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A PRODUTIVIDADE DA ESCOLA IMPRODUTIVA
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A PRODUTIVIDADE DA ESCOLA IMPRODUTIVA analisa a raiz do pensa· mento economicista burguês que influenciou a educação nas últimas décadas, revelando sua gênese e suas implicações teóricas e políticas; o limite de alguns trabalhos criticas e suas conseqüêndas por não apreenderem a especificidade do papei histórico da educação no processo de superação das reiações capitalistas de produção da existência; e, finalmente, a direção política, teórica e técnica, por onde passa a organização de uma prática educativa que se articula com os interesses da classe trabalhadora. Seguindo o movimento histórico do processo de acumulação capitalista, suas contradições e crises, o autor demonstra que a "teoria do capital humano" expressa a forma falsa e inversa de a burguesia conceber as relações homem, trabalho e educação no interior do processo produtivo. Esta inversão e falseamento não resultam fundamentalmente de um maquiaveliSI1)O,· mas sim dos limites da própria classe burguesa de conceber a realidade no seu conjunto. A PRODUTIVIDADE A ESCOLA IMPRODUTIVA PREFACIO
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EconomÍa da educlIrfo. EÍs uma área ímportante para a compreensão
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onstÍtuUvos e r..eforça-dos da tendência tecnÍCÍsta em educação. Em seguida (década de 70), sob a infiuência da tendência crltico-reprodutívÍ ntativa de empreender a crftÍca da economía da educação. Buscouse, então, ev subordÍnação da educação ao desenvolvÍmento económico sígnifÍcava tornála fu talista, isto é, colocála a servÍço dos Ínteresses da classe dominante uma vez que, qualificando a força de trabalho, o processo educativo conco"ia para o Íncremento da produção da maÍsva!ía, reforçando, em conseqüencia, as relações de exploração. Ilustrativas dessa fase são as obras de Bárba ado, Escola e·Sociedade e de Wagner Rossi, Capitalismo e Edu. cação, publica ctivamente em 1975 e 1978. Num terceiro momento (década de 80), buscase superar os limites. da critica aCÍma apontada. límites essfÇs marcados pelo caráter reprodutÍvÍsta próprÍo da concepção que estava na sua base. Um prÍmeÍro esforço SÍStemático nesse sentido ganha forma no livro de Cldudio Salm, Escola e Trabalho, publicado em 1980. A i ele se empenha em fazer a critica das "criticas" pondo em evidência a improcedência da tese que liga direta e mecanicamente a educação com o processo de desenvo[vÍmento capÍtalísta. Entre-educa utivo e seus criticas (reprodutivistas) mantiveram esse mesmo vínculo, porém al negativo, a crItica aos crIticos expressano livro de Salm, desvincula a ed do processo produtivo. Ora, nas três situações postulavase um vinculo dueto, afirmado nos dois primeiros cas do nO terceiro. Este livro situa, a meu ver, de modo correto a natureza da relação entre educação e processo produtivo umá vez que capta a existência do vínculo mas percebe também que não se trata de um vínculo direto e imediato mas indireto e m~diato. A expressão "produtividade da escola impro-duti r sintetizar \.e~sa tese. Com efeito, se para a teoria do capital humano bem o para ~"eus crlticos a escola é simplesmente produtiva e para Cláudio Salm ela· é simplesmente improdutiva, para Gaudêncio a esco-la ( ) improdutiva é (mediatamente) produtiva. Este livro situase, pois, no ponto mais avançado atingido pela economia da educação. E como o adequado entendimento das relações entre educação processo econômico é de crucial importância para a compreensão da própria natureza e especificidade da educação, a leitura desta obra é impres-cin os os educadores. Constitui, pois, texto de consulta obrigatória nos cursos de formação de professores e especialistas em educação, sen-do resse para economistas, historiadores, filósofos e cientisp tas sociais. São Paulo, outubro de 1984. Dermeval Saviani APRESENTAÇÃO
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Useful Not useful o presente trabalho tem com objeto de análise um (re)exame das relações entre educativa escolar e a prática de produção social da existência no interior da
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onstÍtuUvos e r..eforça-dos da tendência tecnÍCÍsta em educação. Em seguida (década de 70), sob a infiuência da tendência crltico-reprodutívÍ ntativa de empreender a crftÍca da economía da educação. Buscouse, então, ev subordÍnação da educação ao desenvolvÍmento económico sígnifÍcava tornála fu talista, isto é, colocála a servÍço dos Ínteresses da classe dominante uma vez que, qualificando a força de trabalho, o processo educativo conco"ia para o Íncremento da produção da maÍsva!ía, reforçando, em conseqüencia, as relações de exploração. Ilustrativas dessa fase são as obras de Bárba ado, Escola e·Sociedade e de Wagner Rossi, Capitalismo e Edu. cação, publica ctivamente em 1975 e 1978. Num terceiro momento (década de 80), buscase superar os limites. da critica aCÍma apontada. límites essfÇs marcados pelo caráter reprodutÍvÍsta próprÍo da concepção que estava na sua base. Um prÍmeÍro esforço SÍStemático nesse sentido ganha forma no livro de Cldudio Salm, Escola e Trabalho, publicado em 1980. A i ele se empenha em fazer a critica das "criticas" pondo em evidência a improcedência da tese que liga direta e mecanicamente a educação com o processo de desenvo[vÍmento capÍtalísta. Entre-educa utivo e seus criticas (reprodutivistas) mantiveram esse mesmo vínculo, porém al negativo, a crItica aos crIticos expressano livro de Salm, desvincula a ed do processo produtivo. Ora, nas três situações postulavase um vinculo dueto, afirmado nos dois primeiros cas do nO terceiro. Este livro situa, a meu ver, de modo correto a natureza da relação entre educação e processo produtivo umá vez que capta a existência do vínculo mas percebe também que não se trata de um vínculo direto e imediato mas indireto e m~diato. A expressão "produtividade da escola impro-duti r sintetizar \.e~sa tese. Com efeito, se para a teoria do capital humano bem o para ~"eus crlticos a escola é simplesmente produtiva e para Cláudio Salm ela· é simplesmente improdutiva, para Gaudêncio a esco-la ( ) improdutiva é (mediatamente) produtiva. Este livro situase, pois, no ponto mais avançado atingido pela economia da educação. E como o adequado entendimento das relações entre educação processo econômico é de crucial importância para a compreensão da própria natureza e especificidade da educação, a leitura desta obra é impres-cin os os educadores. Constitui, pois, texto de consulta obrigatória nos cursos de formação de professores e especialistas em educação, sen-do resse para economistas, historiadores, filósofos e cientisp tas sociais. São Paulo, outubro de 1984. Dermeval Saviani APRESENTAÇÃO
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o económico na educação, reduzindo, sob a uma mera relação técnica. Intrigava parte, o apa-rato metodológico e a sofisticação estatística dessas análises, ue chegavam como, por exemplo, que "o turno escolar" era a variável que conce a maior explicação na variação do rendimento escolar. Ao querer analisar a influência e as conseqüências desse pensa-mento na polít al brasileira, deparamos com a necessi-dade de desvendar a natureza epi~temol a gênese histórica desse pensamento. Por quê, a partir de um dado momento, a educação é transves-tida com a mesma apital "capital humano"? Qual o processo dessa metamorfose? E por quê justamente a "socialização desse capital" ~ e ·não do capital social os meios e instrumentos de produção seria o meio pelo qual os "subdesenvolvidos" ou os assalariados iam a prometida igualdade ou diminuição da desigualdade social? Por esse caminho entramos em contato com a literatura que critica a teoria do pital humauo e tenta averiguar a natureza das relações entre educação e traha a estrutura económico-social capitalista. Neste percurso deparamonos com al uestões de ordem teórica e prática que nos levaram a encaminhar este tra-balh re)exame das análises sobre as relações entre edu-cação e a estrutura económi ista. Esse trabalho contou com a colaboração de muitas pessoas que, de diferentes f contribuíram para que algumas Iimitaçõesfos-sem superadas. A Dermeval Saviani, sem dúvida, debitamos grande parte da-quilo que nos foi p esenvolver neste trabalho, por sua orien-tação durante a elaboração da tese d e pela densidade dos seus trabalhos publicados que nos desafiaram a tentar ir aiz" de alguns problemas. pelo exaustivo exame do texto e pelas críticas e sugestões. Aos colegas de curso de doutoramento que, desde a origem desse trabalho, se c tituíram em críticos e colaboradores mais próximos. Não há como camuflar o pe ar coletivo neste trabalho, embora o mesmo guarde o caráter e responsabilidad produção individual. INTRODUCÃO
, Estudo e cultura não são para nós outra coisa senão a consciência teórica dos ediatos e supremos e do modo de lograrmos traduzilos em atos. " (A. Gramsci) 1. O ÁMBITO DA PROBLEMÁTICA Este trabalho, tanto em sua origem quanto em seu desenvolvi-mento e conseqüên uma preocupação concreta e imediata: as atividades que realizamos no interio Sign up to vote on this title graduação em edu-cação a nível de ensino e pesquisa. Useful em Notque usefulo aspecto " Esta opção direcioná' o trabalho para um tipo deabordagem , pelo menos em algumas partes, poderá determinar urna esquematização e simpl emática. Tratase de um risco resultante de uma opção por um trabalho ende-
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co e social. Quanto ao segundo sentido, ligado ao primeiro teoria da educaçã edagógica, a prática educativa escolar redu-zemse a uma questão técnica, a u educacional cuja função precípua é ajustar requisitos educacionais a préreq a ocupação no mercado de trabalho de uma dada sociedade. Tratase da perspect trumentalista e funcional de educação. o crescente volume de trabalhos, principalmente no âmbito da economia, sociologia e, mais recentemente, no campo da educação, que buscam e uma crítica a essa teoria, impõe sérios riscos de repetições desnecessárias. sente isso que, dentro do caráterpedagógico deste trabalho, buscamos explicit s posi-ções e indicar qual é a contribuição específica que se pretende dar aq Inicialmente tínhamos como propósito efetivar uma análise his-tórica da influ seqüências do pensamento econômiCo neoclássico introduzido no âmbito educacio mente a partir da década de 60, nos EUA, e posteriormente disseminado a nível s subdesenvolvidos. Repentinamente parece que a "inteligência" imperialista i aos países subdesenvolvidos e(ou aos miseráveis do mundo subdesenvolvido a c diante a qual, sem abalar as estruturas geradoras da desigualdade, é possível r a "igualdade" econômica e social investimento no capital humano.'
1. M. Blaug nos dá conta de que, já em 1965, a literatura por ele levan~ tada ação ao investimento no capital humano ultrapassava 800 trabalhos. Estes trab porém, como veremos a seguir, desenvolvemse dentro de uma mesma postura teór corrente da visão funcionalista e empiricista da eco-nomia neoclássica.
O contato com a literatura crítica que se ocupa da análise desse tipo de conc evelado que um número crescente de livros, dissertações ou teses, temse empe mostrar o caráter ideo-lógico dessa concepção e suas conseqüências na polític em nosso meio. Notamos, entretanto, que essas análises não mostram a estruturação e evolução interna desse pensamento, seu caráter cir-cular com ica de classe que o engendra.
You're Reading a Preview Por outro lado, se essas análises explicitam a conjuntura em que emerge a teo capital humano e sua função ideológica, não apreendem, de forma suJiciente, Unlock full access with a free trial. ações de caráter orgânico do avanço do capitalisrri", que a produzem. Dito de a nãoapreensão adequada da relação dialética entre a infra e super-estrutur Download With Trial produtivo como resultad is rápida do trabalho improdutivo em face do Free trabalho dinâmica do processo de produção capitalista cujo objetivo não é satisfazer n u-manas, mas produzir para o lucro; da necessária interrelação entre trabalh e improdutivo, à medida que passamos de um i capitalismo concorrencial para pitalismo Monopolista, onde o trabalho improdutivo é posto como condição. de eficácia do trabalho produtivo Sign up to vote on this title análises que discutem as relações entre educação e estrutura econômicosocial Not useful relação. Useful qualquer se enviesarem, ora bus-cando um vínculo direto ora negando De fato, os trabalhos que efetivam uma análise crítica da teoria do capital h tomado, basicamente, dois rumos:
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direto ou do desvínculo não procede. Também não procede reduzir essa prática
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Seguindo esta direção de análise buscamos, fundamentalmente, mostrar as difer iações que a prática educativa escolar esta-belece com o modo capitalista de no limite, a "im-produtividade", a desqualificação do trabalho escolar, uma a rracionalidade e ineficiência em face dos postulados da teoria do capital hum onstituem uma mediação produtiva. Por outro lado, concebendo a prática educat uma prática que se dá no' interior de uma sociedade de classes, onde interess gônicos estão em luta, vislumbramos o espaço escolar como um Zocus onde se po lar os interesses da classe dominada. Destacamos a prática social de produção cia as relações de trabalho historicamente circunstanciadas; o trabalho hum suma, como o elemento de unidade técnica e política da prática educativa que os interesses da classe trabalhadora. Postulamos aqui, também, que para a es servir aos interesses da classe trabalhadora não é suficiente desenvolver den a a contraideologia proletária.
2. ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO O trabalho, para discorrer sobre a problemática acima esboçada, se estrutura apítulos cuja ordem de exposição não coincide com a da investigação. No primeiro capítulo ocupamonos em demonstrar o caráter circular da evolução teoria do capital humano, circulari-dade esta que deriva da ótica de classe onde; ou seja, a teoria do capital humano representa a forma pela qual a visã guesa reduz a prática educacional a um "fator de produção", a uma ques-tão té ira parte do capítulo buscamos demonstrar, 18 seguindo o movimento interno da teoria, através dos enfoques básicos das p s, que o que é determinante na origem passa por uma metamorfose e Se constitu determinado. A educação, o treinac mento, que aparecem na teoria como fatores inantes do desenvolvimento económico, da equalização social, passam a ser det pelo "fator econômico" quando as pesquisas discutem as .variáveis explicativa esso e do sucesso escolar. You're Reading a Preview
Esse primeiro aspecto nos leva Unlock a explicitar a forma pela qual a teoria do cap full access with a free trial. l huínano formula seu estatuto epistemológico de tal sorte que, sob a apíltên r científico, da formulação e matematização da linguag'ém, da pretensa neutra Download With Free Trial titui numa mistificação e reforço do senso comum. Discutimos, sob este aspecto, o caráter de classe da visão positivista da teoria do capital humano do sobre o mito da objetividade e racionalidade do indivíduo. Sustentamos, por outra parte, que a relevância dos vínculos que a teoria do c humano busca estabelecer entre educação e de-senvolvimento, educação etrabal Sign up to vote on this title explorada não pelo poder que tem de explicar, mas, ao contrário, pelo poder d Useful Not useful;;aciais de ar a verdadeIra natureza desses vínculos no interior das relações sociedade capitalista. Ao pautarse por um método positivista de análise, con as relações sociais da so-ciedade do capital como dadas, prodntos natnrais,
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undada sobre os pressupostos da economia neo-clássica, da visão harmónica da na crença do funciona-mento linear dos mecanismos de mercado, surge exatamen ojo dos mecanismos de recomposição da crise do mundo capita-lista, onde a mon mercado constrange o Estado a um crescente intervencionismo.2 Surge exatamen no período histórico onde, ao lado da crise da superprodução, desnudase a ve subdesenvolvimento, da miséria, desequilíbrios do consumo e acirramento da co apitaltrabalho. Partindo, então, da tese de que "o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida soc lítica e intelectual em geral, (e que) não é a cons-ciência dos homens que de ser. mas, é seu social. inver-samente, que determina sua consciência",2 (Mar 77a, p. 24), procuramos, neste segundo capítulo analisar as condições históricas, a base m re a qual e em função da qual nasce e se desen-volve a teoria do capital huma ja, em qne condições histó-ricas concretas do modo de produção capitalista es zida e encontra o espaço de sua produtividade específica, no interior das rel is capitalistas? Qual a mediação, ou as mediações, que tenta efetivar no bojo to global do capi-tal? Quais as contradições que a mesma enseja? Estas questões encaminham a análise no sentido de mostrar que a teoria do cap mano não é um produto arquitetado ma-quiaveJicamellte por indivíduos iluminad parte do conjunto de mecanismos que buscam dar conta das próprias contradições e crises do capitalismo' em sua etapa de acumulação ampliada. Tratase de mecanismos que' preconizam a crescente intervenção estatal na economia, quer como reguladora da demanda, da distribuição (política de benefícios), quer como programadora de processo produtivo e do consumo (Napleoni, 1978). Tentamos evidenciar, . porém, que o Estado capitalista, como regulador da vida do capital,
se "rev.ela ineficaz. Esta ineficácia não é casual mas reside, de um lado, na natureza privada do capital e, de outro, no fato de o Estado, quer e a Preview ua form'a, liberal, quer em suaYou're formaReading intervencionista, ser um estado de c1asse.\~ contradição fundamental capitaltrabalho, capitali Unlock full access with a free trial. balhador assàlarido é um "equilíbrio" que se situa além do alcance e do poder
With Trial Este segundo Capítulo, que buscaDownload discutir asFree condições históricas que produze m a teoria do capital humano, .e que tem por fio condutor as questões acima, ituise metodologicamente no referencial básico para dar conta do que discuti o primeiro capítulo e, principalmente, no terceiro. Esta análise, embora não oco central da tese, representa a condição sem a qual, a' nosso ver, não é po na discussão das relações entre educação e estrutura económicosocial capital Sign up to vote on this title de resga-lar uma direção de análise, mais que analisar a complexidade do en-r Useful Not useful ue a mesma engendra. Certamente, ao privilegiarmos o caráter pedagógico e metodológico, corremos o risco de simpli-ficações. Na primeira parte do Capítulo discutimos as categorias básicas homem, trabal
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de mercadorias e de servi-ços, e mantendo seu poder de coação política e ide a ser a forma pela qual o capital tenta contornar o agnçamento das crises cíc O intervencionismo do Estado, neste contexto, não se apresenta como uma escolha, mas como uma imposição histórica das novas for ciabilidade do capital. Neste contexto é que são produzidas as teorias e/ou i as desenvolvimentistas dentro das quais a teoria do capital humano é uma espe idade no campo educacional. Tratase de. teorias que são produzidas no bojo d anismos de recomposição do imperialismo capitalista, tendo como país líder os idos. Essas teorias têm como função produtiva específica a de evadir, no plano inte o novo imperialismo (Magdof, 1978), pas" sando a idéia de que o subdesenvolvi nada tem a ver com rela-ções de poder e dominação, sendo apenas uma questão lguns fatores, oude os "recursos humanos" qualificados -capital humano se co uem no elemento fundamental. No plano interno dos países passase a idéia de onflito de classes, o an-tagonismo capitaltrabalho pode ser superado mediant processo meritocrático pelo trabalho, especialmente pelo trabalho poten-ciad educação, treinamento, etc. (teses de Simonsen, Langoni, no Brasil). A análise da constituição interna da teoria do capital humano que nos revela de classe e sua função apologética quanto às relações capitalistas de produç ondições his-tóricas que a demandam e produzem iluminam o enfrentamento da qu e nos propomos discutir a relação entre educa-ção e a estrutura económicoso a. O terceiro Capítulo procura elucidar a controvérsia das relações entre a prát al escolar e a estrutura económicosocial no interior do capitalismo atual. E outrovérsia tem como foco a visão linear dos teóricos do capital humano que p ue a educação e o treiuamento, enquanto potenciadores de trabalho, geram maior produtivida e, como conseqüência, maior desenvolvimento e maior renda. Duas vertentes críticas~ como já vimos, alimentam essa con-trovérsia entre nó a) a dos que vêem a educação como potenciaclora de trabalho e, portanto, gera a Preview rodutividade, o que representa You're não umReading au-mento de renda para c o .. trabalhad um mecanismo de aumento de exploração, de extra~o de mais~valia relativa, pe Unlock full access with a free trial. tal; " Download With Free b) a posição segundo a qual tanto os teóricos doTrial capital humano quanto seus "críticos" estão equivocados, na medida em que a escola é uma instituição situada à margem do sistema produtivo capitalista, culo é o ideológico." Pretendemos demonstrar que a inserção da educação (escolar ou nãoescolar) no obal do capital, a nosso ver, existe e se dá por Sign um up processo de diferentes me to vote on this title O vínculo não é direto pela própria natureza e especificidade da prática educ Useful prática numa Not useful se constitui numa prática social fundamental, mas mediadora. Defendemos, então, a tese de que a relação que a teoria do capital humano bus lecer entre educação e desenvolvimento, educação e renda é efetivap>ente um t
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etanto, a escola, ao explorar igualmente as contradições ine. rentes à socie talista, é ou pode ser um instrumento de me-diação na negação destas relações Mais que isso, pode ser um instrumento eficaz na formulação das condiçõ.es co superação destas relações sociais que determinam uma separação entre capital balho manual e intelectual, mun-do da escola e mundo do trabalho. Isto nos in então, que a escola que não é por natureza capitalista no interior deste mod ução tende a ser articulada com os interesses do capital, mas exatamente por nerente ou orgânica deste modo de produ-ção, pode articularse com outros int agônicos ao capital. Nisto se expressa o caTáter diferenciado da prática educ olar em relação à prática fundamental de produção soeial da existência e sua diadora. Na análise desta problemática subdividimos o último Capítulo em quatro tópico o discutiremos a 'naturezà mediata das relações entre sistema produtivo e pro cativo. Sob este as-pecto, procuramos mostrar que a tese que Salm sustenta pr quanto à crítica que faz aos teóricos do capital humano e aos seus "críticos o processo educativo 'um mecanismo de pró-dução de maisvalia relativa. Entretanto mostramos que Salm, ao defender a tese de que a escola não é capit e o capital prescinde dela, apenas pelo fato de não encontrar um vínculo dire preende o car.áter orgânico das relações entre infraestrutura e superestrutu rre-lação entre trabalho produtivo e improdutivo. A evidência do caráter problemático da análise de Salm se esta-belece quando, penas o "vínculo ideológico" e, en-quanto tal, algo, de acordo com ele, que pouco vai . apontar, ao mesmo tempo, como saída para a escola progressista a proposta d ey a formação do cidadão para a democracia. Por que o autor busca em Marx a refutar a visão dos teó-ricos do capital hurriatlo e de seus críticos sobre re educação e modo de pl
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Apontamos então que, ao movimento histórico de submissão real do trabalho ao consubstanciado pela separação do tra-balhador da concepção do processo de pr nstrumen-to de trabalho, tornandoo mero executor, parece corresponder um esf cessário de expropriação do saber' através de uma crescente desqualificação d lar. Se o objetivo do capital é redu-zir todo o trabalho complexo a trabalho , e se isto implic~ uma desqualificação crescente do posto de trabalho, para e maioria, como poderia a sociedade do capital pensar numa elevação da qualif a massa trabalhadora? Neste sentido o prócesso de produção do saber, enquant o que implica pensar, refletir sobre as condições históricas concretas de ond tende, em-bora não sem luta, sem conflitos, a reduzirse a uma transmissão d um "saber" em "pacotes de conhecimentos", um conhecimento pré-programado. Iss nge apenas os cursos profissionalizantes, os programas de treinamento, mas es tendência passa a ser cada dia mais dominante nos diferentes níveis de ensino Argumentamos, então, que se o prolongamento da escolaridade efetivando uma q icação geral mínima cumpre mediações importantes para as necessidades do cap alificação do trabalho escolar, quando a escolaridade se prolonga, no seu asp icoprofissional e no seu aspecto políticocultural, será igualmente necessár síguios do capital. A escola será um locus que ocupa para um trabalhó "impro rçado" cada vez mais gente e em maior tempo e .que>:.embora não produza mais é extrema-mente necessária ao sistemlt capitalista monopolista para a realiz valia; e, nesse sentido, ela será um trabalho produtivo. A análise do caso brasileiro, neste particular, é singularmente reveladora. T olítica educacional, desenhada especialmente após a segunda metade da década m nos postulados da teoria do capital humano seu suporte básico. Ao lado de u lítica económica que velozmente se associa ao capital internacional, cujo' es exacerbação da concentração da renda e da centralização do capital, tomase a o acesso à escola parti-cularmente à universidade como sendo o instrumento mobilidade, equalização e "'justiça" social. Produzse, então, a crença de que o progresso técnico não só gera novos empregos, mas exige uma qualific mais apurada. De outra parte, enfatizase a crença de que a aquisição de cap You're Reading a Preview no, via escolarização e acesso aos graus mais elevados de ensino, se constitu rantia de ascensão a um trabalho qualificado e, conseqüentemente, a níveis de Unlock full access with a free trial. da vez mais elevados. Mais de uma década e meia temse passado e o que se verifica concretamente é Download With Free Trial se acentuou; e, ao contr contrário da distribuição de renda, a con-centração egos para egressos de ensino superior, temos cada vez mais um exército de "ilustrados" desempregados ou subempregados. A realidade, em suma, passa a demonstrar de f a cada vez mais clara que as "promessas" prog-nosticadas da política económic cional não se cumpriram. Sign up to vote on this title Neste contexto, a desqualificação da escola e, ao mesmo tempo, Useful Not useful o aumento da escolaridade desqualificada são amplamente funcionais aos intere da burguesia nacional associada ao capital internacional. À classe trabalhado
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amente, sempre lhe foi negado, mediante diferentes mecanismos, que vão da sel ade social ao oferecimento de uma escola desqualificada. O último tópico centrase na discussão da questão da unidade do teórico e do co e do político, na perspectiva do resgate da escola para os interesses da c trabalhadora. Contrariamente à tese de Salm, que separa "escola e trabalho", e dos teóricos ital humano, que reduzem o trabalho a emprego, ocupação remunerada, focalizam abalho, enquanto uma relação social que expressa a forma pela qual os homens m sua exis-tência, como o elemento de unidade do técnico e do político, do te ico, no processo educativo. Para esta análise retomamos, num primeiro momento, a herança teórica marxista uamos em que medida ela efetivamente pode iluminar a tarefa de articulação do so educativo escolar aos interesses da maioria discriminada a classe trabalh ra. Num segundo momento, discutimos alguns aspectos mais específicos sobre a da utilização dessa herança teórica numa formação social como a brasileira. O que nos propomos, em suma, neste trabalho foi a tentativa de: a) revelar o caráter circular da teoria do capital humano como decorrência da classe e de sua função apologética das rela-ções capitalistas de produção da b) mostrar, através da análise da gênese histórica da teoria do capital humano, que a mesma não é resultante de um "maquiavelismo", mas sim uma produção decorrente das novas formas que assume a organização da lista em sua fase monopolista atual. onde o "novo imperialisplO" necessita de mecanismos çada vez mais refinados para eledir seu'i fundamentos e contemporizar suas crises; ! " c) evidenciar, por fim, que a natureza específica das relações entre estrutur social capitalista e educação não é ime-diata, mas media ta. No interior do capitalismo monopolista essa mediação se efetiva de diferentes : uma escolarização alienada em doses homeo-páticas para a grande massa de tr ; prolongamento des-qualificado da escola; pelo volume de recursos alocados e You're Reading a Preview funcionam como realizadores de valor; etc. Buscamos niostrar~ entreUnlock full access with a free trial. tanto, que a prática escolar, enquanto uma prática que se efetiva no interior iedade de classes, é perpassada por interesses antagó-nicos. O saber que se p With FreedaTrial a escola, a própria orientação eDownload a organização escola são alvo de uma disp ta busca vincular "o saber social", produzido e veiculado na escola, aos inte es de classe. A luta por uma escola de qualidade e a serviço da classe tra-balhadora é, em cia, um aspecto da luta mais ampla pela transformação das relações sociais de o par istência, que têm como produto a desigualdade orgânica, o nãotrabalho, Sign up to vote on this title a exploração. Useful Not useful 3. NOTAS METODOLÕGICAS: INDICAÇÃO DE ALGUNS RISCOS E DELIMITAÇÃO DE ALGU UTILIZADOS
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ompreensão da problemática em foco, O trabalho se orienta epistemologicamente pela concepção de que o processo de imento implica delimitações quanto ao campo de investigação, porém não admite r de totalidade do objeto a ser investigado. A parte engendra a totali-dade. sentido, a análise da prática educativa escolar e suas relações com a estrut social capitalista moveuse, basi-camente, uos âmbitos económico, sociológic filosófico. Essa forma de abordar o (re)exame das relações entre a prática educativa esco strutura económicosocial capitalista decorre da concepção segundo a qual a p gógica escolar não se define, enquanto uma prática social, apenas pelo seu as a-gógico (pedagogismo), e a prática económica entendida como a relação socia ediante a qual os homens produzem sua existência não se reduz a uma visão economicista onde o social, o político e o filosófico estão excluídos. Ora, se tal enfoque se revela comp complexidade advém das múltiplas determinações que encerra a problemática em o, então, não reside no âmbito epistemológico, mas nos limites do próprio aut eensão destas diferentes dimensões. Um outro risco que temos presente é o de que o trabalho, no seu conjunto, ass ma postura que tem como ponto de partida o caráter de classe do processo de conhecimento, à medida que tal processo se a no interior de uma sociedade cindida em classes onde se digladiam interesse ntagónicos. Ou seja, o conhecimento, quer em sua produção, quer em sua divulg ase com inte-resses de classes. A defesa da neutralidade científica não pass ecanismo de defesa do status quo, no caso dos interesses bur-gueses. Ao assum a ótica de crítica aos interesses burgueses e postular que tal ótica crítica toricamente mais condições (embora não suficientes) para um desvendamento mai o do real, podemos ensejar '\lma interpretação apressada que se direciona par ativismo absolÍlto, o ceticismo ou o caráter doutrinário do conhecimento. Aqu risco não reside no âmbito epistemo-lógico, mas na precariedade, talvez, da d rporada no texto sobre essa questão. a Preview Finalmente, um último risco queYou're temosReading presente em nosso traUnlock full access with a free trial.
balho decorre da sua própria evolução. Ou seja, na medida que pas-samos da id e uma análise contextualizada influência do pensamento económico neoclássico Download With Free Trialna realidade educacional b na educação através da "teoria do capital humano", e ficamos ao nível da discussão mais teórica sobre a análise dos vínculos ou desvínculos entre educação e estrutura econômicosocial capitalista, podemos incorrer numa análise abstrata. Três razões nos levam a e tal fato não ocorre. Primeiramente, ao nos preo-cuparmos, de um lado, com a istórica, ou seja, com as con-dições materiais objetivas que produzem e deman Sign up to vote on this title a do capital humano e, ao mesmo tempo, com a superação das pseudo-questões em Useful Not useful ulos ou desvínculos entre educação e estrutura económicosocial capitalista, os a centrar a aná-lise na etapa mais avançada do capitalismo capitalismo mo Ora, embora o capital monopolista se configure de forma
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sse lido. Trabalho que, para nós, transcenJe a tarefa acadêmica para inserirntativa de entender e desvendar a realidade, como mecanismo de poder transfor . Ao longo do texto discutimos as categorias modo de produção da existéncia, tr homem por se constituírem nos elementos básicos mediante os quais buscamos da da análise a que nos propusemos. Dispensamonos, mediante indicação de refer icas, de uma explicitação de outras' categorias utilizadas, tais como: mediaç ade, contradição, por julgannos que estas referências respondem de forma sufi reensão de tais cate-gorias. Dentro do caráter pedagógico deste trabalho, por importante situar o leitor para algumas categorias e conceitos utili-zados, d tando o sentido que damos neste trabalho. a) Classe burguesa, capitalista, dominante _ aparecem no texto como sinónimos mpreendem não apenas os donos (individuais ou associados) dos meios e instrum de produção, mas também aqueles que, embora nãoproprietários, constituem o tivo do capital, ou seja o conjunto daqueles que gerem, represen-tam e servem apital e suas exigências (Gorz, 1983). b) Classe proletária, trabalhadora, dominada, malOrza discri, minada também em como sinônimos e desiguam o conjunto T dos trabalhadores que no interior d lações capitalistas de proI dução, de uma forma ou de outra, são expropriados pelo capital. Não estamos ignorando a heterogeneidade e mesmo as segmen-tações que historic azem presentes no interior das classes fundamentais e nem a diferenciação exi que ocorre em forma-ções sociais específicas. De outra parte, não desconhecem exo e tampouco resolvido daquilo que a literatura sociológica identifica como adas médias", "pequena burguesia tradi-cional" e a "nova pequena burguesia" ( zas, 1978). O que importa neste trabalho é demarcar os pólos fundamentais que uem a estrutura social capitalista, e que não se definem simples-mente pela p ade ou nãopropriedade dos meios e instrumentos de produção, mas pela identid teresses, visão de mundo e realidade. c) Educação e/ou prática educativa embora neste trabalho estejamos nos refer You're Reading a Preview s especificamente à prática educativa que se dá na escola, em d1ierentes mome ramos que a mesma se efetiva nas relações sociais de produção da existência n Unlock full access with a free trial. . A educação e/ou a prática educativa é, então, concebida "como uma prática social. uma atividade humana concreta e histó-rica, que se Download With FreeeTrial no bojo das relações sociais entre as classes SI; constitui, ela mesma, em s formas concretas de tais relações".
Dentro desta perspectiva, a prática educativa escolar é conce-bida como l,ma ial contraditória que se define no interior das relações sociais de produção que se estabelecem entre as classes sociais, numaSign determinada formaçãosocial up to vote on this title Nesta perspectiva, a prática educativa que se efetiva na escola é alvo de uma Useful Not useful exatamente a de interesses antagônicos. Sua especificidade política consiste, ticulação do saber produzido, elaborado, sistematizado e historicamente acumu om os interesses de classe. '
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Os trabalhos que enfatizam a funcionalidade da escola enquanto desenvolve ati es, valores, elf:., têm, ao nível de crítica interna, como base, apelos disti Um primeiro conjunto de trabalhos deriva de uma inspiração tipicamente da soc funcionalista, em cuja fonte encontramos os trabalhos de Parsons. Robert Dreeben desenvolve um trabalho sistemático de ndo a tése de que, dadas as características estru-turais próprias da escola agentes, horários, prê-mios e sanções, complexidade, diferenciação de papéis conjunto de normas que vão definindo atitudes de indepen-dência, realização, o, especificidade, funcionais às orga-nizações da sociedade industrial. 21 Outro conjunto de trabalhos, com apelo às análises marxistas, temse desenvol timamente nos EUA valendo a esses antores a identificação, nos mei~& acadêmic "Radicais Americanos". Destacamse, entre os maIs citados na literatura naci l que aborda esta questão, os trabalhos de Bowles, Gintis, C. R. Edwards, Lev rnoy, entre outros. Bowles, contestando a possibilidade de prover a equalização via escola, desta esta fornece uma força de trabalho disciplinada e habilitada, ao mesmo tempo ornece os mecanismos de controle social para a estabilidade do sistema social pitalista.2' Gilltis, ao refutar o vínculo existente eutre a escolaridade e sa-lário, enfa levância da formação de atitudes requeridas pelo mercado de trabalho. "Na realidade a escola contribui para formar uma força de trabalho socialment uerida inculcando uma mentalidade burocrática aos estudantes." (Gintis, 1971) A escolarização, de acordo' com Gintis, "que influi de maneira considerável sobre a personalidade dos indi-víduos, é ogressivamente ao seu papel funcional: ela favorece as condições psicologicam queridas para formar a força de trabalho alienada que é desejada". (Gintis, 1
Edwards, igualmente, enfatiza os traços desenvolvidos na escola e sua funcion de na hierarquia ocupacional da empresa moderna. (Edwards, 1976). Em suma, para esses autores, a educação escolar é um aspecto da reprodução da You're Reading a Preview lista do trabalho. A organização es-cola, em seus principais aspectos, é uma elações de do-minação e submissão da esfera econômica. Unlock full access with a free trial. Estas análises, ainda que apr.ntem para alguns aspectos signifi-cativos, apeu esenvolvem dentro de uma linguagem marxista, mas se afastam do método e teori Download With Free Trial xista. Tratase de análises que, sob um aspecto, apenas deslocam o vínculo da relação economiaeducação, educaçãotrabalho, dos traços cognitivos (treinamento de habilidades) para o campo afetivo, valorativo, comportamental, não transpondo o quadro das análises ante riores, de caráter funcional. (Ver Salm, Cláudia,Sign 1980, p. 4954). up to vote on this title
Useful Not useful que "embo Madan Sarup, ao analisar os trabalhos de Bowles e Gintls, sa-lienta nham uma posição marxista, sua visão de so-ciedade é funcionalestruturalista Durkheim e Parsons". (Sarup, Madan, 1980, p. 155). E isto
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assivo. Certamente, nas relações escolares, familiares e de trabalho, não se m linearmente as relações capitalistas. Aceitar a análise dos autores, tal qu ntada, é cair no imobilismo e na crença da impossibi-iidade de organizar, no da escola, família, fábrica, e na so-ciedade civil em seu conjunto, os intere dominados. O caráter reducionista da análise não permite aos autores perceber repr9~ução, via escola, família, etc., que efetivamente ocorre, não se dá de forma tão linear, mas por mediações de diferentes naturezas. Da mesma f cebem que o trabalho escolar pode, igual-mente por mediação, &senvolver um ti ação que favorece a ótica dos dominados. Ô problema básico da linha de anális utores reside na não apreensão das categorias fundamentais de análise do méto dialético.
1 . 4 . Da análise qne "determina" as variações na renda (individnal ) aos "determinantes" de rendimento escolar: o determinante que se toma determinado Um volume de trabalhos, cada vez maior. vem sendo produzido aplicandose o mo o de "função de produção" neoclássico utili-zado na análise dos vínculos ent imento, para a análise da escola. Tratase tipicamente do uso desse paradigma métrico para as variáveis do processo escolar. É neste âmbito que podemos dem das faces da análise circular da teoria do capital humano. ~ Buscase averignar quais os principais fatores responsáveis pela repetência, traso e fraco rendimento, através de uma matriz de variáveis relacionadas com acterísticas da família (educação dos pais, status ocupacional, renda etc.), as do meioam-biente, características pessoais do aluno, características da e c. O rendimento escolar, a permanência ou não ao longo da traje-tória escolar sã função de um coujunto de "fatores". As análises multivariadas, com elaborada estatística, chegam sempre à mesma conclusão (quase metafísica) o fator sóci tem o peso maior na "determinação" das diferenças encontradas; em seguida, os ligados à educação dos pais, etc. You're Reading a Preview
o trabalho mais conhecido internacionalmente é o Coleman Re-por!. (Coleman, J Unlock full access with a free trial. al., 1966). No Brasil, estes estudos foram desenvolvidos particularmente pel rograma ECIEL.23 Há, entre-tanto, um crescente número de dissertações e traba Download With Free Trial isa que se desenvolvem nesta área. Os mesmos supostos teóricometodológicos que embasam a teoria do capital huma anspostos para a análise dos "deter-minantes" da escolaridade. Apenas mudam o es ou variáveis que entram na função, porque mlMa a conexão que se busca faze Como vimos anteriormente, o raciocínio da concepção do capital humano, tanto de vista do desenvolvimento económico como da renda individual, é que a educa Sign up to vote on this title namento são criadores de capacidade de trabalho. Um investimento marginal (pe Useful uma useful Not nos até certo nível) em educação ou treinamento permite produtividade mar ebendo o salário ou a renda como preço do trabalho, o indivíduo, produzindo mais, conseqüentemente ganhará mais. A de-finição da
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namento, de acordo com a teoria .. O "fator H" seria, então, determinado por um conjunto de anos de escolaridade ou de trein o. Variando o tempo e o tipo de educação e variando o rendimento escolar, o d ho, ou o aproveitamento, irão variar a natureza do capital humano e, conseqüentemente, os retornos fut '. '" Mas o que determih.a tanto o acesso à escola, aos diferentes níveis e tipos d as, às diferentes carreiras, os diferentes rendi-mentos escolares ou os nívei mpenho? Ao aplicar o modelo de função de produção aos determinantes da escolaridade, conómicas da educação nos dão a se-guinte função: Y (tomado quer como acesso à escola, tipos e níveis de escolas, carreiras, ou tomado como o tempo de permanência na escola, ou ainda, tomado como o desempenho ou rendimento escolar) seria função de um con e fatores sócioeconómicos ou do chamado background sócioeconómico familiar, bientais, nutrição, fatores escolares (escola, professor, equipamento, tecnol uca-cional, currículo, etc.). A matriz de fatores ou variáveis pode se estender ao "infinito". Ocorre neste tipo de análise uma inversão que caracteriza o modelo circular d . Enquanto a educação é tida, na ótica do capital humano, como fator básico d social e de aumen-to da renda individual, ou fator de desenvolvimento económi tas análises, o "fater econômico~', traduzido por um conjunto de indi-càdores sóc sto como sendo o maior responsável pelo acesso, pela permanência na trajetória escolar e pelo rendimento ao long trajetória. O que é determinante vira determinado. Ou seja, a escolarização determinante da renda, de ganhos futuros, de mobilidade, de equalização socia equalização das oportunidades educacionais (tese básica do modelo económico c You're Reading a Preview or), e o acesso à escola, a permanência nela e o desempenho, em qualquer níve icados fundamentalmente pela renda e Unlock full access with a free trial. outros indicadores que descrevem a situação econômica familiar. Download With Free Trial
Este exemplo exprime apenas nma faceta da circularidade' da teoria do capital mano. Esta circularidade, como veremos no item a seguir, decorre do caráter b desta análise econômica uma análise que representa uma apologia das relações Sign up to vote on this title rodu-ção e da prática educativa inerente ao modo de produção capitalista. Useful Not useful 2. A CONCEPÇÃO DO CAPITAL HUMANO: DO SENSO COMUM AO SBNSO COMÚM Não é propósito deste trabalho tentar acrescentar mais uma crí-tica sobre a i
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ráter de "aparente cientificidade" impõe um contínuo debate e renovadas críti icas processuais, tendo como elementochave a verificação empírica das premis odelos ma-temáticos, cada vez mais sofisticados,2. serão utilizados para efet completa assepsia na linguagem nãoformal ou valorativa no campo da ciência e em geral e na aplicação da economia nas análises do fenômeno educativo. Discutiremos, pois, num primeiro momento que a circularidade das análises dec d6\método positivista adotado e que este, por sua vez é decorrência, di, con em, de sociedade que interessa à classe burguesa (dominante). Tratase, pois, xplici-tar que uma das funções efelivas da teoria do capital humano reside nã revela, mas enquanto esconde a verdadeira natureza dos fenômenos. Sair do apa , da pseudoconcreticidade, do empí-rico imediato, implicaria uma mudança de m e parte do empírico, do concreto, e que por via do pensamento, pela análise p iva das contradições internas dos fenômenos chega às leis que produzem tais f Essa mudança implicaria que a análise mostrasse a verdadeira natureza das rel odução capitalista, das relações de classe. Isto significaria que a teoria do mano especificidade da ideologia burguesa no ocultamento da natureza da soci de capita-lista revelasse seu caráter falso. A teoria do capital humano, fundada nos supostos neoclássicos apologia da soc e burguesa para manterse terá de ser circular; ou seja, em vez de ser a teoria instrumento de elevação do senso comum à consciência crítica, será uma forma de preservar aquilo que é mistificador deste senso comum. Finalmeute, mostraremos que a superação da circularidade da teoria do capital implica na utilização de um método que veicule a ótica da classe interessada as relações sociais de produção vigeutes. Tratase do método que veicula a ót ominada, única interessadaona mudança estrutural e, por con-seguinte, única i em analisar as leis que produzem as rela-ções sociais de exploração no interi de capitalista. É o método históricodialético, como instrumento de rompiment circularidade, da elevação do empírico aparente ao con-creto do real, do sen a Preview nsciência crítica. Método que éYou're a um Reading tempo instrumento de produção do conheci ins-trumento de intervenção prática neste mesmo real. Unlock full access with a free trial.
