EDITORIAL
PÁSCOA E MISERICÓRDIA
SUMÁRIO MARÇO 2016/02
1. A água é um elemento pascal importante para o cristianismo. Sem ela não há vida! Foto: Cleber Pires
stamos no mês de março. Nele celebramos o Dia Internacional da Mulher e o Dia Mundial da Água, além de outras efemérides. Como cristãos, connuamos nossa caminhada quaresmal nos preparando para a celebração da Páscoa da ressurreição. Como é de costume, a revista Missões na presente edição traz um vasto material formavo e informavo, tendo em conta vocês, queridos colaboradores, discí discí pulos missionários. Fazendo uso deste espaço, queremos primeiro concon vocar todos a lutar pela causa das mulheres. Porque elas ainda hoje são vímas vím as do sexismo, racismo e machismo, apesar de notada ligeira melhora, em alguns aspectos. Segundo, a celebração da Páscoa da ressurreição, neste ano, acontecerá no presente mês. Vivemos em uma das grandes metrópoles da América Lana, que de um tempo para cá convive com a crise hídrica. hídr ica. A água é um elemento pascal importante para o crisanismo. crisanism o. Como podemos celebrar a Páscoa em meio a uma realidade em que a água é escassa? Se quisermos celebrar a Páscoa da ressurreição, em meio a realidades como a nossa, devemos mudar o nosso eslo de vida. Pois, sem água, não há vida. E a Páscoa é a vida em Cristo que vence a morte. A Páscoa celebrada em pleno Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia rearma nossa responsabilidade responsabilidade no cuidado de nosso planeta. Ainda nesta edição, em nome de toda equipe da revista Missões, queremos externar o nosso agradeagrade cimento pela colaboração do padre Boris Ulloa. A ele que durante dois anos cou responsável pela rubrica Bíblia, uma vez mais, vai o nosso muito obrigado. A parr desta edição, a página cará sob responsabilidade de João Claudio Runo. A ele, desde já, fazemos votos de bom trabalho e que seja bem-vindo à equipe da revista Missões. Por m, queremos dizer que a revista chega a vocês com algumas novidades. Missões deseja a todos uma feliz e santa Páscoa!
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2 MARÇO 2016 MISSÕES
ATUALIDADE ATUA LIDADE --------------------------------------------------------------------------------------- 03 Mulheres na construção da história
Rosinha Martins
JUVENTUDE --------------------------------------------------------------------------------------- 04
Educar para o Bem Viver
Guilherme Cavalli
PRÓ-VOCAÇÕES PRÓ-V OCAÇÕES --------------------------------------------------------------------------- 05
Vocação Vocação juvenil na era da incredulidade
Geoffrey Boriga
INFÂNCIA MISSIONÁRIA ----------------------------------------------------------- 06
Criança, vida que nos ensina (2ª parte) André Luiz de Negreiros
MISSÃO EM CONTEXTO ---------------------------------------------------------- 07 Expressão de cultura e solidariedade
Noeli Domingos Bueno
VOLTA VOL TA AO AO MUNDO--------------------------------------------------------------------- 08 Folha de S. Paulo / Reuters / UNFCCC/WND/Vaticano UNFCCC/WND/Vaticano
ESPIRITUALIDADE --------------------------------------------------------------------------- 10
O rosto da misericórdia Tomaz Hughes
TESTEMUNHO --------------------------------------------------------------------------------- 12 Com os indígens, na periferia existencial
Aurora Cossu
FORMAÇÃO MISSIONÁRIA ----------------------------------------------------- 14
Missões Populares para uma Igreja em saída Simone dos Santos Costa
FÉ EM AÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 16 De nossa esperança ativa
Nei Alberto Pies
FAMÍLIA CONSOLATA ---------------------------------- 17
Quando celebrava, parecia um anjo Francesco Pavese
MISSÕES RESPONDE ------------------------------------------------------------------- 21
São Paulo: cinco dioceses em um mesmo município Edson Luiz Sampel
ÁFRICA ----------------------------------------------------------------------------------------------------
22
Africanizando o cristianismo...?
Isaack Midindile
ÁSIA -----------------------------------------------------------------------------------------------------------
23
Uma Igreja com várias frentes Mário de Carli
DESTAQUE DEST AQUE DO MÊS --------------------------------------------------------------------- 24 Água: mais que um líquido!
Dirceu Benincá
BÍBLIA ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27 Imperativo para a Missão
João Claudio Rufno
ENTREVISTA ENTREVIST A ----------------------------------------------------------------------------------------- 28 Projeto Missionário envia padre para a Amazônia
Renato Papis
VOLTA VOL TA AO AO BRASIL -------------------------------------------------------------------------- 34 Agência Brasil / Folha S. Paulo / OMS/The Ind./Le Figaro
Mulheres na construção da história O
Dia Internacional da Mulher é uma ocasião propícia para se fazer um giro na história do país e recordar, reer e celebrar a vida, os sonhos e as lutas de mulheres que, - não obstante o obscurantismo proposto pelo sistema colonial, imperial e republicano que tentou reger a mente, o coração e a vida dos brasileiros em nome da ordem e do progresso - zeram a diferença no lar, na agricultura, nas fazendas, na educação, na saúde, na religião, nas fábricas, nas ruas, na políca, na economia, no mundo das artes, nos serviços mais humildes. De uma forma ou de outra, elas sempre esveram presentes. Elas foram e connuam sendo a base, a sussus tentação, o aconchego seguro que garante o descanso, as realizações polícas, econômicas e emocionais ao masculino. S A I T A P . C E M I A J : S O T O F
Até por volta do século XVIII, essas mulheres se manveram submissas, certas de que o seu ser se reduzia, de fato, às avidades do lar, como sempre ressaltou o pensamento judeu-cristão e lósofos como Rousseau, Kant e Schopenhauer. Século promissor
Mas o século XIX foi promissor para uma mudança radical na concepção do ser mulher e que levaria à sua emancipação. A queima de suãs em praça pública, a criação da pílula, chavões usados como ‘nosso corpo nos pertence’ perten ce’,, ‘o privado também é políco’, p olíco’, ‘diferen ‘diferen-tes, mas não desiguais’, desig uais’, foram foram atos que marcaram essa tomada de consciência da mulher em relação ao seu
Merecem uma homenagem tantas delas que colaboraram para o desenvolvimento do país.
papel social. Inspiradora dessa luta, a lósofa Simone de Beauvoir, armava que ‘uma mulher torna-se pleple namente humana quando tem oportunidade de se dedicar ao exercício exercício das avidades públicas e quando pode ser úl à sociedade’. Merecem uma homenagem tantas delas que colabocolabo raram, com todas as suas forças, para o desenvolvimento
de Rosinha Martins
Participantes do Fórum Social Mundial 2007.
ATUALIDADE
do país: Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi), guerreira e esposa de Giuseppe Garibaldi, parcipou das lutas republicanas republicana s durante a Guerra dos Farrapos; a abolicionista, escritora e jornalista Maria Firmina dos Reis, defendeu a abolição em jornais, com poemas, charadas e contos; a abolicionista e pianista Chiquinha Gonzaga; Leonilda Daltro, professora e indianista baiana que tomou para si a luta da causa indígena; indíge na; a feminista anarquista Maria Lacerda de Moura, Dandara Zumbi, guerreira negra negra do período colonial, esposa de Zumbi dos Palmares; Ruth de Souza, primeira atriz negra a subir no palco do Teatro Teatro Municipal do Rio de Janeiro; Esther de Figueiredo Ferraz, primeira mulher ministra, Alzira Soriano, primeira mulher da América Lana a assumir o governo de uma cidade; Anésia Pinheiro MaMachado, segunda mulher aviadora no Brasil; Margarida Alves, sindicalista e defensora dos direitos humanos, inspiradora da Marcha das Margaridas; Zilda Arns, médica, fundadora da Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa; Eliane Lima dos Santos Poguara, professora e escritora indígena; Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho, márr, defensora das causas indígenas; Dilma Vana Rousse, primeira mulher a assumir a presidência do Brasil; enm, aquelas mulheres que no silêncio do codiano, nas situações mais vulneráveis se tornam sementes de esperança. Parabéns, mulher! Rosinha Martins é jornalista, missionária scalabriniana e assessora executiva da CRB Nacional para a Comunicação. MARÇO 2016 MISSÕES 3
JUVENTUDE
Educar para o Bem Viver “Uma ecologia integral é feita também de simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo” (LS 230). de Guilherme Cavalli
norma que direciona a vida das pessoas hoje, principalmente principalmente das juventudes, é a administrada pelo capital, que pressupõe o lucro e a dominação das grandes corporações sobre a vida e sua diversidade. Nesta nova colonização colonização realizada pelo mercado e impulsionada pela ideologia do desenvolvimento, desenvolvimento, cria-se uma sociedade de classes e privilégios, privilégios , de sobreviventes e vencedores. Vende-se a ideia de que a realização realização humana só é possível pela sasfação material sanada pelo consumo. Estas prácas ulitaristas e suas relações sociais geram exploração e alienação. Transformam a vida em matéria prima e o ser humano em objeto. É abandonada abandonad a a compreensão de que qu e a Terra Terra e os seres humanos nascem de uma única endade, sendo o homem a própria Terra enquanto se relaciona. A rona passa a se caracterizar como cultura do descarte e assume o que o papa Francisco chama de lógica do S i’,, “usar e jogar fora” (LS 123). Na encíclica Laudato Si’ Francisco contrapõe a cultura consumista e arma que esta maneira de viver “maltrata “mal trata a vida em todas as suas formas” (LS 230). A parr de uma ecologia integral que procura educar o ser humano com a visão global e holísca, brotam ações que têm como base a economia solisoli dária, o respeito pela Mãe Terra, a economia como hospitalidade a serviço da vida. Estas iniciavas busbuscam repensar a comunidade humana hum ana e convocam as
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pessoas a reeducarem-se com acenos diários, como salienta o papa Francisco na encíclica. “Uma ecologia integral é feita também de simples gestos codianos, codianos , pelos quais quebramos a lógica da violência, da exexploração, ploração, do egoísmo” (LS 230). Revolução cultural
As juventudes carregam em seu ínmo a inquietude e o desejo transformador. transformador. Quando canalizados, canalizados , esses dois disnvos juvenis podem promover a urgente mudança necessária para repensar o ser humano a parr da conversão ecológica. Pelas novas gerações é possível educar para uma cultura do encontro, do respeito, do diálogo, da harmonia. É imprescindível encarar o desao educavo que leva para a cultura do Bem Viver, como uma relação que represente a busca connua de um novo pacto social de viver para o bem comum (LS 209). Educar-se para o Bem Viver exige rupturas. É preciso passar do conhecimento para a consciência de responsabilidade; pensar diferente a realidade, para além de soluções imediastas, do fatalismo que transforma mulheres e homens em seres impotentes. É indispensável trabalhar com utopias e os mensageiros da esperança hoje são os jovens. É desses a responsabilidade responsabi lidade de preparar a Terra do amanhã. Os jovens são portadores da nova sensibilidade ecológica e de um espírito generoso, lembra o humilde Francisco na Laudato Si’ (LS 209). Guilherme Cavalli é Secretário Nacional da Propagação da Fé – Juventude Missionária.
