“Que tipo de homens a fase revolucionária em que vivemos atualmente (e que será prov r ovav avel elm m en ente te m u it itoo lon longa ga)) exige de nós? A pergunta podemos dar a seguinte resposta: A fase em que vivemos é uma fase de luta e de construção, construção que se faz por baixo, de baixo ai xo pa para ra cim a, e que q ue só será possí possível vel e ben benéf éfica ica na condição em que cada membro da sociedade compreenda clara claramente mente o que épreciso construir e como épreciso construir. construir. A solução do problema exige a presença e o desenvolvimento das seguintes qualidades: 1) aptidão para trabalhar coletivamente e para encontrar espaço num trabalho coletivo; 2) aptidão para analisar analisar cada cada problem a novo novo como organizador; 3) aptidão para criar as formas eficazes de organização”. Pistrak
M. M. Pistrak
FUNDAMENTOS DA ESCOLA DO TRABALHO expressà0
A obra de Pistrak deve ser lida como o registro de um proc r oces esso so de c o n st stru ru ç ão de uma ped uma pedag agog ogia ia social, como ele mesmo dizia. Sua atualidade está no diálogo que se pode travar em torno das questões que mov eram sua prática e seu seu p e n sa m e n to pe da gó gi gico co , que continuam send sendoo grandes desafios. Com o vincular o plano de vida com um processo de transformação social, onde o estudo, o trabalho, as atividades culturais e po lít lític icas as fa faça ça m p a rt rtee de u m p ro g ra m a d e fo rm aç ão do povo o vo p ar a q ue se as su m a como sujeito da construção da nova sociedade? Que a contribuição de Pistrak possibilite a cada leitor assimilar novos elementos da teoria pe da gó gi gica ca , q ua li lifi ficc an do sua reflexão reflexão e prática social, construindo e reconstruindo, reconstrui ndo, sempre que necessário, novos métodos de estudo e intervenção social.
FUNDAMENTOS DA ESCOLA DO TRABALHO
A obra de Pistrak deve ser lida como o registro de um proc r oces esso so de c o n st stru ru ç ão de uma ped uma pedag agog ogia ia social, como ele mesmo dizia. Sua atualidade está no diálogo que se pode travar em torno das questões que mov eram sua prática e seu seu p e n sa m e n to pe da gó gi gico co , que continuam send sendoo grandes desafios. Com o vincular o plano de vida com um processo de transformação social, onde o estudo, o trabalho, as atividades culturais e po lít lític icas as fa faça ça m p a rt rtee de u m p ro g ra m a d e fo rm aç ão do povo o vo p ar a q ue se as su m a como sujeito da construção da nova sociedade? Que a contribuição de Pistrak possibilite a cada leitor assimilar novos elementos da teoria pe da gó gi gica ca , q ua li lifi ficc an do sua reflexão reflexão e prática social, construindo e reconstruindo, reconstrui ndo, sempre que necessário, novos métodos de estudo e intervenção social.
FUNDAMENTOS DA ESCOLA DO TRABALHO
A obra de Pistrak deve ser lida como o registro de um proc r oces esso so de c o n st stru ru ç ã o de uma pe uma peda dago gogia gia social, como ele mesmo dizia. Sua atualidade está no diálogo que se pode travar em torno das questões que mov eram sua prática e seu p e n sa m e n to pe da gó gi gico co , que continuam sendo grandes desafios. Co m o vincular o plano de vida com um processo de transformação social, onde o estudo, o trabalho, as atividades culturais e polít o lític icas as fa faça ça m p a r te de u m p ro g ra m a de fo rm aç ão do povo o vo p ar a q ue se as su sum ma como sujeito da construção da nova sociedade? Qu e a contribuição contribuição de Pistrak possibilite a cada leitor assimilar novos elementos da teoria pe da gó gi gica ca , q ua lif ic icaa nd o sua reflexão e prática social, construindo e reconstruindo, sempre que necessário, novos métodos de estudo e intervenção social.
