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Centro Paula Souza
COMPETÊNCIA EM EDUCAÇÃO PÚBLICA PROFISSIONAL Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
ETEC PHILADELPO GOUVÊA NETTO
ESTUDO DE CASO DA IMPLANTAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE NA FABRICAÇÃO E SOLDAGEM DE ESTRUTURAS METÁLICAS EM AÇO CARBONO
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
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2° SEMESTRE DE 2010
Centro Paula Souza
COMPETÊNCIA EM EDUCAÇÃO PÚBLICA PROFISSIONAL Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
ETEC PHILADELPO GOUVÊA NETTO
HENRIQUE ALEXANDRE INACIO DA SILVA JEFERSON RIOS MOTA JOSÉ LUIS GONÇALVES JOSÉ LUIZ DA SILVA
ESTUDO DE CASO DA IMPLANTAÇÃO DO CONTROLE DE QUALIDADE NA FABRICAÇÃO E SOLDAGEM DE ESTRUTURAS METÁLICAS EM AÇO CARBONO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola Técnica Philadelpo Gouvêa Netto, como parte dos requisitos de conclusão do curso de Técnico em Mecânica sob orientação do professor Rubens Barreto Alvarenga.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
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2° SEMESTRE DE 2010 HENRIQUE ALEXANDRE INACIO DA SILVA JEFERSON RIOS MOTA JOSÉ LUIS GONÇALVES JOSÉ LUIZ DA SILVA
Estudo de Caso da Implantação do Controle de Qualidade da Fabricação e Soldagem de Estruturas Metálicas em Aço Carbono.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Técnica Philadelpo Gouvêa Netto como requisito da graduação de Técnico em Mecânica. Aprovado em ___/___/___
Rubens Barreto Alvarenga Professor Orientador Técnico
Giuseppe Ricardo Passarini Professor Orientador do TCC
Wellington Coelho Professor Orientador do TCC
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
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2° SEMESTRE DE 2010 DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares e a todos que colaboraram de maneira efetiva para a execução deste projeto.
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AGRADECIMENTO
Agradecemos a DEUS em primeiro lugar por tudo que aconteceu em nossas vidas, pela formação, criação do projeto e aos orientadores técnicos: Giuseppe Ricardo Passarini e Wellington Coelho na construtividade e desenvolvimento do projeto. Ao professor orientador do TCC Professor Rubens Barreto Alvarenga pela orientação e ajuda na elaboração deste trabalho.
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RESUMO O trabalho em questão trata do controle de qualidade na fabricação e soldagem de estruturas metálicas de aço carbono via processo de soldagem MIG/MAG. É explicado de forma simples o processo de soldagem MIG/MAG e seus principais defeitos/descontinuidades, bem como, de forma detalhada suas as causas e soluções. Uma tabela é apresentada das porcentagens de defeitos/descontinuidades encontradas antes e depois da implementação do controle de qualidade. Ao final concluímos a importância desta ferramenta de gestão para a elaboração do plano de ação para diminuir ou eliminar estes defeitos.
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SUMÁRIO Resumo.........................................................................................................................
06
Introdução.....................................................................................................................
07
Justificativa...................................................................................................................
07
Objetivo........................................................................................................................
08
Histórico.......................................................................................................................
08
Fundamentação teórica.................................................................................................
09
Desenvolvimento..........................................................................................................
25
Aço carbono.................................................................................................................
25
Aços Liga.....................................................................................................................
26
Processo de soldagem MIG/MAG...............................................................................
27
Controle de qualidade na fabricação de estruturas metálicas....................................... 32 Defeitos mais comuns encontrados na fabricação de estruturas metálicas de aço carbono através da soldagem MIG/MAG....................................................................
34
Conclusão.....................................................................................................................
45
Bibliografias.................................................................................................................
45
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INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA Como primeira justificativa tem-se a exigência de apresentação de um trabalho de conclusão de curso (TCC) para a obtenção do título de Técnico em Mecânica pela Escola Técnica Estadual Philadelpho G. Netto de São José do Rio Preto – SP. Em seguida existe a necessidade de integração das diversas disciplinas e conceitos aprendidos durante o referido curso, dentre elas: Tecnologia de Projetos, Tecnologia de Automação, Tecnologia de Fabricação, Tecnologia de Elementos de Máquinas, Tecnologia Mecânica, Eletroeletrônica, Representação Digital de Componentes de Mecânica, Representação Gráfica e Componentes de Mecânica, Aplicativos Informatizados em Mecânica, Linguagem, Trabalho e Tecnologia, Tecnologia Industrial, Tecnologia de CNC, Ética, Cidadania e Gestão Ambiental. O projeto justifica-se também pela busca de aumento de produtividade, garantia da qualidade e da competitividade pelas diversas organizações presentes no parque industrial de São José do Rio Preto – SP. Na busca por manter ou mesmo superar sua posição no mercado consumidor, as empresas devem estar cientes da necessidade de implantação de sistemas padronizados e contínuos para sua gestão, buscando a garantia da qualidade de seus produtos e da produtividade de seus processos produtivos. O Controle de qualidade na fabricação e soldagem de estruturas metálicas de aço carbono vem como uma ferramenta para atingir estas metas.
