UTILIZA\u00c7\u00c3O DA T\u00c9CNICA DE AVALIA\u00c7\u00c3O MU AN\u00c1LISE DA ADEQUA\u00c7\u00c3O DA LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE T PARQUE ESTADUAL DOS TR\u00caS PICOS \u2013
Carlos Eduardo G\u00f3es Jamel1 / Cristiane Ramscheid Figueiredo2 / Carlos Renato Dias da Fran\u00e Britto4 / Daniel de Oliveira D\u2019El Rei Pinto5 / Jo\u00e3o Raphael Hora e Azevedo6.
Eixo Tem\u00e1tico: 03 - A Flora e a Fauna
1.
Introdu\u00e7\u00e3o
Com 46.350 hectares o Parque Estadual dos Tr\u00eas Picos (PETP) \u00e9 a maior unida
conserva\u00e7\u00e3o ambiental do grupo de prote\u00e7\u00e3o integral estadual do R
localizado na Serra do Mar, na Regi\u00e3o Serrana do estado do R io de Janeiro, com \u00
total aproximada de 46.350 hectares. Cerca de dois ter\u00e7os de sua \u00e1rea encontr
munic\u00edpio de Cachoeiras de Macacu, e o restante divide-se entre os munic\u00edpio Friburgo, Teres\u00f3polis, Silva Jardim e Guapimirim.
Este Parque forma um cont\u00ednuo florestal com o Parque Nacional da Serra dos \u00d3
hectare; as matas de neblina, com sua extraordin\u00e1ria diversidade de esp \u00e9cies
campos de altitude, que possuem plantas t\u00edpicas de ambientes sujeitos a temperatu abaixo do ponto de congelamento. Isso fez com que os especialistas considerassem
aquela regi\u00e3o como um dos \u201chot spots\u201d em termos de biodiversidade em (IEF, 2006).
Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o (SN UC - Lei 9985/0
objetivo b\u00e1sico das Unidades de Prote\u00e7\u00e3o Integral \u00e9 preservar a na apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. A categoria Parque prioriza a
preserva\u00e7\u00e3o de ecossistemas naturais de grande relev\u00e2ncia ecol\u00f3g
possibilitando a realiza\u00e7\u00e3o de pesquisas cient\u00edficas e o desenvolvimento educa\u00e7\u00e3o e interpreta\u00e7\u00e3o ambiental, de recrea\u00e7\u00e3o em turismo ecol\u00f3gico. Desta forma, todas as atividades desenvolvidas dentro desta categoria de unidade de
conserva\u00e7\u00e3o devem estar em conformidade com os objetivos explicitados na L
visita\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 diferente. As trilhas existentes dentro dos limites do em compatibilidade com seus objetivos de preserva\u00e7\u00e3o.
conserva\u00e7\u00e3o de prote\u00e7\u00e3o integral. Como estudo de caso iremos referentes \u00e0s trilhas do Parque Estadual dos Tr\u00eas Picos.
3.
Metodologia
A avalia\u00e7\u00e3o multi-crit\u00e9rio (AMC) foi implementada em ambiente comput
aplicativo de sistema de informa\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas Idrisi, pela C lark Unive
atrav\u00e9s do uso do processo de hierarquiza\u00e7\u00e3o anal\u00edtica (AH P) e da
ponderada. Enquanto a an\u00e1lise hier\u00e1rquica \u00e9 utilizada para compara\u0
crit\u00e9rios, a combina\u00e7\u00e3o linear ponderada \u00e9 a ferramenta atrav\u00
mapas tem\u00e1ticos representando crit\u00e9rios e restri\u00e7\u00f5es s\u00e3o com
mapa indicativo da adequa\u00e7\u00e3o da superf\u00edcie de estudo para determinad
multi-crit\u00e9rio (Multi Criteria Evaluation - MCE). Consiste basicamente em classifica alocar terras mais apropriadas para determinado uso (objetivo) e espacializar os dados atrav\u00e9s da produ\u00e7\u00e3o de mapas indicativos (EASTMAN, 1998).
