch o más v in c u lada a la in terv en ció n política concreta. La práctica política es e n ten d id a co m o gobierno, c o m o co n d u cc ió n , gerencia q ue com bina m aterias e individuos del m o d o más Optimo co n el fin de acrecentar el p o d e r de la n ació n . Tal línea de p en sam ien to , que considera la lógica a u tó n o m a que rije u n Estado e in ten ta su c o n o cim ien to para el m e jo r control y d irección de sus elem entos, se desarrollaría a p artir de fi nales del siglo XVI, c o m o atestiguan los textos an tim aq u ia vélicos sobre las artes de gobierno (por ejem plo el de G illa u m e de la P e r r ié r e , M iroir p o litiq u e (1 5 6 7 ) al q u e F o u c a u lt presta esp ecial a te n c ió n ) .1314 P o s te rio rm e n te se c o n tin u aría en las d o ctrin as acerca de la razón de Estado (Palazzo, B otero, C h em n itz) y en los tratados acerca de la policía c o m o técn ica de g o b ie rn o (T u rq u et de M ay en n e (siglo X V II), D elam are, V on Justi (siglo XVHl). La profundización en el desarrollo te ó ric o de estas dos últim as líneas — ta n to la que se desenvuelve en el registro del discurso h istó rico , c o m o la re fle x ió n v in cu lad a a la práctica política que fo rm ó parte de la configuración de la m ism a en la evolución del Estado m o d e rn o , tan to la que se o rie n ta b a p o r el m o d e lo del e n fre n ta m ie n to b é lic o co m o la que pretendía guiar una nueva práctica o rientada en to rn o a la n o c ió n de «gobierno"— habría revelado que u n a y otra resultan, posiblem ente, más dilucidadoras de la naturaleza del p o d er y de su fu n c io n a m ie n to de lo que lo haya sido la teoría nucleada en to rn o al derecho. 13 C -1 9 7 7 -7 8 , pp .4 4 5 -4 4 9 ; «La g o u vem am entalité» (1978), en Magazine littérairc, ti0 269, Sept. 1989, p p .9 7 -1 0 3 ; De. la gouvemamentalité, leçons d'introduction aux cours des années 1978-79. Ed. du Seuil, 1989 (re gistro en dos casetes); «O m nes e t singulatim . Vers une critique de la raison politique» (1979), Le debat, n°41, S e t.-N o v ., 1986, pp .5 -3 5 . 14 «La G ouvem am entalité», op. cit. pp . 97-101
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II) A dem ás de la crítica al m o d e lo ju ríd ic o F oucault polem iza igualm ente con la co n cep ció n m arxista, sin duda la teoría h eg em ó n ica en la crítica política de los años se tenta. H ay que decir que en este caso el in te rlo c u to r n o aparece claram ente identificado, pues Foucault parece d i rig ir su dardo sobre to d o co n tra el m arxism o más fu erte m e n te e co n o m icista , lo q u e no deja de resultar a veces d esconcertante ya que p o d rían sin dificultad localizarse en el seno de la c o rrie n te m arxista planteam ientos más c o m plejos y críticos, convergentes, en más de un p u n to , con los suyos.1’’ En algunos aspectos la teoría m arxista, al m o d o de ver de Foucault, coin cide con la co n cep ció n ju ríd ica, co m o es en la idea de un p o d e r que opera siem pre negativam ente, un p o d er represivo, que dice «no»; en la tendencia a e n te n d e r el p o d e r c o m o substancia, identificab le con una institución o aparatos, con algo que las clases sociales en lucha tratan de ocupar; y, en co n g ru en cia co n esto últim o, una idea no inm anentista, sino de ex terio rid a d en la u b i cación de la d im ensión política. El re p ro c h e fu n d a m e n ta l q u e F o u c a u lt hace al m a r xism o es el de no haber pensado la especificidad de la rela ción cíe poder, al ser ésta subordinada a lo que ha sido el cen tro de su teoría: la relación de producción. M arx habría pensado la ex plotación, pero no el poder. El p o d e r es e n ten d id o co m o un elem en to p erte n ec ie n te al espacio de la supraestructura cuya finalidad es la de velar p o r el m a n te n im ie n to de unas relaciones de p ro d u cció n determ inadas. Su posición es, p o r lo tanto, secundaria y de ex terio rid ad respecto a lo e co n ó m ico . D esde ella cu m p le su objetivo m ediante dos pro ced im ien to s esenciales: la violencia o la ideología. A través del ejercicio de la coerció n , del em pleo * ^ C o n frecuencia F oucault se cuida de distanciar la obra de M arx de la vulgata m arx ista: « S tru ctu ralism an d P o st-stru ctu ralism » , op. cit. p .21 1; «El juego de M ichel Foucault», entrevista, 1977, en Saber y ver dad, la P iqueta, M adrid, 1985, p -142; «Preguntas a M ichel Foucault sobre la geografía», entrevista. 1976, en Mierojhiea del poder, op. cit. p p .l 19, 122-123; «Entrevista sobre la prisión: el libro y su m étodo», 1975, en Ibid. p.100. «M éfliodologie p o u r la connaissance du m onde: co m m e n t se débarrnsser du marxism o», en D C , t.lll, pp. 595-618. Para una co n fro n tació n con los enfoques m arxianos p u ed en consultarse: N . Poulantzas.— lirtado, poder y socialismo, o p . cit.; B. S m art.- l-'oiwaidr, Marxism and Clritique, R o u tle d g e & K egan Paul, Londres, 1987, (P' ed.
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de la fuerza, centralizada fu n d am en talm en te en los «apara tos represivos», co lu m n a vertebral del Estado, p o r tanto, o a través de la asunción e in te rio riza c ió n de los valores de la clase dom in an te. V iolencia y eng añ o al servicio de la explotación: ésta sería la fórm ula. F oucault nos confrontará, p o r el con trario , a u n p o d er que es siem pre in m an en te al m ed io en que se ejerce, de m anera que la organización de ese m ism o m ed io genere efectos de utilidad y docilidad, econó m ico s — si este es el m e d io — y p o lític o s al m ism o tie m p o . U n p o d e r cuyo ejercicio no necesariam ente es el de la violencia o el de in d u c to r de consenso, pues su acción recae sobre los c u e r pos p a u ta n d o m e d ia n te diversas técnicas físicas su c o n ducta. U n p o d e r que adem ás se ejerce n o tan to p o r m edio del ocultam iento, del secreto, del eng añ o co m o p o r la ver dad, la p ro d u c c ió n de saber, y la organización de los dis cursos. El m arxism o in cu rre igualm ente en el e rro r de te n d er a una co m prensión institucional del poder, a lim itarlo a la actividad de los aparatos de Estado. La propuesta foucaultiana de una c o n cep ció n relacional del p o d e r nos llevaría a ver u n a m ultip licid ad de centros, de vectores de fuerza, sien d o los aparatos tan sólo p u n to s de especial adensam iento, pero en n in g ú n caso espacios a los que el p o d e r se reduzca. Esa m ism a c o n cep ció n institucional hace que se plantee una relación sim ple entre clase social y p o d e r político, de form a que se llegue a hablar de «sujeto» del poder. Sin negar las relaciones entre los intereses de clase y una determ inada configuración del poder, Foucault en tien d e la 1983); «La política de la verdad y el p ro b lem a de la hegem onía», en D . C o u zen s H o y .- Foucault, N u ev a V isión, B. Aires, 1988 (ed. original 1986), p p .175-192; M . P ó ster.— Foucault, el marxismo y la historia, Paidós, B. Aires, 1987, (ed. original 1984); D . L ecourt.— Para una crítica de la epistemología, S. X X I, M éx ico , 1973, (ed. original 1972); Dissidencc ou révolution?, op. cit.; E. B alibar.- «Foucault et M arx. L'enjeu clu nom inalism o», en Aíichel Foucault philosophe. Rencontre internationale, Seuil, París, 1989, pp. 54-76; G. A lbiac.— «M ichel F oucault, los lím i tes del pensar», en J.M . B e rm u d o (director).— Los filósofos y sus filoso fa s , t.III, V icens Vives, B arcelona, 1983, p p .5 2 9 -552; C . F ernández Liria.— Sin vigilancia y sin atstigo. Una discusión con Michel Foucault, Li bertarias, M adrid, 1992; A. H o n n e th .—- «Lógica de la em ancipación. El le g a d o filo só fico d el m arx ism o » , en Dcbats, n° 37, S ept. 1991, p p .63 -6 9 .
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situación de d o m in a c ió n de clase c o m o la consecuencia del im p e rio de una estrategia sobre otras, de la hegem onía co b rad a al im p o n e rs e una d ire c ció n d e te rm in a d a en el plural ju e g o de las fuerzas. Foucault prefiere optar p o r un análisis no deductivo, sino, p o r el co ntrario , ascendente, en el que se m uestre c ó m o una clase social se apropia, globaliza, im p rim e una d irección a una m ultiplicidad de poderes, de técnicas políticas ya preexistentes que se desarrollaban de form a a u tó n o m a c u b rie n d o diversos fines, necesidades h e tero g én eas.1,1 El coste político de esta c o n cep ció n econom icista e ins titucional sería evidente: incapacidad para afrontar la d i versidad de los m o vim ientos de lucha; de c o m p re n d er la resistencia de una organización de d o m in io ; ten d en cia a rep ro d u cir relaciones de poder, e tc .1' 1 .3 .
A n a lític a
Frente a ambas co n cep cio n es, la ju ríd ica y la m arxista, F oucault sitúa su planteam iento. Este quiere encam inarse no hacia una nueva teoría, sino hacia una analítica del p o d e r.18 La propuesta no ha de interpretarse en el sentido de renuncia a un d e te rm in a d o grado de elaboración in telec tual, rechazo p ro p io de un positivism o ingenuo. D e h ech o Foucault habla a veces tic la necesidad de dotarse de otra teoría del p o d e r.1'' N o se trata pués de ningún ateoricism o, sino de o tro m o d o de e n te n d e r la teoría, el trabajo de in vestigación. A lo que se renuncia es al sistema, al in ten to de hacer encajar en una totalidad, de m anera apriorística,
Véase: VS, pp. 121-122; C u rso del 14 de E nero del 76, en Microjísíi'ti del poder, op. eit. pp. 144-147; «El ju e g o de M ichei Foucault», Ihnl. p. 1 3 7 -138. i; «Los intelectuales y el p o d en ;, entrevista. 1972, Microjhica del poder. op. eit. p.8 6 ; « P oder-cuerpo», entrevista, 1975, en Ibid. pp. 107-108; «Preguntas a M ieliel F oucault sobre la geografía», en Ibitl. p.120; M. F o u cau lt.--Di naturaleza humana ¿justicia o poder? Debate con (íliomsky, 1974. U n iv . de V alencia, 1976, p.54; « l)eux essais...», op. cit. p.303; «C lililíes et singtilatim », op. cit. p.35. ,x VS, p .1 0 9 . «La pliiiosophie analy tiq u e de la politkpie», en / X ’. t.lll, pp. 5 3 4 -5 5 1. •" VS, p.120; «Poderes y estrategias», entrevista, 1977, en Microjhica del poder, op. cit. p. 173.
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los elem en to s de una realidad siem pre más com pleja; se rechaza la pretensión, que k an tian am en te consideraríam os basada en una tendencia, consustancial al pensam iento, de agotar en unos pocos prin cip io s la pluralidad indefinida, de axiom atizar y conseguir el cierre del m odelo. D e aquí la preferencia de una «analítica», o si se quiere, de una «teo ría» pero en ten d id a co m o caja de herramientas, es decir, la ad o p ció n de una actitud m enos deductiva y más cautelosa q ue se p ro p o n e circunscribir u n d o m in io y ap o rtar u n ins tru m e n ta l de análisis q u e se sabe parcial, frag m en tario , siem pre abierto a sucesivas incorporacio n es y m odificacio nes en el con tacto co n el m aterial em pírico. La «analítica» es c o n g ru e n te co n la posición de un historicism o radical; de d o n d e su nom inalism o, su crítica abierta de toda p ro y ecció n atem p o ral de n o cio n es o categorías, su d esco n fianza resp ecto a to d o discu rso general. Esta a ctitu d de m oderación m etódica no debiera extrañar a la vista del teo ricism o y ap rio rism o q u e caracterizaban la literatura p o lí tica de los años setenta. E n consonancia con esta posición cree Foucault que la p reg u n ta que hay que form ular no es la relativa a la n a tu raleza del poder, o a sus causas, o a su procedencia, sino otra de carácter más descriptivo y e m p íric o referida a su ejercicio. N o form ular la in terro g ació n en los térm in o s de « q u é es» o « p o r qué» o «de d ó n d e » , s in o e n los d el «cómo», «cóm o se ejerce», «cóm o ocurre». Y ello n o p o r que n o quepan las otras preguntas sino p o r una cuestión de m étodo. Sostiene F oucault que el fu n c io n a m ie n to del p o d e r se d e se n v u e lv e e n u n á m b ito e sp e c ífic o seg ú n u n d o b le p u n to de vista: especificidad en cuanto a que la racionali dad, la dinám ica característica de la relación de p o d e r no es asim ilable a la o perante en otros ám bitos (económ ico, com unicativo, discursivo...); pero tam b ién especificidad en el sentido de q u e la relación de p o d e r n o es reductible a otra instancia, n o tiene u n estatuto de entidad subordinada respecto a n in g ú n subsistem a. D e n tro de este m arco de especificidad se perfilan algu nas propuestas respecto al p o d e r:202 2" V id.: VS, pp. 121-129; «D eux essais...», op. cit. p p .308-321; C urso del 14-1-76 en Microjisica del peder, op. cit. p p .142-147; «Poderes y es-
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a) El p o d e r «no es una cosa que se adquiere, se arrebata o se divide, una cosa que se guarda o que se deja escapar» (VS, p. 123). T am bién en este p u n to es preciso ab an d o n ar el sustancialism o y adoptar una actitud más positivista. El estatuto o n to ló g ic o del p o d e r n o es el de «ente objeto» que entonces, co m o si de una m ercancía se tratara, cupiese intercam biar, acum ular, o, co m o si de u n fo rtín o te rrito rio, adueñarse de él. Su estatuto es otro, el de la relación. D e nuevo cierta dosis de antiplatonism o se hace necesaria, una vuelta a categorías heraclíteas. El p o d er es relación de fuerzas, actividad, algo siem pre en ejercicio; im plica c o n frontación. conflicto, contraposición de vectores. Por ello no cabe hablar de una fuente u origen; lo que se da son los encadenam ientos, enlaces, encabalgam ientos de fuerzas que se potencian o debilitan. N i tam poco es posible d e te r m in ar el lugar del poder, indicar, de acuerdo con una ló gica binaria, d ó nde se ubica y d ó n d e está ausente, d ó nde el amo, d ó n d e el esclavo; la relación es siem pre de tensión en cuanto que en to d o m o m e n to hay oposición de fu er zas, «allí d o n d e hay poder, hay resistencia" (vs, p. 125). E n el lím ite, si se diese la anulación de toda fuerza contraria no cabría hablar de relación de poder. La relación nunca es fija, sólo adm ite grados de una estabilidad que ha de ser co n stan tem en te renovada. La relación de p o d e r se inserta siem pre en un c o n ju n to de relaciones. Foucault habla reiteradam ente de «red», de «series», para referirse a este cruce m últiple en el que se en cuentra toda relación. N o es posible aislar una línea de fuerza de las demás; nunca se trata de una co n ex ió n entre un simple par de elem entos. D e una vez p o r todas habría que desterrar los esquem as dualistas. Foucault alguna vez, acaso deleuzianam ente, ha planteado la necesidad de des prenderse de la form a lógica de la contradicción co m o m e dio de com prensión de las luchas políticas;2' frente a ello,*1 trategias», entrevista 1977 en ¡bid. p p .168-174; De la gouvemamentalité, Icfaiis d'introdnction m ix cours des alinees 1978 el 1979,( «Securité, territoire, population», lección del 1 1-1-78), op. cit.; «Les mailles du p o u voir», en 1X7, t.lll pp. 182-201. Véase tam bién la síntesis hecha p o r D eleu ze.— «Ecrivain non: un n o u v eau x cartographe», Critique, n"343, 1.lie. 1975, pp. 1208-1212. - Al respecto recuérdese la in terp retació n antidialéctica de D eleuze en su Nietzsche (1962), y su crítica de la lógica dialéctica en Differenee el répelition (1969). Véase M . F o u cau lt.— «Poderes y estrategias», op. cit.
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habría q u e optar p o r u n análisis de tipo estratégico, que cap tase la pluralidad de las líneas de fuerza, «el ju e g o de rela ciones desiguales y m óviles"(vs, p. 123), los «puntos de re sistencia m óviles y transitorios" (vs, p.127). A diferencia de la lógica dialéctica, la analítica estratégica evitaría la abs tra c c ió n , el re d u c cio n ism o , q u e c o m p o rta el o b scu rec i m ie n to y subo rdinación de la pluralidad de las relaciones ante u n a que se destaca c o m o central, cu an d o ésta n o es sino el resultado m o m e n tá n e o de la diversidad de cruces de líneas de fuerza, co n las que se m an tien e en constante tensión, definiéndose unas respecto a otras, c o n stitu y én dose recíprocam ente. La dialéctica elim inaría la im pronta de cada fuerza, su irru p c ió n azarosa, al som eterla a una ló gica previa. La d o m in ació n es ante to d o u n resultado, el de la c o n v e rg e n c ia de u n a p lu ra lid a d de fuerzas, la c o ag u la c ió n tem poral de una particular disposición en la d irecció n de los vectores. N o cabe pues invertir esta lógica de la génesis y presentar la situación de do m in ació n co m o si em anase de algún centro, voluntad o plan privilegiado. La diversidad de las líneas de fuerza, la tensión de estra tegias hegem ónicas y tácticas locales, es lo q u e hace que
p.172; «V erdad y poder», entrevista, 1977, en Ibid. p p .179-180; «El ojo del poder», en trev ista, 1976, en J. B e n th a m .— El Panóptico, La P i queta, M ad rid , 1979, p.26. Lo q u e F ou cau lt critica a la lógica dialéc tica en defensa de u n altern ativ o p en sam ien to estratégico es exacta m e n t e lo m is m o q u e a q u e lla s o lía r e p r o c h a r al d e n o m i n a d o pen sam ien to «metafísíco», o en té rm in o s h egelianos al m o d o p ropio del «entendim iento». N o se acaba de v er claro el lugar en el q u e se si túa esta lógica estratégica, si d ecid id am en te tom a el d erro tero deleuziano de u n a lógica de la diferencia o se lim ita a un in ten to de co m b a tir, d e fo rm a p o lé m ic a , la te le o lo g ía h e g e lian a q u e lia e n v u e lto a m e n u d o el p en sam ien to de la co n trad icció n . Si esta segunda hipótesis fuera cierta, una vez m ás se denotaría la taita de claridad en cu an to a saber contra q u é m arxism o dirije F oucault sus dardos. Ello, toda vez que de M ao (Las contradicciones, 1937,1957) a Althusser (La revolución teó rica de Marx, 1965), pasando p o r A d o rn o (Dialéctica negativa, 1966), se ha d ado ese m ism o in te n to de librar la dialéctica del corsé hegcliano. E n los dos prim eros ha habido una reelaboración del p ensam iento de la co n trad icció n con el m ism o o b jetiv o de analizar la com plejidad y m ov ilid ad de la correlación de fuerzas en el cam po político. R . B odei u n e en este p u n to a F ou cau lt y D eleuze, en «Foucault: P o u v o ir e t m aitríse de soi» en Critique, n °471-472, A gosto 86, p.899 y ss. S obre la co n cep ció n de la dialéctica tan to en M ao co m o en A lth u sser: V id. A. B adiou.— llieorie de la contradiction, M aspero, París, 1975.
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toda situación esté c o n stan tem en te abierta al cam bio, a la posibilidad de su transform ación. La resistencia es igual m en te m últiple, en co n g ru en cia co n esta lógica de la red de fuerzas, n o hay un cen tro p rim o rd ial de contestación, «un lugar del gran rechazo — alm a de la revuelta, hogar de todas las rebeliones, ley pura del revo lu cio n ario » (vs, p. 126). Y del m ism o m o d o q u e la com p o sició n de una si tu ació n de dom inio, su quiebra se o rig in a a través de ru p turas m últiples, del au m en to de fuerzas, ahanzas c o y u n tu rales, p u n to s de enlace. b) U n a segunda nota, ya apuntada más atrás, que está es trech am en te vinculada a la prim era, sería la no reducción del p o d e r a los aparatos del Estado. Estos n o p u e d en to marse co m o centros perfectam ente delim itables g en erad o res de poder. P o r el contrario, es preciso situarlos en co n e x ió n c o n la diversidad de líneas de fuerza, relaciones de p o d er que, si bien con trazos m enos gruesos y a u n nivel más local, reticulan el c o n ju n to de la sociedad. Los aparatos se conform an a m en u d o en la convergencia y sistem atiza ción de esas relaciones, reo b ran d o a su vez sobre las m is mas. E n cierto sentido los aparatos son más b ien form as term inales, cristalizaciones de tácticas de p o d e r operantes previam ente en otros m edios. Vigilar y castigar nos m uestra u n b u e n ejem plo de ello: c ó m o la prisión recodifica una diversidad de técnicas disciplinarias que constituyen parte esencial de su funcionam iento. «La form a-p risió n preexiste a su utilización sistemática en las leyes penales. Se ha cons titu ido en el e x terio r del aparato judicial» (SP, p. 233). O tro ejem plo de lo que den o m in a «estatalización de los m eca nismos de discilphna» (SP, p. 214) sería la organización en Francia de un aparato centrahzado de policía, caracterizado p o r esa atención, propia de la tecnología disciplinaria, a lo infinitam ente peq u eñ o , una de cuyas funciones consistiría en cu b rir los espacios que las instituciones disciplinarias ce rradas (taller, cuartel, escuela) dejan libres, in terv en ir «disci plinando los espacios no disciplinarios». Foucault ha a te n d id o s ie m p re a estos p ro c e so s de estatalización, a esta solidificación en instituciones estatales de m ovim ientos dis persos que circulan en la sociedad civil; recuérdese al res p ecto los análisis de Historia de la locura sobre el in te rn a m ien to en la edad clásica, o el asilo en la edad m oderna, 39
có m o retom an funciones de asistencia cubiertas a n terio r m en te p o r grupos o com unidades religiosas, n o sin asum ir tam bién algunas de sus técnicas de co ntro l.22 Los aparatos estatales se ubican, p o r tanto, en perfecta continuidad con la diversidad de dispositivos de p o d er que atraviesan lo social. T ien e n que ser asumidos co m o resortes especiales en el cruce de las fuerzas, com o nudos de la red, puntos de intercam bio, reapropiación, reacondicionam iento y transm isión de fuerzas. P o r una parte, y com o ya hem os señalado, asum en y reordenan funciones y técnicas ya ac tuantes en la sociedad; p o r otra, sin em bargo, reobran sobre el co n ju n to de los dispositivos, sin perd er el contacto con ellos, volviendo así más eficaz su efecto de control, más tu pida la red. La p risió n retom a la tecn o lo g ía disciplinaria pero a su vez se m antiene en conexión con los diversos dis positivos de poder pagando así con creces su «deuda», for m ando con otras instituciones de disciplina un «gran co n tin u u m carcelario», transportando las técnicas penitenciarias «al cuerpo social entero». Interconexión y reciprocidad.23 El p u n to de vista de Foucault respecto al p o d e r del Es tado debe situarse pues desde este ángulo. Su enfoque p re ten d e evitar el in c u rrir en tres errores: 1) El de analizar el p o d er en térm in o s de cen tro -p eriferia: suposición de un lugar privilegiado del que irradia a toda la sociedad su in flujo, trayectoria vertical y u n ifo rm e de su ejercicio, sean sus efectos del o rd e n de la violencia o de la ideología. A ello o p o n e F oucault u n análisis basado en la m ultiplicación de los centros y focos de p o d er, la co n sid eració n de los com plejos estatales sobre to d o co m o form as term inales, la pluralidad de trayectorias en la circulación del poder, la di versidad de las técnicas y dispositivos. 2) El erro r de reco r tar el fu n cio n am ien to de los aparatos, de n o c o m p re n d er su inserción, de doble vía, en la tram a de fuerzas que in viste las relaciones sociales. 3) El soslayar todos estos m eca nism os, tácticas, relaciones de p o d er que n o se circunscri b e n a los a p a ra to s y q u e sin e m b a rg o c o n s titu y e n el verdadero cim iento de u n o rd en dado. 22 S obre los procesos de estatalización y la co m b in ació n de asistencia y c o n tro l: H F , p p .6 0 -6 4 , 71, 87, 4 5 1 , 4 5 6, 469; N C , p .1 9 ; V FJ, pp.75, 101, 105, 118, 126, 129; SP, p p .2 1 4 y ss.; «D eux essais...», op. cit. p.318. 23 SP, p.3 0 4 y ss.
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c) N o cabe hablar de un «sujeto» del poder, ya sea refi riéndose a u n individuo o a una clase social. Tam bién de este cam po es preciso desterrar las categorías an tro p o ló g i cas. E n p rim e r lugar, si partim os de una co n cep ció n rela ciona! del poder, entonces habrá que cuestionar la n oción misma de «sujeto» o de «individuo». N o se p u ed en to m ar co m o elem entos ya dados, en los que se origina un p ro ceso, ab initio o contra los que se ejerce la violencia de un aparato. C o m o se ha puesto de relieve en los capítulos an teriores, el individuo es ya un constructo, está conform ado, atravesado p o r las diversas técnicas de poder. En rig o r sólo podríam os hablar de «individuos» en relación con d e te rm i nados procesos de individualización, en función de un d e term in ad o régim en de p o d er que se desarrolla en la M o dernidad. Es posible relacionar una determ inada situación de d o m in io . c o n la h e g e m o n ía de una clase social. F o u c a u lt p o n e en co n ex ió n con la burguesía la extensión y sistem a tizació n de las disciplinas; al igual, la instauración de la p risión co m o principal sistema punitivo.24 El problem a re side en e n te n d e r esa do m in ació n co m o originada en una tenaz voluntad, un itaria y h o m o g én ea, q u e ha im puesto u n plan co n fo rm e a sus intereses, y no c o m o un resultado del entrelazam iento, extensión y confluencia de m ecanis m os y tácticas de orígenes y fines diversos que se globalizan en un m o m e n to dado y adquieren una dirección d e te rm in a d a . La ló g ic a g e n e ra l de una o rg a n iz a c ió n de d o m in io no dep en d e de n in g ú n plan previo, n o es asigna ble a sujeto alguno. A un nivel local es plausible señalar el designio a que responde tal o cual práctica, técnica u orga nización, pero no así cuando se rebasa ese nivel de c o n cre ción y se observa el proceso general en que estos m o v i m ie n to s se van in s c r ib ie n d o . E llo lleva a F o u c a u lt a afirm ar: «Las relaciones de p o d e r son a la vez intencionales y no subjetivas» (VS, p. 124).2:1* 21 24 Sobre la relación histórica en tre m ecanism os de p o d er y burguesía: SI1, p p .2 3 3 , 2 7 7 -2 8 2 . 286; C u rso de 14-1-76, en Microftsicct del poder, op. cit. p p .143-147. 21 Difícil n o evocar la co n ex ió n de la tesis de F oucault con la c o n o cida «paradoja de las consecuencias» de W e b e r (El político y el científico, trad. F. R u b io L ló re n te , A lianza. E ., M a d rid , 1 9 8 8 "’, «La política co m o vocación», p p .8 1 -1 7 9 , pp.156, 167-168). Vid. B. Sniart.— Fon-
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En la au to n o m ía de esta lógica general se m anifiesta una vez más ese « trascendentalism o sin su jeto trascendental» q u e cabe d e te c ta r en el trabajo h isto rio g ráfico fo u cau ltiano. d) N o hay una instancia específica en la que quepa u b i car el poder. N o se sitúa en u n espacio supraestructural, co n una relación de su b o rd in ació n con respecto a la e co n o m ía, sobre la q u e actúe desde afuera. T am p o co se sitúa en u n trasfondo, c o m o una especie de instancia ú ltim a que p o r d eb ajo re c o rre el c u e rp o social y lo d e te rm in a . Es preciso a d o p tar u n a p o stu ra a n tih e rm e n é u tic a . El p o d e r n o c o m o signo cuyo verdadero sentido rem ite a o tro nivel, a otra instancia en la que en cu e n tra explicación. N i tam p o co él m ism o c o m o clave de to d o sentido, esencia oculta respecto a la cual el investigador ha de lim itarse a describir sus signos; cuando F oucault nos p ro p o n e la pregunta p o r el «cóm o» d el p o d e r se refiere a c ó m o se ejerce, n o a c ó m o se m anifiesta. N i superestructura, ni instancia últim a, el p o d er no tras ciende las relaciones sociales, las recubre, fu n cio n a en la diversidad de instancias q u e articulan la sociedad: "las relaciones de poder no son de exterioridad con respecto a otros tipos de relaciones (procesos económicos, relaciones de co nocimiento, relaciones sexuales), sino que son inmanentes; son los efectos inmediatos de las divisiones, desigualdades y dese quilibrios que en ellos se producen, y son reciprocamente las condiciones internas de esas diferenciaciones» (vs, p. 123-24). Es preciso e n ten d e r c o rre ctam e n te esta posición in m a n en tista. N o supone q u e toda relación social es ya en sí m ism a una relación de poder, y que, entonces, en cierto m odo, to d o son relaciones de poder, el saber es poder, la c o m u n ic a c ió n y la relació n sexual son p o d e r, etc. Esta sim plificación — a la q u e algunas form u lacio n es de F o u cault n o han dejado de dar pie— exim iría de to d o in te n to de análisis de sus rasgos, de la lógica de su fun cio n am ien to . cault, Marxism and ('ritíque, op . cit. pp. 131-132; J. I '.lstcr - Uvas amargas. Sobre ¡a subversión de la racionalidad, irad. E. Lynch, Península-, Barcelona, 1988, (ed. original 1983), pp. 148-153, en particular pp. 152 154.
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Q u e las relaciones de p o d e r se den siem pre vinculadas a, im bricadas en relaciones de otro tipo, n o significa q ue c a rezcan de especificidad, q u e no sean diferenciables. 1 lay que distinguir dos aspectos: el efecto de p o d e r que se des p rende de una relación de otra naturaleza, p o r ejem p lo de la división técnica del trabajo en una fábrica, de la a u to m atización de la actividad laboral, co m p artim en tació n del tiem po, etc.; y, en segundo lugar, los efectos de p o d e r g e n erad o s p o r m ecan ism o s, resortes específicos, c o m o las funciones de vigilancia, la m icropenalización del tiem p o y de las conductas, actividades que acom p añ an a las dem ás relaciones y son p arte fundam ental del éx ito de las m is mas, la rentabilidad eco n ó m ica en este caso. U n aspecto y otro, au n q u e im plicados de distinto m o d o en las diversas relaciones, y con grados distintos de diferenciación, fo r m an p a rte de las relaciones de p o d er. E n te n d e m o s q u e Foucault apunta, en la cita a n te rio r a esta distinción al h a blar de «los efectos inmediatos» — y de «las condiciones inter nas», dos planos de las relaciones de poder. U na de las ca racterísticas m ás d e fim to rias del p o d e r im p e ra n te en la sociedad m o d e rn a es esta im plicación, de form a que la ra cionalización, organización, a que son som etidas todas las relaciones sociales m ultiplican los efectos de poder, y que los resortes específicos de p o d e r — siem pre discretos, con un grado bajo de diferenciación— , las «condiciones in te r nas» q u e las acom pañan po ten cian su eficacia. El aspecto más e strictam en te «político» de las disciplinas en carn ad o en los p ro ced im ien to s de la vigilancia jerárq u ica, la san c ió n n o rm a liz a d o ra y el e x a m e n , va in d iso c ia b le m e n te u n id o a, es un e lem en to intrínseco del desarrollo ó p tim o de la actividad, fa c to r im p rescin d ib le para su eficacia26. F u n ción y p o d e r van in tim a m e n te unidos; Foucault, refi rién dose al dispositivo panóptico, destaca esta m u tu a im - 2 2" Pag. 197. J. P. G a u d em ar hace una distinción entre dos tipos de disciplina em pleados en la fábrica q u e v ie n e n a co rresp o n d er con la distinción q u e n osotros hacem os: una es la disciplina que d ep en d e es trictam en te de la división técnica del trabajo, cíe la o rganización del tiem p o , de la eco n o m ía de m o v im ien to s, de la más perfecta adaptación a la m áquina; esta sería una especie de disciplina tecnológica o co m o p re fiere d enom inarla G au d em ar maquinación maqnínica. La segunda sería la disciplina q u e es fun ció n de la actividad vigilante de agentes específi cos, controladores, capataces; esta segunda form a es d en o m in ad a disci plina dominadora.
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plicación: «es una m anera de hacer fun cio n ar relaciones de p o d e r en una función, y una función p o r estas relaciones de poder» (SP , p.208). Im bricación, inm anencia, p o r lo tanto, pero no indistin ción. E n u n texto tardío,*27 sobre el que volveremos, F oucault señalaba am bos aspectos de diferencia e im plicación. E n térnnnos haberm asianos distinguía entre relaciones téc nicas o de dom inio sobre las cosas, relaciones com unicativas y relaciones de poder, considerando a la vez sus entrelaza m ientos, cóm o las prim eras conllevan siem pre intercam bio de inform ación, la cooperación com unicativa entre partici pantes, o la exigencia de obligaciones y jerarquización entre los mismos; cóm o las relaciones de com unicación im plican una com petencia técnica, '«y sobre el solo h ech o de que m odifican el cam po inform ativo de los participantes, in d u cen efectos de poder» (DE, p. 310). «Relaciones de poder», «relaciones de com unicación», «capacidades objetivas» no d eb en pues ser confundidas. Lo que no quiere decir que constituyan dom inios separados» (DE, p. 310). La articulación entre unas relaciones y otras adm ite m últi ples formas. Las «disciplinas» podrían ser consideradas com o una form a de articulación racional óptim a de las capacidades objetivas, las relaciones comunicativas y de poder, que, según las funciones (educativas, productivas, militares, sanitarias, etc) haría prevalecer un tipo de relaciones sobre otras. E n sum a, la tesis de la no e x terio rid ad se o p o n e tan to a la posición de «todo es poder» co m o a la que le asigna red u c to ra m en te una instancia especial. A esta ú ltim a p o si ción pertenecería el m arxism o econom icista,28 que no ve La tesis — q u e nos parece m u y acertada y q ue m erecería la pena d e sarrollar— es que en la ev o lu ció n del capitalism o se da una tendencia a la sustitución de la segunda form a de disciplina p o r la prim era, que sin em b arg o es más fácilm ente aceptada p o r su apariencia de resp o n d er a una m era racionalidad técnica. (J. P. G au d em ar.— «Prelim inares para u n a genealogía de las form as de disciplina en el proceso capitalista del trabajo» en Espacios de poder, op. cit. p p .85-121). 27 «D eux essais...», op. cit. pp. 3 0 9 -3 1 2 . T am b ién véase: «O m nes ct singulatim », op. cit. p p .34-3 5 ; «Structuralism and Poststructuralism » en 'Telos, op. cit. p. 207. 28 F o u c a u lt ha alu d id o m ás de una vez a la aten ció n prestada p o r M arx — a diferencia de m u ch o s de sus seguidores— a los m ecanism os de p o d e r im plicados en las relaciones económ icas: SP, p.177, n o ta 3; Ibid. p .2 2 2 , n ota 1; «Poder— cuerpo» en Microfisica del poder, op. cit. p.106; «T echnologies o f th e Self», en L. H . M artin, H . G u tn an , P. H .
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có m o las relaciones de p o d e r se insertan en el ám b ito de la p ro d u cció n , y en consecuencia su estrategia de cam bio so cial dejaría intactas; pero tam bién com p artirían esta posi ción otras corrien tes antieconom icistas que descuidan los efectos de p o d er que acom pañan a otras form as sociales, cognoscitivas o com unicativas. e) Por últim o, una característica relativa al m o d o o p era tivo del poder. Este no se identifica con la acción repre siva, de barrera, negadora de la posibilidadd de otra ac ción. Su m o d o o p erativ o ta m b ié n es de signo positivo, productivo, posibilitador. El p o d e r disciplinario funciona c o m o u n «in ten sificad o r» d e c u a lq u ie r tip o de a c c ió n (económ ica, educativa, m ilitar); en relación con el sexo el p o d er ha m ultiplicado los discursos (sobre una sexualidad infantil, sobre la m asturbación, las perversiones), ha im p lan tad o nuevas form as (las «perversiones»); el p o d e r se constituye en m atriz de to d o un saber sobre el in d iv id u o y las poblaciones (psicología infantil, psicopatología, c rim i nología, estadística, dem ografía). La id en tificació n del p o d e r co n la fo rm a de la re p re sión, rasgo con el que se distinguiría la c o n c e p c ió n j u r í dica, quizá fuera m enos e rró n e a para c o n c e p tu a r el p o d er característico de otra época, de la E dad M ed ia, pero n o es lícita su generalización, ello significaría etern izar a nivel categorial lo que n o es sino una form a histórica c o n creta. F o u cau lt se ha re p ro c h ad o a sí m ism o el utilizar esta co n cep ció n en sus obras anteriores a Vigilen y castigar, tanto en Historia de la locura, co m o en E l orden del discurso, a la que sitúa en un m o m e n to de transición .21' C abe, sin e m bargo, m atizar esa a u to co m p ren sió n , al m enos en lo que atañe a su obra sobre la locura, que, co m o suele o c u rrir con aquellas en las que se in tern a en una investigación his tórica concreta de am plio alcance, se presta m en o s a ser reducida a un esquem a de análisis. N o siem pre la investi- *2 H u tto n .— Technologies of tlic Sel/. A Seminar wirli Miclicl Foucault, T a vistock Publications, L ondres, 1988, p._ 18; «Les rnailles...», op. cit. pp. 186 y ss. 2" «Las re lacio n es de p o d e r p e n e tra n en los cuerpos», en tre v ista , 1977, en Microfisica del poder, op . cit. pp. 153-155; «Verité et pouvoir», en L'Arc, n° 70, 1977, pp. 16-26, p. 21.
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gación concreta, los elem entos que ella p o n e en m archa, casan con la conceptuaiización o las generalizaciones sin téticas que en ella y de ella se hacen. En Historia de la lo cura ap arecen e lem en to s a tin e n tes al su rg im ie n to de un nu evo tip o de p o d e r que no se pliegan fácilm ente a un m o d elo negativo, y cuya c o n ex ió n co n los trabajos de los setenta n o es difícil de establecer. A parte de la atención a u n p ro c e so de e sta ta liz ac ió n d esd e la edad clásica que com plejiza progresivam ente las funciones del p o d er polí tico, y en el que se im brican, a veces de form a sutil, las fu n ciones de asistencia y de co n tro l, F o u cau lt destacaba allí la im portancia de operaciones co m o las que se efectua ban en o se desprendían de la m ism a configuración del in te rn a m ie n to , d o n d e al re a g ru p a rse in d is tin ta m e n te un c o n ju n to h eterogéneo de tipos (crim inales, libertinos, d e m entes, pobres...) se aproxim aban una serie de rasgos con los que se fué forjando una determ inad a figura de la lo cura. Así p o r ejem plo, el avecinam iento que se p ro d u ce entre sexualidad y locura al ser o b jeto del m ism o castigo, y, p o r ende, hom osexual y loco situados bajo la m ism a ca tegoría de la «sin-razón». D e aquí que en el tex to se advir tiera: «Pues el internamiento no solo ha jugado un papel negativo, de exclusión; sino también un papel positivo de organización. Sus prácticas y sus reglas han constituido un dominio de ex periencia que tiene en su unidad, su coherencia y su función» (HF p.96).
E n cuanto al asilo decim onónico se subrayaba su papel co rrectivo, moralizante, y sobre todo constitutivo de una parti cular subjetividad, a través de procedim ientos com o la orde nación de la jo rn ad a en función del trabajo, pues «el trabajo tiene una fuerza de constrición superior a todas las formas de coerción física» (HF, p. 505),30 o la mirada, o la conversión en objeto de un saber que fijaba al sujeto a su «verdad». Tres elem entos que tienen su parangón en el funcionam iento del p o der disciplinario: la utilización del trabajo en las prisiones, 3H Jacques D o n z e lo t ha insistido en este p u n to de norm alización a través del trabajo en instituciones de en cierro c o m o el m an ico m io , la colonia de indigentes o la prisión. (|. D o n z e lo t.— «Espacio cerrado, trabajo y norm alización», en Espacios de poder, op. cit. pp. 27-51).
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com o «principio de orden y de regularidad (...) con el tra bajo “ la regla se introduce en una prisión, reina en ella sin esfuerza, sin el em pleo de n in g ú n m edio represivo y vio lento. Al ocupar al detenido, se le dan hábitos de orden y obediencia” » (SP. p. 245); el principio de la visibilidad total, de la observación ininterrum pida que tendría en el Panóp tico su más perfecta realización; «el ejercicio de la disciplina supone un dispositivo que constriñe p o r el ju e g o de la m i rada» (s p , p. 173); en fin, la conform ación de un carácter, el «delincuente», p o r m ecanism os de los que fo rm an parte esencial los discursos penal y psiquiátrico. Aspectos sem ejantes se encuentran en Nacimiento de la clí nica, donde se resalta la intervención cada vez más globalizadora de una m edicina que deja de lim itarse a su papel nega tivo de e lim in a c ió n de la e n fe rm e d a d . F o u c a u lt señala có m o en el siglo XIX la m edicina se vuelve norm alizadora.3' A pesar de estos elem entos procedentes de sus investiga ciones históricas, F oucault no elaborará u n c o n ce p to te ó rico de p o d e r distinto hasta después de Fzl orden del discurso. En ese m o m e n to podrá observarse un reiterad o in ten to , plasm ado en propuestas no del to d o co n g ru en tes, de p e n sar los p rocedim ientos de p o d e r al m argen de las form as tradicionales de la violencia o de la ideología. Y ello, au n que el m o d e lo de la guerra, m ovido p o r su polém ica con la c o n cep ció n jurid icista, planease — n o sin au to cu estio n am iento, es c ierto — sobre sus análisis. A dem as del em pleo tre c u en te de té rm in o s m ilitares en la caracterizació n del p o d e r,3132 en varias ocasiones se hace el p lan team ien to cié la c o n stru cció n del o rd en político m o d e rn o co m o un p ro ceso en el que las relaciones bélicas han sido trasladadas a otro espacio de jueg o : «E! modelo estratégico, mas bien que el modelo del derecho. Y eso, no por una opción especulativa de preferencia teórica; sino porque, en efecto, es uno de los rasgos fundamentales de las sociedades occidentales el que las relaciones de fuerzas que du rante largo tiempo habían encontrado en la guerra, en todas las formas de guerra, su expresión principal se lian poco a poco investido en el orden del poder político» (VS, p.135) 31 N C , p.34. 32 P o r ej en SP. p. 31.
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En fin, en co n ex ió n con estos análisis históricos la reite rada p reg u n ta acerca de la posibilidad de invertir la tesis de C lausew itz: «¿Es preciso entonces dar la vuelta a la lomuda y decir que la política es la guerra proseguida por otros medios? Quizá, si se quiere aún mantener una separación entre guerra y política, se debería más bien avanzar que esta multiplicidad de relaciones: de fuerza puede ser codificada — en parte y nunca totalmente— ya en la forma de la «querrá», ya en la forma de la «política» (vs p. 123 v H ay que precisar que, p o r lo general, la utilización del m o d e lo de la gu erra p o r parte de F o u cau lt dejaba a un lad o lo q u e eran p ro c e d im ie n to s esenciales del m ism o c o m o la violencia o el engaño, para to m a r co m o referen cia sobre to d o lo que se situaba del lado de la disciplina, la m aniobra, la táctica, las alianzas, etc. D u ra n te el curso del 7 5 -7 6 Foucault p ro ced ió , sin e m bargo, a interrogarse críticam en te sobre la p ertin en cia de analizar el p o d e r siguiendo el m o d elo de la guerra, cons ciente de in c u rrrir acaso, p o r esa vía, en un nuevo re d u c cionism o. En dich o curso dejaba claro que esa cuestión im plicaba, para él, m uchas otras: relativas a la posibilidad de e n te n d e r toda lucha en clave bélica; a la posibilidad de to m a r las in s titu c io n e s m ilita re s y sus p ro c e d im ie n to s co m o núcleo de las instituciones políticas; relativas a la c o rrección del análisis de las relaciones de p o d e r en los té r m inos de la estrategia y la táctica, etc.34 Y, sin em bargo, d ejaba sin re s p o n d e r todas estas p re g u n ta s o p ta n d o , en cam bio, p o r centrarse en la investigación sobre aquellos autores que en p rim e r lugar analizaron el p o d e r político co m o otra form a de guerra. Sea co m o fuere, Foucault p a rece, d u ran te esa época, haber llegado a la conclusión de la inviabilidad de tal m o d e lo ;3^ el inicio de sus trabajos sobre " C - 1975-76, p.86; C u rso del 7-1-76 en Microjhiea del poder, op. cit p. 137; «El p o d e r y la m om ia» jen R . Máiz (c o m p A — Decurso , p o d e r , sujeto..., op. cit. p .2 !2 ; «El o jo del poder» en J. B entham . — /7 panóp tico, op . cit. p.26. ,4_ C - 1 975-76, pp. 3 6 1 -3 6 2 . ■b E n «El ojo del poder» (op. cit. p.26) Foucault aún duda sobre la perti nencia del m odelo. En el curso del 7-1-76 (op. cit. p .135-137) se inclina, sin em bargo, a revisarlo; vid. La genealogía del racismo, op. cit. pp 55 y ss.
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la « g u b e r n a m e n t a l i z a c i ó n » le s i t ú a n s o b r e u n e s q u e m a m u y distinto, e in cl us o h i s t ó r i c a m e n t e es otra tr a d i c i ó n de p e n s a m i e n t o , de o r i e n t a c i ó n a n ti m a q r u a v é l i c a la q u e c o n voca su i n t e r é s . 36
1.4.
F o rm as de p o d e r
E n c u a l q u i e r caso, las investiga cion es histór ica s d e F o u cault h a n p u e s t o d e relieve al m e n o s tres g r a n d e s f o r m a s de e jer cic io del p o d e r q u e n o son r ed uc tib le s ni al á m b i t o de la v i o l e n c i a ni al d e la id eo lo g ía: las técn ica s d isc ip lin a rias; la a c c i ó n de g o b i e r n o ; y, p o r ú l t i m o , lo q u e p u e d e ser c o n s i d e r a d o c o m o u n a c o n c r e c i ó n de u n a especial f o r m a de gobierno d e los i n d iv i d u o s , p e r o q u e dadas sus p a r t i c u l a res características c a b e d e sta car c o m o f o r m a d ife re n c ia d a , nos r e f e r i m o s a las pr ácticas s o b re sí. N o s l i m i t a r e m o s a i n d ic a r la naturaleza del poder q u e e n cada u n a d e estas f o r mas está en ejercicio. I) Las disciplinas p o n e n e n f u n c i o n a m i e n t o u n p o d e r q u e n o se dirije d i r e c t a m e n t e a las c o n c ie n c ia s , n o o p e r a m e d i a n t e r e p r e s e n t a c i o n e s o s ím bo lo s, m e d i a n t e p r o c e d i m i e n t o s i d e o l ó g i c o s , ni t a m p o c o m e d i a n t e la i n c u l c a c i ó n del d ol or , la t o r t u r a , el suplicio, en s u m a , la vi o le n c ia . Su p o d e r es de o r d e n físico, e m p l e a d o s o br e los cuerpos. La s u je c i ó n q u e p r o d u c e n «no es o b t e n i d a p o r los ú n i c o s ins t r u m e n t o s de la v i o le n c ia o de la i d eo lo g ía ; p u e d e m u y b i e n s er d i r e c t a , física, h a c e r j u g a r la f u e r z a c o n t r a la fuerza-, a ta ñ e r a e l e m e n t o s mat eria les, y sin e m b a r g o n o ser vio len ta; p u e d e ser calculada, o r g a n i z a d a , t é c n i c a m e n t e r e flexiva, p u e d e ser sutil, n o h a c e r uso d e las a rm a s ni del t e rror, y sin e m b a r g o p e r t e n e c e r al o r d e n físico.» ( s p , p. 31). Las m et á fo r a s más f r e c u e n te s son significativas: «mecá nic a» , «óptica», «anatomía», «fisiología», «microfísica». Las t é c n i cas disciplinarias se refi ere n a la d i s p o s i c ió n del espacio, a los m e d i o s d e h a c e r visible, a la o r d e n a c i ó n del t i e m p o , a la o r g a n i z a c i ó n d e los m o v i m i e n t o s , a la vigilancia, a la d i visió n y j e r a r q u i z a c i ó n , m e d i c i ó n y clasificación. E s ta b le -
«La g o u v ern am en u lité» , op. cite, «O m nes ec singulatiin», op. cite, C 1977-78, op. cit.
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cen u n control global sobre la conducta m ediante p e q u e ñas constricciones que afectan a los diversos co m p o n en tes de la m ism a; no, pues, en virtud de la asunción e'.in terio rización de una m áxim a, ni del te rro r a un gran castigo. C ie rta m e n te no to d o es co rp o reid ad , ex tern a!idicb en las disciplinas. Las técnicas psicológicas n o están ausentes. U n o de los p ro c e d im ie n to s correctivos, desde el p rim e r m o m e n to considerado c o m p o n en te esencial de la prisión, fué el principio del aislamiento, utilizado con u n sentido m o ralizante, debía in d u cir al preso a la reflexión y al re m o rd i m iento, a la confrontación in te rio r con el m al com etido. El debate habido en Francia entre 1830 y 1850, sobre si adoptar el m od elo de p risió n de A u b ru n , o el de Filadelfia, recaía en realidad sobre dos m odelos que in teg rab an resortes propios de las instituciones religiosas; el prim ero dibujaba un orden cuasi m onástico (celda individual, aisla m ie n to n o c tu rn o , com ida y trabajo en c o m ú n pero en si lencio); en el segundo, la prisión de Filadelfia, se im ponía un aislam iento absoluto, confiando la co rrecció n a la r e l a ción del in dividuo co n su propia conciencia y con lo que p ueda esclarecerle desde el interior» (SP, p. 241). O tro ejem plo de recurso a resortes de o rd en psíquico lo constituye el dispositivo panóptico, que busca que el in d i viduo, que nunca sabe con certeza si en verdad es obser vado o no, ya que la visibilidad n o es recíproca, acabe asu m ien d o una conciencia de ser vigilado, sin tien d o en to d o m o m e n to la m irada sojuzgadora del otro, c o n d ició n para la perfecta realización de to d o aquello que ha sido o rd e nado: «Aquel que es sometido a un campo de visibilidad y ¡o sabe, retoma a su cuenta las constricciones del poder; las hace jugar espontáneamente sobre sí mismo; inscribe en él la relación de poder en la que juega simultáneamente los dos papeles; de viene el principio de su propia sujeción.» (SP, p . 2 0 4 )* 38
Pero aú n cuando, c o m o en los dos ejem plos citados, se p reten d e la generación de un d e term in a d o estado de c o n ' SP, III parte; C -1 9 7 2 -7 3 ; VFJ, IV y V conferencia. 38 V id. tam bién: «El o jo del poder» (1977), en J. B en th an u — V.l Pa nóptico, La P iq u eta, M ad rid , 1979, pp. 9 -2 6 , p. 18.
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ciencia, la disposición de los cu erp o s es fundam ental. Son estos p o r lo general el o b jeto p rim ero de las disciplinas. H istó ricam en te, a finales del siglo XVIH, se dio u n p ro yecto de reform a no basado en las técnicas disciplinarias, q ue sí se dirigía d irectam en te a las conciencias. Se p ro p o nía la im plantación de una diversidad de castigos c o m u n m en te basada en el em pleo de los signos, de las representa ciones, de form a que su c u m p lim ie n to sirviera de lección m oral para sí y para los otros. T odo u n arte de la asocia ció n cié ideas g o b e rn a b a este sistem a de castigos, cuya m eta últim a era la reco n stru cció n del sujeto de derechos. Este proyecto reform ista fracasó; la p risió n disciplinaria se im puso co m o pena uniform e. Sus técnicas ya no tom aban al alma c o m o o bjeto directo m ed ian te el juego de las re presentaciones, sino al cu erp o ; su m eta no era ya el sujeto de derechos sino el individuo o b ed ien te. Foucault las c o n trap one sintéticam ente del m o d o siguiente: «En el proyecto de los juristas reformadores, el castigo es un procedimiento para recalificar a los individuos como sujetos de derechopjto utiliza marcas, sino signos, conjuntos codificados de representaciones, a las que la escena de castigo debe asegurar la circulación más rápida y la aceptación más universal posible. En fin en el proyecto de institución carcelaria que se elabora, el castigo es una técnica de coerción de los individuos; pone en marcha procedimientos de adiestramiento del cuerpo — no sig nos— ciM las trazas que deja, bajo formas de habita.-., en el lomportamicnto.» (si*, p. 133-134) P o r ú l t i m o , h a b i d a c u e n t a de q u e en las disciplinas se da u n sistema de n o r m a s y s a n c i o n e s ref ere nt es a las más p e q u e ñ a s c o n d u c t a s , se p o d r í a p e n s a r si n o f u n c i o n a , e n d e finitiva. u n s is te m a de p o d e r d e t i p o j u r í d i c o - r e p r e s i v o ; c o n sus leyes, sus p r o h i b i c i o n e s y s a n ci o n e s . Ello, a u n q u e la escala sea otra. Al r e s p e c to c o n v i e n e p re c is ar do s p u n t o s , u n o relativo a los castigos y o t r o a la n a tu ra lez a d e las n o r mas, S o b r e el p r i m e r o habría q u e señalar, u n a vez más, el p a r t i c u l a r c a rá c te r q u e c o m o c o r r e c ti v o s d e la de sv ia c ió n t ie n e n los castigos; su real izac ión s u p o n e a m e n u d o la re p e t i c i ó n d e la n o r m a , la i n t e n s i f i c a c i ó n d e l a p r e n d i z a j e : otras veces f u n c i o n a n c o m o u n a espec ie d e clasificador n a tural q u e sitúa a cada i n d i v i d u o e n su nivel; p e r o e n t o d o
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caso «no preten d e ni la expiación, ni incluso exactam ente la represión» (si>, p. 185). E n cuanto al carácter de la n o rm a sería e rró n e o asim i larlo al de la ley. N o se dirige a u n sujeto soberano para enseñarle un derecho o una obligación; n o traza una sim p le d iv isió n e n tre -lo líc ito e ilícito , lo p e rm itid o y lo p rohibido; no se sitúa en u n nivel de abstracción para categorizar una serie de actos. T am poco podría asimilarse a una especie de im perativo m oral que se p ro p o n e para su in te rio riz a c ió n . F o u c a u lt la d efine del sig u ien te m o d o ; «una nueva form a de “ ley” : una m ezcla de legalidad y n a tu raleza, ele p re scrip ció n y c o n stitu c ió n , la norm a» (SP, p. 310). Éste su carácter h íb rid o es lo fu n d am en tal. Por una parte, efectivam ente, se da u n c o m p o n en te ju ríd ico , de orden, pero que a m e n u d o no es sino la indicación del m o d o de realización de la operación, con lo que se reduce su carácter externo, abstracto y a la vez adopta una form a técnica, instrum ental. P o r otra, se apoya en procesos n a tu rales, m e d ic ió n de capacidades, frecuencias, d u ració n de u n aprendizaje, etc., de m anera que a la postre se vengan a em parejar c o n fo rm id ad co n norm alidad y desviación con patología. La n o rm a adopta así una form a positiva, de p o sibilitación, constituyente, forjadora de acciones e in d iv i duos.39 N o rm a y castigos correctivos c o m p o n en u n p o d e r n o r m alizante que previene desviaciones, encauza conductas, que traza una división entre lo n o rm al y lo anorm al, y en esa m edida h o m o g e n iz a, pero a la vez diferencia, je ra r quiza e individualiza. U n poder, pues, distinto al de la ley u n p o d e r que actúa co m o un verdadero «contraderecho», pero q u e se articula co n la ley reticu lan d o los p eq u eñ o s espacios que aquella n o alcanza. II) U n a form a distinta de ejercicio del p o d e r es la que F o u cau lt eng lo b a bajo la n o c ió n de gobierno. H istó ric a m e n te tiene algunas de sus concreciones en las «artes de gobierno» (s. X V l ) , en la «R azón de Estado» y teorías sobre 39 Sobre el crácter p ro d u c tiv o de la n o rm a véase el análisis de P. M acherey : «P our u n e n isto ire n atu relle des norm es» en Michel Foucault philosophe. Rencontre International, op. cit., p p .203-221 ..M ach erey po n e en co n e x ió n la co n cep ció n relacional, p len am ente inm anentista, posi tiva y co nstitutiva q u e de la n orm a tien e F oucault c o n Spinoza.
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la «policía» (s. x vii-x v in ). Foucault tam bién ha utilizado la d en o m in a ció n de poder pastoral,40 subrayando con ella una de las dim ensiones integradas en la n o c ió n de «gobierno» cual es la de dirección y cuidado de los individuos. Según su esq u em a, las form as c o n cretas cié la p ráctica de g o b ie rn o vendrían a enlazar co n esta particular form a de p o d er (poder pastoral), de o rig e n oriental, desarrollada en la tradición hebraica, y q u e en la historia occidental ha te n id o distintos m odos de realización; en nuestra época la fi gura del «Estado-Providencia» representaría una de sus fo r m as.41 El caso es que las investigaciones históricas le sirvieron a F oucault para ir más allá de lo que sería una reflexión so bre una determ in ad a form a de poder, llegando a to m ar la form a «gobierno» com o la que responde en general a toda relación de poder, co m o la que m ejo r expresa su n atu ra leza. ¿Elevación de una form a histórica a categoría? La o b jeció n parece p ertin en te, sobre to d o si tal categoría se d e m uestra incapaz de dar cuenta de las distintas form as de p o d e r que el m ism o a u to r ha reco n o cid o . Veamos, pués, cual es la naturaleza de este poder, o m ejo r del poder. C o m e n ce m o s p o r citar un texto en que aparece clara m en te este engarce entre lo h istórico co n creto y lo te ó rico general al tiem p o que se delim ita una posición que creem os nueva: «El ejercicio del poder consiste en «conducir conductas» y en disponer la probabilidad. El poder, en el fondo es menos del orden del enfrentamiento entre dos adversarios, o del compro miso de uno respecto a otro, que del orden del «gobierno». Es 40 «O m nes et singulatim», op. rít. p.7 y ss. En general sobre la g u b em arnentalidad y el co n cep to de «poder pastoral»: «La gouvernam entalité», op. cit.; De la gouvernamentalité, leçons d'introduction aux cours des années 1978 et 1979. op. cit.; C -1 9 7 7 -7 8 ; «D eux essais...» op. cit. pp. 305-307; «La philosophie analytique de la politique», op. cit. pp. 548-551; «Sexualité et pouvoir» en Ó C , T . III, pp. 560-566. Sobre esta cuestión puede verse: C olín G o rd o n .— «G ovem m ental rationality: an introduction», en G . B urchell, C . G o rd o n , P. M iller.— The Foucault Eiffcct. Studies in Govcrnmentality. H arvester W heatsheaf, Londres, 1991, pp. 1-51. 4í «O m nes et singulatim », op. cit. p.16. E n co n ex ió n con este p u n to habría q u e situar los análisis de F o u cau lt sobre el liberalism o, e n te n dien d o co m o reflexión crítica de la práctica gubernam ental, búsqueda de una racionalización lim itativa del ejercicio de g o b iern o en aras de una m axim ización eco nóm ica (C — 1978-79, pp. 367-372).
