Núm ro 0 – Janeir 2010
Guit rra Clássica
1
Edit orial 12 nos passados desd o apare imento d Guitarreando, a primeira revista dedicad inteiramente a assuntos guitarrísticos a surgi em ortugal, eis este nov projecto ue usufrui das ossibilida es do mundo virtual. Nat ralmente, esperamo que a es e project se j ntem mais colabor dores, fic ndo assi lanç do o des fio aos leitores des e primeir número. Para tal, bastará o envio de artigos, composições e sugestõe par revi taguitarra gmail.co . Os ossos agr deciment s especiai a Matanya Oph e e Nuno uedes de Campos pela sua preciosa colab ração nesta edição. Até o próximo número e
Abril!
Pedro Rodrigues
Índi e Entr vista com Carlo Mar hione……………………………………… ……….…… …………… ……3 Festival de Guitarra de Leiria…………… ……………………………… ….………… …………… ……8 Entr vista com Oscar Flec a…………… …………… ……………………………………………… …11 Problemas de epertório ……………………………… …………… ….………… ………………….16 Pági as com Música ..…… …………… ……………………………… …………… ………………….30 Nov s Gravaçõ s…………… …………… ……………………………… …….……………………… …34
Equi a: Nuno Ca pos, João aulo Henriques, Matan a Ophee, R i Pinto, Pedro Rodrigues
(tod s as propos as propostas publicit tas publicit rias deverã ser endere ser endereçadas para çadas para
[email protected] )
Guit rra Clássica
2
Entrevista com Carlo Marchione Por João João Paulo Henriques música do século XX ou música espanhola etc.) João Paulo Henriques : Em primeiro lugar
tu consegues perceber facilmente que muitos
gostava de agradecer em nome da Revista da
programas são muito frequentemente um
Guitarra Clássica por aceitar por aceitar o o nosso pedido nosso pedido de
resultado de necessidades práticas e de
entrevista. É um É um grande prazer grande prazer para para nós. Como
objectivos. Em todas estas situações cada
correram os concertos na Rússia?
músico escolhe peças que falem ao seu coração
Carlo Marchione: Obrigado por esta entrevista
João! Os meus concertos em Moscovo e S. Petersburgo correram muito bem. Infelizmente o dia do concerto em Moscovo coincidiu com o jogo de futebol Eslovénia‐Rússia para a qualificação para o próximo campeonato do mundo...como podes imaginar, não havia as habituais 900 pessoas no concerto, o que é normal naquele país! Já agora, foi uma experiência pessoal/profissional incrível
e
enriquecedora, como sempre o é na Rússia. J.P.H: A minha próxima pergunta é sobre
repertório. Como escolhe o programa a interpretar num interpretar num concerto?
e cérebro de uma maneira especial. Posso dizer‐te que, no meu caso, com o chegar dos anos maduros eu tento não só tocar peças que mostram o meu melhor lado mas acima de tudo o melhor lado da música em si. Portanto, também as várias transcrições e os vários compositores desconhecidos e peças que um indivíduo pode ouvir nos meus concertos (eu penso em compositores barrocos como Roman, que se pode ouvir no Youtube, von Westhoff, Vilsmayer e Paradisi, compositor este que toquei
um
compositores
ano
atrás
modernos
em
Portugal
como
e
Casarini,
Iannarelli, Vassiliev e por aí em diante). Digamos que com o passar dos anos eu sinto mais e mais um tipo de sentimento de “justiça”
C.M: Boa questão! Digamos que apesar de tudo
para com todos estes compositores que por
o que te dizem durante as chamadas master
razões alheias à qualidade musical têm sido
classes e workshops sobre “como escolher um
deixados
programa” não há uma maneira de escolher um
guitarrístico) da programação de concertos
programa mas sim uma situação (novamente
durante tantos anos. Ao fazer isto eu tenho o
pessoal e/ou profissional) em que tu tens de
apoio e inspiração de todos os meus alunos.
