A FEITICEIRA DE ÉVORA pesq., trads.& texto ligiacabus@
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Cipriano, O Santo Feiticeiro
A feiticeira ou bruxa de Évora é uma das personagens mais populares e misteriosas do folclore e das lendas da magia, especialmente na esfera da cultura popular. Sua biografia é dispersa, incerta, cheia de contradições. Até onde conduzem as as pesquisas, não pode ser considerada figura histórica; no entanto, sua fama é suficiente para considerá-la arquétipo mítico de um certo tipo de bruxa, de feiticeira. Sobre um a Bru xa de Évora Évora , como pessoa localizada em um tempo, sua identidade primeira e verdadeira, sobre isso não há, nenhum registro que possa ser considerado como Histórico, documental, de fonte confiável. Documentos referentes à Bruxa simplesmente inexistem. É difícil até mesmo determinar a época em que viveu. A maioria dos textos/livros sobre uma Bruxa de Évora afirma que ela viveu no século... Outros, dizem que viveu em meados da Idade Média. Todavia, um único de texto de referência permite supor que, na verdade, essa Bruxa é mais antiga, e que poderia perfeitamente ter vivido em pleno século III d.C.. Mítica, é possível que a primeira bruxa de Évora tenha sido tão poderosa e influente que seu nome tornou-se sinônimo para praticantes da bruxaria que vieram muito depois e também fizeram fama desde o antigo oriente Médio, Ásia Menor. Uma idéia de bruxa que alcançou não
somente a Península Ibérica mas também toda a região costeira do Mar Mediterrâneo, os Bálcãs, as ilhas do mar Mediterrâneo: ao longo de séculos, a expressão "Bruxa de Évora", tornou-se algo como um título.
A BRUXA & O SANTO FEITICEIRO
As pesquisas sobre esta feiticeira indicam que boa parte de sua fama nasce junto com a fama de um outro mago negro controverso: CIPRIANO DE ANTIOQUIA que viveu no século III da Era cristã (anos 200). Este, depois de uma vida dedicada à magia negra, converteu-se ao Cristianismo e foi até canonizado passando fazer parte da história Cristã como São Cipriano. Segundo as lendas, pois as biografias desses personagens não têm registros históricos precisos, o nome "Bruxa de Évora" [ou Bruxa de Yeborath – Iebora, em árabe
significando Cruzado, cruzamento, encruzilhada] aparece pela primeira vez,
nocontexto do estudo da História da Bruxaria, ligado ao nome do Santo feiticeiro. Ela teria sido uma das mestras do mago e ele, seu discípulo mais prestigiado, herdeiro de seus feitiços.
BABILÔNIA: FEITICEIRAS DE ENCRUZILHADAS NOS PRIMÓRDIOS DA BRUXARIA
A migração da mítica da Bruxa de Évora: da Babilônia até a Península Ibérica
Porém, esse encontro NÃO ACONTECEU na península Ibérica, como sugere o termo designativo, distintivo da Bruxa, Évora que é uma cidade histórica de Portugal. Segundo a biografia do feiticeiro Cipriano, seu encontro com a Bruxa aconteceu na Mesopotâmia, na B abilônia , [atual Iraque] onde se reuniam os ocultistas que estudavam a magia dos antigos Caldeus [sobretudo Astrologia]. Os dois personagens, já legendários: Cipriano, o Feiticeiro e supostamente, um de seus Mestres, sendo uma certa Bruxa de Évora, parecem ser um caso de migração de mitos e sincretismo cultural.