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preciso dejarle a esta palabra la significación muy amplia que tenía en el siglo X V I. (...) Gobernar, en este sentido, es estruc turar el campo de acción eventual de los otros. El modo de re lación propio del poder no habría que buscarlo pues del lado de la violencia y de la lucha, ni del lado del contrato y del lazo voluntario (que no pueden ser sino instrumentos); sino del lado de este modo de acción singular — ni guerrera ni jurí dica— que es el gobierno.» ( d e , p. 314) El p o d e r es, pues, ante to d o gobierno. Su o b jeto es fu n d am en talm en te la acción, real o virtual, de los individuos, es «une acción sobre acciones». La relación de p o d er dis c u rre siem p re e n tre su jeto s, re fe rid a a sus accio n es. El otro, al que se dirige el poder, es siem pre reco n o cid o p o r éste co m o sujeto de acción, y en esa m edida corno ser con varias p o s ib ilid a d e s de a c tu a c ió n y d e re sp u esta . Ello quiere d ecir q u e el referente de la acción de p o d e r nunca es to m a d o estrictam en te co m o cosa, y que la racionalidad de la relación no es rig u ro sam en te hablando de índole ins tru m en tal. «El p o d e r no se ejerce mas que sobre “ sujetos libres” , y en tanto q u e son “ libres” » D E, p. 314). El p o d er desaparece si al in d iv id u o se le cierran todas sus posibilida des. La aniquilación del sujeto libre im plica la ex tin ció n de la relación de p o d er, sustituida p o r otra de sim ple v io lencia, m ecánica; «La esclavitud no es una relación de p o d er cu an d o el h o m b re está encadenad o (se trata entonces de u n a relació n física de c o n stric c ió n ) sino ju s ta m e n te c u a n d o p u e d e d esplazarse y e n el lím ite escapar» ( d e , p. 314). La violencia no sólo no es la esencia o rig in aria más o m en o s m etam orfoseada en las diversas form as de p o d e r, sino que stricto scnsu una relació n p u ra m e n te de violencia n o es de poder. Esta se caracteriza p o r su labor de conducción, de en cau zam íen to en una d irecció n de un c o n ju n to de conductas. Para ello acaso se valga de algún p ro c e d im ie n to violento, o de form as de consenso, pero «si son los in stru m en to s o los efectos, no co n stitu y en su p rin c ip io o s u n aturaleza» ( D E , p. 3 1 3 ). Lo esen cial es ese a co n d ic io n a m ie n to de un m arco d e term in a d o de posibili dades de acción. Este e n fo q u e le p e rm ite a Foucault dar u n paso más en el d istanciam íento en tre el c o n c e p to de relación de poder y el de estrategias de lucha o de en fren tam ien to , térm in o s es54
tos ú ltim o s que e n o tro tie m p o p arecían p e rfe c ta m e n te válidos para calificar la lógica del poder. A m bas se im pli can, pues toda situación de p o d e r im plica resistencia, posi bilidad de reacción, de contestación, c o m o ya ha quedado dicho, y en esa m edida su p o n e una estrategia de lucha, p ero n o p o r ello «vienen a superponerse, a p e rd e r su espe cificidad y finalm ente a confundirse» (d e , p. 319), son dos dim ensiones distintas. La relación de p o d e r su p o n e al m e nos dos rasgos: asim etría y una relativa estabilidad. Lo u n o va con lo otro, pues la estru ctu ració n de u n cam po de ac ció n que significa la actividad de g o b ie rn o sólo es posible si se da prim acía de u n po lo sobre los otros, si se a m o rti gua la m era confrontación, se sale de u n proceso de répli cas y contrarréplicas, y p o r ende se adviene a una situa ció n m e n o s m ó v il, más firm e. La re la ció n de p o d e r es pues aquello a lo que tien d e una estrategia de lucha, el re sultado posible de la m ism a, pero, en definitiva, otra situa ción que o bedece a una lógica distinta. «Una relación de enfrentamiento reencuentra su término, su momento final (v la victoria de uno de los dos adversarios) cuando el juego de las reacciones antagónicas viene a sustituirse por los mecanismos estables mediante les cuales uno puede conducir de manera bastante constante y con suficiente certi dumbre la conducta de los otros» (de , p. 319). Y, c o n g ru e n te m e n te , la nueva aparició n de la estrategia de e n fren tam ien to co m o definitoria de la situación signifi caría el fin de la relación de poder. U n a p u ed e siem pre devenir en otra pero en to d o caso una n o se co n fu n d e con la otra. El c o n ce p to de dominación, referido a una situación his tórica integraría estas dos dim ensiones (dispositivos de p o d er y estrategias de enfrentam iento), p o r una parte rem iti ría a una co rrelación de fuerzas trabada en un m o m e n to dado: «La d o m in ació n , es una estructura global de p o d e r de la q u e se p u e d e n e n c o n tra r a veces ram ificaciones y consecuencias hasta en la tram a más ten u e de la sociedad» (D E, p. 320). P or otra parte, la d o m in a c ió n conllevaría una d eterm in ad a fijación o constancia de la dim ensión del e n frentam iento: «pero es al m ism o tiem p o una situación es tratégica más o m enos ad q u irid a y solidificada en un en 55
fren tam ien to de largo alcance h istó rico entre adversarios» ( d e , p. 32 0 ).424 3 H ay en toda esta reflexión acerca del p o d er e n ten d id o c o m o g o b ie rn o un nuevo in te n to de acotar la especifici dad de lo político q u e se delim ita más d ecid id am en te del m o d e lo de la guerra. P or lo que respecta a la relación con la a n terio r form a de poder, las disciplinas, habría que distinguir el aspecto h istó rico de la reflexión teórica. D esde un p u n to de vista histórico, tom ada la acción de g o b ie rn o c o m o un p ro ced i m ie n to c o n creto de poder, lo que habría sucedido, según nos cuenta Foucault, es una integració n de las técnicas dis ciplinarias en la práctica global de la g u b e rn a m e n ta h z a ción. N o habría una edad de la soberanía, de las form as del d erech o , seguida de una edad disciplinaria y ésta de una ocupada p o r los dispositivos de seguridad; sino que en esta últim a fase se integrarían los m ecanism os característi cos de las etapas an terio res.4-’ El problem a surge cuando se tom a el g o b ie rn o co m o categorización del po d er, pues en ese caso la racionalidad de un p o d e r que opera m ed ian te la estru ctu ració n de posibilidades de acción, que discurre e n tre «sujetos libres», contrasta co n la de unas técnicas cuya lógica in stru m en tal tie n d e a la m ecanización de las c o n ductas y que obran a través del co n streñ im ien to físico de los cuerpos. P or lo dem ás, la proxim idad al m o d elo co n ductista que se detectaba en el segundo caso parece haber desaparecido en el prim ero. III) F inalm ente, y c o m o una particularísim a co n fig u ración de la acción de g o b ie rn o cabría d etectar una tercera form a de p o d e r en las técnicas de trabajo sobre sí. «techniques de soi», tratadas p o r F oucault p articu larm en te en rela ción con la sexualidad o la c o n stitu ció n del «sujeto de d e seo». Tales técnicas n o p u ed en ser tom adas en sí mismas co m o técnicas de p o d er, sino tan sólo co m o capaces de m aterializar una pecu liar relación de poder. Esta p ersp ecs§ r
42 S obre l.i d iferencia e n tre relació n de p o d e r y d o m in a c ió n vid.: «L 'éthique d u souci de soi c ó ra m e p la tiq u e de la liberté», en D C , t. IV, pp. 7 0 8 -7 2 9 , pp. 7 1 9 -2 1 , 7 2 7 -8 . 43 «La gouvernam entalité», op. cit. p p . 1 02-103; De la goiwernamentalité, leçons..., op. cit., lección del 1 1-1-78; C -1 9 8 0 -8 1 , p. 386.
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tiva es, creem os, la p ropiam ente foucaultiana; p o r lo que discrepam os de aquellas interp retacio n es q ue al d en o tar un giro, co n m otivo del tratam ien to de estas técnicas — giro p o r lo dem ás innegable hacia él plano de la ética y de la su b jetiv id ad — h an te rm in a d o p o r trazar u n a ru p tu ra y desligar esta cuestión de la del poder. U n e rro r así hubiera sido más difícil de co m eter de advertirse la n uclearidad en el c o n ju n to de la obra de Foucault de la relación p o d e rsujeto. C ie rtam en te, F oucault no identifica sin más técnicas de poder y técnicas de sí. D esde un p u n to de vista conceptual distingue unas de otras, pero no sin dejar de señalar a re n glón seguido su relación. Veamos. S iguiendo el esquem a haberm asiano Foucault acepta la distinción entre: técnicas productivas, para la p ro d u cció n , tran sfo rm ació n o m an ip u lació n de las cosas; técnicas de utilización de signos, para la com unicació n ; y técnicas de d o m inación, p o r las que se d eterm in a la co n d u cta de los individuos y se les im p o n e unos fines. C onsidera, sin e m bargo, que es preciso añadir una cuarta clase, las técnicas del yo, p o r las que el in d iv id u o obra sobre sí, sobre su cuerpo, sus pensam ientos, sus actos, y configura una d e term in ad a subjetividad.44 E n su curso del 80-81 las define del siguiente m odo: «Los procedimientos, existentes sin duda en toda civiliza ción, que son propuestos o prescritos a ¡os individuos para fijar su identidad, mantenerla o transformarla en función de un cierto número de fines, y esto gracias a las relaciones de domi nio de sí sobre sí o de conocimiento de sí por sí». (c-1 980-81, p. 385) La d istin ció n co n cep tu al en tre estos distintos tipos de técnicas n o significa que en realidad se d en aisladas, p o r el c o n tra rio , se im p lic a n unas a otras, c o m o más atrás ha quedado de m anifiesto al hablar del inm an en tism o de las 14 La división haberm asiana es a m e n u d o aludida p o r F oucault en su ultim a etapa: «D eux essais,..», op. cit. p p .298 -3 1 0 ; «El ojo del poder», op. cit. p.23; «Q uines et singulatim », op. á t p.35; «Structuralism and Peists'tructuralism>L,op. cit. p.207; «Sexo y soledad», op. cit. p.5(); «T ech nologies d f th c Self», op. cit. p.18; «A propos de la généalogie de l’éth ique; un aperçu du travail en cours», entrevista 1983, en H . Dreyfus, P. R a b in o w .— Michel FoitcatÁ..., op. cit. p.332; U P , p.10.
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relaciones de poder. E n lo q u e hace a las «techniques de soi», la construcción de la subjetividad n o es, co n frecu en cia, u n proceso libre, sino q u e m ed ian te la in te rv e n ció n de u n otro, individuo o instituciones, se revela p o r lo co m ú n c o m o una form a de co n tro l de la co n d u cta, en que el tra bajo del ind iv id u o p rolonga esquem as im positivos q u e le v ien en de afuera. E n este sentido, las técnicas de sí ap arecen co m o una fo rm a especial de g o b ie rn o de los in d iv id u o s, c o m o u n c o m p o n e n te fundam ental de ese p o d e r individualizante y de d irección global de la co n d u cta del in d iv id u o que F o u cault ha d e n o m in a d o «poder pastoral». D os m o m en to s se destacan, histó ricam en te, en los que estas técnicas se presentan co m o form as de poder: el p e río d o m edieval cristiano y la M o d ern id ad . E n am bos casos darían lugar a luchas de reb elió n co n tra el tip o de subjeti vidad im puesto. Así sugiere F oucault e n te n d e r los m o v i m ien to s e n to rn o a la R e fo rm a del siglo XV y del XVI, «testim onio de una lucha p o r u n a nueva subjetividad» (d e , p. 303); y, en la actualidad, toda una diversidad de luchas q ue atraviesan las relaciones h o m b re -m u je r, padres-hijos, m e d ic in a-p o b lac ió n ...45 T anto en el cristianism o co m o en la M o d ern id ad , esta tecnología del yo fo rm a parte de u n entram ado de p o d e r más am plio, se ensam bla en redes de d o m in ació n más extensas. Si hablam os de un tipo de g o b iern o especial, el que m a terializan estas técnicas, habrem os de p reguntarnos p o r la especificidad, p o r la naturaleza del p o d e r que vehiculan. En p rim er lugar, al igual que en los casos exam inados an terio r m ente, cabría delim itarla tanto de las form as bélicas o de violencia co m o de las de carácter ideológico, aún cuando p ueda establecer relaciones co n ellas. Pero, esta vez su dife rencia respecto a estas otras form as no reside, co m o ocurría co n las disciplinas, en su carácter «físico», de constricción sobre los cuerpos, de fuerza q u e ob ra sobre o tra fuerza, sino en el lazo q u e anudan en tre ind iv id u o y verdad. Si con respecto a las disciplinas el problem a para Foucault era m ayor en cuanto a delim itarlas de las form as violentas, en este caso la dificultad, tal co m o la vem os nosotros, proviene 45 «D eux essais...», op. dt. pp.301 y ss. Vid. tam b ién «O m nes et singulatim », op. rit. p p .21-22.
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p rim eram en te del lado de su distinción respecto a las for mas de la ideología, toda vez que su m ed io principal de ac tuación n o es tanto el c u erp o co m o directam ente la subje tividad. A dem ás, ¿no ha estudiado Foucault estas técnicas en el cam po de la ética? ¿N o es éste acaso u n o de los ám bi tos p o r excelencia de la ideología? La dificultad sería insal vable si Foucault entendiese estas técnicas co m o m ecanis m os de introyección de representaciones, de algún tipo de Weltanschauung, co m o cauces p o r los que se asum e una falsa conciencia. Pero no es ese el lado al que ha aten d id o Fou cault al estudiarlas en concreto, sino justam ente, co m o h e m os apuntado, al de su relación con la verdad. Este es el p u n to esencia], el que le p e rm ite distin g u ir el p o d e r ahí presente de cualquier form a ideológica. ¿Sim plificación del co n cep to de ideología? Es posible. Foucault nunca se p reo c u p ó de una elaboración m ayor al respecto, acotando siem pre su posición de form a negativa; el cam p o epistem oló gico en el que solía trabajar y su e n fo q u e historicista no hacían p e rtin e n te la utilización de ese co n cep to . Tratare m os más adelante esta cuestión. F oucault se lim ita a tom ar el co n cep to de ideología en su acepción convencional defi n id o p o r su contraposición al discurso científico, según la división verdad-ilusión, para llam ar nuestra atención sobre el p o d er vinculado a la verdad m ism a que esa división ve nía a encubrir. Por c o n sig u ien te , ni p o d e r v io le n to , ni e strictam e n te «físico», ni ideológico, sino poder conformador del sujeto en virtud de las exigencias que le impone respecto a la verdad. La obligación al a u to ex am en , al c o n o c im ie n to de sí, a decir lo que som os, conlleva la configuración de una subjetivi dad, definida de m o d o negativo («renuncia a sí», en el cris tianism o) o positivo (form ación de una identidad, definida clasificatoriam ente p o r m ed iació n de los discursos de las ciencias hum anas, en la M o d ern id ad ) a la que el in d iv id u o queda fijado, reforzando al m ism o tie m p o su dep en d en cia de aquellos otros q u e m edian en la in terv en ció n sobre sí. D e esta m anera se p ro d u c e una doble sujeción, c o n fo rm e a los dos sentidos que Foucault asignaba a la voz «sujeto»: «sujeto so m etid o al o tro p o r el co n tro l y la d ep en d en cia, y sujeto ligado a su propia identidad p o r la conciencia o el c o n o c im ie n to de sí. E n los dos, esta palabra sugiere una form a de p o d e r q u e subyuga y sujeta.» (d e , p. 302 -3 0 3 ). 59
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La caracterización del poder en la sociedad moderna y los cambios en la concepción del poder D e la s o c ie d a d d isc ip lin a r ia al m u n d o d e la g u b e r n a m e n ta liz a c ió n
H em os trazado el h o riz o n te te ó ric o en el que em erge y se sitúa la reflexión de Foucault sobre el p o d e r (la nietzscheana voluntad de verdad), las concepciones frente a las q u e p o lé m ic a m e n te se d e lim ita (c o n c e p c ió n ju ríd ic a y econom icism o), las cauciones m etódicas y propuestas que habrían de ayudar a e n te n d e r de u n m o d o nuevo el poder, y s e r v ir d e g u ía a e s tu d io s m ás c o n c r e to s a c e rc a del m ism o; p o r ú ltim o se han señalado tres form as de poder, las tres actuantes en la sociedad m o d e rn a en las que se m uestra el in te n to de pensar u n p o d e r n o represivo que va más allá de los p rocedim ientos de la violencia y de la id eo logía. O freceríam os una visión erró n ea si nos d etu v iéra m os aquí y no reparáram os en los deslizam ientos que se h an ido p ro d u c ie n d o en esta «analítica del poder», espe cialm ente en su caracterización de la sociedad m o d ern a, a lo largo del últim o decenio de la vida de su au to r.46 Este es el p u n to que abordarem os a contin u ació n . Si se siguen las investigaciones históricas de F oucault a p artir de sus trabajos sobre el sistem a penal n o sólo se van o b serv an d o d istintos aspectos del fu n c io n a m ie n to c o n creto del p o d e r en la sociedad m o d ern a, sino tam b ién dis tintas caracterizaciones generales del m ism o que n o siem p re re s u lta n fáciles de c o m p a g in a r. La n a tu ra le z a del sistem a de d o m in io en la so cied ad m o d e rn a p arece ser concebida de m anera distinta. La variación en sus rotula ciones («saciedad disciplinaria», «era de u n biopoder», «era de la gubernam entalidad») es ilustrativa de m odificaciones q u e es preciso exam inar. E n Vigilar y castigar se nos m ostraba có m o el viejo sis tem a de p o d e r propio de la sociedad p rem o d ern a caracteri zado p o r la espectacularidad cerem oniosa de su aplicación, p o r su falta de econom ía, p o r el em pleo de la violencia so46 C fr. D eleu ze (Foucault, op. cit. p p .7 7 -9 9 ), q u e en el tratam ien to de esta cu estió n pasa p o r alto to d o cam bio al respecto.
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bre los cuerpos y de la ley com o sus principales in stru m en tos, un p o d er esencialm ente negativo, de extorsión y ex tracción de riquezas, que p rocede p o r divisiones simples (útil-inservible, p e rm itid o - prohibido, libre-excluido), p o d er grueso, discontinuo que deja grandes espacios fuera de su alcance- era sustituido en la M o d ern id ad p o r un nuevo p o d e r discreto, silencioso, racionalizado, operante a través de la diversidad de los procedim ientos disciplinarios, p o d er de la no rm a más que de la ley, que traza graduaciones m ú l tiples, coextensivo a toda la sociedad, de vigilancia in in te rrum pida. La sociedad m o d e rn a , en co n secuen cia, aparecía toda ella recorrida p o r un p o d e r de norm alizació n , apoyado en una tupida red de instituciones cuyos dispositivos se p ro longan más allá de sus teóricos lím ites, que co n striñ e to dos sus m ovim ientos al efecto de ajustar eficazm ente los individuos a las distintas funciones; en fin, una sociedad panóptica en la que se p reten d e que n in g ú n gesto escape al control, a la observación, en la que el sistema del d ere cho es reducido a u n estatuto de m era form alidad, soca vado p o r las técnicas norm ativas cu an d o n o investido p o r las mismas. Se extraía así una im agen de u n m u n d o cerrado, claus tral, m o d u lad o p o r este p o d e r coactivo, capilar. Tal resul tado era subrayado p o r los té rm in o s m etafó rico s que se utilizaban: m áquina panóptica que co m b in a los m odelos de la lepra y de la peste, sociedad disciplinar, archipiélago carcelario, etc. N o p ocos eran los problem as que se le presentaban a una perspectiva co m o esta. A pesar de lo que se dijese, u n p o d e r tan o m n ip resen te y constitu tiv o de los individuos hacía d ifíc ilm e n te ex p licab les las resisten cias; p o r o tra parte, parecía descartarse to d o otro m ecanism o de in teg ra ción social que n o fueran los dispositivos disciplinarios; la acusación de re d u ccio n ism o resultaba d ifícilm en te evita ble, toda vez que esta «nueva física del poder» n o era capaz de dar cuenta de la com plejidad del sistem a de d o m in a ción, a lo que se unía una co n cep ció n reductiva del papel del derecho. El to m o p rim e ro de la Historia de la sexualidad (La vo luntad de saber) in tr o d u c ía alg u n as v a ria c io n e s e n este p la n te a m ie n to ; todas ellas de gran im p o rta n c ia para los 61
trabajos q u e le iban a suceder. El c o m p le jo de d o m in io de la sociedad m o d e rn a adquiría una am p litu d m ay o r y rasgos distintos. La anatomía política, rep resen tad a p o r los dispositivos de d iscip lin am ien to del cu erp o , era in teg rad a en u n proceso más general p o r el que la vida se convertía en espacio de in te rv e n c ió n política. La otra gran línea de despliegue de este proceso venía c o n stitu id a p o r las té c nicas te n d en tes a la reg u lació n de la p o b lació n , o lo que es lo m ism o, al c o n tro l del h o m b re en c u an to ser vivo y m ie m b ro de u n a especie. Si las disciplinas to m a b a n el c u e rp o fu n d a m e n ta lm e n te c o m o m á q u in a , c o m o c o m p lejo racionalizable de fuerzas, los controles reguladores de la p o b la ció n lo to m a b a n en u n sentido más estricta m e n te b io ló g ico , p o r lo tanto, en sus aspectos relativos a la salud, capacidad re p ro d u c to ra , expectativa de vida, etc. A m bas líneas, u n a más cen trad a en el in d iv id u o , la otra en la especie, u n a actu a n te a escala «micro», la segunda en u n plan o «macro» m ás general, técnicas de «adm inis tració n de los cuerpos» p o r u n lado y de «gestión calcula dora de la vida» p o r otro, in te g ra b an lo que F o u cau lt d e n o m in a b a «biopoder», « e le m e n to in d isp e n sa b le p a ra el desarrollo del capitalism o» (vs, p. 185). El biopoder era el nuevo ró tu lo que designaba el p o d e r característico de la M o d e rn id a d ; «un p o d e r cuya más alta fu n c ió n en lo su cesivo n o es ya quizá m atar sino investir la vida de parte a parte.» (vs, p. 183) E n la obra se destacaba la trascendencia de este nuevo paso en la progresiva conversión de to d o en ente suscepti ble de m anipu lación técnica, id est, política. «Por primera vez sin duda en la historia, Jo biológico se re fleja en lo político; el hecho de vivir no es ya ese basamento inaccesible que no emerge mas que de tiempo en tiempo en el azar de la muerte y su fatalidad; pasa en parte ai campo de control del saber y de intervención del poder.» (vs, p. '187)
«El hombre, durante milenios, ha permanecido lo que era para Aristóteles: un animal viviente y ademas capaz de una existencia política; el hombre moderno es un animal en cuya política su inda de ser viviente está en cuestión.» (VS,
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p.
188)
En el «dispositivo de la sexualidad» venían a enlazarse los dos cabos de esta red de dom inio. Este nuevo esquem a nos situaba, pues, frente a un pano ram a ligeram ente distinto al esbozado en su obra an terio r: no sólo ya p o rq u e el p o d e r disciplinario apareciese co m o un elem en to más dentro de u n am plio co m p lejo del que la tecnología de la població n form aba parte fundam ental, sino p o r la nueva o rie n ta ció n de gestión de la vida que se le daba al co n ju n to , co m o la recu rren cia del prefijo «bio» p o n ía de m anifiesto. El cam b io de a ce n to que pasa del c u erp o m áquina al cu erp o vivo, de una atm ósfera m ecan icista a otra organicista, de lo físico a lo biológico, nos abría a una fo rm a de actuación política sobre elem entos m enos cosificables que exigen la co n tem p lació n de su propia ra cionalidad interna para su encauzam iento. C reem o s ver en la insistencia en térm in o s co m o el de «gestión» o «regula ción» la señal de esa apertura, que en sus trabajos sobre la g u b ernam entalid ad cobraría contenido. E n otras palabras, el nuevo o b jeto político que aquí apa rece, la p oblación en cu an to organism o vivo, nos abre a la posibilidad de otro m o d o de e n ten d e r la práctica política, m o d o que se efectúa p o s te rio rm e n te en la investigación de las tácticas de g o b ie rn o sobre ese m ism o objeto. D e ahí la im portancia del co n cep to de b iopolítica47 O tro aspecto presente en La voluntad de saber q ue signi fica igualm ente un desplazam iento en la m ism a d irecció n que el que acabam os de com entar, es la aten ció n prestada a un p ro c e d im ie n to de sab er-p o d er que n o se había tra tado en Vigilar y castigar, la confesión, la obligación a a u ten tificarse, a decir la verdad sobre sí; proceso éste de au to su j e c i ó n o de c o l o n i z a c i ó n d e sí p o r la v e r d a d , q u e contrastaba con los m ecanism os de la anatom ía política o m icrofísica, pues si el p rim ero representa una incidencia directa en la c o n stru cc ió n política de la subjetividad, los segundos se m an ten ían fieles a una decidida postura antifen o m én o ló g ica de externalism o. Esta nueva práctica de p o der enlazaría co n sus análisis sobre las técnicas de sí, y sería
' Sobre la co n trap o sició n en tre b io p o lítica y disciplinas véase: M . F o u cau lt.- «H acer vivir y dejar m orir: la guerra corno racismo», lec ción co rresp o n d ien te al curso del año 1976 en el C ollége de France, Archipiélago, 7, 1991, pp. 7 5 -9 3 .
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igualm ente vinculada a las nociones de «poder pastoral» y «gobierno». Según esto, los dos factores anteriores (el c o n ce p to de b io -p o lític a y la in c o r p o r a c ió n de p rá c tic a s d e p o d e r co m o la confesión) desbrozan el cam ino hacia las dos n o ciones que engloban las reflexiones últim as de F o u cau lt sobre el po d er: «gouvernem ent» y «pouvoir pastoral». A partir de 197748 se inicia este plan team ien to que nos presenta el Estado m o d e rn o c o m o u n Estado progresiva m e n te g u b e rn a m en ta liz a d o y, a la vez, c o m o u n nuevo tipo de en carn ació n del p o d e r pastoral de la trad ició n h e b ra ic o -c ristia n a . La g u b e rn a m e n ta liz a c ió n se desarrolla fun d am en talm en te en to rn o al nuevo o bjeto político que es la población, concebida no «com o una colección de su jeto s de derecho, ni co m o u n c o n ju n to de brazos destina dos al trabajo; es analizada co m o un c o n ju n to de e lem en tos que de u n lado se ligan al rég im en general de los seres vivos (la p oblación dep en d e entonces de «la especie h u mana»: la n o ció n , nueva en la época, ha de distinguirse de la de «género hum ano») y del o tro pu ed e dar pié a in te r venciones concertadas (por in te rm e d io de las leyes, pero tam bién de los cam bios de actitud, m anera de actuar y de vivir que se p u e d e n lograr a través de las «campañas»).» (c 1977-78, p. 447-448). H asta aquí, y así form ulada, la diferencia en tre esta n o ción de «gubernam entalidad» y la de «biopolítica» no pa rece nada clara, ni se alcanza p o r qué este ú ltim o té rm in o después de La voluntad de saber apenas sea ya utilizado. ¿N o cubren am bos el m ism o espacio, los m odos de in te rv e n c ió n política sobre el o b je to «población»?. F o u c a u lt n o justifica este cam bio. La respuesta se en cu en tra -creem o s-, en p rim e r lugar, en el radio más am plio de exten sió n de la n o c ió n de g u b ern am en talid ad , pues n o se cen tra, co m o ocu rre co n la de biopolítica, en el aspecto biológico, paradigam a de cuya realización serían las políticas de la salud. El p u n to principal se refiere al modo de esa acción política, m o d o q u e en la n o c ió n de b io p o lític a tan sólo, c o m o apuntábam os, se esbozaba, pero que ahora aparece m ejo r definido y explícito co n el té rm in o de «gobierno». La m e 48 V id.: C -1 9 7 7 -7 8 ; «La gouvernam entalité», op. cit.; «D eux essais...», op. cit.; «O m nes et singulatim », op. cit.
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jo r definición de la naturaleza de este m o d o de actuación es la que encontrábam os en la últim a reflexión teórica de c arác te r g en eral q u e sobre el tem a del p o d e r nos d ejó F oucault,49 y d o nde lo entendía co m o estru ctu ració n del cam po de posibilidades de acción de los sujetos libres, en tan to que «incita, induce, hace más o m enos probable; en el lím ite, constriñe o im pide absolutam ente; pero es siem pre una m anera de actuar sobre u n o o sobre sujetos ac tuantes, y esto en tan to que actúen o que sean capaces de actuar.» (D E, p.313) El m o d o de acción de los dispositivos de g o b ie rn o se aleja del m odo de acción característico del p o d er disciplina rio. N o en vano los trabajos de Foucault al respecto coinci den con continuas advertencias50 en contra de que se gen e ra lic e n ta n to los rasgos c o m o la e x te n s ió n d el p o d e r disciplinario, negándose a que se tom e co m o el poder, en singular, p ro p io de la sociedad m o d e rn a , y resitu án d o lo com o un elem ento más de una red de do m in io más co m pleja. La gubernam entalidad no significa la desaparición de los dispositivos de disciplina, com o tam poco todo lo relativo a la estructura de p o d er de la soberanía; las disciplinas son articuladas en las estrategias de gobierno sobre la población. La gu b ern am en talid ad integra las form as del p o d e r pas toral, que Foucault, ateniéndose a su cristalización en las instituciones cristianas, caracterizaba p o r las cuatro nota si guientes:5' a) El objetivo final es la salvación en el más allá. b) La a u to rid a d pastoral n o sólo ordena, tam b ién está dispuesta a sacrificarse p o r el rebaño. c) El cuidado general de la c o m u n id ad se com bina con la p re o c u p ac ió n co n tin u a p o r cada individuo. 49 «D eux essais...», op. cit.; en p articular p p .3 1 3 -3 1 4 . 50 « P o d e r-c u e rp o » , op. cit. p . 106; «La g o u v e rn a m e n ta lité» , op. cit. p .102-103; «El ojo del poder», op. cit. p p .11,22; M . F oucault, R . Senn e t.- «Sexualidad y soledad», 1980, en E l viejo topo, n°61, O ct. 1981, p p .47-5 4 , p.5 0 ; «Politics an d Ethics: A n interview », 1983, en P. R a b in o w (e d ).- The Foucault Reader. P e re g rin e B o o k s, 1986 ( I a ed. en E E .U U . 1984), pp. 3 7 3 -3 8 0 , p. 380. 31 «D eux essais...», op. cit. p.3 0 5 . V id.: «O m nes et singulatim », op. cit. p p .7 -2 0 ; C -1 9 7 7 -7 8 , p p .4 4 5 -4 4 6 ; «La p h ilo so h ie analytique...» op. cit; «Sexualité et...» op. cit.
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d) Im plica un c o n o cim ien to de cada alma, incita al indi vid u o a q u e confiese la verdad acerca de sí. El p o d e r pastoral es ante to d o u n poder individualizante, característica q u e es asum ida p o r el Estado m o d e rn o , el cual articula las tácticas totalizadoras y de centralización co n las singularizantes. U na nueva form a del p o d e r pasto ral se fragua en él, cuyos rasgos serían: a) La co n d u cció n de los individuos hacia una pluralidad de fines terrenales sustitutivos de la salvación eterna: salud, seguridad, bienestar... b) La m ultiplicación de instituciones públicas o privadas, co n la consiguiente com plejización de los aparatos del Es tado encargados de asum ir esa variedad de funciones pas torales. c) El desarrollo de un saber sobre el h o m b re en to rn o a dos polos: «el uno, globalizante y cuantitativo, c o n ciern e a la p o b lació n ; el otro, analítico, c o n c ie rn e al individuo.» (D E, p. 306-307). A ello habría que añadir la no m e n o r im p o rtan cia que para este nuevo p o d e r pastoral tien en las técnicas p o r las q u e los individuos se g o b iern an a sí m ism os, asum en la codificación de su in te rio rid ad según vías p re d e te rm in a das. Los ex p erto s en la diversidad de saberes acerca del h o m b re y to d o u n abanico de instituciones m ediarán deci sivam ente en esa tarea. De la sociedad disciplinaria, del panoptismo a la sociedad gubernamentalizada y del poder pastoral la v isión que se nos ofrece del com plejo de d o m in io de la sociedad m o d e rn a y de lo que es el ejercicio del p o d e r varía sensiblem ente. Si com pendiam os p u n tu a lm e n te los cam bios que se han ido p roduciendo, estos serían: 1) Se evita el reduccionism o inicial que recortaba sobre el aparato disciplinario la realidad del poder. Tanto la noción de «biopoder» com o la de «gubernamentalidad» se abren a u n cam po más am plio en el que las disciplinas se ubican com o una variedad particular del ejercicio del poder. 2) .Superación del corporeism o o externalism o, de la in sistencia en la espacialidad, en la operatividad a través de las 66
«coerciones tísicas». La n o ció n de «gobierno» se aleja de este m aqum ism o, y la idea del «poder pastoral» acoge las técnicas de sí, el trabajo político sobre la propia interioridad. 3) En directa relación con el p u n to an terio r, desapari ción de la p roxim idad al m o d e lo behaviorista. El su jeto aparece co m o algo m enos m aleable; se parte de u n fondo ú ltim o de libertad; se subrayan las distintas posibilidades de acción que siem pre se dan ante la acción del poder. 4) D efinitiva ru p tu ra con el m odelo de la guerra, p o r cu an to reduce la especificidad de las diversas form as en las que opera el p o d e r convirtiéndolas en m eros derivados de un esquem a bélico inicial, que se presenta c o m o su a u té n tica esencia. Por lo dem ás, tal análisis venía a in c u rrir en aquello contra lo que el m é to d o genealó g ico advertía: la reco n d u cc ió n a los orígenes co m o cam ino hacia la verdad. En relación con este p u n to habría que e n te n d e r la dis tinta presencia y evaluación de la figura de M aquiavelo en c u an to pensador del p o d e r en térm in o s de relaciones de fuerza. A una posición inicial más entusiasta p o r el desve lam iento que tal c o n ce p c ió n representa, le sigue otra más m atizada en que los pro ced im ien to s de p o d e r co n tem p la dos p o r el a u to r florentino aparecen más lim itados ante los p lan tem ien to s un p o co más tardíos que giran en to rn o a un posible «arte de g o b i e r n o » . El giro, si bien se m ira, no deja de ser consecuente, toda vez que las form as trad icio nales de la violencia y de la ideología parecen recoger m e jo r la insistencia de E l principe en los m edios de la fuerza y el fraude, en las artes de la zorra y del león, del hacerse am ar y te m e r.’’1 La últim a form ulación p o r parte de Foucault de la rela ción de p o d e r c o m o distinta de la estrategia de en fren ta m ie n to expresa claram ente la característica que c o m e n ta m os, en la m edida en que establece la posibilidad de hablar de la p rim era sólo en el caso de la am ortig u ació n de la se gunda. Esta distinción responde, p o r lo dem ás, al esquem a ya clásico que co n cib e la racionalidad política c o m o esta-
'■ V id.: VS. p.128: «La gou v em am en talité» , op. cit. p p .‘>7-100; « Q u i nes et singulatim », op. cit. p.25; C - 1977-78, p.446. N . M aq u iav elo .- E l príncipe, Espasa-Calpe, M adrid, 1973, pp.44, 86.
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b iliz a ció n de u n a re la ció n de fuerzas, c o m o salida d el cam po de la confrontación continua. 5) C o n respecto a la cu estió n del Estado, si b ien es cierto que Foucault n o la olvidaba, co m o se refleja en su insistencia en los procesos de estatalización y en su in ten to de insertar los aparatos estatales en la red de poderes, n o lo es m enos que su polém ica co n tra las tesis marxistas que obviaban los com plejos en trecru zam ien to s de fuerzas no lim itados a los aparatos, tendía a acentuar el lado de la dis persión, de la fragm entación, de la m ultiplicación, y a re ducir la iniciativa estatal al subrayar el carácter de conse c u e n c ia , de fo rm a te rm in a l del sistem a estatal. A h o ra vem os corregirse esta perspectiva de form a que el m éto d o de análisis «ascendente» no signifique restar im portancia al aspecto de fuerte centralización del p o d er en las socieda des m odernas. El Estado se sitúa en el p u n to nodal de to das las fuerzas, «tiene p o r fu n ció n constituir el desarrollo general, la instancia de control global, el p rin cip io de re gulación y, en una cierta m edida tam bién, de distribución de todas las relaciones de p o d e r en u n c o n ju n to social dado.» (D E , p. 317). Los procesos de individualización ca racterísticos de u n p o d e r pastoral no co n trad icen esa línea centralizadora, se e n tie n d en articulados al p o d er estatal: «me gustaría subrayar el hecho de que el poder del Estado — y ahí está una de las razones de su fuerza— es a la vez una forma de poder globalizante y totalizadora. Nunca, creo, en la historia de las sociedades humanas — e incluso en la vieja sociedad china—- se ha encontrado, en el interior de las mismas estructuras políticas, una combinación tan compleja de técnicas de individualización y procedimientos totalizadores.» (DE, p .3 0 4 ) .54
. Este cam bio de acento está en consonancia con la inver sión de perspectiva practicada e-n sus trabajos sobre la gubernam entalidad respecto a los realizados sobre las disciplinas. E n este últim o caso, se partía de su em ergencia desde, y de su extensión por, el tejido social, m ientras que en el p ri m ero, Foucault desarrollaba su investigación sobre un plano
54 «O m nes et singulatira», op. cit. p.7.
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ya ligado a la actividad estatal com o lo era el de las doctrinas y técnicas referentes a la «Razón de Estado» y a la «policía». 6) P o r ú ltim o habría q u e c o n sig n ar la m o d ificació n que se produce respecto al lugar del individuo en las es tructuras de poder. El esquem a inicial que insistía en el ca rácter m ultipolar del poder, en la m ultiplicación de sus fo c o s f r e n te a las fo r m a s m assives d e l m is m o , e n su trayectoria de abajo hacia arriba, no significaba, sin e m bargo, un reco n o cim ien to m ayor del protagonism o de los in dividuos. E n este aspecto la su p eració n e n la obra de F oucault del m o m e n to estructuralista p o r el événementialisme p o sterio r no supuso en p rincipio ninguna relajación en lo tocante a co n ced er una autonom ía m ayor a los suje tos. El individuo, atravesado, constituido p o r el poder, in serto en sus redes, aparecía más co m o p u n to de apoyo, es p a c io de c irc u la c ió n d e l p o d e r q u e c o m o fa c to r d el m ism o. D e las dos acepciones en que solía to m ar la voz «sujeto», la que se refería a su situación de «sujetado» co braba claram ente preem inencia. La co n ce p c ió n p o s te rio r del p o d e r c o m o «gobierno», com o in terv en ció n in d u cto ra de u n c o n ju n to posible de respuestas, evita el holism o q u e pudiera den o tarse en el p lanteam iento anterior. Sobre dos rasgos hace hincapié: el h ech o de que toda relación de p o d e r discurre entre suje tos, «pone en ju e g o relaciones entre individuos (o entre grupos). Pues no hay que engañarse: si se habla del p o d e r de la leyes, de las instituciones o de las ideologías, si se ha bla de estructuras o de m ecanism os de poder, es en la m e dida solam ente en que se supone que «algunos» ejercen un p o der sobre otros. El té rm in o «poder» designa relaciones entre «partenaires» (y p o r esto no pienso en u n sistema de juego, sino sim plem ente, p erm an ecien d o p o r u n instante en la m ayor generalidad, en un c o n ju n to de acciones que se in d u cen y se responden unas a otras).» (DE, p.309); el segundo de los rasgos es el de la libertad, el de que siem pre deben darse diversas posibilidades de acción: «Cuando se define el ejercicio del poder como un modo de acción sobre las acciones de los otros, cuando se las caracteriza por el «gobierno» de los hombres unos por los otros — en el 69
sentido más extenso de esta palabra- se incluye un elemento importante: el de la libertad.» (d e , p. 314)
Si todo ello se pone en conexión con la apuesta del ú l tim o Foucault p o r la autotransform ación en el co n tex to de una «estética de la existencia», el giro hacia la co n ce sión de una m ayor autonom ía al sujeto, se hace totalm ente manifiesto. 2 .2 .
C u e stio n e s p e n d ie n te s
Tom ados en su conjunto los nuevos rasgos introducidos suponen rectificaciones de algunos extrem os de su ante rio r concepción y, en todo caso, una visión más com pleja del p o d e r en la sociedad m oderna, pero no creem os que •pueda trazarse una línea divisoria y, procediendo p o r co n ta p o sic io n e s ex ce siv am e n te sim p lificad o ras (ato m ism o frente a holism o; individualism o-disolución de los sujetos; subjetivism o-objetivism o)55 configurar una segunda teoría del p o d er más próxim a al m undo anglosajón, opuesta a la prim era. D e h ech o se ha hablado de un Foucault «liberal», e incluso — R o rty y D escom bes se han referido a ello—-, de u n F o u c a u lt «francés» c o n tra p o n ib le a u n F o u cau lt «americano», anarquista uno, liberal el otro, nietzscheano el prim ero, pragm ático a lo D ew ey el segundo.*36 Por otra parte, el allegam iento de las tesis foucaultianas a la orilla anglosajona nunca se ha dejado de intentar. En un pu n to u otro las referencias y com paraciones son frecuen tes, de T. Parsons a S. Lukes, pasando p o r la m icrosociolo-
55 T h . M c C a rth y acen tú a ex cesiv am ente los cam bios del ú ltim o Foucault hasta contraponerlos totalm ente a su anterior analítica del p o der: «Sería verdaderam ente irónico que su crítica «al p o r mayor» de la teoría social m oderna term inara, finalm ente, en un abrazo con una de sus formas más añejas» ("Filosofía y teoría crítica en los Estados U n i dos» op. cit. p.70-78). 36 R . R o rty : «Identité m orale et au to nom ie privée» en Michel Fou cault philosophe. Rencontre Internationale, op. cit. p p .385-394. Sobre la relación F oucault-D ew ey: R . R o rty .- «M ethode, Science sociale et esp o ir social» en Critique n 4 71-472, A g.-Sept.1986 p p .873-897, pp.889897; R . R o rty .- Contingencia, ironía y solidaridad, trad. A. Eduardo Sinn o t, (Ed. original 1989), Paidós, Barcelona, 1991, p p .80-85.
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gía y sociología de la m arginación am ericanas o la e tn o m e to d o lo g ía de G arfin k el.5, H ay un fo n d o general del pensam iento de Foucault que las posibilita: su antihegelia nismo, su prevención frente a la totalización de la teoría, y a d o p c ió n , en c o n se c u e n c ia , de un c ie rto p o sitiv ism o nunca bien definido, su crítica al estatismo, y el propósito de situarse en ese nivel «micro» que recorre los entrecruza m ientos del po der en las relaciones más cotidianas de los individuos. A demás, cuando se adopta una actitud p o lé mica para con su «analítica del poder», el deslizam iento en u n sentido o en otro se ve facilitado p o r el in te n to p o r parte de Foucault de explorar una especie de vía delim i tada respecto al contractualism o y al m arxismo. Según se m ire su curso desde una orilla u otra, las condiciones va rían, un Foucault dem asiado liberal — o m arxistizado— o no lo suficiente. P or ello, si no se quiere in c u rrir en fáciles reduccionism os que diluyen la especifidad de las tesis que se estudian, es preciso detallar los pasos, puntualizar las in flexiones, contem plar las articulaciones posibles entre los distintos núcleos tem áticos. Más allá del problem a de la valoración de estos trabajos de Foucault del 77 en adelante con respecto al p u n to que tratamos, de si tom arlos en térm inos de «inflexión» o de «ruptura», de «problemática integración» o de «giro co n tradictorio», no cabe duda de que su concepción del p o der, aún con las in c o rp o ra c io n e s últim as, deja m uchas cuestiones pendientes sobre las que sus críticos han insis tido. D ejem os, pues, constancia de las principales: 1) C om encem os p o r la cuestión de la am plitud e in distinción de su noción de poder. Se ha dicho que el p o der. entendido bien com o «fuerza que opera sobre fuer zas», b ié n c o m o « a c c ió n s o b re a c c io n e s» re s u lta u n 31 31 Vid.: J. Varela, F. A ivarez-U ría.- «M arginados: de la sociología de la desviación a las nuevas p o líticas de c o n tro l social» en R . M aiz (corap.) Discurso, poder, sujeto, op. cit. p p.97-114. ver tam bién su pró logo a M . F oucault.- Saber y verdad, op. cit. pp.7-29); C h . L em ert, C>. G illan.- Michel Foucault. Social Theory and Transgression, C olum bia U n iversity Press, N e w Y ork, 1982, pp. 123-124; C . G o rd o n .- «Foucault en Angleterre» en Critique, n°471-472, A g.-Sep. 1986, p p .826-839; C . G o rd o n .- «La planéte Foucault. G ran-B retagne» en Magazine Liltéraire, n°207, M ayo 1984, p.57; D .G . H o rn , J. U rla.- «Foucault et les F.tatsUnis» en Le délnit, n°41, S ep .-N o v . 1986, p p .189-192.
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concepto dem asiado inespecífico que conduce en defini tiva a en ten d er todo intercam bio social com o p o d er.58 Ve amos. El problem a surge inevitablem ente, com o si de un coste a pagar se tratara, desde el m om ento en que se intenta pen sar el poder — tentados estamos a finalizar aquí la frase— sin limitarse a sus form as más diferenciadas, trascendentes, o negativas. Esto es, Foucault adopta tres procedim ientos que, a pesar de su gran fertilidad, conllevan una arriesgada apertura de la noción de poder, a saber: a) no reducir la consideración del p o d er a sus formas «molares», sino p o r el contrario, hacer un análisis a nivel «molecular»; b) inm anentism o, esto es, analizar el po d er en las diversas funciones y relaciones sociales, no com o algo «separado»; c) tesis de la no reducción al efecto represor, sino, y ante todo, concep ción del poder en su calidad productiva, generadora. C onsciente del problem a, Foucault introdujo sucesivas precisiones al objeto de acotar lo más claram ente posible la dim ensión «poder». H an quedado expuestas: distinguim os entre los «efectos de poder» («efectos inmediatos») que se derivan de una relación social y formas más diferenciadas del m ismo, («condiciones internas»), tal com o se co n tem pla en la descripción foucaultiana de los dispositivos disci plinarios; la diferencia entre «estrategias de lucha» y «rela c io n e s de p o d e r» ; e n tr e r e la c io n e s de p o d e r y «dom inación»; la lógica característica del poder, frente a otras formas de racionalidad, técnica o com unicativa... La pregunta es si tales distinciones son suficientes. Ya M. W eber advertía respecto a este p u n to en contra de la utiliza ción en el análisis social de conceptos de extensión signifi cativa dem asiado amplia; ese era el caso del concepto de poder, que calificaba de «sociológicam ente am orfo».59 De aquí que el sociólogo alem án prefiriera el uso de co n cep tos más precisos, y al tiem po, sabiendo lo fluctuante de esta realidad, procediese a prolijas divisiones. «C on fre cuencia» — decía tratando de las diferencias entre formas de dom inación y de poder— «no es posible en la realidad
SK V er T h . M cC arthy, <>/>. di. pp.60-61, 71. Sobre la vacuidad del co n cep to de poder: R . R o rty .- «Identité inórale et autonoinie pnvée», op. dt, p.388. y> M . W eber. Economía y sociedad, F .C .E ., M éxico, 19842, p.43.
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una separación rigurosa, pero p o r eso m ism o es más im pe riosa la necesidad de conceptos claros».60 En su versión w eberiana estos últim os son bien conocidos: distinción entre poder, dom inación y disciplina; delim itación de la d o m i n ació n po lítica respecto de otros tipos de d o m in a c ió n com o, p o r ejem plo, la hierocrática; diferenciación entre ti pos de dom inación según sus pretensiones de legitim ación (legal o racional, tradicional, carismática), etc. E n Foucault no se da una conceptualización tan precisa y diversa que nos perm ita contrarestar el espacio de indistinción abierto y al m ism o tiem po conservar las ventajas que se despren den de la superación de los límites de la concepción tradi cional. A nuestro m odo de ver cabría desplegar el problem a de la relativa indistinción en la que incurre su propuesta en to rn o a dos puntos: a) El p u n to que im pide reducir la abstracción de una noción com o la de p o d er en cuanto gobierno de la acción de otros, reside en que Foucault no precisa la naturaleza de la im posición, coacción, coerción que el poder supone, ni siquiera parece que haya de tener siem pre esa natura leza, pues incluso cabe hablar de p o d e r cuando éste no contraviene interés o voluntad alguna. El fo n d o de la cuestión rem ite a la superación de la concepción que equipara poder y represión. La idea alter nativa de un poder positivo no nos aclara la relación entre su positividad y ese núcleo coactivo esencial a todo poder. Frente al planteam iento foucaultiano cabe, pensar que un elem ento de negatividad no resulta incom patible con la idea de un p o d er productivo que estimula, incita, genera. Si se atiende a los m últiples desarrollos de la teoría m arxiana, p o r ejem plo, a la noción gramsciana de «hegem o nía», es p o sib le c o m p ro b a r esa n o in c o m p a tib ilid a d . Gramsci pretendía superar una concepción excesivam ente estrecha del Estado, definida p o r su lado estrictam ente re presivo, el Estado ueilleur de nuit, el Estado co m o «sociedad
60 Ibid. p . 171. W e b e r se refiere a m e n u d o a este problem a en las transiciones entre unas formas y otras, entre poder y dom inación; con igual insistencia plantea la necesidad de m an tener conceptos de radio sem ántico lim itado, ibid. p.695-700.
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política». La n o c ió n de hegem onía, articulada con la de «sociedad civil», im plica u n elem ento de consenso -n o reductible al efecto ideológico del engaño o la ocultaciónque concede al p o d er una función positiva. A hora bien, ello no era obstáculo para seguir enten d ien d o aquél com o valladar para la realización de los intereses de las clases su balternas. Poulantzas, que com prende, en la estela de Althusser, reductivam ente el bin o m io gram sciano «hegem onía + co erción», considerando que el Estado no es sim plem ente represión física y represión interio rizad a, sostiene igual m ente el papel positivo del Estado, su función constitutiva de las relaciones de producción.61 S. Lukes ha insistido en este elem ento de agravio de «in tereses reales».62 El problem a es que Foucault no precisa el referente de la coacción que el pod er representa. En cual quier caso, no introduce el concepto de interés, objetivo o subjetivo, pero tam poco otro sustitutivo o com plem enta rio. D e ahí que sitúe y descifre el lado negativo del poder tan sólo en los efectos de dom inación, esto es, en el en d u recim iento de los lazos de poder, en su pérdida de fluidez, e n la c o n so lid ació n de las asim etrías. Sólo que en este p u n to se revela la necesidad de integrar otros elem entos, co m o la cuestión del consenso que pu ed e acom pañar a u n a relación jerárq u ica, o las distinciones, tan debatidas p o r la sociología, entre au to rid ad , influencia, violencia, m anipulación, fuerza, aspectos todos ellos orillados en el planteam iento foucaultiano.63 b) Foucault no establece delim itación alguna entre el área del «poder» y el área de lo «político». N o hay en él un con cepto estricto de «política». D e hecho, los dos conceptos pa61 Poulantzas.- Estado, poder y socialismo, op. cit. pp. 27-34. 62 S. L ukes.- El poder. Un enfoque radical, S.X X I, M adrid, 1985, pp. 24-25. Sobre la relación L ukes-Foucault véase: D. C ouzens H o y .- «Poder, represión y progreso: Foucault, Lukes y la Escuela de Francfort» en D . C ouzens H o y (com p.).- Foucault, N u ev a visión, B uenos Aires, 1988, p. 139-165; véase tam bién: M . Philp - «Foucault on pow cr» en Political Tlicory, vol.11, n ° l, Feb.1983, p p .29-52. pp. 31 y ss. 63 F oucault ponía en cuestión el interés de divisiones com o la de H. A rendt, entre p o d er consensuado y relaciones de dom inación: «Polines and Ethics: A n interview », op. cit. p. 378.
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recen solaparse, parecen recubrir un mismo espacio. Se habla siem pre en térm inos de técnicas o tecnologías de poder, pero no caben distinciones, com o las que se pueden hacer siguiendo a M arx o a Weber, entre poder económ ico y p o der político, lucha económ ica y lucha política, porque no tenem os una categoría para lo político. Sabido es que este punto también ha sido y es un lugar com ún en la crítica al marxismo, pero en éste al m enos se introducen una serie de parámetros (luchas de clases; conexión clases-relaciones de producción; Estado, etc.) que delimitan de forma más pre cisa la distinta naturaleza de las articulaciones que en su tota lidad com ponen un com plejo de dom inio determ inado. En Foucault el problema se acentúa al no ofrecernos ninguna aproximación teórica al concepto de Estado. N o nos referi mos con ello a la ausencia de algunas cuestiones com o la de la legitimidad o de la representatividad, sino a la concepción misma del Estado. Foucault opera con este concepto tom án dolo p o r lo general según su acepción tradicional que identi fica el Estado con el conjunto de los aparatos institucionales públicos (ejército, policía, prisión, tribunales, adm inistra ción...),64 y aún cuando al describir el proceso, característico de la sociedad m oderna, de la creciente estatalización toca el problema de la pertinencia de la división entre lo público y lo privado, y de un concepto excesivamente estrecho de lo estatal, habida cuenta de cóm o se fusionan los distintos p o deres, no llega a cuestionarse el concepto.65 Foucault da la espalda a los debates habidos al respecto en el campo de la teoría política. Al criticar al marxismo por su reducción de la com prensión del poder a los aparatos de Estado, no toma, por ejemplo, en absoluto en consideración la problem atización de esta cuestión desarrollada fundam entalm ente a partir de la contribución gramsciana de los Quaderni del carcere. C arentes de una explicación precisa de esta cuestión, y, en consecuencia, de una delim itación de lo político, la ca tegoría de «poder», no suficientem ente subdividida, corre el peligro de in c u rrir en ese espacio de indiferenciación sobre el que W eber llamaba críticam ente la atención.
64 «La gouvem am entalité», op. di. p. 103. «El p o d er y la norm a», op. dt. p. 212. N . Poulantzas ha cn ticad o a F oucault este punto: listado, poder y sodalismo, op. cit. pp. 36-37. 65 Vid.: VFJ, p. 129.
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2) E n directa relación con el punto anterior está el tra tam iento de la cuestión del derecho, sobre el que las críticas han sido numerosas. Se le reprocha una concepción instrumentalista, negadora de todo valor, vaciadora de sentido, de las instancias de la ley, y en definitiva de toda lucha en favor de los derechos hum anos — que Foucault personalm ente se com prom etiese en ella no dejaría de ser algo inconsistente, sin fundam entación. Se le acusa igualm ente de una concep ción simplista, tanto en lo que concierne al concepto de so beranía, com o al de ley, toda vez que el prim ero queda an clado en una figura histórica ya caduca, y el segundo es tom ado en un sentido siempre negativo, identificando ley con prohibición, y siendo ambos reducidos a una función ideológica de enm ascaram iento de los verdaderos poderes que aprisionan la sociedad, las tecnologías normalizantes. N o todas estas críticas son certeras. Por lo general son unilaterales y proceden a m enudo del m o d o siguiente: si Foucault insiste en u n aspecto, dejando otros en un plano secundario, se dice que para él estos últim os sencillam ente n o existen. La concepción de Foucault es más compleja. En p rim er lugar, su crítica apunta fundam entalm ente co n tra una concepción jurídica del p o d er que, p o r una parte, es incapaz de com prender la com plejidad y versatilidad del poder en las sociedades m odernas en la m edida en que in tenta reducirlo al esquem a de la relación contractual y de la sujeción de obediencia a un m andato; y, p o r otra, asume la representación que el p o d er da de sí m ismo, teniendo com o consecuencia el ocultam iento de los poderes efecti vos que constituyen a los sujetos. Las técnicas de disciplina y de norm alización serían la otra cara de u n m arco ju rí dico en el que la soberanía se dem ocratiza, y el individuo es reconocido en sus derechos, lo que ese m arco iguala y libera quedaría contrarrestado p o r la fu n ció n diferenciadora y sujetante de las disciplinas. A nadie podrá, sin duda, ocultársele la proxim idad de esta crítica a la m arxiana co n tra el form alism o del derecho burgués, vaciado de co n te nido p o r la dinám ica de la producción capitalista. Lo que Foucault hace, en suma, es situarse en una pers pectiva distinta, no en la del plano del derecho, sino en la de las tecnologías del «biopoder», en las técnicas de gubern am entalización. N o en el de la n eg ació n o re c o n o c i m iento de los derechos a los sujetos, sino en el de la fabri76
cación de los individuos dóciles. La fertilidad de este cam bio de óptica en cuanto al desvelam iento de la com pleja tram a de p o d er que configura nuestra «jaula de hierro» está fuera de toda duda. A hora bien — se ha dicho— el precio pagado p o r lo que respecta a la concepción del d e recho ha sido excesivo. En efecto, algunas cuestiones deci sivas referentes a la legitim idad, representatividad, form a ción de la voluntad, etc., son orilladas: En el pensamiento y análisis político, no se ha cortado aún la cabeza del rey. De ahí la importancia que es dada todavía en la teoría del poder al problema del derecho y de la violencia, de la ley y de la ilegalidad, de la voluntad y de la libertad, y sobre todo del Estado y de la soberanía (incluso si este es interrogado ya no en la persona del soberano sino en un ser colectivo).» (vs, p. 117). E n este sentido, habría que adm itir las críticas hechas p o r H aberm as et aliib(> referentes a la desconsideración p or parte de Foucault de la evolución jurídica en la configura ción del Estado de derecho, la im portancia en cuanto a la lim itació n de la dom inación; p o r ejem plo en el m ism o ám bito penal tratado por Foucault, la intro d u cció n de ga rantías procesales y una m ayor seg u rid ad ju ríd ic a , etc. Igualm ente serían pertinentes aquellas críticas6' que aso cian a esta laguna la grave consecuencia de dejar en un p e ligroso terreno indistinto los diversos regím enes políticos o formas de Estado. Tam bién es cierto que se da una insistencia en el carác ter negativo de la ley. H a y q u e c o n s id e ra r, sin e m b a rg o , o tro s a sp e c to s. C u an d o F oucault d enuncia el efecto de e n c u b rim ie n to que la representación juridicista genera, su carácter iluso rio — y en ese sentido no deja, curiosam ente, de participar 6*
66 J. H aberm as.- El discurso filosófico de la modernidad, trad. M . Jim énez R ed o n d o , T aurus, M adrid, 1989, pp. 115-135; L. Ferry y A. R e n a u t.68-86. Itinéraires de l'individu, op. cit. p p .86-96. C o n una perspectiva más am plia, referente a la evolución del sistema de poder, m enos uni lateral de lo que F oucault su p o n e, véase el artículo de C h. Taylor; «Foucault on Freedom and T m th», en Economy and Society, vol.12, n° 2, M ayo, 1984, pp. 152-183, pp. 152-165. <" M . Cousins, A. H oussain.- Michel Foucault, M acm illan, London, 1984, pp. 239-240.