PRÓ-VOCAÇÕES
Vocação juvenil na era da incredulidade de Geoffrey Boriga
urante muitas ocasiões, o papa Francisco exortou aos que trabalham com a juventude para ajudar os jovens a perceber que a fé não se opõe à razão. Quer com isso torná-los protagonistas da evangelização de seus contemporâneos. O ponce também invoca ministros para propor aos jovens um caminho de discernimento vocacional, preparar-se para seguir Jesus no caminho da vida conjugal e familiar ou de uma consagração consagração a serviço do Reino de Deus. Nessa era da informação, o que mais faz falta é o testemunho, não preceitos. Foram-se os dias de um conselheiro proféco que prevê a desgraça iminente
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Os jovens de hoje precisam de testemunhos, não de conselhos. Profetas de hoje
Na verdade, quem olhe analicamente para a sociedade tem uma razão para suspirar, levantar as sobrancelhas ou até mesmo chorar. A juventude está morrendo, e isto não vem de um cumprimento proféco de algum po de “Sodoma “S odoma e Gomorra” Gomor ra”,, mas principalmente, das drogas, das violências de todos os pos e pior ainda, de idiossincrasia religiosa. religiosa. A Bíblia fala que fomos feitos para viver pelo menos 70 anos neste chamado planeta azul. No entanto, o céu parece fora do limite de alcance quando a maiomaioria não pode marcar sequer a metade da meta. Para uma sociedade que busque melhorias para os seus entes, tudo isto certamente deve chamar a atenção. Pior ainda, parece que rege uma atude de indifeindife rença e insensibilidade a este patéco calvário “proféco”. No entanto, quem culpar e amputar por este triste estado das coisas? O desafio deve ser arcado pela juventude. Não porque não temos profetas sucientes; profetas modernos são indiscuvelmente numerosos, dinâmicos e radicais. Papa Francisco é um deles. O romano ponce dis se não há muito tempo, que os jovens são jovens evangelizadores. O fato é que precisamos sendo práco. Os jovens precisam de modelos como eles, não conselheiros. conselheiros. O Ã Ç A G L U V I D
sobre uma sociedade impenitente. Em retrospecto, isso ajudou especialmente na era proféca bíblica para transformar sociedades hediondas em penitentes e dignas de absolvição. O que se diz do presente? Chamam-na de “a era de dúvida e de autossuciência”. auto ssuciência”. Sim, quase se foram os dias quando os problemas foram centralizados em torno de Deus. Parece que a geração é mais forte, e junto vieram as ciências e não a or que cresce na fresta da parede para nos contar a presença de Deus.
Geoffrey Boriga, imc, é seminarista em São Paulo, SP. MARÇO 2016 MISSÕES 5
INFÂNCIA MISSIONÁRIA
Criança, vida que nos ensina (2ª parte) de André Luiz de Negreiros
inda falando aos discípulos sobre quem seria maior no reino dos céus, Jesus disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterconverter des e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18, 3). Ele está se referindo ao senmento de perdão que existe em uma criança. De sua su a maneira de ser ou proceder quando é angida, angid a, casgada ou rejeitada, perdoando com facilidade e naturalidade. Quando uma criança é repreendida pelos pais ou por outra pessoa, ela chora, ca brava, mas logo volta a agir naturalmente. Não ca com ódio e mantém a mesma amizade e carinho. Até mesmo quando há bribrigas entre elas, o espírito de perdão sempre prevalece. No momento de um desacerto, uma bate e quebra o brinquedo da outra, chora. Mas, dali a pouco, tudo ca bem. Parece que não aconteaconte ceu nada. A verdade é que a criança sabe perdoar pe rdoar,, e com ela precisamos aprender. aprender. JeJ esus tem razão ao dizer que precisamos nos tornar como crianças para entrarmos no reino dos céus. Há situações na vida cristã em que este ensino de Jesus precisa ser vivenciado. vivencia do. A união, o amor, a compreensão e a comunhão no meio da Igreja dependem de nossas atudes. E às vezes III Jornada da IAM em Umuarama, PR. precisamos fazer como as crianças fazem entre si. Deus não quer que sejamos crianças espiritualmente, mas cristãos que tenham o senmento de perdão. Há pessoas doentes, infelizes ou amarguradas porque remoem fatos que ocorreram há anos em sua
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S A I T A P . C E M I A J
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Concluindo o artigo do mês anterior, abordamos nesta edição o perdão e a pureza como referências sobre as crianças na Bíblia.
vida e não foram acertados. São feridas abertas. A criança não quer nem saber se amanhã vai chover ou fazer sol. Ela só pensa em brincar, se diverr e aproveitar a vida. Para ela, tudo é festa, é alegria. Jesus fala que devemos nos tornar como crianças. Devemos aplicar isso ao nosso relacionamento, e estabelecer um padrão de vida pautado na honesdade, sinceridade, delidade e responsabilidade. Pureza
Criança não tem maldade naquilo que faz ou rere cebe. O grau de pureza existente em sua vida é algo incalculável. incalculável. É receber aquela capacidade de expressar uma vida limpa. É exatamente isto que Jesus quer nos ensinar. Esta é uma das tônicas da Igreja que é candidata ao céu. Em sua oração sacerdotal, Jesus orou pedindo para que ela fosse pura e unida (Jo 17). Pureza e unidade caminham juntas, são coirmãs. A Igreja que vive dentro do padrão de sansan dade, logicamente tem que ser uma Igreja unida. Não se separa sandade de unidade ou vice-versa. Jesus disse que o mundo haveria de crer Nele, quando a sua Igreja fosse pura e unida (Jo 17, 23). A Igreja precisa tornar-se como uma criançaparaentrarnoreinodos céus, despojando-se de toda imundície, pois o céu é lugar de pessoas puras. Os impuros não herdarão o reino de Deus (1Co 6, 9 e Hb 4, 12). Deus sempre desejou que o seu povo fosse separado e diferente. Foi para isto que Ele chamou Abraão e escolheu Israel. Mesmo depois de entrar na terra promeda, Deus exigiu pureza dessa nação (Lv 20, 7). André Luiz de Negreiros é Secretário Nacional da Pontifícia Obra da IAM.
MISSÃO EM CONTEXTO
Expressão de cultura e solidariedade
Pastoral Social das Missionárias da Consolata em Icuí, Ananindeua, Pará, trabalha com jovens, adultos e idosos. de Noeli Domingos Bueno
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comunidade das missionárias em Icuí, no mumu nicípio de Ananindeua, Pará, embora sendo ainda uma área de inúmeros problemas sociais, desenvolve um trabalho social, com destaque para a cultura. Vários grupos compõem um mosaico cultural e proporcionam oportunidades aos jovens jovens,, para para nãoenver envereda edare rem m pelo pelo caminh caminho o dasdroga drogass e da violência. O grupo de balé-jazz da Associação Filantrópica Icuí Solidário - AFIS, teve seu inicio a parr das turmas formadas no projeto da Paróquia São José Operário no ano de 2011. O grupo sonha em representar a AFIS dentro e fora do Icuí. Já parcipou de alguns fesvais fesvais de dança e concursos, sendo campeão. Por três anos consecuvos se apresenta no programa Belém Cidade Luz da Amazônia O grupo é orientado pela diretora artística e professora Rayane Bitencourt formada como intérprete criadora pela UFPA (Universidade Federal do Pará). O grupo de dança Fruto Tropical é folclórico e surgiu em março de 2005. Composto hoje por 14 integrantes na faixa etária de 12 a 20 anos, faz suas apresentações durante o ano e, com maior intensidade no período junino, nas comunidades próximas. As danças que compõem suas apresentações são criadas pela coordenadora Benedita Counho, coco nhecida como a Bita, que é pedagoga e dançarina. Tia Bita dirige também o Grupo de dança Explosão de Vida. Este projeto jusca-se por oportunizar ações que visem valorizar o potencial de criar e aprender, contribuindo para melhorar a autoesma, problemas de depressão e relacionamento, elevando-se a um estado de descontração e de total prazer. O nome do grupo foi sugerido pela irmã Noeli Domingos que se inspirou numa conversa que teve com a coorde nadora, expressando que queria algo que vesse relação com vitalidade. Assim, em agosto de 2014 nasceu o Explosão de Vida. Composto atualmente por 10 mulheres na faixa etária entre 30 e 70 anos, faz suas apresentações durante o ano nas comunidades próximas. O Grupo de Hip Hop foi fundado por Igor
Tiago Pinheiro Maciel com o nome de Mercenários CREW. CREW. Segundo o grupo, g rupo, o hip hop ho p é um movimento cultural popular surgido nos Estados Unidos em 1989, caracterizando um eslo de música jovem retratando a realidade nua e crua do jovem urbano das periferias. O grupo no Icuí nasceu a parr de vídeos assisdos na internet de Break Dance, como é mais conhecido. Atualmente o grupo é composto por sete membros. O Kung Fu no Icuí é orientado pelo professor José Damian que foi também conhecedor de Karatê. Já parcipou de campeonatos estaduais. estaduais. É o fundador da Federação Federação paraense de artes marciais chinesas, liada O V I U Q R A
Grupo de balé e jazz da Associação Filantrópica Icuí Solidário - AFIS.
à Confederação Brasileira de Kung Fu Wuchu. Treina com seu grupo no centro da associação de moradores do Conjunto Carnaúba no Icuí. A Associação Cultural Cana Forte - Capoeira foi fundada em 30 de outubro de 2007 pelos educadores sociais George Frazão e Risomar Marns. A Associação visa difundir a capoeira como arte, cultura e educação dentro das escolas e comunidades como forma de inclusão social. O nome da Associação lembra o trabalho escravo e a liberdade conquistada com muita luta e sofrimento, usando muitas vezes a capoeira como arma de defesa e resistência. Noeli Domingos Bueno, MC, é assessora da Pastoral Social do Icuí, PA e acadêmica em Serviço Social pela Anhanguera CEAD UNIDERP. MARÇO 2016 MISSÕES 7
ligados à Al-Qaeda. Ao todo, 110 jornalistas e sete prossionais de mídia foram mortos em 2015 e 787 desde 2005 – sinal, para a RSF, de que a violência contra a categoria cresce, e que iniciavas de proteção têm falhado. Além disso, 153 foram dedos e 54, sequestrados. Com o ataque ao Charlie Hebdo, a França cou em terceiro no ranking de mortes de jornalistas em 2015, atrás apenas dos conagrados conagrados Iraque (11 mortos) e Síria (10). Empatados com a França estão México e Iêmen. A Índia registrou nove mortes, mas em quatro casos não é clara a relação com o ocio.
O D N U M O A A T L O V
França
Mudanças climáticas
A Conferência sobre as Mudanças Climácas das Nações Unidas realizada entre 30 de novembro e 11 de dezembro de 2015, em Paris, terminou com a publicação de um acordo entre os 195 países parcipantes que concordaram em trabalhar para que o aumento de temperatura média do planeta que “bem abaixo de 2% em comparação com os pré-industrializados” pré-industrializado s”.. Segundo a teoria do aquecimento global, a industrialização e o consequente uso de combusveis fósseis, como carvão e petróleo, têm elevado a temperatura terrestre terrestre devido, entre outras coisas, ao aumento de gás carbônico na atmosfeatmosfe ra. Por isso, seria preciso reduzir o uso de combusveis desse po, substuindo-os por fontes de energia renováveis, como o etanol, a energia eólica e solar. O papa Francisco, em sua encíclica Laudato Si’ , menciona os gases do efeito estufa como responsáveis pelo aquecimento (parágrafo 23).
