1. Dados gerais As cantigas trovadorescas galego-portuguesas são um dos patrimónios mais ricos da Idade Média peninsular. Produzidas durante o período, de cerca de 1! anos, "ue vai, genericamente, de #inais do século $II a meados do século $I%, as cantigas medievais situam-se, &istoricamente, nas alvores das nacionalidades i'éricas, sendo, em grande parte contempor(neas da c&amada )econ"uista cristã, "ue nelas dei*a, ali+s, numerosas marcas. endo em conta a geogra#ia política peninsular da época, "ue se caracterizava pela e*istncia de entidades políticas diversas, muitas vezes com #ronteiras vol+teis e #re"uentemente em luta entre si, a +rea geogr+#ica e cultural onde se desenvolve a arte trovadoresca galego-portuguesa ou se/a, em língua galego-portuguesa0 corresponde, latamente, aos reinos de eão e 2aliza, ao reino de Portugal, e ao reino de 3astela a partir de 145! uni#icado com eão0. 6as origens da arte trovadoresca galego-portuguesa est+, indiscutivelmente, a arte dos trovadores proven7ais, movimento artístico nascido no sul de 8ran7a em inícios do século $II, e "ue rapidamente se estende pela 9uropa cristã. 3ompondo e cantando /+ em língua #alada no caso, o occit(nico0 e não mais em atim, os trovadores proven7ais, através da arte arte da canso, mas tam'ém do fin’amor "ue "ue l&e est+ associado, de#iniram os modelos e padr:es artísticos, mas tam'ém genericamente culturais, "ue se irão tornar dominantes nas nas corte ortess e cas casas aris aristo toccr+tic ticas eur europe opeias ias duran urante te os século culoss segu seguin inte tess. Acompan&ando, pois, sem d;vida, um movimento europeu mais vasto de ado7ão dos modelo modeloss occit( occit(nic nicos, os, a arte arte trova trovador doresc esca a galeg galegoo-por portug tugues uesa a assume assume,, no entant entanto, o, características muito próprias, como e*plicitaremos mais a'ai*o, e "ue a distinguem de #orma assinal+vel da sua congénere proven7al, desde logo pela cria7ão de um género próprio, a cantiga de amigo. 6o tota total,l, e reco recol& l&id idas as em trs trs gran grande dess canc cancio ione neir iros os o 3anc 3ancio ione neir iro o da A/ud A/uda, a, o 3ancioneiro da ! cantigas pro#anas ou de corte, pertencentes a trs géneros maiores cantiga de amor, cantiga de amigo e cantiga de esc+rnio e maldizer0, e da autoria de cerc cerca a de 1>? 1>? trov trovad ador ores es e /ogr /ograi ais. s. Da mesm mesma a époc época a e aind ainda a em líng língua ua gale galego go-portuguesa, são tam'ém as Cantigas de Santa Maria , um vasto con/unto de @4! cantigas religiosas, de louvor %irgem e de narra7ão dos seus milagres, atri'uíveis a A#onso $. end endo o em comu comum m com com as cant cantig igas as pro# pro#an anas as a língu língua a e even eventu tual alme ment nte e espa espa7o 7oss semel& semel&ant antes es de produ produ7ão 7ão,, as Cantigas de Santa Maria pertencem, no entanto, a um tradi7ão cultural 'em distinta, motivo pelo "ual não integram a presente 'ase de dados. 4. A íngua B 2alego-Portugus era a língua #alada na #ai*a ocidental da Península I'érica até meados do $I%. Derivado do atim, surgiu progressivamente como uma língua distinta anteriormente ao século I$, no noroeste peninsular. 6este sentido, poderemos dizer "ue, mais do "ue designar uma língua, a e*pressão 2alego-Portugus designa concretamente uma #ase dessa evolu7ão, cu/o posterior desenvolvimento ir+ conduzir di#erencia7ão entre o 2alego e o Portugus atuais. 9ntre os séculos I$ e $I%, no entanto, e com algumas pe"uenas di#eren7as entre modos de #alar locais, a língua #alada ao norte e ao sul do rio Min&o era sensivelmente a mesma. 9 nem mesmo as #ronteiras políticas "ue por meados do século $II se #oram desen&ando, e "ue conduziram #orma7ão de um reino portugus independente ao sul, parecem ter a#etado imediatamente esta unidade linguístic linguística a e cultural, cultural, cu/as origens remontam remontam antiga antiga 2aliza 2aliza romano-g romano-gótica ótica.. Da mesma #orma, a e*tensão do novo reino portugus até ao e*tremo sudoeste sudoeste da Península "ue se 1