optar. Eu refiro‐me, por exemplo, quando tens
90% do meu repertório dos últimos 10 anos
20 anos e estás no início da tua carreira tu
tem vindo a ser (re)descoberto e estudado
tentas tocar peças que mostrem o teu melhor
juntamente com e, muitas vezes, por eles. O
nível por assim dizer. Se considerarmos que
meu obrigado, vocês são muito importantes
nesta fase da vida musical, um músico participa
para a minha vida musical e pessoal! Mas por
também em vários concursos internacionais,
favor não se esqueçam que a história da música
com várias peças obrigatórias e programa
está repleta de compositores incrivelmente
especificamente requisitado (por exemplo
esquecidos, grandes compositores. Toda gente
Guitarra Clássica
de
fora
(não
só
no
mundo
3
conhece
Bach,
mas
conhecem
resulte da maneira que eu acho que deverá ser
Pisendel, ou Zelenka ou Monn? Toda gente
executada. Eu chamo isto de ‘essência’ porque
conhece Mozart, mas quantos conhecem
a transcrição é feita em sua volta. Esta foi o,
Rosetti, Kraus, Beck ou obras de W.F. Bach?
não isolado, mas um caso muito extremo de
Para mim não é só uma questão académica,
transcrição. É também muito importante
eles
realmente
encontrar um género de dicionário musical
inesquecível! Basta comprar tudo deles e ouvir!
para que se possa ‘traduzir’ convincentemente
escreveram
quantos
música
para a linguagem da guitarra, figuras típicas de geral entre J.P.H: Acho que é do conhecimento geral entre
um outro instrumento. Invertendo a direcção:
os guitarristas que faz que faz muitas transcrições para transcrições para
como se toca os Recuerdos de la Alhambra no
guitarra. Que processo usa para arranjar algo
piano? Ou um caso de sorte: Astúrias (muitos
para guitarra? Como passa de escolher uma
guitarristas continuam a achar que esta peça foi
peça a transcrevê‐la?
composta para guitarra! Mas eu consigo
C.M: Para mim uma transcrição é sempre e
absolutamente uma declaração de amor. Muitas vezes, nós aprendemos isto na vida real, por causa do amor uma pessoa diz e/ou faz coisas estranhas. No mesmo sentido eu transcrevo várias peças só pelo amor que tenho por elas, sem ter cuidado com (a boa) execução ou a racionalidade das peças. Eu toquei durante
entendê‐los,
é
apenas
perfeitamente
idiomático). Ou: como acrescentar baixos numa Ciaconna para violino solo (consegues imaginar a qual me refiro?) Ou: como transcrever o basso albertino com linha melódica na parte superior? Neste caso, é muito interessante consultar transcrições históricas (Giuliani ou Carulli por exemplo).
12 anos com um quarteto e duo de guitarras, 4
Já agora, eu ouço com muita frequência de
anos com um dos melhores trios de guitarra do
colegas muito estimados que transcrições não
meu país e tu não consegues imaginar o que
devem ser feitas e, se um indivíduo não
nós tocamos durante esses anos! (Voltarei a
consegue na verdade manter‐se distante
este assunto mais tarde). Mas se eu decidir
destas, não devem ser tocadas em concerto
acrescentar uma nova transcrição ao meu
mas somente em casa para fins de estudo. Eles
programa a primeira coisa que eu faço é fazer
com certeza têm razão em alguns casos, mas eu
um ‘flirt’ à peça. Ao decidir, por exemplo, tocar
penso que é sempre uma questão de qualidade
o Adagio KV 540 de Mozart (sem dúvida a
da transcrição, ‘credibilidade’ e o seu conteúdo.
