A aprendizagem de ser educador José Manuel Moran Doutor em comunicação comunicação e professor de novas tecnologias na USP. Pe squisado r de inovações inovações na e ducação. www.eca.usp.br/prof/moran http://moran10.blogspot.com
O educador educ ador é especiali espec ialista sta em conhecim conhec imento, ento, em aprendizagem aprendizagem.. Como especiali espec ialista, sta, espera-se que ao longo longo dos anos aprenda a ser s er um profissional equilibrado, equilibrado, experiente, evoluído; que c onstrua onst rua sua identidade pac paciente ientem mente, ent e, integrando o intelect ual, o emoc emocional ional,, o ético, étic o, o pedagógic pedagógic o. O educador e ducador pode ser se r teste t estem munha viva da aprendizagem aprendizagem contínu cont ínua. a. Testemun Te stemunho ho impresso impresso nos seus gest gestos os e personalidade de que evolui, aprende, se humaniza, humaniza, se torna t orna uma uma pessoa mais aberta, ac olhedora, com c ompreensiva. preensiva. T estem este munha viva, também também,, das dificuldades de aprender, aprender, das dificuldades em mudar, das contradições c ontradições no c otidiano; de aprender a compr compreendereender- se e a compreender. compreender. Com o passar do tempo ele vai mostrando uma uma trajetória c oerente, de avanços av anços,, de sensatez sensate z e firmeza. firmeza. Passa por etapas et apas em que se sente se nte perdido, angust iado, fora f ora de foc f oco. o. Retom Ret omaa o rum rumo, o, depois, revigorado, revigorado, estimulado estimulado por novos desafios, pelo contat c ontato o c om seus alunos, pela vontade vont ade de c ontinuar vivendo, aprendendo, aprendendo, realizando-se realizando-se e frustrandose, às vezes v ezes,, mas mas mant mantendo endo o impulso impulso de avanç ar. Há mom momentos entos em que que se s e sente se nte perdido, perdido, desmotivado. desmotivado. Educar t em muito muito de rotina, de repetição, de decepçã dec epção. o. É um c ampo ampo cada c ada vez ve z mais mais t omado omado por investidores, por pessoas que buscam busc am lucros lucros fác f áceis. eis. Ele se sente parte de uma uma máquina, de uma uma engrenagem que cresc c rescee desproporcionalm desproporc ionalment ente. e. SenteSent e-se, se, em alguns mom moment entos, os, insignifica insignificante nte,, impot impotent ente, e, um número número que pode ser subst ituído por muitos muitos c olegas ansiosos a nsiosos por po r encontrar enc ontrar trabalho. Sabe que sua experiência é important important e, mas tam ta mbém que a c oncorrência onc orrência é grande e que há muita gente gent e dispost a a ensinar por salários menores. Ensinar tem t em mom moment entos os “glam “ glamourosos”, ourosos”, em que os alunos a lunos participam, part icipam, se envolvem envolvem,, trazem traz em c ontribui ontribuiçç ões significa significativas tivas.. Mas muitos outros momentos momentos são banais; parece que nada acontec ac ontec e. É um entra e sai de rostos rostos que se revezam revezam no mesmo ritmo ritmo semanal de aula, exercícios, exercíc ios, mais aulas, aulas, provas, corr c orreç eç ões, notas, novas aulas, aulas, novas atividades.... A rotina c orrói orrói uma uma parte do sonho, a engrenagem despersonaliza; despersonaliza; a multiplicaç ultiplicaç ão de instituições escolar esc olares es torna
uma uma diminuição diminuição das exigências e xigências para a profissão (mais (mais fác f ácilil ter diploma, diploma, muitos estudant est udantes es em e m fase fas e final são c ontratados, ontrata dos, aumenta aumenta a c oncorrência). A tentaç tent ação ão da mediocridade mediocridade é real. Basta ir toc ando para ficar anos c omo omo docente, doce nte, ganhar um salário salário seguro, razoável. Os anos vão passando e quando o professor professor percebe já está na fase madura e se tornou to rnou um docent doc entee acom ac omodado. odado.