desenrola, até 14!, ainda no movimento da c&amada recon"uista cristã0, é um processo "ue pode ser entendido, nesta primeira #ase, como um alargamento natural desse espa7o linguístico e cultural ;nico. Assim, como escreve 3arolina Mic&aClis de %asconcelos, comentando este sentido alargado "ue d+ ao termo 2alego-Portugus Eal e*tensão de sentido /usti#ica-se pela uni#ormidade da língua desde o e*tremo da 2aliza até ao e*tremo do Algarve, apenas com algumas variantes provinciais, dentro de um tipo comumF e tam'ém pela grande semel&an7a de modos de viver, sentir, pensar, poetar G uni#ormidade e semel&an7a "ue #alam elo"uentemente a #avor da a#inidade primitiva de lusitanos e galaicosH%asconcelos 1J!@, II, ?>!K. 6a verdade, pode dizer-se "ue, paralelamente independncia do reino de Portugal, é a progressiva e lenta desloca7ão do centro político da Lisp(nia cristã do noroeste galegoleons para 3astela nomeadamente após a con"uista de oledo em 1!> e, posteriormente, a con"uista de evil&a em 14@>0 "ue conduzir+ gradualmente rutura desta unidade, ao potenciar o desenvolvimento das duas línguas "ue mais imediatamente correspondiam a entidades políticas autónomas, o Portugus e o 3astel&ano. A partir desse momento, "ue poderemos situar, de #orma genérica, em meados do século $I%, o 2alego-Portugus dei*a de ser uma designa7ão operacional de #acto, e ao mesmo tempo "ue a 2aliza entra culturalmente no período "ue &a'itualmente se designa por Eséculos escurosH, com um castel&anismo acelerado das suas elites e sem verdadeira produ7ão cultural em língua própria, o Portugus assume a sua identidade linguística e cultural autónoma, partil&ando a partir de então com 3astel&ano e, até certa altura, com o 3atalão0 o espa7o cultural i'érico. B período "ue medeia entre os séculos $ e $I% constitui, pois, a época por e*celncia do 2alego-Portugus. N, no entanto, a partir de #inais do século $II "ue a língua #alada se a#irma e desenvolve como língua liter+ria por e*celncia, num processo "ue se estende até cerca de 15!, e "ue, muito em'ora inclua tam'ém mani#esta7:es em prosa, alcan7a a sua mais not+vel e*pressão na poesia "ue um con/unto alargado de trovadores e /ograis, galegos, Portugueses, mas tam'ém castel&anos e leoneses, nos legou. 3onvém, pois, ter presente, "ue "uando #alamos de poesia medieval galego-portuguesa #alamos menos em termos espaciais do "ue em termos linguísticos, ou se/a, trata-se essencialmente de uma poesia #eita em 2alego-Portugus por um con/unto de autores i'éricos, num espa7o geogr+#ico alargado e "ue não coincide e*atamente com a +rea mais restrita onde a língua era e#etivamente #alada. 5. Bs autores As cantigas galego-portuguesas são o'ra de um con/unto relativamente vasto e diversi#icado de autores, "ue encontram nas cortes régias de eão, de 3astela ou de 3astela-eão0 e de Portugal, mas tam'ém eventualmente nas cortes de alguns grandes sen&ores, o interesse e o apoio "ue possi'ilita a sua arte. 6ão se trata, no entanto, de um mero patrocínio e*terno na verdade, e de uma #orma "ue não mais ter+ paralelo nos séculos posteriores, os grandes sen&ores medievais i'éricos não se limitam ao mero papel de protegerem e incentivarem a arte trovadoresca, mas são eles próprios, por vezes, os seus maiores, ou mesmo mais 'ril&antes, produtores. 