O projeto justifica-se principalmente pela busca contínua na melhoria educacional, conceito que todo ser humano deve ter, a fim de propiciar a alavancagem da vida social, econômica, cultural e política. Neste sentido, o projeto em tela, é o corolário de uma jornada de 14 anos estudando, desde a 1° série do Ensino Fundamental passando pelo Ensino Médio e finalizando com o Ensino Técnico, uma luta com a participação efetiva da família e amigos.
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OBJETIVO
O TCC no curso Técnico em Mecânica tem como propósito colocarmos em prática todo o aprendizado adquirido durante o curso na área mecânico-industrial. O objetivo deste projeto é demonstrar que o controle de qualidade na fabricação e soldagem de estruturas metálicas em aço carbono é uma ferramenta fundamental de Gestão de Processos para planejar, controlar, acompanhar e avaliar a produção de equipamento a fim de entregar para o cliente final um equipamento que respeite todas as normas e requisitos de qualidade nacionais e internacionais. Isto posto, analisaremos o controle de qualidade na fabricação e soldagem de estruturas metálicas em aço carbono através do processo de soldagem MIG/MAG utilizando a ferramenta de controle de qualidade de Ensaio Visual e Dimensional de Solda com ênfase na qualidade versus quantidade de solda aprovadas e reprovadas.
HISTÓRICO O trabalho direcionou-se para a fabricação e soldagem de estruturas metálicas em aço carbono via processo de soldagem MIG/MAG, uma vez que os alunos, em sua maioria, têm experiência na área metalúrgica de fabricação e construção de estruturas metálicas e tem como maior preocupação o controle de qualidade e o atendimento às normas e requisitos de fabricação. Existe a necessidade de entregar para o cliente final um produto/equipamento que tenha qualidade e que esteja em conformidade com as Normas e Requisitos de fabricação reconhecidos nacionalmente e internacionalmente a fim de garantir a segurança e confiabilidade do produto. Tanto as normas nacionais, por exemplo, PETROBRAS e ABNT, como as internacionais, AWS, ASME e DIN, exigem para cada produto, no caso de Estrutura Metálica, uma série de características e requisitos de soldagem para sua aprovação.
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Uma vez que as normas consideram a soldagem como um processo especial e que devem ser levados em consideração todos os parâmetros e suas características, há a necessidade de um controle rígido e sistemático destes parâmetros.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A soldagem é considerada, para o Controle de Qualidade em Soldagem na fabricação de estruturas metálicas de aço carbono, como uma fase especial, envolvendo profissionais qualificados, ou seja, suas soldas foram submetidas a testes, de acordo com a norma de cada equipamento, a fim de comprovar o atendimento a requisitos pré-estabelecidos. Para um Controle de Qualidade com eficiência e eficácia todas as fases do processo de produção são inspecionadas/controladas, via o CQ (Controle de Qualidade), desde: Recebimento do Metal Base, Montagem, Soldagem, Acabamento, Embalagem e Transporte. Neste sentido, é fundamental para alcançar a eficiência e eficácia na qualidade do equipamento soldado um Controle de Qualidade desde o recebimento da matéria prima (Metal de Base) ao transporte do equipamento. A soldagem é um processo já em desenvolvimento desde a antiguidade. Segundo Fernando Laureti Thomaz da Silva (Coleção Tecnologia SENAI, 1997, pág. 13) estudos levam a crer que a origem dos metais tenha coincidido com a do fogo, tido como descoberto por volta do ano 8000 a.C. Nestes termos a soldagem é entendida, segundo Fernando Laureti Thomaz da Silva (Coleção Tecnologia SENAI, 1997, pág. 13) como a técnica de unir duas ou mais partes, assegurando entre elas a continuidade e as características mecânicas e químicas do material. A série de Normas NBR ISO 9000 para Sistemas de Qualidade considera a soldagem como processo especial que, dependendo da complexidade da construção soldada, requer métodos de controle que podem abranger as atividades de projeto, de seleção de materiais, de fabricação e de inspeção a fim de garantir que a qualidade especificada seja alcançada.
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No que concerne a atividade de inspeção de soldagem é importante que esta atividade seja desenvolvida por profissional devidamente qualificada e certificado, cuja sistemática encontra-se na Norma Brasileira ABNT NBR-14.842. É ela que estabelece critérios e a sistemática para a qualificação e certificação de inspetores de soldagem, e descreve as atribuições e responsabilidades para os níveis de qualificação estabelecidos. Vários são os fatores que deves ser levados em consideração para atender as normas e requisitos de fabricação de Estruturas Metálicas em Aço Carbono através do processo de soldagem MIG/MAG. Tais fatores contribuem de maneira significativa para a qualidade do produto, como: normas do projeto, metalurgia dos aços carbonos, soldabilidade, velocidade de aquecimento, velocidade de resfriamento, diluição, contração, dilatação, repartição térmica, profissionais, local de soldagem, posição, inspeção, segurança, qualificação dos profissionais, instrumentos de medição, controle de deformações, ensaios não destrutivos, consumíveis, simbologia de soldagem e fatores externos. É neste amaranhado de fatores que contribuem de maneira significativa na qualidade da soldagem que se encontra o Controle de Qualidade. É ele quem, através das Normas e Requisitos do produto, irá controlar a eficiência e eficácia no que tange ao atendimento das normas, ou seja, assegurar que o produto não tenha descontinuidades e defeitos não permitidos pela norma. Segundo a Apostila de Inspetor de Soldagem do Instituto Santista de Qualidade Industrial (pág. 36), descontinuidade é a interrupção das estruturas típicas de uma peça, no que se refere à homogeneidade de características físicas, mecânicas e metalúrgicas. Não é necessariamente um defeito. A descontinuidade sé deve ser considerada defeito, quando, por sua natureza, dimensões ou efeito acumulado, tornar a peça inaceitável, por não satisfazer os requisitos mínimos da norma técnica aplicável. As descontinuidades que podem ser encontradas no processo de soldagem MIG/MAG e são definidas na Norma PETROBRAS N- 1738 e estão elencadas na Apostila de Inspetor de Soldagem do Instituto Santista de Qualidade Industrial: 1.
