Visagens E Assombracoes de Belem, de Walcyr Monteiro

Walcyr Walcyr Monteiro Visagens e Assombrações de Belém Belém, 3ª edição, BASA, SEMECM!VA, "###$   Walcyr Monteiro Visagens e Assombrações de Belém 3ª edição, edição, re%ista e at&ali'ada at&ali'ada (MB SEMEC M!VA M!VA  Banco da Ama')nia S$A$  BE*+M  (A  "###  -ª edição. -/01  2r4ica 5al6ngola  "ª edição. -//3  edições CE78(  Co9yrig:t by Walcyr Monteiro$ ;l&strações. 7oão Bento Bento rias= Editoração Eletr)nica. Eletr)nica. A&g&sto A&g&sto ?enri@&e$ ?enri@&e$ e%isão. (a&lo Corra ;m9ressão. Banco da Ama')nia S$A$ Corres9ondncias. Corres9ondncias. Caia (ostal (ostal -1D3  Belém(A Belém(A  CE(. DD#-/# 5one. <#/-= """330F  email. GalcyrHs&9ridad$com$br   Monteiro, Walcyr$  Visagens e Assombrações de Belém  Walcyr Monteiro$  3ª ed$  Belém. Banco da Ama')nia S$A$  Basa, "###$  3#0 9$  -$ 5antasmas$ "$ 5olclore$ (ar ;,  IJt&lo$  CKK 3/0$F#/-1-

Aos @&e, como e&, amam a Ama')niaL Aos 9ro4essores 9ro4essores e est&dantes, aos o%ens o%ens e a todos a@&eles @&e @&e l&tam 9ela %alori'ação, 9reser%ação e di%&lgação da C<&ra Ama')nicaL Ama')nicaL Ao me& 4il:o Enor  re9resentando re9resentando a geração do 3N Milnio  na certe'a de @&e manterão a Ama')nia e s&a C<&ra como a recebemos de nossos ante9assadosL  Walcyr Monteiro

/ (re4cio ! in%entrio das mani4estações mani4estações 4olcl>ricas, na Ama')nia, Ama')nia, est longe de se reali'ar de 4orma com9leta e acabada$ ! @&e se con:ece con:ece é o registro es9arso de e%entos e%entos 9o9&lares, com ocorrncia em determinado determinadoss locais da região, a maior 9arte deles coletados coletados sem res9aldo metodol>gico, metodol>gico, o @&e in%iabili'a @&al@&er 9reoc&9ação 9reoc&9ação de se 9oder a4erir a intensidade desses desses 4en)menos, no conteto conteto da sociedade regional em @&e o mesmo 4oi registrado$ registrado$ As 9o9&lações 9o9&lações &rbanas &rbanas e interioranas na Ama')nia Ama')nia o4erecem, o4erecem, 9or o&tro lado,  9ers9ecti%as te>ricas te>ricas interessantJssimas 9ara se& est&do e anlise$ Esses gr&9amentos s&rgiram, e contin&am a s&rgir, em 4&nção de condições es9ecJ4icas es9ecJ4icas de s&a locali'ação e de s&a economia economia bsica, 4ormando %erdadeiras 'onas 'onas ecol>gicas, s&bdi%ididas em microreas microreas O-#P caracterJsticas, constit&indo %erdadeiros ecossistemas com9leos$ Essas 'onas ecol>gicas 9oss&em &m centro &rbano 9or ecelncia, ecelncia , a sede do m&nicJ9io, onde estão concentrados os ser%iços de go%erno, de comércio e de religião$ Eistem, entretanto, o&tros con&ntos @&e 9odem ser%ir de centro de &ma com&nidade. &ma %ila, %ila, &m 9osto de missionrio, &ma serraria grande, grande, &m  barracão de castan:a castan:a o& borrac:a, borrac:a, &ma 'ona de garim9o, onde ligados a tais centros, eistem &ma série de gr&9amentos :&manos, @&e 4a'em 9arte da com&nidade de 4orma integral, integral, tais como &ma %ila o& 9o%oado, casas casas es9al:adas ao longo de &m rio, de &m igara9é, de &ma estrada de rodagem, o& em &ma grande 9ro9riedade o& 4a'enda, o& ainda &ma col)nia agrJcola$ !s residentes residentes dessas dessas %i'in:anças %i'in:anças mantm relações relações constantes constantes e Jntimas, tendo ainda &m 4orte sentimento de solidariedade o& de gr&9o$ Cada gr&9amento desses desses constit&i &ma s&b&nidade 4acilmente 4acilmente disting&J%el e se&s :abitantes mantm mantm ligações com o centro &rbano da com&nidade com&nidade e, 9or  isso mesmo, ac:amse ac:amse interrelacionados com os o&tros, e :oe, os %eJc&los %eJc&los de com&nicação de massa, tais como o rdio e a tele%isão,  alcançaram esses gr&9amentos, terminando, terminando, assim, assim, se& isolamento c<&ral$ c<&ral$ Somente nos nos dias at&ais at&ais é @&e o est&do da c<&ra 9o9&lar deio& de ser  4eito 9or não 9ro4issionais e amadores, amadores, @&e %isa%am Q descrição descrição do e>tico, do estran:o, do etra%agante etra%agante e do 4&gir ao conteto da c:amada c:amada Rci%ili'ação

Aos @&e, como e&, amam a Ama')niaL Aos 9ro4essores 9ro4essores e est&dantes, aos o%ens o%ens e a todos a@&eles @&e @&e l&tam 9ela %alori'ação, 9reser%ação e di%&lgação da C<&ra Ama')nicaL Ama')nicaL Ao me& 4il:o Enor  re9resentando re9resentando a geração do 3N Milnio  na certe'a de @&e manterão a Ama')nia e s&a C<&ra como a recebemos de nossos ante9assadosL  Walcyr Monteiro

/ (re4cio ! in%entrio das mani4estações mani4estações 4olcl>ricas, na Ama')nia, Ama')nia, est longe de se reali'ar de 4orma com9leta e acabada$ ! @&e se con:ece con:ece é o registro es9arso de e%entos e%entos 9o9&lares, com ocorrncia em determinado determinadoss locais da região, a maior 9arte deles coletados coletados sem res9aldo metodol>gico, metodol>gico, o @&e in%iabili'a @&al@&er 9reoc&9ação 9reoc&9ação de se 9oder a4erir a intensidade desses desses 4en)menos, no conteto conteto da sociedade regional em @&e o mesmo 4oi registrado$ registrado$ As 9o9&lações 9o9&lações &rbanas &rbanas e interioranas na Ama')nia Ama')nia o4erecem, o4erecem, 9or o&tro lado,  9ers9ecti%as te>ricas te>ricas interessantJssimas 9ara se& est&do e anlise$ Esses gr&9amentos s&rgiram, e contin&am a s&rgir, em 4&nção de condições es9ecJ4icas es9ecJ4icas de s&a locali'ação e de s&a economia economia bsica, 4ormando %erdadeiras 'onas 'onas ecol>gicas, s&bdi%ididas em microreas microreas O-#P caracterJsticas, constit&indo %erdadeiros ecossistemas com9leos$ Essas 'onas ecol>gicas 9oss&em &m centro &rbano 9or ecelncia, ecelncia , a sede do m&nicJ9io, onde estão concentrados os ser%iços de go%erno, de comércio e de religião$ Eistem, entretanto, o&tros con&ntos @&e 9odem ser%ir de centro de &ma com&nidade. &ma %ila, %ila, &m 9osto de missionrio, &ma serraria grande, grande, &m  barracão de castan:a castan:a o& borrac:a, borrac:a, &ma 'ona de garim9o, onde ligados a tais centros, eistem &ma série de gr&9amentos :&manos, @&e 4a'em 9arte da com&nidade de 4orma integral, integral, tais como &ma %ila o& 9o%oado, casas casas es9al:adas ao longo de &m rio, de &m igara9é, de &ma estrada de rodagem, o& em &ma grande 9ro9riedade o& 4a'enda, o& ainda &ma col)nia agrJcola$ !s residentes residentes dessas dessas %i'in:anças %i'in:anças mantm relações relações constantes constantes e Jntimas, tendo ainda &m 4orte sentimento de solidariedade o& de gr&9o$ Cada gr&9amento desses desses constit&i &ma s&b&nidade 4acilmente 4acilmente disting&J%el e se&s :abitantes mantm mantm ligações com o centro &rbano da com&nidade com&nidade e, 9or  isso mesmo, ac:amse ac:amse interrelacionados com os o&tros, e :oe, os %eJc&los %eJc&los de com&nicação de massa, tais como o rdio e a tele%isão,  alcançaram esses gr&9amentos, terminando, terminando, assim, assim, se& isolamento c<&ral$ c<&ral$ Somente nos nos dias at&ais at&ais é @&e o est&do da c<&ra 9o9&lar deio& de ser  4eito 9or não 9ro4issionais e amadores, amadores, @&e %isa%am Q descrição descrição do e>tico, do estran:o, do etra%agante etra%agante e do 4&gir ao conteto da c:amada c:amada Rci%ili'ação

ocidentalR, 9ara reali'arse reali'arse debaio debaio de critérios rigorosamente cientJ4icos, cientJ4icos, o& sea, onde a in%estigação in%estigação do e%ento 9o9&lar é reali'ada como obeto obeto de  9roeto de 9es@&isa, 9es@&isa, 9atrocinada 9or ;nstit&ição de Cincia Cincia e reali'ada O--P  9or 9ro4issional em cincia cincia social$ As abordagens abordagens contem9or6neas contem9or6neas mostram @&e a c<&ra 9o9&lar 9o9&lar não constit&i &ma &ma 4orma de saber estan@&e estan@&e e com9artimentada, 9orém &m con&nto de re9resentações simb>licas @&e, em sociedades sociedades estrati4icadas, caracteri'a &ma camada camada de 9o9&lação @&e não tem acesso 9leno 9leno Q c<&ra er&dita$ Essa 4orma de saber não é im9erme%el im9erme%el a no%os con:ecimentos con:ecimentos e não é ig&almente &m retal:o de 4ragmentos desconeos, desconeos, @&e emergem emergem do 9assado 9assado 9or inércia inércia c<&ral$ Como bem di' E&nice K&r:am, o 5olclore Rconstit&i Rconstit&i &m sistema sistema de re9resentações  cost&mes, cost&mes, tradições, crenças, mitos e 4ormas de mani4estação mani4estação artJstica  @&e e9rimem &m modo de %ida 9artic&lar, &m &m meio de inter9retar  a realidade social social e o ambiente geogr4ico, de ordenar ordenar a %ida em sociedade e de e9rimir e9rimir os %alores bsicos da c<&ra$ !s elementos elementos do  9assado s> 9ersistem na medida medida em @&e 9odem 9odem e9ressar realidades realidades  9resentes e s> se conser%am en@&anto integrados em sistemasR$ sistemasR$ ! li%ro de Walcyr Walcyr Monteiro  Visagens e Assombrações de Belém  é &m eem9lo do @&e acima a4irmamos$ a4ir mamos$ 5r&to de longo trabal:o de cam9o, ordenado debaio de &ma metodologia cientJ4ica, sem 9roc&rar 9roc&rar RmartelarR os dados em9Jricos em9Jricos 9ara encailos encailos na sistemtica metodol>gica, metodol>gica, 4&ndamentalmente 4&ndamentalmente mostra a 9ermanncia 9ermanncia das :ist>rias 4antsticas, 4antsticas, na mentalidade mgica mgica de segmentos segmentos da  9o9&lação de Belém$ Ki%idindo s&a monogra4ia monogra4ia em cinco  9artes. a colet6nea colet6nea dos contos relati%os Qs %isagens %isagens e assombrações assombrações a descrição do C<o das Almas o est&do :ist>rico, 9olJtico e econ)mico econ)mico da rea de 9es@&isa s a elaboração desse li%ro, 9ois con:ecemos Walcyr  Walcyr  Monteiro desde o tem9o em @&e 4oi al&no da etinta 5ac&ldade de 5iloso4ia, Cincias e *etras da 8ni%ersidade 5ederal do (ar, do C&rso de Cincias Sociais e temos acom9an:ado acom9an:ado s&a traet>ria intelect&al, como 9ro4essor  9ro4essor  e 9es@&isador$ 9es@&isador$ (ro4&ndamente :onesto :onesto e de &ma seriedade cientJ4ica in%&lgar, a9esar de não 9&blicada, essa monogra4ia tem ser%ido de s&9orte  bibliogr4ico 9ara di%ersos di%ersos ensaios sobre as9ectos as9ectos da religiosidade 9o9&lar  na Ama')nia$ + &ma ecelente ecelente contrib&ição contrib&ição a &m dos temas mais ricos e 4ascinantes 4ascinantes da temtica 4olcl>rica ama')nica, @&e são as Crendices e S&9erstições, ainda :oe encontradas, não somente somente no interior da região, mais no 9r>9rio es9aço es9aço metro9olitano da rea ama')nica$  Ta9oleão 5ig&eiredo 5ig&eiredo (es@&isador (es@&isador do M&se& M&se& EmJlio 2oeldi

O-3P A9resentação  <3ª edição  "###= RBelém, cidade Uci%ili'éU, não esca9a Q 4ascinação do sobrenat&ral$  Tão : menino @&e deie de o&%ir est>rias 4antsticas, transmitidas  9elas amas, em9regadas domésticas, geralmente 9essoas %indas do interior  do Estado, onde sobre%i%e, intensa, a tradição oral dessas lendas$ Mesmo sob o im9acto de o&tros %alores c<&rais @&e :oe se mani4estam na cidade, conse@ncia da a9roimação no es9aço geogr4ico e no tem9o social com 9o%os e instit&ições, a9roimação e4et&ada 9elo a%ião, o rdio, a tele%isão, o  ornal  ainda 9ersistem as est>rias sobrenat&rais na mente do 9o%oR$ <*eandro Iocantins, Q Santa Maria de Belém do 2rão (ar=$ -F ! 9resente trabal:o seg&i& &m longo 9erc&rso$ &ando iniciei a 9&blicação de :ist>rias de %isagens e assombrações de Belém, em -/", no ornal RA (ro%Jncia do (arR, %isa%a tão somente Q 9reser%ação de &m traço c<&ral @&e esta%a 4adado ao desa9arecimento$ A aceitação 9or 9arte do 9Xblico 4oi m&ito grande, o @&e se 9ode constatar 9elas cartas recebidas, @&er  estim&lando, @&er com a narração de no%os casos, @&er 4inalmente s&gerindo a re&nião das :ist>rias em li%ro$ E era o @&e 9retendia 4a'er. re&nir as :ist>rias em Xnica 9&blicação, 9ermitindo aos mais no%os con:ecerem e aos mais %el:os recordarem o @&e se conta%a e transmitia oralmente$ Co&be ao 9ro4essor Ta9oleão 5ig&eiredo, tit&lar de Antro9ologia C<&ral da 85(A e 9es@&isador do M&se& EmJlio 2oeldi, incenti%arme a am9liar  o trabal:o, com &ma 9arte inter9retati%a, e, a9>s, colaborar, @&er colocando s&a biblioteca 9artic&lar Q nossa dis9osição, @&er com crJticas e s&gestões, não sendo 9orém res9ons%el 9elas 9ossJ%eis 4al:as o& omissões o& ainda conceitos emitidos 9elo a&tor$ (odese, 9ois, notar dois di4erentes estilos ao longo do 9resente trabal:o. o 9rimeiro, narrati%o e @&e di' res9eito Qs :ist>rias 9ro9riamente ditas, e @&e constit&i a 9rimeira 9arte do trabal:o o seg&ndo, @&e abrange da descrição do C<o das Almas Qs concl&sões,  9roc&ra ser mais inter9retati%o e, em conse@ncia, mais RsecoR$ Concl&Jdo em -/", 4oi editado somente em -/0D, graças ao então secretrio de Estado de C<&ra, Kes9ortos e I&rismo, Acyr Castro, a @&em reitero agradecimentos$ To%amente recebe& aceitação 9o9&lar, le%ando a edição a esgotarse ra9idamente$ Ietos das R%isagensR o& o 9r>9rio li%ro 4oram &tili'ados 9or 9ro4essores &ni%ersitrios e de escolas de ensino 4&ndamental e médio, bem como 4oram ig&almente re9&blicados 9or o&tros  ornais$ E c:egaramme 9edidos de  -1 &ma "ª edição, @&e 4oi 9&blicado 9ela Ce&9
 9ara @&e não :o&%esse alterações, sob a &sti4icati%a de @&e, mantendo os dados  9&blicados inicialmente, estaria mantendo a RimagemR, o retrato de Belém do inJcio da década de #$ Aceitei a s&gestão e são 9o&cas as modi4icações :a%idas nesta 3ª edição, a maior 9arte de carter re%isi%o em relação a 4al:as eistentes nas edições anteriores, %isto @&e o a&tor não as re%iso&, embora conste o contrrio$ Bem, mas %amos ao trabal:o 9ro9riamente dito, @&e tem como obeti%o o est&do das crenças em %isagens e assombrações, bem como o C<o das Almas consideradas milagrosas 9elo 9o%o de Belém do (ar$ A coleta das :ist>rias 4oi reali'ada de -/D/ a -/", embora alg&mas das :ist>rias ten:am sido o&%idas d&rante a in46ncia do a&tor$ Ke'enas e de'enas de contos 4oram re&nidos, selecionandose "1 dos mais re9resentati%os$ A 9es@&isa relati%a ao C<o das Almas 4oi reali'ada de -/- a -/"$ As 4otos são também do a&tor, sendo, 9orém, d&as delas, as relati%as ao C<o das Almas em 8mbanda, cedidas 9elo 9ro4essor Art:&r Ta9oleão 5ig&eiredo, e d&as o&tras 9elo 4ot>gra4o Ary So&'a$ As @&e não são de min:a a&toria estarão indicadas$ ! trabal:o est di%idido em cinco 9artes. a 9rimeira é a colet6nea dos contos relati%os a %isagens e assombrações a seg&nda é a descrição do C<o das Almas a terceira é a rea obeto de 9es@&isa rica e  O-DP mostrase a s&a im9ort6ncia 9olJticoecon)mica na egião Ama')nica eistem eistiam em -/"= 9raticamente dois. o de Ed&ardo 2al%ão 9ia das 4otogra4ias, ao 9ro4essor Art:&r Ta9oleão 5ig&eiredo,  antes re4erido e a @&em  9resto min:as :omenagens 9>st&mas, 9elo m&ito @&e me a&ilio& e 9ela grande contrib&ição @&e de& Qs c<&ras 9araense e ama')nica, 9rinci9almente no cam9o da Antro9ologia C<&ral$ Agradeço também aos desen:istas 7oão Bento
Assombrações de Belém$ A:L Tão 9odia deiar de mencionar @&e o li%ro ser%i& de tema 9ara a Associação Carna%alesca Mocidade Bota4og&ense em -//0, sagrandose esta %icecam9eã 4oi 4onte de 9es@&isa 9ara o 4ilme *endas Ama')nicas 4oi &tili'ado como li%roteto em inXmeros colégios, 9restandose 9ara di%ersas ati%idades escolares, 4oi ig&almente radio4oni'ado e &tili'ado 9ara re9resentações teatrais, de amadores e 9ro4issionais$ (or t&do isto, m&ito agradeço, e, 9rinci9almente, a %oc, @&e l e di%&lga este trabal:o e, com ele, a nossa C<&ra Ama')nica$ Walcyr Monteiro

O-/P S&mrio (re4cio $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ A9resentação Q 3ª edição $$$$$  Visagens e Assombrações $$$$$$ -/ A 9orca do ed&to $$$$$$$$$$$$ "3 A Matinta (erera do Acam9amento $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ "/ ! *obisomem da (edreira $$$$$ 3F ! ?omXnc&lo do *argo da Sé $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ FA Matinta (erera da (edreira $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ F0 A Mãe dYZg&a do ;gara9é de São 7oa@&im $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 1D Morada de caboclo $$$$$$$$$$$$$ D3 ! estran:o cliente do Kr$ [ $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ " As il:as encantadas do Mara> $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 0F ! R(aideSantoR do 7&r&nas $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ /" 5antasma er>tico da Soledade $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ -#F Toi%ado sobrenat&ral $$$$$$$$$ --" Encontro na 9raça $$$$$$$$$$$$ -"3 A moça sem 4ace $$$$$$$$$$$$$$ -3# O"#P ! es9ectro e a botia $$$$$$$$ -30 eceitas e o9erações sobrenat&rais $$$$$$$$$$$$$$$$$$$ -F ! 4antasma do ?irondelle $$$$ -11 ! cr&'eiro do Ielégra4o $$$$$ -DF A9arições no (ar@&e $$$$$$$$$ -D/ A 9onte do ;gara9é das Almas $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ -/ A (rocissão das Almas $$$$$$ -0D ! grito dos len:adores da (edreira $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ -/F A moça do ti $$$$$$$$$$$$$$$ "#F A9osta macabra $$$$$$$$$$$$$$$ "-1 ! carro assombrado $$$$$$$$$$$ -31  ! C<o das almas

! C<o $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ "31 Almas mais milagrosas $$$$$$$$ "3 As orações $$$$$$$$$$$$$$$$$$$ "F" As 9romessas $$$$$$$$$$$$$$$$$ "10 ! comércio $$$$$$$$$$$$$$$$$$$ "DC<o das Almas em &mbanda $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ "D" Belém  Zrea da 9es@&isa SJntese :ist>rica $$$$$$$$$$$$ "DF E%ol&ção 9olJtica $$$$$$$$$$$$ "D1 E%ol&ção socioecon)mica $$$$$$ "D/ Belém at&al $$$$$$$$$$$$$$$$$$ "" *ocali'ação $$$$$$$$$$$$$$$$$$ "D 8ma abordagem inter9retati%a $$$$$$$$$$$$$$$$$$ "/Ko&trinadores das %isagens e assombrações $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 33 As9ectos econ)micos $$$$$$$$$$ 3F# Concl&sões $$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 3F" Koc&mento 4otogr4ico $$$$$$$$ 3F Aneo ; $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 31D Aneo ;; $$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 3DBibliogra4ia $$$$$$$$$$$$$$$$$ 3D/

O"3P Belém  -/" 8m bairro @&al@&er$ A con%ersa seg&ia animada em 4rente a casa$ !s 9ais dos o%ens :a%iam saJdo e eles a9ro%eitaram 9ara re&nir toda a %i'in:ança de4ronte$ Cadeiras :a%iam sido colocadas, e os @&e não as conseg&iram 4a'iam de assento o m&ro, @&e, sendo baio, 9ara isto se  9resta%a o&tros senta%am, mesmo, no c:ão, e a con%ersa ia desde as 9r>imas  9ro%as até a @&adra &nina, @&e  esta%a 9erto$ !s dilogos se entrec:oca%am e, ra9a'es e moças, cada @&al 9roc&rando c:amar a atenção sobre si, 4ala%am ora das médias altas o& baias nesta o& na@&ela matéria, ora no trae a estrear nas 4estas cai9iras de Santo Ant)nio, São 7oão o& São (edro$ Ke re9ente, Ana Maria 9recisa ir Rl dentroR$ S)nia, @&e é da casa, a acom9an:a$ E entram as d&as$ Ta 9orta, a con%ersa contin&a animada$ Ke re9ente, o gritoL Iodos se le%antam, acorrem, 4icam al%oroçados$ E de9ois %em a e9licação.  &ando ia saindo da Rcasin:aR, %i

&m %<o @&e 9arecia @&e %in:a na min:a direção$$$  !ra, 4oi im9ressão s&aL di' 2&sta%o, o mais %alente da t&rma$  5oi nadaL Vi simL (arecia @&e @&eria me agarrar$$$  Tão 4oi nada, não$$$  !l:e, di' (a&lo, o mais antigo morador do bairro,  O"FP di'em @&e esta casa era malassombrada$ Sabe l se$$$  Keie disto$ 5oi im9ressão de Ana, @&e é medrosa 9or nat&re'a$$$  TãoL Sabe\ 8ma %e', l em casa, a l&' a9ago& so'in:a$ (ensei @&e era de4eito no interr&9tor, mas @&e nadaL 5oi assombração, mesmoL  (or isso @&e a gente de%e re'ar sem9re 9elas almas 9enadas$ Assim elas descansam em 9a' e não 4icam 4a'endo %isagem 9or aJ$  Mamãe, toda seg&nda4eira, %ai ao Cemitério da Soledade 4a'er a no%ena das almas$ I&do o @&e ela @&er, ela conseg&eL Ela tem &ma 4é na aim&ndin:a (icanço$$$  Mas ol:emL Vocs  o&%iram a :ist>ria da Matinta (erera do Acam9amento\  Mais esta, agoraL !nde  se %i&\ 5alar em Matinta (erera no interior, ainda % l$ Mas a@&i em Belém$$$  Iem mesmo, %i&\ !&çam aJ$$$ E tem inJcio narrações de &ma série de :ist>rias de %isagens e assombrações em toda a cidade de Santa Maria de Belém do 2rão(ar$ ! 4ato, gerado em &ma con%ersa 4amiliar de4ronte de &ma casa, 9oderia também ser n&ma es@&ina, d&rante &ma con%ersa sobre 4&tebol o& n&m bar, ingerindo &mas doses de cana com limão, tirando gosto com &m 9eie 4rito, geralmente &ma 9rati@&eira$$$ Acom9an:emos as :ist>rias @&e são contadas$$$   !&çamolasL

O"1P A (orca do ed&to ! bairro do ed&to é, decerto, &m dos mais antigos de Belém$ E também &m dos mais c:eios de :ist>rias e mitos, 9rinci9almente 9or ter como limite o 4amoso e disc&tido ;gara9é das Almas$ Alis, e;gara9é, %isto agora estar  trans4ormado em canal$ Kesde o se& nome é disc&tido. ;gara9é das Armas o& das Almas\ Ki'se @&e as d&as e9ressões são %lidas$ A 9rimeira é atrib&Jda ao 4ato de,  nos 4ins da Cabanagem, &m gr&9o de cabanos :a%er escondido neste ;gara9é s&as armas, na 4&ga @&e então em9reenderam$ E o nome 4ico& ;gara9é das Armas, até o dia em @&e :abitantes das redonde'as a4irmaram ter %isto

es9Jritos de cabanos 4alecidos %ag&earem atrs das armas escondidas$ KaJ em diante, ;gara9é das Almas$ Esta d&alidade de nomes  le%o& nossos :istoriadores a baterem cabeça$ Mas, como a@&i se trata de :ist>rias e O"DP lendas e não de ?ist>ria, o @&e interessa é @&e, sendo das Armas o& das Almas, o 4amoso ;gara9é sem9re ser%i& 9ara comentrios medrosos o& :ist>rias 4antsticas$ A@&i %ai mais &ma delas$ Sem 9recisar a é9oca, mas com certe'a : m&itos anos, @&ando Belém era &ma cidade 9ro%inciana, com racionamento de l&', trans9ortes 9recrios e as 4amJlias coloca%am cadeiras nas calçadas, contase @&e as 9essoas @&e mora%am Q r&a "0 de Setembro 4ica%am ass&stadas todas as noites com &m 4ato estran:o. cerca das "" :oras, &ma 9orca de taman:o consider%el saJa em desabalada carreira da (raça Magal:ães até o ;gara9é das Almas imo ao ;gara9é das Almas$ Esta 9aro&, cambaleo&, logo todos se 9&seram a dar 9a&ladas e 9edradas, n&m a&tntico linc:amento$ A 9orca morre&,

e o 4ato 4oi comentado até tarde 9elos R:er>isR da noiteL To dia seg&inte, os Rbra%osR combatentes da 9orca acorreram ao local de s&a morte e$$$ o:L s&r9resaL A 9orca :a%ia desa9arecido, mas, no mesmo l&gar  em @&e :a%ia caJdo, esta%a a %el:ota misteriosa, morta, toda 4erida, como se ti%esse sido atingida 9or 9edras e 9a&s$$$ ? @&em diga @&e a %el:ota era a 9orca o& %ice%ersa : os @&e ac:am @&e t&do não 9assa de imaginação$ Mas, @&ando se coloca%a em dX%ida o 4ato, sem9re :a%ia &m %el:o morador 9ara a4irmar.  +, me& amigo, %oc não %i%e& a@&ela é9oca e nem %i& a 9orca$ Se %oc a %isse, não d&%idaria @&e ela tin:a 9arte com o Kiabo$$$L

O"/P A Matinta (erera do Acam9amento Matinta (erera o& Matta9er é 9ersonagem mitol>gico 9or demais con:ecido no interior ama')nida$ Iodos  o&%iram 4alar do misterioso 9ssaro @&e d assobios assemel:ados ao se& nome, sem9re Q noite, e s> 9ra @&ando l:e 9rometem tabaco$ E, no dia seg&inte, 9ela man:ã, a9arece &ma %el:ota solicitando o 9rometido$$$ Metamor4ose de gente em bic:o imo Q r&a To%a, os moradores anda%am in@&ietos$ Iodas as noites, a9>s Qs -" badaladas, o&%iamse assobios estridentes de Matinta (erera$ (roc&ra%am 9or toda 9arte e nada do inc)modo 9ssaro$ !s assobios contin&aram até o dia em @&e certa dona de casa mais o  9ro9rietrio da sede onde 4&nciona o cl&be Estrela Tegra resol%eram esclarecer o mistério e tirar t&do a lim9o$ Cons<aram 9essoa entendida e, certa noite, a9>s os 9re9arati%os eigidos, de 9osse de &ma teso&ra %irgem, &ma c:a%e e &m terço, colocaram o 9lano em 9rtica$ Cerca de meianoite abriram a teso&ra, enterraramna no @&intal, no meio desta, a c:a%e, e 9or cima delas o terço$ A9>s tal rit&al, 4i'eram

di%ersas orações e es9eraram dentro da casa$ * 9elas F :oras, o&%iram o 4ormid%el ronco de &m 9orco, @&e se debatia no @&intal, 9r>imo Q teso&ra e acess>rios$ rm&laR colocada no @&intal, ning&ém de%ia %er, até o momento da trans4ormação$ Ao aman:ecer, logo a9>s Qs D :oras, todos correram ao local$ To @&intal, no meio da lama, bastante s&a, esta%a &ma m&l:er, @&e não conseg&ia a4astarse do l&gar$ Seg&raram a m&l:er, desenterraram a teso&ra, tiraram a c:a%e e o terço e, a9>s isto, c:amaram g&ardasci%is a @&em entregaram a m&l:er$ Esta 4oi le%ada 9ara o (osto (olicial da (edreira, acom9an:ada de &m grande nXmero de 9essoas$ E, ao res9ons%el 9elo (osto, 4oi 4eita a terrJ%el ac&sação. ela R%iraR Matinta (ereraL !&%ida, a m&l:er disse não ter 9arentes e morar no bairro do 7&r&nas e não saber do @&e a ac&sa%am$ E, como não é con4ig&rado como crime R%irarR Matinta (erera, a9>s a t&rba :a%er se des4eito, soltaram a m&l:er @&e seg&i& se& r&mo$ A9enas, no Acam9amento, Q noite, contin&a%am a o&%ir os assobios estridentes da Matinta (erera$$$ Ki'iam os mais crentes.   + ela, a desgraçada$ Est se %ingando do @&e l:e 4i'emos$$$L

O33P ! *obisomem da (edreira Sabemos dos 9oderes sobrenat&rais da Matinta (erera. a m&l:er @&e é Matinta  9ode trans4ormarse em 9ssaro, emitindo, nestas ocasiões, &m ag&do assobio assemel:ado ao se& nome, o& ainda nos animais @&e bem entender, dando 9re4erncia, 9orém, ao s&Jno$$$ Entretanto, em 9orcos também se trans4ormam os *obisomens, @&e, não sendo originrios da Ama')nia, a@&i encontraram a 9ossibilidade de metamor4osearse, também, em 9orcos e não s> em lobos, como se& nome s&gere, e como acontece em o&tras 9lagas$$$

 Ta %erdade, criase aJ &m 9roblema. o 9orco, en@&anto em s&a 4orma de 9orco, como disting&ir se é Matinta o& *obisomem\ A res9osta é dada 9elo seo do animal. se 4or do seo 4eminino, é Matinta (erera se 4or do seo masc&lino, é *obisomem$$$ O3FP Via de regra, tais seres estão 9agando 4altas cometidas, daJ as :orrJ%eis trans4ormaçõesL Mas também 9ode ser o&tra coisa$$$ 9ode ser &m  9acto com o Kem)nio @&e é geralmente 4eito 9or :omens  @&e entregam, seta4eira, n&ma encr&'il:ada, se& sang&e ria, a4irma 2&a9indaia Ass& de Moraes, nosso in4ormante, e 9rosseg&e a narração$ Ta@&ele ano de -/FD, &m dos m&itos cl&bes da (edreira 9re9ara%a se&s cra@&es 9ara o cam9eonato de dom @&e seria reali'ado no ms de agosto$ Es9erando 4a'er boa 4ig&ra, o& mel:or, ser cam9eão, o cl&be testa%a @&antos O31P a9arecessem, selecionando os mel:ores$ E com isto os salões enc:iam todas as noites, @&ando as d&9las se distrib&Jam 9elas mesas, sem9re cercadas dos in4alJ%eis Rol:eirosR e R9er&sR, tendo sobre si os ol:ares %igilantes e a s&9er%isão dos diretores$ Estes seleciona%am as d&9las, 4a'iam a c:amada dos candidatos, %iam se os cartões de inscrição esta%am em ordem e, cron)metro Q mão, manda%am 4ossem as 9artidas iniciadas$ Sentados Q 9arte, esta%am os candidatos @&e ag&arda%am a c:amada 9ara dis9&tar &ma %aga na re9resentação do cl&be ansiosos, es9era%am ner%osamente o&%ir se&s nomes  9ara ir Q mesa de ogo$ En@&anto isto, l 4ora, a l&a c:eia da@&ela seta4eira 9assea%a tran@ilamente em se& itinerrio 9elo cé&, trans4ormando a noite em dia  9rateado$ !s galos, ao longe, canta%am, e o salão 9ermanecia c:eio, deses9erando Iermelindo, s>ciocontJn&o, @&e 9edia deses9eradamente 9ara se a9ressarem, 9ois tin:a de trabal:ar no dia seg&inte$ Atendendo as 9onderações de Iermelindo, os diretores resol%eram 4a'er a Xltima c:amada da noite, @&e esta%a @&ase ao meio$ Entre os dis9&tantes, esta%a o ra9a' da manc:a na testa$ ;denti4ico&se, sentando Q mesa de ogo, bastante ner%oso, cons<ando constantemente o rel>gio$ (ensa%am @&e se& estado era de%ido Q dis9&ta e @&e ol:a%a o rel>gio com receio de não dar tem9o 9ara ogar$ Mas o caso era m&ito

di4erente$$$ Em dado momento, re9entinamente, debr&ço&se Q mesa 9arceiro, ad%ersrios, Rol:eirosR e R9er&sR, todos es9erando 9ela s&a ogada e$$$ nadaL Contin&a%a debr&çado$ E começo& a tremer, a tremer, a tremer$$$ e es9&ma%a$$$ aos 9o&cos, se& 4Jsico 4oi se trans4ormando, en@&anto emitia O3DP  5ig&ra  8m lobisomem sentado Q mesa do ogo de domin>  ass&sta os o&tros ogadores$ (ela anela aberta %se a  l&a c:eia no cé&$ O3P estran:os sons, misto de ronco de 9orco e g&inc:os de animal ac&ado$$$ e le%anto& a cabeçaL Iodos rec&aram :orrori'ados, en@&anto 9arceiro mais ad%ersrios le%anta%amse como se 9or raios 4ossem im9elidos$$$ * esta%a o com9an:eiro de ogo. os ol:os salta%am e 4aisca%am, os dentes :a%iam crescido, 9arecendo 9resas, os cabelos desciam de s&a testa atra%és do sinal esc&ro, as mãos metamor4osearamse em garras$$$ T&ma es9écie de Rsal%ese @&em 9&derR, os 4re@entadores abandona%am a9ressadamente a sede do cl&be, derr&bando mesas e cadeiras, saltando  anelas, es9remendose 9ela 9orta$$$ E o estran:o ser emiti& &m r&gido aterrador, dis9arando 9orta a4ora, em direção ao mato @&e crescia mais adiante$ Iermelindo, o s>ciocontJn&o do cl&be, @&e era c&n:ado de 2&a9indaia, ao l:e contar a :ist>ria, a4irmo&.  5oi &ma coisa :orrJ%el$$$ o :omem trans4ormo&se em lobisomem em nossa 4rente$$$ &ma coisa :orrJ%el$$$L

O30P ! ?omXnc&lo do *argo da Sé Eistem nomes de r&as e 9raças de Belém @&e, a9esar de : m&ito tem9o se terem modi4icado, ainda é o antigo nome @&e 9re%alece$ Assim, 4alase em São 7er)nimo 9ara 2o%ernador 7osé Malc:er, Iito 5ranco em %e' de Almirante Barroso, *argo da (>l%ora em %e' de (raça da e9Xblica etc$ Alg&ns desses nomes começam a ser aceitos 9ela 9o9&lação o&tros, ao contrrio, contin&am arraigados na mente 9o9&lar$ Ial é o caso do *argo da Sé$ 5alando em (raça 5rei Caetano Brandão, alg&ns rel&tam antes de locali'la$ Mas, se dissermos R*argo da SéR, a associação com o local é 4eita imediatamente$ *ocali'ado no bairroorigem da cidade, o *argo da Sé é 9alco de alg&mas :ist>rias 4antsticas, @&e %ão desde o a9arecimento de estran:os  9ersonagens nas cercanias da %el:a  O3/P Catedral, até ao 4ato, contado 9or m&itos antigos :abitantes da cidade, de @&e eiste enorme cobra sob Belém, c&a cabeça estaria bem abaio da Catedral e

a ca&da sob a BasJlica de Ta'aré$ Ki' a lenda @&e o dia em @&e tal cobra sair  de se& re9o&so, a cidade se desmoronar e ser tragada 9elas g&as da BaJa do 2&aar$$$ A crença na lenda é tão aceita 9or certos :abitantes @&e, d&rante o tremor de terra %eri4icado na madr&gada do dia -" de aneiro de -/#, não 4alto& @&em dissesse @&e a cobra esta%a se meendo e a4irmasse, medrosamente, @&e era &ma demonstração da@&ilo @&e m&itos não @&eriam acreditar$$$ Em %erdade, tal%e' o receio do l&gar 9rendase ao 4ato de se ter  con:ecimento @&e os I&9inamb aJ residiam e nat&ralmente aJ enterra%am se&s mortos, como também o de%em ter 4eito os 9rimeiros coloni'adores com a@&eles @&e não se 9odia enterrar nas igreas$ Sim, 9or@&e era cost&mes da é9oca os se9<amentos serem reali'ados nos tem9los religiosos e somente os escra%os e os condenados Q morte ali não 9odiam descansar se&s restos mortais$ Ial 9rtica, a9esar de 9roibida em -0#- 9elo então regente K$ 7oão, 4oi desobedecida em Belém até -01#, @&ando :o&%e a e9idemia de 4ebre amarela$ (ortanto, da 4&ndação da cidade até esta data, m&itos 4oram os se9<ados na Catedral$ ;sto t&do, nat&ralmente, 9ara os menos e também os mais coraosos$$$ Certa noite, na década de 1#, 7osé, a9>s ter tomado as trs Rc&baslibreR, dirigiase a 9é 9ara o bairro da Cidade Vel:a, local de s&a residncia$ ;a do Vero(eso e, ao 9assar 9r>imo ao   OF#P *argo da Sé, e9erimento& a sensação de estar sendo obser%ado$ (aro&, ol:o&  9ara todos os lados e não %i& ning&ém$ Contin&o& no%amente a camin:ar e %i&se obrigado a 9arar de no%o, sob a@&ela estran:a sensação$ 7osé começo& a sentir medo, &m medo 9rogressi%o @&e 4oi se tornando &m 9a%or, ao o&%ir &m r&Jdo 9ro%eniente de dentro de &m b&eiro 9r>imo donde se encontra%a$  São ratos, 9enso&$ ;a contin&ar, mas o r&Jdo a&mento&$ Era alg&ma coisa de di4erente, @&e não  9odia ser 9rod&'ida 9or ratos, 9or maiores @&e 4ossem$ 7osé @&is in%estigar, mas a sensação @&e sentia de estar sendo obser%ado, ao mesmo tem9o @&e não %ia ning&ém, 4e' com @&e %irasse as costas ao b&eiro e 9ensasse em s&mir dali$ 5oi neste instante @&e acontece&$ To momento em @&e se %iro&, o&%i& &m r&Jdo maior no b&eiro e, @&ando ia %oltarse, senti&se agarrado$ 8m 9e@&eno ser, de 4orma :&mana, o :a%ia seg&rado 9elos braços, im9edindol:e os mo%imentos, incl&si%e de andar$ Eram %erdadeiros tena'es @&e o imobili'a%am$ ?orrori'ado, totalmente sem 9oder meerse, 7osé 9)de ainda ol:ar e %eri4icar @&e @&em o 9rendia era totalmente coberto de 9los, dos  9és Q cabeça$ S&as mãos mais 9areciam garras$ 7osé solto& &m grito enregelante no meio da noite e, sim<aneamente, tento& des%encil:arse do inomin%el agressor$ ! :omen'in:o 9el&do começo& então a baterl:e e arran:arl:e, en@&anto 7osé grita%a cada %e' mais alto, 9edindo socorro$ 7anelas começaram a abrirse, alg&ns 9o9&lares acorreram, e, ante s&a a9roimação, o ?omXnc&lo solto& 7osé, en4iandose no%amente dentro do b&eiro$ OF-P

