Ajustes básicos dos Violinos de Fábricas M uitas pessoas têm dúvidas sobre quais ajustes fazer em instrumentos de fábricas, principalmente os chineses. E muitos violinistas também, mal sabem que eles devem ser feitos. Então, aqui vai a explicação do que é necessário fazer. Vou começar fazendo uma pergunta: O que são os ajustes básicos em Violinos chineses?
>>> Transformando um Violino chinês <<< Os Violinos, as Violas e os Violoncelos não são instrumentos baratos como muitos acreditam, pois são usados como referência, aqueles instrumentos baratinhos que se encontra em qualquer qualq uer loja de instrumentos. São chineses de baixa qualidade, muitos deles são feitos de compensados, com preços mais acessíveis. Então, para quem não conhece ou não está acostumado com o mundo dos Violinos, acreditam piamente que esse padrão é o normal desses instrumentos, quando na verdade, não é. Então, quando um sujeito encontra um Violino que custa R$ 1.000,00 reais ou R$ 2.000,00 reais, acha o preço um absurdo. E com razão, pois está acostumado com os padrões populares que tanto vê pelas lojinhas que vendem CDs por aí. E os chamados ditos “vendedores especializados” no assunto tanto empurram para as pessoas desinformadas. E mais
ainda: Pode enfartar, quando eu disser di sser que esses Violinos de R$ 2.000,00 reais são ainda de baixo custo. E dizem algumas fontes que estes Violinos, são na verdade Violinos chineses de madeira maciça que são reformados e vendidos vendi dos como Violinos de Luthiers de baixo custo. Mas Luthier Luthi er muito prestigiado e respeitado r espeitado em todo o Brasil afirma ser impossível fabricar um Violino de R$ 2.000,00 com todo material correto, pois só de matérias primas, o custo ficaria em torno de R$ 3.000,00, sem falar da mão de obra. Os instrumentos eruditos são nobres e puros, feito o mais próximo possível do natural, desde as matérias primas de construção, até as cordas tradicionais caras (De núcleo de tripa), e o verniz, feito somente com resinas naturais, feitos com madeiras corretas, nas medidas e espessuras certas, esculpidos artesanalmente na madeira maciça. Isso, nos Violinos, e não nos violinos. Pois é. É um investimento caro. Pra quem quer levar a sério, vai gastar um pouco sim, e vai estar sempre gastando em manutenção, como eventuais trocas de cavaletes , ajuste de alma e principalmente com a troca de jogo de cordas. Não dá pra fugir dessas coisas. Isso que dizer que o seu Violino de fábrica sejam os nacionais (Nhureson, Hossony, Rolim ou Roma) ou os chineses (Eagle, Michael, Mavis e Tagima, Parrot, Vogga ou Cremona) até mesmo os alemães (Hofner, Roth e Junius), também vai precisar de regulagens para funcionar normalmente. As fábricas não têm artistas para fazerem as regulagens necessárias do cavalete, alma, pestana, etc... É como se você comprasse um carro, e as rodas não rodam direito. Ele regulado muda completamente o som, a digitação e facilita muito o estudo.
Os instrumentos de cordas e arcos, na verdade, são caros, ou muito mais caros que instrumentos finos de uma orquestra sinfônica, como o Oboé, por exemplo, onde o modelo mais básico profissional está na faixa dos R$ 5.000,00 reais. O que acontece, é que os outros instrumentos não têm a opção de ser fabricado com matéria prima de tão baixa qualidade quanto alguns Violinos são feitos. Aí está o porquê do preço de um Violino cair para até R$ 200,00 reais. Então, na verdade, os Violinos são instrumentos finos e caros, onde R$ 5.000,00 reais são bagatela, se for ver o assunto na íntegra.
