PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Organização do Posto de Trabalho UFCD 0650
Manual de Formação
Formadora: Susana Marques
Viseu, 2013
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Índice Objectivos.................................................................................................................................................3 Benefícios e condições de utilização do manual ......................................................................................4 Introdução ................................................................................................................................................5 CAPITULO I ..................................................................................................................................................6 Racionalização do Trabalho......................................................................................................................6 Conceitos e terminologia da racionalização do trabalho .....................................................................7 Tipos de actividades e tarefas ..............................................................................................................7 Princípios de racionalização das actividades de trabalho ....................................................................8 Princípios de trabalho em equipa ........................................................................................................9 CAPITULO II .............................................................................................................................................. 13 Organização do Posto de Trabalho ....................................................................................................... 13 PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA ............................................................................................................ 14 1 – O RUÍDO....................................................................................................................................... 14 2 – A ILUMINAÇÃO ............................................................................................................................ 15 3 – AS CORES ..................................................................................................................................... 16 4 – VENTILAÇÃO E TEMPERATURA.................................................................................................... 17 5 – AS CADEIRAS E OS APOIOS .......................................................................................................... 17 6 – OS APOIOS NA POSIÇÃO DE PÉ.................................................................................................... 18 7 – AS MESAS E AS SECRETÁRIAS ...................................................................................................... 19 8 – AS PORTAS, OS TECTOS, OS CORREDORES E AS ESTANTES ......................................................... 21 REGRAS DE ECONOMIA DOS MOVIMENTOS..................................................................................... 22 2 – O LAYOUT DO POSTO DE TRABALHO – Textos Complementares .............................................. 22
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Objectivos
Utilizar os princípios básicos da racionalização das actividades de trabalho.
Utilizar métodos de organização do posto de trabalho.
Utilizar os princípios de trabalho em equipa.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Benefícios e condições de utilização do manual O presente manual de formação foi elaborado para a 0650 -Organização do Posto de Trabalho, referencial de formação 543272 - Operador/a de Máquinas de Produção de Artigos em Vidro, área 543 - Materiais (Indústrias da Madeira, Cortiça, Papel, Plástico, Vidro e Outros), Tem por objectivo auxiliar o formando na aquisição de conhecimentos e competências enunciados nos objectivos: geral e específicos de acordo o referencial de formação. Foi elaborado pela formadora Susana Marques e o mesmo não poderá ser reproduzido sem autorização da mesma e respectiva entidade formadora.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Introdução Nesta UFCD, vamos abordar algumas noções básicas de organização do trabalho. A importância do trabalho para o bem de cada um, da sociedade e da nação. Considerando que o trabalho numa empresa, seja ela grande ou pequena, é feito um estudo do significado de produção e de produtividade. Uma empresa pode ter uma boa produção, ou seja, uma grande quantidade de produtos, fabricados de forma rápida, com baixo custo e de boa qualidade. Outro ponto importante para a organização do Posto de trabalho são os princípios de economia de movimentos. Esses princípios facilitam a realização de um trabalho com menos esforço físico e de forma inteligente a simplificação do trabalho, que consiste numa série de procedimentos para tornar o método de trabalho mais simples, mais rápido e menos cansativo. Os desperdícios, ou seja, o resultado do que é feito sem economia, vão causar refugos, peças malfeitas e que não podem ser aproveitadas e a necessidade de retrabalho, isto é, de fazer novamente uma peça que foi feita com erros ou mau acabamento. Abordaremos também a necessidade de implementar um layout ou arranjo físico do local de trabalho. O objetivo é mostrar como se pode organizar o espaço de trabalho para alcançar maior nível de produção e de produtividade, sem excesso de movimentação. Na quarta aula, você vai conhecer uma técnica chamada Just-in-time. Essa técnica permite à empresa produzir somente o que for pedido e vai ser vendido, sem, portanto, correr riscos de prejuízos. Ao mesmo tempo, a técnica facilita o trabalho de equipa, sendo que uma mesma pessoa pode fazer trabalhos diferentes e, assim, ter oportunidade de crescer profissionalmente.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
CAPITULO I Racionalização do Trabalho
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Conceitos e terminologia da racionalização do trabalho Racionalização do trabalho nada mais é que a interação dos profissionais com a rotina de trabalho, realizando suas atribuições com dinâmica. Sejam em grandes montadoras ou em uma feira livre, por exemplo, deve-se racionalizar os movimentos, economizar tempo e material, otimizando assim, a qualidade dos serviços prestados e o produto final, tornando-se assim mais produtivos. A desmotivação no ambiente organizacional gera dentre outros agravos como, acidentes, ociosidades e perca no processo. A metodologia imposta pelas instituições muitas vezes mal elaboradas desde o recrutamento e seleção até o resultado das ações propostas, torna-se uma ferramenta argumentativa para que os colaboradores atribuam à falta de estrutura da empresa as disfunções ocorridas no meio organizacional. Partindo desses colaboradores a falta de motivação e interesse para com o trabalho surge à política da fadiga constante, demonstrando que quando se realiza uma atividade de maneira prazerosa os resultados são normalmente positivos, de contra partida, ao realizarem funções de forma relapsa, os fins são insatisfatórios tanto para os líderes quanto para funcionários, que são submetidos a constrangimento e desgaste emocional.
Tipos de actividades e tarefas Numa situação de trabalho, há que distinguir o conceito de tarefa e de actividade. A tarefa ou trabalho prescrito abrange tudo o que, na organização, define o trabalho de cada operador, ou seja:
os objectivos a atingir em contrapartida da remuneração;
a maneira de os atingir, as indicações e os procedimentos impostos;
os meios técnicos colocados à disposição (instrumentos, máquinas, ferramentas);
a repartição das tarefas entre os diferentes trabalhadores;
as condições temporais do trabalho (horários, duração, pausas);
as condições sociais (qualificação, salário);
o envolvimento físico do trabalho.