 5ig&ra  8m :omem a9a%orado sendo agarrado 9or &m ser 9el&do como &m macaco$ OF"P Ao sentirse solto, 7osé 9erde& o e@&ilJbrio e cai&$ A esta alt&ra, a l&minosidade 9ro%inda das casas  clarea%a o local, e os 9o9&lares cercaram 7osé$  &e acontece&\ Sem conseg&ir 4alar, 7osé a9onta%a 9ara o b&eiro$ Ting&ém entende&$ Entreol:aramse e 4i'eram no%as 9erg&ntas$ 2ag&eando, 7osé,  em 9é, 4alo& da agressão do ?omXnc&lo e do retorno deste ao b&eiro$ 8ma laterna 4oi 9ro%idenciada e 4ocaram dentro do b&eiro$ Tada$  To%amente os 9o9&lares se entreol:aram e ol:aram 9ara 7osé$ Sentiram se& :lito das Rc&basR @&e :a%ia ingerido$  !l:e, me& amigo, % c&rtir s&a cas9ana em casa$ C:ega de estar  ass&stando os o&tros com estes gritos alta noite$ V 9Yra casa, % descansar$  Mas$$$ @&e é @&e %ocs estão 9ensando\ E& não esto& RcoçadoR, &roL Iomei s> trs doses$ 7&ro @&e 4&i agredido 9or &m :omen'in:o 9el&do @&e sai& de dentro do esgoto e 9ra l salto& @&ando %ocs se a9roimaram$ 7&ro 9or Ke&s, do& min:a 9ala%ra de :onraL !l:em como esto& marcadoL E 7osé a9onta%a as marcas @&e tin:a no cor9o, 9rod&'idas 9elas 9ancadas e arran:ões do ?omXnc&lo$ Mas os 9o9&lares não l:e acreditaramL !l:aram di%ertidos 9ara 7osé, di'endo @&e ele não tin:a %isto nada, @&e tin:a sido RelaR, a RcanaR @&e os arran:ões tin:am sido 9ro%ocados 9ela @&eda @&e :a%ia le%ado alis, @&ando c:egaram, 7osé ainda esta%a no c:ão$  V, %, ra9a', % embora$ ! @&e %oc 9recisa é de &m bom sono$ OF3P Alg&ns se o4ereceram 9ara deiar 7osé em casa$ !s 9rotestos do ra9a' de nada adiantaram$ Ting&ém l:e da%a crédito$ 7osé e%ito& contar o caso mesmo aos se&s amigos$ Sem9re ac:a%am @&e tin:a sido im9ressão s&a, @&e esta%a bbado etc$ KaJ 9or diante, 7osé e%ito& andar Q noite so'in:o$ E n&nca 9assa%a 9erto de b&eiros e esgotos$ (rinci9almente os 9r>imos ao *argo da Sé$ OFFP  A Matinta (ereira da (edreira    5iri4i4i4i&&&&$$$L Ta década de 3#, 9arte do bairro da (edreira ainda era mato e 96ntanos, cenrio este 9ro%ocado 9ela região de baiada da@&ela rea$ &em ali residisse o& 9assasse Q noite o&%iria o incon4&ndJ%el assobio da Matinta (erera$$$    5iri4i4i4i&&&&$$$L !s moradores 9erg&nta%am entre si o @&e desearia a Matinta 9elas redonde'as$  Ser @&e ela @&er tabaco\  Ke mim não le%a nadaL Se c:atear m&ito, do&l:e &m tiroL  Tão se de%e desear mal a ela$ 7 basta s&a sina$ Matinta é alma  9enada$$$

 (ois @&e % c&m9rir s&as 9enas mais adiante e não %en:a 9ert&rbar com se&s assobios$$$L OF1P Como se não tomasse con:ecimento do @&e sobre si comenta%am, a Matinta (erera contin&a%a s&as rondas not&rnas, seg&ndo alg&ns, a9enas 9ara gan:ar  tabaco, seg&ndo o&tros, c&m9rindo se& destino de alma 9enada$$$    5iri4i4i4i&&&$$$L 2&a9indaia Ass& de Moraes mora%a nas imediações e conta o @&e se 9asso& consigo mesmo e &ma certa %i'in:a, a Vel:a Mariana$ &em morasse nas r&as o& tra%essas Mar@&s de ?er%al, C&r&'&, Antonio Baena, Visconde de ;n:aXma con:ecia Vel:a Mariana$ Ki'iam @&e  4ora  9essoa de m&itos rec&rsos materiais, m&ito rica mesmo, d&rante a Z&rea 5ase da Borrac:a$ Ke9ois, com o s&rgimento da borrac:a asitica, @&ando o 9rod&to ama')nico entro& em declJnio, também declino& a 4ort&na da Vel:a Mariana, até 4icar red&'ida Q :&milde casin:a na@&ele recanto de Belém, con:ecido como Bacabal$ Ali, na tra%essa Antonio Baena, entre Mar@&s de ?er%al e Visconde de ;n:aXma, 4ica%a s&a casa, triste morada 9ara @&em con:ecera o es9lendor$$$ Vel:a Mariana era alta, cor branca, cabelos com9ridos, totalmente brancos, nari' ad&nco como bico de a%e de ra9ina anda%a em 9assos c&rtos, c&r%ada 9ara a 4rente, 4ala%a baio e não ol:a%a as 9essoas de 4rente amais 4alo& sobre s&a 9rocedncia e 9arecia não gostar de relembrar se&s tem9os de ri@&e'a$ Era con:ecida Rben'edeiraR de @&al@&er doença$ S&a casin:a 9oss&Ja a9enas dois com9artimentos sala e @&arto era coberta de 9al:as de &b&ç&, 9aredes embarreadas e c:ão socado$ Ta sala OFDP locali'a%ase o RcongR e 9assa%a os dias trancada em casa, co'in:ando sem9re alg&ma coisa @&e n&nca se sabia o @&e era e acondicionandoa nos reci9ientes$ &ando, indiscretamente, ol:a%am 9elo b&raco da 4ec:ad&ra, %iamna dançando e cantando toadas @&e não eram bem entendidas$$$ As noites do 9erJmetro contin&a%am sendo %isitadas 9ela Matinta (erera$    5iri4i4i4iii&&&$$$L  ArreL Mas ser @&e ela não %ai nos deiar em 9a'\ K$ 7acinta, mãe de 2&a9indaia, gosta%a de Vel:a Mariana, a @&em res9eita%a manda%al:e sem9re alg&ma coisa 9ara comer, e Vel:a Mariana retrib&Ja a estas atenções com &ma a4eição es9ecial 9ela s&a 4amJlia,  9artic&larmente 9ela 9r>9ria K$ 7acinta e 9or 2&a9indaia, @&e era o 9ortador  dos @&it&tes$ E &ma %e' a ben'edeira disse ao ra9a'.  !l:e, 2&a9indaia, %oc não de%e andar 9or aJ altas :oras da noiteL

OFP 5ig&ra  ?omem a9a%orado andando 9or &ma r&a deserta  e &m grande 9ssaro %oa sobre ele$ OF0P  !ra, K$ Mariana, nada 9ode me acontecer$ Ki'em @&e tem Matinta (erera, @&e alis é o @&e mais o&ço, mas ela não me 9reoc&9a e ac:o @&e nem e& a ela$  M&ito bem, m&ito bemL Matinta (erera não 4a' mal a ning&ém e m&ito menos a %oc, 9ois ela é s&a amiga$ A9>s o dilogo, 2&a9indaia 4ico& a 9ensar.  Como é @&e Vel:a Mariana sabia @&e anda%a altas :oras da noite\ (or o&tro lado, m&itas %e'es acontecia de 9ercorrer o itinerrio da Mar@&s de ?er%al, regressando de 4arras, e nestes momentos o&%ia o incon4&ndJ%el assobio da Matinta (erera.    5iri4i4i4iii&&&$$$L E este assobio termina%a l 9ara os lados da es@&ina com a Antonio Baena,  &sto onde 4ica%a a casa da Vel:a Mariana$$$ 2&a9indaia, de9ois de m&ito meditar, c:ego& Q terrJ%el concl&são. a Matinta (erera e a Vel:a Mariana eram &m mesmo ser$ A certe'a absol&ta ele %eio ter  alg&ns dias mais tarde$ !s @&intais das casas da Mar@&s de ?er%al, da C&r&'& e da Antonio Baena con4ina%amse, sem @&e :o&%esse cercados se9arandoos$ K$ 7acinta mando& 2&a9indaia dormir no @&arto dos 4&ndos da casa e de&l:e a c:a%e, a 4im de não ter de le%antar 9ara abrir a 9orta, @&ando ele c:egasse tarde da noite$ Assim, @&ando regressa%a, entra%a 9or &m terreno baldio @&e :a%ia na C&r&'& e @&e termina%a no terreno da s&a casa, @&e, 9or coincidncia, também con4ina%a com o @&intal da Vel:a Mariana$ E, certa noite$$$ 2&a9indaia ainda g&arda na mem>ria o ocorrido$$$ @&ando atra%esso& a encr&'il:ada @&e delimita%a os @&intais, o&%i& o assobio da Matinta (erera, @&e %in:a do lado da es@&ina do C:aco com a Mar@&s de ?er%al$    5iri4i4i4i&&&L OF/P E o assobio %eio a&mentando de intensidade$    5iri4i4i4iii&&&$$$L A&mento&$$$ a&mento&$$$ a&mento&$$$ até tornarse 4orte e estridente$    5iri4i4i4iii&&&$$$L 2&a9indaia 4ico& 9aralisado$ E senti& 9or sobre s&a cabeça o 4ar4al:ar de asas, tal como &m 9e@&eno t&4ão, mo%imentando as 4ol:as das r%ores  9r>imas 9elo deslocamento de ar 9ro%ocado$ 2&a9indaia, 9regado ao solo como se raJ'es ti%esse criado, %i& o estran:o  9ssaro tomar o r&mo do @&intal da Vel:a Mariana$$$ (o&co de9ois, as l&'es da casa da ben'edeira acenderamse, e s&rge Vel:a Mariana, 9enteandose e ol:ando tristemente 9ara a l&a, c&a l&' es9raia%ase 9elo %el:o bairro da (edreira$$$

O1#P  A Mãe KYZg&a do ;gara9é de São 7oa@&im ? m&itos anos atrs, o bairro do So&'a e reas adacentes eram considerados locais cam9estres e @&e ser%iam a 9icnics e 4ins de semana R4ora da cidadeR$ &ase todo coberto de mata, em alg&ns trec:os semi%irgens, tin:a a cortlo a9enas a a%enida Iito 5ranco
 cr&' 9intada na cabeça$ O13P com os traços brancos e 9retos como todas as cobras corais, s> @&e, em cima da cabeça, ela tin:a$$$ &ma cr&' brancaL En@&anto Anita se rec&9era%a e 9roc&ra%a sair do ;gara9é, s&a irmã solta%a &m grito$ !l:aramna$ 8ma 4ol:a das r%ores 9r>imas caJra sobre s&a cabeça, 9orém a moça @&eia%ase @&e :a%ia sido atingida 9or %iolenta  9edrada$  Tão 4oi, nãoL 5oi a9enas a 4ol:a @&e te toco& a cabeça$  Vocs %iram @&e e& gritei$ Se ti%esse sido &ma 4ol:a de r%ore, não teria doJdo tantoL  &e nadaL Além do mais, @&em iria te ogar &ma 9edra\ E 9or @&\ Tão tem ning&ém a@&iL  ! certo é @&e 4&i atingida na cabeça e 9or alg&ma coisa bastante  9esada$$$ ! @&e ter sido\  5oi im9ressão$ Vamos embora, @&e  terminamos o @&e %iemos 4a'er$ E 9&seramse a camin:o$ K&rante o regresso, as sen:oras c:amaram a atenção das mocin:as 9ara não brincarem da maneira @&e :a%iam 4eito$  A gente não de%e n&nca meer com estas coisas$ Cada l&gar tem se& dono e, se a gente res9eita, est t&do bem$ Mas, se irritlos, eles 9odem m&ito  bem malinar$ I&, Anita, não tin:as nada @&e estar com a@&ela :ist>ria de ani%ersrio da Mãe dYZg&a do ;gara9é$ E ainda %ai se 9)r a dar 4lores, 4a'endo graça$ &eira Ke&s nada te aconteça$$$L A@&ela cobra coral com a cr&' branca na cabeça bem 9ode ser &m a%iso$ T&nca mais 4a' isto, %i&\ Mas Anita não res9onde&$ Ela  não se sentia bem, o cor9o 9arecia @&e esta%a ardendo$ E esta%a mesmo$ Ao c:egar em casa, tanto ela como a irmã esta%am com 4ebre alta$ O1FP A9>s a ingestão de remédios caseiros, ela e a irmã dormiram$ Altas :oras da noite acordaram sobressaltadas, sentindose es@&isitas e, sem saber 9or  @&e, esta%am com medo$ Era a@&ela estran:a sensação de estarem sendo obser%adas$ !l:aram ao redor$ Tada %iram 9orém, @&ando s&as %istas alcançaram o tel:ado, %iram d&as enormes cobras @&e, 4itandoas, escorrega%am 9ara as redes em @&e esta%am$ ! ecoar de se&s gritos @&ebro& o silncio not&rno$ Se&s 4amiliares acorreram$ 8ma lam9arina 4oi 9ro%idenciada, 9orém não encontraram as cobras e nem mesmo as %iram$ Anita e a irmã ti%eram @&e ir a Re9erientesRU até @&e &ma 4inalmente as c&ro&. tin:am 4icado assombradas 9ela Mãe dYZg&a do ;gara9é de São 7oa@&im$$$ E, desde aJ, Anita 9asso& a res9eitar não somente a Mãe dYZg&a da@&ele ;gara9é, como também a todos os RdonosR dos demais igara9és, 4&ros, 9arans, rios, lagos e de o&tros acidentes geogr4icos da Ama')nia$ _.

E9eriente  Kesignação &sada no interior da Ama')nia e s&bXrbios de Belém 9ara a m&l:er @&e, não sendo médica o& en4ermeira, ser%e de 9arteira o& ainda a @&e sabe lidar com encantados e encantamentos$

O11P Morada de Caboclo &em na Ama')nia ainda não o&%i& 4alar nas 9ro9riedades sobrenat&rais dos tas\ &em descon:ece se& mara%il:oso 9oder de de4ender a casa na @&al est 9lantado\ !s tas, nome 9o9&lar dado aos tin:orões, são 9lantas :erbceas, da 4amJlia das Araceas, do gnero Caladi&m, @&e ocorrem no Brasil$ Seg&ndo a Enciclo9édia Mérito, eistem %rias es9écies, sendo &ma das  9rinci9ais a Caladi&m Bicolor imo Q meianoite, 9ara a%isar de s&a 9resença %igilante$ A crença %ai além. @&ando algo malé4ico de m&ito 9oder é 4eito contra os moradores da casa  o& mesmo a9enas contra &m  @&e o caboclo residente do ta não 9ode RcortarR sem se 9re&dicar, o taresidncia seca, morrendo, mas não deiando se&s 9rotegidos serem atingidos$ Tão são 9o&cas as 9essoas em Belém @&e c<i%am tas$$$ ! narrador desta :ist>ria, Walter de So&'a Moreira, 4e' @&estão de 4risar  @&e Ré ne&tro no ass&ntoR$ Ta 9assagem São Sil%estre
T&ma noite enl&arada, a t&rma de Walter re&ni&se em 4rente Q mercearia na es@&ina da 9assagem São Sil%estre com a a%enida Alcindo Cacela 9ara o cost&meiro bate9a9o$ Ka t&rma 4a'ia 9arte &m ra9a'ola de se&s -D anos, metido a saber mais @&e todo m&ndo$ Bolota  este era o se& a9elido, 9or  ser gordo e desengonçado  9roc&ra%a :&mil:ar os colegas com 9erg&ntas de almana@&e, tenta%a 9a@&erar as garotas dos colegas, e, não raras %e'es, disc&ssões trans4ormaramse em brigas 9ro%ocadas 9elo ra9a'$ (or todas essas ra'ões, e o&tras ainda, Bolota era anti9ati'ado e mal@&erido 9ela t&rma de ra9a'es do bairro$  Certo dia$$$  Então, %amos ao cinema aman:ã\  (re4iro o 4&tebolL E aman:ã ogam emo e (aissand& n&m amistosoL ! diabo é @&e as 4inanças não %ão bem$  ;:, ra9a'L e9ara @&em %em aJL  (&a %idaL + o Bolota$  Vamos dis4arçar. ol:a, ning&ém 4ala do 9rograma 9ara aman:ã$ ! ra9a' a9roimo&se.  !l, me&L &e cara é essa\  !l:a, Bolota, % se não c:ateia$ ?oe o dia 4oi negro 9ara mim$  Mas$$$ taJL E o @&e é @&e e& ten:o com isto\ O10P  C&idado, Bolota, @&e a barra 9ode 9esar 9ara te& lado$ Bolota, sem incomodarse com o @&e disse Baiin:o, tiro& o lenço do bolso, coloco&o no c:ão e sento&se$  Mas sim, o @&e est%amos 4alando\ E& ac:o @&e é %erdade. 4oi a Rteso&raR da r&a @&e conto&, disse &m dos ra9a'es, como se esti%esse contin&ando &ma con%ersa, 9iscando 9ara os amigos, @&e 4icaram logo imaginando tratarse de &ma brincadeira com Bolota$  E t& acreditas\  Tão sei$ Ac:o @&e não$  Acredita em @&\ (erg&nto& Bolota, intrometendose na con%ersa$  Ta t&a coragem, BolotaL  E %ocs esta%am 4alando de mim, é\  Est%amos sim, e daJ\  Es9era aJ, 9era aJL + o seg&inte, Bolota. e& e Ion:ão a9ostamos @&e não és ca9a' de ir Q casa de Iia Tair e tra'er o %aso @&e ela tem na 9orta da casa, a@&ele @&e tem o ta io Tegro$$$  E e&, o @&e gan:o com isto\  Cada &m d &m cr&'eiro, certo, t&rma\ !s ra9a'es res9onderam em coro, imaginando o Bolota sair correndo com &mas %asso&radas nas costas, dadas 9ela Iia Tair$ Bolota imediatamente le%anto&se, g&ardo& o lenço no bolso e dirigi&se  9ara a 9assagem, @&e esta%a il&minada 9recariamente 9elos raios da l&a,  9arcialmente encoberta 9or n&%ens$ ! ra9a' desa9arece& em direção Q casa de Iia Tair, en@&anto os colegas antego'a%am a cena$ !l:aram o rel>gio. "3.F1 :oras$ Ke re9ente, a con%ersa 9aro&, e o silncio torno&se 9esado$ O1/P

 5ig&ra  8m ra9a' ass&stado tentando 9egar &m %aso com &m  9é de ta bem 4rondoso, no @&al est &m o%em m&sc&loso$ OD#P E daJ a min&tos, os gritos a9a%orados de Bolota.  SocorroL SocorroL !s ra9a'es, %endo @&e se&s gritos não 9odiam ser de medo de Iia Tair, le%antaramse$ Mas, antes @&e acorressem em se& a&Jlio, c:ega Bolota, cansado da 9e@&ena carreira, 9ara s&a com9leição obesa, s&ando 4rio$  8m :omemL 8m :omem a9a%oranteL Ven:am, %amos l$ Iodos re&nidos 4oram ao local, 9ensando tratarse de &m ladrão$ Mas nada %iram de anormal$ 8m dos ra9a'es, @&e 9orta%a &ma lanterna, 4oco&a na direção da casa de Iia Tair$ A l&' bate& em c:eio no ta io Tegro$ Mas Bolota eclama%a.  Tão é 9ossJ%elL Ele esta%a a@&i, agora mesmo$ E conto& @&e, ao a9roimarse da casa de Iia Tair, @&ando ia seg&rar o %aso, %i&se 4rente a 4rente com &m gigantesco caboclo de ol:os 4lameantes$ !s ra9a'es ol:aram o ta io Tegro com certo receio, en@&anto Bolota, tremendo, di'ia.  Mas ele esta%a a@&i ainda agoraL  Tão 9odia ter s&mido$ Iia Tair, no dia seg&inte, ao saber do ocorrido, 4ran'i& a testa e, satis4eita, disse.  Bem 4eitoL &em mando& b&lir com a 9lanta al:eia\ E logo com o me& ta c&rado$$$ OD-P Ke9ois deste 4ato, @&em 9assa%a altas :oras da noite em 4rente Q casa de Iia  Tair não ol:a%a 9ara o %aso de barro 9intado de a'&l onde %egeta%a o ta io Tegro, c&as enormes 4ol:as balança%am ao %ento, 9or@&e temia, de &m momento 9ara o o&tro, encontrar o gigantesco caboclo de ol:os 4lameantes$$$ E Walter de So&'a Moreira concl&i& a narrati%a di'endo @&e na era da a&tomação, dos grandes circ&itos eletr)nicos, das com&nicações %ia satélite, das %iagens es9aciais, o belenense ainda con4ia%a cegamente,  9ara de4endlo e a s&a residncia, nos caboclos de ol:os 4lameantes, @&e 4a'em s&a morada n&m ta io Tegro$$$L

OD"P ! estran:o Cliente do KrY [ ;nJcio do séc&lo [[$ Belém ainda %i%ia os dias da Z&rea 5ase da Borrac:a$ E, com isto, tin:a se moderni'ado bastante 9ara a é9oca. energia elétrica s&bstit&indo os %el:os lam9iões a gs, bondes elétricos s&bstit&indo os @&e eram 9&ados a

 b&rros, ser%iço de g&a e rede de esgotos, sem 4alar no cais do 9orto, c&a constr&ção se reali'o& no go%erno de A&g&sto Montenegro$ +9oca de l&'es e esbanamento, @&ando era mais 4cil 9ara o ama')nida con:ecer a E&ro9a do @&e o S&l do (aJs$ 5oi mais o& menos neste 9erJodo @&e o Kr$ [ s ea&sti%o dia de trabal:o, cedo :a%ia se recol:ido 9ara re9o&sar$ 7 dormia, @&ando, insistentemente, batem Q 9orta$ RBem, médico é médicoR, 9enso&, Re nat&ralmente de%e ser alg&m caso  bastante gra%eR$ *e%anto&se, abri& a 9orta e 9erg&nto& o @&e o se& im9ort&no %isitante desea%a$  (reciso de se&s 9réstimos, Kr$$ + &m caso &rgente. 9arto$ A criança est  9ara nascer, 9orém de%e ter :a%ido alg&ma com9licação, e a 9art&riente não tem nen:&ma assistncia Q alt&ra do caso$  E onde é\  E onde é, moço\ insisti& o médico$  Bem, Kr$, a9esar da &rgncia e da 9recisão do sen:or, @&ero estabelecer  d&as condições$ Se aceitar, creia @&e ser m&ito bem rem&nerado$ Em caso contrrio$$$ ! médico, estran:ando a sit&ação em @&e esta%a, e mais o estran:o 9edido do cliente, @&e sim9lesmente desea%a se&s ser%iços com &rgncia e ainda @&eria im9or condições, senti&se c&rioso$  E @&ais são as condições\  Bem, 9rimeiro. o sen:or não de%e 4a'er 9erg&ntas de nat&re'a nen:&ma, o& mel:or, não 4aça 9erg&ntas seg&ndo. o sen:or de%er acom9an:arme, ida e %olta, de ol:os %endados$  Mas$$$ isto é &m abs&rdoL A4inal, so& médico e ten:o min:a ética  9ro4issional$ Sea l @&ais 4orem os se&s segredos, e& não ten:o nen:&m interesse em re%ellos a @&em @&er @&e seaL  Bem, KrL As condições são estas$ Se o sen:or não 9ode, ODFP  basta di'erme, 9ara @&e tome o&tras 9ro%idncias$ Se @&er %ir, a9ressese @&e a 9art&riente de%e estar 9assando ma&s momentos, com contrações %iolentas, e a criança sem 9oder nascer$ AtraJdo 9elo ineditismo do caso e c&rioso 9ara saber o @&e ia acontecer, o Kr$ [ res9onde& 9ela a4irmati%a$ Sim, ele ia$ Entro&, a9an:o& se&s instr&mentos 9ro4issionais, troco& de ro&9a e sai&$ Ao c:egar Q 9orta, onde o estran:o o es9era%a, 4alo&.  Esto& 9ronto$ (ara onde %amos\  Keieme colocarl:e a %enda nos ol:os$   Mas$$$  ! sen:or aceito& min:as condições$  Sim, est bem$ Mas, é @&e$$$  Kr$, 9ode crer @&e o sen:or est em boas mãos$ Tada de mal l:e acontecer$ Con4ie em mim$ Ante Q Xltima 4rase, dita em tom s&9licante, o Kr$ [ ca9it&lo&$

Colocada a %enda, o Kr$ o&%i& &m estalar de dedos e em seg&ida &m tro9el de ca%alos de coc:e ria é essa, a4inal\  Tão se 9reoc&9e, est t&do bem$ &anto aos se&s 9és, é a9enas im9ressão s&a, o @&e %er em seg&ida$ ODDP  5ig&ra  Em &m @&arto decorado, dois :omens ol:am 9ara  &ma m&l:er gr%ida deitada na cama$ ODP 7 estamos c:egando$ E ao di'er isto, seg&ro& o Kr$ [ 9elo  braço$ ! médico senti& assim como se desli'asse no es9aço$ Tão se 9ode 4alar  em %oar. na é9oca 4a'iamse os 9rimeiros e9erimentos com balão mais  9esado @&e o ar$ A9enas @&e o es9aço sentido 9elo médico era lJ@&ido$ Esta

sensação d&ro& 9o&cos min&tos e no%amente o Kr$ [ senti& se&s 9és em terra 4irme$ Em seg&ida, &m ligeiro to@&e n&ma 9orta, e senti&se no interior de &m 9rédio$ Camin:o& %rios 9assos e noto& @&e %rias 9ortas eram s&cessi%amente abertas 9ara darem 9assagem$ K&rante todo o tem9o o se& acom9an:ante mantin:ase em ins&9ort%el silncio, o @&e contrib&Ja  9ara mais ass&star o Kr$ [$ Entro& no @&e 9enso& ser &m com9artimento, e, atrs de si, 4ec:aram a 9orta, 4a'endoo 9arar também$ A4inal, tiraraml:e a %enda$ E o Kr$ de9aro&se com &m l&&osJssimo @&arto, m&ito bem decorado, a9enas em estilo com9letamente di4erente de t&do o @&e con:ecia$ Tão 9)de demorarse m&ito nas obser%ações, 9ois a 9aciente es9era%a 9or ele$ (orém, no%a s&r9resa. deitada, em 9osição ginecol>gica, esta%a coberta do %entre 9ara cima, incl&si%e a cabeça$ ! Kr$ [ não sabia mais o @&e 9ensarL Ac:a%a t&do tão estran:o. a  9artir disto, sentia alg&ma coisa di4erente no 9o&co @&e tin:a %isto, con@&anto não so&besse bem o @&e era$ Keiaria 9ara 9ensar de9ois$ Coloco&se a trabal:ar$ ! caso não era tão di4Jcil. a9enas &m estreitamento da bacia$ To @&arto, além da 9art&riente, do médico, do se& acom9an:ante, :a%ia a9enas &ma m&l:er, @&e mantin:a  OD0P &m %é& sobre o rosto$ K&rante todo o trabal:o de 9arto, a9enas ligeiros gemidos de s&a 9aciente$ ! Kr$ [ 9enso& @&e esta%a 4icando lo&co$ Ião logo a criança nasce&, reali'ada a assistncia Q 9art&riente, o Kr$ [ 4e' recomendações ao se& acom9an:ante$ Este limito&se a di'er.  ! resto agora é conosco, Kr$$ ! sen:or agora 9ode %oltar$ Kigame @&anto l:e de%o$  Bem, 4oi &m 9ra'er a&dlos$ Tão @&ero 9agamento nen:&m$ Keseo a9enas @&e me le%e de %olta$  ;sso ser 4eito, $ &anto ao sen:or não @&erer receber 9agamento, é m&ita gentile'a de s&a 9arte$ Iratarei disto e& mesmo, de9ois$ E agora, se me  9ermite$$$ E, en@&anto di'ia isto, encamin:o&se 9ara o médico a 4im de colocarl:e a %enda$ ! Kr$ [ ainda ol:o& em torno, tentando %eri4icar o @&e tin:a ac:ado di4erente. a9enas noto& &m teto m&ito alto, artisticamente elaborado, 9aredes no mesmo estilo, obetos de 9orcelana, candelabros Q %ela,
M&ito obrigado de no%o$ Ade&sL ! Kr$ [ @&is 9rotestar, de%ol%er a sacola, mas somente o&%i& o tro9el dos ca%alos do coc:e$ Iiro& ra9idamente a %enda e a9enas %i& as sombras do coc:e desa9arecerem na noite$ Entro&$ 7 no se& @&arto, abri& a 9e@&ena sacola de co&ro. dobrões es9an:>is de o&ro, do séc&lo [V;;$ Se& es9anto  não tin:a limites$ 5oi @&ando os associo& ao @&arto em @&e esta%a. o @&e tin:a ac:ado tão di4erente tin:a sido o estilo m&ito antigo do 9rédio$ Como não con:ecia ar@&itet&ra e m&ito menos estilos, não saberia 9recisar a data$ Mas, com certe'a, era bastante antigo$ *embro&se, também, dos traes dos  9ersonagens, alis, somente dois  :omem e m&l:er <%isto @&e a 9art&riente esta%a coberta com &m lençol=  e s> então %eri4ico& @&e tais ro&9as de%eriam  ter saJdo da moda : m&ito tem9o$ Mas o Kr$ [ não 9)de 9ensar$ Cansado como esta%a, embora intrigado com t&do, dormi&$ Ao acordar, m&ito tarde, na man:ã seg&inte, o Kr$ [ ac:o& m&ito engraçado o son:o @&e ti%era$ (ara ele, t&do não 9assara de &m son:o$  Mas a gente son:a tanta toliceL (orém, @&ando le%anto&se, se&s ol:os 9araram sobre a mesin:a da cabeceira. l esta%a a sacola de co&ro, da @&al saJam alg&ns dobrões de o&ro, como a mostrarl:e @&e s&a estran:a a%ent&ra, longe de son:o, tin:a sido inso4ism%el realidade$$$

O#P As ;l:as Encantadas do Mara> ! in4ormante de Ro estran:o cliente do Kr$ [R 4e' mais d&as narrati%as @&e, seg&ndo ele, tm ligação direta com o local onde 9ossi%elmente 4oi o médico$ Kisse @&e : cerca de -# anos, mais o& menos, a con%ite de &m amigo, reali'o& &ma %iagem ao Mara>$ SaJram de Belém em canoa mo%ida Q %ela até alcançarem a 9arte !riental da il:a$ AJ, saltaram 9r>imo Q 4o' do rio Camar, no at&al m&nicJ9io de Sal%aterra$ R A 9aisagem local im9ressiono&me de%eras$ As 9o&cas %e'es @&e saJ de Belém o& 4oi 9ara o Mos@&eiro o& 9ara Salinas, de modo @&e t&do 9ara mim, ali, era no%idade, l lera alg&ma coisa em li%ros de geogra4ia, bem como o&%ira o 9ro4essor 4alar em sala de a&la a res9eito de mang&es o& mangais$ Mas, &ma coisa é ler o& o&%ire o&tra é %er$ As descrições orais o& escritas não O-P  9inta%am nem de longe o @&e esta%a %endo. 9r>imo Q 9raia, estendendose  9or m&itas centenas de metros, l esta%am os 4amosos mangais$ Tão nego @&e Q 9rimeira %ista 4i@&ei ass&stado$ Cerca de -0 :oras e começa%a a esc&recer, o @&e da%a &m ar triston:o ao local$ Se o cre9Xsc&lo em si tem grande dosagem de nostalgia, na@&ele trec:o do Mara> garanto @&e tem m&ito mais$ (orém, como di'ia, o mangal se estendia 9or centenas de metros$ Era &ma rea lamacenta, e as r%ores a9resenta%amse des4ol:adas e com as raJ'es Q mostra$ Se&s gal:os 9areciam imensos braços a @&erer agarrar os @&e l:e 9assassem nas 9roimidades$ ! @&adro 9arecia até &m desses desen:os

de re%istas de terror$ Embora ass&stado, como esti%esse ent&siasmado com me& 9rimeiro 9asseio ao interior 9araense, camin:ei Q 4rente, 9or onde me indicaram o r&mo @&e de%erJamos seg&ir$ 5oi @&ando o&%i &m r&Jdo estran:o, como n&nca tin:a o&%ido na %ida$ 8ma es9écie de R9aisssssssssss$$$R, 9orém alto, a9a%orante$ (arei$ ! r&Jdo 9aro&, também$ Voltei a camin:ar e no%amente o R9sisssssssssssss$$$LR Iornei a 9arar e es9erei 9elos me&s com9an:eiros, dois amigos de Belém e trs caboclos do local$ !s amigos  con:eciam o Mara> e %in:am rindo de mim$ 5i@&ei mais calmo, 9ois %eri4i@&ei @&e não de%ia ser nada a temer$ ! 9roblema é @&e, 9or mais @&e ol:asse, não %ia nada$ To entanto, se da%a &ns 9assos Q 4rente, o r&Jdo recomeça%a$ Então eles me mostraram o @&e era. caracas, aos mil:ões, seg&ras Qs raJ'es das r%ores$ A9roimeime e %eri4i@&ei @&e a caraca era &ma es9écie de mol&sco 9arasita, com 4orma de &m 9e@&eno %&lcão, c&a cratera 4ica%a aberta e, Q a9roimação de @&al@&er coisa, 4ec:a%a, dando &m 9e@&eno estalido$ Era este estalido,  9orém de m&itos mil:ões delas, @&e gera%a o r&Jdo$ O"P  5ig&ra  Irs :omens em &ma canoa na%egando 9elo igara9é  cercado de mang&eiros$ O3P A9esar disto, tran@ili'eime somente @&ando deiamos as cercanias do mangal$ Ke9ois de atra%essarmos o rio, 4omos dormir em &ma c:o&9ana de &m dos trs caboclos, na margem direita do rio, 9r>imo Q 4o'$ Eles l c:ama%am o l&gar de São Iomé$ Ii%e &ma noite in@&ieta, son:ando incl&si%e com seres estran:os, %estidos de maneira es@&isita$ Acreditei @&e isto t&do era in4l&ncia do as9ecto do l&gar$ To dia seg&inte, tomamos &ma montaria e 4omos dar &ma %olta ao largo$ &ase de4ronte Q 4o' do rio, 9ela margem direita, eistem d&as il:as, &ma menor  @&e a o&tra$ A maior denominase CYroa 2rande gica Ama')nia$ (roc&rei etrair mais de me&s acom9an:antes, en@&anto obser%a%a as il:as$ Vegetação e&berante, como no resto da região, belas, a9resenta%am Xnica di4erença. nen:&ma :abitação nas d&as$ Alis, nada @&e indicasse  :a%er sido 9isada 9elo :omem$ 8m dos caboclos resol%e& :istoriar.  Kesde o tem9o de me& a%), e ac:o @&e antes dele,  se di'ia @&e a CYroa 2rande e a CYroin:a são encantadas$ Kis@&e @&em 9isa l não %olta 9ara contar o @&e %i& e o @&e não %i&$ E& até @&e 9ensei @&e isto era besteira, mas, : F anos, dois caboclos

OFP resol%eram ir l$ Eram o M&ndico e o 7oão$ Eram coraosos e bons caçadores$ Armaramse, tomaram a montaria e 4oram 9ara a Croa 2rande$ E n&nca mais %oltaramL Ting&ém sabe o @&e 4oi 4eito deles$  !ra, arg&mentei, nat&ralmente a montaria na&4rago& e eles morreram a4ogadosL  Tão, sen:or$ Eles desa9areceram 4oi na il:a$ A montaria, dias de9ois, %eio tra'ida 9ela corrente'a$ E não %eio RemborcadaR, nãoL +, moço, as il:as são encantadas$  Mas, @&e es9écie de encantamento é este\  Tão sei nãoL Kis@&e é gente do 4&ndo$ ]s %e'es se o&%e bar&l:o, de noite, %indo das il:as$ (arece até @&e dão 4estas l$ 5i' t&do 9ara ir Q Croa 2rande$ Me&s acom9an:antes manti%eramse irred&tJ%eis. eles não iam l de eito nen:&m$ E @&e era bom @&e não insistisse m&ito, 9ois, s> 9elo 4ato de estar demonstrando tal deseo, 9oderia ser RencantadoR 9elos :abitantes do 4&ndo$ 7 est%amos %oltando 9ara o nosso 9onto de 9artida, e a montaria desli'a%a nas g&as barrentas$ To dia seg&inte, tJn:amos de 9artir  em direção a 7oanes, Beirada, Condeia, 7&bim, seg&indo até Sal%aterra$ 5i@&ei ansioso 9or ir Qs il:as$ 5i' o 9ossJ%el 9ara %oltar Q tarde, mas os demais :abitantes do l&gar, todos, sem eceção, rec&saramse a ir Q Croa 2rande e Q Croin:a$ E contaram %rios casos semel:antes ao de M&ndico e ao de 7oão, atra%és dos anos$ Ve' em @&ando, s&rgia &m @&e d&%ida%a, ia in%estigar e desa9arecia$ !s se&s contem9or6neos não mais @&eriam saber de ir l$ Mas, de9ois de &m certo tem9o, s&rgiam o&tros e acontecia a mesma coisa$ aim&ndo e 7oão tin:am sido os  O1P Xltimos$ !&tra coisa @&e cost&ma%a ocorrer. se a 9essoa se a9roima%a m&ito do local, era acometida de alta 4ebre, d&rante a @&al delira%a e 4ala%a de estran:os 9ersonagens, a9>s o @&e morria$ Keiei o l&gar c&rioso e 4a'endo mil e &ma conect&ras sobre o @&e 9oderia estar acontecendo ali$ Vrias :i9>teses 4orm&lei, incl&si%e 9ensando em termos de ignor6ncia dos :abitantes e do 9r>9rio as9ecto do l&gar, daJ nascerem tais crendices$ A4inal, e& mesmo não :a%ia me ass&stado no mangal\ Era nat&ral, 9ortanto, lendas desta nat&re'a$ Sem9re 4oi assim. @&ando o :omem não conseg&e e9licar certos 4en)menos da nat&re'a, a9ela 9ara o sobrenat&ral$ E disto a Ama')nia est c:eiaLR  Mas, e a relação deste caso com o do REstran:o cliente do Kr$ [R\  A:L ;sto 4oi alg&m tem9o de9ois$ (orém 4oi &ma o&tra :ist>ria, @&e me 4e' relacionar os trs 4atosL ODP  ! R(aideSantoR do 7&r&nas A &ma solicitação, o in4ormante das d&as :ist>rias anteriores relato& o acontecimento @&e l:e 9ermiti& relacionlas$ R Kois anos  se :a%iam 9assado e e&  esta%a es@&ecido de min:a %isita ao Mara>$ A :ist>ria das il:as encantadas, &nteia sim9lesmente Qs demais @&e  con:ecia o& @&e %im a con:ecer mais tarde$ Assim,  não me lembra%a dela como &m 4ato es9ecial, até o dia em @&e, con%ersando com &m

amigo, este 4alo&me de &m certo R(aideSantoR do bairro do 7&r&nas, s&eito @&e 4a'ia milagres. di'ia o 9assado, 9re%ia o 4&t&ro, Rcorta%aR o ma&ol:ado e a msorte, en4im, o s&eito, como se di' na gJria, R@&ebra%a todos os gal:osR$ ;ncréd&lo 9or ecelncia, encarando isto mais como 4olclore, brin@&ei com me& amigo, 9erg&ntandol:e se cost&ma%a 4re@entar  OP terreiros$  Tão, ra9a', não 4re@ento$ Mas é @&e o :omem é bom mesmo$ 5alo& de toda a min:a %ida e disse até @&e e& ia %iaar 9ara o S&l$ I&  9ensaste\ Como é @&e ele ia saber disto\ S> me&s 4amiliares é @&e sabiam @&e %o& ao io no 4im do anoL  E @&ando a gente 9ode dar &m 9&lo l\ ;ndag&ei com certa c&riosidade 9elo R(ai de SantoR$  T>s 9odJamos ir agora$ (elo menos %oc con:ecia o se& aim&ndo e 9odia marcar &m dia com ele$ Tão é sem9re @&e ele Rtrabal:aR$ Iem dias certos$ Eram a9roimadamente - :oras e est%amos na a%enida (ort&gal, no antigo cli99er da 9arada do )nib&s Circ&lar Eterna s alg&ns min&tos est%amos de4ronte Q casa do 4amoso R(aideSantoR$ Batemos Q 9orta e 4omos atendidos 9elo 9r>9rio$  Boa tardeL &e deseam\  !l, se& aim&ndoL So& e&, o Mrio, @&e %im até a@&i a 4im de a9resentarl:e o me& amigo, @&e desea con:eclo$  M&ito bem, m&ito bem  disse o R(aideSantoR todo satis4eito, sentindose im9ortante  entrem @&e a casa é de %ocs$ A9>s as a9resentações de 9rae, se& aim&ndo 9erg&nto&me o @&e desea%a, @&al era me& 9roblema etc$ Kissel:e @&e @&eria con:eclo 9ara a&darme a tomar &ma decisão @&anto ao 4&t&ro$ Ta %erdade, ti%e @&e in%entar esta :ist>ria 9ara o :omem não 4icar descon4iado$ Ele res9onde& @&e s> trabal:a%a Qs terças e setas4eiras e @&e não 9odia atenderme na@&ele instante$ O0P  5ig&ra  Kois :omens em 9é 4alando com &m terceiro, e,  &m 9o&co acima deste, &m rosto :&mano 9airando no ar$ O/P Mas ia marcar &ma data e, se e& 4osse 9ont&al, seria o 9rimeiro a ser  atendido$ Tão 9retendendo %oltar de maneira nen:&ma, mostreime bastante dece9cionado, lamentando a %iagem 9erdida e di'endo @&e tin:a m&ita %ontade de 4alar com a entidade @&e ele recebia$  Mesmo @&e @&isesse atendlo, não 9oderia. acabei de antar e s> 9osso incor9orar de est)mago %a'io$  Est bem, não tem 9roblema$ Voltarei na data marcada$ 2&ardarei  9ara 9r>ima o9ort&nidade a %ontade de con:ecer
 anela e %omita todo o antar ingerido 9o&cos min&tos antes$ Senti n&seas e ia a4astarme com me& amigo, @&ando esc&to.  8m instante$ &e é @&e t& desea\ Voltome e ol:o$ ! R(aideSantoR, meio retorcido, 4eições modi4icadas, res9iração o4egante e a %o' enro&@&ecida, 4a'ia sinal 9ara determe$ En@&anto isto, &ma %el:a, @&e mais tarde so&be ser a genitora de se& aim&ndo, esbra%ea%a dentro da casa, descom9ondo os im9ort&nos %isitantes, di'endo @&e R4a'er caridade, est bem, mas não 9oder nem alimentarse direito,   era demaisR e o&tras coisas @&e não me lembro$ Ela re4eriase ao 4ato de o 4il:o :a%er %omitado, como se e& e me& amigo o ti%éssemos mandado$ Vi o ambiente Res@&entarR, além das n&seas @&e sentia, e @&is Rdar no 9éR$ Mas a esta alt&ra se& aim&ndo no%amente se dirige a mim.  Mas, sim, me& R4ioRL &e é @&e t& @&é\  Mas  l:e disse, se& aim&ndo$$$  Se& aim&ndo é o me& Rca%aloR$ E& so& s :a%er me dado &ns consel:os e recomendado &ns Rban:osR 9ara Rlim9arR me& cor9o e abrir o camin:o de min:a %ida, a entidade @&e esta%a em se& aim&ndo disse @&e e& era médi&m, @&e 9recisa%a me desen%ol%er e @&e s> não esta%a mel:or na %ida 9or@&e não acredita%a na@&ilo$ Mas, @&e t&do era %erdade, era, e a 9ro%a e& esta%a recebendo na@&ele momento$ 5i@&ei meio embaraçado, 9ois ele 9arecia estar  lendo me& 9ensamento$ Tão obstante, tentei entab&lar con%ersa e 9erg&ntei.  E de onde o sen:or é\  A:L me& R4ioR$ So& de m&ito longe$  Mas, de onde\  E& so& gente Rdo 4&ndoR$  RKo 4&ndoR da onde\  !ra, Rdo 4&ndoRL T&nca o&%i& 4alar da gente Rdo 4&ndoR, também c:amada Rlin:a dos encantadosR o& Rlin:a da encantariaR\  Tão, não o&%i$ E onde 4ica isto\  5ica em di%ersos l&gares da terra$  E o sen:or, de onde é\  7 disse @&e Rdo 4&ndoR$  Sim, mas de @&e l&gar geogr4ico da terra\  A:, sim$ E& moro 9erto do Mara>$ O0-P &ando o se& aim&ndo o& a RentidadeR, sei l, 4alo& em Mara>, 4i@&ei arre9iado$ Senti alg&ma coisa de estran:o$ *embreime do caso da Coroa 2rande e Coroin:a ti%e %ontade de correr, mas ao mesmo tem9o senti necessidade de ir até o 4im$  ! sen:or 4alo& em Mara>$ Mas Mara> é &m ar@&i9élago e também &ma il:a, a maior do ar@&i9élago$ !nde o sen:or sit&aria a região em @&e o sen:or mora\  Mas t& 4a' m&itas 9erg&ntas$ I& con:ece o Mara>\

