Escola Secundária c/ 3º CEB Batalha
Novembro 2005
Introdução
No âmbito da disciplina Biologia e Geologia, foi-nos proposto uma actividade experimental, denominada: “Observação de fases de mitose em células vegetais ”. Com estudos efectuados anteriormente, ficámos a conhecer que os organismos vivos, desde unicelulares aos multicelulares, incluem no seu desenvolvimento, períodos de crescimento celular e de períodos de divisão celular. A este conjunto de fenómenos, denominámos por ciclo celular. A grande importância da divisão celular, é a manutenção da integridade física dos indivíduos, isto é, dum modo geral cada célula cresce, aumenta o seu conteúdo e divide-se assim sucessivamente. Normalmente, cada célula mãe origina duas células filhas, que se tudo correr bem, são geneticamente iguais. Durante a divisão celular, os constituintes da célula são distribuídos pelas células filhas; quanto ao ADN1, este é autoduplicado (replicação semiconservativa2) e as cópias são distribuídas. Este fenómeno é que assegura a continuidade genética da vida. Nos seres eucariontes, as moléculas de ADN encontram-se no núcleo das células, associados a proteínas – histonas, constituindo estruturas filamentosas, complexas designadas por cromossomas. Estas estruturas filamentosas podem apresentarse ao longo da vida das células na forma de dispersa ou na forma condensada. Quando as células ainda não se encontram em divisão, o cromossoma apresenta-se distendido, não concentrado, formando a cromatina. Por outro lado, quando o cromossoma está em divisão, encontra-se bem condensado e é constituído por dois cromatídeos (braços do cromossoma).
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Ácido nucleico constituído por desoxirribonucleótidos. desoxirribonucleótidos. Suporte físico da informação genética. Processo que permite a autoduplicação do ADN e em que cada uma das duas cadeias da molécula serve de molde síntese de uma nova cadeia complementar, constituindo-se constituindo-se duas moléculas idênticas. 2
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No local onde os cromatídeos se juntam, denomina-se por centrómero.
Fig.1 – Cromossoma condensado O ciclo celular é constituído por duas fases: interfase e fase mitótica. A interfase é o período compreendido entre o fim de uma divisão celular, e o início da seguinte. Nesta fase os cromossomas estão sob a forma de cromatina, ou seja, não tão condensados. Este processo é constituído por três períodos: G1, S, G2. No G1 dá-se a formação de proteínas, enzimas, RNA e organitos celulares; na S, dá-se o início da replicação do ADN; na G2 dá-se a síntese de biomoléculas necessárias à divisão celular. A fase mitótica diz respeito ao período durante, o qual ocorre a divisão celular. Esta fase é constituída por duas etapas: mitose e citocinese. A mitose diz respeito ao conjunto de transformações, durante as quais, o núcleo das células eucarióticas se divide. Esta é constituída por subfases: profase, metafase, anafase e telofase. A profase é a etapa mais longa da mitose, é nela que ocorre mudanças no núcleo e no citoplasma. Os cromossomas começam a condensar-se, e são constituídos por dois cromatídeos. No caso das células animais, os centríolos começam a afastar-se em sentidos opostos, formando o fuso acromático. No caso das plantas, o fuso acromático é formado por centros organizadores de microtúbulos. Na metafase os cromossomas estão no seu máximo de condensação, os centríolos encontram-se em pólos diferentes (em células animais), as fibrilas do fuso acromático ligam-se aos Observação de fases de mitose em células vegetais
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cromossomas, os cromossomas encontram-se “colineares” no centro formando a placa equatorial. Na anafase dá-se a separação dos cromatídeos para pólos diferentes, a partir das fibrilas, no fim desta fase, os dois pólos das células têm colecções completas e equivalentes de cromossomas e portanto de ADN Na telofase, a membrana nuclear volta a organizar-se, os núcleos reaparecem, dissolve-se o fuso acromático, os cromossomas descondensaram, a célula fica constituída por dois núcleos, terminando assim a mitose. A citocinese diz respeito à divisão do citoplasma e, portanto, à consequente individualização das células filhas. Esta fase difere das células animais e vegetais. Enquanto que na célula animal há um processo de estrangulamento da célula mãe a meio, até se formar duas células filhas individualizadas, na célula vegetal não se dá o estrangulamento, devido à parede esquelética. Assim as vesículas resultantes do complexo de Golgi, contendo polissacarídeos, são depositados na região equatorial da célula. Deste modo, origina-se uma lamela mediana que vai originar uma parede celular. Quando esta está bem constituída, forma-se as células filhas individualizadas. Com esta actividade iremos observar estas fases e subfases do ciclo celular. Ciclo Celular
Interfase G1
S
Profase
Fase mitótica mitótica G2
Mitose
Metafase
Citocinese
Anafase
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Telofase
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Objectivos
Respeitar as regras de segurança em laboratório; Seleccionar instrumentos adequados à realização das experiências e o respectivo manuseamento; Saber utilizar adequadamente o microscópio óptico; Identificar e observar as fases e subfases do ciclo celular.