transcrição mais difícil de sempre) eu passei
Eu não consigo imaginar que alguém pudesse
muito tempo só a tocar em alguns bares aqui e
dizer: João, não leias Shakespeare porque este
acolá, em várias tonalidades diferentes e com
não escreveu em português. Mesmo que alguns
afinações diferentes. Finalmente encontrei a
refinamentos do génio sejam inevitavelmente
‘essência’
uma
perdidos, o conteúdo e a beleza da sua obra
passagem que eu somente consigo tocar numa
justifica de certa maneira uma tradução em
tonalidade e afinação específica para que
qualquer língua desta Terra. Por outro lado,
da
transcrição,
Guitarra Clássica
ou
seja
4
ninguém no teu país irá sentir falta de uma
neoclássico, dodecafónico etc.); isto porque ele
tradução de uma telenovela japonesa para a
tem uma mensagem forte que eu consigo
linda língua que é o português. O que também
entender e sentir por detrás de todas as
é esquecido é que grande parte do nosso
diferenças ‘técnicas’ das peças e do ‘dialecto’
repertório ‘original’ é nada mais nada menos
musical. Depois disso, uma pessoa pode talvez
que uma transcrição (caso extremo: Sonata
entender melhor as minhas preferências no
Omaggio a Boccherini do Castelnuovo). Já
que diz respeito ao repertório do século XX/XXI.
agora, toda gente tem de decidir por si próprio
Uma peça que gostaria de tocar antes de parar
o que fazer, claro está. Eu considero a
é sem dúvida “Choreiques” de Francis Miroglio.
transcrição, apesar de todos os aspectos
Uma suite dodecafónica em quatro partes
práticos,
‘exercício’,
incrivelmente fortes. Não é certamente uma
especialmente para nós guitarristas, e não um
boa peça para uma festa de casamento ou um
passo não omissivo na nossa educação musical
concerto numa aldeia pequena nos Pirenéus,
(a fim de se conhecer não só academicamente
mas no sítio certo, na ocasião certa e com duas
repertório que não existe para o instrumento
palavras de introdução irá tornar‐se num
moderno); ou então só deveríamos tocar peças
enriquecimento fantástico do nosso repertório.
um
incrível
e
útil
compostas por guitarristas‐compositores mais Quais foram
as
suas principais
ou menos do período de Tárrega (i.e. para a
J.P.H:
guitarra ‘moderna’).
referências musicais durante e depois da sua juventude?
século XXI e ao seu J.P.H: No que diz respeito ao século XXI repertório para guitarra, eu gostaria de lhe
C.M: Tanto quanto me lembra, na minha
perguntar quais são as suas preferências e
juventude a minha fonte de inspiração era
sugestões?
Nikolaus
Harnoncourt,
não
tanto
pela
qualidade estonteante das suas gravações mas C.M: Tal como tinha dito anteriormente, eu
ainda
mais
pela
inextinguível
sede
de
toquei durante 12 anos com um quarteto de
(re)descobrir novo repertório e observando‐os
guitarras. O nosso repertório era 90% música
com olhos, alma e cérebro muito abertos (ele
contemporânea e 90% desse repertório foi
acaba de gravar ‘Porgy and Bess’ aos 80!). Eu
escrito para nós (isto para algumas pessoas que
nunca tentei imitar a sua maneira de
pensam que eu somente gosto e toco música
tocar/dirigir (não faria sentido) mas se eu tenho
barroca...). Como podes imaginar nós tocámos
hoje em dia a capacidade de oferecer bons
muitas boas peças, mas também peças que me
programas com desempenho compreensível
deixaram perplexo, para pôr de uma maneira
(em relação a tempos, articulações, fraseado e
suave. Eu não me importo em que estilo ou
um bom balanço entre texto e afectos pessoais)
linguagem musical a peça é escrita, se tem
não é somente por causa dos meus grandes
ruídos ou aspiradores na orquestra. Eu adoro
professores de guitarra mas também deste
Stravinsky em todos os seus períodos (russo,
Guitarra Clássica
5
gigante da música com 80 anos. Muito obrigado
J.P.H: Uma pergunta diferente: Se não fosse
Maestro!
guitarrista, o que gostaria de ter sido profissionalmente?