67 jornalistas foram mortos em 2015
Pelo menos 67 jornalistas foram mortos em 2015 por razões ligadas ao exercício da prossão, prossão, segundo relatório anual da ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) sobre viovio lência, divulgado no nal de 2015. Outros 43 morreram por movos ainda a elucidar. Ao contrário do ocorrido em 2014, porém, dois de cada três jornalistas mortos neste ano perderam a vida em países considerados zonas de paz. O episódio mais violento desse po foi o ataque de 7 de janeiro à redação da publicação sarica Charlie Hebdo, quando oito jornalistas foram mortos por extremistas
8 MARÇO 2016 MISSÕES
Guiné Cronaci
Livre de vírus do ebola
Em dezembro dezembro de 2015, a Guiné foi decladeclarada livre da transmissão do ebola, vírus víru s que matou mais de 2.500 pessoas no país em dois anos. Com isso, a Libéria passa a ser o único país do oeste da África – a região angida pela epidemia – a ainda estar sob o risco de novos casos. A Guiné entrou em um período de 90 dias de vigilância reforçada, disse a Organização Mundial da Saúde - OMS. O pior surto de ebola no mundo começou em Gueckedou, leste da Guiné, em dezembro de 2013 e se espalhou para Libéria, Serra Leoa e sete outros países. Ao todo, mais de 11,3 mil pessoas morreram durante a mais recente epidemia. Em seu auge, o ebola provocou medo em todo o mundo e levou governos a tomarem precauções, isolando pessoas vindas de países angidos. Vaticano
O nome de Deus é misericórdia
“O nome de Deus é misericórdia” é o tulo do livro-entrevista do papa Francisco ao vacanista Andrea Tornieli. A obra foi lançada dia 12 de janeiro em 86 países. “O papa é um homem que tem necessidade de misericórdia de Deus”, condenciou Bergolho na entrevista ao jornalista do periódico La Stampa. Ao aprofundar a missão da Igreja no mundo, o papa evidenciou que, antes de tudo, a “Igreja condena o pecado, porque deve dizer a verdade”. Ao mesmo tempo, porém, “abraça o pecador que se reconhece como tal, reaproxima-se dele, fala a ele da misericórdia innita de Deus”.
Fontes: Folha de S.Paulo / Reuters / UNFCCC/WND/Vaticano.
Intenção Missionária de Joseph Onyango Oiye
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egundo a Fundação Poncia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a cada cinco minutos um cristão é assassinado no mundo, simplesmente por professar a sua fé em Cristo. O Oriente Médio é a região onde a perseguição perseguição é mais cruel. Ao longo da história do crisanismo, sempre houve perseguições de formas diferentes. Nos primeiros séculos, confessar acreditar em Jesus era movo para ser estraçalhado por leões, incinerado na fogueira ou de ser torturado das formas mais cruéis. Essa história se repete até hoje e os cristãos sofrem nas mãos dos mais variados pos de pessoas de outras denominadenominações religiosas, ou até mesmo dos próprios cristãos. A perseguição pode ser de segregação, agressão sica ou morte. É através dessa situação que o papa nos convida a sermos solidários com os que sofrem, tanto na nossa vizinhança como no mundo inteiro. Essa solidariedade implica as nossas orações como nas ajudas de uma forma ou de outra que possa mudar as situações deles, pois, a universalidade da Igreja faz com que sempre quemos ligados com o mundo todo.
Sofrimento comum
O sermão da montanha nos faz recordar dos nossos irmãos em Cristo, perseguidos e discriminados e isso nos conscienza da nossa união un ião na fé que existe além
Para que os cristãos discriminados ou perseguidos por causa da sua fé permaneçam fortes e éis
ao Evangelho, graças à oração incessante de toda a Igreja.
das paredes das nossas Igrejas. Aprendemos com Jesus que não devemos responder com bombas, mas que a nossa arma seja a oração e pedido de respeito. São Paulo descreve na carta aos Corínos (1Cor 12, 26) dizendo que se um membro do Corpo de Cristo sofre, todos sofrem com ele. Assim também nós, sofremos com os cristãos perseguidos perseguidos da atualidade. Através desta intenção, devemos interceder pelos cristãos perseguidos não como se eles fossem “coitadinhos”, mas como pessoas dignas que se sentem honradas por parcipar dos sofrimentos de Cristo. Quando pensamos na perseguição perseguição dos cristãos, não camos limitados às denominações, mas sim, a todos que professam a fé em Cristo, pois é interessante que na área de perseguição, os cristãos estejam todos no “mesmo balaio”: balaio ”: ortodoxos, católicos e protestantes. Por isso, devemos incluir todos em nossa oração. Precisamos colaborar com eles também com gestos concretos ou materiais que transformam a nossa intercessão em ação práca. Joseph Onyango Oiye, imc, é diácono em Brasília, DF. MARÇO 2016 MISSÕES 9
ESPIRITUALIDADE
O rosto
da misericórdia todas as maldades que provém na sua raiz da rejeição do Plano de Deus para todas as raças, nações e povos. No mês de março, as Igrejas Cristãs celebram a realidade desse mistério: “A Palavra se fez carne e habitou entre nós... e nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e dedelidade” (Jo 1, 14). Jesus de Nazaré, o Verbo Divino Encarnado, “era a luz dos homens. Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-las” (Jo 1, 4-5). A Páscoa celebra a verdade fundamental de que, apesar das aparências, o bem vence o mal, a graça vence o pecado, a vida vence a morte! de Tomaz Hughes
rês meses atrás, a liturgia das celebrações do Natal recordavaogritodeesperança do profeta Isaías quando proclamava, em uma época histórica tenebrosa tenebrosa e sofrida, que “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso” (Is 9, 1). No contexto, contexto, o profeta profe taviuno nascimentodofuturo rei Ezequias, lho de Acaz, um sinal de que Deus mandaria um rei justo que libertaria o povo do sofrimento da opressão do Império Assírio. A plenitude do sendo da visão de Isaías só se manifestaria séculos mais tarde, no nascimento de outro menino, Jesus, a “verdadeira luz”, que libertaria todos os povos da opressão, do mal, do pecado e de
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10 MARÇO 2016 MISSÕES
Emaús
A narrava dos discípulos de Emaús forma a segunda parte do capítulo 24 de Lucas, que relata pripri meiro a história das mulheres diante do túmulo de Jesus e em seguida (vv. 13-35) o encontro de Jesus Ressuscitado com os dois discípulos na estrada. Devemos recordar que Lucas escreveu a sua obra em vista dos problemas da sua comunidade pelo ano 85 d.C. Já não estamos mais com a primeira geração de discípulos - já se passou mais de meio século desde os eventos pascais. A comunidade já está vacilando na sua fé - as perseguições estão no horizonte, ou até acontecendo, o primeiro entusiasmo diminuiu, os membros estão cansados da caminhada e estão perdendo de vista a mensagem vitoriosa da Páscoa. Parece mais forte a morte do que a
vida, a opressão do que a libertação, o pecado do que a graça. Neste cenário, Lucas escreve este capítulo. Traz uma mensagem de ânimo e coragem aos desanimados e vacilantes da sua época - e da nossa! Para as mulheres diante do túmulo vazio os dois anjos perperguntam “por que estão procurando entre os mortos aquele que está vivo?” e armam: “Ele não está aqui! Ressuscitou!” (Lc 24, 5-6), mensagem atual para os nossos tempos diante da péssima situação da maioria do povo que enfrenta a dura luta pela sobrevivência. Com desemprego, baixo salário, falta de terra e moradia, uma herança de décadasdedescasodosgovernantes com a saúde pública e a educação educação,, é muito fácil perder a esperança e a coragem. Mas, Jesus venceu o mal, não foi derrotado pela morte, e está no meio de nós! Os dois discípulos no caminho de Emaús são imagem viva da co co-munidade lucana - e de muitas comunidades hoje! Já sabem do túmulo vazio mas estão desanimadesanimados, desiludidos, sem forças - pois ainda não zeram a experiência da presença de Jesus Ressuscitado. Pois a nossa fé não se baseia no túmulo vazio, mas, pelo contrário, é a nossa experiência do Ressuscitado Ressuscitado que explica porque ele cou vazio. Os dois só fazem esta esta experiência quando parlham o pão! A EscriEscritura fez com que os seus corações “ardessem pelo caminho” (v. 32), mas não lhes abriu os olhos - para isso era necessário formar uma comunidade celebrativa de fé e parlha: “contaram... como nham reconhecido Jesus quando ele paru o pão” (v. 35). Finalmente, o grupo dos discípulos reunidos em Jerusalém é símbolo das comunidades confusas e vacilantes. Tinham diculdade em acreditar - pois a mensagem da Ressurreição é realmente espantosa! Mas, uma vez feita essa
experiência, eles se transformam e se tornam testemunhas vivas do que senram, experimentaram e vivenciaram: “e vocês são testeteste munhas disso” (v. 48). Um grupo de derrotados, sem esperança e desunidos (vv. 20-21) se transfortransforma em um grupo de missionários corajosos e convictos, assumindo a tarefa de “anunciar no seu nome a conversão conver são e o perdão dos pecados a todas as nações” (v. 47). Presença entre nós
Hoje em dia, quando muitos cristãos desanimam, ou restringem a sua fé à esfera parcular parcula r, sem que tenha qualquer inuência sobre a sua vivência social, a mensagem de Lucas nos convida a redescobrirmos a realidade da presença do Ressuscitado entre nós. Essa experiência não serve somente para o nosso consolo pessoal - somos comandados a imitar os dois de Emaús, que, feita a experiência do Ressuscitado, “levantaram na mesma hora e voltaram para Jerusalém” (v.. 33). A nossa experiência religiosa (v não é algo inmista e individualista, mas algo que nos deve impulsionar para a missão, para a construção de um mundo conforme a vontade de Deus, um mundo de justiça, paz e integridade da criação, sem excluídos exclu ídos e marginalizados! Assim é que damos testemunho de Jesus, do seu projeto e da presença do Reino entre nós. Na verdade, a obra de Lucas não termina com o Evangelho - tem connuidade no texto que conhecemos como com o “Atos “Atos dos Apóstolos”. No seu primeiro capítulo, Jesus enfaza que a mismis são d’Ele terá a sua connuidade através das comunidades de seus discípulos-missionários, ou seja, a Igreja: “o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os extremos da terra” (At 1, 8).
“Realmente, o Senhor ressuscitou...e vocês são testemunhas disso”. (Lc 24, 34.48) S E R I P R E B E L C : S O T O F
A celebração pascal deve nos reanimar na nossa vocação de discípulos-missionários discípulos-missionár ios do Senhor e, nos clarear a vista para que O enxerguemos enxer guemos no meio de nós, para vivenciarmos com mais anco e alegria a nossa tarefa de demonstrar presente o rosto misericordioso de Deus. Como diz o Documento de Aparecida no seu número 147: “o discípulo-missionário há de ser um homem ou uma mulher que torna visível o amor misericordioso do
Pai, especialmente para os pobres e pecadores” peca dores”.. A fé pascal faz com que sejamos semelhantes aos dois de Emáus, transformados, animados e enviados alegremente em missão, pois nos ajuda a descobrir que “Ele está vivo, ressuscitou” (Lc 24, 6) e está no meio de nós... e nós somos testemunhas disso! Tomaz Hughes, SVD, é sacerdote do Verbo Divino em Curitiba, PR. e-mail:
[email protected] MARÇO 2016 MISSÕES 2016 MISSÕES MISSÕES 11
TESTEMUNHO
Missionárias da Consolata desenvolvem trabalho com indígenas em Dourados, MS.
Com os indígenas, na periferia existencial de Aurora Cossu
O
bispo de Dourados, em Mato Grosso do Sul, dom Redovino Rizzardo, - hoje emérito - fez um apelo à Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB nacional, no intuito deobterreligiosasparaumasituação especíca da sua diocese: a pastoral indigenista. Após estudo e conhecimento do local, as Missionárias da Consolata dispuseram-se a assumir mais este desafio e, a partir de agosto de 2007, uma comunidade de quatro irmãs presta seu serviço missionário nesta área indígena.