3omo é sa'ido, dois reis, A#onso $ e o seu neto D. Dinis, contam-se entre os maiores poetas peninsulares em língua galego-portuguesa, num not+vel con/unto de autores "ue inclui uma parte signi#icativa da no'reza da época, de simples cavaleiros a #iguras principais. Ao lado deste con/unto de sen&ores, designados especi#icamente trovadores, e para "uem a arte de trovar era entendida, pelo menos ao nível dos grandes princípios, como uma atividade desinteressada, encontramos um não menos not+vel con/unto de jograis, autores 4
oriundos das classes populares, "ue não se limitam ao papel de m;sicos e instrumentistas "ue seria socialmente o seu, mas "ue comp:em igualmente cantigas, e para "uem a arte de trovar constituía uma atividade da "ual esperavam retirar não apenas o recon&ecimento do seu talento mas igualmente o respectivos proveito. e 'em "ue o percurso de alguns trovadores, até pelo seu estatuto de #iguras p;'licas, se/a 'em con&ecido, em rela7ão a muitos outros, e tam'ém em rela7ão maioria dos /ograis, os dados 'iogr+#icos de "ue dispomos são escassos ou mesmo nulos. 6a 'ase de dados o leitor encontrar+, no entanto, uma curta 'iogra#ia de cada um, com os dados "ue a investiga7ão conseguiu apurar até ao momento. 3aso sur/am novos dados decorrentes dessa investiga7ão, de resto atualmente 'astante ativa, eles irão sendo gradualmente disponi'ilizados. @. Bs gneros A Arte de rovar su'/acente s cantigas pro#anas galego-portuguesas é a matéria de um pe"ueno tratado anónimo transcrito nas p+ginas iniciais do 3ancioneiro da
corpo 'em #eito0 e*terioriza e materializa de #ormas v+rias, #ormas essas en"uadradas numa vivncia "uotidiana e popular, os sentimentos amorosos "ue a animam de alegria pela vinda pró*ima do seu amigo, de tristeza ou de saudade pela sua partida, de ira pelos seus enganos G os sentimentos "ue o trovador ou o /ogral l&e #az cantar, 'em entendido. 3ompostas e geralmente cantadas por um &omem se 'em "ue possa ter &avido igualmente vozes #emininas a cant+-las0, as cantigas de amigo p:em em cena um universo #eminino alargado, do "ual #azem ainda parte, como interlocutoras da donzela, a mãe, as irmãs ou as amigas. 8ormalmente, as cantigas de amigo recorrem #re"uentemente a uma técnica arcaica de constru7ão estró#ica con&ecida como EparalelismoH, a apresenta7ão da mesma ideia em versos alternados, com pe"uenas varia7:es ver'ais nos #inais desses mesmos versos, e são "uase sempre em >>O das cantigas conservadas0 de re#rão. B terceiro grande género cultivado pelos trovadores e /ograis galego-Portugueses é o satírico, ou se/a, as cantigas de esc+rnio e maldizer, "ue representam mais de um "uarto do total das cantigas "ue c&egaram até nós. 6o /+ re#erido pe"ueno tratado so're a Arte de rovar "ue a're o 3ancioneiro da
com as iniciais0. Bs outros dois manuscritos, con&ecidos como Cancioneiro da !iblioteca "acional <, tam'ém c&amado 3ancioneiro 3olocci-=, =-==K. e/a como #or, nunca ser+ demais real7ar o mérito do not+vel tra'al&o "uin&entista de Angelo 3olocci, tra'al&o sem o "ual a nossa visão da lírica galego-portuguesa se teria de restringir ao Cancioneiro da juda , ou se/a, s cerca de 51! composi7:es de amor /+ re#eridas, em lugar das cerca de 1=>! de todos os géneros de "ue dispomos atualmente. =. A m;sica 3antiga ou cantar, implica "ue o te*to poético se cantava. A #orma como o te*to era pu'licamente apresentado, pressupondo uma emissão melódica e uma audincia, tin&a conse"uncias "uer na