Quer a empresa seja de grande ou de pequena dimensão, existe sempre uma parte implícita, um trabalho esperado, do qual os responsáveis e os trabalhadores têm a sua própria representação.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Sendo a tarefa uma prescrição, um quadro formal, é o trabalho real dos trabalhadores ou actividade, que permite a produção. De uma maneira mais simplificada diz-se que, a actividade se refere às condutas e comportamentos dos trabalhadores, na execução de uma determinada tarefa. Em todos os planos definidos pela organização do trabalho, manifestam-se diferenças entre o prescrito e o real, pois o trabalho real dos trabalhadores nunca é o puro reflexo da tarefa, nem uma mera execução. A distinção entre tarefa e actividade é importante, na medida em que:
põe em evidência as falhas de organização;
ajuda a hierarquizar os constrangimentos da situação de trabalho;
permite explicar as relações entre as condições internas (inerentes ao trabalhador) e as condições externas (respeitantes ao envolvimento de trabalho);
ajuda a compreender as consequências sobre a saúde.
Princípios de racionalização das actividades de trabalho Nos EUA, o engenheiro Frederick W. Taylor (1856-1915) iniciou os estudos para aplicar nas fábricas uma organização do trabalho baseada em princípios que resultam de uma investigação com carácter científico. Este modelo conhecido por taylorismo foi exposto na sua obra Princípios de Direcção Científica da Empresa, publicada em 1911. O taylorismo consiste na divisão do trabalho em tarefas simples executadas com precisão por gestos simples e repetitivos. Pretendia, deste modo, eliminar os tempos mortos e os gestos desnecessários, alcançar a especialização do operário mediante um automatismo rigoroso, a fim de aumentar a produtividade. Henry Ford, em 1913, aplicou o taylorismo à indústria automóvel (produção do ModeloT), introduzindo nas suas fábricas a linha de montagem para, segundo o próprio, “levar o trabalho ao operário, em vez de levar o operário ao trabalho”. Tapetes rolantes faziam chegar as peças aos operários que, sem se deslocarem, trabalhavam como uma autêntica máquina humana, segundo a cadência imposta pelas engrenagens. Deste modo, poupavam-se todos os gestos inúteis ou lentos, o Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
que resultou num extraordinário aumento da produtividade. Obtinha-se assim a produção em massa que caminhou no sentido da uniformização e da padronização de certos artigos ou peças, produzidas
em
série
e
em
grande
quantidade.
A
este
processo
deu-se
o
nome
de estandardização (uniformização dos artigos produzidos através do fabrico em série, que possibilita a produção em massa).
Linha de montagem da Ford, 1913, EUA Embora eficazes do ponto de vista do patronato, os métodos taylorizados foram muito contestados pelas federações de trabalhadores e também por numerosos intelectuais, tanto nos EUA como na Europa, onde se difundiram rapidamente. Criticavam-lhes a racionalização excessiva, que retirava toda a dignidade ao trabalho, transformando o operário num mero autómato, escravo de uma cadeia de máquinas.
Princípios de trabalho em equipa
O trabalho em equipa é um processo baseado em princípios e valores que estão claramente definidos e entendidos. O verdadeiro trabalho em equipa é um processo contínuo interativo de um grupo de pessoas aprendendo, crescendo e trabalhando interdependentemente para alcançar metas e objetivos específicos no suporte a uma missão comum.
Vantagens do Trabalho em Equipa: Aumentar a segurança Melhora a qualidade (padrão) Melhora a produtividade Reduz desperdício Diminui o absenteísmo As equipas altamente efetivas são compostas de grupos de indivíduos comprometidos que confiam um no outro, possuem um claro senso de propósito do seu trabalho, são efetivos comunicadores dentro e fora da equipa, certificam-se de que todos na equipa estão Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
envolvidos nas decisões que afetam o grupo e seguem um processo que lhes ajuda a planejar todas as decisões e garantir qualidade do trabalho. Maior envolvimento dos membros da equipa Maior responsabilidade e autoridade dos membros da equipa Maior grau de comprometimento Pré-disposição para a polivalência (rotação dos membros) Maior suporte aos membros das equipas Senso de propriedade – ser dono da área Realização profissional Características de uma Equipa Eficaz: 1. Propósito claro: a visão, missão, objetivo ou tarefa da equipa foi definida e agora é aceita por todos. Existe um plano de ação. 2. Informalidade: o clima tende a ser informal, confortável e relaxado. Não existem tensões obvias ou sinais de aborrecimento. 3. Participação: existe muita discussão e todos são encorajados a participar 4. Escuta: os membros utilizam efetivas técnicas de escuta como questionamento, paráfrases (repetir o que foi dito com outras palavras) e resumo para expor idéias. 5. Discordância civilizada: existe discordância, mas a equipa esta confortável com isso e não mostra sinais de evitar, encobrir ou omitir conflitos. 6.Decisões de consenso: para decisões importantes o objetivo é substancial, mas são necessariamente concordância, através da discussão aberta das idéias de todos evitando a votação formal 7.Comunicação aberta: os membros da equipa se sentem livres para expressar seus sentimentos sobre as tarefas, bem como na operação do grupo. A comunicação acontece fora das reuniões.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