12 MARÇO 2016 MISSÕES
Realidade da Reserva
Hoje atuamos em duas reservas indígenas: Jaguapirú e Bororó. A população é de 15 mil habitantes. No território estão presentes 63 igrejas evangélicas e apenas uma católica, com cem bazados. A parcipação, porém, é de umas 40 pessoas. Após o primeiro passo, com visitas às famílias fomos estaestabelecendo prioridades de trabalho. Os desaos são muitos, mas com certeza o mais preocupante é o aumento da violência, que ange, sobretudo, os jovens e adolescentes. E a causa é o alto consumo de drogas e álcool. Outro desao é a diculdade de diálogo com algumas
igrejas evangélicas que consideram a católica diabólica e, portanto, um inimigo a combater. Além disso, os Povos Indígenas do Mato Grosso do Sul, nestes úlúl mos anos, estão no centro de uma grande polêmica, ligada à ocupação das terras. E como acontece nestas circunstâncias, sempre se procuram os culpados. Por aquilo que os meios de comunicação divulgam, na mesa dos réus está a Igreja Católica e o Conselho Missionário Indigenista (CIMI). Os bispos, de Dourados e de Campo Grande, pressionam o governo federal a tomar providências. Já enviaram cartas aos agricultores explicando a posição
da Igreja, promoveram encontros e debates na tentava de ajudar as partes ao diálogo; mas pouco é feito, as acusações são muitas... Até nós irmãs, fomos ameaçadas três vezes de invasões e ocupações na propriedade onde moramos que é da diocese. Para nós, esta foi uma experiência muito forte; por outro lado, pudemos senr o quanto a nossa presença e o nosso trabalho está sendo valorizado pela população indígena e seus chefes, chefes, pela diocese, e pelas comunidades da cidade de Dourados. O Centro de Formação
Apesar de tudo, as avidades no Centro de Formação e Promoção nunca pararam. Em 2015 foram ministradosàscomunidadesindígenas, cursos de informáca e de cidadania e iniciamos aulas de capoeira e escola de futebol, graças a um grupo de voluntários que prepararam prepararam um campo de futebol e uma quadra de basquete. O reforço escolar não foi descuidado. Tivemos, ao longo do ano, um aumento expressivo de voluntárias para o Curso de Corte e Costura, e aulas de artesanato, além do curso de pintura em tecido. Voluntárias oferecem seu tempo, competência e carinho com um grupo de jovens. Cuidado com o religioso
O desenvolvimento humano deve contemplar a pessoa toda, isto é: o seu sico e o espiritual devem se desenvolver em harmonia. Por isso, é dada uma atenção especial à catequese de crianças e de adultos; um grupo de jovens da paróquia do Sagrado Coração de Jesus fez diversasavidadesde‘oratório’com criançaseadolescentes.Umapsicóloga e uma enfermeira enfermeira prossional realizaram encontros de formação com as mulheres, cuja parcipação é sempre numerosa. ARenovação CarismácaCatólica(RCC),emcolacola boração com o Movimento Boquim de Louvor realiza tardes de oração e de louvor. louvor. Acompanhamos Acompanhamos a Pastoral
da Criança com visitas às famílias e celebrações celebrações da vida. Na capela de Nossa Senhora de Guadalupe temos catequeseecelebração,sempreque as condições do tempo permitem. O bem tende a se espalhar
Em 2015 foi iniciada a Pastoral do Dízimo e já temos cinco dizimistas inscritos. Graças a eles e a outras pessoas, já foram realizados alguns trabalhos de manutenção da área externa da capela. Além disso, um murão de Odontologia com um grupo de universitários de Santa Fé, estado de São Paulo contemplou muitos necessitados. Em dois dias realizaram muito trabalho: limpeza bocal,extrações,obturações...como também na área da enfermagem: foi medida a pressão sobretudo aos idosos; e outras avidades de cabeleireiro: muitas pessoas foram tratadas contra piolho, veram o cabelo lavado cortado e perfumado: foram realizadas avidades de estéca para a alegria de muitas jovens jovens e mulheres. mulheres. Considerando que a messe é grande e os operários são poucos, sempre aparecem missionários, de fora, que vêm em nosso socorro. Em dezembro veio o casal dos Leigos Missionários da Consolata, Luiz e Fáma Baseggio, de São Paulo, para uma missão de 20 dias. Visitaram
muitas famílias, deram reforço esescolar e colaboraram com avidades no Centro. Vanessa, professora, também de São Paulo, cou conosco duas semanas, dando um grande testemunho testemunho de doação, altruísmo e amor pelos mais necessitados. Sua vinda foi providencial porque muitos precisavam de recuperação e ela deu aulas de reforço. Graças à providência divina fofo ram construídas mais cinco salas; três para reforço escola escolarr, uma para o Projeto de Corte e Costura e uma quinta que servirá de “lojinha” para avendade trabalhosconfeccionados confeccionados pelo Grupo da Costura e artesaartesa nato. Foram construídos também dez banheiros. Com certeza esta é obra de Deus, pois na hora certa ele sempre envia as pessoas certas para aquilo que naquele momento é mais urgente. Ulmamente, nos enviou o padre Giuliano Todesco com a Tina, que adoraram os dois projetos de construção, e no momento certo mandou também a Alessandra que nos doou os azulejos e o piso; mandou o Cleber que doou as janelas e o Alessandro que doou todas as portas... A providência divina não é uma fantasia; para nós é uma realidade concreta. A nossa gradão é grande, com também senmos toda a responsabilidade de uma missão que não é nossa, mas que Deus nos conou. Colaboramos também com o Serviço de Animação Vocacional Diocesano – SAVD, que em 2015 foi muito posivo. Foram realizadas Semanas de Animação Vocacional Vocacional nas escolas, por ocasião de ordenações sacerdotais, com o grande evento do “Chamado”, que reuniu mais de dois mil jovens de toda a diocese. Tudo isso nos anima e encoraja a não medir esforços para o bem do nosso povo indígena, que se esforça muito, pois quer ocupar o seu lugar na sociedade, como um povo livre e amado por Deus. Aurora Cossu, MC, é italiana e atua na Comunidade da Reserva Indígena de Dourados, MS. MARÇO 2016 MISSÕES 13
FORMAÇÃO MISSIONÁRIA
Missões Populares para uma Igreja em saída de Simone dos Santos Costa
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esde 2014, as paróquias do Setor Vila Maria, Região Santana, arquidiocese de São Paulo, assumiram um compromisso de evangelização através do trabalho missionário. O projeto das Santas Missões Populares tem movimentado o Setor em função de um grande desao: tornar nossas paróquias denivamente denivamente missionárias. Num primeiro momento, quando iniciamos este trabalho, nhamos
Região Episcopal Santana, da arquidiocese de São Paulo realiza Santas Missões no Setor Vila Maria. receio de como seríamos recebirecebi dos ao bater na porta das famílias para a visita, para um momento de oração. Após parcipar de reros, estruturar o projeto missionário, fazer formações e momentos de espiritualidade, iniciamos nossas
O R U O L A K
Terceira etapa do projeto Santas Missões Populares no Setor Vila Maria foi constituída por retiros.
14 MARÇO 2016 MISSÕES
visitas missionárias em nossas comunidades. As primeiras experiênexperiências foram muito posivas, tanto em relação à aceitação das visitas quanto à alegria dos missionários em parcipar do projeto. Tudo isso nosdeuumacerteza:quenãovamos sozinhos, não dependemos apenas de nossa força: senmos a ação do Espírito Santo em cada um de nossos passos e, todo receio, aos poucos, tem se converdo em conança. Formação
Antes de sairmos às ruas, nos reunimos para oração e adoração,
bases indispensáveis para iniciarmos nosso dia de missão e, só assim, animados na fé, caminhamos. E temos aprendido a lidar com as portas que não se abrem sem desanimar e, com esperança, batemos na próxima porta, levando a papa lavra com fé e alegria. Como é bom quando escutamos: “Que bom que vocês vieram, eu estava precisando de oração”. oração”. Quantas vezes nos deparamos com a sede que tantos têm da palavra de Deus, de Sua presença. Temos Temos sido surpreendidos também com a aceitação às visitas por muitos irmãos evangélicos que abrem as portas de seus lares para um momento de oração com nossos missionários. A experiência tem sido realmente bela e rica: tudo o que vivenciamos tem nos conrmado e fortalecido na fé. Em toda nossa caminhada, damos graças! A providência de Deus não tem nos faltado. Agora, em 2016, terceiro ano de nosso projeto missionário, temos muitas expectavas, muitos sonhos e também muito trabalho a realizar. É o ano em que esperamos consolidar a missão em nossas paróquias, o ano em que somos chamados a priorizar as avidades missionárias, missionária s, convidando todas as pastorais e movimentos a se unir neste projeto. Cada um com o seu carisma tem muito a acrescentar à missão. Retiro
Nos dias 5 e 6 de março será rerealizado, na paróquia Nossa Senhora da Candelária, o rero das Santas Missões Populares do Setor Vila Maria, com a presença do padre Luiz Mosconi, e a palavra-chave deste rero é “Conversã “Conversão” o”.. E é uma verdadeira conversão conversão à opção mismissionária que desejamos vivenciar este ano em nossas paróquias e, também, em nossa vida na Igreja. Neste rero também reerereere mos a Palavra do Senhor que está no
Evangelho de São Lucas. A leitura e a reexão dos Evangelhos tem sido de grande importância para todos nós: reemos sobre a vida de Cristo sob o ponto de vista de sua opção missionária. Ele que sempre foi ao encontro encontro dos necessitados, necessitados, Ele que visitoupobres,doentese pecadores sempre demonstrando seu amor misericordioso misericordioso e chamando todos à conversão, à construção do reino de Deus. Queremos nos espelhar em seus atos e suas palavras cada vez mais para sermos discípulos missionários segundo sua palavra e seu coração. Esperamos ainda que este rero seja um momento para reer nosnossa caminhada até aqui, fortalecer nossa fé e nos impulsionar para a Grande Semana Missionária que será realizada entre os meses de setembro e outubro em todas as paróquias do Setor Vila Maria. É com conança que pedimos a intercessão de Maria, nossa mãe Sanssima,paraestenosso projeto, projeto, para que, neste ano, muitas pessopesso as sejam tocadas pela palavra de Deus através das Santas Missões Populares. A todo tempo rendemos louvores a Deus pela graça de nos unir em missão e pedimos que Ele mantenha nosso Setor em unidade, nos fortaleça, corpo e alma, nos conduza para que possamos ser
Sua presença amorosa em tantos lares que visitamos. Desejamos encurtar distâncias entre nossa comunidade e tantos irmãos distanciados distanciados de uma comunidade de fé que os acolha em suas necessidades. Temos consciência que todo este trabalho missionário é possí vel também graças àgenerosidade de tantas pessoas que decididecidi ram responder a um chamado de amor: são nossos missionámissionários, que abraçaram este projeto com o coração e levam a palavra de Deus com alegria às famílias visitadas, pois reconhecem em suas vidas e em suas histórias o amor de Deus e sabem que a alegria que carregam dentro de si deve ser comunicada, parlhada e vivenciada em comunidade. Quem ama, toma a iniciava: dá os passos necessários para ir ao encontro do outro. Como missionários, nos abrimos ao novo de Deus em nossas vidas, saímos porque sabemos da urgência da evangelização através da missão. Em especial neste Ano da Misericórdia, sabemos que nossa vida deve ser uma expressão do amor de Deus para nossos irmãos, para amenizar e curar tantas realidades de dor, solidão, abandono e sofrimento. A Cristo conamos nossa vida, nossa missão e seguimos, na certeza de seu amor innito, que é real em nossas vidas, em nossas histórias e em nossa missão. Queremos que muitos também experimentem, como nós mesmos experimentaexperimenta mos, Seu amor, que é misericórdia. Queremos ser presença amorosa de Cristo em nossas comunidades, lançando sementes de fé e de esperança em um mundo cada vez mais tomado pelo egoísmo, pelo isolamento e pelas falsas certezas. Que Deus abençoe os projetos missionários de nossa Igreja! Simone dos Santos Costa é leiga missionária das Santas Missões Populares da Vila Maria, São Paulo. MARÇO 2016 MISSÕES 15
FÉ EM AÇÃO
De nossa
“É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não sairmos de nós”.
esperança ativa S E R I P R E B E L C
(José Saramago, 1922-2010)
Não consigo conceber pessoas ou grupos desprovidos de esperança. Para mim, esperança é possibilidade, é projeção, é ação para concrezar o que ainda não existe. Esperança é horizonte das lutas e das concon quistas humanas. Esperança é sair de si, é sair da ilha, como propõe José Saramago, justamente para melhor compreender a si mesmo e o mundo. Conquistas sociais
de Nei Alberto Pies
esesperança é a palavra da hora. Editoriais de muitos jornais e revistas, artigos em sites e blogs, diferentes manifestações e comparlhamentos nas redes sociais dissedisse minam desesperança como virtude, como imposição de uma realidade vivida em nosso país, como sintoma da atual situação políca, econômica e social. No sagrado direito de perguntar, minhas indagações: quem está disseminando estas ideias? A quem interessa a desesperança? Com que propósitos pregar desesperança? A esperança é mesmo danosa às pessoas, às colevidades? Nunca vi esperança como um mal do povo, ou uma ilusão pessoal ou coleva. Muito antes pelo contrário, acredito que esperança é que nos move, é o que move a história coleva e individual de nossa gente. Para formular considerações sobre o assunto, fui pesquisar e ler sobre esperança. Descobri que ela carrega duplo sendo. O sendo da palavra pal avra que vem do lam spes, cujo signicado é “conança em algo posivo”, um dos sendos que a palavra carrega em português. Este sendo mais genuíno, mais original, perpetuado ao longo da história e das civilizações, na cultura patrimonialista do Brasil, também adquiriu o sendo de expectava, de espera. Muitas vezes, esta úlma concepção deturpa o que é uma virtude (conar em algo posivo), tornando-a uma inércia, uma simples espera passiva. Minha formação humanística e cristã sempre apontou a esperança como sendo da existência.