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de la crítica de las ideologías— no es porque crea que el ord en am ien to ju ríd ico se reduzca a esta función ideoló g ic a /’* Foucault no pasa p o r alto el p o d er efectivo que su pone tam bién. Foucault ha señalado repetidas veces el pa pel d el d e re c h o ta n to en la c o n s titu c ió n del E stad o m o n á rq u ic o , c o m o en la lu ch a c o n tra el absolutism o. Adem ás ha dejado claro que es preciso insertar la ley en un cam po am plio de reglam entos, aparatos, procedim ientos que p erm iten entenderla, más allá de las funciones de legi tim idad y soberanía, en su tram itación, funcionalización de los m últiples m ecanism os de sujección, de gestió n -co n trol de la sociedad.60 Las disciplinas, si e fe ctiv a m e n te fu n c io n a n co m o un «contra-derecho», tam bién se articulan con el sistema legal —-com o ya hem os apuntado en otro lugar-— , «cuadriculan un espacio que las leyes dejan vacío; califican y reprim en un co njunto de conductas cuya relativa indiferencia hacía q u e escap asen a los g ra n d e s sistem as de castigo» (SP , p. 180); com plem entan pues el encauzam iento de las ac ciones realizado p o r la ley; pero además, las formas disci plinarias m odelan progresivam ente a im agen y semejanza suya el sistema ju ríd ico ; los límites entre lo legal y lo n o r m ativo se difum inan —-recuérdese co m o ejem plo la refle xión de Foucault sobre el «continuum carcelario», o sobre la asunción de la n o rm a p o r parte de la justicia.68*70 Por esto no tiene sentido co n trap o n er en este p u n to -co m o hacen C o u sin s y H o u ssain — 71 la p erspectiv a de J. D o n z e lo t, quien sí contem plaría la im plem entación de lo legal con la m aquinaria disciplinaria, a la de Foucault; tam poco, p o r la misma razón, contradice su enfoque el resaltar la adm inis tración creciente de la sociedad m ediante una reconver sión reglam entista o «prom ocional» del derecho. C ie rta m ente, Foucault no desarrolló esa perspectiva, lo que sí hicieron colaboradores suyos, pero tanto su planteam iento de u n derecho progresivam ente colonizado p o r las formas 68 Esto es lo que critican M . Coussins y A. H oussain, op. cit. p. 238. 6V E n contra de una concepción lim itada del derecho: en particular su C u rso del 14-1-76, en Microjisica del poder, op. cit. pp. 139-152; «Poderes y estrategias», Ibid, pp. 163-174. 70 SP, p. 304 y ss., en particular 310-313; C urso 14-1-76, op. cit. pp. 151-152. 71 M . C ousins y A. H oussain, op. cit. p .238.
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norm alizantes com o sus análisis posteriores sobre la cre ciente g u b ern am en talizació n del Estado y la gestión de toda vida social asumida p o r u n «poder pastoral», se abren, sin contradicción a tales desarrollos.7273 C reem os que esa apertura podría acoger perfectam ente el problem a que, según H aberm as, Foucault no puede plan tearse dados sus presupuestos teóricos. Se trata del proceso de la jurid ificació n ( Verrechlichung) creciente del «m undo de la vida» y su estructura paradójica. H aberm as señala cuatro «hornadas de juridización» en la co n stitu ció n del Estado m o d ern o (que conducen sucesivam ente al Estado burgués, Estado de derecho, Estado dem ocrático de dere cho, y Estado social y dem o crático de derecho) p o r las que se produce una «extensión» y «adensamiento» del d e recho, que regulariza cada vez más, y más p o rm en o rizad am ente, ám bitos de la vida social. El problem a reside en que el recubrim iento ju ríd ico que garantiza la participa ción política y las distintas prestaciones sociales, genera de pendencias m últiples, in terv en cio n es burocráticas, y, en general, una integración sistémica de ám bitos de vida que se guían p o r una racionalidad distinta, la de los procesos de entendim iento, de com unicación. D e aquí la naturaleza contradictoria de este proceso de juridización: «en las democracias de Occidente caracterizadas por el carác ter benefactor del Estado, la estructura dilemática ae lajuridifcación radica en que son los propios medios jurídicos con que se garantiza la libertad los que ponen en peligro la libertad ae sus presuntos beneficiarios. »7i Por lo demás, el ya citado J. D o n zelo t74 ha m ostrado en toda su concreción, en el cam po de la tutelación de la in fancia y de la familia, siguiendo la m etodología foucaultiana y sirviéndose del ejem plo de sus análisis sobre la n o r m alización y la com binación de asistencia y control en las 72 V id. A. Serrano .- «Poder sub specie legis y poder pastoral» en R . Máiz (com p.).- Discurso, poder, sujeto, op. cit. pp. 115-135. 73 J. H aberm as.- E l discurso filosófico..., op. cit. p.347. Sobre el p ro ceso de juridización: J. H aberm as.- Teoría de la acción comunicativa, trad. M . Jim én ez R e d o n d o , T aurus, M adrid, 1987, T .II, p p .502-527. 74 V id J . D o n zelo t.- La pólice des familles. M in uit, París, 1977, p p . l l , 12; D eleuze, en el postfacio, subraya la deuda m etodológica del libro con Foucault, p. 215.
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instituciones de las sociedades m odernas, ese proceso al que apunta H aberm as. Q uedaría pen d ien te el debatido problem a de la justifica ción de las resistencias, la fundam entación del «no» al p o der, el den om inado «criptonorm ativism o» foucaultiano; y el problem a de la integración de ese concepto de p o d er en una determ inada visión del proceso global de m oderniza ción. Tratarem os ambos aspectos una vez hallamos in co r porado a nuestro estudio otros elem entos.
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Las rela cio n es en tre saber y p o d e r
La atención de Foucault al enlace entre las instancias de p o d er y los sistemas discursivos se manifiesta de principio a fin en toda su obra. D e ninguno de sus libros esta cues tión está ausente, nunca faltan aquí y allá consideraciones acerca de cóm o ha de entenderse ese enlace. Sin embargo, es igualm ente cierto que sólo en algunas ocasiones el autor se ha detenido para hacer una elaboración teórica que vaya mas allá de las investigaciones em píricas. C u an d o esto su cede, las reflexiones no alcanzan un m ism o grado de sistem aticidad, ni — lo que es más im portan te— con d u cen a los mismos resultados. Por nuestra parte destacaríamos tres grandes m om entos en esta elaboración, que tam bién p ueden tom arse com o correspondientes a distintos, y no fácilm ente encajables, enfoques. El prim ero de ellos lo constituye el texto en que más extensam ente se aborda la cuestión, La arqueolgía del saber (1969), texto del que las respuestas dadas a las cues tiones planteadas p o r la revista Ésprit y p o r el Cercle d'épistcmologie de L'Ecole Normal Supérieure de París, publicadas 81
en 1 9 68 ,1 representan sendos avances. U n segundo m o m ento, de transición, viene determ inado p o r su lección de entrada en el C ollége de France en diciem bre de 1970, publicada p o sterio rm en te (El orden del discurso, 1971). Por últim o, un tercer m o d o de plantearse la cuestión se e n cuentra de form a más dispersa en los textos y cursos del año 71 en adelante. E n las líneas que siguen exam inarem os cada uno de estos tres planteam ientos.
1. 1.1.
El modelo de la arqueología A r q u e o lo g ía s
E n La arqueología del saber Foucault pretendía form ular en todos sus detalles el m é to d o arqueológico, explicitar aquello que «de una m anera m e d ia n am e n te ciega» ( a s , p. 149)12 había servido de guía a sus investigaciones ante riores, sobre la locura, sobre la clínica, sobre las ciencias de la vida, del lenguaje y la econom ía. La tarea de Foucault, tal y com o nos advierte en el texto, no consistía exacta m ente en un m ero dar voz a lo que calladam ente venía utilizándose en sus trabajos, sino, yendo más allá de los lí mites que juzga existían en esas obras, explorar la posibili dad en ellas contenida, desarrollar el nuevo m o d o de aná lisis de los discursos que allí se trazaba, m ostrar, más que lo d ic h o , a q u e llo «que h a cía p o sib le lo q u e decía» ( a s , p. 149). D e ahí la dificultad que ha supuesto situar esta obra respecto a las demás, toda vez que no puede tom arse sin más com o la definición de un m éto d o ya em pleado, o que tuviera aplicación en alguna obra posterior; su refe rente, pues, no carece de problem aticidad. Historia de la locura, Nacimiento de la clínica, y Las palabras y las cosas — se excluye Enfermedad mental y personalidad— habrían em pleado, en efecto, el m éto d o arqueológico, y de ellas tom a Foucault los ejem plos que le sirven para ilus-
1 «R éponse á une question», Esprit, n° 371, M ayo 1968, p p .850-874; «Sur l'archéologie des Sciences. R ép o n se au C ercle d’épistémologie», Cahiers pour l'analyse, n° 9, verano 1968, pp.9-40. Véase AS, p.27, nota n ° 1.
2 Vid. tam bién AS, p p .25-27.
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trar las tesis de La arqueología del saber, sin em bargo, consi dera que el m étodo adolece en ellas de im portantes defec tos, de los que es preciso se depure. A su obra sobre la lo cura le critica la utilización de un concepto de experiencia que parece su p o n er «un sujeto an ó n im o y general de la historia» (AS, p. 27), y especialm ente la idea de una expe riencia prim era, fundam ental, que nos pusiera en contacto con la cosa misma que late bajo los discursos.3 El resuelto a n tifen o m en o lo g ism o de ahora no podía dejar de c o n frontarse con este concepto. A Nacimiento de la clínica le re prochaba «el recurso, intentado varias veces, al análisis es tr u c tu r a l» ( a s , p. 2 7 ), al tie m p o q u e se m o s tra b a descontento con la expresión «mirada médica» p o r cuanto pudiera m alinterpretarse com o ligada a la idea de una fun c ió n c o g n o s c itiv a d e s ín te s is s u b je tiv a , d e s u je to unificante.4 Por lo que toca a Las palabras y las cosas, ben e volentem ente responsabiliza a su «ausencia de balizaje m e todológico» (AS, p. 27) el que se hayan en tendido las epistemes com o totalidades culturales. Por tanto, el m étodo en estas obras se habría practicado «muy im perfectam ente» ( a s , p. 25). A hora bien, el p ro blema del referente correspondiente al m éto d o arqueoló gico no term ina aquí. Foucault tom a las tres obras citadas de form a u n itaria, co m o resultado del m ism o esquem a m etodológico. Pasa p o r alto los im portantes cambios -en particular en lo que respecta al problem a, que aquí nos trae, de la relación discursos-prácticas de p o d er- habidos de una obra a otra. El m ism o concepto de «arqueología», com o ya hem os expuesto en la Introducción, experim enta ahora una significativa transform ación al rem itirse funda m entalm ente a lo discursivo. Foucault interpreta el cam bio en un sentido sim plem ente evolutivo, de progresivo perfec cionam iento y depuración, com o corresponde a un m é todo que avanza vacilante; su form ulación, m siquiera en La arqueología del saberse m uestra segura, de ahí «la manera cautelosa, renqueante de este texto» ( a s , p. 27), la dificul tad para establecer su identidad; «no soy ni esto ni aquello» (AS, p. 27). El cam bio que se experim enta durante todo ese período ' AS, p. 64. 4 AS, p.74 nota 1.
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a m e n u d o d e n o m in a d o «arqueológico», n o p u e d e c o m prenderse en el sentido de u n a co ntin u ad a profundización. ¿ C ó m o aunar bajo una m ism a rúbrica m etó d ica lo h ech o en Historia de la locura y en Las palabras y las cosas?. N o p a rece que las diferencias de objeto, el p o lim orfo cam po de la locura en u n caso, y el m ás sistem ático de los discursos relativos a las ciencias hum anas y a las form aciones discur sivas que éstas sustituyeron en el otro, sea explicación sufi ciente de la distinta «forma» que u n m ism o m é to d o to m a ría en ambas; ni tam p o co el distinto plano discursivo en el que cada una se centra, «la em ergencia de to d o u n co n ju n to de objetos» (AS, p. 8 6 ) , es decir el plano de «form a ció n de los objetos» en la p rim era obra, y «las redes de conceptos y s u s reglas de form ación» (AS, p . 8 6 ) en la se gunda. El p u n to queda claro si se hace una som era co m paración entre el enlace de prácticas discursivas y n o dis cursivas reflejado en Historia de la locura, y el que se deriva de las consideraciones hechas en Las palabras y las cosas. E n su m o n u m e n ta l o b ra sobre la lo c u ra , F o u c a u lt se p ro p o n ía «retom ar el m o v im ien to p o r el que ha devenido finalm ente posible u n c o n o cim ien to de la locura: este c o n o c im ie n to que es el nuestro» ( h f , p.225); la obra nos m ostraba cuales fu ero n las condicion es de posibilidad de la experiencia m o d e rn a de la locura, definida p o r su co n ce p c ió n m éd ica c o m o « e n fe rm e d ad m ental»; se analizaban pues estructuras subterráneas que están en la base del dis curso de la psiquiatría positivista, estructuras que no eran de índole cognoscitiva, pero sin las cuales n o sería explica ble la em ergencia histórica de esa disciplina. B ien e n te n dido que la perspectiva n o era la de m ostrar la c o n fo rm a ción conceptual de un d e term in a d o discurso más o m enos científico, sino có m o se había con stitu id o su objeto te ó rico, bajo cuyo sentido la experien cia de la locura al final quedaba sim p lem en te reducida a u n fe n ó m e n o psíquico de carácter p ato ló g ico , objetivo, d e p u ra d o de cu alq u ier otra significación; heg em o n ía, p o r lo tanto, de la conciencia analítica de la locura. El n acim ien to de la psicología y psiquiatría es insepara ble de to d o u n plexo diverso de prácticas (jurídicas, socia les, económ icas, institucionales, etc.) que lo rm an parte de su a priori h istó ric o . Historia de la locura nos c o n fro n ta constantem ente con este entram ado de prácticas. U n a tesis 84
esencial que se desprende de sus análisis podría form ularse del m o d o siguiente: el mismo proceso, integrado por elementos discursivos y no discursivos, mediante el que se constituye el ob jeto teórico de estas disciplinas es a la vez aquel j)or el que se constituye su objeto óntico. El o b je to te ó ric o «enferm edad mental» se constituye en asociación co n u n proceso p o r el que su referente óntico, em p írico es conform ado. A quél aparece vinculado al c u m p lim ien to de d eterm in ad o s m e canism os p o r los q u e la subjetividad del loco es m odelada: tácticas de culpabilización que co n trib u y en al aislam iento de la locura co m o fe n ó m e n o m eram en te psíquico, resortes p o r los que se reduce al loco a la co n d ició n de o b jeto para otro, de enclaustram iento de la subjetividad en sí misma, psicologización... G ran parte de la crítica que Foucault di rigía a la psiquiatría se basaba en este enfoque. La psiquia tría no cuestionaba la red de prácticas en las que estaba in mersa, convertía en natural lo que era histórico. La razón positiva era incapaz de traer a conciencia el h ech o de que los m ism os m edios p o r los que extraía su saber «objetivo» form aban parte del engranaje reificante de la subjetividad del loco; obviaba el h ech o de que «la locura es ofrecida al c o n o cim ien to en una estrucutura, que es, de entrada, alie nante» ( h f , p. 479). U n o de los objetivos centrales de la Historia de la locura consistía precisam ente en sacar a la luz las estructuras no p e rte n e c ie n te s p ro p ia m e n te al c am p o del c o n o c im ie n to —-forjadas a través de una heterogénea serie de aco n teci m ientos q u e tie n e n lugar a finales del siglo x v ill— que su b tienden la «psiquiatría positiva». La arqueología p re te n día explorar ese subsuelo. Si ahora tom arnos el planteam iento del problem a en Las palabras y las cosas, el enfoque que encontram o s es sensible m ente distinto. En p rim er lugar, co m o se nos advierte en varios pasos del texto, se adopta una actitud m etódica de m era descripción, n o se pretende rebasar este nivel, conside rándose que la arqueología aún no está en condiciones de dar cuenta explicativa de cada un o de los cortes que esta blece en el decurso de la historia del pensam iento. D e la discontinuidad que delim ita cada bloque episténnco no es posible dar razón, «quizá no es aún el m o m e n to de plantear el problema» (MC, p 64). La arqueología debe limitarse a la caracterización m inuciosa de cada m utación, su «por qué» 85
quedará, al m enos de m o m e n to , en una zona de som bra c o n sc ie n te m e n te asum ida: «Baste pues p o r el m o m e n to acoger esas discontinuidades en el orden em pírico, a la vez evidente y obscuro, e n el que se dan» ( m c , p. 6 4 -6 5 ).5 La a c titu d positivista se ad o p ta pues c o m o lim itació n q u e el p erfe cc io n a m ie n to del m é to d o en un fu tu ro desa rrollo tendrá q u e superar. A esta luz los grandes com plejos de prácticas sociales, m edidas políticas, sucesos históricos, c ircu n stan cias e c o n ó m ic a s... q u e en su e n tre la z a m ie n to p reten d ían esclarecer la ru p tu ra y ap arició n de cada ex p e riencia de la locura, n o p o d ían p o r m enos, en c u an to a su estatuto teórico, dejar de p arecer aventurados. El «perfec cionam iento» del m é to d o en lo que va de una obra a la o tra parece h a b e r e x ig id o n o sólo la d esap arició n de la p re te n sió n explicativa q u e p u d ie ra h a b e r sino ta m b ié n , c o m o se verá, de toda esa variedad de elem entos n o es tric ta m e n te discursivos en los q u e se hacía residir bu en a p arte de la c o m p ren sió n de las génesis de las m utaciones. E llo n o quiere d ecir q u e todos aquellos factores q ue c o m p o n e n u n a d e te rm in a d a fo rm a c ió n discu rsiv a, o b je to s, técnicas, m éto d o s, problem as, enunciados, co n cep to s, m o delos dom inantes, etc., sean situados en u n m ism o plano. C o m o se sabe, to d o s ellos re m ite n a una instancia p ro funda y d e term in a n te, la episteme, u n espacio de difícil d e finición, en el que se anuda el c o n ju n to de relaciones c o n fig u rad o ras del m o d o de ser del saber, d e lim ita d o r del o rd en del que en u n m o m e n to dado una serie de discipli nas h acen experiencia; la epistem é constituye el verdadero «a priori histórico», reú n e las «condiciones de posibilidad» de u n saber. A ese a priori p e rte n ec e la teoría de la rep re sentación, la separación de signos y cosas, la m athesis, la tax o n o m ía y génesis en el C lasicism o para el análisis de los discursos, de las riquezas y de los seres vivos; a la epistem e p e rte n ec e , en la M o d ern id ad , la histo ricid ad co m o m o d o fundam ental de los seres, que se despliega a través del aná lisis de las «condiciones de existencia» de la vida, o de las «condiciones de p ro d u cció n del valor», o del estudio evo lutivo de las lenguas en fu n ció n de sus sistemas internos. E n fin, al nivel ep istém ico co rre sp o n d ía en el saber del R en a c im ie n to la u n ió n de signo y cosa, operaciones cogs V id. tam bién M C , p p .229 -2 3 0 .
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nitivas c o m o la sem ejanza y sus diversas form as (congenientia, aemulatio, analogía, sympathia), etc. Lo característico precisam ente de la historia arqueológica, a diferencia de la m era historia doxográfica, es la exploración del cam po epistém ico, m ientras que esta ú ltim a se sitúa al nivel de lo q u e no son sino efectos de superficie que falsa m e n te to m a p o r e le m e n to s d e te rm in a n te s del saber. La epistem e es la instancia fundam ental, to d o — co m o antes apuntábam os-— es d ecidido desde ella: el cam po de p er c ep c ió n (prim acía de la vista en la histo ria natural de la E dad clásica),67la p ertin en cia en cu an to al em p leo de ins tru m en to s (lim itaciones de la utilización del m icroscopio en la historia natural), p rim acía de d eterm in ad as áreas del saber (la b o tán ica en la histo ria n a tu ra l),' la e lecció n de d eterm in ad o s m odelos teó rico s (el m o d e lo de la circula ció n de la sangre de Harvey, respecto a la teoría de la m o neda en el m ercantilism o),8 la aparición de nuevos objetos teó ricos (el capital en la eco n o m ía m o d e rn a ),9 de nuevos m éto d o s (el análisis de las form as de p ro d u c c ió n en la e c o n o m ía m o d e rn a ),101 la posibilidad de distin to s e, incluso, opuestos planteam ientos teóricos (confro n tació n en tre las teorías utilitaristas y las de los fisiócratas en el cam po del análisis de las riq u ezas),11 la posibilidad de d eterm in ad o s valores im aginarios (la vida bajo la form a de la anim alidad, c o n todas sus c o n n o ta c io n e s m íticas, en relación c o n el cam bio arq u eo ló g ico de la b io lo g ía,12 o la m ística de la pa labra sonora en relación c o n la filología),13 etc. El p roblem a que plantea el papel asignado a la instancia a rq u eo ló g ica es que en tre ella y aquellos e lem en to s que son consecuencia suya se da una relación lineal unidireccional en la que estos elem entos n o parecen te n e r n in g ú n efecto sobre la epistem e, ninguna retroacción sobre ella. Mal que le pese a Foucault es inevitable pensar en una sim ple rela ción de «expresión» de estos elem entos, en cu an to efectos
6 M C , p p . 1 4 4 -1 4 5 . 7 M C , p. 149. 8 M C , p. 191. 9 M C , p .2 6 4 . 10 M C , p .2 6 4 . " M C , p p .2 0 9 -2 1 4 . 12 M C , p p .2 8 9 -2 9 0 . 11 M C , p .2 9 8 .
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de superficie, respecto a su instancia generadora. Todos los niales de la c o n ce p c ió n estructuralista — pues co m o una estructura profunda habría q u e e n te n d e r la epistem e— se d etectan en esta relación. N o hay en ella lugar en sentido estricto para el aco n tecim ien to , para la irru p c ió n histórica, dado el carácter de m era co nsecuencia u ocasionalidad que se le c o n fiere a los e le m e n to s más arrib a m en cio n ad o s. E llo c o n trib u y e a situ ar e n u n lu g ar más e n ig m á tico si cabe la disposición de las' epistem es, p o r lo que no es ex trañ o q u e se llegue a hablar de config u ració n rep en tin a, dispuesta «d'un coup» (M C , p. 89) de to d o un «espacio de saber». H ay aquí u n trascendentalism o cuya h isto ricid ad , a c o n tra p e c h o de los in te n to s del p ro p io F o u cau lt resulta d u d o s a .1415 El p ro b lem a q u e plantea esta relación en tre la epistem e y los dem ás elem en to s es sem ejante al que se ha señalado críticam en te a pro p ó sito del m o d e lo chom skyano en el c am p o de la lingüística: la e stru ctu ra p ro fu n d a, el c o n ju n to de n o rm as subyacentes que rig en la p ro d u c c ió n de las frases n o es afectada p o r la realización de éstas, su c o n stitu c ió n q u ed a fuera del d e cu rso e m p íric o de cada p re fe re n c ia . 1:1 Si to m a m o s c o m o p u n to c o m p a ra tiv o el m o d e lo de inteligencia de P ia g e t,16 p o d ríam o s decir que en la c o n c e p c ió n foucaultiana los esquem as cognitivos que p e rm ite n la asimilación n o sufren acomodación alguna a la ex p erien cia, n o son transform ados p o r ésta. Al n o darse en F o ucault in teracció n en tre la estructu ra y sus p ro d u c c io nes, las m utaciones que el nivel trascendental sufre en el d ecu rso tem p o ral q u ed an pues substraídas a la historia. N o s p re g u n ta m o s ah o ra p o r el lugar q u e las prácticas sociales no discursivas tien en en la epistem e. La respuesta es clara, estas prácticas no o cu p an lugar alguno en el nivel 14 U n a dura critica sobre la relación estructura -superficie: en Sylvie le l io n .- «U n positiviste desesperé: M icliel Foucault» en Les Temps M o d e r n a , n" 2 4 8 , E n. 1 9 6 7 , p p . 1 2 9 9 -1 3 19. tra d . al c a s te lla n o en A A .V V ,- Análisis de Micliel l oncanlt, T ie m p o c o n te m p o rá n e o , B uenos Aires, 1970, pp. 9 4 -1 2 1 . 15 V id. H . D reyfus, P. R a b in o w . Micliel l'oucault. G allim ard, París, 1984 (ed. original 1982} pp . 12.3 y ss; H abcrm as.- lil discurso filosófico de l,i modernidad. T au ru s, M adrid, 1989, (ed. original 1985) p. 378. "’ J . P ia g e t.- Psicología de la inteligencia. Psique, B uenos Aires, 1977, pp. 17-19. J. Piaget critica el estru ctu ralism o de F o u cau lt, especial m e n te su c o n c e p to d e epistem e en Le struetnralisnie, P .U .F ., 1974. T ed. 1968).
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trascendental, q u ed an relegadas a u n ám b ito ex tern o , p e ri férico; en n in g ú n caso tie n e n capacidad para in tro d u c ir m o d ificaciones epistém icas. La instancia trascen d en tal es m eram en te discursiva. N o se trata sim plem en te del h ech o de que en Las palabras y las-cosas no se registren los a c o n te c im ie n to s sociales, p o lític o s, etc. — a d ife re n c ia de sus obras an terio res-, lo que quizás p u d iera explicarse p o r el distinto cen tro de a ten ció n de la obra, las redes c o n c e p tuales, sino de la posición y papel que se les asigna, papel indicado en distintos pasajes de la exposición. Es significativo que e n las pocas ocasiones que se repara en alguna c o n d ició n social sea precisam ente para señalar su nula relevancia en lo que atañe a las condiciones de posi bilidad del saber, lo que equivale, obviam ente, a ubicarla en u n nivel superficial. Así, al tratar de las nuevas relacio nes que se establecen entre lenguaje y c o n o cim ien to posi bilitadas p o r la disposición epistém ica de la G ram ática ge n e ra l, c o n sid e ra F o u c a u lt q u e el c a rá c te r p ú b lic o q u e •ahora, en la E dad clásica, adquiere el saber — a diferencia d e lo q u e o c u rría e n el R e n a c im ie n to — , su d ifu sió n abierta, n o es «nada más q u e u n fe n ó m e n o sociológico. N o ha provocado la más p e q u eñ a alteración en la historia del pensam iento, n o ha m odificado u n ápice el devenir del saber» ( m c , p. 103). A dem ás, n o sólo el aco n te c im ie n to es in o cu o, sino que su m ism a posibilidad habría q u e buscarla en el nivel epistém ico m e n c io n a d o .17 C o n respecto al aná lisis de las riquezas p ro p io del C lasicism o F o u cau lt hace d e p en d e r las prácticas, usos com erciales, m edidas m o n e ta rias, reform as del m ercado, etc., del nivel epistém ico en la m edida en que «están siem pre fu n d a d a s,sobre un cierto sa ber» ( m c , p. 179). Este carácter ab so lu tam e n te decisivo del p lan o ep isté m ic o del saber, se co n firm a en el análisis de la c o n tra p o sición e n tre utilitaristas y fisiócratas resp ecto al valor de u n a m ercancía. A d m ite F o u cau lt q u e se p u e d e relacio n ar a los p rim ero s co n los co m ercian tes y em p resario s, in te resados en v in c u la r el valor de la circu lació n de los b ie nes a sus trasfo rm acio n es y, p o r tanto, h acerlo residir en la u tilid ad ; los te rra te n ie n te s , p o r el c o n tra rio , estarían interesados en m o stra r el carácter costoso del cam b io , y 17 M C. p. 103. 89
e n c o n sid e ra r la a g ric u ltu ra c o m o verdadera g en erad o ra del valor. N o o b stan te tales c o n ex io n e s sociales n o tie n e n e fe cto alg u n o e n la c o n fo rm a c ió n de la teo ría. Los intereses, las clases sociales n o influyen en el nivel a rq u e o ló g ic o .18 Es en lo relativo a las ciencias hum anas d o n d e la diver gencia co n el e n fo q u e desarrollado en Historia de la locura resulta más m anifiesta. C o m o sabem os una de las tesis más interesantes de Las palabras y las cosas, y que m ayor debate suscitó, es la de q u e el h o m b re en tan to que o b je to te ó ric o d e term in a d o se constituye con la epistem e m o d ern a, «es una invención reciente» (M C , p. 398), n o es el p e re n n e o b je to del c o n o cim ien to , «el más viejo problem a ni el más co n sta n te q u e se haya p lan te ad o al saber h u m an o » (M C , p. 398), la cuestión q u e después de h ab er sido exam inada p o r la filosofía, o b jeto de reflexiones m orales, etc., al fin accede a u n d o m in io científico, objetivo, el de las ciencias hum anas. Éstas se configuran, «han aparecido el día en que el h o m b re se ha co n stitu id o en la cultura occidental a la vez c o m o lo que es preciso pensar, y lo q ue hay que saber» ( m c , p. 356). Tanto la constitución del objeto «hombre» como la de las ciencias humanas es un suceso fundamentalmente discursivo en el que las prácticas no han tenido ningún papel esencial. La tesis original, que daba toda su fuerza a Histora de la locura (co nstitución del o b je to de c o n o c im ie n to «hom bre», que bajo la form a de la locura accede p o r vez p rim era al c o n o cim ien to científico, y c o n fo rm a c ió n em p írica del m ism o) desaparece. E n Las palabras y las cosas se retrocede, p o r tanto, a una trascendentalidad m e ra m en te kantiana. D el a priori son ex cluidas las prácticas, y al m ism o tie m p o se disocia la cons titu c ió n cognitiva de la óntica o em pírica. La «posibilidad intrínseca» (M C , p. 356) de las ciencias hum anas o b ed ece ú n ic a m e n te a una «redistribución general de la episteme» (M C , p. 356), p o r la q u e el resqueb rajam ien to de la rep re sentación clásica da paso a la configuración de una d im e n sión vertical en el m o d o de ser de los entes, constituida p o r el espesor de la vida, del lenguaje y la p ro d u cció n ; la biología, la filología y la e co n o m ía c o m p o n d rá n u n o de
ls M C , p.214.
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ios segm entos fundam entales en relación al cual se abre la posibilidad de las ciencias h u m a n as.1" A las prácticas sociales, a los a c o n te c im ie n to s h is tó ri cos (c o m o el p ro c e so de in d u stria liz ac ió n o la in e stab ili d a d so c ia l g e n e ra d a a p a r tir de la R e v o lu c ió n ) se le asigna la c o n d ic ió n de o p o rtu n id a d u ocasión para q u e a q u ello q u e ha sido p o sib ilita d o en el nivel ep istém ic o p u e d a te n e r su «emergencia histórica» ( m c , p .356). Los ta c to res n o p ro p ia m e n te discursivos c u m p le n p u es esta fu n c ió n de p a rte ra p o r la q u e se ayuda a tra e r al m u n d o sensible lo q u e se resuelve p o r e n te ro en el m u n d o in te ligible, fu n c ió n p o r la q u e se actualizan las p o te n cias d e finidas en la epistem e. A la luz de este p la n te am ie n to resulta co m prensible que la crítica dirigida a las ciencias hum anas sea estrictam en te de naturaleza epistemológica: crítica a su no ab an d o n o defi n itiv o del espacio de la re p re se n ta c ió n , a su a n tro p o lo gism o, a sus vaivenes inacabables entre lo trascendental y lo em pírico, etc. La crítica n o afecta al o b je to em pírico. Ya no o c u rre co m o en su obra sobre la locura en la q ue la crítica de la teoría se convertía necesariam en te en cu estio n a m ie n to de la estructura histórica en la que su o b jeto le era o fre c id o ; la crítica de! c írc u lo a n tro p o ló g ic o era al m ism o tie m p o crítica del espacio del asilo. «Úna arqueología de las ciencias hum anas» reza el su b tí tulo de Las palabras y las cosas. Se trata de una arqueología m u y distinta a aquella arq u eo lo g ía de la e x p e rie n c ia de nuestra cultura sobre la locura, que era al m ism o tiem p o «arqueología de una alienación» (H F, p. 94). F o u cau lt pasa p o r alto su divergencia cu an d o en el prefacio a Las palabras y las cosas la lim ita al h e c h o de q u e una se coloca del lado de la diferencia, del p elig ro que se c o n ju ra , y la otra lo hace del lado, más sereno, de lo idéntico; «la historia de lo O tro», frente a «la historia del o rd en de las cosas», «la histo ria de lo Mismo» (M C , p. 15). F oucault estaba de h e ch o frente a dos arqueologías cu an d o se dispuso a sistem atizar su m éto d o . N o ob stan te n o le p a- 1
1‘> Los o tro s dos seg m en to s q u e form ab an el tried ro q u e aloja a la ciencias hum anas serían el trazado p o r las ciencias m atem áticas y físicas, y el de una filosofía crítica, analítica de la finitud. V id. M C , «EÍ tried ro d e los saberes», p p .3 5 4 -3 5 9 .
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reció así, y, co m o ya apuntam os, su idea era q u e un m ism o m é to d o se había ido desarrollando progresivam ente en esas obras. 1 .2 .
La A r q u e o lo g ía /
Veamos a co n tin u a ció n el e n fo q u e de la relación prácticas no discursivas-saber o frecid o en la obra q u e p reten d ía dar cuenta p o rm e n o riz a d a del m éto d o , La arqueología del saber. La perspectiva general atin en te a n u etro problem a que e n co n tram o s tan to en Respuesta a una cuestión c o m o en La arqueología del saber p u e d e sintetizarse esq u e m á tic am e n te — y tan solo a m o d o de in tro d u cc ió n — en los p u n to s si guientes: a) R e c h a z o del análisis de las relaciones en tre fo rm acio nes discursivas y las prácticas n o discursivas en térm in o s de expresión, reflejo, o en té rm in o s de causalidad.2,1 b) Las prácticas n o discursivas n o afectan a lo q ue cabría d e n o m in a r nivel reflex iv o del d iscu rso , a los a c o n te c i m ien to s conceptuales o teóricos; sus efectos tien en lugar sobre el «m odo de existencia y de funcionam iento» (R Q , p. 867) del discu rso , es d e c ir so b re las c o n d ic io n e s de em ergencia de sus objeto, sobre su sistem a de fo rm ació n de m odalidades enunciativas, estrategias enunciativas, etc. Este nivel en el que se encaja ía actividad d e las prácticas es el nivel p ro p iam en te «discursivo». c) La esp ecífica « co n sisten cia del c a m p o discursivo» p. 869), su estru ctu ra reglada es la q u e da entrada, gradúa los efectos, ordena la incidencia de lo n o discur sivo. Son las prácticas discursivas las que d ecid en en defini tiva las relaciones y articulación que ha de darse en tre los distintos elem entos del discurso y lo n o discursivo. Ellas le co n fieren u n id ad y sistem aticidad ev itan d o to d o c o n tin gentism o. E n lo discursivo radica, pues, la clave de las relaciones q u e afectan a c u a lq u ie r sistem a te ó ric o o c o n ju n to e n u n - 20 (R Q ,
20 AS, p p .2 1 2 -2 1 3 ; R Q , p p .8 6 6 -8 6 7 .
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ciativo. Es en ese espacio de lo discursivo d o n d e se aloja la arqueología. La dificu ltad p o r p arte d e F o u cau lt para d e fin ir este espacio se revela e n su c o n sta n te p ro c e d e r p o r n eg ac ió n ; F o u c a u lt in te n ta d e lim ita r el lu g ar de la arq u eología en un difícil etitre-deux respecto a la fe n o m e n o lo g ía y al em p irism o , a la trascen d en talid ad y al p sico logism o, a las palabras y a las cosas, al fo rm alism o y a la h e rm e n é u tic a ...; gran p a rte de la co m p lejid ad , a m b ig ü e dad — e in terés— de la arqueología radica ahí. Es o b li gado p o r ta n to co n fro n tarse co n este espacio de lo dis c u rs iv o p a ra to m a r n o ta d e su a r ti c u l a c i ó n c o n los e lem en to s que h em os dado en d e n o m in a r u n ta n to c ó m o d a m e n te «no-discursivos». Si bien el té rm in o «discursivo» es em p lead o p o r F o u cault de form a n o unívoca, tan p ro n to para aludir a g ru p o s sistem áticos de enunciados, c o m o a actividades concretas de en u n ciació n , cu an d o delim ita lo discursivo co m o c en tro de la arqueología se refiere a las reglas de formación de los enunciados, o m e jo r a las reglas q u e rig e n la fu n ció n enunciativa. Las form aciones discursivas no son, en u n cierto sentido, sino agrupaciones de enunciados. Estos n o d eb en c o n fu n dirse con frases, pues una fórm ula m atem ática o u n gráfico p u e d e n ser ta m b ién u n enunciado, ni tam p o co p u e d en to m arse c o m o proposiciones, pues distintos enunciados p u e d en ser co n ten id o s en proposiciones idénticas. Por otra parte, el en u n ciad o n o ob ed ece a un sistema de derivación ló gica, ni de c o n stru cció n gram atical; ni tam p o co el c rite rio de «corrección», a diferencia de estos casos, es p rim ordial en él. F oucault quiere evitar tanto el m o d elo lógico co m o el lingüístico, y, en general, alejarse de las claves estru ctu ralistas — rasgo éste que caracteriza a toda la Arqueología del saber, m otivado, p o sib lem en te, p o r la in te rp re ta c ió n más ex ten dida de Las palabras y las cosas. E n tien d e el en u n ciad o m ás c o m o una «función de existencia» (AS, p. 115) que co m o u n elem en to o unidad. El té rm in o «enunciado» hace referencia al m o d o de existencia singular de u n c o n ju n to de signos, es decir a la relación de estos co n u n objeto, a la posición que d e term in a n respecto al sujeto, al enlace con o tro s signos, a su m a te ria lid a d c o n stitu tiv a y re p e tib le . D escribir la función enunciativa exige registrar sus c o n d i ciones de existencia, id est, aten d er fu n d am en talm en te a las 93
cuatro dim ensiones apuntadas:21 a) La relación con el objeto,2' que es distinta a la de la frase y su sentido, o a la de la p ro posición y su referente. El correlato del en u n ciad o n o es un p u n to co n creto sino un campo de posibilidad en el q u e lo enu n ciad o se hace plausible, p u ed e em erger. F oucault p re fiere em plear el té rm in o «référentiel» que considera «no está c o n stitu id o p o r «cosas», «hechos», «realidades», o «seres», sino p o r leyes de posibilidad, reglas de existencia para las relaciones que en él se e n c u e n tra n afirm adas o negadas» (AS, p. 120). b) la relación del enunciado con el sujeto;222 3éste no es n in g ú n individuo concreto, no el g en erad o r efectivo de la en u n ciació n sino una posición vacía, espacio en h u eco d e term in a d o p o r la naturaleza de los enunciados concretos, y p o r las c o n d ic io n e s im p licad as en ellos, esp acio q u e puede ser c u b ierto p o r distintos individuos, d) La relación con un «campo adyacente» o «dom inio asociado»,24 es decir co n to d o u n c o n ju n to diverso de otros enunciados (aque llos entre los que se sitúa c o m o u n elem en to más; aquellos a los q u e rem ite o c o n los que dialoga, aquellos que posi bilita; aquellos c o n los que co m p arte el m ism o estatuto, etc.) que delim itan su lugar. El enun ciad o n o se da pues aislado, n o es una u n id ad definible al m argen de sus rela c io n es. d) La m aterialidad,2s q u e n o es algo e x te r n o al enu n ciad o sino d im ensión constitutiva del m ism o. Por m a terialidad n o hay que e n te n d e r algo físico co m o serían p o r ejem plo los distintos tipos de im presión gráfica, u n e n u n ciado p u ed e no variar en distintas transcripciones, grafías, publicaciones. La m aterialidad es de carácter más b ien «ins titucional», objetual más que física. F oucault nos p o n e el ejem plo del distinto estatuto de u n en u n ciad o literario se-
21 D eleu ze (Foucault, M in u it, París, 1986, pp. 14 y ss.) agrupa estas d im en sio n es d istin g u ien d o tres espacios del enunciado: un espacc collatéral que co m p ren d ería la relació n de u n en u n ciad o co n otros en u n cia dos; u n espacc corrélatif referen te a las relaciones del enun ciad o con los objeto s, los sujetos y los conceptos; y p o r ú ltim o un espacc complé.mentairc de relación con lo no-discursivo. 22 AS, pp. 116-121. 23 AS, pp. 121-126. V er tam b ién , «Q u 'est-ce q u 'u n auteur?», Bidletin de la Sociétéfrançaise de Philosophic, n. 3, Jul-S ept. 1969, pp. 73 -9 5 . 2-‘ AS, pp.' 126-131. 21 AS, pp. 131-138. V id. A. K re m e r M a n e ta .- «De la m atérialité du discours saisi dans l'in stitution», en R tvu c Internationale de Philosophic, n" 173, 2 /1 9 9 0 , p p . 2 4 1 -2 6 1 ).
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g ú n aparezca en una edición al cuidado del a u to r o si lo hace en ediciones postum as. La especial m aterialidad del en u n ciad o lo distingue una vez más tan to de la fo rm u lació n lingüística c o m o de la ló gica, pues su m aterialidad n o es la del acto subjetivo y sin gular de una p ro d u c c ió n hecha e n u n m o m e n to y lugar precisos, to d o en u n ciad o su p o n e u n a «m aterialidad rep etíble» (a s , p. 134), sus co ndiciones lo red im en de una efí m era singularidad, configuran sus posibilidades de reapari ción, pero a la vez le o to rg a n la suficiente c o n creció n y d ep en d en cia co m o para m an ten erlo ajeno a to d o plano de idealidad. F o ucault habla de «c a m p o s de e s ta b iliz a c ió n » ( A S , p. 136) para referirse al c o n ju n to de con d icio n es (esque mas de utilización, funciones, posibilidades estratégicas...) en v irtu d de las q u e la id e n tid a d del e n u n c ia d o p u e d e m a n te n e rs e a través de las diversas re p e tic io n e s. E n su c o n d ició n de objeto, el e n u n ciad o ofrece posibilidades de utilización, de aproxim ación, de entrada en luchas diver sas, etc. Son estas dim en sio n es, estas con d icio n e s de e x is te n cia las que definen el n iv e l e n u n c ia tiv o , o b je to específico del análi sis arqueológico. Éste descarta la in te rp re ta ció n , pues c o n sidera el m o d o de ex iste n cia del lenguaje m ism o, n o aquello que este significa u oculta, n o u n n o -d ic h o tras lo dicho, sino el h e ch o efectivo de q u e se de lo dicho. El en u n ciad o n u n ca está escondido toda vez q u e su naturaleza es relativa a la existencia m ism a de las form ulaciones realizadas, pero al m ism o tiem p o es n o vis ib le pues se da siem pre investido en otras form as (frases, p ro p o sic io n es...), to d o o tro m é to d o de análisis lo supone, y adem ás el fe n ó m e n o in h e ren te al lenguaje p o r el q u e este reenvía siem pre a un otro, o b je to significado o sujeto de la sig n ificació n ... deja en som bra el ser m ism o del lenguaje, su existencia.26 C aracterizad o el nivel en unciativo se está en c o n d icio nes de dar u n a idea más precisa de lo que es una fo rm a c ió n discursiva: «el sistem a enunciativo general al q u e o b ed ece u n g ru p o de realizaciones verbales» ( A S , p. 152), d ich o de o tro m o d o el sistem a o rég im en general del que d ep en d en los objetos o referenciales de los enunciad o s (form ación de objetos), las posiciones de los sujetos o fo rm ació n de m o 26 AS, p. 146.
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dalidades enunciativas, el c o n ju n to de los d o m in io s asocia dos o cam pos de coexistencia, y el estatuto de los e n u n ciados con sus posibilidades de uso y ap ro p iació n (form a c ió n de e stra te g ia s). El c o n c e p to de d is cu rs o se d e fin e en to n ces co m o «un c o n ju n to de enunciados en tan to que d e p e n d e n de la m ism a fo rm ac ió n discursiva» ( a s , p . 1 5 3 ) . Y el de práctica discursiva c o m o «un c o n ju n to de reglas an ó nim as, históricas, siem pre d eterm inadas en el tiem p o y el espacio que han d efin id o en una épo ca dada, y para u n área social, eco n ó m ica , geográfica o lingüística dada, las co n d icio n es de ejercicio de la fu n c ió n enunciativa.» (AS, pp. 153-154). La n o c ió n de práctica discursiva subraya, p o r una parte, la idea de m a te ria lid a d del discurso; éste no es «idealidad», «teo ría», «significación» — o n o sólo— sino acción, p ro d u cció n que c o m p o rta reglas; la práctica discursiva es la a ctivid a d de relación que coordina los elem entos, que posibilita los dis tin to s o b je to s, c o e x iste n c ia de c o n c e p to s, etc. P o r o tra parte subraya la idea de dinam icidad, desestatiza, se o p o n e a una co n cep ció n fijista de la regularidad discursiva. Así llegam os al p u n to clave de las reglas de fo r m a c ió n , aquellas que caracterizan a una práctica discursiva, aquellas q u e c o n fig u ran los cuatro planos en los que se desglosa u n a fo rm ació n discursiva (objetos, m odalidades en u n ciati vas, conceptos', estrategias) y q u e se c o rresp o n d en , co m o ha q u edado apuntado, c o n los cuatro aspectos de la fu n ción enunciativa. Las reglas de fo rm ac ió n p o n e n en rela c ió n d istin to s e le m e n to s o instancias, seg ú n cada p lan o (con respecto al o bjeto: superficies de em ergencia, in stan cias de d e lim ita c ió n , rejillas de especificació n ; con res p e cto a las m odalidades enunciativas: estatuto del que h a bla, em plazam ientos institucionales, etc.). A lgunos de estos elem entos son no-discursivos (em plazam ientos in stitu cio nales, in stru m en to s, prácticas jurídicas, económ icas, siste mas norm ativos, etc). N in g ú n e lem en to aisladam ente d e te rm in a la fo rm ac ió n , tan sólo el c o n ju n to sistem ático de las relaciones. Q u e d a descartado pues, si aten d em o s a lo no-discursivo, que un proceso social, u n aco n te c im ie n to ju ríd ic o , cam bio in stitu cio n al — en ta n to que elem en to s aislados— p u e d a n afectar a la c o n stitu c ió n del discurso. Así refiriéndose a la fo rm ac ió n de objetos en el discurso p siquiátrico F o ucault nos dice: 96
«no sería pertinente atribuir la aparición de estos objetos nuevos a las normas propias de la sociedad burguesa del si glo XIX, a un cuadriculado policial y penal reforzado, al esta blecimiento de un nuevo código de justicia criminal, a la intro ducción y al uso de las circunstancias atenuantes, al aumento de la criminalidad. Sin duda todos estos procesos se lian efecti vamente desarrollado; pero por sí solos no han podido formar objetos para el discurso psiquiátrico, prosiguiendo la descripción a este nivel se permanecería, esta vez, más acá de lo que se busca.» (AS, p . 59) El discurso no es un espacio ab ierto en el que los a co n tecim ientos dejen su huella, sólo la in teg ració n de éstos en u n « con ju n to de relaciones»27 afecta a su c o n fo rm a c ió n . A hora bien, tal interrelación tiene lugar en el discurso mismo, es obra de las prácticas discursivas, de las reglas discursivas: «Son esas relaciones las que, en obra en el discurso psiquiá trico, han permitido la formación de todo un conjunto de obje tos diversos» (AS, p . 60) «cuando se habla de un sistema de formación, no se entiende la yuxtaposición, la coexistencia o la interacción de elementos heterogéneos (instituciones, técnicas, grupos sociales, organiza ciones perceptivas, relaciones entre discursos diversos) sino su puesta en relación — y bajo una forma bien determinada— por la práctica discursiva.» ( a s , p . 95-96) Por tanto, n o sólo insistencia en el aspecto estructural, sistem ático, en la in terrelació n , sino tam bién en la relevan cia de lo discursivo. El c o n ju n to de reglas de fo rm ació n (de o bjetos, p o sicio nes del sujeto, co n cep to s, estrategias) q u e c o m p o n e n un «sistema de form ación» es el q u e d e te rm in a el g rad o de perm eabilidad de una fo rm ac ió n discursiva a los aco n te c i m ie n to s, en q u é m ed id a estos tie n e n en trad a en el dis curso, el p u n to «de em brague del acontecim ien to » ( a s , p. 2 1 8 ). «el p r in c ip io de a rtic u la c ió n e n tre u n a s e rie de aco n tecim ien to s discursivos y de otras series de aco n te c i 27 A S, p p .5 8 -5 9 .
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m ien to s, de transform aciones, de m u tacio n es y de p ro ce sos» (AS, p. 98-99). Sin em bargo esta d e term in a ció n no se c u m p le p o r igual para c u a lq u ie r fo rm ac ió n . El nivel de «em brague», de «articulación», n o p u e d e ser generalizado, «es específico para cada fo rm ac ió n discursiva» ( a s , p. 218), varía de la eco n o m ía a la m edicina, de la psiquiatría a la fi lología. El c o n ju n to de reglas, los sistemas de fo rm ació n se si túan siem pre en el nivel discursivo, no se im p o n e n al dis curso desde un espacio ex terio r, sea éste el pro p io de las ideas, el de la reflexión, ni siquiera el de u n posible in consciente. F oucault desecha toda explicación a n tro p o ló gica a través de la que p u d ie ra n colarse los distintos tipos de h e rm e n é u tic a , la restauración de los derechos del su je to ; p ero ta m b ién una posible o pció n sociologista, pues las reglas n o se sitúan en un e x te rio r de instancias no dis cursivas. S ituarse en el nivel d iscursivo no q u iere d ecir, pues, adentrarse en una especie de in te rio rid a d del discurso, en el m u n d o significativo de sus co n ten id o s, éstos en realidad q u ed an en un más allá del discurso, tal y co m o el m u n d o de los objetos, de los referentes se queda en u n más acá del discurso. N i palabras ni cosas. R e c o rd e m o s lo an o tad o res p e c to al nivel en u n ciativ o , éste to m ab a los signos en su modo de existencia, p o r debajo del nivel del sentido en el que se ordena la frase, en u n estado previo al de la significa ción. Ello es a lo que apunta F oucault cu an d o ex h o rta a considerar los discursos n o c o m o documento sino c o m o mo numento.2* Lo discursivo p ro p ia m e n te son las condiciones de existencia, ni in te rio r ni e x terio r, sino «límite del discurso» ( a s , p. 63) o «frontera» ( a s , p. 98); el discurso en cu an to que práctica, en tanto que hace algo más29 que significar al p o n e r en re la c ió n los e le m e n to s . Se e n c ie rra aq u í una pragmática de nuevo cuño. V olviendo a situar lo discursivo en este re c u rre n te entredeux, F oucault, co n m o tiv o del análisis de las reglas de for m ación de objetos, distingue entre «relaciones primarias o rea les» y «relaciones secundarias o reflexivas» (A S , p .62). Las relaciones «reales» c o m p re n d en las que se dan en el cam po 28 29
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A S, p .1 8 2 ; vid. ta m b ié n A S, p .1 5 , R Q , p .8 6 0 . A S, p .6 7 .
de las prácticas sociales, de las instituciones, de los a c o n te cim ientos. Ellas, en sí mismas, no son form adoras de o b je tos para el discurso. T am poco lo son las relaciones «reflexi vas» en ta n to q u e tales, e n te n d ie n d o p o r éstas las q u e aparecen te ó ric a m e n te form uladas, significadas en el dis curso. E ntre unas y otras, y p o n ie n d o en relación unas y otras, ocupan su espacio las relaciones p ro p iam en te discur sivas. Es de ellas, en definitiva, de quienes d ep en d e la fo r m ación de los objetos del discurso, «ellas le ofrecen los o b je to s de los q u e p u e d e h a b lar, o m as b ie n (p u es esta im agen del o frecim ien to su p o n e q u e los objetos son for m ados de un lado y el discurso de o tro ), d e te rm in a n el haz de relaciones que el discurso debe efectuar para p o d e r hablar de tales y tales objetos, para p o d e r tratarlos, n o m b ra rlo s, a n aliza rlo s, clasificarlos, e x p lic a rlo s, etc.» (AS, p. 63) Las reglas discursivas, los sistemas de fo rm ació n n o son algo inm óvil, no se sustraen al tiem po, a las tran sfo rm acio nes; con stitu y en un a priori, c iertam en te, pero un a priori h is tó ric o .3" El esfuerzo h e c h o en La arqueología del saber p o r m ostrar la lógica del cam bio representa un im p o rtan te avance respecto a co m o se nos presentaban las m utaciones epistém icas en su obra an terio r; ello, aún cu an d o en algún p u n to , c o m o verem os, nos e n co n trem o s ante sem ejantes dificultades de explicación. En p rim e r lugar F oucault desecha la idea de un tiem p o lineal, h o m o g é n eo , c o n tin u o .31 En la c o n cep ció n a rq u eo lógica de la tem poralidad la sucesión se co m b in a con la si m ultaneidad; se distinguen varios niveles y form as de su c e s ió n . y se in te n ta d a r c u e n ta de las te m p o ra lid a d e s
AS. p. i 68. ' AS, p. 220; y en general: cap IV, V' , pp. 2 1 6 -2 3 1 . R esulta in e v i table establecer la c o n ex ió n con la co n cep ció n del tiem p o histórico de A lthusser y su rechazo de la c o n c e p c ió n hcgeliana caracterizada p o r la co n tin u id a d h o m o g é n e a , y p o r lo q u e A lthusser d en o m in a categoría del presente h istó rico o co n tem p o ran eid ad de tod os los tactores de una misma to talidad (L. A lthusser y la. Balib.tr.- Para leer 1:1 Capital, trac!, de M . H arn eck er, Siglo X X I, M éx ico , 1972’’, (ed. original 1967), pp. 104 y ss.). Tanto M . Frank ( Ifas isl NeosmtL’titmlísiiius?, Stihrknm p, b rankftirt. 1984, pp. 218 y ss.) co m o A. H o n n e th ( Knlik tlcr Marín, Sulirkam p, T ranktiirt, 1985, pp. 134 y ss) destacan la influencia de A lthusser en este p u n to .
h etero g én eas que. se establecen en fu n c ió n del c o n ju n to sistem ático de las relaciones. Sim ultaneidad y sucesión, eje sincró n ico y d iacró n ico se en trecru zan en v irtu d de las relaciones existentes entre las diversas reglas de fo rm a c ió n . N o se sitú an todas en un m ism o plano, hay e n tre ellas relaciones de je ra rq u ía , de d eriv ació n o im plicación lógica, para las que el tie m p o se neutraliza; pero tam b ién cond icio n es de probabilidad que su p o n en u n v e cto r tem poral, es decir, sólo si se han dado p re v ia m e n te d e te rm in a d o s d e sarro llo s p u e d e n a p arec er d e te r m in a d o s a c o n te c im ie n to s . F o u c a u lt, p o n e c o m o ejem plo las relaciones de implicación en la E dad clásica e n tre la clasificación de las especies según caracteres e stru ctu rales y el p rin c ip io de co n tin u id a d de los seres, y, p o r el co n trario , las relaciones de sucesión entre el desarrollo de la clasificación y la posibilidad de una historia de la n atu ra leza al constatarse las lagunas, los h u eco s de la clasificacion. Se dan distintos niveles de sucesión, ritm o s, te m p o rali dades. H ay que te n e r presente la m ultiplicidad de factores que integ ran una fo rm ació n discursiva, todos ellos m u d a bles, p ero que n o se m odifican al unísono. Es más fácil un cam bio en los elem entos, la ap arició n de u n enunciado, la m odificación del estatuto de los sujetos... que u n cam bio en las reglas de fo rm ació n . D e ahí que haya que distinguir distintos tipos de transform aciones según afecten a los ele m en to s ^ d is c u rs iv o s (enunciados, objetos, conceptos...) o n o discursivos (cam bios en la ju risp ru d e n c ia , en las in stitu ciones de asistencia social, sistem a de e d u c a c ió n ...)— , o afecten a las distintas reglas de fo rm ació n (de objetos, de o p cio n es teóricas, de m odalidades enunciativas, de c o n ceptos), a la in terrelació n en tre las distintas reglas de fo r m ació n , o, en fin, a las relaciones entre diferentes fo rm a c io n es discursivas. D e ahí, ta m b ié n , q u e p u e d a n darse fe n ó m en o s de p erm an en cia, o de reaparición de d e te rm i nados elem entos, pues la d iscontinuid ad , la sustitución de u n a fo rm ac ió n discursiva p o r otra, que im plica un cam bio general en el c o n ju n to de las reglas de fo rm ació n , n o su p o n e, sin em bargo, una tran sfo rm ació n de todos los ele m e n to s. La arq u eo lo g ía no excluye la c o n tin u id a d , sino 32 32 A S, p .2 1 9 .
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q u e no la tom a c o m o algo «dado», c o m o aquello de lo q ue hay que partir, o a lo que n ecesariam en te haya de lle garse al final del análisis; p re te n d e p ro b le m a tiz arla, d ar cuenta de los fenóm enos de co n tin u id ad , tan to c o m o de los de ru p tu ra .33 La transformación fundamental es aquella que afecta a las re gias de formación. La p reg u n ta que to m a in m e d ia tam en te cu erp o co n cie rn e a los factores del cam bio en las reglas, a la co n stitu ció n de los sistemas de fo rm ació n . H ay q u e d e cir que Foucault no nos o trece una respuesta; nos e n c o n tram os ante una dificultad sem ejante a la que hallábam os en relación co n la co n stitu ció n de las «epistemes». Así, p o r ejem plo, en lo que respecta a los elem en to s n o -d iscu rsi vos, p u e d en éstos e x p erim en tar cam bios en v irtu d obvia m e n te de una infinidad de factores, pero su tran sfo rm a c ió n sólo tie n e e fe cto en el d iscu rso p o r la m e d ia c ió n d e te rm in a n te de las reglas toda vez que, c o m o hem os se ñalado antes, son ellas q uienes establecen las relaciones. C abría hablar, p o r lo tanto, de ocasionalismo: la m o d ifica ción en factores no discursivos ofrece una posibilidad para q ue las reglas operen cam bios en el discurso. Más arriba señalábam os el problem a, que se presentaba en Las palabras y las cosas, en cuanto a la relación entre la «episteme» y lo p o r ella posibilitado, la unidireccionalidad de esa co n exión, la falta de retroactividad de los elem entos; el que la epistem e operase co m o una estructura de fondo en u n trascendentalismo vertical que lo aproxim aba al m o d elo de la lingüística chom skyana. Sobre estos dos aspectos del p ro blem a, unidireccionalidad y trascendentalism o vertical, se nos ofrece ahora una perspectiva ligeram ente distinta pero, creem os, igualm ente insatisfactoria, p o r cu an to deja sin re solver la cuestión del cam bio de los sistemas de form ación. R esp e cto al problem a de la unidireccionalidad, se dan cier tos avances. Se adm ite una particular y lim itada retroactivi dad que tiene lugar, en realidad, entre los distintos niveles de reglas de form ación. N o todas se sitúan en un m ism o plano, existe entre ellas «un sistema vertical de d e p e n d e n cias» (AS. p. 96); los niveles anteriores obran sobre los pos teriores de m anera que el nivel de form ació n de los objetos y de las m odalidades enunciativas condicio n a, establece lí” AS. p p .2 2 6 -2 2 7 ; R Q , p p .8 5 5 -8 5 8 .