8.Funções claras e atribuições de trabalho: existem expectativas claras sobre as funções exercidas por cada membro da equipa. Quando a ação é tomada , ações claras são passadas, aceitas e executadas. O trabalho é justamente distribuído entre os membros da equipa. 9.Liderança dividida: a equipa possui um líder, as funções da liderança mudam de hora em hora, dependendo das necessidades do grupo e das habilidades do grupo. O líder formal modela o comportamento apropriado e ajuda a estabelecer normas positivas. 10.Relações externas: a equipa gasta seu tempo desenvolvendo relações externas, mobilizando recursos e criando credibilidade com importantes contribuições de outras partes da organização. 11.Diversidade de estilo: a equipa possui uma ampla gama de tipos de membros, incluindo aqueles que enfatizem a atenção à tarefa, estabelecimento de objetivos, foco no processo e perguntas sobre como a equipa está funcionando. 12.Auto-avaliação: periodicamente a equipa para e analisa como está seu funcionamento e o que pode estar interferindo em sua eficácia. Trabalho em equipa porque: Para promover o espirito de equipa em todos Para garantir padrões de qualidade Para se poder alcançar uma posição competitiva no mercado Factores que distinguem um grupo de uma equipa: Nível de dependência Nível de espírito comunitário
Objectivos de uma equipa de trabalho Claros para todos Possíveis ( de ser alcançados) Com prazos definidos
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Passíveis de serem avaliados Os necessários a um desempenho elevado Áreas de definições de objectivos ( Peter Drucker ) RENTABILIDADE MERCADO INOVAÇÃO HUMANOS
RECURSOS
FINANCEIROS TECNOLÓGICOS FÍSICOS
CARACTERISTICAS DE UMA EQUIPA DE TRABALHO Actividade coordenada Comunicação efectiva Tensões de impacto negativo resolvidas em equipa PARA UM TRABALHO DE QUALIDADE UMA EQUIPA NECESSITA... Energia Controlo Conhecimentos Tecnologia Influência interna e externa
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
CAPITULO II Organização do Posto de Trabalho
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
A aplicação de alguns princípios da Ergonomia permite uma organização do posto de trabalho mais racional e mais de acordo com as necessidades dos trabalhadores no sentido de se conseguirem melhores níveis de desempenho por parte destes e consequentemente uma melhor rentabilização dos investimentos em máquinas e equipamentos. Vamos ter especial atenção aos seguintes aspectos:
1 – o ruído A presença de ruídos é um dos factores que mais perturbam o bom andamento dos trabalhos, afectando a concentração e, por conseguinte, a produtividade. Os ruídos podem ter várias origens na Área Administrativa: • Externa ou interna, podem ser provenientes de máquinas em funcionamento, de campainhas e sirenes, ou de movimentação de pessoas. Um ruído intenso prolongado constitui uma agressão tanto mais prejudicial quanto a médio prazo provoca uma habituação naqueles que são vítimas, tornando-os progressivamente surdos, sem que se apercebam e reajam a tempo. No imediato toma-se, evidentemente, num obstáculo à percepção das mensagens auditivas (sons diferentes que assinalem uma anomalia de funcionamento, alarmes sonoros e todas as informações verbais de origem humana).
Quanto ao som ambiente, sabe-se que provoca muitas variações na concentração e bem-estar. As empresas especializadas apresentam as mais diversas teorias sobre o benefício do som ambiente, mas a interferência da música sobre o trabalhador oscila de acordo com o seu próprio gosto musical e reflecte-se em irritação ou relaxamento, mostrando que o som ambiente pode ser totalmente desaconselhável para os ambientes de trabalho que exijam um grau mínimo de concentração.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
2 – A iluminação Experiências já comprovaram que a produtividade aumenta à medida que melhoram as condições de iluminação do local de trabalho. A qualidade dos produtos está, de igual forma, relacionada com a adequabilidade da luz. Desde há muito que é possível encontrar em publicações especializadas recomendações sobre o melhor tipo de iluminação conforme os locais e as tarefas a executar, e sobre os perigos de superfícies reflectoras (em especial no caso de circulação em estrada). Mas, sempre que possível deve tirar-se o maior partido da iluminação natural, que para além de ser gratuita não causa problemas ambientais. Quando for necessário recorrer à iluminação artificial convém ter o cuidado de adaptar a iluminação ao género de trabalho. Assim, quanto à natureza do trabalho, consideramos: a) Trabalho de extrema minúcia e contraste muito pequeno com esforço muito prolongado: Tipo de iluminação: iluminação particular para cada posto Nível de iluminação: mais de 1200 lux b) Trabalho de grande minúcia e pequeno contraste; esforço prolongado: Tipo de iluminação: iluminação particular para cada posto Nível de iluminação: 1200 a 600 lux c) Trabalho de pormenores finos com algum contraste; esforço prolongado (Trabalho de escritório, leitura, sala de desenho) Tipo de iluminação: iluminação localizada; lâmpada no tecto directamente por cima da cabeça Nível de iluminação: 600 a 240 lux d) Trabalho de pormenores finos ou médios com bastante contraste; esforço não prolongado (corredores, lavabos, refeitórios) Tipo de iluminação: iluminação geral Nível de iluminação: 240 a 60 lux
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
1 lux = 1 lumen / m2 = medida de iluminação duma superfície. A medida dos níveis de iluminação faz-se por meio de luxímetros.
As fontes de iluminação devem ser dispostas de modo, a evitar os contrastes violentos entre o campo de observação e a periferia e a evitar o ofuscamento directo e o ofuscamento indirecto. Deve-se também evitar desperdícios de luz, nomeadamente mantendo uma iluminação constante e limpando as fontes luminosas de uma a quatro vezes por ano (em função da sua exposição às poeiras).