2 . 1 . O caráter de classe do método de análise da teoria do capital Download With Free Trial o mito da objetividade e da racionalidade A análise economlca da educação, veiculada pela teoria do capital humano, fun método e pressupostos de interpretação da realidade da economia neoclássica. e interpretação da realidade é um produto histórico determinado que nasce com e de classes e se desenvolve dentro e na defesa dos interesses do capital. Ocupamonos, neste item, da caracterização dos elementos bási-cos do método d Sign up to vote on this title rguesa que fornece a base de análise da teoria do capital humano, os supostos useful Usefulpara aNotcompreensão e os quais se desenvolve,. e as implicações concretas das se estabelecem entre educação e a realidade económicosocial. Uma das preocupações fundamentais do pensamento econômico
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Não é nosso propósito, neste trabalho, retomar uma discussão sobre as diferentes correntes do empirismo e de sen desdobramento mais significativo o positivismo e o positivismológico. Interessanos apenas identificar os princípios básicos destas correntes que se constituem no estatuto epistemológico angular da economia neoclássica.
o pensamento econômico neoclássico e, a partir dele, a teoria do capital huma ,seu estatuto científico dentro do quadro epistemológico do positivismológi stula que, em termos de cognição, apenas dois tipos de proposições são válido alíticas e as sintéticas. As primeiras são proposições de linguagem, e as seg s. Em outros termos, uma proposição verdadeira é analítica se não puder ser n tradição ou se sua verdade decorrer do significado dos termos; é sintética se rcunstâncias possíveis em que seria ou teria sido _ falsa. As primeiras nos erdade lógica e as segundas uma verdade empírica, cuja validade depende da re que a teoria ou hipóteses oferecem aos testes de verificabilidade e falseabi e.
A filosofia apenas é aceita enquanto instrumental lógico que permita uma asse tal da linguagem. Uma supergramática da ciência. A análise de cada uma das premissas da economia neoclássica e da teoria do ca umano, sobre as quais se desenvolvem tanto os modelos conceptuais· quanto as s sob uma sofisticada lin-guagem matemática, encontram respaldo no conjunto d ncípios a seguir enunciados: "as afirmações de conh~imento do mundo só podem ser justificadas pela experiência; o que quer que se tenha conhecido através da experiência poderia ter ocorrido de maneira diversa; todas as propÇ>sições~ignificativas em termos de conheciYou're Reading a Preview mentos são as analíticas ou sintéticas, mas nunca ambas as coisas; quanto às proposições sintéticas, por serem refutáveis, não se Unlock full access with a free trial. pode saber a priori se são verdadeiras; as proposições analíticas não possuem conteúdo factual; Download Withpor Freeconvenção; Trial as proposições analíticas são verdadeiras uma lei causal conhecida é uma hipótese empírica suficientemente confirmada; o teste de uma teoria é o sucesso de suas previsões; na ciência não cabem jUlgamentos de valor; as ciências se distinguem por seu objeto, e não Sign porupsua to vote on this title metodologia". Usefulneo-clássica Not useful e seu desd É baseada neste conjunto de princlplOs que a economia ou aplicação no campo educacional, se apresenta com postulados que entende c eados em resultados de pesquisa científica cuja racionalidade empiricamente c
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lações sociais da sociedade de classe. A primeira e mais fundamental atomização elaborada pelo pen-samento econômico homem concebido como um indivíduo natural e cuja característica é o seu comp ra-cional.
2. 1 . 1 . O Hhomo economicus" racional: O indivíduo como unidadebase de análise Para entendermos como a vlsao veiculada pela economia bur-guesa na análise da ade em geral e especificamente no campo da educação se constitui num instrume reforço às concepções do senso comum, não em seu núcleo sadio mas na mistificação e fetichização do real, temos de partir para demonstrar a concepção de homem e e construída por esta visão burguesa. Quem é o homo oeconomicus racional? Não sabemos quem ele é, o que compra, o q como vive ou vegeta, se faz parte do conjunto dos milhões de brasileiros desempregados ou subempre-gados, dos indi dos subnutridos, ou de um terço da humani-dade que se encontra na mesma situ os que ele é um maxi-mizador. No lugar da sua história concreta, das condiçõe e cpmo sua existência é produzida, temos dele um retrato falado: "Ele é um filho do iluminismo e, portanto, um individualista em busca do prov próprio ( ... ). Como produtor maximiza sua fatia de mercado ou de lucro. Com sumidor maximiza a utili~ dade._ por meio da comparação oniciente e improváve por exemplo, morangos e cimento mtrginal (, .. ). Da diferença indi-vidual, a o internacional, está sempre alcançarido os melho-res equilíbrios objetivos e entives e recompensas." o homo oeconomicus é, pois, o prodnto do sistema social capi-talista. Para a a burguesa não interessa o homem enquanto homem, mas enquanto um conjunto de dades a serem trabalha-das para que o sistema econômico possa funcionar como ismo. Todas as características humanas que dificultam o funciona-mento desse (reflexão, ética, etc.) são indesejáveis e tidas como nãocientíficas.31 As You're Reading a Preview cas básicas exigidas deste homem desprovido de si mesmo enquanto totalidade, aciona-lidade do comportamento Unlock e o egoísmo. full access with a free trial.
o homem reduzse a uma abstração genenca, indeterminada, ahistórica, cuja ra Download With Free Trial O argumento simplificado de e egoísmo lhe permitem escolher sempre o melhor. raciocínio é ana-lisado por Himmelweit da seguinte forma:
"Pessoas desejam satisfazer, pelo consumo, necessidades. A divisão do trabalh troca resultam em maior satisfação para todos. Isto se aplica à vendade qua Sign up to vote on this title , inclusive à capacidade de trabalho do indivíduo. Ninguém é forçado a vender Not useful Useful deve forçosamente ganhar algo ao fazêlo. O método mais natural de organizaç de, por conseguinte, consiste em deixar que cada pessoa faça qualquer troca q seje. Outros sistemas de organização econômica ( ... ) onde não se permite a
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paraíso dos direitos inatos do homem. Só reinam aí liberdade, igualdade, prop Bentham. Liberdade, pois o comprador e o vendedor de uma mer-cadoria, a forç abalho, por exemplo, são determinados apenas por sua vontade livre. Contratam pessoas livres, juridicamente iguais. O contrato é o resultado final, a expr urídica comum de suas vontades. Igualmente, pois estabelecem relações mútuas possuidores de mercadorias e trocam equivalente por equi-valente. Propriedade s cada um só dispõe do que' é seu. Ben-tham, pois cada um dos dois cuida de s ica força que os junta e os relaciona é a do proveito próprio, da vantagem in dos interesses privados. É justamente por cada um cuidar de si mesmo, não cu ninguém dos outros, realizam todos, em virtude de uma harmonia preestabelecid coisas, ou sob os aus-pícios de uma providência onisciente, apenas as obras to recíproco, de utilidade comum, de interesse gera1." (Marx, K., 1980, livro 1, v. 1, p. 196).
A seguir, Marx nos mostra que para entender o que de fato ocorre com os perso ens do drama, é mister sair da esfera da circulação ou da troca de mercadoria
"Ao deixar a esfera da circulação ou da troca de mercadorias ( ... ) parecen algo se transforma na fisionomia dos personagens do nosso drama. O antigo do do dinheiro marcha agora à frente como capitalista; segueo o proprietário da traba-lho como seu trabalhador. O primeiro com um ar importante, sor-rindo, e ávido de negócios; o segundO tímido, contrafeito, como alguém que vendeu s :1e e apenas espera ser esfolado." (Id., ibid., p. 197). A análise econômica burguesa, ao negarse a transcender a esfera da troca de rias, apenas glorifica a liberdade superfi-cial do mercado, mercado que alcan desenvolvimento máximo sob o capitalismo. Desenvolvimento esse onde as relaçõ pes-soas acabam se tornando relações entre coisas. Descreve, então, apenas as uperficiais desse modo de produção. Ao apresentar essa descrição do real, como uma análise cien-tífica, neutra, o You're Reading a Preview a por reforçar o mundo da pseudocon-creticidade, da visão fetichizada do real se que não trans-cende o senso Unlock comum. E é nesta esfera que a teoria do capita full access with a free trial. se inscreve. o "fator econômico" e estratificação social: Download With Free Trial 2.1.2. a transfiguração da classe social em variável A decorrência imediata da postura metodológica da análise econômica burguesa, obre a visão atomística do real, é a concepção da estrutura social como sendo e uma cons-trução do comportamento individual. Esta postura, vale lembrar, nã e do processo do pensamento uma criação ilumi- Sign up to vote on this title nista mas decorre de "determinadas formàs históricas de desenvolvimento, nas Useful Noteuseful as criações da atividade social do homem· adquirem autonomia. sob este aspe mam fatores e se transferem à consciência acrítica como forças autónomas, independentes do homem e de sua atividade." (Kosik, K.
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equilíbrio de poder. Este tipo de análise, historicamente determinado, decorre da redução que a vi a faz da formação social. Esta, em vez de ser concebida como sendo constituíd lquer modo de produção pela estrutura econômica que forma a unidade e a cone s as esferas da vida social, é transmutada em fatores (econômicopolítico, so ) isolados. Após dividilos, passase a fazer conexões mecânicas, exteriores, para averiguar a preponde~ rância de um ou de outro fator na determinação do desenvolvimento social ou m ituação individual. O antagonismo de classe exploradores e explorados trans-figurase numa estr cação social formada por escalas de "possui-dores e nãopossuidores, de ricos de gente que dispõe de uma propriedade e gente que dela não dispõe". (Kosik, p. 105).
A relação entre classes transformase numa relação entre indi-víduos. A class ituir uma variável (classe média, alta e baixa) medida por "indicadores de po e riqueza pessoal". S4 De outra parte, a separação estanque do econômico, do político, do social faz e existe uma autonomia suprahistórica entre a posição econômica, a posição s ibuição de poder na sociedade. (Kosik, K, 1969, p. 105). .
Os diferentes fatores _ econômico, social e político se alter-nariam, de aco estágio do desenvolvimento, na determinação fundamental da estrutura social. O eéonômico seria o determinante apenas na fase de um capitalismo não desenvolvido. Des-
cartase com isso a questão metodológica e política de que "a distribuição da riqueza (economia), a hierarquia e a estrutura de poder (p You're Reading a Preview a escala da posição social (prestígio) são deter-minadas pelas leis que têm tura econômica da ordem Unlock full access with a free trial. social em determinada etapa do desenvolvimento". (Id., ibid., p. 107). Este viés de análise que separa as dimensões econômicas e de poder e que colo Download Free Trialcomo dependente do estágio a parte, a determinação de um "fator" ouWith de outro, volvimento capi-talista, faz com que as análises passem a postular a superaçã to de classe sem uma mudança do modo de produção capitalista. Esta é tipicamente a visão neocapitalista. A passagem do capitalismo mercantilista para o concorrencial e deste para o m inter polista foi determinada uma crescente diversi-ficação e complexificação Sign up to vote on this title dominante. O surgimento dos gerentes, dos administradores, dos executivos con Useful Not useful ura aquilo que se convencionou denominar revolução gerencial. A partir desta complexificação interna da classe· dominante, onde o grupo ger ncebido como nãopertencente a ela por não ser proprietário, mas gestor, admi
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uesia. Os gerentes, os administradores, embora nãoproprietários, são escolhidos e c s por estes de tal sorte que administram em nome do capitalista. De outra parte, mesmo que quisessem administrar, não de acordo com a ganância ro, mas movidos por objetivos distributivos, seriam impedidos pela própria na a das relações econômicas capitalistas, onde a maximização do lucro é a meta sobrevivência enquanto empresa capitalista. A acumulação não é uma questão d ual, mas uma lei imanente da sociedade do capital e da competição entre os ca tas. Em suma, a diversificação crescente no interior da classe domi-nante não impl ergência de interesses e nem transgride o modo de produção capitalista a pont r mudanças funda-mentais na estrutura de classe.
A transfiguração da classe em variável deriva da própria con· cepção marginal i '''a idéia de contradição pelo paradigma de harmonia. Não se trata mais de de leis de movimento nascidas da oposição de classes sociais no âmbito da produção. senão de postular as condições de equilíbrio do processo de troca" .36
A teoria do valortrabalho que privilegia as condições de pro-dução é substit utilidade que enfatiza a órbita de troca de valores de uso. A idéia de troca ua vez, supõe de imediato a idéia de igualdade de condições dos agentes. Esta lece o conceito de fator de produção. Capitalistas e trabalha-dores apresenta ercado, ambos legalmente iguais, como proprietários de fatores de produção. O entra' com dinheiro e o segundo com força de trabalho. Eliminase do âmbito da análise economlCa o problema das Reading a Preview classes. O conceito de capital,You're uma relação social específica, própria de uma sociedade específica, delimitada historicamente, transfigurase Unlock full access with a free trial. num "fator de produção" universal, existente em qualquer sociedade humana. Reduzse o capital aos seus aspectos puramente físicos. Download With Free Trial
(Id. ibid.). A remuneração do capital é explicada dentro desta ótica, como conseqüência da privação, abstinência e poupança do capitalista. Em síntese, o caráter de classe da análise econõmica burguesa Sign up to vote on this title reduz e transfigura o conceito de homem, de classe, de capital e de Useful Not useful educação. . O homem, um devir que se define no conjunto das relações
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Entretanto, " a natureza não produz, de um lado, possuidores de dinheiro ou mercadorias e outro, meros possuidores das próprias forças de trabalho. Essa relação não te na natureza, nem é mes-mo uma relação social comum a todos os períodos histór (Marx, K., op. cit., p. 189). No lugar do antagonismo de classe definido, de um lado, pelos interesses do c tal de expropriar o trabalhador e, de outro, pelos interesses dos trabalhador passase à idéia de um co,ntinuum defi-nido por uma estratificaçao social, r o esforço e mérito individual. A desigualdade real, elemento fundamental que define a socie-dade de classes, sfigurase numa igualdade legal fundada numa liberdade abstrata da forma do E do Liberal. Na melhor das hipóteses, a liberdade que o trabalhador tem é escolher o capit para quem trabalhará, mas a liberdade de não trabalhar para capitalista algum smente a liberdade de passar fome ou sofrer degradação social. Em última ins rabalhador depende, para sobreviver, de que o capitalista se disponha a compr sua força de trabalho. «Quem diz capacidade de trabalhq, não diz trabalho, tampouco quem diz capacid digestão, diz digestão. Sabese que para digerir não basta um bom estômago. Q cidade de trabalho não põe de lado os meios de subsistência necessários para ... ) A capacidade de trabalho ( ... ) nada é se não se vende." (Marx, K., o , p. 194). O conceito de capital reduzse a um mero fator de produção onde as máquinas e o capital constante e técnico, são tidas como capazes de criar valor' indepen nte da intervenção do trabalho humano. Mascarase, desta forma, a origem real da produção da maisvalia o trabalho humano excedente apro-priado pelo capit centro unitário de análise deixa de ser o valortrabalho, e a relação de cla trabalhador e o capi-talista transfigurase numa relação de troca de agentes igualmente livres. Em suma, o conceito de capital humano, desenvolvido sob a herança da concepçã You're Reading a Preview a de sociedade, que busca dar conta do investimento feito em educação para pr capacidade de tra-balho, e explicar, de um lado, os ganhos de produtividade n Unlock full access with a free trial. dos aos fatores capital físico e trabalho, e, de outro, os ganhos salariais r antes das taxas de retomo do investimento feito em educação Download With Free Trial estabelece: a) um nivelamento entre o capital constante e o capital variável (força alho) na produção do valor, ou seja, colocase o trabalhador assalariado, não apenas como "proprietáriO" de força de trabalho, adquirida pelo capitalista, .mas proprietário ele mes-mo de um c _ quantidade de educação ou de capital humaSign up to vote on this title no; considera o salário ~ecebido, não como preço del?ta força de Useful Not useful trabalho, mas como uma remuneração do capital humano adian-tado pelo trabalha arando, desta forma, as relações capi-talistas de produção e exploração. b) Uma redução da concepção de educação na medida em que, ao
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de uina educação elementar em "doses homeopáticas", quer em sistemas escolares particulares do tipo SENAI, SENAC, SENAR, etc., e uma produti-vidade resultan desqualificação do trabalho escolar. Por outra parte, a visão de capital humano, além de estabelecer este tipo de i reforçar toda a perspectiva meritocrática dentro do processo escolar. Assim o mundo da produção todos os homens são "livres" para ascenderem socialmente, e esta ascensão depende única e exclusivamente do esforço, da capacidade, da inicia-tiva, da ação racional dos seus recursos, no mundo escolar a nãoaprendizagem, a evasã ia são problemas individuais. Tratase da falta de esforço, da "nãoaptidão", e vocação. Enfim, a ótica positivista que a teoriil do capital humano assume âmbito econômico justifica as desigualdades de classe, por aspectos individua bito educacional, igualmente mascara a gênese da desigualdade no acesso, no p so e na qualidade de educação que têm as classes sociais. A desarticulação da concepção burguesa veiculada pela teoria do capital human air da visão de superficialidade e de pseudoconcreticidade que a mesma instau análise dos vínculos entre economia e educação, educação e trabalho, e volta se nas relações sociais de produção específicas à sociedade do capital. Impli a análise das relações de· troca e a volta à análise das relações que se esta asses sociais nas relações de produção da existência. Implica o abandono da i o, harmonia, e a identificação das contradições inerentes ao antagonismo de c ndo da contradição fundamental capitaltrabalho; implica, finalmente, superar de utilidade e voltar à idéia de valortrabalho. Não é propósito deste trabalho retomar aqui análises já efeti-vadas a esse re alhos abaixo mencionados, entre outros, tanto no âmbito da economia política, da economia (política) da educação, são exemplos indicativos dessa volta. No Capítulo que se segue, bvscamos delinear as condições his-tóricas dentro d dução capitalista em que efetivamente a teoria do capital humano é demandada. You're Reading a Preview rdagem histórica não visa apenas a esclarecer o presente para compreender se o modo de produção capitalista Unlock buscafullutilizarse da prática educaaccess with a free trial. cional (escolar ou não), mas, especialmente, como é possível utilizarse desta prática na perspectiva da mudança deste modo de produção. Download With Free Trial
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ominada, o que equivale a historicizar as relações sociais de produção, onde cacional se insere.' O movimento
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L Esta postura epistemológica implica que se decline da Vlsao positivista que ula a idéia da neutralidade da ciência, visão esta muito afeita à análise eco . Cabe ressaltar, entretanto, que se no capítulo anterior enfatizamos o carát lasse da análise econômica da educação, que tenta preservar os interesses da uesa dominante, e defendemos aqui a necessidade de se analisar esta questão c ndoa na ótica dos dominados, não queremos defender com isso a tese do relati bsoluto em, termos de prática científica. Queremos, ao contrário, l1lostrar q um lado, nas ciências históricas ° pesquisador é um engajado, comprometido, ", de outro, o fato da classe dominada ser a que tem interesse na historiciza real, na mudança, a pesquisa que se coloca na sua ótica tende a não ser 1· L desta historicização se inicia pela criação de uma visão de mundo na ótica do classe dominada. Partimos, neste Capítulo, da tese de que a concepção econômica de educação ve oria do capital humano não é uma "invenção da mente humana", mas um produto h rminado, decorrente da evolução das relações sociais de produção capitalistas "Nas minhas pesquisas cheguei à conclusão de que as relações jurí-dicas, assi s de Bstado, não podem ser compreendi-das por si mesmas, nem pela evolução ge to humano, inserindose, pelo contrário, nas condições materiais de existênci na produção social de sua existência os homens estabelecem relações, necessá ntes de sua vontade, relações de pro-dução que correspondem a um determinado volvimento das forças produtivas materiais. O conjunto destas relações de pro a estrutura econômica, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutu rídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência so o de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, p intelectual em geral:' (Marx, K. Contribuição à crítica da ecollo~ You're Reading a Preview mia política, 1977, p. 24). Interessanos, neste capítulo, Unlock situar historicamente as condições concretas i full access with a free trial. perestruturais, dentro do desenvolvimento do modo de produção capitalista, qu daram esta formulação e criaram With Free Trial o espaço para que contribuíssemDownload "produtivamente" para a ampliação da acumulaç capital. Partimos da suposição de que embora a teoria do capital huma-no tenha seus su icos fundados na visão econômica neoclás-sica _ fase do capitalismo concorren o liberalismo cons-titui a ideologia jurídicopolítica dominante, configurand de Estado liberal, esta teoria encontra o espaçoSign efetivo de sua necesup to vote on this title conservadora, e embora não seja uma razão suficiente, tem mais probabilidade Useful Not useful proximar do concreto, do reaL Marx, no posfácio da segunda edição de O Capital, enfatiza o caráter enga-jad a à economia política: " ... se essa crítica representa a voz de uma classe,
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\, Embora imediatame~e o interesse focal de análise incida sobre a fase conte a do capitalismo monopolista, para o propósito pedagógico deste trabalho, e m mo embasamento teórico nos capítulos que se seguem, vamos, ainda que esquemat e e sem pretensão de originalidade, discutir algumas categorias de análises e a especificidade do modo de produção capitalista.3 Isto se justifica na medid s diferentes fases do capitalismo e suas for-mas de legitimação jurídicopolí rentes formas de Estado capitalista, não representam senão mecanismos de reco s crises inerentes ao caráter contraditório (da relação capital/trabalho) do ução capitalista na consecução da maximização do lucro. Efetivamente, para en do processo histórico do capitalismo monopolista, é preciso um exame prévio za e da organicidade do Capital. Isto nos leva, então, à análise das leis de oncentração e centralização como leis imanentes do capital e a medida dos seu Finalmente, buscaremos discutir o surgimento histórico e a função da teoria do capital humano no
2. O paradoxo, entretanto, é apenas aparente de vez que a forma de Estado interv nista não transgride os supostos neoclássicos na sua essência, apenas represe ova estratégia do capitalismo buscar superar suas crises.
3. Restringimonos aqui basicamente à categoria modo de produção da existência p s: primeiramente por tratarse da categoria mais ampla é fundamental que arti as demais categorias do método histórico dialético de análise do real; em seg porque neste trabalho essa categoria é fundamental e, de outro, as categoria tradição, totalidade, mediação, que também permeiam esta análise, estão, em n ficientemente ana-lisadas na literatura recente no campó educacionaL Vejase, eIllplo, a tese de doutoramento de Cury, J. Educação e contradiçãoelementos para uma teoria crítica da educação. São Paulo, PUC, 1980. Tese de doutoramen categoria mediação, ver também Mello, G. N. Acerca da mediação: uma visão da You're Reading a Preview gistério de 1° grau da competên-cia técnica ao compromisso político. São Pau s Associados, Unlock full access with a free trial. 1982, p. 2434.
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interior das novas determinações que o movimento do capital mOno-polista impõ como o articulador do capital e como capi-talista particular. 1. HOMEM, TRABALHO E A ESPECIFICIDADE DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA Sign up to vote on this title
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e fazer cultura. Poder apropriarse da natureza, transformála pelo trabalho é, então, uma con homem poder produzirse enquanto tal. A propriedade ou ser proprietário (não orma capitalista privada de propriedade) "originalmente significa uma relação do sujeito atuante (oú o sujeito que rep i mesmo) com as condições de sua produção ou reprodução como suas próprias". . 92). "( ... ) significa nada mais do que a atitude do homem ao encontar sua ondições naturàis de produção como lhe pertencendo, como pré-requisitos de s ; sua atitude em relação a elas como prérequisitos naturais de si mesmo que riam prolon-gamento de seu corpo". (Id . ibid., p. 82).
Tirar do homem a condição originária de se produzir enquanto homem ou seja, omem poder apropriarse pelo trabalho em relação com os demais homens, da na para transformála em seu benefício, ou romper com esta relação originária so italista privada de à:propriação ,é tirar e eliminar as condições de existi O homem, historicamente, em todas as sociedades, entra em relação com os dema ns e com a natureza, transformaà, produz bens úteis para sua manutenção e re oduz o ime-diatamente necessário, mas pode e é o caso da maior. parte das so produzir um excedente. De uma forma ou de outra, os homens repartem o produto de
seu trabalho. De acordo como ocorrem as relações que os homens estabelecem na apropriação desta produção, variam suas condições existenciais concretas, biológicas, sociais, culturais, edu-caciona Estas relações que os homens estabelecem na produção de sua existência não sã sição, determinadas pelo fato de serem eles mesmos natureza, mas orgânica e a pelo trabalho e pela técnica. ~ neste sentido que a modificação do homem se e na medida em que se modifica o conjunto de rela-ções do qual ele é ponto c amsci, A. op. cit., p. 40). São, pois, as relações SOCIaIS que os homens estabelecem na produção de sua e You're Reading a Preview de produção) que, juntamente com a capacidade de produzir (forças produtivas tuem o mo.do de produção que nos fornece o método para caracterizar as socied Unlock full access with a free trial. alisar suas transformações. A categoria modo de produção da existência constitnise, então, no elemento b Download With Free Trial pelo trabalho, e como his tendermos como os homens concretamen-te se produzem amente as relações sociais de produção da existência variam. \ 1 Sign up to vote on this title
Useful Not useful o modo de produção da existência engloba as relações sociais de produção que ecem, mediatizados on não pela técnica, para produzirem produtos úteis para s
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ico do real". (Gramsci, A., 1978a, p. 52). Concebendose o modo de produção como uma articulação ne-cessária entre infra ra, não há por que distinguir, de forma estanque em qualquer modo de produção econó-mica (infraestrutura) c a instância jurídicopolítica e ideol6gica (s , como tendem colocar algumas das diferentes vertentes do marxismo.' A articulação necessária e orgânica entre infra e superestrutura nos leva de cessidade de uma dupla superação: o eco-nomicismo vulgar e mecanicista e o id De 'outra .parte, noS permite caracterizar como parciais e enviesadas as aná que bus-cam situar a prática educacional, no interior do modo de produção ca quer como uma prática que se dá meramente ao nível da 4. Para uma discussão mais detalhada sobre o modo de produção tomado como art e infra e superestrutura, bem como para uma crítica à visão de Althusser e se ores, veja Pereira, L. Capitalismo notas teóricas. São Paulo, Duas Cidades, p. 1172.
superestrutura e mesmo estritamente ao nível da ideologia, amiúde entendida a omo falsa consciência, ilusão; quer como uma análise que vincula esta prática à base infraestrutural. Para apreender os vínculos ou desvínculos entre a prática educa-tiva escolar r, com o mundo da produção, do trabalho, implica apreender concretamente a es idade do modo de pro-dução onde essa prática se efetiva. Implica, de outra fo der o movhnento concreto, as formas que historicamente assume este modo de produção em'Çontextos e épocas diversas. \, Em que consiste, basicame cificidade do modo de produção capitalista? Vimos que, em qualquer sociedade, pelo trabalho, os homens, juntamente com os tros (homens), entram em relação com a na-tureza e produzem a sua sobrevivênc m a si mesmos, Estas relações são mediatizadas e variam de acordo com a natur o de desenvolvimento das forças produtivas e dos instrumentos' de trabalho ut You're Reading a Preview dos. A natureza específica de qualquer modo de produção é historicamente dete tão, pelo tipo de relação social que os homens estabelecem na produção de sua Unlock full access with a free trial. Não cabe aqui, para os limites e prop6sitos deste trabalho, re-tomar a anális da das formações económicas précapitalistas que nos permitem chegar a fixar With Free Trialcapitalista. Interessanos mais global da tran-sição para Download o modo de produção enunciar, a partir disto, os prérequisitos históricos para a existência desse modo de produção e os traços fundamentais de sua especifici-dade e evol Fundamentalmente, "a relação do trabalho com o capital, ou das condições objetivas do trabalho al, pressupõem um processo histórico que Sign up to vote on this title
useful Useful a Not 5. Como aludimos na introdução deste trabalho, utilizamos categoria modo de apitalista sem referê:p.cia específic.a a uma determinada for-mação social. I como vimos, do objetivo do presente trabalho, que busca mostrar, basicamente,
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trabalho puramente subjetiva, sem objetividade, erifrentando as condíções objetivas da produção como sua nãopropriedade. como propriedade alheia, como valor existente em si mesmo, como capi-
tal". (Marx, K., 1977b, p. 913). Marx, na análise sobre as forftJ.ações económicas précapitalistas, (Id. ibid processo histórico de dissolução dos modos de produção que precederam o modo alista e os requisitos de transição. Do ponto de vista da gênese das relações capitalistas de produção, a condição histórica básica é, pois, que o trabalhador apareça no mercado de trocas para vender sua força de trabalho duplamente livre: livre no sentido que esteja destituído de propriedade, a não ser sua força de trabalho, e livre do domínio total de alguém sobre ele, de sorte que não só as relações de troca possam se efetivar, como se efetivem formalmente sob uma aparência legal,
A cidadania (abstrata) constituiuse como um direito funda-mental da sociedad italista. I 110 capitalismo tem que engendrar o sujeito livre e igual ante o direito, o contrato e a moeda, sem o que não poderia existir sua ação seminal: a compra e venda da força de trabalho e apropriação do valor. Esta liberdade efetiva implica como paralelO seu a igualdade abstrata da cidadania ( ... ). Com isso, tal abstração convertese em fundamento de um poder voltado à reprodução d~ soCiedade e da dominação da classe que a articula." (O'DonneL G., 1981). Para apreender a verdadeira nàtureza desta relação, devemos You're Reading a Preview distinguir a relação capitalista/assalariado no âmbito da circulação, e esta mesma relação na esfera daUnlock produção. full access with a free trial. No primeiro caso _ na circulação mesmo que a mercadoWith Freeuma Trialmercadoria de ria força de trabalho possa ser Download percebida como natureza diversa das demais, a transação económica formalmente se dá como sendo legal, ou seja, o capitalista dá dinheiro e o assalariado a força de trabalho_ Quando passamos para a esfera da produção, ao analisar como Sign up to vote on this title a força de trabalho é consumida, veremos que a troca de equivalen Useful Not useful 76 tes do processo de circulação tornase uma troca de coisas desiguais
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oexplicações para os bloqueios no acesso e no percurso escolar somente serão das crmcretamente na medida em ii que se tenha a cisão da sociedade de classe como ponto de partida. II I, Uma segunda característica que marca a especificidade social e histórica do m produÇão capitalista, que o difere de todos os modos de produção que o preced ste em ser um modo de produção mercantil onde a produção se organiza não mais i1 do valor de uso, da utilidade, do consumo dos bens para seus proI dutores, mas em função do valor de troca, uma produção para a li III 'ij produção. A mercadoria constituise então, na forma elementar que assumem os produtos do trabalho humano na sociedade mercantil. "Para ele (o capitalista), a mercadoria que possui não tem nenhum valor de uso direto. Do contrário. não a levaria ao mercado. Ela tem valor de uso para outros. Para ele só tem diretamente um valordeuso, o de ser depositária de valor e, assim, meio de troca. Por isso quer alienála por mercadoría cujo valordeuso lhe satisfaça. Todas as mercadorias são nãovaloresdeuso, para os proprietários, e valoresdeuso para os nãoproprietários. Todas têm, portanto, de mudar de mãos. Mas, essa mudança de mãos constitui sua 77 Reading a Preview troca, e sua troca as relacionaYou're uma com as outras como valores e realizase como valores, antes Unlock de poderem realizarse como valofull access with a free trial. resdeuso." (Marx, K., 1980, p. 95).
Download With Free Trial As relações mercantis, na sociedade capitalista, implicam neces-sariamente a de uma mercadoria que, uma vez adquirida e consnmida em combinação com as mat mas e instrumentos de trabalho (meios de produção), incorpore um valor adicio rcadorias produzidas. A força de trabalho, e não o trabalho, cons-tituise ne doria particula", da produção capitalista, cuja uti-lidade reside na capacida ar uma quantidade de valor maior Sign up to vote on this title que seu próprio valor. O que constitui o objeto de troca entre capi-talista e riado não é o trabalho, mas a força de trabalho. Useful Not useful O processo de trabalho, que é atividade dirigida com o fim de criar valores de uso, de apropriar os elementos naturais às neces-
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única do lucro. Todo esforço do capital (e do capitalista)· é, então, de ampliar a taxa de ma axa essa que mede o grau de exploração da. força de trabalho. 78 O que interessa ao modo de produção capitalista não é a utilidade dos bens para seus produtores, mas a troca; não é o trabalho humano em si, mas a quantidade de trabalho consumido e repartido entre os diversos setores de produção. O valor de troca, por sua vez, não é determinado pelo trabalho isolado de cada trabalhador, mas pelo trabalho socialmente necessário num contexto histórico determinado. Ele varia de acordo com a produtividade do trabalho, determinada basicamente pelo desenvolvimento das forças ~rodutivas. \: A produção para a troca transforma cada trabalhador num órgão do trabalho social. O trabalho concreto, útil de cada trabalhador vaise dissolvendo em trabalho social, tornandose trabalho abstrato e "a este título é conduzido à posição de substância do valor". (Ver BeIluzzo, L., Estudos Cebrap, n. 24, p. 739). Isto pressupõe um processo histórico onde o trabalho particular se transforma em trabalho colelivo. Ao referirse à transformação do trabalho concreto em trabalho abstrato, no interior do modo de produção capitalista, Marx assim se expressa: "( ... ) esta abstração de trabalho em geral não é somente o resulYou're Reading a Preview tado mental de uma totalidade concreta de trabalhos. A indiferença em relação a esse trabalho determinado (particular) corresponde a Unlock full access with a free trial. uma forma de sociedade na qual os indivíduos mudam ,com facil,idade de um trabalho para outro, e na qual o gênero ;preciso de traWith Free balho é para eles fortuito, logoDownload indiferente. Aí,Trial o trabalho tomouse não só no plano das categorias, mas na própria realidade, um meio de criar a riqueza em geral e deixou, enquanto determinação, de constituir um todo com os indivíduos, em qualquer aspecto particular." (Marx, K., 1977a, p. 222).
