Terapia de casal
Sumário:
* Introdução - O que é a terapia conjugal - Contra-indicações da terapia conjugal - Terapia de casal: uma modalidade da terapia familiar • A proposta de José Gameiro
Terapia de casal Introdução
“Quero...não quero. Amo... não amo... Vou lutar por esta relação... apetece-me desistir. Fico.... parto. Desejo... odeio”.
A relação conjugal "é a única relação em que conceitos como ser educado, normal, não agressivo não têm qualquer sentido. Cada dois criam as suas regras de relação que muitas vezes são difíceis de compreender para quem está de fora" (Gameiro, 1999:99).
Terapia de casal O Casal •
“surge quando dois indivíduos se comprometem numa relação que pretendem se prolonge no tempo. O casamento assinala que o compromisso foi assumido, pelo que falar em casamen o nes e con ex o s gn ca que o s n v uos deram início ao ciclo vital do casal e, logicamente, da família, não sendo absolutamente necessário a sua ‘legalização’. O que está em questão é assumir o desejo de viverem juntos, a criação de um lar e de um modelo relacional próprio; referimo-nos a um processo, mais do que a um momento” (Relvas, 1996: 51).
Terapia de casal “Definições” de Terapia Conjugal:
- Uso de sessões conjuntas de terapia para alterar as relações entre cônjuges (Halford, 2001:26) , mesmo corpo de conceitos e técnicas (Fraenkel, 1997:380)
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- A terapia de casal é uma variante particular da terapia familiar (Gurman e Kniskern, 1979) - Uma modalidade de TF, a mais difícil de fazer (Gameiro, 1994)
Terapia de casal Contra-indicações da T.C.: - inexistência de um mínimo de afinidades e interesses comuns - ambos manifestam o desejo claro de se separarem - a existência de relações extraconjugais ou qualquer outro segredo,
que o sujeito quer manter - a intenção claramente voluntária de um dos parceiros utilizar a terapia para prejudicar o equilíbrio psíquico do outro - situações de natureza psiquiátrica: delírio de ciúme, estados depressivos graves (grande melancolia). Gameiro (1994) fala de - vinda por arrastamento e culpabilidade Relvas (2000/2001) fala de - inexistência de desejo real, por parte de ambos, de renegociarem e renovarem a sua relação de modo a continuarem juntos.
Terapia de casal Hipóteses:
1 - Não se querem separar. 2 - Já decidiram divorciar-se: gestão da separação e do poder parental, sem reactivar o que está para trás. 3 - Não conseguem decidir se se vão ou não divorciar : “Vão parar de pensar nisso durante X sessões. Interrompam o processo de decisão… só o farão daqui a uns meses. Vamos trabalhar sobre a vossa relação”. 4 - Não há condições para realizar um processo. (Gameiro, 2001)
Terapia de casal 1. Gameiro (1994) Protocolo:
1ª sessão: - cônjuges em conjunto
- importância da directividade
- no final: - propõr ao casal entrevistas individuais confidenciais (explicar o protocolo terapêutico) - informar que a decisão de prosseguir o processo só será tomada depois dessas entrevistas, sem justificar o porquê (para não revelar segredos).
Terapia de casal 2ª sessão: 20-30 minutos para cada cônjuge, garantindo a confidencialidade. - fundamental: o interesse pelo outro mantem-se? - compreender melhor a motivação para a terapia - informação sobre uma eventual relação extra-casal - no final: juntá-los e apresentar a decisão de atendimento. (TC, T individual ou nada)
Prescrição externa: Cada um responde, numa folha, à pergunta: O que é que EU posso fazer para Me sentir melhor na relação? - diminui o contexto acusatório.
Terapia de casal
3ª e 4ª sessões: viagem individual (diferenciaçõa da F.O.; desidealização da conjugalidade).
As sessões seguintes: reencontro conjugal (não o mudo; até onde é que eu posso mudar; o que gostaria que ele mudasse).
Terapia de casal Gameiro (1996) – três tipos de dificuldades: 1º Dificuldades de comunicação - sempre que um casal comunica está a comunicar sobre o afecto -dificuldade de comunicar sobre os sentimentos. 2º Insatisfação (de 1 ou dos 2 cônjuges) – Afecto, sexo, poder. - necessidades emocionais - desencontro ao nível da individualização Tempo maior individualização de cada membro e não maior distância emocional. 3º Dificuldades parentais - modelos parentais da F.O. (de bom prognóstico – negociação)
Terapia de casal Gameiro (2001): As Queixas: -
em crise deu uma voltinha e foi apanhado não sei se gosto de ti a -e tivémos um filho deficiente.
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crónicas comunicação disfuncional dificuldades de gestão parental dificuldades com as F.O. dificuldades sexuais.
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A não esquecer:
* O género dos Terapeutas!! * Contra-atitude, contra-transferência (mais do que nas T.F). * de factos, não explorar segredos. * O que queremos saber é a diferença . * A 1ª tarefa (habitualmente feita muito tardiamente) de um casal: convencer-se que nunca poderá ser um casal ideal.
Terapia de casal Caminho: 1 – definição do problema 2 – História do problema (feita por ambos) – 4 – O fim da terapia? * quando todos têm o sentimento de chegar ao fim; * quando o terapeuta esgota os seus recursos; * quando o casal, ou 1 dos seus elementos, não quer continuar.
Terapia de casal - Caillé, P. (1991). Un et un font trois. Le couple révéle à lui-même . Paris: ESF. - Canevaro, A. (1990). Crise Conjugal et Contexte Trigenérationnel. Une modéle sistémique de thérapie breve.Cahiers critiques de thérapie familiale et de pratiques de reseaux , 11, 45-55. . , . . In M.Elkaim, (org.) Formações e Práticas em Terapia Familiar . Porto Alegre: Artes Médicas, 113-122.
- Elkaim, M. (1989). Si tu m' aimes, ne m' aimes pas. Paris: Le Seuil. - Gameiro, J. (1994). Pedro e Rita, os Apaixonados. In J. Gameiro et al .. Quem Sai aos Seus.... Porto: Afrontamento.