O primeiro passo, para avaliar a adequa\u00e7\u00e3o da localiza\u00e7\u00e3o das trilh
os objetivos da an\u00e1lise multi-crit\u00e9rio. Esses objetivos foram adotados para infe
Objetivo: Visitação •
Uso das terras e cobertura vegetal
•
Proximidade de vias de acesso
•
Proximidade de trilhas (a pé)
•
Proximidade de corpos d'água
•
Proximidade das entradas no PETP (acesos ao Parque apontados pelos
estudos de Uso Público) •
Proximidade dos "Centros de Visitação"
•
Proximidade de atrativos naturais / histórico-culturais (atrativos no Parqu
apontados pelo Uso Público) •
Declividade do terreno
•
Fragilidade da flora
•
Fragilidade da fauna (mastofauna e avifauna)
outro fator – par a par - conforme sua importância para o objetivo em avaliação (ANEX e ANEXO 2).
Para apreender a importância relativa de cada fator no contexto da avaliação a ponderação foi feita através da técnica de avaliação aos pares ( Analytical Hierarchy Process), desenvolvida por SAATY (1979). Os pesos finais de todos os fatores devem somar 1.0. Para tal utiliza-se uma escala com nove valores, como expresso no QUADR 1.
QUADRO 1 VALORES PARA AS NOTAS DE IMPORTÂNCIA RELATIVA DOS FATORES. Grau de Importância relativa Menos importante 1/9
1/7
Extremamente
1/5
Muito
Igual 1/3
Moderado
1 Pouco
Mais importante 3
5
7
9
Igual
Pouco Moderado Muito
Extremamente
Os produtos resultantes dessa análise foram dois mapas, sendo um indicativo de áreas prioritárias para visitação (ANEXO 3) e outro de áreas prioritárias para conservação
áreas florestadas, e as que já sofrem maiores interferências antrópicas atualmente. As trilhas consideradas mais apropriadas à visitação foram as que dão acesso aos atrativos localizados em áreas ambientalmente menos frágeis e próximas aos limites do Parque, como as trilhas dos Três Picos, Pedra dos Frades e Represas da CEDAE em Cachoeira de Macacu. O mapa indicativo de áreas para a conservação apresenta a existência de relevantes extensões de trilhas, com intensa visitação, inseridas em áreas prioritárias, com significativa fragilidade da flora e fauna, como as trilhas da Pedra do Faraó e do Pico da Caledônia. Este é o caso também da rodovia RJ-116, que corta o PETP. Em contrapartida, foram avaliadas como bastante apropriadas à visitação as trilhas que dão acesso aos atrativos localizados em áreas ambientalmente menos frágeis e próximas aos limites do Parque, como as trilhas dos Três Picos e Pedra dos Frades.
5.
Conclusão
O método da avaliação multi-critério aplicado em sistema de informações geográficas permite o adequado tratamento das informações trazidas pelas diversas áreas do
IEF – Instituto Estadual de Florestas. 2006. http://www.ief.rj.gov.br/ . Acessado em 14 de setembro de 2006 às 16:30h. SAATY, T.L., 1979. "Mathematical Modeling of Dynamic Decisions: Priorities and
Hierarchies with Time Dependence", Mathematics and Computers in Simulation 21, 352 258. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Lei 9.985 de 18 de julho de
2000. http://www.mma.gov.br/port/sbf/dap/doc/snuc.pdf . Acessado em 10 de outubro de 2006 às 17:10h.
7.
Agradecimentos
Ao Instituto Estadual de Florestas – IEF/RJ por promover a elaboração do Plano Diretor e de Manejo do PETP e pela contribuição valiosa dos seus funcionários/técnicos nas discussões e na disponibilização de dados. Aos coordenadores e consultores da Fundação Brasileira para Conservação da Natureza - FBCN que colaboraram com seus conhecimentos técnicos para o preenchimento da matriz de Saaty e o desenvolvimento da avaliação multi-critério.
ANEXO 1 – Matriz de comparação da importância relativa dos fatores para o objetivo: visitação. FATORES
Uso Veget.
Uso veget.
1
Prox. Vias Prox. Trilhas Prox. Entrad. Prox. Água Prox. C.Visit. Prox.
Atrat.
Turis. Decliv. Frag. Flora Frag. Fauna Frag. Geo
Prox Vias
Prox. Prox. Prox Entrad Trilha Água .
Prox. Prox. Frag. Frag. Atrat. Decliv C.Visit Flora Fauna Turis.
Frag Geo
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
RiscG Uso eo Consg
ANEXO 3 – Mapa de áreas Indicadas para a visitação.
ANEXO 4 – Mapa de áreas indicadas para a conservação.