J.P.H: Vamos falar um pouco sobre a guitarra
em Portugal, já que visitou o nosso país dois
C.M: Aos 20 anos de idade eu pensei
anos seguidos se não estou enganado. Visto
seriamente em parar de ‘tocar’ guitarra. Eu
seres um dos guitarristas que mais vezes é
escrevi ‘tocar’ porque na verdade naquele
convidado para convidado para festivais festivais de guitarra em todo o
tempo em Itália não havia concertos para tocar.
mundo, gostaria de saber a saber a sua opinião sobre o
Eu estava muito desmotivado (um amigo salvou
nível dos guitarristas em Portugal. Tem algum
a minha vida dando‐me coragem e força para
conselho a dar aos estudantes de guitarra
continuar e chegar onde estou hoje). Portanto
clássica em Portugal?
eu tinha um trabalho numa loja de LP/CD em Roma e tenho que te dizer que a ideia de
C.M: Portugal é um dos meus países favoritos.
trabalhar lá não era desagradável para
O carácter das pessoas, o tempo, a beleza das
mim...Hoje isso nem seria possível, a não ser
cidades e natureza, fado, comida...eu adoro
que eu abrisse uma loja de CD online...Mas
tudo do fundo do coração. Foi portanto uma
neste último caso eu iria sentir a falta do
enorme alegria ser convidado pelo grande
contacto com as pessoas, que é para mim o
Maestro Dejan Ivanovic para tocar em Lisboa
elemento mais importante do meu trabalho
em 2008. Desde essa altura eu estive também
(como professor e executante). O sonho
em Sernancelhe e uma vez mais na cidade
secreto era de qualquer maneira tornar‐me
capital. Grande público! As masterclasses
num jogador num jogador de futebol. Eu não era mau, e aos
também foram muito boas, o nível geral da
16 anos tive de escolher entre o Conservatório
guitarra
e os treinos de futebol. Tu sabes o que
na
Europa
está
a
aumentar
incrivelmente nos últimos 15 anos e Portugal
aconteceu...
não poderia ficar para trás nesta moda também devido à presença de grandes professores
A próxima pergunta pergunta é complicada. Como J.P.H: A próxima
estrangeiros, cujo os quais formaram uma
aborda uma peça nova que está prestes a
geração fantástica de músicos. Caro João,
estudar? Qual estudar? Qual o o seu método de estudo?
perguntaste‐me se podia dar um conselho. É É
uma
pergunta
impossível
de
uma pergunta traiçoeira...Portanto eu gostaria
C.M:
de citar uma frase de Paul Degas, que combina
responder...o processo é muito fluente e vago,
perfeitamente com a minha filosofia como ser
algumas vezes muito longo, outras vezes muito
humano e músico: “Ter talento tendo 25 anos é
curto. Articulação, digitação, fraseado, lealdade
fantástico. Mas continuar a tê‐lo quando se
ao texto e expressão pessoal, estabelecer
tem 50 anos, é o verdadeiro desafio da vida”.
ligações à música escrita no mesmo período, circunstâncias da vida do compositor...tudo se
Guitarra Clássica
6
mistura tornando‐ s no que tu na altura ou es
d muito sucesso profissional e pessoal ara o
dura te o concert .
a o de 2010.
J.P.H: Mais uma vez em nome da Revi ta
C.M: Foi um razer. Muito obrigado e muito
Guitarra Clássica
s cesso para v ssa revista.
nosso muit obrigado p lo
seu t empo e disp nibilidade. F oi um privilé io pode fazer esta ntrevista. O votos since os
Carlo Marchi one é consid rado, pela rado, pela c ítica e por revistas especializad as, como u
dos
melhores gui tarristas da ova geração. A sua formação pr ofissional v i desde a
úsica
clássica ao Jazz, passand o pelo Flamenco, o que lhe per ite trabalhar diferentes estilos musicais. Venceu
div rsos concursos nacionais e
internacionai s. Ao long
da sua c rreira
trabalhou como solista em orquestra e em diversas for ações de câ ara, actuando em importantes estivais euro peus. Em 19 7, por 7, por ocasião de uma viagem ela Rússia, ctuou na prestigia a Sala Gran e do Conser atório Tchaikovsky e Moscovo, assim como na Sala Glinka de São Petersburgo. Em 1998 ctuou na Sala Filarmónic de Berlim, honra rarame te concedida a um guitarri sta. Lecci na, com regularidade, M sterclasses m prestigiad as Instituições Musicais e Festivais Eur opeus. Impo tantes com ositores co temporâneo escrevera Carle aro, C. Dom niconi, C. J. C. J.
obras ded icadas a Carlo Marchio e: A.
