Universidade Federal de Pernambuco - Centro de Educação Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa Discente: Raísa lmeida Feitosa Resenha crítica “A escolarização da literatura infantil e juvenil”, Magda !oares
Magda !oares no te"to # escolari$ação da literatura in%antil e &uvenil' busca( na verdade( tratar da inade)uada escolari$ação da literatura in%antil e &uvenil( atrav*s da discussão te+rica sobre o assunto( seguida da an,lise de trs livros did,ticos .de /0 a 10 s*ries do 2rimeiro grau34 5s e"em2los dos livros did,ticos selecionados tm como %ito a elucidação da aludida escolari$ação escolari$ação inade)uada da literatura in%anto &uvenil4 !oares concentra-se em uma inst6ncia de escolari$ação escolari$ação da literatura in%antil( a da leitura e estudo de te"tos - geralmente( %ragmentos de te"tos - 2or ser( segundo a autora( a mais %re)uente( a mais regular e tamb*m a mais inade)uada4 !oares( atrav*s das re%le"7es r e%le"7es suscitadas 2elas críticas )ue desenvolveu acerca da escolari$ação inade)uada da literatura( 2ro27e outro ol8ar 2ara o uso do te"to liter,rio no conte"to escolar( )ue não o do te"to como 2rete"to( nem o de ensino da literatura sem o 2lane&amento e a sistemati$ação necess,ria4 9nicialmente( !oares aborda as relaç7es entre escolari$ação e literatura in%antil( 2ara tanto( discorre sobre duas 2ers2ectivas: a da a2ro2riação 2ela escola da literatura in%antil a da 2rodução 2ara e escola de uma literatura destinada a crianças4 2rimeira consiste numa literatura escolari$ada( a segunda im2lica uma liter literat ati$ i$aç ação ão da esco escola lari$ ri$aç ação ão in%a in%ant ntil il44 Para Para a auto autora ra(( amba ambass as 2ers 2ers2e 2ect ctiv ivas as leva levant ntam am o segu seguin inte te )uestionamento: o )ue * literatura in%antil( o )ue a caracteri$a; Para debater a )uestão evoca Carlos Drummond de ndrade( )ue tratou do assunto no livro #Con%iss7es de Minas'4 5 2oeta considera a e"istncia do gnero duvidosa( 2ois as outras artes não se dividiriam em in%antil ou não in%antil4 5 )ue * )uestion,vel( visto )ue 8, %ilmes %eitos 2ara o 2esse caso( ocorreria a literati$ação do escolar( segundo !oares4 auto autora ra dest destac acaa )ue )ue o dese desenv nvol olvi vime ment ntoo da lite litera ratu tura ra in%a in%ant ntil il no ?ras ?rasil il est, est, liga ligado do ao desenvolvimento da educação escolar( = democrati$ação do acesso( )ue gerou mais vagas nas escolas4 De modo )ue se %ala( !oares cita Marisa La&olo( em um #2acto entre 2rodutores e distribuidores'4 ssim como de um #2acto' da literatura in%anto-&uvenil com a escola( culminando( curiosamente( no grande não obstante( recon8ece a 2roblem,tica envolvida nesse 2rocesso de escolari$ação da literatura( 8a&a vista )ue( segundo suas an,lises ilustraram( esse 2rocesso( muitas ve$es( ocorre de %orma inad inade) e)ua uada da e im2r im2rod odut utiv iva( a( desc descar arac acte teri$ ri$an ando do o te"t te"too lite liter, r,rio rio e viol violan ando do o dire direit itoo dos dos alun alunos os de desenvolverem seu letramento liter,rio e( 2or conseguinte( o 2ra$er 2ela leitura liter,ria e 2ela leitura de
modo geral4 ntes de iniciar a an,lise 2ro2riamente dita dos livros( discorre sobre as inst6ncias de escolari$ação da literatura in%antil( )ue são trs: a biblioteca escolar a leitura e estudo de livros de literatura a leitura e o estudo de te"tos4 dianta )ue a o mais( a autora volta a a%irmar sobre a %re)Aente descaracteri$ação )ue os te"tos narrativos so%rem( bem como os 2oemas4 Bisto )ue o 2oema( 2or e"em2lo( * muitas ve$es usado 2ara resolução de e"ercícios de gram,tica e ortogra%ia4 uanto = seleção de obras e autores( !oares notou a re2etição dos mesmos nomes e títulos nas coleç7es did,ticas destinadas =s )uatro 2rimeiras s*ries do 2rimeiro grau4 Citou como e"em2los Cecília Meireles .#5u isto ou a)uilo'3 e Binícius de Moraes .