Abertura de arco - Imperfeição local na superfície do metal de base resultante da
abertura do arco elétrico.
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2.
Ângulo excessivo de reforço – Ângulo excessivo entre o plano da superfície do metal
de base e o plano tangente ao reforço de solda traçado a partir da margem da solda.
Ilustração 1 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
3.
Cavidade alongada – Vazio não arredondado com a maior dimensão paralela ao eixo
da solda, podendo estar localizado: (a) na solda – situada ao longo do centro do cordão (Figura A) (b) na raiz da solda (Figura B)
Ilustração 2 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
4.
Concavidade – Reentrância na raiz da solda, podendo ser: (a) central – situada ao longo do centro do cordão (Figura A) (b) lateral - situada nas laterais do cordão (Figura B)
Ilustração 3 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
17
5.
Concavidade excessiva – Solda em ângulo com a face excessivamente côncava.
Ilustração 4 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
6.
Convexidade excessiva - Solda em ângulo com a face excessivamente convexa.
Ilustração 5 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
7.
Deformação angular – Distorção angular da junta soldada em relação a configuração
de projeto exceto para junta soldada de topo.
Ilustração 6 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
18
8.
Deposição insuficiente – insuficiência de metal na face da solda.
Ilustração 7 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
9.
Desalinhamento – Junta soldada de topo, cujas superfícies das peças, embora
paralelas, apresentam-se desalinhadas, excedendo à configuração de projeto.
Ilustração 8 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
10.
Embicamento – Deformação angular da junta soldada de topo.
Ilustração 9 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
11.
Falta de Fusão – Fusão incompleta entre a zona fundida e o metal de base, ou entre
passes da zona fundida, podendo estar localizada: (a) na zona de ligação (Figura A) (b) entre os passes (Figura B) (c) na raiz da solda (Figura C e D)
19
Ilustração 30 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
12.
Falta de Penetração – Insuficiência de metal na raiz da solda.
Ilustração 41 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
13.
Inclusão de escória – Material sólido não metálico retido no metal de solda ou entre o
metal de solda e o metal de base podendo ser: (a) alinhada (Figura A e B) (b) isolada (Figura C) (c) agrupada (Figura D)
Ilustração 52 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
20
14.
Inclusão metálica – Metal estranho retido na zona fundida
15.
Micro-trinca – Trinca com dimensões microscópicas
16.
Mordedura – Depressão sob a forma de entalhe, no metal de base acompanhando a
margem da solda.
Ilustração 63 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
17.
Mordedura na raiz – Mordedura localizada ma margem da raiz da solda.
Ilustração 74 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
21
18.
Penetração excessiva – Metal da zona fundida em excesso na raiz da solda.
Ilustração 85 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
19.
Perfuração – Furo na solda ou penetração excessiva localizada resultante de perfuração
do banho de fusão durante a soldagem.
Ilustração 96 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
20.
Poro – Vazio arredondado, isolado e interno à solda.
21.
Poro superficial – Poro que emerge á superfície da solda.
22.
Porosidade – Conjunto de poros distribuídos de maneira uniforme, entretanto não
alinhado.
Ilustração 107 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
22
23.
Porosidade Agrupada – Conjunto de poros agrupados.
Ilustração 118 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
24.
Porosidade alinhada – Conjunto de poros dispostos em linha, segundo uma direção
paralela ao eixo longitudinal da solda.
Ilustração 129 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
25.
Porosidade vermiforme – Conjunto de poros alongados ou em forma de espinha de
peixe situados na zona fundida.
Ilustração 20 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
26.
Rachadura – ver termo preferencial: trinca.
23
27.
Rechupe de cratera – Falta de metal resultante da contração da zona fundida,
localizada na cratera do cordão de solda (Figura A 21).
Ilustração 213 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
28.
Rechupe interdendrítico – Vazio alongado situado entre dendritas da zona fundida.
29.
Reforço Excessivo – Excesso de metal da zona fundida, localizado na face da solda.
Ilustração 22 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
30.
Respingos – Glóbulos de metal de adição transferidos durante a soldagem e aderidos à
superfície do metal de base ou à zona fundida já solidificada. 31.
Sobreposição – Excesso de metal da zona fundida sobreposta ao metal de base na
margem da solda, sem estar fundido ao metal de base.
Ilustração 23 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
24
32.
Solda em ângulo assimétrico – Solda em ângulo, cujas pernas são significativamente
desiguais em desacordo com a configuração de projeto.
Ilustração 24 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
33.
Trinca – Tipo de descontinuidade planar caracterizada por uma ponta aguda e uma alta
razão comprimento e largura. 34.