3 – AS CORES É inquestionável o efeito psicológico que as cores dos equipamentos e do ambiente envolvente causam às pessoas. Além disso, elas são meios auxiliares na criação de efeitos de ilusão de óptica que, às vezes, são necessários, em decorrência de alguma disfunção estrutural do local. Há livros e estudos específicos que podem ser encontrados nesta área. Todos são unânimes em aconselhar, como mais ideais para os ambientes de escritório, as cores frias, como branco, creme, tonalidades claras do azul, do verde e do cinza. Sabemos da importância que a cor exerce na produção do bem-estar das pessoas. O peso aparente dos objectos aumenta ou diminui de acordo com sua cor. As cores claras proporcionam a sensação de menor peso. Vamos deter-nos apenas nas cores padronizadas por algumas Normas Técnicas, para uso nos postos de trabalho: As Cores nos Postos de Trabalho VERMELHO – Alarme – Usada para distinguir e LARANJA – perigo térmico – Identifica partes indicar perigo (caixa de alarme, extintores etc.).
móveis e perigos de máquinas e equipamentos.
AMARELO – perigo mecânico – É a cor usada no VERDE – Caracteriza segurança, identificando sentido de perigo para indicar cuidado (parte caixas de equipamentos de socorro de urgência, baixa de escadas portáteis, corrimão, peças boletins, avisos de segurança etc. cortantes, etc.) AZUL – aviso, indicação - Indica cuidado, BRANCO – Usado para assinalar passadiços e exemplificando: elevadores, entradas de caixas corredores de circulação por meio de faixas etc. Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
subterrâneas, tanques, tomos, caldeiras etc. PRETO – Identifica colectores de resíduos. Usado também para substituir o branco, quando as condições locais exigirem.
Nota: As máquinas devem ser pintadas com cores claras, de factor de reflexão de cerca de 50%: amarelo, verde-claro, cinzento claro, azul claro, beges diversos, etc.
4 – Ventilação e temperatura Conforme foi referido no ponto 3, a ventilação é, sem dúvida, outro importante factor ligado à produtividade humana. A ventilação adequada pode ser obtida de duas formas, a ventilação natural e a artificial. A ventilação natural é obtida pela instalação de janelas e aberturas que possibilitem a circulação de ar. Às vezes não há possibilidade de ventilação natural e a circulação de ar é insuficiente para proporcionar uma sensação agradável. Poderão existir alguns inconvenientes, como poeira, ruídos externos e frequentes períodos de chuva, que venham a desaconselhar a ventilação natural. Já a ventilação artificial é obtida por meios mecânicos, os mais comuns são os ventiladores, os circuladores de ar, os compressores e os condicionadores de ar. A ventilação artificial torna-se necessária quando se utilizam, na empresa, máquinas ou computadores que exijam uma certa preparação do ar em nível de humidade, pureza e temperatura. Em relação à temperatura, sabemos que tantos os homens como as máquinas são sensíveis aos seus efeitos. Há estudos que associam a temperatura à produtividade humana. Aconselha-se que, para atingirse o máximo de rendimento humano, as temperaturas devem ser entre 18° e 20°C para trabalhos muito activos e entre 20° e 22°C para trabalhos de escritório.
5 – As cadeiras e os apoios A cadeira deve oferecer ao corpo numerosos pontos de apoio, logo: _ A superfície de apoio do assento deve ser grande; _ A altura do assento deve ser regulável
Sentado
_ O assento deve ser macio mas não mole Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
_ O bordo da frente do assento deve ser arredondado; _ O nível do assento deve ser regulável de acordo com o nível da mesa _ A curvatura do espaldar deve adaptar-se às costas; _ Os bordos do espaldar devem ser inclinados _ A haste do espaldar deve ser semi-flexível _ O espaldar deve poder rodar horizontalmente _ Os pés da cadeira devem ocupar pouco espaço O apoio para os pés deve:
Em pé
_ Ser estável, possuir grande superfície de suporte e permitir várias posições: _ Ter altura regulável; _ Ter a altura regulada de acordo com a cadeira; _ Fazer um ângulo recto, aproximadamente, com a perna.
6 – Os apoios na posição de pé Em alguns locais de trabalho, quer por manifesta impossibilidade de se sentarem, quer ainda devido a alguns preconceitos que já deveriam estar ultrapassados, as pessoas ainda passam muito tempo de pé. Nesta posição: _ A circulação sanguínea nas pernas é reduzida, _ Todo o corpo repousa numa superfície demasiado pequena (os pés) _ A conservação do equilíbrio origina tensão muscular constante _ Diminui a habilidade manual. Por isso é necessário: a) Facilitar o uso alternado das posições sentado e de pé
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
ATRAVÉS DE ASSENTOS ELEVADOS DE ALTURA REGULÁVEL ENTRE 72 E 92 CM ATRAVÉS DE APOIOS PARA DESCANSAR EM PÉ b) Favorecer a mudança das posições de pé, usando um pavimento elástico, por exemplo, uma grade, que permita alternar os pontos da pressão que se exerce sobre o pé. c) Favorecer posições descontraídas, _ Dispondo os comandos ao alcance da mão, no campo de visão a uma distância conveniente dos olhos (aprox. 50 cm); _ Instalar protecções para suprir os esforços que ocorrem ao tentar evitar partes perigosas ou sujas.
7 – As mesas e as secretárias 190 x 195 cm
75 x 80 cm Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Os tampos das mesas e secretárias não devem ser excessivamente grandes a ponto de haver zonas que, uma pessoa sentada numa cadeira, dificilmente atinge, ou tão pequenos que não permitam a uma pessoa trabalhar à vontade. As medidas máximas aconselhadas são aproximadamente 75 a 80 x 190 a 195 cm. Estas dimensões permitem a qualquer pessoa normal alcançar, sem esforço, um documento de formato A4 em qualquer ponto da mesa. As medidas mínimas não devem ser inferiores a 60 x 75 cm. Estas medidas permitem a qualquer pessoa trabalhar à vontade sobre um documento de formato A4.
