Resenhadol i vr o:Teor i adaLi t er at ur a:UmaI nt r odução.
Jami l l eRabel odeFr ei t as Núbi aEnedi naSant osSouza
i a da Li t er at ur a:Uma I nt r odução.Sã EAGLETON ON,Ter r y.Teor o Paul o:Ma Mar t i nsFont es, 1997.88p.
i a da Li t e r at ur a:uma i nt r oduç ão Ter r yEagl et on,em Teor ,t r aça a hi st ór i a do est udo da l i t er at ur adesdeosest udi ososdosécul oXVI Iat éospósmoder nosdasúl t i masdécadas, f azendo uma ma apr esent ação daspr i nci pai scor r ent es t eór i cas do nosso sécul o.O aut or di scut eaquest ãodocânonel i t er ár i o,doquevem aserl i t er at ur aedopor quêdeal guma mas obr asser em denomi nadasl i t er at ur aseout r asnão.
Ol i vr oécompost odesei scapí t ul os.Nopr i mei r odel esoaut ori nt r oduzoassunt of azendo um per cur so ent r e as l i t er at ur as de aut or es i ngl esese f r ancesesdo sécul o XVI Ipar a demonst r arqueoconcei t odel i t er at ur acomoa“ escr i t ai magi nat i va”nãoéver í di co;expõe ocasodeobr asque,nopassadoer am t i dascomo mof at osehoj esãoconsi der adasficçãoe chegaaoconcei t ol ançadopel osf or mal i st asr ussos,queseposi ci onar am comopur i st as aoi nvésdebanal i zaroconcei t odear t e. Segundo el es,al i t er at ur aéuma mat r ansf or mação ei nt ensi ficação da l i nguagem comu mum, m, l ogo o cont eúdo mot i vava a f or ma do t ext ol i t er ár i o e a especi fici dade da l i nguagem ut i l i zadanot ext odi st i ngui aadasout r asf or masdedi scur so.Esseconcei t oper si st i uat éa chegada do St al i ni smo mo,que vi aal i t er at ur a como mo pr opaganda,f ocando a at enção na r eal i dademat er i aldot ext o.Osst al i ni st asnegavam acr í t i cadi al ét i caporacr edi t arquea l i t er at ur at i nhal ei sespecí ficas,est r ut ur asemecani smo mospr ópr i oseque,por t ant o,dever i a serest udadanoâmbi t oi ndi vi dual . De acor do com a t eor i a dosf or mal i st as,o di scur so l i t er ár i o modi fica a f al a comu mum e f azendoi sso,l evaol ei t oraexper i ment ar ,com mai ori nt ensi dade,asr eaçõeshabi t uai sque porvezessãoi nst ant âneas.Sendoassi m,ocar át erl i t er ár i oder i vadasdi f er ençasent r eos t i posdedi scur soe,por t ant o,adefini çãodel i t er at ur adependedaf or mapel aqualol ei t or l êot ext oenãodanat ur ezadoqueel eest ál endo.Logo,qual quercoi sapodeserl i t er at ur a e qual querl i t er at ur a pode dei xarde ser ,t endo em vi st a que as obr as l i t er ár i as são passí vei sdevár i asl ei t ur aseest ãosuscet í vei sdevár i asmo modi ficaçõese/ our eescr i t as.