As etapas de aprendizagem aprendizagem a ser s er docente
Apesar de que ccada ada docente doc ente t em sua trajetóri t rajetória, a, há pontos da evolução profissional coincidentes. Relato a seguir se guir uma uma síntese de questões quest ões que c ostumam ostumam acontec acont ecer er – c om muitas muitas variáveis - na trajetória de muitos muitos professores, a partir da minha observação observaç ão e experiênc experiência. ia. A iniciação
Recém Recé m formado, formado, o novo professor prof essor c omeç omeçaa a ser s er cham c hamado ado para subst s ubstituir ituir um c olega em férias, uma professora profess ora em lic lic ença enç a mate aterni rnidade, dade, dá algum a lgumas as aulas no lugar de professores ausentes. a usentes. Ele ainda se c onfunde c om o aluno, intimam intimament entee se sente sent e aluno, mas perc percebe ebe que é visto vist o pelos alunos a lunos com c omo o uma uma mistura mistura de professor profess or e aluno. Ele luta para se impor, impor, para impressi impressionar, onar, para ser se r rec onhecido. Prepara as aulas, traz atividades novas, se preocupa em c ativar at ivar os alunos, eem m ser aceito ac eito.. Sente Sent e medo medo de ser se r ridicularizado ridicularizado em público público c om alguma alguma pergunta im impertinent e ou muito difícil. difíc il. Tem T em medo medo dos que o desafiam, des afiam, dos alunos que não ligam ligam para as suas aulas aulas,, dos que ficam fic am c onversando o tempo todo. Procura ser inovador e, ao mesmo esmo tem t empo, po, percebe perc ebe que reproduz reproduz algumas algumas t écnicas éc nicas de lecionar lec ionar que vivenciou c omo omo aluno, a luno, algumas algumas até c ritic riticadas. adas. É uma etapa et apa de aprend a prendizagem izagem,, de inseguranç insegurança, a, de entusiasmo entusiasmo e de muito medo de frac fracassa assar. r. O ttem empo po passa, pa ssa, os alunos vão v ão embora, embora, c hegam outros em outro sem s emest estre re e o processo proce sso rec recom omeç eça. a. Agora já tem te m uma uma noção noçã o mais mais clar c laraa do que o espera; e spera; planeja planeja c om mais segurança o novo semestre, semestre, repete algun a lgunss “macetes” “macet es” que deram deram c erto até agora, busc a alguns alguns textos diferentes diferentes,, inova um pouco, arrisc arriscaa mais. mais. Vê que que al algum gumas as atividades atividades funcionam sempre sempre e outras o utras não tant t anto. o. Desc obre que c ada t urma urma tem t em c omportamentos omportamentos semelhantes, mas que reage de forma forma diferente às à s mesmas esmas proposta propostass e assim vai, vai, por tentativa tent ativa e erro, erro, aprendendo aprendendo a diversificar, diversificar, a desenvolver um “feeling” de como est á c ada c lasse, de quando vale a pena insistir insistir na aula teórica planejada planejada e quando tem que introduzir introduzir uma uma nova dinâmica, dinâmica, c ontar uma uma história, passar um vídeo, vídeo, enc urtar o fim da da aula, et c . A consolidação
De semestre em semest semestre re o jovem professor profess or vá consolidando c onsolidando o seu jeito de ensinar, e nsinar, de lidar c om os alunos, as a s áreas de atuaç ão. Consegue ter maior maior domíni domínio o de todo o processo. proces so. Isso lhe dá segurança, tranqüilidade. tranqüilidade. Os c olegas e c oordenadores oordenadores vão indicando-o indicando- o para novas turmas, turmas, novas discipl disc iplinas, inas, novas instituições. Multiplica Multiplica o número número de aulas. aulas. Aument Aumenta a o número número de alunos. É freqüent f reqüente, e, no ensino ens ino superior partic partic ular, um professor profess or ter ent re mais mais de quinhentos alunos por sem se