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Useful Not useful capitalista, A história da evolução e organização da sociedade tendo por base e trabalho e capital, não é senão a história da radicalização da submissão do lógica e à volúpia do capital. É a história da luta do capital e de seus pro-
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o capital incorpora o próprio instrumento de trabalho e o progresso técnico, o trabalhador vira instrumento do capital; ou seja, em vez de o operário util os meios de produção, os meios de produção é que utilizam o operário. A passagem dos modos d .. produção précapitalistas para o capitalista não se efetiva de forma abrupta O modo de produção capitalista, historicamente determinado, passa a existir não só no momento em que se percebe como tal. Historicamente, podese observar que a sociedade capitalista, em formações sociais concretas, convive com traços dos modos de produção precedentes. O que ocorre é um processo onde os traços dos modos de produção precedentes vão sendo tragados paulatinamente até que o modo de produção capitalista seja dominante. Destá forma, a reprodução das relações de produção capitalistas se dão inicia icas ainda pertencentes aos modos de produção precedentes. Embora existam as istóricas onde o trabalhador é um nãoproprietário e está no mercado de troca e sua força de trabalho, não se efetuou, de início, uma mudança essencial no trabalho. É no interior da manufatura que se criam as condições mais adequadas para a organização capitalista do trabalho. Primeirameute a organização do processo de trabalho toma a forma de cooperação simples, onde cada um realiza a mesma operação, com a úuica diferença que agora os trabalhadores estão reunidos num mesmo local, sob o controle do capital (capitalista). Rapidamente, porém, a manufatura evolui para formas de cooperação mais complexas e nasce a divisão técnica do trabalho. Parcializamse as operações e cada trabalhador vai realizar tarefas cada vez mais parciais, limitadas. Esta forma de organização já permite ao capital se apropriar da força produtiva do trabalho coletivo, e ampliar, com isso, o trabalho nãopago. Reading a Preview Incorporam·se então ao capital.You're Quando cooperam, ao serem mem-bros de um orga trabalha, representam apenas uma forma especial de existência do capital. Po Unlock full access with a free trial. o a força produtiva que o trabalhador social desenvolve como trabalhador soci produtivi~ dade do capital. ( ... ) nada custando ao capital a força produtiv Download With lado, Free Trial trabalho coletivo, não sendo ela, por outro desenvolvida pelo trabalhad tes de seu trabalho perten:::er ao capital, fica parecendo que ela é força pr nalural eimanente do capital. (Marx, K. 1980, p. 382). As relações técnicas e sociai~ de produção existentes na manu-fatura não con , de forma acabada, uma submissão Sign up to vote on this title real do trabalho e dOlfabalhador 'ao capital, embora criem as con-dições para useful Useful Not ocorra. Embora o capitalista ou seu represen-tante controle o processo de pro trabalhador ainda controla o manejo dos meios de produção. Mantémse, aqui, uma das caracte-rísticas bás
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o capital. O capital remove os limites que lhe são externos para a produção. ento não está mais servindo de mediação entre o trabalho e a natureza. Invertese a relação1 ou seja, o sistema de máquinas é que age, agora diretamente sobre a natureza, e o trabalho (e traba serve de mediação. "( ... ) a máquina, que possui habilidade e força em lugar do ope~ " O trabalhador é proprietário de sua força de trabalho quandO rário, ela mesma o virtuose que possui uma alma própria nas leis a' mercadeja. (, .. ) Sendo pessoas independentes, os trabalhadomecânicas que operam nela; e, tal como o operário consome meios res são indivíduos isolados que entram em relação com o capital, alimentares, assim ela consome carvão, óleo, etc., para manterse mas não entre si. Sua cooperação só começa no processo de traba~ continuamente em movimento. A atividade de operáriO, reduzida a lho, mas depois de entrar neste deixam de pertencer a si mesmos. I l 81 80 J
uma simples abstração de atividade, é determinada e regulada. em todos os seu ntes, pelo movimento da máquina, e não vice-versa,"6 A ACUMULAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E 2. CENTRALIZAÇÃO: LEIS IMANENTES DO MOVIMENTO DE AUTOVALORIZAÇÃO DOYou're Reading a Preview CAPITAL E MEDIDAS DE SEUS LIMITES Unlock full access with a free trial. analisar
o movimento do WithoFree Trial administra estruturas ex O que importa, ao capital, não éDownload "ver como capital s, mas como as cria e as destr6i" , (Schumpeter) Com a incorporação do instrumento de trabalho ao capital, o progresso técnico onstituir no elementochave para entender a determinação da produtividade do ente o, a produção pela pro-dução, a concorrência intercapitalista, como para Sign up to vote on this title rises cíclicas do capitalismo. Useful éNot useful trabalho Conseguir o máximo de mercadorias com o mínimo de uma lei do movim al do capital que independe da vontade individual do capitalista embora este a cúmplice. Esta lei se rea-
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"Ao converterse em autômato, o próprio instrumento de trabalho passa a enfrentar o trabalhador como capital. O instrumento de trabalho deixa de ser uma expressão da atividade subjetiva do trabalhador para .~e transformar na expressão personificada do capital que utiliza o trabalhador como seu instrumento. Em segundo lugar, a objetivação do processo de produção, ainda que não possa ser explicada senão como o coroamento dos desígnios do capital em extrair um volume crescente de trabalho nãopago, significa a autonomização da estrutura técnica no sentido que a aplicação da ciência tornase um critério que determina e estimula o desenvolvimento da produção imediata. ( : ... ) A autonomização da estrutura técnica não significa apenas que o capital tenha absorvido as potencialidades subjetiyas do trabalhador e as cristalizMas em formas materiais próprias (sistema de maquinaria). Mais qu\.._ isso, o aperfeiçoamento destas formas ma~ teriais se revela ao nível da decisão social do trabalho, pelo surgimento de um setor especializado na produção dos elementos materiais, que compõem o capital constante, que agora se autonomiza frente ao setor destinado à produção de meios de consumo." (Bel~ luzzo, L., op. cit., p. 212). Este processo histórico onde o capital, enquanto uma relação social, busca de rse cada vez mais da dependência dos limites impostos pelo trabalhador, pela stência que este lhes impõe, desenhase como um processo onde se busca exprop traba-lhador os meios concretos desta resistência seu "saber", sua qua-lifi o de técnicas, sua agilidade, etc. A separação entre o operário e o seu instr determinando uma separação entre trabalhador e conhecimento, entre trabalhado ia. o saber do trabalhador fica agora transferido à máquina. Extir-pase a ciênci hador comum. É com a incorporação do instrumento à maquinaria que se aguça o rato, desqua-lificase, de modo crescente, o posto de trabalho e prescindese You're Reading a Preview vez mais da qualificação do trabalhador. Configurase um trabalhador coletiv utável, porque para a maior parte das tarefas não se exige senão uma mínima q Unlock full access with a free trial. poder de barganha, no interior do processo produtivo, diminui. A lnta de clas cujo elemento básico residia na renúncia do trabalhador produtivo em produz Download With Free Trial formas de organização e d desloca para uma luta mais ampla, que demanda novas 7. As análises de Gramsci sobre o Estado· (sociedade polífica e sociedade ci bre partido (partido político, partido ideológico e partido revolu~ cionário) em nosso entender, a complexidade da luta de classes no interior do capitalis contemporâneo, e indicam que o caminho da mudança e o campo gesta luta não. s dominantemente no plano econômico, mas basicamente no plano político.A luta Sign up to vote on this title se, então, inicialmente no Useful Not useful
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capitalista separa historicamente, cada vez mais, ciência e técnica, trabalho manual e trabalho mental. É sob essas condições de submissão real do trabalho e do tra-balhador ao capi rocesso de trabalho assume uma configuração adequada à relação econômica capi modo de produção capitalista encontra seu espaço específico da acumulação e r É neste quadro que a lei, cuja essência não é a produção para satisfazer nec extração de maisvalia, se expressa mais claramente como lei imanente do valo omanda o processo de acumulação capitalista. É, igual-mente, no interior de u mo cada vez mais avançado que o caráter contraditório desta lei se explicita mais claramente e deli-neia as limites da sociedade capitalista. É originariamente em Marx, e posteriormente em Lenine e Rosa de Luxemburgo, q contramos os elementos de análise histórica básicos que nos permitem entender nto do capital em sua exacerbação da produção pela produção, e assinalar as n âmbito da sociedade civil (esfera onde se dá a mediação entre a base econô~ m o no seu sentido estrito). A superação das relações de pro-dução vigentes imp , uma revolução cultural, uma "reforma intelectual e moral", que se efetiva, e basicamente, no bojo das .orga-nizações da sociedade civil. (Ver, a esse , especialmenteGramsci, A. Maquiavel _ a politica e o Estado moderno. Rio de Janeiro, Civilização Bra-si 78; ver também, Glaucksmann. Gramsci e o Estado. Rio de Janeiro, Paz e Terra, . 84 de relações de produção capitalistas, bem como o aguçamento das contradições crises do sistema capitalista de pro-dução da existência. Recuperar esses elementos, para além de seu efeito "pedagó-
gico", é de todo necessário para, de um lado, entender as novas e presentes determinações que o Estado passa a ter num contexto Crescente de ol You're Reading a Preview zação da economia, tornandose nm articulador dos inferesses intercapitalista mo tal, uma capitalista particular; e de outro, para comprt;ender a gênese hi Unlock full access with a free trial. da teoria do capital humano e sua função esp'e<:;ífica dentro do contexto em surge. Download With Free Trial ,
Embora Marx tenha escrito sua obra principal num contexto histórico onde o de lvimento capitalista não apresentava o fenô-meno da transnacionalização do ca as formas de mercado oligopolizado, sua análise das leis imanentes e orgânica pital e do valor delineiam os elementos que prenunciam este fenômeno. Sign up to vote on this title No conjunto de sua obra básica O Capital Marx procura evidenciar que a lei Useful Not useful lor, como lei do movimento do capital, leva, inevitalmente, a um processo de acumulação, concentração e centralização do capital. Lei que delineia o movimento de auto-valorização
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"Com a acumulação do capital desenvolvese o modo de produção especificamente a, e com o modo de produção especifica-mente capitalista a acumulação do capi is fatores, na proporção conjungada dos impulsos que se dão mutuamente, modil1posição técnica do capital, e, desse modo, a parte variá-vel se torna cada relação à constante." (Id. ibid., p.726). Marx aponta aqui a tendência histórica do estreitamento da base que produz ma a e, conseqüentemente, a contradição que o capital é levado a acirrar de m:oneira crescente (discutiremos logo adiante aspecto). A concentração do capital resulta, inevitavelmente, do processo de acumulação da pela própria concorrência intercapita-lista. Caracterizase esta, fundamen pela tendência à exten-são ou volume do capital por capitalista ou empresa. "Ao ampliar~se a massa de riqueza que funciona como capital, a acumulação aum concentração dessa riqueza na mão de capi-talistas individuais e, em conseqü a produção em grande escala e os métodos de produção especificamente capitali tas." (Id., ibid., p. 126). A centralização, que não se confunde com acumulação e con-centração, mas que nese pela apropriação de capi-talistas por capitalistas a transformação de is pequenos em alguns poucos grandes. Contrariamente à visão burguesa, que tinha na concorrência perfeita uma "lei de natureza", Marx vai mostrar que é exatamente a partir dela e por ela que o sistema capitalista caminha para a cén-tralizaç al. "A batalha de concorrência é conduzida por meio da redução dos preços das mer You're Reading a Preview e alterando as circunstâncias depende de produtividade do trabalho, e este da la de produção. Os capi~ tais grandes esmagam os pequenos ( ... ) a concorrên Unlock full access with a free trial. a~se então na razão direta do número e inversa da magnitude de capitais que s izam. E acaba com a derrota de muitos capitalistas pequenos, cujos capitais o With Free Trial ossobram ou se transferem para aDownload mão do vencedor." (Id., ibid., p. 7278). Após analisar a acumulação primitiva do capital e sua gênese histórica, onde e fruto dos esforços próprios é baseada, por assim dizer, na interpretação do individual e inde-pendente com suas condições de trabalho", e onde a exploraç 86 Sign up to vote on this title ~~~ Useful Not useful ses proprietários que administram sua própria economia é substituída pela pro ivada em sua forma capitalista e a conseqüente exploração da força de trabalh
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da classe trabalhadora, cada vez mais numerosa, disciplinada, unida e organi pelo mecanismo do próprio processo capitalista de produção. O monopólio do c a a entravar o modo de produção que floresceu com ele e sob ele. A centraliza os de produção e a socialização do trabalho alcançam um ponto em que se torna com o envoltório capitalista. O invólucro rompe~se. Soa a hora final da prop particular capitalista. Os expro~ priadores são expropriados." (Marx, K., 19 . 881~2). o limite do processo dO centralização do capital é apontado por Marx da segui : "Num dado ramo a centralização terá alcançado seu limite extremo quando todos s nele investidos se fundirem num único capital. Numa determinada sociedade s alcançado esse limite no momento em que todo o capital social ficasse submet um único controle, fosse ele de um capitalista individual ou de uma sociedad ma." (Id., ibid., p. 127). o processo de incorporação do progresso técnico ao capital, decorrência do pr to orgânico do capital, é a arma da luta intercapitalista no processo de conc centralização. A ·incorporação de uma inovação tecnológica por parte de um capitalista indiv te um lucro maior na medida em que lhe faculta durante o período em que é o er essa inovação _ rebaixar o valor' das mercadorias em relação ao socialment o. (Ver Marx, K., 1980, p. 4634). Os demais capitalistas, porém, imediatamen scam igualarse e mesmo superálo com a introdução de uma inovação tecnológic
Mas a mesma lei que impulsiona o capital na busca de sua valorização crescent rodução ampliada traz em suas entranhas seu contrário, ou seja, a tendência ao declínio da taxa de lucro, que em suas expressões mais agudis determina' crises profundas no modo de pro italista. Para não cair num determinismo ou numa visão catastrófica de caráte You're Reading a Preview a, cabe enfatizar o aspecto contraditório da expansão capitalista, ou seja, n uma deter-minação imediata entre progresso técnico e queda da taxa de lucro. Unlock full access with a free trial. Gramsci chama a atenção a esse respeito ao criticar o economicismo croceano: "Em sua análise, Croce esquece o elemento fimdamental da formação d Download With FreeEm Trial do lucro: o trabalho socialmente necessário". função disso, ele pressupõe o progresso técnico deter-mina imediatamente uma queda da taxa de lucro". A a rónea posto que a lei da queda da taxa de lucro "não é senão o aspecto contraditório de uma outra I{!i: a maisMvalia M relativa, que determina a expansão molecular do sistema de fábricas e,portan Sign up to vote on this title esenvolvimento do modo de proQução capita Useful Not useful lista".S O que ocorre, fundamentalmente, é que com o aumento orgâ-nico crescente do ca stante, determinado pela própria dinâ-mica da produção pela produção, necessá
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Em suma, em toda a trajetória de O Capital, Marx está preo-cupado em mostrar ntagónico do modo de produção capi-talista, onde os seus limites entranhamse ovimento de autovalorização do capital. Enquanto na primeira parte (Livro 1) trar o movimento do capital que busca historicamente remover os limites exter de sua expansão e o movimento mesmo da acu-mulação, concentração e centraliz alorização do valor, ao discutir os esquemas de reprodução (Livro 2) "busca mostrar a possibilidade de funcionamento de uma economia que por sua n reza ~ movida pela contradição entre tendência à potencialização ilimitada da vas e a base estreita (apropriação do tempo de.. trabalho) em que repousa".
Finalmente, na última parte de sua obra (Livro 3), vai mostrar que o próprio o de acumulação leva o sistema a expandirse mais que suas possibilidades de r o que produz e, com isso, determina o aparecimento de crises, cada vez mais udas. A crise não é um Hacidente~' conjuntural, e sim, algo inerente ao caráter contraditório das relações capitalistas de produção. Ao contrário das teses do "quanto pior melhor", ou das análises
"subconsumistas",10 as passagens acima destacadas, como de resto a trajetória de O Capital, servem tanto para indicar a direção da análise par ue se dispõem a examinar as pegadas do vira-ser do capital no seu movimento valorização movimento este que se dá sob máscaras, e as conseqüentes nOJl~$, assumindo as relações de produção no interior do sistema 'capi-talista como ros seus limites intrínsecos e especificar a natureza de suas crises, as con You're Reading a Preview possibilidades da passagem para um novo modo de produção. Unlock full access with a free trial. Contrariamente ao que superficialmente possa parecer, as crises do modo de pr capitalista não são determinadas pela estag-nação, mas pelas próprias "virtud Free Trialpela superprodução. imento capitalista" (virtude naDownload ótica doWith capital), 10. A tese do "quanto pior melhor", em termos gerais~ se define pela postura nomicista e determinística que aponta que a passagem do capita-lismo para soc implica a degenerescência do sistema capitalista. Neste sentido. quanto maio a estagnação, a miséria, mais propícias seriam as condições de passagem. Cor quanto pior melhor é a tese "sub-consumista", queSign dáupa toentender que ascrises vote on this title alismo são crises que se originam na falta de consumo. Useful Not useful
A superprodução com a nãocorrespondente capacidade de realização do valor _
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ncário e industrial e a formação do capital financeiro, (Hilferding, R., 1963 56) vai revelar como se vão determinando novas formas de relações de produção o de concentração e centralização do capital _ e a razão estrutural do fenôme perialismo. Par<>,.Leniae, a obra de Hilferding apesar de alguns erros grosseiros por tentar conciliar "marxismo com oportunismo" ao mostrar o processo de fusão do capital bancário com o industrial, for-mando o ca anceiro, é de extrema relevância teórica para se entender a fase mais receute volvimento capitalista. O próprio Lenine vai apoiarse em inúmeras passagens de Hilferding, para mostrar que a fusão do capital bancário "om o industrial terminar uma profunda concentração do capital e levar aos monopólios ou à fas sta do capital. Embora o trabalho de Lenine, onde tenta fazer um balanço do desenvolvimento c lista, e a obra de Rosa." onde ao fa.er uma 11. Para os propósitos deste trabalho limitamonos às obras básicas de Lenine r lllitch Ulianov) e Rosa de Luxemburgo, respectivamente: Imperialismo _ fase perior do capitalismo e a Acumulação do capital: estudo sobre a interpretação econômica do imperialismo. 90 análise econômica do imperialismo tentar explicitar a teoria marxista da a ambos produzidos meio século após a publicação de O Capital, nem sempre estej o no modo de interpretar tanto certos aspectos da teoria marxista, quanto det inados fenôme-nos concretos que assumem as relações de produção capitalistas, o, são obras que ampliam a compreensão teórica mar-,xista, e mostram como a t x vem encontrando concretiza-ção' histórica.
Não é propósito deste trabalho assinalar e discutir as divergências eutre Len e nem mesmo discutir a crítica que Rosa efetiva sobre uma possível contràdiçã Marx, entre o Livro 2 onde desenvolve os esquemas de reprodução e o Livro 3 discute a problemática da crise do modo de produção capitalista.l2 Interessa sivamente mostrar aqui, através destas obras e do pensamento de seus autores, You're Reading a Preview vimento histórico do capital; como este movimento vai determinando novas form relações de pro, Unlock full access with a free trial. dução; e, como estas novas formas expressam cada vez mais contundentemente a contradição capitaltrabalho. Downloadnuma With análise Free Trial científica concreta de co O trabalho de Lenine vai constituirse oria marxista, que expunha a tese de que a livre concorrência leva inevitavel à concentração do capital e prenuncia os seus limites de expansão, se concre icamente. "O imperialismo é, pela sua essência, o capitalismo monopolista. Isto determi ugar histórico do imperialismo, pois o mono~ Sign up to vote on this title ~ Useful Not useful 12. A crítica de Rosa, na qual salienta que ,os esquemas de reprodução amplia ro 2 de O Capital conduzem a um resultado insatisfatório e contraditório em r
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pólio, que nasce única e precisamente da livre concorrencta, é a transição do para uma estrutura econômica e social mais elevada." (Lenine, op. cit., p. 12 O fenômeno dos monopólios, na sua gênese histórica, coincide com a fase áurea corrência (18601880) e indica sua superação. Ê a partir da crise de 1900190 Lenine, os cartéis" tornamse a base de toda vida econômica e o capitalismo sforma em imperialismo. O monopólio vai caracterizarse, en-tão, fundamentalm o senoIo resultante da acumulação, con-centração, centralização e integração r asso-ciações monopolistas dos capitalistas, cartéis, sindicatos e trustes." Neste processo de monopolização, o papel do capital bancário e da fusão deste tal industrial é fundamental. De meros intermediários nos pagamentos~ mostra~nos Lenine, os bancos vãose transformando em "monopólios dos poderosos, dispondo da quase totalidade do capi-taldinheiro unto dos capitalistas e dos pequenos empresá-rios, assim como da maior parte os de produção e maté-riasprimas. ( ... ) Esta transformação ( ... ) constit ssos essenciais da transformação do capitalismo em imperia-lismo capitalista" , op. cit., p. 30). Lenine vai mostrar, com dados estatísticos, a tendência avassa-ladora de uns ncos dominarem e submeterem os demais bancos de uma nação e do mundo. É este que vai determinar uma crescente fusão do capital bancário com o capital indu da qual resulta o capital financeiro. Este processo vai determinar que "uma parte sempre crescente do capital industrial escreve Hil-ferding, citad Lenine não pertença aos industriais que o utilizam. Estes últimos só alcanç ilidade através dos canais do banco, que é para eles o representante dos prop desse capital. Por outro lado, ao banco impõese investir na indús13. "Cartel é entendido como acordo comercial realizado entre empresas produtoras embora conservem a autonomia interna, se organizam em sin-dicato para distri Reading a Preview entre si cotas de produção, aosYou're mercados e determinar preços, suprimindo a li rrência". Ver Catani, A. M. O que é o impe-rialismo. São Paulo, Brasiliense, Unlock full access with a free trial. .
Download With Free Trial 14. O truste é entendido como sendo "ássociação financeira que resulta da fusão d em uma única empresa". (Id. ibid.).
tria uma parte, cada vez maior, dos seus capitais. E assim o banco tornase, Sign up to vote on this title a vez mais um capitalista industrial ( ... ) o capital financeiro é, portanto Usefulutilizam" Not useful capital de que os bancos dispõem e que os industriais .15 Lenine adverte também que, paralelamente à fusão do capital bancário com o in enômeno básico na configuração do capi-talismo monopolista "a mais recente f
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tação de mercadorias. O que caracteriza o capi-talismo atual (já em 1913), on s monopólios, é a expor-tação de capitais. n (Lenin~ up. cit., p. 60).
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15. Hilferding, R. El capital financieroJ op. cito ln: Lenine, op. cit., p. 40. H erding vai mostrar como a centralização e a concentração do capital vão deman os sistemas de crédito. O crédito vai funcionar como uma mediação na' competi lista. O capital financeiro resulta exa-tamente da fusão do capital monetário pital produtivo, ou seja. da articulação entre as empresas industriais e o ca ancário.
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16. As informações. por exemplo, das tendências dos investimentos do Estado ou de uturos, etc., constituemse, do ponto de vista econô-mico, em elementos preci ra os interesses das grandes empresas.
17. O caso brasileiro, sem dúvida, particularmente nas duas últimas déca-das qua a econômica se definiu abertamente pelo capital inter-nacional, tornando o pa raíso das multinacionais" _ serviria de um excelente estudo de caso, 70 anos s das observações de Lenine. Não são poucos os exministros de Estado, genera s de alto escalão que imediatamente após deixarem suas funções "públicas" (!) nati-vas de trabalho em grupos financeiros ou outras grandes empresas multinacionais. 93 92 }
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A exportação de capitais é decorrência da acumulação que vai atingindo propor bilidade de serem investidos nos países onde o capitalismo está mais avançado se situam as matrizes das grandes corporações empresariais, gerando enorme ex de capitais.'8 A exportação do capital é efetivada, normalmente, para países Sign up to vote on this title vidos, cujo objetivo fundamental é aumentar os lucros e estabelecer uma depen Useful Not useful (econômicopolítica) desses países. É dentro deste processo que Lenine demonstra a partilha do mundo (fun lmente a palltilha das matériasprimas) pelas
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icular. A concorrência intercapitalista, sem dúvida, vai existir, mas nada tem a ver com um mercado onde os capitalistas particulares produziam isolada-mente e de ecendo esse mercado. (Veremos adiante o ponto focal que nos interessa, qual s , o das novas determinações que o Estado vai tomar com o fenômeno da monopoli polização do mercado, como articulador dos interesses intercapitalistas e com 18. As exportações de capitais, em fase do excedente de acumulação, não signi ociedade como um todo, onde há esse excedente, esteja sequer com suas necessi básicas atendidas. Resulta. isto sim, da lógica do próprio sistema capitalista, que produz não para satisfazer necessidades, mas pa o lucro, produz para a produção. 94 investidor particular).'8 Lenine, ao criticar a posição revisionista de Ka que se junta à visão burguesa e vê nos cartéis "a esperança-de que a paz há d povos em regime capitalista", as-sinala que
"as formas de luta podem mudar e mudam constantemente por diversas razões, re amente temporárias e particulares, a essência da luta, o seu conteúdo de clas , não poderá verdadeira~ mente mudar enquanto existirem classes". (Id., ibid. ). Finalmente, em _Lenine apontase concretamente que o movi-
mento de acumulação;' concentração e centralização do capital vai gerar a "su econcorrência capitalista pelos monopólios", e vai igualmente geràndo o seu contrário. O monopólio já é o contrário da livreconcorrência. De outra parte, o próprio monopólio determina um desestímulo ao progresso técnico e "então tornase pos-sível, no o, travar artificialmente o progresso técnicoH
(Lenine, op. cit.) Exemplos disso existem muitos, desde a época de Lenine até You're Reading a Preview ente. o que nos interessa, sobretudo,Unlock na análise histórica de Lenine é a demonstraç full access with a free trial. onopólio, resultante da acumulação, concentração e centralização de capital q vas for-mas de relações de produção confirma amplamente a teoria do moviment Download Free Trial da própria crise deste mo orização do valor exposta por Marx, e o With agu-çamento ta, de outra parte, para as novas formas que assumem hoje as relações de prod se define, muito mais que uma exportação de capitais, uma internacionalização , o surgimento da monopolização do mercado e de firmas transnacionais (multin s) cada vez mais poderosas, crescente oligopolização do mercado. Aponta, fina para o recrudescimento da crise fundamental do capital, que são as crescente Sign up to vote on this title reiras que se impõe à sua autovalorização. Useful Not useful o trabalho de Rosa de Luxemburgo sobre a acumulação do ca-pital, (Luxemburgo, ) escrito na mesma década do de Le-
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econômicopolítica) desses países. Ê dentro deste processo que Lenine demonst ha do mundo (fundamentalmente a paitilha das matériasprimas) pelas grandes p s. Em suma, o capitalismo monopolista que transforma o capita-lismo em imperiali em como características básicas: _ "a concentração da produção e do capital atingindo um grau de desenvolvimen o que origina os monop61ios cujo papel é decisivo na vida econômica; _ a fusão do capital bancário e do capital industrial e criação, com base nes financeiro, de uma oligarquia financeira; _ diferentemente da exportação de mercadorias, a exportação de capitais assum tância particular; _ a formação de uniões internacionais monopolistas de capitalistas que partil do entre si; termo da partilha territorial do globo entre as maiores potências capitalist (Lenine, op. cit., p. 88). Lenine, em sua análise, mostra então que a livreconcorrência passa para o pl stória. Instaurase uma crescente socialização da produção, embora a apropria icular. A concorrência intercapitalista, sem dúvida, vai existir, mas nada tem a ver com um mercado onde os capitalistas particulares produziam isolada-mente e de ecendo esse mercado. (Veremos adiante o ponto focal que nos interessa, qual s , o das novas determinações que o Estado vai tomar com o fenômeno da monopoli polização do mercado, como articulador dos interesses intercapitalistas e com 18. As exportações de capitais, em fase do excedente de acumulação, não signi ociedade como um todo, onde há esse excedente, esteja sequer com suas necessi básicas atendidas. Resulta, isto sim, da lógica do pró-prio sistemà capitali duz não para satisfazer necessidades, mas para o lucro, produz para a produção. 94 Kausky, que se junta à visão burguesa e vê nos cartéis "a esperança: de qu einar entre os poyos em regime capitalista", as-sinala que You're Reading a Preview
"as formas de luta podem mudar Unlock e mudam constantemente por diversas razões, re full access with a free trial. amente temporárias e particulares, a essência da luta, o seu conteúdo de clas , não poderá verdadeira-mente mudar enquanto existirem classes". (Id., ibid., Download With Freeque Trialo moviFinalmente, em. Lenine apontase concretamente mento de acumulação>,concentração e centralização do capital vai gerar a "sub concorrência capitalista pelos monopó-
lias", e vai igualmente gerando o seu contrário. O monopólio já é o contrário da livreconcorrência. De outra parte, Sign o próprio monopólio up to vote on this title determina um desestímulo ao progresso técnico e "então tornase pos-sível, no o, travar artificialmente o progresso técnico". Useful Not useful (Lenine, op. cit.) Exemplos disso existem muitos, desde a época de Lenine até ente.
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stemática sobre as formas que o Estado assume dentro da evo-lução capitalista r que o Estado é "produto das contradições de classes inconciliáveis" e um in a classe burguesa na exploração da classe oprimida, sinaliza para estas novas . Ver Lenine, V. I. L'État et la révolutión. La doctrine marxiste de L'État e du prolétariat dás la révolutión. ln: Oevres. Paris, 1970.
nine uns três anos antes embora aponte para uma mesma direção e ponto de chegada: a necessária queda do imperialismo como passagem cialismo suas análises concretas diferem em diversos pontos. Já assinalamos rmente a crítica que Rosa faz aos esquemas de reprodução em Marx, o que não é r Lenine. a mesmo se diga da posição de Rosa sobre o papel do Es-tado na reco ueda tendencial de taxa de lucro'" É sobre esta tendência que o trabalho de R revela importante para apreender a natureza orgânica do movimento do capital, uçamenio de suas crises; os mecani~os utilizados para fazer face às suas crises; e, o horizonte da própria superação do modo de pro-dução capital A tese básica de Rosa é de que a sociedade capitalista constituise no único rodução que, desde sua origem, avança destruin-do as demais formas ou modos d tase de um modo de produção que necessita, intrinsecamente, de mercados exte "O processo de acumulação tende a substituir em todas as partes a economia na ela economia simples de mercado e a esta pelas formas capitalistas, e a fazer m que a produção do capital domine como a forma única e exclusiva em todos os etores." (Id. ibid.). A necessidade inerente ao modo de produção capitalista de sub-meter formas nã tas aponta para o seu limite e contradição interna básica. Se, de um lado, a busca de expansão para o exterior é "uma condição permanent olvimento capitalista", é igualmente a única forma de produção que não pode e esmo tempo que tende a converterse em forma única, guarda uma incapacidade i You're Reading a Preview a de desenvolvimento. a aspecto crítico se acentua à Unlock medida que o mercado interno e full access with a free trial. o mercado mundial, mais cedo ou mais tarde, vão se contraindo e 20. Download With Free Trial No que concerne ao papel do Estado na criação das condições da realização de a lhe nega qualquer papel. Essa posição de Rosa, sem dúvida, é problemática. a seguir, como o Estado de fato é cada vez mais demandado para ampliar a dema fetiva para a realização da maisvalia.
21. Sign up to vote on this title Por mercado externo entende Rosa uma zona social nãocapitalista. Setores pré useful Useful deNot listas no interior das fronteiras nacionais ou conquistas mercados atrasad no exterior. Ver Luxemburgo, Rosa de, op. cit., p. 302.
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ções no plano de trabalho e produção,'2 como define novas media-ções do Estad o forma de salvaguardar as relações capitalistas de produção. A própria luta sa por novas mediações. A questão fundamental do presente trabalho, apontada no início, encontra aqui mos, sua formulação mais adequada. Como en-tender ou explicar historicamente dução da teoria do "ca-pital humano", enquanto especificação das teorias do , cujo quadro conceptual reproduz a visão económica ortodoxa, marginalista, p forma de Estado liberal, seja demandada num contexto de monopolização do mer de um Estado intervencio-nista? Como explicar que a ênfase na formação de rec os, ampliação da escolarização "eduquese e vença" se dê num contexto onde o pital assinala uma crescente incorporação do progresso técnico como arma da rcapitalista polariza-ção das qualificações e crescente desqualificação da m stos de trabalho, diminuição relativa do capital variável no pro-cesso produt Finalmente, se a tese do "capital humano", que expressa con-cretamente esta v zação da formação, do treinamento, da escola-rização, não pode ser entendida quinação "ma22. A análise que Gramsci efetiva do fordismo americano exemplifica essa luta el do plano de trabalho e da produção.
.quiavélica" de alguns indivíduos, mas como um produto de um conTer no terreno das hipóteses, que a própria dinâmi. texto histórico determinado, por que mediações a escolarização cres-cente e o colocam a serviço do movimento geral do capital, e como podem agudizar as cr inerentes ao seu movimento? A primeira e a segunda questões encontrarão a nosso ver, compreensão no momento em que suspeitarmos da propalada vinculação necessária entre educação, qualificação e processo produtivo, e si-tuarmos is ra, como um dos mecanismos que o Estado intervencionista utiliza par: fazer face ao .recrudescimento das crise o capital na sua fase monopolista contemporânea. Mecanismo de caráter imediat You're Reading a Preview político e ideológico. Neste âmbito, contraditoriamente, estabelecese, por seu desvínculo, um tipo de vínculo Unlock full access with a free trial. entre o movimento de acumulação geral do capital e educação. A última questão, ligada às duas primeiras, poderá ser ao menos parcialmente With Trial ao se tentar especificar qual aDownload natureza daFree mediação, ou de diferentes media prática escolar e/ou prática educacional são impelidas a efetivar no context forma de Estado (intervencionista) que se atribui o papel de gestor das crise o capital. Cabe neste terreno, em nosso entender, discutir: a) o grau e a natureza da produtividade ou "improdutividade" que represe Sign up to vote on this title m diferentes tipos de intervenção educativa, escolar ou nã6escolar e as dife Useful Not useful rmas de mediação da prática educativa; b) a tendência crescente de tornar a instituição escolar um espaço onde mento desqualificado da escola,ridade se torna um "trabalho improdutivo força
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o âmbito da realização da maisvalia, comércio, transporte, serviços em geral cialização), quer no âmbito dos aparelhos repres-sivo eideológico do Estado, volvidos seja na produção, seja na realização da maisvalia ou mesmo relegar ego ou subempregos força'dos. A ampliação da escolarização serviria, então, a um mesmo temp~, para que o capital pinçasse de seu bojo tanto aqueles necessários ii produção imediata como aqueles que se alocam nos criando, dentro desse âmbito, a elevação constante dos requisitos educacionai funcionando como justificativa de prolongamento da escolaridade e conseqüent ar-damento do ingresso dos jovens no mercado de trabalho, fazendo da própria um mercado improdutivo. Esse processo nada teria a ver com oferta e demanda d deobra qualificada. Dentro desse quadro, os diferentes mecanismos seletivos desen-cadeados no int do processo escolar e ao longo de toda traje-tória escolar, reflexo da selet social de um lado, e da desqua-lificação do trabalho escolar de outro, torna fessor um de-codificador de pacotes de saber produzidos em série, cumprem um mportante. Ocorre, entretanto, que 'esses mecanismos parecem não conseguir fazer face ao ingente crescente de jovens nãonecessários na pro-dução imediata, e também n ito dos serviços, por mais que estes se ampliem. A crença da educação como me obilidade social individual, construída como mecanismo para resolver uma cris lagrada pela própria lógica da acumulação e reprodução capitalista, começa a rário: a crise pode aparecer num nível mais agudo. Crise esta que parece ter tornos mais críticos quando circunscrita a formações sociais cujo desenvolvimento capitalista está profundamente manietado ao jugo do capital internacional, como é o c·aso específico brasileiro. Nesse sentido, ainda que no terreno das hipóteses, a tese do capital humano p er como resultado concreto algo diverso e até mesmo contrário do que pretende alizar o discurso por ela /s SLj~] J
You're Reading a Preview Unlock full access with a free trial.
Download With Free Trial pode constituirse em fec veiculado mediante uma análise concreta, histórica, canismo de conscientização. Esboçamos até aqui os traços básicos e específicos do modo de produção capita aráter orgânico do movimento de acumulação, concentração e centralização do c contraditório. Para responder as questões acima apontadas, especifi-camente que a tese do capital humano não é resultante de Sign umaupidéia fortuita deum inv to vote on this title , mas uma produção decorrente das contradições do capitalismo e~sua fase mono Not scaremos discutir as novas formas de organizaçãodaUseful produção e useful o novo papel q Estado no capitalismo contemporâneo. Explicitando a idéia de que "~a socieda uesa as relações de produção tendem a configurarse em idéias, conceitos, dou
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Situase aqui, a nosso ver, um dos pontos críticos do trabalho que realizamos. Para aprofundar as análises críticas, devemos neces100
sariamente superar as Vlsoes que ora colocam a educação ao nível de infraestrutura (produção imediata da maisvalia), ora relegam apenas à fu , superestrutural, um aparelho ideológico doEstado para situála ao nível da e contraditória das relações capitalistas de produção. Encontramos o ponto de a superação em diferentes pontos da obra de Marx quando aponta para uma disti o processo imediato da valorização do ca-pital (processo imediato de produção gerais de pro-dução. Launay sintetiza o sentido das condições gerais da produ boa, medida se situa a mediação da prática edu-cacional da seguinte fo{ma: "Por condições gerais de produção não entendemos as características de produç s épocas, mas as atividades necessárias para pôr em ação o trabalhador coleti is a produção se torna social, mais se desenvolvem funções gerais indispensáv a produção, isto é, a .manutenção de um modo de dis~ tribuição do trabalho so ores capitalistas, trabalho que somente adquire sua validade social após ter ado pelo mer-cado~ só é possível graças à extensão de uma esfera de trabalho , cujos resultados se realízam fora do mercado" .23
Para entender essa questão é necessário balizar as novas formas de sociabilid pital e o papel do Estado no seu interior dentro da fase atual do capitalismo. Gramsci, a nosso ver, permitenos, na mesma linha de ótica até aqui desenvolvida, avançar nesta análise, através do Estado integraL O Estado (integral) é entendido por Gramsci não apenas como O aparelho govern (,sociedade política), mas também como os aparelhos privados de hegemonia (s e civil). (Glauksmann, C. B., 1980, p. 175). Desta forma de conceber o Estado decorrem duas teses de Gramsci, que permeiam You're Reading a Preview análise deste item: "O Estado não é um instrumento Unlock externo à classe, mas desempenha um papel em s full access with a free trial. ação/constituição." (Id., ibid., p. 175).
Download WithàFree Trial que as relações capitalis Este papel veremos assume especificações medida e dão sob novas formas e as crises e lutas intercapitalistas se acirram. 23. Launay, Jean. Elementos para uma economia política da educação. ln: Duran G. org. As funções ideOlógicas da escola educação e hegemonia de classe. Rio Zahar, 1979, p. 211. 101 Sign up to vote on this title
Useful Not useful A seguuda tese derivada da concepção integral de Estado, inti-mamente ligada é de que "a separação entre o econômico e político, na ideologia como na prá
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são orgânicas, decorrências, em última instância, das formas que as relações capitalistas de produção vão assumindo dentro do movi-mento de acumu ntralização do capital. "O imperialismo não é uma questão de escolha para uma italista: é seu modo de vida"?" A visão de Estado acima esboçada nos permitirá, especialmente, entender que a e intervenção do Estado na economia e o crescente contingente de quadros de t tas e burocratas e de 24. Magdof, H. Era do imperialismo. São Paulo, Hucitec, 1978, p. 22. De acord Magdof, "o imperialismo de hoje tem diversos traços distinta-mente novos. Sã ... ): 1. o destaque passou da rivalidade no retalhar o globo para a luta contra a contração do sístema imperialista; 2. o novo pap tados Unidos como organizadores e líderes do sistema imperialista mun~ dial; avanço tecnOlógico internacional". (Magdof. H.) op. cit,,p. 41~2). 102 trabalhadores improdutivos são uma decorrência necessária do pro-cesso de bal do capital. E, a partir desta visualização, podese mostrar que as teses italismo de Estado", "burguesia de Estado" e "modo de produção tecnoburocráti reendem a especificidade e natureza do papel do Estado na fase de um capitali oligopolizado, e nem o problema das classes sociais".25 Não cabe no escopo deste trabalho uma análise das diferentes fases históricas volvimento do capitalismo, desde o mercan-tilismo, fase concorren2i~1 e monop a, ea especificidade do papel do Estado nestas diferenies fases. Do mesmo modo, concebendo o surgimento do monopólio como decorrência da própria lei da livreconcorrência que, como vimos anteriorment cumulação e concentração, não procede para os propósitos do foco do estudo que realizamos efetivar uma análise histórica culminância do desenvolvimento da livreconcor-rência (18601880) e o surgime envolvimento dos cartéis até se constituírem na base de toda a vida econômica pitalismo se transforma em imperialismo (1900). A título indicativo, mostraremos que o Estado liberal tem sua vigência na fas rrencial de reprodução ampliada do capital, e que o Estado intervencionista, You're Reading a Preview se constitui na etapa monopo-lista desta fase, sendo que sua radicalização se mais incisiva-mente após a II Guerra Mundial, onde a oligopolização do mercaUnlock full access with a free trial. especificidade do novo imperialismo. O que nos importa é dimensionar o fenôm al da oligopolização do mercado, a fase imperialista atual (70 anos após o tr Download With Free Trial Lenine e Rosa) e a especificidade do Estado intervencionista nas novas forma ue assumem as relações de produção?6 25. Para uma crítica a estas teses, ver Hirata, H. Capitalismo de Estado, bur a de Estado e modo de produção tecnoburocrático. Revista Discurso. São Paulo, 971; Beutel, M., op. cit., p. 5377; Gíanottí, A. Em torno da questão do Est burocracia. São Paulo (Estudos Cebrap, n. 20), p.Sign 113129. up to vote on this title 26. É bom frisar que essa delimitação se faz necessária e é imposta pelo obje Useful do Not useful humano e s capital cuja preocupação básica é situar o surgimento dateoria terior desta fase do capitalismo internacional. 103
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ob as categorias básicas do indivi-dualismo, liberdade, propriedade, seguranç , vaise consti-tuir em sustentáculo dos desígnios da acumulação ampliada do O liberalismo econômico define o papel do Estado (liberal) pela "negativa" à intervenção nas leis do mercado. Ou seja, o Estado é 27. É preciso atentar para o fato de que as fronteiras eniTe o econômico, o político e, no seu interior, as funções do Estado não se dão de forma linea as instâncias, como vimos anteriormente, uma necessária ligação. O que querem qui é que as formas que o Estado assume são, em primeira instância, as formas ganicidade do capital constitui, embora não sem contradições, para o moviment aqtovalorização. 28. A análise efetivada por Francisco de Oliveira sobre evolução econô~ mica ial brasileira ilustra o que acabamos de mencionar. Oli~ veira assinala em di entes trabalhos as determinações e papéis que o Estado assume na intermediaçã ses capitalistas no Brasil. desde a "emer~ gência do modo de produção de merc até os padrões de acumulação oligopolistas 'lOS cinqüenta anos em cinco". Ve rancisco. A eco~ nomia da dependência imperfeita. São Paulo, Graal, 1980. A t ra o capitalismo monopolista no Centro~Sul. ln: Elegia para uma re~(lí)gião. Ri neiro, paz e Terra, 1978, p. 101 segs. O Terciário e a divisão social do tra São Paulo, 1981. (Estudos Cebrap, n. 24). Ver, igual-mente Coutinho, C. N. O ismo monopolista de Estado no Brasil: algu-mas implicações políticas. ln: Dem o valor universal. São Paulo, Livraria Editora Ciências Humanas, 1980, 1980, 18. 29. Para uma discussão .mais detalhada sobre as categorias básicas do liberal er Pereira, L., op. cit., p. 3766. 104 posto como uma instituição que paira acima dos interesses das classes um or neutro que se ocupa na definição dos parâmetros que definem as categorias nciadas, e que se coloca à mar-gem das atividades econômicas. Estas são condu meca-
You're Reading a Preview nismos autônomos do mercado. A concorrência entre os "múltiplos capitais" vai estabelecendo umaUnlock taxafullmédia de lucro que serve de patamar para access with a free trial. elações intercapitalistas no conjunto da sociedade. Concebendo as crises econômicas como meras imperfeições do mercado, anomalias Download With Free Trial turais, o Estado liberal se limita à fiscalização, emissão de moed?, emprésti'mos, ou intervenções tópicas com
o objetivo de assegurar Ô' bom funcionamento do mercado (leiase dos interess tercapitalistas). Na sua aparente neutralidade, na declaração de sua função mar-ginal, eventual Sign up to vote on this title ermos econômicos, o Estado liberal es-camoteia sua verdadeira função na defin eUseful Not useful ociais de produção sobre as quais está edificado, salvaguarda os interesses ma capitalista como um todo. Entretanto, como o movimento orgânico do capital historica-mente se encarrega
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A segunda passagem decorre da noção mesma de Estado integral (sociedade polít iedade civil) anteriormente indicada, o que 105
permite a Gramsci mostrar a permanente função económica do Estado confi a cada vez mais clara, configuração esta que assume uma forma cabal após a II undial. As teses neocamesmo no interior do liberalismo. pitalistas31 vãose constituir no novo modu randi do sistema ca"A formulação do movimento da livre troca baseia~se num erro teópitalista, cujas características específicas decorrem das necessidades rico do qual não é difícil identificar a origem prática: a distinção
orgânicas do próprio capital, bem como da tentativa de o sistema entre sociedade política e sociedade civil que de distinção metódica se trans esentada como distinção orgânica. Assim, _ responder o desafio do progresso m s forças anticapitalistas. afirmase que atividade econômica é própria da soc l e (Mendel, E., 1971, p. 96). que o Estado não deve intervir na sua regulamentação. Mas como na realidade factual sociedade civíl e Estado se identificam, deve~se considerar que também o liberalismo é uma regulamentação de caráter estatal introduzida e manticta por caminhos legislativos e
3 . 1 . O Estado intervél)cionista: decorrência histórica You're Reading a Preview coercitivos: é um fato de vontade consciente dos próprios fins e não a expressão espontânea, automática, do fato econômico. Portanto o das novas f Unlock full access with a free trial. ociabilidade do capital Download With Free Trial , liberalismo é um programa político destinado a modificar, quando triunfa, os dirigentes de um Estado e o programa econômico do próprio Estado." (Gramsci, A., 1978b, p. 32).