Al gunst ext osnascem l i t er ár i os,out r osat i ngem acondi çãodel i t er ári os,ea out r ost alcondi çãoéi mpost a.Sobesseaspect o,apr oduçãodot ext oémui t o mai si mpor t ant edoque oseunasci ment o.O que i mpor t apodenão sera or i gem dot ext o,masomodopel oqualaspessoasoconsi der am.Seel as deci di r em que se t r at a de l i t er at ur a,ent ão,ao que par ece,o t ext o ser á l i t er at ur a,adespei t odoqueoseuaut ort enhapensado.( EAGLETON,1997, p.12)
No segundo capí t ul o,Eagl et on cont ext ual i za a l i t er at ur a na I ngl at er r a do sécul o XVI I I . Nessaépoca,al i t er at ur aer aconsi der adacomot odooconj unt odeobr asqueasoci edade val or i zava,eoquecl assi ficava umaobr aem l i t er ár i aou nãoer aai deol ogi adacl asse domi nant e. Ospr i mei r osconcei t osdel i t er at ur asur gi r am noRomant i smoeat échegaràconcei t uação aqualt emosacessoat ual ment e,asf or maçõesdi scur si vasda soci edadei ngl esa f or am demar cadas por novos di scur sos e r eor gani zadas de f or ma r adi cal . Em mei o ao cont ur badoper í ododaRevol uçãoI ndust r i al ,osr omânt i cosut i l i zavam al i t er at ur acomo f or ma de evasão e de exposi ção -ai nda que di ssi mul adament e,da r eal i dade soci al daquel a época,bem como a i deol ogi a camuflada dos aut or es e seus pr ot est os às i deol ogi asi mpost as.Enfim,aobr aem sipassaacont r ast arcom ocenár i osoci al ,porser espont âneaecr i at i va. À medi daque i ssoacont ece,osr omânt i cospassam aserpr i vadosdet oda equal quer adequaçãodent r eosmovi ment ossoci ai s.Essaat i t udeacabaporacar r et arum r ecuopar a asol i dão do aut oreaguçarasuacr i at i vi dade;aart epassaaseri sol ada dasr el ações soci ai sepr omovi daaocar gode“ f et i chesol i t ár i o”-énesseper í odoquesur geafil osofia daar t e. Em mei oaocaosi nst al ado,er anecessár i oal goquevi essehumani zaresuf ocarqual quer t endênci aáaçõespol í t i cascol et i vas,t r ansmi t i ndover dadesat empor ai seal i ment andoa massa com um espí r i t ode t ol er ânci aegener osi dade;essa t ar ef at or nousef unção da l i t er at ur ai ngl esa.At éosanos20,asuni ver si dadesi ngl esasnãor econheci am al i t er at ur a i ngl esa comoár ea de est udosacadêmi cos,et aldi sci pl i na er avi st acomoumamat ér i a apr opr i adapar a“ mul her esehomensdesegundaet er cei r acl asses” .Er aconsi der adaum t emaamadorem r el açãoàsdi sci pl i nasacadêmi cas," di fici l ment ecapazdeconcor r erem t er mosdei gual dadecom osr i gor esdaLi t er at ur aCl ássi caedaFi l osofia. ” Ao l ongo do sécul o XI X,o i mper i al i smo i ngl ês começou a se expandi re houve a necessi dade de um veí cul o que di ssemi nasse os val or es bur gueses par a as cl asses oper ár i as.Esseveí cul of oial i t er at ur ai ngl esa,quef ezopr est í gi odessal í nguasubi r .A “ f al ênci a da r el i gi ão”é at r i buí da pel o aut orcomo uma par cel a si gni ficat i va par a esse cr esci ment o.