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m ites a la fo rm ac ió n de conceptos, de opciones teóricas. Pero tam b ién se da «una dirección inversa. Los niveles infe riores n o son in d ep en d ien tes de los superiores». U na d e ter m inada coexistencia de conceptos repercute sobre las m o dalidades enunciativas, o una d eterm in ad a o p ció n teórica influye sobre la fo rm a c ió n de c o n ce p to s p o te n c ia n d o la entrada en fu n cio n am ien to , o im p id ien d o la actuación, de alguna de las reglas de fo rm ació n de los conceptos. Lo que es resultado de una determ inada regulación en un nivel repercute sobre las reglas de otro nivel. Todo el protago nism o es desem peñado p o r las reglas. Hay aquí u n funciona m iento más com plejo que el que se manifestaba en el operar de las epistemes, es cierto, pero al final nos encontram os ante la misma zona de obscuridad, sólo parece caber la posibilidad de que las reglas se transform en a sí mismas, unas a partir de otras, «la derivación de nuevas reglas de form ación a partir de reglas que están ya en funcionam iento» (a s , p. 223). E n cuanto al segundo problem a, el del trascendentalismo, es notable el in ten to de La arqueología del saber de evitar u n es quema dual en el que las reglas se sitúen a u n nivel p ro fu n d o y 'e x te rio r co n respecto a los fenóm enos. Las relacio nes langue-parole, o competence-performance de los m o d elo s lingüísticos n o serían p e rtin e n te s aquí. Se quiere h u ir de to d o posible desdoblam iento o n to ló g ico de instancias, y por ello se opta p o r situarse siem pre en un m ism o y ú n ico espa cio de positividad, de m o d o q u e las reglas se d en en los fe n ó m en o s m ism os. D e ahí que, si bien el co n ju n to de las re glas constituye un a priori, «estas reglas n o se im p o n e n desde el e x te rio r a los e lem en to s q u e p o n e n en relación; están com prom etidas en aquello m ism o que enlazan» (AS, p. 168). D e las reglas podría decirse lo m ism o que de los enuncia dos, n o son algo escondido, algo situado en otra instancia, pero tam p o co visibles. Las reglas se sitúan sobre el nivel de la existencia m ism a de los enunciados, del discurso. Las re glas n o son condiciones form ales que d eterm in an las c o m binaciones posibles de los elem entos. Esta oposición al for m alism o estru ctu ralista le lleva a o p o n e r el c o n c e p to de «condiciones de existencia» al de «condiciones de posibilidad»: la fo rm ació n discursiva «es para los enunciados n o una co n d i c ió n de p o s ib ilid a d sin o u n a ley d e c o e x iste n c ia » ( a s , p. 153). R eglas de form ación y condiciones de existencia se id entifican («las reglas de fo rm a c ió n son c o n d icio n es de 102
existencia» (AS, p. 53). El objetivo de la arqueología se o rd e naría entonces sobre ese nivel: «Buscar en el discurso, no co m o los m étodos estructurales, sus leyes de construcción, sino sus condiciones de existencia» ( R Q , p . 860). E vitar el d esdoblam iento del a priori y el p lan o fe n o m é nico, es decir m antenerse en una p osició n q u e p o d ría ser calificada de trascendentalismo sin trascendentes, o cié positi vismo trascendental, le p e rm ite plantear el carácter radical m en te h istó rico de los sistemas de fo rm ac ió n — n o c o n c e birlos c o m o «un a priori form al que estaría, adem ás, d o tad o de una historia» (AS. p. 169)— insistir en su carácter local, particular, eludir to d o universalism o abstracto. Al m ism o p ro p ó sito de h isto riz a c ió n radical c o n trib u ía la c o n c e p ció n del en u n ciad o c o m o «acontecim iento», el c o n ce p to de «práctica discursiva», y la a rtic u la c ió n del sistem a de fo rm ació n en segm entos plurales, e n m últiples subsistemas in ter relacionados. Este m o d e lo no m a n tien e ya el trascendentalism o v erti cal de Las palabras y las cosas; adopta una o rie n ta ció n más pragmática ap ro x im ab le a los análisis de este signo en el c am p o de la lin g ü ístic a . E llo le p o sib ilita el d ista n c ia m ien to p o r una parte de u n em p irism o tout court de irru p ciones accidentales, de aco n te c im ie n to s cuya d isco n tin u i dad y d is p e rs ió n es rem isa a to d a re g u la rid a d , a to d a sistem aticidad; y p o r o tra de un idealism o basado en la atem poralidad y form alidad de las estructuras. Q u e el m o delo consiga su pro p ó sito es otra cuestión. N o hace pensar que lo liaga el papel decisivo, determinante, otorgado al sistema de reglas, que co n v ierte en algo re tó ric o la insistencia en la irru p c ió n del a co n tecim ien to ; ni ayuda nada a ello la zona obscura en la que queda la explicación de la mutabilidad de las reglas. Es difícil evitar la im presión de q u e n o se acabe h ipostasiando, a pesar de todo, el carácter de sistema. Por lo que, si b ien es cierto que La arqueología del saber se inserta en una tra y e cto ria calificable de postestructuralista, n o se p u ed e c o n clu ir q u e esté libre de los defectos q u e más se le han reprochado al m o d e lo q u e p reten d e superar.34 M. Frank sitúa la teoría del discurso de F oucault en tre una posi ción estructuralista y n eoestnicturalista. C o n la p rim era com partiría el p en sam ien to del orden, del sistema, co n la segunda la idea d e su trasform ación y de n o re d u c c ió n a algo u n ita rio sino m ú ltip le (M . Frank, op. cit. p .2 3 4 , p p .2 3 3 v ss). V er sobre este p u n to : R . G arcía del P o zo ,
1 .3 .
C ie n c ia e id e o lo g ía
U n ú ltim o p u n to es preciso abordar: el p lan team ien to de la relación ciencia-ideología en La arqueología del saber. El p rim e r problem a co n el q u e nos e n co n tram o s es que F o u c a u lt no nos dice en n in g ú n m o m e n to , en u n te x to p o r otra parte tan plagado de definiciones, qué en tien d e ex actam en te p o r «ideología», una n o c ió n tan co n tro v ertid a y de lím ites tan borrosos. Foucault to m a la n o c ió n co m o algo ya e sta b le c id o y p ro c e d e a re situ arla c o n fo rm e al p la n te a m ie n to a rq u e o ló g ic o , in tro d u c ie n d o im p o rta n te s co rreccio n es, todas ellas c o n ce rn ie n te s a la relación con la ciencia. La perspectiva arqueológica deja a u n lado el problem a de los efectos de distorsión, d e fo rm a c ió n , las im purezas, los o b s tá c u lo s q u e la id e o lo g ía p u e d a o c a s io n a r e n el c am p o científico. Esa ó p tica sería más pro p ia de lo que F o u cau lt d e n o m in a historia epistemológica, cuyos rep resen tantes más destacados serían B achelard y C a n g u ilh e m .3' La h istoria epistem ológica se sitúa sobre el umbral de cientificidad, q u e delim ita la ciencia de lo n o -cien tífico , para exa m in ar las rupturas con los niveles precientíficos, los resi d u o s irr a c io n a le s d e los q u e la c ie n c ia a ú n n o se ha d ep u rad o , etc. La historia arqueológica tom a c o m o referencia cen tral el umbral de epistemologizaáón. A diferencia del a n te rio r tipo de historia n o tom a la ciencia c o m o n o rm a . Enfoca ésta*35
Michel Foucault: Un arqueólogo del humanismo, U niversidad de Sevilla, 1988, p.KK), p p .1 5-107; j . G . M e rq u io r.- Foucault et le nihilismo de la chaire, P .U .F ., París, 1985, p p .9 2-93). 35 F o u c a u lt distingue la historia ep istem ológica de otros tipos de his toria de la ciencia c o m o son: el análisis recurrenáal y la historia arqueoló gica. La distin ció n se haría en fu n ció n de los distintos um brales que una fo rm a c ió n discursiva p u e d e atravesar: a) Umbral de positividad, m o m e n to en el q u e se co n stitu y e a u tó n o m a m e n te un sistem a de en u n cia dos. b) Umbral de epistemologización, m o m e n to en el que u n sistem a de en u n ciad o s in ten ta guiarse p o r norm as de verificación y se alza com o m o d e lo q u e ejerce una funció n crítica resp ecto al saber en general, c) Umbral de acntifiádad, q u e m arca el m o m e n to en que ese sistema de e n u n c i a d o s a d o p t a c r i t e r i o s d e f o r m a l i z a c i ó n . d) U m bral de formeilización, m o m e n to en q u e una ciencia ya constituida se axiom atiza, se define en todos sus aspectos (principios, elem entos, reglas de deriv ació n , c o n d icio n es de aceptabilidad...) co m o u n sistem a form al.
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desde la perspectiva de las regularidades discursivas, de las figuras ep istem ológicas resp ecto a las cuales en u n m o m e n to dado se recorta, se diferencia, em erge. A la historia arqueológica no le interesa pues el exam en de la racionali dad científica, sus' estructuras internas, sino, y fu n d a m e n talm ente, el c o n ju n to de prácticas discursivas, la fo rm ació n discursiva en la q u e u n d o m in io científico ha en co n trad o sus c o n d ic io n e s de p o sib ilid a d , las re la c io n e s q u e éste m a n tien e co n aquélla, y co n otros dom inios científicos o figuras epistem ológicas. E n este sentido la historia a rq u e o ló g ica es u n análisis de la e p iste m e . F o u c a u lt re d e fin e ahora este concepto: «Por episteme, se entiende, de hecho, el conjunto de las relaciones que pueden unir, en una época dada, las prácticas discursivas que dan lugar a figuras epistemológicas, a cien cias, eventualmente a sistemas formalizados; el modo según el cual en cada una de esas formaciones discursivas, se sitúen y operen los pasos a la epistemologización, a la cíentificidad, a la formalización; la repartición de estos umbrales, que pueden entrar en coincidencia, ser subordinados los unos a los otros, o ser desnivelados en los tiempos; las relaciones laterales que pueden existir entre figuras epistemológicas o ciencias en la medida en que dependen de prácticas vecinas pero distintas.» (AS, p . 250) E n ten d id a de este m odo, la historia arqueológica p lan tea la relación ideología-ciencia desde una perspectiva dis tinta a la de la historia epistem ológica. Inscribe la relación en el am plio m arco que la ciencia m an tien e co n el c o n ju n to de las prácticas discursivas a p a rtir de las que se ha o rig in ad o , es d e cir la inscribe en el cam p o del saber. La n o c ió n «saber» no co m p ren d e to d o lo que en una época ha sido enu n ciad o o to m ad o co m o verdadero, n o obstante su cam po "es am plio:
El análisis recurrencial se sitúa sobre este últim o um bral. El caso para digm ático es el de la historia de las m atem áticas, única ciencia que ha bría atravesado a u n tie m p o los distintos um brales, y cuyo análisis his tó rico se p u ed e elab o rar desde el in te rio r de su form alización co m o ciencia, trad u cien d o cada ac o n te c im ie n to en categorías formales. Los trabajos de M . Serres serían u n e x p o n e n te de este tipo de historia.(A S, p. 243-251.)
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«El saber no está investido solamente en demostraciones, puede estarlo también en ficciones, en reflexiones, en relatos, en reglamentos institucionales, en decisiones políticas.» (AS, p . 239) El saber co m p ren d e c o n ju n to s de objetos, posiciones de sujeto, coexistencia de enunciados, posibilidades de u tili zació n .3637S obre este c o n ju n to de elem en to s, sobre este es trato previo, se re c o rta n los do m in io s de cientificidad; «las ciencias aparecen en el e le m e n to de una fo rm a c ió n dis cursiva y sobre el fo n d o del saber.» (AS, p. 240). Ello n o q u iere d ecir que ese e lem en to previo co nduzca necesaria m e n te a la co n stitu ció n de una ciencia, n o hay n in g u n a teleología en el seno de u n a fo rm ació n discursiva. P o r otra parte la ciencia no reabsorbe el c o n ju n to discursivo previo, n o se c o m p o rta co m o si tradujese aquél a otros térm in o s, de fo rm a que desapareciese una vez constituida. Ese saber p e rm an ece, la ciencia se inserta en él y, según las fo rm a ciones discursivas, ju e g a u n papel u otro. «En toda fo rm a ció n discursiva, se en cu en tra u n a relación específica entre ciencia y saber» (AS, p. 241). F o ucault recuerda la distinta relevancia q u e tenía en el saber de la lo c u ra d u ra n te la edad clásica u n d o m in io co m o el del c o n o c im ie n to m é d ic o , cu y a in c id e n c ia e ra lim ita d a , c o n el q u e e n el siglo x ix tuvo la psicopatología. H em o s visto a lo largo de nuestro trabajo có m o u n o de los rasgos más singularizadores de nuestra m o d e rn id a d es el papel cada vez más d e te r m in an te que en el c o n ju n to del saber desem p eñ an los d o m inios científicos. P lan tear la relación cien cia-id eo lo g ía en el espacio en que la ciencia se articula c o n el saber im plica situarse en el nivel de la relación entre unas prácticas discursivas y otras; n o en el de la estructura ideal de la ciencia para certificar allí los electos ideológicos, ni en el de su utilización téc nica, n i m u ch o m enos en el cam po de la conciencia del in vestigador.3 La incardinación de lo ideológico en lo cientí fico debe ser analizada sobre el plano de la fo rm ació n de objetos, de m odalidades enunciativas, de conceptos. N o podía ser de o tro m o d o si recordam os to d o lo dicho
36 A S, p .2 3 8 .
37 AS, p .2 4 1 .
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más atrás acerca de la relación en tre los discursos y las ins tancias no discursivas. Las posiciones del deseo, los in te re ses, las prácticas políticas, etc., solam ente se integraban en calidad de elem en to s cuya incidencia en los discursos se daba siem pre a través de las reglas de form ació n . P o r co n sig u ien te las distorsiones en los co n ten id o s c ie n tíficos, en sus estructuras lógicas habrá que tom arlas co m o efectos de superficie, síntom as de las relaciones que se arti culan al nivel de los sistemas de fo rm ació n . Los efectos de distorsión no agotan p o r tanto esta articu lació n , la diviso ria verdad-falsedad no da cuenta de la m ism a; ésta p u ed e m an ten erse aún a pesar de que la ciencia se dep u re, rectifi que sus d eform aciones. El papel de la ideología «no dism i nuye a m edida que crece el rig o r y la falsedad se disipa.» (AS, p. 243). La crítica de los aspectos id eo ló g ico s del dis curso científico habrá de situarse p o r tan to a o tro nivel: «Ocuparse del funcionamiento ideológico de una ciencia para hacerlo aparecer y para modificarlo no es poner al día los pre supuestos filosóficos que pueden habitarla; no es regresar a los fundamentos que la han vuelto posible y que la legitiman: es ponerla de nuevo en cuestión como formación discursiva.» ( a s , p . 243) ★ ★ ★ E n resum en: F o u c a u lt descubre una nueva d im e n sió n de análisis de los discursos q u e p o n e en tre paréntesis las consideraciones h e rm e n é u tic a y form al. T om a a aquellos al n iv el de sus c o n d ic io n e s de e x iste n c ia , al nivel del « en unciado», to m a el d iscu rso en ta n to q u e «práctica», c o n ju n to en unciativo so m etid o a reglas de fo rm ació n . Ese nuevo ángulo le p e rm ite articular la relación con las prác ticas de p o d er, las instancias sociales y en general lo n o discursivo, en u n plano d istinto al sem ántico. N o se trata ya de desvelar en una idea, c o n c e p to o teoría la incidencia de los a co n tecim ien to s, la expresión de una situ ació n his tórica. La tarea consiste en d e te rm in a r el punto en que las prácticas discursivas integran los elementos no-discursivos en el sis tema de formación de los objetos, de las modalidades enunciativas, de los conceptos, de las estrategias teóricas. La m ed iació n con los a c o n te c im ie n to s no la co n stituye n in g u n a co n cien cia sino la p ro p ia consistencia del c am p o discursivo, o, con 107
más exactitud, las reglas de formación; su plano de incidencia es éste y n o n in g ú n espacio de idealidad.38 C o n respecto a Las palabras y las cosas se in tro d u ce n m o dificaciones notables, lo q u e no em p ece para que sea la obra que más peso haya te n id o en el trazado del m é to d o e x p u esto en lia arqueología del saber. El e n o rm e esfuerzo p o r in te g ra r en la c o n fo rm a c ió n de los discursos las p rácti cas sociales, la fle x ib iliza ció n y a rtic u la c ió n e n plurales segm entos de las estructuras epistém icas, y la diversificació n y tem poralización hetero g én ea de los cam bios — al gunas de cuyas form ulaciones ahora rechazadas parecerían casar p e rfe ctam e n te co n la le ctu ra que se ofrecía de las e p iste m e s— 39, el «trascen d en talism o » m ás h o riz o n ta l y pragm ático, son ejem plos de esas m odificaciones. Persis ten, n o obstante, dos rasgos esenciales que h em os resaltado a lo largo de la exposición: la insistencia en el m o m e n to regulativo, en el carácter sistém ico, y la prim acía de la ins tancia discursiva. Esos dos factores que dan su im p ro n ta al m o d e lo que exam inam os n o se m a n te n d rán incólum es en los trabajos posteriores. N u e stro paso siguiente nos lleva a o cu p arn o s del p lan te a m ien to que de la relación p o d er-d iscu rso nos ofrece El orden del discurso.
2.
U n segundo enfoque
2 .1 .
E l p o d e r e n el d isc u r so .
E l orden del discurso (1971) re p re se n ta u n g iro en la p ro b lem ática te ó ric a de F o u c a u lt, y en p a rtic u la r u n e n fo q u e d istin to de la c u e stió n que nos o cu p a, la relació n p o d e r-d isc u rso . E n La arqueología del saber e x am in am o s la c u e stió n bajo la fo rm u la c ió n : prácticas d iscu rsiv as-p rácticas n ó discursivas. El p ro b le m a te n ía allí u n carácter 38 S obre las consecuencias de carácter político de este enfoque, de la superación que posibilita del cientifism o purista o tecnocratisnio y del ideologism o, véase: R Q , p .871, tam b ién pp. 8 6 9 -870. El d en o m in ad o «caso Lysenko» podría ser u n claro ejem plo de esta posición. Foucault ha aludido a él en otras ocasiones ("V erité et pouvoir» en L'Arc, 1977, n° 70, pp. 16-26, p.16. 39 AS, p p .168-169, 2 1 6 -2 1 7 .
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e m in e n te m e n te epistemológico. El c e n tro de interés residía en las re g u la rid a d e s discursivas; en fu n c ió n de ellas se in te n ta b a d e t e r m i n a r el n iv e l de « e m b ra g u e » de los a c o n te c im ie n to s y p rá c tic a s n o d isc u rsiv a s. A h o ra el p la n te a m ie n to es de n a tu ra le z a política, el p ro b le m a se desplaza hacia la p re g u n ta p o r los p ro c e d im ie n to s de e x clu sión, lim ita c ió n y c o n tro l del discurso. E n este ám b ito se presen ta el c u e s tio n a m ie n to de la « v oluntad de verdad», q u e m arcará el d e rro te ro p o s te rio r de la investi g ació n fo u cau ltian a. E n el re to rn o de ese m o tiv o n ietzsc h e a n o radica la sig n ific a c ió n q u e tie n e este p e q u e ñ o te x to en el c o n ju n to de la obra de su a u to r. Pero vaya m os p o r partes. En efecto, la cuestión «política» de los m ecanism os de control de los discursos pasa a un p rim e r plano; pero hay q u e añadir in m e d ia tam en te q u e el p la n te a m ie n to resulta ex ce siv am e n te abstracto, c u a n d o n o co n fu so , d e b id o al m enos a dos factores: 1) el n ú cleo del problem a lo co n sti tuye el orden m ism o del discurso, q u e en sí es e x p e rim e n tado c o m o constrictivo; de d o n d e la h etero g en eid ad de los p ro ced im ien to s coactivos, q u e van desde la instauración de p ro h ib icio n es tem áticas a la coherencia in te rn a de una dis ciplina. 2) Los objetivos que se asignan a los p ro c e d im ie n tos de orden, entre los q u e sobresale la necesidad de c o n tro la r la p ro life ra c ió n de los d iscu rso s, el «alea» de los aco n tecim ien to s discursivos; o una nunca precisada p e re n to ried a d de c o n ju rar sus peligros. F o ucault form ula su hipótesis de partid a del sig u ien te m odo: «supongo que en toda sociedad la producción del discurso es a la vez controlada, seleccionada, organizada y redistri buida por un cierto número de procedimientos que tienen por papel conjurar sus poderes y peligros, dominar el aconteci miento aleatorio, esquivar su pesada, su temible materiali dad" (O D , p. 1 1)
Los p ro c e d im ie n to s de c o n tro l so n d iv id id o s en tres grupos. E xpongám oslos brevem ente. F o rm arían parte del p rim e ro aquellos cuya fu n c ió n es la de exclusión, de re chazo de otros discursos. Se p o n e n e n ju e g o en c ie rto m o d o desde el e x te rio r del discurso, sirviendo de vehículo 109
al p o d e r y al deseo.40 Tres de estos procederes son destaca dos p o r Foucault: a) la p ro h ib ic ió n :41 lim itació n de c o n te nidos, d e te rm in a c ió n de las circunstancias en las que son p e rm itid o s, d iscrim inación de los sujetos hablantes; b) la cesura en tre razón y locura p o r la que se rechaza el dis curso del lo co ;42 y c) la división establecida entre lo verda dero y lo falso, la v o lu n tad de verdad a la que resp o n d e.43 U n segundo g ru p o lo c o m p o n d ría n pro ced im ien to s in ternos al discurso; la regulación propia de éste, sus p rin c i pios de clasificación y o rdenación funcio n an co m o m edios de restricción del discurso, controlan una dim ensión espe cífica del m ism o: «la del aco n tecim ien to y del azar» (O D , p. 23). D e tales características serían: a) el co m en tario 44 que conjura el azar, la novedad, la peligrosidad de lo dicho im p o n ién d o le la identidad de la repetición; b) el p rin cip io de a u to r45 que reco n d u ce a un foco co m ú n , u nitario, c o h e ren te las inquietantes posibilidades del discurso, su alea; le im p o n e «una identidad que tiene la form a de la individuali dad y del yo» (O D , p. 31); c) la disciplina,46 que traza límites estricto s a la p ro d u c c ió n de discursos; exige el c u m p li m ien to de una serie de condiciones (referencia a u n d o m i n io de objetos d e term in a d o , p e rte n en c ia a un h o riz o n te te ó ric o preciso) para q u e una p roposició n p u ed a situarse «en la verdad» (O D , p. 36), es decir, sea decible co m o ver dadera o errónea. Q u ed aría expulsada a los m árgenes toda
40 O D , p.23. 41 O D , p p .11-12. 42 O D , pp. 12-15. E n «La folie, l'absence d'oeuvre», tex to de 1964, in clu id o c o p io apéndice a la segunda edició n de Historia de la locura, se distinguían distintos tipos de p ro h ib ic io n e s en el d o m in io del lenguaje (de có d ig o , de vocab u lario , de sen tid o , y la p ro h ib ic ió n c o n cern ien te a u n lenguaje estru ctu ralm en te esotérico q u e so m ete la palabra a u n otro có d ig o expresado en la palabra m ism a, len g u aje autoim plicativo). La lo cu ra en n uestra cu ltu ra se habría id o desplazando a lo largo de esta gam a de p ro h ib icio n es. Sería con F reu d co n quién al fin la locura se revelaría n o c o m o la p o rta d o ra de u n significado rechazado sino de un n o -le n g u a je , la «región blanca de la a u to -im p licació n d o n d e nada es dicho.» (M . F o u c a u lt.- Histoire de la fo lie d l'açe classique, G allim ard, 1972, p p .57 8 -5 8 0 ). 43 O D , pp . 15-23. 44 O D , p p .2 3 -2 8 . 45 O D , p p .2 8 -3 1 . 46 O D , p p .31 -3 8 .
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aquella proposición que aún cuando «verdadera», n o esté en el espacio de la verdad fijado p o r la disciplina. E n fin, un tercer g ru p o de p ro ced im ien to s q u e lim itan el acceso de los sujetos al discurso, las posibilidades de c o m u n icación e intercam bio. P erten ecen a esta clase: a) el ri tual,4 que define las cualidades, co n d u cta, posición, etc., que han de ad o p tar los hablantes; b) las «sociedades de dis curso»,48 que restringen a d eterm in ad o s círculos el in te r cam bio discursivo; c) las d o ctrin as,49 que u n e n a los sujetos a un preciso c o n ju n to de enunciados, pero tam b ién éstos a aquellos en la m edida en que la d o ctrin a es signo de una adscripción previa (a una raza, clase, nacionalidad...); d) los sistemas de apropiación dei discurso,50 co m o es el caso del aparato educativo que encauza según lineas estrictas el ac ceso a los discursos. D e este rápido b o squejo de los diversos p ro ced im ien to s de control y lim itación discursiva quisiéram os destacar tres p u n tos, referentes a la concepción del poder, al carácter o p re sivo del orden del discurso, y, p o r últim o, a la cu estió n de la voluntad de verdad. D e los dos p rim ero s hem os ad v ertid o algo ya al hablar del p la n te am ie n to abstracto de este exa m en del o rd en discursivo, pero ahora añadirem os algunas notas y precisarem os algún extrem o. En c u an to a la n o ció n de p o d e r que subyace al análisis sobresale, a la luz de los trabajos posterio res de su autor, su c arác te r negativo. Las p rácticas son c aracterizad as c o m o constreñidoras, lim itativas, excluyentes, etc; el esquem a de fondo es el p ropio de la c o n ce p c ió n ju ríd ica del poder. El p u n to ha sido su ficien tem en te señalado, y F oucault m ism o lo re c o n o ce ría en su m o m e n to .31 Es significativo q u e se llegue a considerar la sexualidad c o m o p u n to de especial adensam iento de las p rohibiciones, espacio «donde la reji lla es más apretada» (O D , p. 11),°2 tesis radicalm ente c o m b a tida, con gesto autocrítico, en La voluntad de saber. Esa m ism a c o n ce p c ió n represiva hace que la m era p ro li- *4 47 O D , 44 O D , ''' O D , so O D ,
p p .4 0 -4 1 . p p .4 1 -4 3 . p p .4 3 -4 5 . p p .4 5 -4 6 .
,! M. F o u c a u lt.- «Las relaciones de p o d e r p e n etran en los cuerpos», entrevista, 1977, en Microflsica del poder, La P iqueta, M adrid, 1978, pp. 153-154. V id. ta m b ié n O D , p .6 3 .
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feración de los discursos, la m ultiplicidad, la novedad, su irru p c ió n aparezcan c o m o valores en sí m ism os, y a la vez c o m o u n o de los objetivos centrales contra los que va d iri gida la organización del discurso. La «profunda logofbbíii» (O D , p. 52) q u e según el diagnóstico de Foucault caracte rizaría nuestra cultura se m ostraría en esa oposición in in te rru m p id a a la «masa de cosas dichas» (O D , p. 52), al «gran m u rm u llo incesante y desordenado del discurso» ( o d . p. 53). El orden en sí m ism o aparece ento n ces co m o re p re sivo, pues necesariam ente to d o azar queda excluido, to d o alea so m etid o a regulación. El tercer p u n to , es el que c o m p ren d e m ayor interés p o r c u a n to su p o n e volver sobre la cu estió n de la verdad. El q u e se plantee en calidad de práctica de poder, de sistema de exclusión supone dar un salto sobre sus obras in m e d ia ta m e n te anteriores y enlazar co n los análisis de Historia de la locura. E n Las palabras y las cosas y en La arqueología de! saber las referencias al tem a de la verdad se situaban en u n p la n o e p iste m o ló g ic o , fu n d a m e n ta lm e n te de crítica a n tih e rm e n é u tic a , que respondía al objetivo de especificar el nivel epistém ico o n e tam en te discursivo, al que resultaba ajeno la oposición verdad-falsedad. En su obra sobre la lo cura, sin em bargo, el tem a ocupaba u n lugar destacado, y se abordaba en relación directa co n los m ecanism os de ex clusión. C o n ese en foque se conecta ahora; de h e ch o se alude e n el tex to a ese trabajo, y no nos referim os ya al p u n to ev id en te en que se plantea la cesura lo c u ra -ra zó n d e n tro del p rim e r g ru p o de pro ced im ien to s que se seña lan ,5354sino p rin c ip a lm e n te a la perspectiva h istó rica p o r la q u e tal cesura se venía a situar bajo la férula de la verdad,d4 p ersp ectiv a d e fin ito ria de u n o de los hilos cen trales de Historia de la locura. Pero hasta aquí la sim ilitud, pues los co n cep to s nietzscheanos de voluntad de saber y voluntad de verdad n o aparecían, y, p u n to esencial, las prácticas de p o d e r n o se v in c u la b a n p rin c ip a lm e n te , c o m o sí o c u rre ahora, al cam po discursivo, a la fu n c ió n de lim itació n o e x clu sió n , en definitiva de rarefacción de los discursos; la cu estión de la co n stitu ció n de la subjetividad era tan d eci siva c o m o el tem a de la d e v o lu ció n de la palabra al loco. 53 O D , p p . 1 2 -1 5 , 63. 54 O D , p p . 21, 2 2 -2 3 .
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Llam am os la atención sobre este p u n to toda vez -que radica en él una de las razones de q u e El orden del discurso ocupe un lugar específico, de transición. F oucault d en u n cia los efectos de p o d e r asociados a la verdad, el p o d er que en ella se inviste, a pesar de que se nos presente co m o constitutivam ente ajena a él e incluso contrapuesta. Pero ello no es d ebido sino a la forma en la que se ha tra d u c id o la v o lu n ta d de saber im p e ra n te en nuestra cultura. El problem a no consiste en que la verdad no sea tal, en que el valor de verdad de una proposición sea algo arbitrario, o b ed ien te a una relación de p o d e r.5556Se trata de analizarla h istó ricam en te en tan to que «voluntad de verdad», para constatar có m o im p o n e sus exigencias a otros discursos que hasta ese m o m e n to n o se rigen p o r sus co n diciones. Tal sería el caso de la literatura occid en tal, s o m e tid a al im p e rio d el c r ite r io de v e ro s im ilitu d ; lo m ism o habría su ced id o co n las actividades e co n ó m icas, que abandonarían el espacio de las recom en d acio n es, o de las norm as m orales para sustentarse en teorías sobre la p ro ducción f 6 es tam bién el caso del sistema penal — del que F oucault se ocupará p o r extenso más adelante— que busca fu n d a rse e n las c ien c ia s h u m a n a s, en el sab e r m é d ic o «com o si la palabra m ism a de la ley no p u d iera ya ser a u to rizada, en nuestra sociedad mas que p o r u n discurso de “ verdad"» ( o d , p 21). U na vez más la tarea no es problem atizar el c o n te n id o de lo dicho co m o verdadero, sino tom arlo en su m ateriali dad, c o m o «cosa», en vez de co m o significado, para o b ser var qué es lo que se hace, qué efectos se gen eran , q ué se sacrifica o som ete, cuando se quiere que algún discurso o práctica se rija p o r la verdad. Foucault sigue la escansión establecida p or N ietzsche al fi ja r en Sócrates y Platón el p u n to en que se instaura esta vo luntad de verdad. C o n ellos el discurso verdadero ya no será el detentado p o r alguien autorizado, discurso que se p ro n u n cia siguiendo un ritual preciso, discurso que es a la vez ac ción, discurso eficaz, poderoso. La verdad pasa a depender exclusivam ente de las condiciones intern as al discurso, se vuelve autónom a, aparece com o indepen d ien te del poder: 5=i O D , P . 16. 56 O D , p. 20.
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«Ahora bien he ahí que un siglo más tarde la verdad más alta no residía ya en lo que era el discurso o en lo que hacía, residía en lo que decía: un día ha llegado en que la verdad se ha desplazado del acto ritualizado, eficaz, y justo de enuncia ción, hacia el enunciado mismo: hacia su sentido, su fuerza, su forma, su objeto, su relación con su referencia» (OI), p. 17).
Esta form a de la v o luntad de saber, que delim ita el espa cio cultural en que aún nos m ovem os, n o siem pre se m a n tuvo idéntica. F oucault señala dos grandes desplazam ientos históricos: el p rim ero tendría lugar en los siglos XVI y XVII, d u ran te los cuales, sobre to d o en Inglaterra, aparece una ciencia de la observación; y el segund o se efectuaría a co m ienzos del siglo XIX, con el n a cim ien to de la ciencia p o sitivista m o d e rn a .57 D e los tres p ro c e d im ie n to s de exclusión (p ro h ib ició n , cesura razón-locura, voluntad de saber) es este ú ltim o el h eg em ó n ico : «hacia él, desde hace siglos, n o han cesado de derivar los prim eros» (O D , p. 21). Sobre discursos de verdad tratará de legitim arse toda p ro h ib ic ió n , y fu n d a m entarse la exclusión de la locura. E n los trabajos p o ste riores F oucault explorará esa m ediatización progresiva de todos los ám bitos p o r p arte de los discursos de preten sió n científica, se encargará de desvelar esta vo lu n tad de verdad, aquí calificada de «prodigiosa m aq u in aria destinada a ex cluir» (O D , p. 22). La influencia de N ietzsch e, que cobra diversas form as en la obra foucaultiana, alcanza su m áxim o grado de p en etració n en este p u n to . 2 .2 .
U tilla je
E n c u a n to al in s tru m e n ta l m e to d o ló g ic o q u e se nos p ro p o n e para el análisis del orden discursivo, para su radical cu estionam iento, se m a n tien e — co m o ya ap u n tam o s— la necesidad subrayada en La arqueología del saber de situarse en el nivel de las prácticas discursivas, pero n o ta n to para des c rib ir las regularidades enunciativas que su b tie n d en otras dim ensiones del discurso, cual es la del sentido, co m o para
57 O D , p p . 1 8 -1 9 , 6 4 -6 5 .
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desvelar y d e n u n c ia r su carácter ex clu y e m e o lim itativo re sp ec to de otras prácticas, de otras po sib ilid ad es o del p ro p io azar discursivo. La arraigada resistencia a re c o n o ce r ese nivel no sólo o b ed ece -d e acu erd o con el diagnóstico ahora desarrollado p o r F o u cau lt- a un desesperado in te n to de c o n se rv a r los d erech o s del h u m a n ism o trascen d en tal co n to d o su elenco id eológico de teleología, o rig en , so b e ranía de la c o n c ie n c ia ... en un te rrito rio , el del p en sa m ie n to y su historia, que se creía in m u n e a la crisis de la categoría de su jeto ;6,8 sino que, adem ás, vien e unida al in te n to de ocu ltar las prácticas de control, el poder instalado en el propio discurso. C o n p o sterio rid ad a los sofistas la filosofía se habría e m p eñ a d o en estrechar el espacio e n tre palabra y p ensam iento, en red u cir el espesor discursivo y convertirlo en algo m eram en te sígnico. Esta red u cció n de lo discur sivo al ord en del significante es lo que co m p o rta ría n tem as co m o el del sujeto fundador, el de la ex p erien cia o rig in a ria o, el hegeliano de la m ediación universal.6'"’ En cuatro p rin cip io s y otras tantas categorías concreta F o u c a u lt su utillaje m e to d o ló g ic o , q u e nos lim itam o s a co n signar:6" 1) p rin c ip io de inversión, p o r el q u e las figuras positivas del análisis tradicional: autor, volu n tad de verdad, disciplina, se tom an en un sen tid o negativo c o m o m edios de rarefacción del discurso; 2) p rin c ip io de discontinuidad, que rechazaría la posibilidad de h ip o te tiz ar una especie de discurso c o n tin u o , reprim ido, que fluiría bajo los sistemas de rarefacción; frente a ello, co n tra p o sic ió n de prácticas discursivas; 3) p rin cip io de especificidad, se o p o n e a la c o n sideración de un significado previo, tom a al discurso c o m o práctica, actividad violentadora de las cosas; 4) p rin c ip io de exterioridad, que se aparta de toda búsqueda de un sig nificado p ro fu n d o u o cu lto para to m ar el discurso en sus co n d iciones de aparición. Las cuatro categorías, de acontecimiento, serie, regularidad, condición de posibilidad, se opondrían respectivam ente a las tra dicionales de creación, unidad, originalidad, significación. Las líneas generales del p la n te a m ie n to m e to d o ló g ic o prosiguen, c o m o se ve, las trazadas en La arqueología del sa-*1
•,K AS. pp. 262 y ss. v' (41), pp. 4 8 -5 ¡ . <>1), pp. 53 56.
1 1S
ber: re c o n o c im ie n to d el nivel discursivo, a n tia n tro p o lo gism o, positivism o trascendental, a n tih e rm e n é u tic a , y an tiestructuralism o. Este ú ltim o rasgo alcanza u n p articu lar g rado en la obra p ro fu n d iza n d o una línea abierta p o r su trabajo a n terio r. E n el apartado p reced en te plantearnos ya el problem a del carácter d e te rm in a n te de los sistemas de reglas de fo rm ac ió n , la zona obscura en la que quedaba su m o d ificació n en relación con los a co n tecim ien to s - p u n to q u e había llevado a diversos autores a p o lem izar acerca de la verdadera situación de la arqueología respecto del estru ctu ralism o . C o n sc ie n te del problem a, F o u cau lt vuelve sobre él con m o tiv o de la acusación, h ech a a la nueva his to ria de la Imigue durce, de excluir el aco n te c im ie n to . Y en este sen tid o hace una defensa del trabajo de los h isto riadores q u e b ie n p u e d e asum irse co m o p ro p ia /’1 Lejos de dar la espalda a los a c o n te c im ie n to s, la h isto ria buscaría establecer, en efecto, las series concretas en las que se in te g ran , su re g u la rid a d y c o n d ic io n e s de ap arició n . S eg ú n ello, la c o m p re n sió n del proceso h istó ric o n o ap u n taría c e n tr a lm e n te a los c o m p le jo s de n e x o s causales, p e ro ta m p o c o liaría suyo el m o d e lo de una estru ctu ra, que, e x trañ a al a c o n te c im ie n to , sólo estab leciera relacio n es de d erivabilidad. A te n d ie n d o a los té r m in o s d el p la n te a m ie n to , nada n uevo se advierte en realidad. Los co n cep to s y la posición a su m id a son c o n o c id o s . D e p e rm a n e c e r aq u í, sin e m bargo, se pasaría p o r alto u n o de los rasgos más peculiares del texto, que habría q u e in te rp re ta r c o m o ah o n d am ien to en la d irección postestructuralista, a la vez q ue co m o in d i cador, en la obra de F o u c a u lt, del m o m e n to de m ayor aproxim ación a las co n cep cio n es deleuzianas.6162 N o s referi m os p o r una parte a la pro b lem atizació n que se hace del
61 O D , pp. 56 y ss. V id.: F. V ázquez G arcía.- Foucault y los historiado res, U n iv . de C ádiz, 1987, pp. 118-119. En general sobre la c o n trib u c ió n de F ou cau lt a u n a «histoire sérielle»: G . D osse.- L'histoire en miettes. Le D é c o u v e rte , París, 1987, pp. 180 y ss. 62 E n este m ism o año, un m es antes de la lectura de su lección in au gural, F o u cau lt publica u n entusiasta c o m e n ta rio de las dos obras que D eleu ze publica en 1969, Logique du seus y Difference et répétition ("T h e a tru m p hilosophicum », Critique, n° 282, nov. 1970, pp. 885-908); ver t a m b i é n : M . F o u c a u l t . - « A r ia n e s 'e s t p e n d u e » , e n L e N o u v e l Observateur, n° 229, 31, M arzo , 1969, pp. 36-37.
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c o n c e p to de événement,63 e n te n d id o según la perspectiva de la Lógica del sentido, c o m o relación, efecto, p u n to de c o e xistencia de elem entos m ateriales, en sí m ism o no c o rp o ral, pero tam p o co inm aterial («m aterialism o de lo in c o r poral» (O D , p. 60); y, p o r otra parte, a la tesis de q u e el c o n ce p to de sene lejos de o p o n erse al alea fija los lím ites en los que se da, lo que co m p o rtaría la necesidad de esta blecer una nueva lógica en la que se in tro d u jera «el alea c o m o c a te g o ría en la p r o d u c c ió n de a c o n te c im ie n to s» (O D , p . 61). Sobre la base de estos dos p u n to s cabría adver tir una dim ensión nueva en la c o n ce p c ió n de la relación serie-aco n tecim ien to , abierta a cierto in d eterm in ism o , dis tanciada del reg lam en tism o d e n o ta d o en la fo rm u la c ió n del m é to d o arq u eo ló g ico .64 Esta c o n ce p c ió n encajaría p o r o tro lado con la idea de que el azar es u n o de los peligros que tratan de c o n ju rar los p ro ced im ien to s de co n tro l del discurso. 2 .3 .
N u e v a in fle x ió n
Las diferencias co n respecto al p la n te am ie n to de la ar queología son claras. El particular pragm atism o lingüístico O D , pp. 59 -6 0 . R e c u é rd e se q u e sobre el pro y ecto de pensar el a co n tec im ie n to , e n te n d id o c o m o au tén tica in versión del platonism o, se nuclea to d o el trabajo de Lógica del sentido. El c o n cep to de serie, que ahora F oucault destaca, ju eg a allí u n papel ig u alm ente fundam ental. G. D eleu z e .- Logique du sens, M in u it, París, 1969: sobre el co n c e p to de «acontecim iento»: en p articular pp. 13 y ss; sobre el de «serie» pp. 50 y ss. Sobre la c o n c e p c ió n serial de la estructura en D eleuze pued e verse: «¿En qué se re c o n o c e el estructuralism o?», en la Historia de la filosofía, ideas y doctrinas dirigida p o r F. C h atelet, T . IV, E spasa-C alpe, M adrid, 1976, pp. 5 6 8 -6 0 0 . Sobre la obra de D eleu ze véase el excelente estu dio de Francisco J. M a rtín e z .- Ontología y Diferencia: La filosofa de G i líes Deleuze, O ríg en es, M adrid, 1987; en p articular sobre La logique du setis, pp. 5 3-185; véase tam bién: José Luis P a rd o .- Deleuze: violentar el pensamiento, C in cel, M adrid, 1990. Es ahora, y n o tan to en el m o m e n to de La arqueología del saber, a te n o r de esa nueva im p ro n ta, cu a n d o sí nos parece atinadísim a la alu sión qu e hace D eleu ze a u n a «lógica atonal» (G. D e le u z e .- Foucault. op. cit. p . l l ) . Es ésta, la co m p aració n co n las reflexiones del d o d ecafo nism o, el serialism o y la m úsica aleatoria, una vía q u e m erecería la pena explorar p o r las sim ilitudes q u e al m en o s prima facie son re c o n o c i bles. En con v ersació n con P. C aruso, F oucault destacaba la im p o rta n cia -«similar a la lectura de N ietzsche»- que para su decisivo apartam iento
de La arqueología del saber apelaba a tratar los discursos más allá de su c o n d ició n significante c o m o prácticas c o n stitu ti vas de dom in io s de ob jeto , posiciones de sujeto, etc.; los discursos, se nos decía, h acen algo más que designar y «es ese «más» el que es preciso h a ce r aparecer y hace falta des cribir» (AS, p. 67). A hora tal p ragm atism o ha a d q u irid o un cariz nuevo: al tie m p o q u e constituye regularidades el dis curso im p o n e, lim ita, excluye; el plus que ahora debem os d escrib ir ofrece otras aristas.*65 D el pro b lem a de có m o las prácticas discursivas, en su relativa au to n o m ía, graduaban los efectos de las prácticas de p o d er, se pasa a la cuestión del p o d e r en la p ráctica discursiva m ism a. Así tam b ién , p u e d e denotarse una c o n ce p c ió n más flexible de la rela c ió n e n tre se rie y a c o n te c im ie n to e n v irtu d d el papel o to rg a d o al alea.66 Foucault, en el tex to q u e exam inam os, distingue de h e ch o dos enfoques que v endrían a c o rre sp o n d e r co n estos dos m o m e n to s de su obra: el u n o d e n o m in a d o cu rio sa m e n te «genealógico» (O D , p. 62), se ocuparía de la «form a ción efectiva de los discursos» (oí), p. 67) y de las «regula rid ad es discursivas» (O D , p. 68), de «positividades» (O D , p. 72), p o n ie n d o e n ju e g o los p rin cip io s de la d isco n tin u i dad, especificidad y e x terio rid ad , antes señalados; el otro, d e n o m in a d o «crítico» (O D , p. 62), c o n c ie rn e al p rin c ip io de inversión, se ocupa, pues, de los resortes de exclusión, de lim itació n y apropiación del discurso. El p rim ero , co m o se ve, correspondería a lo que hasta ahora se d en o m in ab a ar queología, n o obstante F o u cau lt n o nos da explicación al guna del cam bio de té rm in o s operado. El seg u n d o p o n dría en ejercicio la nueva perspectiva que ap o rta E l orden
del h egelianism o, del «universo dialéctico», tu v o la m úsica de B o u lez y B arraqué: P. C a m so .- Conversaciones con Lévi-Strauss, Foucault y Locan, A nagram a, B arcelona, 1969, p. 82. 65 T res años más tarde, en las conferencias de R ío del 73 (La verdad y las formas jurídicas) F o u cau lt hacía referencia a esta otra dim ensión del pragm atism o lingüístico -q u e p o n ía en c o n e x ió n con las c o m e n te s de ia lingüística am erican a-, el discurso c o m o d o m in ació n , co m o estrate gia. Sin em b arg o la referencia central de la consideración práctica del discurso p arece ser la de D u m ézil tal y c o m o en el co lo q u io que sigue a las conferencias citadas se re c o n o c e (VFJ, pp. 15, 154, 160). 66 S o b re la contrap o sició n e n tre el p la n te a m ien to de La arqueología del saber y E l orden del discurso, véase la acertada in terp retació n de A. H o n n e th .- Kritik der Machí, op. cit., pp . 163 y ss.
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del discurso. A m b o s e n fo q u e s a p a re c e n c o m o p e rfe c ta m e n te c o m p le m e n ta rio s , n e ce sitán d o se re c ip ro c am e n te : «si bien toda tarea critica, poniendo en cuestión las instan cias de control, dehe analizar al mismo tiempo las regularida des discursivas a traces de las cuales se forman; y toda descrip ción genealógica dehe tomar cu atenta los límites que juegan cu las formaciones reales.» (oí), p. 68) F o u cault inicia así una distin ció n en tre dos tipos de tra bajos: el q u e atiende a la legalidad del saber (o a rq u e o ló gico, aquí «genealógico») y el q u e atien d e a los p ro c e d i m ie n to s de c o n tro l («crítico», más tarde «genealógico»), circunscritos am bos, p o r lo q u e se refiere al presente texto, al te rrito rio discursivo.'*1 C o m o se sabe, F oucault desde el inicio de sus tareas en el C o llég e optaría p o r el seg u n d o de ellos, c e n tra n d o su actividad investigadora en to rn o a la n o c ió n de voluntad de saber. Ello le llevaría, en lo tocante al problem a que exam inam os, a u n nuevo p lan team ien to .
3. L a p e r s p e c t iv a g e n e a l ó g i c a 3 .1 .
P r o g r esiv a e la b o r a c ió n
El te rc er e n fo q u e entre discurso y p o d e r se va e lab o ran d o de una form a fragm entaria a través de los m últiples trabajos (obras, conferencias, cursos...) q u e siguen a su lec c ió n in a u g u ra l en el C o llé g e de Franco. C o m o h e m o s ap u n tado, el p la n te am ie n to se inicia sobre una de las pers pectivas trazadas en la m e n c io n a d a le cc ió n , q u e aparece co n cretada ya en su p rim e r curso (1970-71). E n él se fo r m ula el objetivo de c o n trib u ir a una «m orfología de la vo lu n tad de saber» (c -7 0 -7 1 , p. 245) a través de una serie de investigaciones que se desarrollarían tan to en u n plano teó rico c o m o histórico. F o u cau lt ha decidido, pues, dejar a u n lado la vía del análisis del orden intradiscursivo, c o n ju ra d o r del peligroso azar, para seguir la senda nietzscheana y c o locar en el cen tro de su trabajo el problem a de la verdad.
O I ), pp. 62 y ss.
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En efecto, Foucault adopta el modelo nietzscheano de un conocim iento siempre interesado, resultado de un frágil compromiso de instintos y deseos, en el que la verdad no es sino efecto de una falsificación, como guia para la in vestigación histórica — desarrollada en el mismo curso— sobre la evolución de la justicia y su administración en la Grecia arcaica de los siglos Vil al v. La perspectiva nietzscheana de análisis de la «voluntad de saber» adquiere en tonces espesor histórico. En ese contexto se analiza la me dida como mecanismo para el establecimiento de un orden (económ ico, social, político) en la ciudad griega y al mismo tiempo como medio generador de saber, matriz por consiguiente de poder y saber/'8 La imbricación de ambos factores entendida no sólo en una perspectiva raetódico-general sino en sus formas históricas concretas, au téntica médula de este tercer planteam iento que ahora examinamos, se define ya. Foucault ve, en ia investigación efectuada sobre la evolución de la justicia, cómo se aboca «a una form a de justicia ligada a un saber» (c-70-71 p. 249); precisemos: cómo se genera un saber al hilo de las prácticas de justicia, y cómo aquél cumple un papel deci sivo en su instauración; una particular forma de verdad se configura en ese dispositivo, ia verdad en cuanto «visible, constatable, mesurable, obediente a leyes semejantes a las que rijen el orden del mundo» (C-70-71, p. 249). Una forma de verdad que si bien surge en este ámbito de prác ticas de poder no se circunscribirá a él: «Este tipo de afir mación de la verdad sería determinante en la historia del saber occidental» (c-70-71, p. 249). Quedaba así iniciada una genealogía, desenvuelta en el campo de la historia, del efecto «verdad»... y de los efectos de la verdad, que ocupa ría a Foucault en los años posteriores. H em os tom ado este p rim er curso com o p u n to de arranque — no absoluto, como sabemos— de un nuevo planteamiento. N o utilizamos el término «genealogía» con el sentido que aparece en El orden del discurso, sino con el que cabe darle a la luz de textos posteriores. Escasos son los lugares en los que Foucault explícita con cierta exten sión el contenido de este resbaladizo concepto. En uno de68 68 Dato éste que es precisado en el resumen del curso siguiente: C 71-72, p. 283.
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ellos -—d trabajo publicado en el mismo año de 1971, como parte integrante del libro Homenaje ajean hlyppolite, con el título «Nictzsche, la genealogía, la historia»— aco mete esta tarea, sí, pero — conviene tenerlo presente— en calidad de comentario analítico a los textos nietzscheanos, por lo que no cabe identificar sin más la concepción de Foucault con la que en él se nos describe. El texto, no obstante, es expresivo de ese m omento en el que Foucault vuelve a Nietzsche para rastrear en él herramientas teóri cas que sirvan a sus nuevos proyectos. Por lo que hace a nuestra cuestión, debido a la luz que sobre ella arroja, en tresacaremos tres aspectos: a) Disolución y desmentido de las supuestas unidades o identi dades. La unidad de las distintas configuraciones (institu ciones, conceptos, sujeto...), la confianza en su excelencia se apoya en una concepción de la historia presidida por la categoría de O rigen (Urspmng). La genealogía echa por tierra el mito del origen corno ámbito prístino que abriga una identidad ya formada, lugar de la esencia, ajena a la temporalidad; el origen como m om ento del más alto va lor, como lugar de la verdad. Lo que la genealogía en cuentra en su investigación histórica «no es la identidad aún preservada de su origen, - es la discordia de las otras cosas, es el disparate» (n g h , p. 148); lejos de la solemnidad de los momentos aurórales muestra que «el comienzo his tórico es bajo» (NGH, p. 149); y en el lugar que se suponía la verdad no ve sino «la proliferación m ilenaria de los errores» (NGH, p. 149), la verdad como error que la propia historia en su cristalización vuelve irrefutable. Pluralidad heterogénea, accidentalidad y azar, error y vergüenza de los comienzos... U no de los conceptos que Nietzsche opondría al de origen (Ursprung) es el de proce dencia (.Herkunft). El recorrido genealógico de la Herkunft nos revela la heterogénea multiplicidad de hilos con los que se entreteje la endeble trama de las configuraciones aparen temente unitarias, los numerosos acontecimientos, acci dentes, desviaciones, errores, que las han ido perfilando. b) Confrontación y relaciones defuerza en virtud de las suce sivas interpretaciones. La emergencia (Hntstehung) de los di versos sentidos o formaciones (institucionales, cognoscitivas, 121
biológicas...) rem ite a un plexo de fuerzas en lucha, al ju e g o de las dom inaciones, en el que en un m o m e n to dado se d e limita la hegem onía de una determ inada figura. Su consti tución nunca es definitiva, está expuesta a sucesivas reapro p iaciones q u e escanden la d isco n tin u id ad de su historia. N ada, pues, mas opuesto a la visión teleológica que sitúa «el presente en el origen» ( n c . h p. 155) y juzga éste p or la p ro yección de aquél. A la metafísica unidad de una significa ción preservada desde su inicio, la co n cep ció n genealógica o p o n e los sucesivos desplazam ientos que operan las fuerzas. c) Cuestionamiento de la voluntad de verdad. U n o de los usos an tiplatónicos del verdadero sen tid o h istó rico , c o n tra rio al m o d e lo a n tro p o ló g ic o y metafíisico, consiste en desvelar to d o aquello que se oculta en la b ú squeda insacia ble de saber, en el e m p e ñ o en la objetividad, la universali dad del c o n o cim ien to , to d o aquello q u e se p o n e e n ju e g o , que se paga en tal voluntad: «el sacrificio del sujeto de c o no cim ien to » (N G H , p . 170). Bajo la aparente neutralidad, bajo la carencia de sen tim ien to de la conciencia científica, late una «voluntad de saber, q u e es instin to , pasión, en car n iz a m ie n to inquisidor, refin am ien to cruel, m ezquindad», «la violencia de los partidos tom ados: p artid o contra la fe licidad ignorante, c o n tra las ilusiones vigorosas p o r las cu a les la h u m an id ad se protege» ( n g h , p . 170). F o u cau lt puntualiza el uso nietzscheano de la historia, el m o d e lo genealógico. Su relectura de N ietzsch e abre, sin duda, nuevas perspectivas en su trabajo. Los tres p u n to s in dicados nos señalan algunas d im ensio n es in corporadas en su re o rie n ta ció n . Es innegable la convergencia de esta d escrip ció n con el topos fundam ental de lo que hasta ahora se definía c o m o «arqueología»: la crítica radical de u na c o n cep ció n a n tro pológica de la historia subtendida p o r las categorías básicas de sujeto, o rig e n y finalidad. Pero n o parece serlo m enos el q u e ese d esen trañ am ien to de la bajeza de los com ienzos co n trap u esto a toda significación ideal, el conflicto de las fuerzas d e fin ito rio del espacio de toda em erg en cia, el d e senm ascaram iento de la específica v o lu n tad o culta tras el proyecto de una verdad objetiva, co n stitu y en todos ellos aspectos q u e hacen v en cer la crítica de las «sujeciones an 122
tropológlcas» (AS, p.25) de un lado nuevo. Es en esa direc ción en la q u e habrá que buscar la especificidad de la gene alogía foucaultiana respecto a la arqueología. N os toca, pues, tratar de precisar el significado que da m os al té rm in o «genealogía», que ú ltim am en te em pleam os para hacer referencia al nuevo p la n te am ie n to de Foucault. Al inicio de nuestro trabajo hablábam os de las m e ta m o rfo sis que sufren las d e n o m in acio n es «arqueología», «genealo gía». La ra z ó n p r im o r d ia l de esa c o n fu sa v a ria b ilid a d h u n d e sus raíces, sin duda, en el espacio p rácticam en te c o m ú n que am bas co n ce p c io n es v ie n en a cu b rir. R esu lta , con todo, claro que, al m enos después de su artículo sobre N ietzsche, la n o c ió n de genealogía apunta siem pre hacia la co n sideración de las prácticas, de las relaciones de p o d e r que están en la base de la fo rm ac ió n de los saberes, hacia el análisis de los dispositivos, té rm in o co n el que F oucault se refiere a las estrategias en las que se c o m b in a n relaciones de fuerza y tipos de saber.69 La genealogía, en definitiva, se enfoca hacia una interrogación histórica de la voluntad de ver dad. T am bién cabría ad m itir q u e la n o c ió n de arqueología au n q u e a veces recubre e x actam en te el espacio g en ealó gico, cu an d o se p ro p o n e c o m o d iferen te lo hace a p u n tan d o al ju e g o in te rn o a los discursos. Siendo, esto así, p o dría pensarse, e n to n ce s, q u e la genealogía c o m p le m e n ta p erfectam en te el e n fo q u e a rq u eo ló g ico del saber, cen trad o éste en las regularidades discursivas; incluso po d ría verse en la p rim e ra (genealogía) la clave explicativa de lo que era tan sólo descrip ció n en la segunda (arqueología). A lgu nos textos de F oucault, e n efecto, llevan a plantearlo de este m o d o .70 Sin em bargo tal co m p le m en ta rie d a d n o nos parece plausible, o al m en o s no sin im p o rtan tes m odifica ciones. Lo sería si en verdad el m é to d o arq u eo ló g ico se li m itara e strictam en te a una exposición de las form as dis
69 V id.: «El ju e g o de M ichei Foucault», entrevista, 1977, recogida en M . F o u cau lt.- Saber y verdad, op. cit., pp. 12 7 -1 6 2, 128-131. S obre el co n cep to de dispositivo véase G . D e le u z e .- « Q u 'est-cc q u 'u n dispositive», AA. V V - Michei Foucault philosophe. Rencontrc ¡ntemaliona!, Senil, París, 1989, pp. 18.3-195. D eleu ze c o n c ib e el dispositivo c o m o c o n ju n to m u ltilineal en el q u e se destacan cu atro grandes vectores: régi m en de visibilidad, rég im en de en u n ciab ilid ad , líneas de fuerza e ins tancias de su bjetivación. 7,1 Vid.: C -7 0 -7 1 , pp. 2 4 5 -2 4 6 ; U P , pp. 17 18.
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cursivas, pero — co m o queda ya d ich o — - esto n o o cu rre así. T anto e n lo q u e c o n c ie rn e a Las palabras y las cosas, c o m o en la definición m e tó d ica de La arqueología del saber, se nos ofrece u n m o d e lo q u e señala un lugar d eterm in a d o a las prácticas n o discursivas, trazado en h u e c o en el p ri m e r caso, ex p lícitam en te especificado en el segundo. Ello n o quiere d ecir sino q u e la com patibilid ad entre el análisis arq u eo ló g ico y gen ealó g ico sólo se hace posible si el plan te a m ie n to de la re la c ió n -c o n las prácticas n o discursivas asociado al p rim e ro es seriamente modificado. A lgo distinto, p o r tanto, a u n e «justificación teórica» (c -7 0 -7 1 , p.246) es lo q u e se inicia co n el gen ealó g ico exam en de la v o lu n tad de saber. Se nos ofrece de h e c h o u n en fo q u e n u evo de al gunos de los problem as con tem p lad o s p o r la arqueología. Indicarem os, entonces, b rev em en te las líneas de d iferen ciació n del p la n te a m ie n to g en ea ló g ic o — su caracteriza ción detallada se hará más adelante— respecto al análisis arq ueológico, y tam b ién co n relación al q u e en co n tráb a m os en E l orden del discurso. E n p rim e r lu g a r es in e v ita b le referirse al tra ta m ie n to q u e se hace de la relación entre p o d e r y saber q u e obliga a cu estio n ar la prim apía con ced id a p o r la arqueología a las prácticas dé" discurso. P o r otra parte habría q u e subrayar la naturaleza «política» de su análisis del saber, lo q u e cierta m e n te ya aparece en E l orden del discurso, p ero que ahora to m a una nueva dim ensión que se podría d e n o m in a r ontopraxeológica,7' en la q u e la c o n stitu c ió n m ism a del saber c o m p o rta efectos de co n stitu ció n em pírica; la c o n fo rm a ció n óntica va unida a la c o n stitu c ió n de los objetos de c o n o cim ien to , p o r lo q u e el trascendentalism o a rq u e o ló g ico cobra una nueva dim en sió n . D e este m o d o , se pasa de una crítica a la proyección de las categorías del sujeto en la h isto ria del saber a la crítica de la c o n fo rm a c ió n m ism a de los sujetos en la p ro d u c c ió n de aquél. P o r ú l tim o, sería preciso resaltar el lugar central en el q ue se si 71 El c o n c e p to lo to m am o s de J. Z elen y , q uién lo utiliza para situar la posición filosófica de M arx, su m aterialism o práctico, frente a la o n tología tradicional, enlazándolo co n una línea q u e partiría de K ant. J. Z e le n y .-L íí estructura lógica de «El Capital» de M arx, trad. M . Sacristán, G rijalbo, B arcelona, 1968, pp. 3 0 1 -3 2 8 . S obre el en fo q u e o n to p ra x e o lógico p u e d e verse F. J. M artín ez M a rtín e z .- De la crisis a la catástrofe, O rígen es, M ad rid , 1986, pp. 11-13.