D
16 MARÇO 2016 MISSÕES
No caso do Brasil das úlmas décadas, a esperança foi alicerçando avanços e conquistas sociais, traduzitraduzi dos por mais liberdade, mais acesso à terra, saúde, cultura e educação, maiores condições de vida e dignidade, mais oportun oportunidades idades de viver e experimenexperimentar cidadania, mais direitos. A esperança da maioria dos brasileiros não é passiva; é ava porque projeta mudanças e organiza as lutas individuais e colevas para concrezá-las. A esperança não é um slogan, mas é possibilidade concreta de mudanças projetadas na luta codiana, na organização, nas manifestações públicas da fé, das crenças e da cidadania. A disseminação da desesperança, no atual momento histórico, explica-se porque há no Brasil um grupo de pessoas que nunca precisou alicerçar sua vida na “esperança ava” que se traduz em e m lutas, em conquistas e em organização coleva por melhores condições de vida e dignidade. Para estes, o Brasil sempre ofereceu “abundância” e privilégios. Na medida em que se descornam os entendimentos e a compreensão sobre o funcionamento do próprio país, cam mais claros os mecanismos de exploração, exclusão exclusão e alienação a que são submedos a maiomaio ria dos brasileiros. Aí, a esperança (da mudança) da maioria passa a ser um problema. A esperança, no seu sendo mais genuíno, propro voca mudanças a parr da organização, das lutas e das conquistas sociais. A esperança não é, para a maioria, um omismo vazio e sem sendo. Concordo com Saramago: “não sou pessimista. O mundo é que é péssimo”. Com esperança, somo-me a outros tantos para que connuemos mudando o mundo, para mudar-nos a nós mesmos. Com esperança, combato desesperança! Nei Alberto Pies é professor, escritor e ativista de direitos humanos.
Quando celebrava, parecia um anjo de Francesco Pavese
O
s testemunhos de quantos parcipavam da missa cece lebrada por José Allamano ajudam-nos a conhecer melhor o seu ânimo eucarísco. Monsenhor Emilio VaVa cha, pároco de uma importante comunidade em Turim: “notei que na celebração da missa, parecia um anjo”. Um outro sacerdote fez esta condência: “declaro que me formei no espírito eclesiásco tamtam bém só de vê-lo celebrar a missa, ao perceber a sua compostura e o fervor enquanto pregava”. Não apenas os sacerdotes, mas também os leigos sabiam compreender a fé com que Allamano celebrava a Eucarisa. A senhorita Giuseppina Giuseppin a Berta, por exemplo, ffez ez uma armação que exprime exprime bem a sua impressão imp ressão adquirida: “estava na missa do padre Allamano. No momento da elevaçao parecia que estava em êxtase, parecia que es tava fora da terra, nha uma face transparente”. Também ecaz é o juizo do senhor G. Vioria, um leigo que frequentava habitualhabitual mente o santuário de Santo Inácio, onde Allamano era reitor, para os exercícios espirituais: “eu ve a fortuna de servi-lo no altar onde ele celebrava na pequena capela dedicada a Santo Inácio. A missa que ele celebrava era verdadeiraverdadeira mente um mistério de amor”. Também o senhor Cesare Scovero, empregado no Santuário da Consolata não esquecia o fervor de Allamano na celebração eucarísca. “Durante a missa, no momento da elevação era minha atude olhar
para ele, porque sempre nha um sorriso sincero como se sorrisse para qualquer um”. O senador
Certamente Allamano foi um apóstolo que fazia o bem às pessoas também celebrando a santa missa. Um exemplo muito signicavo se refere ao senador e advogado Palber, um dos advogados penais mais renomados de Turim, pessoa honesta mas que não frequentava a igreja. Conta seu pároco, padre Antonio Mellica: “uma noite, perto das22h,um sacerdote sacerdotemeanunciou que Allamano estava na portaria e que desejava falar comigo. A esta
hora, pensei comigo, que bom velho! O que será que quer? Desci rapidamente, e ele me informou da doença grave do advogado Palber, meu paroquiano. Me disse que o havia confessado e me pediu para levar o viáco para ele. Fui com ele, me acompanhou e também me auxiliou, durante a comunhão ao doente. Saindo da casa, perguntei ao empregado do senador como o seu patrão havia solicitado o bom padre, assim velho, aquela hora... e ele me respondeu: um dia acompanhei como sempre, o meu patrão a passeio pelas ruas de Turim e por acaso, passamos em frente ao santuário da Consolata. O meu patrão, que há muitos anos não se aproximava do sanssimo sacramento, quis entrar e se sentou próximo do altar. Ficou até o nal. Quando saiu, o senador, sen ador, que havia seguido a celebração com muita atenção, me disse: quem é aquele padre que celebrou a missa? Eu respondi: não o conhec conhece? e? É o reitor, reitor, o padre Allamano. Bem, então, quando eu estiver gravemente doente, você vai chamar aquele sacerdote. Na minha doença, vou querer ser assisdo por ele. Agora ele está mal e eu chamei o padre Allamano”. Ele estava totalmente idencado com o jeito de AllaAlla mano e queria que ele o assissse em sua doença. O padre Mellica connuou: “assim naquela noinoi te voltei para casa com o ânimo edicado pelo que havia sendo e pensava: veja o fruto, à longa distância, de uma boa impressão deixada em uma pessoa mediante a celebração da missa”. Francesco Pavese, imc, é missionário na Itália. MARÇO 2016 MISSÕES 17
Tudo começou assim... de Irilda Motter e Bruno Melo
Centro Comunitário Nossa Senhora Aparecida (CCN (CCN-SA) foi inaugurado em 1º de outubro de 1980 sob a coordenação das irmãs Petra Mareschi, Berla MagnaguagMagnaguagno e José Iris dos Santos. A primeira iniciava da endade foi, em 10 de setembro de 1981, a inauguração e administração de uma creche para 80 crianças de 0 a 6 anos de idade,
O
Centro Comunitário Nossa Senhora Aparecida foi inaugurado em outubro de 1980 e atende crianças de 0 a 14 anos. em regime semi-internato. No mesmo ano foi assumido o convênio OSEM (Organização (OrganizaçãoSocioeducava do Menor) para 100 crianças de 7 a 14 anos, sempre com o objevo
derealizarum trabalhocomunitário de caráter colevo, para atender às necessidades da população e a troca de experiência entre os moradores. Após um trabalho de sondagem e diálogo, para o fortalecimento da organização, em 1984 o CCNSA rrmou convênio com a Prefeitura de São Paulo. Daí por diante as ações comunitárias só foram se ampliando. Atualmente a Endade atende diariamente em torno de 1.500 pessoas em diversos programas e projetos:
Centro de Educação Infanl - CEI Consolata, atende 128 crianças de 2 a 4 anos de idade; Centro para Crianças e Adolescentes - CCA; Centro Comunitário Nossa Senhora Aparecida, CCA do Jardim Antárca e CCA São José, atendendo 480 crianças e adolescentes adolescentes de 6 anos a 14 anos com avidades socioeducavas e formavas; Centro para Juventude - CJ, que atende 60 adolescentes de 15 a 18 anos, em parceria com o SENAI para os adolescentes de 16 a 18 anos nos cursos de Auxiliar Administravo e Informáca Básica. Núcleo de Convivência do Idoso – NCI – atendendo 120 idosos, sendo que 80, no CCNSA e os outros 40 a domicílio. Medidas Socioeducavas em Meio Aberto – MSE/MA – atende 120 adolescentes e jovens a parr de 12 anos, com avidades muldisciplinares e cursos de Corte de Cabelo e outros, conforme a demanda; Serviço de Assistência à Família e proteção básica a domicílio – SAFS – onde onde são atendidas atendidas mil famílias famílias mensalmente; mensalmente; Movimento de alfabezação de jovens e adultos – MOVA – em cinco salas, com 100 alunos no período noturno. Ponto de Cultura – com as avidades de dança, canto e percussão, são atendidas 90 pessoas.
QUER SER MISSIONÁRIO?
QUER SER MISSIONÁRIA?
TEL.: (11) 2232.2383
TEL.: (11) 2231.0500
E-mail: amv@consolata
[email protected] .org.br
E-mail:
[email protected] [email protected] g.br
18 MARÇO 2016 MISSÕES
Embora deixando total liberdade às pessoas de seguirem os diferentes credos, o Centro tem sua Capela que dá atendimento aos católicos através de várias pastorais, tendo como modelo as Comunidades de Base: catequese para crianças, jovens e adultos; Pastoral do BaBa smo; Pastoral do Dízimo; Infância e Adolescência Missionária – IAM; Pastoral da Criança; Pastoral da Solidariedade; Pastoral da Liturgia. Na comunidade atua, já há alguns anos, um bom Grupo de Jovens Missionários da Consolata, que soma forças com grupos de outras paróquias e comunidades no campo da juventude. A Comunidade do
Centro é liada à Paróquia Nossa Senhora da Penha, Jardim Peri. São 35 anos de um serviço feito com amor, dedicação, testemunho testemunh o e anúncio do Evangelho, onde as missionárias da Consolata vivenciam o seu carisma, que é o de estarem presentes nos lugares onde as pessoas mais necessitam e onde a Igreja precisa de reforços. E todo esse trabalho, admirado por muitos, é parlhado com uma “legião” de colaboradores, agentes que acreditam num mundo mais humano e mais justo. Irilda Motter, MC, é coordenadora do CCNSA e Bruno Melo é assistente técnico do Centro.