Mas a realidade do brasileiro é outra. Num país onde a maioria é de classe médiobaixa, e a renda familiar beira chorando 3 salários mínimos, não há como se dar ao luxo de comprar um instrumento de qualidade. Tendo que, se contentar com um instrumento barato. Mas nem tudo está perdido, por isso, escrevi esse tutorial para lhes mostrar que é possível comprar e transformar totalmente um chinês num Violino mais apresentável e agradável aos olhos e ouvidos . Em resumo, mesmo se tratando de um Violino chinês de fábrica, um instrumento simples, mas se submetido a ajustes e um envelhecimento que vão fazer deste, um Violino extremamente superior a qualquer similar encontrado em loja. E quando possuírem as marcas naturais de uso, que vão atestar que é um instrumento que passou por uma revisão de um Luthier que fez os ajustes necessários, e vai ter amadurecimento em sua qualidade sonora, ideal para acostumar os ouvidos a um som de qualidade superior .
Primeiro passo: Escolha do instrumento É um passo muito importante, pois ele poderá ficar com você um longo tempo, ou a vida inteira. Não é porque é um instrumento baratinho que se vai pegar o primeiro que ver na frente. Mas mesmo assim, para se ter um resultado realmente satisfatório, é necessário abandonar os modelos de vitrine de lojas de CD´s, e partir para algo, no mínimo, semiprofissionais. Da Eagle, apenas os modelos VK 544, VK 644 e VP 744 . Da Mavis , os modelos MV1416, 1417, 1418, 1419 e 1421. O mais caro e melhor deles está R$ 1.200,00 reais. Os instrumentos da Mavis são melhores em matéria-prima e construção, têm o som muito melhor, pois é feito com verniz a álcool (Nos modelos citados) e os tampos devidamente esculpidos, com madeiras mais envelhecidas. Os Eagles são pouca coisas mais bonitas, mas o som peca devido ao seu verniz semi-sintético e espessura do tampo. É preciso muita pesquisa e ajuda de quem entende para comprar o instrumento certo. Os fatores a serem observados na compra, são: Desenhos da madeira (Isso é pessoal, mas eu sou enjoado pra caramba nesse quesito), alinhamento do braço com voluta (Já vi Eagles com volutas levemente tortas em relação aos braços) e trincos na madeira. O som é o menos importante no caso desses chineses, pois como ele não está nem um pouco regulado, não há como saber se o som potencial de um ficará melhor que o outro na hora da compra. Só depois de completamente regulado é que vai ter a real noção do seu som, pois um instrumento novo é preciso abrir o som (Ter os poros da madeira abertos pelas vibrações vindas do cavalete, transmitidas do tampo superior pra o tampo inferior pela alma, amplificados pela caixa ressonância, só assim com o tempo vai ter a condução das freqüências em sua totalidade), estar com a espessura correta, altura e bem adaptado o cavalete, e a espessura e posição correta da alma no interior da caixa harmônica, ter posicionado de forma correta o rabicho. Mesmo instrumentos de mesma marca e do mesmo modelo, existem diferenças no seu som. Alguns saem mais caprichados em sua construção do que os demais. Tem fatores a considerar. Existem diferenças mínimas na construção e a escolha da madeira, que fazem toda a diferença. A verdade, é que cada instrumento sai com um som e timbre em particular, mas só devidamente regulado é que você terá o som verdadeiro. Por isso é importantíssimo fazer todas as regulagens básicas . Mas veja bem: o
Violino tem um segredo para escolher. Instrumentos chineses devem ser avaliados pelo seu potencial, e não pelo som. Todos os chineses deverão ser regulados após sua compra: o cavalete, a
alma, e a troca do jogo cordas por jogos de cordas de qualidade, kit de montagem (A troca é opcional, mas as cravelhas devem ser ajustadas obrigatoriamente). E de repente, depois dos ajustes, aquele que você não gostou pode ter um resultado final melhor do que aquele que você gostou. É difícil avaliar o potencial de um chinês, pois engloba conhecimento da madeira e sua densidade através do toque. Mas enfim, é altamente necessário que se leve o Violino num Luthier para fazer ajustes básicos obrigatórios, como troca de cavalete e alma por de madeiras alemães, jogo de cordas por jogo de qualidade e ajustes de cravelhas. Um violino desregulado só dá dor de cabeça, soa ruim e atrapalha o desenvolvimento do aluno.