 8m 9o&co$  Bem, e& moro de4ronte Q 4o' do rio Camar$ Moro nas il:as @&e tm de4ronte$ I&  o&%i& 4alar da CYroa 2rande e da CYroin:a\ Claro @&e  tin:a o&%ido$ *embreime da e9ressão de 9a%or dos caboclos da redonde'a @&ando 4alei em ir Qs il:as$ AJ, @&em começo& a 4icar in@&ieto 4&i e&$  7 o&%i$ &e é @&e tem\  + l @&e e& moro$  Mas$$$ se l não tem nada$ + s> %egetação$$$=  I& é @&e 9ensa, me& R4ioR$ Tão tem nada na s&9er4Jcie, mas tem Rno 4&ndoR$ * é o me& reino encantado é l @&e e& moro$  Mas$$$ como é @&e 9ode\  A:, me& R4ioR$$$ I& não %ai entender$ Assim como tem gente Rda mataR, @&e são RcabocosR, assim como tem gente do es9aço, tem também os do R4&ndoR, o& sea, das g&as, o& ainda, os RencantadosR$  E 9or @&e encantados\ Como é esse encantamento\  Ial%e' 4altas cometidas em %idas 9assadas e c&o castigo é 4icar  encantado até c:egar a é9oca de :a%er e9iado a c&l9a$ AJ, então, se O0"P desencanta e %olta no%amente ao ciclo normal de encarnação como @&al@&er  o&tro ser :&mano$ (orém, se @&iser, 9ode se desencantar antes, desde @&e @&al@&er ser :&mano %i%o se dis9on:a a c&m9rir certos rit&ais$$$  5rancamente, isto t&do é tão estran:o e bem di4Jcil de se 9oder  entender$$$ E 9or acaso, 9odese con:ecer esse reino encantado em @&e o sen:or reside\  Bem, 9oder, 9ode, né\ Se t& tem coragem$$$  !l:e, e& gostaria de ir l$$$ 5oi na res9osta do R(aideSantoR @&e relacionei a estran:a a%ent&ra do Kr$ [ com a CYroa 2rande e a CYroin:a, il:as consideradas RencantadasR 9elos moradores das adacncias, bem como com o l&garresidncia da RentidadeR @&e esta%a incor9orada em se& aim&ndo$  Como  disse, se t& tem coragem, não tem 9roblema$ I& %ai seta4eira, Q meianoite, so'in:o, Q escadin:a do arma'ém nN F$ AJ, encontro contigo e n>s %ai l$  Vamos de motor o& de canoa\  Motor\ Canoa\ (Yra @&\ Tão é 9reciso nada disto$  E como %amos, então\  A:L me& R4ioRL Keia isso comigo$$$
como @&e desacordado alg&ns min&tos, a9>s o @&e le%anto&se meio s&ado, como se esti%esse cansado de &m es4orço m&ito grande$$$ (erg&nto&me se o se& R9aiR :a%ia satis4eito a@&ilo @&e e& desea%a, di'endo não lembrarse de nada$$$ Ke9ois de 9o&cos min&tos de 9alestra, des9edimeR$ ! in4ormante termino& a :ist>ria di'endo @&e, de9ois do @&e tin:a %isto e o&%ido, a9esar de s&a incred&lidade, ning&ém l:e tira%a da cabeça @&e a CYroa 2rande e a CYroin:a eram mesmo encantadas, bem como @&e tin:am sido o l&gar onde esti%era o Kr$ [$$$ A9enas não te%e coragem de 4a'er &ma %isitin:a a l&gar tão Rencantado$$$R

O0FP ! 5antasma Er>tico da Soledade (aro& o carro na a%enida Ser'edelo Corra, em 4rente Q Escola `ennedy$ Salto& 9ara entregar &ma encomenda$ Ao retornar, cons<o& o rel>gio. -.3# :oras$ (enso&  resta meia :ora 9ara encerrar o e9ediente$ Se não desen%ol%er m&ita %elocidade, %ai %er @&e c:egarei eatamente em cima da :ora de bater o 9onto$ &ando ia entrar no carro  &m %el:o ee9 da re9artição  noto& &m R9sssssssssi&R$ !l:o& ao redor e nada$ To%amente.   (sssssssssi&L Volto& a ol:ar$ e9aro& @&e o c:amado %in:a do o&tro lado da r&a, mais  9recisamente da 9orta do Cemitério da Soledade$ Ali, bem em 4rente Q 9orta, esta%a &ma m&l:er a9arentando se&s 3# e 9o&cos anos$ &ando se&s ol:os se encontraram, ol:o& 9ara &m lado e 9ara o o&tro e 9ara trs de O01P si mesmo, 9ensando @&e o c:amado se dirigia a o&tra 9essoa$ !l:o& de no%o  9ara a m&l:er, e esta, a9ontando com o dedo, de& a entender @&e era o 9r>9rio @&e esta%a c:amando$ Ke relance, %i& o rel>gio, 9ensando.  Mas logo agoraL a9idamente atra%esso& a r&a$  A sen:ora est me c:amando\  Esto&, sim$ (reciso de se& a&Jlio$  E em @&e 9oderei a&dla\  + o seg&inte. e& não so& de Belém$ Vim a@&i 9assar 9o&cos dias e @&eria con:ecer o tXm&lo de me&s a%>s @&e estão se9<ados neste Cemitério$ Mas con4esso @&e 4i@&ei receiosa de entrar so'in:a$ 7 é &m 9o&co tarde, e o Cemitério est deserto$ ! sen:or 9oderia 4a'er o grande 4a%or de me acom9an:ar até l dentro\ Contrariado, 9ensando @&e o e9ediente c:ega%a ao 4im  5l%io esta%a a9ressado a 4im de c:egar em casa  e ele ainda teria @&e se demorar, c&sto& &m 9o&co a res9onder$ e4leti& e, %isto @&e a m&l:er não era de Belém e não 4icaria bem não ser :os9italeiro, acabo& aceitando acom9an:la$

 E a sen:ora sabe onde é a se9<&ra\  Tão, não sei$ ! nome dele era 4&lano de tal$ Mas, se não 4or m&ito inc)modo 9ara o sen:or, 9roc&raremos$ A4inal, o Cemitério não é tão grandeL Ato contJn&o, seg&iram 9ara a ala es@&erda, %endo e eaminando as se9<&ras, 9roc&rando o nome @&e a m&l:er :a%ia dado como sendo o do se& a%)$ E, na b&sca, 9ercorreram todo o Cemitério$ Em alg&ns tXm&los demora%amse &m 9o&co, como o do general 2&rão, o da (reta Komingas, o do Menino CJcero, o de aim&ndin:a (icanço$ A m&l:er 9erg&nta%a @&em eram, e 5l%io e9lica%a @&e o 9rimeiro :a%ia  O0DP sido :er>i na 2&erra do (arag&ai, e os o&tros trs eram considerados milagrosos 9elo 9o%o, a @&em 4a'iam c<o Qs seg&ndas4eiras, solicitando graças$ A m&l:er 9arecia não mais @&erer sair dali, e 5l%io,  arre9endido de ter se mostrado :os9italeiro e ca%al:eiresco, s>  9ensa%a em ir embora$  Mas, com os diabosL 9ensa%a  acerto& logo comigo$ Ianta gente nesta cidade e :a%ia &stamente de ser e& a 9assar ali na@&ele momento$ Iomara @&e ela ac:e logo, @&e me %o&$ Mas a 9es@&isa termino& e não 4oi encontrado o tXm&lo dos a%>s da m&l:er$ Satis4eito, 9ensando @&e  ia, 5l%io 4alo&.  +$ (arece @&e não é a@&i, não$ Tat&ralmente l:e in4ormaram mal$ Ke%e ser l no Santa ;'abel$ A sen:ora nat&ralmente %ai 9roc&rar aman:ã$  Tão, não me enganei, não$ A9enas tal%e' não estea se9<ado em tXm&lo e sim se&s ossos esteam n&ma &rna 4&nerria$ !nde ser @&e as g&ardam\  5rancamente, não sei$  !l:e, tal%e' sea ali, disse a m&l:er a9ontando 9ara a ala lateral Q Ca9ela do Cemitério$ S> mais &m min&to, est bem\  Est, mas não 9osso demorar m&ito$ Me& e9ediente na re9artição  termino& e de%o bater o rel>gio de 9onto$  + s> &m min&tin:o$$$ E dirigiramse 9ara a sala onde eram g&ardadas as &rnas 4&nerrias$ Entraram$ ?ora cre9&sc&lar, @&ase mais nada se %ia na sala$ Mesmo assim, a m&l:er, sem9re c:amando 5l%io, dirigi&se 9ara a 9arte dos 4&ndos$ ! :omem seg&i&a$ !l:o& determinada &rna e disse.  (arece @&e é esta$ Ven:a %er$ 5l%io 4oi, agradecendo a Ke&s :a%er terminado a@&ela %ia cr&cis atrs da ossada de &m de4&nto @&e ele não :a%ia con:ecido e nem tam9o&co o&%ido 4alar$ A4inal, com 1- anos no costado, mesmo sendo motorista 9ro4issional, era a  9rimeira %e' @&e se %ia na@&ela sit&ação$ &ando esta%a 9r>imo Q &rna, tentando ler o nome inscrito na 9arte s&9erior, ela c:ego&se a ele, até @&ase colar os cor9os$ E, ines9eradamente, abraço&o e começo& a a9al9lo, ao mesmo tem9o em @&e tenta%a beilo$$$  Me& @&erido$$$ A9an:ado assim, de s&r9resa, na@&ele local ao mesmo tem9o sacro e se9&lcral, 5l%io não so&be o @&e 9ensar$ $$$ ten:o 1- anos$$$ mais logo comigo$$$\ $$$ não so& bonito$$$ 9or  @&e$$$\ $$$ logo a@&i$$$\ $$$ ser @&e é doida$$$\ $$$ 9or @&e$$$\ $$$ logo e&$$$ 9or @&e a@&i$$$\ $$$ Ianto :omem o%em 9or aJ$$$ 9or @&e$$$\ $$$ tanto l&gar 9ara 4a'er amor$$$ logo a@&i$$$L

T&m rel6m9ago, 9ensa%a todas essas coisas, en@&anto era a9al9ado 9or todas as 9artes do cor9o, 9rinci9almente no seo$ a9idamente se recobrando, 5l%io a em9&rro& com %iolncia$$$  Mas @&e é isto\ es9eite ao menos o l&gar$$$ Salto& 9ara trs, 9roc&rando a 9orta$ Ao alcançla, de costas, 9roc&ro& %er  a m&l:er$$$ (ara se& es9anto, tal como se 4osse 4&maça, ela desa9arecera$$$ A9enas as &rnas 4&nerrias contin&a%am em se&s l&gares nas 9rateleiras e$$$ nada mais$$$ 5l%io grito&, ao mesmo tem9o em @&e 9roc&ra%a o 9ortão de saJda$ Corre& ol:ando 9ara trs$$$ 9orém, inXtilL  Ting&ém o seg&ia a m&l:er desa9arecera mesmo$ O00P  4ig&ra  Em &ma sala semiesc&ra, &m :omem a9a%orado tenta 4&gir de &ma m&l:er @&e l:e sorri sinistramente$ O0/P Ter%os tensos, tomo& o ee9$ Mas não conseg&ia controlar se&s mo%imentos$ Es9ero& alg&ns min&tos, e, tão logo 9)de, arranco&, im9rimindo tal %elocidade no ee9 @&e c:ego& ra9idamente ao local de trabal:o$ !s 4&ncionrios retardatrios @&e ali esta%am %iram c:egar &m 5l%io irrecon:ecJ%el, sem a cost&mada serenidade, sem a %o' calma de sem9re$ 5l%io 9roc&ra%a 4alar t&do de &ma %e', @&erendo contar aos com9an:eiros o ocorrido$$$ To dia seg&inte, 5l%io não 4oi trabal:ar$ Tem no o&tro$ Tem no @&e o seg&i&$ (roc&raram notJcias &nto aos 4amiliares$ E então so&beram$$$ Esta%a internado : trs dias no ?os9ital da Bene4icente (ort&g&esa$ Com alta 4ebre$$$ Kelirando$$$ Ki'endo coisas estran:as$$$ @&e &m 4antasma de m&l:er o @&is amar dentro do Cemitério da Soledade$$$ O/#P  Toi%ado Sobrenat&ral (edro camin:a%a lentamente 9ela noite$ !s acontecimentos da@&ele dia não :a%iam sido nada agrad%eis. além de 9erder o em9rego, de9ois de &ma disc&ssão %iolenta com o 9atrão, :a%ia também terminado o namoro com *etJcia$  Tão era, 9ois, sem moti%o @&e esta%a totalmente arrasado, merg&l:ado em  9ro4&nda melancolia, de9rimido mesmo$ Em se& estado m>rbido, não conseg&ia a4astar do 9ensamento as 9ala%ras s9eras trocadas com se& 2astão, seg&idas de R9ode 4a'er s&as contasR, @&e alterna%am o encontro com *etJcia, cabeça baia, 4&gindo do se& ol:ar, di'endo Rnão %ai dar certoR$ Teste estado, (edro camin:o& sem destino d&rante m&ito tem9o$ (assa%a  9elas 9essoas sem %er, tro9eça%a Qs %e'es em b&racos o& sim9lesmente da%a to9adas nas calçadas das garagens, em nJ%el ligeiramente mais alto @&e o  9a%imento, soltando, nestes momentos,  O/-P

eclamações 9orno4)nicas$ (ode 4a'er s&as contas$$$ não %ai dar certo$$$ 9ode 4a'er s&as contas$$$ não %ai dar certo$$$ 9ode$$$  +, a gente bem @&e não @&er acreditar nestas coisas, bem @&e se di' @&e é besteira e crendice do 9o%o$ To entanto, d&as desgraças 4oram acontecer  logo :oe, seta4eira de agosto$ + m&ita coincidncia &nta$ E me& :or>sco9o bem di'ia RC&idado com o dia de :oe$ elações tensas no local de trabal:o, 9odendo :a%er disc&ssões com s&9eriores$ To amor, estremecimentos com a 9essoa amada$ E%ite encontros com estran:os o& descon:ecidos$ M&ita ca&tela e adie as decisõesR$ S> @&e não decidi nada$ Kecidiram no me& l&gar e recebi dois bil:etes a'&is. do 9atrão e da namorada$ &e dia mais ne4asto$ E (edro 9ensa%a nos enle%os amorosos com s&a terna *etJcia, em se&s beios, em s&as carJcias$$$ Ta %erdade, não 9odia com9reender como a@&ele namoro de mais de " anos, com data marcada 9ara o noi%ado, 9&desse terminar tão  br&scamente$ Tão se aborrecia tanto com o 4ato de :a%er sido des9edido, mas com o término do namoro, não se con4orma%a$ E se 9erg&nta%a R(or @&e, *etJcia, 9or @&\R$ &arteirões s&cediam @&arteirões, e (edro não da%a 9or isto$ Em s&a de9ressão, não nota%a @&e o tem9o começa%a a modi4icarse$ A l&a :a%ia sido coberta 9or n&%ens esc&ras e não mais se di%isa%a estrelas no cé&$ 8m %ento 4rio, an&nciador @&e 4orte c:&%a cairia sobre a cidade, batia no rosto de (edro, sem @&e disto desse acordo$ Ke re9ente, como se :o&%esse des9ertado, noto& @&e se ac:a%a  bastante longe de s&a residncia$ !l:o& ao redor e 9ara o cé&, sentindose mal$  Tão sabia em @&e bairro se encontra%a$ O/"P Ie%e conscincia a9enas da c:&%a @&e cairia e @&e teria de sair dali o @&anto antes$ ] medida @&e se a4asta%a, se& malestar a&menta%a. não era com&m, era algo indescritJ%el, @&e 4a'ia todos os 9los de se& cor9o se eriçarem$ (edro sorri& amargamente, @&ando se&s dedos, no bolsin:o do lado es@&erdo da calça, tocaram nas d&as alianças @&e le%ara, a 4im de *etJcia e9erimentar$ Mas ela não l:e dera esta satis4ação e nem mesmo o9ort&nidade de 9oder tirlas$ el6m9agos risca%am o cé&, seg&idos de ens&rdecedores tro%ões$ &ando as 4aJscas elétricas a9areciam, de relance (edro %ia as r%ores e %egetação das casas %i'in:as, @&e 4a'iam com @&e se& malestar a&mentasse$ ;a acelerar o  9asso, @&ando senti&se obser%ado$ (aro&$ !l:o& 9ara todos os lados e não %i& ning&ém$  Kecididamente, :oe não é me& dia, 9enso&$ e9entinamente, como se saJsse do nada, o&%i& a@&ela %o' argentina.  Boa noite$ Sobressaltado, (edro %iro&se$ *, onde ol:ara antes e nada %ira, esta%a &ma o%em$  B)$$$ boa noiteL  Voc 9arece @&e est m&ito triste e ass&stado$ To entanto, não creio @&e &m ra9a' como %oc ten:a medo de &ma moça$  TãoL Tão é medo nãoL A9enas ol:ei 9ara l agora mesmo e não l:e %i$  E& o esta%a obser%ando  : alg&m tem9o$ Voc não me %i& 9or@&e e& esta%a atrs da r%ore$ aios seg&idos de tro%ões contin&a%am e  &ma 4ina c:&%a começa%a a cair$

O/3P (edro não esta%a m&ito interessado na@&ela con%ersa$ Mas a moça o en%ol%era de tal maneira, @&e não sabia des9edirse$ E 4oi con%idado 9or ela  9ara ir Q s&a casa$ (enso& &m 9o&co antes de res9onder$ Ke9ois, %eri4ico& @&e não sabia onde se encontra%a e resol%e& aceitar o con%ite, nem @&e 4osse s> 9ara 9assar a c:&%a$ Camin:a%am lado a lado, s&as mãos roçaram e 4oi o s&4iciente 9ara @&e (edro seg&rasse a dela, com total an&ncia da moça$ Alis, a con%ersa des%iara o 9ensamento de (edro de se& eem9rego e também de s&a enamorada$ Começara a ol:ar 9ara a moça. morena clara, cabelos negros, ol:os castan:os, era de s&a%e bele'a$ Kemonstra%a ter 4orte 9ersonalidade e s&a %o' era &ma das coisas @&e mais l:e agradaram$ Tão tin:a nen:&ma a9arncia de ser de a%ent&ra, m&ito 9elo contrrio, era de 4ina ed&cação e 9arecia a imagem da  9&re'a$ 5inalmente, c:egaram Q casa$ Mal entraram, %iolenta c:&%a, caracterJstica das regiões e@&atoriais, desabo& sobre Belém$ aios e tro%ões contin&a%am, e (edro, ol:ando 9elas %idraças, ac:o&, mais do @&e n&nca, a@&ela noite lXg&bre$  E se&s 9ais\ 9erg&nto&$  Tão se 9reoc&9e, eles não estão a@&i$  Mas$$$ %oc est so'in:a\  + o @&e 9arece, não\ Sentaramse no so4, mãos entrelaçadas$ (edro, embora mel:or, contin&a%a desassossegado$ A9esar do carin:o da moça, do tratamento @&e esta%a recebendo, a im9ressão @&e sentia era a mesma @&e se sente nos  9esadelos$ ! tem9oral agora esta%a mais %iolento, e l&4adas de %ento tra'iam grossas gotas de c:&%a contra as %idraças$ O/FP  5ig&ra  ?omem em &m cemitério, deitado sobre a l9ide  de &m tXm&lo$ O/1P (ro%ocado 9ela moça, (edro conto& s&as des%ent&ras$ A moça acalenta%ao, encoraandoo$ A4inal, *etJcia não era a Xnica moça na 4ace da terra, assim como o em9rego @&e 9erdera$ E RKe&s escre%e direito 9or lin:as tortasR$  Tat&ralmente encontraria no%a namorada e em9regos mel:ores$  E %oc, 9erg&nto& (edro,  te%e alg&ma dece9ção amorosa\  E&\ !ra, e& não so&be o @&e 4oi amar$$$  ?ein\ Tão so&be\  &ero di'er$$$ não sei ainda o @&e é amar$$$ ! tem9o %erbal em9regado 9ela moça, @&e a esta alt&ra (edro  sabia c:amarse Maria de So&'a !li%eira, 4e' o malestar do ra9a' a&mentar$ Sentia agora a moça como se 4osse &m Jmã, destes em9regados em brin@&edos de criança, @&e ora atraem, ora re9elem$ Ao mesmo tem9o em @&e sentiase atraJdo 9or Maria, 9ensa%a @&e de%ia a4astarse, embora não ti%esse, a9arentemente, nen:&m moti%o 9ara isto$

A4inal, Maria era tão meiga$$$ E esta meig&ice 4e' com @&e ele aceitasse se& con%ite 9ara dormir$ Cerca de --.3# :oras$ Ao ir 9ara o @&arto de Maria, a c:&%a a&mento& s&a 4orça$ (arecia %erdadeira tem9estade$ Iro%ões sobre tro%ões 4a'iam a casa estremecer$ Keitaramse &ntos e a 9roimidade dos cor9os 4e' com @&e se entrelaçassem$ Com toda a in@&ietação @&e sentia, (edro deseo&a$$$  A4inal, 9osso di'er @&e  amei$$$ disse Maria$  Mas %oc$$$ %oc$$$ era %irgem\ O/DP  Kisse bem. era, 9ois agora não so& mais$$$ Maria 9arecia a m&l:er mais 4eli' do m&ndo$ (edro esta%a at)nito$ !s acontecimentos de seta4eira c&lminaram de maneira ines9erada$$$ *embro&se das alianças @&e tin:a no bolso$ Iiro&as$  !l:e$$$ @&ero @&e aceite como nosso noi%ado$ Casaremos assim @&e consiga no%o em9rego$ Maria sorri&, colocando a aliança no anelar direito, e tiro& 9e@&eno anel com 9edra, dandoo ao ra9a'$  2&arde como lembrança min:a$ + 9ara não se es@&ecer de mim$ ! ra9a' coloco& o anel no dedo mJnimo$ Maria beio&o. Voc me 4e' m&ito 4eli'$ Es9ero @&e e& também o ten:a 4eito$ Tão gostaria, nem mesmo sem @&erer, de l:e 4a'er o menor mal$ (edro res9onde& ao beio, estran:ando, 9orém, as 9ala%ras de Maria$ Mas 4oi trocando &ras de amor @&e adormeceram abraçados$ (edro g&ardo& a Xltima 4rase de Maria$  7amais me es@&ecerei de %oc$$$ * 4ora, o %ento 4rio so9ra%a %iolentamente, 4a'endo o ag&aceiro %arrer tel:ados e 9aredes das casas$ To ar, rel6m9agos e tro%ões$$$ (edro remee&se$ Estran:o&$ ! colc:ão da cama, tão macio e @&ente,  9arecia d&ro e gelado$ Com as mãos, 9roc&ro& Maria e s> encontro& o %c&o$ Sonolentamente, abri& os ol:os$ E %i& o descam9ado c:eio de cr&'es$ Esta%a no Cemitério de Santa ;'abel$ ?orrori'ado, c:eio de 9a%or, %i& onde se encontra%a. O/P em cima de &ma se9<&ra$ !l:o& 9ara a cr&'$ * esta%a &m retrato esbran@&içado, mas 9er4eitamente recon:ecJ%el, de Maria de So&'a !li%eira, morena clara, cabelos negros, ol:os castan:os$$$ Rnascida a 3 de 4e%ereiro de -/#" 4alecida a -3 de agosto de -/-0R$ Sem conseg&ir 9ensar, %i& @&e na 9arte de baio da cr&' esta%a a aliança @&e l:e dera como sendo de noi%ado$ Em se& dedo mJnimo, o anel com @&e a moça o 9resenteara$$$ E Qs D :oras da man:ã da@&ele sbado, os @&e esti%essem nas cercanias do Cemitério teriam o&%ido a@&ele grito enregelante de 9a%or$ Era de (edro$ &e sai& correndo do Cemitério$$$

O/0P

Encontro na (raça Ta@&ela noite c:&%osa, Carlos não sabia o @&e 4a'er$ Esta%a %olteando  9ela 9raça da e9Xblica  :a%ia alg&m tem9o e agora, Qs -/.3# :oras, nen:&ma  9ossibilidade de di%ertimento s&rgia, nem mesmo &m amigo com @&em 9&desse  beber &ma cer%ea$ 7 esta%a decidido a %oltar 9ara casa @&ando a@&ela 9resença 4eminina l:e c:amo& a atenção$ A9r&mo&se 9ara &ma abordagem$ Ao a9roimarse, re9aro& @&e a moça,  9arada sob 4rondosa mang&eira, encostada em se& tronco, não tin:a  eito de garota de a%ent&ras$ Mas, como não tin:a nada @&e 4a'er e como a o%em l:e ti%esse des9ertado a sim9atia, contin&o& no 4irme 9ro9>sito de 9&ar  con%ersa$ E se 9enso&, mel:or 4e'$ Con%ersa 9ra c, con%ersa 9ra l, so&be @&e se& nome era Mari'a, @&e tin:a -0 anos
residia na@&ela casa$ Carlos nego& e, ol:ando de relance 9ara o interior da casa, %i& &m retrato e a9ontandoo disse.  + a@&ela moça aliL A sen:ora, então, lacrimeando, eclamo& @&e não 9odia ser.  ealmente esta moça era min:a 4il:a, irmã de Maria$ Mas Mari'a morre& : - ano e meio$ (or sinal, anteontem, dia em @&e o sen:or di' @&e l:e 4alo&, ela estaria com9letando, se 4osse %i%a, -0 anos$ Mas o destino não @&is assim$ E& ac:o @&e o sen:or se engano& o& então @&iseram brincar com o sen:orL Carlos, res9iração o4egante, 9lido, eclama%a a9enas. RTão 9ode serLR E 4oi gag&eando @&e :istorio& o caso, contando o detal:e da ca9a, @&e :a%ia 4icado com a moça$ 5alo& 9ara a mãe de Mari'a de s&a con%ersa, o gosto mani4esto 9ela literat&ra, citando incl&si%e o se& a&tor 9re4erido, @&e era Mac:ado de O-#-P Assis$ AJ, @&em começo& a gag&ear 4oi a mãe da moça, ao mesmo tem9o em @&e c:ora%a$ Cont&do, 9ensa%a estar sendo %Jtima de &m emb&ste$ Carlos, 9or s&a %e', não acredito& na morte da moça e solicito& &ma 9ro%a$ A sen:ora res9onde& @&e, 9ela tarde, @&ando se& marido c:egasse, iria mostrar ao ra9a' o tXm&lo de Mari'a$$$ Seriam -D :oras @&ando entraram no Cemitério de Santa ;'abel$ K&rante todo o traeto, Carlos re9etia Rnão 9ode serR, 9o&co se im9ortando com as eclamações do 9ai de Mari'a, totalmente incréd&lo da :ist>ria @&e o ra9a' contara$ Ke9ois de andarem alg&mas @&adras, c:egaram, 4inalmente, Q se9<&ra de Mari'a$ 8m 9e@&eno retrato, semel:ante ao @&e Carlos %ira na sala da casa dos 9ais de Mari'a, ali esta%a, com as datas de nascimento e morte da moça$ !l:os saltando da >rbita, Carlos a9roimo&se, &nto com o casal$ 5oi tremendo da cabeça aos 9és @&e eclamo&.  A min:a ca9aL Ao lado da se9<&ra de Mari'a, c&idadosamente dobrada, esta%a a ca9a do ra9a'$ Esta :ist>ria tem %rias %ersões no se& 4inal$ 8ns di'em @&e Carlos 9asso&  9or &m se%ero tratamento 9si@&itrico,  O-#"P a9>s o @&e embarco& 9ara o S&l do (aJs, n&nca mais se sabendo notJcias s&as$ (ara o&tros, o ra9a' 4oi internado no ?os9ital 7&liano Moreira, com9letamente lo&co$ E : &ma terceira corrente @&e garante @&e morre& 9o&co tem9o de9ois, não se sabe se 9or ter sido 9ersonagem de tão estran:o 4ato o& 9or ter 4icado a9aionado 9elo 4antasma de Mari'aL O-#3P  5ig&ra  7&nto a &m tXm&lo, sobre o @&al est &ma ro&9a  dobrada, estão &m casal de idosos e &m o%em deses9erado$

O-#FP A moça sem 4ace VinJci&s era soldado do TXcleo de (ar@&e de Aeron&tica de Belém$ Brincal:ão, bom camarada, era @&erido 9or se&s com9an:eiros de 4arda e s&9eriores$ Contador de anedotas, onde esti%esse nos momentos de 4olga sem9re tin:a &ma roda em %olta$  Est&dante, 4i'era até a Fª série ginasial antes de ingressar na caserna$ 5esteiro, 4re@entador das ga4ieiras de Belém, 9rinci9almente as dos bairros do Marco, da (edreira e de Can&dos, era tido como bom dançador de mereng&e$ &antas %e'es VinJci&s não R9&lo&R ser%iço 9ara Rbalançar o es@&eletoR n&m dançar s&b&rbanoL Em %rias ocasiões este%e 9ara ser 9reso 9or tal moti%o$  T&nca da%a alterações de o&tra nat&re'a, mas se sabia @&e :a%ia &m RsambaR, VinJci&s, esti%esse o& não de ser%iço, ia bater l$ 5&gia do @&artel e ingressa%a tri&n4almente na sede onde  O-#1P se o&%ia o U*a BambaU o& o&tro s&cesso m&sical da é9oca$ Ke9ois, era arranar  &ma Ramig&in:aR e 9ronto$$$ VinJci&s se sentia o :omem mais 4eli' do m&ndo$ As conse@ncias$$$ %eria de9ois$ Con:ecia as :ist>rias de a9arições @&e se conta%am do (ar@&e, mas não l:es da%a m&ita im9ort6ncia$ (elo menos di'ia$ E a4irma%a mesmo @&e, se %isse alg&ma coisa, ia dirigirse e 9erg&ntar.  &e é @&e t& @&, me& irmão\ e'a, missa, di' l o @&e é$ Se t&  morreste, 4ica 9ra l$ Tão %em 9ert&rbar os %i%os$ E, brincando sem9re, le%a%a t&do na go'ação$ S> @&e, no dia em @&e %i& alg&ma coisa, @&e 9enso& de9ois ser assombração, não 4e' nada do @&e disse$ Ting&ém 9odia d&%idar @&e ele era coraoso$ Kisto  dera 9ro%as em di%ersas ocasiões$ E briga%a bem$ T&m dia de 4olga, em @&e os RdançarsR não 4&nciona%am, VinJci&s sai& trocando 9ernas 9elo bairro do Marco$ Kesce& a Almirante Barroso e  9r>imo ao *argo de São Bra' encontro& &ma garota de  branco, com o %estido clssico de Rmereng&eiraR. decotado, c&rto 9ara a é9oca em @&e ainda não :a%ia a minissaia$ VinJci&s 9enso&.  IaJ, %o& RbaiarR nesta Rmi@&imbaR$ E dirigi&se Q moça$  &e é @&e :, min:a 4il:a\ Toite t 4ria, boa 9ra 4a'er neném, :ein\ VinJci&s era assim$ Tada de meias 9ala%ras$ Era obeti%o, direto, Rentra%a 4orteR mesmo$ A moça 9ermanece& como esta%a$ es9onde& ao c&m9rimento e 4oi o  bastante 9ara o soldado colocar o braço  O-#DP  9elas s&as costas$ Con%ersa %ai, con%ersa %em, VinJci&s 4alando sem9re, e a moça res9ondendo mais 9or monossJlabos$ SaJram andando em direção a Can&dos, 9ois ela :a%ia dito @&e mora%a R9ara

lR indicando com o braço a entrada da@&ele bairro$ ! soldado tentara  beila %rias %e'es, e a moça sem9re %ira%a 9ara o lado, de modo @&e VinJci&s 9raticamente não 9)de %erl:e o rosto$  Mas t& é metida a %irgem, :einL E di'endo isto VinJci&s tiro& o braço das costas da moça, seg&randol:e a mão$ Ao 9rimeiro contato, VinJci&s senti&se arre9iar. a mão da moça 9arecia gelo$ Mas 9roc&ro& raciocinar$ !ra, a noite esta%a 4ria$ Tat&ralmente era 9or esta ra'ão$ Mesmo assim VinJci&s começo& a arre9enderse de ter RbaiadoR na@&ela Rmi@&imbaR$ Contin&aram andando Can&dos adentro, na direção do cemitério de Santa ;'abel$ VinJci&s 4alo&.  Mas t& mora longe, menina$ (&a %idaL Ke9ois de &ma camin:ada dessas, se tem de descansar$ (or@&e, do contrrio, o neném @&e a gente %ai 4a'er  %ai nascer cansadoL  7 estamos 9erto de onde moro$ + logo ali$ Ao c:egarem a &ma es@&ina, a o%em 9aro&$  a9a', t& és m&ito coraosoL 2ostei de ti, sabes\ Mas é mel:or @&e te %s embora$ Tão @&ero @&e te aconteça nada de mal$ VinJci&s 4ico& admirado do r&mo das coisas$ A moça contin&a%a de lado, sem %irarse de 4rente$  Mas @&e é @&e 9ode me acontecer de mal\ I& é amigada\ !& é de te& Rod>R @&e ts com medo\ Ke @&al@&er 4orma, se t& @&isé ir comigo, é s> di'er @&e %o&$  Ting&ém é mais :omem do @&e e&$ *ogo, digo 9ra ele @&e t& @&iseste %ir e O-#P  9rontoL E se ele @&isé se balançar, não te incomoda @&e não %o& a9an:ar, não$  Tão é nada disto$ Tão ten:o Rod>R, nem ning&ém$ A9enas de%es ir  embora$ E& te admirei m&ito e 9or isto esto& sendo t&a amiga$ E& não 9osso ir  contigo, nem t& de%es ir onde moro$ Esto& 4alando 9ara te& bem$ Ade&s$ Ante ao des4ec:o ines9erado, VinJci&s tit&beo& &m momento$ Em seg&ida, seg&ro& a moça %iolentamente 9elo braço, 9&o&a, colocandoa a s&a 4rente, en@&anto 4ala%a.  I& não %ais me$$$ As 9ala%ras morreram em s&a boca$ ;a di'er.  I& não %ais me 4a'er de besta, nãoL Mas o @&e %i& deio&o 9aralisado$ &ando termino& o mo%imento e ela 4ico& de 4rente, ol:o& 9ara o se& rosto,  9roc&randol:e os ol:os e então %i& @&e s&a 4ace era alg&ma coisa in4orme, o& mel:or, era como se ela não a ti%esse$ Aterrori'ado, VinJci&s rec&o&$ A moça calmamente %iro& de costas, começo& a andar, di'endo.  E& te a%isei$$$ E dobro& a es@&ina$ VinJci&s esta%a a9a%orado$ Cont&do, re4leti& &m momento e, sendo coraoso, ra9idamente seg&i&a$ (ara s&r9resa de VinJci&s, não :a%ia ning&ém$ A moça :a%ia s&mido$ Ainda c:ego& a 9ensar @&e :a%ia entrado n&ma casa @&al@&er   9r>ima Q es@&ina$ Certi4ico&se @&e tal não tin:a acontecido, @&e a moça s&mira mesmo$ VinJci&s 4ico& todo arre9iado$ &is se meer e não conseg&i&$ S> então tomo& conscincia @&e esta%a 9r>imo ao Cemitério de Santa ;'abel$ &ando 9)de se meer, VinJci&s sai& em desabalada carreira  9or dentro de Can&dos e, sem 9arar, s&bi& a Almirante Barroso até o (ar@&e de Aeron&tica$

O-#0P  5ig&ra  8m :omem ol:a a9a %orado 9ara &ma m&l:er @&e  est de 4rente 9ara ele$ O-#/P 5oi s&r9resa geral @&ando VinJci&s c:ego& todo a4obado, cansado, gag&eando e sem conseg&ir di'er nada$ !s 9o&cos soldados @&e esta%am acordados 9ro%idenciaram g&a com açXcar, e, de9ois de m&ito tem9o, conseg&i& relatar s&a :ist>ria, &rando @&e todo a@&ele tem9o esti%era con%ersando com &m 4antasma$ A9esar de s&a e9ressão de 9a%or, alg&ns 4icaram incréd&los$  S> de9ois é @&e re9arei @&e ela não %ira%a o rosto na min:a direção$ Alis, não l:e %i a 4ace$ E era gelada, me& irmão, %o& te contar$ Esta m&l:er  não era gente %i%a, não era, nãoL E& é @&e não @&ero acordo com estas coisas$ Iroçaram com VinJci&s$  IaJ, t %endo o @&e d andar @&erendo con@&istar todo m&ndo\ Vai nessa, %aiL KaJ em diante, VinJci&s, @&ando @&eria RbaiarR em &ma Rmi@&imbaR, ol:a%a se& rel>gio$ Se era tarde da noite, 9odia ser a m&l:er mais linda do m&ndo, @&e VinJci&s 4ica%a 4ora da ogada$$$ e di'ia.  E&, :einL

