Capítulo 8
Só, no quarto de Simão e como sua enfermeira, Mariana diz-lhe quesabe tudo sobre a espera e que todos os dias pede ao Senhor dos Passos quedê remédio à sua paixão por Teresa. Sonhara que vira muito sanguederramado e uma pessoa amiga a ser enterrada. Confirmando que Simão está sem dinheiro, Mariana combina com o paimaneira de lho fornecer. Simão vislumbra que é amado por Mariana, o que olisonjeia. Capítulo 9
Simão, ouvindo de Mariana que o coração lhe diz que os trabalhos deleainda estão no começo, suspeita que Mariana o quer afastar de Teresa, parase fazer amar por ele. O ferrador volta a casa com dinheiro que a “mãe” deSimão mandara entregar, mas que é afinal dinheiro de Mariana. Teresa escreve do convento, dizendo da atmosfera viciosa que ali sevive: “Creio que em toda a parte se pode orar e ser virtuosa, menos nesteconvento”. Repete que não quer professar. Tadeu de Albuquerque comunica à filha a partida para o convento doPorto. Teresa procura avisar Simão, mas a mendiga que lhe leva a carta éapanhada. Simão toma todavia conhecimento da novidade pela mesmamensageira. Desvairado, quer dirigir-se ao convento para libertar Teresa, masMariana oferece-se para levar uma carta. Simão aceita e ela parte. Capítulo 10
Mariana fala no convento com Teresa, que está de partida para o Porto,e acha-a “linda como nunca vira outra”. Teresa quer pagar-lhe o serviço comum dos seus anéis, que Mariana recusa. Simão ao saber da partida de Teresa,quer ir vê-la, e João da Cruz, embora não aprovando a decisão, prontifica-separa lhe arranjar um homem que o acompanhe para o rapto. A chorar, Marianapede-lhe que não saia, porque o coração lhe diz que não o tornará a ver.Simão insiste em sair, não aceitando a companhia de João da Cruz, nem deninguém. Mas a rogos do ferrador, promete não sair nessa noite, nem no diaseguinte. Simão sai, no entanto, noite alta. Mariana, assomando a uma janela, despede-se dele…até ao Juízo Final, e fica-se a orar pela sua salvação. Simão chega ao convento ainda de noite. De madrugada chega acomitiva que há-de acompanhar Teresa e na qual vem Baltasar, que Simãointerpela e com luta, matando-o com um tiro à queima roupa. Os criadoscercam Simão. Surge João da Cruz e diz a Simão que fuja. Simão recusa eentrega-se à prisão, na pessoa do meirinho geral, que lhe quer dar a fuga, oque ele de novo recusa por querer assumir a responsabilidade plena do seu acto. Capítulo 11
Domingos Botelho sabe pelo juiz de fora da prisão do filho e dizlhe quelhe dê o tratamento devido a
qualquer criminoso, sem contemplações.Admirando-se o juiz, afirma-lhe o corregedor Botelho desconhecer o homem dequem lhe falava. Um criado da casa traz o almoço a Simão, a mando da mãe e àsescondidas do pai, “um homem enfurecido”. Desculpa-se a mãe de não terdinheiro para lhe enviar, pelo que Simão vem a saber que o dinheiro querecebera era do ferrador. Recusa o almoço. Mariana, em pranto, vem perguntar a Simão se precisa de alguma coisae ele pede uma mesinha, uma cadeira, um tinteiro e papel, ficando então asaber que Teresa fora levada para o Porto, desmaiada. Mariana diz a Simãoque ele não há-de morrer ao desamparo, pois ela será para ele uma irmã. Capítulo 12
A família de Simão retira-se de Viseu par Vila Real. Simão é condenadoà forca. Mariana, ao saber da sentença, enlouquece, e no seu delírio pede quea matem primeiro. Simão compreende finalmente que ela o “amava até aoextremo de morrer”. Capítulo 13
Teresa, a caminho do Porto, sabe da prisão de Simão e pede à criadaque a acompanhava que a deixe fugir, para ir dizer o último adeus a Simão,mas a criada dissuade-a. Teresa conta toda a sua história à abadessa, sua tia, que a aconselha a procurar pela docilidade a piedade do pai para com Simão. Teresa definha a pouco e pouco, desejando com alegria a morte.Sabendo da condenação de Simão, consegue fazer-lhe chegar uma carta, emque diz morrer com ele. Sabedor da doença grave da filha, Tadeu de Albuquerque resolve tirálado convento, até porque Simão ia ser transferido para a cadeia da relação doPorto. Mas Teresa ainda recebe a última carta de Simão a pedirlhe que nãomorra, porque a sentença ia-lhe ser comutada ou anulada. Teresa já não quermorrer e exclama que, se tiver de morrer, melhor teria sido não ter recebido acarta, com Simão a pedir-lhe que vivesse. Capítulo 14
Tadeu de Albuquerque apresenta-se à porta do convento para levar afilha e recebe a nova de que ela está muito melhor, mas incapaz de aguentar aviagem demorada de cinco dias, como era a do Porto a Viseu. Tadeu dizquerer levar Teresa do Porto (por Simão já aí se encontrar), mas Teresa, cujoestado físico o surpreende, recusa-se a sair do convento, onde quer morrer,acrescentando, ante a insistência do pai, a quem confessa já saber dapresença de Simão: “A minha glória neste longo martírio seria uma forca aolado da do assassino”. Tadeu fica irado, exige a saída da filha e odespedimento da criada, mas nada consegue, por a tudo se oporem as regrasconventuais. Procura depois demover as autoridades judiciais do porto doperdão a Simão, mas nada consegue também. Capítulo 15
Na cadeia, Simão escreve as suas meditações. Aparece de surpresaJoão da Cruz com a notícia de que Mariana recobrara o juízo. Simão entrega-
lhe carta para Teresa, que chega ao destino, com possibilidades derecebimento de outras, com o que Simão se alegra. O ferrador informa que a filha viera com ele, para ficar ao serviço deSimão, mas este observa que ela corre perigo, sozinha no Porto. João elogia abravura da filha e declara reconhecer ser sina de Mariana ter “paixão de alma”por Simão. Este lança-se nos braços de João, exclamando: “Pudesse eu sermarido de sua filha, meu nobre amigo!”. O ferrador fica emocionado. Capítulo 16
O irmão de Simão vai visitá-lo à prisão, mas é recebido friamente. Umcorregedor amigo informa-o de que a pena de Simão será comutada em dezanos de degredo na Índia, já que era impossível absolvê-lo, por ele“soberbamente” se confessar culpado, e de que Teresa recobrara a saúde. Ocorregedor escreve depois a Domingos Botelho, a informá-lo de que lhemandara um abraço pelos filhos (Manuel e a concubina deste, que elesupusera sua irmã). Botelho parte para Vila Real, onde trata do repatriamento da amante do filho para os Açores e da prisão de Manuel como desertor.Capítulo 17 João da Cruz, saudoso da filha, resolve ir ao Porto vêla. Chega, porémum viajante encapotado que lhe desfecha o bacamarte no peito, por crime demorte antigo. João morre e Simão é informado, por carta, do sucedido. Marianafica como louca e Simão pede-lhe que continue a seu lado.