Trinca de Cratera – Trinca localizada na cratera do cordão de solda, podendo ser:
(a) longitudinal (Figura A) (b) transversal (Figura B) (c) em estrela (Figura C)
Ilustração 25 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
35.
Trinca em estrela – Trinca irradiante de tamanho inferior à largura de um passe da
solda considerada.
25
36.
Trinca interlamelar – Trinca em forma de degraus, situados em planos paralelos à
direção de laminação, localizada no metal de base próxima a zona fundida.
Ilustração 26 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
37.
Trinca irradiante – Conjunto de trincas que partem de um mesmo ponto, podendo estar
localizada: (a) na zona fundida (Figura A) (b) na zona afetada termicamente (Figura B) (c) no metal de base (Figura C)
Ilustração 27 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
38.
Trinca longitudinal – Trinca com direção aproximadamente paralela ao eixo
longitudinal do cordão de solda, podendo esta localizada: (a) na zona fundida (Figura A) (b) na zona de ligação (Figura B) (c) na zona afetada termicamente (Figura C)
26
(d) no metal de base (Figura D)
Ilustração 28 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
39.
Trinca na margem – Trinca que se inicia na margem da solda, localizada geralmente
na zona afetada termicamente.
Ilustração 29 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
40.
Trinca na raiz – Trinca que se inicia na raiz da solda, podendo estar localizada:
(a) na zona fundida (Figura A) (b) na zona afetada termicamente (Figura B)
27
Ilustração 30 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
41.
Trinca ramificada – Conjunto de trincas que partem de uma trinca, podendo estar
localizada: (a) na zona fundida (Figura A) (b) na zona afetada termicamente (Figura B) (c) no metal de base (Figura C)
Ilustração 314 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
42.
Trinca sob cordão – Trinca localizada na zona afetada termicamente não se estendendo
à superfície da peça (Figura A) .
28
Ilustração 32 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
43.
Trinca transversal – Trinca com direção aproximadamente perpendicular ao eixo
longitudinal do cordão de solda, podendo estar localizada: (a) na zona fundida (Figura A) (b) na zona afetada termicamente (Figura B) (c) no metal de base (Figura C)
Ilustração 33 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (Fonte: Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, 1996)
Várias são as ferramentas lançadas pelo Controle de Qualidade no que tange a Fabricação de Estruturas Metálicas em Aço Carbono, via processo de soldagem MIG/MAG com o objetivo de atender as normas e os requisitos do produto, dentre elas podemos citar: Ensaio Visual e Dimensional de Soldas, Ensaio Macrográfico, Ensaio de Dureza, Ensaio de Dobramento,
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Ensaio de Tração, Ensaio de Fratura, Ensaio de Impacto, Ensaio de Líquido Penetrante, Ensaio de Partículas Magnéticas, Ensaio de Ultrassom e por fim Ensaio de Radiografia. Para o Ensaio Visual e Dimensional de Soldas em juntas soldadas é usado a Norma PR059/2004, que tem como critérios de aceitação: 1.
Junta de topo, considerar inaceitável: Trinca, Falta de fusão, Falta de Penetração,
Concavidade com profundidade maior que 2mm, Deposição Insuficiente, Poro Isolado, Porosidade Agrupada, Mordedura na face ou raiz com profundidade maior que 1mm, Sobreposição, Abertura de Arco, Respingo, Desalinha mento superior a 2mm, Embicamento ou pré-deformação superior a 5°, Perfuração, Altura do reforço da face e da penetração da raiz acima do especificado na tabela a seguir:
Tabela de especificação da altura do reforço da face e da penetração da raiz Espessura nominal do metal de base Altura máxima
2.
e ≤ 6,4mm
1,6mm
6,4mm < e ≤ 12,7mm
2,4mm
12,7mm < e ≤ 25,4mm
4,0mm
e > 25,4mm
4,8mm
Juntas de ângulo considerar inaceitável: Diferença entre pernas maior que 3,2mm,
Dimensões de pernas abaixo do valor mínimo indicado na tabela abaixo:
Tabela de especificação de diferença de pernas Espessura nominal da alma
Valor mínimo da perna
e ≤ 9,5mm
9,5mm
9,5mm < e ≤ 12,7mm
12,5mm
12,7mm < e < 15,9mm
16,0mm
e > 15,9mm
22,0mm
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DESENVOLVIMENTO
1.
Aço Carbono
A soldagem é normalmente realizada com a aplicação localizada de calor e/ou deformação plástica na junta a ser soldada. Como resultado, temos alterações significativas nas propriedades do metal base. Essas alterações dependem das reações ocorridas durante o aquecimento/resfriamento da poça de fusão. Isto posto, é de grande importância para os profissionais que atuarão na construção e fabricação do projeto o conhecimento dos materiais de base utilizados para a construção/fabricação. O aço é uma liga ferro-carbono que contém geralmente entre 0,008% até 2,11% de carbono, além de outros elementos que resultam dos processos de fabricação. É obtido a partir do ferro gusa líquido que é produzido nos altos fornos das usinas siderúrgicas no setor da aciaria. Na aciaria temos o processo de descarbonetação, ou seja, remoção de parte do carbono existente no gusa. Outros elementos são reduzidos a quantidades mínimas: Enxofre (S), fósforo (P), Silício (Si) e o Manganês (Mn). Tais elementos têm influência direta nas propriedades mecânicas do aço e devem ser controlados: Manganês – Em aços com pouco carbono torna o aço mais dúctil e maleável. Em aços
com muito carbono endurece e aumenta a resistência aos choques; Silício – Contribui para o aumento da dureza e tenacidade. Evita porosidade. Fósforo – Em teores elevados torna o aço frágil e quebradiço. Enxofre – Torna o aço granuloso e áspero. Enfraquece a resistência.