mana. Forma uma uma família. família. Vira um “toc “t ocador” ador” de aulas. Ca Cada da vez prec isa aument aumentar ar mais mais o número número de aulas, para mant manter er a renda. Desenvolve algumas algumas fórmulas fórmulas para se s e poupar. Repete o mesmo mesmo texto te xto em várias t urmas urmas e, às vezes, veze s, em várias discipli disc iplinas. nas. Utiliza um mesmo mesmo vídeo para pa ra diversos tem te mas. Dá trabalhos bem parecidos parec idos para turmas turmas diferentes, diferent es, em grupo. Lê cada ca da vez mais rapidam rapidamente ente os trabalhos e as provas. F az c omentários omentários genéric genéric os: Continue assim, assim, “insufic “insufic iente”, “esforce“esforc e-se se mais”, “parabéns”, “interessante”. Prepara as aulas enc ima ima da hora, c om poucas mudanças. Repete fórmulas, fórmulas, mét métodos, odos, téc t écnica nicass aprendidos por longo tempo. Crises de identidade identidade
Sempre Sempre há algum alguma cri c rise, se, mas mas esta est a é diferente: pega o professor de cheio. Aos poucos pouc os o dar aula se torna c ansativo, repetitivo, repet itivo, insuportáve insuport ável. l. Parece Parec e que alguns co coordenadores ordenadores são mais “chat os”, “pegam “pe gam mais no pé”. Algum Algumas as turmas turmas de alunos t ambém ambém “não querem nada c om nada”. As reuniões de professores profess ores são sã o todas t odas iguais, iguais, pura pura perda de tem te mpo. Os salários são baix ba ixos. os. Outros Out ros colegas c olegas mostram que ganham mais em outras out ras profissões. profissões . Renova-se Renova- se a dúvida: vvale ale a pena ficar fic ar com co mo está est á ou dar uma uma guinada profissional? Por enquanto “vai toc t ocando”. ando”. T orce para que haja muitos feri f eriados, ados, para que os alunos não venham em determinados determinados dias. Qualquer motivo justific just ificaa não dar aula. Cria mui muita tass atividades at ividades durante durant e a aula: a ula: leituras em grupo, pesquisa na bibliotec biblioteca, a, na Internet, vídeos longos e isso lhe permite permite descansar desc ansar um pouco, pouco, ficar fica r na sala sala dos professores, poupar a voz. Muitas vezes essa ess a cri c rise se profissional profissional vem acom ac ompanhada panhada de uma uma cri c rise se afet iva. Sente- se intimam intimamente ente bast ante só, apesar das aparências. aparênc ias. E em algum moment omento o a c rise bate bat e mais fundo: “o que é que eu faç o aqui?” “Qual é o sentido da m minha inha vida?” T em tanta tant a gent e que sabe menos e está es tá melhor! Como Como defender uma uma sociedade soc iedade mais mais justa num país onde só os mesm es mos fic f icam am mais mais e mais ricos? ric os? Olha para trás t rás e vê muitos muitos rec ém formados formados ansiosos ans iosos para entrar ent rar de qualquer jeito, ganhando ga nhando menos menos do que ele. E esses es ses jovens “pet “ petulante ulantes” s” têm t êm outra linguagem linguagem,, dominam dominam mais a Internet Int ernet,, estã es tão o cheios c heios de idéias. Embora Embora faç a c ursos de atualização, atualizaç ão, sente- se em muitos muitos pontos ultrapassado. Sem Se mpre foi preparado preparado para dar respostas, para ser o centro do
saber e agora desc obre que não t em certezas, certe zas, que c ada vez sabe menos, que há muitas muitas variáveis variáveis para uma uma mesm mesmaa questão e que novas pesquisas questionam quest ionam verdades que pareciam definitivas. definitivas. Essa sensaç ão de estar esta r fora do do lugar, lugar, de inadequação inadequaçã o vai va i aumentando aumentando e um dia explode. explode. A c rise rise se generaliza. generaliza. Nada faz fa z sentido. se ntido. A depressão toma conta cont a dele. Não tem mais vontade de levantar, levant ar, chega atrasado. a trasado. Justifica Just ifica c ada vez mais mais suas faltas. falt as. Mudanças