Comunidade brasileira Cinco jovens começaram etapa de formação na Filosoa, em
Curitiba, PR.
de Urbanus Mulati Nzomo
O
seminário filosófico de Curiba mudou de lugar no ano passado. Isso aconteceu em resposta a um pedido de reestruturação do Instuto. A nova casa está sisi tuada no bairro Santa Felicidade, Rua Ângelo Mazzaroo, 333, e é suciente para a formação de um
grupo de 12 pessoas. Apesar dos meses nessa nova moradia, ainda tudo parece novo de um jeito ou de outro. No dia 2 de fevereiro, cinco jovens jov enscom começa eçaram ramuma nov novaa et etapa apa de formação na losoa, sendo três naturais de Pernambuco, um de São Paulo e o úlmo de Monte Santo, Bahia. Amaro Bezerra de Santana Filho (Marinho) é natural de Pernambuco e o único lho de Amaro Bezerra
de Santana e Marinilda Tavares MarcioniloAmaroBezerra.Formado em Técnico Técnico de Enfermagem. Cesar Ce sar EduardoMarnhoPalmizaninascido em São Paulo é lho de Maria Cecília Marnho e Valmir Palmizani. José Binadar Leônidas Filho, natural de Tupananga, Pernambuco, lho de José Binadar e Maria do Desterro Camilo Leônidas, tem dois irmãos, João Paulo e Milena Beatriz e conheceu a Consolata em São Paulo MARÇO 2016 MISSÕES 19
no ano passado quando veio morar e trabalhar junto junto aos seus parente parentess que vivem no Jardim Peri. Depois de um período de orientação, Leônidas optou por fazer a sua formação. Paulo Monteiro dos Santos, lho de Maria de Lourdes Monteiro dos Santos e de José Basta dos Santos é natural de MonteSanto,Bahia.Paulo deixou a sua prossão de professor para ser padre, missionário da Consolata. Na sua paróquia ele foi o coordenador de juventude e fazia parte do grupo dos jovens. José Anderson Mendes Barboza é natural de Pernambuco, diocese de Garanhuns, lho de d e Teresa Teresa Mendes de Costa e Cícero Leandro BarboBarbo za. Ele vem de uma família de 10 C M I O V I U Q R A
lhos e conheceu os missionários da Consolata em São Paulo quando veio morar no bairro de Diadema com a sua mãe e alguns dos seus irmãos. Ainda em janeiro iniciou a sua formação do propedêuco em Cascavel e sendo aprovado digno para o sacerdócio, aceitou fazer a segunda etapa em Curiba.
A nossa alegria de receber esses jovens na nossa comunidade e no Instuto é grande. Espe Espe-ramos que pela graça de Deusepelaintercessãoda NossaMãeConsolataeles saibam viver bem a vocaçãosacerdotal.Sãojovens que carregam uma varie varie-dade de talentos. Além da formação formação no seminário e na faculdade, os seminaristas se empenharão nas avidades e pastorais da Paróquia Santa Margarida. Cada um deles assumirá a Pastoral de Juventude, Infância Missionária, AMV e se for necessário, a catequese, numa das nossas cinco comunidades. Urbanus Mulati Nzomo, imc, é missionário em Curitiba, PR.
ajude-nos e venha fazer parte desta obra
Missões é o veículo de comunicação do Instituto Missões Consolata e retrata o trabalho missionário de levar a consolação aos que sofrem, aos que andam tristes, aos que estão sem esperança.
Torne-se um missionário membro da família Consolata, mantendo o nosso trabalho, contribuindo fnanceiramente. Mediante a sua
contribuição, enviaremos contribuição, enviaremos Missões para você como forma de gratidão!
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20 MARÇO 2016 MISSÕES
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MISSÕES RESPONDE
São Paulo cinco dioceses em um mesmo município! S N E G A M I P S U / S O T N A S S O C R A M
O termo “diocese” equivale à “Igreja particular”; é o gênero, do qual “arquidiocese” é espécie. de Edson Luiz Sampel
geograa eclesial do Brasil geralmente comcom preende uma enormidade de municípios, formando uma única diocese. Por exemplo, a diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, compõe-se de dezenas de municípios. Uma exceção à regra, em que se verica o fenô meno inverso, inverso, é a cidade ou município de São Paulo, onde há cinco dioceses, a saber: a arquidiocese de São Paulo, a diocese de Santo Amaro, a diocese de Campo Limpo, a diocese de São Miguel Paulista e parte da diocese de Osasco. O termo “diocese” equivale à “Igreja parcular”; é o gênero, do qual “arquidiocese” é espécie. Assim, Assim , diz-se corretamente que a arquidiocese de São Paulo é uma diocese que se localiza no território da capital bandeirante. Juridicamente falando, salvo algumas situações raras, não ocorre nenhuma preponderância governamental de uma “arquidiocese” sobre uma
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“diocese”. Observe-se que a Igreja parcular mais importante do mundo é a “diocese de Roma”. Cinco bispos
Os cinco bispos diocesanos que estão à frente de cada uma das dioceses do município de São Paulo tularizam o mesmíssimo mesmí ssimo grau de soberania e poder. Nenhum é maior que os outros. Cuida-se de cinco Igrejas parculares, parculares , isto é, cinco dioceses, com cinco bispos diocesanos plenipotenciários, com os mesmos objevos pastorais, porém com métodos às vezes disntos! Um exemplo: na arquidiocese de São Paulo ordenam-se homens casados para o diaconato permanente; o mesmo não sucede na diocese de Santo Amaro, a qual não considerou oportuna a instuição desse ministério. A riqueza imensa das cinco dioceses pastoreadas nesse “município-país” constui um regalo divino para os católicos paulistanos. A exuberante metrópole, nos seus 463 anos, celebrados aos 25 de janeiro de 2016, se sobressai até mesmo na diversidade eclesiológica, eclesiológi ca, canônica, litúrgica e pastoral da única Igreja Católica Apostólica Romana. Edson Luiz Sampel é doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. Membro da Academia Marial de Aparecida (AMA) e da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp). MARÇO 2016 MISSÕES 21
Africanizando o cristianismo, OU Cristianizando a África? A Igreja deve ser inculturada localmente e globalmente se quer ser universal. Sendo assim, ou ela descobre e dialoga com as
culturas, ou ca no conforto de ser
uma Igreja ocidental e linear.
de Isaack Mdindile
uando o papa Paulo VI visitou a Uganda em 1969 armou que a Igreja devia se africanizar. africanizar. É o crisanismo que deve se africanizar, com isso não basta encaixar elementos culturais com valores cristãos ou traduzir a Bíblia nas línguas locais, mas é o modo de vida, de se senr em casa com o crisanismo. De viver o espíriespíri to do Evangelho nas savanas africanas. É fazer uma teologia de base, com o povo que é parcipavo. Acredito que se o Jesus da história ou mesmo o Cristo da fé visitasse a África hoje, o povo o acolheria com danças e cantos, antes de formular dogmas canônicos. Portanto, o pior é ser cristão sem raízes culturais ao invés de ser cristão-africano, cristão-afri cano, onde a fé não anula, mas alimenta a idendade. Os valores africanos como hospitalidade, a vida comunitária, a visão holísca da saúde, o bate-papo com os mortos e o cuidado com a mãe-terra traduzem novidades ao crisanismo global. Na sua essência, ess ência, ele deve se inculturar, senão será percebido como guarda-chuva do colonialismo.
Q
Agentes e destinatários
Para o crisanismo ser verdadeiramente africaniafricani zado, precisa de agentes e desnatários. Os primeiros responsáveis são os africanos. O crescimento das vocações e dos cristãos neste velho e novo connente 22 MARÇO 2016 MISSÕES
é promissor. Mas, imploramos as graças e esforços para que os jovens sejam verdadeiramente africanos Gentes. antes de serem Ad Gentes É importante preparar as instuições e comunidades que treinam os jovens a serem protagonistas da sua própria história. Nada é mais importante e urgente que provocar imaginação e criavidade nos jovens. E a ousadia de sonhar. Será que os nossos jovens, dessa nova geração chamada yuppies dependem mais das suas tradições culturais como oásis para resolver suas inquietações? Duvido. A educação e formação que eles recebem criam pontes entre modernidade e mundo tradicional? Como os jovens são preparapreparados para serem crícos à sua cultura, mas também criavos para as novas realidades? Entre saudades do passado e o mundo moderno, o africano vive nesse dilema. dilem a. Porém, ele não é exclu exclu-sivamente africano. Eis a modernidade, onde temos tanta estrada e comunicação, mas nos visitamos tão pouco. Precisamos compreender a realidade atual da África e seu poder de mobilização que vai além de redescobrir crenças tradicionais e instuições. E no meio de tantas tensões e esperança, o Evangelho torna-se um rio onde encontramos água viva para preencher nossa sede existencial. A Igreja, graças a Deus, na pessoa de Pedro-papa Francisco está numa direção esperançosa. Entretanto, há falta de uma recepção ava nas igrejas locais. O bispo de Roma esta voando como míssil, mas a maioria de nós está na velocidade de tartaruga. Falta mesmo a vontade, seja polica ou apostólica, de mudar o jeito de fazer fazer as coisas. Isaack Mdindile, imc, é seminarista em São Paulo, SP.
Uma Igreja com várias frentes de Mário de Carli
Jordânia é um reino árabe no Oriente Médio. O país envolveu-se em sucessivas guerras contra Israel e recebeu um grande connconn gente de refugiados palesnos em seu terter ritório. A parr da década de 90 do século passado, substuiu as estratégias de armas pelo diálogo, assumindo um papel de grande importância nas negociações de paz entre árabes e israelenses. O encontro realizado em Amã, na Jordânia, em setembro de 2015, sobre “O Desao dos Árabes Cristãos”, promovido pelo rei Abdullah II, abordou temas como a guerra, os atentados, as profanações e as migrações, tendo como pano de fundo o atual conito sírio, com a nalidade de barrar o avanço dos jihadistas do Estado Islâmico (IS). Foi uma
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A ONU retirou seu apoio aos refugiados iraquianos na Jordânia, porém, quem não o fez foi a Igreja Católica.