concep7ão do poema, "uer na sua recep7ão. A intermedia7ão musical imp:e "ue o te*to se desvele e se sa'oreie pouco a pouco, a sua continua7ão reservando uma e outra surpresa, sugerindo uma ou outra associa7ãoF e simultaneamente carrega-o de sinais retóricos e tonalidades a#etivas, "ue preparam, en"uadram e condicionam a rea7ão do ouvinte. A e#ic+cia da atua7ão trovadoresca dependia, pois, "uer da 'ondade do casamento entre poesia e m;sica, "uer de uma recetividade educada, socialmente di#erenciada e di#erenciadora. A cantiga trovadoresca como um todo dependia, para a sua circula7ão, so'retudo da memória e do 'om ouvido, "uer dos autores "uer dos /ograis "ue os serviam e, na inven7ão, os imitavam. 3om a vinda de 8ran7a e entroniza7ão de D. A#onso III, é prov+vel "ue se ten&a introduzido a ideia de "ue, em recol&as de cantigas e*emplares, a m;sica, imagem do te*to, podia ser escrita recorrendo a uma nota7ão o mais moderna possível, permitindo a sua visualiza7ão e #+cil reprodu7ão. 8oi neste espírito "ue se copiaram as cantigas de Martim 3oda* no Pergamin&o %indel #ol&a volante ou 'i#ólio central de um caderno, encontrada pelo livreiro madrileno Pedro %indel em 1J15 e posteriormente por ele vendida0 e as de Dom Dinis no 3ancioneiro perdido de "ue so'ra somente um #ragmento, o Pergamin&o &arrer nome do seu desco'ridor, o académico LarveR &arrer, "ue o localizou na orre do om'o em 1JJ!0. B mesmo deve ter sucedido a centenas de cantigasF o 3ancioneiro da A/uda #oi preparado para rece'er pautas, mas #icou incompleto, e até &o/e não se encontraram outras #ontes medievais. A redesco'erta, no século $I$, da tradi7ão lírica galego-portuguesa 'aseou-se, como antes se disse, em cópias italianas do início do século $%I 3ancioneiros da
1J1, se tornou clara a dimensão da perda. A partir de então, o crescendo nacionalista em Portugal, primeiro em plena época repu'licana, depois durante o 9stado 6ovo, levou revaloriza7ão da &eran7a liter+ria mais antiga, "ue &a'itualmente se apresentava misturando trovadores medievais com autores "uatrocentistas recol&idos no 3ancioneiro de )esende e até com a o'ra lírica de 3am:es. 9ste interesse levou v+rios compositores om+s
Cantiga de amor G cantiga em voz masculina, na de#ini7ão mínima, "ue é a da Arte de
rovar. Cantiga de amigo G cantiga em voz #eminina, na de#ini7ão mínima, "ue é a da Arte de
rovar. Cantiga de amor dialogada G cantiga em #orma de di+logo entre a voz masculina e
#eminina, mas iniciado pela voz masculina. Cantiga de amigo dialogada G cantiga em #orma de di+logo entre a voz #eminina e masculina, mas iniciado pela voz #eminina, ou em #orma de di+logo entre duas vozes #emininas. Cantiga de escárnio e maldizer G cantiga de Edizer malH ou satírica. A Arte de rovar
distingue duas modalidades o Edizer malH de #orma co'erta ou e"uívoca esc+rnio0 e o =
Edizer malH de #orma a'erta e ostensiva maldizer0. Qma vez "ue a distin7ão, no "ue respeita aos te*tos concretos, nem sempre é simples, e uma vez tam'ém "ue os próprios trovadores utilizam v+rias vezes a e*pressão genérica Eesc+rnio e maldizerH, é esta a designa7ão "ue utilizamos nesta
de rovar distingue trs modalidades de seguir 10 mantendo apenas a m;sica da cantiga primitiva, "ual se adaptam novos versosF 40 mantendo a m;sica e tam'ém as rimas da cantiga primitivaF 50 mantendo a m;sica, algumas das rimas e ainda alguns versos ou mesmo o re#rão da cantiga primitiva, mas dando a estes versos ou ao re#rão, pelo novo en"uadramento, um outro sentido. Escárnio de amigo G cantiga satírica em voz #eminina. Espúria G cantiga ou poema datando de época posterior írica 2alego-Portuguesa, da