O--#P ! Es9ectro e a Botia ?ist>rias de teso&ros ecitam a imaginação dos 9o%os$ VerJdicas o& 4alsas, com 4&ndo real o& in%entadas, 9ermanentemente encontram o&%idos atentos e, não raro, cientistas e a%ent&reiros @&e se em9en:am em s&as  b&scas$ M&itas %e'es tais teso&ros acabam se tornando lendrios, como o do tXm&lo de I&tancamon, o 4ara>menino do Egito, @&e %i%e& : cerca de 3$3## anos$ Encerrando &ma grande 4ort&na  4oram necessrios de' anos 9ara in%entarila e trans9ortla  o tXm&lo de I&tancamon, 9ara ser  descoberto, eigi& 3# anos de in4atig%eis 9es@&isas do ar@&e>logo ?oGard Carter e &ma grande soma em din:eiro, inicialmente de I:eodore Ka%is, americano, e, de9ois, de *orde Carnar%on, ingls$ ! imenso teso&ro  9asmo& o m&ndo de -/"", mas$$$ cinco meses a9>s, 4alece ine9lica%elmente *orde Carnar%on$$$Tos sete anos seg&intes, morrem mais -" integrantes O---P da e@&i9e, gerando a lenda da Rmaldição do 4ara>RL 5amosos teso&ros de 9iratas, na região do Caribe, tm le%ado m&itas  9essoas, 9rinci9almente americanas, a gastar imensas @&antias na tentati%a de s&a descoberta, @&antias @&e 9or si s>  constit&em teso&ros$$$

Ta Zsia, na E&ro9a, na América, em @&al@&er l&gar, encontramos :ist>rias de teso&ros e, in4ali%elmente, ligadas a lendas 4antsticas$ Até mesmo na Ama')nia, o Eldorado 4e' &m nXmero incont%el de 9essoas se arriscar em e9edições, c&o 4im nem sem9re se torno& con:ecido$$$ (or @&e lendas, alg&mas %e'es macabras, cercam tais teso&ros\ ;n%encionice de @&em desea a4astar concorrentes nas descobertas\ +  9ossJ%el$$$ Mas também 9odem ser maldições de seres a%aros, @&e nem de9ois de mortos deseam %er em o&tras mãos a@&ilo @&e ameal:aram d&rante tanto tem9o$$$ Ta %erdade, o :omem, 9or egoJsmo o& medo, sem9re enterro& o @&e considera %alioso$$$ e nem sem9re te%e o9ort&nidade de desenterrarL &antas e @&antas 4ort&nas, etraordinrias o& 9e@&enas, a'em ainda escondidas, a es9era de @&em as desc&bra\ Ve' 9or o&tra o noticirio da im9rensa an&ncia @&e 4&lano ac:o& ora &m 9ote, ora &m baX o& @&al@&er o&tro reci9iente contendo moedas, >ias o& o&tras ri@&e'as$$$ Iais ac:ados, geralmente, se dão em circ&nst6ncias es9eciais$$$ e m&itas %e'es ca&sam 9olmicas, brigas e até mesmo mortes, como se 4ossem amaldiçoadosL Mas 9ode ig&almente se dar o in%erso e 4a'er a 4elicidade de alg&ém$ A %erdade é @&e a descoberta de &m tXm&lo 4ara)nico no Egito, de &m teso&ro 9irata no Caribe o& a de &m sim9les 9ote de barro contendo alg&mas moedas e >ias, &ns o& o&tros, nas de%idas 9ro9orções, 9ro%ocam as atenções geraisL O--"P Ki' a sabedoria 9o9&lar @&e @&em morre deiando alg&m %alor enterrado, o es9Jrito não tem 9a'$$$ até @&e sea descoberto$ Walter So&'a Moreira é o in4ormante desta :ist>ria, tendoa o&%ido de  Tatalino, ancião @&erido 9or todos no bairro da Cremação, 9artic&larmente  9elas crianças e o%ens, aos @&ais sem9re tem 4atos c&riosos e :ist>rias a contar$ (or esta ra'ão, é admirado e tratado carin:osamente de Vo%)  Tatalino$ ? alg&mas de'enas de anos, bairro de Santa ;'abel sendo mais mato @&e residncias, mora%a ali, em casa tosca de enc:imento e 9al:a, &ma 4amJlia constit&Jda de trs 9essoas. se& einaldo, s&a es9osa K$ 5elJcia e o sobrin:o Tatalino$ 5amJlia 9obre, l&ta%a 9ela sobre%i%ncia$ &antas e @&antas %e'es K$ 5elJcia son:o& com %estidos no%os e com  9asseios\ (orém contenta%ase com os @&e tin:a e, Q g&isa de distração, coloca%a &ma cadeira Q 9orta da residncia, 9ara a9reciar o mo%imento @&e era @&ase nen:&m$ Tatalino desea%a brin@&edos, mas, como não 9odia tlos, s&a di%ersão era morcegar os bondes @&e 9assa%am 9ela a%enida 7osé Boni4cio, onde mora%a$ A9esar das di4ic&ldades, ning&ém se rebela%a contra a %ida @&e le%a%a, m&ito 9elo contrrio. todas as noites, cerca de "# :oras, a 4amJlia re&niase em orações, agradecendo ao Sen:or os alimentos e demais bens recebidos na@&ele dia$ E dormiam 9ensando no aman:ã$ O--3P Ta@&ela noite de abril c:o%ia intensamente$ Tatalino ol:a%a de

esg&el:a se& Iio einaldo, @&e 9arecia bastante 9reoc&9ado, sem conseg&ir  dormir$ Ial%e' 9ensasse nas marés de g&a grande, @&e, aliadas Q intensa c:&%a, nat&ralmente enc:eriam a rea do Vero(eso, criandol:e 9roblemas 9ara c:egar ao local de trabal:o$ As :oras 9assa%am, a c:&%a ia estiando, e se& einaldo não dormia$  Tatalino, deitado em s&a rede, sono @&ase c:egando, acom9an:a%a os 9assos ner%osos do Iio$ Era de estran:ar$ Ta@&ela casa dormiam cedo. a4inal, não :a%ia tele%isão e nem ao menos rdio em Belém, e, mesmo @&e :o&%esse, as 9osses da 4amJlia não 9ermitiriam ad@&irir nem &ma, nem o&tro$ Se& einaldo deito&se$  Até @&e en4im, 9enso& o sobrin:o$ Mas logo m&do& de idéia$ A in@&ietação e o ner%osismo do Iio contin&a%am mesmo na cama$ emeiase de &m lado 9ara o o&tro, transmitindo se& ner%osismo a Tatalino, @&e, Q@&ela alt&ra, 9erdera com9letamente o sono$ A noite decorria lentamente, se& einaldo a se remeer, e Tatalino sem dormir$  (arece coisa 4eita, 9rag&eo& o Iio$ Em dado momento, se& einaldo le%anto&$ !l:os arregalados, 4ia%a determinado 9onto do @&arto$ Tatalino, 4ingindo dormir, acom9an:a%a se&s gestos com os ol:os semicerrados$ E o %i& dirigirse, atit&de medrosa, 9ara o  9onto @&e 4ia%a, seg&indo em direção Q 9orta @&e da%a 9ara o @&intal$ ! sobrin:o, ass&stado, encol:e&se no 4&ndo da rede$ Mas, atento, contin&a%a obser%ando os mo%imentos do Iio$ O--FP  5ig&ra  8m :omem com &ma %ela na mão 4ala com &m 4antasma  &nto de &m co@&eiro$ O--1P E do @&intal o&%i&se.  einaldoL  &em me c:amaL   einaldoL  &em est aJ\ Se& einaldo, 9arecendo :i9noti'ado, dirigiase 9ara o 4&ndo do @&intal, como se esti%esse seg&indo alg&ém$ E na %erdade esta%aL Kesde o momento em @&e se encamin:ara Q 9orta, %ira &m %<o es9ectral acenarl:e$ Ka mesma 4orma @&e ti%esse 9erdido a %ontade, ia seg&indo o es9ectro, a9an:ando antes &ma %ela acesa$ Acenando 9ara @&e o seg&isse, o es9ectro encamin:arase  9ara &m co@&eiro, aJ 9arando$ Atra%és de gestos, de& a entender 9ara @&e esca%asse Q determinada dist6ncia$ Se& einaldo coloco& a %ela 9r>imo ao co@&eiro, de tal 4orma @&e não se a9agasse, de%ido ao %ento 4rio @&e so9ra%a a9>s toda a@&ela c:&%a$ E com o es9ectro sem9re acenando o l&gar, começa%a a esca%ar$ S&ando 4rio, medrosamente, eis @&e, em determinado instante, esbarra em alg&ma coisa$ Abaiase$ Kentro do b&raco esta%a &ma botia de barro$ Meio es9antado, ol:a 9ara o es9ectro$ 2esto inXtil$ ?a%ia s&midoL 7 9er4eitamente c)nscio do @&e 4a'ia, % o @&e tem dentro da botia$

S&a s&r9resa não te%e limites. ali esta%am di%ersas moedas e >ias, 4ormando 9e@&ena 4ort&na$ Sem di'er nada, se& einaldo le%o& a botia 9ara dentro da casa$ To dia seg&inte, 9edi& a &m oal:eiro 9ara a%aliar o conteXdo$ E d&as missas 4oram re'adas 9ela alma @&e l:e 4i'era a indicaçãoL O--DP Vendidas as moedas e as >ias, com o din:eiro a9&rado com9ro& &ma casa de al%enaria mais no centro da cidade, o4erecendo, daJ 9or diante, Q es9osa e ao sobrin:o, &ma %ida mel:or$$$ Ki' a sabedoria 9o9&lar @&e @&em morre deiando alg&m %alor enterrado, o es9Jrito não tem 9a' até @&e sea descobertoL (or isso, :oe, o es9ectro @&e a9arece& a se& einaldo  descansa em  9a'$$$ O--P eceitas e !9erações Sobrenat&rais   Anoitecera$ Ant)nio camin:a%a tristemente 9elas r&as da cidade$ Kesem9regado, esta%a doente e, além da alimentação de s&a 4amJlia :a%er se tornado 9roblemtica, se& estado 4Jsico não l:e 9ermitia @&e contin&asse a l&ta normal 9elo 9ão de cada dia$ (or o&tro lado, a9esar de  se :a%er medicado nos 9ostos de saXde  9Xblica, se& estado contin&a%a o mesmo, o& mel:or, 9iora%a$ Antonio  não sabia o @&e 4a'er e en%ergon:a%ase de %oltar 9ara casa sem le%ar din:eiro  9ara a com9ra de alimentos e en%ergon:a%ase mais ainda 9or  sentirse al%o da 9iedade de se&s %i'in:os, @&e, %endo s&a sit&ação, manda%am alimentos 9ara s&a es9osa e 4il:os$ Ientara 9rotestar, mas @&e 4a'er\ E as %i'in:as di'iam. Keie de org&l:o, Antonio, + isso mesmo, :oe n>s 9or %oc, aman:ã  O--0P %oc 9or n>s$ A4inal R&ma mão la%a a o&tra e as d&as la%am o rostoR$ E assim, contrariado, Ant)nio ia le%ando a %ida  : @&ase dois meses$ M&itas %e'es re%olta%ase. era &m :omem :onesto e não entendia a ca&sa de se& so4rimento e m&ito menos o 9or@& de não conseg&ir em9rego$ E se& estado de saXde o ang&stia%a$ Ant)nio erra%a 9ela cidade$ E, ao dobrar &ma es@&ina, d de encontro com &m sen:or bem %estido$  Me desc&l9e, 9or 4a%or$  !ra, não 4oi nada, não$ Mas o sen:or 9arece @&e esta%a m&ito distraJdo$  Tão, me& amigo, é @&e esto& 9reoc&9ado e doente$ Me desc&l9e, mais &ma %e'L E Ant)nio  se colocara a andar, @&ando o descon:ecido o c:amo&$  8m momentoL ! amigo 4alo& @&e esta%a doente$ Ial%e' 9ossa a&dlo$ ! sen:or  4oi cons<ado\  7$ Mas até agora não descobriram o @&e e& ten:o$ 7 tomei remédios, mas

até agora, nadaL  ! @&e o sen:or sente\ Antonio res9onde&$ ! descon:ecido receito&o$  ! sen:or é médico\  Sim, so&$  E como é se& nome\  !ra, es@&eça isto$ 5aça a medicação como mandei e %er @&e %ai 4icar c&rado$ Até logo e 4elicidadesL  Mas$$$ es9ere aJL &ero l:e agradecer$ 7 @&e não 9osso l:e 9agar, @&ero 9elo menos re'ar 9ara @&e Ke&s l:e a&de a 9rogredir e %encer sem9re na %ida$ Kiga, 9or 4a%or, como é o se& nome\ O--/P  Camilo Salgado$ Até logo$  Até, Kr$, m&ito obrigado, %i&\ Ant)nio, reanimado com a@&ele encontro, seg&i& a9ressadamente 9ara casa$ E l conto& Q m&l:er e a alg&ns %i'in:os @&e con%ersa%am com ela o encontro @&e ti%era$ &ando termino& a narração, &m dos %i'in:os 9erg&nto&.  Como disse mesmo @&e era o nome do médico\  Camilo Salgado$  Mas não é 9ossJ%el$ Este médico  morre& : m&ito tem9o$$$  !ra, ele não tin:a 9or@&e mentir$ Tão l:e 9edi nada, nem a cons<a$ Ele me cons<o& 9or@&e @&is$  Mas  morre&, Ant)nio$ ! Kr$ Camilo Salgado 4oi &m médico 4amoso em Belém$ E& sei 9or@&e ele era médico de me& 9ai e l em casa sem9re 4ala%am dele$ Era m&ito caridoso$ Ant)nio 4ico& in@&ieto$ Mas, mesmo assim, 4e' a medicação como o médico receitara$ E c&ro&se$ Aos amigos e %i'in:os, satis4eitos de o %erem no%amente com saXde   tin:a até &ma 9romessa de em9rego  eclama%a 4eli' e c:eio de 4é$  &em me c&ro& 4oi o Kr$ Camilo Salgado$ Ele me a9arece& e me medico&$ &e Ke&s ten:a a s&a alma em bom l&gar$$$ ! Kr$ Camilo Salgado é m&ito milagroso$ 7osé trabal:a%a no Cemitério de Santa ;'abel$ 2an:a%a 9o&co 9ara as o9erações @&e 9recisa%a 4a'er. :érnia e :idrocele$ E se& so4rimento a&menta%a diaadia, obrigandoo, m&itas %e'es, a 4altar ao trabal:o$ Ta@&ela noite$ O-"#P  5ig&ra  8m :omem em 9é, il&minado, 4ala com o&tro @&e  est deitado na cama$ O-"-P 7osé esta%a deses9erado, so4rendo dores :orrJ%eis$ E lembro&se do @&e se conta%a no Cemitério sobre os milagres do Kr$ Camilo Salgado$  Kr$ Camilo SalgadoL ! sen:or, @&e é tão milagroso, li%raime do me& so4rimento$ 5a'ei com @&e e& 4i@&e bom$ (or 4a%or, Kr$ Camilo, em nome de Ke&s, me a&deL 7osé esta%a s> em se& @&arto, deitado n&ma cama rXstica$ As :oras 9assa%am, o

rel>gio esta%a 9ara ac&sar o meio da noite, e 7osé não dormia de%ido Qs dores$ Ke momento a momento in%oca%a o nome de Camilo Salgado$ Ke re9ente, a 9orta do @&arto abrese, 7osé ass&stase e %oltase na direção$ 8m :omem %em entrando, cond&'indo &ma 9asta$ 7osé ol:ao, en@&anto é c&m9rimentado$  Boa noite$ Contin&e deitado$ Vo& o9erlo$ Ta 9en&mbra de se& @&arto, 7osé 4ia a %ista no descon:ecido$ E, lembrandose de &ma 4isionomia @&e l:e era 4amiliar, l do Cemitério, c:eio de es9anto, eclama.  Kr$ Camilo SalgadoL 7osé senti& &ma estran:a sensação, mas não 4oi de 9a%or nem mesmo de medo$ Vi& o :omem a9roimarse, e 4oi sentindo mel:orar s&as dores, ao mesmo tem9o em @&e &ma grande sonolncia$$$ Kormi&$ Ao acordar, totalmente sem dores, 7osé corre& ao local de trabal:o e conto& aos amigos e com9an:eiros de trabal:o$ Aos incréd&los, mostra%a o local, di'endo.  Vocs sabem @&e não tin:a din:eiro 9ara me o9erar$ To entanto, ol:emL !l:emL Iem9os de9ois, cons<ando &m médico, este constata @&e :a%ia sido 4eita &ma o9eração em 7osé com grande 9erJcia$ E ao l:e 9erg&ntar @&em o o9erara, cético, o&%i& o o9erado res9onder. O-""P  5oi o Kr$ Camilo SalgadoL ? m&itas %ersões 9ara as a9arições do Kr$ Camilo Salgado$ Seg&ndo &ma delas, na 9arte de receit&rio, ele a9enas d a receita, 4a'endo o 9aciente escre%er seg&ndo o&tra, ele escre%e do 9r>9rio 9&n:o a receita$ Con@&anto nos em9en:ssemos no sentido de conseg&ir &ma destas receitas, nen:&ma nos 4oi mostrada$ Eistem ainda %ersões @&e a4irmam @&e, além de dar receita, ele encamin:a os 9acientes 9ara determinada 4armcia, onde :a%eria &m atendimento grat&ito, o @&e os 9ro9rietrios 4a'iam em :omenagem Q s&a mem>ria$ Como no caso da receita, não conseg&imos saber ao certo @&al a 4armcia$ Além destas :ist>rias e %ersões, so&bemos também @&e em sessões es9Jritas e &mbandistas o Kr$ Camilo Salgado tem se mani4estado atra%és de médi&ns$ Totese, 9orém, @&e nas :ist>rias citadas, não eiste inter4erncia, direta o& indireta, de es9Jritas o& &mbandistas$ Casos de c&ras milagrosas, 9orém sem os detal:es da receita e da 4armcia, são também atrib&Jdos Q alma do Kr$ Crasso Barbo'a$

O-"3P ! 5antasma do ?irondelle A data -3 é considerada a'iaga na crença 9o9&lar$ Alis, não é somente a

data, mas t&do o @&e se re4ere ao nXmero -3$ ! mesmo acontece com a seta4eira, 9ara a @&al eiste até o dito Rseta4eira, dia da 4eiticeiraR$ E se eiste tal crença em relação Q data do ms e ao dia da semana, também dentre os meses do ano : &m @&e é considerado ne4asto. agosto, o ms dos desgostos$ 7 :o&%e é9oca na %ida 9olJtica brasileira em @&e este ms era es9erado com ang&stiante e9ectati%a$ A4inal, :a%ia 4ortes ra'ões 9ara isto. crises 9olJticas as mais sérias in@&ietando a %ida do (aJs aconteceram neste ms$ Basta lembrar o s&icJdio do  9residente 2etXlio Vargas, em agosto de -/1F, e a renXncia do 9residente 76nio &adros, em agosto de -/D-$ A crença relacionase ainda ao ano bisseto, considerado a'arento e an&nciador de desgraças$ O-"FP &ando coincidem as datas, como, 9or eem9lo, seta4eira -3 o& -3 de agosto, o& ainda as setas4eiras de agosto, é então como @&e a&mentada a crença de @&e coisas r&ins acontecerão, tal%e' 9ela in4l&ncia, em &m mesmo dia, de 4orças malé4icas$ E se, 4inalmente, : coincidncia de trs delas  seta4eira, -3 de agosto  então nem é bom 4alar$$$ -/#$ Março, -3, seta4eira$ To aero9orto de 5ortale'a, a in@&ietação nat&ral de 9essoas @&e %ão %iaar o& se des9edir o& sim9lesmente a9reciar o mo%imento do aero9orto$ Entre os @&e iam %iaar, esta%am os 9assageiros do ?irondelle da (araense Irans9ortes Aéreos, com destino a Belém$ A con%ersa ia animada, nota%ase a 9resença do 4amoso astro de tele%isão Coronel *&d&gero, @&e 4aria a9resentações na ca9ital 9araense$ T&m determinado gr&9o, dois amigos disc&tiam. o 9rimeiro @&eria a contin&ação da 4arra @&e %in:am reali'ando desde a tarde o seg&ndo a4irma%a 9recisar estar em Belém no dia seg&inte$ l sem arg&mentos, o 9rimeiro ol:a 9ara a sigla da com9an:ia  (IA  e, n&ma Xltima tentati%a, di'.  (re9ara t&a almaL !l:a, além desta sigla  ser ago&renta, lembrate @&e :oe é -3, seta4eiraL + mel:or @&e não %iaes :oeL !& 9or@&e deseasse contin&ar na 4arra o& 9or ter so4rido a in4l&ncia do 9renXncio ago&rento, o rel&tante resol%e& 4icar em 5ortale'a, onde belas garotas  esta%am a es9era 9ara contin&ar a noitada alegre$$$ O-"1P En@&anto o gr&9o se retira%a, os demais 9assageiros contin&a%am es9erando a :ora da %iagem, tendo alg&ns recriminado a brincadeira de ma& gosto relati%a Q data$ A4inal de contas, nem se lembra%am disto e eis @&e s&rge &m estraga9ra'eres 9ara criar &m ambiente de malestar$ 5inalmente embarcaram$ K&rante a %iagem, 9o&ca con%ersa$ A4inal, mesmo os bons con%ersadores esta%am com sono$$$ Esta%am c:egando a Belém, da @&al %iamse as l&'es$ R5inalmente  9enso& &m dos 9assageiros @&e o&%ira a con%ersa dos 4arristas no aero9orto  c:egamos bem$ Tem sei 9or@&e me 9reoc&9ei com a@&ela bobagemR$ ! a%ião neste instante descia r&mo ao aero9orto de ValdeCans$ Ke re9ente, &m ba@&e s&rdo, acom9an:ado de c:o@&e$ Era o a%ião @&e se c:oca%a contra as g&as

 barrentas da BaJa do 2&aar, a4&ndando em seg&inda$$$ Era madr&gada do dia -F, cerca de 3.3# :oras$ ! desastre c:oco& Belém e todo o (aJs$ Além de s&as 9ro9orções  resto& Xnica sobre%i%ente , %in:am a bordo 9essoas de desta@&e da %ida cearense, maran:ense e 9araense, sem 4alar no Coronel *&d&gero, c)mico dos mais @&eridos da tele%isão brasileira$ ! Torte esta%a enl&tado$ Em 5ortale'a, ao acordarem c&rtindo enorme ressaca, os 4arristas da noite anterior o&%iram os ornaleiros an&nciando o desastre com &m a%ião$ Com9raram o ornal, e o @&e %in:a 9ara Belém, ao tomar con:ecimento @&e o desastre tin:a sido com o a9arel:o em @&e %iaaria, em9alidece&, eclamando.  !l:a s> o @&e me esta%a reser%adoL  Tão te disse\ Tão te disse\  4alo& o amigo  seta4eira, -3, é O-"DP sem9re dia de a'ar$ (odes di'er @&e me de%es a %ida$ ! o&tro, 9ensati%o e cabisbaio, 9ensa%a nos estran:os mistérios da s&9erstição 9o9&lar$$$ Em Belém, seg&emse as b&scas 9ara locali'ar os destroços do a9arel:o sinistrado, reali'adas 9ela Marin:a de 2&erra, @&e solicito& &ma cbrea ria$ To terceiro dia de b&scas, &m cad%er de m&l:er boio& ao lado do motor @&e reboca%a a cbrea$ Ientaram 9&ar com &m ganc:o, 9orém todas as tentati%as 4oram in4r&tJ4eras$ Então, &m dos @&e assistiam, tal%e' dotado de mais coragem @&e os o&tros, ogo&se nYg&a e, abraçandose com a morta, tro&ea  9ara 9erto da embarcação, 9ara onde 4oi içada$ Ta e9ectati%a do a9arecimento de o&tros cor9os, o motor ali 9ermanece& trs :oras, tem9o em @&e a morta 4ico& na 9o9a, @&ase de4ronte Q casa de m@&inas, a9>s o @&e 4oi cond&'ida 9ara  O-"P o di@&e seco de ValdeCans$ Ali, 4oi entreg&e Q (olJcia 9ara as 9ro%idncias de 9rae$ Comento&se o caso alg&m tem9o, sendo de9ois es@&ecido 9elo a9arecimento de o&tros cor9os$ A9enas o @&e intrigara alg&ns tri9&lantes 4oi a maneira 9ela @&al se de& o a9arecimento da@&ele cor9o, o& sea, 9r>imo ao motor, 9ara de9ois a4astarse, obrigando a &m ogarse nYg&a 9ara a9an:lo$$$ ! motor, rebocando a cbrea, %olto& ao local do acidente e contin&o& as  b&scas$ ] noite, Komingos 5erreira, co'in:eiro da cbrea, toma%a ban:o de  balde na 9o9a do motor$ Tão se lembra%a mais do 4ato e 9ensa%a a9enas em dormir, a9>s &m eten&ante dia de trabal:o$ A9esar de estar s>, sentia como se :o&%esse o&tra 9essoa em s&a com9an:ia$

E, ao ol:ar 9ara o mesmo lado da 9o9a, no local onde esti%era o cad%er, esta%a &ma m&l:er$ Sentada, como @&em est meditanto, ol:a%a 9ara as g&as da BaJa do 2&aar, @&e escondiam os destroços do ?irondelle$$$ Komingos so4re& &m im9acto e, n&m rel6m9ago, 9enso& em @&em seria @&e, Q@&ela :ora, ainda esti%esse ali, no motor$ A4asto& a idéia de ornalistas e, como não l:e 9assasse 9ela cabeça @&em 9&desse ser, resol%e& in%estigar  com a 9r>9ria$ Mas isto t&do 4oi n&ma 4ração de seg&ndo$ &ando dirigi&se Q m&l:er, esta, como @&e s> então sentindose notada, le%anto&se ra9idamente e dirigi&se Q casa de m@&inas$ Komingos 4oi atrs$ Mas ao c:egar Q casa de m@&inas, a m&l:er misteriosamente s&mira$$$ Komingos conto& aos com9an:eiros o @&e acontecera$ O-"0P  5ig&ra  To con%és de &ma embarcação, &m :omem ol:a 9ara  &ma m&l:er @&e est sentada na am&rada ol:ando a g&a$ O-"/P Se a@&ele trabal:o  não era agrad%el, mais desagrad%el ainda se torno&, com a@&ela estran:a a9arição$  Tão se 4ala%a em o&tra coisa e :a%ia receio, Q noite, de ir Q 9o9a do motor$ Como, seg&ndo a crença, a9arições, assombrações e %isagens s> a9arecem no esc&ro, &ma 9ossante l6m9ada, @&e il&mina%a todo o local, 4oi colocada na  9o9a do motor, a 4im de a4astar o 4antasma do ?irondelle$$$

O-3#P ! Cr&'eiro do Ielégra4o Iodo bairro s&b&rbano @&e se 9re'e tem o se& Rcr&'eiroR  grande cr&', geralmente de madeira, colocada em &m 9onto estratégico do bairro e no @&al os moradores acendem %elas o& 4a'em orações em :omenagens aos se&s mortos, aos se&s santos 9rotetores o&, 4inalmente, Qs almas$ Via de regra, tais cr&'eiros tm 4ama de serem locais de assombrações e a9arições 4antsticas$ Entre m&itos o&tros bairros, o Ielégra4o Sem 5io tem também o se& cr&'eiro, locali'ado na r&a C&r&ç, em 4rente ao 2r&9o Escolar (rincesa ;'abel$ Ial Cr&'eiro 4oi colocado 9elos 9adres da igrea de São aim&ndo, como marco dos 4esteos das Santas Missões, no ano de -/10$ E até :oe est l$ O-3-P Contanos *&Js 5ig&eiredo, antigo morador do bairro, @&e certa %e' o sen:or 7osé, residente na r&a C&r&ç, 9r>imo Q 9assagem C&iabal, %olta%a cerca de "3.3# :oras 9ara s&a residncia$ Vin:a de se& em9rego,

onde 4i'era alg&mas :oras etras$ (ensando nos cr&'eirin:os a mais a receber, cantarola%a &ma canção$ 7osé era &m :omem s>brio. não bebia e di4icilmente 9artici9a%a das rodas @&e se 4a'iam nos cantos 9ara disc&tir 4&tebol$ C:e4e de n&merosa 4amJlia, %i%ia ar@&itetando mil e &ma maneiras de com9lementar o 9arco salrio, @&e mal da%a 9ara mitigar a 4ome de se&s 4amiliares$ Ta im9ossibilidade de conseg&ir o&tros RbicosR, trabal:a%a :oras etras na 4irma, onde, embora não 4osse m&ito o @&e gan:aria, era, cont&do, in4alJ%el$  Mais %ale o 9o&co certo do @&e o m&ito d&%idoso, 9ensa%a$ Ao a9roimarse de s&a casa, di%iso& &m %<o 9erto do cr&'eiro$ Como na é9oca ladrões anda%am 9elas imediações, 7osé resol%e& %eri4icar o @&e o indi%Jd&o 4a'ia ali,  9r>imo ao meio da noite$ Con:ecido 9or todos e a todos con:ecendo, se 4osse alg&m estran:o, daria o alarme$ Ao c:egar 9erto, noto& o trae di4erente. batina$ Kes9reoc&9ado, a%anço& 9ara sa&dar o Sacerdote$ (orém, ao a9roimarse ainda mais, não @&is acreditar no @&e se&s ol:os %iam$ Es4rego&os$ !l:o& de no%o$ Contin&a%a a %er a mesma coisa$ Cala4rios$ S&ores$  Me& Ke&s, não é 9ossJ%el$ E, di'endo isto, 7osé mais &ma %e' es4rego& os ol:os e ol:o&$ To rel>gio, meianoiteL Ke 9é, &nto ao cr&'eiro, esta%a o Sacerdote, batina negra, e neste instante aoel:a%ase$ A9enas  e   O-3"P m&ito sim9lesmente  o (adre não tin:a cabeça$ * esta%a se& cor9o, se&  9escoço e no l&gar da cabeça, o %c&o$ 7osé não te%e mais dX%idas desta %e'$ Sai& em desabalada carreira, mete& o 9é na 9orta de s&a residncia, colocandoa embaio$ Aos se&s 4amiliares narro& o 4ato, &sti4icando o gesto 9elo 9a%or @&e o acometera$ A :ist>ria corre& o bairro$ M&itos começaram a 4alar medrosamente do (adresemCabeça @&e a9arecia no cr&'eiro do Ielégra4o$ E o cr&'eiro gan:o& 4ama de malassombrado$ Iem9os de9ois, o&tras 9essoas %oltaram a %er o misterioso (adresemCabeça$ Tossa in4ormante, a o%em Antimary, dissenos @&e ele %oltara a a9arecer, desta %e' sendo %isto não a9enas 9or &ma 9essoa, mas  9or %rias$ 2r&9os de moças, @&e iam o& retorna%am de 4estas, ao 9assarem 9elo cr&'eiro do Ielégra4o, %iam o Sacerdote, de braços abertos, em atit&de de @&em est orando$ Tão é 9reciso nem di'er @&e não 4ica%am  9ara %er o resto. 4&giam correndo do local, s> 9arando em s&as residncias$ Ao @&e consta, o (adre n&nca 9erseg&i& ning&ém, nem n&nca se dirigi& aos @&e o %iram$ S&a atit&de sem9re 4oi 9acJ4ica$ ! 9a%or @&e ca&sa é Xnica e ecl&si%amente$$$ 9or não ter cabeçaL As é9ocas em @&e mais cost&ma a9arecer são a @&adra carna%alesca e a @&adra  &nina$$$ Ki'em @&e %ai orar 9elos @&e cometem ecessos nestas @&adras$$$ Ke &ma 4orma o& de o&tra, os @&e sabem das a9arições do (adresemCabeça e%itam 9assar, Q noite, 9elo cr&'eiro do Ielégra4oL O-33P

 5ig&ra  8m :omem ol:a &m 9adre sem cabeça com os braços le%antados em atit&de de oração 9erto de &m cr&'eiro$

O-3FP A9arições do (ar@&e ! TXcleo de (ar@&e de Aeron&tica de Belém, sit&ado na a%enida Almirante Barroso ricas$ (elos idos de D#, a -ª ona Aérea 9romo%ia a s&bstit&ição do seg&ndo &ni4orme &sado 9ela Aeron&tica, de cor c@&i, con:ecido nos meios 9o9&lares  9or Rmegan:aR ima Q O-31P garagem e ao então c:amado R:angar de nari'R, assim designado 9or ter, em &m de se&s etremos, &ma constr&ção mais ele%ada$ Vrios soldados e cabos  &ra%am :a%er %isto o militar 9roc&rando alg&ma coisa, e alg&ns a4irmaram @&e ele :a%ia tentado 4alar, 9orém os @&e disseram não 4icaram 9ara esc&tar$$$ Tão se tem con:ecimento de @&e sargentos o& o4iciais ten:am %isto semel:ante es9ectro$ (arece até @&e este 9roc&ra%a a9arecer a9enas 9ara soldados e cabos$$$L Ta é9oca, a a%enida K&@&e de Caias era imenso matagal e 9or ali não circ&la%am %eJc&los e m&ito menos :a%ia, como :oe, lin:as de )nib&s reg&lares$ Iambém não eistia o at&al e moderno con&nto residencial e a  9r>9ria Kr$ 5reitas era ig&almente matagal$ Ial%e' o as9ecto do local contrib&Jsse, mas o certo é @&e esta rea, nela incl&indo o Aero Cl&be e mais os 4&ndos do (ar@&e de Aeron&tica, era tida como malassombrada$ !s soldados da@&ele tem9o considera%am 4alta de sorte serem escalados 9ara tirar ser%iços de sentinela na g&arita @&e da%a acesso a &ma 9ista rodo%iria, Q@&ela alt&ra não concl&Jda, con:ecida 9or estrada da Sacramenta$ 8ma noite de seta4eira do ano de -/D#, no :orrio das "F Qs " :oras da madr&gada, esta%a &m 9raça de ser%iço nos 4&ndos do (ar@&e e a9roimo&se &m com9an:eiro se&, @&e era sentinela%olante no interior da@&ela &nidade militar$ Con%ersa%am 9r>imo ao R:angar de 4erroR ria do @&artel, o sentinela do 9ortão dos 4&ndos solicito& ao sentinela%olante @&e 9ermanecesse onde esta%a, ao mesmo tem9o @&e dirigiase ao intr&so$ 2rito&. O-3DP  AltoL

! :omem, como se não o&%isse, contin&o& camin:ando @&artel adentro$ Ta é9oca, go%erno de 7&scelino, %rios @&artéis esta%am de 9rontidão o& sobrea%iso$ ! sentinela 4ico& intrigado com o 4ato, 9ensando tratarse de alg&ma armadil:a$ Coloco& o se& 9ente de balas no mos@&etão, 9)s &ma na ag&l:a, a9onto& na direção do :omem e re9eti&.  AltoL ! :omem a%ança%a$ Mais atrs do sentinela, esta%a o %olante ol:ando  9ara todas as direções$ Tão %ia nada, a9enas o :omem a%ançando$ 7 bem  9r>imo ao sentinela, ogase ao c:ão, de oel:os, mãos 9ostas em gesto de RamémR, e im9lora.  (elo amor de Ke&s, não me mateL  Com os diabosL Tão @&ero matlo$ *e%antese$ Mas o sen:or não o&%i& min:a %o' de RaltoR\ (or @&e a%anço&\ (or @&e entro& no @&artel\  RElesR estão atrs de mimL &erem me 9egarL (or 4a%or, me 9rotea$  RElesR, @&em\ Tão %eo ning&ém$  Mas RelesR estão bem ali, no meio do mato$ E o :omem,  de 9é, a9onta%a 9ara a estrada da Sacramenta$ ! sentinela ol:o&o detidamente. não esta%a embriagado, não :a%ia sintoma de macon:a$ A9enas o 9a%or em se& rosto$ (enso&. RSer alg&m lo&co @&e 4&gi& do 7&liano e os en4ermeiros estão atrs\R *ogo em seg&ida abandono& a :i9>tese. os en4ermeiros não iriam se esconder   9ara seg&rlo$ Se @&isessem alg&ma coisa neste sentido, até l:e solicitariam a colaboração$ (roc&ro& acalmar o :omem, dissel:e @&e não :a%ia ning&ém e dis9)sse a deilo até alg&ns metros além da lin:a di%is>ria do @&artel, mas sem9re  O-3P %igiado 9elo se& com9an:eiro %olante @&e 4icara mais atrs$ ! eco tra'ia o som dos tambores dos bat&@&es da (edreira$ ! sentinela senti& &m ligeiro malestar$ Voltara a 4alar com se& com9an:eiro %olante, @&ando o :omem %olta no%amente$ E se re9ete a mesma :ist>ria$ E o sentinela e mais o %olante, 9or mais @&e ol:assem 9ara a estrada da Sacramenta, não %iam nada$  (elo amor @&e o sen:or tem na s&a mãe, deieme 4icar a@&i$ Senão RelesR me 9egam$  Mas, me& amigo, não tem ning&ém ali$ E isto a@&i é &m @&artel$ ! sen:or  não 9ode 4icar a@&i$ Vo& acabar l:e 9rendendo$  (ois me 9rendaL To adre' estarei mais seg&ro$ * RelesR não %ão me agarrar$  Mas, a4inal, RelesR, RelesR, @&em\ Se&s inimigos\  Tão sei @&em são$ Ientaram me 9egar ainda agora e @&ando %oltei, de no%oL Tão %olto 9ra esta estrada, não %olto, nãoL !l:os esb&gal:ados, o :omem ol:a%a com 9a%or em direção Q estrada da Sacramenta$ !s tambores dos bat&@&es contin&a%am no se& d&md&m$$$ d&md&md&m $$$ d&md&m$$$ ! sentinela ol:o& o rel>gio$ Era -.3# :ora$ Ke& graças 9or se& tem9o estar  c:egando ao 4im$ Volto&se 9ara o :omem.  !l:e,  l:e disse @&e não : ning&ém ali, e não %o& l:e le%ar 9reso coisa nen:&ma$ ! sen:or %ai embora da@&i, e $ ! sen:or de%e a9enas estar 

com medo$$$ e é s> isto$ Ali não tem ning&ém$  + 9or@&e o sen:or não se senti& agarrado como e&$ Tão me deie ir s>  9ara l$$$ O-30P  5ig&ra  8m :omem 4ala com dois soldados, mas ol:a medrosamente em direção a &m matagal ali 9r>imo$ O-3/P  Mas$$$ o sen:or 4ala @&e tentaram l:e agarrar$ &em tento& l:e agarrar\  7 l:e disse @&e não sei$ E& não %eo RelesR, a9enas sinto$ ! sentinela ac:o& @&e o :omem esta%a doido mesmo e o 4e' %oltar$ Este 4oi de%agar, ol:a%a 9ara trs, 9ara os lados e, 9rinci9almente, 9ara a 4rente$ ! soldado, atrs do :omem, 4a'ia com @&e camin:asse, deiandoo a &ns -1 metros além do 9ortão dos 4&ndos do (ar@&e, na estrada da Sacramenta$ Se na Kr$ 5reitas a il&minação  era de4iciente, ali então era ig&al a 'ero$ eina%a a mais com9leta esc&ridãoL ! militar %olto& a se& 9osto, e se& com9an:eiro %olante ainda o es9era%a no mesmo local$ Ao c:egarem os se&s s&bstit&tos 9ara o 9r>imo @&arto de :ora, 9assaram as ordens e ad%ertiram @&anto ao :omem do 9ortão dos 4&ndos$ To ar, contin&a%a o r&4ar dos tambores$ Man:ã de sbado$ A9>s dormirem 9ro4&ndamente, sentinela e %olante es9era%am a no%a g&arda @&e ia rendlos$ &ando isto se de&, lembraramse do acontecido na noite anterior$ esol%eram ir até o 9ortão dos 4&ndos e l indagaram se o sentinela @&e tin:a ass&mido o 9osto tin:a %isto alg&ma coisa o& alg&ém l 9or 9erto$  Tão, nada$ A9enas &m :omem esta%a dormindo na beira da estrada da Sacramenta, : coisa de "# metros da@&i$ Acordeio, le%anto& ass&stado, ol:o& 9ra todos os lados e disse, e9ressando satis4ação.  RA:L RelesR   4oramR$ E em seg&ida 4oi embora$ Sentinela e %olante da g&arda anterior relataram então o acontecido, O-F#P e os trs 4i'eram mil e &ma conect&ras sobre o @&e o :omem teria sentido e o @&e seriam RelesR em s&a ling&agem$ Tão c:egaram a &ma concl&são sobre o @&e  9oderia ter sido, mas tin:am &m 9onto com&m. ali :a%ia RcoisaR e não de%ia ser nada bom$ *embraramse dos tambores, @&e era seta4eira, e os associaram com Re&sR$ Entreol:aramse descon4iados, ol:aram 9ara a estrada da Sacramenta. de dia, com a@&ela %egetação, até @&e era bonita$ ! neg>cio era s> Q noite$ Mas @&e :a%ia RcoisaR, :a%ia$$$ sbado, 9orém, o mais im9ortante era a9ro%eitar o 4im de semana de 4olga$ Keiariam 9ara 9ensar  na RcoisaR no 9r>imo ser%iço$$$