FUNDAMENTOS DA ESCOLA DO TRABALHO
M. M. Pistrak FUNDAMENTOS DA ESCOLA DO TRABALHO
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Tradução: Dan iel Aarão Reis Filho
3a edição EXPRESSÃO POPULAR
São Paulo - 2011
Copyright © 2000, by Editora Expressão Popular
Sumário
Projeto gráfico, diagramação e capa ZAP Design
Ilustração da Capa Ilustração Estudo (1911), óleo sobre papelão. Arte moderna - “vibracionismo" mostra a relação entre a arte radical e política revolucionária, influenciada pelas revoluções russa e mexicana, promovendo a ideia de uma arte para o povo. Autor: Rafa el Barradas (1890 -1929 - Uruguai). ______ DadosInternacionaisdeCatalogação-na-Publicação(CIP) P679f
Pistrak, 1888-1940 Fundamentosdaescoladotrabalho/Moisey MikhaylovichPistrak ;traduçãode DanielAarãoReis Filho -3.e d.- SãoPaulo : ExpressãoPopular, 2011. 192p.
IndexadoemGeoDados-http://www.geodadosuem.br ISBN978- 85-87394-10-1 1. Educação.2.Educaçãoetrabalho.3.Ensino Profissionalizante. I. Pistrak,MoiseyMikhaylovich,1888- 1940.II.ReisFilho,DanielAarão,trad. III.Titulo.
A p re se n ta ç ã o .................................................................................7 Pr efác io do a u to r.........................................................................15 Teoria e prátic a ............................................................................ 17 A escola do trabalho na fase de transição...........................23 O trabalho na escola..................................................................37
_________________________________________________CDD 370.1 CatalogaçãonaPublicação:ElianeM.S.Jovanovich CRB9/1250
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização da editora. 1- edição: Brasiliense, 1981 2- edição: Expressão Popular, 2000
3aedição: fevereiro de 2011 Edição revista e atualizada conforme a nova regra ortográfica EDITORA EXPRESSÃO POPULAR LTDA Rua Abolição, 201 - Bela Vista CEP 01319-010 - São Paulo-SP Fones: (11) 3105-9500 / 3522-7516 / 4063-4189 Fax: (11)3112-0941
[email protected] www.expressaopopular.com.br
O e n s in o ........................................................................................95 #
A auto-organização dos alunos...........................................139
APRESENTAÇÃO
M. M. Pistrak (1888-1940) foi um educad or do povo russo. Sobre sua biografia quase náo exist®m registros. O que sabemos é que suas reflexões pedagógicas, elaboradas a partir de sua p ró pria prática de professor e de m ilitant e socialista, tiv eram b as tante influência na educação da Repúb lica Soviética, espe cialmente n o final d a década de 20 deste século que se despede, em pleno processo de c onstrução da sociedade revolucionária. N um a fase posterior, sob a condução s talin ista, a obra de P istra k deixou de ser divulgada, o que talvez explique porque sabemos tão pouco sobre ele por aqui. Pistrak é considerado um seguidor das ideias políticas e pedagó gicas de N ad ez hda Krupskaya, co m pan he ira de Vladimir Lenin, e junto com ele uma das grandes lideranças do processo revolucio nário de o utu br o de 1917. Krupskaya foi u m a das primeiras pedagogas marxistas, e participou ativamente da construção do que seria um sistema público de educação vinculado ao projeto de sociedade socialista. Foi também contemporâneo de Anton Makarenko, de Pavel Blonsky, de Vassili Lunatcharsky e de Vassili Sukhomlinski, grandes educadores e pedagogos ligados a esse projeto. Cada um com suas práticas, estudos e reflexões, e também com algumas polêmicas entre si, ajud aram a co ns tru ir o que hoje se conhece na
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nossa interlocução com sua obra e, principalmente para reHexão sobre nossa prática de educadores, ou para nossa observação das escolas e de outros espaços de educação que conhecemos. Temos responsabilidade humana e social com a qualificação efetiva da educação do povo, e é isso que está em jogo ao fazermos a leitura ou a releitura de livros como este.