Aí fica difícil. O que muita gente faz, é somente a troca jogo de cordas que vem com o Violino para melhorar, mas jamais o Violino dará todo o seu potencial se não tiver essas regulagens básicas. Depois de fazer tudo isto, basta deixar que seu professor lhe ensine. E o aluno terá progresso individual com muito mais evolução . Os cavaletes quando são muitoaltos são ruins para tocar. Se a corda for de aço, pode até fazer fissuras nos dedos. E pior de tudo é que alguns Violinos de fábricas vêm com a alma completamente fora do lugar e tortas . A alma tem duas funções: Fazer a ligação das vibrações do tampo com o fundo do instrumento, e evitar que o tampo rache, quebre ou ceda com o peso da pressão das cordas. Muito antigamente, os instrumentos não tinham alma. As cordas de tripa de carneiro não faziam tanta pressão. Depois de um tempo foi adaptada a alma para tais finalidades. O que acontece com a alma torta, é a condução da vibração não ser completa, o que pode alterar consideravelmente o timbre do Violino. Em minha experiência em regulagens de Violino encontrei alguns absurdos feitos em Violinos que me chamaram a atenção em particular: em um deles a alma estava colada com cola do tipo “Super bond” ( Que sacrilégio!), feito por algum “vendedor” desinformado que se desesperou ao manusear o Violino e deixou a alma cair, deu um jeitinho “a brasileira”. O outro a alma estava no meio do Violino e não no lugar exato, por sorte não rachou o tampo.
>>> Projetando para o futuro <<< O Violino desregulado muitas vezes gera um ruído desagradável nas cordas Sol e Ré, e apitos na corda Mi. Depois que você adquirir o seu Violino, ele tem que obrigatoriamente passar pelas mãos de um Luthier! Se não, vai te gerar alguns problemas, pois não importa o quão caro seja um Violino de fábrica, ele necessita de ajustes básicos e finos. Sons falhos e com ruídos podem ser 4 coisas: as cordas, o cavalete, a alma e a pestana. Somente esses 3 ajustes básicos e mais troca de jogo de cordas por um jogo de qualidade podem oferecer o melhor do potencial do seu Violino. Assim que levar o Violino num profissional. Você verá a melhora no som e grande mudança positiva na tocabilidade. Você sentirá a diferença agradável de se tocar num instrumento devidamente regulado . É uma experiência única e inconfundível. Depois da compra é preciso substituir algumas peças para que possa usufruir o que existe de melhor do Violino. Podem-se comprar algumas peças de qualidade tais como o cavalete Aubert Mirencourt Deluxe (O melhor cavalete da Aubert) ou o alemão Telles, a alma feita de madeira alemã (Tem que ser do mesmo tipo de madeira do tampo superior do Violino, tradicionalmente o Abeto, ou seja: Spruce), as cordas ThomastikInfeld (Produz um som aberto e transparente, som grande e cheio, fazendo com
que sejam adequadas para solistas e praticantes de música de câmara e excelente resposta em todas as posições, baixa tensão global sobre o instrumento, o conjunto realça as características inatas de cada timbre do Violino, tornando o instrumento mais fácil de ajustar), kit de montagem de Jacarandá (Que leva uma mínima vantagem em cima do Ébano, quando se trata de condução de vibrações. Tanto que, muitos músicos profissionais de fora do Brasil, estão colocando esses kits em seus instrumentos. Mas a diferença seria de mais ou menos uns 15%). Então, fica a critério do músico se optará pela nobreza do Ébano, ou pelo desempenho do Jacarandá, e claro um breu com boa qualidade, como o francês Jade ou o Pirastro Schwars que são um dos melhores. Já a queixeira, se não se adequar ao molde do seu rosto (Formato do queixo), pode ser trocado pela queixeira lateral, diferente da tão criticada "queixeira francesa" (Também não sou muito fã desse tipo de queixeira) que cobre o estandarte do Violino, e que passou a ser a queixeira utilizada nas séries atuais de Violinos industrializados, pode trazer conforto e uma estabilidade a mais para o executante de Violino. A verdade é que demora muito para se achar a melhor "configuração" de um Violino. Há muitos fatores para serem levados em consideração, e o mais importante em todos eles é