O-F-P A 9onte do ;gara9é das Almas &em morasse nas cercanias do ;gara9é das Almas 9rio so&besse, embora @&em o con:ecesse, se ti%esse con:ecimento do mito ama')nico do mesmo nome, %ia @&e se& as9ecto se assemel:a%a ao do 9ersonagem mJtico$ A bem da %erdade, Ma9ing&ari, a9esar do a9elido, da a9arncia e da 4ama, não era ma&$ Ioma%a s&as canin:as nas  biroscas eistentes Q margem do ;gara9é, mas não meia com ning&ém$ Se molestado, aJ sim, o :omem 4ica%a &ma 4era$ O-F"P Tesse tem9o, década de 1#, o ;gara9é ainda era bem mo%imentado$ ?a%ia &ma 4eira diria em s&as margens abastecida 9or canoas @&e le%a%am se&s 9rod&tos ;gara9é adentro, o @&e da%a 9er4eitamente$ Tão :a%ia o canal agora eistente, e a 4eira, &ntamente com o Mercado M&nici9al, sit&ado na es@&ina da Koca com a r&a 2as9ar Viana, da%a &m colorido todo es9ecial Q@&elas  9aragens$ Ta contin&ação da Koca, Q direita da r&a "0 de Setembro, do o&tro lado, contin&a%a a 4eira, 9orém a9enas com obetos de cer6mica$ E no  9rolongamento do ;gara9é, mole@&es 9roc&ra%am 9escar mat&9iri 9ara  9retensos a@&rios$ ] alt&ra do 4im da r&a Manoel Barata e inJcio da r&a 7er)nimo (imentel, :a%ia &ma 9onte de madeira @&e 9ermitia a 9assagem sobre o ;gara9é &nindo as d&as r&as ria$ 7 se 9assa%a &m ano @&e Ca%alo :a%ia morrido, e Ma9ing&ari  nem mais se lembra%a dele$ O-F3P Certa noite sem l&a, meio c:&%osa  era é9oca in%ernosa e o mato esta%a  bastante crescido , Ma9ing&ari retorna%a Qs biroscas de4ronte ao

Mercado M&nici9al, tendo 9ara isto @&e cr&'ar a 9onte de madeira entre Manoel Barata e 7er)nimo (imentel,  re4erida$ ! l&gar esta%a totalmente deserto, mas isto não ass&sto& Ma9ing&ari, @&e era %alente, não tin:a medo de nada e  esta%a acost&mado a 4a'er tal itinerrio diariamente$ Embora 9assasse &m 9o&co da meianoite, Ma9ing&ari assobio& &m c:oro @&al@&er  da é9oca e de 9asso 4irme cr&'o& a 9onte$ 5oi aJ  e tal%e' a Xnica ocasião em s&a %ida  @&e Ma9ing&ari senti& medoL &ando esta%a no meio da 9onte, te%e &ma sensação de @&e esta%a sendo obser%ado$ E em seg&ida, o c:amado glacial.  Ei, Ma9ing&ariL Ma9ing&ari 9aro&$ A %o' era em t&do semel:ante Q de Ca%alo, incl&si%e a@&ele tom triston:o @&e l:e era caracterJstico$ As 9ernas começaram a tremer, en@&anto &m 4rio l:e 9assa%a 9ela es9in:a$ Iento& gritar$ Em %ão  não tin:a %o'$ &is correr  as 9ernas não obedeciam ao comando do cérebro$ E de no%o a %o'.  Ei, Ma9ing&ariL So& e&, o te& amigo, o Ca%alo$ Tão tem medo de mimL Ma9ing&ari, 9or m&ito 4a%or, conseg&i& ol:ar 9elo rabodool:o 9ara trs$ * esta%a &m %<o, esbran@&içado, semel:ante ao de Ca%alo$ A9enas @&e sorridente$  !l:a, Ma9ing&ari, e& agora so& 4eli'$ Vi%o m&ito bem$ I& não @&eres %ir comigo\ Ma9ing&ari, como se esti%esse tendo &m 9esadelo, @&is res9onder RnãoR e não conseg&i&$  Ma9ing&ari, e& so& 4eli' e me lembrei de ti$ O-FFP  5ig&ra  8m negro de ol:os esb&gal:ados 4ita &m 4antasma  @&e est atrs de si e ri m&ito$ O-F1P ? m&ito tem9o @&e @&ero 4alar contigo$ Mas não conseg&ia$ Vem comigo e sers 4eli' também$ !l:a, e& so& 4eli'$$$ ?orrori'ado, Ma9ing&ari 4ec:o& os ol:os$ E em s&a mente 4ico& a@&ele eco. Re& so& 4eli'$$$ e& so& 4eli'R$$$ &anto tem9o 4ico& ali não se lembra$ ! 4ato é @&e, ao abrir os ol:os de no%o, não %i& mais o %<o$ E9erimento& andar e, ao %er @&e conseg&ia, sai& em desabalada carreira, s> 9arando &nto Qs biroscas$ A9esar da s&a cor negra, Ma9ing&ari esta%a @&ase  branco de tão 9lido$ 8m RtragoR 4oi 9ro%idenciado e, a9>s tomar, ainda c&sto& &m 9o&co a di'er alg&ma coisa$ T&nca se tin:a %isto Ma9ing&ari assim$ &ando conseg&i& contar o @&e se tin:a 9assado, alg&ns riram, o&tros começaram a contar :ist>rias do gnero, 9orém todos 4icaram im9ressionados com o 4ato$ ! caso se es9al:o&$ M&itos 9ediram 9ara Ma9ing&ari contlo$ E se d&%ida%am, com os ol:os esb&gal:ados, re9etia$  E& &ro @&e %i o Ca%alo l na 9onte$ Kisse @&e era 4eli' e @&eria me le%ar$ 7&roL Ma9ing&ari era %alente$ Kisto ning&ém d&%ida%a$ (orém n&nca mais 9asso& de

noite na %el:a 9onte de madeira sobre o ;gara9é das AlmasL E o mesmo 4a'ia a maior 9arte das 9essoas das redonde'as$$$

O-FDP (rocissão das Almas Ki'iam os antigos.  Tão se de%e n&nca 9roc&rar saber as coisas @&e não nos di'em res9eito$ A c&riosidade tem se& 9reçoL Carmelina sabia disso$ Mas, c&riosa 9or ecelncia, @&erendo saber de t&do,  9rinci9almente da %ida de se&s %i'in:os, não da%a a mJnima im9ort6ncia  9ara o sbio consel:o$ !& mel:or, dar im9ort6ncia, da%a, 9orém, solteirona, sem ter m&ito o @&e 4a'er, di%idia se& tem9o entre e, se& cac:orrin:o  9e@&ins, e o le%antamento @&e 4a'ia da %ida dos moradores das cercanias$ To  bairro de Santa ;'abel, onde mora%a, todos a con:eciam. @&isessem saber da %ida de @&em @&er @&e 4osse, basta%a dirigirse Q Carmelina$ Sem9re tin:a in4ormações, sabia @&em era solteiro o& casado, %iX%o o& des@&itado, @&em namora%a o& esta%a li%re, en4im, era a&tntico K;VA  Ke9artamento de O-FP ;n4ormações da Vida Al:eia$ &ando c:ega%a a &m gr&9o, era sem9re  9erg&ntando. ! @&\ @&em\ @&ando\  9arecendo &m re9>rter$ ;sto a 4a'ia 9ersona non grata nas rodas @&e 4re@enta%a, 9rinci9almente 9ela 4ama @&e go'a%a$ $$$ e os antigos di'iam.  Tão se 9reoc&9em com a %ida al:eia$$$ Entretanto, o& 9or@&e e não l:e absor%ia totalmente o tem9o, o& 9or@&e não ti%esse algo mais Xtil @&e 4a'er, Carmelina esta%a sem9re indagando da@&i e dacol, 9roc&rando saber t&do, não com a@&ela interrogação necessria Q eistncia da 9r>9ria cincia, 9orém de maneira bisbil:oteiraL $$$ e di'iam os antigos.  Cada &m 9ense em si e Ke&s em todos$$$ Ta@&ela noite, e esta%a in@&ieto$ Era bem tarde, e e começo& a latir, 4areando o ar$ Em casa de Carmelina, todos dormiam, com eceção da 9r>9ria, @&e 4icara, anela entreaberta, es9iando &m casal de namorados @&ase de4ronte Q s&a residncia$ Mal deitara e eis os latidos de e a 4a'erem com @&e no%amente se le%antasse$ (ego& o cac:orro, le%anto&o e o acaricio&, como s> as solteironas sabem 4a'er com animais$ ! al%oroço do cão contin&a%a$  Teste momento, o&%i& estran:o r&Jdo %indo da r&a, como se 4ossem 9assos de m&itas 9essoas$ Carmelina mora%a na tra%essa Castelo Branco, 9r>imo Q a%enida Consel:eiro 5&rtado$ A in@&ietação de e transmiti&se Q Camelina, 9rinci9almente @&ando, sim<6neo ao bar&l:o dos 9assos, o&%i& o entoar de c6nticos$ S&a mente começo& a 4&ncionar, 9ensando no @&e 9oderia ser$ e contin&a%a latindo Carmelina agora, a9esar de desassossegada, mais @&e n&nca, esta%a c&riosa 9ara saber do  O-F0P @&e se trata%a$

$$$ e os antigos di'iam. Tão se meta onde não é c:amado$$$ Carmelina não @&is saber disso$ Mais do @&e o normal, s&a c&riosidade :a%ia sido 9ro%ocada$ Ainda ol:o& o rel>gio  4alta%a &m min&to 9ara a meianoite , %i& @&e era tarde e &ma :ora a'iaga, 9rinci9almente em dias de seta4eira, mas @&eria saber o @&e era$ Tão 9odia se controlar, imaginando o @&e seriam a@&eles 9assos e c6nticos Q@&ela :ora da noite$$$ E abri& a anela$ To rel>gio, meianoite em 9ontoL ! @&e %i&, 9etri4ico&aL 8ma 9rocissão, todos cond&'indo %elas e entoando :inos religiosos$ Tão :a%ia sido 9rogramado nen:&m 4esteo religioso 9ara a@&ele dia, e Carmelina não 9odia com9reender a ra'ão da@&ilo$ Além do @&e não conseg&ia disting&ir direito as 9essoas$ !s ol:os  9areciam embaciados, 9ois %ia a9enas se&s contornos os sons eram enro&@&ecidos, ca%ernosos, e não ca9ta%a as 9ala%ras claramente$ &is 4ec:ar a anela$ 8ma 4orça s&9erior ao comando de se& cérebro 9araliso&a$ Mil %e'es arre9endida, Carmelina, sem 9oder se meer, noto& @&e &m dos com9onentes da 9rocissão saJa do meio dos demais e camin:a%a em s&a direção$ C:ego& até Q anela.  Esto& m&ito cansada$ A sen:ora, 9or 4a%or, @&er seg&rar esta %ela\ Ke9ois %oltarei 9ara a9an:ar$$$ Mecanicamente, sem entender o gesto e m&ito menos artic&lar 9ala%ra, Carmelina estende& a mão, seg&rando o @&e l:e era o4erecido$ Mal seg&ro&, a %ela a9ago&seL A 9essoa @&e l:e dirigira a 9ala%ra retorno& Q  9rocissão, acom9an:andoa$ O-F/P  5ig&ra  M&l:er grita a9a %orada ao %er &m osso :&mano  sobre a 9enteadeira$ O-1#P (regada Q anela, Carmelina %i& o corteo dobrar na Consel:eiro 5&rtado, r&mo Q tra%essa 7osé Boni4cio, assim como se 4osse 9ara o Cemitério de Santa ;'abel$$$ Com a %ela na mão, Carmelina es9ero& até a madr&gada$ &eria sair dali e não conseg&ia se arredar$ Mas ning&ém %olto& 9ara a9an:ar a %ela$ Ea&sta,  @&ase de man:ã, conseg&i& 4inalmente deitarse, colocando a %ela em cima da c)moda$ Ie%e &m sono ang&stiado, onde se %ia cercada 9or seres es9ectrais$$$ $$$  &em brinca com 4ogo se @&eima, di'iam os antigos$$$ To dia seg&inte, ao des9ertar, Carmelina 4oi %eri4icar a %ela em cima da c)moda$ ec&o& es9antada$  Tãããããããoo$$$ Tão é 9ossJ%el$$$L Em l&gar da %ela, esta%a &m osso :&mano, mais 9recisamente, &m 4m&rL 2rito& a9a%orada, sendo ac&dida 9or se&s 4amiliares$ Conto&l:es o ocorrido, 9orém todos esta%am incréd&los$ Ting&ém o&%ira nada$ A Xnica coisa a con4irmar a :ist>ria da moça era o 4m&r, @&e 9ermanecia no m>%el$ Carmelina recorre& aos 4rades ca9&c:in:os, aos @&ais narro& o 4ato da

noite 9recedente, 9erg&ntando o se& signi4icado e o @&e de%eria 4a'er$ !s 4rades disseraml:e @&e tal%e' @&isessem tra'er alg&ma mensagem$ E aconsel:aramna a 9assar o dia re'ando 9elas almas sem 9a' e es9erasse, so'in:a, Q noite, Qs mesmas :oras, 9ara %er o @&e aconteceria$ Kisseram ainda @&e 9ossi%elmente iriam b&scar o @&e :a%iam deiado$ A moça 9asso& o dia em orações$ ] noite, re'ando sem9re, seg&rando &m cr&ci4io, mas mesmo assim c:eia de medo, 4ico& em grande es9ectati%a O-1-P  9elas -" badaladas$ ] medida @&e o tem9o 9assa%a, mais s&a ansiedade a&menta%a$ Carmelina sentia cala4rios e 4oi toda arre9iada @&e o&%i& os c6nticos da noite anterior$ A9ressadamente, %encendo o 9a%or @&e sentia, seg&ro& o 4m&r e es9ero& na  anela$ &ando a m&l:er dirigi&se a ela 9erg&ntando 9ela %ela, Carmelina entrego&l:e o 4m&r$  Es9ero @&e ten:a a9rendido a lição$ S&a sorte 4oi ter cons<ado os 4rades e 4eito o @&e l:e disseram$ Em caso contrrio, não 9ode nem imaginar o @&e l:e esta%a reser%ado$$$ Somos almas 9enitentes, Q 9roc&ra de 9a'$ (ense mais &m 9o&co em si mesma e nos se&s de4eitos e deie de se incomodar com o @&e os o&tros 4a'em$ Se agir como digo, 9oder ainda ser 4eli'$$$L Ao terminar, dirigi&se no%amente Q 9rocissão$ M&da, 9aralisada, Carmelina seg&i&a com o ol:ar$ E 4oi at)nita @&e %i& todo o 9réstito, assim @&e a m&l:er o alcanço&, ir s&mindo aos 9o&cos,  como se esti%esse e%a9orando$$$ $$$$ e di'iam os antigos.  Tão se de%e n&nca 9roc&rar saber as coisas @&e não nos di'em res9eito$ A c&riosidade tem se& 9reço$$$L O-1"P  ! 2rito dos *en:adores da (edreira   !ooooiiii$$$  SocorroL SocorroL   !ooooiiiii$$$  SocorroL SocorroL !s moradores do bairro da (edreira, d&rante o 9rimeiro @&artel deste séc&lo, o&%iam, c:eios de medo, altas :oras da noite, a@&eles gritos :orrorosos e ang&stiantes$ ! 9rimeiro grita%a &m estridente oooooiiiii$$$, caracterJstico de :abitantes de reas r&rais o& de sel%as, @&e ser%e 9ara a%isar @&e alg&ém est c:egando o& a s&a sim9les 9resença seg&ndos a9>s, o&%iase os 9edidos de socorro de alg&ém @&e esti%esse$$$ esti%esse$$$ os @&ali4icati%os ang&stiado, temeroso, :orrori'ado, a9a%orado, @&al@&er  &m deles @&e se &se não di' o bastante do @&e e9ressa%a o grito. tal%e' 4ossem todos eles &ntos e alg&ma coisa mais ainda$ O-13P 2&a9indaia Ass& de Moraes, %el:o morador da (edreira, é @&em narra a  9resente :ist>ria$ Seg&ndo ele, até :oe o 4ato é contado de boca em boca,  9orém são 9o&cos os ainda %i%os @&e ti%eram o9ort&nidade de o&%ir os 4amigerados gritos, mesmo 9or@&e na@&ela é9oca a (edreira não era o

 9o9&loso bairro @&e é :oe, como, também, 9elas m&itas de'enas de anos @&e  se 9assaram$$$ A@&ela é9oca, ano de -/"1, 2&a9indaia criança, a (edreira, como a maior 9arte da cidade, não 9oss&Ja l&' elétrica, nem @&al@&er o&tro ti9o de il&minação. o bairro, Q noite, %i%ia na mais com9leta esc&ridão, @&e 4a'ia 9o&cos se a%ent&rarem 4ora de s&as casas$ As noites enl&aradas @&ebra%am mais o as9ecto sot&rno. era @&ando se coloca%am cadeiras Qs 9ortas e os ra9a'es saJam a %er s&as namoradas$ (orém, noite esc&ra o& de l&ar, o&%iase.   !ooooiiiii$$$  SocorroL SocorroL E, embora saJssem gr&9os de 9essoas a %er o @&e era, nada encontra%am$ Somente os gritos, a ecoar na noite$   !ooooiiiii$$$  SocorroL SocorroL Testes momentos, os @&e o&%iam os gritos sentiam gelar o sang&e nas %eias$ E, se a noite era enl&arada, acaba%a com todo o se& romantismo. não 4oram 9o&cos os coraosos @&e se des9ediram a9ressadamente de s&as amadas$$$ Assim eram as noites 9edreirenses do inJcio do séc&lo [[, até @&e &m dia$$$ Antes, 9orém, interrom9amos a :ist>ria a@&i e rec&emos no tem9o$$$ rec&emos$$$ rec&emos meio séc&lo$$$ &m séc&lo$$$ séc&lo e meio$$$ estamos no O-1FP Xltimo @&artel do séc&lo [V;;;$ &em con:ece a (edreira :oe, com a a%enida (edro Miranda as4altada e il&minada, o mesmo acontecendo com s&as 9rinci9ais tra%essas, não a recon:eceria na@&ele longJn@&o 4im de séc&lo$ &em, :oe, % as @&adril:as, os 9ssaros e os bois nos 4esteos &ninos, os ranc:os carna%alescos d&rante a @&adra de Momo, as boites e dançars not&rnos  isto t&do tornandoa con:ecida como o bairro do Samba e do Amor, o& sim9lesmente a (edreira do Samba e do Amor  não recon:eceria, na %iagem de tem9o @&e 4i'emos, o imenso iga9> de sel%a %irgem$ Sim, 9or@&e s> na@&ela alt&ra Santa Maria de Belém do 2rão(ar começa%a a se e9andir na@&ela direção e s> aJ se inicia%a o desbra%amento do bairro cantado 9or Br&no de Mene'es, 7a@&es 5lores, Tilo 5ranco e tantos o&tros escritores e cronistas da terra$ E a (edreira deia%a de ser 4loresta %irgem nos 4ins do séc&lo [V;;;$$$ Como sabemos o 4ato\ Ele 4oi contado 9elo a%) de 2&a9indaia, @&e conto& ao  9ai de 2&a9indaia, @&e conto& ao 2&a9indaia, @&e nos conto&$$$ Tordestinos %indos das %rias ca9itanias a@&i c:ega%am, entre eles, o a%) de 2&a9indaia, originrio do (ia&J$ Esta%am todos engaados na derr&ba de r%ores de grande 9orte, en4rentando os 9erigos de animais sel%agens e do %erdadeiro 9antanal @&e era a rea$ E 2&a9indaia in4orma @&e as r%ores derr&badas eram trans4ormadas em ac:as  toros rac:ados em @&atro 9artes  e %endidas a estancieiros de len:a o& a  9adarias, @&e as &sa%am em se&s 4ornos 9ara o 4abrico de 9ães, o& ainda a car%oeiros, @&e as em9il:a%am e constr&Jam RcaieirasR <4ornos  9rimiti%os @&e trans4orma%am a len:a em car%ão=$ O-11P

 5ig&ra  Em &ma sala, em %olta de &ma mesa, @&atro 9essoas ol:am ass&stadas 9ara &ma m&l:er @&e est em 9é e gestic&lando$ O-1DP Vendiam se& 9rod&to, 9osteriormente, Qs donas de casa, n&ma é9oca em @&e os 4ogões domésticos o& eram Q len:a o& a car%ão, nem se son:ando com 4ogões a @&erosene o& a gs$ Tesse tem9o, im9era%a a lei da sel%a, o& sea, a lei do mais 4orte$ En@&anto os len:adores trabal:a%am :onestamente, 9roc&rando, com se& es4orço, gan:ar o  9ão de cada dia, :a%ia os ladrões de len:a, @&e a s&btraJam sem9re @&e a@&eles se desc&ida%am$ &ando eram 4lagrados na 9rtica desonesta, tra%a%amse %erdadeiros d&elos, onde a9areciam em cena o terçado 30, a 4aca ti9o americana, a 9eieira e até mesmo o mac:ado$ !s mortos eram se9<ados no local o& então sim9lesmente ser%iam de 9asto aos &r&b&s$$$$   !ooooiiiii$$$  SocorroL SocoooooorroL E em 9leno séc&lo [[, séc&lo e meio a9>s as cenas acima descritas, contin&a%am os gritos dos len:adores da (edreira$   !ooooiiiii$$$  SocorroL SocoooooorroL ! es9iritismo ardecista, na é9oca,  esta%a mais o& menos di4&ndido em Belém$ E, n&ma noite, local onde :oe se sit&a a tra%essa Iimb>, 9erJmetro com9reendido entre a Visconde de ;n:aXma e a Mar@&s de ?er%al, mais con:ecido como RBaia VerdeR, reali'a%ase &ma sessão es9Jrita$ Era  9residida 9or K$ (ena, 4amosa 9reta %el:a do bairro$ Tesse momento, 9ert&rbando os trabal:os, o&%i&se.   !ooooiiiii$$$  SocorroL SocoooooorroL K$ (ena concentro&se, 4e' s&as orações, solicitando @&e os 9resentes 4i'essem o mesmo$ E, todos concentrados e orando, K$ (ena in%oco& o es9Jrito O-1P  9erseg&ido$ Sem a 4a'er es9erar, o es9Jrito baio& n&m dos médi&ns, dando se&s :orrorosos gritos de socorro, semel:antes aos @&e eram o&%idos 9elo bairro$  SocorroL SocoooooorroL !s 9resentes es@&eceram a concentração e esta%am 9restes a se le%antar  da mesa$ (orém K$ (ena solicito& calma e orações, a 4im de do&trinar o es9Jrito so4redor$ Em seg&ida, 9edi& ao es9Jrito @&e relatasse a ca&sa de se& so4rimento$ E todos, es9antados, o&%iram, então, @&ando o es9Jrito, atra%és do médi&m, relato& @&e, : cerca de -1# anos, @&ando de s&a Xltima encarnação, era len:ador e encontrara &m ladrão s&rr&9iando s&a len:a$ 5e' &stiça 9elas 9r>9rias mãos, matando o lar9io$ Mais tarde, em &m o&tro d&elo, 4oi morto$ E desde aJ o es9Jrito da@&ele @&e ele matara %i%ia  9erseg&indoo, a 4im de %ingarse$ ! es9Jrito encerro& se& relato 9edindo a4lito, 9elo amor de Ke&s, @&e não o abandonassem Q ira de se& antagonista$

K$ (ena começo& a do&trinlo$ Mas assim @&e inicio&, bem em 4rente a casa, em 9lena esc&ridão.  !ooooiiiii$$$ oooooiiiii$$$ Era o :orri9ilante grito de g&erra do es9Jrito %ingador$ Ting&ém mais se conte%e. o es9Jrito @&e esta%a incor9orado desincor9oro& no mesmo instante, s&bindo mais @&e de9ressa os médi&ns es@&eceram as orações e a concentração e saJram na carreira, o mesmo 4a'endo a 9r>9ria K$ (ena$ O-10P E d&rante m&itos anos ainda contin&o&se o&%indo na (edreira.  !ooooiiiii$$$ oooooiiiii$$$  SocorroL SocoooooorroL Amedrontados, di'iam os :abitantes.  + o grito dos len:adores$$$L Mais tarde, com a e%ol&ção da cidade e o desen%ol%imento da (edreira do Samba e do Amor, com a c:egada da l&' elétrica e o crescimento 9o9&lacional do bairro, aos 9o&cos 4oram desa9arecendo os :orrJ%eis gritos$ Mas, até :oe, nas rodas de con%ersa not&rna, sor%endo &ma cana com limão, nos carteados o& domin>s, o& ainda @&ando se contam as %isagens e assombrações da cidade, a9arece sem9re &m %el:o morador do bairro @&e relembra o grito dos len:adores da (edreira, com os inomin%eis.   !ooooiiiii$$$  SocorroL SocorroL

O-1/P A Moça do Ii Cerca de "" :oras$ aim&ndo dirigia 9ela a%enida ;nde9endncia em direção ao *argo de  Ta'aré <(raça 7&sto C:ermont=$ &ase ao c:egar Q tra%essa -F de Março, &ma  o%em 4e' o sinal 9ara o ti$ aim&ndo 9aro&$  (or obsé@&io, deieme na a%enida 7osé Boni4cio, de4ronte ao Cemitério de Santa ;'abel$ ! motorista seg&i& 9ara o endereço dado$ Ao c:egar, a moça 4alo&.  Esto& sem din:eiro trocado$ Mas o sen:or 4aça o 4a%or de cobrar, aman:ã, neste endereço$ Entrego& &m 9edaço de 9a9el a aim&ndo, no @&al esta%a anotado o se& nome, tendo 9or baio. a%enida Ta'aré, n$$$ casa do sen:or 4&lano de tal$

Meio contrariado, o motorista seg&ro&  O-D#P o 9a9el @&e l:e era o4erecido$  Mas logo :oe, @&e a renda est 4raca, 9enso&L A%enida 7osé Boni4cio @&ase deserta$ A9>s :a%er deiado &m 9assageiro, Walter seg&ia r&mo ao *argo de São Bra'$ * adiante, de4ronte ao 9ortão 9rinci9al do Cemitério, a moça aceno&$ ;ngressando no %eJc&lo, 9edi&.  (or 4a%or, le%eme 9ara a a%enida Ta'aré, 9erJmetro com9reendido entre tra%essa &intino BocaiX%a e &i Barbosa$ Ao ser deiada no destino, solicito&.  Aman:ã o sen:or cobra a@&i nesta casa, com o sen:or 4&lano$ Kiga @&e a corrida 4oi de s&a 4il:a$ ! carro seg&ia %elo'mente 9ela São 7er)nimo imo Q tra%essa Benamin Constant$ 8ma o%em, de 9é, &nto a &ma mang&eira, 4e' o sinal @&ase em cima$ ! motorista estaciono&$ ecebe& a ordem de cond&'ila 9ara o Cemitério de Santa ;'abel$ Em l c:egando, o 9edido de cobrar a corrida no dia seg&inte, na casa de4ronte Q @&al 9egara o %eJc&lo$ Iomando o ti na a%enida 7osé Boni4cio, solicito& 9ara ser cond&'ida Q tra%essa Kr$ Assis, no bairro da Cidade Vel:a$ O-D-P  5ig&ra  ! motorista ol:a descon4iado 9ara a 9assageira  @&e est no banco de trs do %eJc&lo$ O-D"P E a mesma :ist>ria das narrati%as anteriores se re9eti&. mando& o motorista cobrar no dia seg&inte, no local onde era deiada$ 8m dia @&al@&er do ano$ (orém sem9re &ma data certa$ A moça 4a' o sinal 9ara o ti, geralmente de @&atro 9ortas, sentandose atrs$ Solicita ao motorista @&e % ao bairro da Cidade Vel:a$ (ede 9ara ir de%agar 9elo *argo da Sé <(raça 5rei Caetano Brandão= %olteia o *argo do Carmo, 4a' @&estão de ir ao (orto do Sal, dirigese em seg&ida ao Arsenal de Marin:a, solicitando sem9re marc:a lenta$ ! motorista, meio aborrecido, 9erg&nta.  Mas, a4inal, onde a sen:ora @&er 4icar\  Ke9ois l:e direi$ Tão se aborreça comigo, 9or 4a%or$ ! sen:or cobrar de9ois @&anto @&iser$ To momento não %o& a l&gar nen:&m$ Esto& a9enas  9asseando$ Sabe\ ?oe é me& ani%ersrio, e me& 9ai, todos os anos, me d de  9resente &ma %olta de ti 9ela cidade$ Ele 9agar @&anto o sen:or 9edir$  A4inal, t&do é 9ossJ%el, 9enso& o :omem$ E acom9an:o& a@&ela t&rista em s&a 9r>9ria cidade, 4a'endo ele mesmo &m t&rismo 4orçado$

Ke9ois da Cidade Vel:a, o&tros bairros se seg&iram$ A moça ol:a%a demoradamente os @&arteirões, as casas, 4a'endo obser%ações$  Este 9rédio é no%o$$$ Bem a@&i tin:a &m cam9in:o de 4&tebol, onde a molecada brinca%a$ Mas como est a a%enida (edro MirandaL &ase nem a recon:eço$$$L $$$ ;magine s>$$$ @&em  O-D3P diria @&e esta é a a%enida K&@&e de Caias\ Até bem 9o&co tem9o era &m matagal$$$ A:L o %el:o Bos@&e odrig&es Al%es$$$ não m&da n&nca$$$ Ierra 5irme é &m bairro no%o, não\$$$ &e con&ntos enormes estão 4a'endo na Marambaia e na estrada A&g&sto Montenegro$ Se : alg&m tem9o se 4alasse em morar nestas bandas, até diriam @&e se esta%a doido$ E agora, né\$$$  Sabe\ antigamente gosta%a de 9assear Q noite, na @&adra &nina$ !s bairros do Marco e da (edreira 4icam lindos, c:eios de 4og&eiras em todas as r&as e tra%essas$$$ E as 4estas cai9ira\ nem é bom 4alar$$$ Ainda 4a'em a@&ela 4og&eira enorme l no largo da C)ndor <(raça (rincesa ;'abel= no dia de São 7oão\ E como se s> saJsse &ma %e' d&rante o ano, a moça relata%a as modi4icações nos %rios bairros de Belém$ Ke9ois de tlos 9ercorrido, 9edi& 9ara ser  deiada no bairro de Santa ;'abel$  (ode deiarme a@&i$ Agora %o& andar &m 9o&co a 9é$ M&ito obrigada 9or  t&do, 9rinci9almente 9ela s&a 9acincia comigo$  M&ito bem, moça$ 5eli' ani%ersrio$ Mas$$$ e a corrida\  A:L Sim, desc&l9e, ia es@&ecendo$ Cobre com me& 9ai, neste endereço$ Kigal:e @&e é me& 9resente de ani%ersrioL M&ito obrigada de no%o$ Ié logo$  aim&ndo  o& Walter, o& A&g&sto, o& 7osé, o& @&al@&er @&e sea o motorista  conta sem9re o mesmo des4ec:o 9ara a cobrança da corrida$ ;sto tanto 4a' no caso de deiarem a moça, Q noite, no Cemitério de Santa ;'abel, como no caso in%erso, o& sea, de ela tomar o carro l e 4icar, de9ois, n&ma das r&as citadas riaL To dia seg&inte, 9ela man:ã, o motorista 4oi ao endereço dado 9ela moça$  Bom diaL Mora a@&i o sen:or 4&lano\  Bom diaL Sim, mora$ ! @&e o sen:or desea\  Vim cobrar &ma corrida$$$   \\\L  Vim cobrar &ma corrida de ti da 4il:a dele$  Mas ele não tem 4il:a, o& mel:or, n>s não temos, 9or@&e so& es9osa dele$  Tão é 9ossJ%elL  !ra, não ten:o 9or@&e l:e mentir$$$  Mas ontem &ma moça assim, assim, corre& toda a cidade em me& carro e me mando& cobrar a@&i, di'endo ser 4il:a do sen:or 4&lano e @&e o 9asseio era o

se& 9resente de ani%ersrio @&er esclarecer se a moça @&e 9ego& o se& carro esta%a %i%a o& não$ ! caso é sol&cionado 9ela c:egada do marido, @&e a4irma a morte da moça,  9ronti4icandose a le%lo ao Cemitério$ E l, mostra o tXm&lo, onde o motorista % &m retrato ig&al ao @&e :a%ia na casa$$$ Esta :ist>ria, @&e é &ma das mais di%&lgadas em Belém, tem di%ersas %ersões. -  &anto Q residncia da moça. : %ariações, 9redominando, entretanto, dois bairros, o de Ta'aré e o da Cidade Vel:a$ Teste Xltimo, a r&a em @&e se sit&a a casa é a tra%essa Kr$ Assis  no 9rimeiro, são indicadas d&as r&as. as a%enidas São 7er)nimo e Ta'aré, %ariando ainda o 9erJmetro$ (orém, 9ara @&al@&er das d&as a%enidas, sem9re estaria sit&ada entre as alternati%as @&e se colocam entre as tra%essas -F de Março e Benamin Constant "  &anto Q oc&9ação do %eJc&lo. o& ele é oc&9ado 9ara a %olta 9ela cidade, e, neste caso, geralmente de dia, o& é tomado de4ronte ao Cemitério de Santa ;'abel 9ara cond&'ir a moça Q residncia o& ainda o contrrio, o& sea, toma o carro de4ronte Q casa e 9ede 9ara ser le%ada ao Cemitério 3  Em relação Q cobrança da corrida. os 9ais da moça s> estran:aram a  9rimeira %e' @&e o caso se 9asso& daJ 9ara diante, @&ando @&al@&er motorista %ai cobrar a conta, 9agam  O-DDP tran@ilamente, a9enas 4a'endo re4erncia ao 4ato de @&e a moça  morre& e solicitam orações 9ela s&a 9a' F  Sobre a reação do motorista. seg&ndo &ma %ersão, ele encaro& o 4ato com nat&ralidade seg&ndo o&tra, 4oi acometido de 4orte crise ner%osa, sendo necessrio o se& internamento em :os9ital, a9>s o @&e te%e alta, saindo 9er4eitamente rec&9erado seg&ndo &ma terceira, morre& no ?os9ital 7&liano Moreira, com9letamente lo&co$ !s in4ormantes desta :ist>ria 4oram di%ersos motoristas de tis e mais o sen:or Walter de So&'a Moreira$

O-DP A9osta Macabra To bar, a con%ersa ia animada$ 8mas e o&tras eram ingeridas, en@&anto a ra9a'iada conta%a bra%atas$ Em meio, s&rge disc&ssão sobre coragem, cada @&al ad%ogando 9ara si 9oss&ir mais esta %irt&de @&e os demais$ 7oão destacase em contar casos em @&e s&a coragem 4ora 9osta Q 9ro%a e n&nca sentira medo$ (artici9ara de brigas de r&a, m&itas %e'es com ad%ersrios em nXmero maior, ec&rsionara 9ela sel%a ama')nica em l&gares tidos como encantados, desa4iara a Matinta (erera, o C&r&9ira, o Ma9ing&ari, a ara, en4im, a @&ase todos os d&endes ama')nicos e nada l:e acontecera$ 5i'era %iagens arriscadas e 9raticara até roleta r&ssa$ Kiante de tantos 4atos a con4irmar a o&sadia de 7oão, 4oi 9ro9osto &m teste. se aceitasse e se saJsse bem, seria con:ecido 9or todos como o mais coraoso do gr&9o em contrrio, todos os casos @&e contara  O-D0P seriam %istos como 9atran:as$ Colocado desta maneira contra a 9arede, 7oão não te%e o&tro rec&rso senão aceitar o teste a @&e iam s&bmetlo$  E o @&e %ocs @&erem @&e e& 4aça\  Antes de ser dito, %amos 4ec:ar &ma a9osta$ To caso de 9erderes,  9agars meia dX'ia de cer%eas$ Se gan:ares, n>s 9agaremos meia dX'ia 9ara ti$ 5ec:ado\  Tão 9osso 4ec:ar antes de saber o @&e é$  Tão ser nada im9ossJ%el 9ara &m :omem com a coragem @&e t& demonstras$ Se não 4ec:ares logo, é 9or@&e desde agora  ests sentindo medo$  Em absol&to$ Mas, se %o& a9ostar, de%o saber do @&e se trata$ !& %ocs @&erem @&e e& 4ec:e neg>cio no esc&ro\  Bem, se deiares de aceitar, ser a 9ro%a de @&e realmente não tens coragem e esta%as mentindo descaradamente$  Tão %em c:amando de mentiroso, não$ Tão o4ende, 9or@&e aJ a coisa m&da de 4ig&ra$  Calma, calmaL Tão estamos a@&i 9ara brigar$ Ki' logo, eca, o @&e 7oão de%e 4a'er$ Se ele aceitar, a&tomaticamente a a9osta est 4ec:ada$ Em caso contrrio, não é 9reciso di'er mais nada$  Bem, 4alo& eca dirigindose a 7oão, t& de%ers ir meianoite, n&ma

seta4eira, ao Cemitério$ Io9as o& não to9as\  Mas$$$ logo no Cemitério\  E& não disse\ E& não disse\ Basto& se 4alar em Cemitério e o RcoraosoR   9erde& toda a coragem$$$  Tão é isso$$$ é @&e sem9re res9eitei os mortos$ !l:e min:a mãe até 4a' a no%ena das almas$ Tão é m&ito &sto a gente ir 9ert&rbar os @&e morreram$  Con4essa logo @&e a coragem est 4altando e nos daremos 9or satis4eitos$ O-D/P Mas não %em com essa onda de res9eito aos mortos, de no%ena 9ras almas, @&e não RcolaR não$ A4inal, não %ais desres9eitar ning&ém, nem 9ro4anar  tXm&los$ A9enas 4ars &ma %isita ao local$  Tão sei, não$$$ Tão é medo, 9osso asseg&rarL Mas$$$ sabem como é, né\  Sabemos, simL !ra se sabemosL Então o :omem @&e  en4rento& todos os RencantadosR da Ama')nia com medo de ir a &m sim9les CemitérioL !nde  se %i&\  Vem c, e 9or @&e t& não %ais\  E& ten:o medo, con4esso$ Mas 9elo menos não 4ico Rarrotando ba4oR aJ em cima dos o&tros$ E não %ira a coisa 9ra cima de mim, não, @&e o neg>cio é contigo$ Tão tenta te descartar$ + 9egar o& largar$ Tão tem meio termo$ !s o&tros concordaram @&e 7oão esta%a @&erendo sair da a9osta e contin&aram a dar RcordaR, até @&e 7oão, n&m arrebatamento, disse.  (ois bem  @&e Ke&sme 9erdoe , e& %o& ao Cemitério Q meianoite da  9r>ima seta4eira$ Vocs %ão %er @&e realmente isto não me ass&sta$ Era a9enas &ma @&estão de res9eito$ A 9artir daJ, acertaram os detal:es. 7oão de%eria le%ar &m 9edaço de madeira, onde estariam os nomes de todos os 9artici9antes da a9osta$ Se&s amigos, Qs "3.3# :oras, o acom9an:ariam até Qs 9roimidades do Cemitério e de9ois o deiariam so'in:o$ Ele de%eria 9&lar o m&ro e dirigirse até ao meio do Cam9o Santo, enterrar a madeira n&ma se9<&ra e regressar$ Encontraria com os amigos no sbado 9ela man:ã, Qs  :oras, e os cond&'iria até o local onde tin:a colocado o marco @&e seria identi4icado 9elos demais$ Se 4i'esse O-#P t&do direitin:o, gan:aria a a9osta$ ;sto 4oi n&m sbado$ Kecorre& o resto da semana, inicio& a o&tra e o 9e@&eno gr&9o s> 4ala%a na a9osta com 7oão$  5inalmente, seta4eira$  + :oe, :einL E o gr&9o de ra9a'es 9ro%idencio& &m 9edaço de madeira no @&al cada &m escre%e& o 9r>9rio nome$ ] noite, no local combinado,  esta%am todos re&nidos e 4alta%a a9enas 7oão$ Cons<a%am os rel>gios e 4a'iam comentrios os mais di%ersos$  I 9ensando @&e coragem é 4ome, :ein\  Tão %em, com certe'a$ Ele s> tem ba4o de boca e c:&lé de 9a9agaio$ 5a'endoos calar, s&rge 7oão, meio 9lido, com &ma ca9a enrolada sobre os ombros$    !iL  (ens%amos @&e não %in:as mais$  + @&e não esto& me sentindo bem$