Os aspectos abordados ital, colimando com a al no âmbito Lenine e se sustenta como tal
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no item 2, concernentes ao movimento de autovalorização Not useful Useful análise histórica de A visão de um Estado neutro e com alguns aspectos da análise de Rosa de Luxemburgo, são d e tem seu efeito esperado até que o suficientes para po
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s, dos interesses do capital no seu conjunto.
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~ rencial ao capitalismo monopolista em' sua etapa' atual: o imperialismoH 30
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A oligopolização do mercado" expressão consagrada para caracterizar formas de organização económica do modo de A crise dos automatismos de mercado que se acentua no bojo do próprio desenv ento do capitalismo monopolista tem na grande depressão de 1929, que atinge tema capitalista no seu
31. Keynes representa, sem dúvida, uma das expressões mais significa-conjunto o histórico importante. Tratase de um marco que tivas de elaboração teórica sta em torno da intervenção do Estado. delineia o fim da crença no capitalism encial e demarca o Não cabe aqui uma análise das teses de Keynes, mas sim apo e seu trabalho representa uma forma de justificar a intervenção do Estado na orienihício da defesa das teses da intervenção do Estado na programação
tação e superação da crise aguda que afeta a harmonia capitalista. Mais adian económica. Em contrapartida, o Estado intervencionista toma uma retom tema sobre a não efetivação das Teses Keynesianas em rela-ção às teorias do r Gorz, André. A idade de ouro do desemprego. ln: Adeus ao proletariado para o socialismo. Rio de Janeiro, Forense, 1982, p. 158~80. 32. Não há pretensão neste trabalho de efetivar uma abordagem ampla
30. Gramsci, A., op. cit., p. 178. Nesta passagem Gramscí referese espe-sobr stão da oligopolização assunto de resto complexo e que envolve cificamente a italiano (1919), mas que no caso expressa o rumo da uma trama que se situa mu You're Reading a Preview além dos propósitos deste trabalho. O que imanálise que efetIvamos de umá forma mais global. porta é situar a prob Unlock full access with a free trial. el que permita circunstanciar o 'objeto 106 107 ~
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dorias e do capital. Neste sentido o oligopólio é tomado como um desvio, uma ição do sistema de preços, passível de correções conjunturais. A oligopolização enfocada, dentro da ótica do movimento de autovalorização e Sign up to vote on this title capital isto é, da tendência do capital de concentrarse nos leva a percebe Useful Not useful ao invés de ser um desvio da trajetória capitalista, "é algo que decorre ju~tamente da forma pela qual este sistema evo-lui, decor igoros~aplicação dàs leis de produção da merca-doria, da ampliação e vâlpriza
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as uma relação social que intermedia a trama das relações sociais de produção No interior do capitalismo concorrencial essa trama se constitui mediante um imento de particularização e generalização do capital. "Desde o princípio o capit.fll é um fenômeno singular, resumindose numa dete oma de valores transpassada pelo movimento \
34. Na discussão desta questão, valemonos especialmente do trabalho de José anotti Formas de sociabilidade capitalista. São Paulo. 1981, p. 41126 (Estudos Cebrap, n. 24) e dos trabalhos de Francisco de Oliveira, a riormente citados. 109 o \.. , i.:J
de autovalorização. Mas para que subsista nesse processo, não é um fenômeno s está sempre sendo reposto pelas travações do capital social como um todo que rmina a taxa média de lucro na qualidade de parâmetro a que todos os capitali vem ,curvarse," (Gianotti, J. A, 1981, p. 95). A taxa média de lucro resultante do próprio movimento do capital faculta ao s capitalista prescindir de um fundo público da natureza das sociedades précap as, cuja função precipua é permitir a manutenção da continuidade da produção que a mesma possa vir a S'ôf abalada. O capital, ele mesmo, assume a coorden rodução mediante seu movimento de auto-valorização. «A instalação e manutenção do valor se faz por meio da expansão de uma rede d rodutivos, o que tem como conseqüência a marginalização de uma quantidade de de imediato, não é transpassada pelo movimento do capital. O capital em seu e e desdobra numa riqueza social que não se confunde com ele (. , . ). O capita You're Reading a Preview nsegue reporse graças à auréola de valor que o circunda, núcleo e periferia a riqueza social par-ticular. Por esta via o próprio capital põe seu outro, c Unlock full access with a free trial. xte-rioridade particularizandose como capital nacional35 nação aqui entendi ente como o solo e a população de que necessita Download With Free ibid., Trial o capital para manter sua sobrevivência". (Id., p. 947). A parte improdutiva da riqueza social e que, no capitalismo concorrencial, se nstitui no fundo público e tem a função de ins-talar "as condições gerais da a, comum ente deno-minadas de infraestrutura e que possuem um movimento próp reposição" (id., ibid., p. 100) nada tem a ver com o fundo público das formaç récapitalistas; funciona como instrumento de realização da maisvaliagerada Sign up to vote on this title res privados. Useful Not useful "O fundo público não desempenha aquele papel cheio de conteúdos, cumprido pel antigo, que se infiltra na produção como parte essencial dela: resumese, pe rário, em amoldar conteú-dos já existentes, em subsumir indivíduos e produtos
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te do capital quebrase a livreconcorrência, embora a'90ncorrência intercapitalista continue. Trata-se, poré onco1<.rência que" assume novas especificações. A empresa oligopolizada "contorre em vários tabuleiros: na apropriação da mais~valia, gerada dentro de seus muros, no seu relacionamento com a taxa de lucro e no seu convívio com a riqueza social". (Gianotti, op. cit., p. 102). Isso lhe é possível, porquanto ela se constitui onglomerado que explora ramos diversos de .atividade, possui internamente um minisistema de autofinanciamento e com isso pode planificar e racionalizar melhor suas decisões. Essa mudança na organização económica da produção, que deli-neia a forma de s o atual, não vai apenas configurar uma tendência crescente de aumento de tama empresas, da internacionalização do capital mediante gigantescas organizaçõe tinacionais e/ou transnacionais, sociedades anônimas, mas, em decorrência deste processo, vai afetar profundamente a determinação das taxas de l contrário do capitalismo concorrencial, onde existe uma taxa média de lucto q za as decisões intercapitalistas, a oligopolização do mercado determina a pos e concreta do surgimento de várias taxas de lucro, onde de imediato aparecem xas do mercado oligopolizado e nãooligopolizado. As diferentes taxas médias de lucro, resultado das novas formas de sociabilid o capital, indicam não só uma competição inter-capitalista desigual entre set izados e nãooligopolizados,36 36. Dentro de uma visão economicista e determinista, poderia imaginarse que do desenvolvimento capitalista levaria, num determinado momento, ao desapare ento do setor nãooligopolizado. O que ocorre de fato, porém, é que o próprio e oligopolização, ao baratear o capital constante recria, estruturalmente, es r. Por aí pode depreenderse que a tendência do sistema capitalista não é a e ise reside na contradição interna do capital, nos seus limites de autovaloriz 111 You're Reading a Preview
ou entre capital industrial, comercial, bancário e financeiro, como também ex Unlock full access with a free trial. a existência de cisões, rachaduras dentro da pró-pria burguesia. A concorrên talista, dentro desta forma oligopolizada de organização da produção, vai se Download Free Trial e o aumento da produtividade, através daWith inovação tecnológica, através do pro A redução dos custos de produção vai decorrer especialmente da produção em e do oligopolizado, a inovação tecnológica, a crescente incorporação do progres rodução e o conseqüente aumento do capital orgânico e dimi-nuição relativa do uma imposição da concorrên-cia intercapitalista." A crescente incorporação do progresso técnico nãoSign decorre, pois, da escassez up to vote on this title icação da mãodeobra, mas da lógica das leis do capital. A tendência, do pon Useful Not useful do traba o mnndo do trabalho, é uma crescente radicalização da abstratividade ndo uma força de trabalho nivelada por baixo, relativamente desqualifi-cada alhador coletivo.38
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38. Este processo determina que a questão do trabalho produtivo e impro-dutivo se ue para a questão do trabalho coletivo. Esta discussão, funda-mental para com o tipo de produtIvidade específica da mediação edu-cativa no processo de prod a, será retomada no Capítulo 3. 112 quer pela própria desorganização que poderia, em certos casos, im-
primir ao sistema. Há, então, um congelamento do processo técnico que representa um atraso no avanço das forças produtivas. Em contrapartida, o processo de competição intercapitalista, que instaura um de produção que se acentua na produção pela produção, e não para satisfazer ais, com a criação crescente de novos produtos e especialmente de novos meios dução, acaba por gerar um processo de obsolescência precoce desses meios. A v tecnologia já obsoleta nos centros mais dinâmicos do capitalisrrto internacio ra regiões do chamado "Terceiro Mundo", tem sfdo uma estratégia para compensar a precocidade da obsolescência. o fenômeno da oligopolização do sistema produtivo vai revelar, de forma cada nítida, as leis da tendência do modo cll
Not useful Useful Essa contradição. inerente ao movimento do. capital e que gera a tendência de do lucro nos leva a perceber, então, que o 113 sistema capitalista, nesta fase de oligopolização, aprofunda e radi-caliz
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, é que com o avanço das forças pro-dutivas e na medida em que o capital não der absoluto sobre o "destino" do homem, do qual não pode prescindir, à oligo mercado contrapõese, como forma de luta, uma cres' cente organização da cl alhadora. Neste sentido, se na verdade a classe trabalhadora não cria as cris capital por sua cres-cente organização e consciência podem exploráIas na ó teresses.'o A educação escolar enão escolar, quando posta a serviço dos inter asse trabalhadora, constitui instrumento valioso para esta organização e cons A quebra das condições objetivas de uma concorrência inter-capitalista sob ba elação de forças similares, a partir da 39. Sobre esta questão, Ernest MandeI nos traz alguns dados relevantes mostra evolução do excedente da indústrb automobilística nos EUA e da construção na bras na Alemanha e outros produtos a nível de Mercado Comum Europeu. Ver Mand . A economia do neoca~ pitalismo. ln: Pereira, L.; erg. Perspectivas do capit smo moderno, op. cit., p. 8899. 40. Vale ressaltar a atualidade das críticas de Lenine e Gramsci ao econo-mic e veicula a idéia de que se o capitalismo engendra em si o germe da destruiçã ens nada têm afazer. As circunstâncias é que fariam a história. Lenine e Gram que esse mecanismo faz esquecer que os homens é que fazem a história em circ s dadas. 114 crescente oligopolização do mercado, como vimos, vai determinar o desapar o de uma única taxa média de lucro. Ao desaparecer esse patamar básico, apare o próprio sistema capitalista perderia sua especificidade. Isso, porém, não r diferentes razões, sendo que a mais imediata situase no fato de que embora ande empresa se oriente por uma planificação, tratase de tipo
,de "planos" subordinados à formamercadoria que seu produto deve assulI)ir. tra parte, a categoria capital social total não se cons-titui na categoria ma a com que opera o sistema capitalista. Gianótti destaca que 'n'o,s Grundriss~ x vai referirse a uma nova categoriacapital em geriU. You're Reading a Preview '. "O capital em geral diferentemente dos capitais particulares, se apresenta po Unlock full access with a free trial. erto, apenas como uma abstração arbitrária, mas uma abstração que capta a dif do capital diferen~ temente de todas as outras formas de riqueza ou modos e Download With Freede Trial ue a produção (social) se desenvolve. Tratase determinações que são comun tal enquanto talou que fazem duma _deter-minada soma de valores um capital. E iferenças dentro dessa absiração são igualmente particularidades abstratas, q i-zam toda a espécie de capital, ao ser sua posição ou negação (por exemplo, capital circulante); mas o capital em geral, distinto dos capitais reais par ulares, é ele próprio uma existência real. Isto éSign conhecido pela economia vul up to vote on this title não o compre-enda, constituindo um momento muito importante de sua doutrina Not useful Useful pensações, etc. Por exemplo, o capital nesta forma geral, embora pertencente ersos capitalistas, em sua forma elemen-tar como capital, constitui o capital se acumula nos banks ou se distribui por eles, e COmo diz Ricardo, se distrib
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funda, o capital articulase com a riqueza social, que não é valor, mas que é posta por ele. 115 "Comparado com o fetichismo da mercadoria, o fetíchismo do capi~ tal revela suas particularidades. O primeiro se arma porque cada valor de troca particular se dá como expressão de um valor geral, duma abstra~ão que não possui uma medida previamente determÍN nada, de modo que no mercado, tudo se passa como se cada objeto fosse a encarnação dum deus absconso. O fetichismo do capital é mais complexo: além de incorporar o feti~ chismo da mercadoria, supõe ainda uma nova forma de alteridade:
o próprio objeto se põe como estranho a si mesmo, como medida de si que perde drão no meio de seu caminho. Em lugar de cumprir a determinação mais simples social que se identifica pelo outro, o capital supõe como ele não fosse ele p a despeito do outro no qual ~le se espelha não ser mais que sua particulariz iva." (Gianotti, op. cit., p. 106). Ê exatamente no contexto do capitalismo monopolista em sua fase crescente de opolização do mercado, onde o sistema capitalista vai ampliar seu caráter aná rrer o risco de um asfixiamento crescente por superprodução, por nãorealizaç que o capital, para completar o circuito, vai necessitar da massa de riqueza ial, posta por ele, e que toma a forma de um fundo ou tesouro público. O fund tesouro público vai funcionar como "um pressuposto geral de toda a produção", como um capital financeiro em geral. (Oliveira, F., op. cit, p. 104). Neste âmbito é que o pa Estado vai se mostrar decisivo. O Estado, que num contexto de um capitalismo correncial é posto à margem do cir-cuito da reposição das relações econômicas econômicas, é constrangido a assumir cada vez mais um papel interYou're Reading a Preview vencionista. "Assim sendo, o Estado contemporâneo não é tão~somente O repre~ sentante do c Unlock full access with a free trial. próprio é um capitalista na medida em que possui capital em geral. ( . .. ) Estado como pessoa juríM dica que surge como capitalista, cuja ferocidade ca Download With Free Trialuma propriedade, que se mo nveja ao antiquado capitalista empreendedor. Agora a coletiva, põe~se como universal, mas efetuaMse como um particular ao lado d ros particulares, graças ao processo de dupla posição, característico ao capi 1." (Gianotti, op. cit., p. 110). O Estado, então, vai cumprir um papel crucial, não pelas razões da queima do Sign up to vote on this title e, com isso, permitindo a manutenção da taxa de lucro, mas exatamente por um Useful Not useful qualidade: além de ser o mediador entre as forças sociais em ação, e produtor de serviços, vai tornarse produtor de mercadorias, produtor de valor. Mas além desse pape
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aparece entre esse Es~Mtado produtor e as formas privadas de, riqueza nacion uma contradição do capital, mas não uma forma mortalmente antagônica de oposi es", (Id., ibid" p. 103).
Ao contrárie, com o rompimento da taxa média de lucro como locus para onde co m os interesses intercapitalistas, o Estado passa a ser o novo patamar de uni ação do capital no seu conjunto. Os conflitos e interesses burgueses têm no E onto de referência. "A profunda imbricação do Estado com as grandes corporações, que é a caracter iente do capitalismo monopolista e, simultaneamente, do Estadomoderno, coloc m primeiro plano a necessidade do estabelecimento ou da fixação da taxa de lu ra o capital monopolista, e nisso reside a característica política mais saliente ado; continua a existir, por certo, na faixa das médias e pequenas empresas ( do nãoMoligopolizado). uma espécie de capitalismo c;oncorrencial entre elas, geral, mesmo a faixa de lucros dessas empresas é dada a partir do conluio do o e grandes corporações oligopolistas. O caráter anárquico do capita~ lismo p as et pour cause ampliase extraordinariamente: daí qualquer crise na economi italista de hoje ser também, e simultaneamente, uma crise do Estado", (Id. ib p. 106).
A análise efetivada por Gramsci sobre a unidade dialética da infra e superest a imbricação entre sociedade politica e sociedade civil, anteriormente assinalada, iluminam a trama que se vai tecendo no interior do capitalismo monopolista entre o eco-nômico e o polit m como as especificações que assume a luta de classes e as possíveis mediaçõe tes práticas educativas. 117 You're Reading a Preview
As novas formas de sociabilidade do capital, ao tornar o Estado Unlock full access with a free trial. um produtor de mercadorias, e o novo patamar de ligação ao capital como um todo, especialmente o grande capital, ao mesmo tempo Free Trial reduzem os graus de liberdade deDownload o mesmoWith oferecer bens e serviços abaixo do custo, como e por conseqüência apontam para uma crescente exploração política do Estado em função da geração de mais valor, ou em função de permitir ao grande capital essa geração ou realização. Desfazse cada vez mais a ambigüidadeSign que o Estado man- up to vote on this title tinha no interior de um capitalism~ concorrencial da imagem de um Useful Not useful Estadoinstrumento e mediador do "bem comum") e revelase mais nitidamente seu caráter explorador.41 Essa exploração incide, obvia-
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41. Do ponto de vista político, vai revelarse que o parlamento, enquanto loeus de defesa dos interesses da burguesia, perde sua força. Tratase de uma ituição cuja função se esvazia com o fim do capitalismo concorrencial. Os min icos vãose constituir na "arena" que representa os inte-resses reais da burg Cf. apontamentos curso F. Oliveira, op. cito Ver Cou-tinho, C. N., op. cit., segs. 42. A política econômica do Estado brasileiro, ap6s 1964, especialmente na fase d re, exemplifica, no limite, o nível a que pode chegar a explo-ração política re o trabalhador.
43. O programa de Merenda Escolar, veiculado como uma medida básica de política e nal, apoiado até mesmo em pesquisas que mostram a in-terferência da ,"fome" s rendizagem. além áe cw::nprir um papel de escomotear O caráter estrutural da da fome garante a circulação e a realização da maisvalia prOduzida em multi igados à fabricação de gêneros alimentícios.
A intervenção do Estado na economia não se dá, então, pelas razões enunciadas década de 30 em sua famosa Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, (Key J. M., 1970) onde postula que, para manter a demanda agregada, valeria a pena
o Estado pagar pessoas para abrir buracos. Nem por razões apenas conjunturais igor, a tese keynesiana apenas anuncia que a econo-mia capitalista, na medida ue avança em seu processo de cen-tralização, tenderá a uma crescente estagnaç ego, sem a intervenção do Estado. "A teoria do deficit spending keyne-siana é e, que no c'lpitalismo monopolista o Estado tem que ser, necessariarli~nte, p e ativa da produção do capital", abandonando a postura dós seus antecessores s e margi-nalistas de um Estado do laissezfaire. (Oliveira, F., op. cit., p. You're Reading a Preview . o Estado intervencionista, em suma, vaise caracterizar como Unlock full access with a free trial.
o patamar por onde passam os interesses intercapitalistas, e cumpre a um temp With Free Trial de modo interrelacionado: umaDownload função econômica, enquanto cada vez mais se t mesmo produtor de maisvalia ou garantindo, por diferentes mecanismos (subsíd absorção de perdas), ao grande capital privado esta produção; uma função polí ervém politicamente para gerar as condições favo-ráveis ao lucro; e uma funçã to se apresenta como um mediador do bem comum, uma força acima de qualquer su a e acima do antagonismo de classes. Sign up to vote on this title Esclarecese o aparente paradoxo mencionado no primeiro ca-pítulo, caracteriz Useful Not useful neocláss o futo de ter a teoria do capital humano todo umrelerencial teórico arginalista, e surgir exa-tamente no contexto de um capitalismo monopolista, interven-cionismo do Estado na economia é cada vez mais patente. A ideo-logia
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ar uma dupla mediação produtiva para os interesses do capital monopolista. Pr ente evadem os· reais fundamentos do processo de acumulação, concentração e c crise do capital situando a crise não no modo da organização da produção ca o conflito capitaltrabalho, mas em aspectos circunstanciais; e, em segundo lugar, viabilizam e legitimam as medidas de recomposição, porém não de superação, das crises do s sta em sua fase imperialista atual. 3 . 2 . A teoria do capital humano e a especificidade do modus operan da educação na recomposição imperialista .. Discutimos até aqui, ainda que de forma por vezes rápida, as novas formas que sumindo a organização do capital uo processo de acumu1ação capitalista e, no seu interior, a crescente e necessária intervenção do Estado a ponto de tornálo um capitalista particula roso instrumento de exploração política a favor dos interesses do grande capi Neste item buscamos mostrar que a teoria do capital humano constituise nnma ticularidade das teorias de desenvolvimento e das teses neocapitalistas, uma ecificidade das apologias do capi-talismo em sua etapa monopolista,. onde o o io representa a forma mais evidente das novas formas de sociabilidade do capi . 44. Temse enfatizado, ultimamente, a análise das relações entre edu-cação e dúvida, estas análises representam um esforço ampla-mente positivo e revelam re os planos econômicqpolítico, social e educacional. A categoria dependênci anto, enquanto formulação teó-rica, parece ser limitada para apreender a natu sumem as relações e as formas de produção no capitalismo contemporâneo, bem c elações entre o econômico, o político, o social e o educacional. A análise da alístas, qualquer que seja o âmbito focalizado, ainda que ° fun-damental seja acaba por revelar que à medida que o capital se transnacionaliza, e enquanto não tem pátria, o problema não se situa nas relações de dependência, mas nas burguesia detentora do capi-tal em diferentes pontos do mundo. 120 You're Reading a Preview
No âmbito propriamente educacional e pedagógico, a teoria do capital humano v Unlock full access with a free trial. rse à toda a perspectiva tecnicista que se encoutra em pleno desenvolvimento ada de 50. Neste aspecto há um duplo reforço. A visão do capital humano vai r Download With Free Trial educacional de a a perspectiva da necessidade de redimir o sistema sua "ineficiência" e, por sua vez, a perspectiva tecnicista oferece a metodologia ou a tecnologia adequada para constituir o processo cducacional c um investimento a educação geradora de um nova tipo de capital o "capital . A educação, para 'essa visão, se reduz a um faÍqr de produção. \, Sign up to vote on this title É sob este duplo reforço que a teoria do capital humano vai Useful Not useful "
esconder, sob a aparência de elaboração técnica, sua função principal ideológ
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r, 1970, p. 7. Para uma discussão mais detalhada sobre esta ques-tão, ver tam ostos teóricos da atuação metodológica do Senai e escola acadêmica convencion tto, G. Efeitos cognitivos da escola-ridade do SEN AI e da escola acadêmica c onal uma pedagogia para cada classe social? Dissertação de Mestrado. Rio de , IESAE/FGV, 1977. 121 "~~~~-
inicialmente e de forma pioneira nos EUA, decorre exatamente por ser nesse pa e a forma monopolista do capitalismo se encontrava mais desenvolvida. A categ a capital humano, embora seja uma idéia, como vimos no primeiro Capítulo, que a a Adam Smith e reaparece ao longo de diferentes momentos histórico~ mesmo teratura brasileira somente no interior de um capitalismo avançado a mesma a um papel económico, político e ideológico específico. Vale, neste particular, a obse;vação de Marx no Método da economia política, ao se referir sobre a,s categorias posse, propriedade, trabalho etc., em seu sentido abstrato e concreto. Na "organização histórica da produção mais .desenvolvida e mais va-riada que exi ias que exprimem as relações desta sociedade é que permitem perceber a estrut reláções de pro-dução de todas as sociedades desaparecidas sobre cujas ruína e cujos vestígios ela ainda guarda". (Marx, K., 1977a p. 223). . Mas é precisô, entretanto, atentar para o fato da especificidade das socied esmo no interior do capitalismo, para não cair na ótica dos economistas burgu que suprimem todas as diferenças históricas e vêem, em todas as formas de soc sociedade burguesa. (Id., ibid., p. 223).You're Reading a Preview A teoria do capital humano, como apontamos acima, é apenas uma das especifica Unlock full access with a free trial. teorias de desenvolvimento que se desen-volvem amplamente nos anos após a II Mundial. O mesmo vai ocorrer no âmbito mais específico das teorias educaciona With AFree Trial das relações trabalhoc como no campo da administração Download e controle. questão istração do processo de trabalho, surge com novas abordagens. Tratase de uma ta necessária, de um lado, à crescente mecanização, automação, com a ampliação de inversões de capital em grandes unidades de produção; e, de outro, e em de-corrência di mutações que sofre o processo de trabalho.4 Sign up to vote on this title 46. Braverman, em sua obra Trabalho e capital monopolista A degra-dação do Useful Not useful básicos, em no século XX. Rio de Janeiro, Zahar, 1977, capta, seusaSp'ectos a que nos referimos aqui. A. Gorz, igualmente organizou um conjunto de ensai no livro Crítica da divisão do trabalho. São Paulo, Martins Fontes, 1980, qu
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As teses desenvolvimentistas,48 especialmeute a idéia de modernização não só coincidem como reforçam o intervencionismo do Estado, no interior de diferentes formações sociais latinoamericanas, como leg a ação imperialista. Neste sentido as teorias desen-volvimentistas vão enseja só um intervencionismo económico e militar, mas igualmente político, social onal,
47. Para uma análise da gênese das teorias do desenvolvimento no inte-rior do smo pósguerra, ver Hopkins, G. & Latour, F. L'histoire des theories du devel nt et ses enseignements a long terme. ln: Université de Paris, IUBR, IEDES, Paris, n.o 1402, 1974, p. 213. 48. Não cabe no escopo deste trabalho uma análise das teorias de desen-volvim surgem no interior do capitalismo monopolista fase de acumulação ampliada d al, como justificativa ideológica (ocultação e direção) para o intervencionis face às crises, do Capital. Vale, apenas, sinalizar que estas teorias assumem rentes perspectivas. Destaca-mos, a ótica que se calca sobre índices quantita a "mensurar" os dife-rentes "estágios" de desenvolvimento. Desenvolvimento se de com cres-cimento económico. A idéia de capital humano nasce dentro desta p a. O capital humano é um índice indicativo que compõe a função desenvolvi-men essa ótica o Brasil vem sendo gerido, nos últimos 18 anos. A outra vertente, r mais históricoestrutural, tema preocupação básica centrada em elementos qu Nestas análises contrapõemse as caracte-rísticas históricoestruturais do d o e subdesenvolvimento. Tratase de uma concepção que certamente ampliou o ho de análise trazendo à discussão a questão do subdesenvolvimento, da dependên não aprendeu o caráter orgânico da expansão imperialista. 123 fortalecendo~os como detentores da hegemonia do imperialismo ca-pitalista o se patenteia, de forma clara, quando Dean Rusk de-clara:
You're Reading a Preview "( ... ) Nós sabemos que não podemos mais encontrar segurança e bem~estar num e em defesa confinadas apenas àUnlock Amé-rica do Norte ou ao Hemisfério Ocidental full access with a free trial. de do-Atlântico N úrte. Esse Planeta tornouse muito pequeno. Devemos cuidar (!) (o grifo é nosso). com toda a sua terra, água, atmosfera e espaço circun Download With Free Trial 9
A forma de efetivar este cuidado econômico, político, militar'· e sóciocultu rrer através de diferentes acordos, planos, pro-gramas, agências, notadamente s Nações Unidas, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Fundação Rockf rd, Banco Interamericano de Desenvolvimento, etc." Sign up to vote on this title "Os programas de assistência técnica e financeira norteamericanos surgiram p Useful viuse Not useful ente depois da II Guerra Mundial, quando o im-perialismo seriamente am em seus privilégios de con-trole de amplas áreas subdesenvolvidas. A finalida o-política desses programas constitui a sua essência, que reflete o "desejo
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l, em 11 da África, em 13 da Europa e em 11 do Oriente Próximo e Sul da Ásia. of, H., op. cit., p. 45.
;.1 51. Para uma análise detalhada da influência imperialista no campo edu-c rasileiro, ver Arapiraca, J. O. Usaid e a educação brasileira. São Paulo, Cor es Associados, 1982; Tavares, J. N. Educação e imperia-lismo no Brasil. Revis Sociedade. São Paulo, (7): 552, set. 1981. 124
A retomada da prosperidade econômica no fim da década permite aos EUA entrar de 60 sob o Governo Kennedy com a proposta para o atingimento de "uma nova onteira" que tem como meta a busca de uma melhoria das condições das nações s das. A questão do desenvolvimento, da modernização, passa a ser investigada a juda financeira americana, além da in-tensificação de acordos de cooperação t da Aliança para o 'Progresso, assinado em 1961 em Punta deI Este, representa mesmo tempo, um novo tipo de relacionamento dos EUA com os países sulamerica o insttl!mento mediante o qual se amplia sua influência no continente. \, "
A tese do capital humano então, quando apreendida na sua gê-nese histórica, r mo uma especificidade das teorias do de-senvolvimento produzidas inicialmente eponderantemente no in-terior da formação social capitalista mais avançada e si a tarefa e a hegemonia na recomposição do imperialismo capitalista. Os pr trabalhos produzidos nos EUA por Schultz (195657), como ele mesmo declara, cem sob a preocupação de entender os fatores que influenciam o aumento da pro ade. É, então, dentro do contexto do desenvolvimento que a teoria do capital human regir seu corpus de postulados e vai se apre-sentar como sendo um dos fatores icativos do desenvolvimento, da modernização. O desenvolvimento da idéia de c You're Reading a Preview mano nos países latinoamericanos segue rigorosamente a trajetória das relaçõ istas que vão se dar no âmbito Unlock econômico, político e social. full access with a free trial. ~
Download With Free Trial A ligação estreita da educação no projeto desenvolvimentista esboçado no projeto da Aliança para o Progresso não é fortuito. Pelo contrário, tratase da concepção adequada de educação (um capital) às visões neocapitalistas. A Carta de Punta dei Este expressa claramente esta ligação: "Los programas nacionalesde desarrollo deberán incorporar esfuer-zos própios Sign up to vote on this title dos a: a) Mejorar los recursos humanos y ampliar las oportunidades, mediante useful e1evación de los niveles ge-nerales de educaciónY Useful salud; elNot perfeccionamento ansión de la ensenanza técnica y la formación profissional, dando relive a la ciência y tecnologia." (Finke1, S. E., 1977, p. 2645).
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balho na grande empresa capitalista, em função de um duplo processo: separaçã da proprieN dade das empresas e qualificação gradual da mãodeobra até a sua espécie de nova classe, com os quadros dirigentes da empresa capitalista", (T n, B., 1971, p. 100). A questão das desigualdades sociais, dos antagonismos de classes, o conflito capitaltrabalho seriam superados, por um processo meritocrático. Mascarase, como vimos, o caráter orgânico da acumulação, concentração e centralização do capital e a própria luta de classes, na medid ivela, sob a categoria de capital, a capacidade de trabalho dos indivíduos "p iada" com educação ou treiua-mento, ao capital físico, ou seja a força de tra senta como uma mercadoria um capital do mesmo valor que o capital físico. No interior desse nivelamento, o trabalho assalariado condi-ção intrínseca d reprodução, capitalista fonte da maisvalia expropriada pelo capital, passa ndo remunerado de acordo com o que o trabalhador assalariado produz. Passase idéia de que o capital paga ao trabalhador "o valor de seu produto, ou o valo produto físico marginal do trabalho".52 Constróise, aquilo que Martins denom "noção ideo16gica de trabalho, onde o trabalho assalariado não é considerado ividade que enriquece a burguesia, mas 52. Berch, B. Salários e trabalho. ln: Oreen, F. & Nore, P., op. cit., p. 121 126 algo que cria riqueza e, ao mesmo tempo, pode libertar o trabalhador da tutela do patrão. ° trabalhador é sempre considerado um patrão potencial de si mesmo, sobretudo porque a condição de patrão é essencialmente concebida como produto árduo e das privações materiais do próprio patrão quando era trabalhador, regu'lados por uma espécie de prática asséptica. A riqueza, no sentido do capital acumulado, tornase aceitável e legítima porque é produto do trabalho e porque o trabalho é concebido como uma virtude universal. A capacidade de criar riqueza através do trabalho é concebida como uma virtude socializada sem distinção de classe, que You're Reading a Preview .abre acesso ao capital e ao capitalismo a todo o homem que trabalha: "C ) Esse deslocamento da idéia de que a riqueza não é proUnlock full access with a free trial. duto do trabalho explorado do trabalhador, mas resulta do trabalho e das privações do próprio burguês, na origem de seu capital, conDownload Free Trial sagra e justifica para ~ trabalhador· a With sua exploração por outra classe". (Martins, J. S., 1?81, p. 117).
Ê importante notarse que, especialmente após 1960, .em todos os países latin nos surgem órgãos de planejamento no âmbito econômico, social e educacional.53 O planejamento, antes conce- Sign up to vote on this title bido como uma coerção estatal restrição das liberdades individuais, instrume Useful Not useful s comunistas passa a ser incorporado como um instrumento do Estado "democrático", interessado em facilitar os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento, legitimando, desta
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83, p. 75 segs. 127 mento e desenvolvidas se daria mediante a modernização dos fatores de pr ecialmente pela qualificação da mãodeobra.
A teoria do capital humano, que é produzida dentro do contexto das teses de desenvolvimentismo como estratégia de recomposição do imperialismo, assume então um duplo aspecto dentro desta recomposição. No âmbito das relações imperialistas internacionais, vai sustentar a concepção linear de desenvolvimento, sedimentando a idéia de que o d mento é um processo que ocorre dentro de um , ( continuum -do subdesenvolvido a em desenvolvimento e, finalmente ao desenvolvido. A homogeneização pelo alto seria uma questão de tempo e de um esforço de moderniza'ião dos países subdesenvolvidos.'4 Sob esse aspecto obnubilase o caráter despótico das relações imperialistas, e o verdadeiro movimento do grande capital internacional na sua lógica da acumulação e centralização. A mesma concepção é transposta de forma igualmente linear do âmbito das relações internacionais para o interior dos diferéntes países subdesenvolvidos, favorecendo os interesses dos grupos econômicos associados ao capital internacional. Tratase de um mesmo movimento que serve a um mesmo propósito, deslocado apenas 'para uma esfera "nacional". A análise do caso brasileiro é, neste particular, um exemplo fecundo.5' É exatamente na fase mais aguda da internacionalização da economia brasileira quando se radicaliza um modelo de desenvolvimento amplamente concentrador associado de forma exarcerbada ao movimento do capital internacional, que a tese do capital humano passa a ser utilizada de forma insistente. A utilização da teoria, aqui também assume uma dupla dimensão. A educação passa a ser evocada You're Reading a Preview como um instrumento de modernização o fator preponderante, para a diminuição das "disparidades" regionais. O equilíbrio, entre Unlock full access with a free trial. as regiões subdesenvolvidas, nãodesenvolvidas, em desenvolvi54. Para uma crítica à concepção de desenvolvimento como processo Download WitheFree Trial das Teorias da Modernilinear, ver~ Lia Pinheiro Machado, Alcance Limites zação. Revista de Administração de Empresa, n.O 11(1), Rio de Janeiro, 1970, p. 169192. Ver também, Dermeval Saviani, Participação da Universidade no Desenvolvimento Nacional: a Universidade e a Problemática da Educação e Cultura. ln: Educação do senso comum à consciência filosófica, op. cit, p. 69 \h _ 55. Não nos propusemos. neste trabalho, efetivar uma análise específica Sign up to vote on this title ~C~so brasileiro a esse respeito. Ao leitor interessado num aprofundamento da Useful useful Not ",rélações entre o Estado autoritário brasileironas últimas décadas, educaçã e desenvolvimento, ver Rodrigues, N. Estado, educação e desenvolvimento econômico. São Paulo, CortezAutores Associados, 1982.
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é comum encontrar, nos planos de governo, no âmbito econômico ou nas justificativas ministeriais deste âmbito, após a segunda metade da década efesas enfáticas da "democratização" educacional como forma de distribuição d Simonsen, ao enumerar os mecanismos a serem utilizados para
diminuir a desigualdade social no Brasil, parece sintetizar de forma clara o samento governamental da época: "A primeira dessas medidàs consiste em alargar o sistema educa~ cional do paí do a maximizar a democratização das oportu-nidades. As grandes diferenças de tam menos da falta de mobilidade social do que das desigualdades do padrão ed onal. A ampliação da rede de ensino fundamental gratuito, o aumento acelerado gas na universidade são fatores que proverão a médio prazo um reajuste entre procura no mercado de trabalho, contribuindo para uma diminuição do hiato das individuais e para o desenvolvimento de uma sociedade equitativa do ponto de sta distributivo."57
56. O caráter gradual da distribuição é justificado pela necessidade de acumular e aos problemas .das relações econômicas internacionais. Mascarase, uma vez aráter de aliança dos grupos associados ao capi-tal internacional, ou seja, m o caráter transnacional do capital. _\i<>
57. Simonsen, M. H. Brasil 2001. Rio de Janeiro, 1969, p. 60. Certame~~~}(' não i ssa a esse tipo de argumentação uma análise sobre as diferenças '
Na realidade, porém, sabese que o argumento econômico acima esboçado para a Unlock full access with a free trial. ensino especialmente o nível supe-rior _ tem na sua base um interesse polít interesse, de ca-ráter político, na coujuntura em que se deu a expansão, vai With função de descompressão da criseDownload dos anos 68 Free e, Trial ao contrário do que postula S o representante do sistema, uma função econômicopolítica de deterioração do l qualificado. Isso fica claro quando uma década depois a Tevista Negócios em Exame, ao anal saturação do ~ercado de trabalho para profis-sões de nível superior, na palav uto de Simonsen, Delfin Neto, vai dar ao empresariado nacioual o significado Sign up to vote on this title l da expansão do nível superior do ponto de vista econômico. Useful Not useful nãoquali "Na época da expansão existia um exército de reserva de mãode-obra amente uma oferta fixa de mãode-obra qualificada. Agora, a coisa vai funcion rente. ,Obvia-mente, a demanda de mãodeobra vai crescer menos e a oferta va
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ulo, Loyola, 1982. Para 1!Jna análise do caráter falso do argumento acima, em alidade bra;~~., e estrutura ocupacional no Brasil, .....,~.:jra, vejase ZICARDI, Alice. Educação '('111)/01970. Rio de Janeiro, IUPERJ/FINEP, 197() Relatório de Pesquisa . . Negócios em exame. n. 209, 10 set. 1980. Àpud Prandi, R, op. cit., p. 17. 130 orgânica entre infra e superestrutura no interior do capitalismo oli-gopo para se poder entender a natureza contraditória do vínculo ou desvínculo entr pmdução, educação e estrutura econômicosocial. ..~ o problema das relações entre estrutura e superestrutura que deve ser situado com exatidão e resolvido, para assim se chegar a uma justa análise das forças que atuam na história num determinadp período e a definição das relações entre elas." (Granisci. A., op. cit., p. 45). \, .