o amadurecimento. Ás vezes pode demora tempos para achar o melhor ponto da alma, meses para achar o melhor jogo de cordas para o seu instrumento, e anos para "casar" tudo isso, e mais décadas para amadurecer o som. Não é a toa que muitos preferem ir atrás de um Violino antigo e escolher o melhor para seu gosto pessoal. Ou seja: Você pode ter a sorte de comprar um Eagle VK 544 bem caprichado em sua construção, e fazer os ajustes básicos e o som ficar parecido com o Violino caro. Não citarei o preço de custo de cada peça, pois seria necessárias muitas pesquisas para economizar alguns níqueis, já que são peças importadas e comprando no exterior tem taxa de IOF, frete e outros encargos. Como sou eu quem faz tudo, não há custo com mão de obra para mim. E os materiais escolhidos terão que ser compatíveis com a qualidade potencial do Violino. Ainda, nesse caso, mesmo podendo melhorar a qualidade das cordas, do cavalete e da alma e do kit de montagem, optei por deixar abrir o som primeiro, com as peças que vieram, para depois com o tempo ir melhorando o meu Violino com esses acessórios avançados, somente as cordas que coloquei da Infeld Red, está mais fácil de afinar, com muito sustain e ficou com um baita som, com muita ressonância.
>>> Diário de transformação do meu Eagle VK 644 <<< Todo o trabalho foi realizado por mim. Eu vou explicar como faço passo a passo:
> Transformação, passo 1: Reset < Essa é a parte que mais gosto. É um processo que se leva um dia inteiro para se fazer, pois requer cuidado, paciência e persistência. Ligo meu computador, e deixo as lindas músicas de Vivaldi tocando para dar mais clima. Desmonto o Violino, tiro todas as cordas, as cravelhas, o botão e deixei-o totalmente desmontado. Por último, derrubo a alma e a tiro do instrumento, também.
> Transformação, passo 2: Avaliação visual interna <
Em minha opinião, um instrumento desses deve ser belo por fora, mas também bem apresentável por dentro. Olhando pelos furos “f”, e pelo furo do botão, avalio todos os pequenos defeitos, marcas e manchas internas. O intuito dessa transformação é fazer toda a revisão que deveria ter sido feita por um artesão, e não foi feita, pois esses instrumentos são feitos numa linha de montagem e não receberam alguns cuidados particulares . O primeiro passo dessa etapa é identificar o verniz do seu instrumento. Retiro todas as manchas da madeira, assim como retiro eventuais serragens e bolotinhas de madeira que estejam no fundo. Para algumas manchas, é necessário utilizar um produto, mas feito com muito cuidado para não entrar em contato com o verniz do instrumento.
> Transformação, passo 3: Avaliação visual externa < A primeira coisa em que bato o olho externamente (Depois dos desenhos da madeira, mas isso é feito no processo de compra, o meu tem os famosos rajados de tigre, é lindíssimo. O Violino sem os rajados do Atilo, ou seja, Maple, não é Violino), é o espelho e pestana. A pestana estava mal polida e feia, sem contar que as arestas poderiam estourar cordas facilmente por causa disso. O espelho é de ébano, mas um ébano de baixa qualidade, pintado de maneira visível para disfarçar sua condição. Protejo o tampo do Violino, faço um trabalho caprichado em todo o espelho. Na pestana, o processo deve ser feito com mais cuidado para não machucar o verniz da voluta. O próximo ponto foi o braço. Em alguns casos os inícios dos vernizes vão além dos limites padrões. Então, demarco a área de desenho a ser feita colocando uma fita isolante por cima, para proteger o limite do verniz que eu queria manter. E vou redesenhar os limites do verniz no braço. Depois do desenho acertado, passo as várias lixas em vários estágios do trabalho no braço inteiro. Outra coisa que é necessário fazer, é alinhar o espelho com a madeira do braço, que forma um leve degrau. Depois disso, o polimento no espelho, pestana e braço. Para o polimento no espelho, utilizo um produto, removendo o excesso com algodão limpo e seco. O aspecto fica muito mais natural do que tinha vindo, e mais bonito também. No braço, um preparado de uma solução (Eu que faço a fórmula) na cor castanho, polido com um algodão.