"ual /+ não #az parte, mas "ue #oi inserida, no período compreendido entre #inais do século $I% e inícios do século $%I, em espa7os dei*ados em 'ranco nos manuscritos medievais. endo sido esses manuscritos copiados em It+lia nas primeiras décadas do século $%I, essas cantigas #oram igualmente copiadas motivo pelo "ual a letra com "ue surgem nos apógra#os italianos é a mesma das cantigas medievais "ue a rodeiam0. Gesta de maldizer G cantiga de maldizer em #orma de gesta, ou se/a, parodiando o
género épico medieval a narra7ão dos #eitos de um &erói0. Lai G na írica 2alego-Portuguesa, composi7ão de matéria de
descon&ecido, mas atri'uída a uma ou v+rias personagens lend+rias dos romances do ciclo 'retão-arturiano. Pastorela G cantiga lírico-narrativa, geralmente dialogada, "ue descreve um encontro
entre um cavaleiro-trovador e uma pastora, num "uadro campestre. Pranto G cantiga elegíaca por ocasião da morte de alguém, "ue se &omenageia. Pranto de escárnio G cantiga satírica em #orma de paródia ao pranto. Sirventês moral G cantiga crítica de tema moral e genérico. Tenção G cantiga em "ue intervm dois trovadores, "ue discutem, em estro#es
alternadas, um tema ou uma "uestão entre si. B primeiro a intervir é considerado, nos manuscritos, o autor da cantiga. B seu interlocutor tem de manter, na sua resposta, o es"uema #ormal proposto na 1U estro#e métrico, rim+tico, etc.0F a cada interveniente ca'e o mesmo n;mero de estro#es ou ainda de #indas, se a composi7ão as tiver0. Cantiga de refrão G cantiga com estri'il&o. Cantiga de refrão paralelstica G cantiga cu/o princípio estruturante é a repeti7ão de
versos numa se"uncia determinada com re#rão invari+vel0. 6o paralelismo per#eito, com lei+a-pren dei*a-toma0, as estro#es são constituídas por dísticos "ue se repetem uma vez ?
com varia7:es mínimas, sendo o ;ltimo verso de cada par de estro#es retomado no par de estro#es seguinte num es"uema de versos cu/a versão mais simples se poder+ descrever da seguinte #orma a, ', aV, 'V, ', c, 'V, cV, c, d, cV, dV, etc.0. Cantiga de mestria G cantiga sem re#rão. !escordo G cantiga cu/as estro#es não o'edecem norma da isometria. Co"ras G estro#es ou coplas. #inda G remate de uma cantiga, constituído por um, dois ou trs versos #inais em casos
raros, "uatro0. As cantigas podem ainda ter duas ou mais #indas. Co"ras singulares G estro#es com séries de rimas di#erentes em'ora com o mesmo
es"uema rim+tico0. Co"ras unssonas G estro#es com uma ;nica série de rimas, "ue se repetem em todas
as estro#es ou se/a, além do es"uema rim+tico, as termina7:es voc+licas dos versos são as mesmas em todas as estro#es0. Co"ras do"las G estro#es com séries de rimas "ue se repetem a cada duas estro#es. $teúda G cantiga "ue não so#re interrup7ão sint+tica entre as estro#es, e onde o sentido
se liga do primeiro ao ;ltimo verso. $teúda atá finda G cantiga ate;da até #inda ou se/a, onde o processo de liga7ão estró#ica se estende #inda0. !o"re G processo pelo "ual se repetem palavras na mesma estro#e, em pontos "ue são
#i*os em todas as estro#es ou se/a, e*empli#icando se na 1U estro#e se repete a mesma palavra em dois pontos, nas estro#es seguintes dever+ repetir-se uma outra palavra na mesma posi7ão0. %ozdo"re G processo semel&ante ao do're, mas com varia7ão na #le*ão da palavra e*emplo amarWamei0. Palavra perduda G verso de uma estro#e "ue não rima com nen&um outro mas podendo
ou não rimar com os versos correspondentes das estro#es seguintes0. Palavra&rima palavra repetida em rima no mesmo verso de todas as estro#es.
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