Segundo a Apostila de Tecnologia Aplicada I – Caminhão Betoneira – SENAI, pág. 85, os aços carbonos são especificados dependendo do teor de carbono em três classes: Aços com baixos teores de carbono: entre 0,008% a 0,3%; Aços com médios teores de carbono: entre 0,3% a 0,7%; Aços com altos teores de carbono: entre 0,7% a 2,11%.
31
A lógica aplicada ao aço carbono é a de que a quantidade de carbono influencia diretamente nas propriedades mecânicas dos aços quanto a dureza, tenacidade, resistência a tração, maleabilidade, ou seja, quanto mais carbono o aço contiver, mais duro ele será. A lógica vale também para o contrário, ou seja, quanto menos carbono ele contiver, menos duro ele será.
2. Aços Liga Conforme o teor de elementos de liga, ou seja, elementos adicionados de maneira intencional para conferir aos aços propriedades especiais, os aços podem ser subdivididos em: Aço de Baixa Liga ( soma dos teores de liga inferior a 5%); Aços de Média Liga (elementos de liga entre 5 e 10%); e Aço de Alta Liga (com mais de 10% de elementos de liga).
Os principais elementos de liga adicionados ao aço carbono são: Alumínio - Al; Manganês - Mn; Níquel - Ni; Cromo – Cr; Molibdênio - Mo; Vanádio – V; Silício – Si; Cobre – Cu; Cobalto – Co; e Tungstênio – W.
A adição de elementos de liga tem por objetivo obter ligas, ou metais de base, com diferentes finalidades e propriedades mecânicas, tais como: Alterar as propriedades mecânicas; Aumentar a usinabilidade; Aumentar a temperabilidade; Conferir dureza a quente; Aumentar a capacidade de corte; Conferir resistência ao desgaste;
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Conferir resistência á corrosão; Conferir resistência à oxidação – calor; Modificar as características elétricas e magnéticas.
Elementos de liga Níquel
Manganês
Estabiliza os carbonetos. Ajuda a criar microestrutura dura por meio de têmpera. Diminui a velocidade de resfriamento. Forma carbonetos. Acelera o crescimento de grãos.
Cromo
Molibdênio Silício
Título de elementos de liga e suas funções Influência na Influência nas Aplicações estrutura propriedades Refina o grão. Aumento da Aço para Diminui a resistência à construção velocidade de tração. mecânica. transformação na Alta ductibilidade. Aço Inoxidável. estrutura do aço Aço resistente a altas temperaturas.
Influencia estabilização carboneto Auxilia desoxidação fluidez.
na do
Aumento da resistência mecânica e temperabilidade da peça. Resistência ao choque.
Aço construção mecânica
para
Aumento da resistência à corrosão e à oxidação e altas temperaturas Aumento de resistência à tração
Aços para construção mecânica. Aços ferramenta. Aços Inoxidáveis. Aço ferramenta. Aço cromo-níquel.
Produtos Peças automóveis. Utensílios domésticos. Caixas tratamento térmico. Peças automóveis peças para geral engenharia mecânica
para
para para e uso em
Produtos para a indústria química: talheres, válvulas e peças para fornos. Ferramentas de corte
na e
Aumento da Aços com alto Peças fundidas. resistência à teor de carbono. oxidação em temperaturas elevadas. Tabela - Fonte: Tabela dos efeitos dos elementos de liga mais comuns Tecnologia Aplicada I – 2005.
3.
Processo de soldagem MIG/MAG
3.1
Fundamentos
Segundo a Norma ASME – Séc. IX a sigla do processo é GMAW – Gás Metal Arc Welding. Marques, Modenesi e Bracarense entendem que a soldagem GMAW onde a união de peças metálicas é estabelecida entre um eletrodo metálico nu, consumível, e a peça de trabalho. Para a proteção da poça de fusão é usado um gás ou uma mistura de gases que podem ser ativos ou inertes. No Brasil o processo é popularmente e comercialmente conhecido como
33
MIG (Metal Inerte Gás) quando o gás para proteção usado é inerte ou MAG (Metal Ativo Gás) quando o gás para proteção usado é ativo. 3.2
Aplicação
O processo GMAW é utilizado em diversas aplicações uma vez que pode ser utilizado em todas as posições, ou seja: plana, horizontal, vertical e sobrecabeça. São indicados para a soldagem de estruturas metálicas, tanques, reconstrução de peças desgastadas – amantegamento, vigas e outras. Podem ser usados para a soldagem de materiais ferrosos e não ferrosos, como alumínio, magnésio, cobre aço carbono e inoxidável. Como não é utilizado fluxo, a possibilidade de inclusão de escória é mínima, mas pode ocorrer em função do silício do arame eletrodo. Tem uma taxa de deposição de aproximadamente de 15 kg/h. 3.3
Parâmetros de Soldagem
Os parâmetros de soldagem influenciam diretamente na qualidade do cordão de solda. São eles: intensidade de corrente (amperagem), tensão (voltagem), velocidade de soldagem, comprimento do arco (stick-out), gases de proteção, diâmetro do arame eletrodo, posição de soldagem, polaridade, modo de transferência.