Ambos, Cipriano e a Bruxa, originalmente, parecem pertencer ao acervo das crenças e figuras mitológicas que chegaram à península Ibérica em diferentes períodos históricos mas que combinaram-se perfeitamente no universo da mítica do sobrenatural: primeiro, chega a lenda Cipriano, já difundida no Martirológio cristão: o caso do Feiticeiro e sua misteriosa mestra de Yeborath . O Bruxo que virou Santo. Mais tarde, o juntamente com os Mouros sarracenos que invadiram e dominaram o território a partir de 715 d.C., vieram as bruxas misteriosas do Oriente, quase ciganas, as bruxas das Yeborath ou Iebora , das encruzilhadas, das agulhas. E, se sobre a B r u x a não há registro históricos de espécie alguma, a não ser como arquétipo, sobre Cipriano, o Santo Feiticeiro, existem, ao menos, um parcos documentos, como sua Confissão depois da conversão ao Cristianismo. Como foi dito, Cipriano – o Feiticeiro não somente encontrou uma certa Bruxa de Evora em sua passagem pela Babilônia como dela teria herdado os livros, as poções, os segredos do poderes de sua Mestra. Considerando essa informação como fato p o s s ív el , uma Bruxa ou feiticeira na/ou daBabilônia seria, naturalmente, versada naquele tipo magia característica da cultura Mesopotâmica, aquela normalmente classificada como magia das trevas, da mão esquerda, magia negra: Goecia, necromancia, vidência, evocações, parcerias com demônios, envultamentos [encantamento à distância: os bonecos de cera e as agulhas], oráculos. Essas bruxas e bruxos foram aqueles que preservaram alguma coisa das tradições da magia das tribos nômades e reino antigos de tempos ainda mais arcaicos entre os quais destacam-se os Caldeus e os Assírios. Era uma Magia de sombras, freqüentemente desprovida de escrúpulos, sem critérios éticos, que livremente associava-se com entidades não humanas e pouco confiáveis: demônios, gênios, formas-pensamento, elementais, espíritos de pessoas mortas. Uma bruxa assim poderia, mesmo ter existido. E não somente uma, mas várias. As bruxas de- ou-das Evoras seriam algo como uma categoria de feiticeiras. Voltando à etimologia da
palavra Évora, embora sejam encontradas raízes em solo europeu, não se pode desconsiderar a Yeborath dos árabes que, como foi explicado tem como significado: Cruzado,
cruzamento, encruzilhada.
Uma etimologia que sugere a tradução do termo Br ux a de Évo ra para Bruxa de Encruzilhada ou, bruxa que faz seus trabalhos em encruzilhadas, lugar de Pactos.
[Lembrando uma característica que lembra a divindade grega Hécate, senhora dos encantamentos e do mundo dos mortos.] Com uma pequena mudança gráfica e fonética, se Yeborath é dito Iebora, então o significado muda para Agulha, agulhas e assim resulta, Bruxa das Agulhas. Ou seja, uma bruxa que trabalha com agulhas [supõe este pesquisador, agulhas e bonequinho de cera. Meditemos]...
MAGIAS DE ÉVORA ANTES DE TUDO
Rastrear a trajetória geográfica da figura da "Bruxa de Évora" ao longo dos séculos passa, necessariamente pelo conhecimento do histórico da localidade de Évora até porque, se o folclore em torno desta personagem começa na Babilônia do século III d.C., a crença se perpetua além Oriente-médio, alcança com toda força mítica a vasta região da península Ibérica e, atravessando o Atlântico junto com os grandes navegadores portugueses e espanhóis, encontrou seu lugar no imaginário dos povos latinos-nativos-afro-americanos.
Se, de fato, existiu um a bru xa de Évo ra cuja vida se cruza com a vida de São Cipriano, esta personagem viveu [ou teria vivido] no século III, os anos 200 depois de Cristo. Nesta época, Évora era uma cidade romana, a Libetalitas Julia , conquistada em 57 d.C.. Contudo, a palavra Évora, ao que tudo indica é a denominação popular da localidade, antes e depois do domínio romano e, ainda, são várias as explicações para a origem deste nome. Plínio, o Velho (23 –79 d.C.) – filósofo e naturalista, cronista romano, em seu livro Naturalis Histori a , chama o lugar de Ebora Cerealis , por causa dos campos de trigo que dominavam a paisagem.
OS CELTÍBEROS Os povoamentos na região, cujo centro, hoje, é a cidade Évora, abriga sítios arqueológicos que datam da Idade do Bronze [1.800 a.C.] e outros ainda mais antigos, do Paleolítico, Neolítico, Calcolítico [Idade do Cobre, cerca de 3.000 a.C]; de muito antes da Era Cristã. Sobre o passado remoto de Évora escreve J. Saramago:
Chamaram-lhe Ebora os celtiberos, e como Ebora Cerealis a tem nomeado Plínio, o Velho, na sua História Natural, o que servirá para dar testemunho de que as planuras transtaganas já davam pão pelo menos dez séculos antes que os "alentejanos" (os que viveram e vivem além do Tejo...) se tornassem portugueses (SARAMAGO, 2001) .
Mitologia-folclore cristão-pagão e sarraceno [mouros] são apenas dois dos elementos que se misturam na composição da lenda e das imagens relacionadas à B rux a de Évo ra . Uma influência ainda mais recuada repousa na história dos fascínios e medos dos povos que habitaram a Península antes de romanos ou mouros. São os bárbaros celtiberos, dos quais fala Saramago no texto acima e outras nações várias que se miscigenaram com os supostos autóctones [nativos do local] lusitanos oulusitani [em latim] a maior das tribos ibéricas. Os lusitanos propriamente ditos são, geralmente, considerados como proto-celtas, celtas primitivos, migrantes, provenientes do norte europeu, mais especificamente os Célticos.