PREFÁCIO DO AUTOR*
Porto Alegre, maio de 2000. Roseli Salete Caldart Este livro inclui palestras, troca de opiniões, relatórios relativos à educação social, realizado^ em reuniões ou cursos de reciclagem para professores primários. N o entanto, trata-se do resultado do trabalho prático do autor na comunidade escolar subordinada ao Narkompross (Comissaria do da Instrução Pública) também chamada Escola Lepechinsky. Entretanto, o livro não é um manual puramente prático, mas, antes de tudo, a expressão da doutrina de pedagogia social que se * desenvolveu e provou sua validade através do trabalho prático e dos problemas que ele colocou em cada momento para a Escola. Quando começamos o trabalho da Escola, com um grupo de companheiros pedagogos, não tínhamos nem programa nem base teórica precisa que teriam sido necessários para resolver os problemas; não sabíamos muitas vezes colocar e formu lar os p ro blemas, e quase sempre não desconfiávamos da existência deste ou daquele problema. Mas tínhamos uma vontade apaixonada de estudar, como marxistas, as questões pedagógicas fundamentais e de educar nossas crianças no espírito comunista. Na medida em que procurávamos este objetivo geral, enfrentando as dificuldades * O texto da atual ediçáo francesa é o texto da segunda edição russa (1925) corrigido e resumido pelo autor. (Nota do editor francês.) 14
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sérias responsabilidades. Se quisermos que as crianças conservem o interesse pela escola, considerando-a como seu centro vital, como sua organização, é preciso nunca perder de vista que as crianças não se preparam para se tornar membros da sociedade, mas já o são, tendo já seus problemas, interesses, objetivos, ideais, já estando ligadas à vida dos adultos e do conjunto da sociedade. A consequência de tud o o que foi dito é que, para nós, a autoorganização tem uma im portância fundam ental do ponto de vista da pedagogia social, pretendendo objetivos determinados, e é isto que define a posição da escola a seu respeito.
Acabamos de indicar, em grandes linhas, as considerações nas quais se deve basear o trabalho da escola na fase de transição. Mais adiante desenvolvemos os diferentes aspectos do problema escolar, mas a questão que colocamos no início do capítulo está respondida. Os dois fatores: realidade atual e auto-organização, que de terminam o caráter da escola soviética do trabalho, baseiam-se no mesmo princípio: a concepção marxista e revolucionária dos objetivos da escola durante nossa fase histórica de desenvolvimento tão rápido. A organização da escola nesta base oferece às crianças um meio sólido e são no qual se desenvolverá um espírito social forte, alegre e capaz de criar a nova geração. “Mas onde está o trabalho?”, perguntará o leitor. Foi intencio nalmente que tratamos apenas ligeiramente da questão (que parece tão imp ortante) das “relações entre trabalho e ciência”, questão tão discutida no mundo pedagógico e cuja resposta se depreende de tudo o que dissemos antes. Abstrair o problema do trabalho na escola de todo o program a de estudos escolares, isolando a questão das relações entre trabalho e ciência, significa renunciar a encontrar uma solução minim ame nte aceitável para o problema. Em função da forma com que colocamos o problema geral, o trabalho ocupa 34
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um lugar essencial na questão da realidade atual. No fundo , pode ríamos definir a realidade atual da seguinte forma: luta pelas formas sociais novas do trabalho. A partir daí o trabalho se encontra no centro da questão, introduzindo-se na escola como um elemento de importância social e sociopedagógica destinado a unificar em torno de si todo o processo de educação e de formação.
