PARADIGMA INTERPRETACIONISTA: INTERPRETACIONISTA: A BUSCA DA SUPERAÇÃO DO OBJETIVISMO FUNCIONALISTA NOS ANOS 1980 E 1990
Na área dos estudos organizacionais, o funcionalismo continua a ampliar sua hegemonia até os momentos atuais. O interpretacionismo examina a profundidade do objetivismo na doutrina funcionalista, enquanto a doutrina crítica não se engaja e consequentemente, nada faz em função da mudança social. No funcio funcional nalism ismo, o, as organi organizaç zações ões são objeto objetoss concre concretos tos,, alcanç alcançáve áveis is e objetivos, já o interpretacionismo acredita que as organizações nascem de ações ações intenc intenciona ionais is do indivíd indivíduo, uo, enquan enquanto to sozinh sozinho o ou com rel relaçã ação o com outras pessoas, interagindo entre si, buscando entender e dar sentido ao seu mundo, mostrando o quanto a realidade social é subjetiva. Burrell e Morgan vêem o positivismo e o idealismo com características de abordagem objetivista e subjetivista, respectivamente. O objetivismo vê o mundo de forma realista, com visão na natureza humana, na qual se depara com leis. leis. Já o subjet subjetivis ivismo, mo, a rea realida lidade de é fundam fundament entada ada na percep percepção ção sensorial. Baseada nessas abordagens, estes autores ainda definem quatro para paradi digm gmas as soci sociol ológ ógic icos os,, ac acre resc scen enta tand ndo o além além dess dessas as,, a orde ordem m e a mudança. E então definem a abordagem objetivista como sendo a análise dos fenômenos sociais, sociais, com dois paradigmas: paradigmas: o funcionalist funcionalista a relacionado relacionado à ordem, e o estruturalista radical, relacionado à mudança. Ainda definem como uma abordagem subjet jetivista para os dois paradigm igmas: o interpretacionista, associado à ordem, e o humanista radical, associado à mudança. O paradig paradigma ma interp interpreta retacio cionis nista ta é amplo amplo nos pensam pensamento entoss filosóf filosófico icoss e soci socioló ológic gicos os,, chega chegand ndo o a divid dividir ir uma uma ca carac racte terí ríst stic ica a co comu mum m de tent tentar ar entend entender er e explica explicarr o mundo mundo social social atravé atravéss de percep percepçõe çõess de pessoa pessoass envolvidas envolvidas nesses processos processos sociais. A preocupação preocupação em compreender compreender essa experiência subjetiva do ser humano, são características comuns entre os pens pensam ament entos os da fenom fenomen enol olog ogia ia e a herme hermenê nêut utic ica, a, apes apesar ar de serem serem distintas na sua essência. As teorias desses pensamentos são construídas a partir do ponto de vista daquele que age e não do observador da ação. A realidade social é analisada como um processo em extensão da consciência humana e da experiência subjetiva. Podemo Pode moss aind ainda a iden identtific ifica ar outro utross dois dois tipos ipos de feno fenome meno nolo logi gia: a: a transcendental e a existencial. Na transcendental os teóricos seguem uma perspe perspecti ctiva va pertenc pertencent ente e ao paradig paradigma ma humani humanista sta radica radical. l. Observa Observam m a transcend endênc ência como uma possível ível liberta rtação do cotidi idiano. E a feno fenome meno nolo logi gia a surg surge e nas nas form formas as:: desc descri riti tiva va,, real realis ista ta,, co cons nsti titu tuti tiva va,, existencial e hermenêutica. Na visão hermenêutica a existência humana é inte interp rpre reta tati tiva va,, ou seja eja, é prec precis iso o bus buscar a ess essênc ência, ia, atri atribu buttos ou características do objeto, afim de melhor identificá-lo.
Ainda no pensamento fenomenológico, encontramos duas escolas de pensamentos que são muito usados nos estudos das organizações: a etnometodologia e o interacionismo simbólico. A etnometodologia é caracterizada pelo estudo detalhado do cotidiano da vida, buscando descobrir como e o que as pessoas fazem diariamente na construção de sua vida social, o conhecimento que adquirem no dia-a-dia, como também desvendar a natureza dessa realidade construída pelo individuo. No interacionismo simbólico o individuo age em relação a alguma outra coisa ou pessoa, de acordo com o significado que essa coisa tem para ela. Este estuda o aspecto subjetivo do comportamento humano em meio a um grupo social, a sua interação com o mesmo. Até mesmo, a variedade de técnicas para inventar e conservar realidade e fatos, além de definições próprias do mundo.