Do traçado resultam configuradas quatro zonas: a 1ª, a 2ª e a 3ª estão incluídas na área normal, a 4ª zona está compreendida na área máxima do trabalho. Nessas zonas são executados respectivamente os movimentos de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categorias, definidas pela aplicação da "lei dos músculos pequenos". Projectada no espaço essa noção de zona de trabalho, resulta o volume de trabalho com esferas normais e esferas máximas de trabalho. Os movimentos adequados ou vantajosos resultam da eliminação dos esforços inúteis e do emprego dos movimentos da categoria mais baixa possível, ou os realizados nas 1ª e 2ª zonas. A possibilidade do emprego desses movimentos depende, muitas vezes, da utilização de montagens ou mecanismos auxiliares e de acessórios mecânicos, cuidadosamente concebidos e adaptados à prática. A área normal daí resultante, no plano horizontal, proporciona maior comodidade e rapidez para os movimentos das mãos. Esse modelo é aconselhado também para a forma dos painéis verticais destinados ao suporte dos botões e teclas e alavancas de comando e controle.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
A experiência tem demonstrado que o ritmo e a automatização dos movimentos, assim como a fadiga reduzida resultam do arranjo do posto que proporcione aos movimentos das mãos descreverem trajectórias dentro das duas faixas triangulares, limitadas pelos ângulos de 60° e 120°. Nessas áreas de trabalho são colocadas as ferramentas e os materiais, estes em recipientes adequados com arrumação circular e o mais próximo possível do operador, para permitir a este os movimentos mais simples e mais rápidos e o grau de atenção mais favorável. Quando é necessário que as duas mãos trabalhem na mesma direcção, os arranjos devem ser feitos de modo que permitam a realização dos movimentos em frente e bem próximo do operador. Nestas condições, manifesta-se menor fadiga do que se tais movimentos fossem realizados para a esquerda ou para a direita. Isso, porque o corpo pode mais facilmente contrabalançar um movimento dessa natureza. Um arranjo do posto convenientemente projectado, que fixa os locais para os componentes, os meios auxiliares e as ferramentas e oferece facilidades para o abastecimento e a retirada dos materiais elaborados, constitui factor importante para facilitar a execução dos movimentos e para promover a eficiência do trabalho.
8 – As portas, os tectos, os corredores e as estantes As portas, como local de passagem que são, devem permitir uma perfeita mobilidade das pessoas. Apresentamos, a seguir, as medidas mínimas a que devem obedecer as portas nos locais de trabalho: Altura = 200 cm Largura - para uma pessoa = 80 a 85 cm - para duas pessoas = 135 a 140 cm Espaço livre em frete à porta = 180 cm
Os tectos devem situar-se a uma altura tal que permitam a circulação e a permanência da pessoa no local sem constrangimentos.
Problemas duma posição Incorrecta
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
REGRAS DE ECONOMIA DOS MOVIMENTOS As regras com a denominação clássica de "economia dos movimentos" foram obtidas empiricamente pelo casal Gilbreth e, depois, ampliadas e aperfeiçoadas por Lowry, Maynard, Stegemerten e Barnes, com a finalidade da melhor adaptação do trabalho às possibilidades neurofisiológicas do organismo humano. Tal finalidade de adaptação é representada por: imitação dos esforços, poupança da energia humana e consequente prevenção da fadiga, diminuição da atenção e obtenção da eficiência óptima do trabalho humano.
2 – O LAYOUT DO POSTO DE TRABALHO – Textos Complementares O posto de trabalho designa a unidade primária ou elementar de toda organização. O estudo do layout do posto de trabalho visa o aumento da produtividade e o conforto e satisfação do executante. Um posto de trabalho correctamente implantado permite obter importantes vantagens nos seguintes aspectos: 1. Melhoria do modo operatório da tarefa no posto, quanto à rapidez, comodidade, forma e simplicidade dos movimentos e às condições de higiene (iluminação, ruído) e de segurança do trabalho. 2. Simplificação dos modos operatórios, que se traduz no aumento da eficiência dos executantes e nos resultados positivos dos factores psicossociais: motivação, confiança na política adoptada na organização, incentivos salariais etc. 3. Condições mais favoráveis para o manuseamento das ferramentas e dos meios auxiliares, para a movimentação dos materiais (abastecimento e retirada do posto), para a operação das máquinas, em consequência do conveniente arranjo físico do posto. 4. Instruções para a montagem de protótipos: maquetas de postos ou "simuladores". 5. Readaptação ao trabalho dos portadores de deficiências físicas, congénitas ou adquiridas por enfermidades e acidentes. 2.1 – PROCEDIMENTOS PARA O ESTUDO DO LAY OUT
O arranjo físico (layout) da área de trabalho consiste na disposição das ferramentas e do próprio local e na forma mais vantajosas de utilizar o posto, de modo a possibilitar ao executante condições de trabalho favoráveis à comodidade, rapidez, facilidade e à menor fadiga. Ou seja, o
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
arranjo do posto deve facilitar a aplicação dos "princípios da economia dos movimentos", quanto à melhor utilização das características do corpo humano. O arranjo físico no posto dos materiais a elaborar e das ferramentas a utilizar adopta a disposição e distâncias do operador que lhe proporcionem a simplicidade dos movimentos e as condições mais favoráveis ao trabalho (fig. 4.15 e 4.16)