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túa la problemática de la verdad y su v in cu lació n a la n o ció n de voluntad de saber, q u e no deja, claro es, de in tro d u c ir u n elem en to h e rm e n é u tic o q u e contrasta co n el a n tih e rm e n eu tism o radical de la arqueología. La d e lim ita c ió n resp ecto del se g u n d o de los p la n te a m ientos que hem os distinguido, el que se perfila en E l or den del discurso, n o p u ed e ser obviam ente tan clara, en la m edida en que algunos de los rasgos y perspectivas que ca racterizarán al e n fo q u e genealógico se ap u n tan ya allí (po der, verdad...), y, sin em bargo, hay factores fundam entales que ju stifican la diferenciación: se ha señalado ya la c o n cepción de u n p o d e r no definido p o r la negatividad, pero adem ás una distinta — y más com pleja— relación del p o der con el discurso: éste no aparece c o m o algo en cierto m o d o ya dado, de lo q u e hay que adueñarse, el discurso co m o lo que se desea, espacio en el q u e el p o d e r deja su huella, traza sus divisiones, o realidad que en sí m ism a su p o n e u n peligro a conjurar; ahora, desde la óptica g en ea lógica, el p o d e r es co n tem p lad o en la co n stru cc ió n m ism a del discurso, y n o n ecesariam en te c o n el discurso co m o objetivo. H em os aludido ya al enlace de una política de la verdad con una d e term in a d a m itología, la dim en sió n o n to ló g ica que cobra el en fo q u e político; en relación co n este rasgo habría que subrayar la especial a ten ció n a los efectos del discurso sobre los sujetos. El análisis se centra n o ya en «los g ran d es p ro c e d im ie n to s de su je c ió n del discurso» (O I), p. 46), sino e n los sistemas de «sujeción» de los individuos p o r el p o d e r del discurso. 3 .2 .
C a r a cte r ística s
En u n in te n to de sistem atizar la frag m en taria elab o ra ció n te ó ric a de este tercer e n fo q u e p o dríam o s analizar sus rasgos esenciales del m o d o que sigue: 3.2.1. Las prácticas no discursivas como operadores de conocimiento. Las prácticas de in te rv e n ció n sobre lo real van siem pre unidas a y son generadoras de procesos de c o n o cim ien to , 125
de saber. En el c u m p lim ie n to de los m ú ltip les fines a los q u e están d irig id as (e c o n ó m ico s, ju ríd ic o s, p o lític o s..,!, la c o n stitu c ió n de sus o b jeto s de in te rv e n ció n , el d e sp lie gue de sus líneas de d o m in io , c o rre pareja con la co n sti tu c ió n d e o b je to s de c o n o c im ie n to , técn icas de saber, génesis de in fo rm a c ió n . En los distintos trabajos de in vestigación h istó rica de F o u c a u lt p u e d e observarse c ó m o el a isla m ie n to final del lo c o en el asilo d e c im o n ó n ic o (Historia de la locura), la o rd e n a c ió n disciplinaria de una m u ltitu d o rie n ta d a a la m a x im izació n de una específica f u n c ió n e c o n ó m i c a , e d u c a tiv a , m é d ic a ... ( V ig ila r y castigar), o la c o n fig u ra c ió n de un nuevo espacio de in te r v e n ció n po lítica cual fue la p o b la ció n , la vida, incluso 3a p ro p ia in d iv id u a lid a d (La voluntad de saber, C u rso s del C o llé g e a p a rtir del 77, etc), p o n g a m o s p o r caso, van aco m p añ ad o s de la a p arició n de nuevas p ro b lem áticas y o b jeto s de c o n o c im ie n to : lo c u ra , cu erp o , vida, sexuali d ad ... P u e d e observarse ig u a lm e n te c ó m o la génesis de m ú ltiples discursos de verdad (psicopatología, p sico an áli sis, sexología, estadística, c rim in o lo g ía , y las ciencias h u m anas en general) se da inm ersa en una com pleja red de prácticas de po der. Es preciso e n te n d e r b ien esta c o n e x ió n en tre prácticas de in te rv e n ció n y saber. N o se trata de que las prim eras, en calidad de «aplicación técnica» sucedan al segundo, el d o m in io técn ico de la realidad en cu an to consecuencia de u n previo d o m in io cognoscitivo, sino que las prácticas de in te rv e n c ió n funcionan ya como operadores de conocimiento. c o n fig u ra n espacios de v isib ilid a d , m e d io s de d e sv e la m ie n to de los objetos, técnicas de g eneració n de e n u n cia dos. E sto sucede de una fo rm a a veces indirecta. Tal es el caso de los efectos gnoseológicos derivados de la a g ru p a ció n de la hetero g én ea diversidad de personajes en el h o s pital del Clasicism o, que p e rm ite el allegam iento de carac te rístic a s diversas (se x u a lid a d , v io le n c ia , c u lp a b ilid a d ) referidas a u n m ism o sujeto (el loco); o de la p o ste rio r se paración del loco, a fines del s. xvill, falicitadora de su o b je tiv a c ió n ; o el caso de la d iscip lin arizació n del espacio hospitalario, m otivada p o r factores n o e strictam en te m é d i cos, que sirvió de e le m e n to de desbloqu eo ep istem o ló g ico para una nueva m edicina. Pero tam bién d irectam en te; así o c u rre en los p ro c e d im ie n to s en que la fu n c ió n política de 126
in te rv e n ció n y la cognitiva de extracció n de info rm ació n se funden: el examen u n id o a la fu n ció n , en tre otras, de v i gilancia en los sistemas disciplinarios; la indagación v in cu lada a la adm inistración de la justicia; la medida, aparejada al establecim iento de un orden ju sto en la ciudad griega; la confesión, m e d io de control de los ind iv id u o s. En esta m ism a línea habría que situar to d o ese c o n ju n to de té cn i cas obscuras, m odestas, que se en cu e n tra n en ejercicio en distintas instituciones: diario, boletines, fichas, dossieres... F o u cau lt habla en to n ces, refiriéndose a centros c o m o la fábrica o la cárcel, de aparatos de saber, o tam b ién en rela ción con algunos de estos p ro cedim ientos, de formas de sa ber-poder. El in d iv id u o es co n vertido en o b je to de c o n o c i m ien to p o r el m ism o m ecanism o p o r el que es ajustado a su fu n ción; tal es lo que se nos revela en los p ro c e d im ie n tos disciplinarios analizados en Vigilar y castigar. Foucault se esfuerza en p o n e r los discursos de verdad, en particular las ciencias h u m a n a s, en re la c ió n co n to d a esa variada gam a de técnicas, esquem as de saber-poder. Precisarem os este e x trem o en los apartados que siguen.
3.2.2.
Formas de saber-poder
Q u e d a n consignadas ya las cuatro form as de sab er-p o d er que aparecen diferenciadas e n los escritos foucaultianos: m edida, indagación, exam en, confesión. Todas ellas se dan ligadas a distintas prácticas de poder, y al m ism o tiem p o se han perfeccionado co m o m atrices de saber, que hay que p o n e r en c o n ex ió n co n diversas,ciencias. Y sin em bargo, a pesar del interés de esa articulación F oucau lt no p ro fu n diza en ella, n o detalla su p la n te a m ie n to , lim itán d o se a o frec ern o s algunas ind icacio n es. A lgo más co n cretas, es cierto, en lo que atañe al ex am en y a la confesión en rela ción con las ciencias hum anas. D e la medida apenas nos ha dejado Foucault escrita otra cosa que la enunciación de una tesis: práctica de orden, ligada a la regulación de los intercam bios de bienes, a la instauración de la justicia en la polis griega, «pero tam bién matriz de saber m atem ático y físico» (c-71-72, pp. 283-284). Parece asumirse con ello esa línea de investigación ya conocida que sitúa el origen de determ inados m étodos y conceptos de las ciencias 127
en concretas prácticas sociales;72 Foucault acentuaría la di m ensión política de éstas. Q ueda claro, eso sí — lo que co n firma tam bién el análisis .de la indagación— que no se exclu yen las denom inadas ciencias «duras» en cuanto a su ligazón, al m enos en su origen, a prácticas de poder. E n o tro m o m e n to (c o n fe re n c ia s de R ío de Ja n e iro , 1973) vuelve F oucault sobre la antigüed ad griega, pero es tableciendo otra c o n ex ió n entre prácticas y saberes, rela tiva esta vez a o tra fo rm a dé sa b e r-p o d e r: la indagación. Esta técnica es puesta aquí en relación con el nu ev o m o d o de establecim iento-de la verdad en la reso lu ció n de p ro ce sos de justicia. Y to d o ello al hilo de una brillantísim a in terp retació n — de signo d istinto e incluso o puesto a la psi— c o a n a lític a — de la tra g e d ia de Sófocles, Edipo rey. E n co n traste c o n lo q u e o c u rría en la G recia arcaica, tal y c o m o se atestigua en H o m e ro , d o n d e la v erdad se afir m aba m ed ian te el sistema de la «prueba» consistente en el ju ra m e n to ante los dioses, Sófocles nos m ostraría u n p ro c e d im ie n to distinto en el que la verdad aflora p o r m ed ia c ió n del testigo. La p ru e b a n o es ahora otra q ue la que a p o rta la pesquisa, el te stim o n io . Tal sistem a aparecerá c o m o el de una verdad opuesta al p o d e r; el siervo sin p o der, en la tragedia, o p o n e lo que ha visto a su en ceg u ecid o rey. F oucault asocia a esta form a de verdad, que alcanzaría su p u n to álgido co n la dem ocracia griega del siglo V, dis tintos sistemas culturales: 1) los p roced im ien to s, decisivos para las ciencias y la filosofía, de la p ru eb a y la d em o stra ción; 2) la retórica en tan to que arte de la persuasión; y 3) el género de la «historia» o c o n o c im ie n to m ed ian te inda gaciones, testim onios, recuerdos, utilizado en relación con el estudio de la naturaleza, que A ristóteles convertiría en u n saber en ciclo p éd ico .73
72 J.P . V ern an t ha sostenido la tesis de la influencia del pensam iento social acerca del o rd en y la ley, surgido al hilo del proceso de cons tru c c ió n de la polis, en la co n cep ció n del cosm os, en el pen sam ien to fí sico de los p rim ero s filósofos griegos. La razón g n ega abandona el h o riz o n te del m ito en el c a m p o de la o rg a n iz a c ió n de la ciu d a d , su e s e n c ia es, p u e s , p o lítica; d e s d e a h í se p r o y e c ta r ía s o b r e o tro s ám b ito s.(J.P .V ern an t.- Los orígenes del pensamiento griego, E udeba, B u e nos A ires, 19836, (ed. original 1962), trad. M . Áyerra: vid. especial m e n te pp. 82-107) 73 VFJ, pp. 6 4 -6 5 .
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£1 p ro c e d im ie n to de la indagación resurgirá de nuevo en la Edad M edia. Su desarrollo tendrá lugar en co n ex ió n , p o r una parte, con la revitalización del D e rec h o rom ano, en sustitución del G erm án ico , d u ran te el im p e rio carolingio y más tarde d u ran te los siglos xil y xill, y p o r otra, en relación co n la gestión de bienes, y de almas, de la Iglesia a lo largo de la E dad M edia — gestión que servirá de m o delo a la adm inistración de justicia del Estado— ó 4 Este m o d e lo «inquisitorial» irá p e n e tra n d o progresiva m en te desde la E dad M edia en distintas disciplinas, hasta el p u n to de constituirse en «una de las instancias de fo r m ación de las ciencias em píricas» (c -7 1 -7 2 , p. 285). G e o grafía. A stronom ía, y más tarde, en el XVI y X V II, M e d i cina, B otánica y Z o o lo g ía serían d o m in io s que se habrían beneficiado de su uso. E B acon, «este adm inistrador» (c 7 1 -7 2 , p. 285), sería qu ién lo sistem atizaría m e to d o ló g i c a m e n te .7'’ El p ro c e d im ie n to de la indag ació n se e x te n derá ig u alm en te al proceso de g u b ern a m en ta liz a ció n , en el te rre n o de la e co n o m ía, del análisis de las riquezas, de los in fo rm es sobre la p o b lació n , desarrollados a p a rtir del Clasicism o. La c o n stitu c ió n de disciplinas c o m o la Esta dística o la E c o n o m ía política tendría que ser puesta en relación co n esta situ a ció n .747576 Al m ism o tie m p o que la indagación sustituía en la p rác tica ju dicial al sistema de la «prueba», las influencias de esta últim a desaparecían del cam po del saber. La alquim ia m e dieval term in aría u n ie n d o su destino al de la «prueba»: se ría sustituida p o r los saberes unidos a la indagación. Los p ro ced im ien to s alquím icos co nstituían una especie de lu cha con la naturaleza p o r arrancarle sus secretos, de ahí su carácter de «reglas jurídicas», indicativas de c ó m o se ha de actuar, de qué invocaciones, lecturas hacer, etc. El sistema d e la disputatio, im p e ra n te en la u n iv e rsid a d m e d ie v al, constituye otro ejem plo del p ro c e d im ie n to de la «prueba» en el d o m in io del saber. Los adversarios trataban de m o s trar a través de su to rn e o re tó ric o las auto rid ad es que en definitiva respaldaban sus tesis. El p ro c e d im ie n to de la in dagación entraría en conflicto co n esta form a del saber.77 74 V FI, p p . 6 5 -8 8 ; C - 7 1 - 7 2 , p. 28 4 . 75 VFf, p. 85; C-71-72, p. 285; SP, P. 227. 76 VFf, p. 84. 77 VFf, p p . 8 5 -8 7 .
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La gam a, pues, de saberes ligados a esta técnica de o ri gen ju ríd ico -ad m in istrativ o y religioso, la enquéte, es m uy am plia, «pertenecem os a una civilización inquisitorial» (c 7 1 -7 2 , p. 285) nos dice Foucault. Y sin em b arg o ésta, su «u’irkliche Historie», su g e n ealo g ía, v en d ría a ser rá p id a m e n te velada p o r esa histo ria co n stru id a p la tó n ic am e n te en la q u e la verdad aparece c o m o antitética al poder: «Un día ha llegado, muy pronto, en que el empirismo ha ol vidado y recubierto su comienzo. Pudenda origo. Ha opuesto la serenidad de la indagación a la tiranía de la Inquisición, el conocimiento desinteresado a la pasión del sistema inquisitorial (...); pero la Inquisición no ha sido mas que una de las formas — y durante largo tiempo la más perfeccionada— del sistema inquisitorial que es una de las matrices juridico-políticas más importantes de nuestro saber». (c-71-72, p. 285) La fo rm a de sab e r-p o d e r constituida p o r el examen es la q u e ha m e re c id o un análisis más detallad o p o r parte de F oucault. E n ella se in teg ran dos técnicas del p o d e r disci p linario, la «vigilancia jerárquica» que trata de so m eter las c o n d u c ta s a un ré g im e n ex h au stiv o de v isib ilid ad , y la «sanción n o rm alizad o ra» , m e ca n ism o de m ic ro p e n alid ad p o r el q u e se estab lece un c o n tro l n o rm a liz a d o r sobre c o m p o rta m ie n to s respecto a los q u e el sistema de la Ley es in d iferen te.78 El exam en es u n a observación rigurosa que clasifica, diferencia y sanciona. En él se cumple- de m o d o ejem p lar la unidad de la doble dim en sió n , propia de toda técnica disciplinaria, de in s tru m e n to de co n tro l y m edio de e x tra cc ió n de c o n o c im ie n to , de «sujeción de los que son percibidos co m o objetos y objetivació n de los q ue son sujetados.» (SP, p. 187). D ispositivo, pues, de sab er-p o d er q u e en el e n fo q u e fo u cau ltian o adquiere u n papel fu n d a m en tal en el desarrollo del saber acerca del h o m b re, desde la m edicina hasta la pedagogía. E n el d o m in io h o s p ita la r io la p rá c tic a del e x a m e n — que cobra la form a de la «visita», de la inspección m é dica— vinculada a otras m edidas disciplinarias c o n trib u i rán al desbloqueo epistemológico de la m edicina. En v irtu d de ,K S obre estos dos m ecanism os de p o d er, vigilancia jerárq u ica y san ción n orm alizadora ver SP, p p 173-186.
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ello el hospital se c o n v ierte en lugar de fo rm ació n y trans m isión de co n o cim ien to s. La escuela deviene igualm ente aparato de ex am en p e r m an en te, instancia de clasificación positiva, de control de la transm isión fiel de un saber, y tam bién m ed io de ex trac ción de co n o cim ien to s: «la edad de la escuela «exam inatoria» ha m arcado el co m ie n zo de una pedagogía que fu n ciona co m o ciencia» ( s p , p. 189). El exam en p o n e en m archa tres proced im ien to s: 1) Invierte la economía de la visibilidad en el ejercicio del po der: som ete a u n d o m in io de visibilidad a aquellos sobre los que se ejerce. Es un p o d e r q u e se oculta al tiem p o que desvela a los que som ete. C o m o en el P an ó p tico de B en tham , los sujetos son observados p o r alguien n o observable; p rin c ip io de una m irada no recíproca. Lejos queda la e x h ib ició n fastuosa del poder. 2) Hace entrar la individualidad en un campo documental. Es preciso prestar aten ció n a todas estas p equeñas técnicas, desarrolladas en diversas instituciones, de registro, archivo, tran scripción de d o cu m en to s, redacción de in fo rm es, ela b o ración de fichas, sistemas de clasificación, etc. N o sola m e n te constituyen un m e d io cada vez más p erfeccio n ad o de organización adm inistrativa, de o rd en ació n , y tam b ién una especie de base m aterial, de alm acen am ien to de una masa de datos, sino que su relación con el saber tien e un alcance m ayor: p e rm ite q u e la individualid ad ingrese en u n cam po de c o n o cim ien to , q u e el um bral de la ciencia se abra a la captación de lo singular; las pequ eñ as técnicas de d o c u m e n ta c ió n «han p e rm itid o el d esbloq u eo e p istem o ló g ico de las ciencias del individuo.» (SP, p. 192). E n u n pasaje de Vigilar y castigar,7'* F oucault, hablando de «las cosillas», las «minucias», a las que atiende la técnica disciplinaria para p o n e r «bajo co n tro l parcelas m en o res de la vida y del cuerpo» (SP, p. 142), hace referencia a una posible Historia del detalle q u e iría de La Salle a B onaparte «rozando Leibniz». F o ucault n o explícita la referencia al a u to r de la Monadología, au n q u e parece aludir a sus estu dios sobre el cálculo infinitesim al. Sin em b arg o , ¿no ha SP, p.142. 131
sido L eibniz el p en sad o r del individuo ?. L eibniz in te n tó en el plano categorial, m ed ian te la fo rm u lació n del princi pio de los indiscernibles;, superar el plan team ien to de A ristó teles, para qu ién la diferencia individual no estaba fundada en razón y en consecuencia los individuos q u ed ab an fuera de la racionalidad, d istinguidos p o r m era accidentalidad, m u ltiplicación cuantitativa en el espacio y el tiem p o . E n A ristóteles la diferencia q u e cuenta, que tien e peso o n to lógico, se sitúa siem pre en u n nivel de universalidad, es la diferencia que distingue a las especies p e rte n ec ie n te s a un m ism o género. N o cabe, pues, ciencia de lo individual. Para Leibniz, sin em bargo, espacio y tiem p o n o es lo que diferencia a las individualidades, no son factores ex tern o s a las cosas; éstas se diferencian in trín secam en te, en sí m is mas, siendo el espacio y el tie m p o expresión de la d iferen cia, de la relación entre éstas. La relación diferencial es in trínseca. El indiv id u o queda in teg rad o en razón, incluido en el o rd e n categorial.8® H ay otra historia de la superación del lím ite aristotélico, y es la de esta serie de ínfim os m ecanism os que tejen la red disciplinaria; red q u e en los tiem pos de L eibniz se ex ten d ía a través de todos esos «seres p o r agregación» q ue en definitiva eran las diversos in stitu cio n es, cu arteles, co le gios, talleres, etc. Esta, no cabe duda, es una historia más m odesta, de m e n o r rango, p ero n o de m e n o r im portancia, ya que nos habla del verdadero humus del saber: «problema de la entrada del individuo (y ya no de la espe cie) en el campo del saber;(...) A esta simple cuestión de He cho, corresponde sin duda una respuesta sin gloria: es preciso mirar del lado de los mecanismos de examen, del lado de la formación de ¡os dispositivos de disciplina, y de la formación de un nuevo tipo de poder sobre los cuerpos. ¿El nacimiento de las ciencias del hombre? Hay que buscarlo verdaderamente en80
80 V éase al respecto: L eibniz.- N ouveaux Essais sur V'Entendement H ú mame, X X V II (Nuevos ensayos sobre el entendimiento humano, Ed. prepa rada p o r J. E cheverría, E. N acio n al, M adrid, 1977, p. 267 -2 6 8 ). Leib n iz .- C a rta a A rnauld, 1 4 -V II-1 6 8 6 . S o b re el p u n to en A ristóteles: Metafísica, Z ,1 5 ,1 0 3 9 b 27 -1 0 4 0 a 7; 1.9, 1058a 37 - 1058b 12. Sobre la cuestión p u ed en consultarse los siguientes trabajos de V. G ó m ez Pin: «Aristóteles», en Los filósofos y sus filosofías, V icens V ivens, vol. I, B arce lona, 1983, pp. 6 7 -2 0 2 , p. 89 y ss; «Leibniz» en Ibid., vol.II, pp. 161183, pp. 1 61-173; Hegel, D opesa, B arcelona, 1978, p.42 y ss.
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estos archivos de poca gloria donde se ha elaborado el juego moderno de las coerciones sobre los cuerpos, los gestos, los com portamientos. » ( sp , p. 193). 3) El examen hace de cada individuo un caso. P ro c e d i m ie n to detallado, m inucioso de registro de la individuali dad, el exam en tiene vocación de universalidad, se dirige a todos y cada uno. Establece diferencias, jerarq u iza, otorga rangos, ciertam en te, pero h aciendo pasar p o r su tam iz la pluralidad. El o b je to del ex am en n o es n in g ú n «héroe», n in g u n a p e rs o n a lid a d c a rism á tic a , es u n « cu alq u iera» . C o m o en lo relativo a la eco n o m ía de la visibilidad, tam b ién aquí se invierte el foco de aten c ió n . T o d o este va riad o aparato de tran scrip ció n de la individualidad p o r el que se elabora una precisa y densa biografía se d irige a los sin n om bre. La n arració n épica es sustituida p o r los ex p e dientes clínicos. Su objetiv o n o es serv ir c o m o « m o n u m e n to para u n a m e m o ria fu tu ra, sino d o c u m e n to para u na utilización eventual» (SP, p. 193). La técnica del exam en ha sido, c o m o se ha ap u n tad o ya, de una e n o rm e fecundidad para las ciencias del h o m b re:
«El examen: medio de fijar o de restaurar la norma, la re gla, la división, la cualijicación, la exclusión; pero también matriz de todas las psicologías, sociologías, psiquiatrías, psicoa nálisis, en resumen de lo que se llama las ciencias del hombre» (c-71-72, p. 284).
A diferencia de lo o cu rrid o con las ciencias de la natura leza, que se desligaron de las formas de saber-poder situadas en su orig en (medida, indagación), las ciencias hum anas per m anecen ligadas a este m ecanism o disciplinario del exam en. P ueden servir de ejem plo las ciencias de raíz «psi», que sólo en apariencia se alejan de los m ecanism os disciplinarios: «La psicología escolar está encargada de corregir los rigores de la escuela, como la entrevista médica o psiquiátrica está encar gada de rectificar los efectos de la disciplina de trabajo. Pero no hay que engañarse; estas técnicas no nacen más que reenviar a los individuos de una instancia disciplinar a otra, y reprodu cen, bajo una forma concentrada o formalizada, el esquema de poder-saber propio de toda disciplina.» (SP, p. 228).
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El m é to d o m ism o q u e em plean las ciencias hum anas, las técnicas de q u e se valen en su actividad, en su proceso de p ro d u c c ió n de la verdad, vehiculan las relaciones de poder. P o r lo dem ás, M edida, indagación y exam en, n o d eb en verse co m o técnicas perfectam en te delim itadas entre sí, o específicas de u n d e term in a d o tip o de ciencias, p o r ejem plo la encuesta c o m o distintiva de las ciencias naturales. De Jacto tales técnicas se han c o n ju n tad o en los distintos sabe res. E n respuesta a las cuestiones planteadas p o r los geógra fos de Herodote citaba Foucault el ejem plo de la G eografía c o m o disciplina en la que se utilizan las tres técnicas.81 E n lo c o n c e n lie n te a la form a de sab e r-p o d e r de la con fesión habría que situar su o rig e n en el te rre n o religioso, en el cristianism o prim itivo, en la práctica de au to m o stració n del sujeto: la exagoreusis, consistente en la verbalización ex haustiva, confesión de los m o v im ien to s del pensam iento, deseos e in te n c io n e s. Es u n a p ráctica desarrollada en la vida m onástica. F oucault la analiza siguiendo los textos de C asiano. E l objetivo p rim o rd ial del cen o b ita es la c o n te m p lación divina, lo q u e sólo p u e d e alcanzarse a través de la p u rific a c ió n , de la e lim in a c ió n de to d o aq u ello q u e en n o so tro s aparta el alm a del b u e n cam in o . La exagoreusis sirve a este objetivo, y se in teg ra en los p ro ced im ien to s de d ire c c ió n esp iritu al q u e rig e n la vida de los m o n jes. El m o n je se so m ete c o n espíritu de o b ed ien cia in co n d icio n al al m aestro; la o b ediencia se convierte en u n estado p e rm a n e n te y globalizador; en todos los aspectos de su c o m p o r ta m ie n to el m o n je es u n ser guiado; su yo qu ed a p o r c o m p le to anulado. E n ese estado de total en treg a el m o n je lleva a cabo el ex am en de co nciencia y la confesión o exa goreusis. R e sp e c to al p rim ero , el sentido es m u y distinto del q u e e n c o n tra m o s en S éneca o E p icte to , p o r m u c h o q u e C asia n o u tilic e té rm in o s y m etáfo ras, c o m o la del cam bista, to m ad o s de la filosofía antigua. El e x am e n de c o n cie n c ia n o tien e, en el a u to r cristiano, el sen tid o de ejercicio c o m p ro b a to rio de la c o rresp o n d en cia de unas ac c io n es o respuestas c o n unas reglas o p ro y e c to de c o n ducta. El ex am en cristiano o pera sobre la base de u n p rin 81 «Preguntas a M ichel F o u cau lt sobre G eografía» en Microfisica del po der, o p . cit. p.121.
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cipio h e rm e n e ú tic o , se m a n tien e a ten to a todos los m o v i m ien to s del pensam iento, c o m p ru e b a su naturaleza, si n o esco nden o disim ulan un deseo co ndenab le, alguna im p u reza, alguna fuerza que aparte al alma de la co n tem p lació n divina: «Se trata de tomar el movimiento del pensamiento (cogitatio—logismos), de examinarlo bastante a fondo para asir su origen y descifrar de donde viene (de Dios, de sí mismo o del diablo) y hacer una selección» (c -1979-80, p. 451) C o m o vem os se trata de una la b o r de d escifram ien to para dejar lim pio nuestro esp íritu , elim in ar de él lo im puro, la falsa m oneda. Para q u e esa selección, p o r la q u e se destierran los malos p en sam ien to s y se restaura la p u reza, se lleve a p erfecto c u m p lim ien to es precisa la exagoreusis, la confesión al m aes tro de los m o v im ien to s del alm a, la ap ertu ra de la propia in te rio rid ad . El sabrá aconsejar y localizar co n m e jo r tin o el m al. Esta c o m u n ic ac ió n al m aestro n o consiste en un repaso analítico de los pecados; la confesión sistem ática de faltas es algo tardío: «En cuanto a la confesión prescrita por Casiano, no es la simple enunciación de las faltas cometidas ni una exposición global del estado del alma; debe tender a la verbalización per manente de todos los movimientos del pensamiento.» ( c - 1979-80, p. 451) Es p recisam ente esta verbalización el p u n to crucial de la exagoreusis. Ese dar palabra a to d o lo q u e bulle en nuestro espíritu es en sí m ism o c o n ju ra d o r del m al, aún sin la in terv en ció n del m aestro. La luz de la palabra disipa las ti nieblas del M alig n o ; lo d e m o n ía c o es in c o m p a tib le co n ella. Es p ro p io de los m alos pensam iento s la o b scu rid ad , el d iscu rrir en el o cu ltain ien to , de ahí la tarea difícil y a la vez infinita de re c o rre r todos los pliegues de la co n cien cia para ilum inarlos m ed ian te la expresión verbal; ella es per se purificadora. La e x te rio riz a c ió n de sí, c o m p o rta la an u lació n de sí. La laboriosa tarea de sacar a la luz la propia in te rio rid a d c o n lleva «el desapego respecto de sí y la c o n stitu ció n d e una 135
re la ció n c o n sig o q u e tie n d e a la d e stru c c ió n de sí» (c 1 9 7 9 -8 0 , p. 452). D e c ir la verdad de sí se co n v ierte en an iq u ilació n de sí. Esta práctica de verbalización de la in terio rid ad , para sí y para otro, cobraría co n el tie m p o una im p o rtan cia cada vez m ayor. E n el con cilio de Letrán (siglo X lli) se im p o n drá la obligación de la confesión para todos los fieles; los p ro c e d im ie n to s de ex am en , de autoanálisis ad q u irirán un im p o rta n te desarrollo desde el siglo x v i, tan to a través de la R e fo rm a c o m o del catolicism o de T rento. D el cam po de la espiritualidad religiosa, y de su em pleo p o r p a rte de la Inquisición, la confesión pasaría p o sterio r m en te, co b ra n d o una form a nueva, pero sin dejar de aso ciarse a relaciones de poder, a ser integrada en nuevos es p a c io s : j u s t i c i a , p e d a g o g ía , m e d i c i n a , s e x o lo g ía , crim in o lo g ía, psicoanálisis, literatura, filosofía. E n La voluntad de saber se e x p o n e el análisis de u n caso co n creto , el de la in te g ra ció n de la confesión en u n dis cu rso c ie n tífic o sobre el sexo. Esta rec o d ific ac ió n de la confesión en esquem as de cientificidad se operaría a través de cinco p ro c e d im ie n to s q u e en el psicoanálisis alcanzarán su más clara exp resió n :82 1) codificación clínica del «hacer hablar» (co m b in ació n de la confesión co n el exam en, el in te rro g a to rio , la hipnosis, la asociación libre); 2) p o stu lado de una causalidad general y difusa (que co n d u ce a no o m itir n in g ú n detalle p o r ín fim o q u e sea, to d o debe ser m anifestado); 3) p rin c ip io de una latencia intrínseca a la sexualidad (idea de u n fu n c io n a m ie n to obscuro y su b te rrán e o que exige un re d o b la m ie n to en el esfuerzo de sacar a la lu z , de d esv elar el s e c re to q u e se o c u lta al su jeto m ism o q u e lo padece); 4) m é to d o de la in te rp re ta ció n (la co nfesión c o m o u n signo cuya verdad el e x p erto debe es tablecer); 5) m edicalización de los efectos de la confesión (lo sex u al se c o lo c a b a jo la cesu ra n o rm a l-p a to ló g ic o , a b a n d o n a n d o su á m b ito m o ra l de la falta o p e ca d o ; la co nfesión se co n v ierte en c o n d ició n de la terapia). Este m e d io de p ro d u c c ió n de verdad im plica siem pre una relación de poder, una instancia e x te rio r o in te rn a li zada q u e inquiere, que ju zg a, q u e exige la vigilancia de sí, q u e castiga o libera, q u e consuela o cura. U n proceso de 82 VS, p p .8 7 -9 0 .
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assujettissement se o pera en este d e b er de d ecir la verdad sobre el sexo; pau latin am en te el sexo se co n v ierte en n ú cleo d e fim to rio de la p ro p ia in d iv id u a lid a d , de m an era q ue la esforzada tarea de esclarecim iento de esta obscura realidad será al m ism o tiem p o aquella p o r la q u e el sujeto se dice la verdad sobre sí, construye su propia subjetividad. La confesión se constituye en una fértil técnica de p ro d u cció n de discursos de verdad, pero tam b ién de sujeción de los individuos, al vincularlos a relaciones de sum isión, al c o n fo rm a r una subjetividad lastrada p o r la relación que el in dividuo m an tien e consigo m ism o. 3.2.3.
La relación sujeto-objeto, teoría-praxis
El m é to d o arq u eo ló g ico p o n ía radicalm ente en cu estió n la teoría clásica del co n o cim ien to , en particu lar las catego rías de sujeto y objeto. La red de las prácticas discursivas elim inaba la idea de un cogito, ám b ito in tem p o ral en el que la génesis del c o n o c im ie n to tenía lugar, la idea de u n su je to fundador, unificador. Así m ism o se acababa n o sólo co n la idea de u n referente ya dado, p reco n stitu id o , al que el discurso se dirige, o co n la idea de o b je to co m o c o rre lato del «enunciado», sino ta m b ién c o n la co n sid eració n del o b jeto en tan to que elem en to unifican te de una d e te r m inada fo rm ació n discursiva. Frente a ello la arqueología nos m ostraba, en efecto, las reglas de fo rm a c ió n d e te rm in a n te s de las posiciones del sujeto, el c o n ju n to de relaciones que situaban el p u n to de em ergencia de los objetos, sus planos de dispersión, etc. D esde el m o m e n to en q u e centra su a ten ció n sobre las prácticas de p o d er, la genealogía in tro d u ce, pues, una d i m en sión nueva en este p lanteam iento, una d im en sió n que afecta a la c o m p ren sió n de las categorías de sujeto y o b jeto y de su relación. La crítica de las categorías propias de la teoría clásica del c o n o cim ien to , de la filosofía de la con ciencia, adquiere un m ayor m o rd ie n te .83 El acen to para su recusación ya n o recae en el específico espacio de la dis83 Sobre la p o sició n nietzscheana de F oucau lt frente a la teoría del co n o cim ie n to , tan to la del tip o «cartesiano», c o m o «hegéliano», v er R . R o rty .- «Foucault y la epistem ología» en D . C . H o y (co m p .).- Foucault, N . V isión, B uenos Aires, 1988, (ed. original 1986), pp. 51-60.
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cursividad, sino en el d e te rm in a n te ju e g o de las relaciones en tre p o d e r y saber: «el sujeto que conoce, los objetos a conocer y las modalidades de conocimiento son otros tantos efectos de estas implicaciones fundamentales del poder saber y de sus transformaciones histó ricas. En suma, no es la actividad del sujeto de conocimiento la que produciría un saber útil o reacio al poder, sino el podersaber, los procesos y las luchas que lo atraviesan y que lo cons tituyen, los que determinan las formas y los dominios posibles del conocimiento.» (SP, p. 32) Al historizar radicalm ente desde su planteam iento arqueo lógico, y en consonancia co n la epistem ología francesa, el trascendentalism o kantiano, F oucault se situaba, al m ism o tie m p o , fuera del m a rc o de la te o ría clásica del c o n o c i m ien to : las condiciones históricas de posibilidad o co n d icio nes de existencia tie n e n , e n efecto, su lugar más allá del ám b ito de la conciencia. El «panoptism o» p u e d e servir de ejem plo de c o m p ren sió n del espacio c o m o c o n d ició n de posibilidad, y, p o r lo tanto, de form a de trad u cció n co n creta, en la perspectiva foucaultiana, de las in tu ic io n e s a priori de la sensibilidad del kantism o. El sujeto de conocimiento es constituido históricamente; el elemento trascendental es confor mado por distintos factores, prácticas. Pero, a la vez, se da un paso más respecto del trascendentalism o h istó rico de la ar queología. C u a n d o e n éste se nos habla de to m ar los dis cursos «com o prácticas q u e fo rm a n sistem áticam en te los objetos de los que hablan» (AS, p. 67), la co n stitu ció n del o b je to a q u e se refiere es de carácter estrictam ente g n o seo lógico. E n la m edida, sin em bargo, en q u e la genealogía considera q u e las prácticas de c o n o cim ien to van unidas a prácticas de in te rv e n ció n real, q u e éstas fu n cio n an , según vim os ya, c o m o operadores que dan a co n o cer, la constitu ción gnoseológica de objeto se dobla de una conformación empírica. Es éste u n p u n to capital en la obra foucaultiana. El ob jeto «locura» n o es ajeno a los pro ced im ien to s de o b te n ció n de su verdad. E n el asilo del x ix la tram a de relaciones de p o d e r hacen del m é d ic o «aquel que p uede decir la verdad de la e n ferm ed ad p o r el saber que tiene sobre ella, y aquel que p u e d e p ro d u c ir la en ferm ed ad en su verdad y som eterla en la realidad.» (c -7 3 -7 4 , p. 294). El o b jeto «sexualidad», es 138
una con fo rm ació n histórica real, resultado de u n disposi tivo del que form an parte los p rocedim ien to s de su puesta en discurso. La co n fo rm ació n , en fin, de la subjetividad, el proceso de la individualización, van unidos a la conversión del h o m b re en o b jeto de co n o cim ien to . Las ciencias h u m anas han e m erg id o sobre la base de m ecanism os de inter v en ció n y m o d elació n de los sujetos: «un modo específico de sujeción ha podido dar nacimiento al hombre como objeto de saber para un discurso con estatuto «científico» ( s p , p. 28-29)
V erdad g n oseológica y verdad o n to ló g ic a guardan una íntim a relación. El proceso p o r el que algo se p ro b lem atiza,84 accede al c o n o cim ien to , es al m ism o tiem p o el de su configuración óntica. D e cir la verdad es a la vez hacer verdadero... y, al m ism o tiem po, la c o n fo rm a c ió n efectiva del o b jeto en v irtu d de las prácticas de in te rv e n ció n , en tan to q u e lo dan a ver, facilitan su entrada en el espacio del saber, es proceso de desvelam iento; hacerse verdadero posibilita decir su verdad. N o se trata, ciertam en te, de u n proceso teleo ló g ico e n el q u e el ser se aütodesveía p ro g re sivam ente, al m o d o hegeliano... O c u rre , p o r el co n trario , sin finalism o, sin c o n tin u ism o , sin a rm o n ía dialéctica: a través de instancias de poder, de prácticas de co erció n , de e n c a rn a m ie n to . A hí radica lo esencial del p la n te am ie n to de u n e «historia política de la verdad» (VS, p. 81). El p lan team ien to tradicional de la relación en tre la te o ría y la práctica queda radicalm ente subvertido. N o ya tan sólo p o rq u e la teoría se e n tien d a c o m o práctica, al m o d o de A lth u sse r83 — e n esa lín e a p o d ría situ a rse la n o c ió n de *lo 84 E n una entrevista hecha p o r F. E w ald en 1984, F oucault definía así esta n o ció n : «Problem atización n o q u iere d ecir representación de un o b jeto p reex isten te, ni ta m p o c o creació n p o r el discurso de un o b je to q u e n o existe. Es el c o n ju n to de las prácticas discursivas o no dis cursivas q u ie n hace en trar algo en el juego de lo v erd ad ero y lo falso y lo co n stitu y e c o m o o b jeto para el pensam iento» ("Le souci de la vérité» en M agazine littérairc, n° 207, M ayo, 1984, pp. 18-23, p. 18). Vid. tam bién U P , pp. 16-18; «Polernics, Politics and Problem izations» en P. R a b in o w (ed.).- The Foucault Reader, P ereg rin e B ooks, 1986, ( I a ed. en P a n th c o n b o o k s, 1984, N e w Y o rk ), pp. 3 8 1 -3 9 0 . pp. 388 y ss. 8- Vid. L. A lthusser.- La revolución teórica de M arx, trad. M . H arnecker, S. X X í, 19716 (ed. original 1965), pp. 136 y ss; p. 142; pp. 151 y ss.
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«práctica discursiva— , sino p o rq u e la práctica de c o n o c i m ie n to c o m p o rta u n a p rá c tic a de in te rv e n c ió n — b ien p o rq u e vaya ligada a ella o p o rq u e en sí m ism a lo sea— . E n ese sen tid o d e b e n e n ten d erse las técnicas de sab e r-p o d er antes referidas. La red u c ció n de lo real a «objeto» en el espacio del c o n o c im ie n to — rasgo tan criticado a la R a z ó n m o d e rn a — n o d eb e ser considerado c o m o sim ple m edio, co m o paso p rev io a la m an ip u lació n técnica, ni c o m o sim ple reflejo o paralelism o a ella co rre sp o n d ien te en el plano del pensa m ien to . La reificación en c u an to proceso h istó rico efec tivo se cu m p le a través de los m ism os m ecanism os de p ro b le m a tiz a c ió n c o g n o s c itiv a , de p ro d u c c ió n d el co n o cim ien to . E n esta d irección apunta nuestra caracterización del tra bajo foucaultiano en té rm in o s de «ontopraxeologia». P o dríam os valernos de una d eterm in ad a lectura de la p rim era de las tesis de M arx sobre F euerbach para perfilar m e jo r este plan team ien to . E n ella se reprochaba al m aterialism o n o c o m p re n d e r la realidad sino c o m o «objeto», y n o co m o «actividad sensorial hum ana», c o m o «práctica». D e ahí que «el lado activo» sólo fuera desarro llad o p o r el idealism o, p ero tan sólo de una form a «abstracta», sin llegar a c o m p re n d e r «la actividad real». Pues bien, se trataría, c o n fo rm e a la o rie n ta c ió n fo u cau ltian a, de e n te n d e r esa actividad real, m aterial, práctica, c o m o m ecanism o cognoscitivo. D e este m o d o la h isto riz a c ió n del tra sc e n d e n ta lism o co b ra una perspectiva nueva, de im p o rtan tes consecuencias para el p e n sam ien to crítico toda vez que — co n o verem os más a d e la n te — obliga a c o lo ca r en el c en tro del c u e stio n a m ie n to de la fo rm ació n social m o d e rn a la cu estió n de la verdad, la cuestión del m o d o de p ro d u cció n del saber. C u a n d o M arx hablaba de la abstracción efectiva llevada a cabo p o r la eco n o m ía burguesa co m o base posibilítadora d e la u tiliz a c ió n e rró n e a de categ o rías e co n ó m ica s p o r p a rte de A dam Stnith, e n la m edida en que, despojadas de sus d e term in a cio n e s concretas,8'1recibían un sentido ahis-
K<’ V er la «Introducción» de 1857 a la Contribución a la crítica de la eco4 nornia política, el apartado III relativo al m é to d o de la E co n o m ía p o lí tica (trad. d e j . M erin o , C o m u n ic a c ió n , M adrid. 1978J, especialm ente pp. 24 9 -2 5 0 ).
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to n c o , p o dríam os p o r nuestra parte considerar am bos pla nos — el de la abstracción te ó ric a y el de la abstracción real— c o m o o riginados sobre la base de m ecanism os c o m unes. E n la m edida en q u e nos m uestra c ó m o los resor tes de racio n alizació n , de m axim izac ión e c o n ó m ic a son inseparables de la conversión del in d iv id u o en o b jeto de c o n o cim ien to , el análisis foucaultiano de las disciplinas p o dría m uy b ien guiarnos en tal lectura. La p rá c tic a es e n te n d id a , p u es, c o m o p ro c e d im ie n to cognoscitivo, c o m o elem en to de la p ro d u c c ió n de c o n o ci m ien to y no sim plem ente co m o m edio de verificación o aplicación de la teoría. E n varios pasos, aquí y allá, de su obra, Foucault llama la aten ció n sobre la laguna significa tiva en la historia de las ciencias hum anas, que, a diferencia de la historia de las ciencias naturales, nunca se habría o c u pado de su «tecnología». Es de sobra c o n o cid o el papel del telescopio en los cam bios de la astronom ía m o d ern a, n o así el de las técnicas disciplinarias en relación con las ciencias del hom bre. Vigilar y castigar resaltaba al respecto, el signifi cado de la p risió n de M ettray (1840), «el m o d elo d o n d e se co n cen tran todas las tecnologías coercitivas del c o m p o rta m iento» (SP, p . 300) para la co n stitu ció n de la psicología, fren te al topos tra d ic io n a l que to m a ría las fo rm u la c io n e s cuantitativas de la sensación de W eber c o m o referencia. « Y sin embargo, en la formación y crecimiento de ¡a psicolo gía, la aparición de estos profesionales de la disciplina, de la normalidad y de la sujeción, alcanza sin duda la medida de un umbral diferencial» (s p ,
p. 303).
Se encierra aquí, p o r consiguiente, una fo rm a nueva de plantearse el problem a de la im p licació n del observador, co m o b ie n se echa de ver. Sus tres notas m ayores, q u e nos lim itam o s a señalar, serían: a) el p ro b le m a es a b o rd a d o fuera ya de los parám etros de la filosofía de la conciencia; b) su trascendentalism o ¡es de o rd en práctico; y c) la n a tu raleza de las p rácticas de in te rv e n c ió n es fu n d a m e n ta l m en te política. Se aco m ete de este m o d o , en fu n ció n de la co n sid era ción de las prácticas, una h isto rizació n de la relación su je to -o b je to , es d ecir u n a h isto rizació n radical de la verdad.
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Ese ám bito estructural en el que H e id eg g e r quería situar la p regunta p o r la verdad, el análisis de sus distintas y te m p o rales form as, aparece desde el p lan team ien to foucaultiano de una historia política de la verdad cu estio n ad o de una fo rm a n u ev a.87 El en fo q u e de una política de la verdad n o se lim ita, claro es, a la in te g ra ció n de las prácticas de p o d e r en lo q u e res pecta a la articulación su jeto -o b je to y sus efectos (ónticos y gnoseológicos), a la p ro d u c c ió n de co n o cim ien to , a u n que éste sea su p u n to principal. A él deb e unirse tam bién la consideración de los sistemas de transm isión y apropia ción, de la jerarq u ía establecida en tre los diversos géneros de discursos, su in terv en ció n en distintas áreas in stitu cio nales... La n o c ió n de régimen de verdad p reten d e englobar esta diversidad de factores, co m p ren d erlo s en su siem pre p articu lar articulación. E n te n d e r de este m o d o la v in cu la ció n p rá c tica s-c o n o cim ien to es lo q u e p e rm ite p lan tear la existencia de distintos regím enes de verdad según los p erío dos históricos, según las diversas fo rm acio n es sociales.88 Es fu n d a m e n talm en te su trascendentalism o p ráctico, la in te g ra ció n de las prácticas e n la p ro d u c c ió n m ism a de c o n o c im ie n to lo que sitúa este e n fo q u e más allá de los tradi cionales de la sociología del c o n o c im ie n to E n este sentido se m a n tie n e la perspectiva de la arqueología que desechaba to d o p la n te am ie n to más o m enos encu ad rab le e n las te o rías del «reflejo». Si el c o n ce p to arq u eo ló g ico de modo de existencia aplicado a los discursos p e rm itía u n a in c o rp o ra ción de las prácticas no-discursivas distinta a la de su c o n sideración co m o generadoras de co n ten id o s conceptuales o teóricos, el c o n ce p to de régimen de verdad conserva ese p u n to de m ira. Se trata n o de una im p o sició n de tal o cual c o n te n id o sin o de las c o n d ic io n e s de v is ib ilid a d y de enunciabilidad, de disposición de la relación su jeto -o b jeto . 8/ S o b re la relació n F o u c a u lt-H e id e g g e r vid.: N . F razer.- «M ichel F oucault. A « Y o u n g C onservative"?», en Ethics, 96 (O ct. 1985), pp. 165-1 8 4 , pp. 168-169; G. D e le u z e .- Foucault, op. cit. p. 66; tam bién, Poiirparlers, M in u it, París, 1990, p. 152; T . A b rah am .- Los senderos de Foucault, N . V isión, B . Aires, pp. 41 y ss.; R . K evin H ill.- «Foucault's critiq u e o f H eidegger», en Philosophy Today, vol. 34, In v iern o 1990, p p . 3 3 4 -3 4 1 . S o b re el re c o n o c im ie n to p o r p a rte de F o u cau lt de su d eu d a c o n el filósofo alem án: «Le re to u r de la m orale», en Les Nouuelies 2 8 -Ju n .-8 4 , pp . 3 7 -4 1 , p. 40. 88 M . F o u c a u lt.- «V érité et pou v o ir» op, cit., p. 25.
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3.2.4.
Poder y verdad
La c o n ce p c ió n tradicional de las relaciones entre p o d e r y verdad debe ser, p o r c o n sig u ien te , m odificada. N o es c o n d ició n para alcanzar la segunda la renuncia al p rim ero ; n o n ecesariam en te es el p o d e r padre del error, causa de falsa conciencia; no se c o n tra p o n e n p o r naturaleza, la v er dad no siem pre es revolucionaria. D el p en sam ien to g rieg o a la teoría de las ideologías esa tesis de la separación entre am bos elem en to s es la q u e ha prevalecido. A lguno de los hitos de su desarrollo h an sido subrayados p o r Foucault. El m o m e n to inicial de esa c o n c e p c ió n de una verdad ajena al p o d e r se situaría e n el inicio de la G recia clásica. E n los siglos V il y v i en la figura del «tirano» convergían el p o d e r y u n d e te rm in a d o saber; de igual m o d o o cu rría en las sociedades in doeuropeas del O rie n te m e d ite rrá n e o de finales del seg u n d o m ilenio. Tal convergencia desaparece en la «polis» del siglo v. F oucault tom a Edipo rey de Sófo cles corno ejem plo de la separación entre p o d e r y saber.S9 E dipo, aparece c o n los rasgos tradicionales del tyrannos, no sólo en lo que se refiere al arb itrio de su p o d e r sino ta m b ién con respecto al saber, pues él ha resuelto el enigm a de la Esfinge. Su saber, c o m o su poder, es exclusivo, soli tario. E d ip o desoye y aparta a los dem ás, quiere ver-saber p o r sí solo. E llo es lo que hace q u e la verdad, que a la pos tre le despojará de su p o d er, sea postergada. El p o d e r y el especial saber de E d ip o lo apartan de la verdad, detentada p o r los otros, p o r el pueblo, es decir, p o r aquellos que han visto, q u e han sido testigos, y p o r Tiresias el adivino. La antin o m ia en tre p o d e r y verdad, tal y co m o es m os trada en la tragedia de Sófocles, se convertirá en u n rasgo p e rm a n e n te de la cultura occidental. N o o tro es su verda dero «com plejo de Edipo».899091E n E l orden del discurso91 veía m os ya, p o r lo dem ás, có m o en P latón se constituye, en co n trap o sició n a los sofistas, una historia in te rn a de la ver dad, la co n ce p c ió n de una racionalidad in m an en te; el so fista, para quién el ju e g o de la verdad era in discernible del ju e g o del poder, aparece, en cam bio, to talm en te descalifi 89 Vid. la segunda de las conferencias dadas en R ío en el 73, recogida en VFJ, pp. 37-5 9 . 90 VFJ, p. 39. 91 O D . pp. 17-19, pp. 64; vid. tam b ién VFJ, pp. 57-59, pp. 155-156.
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cado en ese c o n tex to : germ ina figura últim a en la q u e esa c o n ju n c ió n v in o a m ostrarse en toda su desnudez. D u ra n te el curso 7 0 -7 1 , en el C ollége, fue analizado el m o d e lo te ó ric o de la v o luntad de saber que aparece en los textos de A ristóteles. U n m o d e lo e n el que se establece u n «lazo e n tre c o n o c im ie n to , p la c e r y verdad» ( c - 7 0 - 7 1 , p. 247), a la vez que el c o n o c im ie n to es desvinculado res p e cto del interés, de la utilidad, lo que se revela ya en el nivel m ism o de la sensación.92 A p a rtir de ahí es fu n d a m e n ta d o el «deseo natural» de c o n o ce r, sustentándose la felicidad q u e p ro p o rcio n a la c o n tem p lac ió n (teoría) en ese lazo q u e reco rre to d o el co n o cim ien to . P o r lo que respecta a la c o n fro n ta c ió n co n los análisis basados en la n o c ió n de ideología, lo p rim ero que cabe se ñalar es su co n tin u id ad a lo largo de toda la obra fou cau ltiana. Es c ierto que la crítica ideológica, es decir la crítica del carácter p seudocientífico de algunas disciplinas pese a su p resen tació n a contrario, o el efecto de e n c u b rim ie n to y ju stificació n de las relaciones de poder, n o es, ni m u c h o m e n o s , ra ra e n F o u c a u lt. P o d ría c o n s id e ra rs e d e este m o d o su crítica de la categoría de sujeto y de su fu n ció n en el cam po de la historia de las ideas; igualm ente, su crí tica de la c o m p ren sió n hum anista de la historia, su d e n u n cia del vaciam iento de las libertades de la Ilustración p o r las disciplinas; algunos aspectos del proceso de m edicalizac ió n de la locura...; al m ism o género p erten ecería el análi sis del fe n ó m e n o de naturalización y, p o r ende, de legitim a ción q u e se p ro d u ce cuando u n a disciplina n o cuestiona el c o n ju n to de prácticas — las divisiones históricas de ex clu sión sobre las q u e se asienta— com o, p o r ejem plo, la psi quiatría; su crítica, en fin, de los in ten to s de ju stificació n te ó rica de discursos c o m o el de la crim in o lo g ía, o el de la sexología en los cam pos de la m edicina o de la biología; la
1,2 El análisis de la sensación, en el m o d e lo aristotélico m ostraría los significativos rasgos siguientes: «— u n lazo e n tre la sensación y el placer; — la in d e p e n d e n c ia d e este lazo resp ecto de la u tilid ad vital que pueda c o m p o rta r la sensación; — una p ro p o rc ió n directa en tre la intensidad del placer y la cantidad de c o n o c im ie n to librada p o r la sensación; — la in co m p atib ilid ad en tre la verdad del placer y el e rro r de la sen sación.» (C -7 0 -7 1 , p. 247).
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invasión progresiva de la esfera de la razó n p ráctica p o r discursos de verdad, c o m o sucedía en el te rre n o ju ríd ico , en el que la decisión del ju e z se ve substraída p o r el in form e de los «expertos»... La proxim idad de estas críticas a las que en co n tram o s en los textos de_M arx referentes a la alien ació n , al fetich ism o de la m ercan cía, o al a h isto ricism o de la econom ía política clásica; o su cercanía a las posiciones de los frankfurtianos en lo que hace al desvela m ien to del positivism o que oculta sus posiciones ax io ló g icas; o a la crítica althusseriana del sujeto en c u an to cen tro verdadero del p e n sa m ie n to id e o ló g ic o ... Tal p ro x im id ad es, en efecto, n o to ria. F oucault ejerce, pues, cierta crítica a las funciones id e o lógicas q u e c u m p le n d e te rm in a d o s d iscu rso s. P o r o tra parte, en el plano de la teoría tam p o co queda descartado to d o recurso al análisis de las ideologías. Ya vim os tam b ién có m o en La arquelogía del saber el p lan team ien to de las re laciones entre ideología y ciencia era in co ativ am en te resi tuado. Y sin em bargo, parece claro q u e lo esencial de la crítica fo ucaultiana n o p u e d e ser c o n ce p tu a liz ad o bajo la p ers pectiva de la teoría de las ideologías. Y que, c o m o a p u n tá bam os'al com ienzo, la negativa a ad o p tar sus p la n team ien tos, sus objeciones, incluso, a los m ism os, han c o n stitu id o una co n stan te en su obra, hasta el p u n to de p o d e r afir m arse que Foucault ha prescindido m e tó d ic am e n te de ese enfoque. Las lim itaciones observadas en La arqueología del saber se m a n tie n en p o sterio rm e n te , en el m o m e n to de sus análisis sobre el poder, cu an d o se configura la n o c ió n de «régim en de verdad»; en particular se considera la p ersp ec tiva de no focalizar el vín cu lo de la ciencia con la id e o lo gía en el espacio de idealidad, de los c o n ten id o s teóricos; en vez de ello, se plantearía co m o enlace en tre prácticas de distinto género que se dan en el nivel de fo rm ació n de los objetos, de las m odalidades enunciativas, opciones te ó ri cas, etc. A hora el problem a es p lanteado n o en los té rm i nos de la relación de una ciencia co n el cam p o am plio del saber de d o n d e em erge, sino en los de la relación del p o d er con la verdad. El reproche fun d am en tal que F o u cau lt hace a la n o c ió n cié ideología se centra en su presunta in capacidad para dar cuenta de esa com pleja y m ú ltip le rela c ió n , p o r c u a n to q u e id e n tific a de fo rm a ex clu siv a el 145
efecto del p o d e r sobre el discurso co n la desviación, co n el error. D e ahí que de acu erd o co n el p lan team ien to de las ideologías la tarea del crítico consista, en consecuencia, en m ostrar d ó n d e se insertan el interés, el deseo o las p rácti cas de p o d e r que hacen q u e la verdad sea tan sólo ap arien cia de tal. La suya vendría a ser una lab o r de dep u ració n p o r la q u e la ciencia se liberaría de toda ad h eren cia ex traña, esperándose así — y a la vez— de la verdad liberada los m ás beneficiosos efectos. E l esquem a de la trad ició n platónica de una esencial in com patibilid ad en tre p o d e r y saber, es, pues, m an ten id o , lo que im plica, en definitiva, velar el poder ligado a la verdad misma, a su in citació n , p ro d u cció n , circulación, velar el p o d e r e n ju e g o en la relación de los discursos de verdad co n otros discursos, etc. Pues b ien: es p recisam en te a estos p u n to s a los que se dirige p rim o rd ia lm en te la crítica foucaultiana. La c u e s tió n de la sex u a lid a d es p a ra d ig m ática al res pecto. Al co n ceb ir el p o d e r c o m o el obstáculo que im pide el acceso a la verdad sobre el sexo, el p lan team ien to c rí tic o -id e o ló g ic o , no p e n etra en los m ecanism os de cons tricc ió n y de sujeción de los individuos que subyacen a la tarea com pulsiva de confesar su verdad, de suerte que a la p ostre tal p lan team ien to v ien e a engranarse en la estrategia q u e parecía com batir. Lo que F oucault se cuestiona n o son las defo rm acio n es o errores, sino la voluntad de saber, «que se haya co n stru id o alred ed o r del sexo y a p ro p ó sito de él u n inm enso aparato para pro d u cir, a pesar de enm ascararla en últim a instancia, la verdad (vs, p. 76).93 H e m o s insistido asim ism o, a lo largo de estas páginas en el interés de F oucault p o r sacar a la luz los elem entos de p o d e r que c o m o con d icio n es de posibilidad atraviesan la génesis de los co n o cim ien to s, en p articu lar co n respecto a los discursos de verdad acerca del h o m b re. Así, en relación co n una p articu lar técnica de saber-pod er: «Se habla frecuentemente de la ideología que llevan consigo, de manera discreta o charlatana, las «ciencias» humanas. Pero su tecnología misma, ese pequeño esquema operatorio que tiene una difusión tal (de la psiquiatría a la pedagogía, del diagnós tico de las enfermedades a la contratación de la mano de obra), 93 V id. ta m b ié n M . F o u c a u lt.- «Du pouv o ir» (entrevista, 1978) en L'Express, 6 -1 2 de Ju l de 1984, pp. 5 6 -6 8 , p. 68.