TEORIA CRÍTICA E PÓS-MODERNISMO: PRINCIPAIS ALTERNATIVAS À HEGEMONIA FUNCIONALISTA
TEORIA CRÍTICA: Uma teoria é constituída por várias hipóteses ou de argumentos utilizados na compreensão de fenômenos reais. Deste modo, uma teoria tenta descrever como as coisas são, ou como a realidade é. E para ser considerada científica, deve ter a capacidade de produzir prognósticos, e dizer o que estiver prestes a acontecer se as condições precedentes forem satisfatórias, então assim, a teoria se opõe à prática. Tornando perceptível que conhecer e agir são diferentes. A teoria crítica examina a diferença entre teoria e prática através da utilização da categoria “crítica”, devido a sua oposição à “visão tradicional” de teoria e de prática, pois, criticar não significa abrir mão de conhecer o mundo como ele é, nem ao menos pensar como o mesmo deveria ser. O embasamento desta teoria está na impossibilidade de mostrar as coisas como realmente são, tendo como ponto de partida, a expectativa de como elas deveriam ser, no que refere às possibilidades não alcançadas pelo mundo social. Identificar as potencialidades nos faz entender visivelmente como o mundo funciona e, uma vez identificando alguns obstáculos à realização dessas potencialidades. Neste sentido, a teoria crítica orienta a prática inicialmente da realização desses potenciais, através da identificação e rescisão dos obstáculos, isto é a teoria no ato. E o ato é a realização dos potenciais do mundo, e esses potenciais têm natureza emancipatória. O mundo se organiza em dois grupos de tendências estruturais. Um grupo de tendências são os atuantes na continuação dos obstáculos ao
cumprimento das “potencialidades melhores” do mundo. E no outro grupo, estão os atuantes potenciais da ação que permite superar os obstáculos. A ação na teoria crítica tem todo um sentido e esta ação passa a ser objeto da teoria.
PÓS-MODERNISMO Esta teoria do pós-modernismo gira em torno de um movimento teórico multidisciplinar que envolve desde a filosofia à estética, englobando as artes, a sociologia até a área dos estudos organizacionais. A “era pós-moderna” é composta por diversos elementos, como a globalização, o relativismo e o pluralismo. A mesma é caracterizada pelo desaparecimento da objetividade e da racionalidade, características que são tipicamente modernas; a espetacularização da sociedade é marcada pela idéia da mídia e da imagem; a cultura de massa; a normalização da mudança pela conceituação de tudo sendo volátil e transitório; e o papel do indivíduo na sociedade primordialmente como consumidor; além da comoditização do conhecimento. 8Criticando os modernistas e a sua fé na razão iluminista, os autores pósmodernistas tendem a argumentar que a racionalidade é muito mais difusa do que o Iluminismo supunha, e que o conhecimento apenas pode ser entendido à luz do tempo, espaço e contexto social em que é construído por indivíduos e grupos. No âmbito organizacional, o movimento pós-modernista chega, em especial, por meio de teóricos europeus vindos da tradição pósestruturalista, e por críticos da tradição positivista em sociologia e em estudos organizacionais.
Autores de orientação pós-modernista se multiplicavam, e dentro do escopo geral de crítica à modernidade e ao positivismo, focaram na relevância do discurso, do relativismo, da personalização e das relações de poder no que chamam de “construção” da verdade e do conhecimento.
Os teóricos pós-modernistas também popularizaram o uso de metodologias de inspiração pós-estruturalista, especialmente as análises genealógicas e historiográficas inspiradas no trabalho de Foucault (1987, 1988): são exemplos em análise organizacional, entre outros, o trabalho de Sewell e Wilkinson (1992), que traça a genealogia do movimento da qualidade e relaciona práticas de qualidade total com o panóptico, e o de Towney (1993), que desenha a genealogia da função de RH e a compara com censos populacionais, normatizantes e familiarizados pelo costume.