. Duarte, S. Iannarelli e annarelli e G. Droszd, entr outros.
Em c memoração do "Ano Schubert" (1997), bert" (1997), transcreveu gravou com o tenor C.Ro tenor C.Rosel o sel o ciclo co pleto de Li der Die der Die schö e Müllerin (o p. 25, D. 795). A revi sta "Classical Guitar" faz faz uma crítica m gnífica à sua gravação e t ranscrição das 12 Fantasias para violin o de G.P. Telerman, editad as por as por Suvini Suvini erboni. Carlo Marchione é actualmente professor da professor da scola Superi r de r de Maastri cht, na Holanda.
Guit rra Clássica
7
II Festival Internacional de Guitarra de Leiria (2009) por José José Mesquita Lopes Este Festival teve a sua segunda edição em
outros instrumentos como a flauta, o oboé e o
Julho de 2009, no entanto é um evento que
violino.
vem sendo realizado desde 2004 integrado no então Estágio Internacional de Orquestra da Região de Leiria/Fátima. A partir de 2008 tornou‐se autónomo, e desde aí começou a incluir mais‐valias, diversificando a oferta de acontecimentos. Isto tornou‐se possível graças
Nos dias 11 e 12, seguiu‐se o II Concurso Nacional de Nacional de Guitarra de Leiria que contou com diversos concorrentes de vários pontos do país, os quais foram integrados em 5 escalões (desde o Preparatório (A) até ao 7º/8º graus (E)).
à Direcção do OLCA (Orfeão de Leiria
O júri incluiu os professores J. Mesquita Lopes,
Conservatório de Artes) de Artes),, às Câmaras Municipais
Ilda Coelho, Mário Teixeira, Neuza Bettencourt,
desta região, aos seus directores artísticos e
Pedro Rodrigues e Roberto Batista.
executivos, os professores José Mesquita Lopes e Ilda Coelho, para além de vários outros colaboradores Associação
–
de
Direcção
Estudantes,
Pedagógica, secretários/as,
jornais, rádios, diversos outros patrocinadores
Os premiados, que tocaram dia 12 de Julho na Casa Municipal da Cultura de Alvaiázere, foram: Escalão A: 1º prémio – prémio – Diogo André Mesquita Teixeira
como lojas de música, editoras, etc. 2º prémio – prémio – Marcelo Santos Oliveira Este ano, o Festival começou com o II Encontro Nacional de Ensembles de Guitarra (9 e 10), tendo participado em concerto os seguintes ensembles: Ens. de Guitarras da Sociedade
Escalão B: 1º prémio – prémio – Paulo Renato Gonçalves Vieira 2º prémio (exaequo) – Fábio Santos Gavina e Hugo Miguel Lourenço Lopes
Filarmónica Gualdim Pais (Tomar), com a direcção de Sérgio Marques; Ens. de Guitarras
3º prémio – prémio – Henrique de Carvalho Moreira
da Guarda, com a direcção de Hugo Simões;
Escalão C:
Ens. de Guitarras da Academia de Música de
1º prémio – prémio – Inês Sofia Simões Pereira
Monte Abraão, com a direcção de Ricardo
2º prémio – prémio – Rafael Batista dos Santos
Martins; Ens. de Guitarras do Conservatório de Música D. Dinis (Odivelas) e o Ensemble Concertante de Guitarras do Orfeão de Leiria,
3º prémio – prémio – João Paulo Santos Lopes Escalão D:
com a direcção de J. Mesquita Lopes. O seu
1º prémio – prémio – André Almeida Ferreira
repertório variou entre o período renascentista
2º prémio – prémio – Tiago Filipe Antunes Morin
e o séc. XXI, tendo alguns destes grupos tocado
3º prémio – prémio – Bruno Almeida Ferreira
com alguns músicos convidados, intérpretes de
Guitarra Clássica
8
Escalão E:
fazendo parte do júri Dejan Ivanovic (Croácia),
1º prémio – prémio – Ricardo Nuno Alves Pereira
Tomás Camacho (Espanha) e José Mesquita Lopes
3º prémio – prémio – João Luís Rodrigues Ramos
(Portugal).
