UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UEVA CENTRO DE FILOSOFIA, LETRAS E EDUCAÇÃO – CFLE CURSO DE LETRAS
CALINA DAMASCENO RODRIGUES
PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
SOBRAL - 2013
CALINA DAMASCENO RODRIGUES
PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Projeto de Pesquisa apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú, como requisito parcial para elaboração do trabalho de conclusão de curso. Professora Coordenadora: Profª. Esp. Cileya de Fátima Neves Moreira. Professora Orientadora: Profª. Me. Maria das Doris Moreira de Araújo.
SOBRAL – 2013
SUMÁRIO
1 TEMA......................................................................................................................03 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA......................................................................................03 3 PROBLEMA............................................................................................................03 4 HIPÓTESES DE ESTUDO......................................................................................03 5 OBJETIVOS............................................................................................................04 5.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................04 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................04
6 JUSTIFICATIVA......................................................................................................04 7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................05 8 METODOLOGIA.....................................................................................................08 9 PROPOSTA DE SUMÁRIO....................................................................................09 10 CRONOGRAMA....................................................................................................09 REFERÊNCIAS..........................................................................................................11
1 TEMA A variação linguística no livro didático de Língua Portuguesa.
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA A abordagem e o ensino da variação linguística no livro didático de Língua Portuguesa do 9º ano.
3 PROBLEMA A variação linguística, a partir da publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em 1998, tornou-se objeto específico de estudo. Sendo o livro didático, o principal material de apoio para o professor é importante investigar como está sendo tratada a questão da variação linguística nesse material que muita das vezes é o único apoio do docente em sala de aula. Partindo dessa realidade torna-se pertinente compreender o tratamento dado ao estudo das variantes da língua já que vivemos em um país onde há uma grande diversidade linguística e a escola deve ser o lugar onde essa diversidade precisa ser entendida e compreendida. Diante do exposto torna-se relevante saber: Como é feit a a abordagem da variação linguística em sala de aula levando em consideração as propostas contidas no livro didático?
4. HIPÓTESES
A abordagem da variação linguística no livro didático é pertinente ao que dizem os PCN.
As variações da língua no livro didático, pode levar o aluno à uma melhor compreensão da heterogeneidade linguística.
O tratamento do certo e do errado apresenta prioridade em relação ao inadequado e o adequado.
O livro didático é satisfatório na sua abordagem em relação às variedades da língua.
5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Analisar como é abordada a variação linguística a partir do livro didático de língua portuguesa. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Detalhar como acontece na prática o ensino da variação linguística através de investigação prévia.
Analisar três livros de Língua Portuguesa do 9º ano de diferentes editoras, com a intenção de perceber qual a importância que é dada a questão da variação linguística.
Expor exemplos de variação encontrados nos livros analisados se for encontrados.
Analisar se os textos apresentados são considerados satisfatórios nessa abordagem.
Observar se há interesse do educador em apresentar a variação linguística como sendo parte significativa para o bom desempenho do educando na sociedade em que vive.
6 JUSTIFICATIVA Com esse estudo, em primeiro lugar, teremos a oportunidade de identificar se o livro didático está dentro dos padrões indicados pelos PCN, depois poderemos também avaliar qual a importância que é dada a variedade linguística em sala de aula e ainda se há alguma preocupação em esclarecer ao aluno a relevância da diversidade da língua existente no Brasil. É importante compreender que o ensino da gramática normativa se faz necessário, pois um dos objetivos da escola é propiciar ao aluno o contato com essa norma culta, mas nunca desrespeitando a sua identidade cultural cometendo
preconceito com o habitual uso do “certo” e “errado”. A esse respeito os PCN dizem
em (1998, p. 82) o seguinte:
[...] é importante que o aluno, ao aprender novas formas linguísticas, particularmente a escrita e o padrão de oralidade mais formal orientado pela tradição gramatical, entenda que todas as variedades linguísticas são legítimas e próprias da história e da cultura humana. Para isso, o estudo da variação cumpre papel fundamental na formação da consciência linguística e no desenvolvimento da competência discursiva do aluno, devendo estar sistematicamente presente nas atividades de Língua Portuguesa.