 Certo, certo$ Aman:ã 9agas a meia dX'ia de cer%eas$$$ e agenta a go'ação da t&rma$  Tão sen:or$ Kisse @&e não esta%a me Sentindo bem, mas e& %o&$ Cad a madeira com o nome de %ocs\  I a@&iL  Vem c, 9ra @&e essa ca9a\  + @&e 9ode c:o%er e &m :omem 9re%enido %ale 9or dois$ E andaram até c:egar Qs cercanias do cemitério de Santa ;'abel$ Ali, O--P des9ediramse, marcando no%o encontro no mesmo local, Qs  :oras do dia seg&inte$ 7oão sai& em direção ao Cam9o Santo$ Ke onde esta%am, se&s com9an:eiros seg&iramno com a %ista$ Viramno a9roimarse do m&ro, ol:ar 9ara &m lado e 9ara o o&tro a 4im de %eri4icar  se não %in:a ning&ém$ Ke &m salto, alcanço& o cimo do m&ro, erg&endose,  9ara, em seg&ida, 9&lar 9ara dentro do Cemitério$  Ele 4oi mesmoL E os ra9a'es %oltaram Qs s&as residncias$ En@&anto anda%am, soaram as -" badaladas marcando a meianoite de seta4eira$   Sbado$ A man:ã esta%a alegre, di4erente das man:ãs c:&%osas da @&adra in%ernosa$ !s ra9a'es 4oram c:egando ao local de encontro e, @&ando  esta%am todos, 4icaram somente ag&ardando 7oão$ Este demora%a a c:egar$  Sem9re atrasado$  Ser @&e ele 4oi mesmo\  Bem, n>s o %imos 9&lar 9ara dentro do Cemitério$  Ele 9oderia ter %oltado$ !s comentrios contin&a%am e o tem9o 9assa%a$  .3# :oras$  0 :oras$  0.3# :oras$ Ass&nto  esgotado, os ra9a'es 9ensaram @&e 7oão tal%e' ti%esse 4icado dormindo o&, sim9lesmente, 9or ter %oltado e 9erdido a a9osta, não O-"P  5ig&ra  ?omem deitado sobre &ma se9<&ra$ O-3P @&isesse encarar os amigos$ esol%eram ir até ao Cemitério, onde, 9elo menos, se certi4icariam se 7oão :a%ia o& não colocado a madeira na se9<&ra$ Entraram$ ?a%ia certo mo%imento. alg&mas 9essoas isoladas %isita%am entes @&eridos desa9arecidos e também se reali'a%a &m enterro$ Andaram em direção ao meio do Cemitério$ Ke9ois de %oltearem d&rante

certo tem9o, &m dos ra9a'es de& &m grito de 9a%or, en@&anto ol:a%a em certa direção$ !s com9an:eiros seg&iram se& ol:ar$ (or cima de &ma se9<&ra, esta%a 7oão, morto, ol:os esb&gal:ados de  9a%or, 9arecendo recriminlos$ Ao lado, o 9edaço de madeira, com se&s nomes, enterrado no c:ão$$$ A 9onta de s&a ca9a esta%a 9resa em &ma 9lanta$$$ A9>s &ma série de longas e9licações, incl&si%e Q (olJcia, @&e 4oi c:amada ao local, onde a a9osta e se&s detal:es 4oram narrados, o cor9o de 7oão 4oi le%ado Q a&t>9sia$ !s legistas atestaram cola9so cardJaco$ E  9roc&ra%am &ma ra'ão 9ara a morte do ra9a'$$$ A9esar de e9licações racionais, os ra9a'es não as aceita%am, tenta%am imaginar o ra9a' Q meianoite, em meio Qs se9<&ras, sendo agarrado 9or seres es9ectrais 9or ter desa4iado os mortos$ 5ica%am a9a%orados s> de 9ensar na cena e &lga%amse c&l9ados 9ela morte do amigo$ E comenta%am.  8ma brincadeira de ma& gosto$ 5oi o mesmo @&e se o matssemos$ Mandlo ao Cemitério, Q meianoite, e logo n&ma seta4eira$$$L

O-FP ! Carro Assombrado + interessante como, ao longo da e%ol&ção de &m 9o%o, e%ol&em também as s&as %isagens e assombrações$ K&endes das sel%as e das g&as, @&ando não se a4astam com o 9rogresso, como é de regra acontecer, ada9tamse ra9idamente Q %ida citadina, con%i%em com os :abitantes da metr>9ole, ass&standoos, o& assombrandoos, o& ainda 9rotegendoos as almas 9enadas, ig&almente, @&erem go'ar das Xltimas con@&istas da ci%ili'ação$$$ Assim, %isagens @&e eram %istas, antes, a 9é, de re9ente começam a se &tili'ar de bondes, tomandoos e desa9arecendo  Qs %istas s&r9resas de motorneiros e cobradores  diante dos Cemitérios de Santa ;'abel e Soledade os bondes são tirados de circ&lação, %m os )nib&s e imediatamente os 4antasmas deles se &tili'am 9ara s&as rondas mas os tis 9roli4eram e, O-1P sendo &m meio de trans9orte mais con4ort%el e %elo', ra9idamente 9ara estes Xltimos se trans4erem, 4a'endo se&s 9asseios o& itinerrios$$$ de tiL I&do isto sem 4alar na s&a ati%a 9artici9ação nas casas comerciais e nos com9leos ind&striais, onde, con:ecendo o& não as m@&inas, colocamnas a 4&ncionar$ (orém, esta  é &ma o&tra :ist>ria$ Veamos agora a9enas a de &m e>tico carro em carreiras not&rnas 9elo bairro da Cremação$ R&ando a noite lança sobre a 4ace da terra o se& negro manto, tra' consigo, além das tre%as, o medo gerado 9elo 9r>9rio :omem em relação ao meio @&e o rodeiaL (or @&e o :omem teme as sombras\ Belém crescia e 9ros9era%a d&rante a 5ase Z&rea da Borrac:a aos 9o&cos a cidade se am9lia%a e cria%amse no%as escolas, loas, casas comerciais, casas

de saXde etc$ Tos s&bXrbios, 9orém, o 9rogresso c&sta%a mais a c:egar, e t&do corria de maneira di4erente. grandes to&ceiras de ca9im cresciam 9elas r&as esb&racadas e mal il&minadas  @&ando o eram ,  acidentadas 9or nat&re'a$ &ando c:o%ia, o 9roblema 9ara o s&b&rbano 9iora%a. as g&as 4orma%am %erdadeiros lagos o& rios, in&ndando t&do, in%andindo as casas, tornando as r&as intransit%eisR$ Walter de So&'a Moreira %ai narrando o 4ato, como se dele :o&%esse  9artici9ado$ A tra%essa / de 7aneiro, entre as a%enidas São 7er)nimo e Conceição, a9resenta%a &m as9ecto desolador, toda esb&racada e enlameada$ As noites, @&ando não :a%ia l&a, eram esc&ras e  O-DP m&itas %e'es os cães ladra%am, a9arentando temor de alg&ma coisa @&e %iam o& a9enas sentiam$ Em se& casebre, A&g&sto não conseg&ia dormir$ Mantin:a con%ersa com se& irmão 7osé, @&e esta%a deitado em &ma rede, ao se& lado$  ?oe esto& sem sono$ Irabal:ei o dia todo na constr&ção e esto& com o cor9o todo doloridoL  To começo é assim mesmo, 9orém, com o tem9o, t& te acost&mas$ (obre tem @&e dar &m m&rro da@&eles 9ra conseg&ir &m din:eirin:o, en@&anto o rico %i%e na mole'a$  + assim mesmo, é$ (obre %i%e de teimoso$  Sabe o @&e t) 9ensando\ Vo& me meter n&m seringal e$$$ A con%ersa 4oi interrom9ida$ 8m bar&l:o enorme, assim como de &m cal:ambe@&e em dis9arada, c:amo& a atenção dos dois irmãos$ ! som %in:a da r&a dos Cari9&nas$ Ten:&m dos dois atre%e&se a ol:ar o @&e se 9assa%a l 4oraL ! r&Jdo do %eJc&lo ia n&m crescendo, e os irmãos limitaramse a 4icar na rede o&%indo, en@&anto a&menta%a de intensidade$ !s cães ladra%am, temerosos$  Santa mãeL  &e ser isto\  (arece &m carro todo em 9edaços$$$ &e bar&l:oL  Com certe'a, é coisa r&im$$$ ! 4ato  acontecido : bastante tem9o  4oi comentado 9elos moradores da tra%essa$ !s antigos :abitantes da@&ela rea ainda g&ardam na lembrança o acontecido de &ma noite @&ando a borrac:a ama')nica  começa%a a declinar$$$ e com ela toda a região$ O-P   -/-$ M&itos anos :a%iam se 9assado$ Com eles, o 9rogresso c:egara aos s&bXrbios de Belém$ ! caso do %eJc&lo malassombrado esta%a @&ase es@&ecido  9ela maior 9arte dos moradores, e alg&ns nem ao menos o con:eciam$ A tra%essa / de 7aneiro tomara o&tro as9ecto, e no%os moradores ali 4oram residir$ K$ osa desligo& a IV tarde da noite e 4oi Q co'in:a tomar &m co9o de leite a9>s, 9re9aro&se 9ara dormir$ Sento&se ao leito onde o es9oso  dormia e começo& a 4a'er s&as orações.

 A%eMaria, c:eia de graça$$$ Calo&se interrom9ida 9elo estran:o bar&l:o @&e %in:a da r&a dos Cari9&nas, @&e aos 9o&cos 4oi a&mentando$  Mas$$$ @&e$$$ @&e é isto\$$$ 9arece &m carro$$$ mas, a estas :oras\  Tão 9ode serL CarlosL CarlosL  &e diabo, > m&l:erL &e é\  !&ça aJL  &e$$$ @&e$$$ @&e neg>cio é esse\  (arece &m carro, né\ Mas de%e ser &m carro m&ito %el:o e, nesta %elocidade, 9arece até @&e %ai se desmantelando todo$  &e bar&l:o es@&isito$ + in4ernalL   Aman:ece&$ Vrias 9essoas comenta%am o ocorrido$  ;sto não acontece de :oeL 7 : m&ito tem9o @&e se dL T>s  o&%imos : m&itos anos atrs$  + &m bar&l:o :orrJ%elL O-0P  8ma coisa im9ressionante$ 5ico toda arre9iada s> de me lembrar$  ! @&e ser, :ein\ ! r&Jdo re9eti&se %rias %e'es$ Mas ning&ém atre%e&se a abrir as anelas  9ara %eri4icar o @&e era$ To negr&me da noite, alg&ma coisa motori'ada, :orri9ilante, 9rod&'ia a@&ele bar&l:o sobrenat&ral, @&e a9a%ora%a a todos os @&e o&%iam$$$ *Xcia odrig&es, es9oso e 4il:os deiam a %el:a residncia no bairro do Marco e m&damse 9ara a r&a dos Cari9&nas, entre as tra%essas -F de Abril e 3 de Maio$ 2ostam do 9erJmetro, dos %i'in:os, das no%as ami'ades$ Cost&ma%am sentar em 4rente Q 9orta da residncia, como era cost&me, até altas :oras da noite, con%ersando com a %i'in:ança$  Boa noite, %i'in:aL  Boa noite$ ?oe a %i'in:a esta%a im9ag%el com s&as 9iadasL  Esto& é morrendo de sono$ Aman:ã terei de acordar cedo 9ara o trabal:o$  !ra, deie dessa$ Voc n&nca deio& de madr&gar, aconteça o @&e acontecer$ En@&anto o marido ia dormir, *Xcia 4oi até a co'in:a 9re9arar alg&ma coisa  9ara merendar antes de dormir$ Iroco& de ro&9a, tiro& da ga%eta da c)moda &m lençol lim9o e, @&ando ia deitarse, ol:o& o rel>gio$  (&a,  são --.1# :oras$ Iroco& o lençol da cama e deito&se$ Ke' min&tos O-/P  5ig&ra  8m carro antigo 9assando em %elocidade 9ela r&a deserta$ o O-0#P de9ois, sobressaltase$

 &e 4oi isto\  ;sto o @&\ K&rma, res9onde& o marido, com sono$ Mas o sono interrom9ido não %eio, 9ois a a&dição ca9to& &m estran:o r&mor  @&e %in:a do lado do Cemitério de Santa ;'abel$  (arece &m carro em desabalada carreira, se descon&ntando todo$ &em seria ca9a' de dirigir &m carro neste estado\ ! r&mor a9roimo&se, 9asso& de4ronte da casa e distancio&se, indo 9erderse na tra%essa / de 7aneiro$ ! marido o&%i& t&do, sem comentar$ ! 4ato re9eti&se na o&tra seta4eira$$$ e em o&tra$$$ e em o&tra$$$ (ara alg&ns moradores, s> se o&%e o bar&l:o do estran:o %eJc&lo na seta4eira santa 9ara o&tros, é em @&al@&er seta4eira$$$ Ke &ma 4orma o& de o&tra, os moradores do bairro di'em tratarse de coisa r&im, e : m&itas m&l:eres @&e eclamam.  Se o&%i o bar&l:o\ Claro @&e o&%i$$$ E @&em não o&%iria\ 5ico toda trm&la e arre9iada s> de me lembrar$$$ A@&ele carro é malassombradoL O-03P ! C<o das almas ! C<o &em 9assa, Qs seg&nda4eiras, de4ronte dos Cemitérios, em Belém, %eri4ica &m mo%imento incom&m de'enas e de'enas de 9essoas, a todo momento, c:egam o& saem mil:ares de %elas estão acesas em di%ersas se9<&ras  é o C<o das Almas$ A cada dia @&e 9assa, o c<o a&menta considera%elmente o nXmero de ade9tos e se res&me no seg&inte. a 9essoa @&e desea alcançar &ma graça de%e %isitar  o Cemitério d&rante no%e seg&ndas4eiras e re'ar &m rosrio, sendo @&e 9rimeiro são re'ados dois terços, de9ois a !ração das Almas, ocasião em @&e se 9ede a graça, e, 4inalmente, o Xltimo terço do rosrio$ ! C<o tanto 9ode ser dirigido Qs almas em geral como a &ma  9artic&larmente, sendo @&e, 9ara alg&mas, eistem orações indi%id&ais, @&e %eremos mais adiante$ ! C<o é reali'ado 9or 9essoas de todos os nJ%eis sociais, desde sim9les  biscateiros e :&mildes o9errios até ind&striais e 9olJticos$ As ca&sas @&e le%am as 9essoas a reali'ar o C<o são as mais %ariadas  9ossJ%eis 9edidos 9ara casamento
O-0FP ! Cemitério da Soledade <@&e é o mais antigo da cidade= a9resenta maior  mo%imento, aJ alcançando o C<o das Almas as maiores mani4estações de 4é$ Almas mais milagrosas Em cada &m desses dois cemitérios, : tXm&los @&e são mais 9roc&rados$ To Cemitério da Soledade, os @&e go'am de maior 9roc&ra 9o9&lar são os tXm&los de aim&ndin:a (icanço, da (reta Komingas e do Menino CJcero$ Tosso in4ormante, 7$M$C$, administrador do cemitério da Soledade, in4orma @&e aim&ndin:a (icanço teria sido en%enenada 9elos irmãos e madrasta$ Tão nos 4oi 9ossJ%el %eri4icar a %eracidade da in4ormação$  Ta década de 3# &ns meninos brinca%am no Cemitério, 9r>imo ao tXm&lo de aim&ndin:a, @&ando o se& es9Jrito a9arece&, c:amando &m deles$ ! menino 4ico& RassombradoR, tendo bastante 4ebre, c&randose ante a in%ocação do nome de aim&ndin:a (icanço daJ em diante s&cedemse os milagres$ Em se& tXm&lo, além da inscrição de o4erecimento 4eita 9or &ma de%ota, nada consta @&anto ao ano de nascimento o& de 4alecimento$ A inscrição é a seg&inte.  aim&ndin:a (icanço  com o maior carin:o  e& te o4ereço  este tXm&lo  em agradecimento  aos inXmeros  milagres  recebidos 9or ti  
 CJcero  se&s 9ais inconsol%eis  4il:o legJtimo de  *indol4o 7osé B&rle  e de 2&il:ermina B&rle  T$ em -/ de setembro de -0D  5$ em " de abril de -0" To Cemitério de Santa ;'abel, os tXm&los mais 9roc&rados são os de Se%era omana, do Kr$ Camilo Salgado e o do Kr$ Crasso Barbo'a$ O-0DP Se%era omana era casada com o soldado (edro Ca%alcante de !li%eira$ Este abri& as 9ortas de se& lar ao cabo Antonio 5erreira dos Santos 9ara @&e ali 4osse 4a'er as re4eições$ ! cabo a9aiono&se 9or Se%era, 4a'endol:e declarações$ 5oi re9elido$ 8m dia em @&e o soldado (edro esta%a de ser%iço, o cabo %olto& a in%estir$ To%amente re9elido, gol9eo&a Q na%al:a, matandoa$ ! crime de&se a " de &l:o de -/## e consterno& a 9o9&lação da é9oca, @&e mando& erigir &m tXm&lo ica Contase @&e certo dia, Q :ora cre9&sc&lar, &ma sen:ora %isita%a o tXm&lo de s&a 4il:a, @&e 4ica%a 9r>imo ao de Se%era omana$ Ke9ois @&e encerro& s&as orações, a sen:ora ol:o& 9ara o tXm&lo de Se%era e %i& a cr&' toda il&minada, 9arecendo en%ol%ida 9or &m :alo$ Baio& a %ista, 4a'endo orações e @&ando %olto& a ol:ar, a l&' :a%ia desa9arecido$ A notJcia es9al:o&se célere e daJ em diante iniciase o C<o de Se%era omana$ Camilo Salgado e Crasso Barbo'a 4oram dois médicos m&ito admirados e @&eridos, @&er 9ela com9etncia, @&er 9elas caridades @&e 4a'iam$ Ambas as mortes 4oram m&ito sentidas$ Iem9os mais tarde, es9al:o&se a notJcia de @&e Camilo Salgado ora a9arecera a &m medicandoo, ora o9erara a o&tro
 9rimeira 9redomina, sendo 9o&cos os 9edidos 9or escrito$ !s 9edidos mentalmente são 4eitos d&rante as orações, @&e tanto 9odem ser as !rações das Almas, de carter geral, @&anto as orações de carter indi%id&al$ !s 9edidos 9or escrito são 4eitos em 9e@&enos 9edaços de 9a9el e colocados no tXm&lo da alma escol:ida 9ara de%oção$ Veremos adiante alg&ns ti9os de 9edidos desta nat&re'a$ As orações, como dissemos acima, são de dois ti9os. as de carter geral, o& sea, dirigidas a todas as almas, e as de carter indi%id&al, dirigidas a &ma alma determinada$ !rações de carter geral As orações de carter geral são 4eitas geralmente no Cr&'eiro do Cemitério, 9odendo, entretanto, ser dirigidas a9enas a &ma alma, e, neste caso, são reali'adas no tXm&lo da alma escol:ida$ Estas orações são am9lamente di%&lgadas, tendo se&s modelos im9ressos, e tra'em inscrições es9eciais o& até mesmo %ersos, como o abaio transcrito, de VinJci&s de Moraes. R(ara isto 4omos 4eitos. (ara lembrar e ser lembrados (ara c:orar e 4a'er c:orar  (ara enterrar nossos mortos$R O-00P Seg&ese o tJt&lo RMilagrosa To%ena em ?onra das AlmasR e, abaio, as instr&ções RVisite o cemitério / seg&ndas4eiras, re'ando &m rosrio$ e'amse dois trços, em seg&ida lse a oração e 9or Xltimo o trço restante do rosrioR$ Em seg&ida %em a 9ro9riamente dita R!ração das Almas. !:L almas, o:L Almas santas benditas, milagrosas e abençoadas das trs  9essoas @&e morreram @&eimadas, a4ogadas e en4orcadas$ V>s 4ostes como e& e e e& serei como %>s$ ogai a Ke&s  9or mim, @&e rogarei a Ke&s 9or %>s$ !:L Almas santas dos cati%os, Almas dos 9ontJ4ices, Almas dos %igrios, Almas dos bis9os, Alma dos asilados, Almas dos sarcedotes, Almas dos  9relados, Almas mais abondanadas e todas a@&elas @&e estão mais 9erto de %erem a Ke&s, rogai 9or mim e alcançaime a graça @&e %os 9eçoL (elo 9oder de Ke&s (adre, 9elo 9oder  de Ke&s 5il:o, 9elo 9oder de Ke&s Es9Jrito Santo$ !:L Almas santas benditas, 4a'ei o me& 9edido$ Assim como Tosso Sen:or  7es&s Cristo desce Q Ierra no santo

sacri4Jcio da missa, na :ora da consagração da ?>stia, %en:am todos em me& socorro, sem demora em me& a&Jlio,  9ara e& alcançar as graças @&e %os  9eço$ <9edese a graça= E& %os 9eço 9ela 4orça dos trs  9oderes (adre, 5il:o, Es9Jrito Santo, re&nida nas trs 9essoas da SantJssima Irindade, @&e 4ormam o grande mistério o:L Almas a4litas do 9&rgat>rio rogai  9or mim e 4a'ei o me& 9edido$ O-0/P Almas das 9essoas @&e morreram @&eimadas, a4ogadas e en4orcadas, Almas santas e benditas, @&e Cristo adorais e glori4icais, bendi'eis e contem9lais,  9or merc, 4a'eil:es 9reces 9or mim,  9ara @&e e& sea li%re de todos os  9erigos do cor9o e da alma, sea 4eli' e obten:a bons res<ados nos me&s neg>cios, alcançaime a graça @&e %os  9eçoL Min:as santas Almas benditas e& %os  9eço 9ela :ora em @&e nascestes 9elo Sen:or @&e adorastes, 9elas 9enas do (&rgat>rio em @&e estais, %en:am todas em me& socorro sem demora, em me& a&Jlio, e %aleime da a4lição em @&e me ac:o$ *i%raime de todos os 9erigos em me& cor9o e da min:a alma de todas as calXnias, intrigas e 9erseg&ições$ *i%raime de todos os obstc&los e di4ic&ldades @&e se o9oserem Qs reali'ações de min:as 9etições o& 4i'erem mais tem9o$ A&daime, o:L Almas a4litas do (&rgat>rio 9rinci9almente as @&e morreram @&eimadas, a4ogadas e en4orcadas$ (edi e rogai a Tosso Sen:or  7es&s Cristo 9or mim, 9ara @&e não me 4altem os socorros do Cé& e o 9ão de cada dia$ (edi e rogai a T$S$ 7es&s Cristo,  9rinci9almente 9ela c:aga do se& ombro @&e tanto 4e' so4rer a@&ele cor9o santJssimo, 9ela agonia no ?orto das !li%eiras, @&ando 9rostrado 9or terra s&o& sang&e 9elos nossos 9ecados, 9ela

coroa de es9in:os @&e tras9asso& a cabeça de 7es&s, 9ela cr&' @&e Ele le%o& nos ombros 9elas r&as de 7er&salém, 9elo Xltimo s&s9iro @&e Ele ealo& na cr&', 9or todos estes O-/#P martJrios deste coração candJssimo,  9edi e rogai 9or mim 9ara alcançar a graça @&e %os 9eço$ ogai a 7es&s na ?>stia e no clice sagrado no santJssimo
 9&rgat>rioR, c&o teto transcre%emos a seg&ir R(ai Eterno %os o4ereço o  9reciosJssimo Sang&e de Tosso Sen:or  7es&s Cristo, 9ara alJ%io das almas @&e mais so4rem no 9&rgat>rio$ Tossa Sen:ora, intercedei 9or  elas$ V>s Almas Benditas ides a Ke&s  9or mim e 9edis a graça @&e deseo <9edese a graça=$ e'ase &m (ai Tosso, &ma A%eMaria e 2l>ria ao (ai$ Acendese &ma %ela d&rante no%e dias$ 5a'se no%e c>9ias da oração e deia todos os dias em &ma igrea o& cemitério o& dse 9ara &ma 9essoa de%ota das almasR$ !rações de carter indi%id&al As orações de carter indi%id&al são dirigidas a9enas Q alma da@&ela 9essoa @&e 4oi escol:ida 9ara o 9edido, sendo @&e s> as trs mais 9roc&radas do Cemitério da Soledade as 9oss&em, o& sea, aim&ndin:a (icanço, (reta Komingas e Menino CJcero$ A9esar de nos ter sido in4ormado no Cemitério de Santa ;'abel @&e Se%era omana e o Kr$ Camilo SalgadoU também 9oss&em modelos es9eciais, não conseg&imos recol:er tais orações$  ..$$ U Alg&ns anos mais tarde encontramos 4inalmente a !ração do Kr$ Camilo Salgado, @&e integra o 9resente trabal:o a 9artir desta edição$ O-/"P As orações de carter indi%id&al são, assim como as de carter geral, re'adas d&rante / seg&ndas4eiras, %ariando, 9orém, o nXmero de (adre Tosso e A%e Maria a serem re'ados acom9an:ando cada oração, con4orme se % abaio, na transcrição de cada @&al. RTo%ena 9ara 9edir &ma graça 9ara aim&ndin:a (icanço <aim&ndin:a= aim&ndin:a. a te& tXm&lo e& %en:o tra'erte &m ramal:ete de angélicas,  9ara te 9edir &ma graça, 9ara @&e e& alcance esta graça se 4)r 9ermitido  9or KE8S$ aim&ndin:a. te 9eço 9ela t&a (&re'a, 9ela t&a ;nocncia, 9ela t&a ?&mildade,  9or estas trs grandes %irt&des, e& te im9loro com lgrimas nos ol:os, @&e % a 7ES8S C;SI!, 9edir 9or mim$ <(edese a graça$$$=

Em seg&ida, terminar a no%ena com estas 9ala%ras da oração. aim&ndin:a, o&%e os me&s rogos 9elas lgrimas de Tossa Mãe SantJssima Maria$ e'amse 3 (ai Tosso e -# A%e Maria$ São / seg&nda4eirasR$ s$ Ki%ino Coração de 7es&s e& Vos o4ereço 9elo Coração ;mac&lado de Maria, as orações e as boas obras, @&e em %ida Ela 9ratico& e 9or todas as s&as boas intenções, Vos 9eço a@&i &nto a se& tXm&lo as bnçãos do Sen:or   9ara a s&a alma$ Em nome do (ai, do 5il:o e do Es9Jrito Santo$ Amém$ e'amse " (ai Tosso e 1 A%e Maria$ (edese a graça deseadaR$ imo, constit&em &ma 9ro%a 9ara nossa 4é$ Cremos em ti e na t&a bondade in4inita$ Kr$ Camilo Salgado não 9odemos ir onde te ac:as, mas t& 9ode %ir ter conosco$ !&%e nossas 9reces, atende nossos 9edidos, am9aranos nas 9ro%as da %ida,

e %ela 9elos @&e te são caros$ (rotegenos como 9&deres s&a%i'ando os 9esares 4a'endonos 9erceber 9elo  9ensamento @&e és mais ditoso agora, dandonos a consaladora certe'a de @&e &m dia estaremos todos re&nidos n&m m&ndo mel:or e @&e se& 9rogresso es9irit&al sea cada %e' maior$ Em ação de graça$ 8m (ai Tosso e cinco A%e MariaR$ s seamos m&ito 4eli'es$ E @&e na nossa casa reine somente 9a', amor e com9reensão$ ;5R  (ara conseg&ir em9rego e R@&ebrar as 4orçasR do namorado. Raim&ndin:a de (icance E& %o& ao te&s em9lora e s&9licar, 9ara %o' a&da n&m em9rego e na min:a 4eli' &nião, %o' cendo &ma milagroso, 9eço a 9ara @&e o me& namorado, se a9rocime mas de mim, e @&ebra as 4orças dele comigo$ se %o'. 4i'er isso, serei s&a enterna escra%a, e& também 9esso a %o', também a&dar em casa 9ara @&e as co&sas mel:ores$ Se 4or atendida 8ma de%ota agradecidaR$  (ara ser 9romo%ido de série no colégio. Rmenino sicero e& @&ero @&e %o' 4aça com @&e e& 9asse se %o' 4i'er %o' ter 3 %elasR$  (ara resol%er 9roblema 4inanceiro. RSanta aim&ndin:a 4a'ei @&e tio M arrane os Cr "#,## 9or 4a%orR$ O-/DP  (ara destr&ição de ri%al, ad%ersrio o& inimigo. R(reci de destr&ição de T$$ KaJ terra como t& de 4a' S&a de T$$ @&ero %er ela na Solidão %o& %er ele se a4astar dela T$$ Santa aim&ndin:a me a&de com s&a graça %o& acender &ma %ela 9ara ser  a4astar ser destroJdo t&do com 4orça dela Santa ten:o 4é em t&do ser acabar  na %ida dela T$$$$
Correntes Além das orações de carter geral e as indi%id&ais, são deiadas também nos Cemitérios, d&rante a reali'ação do C<o das Almas, RCorrentesR de orações de o&tros santos$ Iais correntes constit&emse no seg&inte. cada 9essoa @&e ac:ar a oração de%er re9rod&'ir determinado nXmero de c>9ias e remetlas a 9essoas con:ecidas o& deilas em igreas e cemitérios$ Kesta 4orma, a RCorrenteR a&menta sem9re em 9rogressão geométrica, c&a ra'ão, de9endendo do santo da corrente, 9ode ser , / o& mesmo 1#$ essaltese @&e tais correntes são acom9an:adas de 9romessas de recom9ensas e ameaças. se a 9essoa @&e ac:ar a oração 4i'er t&do o @&e é mandado 9ias e en%ilas, ser 9&nido$ As orações deste ti9o mais di%&lgadas são as de Santa ita e São 7&das Iade&, c&as c>9ias se %em Qs centenas no Cemitério da Soledade$ 5a'emos a@&i a9enas re4erncias ao 4ato, sem entrarmos em detal:es 9or@&e na %erdade não di' res9eito diretamente  O-/P ao c<o das Almas, embora este sea a9ro%eitado 9ara di%&lgação das RcorrentesR$ As 9romessas (romessas as mais di4erentes são reali'adas 9elos c<&adores das almas, as @&ais não se 9ode saber, a não ser 9elo @&e é eteriori'ado$ Kentre as @&e se eteriori'am, são mais com&ns a colocação de %elas, 4lores e 4itas no cr&'eiro o& nos tXm&los$ Entretanto, &sase também o agradecimento em 9lacas, geralmente de mrmore, contendo a9enas as iniciais da  9essoa @&e recebe& a graça$ Embora 9redominando a 4orma RAgradeço a graça alcançadaR, encontramos agradecimentos assim. RAgradeço %ossa 9roteção neste %estib&larR R8ma est&dante agradeceR RKois %estib&landos agradecem a graça alcançadaR e similares$ Salientese a denominação de RsantaR Q alma de aim&ndin:a (icanço, @&e, &ntamente com a de Se%era omana, é das mais  9roc&radas$ IXm&los inteiros também são o4ertados como 9agamentos de 9romessas$ ;sto se e9lica 9elo 4ato de o Cemitério da Soledade estar em abandono @&ase com9leto, e m&itos tXm&los, de c&os mortos  não mais eistem 4amiliares na cidade, esteam destr&Jdos o& semidestr&Jdos$ Assim, o 9agador de  9romessa estabelece @&e, se alcançar tal graça, constr&ir o& reconstr&ir o tXm&lo &ma %e' alcançado o 9edido, a 9romessa é 9aga$ Vrios tXm&los 4oram constr&Jdos o& reconstr&Jdos desta maneira, alg&ns dos @&ais não se sabe nem mesmo o nome do de4&nto, @&ando nasce& o& @&ando morre&$ ! tXm&lo de aim&ndin:a (icanço, com a ressal%a de saberse de @&em se trata, é &m deste ti9o$ A 9essoa o4ertante mando& gra%ar   O-/0P também o se& nome
! tXm&lo do Menino CJcero a9resenta &ma di%ersidade em relação aos  9agamentos de 9romessa ali, além das %elas, 4itas e 9lacas de mrmore, são também colocados 9e@&enos brin@&edos de 9lstico e bonecos de cera$ !&tra 4orma de 9agar 9romessa é mandar im9rimir &m certo nXmero de orações e distrib&Jlas grat&itamente entre os @&e c<&am as almas$ ! Comércio Em 4rente aos Cemitérios e na alameda 9rinci9al, nos dias de seg&nda4eira, reali'ase a %enda de 4lores, %elas e orações$ Ial comércio é bem maior no Cemitério da Soledade, onde : m&itos anos  não se reali'am se9<amentos$ As !rações das Almas o& indi%id&ais são %endidas a Cr #,3# cada &ma$ ?  9essoas @&e 9raticam esta ati%idade : mais de 1 anos, como nossa in4ormante 7oana Mene'es Bo&l:ões$ Estes, entretanto, são intermedirios, o& mel:or, re%endores$  Ta %erdade, com o C<o das Almas, os 4abricantes e %endedores de %elas e demais arte4atos de cera, os 4abricantes de 4lores arti4iciais e os c<i%adores de 4lores nat&rais, as marmorarias e as gr4icas <%isto @&e as orações são im9ressas= tm &ma 4onte de renda constante$ C<o das almas em 8mbanda Ta9oleão 5ig&eiredo e AnaJ'a Vergolino e Sil%a a4irmam, em Alg&ns elementos no%os 9ara o est&do dos  O-//P  bat&@&es em Belém, a eistncia de c<os 4itoltricos, Ros mesmos @&e, disseminados nos candomblés baianos, nos ang)s do nordeste, na casa das Minas do Maran:ão, os @&ais não encontraram em Belém, grande di4&sãoR$ E 5ig&eiredo in4ormo& 9essoalmente ao a&tor @&e, alg&mas %e'es, aliado a este c<o 4itoltrico, encontrase também &m C<o das Almas, reali'ado, tal como se 4a' nos Cemitérios, s seg&ndas4eiras$ EtraJmos, do trabal:o citado, o seg&inte trec:o. RIabocal  Bamb& amarelo licas de in%ocação de momento$ (r>imo ao tabocal, : &m castelo, em cimento, @&e o in4ormante di' ter %isto em son:os e recebido ordens 9ara constr&Jlo$ + a morada de ansã e embaio do mesmo estão se&s assentos. 9e@&ena es9ada de metal, dend, c:am9an:a e &ma garra4a de g&a  benta$ Em se& interior são acesas %elas$ Em 4rente ao mesmo castelo est o 9onto de [ang), 9e@&ena %asil:a com g&a, dentro da @&al est &m mac:ado de  9rocedncia indJgena, e embaio desse 9onto, os se&s assentos. mac:ado e cer%ea 9reta$ A [ang) são o4ertadas garra4as de cer%ea @&e são @&ebradas sobre as 9edrasR$

O"#3P Belém  Zrea de 9es@&isa  SJntese :ist>rica E9&lsos os 4ranceses do Maran:ão, Aleandre de Mo&ra con4ere a 5rancisco Caldeira Castelo Branco a 9atente de ca9itãomor da con@&ista do 2rão(ar e o tJt&lo de Kescobridor e (rimeiro Con@&istador do Ama'onas s a 4&ndação de Belém, o Torte é se9arado do resto do Brasil atra%és da Carta égia de -3$#D$-D"-, @&e crio& o Estado do Maran:ão, c&a rea era a9roimadamente os at&ais Estados do Ama'onas, (ar, Maran:ão, (ia&J, Cear e mais os Ierrit>rios 5ederais de oraima e Ama9 <3=$ O"#FP Vrias alterações so4reria o Estado do Maran:ão, das @&ais %eremos as @&e di'em res9eito a Belém$ A Carta égia de "1$#"$-D1" eting&i& o Estado, estabelecendo em se& l&gar d&as ca9itanias gerais, se9aradas 9elo rio 2&r&9i, 9osteriormente, no%a Carta égia, datada de "1$#0$-D1F, restabelecia o Estado, agora denominado Maran:ão e 2rão(ar$ ;nstr&ções reais de 3- de maio de -1- trans4erem a sede da ca9ital de São *&Js 9ara Belém, e o Estado então é designado 2rão(ar e Maran:ão, 4icando este Xltimo como ca9itania s&balterna$ A Carta égia de #D$#0$-13 re9arte a rea em @&atro Estados rio 5ederal do Ama9, @&e s> mais tarde seria criado$

Como se 9ode obser%ar, obser%ar, Belém Belém 4oi, desde a s&a 4&ndação, 4&ndação, ca9ital, ora da ca9itania do 2rãodo(ar, ora do do Estado do 2rão(ar e Maran:ão, Maran:ão, o @&e, neste seg&ndo caso, caso, e@&i%alia a ser ca9ital de toda a Ama')nia Ama')nia e 9arte do territ>rio nordestino$ O"#1P K&rante o ;m9ério, contin&o& sendo a ca9ital da (ro%Jncia e, na %ida re9&blicana, do Estado do (ar$= (ar$= 4ato é tanto mais re%estido re%estido de im9ort6ncia se le%armos em conta @&e a se9aração se9aração ocorrida em -D"- 9erd&ra 9raticamente 9raticamente até -0#0$ (ortanto, sendo sendo o 2rão(ar &m Estado a&t)nomo, esta%a esta%a diretamente ligado Q Corte em *isboa, sem s&bordinações s&bordinações o& ligações diretas ao Estado do Brasil, o @&e signi4ica @&e @&e a Ama')nia este%e este%e @&ase todo o 9erJodo 9erJodo colonial se9arada do resto resto do Brasil$ + claro @&e isto te%e s&as conse@ncias, conse@ncias, e d&as das mais im9ortantes 4oram a adesão do (ar Q ;nde9endncia, ;nde9endncia, @&e se torno& realidade somente somente a -1 de agosto de -0"3 <9ortanto, @&ase @&ase &m ano de9ois=, e a eclosão da Cabanagem, Cabanagem, em -031, @&e deio& &m saldo de de 3#$### mortos Q região cioecon)mica s>cioecon)mica Belém, em -D1#, 9oss&Ja 9oss&Ja R0# almas almas sem contar os nati%os, os soldados e os religiososR <-=$ To séc&lo séc&lo seg&inte, 9orém,  conta%a conta%a com dois bairros. bairros. o da Cidade %el:a e o da Cam9ina$ Cam9ina$ Então,  como ca9ital do Estado do 2rão(ar 2rão(ar e Maran:ão, o desen%ol%imento desen%ol%imento 9o9&lacional e econ)mico econ)mico da cidad se acelera$ ! comércio, @&e se reali'a%a reali'a%a de maneira elementar, elementar, sendo o din:eiro O"#DP re9resentado 9or alg&ns alg&ns gneros, es9ecialmente os no%elos no%elos de algodão, desen%ol%ese com com a circ&lação de moedas, @&e tem inJcio em -F/$ -F/$ Ta mesma é9oca <-11= é criada a Com9an:ia 2eral do 2rão(ar e Maran:ão <&ma seg&nda e9erincia. e9erincia. antes, de -D0" a -D01, tin:a eistido a Com9an:ia Com9an:ia de Comércio do Maran:ão=, Maran:ão=, @&e é etinta em -0, tendo 9raticado o comércio comércio de e9ortação e im9ortação im9ortação e tra'ido 9ara o (ar mais de -#$### escra%os escra%os <"=$ Belém, de%ido de%ido Q s&a 9osição estratégica como como 9ortão de entrada da Ama')nia  a9ro%eitando a estrada estrada nat&ral @&e é o rio Ama'onas Ama'onas e se&s a4l&entes e sem :a%er o&tro meio de com&nicação 9or 9or terra , sem9re 4oi o grande entre9osto comercial comercial 9ara toda a região. todos os 9rod&tos da%am da%am entrada  9ara o %ale atra%és atra%és de Belém, @&e @&e também era o grande grande centro e9ortador$ e9ortador$ E9licase. Belém im9orta%a 9rod&tos 9rod&tos de o&tras regiões do Brasil o& do eterior  eterior  e e9orta%aos 9ara 9ara o interior da Ama')nia Ama')nia im9orta%a do interior e e9orta%a 9ara o resto do Brasil e do do m&ndo$ A cidade, assim como como toda a região, região, %em a a&mentar a&mentar considera%elmente considera%elmente s&a  9o9&lação, se& se& comércio e s&a s&a c<&ra com o c:amado c:amado Ciclo da Borrac:a, Borrac:a, @&e