Diant Diantee das c rises, alguns professores prof essores desistem desist em,, entregam ent regam a toalha. t oalha. Proc P rocuram uram algumas algumas saídas, s aídas, fugas e term te rminam inam se acalm ac almando ando e acom ac omodando. odando. Tornam T ornam-se -se previsíveis, previsíveis, repetitivos. Outros, diante da insatisfaç insat isfaç ão, procuram uma uma nova atividade at ividade profissional mais empolgante empolgante e deixam as aulas c omo omo c omplem omplement ento, o, com co mo “bico”. E encont ramos ramos os que nas c rises rises procuram refletir refletir sobre sua vida profissional profissional e pessoal. Tentam Te ntam encontrar enc ontrar cam ca minhos, reaprender a aprender. Atualizam At ualizam-- se, observam obs ervam mais, conversam, c onversam, medita meditam m. Aos pouc os busc am uma uma nova síntese, sínte se, um novo foc fo c o. Começ Começam am pelo externo, por est abelec er um relacionam relac ionament ento o melhor melhor com os alunos, procuram esc utáutá - los mais. Preparam Prepa ram melhor as aulas, utilizam novas dinâmica dinâmicas, s, novas nov as tec t ecnologias. nologias. Lêem novos aut ores, abrem a brem novos horizontes. horizonte s. Reflet em mais, mais, ouvem mais. mais. Descobrem Desco brem que precisam prec isam aceita ac eitar-s r-see melhor, melhor, ser mais mais humildes humildes e confiant es. E assim, assim, pouco a pouco, redescobrem o prazer de ler, ler, de aprender, aprender, de ensinar, ensinar, de viver. Estão mais ate atentos ntos ao que acont ac ontec ecee ao seu lado e dentro dent ro de si. Procuram Proc uram simplificar simplificar a vida, c onsumir onsumir menos, menos, relaxar relaxar mais. Vêem exemplos exemplos de pessoas que envelhecem motivados motivados para aprend a prender er e isso lhes dá estímulo estímulo para seguir seguir adiante, para renovar-se todos os dias. Tornam T ornam-- se mais mais humanos, humanos, ac a c olhedores, c ompreensivos, ompreensivos, t olerantes, olerante s, abertos. abe rtos. Dialogam Dialogam mais, ouvem mais, prestam mais atenç at enção. ão. Com o assar assa r do tempo tempo percebem perc ebem que, apesar ape sar das cont c ontradiçõe radições, s, evoluír ev oluíram am muito e redesc obriram obriram o prazer de ensinar e de viver. “Sinto- me c omo omo alguém alguém que envelhece envelhece crescendo” c rescendo” [1] [1] . Esta é a atitude atit ude maravil maravilhosa hosa de quem quem gosta gost a de aprender. O aprender dá sentido sent ido à vida, a ttodos odos os mom moment entos os da vida, mesm mesmo o quando ela est á no fim. fim. T em profes professores sores que se s e burocrat izam na profissão. Out Outros ros se renovam c om o tempo, se tornam pessoas pesso as mais mais humanas, humanas, ric ric as e abertas. As c hances são as mesmas, esmas, os cursos c ursos feitos, os m mesm esmos; os; os alunos, tam também bém são iguais. iguais. A diferença é que uma uma parte muda de verdade, ve rdade, busca novos c aminhos aminhos e a outra se acom ac omoda oda na mediocridade, mediocridade, se esconde nos ritos ritos repetidos. Muitos professores se arr arrasta astam m pelas salas de aula, enquanto outros, nas mesm mesmas as cir c ircc unstâncias, unstânc ias, encontram enc ontram forças para continuar, c ontinuar, para melhor melhorar, ar, para realizar-s realizar-se. e. O educador bem sucedido
