CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
FILOSOFIA DA CIÊNCIA INTRODUÇÃO AO JOGO E SUAS REGRAS CAPÍTULO I: O SENSO COMUM E A CIÊNCIA (I)
Curso de Engenharia Elétrica Metodologia Científica Professor: Sérgio Birchal Aluno: José George Melgaço Souza
Belo Horizonte 2012
José George Melgaço Souza
FILOSOFIA DA CIÊNCIA INTRODUÇÃO AO JOGO E SUAS REGRAS CAPÍTULO I: O SENSO COMUM E A CIÊNCIA (I)
Resenha Crítica apresentada para obtenção de nota parcial na disciplina de Metodologia Científica, curso de Engenharia Elétrica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, ministrada pelo professor Sérgio Birchal.
Belo Horizonte 201
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA INTRODUÇÃO AO JOGO E SUAS REGRAS CAPÍTULO I: O SENSO COMUM E A CIÊNCIA (I)
ALVES, Rubens. Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e Suas Regras . Editora Brasiliense, 1981. Rubem Alves, psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros envolvendo temas religiosos, educacionais e existenciais. Nascido em 1933, na cidade de Boa Esperança, o mineiro escreveu o livro A Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e Suas Regras em 1981, sendo uma de suas principais publicações na área da Filosofia. O livro realiza uma comparação entre senso comum e a ciência, incitando o leitor a refletir com acontecimentos cotidianos que exemplificam seus argumentos. Utilizando uma linguagem simples, Rubem apresenta seu texto em tópicos, cada qual com argumentos e exemplos de fácil entendimento, influenciando o leitor a pensar e a alcançar a conclusão acerca do tema por si mesmo. Situações do dia-a-dia são usadas para ilustrar os pensamentos sem que o leitor necessite de uma carga literária preliminar para que compreenda as afirmações do autor. O capítulo em questão, O Senso Comum e a Ciência, tenta estabelecer uma definição, em linhas gerais, do que é senso comum e o que é ciência por meio de comparações e exemplificações. Afirma que a ciência é uma especialização de uma ou mais habilidades intelectuais de um indivíduo, sendo a mesma uma derivação do senso comum. Rubem tenta desmistificar a figura do cientista como um mito, alguém que, por ter conhecimentos julgados superiores pela sociedade, está incumbido de pensar, livrando o restante da sociedade de fazêlo. Isso é alcançado por meio de argumentos que aproximam senso comum e ciência como tópicos interligados, porém diferentes. Por meio de situações, perguntas e exemplos de fácil entendimento, infere a ideia de que a ciência nasce da necessidade de se criar um problema e de resolvê-lo. Ou seja, o senso comum trata os problemas sem solução técnica e científica como algo místico ou mero acaso, livrando o indivíduo de buscar as respostas para a devida resolução. Rubem argumenta, assim, que a ciência é o senso comum refinado e disciplinado, buscando problemas e resolvendo-os, ao invés de culpar o acaso e entidades místicas.
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Por fim, Rubem exemplifica os dinossauros e a diferença entre humanos e pedras ou animais inferiores, afirmando que os primeiros desapareceram por se tornarem incapazes de se adaptar (resolver os problemas impostos pelo ambiente) e que, a segunda, consiste na capacidade dos humanos de aprender novas soluções para novos problemas, evoluindo e, consequentemente, tendo mais chances de sobrevivência às mudanças do meio. Senso comum e ciência nascem da necessidade de se compreender o mundo. O texto de Rubem é de fácil entendimento e seus exemplos, diferente de algumas bibliografias da área da filosofia, são simples. A desmitificação do cientista e a defesa do senso comum como algo não inferior á ciência são pontos interessantes desenvolvidos ao longo do texto. O livro incita a reflexão sobre a diferença entre os dois termos (senso comum e ciência) e sobre sua existência, não como uma hierarquia, mas como uma continuidade e dependência entre eles, dentro da sociedade. A obra é indicada para estudantes, estudiosos e curiosos a respeito da filosofia, mais especificamente sobre senso comum e a ciência relacionados diretamente com a sociedade e o cotidiano e não com termos estritamente teóricos. José George Melgaço Souza é acadêmico do curso de Engenharia Elétrica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.