> Transformação, passo 4: Ajustes iniciais < Os Violinos chamados “De fábrica” ,ou seja, feitos pelo o processo industrial, nisso inclui os Violinos baseados na construção chinesa, como os Eagles (Empresa Americana, tem o processo de corte e montagem na China), incluindo os Tops de Linha, os chamados de linha profissional, deixa de oferecer ajustes fundamentais que só podem ser realizados artesanalmente por um Luthier. Só um Violino que já foi ajustado, resulta em uma sonoridade que nenhum instrumento original de fábrica poderá oferecer .
Esses ajustes (O cavalete, a alma e a pestana) feitos por um Luthier geralmente custam em torno de R$ 150,00 a R$ 200,00, dependendo da região e da qualidade do profissional. Preço cobrado por um Luthier da nossa cidade ao fazer alguns ajustes (Só o cavalete, a alma e a pestana) no Violino Eagle VK 441 de um instrutor de Violino, que tocava junto comigo na orquestra, foi de R$
150,00. E não cobrou caro, pois é o preço médio cobrado pelos Luthiers na região.
O serviço de lutheria em São Paulo é muito, muito caro mesmo. É aqui que entram os serviços obrigatórios em chineses. Viram o tanto de coisa que eu tenho que fazer antes de partir para eles? Pois é... Sou perfeccionista em relação aesse assunto. ATENÇÃO: Tenho todas as ferramentas certas para isso, e sei como fazer o serviço.
Não tentem fazer algo sozinhos, se não estão acostumados. Vocês podem danificar permanentemente seus instrumentos. Eu aprendi a fazer regulagens e ajustes com meus ex-instrutores
de Violino e com meu ex-professor e maestro da orquestra que é um Luthier muito conhecido e com pessoas capacitadas que realmente entendem do assunto de lutheria. É hora do kit de montagem, coloquei o rabicho na medida correta (Influencia diretamente nos harmônicos), adaptei bem as cravelhas e lubrifiquei (As cravelhas não voltam, gira com facilidade, precisas na afinação), ajustei o cavalete (Fiz ajuste de solista de orquestra, máximo de volume sem perder a qualidade), medi e coloquei a alma no lugar (Deixei o som suave com equilíbrio entre os graves e agudos), abaixei a pestana (Facilitou muito a precisão da digitação sem usar força alguma no dedo), tirei os micro-afinadores do estandarte (Deixando o som mais natural), deixando somente na corda Lá e Mi. Depois, foi só colocar as cordas, afinar e... O visual ficou belo .
Mudou da água para o vinho. Não parece, mas quando se vai tirando uma porção de defeitinhos, é como lapidar uma pedra preciosa. Mas e o som? É aí que vai precisar um pouco de sorte para pegar um timbre ótimo, porque bom, ele já vai ser de qualquer jeito, totalmente inverso dos modelos mais baratos. No caso de meu Violino, parece que os “deuses da lutheria” foram ao meu favor novamente. O Violino que mal havia sido tocado, e estava com um som excelente, diria surpreendente se comparado com sua tocabilidade e sonoridade (Estava um lixo e difícil de tocar) antes de serem feitos meus ajustes básicos, som esse que nenhum Violino da Eagle atinge .