Áreas de trabalho Pesquisas realizadas nos Estados Unidos da América, focalizaram um aspecto da "mecânica humana" que diz respeito às aptidões físicomotoras do homem. O objectivo foi determinar as dimensões e a forma da área, na qual as mãos alcancem os objectos de trabalho e as ferramentas, sem necessidade de movimentos complexos, de tal forma que os movimentos úteis sejam mais rápidos, mais precisos, mais cómodos e menos fatigantes – a área normal de trabalho. Um traçado simples estabelece as áreas, normal e máxima, de trabalho, as quais são delimitadas tanto no plano horizontal como no vertical, como mostram as Figuras 4.15 e 4.16. O traçado é obtido por um operador, de frente para o posto, ao descrever duas semicircunferências com a ponta do dedo médio de ambas as mãos, ao fazer girar os antebraços em torno do cotovelo que permanece fixo. Outras duas semicircunferências maiores são obtidas nas mesmas condições, mas fazendo girar os braços distendidos em torno do ombro e permanecendo este e o tronco imóveis. As duas áreas normais de trabalho, à direita e à esquerda, sobrepõem-se conforme um triângulo curvilíneo, onde é mais fácil e cómodo executar o trabalho. Do traçado resultam configuradas quatro zonas: a 1ª, a 2ª e a 3ª estão incluídas na área normal, a 4ª zona está compreendida na área máxima do trabalho. Nessas zonas são executados respectivamente os movimentos de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categorias, definidas pela aplicação da "lei dos músculos pequenos" (Fig. 4.15). Projectada no espaço essa noção de zona de trabalho, resulta o volume de trabalho com esferas normais e esferas máximas de trabalho. Os movimentos adequados ou vantajosos resultam da eliminação dos esforços inúteis e do emprego dos movimentos da categoria mais baixa possível, ou os realizados nas 1ª e 2ª zonas. A possibilidade do emprego desses movimentos depende, muitas vezes, da utilização de montagens ou mecanismos auxiliares e de acessórios mecânicos, cuidadosamente concebidos e adaptados à prática. A área normal daí resultante, no plano horizontal, proporciona maior comodidade e rapidez para os movimentos das mãos. Esse modelo é aconselhado também para a forma dos painéis verticais destinados ao suporte dos botões e teclas e alavancas de comando e controlo.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Fig. 4.15 – Áreas de trabalho no plano horizontal: normal e máxima
A experiência tem demonstrado que o ritmo e a automatização dos movimentos, assim corno a fadiga reduzida resultam do arranjo do posto que proporcione aos movimentos das mãos descreverem trajectórias dentro das duas faixas triangulares (isóscele), limitadas pelos ângulos de 60° e 120°, como mostra a Figura 4.16. Nessas áreas de trabalho são colocadas as ferramentas e os materiais, estes em recipientes adequados com arrumação circular e o mais próximo possível do operador, para permitir a este os movimentos mais simples e mais rápidos e o grau de atenção mais favorável. Quando é necessário que as duas mãos trabalhem na mesma direcção, os arranjos devem ser feitos de modo que permitam a realização dos movimentos em frente e bem próximo do operador. Nestas condições, manifesta-se menor fadiga do que se tais movimentos fossem realizados para a esquerda ou para a direita. Isso, porque o corpo pode mais facilmente contrabalançar um movimento dessa natureza. Um arranjo do posto convenientemente projectado, que fixa os locais para os componentes, os meios auxiliares e as ferramentas e oferece facilidades para o abastecimento e a retirada dos materiais elaborados, constitui factor importante para facilitar a execução dos movimentos e para promover a eficiência do trabalho.
Plano de trabalho Quer se trate de mesa, máquina ou bancada, o plano de trabalho deve oferecer forma, área, altura e outras características, levando em consideração que os postos são ocupados por executantes do trabalho com diferentes estaturas. Assim, é necessário enquadrá-los nas condições e dados antropométricos que correspondem ao tipo médio de um e outro sexos.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Quanto à altura do plano de trabalho, é necessário ter em conta, para além da altura do operador, a característica do trabalho: um trabalho de precisão exige um plano de trabalho mais alto do que um trabalho pesado As alturas desse plano, para o homem e para a mulher, segundo Grandjen, encontram-se no esquema da Fig. 4.17.
Fig. 4.16 – Áreas de trabalho no plano vertical
A linha de referência “0” é a altura dos cotovelos acima do solo que é, em média 105 cm para os homens e 98 cm para as mulheres. A altura do assento deve ficar entre 61 e 75 centímetros e proporcionar conforto, evitando a fadiga estática. As alternâncias das posições do corpo (de pé e sentada), quando o trabalho o permite, bem como o emprego de suporte para apoio dos pés, são recomendados aos operadores com o fim de evitar ou reduzir a fadiga estática.
Outros aspectos
1 - Visibilidade e atenção do operador: a concentração da consciência em um ou mais objectos que o operador no posto deve manusear requer da sua parte esforço de reflexão e de percepção dos sentidos. O arranjo conveniente dos materiais e das ferramentas facilita a atenção e os movimentos habituais na realização da tarefa, bem como é fundamental para o operador manusear os objectos nas áreas de visão mais favoráveis O campo visual, para favorecer a visibilidade do trabalho e dos objectos a manejar ou inspeccionar, como a experiência tem demonstrado, depende muito do grau de iluminação do posto Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
e das cores circundantes. Um dos factores para poupar energia e tempo na execução do trabalho refere-se à limitação da amplitude do campo visual ou dos movimentos dos olhos A visão geral da tarefa pelo operador, no plano horizontal do posto, está restrita à amplitude angular de 60 ºC, cujo vértice está situado no centro do seu corpo. A acuidade visual correcta corresponde, nas mesmas condições, à amplitude de cerca de 22 °C.