Sam&el Berac:imol Berac:imol <1= di%ide em F 4ases. -ª  5ase da gestação da economia economia sering&eira rios Ierrit>rios 5ederais 5ederais de oraima, ond)nia e Ama9=$ ealmente, além de sede do 2o%erno do Estado, é tambem de di%ersos di%ersos >rgãos 4ederais, tais como a S&dam, S&dam, o Basa Banco da Ama')nia S$A$, a Enasa  Em9resa de Ta%egação da Ama')nia S$A$, a CK(  Com9an:ia Com9an:ia das Kocas do (ar, o ;(EAT  ;nstit&to de (es@&isas e E9erimentações Agro9ec&rias Agro9ec&rias do Torte,  O"#0P a 8ni%ersidade 5ederal 5ederal do (ar <@&e recebe est&dantes est&dantes de toda a rea Ama')nica, de Estados Estados do Tordeste e Centro!este, e ainda de 9aJses 9aJses limJtro4es=, 9oss&indo também também instit&ições como o internacionalmente internacionalmente 4amoso M&se& EmJlio 2oeldi$ Belém Belém é sede de di%ersas em9resas em9resas comerciais, ind&striais e bancrias$ Além de s&a estratégica estratégica 9osição geogr4ica em relação Q região sob o as9ecto socioecon)mico, socioecon)mico, Belém a9resenta a9resenta a mesma im9ort6ncia sob o as9ecto as9ecto militar, da 0ª egião M;litar, da -ª ona Aérea Aérea e do FN Kistrito Ta%al$ ! 9orto e o aero9orto aero9orto de Belém são são internacionais$ A 9o9&lação de Belém
rodo%ia BelémBrasJlia$ BelémBrasJlia$ Com o a&mento do tr4ego 9ela estrada, estrada, 9arte do comércio im9ortadore9ortador im9ortadore9ortador @&e se 4a'ia de Belém com a@&ela rea rea eting&i&se$ A constr&ção das estradas BrasJliaAcre <@&e 9assa 9or ond)nia=, SantarémC&iab, BrasJliaMana&s, BrasJliaMana&s, Iransama')nica, Iransama')nica, Maca92&iana Maca92&iana 5rancesa, Mana&sBoa Mana&s Boa Vista Vista  4ronteira da Ve Vene'&ela ne'&ela  4a' com @&e diaadia esta 4&nção de Belém dimin&a considera%elmente$ considera%elmente$ E isto sem 4alar na na grande (erimetral do TorteL$ Assim, Assim, Belém @&e era o Xnico 9ortão 9ara o m&ndo ama')nico, ama')nico, deia de slo, tendo como concorrente as citadas citadas estradas$ E com elas o&tros centros centros comerciaisind&striais eercendo eercendo a 4&nção @&e era, 9elas circ&nst6ncias e9ostas anteriormente, 9raticamente mono9>lio de Belém$ O"#/P Ma9a do m&nicJ9io de Belém To ma9a estão destacados os Kistritos Kistrit os de Belém, de Va Valdecãe ldecãess e de ;coaraci, os @&ais são delimitados delimitados ao S&l, 9elo io 2&am a !este, 9ela BaJa do 2&aar ao Torte, 9elo 9elo canal do Mos@&eiro e o 5&ro 5&ro do Mag&ari, @&e também delimitam a ;l:a de Mos@&eiro Mos@&eiro ao S&l e ao Torte o io Santo Ant)nio$ Ant)nio$ A !este da cidade de Belém, Belém, na BaJa do 2&aar, estão a ;l:a das !nças !nças e a ;l:a de Coti&ba, @&e @&e são as maiores maiores deste ar@&i9élago$ ar@&i9élago$ O"-#P  *ocali'ação ! m&nicJ9io de Belém  est locali'ado a -"0Y#3R de latit&de S&l e a F0"/Y-0R de longit&de W$2r$ W$2r$ + limitado ao Torte 9ela BaJa de Mara>, ao S&l 9elo m&nicJ9io de Acar, a *este 9elos m&nicJ9ios de Ananinde&a Ananinde&a e Bene%ides e a !este 9elo m&nicJ9io m&nicJ9io de Barcarena$ ! m&nicJ9io 9oss&i 3D m" de rea e est di%idido em em @&atro distritos. distritos. Belém, ;coaraci, Mos@&eiro e ValdeCães, @&e a9resentam a seg&inte  9o9&lação <0=$ M&nicJ9io de Belém  (o9&lação residente Kistrito de Belém. rea rea &rbana &rbana 1D1$#/ rea r&ral -"$3D total 1$F3 Kistrito de ;coaraci. rea rea &rbana "/$//D rea r&ral $ total 3$3 Kistrito de Mos@&eiro. rea rea &rbana D$-# rea r&ral F$F01 total --$-/1 Kistrito Kistri to de Va ValdeCã ldeCães. es. rea &rbana -$FDF rea r&ral 1$0FF total $3#0 Iotal Iotal geral de rea &rbana. D#3$"D Iotal Iotal geral de rea r&ral. 3#$F0" Iotal Iotal geral do M&nicJ9io M&nicJ9 io de Belém. D33$F/

;nteressa 9artic&larmente a este trabal:o o Kistrito de Belém, @&e 4oi a reaobeto da 9es@&isa$ ! distrito de Belém  est locali'ado na con4l&ncia do rio 2&am com a BaJade 2&aar, @&e l:e ser%em de limites, esta a !este, a@&ele ao S&l, 4icando ao Torte o Kistrito de ValdeCães e o M&nicJ9io de Barcarena, e a *este, o M&nicJ9io de Ananinde&a$ _.  ! leitor encontrar di4erença entre a 9o9&lação do Kistrito de Belém, @&er  considerando a9enas a &rbana, @&er considerando o total, e a da soma da  9o9&lação dos bairros, @&e de%eria ser ig&al a da 9o9&lação &rbana$ Ambos os doc&mentos 9or n>s mani9&lados, @&e indicamos em nossa bibliogra4ia, são da 5;B2E$ Sem comentrios$$, O"--P Ma9a do Kistrito de Belém destacando os bairros e a rea r&ral *ocali'ação dos bairros em relação Q Cidade Vel:a Ao Torte e Tordeste. Cidade Vel:a, Comércio, ed&to, e 8mari'al$ A *este. Ielégra4o sem 4io, (edreira, Sacramenta, Marambaia e So&'a$ A !este. Batista Cam9os, Condor, Cremação e 2&am$ A Centooeste. Ta'aré, São Bra', Matin:a e Can&dos$ Ao S&l. 7&r&nas, Marco e Ierra 4irme$ O"-"P ! Kistrito de Belém, dora%ante designado sim9lesmente Belém, 9oss&i -0# m", o& sea, "F,F1f do total do M&nicJ9io, e s&a 9o9&lação, como %imos no @&adro acima, é de 1$F3 :abitantes, @&e re9resentam /-,-"f do total, com &ma densidade demogr4ica de 3$"#0 :abitantes 9or m"$ Belém não somente é o distrito mais im9ortante do M&nicJ9io como também o centro e o 9alco de t&do o @&e %imos anteriormente$ ! comércio e a indXstria de maior e9ressão da Ama')nia aJ estão locali'ados, sendo @&e esta Xltima distrib&ise em 9e@&enas Rmanc:asR trata 9raticamente das reas s&b&rbanas=, e certos nomes de bairros consagrados 9elo 9o%o não a9arecem nestas classi4icações$ 8tili'amos 9ara o nosso trabal:o a da 5;B2E, @&e transcre%emos a seg&ir, com a signi4icação do nome de cada bairro, seg&ndo Ernesto Cr&' <-#=, e s&a 9o9&lação <--=$

a= Cidade Vel:a  -D$/"- :abitantes$ (arte de Belém onde os 9ort&g&eses, sob o comando de 5rancisco Caldeira  O"-3P Castelo Branco desembarcaram, constr&indo &m 5orte de madeira e &ma Ca9ela$ A 9raça dYArmas <9e@&ena e modesta= era de4endida 9or &ma estacada de madeira, dentro da @&al 4icaram os 9rimeiros coloni'adores ci%is e militares$ Saindo do 5orte, os colonos abriram &m camin:o, @&e c:amaram de r&a do Torte, e 4oram se a%ent&rando na constr&ção de casas 9ara morada$ KaJ s&rgi& a Cidade, c:amada 9osteriormente de Vel:a, 9ermanecendo esta denominação até os dias 9resentes$ + a 9arte colonial @&e resta de Belém dos séc&los [V;; e [V;;;$ b= ed&to  D$F#- :abitantes$ *&gar onde este%e ereto &m ed&to <9e@&ena 9raça de g&erra, 4orte= @&e de& nome ao bairro$   c= Comércio  /$#F :abitantes$ !nde se locali'o& o comércio mais re9resentati%o de Belém$ A r&a 9rinci9al te%e denominação de Mercadores, de9ois m&dada 9ara Cadeia, 9or 4icar nessa artéria a 9risão,  9assando 9osteriormente a ser c:amada de Consel:eiro 7oão Al4redo$ d= 8mari'al  31$#"# :abitantes$ *&gar de 8mari, onde de%iam 4r&ti4icar as r%ores @&e caracteri'aram esta rea$ e= Ielégra4o Sem 5io  F-$D3" :abitantes$ Iiro& o nome do Ielégra4o Sem 5io, ali instalado$ Este bairro te%e, antes, a denominação de São 7oão do Br&no$ 4= Sacramenta  -/$/" :abitantes$ Antes da abert&ra do bairro, :o&%e a c:amada ram9a da Sacramenta, l&gar tradicional, ligado 9ossi%elmente a alg&ma tradição da terra$ Tão 9odemos, entretanto, a4irmar se esta denominação O"-FP esta%a trad&'indo @&al@&er sentimento religioso rico nos ocorre 9ara mel:or &sti4icar a origem da denominação$ := Marco  1/$-# :abitantes$ Signi4ica a im9lantação do Marco da 9osse da 9rimeira lég&a 9atrimonial de Belém$ Assinala%a o término da etensão da 9ro9riedade da terra @&e l:e 4ora mandada dar, 9or %ontade égia$ i= So&'a  3D$3"0 :abitantes$ ! ei K$ 5eli9e ;;;, em carta datada de / de 4e%ereiro de -D"", doo& a 2as9ar de So&'a, 2o%ernador 2eral do Brasil, a Ca9itania do 2&r&9i, sit&ada entre o I&riaçX e o Caeté  Rcom %inte lég&as de 4&ndos 9ara o sertãoR$ 5oi a origem do So&'a do Caeté$ Kesse modesto 9o%oado, de c&o 9rogresso nada adiantam as cr)nicas, %em a origem de Bragança, ao tem9o em @&e era go%ernador o ca9itãogeneral do 2rão(ar, 5rancisco [a%ier de Mendonça

5&rtado, @&e de& nome Q %ila, no ano de -13$ O"-1P (elo camin:o de Bragança, iam ter os moradores Q ca9itania de 2&r&9i$ 5ico& a denominação do So&'a de Caeté, a destacar a rea 9or onde atra%essa%am os cara%aneiros @&e iam com destino a Bragança o& ao 2&r&9i$ !  9o%oado do So&'a 4oi 4&ndado de9ois da Corte de Madri :a%er atendido Qs reclamações de Zl%aro de So&'a, 4il:o do 2o%ernador 2eral, de @&em 5eliciano Coel:o de Car%al:o 9retende& &s&r9ar o direito de 9osse$ = Marambaia  3-$F"" :abitantes$ *ote de terras @&e 9ertencera ao sr$ 7oão Balta'ar e 9or este a4oradas a di%ersas 9essoas @&e l constr&Jram s&as casas$ l= Can&dos  -3$-11 :abitantes$ ?omenagem Q 9resença da 5orça (olicial do (ar na Cam9an:a de Can&dos, contra os cangaceiros, @&ando os 9araenses obti%eram magnJ4icos tri&n4os, @&e 9ossibilitaram a @&eda do derradeiro red&to rebelde$ m= Matin:a  -1$3D :abitantes$ CaracterJstica do bairro, o @&e o le%o& a ser assim c:amado$ n= São Bra'  "1$#-- :abitantes$ *embrança do c<o @&e o 9o%o 9araense de%ota%a a este glorioso Santo, c&a 9rocissão saJa da ;grea das Mercs 9ara a de Ta'aré, com grande a9arato e imensa de%oção$ o= Ta'aré  -$D#0 :abitantes$ Assim c:amado 9or estar ali edi4icada a ;grea de Tossa Sen:ora de Ta'aré$ (rinci9io& 9or &ma Ermida, de9ois trans4ormada n&ma ;grea, e agora re9resentada 9ela s&nt&osa BasJlica$ 9= Batista Cam9os  -$-D3 :abitantes$ O"-DP ?omenagem ao (adre Batista Cam9os, @&e eerce& %rios cargos de im9ort6ncia na %ida 9olJtica do (ar$ 5oi &m dos ins9iradores da Cabanagem$ Antes, te%e a 9raça o nome de Sal%aterra, sobrenome da 9ro9rietria do terreno$ @= 7&r&nas  F0$033 :abitantes$ Iribo indJgena$ Alis, em todo o bairro, @&e 9ertence Q ona S&l de Belém, as tra%essas tm as denominações de o&tras tribos, tais como. A9inaés, M&nd&r&c&s, Iimbiras, (ari@&is e Iamoios$ r= Condor  "$-1/ :abitantes$ Com9an:ia de na%egação aérea alemã, @&e se estabelece& Q margem do rio 2&am, onde 9oss&Ja arma'éns 9ara descarga de mercadorias$ Ta at&alidade, o logrado&ro é constit&Jdo de bela 9raça c:amada (rincesa ;sabel$ Constr&i&se ali &m bar destinado Q a9resentação de artistas, 9ara recreação dos @&e 9roc&ram a@&ele 9onto 9itoresco da cidade$ s= 2&am  11$DF :abitantes$ Bairro com9reendido na ona S&l$ ! rio 2&am 4ica sit&ado Q margem da rea @&e d denominação Q mesma$ t= Ierra 5irme  /$001 :abitantes$ A 9r>9ria denominação re4lete a idéia dos @&e deram o nome deste bairro de Belém$

&= Cremação  "D$F1" :abitantes$ Zrea onde 4oi instalado o 5orno Cremat>rio de Belém$ Além desses nomes, o&tros são &tili'ados 9elo 9o%o 9ara designar  certos bairros, como, 9or eem9lo, Santa ;'abel assim designado 9or ca&sa do Cemitério, @&e corres9onde O"-P  9raticamente a mesma rea do bairro do 2&am Acam9amento, @&e se ac:a sit&ado entre os bairros da (edreira, Sacramento e Ielégra4o Sem 5io Cam9ina, @&e 4oi o seg&ndo bairro de Belém e corres9onde :oe, a9roimadamente, Qs reas do bairro do Comércio e 9arte dos de Batista Cam9os,  Ta'aré e ed&to São 7oão do Br&no, corres9ondente ao Ielégra4o Sem 5io C&ri>, @&e 4a' 9arte dos bairros Marco e So&'a Bandeira Branca, rea integrada ao C&ri> 7abatite&a, integrada ao bairro da Ierra 5irme$ Cemitérios  !s cemitérios oc&9am &m l&gar de desta@&e neste trabal:o$ Além de serem obeto de m&itas das %isagens e assombrações, é neles @&e se reali'a o C<o das Almas, daJ a necessidade de alg&ns in4ormes sobre os locais de se9<amentos da cidade$ Tos 9rimeiros tem9os de Belém até meados do séc&lo 9assado, os se9<amentos eram reali'ados em igreas, sal%o os escra%os e o&tros des9rotegidos da sorte, como in4orma Art:&r Vianna <-"=, e di' ainda @&e o  9rimeiro Cemitério da cidade esta%a locali'ado onde é :oe a (raça da e9Xblica l%ora=, onde eiste &ma 9e@&ena 9laca marcando o local$ + 9ossJ%el @&e antes os se9<amentos de escra%os e condenados 4ossem reali'ados na 9eri4eria do bairro da Cidade Vel:a$ ! se9<amento em Cemitérios 4oi estabelecido em Carta égia de -F de  aneiro de -0#- 9elo regente K$ 7oão, não sendo obedecido em Belém$ Somente em -01#, com a e9idemia de 4ebre amarela, é @&e se9<amentos começam a ser reali'ados normalmente em Cemitérios, sendo 9ara isto mandado lim9ar o terreno do então c:amado Cemitério da C6mara, no @&al 4oi erg&ida &ma ca9ela, @&e recebe& a  O"-0P in%ocação de Tossa Sen:ora da Soledade <-"=$ ?a%ia ainda, Q é9oca, o c:amado Cemitério dos (rotestantes, de4ronte ao da Soledade$ Em todos dois : m&itos anos @&e não mais se 4a'em se9<amentos$ Em 4ins do séc&lo 9assado, 4oi criado o Cemitério de Santa ;'abel, no bairro do 2&am, ao @&e o 9o%o c:ama também de Santa ;'abel, 9ela 9resença do Cemitério$ Este 4&nciono& normalmente até a década de D#, @&ando 4oi então criado o Cemitério de São 7orge, no bairro da Marambaia$ At&almente, s> se 4a'em se9<amentos no Cemitério de Santa ;'abel aos de4&ntos de c&as 4amJlias 9oss&am se9<&ras 9er9ét&as$ ! Cemitério de São 7orge, tal%e' de%ido ao se& 9o&co tem9o de eistncia, 9raticamente não a9arece ainda como 9alco de C<o das Almas o& ainda de a9arecimento de %isagens e assombrações$ O""-P 8ma abordagem inter9retati%a A 4ormação étnica ama')nica, como a do resto do Brasil, 4e'se 9ela

miscigenação de brancos 9ort&g&eses, negros a4ricanos e indJgenas nati%os$ Art:&r Ce'ar 5erreira eis <-3= in4orma @&e R:olandeses, 4ranceses e ingleses, @&e 9recederam os 9ort&g&eses na oc&9ação, em 9assagem r9ida, contato insigni4icante, todo de carter comercial, com o nati%o, nen:&m %estJgio étnico deiaram 4icarR$ Então, étnica e c<&ralmente é realmente o elemento 9ort&g&s @&e %em tra'er a contrib&ição branca 9ara a 4ormação ama')nica$ ! elemento negro, tra'ido 9ara a Ama')nia como escra%o de 9rocedncia direta da 2&iné (ort&g&esa, de Cabo Verde, de Cabinda e de Angola o& indireta atra%és dos 9ortos do Maran:ão, Ba:ia e o&tros 9ortos  brasileiros, de& &m total de 9elo menos 13$#" escra%os, no di'er de AnaJ'a Vergolino e Sil%a <-F=$ 7 Vicente Salles <-1= di' @&e até -0"# terJamos recebido 13$"- escra%os, 9orém a im9ortação não teria cessado na@&ele ano, ressaltando o a&tor não se arriscar a calc&lar o& s&gerir R&m total a9roimado de negros introd&'idos no (ar, sob a condição de escra%os. ainda é 9reciso re%ol%er m&itos doc&mentos nos ar@&i%osR$ ! Jndio nati%o com9õe o maior contingente da nossa 4ormação étnica$ RA indiada, seg&ndo elemento étnico, o mais n&meroso ontem como :oe, o @&e mais ainda caracteri'a a 4eição:&mana da região, caracteri'ada na massa n&mérica, nos &sos, nos cost&mes, na ling&agem, na alimentação, nos mais %ariados as9ectos da mani4estação c<&ral, es9al:a%ase 9or todos os cantos da bacia, em maioria 9ertencendo ao gr&9o t&9ig&arani$ 5oi a Ama')nia, assim, o se& grande cam9o de oc&9açãoR, seg&ndo Art:&r Ce'ar 5erreira eis <-3=, @&e a4irma, ainda na mesma obra, @&e Rbrancos e negros não cr&'aram a O"""P %aler, na Ama')nia$ 8ma legislação se%era 9roibia o conXbio, tac:ando de in4ames os brancos @&e dele 9artici9a%am, Jndios e negros não cr&'aram também Q larga,  @&e os Jndios amais ti%eram sim9atia 9or  eles, &lgandoos in4eriores$$$ Brancos e Jndios, ao contrrio, cr&'aram intensamente$ ! Al%ar de F de abril de -11 e instr&ções 9osteriores manda%am  9re4erir 9ara os cargos 9Xblicos os @&e casassem com m&l:er indJgena$$$ A  9re4erncia mani4esta%ase com relação Q m&l:er, 9or@&e brancas não :a%ia @&ase, a não ser as @&e  %in:am com es9osos$$$ A 4amJlia ama')nica, @&e  9rocede& dessa mestiçagem o4iciali'ada, desen%ol%e&se 4artamenteR$ ! est&do de %isagens, assombrações e C<o das Almas em Belém tem de ser  4eito le%ando em conta a 4ormação religiosa do 9o%o$ To momento, n&ma sociedade com9lea como a de Belém, onde, além de se&s %alores tradicionais, no%os %alores são tra'idos a cada dia 9elo ritmo de desen%ol%imento @&e atra%essa <9or eem9lo, 9rogramas de tele%isão do S&l e do eterior %ia Embratel o& %ia satélite tele4one atra%és do sistema KKK  Kiscagem Kireta Q Kist6ncia as com&nicações %ia estrada, tra'endo in4ormações at&ali'adas as mais di%ersas, atra%és das mais %ariadas re%istas es9eciali'adas, @&ando, antes, o& não %in:am o& c:ega%am com grande atraso %ia marJtima o& %in:am 9or %ia aérea n&m 9reço inacessJ%el Q bolsa  9o9&lar=, a9enas estamos tentando &ma 9rimeira abordagem a &m ass&nto @&e ainda não 4oi tratado nesta cidade, %isando a @&e o&tros est&diosos dele se oc&9em, a 4im de a9ro4&ndlo$ Kesta 4orma, este trabal:o, @&e de%eria ser  &m est&do globali'ado da %ida religiosa em Belém, não o é$ Ientaremos a9enas, a seg&ir, &ma 9ossJ%el e9licação 9ara as origens das %isagens, assombrações e

C<o das Almas em Belém, sem maiores  O""3P  9reoc&9ações com as di%ersas 4ormas de c<o @&e at&almente reali'am na cidade, @&e a@&i serão re4eridos a9enas de 9assagem$ &ando iniciamos o trabal:o, 9ens%amos a9enas em coletar as :ist>rias de %isagens e assombrações @&e se contam em Belém e est&dar s&as origens$ A contin&ação da 9es@&isa, entretanto, mostro&nos &ma %erdadeira teia, donde %isagens e assombrações eram a9enas &m 4io, e os demais, as  9r>9rias religiões o& seitas, as lendas e mitos ama')nicos o& de origem e&ro9éia, as crenças negras, e isto t&do de maneira bastante com9lea, ligado direta eo& indiretamente, ao C<o das Almas$ Ed&ardo 2al%ão <-D= em Santos e Visagens, di' @&e R@&al@&er descrição da %ida religiosa de ;t restaria incom9leta se deiasse de incl&ir ao lado de crenças e instit&ições cat>licas, o&tras, ig&almente arraigadas na mente do caboclo, mas de origem di%ersaR$ A obser%ação 4eita 9or  a@&ele antro9>logo 9ara ;t é %lida 9ara Belém. a %ida religiosa na ca9ital da Ama')nia não de%e ser encarada a9enas sob a >tica das grandes religiões o& seitas, 9ois %ir se com9letar com as crenças nas %isagens, nas assombrações e nas almas de 9oder mirac&loso$ Se %oltarmos nossas %istas ao 9assado, encontraremos nos trs elementos com9onentes de nossa etnia a crença na alma e em s&as mani4estações$ !s cat>licos, com a crença em cé&, 9&rgat>rio e in4erno, acreditam também em alma 9enada$ M&itos dos mitos e lendas indJgenas 4oram trans4ormados  9elos missionrios e cate@&istas em mani4estações demonJacas, como 9or  eem9lo ocorre& com 7&r&9ari, @&e sendo &m re4ormador 4oi a9ontado como encarnação diab>lica, como in4orma  O""FP C6mara Casc&do <-=$ Ainda :oe, dos 9Xl9itos, 9adres 4alam em almas  9enadas$ 7&%ncio, cat>lico 9raticante, conto&nos @&e, ao assistir missa na BasJlica de Ta'aré, o 9adre o4iciante, 4alando sobre o %alor da missa, disse @&e ela da%a créditos &nto a Ke&s e @&e as 9essoas @&e não as assistiam, ao morrer, %in:am solicitlas. eram almas 9enadas$ Iambém os negros a4ricanos acredita%am na alma, bem como no 4ato dela 9enar 9elo @&e se 9ode ded&'ir do @&e di' (rotsio 5riel <-0= em est&do reali'ado na Ba:ia sobre os traços essenciais da do&trina e crença a4robaiana sobre a alma. R(ois a alma tem de 9enar até 4icar 9&ri4icada a 4im de 9oder ir a V&ãR$$$ E o&tro adgio di'. REini cobab&r&, ol)&r&m coma, libo& o&l>$$$ Este @&e não ser%e, Ke&s sabe 9ara onde %ai$$$ 5ica %agandoR$$$ R&em, 9ortanto, %i%e& mal no tem9o de s&a encarnação, 9or castigo, de%e %agar   9elo es9aço como es9Jrito ma&$ Estes es9Jritos ma&s e %agab&ndos são os ara)&r&mR$$$ ! mesmo a&tor se re4ere também a &m C<o das Almas entre os 2ge e Tag)&, ligado aos ante9assados. R7 nos re4erimos Q 9ala%ra de Ed&ardo. Y!s ég&m são os nossos tatara%>s$$$Y e a9ontamos 9ara o c<o dedicado aos ancestrais$ Considerandose as nações de candomblé em se& con&nto e  9roc&randose con:ecerl:es as idéias sobre a alma :&mana e o c<o 9restado Q mesma, notase &m 4ato bem interessante$ En@&anto entre essas nações e, es9ecialmente, entre os gge e nag)& a crença na alma é geral e com&m, o c<o Q alma o& sea aos ante9assados é se9arado do c<o aos

de&ses e não 9ode ser eercido &ntamente com esteR$ Iambém os indJgenas brasileiros acredita%am e acreditam em almas e es9Jritos, como se 9ode %er atra%és do est&do reali'ado 9or C:arles Wagley <-/= sobre [amanismo Ia9ira9é$  O""1P R8ma m<idão de es9Jritos 9o&sa o m&ndo sobrenat&ral dos Ia9ira9é$ Esses es9Jritos, con:ecidos 9elo termo genérico de ancXnga, são de dois ti9os gerais. es9Jritos, ancXnga iXnGera, as almas descor9ori4icadas dos mortos e seres malignos de m&itas classes e nat&re'as$ !s es9Jritos :abitam os locais de aldeias abandonadas, onde re%i%em s&as %idas terrenas$ 5re@&entemente, 9orém, %ag&eiam Q noite e es9ecialmente d&rante a estação c:&%osa, a9roimamse da aldeia dos %i%os 9or@&e Yestão com 4rioY e acercamse das :abitações :&manas 9ara se a@&ecerem$ Em ra'ão disto, as  9essoas tm medo de a%ent&rarse Q noite, além da 9raça da aldeia$ Ke %e' em @&ando os es9Jritos a9arecem Qs 9essoas %i%as, ass&standoas, alg&mas %e'es atirando sobre elas &ma s&bst6ncia semel:ante a 9oeira, e 4a'endoas cair desmaiadas$ K&rante min:a estada, %rias 9essoas 9assaram 9elo s&sto de ter %isto &m es9Jrito$ 8ma m&l:er a%isto& &m, Rban:andose no c>rregoR, @&ando,  noite, ali 4ora beber g&a$ Kisse ela @&e o es9Jrito a9roimo&se e  bate&l:e$ Andando 9ela roça 9o&co a9>s o cair da noite, &m :omem %i& o es9Jrito de &ma 9essoa con:ecida, morta : alg&ns anos$ REra branco e sem ol:os$ Iin:a alg&ma carne, e o cabelo esta%a 9intado com &r&c&R$ Ainda o&tro :omem encontro& &m es9Jrito @&e Rera branco com grandes b&racos em %e' de ol:osR$ Es9Jritos de indi%Jd&os @&e morreram : m&itos anos Rnão teem carne teem somente ossosR$ !s es9Jritos @&e a9arecem aos %i%os seg&em o 9adrão da desintegração grad&al do cor9oR$ _. Ver sobre o mesmo tema, 9orém se desen%ol%endo em Belém, a re9ortagem Misteriosas 9edradas atemori'am con&nto residencial da C!!?AI8BE,  9&blicada em RA (ro%Jncia do (arR, edição de -3 e -F de agosto de -/"$
re4orm&ladas e di%ersi4icadas @&anto Q 4orma$ Assim, &m mesmo indi%Jd&o @&e ri da Matinta (erera o& de &ma :ist>ria de *obisomem acredita 9iamente em %isagens assombrosas o& no 9oder mirac&loso das almas o& mesmo @&e, se RalimentarR de%idamente &m ta io Tegro, se Rc&rloR Qs setas4eiras=, ele se tornar RmoradaR de &m caboclo, o& sea, do es9Jrito de &m Jndio, @&e assobiar Q noite a%isando s&a 9resença %igilante <%er a :ist>ria RMorada de cabocloR=$ Embora m&itas 9essoas digam @&e tm o ta a9enas 9ara e4eito decorati%o, a obser%ação mostrar @&e ele é regado,  O""P sorrateiramente, com g&a de carne e ag&ardente Qs setas4eiras$ Em Alg&ns elementos no%os 9ara o est&do dos bat&@&es de Belém, 5ig&eiredo h Sil%a <"-= dão notJcia de c<os 4itoltricos ligados Q &mbanda$ Entretanto, as 9essoas @&e &sam o ta io Tegro como 9roteção, o& o ta Cala Boca licas 9raticantes$ Em com9ensação, &ma o&tra obser%ação 4eita 9elos dois a&tores, no mesmo trabal:o, 9arecenos se assemel:ar em relação Qs %isagens, assombrações e ao C<o das Almas$ Veamos o @&e di'em. R! est&do desse 9roblema @&e em s&a con4ig&ração nacional é descrito 9or  Bastide <-/D#=, encontra em Belém, s&a con4irmação$ Iraçandose &m 2radient conceit&al, a 9artir do `ardecismo 9raticado na 8nião Es9Jrita (araense ao c<o a4robrasileiro le%ado a e4eito nos terreiros, obser%amos. nas casas ardecistas é grande a 4re@ncia de 9essoas de alto nJ%el, onde a classe médiaalta eerce liderança, e onde também encontramos a classe médiamédia e a classe médiabaia$ ] 9ro9orção @&e nos acercamos dos c<os com reminiscncias a4ricanas, dimin&i a 9artici9ação de classes sociais ele%adas, a&mentando a 4re@ncia de classes de baio nJ%el social, 9ois a&mentando a 9rtica ardecista, dimin&i a 4re@&ncia da classe  9roletria, o& a&mentando a 9rtica a4robrasileira, dimin&i a 9artici9ação das classes altas e a&menta a das classes 9roletrias$ ;sso se 9ode constatar na 9r>9ria  O""0P locali'ação desses c<os na 9aisagem &rbana. os terreiros locali'amse nos s&bXrbios distantes e 9obres da cidade, onde a 9o9&lação em @&ase s&a totalidade é de 9roletrios en@&anto @&e os o&tros <8mbanda e `ardec= tm s&a locali'ação nos bairros residenciais de classe média e classe altaR$ Assim, a crença em %isagens, assombrações o& no 9oder mirac&loso das almas é %lida 9ara @&ase toda a cidade, sendo c<i%adoras de almas mesmo as 9essoas de alto nJ%el aJ não se acredita, a não ser como lenda o& mito, na Matinta (erera o& no *obisomem$ Entretanto, Q medida @&e %amos saindo do centro da cidade em direção aos s&bXrbios não a9enas as

 9rimeiras crenças são aceitas <%isagens, assombrações, almas mirac&losas= como também a&menta gradati%amente a crença nos seres mitol>gicos$ Ke onde se 9ode 4a'er a relação, tomando 9or base o trabal:o da@&eles a&tores. Classe média e alta  C<os `ardecistas e 8mbandistas  Crenças em %isagens, assombrações e almas mirac&losas$ Classe 9roletria  C<os com reminiscncias a4ricanas  Crenças em %isagens, assombrações, almas mirac&losas j crença nos seres mitol>gicos$ + necessrio salientar @&e é cost&me até :oe em Belém se adotar mocin:as do interior @&e se tornam RcriasR da casa e @&e transmitem aos 4il:os da@&eles @&e as adotaram toda a sorte de crenças de se&s l&gares de origem$ Vicente Salles <-1= re4ere @&e esta 9rtica  era &tili'ada desde o séc&lo 9assado. REm Belém e Mana&s, 9or eem9lo, são raras as 4amJlias @&e não abrigam meninos o& meninas do YinteriorY e os Yed&cam nos :bitos da sociedadeY, dandol:es também, Qs %e'es, o9ort&nidade de 4re@&entar escolasR$ Sobre a transmissão das crenças,   O""/P *eandro Iocantins <""= ig&almente in4orma @&e Rnão : menino @&e deie de o&%ir :ist>rias 4antsticas, transmitidas 9elas amas, as em9regadas domésticas, geralmente 9essoas %indas do interior do Estado, onde sobre%i%e, intensa, a tradição oral destas lendasR$ (or o&tro lado, a %inda 9ara Belém de interioranos 9ara conseg&ir em9rego, 9ara est&dar, en4im, com as 4inalidades as mais di%ersas é m&ito grande$ KaJ a contin&idade nas crenças das @&ais nos 4ala 2al%ão <-D= o& ainda 5ig&eiredo h Sil%a <"#=, em ;t e Alto Cairari, res9ecti%amente, em C&r&9iras, Botos, An:angs, Com9an:eiros do 5&ndo
5ig&eiredo h Sil%a <"#=, @&e di'em também @&e 9ode a9resentarse sob a 4orma de di%ersos animais$ Como o&tros d&endes, a An:ang ig&almente RassombraR$ Com9an:eiros do 5&ndo, também c:amados Car&anis  :abitam &m Rreino encantadoR, es9écie de m&ndo s&bmerso, di' 2al%ão <-D=$ E contin&a. Ro reino é descrito Q semel:ança de &ma cidade, com r&as e casas, mas onde t&do bril:a como se re%estido de o&ro$ !s :abitantes desse YreinoY do 4&ndo dos rios tm semel:ança com criat&ras :&manas, s&a 9ele é m&ito al%a e os cabelos lo&ros$ Alimentamse de &ma comida es9ecial @&e, se 9ro%ada 9elos :abitantes deste m&ndo, os trans4orma em encantados @&e amais retornam do YreinoY$R Cobra 2rande  ser a@&tico descrito como sendo &ma cobra de enormes  9ro9orções, c&os ol:os são como dois 4ar>is, e @&e a4&ndam grandes embarcações com 4acilidade$ (ode ainda transm&darse n&m na%io encantado$ M&itos rios ama')nicos e até mesmo igara9és tm a Rs&aR cobra grande, considerada RmãeR destes l&gares$ Matinta (erera  da @&al : di%ersas maneiras de escre%er o& 9ron&nciar. Matinta (erera, Matinta(ereira, Matta9er <5ig&eiredo h Sil%a <"#= encontram também a 4orma RIitinta(ereiraR=  é %isagem @&e 4re@&enta os l&gares :abitados$ Tão a9arecem na mata$ + &ma crença  9rinci9almente dos moradores &rbanos, in4orma 2al%ão <-D=, @&e di' também @&e RMatinta (erera é in%isJ%el$$$ tem &m erimbabo, &m 9ssaro negro de car%ão c&o 9io den&ncia a 9resença da %isagemR$ 5ig&eiredo h Sil%a <"#= a4irmam @&e Ra9arece sob 4orma de a%e  O"3-P do mesmo nome, s> 4a'endo assombração$ Ki'em @&e as %el:as 4aladeiras e Ya%istreirasY s alg&mas considerações sobre o ass&nto, lembra @&e o conceito de RmãesR 9oderia também ser atrib&Jdo Q in4l&ncia negra, @&e tro&e 9ara o Brasil a crença em &m bom nXmero de entidades 4emininas, como eman, citando ainda @&e esta 4onte não seria ecl&si%a. o 9ort&g&s %eio im9regnado de crenças e :ist>rias sobre as RMo&ras EncantadasR, além das %el:as tradições sobre as sereias$ Concl&i di'endo @&e acredita R@&e a crença em mães ter sido o res<ado de &m sincretismo c<&ral, em @&e 9esam a in4l&ncia do a4ricano, mas, sobret&do, do 9ort&g&s, sobre crenças do indJgena @&e  9oss&Ja &ma %ersão original de entidades 9rotetoras da nat&re'a$ A mãe dos bic:os e das coisas não 4oi &ma crença tribal$ Ier s&rgido com o Jndio YdomesticadoY nas missões o& nas %ilas coloniais e com o mamel&coR$

 O"3"P Ma9ing&ari  a9arece sob a 4orma de &m grande macaco 9el&do, c&os cabelos cobrem o cor9o todo, da cabeça aos 9és$ (oss&i a9enas &m ol:o 9or cima do nari'$ &ando encontra &ma 9essoa, ataca e mata, comendo a9enas a cabeça e abandonando o resto do cor9o <5ig&eiredo h Sil%a <"#==$ *obisomem  é &m :omem o& m&l:er @&e se trans4orma em 9orco com&m de grande taman:o <5ig&eiredo h Sil%a <"#==$ + encantado$$$ A9arece sem9re nos camin:os &sados 9elos :abitantes da região e, @&ando se encontra com eles, atacaos$ 2al%ão <-D= também cita o caso de &m certo 5rederico @&e se trans4ormo& n&m 9orco em ;t$$$ 5ogo do Mar  a9arece como 9e@&ena l&', como se 4osse emitida 9or &ma lam9arina em cima das g&as$ &ando alg&ém o %, é de relance, 9ois desa9arece em seg&ida @&ando 9arentes, com9adres o& comadres tm relações se&ais entre si, ao morrerem %iram 5ogo do Mar$ <5ig&eiredo h Sil%a <"#==$ 2alin:a 2rande  a9arece sob a 4orma de se& nome nas estradas 9o&co tra4egadas, acom9an:ada 9or &ma nin:ada$ &ando alg&ém as a%ista e é a%istado 9or elas, começam a crescer e acabam 9or atacar o %iaante <5ig&eiredo h Sil%a <"#==$ Cabi  R9e@&eno ta arroeado, @&e @&ando de%idamente Yc&radoY e c&idado,  9ia e c:ora$ + 9lantado 9or &m 9aé o& c&rador @&e o 9lanta em local reser%ado, 4&ncionando como %igia da moradia$ Se alg&ém tentar 9enetrar na casa, estando ela deserta, trans4ormase em onça o& animal 4ero', a4astando assim o intr&soR <5ig&eiredo h Sil%a <"#==$ !s mesmos a&tores citam, também, o (&r&, o&tro ta, com 9oderes semel:antes, 9orém eigindo &m tratamento di4erente 9ara ser Rc&radoR. tem de ser ro&bado e 9lantado em cima de &m 4Jgado de %eado com os brotos 9ara baio$ Ke se& b&lbo nascem trs O"33P :astes com trs 4ol:as em cada &ma delas$ &ando as 4ol:as estão totalmente abertas, tirase de cada :aste &ma 4ol:a, de maneira @&e 4i@&em a9enas seis 4ol:as e diariamente de%em ser mol:adas com a 9rimeira g&a do  9re9aro da caça o& do 9eie obtido, @&ando 9osto 9ara co'in:ar$ Ta a&sncia de caça o& 9eie, de%em ser mol:adas com c:ibé a9arecem nas sel%as 9ria @&e a9arecem na@&eles locais$ Assim como no Alto Cairari eistem os tas Cabi e (&r&, @&e, Rc&radosR, de4endem a casa 9ara se&s moradores, em Belém encontramos os tas io Tegro e Cala Boca e mais a aninga ComigoTing&ém(ode, com idntico 9re9aro e 4inalidades, sendo @&e os de Belém, mais so4isticados, cada &m tendo &ma 4inalidade di4erente, como %imos anteriormente, em %e' de se trans4ormar em onças o& o&tros animais 4ero'es, são g&ardados 9ela 4orma :&mana de &m Jndio de ol:os 4lameantes <%er a :ist>ria RMorada de cabocloR=, @&e amedrontam e assombram os @&e c:egam m&ito 9erto sem  boas intenções$ A Cobra 2rande não mais eiste em Belém e adacncias na 4orma com @&e se a9resenta em ;t o& Alto Cairari$ Mas eiste a crença @&e sob a cidade dorme

enorme cobra, c&a cabeça est sob o altar da Catedral da Sé e a ca&da sob a BasJlica de Ta'aré$ Alis, a crença 4ala em mais d&as o&tras direções 9ara a ca&da. &ma indica a ;grea do Carmo, na Cidade Vel:a a o&tra, a ;grea de O"3FP Santo Ant)nio$ Encaradas as trs do 9onto de %ista da e%ol&ção da cidade,  9arece @&e a %ersão da ;grea do Carmo é a mais antiga$ Com o crescimento da cidade, s&a ca&da m&do& de 9osição 9ara 4icar embaio da ;grea de Santo Ant)nio$ E, 4inalmente, <@&e é a maior corrente= m&dar no%amente e se am9liar  até a BasJlica de Ta'aré$ Est&do mais 9ro4&ndo do ass&nto 9oderia di'er se tal lenda não nasce& dos 9rimeiros missionrios @&e, ao o&%ir 4alar em Cobra 2rande, a ten:am resol%ido esmagar, colocandol:e a cabeça &sto sob o altar da Sé e a ca&da sob o altar em Ta'aré$ (or sinal, m&ito 9arecido Q Virgem esmagando a ser9ente, @&e era encarnação do Kem)nio$ (or o&tro lado, a cabeça da cobra sob a Sé e a ca&da em Ta'aré lembra também o 4amoso CJrio de  Ta'aré, @&e se inicia na Catedral e termina na BasJlica$ *endas semel:antes eistem em o&tras cidades interioranas ama')nicas, e a cabeça da cobra est sem9re sob &m altar, geralmente de &ma santa$$$ Até :oe, 9orém, eistem os @&e acreditam na eistncia da Cobra 2rande sob Belém$ K&rante o tremor de terra ocorrido na madr&gada do dia -" de aneiro de -/#, não 4oram 9o&cas as  9essoas @&e disseram @&e era a Cobra @&e esta%a se meendo$$$ E a lenda di' @&e, no dia em @&e a cobra sair de se& re9o&so, Belém ser tragada 9elas g&as da BaJa do 2&aarL <%er a :ist>ria R! ?omXnc&lo do *argo da SéR=$ Totese @&e em Belém a Cobra 2rande não 9ode ser %ista, entretanto, com o tremor de terra em -/#, ela 4oi RsentidaR 9elos crentes$ Em certos s&bXrbios de Belém e mesmo na 9eri4eria central, eiste a crença, tal como em ;t o& Alto Cairari, @&e certas 9essoas 9odem trans4ormarse em animais. são as Matintas (ereras e os *obisomens$ O"31P As Matintas (ereras são almas 9enadas$ Estão 9agando alg&m grande  9ecado$ !& 9ode ser :ereditrio$ As Matintas (ereras tm o 9oder de trans4ormarse em @&al@&er animal, dando 9re4erncia, 9orém, a &m 9ssaro, emitindo nestas ocasiões &m assobio 4orte e estridente$ ? também os RamarradoresR de Matintas, @&e &sam como material &ma teso&ra %irgem, &ma c:a%e rias RA Matinta (erera do Acam9amentoR e RA Matinta (erera da (edreiraR=$ ;g&almente gostam de tabaco$ !&tro animal de s&a 9re4erncia 9ara trans4ormarse é o 9orco <%er a :ist>ria RA 9orca do ed&toR=$ ?ist>rias de Matinta (erera 4oram também recol:idas nos bairros do Marco, Can&dos e 7&r&nas e não 4oram narradas 9ara e%itar a re9etição$ 5oi também in4ormado o caso ocorrido no bairro da Marambaia de &m o%em @&e, 4altando @&in'e dias 9ara o casamento, desmanc:o& o noi%ado 9or@&e so&be @&e s&a noi%a R%ira%aR Matinta (erera$