MAGIA DOS CELTÍBEROS
Uma xamã, ou feiticeira ibérica, [ou um xamã, o gênero é incerto] figura central no culto da Fertilidade, no Ocidente. É uma sacerdotisa. No peitoral, sete símbolos do sol. British Museum.
Estes primeiros habitantes organizados em aldeias e tribos da região, os celtiberos praticavam a magia européia ocidental mais primitiva, ainda eivada de crenças e práticas pré-históricas, como os sacrifícios humanos, por exemplo. Nesse contexto, o papel das mulheres tinha grande relevância posto que exerciam o papel de Xam ãs , curandeiras que se utilizavam do conhecimento das virtudes e das peçonhas fornecidos pela Natureza, poções para o bem e para o mal extraídas de vegetais, animais e
minerais. No alvorecer da História, as bruxas eram como médicas: do corpo, da alma; intermediárias entre os homens e as forças da Natureza. Foi essa magia primitiva que, aos poucos, transformou-se na Bruxaria da península Ibérica, resultado da interação com saberes de outras nações: romanos pagãos, romanos cristãos, bárbaros outros, pagãos originais ou romanizados; bárbaros cristianizados, Mouros (muçulmanos, Sarracenos). Sobre a relação entre Évora e os celtíberos, estudos indicam que, a palavra e o lugar podem estar ligados a uma antiga divindade celta cultuada na região: Eburianus cujo símbolo é a árvore do Teixo. Houve tempo em que os lusitanos chamavam a atual localidade de Évora de Eburobrittium (SÍMON, 2005).
ERA UMA VEZ... LAGARRONA-LAGARDONA Segundo o livro de São Cipriano [o feiticeiro, século III d.C. anos 200], capa de Aço, no tempo em que os mouros viviam na região portuguesa de Évora, o rei mouro Praxadopel ali construiu um castelo, em Montemur. Nesse lugar, hoje chamado Castelo de Giraldo [referência a Geraldo, o Sem Pavor – ... 1173? herói da reconquista da terra lusa ocupada pelos mouros], transformado em ruínas pelo passar dos séculos, em meio às pedras, louvado nas noites escuras pelo uivo de lobos e chacais, no fundo da propriedade, ocultos embaixo de montes de pedras, no Túmulo de Montemur, foram encontrados os restos mortais de sete pessoas e pergaminhos escritos por Lagarrona, a Feiticeira de Évora (também chamada Lagardona ou La Guardona ).
* Os mouros, povos do oriente médio, somente poderiam ter ocupado a região depois período de expansão dos domínios árabes em suas incursões em território europeu, em uma época, portanto, pós-fundação do Islamismo. Porém as referências à uma bruxa de Évora remontam aos primeiros séculos do Cristianismo, por volta do século III, coincidindo com o período de vida de do bruxo Cipriano. Eis uma prova da dificuldade de identificar a historicidade dessa feiticeira tão famosa.
FOLCLORE DA FEITICEIRA EM PORTUGAL
Ruínas das muralhas: Castelo do Giraldo, cidade Évora – Portugal. O Castelo de Giraldo, mais que uma referência a uma edificação, refere-se a toda uma região que, hoje, é um sítio arqueológico de Portugal.
No tempo em que os mouros viviam na região portuguesa de Évora [e os mouros chamavam a cidade de Yeborath a Liberalitas Julia da época da dominação romana], o rei mouro Praxadopel ali construiu um castelo em Montemur [região vizinha de Évora cujo centro é a cidade de Montemor]. Nesse castelo, hoje chamado Castelo de Giraldo, transformado em ruínas pelo passar dos séculos, em meio às pedras, louvado nas noites escuras pelo uivo de lobos e chacais, que, no fundo da propriedade, enterrada entre montes de pedras, está o Túmulo de Montemur. Nele foram encontrados os restos mortais de sete pessoas e pergaminhos [supostamente] escritos por LAGARRONA, a feiticeira de Évora.
