ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é linguística. São Paulo: Brasiliense, 2007. Eni Pulcinelli Orlandi, nascida em São Carlos SP, possui graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara (1964), mestrado em Linguística pela USP (1970), doutorado em Linguística pela USP e pela Universidade de Paris/Vincennes (1976). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística. É autora de diversas obras literárias e, dentre essas, do livro “O que é linguística”. Essa obra traz elucidações sobre a história da Linguística e mostra o desenv des envolv olvim iment entoo do pen pensam sament entoo linguí linguísti stico co atravé atravéss das abo aborda rdagen genss dos precursores dessa ciência. A autora ainda destaca as bases da linguística moderna, a sua aplicação e as concepções gerais sobre os seus objetos de estudo. No primeiro capítulo, a autora mostra a necessidade que o homem tem em obter conhecimento, e uma das formas de obter esse domínio é através da linguagem. A curiosidade do homem pela linguagem se dá desde os tempos mais antigos, mas foi só com a criação da Linguística que essas manifestações de curiosidade tomaram a forma de uma ciência, com objeto e método próprio. No ca capí pítu tulo lo se segu guin inte te,, Orla Orland ndii proc procur uraa dife difere renc ncia iarr a Ling Linguí uíst stic icaa da gram gramát átic icaa trad tradic icio iona nal.l. A au auto tora ra ta tamb mbém ém se preo preocu cupo pouu em ress ressal alta tarr os momentos chave na constituição da Linguística, através das gramáticas gerais do século XVII e das gramáticas comparadas do século XIX. Dentro dessa trama trama que enreda enreda o pen pensam sament entoo linguí linguísti stico, co, a aut autora ora des destac tacou ou du duas as das principais tendências: o Formalismo e o Sociologismo. No terceiro capítulo, Orlandi destaca as bases da linguística moderna que tiveram estruturação a partir do Curso de Linguística Geral, do suíço Ferdinand de Saussure que através desses ensinamentos estabeleceu para a ciência da linguagem uma divisão em quatro disciplinas que correspondem a quatro diferentes níveis de análise: a fonologia, a sintaxe, a morfologia, e a semântica. Com isso, a Linguística ganhou como objeto de estudo específico: a língua. Porém, uma importante distinção, que Saussure fez, foi entre a língua e a fala. Outra diferenciação foi a que separa sincronia e a diacronia. Desse modo, com os conceitos de língua, valor e sincronia, Saussure instituiu a base
da Lin Linguí guísti stica. ca. Sauss Saussure ure cha chamou mou essa essa organi organizaç zação ão int intern ernaa da lín língua gua de Sistema, porém, seus sucessores a titularam de Estrutura. Uma das formas des esse se es estr truutu tura ralilism smoo é o fu func ncio iona nalilissmo, que co connside sidera ra as funç funçõões desempenhadas pelos elementos linguísticos sob qualquer de seus aspectos: fônicos, gramaticais e semânticos. Mas dentro dos aspectos fônicos surgem distinções que também descrevem as unidades gramaticais e semânticas, entã en tãoo pa para ra da darr co cont ntaa de dess ssas as difi dificu culd ldad ades es,, os se segu guid idor ores es de Saus Saussu sure re,, começaram a levar em conta diferentes tipos de relações: as oposições e os contrastes. Esses dois tipos de relação constituem dois eixos: o paradigmático e sintagmático que são o suporte da organização geral do sistema da língua. No quarto capítulo, a autora mostra que existe mais de um funcionalismo e dentre esses está o que considera as funções constitutivas da natureza da linguagem. Essas funções caracterizam o papel de cada um dos elementos do esquema da comunicação. Então as funções da linguagem foram divididas em: expressiva, conotativa, referencial, fática, poética e metalinguística. Noss Estado No Estadoss Unidos Unidos L. Bloomf Bloomfiel ieldd propôs propôs o dis distrib tribuci uciona onalis lismo mo que sugeria uma explicação comportamental (behaviorista) dos fatos linguísticos e se co cont ntra rapu punh nhaa as ex expl plic icaç açõe õess da ling lingua uage gem m qu quee fize fizess ssem em recu recurs rsoo a “exterioridade” do homem. Com o desenvolvimento da Linguística, surgiram os círculos linguísticos, e os principais foram: o de Moscou (CLM), criado em 1915 e o Circulo de Praga (CLP), que se iniciou em1928 com o manifesto dos russos Troubetzkoy, Karcevsky e Jakobson. Nos anos 50, Noam Chomsky produziu uma mudança na Linguística e sugeriu uma teoria gramatical centrada na sintaxe, com isso surgiu a Gramática Gerati Gerativa va de Noa Noam m Cho Choms msky ky.. Esta Esta gramát gramática ica pos possui sui do dois is tip tipos os de regras regras:: sintagmáticas e de transformação. Para Chomsky, a sintaxe é autônoma, e a semânt sem ântica ica é ape apenas nas int interp erpreta retativ tiva, a, ma mass para para os seg seguid uidore oress da se semân mântic ticaa gerativa quem tem o poder gerativo é a semântica. A cada objeção dos semanticistas gerativos Chomsky persistia em mostrar a autonomia da sintaxe e em virtude disso, propôs a teoria-padrão ampliada (1972) e, em seguida fez novas reformulações que resultaram na teoria-padrão ampliada revista (1976). No quinto capítulo, a pesquisadora mostra o objetivo da sociolinguística, que é sistematizar a variação existente na linguagem e também uma postura diretamente oposta que é a da Etholinguística que não considera a linguagem como reflexo, e sim como causa das estruturas sociais (ou culturais). A partir
daí começam a ter importância teorias que levam em conta tanto a relação linguagem/pensamento quanto a relação linguagem/sociedade, dando assim maior importância ao estudo da significação. No último capítulo de seu livro, Orlandi mostra que linguagem não pode se restringir a teorias inflexíveis, pois, não há apenas uma maneira de pensála. Apesar disso, a linguística não fica livre de um discurso dominante que a procura definir. Por isso Orlandi, aponta, nesse último capítulo, algumas linhas de pensamento que ligaram pensadores de diferentes épocas na busca de entender a linguagem, e indica ao leitor algumas obras que, em sua opinião são essenciais para se entender de maneira mais eficiente essa ciência tão ampla que se intitula Linguística. Tendo em vista os assuntos abordados pela autora, passo a entender que a Linguística deve ser observada por vários ângulos, pois, é uma ciência muititoo va mu vast staa e ba bast stan ante te arti articu cula lada da.. O livr livroo ajud ajudaa a en ente tend nder er melho elhorr a sistematização da linguagem já que traz abordagens de vários estudiosos, que em diferentes épocas buscaram elucidar os mistérios da linguagem. Esse é um livro indicado para todos os que buscam compreender a Linguística de maneira mais ampla tendo em vista uma linguagem sucinta e de fácil compreensão.