E depois de 3 meses, o meu Violino já estava com totalmente com o som aberto. Depois disso, começou o amadurecimento do som, esse processo leva anos, mas está a cada dia melhor. Surpreende todos que tocam nele pelo conforto, pela tocabilidade e pela sonoridade. Para mim, esse Violino saiu por apenas R$ 590,00 reais (Tem o som melhor do que muitos violinos avaliados em R$ 1.500,00 reais). Claro que a maioria dos violinistas não sabem fazer os serviços
que realizei, e terão que recorrer a um profissional, e aí que vai mais alguns reais para fazer tudo isso. Mas o resultado vale à pena. Nota: Nem todos os Luthiers fazem todo o procedimento que eu faço antes dos ajustes iniciais, mesmo se você pedir. Nem vão regular com regulagem no seu ponto máximo de sonoridade. Viram tudo o que se tem que fazer num instrumento chinês? Em, pelo menos em minha visão, pois sou muito exigente com os detalhes. Então, como diz o famoso Luthier Tavares, não dá para comprar um violino chinês e sair tocando, pois tem uma gama de coisas para se fazer nele, pois o objetivo das fábricas é fazerem e despachar. O
proprietário que se vire com o resto. Há fatores a serem observados: A regra da “quantidade da madeira”, para aveludar o som ou deixar mais estridente, e aumento do volume. Por isso existem medidas estudadas para se encontrar um equilíbrio nesse timbre, entre a qualidade e o volume. E isso varia em cada instrumento também. Só uma pessoa com conhecimentos podem achar esse equilíbrio, achando o “Ponto de Ouro” de cada Violino, tirando o máximo de rendimento do seu Violino. É como um carro de Fórmula 1, é preciso achar a medida certa entre regulagem do carro e estilo de pilotagem do piloto para fazer um uma equipe imbatível. No Violino é mesma coisa, achar o equilíbrio entre sonoridade, qualidade, conforto e estilo de tocar aliados à técnica para ter um som fenomenal. Outro fator, é que cavaletes altos tem um volume mais forte, pois aumenta a tensão das cordas. Mas também interfere no timbre. Sem contar, que é terrível tocar com as cordas muito esticadas, machucam ou cortam os dedos . Também há uma altura padrão para cavaletes. Mas vai depender da altura do espelho do Violino. Os outros detalhes finos, como polimento de espelho, limpeza interna e externa. É um ato de paciência e perfeccionismo. O desempenho é só o cavalete, a alma no lugar, um bom jogo de cordas e posicionamento correto do estandarte. E fora isso, há a necessidade de verificar possíveis arestas na pestana e cavalete, pois essas podem estourar cordas de graça. Outro ponto a ser levado em consideração é quem toca. A sua personalidade influencia muito no jeito de tocar, uma tocada agressiva ou meiga. Deve ser levado muito em conta o seu jeito de tocar para achar a regulagem que se de bem com seu estilo de tocar, deixando o Violino mais nervoso ou calmo. A maneira de tocar conta muito. Já vi meu Violino exprimir um som que jamais eu imaginava que ia ter, quando meu professor Rafael o pegou nas mãos para tocar. Eu olhava, escutava e não acreditava, e pensava: "Nossa... Não sabia que tinha isto em casa..." . Pois é... Meu Violino teve um ganho significativo de som, o timbre ficou brilhante e nítido, com ressonância e aumento de volume. O trabalho que realizei tive um ganho de som pelas regulagens que realizei: Cavalete 60%, Alma 20%, Estandarte 15%, Rabicho 5%.
Harmonização do espelho com braço e polimento do espelho e retirada do verniz ou cera do braço. Teve uma melhora no rendimento da mudança de posição e um aspecto estético mais profissional. Os motivos não se devem ter verniz no braço: Quando precisar mudar de posição, a mão escorrega pelo braço. Se tiver verniz no local, poderá haver um "agarre", dificultando o que era pra ser eficiente e rápido. Um braço pode revelar a verdadeira identidade, ou idade de um Violino. A madeira nesse ponto deve ficar em seu natural, para que possa mostrar a ação do tempo. De muito tocar, é mão que vai "pintando". Isso é uma das belezas e identidade do Violino.