e vestuário. A violência domésca é outro grande desao às jovens mulheres cristãs da Jordânia. A advogada Mona Makhamreh, famosa avista dos direitos humanos, desceu as normas legislavas para defender sobretudo as mulheres sicamente mais fracas (menores e decientes). A ONU rerou seu apoio aos refugiados iraquianos porém, quem não o fez foi a Igreja Católica. Na Paróquia Nossa Senhora da Paz, na velha sede da pograa po graa católica surge o “Restaurante da Misericórdia” Misericórdi a”,, oferecendo todos os dias, 50 refeições. Serve para testemunhar que a Igreja, quando “é um instrumento dócil da misericórdia de Deus, abraça a todos, começando pelos pobres, sem fazer disnções. Sabemos já que a maioria das pessoas que virá vi rá comer, comer, será composta pelos muçulmanos”, armou o padre Wael SuleiSulei man, diretor-geral da Cáritas da Jordânia. A mídia tradicional não tem desenvolvido um bom papel na A R E V I L O . W O D R A G D E
oportunidade para as Igrejas no Oriente Médio se pronunciarem juntas com as demais religiões. Para o Rei Abdullah II, cristãos e muçulmanos são chamados a enfrentar e derrotar juntos as divisões sectárias que alimentam os conitos em toda a re gião. Em segundo lugar, coordenar os esforços e a plena cooperação, dentro de um 'código de conduta cond uta unicador', exercendo um papel chave na construção da sociedade árabe, protegendo os lugares santos islâmicos e cristãos. Mãos à obra
Com a ajuda da Cáritas Jordaniana, Jordania na, o Centro Nossa Senhora da Paz de Amã, acolheu jovens refugiados iraquianos, (são um milhão e 400 mil) oferecendooferecendo -lhes cursos de inglês, informáca inform áca e educação sica. No dia a dia são cerca de oito mil que enfrentam as necessidades buscando água, alimento, remédios
comunicação, fazendo campanhas e fomentando o ódio religioso e acentuando os conitos sectários. Para redescobrir a força das mídias sociais, como espaço de diálogo e de conhecimento de idendaidenda des diferentes, o Kaiciid (Centro (Centro internacional “Rei Abdullah” para o diálogo inter-religioso e intercultural) organizou em Amã o programa de formação dirigido aos agentes do setor, intulado “Unidos contra a violência violênc ia em nome da religião” religião ”. Teve Teve como objevo neutralizar as estratégias dos semeadores digitais de ódio religioso, reconhecendo a pluralidade cultural e religiosa do Oriente Médio Médi o como fator de enriquecimento recíproco. Neste ano dedicado à Misericórdia, este tema é de suma importância para todas as religiões na superação dos conitos étnicos e religiosos. Mário de Carli, imc, é missionário em Monte Santo, BA. MARÇO 2016 MISSÕES 23
DESTAQUE DO MÊS
Água mais que um líquido! de Dirceu Benincá
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guamoleempedradura, tanto bate até que fura”, ensina o ditado di tado popular. popular. Mas há também uma novaversão,igualmente sugesva: “Água mole em pedra dura, tanto dá até que termina a água”. Além de seus inúmeros usos - tal como “furar “fu rar pedra dura”, dura”, irrigar, produzir energia, saciar a sede -, a água se apresenta agora como um problema. Está cando escassa. Sabe-se que qu e o planeta Terra Terra é constuído por 2/3 de água. EnEntretanto, apenas 3% é água doce e somente cerca de 0,007% é de fácil acesso. Desse percentual, há ainda um grande volume que está sendo poluído, contaminado, mal ulizado ou desperdiçado. desperdiçado. Segundo o Ministério das Cidades/2013, a média de perda de água tratada nos sistemas brasileiros de distribuição distribuição é de 37%, 3 7%, o que faz do país um dos campeões mundiais em desperdício. O Brasil possui cerca de 12% de toda água doce do mundo. Porém, conforme a Fundação Nacional de Saúde/2010, 40 milhões de pessoas (20%) não têm acesso à água tratada. Além disso, apenas 46% dos domicílios contam com coleta de esgoto. Dados da Organização das Nações Unidas/2015 (ONU), revelam que um terço da população mundial ainda não possui acesso a serviços de saneamento básico e água potável. 24 MARÇO 2016 MISSÕES
Arma também que, a connuar no ritmo que estamos, em 2050 mais de 45% da população mundial não terá o mínimo de água para as necessidades básicas. O discurso da escassez da água apontaparauma realidadeconcreta, concreta, que se agrava a cada dia que passa. Sobaordemcapitalista,adiminuição da oferta de algum “produto” “produto ”, bem ou serviço se constui em regra de ouro para o aumento do seu valor de uso. Assim, a escassez da água, indispensável para a manutenção da vida, esmula a sua privazação e mercanlização. Grandes empreempresas privadas fazem da água seu grande negócio, na medida em que detêm o controle de mananciais e de mecanismos de distribuição. O que devia ser um direito inalienável de todos, transforma-se em objeto de lucro para alguns. Quem sofre
Diante dos diversos problemas ambientais, são os pobres que soso frem os maiores impactos. A eles sobram as áreas mais degradadas, onde o saneamento básico e os demais serviços públicos são mais precários. Daí advém uma série de doenças, que podemos caractericaracterizar como doenças do atraso, num país que está na linha de frente em muitos aspectos. Entre as doenças do atraso que connuam vimando crianças, jovens, adultos e idosos estão a diarreia, a cólera, a febre amarela,a febre foide, a dengue, a malária etc. Segundo a ONU, todos os anos 3,5 milhões
de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado de água, à falta de saneamento e à ausência de polícas de higiene. Por iniciava da ONU, desde 1992 comemora-se, em 22 de março, o Dia Mundial da Água. Naquela data, a Organização didivulgou a Declaração Declaração Universal dos Direitos da Água, contendo 10 argos. No argo 2º, arma: “A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano...”. Na visão dos povos indígenas, a água é o sangue da mãe-terra. Portanto, algo que não se cogita comercializar. Para o papa Francisco, “o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal porque determina a soso brevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos” (Laudato Si´ , nº 30). O papa chama atenção para a necessidade da educação ambiental; para o fortalecimento de uma cultura do cuidado; para a prudência e cuidado na manutenção e no uso dos bens naturais e para uma ecologia integral. Campanha da Fraternidade
A Campanha da Fraternidade (CF) deste ano, promovida em
espírito ecumênico por um concon junto de igrejas igreja s cristãs, cristãs , aborda novamente a questão ambiental. Essa temáca já foi tratada em outras campanhas, o que revela que os problemas connuam e alguns estão se aprofundando. Especificamente sobre a água, o texto-base da CFE, em seu nº 84, adverte: “Cabe à população conscienzar-se conscienzar-se sobre o uso e reuso da água. As empresas, por sua vez, têm a responsabilidade de adotar tecnologias capazes de reduzir a demanda de água e o despejo de resíduos nos rios e mares. E o governo tem a obrigação de melhorar a legislação e garanr a sua aplicação cuidando da conservação dos reservatórios e de uma rede de distribuição eciente”. De acordo com o po de escasescas sez da água, exige-se um po de atude. Diante da escassez apregoaprego ada pelo mercado, é preciso uma luta séria pela não privazação (ou desprivazação) e pela não mercanlização (ou dermercandermercanlização) da água. Ante a poluição dos mananciais, dos lençóis freácos e das nascentes, da des truição criminosa dos rios, como no caso do Rio Doce, provocada pelo rompimento das barragens de rejeitos líquidos em Mariana/ MG, urge adequada scalização, ecientes polícas públicas para preservação das matas ciliares, e formas sustentáveis de tratamento de resíduos pós-consumo. Nossa responsabilidade é séria, comum e deve ser permanente, pois a água é mais que uma simples substância líquida. Possui um valor social, ambiental e simbólico incomparável. Para além de um mero e repedo slogan, vale ressaltar que água é vida. Se economizarmos e cuidarmos efevamente, ela concon nuará a exisr em quandade e qualidade sucientes. Assim, nós e as gerações vindouras poderemos também seguir vivendo!
Por iniciativa da ONU, desde 1992 comemora-se, em 22 de março, o Dia Mundial da Água. Naquela data, a Organização divulgou a Declaração Universal dos Direitos da Água, contendo 10 artigos.
O D A N E S A I C N Ê G A / A Ç N A R F O R D E P
Dirceu Benincá é professor universitário. MARÇO 2016 MISSÕES 25
CIDADANIA
Eu e o Golpe
Há 52 anos, o Brasil caia sob o poder do regime militar. Um tempo que deve ser lembrado para nunca mais voltar! de Carlos Roberto Marques
V
ocê nem imagina com que ansiedade eu eses perei completar meus 18 anos, para ganhar a liberdade. Era esta a expectava dos adoado lescentes lescentes masculinos no século passado. Pois foi exatamente em 1964 que cheguei à tão esperada maioridade. Só que isto aconteceu em maio. Quase dois meses antes, o regime militar frustrou meu sonho de liberdade. Em 1966 eu prestei prestei concurso público e fui trabalhar na Escola Politécnica Politéc nica da USP, USP, na Praça Coronel Ferna Fernanndo Prestes, no bairro da Luz, São Paulo. Tinha como vizinhos de praça a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora,
A favor dos movimentos
O Ã Ç A G L U V I D
Militares comemorando o Golpe de 1964, Rio de Janeiro, RJ.
dos salesianos e, bem em frente, o Quartel General da, então, Força Pública do Estado de São Paulo. Para chegar ao trabalho, frequentemente nhamos que atravessar barricadas e trincheiras. Não demorou muito, em 1968, no auge da rere pressão, meu departamento na Poli mudou-se para a Cidade Universitária, Universitária, e lá fui eu. A Cidade Universitária, Universitária, ainda mais mato que cidade, recebia, claro, vigilância permanente. Uma parada na esquina pra trocar um dedinho de prosa com os colegas, e lá vinha a parelha de militares naqueles cavalos enormes e uma espada 26 MARÇO 2016 MISSÕES
de mais de metro: - "Vamo circulá! Vamo circulá!" Era deprimente. E nós nem éramos estudantes; éramos funcionários do Estado, como eles. Ainda durante o regime, fui aluno do curso noturno da faculdade de direito do Largo São Francisco. Já era casado, pai de lhos, único provedor da família. Não me envolvia em nenhum movimento. Um dia, cansado do trabalho, só consegui chegar próximo ao Largo, que estava tomado pela tropa de choque, com aqueles veículos denominados denom inados “brucutus” “brucu tus”,, que lançavam jatos de água com corante vermelho, ngindo toda a fachafacha da da escola, onde alguns alunos se entrincheiravam. Ninguém entrava; ninguém saía. Aí me vem a lembrança o Marnho da Vila com a sua “Pequeno Burguês”, sucesso do nal dos anos sessenta; mas isto é outra história. Com estas experiências, imaginem como sou a fafavor dos movimentos reivindicatórios! Mas não posso concordar, de maneira alguma, com qualquer atude que ultrapasse a barreira do direito. Durante esses tais movimentos, alguém na televisão foi felicíssimo ao armar: “Eu não sou representado por mascaramascara dos”. Comungo dessa ideia. Aplausos para os “caras-pintadas”; prisão para os mascarados, ao menos para averiguações, que é o que a polícia diz fazer. Sempre esve convicto de que esses mascarados arruaceiros eram “paus-mandados”. “paus-man dados”.Com os depoimentos recentes dos envolvidos na morte do cinegrasta da Bandeirantes, veio a certeza. Alguém está querendo “faturar” “faturar” em cima disso, para desestabilizar desestabilizar o governo ou mesmo para desacreditar os movimentos. Os movimentos, então, que se unam contra esses baderneiros baderneiro s sem caráter, sem personalidade, covardes que se escondem atrás de máscaras, destruindo bens parpar culares e públicos, que nada têm a ver com o que está sendo contestado contestado ou reivindicado. Eles sabem quem são e de onde vêm. Denunciem. Revoltem-se também contra estes. Do contrário, vão ser todos vistos como “farinha do mesmo saco”... saco”... e babau movimento! Pior ainda, quem manifestar apoio a esses movimentos, pode ser interpretado como apoiador da baderna. Assim, antes de colhermos o trigo, unamo-nos todos para rerar e queimar o joio. Carlos Roberto Marques é Leigo Missionário da Consolata – LMC, e membro da equipe de redação.
Imperativo
BÍBLIA
para a Missão “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”. (cf. Lc 6, 36) de João Claudio Rufno
A
ordem de Jesus, “sede misericordiosos como o vosso Pai”, no sermão das bem-aventuranças de Lucas consiste num imperavo que deve ser aplicado no processo da Missão, já que, naquela planície (cf. (cf. Lc 6, 17), o Mestre emiu os ensinamentos mais fundamentais do seu Evangelho. Diante do Novo Israel, composto por pessoas de todo território israelita e da diáspora, que nham ido para ouvi-lo e serem curados (cf. Lc 6, 18), o Nazareno “cheio da força” (cf. Lc 6, 19) começou a ensinar. Depois de ter anunciado quatro bem-aventuranças, quatro maldições (cf. Lc 6, 20-26) e como os discípulos deveriam tratar tratar os inimigos (cf. Lc 6, 27-35), emiu a ordem aqui destacada (cf. Lc 6, 36). Mas qual é o conteúdo principal deste imperavo?
em português seja traduzida também por misericórdia, em grego é sinônima de oikrmon, a saber, s aber, éleos (cf. (cf. Lc 1, 50.54.72.78). 50.5 4.72.78). Estes dois hinos revelam o agir misericordioso do Senhor por causa da aliança feita com o seu povo. O Pai não se esqueceu dos israelitas, israelitas, socorrendo-os das opressões. Agora, de modo mais especíco, especíco, o Deus de Israel vai ao encontro dos seus que estavam oprimidos em vista de libertá-los! O termo éleos também aparece em Lucas 10, 37 para pa ra tratar da ação do “bom samaritano” samaritano” que usou de “misericórdia” para com o próximo. Misericórdia é, pois, uma ação de d e serviço libertador. Os seguidores do Cristo devem prestar um serviço de libertação aos seres humanos em situações de escraviescravidão e morte. Ser misericordioso como o Pai, é traduzir
Característica de Deus
O termo “misericordioso” na língua grega (oikrmon) foi ulizado apenas oito vezes no Novo Testamento Testamento (cf. nos escritos paulinos, 2Cor 1, 3; Rm 12, 1; Fl 2, 1; Cl 3, 12; em Hebreus, 10, 28-29; e, em Tiago, 5, 11), 11 ), das quais duas vezes em Lucas (cf. 6, 36). Esta palavra parece ser bem especial, portanto. De fato, fato, o é! Ela designa uma caracterísca de Deus (cf. 2Cor 1, 3) que é traduzida traduzi da em ato concreto de consolação nas tribulações tribula ções (cf. 2Cor 1, 4). No texto texto que estudamos, ela consiste numa atude que os discípulos devem viver, conforme o Pai a vive (cf. Lc 6, 36). Mas, como Deus Deu s pracou a misericórdia, segundo o Evangelho lucano? Os dois primeiros câncos do Evangelho Evangelho de Lucas, o Magnifcat (cf. (cf. Lc 1, 46-56) e o Benedictus (cf. Lc 1, 67-79), ulizam quatro vezes uma palavra que, embora
em atos concretos o que Deus e o samaritano samarita no zeram: ir ao encontro dos oprimidos. Quem assume o seguimento do Cristo e admite o chamado missionário deve tornar-se um consolador dos excluídos! excluídos! Deste modo, o Reino de Deus se dilatará na sociedade. A jusça se efevará. E a vida em abundância brotará onde a morte exisr. Peçamos ao Senhor, quero ser misericordioso, como Tu, Pai, é misericordioso! Amém! João Claudio Rufino, leigo, mestre em Teologia Bíblica (PUC-SP), bacharel em filosofia (PUC-SP) e teologia (Assunção). Professor de Hermenêutica Bíblica, Sinóticos, Profetas, Introdução ao Pensamento Teológico e Ética, na PUC-SP. MARÇO 2016 MISSÕES 27
ENTREVISTA
S A I T A P . C E M I A J
Padre Luiz participa de missa na Catedral de Brasília em encontro do Comire Centro Oeste.