Encontramos em Belém d&as %ariações 9ara trans4ormações em *obisomem. a  9rimeira, como sina, isto é, o 9agamento de 4altas cometidas a seg&nda, como 9acto com o Kem)nio$ To 9rimeiro caso, inde9endente da %ontade do indi%Jd&o R%irarR *obisomem <%er a :ist>ria R! *obisomem da (edreiraR= no seg&ndo, é o 9r>9rio @&e 9roc&ra$ A@&i,  O"3DP este rito 9arece estar ligado a &mbanda em lin:a negra, 9ortanto, associado a E&s$ ! indi%Jd&o @&e assim o desea 9ro9õe o 9acto, Q meianoite de seta4eira, n&ma encr&'il:ada, o4erecendo se& sang&e, re9resentado 9or  alg&mas gotas colocadas na encr&'il:ada  e com o sang&e a alma, a 4im de ter  sorte no amor eo& no ogo$ A9>s o 9acto, não : m&l:er @&e resista Qs in%estidas da@&ele @&e o 4a' não : ogo de a'ar em @&e não saia %encedor$ (orém, Qs setas4eiras, %em o momento da trans4ormação$$$ E de cerca de meianoite até a madr&gada %aga 9elos terrenos baldios o& r&as desertas na 4orma de &m 9orco, 9ronto 9ara atacar @&em l:e 9assar 9ela 4rente$ To bairro da (edreira, todos se re4erem a 7osé como tendo 4eito o 9acto$ 7osé não trabal:a, %i%e do ogo, no @&al tem &ma sorte etraordinria, 9rinci9almente no carteado, a 9onto de ser e%itado como ad%ersrio$ ;g&almente nas con@&istas amorosas, não : @&em l:e resista$ Mas, Qs setas4eiras, desa9arece, e ning&ém conseg&e encontrlo$ Se&s amigos brincam com ele e 9erg&ntam.  &e :ist>ria é essa @&e contam 9or aJ de @&e %oc %ira 9orco\ 7osé não res9onde, a testa contraJda demonstra @&e não gosto& da brincadeira, e se&s amigos silenciam$ 8m se& com9adre sai& certa ocasião em s&a com9an:ia, n&ma seta4eira$ Em dado momento, 7osé 9edi& licença 9ara &rinar n&m matagal$ E, @&ando se& com9adre menos es9era%a, s&rgi& &m 9orco enorme tentando mordlo$ ! com9adre rec&o&, eclamando.  &e é isto, com9adre\  Tão est me recon:ecendo\ Mas o 9orco contin&o& a in%estir$ E então o com9adre saco& de &m re%>l%er e disse.  !l:e, com9adre, gosto de %oc, mas se contin&ar a me atacar, tacol:e c:&mbo @&enteL ! 9orco 9aro&, como se esti%esse re4letindo$ Volto& 9ara o meio do mato e, daJ a 9o&co, s&rge O"3P 7osé, 9lido, di'endo @&e não se sentia bem$ ! com9adre e%ito& 4a'er re4erncia ao ata@&e do 9orco$ Iemos em Belém, 9ortanto, trs ti9os di4erentes de 9orcos, 9rod&to da trans4ormação de :&manos. a Matinta (erera, o *obisomem de sina e o *obisomem de 9acto com o Kiabo$ Como disting&ilos\ A Matinta (erera é 4cil. não se tem con:ecimento, em Belém, @&e :omens se trans4ormem em Matintas (ereras$ *ogo, o seo res9onde. se 4or 9orca, é Matinta (erera$ Mas se 4or 9orco, é *obisomem e ser di4Jcil saber se o é 9or sina o&  9or 9acto$ A :ist>ria R! ?omXnc&lo do *argo da SéR 9arecenos estar  en@&adrada nas :ist>rias de *obisomens, con@&anto @&e, es9acialmente, elas seam mais com&ns 4ora do centro da cidade$ Belém é &ma cidade recortada de igara9és, o @&e tem criado sérios  9roblemas 9ara o saneamento da cidade$ !s igara9és de Belém tm também a s&a RmãeR$ Entretanto, é 9ossJ%el @&e com a trans4ormação dos igara9és em canais, como ocorre& com o da a%enida Iamandaré e, mais recentemente, com o ;gara9é das Almas, as RmãesR de tais locais ten:am se aborrecido e 9roc&rado no%os locais 9ara g&ardarem$ To ;gara9é das Almas,

 9or eem9lo, com s&as g&as 9ol&Jdas 9elo >leo e o&tros detritos de &m 9osto de gasolina @&e eiste nas %i'in:anças, são o&tras as assombrações @&e a9arecem$ Entretanto, o ;gara9é de São 7oa@&im e o&tros ainda não trans4ormados em canais 9oss&em as s&as RmãesR, @&e malinam e assombram a@&eles @&e as o4endem, graceam o& molestam, como 9odemos %eri4icar na :ist>ria de RA Mãe dYZg&a do ;gara9é de São 7oa@&imR$ ! mesmo é dito com relação Q enorme castan:eiraU @&e 4ica Q entrada _. A castan:eira não mais eiste$ O"30P de Belém são con:ecidas e res9eitadas nos s&bXrbios e, mesmo assim, cada %e' 9or &m nXmero menor de 9essoas$ Em Belém  não se o&%e 4alar  em RmãesR de bic:os, tal%e' 9ela ineistncia de caça$ S> mesmo alg&ns  9o&cos igara9és e nXmero Jn4imo de %egetais ria R! estran:o cliente do Kr$ [R$ A 9ro9>sito, a :ist>ria @&e a seg&e, RAs il:as encantadas do Mara>R, 4oi inserida neste trabal:o &stamente 9or@&e constit&i &ma se@&ncia, c&o des4ec:o a9arece em R! (aideSanto do 7&r&nasR=$ A :ist>ria @&e nos c:ega 4oi tra'ida 9ela tradição oral e somente a %iagem ao Mara>, de nosso in4ormante, onde o&%i& 4alar nas il:as encantadas de CYroa 2rande e CYroin:a e, mais tarde, s&a %isita a &m R(aideSantoR é @&e 9ermitiraml:e 4osse a%i%ada a :ist>ria e ele 4i'esse a correlação entre as trs$ Ioda%ia, com eceção da :ist>ria re4erida, na 9es@&isa reali'ada, não encontramos :ist>rias at&ais de encantados o& encantamentos o& ainda de Rcom9an:eiros do 4&ndoR, de @&e 4ala 2al%ão em ;t$ A9esar de encontrarmos em Belém as e9ressões %isagens, assombrações e a9arições &sadas @&ase @&e indistintamente e tendo o mesmo sentido encontrado 9or 2al%ão <-D= em ;t rias R5antasma er>tico da SoledadeR e REncontro na 9raçaRU, o& no sentido &sado 9or 5ig&eiredo h Sil%a <"#=, encontrado no Alto Cairari  Rdores no cor9o, 4ebre etc$R, como na :ist>ria RA Mãe dYZg&a do ;gara9é de São 7oa@&imR, o& ainda a9enas no sentido de o indi%Jd&o sentirse a9a%orado, como nas :ist>rias RA moça sem 4aceR, RA (rocissão das AlmasR, RA9arições no (ar@&eR, R! grito dos

len:adores da (edreiraR, R! cr&'eiro do Ielégra4oR etc$ (ara alg&mas 9essoas, entretanto, 9arece @&e se estão delineando no%os sentidos 9ara essas 9ala%ras$ Assim, alg&ns in4ormantes nos di'em RassombraçõesR a9enas no sentido de o indi%Jd&o 4icar enlo&@&ecido o& com 4ebre, dores no cor9o etc$ Visagem  é &ma %isão @&e, mesmo @&e 9ro%o@&e medo, não assombra, o& sea, a %isagem não 4a' mal, nem 4a' bem, sentido di4erente do encontrado 9or 2al%ão <-D= em ;t e 9or 5ig&eiredo h Sil%a <"#= em Alto Cairari$ E, 4inalmente, @&ando @&er se re4erir Q alma o& ao es9Jrito 9rotetor e _. A 9ro9>sito desta :ist>ria recol:emos as mais di%ersas %ersões @&anto ao local$ Con@&anto a maior 9arte dos in4ormantes 4alasse em Belém, o&tros locali'aramna no io de 7aneiro, o&tros em São (a&lo, eci4e e Sal%ador$ Em con%ersa com o antro9>logo Ka%id 5&nell, este in4ormo& @&e  o&%ira a :ist>ria nos Estados 8nidos, como se tendo 9assado n&ma cidade americana$ 8m in4ormante admirador de cinema in4orma @&e o tema 4ora le%ado Q tela 9or &m  9rod&tor brasileiro, sob o tJt&lo UAlameda da Saldade --3U, o @&e Acyr  Castro, cronista cinematogr4ico, con4irma em -///,  9ara esta 3ª edição$ Seg&ndo este est&dioso, o 4ilme, criação de Carlos !rti', 4oi reali'ado entre -/1# e -/1-, sendo R&ma das 9rimeiras 9rod&ções inde9endentes <$$$= &m melodrama <$$$= mesclando mistério e %erossimil:ança, baseado em 4amoso e9is>dio ocorrido em SantosS(R <*&Js 5eli9e Miranda=$ O"F#P Ra9ariçãoR geralmente associado ao C<o das Almas$ e9etimos, este &so não é generali'ado$ !&tro ti9o de %isagem @&e se 4a' 9resente em Belém oga 9edras o& areia nos @&e 9assam em determinadas reas, como, 9or eem9lo, no Con&nto da C!!?AI8BE$ ! 4ato 4oi am9lamente noticiado 9elos ornais em Belém <"F=$ Wagley <-/= 4ala de 4ato semel:ante entre os Ia9ira9é. Rde %e' em @&ando os es9Jritos a9arecem Qs 9essoas %i%as, ass&standoas, alg&mas %e'es atirando sobre elas &ma s&bst6ncia semel:ante a 9oeira, e 4a'endoas cair desmaiadasR$ Visagens e assombrações são tão 9resentes na %ida do belenense @&e, %e'  9or o&tra, os ornais noticiam 4atos relati%os a a9arições de o&tras %e'es são :ist>rias de adiamentos de botias contendo o&ro, moedas e >ias, in%aria%elmente mostradas 9or &ma alma <%er a :ist>ria R! es9ectro e a  botiaR=$ Se tentarmos agr&9ar, de acordo com o tema de cada @&al, as %isagens e assombrações de Belém, 9oderJamos 4a'er &ma série de classi4icações$ 5aremos &ma a@&i, @&e desde logo alertamos não ser concl&si%a e @&e 9oder ser  re4orm&lada$ (ara este 4im, as :ist>rias coletadas tm %alidade como amostragem$ _.  Ver Aneo ;; relati%o a re9ortagem em RA (ro%Jncia do (arR, edições de -3 e -F de agosto de -/" e de -# e -- de setembro do mesmo ano$  U Embora a amostragem das :ist>rias a9resentadas ten:a sido %lida 9ara a a9resentação de &ma classi4icação, ela não o é 9ara a de &ma locali'ação es9acial das %isagens e assombrações$ Vrias narrati%as são a9resentadas como

tendo ocorrido em di%ersos bairros, em o&tras o bairro não é de4inido$ Kessa maneira 9re4erimos deiar de 4a'er &ma locali'ação es9acial, ressaltando a9enas @&e, a9esar de estarem es9al:adas 9or toda a cidade, o bairro @&e 9arece contar com maior ocorrncia é o do 2&am gicoassombradoras rias estão ligados aos mitos ama')nicos e assombram o& agridem as 9essoas=.  A 9orca do ed&to A Matinta (erera do Acam9amemto  ! *obisomem da (edreira  ! ?omXnc&lo do *argo da Sé  A Matinta (erera da (edreira A Mãe dYZg&a do ;gara9é de São 7oa@&im  Morada de caboclo Visagens de encantados ! R(aideSantoR do 7&r&nas gicoassombradoras também 9oderiam ser incl&Jdas a@&i=$ Visagens romanescoer>ticas ticos=.  5antasma er>tico da Soledade  Toi%ado sobrenat&ral  Encontro na 9raça  A moça sem 4ace O"F"P Visagens 4ilantr>9icas o& a9arições
 A9osta macabra  ! carro assombrado + de salientar @&e nas :ist>rias @&e intit&lamos Rromanescoer>ticasR sem9re a %isagem é de m&l:er$ Tão con:ecemos nen:&ma :ist>ria em @&e o encontro se desse ao in%erso, o& sea, m&l:er com :omem4antasma$ Estarão estas :ist>rias ligadas ao mito da noi%a4antasma, entre os erentes do Brasil Central, de @&e nos 4ala Cla&de *é%i  Stra&ss <"1= em U! 9ensamento sel%agem\U S> &ma 9es@&isa mais 9ro4&nda dessa teia de aran:a, da @&al s> temos este 4io, 9oder di'er$ !bser%ese também o 4&ndo moral de RA (rocissão das AlmasR, @&e 9rega @&e não se de%e intrometer e 9roc&rar saber da %ida al:eia de R! cr&'eiro do Ielégra4oR, em @&e a mensagem das a9arições do (adresemCabeça é não cometer ecessos nas @&adras momesca e &nina de RMorada de cabocloR, na @&al O"F3P  9arece claro o castigo a @&em 4a' graceos o& tenta meer nas coisas al:eias e de R! es9ectro e a botiaR, em @&e é clara a al&são a não se enterrar din:eiro o& %alores, senão o es9Jrito não ter 9a'$ As demais classi4icadas sob o tJt&lo Ralmas 9enadasR 9arecem, Q 9rimeira %ista, não serem mais do @&e o tJt&lo e9ressa, embora, &ma delas, RA moça do tiR, ten:a o se& tXm&lo como sendo locali'ado no Cemitério de Santa ;'abel e comece a ser c<&ada como alma milagrosa$ ! C<o das Almas, @&e descre%emos anteriormente, est associado diretamente a Ra9ariçõesR
Komingas, do Menino CJcero e de o&tros @&e nem mesmo o nome se sabe, bem demonstram a crença do belenense nessas almas obeto de c<o$ Tossa in4ormante no Cemitério da Soledade a4irmo&  ter %isto as almas de aim&ndin:a (icanço e do Kr$ Camilo Salgado, bem como &ma 9rocissão de almas em9&n:ando %elas entrar na Ca9ela do Cemitério$ Vale salientar @&e as a9arições não ca&saram medo$ REles são es9Jritos de l&'R, disse a in4ormante @&erendo com isto contra9)las Qs %isagens, @&e são es9Jritos das tre%as, almas 9enadas$ Mesmo assim, aim&ndin:a (icanço, em s&a 9rimeira a9arição, assombro& &m menino, embora o ten:a c&rado de9ois$ (or o&tro lado, a 9essoa @&e @&iser conseg&ir &ma graça de%e 9edila e c&m9rir a no%ena <@&er sea Qs almas de &m modo geral, @&er Qs 9artic&lares=,  9ois, em caso contrrio, além de não conseg&ir a graça, o& de 9erdla se  ti%er conseg&ido, 4icar assombrada$ Ki'em mesmo @&e @&em inicia o C<o das Almas não mais 9oder deilo, sob  9ena de as almas não darem 9a' Q 9essoa, o& sea, 9erseg&irem, assombrarem, não l:e 9ermitir dormir Q noite etc$ O"F1P Ko&trinadores das %isagens e assombrações &ando %isagens e assombrações tornamse m&ito inc)modas, geralmente recorrese a &m lJder religioso 9ara @&e as a4aste$ Ke acordo com a religião @&e a 9essoa seg&e, a do&trinação o& o 9edido de 9a' 9ara almas 9enadas se 4ar de, 9elo menos, trs maneiras. atra%és de missas o& orações cat>licas, atra%és de sessões es9Jritas o& ainda sessões &mbandistas$ To 9rimeiro caso, é solicitado a &m 9adre @&e re'e &ma missa em intenção da@&ela alma 9ara @&e encontre 9a' orações 9odem também ser reali'adas no local do a9arecimento com o mesmo sentido neste seg&ndo caso, o& &ma  9essoa considerada de mais con:ecimentos religiosos é c:amada o& então os 9r>9rios donos da casa$ Missas também são re'adas em 9agamento a graças alcançadas no C<o das Almas$ As sessões es9Jritas são reali'adas 9elos seg&idores de `ardec o& ainda a  9edido de 9essoas de o&tras religiões$ ? &ma con4iança m&ito grande nos es9Jritas com estas 4inalidades$ Moça es9Jrita in4ormo&nos @&e se 9ode 4a'er &ma sessão na @&al a alma 9enada é in%ocada, 9erg&ntase o @&e ela desea e, se 4or 9ossJ%el atenderse o 9edido, ser satis4eita$ (orém, atendendo o& não ao @&e a alma desea, ela ser Rdo&trinadaR, o& sea, l:e ser mostrado @&e ela não é mais deste m&ndo e @&e est, com s&as mani4estações, 9re&dicando 9essoas @&e m&itas %e'es são se&s 9arentes$ ? m&itos casos de sessões de do&trinação 9ara as almas de  9essoas @&e deiaram %iX%o o& %iX%a e @&e com a s&a a9roimação <@&e nem sem9re é %ista e, neste caso, c:amada RencostoR= 9re&dica seriamente o ees9oso o& a ees9osa$ O"FDP Es9Jritas ig&almente &sam orações Rde momentoR com a mesma 4inalidade, geralmente no local da %isagem$ !s &mbandistas agem de maneira semel:ante aos es9Jritas, recomendando também o &so de Rban:osR e de4&mações es9eciais, @&e 4&ncionam como

eorcismo$ Kse 9re4erncia Q 9roc&ra de &mbandistas 9ara as %isagens de RencantadosR o& as @&e designamos como mitol>gicoassombradoras$ (ara estas, são também 9roc&radas as Re9erientesR, 9essoas @&e são &m misto de cat>licas, &mbandistas, es9Jritas e con:ecem o &so de er%as medicinais, ser%indo ainda de  9arteiras$ As9ectos econ)micos 7 %imos @&e o C<o das Almas 9ro%oca &m ra'o%el comércio de %enda de %elas e o&tros arte4atos de cera, 4lores nat&rais e arti4iciais, orações etc$ Mas, além disto, as %isagens e assombrações 9ro%ocam, ig&almente, 4atos de nat&re'a econ)mica$ Se &ma em9regada doméstica entender @&e &ma casa é malassombrada, ela não 4icar ali nem 9elo dobro do ordenado, 9or  mais necessitada @&e estea$ E es9al:ar a notJcia, de tal 4orma @&e, na@&ela casa, di4icilmente entrar o&tra em9regada, criandose, assim, dois ti9os de 9roblema. 9rimeiro, 9ara a 9r>9ria em9regada, @&e 4ica sem o em9rego seg&ndo, 9ara a 4amJlia, @&e, se não morar em casa 9r>9ria, acabar  9or se m&dar$ Mas não é s> com em9regadas domésticas$ Em 4irmas comerciais o& ind&striais o mesmo acontece$ ! sen:or Al4redo relato&nos @&e em s&a 4brica  &ma grande em9resa 9ara as dimensões de Belém  o %igia a4irmo&, ass&stado, ter %isto &ma %isagem cinco dias de9ois saJa, O"FP a9esar de 9recisar do em9rego$ ! mesmo ocorre& com os se&s s&cessores,  todos sabedores @&e a em9resa era malassombrada$ E com isto crio&se o  9roblema 9ara o sen:or Al4redo, @&e, a9esar do desem9rego em Belém, não conseg&ia &m %igia 9ara s&a 4irma$ E também 9ara os 9retendentes ao em9rego, @&e eram obrigados a larglo 9or@&e eram 9erseg&idos 9or %isagens e assombrações$

O"1#P Concl&sões O"1-P Brancos 9ort&g&eses, negros a4ricanos e indJgenas nati%os tin:am, ao tem9o da con@&ista e coloni'ação, s&as 9r>9rias crenças no @&e di' res9eito Q eistncia da alma e s&as mani4estações o indJgena, a 9ar desta crença, acredita%a também na eistncia de seres 4antsticos, d&endes das sel%as e das g&as$ ! 9rocesso de 4ormação da at&al 9o9&lação ama')nica 9ro%oco& re4orm&lações nas crenças originais, @&e se encontram mais 9erto de s&as origens no interior, c&a maior 9arte da 9o9&lação é cabocla, dimin&indo na ca9ital 9ela s&a 9osição geoecon)mica, @&e tem, como conse@&ncia, maior 

interc6mbio c<&ral com centros mais adiantados$ Cont&do, mesmo em Belém, traços c<&rais %i%os de tais crenças se 4a'em sentir, rea%i%ados mais ainda  9ela contJn&a %inda de interioranos 9ara a ca9ital, donde 9odemos, nesta  9rimeira abordagem, concl&ir. -  A eistncia, em Belém, da crença em %isagens e assombrações e a9arições o& almas milagrosas "  &e tais 4en)menos 9odem ser classi4icados, de acordo com s&as mani4estações, em gr&9os, como. %isagens mitol>gicoassombradoras, %isagens de encantados, %isagens romanescoer>ticas, %isagens 4ilantr>9icas o& a9arições e almas 9enadas 3  A 9o9&lação do centro da cidade gicos, como *obisomens e  O"1"P Matintas (ereras, @&e se trans4ormam em 9essoas e %ice%ersa 1  A crença em RmãesR  es9Jritos @&e %igiam, de4endem o& são RdonosR  de 4en)menos geogr4icos, tais como igara9és, lagos etc, de bic:os o& de %egetais, ainda s&bsiste, tendendo a desa9arecer a não eistncia da caça en Belém determina não eistirem mães de bic:os as RmãesR de igara9és e %egetais são raras, e 9o&cas são as 9essoas @&e ainda 4alam com o de%ido res9eito a essas RmãesR D  Iambém da crença em RencantadosR o& Rcom9an:eiros do 4&ndoR como %isagem o& assombração resta a tradição oral, não :a%endo notJcias do a9arecimento de semel:antes seres, at&almente
O"1DP Koc&mento 4otogr4ico O"1P  5oto  Catedral Metro9olitana de Belém, do lado  es@&erdo, casarões antigos$ ] 4rente, a 9raça 5rei Caetano Brandão$ U*egendaU  (raça 5rei Caetano Brandão  o& *argo da Sé, como é até :oe con:ecido 9o9&larmente, é 9alco de %isagens e assombrações <%er a :ist>ria R! :omXnc&lo do *argo da SéR=$ Em 9rimeiro 9lano o mon&mento em :omenagem ao 5rei @&e de& o nome at&al da 9raça <&ma das :ist>rias de %isagens di' @&e a estt&a, Q noite, desce de s&a base e 9asseia 9elo *argo=$ Ao 4&ndo, Q es@&erda, antigas casas coloniais, re%estidas de mosaicos 9ort&g&eses Q direita, a Catedral$ A (raça est locali'ada no bairro da Cidade Vel:a, marcooriginal de Belém$ O"10P U*egendaU  Cr&'eiro do Ielégra4o  To bairro do Ielégra4o Sem 5io destacase o cr&'eiro da 4oto, @&e é considerado assombrado$ Entre o&tras %isagens a9arece ali &m (adresemCabeça <%er a :ist>ria R! cr&'eiro do Ielégra4oR=$ O"1/P U*egendaU  Cr&'eiro da Matin:a  *ocali'ado no bairro do mesmo nome <:oe bairro de 5tima=, o Cr&'eiro também é indicado, na crença 9o9&lar, como l&gar de %isagens assombrosas$ O"D#P U*egendaU  Ia io Tegro  Ia Rc&radoR da casa da sen:ora Ta'aré$ Iem a 9ro9riedade de, @&ando Rc&radoR, tornarse morada de caboclo @&e de4ende

a residncia e se&s moradores, não 9ermitindo @&e nen:&m mal l:es sea 4eito <%er a :ist>ria RMorada de cabocloR=$ O"D-P U*egendaU  Ia Cala Boca  Este ta <é Rc&radoR e é da sen:ora  Ta'aré, bairro do Marco= tem &ma 9ro9riedade de4ensi%a @&e o di4erencia dos demais @&ando &ma 9essoa %em di'er desa4oros aos moradores da residncia, o caboclo @&e 4a' morada no ta 4a' com @&e cale a boca, daJ se& nome$ O"D"P U*egendaU  RComigoTing&ém(odeR  9lanta Rc&radaR em 4rente da casa, 9elo lado de dentro do m&ro, da sen:ora de Ta'aré$ Esta aninga tem ig&almente  9ro9riedades de de4esa de residncia e moradores$ O"D3P U*egendaU  (ortão 9rinci9al do Cemitério da Soledade em dia com&m$ Tão : nen:&m mo%imento e o cemitério é deserto$ O"DFP U*egendaU  Cemitério da Soledade em dia de C<o das Almas$ ! cemitério enc:ese de gente de man:ã até Qs -/ :oras, @&ando 4ec:a$ (ela noite adentro, %se %elas ardendo ainda$ To cr&'eiro do cemitério é re'ada a !ração das Almas$ Ao 4&ndo, a Ca9ela, 9alco de :ist>rias de %isagens e assombrações <%er, 9or eem9lo, R5antasma er>tico da SoledadeR=$ O"D1P U*egendaU  IXm&lo de aim&ndin:a (icanço em dia de C<o das Almas, %endose de%otos ao se& redor$ O"DDP U*egendaU  IXm&lo de aim&ndin:a (icanço  9laca de mrmore 9or cima do tXm&lo$ Totese @&e a 9essoa @&e 4e' o o4erecimento mando&, de9ois, a9agar se& nome$ Circ&ndam o tXm&lo n&merosas 9lacas de mrmore, incl&si%e com a designação de Santa aim&ndin:a$ Entre os agradecimentos de graças, %rios de %estib&landos e o&tros est&dantes$ O"DP U*egendaU  IXm&lo da (reta Komingas em dia de C<o das Almas
 9agamento 9or graças alcançadas$ O"D/P U*egendaU  IXm&los em reconstr&ção. 9agamento de graça alcançada 9or  intermédio da alma da@&ele @&e ali 4oi se9<ado$ 2eralmente o o4ertante não gra%a se& nome e mesmo o omite o trabal:ador da 4oto não so&be in4ormar   9ara @&em trabal:a%a$ ecebe& a encomenda de &ma sen:ora @&e sem9re o  9roc&ra%a no cemitério e @&e n&nca se identi4ico&
se& es9Jrito a9arece& receitando e o9erando os necessitados$ Ke'enas e de'enas de 9lacas de mrmore agradecem graças alcançadas$ ria Receitas e o9erações sobrenat&raisR=$ O"DP U*egendaU  IXm&lo do Kr$ Crasso Barbo'a$ Tasce& em -# de &l:o de -00D e morre& em #D de aneiro de -/-/$ !s dde%otos das almas atrib&eml:e m&itas graças e milagres, testem&n:adas 9elas 9lacas de mrmore em agradecimento$
U*egendaU  C<o das Almas em &mbanda  Ierreiro da Mãe ;gne'  Co@&eiro <4oto gentilmente cedida 9elo 9ro4$ Ta9oleão 5ig&eiredo=$ O"/P U*egendaU  C<o das Almas em &mbanda  Iabocal de ansã  8tinga <4oto cedida 9elo 9ro4$ Ta9oleão 5ig&eiredo=$

O"0"P Aneo ;  !ração das Almas e !rações indi%id&ais O"03P

!ração de carter geral RTão es@&eçais %ossos mortos, %os a @&em les tanto amamLR Milagrosa no%ena em :onra das Almas Visite o cemitério / seg&ndas4eiras, re'ando &m rosrio$ e'amse dois trços, em seg&ida lse a oração e 9or Xltimo o trço restante do rosrio$  5acsJmile da 9gina da 4rente da !ração das Almas$ O"0FP !rações de carter indi%id&al  To%ena 9ara 9edir &ma graça 9ara aim&nda (icanço <aim&ndin:a= aim&ndin:a. a te& tXm&lo e& %en:o tra'erte &m ramal:ete de angélicas,  9ara te 9edir &ma graça, 9ara @&e e& alcance esta graça se 4or 9ermitido 9or  Ke&s$ aim&ndin:a. te 9eço 9ela t&a 9&re'a,  9ela t&a inocncia, 9ela t&a :&mildade,  9or estas trs grandes %irt&des, e& te im9loro com lgrimas nos ol:os, @&e %s a 7es&s Cristo, 9edir 9or mim$ <(edese a graça$$$= Em seg&ida, terminar a no%ena com estas 9ala%ras da oração. aim&ndin:a, o&%e os nossos rogos  9elas lgrimas de Tossa Mãe SantJssima Maria$ São / seg&ndas4eiras  5acsJmile da !ração de aim&ndin:a (icanço$ O"01P !ração da (reta Komingas  <9ara ser re'ada no tXm&lo= Eis a@&i a escra%a do Sen:or @&e sal%a a %ossa Alma$ !:L clementJssimo 7es&s, @&e abrasais de amor 9elas Almas, e& %os s&9lico  9ela agonia do Vosso SacratJssimo Coração e 9elas dores de Vossa Mãe ;mac&lada @&e 9&ri4i@&es com o Vosso sang&e a alma de nossa ;rmã Komingas @&e agora  se encontra &nto a V>s$ Ki%ino Coração de 7es&s e& %os o4ereço 9elo Coração ;mac&lado de Maria, as orações e as boas obras, @&e em %ida ela 9ratico& e 9or todas as

s&as boas intenções, %os 9eço a@&i &nto a se& tXm&lo as bnçãos do Sen:or   9ara a s&a alma$ Em nome do (ai, do 5il:o e do Es9Jrito Santo$ Amém$ e'amse " (ai Tosso e 1 A%eMaria$ (edese a graça deseada$  5acsJmile da oração da (reta Komingas$ O"0DP  To%ena 9ara 9edir &ma graça 9ara CJcero 7 @&e te encontras ao lado dos anin:os, @&e entoam ?inos ao Sen:or, %en:o te im9lorar 9ara le%ares esta 9rece aos 9és de 7es&s, e 9edir @&e me alcance esta 2raça se 4or 9ermitido 9or Ke&s$ <(edese a graça= (or@&e a t&a alma &nta a ele re9resenta &m lJrio de 9&re'a$ e'ase - (adre Tosso e / A%eMaria / seg&ndas4eiras  5acsJmile da !ração do Menino CJcero O"0P (rece ao Kr$ Camilo Salgado Ke&s misericordioso, agradecemoste a 4elicidade @&e nos deste, concedendo o  9oder ao Kr$ Camilo Salgado de a&darnos a receber as c&ras dos males @&e nos a4ligem$ Assim como não es@&ecermos @&e a caridade e o amor ao 9r>imo, constit&em &ma 9ro%a 9ara nossa 4é$ Cremos em ti e na t&a bondade in4inita$ Kr$ Camilo Salgado não 9odemos ir onde te ac:as, mas t& 9ode %ir ter  conosco$ !&%e nossas 9reces, atende nossos 9edidos, am9aranos nas 9ro%as da %ida, e %ela 9elos @&e te são caros$ (rotegenos como 9&deres s&a%i'ando os 9esares 4a'endonos 9erceber 9elo  9ensamento @&e és mais ditoso agora, dandonos a consoladora certe'a de @&e &m dia estaremos todos re&nidos n&m m&ndo mel:or$ E @&e se& 9rogresso es9irit&al sea cada %e' maior$ Em ação de graça$ 8m (ai Tosso e cinco A%eMaria$ 5acsJmile da 9rece do Kr$ Camilo salgado O"/#P  Aneo ;;  TotJcias etraJdas de ornais sobre Visagens e Assombrações em Belém O"/-P  TotJcia -

Misteriosas 9edradas atemori'am con&nto residencial da C!!?AI8BE$ 8m 4ato m&ito estran:o %em ocorrendo <imamente na r&a Marab, trec:o 4ronteiriço Q Coo9erati%a de Cons&mo e o bos@&e do Con&nto esidencial R(residente MediciR, no bairro da Marambaia$ Ki'em os moradores @&e almas do o&tro m&ndo estão lançando 9edras  a maior tem 3## gramas  de  9re4erncia Q noite, deiando todos assombrados$ Ting&ém conseg&e dormir Qs  9roimidades do con&nto residencial$ Alg&mas 9essoas  constataram as 9edradas, mas ning&ém sabe de onde elas %m$ Elas são 9re4erencialmente lançadas entre a meianoite e trs :oras da madr&gada$ M&itas %ersões estão s&rgindo, com re4erncia a a9arições de %isagens no local onde est erg&ido o con&nto C!!?AI8BE, o @&e de certo modo a9a%ora m&itas 9essoas$  TotJcia etraJda do ornal RA (ro%Jncia do (arR, de -3 e -F de agosto de -/"$ O"/"P ! Estran:o caso I&do começo& a 9artir do dia D do corrente$ Alg&mas 9edras 4oram lançadas no terreno onde est locali'ado o Bos@&e do Con&nto R(residente MediciR$ Ke inJcio ning&ém ligo& 9ara o caso$ Mas, com o 9assar dos dias, 4oi sendo obser%ado o 4en)meno, @&e começo& a se es9al:ar entre os moradores$ Iodos 4icaram a 9ostos, e a 9artir da meianoite, desde a@&ele dia, eram arremessadas 9e@&enas 9edras$ ! 4ato 4oi constatado 9elos %igilantes not&rnos Edson Costa, (edro Corra e 7osé Cristino, este Xltimo c:ego& a ser  atingido$ Iambém o sr$ Conde
7 :o&%e alg&ém @&e s&gerisse a reali'ação de &ma sessão sessão es9Jrita, ao ao ar li%re, 9ara do&trinação do&trinação dos es9Jritos @&e estão estão :abitando o local$ Somente com essa RmesabrancaR RmesabrancaR é @&e seria ameni'ada a sit&ação$ sit&ação$ + a Xnica maneira  acreditam alg&ns moradores  de se %er li%re de t&do isto, @&e est ca&sando ca&sando m&ito malestar entre os moradores e 4&t&ros 4&t&ros moradores do con&nto$ E não é 9ara menos$ Vigilante nada %i& Esta :ist>ria de assombração assombração  est sendo es9al:ada es9al:ada 9or toda a Marambaia <%el:a=$ Alg&ns Alg&ns acreditam 9iamente$ !&tros ainda tm dX%ida$ Ta noite noite de seta4eira imo do do con&nto, 9arece não acreditar m&ito na :ist>ria$ E conta @&e trabal:a : mais de @&atro @&atro anos no cemitério, e n&nca n&nca %i& nada de anormal d&rante o se& se& t&rno de trabal:o, Q noite$ E tin:a m&itas ra'ões 9ara acreditar acreditar no a9areceimento a9areceimento das 9edras misteriosas$ misteriosas$ As 9edras 9edras são %istas 9or 9or @&al@&er 9essoa @&e se dis9on:a e ten:a coragem de 9ermanecer 9ermanecer no local entre meianoite meianoite e trs :oras da madr&gada$ O"/1P  TotJcia "  Alma 9enada 9enada a%iso& RMaria (ongR (ongR sobre a morte do eamante$ Maria Carla 5erreira da Costa 4inalmente ontem ontem 9resto& de9oimento na (rimeira Kelegacia, sobre os os incidentes @&e te%e com se& eamante eamante 7Xlio (ereira de Andrade, Andrade, @&e c&lmino& c&lmino& com a morte deste com &ma 4acada 4acada na região &mbilical$ RMaria (ongR, (ongR, como é con:ecida, mostra%ase mostra%ase m&ito tran@ila e 4alando &m &m 9o&co na gJria de macon:eiro$ Ao contar @&e 9or %olta das "3.3# :oras se encontra%a na a%enida Alcindo Cacela es@&ina com a (adre (adre E&tJ@&io, encostada em &m a&tom>%el, a&tom>%el, s&rgi& se& eamante 7Xlio, con:ecido 9or R2ato (eito de MoçaR, @&e esta%a do o&tro lado da r&a$ RSenti @&e era o dia dele$ Se 4osse o me&, ele tin:a me mandado mandado em 4renteR, disse, e9licando e9licando @&e o eamante esta%a com o 9ro9>sito 9ro9>sito de l:e matar$  TotJcia etraJda etraJda do ornal RA (ro%Jncia do (ar, de -# e -- de setembro de -/"$ O"/DP Agressão e re%ide

Ao encontrar encontrar RMaria (ongR (ongR na Alcindo Cacela es@&ina es@&ina da (adre (adre E&tJ@&io,  9r>imo do Bar do Te@&in:a, Te@&in:a, 7Xlio 9asso& a es9ancar es9ancar a eamante, eamante, não l:e dando c:ance de de4esa$ de4esa$ Maria ainda 9edi& 9ara @&e 7Xlio não l:e batesse batesse e a certa alt&ra se lembro& @&e tin:a &ma 4aca 9e@&ena na cint&ra cint&ra  ela sem9re ando& armada, disse  e saco& com a mão es@&erda <é can:ota= e de& a9enas &ma 4acada Q alt&ra do &mbigo$ &mbigo$ Ke9ois seg&i& em direção da Condor Condor e no camin:o ogo& a 4aca em &m ca9in'al$ ?omi'io&se em casa e disse disse @&e so&be da morte de R2ato R2ato (eito de MoçaR atra%és de &ma %isão @&e l:e disse disse R@&em mata carrega o morto nas costasR$ costasR$ Conto& @&e 4oi 9resa 9or dois soldados da 9olJcia Militar @&ando 9assa%a 9elo local do crime$ 5oi le%ada 9ara o Kistrito (olicial da Cremação Cremação e de l remo%ida 9ara a Central de (olJcia, 4icando Q dis9osição dis9osição da Kelegacia de ?omicJdios$

O3##P Bibliogra4ia O3#-P e4erncias bibliogr4icas seg&ndo ordem de citação no teto <-= C8, Ernesto$ ?ist>ria do (ar$ Belém. 85(A, 85(A, -/D3$ "%$   ria do Maran:ão$ Maran:ão$ São *&Js. KAS(, KAS(, Ser%iço de de Koc&mentação, Koc&mentação, -/D#$ -/D#$  ria ?ist>ria do (ar$ Belém. ks$n$, -/F"$  <1= BETC?;M!*, Sam&el$ Estr&t&ra geosocial e econ)mica econ)mica da Ama')nia$ Ama')nia$ Mana&s. 2o%erno do Estado do Ama'onas, Ama'onas, -/DD$
 <--=  <--= 5&ndação 5&ndação ;B2E  Kelegacia Kelegacia de EstatJstica no (ar  Seção Seção de Koc&mentação Koc&mentação e Ki%&lgação$ Bairros do M&nicJ9io M&nicJ9io de Belém, Belém, seg&ndo os limites e a 9o9&lação recenseada$ Belém, -/#$  <-"= V;ATTA, V;ATTA, Art:&r$ Art:&r$ *igeiras *igeiras notas sobre a e9idemia da da 4ebre amarela no no (ar$ (ar Médico$ - <"= de'$ -/##$  <-3= E;S, Art:&r Ce'ar 5erreira$ As9ectos da e9erincia 9ort&g&esa na Ama')nia$ Mana&s. 2o%erno do Estado do Ama'onas, -/DD$  <-F= S;*VA, S;*VA, AnaJ'a Ve Vergolino e$ ! negro no (ar  A notJcia :ist>rica$ ;T. !8E, Carlos$ Antologia da C<&ra Ama')nica$ Ama')nica$ Belém. Ama')nia, -/-$ %$ D$  <-1= SA**ES, Vicente$ Vicente$ ! negro no (ar, sob o regime de escra%idão$ io de 7aneiro. 5&ndação 2etXlio Va Vargas rgas 85(A, 85(A, -/-$ ria de Stradelli$ Mana&s. 2o%erno do Estado do Ama'onas, -/D$  <-0= 5;`E*, (rotsio$ (rotsio$ Iraços Iraços da do&trina 2ge 2ge e Tag)& sobre a crença na alma$ São (a&lo, sio sobre a Biota Ama')nica %$" %$"  Antro9ologia, Antro9ologi a,   -/D$  <""= I!CATI;TS, I!CATI;TS, *eandro$ Santa Santa Maria de Belém do 2rão (ar$ io de 7aneiro. Editora Ci%ili'ação Brasileira, -/D3$  <"3= WA2*E, A2*E, C:arles$ 8ma Com&nidade Ama')nica$ São (a&lo. Com9an:ia Editora Tacional, Tacional, -/1  <"F= A (ro%Jncia do (ar, Edição Edição de -3 e -F de agosto agosto de -/"$ Misteriosas 9edradas atemori'am Con&nto esidencial da   C!!?AI8BE$  <"1= *+V;SIA8SS, Cla&de$ ! 9ensamento 9ensamento sel%agem$ sel%agem$ São (a&lo. 8S( -/#$  <"D= 2!MES, *&i' *&i' Ieieira Ieieira <7a@&es 5lores=$ Se%era Se%era omana$ ria da Ama')nia$ Ama')nia$ Belém. ks$n$, -/1$ ME**!, AnJsio AnJsio rias e *endas da Ama')nia$ "$ ed$ São (a&lo. EK;2A5, -/D3$ M!AES, aym&ndo$ Am9:it:eatro Am9:it:eatr o Ama')nico$ São