Intensidade de Corrente
Tensão e comprimento do arco A tensão depende diretamente do comprimento do arco e do diâmetro do eletrodo, do
gás de proteção e do modo de transferência. Com a constância destas variáveis o aumento da tensão provocará uma largura maior e altura menor do cordão de solda. Melhor molhagem e redução da penetração. Tensões elevadas provocam porosidade, respingos e mordeduras no cordão.
Velocidade de Soldagem
A velocidade de soldagem está ligada a quantidade de energia liberada na soldagem. Assim, quanto maior é a velocidade de soldagem menor é a quantidade de calor desprendida no cordão de solda. Velocidades excessivas provocam menor penetração e velocidades baixas provocam alterações estruturais.
Gases de Proteção
Os gases de proteção influem diretamente na soldagem de diversas maneiras: na proteção do cordão de solda da contaminação atmosférica, no tipo de transferência, profundidade e formato do cordão de solda.
34
Os gases mais utilizados no processo de soldagem GMAW são o Argônio, CO2, Hélio e misturas destes. São divididos em dois tipos: Gases Inertes (Argônio, Hélio e suas misturas) e Gases Ativos (CO2, Oxigênio e Nitrogênio). Cada tipo de gás e misturas tem objetivos diferentes e deve ser levadas em consideração pelo projeto. Tabela de comparação das características de soldagem com os gases hélio e argônio puro. Característica Argônio Hélio Condutividade Térmica
Baixa
Elevada
Tensão do Arco
Menor
Maior
Calor gerado no arco
Menor
Maior
Aplicações Penetração central
Chapas finas e Metais de baixa condutividade térmica Maior que nas laterais
Chapas grossas e metais de alta condutividade térmica Menor
Largura do cordão
Mais estreito
Mais largo
Transferência metálica
Todos os tipos
Globular ou curto circuito
Estabilidade do arco
Boa
Instável
Velocidade de soldagem
Menor
Maior
Efeito de limpeza na soldagem
Maior
Menor
Custo/volume de gás
Menor
Maior
Peso em relação ao ar
38%
14% do ar
de alumínio e suas ligas
Tabela - Fonte: Tabela de comparação das características de soldagem com os gases hélio e argônio puro. Emílio, 1992.
Segundo Wainer, Brandi e Mello, as misturas gasosas visam obter
características
intermediárias, já que a adição de hélio ao argônio melhora o contorno do cordão. Com a adição de gases ativos (CO2 e/ou oxigênio) aos gases inertes visam melhorar a estabilidade do arco voltaico, porém neste caso o processo de soldagem e MAG. O processo de soldagem é considerado MAG, utilizado em soldagem de aço carbono e suas ligas, quando na mistura tiver mais que 3% de um gás ativo (CO2, Oxigênio e Nitrogênio). Quando na mistura tiver até 3% de um gás ativo o processo é considerado MIG e é utilizado em soldagem de alumínio e suas ligas.
Diâmetro do arame eletrodo
O diâmetro do eletrodo está ligado diretamente com a intensidade de corrente, ou seja, quanto menor o diâmetro do eletrodo menor será a intensidade de corrente.
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Sentido de Soldagem
O sentido de soldagem diz respeito ao ângulo e direção da tocha. Considerando um sentido de soldagem da direita para a esquerda (Empurrando) temos menor penetração e maior largura do cordão de solda. Já um sentido de soldagem esquerda para a direita, com o mesmo grau de inclinação da tocha, conforme abaixo, temos uma maior penetração, menor largura e maior altura do cordão de solda.
Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.
Polaridade
Temos dois tipos de polaridade: direta e inversa. A polaridade direta é o tipo de ligação para soldagem em corrente contínua, onde os elétrons deslocam-se do eletrodo para a peça. A peça é considerada como pólo positivo e o eletrodo como pólo negativo. A polaridade inversa é o tipo de ligação para soldagem com corrente contínua, onde os elétrons deslocam-se da peça para o eletrodo. A peça é considerada como pólo negativo e o eletrodo como pólo positivo.
Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.
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Modos de Transferências
Para a soldagem do processo GMAW é fundamental conhecer os modos de transferência, ou seja, a forma como a gota se desprende do eletrodo para a poça de fusão. São eles:
Transferência por curto circuito
Segundo Quites, este módulo de transferência ocorre quando a tensão e a corrente de soldagem são baixas. Em geral, é usado na soldagem fora de posição ou na soldagem de chapas finas, quando estes baixos valores são necessários. Uma gota de material se forma na ponta do eletrodo e vai aumentando de tamanho até tocar na poça de fusão. O arco se apaga momentaneamente e a gota é rapidamente atraída para a poça de fusão.
Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.
Transferência globular
Segundo Quites, este tipo de transferência ocorre para valores mais altos de tensão. Neste caso as gotas de metal se transferem para a poça de fusão antes que ocorra o curto circuito. O diâmetro médio das gotas transferidas varia com a corrente e são geralmente maior que o diâmetro do eletrodo.
Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.
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Transferência por “spray”
A transferência por “spray” ocorre quando temo elevadas amperagens e tensões. A taxa de
deposição é cerca de 10 kg/h e é utilizada somente nas posições plana e horizontal. As gotículas são extremamente pequenas.