Noent ant o,oi ngr essodessadi sci pl i nanasuni ver si dadesdemai orpr est í gi o–Oxf or de Cambr i dge,se deu com mui t ar esi st ênci a.Foisoment e com a der r ubada da fil ol ogi a cl ássi ca–mai oroponent edal i t er at ur ai ngl esa,queadi sci pl i naf oii nt r oduzi danoquadr o das di sci pl i nas acadêmi cas dessas r enomadas uni ver si dades.Os pr i mei r os pr oj et i st as dessa nova di sci pl i na, l i der ados por F. R. Leavi sf or mar am uma escol at eór i ca ngl êsde Cambr i dge,q denomi nadaI uei nfluenci ou deci si vament eoest udoda Li t er at ur a I ngl esa,at éosur gi ment oda Nova Cr í t i ca,quedef endi aqueal i t er at ur aer aum obj et o est ét i coenãoumapr át i casoci al . No t er cei r o capí t ul o,o aut ordi scor r e sobr e o est r ut ur al i smo e t oma como exempl oa A omyofCr i t i c i s m,d obr a nat eNor t hr opFr yepar amost r arqueanoçãodeest r ut ur al i smo est ál i gadaàest r ut ur adot ext o.Fr yeacr edi t avaqueoest udodal i t er at ur adever i aval or i zar aobj et i vi dadeem det r i ment odoi ndi vi dual i smo-noqueser ef er eaosj uí zosdeval or es, t endo em vi st a que a l i t er at ur a er a uma “ est r ut ur a ver balaut ônoma”e f unci onava de manei r asi st emát i ca.Par ael e,essesi st emadeveseri sol adodequal querr ef er ênci apar a que nada de ext er no venha i nfil t r ar se e suas cat egor i as não sej am pr ej udi cadas." O si st emadevet ambém expul sarqual querhi st ór i aquenãosej aal i t er ár i a:asobr asl i t er ár i as são f ei t as de out r as obr as l i t er ár i as,e não de qual quermat er i alest r anho ao pr ópr i o si st emal i t er ár i o. ” ( EAGLETON,1997,p.127) Eagl et on,ent r et ant o,mani f est a sua opi ni ão sal i ent ando que a l i t er at ur a não pode ser pr odut odoi sol ament o,t endoem vi st aque“ el anascedosuj ei t ocol et i vodar açahumana” . Sendoassi m,aobr adeFr yeser i adopont odevi st adoaut or ,f r ut odeumaut opi a,umavez quedemonst r aaver sãoàsuahi st ór i aemedodomundosoci al . O aut orr essal t aai ndaai mpor t ânci adar el ação ent r eossi gnos–l ei asesi gni ficant e+ si gni ficado,pr esent es no t ext o e o seu car át ersi ncr ôni co.A par t i rdessas anál i ses, Eagl et onpassaaf azerf usãoent r eoest r ut ur al i smoeasemi ót i ca,umavezqueest ase ocupadeest udarsi st emat i cament eossi gnos–t ar ef acabí velaosest r ut ur al i st as.Cont udo, o est r ut ur al i smo ao apr esent arsuas par t i cul ar i dades,acaba porse denomi narant i humani st aechocaromundol i t er ár i oporsuai ndi f er ençaaoi ndi vi dual i smo. “ A obr a não se r ef er e a um obj et o,nem é a expr essão de um suj ei t o i ndi vi dual ;ambossãoel i mi nados,eoquer est a,pendendonoarent r eel es,é um si st emader egr as.Essesi st emapossuiexi st ênci aaut ônoma,enãose i ncl i nar áàsi nt ençõesi ndi vi duai s. ”( EAGLETON,1997,p. 154)
Sendoassi m,oest r ut ur al i smol i mi t asequandonãor el aci onaaobr acom ar eal i dadeda qualest át r at ando,naqualest ái nser i daepar aqualest ápr oduzi ndo. Noquar t ocapí t ul o,oaut orexpõeosur gi ment odopósest r ut ur al i smocomoaut ocr í t i caao est r ut r al i smo.Segundoel e,essemovi ment ovei oi nst aur arumat eor i adadesconst r uçãoda anál i sel i t er ár i aeconseqüent ement e,suj ei t arot ext oaumapl ur al i dadedesent i dos.Essa
desconst r uçãoser i aent endi dacomo“ umapassagem daobr apar aot ext o” ,ondenãohá nadaquej ánãot enhasi doescr i t o;t udoéf r ut odeumai nt er t ext ual i dade;t udoér eescr i t o. Par af azeraexposi çãodessa cor r ent et eór i ca,Eagl et onf az r ef er ênci aaosest udos do l i ngüi st aFer di nandSaussur e,com osquai si l ust r aanecessi dadedesepar açãoent r eo si gni ficadodosi gni ficant e.