Os tópicos até aqui''abordados, neste capítulo, a um tempo nos permitiram sit duç'ão da teoria do capital humano como de-corrência das novas formas que vão relações de pro" dução e o papel do Estado no seu interior, no capitalismo m e lançam luz sobre a tarefa de se situar a natureza controversa dos vínculos culos da educação com a produção, ou, mais amplameute, com a estrutura econôm pitalista. No capítulo final deste trabalho, buscaremos, apoiados nos element aqui expostos, discutir esta questão. ~ 131 You're Reading a Preview
A PRODUTIVIDADE DA ESCOLA '1MPRODUTIVA':· UM (RE)EXAME DAS RELAÇÕES ENTRE EDUCACÃO E ESTRUTURA , ECONÔMICOSOCIA L
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CÀJ!ITALISTA o capitalismo de hoje de fato não recusa o direito à escola: o que ele recusa
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om a mesma preocupação tentaremos indicar o ponto em que se 133
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situa a discussão sobre os víuculos ou desvínculos da educação com a estrutur ial capitalista. Enquanto ampliação, tendo como ponto de partida a discussão presente sobre o desvínculo entre a educação e estrutura econômicosociaI capitalista, e, como referencial, a análise eferivada no Capítulo II, buscaremos recolocar a questão do papel do sistema educaciona terior das formas que assumem as relações capita-listas hoje. . Sobre este aspecto, a idéia básica é que assim como o capital, no seu process ulação, concentração e centralização pelo trabalho produtivo vai exigindo cad traditoriamente, trabalho improdutivo, como Se fossem verso e anverso de uma mesma medalha, a produtividade da escola" parece constituir, dentro desse processo, uma mediaç ssária e produtiva para a manutenção das relações capitalistas de produção. A desqualificação da escola, en apenas como resultante das "falhas" dos· recursos financeiros ou humanos, ou da incompetência, mas como uma decorrência do tipo de mediação que ela efetiva no interior do capit nopolista. Cabe principalmente retomar, neste nível do trabalho, a questão do papel e o a educação como mediadora dos interesses dominados. Surge, aqui, a problemáti eção e da estratégia que essa prática educativa deve assumir no interior do c monopolista, onde se amplia a separação entre mundo da escola e produção, tra l e mental, e onde o Estado exerce uma dupla exploração. Enquanto explora com uer outro capitalista, e enquanto aparelho repressivo e ideológico, efetiva u ploração política a favor do capital no seu conjunto. Esta função precípua do You're Reading a Preview das formas atuais de organização e gestão da produ-ção capitalista não lhe t um espaço contraditório onde aUnlock lutafullde classes se faz presente. access with a free trial. Da análise até aqui realizada, a idéia fundamental é que a teoria doutrina do mano, enquanto um determinado processo forma de conhecimento da realidade, nã Download FreeeTrial o que nasce por acaso. A produção desta With teoria seu corpo de idéias guarda u treita com as relações sociais de produção. Tratase de um 134 tipo de conhecimento que carrega a marca e a ótica burguesas. Neste sentido, como ressalta Limoeiro, Sign up to vote on this title "a produção do conhecimento responde sempre a necessidades. O Useful Not useful conhecimento que vai sendo produzido na filosofia, na ciência, na arte (na economia, na educação) não é alheio à vida dos homens, não é neutro frente aos problemas concretos que os homens vivem,
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concreta, não resulta de uma abstração ou de um processo conspiratório, mas decorre rigorosamente de uma necessidade histórica circunstanciada. Ela se estrutura, em sua formalidade, com um referencial neoclássico que se afasta cada vez mais das formas concretas que assumem as relações de proqução no capitalismo monopolista. Deste afastamento resulta a sua força de ilusão e, ao mesmo tempo, da legitimação das novas formas que lIssumem as relações capitalistas de produção. E é sobre esta ilusão produtiva que se estruturou a política educacional brasileira nas últimas décadas. O segundo Capítulo buscou constituirse no referencial para se entender o caráter circular
desenvolve como um mecanismo de recomposição das próprias crises ou com o pro cativo em geral. Tratase das teses defendidas do capital em sua fase imperia ta atual. ./ por Rossi, Galvan, Freitag, objetos de crítica no trabalho de Sa Com base no· que desenvolvemos nos capítulos anteriores,. jul-gamos poder abo estão dos vínculos entre o sistema produ-tivo e o sistema educacional (formal mal) por um ângulo que as abordagens mais usuais, sobre esta questão, não apr
1. DA NATUREZA MEDIATA DAS RELAÇõES ENTRE PROCESSO PRODUTIVO, ESTRUTURA SOCIAL E PROCESSO EDUCATIVO A ênfase das análises sobre os vínculos ou relações entre escola ou processo You're Reading a Preview sistema produtivo pode sér visualizada em três tendências bastante nítidas. A concepção do capital humano, Unlock como full vimos, postula que a educação e o treinam access with a free trial. iam trabalho e, enquanto tal, cons-tituise num investimento social ou indivi igualou superior ao capital físico. Um acréscimo marginal de treinamento, de Download Free Trial orresponderia a um acréscimo marginal naWith produtividade do indi-víduo. Do inve em educação redundariam taxas de retomo sociais ou individuais. Há, nessa con ulo direto entre educação e produção. O que se discute é apenas se esse víncu nível do aprendizado de habilidades, do desenvolvimento de "atitudes" funcion o processo produtivo. A partir dessa con-cepção linear derivase, como discut riormente, a ideologia burguesa do papel económico da educação. A educação e Sign up to vote on this title recem como panacéia para superar as desigualdades entre nações, regiões ou in Useful de useful Not roblema da desigualdade tende a reduzirse a um problema nãoqualificação. A segunda Vlsao, partindo de um "apelo a Marx", também postula que a educação trabalho, gerando maior produti-~idade. Essa maior produtividade redundaria,
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chame ao diferencial de salário de taxa de retorno, tudo bem. Ressalvadas as renças semânticas, a teoria do capital humano não diz outra coisa."s o trabalho mais recente e diretamente estruturado em função
li dessa crítica é a tese de Salm cujo objeto central é "o conflito entre (I I: o agigantamento patológico do sistema educacional e as condições li de trabalho aviltadas para a maioria". (Id., ibid., p. 25). Seguindo \' ti o processo de desqualificação crescente e aviltamento do trabalho I: pelo sis odutivo, Salm vai defender que é no "seio da produção mesmo que devemos buscar a formação das qua-lificações requ nstituição à margem~ como é a escola. Vamos argumentar que nem a escola é cap o capital 'precisa dela, como existe, para preparar o trabalhador" (grifo nosso). (Id.. ibid.. p. 29). ~
O trabalho de Salm, é preciso frisar, sob o aspecto específico da relação ent produtivo imediato e processo de qualifi-cação tema central de sua tese re uma desmistificação do vínculo direto, linear, entre produção e qualificação a do capital humano, amplamente assumida tanto pela tecno2. Ver, Rossi, W. Capitalismo e educação. São Paulo, Cortez e Moraes, 1978; Galv É possível uma economia da educação? Educação e Socie-dade. São Paulo, Corte itag, B. Escola, Estado e Sociedade. São Paulo, Cortez e Moraes, 1978.
3. Salm, C. Op. cit., p. 289. A crítica de Salm é, a nosso ver, correta~ sob o nãoapreensão quer dos neoclássicos, quer dos "críticos" do processo produti o este que tende a prescindir cada vez mais _do tra-balho qualificado. Entret You're Reading a Preview embora uns e outros andem, nesse aspecto. sob Unlock full access with a free trial.
o mesmo viés, a ótica de classe de uns e de outros é antagônica. Download With por Free aqueles Trial 137 , cracia educacional brasileira, quanto "críticos" que con-ce ericamente o trabalho escolar como um poderoso instru-mento de produção de ma relativa. Desmistifica a crença de que o avauço do progresso técnico demanda so crescente de qualificação. Pelo contrário, demonstra que a forma de o capi volverse, via introdução crescente do progresso técnico, de-termina: Sign up to vote on this title
a) crescente desnecessidade do trabalhador qualificado, formando um corpo coletlvo de trabalhadtlres permutáveis; Useful Not useful b) redução do tempo de trabalho necessário; c) diminuição do tempo de rotação liação da escala de produção;
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4. Não discutiremos aqui a análise que Salm realiza para demonstrar o esforço al para libertarse do trabalho complexo, qualificado, e da crescente distânc tre o mundo do trabalho que se desqualifica cada vez mais e a crença na quali O que nos propomos mostrar _ é que Salm comete uma simplificação teórjca e hi stringir à escola, no interior do processo capitalista de produção, uma funçã eológica,
específico a nosso ver, da prática educativa, escolar ou nãoescolar. Este a etermina, a uns e outros, a perda da apreensão do movimento do real em sua to ade contraditória. Na medida em que a escola efetivamente não se define como
/~ sendo uma instituição que está na base da estrutura econômicosocial, , não é nela historicamente que se efetiva o embate fun-damentai do conflito rabalho, faz pouco sentido a discussão do vínculo ou desvínculo direto, imedi reção da análise, tomandose a especificidade da prática escolar em momentos erentes e em reÍí'lidades específicas, situase não na busca ,},
de se demonstrar que a "eScola serve ao capital de forma direta e imediata, ou que a "escola não é capitalista" ou uma "instituição à margem", mas na apreensão do tipo de mediação que essa prática realiza hist conjunto das práticas sociais e, especifica-mente, com a prática da produção Sob este aspecto, o campo específico da mediação da prática
,l, educacional é o de responder às condições gerais da produção capi-tal processo imediato de valorização do capital. (Lounay, J., 1979, p. 189). A perda do campo das mediações da prática educativa, escolar ou nãoescolar, capitalista de produção, leva Salm a admitir unicamente, de forma estanque, de aparelho ideo-lógico da escola. Preview "( , . . ) não temos problemas You're 'com Reading a idéiaa da escola como instância da supe a envolvida na reprodução das classes sociais, mes-mo quando a idéia aparece Unlock full access with a free trial. mples de escola como neces-sária para 'civilizar bárbaros'," (Salm, C" 1980,
Download With Trial ideo-" I lógico, nem pr E mais adiante: "Não questionamos o papel de Free aparelho agregar o que conhecemos sobre o assunto." (Id., ibid.). o ideológico, porém, aparece sem nenhuma vinculação com a base infraestrutur l ideológico da escola pouco nos diz sobre seus vínculos concretos com a empresa."5 5. Id., ibid., p, 34. o concreto a que se refere Sign o autor parece corresponder up to vote on this title empírico. Useful Not useful 139 138
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torna estática a relação infra e superestrutural e perde na análise a dimens ta relação. Efetiva, então, uma separação formal daquilo que historicamente constitui, na concepção gramsciana, um bloco historico unidade dialética da infra e da superestrutura onde, embora o eco seja determinante, o político e o jurídico rea-gem uns sobre os outros e sobr econômica." 6. Para uma crítica à Vlsao de Althusser, de estrutura social, bem como de seus res, N. Paulantz..":I.s e Belibar, ver Limoeiro, M. A. Ideologia como problem eórico. ln: Ideologia e desenvolvimento Brasil JK, JQ. Rio de Janeiro, Paz ra, 1978. 7. Limoeiro, M., ido ibid., p. 40. A vinculação orgânica do movimento
social e político é posta por Marx de fonna clara quando, no texto "A Miséria ofia", discute o problema da "emancipação da classe oprimida". "Não digas que nto social exclui o movimento político. Não existe jamais movimento político esmo tempo, não seja social. Somente numa ordem de coisas na qual já não exis es e antagonismos de classes, as evoluções sociais deixarão de ser revoluções rx, K. A Miséria da Filosofia. São Paulo, Grijalbo, 1976, p. 166. 8. A determinação das condições materiais da existência, das quais emana a ex logias, e do papel destas sobre as primeiras, é clara no prefácio do livro Co critica da economia política (Marx, K., op. cit.). "Este texto nos diz da imp a das condições materiais de existência para a explicação das formas ideológi estas detenninadas por aquelas. Diznos, por outro lado, da importância das r uperestruturais como meio de expansão ou como entrave ao desenvolvimento das pro-dutivas. Sempre assumindo a perspectiva da transfonnação social coloca, e You're Reading a Preview esquemáticos: 1) que em toda a formação social há uma determinação 140 Unlock full access with a free trial.
o problema das classes sociais é igualmente subentendido na análise. Não se d Download With Trial assume no conflito funda qual a especificidade que a relação entre as Free classes capital/trabalho no inte-rior das novas formas de organização da produção cap A ausência da incorporação desta análise dá a entender, como assinala Prandi, e ao trabalho de Salm, que "( 0_' .) o capital, com relação social e como classe, seria capaz de dar conta das con Sign up to vote on this title ue o levam a sobrepujarse para en-frentar a sua negaçãO, constante. ( ... ) Notinstituições useful Useful"que as rças da sociedade civil seriam inteiramebte anuladas; so entares seriam facilmei1{e descartáveis; que os trabalhadores, posto que simp ortadores de força de trabalho como mercadoria, se deixassem pacificamente tr
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vimento das forças produtivas, corresponde uma determinada supe-restrutura; 2 s formas ideológicas têm um papel a desempenhar no de~ senvolvimento da estru orque sua relação se torna uma relação contradi-tória. E seu papel específico já que é nas fórmas ideoló-gicas que os homens se conscientizam daquele confl rme esta cons~ ciência, lutam para resolvêlo. Ficam, pois, esboçadas, embora do que esboçadas, a determinação do. econômico, a autonomia relativa e a açã superestrutura à base. Sob uma análise estritamente dialética". (Limoeiro, M t., p. 48). 9. Vale notar que a tese de Salm se atém fundamentalmente ao setor secundário nomia. Esse corte, assumido em sua análise. talvez tenha contribuído para o c rcial de algumas de suas conclusões aqui discutidas. 141
A idéia de que os problemas apontados parecem efetivamente serem resultado de apreensão parcial do problema que Salm se propõe analisar fica clarificada pe o caminho de solução que o autor dá, para redefinir o papel da escola na soci i-talista de hoje: a volta ao ideal de Dewey. "O ideal de Dewey, de uma escola que forma o cidadão para a de-mocracia, só a ncreção quando as pessoas não tiverem mais que se submeter ao autoritarismo p r a vida, quando conquistarem a democracia dentro do local de trabalho. Essa uista não é um momento, mas unt processo, através do qual tra-balho e estudo nciliar." (Salm, C., 1980, p. 101). Se na verdade a conquista da democracia no local de trabalho constitui uma co necessária para a concreção da escola que forma o cidadão, não acreditamos qu para a consecussão de tal objetivo seja a volta ao ideal de Dewey. Por que De não a volta à perspectiva da tradição marxista de escola politécnica? Por qu ramsciano da escola politécnica e única que forme o homem com o domínio sobre a "sopietas rarum" e com conhecimento críti You're Reading a Preview societas hominum"? Por mais que se possa eutender Unlock o ideário liberal de Dewey dentro do contexto full access with a free trial. a época e apreender daí as contradições que na prática possam emergir, a dire storica-mente conservadora. Isto significa dizer que o pensamento de Dewey em Download With aFree Trial não do questionamento das leis que produzem desigualdade, a injustiça e o p , mas na crença reformista da ascensão social pela meritocracia. "Para Dawey, a história era a luta com a natureza e não de homens contra home sses contra classes. A história violenta dos índios) dos imigrantes e do movi perário não contava. Não havia conflito e nem violência uma história sem cla ewey criou em sua escola de Chicago foi uma história de classe média, que ign Sign up to vote on this title conflito e a violência e apoiava o pensamento orga~ nizacional da nova class Useful social, Not useful . Quando, porém, ele reconheceu a existência do conflito suas soluçõe so inteligente da educação para o controle social e a utilização de especiali ordo com a nova ideologia liberal que ele ajudou a cons-truir, Dewey voltous
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iedade industrial que era fundamental~ mente não~igualitária."10
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Saviani, numa análise não especificamente do pensamento de Dewey, mas das ped derivadas da visão liberal visão esco-lanovista _ demonstra como, contraria ideário democrático que postulam, funcionam, concretamente, como um mecanismo omposição de hegemonia da f1ilSSe dominante. Neste sentido vai demonstrar que o mais se falou em democracia no interior da escola, menos democrática foi a a, e quando menos se falou em democracia, mais a escola esteve articulada com construção da ordem democrática".11 Ao propor a volta a Dewey, Salm não percebe que, contraria-mente a uma VIsão nte democrática e revolucionária de educação, herda a ótica de manutenção da elites. Neste sentido, herda de Dew'ey, igualmente, aquilo que Saviani denoa "inversão idealista" quando critica a pedagogia da essência de que 10. Sarup, M., op. cít., p. 13940. Sarup se refere aqui ao trabalho de Kerier, C ping the American educational state. Free Press, 1975. Para uma análise do pe nto reformista de Dewey, ver também Vieira Pinto, A. A definição de Pesquisa ln: Ciência e existência problemas filo-sóficos da pesquisa científica. Rio Paz e Terra, 1979, p. 44175.
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11. Saviani, D. A análise que Saviani efetiva é desenvolvida em dois arti-gos pub a revista da Associação Nacional de Educação. Escola e demo-cracia ou a teori a da vara. Revista da Associação Nacional de Educação, São Paulo, 1(1): 2333 ola e democracia: para além da 'teoria da curvatura da vara". Revista da Asso cional de Educação, You're Reading a Preview
São Paulo, 1(3): 5764, 1982. Retomaremos adiante essa análise. Unlock full access with a free trial. 143 Download With Free Trial
é convertida em elemento determinante, reduzindoMse o elemento detern:tinante terminado. A relação entre educação e estrutura social é. portanto, represent nvertido". Id. ibid., p. 59). Paradoxalmente, então, ao assumir a volta a Dewey, contradiz o foco central d análise que de um lado quer mostrar que o capital tem sua pedagogia própria Sign up to vote on this title uem comanda o processo produtivo, e, de outro que a cidadania real só se conc Useful Not useful a mediante a democratização do acesso aos meios e instrumentos de produção e o do trabalho cole/lvo. É preciso ter presente, porém, que o fato da prática educativa escoM lar se c
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1í necessário, então, apreender a divisão social e técnica do trabalho, posta formas de sociabilidade do capital, que destrói, cria, retalha e subdivide oc não apenas no processo imediato de produção ou apenas dentro de uma esfera ou tivo, mas na interrelação daquele processo com o processo de
a produção capitalista.'2 Sob. o primeiro aspecto, Marx é explícito no referi I de O capital ao caracterizar o trabalhador e o trabalho produtivo I3 como sendo o "trabalho nãopago", o que produz maisvalia. "Como o fim imediato e o produto. por excelência da produção capitalista é a temos que só é produtivo aquele trabalho M
_ e s6.é trabalhador produtivo aquele que emprega força de trabalho _ que dir e produz maisvalia; portanto, só o trabalho que seja consumido diretàll1:ent ocesso de produção com vistas à valorização do Capital. c"",,) É produtivo, o que se representa em mercadorias; mas se consideramos a mercadoria individu o é aquel~ que, ent uma parte alíquota deste representa trabalho nãopago; o rmos em conta o produto total, é produtivo o trabalho em que uma parte alíquota do volume total de mercadorias re nta simplesmente trabalho não pago, ou seja, M produto que nada custa ao capitalista." (Marx, K., 1980. p. 701).
Duas condições fundamentais devem ocorrer para que o trabalho seja produtivo. ramente que seja trabalho assalariado, isto é, que o trabalhador tenha unicam para levar ao mercado, sua força de trabalho. Esta é uma condição necessária ente para que o trabalho seja produtivo. Disso decorre que nem todo trabalho alariado é produtivo. Embora, como veremos adian-te, isso não signifique que You're Reading a Preview alho assalariado improdutivo, consubstanciado em despesas de serviços retirad maisvalia glo-bal, não seja indispensável como condição geral de produção e Unlock full access with a free trial. lização da maisvalia global. A segunda condição para que o trabalho seja pro oncretiza quando o trabalhador assalariado Download With Free Trial com( ... ) ~ "sua força de trabalho e seu trabalho ÍncorporamMse como fatores vivos de pro itál; convertemse em um de seus compoM nentes, e precisamente, no componente el que não só em parte conserva e em· parte reproduz os valores de capital ad mas Sign up to vote on this title
12. Useful useful Francisco de Oliveira, ao discutir a questão do terciário e Not a divisão social ho, no contexto do capitalismo em suas manifestações atuais, pondera que "a r da própria noção de divisão social do trabalho torna~se possivel· apenas se s
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es que se trabalho, no capitalismo monopolista entre os setores primário e valorizam a si mesmos, em capital". (Id. ibid., p. 72). secundário, e entre o ciclo da produção e o da circulação e consumo secundário, e, especialmente, entre o secundário e o terciário, e entre Tomandose a crítica que Salm efetiva dos teóricos do capital o ciclo da prod circulação e consumo da produção. humano e, de forma mais acentuada, com aqueles críticos que vêem
o processo educacional como um processo que potencia o trabalho e, enquanto t permite ao capitalista uma extração maior de mais-valia relativa, sob o ângu lho produtivo material não háco-mo refutála. Certamente, acompanhandose o p subsunção .
. real do trabalho ao capital, notase que a contribuição da escola enquanto " cadora" para o trabalho produtivo imediato é praticamente nula; e mesmo no c e outros processos de aprendizagem, como o SENAI, SENAC e SENAR é cada vez me edida que o modo de produção especificamente capitalista se desenvolve." Busc lação entre processo educativo escolar ou nãoescolar, com o processo produti bito, é certamente caminhar na direção errada. o específico da escola não é a preparação profissional imediata. Suà especifi ao nível da produção de um conhecimento geral articulado ao treinamento espe ivado na fábrica ou em outros setores do sistema produtivo.
o problemático, conforme apontamos anteriormente, é que Salm não capla, em su You're Reading a Preview as múltiplas mediações que o processo educativo, infra e superestruturalmente no seio do modo de produção capitalista. E isso decorre da separação que ele Unlock full access with a free trial. entre infra e superestrutura e, pela nãoapreensão da necessária com-plement re trabalho produtivo e improdutivo, material e imaterial, à medida que o cap smo avança. Isto, por sua vez, oDownload With Free Trial
14. Tomandose a evolução das atividades do SENA! no Brasil, desde a década d ação até hoje, vemos que em 1950 os cursos de aprendizagem, que envolvem conh gerais de matemática, ciências, português, dese-nho, representavam 84,7% das Sign up to vote on this title . Em 1982, os cursos de aprendiza-gem representavam apenas 11.5% das ações do Notpróprio useful Useful no que cresceu subs-tancialmente foram cursos de treinamento local d lho. (Ver SENA!, O meio e p SENAI. Rio de Janeiro, SENAI/DN, 1982. (Documento trabalho). Não só o SENA! organismo da empresa industrial privada nacional
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exemplo do professor que trabalha numa escola privada pode assumir, por um o, a posição de trabalho produtivo e, por outro, a de trabalho improdutivo: "Nos estabelecimentos de ensino, por exemplo, os professores, para o empresário do estabelecimento, podem ser meros assalariados; há grande núme s fábricas na Inglaterra. Embora eles não sejam trabalhadores produtivos em r alunos, assumem essa qua-lidade perante o empresário. Este permuta seu capita força de trabalho deles e se enriquece por meio desse processo. O mesmo se ap empresas de teatro e estabelecimentos de diversão."15 Em seguida, porém, ele discute a questão do trabalho produtivo tomado dentro esso global da produção material: "Com o desenvolvimento do modo de produção especificamente capitalista, onde trabalhadores operam juntos na produção da mesma mercadoria, tem naturalmente iar muito a relação que seu trabalho mantém diretamente com o objeto da produ plo, os serventes de fábrica, mencionados antes, nada têm 15. Marx, Karl. O Capital, op. cit. Livro 4, Teorias da maisvalia his-t6ria ica do pensamento econômico, v. 1, p. 404. As análises da evolução do ensino Brasil nos últimos 15 anos evidenciam que têm crescido especialmente as fábr mercantilizam ensino. Hoje, no Brasil, essas fábri-cas atendem a aproximadame da população estudantirde nível superior e ocupam cerca de 50% dos docentes uperior. (Cf. ANDES. Boletim Nacional dos Docentes de Nível Superior, 2(10) : 82). 147 I _._-
a ver diretamente com a transformação da matériaprima. Então à maior distânc ores que supervisionam os que estão diretamente empenhados nessa transformaçã You're Reading a Preview nheiro tem, por sua vez, outra relação e em regra geral trabalha apenas com a etc. Mas o conjunto des$es trabalhadores, que possuem força de tra-balho de Unlock full access with a free trial. iverso, embora a quantidade empregada permaneça mais ou menos a mesma, produz ltado que, visto como resul-tado do mero processo· de trabalho, se expressa e With Freecomo Trial órgão operante, são a máq doria ou em produção material; eDownload todos juntos, odução desses produtos; do mesmo modo, consi-derandose o processo global de cam o trabalho por capital e reproduzem o dinheiro do capitalismo como capita isto é, como valor que produz maisvali!, como valor que cresce. É mesmo pecu modo de produção capitalista separar os dife-rentes trabalhos, em conseqüênc balho mental e o manual ou os trabalhos em que predomina um qualificativo ou Sign up to vote on this title tro e repartilos por diferentes pessoas, o que não impede que Not useful Useful ouque o produto material seja o produto comum dessas pessoas, esse produto c se objetive em riqueza material; tampouco inibe ou de algum modo altera a re e cada uma dessas pessoas com o capital: a de trabalhador assalariado, e, no
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al direto, ou inclusive como simples ajudante , temos que mais e mais funçõe pacidade de trabalho se incluem no conceito imediato de trabalho produtivo, e us agentes no conceito de trabalhadores produtivos, diretamente explorados pe capital e subordinados em geral a seu processo de valorização e de produção. dera o trabalho coletIvo, de que a oficina consiste, sua atividade combinada realiza mate-rialmente (máterialiter) e de maneira direta num produto total q mesmo tempo, é um volume total de mercadorias; é absoluta-mente indiferente q e talou qual trabalhador sim-ples elo desse trabalho coletivo esteja mais p ou mais distante do trabalho mànual direto." (Marx, K., 1980, p. 712). 148
Essas passagens, a nosso ver, apontam para uma análise que, quando postll nas ições concretas do avanço do capitalismo, ilu-mina a tarefa de se apreender a enominamos caráter me-diato da prática educativa escolar, no interior do proc utivo. Inicialmente essas passagens nos reportam à análise que efetiva-mos anteriorm fato, a forma socialmente combinada, coletiva do .uso da força de trabalho pe pital, a incorporação da ciência aO cailitál ciência expropriada do trabalha l pri-meirametite permite uJJ:)a mistificação do próprio capital, que põe a como quàlidades suas e, portanto, ele mesmo se põe como produtor de valor ou valor. o aspecto mais fundamental, porém, para a análise efetivada aqui, é que à med explicitam as relações propriamente ca-pitalistas, as relações de produção se ações sociais e, enquanto tais, nas sociedades capitalistas, como relações de capital, então~ se configura não como sendo uma coisa, mas uma relação social e uma relação de classe. Isto, por sua vez, nos leva a apreender o erro economicista de considerar as relações econômicas _ determinantes em última instância como relações técnicas, e não como relaç de classe. As relações econômicas, necessariamente, são aqui tomadas You're Reading a Preview
como sendo relações sociais, relações de classe, relações políticas, onde às Unlock full access with a free trial. ta Limoeiro, são sociais.16 ~ Download With Free Trial
Essa forma de perceber as relações sociais econômicas no inte-rior do modo de alista não só nos permite apreender o infraestrutural como sendo efetivament erminante, como tam-bém a articulação dialética deste com o superestruturaL O tural, por sua vez, não se reduz unicamente à produção imediata mas envolve o processo de circulação e realização da Sign maisvalia. up to vote on this title "A infraestrutura do modo de produção capitalista, em sua subs-tancialidade, Useful Not acumulação constituída por práticas sociais estruturadas de deuseful capital atrav da realização da maisvalia." (Pereira, L., 1977, p. 21).
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Esse processo, que tem como resultante uma crescente interre-lação entre tra erial e imaterial, parece indicar que a questão fundamental, nas condições do smo monopolista, não é a dis-tinção entre trabalho produtivo e improdutivo, m lho coletivo, onde o trabalho produtivo e o improdutivo, ainda que efeti-vame istintos, são objetivamente interdependentes. Tomandose, então, o uso socialmente combinado da força de trabalho o trabal tivo como uma das características mar-cantes das formações sociais capitalis e apreendendo as mu-tações concretas que historicamente vêm ocorrendo no int visão social do trabalho as quais configuram uma tendência de diminuição rel abalhadores envolvidos, diretamente, no tra-balho produtivo e o aumento das f controle, supervisão, administração e planejamento e, mais radicalmente, uma s serviços com a denominada tercialização da sociedade é pos-sível ver, mesm dução, de forma mediata, a neces-sidade da prática escolar. Do ângulo da qualificação técnica específica proporcionada pela escola, fica icamente, que o capital efetivamente tende a prescindir cada vez mais da esco em geral, e até mesmo de institui-ções do tipo SENAI, para essa função de qua aba-lho produtivo material imediato. Isso parece claro não só pela dimi-nuiçã e tipo de trabalho mas também, e especialmente, pela desqualificação progress rente dos métodos de simplifi-cação do trabalho. Aqui o capital tende a reduz seus 150 ...
custos e resolve, no mais das vezes, dentro dos muros da empresa capitalista, problema das qualificações requeridas. Entretanto a análise do corpo coletivo de trabalho, dentro das sociedades cap stas atuais, nos indica que funções de controle, planejamento, supervisão, ad ue tendem a aumentar, em-bora não estejam envolvidas imediata e materialmente produ-ção, são parcelas deste corpo coletivo de trabalho. Tratacse de funçõe You're Reading a Preview ndamente implicadas nas relações de produção, na extração da maisvalia:" \, Unlock full access with a free trial.
Um estudo efetivado Sobre as mutações das ocupações na Ale-manha, eutre 1961 Download With Trial ra o que acabamos de enunciar. As funções de Free supervisão, administração e plan da que este-jam crescendo menos que os serviços trabalho propriamente im-pro rescem sensivelmente mais que as ocupações direta-meute envolvidas na produçã ediata. Os números apre-sentados abaixo nos dão conta de que enquanto em 1961 amente 48 % dos assalariados ativos se ocupava na produção de bens, na indús icultura, mineração etc. , em 1980 apenas 32 % se encontrava nesses setores Sign up to vote on this title vos. Em contraste, nesse período, as funções de administração e planejamento Useful Not useful 6 a 25%, e os serviços de 26 a 33%. (lNP/Globus,1981). Ora, observando a prática escolar da ótica, não do trabalho produtivo materia o e individual, mas principalmente sob o aspecto do trabalho mental, '\intele
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Gramsci, ao analisar a questão dos intelectuais, mostra que "cada grupo social, nascendo no terreno ongmano de uma função essencial no mu produção eaonômica, cria para si, ao mesmo tempo, de um modo orgânico, uma ou as de intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência da própria função campo econômico, mas também no social e no político: o empresário capitalista cria consigo o técnico da indústria, o cien~ tista d a política, organizador de uma nova cultura, de um novo direito, etc.". (Gram A., 1919, p. 3 segs.). O intelectual orgânico cumpre, para Gramsci, a função de dirigente, organizad eólogo da própria classe. Os técnicos, os enge-nheiros, que no interior do pr talista de produção permi' tem uma intensificação da exploração da maisvalia mci vai denominálos "intelectuais modernos". A análise da evolução histórica da carreira de engenheiro, no Brasil, ilustra a função de "diri-gente or" que o engenheiro vai assumir, especialmente no interior da burguesia mono ista. Ilustram, igualmente, os mecanis-mos de elitização interna das carreira imento de valorização ou desvalorização das mesmas, de acordo com os interess dominante." As teses elitistas das escolas para superdotados efou a formação de centros d cia, a nível superior, certamente têm uma função que não se reduz à legitimaç Sob esse aspecto, Gramsci vai mostrar que o enorme desenvol-vimento atingido organização escolar, com a multiplicação das especializações, com o surgimento de "instituições escolares de graus diverso e dos organismos que visam a promover a chamada alta cultura, em todos os cam da ciência e da técnica", decorre 17. Ver a esse respeito, o estudo em elaboração de Clarice Nunes, sobre "O qu i ser quando crescer, ou a trajetóría do desemprego", parte da pesquisa sobre ular COlJ'lO diagnóstico do sistema educacional. Rio de Reading a Preview Janeiro, CESGRANRIO/FINEP, 1981You're (mimeo). 152 Unlock full access with a free trial. ~~~~ ~~~~~~~~~~~ do papel da escola como "instrumento para elaborar os intelectuais de diverso Download eis". Em seguida, pondera Gramsci que With Free Trial "( ... ) a relação entre os intelectuais e o mundo da produção não é imediata os grupos sociais fundamentais, mas é 'mediatizada' em diversos graus, por to contexto social, pelo conjunto das superestruturas, do qual os intelectuais s ecisamente os 'funcionários'''. (Id., ibid., p. 9M l0). levar Ao se analisar o papel mediato da escola no processo produtivo, devese Sign up to vote on this title conlil que a divisão social do trabalho resultante do processo de concentta. Not useful pelo agi Useful semarlifesta tralização do capital, cujo produto histórico concreto o de organizações econômicas transnacionais, "não expressa apenas relações técnicas
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objetivo e elementar para a grande massa de trabalhadores, efou de um saber m elaborado para minorias que atuam em ocupações a nível de gerência e planeja rvisão, controle, e mesmo para deter-minadas funções técnicas das empresas ca capital privado ou "públicoprivado". Concebendose as relações capitalistas de produção não sim-plesmente como rel omo relações sociais, rela-ções de Classes, vemos que a escola, além de ter u 153
mação" dos quadros de assalariados que administram, controlam, su-pervisionam m, em nome do capital os portadores da "função do capital" estende sua ação ua formação dos quadros que atuam nas instituições repressivas do Estado. Tr uadros que, embora pertencentes à categoria de trabalhadores im-produtivos e produtores das condições gerais (político-ideológicas, legais), nãomateriai odução e realiza-ção da maisvalia contribuem para a acumulação capitalista. uma particularidade do tipo de função que podem exercer os quadros de tecnoc aparentemente distantes da trama da competição pelo lucro, assinalaríamos a q informações sobre as tendências do investimento dos recursos públicos em proj os. Na indústria do ensino privado, é patente o comprome-timento de alianças os do Estado com empresários do ramo. A especificidade que assume a divisão social do trabalho, no interior do capitalismo monopolista, nos leva, então, ao terceiro aspecto que nos propusemos discutir neste tópico do trabalho. O tra'balho especificamente improdutivo aquele que não produz mais-valia porque ela própria organicidade do capital, se cons-titui em algo necessário à suste uidade do modo ca-pitalista de produção. "O trabalho improdutivo contratado pelo capitalista (ou pelo Esta~ do, guardi You're Reading a Preview capital no seu conjunto) para ajudálo na concreti-zação ou apropriação do v ao ver de Marx, seme-lhante aoUnlock trabalho' produtivo em todos os sentidos, exc full access with a free trial. m um: ele não produz valor e valor excedente e, por conseguinte, aumenta não usa mas, muito pelo contrário, como conseqüência da expansão do valor exceden Download Free Trial O que se observa, historicamente, é que With à medida que o modo de produção capit a de forma hegemônica, a divisão social do trabalho vai expandirse especialm setor terciário ser-viços da esfera de circulação, distribuição e consumo d dados apresentados anteriormente sobre a Alemanha exem18. Braverman, H. Trabalho e capital monopolista a degradação do trabalho no X. Op. cit., p. 357. Sob esse mesmo aspecto. GorzSign vai mostrar que no capitali up to vote on this title monopolista o "trabalho de administração e repro-dução das relações sociais Not useful para a ma Useful amente do que o trabalho direto de produção material e é a cpndição ste". (Gorz, A. A esfera da necessidade: o Estado. Op. cit., p. 126). 154 plificam o que acabamos de afirmar. Oliveira mostra essa tendência, anali
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ou dos serviços em geral como os processos de acumulação. Assim, o. terciário lmente como um [oeus especial de ~queima de excedente' tanto público quanto p o, ou, na versão pobre do keynesianismo, como um sucedâneo da construção de p a única função é manter altos os níveis de demanda agregada." (Oliveira, F., ). Essa desvinculação do terciário entendido como improdutivo
do processo de acumulação do capital se' explicita também nas análises que ef separação entre mercado formal e informal de trabalho, tomando o último como posto à margem do sistema capitalista e, como tal, pouco produtivo. Esta visã ica ignora que o chamado mercado informal é posto pela própria forma de o cap o avançar. Funciona como elemento indispensável para a acumulação do setor or economia. Mais amplamente, do ponto de vista das condições gerais das relaçõ capi-talistas, funciona como uma espécie de amortecedor das tensões so-ciais, ativa ao desemprego produzido pela forma de o ca-pital se organizar e desenvo Como, então, ver o setor informal como um setor précapitalista ou' improdut er IESAEjFGV, 1982, p. 16586). O que é preciso realçar, como já assinalamos anteriormente, é que o movimento e valorização do capital no interior dos 155 setores produtivos traz determinações que têm como resultante o alargamen ividades que, stricta sensu, são improdutivas porque não geram maisvalia, ma essárias à acumulação capitalista. O trabalho produtivo, então, no interior d e valoriza-ção do valor, vai pondo seu outro trabalho improdutivo e, em-bor nte sejam distintos, são partes de um mesmo movi-mento total da produção, cir zação do valor, da acumu-lação do capital.
O fenômeno da tercialização .L que engloba uma gama hetero-gênea de ocupações próximas outras mais distantes da produção imediata não pode ser visto como tônomo. Esta visão da autonomia do terciário e a concepção de sua improdutivi ntalmente, encobrem a estratégia do capital intensificar a extração da maisv s mecanismos de controle da classe dominante. «A constituição e metamorfose da formavalor requerem um tra-balho de sustent zendo mais~va1ia) é improdutivo do ponto de vista do capital, embora assente ses sobre as quais este opera. Por isso não nos importa tanto, nesta controve questão do trabalho produtivo e improdutívo, a separação deles, como se a di esidisse apenas em caracterizálo e c1assifi~ cálo, mas sobretudo a lógica d plementaridade." (Gia~ notti, J. A., 1981, p. 83). O que quisemos enfatizar até aqui é que, tomandose a prática escolar como um Sign up to vote on this title ocial cuja função precípua não é a da produção de um saber específico, mas, p Not useful das con-di saber nãoespecífico, geral, que se articula como Useful desenvolvimento sociais de produção em diferentes níveis e media-ções, esta prática guarda u m a estrutura econô-micosocial capitalista.