Projeto Missionário envia padre para a Amazônia de Renato Papis
F
oi celebrada no dia 31 de janeiro, na arquidiocese de Botucatu, SP, a missa de envio do padre Luiz Aparecido Iauch, que cará três anos em missão em São Gabriel da Cachoeira, AM, através do Projeto Igreja Irmã dos regionais Sul 1 e Norte 1 da CNBB. A celebração foi presidida pelo arcebispo metropolitano de Botucatu, dom Mauricio
Groo de Camargo e concelebrada pelo próprio padre Iauch. O sacerdote, que pertence à arquidiocese de Botucatu e trabalhava como missionário em Ipameri, Goiás, paru no dia 3 de fevereiro para o estado do Amazonas. Na celebração, dom Maurício disse que “o envio solene de um membro de nosso presbitério, é movo de grande alegria e es mulo para o culvo do espírito missionário para todos nós: o povo de Deus de nossas comunidades, os consagrados e consagradas, os seminaristas, os diáconos, os padres e o bispo”. Dom Mauricio, recordando o tempo que vivemos, ressaltou “que a celebração se dá dentro de um gesto concreto bem signicavo no contexto do Ano Santo da Misericórdia. Esta é precedida, possibilitada pelo Espírito Santo e pela ação missionária. Sem abertura para o outro, sem saída de si, sem deixar a própria zona de conforto e segurança, sem arriscar-se, sem O Ã Ç A G L U V I D
Padre Luiz em missa de envio para a Amazônia.
28 MARÇO 2016 MISSÕES
Padre Luiz Aparecido Iauch cará três anos
em missão em São Gabriel da Cachoeira, através do Projeto Igreja Irmã dos regionais Sul 1 - Norte 1 da CNBB. movimento de desinstalação, e movado apenas pelo amor simsimples e gratuito, a misericórdia não germina, não prospera e não se realiza”. Ele aproveitou e manifestou “profunda gradão ao padre Iauch, por colocar-se misericordiosamenmisericordiosam ente à disposição das necessidades de uma Igreja Irmã e ao Projeto Sul 1 - Norte 1, sem o qual di cilmente teríamos condições de realizar esta obra de misericórdia”. Ao nal da cerimônia foi enen tregue ao padre Iauch uma cruz que pertencia a dom Maurício, lembrando o compromisso com Cristo e a comunhão com a diocese dio cese que envia. Padre Iauch já atuava em Ipameri há vários anos, onde foi assessor da animação missioná-
ria no Regional Centro-Oeste e voltou para sua arquidiocese de origem, Botucatu, onde, a convite do arcebispo metropolitano, dom Mauricio, atendendo ao pedido de dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira assume mais um trabalho de Evangelização Evangelização naquela diocese. A diocese de São Gabriel da Cachoeira ca a 850 quilômetros de Manaus, fazendo fronteira com a Colômbia e a Venezuela, sob responsabilidade de dom Edson. Possui 23 etnias indígenas difediferentes e 18 línguas faladas pelos povos locais. Na região, o trabalho missionário missionári o de catequese com os indígenas é feito com a incultuincultu ração do Evangelho, iniciando a população local à vida cristã. O padre Iauch concedeu entrevista antes do embarque para a Amazônia.
"A expectativa na missão é sempre de doação".
S A I T A P . C E M I A J
Quando e como surgiu a ideia de ser missionário?
Parcipei de vários encontros nacionais de presbíteros e havia sempre um apelo quanto à necesneces sidade de padres para missões em várias regiões do Brasil e também na Amazônia. Passei então, a olhar com mais atenção à possibilidade possibil idade de servir a Igreja além das fronteiras da diocese e coloquei-me à disposição do bispo para projetos missionários “Igrejas Irmãs”. Em 2012 fui enviado para a diocese de Ipameri. O que levou o senhor a escolher o Projeto Missionário na Amazô Am azô nia, ni a, esp eci almen al men te São Gabriel da Cachoeira?
Penso que, se nos dispomos para a missão, nem sempre a escolhemos: a missão nos escolhe. Mesmo porque o chamado de Deus à missão é constante, seja local ou além-fronteiras. Como eu já estava há três anos numa missão em Ipameri, no estado de Goiás, enviado pela arquidiocese de Botucatu e já inscrito para um
curso de formação missionária para a Amazônia no CCM, em Brasília, houve essa possibilidapossibilida de. Foram necessários apenas alguns contatos entre os bispos para que o Projeto Missionário para a Amazônia começasse a entrar na minha vida.
com o outro: não se contenta, não se acomoda em si, mas lança-se no testemunho de Jesus Cristo, amando o próximo.
Quais são as suas expectavas em relação à sua missão na Diocese de São Gabriel da Cachoeira?
A misericórdia deve já ser constante na oração e na vida do cristão. A proposta do papa Francisco do Ano Santo da Misericórdia nos chama a um “despertar” para o presente valioso que é a misericórdia de Deus e convida à parlha desse presente com o irmão que camicami nha à margem do amor de Deus: é amado, mas não corresponde a esse amor por não compreendê-lo. compreendê-lo. O Ano da Misericórdia convida a uma doação maior do missionário, e constui um valioso in instrumento strumento da Missão.
Para mim a expectava na mismis são é sempre de doação. Creio que posso pensar essa missão com algumas palavras: ir, vivenciar e testemunhar Cristo na caridade e na parlha. Como o senhor vê a Missão, hoje, na Igreja?
Não existe Igreja “em Saída” sem Igreja local com a consciência de sua missão. Então, Igreja local também existe porque já está em saída “de si mesma” para o encontro
Para o senhor o que signifca esse momento de parr para a Missão neste Jubileu da Misericórdia?
Renato Papis é jornalista. MARÇO 2016 MISSÕES 29
Brasília (DF)
Lucro do Itaú aumenta 15%
Mesmo com a recessão na economia e paralisia no crédito, o Itaú Unibanco, o maior banco privado do país, teve lucro líquido nono minal – que não desconta a inação – de R$ 23,4 bilhões no ano passado, o que signica um aumento de 15,4%. O resultado foi apoiado pela margem maior de ganho nos emprésemprésmos, fruto de aumento de juros, além da alta das receitas com serviços e da recuperação de crédito. Isso reduziu em parte o impacto de despesas maiores com previsões para cobrir calotes. No mesmo período, o Bradesco, Bradesco, o segundo maior banco privado, registrou lucro de R$ 17,2 bilhões, com alta de 13,9% em relação ao ano a no anterior. Já o Santander, o maior banco estrangeiro no país, lucrou R$ 6,6 bilhões, com aumento de 13,2%. O índice de inadimplência do Itaú Unibanco, medido pelo saldo de atrasos com mais de 90 dias, subiu de 3,3% para 3,5% do terceiro terceiro para o quarto trimestre, no maior nível desde o serviço de 2014. Os emprésmos, principal negócio dos bancos, caram estagnados no Itaú Unibanco. Descontando o efeito da variação cambial, a carteira carteira de crédito da instuição recuou 2,9% no ano passado, somando R$ 603 bilhões.
L I S A R B O A A T L O V
Microcefalia é emergência mundial
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou no início de fevereiro, que os caca sos de microcefalia em países das Américas constuem uma emergência de saúde pública de importância internacional. O comunicado ocorreu após o Comitê de Emergência ter concluído que há forte suspeita de uma rere lação causal entre a microcefalia e o vírus da zika. Segundo a OMS, tal situação constui um “evento extraordinário” e uma ameaça à saúde pública de outras partes do mundo. A úlma emergência mundial foi a epidemia de ebola na África, que matou 11 mil pessoas em 2014. A declaração declaração deve contribuir para aloalo cação de mais recursos no combate à doença. A relação entre a zika e a microcefalia ainda não foi comprovada, mas é muito provável. Apenas no Brasil, o número de casos de mimi crocefalia aumentou de 147 em 2014 para possivelmente mais de três mil no ano passado (a maioria ainda está em estudo), quando a epidemia da zika começou. Por enquanto, os países mais afetados são o Brasil, seguido pela Colômbia, que já tem mais de 20 mil casos, dois mil deles em mulheres grávidas. grávidas.
30 MARÇO 2016 MISSÕES
AConferência ConferênciaNacionaldosBispos doBrasil (CNBB) cricou a proposta de aborto para os casos de microcefalia e disse que o alerta das organizações de saúde frente à suspeita de relação com o vírus da zika não jusca defender a interrupção da gravidez. Grupos que defendem o direito das mulheres em optar pelo aborto anunciaram que pretendem levar o tema ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para a CNBB, porém, a proposta é “um total desrespeito à vida”. Em nota, a Conferência lembra que “o estado de alerta não deve nos levar ao pânico, como se esvéssemos diante de uma situação invencível, apesar de sua exextrema gravidade. Tampouco jusca defender o aborto para os casos de microcefalia.” O presidente presidente da CNBB e arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, tratou do tema em encontro com a presidente Dilma Rousse e o ministro da Saúde, Marcelo Castro. A endade (também) defende que as igrejas “connuem e intensiquem a mobilização no combate aegyp ”, ao Aedes aegyp ”, por meio de “um grande murão com todos os setores da sociedade” sociedad e”.. Arma ainda que a assistência às crianças com microcefalia “deve ser assegurada, em primeiro lugar, pelos gestores públicos”.
Créditos do PIS/Pasep Mais de 15 milhões de trabalhadores não sabem que têm créditos a receber do PrograProgra ma de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep). Os números foram divulgados pela Controladoria-Geral da União (CGU), após uma auditoria que idencou falhas na comunicação a esses trabalhadores. Quem contribuiu com os programas até o ano de 1988 tem direito ao recebimento anual do rendimento de suas contas, além de poder sacar todo o crédito em caso de aposentadoria, doença ou se esver com mais de 70 anos. O benecio do PIS é pago pela Caixa Econômica Federal e o Pasep, pelo Banco do Brasil. Para ter direito ao benecio, o trabalhador que contribuiu até 1988 deve procurar uma agência do Banco do Brasil, no caso a contribuição ao Pasep, ou da Caixa Econômica Federal no caso da contribuição ao PIS. No caso de falecimento do trabalhador, a solicitação pode ser feita por um herdeiro direto.
Fontes: Agência Brasil, Folha de S.Paulo, OMS/The Independent/Le Figaro
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