Seri ai l usão pensarquepoder i aest arpl enament epr esent eao l ei t oraqui l o que di go ou escr evo,por que o uso dos si gnos sempr ei mpl i ca al guma di sper são dasmi nhas si gni ficações,i mpl i ca sua di vi são,e o f at o de que j amai sser ão i dênt i casa simesmasem t odasasocasi ões.( EAGLETON, 1997,p.179)
Essanecessi dadeépr ocedent edasupost a“ i nst abi l i dadedal i nguagem”enquant oescr i t a, pr opost apel ospósest r ut ur al i st as.Com i sso,sur geai déi adequeal i nguagem nãodeve serconcebi dacomoum si st emaest ávelemui t obem del i mi t ado,poi st odososel ement os est ãoi nt er l i gados.Passaseent ãoapr i vi l egi arousodaf al aem pr ej uí zoàescr i t a,t endo em vi st aqueat r avésdest aai mpessoal i dadet omacont adodi scur soepodedet ur para mensagem,enquant oqueaquel at r ansmi t eodi scur sodemanei r aí nt i maeespont ânea. Daísur geafil osofiaf onocênt r i ca–cent r adana“ vozvi va” . Énopósest r ut ur al i smoqueacr í t i cal i t er ár i apassaaveral i t er at ur acomoel ement ocapaz def or maraconsci ênci acr í t i cadol ei t orsobr ear eal i dadedomundo.Osant espr et er i dos– negr os,mul her es,pobr esehomossexuai s,passam asef azerpr esent esnal i t er at ur acomo cent r o,easpr oduçõesl i t er ár i asganham car át erpopul ar . O mai snot ávelpr opagadordessacor r ent et eór i caf oiJacquesDer r i da,fil ósof of r ancêsque ut i l i zavaat át i cadecr í t i cadesconst r ut i vapar ademonst r arcomoum t ext opodeembar açar seuspr ópr i ossi st emasl ógi cosdomi nant es.Ospr ecei t osdesconst r ut i vi st asdi ssemi nados porDer r i danãoal cançar am oêxi t odesej ado,mas,set ai spr ecei t osnãoseconcr et i zar am, ficouacar godacr í t i cal i t er ár i após-est r ut ur al i st agar ant i raval i dadeeaconst ânci adesses ideais. Nocapí t ul oconcl usi vo,oaut orquest i onaafinal i dadedat eor i al i t er ár i aeafir maquenão há pur i smo na t eor i a em quest ão;o que há é uma “ nar r at i va do af ast ament o das r eal i dades. ”Segundoel e,opapeldat eor i aéponder arsobr eacr í t i cal i t er ár i aeanat ur eza dal i t er at ur a;ost eór i cos,cr í t i cosepr of essor essãoencar r egadosdepr eser var ,ampl i ar , desenvol ver ,def enderei ni ci arnovat osaoest udodocânonel i t er ár i o. Eagl et onchegaaconcl usãodequenãohámot i vospar adebat erahi pót esedeal i t er at ur a est arr el aci onadaou nãocom ahi st ór i a;háéquesef aça umar el ei t ur adessapr ópr i a hi st ór i a.Trat asedeut i l i zaçãodeest r at égi apar aanal i sarosef ei t osi deol ógi cospr oduzi dos pordet er mi nadossi gni ficant esdeum t ext ol i t er ár i o.
Nem épr ovávelqueost ext oshoj ecl assi ficadoscomo“l i t er at ur a”sej am vi st os e defini dos da mesma manei r a como o são hoj e,quando t i ver em si do devol vi dosàsf or maçõesdi scur si vasmai sampl asepr of undasde quesão par t e.Ser ão i nevi t avel ment e“ r eescr i t os”,r eci cl ados,t er ão usosdi f er ent es, ser ãoi nseri dosem di f er ent esr el açõesepr át i cas. ( EAGLETON,1997,p. 292)