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Sob o aspecto aqu~"llludido, o fenômeno da expansão da esco-laridade, ou seja amento dos canais de acesso ao sistema edu-cacional certamente não pode ser i tado dentro da lógica tecno-crática, que coloca este alargamento como mecanis sso ao emprego e a ocupações cada vez mais rentáveis e, por essa via, logra o atingimento de maior eqüidade social. De outra parte, tal alarga-mento não tomado como uma simples armadilha, conspira-ção ou uma ingenuidade do sistema ntrário, a ampliação do acesso à escola, o alargamento do investimento público na área educacional e o próprio processo de privatização do ensino devem ser entendidos ótica do movimento do capital, de circulação e realização da produção. A ampliação do investimento na educação cumpre, pois, uma função, não de quei mas primordialmente como in-serção deste investimento d.entro da estratégia d do capital em geral na sustentação dosseus interesses; cumpre, igualmente, u e gastos e despesas, que constituem a demanda agregada dentro do ciclo econôm finalmente, pode, em determinadas cir-cunstâncias, se constituir em gastos qu funções parasitárias, funções estas que se tornam necessárias, como assinala salvaguardar o funcionamento do modo capitalista de produção. Uma das funções la pode cumprir é o prolongamento de esco-laridade desqnalificada, cujos "cus rodutivos", além de entra-rem no ciclo econômico, servem de mecanismos de con oferta e demanda de emprego. O crescimento do consumo privado de educação, fruto da ideo-logia tecnocrátic e garantir um posto de trabalho remu-nerado à altura da "especialização ou de ação", funciona 157 I + _.......
componente da demanda efetiva. Sua especificidade educacional não se põe para o, senão do ponto de vista de criar um circuito privado de apropriação desses primeiramente; e, secundaria-mente1 funciona como indutor das indústrias da e pel, mobiliário, construção civil, gráfica e editorial". (Oliveira, F., & Borges, W., 1980). Os recursos públicos alocados em educação entram na lógica dos in-vestimentos efeliva, que, como vimos anteriormente, no capitalismo monopolista, não s"' ansforma em produtor direto de mercadorias, mas administra os fundos públicos ca particular a ponto de esmaecerse a distinção públicoprivado. Os gastos p cos em educação vão, então, somarse ao circuito Sign do up capital em to vote on this title geral "que funciona como pressuposto do capital particular". (Id., ibid., p. Useful Not useful Mesmo não considerando as empresas privadas de educação, que em alguns casos mo mecanismo de abatimento do imposto de renda de grandes grupos econômicos (
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a de até 600%. 158 da fome e nem apresenta a aludida vantagem pedagógica. Saviani mostra, ao isar a perspectiva da educação compensatória, que na cidade de São Paulo, apó programa de merenda esco-lar, "os índices de fracasso escolar na passagem do o grau, em lugar de diminuir, aumentaram em 6%",20 Há, no momento, também um grande esforço pela disseminação de sistemas de mic es e circuitos fechados de televisão. Multiplicamse os semi~,ários sobre tec educacional e a pro-paganda por intermédio '
Neste âmbito, ao mesmo tempo que as despesas educacionais podem pesar "imediatamente sobre a taxa de lucro (e assim o grande capital se inquieta) ( ... ) a burguesia foi obrigada a modificar o seu compor- Sign up to vote on this title tamento orçamentário e legislativo sobre a questão. Na origem desta Notseus useful rnQdança está a importância da educação do pontodeUseful vista dos próprios interesses, que são os da valorização ""do capital num contexto de luta intermonopolista ~ada vez mais violenta em escala
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mente este avanço é algo irreversível e necessário ao próprio processo de acumulação. 21. Launay; op. cit., p. 182. Em recente análise sobre a questão da gerên-cia ento" em grandes empresas produtoras de aço, no Brasil, Maria Umbelina C. Sal apreende com muita propriedade a natureza da inquie~ tação da burguesia, à qu re Launay. Ver Salgado, M. U. C. Os deter-minantes das unidades de treinament Siderurgia. Belo Horizonte, UFMG, 1984. 160 mento de concentração e centralização do capital as formas de luta capital/trabalho tendem a se desenvolver e, do ponto de vista da luta de classe, observase uma crescente organização da classe trabalhadora organização sindical, organização política, etc. Esta luta tem como patamar não só a sociedade civil, mas passa também . pela sociedade política. E o Estado, que se torna um capitalista como me'Canjsmo de defesa do grande capital, não só é forçado a canalizar
seus investimentos, direta ou indiretamente para essa direção, como também, para proteger"'çsse capital, .intervém nos setores (burgueses) nãool s, e a~da é forçado a absorver as pressões da classe trabalhadora.22 Sob' o â cional, historicamente ob-servase, então, que o sistema capitalista é forçad r tanto o aumento do acesso à escola quanto à elevação dos patamares esco-lares. A escola, enquanto instituição cuja especificidade é o desenvol-vimento de um l em contraposição ao saber específico, desenvolvido no local de trabalho ou tuições exclusivas para treinamento e, enquanto desenvolve condições sociais
que articulam os interesses hegemônicos das classes, é, então, um You're Reading a Preview local de luta e disputa. A questão da escola, na sociedade capitalista, é fun lmente uma questão da luta peloUnlock saber e da articulação desse saber com os int full access with a free trial. e classe. O aspecto crucial é, então, o de circunscrever os mecanismos Download With Free Trial ~ 22. Gilberto L. Alves, em recente dissertação de mestrado, num comen~ tário s ontesta a interpretação de que a expansão escolar se deva, no caso brasileiro istas populares". Contrapõe afirmando que o Estado alarga o acesso à escola c ida antecipatória, para neutralizar focos de luta reivindicatória. Julgamos q tor unilateraliza e superdimensiona o poder do Estado passando a idéiade que Sign up to vote on this title ta de classes no caso a luta por uma nova função social da escola não exist Useful Not usefulmovimentos tro lado, não se dá conta, como assinala Arroyo,que nos recentes es "o operariado se adiantou aos projetas de políticas" sociais elaborados em ete obrigando, na prática de sua luta, os políticos e tecnocratas a redefinir
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o mais grave na relação entre escola e a formação da classe trabalhadora no B e fez tudo para que o trabalhador não fosse educado, não dominasse a língua, sse sua história, não tivesse a seu alcance instrumentos para elaborar e expl o seu saber. sua ciência e sua consciência. ' (Miguel G. Arroyo) A universalização do acesso à escola e o aumento médio de escolaridade é um f e não constituirse em óbice ao capitalismo monopolista. Pelo contrário, um n e esco-laridade generalizada e o próprio prolongamento da mesma den-tro da f que a escola tem assumido historicamente -constituemse em mecanismos funcion tual etapa do desen-volvimento capitalista. Uma escolaridade elementar que pe um nível mínimo de cálculo, leitura e escrita, e o desenvolvimento de determ aços sócioculturais, políticos e ideológicos tornamse necessários para a fu das empresas produtivas e organizações em geral, como também para a instauraç talidade consumista. O prolongamento da escolaridade pro-longamento desquali o de outra parte, vai constituirse num mecanismo de gestão do próprio Estad vencionista, que busca viabilizar a manutenção e o desenvolvimento das relaçõ de produção capitalistas. Esta gestão, porém, é problemática, e é problemática porque é contraditória. gestor econômico e político do' capital monopolista em seu conjunto, deparas contradição que transcende a ele mesmo, porquanto é inerente à forma social da produção capitalista e à luta de classe que engendra. Tratase da forma qu a contradição capitaltrabalho, espe-cialmente no interior do capitalismo atu Enquanto gestor econômico, o Estado intervencionista deparase
. com uma forma de organização da produção onde a luta intercapi-talista pela ucro, de um lado,. e a luta capitaltraba-lho (classe trabalhadora), de outro nfrentadas pelo capital mediante a crescente lnporporação de progresso técnic ução. \, , You're Reading a Preview Por esse mecanismo o capital tende a prescindir cada vez mais do trabalho e d rabalhador qualificado. Sob a ótica econômica, a tendência é um barateamento Unlock full access with a free trial. rabalho e a criação de um corpo coletivo de trabalhadores nivelados por baixo especialmente válido para o trabalho produtivo material. Mundo do trabalho ve With Free Trial seguem trajetórias dist mundo da escola e qualificação,Download vistos desse ân-gulo, Entretanto, como vimos anteriormente, a escola cumpre funções de caráter gera mos de desenvolvimento de um saber não-específico e condições sociais necessá lvimento capi-talista; cumpre funções de formação de profissionais de alto ní s, advogados, economistas e administradores) que irão exercer as funções do c s empresas capitalistas ou nos postos da tecnocracia estatal; cumpre, igualme Sign up to vote on this title o papel de circulação e realização de maisvalia produzida; e, finalmente, p Notexército useful Useful deum um papel de contenção especialmente a nível snperior de res onal ao mercado de trabalho (cf. argumento de Delfim, p. 128).
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De fato, se no âmbito da organização economlCa da. produção, as novas formas ade do capital que demandam como forma de luta intercapitalista incorporaçã ente de progresso técnico têm como conseqüência não apenas, e principalmente, trabalho, mas sobretudo a natureza cada vez mais parcializada, cindida do tra ho e a criação de um corpo coletivo de trabalho, no âmbito do processo educat ar o problema é cada vez menos a falta de vagas na escola, e passa a ter, fun talmente, a desqualificação desse processo educativo. O que se pode observar, ue da mesma forma em que há um esfacelamento do posto de trabalho e uma desqu cação do mesmo, o processo educativo passou a ser também cindido e o conteúdo teriorado, Surge, assim, a supremacia dos métodos e das técnicas sobre os con A desqualificação do trabalho escolar vem transvestida, quer da perspectiva d cia e produtividade, enfatizada pela teoria do capital humano, com a sua corr ta perspectiva pedagógica da tecnologia educacional, quer, mais sutilmente, p orias educacio-1I, nais postas como modernas e inovadoras. Tratase de teorias "não-críticas", c onstra Saviani, que se prestam para recompor os mecanismos de elitização, de manutenção do privilégio de recomposição, po nia da classe dominante.23 23. Dermeval Saviani tem~se constituído num dos críticos que, no Brasil, tem trabalhado, em diferentes momentos. essa questão. A preocupação nodal de Savi mulação de uma teoria crítica da educação tendo como ponto de partida e chega edade de classes, o interesse dos domi-nados. (Ver Saviani, D. Tendências e c s da educação brasileira. ln: Trigueiro, D., coord. Filosofia da educação bra o de Janeiro, IESAE/ Concretamente, a questão da desqualificação da escola é, antes de tudo, uma desqualificação para a escola freqüentada pela classe trabalhadora, muito embora possa sêlo para a burguesia. Qual o interesse da classe burguesa por um ensino e uma educação nivelados pela qualidade, para a classe trabalhadora? Tal perspectiva deman-
Reading a Preview daria uma vontade política cujaYou're direção fosse a superação das rela-_ções soci am a desigualdade. Unlock full access with a free trial. Embora, como colocamos na introdução, o foco central desse trabalho não vise da realidade educacional brasileira, julgamos relevante efelivar, a pariir da With Free Trial nálises disponíveis, uma rápidaDownload contextualização da problemática levantada ne sta realidade. Evidentemente, temse presente, aqui, que as relações entre estrutura econômicosocial e o sistema .educacional, em países que representam o centro hegemônico do sistema capitalista mun-dial, guardam pecíficos. Entretanto, quer em termos de ten dência, quer em termos históricos reais, para determinados centros Sign up to vote on this title no Brasil, amplamente integrados ao nível mais avançado do capi-talismo inter essa contextualização igualmente faz sentido. Useful Not useful O exame das pesquisas que se ocupam da análise da educação brasileira nas últ tanto a nível de educação básica, fundamental, quanto a nível de ensino supe
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escolaridade pela metade, reduz, também pela metade, as horas de aula, tendo s, portanto, que 1/4 do tempo do ensino regular, e em condições ainda mais pe .
A forma de o Estado efetivar a formação profissional ou treinamento é criar i o tipo SENAI, SENAC e SENAR, ou programas de treinamento de mãodeobra inten e/ou promover a diluição das verbas da educação fundamental, da cultura, par ntes ministérios (Trabalho, Interior, Guerra, etc,), para que os mesmos progr no seu âmbito, cursos de treinamento, etc. A nível supe-rior, a resposta à d e ensino tem sido a privatização cres-cente da universidade, de um lado, e a criação de centros de excelência, de outro.
Isso suscita imediatamente, não apenas a questão do montante de recursos aloc educação, mas, sobretudo, a da forma de gerir esses recursos e para onde efetivamente eles se direcionam e com que interesses se articulam. Qual a razão social, política e econômica que le do a distribuir parcelas da verba destinada à educação e cultura (teoricament izada no MEC) para outros ministé-rios ou programas específicos? De outra par a razão de se localizar no MEC o programa de alimentação da criança, programa ia ao educando, merenda escolar? Por que não localizar esta verba se for o c no Ministério da Fazenda, do Pla-nejamento, do Trabalho, Previdência Social, A tendência ao aumento do acesso à escola (embora haja hoje, no Brasil, não m 0% das crianças em idade escolar fora da escola) nos centros urbanos mais des vidos (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, etc.) tingem índices de até 97 % de escolarização, e mesmo o aumento do núrnero méd ermanência na escola tomados pela lógica tecnocrática como índice de democra e equalização social passam a ter panca relevância quando examinados à luz d scola a que os filhos dos trabalhadores têm acesso, sua organização, seus con ntidade e qnalidade do ensino mi-nistrado, a ótica de mundo veiculada, etc. T You're Reading a Preview , na concepção de Trigueiro Mendes, de "uma política aumentativa, que muda os s não muda as coisas numeradas". (Mendes, 1978, p. 32). O que se observa conc Unlock full access with a free trial. ente é que a classe burguesa não se contrapõe ao acesso à escola. A universal o legitima a aparente democratização. O que efetivamente se nega são as con-d Download Free Trial , materiais, que facultem uma escola de With qualidade e o controle da organização ola. Tomandose o fatá amplamente demonstrado pelas pesquisas 166 educacionais do impacto das diferenças de origem social dos alunos sobre endizagem e assumindo que, a despeito disso, a escola tem uma margem de contr ição a dar, resta ver se objetivamente essa escola, tal qual está organizada, Sign up to vote on this title om aquilo que se situa em seu âmbito. Se não cumpre, qual é a razão estrutura Useful o que de fato as pesquisas demonstram é que, ao contrário doNot useful , que
se poderia desejar, a escola pública freqüentada pelos filhos da clas
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ador amontoado de meninos de todas as idades. ( .. . ) Além disso o mobiliári ar é pobre, há falta de livros e de material de ensino e uma atmosfera viciad a exerce efeito sobre as infelizes crianças. Estive em muitas escolas e vi fi e crianças que não faziam absolutamente nada, e a isso se dá atesw tado de fr lar; e esses meninos figuram na categoria de instruídos, de nossas estatístic iais."26 25. Frigotto, Gaudêncio et alii. Custo, financiamento e determinantes da esco ade de 1.0 e 2.0 graus: um estudo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. e Janeiro, IESAE/Finep, 1980. Relatório de pesquisa; ver tam-bém Frigotto, G. e financiamento da educação: sociedade desigual, distribuição desigual dos re ernos Cedes, São Paulo, (5) :311, 1981; Frigotto, G. & Martins, R. C. As múl faces da desigualdade no ensino público: indicações de uma pesquisa. Forum Ed , Rio de Janeiro, FGV, 6(4), out./dez, 1982. 26. Relatório de Sir John Kincaid, de 1858, apud Marx, K. O Capital, op. cito o 1, p. 457.
o que fica patente, não só a nível de Brasil, mas de América Latina, é que ande massa de trabalhadores proletari-zados freqüeutam as escolas nas piores icas e materiais, sem recursos didáticos, pedagógicos; permanecem na escola p tempo à medida que freqüentam estabelecimentos ·com três ou até quatro turno têm um professorado, não apenas atuan-do em condições precárias, mas sobretud stituições de ensino superior privadas cujo objetivo básico, salvo raras exce ino de qualidade, mas o comércio ·do ensino. Esse comét-dó vai se refletir, n !.do, na política salarial que sustenta para o magistério em todos os níveis. arização do magistério, particularmente do eusino básico, é uma forma de desq rabalho escolar.27 A desqualificação do trabalho escolar ou seja, a negação do saber aos filhos trabalhadora passa por outros mecaYou're Reading a Preview nismos, mencionados anteriormente, inscritos no interior da organização da escola e do sistema educacional no seu conjunto. Tratase das teoria Unlock full access with a free trial. tivas que orientam a forma concreta de conduzir a prática pedagógica, a divis a do trabalho educativo, as leis e reformas que orientam determinadas polític Download With Free Trial ucacionais. Esses mecanismos não podem ser vistos isoladamente. Pelo con-trário, estão in nados com outros e decorrem da forma de o capital monopolista articular a escola de acordo com suas neces-sidades e i sses. Desde o início deste trabalh,o apontamos a estreita relação entre a concepção Sign up to vote on this title umano e uma determiuada concepção redu-zionista de educação e de ensino (ver Useful não Not useful reclamar fase na efi-ciência e produtividade da escola vai só uma organi27. Vale registrar que o exame do acesso ao ensino superior no Rio de Janeiro ados de uma série histórica que vai de 1976 a 1980 indica que os cursos de e
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a classe trabalhadora perde não só as condições objeti;yas de sua produção, m ole dos instrumentos de tr!tbalho e a expropriação do saber da classe trabalh . comandám, também, o processo de uma crescente divisão interna do trabalho e xpropriando o saber e o pro-cesso de produção desse saber da categoria dos tr espro-fessores. O processo pedagógico fica cada vez mais entregue aos especi que "pensam", programam e supervisionam a decodifi-cação da programação pree A divisão interna do trabalho escolar (o surgimento dos cha-mados "especialis educação"), posta como um mecanismo de racionalização e maior eficiência do s ino, dentro das condições concretas da divisão social do trabalho, acaba se c o numa medida de esvaziamento e desqualificação do processo pedagógico. Namo enfatiza que "( ... ) a divisão de trabalho em nossa escola pública de 1.0 e 2.° graus esv rofessor da competência que éTe possuía na escola de minoria e não permitiu que ele se reapropriasse em novas bases de um saber fazer mais adequado a um scola que cresceu e se diversificou quanto à c1iente1a".28 A visão tecnicista da educação responde duplamente à ótica economicista de ed pela teoria do capital humano e constituise, a nosso ver, numa das formas de squalificação do processo educativo escolar. Saviani demonstra, em suas análises, que a perspectiva tecnicista da educação emerge como mecanismo de 28. Namo de Mello, G. Magistério de 1.0 grau da competênc}atécnica ao compr litico. São Paulo, CortezAutores Associados, 1~_~2. Esse traba-balho represe significativo avanço na compreensão da PJoblemática do fracasso escolar", em rminações estruturais e no· âmbito da própria escola. (Ver também, Coelho, M. ica do trabalho pedagógico. ln: Brandão, C. R., org. Educador.: vida e morte. Janeiro, Graal, 1982, p.2949). 169 recomposição dos interesses burgueses na educação. Indica, por outra part concepção, se articula com o próprio parcelamento do trabalho pedagógico, qu vez, decorre da divisão social e técnica do trabalho no interior do sistema c sta de produção. You're Reading a Preview
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"A partir do pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos princípio Cionalidade, eficiência e produtividade, essa pedago-gia advoga a reordenaçã Download With eFree Trial so educativo de maneira a torná-lo objetivo operacional. De modo semelhante ocorreu no trabalho fabril, pretendes~ a objetivação do .trabalho pedagógic eito, se no artesanato o tjabalho era subjetivo, isto é, os ins-trumentos de o eram dispostos em função do trabalhador e este dispunha deles segundo seus , na produção fabril essa relação é invertida. ( ... ) O concurso das ações d i-tos produz assim um resultado com o qual nenhumSign dos sujeitos se identifica up to vote on this title , ao contrário, lhes é estranho. useful Not O fenômeno acima mencionado nos ajuda a entendera Useful tendência que se esboçou c nto daquilo que estou chamando de 'pe-dagogia tecnicista'. Buscouse planejar ucação de modo a dotáIa de uma organização racional capaz de minimizar as in
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alização do trabalho escolar, e tampouco insinuando que os avanços tecnológic ser apropriados para o campo da educação escolar. O que estamos querendo enf ue a forma de organização escolar e o uso das próprias téc-nicas, na análise tivando, já vêm articulados à determinação e a interesses de classe. Interesses estes cujo compromisso 170 não é a elevação dos filhos dos trabalhadores aos níveis mais altos da cu rio saber processado na escola, mas a elitização do processo escolar como mec de reprodução das relações ec()nômicosociais que perpetuam a desigualdade.
Os mecanismos de desqualificação do trabalho educativo escolar, . especialmen a classe trabalhadora, encontram sua matriz básica na 'própria forma de o Estado gerir a política educacional. A análise da reforma do ensin,\ de 1.0 e 2.° graus (Lei n.o 5.692/71 e a reforma universitária (\ei n.o 5.540/68), em relação ao caso brasileiro, exemplificam conhmuita clareza que estas reformas, ao contrário do que postulam, têm representado, ainda que contraditoriamente, formas de manutenção e reprodução das relações sociais dominantes. Não é objetivo deste trabalho reeditar análises a esse respeito tendo em vist trabalhos prodnzidos, para os propósitos do que aqui necessitamos, respondem e queremos. Situamos ape-nas para explicitar as posições acima alguns aspecto análises. Pelo que analisamos anteriormente, em particular em relação àquilo que realça levante no trabalho de Salm, a pro-fissionalização do ensino a nível de 1.0 e al qual foi vei-culada, representa um contrasenso histórico e uma aberração vista técnico. ~ A criação do SENAI, em 1942, e posteriormente do SENAC e do SENAR assinalam o e especificidade que a forma capitalista de produção, em sua evolução, vai re termos de profis-sionalização. Como vimos anteriormente, no caso do SENAI, a You're Reading a Preview stituições específicas, portadoras da pedagogia do capital, têm sua função or a em face da crescente dificuldade de acompanhar as mutações que ocorrem no m Unlock full access with a free trial. trabalho, de-correntes das transformações tecnológicas, e em face do tipo. d treinamento e "educação" necessários, decorrentes das formas de Download With Free Trial organização do processo produtivo. A formação profissional passa a ter seu âm mais definido no local de trabalho ou através de treinamentos intensivos, co ados por essas institui-ções ou pela própria empresa. Esse deslocamento do lo capital forma, educa, especialmente os trabalhadores produtivos, in171 Sign up to vote on this title
useful tem ontro Usefulqneo Not dica efetivamente, como já assinalamos anteriormente, capital anismos situados fora da escola formal para formar o trabalhador que lhe convém.
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contraste com o estágio de desenvolvimento industrial da década da implantaçã a (Lei n.O 5.692/71). Enquanto na indústria e mesmo nos serviços se observa u cente automação do processo de traba-lho e se inicia a introdução do robó no ivo, a escola brinca de iniciação para o trabalho, de profissionalização, med entos de trabalho manual defasado no tempo um artesanato deformado. o que a profissionalização compulsória consegue é agravar a desqualificação d lar. A forma pela qual tem sido in29. Em relação à Lei n,o 6.297/75, é interessante notar que além de per-mitir m suas "escolas privadas". orientadas pela pedagogia do capital, há outras va ns estritamente econômÍcas. (Ver a esse respeito, a dissertação de Carlos Cor A Lei 6.297/75; um incentivo à for-mação ou à reprodução. Rio de Janeiro, PUC 172
troduzida a profissionalização não profissionaliza. Pelo contrário, passa uma ada do que seja o processo produtivo hoje e desvia a escola de sua função pre rnecimento de uma es-trutura básica de pensamento e uma qualificação politécn do da tradição marxista); e, ao mesmo tempo, mantém inabalável a divisão soci alho manual e intelectual, entre teoria e prática, organização e execução do racasso da escola neste particular e no âmbito. da própria alfabetização cert é uma característica :n.ecessária e inerente à escola; tratase, entretanto, de uma determirtação histórica que condiciona a escola a esse fracasso Como o demonstra Warde, ao contrário do discurso proclamado sobre a reforma d ino de 1.0 e 2.° graus, cuja função atribuída é técnica, el" cumpre uma funçã ial e política. A nãoarticulação da profissionalização com a realidade é a f isto é, a profissionalização, no interior da sociedade de classes brasileira, u exatamente porque não se efetivou. Isto se dá pelo fato de, ao atribuir à e função de profissionalizar, que não lhe cabe concreta e historicamente na fo ganização da produção capitalista, a reforma vai manter a escola dentro dos p a tomam funcional para a reprodução das relações sociais de produção. "Só aparentemente a escola é dicotômica às práticas sociais de pro-dução. O f You're Reading a Preview rada da produção e desarticulada do mercado de traba1ho é o que dá a marca de relação à produção e de sua articu@ção com o mercado de trabalho."30 Unlock full access with a free trial.
Sua produtividade para a manutenção das relações SOCIaIS de pro-dução se mate With Free Triale em seu caráter anacrónic sua improdutividade, isto é, naDownload sua abstratividade Dentro de uma ótica global, Trigueiro mostra o sentido da des-qualificação en reforma de 1.0 e 2.° graus e seu caráter anacrônÍCo. "A reforma do ensino de' 1.0 e 2.° graus, que explicitamente de-clara os dois ados conti~uidade e terminalidade signi-fica concretamente as sucessivas ho Sign up to vote on this title talidades imóveis 1.0 e Useful Not useful ~ 30. Warde, M. Educação e estrutura social a profissionalização em questão. S
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Vale ressaltar que, ao longo dos 12 anos de sua implantação, "a lei que não e egar"31 vem merecendo, por parte do Estado, mudanças que alteram sua proposta inal. Tintase de readapta-ções propostas como mecanismo de ajustamento dent circular do interesse da classe dominante patrocinadas pelo próprio Estado, udanças forçadas pela própria crítica que se amplia em diferentes segmentos d civil. O Parecer n.O 76/75 representou, na análise efetivada por Cunha, a "reforma da reformau (Cunha, L. A., 1982 Ye, atualmente, a proposta da retirada da obri-gatoriedad pulsória do ensino profissionalizante consubstancia a "reforma da reforma da ma". (Cunha, L. A., 1982). Em relação ao ensino superior, o que se pretende também é a mudança dos númer das coisas numeradas. As me-didas da política do Estado neste nível de ensino na direção de uma estratégia calcada em mecanismos de seletividade mais osten ediante formas de uma aparente democratização que escon-de a seletividade ou ificação do ensino no interipr da uni31. Brandão, Z. A lei que não era para pegar. Boletim de Documentação & Infor Paulo, SENAC. (519): 11, 20 de maio de 1982. Vale ressaltar que em alguns cas quando a reforma buscou ser aplicada ten· tando superar seu caráter anacrôni rtesanato deformado, as forças sociais dominantes não aceitaram. Ver a esse r a dissertação de Antônio Mânfio, Centro intercolegiaI integrado de Tubarão rática. Rio de Janeiro, IESAE/FGV, 1981. Grzybowski mostra igualmente, em rec estudo sobre "formação profissional de trabalhadores rurais da cana", que exi estratégia de "esvaziamento das propostas de formação profissional por parte s". (Ver, a esse respeito, Grzybowski, C. A formação pro~ fissional de trabal rurais da cana: o aprendizado nos cursos face ao aprendizado no trabalho e n ida. Rio de Janeiro. IESAE/FGV, 1982, mimeogr.).
versidade. A preocupação do Estado que no capitalismo monopo-lista passa a t crescente de gestor das crises do capital no seu conjunto é que a universida lém de cumprir seu papel de formadora de quadros dirigentes, tecnocratàs, ger You're Reading a Preview etc., e seu papel ideológico, cumpre também a função de uma espécie de vál-vu ha de acordo com os diferentes Unlock ciclos das conjun-turas econômicas. (Ver Giano full access with a free trial. A., 1980). Os processos de sdetividade social, como se pode depreender de sua evolução h Download With mais Free Trial cada vez mais dissimulados e tecnica-mente apurados de 1;,orte que tais essos se revestem de uma pretensa meritocracia. ", "Para que a meritocracia tenha aparência democrática, dando a todos igual opo de, a base da pirâmide é expandida ao má-ximo, (podendo) até incluir toda a p pirâ· mínimo de escolaridade obrigatória. Ao mesmo tempo, porém, a altura da. Sign up to vote on this title sem cessar, pois a estrutura social capitalista . nada tem de igualitário e Useful e altura base Not useful el da escola ê essencialmente selecionador. Entre da pirâmide t haver uma tal proporção que apenas uma fração 'adequada' da clientela possa a tágios mais altos." (Singer, P., 1980, p. 3).
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conseqüências. Revista Debate e Critica~ Rio de Janeiro, n. 5, 1979.
33. A questão da organização da universidade e a sua gestão temse cons-tituído, as últimas décadas, num local de embate onde se con~ frontam as forças· reaci antes, interessadas em manter a univer·
fase do capitalismo a propriedade deixou de ser o principal meio de ascensão l. Hoje, as principais posições de poder. nas empresas monopolistas, no apare Estado e nas grandes instituições não-lucrativas (universidades, hospitais, m ros de pesquisa, etc.) não são ocupadas por 'proprietários', mas por 'tecnocr essoas que exibem como credencial mais importante para exercer poder e conhec nto. Estamos vivendo numa pretensa meritocracia, ou seja, num sistema em que epartição das pessoas nas escalas hierárquicas do poder se pretende fundament ivamente na competência . alicerçada no conhecimento superior. 'Manda mais qu mais'. Ora, se esta é senão a realidade a alusão dominante a res~ peito do ria ser a ~alidade, que Instituição é mais apro-priada para julgar o saber ão ?" (Singer, P., 1980, p. 3). o diploma superior, embora não seja uma condição sufici,nte, passa a ser uma credencial necessária para o acesso a essas posições. A expansão que se dá no ensino superior na fase de internacionalização acelerada da economia nacional (fins da década de 60), quando a crise estudantil atingiu contornos de ameaça à ordem po-
lítica, tem, no início, seu efeito pelo menos parcialmente _ tanto . político quanto económico. Entretanto, uma década e meia se passou e o "mil Reading a Preview ileiro" revelou sua verdadeira You're natureza. A economia "nacional" está a mercê d al internacional e o país manietado Unlock full access with a free trial. pelas decisões do Fundo Monetário Internacional. A concentração aguda da renda, de um lado, e a inelasticidade da oferta de empreDownload Free conformam Trial gos compatíveis com o nível superior, deWith outro, um quadro de diplomados a nível superior que constitui o exército dos "favoritos degradados", como os caracteriza Prandi, na análise do mercado para egressos do ensino superior. (Prandi, R., 1982). A crise do final da década de 60, administrada peloSign Estado, mediante up to vote on this title essencialmente a expansão do ensino 'privado, reaparece, concretaNot useful Useful mente, num nível mais agudo: o desemprego dos diplomados. Desfazse o mito de que o progresso técnico demanda crescente contingente de
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sino, como manter esse nível funcion,aI à divisão social do trabalho, à divisão entre organização e execução da pro-dução. Em s rutura do privilégio arcabouço básico da sociedade de ~1asses. '. A reconstituição histórica dos processos de seletividade no en-
sino superior indica vários mecanismos que concorrem para esse controle. Com a crescente pressão pelo acesso ao ensino superior, os me-canismos de sel de social tendem a ser cada vez menos na entrada, e cada vez mais pelo típo d tituição e qualidade de ensino que ministra, pelo tipo de curso ou carreira. nte estudo de que participamos sobre vestibular como diagnóstico do sistema e onal e social,34 analisando uma série histórica de dados do Ces-granrio, cons ma hierarquização social das carreiras, bem como uma composição social divers tuições públicas e priva-das, até mesmo dentro da mesma carreira ou curso. Ex de engenharia, medicina, arquitetura, etc. ~
Na análise histórica dos processos seletivos de acesso ao ensino superior, ef no estudo aludido, foram detectadas três grandes etapas, associadas à forma nização económicopolítica da sociedade: "a primeira, em que o recrutamento dos futuros destinatários se realizava e e ganizado dentro do próprio aparelho escolar, atra-vés dos seus regimentos de tação de cada curso. Foi um período de seleção entre poucos, abrangendo os sé , XVIII e XIX e início do século XX; a segunda, em que o controle do acesso n instituição se mostrou ineficaz, acentuando~se assim a preocupação com a ela legislação específica para ingresso. Foi uma fase que inaugurou a seleção par
34. Cesgranrio. O vestibular como diagnóstico do sistema educacional, op. cit You're Reading a Preview 177 Unlock full access with a free trial.
tenção e na qual se sacramentou o exame do ingresso como meca-nismo seletivo. Download Withséculo; Free Triale, finalmente, a terceira, reendeu as décades de 20, 30 e 40 do nosso eleção entre ~muitos', na qual a competição sofre uma crise de controle e exi amento do exame vestibular e a criação de órgãos e instituições com a finalie reelaborálo continuamente. Esse período se iniciou após a II Grande Guerra ece até nossos dias".35 Devese observar, entretanto, que a par destes mecanismos insSign up to vote on this title titucionais, legais, paralelamente desenvolvemse, no interior das pró-prias useful superior. Useful deNot trabalho, mecanismos de controle sobre os profis-sionais nível Para exemplificar, é interessante observar que para determinadas carreiras, q scem historicamente com uma especificidade bastante definida no interior da o
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educacional, op. cit., p. 129. 36. Esse argumento é parte obrigatória do discurso dos que ao mesmo tempo, e itoriamente, propalam a democratização do ensino superior, mas logo põem a re rebaixamento da qualidade. Julgamos que a colocação feita por Gramsci, a esse to desmascara claramente essa ambigüidade .., muito produtiva para os def es da elitização. "( ... ) dado que não pode existir quantidade sem qualidade ade sem quanti-dade, toda a contraposição dos dois termos é racionalmente um o ( .. . ) sustentar a "qualidade" contra a quantidade significa apenas isto: n-ter intactas determinadas. condições de vida social, nas quais alguns são p ade, outros pura qualidade"(Gramsci, A., op. cit., p. 50.) 178 trabalhadores assalariados, dentro de um esquema de parcialização de tare presenta não só a perda do controle sobre seu processo produtivo e a definiçã anhos, como também uma subjuga-ção cada vez mais aguda às leis das relações c abalho. Se esse mecanismo mais radical de controle, a par de outros, representa a for de o Estado, guardião dos interesses do capital no
'seu c()njunto, manter sob seu controle a produção dos "graduados", especialm determinadas áreas, não é suficiente para contor-nar a ampliação das êontrad contradição fun-damentaI capital/trabalh'1:J. Como assinala C. Nunes, " "identificandose mais com o trabalhador do que com a classe diri-gente tais orias ganharam consciência mais aguda do desgaste de suas condições sócio~eco fenômeno demonstra o caráter contraditório da própria expansão capitalista. o em que, para manterse, o capitalismo sacrifica as condições de trabalho e destes profissionais, proporciona, través des-tas mesmas condições deteriora rtunidade do exercício de uma prática política que se caracteriza na percepçã re os interesses do capital e do trabalho". (Nunes, C., op. cit., p. 132). Em suma, o que queremos destacar até aqui é que, efetivamente, a escola enqua You're Reading a Preview tituição que se insere no interior de uma forma-ção social, onde as relações apitalista são domi-nantes, tende a ser utilizada como uma instância mediador Unlock full access with a free trial. fe-rentes níveis, dos interesses do capital. Essa mediação, entretanto, à med etiva no interior de relações sociais, onde estão em jogo interesses antagôni Free Trialadequada aos interesses do de forma linear. Por isso é que Download a gestãoWith da escola l lhe é historica-mente problemática. A escola que interessa à grande maioria ela têm acesso ou que gostariam ter não é a escola re-querida pelos interes tal. Numa sociedade organicamente montada sobre a discriminação e o privilégi os, não há inte-resse por uma escolarização que nivela em quantidade e quali o efetivo do. saber. Sign up to vote on this title A desqualificação da escola, por diferentes mecanismos aqui apenas referidos, useful Useful Not tuise, ao lado dos mecanismos inseridos no próprio processo produtivo, numa sutil e eficaz de negar o acesso aos níveis mais elevados de saber à classe adora. Esta negação, por sua vez, constituise numa das formas de mantêIa ma
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va", necessária à manuteução da divisão social do trabalho e, mais amplamente ociedade de classes. Ou, então, como se pode entender o descaso concreto, his amente recalcitrante, com a escolarização da classe trabalhadora?
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Se efetivamente o espaço escolar, enquanto espaço de produção e difusão de co lvo de uma disputa e se, como vimos, a escola que se organiza para mediar os eresses do capital não é a escola que medeia os interesses da classe trabalha or onde passa fundamentalmente a questão do dimensionamento político e técnic ate da escola para o interesse da maioria discriminada? Essa parece ser uma questão crítica que vem ocupando nm número crescente de "intelectuais progressistas", muitos deles oriundos da "mai a discriminada", que tiveram acesso aos patamares mais elevados do saber, ou de intelectuais que, embora provenientes das camadas mé como as tipifica Poulantzas _ se colocam na ótica dos interesses dessa grand oria. No tópico a seguir, con-cluindo o corpus deste trabalho, buscamos camin ta direção apontando alguns aspectos que nos parecem pertinentes dentro do debate presente. 4. O TRABALHO COMO ELEMENTO DE UNIDADE TÉCNICO.POLíTICO NA PRATICA PEDAGÓGICA QUE MEDEIA OS INTERESSES DA "MAIORIA
DISCRIMINADA" . .. a tendência democrática, intrinsecamente, não pode consistir apenas em q rário manual se torne qualificado, mas que cada lcidadão' possa se tornar 19o e' e que a sociedade o coloque, ainda que labstratamellfe', nas condições ger poder fazêlo . .. (A. Gramsci) A apreensão teórica e histórica da prática educativa escolar, in-serida na so asses como uma prática contraditória e, You're Reading a Preview 180 enquanto tal, alvo de uma disputa pelo saber que se divnlga ou produz, e articulação deste saber com os Unlock interesses de classes, presentes de forma cres full access with a free trial. a literatura das ciências sociais aplica-das à educação, entre nós, aponta pa peração: da Download With Free Trial
visão ingênua, nãocrítica e da visão "críticoreprodutivista" desta prática, na ótica do que expõe Saviani a esse respeito. (Saviani, D., 1982b, Esta superação pela negação, entretanto, é apenas o ponto de partida de uma t educativa críticas, teoria e prática qne se articulam com os inter"!'ses da discriminada, dos domina-dos. O movimento da negação da negação, que se cons Sign up to vote on this title práxis articulação entre a apreensão teórica e a transformação Useful Not useful real é, no dizer de Saviani, "um caminho repleto de armadilhas, já que os mecanismos de 'adap-tação aciona camente, a partir dos interesses dominantes, podem ser confundidos com os ans
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Esse, como apontamos nos tópicos anteriores deste capítulo, tem sido em boa m equívoco de Salmo Ao tomar como especifici-dade da escola apenas o ideológic escartar as diferentes me-diações da prática educativa escolar com as demais ais, especificamente com a prática econõmica, indica, como camiuho de resgate ola que interessa à classe dominada, o ideal de Dewey 181
,r, !: ,lj , li,: 'i i lli J I I ( I formação para a democracia e para a cidadania. Ora, como vimos em 3. I, a pr de Dewey é nma proposta aparentemente demo-crática como todas as propostas li as que ensejou medidas concretas de uma escola mantenedora da discriminação e vilégio. Um encaminhamento desta natureza, circunscrito historicamente nas mudanças da ca educacional brasileira em relação à profis-sionalização de 1.0 e 2.° graus , como solução do fracasso da profissionalizaçã", as medidas que se vêm toman mente revogar a obrigatoriedade da profissionalização e acen-tuar o caráter g sino academicista Se concretamente a forma como se introduziu a profissionaliza-ção se constitu canismo de desqualificação' da escola e num desvio na apreensão do avanço do nico e das forças produtivas, a revogação da obrigatoriedade e a volta ao ens a-to, genérico não significam um avanço na direção dos interesses dos dominados. Pelo contrário, significam, apenas, um mecanismo de You're Reading a Preview readaptação aos interesses dominantes. O que fica uma vez mais negada Unlock é a organização da escola capaz de formar, des full access with a free trial. elementar como aponta Gramsci, em sua concepção de escola unitária cada cid cidadão concomitantemente para a Sacie/as haminum (consciência dos direi-tos Download With Free Trial veres para introduzilo na sociedade política e civil) e a sacie/as rerum mento científico para dominar e transformar a natureza).31 O encaminhamento do resgate da prática educativa escolar, para que a mesma se cule com os interesses dos dominados, firmado na ótica apenas ideológica ou p deológica, reforça um outro tipo de ação concretaSign bastante presente emsetore up to vote on this title o de "van-guarda" no campo educacional, e que pode se constituir numa das arm Useful Not useful as anteriormente aludidas. 37. Adiante retomaremos esta questão. (Ver Gramsci, A. A organização dá. esco tura; e para a investigação do princípio educativo. ln: Os inte-lectuais e a
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via, as da sociedade. Esta, porém, não é uma questão trivial e o risco de malenten-didos é grande. uase num duplo nível: na separação entre as dimensões política e técnica da tex-tualização histórica da articulação destas dimensões. Compreendendose a prática educativa escolar como sendo uma prática política que não se situa ao mesmo nível da prática fundamental das relações sociais d ndicionam o modo de existência dos homens, nem da prática ideológica e políti essa base se estrutura, a influencia e a modifica, resta espe-cificar a natur a dimensão política e técnica da educação e como se articula com o conjunto d iais. 38. o problema levantado por Saviani, num dos seminários de tese (São Paulo, .11.82), com respeito à escolas dos sindicatos, situa o plano por onde passa questão. A escola do sindicato pode pautarse em cima de objetivos mais sindi políticoideológicos que propriamente no fornecimento de um instrumental bás o conhecimento da societas rerum e da societas hominum. Esta escola de per si garante que os interesses do trabalhador, que vê no saber que se produz na es um valor, sejam atendidos. A arti-culação da escola com a luta que se trava a ical e dos movimentos da classe trabalhadora não supõe que a escola seja form do sindicato. Saviani sintetiza essa discussão no texto: "Onze teses sobre e polí~ tica". ln: Saviani, D. Escola e democracia.. São Paulo, Cortez, 1983.
o primeiro aspecto a se ter claro é, então, que a natureza da dimensão políti ativa escolar, enquanto ação que se-dá num espaço de uma prática não fundamen a, não se define dentro dos "muros" da escola, mas nas relações sociais de produção da existência. Isto indica, ao mesmo tempo, que a ação educativa dimensão política, se vincula e recebe a deter-minação na luta hegemônica que You're Reading a Preview re as classes nas prá-ticas sociais fundamentais, e que ela não é uma ação po mesmo nível da ação política que se desenvolve no interior Unlock full access with a free trial. dessas práticas. A especificidade da dimensão política da ação pedagógica esco-lar está exatam Download With Free esta ação na linha dos interesses hegemônicos deTrial um determinada classe social são política da ação pedagógica na linha dos interesses da classe trabalhador se concretiza à medida que se busca viabilizar uma escola que se organiza para o acesso efetivo do saber que lhe é negado e expro-priado pela dominante. o ponto de partida e de chegada, portanto, da ação educativa que buscaviabil Sign up to vote on this title interesses hegemônicos da classe trabalhadora é político. Enquanto ponto de Not useful os intere Useful que articula a determinação da direção da prática educativa escolar e tra-balhadora nasce na luta mais ampla das relações sociais de classe; enqu o de chegada, implica a apropriação concreta de um saber objetivo que, articu
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gresso da democratização da escola é lutàr por alguns obstáculos ao progresso zação da socie-dade". (lanni, O., 1963, p. 94 e 205). Essa luta mais ampla, c anteriormente, é que dá a direção política da ação educativa
. escolar que se explicita na escola, pela forma de articular o saber com OS eresses hegemônicos da classe trabalhadora; e, finalmente, tanto a primeira q a segunda dimensões implicam a mediação da competência técnic~.~ de instrume s mediante os quais se transforma a "realidà'de rebelde" da negação do saber rabalhadora. Apropriars6 do saber objetivo que lhes é negado his-toricamente lasse dominante a nível de instituição escolar, de instituições culturais, e nível do processo produtivo onde o capital se apossa do saber coletivo da cl trabalhadora, é uma tarefa que transcende à vontade política, ainda que esta o de partida. O resgate efetivo de uma escola de qualidade que alfabetize de o condiciona, grandemente, a possibilidade de se fazer da escola um espaço qu orça e amplia os interesses da classe trabalhadora. Este resgate demanda orga disciplina, quali-ficação técnica e direção política, e necessita de intelect mesmo tempo, a capacidade técnica e a opção política na direção dos interesse . Circunscrita a prática educativa escolar dentro da unidade ne-cessária da dim a e técnica e, tendo essa unidade como ponto de partida e de chegada os inter da classe trabalhadora, qual o elemento histórico que estabelece essa unidad ersa a nível de escola e o articula com esses interesses hegemônicos mais amp , noutros termos, qual a categoria histórica que articula a media-ção polític escola com o movimento da luta pelos inte-resses hegemônicos da classe trabal que se dão ao nível das práticas sociais fundamentais? Este elemento histórico que define as relações sociais de pro-dução da existê sa e articula a prática escolar e as práticas superestruturais, no seu conjun a prática social fun-damental, é o trabalho humano. Trabalho não enquanto ca al, abstrata, mas enquanto produção concreta da existência do homem em circun stóricas dadas (ver item 1, 2.° capítulo). 185
nas que o homem, ao transformar a natureza, se transforma a si mesmo, mas também que a atividade prática dos homens é o ponto de partida do nto e a categoria básica do processo de conscientização. Esta concepção do tr como o fun-damento do conhecimento e da conscientização, como já aludimos an , é explícito em Marx, no prefácio de Contribuição à Crítica da Economia Política, afirma: "O modo de produção da vilfa material condiciona Sign o processo de vida social, p up to vote on this title espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina seu ser> sen useful Useful Not(p. trário, o seu ser social é que determina a sua consciência." 24). Reconhecer a dialética do trabalho ou a práxis humana como a base do conhecimento humano, tem como decorrência imediata
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39. Referimo·nos aqui à obra de Pistrak (Fundamentos da escola do tra~ balho. o, Brasiliense, 1981) que, dentro de um contexto específico das relações soci odução instauradas pela revolução de outubro de 1917, na Rússia, faz do "trab cola" a base educativa que se articula com o trabalho social e o proceSso produtivo real. 186 um vez mais, cair na armdilha que reserva uma escola de elite para a classe d gente e uma "multiplicidade de escolas", que vão desde a escola formal desqua ada, "escolas" profissionalizantes (priva-das ou públicoprivadas), de formaç onal (SENAI, SENAC, SENAR), treinamento na empresa, até a "escola" das própri
,ções capitalistas de trabalho no interior do processo produtivo, para a Clas alhadora. O caminho do resgate, então, ,como assinalamos anteriormente, não poderá ser t\Dewey, mas a volta à proposta pedagógica posta por Marx, desenvolvida e amp or Lenine e, especialmente, por Gramsci.40 A questão crítica que surge de imediato ao se pensar essa pers-pectiva de esc ade do ensino e trabalho produtivo, trabalho como princípio educativo e escol itécnica), dentro de uma for-mação social capitalista específica, passa por d
a) o primeiro relacionase com a compreensão teórica de que dis-pomos lução da reflexão marxista (sem ortodoxia, mas também sem ecletismo) na propo ade entre ensino e trabalho produtivo, escola politécnica e trabalho como princípio educativo, na linha dos autores supracitados;
b) o segundo aspecto diz respeito à concretização histórica do trabalho como princípio educativo e como elemento da unidade entre a dimensão té política da prática educativa escolar e as práticas fundamentais, em formaçõe italistas como a brasileira, onde a passagem para a socialização dos resultados do trabalho coletivo se apresenta apenas como possibilidade, mas cuja r idade se pauta na exploração da classe trabalhadora, a nível do processo produtivo e a nível da exploração política pelo própriO Estado, que zela pelas condições de ampliação do capital. Sobre o primeiro aspecto que nos possibilita, cremos, um enca-minhamento ,par uar o segundo, não obstante o caráter sempre 40. Ao delimitar o desenvolvimento dado à questão pedagógica posta por Marx, e Gramsci, não queremos dizer que a mesma se esgote em suas análises. Apenas Sign up to vote on this title demarcando a direção que nos parece historica Useful Not useful mente adequada. 187 polêmico das interpretações, em face de literatura já existente, limi-tam uilo que julgamos importaute para o encaminha-mento final deste trabalho.41
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relação objetiva que o homem perdeu para produzir pelo trabalho, em relação a omens, sua existência, mediante o surgimento da propriedade privada. Na perda oder de apropriar se, como proprietário coletivo das con-dições de sua produ osocial, o homem perde a si 41. Cândido G. Vieitez, no seu trabalho sobre os "professores e a orga~ nização d , efetiva uma discussão sobre a concepção de educação MarxEngels, Lenine e G cando a base comum e as especifici-dades da concepção de cada autor. Consider ue os aspectos que abor-damos sobre a concepção desses autores se atêm a uma pecífica, é interessante que o leitor, que não tem possibilidade imediata de s, consulte essa obra. (Vieitez, C. G. Os professores e a organização da esco aulo, CortezAutores Associados, 1982, p. 1124). 42. Em relação à concepção de trabalho produtivo, ver o item 3.2.