O TRABALHO NA ESCOLA
1. A prática dos anos anteriores
A questão do trabalho na escola é uma das questões mais importantes. Entretanto, é exatamente a questão menos estudada e a experiência de oito anos adquirida sobre o assunto por nossas escolas é a menos bem conhecida. E mais: trata-se de um a questão que apenas começa a ser colocada no seu devido lugar. Mas não poderá ficar muito tempo sem resposta. As novas correntes da pedagogia comunista a colocam cada vez mais em * primeiro plano e, a pa rtir de agora, é necessário se preparar para discuti-la em grande escala, em todas as escolas. A primeira coisa a fazer é decifrar a experiência acumulada. Como se colocou a questão do trabalho desde a proclamação, entre nós, do princípio da escola do trabalho? Podemos distinguir três etapas ou correntes principais. A primeira corrente, que é uma corrente “pedagógica”, tomou emprestado a solução do problema de certos pedagogos reformis tas burgueses. Desse ponto de vista, trata-se antes de tudo de um problem a de metodologia. A questão coloca-se da seguinte forma: a escola tem um p rograma de ensino antecipadamente definido, isto é, uma lista de questões que devem ser estudadas nesta ou naquela disciplina. A “disciplina” determinada é estudada de várias maneiras: livro, excursão, laboratório etc. Mas a pedagogia
O ENSINO
1. Objeto e caráter do ensino
Já indicamos no primeiro caprnJo o conteúdo do ensi no, e como somos obrigados a rever o sentido tradicional dessa palavra. A solução geral pode ser assim form ulada: por “formação básica” (ensino elementar) deve-se compreender a soma de conhecimentos ou de hábitos e o grau de técnica adaptados a uma determinada idade, que conduzam direta e plenamente à compreensão marxista da vida moderna. O único objetivo do ensino é atingir este resultado. Essas questões são atu alm en te resolvidas pela escola do I o grau. Apesar de todos os defeitos do p rogram a escolar oficial adotado para a escola do Io grau, defeitos inerentes à toda p ri m eir a te nta tiva, o pro gra m a re sp onde com ple ta m ente a essas questões. O trabalho ulterior do Conselho de Educação* relativo às disciplinas de ensino do Io grau consistirá provavelmente n um cuidadoso estudo d a prática escolar e nu m aperfeiçoamento do p ro gr am a à luz dessa experiência. Será ain da nec essário to m ar as medidas essenciais que nos encaminharão no sentido do Se a situação da escola do Io grau é bastante boa, o mesmo não acontece com a escola do 2o grau.
A AUTO-ORGANIZAÇÃO DOS ALUNOS
1. O passado e o presente
Wells escreveu um romance sinistro e fantástico chamado A Ilh a do Dou to r Moreaw, trata-se de um cirurgião de talento, o douto r Moreau, que, em laboratórios especialmente con struí dos em ilhas desertas, transform ava com o bisturi as diferentes p artes do co rp o de diversos an im ai s (cão, lob o, tig re, macaco etc.), aproximando -os d a estru tura dos corpos h umano s. Através de operações complicadas e ousadas, ele chegava mesmo a uma quase-semelhança entre o cérebro dos animais e o cérebro hu mano. Seu objetivo era desenvolver essas feras-hum anas em seres intelectuais, ensinando-lhes a palavra hum ana e inculcando-lhes certas máxim as m orais. Aplicava dois princípios fundam entais: em primeiro lugar, queria obter uma submissão absoluta à sua vontade e autoridade; em segundo lugar, queria introduzir na cabeça dessas feras-hu man as as máx imas essenciais de uma m o ral original, a serem assimiladas co mo leis absolutas, inabaláveis e invioláveis. “Não se deve andar de quatro patas, não se deve latir?, etc., esta é a lei”. Ele conseguia en raizar solidam ente essas prescrições na ca beça das feras-hu man as, repetin do- as milhares de vezes. Mas como um acidente abala sua autoridad e e a crença geral na ne cessidade da submissão absoluta à sua vontade, todo o trabalho