Revolução Industrial na Inglaterra
Europa - Inglaterra - A Revolução Industrial
A partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua posterior aplicação à produção, uma nova concepção de trabalho veio modificar completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social. É o período chamado de Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado. Revolução Industrial pode ser dividida em duas épocas bem distintas: 1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do
ferro.
1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou revolução do aço e da
eletricidade.
A 1ª Revolução Industrial pode ser dividida em 4 fases: 1ª fase: a mecanização da indústria e da agricultura, nos fins do
século XVIII, com o aparecimento da máquina de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico, do descaroçador de algodão, que vieram substituir o trabalho braçal e a força muscular humana, animal ou ainda da roda de água, eram máquinas grandes e pesadas, mas com incrível superioridade sobre os processes manuais de produção da época. 2ª fase: a aplicação da força motriz à indústria. A força elástica do
vapor no século XVII, ficou sem aplicação até 1776, quando Watt inventou a máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se as grandes transformações nas oficinas, que se converteram em fábricas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura. 3ª Fase: o desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e a sua
pequena oficina patronal desapareceram para dar lugar ao operário e às fábricas e às usinas, baseadas na divisão do trabalho. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca o crescimento das populações urbanas, com o surgimento de favelas, redução das condições de saúde e, conseqüentemente, o aumento da mortalidade.
4ª fase: um espetacular aceleramento dos transportes e das
comunicações. A navegação a vapor surgiu nos Estados Unidos e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825. Outros meios de comunicações foram aparecendo com uma rapidez surpreendente: Morse inventa o telégrafo elétrico (1835), surge o selo postal na Inglaterra (1840), Graham Bell inventa o telefone (1876).
A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em uma nova fase profundamente diferente da I Revolução Industrial. É a chamada 2ª Revolução Industrial, provocada por três acontecimentos importantes: - desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856); - aperfeiçoamento do dínamo (1873); - invenção do motor de combustão interna (1873) por Daimler. As principais características da 2ª Revolução Industrial são as seguintes: 1. A substituição do ferro pelo aço como material industrial básico. 2. A substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo como principais fontes de energia. 3. O desenvolvimento da maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho. 4. O crescente domínio da indústria pela ciência. 5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são melhoradas e ampliadas. A partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção do seu modelo "T" em 1908, nos Estados Unidos. Em 1906, Santos Dumont faz a primeira experiência com o avião. 6. A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o Extremo Oriente. A principal conseqüência disto tudo é que a organização e a empresa modernas nasceram com a Revolução Industrial, graças a um grande
número de fatores, dentre os quais podemos destacar principalmente: a) a ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; b) o avanço tecnológico, graças às aplicações dos progressos científicos à produção, com a descoberta de novas formas de energia e a possibilidade de uma enorme ampliação de mercados; c) a substituição do trabalho artesanal pelo trabalho de tipo industrial.
Primeiras Fábricas
Nas primeiras fábricas, havia um aglomerado de trabalhadores se submetendo a extensas cargas horárias recompensadas por salários irrisórios. A baixa remuneração para o trabalho repetitivo das fábricas obrigava que famílias inteiras integrassem o ambiente fabril. Por um salário ainda menor, mulheres e crianças eram submetidas às mesmas tarefas dos homens adultos. Ao mesmo tempo, as condições de trabalho oferecidas nas fábricas eram precárias. Sem instalações apropriadas e nenhuma segurança, as fábricas ofereciam risco de danos à saúde e à integridade física dos operários. As mortes e doenças contraídas na fábrica reduziam consideravelmente a expectativa de vida de um operário.