Frei Antão de Sis, estudioso dos fenômenos mágicos e da feitiçaria, através dos pergaminhos, encontrou a casa da bruxa, ainda em pé, apesar do tempo. Descreveu-a como uma casa diabólica ... No meio dela havia uma cova da altura de um homem. As paredes internas estavam repletas de desenhos representando lagartos, cobras, lagartixas caracóis, rãs, escaravelhos, símbolos egípcios, vespas, baratas e outros bichos peçonhentos. Do lado de fora, havia quatro sapos e várias figuras de meninos tendo nas mãos molhos de varinhas de ervas com os quais ameaçavam os sapos. Ainda dentro da casa, em dos cantos dessa casa mal-assombrada havia a escultura de pedra de um cavalo-homem, como um centauro. Noutro lugar, outra estátua, esta, a de uma mulher-serpente. Em certo ponto do chão ladrilhado com cerâmica negra, uma inscrição:
O primeiro a abrir esta cov a Veráco isas jamai s v istas Cava por diante para que resistas [enfrentes] ao grande temor q ue seu peito prova Verás s or til é gi os m ági co s q ue p ren dem os ho m ens , o filtro do amor que amarra as mulheres. Não tem as, não tem as. N ão m os tres tem or : achar ás su ces so s, magi a e amo r e, por cert o, em tu do s erávenc edo r. Gran libro de San Cipriano o los tesoros del hechicero, 1985
A BRUXA DE ÉVORA NOS LIVROS Em Portugal A B rux a de Évo ra é o modelo de bruxa. Mas não somente em Portugal: este modelo de bruxa está na fantasia de toda a Península Ibérica e nos territórios que foram descobertos e conquistados pelos grandes navegadores ibéricos da Idade Moderna. É praticamente inexistente o material documental sobre a pessoa específica de u m a B r u x a relacionada, residente ou oriunda da região de Évora. Livros, biografias sobre essa personagem são poucos e contém informações de fonte duvidosa e/ou desconhecida. Edições de obras bem conhecidas não mencionam datas ou originais. Dois livros destacam-se nessa bibliografia exígua: O Livro da Bru xa ou Feiticeira de Évora de Amadeo de Santander e A Bru xa d e Évor a , de Maria Helena Farelli. No primeiro, no que se refere à biografia da Bruxa, o que se encontra, logo no primeiro capítulo é uma reprodução e/ou tradução de outro texto de autor praticamente desconhecido: capítulo do Livro de São Cipriano, sabe-se lá em qual de suas repetitivas versões mas, muito possivelmente da edição em espanholGran Libro de San Cipriano o los tesoros del hechicero . O capítulo, intitulado La Hechicera de Evora o Histor ia de La Siemp re Novia (Siempre Novia, referência uma das lendas mais difundidas sobre a Bruxa) teria sido, supostamente, extraído [todo o capítulo] de um manuscrito cujo autor é um certo [ou incerto] Amador Patrício.
FEITIÇO DA COBRA GRÁVIDA Outro supostamente episódio biográfico sobre a Bruxa relata o paradoxal encontro da Feiticeira com o Bruxo Cipriano, já cristianizado mas ainda especialista em bruxedos. O caso é conhecido com O Enco ntr o d e São Cip rian o co m a B rux a de Évo ra . Neste encontro, Cipriano não parece um discípulo diante de uma antiga mestra. Ao contrário, é a bruxa, já em avançada idade que recorre ao novo cristão para realizar um feitiço que lhe renderia [a ela, bruxa] bom dinheiro. Trata-se do feit iço da co br a g rávi da , para segurar marido.
O ex-bruxo propõe uma barganha: a conversão da bruxa ao Cristianismo em troca da fórmula mágica. A bruxa aceita e eis a feiticeira de Évora transformada em penitente velhinha cristã. Ao final, a receita profana, destinada a recuperar o marido da contratante, uma jovem senhora da nobreza, pede o favor para a réptil gestante [a cobra grávida!] mas, isso em nome de Deus e da Virgem Maria! Uma combinação extravagante de feitiço pagão e reza cristã. Santander, autor deste livro, O Livro da Bru xa ou Feiticeira de Évora , este autor é tão difícil de identificar e datar quanto a própria Bruxa de Évora. Ele começa sua o b r a sem qualquer introdução, identificando o período de vida da personagem que dá nome ao livro com o tempo da dominação Sarracena na península Ibérica, ou seja entre o século VIII e começo do século XII. Escreve Santander: No temp o em que o s m ouro s v iviam n a região po rtugu esa de Évora... E ao longo do capítulo descreve o que seriam os últimos anos de vida da Bruxa, claramente qualificada como Moura , muçulmana. No relato, a feiticeira tem um filho adulto e mau. Chamado Candabul, desejou possuir uma jovem donzela cristã. A bruxa ajuda no rapto da moça, providencia a morte por enfeitiçamento todos os pretendentes dela. Mas o mal -fei a bruxa interfere e se empenha em produzir mágicos meios de fuga para Candabul.