Ainda é possivelmente percebido que a maioria dos professores tem dificuldade na abordagem das variantes linguísticas, visto que a norma culta é sempre cobrada com mais afinco pela sociedade letrada, então fica a pergunta: como dizer que o que era considerado “errado” antes, agora é “certo”? Precisamos
antes de tudo compreender que a língua não é homogênea e é um produto social e cultural, daí a variação é inerente ao sistema linguístico. Logo, esperamos poder proporcionar ao educador uma maior reflexão sobre a variação linguística e daí incorporar na prática docente o que vem proposto pelos PCN (1998) a esse respeito.
7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A variação linguística, sem dúvida, é atualmente um dos pontos da sociolinguística mais discutidos pelos teóricos da área. Compreendendo que as línguas não são homogêneas e, portanto sofrem variações e como a escola é por excelência o lugar onde o aluno deve ter contato com as diversidades, faz-se necessário uma maior reflexão sobre o assunto. Nos últimos anos, percebemos que essa questão vem ganhando um espaço cada vez maior, desde que o Ministério da Educação e Cultura (MEC), através dos PCN, estabeleceram que a variação linguística deve ser estudada em sala de aula o livro didático de língua portuguesa passou a apresentar questões a esse respeito. No entanto, a situação não está de todo resolvida, já que pelo que se pode observar a variação linguística ainda é pouco comentada na escola, embora já comece a ultrapassar os muros da universidade ela chega as escolas de maneira ainda escrupulosa.
Pela visão dos PCN, (1998) a língua é de cunho variacionista e a partir daí propõe que o estudo dos textos seja adotado como uma unidade de reflexão da língua, reconhecendo que o que deve ser trabalhado é a competência comunicativa, pois isso é inerente ao ser humano. A Sociolinguística, também prima pela adequação da variedade, pois o importante é preparar o aluno para as diversas situações comunicativas. Ainda de acordo com os PCN (1998) é de responsabilidade da escola, proporcionar aos seus alunos os diversos saberes linguísticos.
A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa. Assim, quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. [...] Afinal, a aula deve ser o espaço privilegiado de desenvolvimento de capacidade intelectual e lingüística dos alunos, oferecendo-lhes condições de desenvolvimento de sua competência discursiva. Isso significa aprender a manipular textos escritos variados e adequar o registro oral às situações interlocutivas, o que, em certas circunstâncias, implica usar padrões mais próximos da escrita. [...] a escola precisa livrar-se de vários mitos: o de que existe uma forma correta de falar, o de que a fala duma região é melhor do que a de outras, o de que a fala correta é a que se aproxima da língua escrita, o de que o brasileiro fala mal o português, o de que o português é uma língua difícil, o de que é preciso consertar a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. (BRASIL, 1998, p.30-31).
Mesmo adotando uma visão inovadora, o que podemos observar é a maneira superficial como essa questão ainda é tratada. O livro didático que deveria ser o primeiro suporte onde essa variação pudesse aparecer com mais intensidade não é assim que acontece, por outro lado, quando aborda o professor não explora de maneira satisfatória, talvez porque ainda estão muito presos a regras gramaticais e a variante culta como sendo a única variante de prestígio. Vivemos em um país onde as diversidades surgem a todo o momento tanto social como cultural e a língua é um produto social, automaticamente sofre mudanças também, sendo assim tornase pertinente não desprezar a linguagem que o aluno já traz internalizada, pois precisamos conceber a língua como uma realidade heterogênea. De acordo com Fraga (2005, p. 107):
Desta forma, levando em consideração as diferenças sociais, históricas e regionais percebe-se o quão frequente as variações linguísticas estão presentes na sala de aula e, portanto, devem ser abordadas pela escola de forma crítica e imparcial. Porém, essa questão é ainda pouco trabalhada em aula, uma vez que “professores” não sabem como agir diante dos chamados “erros de português”.