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Material utilizado utilizado
Extremidades de raízes jovens da cebola; Material de dissecção; Ácido clorídrico; Microscópio óptico; Lâminas; Lamelas; Vidro de relógio; Lamparina; Orceína acética; Preparações definitivas.
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Procedimento Experimental Experimental
1- Colocou-se extremidades de raízes de cebola com cerca de três milímetros de comprimento, num vidro de relógio; 2- Adicionou-se algumas gotas de solução de ácido clorídrico; 3- Deixou-se actuar cerca de trinta minutos; 4- Durante o tempo de espera, observou-se preparações definitivas; 5- Colocou-se duas gotas de orceína acética numa lâmina de vidro; 6- De seguida, retirou-se as extremidades das raízes, e colocou-se sobre o corante presente na lâmina; 7- Cobriu-se com uma lamela; 8- Passou-se a lâmina sobre a chama da lamparina, tendo o cuidado de não carbonizar o material biológico; 9- Observou-se a preparação ao microscópio.
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Resultados obtidos
Fig.2 – Preparação elaborada na aula Ampliação: 10x100
Legenda: 1- Interfase 2- Profase 3- Anafase
Fig.3 – Preparação definitiva 1 Ampliação: 10x100x6
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Legenda: 1- Interfase 2- Profase 3- Anafase 4- Telofase
Fig.3 – Preparação definitiva 2 Ampliação: 10x100x6
Legenda: 1- Interfase 2- Profase 3- Anafase 4- Telofase 5- Metafase
Fig.4 – Preparação definitiva 3 Ampliação: 10x100x6
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Legenda: 1- Interfase 2- Profase 3- Anafase 4- Metafase
Fig.5 – Preparação definitiva 4 Ampliação: 10x100x6
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Discussão
Relativamente ao que observámos na preparação elaborada por nos ao longo desta actividade experimental, é que não se conseguiu identificar as etapas da fase mitótica. Por outro lado, nas preparações definitivas conseguimos observar claramente as etapas. Identificámos que em todas as preparações havia maior número de algumas etapas do que outras, nomeadamente de interfases. Observámos também que na interfase não se observava nitidamente os cromossomas, enquanto que nos restantes se observava claramente. Verificou-se também, que a posição dos cromossomas variava consoante o tipo de fase.
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Conclusão
Relativamente ao que observámos na preparação elaborada por nós, é que não se identificou as fases mitóticas. Este facto deve-se a erros de manuseamento e de elaboração da preparação. No que toca às outras preparações definitivas, podemos concluir que nas células vegetais, ocorre claramente a divisão celular, isto porque, observou-se acentuadamente todas as fases da fase mitótica. Observámos que nas preparações definitivas havia maior número de interfases do que as restantes fases, isto deve-se à cebola estar ainda em crescimento e preparação para a divisão celular de certas partes. Com a realização destas preparações, também averiguámos, que na interfase não se observa nitidamente os cromossomas, concluindo assim, que estes não estão condensados, e consequentemente ainda estão sob a forma de cromatina. Nas restantes etapas, os cromossomas eram bem nítidos, o que leva a concluir então, que quando ocorre a mitose os cromossomas encontram-se normalmente condensados. Ainda podemos concluir que, a posição dos cromossomas vão-se modificando, isto é, na profase encontram-se espalhados, na metafase encontram-se alinhados no centro, na anafase e telofase encontram-se em posições distintas. Este fenómeno, deve-se a cada função de cada etapa, isto é, a uma etapa com uma certa função implica uma posição distinta dos cromossomas. Ao longo da actividade utilizaram-se alguns reagentes com uma devida função. No caso do ácido clorídrico, serviu para dissolver as lamelas medianas que unem as paredes das células vegetais. Em relação à orceína acética, é a responsável pela coloração da cromatina. Esta actividade permitiu ainda verificar, que o processo mitótico nas células vegetais, tem algumas parecenças com o processo mitótico das células animais. Observação de fases de mitose em células vegetais
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Bibliografia
MATIAS, Osório, MARTINS, Pedro, Biologia 11º , Areal Editores, Porto, 2004, pp. 44 e 45. SILVA, Amparo Dias da e outros, Terra, Universo Vida – Biologia 11º ano , Porto Editora, Porto, 2004, pp.40 à 47
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