Fonte: Apostila SENAI: Processo de Soldagem MIG/MAG, Julho de 2003.
Consumíveis
Os consumíveis para a soldagem pelo processo GMAW são especificados pela Norma AWS A5.18 e prescreve os requerimentos para a classificação de eletrodos sólidos ou compostos e varetas na soldagem de aço carbono. São escolhidos de acordo com o metal base a ser soldado.
4.
Controle de qualidade na fabricação de estruturas metálicas – Ensaio Visual e
Dimensional de Solda O ensaio visual e dimensional de solda é um ensaio não destrutivo básico. Qualquer ensaio de soldagem deve vir precedido de uma avaliação visual. É utilizado para controlar, durante e após a fabricação, os vários aspectos que poderão interferir na qualidade da solda desejada.
Procedimentos para o Ensaio
Segundo a Coleção Tecnologia SENAI de Soldagem, o local para a realização do ensaio deve estar limpo, bem iluminado e deve ser feita em três etapas: 1
Verificação antes da soldagem
É a verificação documental, ou seja, a qualificação dos procedimentos de soldagem, o certificado de qualificação do soldador, a validade das amostras de produção e os certificados de materiais envolvidos quanto materiais base quanto consumíveis.
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Após a verificação documental é feita a inspeção visual e dimensional das áreas a serem soldadas. Nesta fase procura-se detectar descontinuidades que possam causar defeitos no cordão de solda. Uma atenção especial a limpeza é feita nesta etapa. Não deve haver impurezas como graxas, óleos. É feita a verificação dos consumíveis e certificados de qualificação. Por último inspeção dimensional das juntas a serem soldadas e parâmetros de soldagem de acordo com a IEIS – Instrução e Execução de Inspeção de Soldagem. 2.
Verificação durante a soldagem
Após a inspeção das condições antes da soldagem é feita a inspeção durante a soldagem. Esta etapa, assim como as outras, é de fundamental importância, pois é nela que verificaremos se as condições pré-estabelecidas estão sendo cumpridas pelos profissionais envolvidos no processo de soldagem. Nesta etapa verificamos os parâmetros de soldagem como: intensidade de corrente, tensão, polaridade, velocidade de soldagem, vazão do gás de proteção, controle de temperatura interpasse e limpeza. 3.
Verificação após a soldagem
A verificação após a soldagem é feita mediante os critérios de aceitação do projeto/norma do produto. Nesta etapa são verificados as descontinuidades e defeitos existentes no cordão de solda em comparação com o critério de aceitação da norma. Para o Ensaio Visual e Dimensional de Soldas em juntas soldadas é usado a Norma PR-059/2004, que tem como critérios de aceitação: 1.
Junta de topo, considerar inaceitável: Trinca, Falta de fusão, Falta de Penetração,
Concavidade com profundidade maior que 2mm, Deposição Insuficiente, Poro Isolado, Porosidade Agrupada, Mordedura na face ou raiz com profundidade maior que 1mm, Sobreposição, Abertura de Arco, Respingo, Desalinhamento superior a 2mm, Embicamento ou pré-deformação superior a 5°, Perfuração, Altura do reforço da face e da penetração da raiz acima do especificado na tabela a seguir:
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Tabela de especificação da altura do reforço da face e da penetração da raiz Espessura nominal do metal de base Altura máxima
2.
e ≤ 6,4mm
1,6mm
6,4mm < e ≤ 12,7mm
2,4mm
12,7mm < e ≤ 25,4mm
4,0mm
e > 25,4mm
4,8mm
Juntas de ângulo considerar inaceitável: Diferença entre pernas maior que 3,2mm,
Dimensões de pernas abaixo do valor mínimo indicado na tabela abaixo:
Tabela de especificação de diferença de pernas
5.
Espessura nominal da alma
Valor mínimo da perna
e ≤ 9,5mm
9,5mm
9,5mm < e ≤ 12,7mm
12,5mm
12,7mm < e < 15,9mm
16,0mm
e > 15,9mm
22,0mm
Defeitos mais comuns encontrados na fabricação de estruturas metálicas de aço
carbono através da soldagem MIG/MAG. A definição de descontinuidade/defeito, segundo a Apostila de Inspetor de Soldagem do Instituto Santista de Qualidade Industrial (pág. 36), descontinuidade é a interrupção das estruturas típicas de uma peça, no que se refere à homogeneidade de características físicas, mecânicas e metalúrgicas. Não é necessariamente um defeito. A descontinuidade sé deve ser considerada defeito, quando, por sua natureza, dimensões ou efeito acumulado, tornar a peça inaceitável, por não satisfazer os requisitos mínimos da norma técnica aplicável.
40
1.
Abertura de arco.
Ilustração 34 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. Abertura de Arco de uma junta soldada. (www.google.com.br).
2.
Convexidade excessiva.
Ilustração 35 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
41
3.
Deposição insuficiente.
Ilustração 36 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
4.
Falta de Fusão.
Ilustração 37 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
42
5.
Falta de Penetração.
Ilustração 38 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
6.
Mordedura.
Ilustração 39 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
43
7.
Penetração excessiva.
Ilustração 40 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
8.
Porosidade.
Ilustração 41 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
44
9.
Reforço Excessivo.
Ilustração 42 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
10.