Por que, que , nas na s mesmas mesmas esc olas, nas mesmas condiçõ c ondições, es, c om a mesma mesma formaç formação ão e os mesmos mesmos salários, uns professores profess ores são bem aceitos, ace itos, c onseguem atrair os alunos e realizar um bom trabalho traba lho profissional e outros, não? não ? Não há uma única forma forma ou modelo. Depende muito da personalidade, com c ompet petênc ência, ia, fac ilidade ilidade de aproxim aproximar e gerenciar pessoas e situações. situaç ões. Uma Uma das questões que determ dete rmina ina o suc esso profissional m maior aior ou menor menor do educador educa dor é a c apacidade apac idade de relacionar relac ionar-s -se, e, de c omunicar-se, omunicar-se, de motivar o aluno de forma forma c onstante onstant e e c ompetent ompetente. e. Alguns Alguns professores profess ores consegue c onseguem m uma uma mobilizaçã mobilização o afetiva afe tiva dos alunos pelo seu magnetismo, simpat simpatia, ia, capac c apac idade de sinergia, de estabelecer um “rapport” , uma sintonia sint onia interpessoa int erpessoall grande. É um umaa qualidade que pode ser desenvolvida, mas alguns a possuem possue m em grau superlativo, a exercem exerce m intuitivam intuitiva mente, ent e, o que facili fac ilitt a o trabalho pedagógico. pedagógic o. Uma Uma das formas formas de estabelecer esta belecer vínculos é mostrar genuíno genuíno interesse inte resse pelos alunos. alunos. Os professores de sucesso não se preparam para o frac f racasso, asso, mas para pa ra o sucesso suc esso nos seus ccursos. ursos. PreparamPreparam- se para desenvolve desenvolverr um bom relacionam relac ionament ento o c om os alunos e para isso os ac a c eitam afetivam afet ivamente ente antes de os c onhecerem, onhecerem, se predispõem predispõem a gostar gostar deles deles antes de c omeç omeçar ar um novo curso. c urso. Essa atitude atit ude positiva é ccaptada aptada consc iente e inconsciente inc onscientem mente pelos alunos que reagem da mesma esma forma, forma, dando-lhes c rédito, rédito, c onfiança, exp e xpec ectat tat ivas otimistas. otimistas. O c ontrário ontrário tam ta mbém acontec ac ontec e: professores que se preparam preparam para a aula prevendo confli c onflitos, tos, que estão est ão c ansados da rotina, passam passa m c onsciente onscient e e inconsc inconsc ientemente ientemente esse mal-est ar que é corr c orrespondid espondido o com c om a desconfiança desc onfiança dos alunos, com o distanciamento, distanciamento, com barreir barreiras as nas exp e xpec ectat tat ivas. É muito muito tênue o que fazemos em aula aula para fac ilitar ilitar a aceitaç ac eitaç ão ou provocar a rejeiç rejeiç ão. É um c onjunto onjunto de intenções, intençõe s, gestos, palavras, aç ões que são t raduzidos raduzidos pelos alunos c omo omo positivos ou negativos, negat ivos, que fac f acililitam itam a interação, o desejo de participar partic ipar de um processo proce sso grupal de aaprendizagem prendizagem,, de uma avent aventura ura pedagógic a (desejo de aprender) ou, pelo cont rário, leva levanta ntam m barreiras, desconfianç desc onfianç as, que desmobilizam desmobilizam.. O suc esso pedagógic pedagógic o depende também da c apacidade apac idade de expressar expressar c ompetênc ompetênc ia intelectual, intelec tual, de mostrar que c onhecemos de forma forma pessoal det erminadas erminadas áreas do saber, que as relac relacionam ionamos os c om os interesses dos alunos, que podemos podemos aproxim aproximar ar a teoria t eoria da prática e a vivência da reflexão reflexão teóri t eóricc a. A c oerência entre e ntre o que o professor fala e o que faz, na vida é um fator fat or im importante para o sucesso suce sso pedagógico. Se um professor une a ccom ompetênc petênc ia intelect ual, a emocional e a ét ica causa ca usa um profundo profundo im impact o nos alunos. alunos. Estes estão muito atentos at entos à pessoa do professor, não somente somente ao a o que fala. A pessoa fala mais mais que as palavras. A junção da fala f ala c ompetent ompetentee com c om a pessoa c oerente é poderosa didatic didaticam amente. ente. As t écnicas éc nicas de c omunicaç omunicação ão t ambém ambém são importantes importantes para o suc esso do professor. Um professor que fala bem, bem, que c onta histórias interessantes, que tem feeling para sentir o estado de ânimo ânimo da classe, c lasse, que se adapta adapt a às
