RELATÓRIO
Visita ao ICES (Instituto Cearense de Educação de Surdos)
EDINALDO FERREIRA LIMA
FORTALEZA, MAIO DE 2017. 1
RELATÓRIO
Visita ao ICES (Instituto Cearense de Educação de Surdos)
EDINALDO FERREIRA LIMA
Relatório apresentado à disciplina de LIBRAS do Curso de Licenciatura em Artes Visuais do INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ, para a obtenção de nota parcial.Professora Andrea Lemos.
FORTALEZA, SETEMBRO DE 2017. 2
SUMÁRIO
Introdução --------------------------------------------------------------------------------------- 4 Capítulo 1 1.1 A estrutura organizacional do ICE ------------------------------------------------- 5 1.2 O processo avaliativo do ICE -------------------------------------------------------- 5 Capítulo 2 2.1 A situação atual da Educação surda ---------------------------------------------- 7 2.2 A cultura, o povo e a comunidade surda ---------------------------------------- 7 Referências -------------------------------------------------------------------------------------- 9
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INTRODUÇÃO
O presente relatório é parte integrante da disciplina de LIBRAS do Semestre 2017.1 ministrada pela professora Andrea Lemos no IFCE. É composto de dois capítulos. O primeiro apresenta um relato de tudo que foi assimilado durante a visita à escola. O segundo traça um paralelo sobre tudo que foi visto em sala de aula durante o semestre e a visita. O local designado pela professora foi o ICES (Instituto Cearense de Educação de Surdos). Essa escola foi fundada em 25 de Março de 1961 pelo professor Hamilton Cavalcante de Andrade e teve como inspiração o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) do Rio de janeiro. O ICES adotou inicialmente uma abordagem oralista e nos anos 1990 mudou para a abordagem bilíngue. Somente no inicio dos anos 2000 que a escola adotou definitivamente LIBRAS como abordagem oficial. Com mais de 50 anos de existência o ICES é a única instituição púbica estadual do Ceará totalmente voltada para a Educação de surdos. A visita foi de extrema importância para o contexto da disciplina de LIBRAS bem como para nosso crescimento pessoal como pretensos educadores e cidadãos.
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CAPÍTULO 1
1.1 A estrutura organizacional do ICE.
A visita ao ICES (Instituto Cearense de Educação de Surdos) ocorreu no dia 14 de junho de 2017 às 1800hs com a presença da Professora Andrea e alguns alunos de diferentes Licenciaturas. Primeiramente fomos apresentados à professora Neiva que foi nossa guia durante a visita. Ela nos explicou algumas coisas sobre a estrutura organizacional da escola. Ela possui cerca de 50 professores sendo 30% deles fluentes em Libras. Para os não fluentes, suas aulas são regidas com a presença de intérpretes. Interessante ressaltar que alguns professores também são surdos. Recentemente a escola absorveu alguns professores concursados, o que denota uma preocupação em ofertar uma educação de qualidade para os alunos com pessoal especializado. A matriz curricular da escola é a mesma das outras escolas da cidade sendo que essa escola, especificamente, atende ao público do Fundamental I, Fundamental II e Ensino Médio. A diferença principal é tão somente a metodologia aplicada – no caso a Linguagem Brasileira de Sinais que é desenvolvida e apresentada como a língua oficial dos alunos. O português apareceria secundariamente e, em alguns casos, o inglês e o espanhol em terceiro planos. A carga horária semanal é de 4hs/a.
1.2 O processo avaliativo do ICE.
O processo de avaliação dos alunos foi um tópico interessante e que tomou boa parte da visita. Explicá-lo demandou a ajuda de alguns estagiários do Instituto. Fomos levados a uma sala que funciona como “ilha de edição” com uma quantidade absurda de material de informática. Fico imaginado o enorme prejuízo que seria caso a escola fosse assaltada, levando-se em consideração 5
a frequência com que esse tipo de ação tem se solidificado ultimamente na cidade. As provas são transmitidas por computador através de vídeos que possuem tradutores explicando o enunciado e as alternativas a serem assinaladas. Logo em seguida é apresentado o gabarito das provas. É muito válido ver que os alunos são submetidos a processos tecnológicos que, além de facilitarem seu desenvolvimento, promovem sua presença num contexto digital tão necessário aos dias atuais em todos os sentidos.
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CAPÍTULO 2
2.1 A situação atual da Educação surda. É possível perceber certo descaso das autoridades governamentais em relação à manutenção financeira do instituto. Os recursos reservados à escola são sistematicamente cortados e alguns projetos, antes assistidos pelo governo, aos poucos vão sendo extintos. Como toda escola, infelizmente na atual conjuntura, falta comprometimento das autoridades para manter o padrão vigente – que já é bem ruim. Essa falta de recursos acarreta o fechamento das poucas escolas voltadas para esse publico existentes no Brasil, o que passa a ser um grande problema para absorver todo esse pessoal, pois, atualmente no Brasil temos cerca de 1.000.000 de jovens surdos até os 19 anos (IBGE. 2010).
No caso da educação para surdos, há mais barreiras a serem enfrentadas e infelizmente há preconceito até de profissionais que supostamente estão lá para acolher e trabalhar com esse público. O filme “e seu nome é Jonas ” (Richard Michaels. EUA. 1979) apresenta algumas professoras, psicopedagogas e psicólogas usando de total inapetência no trato das crianças surdas. Embora antigo, o filme retrata o cenário atual. Seria interessante crer que tais atitudes não ocorram dentro do ICES.
2.2 A cultura, o povo e a comunidade surda. Mesmo com tantas adversidades o ICES é de suma importância para a manutenção do cenário cultural surdo de fortaleza. É um lugar de convivência e desenvolvimento da identidade dessas pessoas através de suas interrelações. O tempo de convivência na escola fomenta essa cultura surda e proporciona aos alunos possibilidades para que eles vejam e compreendam seu lugar no mundo fora dos muros da escola. A cultura surda é a maneira de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável (STROBEL, 2008.) e, se esses sujeitos tiverem sua base educacional solidificada num ambiente 7
propício, tanto melhor. A comunidade surda (grupos de surdos organizados em prol de um mesmo objetivo) passa a ganhar visibilidade tanto no quesito organizacional quanto social e isso instiga ao povo surdo (sujeitos surdos que não habitam o mesmo local, mas que estão ligados por uma mesma origem) a legitimar essa visibilidade da cultura surda perante todos os outros povos, grupos e organizações. Afinal, somos todos irmãos.
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REFERÊNCIAS Barreiras de Acessibilidade para Surdos. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica> Acesso em 01 de Setembro de 2017 E seu nome é Jonas. Ficha Técnica. Disponível em Acesso em 01 de Setembro de 2017. Instituto Cearense de Educação de Surdos. Disponível em . Acesso em 01 de Setembro de 2017 STROBEL, Karin. As Imagens do Outro Sobre a Cultura Surda. Editora UFSC. Florianópolis. 2008.
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