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ese procedimiento tan familiar del examen, ¿no pone en prác tica, dentro de un solo mecanismo, relaciones cíe poder-saber, que permiten obtener y constituir saber? No es a nivel de la conciencia, de las representaciones y en lo que se cree saber donde se produce el investimiento político.» (SP, p . 1 8 7 ) 94*
El últim o paso de la cita pone de relieve otro de los m o ti vos, ya advertidos en su m o m e n to arqueológico, p or los que Foucault orilla la n oción de ideología: la referencia al sujeto. Las relaciones de poder y saber no se anudan en el espacio de la conciencia sino más allá, en el ám bito de las técnicas y de las condiciones de producción. P or otro lado, la ideología parte de un sujeto ya dado, no observando que éste se cons tituye a través de las mismas relaciones de saber-poder. La rem isión que la ideología hace a una instancia d e te r m in a n te e x te rio r, la e c o n ó m ic a , es, p o r ú ltim o , ig u a l m e n te rechazada. Al hablar de los sistem as disciplinarios o b serv am o s c ó m o los m ecan ism o s de p o d e r-s a b e r eran pieza esencial para su fu n cio n am ien to , esto es, no se situa ban en un plano secundario. U n «régim en de verdad» no se ubica en un plano superestructural, sino que se co n sti tuye en c o n d ició n del desarrollo e c o n ó m ic o .93 P o r co n sig u ien te la tarea crítica q u e se d esp ren d e del p lan team ien to foucaultiano n o es tan to la de la lucha p o r la verdad contra el error, la ilusión, c u an to la puesta en cuestión de u n régimen de verdad d e term in ad o , de una es pecífica política de la verdad; no se trata de liberar la verdad del poder, sino de plantear otras relaciones en tre am bos, abogar p o r u n rég im en de verdad distinto. E n relación co n este en foque hay que e n te n d e r la figura del intelectual específico que Foucault c o n tra p o n e al in telec tual tradicional representante de la universalidad.96 A quél 34 A p ro p ó sito de las ciencias hum anas reco rd em o s co m o en Les mots et les chases se rechazaba su posible c o n c e p tu a ció n bajo los térm inos de ideología o ciencia. E n general se rechazaba la discusión in term inable acerca de su cientificidad, considerándolas c o m o especiales configura ciones epistem ológicas cuyo lugar en la epistem e m o d ern a, en p a rtic u lar cercanía a la biología, eco n o m ía y filología, habría sido establecido p o r el m é to d o arq u eo ló g ico . M C , pp. 3 76-378. M . F o u c a u lt.- «Vérité et pouvoir», op. cit., p. 26. lu id . pp. 2 2-26; «Los intelectuales y el poder», conversación con CL D eleu ze (1972), en Microfísica del poder, op. cit. p p .77 -8 6 ; «L'intellectuel sert á rassem bler les idees» en Liberation, 26 de M ayo 1973, p.2. 147
desarrolla su c o m e tid o en las diversas instituciones, en los aparatos de saber en q u e fu n c io n a n los distintos discursos de verdad. Si la figura sim bólica del intelectual universal es la del sabio ju rista o la del escritor, la del intelectual espe cífico sería la del científico, la del exp erto . A esta categoría p e rte n e c e ría n psiquiatras, genetistas, biólogos, físicos, so ciólogos, etc. Es en sus respectivos aparatos d o n d e p u ed en d esem peñar su labor crítica, de n eutralizació n de los efec tos perniciosos que se derivan de u n d e term in a d o rég im en de verdad. La lucha local llevada a cabo en el te rrito rio de la psiquiatría po d ría servir de ejem plo de la nueva tarea de los intelectuales, c o m o revela — de acuerdo co n este plan team ien to — el m o v im ie n to de la antipsiquiatría y su radi cal c u estio n am ien to de la estructura de relaciones de p o d e r que caracterizan las instituciones asilares, esto es, los lazos entre m éd ico y paciente, el vínculo fu e rte m e n te fi ja d o en tre p ro d u c c ió n de verdad y po d er, «el d erech o ab soluto de la n o -lo c u ra sobre la locura» (C -72-72, p .2 2 9 ).97 El intelectual psiquiatra trastoca unas d eterm inadas rela ciones de sab e r-p o d e r en las que parad ig m áticam en te apa recen algunos de los rasgos característicos de nuestro rég i m e n de v e rd a d . D e ahí la p re g u n ta fo u c a u ltia n a : «¿Es posible q u e la p ro d u c c ió n de verdad de la lo cu ra pu ed a efectuarse en form as que no sean las de la relación de c o nocim iento?» (c -7 3 -7 4 , p. 300). La p reg u n ta afecta a to d o n u estro ré g im e n de verdad. Su tran sfo rm ació n d ep en d e, pues, de la tarea crítica de estos nuevos intelectuales. 3.2.5. Nietzsche versus Spinoza Es en N ietzsche en q u ien F oucault en cu e n tra u n m o d elo de las relaciones e n tre p o d e r y saber ra d ic alm en te c o n trap u esto al tradicional. D e ahí su in te n to de apoyar en él, a lo largo de los setenta, sus investigaciones históricas. A parte de las anotaciones — ya citadas— en su «N ietzs che, la genealogía, la historia», F oucault entra en dos oca siones de lleno en esta cuestión relativa a la p ro b lem atización de la v o luntad de verdad: en su p rim e r curso en el 97 V id.: H .L . D reyfus.- «Foucault et la psychochérapie» en Revue ternationale de philosophie, vol. 44, n" 173, 2 /1 9 9 0 , pp. 2 0 9 -230.
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In
C o llége de France (1970-71) y en la p rim era de las co n fe rencias de R ío de 1973, recogidas en La verdad y las formas jurídicas. A ello nos aten d rem o s para seguir su in te rp re ta ció n de la posición nietzscheana. En un c o n o cid o texto de los escritos postum os N ietzsche califica c o m o «el instante más m entiro so de la historia universal» aquél en el que unos arrogantes anim ales inven taron el c o n o cim ien to .98* El c o n o cim ien to es, pues, inven ción (Erftndung). El té rm in o Erftndung, co m en ta Foucault, se o p o n e en los textos nietzscheanos al de Ursprung (origen). C o m o ya el p ro p io F o u c a u lt p ru e b a en o tro lu g a r," el c o n ce p to de orig en establece una c o n tin u id a d de esencia. El o rig e n es el á m b ito de una id e n tid a d p rim era que se conserva peren n em en te, al m argen de los avatares -siem pre de superficie- de la historia. Por otra parte, el o rig en señala el m o m e n to de m ayor perfección. La Erftndung, tal y co m o o c u rría co n los c o n c e p to s de H crkunft y Entstehung, se o p o n e a am bos aspectos; establece rupturas, d isco n tin u id a des y desvela la bajeza inconfesable de los com ienzos, las pequeñeces y m ezquindades que los pueblan. A firm ar que el co n o cim ien to es invención c o m p o rta, pues, que éste no es algo inserto en la naturaleza hum ana, que n o es potencia a la espera de su actualización; surge en u n m o m e n to pre ciso, no co m o m era prolongación de lo que ab initio estaba im p lícitam ente dado, sino c o m o resultado de u n cruce h e te ro g é n e o de fuerzas, de su c o n fro n ta c ió n . El c o n o c i m ien to no parte de un apetitus específico, n o hay una p u l sión cognitiva originaria; el c o n o c im ie n to es el p ro d u c to del conflicto entre los distintos instintos, resultante de u n com prom iso. N i continuidad teleológica, ni solemnidad del ori gen. Su co m ien zo nos lleva a otra cosa distinta de sí. N os lleva al azar de las luchas. Se p ro d u c e c o m o a c o n te c i m iento. N o hay esencia p e rm a n en te alguna en su proceso. H e aquí la síntesis foucaultiana de este razo n am ien to : «—- el conocimiento es una «invención» detrás de la cual hay algo muy distinto: un juego de instintos, de impulsos, de de seos, de miedo, de voluntad de apropiación. Es sobre la escena en que ellos se baten donde el conocimiento viene a producirse; QB El paso citad o p o r F oucau lt en VFJ, p .1 9 c o rresp o n d e a las p rim e ras lineas del te x to fech ad o en 1873, p u b licad o p o stu m a m e n te , q u e lleva p o r títu lo «Sobre la verdad y la m e n tira en el sen tid o extram oral». w V id. N GF1, p p .1 4 6 y ss.
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— se produce no como efecto de su armonía, de su equili brio feliz, sino de su odio, de su compromiso dudoso y provi sional, de un pacto frágil que están siempre dispuestos a trai cionar. No es una facultad permanente, es un acontecimiento o al menos una serie de acontecimientos». (c-70-71, pp. 247-248)
Si la idea del c o n o c im ie n to c o m o in v en ció n desecha la idea de una adecuación o rig in aria en tre aquél y la n atu ra leza h u m an a, igual o c u rre c o n la idea de u na co rre sp o n d encia estru ctu ral en tre c o n o c im ie n to y m u n d o . Éste es ajeno a to d o orden, fo rm a, ley; su ser n o tien e afinidad al guna con nuestro c o n o cim ien to . La relación cognoscitiva c o n el m u n d o no es de captación, reflejo o c o n tem p la ción, sino de apropiación y violencia. La in te rp re ta ció n es im posición de fuerzas. R e c o rd e m o s lo que se nos dice en «N ietzsche, la genealogía y la historia»: «que hombres se apoderen de cosas de las que tienen necesi dad para vivir, que les impongan una duración que no tienen, o que las aimilen por la fuerza, -ese es el nacimiento de la lógica» (N G H , p. 157) La c o n c e p c ió n nietzscheana se o p o n e así.a dos de los postulados básicos de la teoría del co n o cim ien to : la u n idad en tre sujeto y c o n o c im ie n to y la ad ecu ació n en tre c o n o ci m ie n to y m u n d o . N o de o tro m o d o p ro ced e N ietzsch e co n la idea aristo télica — a la que arrib a aludíam os— de u n deseo natural de saber sustentado en el lazo e n tre co n o cim ien to , placer y verdad. N ietzsch e disuelve, en efecto, ese vínculo. Él co n o c im ie n to n o se liga, desde su óptica, al placer, sino a la lucha; la verdad no es sino un efecto, «efecto de u n a falsi ficación q u e se d en o m in a o p o sició n d e lo verdadero y lo falso» (c-70-71, p. 248). Spinoza p u e d e servir tam b ién de co n traparadigm a de la p o sic ió n n ie tz sc h ea n a . E n u n o de los parág rafo s de La Gaya Ciencia, c o m e n ta d o p o r F o u c a u lt,100 se c ritic a la
100 Se trata del parágrafo 333 titu lad o «¿Q ué es conocer?». Vid. el co m e n ta rio de F oucau lt en VFJ, pp. 26 y ss. E n el curso 7 0 -7 1 , se p ro yectaba el análisis, en tre otros, del m o d e lo de la v o lu n tad de saber en Spinoza. C -7 0 -7 1 , p. 247.
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o p o sición spinozista entre el c o n o c im ie n to y las pasiones, la c o n d ic ió n de n e u tra liz a c ió n de éstas para q u e resulte posible aquél. Al «non ridere, non lugere, ñeque detestari, sed intelligere!» de Spinoza se o p o n e una c o n ce p c ió n en la que el en ten d im ien to , el intelligere, es ju sta m e n te resultado del conflicto, de la lucha, y del postrero y frágil pacto de los distintos im pulsos, del reír, del dep lo rar y detestar. N ietzsche invierte, pues, la relación. Los im pulsos que subyacen al c o n o c im ie n to n o estable cen una relación serena o placentera co n el objeto. M ar can, p o r el co n trario , una distancia respecto a él; co n fig u ran una a c titu d negativa de p ro te c c ió n , d esv alo ració n o d estrucción. N o se da, p o r tanto, n in g ú n afecto que nos lleve al ob jeto , n in g u n a erótica del c o n o cim ien to , sino una obscura v o lu n tad negativa de c o n fro n tació n co n él. N in guna relación de a rm ó n ica asim ilación, de ad ecu ació n con el objeto, sino de lucha, de poder. La c o n c e p c ió n de S p in o z a es p a ra d ig m á tic a d e u n a acendrada tradición en la filosofía occid en tal que plantea el c o n o c im ie n to en té rm in o s de b eatitu d , u n id ad , ad ecu a ción. Eso es lo q u e hace -piensa F o u c a u lt- que N ietzsch e se o cu p e del filósofo holandés. N o es desde la filosofía, con sus form as de ascetism o, sino desde la política, desde d o n d e u n o ha de aproxim arse al c o n o cim ien to . N o es el m o d elo del eros sino el del pólemos el q u e nos allegará más fiel m e n te a su c o m p re n sió n . C o h e re n te m e n te c o n to d o su e n fo q u e F o u cau lt nos re c o m ien d a q u e in te rp re te m o s los textos nietzscheanos desde este ángulo de c o n trib u c ió n a una política del conocimiento, de la verdad. Y así, la negación nietzscheana de la existencia del conocimiento en sí se e n te n d ería n o more kantiano, sino c o m o rech azo del c o n o c i m ie n to e n tan to q u e estru ctu ra universal, en la m edida en q u e aquél n o es sino acontecimiento, resultado de u n c o n ju n to de c o n d icio n es históricas q u e no son de naturaleza cognitiva. P o r esto m ism o el perspectivism o de N ietzsch e n o debe ser, p o r otra parte, in te rp re ta d o en u n sen tid o n a turalista: en té rm in o s de lim itació n en v irtu d de la c o n fo r m ació n específica de la naturaleza h u m an a. El p ersp ecti v is m o c o g n o s c i t i v o c o m p o r t a la c o m p r e n s i ó n d e l c o n o c im ie n to c o m o efecto de las operacio n es, prácticas, estrategias, a través de las q u e el h o m b re reacciona ante e in te rv ie n e en la realidad. P ersp ectiv ism o h is tó ric o -p o lí151
tico, pues, no sustancialista. El saber, los m odelos de v er dad, los d o m inios del co n o cim ien to , y el sujeto m ism o se con stitu y en a través de particulares y tem porales relaciones de fuerza. N ietzsche sienta así las con d icio n es para una efectiva his toria de la verdad. La c o n ce p c ió n onto p rax eo ló g ica fo u cau ltiana e n la q u e las prácticas de p o d e r son posibilitadoras de c o n o cim ien to , constitutivas del o b je to a la vez q u e desveladoras del m ism o, una c o n ce p c ió n q u e se despliega en un p lan o h istó rico (prácticas judiciales e indagación, técnicas disciplinarias y exam en, etc.), es una frag m en taria plasm ació n de ese proyecto d e u n a historia p olítica de la verdad. Q u e F o u cau lt desbiologiza, despsicologiza, e historiza rad icalm en te a N ie tz s c h e 101 en aras de o b te n e r u n a guía más adecuada en la pro secu ció n de su línea o n to p ra x e o ló gica es algo q u e ya h em os p u e sto de m anifiesto en varios m o m e n to s de este trabajo. F o ucault ha reco n o cid o más de u n a vez su le ctu ra in teresad a — lo v u elv e a h a c e r en la conferencia del 73 de la que nos venim os o cu p an d o . Su lectura está guiada más p o r el á n im o de utilizar to d o aq u e llo q u e pu ed a servir a su proyecto, q u e p o r la p reten sió n de estricta fidelidad.
101 S obre el carácter psicologizante y naturalista de la co n ex ió n en tre intereses y c o n o c im ie n to q u e term in a ría p o r desech ar la posibilidad m ism a de este últim o, al sustituir la teoría del c o n o c im ie n to p o r una teo ría perspectivista de los afectos, véase: H a b e n n a s.- Conocimiento e in terés, trad. M . Jim é n e z , Ivars, M a rtín Santos, revisada p o r V idal B en ey to , T au ru s, M adrid, 1982, (ed. original 1968), pp. 2 8 6 -2 9 5 . P uede v erse d el m ism o a u to r: «La c rític a n ih ilis ta d e l c o n o c im ie n to en N ietzsche» T rad . de C . Ignacio T rev ijan o y S. Leira, en Sobre Nietzsche y otros ensayos, T e c n o s, M a d rid , 1982 (ed. o rig in al 1968), especial m e n te pp. 44 -5 9 . C re e m o s q u e la histo rizació n de las prácticas llevada a cabo p o r F o u cault, su p la n te a m ie n to de la relació n p o d e r-sa b e r en una d irecció n pragm ático -trascen d en tal y en el m arco de la n o c ió n «régim en de ver dad» evita el in cu rrir en u n a d iso lu ció n nihilista del c o n o c im ie n to . H a berm as (El discurso filosófico de la modernidad, op. cit., pp. 3 2 6 -3 3 0 , 334 y ss.) n o lo ve así. C o n sid era q u e el en fo q u e p rag m ático trascendental n o llega a plasm arse de form a c o n v in c e n te , toda vez q u e no se d e m uestra c ó m o las estrategias de p o d e r se trasform an en procesos cog noscitivos constitu y en tes, y q u e, en definitiva, el perspectivism o de los afectos v en d ría a ser su stitu id o p o r u n p erspectivism o del p o d e r cuyo relativism o resulta ig u alm en te destru cto r.
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S u b je tiv id a d
Q u e la cu estió n de la subjetividad en F o u cau lt n o es, ni m u c h o m enos, u n tem a que surja en el ú ltim o tram o de su obra, es algo q u e c o n solo h acer una lectura detenida de sus trabajos de investigación histórica, especialm ente de Historia de la locura, queda fuera de toda duda. E n ellos se p o n e especialm ente de relieve c ó m o la c o n stitu ció n de los discursos de las ciencias hum anas, unida a prácticas de p o der, ha sido u n a pieza capital en la c o n fo rm a c ió n de los sujetos. La objetivación cognoscitiva del h o m b re ha sido el m ecanism o fundam ental de su subjetivación real. Poder, ver dad y subjetividad no son desligables. La obra foucaultiana se ha o c u p a d o desde el c o m ie n z o de so m e te r a la h isto ria aquello que, según N ietzsche, quería p o r todos los m edios sustraérsele: la subjetividad. E n los últim os años F oucault tendía a globalizar to d a su obra bajo esa perspectiva de h isto rizació n de la subjetivi d a d .J Esta totalización de su p ro p io trabajó ha te n id o la v irtu d de resaltar la centralidad de u n tem a cuya presencia sólo es, a m e n u d o , re c o n o c id a en sus últim as obras. La D E , p. 2 97-298.
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c o m p re n sió n del c o n ju n to bajo la n o c ió n de «modos de subjetivaciótn n o deja de plantear, de todas m aneras, y a pe sar de las d istin c io n e s in tro d u c id a s p o r F o u c a u lt, cierta con fu sió n , en la m edida en q u e según los casos se trata de una co n stitu ció n efectiva de los sujetos reales, o, lo que es algo m uy diferente, de una crítica in trateó rica de los dis cursos de las ciencias hum anas, de cuyas aporías la catego ría de sujeto es trasfondo. D e cara a evitar equívocos con respecto al lugar de este tem a en la obra de Foucault, y especialm ente con relación a la estim ación de sus últim os trabajos, su continuidad o ru p tura con los anteriores, convendría tal vez distinguir y sub rayar dos grandes direcciones: U na investigación histórica de los procesos de in d ividuación, de c o n fo rm a c ió n em pírica de los sujetos, de la subjetividad, en fin. Y una crítica de la categoría de sujeto, de su delim itación en los discursos de las ciencias hum anas, de su proyección en la historiografía, y en particular en la historia de las ideas, de su n o -lu g ar en el espacio de la literatura, etc. Las dos orientaciones no care cen, obviam ente, de relación m utua: ambas se entrecruzan. La prim era se rem onta al inicio de sus trabajos, en particular a Historia de la locura, au n q u e ya ahí se perfila la presencia de la segunda dirección- una crítica de la historiografía h u m a nista, de las paradojas del antropologism o... Lo m ism o p o dría decirse de los trabajos realizados a lo largo del decenio de los setenta (C ursos del C ollége, VFJ, SP, VS); más p ro blem ática resulta su c o n ju g a c ió n — c o m o verem os ense guida— en los ochenta (U P, SS). La segunda d irección, de crítica teórica y m eto d o ló g ica, llega a autono m izarse, desapareciendo la línea de la su b jetivación crítica, en to rn o a la segunda m itad de los sesenta (en p a rtic u la r en Las palabras y las cosas y La arqueología del saber); aú n en este caso la línea de co n fro n tació n teó rica co n las filosofías del sujeto n o deja, c o n todo, de venir li gada a u n a im p recisa — y se s u p o n e q u e tra n sg re so ra apuesta p o r otra fo rm a de subjetividad, descentrada, frag m en taria, desindividualizadora, anunciada en la ap ertu ra al ser m ism o del lenguaje. Tan solo en el despliegue de la p rim era o rie n ta c ió n se da el en trelazam ien to en tre poder, saber y subjetividad; e ig u alm en te sólo en ella e n co n tram o s u n tratam ien to sensu stricto de la subjetividad. Es esa la línea que nos interesa re154
saltar en nuestra in te rp re ta ció n , y a la q u e en consecuencia prestam os m ayor aten ció n , no obstante antes de p ro ced er a diferenciar el nivel de reflexión te ó rica que al respecto e n c o n tra m o s e n F o u c a u lt d e ja re m o s a p u n ta d a s p re v ia m e n te algunas anotaciones referentes a la crítica de la cate goría de sujeto, esto es, sobre la segunda de las o rie n ta c io nes m encionadas.
1.
Crítica de la categoría de sujeto
La crítica de la categoría de sujeto y de sus diversas p ro yecciones aparece te m p ran am en te en la obra de Foucault, y au n q u e no se desenvuelve siem pre en el m ism o ám bito, y cobra distintas form as e intensidades, constituye una de sus líneas definitonas. Ello hace q u e su obra venga a engrosar una ya rica y heterogénea trad ició n de p en sam ien to que de H eid eg g er al postestructuralism o, pasando p o r el segundo W ittg enstein y el análisis estructural, se caracteriza p o r su in te n to de salida de las filosofías de la co n cien cia.2 C abría c aracterizar la e v o lu ció n del p e n sa m ie n to fo u caultiano c o m o de rápido y progresivo d istan ciam ien to y co n fro n tació n c o n lo que fue su fo rm a c ió n inicial en la fe n o m enología. E n sus trabajos de los años cin cu en ta en el terren o de la psicología se p u ed e apreciar su influencia y, en particular, la cercanía a la analítica existencia! de B insw anger. A ún su d e n o m in a d a p rim e ra obra arq u eo ló g ica (H istoria de la locura) n o está libre to ta lm e n te de rasgos fen o m en o ló g ico s. N o obstante p ro n to los co n cep to s básicos de la fen o m en o lo g ía — y especialm ente de su d erivación existencialista— (sujeto c o n stitu y en te , e x p e rie n c ia , sen tido, totalidad...) se co n v ierten en verdaderos blancos de su crítica; Las palabras y las cosas y L a arqueología del saber señalan su p u n to álgido. T am bién es c ierto que algunos de los topoi más característicos de estas c o m e n te s e x p e rim e n tan en su obra una reelaboración o rig in al (relación signop ercep ció n ; c o n c e p to de e x p erien c ia fu n d am en tal; tem a de la m irada; cu erp o ...). En ese cam in o de alejam iento ele la fe n o m e n o lo g ía y de 2 S obre este p u n to v er el E pílogo d e ja c o b o M u ñ o z .- Lecturas de filo sofía contemporánea, A riel, B arcelona, 1984; esp ecialm ente p p . 269 y ss.
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radical cu estio n am ien to de las filosofías del sujeto, el p e n sam iento de F oucault e n cu e n tra m últiples guías. N o todas a p u n tan en la m ism a dirección, claro es, ni le aco m p añ an d u ra n te los m ism os tram os de su evolució n . Su h etero g e n eid ad, a pesar 4 e Ia convergencia en lo q u e su p o n e de ajuste de cuentas al cartesianism o, a la m aq u in aria de la re p resen tació n , al sujeto..., c o n trib u y e a la reco n o cid a difi cultad para fijar el lugar de su obra. E n tre esas guías habría q u e anotar: la epistem ología de Cavaillés, de B achelard, de C a n g u ilh e m ; el estru ctu ralism o de Levi-Strauss, de D u m ézil, p e ro ta m b ié n L acan y A lth u sse r; los ensayos de B lan ch o t, de Bataille, K lossow ski... de R o u ssel, en fin, la p e rm a n e n te influencia de N ietzsché, la presencia de H e idegger. N o todas han sido reconocidas de igual m o d o p o r F oucault, q u e discutía a m e n u d o los in te n to s de allegarle al estructuralism o. D e hecho, F oucault ha hablado escasas veces de su d euda co n esta c o rrie n te . E n 1967, en co n v er sac ió n c o n P. C aru so , a ú n se refería a la in flu e n c ia de Lévi-Strauss. C onsideraba allí que su pasión p o r los escri tos de B la n ch o t y de Bataille y su interés p o r los estudios de D u m ézil y Lévi-Strauss, a pesar de su diversidad, ve nían a co n d u cirle al m ism o p u n to : la desap arició n del su je to 3. Ello era lo que se revelaba a través de la experiencia erótica (Bataille), o e n la a p ertu ra al ser m ism o del le n guaje (B lanchot), y a través del isom orfism o y del carácter sistem ático de los discursos m íticos (Lévi-Strauss, D u m é zil). A h o ra b ie n , si el re c o n o c im ie n to de la d e u d a co n D u m é zil será constante, las referencias al a u to r de Tristes trópicos irán desapareciendo. C ó n el tie m p o F o u cau lt lle gará incluso a o p o n e r el análisis funcional y estructural de D u m ézil al form alism o «lingüistizador» del seg u n d o .4 Y en 3 P. C a ru so .- Conversaciones con Lévi-Strauss, Foucault y Lacan, A na gram a, B arcelona, 1969, p. 84. 4 E n 1973, p o r ejem plo, F ou cau lt constataría q u e m ientras D um ézil tien e en cu en ta los factores no-discursivos, la d im ensión tem p o ral y la co n ce p c ió n del discurso c o m o práctica q u e se ubica en tre otras p rácti cas sociales, Lévi-Strauss lim ita la estructura a relaciones en tre elem en tos h o m o g én eo s, los discursos, h acien d o abstracción de su relación a o tr a s p r á c t i c a s y d e su i n s e r c i ó n e n u n d e t e r m i n a d o c o r te h istó rico .(V F J pp . 16 0 -1 6 1 ). R e s p e c to al re c o n o c im ie n to de la in fluencia de D um ézil: O D , pp. 7 2 -7 3 ; «La folie n'existe que dans une societé», en D C , t I, p.167; D . E rib o n .- Michel Fouvault et ses contemporains, Fayard, 1994, pp. 105-161.
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1983, e n conversación co n G. R a u le t,5 al esbozar u n p a no ram a del desarrollo' de la filosofía francesa, y de su evo lu c ió n personal d e n tro de ella, se situaría ya al m arg en del estructuralism o. S egún él, en u n p rim e r paso, en to rn o al d ecen io de 1945-1955, se habría dado una aproxim ación en tre fen o m en o lo g ía y m arxism o, en la que de una form a u o tra h a b ría n p a rtic ip a d o S artre, M e rle a u -P o n ty , D u frenne, D esanti, Lyotard, R ic o e u r... E n la evolución pos te rio r de la filosofía francesa al problem a del lenguaje le habría c o rre sp o n d id o u n a im p o rta n c ia capital. En c u a l q u ie r caso, desde su p u n to de vista, y en o rd en a este «giro lingüístico», ta n to el estructuralism o c o m o el psicoanálisis lacaniano vendrían a representar un decisivo c o rte con la fen o m enología, p o r lo que suponían de elim inación de la figura central del sujeto constituyente. Su propia línea de alejam iento del h o riz o n te fe n o m e n o lógico habría sido m u y distinta. Q u ien es n o se reclam aban de M arx, ni de Freud, ni tam p o co del estructuralism o, e n co n traro n , e n efecto, en los trabajos de historia de la c ien cia de C a n g u ilh em otra o rie n ta ció n . Im p o rta, pues, to m ar no ta, de cara a u n a m e jo r co m p ren sió n de esta evolución, de que, en o tro lugar,6 F oucault sitúa la historia ep istem o lógica de C an g u ilh em , ju n to co n los trabajos de Cavadles y B achelard, en u n a línea q u e p a rtie n d o de una lectura de las Meditaciones cartesianas se consum a en una filosofía del sa ber, en tan to q u e ese m ism o p u n to de partida habría lle vado a Sartre y M erle a u -P o n ty p o r la vía de una filosofía del sujeto. N ie tz s c h e — p o r q u ie n , p o r lo d e m ás, C a n g u ilh e m siem pre estuvo interesado— significó, en cu alq u ier caso, «el p u n to de ruptura» co n respecto a toda posibilidad de u n sujeto con stitu y en te transhistórico. Y así, en u n análisis h istó ric o de la razón p o d ía n e n co n trarse N ie tzsc h e y la epistem ología francesa. C o m o en otros casos, fue la lectura de H eid eg g er lo que
5 «Structuralism and Post-structuralism » en op. cit. pp. 197-198. V er tam bién: «E ntretien avec M ich el Foucault», en D C , t. III, pp. 41-95. 6 M . F oucault, «La vie: l'ex p érien ce et la Science», en Revue de métaphysique et de morale, vol. 90, n° 1, E n e ro - M arzo 1985, pp. 3 -14, (tradu cció n del prefacio a G .C a n g u ilh e m .- O n the Normal and the Pathological, R e id e l, B o sto n , 1978, pp. IX -X X ) pp. 3-4.
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llevó a F oucault al te rre n o nietzscheano, co m o tam bién la de Bataille — a q u ien le aproxim ó B lanchot. Q u ed ab a así abierta, en una ex p erien cia co m p artid a p o r m uchos, de la m an o del a u to r de La genealogía de la moral, la definitiva sa lida de la fe n o m e n o lo g ía — tal y c o m o m ás tard e para otros vendría a serlo del m arx ism o — especialm ente en o r d en a y al hilo de su crítica del sujeto. M ás allá de esta cu estió n de los distintos vectores que c o in c id e n en la crítica fo u c a u ltia n a del sujeto, y de su c o n c ie n c ia de los m ism os, se in sin ú a otra: la relativa al cam p o en el q u e esa crítica se despliega. Tres grandes ám bitos to m an c u e rp o ante nosotros: la historiografía, los dis cursos de las ciencias hum anas y la literatura. H arem os al gunas breves in d ic a cio n e s resp ecto a cada u n o de ellos, toda vez que aquí y allá, en su m o m e n to , y sobre to d o en lo q u e se refiere a los dos prim eros ám bitos, hem os espi gado ya las ideas centrales. 1 .1 .
El s u je to en la H is to r io g r a fía
La crítica de la proyección de las categorías vinculadas a una filosofía del sujeto en el cam p o de la historiografía es co n stante, de form a más o m enos explícita, del p rin c ip io al fin, en la obra foucaultiana. Así lo es el c u estio n am ien to del evolucionism o, de la co n tin u id ad , de la p erm an en cia de la relación su jeto -o b jeto , del supuesto carácter natural de Jos referentes, del teleologism o, de la idea de o rig e n ... C ie rto es q u e la historiografía «antisubjetiva» de Foucault n o se ha p lasm ad o siem p re del m ism o m o d o , ni co b ra ta m p o c o en sus elaboraciones teóricas la m ism a form a. N o resultaría difícil m ostrar c ó m o el m o d o de hacer historia d e Historia de ¡a locura, co n su a te n c ió n al h e te ro g é n e o p lex o de niveles que configuran las sucesivas experiencias de la locura, contrasta con el sesgo más estructural, focali zado en la relación de los planos de visibilidad y en u n ciabilidad, y la prim acía de la problem ática ep istem o ló g ica de Nacimiento de la clínica; y, a su vez, el de una y otra obra co n el discursivism o estructuralista de Las palabras y las co sas; en fin, la re c u p e ra c ió n de lo n o discursivo, p e ro al m ism o tie m p o la presencia de c ierto funcionalism o, en Vi gilar y castigar: o la historia apoyada en la in te rp re ta ció n de 1 158
te x to s d e lo s ú ltim o s v o lú m e n e s d e H is to r ia de la sexualidad, en los que la consideración de las prácticas se concreta en las técnicas sobre sí registradas en los textos estudiados, histo ria de la que desaparecen algunas de las lí neas explicativas características de trabajos an terio res c o m o la que suponía el c o n c e p to de «condiciones de posibili dad». N o cabe, p o r lo tanto, hablar sin más de dos grandes ti pos de realización de esta historia, a saber: una historia ar queológica y una historia genealógica, pues aún cu an d o se ad m itiese — lo que ya vim os que n o p u e d e hacerse— una id entificación de la p rim era co n lo h e c h o en Las palabras y las cosas, quedaría el problem a de las grandes diterencias en tre las obras c o rre sp o n d ien te s al g én ero de la h isto ria genealógica. Bastaría com parar el textualism o y la asuencia de c o n d icio n an tes sociales, a co n tecim ien to s eco n ó m ico s, etc, de El cuidado de sí y E l uso de los placeres co n Historia de la locura o Vigilar y castigar... P o r otra parte, la crítica de las categorías propias de la h is to rio g r a fía tra d ic io n a l n o se o r ie n ta s ie m p re e n la m ism a direcció n , no se c o n tra p o n e en to d o m o m e n to a iguales c o rrie n te s de pensam iento. Así, en su obra sobre la locura, la crítica a una c o n ce p c ió n lineal, a las proyeccio nes del presente sobre etapas anteriores, a la c o n ce p c ió n o rto g e n é tic a del sab er..., a p u n ta fu n d a m e n ta lm e n te en co n tra del positivismo. La explicitación de una o rie n ta ció n a n tife n o m e n o ló g ica aú n no aparece. D e este m o d o , la crí tica m e to d o ló g ic a de ésta su p rim e ra ob ra a rq u eo ló g ica p u e d e desplegarse y co ex istir c o n categorías y tem as de c o n o cid o linaje com o: alienación, ex p erien cia fu n d a m e n tal, re c o n o c im ie n to en el O tro . La o rie n ta c ió n antifenomenológica q u e aparece en Naci miento de la clínica se intensifica en el d isco n tin u ism o y la radical o p o sic ió n en tre c o n c e p c ió n «epistém ica» y m era doxografía de Las palabras y las cosas. Su fo rm u lació n más desarrollada, en una línea p ro fu n d am e n te antihermenéutica, se co n tien e, co m o es sabido, en La arqueología del saber. La ap ro x im ación — ya, en c ierto m o d o iniciada aquí, en su obra m e to d o ló g ic a p o r excelencia— a una filosofía del acon tecimiento q u e n o tam o s en E l orden del discurso m an ten d rá, en ese m o m e n to ya postestructuralista, una línea ab ierta m en te antisubjetiva. 159
La reflexión y práctica de la o rie n ta ció n genealógica no ceja en el cu estio n a m ie n to de con cep to s c o m o «origen», «yo», «identidad» («N ietzsche, la genealogía, la historia»), en la crítica al hum an ism o ( Vigilar y castigar), y som ete al trabajo de la historia lo q u e se ha p re te n d id o «natural»: el sexo, el sujeto de deseo, (La voluntad de saber, E l uso de los placeres, E l cuidado de sí), al tiem p o que m an tien e el plantea m ie n to de la discontinuidad. La presencia activa d e n tro del m arco m e to d o ló g ic o de una historiografía antisubjetiva se ve acom pañada, co n todo, p o r u n debilitamiento cada vez más p aten te de su o rie n ta c ió n a n tih e rm e n éu tic a . 1 .2 .
E l s u je to e n las c ie n c ia s h u m a n a s
U n segundo espacio en el q u e se despliega la crítica del sujeto es el o cu p ad o p o r los discursos de las ciencias humanas. E n Las palabras y las cosas esta crítica es desarrollada de form a sistem ática.7 Y se centra en ese ob jeto que em erge c o n el n a c im ie n to de la ep istem e m o d e rn a : el h o m b re . D esd e el m o m e n to en q u e se quiebra la transparencia de las relaciones en tre el signo y el ser, característica de la epistem e clásica, y se espesan del lado del sujeto una serie de estratos (trabajo, lenguaje, vida), aquellas relaciones d e b en ser cuestionadas, y el sujeto es problem atizado, su te m atización parece obligada. Se constituye, en to n ces, el su j e to e n o b je to de sí m ism o . Su o b je tiv id a d se le h ace p resente m arcada p o r la lim itación, p o r la fin itu d , co m o co rresp o n d e a u n ser atravesado p o r un lenguaje del que n o es am o, p o r una historia y una naturaleza q u e le trans cien d en. Y, sin em bargo, esa m ism a carga em p írica q u e se da c o m o c o n te n id o suyo es co n v ertid a, en el m arco de u n a filosofía de la conciencia, en c o n d icio n es de posibili dad para su co n o cim ien to , lo e m p íric o es llevado al esta tu to de instancia trascendental... C u a n to de Jacto rebasa al sujeto es ten tativ am en te retro traíd o a la instancia subjetiva, d e m a n era q u e su c e n tra lid a d n o se vea re sq u eb ra ja d a. C o n la consecuencia de q u e a la filosofía del sujeto se le im p o n e en to n ces la tarea infinita de volver en «para sí» su «en sí», debatiéndose de este m o d o , en su au to referen ciali7 V id. M C , C ap IX y X.
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dad, en apodas insolubles (em p írico -trascen d en tal, retirada y re to rn o del o rig en ; co g ito -im p en sad o ). Este es el círculo vicioso del antropologismo, al que F oucault ya se había refe rid o en Historia de la locura, al m ostrar las antinom ias que surgían en la articulación de la tríada h o m b re -lo c u ra -v e rd ad .8 La disposición epistém ica de las ciencias hum anas si túa a éstas en una intrínseca relación al h o riz o n te k an tian o de la filosofía del sujeto, las unce, p o r consiguiente, a una situación aporética. Pero si en Historia de la locura se a p u n taba co m o salida la posibilidad de u n lenguaje n o discur sivo -la lectura de N ietzsch e seguía ese d e rro te ro bataillean o - ahora, en Las palabras y las cosas, otras vías se apuntan: el rebasam iento nietzscheano de la figura del h o m b re en el Ubermensch es situado del lado de las contraciencias de co rte estructuralista: el psicoanálisis lacaniano, la e tn o lo g ía de Levi-Strauss y una lingüística em p eñ ad a en una teoría pura del lenguaje. El lenguaje discursivo tam b ién p u ed e servir, ciertam ente, a la superación del antropolo g ism o . Las tres prescinden ya del hombre, se sitúan más allá, se co n fro n tan co n aquello q u e sirve de a priori a las ciencias hum anas, aquello que posibilita sus co n ten id o s cognoscitivos, las fo r mas mismas de la fin itu d (deseo, m u erte, ley) que alientan en la existencia m ism a de la regla, de la n o rm a , del sistema lingüístico. Estas disciplinas evitarían así caer en la red de la a u t o r re fe re n c i a 1i d a d . E n ellas, c o m o en N ie tzsc h e, se anuncia el fin del h o m b re, el fin de una figura que u na d e term in ad a m u tació n epistém ica hizo aparecer, y que n u e vos deslizam ientos vuelven a constatar su historicidad. 1 .3 .
La d is ip a c ió n d e l su je to e n la litera tu ra
En o tro tip o de discursos, distinto al de las disciplinas m e n cio n ad a s, se tran sp aren ta la d e sa p a ric ió n del sujeto. N o s referim os a ese fe n ó m e n o específico q u e es para F o u cau lt la literatura. Esta es e n te n d id a c o m o esen cialm en te definida p o r su experiencia del ser mismo del lenguaje. E n esa m edida constituye, p o r una parte, un fe n ó m e n o p ro fu n d a m e n te característico de nuestra m o d e rn id a d ; pero, p o r otra, tam b ién es acaso signo de su cercano crepúsculo. K H F, III parte. C ap. V.
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p u e s la e x p e r ie n c ia d e l ser d e l le n g u a je es al m ism o tiem p o la de la ex tin c ió n del sujeto. La literatura — de este m o d o e n ten d id a— tiene su h o riz o n te de posibilidad con el n acim ien to de la epistem e m o d e rn a , cu an d o la repre sentación deja de darse co m o m e d ió privilegiado de cap tació n de los entes, c u an d o el lenguaje se vuelve opaco, cu an d o se cuestiona su p resunta accesibilidad inm ediata al ser y su propia naturaleza pasa a verse problem atizada. El lenguaje se co n v ierte en objeto, en d o m in io e m p íric o con sus procesos legaliform es, su h isto ria ... Y así la filología (B opp), c o m o o c u rrió co n la biología (C uvier) y con la eco n o m ía (R icardo), pasaba a resultar posible. Filología y lite ra tu ra pisan, pues, el m ism o zócalo epistém ico. Sólo q u e m ientras q u e la p rim e ra reduce el lenguaje a em p in a, a objetualidad, y lo coloca bajo el p o d e r de la reflexividad, la literatura se configura precisam ente en la m edida en que se entrega al p o d e r del lenguaje, libera el ser de éste en la escritura y posibilita la m anifestación de su enigm ático y ra d ic a lm e n te in tra n sitiv o ser m ás allá de to d o d iscu rso científico sobre el m ism o.910 E l p rim e r m o m e n to de esta e x p e rie n c ia se id en tifica c o n el so b rep u jam ien to de la representació n que tiene lu gar en Sade, en los confines ya de la epistem e clásica. La palabra adquiere en su ám bito u n carácter de cosa, de algo material, e n la m edida en que p re te n d e h acer aparecer, en la m ed id a en q u e p re te n d e n o m b ra r los innum erables giros y form as del deseo. E n este m ism o in te n to se m uestra el ideal clásico de la rep resen tació n , c iertam en te, p ero a la vez es so m etid o a una difícil p ru e b a que revelará sus lím i tes. El deseo aparece en el m e d io indefinible de u n p ro fu n d o espesor y con él aparece el ser b ru to del lenguaje. Y u n o y otro tu rb an d o b le m e n te la serenidad del gesto p o r el q u e el signo p re te n d e tra e r a c o n c ie n c ia cada m o v i m ie n to de aquél, doble dehors — n o siendo, en el fondo, sino u n o — respecto al escenario de la re p re se n ta c ió n .'0 M C , pp. 31 2 -3 1 3 . 10 V id. M C , p. 134, pp. 2 2 2 -2 2 4 ; «Le langage á l'infini», en Tel Quel. n° 15, O to ñ o 1963, pp. 4 4 -5 3 , pp. 48 y ss. En general para lo que si g u e , a d e m á s del a rtíc u lo c ita d o , v e r: «La p e n s é e du d e h o rs» , en Critique, n° 229, J u n io . 1966, pp. 5 2 3 -5 4 6 ; ; «La folie, l'absence d 'o e u vre» (1964), ap én d ice a H F (ed. de 1972), pp. 5 75-581; «Le langage de l'espace», Critique, n° 203, A bril 1964, pp. 3 7 8 -3 8 2.
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AI m ism o tiem p o q u e Sacie, H ó ld e rlin hacía, en su obra poética, la ex p erien cia de la m u e rte de D ios, de su vacío reflejado en u n lenguaje c o n v ertid o en centro, lenguaje sin origen q u e se dirige hacia esa ausencia." E n co n tram o s esa ap ertu ra al ser del lenguaje, esa ex p e riencia del «afuera» en u n largo m o v im ie n to que se ex tiende, en efecto, desde fines del s. X V ! II hasta nosotros, de H ó ld erlin, pasando p o r M allarm é, a B lanch o t. En el au to r de Un coup de des el lenguaje se pliega sobre sí, q u ién habla desaparece en él, pero tam bién el referente, el lenguaje no designa, la palabra p re te n d e hablar en v irtu d de su m ism a naturaleza mas allá de su significado.*12* En la m ism a línea de autcmomización del lenguaje se situa ría la obra de A . Artaud, en la que la m aterialid ad y v io lencia del grito, del c u e rp o sufriente, de la carne, eluden toda discursividad, toda c o n c ie n c ia ,11 así c o m o la obra de R . Rousscl, cuya escritura trabaja sobre un deja dit re c o m p o n ie n d o m ecán icam en te con elem entos ya dichos, rep e titivos, co n stru ccio n es inverosím iles, ju e g o s fonéticos, de d esdoblam ientos de significados, en los q u e es el p ro p io lenguaje el que, en su h u n d im ie n to , h a b la.14* Bataillc nos coloca ante la cuestión del ser del lenguaje al plantearnos la necesidad de un lenguaje no discursivo, desdialectizado, capaz de pensar el lím ite, la fm itud, la transgresión erótica q u e en la m edida en que se revela c o m o pro fan ació n sin o b je to nos asom a al vacío abism al que nos c o n stitu y e .1:1 Klossowski, en fin, con su experiencia de los sim ulacros, los dobles, la m ultiplicidad de las m áscaras... o el lenguaje exte rio rista , de superficie, au se n te de to d o e le m e n to psí quico... de la novela de Robbc-G nllet.u' E in ev itab lem en te
•■Le ' 1 1 0 1 1 ' dn pero- en (Critique, Marzo 1962, pp. 195-209. M<::. pp. 316-317. M C , P . 395. ' M C . p. 3 9 5 ; M . Foueault.- R a y m o m l R o u s s c l . Gallimard, París, 196.3; • Arcliéologie d'une passion» (1 983), entrevista aparecida en M a gazinc Luterano , n 221, h i l - A g . 1985, pp. 100-105; «7 propos sur le 7' auge», prefacio de M. F o u e a u lt a L a ç r a m m a i r e lo f> b jin ‘ s u i v i tic I m s e te n a '
tic Dicu. de J. Fierre Brisset, ('.laude Tchou, Paris, 1970, pp. V ll-X IX , especialmente pp. XV-XV1I. ' "Preface á la transgression» en ( C r itiq u e , Ag-Sept. 1963, n" 195-6, pp. 7 5 !-769. 1,1 «Distatice, Aspect, Origine» en C r i t i q u e , Nov. 1963, n“ 198, pp. 9 3 1 -6 4 5 .
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Blanchot, la apertura al vacío, al «afuera», que se hace en la ex p erien cia de la «atracción», q u e se descubre en u n len guaje sin sujeto, espacial, cuyo ser, y n o lo que dice o la fo rm a de hacerlo, deja entrever el o rig e n y la m u e rte ...17* Esta in te rp re ta ció n h e id eg g e ria n o -b la n c h o tia n a de la li teratura p e rm ite a F oucault trazar u n p u e n te en tre ésta y su p ro p ia c o m p re n sió n del lu g a r e p isté m ic o de las dos «contraciencias», el psicoanálisis y la etnología. T an to allí c o m o aquí, en la fascinación p o r el ser del lenguaje de la literatura c o m o en el acceso al a priori del saber positivo acerca del h o m b re, son las mism as form as de la finitud las que se perfilan. L iteratura y discurso teó rico , acceso al le n guaje y al inconsciente, y a u n o a través del otro, h acen la m ism a ex p erien cia de desaparición del h o m b re, «com m e á la lim ite de la m er...» D e este m o d o se u n e n esos dos focos q u e c e n tra b a n la a te n c ió n de F o u c a u lt y a los q u e más atrás nos referíam os: su interés p o r trabajos c o m o los de Lévi-Strauss y su pasión p o r obras c o m o la de Bataille... Lo q u e n o deja de ap u n tar en el sentido de una especie de línea caliente en la aproxim ación foucaultiana al estru ctu ralismo. N ietzsch e es, una vez más, el a u to r que sirve de p u e n te en tre Historia de la locura y Las palabras y las cosas. Si frente a la red u cció n discursiva, frente al saber positivo nos re m i tía allí al Otro, aquí es éste q u ién p o r vez p rim era oto rg a a la filosofía la tarea de pensar el lenguaje,™ q u ién ha c o m p re n d id o que a la m u e rte de D ios ha de sucederle la del hombre, que es ahí y n o tan to en las posiciones de H egel, F e u e rb a ch , o M arx — q u e buscaban al fin «fijar para el h o m b re u n lugar estable sobre esta tierra d o n d e los dioses se h a b ía n re tira d o o b o rra d o » (M C , p .3 9 6 )— d o n d e se anuncia un tiem p o nuevo. D e este m o d o la crítica del sujeto se cargaba co n una tensión q u e las frías aguas del análisis-estructural n o hacían siquiera sospechar.19 A la altura de Las palabras y las cosas y de La arqueología del saber la crítica de la filosofía del sujeto parecía, en efecto, haber sustituido a la crítica efectiva de 17 «La pensee du dehors» en op. cit. '* M C , pp. 31 6 -3 1 7 . 19 V id. «A p ro p ó sito de Las palabras y las cosas» entrevista de 1966 recogida en M . F o u cau lt.- Saber y verdad, La P iqueta, M adrid, 1985, pp. 3 1 -3 7 , p. 37.
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la subjetividad acom etida en Historia de la locura. Y sin e m bargo, esa «línea caliente» q u e hem os visto dibujarse en el trasfondo de aquella crítica n o deja de estar vinculada a un re c h az o de u n a fo rm a de su b jetiv id ad lastrada p o r una id en tid ad centrada en el yo, u n a form a cuya d estru cció n se a p u n ta en la b ataillean a d iso lu c ió n del in d iv id u o en la fiesta, en el re to rn o a la in tim idad del m u n d o , en la n ietzscheana dispersión de las m áscaras... Es p recisam en te esta o rie n ta c ió n la que entra claram ente en co n flicto co n las últim as apuestas de F oucault, c o m o verem os.
2. Crítica histórica de la subjetividad La acida crítica del h um anism o, de la filosofía del sujeto, el radical in te n to de arreglo de cuentas c o n la trad ició n fi lo s ó fic a m ás p r e g n a n te d e l p e n s a m ie n to fra n c é s d el siglo X X , a p artó a F o u c a u lt de la línea de análisis de la co n stitu ció n h istórica de la subjetividad q u e aparecía en Historia de la locura. La crítica del sujeto parecía sustituir a la de la subjetividad. E n los años setenta, sin em bargo, y una vez abandonada la ten d en cia a la au to n o m iz ac ió n de los discursos, sería retom ada esa línea, que, c o b ran d o fo r mas distintas, se prolongaría hasta sus últim os trabajos. A través de esa c o n tin u a d a in v estig ac ió n F o u c a u lt ha id o m o stra n d o la em erg en cia m ism a de la in d iv id u alid ad , la m o d elación de los sujetos en v irtu d de prácticas de p o d e r y prácticas de saber, am bas ín tim a m e n te im b ricad as. El nuevo sistema de p o d e r que se im p o n e en la M o d e rn id a d aparece, en efecto — y c o m o ya se ha m o strad o — en u n o de sus rasgos centrales caracterizado c o m o «un p o d e r que tran sform a a los in d iv id u o s en sujetos» ( d e , p. 302), un p o d e r n o rm alizad o r que a través de una com pleja red de instituciones in terv ien e en todos los aspectos de la vida del individuo, perfila sus pautas de c o m p o rta m ie n to , los clasi fica, establece divisiones entre ellos, define id en tid ad es... «G ubernam entalidad», «poder pastoral», eran algunas de las n o c io n e s q u e p re te n d ía n dar c u e n ta de este rasgo. P o r consiguiente, no se trata tanto de u n p o d e r que se im p o n e a sujetos ya dados c o m o de u n p o d e r p ro fu n d am en te subjetivante. El sujeto, al igual que el individuo, n o son n unca en Foucault elem entos ya definidos, sino siem pre resultados 165
n u n c a defin itiv o s de p rocesos h istó ric o s p articu lares de subjetivación\ de individuación. E lem e n to p rim ordial de ese proceso son ■ — c o m o hem os ido subrayando— las prácticas de saber. La regulación de las distintas dim ensiones del c o m p o rta m ie n to h u m a n o va unida, en efecto, a la proliferación de una am plia gama de discursos q u e lo objetivan (pedagogía, psicología, psicopatología, sexología, m edicina...). Los individuos son, pues, c o n fo rm ad o s a través de instancias de c o n o cim ien to que dictan su verdad, que delim itan una identidad a la que el in d iv id uo se ve fijado, som etido. R e c o rd e m o s que una de las características de la técnica de p o d e r surgida en las ins titu c io n e s cristian as, re to m a d a p o r el E stad o m o d e rn o (p oder pastoral), consistía en que «está ligada a una p ro d u c ció n de la verdad — la verdad del in d iv id u o mismo.» ( d e , p . 305). Este es el p u n to central de to d o el tratam ien to que F o u cault hace de la cuestión de la subjetividad. D esde su p ri m era obra arqueológica hasta el ú ltim o de los to m o s sobre la sexualidad ese ha sido su hilo co n d u cto r. El h o m b re no es sólo el ser que dice la verdad, sino, y sobre todo, u n ser atado a la verdad de sí, b ien d eterm in ad a p o r otro, o p o r sí m ism o (un otro in te rio riza d o ). Esa atadura a la verdad de sí tiene un doble aspecto: p o r una parte, los efectos de p o der, es d e c ir de «sujeción» im plicados en el p ro ceso de p ro d u c c ió n de un saber acerca del in d iv id u o ; p o r otra, este rasgo al q u e nos estam o s re firie n d o de e n c u a d ra m ie n to de los individuos en una identid ad a la que se ve obligado a responder, y de la q u e — c o m o si de una se g u n d a naturaleza se tratara— no p u e d e librarse. En ese doble sentido el c o n o c im ie n to que el h o m b re ha d esarro llado de sí no ha sido, pues, «liberación». En esta perspectiva se sitúa la n o c ió n de política de la ver dad; la re la ció n e n tre am b o s té rm in o s p resen ta u n a faz «epistem ológica», de negación de una p ro d u c c ió n del co n o c im ie n to al m a rg e n d el p o d e r, de u n saber in m a c u lado... y una taz más estrictam en te «política», que recoge esos dos aspectos que apuntam os: efectos de p o d e r de la verdad y de su p ro d u c c ió n sobre los individuos. La consideración nietzscheana del precio de la verdad, (el sujeto de c o n o cim ien to ) adquiere desde este ángulo un sen tid o co n creto . El c u e stio n a m ie n to p o r parte de F ou166
cault de la «voluntad de verdad» tiene en esa específica re lación que en nuestra cultura se establece en tre subjetivi dad y p ro d u c c ió n de saber un o de sus m otivos capitales. La perspectiva etnológica, de distanciam iento, co n que F oucault co n tem p la nuestra cultura se revela fértil en este p u n to . Se ha percibido, sin duda, y se ha sistem atizado la influencia de la religión, del cristianism o en lo que hace a la co n stitu ció n de una especial subjetividad. Pero, n o así la de la ciencia, la de nuestro c o n o c im ie n to positivo. La p ro puesta de to m a r la ciencia c o m o u n «hecho cultural» — tal y co m o se p ro p o n ía en Historia de la locura en relación con ía psicología— tenía este sentido de co m p resió n de su pa pel en la reg lam en tació n de nuestras vidas, y, en particular, de c o n stru cc ió n de los sujetos, de fabricación de unas d e term inadas identidades. La n o c ió n de política de la verdad nos revela, en una de sus vertientes, la relevancia de la verdad den tro de las téc nicas de p o d e r c o n fo rm a d o ra s de los in d iv id u o s, de las subjetividades. H ay aquí u n a c o n c e p c ió n de constitución «política» de la subjetividad que se desm arca de los p lan tea m ientos tradicionales:20 a) de los q u e la sitúan en u n p ro ceso de a u to co n stru c c ió n reflexiva, co m o sucede en la tra d ic ió n del id e a lis m o a le m á n ; b) p e ro ta m b ié n d e las posiciones de quienes la c o n cib e n definida p o r la relación de p ro d u c c ió n , de quienes la re m ite n a una instancia e co n óm ica, cuyo análisis crítico p erm itiría d en u n ciar las fo r mas fundam entales de la subjetividad m o d e rn a co m o fo r mas de conciencia reificada, trasunto del fetichism o de la m ercancía. N i a u to co n stitu c ió n reflexiva, ni derivación eco n ó m ica, sino p ro ceso s de su b je tiv a c ió n en v irtu d fu n d a m e n ta l m e n te de prácticas de p o d e r-v e rd a d que atraviesan el ám b ito del trabajo, las relaciones m orales y los procesos de socialización en general.
311 Sobre la confrontación de este en foque con los planteam ientos liga dos a una problem ática de la conciencia véase R . Maíz, «S ujeción/S ubjetivación: A nalítica del p o d er y genealogía del in dividuo m o d ern o en M . Foucault» en R . M áiz (co m p .).- Discurso, Poder, Sujeto, U n iv . de Santiago, pp. 137-187. pp. 167 y ss. Sobre la relación in terio r-ex terio r en la construcción de la subjetividad: G. D eleuze.- Foucault, M inuit, Pa rís, 1986, pp. 101 y ss.; P. M ach erey .- «Foucault: éth iq u e et subjectivité», Autrement Revue, n° 102, N o v . 1988, pp. 92-103.
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E x a m in a re m o s a c o n tin u a c ió n el d e sp lie g u e de este p la n te am ie n to de la subjetividad. C abría dividirlo d iferen cian do tres grandes m o m e n to s que, aún cu an d o c o n stitu yen form as insertas en una m ism a m atriz, representan a la vez desplazam ientos significativos. Podríam os situar el p ri m e r m o m e n to en to rn o a Historia de la locura; el segundo se nuclearia en Vigilar y castigar, y el tercero al filo de sus trabajos de historia de la sexualidad. P rocedam os a ex p o n e r cada u n o de ellos. 2 .1 .
La v e rd a d p s ic o ló g ic a d e l h o m b r e
Historia de la locura hace la arqueología de una de las d i visiones más p ro fu n d am e n te definitorias de u n o rd en cu l tural, la q u e separa la razón de la sin -razó n (C lasicism o), la n o rm alid ad de la e n fe rm e d ad m ental (M o d ern id ad ). N os coloca frente a una de las cesuras más h o n d a m e n te c o n sti tutivas de los sujetos. H eg elian am en te, la escisión define de fo rm a correlativa a los sujetos que q u ed an situados a u n o y o tro lado de la m ism a. La id en tid ad del sujeto n o r m al e n cu e n tra su perfil ú ltim o en la exclusión del O tro , del que se ju zg a que ha p e rd id o su iden tid ad . Sólo a c u b ie rto de una estructura de p ro te c c ió n objetivadora y alie n an te para el loco pu ed e el h o m b re c u erd o c o n ju rar el p e lig ro de su r e c o n o c im ie n to en él, y así d e fin irse en la en tera exclusión de lo o tro d e n tro de sí.21 Este es u n o de los significados de la «liberación» de la locura en la M o d e rn id a d respecto al e n cierro clásico: el lev an tam ien to de u n a barrera in te rio r im p o sib ilitad o ra de to d a c o m u n ic a ció n o re c o n o cim ien to . La barrera ex tern a del Clasicism o, los m uros del in te rn a m ie n to , n o im p ed ían to talm en te, en su solidez, el obscuro s e n tim ie n to de q u e la an im alidad constitutiva del loco latía en el in te rio r de q u ien se situaba fuera, seguro de su razón. D os interioridades distintas en esa distinta separación de la locura trazada p o r el C lasicism o y la M o d e rn id a d venían, pues, a configurarse. La c o n stitu c ió n del su jeto m o d e rn o es el p e rfe c to c o rre la to de la co nversión en objeto del loco, es decir, de la negación de su c o n d ició n de sujeto, de su conversión en ser n o libre, 21 H F , pp. 478 y ss., III p arte, C ap V.