# rca de >o*'3( no caso da 2oesia4 >o 6mbito da narrativa * %re)Aente o nome de Rut8 Roc8a .#Marcelo( marmelo( martelo'3 e iraldo .#5 menino malu)uin8o'3( dentre outros autores e obras a2ontados 2or !oares4 Esses dados constituem uma 2roblem,tica 2ara !oares( 2ois as crianças dei"am de con8ecer a diversidade e ri)ue$a da literatura in%antil brasileira( o )ue ela considera an,logo ao caso das geraç7es dos anos e G( )ue sem2re encontravam( 2or e"em2lo( em seus manuais did,ticos o 2oema #5uvir estrelas'( de ?ilac( e o conto #Um a2+logo'( de Mac8ado de ssis4 5u se&a( * uma tendncia )ue 2ersevera( não em %avor de uma maior di%usão das obras liter,rias brasileiras( mas %avorecendo uma $ona de con%orto engessada na escol8a do consagrado( &, legitimado como material escolar 2rima$4 9sso * o )ue !oares c8ama de escolari$ação inade)uada da literatura( essa recorrncia dos mesmos autores e obras( tamb*m a %alta de crit*rio .ou de clare$a )uanto a esses crit*rios3 na seleção de autores e te"tos .&, )ue muitas ve$es o 2r+2rio autor do livro did,tico 2rodu$ te"tos )ue são 2seudoliter,rios3 e( 2or %im( critica o %ato de ine"istir em alguns livros did,ticos in%ormaç7es sobre o autor do te"to inserido e a re%erncia bibliogr,%ica da obra4 Mas !oares não se restringe a a2ontar o 2roblema( a2onta um camin8o di%erente 2ara se 2ensar o liter,rio em sala de aula: #talve$ o )ue se devesse 2retender seria não o con8ecimento de certos autores e obras( mas a com2reensão do liter,rio e o gosto 2ela leitura liter,ria' .24HI34 5 )ue corres2onde ao conceito de letramento liter,rio( discutido( 2or e"em2lo( 2or Rildo CossonJ e subentendido nas 2ro2ostas urdidas 2elas 2es)uisadoras Bera Kei"eira guiar e Maria da l+ria ?ordini4 5 letramento liter,rio vai muito al*m de um mero ensino de 8ist+ria da literatura ou do uso do te"to liter,rio como 2rete"to 2ara atividades )ue não di$em res2eito = literatura 2ro2riamente dita4 >o tocante = seleção do %ragmento )ue constituir, o te"to( !oares assinala )ue %alta( muitas ve$es( te"tualidade nesse %ragmento selecionado 2elo autor do livro did,tico4 5u se&a( o %ragmento * selecionado e dis2osto de tal %orma )ue não constitui( genuinamente( uma unidade de sentido( um todo com2reensível( tornando-se( assim( um 2seudote"to4 Ela comenta )ue a escolari$ação da literatura acaba desencadeando esse uso constante de %ragmentos de te"to( mas critica veementemente o %ato de )ue nem sem2re esse %ragmento constitui-se( de %ato( como te"to4 5 )ue se con%igura( a meu ver( como uma ludibriação( os estudantes .tamb*m os 2ro%essores;3 são subestimados( desres2eitados( 2rivados do direito de interagir com te"tos verdadeiros( o )ue 2ode acarretar numa com2reensão errNnea( e"tremamente 2re&udicial( do )ue * um te"to( uma narrativa( uma leitura liter,ria4 !oares c8ama esse 2rocesso de %ragmentação inade)uada4 >o t+2ico re%erente = trans%erncia do te"to de seu su2orte liter,rio 2ara a 2,gina do livro did,tico( !oares discute a di%erença de ler um 2oema ou uma narrativa no seu su2orte original e l-los no su2orte did,tico( mesclados aos diversos conte
risco de 2re&udicar a literariedade do te"to e incorrer na inade)uada escolari$ação da literatura4 uanto aos ob&etivos da leitura de te"tos da literatura in%antil nos livros did,ticos( !oares %ala da %alta de clare$a e"istente( 2rinci2almente )uando se 2ro27em aos alunos e"ercícios )ue não 2ro2iciam uma an,lise do te"to liter,rio em sua essencialidade est*tica e 8umani$adora4 5 %oco( geralmente( %ica restrito ao conte
J C5!!5>( Rildo4 Letramento literário teoria e 2r,tica4 !ão Paulo: Conte"to( HG U9R( Bera Kei"eira de4 ?5RD9>9( Maria da l+ria4 Literatura: a %ormação do leitor( alternativas metodol+gicas4 Porto legre: Mercado berto( /QQI4 Referências
!5RE!( Magda4 escolari$ação da literatura in%antil e &uvenil4 9n: EB>EL9!K( 4 EK alii .orgs434 A escolarização da leitura literária : 5 &ogo do livro in%antil e &uvenil4 ?elo ori$onte: utntica( /QQQ4