Foram
premiados
os
seguintes alunos do Curso: De 13 a 17 decorreram (com um nº elevado de alunos) as VI Master Classes orientadas pelos
1º prémio – prémio – João Paulo Henriques. Interpretou:
professores Álvaro Pierri (Uruguay), Tomás
Fandango de J. Rodrigo, Elegy de A. Rawsthorne
Camacho (Espanha) e José Mesquita Lopes
e Duas Visões Breves (peça obrigatória) de J.
(Portugal).
Mesquita Lopes.
decorreram
Ainda o
dentro
destas
datas
II
Estágio
de
Ensembles/Orquestra de Guitarras, Guitarras, cujos alunos tocaram em concerto na Galeria Municipal da Marinha Grande (Concerto Final de Alunos e Ensembles “Júnior”) e no Concerto Final do
2º prémio (exaequo) – André Ferreira. Interpretou Introdução, Tema e Variações op. 9 de F. Sor, Prelúdio nº 3 de Heitor Villa‐Lobos e a peça obrigatória.
Curso, no Teatro Cine do Pombal, onde
Tiago Vicente. Interpretou o 1º andamento da
interpretaram um arranjo para Orquestra de
Sonata nº1 de Dusan Bogdanovic, a peça
Guitarras da Csangó Sonatina de Ferenc Farkas.
obrigatória e Introdução e Capricho de J.
Os professores deste Estágio foram Sónia
Regondi.
Leitão (direcção), Ilda Coelho (direcção) e J. Mesquita Lopes (direcção e arranjos).
Menção Honrosa: Ricardo Pereira. Interpretou Duas Visões Breves de J. Mesquita Lopes,
No dia 15 teve lugar o extraordinário e muito
Leyenda (Astúrias) de I. Albéniz e Fantasia da
aclamado recital do guitarrista Álvaro Pierri.
Traviata de F. Tárrega.
Este interpretou obras de Jakub Reyes, N. Paganini (Gran Sonata), I. Albéniz, Leo Brouwer, Heitor Villa‐Lobos (Estudos 4 e 12), Manuel Ponce (Sonata nº3), e Alberto Ginastera (Sonata op.47). O concerto obteve tal sucesso que os discos trazidos por este guitarrista desapareceram em poucos minutos. No final do
Durante todo o
Festival
decorreu uma
exposição de partituras pela AVA MUSICAL EDITIONS e uma mostra de guitarras pelo luthier Benito Casais Aquino que ofereceu uma guitarra de concerto no valor de 3000 euros ao 1º premiado do concurso internacional.
concerto já estavam esgotados.O Concerto
Para finalizar, este Festival juntou‐se ao VI
Final de Alunos teve lugar dia 17 no Cine Teatro
Estágio de Direcção de Orquestra, dirigido por
do Pombal, tendo finalizado com uma obra
Jean‐Sebastien Béreau, tendo sido interpretado
para orquestra de guitarras que incluiu a
em três apresentações o Concierto Andaluz de
maioria dos alunos do Curso, tendo enchido por
J. Rodrigo para quatro guitarras e orquestra.
completo o grande palco.
Foram solistas Tomás Camacho (Espanha), José
No dia 18 teve lugar no Cine Teatro de Porto de Mós, o VI Concurso Internacional de Guitarra, Guitarra,
Guitarra Clássica
Mesquita Lopes (Portugal), Sérgio Pereira (Portugal) e Raphael Béreau (França). Dia 24
9
em Leiria, na Igreja da Portela a direcção coube
a Laurence Maufroy e Gabriel Bourgoin, no dia
25 dirigiram Alexandre Branco Weffort e Gabriel Bourgoin, no dia 26 dirigiu o maestro Jean‐Sebastien Béreau. Para 2010 esperam‐se algumas novidades com interesse neste festival que se tem tornado, cada vez mais, um ponto de referência nacional (e internacional) para muitos músicos/guitarristas.