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resultado del cruce de fuerzas determ in an tes, ser cuya pa labra carece de significación. ¿N o se había esforzado to d o el p en sam ien to político del XVIII en hacer q u e la «expe riencia jurídica» de la locura, de los grados de incapacidad del loco convergiera y llegara a fundirse co n la «ex p erien cia social» e sta b le c e d o ra de u n a d iv isió n sim p le e n tre q u ién atenta o respeta un o rd e n concreto ?. La m ed icin a p o sitiv ista d el X IX c o n sa g ra ría de fo rm a n a tu ra lis ta la u n ió n que ahí se fraguaba: la figura del alienado, del e n ferm o m ental co m p ren d ía a la vez al incapaz ju ríd ic o y al loco de la p e rcep ció n social.22 Se le re c o n o ce filantrópica m e n te su h u m an id ad , pero al m ism o tiem p o se sanciona su incapacidad para ejercer c o m o sujeto de derecho, co m o h o m b re que firm a el contrato, m ed ian te el diagnóstico y tratam ien to cosificante o to rg ad o p o r la psicopatología en la exclusión del asilo. La subjetivacíón de q u ién conserva su libertad en el e x te rio r del asilo se constituía en relación directa con el proceso de objetivación de los intern ad o s. Historia de la locura nos sitúa frente a dos aspectos cen tra les de la c o n fo rm a c ió n de nuestra ex p erien cia de la locura, aspectos en los q u e se perfilan líneas básicas de lo que es nuestra subjetividad. El p rim e ro de ellos es el q ue d e n o m inam os proceso de psicologización, y el segundo, n o separa ble del anterior, se refiere al vínculo sujeto-verdad. 1) Por psicologización en ten d e m o s el proceso m ed ian te el que la locura es finalm ente, en los inicios de la M o d e r nidad, reducida a la c o n d ició n dé en ferm ed ad m ental, de fe n ó m e n o psíquico p ato lógico, carente de cu alq u ier otra in q u ie ta n te significación. El loco es co n ce b id o en to n ces c o m o víctim a de u n c o n ju n to c o n tra d ic to rio de fuerzas psíquicas d eterm in an tes (pulsiones, deseos, apetitos, pasio nes...). C o h e re n te m e n te co n ello la psiquiatría pasa a o c u par u n lugar central en el asilo d e cim o n ó n ico ; los aliena dos quedan bajo su tutela. N o se trata de u n proceso de m era trasform ación histórica en la c o n ce p c ió n de la lo cura, sino de una real c o n fo rm a c ió n de los sujetos, de una efectiva subjetivacíón de la que la m ism a em erg en cia de saberes co m o la psicología o la psicopatología fo rm a parte. N u m erosos y m u y diversos factores han in terv en id o en ese 22 H F , pp. 144 y ss.
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proceso: técnicas terap éu ticas c o m o la u tilizació n de los llam ados métodos morales, c o n sus efectos de culpabilización y de c o n trib u c ió n a la neta separación en tre lo físico y lo psíq uico;23 los cam bios en la persecu ció n del delito (parti cipación de los ciudadanos e n las tareas de la policía), las reform as en la justicia crim in al, llamadas a establecer u n más preciso ajuste entre penas y faltas y una más afinada relación entre la falta y su o rig e n ..., factores que están, to dos ellos, en la raiz del n acim ien to de u na psicología del c rim e n , y q u e apuntan, más allá de los hechos, al pasado individual, a la trayectoria personal, de m o d o q u e co ad y u van a q u e la biografía cobre una especial im p o rtan c ia .24 Todos estos elem entos v ie n e n a co in cid ir en u n m ism o p u n t o , t o d o s e llo s c o m p o r t a n u n a te n d e n c ia culpabilizadora, m oralizante, a través de la que se va co n sti tu y en d o u n espesor interior en el que el h o m b re en u n m o m e n to dado tratará de e n c o n tra r su verdadera naturaleza. La subjetividad del in d iv id u o m o d e rn o se m o d ela sobre ese tra s fo n d o p ro f u n d a m e n te m o ra liz a d o r.2526 E n c ie rto m o d o esa trasform ación se inicia en el Clasicism o. E n él tie n e lugar una percepción ética, una co n d en a m oral, de un abigarrado y h etero g én e o c o n ju n to de tipos h u m an o s (li b ertin o s, sodom itas y hom osexuales, bru jo s, blasfem os...) q u e son situadas en el m ism o te rre n o de la insensatez, de la sin-razón. A través de ese proceso m oralizante el signo de v io lencia, de p ro fan ació n , de transgresión, q u e hacía referencia en etapas a n terio re s a u n m u n d o tra sc e n c e n d en te, a u n ám b ito sagrado, va diluyéndose. A la vez en ese m ism o cam bio de lo religioso a lo m o ral se constituye u n d o m in io in te rn o en el q u e el e rro r de u n espíritu des v iado y la culpa se fu n d e n sin d istin c ió n .20 A hora bien , lo que sucede p o ste rio rm e n te parece ser algo más que la in tensificación del m ism o fen ó m en o . M ás b ien se trata de una culpabilización distinta, m en o s ex p lícitam en te n o rm a tiva, e incluso, paradójicam ente, m enos responsabilizadora, 23 H F , p .3 4 6 y ss. 24 H F , pp. 464 y ss. «El espacio p u ra m e n te m oral, q u e es d efin ido en to n ces, da las m e didas exactas de esta in te rio rid a d psicológica en q u e el h o m b re m o d ern o busca a la vez su p ro fu n d id ad y su verdad» (H F , p.346; ver tam bién p. 471) 26 H F , p. 109, 97 y ss.
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pues, a la postre, el loco es víctim a de la im periosidad de los com plejos de fuerzas psíquicas; en el asilo del X IX su re sp o n sab ilid ad será invocada fu n d a m e n ta lm e n te para la cura. Su culpabilidad queda así en un grad o m ayor de os cu rid ad y p en u m b ra, p e rte n ec e a un estado más profundo. En esa m edida el ám bito subjetivo del C lasicism o aún era «externo». C om parados co n la sim ple exclusión del in te rn a m ie n to clásico o de sus técnicas de curación los m é to dos más su tiles del asilo (sile n cio , m ira d a , a v e rg o n z a m i e n t o , t e a t r a l i d a d ...) r e s u lta n s u f i c i e n t e m e n t e significativos al respecto. 2) C o m o ya ha quedado apuntado, el cam bio en la re lación entre locura y verdad es algo que va u n id o a esa lí nea psicologizam e. Las dos figuras anteriores de esa rela c ió n eran las c o r r e s p o n d ie n te s al R e n a c im ie n to y al Clasicismo. En la prim era el loco sostenía la verdad acerca del m undo, su palabra era p o rtad o ra de un m isterioso saber de significado trascendente. La edad clásica hizo del loco el h o m b re del error, de la ilusión, de una ilusión que indisoc iab lem en te unid a a la d esviación m oral lo apartaba del ám bito de la razón; la terapia trataba así n o sólo de castigar la falta, sino de corregir el error. E n la M o d e rn id a d desapa rece esa relación, positiva o negativa, del sujeto a la verdad. En la m edida en que la locura se vacía de significado y es convertida en sim ple desarreglo de fuerzas, el loco ya no g u ard a v ín c u lo a lg u n o c o n la v e rd a d y e n ese se n tid o pierde la cond ició n de sujeto. A parece él m ism o, p o r c o n trario, co m o objeto de verdad, co m o ser q ue encierra una verdad que la psiquiatría codifica. Sólo m ed ian te el reenvío a esa verdad será posible la cura. Esa verdad, p o r otra parte, n o es sino la de la alienación, la verdad de que n o es sino «objeto» y que será, sin em bargo, en su m ism a negatividad, tom ada co m o verdad del h o m b re en general.27 Q u e en u n m o m e n to dado y preciso se haya e n co n trad o la verdad del h o m b re en la psicología n o es para F o u cau lt el sig n o de u n d e s c u b r im ie n to de alg o q u e p e rm a n e c ía oculto, sino de la c o n stru cc ió n de un o b je to q u e ha lle gado a a d q u irir los caracteres q u e u n saber d e te rm in a d o le atribuye. La psicología cobra así — y en to n ces— esa signi ' H F , p. 544, pp. d47 y ss.
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ficación arqueológica, in d ic io de un proceso de subjetivació n (psicologización). Q u e en las form as alienadas de la lo cu ra, tal y co m o aparecía en el asilo m o d e rn o , se contem plase en definitiva la verdad del h o m b re lleva al a u to r de Historia de la locura n o ya sólo a una crítica del discurso an tro p o ló g ico , sino del h o m b re real, y p o r tan to de las instancias que lo cons tituyen. 2 .2 .
E l a lm a m o d e r n a a través d e l c u e r p o
U n segundo p lan team ien to es el que sale a nuestro e n c u e n tro e n Vigilar y castigar. El estudio sobre el n acim ien to de la p risión, de la trasform ación en el sistema pu n itiv o y, e n definitiva, de la caracterizació n de una nueva red de p o der, constituye tam b ién «una pieza para una genealogía del «alma» m oderna» (SP, p. 34). Los m ecanism os de in d i v id u ació n y subjetivación (sujeción) o cu p an u n lugar cen tral. A lg u n o s fa c to re s de su e n fo q u e a n te r io r a p arecen n u e v am e n te aquí; desde luego, el que co n m ayor énfasis venim os subrayando: la c o n stru cc ió n de una id en tid ad a la q u e se rem ite al individuo, en tan to q ue expresión de su verdad; u n a c o n stru cc ió n e n la que in te rv ie n e n decisiva m e n te prácticas de saber, disciplinas positivas unidas a ins tancias de poder. Las n o cio n es de «delincuente», de «indi v id u o peligroso», los cam bios en el sistema ju d icial, p o r los q u e ya n o es ta n to el h e c h o d e lic tiv o lo q u e se ju z g a c u a n to el «alma» del acusado, el in d iv id u o g lo b a lm e n te considerado, y el papel q u e en to d o ello d esem p eñ an dis cursos c o m o los de la psicología, psiquiatría, pedagogía... u n id o s a diversas in s titu c io n e s (p risió n , c o rre c c io n a le s, centros de trabajo...) son ejem plos del fu n c io n a m ie n to de ese m ecanism o constitutivo de los sujetos.28* O tro s factores tam bién presentes en su p rim e r plantea m ie n to (mirada, espacio, trabajo, técnicas de registro de los com portam ientos) pasan a integrarse en u n nuevo desarro llo en relación con el estudio de los sistemas disciplinarios. 28 S o b re este p u n to véase SP, pp . 27 y ss, 304 y ss.; M . F o u cau lt,- «L' evolution de la notion d'«individu dangereux» dans la psychiatrie légale», Deviance et société, vol. 5, n , 1981, pp. 4 0 3 -4 2 2 ; «La stratégie du p o u rtour», Le Nouvel Observateur, 2 8 -m ay o , 1979, p. 57; VFJ,p. 97
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Las disciplinas son entendidas com o m edios fundam entales en la configuración de los individuos, a través de la m in u ciosa program ación de sus m ovim ientos, de su disposición en el espacio, regulación del tiem po, som etim ien to a una perfecta visibilidad, im posición de un orden norm alizante.29 Pieza clave de estos sistemas es, co m o ya se ha señalado, el examen, en el que confluyen distintos elem entos (sanción norm alizadora, vigilancia, técnicas de registro, d o cu m en ta ción) que hacen de cada individuo un caso del que extraer una inform ación y al que fijar un m odelo de conducta. E n cuanto que asegura la eficacia de los dem ás resortes discipli narios, este m ecanism o de saber-poder cobra una gran im portancia en la fabricación de la individualidad.20 La diferencia esencial de este seg u n d o p la n te am ie n to , co n in d e p en d e n c ia de la n o v ed ad q u e su p o n e el n u evo ám bito de investigación, es su e n fo q u e exteriorista: el in te n to de explicar la c o n stru c c ió n de la subjetividad, del «alma», desde el cuerpo. «El sujeto psicológico nace en el p u n to de re e n cu e n tro del p o d e r y el cu erp o : es el efecto de una c ierta “ física p o lític a ” » — se nos decía ya e n el curso del 72— , en el q u e se adelantaban las ideas centrales de Vigilar y castigar.3' Ello sucede en consecuencia co n la radical p o sició n a n tife n o m e n o ló g ic a so sten id a p o r F o u cault a p a rtir de Nacimiento de la clínica y del co n sig u ien te desvío de cuanto pueda representar cercanía a una filosofía de la co n cien cia. D e m o d o paralelo pasa a buscar, an tib erg sonianam ente, co n tra toda h e rm e n éu tica o existencialismo, la explicación de ese c o n stru cto que es el sujeto en las form as de la espacialidad, y n o en la tem p o ralid ad , ni en el ám bito sim bólico o de la co m u n icació n . R ecu érd ese el paso de Nacimiento de la clínica d o n d e Foucault insistía, con án im o polém ico, en la im p o rtan cia del espacio an ató m ico del cadáver (Bichat) en c u an to a la posibilidad de u n saber so b re el in d iv id u o ; o ta m b ié n la fu n d a m e n ta c ió n de la te m p o ra lid a d en lo espacial, p ro p ia de la ep istem e m o d ern a frente a la clásica, tal y c o m o se exp o n ía en Las pala bras y las cosas. '2 Los procesos de assujettissement son d e b i- *312 2" SP, 111 parte. 3" S P , pp. 187 y ss. 31 C -7 2 -7 3 , p. 266; SP, pp. 28 y ss. 32 Vid. N C . p.17r>; M C , p.351; cfr. al resp ecto G .D e le u z e .- Foucault, op. cit.. p. 115.
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dos a u n p o d e r que n o actúa a través de los signos, del fal seam iento de las conciencias, sino fu n d am en talm en te de la m o d e la c ió n de los c u e rp o s (anatomía política). D e ahí la aten ció n c o n tin u ad a p o r p arte de Foucault a la cu estió n de la visibilidad que llega a e rig ir el panoptismo en diagram a característico del p o d e r m o d e rn o . E n diversas ocasiones F oucault reprochará a la filosofía el abandono, desde K ant, de la reflexión sobre las categ o rías del espacio,34 sobre su im p o rtan cia en la co n stitu ció n de los individuos. C ie rto es que en filosofías de raíz fen o m e n o ló g ic a e n co n tram o s una reflexión sobre el cu erp o . C aso ejem plar es M erleau-P onty, qu ién halla en el c u erp o u n o de esos entre-deux q u e o p o n e r al dualism o cartesiano y en los que apoyar una c o n ce p c ió n antro p o ló g ica opuesta al idealism o basado en el cogito. Igualm en te p u ed e e n c o n trarse en el Sartre de E l Ser y la Nada una reflexión sobre este p u n to en la línea de una o n tología fen o m en o ló g ica; y p o s te r io r m e n te , e n u n se n tid o h is to ric is ta , y c o n te m p lan d o su v e rtie n te política, en Critica de la razón dialéctica, d o n d e se in teg ran m últiples aspectos de la perspectiva del h u m a n ism o m arxista. Y, sin em bargo, ni M erleau-P onty, ni siquiera la deson to lo g izació n del segundo Sartre ro m p en c o n la centralidad del sujeto. C o n todo, el riesgo de u n en foque de la co n stru cció n de la subjetividad desde el c u e rp o en el m arco de una acti tu d radicalm ente an tifen o m en o ló g ica es obvio: in c u rrir en 13 , 3 3
13 M . Jay, en u n p recioso artículo, inscribe la crítica que de la visibi lidad se e n cu en tra en F o u cau lt en la línea del p ensam iento antivisual característica de la filosofía francesa desde B ergson, y en co ntra del car tesianism o. A pesar del interés de su te x to M . Jay c o m ete el erro r de identificar las críticas Concretas de d eterm in ad o s regím enes de visibili dad hechas p o r F oucault c o n u n pensamiento antivisual. E n éste la crítica n o su p o n e la c o n d e n a de la visualidad en b eneficio de otra dim ensión, sea la temporalidad o el signo. P recisam en te F oucault ha insistido en la n o re d u c tib ilid a d de lo visible fre n te a lo enunciable, en el m a n te n i m ie n to de la diferencia, en definitiva insalvable, en tre esos dos ám bi tos. Incluso cabría observar en su a n tih e m ie n e u tism o una oposición al sen tid o desde lo espacial, lo visual. M . Ja y .- «En el im p erio de la m i rada: F o u cau lt y la d en ig ració n de la m irada en el p en sam ien to francés del siglo X X » en D . C . H o y (c o m p .).- Foucault, N ueva V isión, B. A i res, 1988 (original inglés 1986), pp. 193-223. 34 «El o jo del poder» (1977) en J. B e n th a m .- El Panóptico, La P iqueta, M adrid, 1979, pp. 9-26, p p .12-13; «Preguntas a M . Foucault sobre geo grafía» (1976) en Microjlsica del poder, La P iq u eta, M adrid, 1978, pp 111-124, pp. 117-118.
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posiciones reduccionistas. Y esa es, precisam ente, la im presión q u e se o b tie n e de m u ch o s pasajes de Vigilar y casti gar, d o n d e se nos presenta u n sujeto p erfectam en te m alea b le, cuyos h á b ito s y p a u ta s de c o n d u c ta so n fo rja d o s fu n d a m e n talm en te a través de un c u e rp o to m a d o p o r lo general en su pura e x te rio rid a d , m u d ez, u n c u e rp o m á qu in a del que interesan sus m ovim ientos, posiciones, visi b ilid ad...; lo q u e p o s te rio rm e n te im p e d iría d ar una res puesta satisfactoria al problem a de las resistencias. Y, p o r otra parte, no llegan a precisarse tam p o co en él los lím ites de la n o c ió n de cuerpo. E n su libro siguiente, La voluntad de saber, lo q u e te n e m o s a n te n o s o s tro s n o es ya ese c u e rp o -m á q u in a , sino el c u erp o -d eseo . Y su integración en la configuración del sujeto es, co m o se verá, distinta. D e todos m odos, y c o m o h em os indicad o ya al tratar la cu estión del pod er, no faltan e lem en to s que a p u n tan en una d irección m enos externalista, F oucau lt evita, de h e cho, esa perspectiva, de m o d o q u e la in te rn a liz ac ió n de no rm as sigue el proceso m ecán ico que im p o n e el ju e g o disciplinario (regulación de m o v im ientos, vigilancia, san ció n ...), sin que se dé m o m e n to alguno de asunción refle xiva. Sólo se da u n proceso de fuera a dentro sin que la in te rio rid a d ya c o n stitu id a te n g a alguna a u to n o m ía q u e le p erm ita reo b rar.35 G ran parte de las críticas a su analítica del p o d e r de los años setenta gira, precisam ente, en to rn o a esa c o n ce p c ió n reduccionista de la co n stru cc ió n de los sujetos, de los p ro cesos de aprendizaje y socialización. C o m o ya sabem os, F oucault in tro d u jo p o ste rio rm e n te cam bios en su idea del poder, cam bios que su p o n en una distinta fo rm a de e n te n d er esos procesos y que le llevaron a subrayar la c o n d ició n de sujeto. D e acuerdo con esta re o rie n ta ció n , a la vez que la relación de p o d e r era asum ida co m o dada siem pre entre individuos que tratan de c o n d icio n ar recíp ro cam en te sus acciones, pasaba a insistirse en la n o ció n de conducción, en la idea de que el sujeto que e x p erim en tab a los efectos del
° P u n to éste especialm ente criticad o p o r H aberm as y sus seguidores: H aberm as.- E l discurso filosófico de la modernidad, T au ru s, M adrid, 1989, pp. 342 y ss; A. H o n n e th .- Kritik der M acht, op. cit. pp. 180 y ss, 218 y ss.; T h . M e C a rth y , «F ilosofa y T e o ría C rítica en los Estados U nidos», en hegoría, n° 1, M ay o , 1990, pp. 4 9 -8 4 , pp. 6 3 -6 5 .
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p o d e r era n ecesariam ente u n sujeto libre, lo que im plicaba diferenciar esa relación respecto de las de carácter in stru m e n ta l c o n las co sas.36 E sta c o n c e p c ió n c o n c e d ía u n a cierta a u to n o m ía al in d iv id u o que contrastaba co n el m e c an ic ism o de sus análisis a n te rio re s. Esa tra n sfo rm a c ió n corre, o bviam ente, pareja co n sus trabajos sobre la sexuali dad, e n los q u e se nos abre una nueva perspectiva acerca de los procesos de subjetivación.
2 .3 .
E l p r is m a d e la se x u a lid a d
H ab ría q u e h a c e r u n a p rim e ra p re c isió n al u b ic ar en to rn o a la investigación histórica relativa a la sexualidad la nueva perspectiva sobre la subjetividad. N o se nos pasan p o r alto las diferencias entre el p rim e r v o lu m en {La volun tad de saber) de 1976, y los dos últim os {El uso de los placeres y E l cuidado de sí) aparecidos en el 84, debidas, sobre todo, a q u e en aquél el análisis e n tero está g u iad o aún p o r la c u e stió n del p o d e r, en ta n to q u e en los dos ú ltim o s la nueva n o c ió n de «técnicas de sí» — q u e nuclea to d o el p lan team ien to — se delim ita en su especificidad respecto a las relaciones de d o m in ació n , sin que, de todos m odos, p u e dan separarse en absoluto de ellas.37 Si, a pesar de ello, in cluim os d e n tro del m ism o b lo q u e La voluntad de saber, es p o rq u e es aquí d o nde se p ro d u ce el giro fu n d am en tal p o r el que se abandona el exteriorismo del p lan team ien to a n te rio r y se da cabida a las técnicas que actúan d irectam en te sobre la in terio rid ad ; es en esta obra d o n d e se destaca la im p o rtan cia en nuestra co n stitu ció n c o m o sujetos de los p ro ced im ien to s p o r los que se incita al ind iv id u o a decir la verdad de sí, la im portancia, p o r tanto, de técnicas co m o la confesión, retom ada luego p o r diversas disciplinas.38 Sus dos 36 D E , p p .3 0 9 y ss, p.314. 37 S obre la distinción de las «técnicas de sí» respecto a los análisis de saber y de p o d er: U P , pp. 10-11; «E ntretien avec H .L . D reyfus ct P. R ab in o w » en D reyfus, lÉ abm ow - Michel Foucault..., G allim ard, París, 1984 (original 19S2), pp. 3 2 2 -3 4 6 ; p.332; M . F oucault, R . S en n et.«Sexualidad y Sociedad» en El Viejo Topo, n “ 61, O c t-8 1 , pp. 47 -5 4 , p. 50; M . F o u c a u lt.- « T ech n o lo g ies o f th e Self», en L .H . M a rtin , H . G u tn a n , P .H . H u tto n (ed.).- Technologies o f the Self. A Seminar with M i chel Foucault, T av isto ck P ublications, L o n d o n , 1988, pp. 16-49, p. 18. 38 VS, pp. 7 8 -7 9 ; pp. 84 y ss.
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volúm enes posteriores se centrarán en la evolución de un tipo de relación que el sujeto establece consigo m isino d o m inada, finalm ente, p o r el im perativo de decir, y decirse, lo que u n o en realidad es, de m an ifestar cada rasgo de nuestra auténtica identidad. F oucault nos m uestra aquí una co n stitu ció n de la subjetividad a través de las prácticas de sí p o r las que el in div id u o se tom a a sí m ism o co m o o b jeto para dar a su vida una o rie n ta ció n d eterm in ad a: para a u to conform arse. O si se prefiere, para m o ld ear sus deseos de p rim e r orden de acuerdo co n un sistema de m etadeseos. Ese proceso de «autoconform ación» n o es separable, co m o decíam os antes, de las prácticas de poder. Es un e rro r con-* traponerlas sin más, co m o si F oucault co n cib iera ahora un sujeto a u tó n o m o que se construye a sí m ism o al m argen de toda instancia de poder. Incluso en el m o m e n to en que tales prácticas o «artes de la existencia», tien en una a u to nom ía m ayor, co m o o cu rre en la G recia clásica, no dejan de enlazarse co n el g o b ie rn o de la polis.4'1 El gobierno de sí se articula — consiguiéndose, en el m e jo r de los casos, una aceptable arm o n ía o paralelism o entre ambas instancias— con el gobierno de los otros.41' Su evolución p o sterio r se ca racteriza p o r la pérdida de esa au to n o m ía , p o r su in teg ra ción en las redes del poder pastoral, tan to en su form a cris tiana, com o en la que adquiere en la M o d e rn id a d ;41 en ese m o m e n to el g o b ie rn o de sí pasa a convertirse en una de las piezas más sofisticadas de u n p o d e r individualizante que exige la co n stitu ció n de d eterm inadas identidades para su más perfecto fu n c io n a m ie n to .42 D e este m o d o , se accede p o r o tro cam ino, el de estas «artes de la existencia», al p u n to central ofrecido a nuestra *14 y> U P , p. 89, pp. 92 y ss; Hermenéutica del sujeto, La P iqueta, M adrid, 1 994, pp. 42 y ss. 411 «Le souci de la vérité» en M a^azine littéraire, nu 207, M ayo 1984, pp. 18-23, p. 19. 4' U P , p. 16. 42 Ju stam en te este ex tre m o es el q u e echam os en falta en el atractivo p lan team ien to que A n to n i D o m é n e c h hace en su libro D e la ética a la política (C rítica, B arcelona, 1989). LDomenech n o som ete a análisis los m u y distintos tipos de c o n o c im ie n to de sí m ism o que pu ed en darse, c o n sus consiguientes articulaciones a instancias de p o d er. P o r ello no creem os q u e quepa aceptar sin más c o m o verdad lo que él co n v ierte en acusación contra nuestra cultura: el im p erio del De nobis ipse silemus. D o m e n e c h co m p arte con F oucau lt el gesto p o r el que una vez más la tradición griega se co n v ierte en referencia m odélica, p ero a diferencia
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m irada desde su arqueología de la locura: el enlace verdad e identidad atravesado por relaciones de poder. D e im p o rtan cia concedida p o r F oucault a la luchas en de las form as de individualidad — de subjetividad— nos im p o n en :
entre la aquí la contra que se
«de un lado, afirman el derecho a la diferencia y subrayan todo lo que puede volver a los individuos verdaderamente individuales. Del otro, combaten todo lo que puede aislar al individuo, sepa rarlo de los otros, escindir la vida comunitaria, constreñir al indi viduo a replegarse sobre sí mismo y atarse a su propia identidad.» ( d e , P. 302)* 43 Foucault distinguía tres tipos de luchas: «las que se oponen a las formas de dominación (étnicas, so ciales y religiosas); las que denuncian las formas de explotación que separan al individuo de lo que produce; y las que comba ten todo lo que liga al individuo a sí mismo y asegura así su sumisión a los otros (luchas contra la sujeción, contra las diver sas formas de subjetividad y de sumisión.» (DE, p. 303; Si b ien p o r lo general se dan las tres form as entrelazadas, en cada época h istórica aparece una c o m o h e g em ó n ica. Así d u ra n te el feudalism o im peraría el p rim e r tipo, en el siglo X IX el segundo, y hoy la prim acía co rresp o n d ería a los com bates p o r una nueva subjetividad.4445 La tarea actual de la filosofía ha de reto m ar la p reg u n ta de K an t p o r el p resente en Was ist Aufklarung?, una p re g u n ta q u e fo rm u la d a de o tro m o d o sería: « ¿Q u ien so mos?» (D E, p. 307)4:> — co n el p ropósito de servir al más del filósofo francés, que nos presenta la distita ev o lu ció n de las formas de la relación en tre el saber y las prácticas de sí en nuestra cultura, él traza c o m o cesura central la o p o sició n e n tre el c o n o c im ie n to o la ig norancia de sí. 43 V id. tam b ién el P refacio h e c h o p o r F oucau lt a la ed ición a m e n cana del A n ti-E d ip o de D eleu ze y G uattari, aparecida en 1977, d o n d e destaca la necesidad de u n a lucha p o r la d esíndividualización, una lu cha p o r erradicar el fascismo de nuestras form as cotidianas de vida, de n u estra s u b je tiv id a d (p u b licad o e n M agazine littéraire, n° 25 7 , Sept. 1988, pp. 49-50). 44 D E , pp. 3 0 3 -3 0 4 . 45 V id. tam b ién el C u rso del 83 sobre el m e n c io n ad o tex to de K ant, recogido p arcialm ente en M agazine littéraire, n" 207, 1984, «U n cours
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eficaz rechazo de lo que som os. Se trata de repensar nues tra p ro b le m a tiz a c ió n de los c o m p o rta m ie n to s (relació n con la locura, sistema punitivo, sexualidad...) pero n o para establecer al fin la auténtica verdad de cada uno, la verdad, p o r tanto, de nuestra supuesta naturaleza, n o para fundar en el c o n o c im ie n to nuestras futuras actuaciones, sino para ser de otra m a n era.4'’ C o rre s p o n d e a esta observ ació n la m ayor im portancia, toda vez que u n o de los rasgos esen ciales de nuestra cu ltu ra es p recisam en te esa d e te rm in a ción de los individuos p o r los discursos de verdad. Esta m o s, p o r lo ta n to , a n te u n p u n to q u e p u e d e re s u lta r paradójico, sem ejante a la situación de N ietzsch e cu an d o se veía obligado a decir la verdad de la vo lu n tad de verdad en el in te n to de p o n e r té rm in o a su im p erio . Para F o u cault resulta asim ism o p o r c o m p le to necesaria la reflexión sobre sí, pero no al o b je to de sentar una relación de conoci miento co n nosotros m ism os, cosa q u e significaría seguir en la senda de la hermenéutica de sí im puesta desde el cristia nism o. La epimeleia heautou de los griegos podría servir, en este sentido, de in d icació n de un c am in o d istin to en el que la p roblem atización de sí no está do m inada p o r el im perativo de decir la verdad, sino p o r el proyecto de una estetización de la propia vida, no tan to p o r el fin de descu brirse, sino p o r el de inventarse, p o r el de hacer de sí una obra de arte. 2 .4 .
A lg u n a s c u e s tio n e s
N o pocos problem as surgen en to rn o a esta perspectiva y propuestas del ú ltim o F oueault referentes a la subjetivi dad. Se han d eb atid o esp ecialm en te dos: u n o relativo al cam bio q u e representa en su obra; el o tro a la falta de fu n d am en tació n e inconsistencia de las propuestas esbozadas a m o d o de alternativa. En cu an to a lo prim ero, el elem en to de cam bio fundainedit» pp. 3 5 -3 9 . U na versión mas am plia se co n tien e con el título «W h.it Is E nlightenm ent?» en el libro de P. k a b m o w (ed .).- The l'onCiinll Render, P ereg rin e B ooks, 1986, ( lJ ed ició n , N e w Y ork, P.m tlieon B ooks, 1984), pp. 3 2 -5 0 . «E ntretien avec H.L . D reyíiis et P. R ab in o w » en <>/>. cil. pp. 325326, pp. 3 3 0 -3 3 1 . «W hat Is E nlightenm ent?», op. til. pp. 41 y ss.
m ental no reside, co m o se ha visto, en el h ech o de abordar la cuestión de la subjetividad, cuestión que vendría a co n tra p o n erse a las del poder y el discurso tratadas en fases a n te rio res. Está claro que, abordada de m odos diversos, el tem a de la subjetividad pu ed e seguirse a través de su dilatada obra. Incluso la novedad que su p o n e la perspectiva de las «techniques de soi» encaja p erfectam en te en lo que hem os desta cado co m o línea c o m ú n a través de los distintos plantea m ie n to s , to d a vez q u e se v in c u la a los m e ca n ism o s de pod er-verdad. El punctus saltans radica, sin duda, en la recu p eració n del ideal clásico del sujeto centrado, d u eñ o de sí, que se apoya en la suposición, p o r parte de Foucault, de una m ayor au to n o m ía de los individuos inscritos en las re des de poder. A m bos aspectos, p articu larm en te el prim ero, contrastan c o n la asociación que parecía desprenderse de sus anteriores enfoques entre subjetivación y sujeción, co n la idea, en fin, de un sujeto to d o el colonizado p o r resortes de poder. La línea de fuga ante una perspectiva tal tendía a situarse en u n peligroso espacio de disolución de la propia su b jetiv id ad ; el rech azo de u n a id e n tid a d co ercitiv a era allegado a posiciones de desindividualizació n , d escen tram ien to . Toda au to n o m ía era percibida co m o una ilusión; pero adem ás toda idea de posesión de sí, de cen tram ien to del sujeto consciente, era percibida co m o fo rm an d o parte de esa m ism a sujeción de la que había que liberarse. D e Historia de la locura a La voluntad de saber vem os esbozarse una línea alternativa que a pesar de sus diferencias c o m parte, de u n m o d o u otro, ese p u n to . E n Historia de la locura en co n tram o s una vacilación entre una crítica dirigida a una d eterm inada form a teórica de psicología o al lenguaje dis cursivo en general, ten d ien d o progresivam ente a inclinarse a este ú ltim o po lo la o p ción, lo que no deja, a su vez, de en tro n car co n la apuesta práctica de transgresión subjetiva p ró x im a a Klossowski, Bataille, A rtaud, explicitada, sobre todo, en sus artículos literarios. Tras los diagnósticos acerca de la m u e rte del hom bre, de la perspectiva de u n futuro Übermensch que se perfila en la experiencia disolutoria del ser m ism o del lenguaje, lo que p u ed e ya resistir es la idea de la «plebe», lo que de plebe, de fragm entarios espacios li bres, p udiera aún quedar en los individuos. E n La voluntad de saber son, fin alm en te, el c u e rp o y los placeres lo que aparece co m o lugar de la negación. 180
El giro, pues, que co n respecto a estas posiciones c o m p o rta el ú ltim o Foucault nos parece innegable.47 La distin ció n que hace D eleuze entre la n o c ió n de «sujeto» ligada a la id e n tid a d y la de «subjetividad» u n c id a al a c o n te c i m ie n to ,48 au n q u e tiene el interés de resaltar q ue el nuevo p lan team ien to no supone una vuelta al lech o de P rocusto de la identidad — ello significaría en tra r en co n trad icció n co n la línea m ed u lar de toda la crítica h ech a a lo largo de su obra— , pasa, sin em bargo, p o r alto la co n trap o sició n de la nueva propuesta con las posturas que celebraban el esta llido del yo, la fragm entación, el disgregacionism o. D e lo dionisíaco se ha dado un deslizam iento hacia lo ap o lín eo 49. El giro supone una limitación a la tendencia totalizadora de su crítica de la subjetividad. C o n esa c o n te n c ió n , esta crítica de la id e n tid a d re su lta, sin d u d a , a p ro x im a b le a la de A d o rn o y H o rk h e im e r en La dialéctica de la Ilustración, toda vez que una de las grandes diferencias en tre ambas radi caba en la no renuncia al sujeto, a la posibilidad, to d o lo rem ota que se quiera, de u n yo a rm ó n ic o y reco n ciliad o ,50 a la recuperació n, en fin, de u n cen tro subjetivo desde el q ue resistir, p o r parte de la segunda. E n realidad, en F o u cault se daría el paso de una a la otra de las dos posiciones de rechazo de una identidad coactiva, de una posesión de sí vivida co m o forzosa, la nietzscheana, que opta p o r una em briagadora au to d iso lu ció n del yo, p o r una gozosa p é r dida de sí, y la perseguida p o r A d o rn o y H o rk h e im e r, que
47 Sobre el «retorno del sujeto» vid. M . F o u cau lt.- «Le re to u r de la inórale», op. cit. p. 41. F. Savater.- Etica como amor propio, M o n d ad o ri, M adrid, 1988, pp 2 4 6 -2 5 5 ; H . Jo ly .- « R e to u r aux grecs», en Le Debat, n. 41, 1986, p p 100-120. 48 D e le u z e .- Pourparlers, M in u it, Paris, 1990; pp. 126-128, p. 131, pp. 134-135, p. 154, pp. 156-157. 49 Podría servir de ejem plo de este tránsito co m p arar los elogios a la transgresión batailleana de los años sesenta con el tipo de transgresión que se nos p ro p o n e ahora, en los o ch en ta: u n trabajo de nosotros sobre nosotros m ism os para lograr tran sfo n n acio n es posibles, parciales, prác ticas. Ver: «W hat Is E nlightenm ent?», op. cit., pp. 46 -4 7 . ¿U n eco sui generís del «retorno del individuo» tan subrayado p o r algunos a lo largo y en el curso de esa década?. 7,11 La o p o sició n q u e suele hacerse e n tre la crítica general a la subjeti vidad, a la ilusión de la u n id ad del sujeto, de F oucault, y la crítica de A dorn o , lim itada a los aspectos cosificadores, crítica que deja la puerta abierta a la posibilidad de u n sujeto co n capacidad de au to d eterm in a ción, sería válida tan solo si se exclu y en los últim os trabajos del filósofo
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busca a rm o n iz ar la liberación de las distintas fuerzas in te r nas con la persistencia de un cen tro n o im positivo. En c u an to a la p resunta falta de fu n d am en tació n de esta nueva perspectiva, es ob v io q u e esta o b je ció n afecta tan to a su c o n stru c c ió n teó rica, c o m o a sus apuestas prácticas. La analítica del p o d e r ofrecida en Vigilar y castigar prescrita. en efecto, el p ro b lem a de la ínex p licació n de las resisten cias. N o te rm in a de verse, en ese m arco, c ó m o u n sujeto tan m a q u ín ic am e n te c o n stitu id o p o d ría ser capaz de o p o nerse al p o d er. Los p rin c ip io s generales relativos al carác te r relacional del p o d e r, a su c o n sta n te te n sió n (d o n d e hay p o d e r hay resistencia), n o p a re c e n reso lv er el p ro blem a. P or o tro lado se le ha rep ro ch ad o a F o u cau lt no d ar respuesta alguna a una p reg u n ta de o tro ord en : ¿por q u é resistir?. La m o dificación p o s te rio r en o rd en a la idea de u n p o d e r q u e se d irig e a sujetos, q u e gobierna c o n d u c tas, c o n ced e, desde luego, una au to n o m ía m ayor a éstos. P o r otra parte, la visión de una subjetividad que si bien está vinculada a to d o un ré g im e n de pod er, dispone de un espacio a u tó n o m o que p e rm ite al in d iv id u o una capa cidad de respuesta, venía a a b o n ar y e n riq u e c e r esta m o d ificación.'’1 A lgunas fo rm u lacio n es de F o u cau lt trazaban incluso una separación, en tre las prácticas de sí y las ins tancias sociales de p o d e r, p o sib ilita d o ra de pro ceso s de francés. A. H o n n e th n o tiene en cuenta en la diferencia que establece al F o u cau lt de finales de los setenta en adelante. D e lo contrario, se ve ría obligado a rectificar su in te rp re ta ció n (A. H o n n e th ,- «Foucault et A d o rn o . D eu x form es d ’u n e c ritiq u e de la m o d e rn ité» , Critique, n" 4 7 1 -2 , A g-S ept. 1986, pp. 8 0 0 -8 1 5 , especialm ente pp. 811 y ss). P. D ew s in cu rre en el m ism o e rro r en: «P ow er and S ubjectivity in F o u cault» (N ew Lcft Rémcw, n" 144. 1984, pp. 7 2 -9 5 , pp, 77 y ss), erro r q u e sólo co rrig e p arcialm ente en su co n trap o sició n general en tre la crí tica de la id entidad hecha p o r el p o stestm etu ralism o (Lyotard, F oucault D errida) y la crítica adorniana en: «A dorno, Poststructuralism and the C ritiq u e o f Identity» (en A n d rew B enjam ín (ed.).- The Prohlems of Modernity. Adorno and Benjamín, R o u tle d g e , L ondres, 1991, 1‘ ed. 1989) Incluso la co n trap o sició n en tre un sujeto co n stru id o desde el cu erpo (Foucault) y o tro co n stru id o a través del co n tro l p o r parte del p o d e r de los m ecanism os psíquicos (A d o rn o , H o rk h c u n e r), a partir del 76, de Histoire de la sexnalitc, desaparece. Ver: A. H o n n e th .- Kriik der Machi, op. cit., pp. 187-188, 209 y ss.; tam bién A. W e llm er.- «La dialéctica de m o d ern id a d y p ostm odernidad» (1985) en Dehats, n * 14, Dic. 1980, pp. 67 87, pp. 76-77. •’ 1 Vid. «U ne esth étiq u e de l'existence», (entrevista con A. Fontana), Le Monde, 15-16 Ju lio , 1984, p .X I. 182
a u to fo rm a c ió n ,^ lo que, u n id o a las propuestas de estili zación de la p ropia vida, p u d o dar pie incluso a las críticas e n el s e n tid o d e « in d iv id u a lis m o » , « a ris to c ra tis rn o » , «dandysm o»...53 Lo c ie rto es, en c u a lq u ie r caso, q u e tal posibilidad n o resulta nada clara si se tie n e en cu en ta que en la M o d ern id ad , c o m o en el cristianism o, y a diferencia de lo que sucedía en la A n tig ü e d ad g rieg a, las prácticas de sí son reconducidas p o r p oderes c o n fo rm ad o res de los d i versos procesos de assujettissement. Esta dificultad para establecer co n claridad el perfil de la a u to n o m ía de los sujetos nos re m ite a u n p ro b le m a de fondo: la falta de una teoría del sujeto, de u n análisis más detallado capaz de dar cuenta de los procesos de socializa ción de fo rm a que podam os e n te n d e r la articu lació n c o m pleja de lo subjetivo y lo social, la a u to n o m ía de los in d i viduos y su engranaje en m aquinarias de p o d e r.54 E n vez de ello, nos en co n tram o s co n una actitu d teó rica que so bre la base de una investigación restringida a u n área c o n creta (disciplinas, sexualidad, técnicas de sí) tien d e a reali zar g en eralizacio n es excesivas abocadas a fo rm u lac io n e s unidim ensionales, o a in c u rrir, c o m o vim os respecto a la cuestión del poder, en planteam ientos aporéticos. E n c u an to a la falta de fu n d a m e n tac ió n de sus 'propues tas de nuevas subjetividades, de su c o m p ro m iso ético, es claro que F oucault se despreocupa to ta lm e n te de la cues tión; que, co m o o c u rre en tantos otros autores, sus análi sis, sus d iagnósticos y críticas, v ie n e n siem p re p e rfe cta-
En conversación con Dreyfus y R abinow afirmaba Foucault: «Creo que debemos desembarazarnos de la idea de un lazo analítico y necesario entre la moral y las demás estructuras sociales, económicas o políticas» ( «Entretien avec H.L. Dreyfus...» op. cit. p. 331. Vid. tam bién: M. Foucault, «Une mobilisation culturelle» en Le Nouvel Observateur, n° 670, 12-Sept. 1977, p. 49. Vid. F. J. M artínez.- Ontologia y diferencia: la filosofía de Gilíes Delenze. Orígenes, Madrid, 1987, p. 35; P. Hadot, «Réflexions sur la notion de 'culture de soi'» en Michel Foucault philosophe, op. cit. p. 267; Th. McCarthy, «Filosofía y Teoría Crítica en los Estados Unidos» en Isegoría, n" 1, Mayo 1990, pp. 49-84, pp. 74 y ss; R . Wolin, «Foucault's Aesthetic Decisionism», Telos, n° 67, Primavera 1986, pp. 7176. Sobre el ejemplo del dandysmo de Baudelaire: M. Foucault.- «What Is Enlightenment» o p . c it. pp.41-42. 54 C. Lemert, G. Gillan.- Michel Foucault. Social Theory and transgression, Columbia University Press, N ew York, 1982, pp. 104 y ss.
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m e n te desarrollados, pero q u e d an d o siem pre en una zona oscura el lugar desde d o n d e se hacen, la base en la que se apoyan sus apuntes sobre líneas alternativas. Sólo q ue en F o u cault esa carencia n o o b ed ece a n in g ú n descuido. D e sus tex tos se desprende u n a cierta p e rcep ció n del carácter innecesario, o al m enos peligroso, de esa fu n d am en tació n ; en c ierto m o d o su n o deseabilidad. In te n te m o s situar esta cautela teórica. H abría, e n p rim e r lugar, que trazar unos lím ites d en tro de los q u e el problem a p u ed a resultar planteable. Foucault p a rte de la asu n ció n de la crisis de la m etafísica, de la im posibilidad de una fu n d a m e n tac ió n en sentido fuerte. Su an tip latonism o es claro. N o hay razón universal. Toda ra zó n está siem pre situada, es histórica. N o hay, pues, verdad c o n m ayúscula. Es preciso re n u n c iar al sistema, a la to tali dad; sólo caben teorías parciales. Para F oucault, co m o para A d o rn o , en el to d o está lo falso.53 Pero adem ás, la verdad n o es separable del poder, se ordena siem pre d e n tro de un ré g im e n de saber d e term in ad o . T am p o co cabe hablar de b ien , de justicia, ni c o m o algo universal, ni co m o algo que tenga fu n d a m e n to en sí; en su trasfondo late siem pre una v o lu n tad de p o d e r.56 El relativism o resulta, pues, insalva ble. C o m o dice D eleu ze rem itiéndose a Spinoza y N ietzsche, n o hay u n c rite rio trascendente que p o r encim a de los diversos «dispositivos» o «m odos de existencia» pueda establecer una evaluación.353637 C o m o en co n tex to s paralelos, lo que seg u id am en te hay q u e p la n te a rse es — o b v ia m e n te — si, e n re a lid ad , c o n to d o ello n o vendría a cercenarse la posibilidad m ism a de dar razón, p o r débil q u e sea, de la apuesta ético -p o lítica. C o m o q u ie ra q u e fuere, hay e n Foucault cierto reparo a in te n ta r una vía te o ré tic a de fu n d a m e n tac ió n , c ie rto te 35 Curso del 7-1-76, en Microfisica del poder, op.cit. pp. 125-137; «Mas allá del bien y del mal» en Ibid. pp. 31-44, p. 42; B. Smart, «La política de la verdad y el problema de la hegemonía», en D. C. Hoy (comp.).Foucault, op. cit. pp. 175-192, p. 185. 36 M. Foucault, N. Chomslcy.- La naturaleza humana ¿Justicia o poder?, Univ. de Valencia, 1976 (ed. origir'ial 1974), pp. 63 y ss; M. Foucault, «Sobre la justicia popular» en Microjlsica del poder, op. cit. pp. 45-75. Sobre este punto: P. Veyne, «Le demiére Foucault et sa moral», en Critique, n° 471-2, pp. 933-941, especialmente pp. 935 y ss. 57 G. Deleuze, «Qu'est-ce qu'un dispositif?» en Michel Foucault philosophe. Rencontre internationale, Seuil, París, 1989, pp. 185-195, p.189.
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m o r a que p o r tal cam ino venga a la postre a darse en una fo rm a nueva de lo que de m o d o sistem ático ha reco n s tru id o c o m o rasgo específico de la sociedad m o d e rn a , esto es, el gobierno de los individuos por la verdad. U n ev id en te te m or, en fin, a que se produzca así un nuevo giro de tuerca en el d o m in io de la voluntad de verdad. Late en to d o ello, co m o va de suyo, la oposición nietzscheana al «hom bre te ó rico», socrático. E x p lícitam en te rechaza F oucault, en cu alq u ier caso, el proyecto de basar una m oral en el saber científico, esto es, que nuestra actitud, p o r ejem plo, a propó sito del sexo, del am or, se vea determ in ad a p o r la «verdad» acerca de nues tros deseos, de n u estro c u e rp o , d ire c c ió n esta p e rfe c ta m e n te constatable, co m o sabem os, en y al hilo de la evo lu ció n histórica de nuestra relación co n el sexo.5B Ese es el error, piensa Foucault, en el que in cu rren algunas te n d e n cias sociales críticas en una situación en la que se ha q u e brado to d o fu n d a m e n to religioso y se rechazan las in te r venciones jurídicas sobre nuestras vidas: «Los movimientos recientes de liberación sufren por no encon trar principio sobre el que fundar la elaboración de una nueva moral. Tienen necesidad de una moral, pero no llegan a encon trar otra que la que se funda sobre un pretendido conocimiento científco de lo que es el yo, el deseo, el inconsciente, etc. »sy Foucault se o p o n e a una ética del conocimiento-, su estética de la existencia ha de enfocarse en fu n ció n de ese rechazo, esto es, c o m o una fo rm a más de su o po sició n al im p e rio de la relación cognoscitiva co n el m u n d o 60. A la vista de los rasgos dom inantes de nuestra sociedad, la cautela de F oucault está, sin duda, justificada; pero, evi d en tem en te, deja el problem a abierto. Su p revención c o n 58 «Entretien avec H.L. Dreyfus...» en op. cit. pp. 330-331; «The Minimalist Self» (entrevista con S. Riggins, 1983), recogida en: Lawrence D. Kritzman (ed.).- Michel Foucault. Politics, Philosophy, Culture. Inter views and others Writings 1 9 7 7 -1 9 8 4 , Routledge, Nueva York, 1990, pp. 3-16, pp. 14-15. 59 «Entretien avec H. L. Dreyfus...» en op. cit. p. 325. En sus artículos y entrevistas de los últimos años en los que se refería al movimiento gay insistía en este punto; vid. las recogidas en el t. IV de Dits et Ecrits. ”n Este punto ha sido muy bien analizado por J. Bemauer, «Par-delá vie et mort» en Michel Foucault philosophe, op. cit. pp. 302-327. 185
tra y su crítica del papel ad q u irid o p o r los discursos de la verdad n o d eb en , en definitiva, asum irse sino c o m o una defensa del ámbito específico de la moral, un ám b ito que en n in g ú n caso debe verse so m etid o a ellos. Pero co n ello no deja de plantearse el problem a de si la radicalidad de la crí tica foucaultiana al lugar que en nuestro «régim en de ver dad» se otorga al saber científico n o vendría, en definitiva, a c o n d u cir a u n resultado sem ejante al que de facto im p o n e el tip o de racionalidad im perante. A saber: la expulsión al territorio de lo irracional de todo lo relativo a valores o fines. E n E l uso de los placeres61 se d is tin g u e e n tre m o rales o rientadas hacia el código, preocupadas p o r lo relativo a la o rd e n a c ió n de n o rm a s universales, y m orales o rien tad as más b ien hacia la ética, esto es, m orales preocupadas p rim o rd ialm en te p o r las form as de subjetivación, p o r las té c nicas m e d ian te las que el in d iv id u o p u e d e trasfo rm ar su p ro p io ser. N u estra evolución h istórica habría id o dando una prim acía a las del p rim e r tipo sobre las del segundo. El cristianism o, ejem plo de m o ral de código, habría h e c h o desaparecer la ética centrada en las artes de existencia o p e rantes en los griegos. Ello habría llevado consigo la im p o sición de u n universalismo constrictivo, así c o m o la juridización del su je to m o ra l; e le m e n to s a m b o s q u e F o u c a u lt rechaza. Pues bien, la problem ática de la leg itim ació n n o r mativa, la fu n d a m e n tac ió n de proyectos m orales, am enaza ría, desde este prism a, co n re tro trae rn o s de n u evo a esa senda, y ello ju s to en u n m o m e n to en el q u e — c o m o ap untábam os antes— los códigos h an en tra d o en crisis y resurgen p lan team ien to s — m ás cercanos a los g rieg o s— de p reo c u p ac ió n p o r la subjetividad.6162 F o u cault no llega, con todo, a planteárse el p ro b lem a de u n universalism o m e ra m en te form al. El universalism o es asociado sencillam ente a h o m o g e n e iz a c ió n . El acen to es p u esto en lo diferenciador, en la «invención de sí», en la diversidad de los estilos de existencia sin que se establezcan elem en to s de m e d ia c ió n .63 E l decisionismo p arece ser en 61 U P, pp. 36 y ss. 62 M . Foucault.- «Le souci de la vérité» en o p . c it . p.237; «Entretien avec H.L. Dreyfus...» en op. c it . p. 325 63 «Le retour de la morale» en o p . c it. p. 41); Sobre el antiuniversa lismo de Foucault véase la crítica de Th. M cCarthv ("Filosofía y Teo ría Crítica en los Estados Unidos» en lo e . c it . pp. 74 y ss.); también: A.
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ronces la consecuencia inevitable q u e se desprende de tal plan team iento. E n el fondo sólo la experiencia, el dolor, el sen tim ien to de opresión, de lo intolerable, la propia acción rebelde, la práctica, en fin, de la liberación, es lo que pu ed e servir tic base a la legitim ació n . N o q u e de su lado este la verdad, n o la v irtu d de teoría a lg u n a /’4 El sen tim ien to de lo inso po rl ahí e s u s tit u y e a la c la r id a d c o g n o s c itiv a d e lo indubitable/ ° Si existe alguna universalidad es la q ue esta blece la e x ten sió n de la opresión. D espués de todo, co m o dice F o u cau lt, «todos som os g o b e rn a d o s, y a este títu lo so lid a rio s/4’ La fu n ció n del intelectual n o es p o r ello la de dar razón: las gentes ya saben p o r lo que luchan. Su fu n ción consiste en abrirles cam ino, en hacer que sus teorías, siem pre parciales, les sirvan de in stru m e n to s en su rebelión en contra de todas las artim añas del poder. C onvendría tal vez subrayar, en este c o n tex to , que a la C ortina,- Etica sin moral. Tecnos, M adrid, 1990, pp. 212 y ss.; R. Rocblitz, Cjgsthetique de IVxistence» en Michtd Foucault philosoplie, op. cit. pp. 288-301. R. Rorty («Identité morale et autonomie privée» en X í i c h c l F o u c a u l t p h ii ó s o p iw , op. cit. pp. 385-394) aprueba el que Fou cault no haga ninguna fundamentación universalista, pero critica su re lación entre moral ('¡relación a los otros) y ética (relación a sí), la im po sición de ésta solífe aquella, Sobre la necesidad, no contemplada por Foucault, de seplMi los ámbitos de lo público y de lo privado vuelve Rorty' en su libro Comúlgatela, ironía y solidaridad (Paidós, Barcelona, 1991, ed. original 1989, trad. A. E. Smnot. pp.83-84). En otro lugar Rorty defiende §1 perspectivismo pragmático foucaultiano en el campo del conocimiento teórico comparándolo con el de f. Dewey («Methode, Science sociale et espoir social» en Critique , n" 471-2, Ag-Sept. 1986, pp. 873-897, pp. 889 y ss. Vid. también R. R orty.- «Habermas y Lyotard sobre la postmodernidad», en AA. VV.- H a b e r m a s y la moder n i d a d , trad. F. Rodríguez Martín, Cátedra, Madrid, 1988, pp. 253276. Acerca de la relación entre ética y pensamiento de lo singular en Foucault: P. M acherey.- «Foucault: éthique et subjectivité», op. cit. M «Inutile de se souíever?» en Le Monde, 1 1-12 Mayo 1979, pp. 1-2, p. 1; «Face aux gouvernements, les droits de l’homme» en Liberation, 3 Q -V I -8 4 , p. 22.
Vid. la discusión con motivo de la comunicación de M. Morey en Michcl Foucault philosoplw. Rernoutre ¡uternationale, op. cit. p. 149; ver
también, en el mismo libro, la defensa que hacen P. Veyne («Foucault et le dépassement (ou achévement) du nihilisme», pp. 399-404) y A. Glücksmann («Le nihilisrne de Michel Foucault», pp. 395-398) cíe la negativa de Foucault a una fundamentación del compromiso ético. De P. Veyne, sobre este mismo punto; «Le derniére Foucault et sa morale» en op, cit. «Face aux gouvernements...» en op. cit. p. 22. 187
en tera crítica foucaultiana de los procesos de assujettisseiiiciii subyace la idea de u n fo n d o de libertad co m o lo más p ro p iam en te d e tin ito rio del sujeto. N o deja de reu h ar c u rioso que en este p u n to , y a pesar de todas las diferencias, el allegam iento a posiciones sartrianas resulte innegable.67 El co m p ro m iso ético vendría, en efecto, definido en este Foucault p o r la asunción consciente de esa libertad en el c o n v en cim ien to de su intransitividad, p o r su defensa, p o r su ejercicio en co n tra de to d o lo que la niega.®8 P revención frente a toda «ética del conocim iento», o p o sición a un universalism o ju ndi/.anre. convicción de que es, en definitiva, el su frim ie n to de los h o m b res aquello q u e fu n d a m e n ta el d e re c h o a la re b e lió n : h e aq u í, en sum a, los e lem en to s que de u n o u otro m o d o n u tren la raiz de esta ética-estética de la libertad.
87 Las comparaciones que señalan puntos de acercamiento a Sartre no son infrecuentes: J. G. M erquior.- Foucault et le nihilisme de la chaire, P.U .F., París, 1985, pp. 185-186; P. Dews, «Power and Subjectivity in Foucault», en N e w Left Reuiew, vol. 144, 1984, pp. 72-95, p. 82; M. Póster.- Foucault, el marxismo y la historia, Paidós, B. Aires, 1987 (origi nal 1984), pp. 1 1-67. Véase la contestación de Foucault a esa relación: «Entretien avec H. L. Dreyfus...», op. cit. p. 331. Para una contraposi ción general Sartre-Foucault ver J.L. Pintos: «Saber y sentido» en R . Máiz (comp.).- Discurso, poder, sujeto, op. cit. pp. 13-43. 68 DE, pp. 314-315; «Interview de Michel Foucault» en Actes n° 4546, Jun. 1984, pp. 3-6, p. 5. J. Rajchman ha insistido en este punto a lo largo de su libro Michel Foucault. La Liberté de savoir. P.U.F., París, 1987 (original inglés 1985), pp. 125 y ss.
188
O n to lo g ía d el p r e se n te
1.