Respingos.
Ilustração 43 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
45
11.
Sobreposição.
Ilustração 44 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
12.
Solda em ângulo assimétrico.
Ilustração 45 - Exemplos de descontinuidade em soldagem.
46
13.
Trinca de Cratera
Ilustração 46 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
14.
Trinca longitudinal.
Ilustração 47 - Exemplos de descontinuidade em soldagem. (www.google.com.br).
47
Tabela de porcentagens de defeitos Correção
Defeito
Origem do defeito
Porosidade
Óleo, oxidação grosseira, carepa.
Limpeza do metal base
Corrente de ar, bocal obstruído ou pequeno.
Proteção do ambiente de solda.
Vazão de gás excessiva.
Adequar a vazão do gás
Falha na remoção da escória vítrea entre os passes de solda.
Limpeza da escória do cordão de solda
Junta de solda muito estreita.
Aumentar a junta.
Corrente de soldagem muito baixa;
Aumentar a corrente.
Extensão do eletrodo muito grande.
Diminuir a extensão do eletrodo
Tensão e/ou corrente de soldagem muito baixa.
Aumentar a corrente.
Falta de penetração
Falta de fusão.
Porcentagens de defeitos anteriores 22%
Porcentagem de Defeitos atuais 4%
12%
3%
13%
3%
18%
8%
Usar CC+. Polaridade errada; Diminuir a velocidade. Velocidade de soldagem muito baixa. Soldagem sobre um cordão convexo.
Mordedura
Eliminar a convexidade do cordão anterior.
Oscilação da tocha muito larga ou muito estreita.
Diminuir a oscilação da tocha.
Velocidade de soldagem muito alta.
Diminuir a velocidade.
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Trincas.
Respingos excessivos
Convexidade Excessiva
Furo da raiz
Tensão de soldagem muito alta.
Diminuir a tensão.
Corrente de soldagem excessiva.
Diminuir a corrente de soldagem.
Parada insuficiente às margens do cordão de solda.
Para ma margem para preenchimento do cordão.
Composição química incorreta do arame de solda.
Adequar a composição química do arame eletrodo.
Cordão de solda muito pequeno.
Aumentar a largura do cordão.
Má qualidade do material de base sendo soldado
Substituir o metal base.
Uso de CO2 Tensão do arco muito baixa.
Use misturas Ar-CO2 ou Ar-O2 no lugar de CO2. Aumentar a tensão do arco.
Indutância Baixa.
Aumente a indutância.
Tensão do arco ou corrente de soldagem muito baixa.
Aumentar a tensão.
Extensão do eletrodo excessiva.
Diminuir a extensão do eletrodo.
Indutância Baixa.
Aumente a indutância.
Polaridade errada.
Polaridade CC+
Corrente de soldagem muito alta.
Diminuir a corrente de solda.
7%
2%
35%
15%
15%
6%
5%
1%
49 Velocidade de soldagem muito baixa.
Aumentar a velocidade.
Composição química incorreta do arame de solda.
Adequar a composição química do arame eletrodo.
Cordão de solda muito pequeno.
Aumentar a largura do cordão.
Má qualidade do material de base sendo soldado
Substituir o metal base.
Solda em ângulo assimétrico
Ângulo incorreto de soldagem.
Corrigir o ângulo de soldagem.
Mão de obra desqualificada.
Treinamento da mão de obra.
Sobreposição
Corrente de soldagem alta.
Reforço Excessivo Embicamento
Trinca longitudinal
Desalinhamento
Deposição Insuficiente
6%
2%
36%
12%
Diminuir a corrente de soldagem.
18%
8%
Velocidade de soldagem baixa.
Aumentar a velocidade de soldagem.
26%
12%
Tensão de soldagem baixa.
Aumentar a tensão de soldagem.
Montagem inadequada.
Adequar a montagem.
16%
2%
Corrente de soldagem alta.
Diminuir a corrente de soldagem.
Montagem inadequada.
Adequar a montagem.
16%
5%
Corrente de soldagem alta.
Diminuir a corrente de soldagem.
Velocidade de soldagem alta. Mão de obra desqualificada.
Diminuir a velocidade. Treinamento da mão de obra.
22%
2%
50
CONCLUSÃO
Sendo a soldagem reconhecida, pelo fabricante de estruturas metálicas, como um processo especial, que deve ser levado em consideração desde a compra de produtos de qualidade a certificação e qualificação dos profissionais envolvidos na produção, faz-se necessário um controle da qualidade na fabricação e soldagem de estruturas metálicas em aço carbono a fim de controlar os processos com o objetivo de entregar para o cliente final um equipamento que atenda as normas de projeto e produto. Através do mapeamento das descontinuidades/defeitos nas soldagens foi elaborado um plano de ação com o objetivo de diminuir ou eliminar os defeitos/descontinuidades encontrados processos. O plano de ação da empresa consistia basicamente de alguns pontos: qualificação da mão de obra, conscientização da qualidade do produto, controle e inspeção (inicial e final) das soldagens. Desta forma concluímos que foi possível demonstrar que o controle de qualidade é uma ferramenta de gestão de processos uma vez que fez o mapeamento dos defeitos e descontinuidades existentes e indicou um Plano de Ação com o objetivo de diminuir ou, em alguns casos, eliminar os defeitos e descontinuidades encontradas nos processos de soldagem.