2 - Posição e forma dos comandos (alavancas, volantes, botões, teclas, cabos) devem permitir a redução do esforço muscular, o aumento da comodidade e a adaptação das cargas aos músculos solicitados pelo trabalho, e evitar o movimento de procurar.
Fig. 4.17 – Altura do plano de trabalho
2.2 – REGRAS DE ECONOMIA DOS MOVIMENTOS As regras com a denominação clássica de "economia dos movimentos" foram obtidas empiricamente pelo casal Gilbreth e, depois, ampliadas e aperfeiçoadas por Lowry, Maynard, Stegemerten e Barnes, com a finalidade da melhor adaptação do trabalho às possibilidades neurofisiológicas do organismo humano. Tal finalidade de adaptação é representada por: limitação dos esforços, poupança da energia humana e consequente prevenção da fadiga, diminuição da atenção e obtenção da eficiência óptima do trabalho humano. Essas regras são consequência do estudo dos movimentos e a sua aplicação constitui o procedimento básico do estudo do posto de trabalho, no que se refere à postura, ao assento, à iluminação e à disposição dos materiais e instrumental, de modo que o operador goze de comodidade e utilize os movimentos da mais baixa categoria. Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
São chamadas "regras do trabalho eficiente" por alguns autores porque concorrem para encontrar o "melhor modo" de executar uma tarefa, isto é, a simplificação do trabalho. Assim, tais regras, fornecendo os meios para simplificar o trabalho, poderiam ser chamadas propriamente regras da simplificação dos movimentos integrantes do trabalho. As regras, conforme o texto divulgado por Ralph M. Barnes, dizem respeito a situações de trabalho como o emprego do corpo humano, o arranjo do posto e o projecto de ferramentas e máquinas.
A - REGRAS GERAIS 1. O desempenho do trabalho é máximo quando as duas mãos começam e terminam os movimentos ao mesmo tempo. 2. Os movimentos dos braços devem ser feitos simultaneamente e em direcções opostas, descrevendo trajectórias simétricas ao eixo do corpo. 3. Os movimentos das mãos devem ser tão simples quanto possível (ou limitados ao menor número dos movimentos básicos) para proporcionar os movimentos mais rápidos. 4. Os movimentos devem ser executados nas áreas normais de trabalho, no plano horizontal e no espaço vertical (quando a natureza do trabalho o exigir, pode ser utilizada a área máxima, adoptadas as medidas recomendadas para compensar a fadiga). 5. Os movimentos contínuos e curvos das mãos são mais rápidos do que os movimentos em segmentos rectos ou com mudanças bruscas de direcção. 6. O ritmo e a automatização concorrem para a sucessão natural dos movimentos. 7. É vantajoso dispor os materiais e as ferramentas numa ordem conveniente, num lugar certo, de modo que reduza ou elimine os movimentos de procurar, encontrar e escolher. 8. O posto de trabalho deve ser preparado (com ferramentas e máquinas) e abastecido convenientemente (materiais), antes do início do trabalho. 9. A acção da gravidade deve ser aproveitada para retirar o material elaborado e para abastecer o posto no lugar destinado à utilização do material. 10. Os movimentos de arremesso (empurrar e deslizar) são mais rápidos, mais fáceis, mais precisos e menos fatigantes do que os movimentos de transportar sob controlo. 11. O trabalho feito com as mãos deve ser evitado sempre que for possível e mais vantajoso o emprego de alavancas para accionamento com os pés (pedais); de dispositivos auxiliares e montagens apropriados; de ejectores accionados pelo pé, para evacuar as peças acabadas; de suportes ou fixadores de peças ou de ferramentas, a serem accionados pelos pés.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
12. As ferramentas e os dispositivos de comando ou de controlo devem estar preposicionados ao alcance das mãos e da vista do operador, e, de preferência, à sua frente para facilitar o seu uso nas operações. 13. Os cabos de ferramentas, os comandos das máquinas devem ter forma e dimensões convenientes ao cómodo contacto com a mão e ao esforço a transmitir. 14. O posto de trabalho e o assento devem ter alturas que permitam ao operador trabalhar, à vontade e alternadamente, nas posições de pé e sentado. 15. O posto de trabalho deve ser provido das condições físicas mais adequadas à natureza do esforço solicitado e ao grau de atenção. O recinto onde o trabalho se realiza deve satisfazer as condições do meio físico, quanto a ventilação, iluminação, limite dos ruídos etc., observando as normas da segurança e higiene do trabalho, para preservar a saúde e o bem-estar do pessoal.
B - APLICAÇÃO DAS REGRAS
Nem sempre é fácil e mesmo possível aplicar as regras dos movimentos na sua plenitude, com vantagens. Particularmente, neste caso, cumpre fazer tentativas para obter modificações que acarretem a melhoria ou simplificação dos modos de executar o trabalho. Assim, não sendo possível substituir os movimentos em ziguezague ou que provoquem contracções involuntárias dos músculos, é preferível retardar uma operação, para evitar os efeitos da inércia. Há casos em que os transportadores mecânicos podem substituir os movimentos em linha recta necessários para mover um objecto de um lugar para outro. As regras dos movimentos são genéricas, podendo, pois, da sua rigorosa observância resultar métodos de trabalho que não são mais eficientes que outros obtidos em desobediência a tais regras. Diante disso, torna-se indispensável fazer prévia análise dos métodos com uma atitude crítica e criadora, para então concluir as melhores soluções. Portanto, é importante em cada situação a investigação permanente e o incentivo à criatividade, a par da experimentação.