LA GUARDONA, O FANTASMA DA BRUXA Caçada pelos agentes da Lei, depois de várias peripécias, ela acaba morrendo durante um acidente na realização tentativa desesperada de escapar da Justiça. Quando chegaram os soldados, encontraram-na morta. Não foi sepul pendurada na porta da própria casa e ali ficou apodrecendo e sendo devorada pelos abutres e vermes. O cadáver, das ventanias, era uma visão macabra que parecia vigiar o lugar e a bruxa morta passou a ser chamada de La Gu corruptelas, Lagarrona e Lagardona ], algo como A Guardiã... da casa, de suas ruínas e arredores. O local, natura como assombrado [Gran Libro de San Cipriano o los tesoros del hechicero, 1985]. Todavia, mais adiante, quando fala do encontro da feiticeira com o ex-mago negro, o autor [Santander] ignora com dizem também sobre a vida do bruxo Cipriano, ao menos bem determinam a data de sua morte, martirizado por se antes, portanto, da Bruxa de Santander ter protagonizado aquelas aventuras. No episódio do feitiço da cobra grávi aposentada com o ouro do último bruxedo que fez por contrato e empregada como Aia [criada pessoal] de uma co
LENDAS, FÓRMULAS & SEGREDOS Torna-se claro que os relatos sobre a bruxa de Évora são de fato, um conjunto de lendas e seus supostos escritos Grimórios mais antigos de autoria igualmente duvidosa. Alguns são atribuídos a este ou aquele mestre mais conhe como Alberto, o Grande, Papa Honório, bruxo Atanásio e o próprio Cipriano, o feiticeiro. Muitas das receitas dos Grimórios são fórmulas de remédios caseiros, acervo de um saber muito útil em uma époc recursos e médicos com estudo eram poucos e para ricos. Muitos dos Segredos da Brux a revelados no livro de A popular dos curandeiros e curandeiras de linhagem imemorial, uma herança que durante muito tempo foi preserva
A própria Bruxa apresentada por A. de Santander em sua pretensa-original tradução-reprodução do Únic o e au t da Galícia ext raído d o Flo r Sanc tor um , datado d os tem po s d os m ou ros de Évo ra , a feiticeira comenta revelan muitasBruxas de Évora: que seus conhecimentos foram-lhe ensinados pela mãe, segredos passados de geração e consiste o seu [dela] feitiço da Cob ra Grávid a Para Pren der Marido ela revela algo de recorrente na biografia des É pele de cob ra com flor d e suage [ou sage , Artemisia vulgaris ou, ainda, flor-de-são-joão, erva-de-são-jo absinto.L.C.] e raiz de urze [Erica Lus itanica ou torga e/ou Calluna vulgaris ] que estou queimando em nom duque [o Grão Duque de Terrara] e ver se o d esligo daquela mulher [uma amante]. Esta m ágic a foi sem pr debaixo dessas abóbodas em q ue as mãos dos hom ens não to maram parte. Minha m ãe deslig ou com e extraconjugais] de nobr es e mo narcas... (SANTANDER, p 13)
Compilados em manuscritos medievais, organizados em volumes raros, artesanais, ornados com finas iluminuras, pagãos, curiosamente, começou a ser organizada, não raro, pelo monges escribas das grandes escolas e bibliote Provavelmente foi da pena dos monges que surgiram os primeiros Grimórios e/ou Engrimanços. Com o advento e Johannes Gutenberg [Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, 1398-1468 – alemão, considerado invento conhecimentos documentados em registros escritos tornaram-se disponíveis em numerosas cópias que ganharam variadas, de folhetos baratos, almanaques de curiosidades até custosas e exclusivas edições.
O ENCANTAMENTO DA BRUXA
...a Bruxa de Évora foi vista voando em um bode preto... voava... acompanhada por um veado e um javali alados..
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(FARELLI, 2006 p 26)
Em A B rux a de Évo ra , Maria Helena Farelli (2006) apresenta a personagem como arquétipo folclórico luso-hispan
da lenda, já devidamente hibridizadas entre: 1. o d r u i d i s m o celtíbero doméstico; 2. o culto romano à deusa Dian ruínas do templo ainda podem ser visitadas em Évora; 3. a figura mítica da mou ra feiticeira , freqüentemente apre como aMoura Torta , um modelo de bruxa, tudo isso misturado ao – 4. ritualismo cristão das orações e adoração Em Farelli (2006), a narrativa passa, como é necessário, pela história da nação lusitana, detendo-se em período e absorvido elementos que ficaram como herança do tempo da dominação islâmica-sarracena em toda a península I universo misterioso na magia semita, caldaica, mesopotâmica: dos magos-alquimistas, astrólogos, videntes, quiro espíritos dos mortos, magia-negra, também, sim, da mais antiga tradição árabe, pré-Islã. Segundo Farelli a Bruxa dos feitiços d o Oriente, a que voava em c amelos al ados ... (FARELLI, 2006 – p 15). Sobre o sincretismo no qual foi forjada a Bruxa de Évora, a autora escreve: ...o port ug uês sem pre acend eu um a Igreja ele fazia miron gas... Atéos p adres eram acu sados desses feitos . Mas os con siderados grandes b rux 29). E mais: ...segu nd o a lend a, a Br ux a de Évo ra era mo ur a... árabe ou mo uri sc a... mor ena... (Ibid., p 29).
BRUXA ERUDITA Em relação à aparência, A B rux a de Évo ra (FARELLI, 2006) apresenta o arquétipo folclórico da personagem em velhas e esquivas dos contos infantis. Mas, ao contrário do modelo da curandeira intuitiva, analfabeta, camponesa de experiência pessoal e herança de tradições orais, em Farelli (Idem) a bruxa de Évora é praticamente uma erudit em português [o gentílico da época], árabe e latim. Sem citar sua fonte de informação, a autora enfatiza: Sabia m atemátic a... recon hec ia as es trelas,... sabi a ler a s seus anc estrais mu çulm ano s* mas , viven do no sé cu lo XIII [anos 1200], ta m b é m s ab ia [da magia] dos c eltas.. pagã era, ao mesmo tempo, devota cristã: ...a velh a br ux a játin ha fei to a p ereg rin ação a Sant iag o d e Co m po s Braga, muitas vezes, pagar prom essas... (Idem) ...E, ainda: ...a b ru xa de Évo ra n ão era um a h eré ti c a. Er a u m
* Um equívoco comum do olhar superficial do Ocidente sobre o Oriente. Há muito tem-se confundido cultur magia não poderia ser praticada por uma muçulmana. O Islã proibiu, sujeitando a severas penas, a prática verdade, a famosa riqueza da cultura árabe precede o Islã; uma riqueza que o Islamismo cuidou de mutilar mais e mais, com a expansão e recrudescimento fundamentalista da fé no Alcorão e sua teocracia – repre leis supostamente religiosas suplementares – as Sharias , diferentes para as diferentes seitas muçulmanas, estabelecidos no confuso livro sagrado desses crentes.
Além disso, essa Bruxa de Évora era uma senhora em situação social e de comportamento atípicos para sua époc financeiras, materiais]. Tinha dinheiro proveniente da prestação de seus serviços mágicos e/ou técnicos-científicos. medievais, não ostentava riqueza ou poder. Era discreta, sabiamente. Andava pobremente vestida, Era seu jeito d autoridades religiosas.
O LIVRO DA BRUXA QUE NÃO É DA BRUXA
Flos Sanctorium ou Flos-Santorio: Flor dosSantos
Como todo ocultista, seja leigo ou erudito, considerando uma figura histórica da Bruxa como precursora ou símbolo que era possuía ou devia possuir seu próprio Livro [ou livros] de estudos e anotações contendo fórmulas de elixire saberes. Nos meios exotéricos, o livro de registros pessoais de uma bruxa é chamado Livro das Sombras. Um possível Livro da Bruxa de Évora seria – ou foi e é, um objeto que, se autêntico, atraiu e atrai curiosidade e c suposta autora. Um objeto digno de um Museu de história da cultura ocidental. De fato, este Livro é um dos eleme Bruxa; explorado, inclusive, no mercado editorial. Porém, o texto que tem atravessado séculos e que Amadeo Santander reproduz em seu Livro da Bruxa (s/data), desconhecida o suficiente para ser considerado de domínio público. Na folha de rosto de uma edição recente Sant declara que a obra reproduz o únic o e aut ênti co man us crit o... [cópia] do origin al extraído dos Flos Sanc torum Esta informação é uma encruzilhada na pesquisa: ocorre que o Flos Sanctorum [ou Florilégio dos Santos, Flor que reúne biografias de santos [?!]. E a situação se complica posto que o Flos Sanctorum , segundo estudos é, po Lenda Áurea ou A Legend a Áurea que também é, essencialmente, coletânea de vidas de santos, escrito-compila italiano, religioso dominicano, arcebispo de Gênova], datado em em torno do ano de 1260. A questão é: como pode, o Livro da Bruxa apresentado por A. Santander ser extrato, derivação de um Flos Sanct Livro da Bruxa não é, de modo algum derivado de manuscritos de uma Bruxa de Évora. O nome da Bruxa, nesse c Cipriano é usado como atrativo de mercado. Caso simples de propaganda enganosa. Em ambos os casos, os Livr coletâneas de simpatias e receitas populares, tradicionais, resgatadas do acervo da cultura oral, misturadas com re os problemas do corpo e da alma do Homem medieval.
MAGIA PRÁTICA, MUITO PRÁTICA comentário ao conteúdo de O Livro da Bruxa de A. Santander No livro de A. Santander as receitas mágicas, feitiços, oráculos, começam no CAPÍTULO III com uma técnica m qualquer época, para as mulheres se livrarem d os h omens q uando estiverem aborrecidas de os aturar . A não t erem fil ho s , tão útil quanto anterior ou mais, método bastante tradicional, utilizando esponjas do mar introd no Egito Antigo, por exemplo. Há magias para sedução, rejeição e fidelidade, para prosperar no trabalho honesto oráculos para saber do presente e do futuro, feitiços e contra-feitiços.
O CAPÍTULO IV resgata a figura do mago egípcio Janes [que, juntamente com seu parceiro, Jambres], que con disputa de poderes mágicos. Este personagem, o mago egípcio Janes, pouco lembrado nos dias correntes, tamb fortalecendo as alusões a uma ligação, mestra-discípulo entre o Santo Bruxo e a Bruxa de Évora. Em uma das v ao cristianismo por Cipriano e termina sua vida como devota católica e ai a [camareira pessoal] de uma aristocrat Neste capitulo,continuam sendo listadas magias relacionadas com questões mundanas,cotidianas,incluem ainda para afinar, limpar e clarear a pele, tingir os cabelos. Em uma das formulas o mago Jambres promete: ... Fazer s manc has e o utras ex crescências da pele . O CAPITULO V é dedicado à Pastoromancia, denominação imprópria, refere-se à chamada, por ocultistas como 1875] e Papus [Gérard Anaclet Vincent Encausse, 1865-1916], magia dos campos, da tradição dos pastores da São receitas, mais especificamente, medicinais, parte do arsenal curativo popular dos precários tempos medieva combater, solitária [Taenia solium, verme platelminto], hemorróidas, lesões musculares, surdez, dor de dentes, f de insetos e animais peçonhentos e, é claro, receita contra calos e verrugas.
O CAPITULO VI promete revelar o segredo alquímico da arte de fazer ouro. Porém, como sempre acontece nes aproveitável sobre o tema. Aliás, passa longe de qualquer fórmula de produzir ouro. São mencionadas umas poucas substâncias muito usadas em outras operações mágicas registradas em outros ingredientes-chave da transmutação de materiais ordinários no precioso metal. Escreve Santander: Não f al ta m co m pr ov em ess a op eração . E ainda: Est a arte éde g rand e facili dad e [!] mas exposta a graves perigos p or demônio (SANTANDER, p 59). É o demônio quem prepara e fornece certos pós empregados na transmutação. Dois metais e uma outra substân essenciais: argenteo v ivo [possivelmente interpretável como Alumínio (Al) mas muito mais provável que seja red elemento Mercúrio cujo símbolo é Hg provém da designação latina – hydrargyrum que significa prata líqu De fato, o Mercúrio assemelha-se a uma prata buliçosa e vívida [por sua consistência entre o fluido e o gel]; daí t mercúrio], aludindo a algo buliçoso, que não para quieto. Finalmente, entre os ingredientes da transmutação co misterioso pó de Resh [Veja box ao lado].
CAPÍTULO VII – TESOUROS DA GALIZA
Galiza ou Galícia é uma comunidade autônoma espanhola, fronteira com Portugal, situada a noroeste da Penín Compostela, na província da Corunha. As informações sobre estes tesouros foram alegadamente extraídas de u ruínas do castelo mourisco de Altamira [abaixo] no ano de 1065.
Sobre o paradeiro do pergaminho (no século XX) diz o autor (Santander) que encontra-se [ou encontrava-se...] e na Biblioteca Acadêmica Peninsular Catalã. Muito danificado, o pergaminho tem partes carcomidas e em alguns casos não se entende bem (SANTANDER, p 63] . Tesouros da Galiza não se entende nada bem, por exigüidade de informações e/ou por arcaísmos nas denomina valores. Os termos usados nos textos dos 173 (cento e setenta três) segredos estão repletos de termos muito antigos. Ex 32 homens ... depositamo s 500 cunho s, na pon te do Pod eroso, àprof und eza de dois hom ens... [na]... res id rama... entre dois tron cos de pinheiro, etc.
Deste modo, as dezenas de segredos que deveriam revelar ou fornecer chaves de localização de tesouros, pare caçadores das arcas e das botijas perdidas. Todavia, se um crédulo ou teimoso arriscar apostar em algumas das 173 dicas vai precisar estudar exaustivame localidades, que mudaram muitas vezes, identificar personagens históricos, descobrir e converter para termos at riquezas.
CAPÍTULO VIII – ORÁCULO DOS SEGREDOS REVELADOS PELA FEITICEIRA DE ÉVORA São 108 estes segredos que o autor (Santander) classifica como maravilhosos. Porém o capítulo, na realidade a a superstição e o curandeirismo mais popular. Pretender fornece fórmulas para uma miríade de problemas da condição humana: desde a prática de proezas so domésticas mais ou menos ordinárias ou, ainda artifícios para alcançar desejos pouco louváveis e, certamente, n Em termos gerais trata da saúde e higiene básicas, das virtudes de certas substâncias e de outras coisas, dos tr operações consideradas sobrenaturais, como a levitação. São outros exemplos desses segredos textos que trata
Em saúde e higiene – Cura de dores de cabeça, evitar pulgas, carrapatos, percevejos, piolhos, formigas, mosca diarréia, desinteira; para evitar a sarna, para conhecer enfermidades pelo exame da urina, para manter a castida castidade... Sobre virtudes de substâncias e de certas coisas – Do vinagre, da urina, do ovo, da Genebra, da Artemísia, d muda das cobras. Para conhecer as enfermidades pelo exame da urina. Sobre as virtudes do sono. Prodígios – Tirar o sal da água do mar. Separar água e vinho. Para que um cavalo pareça manco não sendo. P jornada. Para o fogo não queimar. Descobrir infidelidades. Fabricar uma lâmpada invisível.
CAPÍTULO IX – FRENOLOGIA, ANTROPOMETRIA & FISIOGNOMIA
Phrenologie, 1894. Friedrich Eduard Bilz (1842-1922) VEJA AQUI, ampliação de similar, em inglês, com imagens ao invés de legendas no cérebro.
Trata-se de conhecer os indivíduos pelo estudo ou leitura do Crânio [fenologia], das Proporções e aspectos das rosto [fisiognomia]. Capítulo bastante curioso que, muito provavelmente, mistura sabedoria popular com idéias ci Além disso, esse tipo de conhecimento é matéria essencial para qualquer magista e/ou ocultista, uma tema esp Ciências Humanas [no ocultismo]. Embora estas ciências tenham origens muito antigas, o texto de Santander em O Livro da Bruxa é fundamentad Gall (1758-1828, que mapeou crânio e cérebro segundo suas supostas funções):
Gall, o notável médico e fisionomista... é o autor deste engenhoso sistema, que ensina a descobrir, por cl paixões e virtudes de todas as pessoas pelo simples exame e configuração do crânio. ...Não se pode por homens mais notáveis, tanto por seus talentos como por seus crimes, raras vezes apresentam cabeças r Santander fornece a lista das faculdades cerebrais, que são trinta associadas a trinta regiões crânio-cérebro, ma A seguir passa a tratar da fisiognomia, estudo dos traços e formas do rosto fornecendo algumas dicas sobre a lei
dos olhos, nariz, testa, boca, dentes, queixo, orelhas, mãos, pés. Também fala dos tipos físicos como um todo, considerando altura, compleição, postura. Porém, o estudo aprese comparado a outros publicados por ocultistas mais eruditos, como Papus [Gerard Anaclet Vincent Encausse, 186
CAPÍTULO X – CARTOMANCIA
Neste penúltimo capítulo, mais uma vez, misterioso manuscrito revelaria a técnica da suposta Bruxa de Évora no cartas de um baralho comum. Na mi sé rrim a ch oça qu e abri gav a a bru xa, su a últim a mo rada an tes d a con denação e n um falso co m parti um manusc rito esta nova arte de deitar as cartas, a que demos o no me de c artomancia cruzada e, ao q ue fazer uso depoi s de ter-se ind ispo sto com Satanás [supostamente, a Bruxa converteu-se ao Cristianismo po
139].
Observação: Na cartomancia, as cartas podem deitadas [tiradas e postas na superfície de um plano] em dispos comum. A forma cruzada dispõe as cartas de modo a formarem a figura de uma cruz, com uma tiragem de cinco tirar a sorte do estigma do pecado que consiste, justamente, em fazer uso de oráculos. Meditemos... CAPÍTULO XI – SOBRE ASSOMBRAÇÕES Finalizando o Livro, Santander apresenta uma pequena coleção de casos de assombrações, sem faltar a célebre personagens do folclore histórico, especialmente da península Ibérica, como: o Frade da Mão Furada e a Velha ao Brasil colônia como atestam pesquisas de estudiosos do assunto.
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Cipriano, O Santo Feiticeiro
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