43. Manacorda efetiva uma análise do pensamento pedagógico de Marx partindo dos P do comunismo, escritos por Engels, passando pelo Manifesto deI Partido Comun a~ que se estrutura tendo como base esses princípios, passa pelas lnstruccion los delegados, o Capital e a Critica ao programa de Ghota. (Ver Manacorda, M. rx y la pedagogia de nuestro tiempo. Roma, USPAG, 196.6, p. 1948; ver também , K. & Engels, F. Critica da educação e do ensino. Lisboa, Moraes, 1978, 265
188 mesmo; é alienado, degradado. "No proletariado o homem perdeuse a si mes (Lenine)
A união do ensino ao trabalho produtivo e um ensino politéc-nico é, pois, uma ca implicada no movimento da criação das condições históricas de uma sociedad m total e todo homem se humanize pelo trabalho O caráter politécnico , .
) 'do· ensino decorre da dimensão de um desenvolvimento total das possibilida anas, onde, como afirma Marx, na Ideologia alemã, os pintores serão hontQres más pinten. \,: . "
inte A escola politécnica, cuja organização básica envolve o desen-volvimento Sign up to vote on this title , a formação científica e tecnológica e a indissociabilidade do ensino junto Useful Not useful produtivo, ao mesmo tempo que é posta como a escola da sociedade futura onde se tenha superado a são social do trabalho e "o trabalho se tenha
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e da inseparabilidade de ensino e trabalho produtivo concepção que está mais em Marx, para a busca de superação das condições estruturais da divisão soci o, separação entre trabalho intelectual e manual estabe189 l-
lecem alguns avanços significativos para a compreensão do papel que a escola r em sua dimensão técnica e política, no interior da sociedade burguesa, na a s interesses da classe tra-balhadora e no movimento global pela transformação dade de classes. Em Lenine, as teses pedagógicas de Marx não apenas são reto-madas como vão se após a revolução de outubro de 1917, na base do sistema escolar e da ação pro cola poli-técnica. Uma escola politécni .. a "que dé a conocer, en la teoría , todas las principales ramas de la producción", e que está fundada sobre o " o 'lazo de unión de la ensenanza COn el trabajo productivo de los muchachos". ine, 1954, p. 47). Do pensamento pedagógico de Lenine, o que nos parece rele-vante enfatizar, de s propósitos deste trabalho, é a explicitação da dimensão política da prática nos referimos ante-riormente. Ao mesmo tempo que situa o ponto de vista da c trabalhadora como ponto de partida da escola que articula os seus interesses, pondera que não se trata apenas de saber palavras de . ordem. Ao rigir aos jovens, criticando a tendência de ver tudo o que se fez "na velha escola" como algo livresco e inútil, adverte para a necessidade de se extrair desta escola o que é indispensável para a so comunista. "Seria errado pensar que basta saber as palavras de ordem comu~ nista, as con sões da ciência comunista, sem adquirir a soma de conhecimentos dos quais o c o é conseqüência. O marxismo é um exemplo de como o comunismo resultou da som You're Reading a Preview i-mentos adquiridos pela humanidade." (Lenine, 1968, p. 98). Se em Lenine o desenvolvimento Unlock das idéias pedagógicas básicas de Marx encontr full access with a free trial. nço que nos permite vislumbrar de dentro da escola, mesmo sob as condições ca s, um campo de ação ainda que não determinante, mas fnndamental para articula Download With Trial encontramos os elementos esses hegemónicos da classe trabalhadora, emFree Gramsci mostram ser essa tarefa possível e viável. Gramsci, efetivamente, vai dar ao princípio do trabalho como elemento edncati nseparabilidade entre ensino e trabalho pro-dutivo e ao caráter politécnico d ica, uma dimensão mais ampla e cultural. Sign up to vote on this title "O advento da escola unitária significa o início de novas relações entre trab Not useful O princípi Useful social. ctual e industrial não apenas na escola mas em toda a vida o, por isso, refletirseá em todos os organismos da cultura, transformandowo mpreendendo-lhes um novo conteúdo." 44
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partido, da escola e sua função. ~ O que nos interessa aqui é apenas entender onde entra a ques-tão da escola e ramsci vislumbra uma função importante para a mesma no conjunto dos mecanismo judam a classe trabalhadora a superar, por um processo catártico, as visões d
comum, os interesses imediatos, corporativos ou meramente eco-nOffilCOS, e se ar para uma consciência universal. Como, em outros termos, a escola pode ajudar a classe trabalhadora partindo 44. Gramsci, A. Os intelectuais e a organização da cultura, op. cit., p. 125. ussão· que se segue sobre o pensamento pedagógico de Gramsci e sua ligação co o mesmo efetiva do Estado, partido, intelectual, hege-monia, etc., tem como além do livro acima, os seguintes livros: Concepção
I dialética da História, op. cito Maquiavel, a política e o Estado moderno, op. 190
L,.~~,,,,,~,::=:;;;:,:,,,,;~;;::;~,,, C"",~",,~ , UC" ,.. cu
do seu senso comum, de Sua cultura, a elaborar e "explicitar seu saber, sua c You're Reading a Preview a e sua consciência". Em termos esquemáticos, o que Gramsci faz para responder à questão da complex Unlock full access with a free trial. passagem do capitalismo ao socialismo, no capitalismo monopolista, e dentro d ual se insere a análise do papel da escola, pode ser posta nos tópicos a segu With Free Trial A sociedade capitalista, cindidaDownload fundamentalmente pelas classes fundamentais rguesia e pr~etariado), se caracteriza por relações sociais de produção da ex gônica. Há nesse antagonismo um jogo de relações de forças. Estas relações de nível das relações sociais, das relações econômicas (que vão do \ momento corporativo, momento propriamente econômico, até o moSign up to vote on this title 1 Useful Not useful mento político) e das relações militares.
Tais relações de força, que se articulam ao nível infra e super-estrutural, n
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r mim desenvolvido como trabalho final do Curso monográfico sobre a obra de G i. (Ver: Notas sobre minha leitura da obra de Oramsci: implicações para a organização do trabalho eScolar e a prática educativa> São PaUlo> P1!C> 1980, 31 p. mimeogr.). 192 lação política da concepção de Estado e, dentro desta nova visão, desenvolve l do intelectual, do partido, e situa a função da escola. Gramsci, que vive uma época histórica onde o fenômeno estatal é mais complexo ber que as crises econõmicas não irrom-pem de forma catastrófica nas esferas urais, mas são me-. diatizadas pelas instituições da sociedade civil. Sem des núcleo central da teoria marxista de Estado (caráter de classe de todo o pode tado), amplia a compreensão do Estado como sendo a sociedade políÍl'ca e a so ivil. A primeira designa o conjunto de mecanismo~ através dos quais a classe dominante de-tém o monopó A segunda designa o conjunto de organizações, aparelhos culturais e políticoeconômicos, onde sç situa a sede específica da hegemonia. Sociedade política e sociedade civil, embora tenham uma espe-cificidade, mant si uma unidade dialética. Em conjunto ser-vem para conservar e promover organ e determinada base econômica, de acordo com o interesse de uma classe fundame No interior da sociedade civil, as classes buscam exercer a hegemonia pela d e consenso, além de alianças com outros grupos. No interior da sociedade polí ontramos os instrumentos de domi-nação e coerção. Para Gramsci, então, o processo de transição para o socialismo não implica ap uista do Estado (sociedade política), mas também uma prática ativa, organi,za ação da consciência coletiva, a consciência de classe dos trabalhadores no in instituições da sociedade civil. O intelectual e o partido entram no contexto desta tarefa. A categoria intele al é, na obra de Gramsci, um conceito central. Parte da concepção de que todo ns são intelectuais, embora nem todos desempenhem a função de intelectual. Es You're Reading a Preview deriva do fato de que, em Gramsci, o conceito de intelectual é estru~ turado lugar e função que ocupa no conjunto do sistema de relações sociais, e não pe Unlock full access with a free trial. o trabalho que realiza. "O operano ou proletário não se caracteriza especüicamente pelo trabalho manu With Free Trial trumental, mas por este trabalhoDownload em deter-minadas condições e determinadas re s." (Gramsci, A., 1979, p. 7). 193 Sign up to vote on this title
o intelectual orgânico,46 no interior da classe fundamental a que pertence, t Useful Not useful de organiz função, a nível económico, cultural, social e políticoideológico, e educador. Cabelhe suscitar, entre os membros da classe a que está organic e ligado, uma tomada de consciência de sua comunidade de interesse e pro-move
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gajamento, essa relação dialética, teórica e prática, objetiva e subjetiva, i assa, segundo Gramsci, dáse no partido. Se o tido 46. Para além tico
intelectual é, para Gramsci, organizador e crítico da Cons-ciência da cl constitui o "intelectual coletivo". uma análise do conceito de intelectual orgânico e tradicional, das obras de Gramsci supracitadas, ver Piotte, J. M. O pensamento políde Gramsci. Porto, Edições Afrontamento, 1975, p. 3556.
47. O conceito de ideologia historicamente orgânica contrapõe~se à con-cepção que gia a falseamento da realidade, a falsa consciência. A ideologia orgânica é e por Gramsci como sendo o elemento de orientação da ação. de organização das m ite a tomada de cons-ciência de SUa posição. A ideologta traduz uma concepção e manifesta e tem que ser elaborada, no mundo da filosofia. da ciência e do senso comum. 194 As mesmas preocupações concretas com a luta do proletariado que levam Gramsci a uma concepção de Estado num sentido ampliado, levamno a uma ampliação da concepção de partido.
O partido enquanto orgamco, fundamental, não se confunde com partido no senti trito (organização que exerce a ação !,olí-tica estatal). O partido abrange t deológica) que 'se dá no interior das organizações da sociedade civil (jornal sindicato etc.). You're Reading a Preview " Na análise gramsci~a de pai tido, podemos distinguir o partido Unlock full access with a free trial. político, o ideológico e o ievolucionário.
With Free Trial integrante . do jogo do O partido político diz respeitoDownload à organização formal a dada conjuntura. Compreende o exercício organizado necessário à prática pol ido estrito. O partido ideológico está ligado ao exerClClO da luta hegemónica e a uma nova concepção de mundo e de sociedade. Sua ação se manifesta em diferentes organizações, predominantemente no âmSign up to vote on this title bito da sociedade civil organizações que formalmente podem até Useful Not useful declararse apolíticas. O partido revolucionário representa a síntese dialética entre partido político e partido ideológico. Tratase do "moderno príncipe",
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... 1 damental é alcançar uma forma superior e total de civilização modema. o partido coustituise no intelectual coletivo, no organismo educador por excelência, onde intelectuais e massa elaboram a hegemo' nia, dão coesão e consenso à classe e criam as condições concretas para a instauração de um novo bloco histórico. Nesse ãmbito do partido como intelectual coletivo, organizador, educador, formador da consciêI1tia de classe, instrumento por excei lência da hegemonia. é que se coloca) no pensamento gramsciano, o papel da escola e da atividade educativa no seu conjunto. I A importância que Gramsci vai dar à organização da escola, ao rigor e à disciplina, bem como a proposta da escola única e do trabalho como o princípio educativo, ficam mais bem compreendidas quando situadas na perspectiva do conjunto de mecanismos que a classe trabalhadora necessita para viabilizar a luta hegemônica por uma nova sociedade.
Educar, neste contexto, é explicitar criticamente as relações so-ciais de pro ade burguesa, para pôrse a 'caminho de sua desarticulação, e criar as condiç para que se instaure um novo bloco histórico onde não haja exploradores e ex s, proprietários e nãoproprietários, e que, pelo trabalho, mediatizados pela s homens produzam sua existência de forma cada vez You're Reading a Preview mais completa. Unlock full access with a free trial.
Do ponto de vista mais global, a proposta de escola única e pública e do trab mo o princípio educativo decorrem da con-cepção de educação que expressa, ao Download With Freetécnica. Trial a postura política e a necessidade da mediação o princípio da escola única e pública e a criação das condições concretas par tenda à homogeneização eliminam de imediato o caráter de privilégio e o elit os da essência discriminadora da sociedade burguesa. O trabalho como princípi tivo, por outro lado, indica que é pelo trabalho que o homem outro e todo homem encontra sua forma própria de produzirse em relação aos Sign up to vote on this title Indica, de outra parte, que não há razões de outra espécie, a não ser histór Useful Not useful fiquem relações sociais de produção da existência humana onde haja proprietários dos meios e instrume dução, e aqueles que têm apenas a posse relativa de sua força de trabalho.
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Do ponto de vista do conteúdo "nas escolas elementares, dois elementos participam na educação e formação da s primeiras noções de ciências naturais e as noções dos direitos e deveres do noções científicas deviam servir para introduzir o menino na societas rerum, que os direitos e deveres para introduzilo na vida estatal e na sociedade ci . As noções científicas entram em luta com a concep-ção mágica do mundo e da riança absorve do ambiente impregnado de folclore, do mesmo modo as noções de e deveres entram em luta com as tendências à barbárie indi-vidualista e Ioca também um aspecto do folclore". (Id., ibid., p. 129) Ao explicitar a base concreta da concepção de escola elementar única, Gramsci ite depreender por que o trabalho, tomado como o "princípio educativo imanente à escola elementar", efetiva-mente se co o elemento de unidade dialética entre a dimensão política e técnica da prática educativa. "O conceito e o fato do trabalho (da atividade teóricoprática) é o princípio imanente à escola elementar, já que a ordem social e estatal (direitos e deve troduzida e identificada na ordem natural pelo trabalho. O conceito do equilí entre ordem social e ordem natural sobre o fundamento do trabalho, da ativida teóricoprática do homem, cria os primeiros momentos de uma intui-ção do mund toda a magia ou bruxaria, e fornec~ o ponto de partida para o posterior desen vimento de uma concepção históricodialética do mundo". (Id. ibid. p. 130).
Este ponto de partida, dentro do esquema de escola posto por Gramsci, deverá volverse nos graus subseqüentes até conduzir O jovem aos "umbrais da escolha sional, formandoo, entre-mentes, como pessoa capaz de ~'ensar, de estudar, d igir ou con-trolar quem dirige. (Id., ibid., p. 136). O ponto de chegada é le Reading a Preview riança da classe trabalhadora aYou're constituirse num cidadão "que possa se tornar governante e que a sociedade o coloque, ainda que abstratamen Unlock full access with a free trial. nas condições gerais de poder fazêlo". A metodologia proposta e mediante a qual se desenvolve o tra-balho escolar de Download With Freede Trial , em Gramsci, uma vez mais da inseparabilidade sua reflexão teórica da ati prática. Frente à realidade da criança da classe trabalhadora restringida, po dição de classe, no acesso aos bens económicos e culturais, e impedidade dis nstrumentos que lhe permitem explicitar seu saber e sua ciência, as-sinalano ci que, "se se quiser criar uma nova camada de intelectuais, chegando às mais altas e Sign up to vote on this title alizações, própria de um grupo social que tradicio-nalmente não desenvolveu a useful p. 139). Useful(Id., Not uadas, será preciso su-perar dificuldades inauditas". ibid., Na prática, a superação destas dificuldades vai demandar, fun-damentalmente,
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inovação e à originalidade a todo custo." (ld., ibid., p. 130). Dentro desta postura metodológica, o como ensinar está organicamente ligado ao que ensinar. Neste sentido, o senso comum, as visões folclóricas, o empírico imediato, a realidade complexa e diferen-'ciada o ponto a partir do qual se estrutura uma visão críticà'da realidade. " Em suma, na visãd\..gramsciana a escola única e politécnica assume uma dimensão, ao'\ mesmo tempo política e técnica, que se estrutura a partir da luta de classe inscrita nas relações sociais mais amplas e que se articula no interior da sociedade civil a nível dos aparelhos de hegemonia. Ao situar o trabalho escolar basicamente no campo da luta hegemónica, Gramsci abre uma perspectiva para se apreender o espaço escolar como um local onde se explicitam as contradições e antagonismos de classes e onde se articulam interesses de classes. Sob este prisma fica evidenciada como enviesada a percepção tanto da "inutilidade da escola", para os interess~ da classe trabalhadora, quanto da necessária submissão do trabalho escolar aos interesses do capital ou da classe dominante. Pelo contrário, a escola recebe uma dimensão ativa e relevante na tarefa revolucionária da classe trabalhadora. ~ "A escola, mediante o que ensina, luta contra o folclore, contra todas as sedimentações tradicionais de concepção de mundo, a fim de difundir uma concepção mais modema, cujos elementos primi~ tivos e fundamentais são dados pela aprendizagem da existência de leis naturais como algo objetivo e rebelde, às quais é preciso adapYou're Reading a Preview tar*se para dominálas, bem como as leis civis e estatais que são produto de uma atividade humanaUnlock estabelecidas pelo homem e full access with a free trial. podem ser por ele modificadas visando seu desenvolvimento cole* Download With Free Trial tivo." (Id., ibid., p. 130). A concepção de escola única, politécnica, que tem no trabalho humano o seu priucípio educativo (teórico, político e técnico) e que postula uma prática pedagógica que, ao mesmo tempo, forme o homem técuica e cientificamente, para a transformação da societas rerum, e lhe possibilite uma consciência política para a transformação Sign up to vote on this title da sacietas haminum, nos remete à segunda questão levantada neste Useful Not useful 199
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que interessa à classe trabalhadora não é aquela idealizada por Dewey.
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, Do ponto de vista prático mais geral essa herança teórica, especial-mente n imento que recebe em Gramsci, nos indica que a articulação do trabalho escola nteresses da classe trabalhadora implica conceber esse trabalho inserido na a s ampla do "inte-lectual coletivo", que se constitui na organização mais apta ormação da consciência de classe. Isto significa que o professor não se limit técnico, mas é também dirigente. A organização e a eficiência técnica do seu trabalho recebem uma qualificação e determinação de classe.
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Ii preciso ter presente, então, que é nas relações antagónicas entre capital ircunstâncias históricas concretas que se apreende a história da negação e da saber da classe trabalhadora, como a própria história da constituição de seu cola que interessa à classe trabalhadora é, então, aquela que ensina matemáti , história, etc. de forma eficaz e organi-camente vinculada ao movimento que condições para que os diferentes segmentos de trabalhadores estruturem uma c a de classe, venham a se constituir não apenas numa "classe em si", mas numa "classe para si", e se fortaleçam enquanto tal na luta pela Con-cretizaç interesses. Uma escola, portanto, que não lhes negue seu saber produzido cole ente no interior do processo 200 produtivo, nos movimentos de luta por seus interesses, nas diferentes man stações culturais, mas que, pelo contrário, seja um Zoeus onde este saber sej m elaborado e se constitua num instrumento que lhes faculte uma compreensão, aguda, na realidade e um aperfeiçoamento de sua capacidade de luta. A estratégia burguesa em relação à prática educativa escolar não eonsis,te ap saber socialmente produzido pela clas-se trabalhadora, senão também, da negaç do saber ela-borado, sistematizado ".historicamente acumulado. A desqualifica You're Reading a Preview cola para a classe 'trabalhadora consiste exatamente na simples , Unlock full access with a free trial. , negação da transmissão déste saber elaborado e sistematizado ou no aligeirame Download With Free _ Trial ransmissão. A luta pela apropriação deste saber enquanto um saber que não é propriedade da bur-guesia pela classe trabalhadora, aponta para o caráter co o do espaço escolar. Contradição que se explicita mediante a luta pela apropr r elaborado, sistematizado e acumulado para articulálo aos interesses de cla m conjunturas e movimentos so ciais concretos. Sign up to vote on this title Neste sentido, Saviani, ao discutir os mecanismos históricos utiusefulindica que: Useful Notnos lizados pela burguesia para negar a igualdade real na escola, "a pressão em direção à igualdade real (na escola) implica a igualdade de acesso ao saber, portanto, à distribuição igualitária dos
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ue apreende a prática educativa na sociedade de classes como uma prática cont ditória; se a escola como um local onde se explicitam interesses anta201 .J
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interesses de classe; e se as relações sociais de produção da existência, as lho, são o vetor por onde deveria se organizar o processo pedagógico, é preci esente o caráter complexo, dife-renciado, circunstanciado conjunturalmente da entes realidades a serem analisadas. Neste sentido, se a polarização classe b versus classe trabalhadora aponta para a cisão fundamental da socie· dade c sta e define substancialmente que a prática educativa se articula com um dos m luta, isto não significa que numa reali-dade específica, como a brasileiwa, s se apresentem nitida-mente. Pelo contrário, por exemplo, ao falarmos de cla balha-dora, estamos nos referindo a uma complexidade que se define por diferentes segmentos, com lutas específicas, com interesses e percepções de realidade diversos, onde a ação educativa tem um papel rele-vante na nála efetivamente uma classe. Vislumbramos aqui um primeiro campo de ação onde se pode dar a articulação po a específica do trabalho escolar com os interesses da classe trabalhadora, de da realidade brasileira. Há um vasto campo de pesquisa e análise histórica qu lectuais progressistas deveriam ter como tarefa imperativa. Tratase da inves igação da especificidade e evolução da organização do processo de trabalho, d alho, do papel do Estado nesta organi-zação e sua relação com as diferentes f ar, formar o trabalhador no Brasil.
A história do capitalismo no Brasil não só mantém especifici-dades em relação ociais capitalistas, pelo seu caráter selvagem, como também internamente, o a capital não se dá ao mesmo tempo e da mesma forma nos setores industrial, com Reading a Preview e agrícola. Há a necessidade deYou're se efetivar uma apreensão histórica mais sist elações entre capital e trabalho no desenvolvimento capitalista brasileiro, n Unlock full access with a free trial. ia, nos serviços e no campo, e a crescente interrelação destes setores no in capi-talismo monopolista. Em última análise, significa escrever ou reescre-v With Trial da constituição do trabalhadorDownload coletivo, osFree mecanismos de expropriação mater ectual, as estratégias que O capital ntiliza para educar a força de trabalho de acordo com seus desígnios; e a resistência que a própria classe trabalhadora oferece historicamente em diferentes momentos e realidades. 202 Sign up to vote on this title sob outra ólÍca e para os próprios trabalhadores, a sua história con-creta, q useful Not formação dos próprios professores e reorientaçãodoUseful conteúdo curricular de um sca fazer da história do trabalhador o ponto de partida para sua qualificação cons-ciência política.
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Finalmente, um conjunto de questões relativas aos movimentos de resistência d lhador contra os mecanismos educativos do capital e os processos mediante os is os trabalhadores buscam res-gatar o saber que lhes pertence e construir a e a educação que convêm à sua classe. Sob esse último aspecto, entre outros trabalhos, as análises que Grzybowski v izando sobre. edncação no meio rural, a partir 48. Arraye, M. Educação e trabalho. Reunião Anual da Associação Na~ donaI de Educação. Rio de Janeiro, 1981. mimeogr. Tratase de um documento que oriento cussão do grupo que analisa as relações entre educação e trabalho. 203 .1
dos movimentos sociais, e os processos de organização dos trabalha-dores do c plificam concretamente o que assinalamos aci-ma. Nestas análises, Grzybowski que embora haja uma grande diversidade/fragmentação dos movimentos de trabal camponeses o que estabelece determinações específicas para apre-ensão do pr ivo existe uma luta comum pela escola-ridade mínima universal, pública e gra luta histórica por este direito demonstra o valor que o trabalhador percebe n cação escolar para seus interesses mais amplos. Os 'avanços, as conquistas, e , que se conseguem estão condicionados à força política e à correlação de for s em face das políticas do Es-tado, que representa os interesses dominantes. entido, uma vez mais aparece o componente conjuntural do processo educativo. heterogênea e contraditória a educação no campo, pois a educação é, ela mesm icular de disputa social em estrita relação com as outras lutas entre as clas diferentes conjunturas."40 Essas análises revelam, por outro lado, que os trabalhadores desenvolvem meca s de resistência às intervenções educativas e de formação pr()fissional veicu do ou organismos pri-vados que não representam seus interesses. Ao analisar e ca-mente os programas de formação profissional do Senar, Emater, Fun-denar, C You're Reading a Preview para trabalhadores da canadeaçúcar, em Campos RJ, observase que a resistência dos trabalhadores se liga ao fato de qu Unlock full access with a free trial. s programas e cursos não se relacionam com o trabalho concreto da cana. O tra dor percebe que a With Free Trial do volume de conhecimento "qualificação profissional não Download é uma mera expressão s adquiridos pelos trabalhadores, nem de seu grau de domínio de uma tecnologi erminada, mas antes, a expressão de uma reláção social de trabalho. Os habili eiros viram trabalhadores desqualificados quando o trabalho que lhes sobra é cortadores de cana. ( ... ) As qualificações tor-nam~se desqualificações, dep elações", (Grzybowski, Sign up to vote on this title c., 1982b). Useful Not useful Por outra parte, os trabalhadores não atribuem legitimidade a esses cursos po além de não alterarem suas relações de trabalho,
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Se no campo da pesquisa das relações de trabalho historica-mente determinadas lação com as formas de "educar o traba-lhador" é possível trazer ao nível da da formação social brasileira a herança teóricomarxista sobre a questão educ ito mais amplo e complexo do ensino, nos diferentes níveis, essa herança tamb er uma contribuição fecunda. Como aludimos anteriormente, o trabalhador reivindica escola-ridade porque pe que saber, no interior das relações sociais em que ele vive, é uma forma de r isso não lhe interessa estar fora da escola, como não lhe convém a "defesa olarização". Por outro lado, ele resiste a um tipo de educação que não tem na as preocupações concretas por sua existência, ou que nega seu saber acumulado lho e na vida. ~ Objetivamente, dentro da história da educação brasileira, nota-mos que os tra tiveram a "nãoescola", a escola desquali-ficada, a escola que ignora e despr saber acumulado ou escolas paralelas, do tipo SENAI, cuja pedagogia específi própria peda-gogia do capital que busca fazer "pelas mãos a cabeça do trabalh 50. Grzybowski, C. Esboço de um4 alternativa para pensar a educação no meio r cit., p. 8. O autor utiliza a noção de "saber social" para expressar "o conj conhecimentos e habilidades, valores e atitudes pro-dUzidas pelas classes pa r conta de seus interesses. Tratawse do saber que identifica e unifica uma cl e social. lhe dá elementos para se inserir numa estrutu'ra de relações sociai ução e para avaliar a qualidade de tais relações, e, enfim, tratase de um sa ento de organizaç_ão _'e de luta" (p. 5). 205 b _~_...s. ._~:,.~_0' ;"",,::.:;.~õ I.~"
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rização é algo problemático à gestão do capital, à medida que a aquiUnlock full access with a free trial. sição de um "saber mínimo", mesmo quando eivado de doutrinação, não garante que esse saber, no interior da luta fundamental capitalDownload Free Trial trabalho, não seja articulado contra osWith próprios interesses do ca-pital," Esta leitura do caráter contraditório da prática educativa no interior das re listas nos impõe, . como tarefa imediata e permanente, aquela que é, dentr~ d marxista, elemento pro. gramático desde o rascunho do Manifesto escrito por s _ a luta pela escola única, universal, pública e gratuita. O acesso à escol ue dentro da realidade brasileira temse constituído numa conquista crescente Sign up to vote on this title trabalhadores, tem sido em grande parte neutralizado pela articulação estrutu Useful se Not useful então, té escola com os interesses e valores burgueses. A escola organiza, politica-mente mediante seus conteúdos e seus métodos de forma tal que não a nstitui em algo estranho aos interesses e valores da classe
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51. Um diretor regional do SENAC, em depoimento num curso do Senafor (São Pau 981), por mim ministrado, declarou publicamente que para sua empresa não quer oas que tenham passado pelo SENAC, que ele mesmo dirige. O que aprendem lá já aria problemas para gerir a força de trabalho da empresa. . 206 face da ideologia dominante. Esse passo, condição necessária mas não sufi gamos tenha sido dado no âmbito da literatura e, em boa medida, na prática pe O que se impõe como necessário é uma escola organizada de tal sorte qne poss o trabalhador o acesso ao "saber objetivo" elaborado, sistematizado e histori ente acumulado. Neste particular, o legado teórico de Oramsci, anteriormente assinalado, pare s 11(uito apropriado para esboçar o horizonte possível da organização d,<, t olar que tanto no conteúdo, quanto no método, viabilize\~ escola que técnica e politicamente possibilite à classe trabalhadora ter a seu alcance instrumentos para apropriar saber historicamente produzido, sistematizado e que sempre lhe foi negado a elaborar e explicitar o seu saber, sua ciência e sua consciência, e ampliar, desta forma, sua capacidade de organização e de luta por seus objetivos mais gerais. Objetivamente, o vetar que norteia a organização técnica e polí-tica da escol sa à classe trabalhadora, nas diferentes áreas de conhecimento, não pode ser a própria realidade com-plexa vivida pela classe trabalhadora nas relações s rodução de sua existência, historicamente determinadas. Nesta direção, não obstante as relações capitalistas dominantes não possibili te uma união entre o trabalho produtivo e o ensino, é possível tomar~as relaç ho historicamente circunstanciadas e as formas de vida que se produzem a part destas relações como o material substantivo em cima do qual se ensine, de for a adequada, matemática, português, história, etc., e poli-ticamente se elabor Preview onsciência de classe. Tratase You're de umaReading escolaa cujo conteúdo se elabora tendo c to de partida a pró-pria experiência e realidade da classe trabalhadora. Real Unlock full access with a free trial.
precisa ser resgatada do interior do senso comum, das visões fragmen-tadas e Download With dominante, Free Trial ias mistificações inculcadas pela ideologia e elaborada e devolvid a dimensão de criticidade e totalidade. Se a própria experiência das relações SOCiaiS de produção da existência do al alhador for objeto do conteúdo esco-lar _ experiência que se traduz pelo loca se reside, como se mora, onde ou quanto se trabalha, o que se percebe, o aces aos bens Sign up to vote on this title 207 do trabalhador e sua classe metodologicamente estarseá introdu-zindo a Useful Not useful ativa no processo de aprendizagem, o nexo instru-çãoeducação e a dimensão s desse processo. Quando
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ii ;1 Esta forma de conceber a organização da escola contrasta com a escola estr a partir de "um suposto geral", de um coletivo abstrato, de uma realidade ho ea, de uma unidade nacional. O que OCorre nesta circunstância é que o particu isão da realidade e de mundo da classe dominante veiculada pelo Estado, que é ta expressão do coletivo constituise no universal. Este univer-sal, refleti conteúdos e nos métodos escolares, é que vai se constituir em algo estranho p no cuja experiência concreta de vida é resultante de determinantes sociais qu zem homens profundamente desiguais. 52
Snyders, ao assinalar os fumos da "escola progressista", realça a necessidade de que a prática pedagógica seja construída a partir das exigên problemas da criança proletária. 52. "Justamente porque os indivíduos procuram apenas seu interesse parti-cula para eles não coincide Com seu interesse coletivo (o geral é de fato a forma da cOletividade), este interesse comum fazse valer como interesse 'estranho' les, como um interesse 'geral', especial e peculiar; ( ... ) Por outro lado, uta prática destes interesses particulares, que constantemente e de modo real amse com os interesses coletivos e ilusoriamente. tidos Como coletivos, torn ecessário o controle e a intervenção prática através do ilusório interesse 'g do" (Marx, K. & Engels, F. A ideologiaalemã. São Paulo, EditorialGrijalbo, 1 49). "( .. . ) As crianças proletárias estão presas ao mundo presente, porque é se e luta no diaadia sem o qual os seus pais não poderiam agüentarse e que pa é o teatro de suas ações, já reais e já adaptadas; ( ... ). Os alunos do pov escola lhes fale deles mesmos, e do seu tempo, do seu mundo e das suas lutas que implica uma coneção direta entre o movimento social e o que se passa na deste modo se vai muito longe na exigência de transformação." (Snyders, G., 392). You're Reading a Preview A investigação dos processos pedagógicos do capital para formar, prodúzir a f lho com os atributos técnicos eUnlock culturais que lhes convém, no interipr do pr full access with a free trial. produtivo, nas relações sociais mais amplas, na instituição escalai ou em ins ializadas do tipo SENA!, pode nos'·mostrar tanto o caráter limitador, adaptad Download With Free estrador desta formação prófissional, quanto nos Trial apontar algum caminho para contrapor à sua eficiência a eficiência na ótica da classe trabalhadora. Na escola, a negação do acesso aos instrumentos que facultam a apropriação do própria visão deformada de formação pro-fissional constituemse numa disfunci nega essária, uma "im-produtividade produtiva". A escola é funcional pelo que Sign up to vote on this title ai. Not usefulporém, que Useful SENA!, É no interior do processo de formação profissional do tipo ntificar com maior clareza a diferença funda-mental entre a formação profissi do capital e a perspec-tiva da formação politécnica.
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fundamental e explícita é de que "não existem ma~s patrõest ', mas "maus empr "O patrão vai promover aquele operano responsável, que produz o bom operário io cabe a tarefa de se autopromover pejo seu esforço e pela sua capacidade de ução havendo paraele uma trajetória de _postos a galgar."53
Da análise que efetivamos sobre a pedagogia do SENAI percebe-mos que contrari ao que se enfatiza neste tipo de formação profissional o preparo técnico __ processo de formação . de um conjunto de maneira deser, de pensar, de agir, atributos "morais", funcionais ao desempenho profissional no interior do processo produtiv a fábrica. Ou seja, as relações máquinaaprendiz, a forma de organização inte s, os valores que se passam, as ati-tudes e hábitos que se reforçam e/ou se d imagens de trabalhador bemsucedido e fracassado, as figuras de patrão, os t enfim, de assiduidade, pontualidade, etc., indicam que o ponto básico desse p so educativo é formar, produzir "bons trabalhadores". Trabalhadores que se su m mais facilmente às relações capitalistas de trabalho no interior da fábrica. 54 O trabalho, categoria básica a partir da qual o aprendiz poderia entender as relações sociais de produção a que está submetida a classe trabalhadora, é reduzido a "emprego", preparo para uma ocupação. A formação profissional se reduz à conformação ideológica e adestramento técnico. Formar, profissionalizar vai significar um esforço nem sempre bemsucedido de adaptar, conformar o aprendiz ao processo de retalhação das ocupações no interior da evolução capitalista de produção. Formar, em última análise, tem um sentido de parcializar e de desqualificar. Reading a Preview A adaptabilidade à qualificaçãoYou're do trabalho no interior do processo produtivo, na formaçãoUnlock do trabalhador coletivo da indúsfull access with a free trial. 53. Os comentários sobre o SENAI foram baseados em Frigotto, GaudênWith Free ... Trial Op. cit., p. 123. cio. Fazendo pelas mãos a cabeçaDownload do trabalhador
54. Italo Bologna, um dos fundadores do SENAI, explica o sentido da formação que a no SENAI, ao afirmar: "Em trinta anos de atividade do SENAI, estruturado e Sign up to vote on this title entado como organismo da livre empresa, encerra uma significação que transcen useful Useful Not to de uma entidade de formação profissional, para tornarse autêntica expres ura da indústria brasileira." (Ver Bologna, T. Formaçãoprofissional na indús e Janeiro, SENAI/DN,
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uzir essa formação técnicoprofissional a um esquema de adaptação à parcializ trabalho, mas de desenvolver de forma gradativa uma formação politécnica. Fo o mesmotmpo prepara o aluno gradativamente, técnica e cientificamente para o domínio da societas rerum e capacitao como cidadão para participar ativa e criticamente na construção da :societas hominum. A escola que convém ao trabalhador é concebida muito clara-mente pelas lidera s. Operários expulsos da Fiat em 1979 por terem liderado uma greve, indagados e a diferença entre a escolaSENAI e a escola"oficina que eles haviam organiz om um grupo de professores, primeiramente como "ummeiodevida", uma forma de "qualificação e educação da classe operária", e também um como "serviço à comunidade", responderam claramente: "O SENA! joga no mercado fornadas de técnicos 'treinados' em técnicas, sem vi ocesso de produção como um todo. Nós buscamos formar o técnico que entenda de e entenda do processo de produção como um todo, que entenda a sociedade. Apre as relações de trabalho n~ão são apenas relações técni-cas, mas relações pol . "55 A perspectiva de organização da escola tendo como vetar básico de sua reflexã prática as relações de produção da existência 55. Depoimento dos 9peranos e professores responsáveis pela escola~ofi~ cina. ersidade Santa Úrsula, Semana de Educação, 17 a 21.05.82.
lhadores que aluam na escola), em realidades históricas determinadas, certame comporta fórmulas gerais apriorísticas. Nem é aqui o momento de enumerar as s experiências em curso. O que importa reter desta perspectiva é sua direção. Direção que You're Reading a Preview não se reduz a efetivar uma crítica à visão burguesa de homem, SO~ Unlock full access with a free trial.
ciedade, trabalho e escola, mas que faz germinar os mecanismos e instrumentos ra fazer valer os interesses dos· dominados. A viabili-dade desta perspectiva Download Withsociais Free Trialconcretas existentes nas r ola, que se organiza a partir das práticas e produção da existência dos trabalhadores, não aparece apenas como hipótese, ultado de sinais históricos de sua existência. 56 A formulação de sua possi@a da colocação histórica de sua necessidade. 56. Como sinalizações concretas desta perspectiva, ver Arroyo, Miguel. Operár cadores se identificam: que rumos tomará a educação brasi~ leira? Revista Edu Sign up to vote on this title dade, São Paulo, Cortez, (5) :5~23, 1980; do mesmo autor. A reforma na prátic Useful Educação Not useful periência pedagógica do mestrado da FAEUFMG). Revista & Sociedade, rtez, (11):10632, 1982. Sob a mesma ótica, ver ,Cedi. A questão política da gem profis-sional. Cadernos do Cedi, Rio de Janeiro, (6) :928, 1980.