El filósofo en el taller de la historia
D e l e n tero trabajo de F o u cau lt se d esp ren d e u n claro diagnóstico sobre nuestro h o riz o n te civilizatorio. Su inves tigación se desenvuelve en el cam po de la historia. E n él ha parcelado distintas áreas (locura, sexualidad, p risió n , clí nica...) distintas m edidas de tiem po, ha em pleado d iferen tes h erram ien tas de análisis... Esa es la materia de su tra bajo, p ero éste n o ha sido el de u n historiador. F o u cau lt piensa desde la historia, pero su actividad es la de u n filó sofo. B u en a parte de la extrañeza q u e en los diversos g re m ios profesionales ha o rig in ad o su obra es debida a esta confusión entre el e lem en to q u e n u tre su p e n sam ien to y la naturaleza de éste. A lgo m u y distinto, desde luego, a la la b o r de aquéllos q u e explotan «filosóficamente» la historia, de la que se sirven para elaborar grandes síntesis que d e n o ten u n Sentido, que perfilen una escatología y rem itan a p e río d o s au ró rales y de d e c a d e n c ia ... N o , F o u c a u lt n o hace una filosofía de la historia o «historia filosófica». F o u cault utiliza rig u ro sa m e n te las h e rra m ie n tas del h isto ria 189
dor, establece u n cam po positivo de datos, rastrea los ar chivos en una labor «m eticulosa y p a c ie n te m e n te d o c u m entalista» (N G H , p. 145), n o se lim ita a m e ro d e a r en finca ajena y desconocida, para ex traer unos cuantos datos q u e o to rg u e n algún c o n te n id o a categorías y tesis cons tru id o s en otra parte, tal y c o m o suele o c u rrir en el gé n e ro de las «Filosofías d e ...» .1 Si calificam os, c o n gesto conclusivo, su q u eh acer de p ro p iam en te filosófico es p o r q u e — desde nuestro p u n to de vista— to d o él se o rien ta seg ú n u n doble eje:12 1) C rític a de cate g o ría s y p ersp ectiv as c en trale s de nuestras form as de pensam iento: crítica de la categoría de sujeto, de objeto, de la idea de fundam ento, de o rigen; re d u c ció n nom inalista de to d o universal; disolución genealó gica de toda idealidad, co n sus rasgos de pureza, identidad h o m o g é n ea , unidad, atem poralidad; desm en tid o de cual q u ie r hipostasización naturalizante; cuestio n am ien to radical de la idea im p e ra n te de verdad. La historia, pues, co m o fo rm a de pensam iento, c o m o perspectiva p ro fu n d am en te antim etafísica, antiplatónica; no, p o r consiguiente, al m o d o de H eg el q u ien resuelve la filosofía en su historia, y, en d e finitiva, en la historia, pero sólo a co n d ició n de que ésta haya sido encarrilada previam ente según el trazado de la fi losofía. La o rie n ta c ió n fo u c a u ltia n a im plica, claro es, la ru p tu ra co n la historiografía al uso, co n su teleología, c o n tin u ism o , tem p o ralid ad h o m o g é n e a ..., la liq u id a c ió n , en definitiva, de los residuos de A bsoluto que aú n la habita ban. La perspectiva histórica se vuelve entonces en contra de la disciplina de la H istoria. A dem ás, en u n gesto carac terístico, esa perspectiva en F o u cau lt se autotem atiza, in quiere p o r su p ropio nacim iento, considera que la h isto ri cidad co m o m o d o del ser em erge en un m o m e n to preciso,
1 M. Foucault.— «A propos des faiseurs d'histoire», en Liberation, 211-83, p. 22; «Foucault responde a Sartre» (1968), en M. Foucault.— Saber y verdad, La Piqueta, Madrid, 1985, pp. 39— 46, p. 44. 2 Sobre la cuestión filosofía-historia véase en general las posiciones de Foucault en L'intpossible prison. Recherches sur le systéme pénitentiaire au X I X siécle réunies par Michelle Perrot, Seuil, París, 1980, (traducción parcial de J. Jordá, La imposible prisión: debate con Michel Foucault, Ana grama, Barcelona, 1982). «Le style de l'histoire», en DC, t. IV, pp.649655. 190
d efin ito rio de la epistem e m o d e rn a .3 P u n to éste q ue nos lleva al segundo eje de enlace entre filosofía e historia. 2) La excavación histórica para resp o n d er a la cuestión «¿qué som os hoy?», para c o m p re n d er los lím ites, nunca d e finitivos, de nuestra cultura, el pensam ien to d en tro del cual pensam os, las líneas básicas, en sum a, de nuestra racionali dad, tiene, c o m o acabam os de sugerir, u n p articu lar valor d efin ito rio en el co n tin e n te foucaultiano tal y c o m o éste ha te rm in a d o p o r d ibujar sus c o n to rn o s. E n sus últim os años F oucault definiría, en efecto, esta tarea — su tarea— en los té rm in o s de «ontología del presente, onto lo g ía de nosostros m ism os».4 E n ese m o m e n to Foucault — lo vere m os— hacía re m o n ta r tal proyecto a K ant. Esa c o m p re n sión del objetiv o de la filosofía siem pre le a co m p a ñ ó , si bien, al princip io, el a u to r a q u ién atribuía la p atern id ad era — c o m o n o — N ietzsche.5 C o n él en ten d ía que la m i sión de la filosofía era la de diagnosticar el presente. N ietzs che, co m o co n respecto al lenguaje, o al poder, tam b ién habría sido, pues, el p rim e ro en d e sc u b rir este objetivo, cuyo c u m p lim ien to requería de cierta alma de m édico. Tal objetivo, según Foucault, caracteriza a la filosofía c o n te m poránea. D e aquí el lugar p re e m in en te o cu p ad o p o r el dis curso histórico: «Si la historia posee un privilegio, este se daría en la m edida en que jugase el papel de una etnología in tern a de nuestra cultura y de nuestra racionalidad»6. Esa m irada distante, de etnólogo, es la q ue siem pre ha caracterizado a F oucault. Era co n sciente de la dificultad de d irig ir u n a m irada así resp ecto de n o so tro s m ism os, del pro blem a de la au torreferencia, del obstáculo e p istem o ló
3 M C, pp. 263 y ss.; 268, 288, 305 y ss., 378 y ss. J Vid. su primer curso del año 83 dedicado al opúsculo de Kant: Was ist Aufklárung, («Un cours inedit») publicado en Magazine littéraire, n° 207. Mayo 1984, pp. 35-39, p. 39. Una versión distinta y más amplia de este curso fue publicada en P. Rabinow (ed.). The Foucault Rcadcr, Peregrine Books, 1986 (antes, 1984, en Pantheon Books, New York), pp. 32-50, p. 50. 3 P. Caruso.— Conversaciones con Lévi-Strauss, Foucault y Lacan, Ana grama, Barcelona, 1969, pp. 67-91; vid. pp. 73-74, 81-82. La conver sación mantenida entre Caruso y Foucault data de 1967. 6 Entrevista en 1967 con R . Bellour, publicada en R . Bellour.— L e livre des autres, U nion Genérale d'Éditions, 1978 (Ia ed. 1971 , en L'Heme), pp. 97 - 127 ; vid. pp. 123-124. 191
gico de pensar aquello que nos piensa. Si, n o obstante, tal tarea podía em pren derse era acaso p o rq u e ese p en sam ien to q u e nos sustentaba había e m p e z a d o a d ejar de h acerlo , p o rq u e nuestra epistem e am enazaba resquebrajarse y nues tras form as de exp eriencia em pezaban a ser otras. Ese vi raje que F oucault creyó e n algún m o m e n to q u e m arcaban esp ecialm en te, si b ie n re sp ec to de ám b ito s d istin to s, las obras de N ietzsche, Freud, A rtaud, B lan ch o t... es precisa m e n te el q u e facilita la distancia respecto de lo que aún so m o s, p e ro q u e acaso p r o n to d e ja re m o s d e ser; es la g rieta que nos p e rm ite echar una m irada a n uestro sub suelo; aquello q u e hace q u e p odam os neutralizar y o b je ti var nuestras categorías a través de su c o n fro n ta c ió n co n otros cortes históricos, y e n te n d e r éstos m ism os sin la p ro yección de aquéllas.7 Esa etnología interna de nuestra cultura ha sido llevada a cabo p o r F oucault de fo rm a fragm entada a través del estu dio h istó ric o de diversas parcelas de nuestra ex p erien cia (lo cu ra, sexualidad, sistem as de n o rm a liz a c ió n ...), todas ellas de singular im p o rta n c ia , in d icad o res esp ecialm en te sensibles de la c o n stitu c ió n de u n d e te rm in a d o m u n d o . N u e stra re la c ió n c o n el O tro , y c o n n o so tro s m ism o s, nuestra co n stitu ció n c o m o sujetos éticos, de p o d e r y de c o n o cim ien to , es desvelada desde estos ám bitos.8 La p e rio d iz ac ió n asum ida resulta ig u alm en te significa tiva respecto de este proyecto c o m o u n todo. El cen tro de interés de sus trabajos se sitúa, en efecto, y p o r lo general, ju sto e n esa secuencia cronológica e n la que d eterm in ad a fo rm a de experiencia desaparece para ser sustituida p o r la q u e d e fin e n u e stra m o d e rííid a d : ú ltim o c u a rto del si glo X V III, p rim e r tercio del X IX . Sus estudios relativos al p e río d o del C lasicism o — Historia de la locura y Las palabras y las cosas— , y sus más tardías incursiones en el p e río d o cristiano y en el m u n d o h elén ico — Historia de la sexuali dad— d e b e ría n ser m ás b ie n asum idos y e n te n d id o s en fu n ció n de la necesidad genealógica de seguir la c o n stitu -
7 V id. la entrevista del añ o 1966 co n R . B ellour, en op. cit. pp. 1125, p. 18. 8 E ntrevista c o n H .L . D reyfus y P. R a b in o w , en H .L . D reyfus, P. R a b in o w .— Michel Foucault. Un parcour philosophique, G allim ard, Paris, 1984, (ed. original 1982), pp. 3 2 2 -3 4 6 , p. 332.
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ció n en otras fases de elem entos básicos de nuestras actua les problem atizaciones, o en fu n ció n de la necesidad ar queológica de distanciam iento y c o n fro n ta c ió n .9 E n la investigación histórica de los distintos cam pos so bresale una m ism a p reo cu p ació n , relativa ju sta m e n te a lo q u e co n stitu y e el p ro b le m a filosófico p o r excelencia: la cuestión de la verdad. N o la verdad en cu an to a su estructura in te rn a , sino en lo a tin e n te a su papel m e d ia d o r de las conductas, a los ám bitos en los que su p ro d u c c ió n se hace necesaria, a los efectos de realidad a ella ligados, etc. La di visión entre verdad y falsedad como característica esencial de nues tra historicidad.10* Los dos ejes señalados se cruzan en esa cuestión central: la verdad c o m o foco de la crítica categ o rial, la división verdadero-falso c o m o e le m e n to galvanizador d e nuestra cultura. F oucault nos m uestra có m o el p en sam ien to que se define p o r su relación co n la verdad tiene u n acontecer, nos re v e la su i r r u p c i ó n h is tó r ic a — n ú c le o d e su c r ític a filosófica— , y có m o la historia, nuestra historia, es d e te rm i nada p o r la m ed iació n de los discursos de verdad — n ú cleo de su crítica «política». Este es el c o n tex to en el que deben situarse y asum irse sus co n cep cio n es últim as sobre la clase de historia que él m ism o hacía, insistiendo en q ue su d o m in io era el del pensamiento el de una historia definida p o r la n o c ió n de «problematización», es decir, p o r esa rela ción, en definitiva, m ediada p o r las prácticas n o discursivas e instancias institucionales p o r la que algo se constituye en o b jeto de pensam iento, p o r lo q u e algo es h e ch o en trar en u n ju e g o de verdad y falsedad.12 N ada tiene, pues, de e x taño que llegara a co m p en d iar su trabajo bajo el epígrafe de historia de la verdad. A hora b ien , lo que en esa historia se problem atiza n o es sino el ser humano:
,n
9 V id. R . B ellour, op. cit. p. 124, p. 18. ,u V id. La imposible prisión: debate con Michel Foucault, op. cit., pp. 7172, p. 78. " V id. la In tro d u c c ió n a U P , p articu larm en te la versión publicada en inglés p o r P. R a b in o w — d istinta a la aparecida en la e d ic ió n fran cesa— , presta una ate n c ió n especial al c o n c e p to de historia del pensa miento: P. R a b in o w (ed.), The Foucault Kender, P eregrine B ooks, 1986 ( I a ed. 1984), pp. 3 3 3 -3 3 9 . «L'áge d 'o r de la lettre de cachet», en D C , t. IV , pp. 3 5 1 -3 5 2 . 12 «Le souci de la vérité», entrevista co n F. E w ald, en Magazine littéraire, n° 207, M ayo 1984, pp. 18-23, p. 18.
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«¿A través de qué juegos de verdad el hombre se da a pensar su ser propio cuando se percibe como loco, cuando se capta como enfermo, cuando se refleja como ser vivo, hablante v tra bajador, cuando se juzga y se castiga a título de criminal? ¿A través de qué juegos de verdad el ser humano se ha reconocido como hombre de deseo?» (UP, p. 13).
H isto ria, o m e jo r ontología histórica de nuestras a u to p ro b le m a tiza c io n es, pues se trata de c ó m o el ser acced e al p en sam ien to y se constituye en ese m ism o paso. O , co m o en o tro lugar apunta Foucault, investigación sobre las for m as d e ra c io n a lid a d a p licad as p o r el ser h u m a n o a sí m ism o .13 El m alestar que e x p erim en ta Foucault ante esa m edia ció n o m n ip resen te de los discursos de verdad es lo que le hace preguntarse p o r el precio de este decir la verdad sobre no sotros mismos. Esa cuestión — nietzscheana, pero tam b ién la del H usserl de La crisis de las ciencias europeas— es la que guía su d iagnóstico.14 N ietzsch e habría, en efecto, transfor m ad o la p reg u n ta cartesiana relativa a las garantías del c o n o cim ien to , al cam ino seguro a la verdad, p o r la sospecha acerca de la temeridad de tal cam ino, que n o es o tro q ue el q u e O c c id e n te ha re c o rrid o . E n te n d e r la filosofía c o m o labor de diagnóstico supone u n interés crítico, e m an cip ato rio , im plícito en su m ism a naturaleza; no, p o r tanto, una m era tarea de descrip ció n , de esfuerzo de apropiación cognoscitiva del objeto. F o u cault co n cib ió siem pre la filosofía c o m o experiencia en la que el sujeto estaba c o m p ro m e tid o , co m o ascesis, co m o un modo de ser. El trabajo del p en sam ien to co m p o rtab a, según ello, u n m o d o de transform ación. A brirse a otra m anera de pensar significaba em pezar a dejar de ser lo que se e ra .15 T am bién, en v irtu d de esta c o n ce p c ió n podía calificar sus 11 «Structuralism and post-structuralism ». E ntrevista con G. R au let, en Telos, vol. 16, n° 55, P rim avera 1983, pp. 195-21 1, p. 202. 14 Ibid. pp. 2 0 2 -2 0 4 ; «Preguntas a M ichel F oucault sobre la G eo g ra fía», en M . F o u cau lt.— Microfisica del poder, La P iqueta, M adrid, 1978, pp. 1 1 1 -1 2 4 , p. 114; <-Du p o u v o ir» (entrevista), en L'F.xprcss, 6 -1 2 , Jun. 1984, pp , 5 6 -6 8 , p. 68. V id. U P , pp. 14-15; «Structuralism and...» en op. cit. p. 204; «Est-il do n e im p o rta n t de penser», (entrevista co n D . E ribon), Liberation, 3031 M ayo, 1981, p. 21.
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trabajos en el te rre n o de la historia de «ejercicio filosó fico». «sn apuesta era saber en q u é m edida el trabajo de pensar su propia historia podía liberar al p en sam ien to de aquello que piensa silenciosam ente y p e rm itirle pensar de otra m anera» (u i\ p. 15). La consideración de una ética in tern a a la actividad filo sófica m ism a, era presentada ya en Las palabras y las cosas c o m o rasgo p ro p io de n u e stra m o d e rn id a d . El p e n sa m ie n to se presentaba a la vez c o m o «reflexión y transfor m ación de los m odos de ser de aquello sobre lo que refle xiona» ( m c , p. 338) y el im perativo q u e lo habitaba era precisam ente el de «restom ar lo im pensado» ( m c :, p. 3 3 8 9). Q u e tal interés crítico no dejaba de re sp o n d er al p ro yecto ilustrado es algo q u e vendría a explicitar más tarde en su curso sobre el Was ist Aufklcirung? de K ant. A quí m ostraría c o m o la mejor herencia de la Ilustración, c o m o ethos p ro p iam en te m o d e rn o , un modo de filosofía en el q ue la o n tología de nosotros m ism os se fu n d e co n el ensayo de au to tran sfo rm ació n , un p en sam ien to en el q u e el análisis del presente es dinam izado p o r la actitu d de transgredir sus lí m ites, p o r el interés de buscar líneas de fuga, posibilidades de c o n tin g e n c ia s en a q u e llo q u e q u ie re p re se n tá rse n o s co m o universal y necesario. «Mc parece que la reflexión de Kant es incluso un modo de filosofar que no lia dejado de tener su importancia o efectividad durante las dos últimas centurias. La antología crítica de noso tros mismos no ha de ser considerada, ciertamente, como una teoría, una doctrina, ni como un cuerpo permanente de saber acumulable; hay que considerarla como una actitud, un ethos, una vida filosófica en la que la crítica de lo que somos es a la vez análisis histórico de los límites que nos son impuestos y un experimento con ¡a posibilidad de ir más allá de los mismos».'1' C rític a categ o rial, desde una p erspectiv a h istó ric a , de una d e te r m in a d a fo rm a de ra c io n a lid a d ; e tn o lo g ía de nuestra c u ltu ra ; p e n sa m ie n to de n u estro p re sen te c o m o m o d o de au to tran sfo rm ació n : tres dim en sio n es del trabajo filosófico fo u cau ltian o en el taller de la historia. M . FoiR-.iult. «W hat ls E nlightenniem ?» en p. R a b in o w (ed.), op. til. pp 3 2 -5 0 , p. 50; ver tam bién pp. 42 y ss.
2.
La modernidad cuestionada
H a q u e d a d o ya d ic h o q u e si b ie n d u r a n te m u c h o tie m p o F oucault consideraba a N ietzsch e c o m o el m e n to r o rig in al de esta c o n ce p c ió n de la filosofía co m o diagnós tico, en los últim os años — o n o tan últim os, p o sib lem en te desde el 78— pasó a situar ten tativ am en te en K ant, el in i cio de su p lanteam iento. Y a la vez que resituaba su rela c ió n c o n K an t, volvía sobre su p o sició n fren te al fe n ó m e n o de la Ilustración. Al in te n ta r resp o n d er a la p reg u n ta Was ist Aujklárung?, K a n t estaría, e n efecto — de a c u e rd o c o n la le c tu ra de F o u c a u lt— in tr o d u c ie n d o u n a n u e v a fo rm a de p e n sa m ie n to caracterizado p o r la pro b lem atizació n del p ro p io m o m e n to en el que enraiza. N o se trata tan sólo de la in clusión de u n nuevo o b je to en el ya vasto espacio del co n o c im ie n to . La p regunta c o m p o rta una idea distinta acerca de la relación del p e n sam ien to co n las cosas. Al in q u irir p o r su época, al rastrear su sentido, la filosofía lo hace en la c o n cie n c ia de su p ro fu n d a p e rte n e n c ia a ella, de que la propia época traza su lugar al pensam iento, y de q ue el h e ch o de esa m ism a relación reflexiva con el presente halla su significado en él. «El discurso ha de recoger su actualidad, por una parte, para encontar en ella su lugar propio, por otra para decir el sentido, en fin para especificar el modo de acción que es capaz de ejercer en el interior de esta actualidad»17 La filosofía se sabe, entonces, ligada no ya a una escuela o tradición sino a un nosotros cultural definido p o r su c o rresp o ndencia a su propia actualidad.18 El m ism o tipo de reflexión se m anifiesta en un texto posterior, E l conficto de las facultades, en el que K ant respondía a la pregunta «¿Qué es la revolución?», y hallaba, c o m o se sabe, en el e n tu siasmo despertado p o r la R e v o lu c ió n el a c o n te c im ie n to signo que denotaba la disposición m oral que hacía posible el progreso de la hum anidad. Am bas preguntas, p o r la Ilus tración y p o r la R ev o lu ció n ño eran sino dos m odos de in
17 M . F oucault. «U n cours inedit», op. cit. p. 36. 18 I b i d . p. 35.
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terrogación sobre la propia actualidad. K ant habría fundado así las dos grandes líneas características de la filosofía m o derna, a saber: la que se interroga p o r las condiciones de posibilidad del co n o cim ien to verdadero, es d ecir una «ana lítica de la verdad»19 («ontología formal de la verdad»)20; y la que se abre en interrogación sobre la Ilustración, esto es la filo sofía com o discurso de la M o d ern id ad , co m o «ontología del presente», que inquiere p o r el ám bito actual de nuestras ex periencias posibles, que se pregunta p o r lo que som os hoy, «ontología de nosotros mismos».2' Este segundo tipo de cues tiones es al que intentarían — o han in ten tad o — responder obras co m o las de Fichte, H egel, N ietzsche, W eber, H u sserl, H eidegger y la Escuela de Frankfurt. E n esa m ism a lí nea consideraba Foucault que debían situarse sus trabajos.22 '(> lhid. p. 39. 2,1 M . F o u cau lt.-— «T h e P o litic a l T e c h n o lo g y o f Individuáis» en L.M . M artin, H . G u tn a n , P .H . H u tto n (ed.).— Technologies: o f the Self. A seminar with Michel foucault, T av isto ck P ublications, L o n d o n , 1988, pp. 145-162, p. 145. 21 «U n cours inedit», op. cit., p. 39. 22 Ibid. p. 39; «T he P olitical T e c h n o lo g y ...» op. cit. pp. 145-146. H aberm as ha m o strad o su sorpresa p o r este n u e v o e n tro n q u e que F oucau lt hace de su obra resp ecto de K ant, sobre to d o te n ie n d o en cuen ta la dura crítica q u e Les tnots et les choses hacía del filófoso de K 6 nisberg, m áx im o rep resen tan te del n u e v o su eño d o g m ático , el a n tro pologism o. H aberm as observa en F ou cau lt una c o n trad icció n al ad o p tar esta n u e v a p o s ic ió n , d e b id o a su a n te r io r id e n tific a c ió n de la v o lu n tad de saber, de la razón ilustrada y sus rasgos de universalidad, con una nueva v o lu n tad de d o m in io . En definitiva, F oucault volvería la segunda de las m encionadas o rien tacio n es de la filosofía m o d ern a, la que reflexiona sobre el p resente, p o r él e n te n d id o en térm inos de p o der, en co n tra de la prim era, la analítica de la verdad, disolviendo toda preten sió n de validez del c o n o c im ie n to . D e aquí el irracionalism o al que se ve abocado, lo q u e en o tro lugar hacía que H aberm as incluyera a F oucault entre los «jóvenes conservadores». Son varios los p u n to s que aquí se co n densan. R esu lta in d udable la reco lo cació n que hace F oucault de la figura de K ant, y tam b ién su distan ciam ien to respecto a una postura to talm en te negativa referente a la Ilustración. A h o ra b ien, la nueva actitu d n o deja de enlazar con uno de los cabos que a m e n u d o quedaba ten d id o en los trabajos de F oucault, d o n d e la crítica a unos d eterm in ad o s procesos de racionalización no cerraba d efin itiv am en te la p uerta a otras posibles form as de racionali dad. En Histoire de la folie p u ed e constatarse la tensión que se da entre la c o n te n c ió n de una crítica dirigida a una razó n n atu ralizan te que pierde su carácter dialógico y la ten d en cia a una co n d en a más generalizadora q u e se resolvería en la apuesta p o r u n lenguaje no-discursivo. La distinción p o ste rio r e n tre d istintos «regím enes de verdad» nos ha parecido co n trib u ir a la lim itación de una crítica más global. Se acom ete
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La cuestió n de la Ilustración galvaniza, c o m o es h arto sabido, la a ten ció n de la filosofía m o d e rn a .23 E n Francia se habría planteado de m o d o d istinto a c o m o se hizo en A le m an ia.24 E n este ú ltim o país, la cuestión cobra la fo rm a de una historia de la razón y p e rm a n e c e atenta a su incardin a ció n socio-política; p o r otra parte, la referencia histórica de L u teío y la R e fo rm a y el p ro b lem a esencial del vínculo en tre una d e term in ad a ex p erien cia religiosa co n el desen v o lv im ien to e co n ó m ico y la c o n stitu ció n del Estado están aquí siem pre latentes. Así sucedería de H eg el a los frankfurtianos. E n Francia, em pero, esa reflexión sobre el p re sente cobra, según Foucault, una form a inadecuada, rela tiva a la historia de la ciencia, de los m atem áticos griegos a la física m o d e rn a . Toda la problem ática de C o m te , con sus ‘análisis acerca del paso del p en sam ien to m etafísico al c o n o c im ie n to científico, la fo rm ació n de elem entos racio n a les en u n m ed io m ágico-religioso, los debates habidos en la filosofía francesa sobre el positiv ism o (D u h ern , P o in care...) traslucirían esta p reo cu p ació n histórica p o r la Ilus tració n . Y, más cercanos en el tiem po, los trabajos de C a vadles, Koyre, B achelard y C an g u ilh em , cuya o rie n ta ció n crítica, es, seg ú n el p a re ce r de F o u cau lt, p e rfe c ta m e n te allegable a la sostenida p o r Ja Escuela de F rankfurt, a pesar de la diferencia de form as, y de la falta de co m u n icació n e n tre am bas c o rrie n te s de p e n sa m ie n to . E n u n o y o tro caso es puesta en cuestión una form a de' razón que aparece c o m o única, universal, autosustentada y atem p o ral en la ignorancia u o cu ltam ien to de su co n stitu ció n histórica, de sus diferentes dependencias y m odificaciones, de otras fo r mas posibles, en fin, de racionalidad. una sim plificación abusiva de los com plejos trabajos foucaultianos de investigación -histórica al tom arlos co m o una co n d ena de to d o discurso racional. E n tre otras m uchas cosas pasa p o r alto la nada unidim ensional lectura q u e F ou cau lt hace de N ietzsche. (J. H ab erm as.— «La flecha en el co razó n del presente» (1984), reco g id o en J. H aberm as.— Ensayos políticos, P enínsula, B arcelona, 1988, trad. R . G arcía C o tarelo , pp. 98103; ver en el m ism o v o lu m en ; «La m o d ern id ad : un p ro y ecto inaca bado» pp . 26 5 -2 8 3 , p. 282). 23 «W hat Is E nlightenm ent?», op. cit., p. 32. 24 T am b ié n para lo que sigue V id.: «Structuralism and...» op. cit. pp. 199 y ss.; «La vie: l'ex p erien ce et la Science», en Revue de Mctaphysique et de morale, vol. 90, n° 1, E n e -M a r. 1985, pp . 3 -1 4 , (T rad u cció n de la in tro d u c c ió n a G . C a n g u ilh e m .— O n the Normal and the Patoloqical. R e id e l, B o sto n , 1978, p. IX -X X ) p. 5-7; D C , t. IV, pp. 72 y ss.
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«En la historia de las ciencias en Francia como en la teoría crítica alemana, lo yue se trata de examinar afondo es una ra zón cuya autonomía de estructura llena consigo la historia de los dogmatismos y de los despotismos — una razón, por consi guiente, que no tiene un efecto liberador sino a condición de que llegue a liberarse a sí misma.»25 E n Foucault la confrontación co n la m o d e rn id a d n o se da ya en la form a u n tanto indirecta de los epistem ólogos franceses, influidos, p o r otra parte, p o r H usserl, q u ién en la Krisis hacía u n diagnóstico sobre nuestro tiem p o en té rm i nos de una crítica de la ciencia p o r su olvido del Lebenswelt, d en o tad o en los distintos tipos del naturalism o y obje tiv is m o , e n la r e d u c c i ó n a la f a c tic i d a d p r o p ia d e l positivism o y en el so m etim ien to a lo m atem ático distin tivo de la ciencia galileana, m o m e n to del que arranca ese proceso de crisis. Su diagnóstico se perfila en efecto, al hilo del análisis histórico de los dispositivos de saber y poder. Y trad u ce la e x p e rie n c ia p ro fu n d a de ese desajuste an te su tiem po que ha llevado a tantos pensadores a darle voz a tra vés de u n lúcido exam en de las bases en las que se asienta su cultura.26 E specialm ente después de la últim a gran te n ta tiva de aquietar, en el te rre n o del p en sam ien to y m ed ian te u n a g ran síntesis co n ciliad o ra, las c o n tra d ic c io n e s de lo real, el m u n d o escindido de las oposiciones entre h o m b re y naturaleza, individuo y colectividad, finitud e infinitud, ser y d eber ser..., después, en fin, de H egel, n o han dejado de m ultiplicarse, del arte a la filosofía, las voces que, directa o indirectam ente, han constatado — y constatan— la absoluta quiebra no sólo ya de la mala totalidad de una R a z ó n que
25 «La vie: l'experience...», op. cil. p. 7; Vid. tam b ién «Structuralism and...», op. cir. p. 201. 2,1 En una entrevista co n D . E rib o n , aparecida en Liberation («Est-il do n e im p o rta n t de penser?», op. cit., p. 21), F oucault afirm aba: «Cada vez que he in te n ta d o h acer u n trabajo teó rico , ha sido a partir de ele m ento s de m i p ro p ia ex p erien cia: siem p re en relació n con procesos que veía desarrollarse a m i alrededor. Es p o r q u e creía reco n o cer en las cosas q u e veía, en las institu cio n es en las q u e trabajaba, en mis relacio nes co n los dem ás, resq u e b ra ja d u ra s, sacudidas sordas, d isfu n c io n a m ien to s, p o r lo q u e em p ren d ía un tal trabajo, un frag m en to de au to biografía."; en la entrevista co n T ro m b a d o ri: «no hay libro que haya escrito sin, al m enos en parte, una exp erien cia directa, personal», D C , t. IV. p .4 6
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in te g ra b a c o ac tiv a m e n te las diferencias, u n a R a z ó n to r nada, pues, en máscara de lo real, sino, co m o en su m o m e n to explicitará A d o rn o , la falsedad tam b ién de cualquier totalización. O , han h e c h o co n N ietzsche, con M usil, la ex p erien cia de que la vida no m ora ya p o r más tiem p o en el todo. Se han ido sucediendo, pues, codificaciones críticas epocales que, de u n m o d o u otro, han apuntado la necesi dad de una autosuperación hacia nuevas form as de raciona lidad o acaso hacia form as de cultura que se sitúen en un más allá ya n o reductible a razón.27 El diag n ó stico fo u cau ltian o rechaza rad icalm en te to d o p la n te a m ie n to en té rm in o s de racio n alid ad global, to d o e n fo q u e en el que un m o d e lo de razó n , p ro y ectad o de fo rm a p e rv e rsa so b re los d is tin to s á m b ito s sociales de m o d o q u e la confrontación con la fo rm ac ió n histórica de u n m e d io coercitivo, lleve a u n proceso general de la R a zón, esto es, a disyunciones simples entre racionalism o e irracionalism o. Y este p ro c e d er es el que veía p articu lar m e n te reflejado en la c o n ce p c ió n de los m iem bros de la Escuela de F rankfurt. C o n ellos estaba de acu erd o en la relación entre el a u m en to de la racionalización y la am e naza de u n p o d e r cada vez más extensivo, según u na c o n e x ió n q u e se habría a ce n tu a d o especialm en te a p a rtir del m o m e n to de la Ilustración. Y en ello cifraba la necesidad de u n p en sam ien to crítico: «desde Kant, el papel de la filosofía es impedir a la razón exceder los límites de lo que es dado en la experiencia; pero desde esa época también — es decir desde el desarrollo del Es tado moderno y de la gestión política de la sociedad— la filo sofía tiene también por función vigilar los poderes excesivos de la racionalidad política» (D E , p . 299) D esde este p u n to de vista, el fascism o y el estalinism o d e b en ser e n ten d id o s c o m o co n d en sació n de elem en to s de la racionalidad política propia de la sociedad m o d e rn a . Y 27 V id. J a c o b o M u ñ o z .—- «La génesis del nihilism o europeo» en A n a les del Seminario de Metafísica, n" 23, 1989, U m v . C o m p lu ten se, M a d rid , pp. 5 9 -8 1 , p articu larm en te pp. 7 4 y ss.; F. Jarauta, «De la razón clásica al saber d e la precariedad», en F. ja ra u ta (ed.).— L a c r is is d e la R a zó n , U n iv . de M urcia, 1986, pp. 4 7 -6 0 .
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en este sentido, esto es, en la m edida en que condensan m ecanism os de la sociedad «normal», su singularidad his tórica es relativa. A ju ic io de F oucault estos a co n te c im ie n tos, u n id o s a la im p o rtan c ia crecien te de la racionalidad cien tífico -técn ica en el ám b ito de la p ro d u cció n , al h ech o del fin de la- era colonial y el consiguiente rep lan team ien to de la supuesta universalidad de la racionalidad occid en tal y la igualm ente co n siguiente d en u n cia de su v in cu lació n a la h e g e m o n ía e c o n ó m ic o -p o lític a ..., h acen más u rg e n te la necesidad de abordar el vín cu lo antes m en cio n ad o en tre racionalidad y d o m in a c ió n . H acen, en fin, más u rg en te la cuestión m ism a de la Ilustración.28 F oucault to m a pie de m o d o explícito en p rácticam en te los m ism os aco n tecim ien to s y procesos históricos que m o tivaron bu en a parte de la reflexión de los frankfurtianos. Y, sin em bargo, no duda en considerar que el análisis debía llevarse, p o r una parte, c ro n o ló g icam en te m u c h o más allá de la Ilustración — algo, deberíam os añadir, q u e sí hicieron sobre to d o los autores de la Dialektik der Aufklárung— ; d e b ien d o tam b ién , p o r otra, acom eterse a través de estudios más em píricos, relativos a las m últiples racionalidades, a las particulares co m b in acio n es de sab er-p o d er que objetivan distintos ám bitos de la experiencia, a los distintos reg ím e nes de ju risd ic c ió n y v erid icció n , que n o son reducibles a una totalización racional ú n ic a.29 Si no se parte, pues, de u n proceso único, global, de ra cionalización, cuya c o n n o tac ió n hegeliana es ev id en te, y se opera con una perspectiva pluralista, n o se pensará ta m p o c o la crítica en los térm in o s de una desviación de la ra zón; del m o m e n to de la gran bifurcación en que aquella p e r d id o su carácter sustantivo y red u cid a a e n te n d im ie n to , m utaba en m era racionalidad co n arreglo a fines, en razón su b jetiv a o in s tru m e n ta l. H a b rá , p o r el c o n tra rio , q u e p ensar en m ú ltiples bifurcaciones, en en cab alg am ien to s, en superp o sició n de form as de racionalidad.30 F o u c a u lt h u y e de u n p la n te a m ie n to fo calizad o e n el análisis de la razón, que p erm anece en el m arco de una te o ría del c o n o c im ie n to , de una filosofía de la c o n cie n c ia.
28 «La vie: l'experience...», op. cit. pp. 6-7 . 2V La imposible prisión, op. cit., pp. 65 -6 7 . 'i; M . F oucault. «Structuralisrn and...», op. cit. pp. 2 0 0 -2 0 2 .
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A dem ás de la diferencia en c u an to al p lan team ien to g e n e ral respecto del de los frankfurtianos existen diferencias re lativas a otros p u ntos no m enos im portan tes: c o n ce p c ió n del sujeto (c e n tro /frag m e n ta ció n ), de los m ecanism os de p o d e r (im portancia de las estructuras sim bólicas, co n tro l psíquico, represión p u lsio n a l/ corporalism o, p o d e r gestor, positivo), a la c o m p ren sió n de lo social (m o d elo de la rela ció n h o m b re -n a tu ra le z a / m o d e lo de las relaciones de p o der); «concepto enfático de la verdad»/«regím enes de ver dad». A spectos, todos ellos, q u e cabría relacio n ar co n su posición, m u y distinta, respecto a autores co m o N ietzsch e o Freud... Y, sin em bargo, ¿cóm o no ver a pesar de las diferencias, las sim ilitudes? E n el rechazo de la totalidad tan to e n el plano filosófico co m o en el de la c o n stru c c ió n del p ro yecto social, p o r ejem plo. O en el rescate de lo particular, en la relación de no exclusión de la alteridad, e n la crítica al discurso positivista que ignora sus co n d icio n an tes h istó ricos e hipostasía los hechos a la vez que, tras su supuesta neutralidad axiológica, cum ple u n a fu n ció n legitim adora; en el entrelazam iento de la crítica del c o n o c im ie n to co n la crítica de la sociedad; en la persistencia en la actitu d nega tiva, rem isa a co n cretar líneas de recam bio; en la p e rc ep c ió n de las p o sib ilid a d es e m a n c ip a to ria s c o n te n id a s en ciertas e x p e rie n c ia s a rtístic as...; Y n o só lo eso. P o rq u e ¿acaso n o cabe advertir, tanto en A d o rn o c o m o en F o u cault, una m ism a tensión entre esa fidelidad a la m o ral en el p en sam ien to de que nos hablaba Las palabras y las cosas, c o n la c o n sig u ie n te te n d e n c ia a a m p lia r los lím ites del «afuera», y el te m o r a los efectos de esa m ism a exten sió n de la reflexión, una tensión m otivada tal vez p o r la sospe cha de lo insalvable de la red u cció n de la razón a razón subjetiva, en u n caso, y en el otro, p o r el recelo ante lo q u e p u e d e ser u n paso más en el desarrollo de una o m n í m o d a v o luntad de verdad, conflicto éste que e n A d o rn o trata de resolverse en la tentativa de una dialéctica negativa q u e m ed ian te el c o n ce p to rom pa sus m ism os lím ites, y en el p en sad o r francés en la propuesta de u n d istin to rég im en de verdad?. La afinidad que sale a nuestro e n cu en tro tam p o co resulta m e n o r de confrontar la visión del proceso civilizatorio sos tenida p o r A d o rn o y H o rk h e im e r con la q u e hem os leído 202
en F oucault: un proceso en el q u e un n ú m e ro cada vez m ayor de ám bitos sociales se ven som etidos a los dispositi vos de verdad-poder, algo que llegará a su p u n to m áxim o con la M o d ern id ad , con ese in co n ten ib le avance y capilarización de los discursos positivos q u e hace que to d o d e venga realidad conocida, objetivada, investida p o r el len guaje, in cluido el individuo, y cuya naturaleza es delatada p o r el h ech o de que el c o n o cim ien to del h o m b re se efec túe en p rim e r lugar sobre lo patológico, proceso en el que la relación cognitiva del h o m b re con lo real se vuelve abso lu tam en te h eg em ó n ica. Ese m o v im ie n to h istó rico al que co n ocem os c o m o Ilustración, caracterizado p o r esa doble faz del re c o n o c im ie n to de los d erecho s del h o m b re y la instauración del universalism o m oral, pero tam b ién el afi n a m ien to en los controles sociales, la exten sió n de las disci plinas, ese m o v im ien to en el que el h u m an ism o oculta la realidad del nuevo sistema de p o d er: doble faz b ien ejem plificada p o r la naturaleza de las instituciones que vertebran el «poder pastoral», cuya fu n ció n de asistencia se entreteje p erfectam ente co n la del control de los agentes sociales — u n p o d e r totalizador, pero tam b ién constitutivo de los in d i viduos, de ese «yo» que el Ulises h o m é ric o rescata al m ito, sobre el que se hace recaer la p ro h ib ició n de su olvido, de la fuga de la identidad fijada, un p o d er n o rm alizad o r que hace desaparecer toda tensión entre el es y el debe. U n m o v im ien to de configuración de un m u n d o progresivam ente g u b ernam entalizado y adm inistrado, que cada vez deja m e nos resquicios a la libertad; un proceso, en fin, a propósito del que poco habría ya que añadir sobre el papel en él j u gado p o r el discurso de las ciencias sociales perfectam ente articuladas co n la citada red de p o d er.31 ★
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M A m bos p en sam ien to s han sido m ereced o res de críticas sem ejantes; véase: A. H o n n e th . «Foucault et A d o rn o . D ettx form es d 'u n e critique de la m o d ern ité» , en Critique, n° 4 7 1 -2 , A g-S ept. 1986, pp. 800-815, p. 810; del m ism o autor: Kritik der Machí, op. cit. pp. 219 y ss.;J. H aberm as. E l discurso filosófico..., op. cit. pp. 344 y ss; tam b ién «Entrevista co n la 'N e w Left R ev iew '» , en J. H aberm as. Ensayos políticos, op. cit. pp. 1 8 1 -2 2 4 , pp . 1 8 9 -1 9 0 ; C h . T a y lo r. « F o u cault on F reed o n and T ru th » , en Political Thcory, vol. 12, n° 2, M ay o 1984, pp. 152-183, pp. 164 y ss. S obre la relació n F o u cau l-H ab erm as: D . E rio o n . Michel Fou cault e ses contemporains, Fayar, 1994, 2 8 9 -3 1 1 .
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C o m o es b ien sabido, en su caracterización de este p ro ceso de ra c io n a liz a c ió n p ro p io de la c u ltu ra o c cid e n ta l A d o rn o y H o rk h e im e r p a rtie ro n — sin olvidar el eslabón Lukács— de W eber. U n W eber con q u ien la afinidad de F o u cault no es, desde luego, m e n o r que la que, según aca bam os de ver, le vincula a los frankfurtiano s.32 H an p o d id o establecerse incluso líneas de co m p aració n en tre úna lec tura m arxista de W eber en A d o rn o y lo que cabría in te r p retar c o m o una especie de lectura nietzscheana del soció-" logo de H e id elb erg en F o u cau lt.33 Las referencias a W eber, em pero, q u e se p u e d en e n co n trar en sus trabajos publica dos son rarísimas. A dem ás de la ya citada en su curso sobre el o p ú scu lo k antiano relativo a la Ilustración — referencia q u e r e p e t i r á e n o tr o s m o m e n to s al to c a r el m is m o p u n to — 3435y alguna otra m uy ocasional,33 las veces que se ha d e m o ra d o u n p o c o más en la observació n explícita de alguna de las tesis w eberianas ha sido en entrevistas o d e bates, a re q u e rim ie n to co n frecuencia de terceros;36 y, en cu alq u ier caso, en n in g u n o de sus libros aparece citado. C u a n d o F oucault ha trazado de form a explícita sus dife rencias de carácter general con los p lanteam ien to s w eb erianos lo ha h e c h o en té rm in o s sem ejantes a los em plea dos re sp ec to a la E scuela de F ra n k fu rt: o p o sic ió n a un análisis h istó ric o e n ten d id o co m o un proceso de racionali zación creciente, en el que se parte de la base de u n c o n c e p to ú n ic o de razó n , e n te n d id o c o m o una especie de co n stante a n tro p o ló g ica.37 T am bién se refiere F oucault al 32 C o m p a ra c io n e s e n tre los p en sam ien to s de F o ucault y W e b e r se en c u e n tra n en: B. Sm art. Foucault, M arxism and Critique, R o u tle d g e &c K egan Paul, L o n d o n and N e w Y o rk , 1987 ( I a ed. 1983), pp. 123-132; P. Pasquino. «De la m o d ern ité» , en M agazine Littéraire, ti" 207, M ayo 1984, p. 44; P. R a b in o w (ed). The Foucault Reader, op. cit., ver la In tro d u c c ió n pp. 13, 2 6 -2 7 ; M .P ó ster. Foucault, el marxismo y la historia, Paidós, B arcelona, 1987 (ed. original 1984), pp. 30-31. 33 A. H o n n e th . «Foucault et A d o rn o ...» , op. cit. p. 807. 34 A dem ás de las indicadas en la n ota 22, vid. «Structuralism and...», pp. 199-201; «W hat Is E nlig h ten m en t?» , op. cit., p. 32. ' 35 «T echnologies o f th e Self», en L. H . M artin , H . G u tn an , P. H . H u tto n (ed.). Technologies... op. cit., pp . 16-49, p. 17. 36 M . F o u c a u lt. La imposible prisión, o p . c it., pp. 64 y ss; «Space, K n o w le d g e an d P ow er», en P. R a b in o w (ed.) The Foucault Reader, op. cit. pp-, 2 3 9 -2 5 6 , p. 248; «Le souci de la vérité», en Le Nouvel Observateur, 1 7 -X I-8 4 , pp. 7 4 -7 5 , p.74. 37 La imposible prisión, op. cit., pp. 65 y ss.
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em pleo del m é to d o w eb erian o de los «tipos ideales», n e gando algo sem ejante en sus trabajos, que, p o r el c o n tra rio, to m an en consideración program as reales que se forjan en c o n ex ió n co n elem entos heterogéneo s, y q u e se c u m plen im p erfectam en te enlazándose co n otros factores.3839 C o n to d o , y c o m o h e m o s a n tic ip a d o , m ás allá de la cuestión de las referencias im plícitas o explícitas, positivas o negativas que sobre las tesis w eberianas p u ed an hallarse en los textos de Foucault, los lazos entre am bos pensadores son num erosos. C abría, en este sentido, incluso hablar de una afinidad de carácter general, au n q u e siem pre c o n cre tada de form a diversa. P or ello no so rp ren d e que el ú ltim o F oucault viniera a inscrib ir sus trabajos e n una senda c o m ú n . U n m ism o p ro b lem a c o n c e rn ie n te a la génesis de nuestra cultura, a su diagnóstico, focaliza la obra de am bos, u n problem a planteado en u n o y otro, claro es, en té rm i nos distintos: el proceso de racionalización c o m o caracte rística distintiva de la cultura occidental (W eber); «el p o d e r de norm alización y la fo rm ac ió n del saber en la sociedad m oderna» (SP, p. 315), o bien el ré g im e n de v e rd a d -p o d er característico de nuestra sociedad, esta especie de «ley g e neral» q u e atraviesa nuestra civilización p o r la que to d o ám bito vital es som etido a u n dispositivo de ju rid iz a c ió n v e rific a c ió n (F o u c a u lt). A m b o s p e n s a d o re s , cu y a raíz nietzscheana ha sido su ficien tem en te co n sta ta d a,'1' se ven co n cern id o s p o r la apelación h ech a en la segunda de las Consideraciones intempestivas, frente a una época regida p o r el saber, que se gloria «de que “ la ciencia c o m ien ce a rei nar sobre la v id a” ».40 Se diría q u e u n o y o tro , c o m p a r-
38 Ibici. pp. 67 y ss. 39 R e sp e c to a W e b e r: E. Fleischm ann. «De W e b e r á N ietzsche», en Archives Européennes de Sociologie, v o l. V, 19 64, p p . 1 9 0 -2 3 8 ; W . M o m m se n tam b ién exam ina los p u n to s de p ro x im id ad a N ietzsch e a la vez q u e pun tu aliza la posició n de Fleischm ann en: M a x Weber: Gesellschaft, Politik und Geschichte, S u h rk am p , F rancfort, 1974, pp. 9 7 -1 4 2 . Véase la in fo rm ació n bibliográfica dada p o r J. M . G onzález en «La h e rencia de K ant en el p en sam ien to de M a x W eber», reco g id o en J. M u guerza, R . R o d ríg u e z A ram ay o (ed.). Kant después de K ant, T ecn o s, M adrid, 1989, pp. 4 8 1 -5 0 0 , p. 483. 40 F. N ie tz s c h e . Consideraciones intempestivas. S e g u n d o frag m en to : «De la utilidad y de los in co n v en ien tes de los estudios históricos para la vida», en Obras Completas, T . I, A guilar, B uenos Aires, 19625, trad. E. O v e je ro y M au ry , pp. 5 3 -1 0 1 , p. 82.
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tie n d o análoga desazón ante ese fen ó m en o , h a n q u e rid o so m eterlo al rig o r del análisis, explorarlo en su positividad. Se diría que am bos han q u e rid o resp o n d er a la pregunta: ¿qué ha h e ch o de nosotros la R azó n ?, ¿qué han h e ch o de nosotros los discursos de verdad?. Es fu n d am en talm en te en el te rre n o bien de una Sociología histórica, b ie n de la H is to ria, en el que los autores elaboran sus respuestas y re co n stru y en sus cuestiones. D e ahí el rasgo c o m ú n que se ad v ierte en sus estilos de trabajo, ese h u n d ir la reflexión sobre alguna de las cuestiones claves de la filosofía, sobre la p reg u n ta p o r la racionalid ad /racio n alid ad es,41 p o r ejem plo, en la diversidad de datos, en el la b erin to de los archivos. Ello es lo que les distingue del m o d o en que A d o rn o y H o rk h e im e r, e n la o b ra antes m e n c io n a d a , p la n te an el problem a, m o d o que, si b ien no ex en to de to d o trasfondo de análisis em píricos, adopta un registro m enos positivo, más d irectam en te filosófico. A h ora bien, el en fo q u e sociológico de W eb er o rie n ta d o hacia el problem a de la racionalidad, interro g án d o se acerca de su universalidad o p articularidad debida a su in d iscu ti ble v ín cu lo a u n a cultura hace q u e to d o él adquiera u n ca rácter de totalidad. E l análisis de la d o m in ació n , de la acti v id a d e c o n ó m ic a , de la a d m in is tr a c ió n d e j u s t i c i a . .. atien d e co n sta n te m e n te a aquellos elem entos de previsibi lidad, c o h eren cia, sistem aticidad, o b jetiv id ad , fo rm alizac ió n ... q u e d e n o ta n aquí y allá el c u m p lim ie n to de u n m ism o m o d e lo de racionalidad co g n itivo-in stru m en tal. Foucault se interesa p o r el análisis del fu n cio n am ien to , la lógica o racionalidad particular de cada u n o de sus o b je tivos de estudio (sistema carcelario, disciplinas,...) e insiste en su carácter particular, en los distintos tipos de racionali dad (e c o n ó m ic a , cien tífica, c o m u n ic a tiv a , p o lític a ); re chaza su co m prensión en c o n c e p to de m uestra de u n m o delo más general distintivo de una cultura. 41 En una entrevista ya m en cio n ad a F oucault, después de re c o n o c e r q u e no se p u e d e re tro c e d e r de las p o sicio n es m arcadas p o r K ant y W eb er, a riesgo de in c u rrir en lo irracional, fija de este m o d o la cu es tió n cen tral de la filosofía: «¿Q ué' es esta ra z ó n q u e usam os? ¿Cuales son sus efectos históricos? ¿C uales son sus lím ites, y cuales sus peligros? ¿ C o m o p o d e m o s existir en ta n to seres racio n ales, a fo rtu n a d a m en te destinados a p racticar una racionalidad q u e está desgraciadam ente c ru zada de peligros intrínsecos?» («Space, K n o w led g e, an d Pow er», op. cit. pp. 248 -2 4 9 .) 206
Sobre ese fo n d o más p articularizante y m últiple, el aná lisis de F o u c a u lt, a d iferen cia del de W eber, se o rie n ta p rin c ip a lm e n te al entrelazam iento de discurso y poder, y a la captación de sus efectos. N o se trata de q u e este ú ltim o extrem o, el de los electos de poder, esté ausente, ni m u ch o m enos, en el sociólogo alem án, pero n o es él quien guía, co m o sí o c u rre en F oucault el análisis. Esa diferencia de o rien tacio n es hace q u e cu an d o am bos autores reco rren cam pos co m u n es (derecho, E stado m o d e rn o , disciplinas) sigan distintas sendas. Así, en lo que se refiere a la evolu ció n de los sistemas de justicia, se p u e d en constatar co in ci d en cias en la o b se rv a c ió n de d e te rm in a d o s c o n te n id o s em p írico s (sistemas de ordalía, papel de la m o n arq u ía, de la Iglesia, in tro d u c c ió n de profesionales...), pero m ientras W eb er atien d e p rin c ip a lm e n te a aquellos elem en to s que significan una racionalización, F oucault se centra, p o r una parte, en la influencia de los p ro ced im ien to s ju ríd ico s en la config u ració n del saber, de d eterm in ad o s m odos de es tab lecim ien to de la verdad y su im p o rtan cia para algunas ciencias; y p o r otra, en d irecció n inversa, persigue las c o n secuencias en el o rd e n social y e n el plano de la subjetivi dad de la im p o rtan cia crecien te del establecim iento de la verdad. S em ejante distinción cabría hacer respecto a la co n sid e ra c ió n del E stad o m o d e rn o . W eber, q u ie n le presta sin duda una m ayor aten c ió n y oto rg a m ayor im p o rtan cia, lo ex am in a a te n d ie n d o a n u m e ro so s aspectos, p ero fu n d a m e n ta lm en te a su form a de organización, q ue lo distingue de los tipos de d o m in io trad icio n al y carism ático ; F o u cault, al respecto, sólo se ve c o n c e rn id o p o r su relación con diversos saberes y p o r lo que representa en su estricto carácter de aparato de poder. Si co n fro n ta m o s el diagnóstico de am bos au to res sobre este proceso de racionalización (W eber), de progresivo re c u b rim ie n to -c o n stitu c ió n de todos los aspectos del ser h u m a n o p o r m e c a n ism o s de p o d e r-v e rd a d (F o u c a u lt), la co in cid en cia es m anifiesta, especialm ente en lo relativo a la p e rcep ció n de un m u n d o oclusivo, de pérdida p ro g re siva de libertad. El proceso de racionalización, analizado p o r W eber se traduce en la co n fig u ració n de una sociedad de d isciplinam iento progresivo de los distintos ám bitos v i tales, de c re c ie n te s ra m ific a c io n e s b u ro c rá tic a s, de a u 207
m e n tó de la división, e in te rd e p en d e n c ia , de las diversas actividades, aco m p añ ad o de una pareja frag m en tació n del alm a... una sociedad cuyo fu n c io n a m ie n to m a q u ín ic o se au to n o m iz a no m en o s p rogresivam ente... co n v irtié n d o se los individuos en m eros engranajes del m isino. C o n ánim o de síntesis y conclusión nos lim itarem os a señalar algunos rasgos de la confluencia de Foucault con W eber en este p u n to : — A m bos autores han observado la im portancia de las disciplinas en cuanto factor de organización de aplicabili— dad universal, con sus consiguientes efectos de adaptación psicofísica de los individuos a su eficaz funcionam iento, y de conversión del c u e rp o social en una p o te n te m aq u in a ria. Para W eber la burocracia no es sino la form a más p e r feccionada del fu n c io n a m ie n to disciplinario. Foucault fi ja b a en la M odernidad el m o m e n to en q u e las diversas disciplinas aparecidas aquí y allá en la época clásica, se siste m atizaban, racionalizaban, entraban en su fase tecnológica. — W eber cifraba en la burocratización lo más d efin ito rio de la sociedad m o d e rn a , pero tam bién el mal que d e secaría su alma. Ese proceso iba en au m en to en v irtu d de m ú ltiples factores, de fo rm a q u e «toda o rg an izació n del ab astecim ien to vital más elem ental» am enaza regirse p o r su servicio, pues en definitiva en «la vida cotidiana domina ción es p e rm a n e n te m e n te “ a d m in is tra c ió n ” ».42 F o u c a u lt p o r su parte nos m uestra c ó m o en la M o d ern id ad se cons tituye un p o d e r cuya característica esencial es la de gestor. P o d em os re c o n stru ir h istó ricam en te su racionalidad en las d o ctrin as de la R az ó n de Estado, y en los tratados de c ien cia de la adm inistración y de la policía (T urquet, Von Justi, H u h e n th al). R ec o rd e m o s c o m o se señalaba en calidad de o b je to de esta últim a los cam pos de la salud, educación, co m ercio, hábitos... en suma la vida.43 Foucault nos habla, en distintos m o m e n to s, de biopoiíticci, de guberuarnentalización, y poder pastoral, ap u n tan d o c o n sta n te m e n te a esa acti vidad de progresiva in terv en ció n , diseño y en cau zam ien to
4: M . W eb er. Economía y sociedad, op. cit. p. 175, 1073. 4'' «Q uines et singulatim », en Le debat, n ” 41, S e p t-N o v . 1986, pp. 535, pp. 23 v ss.
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de los diversos recodos del espacio social. La historia de la problematización de cada vez más espacios de lo real h u m a n o c arac te rístic a de la e v o lu c ió n de n u e stra c u ltu ra co m p o rtab a esa dim ensión de apresam iento en la red del poder. Si Foucault ha ligado am bos térm in o s {problematiza ción y poder), W eber ha venido a hacer lo m ism o co n los de racionalización y dominio burocrático. — Al hilo de este proceso am bos autores destacan la re levancia, y el poder, de los «expertos». W eber atiende sobre to d o al saber, a la fo rm ació n profesional del fu n cio n ario , a su m anejo de los «expedientes», a su «saber de servicio»... que hace de ellos elem entos absolutam en te im p rescin d i bles y su p o d e r incontestable. Por su parte, F o u cau lt ha d em ostrado la com pleja ligazón de saber y poder, desta cando la in te rv e n ció n de los profesionales de los discursos positivos acerca del h o m b re (psicólogos, psiquiatras, m é d i cos, pedagogos...) en las diversas instituciones de asisten c ia-co n tro l que se anudan en la red del p o d e r pastoral. — E n fin, tanto W eber co m o F oucault se han planteado las negativas formas de subjetividad que se perfilan en la so ciedad m o d ern a. Si W eber habla en térm in o s de co m p artím en tació n del alma, de desquiciam iento de la personalidad en v irtu d de las distintas o rientaciones de acción, de elim i nación de la espontaneidad, de unidim ensionalización desvitalizadora... Foucault observa los procesos de subjetivac ió n -su jeció n , de individualización fu n d am en talm en te en la perspectiva de enlace entre identidad y verdad. Sin em b arg o m ientras q u e W eb e r n o te rm in a v ie n d o otra salida que la au to ritaria de una dem ocracia plebiscita ria de líderes, en la m edida en que en definitiva el p o d e r de la burocracia le parece in q uebrantable y toda respuesta eficaz conllevaría ig u alm en te el m al q u e c o m b ate, F o u cault, m enos resignado — m enos instalado en el nihilism o, diríam os-, se preocupa de perfilar una relación de nuevo tip o en tre el e x p e rto crítico («intelectual específico») y los ciudadanos q u e p e rm ita cuestionar en sus distintos p u n to s el ré g im e n de s a b e r-p o d e r, el lu g a r d e la v erd ad , q u e aliente y p ro p o n g a, en fin, a la vez q u e posibilite, nuevas form as de vida. 209
C o m o W eber, c o m o H o rk h e im e r y A d o rn o , tam b ién F oucault ha q u e rid o enfrentarse a los peligros que acom pa ñan a la razón. Pero ello n o ha significado, en absoluto, ni significa necesariam ente, una apuesta p o r lo irracional, tal y c o m o H aberm as pretende. E n su últim o p eríodo, Foucault n o ha dejado de insistir en la inadecuación de u n plantea m ie n to b inario ra c io n ab d a d / irracionalidad, calificando a la vez de «chantaje» la actitud de quienes niegan la posibilidad de una crítica de la historia de la razón que n o in cu rra en lo irracional. D esde el m o m e n to en que lo abom inable en tra h istó ricam en te a fo rm ar parte de la razón, el o b jeto de u n p en sam iento au tén tico n o podía — no p u e d e — ser otro que el de som eterla a análisis y crítica. «Creo que el chantaje que a menudo ha sido hecho a toda crítica de ía razón o a toda investigación crítica sobre la historia de la racionalidad (si aceptas la racionalidad o caes en lo irra cional) opera como si fuese imposible una crítica racional de la racionalidad, o como si pensar una historia racional de todas las ramificaciones y bifurcaciones, una historia contingente de la razón, fuera imposible... Creo que desde M ax Weber, en la Escuela de Franfort y en todo caso en historiadores de la cien cia como Camguilhem, la cuestión consistía en aislar la forma de racionalidad presentada como dominante, y dispuesta con el estatuto de razón única, para mostrar que se trataba solamente de una forma entre otras».44
44 La imposible prisión, o p . c it., p p . 8 9 -9 1 ; D E p p . 2 9 9 -3 0 0 ; en «Structuralism an d P ost-structuralism », op. cit. p. 201.
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B ib lio g r a fía I.
Trabajos del autor
— M aladie m entale et personnalité, P a rís, P resses U n iv e rs ita ire s de France, 1954. U n a segunda e d ic ió n de esta obra, co n im portantes m odificaciones, se p u b licó c o n el títu lo Maladie mentale et Psychologie, P .U .F ., París, 1962. T rad . cast. en Paidós. — Folie et déraison. Histoire de la folie a l’dge dassique, París, P ión, 1961. Segunda ed ició n en G allim ard, París, 1972, c o n dos nuevos ap én d i ces («La folie, l'absence d'oeuvre» y «M on corps, ce papier, ce feu») y u n n u e v o prefacio. T rad . cast. en F .C .E . — Naissance de la dinique. Une archéologie du regard medical, París, Presses U niversitaires de France, 1963. T rad . cast. en S .X X I. — Raym ond Roussel, París, G allim ard, 1963. T rad . cast. en S .X X I. — Les tnots et les chases. Une archéologie des Sciences hum aines, París, G alli m ard, 1966. T rad . cast. en S .X X I. — L'archéologie du savoir, París, G allim ard, 1969. T rad . cast. en S .X X I. — L'ordre du discours, (L eçon inaugúrale d u C o llég e de France, 2 décem b re 1970), París, G allim ard, 1971. T rad.cast. en T usquets. — Ceci n'est pas une pipe, M o n tp ellier, Fata M organa, 1973. T rad. cast. en A nagram a. — Moi, Fierre Riviére, ayant égorgé ma mere, ma soeur et mon frére. U n cas de parricide au X IX e siécle, p resenté p ar M . F oucault, París, G allim ard-Julliard, 1973. T rad . cast. en T usquets. — Surveiller et punir. Naissance de la prison, París, G allim ard, 1975. T rad. cast. en S .X X I. — La volonté de savoir. Histoire de la sexualité, to m o I, París, G allim ard, 1976. T rad . cast. en S .X X I. — L'usage des plaisirs. Histoire de la sexualité, to m o II, París, G allim ard, 1984. T rad . cast. en S .X X I — Le souci de soi. Histoire de la sexualité, to m o III, París, G allim ard, 1984. T rad . cast. en S .X X I. — Résumé des cours, 19 7 0 -1 9 8 2 , Ju lliard, París, 1989. — Dits et écrits. 1954-1988. t. I, II, III y IV, París, G allim ard, 1994. En castellano h an ap arecido diversas reco lecciones de artículos, cu r sos y entrevistas: Microfisica del poder, La P iq u eta, M adrid, 1978; Un diálogo sobre el poder y otras conversaciones, Alianza, M adrid, 1981; Sa ber y verdad, La P iq u eta, M adrid, 1985; I m vida de los hombres infames, La P iq u eta, M ad rid , 1990; Tecnologías del yo, P aid ó s-I.C .E . V .A .B ., B arcelona, 1990; Genealogía del racismo, La P iqueta, M adrid, 1992; Hermenéutica del sujeto, La P iqueta, M adrid, 1994.
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T ra b a jo s so b r e el a u to r
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