ANEXO - REGRAS COMPLEMENTARES
Os melhoramentos do trabalho manual de repetição, ou a simplificação do respectivo modo operatório, resultam do melhor arranjo do posto de trabalho, da aplicação ao posto das regras clássicas de "economia dos movimentos" e de outras prescrições práticas que facilitam a diminuição de tempo e de fadiga.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Um posto de montagem em série de pequenos conjuntos, com o emprego de ferramentas manuais, oferece condições mais favoráveis ao trabalho, desde que observe certas práticas complementares como as recomendadas pelo engenheiro francês, M. Tixier. Ei-Ias:
1) A ordem representada por "um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar", elimina os movimentos de procurar e encontrar ferramentas, peças, materiais etc. Isso é obtido com:
a) pré-posicionamento das ferramentas em lugares fixos e em posições que facilitem a manipulação e que correspondam à ordem mais eficaz da sua utilização, eliminando a hesitação e o desvio da atenção do operador ou executante; b) utilização de caixas ou bandejas adaptadas ao abastecimento de peças a montar, cuja forma facilite o apanhar das peças pelo operador.
2) A limitação da amplitude dos movimentos do corpo, das mãos, da cabeça e dos olhos evita a fadiga com o emprego dos músculos menores possíveis. Para isso, procede-se com: a) colocação ao mesmo nível dos diferentes planos de trabalho, para evitar o emprego de músculos grandes; b) arranjo das ferramentas, das peças, das caixas de abastecimento com fundo inclinado para aproveitar a gravidade, em frente e o mais perto possível do operador, colocadas nas áreas normal e máxima de trabalho para facilitar os movimentos simultâneos das duas mãos; c) colocação das alavancas e dos volantes de comando das máquinas nos limites daquelas áreas no plano horizontal ou no vertical, de maneira que o seu manuseio não exija movimento do corpo; d) inclusão do campo de trabalho do operador nos limites da amplitude do seu campo visual normal. 3) Convém ensaiar a combinação de vários movimentos para eliminar mudanças de direcção e diminuir o dispêndio de energia. Pode ser assim obtida:
a) disposição vantajosa das caixas de abastecimento que permita em um só movimento apanhar várias peças ao mesmo tempo, na ordem inversa da respectiva montagem; b) colocação do stock de peças a retirar do posto, entre o operador e o stock de peças a trabalhar; a mão larga o objecto acabado durante o mesmo trajecto em que apanha outro objecto; c) combinação de duas ou mais ferramentas em uma só, sempre que for possível. Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
4) A ocupação das duas mãos no trabalho oferece melhores condições ao eliminar a imobilização de uma das mãos como é comum. Esse resultado é obtido por: a) emprego de suportes, montagens, fixadores, projectados de modo que ofereçam comodidade e eficácia ao trabalho e liberem as mãos de movimentos onerosos que possam ser executado pelo corpo ou pelos pés; b) utilização de pedais para serem accionados pelos pés, mediante mola ou ar comprimido, ficando assim as mãos livres para realizar outros movimentos.
5) Os movimentos dos braços e das mãos são mais eficazes quando são simétricos, curvilíneos e realizados simultaneamente e em direcções opostas; assim, é obtido um ritmo óptimo de trabalho que proporciona o aumento da produção e menor fadiga.
6) A eliminação sempre que possível dos movimentos controlados concorre para uma diminuição da fadiga. Obtém-se com: a) emprego de guias que permitam posicionar as peças ou materiais sem controle do operador; b) colocação de acessos afunilados para as montagens, as bitolas de controle, suportes de ferramentas etc.; c) emprego de cavaletes e molas para suportes das ferramentas, com o fim de facilitar a manipulação destas.
7) O aproveitamento da gravidade acarreta a eliminação de movimentos ou a redução de sua amplitude; cumpre ensaiar os meios de ejecção automática, por meio de molas, o abastecimento e a evacuação do posto por planos inclinados, por calhas ou por roletes.
8) O emprego do volume e do peso diminui o esforço, tendo em conta que o peso do martelo deve ser adequado ao tipo de trabalho a executar; as ferramentas, sempre que possível, devem ser leves para evitar um esforço suplementar.
9) A alternância de postura do executante contribui para aumentar a eficiência ou a produção e reduzir a fadiga decorrente do trabalho; para isso são adoptados assentos reguláveis na altura e com encostos, bem como apoio para os pés.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
10) Os factores relacionados com o meio físico do trabalho, tais como iluminação, ruídos, odores, poeiras etc., exercem grande influência sobre a produção, a fadiga, o ritmo, a saúde dos executantes.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Conclusão O posto de trabalho é a unidade elementar de um processo produtivo, da sequência de trabalho ou da própria organização, pois, regra geral, corresponde a cada indivíduo e à respectiva tarefa. É constituído pelo Homem e pelos instrumentos e meios auxiliares indispensáveis à realização da tarefa. Assim aplicação dos conhecimentos teórico/práticos deve passar pela sensibilização dos empresários para as mais-valias que a organização do posto de trabalho oferece, não só ao trabalhador, mas fundamentalmente à rentabilidade do tempo/ espaço produtivo e consequente aumento do lucro.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PROGRAMA OPERACIONAL POTENCIAL HUMANO “QUALIFICAR É CRESCER”
Bibliografia BART, Pierre. Ergonomia e Organização do Trabalho Operário. Tradução de Leda Leal Ferreira. Tradução de Ergonomie et Organisation du Travail. In: Medicine et Travai, no4, 1976. FLEURY, Afonso C. C. Organização do Trabalho na Indústria: recolocando a questão nos anos 80. In: Fleury, Maria Tereza, Fisher, Rosa Maria (eds). Processo e Relações do Trabalho no Brasil. São Paulo, Atlas, pp.51-66, 1987. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Ed. Edgar Bucher Ltda, 1990. MARANHÃO FARIA, Nivaldo. Organização do Trabalho. São Paulo. Atlas, 1984.
Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA