Língua Portuguesa Questões comentadas do CESPE/UnB Prof. Fernando Pestana – Aula 02
AULA 02: PRONOME e VERBO SUMÁRIO RESUMIDO 1- Questões do CESPE/UnB 2- Gabarito Comentado
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Salve, salve, meus alunos inquietos! Hoje a aula vai ser bastante importante, pois o CESPE/UnB adora pronomes e verbos. Farei o máximo para apresentar microaulas que certamente os ajudarão a entender as questões, beleza? Além disso, nos meus comentários, observe o padrão CESPE/UnB de cobrança destes dois assuntos. São sempre os mesmos assuntos. Fique atento! Só mais um adendo importante: o CESPE adora colocação pronominal. Recomendo que, caso fique carente quanto aos pronomes, revise a aula demonstrativa, pois há muita coisa boa lá! Sobre verbo, o CESPE adora emprego de tempos e modos verbais e correlação de verbal. Este é o foco da aula de hoje, portanto, ok? As últimas questões são atualíssimas!!! Sem mais, vamos às questões!
Questões do CESPE/UnB Algumas questões foram adaptadas para melhorar a didática. Lembre-se de que a prova trabalha com o julgamento de CERTO/ERRADO. Espero que seus julgamentos sejam certos! Vá fundo! ☺ CESPE/UnB – INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA - 2011 1- Acerca do vocabulário, das ideias e das estruturas linguísticas do texto, julgue (C ou E) os próximos itens. Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto se os infinitivos flexionados fossem substituídos pelas respectivas formas do infinitivo não flexionado no segmento “Ficamos a olhar o verde do jardim, as gotas a evaporarem, as lesmas a prepararem os corpos para novas caminhadas” caminhadas” (l.24-26).
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2- Julgue os itens que se seguem, referentes à organização das ideias e às estruturas linguísticas do texto. Na linha 11 ( A indispensabilidade da teoria política viria dessa necessidade de autoconhecimento dos indivíduos), indivíduos ), o uso do futuro do pretérito em “viria” sugere a intenção do autor em manter distanciamento em relação à ideia da “necessidade de autoconhecimento dos indivíduos”. 3- Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto, julgue os próximos itens. Texto “A questão da desigualdade, finalmente, está produzindo estudos focados em entender como entender como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas — estejam elas no topo ou na base” (...) A obrigatoriedade do emprego da forma verbal “estejam” (l.3), no modo subjuntivo, decorre da relação sintática entre essa forma verbal e o trecho “como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas” (l.2). 4- Julgue os itens a seguir, a respeito da organização das ideias e das estruturas linguísticas do texto. Texto "A escola da era da globalização, tecnologia e informação deve preparar o educando para intervir criticamente na realidade e transformá-la, e não apenas para integrá-lo integrá-lo ao mercado de trabalho. trabalho. Esse aluno deverá ter o perfil do cidadão engajado na luta pela justiça social" (...) Do ponto de vista argumentativo, o uso reiterado do verbo auxiliar dever, como em “deve preparar” (l.1) e “deverá ter” (l.3), indica grande probabilidade de os objetivos associados a essas formas verbais se tornarem realidade. 5- A substituição da forma verbal “tornava” (... tinha suas fraquezas e imperfeições, mas sabia que isso não o tornava menos humano e digno) por tornasse preservaria as regras gramaticais bem como a coesão e a coerência do texto. Texto
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2- Julgue os itens que se seguem, referentes à organização das ideias e às estruturas linguísticas do texto. Na linha 11 ( A indispensabilidade da teoria política viria dessa necessidade de autoconhecimento dos indivíduos), indivíduos ), o uso do futuro do pretérito em “viria” sugere a intenção do autor em manter distanciamento em relação à ideia da “necessidade de autoconhecimento dos indivíduos”. 3- Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto, julgue os próximos itens. Texto “A questão da desigualdade, finalmente, está produzindo estudos focados em entender como entender como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas — estejam elas no topo ou na base” (...) A obrigatoriedade do emprego da forma verbal “estejam” (l.3), no modo subjuntivo, decorre da relação sintática entre essa forma verbal e o trecho “como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas” (l.2). 4- Julgue os itens a seguir, a respeito da organização das ideias e das estruturas linguísticas do texto. Texto "A escola da era da globalização, tecnologia e informação deve preparar o educando para intervir criticamente na realidade e transformá-la, e não apenas para integrá-lo integrá-lo ao mercado de trabalho. trabalho. Esse aluno deverá ter o perfil do cidadão engajado na luta pela justiça social" (...) Do ponto de vista argumentativo, o uso reiterado do verbo auxiliar dever, como em “deve preparar” (l.1) e “deverá ter” (l.3), indica grande probabilidade de os objetivos associados a essas formas verbais se tornarem realidade. 5- A substituição da forma verbal “tornava” (... tinha suas fraquezas e imperfeições, mas sabia que isso não o tornava menos humano e digno) por tornasse preservaria as regras gramaticais bem como a coesão e a coerência do texto. Texto
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6- O emprego das formas verbais no subjuntivo “fôssemos” (l.20) e “tomasse” (l.21) deve-se à presença do elemento gramatical “Se” (l. 19). CESPE/UnB – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011 Texto
7- As formas verbais infinitivas “misturar” (l.9) e “provocar” (l.10) poderiam ser corretamente substituídas por suas formas flexionadas, misturarem e provocarem. Texto
8- A forma verbal “apreenderem” (L.7) poderia ser corretamente substituída pela forma verbal composta terem apreendido. CESPE/UnB – CORREIOS – ANALISTA (LETRAS) - 2011 Texto
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9- Estaria mantida a correção gramatical se as formas verbais “são formuladas” (l.4) e “Privilegiou-se” (l.5) fossem substituídas, respectivamente, por formulam-se e foi privilegiada. 10- Ainda com relação a esse texto, julgue os itens a seguir. Se, na linha 18, a conjunção “Se” fosse substituída por Caso, Caso, deveria ser alterado o tempo e mantido o modo verbal empregado na oração condicional. 11- A locução verbal “havia imprimido” (L.11-12) pode ser substituída por imprimira, imprimira, sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto. Texto (...) “A nova sociedade de redes favorecerá o advento de um mundo menos marcado pelos desequilíbrios sociais ou reforçará as desigualdades planetárias, criando excluídos da modernidade digital? digital? (...)
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12- Ao empregar o futuro do presente do indicativo em “favorecerá” (l.17) e “reforçará” (l.18), o autor faz uma previsão de duas características que distinguirão da sociedade atual a “nova sociedade” (l.15). Texto (...) “Nós vivemos na era da informação e as nações que quiserem realmente estar nesse tempo devem colocar cada vez mais informações na rede.” (...) 13- O emprego do modo subjuntivo em “quiserem” (l.7) revela que, na construção da textualidade, a intenção do autor do argumento é sugerir que há nações que resistem a “estar nesse ness e tempo” (l.8). CESPE/UnB – FUB – MÉDICO – 2011 14- Na oração “que tenha sido completamente formada na era da Internet” (L.14-15), a forma verbal “tenha” poderia ser substituída por haja, haja, sem alteração do sentido ou da correção co rreção gramatical do texto. CESPE/UnB – TJ/ES – ANALISTA (DIREITO) – 2011 15- No trecho “Se Mubarak caísse, o que viria em seu lugar” (L.19), estaria mantida a correção gramatical do texto caso se substituíssem as formas verbais “caísse” e “viria” por cair e virá, virá, respectivamente. CESPE/UnB – DETRAN/ES – ADVOGADO – 2010 Texto
16- A expressão "de forma a reduzir" (l.8) poderia ser substituída pela forma verbal reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período sintático em que ocorre.
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CESPE/UnB – TRE/PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2009 Texto
17- O uso de “preocupa-se” (l.15) em referência a uma ação de Ricoeur no passado indica a possibilidade do emprego de consiste para uma ação de Aristóteles, em lugar de “consistia” (l.13); mas o uso do pretérito em “deteve-se” (l.12) o impede. CESPE/UnB – INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – 2009 Texto
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18- Ao analisar a narrativa de Rousseau, a autora emprega, reiteradas vezes, o presente histórico — em vez dos tempos verbais pretéritos —, para imprimir assertividade à sua argumentação. CESPE/UnB – POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – 2009 Texto (...) Se não as encontrarmos, as consequências serão desastrosas, a começar pela morte de 2 milhões de crianças nos próximos cinco anos. (...) 19- A correção gramatical do texto seria preservada se fosse empregada a forma verbal encontrássemos em lugar de “encontrarmos” (l.3), com a vantagem de se reforçar a ideia de condição expressa pela oração iniciada por “Se não” (l.3). CESPE/UnB – TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2008
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20- A opção pelo emprego das formas verbais “tem mudado” (L.1) e “está mudando” (L.4) indica que a argumentação do texto mostra as mudanças do “trabalho” como durativas, estendidas no tempo. CESPE/UnB – EBC – GESTOR DE ATIVIDADE JORNALÍSTICA - 2011 Texto
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21- Os dois textos diferem quanto à colocação dos pronomes átonos: no texto 1, a colocação é livre, alternando-se usos prescritos e não prescritos pela norma culta; no texto 2, a posição dos pronomes átonos está de acordo com a norma culta. CESPE/UnB – ANALISTA DE CORREIOS (LETRAS) – 2011 22- A colocação pronominal em “caracteriza-se” (Essa revolução caracteriza-se simultaneamente por uma série...) indica a escolha dos autores por um registro mais formal de linguagem; o emprego desse pronome antes da forma verbal, além de caracterizar desrespeito às regras gramaticais do registro padrão da linguagem, representaria, no contexto, uso inadequado da linguagem, dado o caráter institucional do texto.
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CESPE/UnB – CNPQ – ANALISTA CIÊNCIA TECNOLOGIA JR. – 2011 Texto
23- Devido à estrutura sintática em que ocorrem, o emprego dos pronomes após o verbo em “ensinou-nos” (L.7) e em “tornar-se” (L.17) é obrigatório; por isso, a correção gramatical do texto seria prejudicada se esses pronomes fossem utilizados como em “se constitui” (L.11). CESPE/UnB – MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2010 24- Na linha 10, o deslocamento do pronome "se" para imediatamente após a forma verbal "concretizar" - não deverá concretizar-se - não prejudicaria a correção gramatical do texto. CESPE/UnB – ANTAQ – TÉCNICO EM REGULAÇÃO – 2009 25- O deslocamento do pronome átono para depois do verbo, em "se torna" (Em termos de segurança, a frota se torna um apoio fundamental para...), escrevendo-se torna-se, provocaria erro gramatical no texto. CESPE/UnB – DPF – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2009
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26- Na linha 4, para se evitar a sequência "nós nos", o pronome átono poderia ser colocado depois da forma verbal "fazemos", sem que a correção gramatical do trecho fosse prejudicada, prescindindo-se de outras alterações gráficas. CESPE/UnB – INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – 2009
27- No trecho "e que se tornaram imperceptíveis no espaço homogêneo da escrita" (l.7-8), seria admissível, de acordo com o padrão escrito da língua portuguesa, a colocação do pronome "se" após a forma verbal "tornaram". CESPE/UnB – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2008 28- A função sintática exercida por "a mim mesmo", em "Tratarei a mim mesmo" (L.14-15) corresponde a me e, por essa razão, também seria gramaticalmente correta a seguinte redação: Tratarei-me. CESPE/UnB – ABIN – OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – 2008 Texto
29- A idéia de suposição expressa na forma verbal "ficaria" (L.1) permite o emprego de submetermos, forma verbal no modo subjuntivo, em lugar de "submetemos" (L.2), sem que se prejudiquem a coerência e a correção gramatical do texto. CESPE/UnB – TRT/PR (9R) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2007 30- O uso do futuro do presente em “procurará” (A vítima procurará seu salvador e este último, uma vítima para salvar) sugere mais uma probabilidade ou suposição decorrente da situação do que uma realização em tempo posterior à fala. CESPE/UnB – PC/TO – DELEGADO DE POLÍCIA – 2008
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31- Na linha 2 ("Na sociedade moderna, ao inverso das anteriores, não há fronteiras, não há exterioridade."), a forma verbal “há”, nas duas ocorrências, poderia ser corretamente substituída pela forma existe. CESPE/UnB – MPE/PI – ANALISTA MINISTERIAL – 2012
32- No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos”, o elemento “aos” poderia ser corretamente substituído por àqueles. CESPE/UnB – STJ – TODOS OS CARGOS – 2012 33- A partícula “se”, em “Tratava-se então de uma biblioteca imaginária...” e em “... o lugar em que se encontravam centenas de milhares de rolos...”, classifica-se como pronome reflexivo e retoma, respectivamente, “uma biblioteca imaginária” e “centenas de milhares de rolos”. CESPE/UnB – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012 34- Na linha 7 (... biblioteca imaginária, cujos livros...), “cujos” expressa uma relação de posse. CESPE/UnB – IRBr – DIPLOMATA – 2012 35- Da combinação inusitada do verbo morrer , flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial “desde pequena” (Eu sei morrer. Morri desde pequena.) infere-se uma compreensão da morte diferente da que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho morrendo. Fragmento de texto (pincei só os verbos que estavam nos parágrafos, para otimizar o trabalho) (...) Era... embarcou... ia... (...) aceitaram... queriam... vieram... (...) 36- No segundo e no quarto parágrafos do texto, emprega-se o presente do indicativo com a mesma finalidade: a de realçar fatos ocorridos no passado. CESPE/UnB – PF – AGENTE – 2012 Fragmento do poema (pincei só as partes que nos interessavam) Prof. Fernando Pestana
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Ó grandes oportunistas... que calculais... (...) / Ó personagens solenes (...) / Ó soberbos titulares 37- No poema, que apresenta uma denúncia de atos de abuso de poder, foram utilizados os seguintes recursos que permitem que a poeta se dirija diretamente a um interlocutor: emprego de vocativo nos versos 1, 9 e 33 e de verbos na segunda pessoa do plural, todos no imperativo afirmativo. CESPE/UnB – MPE/PI – ANALISTA MINISTERIAL – 2012 Fragmento de texto Vestidos de palhaço, eles aproveitam o tempo dos carros parados no semáforo para cumprir essa missão. Com cartazes educativos, ocupam a faixa de pedestres, fazem performances e brincam com os motoristas. 38- Sem prejuízo semântico para o texto, as formas verbais “fazem” e “brincam” poderiam ser substituídas pelas formas fazendo e brincando, respectivamente.
Gabarito Comentado CESPE/UnB – INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA - 2011 1GABARITO: C. Sobre o emprego do infinitivo flexionado e não flexionado, recomendo que você leia a microaula abaixo; antes, porém, comento a questão. Os gramáticos dizem que, quando se quer dar ênfase ao sujeito do verbo no infinitivo, é possível flexioná-lo. Portanto, embora devamos levar em conta as regras abaixo, a flexão do infinitivo dependerá da intenção do autor e da clareza que se quer dar ao discurso. Observe esta frase: Convidei meus amigos para almoçar/almoçarem lá em casa. (tanto faz) Portanto, pode o infinitivo se flexionar ou não neste caso: “Ficamos a olhar o verde do jardim, as gotas a evaporar/evaporarem , as lesmas a preparar/prepararem os corpos para novas caminhadas”. Ficou claro? Agora leia mais: O Infinitivo Prof. Fernando Pestana
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É a forma verbal que às vezes se comporta como um substantivo (principalmente nos casos de não flexão), daí ser chamado de forma nominal. É também verbal no seu estado estático, não variado, terminando em –AR, –ER ou –IR. Pode ser ou não flexionado, desde que tenha um sujeito, como se vê abaixo: Era para eu cantar Era para tu cantares Era para ele cantar Era para nós cantarmos Era para vós cantardes Era para eles cantarem Obs.: Cuidado com o infinitivo flexionado, nas conjugações dos verbos regulares, é idêntico ao futuro simples do subjuntivo. Este participa de orações iniciadas pela conjunção se ou pela conjunção quando, indicando hipótese condicional ou temporal; aquele, de orações iniciadas geralmente por preposição (a, de, para, por...), indicando significado declarativo. Ex.:
Quando eu chegar , quererei festa. (futuro do subjuntivo) Ao chegar , quererei festa. (infinitivo)
Infinitivo Flexionado •
Quando o sujeito for claro
Ex.:
Não é necessário vocês chegarem mais cedo. Nunca mediremos esforços para vós serdes bem recebidos.
•
Mesmo não sendo claro o sujeito, é possível a flexão do infinitivo (favorece muitas vezes a clareza!!!)
Ex.: •
Está na hora de começarmos o trabalho. (se fosse ‘começar’, não haveria clareza plena de quem praticaria a ação)
Frase com dois sujeitos diferentes e não explícitos
Ex.:
(Eu) Falei sobre o desejo de (nós) aprontarmos o site logo.
Obs.: Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da outra oração, a flexão do infinitivo não é necessária, mas não é proibida: “Falamos sobre o desejo de aprontar o site logo” ou “Falamos sobre o desejo de aprontarmos o site logo”. •
Antecedido de preposição no início de oração subordinada
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Ex.: •
Para seres bem sucedido, empenha-te nos estudos.
Com verbos pronominais ou acompanhados de pronome reflexivo ou apassivador
Ex.:
Para nós nos precavermos, precisaremos de víveres. Eles ficaram sem se cumprimentarem durante anos. Por se reunirem os familiares, tudo ficou bem.
•
Verbo ‘ser’ indicando tempo, concorda com o numeral.
Ex.: •
Visto serem dez horas, deixei o local.
Querendo-se indeterminar o sujeito (3ª pessoa do plural)
Ex.:
Faço isso para não me considerarem um inútil. Precisamos agir assim para nos admitirem na empresa.
•
Infinitivo pessoal composto
Verbo auxiliar ter ou haver no “infinitivo pessoal simples + o principal no particípio” , indicando ação passada em relação ao momento da fala. Ex.: Para vocês terem adquirido este conhecimento todo, precisou de muito estudo? Infinitivo não flexionado •
Nas locuções verbais (como auxiliar ou principal):
Ex.:
Os alunos desejam sair mais cedo. Elas não poderiam ter feito isso comigo. Tornou a discutir devaneios e vãs filosofias. Acabou de passar na prova.
Obs.: Cuidado com o infinitivo que faz parte de uma locução verbal, mas vem distante
do auxiliar ou este está subentendido, é incrivelmente (na minha opinião) facultativo: “Poderemos , depois das lutas acirradas, vencidas duramente, cantarmos vitória” ou “Poderemos , depois das lutas acirradas, vencidas duramente, cantar vitórias." E, antes que você duvide de mim, o camarada que fala isso é nada mais, nada menos que o senhor Evanildo Bechara. Conhece? Prof. Fernando Pestana
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Sujeito do infinitivo é um pronome oblíquo átono ou um substantivo no singular (normalmente tais verbos são causativos (mandar, deixar, fazer ) ou sensitivos (ver, ouvir, sentir ))
Ex.:
Deixei-os brincar aqui. Deixaram-nos brincar ali. Deixaste o garoto brincar lá? A menina deixou-se ficar na janela. (o se é reflexivo)
Obs.: Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo no plural, pode-se usar tanto o infinitivo flexionado quanto o infinitivo não flexionado: “Mandei os garotos sair” ou “Mandei os garotos saírem”. •
O infinitivo não se refere a sujeito algum, com valor genérico
Ex.:
Navegar é preciso, viver não é preciso.
É proibido proibir . •
Após adjetivo ou substantivo, precedidos, respectivamente, de preposição ‘de’ ou ‘para’
Ex.:
São casos difíceis de solucionar . Eles têm aptidão para aprender línguas estrangeiras.
•
Quando der ao infinitivo valor de imperativo
Ex.:
Soldados, recuar ! Esquerda, volver ! Dar descarga ao usar o vaso. Grato.
Com o verbo parecer, impessoal (flexiona-se o infinitivo) Ex.: Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. Neste exemplo, a construção nos mostra duas orações. 1ª: Pareceu-me (verbo que exprime dúvida)
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2ª: estarem os candidatos confiantes (infinitivo flexionado por apresentar sujeito próprio). O verbo parecer pode ser auxiliar de uma locução verbal, aí varia se o sujeito estiver no plural; o infinitivo não se flexiona, pois verbo principal nunca varia: Ex.: Eles parecem estudar bastante.
CESPE/UnB – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO (LETRAS) – 2011 2GABARITO: C. O futuro do pretérito é um tempo verbal que está diretamente ligado à ideia de hipótese, suposição, dúvida, incerteza. Portanto, uma maneira de criarmos um distanciamento no nosso discurso é por meio do uso deste tempo verbal. Perceba que, com o uso do verbo no futuro do pretérito, se coloca em xeque a veracidade da afirmação, a saber: é, de fato, a indispensabilidade da teoria política uma necessidade de autoconhecimento dos indivíduos??? Interessante a questão. Pensando nisso, coloco mais uma microaula (nem tão micro assim) que pode ajudar você a entender melhormente a questão do emprego de tempos e modos verbais. Acompanhe: Os diferentes tempos verbais atendem a necessidades distintas dos falantes. Eles indicam o momento em que o falante quer situar os fatos. Os modos verbais vão exprimir, normalmente, certeza (indicativo), incerteza (subjuntivo) e ordem (imperativo). Vejamos primeiramente os tempos do modo indicativo, depois do subjuntivo e em seguida falaremos do modo imperativo.
Por favor, fique ligado nos tempos compostos correspondentes aos tempos simples a cada detalhamento abaixo! Tal correspondência é abordada em questão de prova. Preste atenção!!!
O MODO INDICATIVO PRESENTE •
Fato ocorre no momento em que se fala (presente pontual)
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Ex.:
Ouço vozes estranhas lá de fora...
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Estou ouvindo música agora. •
Fato habitual (presente iterativo)
Ex.:
Aos domingos, vou à missa. O galo sempre canta às 5 horas aqui perto.
•
Fato atemporal, verdade absoluta ou tomada como tal
Ex.:
Morre todos os dias uma pessoa a cada 5 segundos.
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. •
Fato que se iniciou e dura até o presente momento da declaração (presente durativo)
Ex.:
Os cientistas estudam a cura da AIDS ainda. A homofobia vem proliferando nas grandes cidades.
Estilística do Presente do Indicativo
O presente do indicativo pode ser usado no lugar do pretérito perfeito do indicativo; neste caso ele é chamado de ‘presente histórico’, pois torna recente um fato passado, como se estivesse atualizando um fato passado para torná-lo mais vivo; aproximando, portanto, o fato passado à realidade do interlocutor. Isso ocorre muito nas manchetes de jornais e livros didáticos de história. Ex.:
Flamengo vence o Vasco por 3x2 no Maracanã, em jogo disputadíssimo. Em 1500, os portugueses chegam ao futuro Brasil.
Além disso, o presente pode ser usado no lugar do futuro do presente para tornar o futuro mais próximo da realidade do falante, como se demonstrasse maior convicção de que o fato futuro vai se realizar. Ex.:
Viajo amanhã para SP, fiquem calmos, que eu volto logo.
Às vezes o presente substitui a forma imperativa para demonstrar mais polidez. Ex.:
João, você me serve um cafezinho? Obrigado.
Vale dizer ainda que este tempo verbal é o tempo da certeza, da convicção, do fato, por isso mesmo muito usado nas dissertações argumentativas, em que se defende uma tese com uma tônica de verdade.
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Língua Portuguesa Questões comentadas do CESPE/UnB Prof. Fernando Pestana – Aula 02 Obs.: Não há tempo composto do presente!
PRETÉRITO PERFEITO •
Fato ocorrido e concluído antes do momento em que se fala
Ex.: •
O Rock’n Rio foi um sucesso.
Pretérito perfeito composto do indicativo
Verbo auxiliar ter ou haver no “presente do indicativo + o principal no particípio”, indicando fato que vem ocorrendo (do passado até o momento da declaração). Ex.:
Eu tenho estudado muito esses dias.
PRETÉRITO IMPERFEITO •
Fato realizado, mas não concluído, incompleto, ou que apresenta certa duração
Ex.:
Betinho lutava pela erradicação da fome. Estávamos conversando animadamente, mas...
•
Fato passado em curso que indica simultaneidade, concomitância a outro fato passado concluído
Ex.:
A velhinha foi atropelada quando eu atravessava a rua. Enquanto eu estudava, ela me atrapalhava.
•
Fato habitual, iterativo, repetitivo
Ex.:
Impressionante! Eu chegava, ela saía. Eu fazia musculação todo santo dia.
Estilística do Pretérito Imperfeito do Indicativo
Este tempo pode indicar polidez ao ser usado no lugar do presente do indicativo: Ex.: Você podia me ajudar?
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Pode ser usado no lugar do futuro do pretérito: Ex.: Meu irmão João era um homem muito bom, pois ia levar seu sobrinho para os EUA. Lá meu filho entrava para uma boa escola, formava-se, e depois virava doutor, dando-me muito orgulho. No entanto, João faleceu antes disso tudo ocorrer. Obs.: Não há tempo composto!
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO •
Fato passado anterior a outro fato também passado
Ex.:
Depois que ela me pedira um favor, tive de sair de casa. Quem me dera passar na prova!
•
Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo
Verbo auxiliar ter ou haver no “pretérito imperfeito do indicativo + o principal no particípio”, exprimindo o mesmo que o pretérito mais-queperfeito do indicativo simples; esta construção é mais usual aqui no Brasil. Ex.:
Eu já havia estudado em PDFs, quando conheci o Estratégia.
FUTURO DO PRESENTE •
Fato posterior ao momento da fala, mas certo de ocorrer
Ex.:
Passarei na prova. Fato!
Tu te classificarás tão logo, meu nobre. •
Fato futuro incerto, hipotético (em perguntas, normalmente)
Ex.:
Serão pessoas felizes as que moram na periferia?
Ela terá seus quarenta anos, no máximo. •
Futuro do presente composto do indicativo
Verbo auxiliar ter ou haver no “futuro do presente simples do indicativo + o principal no particípio” , exprimindo um fato futuro anterior a outro fato futuro, fato futuro já iniciado no presente ou futuro incerto (em perguntas). Ex.:
Quando você chegar, eu já terei partido. Daqui a dois meses, terei absorvido informações valiosas.
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Terá Maria sabido a verdade sobre João?
Estilística do Futuro do Presente do Indicativo
Pode substituir o imperativo (em leis), denotando mais força na lei de modo que ela seja entendida e atendida atemporalmente. Ex.: Não matarás, não cobiçarás... É comum o uso da locução verbal formada pelo verbo auxiliar IR (no presente do indicativo) + infinitivo a fim de substituir o futuro do presente simples: Ex.: “Eu vou estudar muito amanhã” no lugar de “Eu estudarei muito amanhã”. Ele pode ser substituído pelo presente do indicativo. Ex.: Quando o inverno chegar, eu quero (quererei) estar junto a ti.
FUTURO DO PRETÉRITO •
Fato posterior a um fato passado
Ex.:
Disseram (fato passado) que ela chegaria (fato futuro) logo. Você me prometeu que passaria de ano.
•
Fato futuro que não chegou a realizar-se
Ex.:
Eu levaria uma bronca se não fizesse os exercícios. Faríamos os exercícios caso não fôssemos interrompidos.
•
Fato futuro incerto, hipotético
Ex.:
Seria o sol o causador destas queimaduras?
Certamente eu conseguiria minha vaga. •
Fato futuro hipotético relacionado a uma condição (muito comum)
Ex.:
Contanto que ela estudasse (condição), passaria fácil.
Obs.: Interessante é dizer que esta frase acima pode significar que ela não estudou, por isso não passou ou que, se ela estudasse, no futuro, a vaga estaria garantida.
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Futuro do pretérito composto do indicativo
Verbo auxiliar ter ou haver no “futuro do pretérito simples do indicativo + o principal no particípio” , exprimindo o mesmo valor que o futuro do pretérito simples do indicativo nos casos acima. Ex.: Teria feito diferente se tivesse tempo.
Estilística do Futuro do Pretérito do Indicativo
Substitui o presente do indicativo, indicando polidez: Ex.: Pediria que todos saíssem. Grato. Pode indicar impossibilidade diante de um juízo de valor Ex.: Eu lá beijaria aquela boca!
O MODO SUBJUNTIVO Segundo o conceituado gramático Adriano da Gama Kury: PRESENTE DO SUBJUNTIVO •
Geralmente utilizado quando desejamos expressar desejos, possibilidades, suposições, cuja concretização pode depender da realização de um outro acontecimento.
Ex.:
Deus te guie. Nada de cerimônias: pensem que estão em sua casa. Talvez a realidade seja mais forte que a ficção. Receio que aconteça o pior. É provável que surja outra oportunidade.
•
Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo
Verbo auxiliar ter ou haver no “presente do subjuntivo + o principal no particípio” , indicando normalmente desejo de que algo já tenha ocorrido ou um fato futuro já terminado em relação a outro
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Ex.:
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Espero que você tenha estudado essas classes gramaticais.
Quando chegarmos, é provável que a palestra já tenha acabado. NOTA: É de observar a presença da palavra que antes de quase todas as formas do subjuntivo dos exemplos, o que nos leva a usá-la na conjugação desse tempo verbal: que eu faça, que tu faças, etc.
PRETÉRITO IMPERFEITO •
Este tempo, que expressa uma hipótese (no passado, presente ou futuro), se usa nas orações subordinadas, quando a principal tiver o verbo num tempo do pretérito ou futuro do pretérito. Expressa uma condição não realizável quando vem junto a uma ideia condicional:
Ex.:
Não admitia que se fizesse greve. Era provável que surgisse outra oportunidade. Proibiu que revelassem o acordo. Se tivesses paciência, obterias o que pretendes. (mas não tiveste, logo nada obteve)
•
Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo
Verbo auxiliar ter ou haver no “pretérito imperfeito do subjuntivo + o principal no particípio” , exprimindo o mesmo valor que o pretérito imperfeito do subjuntivo simples. Ex.: Teríamos ficado aqui, se você não tivesse arrumado problemas. Obs.: Nunca é demais falar o óbvio: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase ‘Se eu tivesse dinheiro, faria um curso’ é completamente diferente de ‘Se eu tivesse dinheiro, eu teria feito um curso’. Na primeira frase, há a possibilidade de transportarmos a hipótese para o futuro, o que nnão acontece na segunda frase, que só tem ideia de passado hipotético.
FUTURO DO SUBJUNTIVO •
Exprime uma ocorrência futura possível, eventual. É um tempo verbal que ocorre sobretudo com orações iniciadas com conjunção temporal ou condicional:
Ex.:
Quando puderes, vem visitar-nos. Assim que ele se desocupar , virá atendê-lo.
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Se (ou caso) ele puder , trará o livro. Obs.: Não confunda o verbo no futuro do subjuntivo com o verbo no infinitivo; este vem antecedido de preposição e aquele, de conjunção: Para eu estudar , precisarei de apoio (infinitivo) / Quando eu estudar , precisarei de apoio. •
Futuro composto do subjuntivo
Verbo auxiliar ter ou haver no “futuro do subjuntivo simples + o principal no particípio” , exprimindo o mesmo valor que o futuro do subjuntivo simples. Ex.: Assim que você tiver terminado sua leitura, descanse um pouco.
É de observar que, na fala das pessoas incultas, aparece o indicativo em lugar do subjuntivo. É comum ouvir “O senhor quer que eu faço?”, por “O senhor quer que eu faça?”.
Sempre que se trate de uma possibilidade, de uma eventualidade, e não de uma certeza, usa-se o subjuntivo. Compare-se:
O cidadão que ama sua pátria engrandece-a. (realidade) O cidadão que ame sua pátria engrandece-a. (conjectura) (Bechara, Moderna Gramática) Nas orações subordinadas adverbiais concessivas iniciadas pelas conjunções embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto, posto que e outras, usase o subjuntivo:
“Sendo preciso despir a camisa e dá-la a um mendigo, Nóbrega o faria, ainda que a camisa fosse bordada.” (M. de Assis, EJ) Nas orações subordinadas adverbiais temporais introduzidas por antes que, assim que, até que, enquanto, depois que, logo que, quando ocorrem nas indicações de possibilidade (e não de realidade, caso em que ocorre o indicativo), usa-se o subjuntivo:
Cuide dessa gripe, antes que ela se transforme em pneumonia. Amar-te-ei até que a morte nos separe. Enquanto o mundo for mundo, não te esquecerei. Só sairei depois que ele chegar . Logo que termine esta carta, vou atendê-lo. Compare: Assim que terminou a carta foi atendê-lo. Amaram-se até que a morte os separou. Nosso amor foi grande enquanto durou.
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(Nestas três frases, não se trata de uma eventualidade, mas de um fato real, acontecido, por isso o verbo está no indicativo.)
O MODO IMPERATIVO •
Para expressar ordens, conselhos e exortações:
Ex.: — Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.” (Machado de Assis, 1899) Faça já o dever de casa! Estude mais, isso fará seu futuro melhor. •
Para expressar pedidos, súplicas:
Ex.:
Perdoai as nossas ofensas, assim como...
Por favor, venha comigo agora! 3GABARITO: E. O uso do verbo no presente do subjuntivo “estejam” não se relaciona sintaticamente com a oração “como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas”, mas sim tão somente com pessoas. Além disso, a escolha do presente do subjuntivo nada tem a ver com a relação sintática entre a forma verbal ‘estejam’ e algum termo da oração. A seleção deste tempo e modo verbal para o verbo ‘estar’ tem a ver com o contexto de possibilidade, hipótese, a saber: “A questão da desigualdade, finalmente, está produzindo estudos focados em entender como os abismos sociais afetam a realidade das pessoas — estejam elas no topo ou na base (percebe aqui a ideia de possibilidade?)”. Safo? 4GABARITO: E. O verbo auxiliar ‘dever’, em ambos os casos, não indica probabilidade. Não é pelo fato deles estarem, respectivamente, no presente e futuro do presente do indicativo, o modo da certeza, mas sim porque exprimem um tom imperativo, de obrigatoriedade/dever/recomendação. O verbo auxiliar ‘dever’ é bem interessante, pois seu valor semântico pode mudar consoante o contexto. Veja: Você deve sair daqui agora! (obrigatoriedade) Prof. Fernando Pestana
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Já que você não trabalha, deve estudar. (necessidade) O João já deve ter chegado. (possibilidade, incerteza) 5GABARITO: E. A substituição incorrerá em erro gramatical e incoerência, porque há falta de correlação verbal. Veja: “... sabia que isso não o tornasse menos humano e digno”. Este verbo não cabe neste contexto uma vez que não há harmonia de sentido entre a forma verbal sabia (pretérito imperfeito do indicativo) e tornasse (pretérito imperfeito do subjuntivo). Raciocine: se ele sabia algo (isso indica certeza, fato), não faz sentido deixar o verbo ‘tornar’ no subjuntivo, indicando um passado hipotético. Ficará incoerente. Ok? Vale muito a pena comentar algo que é recorrente em prova: correlação de tempos e modos verbais. Leia com atenção: A Correlação entre Tempos e Modos Verbais se dá através da ligação semântica entre os verbos de um período composto por subordinação de modo que haja uma harmonia de sentido na frase em que os verbos se encontram. Por isso, é preciso que você saiba quais são os modos verbais e os tempos verbais!!! Só para que você relembre bem, vamos lá! Normalmente, o modo indicativo, exprime certeza/fato; o subjuntivo, incerteza/hipótese; o imperativo, ordem/sugestão/pedido... Relembrou? Agora, imagine a seguinte frase: “Caso eu tivesse dinheiro, faço um curso”. O que você diria dela? Há uma boa relação de sentido entre os verbos dessa frase? O verbo TER está no pretérito imperfeito do subjuntivo (tivesse), indicando hipótese, certo? O outro verbo, FAZER, está no presente do indicativo, indicando certeza e ação atual, certo? Podemos misturar hipótese e certeza na mesma frase? Faz sentido? NENHUM!!! Bem, acho que você já começou a entender. É preciso que determinados tempos e modos verbais se complementem na frase para que ela tenha um sentido harmônico, e isso se deve muito à correlação entre tempos e modos verbais. Veja como a frase acima deveria ficar, para haver harmonia de sentido na frase: CASO EU TIVESSE DINHEIRO, FARIA UM CURSO. Prof. Fernando Pestana
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“Tivesse: hipótese. Faria: hipótese. Ah...! Agora sim...! Entendi, Pestana!” É isso aí, meu nobre! Para haver harmonia é preciso que haja “dobradinhas” harmônicas entre os tempos verbais e os modos verbais. Por exemplo, ouvir alguém dizendo “O que você quer que eu faço?!” é dose, não?! Deveria ser “O que você quer que eu faça?” Por quê? Para haver correlação verbal. Infelizmente este é um assunto bem difícil, mas fiz uma pesquisa extensa nas “dobradinhas”; verá mais à frente... Repetindo: existem três modos verbais: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, hipótese) e imperativo (ordem, pedido). Existem três noções temporais: passado (pretérito perfeito/imperfeito/mais-queperfeito), presente e futuro (presente/pretérito). Vamos ao que interessa? Além de dois verbos de mesmo tempo e mesmo modo poderem se “combinar”, há outras “combinações” possíveis. Ah! Não é para ficar que nem um louco devorador de tabelas; perceba a relação de sentido entre os verbos. Mas, se quiser decorar, seja feliz! ☺ Eu decorei e não erro mais! Conheça algumas possibilidades de “dobradinhas” verbais para que você não erre mais questões desse tipo: Iniciando com o tempo Presente •
Presente do indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo
Ex.: Hoje eu sei que tive chances com aquela mulher. •
Presente do Indicativo + Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo
Ex.: Espero que ele tenha te apresentado àquela mulher. •
Presente do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo
Ex.: Só hoje eu vejo que naquela época tinha chances com ela. •
Presente do Indicativo + Futuro do Presente do Indicativo
Ex.: Sei que você me apresentará àquela mulher. •
Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo
Ex.: Quero que você me apresente àquela mulher ainda hoje!
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Presente do Indicativo/Subjuntivo Imperfeito do Subjuntivo*
(Imperativo)
+
Pretérito
Ex.: Imagina / Imagine se eu conseguisse conquistá-la! * Por causa da conjunção integrante ‘se’, é normal o verbo vir no pretérito imperfeito do subjuntivo, indicando hipótese, incerteza.
Iniciando com o tempo Pretérito •
Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Ex.: Pedi que você me apresentasse àquela mulher. •
Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo
Ex.: Notei que você ia me apresentar àquela mulher. •
Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo
Ex.: Quis que você tivesse me apresentado àquela mulher. •
Pretérito Perfeito do Indicativo + Futuro do Pretérito do Indicativo
Ex.: Disseram que ela seria apresentada a mim. •
Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo + Futuro do Presente
Ex.: As mulheres que me tenham ignorado se arrependerão. •
Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Ex.: Desejava que você me apresentasse àquela mulher. * Note que este caso é diferente da questão 5 devido ao sentido do verbo ‘desejar’, que equivale a ‘desejaria’. •
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo + Futuro do Pretérito (simples ou composto) do Indicativo
Ex.: Se eu passasse por ela, apresentaria/teria apresentado a você. •
Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo
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Ex.: Queria que ela tivesse sido apresentada a mim. •
Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo (simples ou composto) + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Ex.: Eu apelara/tinha apelado que você me apresentasse àquela mulher. •
Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo + Futuro do Pretérito Composto do Indicativo
Ex.: Se eu tivesse passado por ela, teria apresentado a você. Iniciando com o tempo Futuro •
Futuro do Pretérito + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Ex.: Desejaria que me apresentasse àquela mulher. •
Futuro do Pretérito + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo
Ex.: Gostaria que você tivesse visto àquela mulher. •
Futuro do Presente + Pretérito Perfeito do Indicativo
Ex.: Conquistarei aquela mulher que me desprezou. •
Futuro do Presente + Presente do Subjuntivo
Ex.: Eu me certificarei de que se deixe em paz aquela mulher. •
Futuro do Presente + Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo
Ex.: Eu me certificarei de que se tenha deixado em paz a mulher. •
Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente Indicativo/Presente do Indicativo
Ex.: Quando eu passar por ela, apresentarei/apresento a você. •
Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente Composto do Indicativo
Ex.: Quando chegarmos até ela, já terá ido embora. 6Prof. Fernando Pestana
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GABARITO: C.
Lembra-se daquele bizuzinho de conjugação verbal do subjuntivo que você aprendeu laaaaaaá com a Tia Teteca, na escolinha? Então, ele vale ainda hoje. Veja: Presente do subjuntivo (Que) eu ame, tu ames, ele ame, nós amemos... Pretérito imperfeito do subjuntivo (Se) eu amasse, tu amasses, ele amasses, nós amássemos...
Futuro do Subjuntivo (Quando) eu amar, tu amares, ele amar, nós amarmos... Sabe por que você aprende a conjugar com estas conjunções antes do verbo no subjuntivo? Porque o verbo no subjuntivo é próprio das orações subordinadas, e tais conjunções são subordinativas, introduzindo, afinal, orações subordinadas. Logo, faz todo o sentido a afirmação da banca, a saber: o emprego das formas verbais no subjuntivo “fôssemos” (l.20) e “tomasse” (l.21) deve-se à presença do elemento gramatical (conjunção subordinativa condicional) “Se” (l. 19). CESPE/UnB – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011 7GABARITO: E. No primeiro caso, misturar é verbo principal da locução verbal “voltam a se misturar”, portanto não sofre flexão — a não ser que estivesse bem afastado do auxiliar, o que não é o caso. Sobre provocar, note que, antes, um substantivo seguido de preposição ‘de’ rege o verbo, logo, não se pode flexioná-lo: “... na esperança de... provocar ...”. 8GABARITO: C. A forma verbal ‘apreenderem’ é um infinitivo flexionado, pois vem antecedido de preposição. Estou falando isso, pois muita gente confunde a forma verbal de futuro do subjuntivo com a forma de infinitivo. Enquanto esta vem antecedida de preposição, aquela vem antecedida de conjunção. Veja: Quando policiais da Delegacia Antipirataria apreenderem... Prof. Fernando Pestana
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“... após policiais da Delegacia Antipirataria apreenderem...” A forma de tempo composto do verbo ‘apreender’ é ‘ter/haver apreendido’. Colocando na 3ª pessoa do plural, temos ‘terem apreendido’, que tem o mesmo sentido que ‘apreenderem’. Logo, “... após policiais da Delegacia Antipirataria terem apreendido...”. Safo? Breve resumo: os tempos compostos da voz ativa são formados pelos verbos “ter/haver + particípio”. No indicativo: •
Pretérito perfeito: Temos/havemos casado.
•
Pretérito mais-que-perfeito: Eu tinha/havia casado .
•
Futuro do presente: Eu terei/haverei casado.
•
Futuro do pretérito: Eu teria/haveria casado.
No subjuntivo: •
Pretérito perfeito: Espero que ele tenha/haja casado .
•
Pretérito mais-que-perfeito: Se ele tivesse/houvesse casado...
•
Futuro do subjuntivo: Quando ele tiver/houver casado...
Nas formas nominais: •
Infinitivo impessoal: Para ele ter/haver casado...
•
Infinitivo pessoal: Para ele ter/haver casado...
•
Gerúndio: Tendo/havendo casado...
CESPE/UnB – CORREIOS – ANALISTA (LETRAS) - 2011 9GABARITO: C. Questão de voz verbal fácil. O único problema é que o CESPE deu uma escorregada na hora de escrever ‘foi privilegiada’; deveria ser: ‘Foi privilegiada’, com letra maiúscula, afinal, a forma verbal ‘Privilegiou’ começa o período. Se uma forma substitui a outra para manter a correção gramatical, não se pode dar um vacilo desses. Concorda? Caberia recurso! Bem, ignorando isso, já que a questão não foi anulada, vamos à questão em si.
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Há dois tipos de voz passiva: analítica (que tem como marca principal a locução verbal formada por ‘ser + particípio’ (são formuladas)) e sintética (que tem como marca principal a partícula apassivadora ‘se’ ligada a um verbo transitivo direto (formulam-se)). Portanto, há uma correspondência perfeita entre ‘são formuladas’ e ‘formulam-se’, pois ambos os verbos estão na voz passiva. O mesmo ocorre em ‘Privilegiou-se’ (passiva sintética) e ‘foi privilegiada’ (passiva analítica). Veja mais: É a maneira como o verbo se encontra/aparece para indicar sua relação com o sujeito; dependendo de sua forma, o verbo pode indicar uma ação praticada pelo sujeito (voz ativa), uma ação sofrida pelo sujeito (voz passiva) ou uma ação praticada e sofrida pelo sujeito (voz reflexiva).
Ocorre voz ativa quando o verbo indica uma ação praticada pelo sujeito. Em todas as frases abaixo, há voz ativa. Ex.: João acordou atrasado. Resolveu pegar um táxi, mas precisou de dinheiro para isso. Foi a um banco ainda. Chegou, enfim, ao trabalho. O homem resolveu todas as pendências do dia. Informaram-no daquela hora extra. Coitado. Se você não se lembra da voz passiva, aqui vai a definição clássica: ocorre voz passiva quando o verbo indica que o sujeito sofre a ação verbal. Nas frases abaixo, há voz passiva. Ex.: Hoje, nosso amigo João foi derrotado pelo cansaço da rotina, mas — como todo brasileiro — ele não desiste fácil. Por isso, será recompensado por seu patrão. Sendo assim, devemos crer nisto: “Recompensam-se os esforçados!”. No primeiro e no segundo caso, há uma locução verbal (normalmente formada pelo verbo ser/estar/ficar + particípio: “foi derrotado”, “será recompensado” ). Esta é a marca principal da voz passiva analítica; há como traço de passiva analítica também o agente da passiva: “pelo cansaço da rotina” e “por seu patrão”. No terceiro caso do exemplo acima, ocorre a chamada voz passiva sintética, cuja característica principal é a presença do pronome apassivador “se”; não há AGP nesta voz! Resumindo: VOZ ATIVA: o sujeito é agente da ação verbal. Ex.: Eu penteei os cabelos.
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VOZ PASSIVA: o sujeito é paciente da ação verbal; pode ser analítica (ser/ estar/ ficar + particípio) ou sintética (VTD + ‘se’ apassivador). Ex.: Os cabelos foram penteados por mim. (analítica) Pentearam-se os cabelos. (sintética) Além disso, há a voz reflexiva, em que o sujeito é o agente e paciente da ação verbal; ocorre voz reflexiva recíproca quando o verbo se encontra no plural e há pelo menos dois seres praticando a mesma ação verbal, um no outro. Ex.: Penteei-me com esmero. (o ‘me’ é pronome reflexivo) Eles se pentearam com esmero. (o ‘se’ é reflexivo recíproco) Agora você vai aprender a fazer a passagem da ativa para a passiva. Lembre-se: só há passagem de voz ativa para a passiva se o verbo for transitivo direto (VTD) ou transitivo direto e indireto (VTDI). Veja: (O homem) (resolveu) (todas as pendências do dia). (Voz Ativa) Sujeito (S) VTD Complemento (OD) Passando para a voz passiva analítica: o OD vira S, o S vira AGP e o verbo vira uma locução verbal (ser/estar/ficar + particípio), mantendo-se o tempo verbal. Veja: Todas as pendências do dia foram resolvidas pelo homem. Sujeito (S) Ser + Particípio AGP Você agora se deve estar perguntando: “Ok. Entendi. Mas não é possível passar essa frase da ativa para a passiva sintética”?. Resposta: Não!!! Entenda: os elementos que estão na voz ativa precisam aparecer na voz passiva quando a passagem for feita. Está certo? Então, veja se esta transformação seria possível: Resolveram-se todas as pendências do dia. (Voz Passiva Sint.) Não está faltando algum elemento que aparece na voz ativa? É claro! “O homem”, ora. Portanto, chegamos à seguinte conclusão: a passagem da ativa para a passiva sintética acima está errada, pois falta um elemento da voz ativa! E mais: só é possível passar da voz ativa para a voz passiva sintética se o sujeito da ativa estiver indeterminado , verbo na 3ª pessoa do
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plural (nota: na passiva indeterminado*). Ok? Veja:
analítica,
o
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AGP
ficará
igualmente
Ex.: (S?) Resolveram as pendências da empresa. (VA) Resolveram-se as pendências da empresa. (VPS) As pendências da empresa foram resolvidas (AGP?)*. (VPA) Obs.: •
Preste atenção em como vai ficar a passagem de voz ativa para a passiva analítica quando houver locuções verbais e tempos compostos; note abaixo a conservação do tempo verbal do verbo auxiliar e a estrutura ‘ser’ + particípio; note também como vai ficar o tempo composto na voz passiva!!!
Ex.:
Vou comprar uma casa. (VA) Uma casa vai ser comprada por mim. (VPA) Estou comprando uma casa. (VA) Uma casa está sendo comprada por mim. (VPA) Espero que tenham resolvido as pendências (VA) Espero que as pendências tenham sido resolvidas. (VPA)
•
Não confundir verbo reflexivo com verbo pronominal. Os verbos reflexivos são verbos acompanhados de pronomes reflexivos. Sempre são verbos transitivos diretos e/ou indiretos (VTD/ VTI/VTDI). Segundo Bechara, ele “faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo praticou.” Diz-se que o pronome reflexivo, que acompanha tal verbo, é também recíproco quando há mais de um ser no sujeito e o verbo se encontra no plural. É possível substituir o pronome átono por ‘a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo(s), a nós mesmos, a vós mesmos’
Ex.: A menina se cortou. / Se está doente, trate-se. / Os namorados se deram as mãos. (recíproco) / A avó e a neta se queriam muito. (recíproco) / Eles se beijaram. (recíproco) / Ela se impôs uma dieta muito severa. / Ele se achou culpado por ter perdido a luta. / Sofia deixou-se estar à janela. •
Existe um terceiro caso de voz passiva (não popular na gramática tradicional) que ocorre com o verbo no infinitivo ligado pela preposição ‘de’ a um adjetivo. Veja:
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Ex.:
Elas eram pessoas difíceis de contentar . (Eram pessoas difíceis de serem contentadas) Este remédio é ruim de tomar (Este remédio é ruim de ser tomado)
10GABARITO: C. Interessante a questão, pois, de fato, a troca de ‘se’ por ‘caso’ altera o tempo verbal, mas não o modo, de modo que a frase fica assim: “Caso nos apressemos (presente do subjuntivo) a dizer... poderá (futuro do subjuntivo) apenas...”. 11GABARITO: C. O tempo composto formado pelos verbos ter/haver no pretérito imperfeito do indicativo + particípio, formam o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo, que equivale ao pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo. Em outras palavras, “havia/tinha imprimido = imprimira”. Agora, só por uma questão de curiosidade: poderíamos escrever ‘havia impresso’? Pergunto isso, pois alguns verbos têm dupla forma no particípio, são chamados de abundantes. Leia mais: Possuem duas ou mais formas na mesma parte da conjugação; geralmente isso ocorre no particípio. Ex.: havemos ou hemos, haveis ou heis (haver); construis ou constróis (construir); destruis ou destróis (destruir); comprazi ou comprouve (comprazer-se), etc. Celso Cunha diz que os verbos DIZER, FAZER E TRAZER, na 2.ª pessoa do singular, apresentam no imperativo afirmativo duas formas: dize ou diz, faze ou faz, traze ou traz. Sobre os particípios duplos: As formas regulares (particípio em -ado ou –ido) são empregadas na voz ativa com os verbos auxiliares ter ou haver : Eu havia pagado o banco. O banco havia aceitado o cheque. Já havíamos limpado a casa. Tenho aceitado trabalhos demais este ano. Ainda não tínheis acendido a vela. Prof. Fernando Pestana
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Ele tinha me salvado uma vez. Ela tinha pegado pena perpétua. O padre havia benzido o lugar. Você podia ter imprimido o material antes. As formas irregulares (particípio não terminado em –ado ou –ido) são usadas na voz passiva com os auxiliares ser, estar ou ficar, normalmente; podem variar em gênero e número: Eu sou pago pelo banco. O cheque foi aceito pelo banco. A casa ficou limpa pela empregada. Meus trabalhos foram aceitos pela agência. A vela será acesa pelo coroinha. O homem estava salvo por ele. O ladrão foi pego em flagrante. O fiel era bento pelo padre. Aquele documento enfim ficou impresso. Obs.: Os verbos trazer, chegar, abrir, cobrir, escrever, etc. não são abundantes, logo a única forma no particípio é: trazido, chegado, aberto, coberto, escrito. Pelo amor de Deus! As formas trago e chego não são admitidas no registro culto da língua, segundo os maiores gramáticos. Ele tinha chegado tarde. E não: Ele tinha chego tarde. / O pacote foi trazido na hora certa. E não: O pacote foi trago na hora. O verbo vir tem como particípio vindo, a mesma forma que seu gerúndio, assim como seus derivados: advindo, intervindo, provindo, sobrevindo. Cuidado!
12GABARITO: E. Como se trata de uma pergunta, os verbos no futuro do presente expressam dúvida, portanto não existe assertiva (ou certeza) quanto às supostas características da ‘nova sociedade’. 13GABARITO: E. A ideia não é sugerir que há nações que resistem a “estar nesse tempo”. O futuro do subjuntivo (quiserem) tão somente indica o verdadeiro desejo que as nações devem ter de fazer parte, no futuro (hipotético, pois não se sabe com certeza se nações não adotarão tal postura, o que é totalmente diferente de dizer que algumas nações resistem à era tecnológica), da era da informação (internet). CESPE/UnB – FUB – MÉDICO – 2011 Prof. Fernando Pestana
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14GABARITO: C. Note que a locução verbal de tempo composto (ter/haver + particípio) está na voz passiva analítica (tenha sido... formada). No entanto, nada impede que substituamos o verbo ter, no presente do subjuntivo, pelo verbo haver, desde que este esteja no mesmo tempo e modo verbal. Portanto, poderíamos reescrever o trecho assim: “... que haja sido completamente formada na era da Internet”. Fica feio, mas é forma culta... fazer o quê? ☺ CESPE/UnB – TJ/ES – ANALISTA (DIREITO) – 2011 15GABARITO: C. Questão de correlação verbal de novo. Está é mole, pois há duas combinações clássicas para que haja harmonia de sentido entre os verbos no período: pretérito imperfeito do subjuntivo (caísse) + futuro do pretérito (viria) ou futuro do subjuntivo (cair) + futuro do presente do indicativo (virá). Revise este assunto na microaula lá de cima sobre correlação entre tempos e modos verbais. CESPE/UnB – DETRAN/ES – ADVOGADO – 2010 16GABARITO: E. Bastante interessante a questão, pois você precisa estar atento a todo o período para que não erre. Em um primeiro momento, dá vontade de dizer que a substituição está certa, mas, se você der continuidade à leitura, já tendo feita a alteração para o gerúndio, perceberá que não há uma harmonia entre os verbos do período. Leia de novo: "... dos espaços e das atividades urbanas, reduzindo as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais..." Estranho, não? Para que haja um paralelismo sintático (ou seja, estruturas sintáticas semelhantes coordenadas), é preciso que o período apresente esta construção: "... dos espaços e das atividades urbanas, reduzindo as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construindo espaços e tempos sociais..." Prof. Fernando Pestana
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Agora sim! Portanto, não bastaria substituir ‘de forma a reduzir’ por ‘reduzindo’, pois é preciso haver uma harmonia e/ou uma combinação entre as formas verbais dentro de um período. Safo? CESPE/UnB – TRE/PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2009 17GABARITO: E. O verbo no presente do indicativo, como já vimos na explicação sobre emprego de tempos e modos verbais na questão 2 (confira!), pode, sem problemas, estar no lugar do passado (pretérito perfeito). Isso se chama presente histórico. Portanto se o autor decidisse colocar todos os verbos (ou só alguns) que se referem a Aristóteles no presente histórico, não haveria problema algum. Assim, a manutenção de deteve-se (pretérito perfeito) seguido de consiste (presente do indicativo) nada impede, para que a frase seja bem construída. Veja: “Aristóteles deteve-se em um tipo de argumentação em que deliberar consiste em...”. CESPE/UnB – INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – 2009 18GABARITO: C. De novo, questão de emprego de tempos e modos verbais. Mais precisamente o presente (histórico). Principalmente da 15ª linha em diante a maioria dos verbos se encontram no presente, mas poderiam ter sido colocados no pretérito perfeito (quando se fala sobre Emílio) uma vez que a autora se reporta a um ser do tempo passado em relação ao momento do discurso dela. O presente histórico tem a força de substituir o pretérito a fim de imprimir uma incisividade ao texto, tornando a narrativa mais viva e o fato passado mais atual, próximo do leitor. Daí a ideia de ‘assertividade à sua argumentação’, ou seja, a argumentação dela fica mais impactante uma vez que ela desloca um personagem do passado para o presente, como se ele estivesse próximo do interlocutor. CESPE/UnB – POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – 2009 19GABARITO: E. Prof. Fernando Pestana
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A correção gramatical não seria preservada, pois se substituíssemos “encontrarmos” por encontrássemos, seria necessária uma adequação no que tange à correlação entre os verbos. Trocando em miúdos, a frase deveria ficar assim: “Se não as encontrássemos , as consequências seriam desastrosas, a começar pela morte de 2 milhões de crianças nos próximos cinco anos.” . Correlação verbal clássica: pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito! Quanto à ideia de reforço da condição expressa pela oração iniciada por “Se não”, isso é de menos importância, pois o que sugere a ideia de condição é a conjunção condicional ‘se’ seguida de um verbo no subjuntivo, independente do tempo verbal. CESPE/UnB – TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2008 20GABARITO: C. Tanto a forma verbal “tem mudado” como “está mudando” indicam que o fato já teve início e ainda está em processo de duração no momento do discurso. Esta ideia de duração do tempo verbal se chama aspecto verbal. Leia mais: O aspecto verbal tem a ver com o tempo gasto na duração do processo verbal (início, meio e/ou fim). Só conseguimos perceber o aspecto verbal pela semântica do verbo e pelo contexto. Poderia falar muito sobre este tópico, mas vou me ater apenas ao que interessa para sua prova, beleza? A saber: formas simples e compostas dos verbos (locução verbal). Então, venha comigo! •
Aspecto pontual ou momentâneo: não é apresentada a duração, pois o fato é instantâneo.
Ex.:
Eu estou vendo TV agora, depois a gente se fala. João, o telefone toca... vem atender!
•
Aspecto inceptivo, incoativo: o processo verbal indica que algo está sendo apresentado em seu início.
Ex.:
Quando o sinal tocou, os alunos foram saindo de sala. Meu filho começou a andar . Amanhece em Copacabana um sol lindo, vivo.
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•
Aspecto cursivo, durativo: o processo verbal já teve um início e continuou ou continua, sem conclusão.
Ex.:
Eu estou falando ao telefone! Saia daqui! Temos exercitado muito a Língua Portuguesa. Esperamos notícias deles até agora...
Obs.: O pretérito imperfeito (incompleto) do indicativo se encaixa normalmente neste aspecto, pois o processo não tem limites claros e seu prolongamento é impreciso. •
Aspecto cessativo, conclusivo: o processo verbal é apresentado em sua totalidade, com começo, meio e fim.
Ex.:
Conseguimos ler o texto todo. Malhei durante duas horas ontem.
Obs.: O pretérito perfeito (completo) do indicativo se encaixa normalmente neste aspecto, pois o processo é concluso, finalizado. •
Aspecto iterativo, frequentativo, reiterativo: o processo verbal indica uma ideia de repetição, de hábito, costume.
Ex.:
Ele me abraça três vezes ao me ver. Você tem falado muito sobre passar na prova.
•
Aspecto permansivo (permanência): o processo verbal já se concluiu, mas os efeitos permanecem.
Ex.:
Só aprendi Português no Ensino Médio. Só soube Matemática mesmo na Faculdade, porque antes...
•
Aspecto genérico, universal, atemporal: este processo de duração verbal trabalha com verdades absolutas ou tomadas como tal, científica, religiosa ou culturalmente
Ex.:
Todo número par será divisível por dois. Mulher é bicho difícil de entender. Deus existe! Quem cala consente.
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CESPE/UnB – EBC – GESTOR DE ATIVIDADE JORNALÍSTICA - 2011 21GABARITO: C. No texto 1, há usos prescritos e não prescritos: “Dá-se isto...”: segundo a prescrição gramatical, não se inicia período com pronome oblíquo átono; tem ele de ficar em posição enclítica (após o verbo); a ênclise está adequada, portanto. “Me mande...”: segundo a prescrição gramatical, não se inicia período com pronome oblíquo átono; tem ele de ficar em posição enclítica (após o verbo); a forma adequada à norma culta, portanto, não seria a próclise (antes do verbo), mas a ênclise: “Mande-me...”. No texto 2, há total respeito às regras de colocação pronominal: “E desde já te agradeço o reclame e os cobres, pois estou certo que foi você que se lembrou do meu nome.” Os pronomes oblíquos átonos estão em posição proclítica (próclise), pois o advérbio já e o pronome relativo que “atraem” o pronome oblíquo, ficando antes do verbo. Leia mais sobre colocação pronominal (aqui vai uma verdadeira aula, intensa, sobre o assunto): Colocação Pronominal Também chamada de Topologia ou Sínclise Pronominal, é o nome que se dá à parte da Gramática que trata, basicamente, da adequada posição dos pronomes oblíquos átonos junto aos verbos. Relembrando os pronomes oblíquos átonos (POAs): o, a, os, as (que viram -lo, -la, -los, -las diante de verbos terminados em -r, -s e-z ou viram -no, -na, -nos, -nas diante de verbos terminados em ditongo nasal (exceto os verbos no futuro do indicativo)
Ex.: Comprei uma casa (Comprei-a) / Vou comprar uma casa (Vou comprá-la) / Eles compraram uma casa (Eles compraram-na) / Eles comprarão a casa (Eles comprarão-na (INADEQUADO)) Você vai entender daqui a pouco por que está INADEQUADA esta última forma! Além desses, há:
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me, te, se, nos, vos, lhe (s)
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Relembrados os POAs, vamos às regras: PRÓCLISE É o nome que se dá à colocação pronominal antes do verbo; ela é usada em clássicos 12 (doze) casos: 1) Palavra de sentido negativo antes do verbo* Ex.: Não se esqueça de mim. * não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais, tampouco, sequer, etc. Obs.: Após pausa (vírgula, ponto-e-vírgula...), usa-se ênclise: Não; esqueça-se de mim!
2) Advérbio ou palavra denotativa antes do verbo* Ex.: Agora se negam a depor. * já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez, também, até, inclusive, mesmo, exclusive, aqui, hoje, provavelmente, por que, onde, como, quando, etc. Obs.: Se houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula...) após o advérbio, usa-se a ênclise: Agora, negam-se a depor. Segundo o gramático Rocha Lima, se houver repetição de pronomes átonos após pausas, pode-se usar a próclise: Ele se ajeitou, se concentrou, se arrumou e se despediu.
3) Conjunções subordinativas antes do verbo* Ex.: Soube que me negariam. * que, se, como, quando, assim que, para que, à medida que, já que, embora, consoante, etc. Obs.: Ainda que a conjunção esteja oculta, haverá próclise: Como não o achei, pedi-lhe (que) me procurasse.
4) Pronomes relativos antes do verbo* Ex.: Identificaram-se duas pessoas que se encontravam desaparecidas. * que, o qual (e variações), cujo, quem, quanto (e variações), onde, como, quando. Obs.: Em linguagem literária, encontramos uma colocação raríssima (inexistente nos registros formais no estágio atual da língua) chamada de apossínclise, em que o POA vem antes da palavra negativa: Convidei duas pessoas que se não falavam há tempos.
5) Pronomes indefinidos antes do verbo* Ex.: Poucos te deram a oportunidade. * alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem, etc.
6) Pronomes interrogativos antes do verbo* Ex.: Quem te fez a encomenda? Prof. Fernando Pestana
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* que, quem, qual, quanto Obs.: Informação que cabe para qualquer caso de próclise: ignora-se a expressão intercalada, colocando o POA antes do verbo, pois seu antecedente ainda é o pronome 'quem': Mesmo quem , diante de situações precárias, se encontra calmo, padece.
7) Entre a preposição em e o verbo no gerúndio. Ex.: Em se plantando tudo dá. Obs.: O POA virá antes do gerúndio se estiver modificado por um advérbio: João não era ligado a dinheiro, pouco se importando com o conforto advindo dele.
8) Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas alternativas antes do verbo* Ex.: Ora me ajuda, ora não me ajuda. Não foi nem se lembrou de ir. * nem, não só/apenas/somente... mas/como (também/ainda/senão)..., tanto... quanto/como..., que, ou... ou.., ora...ora, quer... quer..., já... já..., etc.
9) Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo) Ex.: Quanto se ofendem por nada, ora bolas! Deus te proteja, meu filho, que bons ventos o tragam logo. 10) Com o infinitivo flexionado precedido de preposição Ex.: Foram ajudados por nos trazerem até aqui. 11) Com formas verbais proparoxítonas Ex.: Nós lhe desobedecí amos sempre. 12) Com o numeral ambos Ex.: Ambos te abraçaram com cuidado. IMPORTANTE: Muitos gramáticos chamam de 'palavras atrativas' os termos que antecedem um verbo, os quais implicam a realização da próclise (casos: 1-6, 8, 13)
ÊNCLISE É o nome que se dá à colocação pronominal depois do verbo; ela é usada nos seguintes casos: 1) Verbo no início da oração sem palavra atrativa Ex.: Vou-me embora daqui! Obs.: Com palavra atrativa: Já me vou embora daqui!
2) Pausa antes do verbo sem palavra atrativa Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.
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Obs.: Com palavra atrativa: Se eu ganho na loteria, tão logo me mudo.
3) Verbo no imperativo afirmativo sem palavra atrativa Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos. Obs.: Com palavra atrativa: Enquanto eu não avisar, jamais vos silenciem.
4) Verbo no infinitivo não flexionado sem palavra atrativa Ex.: Não era minha intenção machucar-te. Obs.: Os POAs -o, -a, -os, -as (-lo, -la, -los, -las) virão enclíticos aos infinitivos não flexionados antecedidos da preposição A: Estou inclinado a perdoá-lo. Apesar de tudo, continuo disposto a ajudá-la. Obs: Com palavra atrativa: ver Casos Facultativos mais abaixo.
5) Verbo no gerúndio sem palavra atrativa Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. Obs.: Com palavra atrativa: Recusou a proposta não se fazendo de desentendida.
MESÓCLISE É o nome que se dá à colocação pronominal no meio do verbo (extremamente formal); ela é usada nos seguintes casos: 1) Verbo no futuro do presente do indicativo sem palavra atrativa Ex.: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo. Obs.: O POA sempre ficará entre o 'r' do verbo e a terminação do verbo: Daremos um beijo no teu rosto =Dar-te-emos um beijo no rosto. Obs.: Com palavra atrativa: Talvez se realizará, na próxima semana, um grande evento...
2) Verbo no futuro do pretérito do indicativo sem palavra atrativa Ex.: Não fosse o meu compromisso, acompanhar-te-ia nesta viagem. Obs.: Com palavra atrativa: Mesmo não havendo compromisso, nunca te acompanharia nesta viagem.
CASOS FACULTATIVOS 1) Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra atrativa* Ex.: Aquilo me deixou triste ou Aquilo deixou-me triste * este (e variações), isto; esse (e variações), isso; aquele (e variações), aquilo Obs.: Acho que nem preciso dizer que a construção 'Aquilo me deixou-me triste' é algo IMPOSSÍVEL. PRECISO??? Não me deixe triste, hein! (rs) Prof. Fernando Pestana
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2) Conjunções coordenativas (exceto aquelas mencionadas nos casos de próclise) antes do verbo sem palavra atrativa Ex.: Ele chegou e dirigiu-se a mim ou Ele chegou e se dirigiu a mim. Corri atrás da bola, mas me escapou ou Corri atrás da bola, mas escapou-me. 3) Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome pessoal reto e de tratamento) antes do verbo sem palavra atrativa Ex.: Ele se retirou ou Ele retirou-se. Eu te considerarei ou Eu considerarte-ei. Sua Excelência se queixou de você ou Sua Excelência queixouse de você. Obs.: Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena que se use a próclise. Ex.: Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.
4) Sujeito explícito com núcleo substantivo antes do verbo sem palavra atrativa Ex.: Camila te ama ou Camila ama-te. 5) Infinitivo não flexionado precedido de palavras atrativas ou das preposições para, em, por, sem, de, até, a Ex.: Meu desejo era não o incomodar ou Meu desejo era não incomodálo. Calei-me para não contrariá-lo ou Calei-me para não o contrariar. Corri para o defender ou Corri para defendê-lo. Acabou de se quebrar o painel ou Acabou de quebrar-se o painel. Sem lhe dar de comer, ele passará mal ou Sem dar-lhe de comer, ele passará mal.Até se formar, vai demorar muito ou Até formar-se, vai demorar muito. Erro agora em lhe permitir que me deixe ou Erro agora em permitir-lhe que me deixe. Por se fazer de bobo, enganou a muitos ou Por fazer-se de bobo, enganou a muitos. Estou pronto a te acompanhar ou Estou pronto a acompanhar-te COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS 1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio: a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Ex.: Haviam-me convidado para a festa. Obs.: O hífen que liga o verbo auxiliar ao POA é facultativo.
b) Se, antes do tempo composto*, houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar. Ex.: Não me haviam convidado para a festa
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* locução verbal formada por 'ter/haver + particípio' Obs.: Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja antes dele palavra atrativa.
Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa. 2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar (com hífen), antes do principal (sem hífen) ou depois do verbo principal (com hífen) Ex.: Devo-lhe/Devo lhe esclarecer o ocorrido ou Devo esclarecer-lhe o ocorrido. / Estavam-me/Estavam me chamando pelo rádio ou Estavam chamando-me pelo rádio. Obs.: O hífen que liga o verbo auxiliar ao POA é facultativo.
b) Havendo palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Ex.: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido ou Não lhe posso esclarecer mais nada. / Estavam chamando-me ou Não me estavam chamando. Obs.: Os casos facultativos 1, 3 e 4 permitem 3 colocações pronominais com as locuções verbais: Ele te vai xingar muito ou Ele vai(-)te xingar muito ou Ele vai xingar-te muito.
Os gramáticos Domingos Paschoal Cegalla e José Carlos de Azeredo dizem ser possível a colocação do pronome entre os verbos da locução verbal, mesmo com palavra atrativa antes: Ex.: Não me estavam chamando ou Não estavam me chamando ou Não estavam chamando-me. Última OBS.: Por motivo de eufonia, elimina-se o ' s' final dos verbos na 1ª pessoa do plural seguidos do pronome 'nos' : Inscrevemos + nos no curso = Inscrevemo-nos no curso; Conservamos + nos jovens = Conservamo-nos jovens.
CESPE/UnB – ANALISTA DE CORREIOS (LETRAS) – 2011 22GABARITO: E. Segundo as regras de colocação pronominal, é facultativo o uso do pronome oblíquo antes de sujeito explícito (nome ou pronome), sem ‘palavra atrativa’. Simples assim! Prof. Fernando Pestana
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CESPE/UnB – CNPQ – ANALISTA CIÊNCIA TECNOLOGIA JR. – 2011 23GABARITO: E. Na linha 7, a colocação é facultativa, pois há sujeito explícito sem palavra atrativa. Na linha 17, a colocação é igualmente facultativa, pois segue esta regra: ‘infinitivo não flexionado precedido de palavras atrativas ou das preposições para, em, por, sem, de, até, a’. Na linha 11, a palavra denotativa de exclusão só serve de atrativa, logo a próclise é obrigatória. CESPE/UnB – MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2010 24GABARITO: C. O pronome oblíquo átono é usado indistintamente antes do verbo auxiliar ou após o principal quando vem uma palavra atrativa antes da locução verbal. Corretíssimo! CESPE/UnB – ANTAQ – TÉCNICO EM REGULAÇÃO – 2009 25GABARITO: E. A colocação é facultativa, pois há sujeito explícito sem palavra atrativa. CESPE/UnB – DPF – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL – 2009 26GABARITO: E. Finalmente uma questão decente de colocação pronominal. O segredo da questão está na forma verbal ‘prescindindo-se’, que significa ‘dispensando’. Em outras palavras, a afirmação diz que é possível colocar o pronome átono após o verbo. Até aí, ok, pois a colocação é facultativa, quando há sujeito explícito sem palavra atrativa. Mas... em “nós fazemonos”, o “-s” do verbo se perde, por motivo de eufonia (bom som). Isso está escrito na aula acima de colocação pronominal, bem no finzinho. CESPE/UnB – INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – 2009
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27GABARITO: E.
Este caso não é facultativo, pois há um pronome relativo atraindo, como palavra atrativa que é, o pronome oblíquo átono. Próclise obrigatória! CESPE/UnB – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2008 28GABARITO: E. Com verbos no futuro do presente ou do pretérito, usa-se mesóclise, a não ser que haja palavra atrativa. Como não há, deveria estar assim: “Tratar-me-ei”. CESPE/UnB – ABIN – OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – 2008 29GABARITO: E. A substituição gera falta de correlação verbal. O início do período indica uma hipótese (futuro do pretérito: FICARIA), logo ‘combina’ com a forma verbal do presente do subjuntivo (submetemos), que, no contexto, indica um evento constante. O uso de ‘submetermos’ (futuro do subjuntivo) implicaria uma incoerência, pois a ideia é que, se o homem do passado viesse ao nosso tempo, perceberia algo em nosso tempo presente. Daí o uso do presente do subjuntivo e não o futuro. CESPE/UnB – TRT/PR (9R) – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2007 30GABARITO: E. O futuro do presente indica probabilidade, hipótese, incerteza em frases interrogativas (Será que ele é?), mas não é o caso da questão. Fácil, não? CESPE/UnB – PC/TO – DELEGADO DE POLÍCIA – 2008 31GABARITO: E.
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O verbo haver no sentido de existir é impessoal, ou seja, não varia. Já o verbo existir varia normalmente com seu sujeito, que, normalmente, vem após este. Portanto, se substituíssemos o haver pela forma ‘existe’ incorreria em erro, pois em “não existe fronteiras” há falta de concordância verbal. A forma certa da frase seria “Na sociedade moderna, ao inverso das anteriores, não existem fronteiras, não existe exterioridade”. CESPE/UnB – MPE/PI – ANALISTA MINISTERIAL – 2012 32GABARITO: C. Os pronomes demonstrativos o, a, os, as, quando podem ser substituídos por aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, normalmente vêm antes do pronome relativo “que”. Portanto, está correta a afirmação. A crase ocorre, pois há contato entre duas vogais idênticas: “... somado A + Aqueles = Àqueles que...”. Este tipo de demonstrativo (o, a, os, as) cai muito em prova de concurso. CESPE/UnB – STJ – TODOS OS CARGOS – 2012 33GABARITO: E. Tradicionalmente o “se” de “tratar-se”, sem sujeito explícito, é uma partícula de indeterminação do sujeito. O segundo “se” é apassivador: “... o lugar em que se encontravam centenas de milhares de rolos... = o lugar em que centenas de milhares de rolo eram encontrados...”. Afirmação equivocada, portanto. CESPE/UnB – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012 34GABARITO: C. Segundo a gramática tradicional, o cujo sempre indica posse. Veja como perceber isto: pegue o termo que vem depois do cujo e coloque antes; pegue o termo que vem antes do cujo e coloque depois; substitua o cujo pela preposição “de”: “... livros da biblioteca imaginária...”. Agora a relação de posse está mais clara, não? Só de curiosidade: segundo a gramática tradicional, o cujo exerce função sintática de adjunto adnominal.
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