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No decorrer dessa busca constatamos que os falsos problemas, ao invés de sere ples equívocos individuais, emergem de uma base objetiva, ou seja, de uma for storicamente determinada de apre-ender a realidade. No caso específico, uma f storicamente determinada de apreender as relações entre educação e a prática produção social da existência numa sociedade capitalista. O trabalho se desenvolveu, então, dentro de um duplo movi-mento. Primeirament ramos revelar que os falsos problemas não são apenas decorrência de uma forma particular, linear, ahistórica 213 (ótica burguesa) de apreender as relações entre educação e estrutura econômicosocial capitalista; representam também o mecanismo pelo qual essa visão particular burguesa tenta manter e reproduzir as relações sociais capitalistas de produção da existência. Nisto consiste, iminentemente, o caráter ideológico da vis'ão burguesa, tanto no sentido de falseamento da realidade, na medida em que põe como universal sua visão parcial, quanto no sentido de difusão desta ideologia como mecanismo de tornar essa concepção de mundo não apenas dominante, mas também hegemônica.
O segundo movimento deuse mediante a intenção de identificar a problematicidade real das relações entre educação e a estruturaeconômicosocial capitalista seguindo o próprio movimento do capital na sua fase de acumulação ampliada capitalismo monopolista. Neste segundo movimento procurouse mostrar que a prática educativa escolar se articula com a prática social fundamental _ a You're Reading a Preview da produção da existência de forma mediata e, enquanto uma práUnlock full access with a free trial.
I tica social que se efeliva no interior da sociedade capitalista _ cindida Download With Free Trial em classes, portanto é uma prática contraditória que engendra interesses antagónicos. . Essa forma de conceber as relações entre a prática educativa escolar e a prática de produção social da existência implica como ponto de partida não só metodológico, mas também Sign histórico: up to vote on this title
Useful Not useful interrelaa) apreensão da natureza diversa e ao mesmo tempo cionada destas práticas, sendo, entretanto, a prática de produção social da existência a determinante;
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Se a prática educativa escolar uão por natureza, mas por de-terminação histó prática que se efetiva no interior de relações de classe é"contraditória e m ses antagônicos, o espaço que essa práticci ocupa é alvo de uma disputa, de uma luta. Essa dis justamente, pelo controle deste espaço cuja função precípua, na sua dimensão ca, é difundir o saber social historicamente elaborado, sistematizado e acumu articulandoo aos interesses de classe. Dimensão política que se define exat pela articulação desse saber do interesse de classe; e dimensão técnica, indi primeira, que se define pela competência e preparo, para que essa difusão sej z e se prolongue para além da escola. Ora, se efetivamente o trabalho não se definiu pela busca de respostas, mas pela colocação adequada do problema das relações entre prática educativa e estrutura ecouômicosocial capitalista, a partir desta adequação o foco central passou a ser o de apontar, através da reflexão teórica e à luz de alguns sinais históricos, a direção mediante a qual este espaço mesmo no interior das relações capitalistas de produção pllde ser articulado política e tecnicamente ao interesse da classe trabalhadora na produção social de sua existência, nas suas organizações e nos seus movimentos coletivos. Neste particular, o estudo não passa das indicações, uma vez que um avanço _ e que efetivamente já vem sendo dado implica a apreensão historicamente determinada dessa articulação, tendo como vetar de análise os próprios movimentos sociais concretos dentro de realidades específicas. Dentro daquilo que definimos como preocupação pedagógica deste trabalho, excl aráter conclusivo, realçaremos alguns aspectos por nós entendidos como os fun e que foram dis-cutidos ao longo da análise em seu duplo movimento acima alu
Da primeira parte, o que julgamos importante reter é que a teoria do capital o posta como uma especificidade das teorias de desenvolvimento e uma teoria You're Reading a Preview educação constituise tãosomente na forma burguesa de conceber o desenvolvi educação, re-flexo da forma ahistórica de conceber a realidade no seu conju Unlock full access with a free trial.
A circularidade da análise das relações entre a educação e o desenvolvimento, Free Trialde apreender o real sob a tura econômicosocial _ calcadaDownload na formaWith atomizada ia de uma com-plexa e rigorosa análise científica..expressa apenas a sua fun . O instrumental estatístico utilizado um meio que pode ser útil no processo estigação e análise do real porque utili-zado como um fim em si e a partir de lemas, se constitui num elemento camuflador da realidade. Sign up to vote on this title Essa circularidade de análise, seguindose o curso do desdobra-mento da inves Useful Noteuseful Se fundamenta na teoria do capital huma-no (de Schultz, 19§8 COleman, 1972 cenos irrefutável. De fato, aquilo que na origem da teoria aparece como send dos fatores determinantes do crescimento econômico, dos diferenciais de renda
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das diferentes práticas sociais, secundando aquilo que é determinante. Temse, então, como. corolário dessa forma de conceber as relações entre a prática social de produção da existência e a prática educativa das relações antagônicas entre as classes sociais e uma redução do conceito rabalho, homem, e educação. A realidade histórica da cisão entre classes antagônicas, especi-ficidade do lista de produção da existência, transfigurase l1uma estratificação social, um continuum onde encontramos, numa extremiqade, dores e ricos, e na outra, nãopossuidores e pobres. Passar de uma a outra extremidade é uma. questão de tempo e de esforço. imen't" no capital.humano, elevado à categoria de capital, constituise num f de aceleramento nesta passagem. A idéia de conflito, de antagonismo; de cont ransmutase em equilí-brio e harmonia. As relações de poder, de dominação e e ar à ideologia do mérito, do esforço do indivíduo, da racio-nalidade e do dom O conceito de capital uma relação social reduzse aos seus aspectos pdramen s onde as máquinas, enquanto fatores de produção, têm a propriedade de produz centro unitário de análise das relações capitalistas de produção deixa de se o e passa a ser as relações de troca entre compradores e ven-dedores de merca ascarase, desta forma, a origem real e única da produção do valor, a expropr etrabalho me-diante a transformação do trabalho humano numa mercadoria especi de trabalho assalariado. O capital humano, concebido como forçadetrabalho, nciada com educação ou treinamento, consti-tuise no elementochave parli dar er que o trabalhador as-salariado que investe nesse capital se torna ele mesm capitalista. Desaparecem, portanto, nesta ótica, as diferenças de classes. O trabalho, processo pelo qual o homem entra em relação com as condições obje a produção, e por sua ação conjunta-mente com os demais homens transforma e atureza para produzirse e reproduzirse, fundamento do conhecimento hu-mano ncípio educativo, transfigurase sob as condições capi-talistas numa mercad trabalho, trabalho assalariado. De elemento que possui a peculiaridade histó do ser homem, isto é, de elemento que constitui o devir humano, reduzse a um You're Reading a Preview pação, um emprego, uma ação alienada. E o homem, que é ao mesmo Unlock full access with a free trial. tempo natureza, indivíduo e, sobretudo, relação social, que pelo trabalho não só faz cultura, mas faz a si mesmo, fica reduzido a uma Download With Free Trial
abstração homo oeconomicus racional cujas características genéricas, universais e ahistóricas são a racionalidade, o individualismo eo egoísmo. Sign up to vote on this title
Finalmente, a educação, uma prática social, política e técnica que se define Usefulda existência, Not useful e com el vimento . histórico das relações' sociais de produção reduzse a uma dimen-são técnica assepticamente separada do político e do so precípua enquanto uma técnica social éformar recursos huma-nos, produzir c
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o? O contrasenso histórico da teoria do capital humano consiste no fato de que e que engendra mais educação, mais treinamento, que geram mais produtividade e, conseqüentemente, maior renda e, por essa via, terseia um adequado caminho para a supera-ção da des entre países e entre as classes sociais dáse, exatamente, num contexto e n nto onde: se rearticula a do-minação imperialista; a competição intercapitali uma in-corporação crescente do progresso técnico ao processo de produção, cin cada Vez mais radical o processo de trabalho; se 218 delineia, de forma cada' vez mais acentuada, a divisão internacional da f trabalho e a formação do corpo coletivo de trabalho; o processo de automação não só tende a rotinizar, simplificar e desqualificar o trabalho, mas também, elações capitalistas, tende a aumentar o subemprego e o desemprego e exaspera ra-ção da maisvalia. , Cpntraditoriamente, a teoria, então, surge no bojo de condições históricas elineia a idade de ouro do desemprego (Gorz, 1983). Na formação so\:ial onde a teve sua gestação e seu de-senvolvimento EUA, l!ontrariando Schultz, que p que o investimento em educação 'era o grande investimento que as pessoas podi r nelas mesmas, temse hoje um quadro de aproximada-mente 10 milhões de desem s. O Instituto BatteIle, de Frankfurt, indica, por outro lado, que nos próxim os as máquinasferramen-ta permitirão dispensar 30% dos operários de produção montagem, os robôs poderão dispensar até 90% dos trabalhadores. No âmbito dos Projeto Escritório da Siemens assinala que a miniinformática, até 1990, pode ir até 30% dos empre-gados nos escritórios de grandes e médias empresas (Gorz suma, a teoria encontra seu espaço de desenvolvimento, não ape-nas quando se a uma desqualificação crecente do trabalho, como também quando se manifesta h ente, de forma mais clara, a nãocorrespondência entre crescimento da produçã nto do emprego. Ou seja, quando se patenteia que ii forma intrín-seca de orga produção e do desenvolvimento do modo de produção capitalista não leva; pela mpliação dos inves-timentos, a uma redução do desemprego. A tendência, pelo c te ampliar o investimento em novas tecnologias poupadoras de mãodeobra. E i constitui escolha, senão a própria forma de o capital ampliarse de forma ac . A função da teoria do capital humano passa a ser entendida quando se percebe te contrasenso histórico que ela se funda. Sob sua aparente elaboração cient osta função técnica, evade sua função política e ideológica. Função que se ef relações imperialistas quanto das relações entre as classes sociais no' inte mações sociais específicas. Do ponto de vista das relações intercapitalistas, 'enquanto uma especificidad eorias neocapitalistas de desenvolvimento evadem Sign up to vote on this title
Useful Not useful as relações de poder, dominação e força as relações imperialistas. Isto se d olvimento da crença de que a desigual-dade entre países não é uma questão org
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o e, em snma, para a dependência da lógica do capital que não garante o aumen lidade de vida, mas o aumento da exploração. A nível de formações SOCIaIS capitalistas específicas, a teoria, igualmente i nça de que as desigualdades regionais, a con-centração e centralização do cap cia da própria forma de organização e das relações capitalistas de produção, equilíbrios determinados por diferentes fatores. A desi-gualdade entre as cla duzse, como vimos, a uma diferença de estratos sócioeconómicos, explicada p racional de utilização dos recursos (poupança, privação, etc.), pelo esforço superação das desigualdades regionais, aqui também, seria uma questão de tempo e de qualificação dos recursos humanos, modernização etc. A eliminação da desigualdade social, da desigualdade de classes se mediante, especialmente, o investimento no capital humano. Erigese, por essa a, o conceito ideológico de trabalho (reduzido a emprego ou ocupação) e de tr tenciado por trei220 namento e educação. Conceito que traduz a idéia de que a forma adequada d r na vida é mediante a hierarquia dos postos de trabalho nas diferentes escal ofissionais, onde o fator educação ou treinamento é determinante. A análise do caso brasileiro, uma vez mais, como apontamos ao longo do texto elucidativa. A teoria do capital humano, nos últimos 20 anos, não só permiti lver uma política educacio-nal co"ntrária aos interesses da classe trabalhado também justificou, mediante a ""se da equalização das oportunidades educa-cio emocratizaNo do ens;1w, a concentração do capital na mão de uma fração cada V lasse burguesa aliada ao capital internacional. A função mais ampla da teoria do capital humano, de caráter predominantemente político, articulase uma função mais específica a nível do sistema educacio s de formação pro-fissional e, até mesmo, a nível de ações educativas mais di de capital humano, que enquanto especificidade das teorias neocapitalistas d esenvolvimento não apenas evade a natureza do intervencionismo imperialista e ominação de classe, mas a reforça, tende enquanto uma concepção que reduz a p a a um fator técnico de produção, a direcionar a organização da escola e outr educativos, de acordo com as necessidades e inte-resses do capital em sua fas acumulação ampliada. Entretanto, à medida que a prática educativa escolar ou é por na-tureza capitalista e se efetiva"fio bojo de relações sociais e de i tagónicos, essa função não se efeliva sem contradições. A terceira parte do estudo busca apreender, justamente, a natu-reza contradit s relações entre a prática educativa escolar e a estrutura económicosocial c no interior do capitalismo mo-nopolista. Algumas questões que sustentam a controvérsia de boa parte da literatura crít essa problemática, julgamos terem encontrado, ao longo da análise, um encami o mais adequado. Obvia-mente com isso não queremos dizer que a controvérsia s Sign up to vote on this title ma esteja esgotada. Useful Not useful Primeiramente, percebemos que a polêmica sobre ovínculo di-reto ou o desvínc ducação escolar e processo de produção e acumulação capitalista não procede e o comum de análise histórica das diferentes práticas sociais. Não se apreende
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cosocial ca-pitalista. Todavia, por não apreender, igualmente, a especificid prática educativa escolar, seu caráter nãofundamental mas mediador, vai post svínculo ou apenas uma relação ideológica entre a prática educativa e as rela de produção. De outra parte, esta postura decorre da separação que se esta-belece entre in erestrutura. A nãodeterminação adequada da relação dialética entre infra e s no desenvolvimento do processo histórico das relações sociais capitalistas qu , levao a tomar a separação metodológica entre estas instâncias como sendo u gânica. Embora Salm apreenda o processo histórico de divisão e desqualificaçã e criação do corpo coletivo de trabalho pelo capital, esta visão estanque da e infra e superestrutura impedeo de perceber que o trabalho produtivo e o im dutivo, ao longo do· desenvolvimento capitalista, enquanto tais, se constitue forma cada vez mais nítida, em verso e reverso de um mesmo movimento, de uma a totalidade da produção, circulação e realização da maisvalia, portanto, d talista. o que contrapomos neste trabalho seguindo o processo his-tórico orgânico de oncentração e centralização do capi-tal que determina novas formas de organiz crescente incorporação do progresso técnico ao processo produtivo e conseqüe d{(squalificação das ocupações, e a criação de um corpo coletivo de trabalho funcionário co/elivo do capital apreendendo, neste"processo, a relação dialé infra e superestrutura e a necessária complementaridade, embora de natu-reza te, do trabalho produtivo e improdutivo no circuito da produção, circulação e mercadorias e na acumulação capitalista _ é a tese que a prática educativa escolar, enquanto prá: tica so cífica, que não é da mesma natureza da prática social de produção material da cionase com essa não de for-ma imediata e direta, mas de forma mediata. Send relações sociais relações de classe e, como tais, expressam interesses antag ediação é contraditória. A contradição consiste no fato de que não é da natur apitalista, senão que por ser o modo de produção social da existência dominantemente capitalista, tende a m interesses do capital. Por não ser, então, de natu-reza capitalista, esta med ticular os interesses da classe trabalhadora, contra o próprio capital. Por i luta pelo controle da escola é uma luta pelo ac~sso efetivo ao saber elabora aber que é poder _ historicamente sistematizado e acumulado, e por sua articulação aos interesses de classe, Do ponto de vista das condições de produção, circulação e rea· Iização das me de acumulação capitalista, enfa-tizamos, então, diferentes mediações da prát olar, além de sua função ideológica. Na sua dimensão mais ampla, a mediação da escola Sign comupotopro-cesso produtivo ca vote on this title se mediante o fornecimento de um saber geral que se articula ao saber específ Useful Not useful prático que se desen-volve no interior do processo produtivo, e mediante a d raços ideológicos, necessários ao capital, para a grande massa de trabalha-do stituem o corpo coletivo de trabalho. O conceito. de
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A escola também cumpre uma função mediadora no processo de acumulação capital e sua ineficiência, sua desqualificação. Ou seja, sua improdutividade, dentro capitalistas de pro-dução, tornase produtiva. Na medida que a escola é desq para a classe dominada, para os filhos dos trabalhadores, ela cumpre, ao mesm empo, uma dupla função na reprodução das relações capi-talistas de produção: xplorados e, ao impedir o acesso ao saber elaborado, limita a classe trabalhadora na sua luta contra apital. A escola serve ao capital tanto por negar o acesso ao saber elaborado historicamente acumulado, quanto por negar o saber social produzido coletivam e pela classe trabalhadora no trabalho e na vida. Sob este mesmo ângulo de análise, como nos assinala Oramsci, em determinadas tâncias histódcas, funções parasitárias podem tornarse necessárias dentro da talista. O prolongamento da escolaridade desqualificada pode cumprir esta fun ndo como efeito produtivo tanto o represamento de um exército de reserva funextração da maisvalia, quanto como válvula de escape das tensões sociais. Finalmente cabe ressaltar um tipo de mediação pouco explorado que efetiva o s educacional enquanto um processo de circulação 224 e realização de capital. A indústria do ensino, particularmente a pri-vad representar uma queima de excedente, representa a uti-lização produtiva da r ial na realização da maisvalia produ-zidà em outras esferas produtivas. A gestão e o controle da escola e dos diferentes processos edu-cativos pelo c entretanto, historicamente sempre foram algo problemático. Isto decorre esse mente do caráter contraditório das relações sociais de produção da existência odo de produção capitalista. Cdntradição que não é algo externo mas orgâ-nico tal evolui e, como tal, fora do controle total tanto da burgnesia quanto do E do, guardiã de seus interesses. Decorre, igualmente, do antagonismo e da luta nteresses entre as classes sociais. A classe trabalhadora não é desprovida de e nem de consciência. A luta fundamental capitaltrabalho, que é pri-meiramen ta pela sobrevivência material, é também uma luta por outros interesses, dentre esses, o acesso ao saber social elaborado You're Reading a Preview e sistematizado e cuja apropriação se dá dominantemente na escola. O avanço nas conquistas da classe trabalhadora, tanto nas rela-ções de trabal Unlock full access with a free trial. o acesso à escola, não resulta, porém, mecanicamente da simples existência das contradições. Nem se trata de Download With Free Trial
um avanço, apenas resultante do aproveitamento das brechas deixadas . pela bu ia. Resulta, sobretudo, da apreensão adequada da natu-E reza das contradições, de sua exploração política e, em suma, da orga-" .I nização da classe trabalhadora na luta por seus interesses. É dentro Sign up to vote on this title deste aspecto que se situa a discussão final do trabalho sobre a di Useful Not useful mensão política e técnica da prática educativa que se articula aos interesses da classe trabalhadora, e sobre o elemento objetivo por onde passa a unidade destas dimensões ..
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o que contrapomos neste trabalho, voltando à herança teórica marxista, é que a escola que interessa à classe trabalhadora escola única, p que prepara o homem desde os primeiros anos de vida para entender e atuar na cietas rerum e.na societas hominum-tem como elemento de unidade do político e co e do teórico e do prático as relações sociais de produção da existência hi minadas. Não se trata, portanto, da escola e do trabalho, mas de uma escola c etar de organização . política e técnica são as próprias relações sociais de amente pela classe trabalhadora e onde o trabalho se constitui no princípio e vo fundamental. Isto nos indica que a organização da escola que se articula aos interesses da trabalhadora definese, no seu ponto de partida, por uma direçãopolítica cuj nação é localizada não na esco-la, mas nas práticas sociais fundamentais, ond ológico, como intelectual coletivo, é sua origem. Entretanto, a dimensão polí a da escola explicitase pela aquisição efetiva do saber . elaborado e sistem e por sua articulação à luta hegemónica da classe. A tarefa de organização d ue isso ocorra pres-supõe não apenas a direção política, mas uma competência orientada pela primeira. As relações objetivas de produção social da existência consti-tuemse no elem do político e do técnico da prática educativa escolar, porquanto é nessas re ocalizam as contradições, se explicitam os interesses antagónicos, se gesta: a de classes, bem como é através delas que se define b modus vivendi e se pro aber social dos diferentes segmentos da classe trabalhadora. Ora, a escola at aquela que está intimamente ligada à vida, com a luta do diaadia da class lhadora só pode emergir no bojo destas relações. Aí encontramos o locus de o urrículo e do método que permitem à criança prole-tária, a 12artir do seu sab saber elaborado e sistema-tizado, igualmente negados, historicamente, pela e burguesa. Esta tarefa, certamente, não tem fórmulas apriorísticas, mas se de onfronto da teoria e da prática nos movimentos sociais concretos, e implica q professor ou o educador seja, ao mesmo tempo como assinala Gramsci técníc:o You're Reading a Preview gente. 226 Unlock full access with a free trial. Neste trabalhocujo foco central foi o (te)exame das análises que discutem as entre educação e estrutura económicosocial capitalista apenas exemplificam With Free Trial so específico da formação soCialDownload capitalista brasileira, alguns elementos no pesquisa e de experiências educativas que caminham nesta direção, que nos per mar que esta tarefa é possível e e.stá sendo praticada. o. avanço desta perspectiva está condicionado ao movimento de correlações de as e internas à escola. Num e noutro caso demanda a ampliação 'çle formação d telectuais pro-gressistas politicamente 'c>?mpromissados com a luta e interes Sign up to vote on this title classe trabalhadora, teórica e tecnicamente instrumentalizados não apenas pa Useful Not useful nder a realidade na sua complexidade e diversidade, mas principalmente para t sformála. '-
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s, UFSC, 1981. Dissertação de Mestrado. ANDERSON, C. A. A skeptical note on e n and mobility. American Journal Df Sociology, 8.1., v. 66, 1961. ANDES; Bole Nacional dos Docentes de Nível Superior. 5.1., v.2, n. 10, 1982, p. 9. ' AR CA, J. O. Usaid e a educação brasileira. São Paulo, CortezAuto-res Associado ARROYO, Miguel. Educação e trabalho. lN: REUNIÃO ANUAL DA ASSO-CIAÇÃO NACIONA io de Janeiro, 1981. o Operários e educadores se identificam: que rumos t educação brasileira? Educação & Sociedade, São Paulo, Cortez (5) :523, 1980. o A reforma na prática (a experiência pedagógica do mestrado da FAEUFMG) Socieaade, São Paulo, Cortez (11): 10632, 1982. ATKINSON, A. B. & STIGLITZ, J. li. A new view 01 technical change. Eco-nomic l, s.l., Septo 1969. ATALAI, Jacques & MAC, Guillaume. A antieconomia: uma cr à 'teoria econômica. Rio de Janeiro, Zahar, 1975. BARAN, Paul A. A economia do desenvolvimento. Rio de Janeiro, Zahar, 1972. BECKER, B. F. The historical ots of the concept of" human capital. s.l., University 'of South Carolina, s. o Human capital: a teorical and empírical analysis with special refe-renc ucation. Columbia, s,ed., 1964, 229 t .~
BELLUZZ01 L. G. Distribuição de renda: uma visão da controvérsia. ln: TOLIPAN LLI, A. C. A controvérsia sobre distribuição de renda e desenvolvimento. Rio o1 Zahar1 1978. o A transfiguração crítica. São Paulo, s.ed., s.d. (Estudos CE-BRAP, 24). e capitalismo um ensaio sobre 'a economia política. São Paulo, Brasiliense, LAUG1 M. An ill1roductioll to the ecollomics of education. New York1_ s.ed., 2. BOLOGNA, I. Formação profissional na indústria. Rio de Janeiro, SENAI! DN, BOWLES, S. Unequal education and reproduction of social division of labor. ln ARNOY, M ..Schooling in a co'porate society: the politicai economy of educati You're Reading a Preview in American. New York, s.ed., 1972. BOWLES, S. & GlNTIS. The problem with the human capital theory. A marxian cri Unlock full access with a free trial. ue. American Economic Review, s.1., May, 1975. BRANDÃO, Z. A lei que não era gar. Boletim de Documentação e Informação Técnica, São Paulo, SENAC (519) :11 Download With Freedegradação Trial AVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista.'a do trabalho no sécu o de Janeiro, Zahar, 1977. CARONE, Edgard. A Primeira República. São Paulo, D ropéia do Livro, 1969. CATANI, A. M. O que é o imperialismo. São Paulo, Brasiliense, 19 TRO, Claudio Moura. Educação, educabilidade e desenvolvimento econô mico. s.1.1 MEC, 1976. o Investimento em educação no Brasil: comparação d Sign up to vote on this title Revista de Pesquisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro 1 (1): 14159, Not useful nov. 1971. CASTRO, J. F. Prólogo. ln: SKINER, B.F.Useful Tecnologia de la enseiían ~ celona, Labor, 1970. COELHO, M. J. A questão política do trabalho pedagógi RANDÃO,
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DEPOIMENTOS dos operários e professores responsáveis pela EscolaOficin : SEMANA DE EDUCAÇÃO, Rio de Janeiro, Universidade Santa úr-sula, 1721 maio . 230 DREBEN, Robert. On what is leamin!f iII se/zool. Massachusetts, s.ed., 1968. EOWAROS, R. The social relations of production in the firm and làbor structure. ln: EDW AROS, E. et alii. Labor market segmentatiofl. Lexjng~ ton, s.ed., 1976. ESCOBAR, C. H. Ciência da História e ideologia. Rio de Janeiro, Graal, 1979. FINKEL, S. E. Capital humano: concepto ideologico. ln: LABARCA, G. et alii. La Educación burguesa. Mexico, Nueva Imagen, 1977. p. 2645. FREITAG, B. Escola, Estado e Sociedade, São Paulo, Cortez e Moraes, 1980 FRIGOTIO, GaudênCio. Fazendo pelas mãos a cabeça do trabalhador: trabalho como elemento pedagógico na formação profissional. ln: CONFER.t!.NCIA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, 2, Belo Horizonte, 1982. Rio de Janeiro, SENAc/DIPLAN, 1983. o PoIítiça de fina~iamento da educação: sociedade desigual, distribuição igual dos recurs~ Caderno CEDES, São Paulo, Cortez (5):3 11, 1981.. o Pressupostos teóricoS" daatuação metodológica do SENAI e escola acadêmica convencional. ln: . Efeitos cognitivos da escolaridade do Senai e da escola acadêmica convencional: uma pedagogia para cada classe social? Rio de Janeiro, IESAE/Dept. de Administração de Sistemas Educacionais, 1977. Dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do gráu de mestre em Educação. a Preview FRIGOTTO, Gaudêncio & MARTINS, You're R. C. Reading As múltiplas faces da: desigualdade no ensino público: indicações de uma pesquisa. Forum Educacional, Unlock full access with a free trial. Rio de Janeiro, 6 (4) :6264, out./dez. 1982. Download With Free Trial FRIGOTIO, Gaudêncio et aliL Custo, financiamento e determinantes da esco~ laridade de 1.0 e 2.° graus: um estudo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, IESAE/FINSP, 1980.
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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Trabalho rural e alternativa metodológica Useful Notdeuseful de educação. dimensionamento de necessidade e oportunidades formação profissional. Rio de Janeiro, IESAE/CPDAEIAP, 1981.
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de Janeiro, Paz e Terra, 1980. GORDON, D. M. Theories 01 poverty ali lInderem yment.' orthodox, radical and dual labor market perspective. Lexington, s.ed., 1972. GORZ, A. Crítica da divisão do trabalho. São Paulo, Martins Fonte~, 1980. ~. Adeus ao proletariado para além do socialismo. Rio de Janeiro, Forense, 1982. GRAMSCr. A. Concepção dialética da história. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978a. . o Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1979. o Maquiavel, Politica e o Estado Moderno. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1978b. GRAS, A. Sociologie de l'educatiofl testes lundamelltaux. Paris, s.ed., 1974 GREEN1 F. & NORE, P., org. Economia um antitexto. Rio de Janeiro, Zahar, 1978. . 231
rural. Rio de Janeiro, IESAE/FGV, 1983 (Doe. de trabalho, n. 1). o A form ofissional dos trabalhadores rurals da cana:, o apren-dizado nos cursos face endizado no trabalho e na vida. Rio de Janeiro, IESAE/FGV, 1982. HARBINSON, F . & MYERS, C. M. Education, manpower and economic growth. New York, McGrawHiII, 1964. HILFERDING, R. EI capital financiero. 1~ . Madrid, Tecnos, 1963, 420 p. HIMMELWEIT, S; O indivíduo como unidade básica se. ln: GREEN, F. & NORE, P. A economia um antitexto. Rio de Janeiro, Zahar, 1979, You're Reading a Preview p. 3552. HIRATA, H. Capitalismo de Estado, buPguesia de Estado e modo de pro ecnoburocrático. Revista Discurso, São Paulo, (12) :4971, s.d. HOPKINS, G. & Unlock full access with a free trial. , F. L'histoire des theories du developement et ses enseignements a long terme. Université de Paris, Paris (1042) :213, 1974. HU Downloadsocieties, With Free Trial TON, S. M. Politicai order in changing s.1., s.ed., 1968. IANNI, O vio. Exigências educacionais do processo de industrialização. Tn: o Industrialização e desenvolvimento social no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1963. INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇÃO. Classificação ocupacional do seto trabalho: dimensionamento de alguns problemas. III Relatório. Rio de Janeiro Sign up to vote on this title /IESAE, 1982, p. 16586. Not useful Zahar, 19 Useful Janeiro, KENNELER, J. F. Introdução à filosofia da educação. Rio de Shaping the American educacionalstate. s. L, Free Press, 1975. KEYNES, J. M. ria geral do emprego, do juro e da moeda. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1
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vail et salariat. Gre-noble, 1978. LENINE. Cultura e revolução.Rio de Janeir zação Brasileira, 1968, p.98. 232 o Perle della progettomania populista, en Opere. s.1., Edizioni Rinas-cit 54. v. 2, p. 466 . . LIMA, Ricardo. Mercado· de trabalho: o capital humanó e a teoria da seg-men a Pesquisa e Plane;amento Econômico, Rio de Janeiro, 10(1) :21772, abro 1980 LIMOEIRO. M. A ideologia como problema teórico. ln: . Ideologia e desenvolvim Brasil JK, IQ. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978. o Indicaciones sobre la construcción de categorias en un análisis de la i ln: . La construcción dei conocimiento. México, Bdit. Era, s.d., p. 71113. ~c... Universidade e estrutura de poder. Cadernos de Cultura da ,USU, Rio Janeiro, 3(3) :33, 1981. LOWY, M. Objetividade ",e _ponto de vista de classe nas ciências sociais. ln: o O método odialético e a ·teoria política. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 197 \:. LUXEMBURGO, Rosa de. k acumulação do capital. Estudo sobre a interprew tação econômica do imperialismo. Rio de Janeiro, Zahar, 1970. MAGDOF, H. Era ialismo. São Paulo, Hucitec, 1978, p. 22. MAIGNIEN, Y. La division du travail el et intellectuel et sa suppression dans le passage au communisme c/:lez Marx et ses successeurs. Paris, Fran-çoi ro. 1975 (Documents et recherches d'économie et socialisme. 8). MANACORDA, M. y ia pedagogía de nuestro tiempo. Roma, U.S.P.A.G., 1966, p. 1948. MÁNFIO, Antonio João. Centro lntercolegial de Tubarão a teoria na práw tica. eiro, IESAE, 1981. Dissertação submetida como requisito parcial para a obtenç de mestre em Educação. MAO TSE TUNG. Sobre a relação entre conhecimento e prática _ a relação entre ir. ln: SAMPAIO, Carlos Augusto. Filosofia de Mao Tse Tung. Melém, Boitempo, p. 1229. Reading a Preview MARSHAL, Alfrede. Principies ofYou're economics. 6 ed. London, s.ed., 1980. MARTINS . S. As relações de classe e a Unlock produção ideológica da noção de full access with a free trial. trabalho. ln: O cativeiro da terra. São Paulo, IESCH, 1981. MARX, K. O Capita o de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980. Livro 1, v. 1. o Contribuição Download With Free Trial conomia política. São Paulo, Martins Fontes, 1977a, p. 24. -o Formações econômicas prévcapitalistas. Rio de J Terra, 1977b. ~ o Teoria da mais~valia história crítica do pensamento o. Rio de Janeiro, Civilização Brasiieira, 1980, p. 404 . MARX, K. & ENGELS, F. a educação e do ensino. Lisboa, Moraes, 1978, 265Sign p.up to vote on this title o A ideologia alemã. São Paulo, Editorial Grijalbo, 1977, p. 49 useful Usefulln:. Not MELLO, G. N. Acerca da mediação: uma visão da escola. Ma-gistério de 1. a competência técnica ao compromisso político. São Paulo, CortezAutores Asso 2. MENDEL, E. A economia do neocapitalismo. ln: PEREIRA, L., org. Pers~ pect
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OLIVEIRA, Francisco de. Apontamentos de aula. s.l., PUC, 1981a. o A economia da dependência imperfeita. São Paulo, Graal, 1980.
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::. O terciário e a divisão social do trabalho. São Paulo, s.ed., 1981b. (Estudos CEBRAP, 24L A transição pai; o capitalismo monopolista no CentroSul o Elegia para uma re(li)gião. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978. OLIVEIR ancisco de & BORGES, W. Notas illlempestivas sobre a ques-tão da universidade Paulo, s.ed., 1980 (Estados CEBRAP, 27). PARNES, H. S. Manpower anaJysis iII ucational planing. Paris, OCCD, 1964. PARSONS, T. The school class as a socia ystem: sorne functions ln Arnerican society. ln: HELSEY, R. H., et alii. Educ ons, economy and society. New York, s.ed., 1961. PASTORE, J. Desigualdade e mobilidade social no Brasil Paulo, Editora Queiroz, 1979. PASTORE, J. & OWEN, C. Mobilidade educacional, mudança social en-volvimento no Brasil: notas preliminares. Revista da POlltifíCia Universica de São Paulo, v.35, n. 67/68, 1968. PEREIRA, L Capitalismo 1I0tas teórica ulo, Duas Cidades, 1977. PINTO, A. V. Ciéncia e existência. Rio de Janeiro, Z 979. PIOTTE, J. M. O pensamento político de Gramsci. Porio, Edições Afrontamento, 1975, p. 3556. PISTRAK. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo, iliense, 1981. PRANDI, R. Os fal'Oritos degradados ensino superior e profiss e nível Illlil'ersitário no Brasil hoje. São Paulo, Loyola, 1982. PREST & TUVEY. Cost t analysis a survey. EcoJlomic Jouma/, v.7S, n. 300, 1965. PSACHAROPOLOUS, G. The rate of retum to illvestmem educatioll a he reRionaJ lel·el. Hawaí, sed., 1969. QUESTÃO POLITICA DA APRENDIZAGEM PROFI Cadernos do CEDI, Rio de Janeiro (6) :928, 1980. REICH, M.: GORDON, V. M.: E RDS, R. C. A theorie of labor market segmentation. Indus/rial ReJations Research A ssociatioll, s.l., 1972. RODRIG , N. Estado, educação e desenmh'imemo econômico. São Paulo, CortezAutores Associados, 1982. ROSSI, W. Capitalismo e educação. São Paulo, You're Reading a Preview ~oraes, 1978. SCHAFF, A. O caráter de classe do conhecimento histórico. ln: Histúria e \·erdade. São Paulo,Unlock Martins Fontes, 1971, p. "'4186. SALM. C. Es full access with a free trial. aballlo. São Paulo, Brasiliense, J980. SARUP, Madan. Marxismo e educação. Rio ro, Zahar, 1980. With Free Trial SAVIANI, Dermeval. Educaçao: doDownload senso comum a cOllsciéncia filosófica. São Paulo, CortczAutorc!' Associados, 1980. o Escola e Democracia. São CortezAutores Associados, 1983. o A filosofia da educação e o problema d em educação. ln: GARCIA, W. E., org. Inovação educacional no Brasil. São Paulo, CortezAutores Associados, 1980. o Tendências e Sign correntes da educaçãobrasil up to vote on this title MENDES, D. T., coord. Filosofia da educação brasileira. Rio de Janeiro, lESA Useful Not useful 1978. o As teorias,da educação e o problemadamarginalidade na América Lat rnos de Pesquisa, São Paulo, (42) : 18, 1982b. SERVIÇO NACIONAL DE APR ENDIZA USTRIAL O meio o
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TAVARES, J. N. Educação e imperialismo no Brasil. Educação e Sociedade,
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São . Paulo (7) :552, se!. 1981. TRENTIN, B. A ideologi~do neocapitalismo. l REIRA, L., org. Perspec-, tivas do capitalismo mO,derno. São Paulo, Zahar, 19 100. " UNESCO. Instituto de Planefâmento de la Educación. Los problemas y la estra-, planeamento de la educación. La experiência de América Latina. s.I., 1964. UN E e estrutura de poder. Cadernos de Cultura da USU, Rio de Janeiro, 3(3) :33, 81. VEIGA, Laura. Os projetos educativos como projetos de classe: Estado e Univer ade no Brasil (19641964). Educação e Sociedade, São Paulo, Cortez (lI) :257 982.. VIEITEZ, C. G. Os professores e a organização da escola. São ,Paulo, Cortez-A ciados, 1982, p. 1124. WARDE, M. Educação e estrutura social a profjssionaU estão. São Paulo. Cortez e Moraes, 1977, ,p. 87. ; . . WEIMBERG, J. R. Examen deZ ismo Zogico. Madrid, Aquilar. 1959. WILLIAMS, K. Facing rigth; a, critique of rl Popper's eXperience·.','Econo~ mic and Society, s.l., vA, n. 8, 1975.
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.ir i a ~ j d 235 You're Reading a Preview Unlock full access with a free trial.
PROFESSORA PRIMÂRIA: mestre ou tia? Maria Eliana Novaes. 1984, 144p. Download Trial um estudo sobre a real Professora primária: mestra ou tia? trazWith aosFree leitores são do trabalho da professora pri· mária, de modo especial, a correlação entr da professora primária e a divisão social do trabalho. Como se constitui, pouco a pouc'o, o processo ("de mestra a tia") de organiSign up to vote on this title zação do trabalho pedagógico no inte Useful Not useful rior da escola primária? Procurando responder a essa questâ'o central, a autora articula três planos: teórico, empírico e
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Pedidos para: &!!! <...ORTEZ ~roTORA Rua Bartira, 387 05009 São Paulo SP Tel.: (011) 8640111 FORMAÇÁO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL Maria Ozarl'ira da Silva e Silva. 1984, 130p. FORMAC\() PROFISSIO\,; 00 ASSISII" r: SOCIAl
Inserção na realidade social e na dinâmica da profissão. Aborda a formação pr sistente social partindo da compreensão da história da profissão, entendendo viço Social, não pode ser concebido como fato isolado, mas na sua inserção na nómica, social e politica da sociedade brasileira. Por outro lado, é assumida uma concepção ampla de formação profissional que não pode ser reduzida ao momento acadêmico que se passa numa universi· dade. A formação profissional é enten· dida como um processo dia lético, portan-
to aberto, dinâmico e permanente, incorporando as contradições decorrentes da profissão e dos. profissionais no movimen-to histórico de uma dada sociedade. Pedidos para: &!!! <...ORTEZ You're Reading a Preview ~roTORA Rua Bartira, 387 05009 São Paulo SP Tel.: (011) 8640111 Unlock full access with a free trial.
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