c irc irc unstâncias, unstânc ias, que sabe jogar com as metá etáforas, foras, o humor, humor, que usa as a s t ecnolog ec nologias ias adequadamente, adequadamente, sem dúvida dúvida c onsegue bons resultados com c om os alunos. Os alunos gostam de um professor que os surpreenda , que traga novidades, que varie suas téc nicas e métodos de organizar organizar o processo de ensino-aprendizagem ensino-aprendizagem.. Ensinar Ensinar sempre sempre será c ompli omplicc ado pela distância dist ância profunda profunda que existe existe entre adultos a dultos e jovens. Por out ro lado, lado, essa distância distânc ia nos torna t orna interessant interessantes, es, justam justa mente porque porque somos somos diferentes. Podemos Podemos aproveitar a c uriosidade uriosidade que suscit suscitaa encont enc ontrar rar uma uma pessoa pes soa c om mais mais experiênc experiência, ia, realizações realizaç ões e fracassos frac assos.. Um dos cam c aminhos inhos de aproxim aproximaç ação ão ao aluno é p pela ela c omunicaç omunicação ão pessoal de vvivências, ivências, histórias, situaç ões que o aluno a luno ainda ainda não c onhece em profundidade. profundidade. Outro é o da c omunicaç omunicação ão afetiva, af etiva, da aproxim aproximação aç ão pelo gostar, gost ar, pela ac eitação eitaç ão do outro c omo omo ele é e encontrar enc ontrar o que nos une, o que nos identific ident ifica, a, o que t emos emos em comum. comum. Um professor professor que se mostra c ompetent ompetentee e humano, humano, afet afetivo, ivo, compreensivo compreensivo atrai a trai os alunos. Não é a tec nologia nologia que resolve esse dist anciam anc iament ento, o, mas mas pode ser se r um c aminho aminho para a aproxi aproxim mação aç ão mais mais rápida: valorizar a rapidez, a fac ilidade ilidade c om que criança c riançass e jovens jov ens se s e expressam tec nologicam nologica mente ent e ajuda a motivar ot ivar os alunos, a que q queiram ueiram se envolver mais. mais. Podemos aproximar aproximar nossa linguagem da deles, deles , mas sempre sempre será se rá muito muito diferente dife rente.. O que fac ilita ilita são as entrelinhas ent relinhas da c omunicaç omunicação ão lingüística lingüística:: a entonaç ão, os gestos aproxim aproximadores, adores, a gestã gestão o de processos processos de participação participaçã o e acolhimento, acolhimento, dentro dos limites limites sociais s ociais e acadêm ac adêmicos icos possíveis. O educador educ ador não precisa prec isa ser “perfeito” “perfe ito” para pa ra ser um bom profissional. Fará F ará um grande trabalho traba lho na medida medida em que se apresent e da forma forma mais próxim próxima ao que ele é naquele moment omento, o, que se “revele” “rev ele” sem másc aras, jogos. Quando se mostre ost re c omo omo alguém que está est á atent at ento o a evoluir, a aprender, a ensinar e a aprender. O bom educador educ ador é um otim ot imista ista,, sem ser ‘ingênuo”. ‘ingênuo”. Consegue “despertar”, “desperta r”, estim est imular ular,, incentivar inc entivar as melhores elhores qualidades qualidades de c ada pessoa. [Este [Este texto faz pa rte rte do m eu livro livro A educação que dese jam os: Novos desafios e com o chegar lá . Papirus, Papirus, 2007, p. 74-81] << Volt ar à página inicial
[1 ] Carl RO GERS. GERS. Um jeito de ser , p. 33.