Diante dessa realidade, faz-se necessário que os educadores não se prendam apenas ao livro didático, uma vez que é possível usar de autonomia, pois quando o assunto é variação linguística o tratamento oferecido pelos livros didáticos ainda não atingiu ao ideal sociolinguístico, tendo como resultado uma abordagem de forma superficial, insuficiente e distorcida, dando prioridade à norma culta. Não que a escola não precise ensinar a variante culta, essa é a questão, a partir de conhecimentos prévios é dever do educando, especialmente o de língua materna, propiciar ao aluno o contato com as diversas variáveis linguísticas para que o mesmo possa interagir com sapiência nas mais variadas situações de comunicação que precise interagir. Entendendo que para cada ocasião, para cada público, podemos nos utilizar da variante adequada, o aluno poderá perceber que a linguagem que aprendeu antes de aderir ao meio escolar não foi algo sem valor e que para aprender a norma culta ele não necessariamente precisa esquecer suas origens, pois nesse sentido nenhuma variante se sobrepõe a outra, deixando claro que elas precisam apenas ser empregadas em situações distintas. Como informa Bastos (2004, p. 227):
Há tipos de variação que interferem diretamente na atividade discursiva sob vários pontos de vista e para tal, tanto a escola como o livro didático devem reservar um espaço significativo em sua abordagem, para que os alunos possam não apenas identificar as variedades da língua, mas também respeitar e refletir sobre essa questão que gera tanto preconceito na sociedade e, no entanto, é tão pouco discutida e reavaliada.
Negar essa diversidade é ignorar a riqueza da língua, seja ela qual for além de contribuir para a discriminação e o preconceito, visto que, ao discriminar uma variedade automaticamente cometemos preconceito com o falante da mesma.
Contudo, torna-se pertinente investigar como essas variações são trabalhadas dentro do espaço escolar, sendo de fundamental importância construir uma maneira adequada de como se trabalhar esse assunto em sala de aula, já que os livros didáticos ainda não são satisfatórios nesse sentido. Precisamos por em prática os objetivos do ensino de língua que é desenvolver no aluno a competência comunicativa em seus diferentes contextos discursivos e acabar com a cultura do erro, pois a questão não é de erro e sim de adequação as possibilidades de uso adequado da linguagem.
8 METODOLOGIA O desenvolvimento do tema proposto será baseado na abordagem qualitativa, na área da educação, onde procuraremos adentrar no assunto para melhor compreensão do assunto, realizaremos estudos em livros de autores e estudiosos que julgarmos concernentes ao tema escolhido. Será realizada pesquisa bibliográfica e de campo, pois cujos procedimentos podem levar ao alcance dos objetivos propostos. A pesquisa de campo será realizada com professores de língua portuguesa do município de Reriutaba – Ceará, onde será utilizado o seguinte procedimento: Questionário com perguntas abertas e fechadas, aplicado aos professores da rede pública e privada. Visando a melhor compreensão da abordagem da variação linguística no livro didático é que coletaremos dados através de questionário, onde os professores deverão responder a partir de suas experiências como docentes, pois como afirma Moreira (2002, p.55):
[...] busca a visão da pessoa acerca das suas experiências subjetivas de certas situações. Estas situações estão inseridas em algum período de tempo de interesse ou se referem a algum evento ou série de eventos que possam ter tido algum efeito sobre o respondente.
Portanto as contribuições desse tipo de investigação são relevantes por proporcionar a real relação entre teoria e prática uma vez que deve retratar como esses educadores abordam o assunto no dia a dia da escola.
9 PROPOSTA DE SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA 2.1 CONCEITO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 2.2 TIPOS DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
2.2.1 Variação diatópica 2.2.2 Variação diastrática 3 O LIVRO DIDÁTICO E OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN) 4 A PESQUISA 4.1 METODOLOGIA 4.2 ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS 10 CRONOGRAMA
PERÍODO 2013.2
ETAPAS AGO Pesquisa bibliográfica
SET
OUT
NOV
X
Produção da 1ª seção
X
Produção da 2ª seção
X
Pesquisa de campo
X
Análise de dados
X
Produção dos elementos pré e pós textuais
X
Revisão com o orientador
X
Defesa
DEZ
X
REFERÊNCIAS
BASTOS, N. B. Língua Portuguesa em calidoscópio. São Paulo: EDUC, 2004.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua portuguesaSecretaria de Educação Fundamental. . Brasília: MEC/SEF, 1998. FRAGA. Educação Em Língua Materna: A sociolinguística em sala de aula. Todas As Letras H, ano 7, n. 2, 2005. MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.