em cima: Concerto Final Estágio Final Estágio de Orquestra, dir. J. dir. J. M. Lopes
à esquerda: Concerto do VI Estágio Internacional de Orquestra, Concierto Andaluz, Concierto Andaluz, dir. Jean dir. Jean Sebastien Bérau, sol. Tomás Camacho, José Mesquita Lopes, Sérgio Pereira, Raphael Bérau Raphael Bérau
em baixo: Entrega Prémios VI Concurso Internacional de Internacional de Guitarra, da esq. para dir.: Neuza Bettencourt, Sónia Leitão, Ilda Coelho, Ricardo Pereira, Tiago Vicente, André Ferreira, Tomás Camacho, José Mesquita Lopes, Dejan Ivanovic, Benito Casais Aquino Casais Aquino e João Paulo Henriques
Guitarra Clássica
10
Entrevista com Oscar Flecha por Pedro por Pedro Rodrigues Revista Guitarra: A primeira edição do Festival
edição actuou Manuel Barrueco pela primeira
Internacional de Internacional de Santo Tirso teve lugar em lugar em 1994
vez em Portugal).
com um elenco de luxo: Leo Brouwer, Pedro Caldeira Cabral, David Russell, Eduardo Isaac, Roberto Aussel, Duo Assad entre Assad entre outros. Como surgiu a ideia e oportunidade de realizar um evento com estes nomes?
A escolha dos artistas convidados foi uma escolha pessoal, dado que foram alguns dos artistas que directamente ou indirectamente me tinham influenciado musicalmente. A minha intenção era reunir um grupo de artistas e
Oscar Flecha: A ideia de fazer um festival de
professores e que fossem um “catalisador
guitarra surge após ter trabalhado uns anos
cultural” para todos os interessados na
como professor no Conservatório Regional de
guitarra, mas sempre tendo por objectivo
Música “Centro de Cultura Musical” (com sede
chegar a todos os músicos.
nas Caldas da Saúde – Santo Tirso). Na altura não havia muita oferta de concertos ou de cursos de guitarra, e queria dinamizar e promover a guitarra. Assim surgiu a ideia de fazer um festival temático centrado neste instrumento. Para testar o tipo de resposta que podia ter um evento
desta
dimensão,
houve
algumas
experiências prévias com cursos e concertos; nomeadamente o primeiro curso ‐ orientado por David Russell ‐ foi um grande sucesso. Já para 1994 tinha um projecto formalizado para realizar o Festival em Santo Tirso, que contou sempre com o apoio e o patrocínio da Câmara Municipal local.
RG: Os Festivais de Guitarra, tirando algumas
honrosas vaticinados
excepções, a
estão
localidades
normalmente afastadas
das
capitais. Será simbólico da posição da guitarra no mundo musical ou musical ou encontra outras razões? OF: A guitarra tem um grande número de
seguidores nos grandes centros urbanos que justificaria a realização destes eventos nesses locais, por isso não encontro razões objectivas para explicar por quê acontece isto, mas assim acontece. RG: O Festival de Santo Tirso teve imensos
momentos marcantes, como por exemplo Brouwer a dirigir Yamashita em 4 concertos para guitarra numa única noite. Quais os
Assim nesse mesmo ano, um pouco como
momentos mais marcantes para si e qual o
forma de divulgação do Festival, lancei outra
evento que gostaria de organizar no organizar no futuro? futuro?
iniciativa: os “Encontros de guitarra” (Porto), de modo que em Fevereiro desse ano foi apresentada a informação sobre o Festival de Santo Tirso nos “Encontros de Guitarra” (nessa
OF: É complicado escolher esses momentos
para mim, foram muitos! Sem dúvida que esse concerto foi marcante, a Orquestra de Córdoba dirigida por Leo Brouwer e Kazuhito Yamashita como solista dos Concertos de Rodrigo,
Guitarra Clássica
11